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Aline Callegaro de Paula Bueno;
Prof. Dr. Carlo Franzato.
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resumo:
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Em função das particularidades das organizações colaborativas que geram inovação social,
propomos a utilização do processo de infrastructuring, orientado pelo design, na formação de uma
rede para o fortalecimento do desenvolvimento sustentável. Nas seções seguintes, entramos em
detalhes com relação às organizações colaborativas e à inovação social; evidenciamos algumas
organizações colaborativas em atividade na cidade de Porto Alegre, que cooperam com o alcance dos
ODS; e, por fim, apresentamos o processo de infrastructuring como abordagem do design para a
formação de uma rede para o fortalecimento do desenvolvimento sustentável.
2. Organizações Colaborativas e Inovação Social
As primeiras definições de organizações colaborativas surgiram entre 2004 e 2006, como resultado de
uma pesquisa realizada por integrantes de oito universidades europeias de design. A pesquisa EMUDE
(Emerging User Demands for Sustainable Solutions), coordenada por François Jégou e Ezio Manzini
(2008), começou um percurso de investigação que encontra sua principal originalidade em colocar o
método do design estratégico no cruzamento da inovação social com o design voltado para o
desenvolvimento sustentável. No livro de Jégou e Manzini, Collaborative Services: Social innovation
and design for sustainability (2008), são apresentados exemplos de soluções elaboradas
colaborativamente a partir de práticas diárias que cooperam para o desenvolvimento de uma economia
distribuída e participativa (JÉGOU, MANZINI, 2008). Estas soluções vão da compra de alimentos
saudáveis, passando por levar os filhos para a escola, cuidar de parentes idosos, até o conserto de
equipamentos e o descarte correto de resíduos, para citar apenas algumas. As organizações
colaborativas emergem em ambientes altamente conectados, nos quais os membros escolhem atuar
com a intenção de alcançar um objetivo específico (para si e para os outros). Como consequência, os
participantes dessas organizações geram benefícios sociais, econômicos, ambientais, promovendo,
assim, novas visões de bem-estar (MANZINI, 2015).
Colocando a tônica na colaboração, esses grupos sociais são formados por pessoas
predispostas a interagir, trocar conhecimentos e experiências, trabalhar em parceria. Qualidades
relacionais como respeito, solidariedade e, principalmente, confiança são precondições para a
existência dessas organizações (JÉGOU, MANZINI, 2008). Em uma época como a que vivemos, em
que o individualismo é incentivado e reforçado, as organizações colaborativas vão contra essa
tendência, ao recuperar noções de convivencialidade (ILLICH, 1976) e de estreitamento de laços
sociais (LÉVY, 2011).
É importante ressaltar o papel da tecnologia na aproximação e conexão entre as pessoas
envolvidas nesses grupos. Através das possibilidades engendradas pelas tecnologias de informação e
comunicação, a colaboração pode se dar remotamente, de forma síncrona ou assíncrona (LÉVY, 2011).
Além dos membros de uma organização colaborativa não precisarem estar no mesmo lugar e ao
mesmo tempo para trabalhar juntos, a conectividade abre possibilidades para parcerias entre pessoas
de qualquer lugar do mundo com objetivos compartilhados.
As organizações colaborativas que aqui nos interessam mais especificamente são aquelas que
realizam ações em prol de um mundo em que a riqueza – no seu sentido mais amplo – seja distribuída,
que propõem a respeitar os limites e os ciclos da natureza, e que garantem a todos a liberdade de
participar dos processos decisórios. Ou seja, nossa atenção concentra-se sobre organizações que
promovem ações visando benefícios econômicos, ambientais e sociais para a comunidade e para o
território em que estão localizadas. Nesse sentido, as ações desenvolvidas pelas organizações
colaborativas são também identificadas como inovações sociais.
Compreendemos a inovação social como a reconfiguração e ressignificação de recursos e
práticas sociais realizadas por indivíduos e organizações cujo objetivo é resolver um problema social
ou gerar uma nova oportunidade. As novas práticas sociais que surgem desse processo tendem a
contribuir para uma mudança em direção ao desenvolvimento sustentável da sociedade. (HOWALDT;
KOPP; SCHWARZ, 2015; JÉGOU; MANZINI, 2008; MULGAN et. al, 2007).
Cabe salientar que a inovação social está relacionada ao seu contexto. Algumas iniciativas, à
primeira vista, podem não parecer algo novo. Entretanto, se analisadas em relação a determinado local
e comunidade são ações que apresentam características disruptivas quanto aos modos de pensar e fazer
usuais. Vejamos o exemplo das feiras de produtores orgânicos locais que têm sido realizadas em
diversas cidades. As feiras em si são atividades muito antigas. Porém, no atual contexto urbano onde a
lógica dominante é comprar produtos industrializados e contaminados com agrotóxicos em
supermercados, as feiras em que os consumidores compram produtos orgânicos direto de quem os
produz, configura-se como algo novo. Além de resolver um problema social (a questão da alimentação
saudável), também promove outras oportunidades de geração de renda para pequenos agricultores.
A inovação social geralmente nasce a partir de processos de baixo para cima, através da ação
de indivíduos da sociedade civil, coletivos e ONGs. Porém, ao longo de seu processo de
amadurecimento pode-se desenvolver parcerias com outros atores, inclusive com instituições formais,
corporações e órgãos do poder público. (JÉGOU; MANZINI, 2008). A inovação social tende a surgir
em um contexto em que instituições (públicas ou privadas) não conseguem resolver satisfatoriamente
as demandas da população. Assim como em locais em que os problemas estão se agravando a cada dia,
principalmente, em territórios onde há conflitos. Essas situações somadas à influências tecnológicas e
comportamentais acabam por impulsionar ações socialmente inovadoras (MULGAN et al., 2007;
JÉGOU; MANZINI, 2008).
A partir dos conceitos de organização colaborativa e inovação social, da convivência e da
observação de grupos com as características apontadas e de um mapeamento realizado em meios
digitais de comunicação (sites e perfis em redes sociais), identificamos um número significativo de
organizações colaborativas que geram inovação social em Porto Alegre.
Nos últimos 5 anos, em Porto Alegre, surgiram diversas organizações que aproximam-se da definição
de organizações colaborativas fornecida por Jégou e Manzini (2008). São as chamadas casas
colaborativas. As primeiras casas colaborativas, assim como muitas outras que as sucederam, tiveram
início devido a uma necessidade de seus fundadores de dividirem os custos de um espaço de trabalho
(MICHELIN, 2017). Apesar desse ser o motivo impulsionador, existia também o desejo de
compartilhar um propósito comum e de colocar em prática novos modos de trabalho e convivência.
Diversos fundadores e integrantes são oriundos de áreas da Economia Criativa - artes visuais,
moda, música, audiovisual, artes cênicas, design, arquitetura - que em algum momento de suas
carreiras decidiram experimentar outras formas de produção, de distribuição e de parcerias
(MICHELIN, 2017). A decisão deu-se, em muitos casos, em função da saturação do modo como essas
áreas criativas funcionam, como as longas jornadas de trabalho, processos ambientalmente
insustentáveis, trabalhos mal remunerados e competitividade não saudável.
Boa parte das casas são formadas por profissionais autônomos e independentes, mas,
principalmente por organizações formais e informais (empresas, instituições, coletivos, grupos que se
reúnem esporadicamente). São pessoas que já desenvolvem processos colaborativos na gestão de seus
empreendimentos ou em seus projetos.
As decisões a respeito da casa acontecem em encontros abertos com todos os interessados. Os
encontros podem ser presenciais ou virtuais, sendo estes últimos realizados através de softwares online
e aplicativos. É comum as atividades e tarefas serem realizadas por grupos de trabalho
autogestionados (MICHELIN, 2017). Os participantes definem entre si suas responsabilidades
podendo ter ou não um coordenador do processo. Atividades como a comunicação, a gestão e a
manutenção das casas são realizadas pelos próprios integrantes com a participação de quem se sentir
instigado a participar.
Os integrantes das casas costumam trabalhar em rede em projetos colaborativos e autorais. As
interações com diferentes atores (organizações e instituições da sociedade civil, da iniciativa privada
ou do poder público) possibilitam trocas de informações, serviços e recursos financeiros das mais
diversas naturezas: produtos, cursos, eventos, atividades socioculturais, novos modelos de negócios,
processos, metodologias.
Enquanto algumas casas concentram suas atividades apenas nas suas dependências, outras
estão engajadas nos processos de transformação urbana realizando ações voltadas para o território em
que situam-se - a rua, o bairro ou a cidade. Determinados projetos contam com a participação da
comunidade do entorno, seja na cocriação das ações ou apenas no comparecimento às atividades. Há
casas que atuam diretamente com instâncias do poder público para reivindicar seu envolvimento nos
processos decisórios de planejamento urbano. Participam de reuniões com a prefeitura e suas
secretarias para articular melhorias para a cidade.
Há casas colaborativas voltadas especificamente à áreas artísticas e criativas como moda,
arquitetura, música, artesanato, artes visuais, literatura. Há outras casas com o foco em projetos
voltados ao bem estar da sociedade, à melhoria da qualidade de vida, à sustentabilidade ambiental,
moradia, educação e igualdade de gêneros. Em muitos casos os focos de interesse chegam a misturar-
se, porém, ao analisarmos as casas fica claro que cada uma tem uma ou duas causas que direcionam
suas ações (MICHELIN, 2017).
O envolvimento com as casas colaborativas, nos possibilitou participar deste movimento como
integrantes de organizações colaborativas, permitindo-nos um ponto de observação interno sobre seus
modos de funcionamento, seus princípios norteadores e os desejos compartilhados pelos participantes.
Também pudemos acompanhar diretamente o nascimento do movimento das casas colaborativas
porto-alegrenses. Um primeiro encontro, em maio de 2015, reuniu aproximadamente 70 pessoas não
só de Porto Alegre como de outras cidades e foi o ponta pé para o início dos encontros (Figura 1).
Meses depois, foram realizadas visitas em sete casas (Acervo Independente, Aldeia,CC100,La Casa de
Pandora, Nimbus, TransLAB e Vila Flores) para que os integrantes pudessem conhecer os espaços,
como as casas são gerenciadas e quais as iniciativas que nelas se encontram. Como fruto das visitas foi
elaborado um documento contendo informações básicas a respeito de cada casa.
Nosso interesse continua em âmbito acadêmico, dentro dos trabalhos de pesquisa realizados
pelo SeedingLab (http://unisinos.br/seedinglab/), um laboratório de pesquisa pertencente à rede DESIS
(Design for Social Innovation and Sustainability). Realizamos um mapeamento online para verificar
de que forma as organizações se apresentam e qual a natureza das atividades que divulgam. Devido ao
desaparecimento de algumas casas e surgimento de outras, as organizações colaborativas selecionadas
foram as seguintes: Aldeia, Casa Bosque, Casa Epohke, Casa Sol, Distrito E, Romã da Terra,
TransLAB e Vila Flores. As organizações mapeadas constituíram-se de maneiras diferentes, mas
apresentam pontos em comum quanto ao funcionamento, objetivos e princípios. Funcionam da
maneira mais horizontal possível ao incentivar a participação e dar voz a todos os envolvidos,
trabalham com sistemas de trocas de serviços e conhecimento e são abertas a parcerias para as
atividades que desejam realizar.
Quadro 1 - Descrições coletadas nos perfis das casas colaborativas em redes sociais.
Nome Descrição
Aldeia A Aldeia é um espaço multicultural que acredita na cultura para além da arte,
com uma organização horizontal e modo de produção colaborativo. Sob a
mesma oca, convivem projetos de arte, comunicação, entretenimento e
serviços, além de propostas de ocupação efêmera do espaço.
Casa Bosque Casa colaborativa em Porto Alegre, aberta para eventos, aulas de dança, yoga,
meditações, eventos em meio ao verde entre outros.
Casa Epohke Casa colaborativa para mulheres // espaços de trabalho compartilhados e
privativos // sala de reuniões, workshops e estúdio fotográfico.
Casa Sol Casa colaborativa para criar, compartilhar, "sair da caixa". Primeira Casa em
Porto Alegre voltada ao mundo artístico feito a mão.
Distrito E Queremos trabalhar distribuidamente, onde de forma colaborativa podemos
chegar mais longe. Se você tem muita vontade de virar seu próprio chefe,
venha começar seu próprio business! Queremos compartilhar experiências,
dividir paixões, contatos e bons momentos com você.
Romã da Terra Através de uma vivência compartilhada, produzir e reproduzir uma forma
diferente de lidar com o cotidiano. Repensar as relações econômicas e
hierárquicas. O foco da comunidade é o cuidado com a pessoa, com a
comunidade e com o planeta. Eu comigo, eu com o outro e eu com o planeta.
TransLAB É um ambiente de experimentação aberto para todas as pessoas que se
preocupam com a cidade e querem agir de maneira propositiva para gerar
mudanças. Voltado para o planejamento e prototipação, dentro desse
laboratório compartilhamos conhecimentos, conectamos ideias e testamos
projetos de impacto social, buscando uma sustentabilidade econômica.
Vila Flores O Vila Flores é uma comunidade de práticas colaborativas formada por
artistas, empreendedores criativos e sociais e produtores culturais localizada
em um complexo arquitetônico de valor histórico em Porto Alegre.
Fonte: Elaborado pela autora.
Durante um ano, entre 2015 e 2016, foram realizados encontros mensais entre as casas
colaborativas com a intenção de aproximá-las e para abrir possibilidades de parceria. Não obstante as
iniciativas nas casas colaborativas possuam semelhanças e convirjam na inovação social e na
sustentabilidade, até o momento, seguem desconectadas umas das outras. As organizações pouco
conversam e pouco atuam em conjunto, perdendo muito da força que poderiam ter se colaborassem
umas com as outras. A observação durante esses encontros apontou que as organizações poderiam:
Dessa forma, a pesquisa apontou para a necessidade da criação de uma rede de casas
colaborativas. Considera-se que este processo seja facilmente viável, pois as organizações já trabalham
em rede com parceiros públicos e privados: a pesquisa propõe praticar esta forma de organização entre
elas também.
Entendemos que a rede é uma ampla inteligência coletiva, como afirma Pierre Lévy (2011):
“uma inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real,
que resulta em uma mobilização efetiva das competências” (LÉVY, 2011, p.28), e tem como base e
objetivo o “reconhecimento e o enriquecimento mútuos das pessoas” (Idem, p.29). A inteligência
distribuída significa, em última instância, que todos possuem algo para compartilhar com os outros.
No caso das organizações colaborativas de Porto Alegre, cada uma tem um saber que
complementa as demais. Através das tecnologias digitais da informação, estes saberes podem circular
livremente e com facilidade, independente de tempo e espaço. Lévy argumenta que é necessário
identificar e valorizar essas competências a fim de mobilizá-las, pois
[...] quando valorizamos o outro de acordo com o leque variado de seus saberes,
permitimos que se identifique de um modo novo e positivo, contribuímos para
mobilizá-lo, para desenvolver nele sentimentos de reconhecimento que facilitarão,
consequentemente, a implicação subjetiva de outras pessoas em projetos coletivos.
(LÉVY, 2011, 30).
Partindo da ideia de que a rede, ou seja, a inteligência coletiva, é capaz de fortalecer e ampliar a ação
das organizações colaborativas, propomos o desenvolvimento do processo de infrastructuring
orientado pelo design para a formação de tal rede. O conceito de infrastructuring que aqui utilizamos
parte originalmente da definição de infraestrutura elaborada pelas etnógrafas Susan Star e Karen
Ruhleder (1996) a partir de suas observações do processo de construção de um sistema digital de
comunicação e publicação, geograficamente disperso, direcionado a uma comunidade científica. As
autoras definem infraestrutura como um conceito fundamentalmente relacional, que emerge para as
pessoas durante suas atividades práticas. O mais importante, segundo as autoras, é quando e não o que
é uma infraestrutura.
Assim, o conceito de infraestrutura adquire o sentido de uma ação contínua, de um processo
em andamento, e passa a ser chamado por pesquisadores da área do design participativo da
Universidade de Malmö, na Suécia, de infrastructuring (BJORGVINSSSON et al., 2010). Na
perspectiva desses pesquisadores, que vêm realizando atividades de infrastructuring desde 2007
(BJORGVINSSSON et al., 2010), esse é um processo aberto e contínuo, que proporciona as condições
para interações entre diversos atores, humanos e não-humanos. A partir dessas interações surgem
inovações e novas oportunidades de design. Isso se dá na medida em que o infrastructuring é também
um processo de longa duração, sem prazos nem metas pré-definidas, o que permite que as relações e a
inovação surjam ao longo do tempo, gradualmente.
No processo de infrastructuring podem haver ações de design como workshops, encontros e
projetos com a participação dos atores da rede com a intenção de estimular relações entre eles. São
ações em que os resultados são imprevisíveis e os próximos passos vão sendo definidos conforme o
andamento dos processos e das vontades dos indivíduos.
O processo de infraestructuring pode contribuir significativamente para o desenvolvimento de
projetos de inovação social (HILLGREN et al., 2011). A natureza aberta do processo é crucial para
esse tipo de projeto, pois os limites permeáveis e a transparência acentuados pelo infrastructuring
possibilitam todo o tipo de co-criação e de trocas (AVITAL, 2011). E para que a co-criação e as trocas
aconteçam, também é necessário o desenvolvimento das qualidades relacionais destacadas por Jégou e
Manzini (2008). Ainda segundo Hillgren et al. (2011) o processo de infrastructuring proporciona as
bases para esse desenvolvimento. As qualidades relacionais a que Jégou e Manzini se referem são as
relações interpessoais entre os envolvidos, sendo a confiança um dos elementos chave no processo de
design (Hillgren et al., 2011). Outras qualidades relacionais importantes são o respeito, o diálogo, a
escuta, o comprometimento, o engajamento, a flexibilidade e a solidariedade.
Processos fechados, rígidos, instituídos de cima pra baixo, que não levam em consideração o
tempo necessário para o estreitamento de laços, dificilmente proporcionarão a formação de redes.
Acreditamos que para a formação de uma rede de organizações colaborativas, o processo de
infrastructuring orientado pelo design pode ser um caminho possível, por respeitar as especificidades
de tais formações.
5. Conclusão
Buscamos aqui apontar a relação das ações realizadas por grupos de pessoas, formados na cidade de
Porto Alegre, chamados de casas colaborativas com o conceito de organizações colaborativas de Jégou
e Manzini (2008) e com o conceito de inovação social. Entendemos que, a partir de suas ações, as
casas colaborativas e suas iniciativas têm resolvido problemas sociais e cooperado para o
desenvolvimento sustentável do planeta. No momento, essas organizações estão desconectadas,
havendo pouca troca de informações e conhecimentos entre elas, apesar das semelhanças de suas
iniciativas e princípios norteadores.
Nossa proposta é a criação de uma rede de casas colaborativas, elaborada através do processo
de infrastructuring orientado pelo design. O processo de infrastructuring mostra-se adequado à tarefa
pois é aberto, flexível, adaptável, dinâmico e, portanto, compatível com o funcionamento das
organizações colaborativas. O desenvolvimento do processo de infrastructuring também se apresenta
como oportunidade para grupos de pesquisa e laboratórios de design, no âmbito acadêmico, por serem,
em si, organizações com as competências necessárias para implantar esse processo.
Cabe salientar que o fomento, através de estratégias orientadas pelo design, à organizações que
promovem inovação social e trabalham em prol do desenvolvimento sustentável de suas regiões, é
uma forma de incentivo ao exercício da cidadania por parte dos atores envolvidos.
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