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ESPAÇO DO PROFESSOR

O CANTO DE MIGRAÇÃO
DE PATATIVA DO ASSARÉ

HISTÓRIA |  LÍNGUA PORTUGUESA |  GEOGRAFIA |  MÚSICA


guia de ícones

ler

ouvir, colocar (música) para tocar

pesquisar, aprofundar, procurar

analisar, questionar, elaborar hipóteses, comentar (questionando)

registrar, criar, destacar, grifar, completar

apresentar, relatar, compartilhar em voz alta

comentar, explicar

discutir, conversar
título
O Canto de Migração de Patativa do Assaré

apresentação
Esta sequência trabalha o conceito de migração pelas produções do poeta nor-
destino Patativa do Assaré. Esse fenômeno foi intenso no território brasileiro de
1940 a 1980. Nesse período, por conta da seca e das estruturas econômicas mi-
seráveis, muitos nordestinos vieram para os centros urbanos em busca de vida
mais digna. As terras do Sul foram, nesse tempo, a grande utopia. Nas metrópoles,
muitos conseguiram a prosperidade; outros, engolidos pela urbe, retornaram em
situação pior do que a inicial. Em quase todos os casos, a marca de deixar a terra
natal, com sua gente e seus costumes, nunca se apaga.

objetivos
••Ampliar o conhecimento sobre a obra do artista Patativa do Assaré;
••Estudar alguns fatores dos movimentos migratórios do Nordeste
para o Sudeste entre 1940 e 1980;
••Conhecer as contribuições da canção nordestina para a identidade
cultural brasileira.

áreas do conhecimento
História, língua portuguesa, geografia e música.
segmento duração
Ensino Fundamental II. 2 aulas.

recursos necessários
••Um aparelho de som que reproduza CD ou um notebook/tablet com acesso
à internet;
••As canções: “Asa Branca” (1947), de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira,
e “A Triste Partida” (1954), de Patativa do Assaré;
••Uma cópia para cada aluno do verbete sobre Patativa do Assaré;
••Uma ficha (anexo 1) para cada aluno com a letra e o roteiro de “Asa Branca”;
••Uma ficha (anexo 2) para cada aluno com o quadro sobre os principais aspectos
do estilo poético de Patativa do Assaré;
••Uma ficha (anexo 3) para cada aluno com a letra e o roteiro de “A Triste Partida”.
desenvolvimento

I
nicialmente, apresente o tema da migração e peça aos alunos que expo-
nham o que sabem sobre o assunto. Para ajudar na discussão, indague
sobre o porquê de as pessoas migrarem, se a turma conhece músicas ou
poemas que tratam de deslocamentos e se há histórias familiares de migração.

A migração será centrada na matriz poética de Patativa do Assaré, porém,


baseada na interpretação de Luiz Gonzaga, devido à importância desse mú-
sico e à fácil localização de seus fonogramas. Também será utilizado o clás-
sico “Asa Branca” (1947), que possibilita um trabalho mais aprofundado e, na
sequência, “A Triste Partida” (1954), de Patativa do Assaré.

1º MOMENTO

Primeira audição de “Asa Branca”


Prepare o aparelho de som (ou tablet/note) com as canções “Asa Branca” e
“A Triste Partida”.

Organize os alunos em semicírculo, voltados para a lousa. Apresente os ob-


jetivos do trabalho e crie um clima favorável para a audição da canção sem o
suporte da letra. Depois, troque com os alunos as impressões experimentadas.
Aspectos que podem ser explorados:

••A imagem da ave asa branca, a última a migrar em situações de seca;


••A relação da migração dessa ave com os motivos da migração humana;
••O fato de a música ter temática triste, mas estrutura musical alegre;
••A tristeza do homem nordestino diante da seca do sertão;
••A força do tema da migração, que identifica a música imediatamente;
••A formação do conjunto musical (sanfona em primeiro plano);
••A sanfona que dobra a melodia com a voz do intérprete;
••A riqueza contida no verso: “Quando o verde dos teus olhos se espalhar
na plantação”.

O CANTO DE MIGRAÇÃO DE PATATIVA DO ASSARÉ 7


2º MOMENTO

Segunda audição de “Asa Branca”


e preenchimento do roteiro

Distribua a letra e o roteiro de “Asa Branca” (anexo 1) e oriente os alunos para o


correto preenchimento. Esta atividade pode ser feita em duplas, o que favorece
o processo de troca e enriquece o preenchimento do roteiro.

Vale destacar a chamada “licença poética” utilizada pelos autores. Eles se valem
da forma coloquial de falar do nordestino. Se considerarmos a norma culta
da língua portuguesa, pode-se dizer que os autores cometeram “incorreções”
ortográficas. Essas palavras podem ser grifadas na letra da canção. Ressalte
como a canção pareceria irreal se cantada “corrigindo” os termos grifados.

8 ESPAÇO DO PROFESSOR
Asa Branca

1 Quando oiei a terra ardendo


2 Qua fogueira de São João
3 Eu perguntei a Deus do céu, ai
4 Por que tamanha judiação
5 Eu perguntei a Deus do céu, ai
6 Por que tamanha judiação

7 Que braseiro, que fornaia


8 Nem um pé de prantação
9 Por farta d’água perdi meu gado
10 Morreu de sede meu alazão
11 Por farta d’água perdi meu gado
12 Morreu de sede meu alazão

13 Inté mesmo a asa branca


14 Bateu asas do sertão
15 Entonce eu disse, adeus Rosinha
16 Guarda contigo meu coração
17 Entonce eu disse, adeus Rosinha
18 Guarda contigo meu coração

19 Hoje longe, muitas léguas


20 Numa triste solidão
21 Espero a chuva cair de novo
22 Pra mim voltar pro meu sertão
23 Espero a chuva cair de novo
24 Pra mim voltar pro meu sertão

25 Quando o verde dos teus óio


26 Se espalhar na prantação
Luiz Gonzaga e
Humberto Teixeira 27 Eu te asseguro não chore não, viu
In: Luiz Gonzaga. 28 Que eu vortarei, viu, meu coração
Coleção Folha: raízes da 29 Eu te asseguro não chore não, viu
música popular brasileira.
30 Que eu vortarei, viu, meu coração
São Paulo: Folha, 2010.

O CANTO DE MIGRAÇÃO DE PATATIVA DO ASSARÉ 9


ANEXO 1

ROTEIRO

Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira


(para ser preenchida pelos alunos individualmente ou em duplas)

• Canção: Asa Branca

• Autor: Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira

• Ano de gravação: 1947 Álbum: Luiz Gonzaga

• Artista: Luiz Gonzaga

• Letra-tema (assunto) principal: migração

Trechos da canção que demonstram as causas da migração: seca no Nordeste

1 Quando oiei a terra ardendo 10 Morreu de sede meu alazão


2 Qua fogueira de São João 11 Por farta d’água perdi meu gado
7 Que braseiro, que fornaia 12 Morreu de sede meu alazão
8 Nem um pé de prantação 13 Inté mesmo a asa branca
9 Por farta d’água perdi meu gado 14 Bateu asas do sertão

Sentimentos do migrante manifestados na canção:


Saudade, solidão, esperança.

Trechos da canção que demonstram estes sentimentos:

17 Entonce eu disse, adeus Rosinha 20 Numa triste solidão


18 Guarda contigo meu coração 21 Espero a chuva cair de novo
19 Hoje longe, muitas léguas 22 Pra mim voltar pro meu sertão

Principal metáfora (imagem poética), que resume a ideia trabalhada na canção:

25 Quando o verde dos teus óio 27 Eu te asseguro não chore não, viu
26 Se espalhar na prantação 28 Que eu vortarei, viu, meu coração

10 ESPAÇO DO PROFESSOR
3º MOMENTO

Pesquisa histórica
Peça aos alunos que pesquisem sobre as migrações de 1940 e 1950 no Brasil.
Lance perguntas, tais como: de onde saiam? Para onde iam? Havia uma política
do governo que incentivava a migração? Por quê? Que transporte utilizavam
nessas migrações? As pessoas voltavam à terra natal?

Solicite que os alunos exponham o que foi pesquisado e elabore um quadro


esquemático na lousa.

4º MOMENTO

Leitura do verbete de Patativa


do Assaré

Distribua as cópias do verbete sobre Patativa do Assaré e a ficha com o quadro:


principais aspectos do estilo poético de Patativa do Assaré (anexo 2). Pode-se
realizar uma leitura compartilhada do verbete, temperando-a com as imagens
e os trechos poéticos citados ou constantes em livros. Selecionamos o trecho
que mais contém características da obra e estilo do poeta.

Peça para que os alunos grifem as principais características do estilo do poeta


e suas referências e, em seguida, completem o quadro.

O CANTO DE MIGRAÇÃO DE PATATIVA DO ASSARÉ 11


Patativa do Assaré

(...) Sua obra é marcada pela agilidade do improviso e pelo inesgotável repertó-
rio de situações – o que aprende com o modelo de mote e glosa dos cantadores,
isto é, o estilo de versificar nos desafios feitos entre violeiros. Não costuma
retrabalhar o verso: a transcrição serve-lhe apenas como um exercício de me-
mória, e continua dentro dos códigos da transmissão oral. Da mesma forma, o
poeta estuda tão somente para satisfazer a curiosidade, sem se ater a categorias
gramaticais. Em relação à forma, seu único estudo se dá pelo contato com o
Manual de Versificação, de Olavo Bilac e Guimarães Passos. Interessa-se por
poetas românticos brasileiros, elegendo Castro Alves como seu preferido, em
função do compromisso social. Aprecia também os escritores Artur Azevedo,
Casimiro de Abreu, Luís de Camões, Machado de Assis, e o poeta cearense
Rogaciano Leite. Aprende com Os Lusíadas a oitava camoniana, tipo de estrofe
que emprega em seu poema “O Inferno, o Purgatório e o Paraíso”.

O poeta usa as corruptelas da língua popular de modo a aproveitar a sono-


ridade das palavras, recorrendo a esse vocabulário que lhe é próprio, o que
o distingue, por exemplo, do compositor Catulo da Paixão Cearense, que o
faz para estilizar, dando um aspecto exótico à fala nordestina. Embora prefira
não investir no viés da literatura de cordel, seus poemas seguem a tradição,
numa narrativa que traduz a experiência do camponês e aborda personagens
do imaginário popular, como o caboclo, o roceiro, o caçador, o mendigo, o
cangaceiro Lampião. Há ainda referências a aventuras encontradas em obras
literárias internacionais como As Mil e Uma Noites, no poema “A História de
Aladim e a Lâmpada Maravilhosa”.

Baseado em preceitos cristãos, defende que as coisas da natureza são para


todos os homens. Há em sua obra um sentido de comunhão de experiências,
estabelecendo um vínculo entre a poesia, o sertão e o público interlocutor, ao
qual o poeta transmite valores morais, seja instruindo ou divertindo, como se
observa na curiosa narrativa “Brosogó, Militão e o Diabo”. O poema conta a
história de um vendedor ambulante que contrai dívidas com um coronel, e no
fim é defendido pelo seu advogado – o diabo –, a quem ele havia ofertado três
velas, por nunca ter lhe tentado. A história inicia com a lição de moral:

12 ESPAÇO DO PROFESSOR
O melhor de nossa vida
É paz, amor e união
E em cada semelhante
A gente ver um irmão
[...]
Quem faz um grande favor
Mesmo desinteressado
[...]
Um dia sem esperar
Será bem recompensado.

Mais surpreendente é a recomendação final:

Bom leitor tenha cuidado


Vivem ainda entre nós
Milhares de Militões
Com o instinto feroz
Com traçadas e mentiras
Perseguindo os Brosogós.

uma clara crítica à exploração pelos coronéis.

Alguns de seus poemas se enquadram no gênero de canto de trabalho, que,


em geral, culminam na reivindicação por melhores condições para o homem do
campo e pelo extermínio das desigualdades sociais. Num desses, fica latente
a questão da burocracia, a complicar mais a vida do trabalhador. É o caso de
“Aposentadoria do Mané Riachão”, em Aqui Tem Coisa, como se verifica no
seguinte trecho:

[...] e sem podê trabaiá,


Com secenta e sete ano precurei me apusentá,
Fui batê lá no iscritoro depois eu fui no cartoro,
Porém de nada valeu
[...]
Me disse que só dava pra fazê meu apusento
Com coisa que eu só achava no Antigo Testamento,
Eu que tava prazentêro mode recebê dinhêro,
Me disse aquele iscrivão que precisava dos nome
E também dos subrinome de Eva e seu marido Adão
[..]

A temática de sua obra denuncia a morosidade dos políticos em eliminar a po-


breza, afirmando que o problema maior do sertão não é a seca, mas a “cerca”,
defendendo abertamente a reforma agrária. Esse tema é tratado em poemas
como “O Poeta da Roça”, “Eu e o Sertão”, “Caboclo Roceiro” e “ABC do Nordeste
Flagelado”, no livro Cante Lá que Eu Canto Cá, e “Reforma Agrara É Assim”,
em Aqui Tem Coisa. Por esses temas é transformado num ícone da esquerda
política. Ao mesmo tempo, é arrebatado pela direita por valorizar a tradição.

O CANTO DE MIGRAÇÃO DE PATATIVA DO ASSARÉ 13


ANEXO 2

QUADRO: PRINCIPAIS ASPECTOS DO


ESTILO POÉTICO DE PATATIVA DO ASSARÉ

• Poeta: Patativa do Assaré (1909-2002)

• Nome de batismo: Antônio Gonçalves da Silva

• Local de nascimento: Assaré, Ceará

• Formação: alfabetizado aos 12 anos, durante um semestre

• Estilo: poeta popular

Principais aspectos do estilo do poeta:

• Agilidade do improviso;
• Inesgotável repertório de situações;
• Influenciado pelos repentes dos cantadores e desafios de violeiros;
• Versos feitos na linha da oralidade, sem retrabalho;
• Não obedece à norma culta da língua portuguesa;
• Poemas com forte teor de compromisso social;
• Uso de corruptelas da língua popular para aproveitar a sonoridade das palavras;
• Poemas de tradição popular que representam a experiência do homem do campo;
• Uso de personagens do imaginário popular: caboclo, roceiro, caçador, mendi-
go, cangaceiro;
• Defesa do conceito cristão de igualdade em seus poemas;
• Poemas com forte conteúdo social (por melhores condições de trabalho, pelo
fim das desigualdades sociais e pela reforma agrária).

Principais influências do poeta:

• Romantismo e Castro Alves;


• Artur Azevedo;
• Casimiro de Abreu;
• Luís de Camões (oitava camoniana);
• Machado de Assis;
• Rogaciano Leite;
• As Mil e Uma Noites.

14 ESPAÇO DO PROFESSOR
5º MOMENTO

Audição da canção “A Triste


Partida”, de Patativa do Assaré

Distribua a letra e o roteiro de “A Triste Partida” (anexo 3). O educador


deverá contextualizar a canção na mesma linha de “Asa Branca”, só que
com mais detalhes. A canção trata da saga do homem nordestino que vive
no sertão e migra para a cidade grande, sem condições de vida em sua
terra natal, por causa da seca. Ao chegar no centro urbano, este sertanejo
enfrenta dificuldades e vive saudade da terra de origem. Os alunos deverão
ouvir a canção e, na sequência, preencher o roteiro.

ANEXO 3

A Triste Partida

1 (Meu Deus, meu Deus) 22 Rompeu-se o Natal


2 Setembro passou 23 Porém barra não veio
3 Outubro e Novembro 24 O sol bem vermeio
4 Já tamo em Dezembro 25 Nasceu muito além
5 Meu Deus, que é de nós, 26 (Meu Deus, meu Deus)
6 (Meu Deus, meu Deus) 27 Na copa da mata
7 Assim fala o pobre 28 Buzina a cigarra
8 Do seco Nordeste 29 Ninguém vê a barra
9 Com medo da peste 30 Pois barra não tem
10 Da fome feroz 31 Ai, ai, ai, ai
11 Ai, ai, ai, ai
32 Sem chuva na terra
12 A treze do mês 33 Descamba Janeiro,
13 Ele fez experiênça 34 Depois fevereiro
14 Perdeu sua crença 35 E o mesmo verão
15 Nas pedras de sal, 36 (Meu Deus, meu Deus)
16 (Meu Deus, meu Deus) 37 Entonce o nortista
17 Mas noutra esperança 38 Pensando consigo
18 Com gosto se agarra 39 Diz: “isso é castigo
19 Pensando na barra 40 não chove mais não”
Patativa do Assaré (1964) 20 Do alegre Natal 41 Ai, ai, ai, ai
In: Luiz Gonzaga. 21 Ai, ai, ai, ai
A triste partida.
Rio de Janeiro: RCA, 1964.

O CANTO DE MIGRAÇÃO DE PATATIVA DO ASSARÉ 15


42 Apela pra Março 79 Por pouco dinheiro
43 Que é o mês preferido 80 Lhe compra o que tem
44 Do santo querido 81 Ai, ai, ai, ai
45 Sinhô São José
46 (Meu Deus, meu Deus) 82 Em um caminhão
47 Mas nada de chuva 83 Ele joga a famia
48 Tá tudo sem jeito 84 Chegou o triste dia
49 Lhe foge do peito 85 Já vai viajar
50 O resto da fé 86 (Meu Deus, meu Deus)
51 Ai, ai, ai, ai 87 A seca terrívi
88 Que tudo devora
52 Agora pensando 89 Lhe bota pra fora
53 Ele segue outra tria 90 Da terra natal
54 Chamando a famia 91 Ai, ai, ai, ai
55 Começa a dizer
56 (Meu Deus, meu Deus) 92 O carro já corre
57 Eu vendo meu burro 93 No topo da serra
58 Meu jegue e o cavalo 94 Oiando pra terra
59 Nóis vamo a São Paulo 95 Seu berço, seu lar
60 Viver ou morrer 96 (Meu Deus, meu Deus)
61 Ai, ai, ai, ai 97 Aquele nortista
98 Partido de pena
62 Nóis vamo a São Paulo 99 De longe acena
63 Que a coisa tá feia 100 Adeus meu lugar
64 Por terras alheia 101 Ai, ai, ai, ai
65 Nós vamos vagar
66 (Meu Deus, meu Deus) 102 No dia seguinte
67 Se o nosso destino 103 Já tudo enfadado
68 Não for tão mesquinho 104 E o carro embalado
69 Cá e pro mesmo cantinho 105 Veloz a correr
70 Nós torna a voltar 106 (Meu Deus, meu Deus)
71 Ai, ai, ai, ai 107 Tão triste, coitado
108 Falando saudoso
72 E vende seu burro 109 Com seu filho choroso
73 Jumento e o cavalo 110 Iscrama a dizer
74 Inté mesmo o galo 111 Ai, ai, ai, ai
75 Venderam também
76 (Meu Deus, meu Deus) 112 De pena e saudade
77 Pois logo aparece 113 Papai sei que morro
78 Feliz fazendeiro 114 Meu pobre cachorro

16 ESPAÇO DO PROFESSOR
115 Quem dá de comer? 153 Três ano e mais ano
116 (Meu Deus, meu Deus) 154 E sempre nos prano
117 Já outro pergunta 155 De um dia vortar
118 Mãezinha, e meu gato? 156 (Meu Deus, meu Deus)
119 Com fome, sem trato 157 Mas nunca ele pode
120 Mimi vai morrer 158 Só vive devendo
121 Ai, ai, ai, ai 159 E assim vai sofrendo
160 É sofrer sem parar
122 E a linda pequena 161 Ai, ai, ai, ai
123 Tremendo de medo
124 “Mamãe, meus brinquedo 162 Se arguma notíça
125 Meu pé de fulô?” 163 Das banda do Norte
126 (Meu Deus, meu Deus) 164 Tem ele por sorte
127 Meu pé de roseira 165 O gosto de ouvir
128 Coitado, ele seca 166 (Meu Deus, meu Deus)
129 E minha boneca 167 Lhe bate no peito
130 Também lá ficou 168 Saudade de móio
131 Ai, ai, ai, ai 169 E as água nos óio
170 Começa a cair
132 E assim vão deixando 171 Ai, ai, ai, ai
133 Com choro e gemido
134 Do berço querido 172 Do mundo afastado
135 Céu lindo azul 173 Ali vive preso
136 (Meu Deus, meu Deus) 174 Sofrendo desprezo
137 O pai, pesaroso 175 Devendo ao patrão
138 Nos fio pensando 176 (Meu Deus, meu Deus)
139 E o carro rodando 177 O tempo rolando
140 Na estrada do Sul 178 Vai dia e vem dia
141 Ai, ai, ai, ai 179 E aquela famia
180 Não vorta mais não
142 Chegaram em São Paulo 181 Ai, ai, ai, ai
143 Sem cobre quebrado
144 E o pobre acanhado 182 Distante da terra
145 Percura um patrão 183 Tão seca mas boa
146 (Meu Deus, meu Deus) 184 Exposto à garoa
147 Só vê cara estranha 185 A lama e o pau
148 De estranha gente 186 (Meu Deus, meu Deus)
149 Tudo é diferente 187 Faz pena o nortista
150 Do caro torrão 188 Tão forte, tão bravo
151 Ai, ai, ai, ai 189 Viver como escravo
190 No Norte e no Sul
152 Trabaia dois ano, 191 Ai, ai, ai, ai

O CANTO DE MIGRAÇÃO DE PATATIVA DO ASSARÉ 17


ROTEIRO

A Triste Partida, de Patativa do Assaré

• Canção: Triste Partida (1954)

• Autor: Patativa do Assaré

• Ano de gravação: 1964 Álbum: Luiz Gonzaga – A Triste Partida

• Artista: Luiz Gonzaga

• Letra – tema (assunto) principal: migração (saga do migrante)

Causas da migração apontadas na Trechos da canção que as ilustram:


canção:
7 Assim fala o pobre
Seca e fome. 8 Do seco Nordeste
9 Com medo da peste
10 Da fome feroz
32 Sem chuva na terra
47 Mas nada de chuva
87 A seca terrívi
88 Que tudo devora

Problemas encontrados pelo migrante Trechos da canção que os ilustram:


ao chegar na cidade grande:
172 Do mundo afastado
Pouco trabalho, pouco dinheiro, sempre 173 Ali vive preso
deve ao empregador, vive preso ao 174 Sofrendo desprezo
contrato de trabalho e é desprezado. 175 Devendo ao patrão
189 Viver como escravo

Sentimentos do migrante Trechos da canção que os ilustram:


manifestados na canção:
107 Tão triste, coitado
Tristeza e saudade da terra natal. 112 De pena e saudade
132 E assim vão deixando
133 Com choro e gemido
137 O pai, pesaroso
167 Lhe bate no peito
168 Saudade de móio
169 E as água nos óio
170 Começa a cair

18 ESPAÇO DO PROFESSOR
reflexão final

A
obra de Patativa do Assaré ajuda-nos a conhecer a história e a cultura
brasileiras. Seus versos revelam o linguajar coloquial do Nordeste e o
drama vivido por aqueles que abandonaram a terra natal em busca
de uma vida mais digna. Com base nos movimentos migratórios do Norte para
o Sul do país, a partir de 1940, o artista traz o testemunho da voz popular e a
exclusão a que esteve submetida. Converse com a classe sobre essa exclusão:
de que tipo ela pode ser (social, econômica, linguística)? Eles conseguem
perceber a arte como veículo de crítica social? Qual a situação das pessoas
que migram de uma região a outra do país? São acolhidas na terra de destino?

Finalize pedindo para que os alunos pensem em propostas que contribuam


para a melhoria das condições de vida das populações migrantes e também
questione o que eles podem fazer por essas pessoas.

O CANTO DE MIGRAÇÃO DE PATATIVA DO ASSARÉ 19


referências

ARTUR Azevedo. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.


São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.
org.br/pessoa4395/artur-azevedo>. Acesso em: jan. 2018. Verbete da Enciclo-
pédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.

CASIMIRO de Abreu. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasi-


leiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itau-
cultural.org.br/pessoa2813/casimiro-de-abreu>. Acesso em: jan. 2018. Verbete
da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.

CASTRO Alves. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.


São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.
org.br/pessoa2804/castro-alves>. Acesso em: jan. 2018. Verbete da Enciclo-
pédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.

CATULO da Paixão Cearense. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura


Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.
itaucultural.org.br/pessoa2895/catulo-da-paixao-cearense>. Acesso em: jan.
2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.

HUMBERTO Teixeira. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Bra-


sileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.
itaucultural.org.br/pessoa12182/humberto-teixeira>. Acesso em: jan. 2018.
Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.

20 ESPAÇO DO PROFESSOR
LUIZ GONZAGA. Coleção Folha: raízes da música popular brasileira. São Paulo:
Folha, 2010. 1 livro-CD.

LUIZ GONZAGA. A triste partida. Rio de Janeiro: RCA, 1964. 1 CD.

MACHADO de Assis. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasi-


leiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itau-
cultural.org.br/pessoa2815/machado-de-assis>. Acesso em: jan. 2018. Verbete
da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.

OLAVO Bilac. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São
Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.
br/pessoa2780/olavo-bilac>. Acesso em: jan. 2018. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7.

PATATIVA do Assaré. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Bra-


sileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.
itaucultural.org.br/pessoa3743/patativa-do-assare>. Acesso em: jan. 2018.
Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.

O CANTO DE MIGRAÇÃO DE PATATIVA DO ASSARÉ 21


ANEXO 1

Asa Branca

1 Quando oiei a terra ardendo


2 Qua fogueira de São João
3 Eu perguntei a Deus do céu, ai
4 Por que tamanha judiação
5 Eu perguntei a Deus do céu, ai
6 Por que tamanha judiação

7 Que braseiro, que fornaia


8 Nem um pé de prantação
9 Por farta d’água perdi meu gado
10 Morreu de sede meu alazão
11 Por farta d’água perdi meu gado
12 Morreu de sede meu alazão

13 Inté mesmo a asa branca


14 Bateu asas do sertão
15 Entonce eu disse, adeus Rosinha
16 Guarda contigo meu coração
17 Entonce eu disse, adeus Rosinha
18 Guarda contigo meu coração

19 Hoje longe, muitas léguas


20 Numa triste solidão
21 Espero a chuva cair de novo
22 Pra mim voltar pro meu sertão
23 Espero a chuva cair de novo
24 Pra mim voltar pro meu sertão

25 Quando o verde dos teus óio


26 Se espalhar na prantação
27 Eu te asseguro não chore não, viu Luiz Gonzaga e
28 Que eu vortarei, viu, meu coração Humberto Teixeira, 1947
29 Eu te asseguro não chore não, viu In: LUIZ GONZAGA.
30 Que eu vortarei, viu, meu coração Coleção Folha: raízes da
música popular brasileira.
São Paulo: Folha, 2010.
ROTEIRO

Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira


(para ser preenchida pelos alunos individualmente ou em duplas)

• Canção:

• Autor:

• Ano de gravação: Álbum:

• Artista:

• Letra – tema (assunto) principal:

Trechos da canção que demonstram as causas da migração:

Sentimentos do migrante manifestados na canção:

Trechos da canção que demonstram estes sentimentos:

Principal metáfora (imagem poética), que resume a ideia trabalhada na canção:


ANEXO 2

QUADRO: PRINCIPAIS ASPECTOS DO


ESTILO POÉTICO DE PATATIVA DO ASSARÉ

• Poeta:

• Nome de batismo:

• Local de nascimento:

• Formação:

• Estilo:

Principais aspectos do estilo do poeta:

Principais influências do poeta:


ANEXO 3

A Triste Partida

1 (Meu Deus, meu Deus) 32 Sem chuva na terra


2 Setembro passou 33 Descamba Janeiro,
3 Outubro e Novembro 34 Depois fevereiro
4 Já tamo em Dezembro 35 E o mesmo verão
5 Meu Deus, que é de nós, 36 (Meu Deus, meu Deus)
6 (Meu Deus, meu Deus) 37 Entonce o nortista
7 Assim fala o pobre 38 Pensando consigo
8 Do seco Nordeste 39 Diz: “isso é castigo
9 Com medo da peste 40 não chove mais não”
10 Da fome feroz 41 Ai, ai, ai, ai
11 Ai, ai, ai, ai

12 A treze do mês 42 Apela pra Março


13 Ele fez experiênça 43 Que é o mês preferido
14 Perdeu sua crença 44 Do santo querido
15 Nas pedras de sal, 45 Sinhô São José
16 (Meu Deus, meu Deus) 46 (Meu Deus, meu Deus)
17 Mas noutra esperança 47 Mas nada de chuva
18 Com gosto se agarra 48 Tá tudo sem jeito
19 Pensando na barra 49 Lhe foge do peito
20 Do alegre Natal 50 O resto da fé
21 Ai, ai, ai, ai 51 Ai, ai, ai, ai

22 Rompeu-se o Natal 52 Agora pensando


23 Porém barra não veio 53 Ele segue outra tria
24 O sol bem vermeio 54 Chamando a famia
25 Nasceu muito além 55 Começa a dizer
26 (Meu Deus, meu Deus) 56 (Meu Deus, meu Deus)
27 Na copa da mata 57 Eu vendo meu burro
28 Buzina a cigarra 58 Meu jegue e o cavalo
29 Ninguém vê a barra 59 Nóis vamo a São Paulo
30 Pois barra não tem 60 Viver ou morrer
31 Ai, ai, ai, ai 61 Ai, ai, ai, ai

Patativa do Assaré (1964)


In: LUIZ GONZAGA.
A triste partida.
Rio de Janeiro: RCA, 1964.
62 Nóis vamo a São Paulo 92 O carro já corre
63 Que a coisa tá feia 93 No topo da serra
64 Por terras alheia 94 Olando pra terra
65 Nós vamos vagar 95 Seu berço, seu lar
66 (Meu Deus, meu Deus) 96 (Meu Deus, meu Deus)
67 Se o nosso destino 97 Aquele nortista
68 Não for tão mesquinho 98 Partido de pena
69 Cá e pro mesmo cantinho 99 De longe acena
70 Nós torna a voltar 100 Adeus meu lugar
71 Ai, ai, ai, ai 101 Ai, ai, ai, ai

72 E vende seu burro 102 No dia seguinte


73 Jumento e o cavalo 103 Já tudo enfadado
74 Inté mesmo o galo 104 E o carro embalado
75 Venderam também 105 Veloz a correr
76 (Meu Deus, meu Deus) 106 (Meu Deus, meu Deus)
77 Pois logo aparece 107 Tão triste, coitado
78 Feliz fazendeiro 108 Falando saudoso
79 Por pouco dinheiro 109 Com seu filho choroso
80 Lhe compra o que tem 110 Iscrama a dizer
81 Ai, ai, ai, ai 111 Ai, ai, ai, ai

82 Em um caminhão 112 De pena e saudade


83 Ele joga a famia 113 Papai sei que morro
84 Chegou o triste dia 114 Meu pobre cachorro
85 Já vai viajar 115 Quem dá de comer?
86 (Meu Deus, meu Deus) 116 (Meu Deus, meu Deus)
87 A seca terrívivi 117 Já outro pergunta
88 Que tudo devora 118 Mãezinha, e meu gato?
89 Lhe bota pra fora 119 Com fome, sem trato
90 Da terra natal 120 Mimi vai morrer
91 Ai, ai, ai, ai 121 Ai, ai, ai, ai
122 E a linda pequena 160 É sofrer sem parar
123 Tremendo de medo 161 Ai, ai, ai, ai
124 “Mamãe, meus brinquedo
125 Meu pé de fulô?” 162 Se arguma notíça
126 (Meu Deus, meu Deus) 163 Das banda do Norte
127 Meu pé de roseira 164 Tem ele por sorte
128 Coitado, ele seca 165 O gosto de ouvir
129 E minha boneca 166 (Meu Deus, meu Deus)
130 Também lá ficou 167 Lhe bate no peito
131 Ai, ai, ai, ai 168 Saudade de móio
169 E as água nos óio
132 E assim vão deixando 170 Começa a cair
133 Com choro e gemido 171 Ai, ai, ai, ai
134 Do berço querido
135 Céu lindo azul 172 Do mundo afastado
136 (Meu Deus, meu Deus) 173 Ali vive preso
137 O pai, pesaroso 174 Sofrendo desprezo
138 Nos fio pensando 175 Devendo ao patrão
139 E o carro rodando 176 (Meu Deus, meu Deus)
140 Na estrada do Sul 177 O tempo rolando
141 Ai, ai, ai, ai 178 Vai dia e vem dia
179 E aquela famia
142 Chegaram em São Paulo 180 Não vorta mais não
143 Sem cobre quebrado 181 Ai, ai, ai, ai
144 E o pobre acanhado
145 Percura um patrão 182 Distante da terra
146 (Meu Deus, meu Deus) 183 Tão seca mas boa
147 Só vê cara estranha 184 Exposto à garoa
148 De estranha gente 185 A lama e o paú
149 Tudo é diferente 186 (Meu Deus, meu Deus)
150 Do caro torrão 187 Faz pena o nortista
151 Ai, ai, ai, ai 188 Tão forte, tão bravo
189 Viver como escravo
152 Trabaia dois ano, 190 No Norte e no Sul
153 Três ano e mais ano 191 Ai, ai, ai, ai
154 E sempre nos prano
155 De um dia vortar
156 (Meu Deus, meu Deus)
157 Mas nunca ele pode
158 Só vive devendo
159 E assim vai sofrendo
ROTEIRO

A Triste Partida, de Patativa do Assaré

• Canção:

• Autor:

• Ano de gravação: Álbum:

• Artista:

• Letra - Tema (assunto) principal:

Causas da migração apontadas Trechos da canção as que ilustram:


na canção:

Problemas encontrados pelo migrante Trechos da canção os que ilustram:


ao chegar na cidade grande:

Sentimentos do migrante manifestados Trechos da canção que os ilustram:


na canção:
núcleo enciclopédia

Gerência
Tânia Rodrigues

Coordenação
Glaucy Tudda

Equipe
Camila Nader
Elaine Lino
Lucas Rosalin (estagiário)

núcleo comunicação

Gerência
Ana de Fátima Souza

Coordenação
Carlos Costa

Direção de Arte
Arthur Costa
Luciana Orvat (terceirizada)
Pamela Rocha Camargo

Projeto Gráfico
Serifaria

Produção Editorial
Victória Pimentel

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