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Ciências Farmacêuticas
Material Teórico
A Trajetória das Ciências Farmacêuticas:
das Boticas às Indústrias
Revisão Textual:
Jaquelina Kutsunugi
A Trajetória das Ciências
Farmacêuticas: das Boticas às
Indústrias
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Compreender que existem fatos na história da farmácia que refletem na maneira
como a indústria se desenvolveu e na relação do profissional com suas competências
de atuação, a origem e a história da farmácia desde as boticas até a indústria;
• Compreender que o progresso da indústria farmacêutica é dependente de pesquisa e ino-
vação e que o novo contexto de saúde abrange novas perspectivas de atuação profissional.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
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Até o século XI, a farmácia restringia-se apenas a ser ensinada como uma par-
te do estudo da medicina, e o primeiro registro que faz referência à separação
da farmácia da medicina é de 1240 (idade média), quando o imperador romano
Frederico II, rei da Sicília e imperador germânico, escreveu a carta magna da pro-
fissão farmacêutica. Na carta magna, Frederico II argumentava que o exercício da
farmácia requer conhecimento e responsabilidades especiais, com o objetivo de
garantir cuidados às necessidades medicamentosas das pessoas. Daí por diante,
criaram-se, então, três classes profissionais distintas: boticários, médicos e cirurgi-
ões (PEREIRA; NASCIMENTO, 2011). Frederico II, através do chamado Édito de
Melfi, instituiu, ainda, uma série de normas que regulamentam a atividade farma-
cêutica. Era proibido, por exemplo, a sociedade entre médicos e farmacêuticos;
os farmacêuticos só podiam dispensar remédios de acordo com receitas médicas,
além de determinar que deveria haver um controle nos preços dos medicamentos.
Aos poucos, essas normas foram sendo acatadas por toda a Europa (DIAS, 2005).
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Contudo, as licenças para abrir boticas continuavam sendo concedidas aos bo-
ticários sem diploma (FERNANDES, 2004); apenas no século XX, o farmacêutico
tornou-se um profissional de referência para a sociedade, cabendo, somente a ele,
comercializar, preparar e orientar sobre a forma de uso dos medicamentos. A par-
tir desse momento, a farmácia passa a ser um local de promoção à saúde pública
e um centro cultural, no qual as pessoas procuravam notícias e novidades sobre
os acontecimentos políticos e sociais do mundo, já que os meios de comunicação
eram escassos (PEREIRA; NASCIMENTO, 2011).
Aluno(a), saiba mais sobre a farmácia antiga, clicando no link abaixo. Através de sua leitura,
Explor
faça uma viagem no tempo, conhecendo um pouco mais sobre a estrutura física das farmá-
cias antigas e os medicamentos vendidos na época. https://bit.ly/2SWbNnn
O site do museu da farmácia, localizado em Lisboa, Portugal, possui um link para uma visita
virtual a algumas farmácias, vídeos sobre as coleções e muito mais.
Explore: https://bit.ly/2GXMRES.
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O Desenvolvimento da Indústria Farmacêutica
Podemos dizer, caro(a) aluno(a), que o desenvolvimento da indústria farmacêu-
tica até como é hoje parece ser paradoxo, mas iniciou com as guerras mundiais.
Na primeira guerra mundial, muitos soldados morriam, devido às doenças que
acabavam provocando mais perdas de soldados do que em batalhas com o inimigo.
Nesse contexto, Alexander Fleming, médico militar, descobriu, acidentalmente, a
penicilina, um marco na história dos antibióticos. Contudo, sua produção em larga
escala não era possível e ficou conhecida apenas no meio científico (RADAELLI,
2007). Entretanto, durante a segunda guerra, com a necessidade de controlar a bai-
xa de soldados mortos por questões indiretas às batalhas, os governos investiram
grandes quantias para o desenvolvimento da indústria farmacêutica, ampliando-a e
consolidando-a como uma das maiores e mais importante das indústrias (BELLAN;
PINTO, 2016).
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Figura 2 - A cronologia da cadeia farmacêutica no Brasil
Fonte: Liliwhite / 123RF
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possuem o mesmo princípio ativo, forma farmacêutica e via de administração dos medi-
camentos de referência, bem como são aprovados nos testes de qualidade da ANVISA. Os
medicamentos similares não podem ser substituídos pelos de referência quando prescritos
pelo médico, de acordo com a ANVISA.
Genéricos: apresentam o mesmo princípio ativo que um medicamento de referência. Em sua
embalagem, há uma tarja amarela, contendo a letra “G”, de “Medicamento Genérico”. Como
esse tipo de medicamento não tem marca, o consumidor tem acesso apenas ao princípio
ativo do medicamento. São produzidos após a expiração da patente e a aprovação da comer-
cialização, que é feita pela ANVISA. Os genéricos são aprovados nos testes de qualidade da
ANVISA e podem substituir os medicamentos de referência, quando prescritos pelo médico,
e apresentam-se com um custo mais acessível!
Fonte: SINFARMA (2016, on-line).
Diante do exposto até o momento, prezado(a) aluno(a), fica evidente que a in-
dústria farmacêutica mundial cresceu devido aos investimento em Pesquisa e De-
senvolvimento (P&D), mas também à Lei de proteção de patentes, que foi muito
importante para estimular a pesquisa e inovação na área, garantindo lucros a partir
dos grandes investimentos iniciais:
[...] o controle de ativos intangíveis vinculados ao processo de inovação,
especialmente as patentes, é de extrema importância nesse segmento,
uma vez que muitos recursos são empregados no processo de inovação,
conferindo um custo médio de desenvolvimento de produto, desde a des-
coberta do princípio ativo até o lançamento do medicamento, de cerca
US$ 1,2 bilhões. O custo elevado de P&D é um reflexo do longo período
necessário para o desenvolvimento de um novo composto, podendo al-
cançar 13 anos até a formulação farmacêutica chegar ao mercado [...].
(AKKARI et al., 2016, p. 366).
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do nível de investimento em P&D, políticas públicas de inovação e ações
regulatórias, que permeiam o processo de desenvolvimento e proteção de
novos fármacos.
Mas, caro(a) aluno(a), a atual perspectiva das diversas áreas de atuação de sua
profissão não se baseia apenas em ganhos efetivos, mas também no bem-estar
do paciente, que é o protagonista da história das ciências farmacêuticas. Você se
lembra do início da Unidade, onde falamos que, em um determinado momento
da história, os boticários, que apenas comercializavam medicamentos, foram cri-
ticados por seus interesses exclusivamente financeiros? Lembra-se de que, em um
outro período da história, o boticário era o único o responsável por preparar medi-
camentos e, nesse contexto, dispensava cuidados e atenção ao paciente? Além do
mais, em um momento mais recente da história, estes passaram a ter seu diploma
de farmacêutico reconhecido, mas a indústria avançou e o farmacêutico não pre-
parava mais as medicações como antes? Lembra-se de que passou, então, a ser
apenas um responsável técnico, o qual preocupava-se com burocracias, comércio
e dispensação de remédios? Vejamos, então, aluno(a), um resumo da atuação far-
macêutica ao longo da história.
De farmacêutico a responsável técnico, de liberal a assalariado, eis a tra-
jetória do profissional no âmbito da farmácia propriamente dita, mar-
cada por uma redução na dimensão técnica e social do seu trabalho e
um ampliar na dimensão burocrática e comercial. Esta burocratização da
profissão é relatada por formandos entrevistados no estudo de Valladão
(1981): “hoje em dia, eu só assino documentos”. (PEREIRA; NASCIMEN-
TO, 2011, p. 246).
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https://bit.ly/2BQQdWX.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Diferenças entre genérico, similar e de referência - Dr. Dráuzio Varella
Neste vídeo bastante simples e didático, produzido pelo Dr. Dráuzio Varella, é possível
compreender, de maneira simples, as diferenças básicas entre os medicamentos
genéricos e similares, esclarecendo qualquer dúvida que ainda possa existir em relação
ao tema:
https://bit.ly/2U8CyRY
Leitura
Código de Conduta - INTERFARMA
A INTERFARMA é a primeira associação de empresas farmacêuticas a criar e
implementar um Código de Conduta para o setor farmacêutico e, agora, lançou a
terceira edição deste documento, com capítulos e temas inéditos. Confira no site da
INTERFARMA:
https://bit.ly/2U70FAF
Inovação tecnológica na indústria farmacêutica: diferenças entre a Europa, os EUA e os países farmaemergentes
Neste artigo, é possível compreender um pouco mais sobre a realidade do Brasil frente
à inovação tecnológica, bem como em qual posição ele encontra-se dentre os países
farmaemergentes em pesquisa e inovação:
https://bit.ly/2TaHatK
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Referências
AKKARI, A. C. S. et al. Pharmaceutical innovation: differences between Euro-
pe, USA and ‘pharmerging’ countries. Gestão & Produção, v. 23, p. 365-380,
2016.
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