Sei sulla pagina 1di 3

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB

Departamento de Ciências Humanas


Curso de Ciências Sociais
Disciplina Relações Sociais de Gênero
Prof. José Ricardo Marques dos Santos
Nome: Marcos Carvalho Pacheco

Relação entre os textos de Michel Foucalt e o clipe da banda Merlin Manson

O corpo humano tem sido durante o decorrer da história, objeto de várias


narrativas. Na Grécia antiga, a Academia de Platão não era só voltada para estudos, mas
praticava-se exercícios almejando uma harmonia entre o corpo e a mente. Em Esparta, a
educação era direcionada a criar um homem soldado, e por isso se descartavam os bebês
que tinham alguma deficiência física. No período da renascença o humanismo inaugura
um discurso mais racionalizado, a pintura “o homem Vitruviano” de Leonardo da Vinci
por exemplo, representava o ideal de beleza, harmonia e perfeição das proporções que o
corpo humano deveria ter.

Michel Foucalt, ao estudar a sociedade ocidental (capitalista) vai identificar nesta


um novo discurso sobre o corpo, qual seja, o de ser o mais produtivo e disciplinado
possível, e para se tornar produtivo fazia-se necessário deixa-lo dócil e útil. Esse discurso,
dirá foucalt, será ditado , legitimado pela ciencia da jurisprudencia e da medicina sendo
depois reproduzidos em todos os espaços sociais, ex: hospitais, clínicas, prisões, etc. que
Foucalt vai chamar de heterotopias de desvio:

[...] isto significa que os lugares que a sociedade dispõe em suas


margens, nas paragens vazias que a rodeiam, são antes reservados
aos indivíduos cujo comportamento é desviante relativamente à
média ou a norma exigida. Daí as casas de repouso, as clínicas
psiquiátricas, daí também, com certeza, as prisões. [...]
(FOUCALT, 22)

Mearilyn Manson, uma banda de rock estadunidense pode ser considarada como
um exemplo de rompimento com a ditadura do corpo normal, a irreverência da banda é
já notada na escolha do nome, justapondo duas personalidades famosas do Estados
Unidos. Marlyn Monroe, uma atriz sex simbol de Hollywoody e o músico (assassino)
Charles Manson. No Videoclipe The Dop Show (o show das drogas) podemos ver o
músico se apresentando de uma forma (alienígena-andrógina) com próteses de seios, tal
que não se consegue separar o feminino do masculino. Manson é capturado como se fosse
um cachorro levado para ser estudado e modificado em um laboratório. Logo depois é
transportado numa limosine para se apresentar como uma celebridade do Rock, assediada
por fãns em completa histeria. A música que acompanha o clip tem frases do tipo “eles
te amam enquanto você está em todas as capas” , “somos todos estrelas no show das
drogas” e “Tem muita gente bonita, bonita mesmo que quer te deixar doidão”. Estas ,
evidenciam a crítica que Merilyn Manson faz a idolatria, a beleza e a fama, a
superficialidade da mídia em produzir artistas para o entrentenimento e o show busines.

A forma performática pela qual Marilyn Manson produz seu corpo ainda choca a
sociedade, acostumada a classificar as pessoas a partir do binarismo, (homem/mulher;
macho/fêmea) ou seja, tudo que escapa a essa classificação é objeto de repúdio, de
escárnio e de sansão. Numa parte, quase ao final do clipe é mostrada uma cena de policiais
trajados de rosa se beijando, e aí podemos perceber o objetivo de Marilyn Manson que
é romper com os preconceitos e com esse discurso ainda vigente na sociedade.

FOUCALT, Michel, O corpo utópico, as heterotopias. Posfácio de Daniel Defert; trad.


Salma Tannus Muchail. São Paulo n-1 Edições , 2003.

Potrebbero piacerti anche