Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
PEDOCOMUNHÃO:
OS FILHOS DOS CRENTES DEVEM PARTICIPAR DA EUCARISTIA?
Jean Francesco A. L. Gomes1
RESUMO
A doutrina e prática pedocomunialista tem crescido nos últimos anos dentro
das igrejas protestantes, especialmente entre aquelas que abraçam a tradição
reformada. Por quais razões isso tem acontecido? Este artigo tem como objetivo
fornecer um traçado histórico da prática pedocomunialista, apresentar os principais
argumentos teológicos pró e contra e, ao final, elaborar uma posição em relação ao
assunto que seja coerente com a Escritura e a teologia da aliança.
PALAVRAS-CHAVE
Pedocomunhão; Credocomunhão; Teologia da Aliança; Igreja Reformada;
Batismo Infantil; Ceia do Senhor
INTRODUÇÃO
Nos últimos trinta anos a prática de admitir as crianças batizadas, filhas de
pais crentes, chamada pedocomunhão tem ganhado muito espaço dentro das
igrejas protestantes, especialmente aquelas que possuem um corpo doutrinário
calvinista e reformado. De um lado estão aqueles que a rejeitam e a criticam,
alegando que ela seria uma visão anti-confessional, não apoiada nem pela Escritura
nem pela tradição reformada. De outro lado, estão aqueles que a defendem e
aderem a ela, principalmente sob a alegação de que as crianças batizadas são
membros legítimos da família da aliança.
Devemos considerar o debate acerca da prática pedocomunialista como algo
relevante para o cenário atual, pois longe de ser um tópico periférico da fé cristã,
envolve a natureza dos sacramentos, da teologia da aliança e altera o modus
operandi litúrgico das igrejas no que diz respeito à celebração da Ceia do Senhor.
Mas, afinal, a doutrina da pedocomunhão tem alguma base na história da
Igreja ou não passa de uma inovação contemporânea? Essa é a primeira pergunta
1
O autor é bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul e mestre em Teologia
Sistemática pelo CPAJ.
1
2
CALVINO, João. INSTITUTAS, IV. XVI.30, p. 337.
3
Entre eles encontram-se: PURCELL, Blake. The Testimony of the Ancient Church, p. 131−145. In:
STRAWBRIDGE, Gregg. The Case for Covenant Communion, Louisiana: Athanasius Press, 2006;
RYLAARSDAM, David. United, Separated, Re-united: The Story of Baptism and the Lord’s Supper”,
Grand Rapids: MI, Calvin Theological Seminary, 2007; LEE, Tommy. The history of
paedocommunion. Originalmente publicado pelo WTJ (Westminster Theological Journal). Agora está
em domínio público. Disponível em:
<http://www.reformed.org/social/index.html?mainframe=http://www.reformed.org/sacramentology/tl_pa
edo.html>; GALLANT, Tim. Feed My Lambs. Grande Prairie, Alberta: Pactum Reformanda
Publishing, 1992, p. 106−133.
1
exemplo, o erudito católico Patrick Morrisroe defende a tese de que nos primeiros
dias do cristianismo não era incomum para as crianças receber a Comunhão
imediatamente depois de terem sido batizados.”4
Contrário a essa tese, Venema e Beckwith, entre outros autores que rejeitam
a pedocomunhão, afirmam que a evidência decorrente do período mais antigo da
história da igreja não fornece nenhum testemunho uniforme a uma prática
generalizada de pedocomunhão.5 A base para sua hipótese estaria nas afirmações
de Justino Mártir (110-165 d.C.), Clemente de Alexandria (150-219 d.C.) e Orígenes
(185-253 d.C) que podem dar a entender a fé e maturidade de vida como elementos
necessários para participação da Eucaristia.
Estas são as palavras de Justino Mártir em sua Primeira Apologia:
9
ORIGEN, Homilies on the Book of Judges, 6:2.
10
LEITHART, Peter. Daddy, Why I was excommunicated? Niceville, Fla.: Transfiguration Press,
1992, p. 38; GALLANT, Tim. Feed My Lambs. Grande Prairie, Alberta: Pactum Reformanda
Publishing, 1992, p. 112.
11
RYLAARSDAM, David. United, Separated, Re-united: The Story of Baptism and the Lord’s
Supper”, Grand Rapids: MI, Calvin Theological Seminary, 2007. Disponível em:
<https://www.ccel.org/node/20589>
12
RYLAARSDAM, 2007, p. 5.
1
Honra os bispos, que vos libertaram dos vossos pecados, que pela água vos
regeneraram, que vos encheram do Espírito Santo, que vos criaram tendo a
palavra como com leite, que vos formaram com doutrina, que vos confirmaram
com admoestação e vos fizeram participar da santa eucaristia de Deus, e vos fez
participantes e co-herdeiros da promessa de Deus.16
13
CIPRIANO DE CARTAGO. Obras completas I, v. 35/1, São Paulo: Paulus, 9.
14
LEE, The history of paedocommunion, website acima.
15
VENEMA, 2009, p. 14-15.
16
CONNOLLY, R. H. (ed.) Didascalia apostolorum. Oxford: Clarendon Press, 1929, p. 4. Tradução
nossa.
1
a entrada de uma pessoa na Igreja, logo a exceção seria o contrário.17 Portanto, não
há referências claras no período mais antigo da história cristã proibindo as crianças
de participarem da Ceia, pelo contrário, bispos e liturgias antigas testemunham a
seu favor.
“Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o
ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu
sangue é verdadeira bebida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue
permanece em mim, e eu, nele.”
17
RYLAARSDAM, 2007, p. 5.
18
ROTELLE, John I. (ed.) Sermon 174.7 in The Works of St. Augustine. New Rochelle, N.Y.: New
City Press, 1992, 5:261.
1
Igreja Oriental o mistério do santo batismo é um rito que efetivamente concede novo
nascimento e vida aos seus destinatários, sejam adultos ou crianças. É no batismo
que a pessoa recebe qualificação para receber os demais sacramentos. Num só dia
o membro da igreja é batizado com a água, recebe o seu crisma ou confirmação
quando é ungido com óleo e, por último, se alimenta do corpo e sangue de Cristo na
Eucaristia por intinção, isto é, mergulhando o pão dentro do vinho.
De alguma forma, a prática ortodoxa de admitir crianças à comunhão
eucarística desde o quarto século dá apoio ao argumento de que pedocomunhão
teria a sanção da História da Igreja desde os seus primórdios.
24
KIEDEL, C.L. "Is the Lord's Supper for Children?," Westminster Theological Journal XXXVII,
1975, p. 302.
25
LEE, Tommy, p. 13
1
Essa nota do catecismo não difere essencialmente daquilo que já tinha sido
estabelecido no Concílio de Trento em 1546. Por causa disso, Rushdoony comenta
o tamanho respeito revelado da Igreja Romana para com a prática pedocomunialista
da Igreja Oriental que, pelo menos em seus documentos oficiais, não registra
nenhuma linha de condenação a ela.32
é preciso notar uma diferença essencial entre Batismo e Ceia do Senhor. Segundo
ele, foi dada uma permissão na Igreja Antiga, especialmente por influência de
Cipriano e Agostinho, mas o costume caiu, merecidamente, em desuso.
Merecidamente em sua opinião porque o caráter singular do batismo é uma entrada
ou iniciação na igreja. Por outro lado, ele afirma que “a Ceia é dada às pessoas mais
velhas, que, tendo passado da infância, agora podem receber alimento sólido”.35
Calvino defendeu que, concernente ao Batismo, o Senhor não faz seleção de
idades, mas quanto a Ceia ele é categórico em afirmar que somente aqueles que
sejam idôneos para discernir o corpo e o sangue do Senhor, souberem examinar a
própria consciência, anunciar a morte do Senhor e ponderar sobre sua eficácia
podem ter parte à Mesa. O principal texto bíblico aludido é: “Examine-se, pois, o
homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice” (1Co 11.28). Como as
crianças não podem fazer esse autoexame estão proibidas de participarem do pão e
do vinho, com pena de serem julgadas se assim o fizerem. Como fica evidente na
pergunta retórica do reformador: “por que a nossos filhos ainda tenros ofereceremos
veneno em vez de alimento vivificante?”
Em resumo, o argumento de Calvino se apoia em quatro fundamentos:
35
INSTITUTAS, IV. XVI.30, p. 337.
1
40
Disponível em: <http://pcahistory.org/pca/2-498.pdf>
41
Disponível em: <https://www.opc.org/GA/paedocommunion.html>
42
Disponível em: <https://www.crcna.org/ministries/initiatives/faith-formation-committee/lords-supper-
resources>
1
43
Alguns artigos que endossam a opinião pedocomunialista entre os anglicanos: MASON, Matthew,
M. Covenant Children and Covenant Meals: Biblical Evidence for Infant Communion. The
Churchman, v. 121, 2007, p. 127-138; DAVIES, Glenn N. The Lord’s Supper for the Lord’s
Children. Reformed Theological Review, v. 50, 1991, p. 12-20; WARD, Alan. Communion Before
Confirmation: A Response to Admiting Children to Holy Communion. The Churchman v.114, 2000, p.
295-99; HOLETON, David R. Communion of All the Baptized and Anglican Tradition. Anglican
Theological Review, v. 69, 1987, p.13-28. Há também o livro de WRIGHT, N. T. The Meal Jesus
Gave Us: Understanding Holy Communion. London: SPCK Publishing, 2014.
44
Disponível em: <http://www.crechurches.org/documents/>
45
Disponível em: <http://www.federationorc.org>
46
Disponível em: <http://www.recus.org>
47
Disponível em: <http://www.metodista.org.br/ceia-do-senhor>
48
Disponível em: <http://www.luteranos.com.br/conteudo_organizacao/presidencia/ceia-do-senhor-
com-criancas>
49
Disponível em: <http://www.ipib.org/downloads/category/37-3-textos-confessionais-ordenacoes>
1
50
VENEMA, 2009, p. 28.
1
eucarístico. A posição das confissões sobre essa matéria pode ser entendida
apenas dentro de uma estrutura mais ampla da doutrina dos sacramentos em geral.
Nota-se que as confissões insistem na publicação da fé, autoexame, recordação e
ações de graças ao falarem da Ceia. Na Confissão Belga, por exemplo, a exclusão é
implícita:
Aqueles que se aborrecem de si mesmos por causa dos seus pecados, mas
confiam que estes lhes foram perdoados por amor de Cristo e que, também, as
demais fraquezas são cobertas por seu sofrimento e sua morte; e que desejam,
cada vez mais, fortalecer a fé e corrigir-se na vida. Mas os pecadores
impenitentes e os hipócritas comem e bebem para sua própria condenação.52
A última frase deixa claro que a maior razão confessional das Igrejas
Reformadas para não admitir crianças a Ceia do Senhor está na sua idade e
inaptidão cognitiva de autoexame. Depois de todo este trajeto em busca da posição
confessional reformada, fica exposto que as crianças filhas de crentes professos,
ainda que sejam batizadas e membros legítimos da família da fé, devem sim serem
excluídas do sacramento.56
54
A CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER. In: Símbolos de Fé de Westminster. São Paulo:
Cultura Cristã, 2014, XXIX. VII.
55
O CATECISMO MAIOR DE WESTMINSTER. São Paulo: Cultura Cristã, 2013, Pergunta 177.
56
VENEMA, 2009, p. 36.
1
57
THOMAS, Derek. Not a Particle of Sound Brain. In: WATERS, Guy; DUNCAN, Ligon. Children and
the Lord’s Supper. Geanies House: Christian Focus Publications, 2011, p. 100.
58
Ibidem.
59
ESTELLE, Bryan. Passover and Lord’s Supper. In: WATERS, Guy; DUNCAN, Ligon. Children and
the Lord’s Supper. Geanies House: Christian Focus Publications, 2011, p. 33
60
ESTELLE, 2011, p. 32
61
JORDAN, James. Children and the Religious Meals of the Old Creation. In: STRAWBRIDGE, G.
(ed.) The Case for Covenant Communion. Louisiana: Athanasius Press, 2006, p. 67.
1
62
ESTELLE, 2011, p. 33.
1
bem das crianças e servido como um estímulo para manter as crianças atentas
durante o longo ritual.63
Toda essa reconstrução tem como finalidade defender a ideia que “a maioria
dos ingredientes essenciais do culto de Páscoa da época de Jesus estavam
visivelmente ausentes da Última Ceia”.64
Ainda destacando as diferenças entre os dois ritos, Estelle afirma que há algo
significativamente novo na Ceia. Com base nos estudos de Herman Ridderbos, ele
assinala que a refeição com a qual Jesus participa com seus discípulos assume um
caráter prefigurativo. A relação entre a Eucaristia e comer e beber no próximo reino
de Deus não é meramente entre símbolo e realidade, mas entre o começo e o
cumprimento. Em outras palavras, quando Cristo institui a ordenança da Ceia, ele
estava fazendo algo novo e radicalmente diferente em relação à Páscoa. 65 Ele
salienta que existem dois motivos dominantes associados à instituição da Ceia do
Senhor, o motivo escatológico, a vinda do Reino e o futuro, e o da morte expiatória
de Cristo.66
Desta forma, a grande diferença entre os dois ritos está na novidade inerente
à Ceia do Senhor, pois é um evento escatológico de inauguração da vinda do Reino
que teve como clímax a morte expiatória de Jesus. A Páscoa serve como pano de
fundo, e pode-se até mesmo dizer o fundamento para a Ceia do Senhor, entretanto,
não é o foco principal.67 Estelle ainda salienta as implicações desta teoria para o
batismo. De acordo com ele, o batismo não substitui a circuncisão, mas é o próprio
Cristo que substitui a circuncisão e, então, inaugura um novo sacramento68.
De forma geral, o argumento de Estelle e dos defensores da Credocomunhão
é o de que a Ceia, que ao invés de ser uma continuação ou atualização da Páscoa,
é um cumprimento total do sistema sacrificial do Antigo Testamento, especialmente
de Êxodo 24, “o Dia da expiação”. Como o próprio autor pontua:
63
O autor utilizou como fonte duas obras: HARNIK-FEELEY, Gillian. The Lord’s Table: Eucharist and
Passover in Early Christianity. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1981, p. 121-27;
JEREMIAS, Joachim. The Eucharistic Words of Jesus, SCM Press, 1966, p. 86.
64
ESTELLE, 2011, p. 37.
65
Ibid, p. 42
66
Ibid, p. 44.
67
Ibid, p. 46.
68
De acordo com Peter Leithart este argumento anularia a relação entre batismo e circuncisão e,
consequentemente, colocaria um ponto final nas doutrinas do pedobatismo e pedocomunhão. Cf.
LEITHART, Peter. Priesthood of the Plebs: A Theology of Baptism. Eugene, OR: Wipf & Stock,
2003, p. 142-54.
1
69
ESTELLE, 2011, p. 46. Este autor segue ipis literis a argumentação de RIDDERBOS, Herman em
A Vinda do Reino. São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 304-305.
70
Ibid, p. 47.
71
LEITHART, Peter. Sacramental Hermeneutics and the Ceremonies of Israel. In: STRAWBRIDGE,
G. (ed.) The Case for Covenant Communion, p. 111. p. 112-113, 117.
72
ESTELLE, 2011, p. 57.
1
73
DUGUID, Iain. Christ our Passover. In: WATERS, Guy; DUNCAN, Ligon. Children and the Lord’s
Supper. Geanies House: Christian Focus Publications, 2011, p. 59.
74
COPPES, Leonard. Daddy, May I Take Communion? Paedocommunion vs. the Bible, 1988.
75
DUGUID, 2011, p. 72.
76
Ibid, p. 73.
1
cumprimento completo entre os dois ritos e salientam sempre que o elemento credal
é indispensável.
77
THOMAS, 2011, p. 101.
78
BAVINCK, Herman. Dogmática Reformada. São Paulo: Cultura Cristã, 2012, v. 4, p. 590.
1
idade. Ele afirma categoricamente que a Ceia do Senhor não concede sequer um
benefício que já não esteja presente pela fé na Palavra e no Batismo.
Assim, para ele o ideal seria que os filhos dos crentes fossem batizados como
crentes e depois instruídos na verdade. Então, depois de suficiente instrução e de
uma pública profissão de fé, admitidos à Ceia do Senhor ou, no caso de opiniões
não cristãs ou conduta irregular, fossem após repetidas admoestações, afastados da
Igreja.79
Em terceiro lugar, defende que Paulo não deixa outra impressão em 1
Coríntios 11.26-29 senão que apenas adultos autoconscientes participavam da Ceia.
Para ele a exigência de autoexame é geral e dirigida a todos os participantes da
Ceia do Senhor e, portanto, automaticamente exclui as crianças. Não há muitos
detalhes a mais na sua interpretação da passagem.
Derek Thomas escreve que o padrão de consistência com respeito à
circuncisão e ao batismo com base na solidariedade familiar do pacto não é
suficiente como fundamento para a participação na Páscoa ou na Ceia do Senhor.
Novamente, tal incompatibilidade, baseia-se na necessidade de fé professante e
autoexame do corpo do Senhor. 80
Se são dois sacramentos diferentes, um iniciatório (batismo) o outro
confirmatório (Ceia), logo devem eles possuir exigências diferentes. Thomas salienta
que adotar a pedocomunhão sem a necessidade da fé ou confirmação da mesma
seria concordar com algum tipo de sacramentalismo – a noção de que o sacramento
tem poder em si mesmo: ex opere operato. E vai mais longe afirmando que a prática
pedocomunialista, no final das contas, produzirá uma igreja de não convertidos, pois
remove os próprios meios de assegurar a piedade de sua aliança - a prática de
autoexame e profissão de fé requerida antes de participar da Ceia.81
79
Ibid., p. 591.
80
THOMAS, 2011, p. 106.
81
Ibid, p. 117.
1
82
Veja o artigo KNIGHT III, George W. 1 Corinthians 11:17-34 e Lord’s Supper: Abuses, Words of
Instruction and Warnings and the Inferences and Deductions with respect to Paedocommunion. In:
WATERS, Guy; DUNCAN, Ligon. Children and the Lord’s Supper. Geanies House: Christian Focus
Publications, 2011, p. 75-95.
83
VENEMA, 2009, p. 101.
84
Ibid, p. 117-118.
85
Ibid, p. 115.
86
VENEMA, 2009, p. 117, 119.
1
91
VENEMA, 2009, p. 144.
1
92
RYLAARSDAM, 2007, p. 5
93
Ibidem.
94
STRAWBRIDGE, G. The Polemics of Infant Communion. In _______ (ed.) The Case for Covenant
Communion. Monroe: La: Athanasius Press, 2006, p. 158.
95
Ibid, p. 159.
1
Jordan faz a mesma crítica aos reformados que não defendem a teologia da
aliança de forma coerente. Na sua opinião, a tradição reformada adotou uma forma
“batista” para compreender a Eucaristia, pois ela é vista como mero memorial feito
pelos homens ao invés de ser o próprio Deus vindo até o homem.97 Jordan advoga
que em círculos presbiterianos o batismo se transformou apenas numa forma de
“apresentação ou dedicação” da criança, perdendo de vista o caráter proclamativo e
espiritual do sacramento. Por causa disso, Jordan defende que a pedocomunhão faz
parte de um resgate da centralidade da teologia e do evangelho da aliança para as
Igrejas reformadas.
96
LEITHART, 1992, p. 68.
97
JORDAN, 1982, Tese nº 13.
98
Ibidem.
1
“o que está em jogo nesta discussão é a forma como nós reformados entendemos
as doutrinas da aliança e a natureza dos sacramentos”.99
Em primeiro lugar, referindo-se a teologia do pacto, Bierma defende que na
história da redenção há apenas uma comunidade de Deus, e as crianças são
membros de pleno direito dessa comunidade. Como se diz na fórmula batismal dos
filhos: "Deus graciosamente inclui os nossos filhos na sua aliança, e todas as suas
promessas são para eles, assim como para nós".100
Ele continua afirmando que na teologia da aliança, assim como os filhos de
pais crentes no Antigo Testamento receberam o sacramento da iniciação na
comunidade da aliança (circuncisão), os filhos da aliança hoje devem receber o
sacramento da iniciação que substituiu a circuncisão (batismo). Com base nisso,
questiona os credocomunialistas: Por que, então, não se aplicaria o mesmo ao
sacramento da nutrição? Se no pacto do Antigo Testamento as crianças
participavam das celebrações domésticas e comunais da Páscoa (Êx 12. 3-4, 21-26)
e de outras refeições sagradas de recordação (Deuteronômio 12. 6-7), elas
deveriam também ser admitidas, no Novo Testamento a tais festas, bem como na
Ceia do Senhor.101
Ele baseia as afirmações acima em 1 Coríntios 10.1-4, no qual os membros
da antiga comunidade da Aliança foram "todos batizados em Moisés na nuvem e no
mar", e "todos comeram o mesmo alimento espiritual e beberam a mesma bebida de
Cristo.”
O argumento dele é que o padrão da nova aliança não mudou de repente,
pois a exclusão de crianças da mesa do Senhor sugere uma descontinuidade entre
o Antigo e o Novo Testamentos que parece minar a própria continuidade na qual a
questão do Batismo infantil é construída.
Em segundo lugar, Bierma afirma que a natureza graciosa-imeritória dos
sacramentos é comprometida caso as crianças da aliança continuem sendo
excluídas da Mesa do Senhor. Quando o Batismo é ministrado a um bebê, toda a
comunidade presente é exposta a uma manifestação gráfica da promessa de
99
BIERMA, Lyle. Children at Lord’s Supper And Reformed Theology. Grand Rapids, MI. CTS
Spring Forum, 2007, p. 3. Disponível em: <https://www.calvinseminary.edu/wp-
content/uploads/forums/07spring.pdf>
100
BIERMA, 2007, p. 3.
101
Ibid, p. 3
1
salvação pela graça, pois a água da promessa é aplicada a uma criança pequena,
desamparada e incapaz de qualquer mérito.
Bierma então questiona: Por que, então, essas mesmas crianças devem
ganhar o caminho para a mesa da promessa? Por que eles devem primeiro passar
um teste de compreensão e dignidade? Parece contrariar a própria mensagem de
graça que os sacramentos proclamam.102Se os sacramentos são para os membros
dessa comunidade, os quais são fracos e necessitam da graça de Deus, todos –
seja perto do fim de sua vida cristã ou nos estágios iniciais – deveriam comer ao
redor da mesa.
A tese principal de Bierma é que os dois sacramentos do cristianismo servem
para comunicar a mesma mensagem, a saber, o coração do evangelho da graça.
Por isso, a mensagem central do cristianismo ficaria mais nítida na admissão das
crianças do que na exclusão das mesmas.
102
Ibid, p. 4.
103
MASON, 2007, p. 127.
104
Jordan salienta que naquela noite não havia mais nada, além da Páscoa, para comer. JORDAN,
James B. Theses on Paedocommunion. The Geneva Papers, 1982, Tese nº 6. Disponível em:
<http://www.garynorth.com/freebooks/docs/a_pdfs/newslet/geneva/82s1.pdf>
1
111
Ibid., p. 50.
112
Ibidem.
113
Ibidem.
114
JORDAN, 2006, p. 50.
1
As crianças comeram o maná e beberam da água, pois não havia outra coisa
para comer. 1 Coríntios 10.1-5 associa tais eventos ao batismo: todos aqueles que
foram batizados na velha aliança eram dignos de participar da Ceia do Senhor. Isso
não significa que todos eles eram salvos, salienta Jordan, pois “Deus não se
agradou da maioria deles, razão por que ficaram prostrados no deserto” (v. 5).115
Com base nisso, Jordan explica que negar às crianças o pão e o vinho é
cometer uma injustiça com os filhos da aliança. Nisto, segundo ele, os reformados
entram em contradição, pois oferecem Cristo às crianças através do Batismo, ao
mesmo tempo em que negam o mesmo Cristo a elas excluindo-as da Ceia. Da
mesma forma caem em contradição ao reconhecem as crianças como membros
legítimos da Igreja através do Batismo, mas negam sua plena membresia excluindo-
as da Mesa do Senhor.116
Não há nenhum lugar na Escritura em que os filhos da aliança tenham que ir
até os presbíteros declararem sua fé a fim de participarem da Eucaristia. A Ceia do
Senhor, portanto, é a comunhão daqueles que estão em aliança com Deus, não
devendo as crianças batizadas serem excluídas de tal privilégio.117
115
Ibid., 1982, Tese nº 8.
116
Ibid., Tese nº 9.
117
Ibid., Tese nº 12.
118
WEIMA, Jeffrey. Children at the Lord’s Supper and the Key Text of
1 Corinthians 11:17-34. Grand Rapids, MI. CTS Spring Forum, 2007, p. 7. Disponível em:
<https://www.calvinseminary.edu/wp-content/uploads/forums/07spring.pdf>
1
para então evitar participar da Ceia do Senhor de uma maneira que os crentes
comam e bebam juízo sobre si mesmos?”119
Para Weima, a maioria dos intérpretes credocomunialistas assumem que a
palavra "corpo" nesta frase refere-se ao corpo de Cristo crucificado na cruz e agora
relembrado no sacramento. "Discernir o corpo" significa, portanto, empenhar-se em
um autoexame que é primeiramente de dimensão vertical – um exame da relação de
alguém com Jesus Cristo – em vez de horizontal – examinar o relacionamento de
alguém com os irmãos cristãos. Desta forma, quando os crentes confessam que
Jesus é seu Senhor e que a morte de Cristo pagou por seus pecados, eles estão
"discernindo o corpo" de uma maneira que lhes permite participar do sacramento de
maneira digna.
Por causa disso, a maioria das igrejas excluem as crianças da mesa
justamente porque elas ainda não estão capacitadas a fazerem um exame vertical
de si mesmas. No entanto, Weima sugere que um olhar exegético mais atento
mostrará que “discernir o corpo” no contexto da passagem tem maior relação
horizontal e, sem dúvidas, isso pode mudar radicalmente a maneira como
entendemos a relação das crianças com a passagem.120
É bem aceito entre os comentaristas que a Ceia do Senhor era celebrada nas
comunidades do segundo século como uma janta, banquete ou em alguma festa de
fraternidade (Jd 12, 2 Pd 2.13) 121 A maioria também concorda que durante as
celebrações de Corinto, ao invés de fraternidade, havia se instalado uma celebração
de rivalidades, pois alguma forma de divisão estava em curso (v. 18).
Weima, dentre outros comentaristas122, argumenta que a divisão instalada se
dava entre os crentes ricos contra os pobres.123 Na tentativa de reconstruir a cena,
ele sugere que a festa ou o culto começava, mas os pobres e escravos teriam
dificuldades de chegar na hora. Daí, então, o problema: os ricos não esperavam.
Eles comiam e bebiam em seus grupos, cada um comendo um comendo sua
"própria ceia". Uns ficavam com fome, outros ficavam bêbados. Há um contraste
evidente entre os pobres famintos e os ricos embriagados. Não havia Ceia do
Senhor e, portanto, não havia uma refeição de comunhão.
119
Ibid.
120
WEIMA, 2007, p. 7.
121
MORRIS, Leon. 1 Corinthians: An Introduction and Commentary. Downers Grove, IL:
InterVarsity Press, v.7, 1985, p. 156.
122
Ibidem.
123
WEIMA, 2007, p. 7
1
124
Ibidem.
125
Ibidem.
126
MEYERS, Jeffrey J., The Lord’s Service: The Grace of Covenant Renewal Worship. Moscow,
Ida.: Canon Press, 2003, p. 394-95.
127
GALLANT, 1992, p. 83.
1
uma maneira que marginaliza os pobres, Paulo lança o desafio de "discernir o corpo"
- isto é, prestar atenção ao bem-estar de seus irmãos e irmãs.
Segundo, há diferenças importantes entre o uso de Paulo da palavra "corpo"
aqui no versículo 29 e mais cedo no versículo 27. No versículo 27, onde o apóstolo
está, de fato, referindo-se ao corpo carnal de Cristo, ele acrescenta as descrições
mais completas: “E o sangue" e "do Senhor". Uma vez que nenhuma dessas adições
ocorre no versículo 29, Paulo pode muito bem estar usando o "corpo" aqui com um
significado diferente.
Terceiro, o "corpo" como uma referência à Igreja ocorre tanto no capítulo
imediatamente precedente, 10.17: “Porque nós, embora muitos, somos unicamente
um pão, um só corpo; porque todos participamos do único pão” e no capítulo
imediatamente seguinte 12.12-26, a famosa metáfora de Paulo de "muitas partes,
mas um só corpo”.128
De fato, essa interpretação lança luzes relevantes para o debate em torno da
pedocomunhão. Essa interpretação alternativa esclarece qual deve ser o critério
para a participação adequada no sacramento da Comunhão. Paulo está chamando a
Igreja toda para o autoexame de sua relação com os demais crentes e a celebrar o
sacramento de uma maneira que não humilhe os outros membros da congregação.
Weima faz questão de lembrar que nenhum dos defensores da pedocomunhão se
esquiva do fato de que o amor pelos uns aos outros está enraizado no amor dos
crentes por Cristo. Uma coisa não anularia a outra.
Por esta razão alguns pedocomunialistas salientam que o uso que
credocomunialistas fazem do texto bíblico é muito questionável. Gallant, usando
outro exemplo, menciona que há passagens nas Escrituras que insistem na fé e no
arrependimento prévios no caso do Batismo (Mc 16.6; At 2.38, 41), mas os
credocomunialistas continuam insistindo que tais textos se referem apenas aos
adultos e, de forma alguma, prejudicam a correção do argumento a favor do Batismo
infantil. Por que não se pode dizer o mesmo de 1 Coríntios 11. 27-29? Não poderia
ser este um caso especial em que Paulo está dirigindo-se aos adultos, mas não
fornecendo a base para a participação na Ceia do Senhor em geral?129
Weima afirma que há o perigo muito real de cometer o mesmo pecado pelo
qual Paulo criticou os coríntios: desprezar os irmãos. Ele então lança o
128
WEIMA, 2007, p. 8.
129
GALLANT, 1992, p. 96.
1
130
WEIMA, 2007, p. 8.
131
CMW, Pergunta 177.
1
132
Santo falando na Escritura.” Por causa disso, a controvérsia atual da
pedocomunhão – que tem dividido opiniões em todas as denominações
presbiterianas e reformadas – deve ser julgada à luz, primeiramente e
principalmente, da própria Escritura, a única regra infalível e inerrante de doutrina e
prática das Igrejas reformadas.
Além disso, os teólogos de Westminster afirmaram que os concílios podem
errar, “e muitos têm errado; eles, portanto, não devem constituir regra de fé e
prática, mas podem ser usados como auxílio em uma e outra coisa.”133 Logo, é a
Escritura que deve-se prestar máxima honra diante das controvérsias, ainda que as
confissões e catecismos constituam-se de auxílio neste empreendimento.
Segundo, à luz da Escritura, o argumento que advoga a descontinuidade
entre Páscoa e Ceia do Senhor não procede exegética e teologicamente, sendo
apenas uma conjectura arbitrária de seus defensores. A Escritura afirma claramente
que tanto a ocasião quanto a refeição que Jesus teve com os discípulos na última
ceia era a própria Páscoa (Mt 26.2, 17-19; Mc 14.12,14,16; Lc 22.8,11,13,15; Jo
13.1, 18.28,39). Jesus foi crucificado durante a Festa da Páscoa, pois era uma
cerimônia de sacrifício (Êx 12.27) e, de fato, o Cordeiro de Deus derramou o seu
sangue para tirar o pecado do mundo.
Embora esteja claro que na Ceia do Senhor todo o sistema sacrificial do
Antigo Testamento foi cumprido, mais claro ainda é o fato de que os elementos e
significados da Páscoa são vistos pelos autores do Novo Testamento como as
grandes metáforas da mensagem do evangelho, no qual o cordeiro inocente e puro
morre pelos culpados pecadores (Jo 1.29,36; At 8.32; 1 Co 5.7; 1 Pd 1.19; e trinta e
três referências em Apocalipse). Não é correto afirmar que a Ceia é um cumprimento
mais direto do “Dia da Expiação” (Êx 24) em detrimento da Páscoa, pois quais
metáforas são mais próximas do pão e vinho do que pães asmos e derramamento
de sangue? (Hb 11.28).
Tampouco procede o argumento que as crianças eram excluídas da
participação da Páscoa. Diferente de Calvino, muitos exegetas reformados
defenderam que as crianças participavam da páscoa ou, pelo menos, de outras
132
CFW, I. X.
133
Ibid., XXXI. III.
1
ofertas pacíficas e refeições sacrificais.134 Como já foi visto, não há sequer uma
proibição tanto na antiga aliança quanto na nova aliança da participação dos filhos
dos crentes, pelo contrário, as crianças não só participam das refeições da aliança
como eram instruídas durante às mesmas (Êx 12.26-27).
Ademais, assim como a antiga aliança passa por descontinuidades com a
chegada da nova, a circuncisão sofre mudanças com a chegada do batismo, a
teologia reformada, com base na Escritura, continua afirmando que Deus tem um só
povo dentre as duas dispensações135. Portanto, o fato de haverem descontinuidades
entre a Páscoa e a Ceia do Senhor não anula a verdade de que as duas coisas são
dois lados da mesma moeda.
De fato, o batismo cristão é muito mais amplo que a circuncisão
veterotestamentária, por várias razões136: 1. O uso da água representando o Espírito
Santo, 2. Inclusão do gênero feminino; 3. Representação da regeneração espiritual.
Todas essas coisas eram apenas sombras projetadas pela circuncisão, e assim
acontece também em relação à Páscoa e Ceia do Senhor. Sim, o partir do pão é o
cumprimento de todo sistema sacrificial do Antigo Testamento, mas nem por isso
deixa de ter sua relação mais íntima com a Páscoa, pois:
134
WITSIUS, Herman. Economy of the Covenants Between God and Man, v. 2, London, T.Tegg
and Son, 1837, p. 269.
135
Para um estudo detalhado desta questão, cf: HOWERDA, David E. Jesus e Israel: Uma aliança
ou duas? São Paulo: Cultura Cristã, 2005.
136
Cf. os dois artigos no mesmo livro: VENEMA, C. P. Covenant Theology and Baptism, p. 201-229;
NIELL, Jeffrey D. The Newness of The New Covenant, p. 127-155. In: STRAWBRIDGE, Gregg. The
Case For Covenantal Infant Baptism. Phillipsburg, NJ: P&R Publishing Company, 2003.
1
Considerações finais
O propósito deste artigo foi contribuir para o debate dentro das igrejas
reformadas quanto a questão da pedocomunhão. Foi apresentado um traçado
histórico da pedocomunhão que remonta aos primeiros séculos do cristianismo até o
seu declínio no séc. XII, as principais teses credocomunialistas e pedocomunialistas
e, ao final, elaborou-se uma posição teológica favorável à prática de admitir os filhos
da aliança para a Ceia do Senhor.
No futuro, outros estudos serão realizados sobre a questão, especialmente no
que diz respeito aos desdobramentos atuais da teologia da aliança dentro das
denominações presbiterianas e reformadas.
1
Referências bibliográficas
BEEKE, Joel. Only for His Believers: Paedocommunion and the Witness of the
Reformed Liturgies. In: WATERS, Guy; DUNCAN, Ligon. Children and the Lord’s
Supper. Geanies House: Christian Focus Publications, 2011.
CALVIN, John. The First Epistle of Paul to the Corinthians, vol. IX, Calvin’s New
Testament Commentaries. Grand Rapids: Eerdmans, 1960.
DAVIES, Glenn N. The Lord’s Supper for the Lord’s Children. Reformed
Theological Review, v. 50, 1991
DUGUID, Iain. Christ our Passover. In: WATERS, Guy; DUNCAN, Ligon. Children
and the Lord’s Supper. Geanies House: Christian Focus Publications, 2011.
1
ESTELLE, Bryan. Passover and Lord’s Supper. In: WATERS, Guy; DUNCAN, Ligon.
Children and the Lord’s Supper. Geanies House: Christian Focus Publications,
2011.
HOWERDA, David E. Jesus e Israel: Uma aliança ou duas? São Paulo: Cultura
Cristã, 2005.
JORDAN, James. Children and the Religious Meals of the Old Creation. In:
STRAWBRIDGE, G. (ed.) The Case for Covenant Communion. Louisiana:
Athanasius Press, 2006.
KNIGHT III, George W. 1Corinthians 11:17-34 e Lord’s Supper. In: WATERS, Guy;
DUNCAN, Ligon. Children and the Lord’s Supper. Geanies House: Christian Focus
Publications, 2011.
MEYERS, Jeffrey J. The Lord’s Service: The Grace of Covenant Renewal Worship.
Moscow, Ida.: Canon Press, 2003.
RIDDERBOS, Herman. A Vinda do Reino. São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 304-
305.
ROTELLE, John I. (ed.) Sermon 174.7. In: The Works of St. Augustine. New
Rochelle, N.Y.: New City Press, 1992.
RUSHDOONY, Rousas J. The Institutes of Biblical Law. The Craig Press, 1976.
TAYLOR, Jeremy. The Worthy Communicant. Ann Arbor, MI, Oxford (UK): Text
Creation Partnership, 2006 (1667).
THOMAS, Derek. Not a Particle of Sound Brain. In: WATERS, Guy; DUNCAN, Ligon.
Children and the Lord’s Supper. Geanies House: Christian Focus Publications,
2011.
VENEMA, Cornelis. Children at The Lord’s Table? Grand Rapids: MI, Reformation
Heritage Books, 2009.
WEIMA, Jeffrey. Children at the Lord’s Supper and the Key Text of 1 Corinthians
11:17-34. Grand Rapids, MI. CTS Spring Forum, 2007.