Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
A obra de Platão, República, tem como tema principal a conduta humana, atendo se
principalmente aos problemas da vida política e moral, no entanto, não há como
compreender o homem separando o seu comportamento de suas ideias, sendo assim,
entende-se Republica a combinação entre o pensamento do homem e as leis que os
regulam.
Platão defendia a ideia do socialismo dizendo que evitaria um conflito entre a oligarquia
e a democracia que existia na Grécia em decorrência da luta entre os ricos e os pobres e
com isso traria a ideia de um tratado econômico. Aristóteles se coaduna com o
pensamento de Platão e afirma que o comércio é uma forma de roubo. A obra de Platão
já fora interpretada como uma aversão ao capitalismo do seu tempo e pela busca de uma
nova ordem social.
Por mais que exista essa discordância entre a ciência econômica e República, o objetivo
maior da obra foi de criticar o modo como os Sofistas estavam ensinando a política,
pois para Platão eram eles e não Sócrates quem estava corrompendo os jovens daquela
época. De acordo com Platão, os Sofistas traziam consigo uma nova ideia de “justiça”
voltada para o prazer e que a autoridade governamental era para garantir apenas seus
fins pessoais. Todavia para Platão justiça era sinônimo de uma qualidade espiritual em
que se pensava no bem de todos. O Estado não era objeto para proveito pessoal, mas um
órgão voltado para o bem-estar geral. O foco não deveria ser o da satisfação individual,
mas o espírito coletivo. Platão restaurou um senso consciente de harmonia entre os
interesses do Estado e do indivíduo, paralisado pelos sofistas radicais.
O individualismo excessivo tomou conta do Estado da Grécia, mas Platão toma uma
atitude radical, da mesma forma como quando tinha um tom conservador para falar com
os sofistas. Ele aponta duas falhas: a ignorância presente todo tempo, velada pela
sabedoria; e o egoísmo político. A República traz como finalidade a “especialização” e
a “unificação” como meio de substituir a incapacidade dos governantes.
A ignorância era considerada por Platão uma praga para democracia. Em Atenas, por
exemplo, todos podiam participar de reuniões e influenciar nas decisões - era um
sistema injusto. A reforma política apresentada por Platão foi motivada por conta dessas
práticas de individualismo e do egoísmo que fazia do Estado um ganho pessoal que
conduzia a uma divisão entre os ricos e os pobres, os opressores e os oprimidos. Este
era um vício da oligarquia, governo de poucos.
Outro fator que indicava uma futura reforma na vida política grega para Platão foi o
amadorismo nos negócios públicos(eutrapelía) e a partir daí cria o princípio da
especialização em resposta aos que defendiam a eutrapelía. Os sofistas e a realidade
grega, no entanto, não mostravam relutâncias contra a especialização. Surge, então, o
soldado e orador profissional. A especialização trouxe resultados: a vitória de um
exercito de profissionais, mal armados.
Para Trasímico, Justiça pode ser considerado o interesse do mais forte. Cada indivíduo
tem sua força que é limitada pelo poder do Estado que é o mais forte da relação e que
impõe sua força nos seus próprios interesses. A conduta dos membros da comunidade é
a vontade do próprio governante.
Justiça é aquilo que traz vantagem para o governante. Para a população é entendida
como “o bem de outrem”. O homem sábio será justo, para satisfazer a vontade egoísta
do governante, mas, se puder, será injusto para satisfazer sua própria vontade. O homem
deveria inverter os papeis éticos, para encaixa-os à “realidade”.
Platão opõe a ideia de Trasimico dizendo que a o objetivo de toda arte é o bem do seu
material e que o homem justo é mais sábio, mais forte e feliz do que o injusto, pois
reconhece a necessidade de limite para a sua conduta.
Para Glauco, a justiça é uma criatura do medo em que pessoas se unem e fazem um
“contrato social”, pode ser explicito ou não, determinando a conduta que consideram
apropriada. Essas pessoas sofrem injustiças livremente, sem qualquer restrição.
Mas Platão responde Glauco dizendo que justiça não depende de um poder exterior, mas
ela se internaliza. Que o sentido de justiça está intrinsicamente ligado a entender o
homem interior.
Platão buscou fazer analogia entre Estado e o indivíduo porque acreditava que não
existia em separado a consciência individual e a consciência do Estado. A vontade do
Estado era a vontade dos cidadãos agindo como membros do Estado. O Estado é um
produto da alma humana.
Para explicar a o Estado como produto da alma humana, Platão usa a concepção ternária
da alma: o desejo(prazer), a razão(sabedoria) e o espírito (senso de honra). Ele diz que a
composição equilibrada da alma corresponde a um Estado autêntico e que desvio nesta
composição corresponderia a uma corrupção do Estado.
Fator Econômico
Aqui Platão tem como ponto de partida o apetite(desejo) que envolve uma certa forma
de união. Platão justifica a especialização do ponto de vista econômico dizendo que ele
assegura maior facilidade e volume de produção.
Fator Militar
O Estado aqui é visto como uma estrutura militar ligado no “espírito” e não mais numa
organização econômica fundada no apetite. A especialização leva a eficiência e a
soldados bem treinados.
Fator Filosófico
Aqui temos a razão. E ao lado da razão temos o elemento espírito que auxilia a
organização militar do Estado. É a razão que guia o soldado nas suas ações
diferenciando, por exemplo, um cidadão e o seu inimigo. Mas a razão aparece também
na sua forma pura quando ligamos ao Estado.
Nota-se que cada elemento da alma simplifica a ideia de Platão. O apetite une os
homens pelo fator econômicas, o espírito pela organização dos militares e a razão
mantém a unidade entre eles.
Essa analise do Estado como produto da alma humana leva Platão a atribuir o direito de
governar a uma destas classes. Para separar os vários elementos da mente, Platão usa a
“contradição”. A razão que impedi que os demais elementos interfiram uns com os
outros. Temos, então, a noção de “separação” da mente.
Para Platão a divisão das classes não será sacrificada, ao contrário, a divisão abre
oportunidades para o desenvolvimento de todas as faculdades do indivíduo.
A Justiça Platônica
A justiça para ele não se pretende ser “legal” ou “jurídica”, mas uma concepção da
moralidade social.