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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

@ (PROCESSO ELETRÔNICO)
JASP
Nº 70078606969 (Nº CNJ: 0225908-41.2018.8.21.7000)
2018/CÍVEL

AGRAVO DE INSTRUMENTO. BENEFÍCIO DA


GRATUIDADE DE JUSTIÇA. AUSÊNCIA DE
COMPROVAÇÃO DE RENDIMENTOS.
PROFISSIONAL AUTÔNOMO. NECESSIDADE
DO BENEFÍCIO.

Caso em que a litigante se qualifica como


autônomo. Impossibilidade de
comprovação de rendimentos. Isenção de
declarar IR. Presunção de hipossuficiência
financeira e necessidade da gratuidade de
justiça.

AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO.


DECISÃO MONOCRÁTICA.

AGRAVO DE INSTRUMENTO DÉCIMA CÂMARA CÍVEL

Nº 70078606969 (Nº CNJ: 0225908- COMARCA DE CANOAS


41.2018.8.21.7000)

SABRINA MATOS DE CAMPOS AGRAVANTE

BELEZA DO BRASIL - ESTETICA E AGRAVADO


COMERCIO DE COSMETICOS LTDA. -
ME

DECISÃO M O N O C R ÁT I C A

Vistos.

Trata-se de Agravo de Instrumento apresentado por SABRINA


MATOS DE CAMPOS em face de BELEZA DO BRASIL - ESTETICA E
COMERCIO DE COSMETICOS LTDA. - ME, deliberação que houve por bem
indeferir o pedido de gratuidade judiciária à autora.

Em suas razões, a agravante discorreu não ter condições de


suportar as despesas do processo, de modo que postula a concessão do
benefício da gratuidade judiciária. Pugna pelo provimento do recurso.

É o relatório.

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PODER JUDICIÁRIO
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@ (PROCESSO ELETRÔNICO)
JASP
Nº 70078606969 (Nº CNJ: 0225908-41.2018.8.21.7000)
2018/CÍVEL

Decido.

A inconformidade prospera.

Cumpre ressaltar inicialmente minha posição no sentido de


que o benefício da assistência judiciária gratuita deve ser entendido em
seu mais amplo sentido, viabilizando a garantia constitucional do acesso
à Justiça.

Com efeito, entendo que o preceito constitucional do livre


acesso à justiça tem a finalidade de permitir que o cidadão possa
requerer manifestação do Poder Judiciário sem que sua renda seja
diminuída uma vez que já tem a necessidade de arcar com os custos de
habitação, transporte, alimentação, lazer, vestuário, remédios, ensino e
saúde.

Consigna o art. 98, caput, c/c art. 99, §§ 2° e 3° do Código de


Processo Civil:

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira,


com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas
processuais e os honorários advocatícios tem direito à
gratuidade da justiça, na forma da lei.

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado


na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de
terceiro no processo ou em recurso.
(...)
§ 2° O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos
autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais
para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o
pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento
dos referidos pressupostos.
§ 3.º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência
deduzida exclusivamente por pessoa natural.

No caso, é de se ter que a postulante qualifica-se como


autônoma, juntando cópia de sua CTPS na qual há informação de último
vínculo empregatício registrado com data de rescisão 03/06/2014,

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trabalhando como atendente e recebendo a importância mensal de R$


838,73.

Ainda, há declaração de impossibilidade de arcar com as


custas do processo, comprovando ser isento da declaração anual de
Imposto de Renda, o que vem a corroborar a alegação de hipossuficiência
econômica.

Por sua vez, a circunstância de a parte ter fatura de TV em


valor de R$ 258,70 e ter contratado um curso com a demandada no
montante de R$ 2.130,59, por si só, não são elementos a evidenciar a
disponibilidade financeira, ainda mais se considerarmos que trata-se o
primeiro de serviços básicos, enquanto que o segundo é curso em que a
parte pretende o aperfeiçoamento profissional, para, por certo, melhorar
sua condição financeira.

Assim, tendo em vista os elementos efetivamente coligados


ao caderno processual até o presente momento, ausente qualquer indício
de disponibilidade de recursos.

De mais a mais, cabe referir que o benefício não se restringe


às custas iniciais, mas abrange toda e qualquer despesa que venha a ser
direcionada à parte autora da demanda, não se exigindo que a litigante
esteja em situação de miserabilidade ao deferimento da benesse,
cabendo à parte adversa, se assim entender, formular impugnação à
gratuidade de justiça.

A esta altura, acerca da matéria, cito jurisprudência deste


Tribunal:

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE


INDÉBITO. PROPRIEDADE INDUSTRIAL E INTELECTUAL.
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. DEFERIMENTO. A declaração
de pobreza reveste-se de presunção relativa, cabendo à parte
comprovar os seus rendimentos, inclusive por conta de
determinação judicial. No caso, os agravantes são pequenos
produtores rurais, razão pela qual não podem arcar com as
despesas do processo sem o prejuízo do seu sustento e da sua
família. Deferimento do benefício postulado. AGRAVO PROVIDO,
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EM DECISÃO MONOCRÁTICA. (Agravo de Instrumento Nº


70066837394, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Jorge André Pereira Gailhard, Julgado em 08/10/2015)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. NEGÓCIOS JURÍDICOS


BANCÁRIOS. EMBARGOS À EXECUÇÃO. AJG. DEFERIMENTO. É de
ser deferido o benefício da AJG às recorrentes, uma vez que
comprovada a necessidade através da juntada de talão de notas
ficais de produtor rural, bem como do comprovante de isenção
da declaração do imposto de renda, os quais evidenciam
rendimento mensal inferior a 05 salários mínimos mensais.
AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº
70065537813, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça
do RS, Relator: Marta Borges Ortiz, Julgado em 03/07/2015)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PRIVADO NÃO


ESPECIFICADO. AJG. PRODUTOR RURAL. PRESUNÇÃO DE
INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS. No caso dos autos, o agravante
acostou documentação que demonstra ser pequeno agricultor,
na localidade de Santo Cristo, neste Estado, bem como juntou
declaração de pobreza. Diante desse contexto, inexistindo prova
em sentido contrário, é presumível a insuficiência de recursos
para arcar com as custas e as despesas processuais, razão pela
qual é possível a concessão do benefício ao agravante. AGRAVO
DE INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº
70063790307, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça
do RS, Relator: Mário Crespo Brum, Julgado em 05/03/2015)

Trago ainda recente decisão de minha lavra:

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. BENEFÍCIO DA


ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. Caso em que o litigante se
qualifica como pequeno produtor rural, sem vínculo regular de
trabalho ou indícios que indiquem disponibilidade maior de
recursos. Impossibilidade de comprovação de rendimentos.
Isenção de declarar Imposto de Renda. Presunção de
hipossuficiência financeira e necessidade da gratuidade de
justiça. Benefício deferido. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO.
DECISÃO MONOCRÁTICA. (Agravo de Instrumento Nº
70070316997, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Jorge Alberto Schreiner Pestana, Julgado em 14/07/2016)

Advirto, por fim, que o benefício tem objetivo restrito, pois


concedido àquelas pessoas que realmente necessitam litigar no amparo
da gratuidade da justiça, e, caso haja demonstração em contrário – até
mesmo por impugnação da parte contrária –, em razão das condições
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econômicas da parte, deve a parte responder pelas sanções que a lei


impõe.

Nesse passo, e dos elementos trazidos ao Instrumento, o


entendimento aqui é de estarem preenchidos os requisitos legais,
cumprindo seja deferida a gratuidade de justiça.

Ante o exposto, dou provimento ao presente recurso, para


conceder ao recorrente o benefício da gratuidade de justiça.

Comunique-se.

Intime-se.

Porto Alegre, 01 de agosto de 2018.

DES. JORGE ALBERTO SCHREINER PESTANA,


Relator.

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