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VITÓRIA
2018
NATALIA SCHULTZ DE SOUZA
VITÓRIA
2018
NATALIA SCHULTZ DE SOUZA
COMISSÃO EXAMINADORA
______________________________________________________
Dr. André Gustavo de Sousa Galdino
Instituto Federal do Espírito Santo
Orientador
______________________________________________________
Dr. Temístocles de Sousa Luz
Universidade Federal do Espírito Santo
Examinador
______________________________________________________
Dra. Rosana Vilarim da Silva
Instituto Federal do Espírito Santo
Examinadora
RESUMO
Brazil is one of the world's largest producers of ornamental rocks, with annual
production of approximately 9.5 million tons, according to the latest research by the
Brazilian Association of Ornamental Rocks Industries (ABIROCHAS). During the
beneficiating process stages, huge quantities of solid waste are generated, in the form
of sludge of ornamental rocks (LBRO), material packaging, fragments of rocks and
leftover abrasive rocks, these are the object of this proposal of study. In this context,
the purpose of this study is to characterize the residues of the abrasive rocks of the
polishing process, aiming to incorporate them in the manufacture of abrasive
composites, grinding wheels. Residues samples will be characterized by X-ray
diffractometry (XRD), scanning electron microscopy (SEM) and granulometric
analysis. Grinding wheels development takes place in two stages: homogenization of
the components, phenolic resin and recycled abrasive; and pressure forming and heat
treatment to promote curing of the resin. The expected result for this study is the
obtaining of an abrasive composite from the incorporation of residues, with similar
characteristics of commercial products. The analysis will be performed using these
techniques: differential scanning calorimetry (DSC) for phenolic resins, Izod impact,
three-point flexing, Vickers microhardness, apparent porosity, water absorption,
apparent specific mass and scanning electron microscopy.
Figura 6 - Relação entre a taxa de volume de poros (%), em ferramentas com camada
abrasiva eletrodepositada, e a rugosidade superficial após o processo de retífica. .. 21
Figura 7 - Resina do tipo Resol, com identificação da ponte metilol nas extremidades
e a ponte metilênica. ................................................................................................. 25
Figura 11 - Molde para prensagem de ferramentas ligadas com resina, prensa uniaxial.
.................................................................................................................................. 31
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
2 OBJETIVO.......................................................................................................... 15
5 RECURSOS ....................................................................................................... 49
6 CRONOGRAMA ................................................................................................. 50
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 53
13
1 INTRODUÇÃO
As práticas de fabricação são cada vez mais avaliadas pela sua sustentabilidade,
especialmente as que demandam uso intensivo de matéria-prima e energia não
renovável. A manufatura sustentável é vista por muitos pesquisadores, como uma
atividade que pode ser sustentada infinitamente, ou seja, realizada de maneira
contínua sem se enfraquecer (LINKE, 2014). Assim, uma empresa que almeja a
sustentabilidade necessita de um bom desempenho não apenas em seus ganhos,
mas também nos impactos ambientais e sociais exercidos pelas suas atividades.
Diante desta constatação, este trabalho visa realizar um estudo que objetiva a
fabricação de ferramentas abrasivas a partir da utilização de resíduos de mármore e
de granito (gerados no polimento de rochas ornamentais), mais adição de resina
fenólica como elemento ligante. Sendo uma alternativa para destinação final desses
resíduos, que não o descarte direto em aterros, além de possibilitar o uso de materiais
secundários no desenvolvimento de novos produtos.
15
2 OBJETIVO
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Os cavacos produzidos pela força que os grãos abrasivos exercem sobre a peça
apresentam dimensões menores quando comparado aos processos de usinagem com
outras ferramentas mecânicas, em geral, quanto maior a taxa de remoção de material,
maior a espessura do cavaco resultante. No entanto, os cavacos possuem forma e
aspectos semelhantes, o que demostra que o corte por abrasivos é sujeito às mesmas
leis que regem o corte das ferramentas mecânicas (AURICH, et al, 2013; NUSSBAUM,
1988).
17
Figura 2- Relação entre a energia específica, taxa de remoção de material e rugosidade da superfície
em processos abrasivos.
Os rebolos, são ferramentas formadas por grãos abrasivos, elemento ligante e poros,
conforme a Figura 3. Sendo a relação percentual em volume desses componentes,
fator determinante para o desempenho e aplicação das ferramentas (LIU; PEI;
FISHER, 2007; LUIZ, 2015).
Figura 4 - Relação direta entre tamanho de grão (malha) e a rugosidade superficial no processo de
retífica.
Figura 5 - Ilustração da estrutura final do rebolo em função da fração volumétrica de grãos e ligantes.
(a) estrutura fechada; (b) estrutura aberta.
Figura 6 - Relação entre a taxa de volume de poros (%), em ferramentas com camada abrasiva
eletrodepositada, e a rugosidade superficial após o processo de retífica.
Assim, temos que as principais propriedades das ferramentas abrasivas podem ser
manipuladas pelo tipo e tamanha dos grãos abrasivos, tipo do elemento ligante,
dureza e estrutura do rebolo (LINKE, 2016b; MALKIN; GUO, 2008).
HTMA+
Ácido NOVOLACA ≥1 Sólido Estável Fenólico
temperatura
Fonte: Adaptado (BITENCOURT; PANDOLFELLI, 2013).
As resinas fenólicas do tipo resol são obtidas por policondensação com catalisadores
básicos, podendo ser hidróxido de metais alcalinos, carbonato de sódio, hidróxidos
alcalinos terrosos, amônia e várias aminas. Possuem razão molar entre fenol e
formaldeído menor que um (<1) e podem ser curadas em pH básico (ex. NaOH), com
liberação de vapor d’água, em meio com pH ácido ou sobre o efeito de altas
temperaturas (HESSE, 2000; GARDZIELLA; PILATO; KNOP, 2013).
Assim, as resinas do tipo resol podem ser altamente reticuladas (curadas) sem adição
de agente de cura, devido à presença de grupos hidroxi-metilados ligados ao anel
(OLIVEIRA, 2008; BORGES, 2004). A Figura 7, apresenta a estrutura química da
resina tipo resol, destacando a presença de pontes metilol e metilênica, responsáveis
pela reticulação desta resina.
Figura 7 - Resina do tipo Resol, com identificação da ponte metilol nas extremidades e a ponte
metilênica.
As resinas fenólicas do tipo novolaca são obtidas por uma reação de policondensação
com um catalisador ácido, sendo o mais comum o ácido oxálico, possuem razão molar
entre o fenol e o formaldeído maior que um (>1). Esta reação origina cadeias lineares
de condensação unidas exclusivamente por ligações metilênicas , conforme
observado na Figura 8.
Figura 8 - Resina do tipo Novolaca, com identificação das pontes metilênica na estrutura polimérica.
3.5 ABRASIVOS
Os abrasivos são definidos como substâncias naturais ou sintéticas usada para moer,
desgastar, esfregar, lixar, limpar ou polir uma determinada superfície. A característica
mais importante de um abrasivo é que este seja mais duro que o material a ser
retificado, para efeitos abrasivos o grão deve ser pelo menos 20% mais duro que a
superfície a ser desgastada (MALKIN; GUO, 2008; MENARD; THIBAULT, 2000).
Figura 10- Comparação da dureza e tenacidade à fratura dos materiais abrasivos sintéticos comparado
a outros materiais usados nos processos de usinagem.
Propriedade Valor
19 (paralelo ao eixo c)
Dureza Knoop (𝐺𝑃𝑎)
22 (perpendicular ao eixo c)
O carbeto de silício foi o primeiro abrasivo sintetizado, sendo dois tipos muito usado
na fabricação de ferramentas: o carbeto de silício verde e o preto. O SiC preto, é usado
30
Para a produção dos rebolos ligados com resina, o processo de fabricação responde
sempre ao mesmo esquema em linhas, iniciando com a preparação das misturas
seguida da conformação (prensagem), tratamento térmico (temperatura de até
200°C), acabamento e testes de inspeção.
prensagem a frio é feita com pressões entre 15 e 30 MPa, e tempo de aplicação entre
5 e 30 s (LINKE, 2016a; BALDACIM, 2000).
Figura 11 - Molde para prensagem de ferramentas ligadas com resina, prensa uniaxial.
A etapa de polimento tem a função de reduzir a rugosidade das superfícies das placas
de mármore e granito, conferindo brilho e fechamento dos poros e com isso minimizar
a infiltração de água e a propagação de trincas que possam levar à sua fratura quando
em uso. O polimento é realizado pelo atrito entre elementos abrasivos, sob pressão e
rotação, contra a superfície da rocha que deve ser constantemente resfriado com
água, visando minorar a temperatura e retirar os fragmentos de rochas e abrasivos do
sistema (CAMARGO, 2013; CARVALHO, 2010). Nessa etapa, temos como resíduos
comumente gerados: os fragmentos de rochas, embalagens dos insumos utilizados,
lama abrasiva (em menor quantidade que no corte) e as pastilhas abrasivas gastas,
objeto desta proposta de estudo.
Alumina (99,5% de
2,67 a 2,95 49,5 a 54,7 29,4 a 88,1
pureza) - Al2O3
Ascontec (2018) e Romão (2018) são empresas brasileiras que realizam o processo
de reciclagem de abrasivos, recuperando alumina e carbeto de silício de ferramentas
abrasivas resinóides e vitrificadas. O processo de reciclagem inicia pela queima dos
abrasivos a fim de eliminar o ligante e possíveis contaminantes das ferramentas
usadas, em seguida os materiais passam pela moagem e separação granulométrica,
por fim são comercializados como grãos soltos de abrasivos reciclados.
37
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 MATERIAL
Abrasivo virgem AB VG VG
Fonte: Próprio autor.
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As pastilhas abrasivas, Figura 14, foram fornecidas pela empresa Marmi Bruno Zanet,
localizado em Viana/ Espírito Santo, oriundas do polimento de rochas. Dois tipos
distintos de pastilhas foram disponíveis, sendo uma magnesiana (Figura 14a) e outra
resinóide (Figura 14b).
Figura 14 - Sobras das pastilhas abrasivas usadas no polimento de rochas ornamentais. (a)
Magnesianas; (b) Resinóides.
Figura 15 - Partículas abrasivas desprendidas das pastilhas abrasivas. (a) matriz resinóide; (b) matriz
magnesiana.
Tabela 6 - Códigos das pastilhas magnesianas de acordo com a posição adotada no polimento
LUSTRE M1
Nº80 M80
Nº120 M120
Nº220 M220
Nº320 M320
Fonte: Próprio autor.
Tabela 7 - Códigos das pastilhas resinóides de acordo com a posição adotada no polimento.
Posição 1 RP1
Posição 2 RP2
Posição 3 RP3
Posição 4 RP4
Nº320 R320
Nº400 R400
Nº600 R600
Nº800 R800
Nº1000 R1000
Fonte: Próprio autor.
Grão Abrasivo 90
Resina Resol 4
Resina Novolaca 6
Fonte: Próprio autor.
Tabela 9 - Corpos de prova: quantidade produzidos para cada tipo de amostra em função do ensaio
Ensaio Quantidade
Impacto Izod 15
Flexão 15
As amostras dos compósitos abrasivos produzidos serão caracterizadas por meio dos
testes de porosidade aparente, absorção d’agua, densidade aparente, microdureza
Vickers, MEV, ensaio de flexão três pontos e ensaio de impacto Izod. Os resultados
das amostras com abrasivo reciclado serão comparados as amostras com abrasivo
virgem, a fim validar o processo defendido no trabalho.
O ensaio de impacto será realizado segundo a norma ASTM D256-10 (ASTM, 2010),
à temperatura ambiente. O ensaio a ser utilizado neste estudo é o Izod, método A,
onde os corpos-de-prova, por apresentarem alta porosidade, não terão o entalhe na
região central. Serão ensaiados 15 corpos de prova para cada tipo de compósito (RR,
RM e VG). Os corpos-de-prova para este ensaio não foram padronizados, segundo a
norma, de forma que os resultados representam apenas uma comparação qualitativa
entre as composições estudadas neste trabalho.
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𝑀𝑠
𝑀𝐸𝐴 (𝑔⁄𝑐𝑚3 ) = × 𝜌𝑙í𝑞 (1)
(𝑀𝑢 +𝑀𝑖 )
(𝑀 +𝑀 )
𝑃𝐴% = (𝑀𝑢 +𝑀𝑠 ) × 100 (2)
𝑢 𝑠
(𝑀𝑢 +𝑀𝑠 )
𝐴𝐴% = × 100 (3)
𝑀𝑠
5 Recursos
5.1 HUMANOS
5.2 FÍSICO
Para o ensaio de impacto e microdureza Vickers será realizada uma parceria com
o Ifes – campus Aracruz, para o desenvolvimento dos testes e coleta de dados.
5.3 FINANCEIRO
6 CRONOGRAMA
As atividades a serem executadas no decorrer do trabalho estão apresentados no cronograma a seguir, Figura 18. As marcações
em laranja indicam a programação de início e fim de cada etapa, enquanto que as verdes determinam o andamento do projeto, ou
seja, as atividades em execução ou finalizadas.
Atividades ago. set. out. nov. dez. jan. fev. mar. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez. jan. fev. mar.
2017 2017 2017 2017 2017 2018 2018 2018 2018 2018 2018 2018 2018 2018 2018 2018 2018 2019 2019 2019
Revisão Bibliográfica
Definição da
Metodologia
Qualificação do
Projeto
Aquisição do Resíduo
junto a empresa
parceira
Preparação inicial do
Resíduo
Caracterização do
Resíduo
Moldagem dos corpos
de prova
Fonte: Próprio autor.
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Mês/Ano
Atividades ago. set. out. nov. dez. jan. fev. mar. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez. jan. fev. mar.
2017 2017 2017 2017 2017 2018 2018 2018 2018 2018 2018 2018 2018 2018 2018 2018 2018 2019 2019 2019
Testes Mecânicos
Caracterização do
compósito abrasivo
Tratamento
estatístico dos dados
Elaboração do Artigo
Submissão do Artigo
Defesa da Dissertação
LEGENDA:
Atividades Programadas
Andamento das Atividades
Fonte: Próprio autor.
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7 RESULTADO ESPERADO
REFERÊNCIAS
LINKE, B. Bonding systems. In: Life cycle and sustainability of abrasive tools, chap
3, p. 63-95. Springer, Switzerland, 2016a.
LINKE, Abrasive Tool Types. In: Life cycle and sustainability of abrasive tools, chap
4, p. 97-117. Springer, Switzerland, 2016b.
LIU, J. H.; PEI, Z. J.; FISHER, G. R. Grinding wheels for manufacturing of silicon
wafers: a literature review. International Journal of Machine Tools and
Manufacture, v. 47, n. 1, p. 1-13. 2007.
NUSSBAUM, G. C. Rebolos & abrasivos: tecnologia básica. São Paulo: Ícone, 1988.