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RESPONSABILIDADE DO ENFERMEIRO
ESPECIALISTA NA PROMOÇÃO DO CONFORTO
COM A MULHER EM TRABALHO DE PARTO
RESPONSABILIDADE DO ENFERMEIRO
ESPECIALISTA NA PROMOÇÃO DO CONFORTO
COM A MULHER EM TRABALHO DE PARTO
MONOGRAFIA
Arminda Beatriz
Aos meus filhos, Janeth, Rita,
Bernulher, Cidália e
Ladislev, especialmente o
meu esposo David Cunha
pelo incentivo, apoio moral e
paciência ao longo dos 22
meses de formação, dedico
este modesto trabalho.
AGRADECIMENTOS
A Deus Pai todo-poderoso, por ter- me dado saúde e força para superar as
dificuldades ao longo do Curso.
Ao meu pai que me tem dado muita força e coragem para poder continuar a
formação.
Ao meu esposo em especial, pela compreensão, amor, incentivo e apoio
incondicional ao longo da formação.
Aos meus queridos filhos, que apesar da minha ausência se mantiveram sempre
firmes, me garantindo tranquilidade com suas palavras encorajadoras, dizendo que está
tudo bem e sob controlo, não se preocupa.
A todos os professores pela mestria na transmissão de conhecimentos, em especial
à professora Doutora Helena José que com a sua sabedoria mantém o Centro de Formação
de Saúde Multiperfil firme, prestando um ensino profissional com qualidade e rigor.
Aos professores orientadores Cristina Falcão, Henrique Tembo e Maria José
Teixeira, pela disponibilidade, carinho, paciência na correcção e orientação deste
trabalho.
As professoras Ana Paula Duarte, Ariana Chávez e Cristina Falcão; o meu muito
obrigado por fazerem parte da minha transformação como pessoa e profissional.
A todos os professores do Centro de Formação de Saúde Multiperfil que de forma
directa ou indirecta contribuíram para este Curso.
Ao colectivo de trabalhadores da área administrativa do CFS, pela prontidão.
LISTA DE ABREVIATURAS, ACRÓNIMOS E SIGLAS
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graduado, tendo surgido programas de mestrado em enfermagem para satisfazer a
necessidade de uma formação especializada (Tomey, A. M. & Alligood, M. R., 2004).
A enfermagem como ciência do cuidar com, do amor, do bem fazer, de saber estar;
ao longo do seu desenvovimento como ciência e consequente desenvolvimento técnico-
científico na área da saúde, os profissionais de enfermagem defrontam-se com uma
realidade em mudança constante, procurando respostas, com o objectivo de prestar
melhores cuidados ao cliente/familia; assim urge a necessidade de formar o Enfermeiro
Especialista para atender à especificidade de cada cliente. Por ser um profissional com
conhecimentos aprofundados num domínio específico de enfermagem, atendendo às
respostas humanas, aos processos de vida e aos problemas de saúde, que representam
níveis elevados de juízo clínico e tomada de decisão traduzidos num conjunto de
competências relativas a um campo de actuação (Ordem dos Enfermeiros, 2011).
24
essas intervenções influenciam o resultado da gravidez e o prognóstico do parto (Branden,
P.S., 2000).
Para a elaboração deste trabalho foi utilizada uma revisão narrativa da literatura sobre
o tema proposto. A revisão narrativa, utiliza-se da aquisição e actualização de
conhecimentos sobre um determinado tema em curto período de tempo, para descrever o
estado da arte de um assunto específico sob o ponto de vista teórico. Constitui-se
basicamente da análise da literatura, dá interpretação e análise crítica pessoal do
pesquisador. (Rother 2007citado em Grupo Anima Educação 2014).
OBJECTIVOS DO ESTUDO
GERAL
ESPECÍFICOS
O tema em estudo foi escolhido pelo facto de; durante a minha prática clínica no
Hospital Municipal da Samba (H.M.S.) e Centro de Saúde da Samba (C.S.S.) e
experiência profissional ao longo de 19 anos, ter vivenciado acções de enfermagem que
não valorizam o conforto na prestação de cuidados com as parturientes/clientes. Por tudo
isto, optei por reflectir sobre à temática, tendo em conta que no nosso país a realidade
ainda é diferente à dos outros, porque é visível o tratamento dado às pessoas/clientes em
certas situações, sendo tratadas como objectos sem direitos.Sendo que o conforto está
directamente relacionado com um acolhimento adequado, a acomodação, a boa postura
do profissional de enfermagem, a higiene do local de atendimento, o saber ouvir, o
respeito pela pessoa, tratar a cliente pelo seu nome, a privacidade e explicar sempre os
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procedimentos a realizar, atendendo ao princípio da beneficência e autonomia, estabelecer
uma relação de empatia e criação de um ambiente favorável.
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A Teória de conforto, começou como primeiro passo, com uma enorme revisão
crítica da literatura sobre o conforto nas disciplinas de enfermagem, medicina, psicologia,
psiquiatria, ergonomia e inglês. Em diferentes artigos, Kolcaba faz um relato histórico do
uso da palavra conforto em enfermagem.Em 1859, Nightingale exortava, “Nunca se deve
perder de vista, para que serve a observação? Não é para procurar informações
desnecessárias ou factos curiosos, mas sim para salvar vidas e aumentar a saúde e o
conforto.”(Tomey & Alligood.2004).
A literatura aponta o conforto como um conceito que tem sido identificado como
um elemento de cuidados de enfermagem; está ligado com a sua origem e tem vindo a
assumir ao longo da história significados diferentes que se prendem com a evolução
histórica, política, social, e religiosa da humanidade e com a evolução técnico-ciêntifica,
sobretudo das ciências de saúde e da enfermagem em particular.Naturalmente, a prática
de enfermagem esteve ligada desde os tempos remotos, ao conforto.Apostólo (2009).
Ainda na perspectiva de Watson. ( 1979 citado em Tomey & Alligood 2004 ),na sua
teória de cuidar, defendia que o ambiente dos doentes era de extrema importância para o
seu bem-estar físico e mental, assim as enfermeiras sempre que possível proporcionavam
conforto através das intervenções do meio envolvente ao doente/ cliente.
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conhecimento, capacidade e habilidades profissionais deve ter um olhar diferente porque
cuidar com o cliente, envolve atender às suas necessidades com sensibilização,
disponibilidade e solidariedade, por meio de atitudes e cuidados para promover o conforto
e o bem-estar. O cuidado implementado relaciona a integridade física e emocional numa
acção de troca entre o cuidador e o ser cuidado (Silva,L.F.2016).
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O ambiente, o atendimento e a ausência de privacidade, que podem ser factores
que aumentam a dor e afectam o desenvolvimento do trabalho de parto, o desconforto
causado pela dor do parto, não se assemelha aos outros tipos de dor e cada mulher em
trabalho de parto activo sente a dor de forma diferente. É um processo que dura
aproximadamente dez a doze horas e, após o parto desaparece. Algumas delas mais
resistentes a dor referem a esta como “uma agonia”
30
estimular que as parturientes experimentem o que for mais confortável durante o período
do trabalho de parto (O.M.S,1996).
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O primeiro estádio do TP divide-se em três fases: A fase lactente, a fase activa e
a fase de transição.
O quarto estádio do trabalho de parto, que dura cerca de 2 horas após à saída da
placenta. Este é o período de recuperação imediata ou puerpério imediato, em que a
homeostase se restabelece. Constitui um período de maior vigilância, de forma a prevenir
e identificar complicações, tais como as hemorragias pós-parto. (Lowdermilk & Perry
2008).
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O desconforto pode ser causado também, pelos esforços expulsivos ou pressão
exercida pela apresentação fetal sobre a bexiga, intestino ou outras estruturas pélvicas
sensíveis.
A dor durante o trabalho de parto é específica para cada mulher e influenciada por
uma série de factores fisiológicos, psicológicos e ambientais.
Portanto; a dor de parto faz parte do imaginário humano colectivo, apesar das
diferentes perspectivas e realidades culturais, sociais e de saúde em diversas geografias.
A crescente ansiedade, desconfiança e tensão emocional pré-parto, devem merecer
especial cuidado pelos profissionais de saúde qualificando a resposta sanitária e
Institucional pela dignidade e autonomia da mulher grávida e assegurar as condições
técnicas e profissionais adequadas à correcta avaliação e prestação dos cuidados de saúde,
com base à evidência científica (Sachocal, et.al., 2018).
2.METODOLOGIA
Podemos dizer que uma metodologia tem várias dimensões e um método constitui
parte da metodologia de investigação (Anzari,2012 citado em Oliveira 2014).Entretanto,
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a metodologia é determinada pela problemática e pela pesquisa de estudos já feitos, e é a
partir desta que se pode ajustar a opção metodológica. Por isso, o que determina esta fase
é a problemática em estudo em articulação com a revisão da literatura. (Canastra, Haantra
& Vilanculos 2015).
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Com base os critérios de inclusão estabelecidos pelo estudo, optamos por cinco
artigos com data de publicação de dez anos de 2008 á 2018, que referenciaram sobre o
conforto durante o trabalho de parto, cujos os resultados assemelham-se. Como critério
de exclusão, foram excluídos os artigos com o tempo de publicação superior a dez anos e
que os dados não foram relevantes para o presente estudo.
2.4. LIMITAÇÕES
No percurso da construção desta Monografia surgiram algumas limitações e
dificuldades que interferiram na realização deste trabalho, nomeadamente:
• A falta de domínio na prática de Informática que impossibilitou o pesquisador
para exploração de outras bases de dados que poderiam sugerir publicações mais
relevantes do objecto em estudo.
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3. APRENDIZAGENS E COMPETÊNCIAS DESENVOLVIDAS
Aprender significa passar a fazer algo que antes não era feito. Também diz respeito
à mudança que é uma das componentes obrigatórias ao funcionamento equilibrado e a
perenidade de qualquer sistema individual e organizacional. Aprender algo implica a
mudança de comportamento, quer no sentido de adequação, quer desadequação. Pela
mesma razão, como estudante do CPLEESMI em particular, sinto-me transformada,
porque ao longo da formação os conhecimentos aqui apreendidos fizeram com que eu
pudesse olhar as coisas e os acontecimentos de forma diferente, sendo que já tenho o
cuidado de primeiro observar, analisar, reflectir e depois intervir com base á evidências
científicas. Ao longo dos 22 meses de formação adquiri e desenvolvi um conjunto de
competências, tanto transversais como específicas, para obtenção do título de enfermeiro
especialista em Saúde Materno-Infantil. Foi preciso muita dedicação, coragem e
capacidade para poder tornar o sonho em realidade.
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Relativamente a estas competências, desenvolvi a prática comunicativa, sendo que
comunicação é o elo de ligação entre pessoas; quando não existe estabelecem-se barreiras
à aproximação entre pessoas. Esta envolve um processo recíproco de enviar e receber
mensagens entre duas ou mais pessoas. A comunicação também pode facilitar o
desenvolvimento de uma relação terapêutica ou, pelo contrário, contribuir para a criação
de impedimento a esse tipo de realação (Stuart & Sundeen, 1995 citado em Riley, J. B.,
2004).
Durante a prática clínica na Sala de Partos do Centro de Saúde da Samba (C. S. S.)
cuidei com uma mulher em trabalho de parto, primigesta e muda. Foi uma experiência
única e, apesar da barreira à comunicação verbal, senti-me segura na prestação de
cuidados porque, através da comunicação não verbal, foi possível orientar exercícios
respiratórios e de relaxamento para o alívio da dor durante as contracções uterinas,
realizar ensino sobre o aleitamento materno, no que diz respeito ao aleitamento
exclusivo, a pega correcta, posições durante a amamentação, cuidados de higiene à mãe
que amamenta, a importância da vacinação, explicando os tipos de vacina e o local de
aplicação. Muitas mães não têm conhecimentos suficientes sobre as vacinas, mas se
forem bem informadas pelo menos conseguem dizer o local da aplicação, o que
permitirá ao profissional identificar o tipo de vacina administrada em caso desta perder
o cartão de vacinação, que é um dos aspectos que se tem verificado com muita
frequência nas Unidades de Saúde. Estes ensinos foram realizados já no 4º estádio de
trabalho de parto ou puérperio imediato. Foi visível o feedbak positivo da puérpera
durante os ensinos. Porém, a comunicação não é algo que podemos considerar inato mas
sim uma competência que se pode desenvolver com a aquisição de conhecimentos,
capacidades, habilidades e ao longo de experiências vivenciadas. Existem também na
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comunicação comportamentos e maneiras de ser que podem influenciar positiva ou
negativamente, sendo elas a postura e atitudes corporais, os gestos, a distância, o
contacto visual, a expressão facial, o tom de voz, a respiração, o silêncio, a aparência
geral e o tocar (Phaneuf, M., 2005). Ao longo da minha profissão e na prática clínica
como estudante do 3º CPLEESMI pude vivenciar situações onde os profissionais de
enfermagem mantiveram uma postura não adequada; presenciei uma discussão entre a
enfermeira e a cliente, pois a profissional interrompeu a realização de um procedimento
para atender o telemóvel, falando com a cliente estando de costas viradas. Por outro
lado, o profissional de enfermagem deve analisar o tipo de palavras que devem ser
dirigidas a alguém. Durante a prática clínica numa das Unidades de Saúde, observei
também o comportamento da enfermeira que cuidava com uma mulher em trabalho de
parto de alto risco obstétrico por ser uma gravidez múltipla com apresentação fetal
pélvica e antecedentes cirúrgicos (cesariana). Perante esta situação a atitude da
enfermeira foi: “O que é que te trouxe aqui? Já não sabes que devias ir à Maternidade
Lucrécia Paim? Vieste aqui! Agora vais morrer, você e o seu bebé.” Ao presenciar este
episódio e a atitude da enfermeira, o meu sentimento foi de pesar porque não é o que se
espera de um profissional de saúde. Por tudo isto,tranquilizei a parturiente,utilizei o
toque no ombro, que é bastante importante para estabelecer o vínculo afectivo,expliquei
a senhora que eu iria fazer o seguimento durante o parto enquanto aguarava pela
transferência segundo a enfermeira que a maltratou.Fui realizando avaliações
monitorizando o estado fetal e materno,tendo um parto eutócico depois de duas horas.
Não podia deixar de referenciar a comunicação de más notícias que, do meu ponto de
vista, é uma das competências mais difíceis e complexas de um profissional de saúde.
A má notícia é tudo aquilo que ninguém deseja ouvir por causar sofrimento e mal-estar
no cliente e família. No nosso dia-a-dia, durante a prática clínica, têm-se verificado
acções de enfermagem incorrectas no que concerne à comunicação de más notícias. É
uma situação que exige da parte do profissional de saúde uma profunda sensibilidade,
empatia, profissionalismo e muita prática. Causa inúmeras vezes desconforto e angústia,
tanto para a pessoa que recebe a notícia, pois há uma ruptura entre as suas expectativas
e a realidade em si, como para o profissional, porque este tem a noção exacta de que
provoca sofrimento acrescido (Buckman,1992 citado em Galvão, A., Valfreixo, M. &
Esteves, M., 2015). Pelo sentido da própria palavra, quem vai dar a má notícia não deve
demonstrar uma expressão facial de alegria mas sim de sentimento, demonstrando
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empatia com o outro. Também não se deve transmitir a má notícia no corredor porque
esta atitude tira prestígio ao profissional.
A Ética, como ciência da moral, estuda a forma como determinamos aquilo que é
bom para o desenvolvimento dos indivíduos e da sociedade, bem como as regras
necessárias para prevenir que as pessoas sejam prejudicadas. Diz respeito também ao
processo como as pessoas são ajudadas a desenvolver as competências necessárias para
agirem de forma moral responsável (Thompson,Melia & Boyd, 2004).
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profissionais de Saúde devem adotar para a prevenção e controle de infecção,promovendo
assim a saúde das pessoas. Os 29 Partos realizados por mim,no Hospitalar Municipal da
Samba, foram com maior segurança porque respeitei os princípios de assépsia,sendo que
antes de qualquer procedimento tive o cuidado de lavar sempre as mãos e depois de cada
procedimento, lavar e desinfectar a marqueza,carrinha de tratamento,o Berço para
cuidados imediatos e ressuscitação do Recém-Nascido ( R/N ) ,a balança ,depois do uso
para cada R/N e os campos, os Kits de partos são extremamente estereís para realização
de um parto seguro.
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3.4.COMPETÊNCIAS DO DOMÍNIO DAS APRENDIZAGENS PROFISSIONAIS
Durante a minha prática clínica no C.S.S. e no H.M.S. para mim considero um balanço
positivo porque apesar da experiência profissional que tenho, relativamente na Sala de
Partos ( SP ),consegui obter várias aprendizagens e melhor domínio de alguns
procedimentos que não os fazia correctamente,como por exemplo a sutura contínua do
períneo após o parto com o fio de sutura correspondente, dependentemente do local da
laceração,a verificação do cordão umbilical se contém as duas artérias e uma veia,caso
não,constitui uma preocupação para o profissional porque tem como consequência
problemas Neurologicos e assim podemos encaminhar para o médico
especialista.Aprendi também a identificar as variedades fetais,o tipo de placenta,se é
Ducan (materna ) ou Shultze ( fetal ),a importância de medir o comprimento do cordão
umbilical,realização da tracção controlada do cordão umbilical,que deve ser realizada
apenas por um enfermeiro especialista ou com experiência profissional na sala de parto,a
monitorização fetal com Doppler.Algumas Manobras utilizadas durante o parto,como:A
de Ritgen,que consite em proteger o períneo,Bracht,que tem como finalidade o
desprendimento dos ombros e cabeça fetal,manobra de McRoberts,esta consite na
hiperflexão das coxas da parturiente sobre o seu ventre para facilitar o desprendimento da
cabeça derradeira impactada no parto vaginal.
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anterior,patologia associada e a situação da gravidez actual.Classificando assim como
Baixo risco,Médio risco e Alto risco.Com estes conhecimentos a enfermeira que trabalha
no seguimento à mulher grávida e na Sala de Parto poderá tomar decisões certas,no
momento certo.Já que as mulheres grávidas classificadas como de Baixo risco,o seu parto
pode ser realizado num Centro de Saúde pela enfermeira;Enquanto que as mulheres
classificadas como Médio e Alto risco,o seu parto deve ser realizado num Hospital de
referência, pela enfermeira especialista ou experiente na sala de parto e pelo médico
obstétra e um especialista em Neonatologia para atender questões ligadas á complicações
do R/N.
Ainda neste domínio,a elaboração do diário de aprendizagem para mim foi uma
mais valia, porque exige do enfermeiro e futuro especialista em saúde Materno-Infantil,
uma boa observação, sobre tudo relacionada as acções de enfermagem,reflexão e análise
critica.Isto faz com que o enfermeiro não identifique apenas problemas, mas sim procurar
dar soluções para os mesmos.O enfermeiro com conhecimentos e competências tem a
capacidade de observação,reflexão,autonomia nas suas decisões,dá sugestões baseadas
em evidências ciêntíficas.Em meu entender,muitos problemas de saúde não estão ligados
apenas pela falta de dinheiro,mas sim pela falta de responsabilidade de alguns
profissionais de saúde,a falta de conhecimentos, a criatividade em adaptar-se a realidade
sem prejuízos de vidas humanas optando por práticas seguras.Segundo o código de ética
e Deontologia dos profissionais de enfermagem de Angola,são responsabilidades:Manter-
se actualizado ampliando os seus conhecimentos técnicos,ciêntificos e culturais,em
benefício do cliente/ doente, colectividade e do desenvolvimento profissional;avaliar
criteriosamente a sua competência técnica e legal e somente aceitar encargos ou
atribuições,quando capaz de desempenho seguro para sí e para os clientes/ doentes.Na
prespectiva do domínio das aprendizagens profissionais pude,desenvolver competências
relativamente o cuidar com o cliente,tendo em conta a avaliação inicial,identificando as
necessidades e problemas do cliente/ doente e elaborar um plano de cuidados,baseados
na taxonomia NANDA,NIC e NOC,traçando diagnósticos de enfermagem e estabelecer
prioridade dos mesmos,suas intervenções, acções e resultados esperados e reavaliar.
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3.5. COMPETÊNCIAS ESPECIFICAS DESENVOLVIDAS
44
melhorar a prestação de cuidados e reduzir a morbi-mortalidade materno-fetal e
Neonatal.( Rocha, Oliveira, Schneck, Riesco & Costa, 2009 ).
45
alcoól a 70% usando compressa, cotonete ou paninho límpo de forma circular e na
ausência deste manter o coto umbilical limpo e seco e ao colocar a fralda não envolvé-lo,
mas sim deixar arejar evitando umidade para prevenção de infecção, a realização do
exame precoce (teste do pésinho), explicando o objectivo e sua importância, porque
durante o estágio, verifiquei que algumas mulheres mesmo sendo multiparas ainda não
têm conhecimento sobre a importância do referido teste.A prevenção da malária, visto
que esta doença é uma das principais causas de morte em todas faixas ectárias no nosso
País Angola.A importância do cumprimento do calendário de vacinação para a prevenção
de várias doenças.
Durante a prática Clinica cuidei com duas mulheres grávidas com patologia
associada( HIV) e com TP.Perante esta situação tive o cuidado de realizar um acolhimento
adequado,foi administrado o fármaco Anti-Retro Viral conforme o protocolo de
atendimento na sala de parto,foi realizado o parto com todos os princípios de assépsia e o
uso de equipamentos de protecção indindidual( mascara,óculos de protecção,
avental,gorro, bata descartável e luvas).O Recém-Nascido após o nascimento foi
administrado o fármaco anti-retroviaral( Nevirapina xarope),por via oral dose diária,
indicada para 6 semanas deacordo o protocolo.
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vagial, tendo assim comunicado a professora orientadora do estágio no H.M.S. e o médico
Obstetra que decidiu uma intervenção cirúrgica com urgência.
No que diz respeito o alívio da dor durante o TP e parto para mim foi uma
experiência única porque antes fazia de forma limitada em função dos conhecimentos que
tinha.Hoje com conhecimento mais amplo,ao longo da prática clinica, consegui orientar
as 40 mulheres que cuidei durante o TP e parto sobre os exercícios de respiração e de
relaxamento utilizando a bola,a massagem especialmente na região sacrolombar,que é
bastante útil quando as dores se intensificam ,a musicoterapia que ajuda a mulher a
discontrair durante este periódo, permitir a deambulação, estimular a mulher a adotar a
posição vertical durante o TP, por facilitar a descída fetal. O apoio emocional durante o
TP por ajudar no desconforto em mulheres não preparadas, assegurar a cliente/parturiente
que terá compreensão e apoio por parte da equipa de Enfermagem.Lamentavelmente as
parturientes atendidas no C.S.S. e H.M.S., não têm este prívilégio por tudo que pude
observar ao longo da prática clinica porque os profissionais de enfermagem olham para
este periodo de TP como um processo que precisa de um seguimento para monitorização
tanto materna como fetal.
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No que concerne a promoção da saúde do recém-nascido, criança/familia, tive
como principal actividade, os ensinos que foram realizados de forma individual as
mães/cuidadores e familia sobre variadissímos temas, como por exemplo; os cuidados de
higiene corporal e conforto ao R/N, cuidados à ter com o coto umbilical.As mães foram
informadas sobre a importância da hiegiene do R/N,porque paralém de prevenir
infecções,proporciona o momento privilégiado de interação entre mãe e filho e o conforto
do R/N.O quarto onde vai se realizar o banho, deve estar com janelas e portas fechadas
para evitar correntes de ar que possam provocar problemas respiratórios,a àgua para o
banho do R/N deve ser tratada principalmente quando o coto umbilical ainda não está
curado porque, constitui uma porta de entrada de microorganismos, esta também deve
estar à uma temperatura adequada de 37ºC. Outro aspecto importante são os cuidados a
ter com a roupa do R/N,que deve ser bem lavada em recipientes próprios que não sejam
de uso comum com os restantes membros da familia, deve ser passada à ferro e guardada
em lugar específico.Durante a prática clínica no H.M.S.pude identificar um defíce muito
grande das mães, no tocante aos cuidados de higiene do R/N, apesar de algumas serem já
multiparas ainda assim não conseguem prestar cuidados de higiene de forma correta,
associando a má prática de colocar sal, àgua e azeite no coto umbilical aumentando assim
o risco de infecção ao R/N.Outros ensinos realizados são;a prevenção da malária, cólera,
a importância do aleitamento materno exclusivo até os seis meses, a importância do
cumprimento do plano do calendário de vacinação estabelecido pelo Ministério da Saúde
de Angola (MINSA).Com tudo isto,durante a prática clínica, percebi melhor que os
profissionais de enfermagem têm muitas actividades ou acções independentes,que visam
a promoção e conforto dos clientes/doentes/familia e que também minimizam o
sofrimento dos mesmos.Foi gratificante os conhecimentos, competências experiências
obtidas nesta Unidade Curricular,porque permitiram-me desenvolver acções de
enfermagem no cuidar com R/N e crianças de forma segura e interativa com as
mães/cuidadores e porque houve êxitos, apesar do estado grave que alguns R/N
apresentavam, foi possível a sua recuperação pela atenção, amor e cuidados de
enfermagem prestados. Do meu ponto de vista,estas acções não são realizadas pela falta
de conhecimentos dos profissionais de enfermagem das Unidades de Saúde onde
estivemos em estágio e a má percepção sobre as suas atribuições, pensando que as acções
são dependentes,sendo que estes limitam-se apenas a realizar acções por prescrições
médicas e porque a Supervisão de enfermagem também apresenta um défice muito grande
por não identificar necessidades, problemas,não orienta, não dirige e porque devia
48
procurar dar solução aos problemas identificados, para melhorar a prestação de cuidados
de enfermagem com qualidade.
49
maneiras de colocá-la em prática em seu serviço.(Salimena,Gama & Carvalho 2017). A
separação do lixo também é um aspecto importante,sendo que a Instituição e o comité de
controlo de infecção é responsável pela criação de protocolos para classificação do lixo
hospitalar. Portanto; a higiene hospitalar visa proporcionar não apenas conforto, bem
estar físico e psicológico aos doentes/clientes e a equipa de saúde, como também constitui
uma ferramenta eficaz e importante na prevenção e controlo de infecção.Ainda;
relativamente à limpeza hospitalar, chamou-me a atenção as pessimas condições de
higiene do Berçario onde se encontravam Recém-nascidos hospitalizados.Verificava-se
uma quantidade de pó e sujidade acumulada nos ventiladores,a quantidade de mosquitos
era assustadora e também não se realiza a desinfecção os berços após a alta, criando assim
risco de infecção aos R/N, sendo que estes, são seres com maior vulnerabilidade pela
caracteristica da sua idade, têm a pele fina, sensível e encontram-se numa fase de
adaptação à vida extra-uterina. Perante esta situação; na qualidade de enfermeira
estudante e futura Especialista em Materno Infantil, tive a capacidade de interagir com a
médica responsável do Berçário monstrado os ventiladores com a acumulação de lixo e
referir também sobre os mosquitos por constituirem risco na transmissão da malária. Fruto
da observação e identificação da situação, foi possivel melhorar as condições de higiene
e colocar os ventiladores a funcionar porque paralém da sujidade também não estavam
em funcionamento.
50
competências que visam a promoção do crescimento e desenvolvimento, tendo uma boa
capacidade de observação e uma relação interpessoal, sendo esta como o meio através do
qual é antigido o propósito da enfermagem( Tomey 2004).
Ainda nestas competências específicas no que se refere a criança com dor tive o
privilégio de conhecer e aprender a utilização das escalas de classificação da dor como
por exemplo a Escala de faces(faces pain rating scale ) que consiste no desenho de seis
faces,que representam desde a face alegre de “sem dor”até a face de choro para”pior dor”
e utilizada para crianças apartir dos 3 anos de idade.A Escala numérica(Numeric Rate
Scale) que é representada por numeros de 0 à 10,sendo que o (zero) é sem dor,1 a 3 dor
leve,4 a 6 moderada e 7 a 10 dor intensa.É utilizada para crianças apartir dos 5 anos de
idade.A Escala de dor neonatal(Neonatal Infant Pain Scale)constituida por algumas
categorias como: Expressão facial, choro, respiração, braços, pernas e estado de
consciência/alerta.( Hockenberry & Wilson 2014).Portanto é importante que os
profissionais de enfermagem, tenham a capacidade de observação e avaliação para
poderem estabelecer prioridades no atendimento à criança com dor.Durante a prática
clínica aprendí sobre as medidas não fármacologicas, paralém das fármacologicas que
51
habitualmente realizamos.Como sendo o oferecimento de um ambiente calmo, sem
interrupções, dispensar tempo suficiente para uma brincadeira,estruturação da secção de
brinquedos, de modo a facilitar o resultado desejado, disponibilizar material didático para
a realização de exercícios de pintura e desenhos a sua escolha, estabelecer limites à sessão
de brincadeira terapêutica, comunicar a finalidade da secção de brinquedos á criança e
aos pais.( Tavares,2011).A brincadeira terapêutica nos hospitais Públicos de Angola
ainda não constitui uma realidade, porque não se observa acções que promovam a
brincadeira terapêutica ou até mesmo desconhecida por muitos profissionais de saúde do
País.Foi caricato a forma como os colegas das instituições onde decorreu a nossa prática
clínica, quando a realização da brincadeira terapêutica olhavam para nós sem dar valor a
actividade que estavamos a realizar,sendo que é uma das várias acções de enfermagem.
52
4.APRESENTAÇÃO ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Tabela-1
Distribuição dos artigos segundo o tempo de publicação
Título/Autor Ano Tipo de estudo Conclusões
O papel da equipe de saúde no cuidado e 2008 Dá ênfase as
conforto no trabalho de parto e parto. Qualiquantitativo, acções de
Autores: Carraro, Knobel, Frello, Gregório, prospectivo e enfermagem,
Grûdtner, Radûnz & Meincke. multicêntrico como a
presença
constante dos
profissionais, a
atenção
dispensada e o
toque tornaram
a vivência do
TP mais
confortável
2009 Revisão da literatura O conforto é
O conforto nas teorias de enfermagem-análise habitualmente,
do conceito e significados teóricos. empregue nos
Autor: Apóstolo, J.L. A. diferentes
contextos da
prática de
enfermagem e
faz parte da
linguagem
usual dos
enfermeiros,
53
aparecendo
muitas vezes
relacionado
com a
dimensão física
da pessoa
Teoria do conforto para a promoção da saúde 2010 Descritivo/qualitativo O estudo
no cuidado de enfermagem à parturiente. contribuiu,
Autor: Silveira, I.P. deixando
transparecer
que a aplicação
de uma nova
teoria de
enfermagem
obstétrica por
ser aplicável na
nossa
realidade. É
necessária ser
direccionada
prática do
cuidado na
enfermagem.
Cuidado e conforto no Parto: Estudos na 2011 Revisão bibliográfica
enfermagem Brasileira.
Autores: Frello, Carraro & Bernardi
Os artigos
analisados
neste estudo
possibilitaram
identificar a
necessidade de
54
aprofundar o
conhecimento a
respeito do
cuidado e
conforto no
processo do –
parto
Utilidade da teoria do conforto para o 2016 Teórico e Esta teoria
cuidado clínico de enfermagem à puérpera: reflexivo poderá
Análise critica. contribuir para a
Autores: Lima, Silva, Freitas & Fialho melhoria do
conforto de
puérperas, ao
orientar as
acções de
cuidado clinico
de enfermagem e
permitir um
cuidado
individualizado
e holístico a
mulher que
considere a
percepção desta
sobre suas
necessidades de
conforto.
Fonte: elaboração própria
55
de conforto para a promoção da saúde no cuidado de enfermagem á parturiente. 2011
cuidado e conforto no parto: Estudos na Enfermagem Brasileira. 2016 Utilidade da teoria
do conforto para o cuidado clinico de enfermagem á puérpera-Analise critica.
57
Este trabalho permitiu-me atingir assim os objectivos que me propus inicialmente,
tendo conseguido desenvolver competências promotoras do conforto, fruto dos
conhecimentos adquiridos ao longo do percurso formativo.
Sou grata por ter a oportunidade de fazer parte dos profissionais formados nesta
Instituição, Centro de Formação de Saúde Multiperfil (CFS), por proporcionar um ensino
diferenciado pela sua qualidade contribuindo para a minha capacidade de análise e
reflexão.
Importa dizer que durante a elaboração deste trabalho, tive dificuldades principalmente
na prática de informática por não ter domínio da mesma e na estruturação do trabalho de
Monografia mas pela força de vontade em aprender, dedicação e coragem foi possível
ultrapassar essas dificuldades.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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