Sei sulla pagina 1di 5

Evolução das Políticas Energéticas em Portugal e no Âmbito

da União Europeia

Pedro da Costa Saraiva


ISEL – Instituto Superior de Engenharia de Lisboa

Área Departamental de Engenharia Mecânica

R. Conselheiro Emídio Navarro 1, 1959-007 Lisboa, Portugal

E-mail: A40628@alunos.isel.pt, web: http://www.isel.pt

Resumo energia que tem vindo sofrer uma redução nos


últimos anos, sendo exemplo desta realidade a
As políticas de energia e ambiente têm vindo cada
redução de 6% em 2013 relativamente a 2010 do
vez mais a adquirir uma elevada importância
consumo de energia primária, e da redução de
estratégica e económica. O presente artigo tem
14,3% no consumo de energia final.
como objetivo descrever o percurso das energias
e das políticas a elas associadas nas últimas
décadas em Portugal, assim como a sua 2. Portugal e a Dependência Energética
contextualização no panorama Europeu.
Foi com a revolução industrial, que os
1. Introdução
combustíveis fósseis se tornaram o principal
O panorama mundial energético está em suporte das sociedades e das economias
constante mudança, quer por força da economia, ocidentais. Portugal foi o último dos países da
diretamente ligada à procura de energia, quer por Europa ocidental a tornar-se industrializado,
força das alterações climáticas que nos obrigam a sendo que só a partir de meados do século XX é
uma ação imediata e corretiva para travar o que a produção industrial se conseguiu impor
aumento das emissões de Gases com Efeito de perante o peso da agricultura na economia
Estufa. portuguesa. Isto deve-se ao facto de Portugal ser
um país com escassos recursos energéticos
Na União Europeia (UE), as políticas de energia fósseis endógenos, nomeadamente, aqueles que
assumem uma importância económica e asseguram a generalidade das necessidades
estratégica fundamental, principalmente se energéticas da maioria dos países desenvolvidos
tivermos em conta que, já na sua origem, a UE (como o petróleo, o carvão e o gás natural). A
contava com duas organizações orientadas para escassez de recursos fósseis, conduziu então a
esta temática, nomeadamente, a Comunidade uma elevada dependência energética do exterior.
Europeia do Carvão e do Aço e a Comunidade
Europeia de Energia Atómica. Os principais desafios e objetivos da atual política
energética nacional, relacionam-se com a redução
Portugal não é exceção, e o clima económico que da dependência energética do exterior.
se vive tem implicações diretas no consumo de
Olhando para a evolução da matriz energética que este plano deve ser revisto com uma
nacional nas últimas décadas, podemos verificar periodicidade de 2 anos.
que Portugal apresenta uma dependência Atualmente, Portugal é um dos líderes europeus
energética elevada. Os valores desta dependência no que diz respeito à aposta nas energias
energética situam-se entre os 80 e 90%, fruto da renováveis, tendo alcançado resultados bastante
inexistência de produção nacional de fontes de positivos nos últimos anos. Analisando a figura 1,
energia fósseis, como o petróleo ou gás natural, verifica-se uma redução da dependência
que contribuem significativamente no consumo energética do exterior (73,9% em 2013 face a
de energia. 88,8% em 2005). Registou-se também um
aumento da produção doméstica de energia para
A aposta nas energias renováveis e na eficiência garantir níveis elevados de segurança de
energética, com maior incidência nos últimos abastecimento (26,2% do consumo total de
anos, tem permitido a Portugal baixar a sua energia primária em 2013 contra 13,0% em 2005)
dependência para níveis inferiores a 80%, como e redução das emissões de GEE (-21,6% em 2012
se pode visualizar na figura 1, presente nos face a 2005).
anexos. No entanto, a variação do regime
hidrológico, associado a uma grande componente É de salientar também o contributo deste setor
hídrica no sistema electroprodutor nacional, (FER) para a economia portuguesa, traduzindo-se
influencia negativamente a dependência na criação de novos postos de emprego a nível
energética em anos secos, como foi o caso do ano industrial e empresarial, contribuindo para o
2005 ou 2008. desenvolvimento regional, dinamizando as
exportações de bens e serviços, impulsionando a
3. Metas Nacionais no contexto das inovação e investigação científica, capaz de
Energias Renováveis captar investimento internacional e de estimular a
internacionalização das empresas nacionais.
De acordo com a Diretiva 28/2009/CE, é exigido
aos países membros da UE a inserção num plano
4. Indicadores de Consumo Energético
de promoção da utilização de energia proveniente
de fontes renováveis. Ao nível dos indicadores de consumo de energia
per capita, em 2013, verificou-se na energia
O Plano Nacional de Ação para as Energias primária um consumo de 2,1 tep/habitante (+8%
Renováveis (PNAER), traça os objetivos face a 2012), na energia final 1,5 tep/habitante (-
nacionais para cada Estado-Membro relativos à 0,5% face a 2012) enquanto que na eletricidade
quota de energia proveniente de fontes foi de 4,3 MWh/habitante (-1,7% face a 2012).
renováveis consumida nos setores dos
Transportes (FER-T), Eletricidade (FER-E) e Tendo em contas os valores acima mencionados
Aquecimento e Arrefecimento (FER-A&A) em e comparando com os restantes países da UE-28,
2020. O PNAER define também as respetivas verificou-se que, em 2013, Portugal foi o 4º país
trajetórias de penetração, de acordo com o ritmo com o menor consumo por habitante, com cerca
de implementação das medidas e ações previstas de 35,0% abaixo da média da UE-28 (figura 2).
em cada um desses setores, tendo em Quanto ao indicador consumo de energia per
consideração os efeitos de outras políticas capita em energia final, quando comparados os
relacionadas com a eficiência energética no dados dos países da UE-28, verificou-se que, em
consumo de energia. Ficou também estabelecido 2013, Portugal foi o 6º país com o menor
consumo por habitante, cerca de 31,3% abaixo da A implementação do novo PNAEE prevê uma
média da UE-28. economia energética total de 1 501 305 tep, em
energia final, no ano de 2016, correspondendo a
5. Metas Nacionais ao nível da Eficiência uma economia de 8,2% face ao período de
Energética referência (média do consumo total de energia
final no período 2001-2005). A implementação
A Diretiva 2006/32/CE, do Parlamento Europeu
deste Plano permitiu atingir, em termos
e do Conselho, de 5 de abril de 2006, relativa à
acumulados até finais de 2013, um total de
eficiência na utilização final de energia e aos
940.153 tep, o que corresponde a 63% das
serviços energéticos, transposta pelo Decreto-Lei
economias energéticas previstas e equivalente a
n.º 319/2009, de 3 de novembro, estabeleceu
5,1% do objetivo proposto para 2016, o que está
como objetivo geral indicativo, a obtenção de
em linha com o previsto (figura 3).
economias de energia de 9% no nono ano de
aplicação da Diretiva (2016), por comparação
6. O Futuro das Energias no contexto
com o período 2001-2005, tendo também
Europeu
definido uma obrigação dos Estados-Membros de
apresentarem à Comissão Europeia planos de A UE começou já a preparar o período pós-2020,
ação de eficiência energética. Neste contexto, foi com a finalidade de fornecer atempadamente aos
aprovado pela Resolução do Conselho de investidores orientações políticas claras sobre
Ministros n.º 80/2008, de 20 de maio, entretanto esse período. Como seria de esperar, as energias
revogada, o primeiro Plano Nacional de Ação renováveis desempenham um papel fundamental
para a Eficiência Energética (PNAEE) para o na estratégia da Comissão a longo prazo,
período de 2008-2015, que contemplava um delineada no Roteiro para a Energia 2050.
conjunto de medidas com o objetivo de alcançar
até 2015, uma melhoria da eficiência energética Este Roteiro identifica diversos elementos que
equivalente a 9,8% do consumo final de energia. têm impactos positivos em todas as
circunstâncias. Deste modo, definiram-se
Olhando para a evolução do consumo de energia algumas diretrizes fundamentais, como:
primária sem usos não-energéticos, que serve de
referência para aferir o cumprimento da meta de • A descarbonização do sistema energético
eficiência energética em 2020, Portugal encontra- é técnica e economicamente viável.
se no bom caminho para cumprir a meta de 25% Todos os cenários de descarbonização
em 2020. permitem alcançar o objetivo de redução
das emissões e, a longo prazo, podem ser
A RCM n.º 20/2013, de 10 de abril, aprovou um menos onerosos do que as políticas
novo PNAEE para o período 2013-2016 atuais.
(Estratégia para a Eficiência Energética - PNAEE • Eficiência energética e energias
2016). A maioria das medidas constantes no 1º renováveis são decisivas.
PNAEE têm continuação neste 2º plano, por Independentemente do cabaz energético
vezes com alteração das respetivas metas ou com escolhido, são necessárias uma maior
a inclusão ou extinção de algumas ações previstas eficiência energética e uma subida
nessas mesmas medidas, em função do seu estado importante das quotas de energias
de implementação. renováveis para cumprir as metas de CO2
em 2050.
• Investimentos precoces saem mais - 27% do consumo de energia ter origens de
baratos. As decisões relativas aos fontes renováveis - apenas a nível da UE. A
investimentos para a infraestrutura Comissão espera que os objetivos vinculativos a
necessária até 2030 têm de ser tomadas o nível nacional para as emissões de gases com
mais breve possível, uma vez que as efeito de estufa estimulem o crescimento no setor
infraestruturas construídas há 30 ou 40 energético.
anos carecem de substituição. Agir de
imediato pode evitar alterações mais Outro dos principais objetivos é tornar a
onerosas dentro de vinte anos. infraestrutura elétrica apta para a instalação em
• Conter a subida dos preços. Os grande escala de energias renováveis. A
investimentos feitos no presente irão promoção e desenvolvimento de tecnologias
traduzir-se em melhores preços no renováveis de nova geração, constitui também um
futuro. Os preços da eletricidade deverão dos elementos-chave do Plano Estratégico
subir até 2030, mas poderão baixar em Europeu para as Tecnologias Energéticas.
seguida, graças à diminuição do custo do
aprovisionamento, a políticas de 8. Referências
poupança e ao aperfeiçoamento das
tecnologias. • https://eur-lex.europa.eu/legal-
• São necessárias economias de escala. content/PT/TXT/?uri=CELEX:52011D
Uma abordagem de âmbito europeu C0885;
resultará em custos mais baixos e em • Roteiro para a Energia 2050;
aprovisionamento seguro, a comparar • Resolução do Conselho de Ministros n.º
com regimes nacionais paralelos. Essa 80/2008 - Plano Nacional de Acção para
abordagem inclui um mercado comum da a Eficiência Energética (PNAEE);
energia. • Resolução do Conselho de Ministros n.º
29/2010 - Plano Nacional de Acção para
7. Conclusão as Energias Renováveis (PNAER);
• COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO -
Os cenários dum futuro energético sem carbono
Energias renováveis: um agente decisivo
propostos no roteiro, apontam para uma quota de
no mercado europeu da energia;
energias renováveis de cerca de 30% em 2030.
• Lains, Pedro (1994), “O Estado e a
industrialização em Portugal,1945-
No entanto, é também referido que o crescimento
das energias renováveis irá sofrer uma 1990”, Análise Social, XXIX (128), pp.
923-958;
diminuição após 2020, se não houver uma nova
intervenção. No seguimento da publicação, em • Eurostat,
março de 2013, do Livro Verde intitulado “Um http://epp.eurostat.ec.europa.eu/ ;
quadro para as políticas de clima e de energia em • Direção-Geral de Energia e
2030”, a Comissão, na sua Comunicação de 22 de Geologia, http://www.dgeg.pt/;
janeiro de 2014, intitulada “Um quadro político
para o clima e a energia no período de 2020 a
2030”, propôs a não-renovação dos objetivos
vinculativos a nível nacional para as energias
renováveis após 2020. É então exigida uma meta
Anexos

Figura 1 - Evolução da Dependência Energética de Portugal (%)

Figura 2 - Consumo de Energia Primária per capita na UE-28

Figura 3 - Poupanças anuais totais (tep) alcançadas e grau de cumprimento face á meta de 2016

Potrebbero piacerti anche