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97ª Pergunta - O que é a oração?

Resposta - A oração é um discurso a Deus em


nome de Cristo como Mediador, sob a
influência e com a assistência do Espírito de

W. R. Downing - Um Estudo Introdutório da Doutrina Bíblica Em Forma de Catecismo Com Comentário


Deus, em fé, para as coisas que nós estamos
necessitando, as quais são consistentes com a
vontade de Deus, e são para a sua glória
conceder, e, portanto, para ser feita com
humilde submissão.
Salmos 62:8. “Confiai nele, ó povo, em todos os
tempos; derramai perante ele o vosso coração;
Deus é o nosso refúgio. “(Selá.)
Mateus 6:7-8. 7”E, orando, não useis de vãs
repetições, como os gentios, que pensam que
por muito falarem serão ouvidos. 8Não vos
assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe
o que vos é necessário, antes de vós lho
pedirdes.”
Marcos 11:24. “Por isso vos digo que todas as
coisas que pedirdes, orando, crede receber, e
tê-las-eis.”
Tiago 4:2-3. 2”Cobiçais, e nada tendes; matais,
e sois invejosos, e nada podeis alcançar;
combateis e guerreais, e nada tendes, porque
não pedis. 3Pedis, e não recebeis, porque pedis
mal, para o gastardes em vossos deleites.”

1
Hebreus 11:6. “Ora, sem fé é impossível agradar-
lhe; porque é necessário que aquele que se
aproxima de Deus creia que ele existe, e que é
galardoador dos que o buscam.”
1 João 5:14-15. 14”E esta é a confiança que

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temos nele, que, se pedirmos alguma coisa,
segundo a sua vontade, ele nos ouve. 15E, se
sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos,
sabemos que alcançamos as petições que lhe
fizemos.”
Veja também: Salmos 66:18; Mateus 6:5-15;
Lucas 11:1-13; 18:1-8; Atos 9:11; Efésios 1:15-20 ;
3:14-19; Filipenses 1:9-11; Colossenses 1:9-13; 1
Tessalonicenses 5:17,25. 194

COMENTÁRIO
A descrição da oração na resposta acima exige
comentário adicional. "A oração é um discurso
a Deus..." Ela é um discurso, portanto, nós
estamos entrando na presença consciente de
Deus e falando com Ele da maneira mais
articulada que pudermos, buscando ser
compreendidos, e plenamente consciente com
Quem nós estamos a discursar. Ele é Deus, o
Todo-Poderoso, o Criador Soberano e
Governante de toda a criação; Ele também é
nosso Pai Celestial que nos ama, cuida de nós e
está intimamente preocupado com todas as

2
coisas em nossas vidas (Gênesis 1:1; Salmos 62:8;
139:1-18; Mateus 10:30; 1 Pedro 5:7);
“ ...em nome de Cristo como Mediador..." Nós
não temos outra base sobre a qual para nos
aproximar de Deus. "Nome" significa autoridade.

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Nós estamos na justiça imputada de nosso
Senhor, temos acesso somente por meio dele, e
devemos ser conscientes do seu ministério de
intercessão (Romanos 5:1-2; Hebreus 4:14-16;
7:25);
"...sob a influência e com a assistência do
Espírito de Deus..." O trabalho do Espírito Santo é
crucial para as nossas orações. Se Ele deve
guiar-nos, nós não devemos extinguir nem
entristecer Suas influências em nossos corações,
mentes e vidas (Romanos 8:26-27; Efésios 4:30; 1
Tessalonicenses 5:19);
"...na fé..." Nós não podemos legitimamente orar
em incredulidade. A oração é a fé articulada -
fé expressa (Hebreus 11:6). Nossa fé deve
repousar no próprio Deus - Quem e o Que Ele é
- e não meramente no que Ele faz, como o que
nós discernimos em nossa experiência presente
pode muitas vezes ser mal interpretado (2
Coríntios. 12:7-10);
"...para as coisas que nós estamos
necessitando..." O próprio ato de oração
expressa nossa extremidade. Como nosso Pai

3
Celestial, Deus está preocupado com as nossas
necessidades, e nos convida a colocá-las
diante Dele (Mateus 6:7-8,11-13; Lucas 11:1-13);
"...as quais são consistentes com a vontade de
Deus..." Devemos sempre ir a Deus em

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submissão, como Ele sabe muito melhor do que
nós o que precisamos. É a vontade de Deus,
NÃO nossa, que deve sempre ser o fator
determinante na oração (Mateus 6.10; Lucas
22:41-42; 1 Jo 5:14-15);
"...são para a sua glória para conceder..." O fim
de todas as coisas é a glória de Deus; assim a
oração deve buscar isto e não simplesmente a
nossa própria vontade, modo ou ordem do dia
(1 Coríntios 10:31);
"...e, portanto, ser feita com humilde submissão."
A verdadeira oração resigna-se a Deus como
Aquele cuja vontade deve reinar suprema em
todas as coisas. Respostas à oração derivam do
Seu Poder, Seu Propósito e Sua Vontade, NÃO
nossa. A oração está colocando assim de lado
o nosso próprio inerente "complexo de deus" e
tomando o nosso legítimo lugar diante Dele
como suas criaturas, súditos, servos dispostos e
filhos espirituais. Tal não impede ou desencoraja
o fervor e a perseverança na oração, mas 195
sim nos alinha com a vontade de Deus e a sua

4
glória (Lucas 18:1-8; 22:42; Atos 21:10-14; Tiago
5:16-18).
A oração é o supremo ato de fé na experiência
presente do crente, o grande ponto de foco da
doutrina, da experiência e da esperança. É o

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sopro de vida da alma renovada. É a fé
articulada. Quando o Senhor revelou a Ananias
que Saulo de Tarso tinha sido convertido, Ele o
fez com as palavras: "...eis que ele está orando"
(Atos 9:11). Um "cristão sem oração" seria uma
contradição em termos.
Os seres humanos não são apenas criaturas,
mas criaturas pecadoras, e por isso necessitam
de uma posição correta diante de Deus a fim
de orar corretamente. Toda verdadeira oração
é mediada pela obra de intercessão do Senhor
Jesus Cristo tanto como nosso Mediador quanto
nosso Sumo Sacerdote (1 Timóteo 2:5; Hebreus
4:14-16; 7:25; 9:24; 1João 2:1). Se alguém não
estiver justificado em um relacionamento
correto com o Pai, ele não tem uma posição
correta da qual possa orar (Romanos 5:1-2;
8:33). As criaturas podem orar? As Escrituras
retrata as feras clamando a Deus pela
alimentação delas (Jó 38:41; Salmos 147:9). As
criaturas pecadoras podem orar? Elas podem
clamar a Deus como criaturas pecadoras, e
rogar a Deus para mostrar-lhes Sua misericórdia.

5
Deus ouve a oração do pecador por libertação
do pecado e pelo perdão (Lucas 18:13-14).
Nenhum pecador jamais porá seu coração
para buscar ao Senhor em vão (Oséias 10:12;
João 6:37; 2 Coríntios 6:2).

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Além disso, a verdadeira oração é autorizada
pela obra intercessora do Espírito Santo
(Romanos 8:26-27). Não é significativo que na
realidade e no ato de oração, mais do que em
qualquer outra atividade espiritual, nós
devemos ter dois intercessores dentro da
Divindade, um dentro, o Espírito Santo, e um no
céu, até mesmo nosso Senhor Jesus Cristo
(Romanos 8:26-27; Hebreus 7:25; 9:24; 1João
2:1)? Isto também pressupõe que não estamos
entristecendo o Espírito de Deus com nossos
pecados e que Ele está operando em nossos
corações e mentes para nos carregar e levar a
orar corretamente (Salmo 66:18; Efésios 4:30;
1João 5:14 -15).
A oração é, na verdade, um exercício trinitário,
como é dirigida a Deus, o Pai (Mateus 6:9); é na
e pela mediação e intercessão do Senhor Jesus
Cristo (1 Timóteo 2:5; Hebreus 4:14- 16; 7:25;
1João 2:1); e é pela graça capacitadora,
orientação e intercessão do Espírito Santo
(Romanos 8:26-27).

6
A oração é inclusiva da experiência e do
relacionamento do crente com Deus. Ela inclui,
necessariamente louvor, ação de graças,
confissão de pecados, petição, súplica,
intercessão, e comunhão com Deus. A oração

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pode ser alegre ou triste (Salmos 103:1-5; 51:1-
12), cheia de elogios ou de petições ardentes
(Filipenses 4:6-7). Pode ser chorosa e agonizante
(1Samuel 1:10) ou ser preenchida com ações de
graças (1 Sam 2:1-10), ou proferida por vezes
com gemidos (Salmos 6:6; 32:3), ou em uma luta
com uma mistura de fé e incredulidade (Marcos
9:24). O crente em oração, pela sua variada
experiência e peregrinação espiritual, pode,
eventualmente, viajar todo o alcance de
profundidades e alturas espirituais, mentais e
emocionais. A oração tem sido descrita
simplesmente como "falar com Deus," "derramar
o coração a Deus," ou como "realização de
negócios sérios com o céu." Deve ser notado
que em toda verdadeira oração do Novo
Testamento as petições são enquadrados no
aoristo imperativo, uma 196

7
abordagem fervorosa, apaixonada preenchida
com um senso de urgência e determinação.
Não existem orações casuais verdadeiras! A
própria natureza da oração suscita um
sentimento de fervor (Salmos 62:8; Tiago 5:16-

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18). A questão que permeia da oração é, Deus
sabe; Ele ama; Ele entende; Ele responde às
orações - e se não, sua vontade permanece o
bem supremo.
As Escrituras descrevem a verdadeira oração
como aquilo que é escriturístico, piedoso,
fervoroso, persistente e eficaz (Marcos 11:24;
Lucas 11:1-13; 18:1-8; Tiago 5:16-18). Os grandes
inimigos da oração são a incredulidade e a
impaciência. A incredulidade sufoca a oração.
A impaciência nos leva a abandonar a oração
antes que uma resposta seja dada. O problema
com a maioria dos cristãos professos é que eles
oram, mas com uma mistura de fé e
incredulidade, com presunção, arrogância ou
por tradição, e assim querem simplesmente
"tentar orar" ou não persistir na oração até que
recebam uma resposta. Nós oramos com fé ou
podemos tentar orar com incredulidade. A
primeira é a verdadeira oração, a segunda é
um ato de presunção ou frustração.
É bem possível que muitos cristãos professos
nunca compreenderam adequadamente o

8
significado escriturístico da verdadeira oração.
A maioria se contenta em simplesmente tentar
orar sem procurar entender o seu grande e
incrível significado. Outros só procuram orar
quando alguma crise surge. Alguns

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simplesmente recitam as palavras e frases que
eles foram ensinados ou aprenderam dos outros
e "dizem suas orações;" outros experimentam
dificuldade na tentativa de orar por causa de
uma consciência de pecado ou uma incerteza
de sua posição diante de Deus. Alguns tentam
orar na simplicidade da fé deles, contudo em
erro porque eles são ignorantes das Escrituras ou
do poder e do propósito de Deus. Outros ainda
buscam orar escrituristicamente e tentam
enquadrar as suas orações na verdade e nos
princípios bíblicos. Apenas se a realidade da
oração é entendida a partir das Escrituras, ela
começa a assumir o seu devido lugar e
perspectiva na vida e na experiência do crente.
É extremamente útil considerar os pressupostos
da oração, ou seja, aquelas suposições
escriturísticas que fundamentam a verdadeira
oração. Considere o seguinte: Deus existe. Ele
responde a nossa fé. Nós não oramos para um
Ser não existente (Hebreus 11:6). Ele é uma
Pessoa distinta, com Quem devemos ter um
relacionamento íntimo pela mediação do

9
Senhor Jesus (Mateus 6:5-13; Romanos 5:1-2; 1
Coríntios 8:6). Ele é um Deus que ouve e
responde às orações (2 Crônicas 7:14; Jeremias
33:3). Ele é absolutamente soberano sobre
todas as coisas, incluindo as esferas físicas (1Reis

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18:21-39; Mateus 6:11), sociais (Êxodo 3:19-22;
12:35-36; 34:23-24), políticas (Juízes 9:22-23;
Provérbios 21:1; Isaías 10:5-15; 1 Timóteo 2:1-3),
morais (Gênesis 20:06; Salmos 76:10; Mateus
6:12-15) e espirituais (João 3:3,5-8; 6:44). Assim,
as orações relativas a qualquer uma destas
esferas podem ser orações respondidas para o
perdão, para a proteção, para as condições
sociais, por mudanças no governo ou para a
conversão dos pecadores. Além disso, Deus
como uma personalidade distintamente moral
tem um propósito ou vontade definidos, e Ele
responde a essas orações que são agradáveis a
Ele (Efésios 1:3-14; Romanos 8:26-27; 1João 5:14-
15). É dever do crente e privilégio submeter-se à
vontade Divina, que é o bem maior, se esta é
imediatamente compreendida ou não (Gênesis
18:25; Mateus 26:39,42; Lucas 22:41-44; Atos
21:14; Romanos 8:26-27). Novamente, Deus tem
um caráter moral distinto. Nenhuma resposta à
oração pode ser arbitrária ou contrária à sua
Santa e Justa vontade (Gênesis 197

10
18:25; Salmos 145:17-20). Veja a Pergunta 98
para uma discussão sobre a oração e a
predestinação. A oração não pode derivar de
nosso próprio preconceito, egocentrismo,
justificação própria ou concupiscências (Tiago

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4:2-4). Não podemos verdadeiramente orar
com uma atitude implacável (Mateus 6:12, 14-
15). Finalmente, Deus está intimamente
envolvido em Sua criação. Assim, nada é tão
grande ou pequeno para ser uma questão de
oração (Salmos 147:7-9; Mateus 6:11,24-34;
10:29-31; Filipenses 4:6-7; 1 Pedro 5:7). Nós
oramos ou simplesmente "dizemos nossas
orações?"
98ª Pergunta - Qual é o significado da oração
na vida e experiência do crente?
Resposta - A oração é a marca principal da
graça, a comunhão vital com Deus que
expressa a fé do crente, alinha a vida com a
natureza e a vontade de Deus, vivifica todas as
outras graças, adquire todas as bênçãos e
santifica todo o serviço obediente.
Hebreus 11:6. “Ora, sem fé é impossível agradar-
lhe; porque é necessário que aquele que se
aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é
galardoador dos que O buscam.”
1 Tessalonicenses 5:17. “Orai sem cessar.”

11
Tiago 5:16. “...A oração feita por um justo pode
muito em seus efeitos.”
Veja também: Salmos 66:18; Mateus 6:5-15;
Lucas 18:1-8,9-14; Atos 9:11; Efésios 1:15-20; 3:14-
19; Filipenses 1:9-11; Colossenses 1:9-13; 1

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Tessalonicenses 5:17,25; 2 Tessalonicenses 3:1-2;
Tiago 4:2-3; 5:13-18; 1João 5:14-15.
COMENTÁRIO
Como observado na pergunta e resposta
anterior, a oração é a marca principal da
graça. Veja a Pergunta 112. É a marca universal
e inevitável de um crente sincero. Embora
satanás possa falsificar algumas marcas da
graça, ele nunca leva o simples cristão professo
a procurar sinceramente a face de Deus em
oração. A oração reflete a própria essência da
fé do crente, que é, talvez, a principal razão
pela qual muitos crentes acham a oração
sincera, piedosa, e persistente o exercício mais
difícil.
Por quem e pelo quê devemos orar? A Escritura
revela o seguinte: nós devemos orar para a
Glória de Deus, para a Extensão de Seu Reino e
para Sua vontade ser feita sem oposição ou
reclamação (Mateus 6:9-10), por nós mesmos
(Mateus 6:11-13), por nossas necessidades
diárias (Mateus 6:11), para perdão dos pecados
(Mateus 6:12), por outros crentes (Efésios 1:15-20;

12
3:14-19; 6:18; Filipenses 1:9-11; Colossenses 1:3,9-
12), pela causa de Cristo (Efésios 6:19-20;
Colossenses 4:3; 2 Tessalonicenses 3:1), pela
salvação dos não convertidos (Romanos 10:1; 1
Timóteo 2:1-4), por tempos de avivamento e

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despertamento espiritual por meio do Espírito
Santo (Mateus 7:9-11; Lucas 11:9-13; Atos 3:19;
4:29-31), para o sucesso do evangelho e da
libertação dos ímpios (2 Tessalonicenses 3:1-2),
por funcionários públicos, governantes e
magistrados (1 Timóteo 2:1-3) e até mesmo por
nossos inimigos (Mateus 5:44-48; Romanos
12:14). 198

13
Como devemos orar? Com fé (Marcos 11:24;
Hebreus 11:6; Tiago 1:6), com fervor e gratidão
(Filipenses 4:6-7; Tiago 5:16-18), com uma visão
para a Majestade e Glória de Deus, e nossa
própria indignidade (Gênesis 18:27; Eclesiastes

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5:2; 1 Coríntios 10:31), com fervor e persistência
(Lucas 11:5-13; 18:1-8; Tiago 4:2; 5:16-18) e com
uma humilde submissão à Sua vontade (Mateus
6:9; Lucas 22,42; 1João 5:14-15).
A oração é o grande santificador. Qualquer
obra tentada pela causa de Cristo, qualquer
serviço Cristão que não é santificado pela
oração, necessariamente carece dessa
qualidade espiritual e caráter que recebe a
plenitude da bênção Divina. Muita energia
pode ser gasta e tempo consumido sem a
bênção pretendida porque a vontade e a face
de Deus não foram cuidadosa e humildemente
procuradas pela oração e obediência piedosas
à vontade revelada de Deus.
É digno de nota que o nosso Senhor mesmo orou
constantemente durante sua jornada terrena
(Mateus 14:23; 26:36-44; Lucas 5:16; 11:1; 22:31-
32; João 11:41-42). Suas orações registradas são
fervorosas e íntimas, embora reverentes (João
17). Ele passou noites inteiras em oração (Lucas
6:12). Se nosso Senhor, o Filho de Deus sem
pecado, o Deus-Homem, o último Adão, aquele

14
que sempre fez a vontade do Pai e lhe agradou
- tanto precisava quanto desejava passar horas
sozinho com seu Pai Celestial em oração,
quanto mais nós que somos fracos, criaturas
pecadoras, necessitando de graça constante,

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misericórdia e perdão, proteção Divina,
liderança e o ministério sustentador do seu
Espírito!
A oração muda as coisas? Se virmos respostas à
oração apenas do nosso próprio ponto de vista
humano, então, sim; mas se da perspectiva
Divina, pode-se afirmar que a oração é o meio
ordenado por Deus de cumprir a Sua vontade
(1João 5:14-15). É também a maneira na qual
Deus muitas vezes muda a pessoa que ora para
ser conforme à Sua vontade. O crescimento na
graça e na realização espiritual estão sempre
relacionados a uma vida de oração. A oração
vivifica, santifica e fortalece todas as outras
graças. Assim, as provações e adversidades que
cada crente deve enfrentar e superar são
santificadas para sua experiência em grande
parte por meio da oração piedosa e
perseverante. Como Deus é absolutamente
perfeito e qualquer mudança seria uma
imperfeição, é errôneo pensar que podemos
mudar o propósito de Deus por meio da oração.

15
Pode ser perguntado: "Por que orar se tudo está
predestinado? "Veja as perguntas 27 e 69.
Frequentemente é contestado se Deus
predestinou todas as coisas, a oração seria sem
significado. Marque o seguinte:

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Primeiro: esta não é uma objeção válida contra
a predestinação como tal, pois poderia ser
argumentada da mesma forma com base em
mera presciência (uma presciência vazia) que
se Deus previu o que iria receber em oração, tal
oração seria igualmente desnecessária (Mateus
6:7-8);
Segundo: tal protesto ignora os mandamentos
bíblicos para orar e com urgência com
perseverança (Mateus 7:7-11; Marcos 11:24;
Lucas 18:1-8; 1 Timóteo 2:1-8; Tiago 5:16-18). Os
crentes são ordenados, instados e ensinados a
orar por preceito, 199

16
princípios e pelos exemplos de orações da
Bíblia, que cobrem em princípio cada condição
e situação humana concebível;
Terceiro: tal pensamento surge de um equívoco
sobre o uso bíblico dos meios e da própria

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natureza da oração. Deus ordenou a oração
como um meio de cumprir Sua vontade assim
como Ele ordenou pregar para converter os
pecadores e ordenou fidelidade à Sua vontade
revelada nas Escrituras para obter Sua bênção.
Concluir que a oração muda Deus é não
compreender a natureza de Deus e interpretar
mal o significado da oração;
Quarto: a própria essência da oração inclui
necessariamente o reconhecimento de uma
submissão à vontade de Deus (Mateus 6:9-10;
26:39,42; Romanos 8:26-27; 1João 5:14-15). A
oração é um ato de adoração no sentido mais
elevado, nunca uma tentativa de forçar nossa
vontade sobre Deus.
Nossas preocupações, no contexto da vontade
secreta de Deus (Deuteronômio 29:29), devem
ser as seguintes:
Primeira: não devemos viver ou pensar de modo
a entristecer o Espírito Santo e assim impedir Sua
direção e impressões em nossas vidas e orações
(Romanos 8:26-27; Efésios 4:30).

17
Segunda: nós devemos orar inteligentemente
de acordo com Sua vontade revelada, ou seja,
as Escrituras.
Terceira: devemos buscar pela oração e das
Escrituras discernir a Sua vontade;

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Quarta: devemos chegar por nós mesmos em
tal estado diante de Deus que
estejamos abertos para conhecer a Sua
vontade, independentemente de qual seja Ela.
Impressões, relacionamentos humanos,
providências mal interpretadas e nossos próprios
preconceitos e desejos podem impedir o
discernimento correto de Sua vontade.
Finalmente, devemos orar fervorosamente e
com perseverança até que nossas orações
sejam respondidas ou a vontade de Deus seja
de outro modo providencialmente conhecida.
Isto explica por que muitas, mesmo a maioria de
nossas orações não podem ser respondidas,
respondidas de maneira que nós nunca
pretendemos ou após atrasos aparentemente
longos.
Nós somos pessoas que oram? Buscamos
seriamente a vontade de Deus em cada
situação dada pelo estudo da Palavra e oração
perseverante? Nós vivemos de tal modo diante
de Deus que o Seu Espírito não seja entristecido
nem extinguido? Estamos prontos para

18
conhecer e nos submeter à vontade de Deus,
independentemente do que Ela é ou quais são
Suas consequências?
99ª Pergunta – Qual foi a regra que Deus deu
para a nossa direção na oração?

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Resposta - A inteira Palavra de Deus é útil para
nos dirigir em oração, mas a direção específica
é dada pelo Senhor na Oração Modelo.
Mateus 6:9-13. 9”Portanto, vós orareis assim: “Pai
nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu
nome; 10Venha o teu Reino. Seja feita a tua
vontade, assim na terra como no céu; 11O pão
nosso de cada dia nos dá hoje; 12E perdoa-nos
as nossas dívidas, assim como nós perdoamos
aos nossos devedores; 13E não 200

19
nos conduzas à tentação; mas livra-nos do mal;
porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para
sempre. Amém”.
Veja também: Lucas 11:1-4; Romanos 8:26-27;
12:12; Efésios 6:17-18; 1 Tessalonicenses 5:17;

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Tiago 1:5-8; 4:2-3; 5:16-18.
COMENTÁRIO
Precisamos de direção na oração (Lucas 11:1-
13; Romanos 8:26-27). Nós muitas vezes oramos
errado por várias razões, e podemos encontrar
algumas das nossas orações mais sinceras e
ardentes sem resposta ou respondidas de uma
forma bastante diferente de como oramos ou
esperamos (2 Coríntios 12:8-9; Tiago 4:2-3; 1 Jo
5:14-15). É digno de nota que nosso Senhor deu
essa direção para a oração em duas ocasiões
diferentes (Mateus 6:5-15; Lucas 11:1-13).
Esta oração é comumente chamada "A
Oração do Senhor," mas esta ele não a fez e
não podia orar como o Filho impecável e eterno
de Deus, pois ela contém uma confissão de
pecado e também pede a libertação tanto da
tentação quanto do mal. Esta é ao contrário a
Oração Modelo que nosso Senhor ensinou aos
seus discípulos como um modelo para a oração
pessoal, privada e pública, "Portanto, vós orareis
assim" (Mateus 6:5-8). Esta oração tem um

20
prefácio, seis petições e uma conclusão ou
doxologia.
Esta Oração Modelo não deve ser relegada a
uma época passada, como se ela pertencesse
mais ao Velho Testamento e à lei do que ao

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Novo Testamento e à graça, ou, contudo, à
algum tempo futuro. De fato, a graça
caracteriza ambos os Testamentos. Ela é em
princípio e em substância o modelo ensinado
por nosso Senhor e é inteiramente adequada
para cada crente. Duas outras objeções têm
sido levantadas contra ela:
Primeira, esta oração não termina em nome de
Jesus. O ensinamento de Nosso Senhor sobre a
oração em seu nome foi dado mais tarde para
os mesmos discípulos que ele preparou para a
sua paixão (João 14:13-14; 15:16; 16:23-24,26).
Ela foi a lição final de nosso Senhor em oração
antes de sua paixão;
Segunda, o nosso próprio perdão é baseado
em nosso perdão aos outros, em vez da justiça
de Cristo e confissão do pecado. A verdade
que permanece é que ninguém pode
simplesmente orar estaticamente com uma
atitude implacável e ter qualquer expectativa
que o Senhor responderá tal oração. A
presunção é o oposto da atitude humilde
necessária para a oração (Isaías 57:15; Mateus

21
6:14-15). Os presunçosos têm uma atitude
imperdoável porque eles não sentiram a
desesperada necessidade de serem perdoados
ou a alegria de serem perdoados. Uma atitude
imperdoável estaria completamente fora de

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funcionamento com todo o teor não só desta
oração, mas da oração em si. Orações sem
graça não são de autoria do Espírito nem
respondidas por um Deus gracioso (Lucas 18:9-
14).
O contexto desta Oração Modelo (Mateus 6:5-
8) deve ser considerado, pois ele contém
algumas advertências necessárias e
orientações valiosas:
Primeiro: as instruções para esta Oração Modelo
preocupam-se com a oração pessoal, assim o
que o nosso Senhor aqui nos ensina é
principalmente para a oração 201

22
pessoal; não está diretamente relacionada com
a oração pública. A repetição mecânica desta
oração no culto público, em vista do ensino de
nosso Senhor, é no mínimo questionável. NÃO
devemos orar a fim de fazer uma cena ou

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buscar produzir um efeito;
Segundo: a oração é um assunto privado entre
o indivíduo e Deus. Tal oração, se possível, deve
ser a mais privada possível para que não haja
distrações ou ouvintes humanos. Isto pode
implicar que alguém pode dar lugar a toda
variedade de palavras e emoções sem
qualquer audiência humana. Quando alguém
está a sós com Deus em comunhão com Ele,
não deve haver quaisquer restrições ou
inibições;
Terceiro: nosso Senhor proíbe rigorosamente
frases sem sentido e expressões vazias que não
denotam o verdadeiro espírito de oração, e
refletem negativamente sobre a concepção de
alguém acerca de Deus. Nós devemos orar
como cristãos, não como pagãos! O crente
deve orar com um conhecimento bíblico de
Deus e não com equívocos e mal-entendidos.
Quarto: nossa oração deve refletir o caráter de
Deus. Ele sabe as coisas das quais temos
necessidade, antes de pedir a Ele. Isto implica
que o nosso conhecimento de Deus, Sua

23
natureza e caráter, devem ser refletidos em
nossas orações. Ele é um verdadeiro teólogo
que pode orar corretamente!
Finalmente, nosso Senhor promete uma
recompensa aberta em resposta à oração

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privada. Nós somos um povo verdadeiramente
de oração? Você é uma pessoa que ora? (Atos
9:11).
100ª Pergunta - O que o prefácio da Oração
Modelo nos ensina?
Resposta - O prefácio ensina que Deus é nosso
Pai, que está exaltado em soberano poder e
glória, e que a nossa aproximação deve ser
sempre com a devida reverência e humildade.
Mateus 6:9. “Portanto, vós orareis assim: Pai
nosso, que estás nos céus...”
Veja também: Lucas 11:13; Romanos 8:15;
Efésios 2:18; 1João 3:1-2 ,10.
COMENTÁRIO
Esta Oração Modelo é um modelo para as
nossas orações pessoais, privadas e públicas
quanto ao seu conteúdo e características
(Mateus 6:5-15; Lucas 11:1-4). Ela não é uma
oração para ser repetida de forma mecânica
ou de forma ritualística, pouco inteligente,
embora ela possa servir para dar ao coração e
à mente uma estrutura adequada.

24
Embora o contexto marque claramente esta
como oração privada (v. 5-9), contudo Deus
deve ser tratado como "Pai Nosso." Como nosso
Senhor estava ensinando os seus discípulos, o
uso do plural seria de se esperar, mas não existe

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um senso de comunidade, uma consciência de
outros, especialmente outros crentes, mesmo
202

25
na oração particular? Esta pluralidade
caracteriza toda a oração em ambos os
exemplos. O crente não é considerado nas
Escrituras, nem deve considerar-se, como uma
entidade isolada. Não há lugar para o egoísmo

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no crente, nem mesmo na oração privada.
Somente aqueles que podem reivindicar
corretamente Deus como Seu Pai de acordo
com o testemunho das Escrituras podem orar
verdadeiramente. A oração verdadeira e
bíblica pressupõe um relacionamento correto
com Deus, uma base correta de abordagem
por meio do Senhor Jesus Cristo tanto como
Mediador quanto como Sumo Sacerdote
(Romanos 5:1-2; 1 Timóteo 2:5; Hebreus 4:14-16;
7:25; 9:11-14; 1João 2:1), com o auxílio do Espírito
Santo (Romanos 8:14-17,26-27; Gálatas 4:6-7), e
uma atitude correta de abordagem (Filipenses
4:6; Lucas 24:42). As orações de Cornélio foram
notadas por Deus, que o estava preparando
para a conversão (Atos 10:1-6,22,34-35; 11:13-
14).
O prefácio ensina que embora Deus seja nosso
Pai (Romanos 8:14-15), Ele não deve ser
abordado com familiaridade indevida, mas
com reverência, humildade e uma consciência
de Seu poder, Glória e Majestade. Esta
consciência Divina e do progresso de

26
humildade correspondente ao longo desta
oração. Nós vivemos com uma verdadeira
consciência Divina?
101ª Pergunta - O que a primeira petição da
Oração Modelo nos ensina?

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Resposta - A primeira petição nos ensina que o
nome de Deus deve ser magnificado e que nós
devemos glorificá-lo em todas as coisas.
Mateus 6:9. “...Santificado seja o teu nome”.
Veja também: Salmos 5:11; 86:11; 111:9; 145:1;
Isaías 42:12; Mateus 5:16; 1 Coríntios 10:31; 1
Pedro 4:11.
COMENTÁRIO
Esta petição nasce tanto de um desejo quanto
de um senso de dever. Esta oração começa
com uma verdadeira consciência Divina que
permeia sua totalidade. Nós devemos desejar
que o Nome de Deus seja tratado e
considerado como sagrado em todas as coisas.
Isto pressupõe uma aversão ao pecado em nós
mesmos, uma submissão voluntária à
providência Divina e um esforço para trazer os
nossos poderes de suportar dentro de nossa
esfera de influência para a glória e honra de
Deus. Isto deve ser primário e estar em primeiro
lugar em nossas vidas e pensamentos. Deve
cancelar imediatamente qualquer
egocentrismo, presunção ou agenda pessoal.

27
Nós também precisamos da Palavra de Deus
para direção, e sua graça e Espírito para a
capacitação de glorificá-lo corretamente.
Esta primeira petição deve ser uma que
transforma a vida, uma vez que afeta toda a

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vida e a realidade. Orar para que o nome de
Deus seja santificado significa literalmente que
todas as coisas na esfera da realidade devem
ser trazidas em subserviência para esta grande
e gloriosa verdade - nosso trabalho, energias,
prazeres, relacionamentos, propósitos, serviço,
desejos e esperanças. Quão rapidamente nós
203

28
esquecemos isto a menos que seja
constantemente impressionado em nossas
mentes e corações!
102ª Pergunta - O que a segunda petição da
Oração Modelo nos ensina?

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Resposta - A segunda petição nos ensina que o
reino de satanás será destruído e o Reino da
graça de Cristo será aumentado e o Reino da
glória será acelerado.
Mateus 6:10. “Venha o teu Reino...”
Veja também: Daniel 7:27; Mateus 3:2; 6:33; 7:21;
11:12; Marcos 10:15; Lucas 1:33; 17:21; Romanos
8:28; 14:17; 16:20; 1 Coríntios 4:20; 15:24-28;
Efésios 2:2-3; Colossenses 1:12-13; 1
Tessalonicenses 2:12; 2 Timóteo 4:1,18; 2 Pedro
1:11; 3:13; 1 João 3:8; Apocalipse 12:12; 20:1-10;
22:20.
COMENTÁRIO
Como a primeira petição está relacionada com
a santidade ou a glória e honra do Nome de
Deus, a segunda está relacionada com o
aumento do Seu Reino. Não é significativo que
o aumento do Reino de Deus deve ser um dos
principais interesses de todos os crentes? Deve
ser mais um interesse primário do que as nossas
próprias necessidades diárias.
Nosso Senhor veio para desfazer as obras, ou o
reino, de satanás (1João 3:8). Isto começou

29
com sua tentação no deserto (Mateus 4:1-11) e
terminou com sua paixão, ressurreição e
ascensão ao céu (Hebreus 1:1-3; 2:9-15). O reino
de satanás é mantido pelo seu poder (2
Coríntios 4:3-6; Efésios 2:2-3; Apocalipse 12:12),

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mas Deus está destruindo-o e acabará por
destruí-lo para sempre (1 Coríntios 15:24 -25;
Efésios 2:4-10; Colossenses 1:12-13; Apocalipse
20:1-6,10).
Nesta petição, nós oramos para que o reino de
satanás seja destruído e que o reino de Cristo
aumente Isto implica:
Primeiro, a vitória final do evangelho por todo o
mundo, ou seja, que o evangelho será pregado
a todas as nações, a conversão dos judeus
(Romanos 11), e que nossa fé deve elevar-se
acima e além das presentes provações, da
guerra e da oposição espiritual, para descansar
em si mesma no propósito final e infalível de
Deus;
Segundo: esta petição implica que os crentes
devem ser evangelísticos domesticamente e
pelas missões estrangeiras. O reino de Deus é o
domínio espiritual Dele, e isto começa sobre
uma base individual na regeneração e na
conversão. A proclamação do evangelho foi
concedida aos crentes individualmente e às

30
igrejas corporativamente (Mateus 28:18-20;
Marcos 16:15; Lucas 24:46-47; Atos 1:8);
Terceiro: esta petição implica que nós devemos
orar por tempos de avivamento e
despertamento espiritual, os prometidos

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"tempos de refrigério (que devem vir) pela
presença do Senhor" (Atos 3:19). Orar
verdadeiramente esta oração é estar disposto a
fazer o que pudermos para estender o Reino de
Deus entre os homens. O aumento do Reino de
Deus é uma prioridade em nosso pensar e em
nosso agir? 204

31
103ª Pergunta - O que a terceira petição da
Oração Modelo nos ensina?
Resposta - A terceira petição nos ensina que
devemos orar para que Deus em Sua graça nos
torne capazes e dispostos a conhecer,

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obedecer e submeter-nos à Sua vontade em
todas as coisas, sem dúvida ou reclamação,
como é feito no céu.
Mateus 6:10. “...Seja feita a tua vontade, assim
na terra como no céu.”
Veja também: Salmos 119:4-5; Daniel 4:35; Atos
21:14; Romanos 8:7-9; 12:1-2; 1 Coríntios 2:14;
Colossenses 1:11; Hebreus 12:5; Tiago 1:2-4; 4:1-
3,13-15.
COMENTÁRIO
As três primeiras petições estão todas ocupadas
com os pensamentos de Deus, sua santidade,
glória, reino, vontade e propósito. Estas são as
grandes prioridades para nossas mentes,
corações e vontades. Estas devem ser mantidas
como as maiores prioridades, antes mesmo de
nossas próprias necessidades pessoais e diárias.
Esta petição refere-se tanto à vontade secreta
de Deus (Deuteronômio 29:29) quanto à Sua
vontade revelada, ou seja, a Sua verdade
escrita. Enquanto devemos nos submeter a esta
última em obediência, podemos ser provados
intensamente pela primeira quando ela ocorrer

32
sob a forma de providências sombrias,
provação inesperada ou tragédia, tudo muito
contrário à nossa vontade ou expectativa.
Murmurar ou afligir-se contra a vontade secreta
de Deus quando ela é dada a conhecer de

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forma contrária deriva tanto de uma falta de
santificação quanto de um elemento inerente
da incredulidade. Tal fato, por vezes, pode
importunar até mesmo os mais piedosos entre os
crentes até que o coração e a mente sejam
subjugados (2 Coríntios 12:7-10).
Por natureza, esta petição vai contra nossas
mentes, corações e vontades. Nós queremos
naturalmente nosso próprio conforto e caminho
como uma grande prioridade. Na esfera da
graça, no entanto, nós seremos chamados a
sofrer adversidades e injustamente sofrer
perseguição por causa do Reino de Deus (Atos
14:22; Romanos 8:35-37; 2 Timóteo 3:12; 1 Pedro
4:1-2). É somente pela fé que podemos
verdadeiramente submeter-nos à vontade de
Deus, sem dúvida e reclamação, e sem
ansiedade ou receio (Romanos 8:28-31;
Filipenses 4:6-7; 1 Pedro 2:19-23; 5:6-7).
Ao considerar a questão da vontade de Deus,
e a humilde submissão do crente a Ela, o
assunto da oração sem resposta deve ser
discutido. Poucas coisas são mais difíceis,

33
mesmo agonizantes para o crente que as suas
orações permanecerem sem resposta. Se tais
fervorosas orações são manifestamente para a
causa de Cristo e para a glória de Deus, e NÃO
de próprio interesse ou de conforto, por que tais

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pedidos fervorosos não são sempre
respondidos? Não é verdade que "a oração
feita por um justo pode muito"? Que "os homens
devem orar sempre e nunca desfalecer"? Que
nós devemos "chegar com confiança ao trono
da graça, para que possamos alcançar
misericórdia e achar graça, a fim de sermos
ajudados em tempo oportuno"? Que nós
estamos a persistir sem inibições até que
tenhamos uma resposta? (Lucas 11:5-8; 18:1-8;
Tiago 5:16-18; Hebreus 4:16). 205

34
As razões para orações não respondidas são
variadas:
Primeira: simplesmente pode não ser a vontade
de Deus responder a uma determinada oração.
A vontade de Deus é o último fator decisivo não

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nossa urgência, fervor ou importunação,.Ele
glorifica-se a si mesmo no bem maior, e isso
muitas vezes é uma questão de Sua vontade
secreta, que permanece desconhecida para
nós (1João 5:14-15). Podemos ser muito
fervorosos ou emocionais, mas não temos a
liderança do Espírito para tais petições
(Romanos 8:26-27). Esta é uma palavra pesada,
mas está de acordo com o ensinamento das
Escrituras. Confiamos que tais encargos na
oração derivam do Espírito, portanto, as
emoções e anseios do coração podem
facilmente se tornarem substitutos para o
impulso do Espírito. Muitas vezes, o tempo deve
revelar por que Deus não respondeu a algumas
das nossas orações. Poderíamos ter decidido
por algo muito abaixo daquilo que nosso Senhor
foi mais tarde conceder. Teríamos cometido
grandes erros aos quais nós estávamos cegos no
momento. Deus nunca é cruel quando Ele não
responde às nossas orações como queremos
(Romanos 8:28). Não há dureza em Sua atitude
em relação a nós (Efésios 2:7). Um grande

35
cristão disse uma vez que ele tinha vivido o
suficiente para agradecer a Deus porque Ele
não tinha respondido muitas das suas orações!
Outro escreveu: "Tenho certeza de que
receberei o que eu peço ou o que deveria

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pedir.";
Segundo: nós devemos ter a certeza de que
nossas orações estão de acordo com a
vontade revelada de Deus, ou seja, sua Palavra
escrita. As orações que vão contra a vontade
revelada de Deus são perguntadas erradas,
assim como as orações que são simplesmente
egoístas (Tiago 4:1-4). A pessoa que ora melhor
deve ser a que está saturada com as Escrituras
corretamente entendida;
Terceiro: o pecado não confessado impede
nossa comunhão com Deus e impede a
verdadeira oração (Salmos 66:18). Pensar que
podemos orar com um conhecimento
consciente de pecado não confessado é uma
afronta à santidade e à autoconsistência moral
de Deus;
Quarto: a oração é um ato de fé. Na verdade,
ela é o supremo ato de fé para o crente nesta
vida. Todas as pressuposições da oração
necessitam a fé. Veja a Pergunta 97. Se nós
orarmos em incredulidade, não podemos
esperar que nossas orações sejam respondidas.

36
Devemos lembrar, no entanto, os grandes
exemplos de oração descrente que Deus,
contudo, respondeu: o murmúrio do povo de
Israel em Cades-Barnéia (Números 14:1-30), e a
oração pela libertação de Pedro da prisão

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(Atos 12:1-17). No primeiro exemplo, Deus ouviu
as murmurações e queixas deles, e deu-lhes a
sua resposta horrível, que eles nunca
esperavam. No segundo, a igreja manteve-se
em oração, embora eles equivocadamente
pensassem que se Deus tivesse respondido a
oração deles, Ele teria feito isso antes. Ele
literalmente esperou até o último momento.
Assim, nós aprendemos que deveríamos levar
nossas orações e queixas diante de Deus
seriamente e deveríamos perseverar na oração
com fé apesar de quaisquer dúvidas, medos ou
incredulidade que possam surgir;
Quinto: poderia não ser o tempo de Deus. Ou
nós não poderíamos estar preparados para
receber tais respostas como tão ardentemente
desejávamos, ou as variadas circunstâncias não
poderiam,contudo, estar alinhadas no
propósito Divino. Os atrasos de 206

37
Deus não são necessariamente Suas negações.
Se nossa causa é justa, devemos perseverar até
que haja provas claras de que não é a vontade
de Deus (2 Coríntios 12:7-9);
Finalmente, Deus pode não responder por um

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tempo prolongado até que sejamos trazidos ao
fim de nós mesmos e totalmente quebrados.
Essa agonia da oração sem resposta torna-se
então uma grande provação para fortalecer a
nossa fé, para nos conduzir à confissão de
pecados que não podíamos usualmente tratar
ou querer tratar, e para nos ensinar a paciência
(Lucas 11:5-8; 18:1-18; Tiago 1:2-8). As maiores
bênçãos de Deus nunca são obtidas
facilmente. Se todas as nossas orações fossem
respondidas de imediato, onde estaria a nossa
fé, paciência e perseverança? Não causaria
uma certa quantidade de presunção e
impaciência ?
Nós devemos, portanto, procurar ser tão
corretos o quanto pudermos de tal modo que
nossas orações procedam por motivos puros,
que honrem e glorifiquem a Deus, que elas
sejam escriturísticas em princípio, que nosso
fardo seja do Senhor e não meramente de
fervor emocional ou idealismo religioso, que nós
peçamos na fé e não na incredulidade, e que
nós oremos com uma resignação à vontade de

38
Deus. Nós podemos e nos submeteremos à
vontade do Pai sem objeção ou reclamação?
104ª Pergunta - O que a quarta petição da
Oração Modelo no ensina?
Resposta - A quarta petição nos ensina que

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nossas necessidades diárias para com os
cuidados desta vida são da preocupação de
Deus e são legítimos para serem assuntos para a
oração.
Mateus 6:11. “O pão nosso de cada dia dá-nos
hoje.”
Veja também: Gênesis 2:17; 3:17-19;
Deuteronômio 8:7-18; 28:15-18; Salmos 103:1-5;
128:2; Provérbios 6:6-8; 30:8-9; Mateus 4:4; 6:25-
34; Marcos 7:18-23; Lucas 24:30; Romanos 8:35-
37; Efésios 4:28; Filipenses 4:6-7,19; 1 Timóteo 4:1-
5; 6:17; Tiago 4:2-3; 1 Pedro 5:6-7.
COMENTÁRIO
Quando o homem caiu em Adão e apostatou
de Deus, ele perdeu o direito à abundância da
terra e tornou-se sujeito a várias privações,
trabalho exaustivo e resultados diminuídos
(Gênesis 2:16-17; 3:17-19). Contudo, Deus cuida
de todas as Suas criaturas, mesmo os
pecadores, e especialmente de Seus próprios
filhos espirituais. O essencial da vida e até
mesmo seus prazeres mundanos são assuntos de

39
interesse para Ele (Atos 14:15-17; Filipenses 4:6-
7,19; 1 Timóteo 4:1-5; 6:17; 1 Pedro 5:6-7).
Nesta petição somos lembrados de nossa
fragilidade e limitações como criaturas e da
nossa dependência total de Deus como nosso

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Pai celestial amoroso e carinhoso. Para os
crentes, todos os dias de nossa existência
terrena com suas necessidades e cuidados é
um teste de fé. 207

40
Somos ensinados nesta petição que devemos
confiar em Deus em uma base diária para as
necessidades e legítimas alegrias da vida.
Como o homem não deve viver só de pão, esta
petição pode ser considerada como se

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estendendo também às nossas necessidades
espirituais diárias (Mateus 4:4). Também estamos
proibidos de nos preocupar com o futuro, como
se o nosso Deus ignorasse nossas necessidades
ou falhasse em sustentar-nos (Mateus 6:24-34).
Ainda somos ensinados que devemos aprender
a contentar-nos com o que Deus
providencialmente tem fornecido (Filipenses
4:11-13,19). Finalmente, somos ensinados que
nosso Pai Celestial é um Deus que está próximo
e não distante de nós (Salmos 103:1-6,13-14;
139:1-18; Mateus 10:29-31; Atos 17:25-28;
Hebreus 4:13). Nós levamos todas as coisas a
Deus em oração?
105ª Pergunta - O que a quinta petição da
Oração Modelo nos ensina?
Resposta - A quinta petição nos ensina que
todos nós somos culpados do pecado, e que
esta consciência deve proibir um espírito
implacável e nos levar a perdoar os outros.
Mateus 6:12. “E perdoa-nos as nossas dívidas,
assim como nós perdoamos aos nossos
devedores.”

41
Lucas 11:4. “E perdoa-nos os nossos pecados,
pois também nós perdoamos a qualquer que
nos deve.”
Veja também: Salmos 68:11; Mateus 5:43-44;
6:14-15; Lucas 18:9-14; Romanos 12:14; Tiago 4:2-

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3.
COMENTÁRIO
O pecado, aqui denominado de dívida, possui
cinco terríveis realidades: é real ou verdadeiro,
e não meramente a invenção da imaginação
de alguém. Ele carrega tanto a culpa quanto a
pena; também polui e existe como um poder
usurpador que pretende dominar a vida. Veja a
Pergunta 36. Todo ser humano é um pecador
por imputação, por natureza e por
pensamentos pessoais, palavras e ações. Cada
e todo pecado é contra Deus (Salmos 51:4).
Uma consciência de Deus e uma consciência
do pecado devem ser inseparáveis para
criaturas pecadoras (Gênesis 18:27; Jó 40:4;
42:5-6). Isto significa que quando alguém busca
verdadeiramente a face de Deus em oração,
ele é necessariamente assediado por sua
própria pecaminosidade inerente. Sua única
base de aceitação e abordagem é a justiça
imputada de Jesus Cristo e Sua obra de
intercessão (Romanos 5:1-2; Hebreus 7:25; 9:11-
14; 1 Jo 2:1). Veja a Pergunta 74. Esta petição

42
contradiz toda pretensa de superioridade e
presunção por parte de qualquer crente. Tanto
a glória da cruz quanto da realidade da oração
são destinadas a humilhar e a endireitar cada
um de nós. Deve ser notado que esta petição é

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a única para a qual nosso Senhor acrescenta
mais um comentário após o seu ensinamento
sobre a oração (Mateus 6:14-15).
Esta petição nos ensina que não podemos nos
aproximar de Deus em oração com uma
atitude implacável. Tal seria totalmente
estranha e impediria qualquer possibilidade de
verdadeira oração. Tal atitude implacável
deriva de uma presunção e egocentrismo 208

43
pecaminosos e uma falta de compreensão
adequada de nosso próprio estado perdoado
diante de Deus. Quando nos aproximamos de
nosso Pai Celestial, que está entronizado em
glória, com uma verdadeira consciência de

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Deus e uma consciência própria, aproximamo-
nos Dele como um verdadeiro ato de
adoração, somos grandemente humilhados, e
preenchidos com um senso de nosso próprio
perdão, aceitação e reconciliação por meio de
Jesus Cristo. Uma consciência própria
pecaminosa pode produzir grande humildade,
mas a consciência da graça Divina traz tanto
grande humildade quanto grande alegria. Nós
temos uma atitude de perdão? (Marcos 11:25-
26; Lucas 11:04; 17:3-4; Efésios 4:32).
106ª Pergunta - O que a sexta petição da
Oração Modelo nos ensina?
Resposta - A sexta petição nos ensina que,
mesmo como crentes, somos suscetíveis à
tentação e ao mal, e necessitados de
constante apoio Divino e libertação.
Mateus 6:13. “E não nos conduzas à tentação;
mas livra-nos do mal;...”
Veja também: Gênesis 3:1-7; 22:1; 39:7-9;
Deuteronômio 13:3; Juízes 2:21-22; 1 Reis 22:19-
23; 2Crônicas 32:31; Jó 1:12; 2:6; Salmos 119:113;
141:4; Mateus 16:21-23; 26:41; Lucas 9:53-56;

44
22:31-32; João 13:2; 1 Coríntios 10:13; 2 Coríntios
2:11; 11:3; Efésios 6:10-17; 1 Timóteo 2:12-14;
Hebreus 11:37; Tiago 1:2-4; 13-16; 1 Pedro 5:8-9.
COMENTÁRIO
Neste ponto, podemos notar a escala

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descendente nesta Oração Modelo. Tem sido
dito que nós começamos como uma criança a
seu Pai, então como uma criatura a seu Deus,
como um súdito a seu Rei, como um servo ao
seu Mestre, como um mendigo ao seu Benfeitor,
como um devedor ao seu Credor, como um
escravo ao seu Libertador, e finalmente,
subimos como um cidadão ao seu Soberano.
Esta petição introduz o chamado "Problema do
Mal" no pensamento de alguns que são
desprovidos de uma fé escriturística. Isto é
discutido na pergunta 27.
A linguagem desta petição pode ser entendida
em um sentido diferente do Grego: "Não
comece a conduzir-nos em tentação," isto é,
mantenha-nos longe da tentação ou
provação, como a mesma palavra pode ser
"tentação" ou "teste." Torna-se então o grito de
coração do crente, consciente de sua
suscetibilidade para com a tentação e o
pecado, para ser mantido longe de qualquer
um. A segunda parte pode ser traduzida, "mas
livrai-nos do maligno," referindo-se ao diabo

45
pessoalmente em vez de apenas do mal em
geral. Constantemente necessitamos de
libertação de ambos.
Devido ao pecado interior e à corrupção
remanescente (Romanos 7:13-8:4), às astutas

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ciladas do diabo e aos seus ataques ferozes
(Efésios 6:11; 1 Pedro 5:8-9), e à sedução do
mundo (1 João 2:15-17), os crentes ainda estão
muito suscetíveis à tentação e ao pecado nesta
vida (Eclesiastes 7:20; Tiago 1:13-16; 1 João 1:8-
10; 2:1). Isto revela a necessidade de vigilância,
de mortificação e do ministério constante da
graça Divina 209

46
em nossas vidas (João 1:16). A graça nos
santifica, sustenta-nos e mantém-nos (Efésios
2:8), nos encoraja a orar (Romanos 5:1-2;
Hebreus 4:14-16), nos capacita a servir na causa
de Cristo fielmente (1 Coríntios 15:8-10), nos

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capacita a perseverar fielmente e a sofrer
adversidade (2 Coríntios 12:7-10; Filipenses 1:29).
Quantos cristãos diária e seriamente oram por
livramento do maligno? satanás pode ter um
tremendo poder sob a permissão soberana de
Deus (2 Tessalonicenses 2:8-9). Ele pode
influenciar as decisões (1Crônicas 21:01ss),
influenciar saqueadores e exércitos (2 Reis 6:15-
17; Jó 1:6-17), enviar catástrofes naturais (Jó
1:18-19), ferir com a doença (Jó 2:4-7; Lucas
13:16; 2 Coríntios 12:7) e foi descaradamente
ousado o suficiente para tentar o próprio Filho
de Deus (Mateus 4:1-11)! O diabo está
ativamente empenhado em enganar os
crentes (Mateus 16:21-23; Lucas 22:31; 2
Coríntios 2:10-11; Efésios 6:10-18), interromper os
seus trabalhos evangelísticos e ministeriais
(Mateus 13:19; Marcos 4:15; Atos 26:18; 2
Coríntios 4:3-6; 1 Tessalonicenses 2:18) e torná-los
ineficazes nas vidas deles (1 Pedro 5:8-9). Ele é o
nosso arqui-inimigo e nós necessitamos de
libertação constante e diariamente, de acordo
com os ensinamentos de nosso Senhor sobre

47
oração. A terrível referência a Ananias e Safira
serve como uma severa advertência quanto ao
poder e influência do diabo nos crentes
professos (Atos 5:1-10). A família e a igreja
fornecem solo fértil para as obras do diabo (1

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Coríntios 5:1-5; 7:5; 2 Coríntios 11:13-15; 1 Timóteo
5:14-15). Nós levamos esta petição a sério?
107ª Pergunta - O que a conclusão e a
doxologia da Oração Modelo nos ensinam?
Resposta - A conclusão e a doxologia nos
ensinam a aplicar nossos argumentos na oração
com um apelo a Deus em Sua soberania, poder
e glória. O testemunho de nosso desejo e
segurança é afirmado no "Amém."
Mateus 6:13. “...Porque Teu é o Reino, e o Poder,
e a Glória, para sempre. Amém!”
Veja também: 1 Crônicas 29:11-13; 2 Crônicas
20:6; Salmos 21:9; 96:10; Isaías 6:1-3; Daniel 4:35;
7:27; 9:18; Romanos 15:30; 2 Coríntios 10:17;
Efésios 3:21; Filipenses 4:6-7.
COMENTÁRIO
Embora alguns textos antigos e o outro registro
do evangelho (Lucas 11:2-4) não contenham a
conclusão e a doxologia, os elementos são
ensinados em outros lugares nas Escritura e
estão de pleno acordo com a analogia da fé
ou o ensino geral e coerente da Escritura
(1Crônicas 29:11). A conclusão e a doxologia

48
são apropriadas para a verdadeira oração. A
afirmação é uma conclusão condizente com
toda a oração e também tem uma estreita
ligação com a petição imediata. Nós oramos
para sermos libertos do maligno, pois o Reino e

W. R. Downing - Um Estudo Introdutório da Doutrina Bíblica Em Forma de Catecismo Com Comentário


o poder e a glória pertencem a Deus, não ao
maligno! Em tempos de grande provação,
tentação e oposição espiritual, e no contexto
deste mundo mal, este é um lembrete
abençoado.
A Escritura nos ensina a usar argumentações ou
razões quando submetemos nossas súplicas a
Deus em oração (Isaías 41:21). Nossa própria
fidelidade ou obras não 210

49
devem servir de argumentação e/ou
barganha, mas a nossa a argumentação deve
ser baseada na regra, fidelidade, promessas,
propósito e glória de Deus. Como aqui,
devemos unir nossas petições com louvores

W. R. Downing - Um Estudo Introdutório da Doutrina Bíblica Em Forma de Catecismo Com Comentário


(Salmos 103:1-5; Filipenses 4:6). Esta conclusão
nos ensina, ainda, que toda nossa força, poder
e a esperança estão no Senhor Jesus Cristo,
separado de Quem NADA podemos fazer (João
15:5).
A palavra "Amém" deriva do verbo Hebraico
"crer, confirmar." "Abraão creu no Senhor," isto é,
literalmente, disse: "Amém" à promessa de Deus
ou confirmou-a em e para si mesmo (Gênesis
15.6). Quando nós oramos no nome de Jesus,
buscamos orar apropriadamente sob sua
autoridade, confiando única e corajosamente
em sua justiça e em submissão à sua vontade.
Quando terminamos nossa oração com um
"amém," estamos dizendo pela fé, "Que assim
seja," ou "eu creio" (Números 5:22; Deuteronômio
27:15-26; 1 Reis 1:36; 1 Crônicas 16:36; Neemias
5:13; 8:6; Salmos 41:13; Romanos 1:25; 11:36; 1
Coríntios 14:16). Nossas orações são verdadeiros
atos de adoração?

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