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PROFESSORA: ESTHER
ALUNA:
Niterói
2017
QUESTÕES
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A partir da leitura do conto A Biblioteca de Babel, de Jorge Luís Borges (1998), e dos
artigos Entre Memória e História: a problemática dos lugares, de Pierre Nora (1993)
e As instituições de memória cultural, de Gerárd Namer (1987), responda as
questões:
A) Quais as associações podem ser feitas acerca da ironia de Borges (1998) sobre o
conhecimento do mundo, o acesso a este conhecimento e as instituições de memória
cultural de Namer (1987)?
No conto “A Biblioteca de Babel”, pede que imaginemos uma biblioteca gigantesca
que contivesse todos os livros possíveis, ou seja, um repositório de todas as combinações
possíveis de letras. Livros estariam espalhados - todos os livros escritos e todos os que
ainda seriam escritos (BORGES, 1998).
E o universo (que outros chamam a Biblioteca), compõe-se de um número
indefinido, e talvez infinito, de galerias hexagonais, com vastos poços de
ventilação no centro, cercados por balaustradas baixíssimas. De qualquer
hexágono, veem-se os andares inferiores e superiores: interminavelmente. A
distribuição das galerias é invariável. Vinte prateleiras, em cinco longas estantes
de cada lado, cobrem todos os lados menos dois; sua altura, que é a dos andares,
excede apenas a de um bibliotecário normal (BORGES, 1998, p. 38).
“A Biblioteca de Babel”, assim como “As instituições de memória cultural”, de
Gerárd Namer, apresenta um retrato da sociedade da informação que se estrutura em rede,
com ligações que apontam infinitamente para outras redes, numa forma de comunicação
de todos para todos. Tal relevância se deve ao fato de que as instituições públicas como
museus, bibliotecas, centros de documentação e de informação têm a missão de permitir o
resgate da memória da sociedade. Para (BORGES, 1998, p. 41). E “a Biblioteca é tão
imensa que toda redução de origem humana resulta infinitesimal”. É impossível para
qualquer ser humano conhecer um pedaço significativo do todo, por mais dedicado que
seja em sua busca, embora a busca pelo conhecimento se procure democratizá-la, isto é,
torná-la coletiva.
Durante um século trilharam em vão os mais diversos rumos. Como localizar o
venerado hexágono secreto que o hospedava? Alguém propôs um método
regressivo: Para localizar o livro A, consultar previamente um livro B, que
indique o lugar de A; para localizar o livro B, consultar previamente um livro C,
e assim até o infinito... (BORGES, 1998, p. 41).
A biblioteca surge também com a ideia de guarda do escrito. As bibliotecas e os
arquivos além da produção de conhecimento auxiliam na preservação de informações
através da unificação de métodos de consulta. E, confirmando a premissa de Borges,
Namer lembra:
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vez em quando, é mostrada como uma forma de perpetuar a existência, um recurso para burlar
a morte e o tempo e dar significado ao presente.
Circulação de objetos: ter utilidade e ser semiófaro. Dar significado as coisas as torna
semióforos, não importa qual objeto. Exemplo: Cadeiras utilizadas por figuras importantes,
colocadas em praças, para uso público.
No texto “Coleção”, há um subtítulo que trata das coleções particulares e dos museus,
(POMIAN, 1984, p. 52). E “As coleções particulares e os museus”, neste texto cujo título
alude a um verbete de enciclopédia tem-se uma espécie de percurso histórico da criação do
museu. Segundo esse autor, o primeiro museu surge na segunda metade do século XVII e a
reivindicação pela sua criação pode ser atribuída a colecionadores virtuais e a parte do meio
intelectual e artístico, que precisam ter acesso aos objetos de coleções particulares para
exercer suas atividades profissionais. Esses objetos podem ser entendidos como semióforos,
em outras palavras, são objetos que não têm utilidade no sentido de não poderem ser
manipulados e de não exercerem ou sofrerem modificações físicas, “mas que representam o
invisível, são dotados de um significado”, portanto sendo “vestígios da antiguidade”. Quem
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REFERÊNCIAS:
BORGES, Jorge Luis. A Biblioteca de Babel. In: Obras completas. Vol. I. Buenos Aires:
Emecé, 1998.
BORGES, Jorge Luis. Ficções. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História:
revista do Programa de Estudos Pós-graduados em História e do Departamento de
História da PUC/SP, São Paulo, n. 10, p. 7-28, dez. 1993.
VIDA Iluminada, Uma. Direção: Liev Schreiber. Estados Unidos, 2005. 105 min. Son, Color,
Formato: 35mm.