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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE MÚSICA E ARTES CÊNICAS


NÚCLEO DE MUSICOLOGIA

Disciplina: Música nos Períodos Barroco e Clássico


Professora: Dra. Ana Guiomar Rêgo Souza

ESQUEMA AMPLIADO

BARROCO CLÁSSICO
Aproximadamente: 1600/1750 Aproximadamente: 1750/ 2ª década do século
XIX

1. O IDEAL BARROCO 1. O IDEAL CLÁSSICO

► TENDÊNCIA PASSIONAL / DIONISÍACA ►TENDÊNCIA RACIONAL / APOLÍNEA


↓ ↓
Definido basicamente por: Definido basicamente por:

● Apelo às Emoções ● Apelo à Razão

●Teatralidade/Extravasamento ● Dualismo/Oposição

●Suntuosidade/Esplendor/Pompa ●Controle/ Serenidade

●Grotesco/Macabro ●Elegância/Refinamento

●Ambivalência/Heterogeneidade/ ● Busca por Equilíbrio Simétrico


Busca de Equilíbrio Assimétrico (gosto pela “geometrização”)

●Complexidade: Entrelaçamento ● Simplicidade/Ordenação:


Superposição
Hibridação

Definição de Elementos

De elementos Definição de Formas
De formas Inteligibilidade
De linguagens artísticas Separação das Linguagens
De instituições Artísticas
↓ ↓
Ópera: como ideal da “fusão das artes” Sinfonia: Ideal da Música Pura
PALAVRAS CHAVES: PALAVRAS CHAVES:
Complexidade Simplicidade/Clareza/Serenidade/Controle/
Apelo às emoções/ Extravasamento Apelo à Razão
Suntuosidade/ Ornamentação
Teatralidade
Heterogeneidade/Ambivalência

2. CENÁRIO HISTÓRICO SÓCIO CULTURAL 2. CENÁRIO HISTÓRICO SÓCIO CULTURAL

2.1. Absolutismo (Antigo Regime) 2.1. Monarquias Esclarecidas

2.2. Contra-Reforma (Concílio de Trento) 2.2. Sociedade Aristocrática:

2.3. Revolução Científica: ● Refinamento


● Civilidade
● Teoria Heliocêntrica: ● Elegância
A Terra não é o centro de universo. ● Arte da Conversação
● A Mecânica dos Corpos Celestes ● Prática Musical Social
Newton: Física Clássica: o mundo
entendido como uma máquina feita de partes
separadas. 2.3. Crescimento da Burguesia e das
● Valorização do Pensamento Matemático; Cidades:
da abstração: Descarte ● Primeiros passos rumo a uma maior
● Valorização do Método Experimental: disseminação da arte, literatura, filosofia e
Francis Bacon educação.
● Secularização da música: mudança na
relação música e arquitetura. Grandes recintos são
construídos para abrigar os concertos públicos:
“Só é verdade o que pode ser provado salas de concerto acusticamente pensadas.
cientificamente.” ● Educação Musical: maior facilidade na
compra de instrumentos musicais contribuiu
para torna moda a aquisição de um mínimo de
dotes musicais como um complemento social
indispensável.

2.4. Expansão dos Espaços Urbanos/ 2.4. Impressão Tipográfica:


Emergência de uma Sociedade ● Publicação de partituras.
Burguesa
● Revistas: críticas aos concertos;
juntamente com conselhos úteis para o número
crescente de músicos amadores que desejavam
tocar em casa.

2.5. Iluminismo: ênfase nas virtudes


2.5. Relógio (minutos):
da razão.


● Efemeridade da Vida: medo e exaltação
da morte coexistindo com a exaltação da
vida.

2.6. Fortalecimento do Teatro e das 2.6. Cosmopolitismo/Universalismo


Instituições Teatrais → teatralização
da própria vida.

2.7. Mundo Festivo: as festas-espetáculo 2.7. Humanismo:


Barrocas.

Liberdade/Igualdade/Fraternidade

Movimentos Liberais:
Revolução Americana
Revolução Francesa
Movimentos Libertários na América espanhola e
portuguesa.

2.8. Revolução Industrial

2.8. Pintura, Escultura e Arquitetura 2.9. Pintura, Escultura e Arquitetura

► Características da Pintura Barroca ► Características da Pintura Rococó

 Cores claras;
 Composição assimétrica, em diagonal, que
 Tons pastéis;
se revela em um estilo grandioso,
 Representação da vida profana da
monumental, retorcido, substituindo a
unidade geométrica e o equilíbrio da arte aristocracia;
 Representação de Alegorias;
renascentista.
 Estilo decorativo.
 Prevalecimento de curvas e espirais
levando à impressaõ de grande
movimentação cênica. ► Características da Pintura Neoclássica
 Cores quentes
 Estilo pictórico. ● Pintura descritiva de forte realismo;
 Acentuado contraste de claro-escuro - um ● Traço linear assumindo maior importância
que a aplicação da cor;
recurso que visava a intensificar a sensação ● As cenas vivem da composição formal
de profundidade. harmoniosa;
 Realista, abrangendo todas as camadas ● Os elementos possuem contornos bem
sociais. definidos;
 Escolha de cenas no seu momento de maior ● Disposição das imagens em planos
intensidade dramática. ortogonais equilibrados;
 A luz não aparece por um meio natural, ● As figuras assumem uma postura rígida;
mas sim projetada para guiar o olhar do ● Artificialismo da composição, distanciando
observador até o acontecimento principal o observador.
da obra.

O Balanço, Fragonard
(Rococó)

A Coroação de Cristo, Van Dyck, 1620, Flandres, exposto


em Madrid

La Gamme d'Amour, 1710-20, Londres.


Antoine Watteau
(Rococó)

Crucificação de São Pedro, 1601, Roma


Caravagio
A Ronda da Noite, Rembrandt van Rijn
Museu Rembrandt, Holanda O Julgamento dos Horacios, J. L. David
Louvre, Paris
(Neo-Clássica)

► Arquitetura Barroca ►Arquitetura Rococó

 Arquitetura monumental, com


exuberantes fachadas de mármore e
ornatos de gesso, caracterizada pela
projeção tridimensional de planos
côncavos e convexos, serviu de palco
ideal para as pinturas apoteóticas das
abóbadas e as dramáticas esculturas de
mármore branco que decoravam os
interiores.
 Os conceitos de volume e simetria
vigentes no renascimento são
substituídos pelo dinamismo e pela
teatralidade. O produto desse novo
modo de desenhar os espaços é uma
edificação de proporções ciclópicas, em
que mais do que ao contrário da
exatidão da geometria prevalece a
superposição de planos e volumes, um
recurso que tende a produzir diferentes
efeitos visuais, tanto nas fachadas
quanto no desenho dos interiores
Basílica da Abadia de Ottobeuren
Altar da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário
Alemanha
Penedo - Alagoas

Interior da Casa de Ópera da Marquesa


Bayreuth Interior Palácio Real de Queluz
Distrito de Lisboa

► Arquiteura Neoclassica

O Memorial a Thomas Jefferson


Baldaquim de Sao Pedro, Bernini, Basilica de Sao Pedro, Washington, DC, Estados Unidos
Roma
Fachada da Igreja de San Borromeo,
Noto, Sicilia. Madame Récamier por Jacques-Louis David
(Mobiliário : Estilo Diretório)

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco


Salvador

Arco do Triunfo, Paris.


(Estilo Império)

Êxtase de Santa Teresa, Bernini


Vestuário do final do século XVIII.
Igreja de Santa Maria della Vittoria, Roma.
3. LIGUAGEM MUSICAL: 3. LINGUAGEM MUSICAL:
características gerais características gerais

3.1. ESTILO E TÉCNICA COMPOSICIONAL 3.1. ESTILO E TÉCNICA COMPOSICIONAL


↓ ↓

a) Predomínio do Estilo Homofônico e da


a) Estilo Polifônico. Uso do contraponto como harmonia como técnica composicional.
técnica composicional.

Horizontal e/ou vertical (acordal, homofônico), TRATADO DE HARMONIA DE RAMEAU


ambos já subordinados a esquemas harmônicos.
Síntese dos processos harmônicos: “reduz os
b) Estilo Homofônico. Uso da harmonia como acordes a duas categorias principais – os maiores
técnica composicional. e os menores -, relacionando-os à série harmônica
e redecifrando a linguagem tonal em termos de
Monodia Acompanhada: primado da parte inversões de acordes e de relações de força entre
melódica e do baixo os três graus principais da tonalidade (I, IV, V).
“À medida que se afirmava a preponderância da Inverteu a hierarquia auditiva, enfatizando a
voz superior, os artifícios contrapontísticos melodia como um componente da harmonia; um
perdiam a sua validade. O interesse melódico do evento que surge, no agudo, das notas
solo ou das partes concertantes não devia ser fundamentais.
eclipsado pelo acompanhamento de uma polifonia A harmonia tornou-se o grande eixo estrutural, o
complexa” (Candé, 2001) princípio unificador que ordenava e
↓ fundamentava as demais ocorrências. (Seincman,
p.228)
►Baixo Contínuo:

Em princípio uma simples sucessão de sons mais
graves, depois uma progressão constante de b) Abandono do baixo-contínuo: os acordes
acordes tonais; fundamento harmônico do passaram a ser escritos completos.
“edifício”.

↓ PADRÕES DE ACOMPANHAMENTO

Base de quase toda música barroca. ↓


Executado por instrumentos chamados de
fundamentais (cravo, órgão, alaúde), geralmente ► Baixo D’Alberti:

sustentados pela viola da gamba, violoncelo ou


contrabaixo. Podia ser tocado apenas com Acordes desdobrados em quatro semicolcheias
acordes, ou introduzindo notas de passagem ou executadas uma após a outra voltando sempre à
incorporando motivos melódicos: não era escrito nota fundamental.
na totalidade, mas com cifras (necessidade de
“realizar” o baixo) → baixo cifrado. Tinha a
função de explicitar as relações harmônicas, ►Acordes Quebrados

permitindo a passagem do contraponto à


homofonia em uma mesma peça. ► Baixo com repetição da 3ª, 5ª, 8ª etc.
c) Elaboração de estruturas sonoras abstratas:
► Baixo Ostinato: abandono de procedimentos “extra-musicais”
● Variação estrófica: manutenção de um padrão como a teoria dos afetos.
rítmico-melódico (de invenção livre) em cada
estrofe do texto, enquanto variava-se a melodia da
parte solo a cada repetição.

●Ground: uso de padrões rítmico-melódicos


tradicionais (já existentes). Desenhos curtos de
fácil reconhecimento que podiam ser repetidos
vezes seguidas, transposto ou com pequenas
variações rítmicas e melódicas.

●Chacona ou Passacaglia (como baixo):


originalmente uma série descendente de quatro
notas por graus conjuntos diatônicos ou
cromáticos, maior ou menor (em cromatismo ou
no modo menor usados para expressão de dor).
- Esse esquema é ampliado e transformado,
passando a ser entendido como composição
musical baseada em um tema, que é repetido
constantemente no baixo, e em variações sobre
esse tema na melodia principal. Um tipo de tema
e variação. No decorrer da música, o baixo
também pode sofrer variações.

3.2 ASPECTOS MELÓDICOS 3.2. ASPECTOS MELÓDICOS

►Movimento melódico apresentando pouco ► Contrastes: entre temas; entre partes dos
contraste temático em termos de caráter: temas; entre várias partes de um movimento;
contrastes estabelecidos mais frequentemente entre entre movimentos
grupos instrumentais (solo: não temático; tutti:
temático). ► Âmbito melódico: maior do que no Barroco.
►Âmbito melódico pouco expandido. Uso de ► Melodia baseada nas notas do acorde:
intervalos de mediana extensão (maiores do que preenchidas em vários casos por “notas de
os usuais no renascimento). passagem”, “apogiaturas”, “bordaduras”.
► Melodia enfatizando notas repetidas

► Melodia permeada de escalas ou partes


de escala.
►Intervalo grande seguido de seqüência
descendente: muitas vezes por graus conjuntos.

► Movimento harmônico mais lento no


âmbito fraseológico.

Canon 1. Oferenda Musical. J. S. Bach ►Ornamentação: mais discreta que no Barroco;


cada vez mais detalhadamente escritas e menos
improvisadas
►Frases organizadas comumente:
►Melodias
- Em Progressão (princípio da imitação): em tom maior modulando
momentaneamente para o tom menor (princípio
repetição imediata, em diferentes níveis de altura,
do contraste).
de uma determinada passagem melódica
(progressão melódica) ou harmônica (progressão
► Pausas Expressivas.
harmônica). O primeiro motivo recebe o nome de
modelo e as imitações recebem o nome de
reprodução

- Em Pergunta e Resposta
►Acentuado movimento harmônico no âmbito
das frases.

► Gosto por ornamentos: todos derivados de


práticas antigas e populares. Tinham uma dupla
função: afirmar a harmonia e dar cor a pouca
sonoridade dos instrumentos. Os principais
ornamentos são: trinado, grupeto, mordente,
apojatura.

Notas Melódicas e Ornamentos

Notas de Passagem

Bordaduras
Apojatura

Apojatura longa

Realização da apojatura longa

Apojatura curta ou Acciaccatura

Realização da apojatura curta

Antecipação

Grupeto

Realização do Grupeto
Mordente

Realização do Mordente

3.3. ASPECTO RÍTMICO


3.3. ASPECTO RÍTMICO

Os valores se fixam excluindo as figuras mais ►Ritmo caracterizado pela simetria,


longas. Os nomes das figuras foram adaptados regularidade: períodos e frases simétricas.
conforme o país. Em português a seqüência
fica: semibreve, mínima, semínima, colcheia, ►Barra de compasso.
semicolcheia, fusa e semifusa (a palavra colcheia
significa "gancho", do francês). Tomam a forma ►Métrica regular: o compasso determinando a
redonda. As figuras com colchetes começam a divisão do tempo em valores iguais, agrupados
ser unidas. A unidade básica se torna a
semibreve; surgem as quiálteras.

► Ritmo marcado: valorização de ritmos de


danças; utilizados para estruturar as peças, estando
presentes mesmo que o nome da obra não remeta a
nenhuma dança específica.

► Ritmo fluído: utilizado em estruturas baseadas


no ritmo da fala ou em peças lentas com caráter
improvisatório.

► Métrica regular e/ou métrica irregular.


Aparece a barra de compasso e as fórmulas de
compasso.

3.4. SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO DOS 3.4. SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO DOS


SONS SONS

► Fixação do sistema tonal (maior e menor ► Expansão do Sistema Tonal:


tonalidade): desenvolvida ao longo do século desenvolvimento do princípio da modulação
XVII e sistematizada por Rameau em seu levando ao surgimento das grandes formas.
Tratado de Harmonia. Definido pela relação de
tensão e repouso estabelecida através de a) Maior riqueza harmônica (vinte e quatro
harmonias organizadas em tríade na tônica tonalidades: doze escalas maiores e doze
(repouso) e introdução da sétima menor na menores);
dominante (tensão).
b) Hierarquia entre os graus da escala; funções
► Temperamento: desigual e igual (Bach: O dos acordes:
Cravo Bem Temperado).
 Sistema de afinação da escala que divide a c) Exploração de um maior contraste de
oitava em intervalos consonantes, mas de tonalidades entre um andamento e outro;
proporções iguais.
 Temperamento desigual: denominado d) Afinação mais precisa e uniforme:
como Menatone, aproximava os sons, mas combinação muito mais entre si e tornando a
mantinha características de atração dos orquestração mais rica;
graus como terça e sensível. Esse sistema
mostrou-se inadequado para a execução de e) Invenção da armadura de claves.
tonalidades e acordes não vizinhos.
 Temperamento igual: na época de Bach
consolidou-se o temperamento igual que
vigora até os dias de hoje no mundo
ocidental.

3.5. ANDAMENTO 3.5. ANDAMENTO

►Estabilidade de Andamento: ênfase na ► Pequenas Flutuações de Andamento.


pulsação.
►Energia: deve-se evitar um tocar “frouxo”; ► Presença comedida de acelerandos e
manter uma tensão constante. ritardandos.
►Possibilidade de ritenutos em finais de
períodos; evita-se acelerandos e ritardandos.

3.6. DINÂMICA:
3.6. DINÂMICA:
Busca por expressão humana e individual
No período barroco as possibilidades de
exploração de contrastes entre a intensidade dos ○ No período clássico, devido à evolução dos
sons eram menores, devido às limitações dos instrumentos, os compositores incluem já nas
instrumentos musicais da época. Utilizavam suas obras uma gama mais alargada de
freqüentemente a oposição entre forte e piano sem dinâmicas. Surge a possibilidade do fortíssimo e
fazer crescendos (aumento gradual da intensidade do pianíssimo. Aparece também o uso de
do som) e diminuendos (diminuição gradual da acentuações repentinas, ou seja, o sforzando.
intensidade do som).
○ Nos períodos anteriores não se indicava
objetivamente alguma mudança de nuances deste
parâmetro. Na última fase do Barroco, havia
somente indicações de contrastes entre trechos
musicais em "piano" e "forte". Já os clássicos
tiveram a idéia de utilizar o "crescendo" e o
"decrescendo", graduando a dinâmica e
inventando seus respectivos sinais. Esta técnica
foi muito desenvolvida pelos compositores de
Mannheim (Alemanha) e divulgada
posteriormente por Haydn e Mozart.

3.7. ESQUEMAS FORMAIS


3.7. ESQUEMAS FORMAIS

► Forma Ternária Simples: ABA


► Riccercare: peças em contraponto imitativo
construídas de maneira contínua (não seccional). ○ Scherzo (no plural scherzi): significa
Também chamadas de fantasia, fancy, capriccio, "brincadeira" em italiano; coloca-se, por vezes, a
verset e outros nomes; conduziriam eventualmente palavra “scherzando” na anotação musical para
à fuga. indicar que uma determinada passagem deve ser
executada de maneira chistosa ou graciosa.
► Canzona: peças em contraponto imitativo
construídas de maneira descontínua (seccional); ○ O Scherzo se desenvolveu a partir do minueto,
conduziriam eventualmente à sonata barroca. e gradualmente tornou-se praxe nos terceiros
(ou às vezes nos segundos) movimentos das
► Tema e Variação, Passacaglia ou Chacone,
sonatas, quartetos de cordas, sinfonias e
Chorale Partita, Chorale Prelude: peças concertos. Tradicionalmente, conserva o
baseadas em uma melodia dada ou baixo dado. compasso 3/4 e a forma ternária do velho
minueto, porém é consideravelmente mais
►Forma Binária Simples: AB
acelerado. Alguns scherzi não obedecem ao
compasso 3/4. Em si, o scherzo é uma forma
A forma binária é uma das mais simples da binária (expõe-se um primeiro tema, às vezes
música, e constitui-se de apenas duas seções, modula-se a uma tonalidade vizinha como a
chamadas A e B. Cada seção geralmente é dominante, ou à relativa maior/menor, logo se
composta de número igual de compassos e segue um segundo tema na nova tonalidade e a
possuem a mesma tonalidade, sendo muito peça termina com o retorno ao primeiro tema);
freqüentes nas danças típicas da suíte barroca, porém, como no minueto, geralmente está
como minueto ou a sarabanda. acompanhado por um trio, seguido por uma
Um exemplo de forma binária é o minueto da repetição do scherzo, criando uma forma A-B-
Música para Reais Fogos de Artifício de G.F. A, ou forma ternária. Às vezes, cada parte se
Haendel. Podem-se notar as duas seções executa duas vezes ou mais (A-B-A-B-A). O
encadeadas e, ao término das duas, há um tema "B" é um trio, de textura mais ligeira e
ritornello (retorno ao início), mas com um número para poucos instrumentos. Não está
maior de instrumentos. necessariamente escrito para três
instrumentos, como o nome indica.
►Forma Ternária Simples: ABA
○ Joseph Haydn compôs muitos minuetos que
Constituída de 3 seções. A 3ª seção nada mais é
estão muito próximos do caráter dos scherzi
que a repetição da primeira. Ou seja, são duas
modernos, porém, foram Ludwig van Beethoven
seções temáticas, e a repetição da primeira. A
e Franz Schubert os compositores que
segunda seção neste caso é uma seção
utilizaram pela primeira vez esta forma de
contrastante, geralmente em outra tonalidade,
maneira contínua.
como a relativa menor da tônica, ou ainda outra.
Exemplo: Minueto.
○ Forma-canção:
►Rondó Pré-Clássico: ABABA
Termos equivalentes:

 Lied, na Alemanha;
 Song ou Art Song nos Estados Unidos e
Inglaterra;
►Fuga: peça contrapontística cujo padrão formal  Canzone, na Itália;
é o seguinte:  Canção em Portugal e no Brasil.

Exposição Episódio Stretto ESTRUTURA:


Tom Modulações Modulações
Principal passageiras de retorno SEÇÃO A: tema principal
e para para o tom
Tom da tonalidades principal
SEÇÃO B: tema secundário
Dominante vizinhas e SEÇÃO “A”: tema principal com alguma
relativas mudança de aspecto (melódico, instrumental,
etc.)

Exposição: o tema ou sujeito é apresentado em Com o tempo, os compositores passaram a
uma voz e, a seguir em outras vozes seguindo o colocar uma introdução, pontes modulatórias,
princípio da imitação. Na 2ª entrada do tema (e nas codettas e coda final.
demais) a primeira voz expositora apresenta o
contratema ou contra-sujeito. No final da seção
há uma codetta (também chamado de
divertimento). ► A Grande Ternária: forma sonata clássica

Episódio: o compositor imprime uma série de ● Idéia de contraste e conflito entre tema
mudanças ao tema: inverte os intervalos, faz principal e tema secundário.
movimentos retrógrados, aumenta ou diminui as ● Elaboração Temática: revolução na
durações, faz jogos entre as vozes; fragmenta o linguagem, “possibilitando que uma entidade
tema entre as vozes; modula; coloca um musical (motivo, tema etc., se transformasse,
acompanhamento em acorde; usa uma nota ou gradativamente, a ponto de engendrar uma
várias como pedal e outros. nova entidade – gerar um outro a partir de
seus próprios elementos.
Stretto ("estreito" em italiano): é a parte aonde o
tema vai gradualmente retornando a tonalidade

principal. É um tipo de re-exposição do início da
música com entradas do tema de maneira Principal ferramenta de criação da
“estreitada”, ou seja, uma logo após a outra. linguagem musical.

► Sonata Monotemática (a grande binária):
Allegro de Sonata
O termo sonata era usado para definir qualquer (1º Movimento do gênero Sonata)
gênero puramente instrumental, assim como
cantata era um gênero vocal. ○ A forma-sonata clássica descende diretamente
Usava-se um esquema monotemático divido em da Abertura da suíte barroca e da ópera italiana.
duas partes: Exposição, Ponte, Reexposição. Essa Foi desenvolvida principalmente pelos filhos de
estrutura era eventualmente modificada de acordo Bach, notadamente por Carl Phillip Emanuel, e
com o compositor, todavia, permaneceu como consolidada pelo uso por vários outros
principal esquema formal da sonata até meados do compositores, principalmente, Joseph Haydn.
século XX.

○ Grande parte dos primeiros movimentos das


sonatas (Allegro de Sonata) segue,
rigorosamente ou não, este esquema.

○ A forma sonata serve como estrutura não


apenas para o “Allegro de Sonata”, mas para
qualquer formação possível, duetos, trios,
quartetos, quintetos, aberturas, concertos e
sinfonias. Como serve, em primeira análise, à
qualquer formação instrumental, podemos
concluir que a diferença entre uma sonata e
uma sinfonia, é apenas quanto ao número de
instrumentistas.

ESTRUTURA

Introdução Exposição Desenvolvi- Reexposi-


mento cão

a) Pequena, 1) Tema De um ou 1) Tema


de caráter Principal dos dois Principal
tonal, como (A) temas: para (A)
preparação Tom tonalidades Tom da
para Principal diferentes; Dominante
apresentação
apresentan-
de “A”
Ponte do variações Ponte
b)Expandida Modulante etc. Modulante
em Processo
Beethoven: 2) Tema B gerador de 2) Tema B
como (contras- tensão, (contras-
preparação tante) “pedido” tante)
para o ma) repouso ou a ma)
“drama” Tom da volta da Tom
instrumen- Dominante tonalidade Principal
tal. principal
CODETTA CODETTA

CODA CODA:
Tonal
(repetição) Estrutural
► Rondó Clássico: ABACA/ABACABA

► Tema e Variação: preferência pela forma


seccional.

3.8. ESTILO DE ÉPOCA, GÊNERO E


3.8. ESTILO DE ÉPOCA, GÊNERO E ESTILO DE GÊNERO
ESTILO DE GÊNERO
Duas maneiras gerais de fazer podem ser
Duas maneiras de fazer podem ser identificadas identificadas dentro do chamado período Pré-
em princípios do Barroco: a Prima Prattica (estilo Clássico, iniciado por volta de 1720: o Rococó
antigo ou estilo grave) e a Seconda Prattica (também chamado de estilo galante) e o
(estilo moderno ou estilo luxuriante ou estio Expressivo.
concertato). Termos introduzidos por
Monteverdi. ► ESTILO ROCOCÓ OU GALANTE OU PRÉ-
CLÁSSICO:
► PRIMA PRATTICA: Floresceu no ambiente aristocrático da Corte
francesa → Excessivamente elegante, fácil,
“Fazer à maneira dos renascentistas”, ou seja, polido, ornamentado. Mantém o sentido
música comedida, frequentemente em contraponto decorativo do Barroco sem a sua
à capella no estilo palestriniano (ou música grandiosidade. A palavra galante significava, na
codificada por Zarlino); texto subjugado à música. época, tudo que era considerado moderno, chique,
sofisticado, vívido, não complicado.
►SECONDA PRATTICA:

Valorizava a expressão das paixões, dos afetos;
valorização do texto; música mais ligada ao UM PERÍODO DE TRANSIÇÃO
teatro e aos concertos; usava para tanto recursos
composicionais como ornamentações,

dissonâncias (até metade do século XVII), grupos
○ Entre as austeras experimentações dos
instrumentais maiores em alternância ou não com
compositores do século XVII e a solidificação das
vozes (solo ou coro
formas tonais, aconteceu um período de
↓ transição, mais ou menos entre os anos de 1720
a 1760, batizado como Rococó ("concha" em
francês) ou Estilo Galante. Também é costume
ESTILO CONCERTATO: chamá-lo de Pré-Clássico.

O termo vem do italiano “concerto”, ou seja,


“tocar junto”. Mais importante do que tocar ○ Características Fundamentais:
junto, contudo, é a idéia de competição:
contraste entre grupos oponentes de vozes e/ou
de grupos de instrumentos. ∆ Simplificação harmônica;
∆ Melodias baseadas na música folclórica;
∆ Ritmos dançantes (o minueto era a dança
oficial de todas as cortes);
∆ Abandono das texturas polifônicas (imitação e
fuga);
∆ Formas contrastantes entre trechos rítmicos e
melodiosos.

► ESTILO EXPRESSIVO: (Alemanha):

Também chamado de Estilo Burguês (ligado à


burguesia). Troca a ornamentação por
estruturas ostensivamente planas. Domestica os
arroubos de grandiosidade do Barroco,
orientando-se para a expressão de sentimentos
individuais.

○ Compositores:

Georg Philipp Telemann (1681/1767)


Domenico Scarlatti (1685/1757)
Giovanni Battista Pergolesi (1710/1736)
Wilhelm Friedmann Bach (1710/1784)
Carl Philipp Emmanuel Bach (1714/1788)
Johann Christoph Friedrich Bach (1732/1795)
Johann Christian Bach (1735/1782)

As primeiras composições de Joseph Haydn


(1732/1809) e de Wolfgang Amadeus Mozart
(1756/1791) também levam a marca deste estilo
transitório.


A “facilidade” do Rococó, bem como seu
“charme decorativo”, foi combinada com a
qualidade expressiva do Estilo Burguês na
maioria das composições por volta da metade
do século XVIII, gerando:


ESTILO CLÁSSICO.
3.8.2. GÊNEROS INSTRUMENTAIS 3.8.2. GÊNEROS INSTRUMENTAIS:

○ Grupos orquestrais começaram a se formar ○ Valorização do ideal da “música pura”;


dedicando-se, principalmente, à música para balés desenvolvimento orquestral e surgimento da
e teatro musical. Eram conjuntos constituídos por orquestra moderna.
flautas-doce, oboés, trompetes, trombones,
harpas, cravos, alaúdes etc.; um grupo que se ► Sonata: na origem do termo, sonata era uma
juntava, quando da necessidade da produção do música para instrumentos de sopro ou para
espetáculo. cordas. Com o passar do tempo, sonata passou a
designar uma obra musical em vários
○ Com a fixação do sistema tonal, os movimentos. A sonata clássica, desenvolvida por
compositores procuraram um maior equilíbrio Mozart no Classicismo, era constituída de três ou
entre os timbres. A orquestra padrão foi a quatro movimentos:
princípio formada pelas cordas (família dos
violinos) e por um instrumento que fizesse os  Um primeiro movimento rápido, cuja forma se
acordes. Mais tarde apareceram os sopros de baseava na forma-sonata.
madeiras (oboé e fagote) e a trompa. No começo  Um movimento lento, geralmente em forma de
do século 18, acrescentaram a flauta transversal variações;
e, depois, clarinetes, trompetes, trombones e  Um movimento dançante (um minueto, por
percussão. Um ou outro instrumento diferente era exemplo, remanescente da suíte);
utilizado para efeitos cênicos (trompetes e  Movimento final, de caráter enérgico e
percussão para batalhas) ou para uma personagem: conclusivo.
Orfeu com alaúde, Nero com harpa, entre outros.
○ Para coordenar os conjuntos instrumentais ► Sinfonia: composição musical escrita para
e/ou corais, o maestro ("professor" em italiano) - orquestra, geralmente estruturada em quatro
normalmente o próprio compositor - tocava o movimentos. No período clássico, desvincula-se
baixo-contínuo virado de costas para o público do formato de Abertura e passa a ser
ou usava um bastão para marcar a primeira batida estruturada da mesma maneira que a sonata
(battuta em italiano) do compasso. clássica: o primeiro movimento rápido, com a
○ Aparecem os primeiros virtuoses: músicos exposição, desenvolvimento e recapitulação dos
especializados em executar determinados temas principais, podendo algumas vezes ter uma
instrumentos com habilidade e técnica perfeitas. introdução lenta; o segundo movimento sempre
lento ou moderado, sem uma orientação
►Toccata, Fantasia ou Prelude: solos em estilo determinada quanto à forma, e o terceiro
improvisatório para instrumentos de teclado ou movimento mais rápido que o primeiro,
alaúde: geralmente estruturado como um rondó. Algumas
vezes, entre o movimento lento e o rondó, era
► Abertura (aparecendo também com o nome de introduzido um minueto.
Sinfonia, Prelúdio): peça instrumental usada como
início de Óperas, Oratórios, Cantatas, Suítes, Balés
etc. Apresentava-se principalmente em dois tipos: ► Concerto: o concerto clássico, visto em seu
aspecto de solo instrumental em luta contra a
a) Abertura Francesa (Lully): composta de três massa de uma orquestra, teria sua origem no
partes; a primeira é lenta, freqüentemente com concerto solo do período barroco. Seus três
ritmos de uma semínima com dois pontos, movimentos (moderadamente rápido, lento,
seguida por uma semicolcheia, a segunda é rápido) correspondem aos da sonata e da
rápida na forma de uma fuga e a terceira sinfonia. O primeiro movimento, porém, é em
parte rápida. uma forma sonata modificada, que começa com
b) Abertura Italiana: estrutura em três partes uma "dupla exposição": uma para a orquestra
(rápido, lento, rápido). Agregada a outros sozinha, apresentando o principal material
elementos, como a forma sonata barroca, musical todo na tônica; outra para o solista e uma
originou a sinfonia e a sonata clássica. segunda exposição, agora com o segundo tema no
tom correlato.
► Suíte (Partita): conjunto de danças estilizadas,
iniciadas por uma Abertura (ou Sinfonia ou ESTRUTURA
Prelúdio), organizadas em um padrão de quatro →
Alemande (Germânica provavelmente; andamento A – EXPOSIÇÃO:
moderado); Courrante (Francesa; por vezes dos temas pela orquestra e depois pelo solista
tematicamente relacionada à Alemande; escrita em
6/4 moderado com figuras pontuadas. Correte: B - DESENVOLVIMENTO:
italiana; dança rápida em 3/4 textura mais onde solista e orquestra trocam idéias
homofônica); Sarabanda (Espanhola; andamento
lento em 3/2 ou 3/4; figuras pontuadas; geralmente A” - REEXPOSIÇÃO
mais homofônica que a Alemanda e a Courrante); dos temas pelo solista e pela orquestra
Giga: (Britânica: andamento rápido; algumas
vezes em 4/4 com ritmo pontuado, mais CADENZA:
frequentemente em 12/8 ou 6/8 ou 3/4; melodia parte em que o solista mostra sua técnica
enfatizando saltos melódicos; quase sempre em
estilo fugado). CODA

►Concerto: etimologicamente o termo vem de: ○ A cadenza ("cadência" ou "caída" - no caso


musical "cair para o tom" - em italiano) é um
Concertare e Consertum trecho para a exibição do solista, sem
↓ ↓ acompanhamento da orquestra. Não era
Rivalizar Juntado escrita porque era para o solista improvisar
livremente sobre os temas (isto acarretava sérias
Ao longo do período barroco o termo vai brigas com os compositores). Quando o solista
adquirindo significado diferentes: iria parar de improvisar, avisava com um
trinado. Outras cadenzas, escritas ou não, com
a) Título: de obras que reuniam instrumentos e/ou ou sem acompanhamento orquestral,
vozes. pontuavam todo o andamento. As relações tonais
entre os temas e as seções seguiam o esquema
b) Título: de obras que reuniam instrumentos e geral da forma-sonata.
vozes, mas levando em consideração o lugar da
performance. Consierto de Iglesia (da Chiesa);
Concerto de Câmara (da Camera): estes se 3. 8.3. TESSITURA
diferenciavam dos primeiros pelo caráter mais
vivo. ► Novos instrumentos apareceram:
○ O piano (inventado em 1698 por Bartolomeo
Cristofori – 1655/1731 - visando um instrumento
c) Concerto Orquestral ou Concerto-Sinfonia de teclado que pudesse proporcionar sons suaves
ou Concerto-Ripieno (tutti): obra orquestral em e fortes)
muitos movimentos, a qual enfatiza a parte do ○ O clarinete (inventado no início do século 18
primeiro violino e o baixo. por Jacob Denner -1681/1735).
○ Os mecanismos e as extensões do oboé e do
fagote foram melhorados.
d) Estilo Concertato: implica oposição de ○ O violoncelo ganhou uma ponta para apoiá-lo
elementos contrastantes, sejam massas corais no chão (antes era preso entre as pernas pelo
alternando-se com agrupamentos vocais menores; executante), o que possibilitou a descoberta da
grupos instrumentais maiores e grupos sua riqueza timbrística.
instrumentais menores; alternância entre solo e
tutti.
► Orquestra sinfônica ("orquestra que toca
○ Concerto Grosso (grande): gênero no qual sinfonias"): é padronizada com o quinteto de
um grupo solista se contrapõe à massa cordas, sopros de madeira aos pares (flautas,
orquestral, ambos apoiados pelo baixo contínuo. oboés, clarinetes e fagotes), sopros de metal aos
É elaborado em vários andamentos (influência pares (trompas e trompetes) e um par de
cruzada da suíte com a abertura da ópera). tímpanos. O número total chegava ao máximo de
Normalmente na seqüência lento-rápido-lento- 35 executantes.
rápido.
►Joseph Haydn “inventou” o quarteto de cordas
↓ (dois violinos, viola e violoncelo), uma
combinação soberba de música de câmara.
Os grupos instrumentais que dialogam entre si
recebem uma denominação diferente e uma
► Os antigos consortes renascentistas e barrocos
função específica:
começam a desaparecer: as flautas-doce, as violas
medievais, entre outros, são excluídos do
Nome Tradução Instrumento Função
repertório.
do Italiano
►O regente ainda dirige a orquestra do cravo, do
Concerti Pequeno Solistas, Fazem a
no geralmente melodia e
piano ou como primeiro-violinista.
concerto
compostos de exibem
dois virtuosidad
► Nas óperas e outras peças com muitos
instrumentist e
as agudos e executantes, a solfa e o bastão foram deixados de
um grave lado em troca da batuta, pequena vareta para
Ripieno Pleno Orquestra Lançam os
formada temas e
orientação dos músicos, mas ela só se tornou
ou ou
somente por preenchem comum no século 19. Muitos preferiam usar as
instrumentos a harmonia mãos.
de cordas na parte
Tutti Todos interme-
diária
Basso- Baixo- Várias Faz o grave
contínuo contínuo opções. Para e os
produzir os acordes,
acordes: preenchend
cravo, oa
clavicembalo, harmonia
órgão,
alaúde,
harpa, Para
reforçar as
notas graves
melo-
dicamente:
violoncelo,
contrabaixo,
viola da
gamba,
fagote,
trombone,
etc.

○ Concerto Solo: instrumento solista dialogando


com a orquestra em Ripieno. Escrito em três
andamentos, à maneira da abertura italiana:
rápido-lento-rápido.

○ Concertos de Órgão (Handel): Trata-se de


Intermezzos inseridos nos seus Oratórios,
executados por ele mesmo. Introduz grandes
cadências previamente compostas ou
improvisadas, as quais serviram de modelo para o
conceito moderno de concerto de virtuoso (partes
sinfônicas mescladas de solos ou fragmentos
solistas mesclados de ritornelos sinfônicos).

► Sonata Barroca:

a) Sonata da Chiesa (igreja): uma composição


que apresenta, normalmente, 4 movimentos (na
sequência lento-rápido-lento-rápido ou na rápido-
lento-rápido-lento). Em todos os movimentos se
utilizam os mesmos motivos e elementos
temáticos. Esta sonata tem ainda a característica
de ambos os movimentos rápidos serem em
forma de fuga.

b) Sonata de Câmara: uma composição


instrumental em três ou mais movimentos
baseados em danças estilizadas (algumas vezes
com um movimento de abertura), escrita para um
ou mais instrumento melódico e contínuo.

c) Trio Sonata: era na verdade tocada por quatro


instrumentistas → dois instrumentos solistas e o
baixo contínuo formado por um instrumento
melódico (violoncelo, viola da gamba, fagote,
entre outros) e um instrumento harmônico
(cravo, clavicórdio, órgão, alaúde, etc.).
Apresentava vários andamentos, assim como no
concerto ou na suíte.

3.8.3. GÊNEROS VOCAIS 3.8.3. GÊNEROS VOCAIS:

a) ÓPERA: a) ÓPERA:

►Origem do termo: A palavra ópera é uma Na ópera, aconteceram inúmeras tentativas para
abreviatura da expressão italiana “opera in dar combate à superficialidade dos libretos, às
musica” - obra literária posta em música. frivolidades dos cantores e a um tipo de música
Outras denominações: favola in musica ("lenda exuberante, mas sem dramaticidade.
musicada") ou dramma per musica ("teatro
musicado").

Christoph Willibald von Gluck (1714/1787),
► Precursores: Um grupo de intelectuais de depois de compor dezenas de óperas em estilo
Florença, os membros da Camerata Fiorentina, napolitano ou no estilo pomposo francês,
queria recriar, dentro do espírito renascentista procurou desenvolver um tipo de espetáculo
literário, as tragédias gregas. Só que ao traduzir diferente e, nos prefácios de suas óperas "Orfeu e
uma expressão grega que significava Eurídice" (1762) e "Alceste" (1767), defendeu os
"declamando", eles a traduziram por "cantando" seguintes pontos de vista:
(nas palavras italianas "per recitare cantando").
De um erro de tradução criaram um novo gênero
musical. · O enredo deve ser simples;
↓ · A abertura deve preparar a platéia;
· O recitativo e a ária não devem atrapalhar a
ação;
Novidade da época: melodia acompanhada, por
· A música deve servir ao texto, procurando a
entenderem que esta poderia expressar os
“verdade” cênica.
sentimentos humanos mais convenientemente do
que música polifônica. ↓
↓ Mozart herdou e ampliou as idéias de Gluck.
A primeira ópera, que poderia receber esta Buscando profundidade dramática e aproveitando
denominação, seria La Dafne de 1597, com sua grande versatilidade musical, hibridou
música de Jacopo Peri (1561/1633) e Jacopo elementos estilísticos barrocos, franceses,
Corsi (1561/1602) e libreto de Ottavio Rinuccini napolitanos, a ópera bufa, o singspiel e o pré-
(1562/1621), baseada na mitologia grega, romantismo, conseguiu caracterizar de modo
conforme o gosto renascentista. (Infelizmente a adequado personagens e situações.
música se perdeu). Compôs óperas com temas mitológicos,
históricos, políticos, cotidianos e até fantásticos,
↓ explorando o drama, o humor e o erotismo.

A primeira ópera completa que chegou aos dias de Outros importantes compositores de óperas do
hoje, com duas versões musicais, é Eurídice de classicismo:
Peri, versão de 1600, e Giulio Caccini
(1545/1618), de 1602, e baseadas num libreto de - Joseph Haydn (1732/1809)
Rinuccini. Cada versão foi concebida para duas - Giovanni Paisiello (1740/1816)
festas diferentes. - Domenico Cimarosa (1749/1801)
- Antonio Salieri (1750/1825)
Outra das mais antigas óperas La favola d"Orfeo, - Luigi Cherubini (1760/1842)
foi estreada em Mântua, no ano de 1607. A música
é de Claudio Monteverdi (1567/1643) e o libreto
é de Alessandro Striggio (c1540/1592).


Esta ópera rompeu com o padrão anterior,
porque Monteverdi queria que a música
ajudasse na expressão do texto (stilo concitato,
"estilo excitado" em italiano) e não mera
acompanhadora da palavra, conforme
defendiam os florentinos (stilo recitativo ou
rapprasentativo). Além disto, as óperas de
Monteverdi apresentavam mais árias: começo
do bel-canto.
► Libreto ("livrinho" em italiano): texto no qual
o compositor se baseia para escrever a música.
Pode ser do próprio compositor ou pode
encomendar a outros. Na época a preferência
recaia sobre temas pastoris, lendas gregas e
contos bíblicos.

► Estrutura da Ópera: As partes de uma ópera
variam conforme o estilo artístico vigente, mas o
padrão geral segue mais ou menos assim:

 ABERTURA: peça instrumental de forma variada.


Pode ser simples acordes, uma colcha de retalhos
com temas da ópera ou mesmo uma música
qualquer que o compositor tenha à mão. Nos
primeiros tempos, era usada para acalmar o
tumulto que havia nas platéias de teatro da época
ou para anunciar a entrada de alguma
autoridade importante (rei, cardeal, mecenas etc.).
Durante o século XVII apareceram dois modelos: a
Abertura Italiana, a Abertura Francesa. Apesar
dos modelos nacionalistas, os compositores
escolhiam uma ou outra conforme a ocasião.
Sinônimos de Abertura: sinfonia, prelúdio e
protofonia.

PRÓLOGO: Muito comum nas óperas do


século XVII, normalmente com um ou dois ou
três narradores introduzindo ou resumindo o
enredo, agradecendo a presença do público ou
fazendo um elogio ao mecenas, patrocinador do
espetáculo. Caiu em desuso com o tempo.

 ATOS / CENAS / QUADROS: São as divisões


dramáticas do enredo.

 NÚMEROS: O compositor e o libretista, para


facilitar a composição e os ensaios, subdividem a
ópera em pequenas unidades; os principais
números são:

Recitativo seco: Número musical entre o canto e


a fala, acompanhado apenas pelo cravo ou outro
instrumento funcionando como contínuo (podendo
ser um diálogo).

Recitativo acompanhado: Do mesmo jeito


anterior, só que acompanhado pela orquestra.
Ária (do italiano ária, que significa "ar"): é uma
canção onde a personagem revela sua
personalidade, conta seus propósitos, declara
seus pensamentos e expressa os seus
sentimentos mais íntimos. Existem vários
modelos formais de árias, sendo que o modelo
mais importante é a ária-da-capo ("ária da
cabeça" ou "ária do começo" em italiano), na qual
a primeira parte é repetida com ornamentações. Na
área verifica-se igualmente maior melodismo e
apelo ao virtuosismo.

Conjunto (duos,trios etc.): Quando há dois ou


mais cantores num mesmo trecho musical.

Coral: Música para coro.

Instrumental ou Sinfonias ou, mesmo,


Ritornello: serve para diversas funções como ligar
cenas, indicar passagem de tempo, dar algum
efeito especial ou servir de interlúdio entre os atos
etc. Também poderiam ser marchas e danças para
balé.

○ Por contraposição ou por influência da ópera


italiana, surgiram vários gêneros nacionais:

França: Tragedie lyrique; Vaudeville; Ópera-bailado


Alemanha: Singspiel
Espanha: Zarzuela; Tonadilla
Inglaterra: Masque

○ Final do século XVII:

Desenvolvimento da ópera napolitana, na qual a


música dominou completamente o texto.
Apresentava uma profusão de melodias e uma
trama simplificada. O seu principal compositor
foi Alessandro Scarlatti (1660/1725). Com o
passar dos anos descambou para enredos
rocambolescos e pornográficos, estrelismo dos
cantores, com músicas fora do contexto e
encenações ridículas.

> Intermezzo ("intermediário" em italiano):


pequenas peças cênico-musicais apresentadas entre
os atos do espetáculo principal. Seu enredo era
cômico, satirizando situações cotidianas e o
roteiro simples, tendo poucas personagens (no
máximo três). A música era muito melodiosa.

Dentro da produção operística, o intermezzo tinha


a função de testar novos artistas (compositores,
libretistas, cantores e outros), manter integrantes
da companhia trabalhando (quando não estavam
na peça principal), segurar o público dentro do
prédio teatral e, finalmente, abafar o barulho
das máquinas trocando os cenários atrás das
cortinas fechadas.

Com o tempo, o público desinteressou-se pela
ópera principal e só assistia ao intermezzo. Os
empresários viram nisto uma nova forma de lucro
e trocaram de investimento, criando casas de
espetáculos somente para este tipo de obra que
passou a se chamar opera buffa ("ópera com
assunto grotesco" em italiano). Um dos principais
compositores de óperas bufas é Giovanni Battista
Pergolesi (1710/1736).

Cenografia: as encenações de qualquer estilo


operístico tornaram-se, com o tempo, cheias de
fausto (cenários e figurinos caros) e a maquinaria
teatral para efeitos cênicos (terremotos, carros
voadores, batalhas marítimas, por exemplo) era
engenhosamente fabulosa

Alguns compositores de óperas do século XVII e


início do XVIII:

Jean-Baptiste Lully (1632/1687)


Marc-Antoine Charpentier (1645?/1704)
Henry Purcell (1659/1695)
Antonio Vivaldi (1678/1741)
Jean-Philippe Rameau (1683/1764)
Georg Friedrich Haendel (1685/1759)

b) ORATÓRIO:
b) ORATÓRIO:
No Classicismo, o gênero foi explorado por Franz
○ A palavra significa "sala de reza". O oratório
Joseph Haydn, autor de “A Criação” e “As
nasceu da lauda spiritual ("louvação espiritual"
Estações”.
do latim; canto dialogado dos Evangelhos,
pontuada pelo coro dos fieis), que eram músicas
que narravam à vida e os milagres dos santos. Tais
laudi começaram a ser apresentadas na
Congregação do Oratório, hoje Confederação
do Oratório (Confoederatio Oratorii Sancti
Philippi Nerii), também conhecida como
Oratorianos ou Ordem de São Filipe Néri - uma
sociedade de vida comum fundada em 1565, em
Roma, por São Filipe Néri, para clérigos
seculares, sem votos de pobreza e obediência,
dedicando-se à educação cristã da juventude e do
povo e a obras de caridade.

○ O Oratório surge em função da proibição da
Igreja referente às representações do drama
litúrgico – teatro religioso acompanhado de cantos
e danças. A encenação de espetáculos sacros só
podia se dar em forma de concerto, sem atuação,
figurino e cenografia, e somente em dias e
lugares religiosos, e cantados em latim.

○ Semelhante à ópera quanto à estrutura (árias,


coros, recitativos, trechos instrumentais etc.),
difere desta por não ser destinado à encenação e
pela presença do recitante (narrador). Em geral,
os oratórios têm temática religiosa, mas existem
oratórios de temática profana. Este gênero foi
explorado com mais intensidade no período
Barroco, especialmente por Händel, autor dos
oratórios O Messias e Judas Maccabeus, entre
outros; por Bach, com suas Paixões e por Antonio
Vivaldi, autor de Juditha Triumphans.

b1. PAIXÃO ("sofrimento" em latim): gênero


específico de oratório que representa o sofrimento
e a morte de Cristo consoante o narrador
evangelista pelo qual a situação ritual exija ou o
compositor opte. Desenvolvido a partir de
modelos católicos medievais, a Paixão é uma
espécie de oratório específico, baseado nos
Evangelhos. Presença do narrador (evangelista)

Tipologia característica de acordo com a
tradição portuguesa:

- Versos da Paixão (Ditos vários e Ditos de


Cristo)
- Bradados da Paixão: Bradados integrais
(discurso direto que não o de Cristo) e Turbas
(personagens coletivas).
C) CANTATA

Do italiano "cantata", particípio passado


substantivado de "cantare", Cantata é um gênero
vocal, para uma ou mais vozes (solo, duo, coro,
etc.), com acompanhamento instrumental, de
inspiração religiosa ou profana, contendo
normalmente mais de um movimento e cujo texto,
em vez de ser historiado, descrevendo um fato
dramático qualquer, é lírico, descrevendo uma
situação psicológica.


Sua estrutura pode apresentar a estrutura completa
da ópera (árias, coros, recitativos, trechos
orquestrais), ou partes dessa estrutura. Na verdade
recitativo e ária da capo aparecem como
elementos dominantes.

○ É o gênero mais importante de música de


câmara vocal do período barroco e o principal
elemento musical do culto luterano. Mas, o termo
foi aplicado a uma ampla variedade de obras,
sacras e profanas. Em finais do século XVIII e
início do XIX, encontramos Beethoven compondo
cantatas por ocasião da morte e sucessão de
imperadores Durante o Romantismo, o gênero foi
pouco explorado. retornando no século XX com
compositores como Carl Orff, autor das cantatas
Carmina Burana e Catuli Carmina. Shostakovich,
por sua vez compõe cantatas patrióticas soviéticas.
C) MISSA CONCERTANTE:
D) MISSA
A adoção do acompanhamento instrumental
○ Gênero cujas partes correspondem ao texto transformou a missa, acabando por provocar a
da missa católica. É costume musicar tanto as condenação das autoridades eclesiásticas. De
partes do Próprio (Intróito, Gradual, Ofertório, início, os compositores acrescentaram ao
Communio etc.) quanto do Ordinário (Kyrie, o acompanhamento a participação de grandes
Gloria, o Credo, o Sanctus, o Benedictus e o corais. Com a utilização, em seguida, de
Agnus Dei). Nos séculos XVIII e XIX era comum elementos do canto operístico, surgiu a missa
dividir o Ordinário em dois blocos: primeiro chamada concertante, com solistas e orquestra
bloco: Missa (Kyrie e Glória); segundo bloco: sinfônica, como as de Haydn e Mozart e, mais
Credo (Credo, Sanctus/Benedictus e Agnus tarde, a missa em dó maior de Beethoven.
Dei).

Missa: o termo pode denominar uma missa
completa, com todas as partes do Ordinário, ou
somente o primeiro bloco.
Credo: termo dado para uma missa que tem
musicado o segundo bloco do Ordinário
- Missa Brevis: Kyrie e Glória
- Missa Grande: todas as partes do Ordinário
- Missa e Credo: todas as partes do
Ordinário

○ Réquiem: missa fúnebre. Distingue-se das


demais pela substituição do Gloria pelo Dies irae e
pelo acréscimo de outros trechos do texto litúrgico,
entre os quais o Libera que marca o seu término.

f) TE DEUM d) TE DEUM

Etc.

BIBLIOGRAFIA BIBLIOGRAFIA

CANDÉ, Roland. História Universal da Música. Vol. CANDÉ, Roland. História Universal da Música.
1. São Paulo: Ática, 1994. Vol. 1. São Paulo: Ática, 1994.
GROUT, D. J. A History of Western Music. Lisboa: BENNETT, Roy. Uma Breve História da Música.
Gradiva, 1994. GROUT, D. J. A History of Western Music. Lisboa:
ORTOLAN, Edson. História da Música Ocidental. A Gradiva, 1994.
Música Barroca (do final do séc. XVI a meados do SALLES, Filipe. Formas Musicais. Encontrado em
séc. XVIII). www.mnemocine.com.br/filipe/forma.htm
SALLES, Filipe. Formas Musicais. Encontrado em SEINCMAN, Eduardo. O Classicismo e a Música. In
www.mnemocine.com.br/filipe/forma.htm O Classicismo. São Paulo: Editora Perspectiva, 1999.

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