Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
O QUE É NEGOCIAÇÃO
“Todas as situações existenciais importam em negociação, compromissos e objetivos comuns, tendo por base o
processo de conversação. Buscar acordo, trabalhar o consenso, conquistar a cooperação são condições para a
convivência e a efetiva vida social” (BERG, 1998, pág 2).
Negociar é uma das artes que a humanidade pratica desde a sua existência. Ao se pensar em negociação, pensa-
se diferentemente acerca do tema. Acredita-se que a negociação depende das múltiplas teorias, e que devem ser
muito bem aprendidas antes de alguém aventurar-se a negociar.
Acredita-se também que negociação é uma atividade extremamente óbvia que só se aprende no dia-a-dia, com a
experiência e prática, e que não existem teorias sobre este assunto.
Enquanto muitos consideram a negociação como algo que ocorre somente entre um comprador e um vendedor,
ou entre um sindicato e a gerência de uma empresa em suas várias formas, a negociação é usada todos os dias
para resolver diferenças e para distribuir recursos. Ela ocorre entre todos os tipos de pessoas – amigos, marido e
mulher, crianças, vizinhos, estranhos, entidades empresariais e até mesmo entre nações.
Pense em todas as vezes que se negocia. O que poderia ser mais central a uma empresa do que a negociação? E o
que poderia ser mais central a uma negociação bem-sucedida do que modelar suas ilusões sobre ela e, dali por
diante, negociar racionalmente e com eficácia?
Negociar racionalmente significa tomar as melhores decisões para maximizar os interesses entre as partes e nem
sempre preocupadas em “receber o sim”. Em muitos casos não fazer qualquer tipo de acordo é melhor do que
simplesmente “receber o sim”.
Negociar racionalmente significa saber como chegar ao melhor acordo e não ficar satisfeito com um acordo
qualquer ou seja, precisamos evitar aquelas decisões que deixam ambos os lados em situações ruins.
Se no passado, o negociador visava atender às próprias necessidades, sem se preocupar com o outro lado
envolvido na negociação, atualmente é fundamental satisfazer ambos os lados suprindo assim a ambas
necessidades.
Com o passar do tempo, percebeu-se que uma negociação desse tipo – ganha-perde - , teria poucas condições de
se manter á médio prazo, pois a parte prejudicada evitaria qualquer tipo de contato com a outra parte envolvida.
Além disso, é um tipo de negociação que não contribuiria para criar nem manter um relacionamento entre as
partes: ao contrário, poderia até contribuir para afetar negativamente ou destruir um relacionamento já
existente.
A tendência atual deve ser o de se procurar um relacionamento duradouro, que leve à novas negociações no
futuro e que mantenha, ou melhore, o contato entre as partes envolvidas, buscando-se atender a ambas (ou
mais) partes envolvidas (negociação ganha-ganha).
CONCEITOS DE NEGOCIAÇÃO
1
Aqui, nota-se o desejo de negociar com pessoas, visando a algum interesse. Quando citada “à conquista de
pessoas”, refere-se a ter a pessoa sob controle para poder obter melhores resultados na negociação, levando
vantagem sobre a outra parte.
Nota-se certo interesse em conduzir a negociação para um lado que proporcione ganhos ou vantagens específicas
às custas de prejuízo da outra parte. Aparentemente, este conceito estaria se encaminhando para uma
negociação “ganha-perde”.
Aqui, já se nota um enfoque um pouco diferente do anterior. Neste conceito, a informação é um aspecto
fundamental no processo de negociação já que poderá influir decisivamente na direção seguida pela negociação.
Quanto ao poder, este divide-se em vários tipos que podem ser utilizados individual ou simultaneamente,
dependendo do momento e do desenrolar da negociação e das pessoas envolvidas.
3. IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO
“Negociação é um processo de comunicação bilateral, com o objetivo de se chegar a uma decisão conjunta”.
(Fischer & Ury, 1985 pág 30)
A comunicação nunca é fácil e, para que a negociação seja bem sucedida, existem algumas condições que devem
ser atendidas:
Escutar atentamente e registrar o que está sendo dito
Falar para ser entendido (não somente aquilo que pensa, mas certificar-se de que se está fazendo
compreender)
Fale sobre você mesmo (a) e não sobre o outro (a)
Fale com objetivo
4. BUSCA DO ACORDO
“Negociação é o processo de comunicação com o propósito de atingir um acordo agradável de diferentes idéias e
necessidades”. (Acuff, 1993 pág 21)
Pela definição, há uma grande preocupação com a comunicação no processo de negociação, sendo que a
negociação está mais relacionada com a persuasão do que com a utilização do poder. A negociação visa fazer o
outro lado sentir-se bem com o resultado da negociação.
Acuff afirma também que “negociação é uma coleção de comportamentos que envolve comunicação, vendas,
marketing, psicologia, sociologia e resolução de conflito (Acuff, 1993 pág 21)
Segundo o autor, todo desejo que demanda satisfação é, pelo menos potencialmente, uma oportunidade para as
pessoas iniciarem o processo de negociação. Sempre que pessoas trocam idéias com a intenção de formar
relacionamentos, independentemente de chegar a um acordo, elas estão negociando.
2
7. BUSCA DE INTERESSES COMUNS
Segundo Matos (1989 pág 240):
“Negociação importa em acordo e, assim pressupõe a existência de afinidades, uma base comum de interesses
que aproxime e leve as pessoas a conversarem”.
Aqui observamos a importância do diálogo, do relacionamento e da existência de interesse comuns para que se
possa chegar a um acordo. Sem conversação não se pode negociar e esta, para ser eficaz, não se improvisa, mas
nasce do hábito. Quem nunca conversou, ou não se dispõe a conversar ou a ouvir, trocar opiniões e experiências,
não tem condições de se sentar a uma mesa para negociar, pois lhe falta tradição e credibilidade, não existindo
confiança.
O que reúne pessoas à mesa de entendimentos são motivos comuns que induzem à convergência de interesses,
base das negociações.
Em ambos os lados existem interesses comuns e interesses conflitantes e por isso ela só tem sentido se ambos os
lados estiverem presentes.
Finalmente, "Negociação é um processo em que duas ou mais partes, com interesses comuns e antagônicos, se
reúnem para confrontar e discutir propostas explícitas, com o objetivo de alcançarem um acordo". (David
Berlew,1990).
Nesta conceituação temos algumas palavras chave que precisam ser entendidas em conjunto, para
compreendermos uma negociação:
Negociação, sendo um processo, ocorre no tempo, em relação ao qual temos que considerar suas três dimensões
básicas: futuro, presente e passado, que correspondem a três momentos do processo administrativo, quais
sejam, planejamento, execução e controle.
A idéia de processo é fundamental e, embora seja muitas vezes aceita como tal em termos teóricos, não é em
termos práticos, ou seja, comportamentais. E se os conhecimentos teóricos não forem transformados em prática,
constituindo a unidade teórica-prática de nada servirão, criando apenas a ilusão do falso conhecimento.
3
Poder conviver com a solução encontrada, pois ela não contraria os valores das partes. Isto é consenso. O
consenso em si não importa, obrigatoriamente, na escolha da melhor solução, uma vez que o básico para que ele
exista seja a ocorrência das três condições anteriormente mencionadas.
Mas é justamente aí que entra o conceito da sinergia, ou seja, de que o produto final seja maior que a soma das
partes. Assim sendo, temos o consenso em sinergia. É sempre oportuno lembrar que a busca da sinergia,
juntamente com a eficácia, deve ser uma preocupação constante de todos.
O processo de negociação é também muito semelhante ao processo de tomada de decisão. Em certo sentido,
pode-se dizer que a negociação não é nada mais do que uma tomada de decisão.
Cabe sempre lembrar que, dentro da concepção sistêmica de organização, o processo de tomada de decisão,
juntamente com o de comunicação, é um dos processos básicos para a integração das partes do sistema.
Tomada de decisão, assim como negociação, importa nos seguintes passos: diagnóstico da situação atual,
formulação de objetivos, estabelecimento das alternativas e de critérios para a decisão, bem como no
planejamento, implantação e controle da decisão tomada.
ATIVIDADE EM SALA
Texto 1 para discussão:
NEGOCIAÇÃO: O QUE NÃO VALE MAIS PARA A REALIDADE DE HOJE
Eraldo Meireles de Souza
Aprendemos a negociar desde muito cedo, em nossas casas, com nossos pais, irmãos, parentes. No processo de
socialização colocam-nos em uma escola onde começamos a aprender a interagir com outras crianças, com outras
pessoas. Lá estamos nós negociando de novo.
Escolas, universidades, namoro, trabalho, casamento, separação, reconciliação, divórcio, novo casamento... haja
negociação. Chefes, subordinados, colegas, clientes, fornecedores... e mais negociação. Mas, afinal, como
aprendemos a negociar, quem nos ensinou?
Façamos uma análise com estas cinco “dicas”. Pense nelas, use sua flexibilidade, aprenda a perceber o que não
vale mais nos dias de hoje ao negociar.
4
MARTINELLI, Dante P.; ALMEIDA, Ana Paula. Negociação: como transformar confronto em cooperação. 1 ed. São
Paulo: Atlas, 1997.
Tudo o que for feito durante uma negociação terá profunda influência na próxima negociação com aquela mesma
parte ou pessoa. Muitos parecem se esquecer deste tópico importantíssimo.
Não se deve encarar as etapas como algo rígido. Em alguns casos poderemos suprimir uma ou outra. O
importante é ter sempre presente que elas nos ajudam na sistematização do processo de negociação.
Também é neste momento que devemos começar a pensar nas necessidades, motivações, expectativas da outra
pessoa; a negociação será sempre mais fácil se mostrarmos que o que vai ser proposto vai ao encontro do que a
outra pessoa deseja.
5
relaxar a outra parte, uma atividade social, uma concessão extra etc. Isto será mais fácil se já negociou com
aquela pessoa.
2. ETAPA DE ABERTURA
Esta é uma das etapas em que o negociador brasileiro se sente mais à vontade. O objetivo básico da abertura é o
de criar um clima propício ao desenvolvimento da negociação, deixando à vontade o outro negociador. É o
primeiro contato entre os dois negociadores. Eis os passos sugeridos:
2.1. Redução de tensão
Para não ficar tenso sugere-se você use alguns artifícios como fazer perguntas sobre o próprio local e ambiente
de negociação ou mencione algo que você viu/leu que possa interessar ao outro.
2.2. Defina seu objetivo
É o momento de lançar a isca, mostrando que você está lá para resolver um problema, apresentar uma idéia, ou
satisfazer uma necessidade.
2.3. Concordância para prosseguimento
É importante definir como você e a outra parte vão trabalhar:
• Em que local;
• Durante quanto tempo;
• Quais os pontos a serem discutidos.
Agora tudo está pronto para a etapa seguinte.
3. ETAPA DE EXPLORAÇÃO
O objetivo básico desta etapa é detectar necessidades, expectativas, motivações da outra parte para, quanto mais
ouvir, mais informações você terá; quanto menos avaliativo/opinativo for, menores serão as possibilidades de
conflitos pela divergência de pontos de vista. Haverá oportunidades nas etapas seguintes para você colocar suas
opiniões.
5. ETAPA DE CLARIFICAÇÃO
Este é o momento de esclarecer alguma dúvida pendente. Uma boa pergunta para se iniciar a Clarificação será:
"Algo do que eu disse não ficou suficientemente claro?"
Aprenda a Negociar
Uma negociação pode ser considerada boa quando ambas as partes saem ganhando. Não existe um modelo
básico de negociação, mas um conjunto de habilidades e técnicas que tornam você um bom negociador.
E lembre-se:
- O mais importante é que você domine as características do que está sendo negociado.
- Ter conhecimento interpessoal dos negociadores e identificar seus pontos fortes e fracos também ajuda na hora
da negociação.
Estratégias e táticas
8
Comece a negociação fornecendo e solicitando informações. Deixe para depois os julgamentos, opiniões e valores.
Faça o planejamento por escrito.
Trace antecipadamente as características do outro negociador.
Coloque-se no lugar do outro negociador.
Nunca esqueça que um negócio só é bom quando ambas as partes saem ganhando.
Evite perguntas cujas respostas sejam “sim” ou “não”.
Gere confiança no outro negociador.
Evite colocações definitivas ou radicais.
Não pressione o outro negociador. Lembre da terceira Lei de Newton: "a cada ação corresponde a uma reação em
sentido contrário e com a mesma intensidade".
Esteja sempre preparado para uma situação de conflito.
Lembre-se que toda pessoa tem estilos, necessidades e motivações diferentes.
Veja os aspectos positivos do outro negociador.
Desenvolva contra-argumentos previamente.
Não se intimide com ofertas finais.
Negocie sempre pensando no amanhã.
ESTILOS DE NEGOCIAÇÃO
EstilosConceitosComportamentos TípicosComportamentos ExtremosPersuasãolevar os outros a aceitar a sua idéia-
fazer propostas e sugestões
- argumentar, raciocinar e justificar dispersão:
- propostas apresentadas e não defendidas
- argumentos incapazes de levar à propostas tangíveis Afirmaçãoimpor e Julgar o outro- fazer conhecer exigências e normas
- expor seu ponto de vista e seus desejos
- avaliar os outros e a si mesmo
- punir, recompensar e conceder tirania:
- excesso de pressão sem manifestação clara de expectativas
- uso indiscriminado do poder de posição Ligaçãocompreender o quadro de referência do outro- encorajar a participação do
outro
- procurar pontos de acordo
- escutar com empatia indecisão:
-apoiar ou escutar o outro com um fim em si mesmo
-reformulações constantes de propostas Atraçãoabrir-se ao outro procurando envolvê-lo- influenciar ao outro pelo seu próprio
comportamento
- seduzir, motivar o outro, elevar o moral
- partilhar informações
- reconhecer os próprios erros falsidade:
- reconhecer falhas e dúvidas inexistentes
- uso excessivo do poder pessoal
9
1. COMUNICAÇÃO
Proveniente do latim “communicatione”, que significa ato ou efeito de emitir, transmitir e receber mensagens por
meio da linguagem falada ou escrita quer de outros sinais ou símbolos, quer do aparelhamento técnico
especializado, sonoro e / ou visual.
2. DEFINIÇÃO
Dentre as diversas definições de comunicação, apresentamos três delas:
A comunicação não é uma função intermitente do ser humano, e sim contínua. Não é também uma tarefa
ocasional
Éque o ser humano
o processo escolhe.
mediante É essencial
o qual, duas para a continuação
ou mais pessoas da
se existência
entende do homem, do mesmo modo
que a regularidade das batidas do seu coração.
É a mútua troca de idéias, através de qualquer efetivo
Transmissão ou intercâmbioPORTANTO, PODEMOSopiniões
de pensamentos, AFIRMAR ou informações,
3. O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
FEEDBACK
4. OBSTÁCULOS DA COMUNICAÇÃO
Falta de conhecimento (insegurança)
Falta ou excesso de liberdade
Ambiente impróprio (físico e social)
Falta de objetividade
Canal inadequado
Falta de “feedback”
Falta de planejamento (prioridades estabelecidas de forma aleatória)
As pessoas não sabem ouvir
Anseio por falar demasiadamente
Vícios de linguagem e dicção
Vocabulário não adequado ao receptor
Deficiências de recursos (intelectuais e materiais)
Falta de carisma, simpatia e humildade
Falta de comunicação em tempo hábil
Inferência (suposição – hipótese – dedução) e Boatos
10
Por isso, o Feedback é fundamental, de maneira a se poder avaliar e rever aquilo que foi transmitido e captado, o
que ajuda no prosseguimento num processo de negociação para atingir o melhor acordo dentro dos interesses
dos envolvidos. E, Feedback pode ser definido como qualquer reação a um determinado estímulo recebido e seu
objetivo é proporcionar informações a outra pessoa sobre como percebe o estímulo recebido e como este afeta o
seu comportamento. Portanto, deve-se focalizar o Feedback:
No comportamento e não na pessoa
Em observações e não em interferências
Em descrição e não em julgamentos
Na atitude de compartilhar idéias e informações e não em dar conselhos
Na exploração de alternativas e não em respostas e soluções
No valor que ele possa ter para quem o recebe e não no valor que ele proporciona a quem o dá
Na quantidade de informações que a pessoa que o recebe pode usar, e não na quantidade que o emissor
possa transmitir e gostaria de fazê-lo
Em um tempo e lugar nos quais dados pessoais possam ser compartilhados em ocasiões apropriadas
Naquilo que é dito e não em porque é dito
5. ERROS NA COMUNICAÇÃO
A comunicação oral é predominante nas negociações, razão pela qual destacamos algumas ocorrências que
deverão ser evitadas:
Hábito de interromper ou falar ao mesmo tempo que outra pessoa
Preocupação em mostrar que tem cultura
Vontade de querer dominar a conversa e o assunto
Falta de seqüência na conversação
Vícios de querer fazer graça
Espírito de contradição
Falta de calma na apresentação dos argumentos
Trazer à baila assuntos pessoais em detrimento dos de ordem geral
Falar alto ou baixo demais, dificultando o entendimento
Falar muito depressa, a ponto de cansar rapidamente o ouvinte
Falar, fazendo pausas enormes
Falar, iniciando ou terminando a frase com não
Falar sem fazer pausa, perdendo o fôlego ou tornar incompletas certas palavras, por falta de respiração
Falar, trocando o L pelo R
Falar, não terminando as frases ou mutilando palavras. As idéias ficam sem sentido
Falar, sem tornar claro os encontros consonantais ou omitir seus componentes (“pograma”, “pobrema”)
Falar com monotonia
Falar pelo nariz, anasaladamente
Falar segurando canetas, óculos, procurando um apoio para a própria intranqüilidade
Falar sem saber o que fazer com as mãos
Falar usando cacoetes: piscar continuamente, endireitar a gravata, roer ou tirar esmalte das unhas.
Falar repetindo freqüentemente: entendeu? Né? Compreendeu? Ta? Certo?
6. A ARTE DE OUVIR
“FALAR É PRATA. OUVIR É OURO” Este ditado árabe ilustra a importância do ato de ouvir. Com esta
habilidade desenvolvida, as pessoas negociam melhor, atendem às necessidades dos clientes, negocia bem as
disputas entre partes conflitantes e avalia com maior percepção as suas próprias decisões.
Nem sempre, entretanto, tal capacidade é adequadamente praticada nas empresas modernas, resultando em
prejuízos profissionais e empresariais. Aliás, os prejuízos que se acumulam no mundo dos negócios em função da
pouca capacidade em ouvir, certamente são enormes. E este peso, proveniente da falta de atenção, direção e
reflexão por parte dos seus profissionais, recai diretamente obre os resultados da empresa.
11
E aquelas pessoas que gentilmente terminam a frase para nós, colocando as palavras antes de
conseguirmos verbalizar a nossa?
Já ficamos diante da pessoa cuja expressão facial deixa claro que não lhe está dando a mínima atenção.
Seja qual for a nossa reação, certamente a sensação não é boa. O mau ouvinte sempre causa uma impressão
ruim, porque desvaloriza tanto a outra pessoa, quanto aquilo que ela está procurando expressar.
Na figura a seguir, apresentamos o que podemos chamar de “ouvinte aberto” o qual consegue captar as
mensagens com maior amplitude.
12
Parte do aprendizado de uma habilidade é a de ter consciência de que existe a dificuldade e de que é necessário
aperfeiçoar a competência para fazê-lo. Para melhor compreensão, apresentamos a seguir o modelo de
competência consciente e inconsciente:
INCOMPETÊNCIA INCONSCIENTE – Alguém que nunca dirigiu um automóvel, não sabe qual a dificuldade
que existe para fazê-lo.
INCOMPETÊNCIA CONSCIENTE – Ao começar a aprender a dirigir, percebe-se o quão mal se dirige.
COMPETÊNCIA CONSCIENTE – Ao ser habilitado, o motorista torna-se competente, porém ainda muito
consciente daquilo que está fazendo.
COMPETÊNCIA INCONSCIENTE – Depois de muitos anos dirigindo, o motorista pode continuar a dirigir
cautelosamente, porém sem a necessidade de continuar pensando em cada um dos seus atos ao dirigir,
pois muitos atos passam a ser inconscientes.
9. CLASSIFICAÇÃO DA COMUNICAÇÃO
Em relação à comunicação organizacional, dizemos que ela flui em três direções:
Ascendente
Descendente
Horizontalmente
A Comunicação Organizacional Ascendente ocorre quando as mensagens são transmitidas dos níveis mais baixos
para os níveis mais altos hierárquicos na organização. Ex: problemas, sugestões de aperfeiçoamento, relatórios de
desempenho, queixas e disputas, informações financeiras e contábeis
A Comunicação Organizacional Horizontal, por sua vez, é a troca de mensagens laterais ou diagonais entre os
pares, cujo propósito, além de informações, é solicitar apoio e coordenar atividades.
Na Comunicação Formal, utiliza-se um canal que é exercido com a responsabilidade de comando normalmente
definida pela organização. Assim temos que os gestores são responsáveis por criar e manter os canais formais de
comunicação
A Comunicação Informal, existe além daqueles canais formalmente autorizados, sem considerar a hierarquia da
organização, coexistindo com a Comunicação Formal, passando através dos canais de comando, podendo atingir
inclusive a todos na organização.
PORTANTO
Identifique seus pontos fracos ao escutar as pessoas e medir sua eficácia em escutá-los
Procure eliminar o “nunca” e o “raramente” das respostas
13
Pare um pouco e pense nas melhorias do aumento de sua capacidade individual em escutar com eficácia.
Então, podemos desenvolver as habilidades de ouvir da seguinte maneira:
Aprendendo a ouvir nas “entrelinhas”, pois nem sempre o cliente diz tudo só com palavras
Não “tirar do ar” o outro se você considerar que aquilo que ele está dizendo não lhe interessa
O mundo em que vivemos é uma grande negociação. Estamos na Era da Informação. As relações estão cada vez
mais horizontalizadas. Formam-se equipes de trabalho, força-tarefas, joint ventures, alianças estratégicas,
empresas fundidas ou adquiridas. Nesta Era da Informação a forma predominante está sendo a negociação
cooperativa, de benefício mútuo. O Poder de Posição está sendo enfraquecido pelo Poder Pessoal. Percebemos
que as relações e conflitos entre pais e filhos, homem e mulher, entre chefes e subordinados, entre amigos,
colegas de trabalho, fornecedores e clientes, estão mudando porque no mundo os valores, os interesses estão
mudando. Hoje para atingir os nossos objetivos dependemos de dezenas de pessoas. Não podemos mais impor
uma decisão, somos obrigados a negociar. Nosso maior desafio, atualmente, é como nós podemos nos comunicar
eficazmente e aprendermos a trabalhar junto. Quanto maior a interdependência significa mais conflito, e não
menos. Negociar, portanto, tornou-se para os dias de hoje uma das maiores, se não a maior, habilidade humana.
A negociação é uma verdade da vida. Comunicamos-nos de forma bidirecional concebida para chegar a um
acordo, quando você e o outro lado têm alguns interesses em comum e outros opostos.
Durante os seminários que realizo e atuando também como mediador em muitas negociações comerciais,
empresariais e sindicais, observo que a maioria dos negociadores utiliza métodos padronizados ultrapassados,
porque negociam de forma posicional, iludindo a outra parte quanto as suas verdadeiras opiniões, fazendo
algumas concessões para manter a negociação em andamento. A barganha posicional converte-se numa disputa
de vontades.
Você já se viu negociando com vendedores de carros? Ficamos irritados como somos tratados. Cada um dos lados
tenta, através da mera força de vontade, “escondendo o leite”, forçar o outro a alterar sua posição. Assim, a
barganha posicional destrói o relacionamento entre as partes. Agora, como se comportam os excelentes
negociadores? Como eles conseguem admiração, respeito e relações duradouras?
14
Observamos durante muitos anos que eles que eles usam a Negociação Personalizada. Os conflitos são resolvidos
de forma cooperativa, produzindo resultados ótimos para todos. Eles usam a sua comunicação natural. Preparam-
se muito antes, durante e depois da negociação. Usam suas habilidades de percepção e observação para
entender melhor os estilos de negociação dos outros. Negociam por princípios. São exímios em saber ouvir.
Concentram-se no que há por trás das posições e interesses. Criam opções de ganhos mútuos. Utiliza–se de
critérios ou padrões pesquisados e objetivos para gerar confiança e eliminar dúvidas, receios.
São flexíveis e criativos quanto às propostas. Lidam com as objeções de forma clara e transparente. Cumprem o
que foi acordado sempre. Investigam o grau de satisfação da outra parte. São éticos, porque só pensam em fazer
o bem para o outro. São excelentes como negociadores porque acreditam no que estão dizendo e fazendo.
Aprender com negociadores excelentes é perceber que eles lidam não com representantes abstratos do “outro
lado”, mas sim com seres humanos e saber que pode ser útil ou desastroso. Confiança, compreensão, respeito e
amizade se constroem no tempo. E queremos estar bem consigo mesmo e com as pessoas. Um dia, um excelente
negociador me disse: “Vale a pena indagar-se: Será que estou prestando atenção suficiente ao problemas das
pessoas? ” Isso sim é um grande ponto de partida para aprendermos a utilizar essa maior habilidade ou
competência exigida no mundo de hoje chamada de Negociação.
Exercício:
Uma idosa entra numa loja de ferragens e o balconista a cumprimenta se oferecendo para ajudar. Ela responde
que está procurando um aquecedor, e o balconista diz: Puxa, a senhora tem sorte! Estamos com uma ótima
promoção destes aquecedores, com vários modelos a escolher. Vou lhe mostrar.
Então, após uns 30 ou 45 minutos apresentando controles duotérmicos, indução de calor e todos os fatores
envolvidos na operação de um aquecedor, incluindo os atributos e vantagens de cada um dos 12 modelos, ele se
vira para a velhinha dizendo: “Então, a senhora tem alguma pergunta?”.
Ela responde: - Tenho sim meu filho. Qual desses aparelhos poderá manter uma velhinha aquecida?
IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO
HABILIDADES DE OUVIR
Quando transmitimos a mensagem utilizamos palavras e conceitos com base na nossa formação, experiência,
anseios, medos, preconceitos, enfim, é a nossa estrutura de vida que atua na elaboração das informações que
desejamos comunicar. Ao chegar no ouvinte essas palavras e conceitos serão recebidos e interpretados pela
estrutura de vida dele, ou seja, pela sua formação, experiência, anseios, medos, preconceitos, isto é, por um ser
formado de uma maneira provavelmente distinta. Por isso, a mensagem transmitida nem sempre é a mesma
mensagem recebida. Normalmente, quando a mensagem se depara com essas duas formações de vida diferentes
há, naturalmente, a produção de uma terceira mensagem que prevalece, distinta daquela que comunicamos e
daquela que foi ouvida.
O ideal seria transmitir uma mensagem e fazer com que o ouvinte recebesse exatamente a mesma informação
que desejamos. Para que possamos nos aproximar desse ideal, de fazer com que as pessoas recebam as
informações que desejamos comunicar, precisamos aprender a conhecer bem os ouvintes.
15
Para isso, vamos classificar de maneira didática quais são as características predominantes que podemos analisar
nas pessoas:
Nível intelectual
Ao chegar diante de um grupo precisamos saber qual é o nível intelectual predominante dos ouvintes. Será que
estamos diante de pessoas com nível intelectual predominantemente médio para baixo, ou médio para cima? A
forma de transmitir a mensagem deve ser diferente em cada um dos casos.
Se o nível intelectual predominante for médio para baixo, isto é, um grupo composto de pessoas incultas,
despreparadas, com dificuldade de entendimento, não poderá transmitir informações de maneira complexa a
partir de pensamentos abstratos, pois elas não conseguirão acompanhar o raciocínio e perderão o interesse.
Assim como não seria conveniente desenvolver uma brilhante e consistente linha de argumentação e ao final
pedir a esse tipo de platéia que refletisse e chegasse a uma conclusão, porque é fácil deduzir que por serem
incultas e terem dificuldade de compreensão não conseguiriam sozinhas chegar à conclusão que pretendêssemos.
Quando percebermos que as pessoas possuem essas características, ou seja, nível intelectual médio para baixo,
precisa transmitir as informações de maneira clara, simples, acompanhadas de ilustrações, pois com as histórias
conseguem entender com mais facilidade a mensagem; devemos nos empenhar em repetir os conceitos
importantes várias vezes, dando oportunidades adicionais para que compreendam bem a linha de raciocínio; e se
depois de alguns argumentos resolvermos levantar uma reflexão nós é que deveremos dar a conclusão, sempre
com o objetivo de facilitar o entendimento deles.
Ao contrário, se o nível intelectual predominante do grupo for médio para cima podemos apresentar as
informações por meio de raciocínios mais abstratos e complexos, pois conseguirão acompanhar nossas idéias com
facilidade; e se depois de alguns argumentos resolvermos levantar uma reflexão podemos deixar a conclusão por
conta deles, porque terão condições e prazer em chegar sozinhos às conclusões que desejamos.
Tipos de ouvintes:
A maioria das pessoas tem fortes preferências para o sistema a qual tem maior tendência. Uma vez, se você
descobrir qual sistema e mais desenvolvido, na pessoa que você está tentando se comunicar, você estará
simplificando radicalmente o caminho para ter uma boa sintonia com ela.
Existem 3 tipos de sistemas de desenvolvimento numa pessoa, porém um dos três ela usa mais.
1. AUDITIVO: Aprende pelo que ouve. Compreende melhor o mundo através do ouvido. Prestam atenção no que
as pessoas dizem e não no que elas mostram ou fazem. As palavras significam muito para elas. É possível
identificá-las pela maneira que falam, pois falam modularmente, nítida e ressonante.
2. VISUAL: Aprende pelo que vê. Compreendem melhor o mundo através daquilo que vêem, através das
imagens. A fala é sempre rápida em tom alto e agudo, as vezes forçada, porque elas tentam por imagens às
palavras, possuem tendências a falar por metáforas, usam bastante os dedos para indicar. Para eles o que
importa é o resultado visual.
3. CINESTÉSICO: Aprende pelo que faz. Compreende melhor o mundo através de sensações. Costumam aprender
melhor, mediante à tarefas. Possuem dificuldade em prestar atenção ao discurso, mas mostram desenvoltura em
realizar tarefas. Essas pessoas falam num tempo lento, às vezes com longas pausas e num tom baixo e profundo.
Seu gesto característico é o tato com as pessoas.
Deve-se valer de recursos visuais, tais Deve modular a sua voz durante Coloque alguma tarefa para ser
como quadros, filmes, slides, etc. a apresentação; deve aumentá- desenvolvida.
la ou diminuí-la de acordo com o
Deve fazer perguntas que o façam momento. Movimente-se na sala: o
"visualizar" o assunto. A voz assume um papel crucial cinestésico gosta de movimento.
16
Gestos ajudam a transmitir melhor no aprendizado do auditivo. Por Faça-o "sentir" a apresentação.
uma mensagem para à pessoa visual. isso fale moduladamente e bem
claro.
Conhecendo o ouvinte
Como identificar estes tipos de sistemas em sala de aula, palestra, conferência, etc? A resposta é “Pelo olhar!”
Os visuais costumam olhar para cima, procurando imagens no seu cérebro.
Os auditivos olham para os lados, procurando sons que tragam lembranças.
Os cinestésicos olham para baixo, procurando sensações que a matéria deixou.
Vale a pena ressaltar que, em uma apresentação você precisa ser "poliglota". Deve falar para todos estes tipos de
ouvintes ao mesmo tempo. Portanto, gesticule. Fale modulado; toque-os, mande-os realizar tarefas; olhe-o nos
olhos quando fizer uma pergunta.
Sempre se assume que a comunicação oral é o meio eficiente para a troca de informações, porém é preciso que o
Emissor (Transmissor) consiga transmitir com precisão aquilo que se pretende enquanto que o Receptor deve
ouvir efetivamente para que seja capaz de absorver adequadamente a mensagem.
Além disso, a comunicação oral pode e deve ser complementada adequadamente com a comunicação não verbal.
Aquilo que se diz representa normalmente apenas uma parte da comunicação. A outra parte que representa
pensamentos e atos dos participantes do processo é transmitida através da comunicação não verbal.
No processo de negociação, além da comunicação verbal, saber interpretar claramente a linguagem corporal traz
algumas vantagens em diversos aspectos:
Convém salientar que a comunicação não verbal pode apresentar alguns grupos de gestos típicos como, por
exemplo:
17
Olhos voltados para baixo
Tocar a face
Dominação – (acompanhado de tom de voz alto, porém controlado)
Ignorar respostas
Interrupções
Muita proximidade
Apontar o dedo ou outros gestos forte
Hostilidade – (com tom de voz áspero)
Postura agressiva
Arregalar olhos
Não dar nenhum feedback ao que a pessoa está dizendo
Punhos cerrados
Observar os gestos e atitudes das pessoas pode levar o negociador a identificar as atitudes e disposição da outra
parte.
Como a disposição das pessoas pode mudar muito rapidamente, a consciência e a correta interpretação da
linguagem corporal pode indicar claramente essas mudanças.
Num processo de negociação, o comportamento não verbal pode ser utilizado ao ser empregado para reforçar a
comunicação verbal.
Se o objetivo é criar uma atmosfera propícia, na fase de abertura para atingir um acordo, podemos utilizar várias
atitudes positivas a serem utilizadas, tais como sorriso, gesticulação de maneira expansiva, juntar-se à outra parte
do mesmo lado da mesa, sentar-se no mesmo nível.
Se na fase de teste de uma negociação, o objetivo for de manter a outra parte falando, pode-se sorrir
encorajando-o, gesticulando com as mãos no sentido de mandá-lo seguir em frente, acenando com a cabeça
positivamente ocasionalmente.
E, se o objetivo for sinalizar um desacordo, pode-se cruzar os braços, acenar com as mãos, gesticular
negativamente com a cabeça.
Quando finalmente, quisermos forçar o encerramento do acordo, pode-se tomar uma caneta para assinar algo,
fechar livros sinalizando o encerramento, ou levanta-se para sair.
18
Inexistência, ou mesmo resistências, para implantação de canais formais na organização
Para superar essas barreiras, as organizações devem desenvolver uma comunicação positiva e efetiva, o que
envolve tanto habilidades individuais quanto ações organizacionais. As barreiras podem surgir de maneiras
diferentes e apresentarem-se por razões diversas como por exemplo:
A inconsistência é danosa à habilidade de construir um relacionamento efetivo, pois num nível pessoal, temos
dificuldade para lidar com alguém que possua formas de viver, pensar e atuar muito diferentes das nossas.
Sendo os estilos de comunicação diferente têm-se muitas vezes pessoas que preferem a comunicação verbal,
enquanto que outras preferem comunicar-se por escrito. Torna-se, portanto, fundamental que o negociador se
acomode a essas diferenças de estilo.
Uma diferença de estilos pode também influenciar no sucesso da comunicação, como por exemplo, diferenças de
vocabulário, estilos diferentes de conversação ou uso de sistemas de comunicação diferentes. Por isso, é
fundamental que o negociador conheça bem os próprios objetivos, conheça o outro lado e pense antes de falar.
19
• Acompanhar a expressão corporal do receptor para um feedback não verbal
6. ALGUMAS TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO
Utilizar-se de questões – é muito útil para demonstrar que se está atento ao processo, além de aumentar
a precisão na compreensão da mensagem.
Ser um ouvinte ativo – isso leva o negociador a refletir melhor sobre o que está ouvindo, além de auxiliar
a relembrar o que foi dito, levar o emissor a corrigir uma possível falha na recepção da mensagem e fazer
com que o ouvinte capte seu significado com suas próprias palavras (decodificação da mensagem).
Inversão de Papéis – aprender a avaliar sob o ponto de vista do outro lado da questão, desenvolvendo
respostas para as próprias questões colocadas, refletindo melhor sobre elas.
21
b) ir a um concerto
c) ir a um parque de diversões
ESTRATÉGIAS NA NEGOCIAÇÃO
Estratégia é uma visão geral, pensada para alcançar determinados objetivos. Não deve ser confundida com a
tática, que é o detalhamento dos métodos usados para colocar em prática a estratégia. A estratégia a ser utilizada
dependerá de fatores como personalidade das pessoas envolvidas, as circunstâncias das conversas e o assunto
em questão.
Estudar com cuidado a postura de cada membro de sua equipe em relação ao que será negociado e escolher as
pessoas cujas habilidades podem melhor contribuir para o alcance dos objetivos. O ponto mais importante a ser
seguido refere-se à construção do relacionamento, para facilitar a conciliação das diferenças que fatalmente
existem num processo de negociação.
Muitas vezes, as pessoas apenas reagem ao que os outros fazem ou mesmo as emoções podem dominar a lógica
e desviar os negociadores da estratégia definida que tenham em mente.
Para se atingir o relacionamento que se pretende, é necessário seguir algumas orientações, evitando-se que
ocorram dois erros muito comuns que são:
Ignorar as diferenças de percepções (as pessoas vêem as coisas de maneiras diferentes)
Esperar por reciprocidade (esperar que os outros sigam nossa maneira de agir)
Um time ideal para participar de negociações deve conter entre três e cinco pessoas e todas as posições devem
estar representadas, não sendo essencial que cada posição seja desempenhada por pessoas diferentes.
Em uma negociação, a boa estratégia requer o emprego de pessoas adequadas. O responsável tem que decidir as
posições e responsabilidades que elas assumirão.
22
A EQUIPE NA NEGOCIAÇÃO
RESPONSABILIDADES
POSIÇÃO
5. TIME AFINADO
Toda a equipe deve estar devidamente informada sobre a negociação, para que cada um desempenhe bem seus
papéis. Além de estimular a preparação individual, asseguremo-nos de que todo o time completo esteja presente
em pelo menos “um ensaio geral” e que se utilize dados reais e materiais visuais. Tomar notas que possam ser
usadas mais tarde para analisar como a equipe pode melhorar estratégias e táticas.
23
6. ESTILOS DE NEGOCIADOR
Cada um de nós tem um estilo de negociação. Na medida que negociamos com as outras pessoas, respeitando as
características do seu estilo, certamente teremos maior possibilidade de êxito.
O primeiro passo na teoria de estilos é a identificação do nosso próprio estilo; para isto é importante a visão das
pessoas com quem negociamos.
APOIADOR
Orientação: Relacionamento
Confiança: + Receptividade/ - Coerência
(+) (-)
Amável, Compreensivo, "Joga para o Time", Bom Perde tempo, Fingido, Evita conflito, É "levado na
Ouvinte, Prestativo. conversa" , Ineficiente.
PARA OBTER APOIO: Faz amizades, trabalha para o SOB TENSÃO: Finge concordar, sabota; não se
grupo; busca harmonia. manifesta.
VALORIZA : Atenção que recebe; ser aceito pelas PRECISA APRENDER: Auto-determinação e fixar
pessoas. metas.
CONTROLADOR
Orientação: Resultados
Confiança: + Coerência / - Receptividade
(+) (-)
Decidido, Eficiente, Rápido Objetivo, Assume riscos.
Exigente, Crítico, Impaciente,
Insensível,
"Mandão”.
PARA OBTER APOIO: Confia na eficiência, em SOB TENSÃO: Ameaça; impõe e torna-se tirânico.
trabalho feito a tempo e a hora.
VALORIZA: resultados; cumprimentos de metas. PRECISA APRENDER: Humildade e escutar os
outros.
ANALÍTICO
Orientação: Procedimentos
Confiança: + Credibilidade / - Clareza
(+) (-)
Sério, organizado, Paciente, Cuidadoso, Controlado. Indeciso, Meticuloso, Teimoso, Perfeccionista,
Procrastinador.
PARA OBTER APOIO: mantém-se a par do que SOB TENSÃO: Cala-se, retira-se ou evita conflito.
acontece; conhece o trabalho; especializa-se.
VALORIZA: Segurança, maior garantia. PRECISA APRENDER: Tomar decisões mais rápidas,
arriscar mais.
24
No processo de negociação, cada um de nós deve mostrar mais as forças do seu estilo, cuidando para que as
fraquezas não apareçam tanto.
Hoje, já se pode ter uma visão bastante clara de estilos predominantes no Brasil, a saber:
ESTILO %
ANALÍTICO 39,6
APOIADOR 37,0
CATALISADOR 15,2
CONTROLADOR 8,2
Eis algumas informações sobre os estilos:
O estilo é imutável, acompanha-nos toda a vida. É possível esconder nosso verdadeiro estilo, mas nunca
indefinidamente.
Todos nós temos características dos quatro estilos, embora com predominância maior de um deles.
Ao negociar, é fundamental enfatizar as forças do nosso estilo e administrar as fraquezas.
Conhecer o estilo do outro negociador é fundamental, pois estaremos mais preparados para identificar suas
forças e fraquezas.
ESTRATÉGIAS
As etapas do processo de negociação constituem uma seqüência ideal para um desfecho bem sucedido e
permanente. Na realidade, entretanto, é natural que ocorram interferências que obstruam e/ou dificultem o
processo.
Que fazer diante do imprevisto? Como proceder diante dos conflitos? Como se defrontar com as objeções?
Estratégias e táticas são meios alternativos para alcançar os objetivos desejados, tendo em vista as condições
peculiares de negociação e do negociador. As estratégias referem-se a três elementos fundamentais na
negociação: Informações, Tempo e Poder. As táticas relativas à INFORMAÇÃO admitem a possibilidade de que
seu interlocutor não conceba, não saiba ou não perceba as coisas do mesmo modo que você.
TEMPO
As táticas relativas ao TEMPO referem-se à oportunidade ou ao momento psicológico em que se colocam
premissas ou alternativas, na perspectiva do outro negociador; dizem respeito também ao grau de pressão
temporal exercido para decisão do outro negociador.
Eis alguns exemplos:
• Estender o tempo (Vencer pelo cansaço...Ter paciência)
• Precipitar o desfecho (É agora ou nunca...)
• Adiar (Vamos aguardar uma melhor oportunidade...)
• Fixar limites (Vamos manter a reserva até...)
• Usar o elemento surpresa (Aceito sua condição...)
PODER
A negociação envolve sempre a mudança de condições atuais para condições desejáveis para os negociadores.
Para que alguém mude é necessário que sofra uma influência que seja maior que sua capacidade de resistir.
PODER é a capacidade de provocar mudanças ou impedir que elas ocorram, de acordo com a própria
determinação.
25
Eis alguns exemplos de táticas relativas ao jogo do Poder:
• Autoridade total (O que eu resolver será o resolvido...)
• Autoridade condicional ou limitada (Meu limite de alçada é...)
• Eximir-se de autoridade (Só posso decidir com o aval de ...)
• Exigência - pressão chinesa - (Se você melhorar tal aspecto...)
• Confronto de opções (leilão) (Discutam entre vocês... eu aceitarei a melhor proposta...)
• Conjugação de forças (Aliar-se a alguém...mudar a equipe ou parte dos negociadores)
• Pechincha/barganha (Se você conceder...eu...)
• Alteração das regras do jogo (o preço pode ser mudado...As especificações serão...)
Seja no trabalho, em casa, ou na comunidade você passa por inúmeras situações em que o seu potencial
negociador é acionado e posto à prova, algumas vezes até de modo inconsciente ou inesperado.
Procure lembrar-se de algum fato do passado, mesmo de quando você ainda era criança: quantas vezes a mesada
(semanada) foi negociada com seus pais? Ou a compra de um sorvete...uma ida ao cinema...etc.
Na escola, ou já na faculdade para fazer algum trabalho...você certamente negociou com os mestres e colegas!
Hoje, ao vender algo seu (um eletrônico, o carro, algo assim) você sempre avalia por sua percepção, seus valores
e interesses. O possível comprador simplesmente faz o mesmo porém através da própria visão da negociação.
Pronto, eis um possível impasse! Para fechar o negócio só buscando um ponto de equilíbrio das percepções e dos
interesses, isto é, só negociando!
No trabalho, dependendo da área onde você atue, a negociação está presente direta (vendas, logística,
financeiro.) ou indiretamente (negociar com colegas, com o chefe, etc.). Diariamente, em várias situações
pessoais e profissionais, portanto, você negocia...e como!
Veja: há meios de obter melhores resultados do que aqueles imaginados! Para que isto aconteça deixe-me dizer
alguma coisa sobre os 4 EF´s – os quatro Elementos Fundamentais – do processo negocial. Qualquer situação
onde você imagine ser possível negociar terá que ser suportada pelos 4 elementos fundamentais: legitimidade,
informação, tempo e poder. A experiência mostra que faltando um deles você dificilmente chegará a uma solução
negociada. Portanto é importante administrá-los bem.
Observe que é determinante e decisivo para o sucesso, agregando mais valor a suas negociações, que você esteja
conscientizado, domine e administre bem os 4 EF´s (Elementos Fundamentais). Eles são a base para que o
processo de negociação, dividido em três fases, resulte, de fato, em melhores ganhos e otimização dos
resultados. Mas sobre o processo falarei em outro artigo...
A seguir, apresentamos algumas idéias a explorar durante a negociação com cada um dos estilos, bem como
aqueles aspectos que não devem ser enfatizados.
É importante lembrar que a utilização da teoria dos estilos deve ser feita com as etapas, estratégicas, táticas etc.
Se você não puder identificar o estilo do outro, evite usar a teoria de estilos (use apenas as etapas, estratégias
etc.). Caso tenha diante de si mais de uma pessoa, procure negociar de acordo com o estilo do líder. Se estiver
muito por dentro dos estilos, você poderá também apresentar argumentos para cada pessoa em função do seu
estilo, mas isto é extremamente difícil.
COMPORTAMENTO
ALTO ASSERTIVO
GANHA-PERDE GANHA-GANHA
NÃO
COOPERAÇÃO COOPERAÇÃO
PERDE-PERDE PERDE-GANHA
BAIXO ASSERTIVO
Atividade em sala:
ESTILOS DE NEGOCIADOR
Cada um de nós tem um estilo de negociação. A medida que negociamos com as outras pessoas, respeitando as
características do seu estilo, certamente teremos maior possibilidade de êxito. O primeiro passo na teoria de
estilos é a identificação do nosso próprio estilo; para isto é importante a nossa visão e das pessoas com quem
negociamos.
Após responder os questionários a seguir, escolha uma pessoa com quem negocie habitualmente e solicite a ela
que preencha os dois questionários (A e B). Lembre-se de que você é o objeto da análise.
A) Abaixo está a lista das várias características de dois tipos de comportamento - dominante e condescendente.
Em cada linha, existem duas características; escolha em cada linha apenas uma característica, de modo que,
ao final, você tenha assinalado um total de 10 características, considerando os dois tipos de comportamento.
Características do comportamento dominante Características do comportamento condescendente
Toma iniciativa ( ) ou Espera ser solicitado ( )
Loquaz ( ) ou Quieto ( )
Comunica-se com rapidez ( ) ou Comunica-se com ponderação ( )
29
Desafiador ( ) ou Encorajador ( )
Direto ( ) ou Sutil ( )
Faz afirmações ( ) ou Faz perguntas ( )
Aparenta confiança ( ) ou Aparenta calma ( )
Ativo ( ) ou Recreativo ( )
Decisões rápidas ( ) ou Decisões analisadas ( )
Sentido de urgência ( ) ou Sentido de paciência ( )
SOMA
Verifique agora quantas características você assinalou na coluna do comportamento condescendente, aquela do
lado direito. Coloque o total de itens assinalados ao lado da palavra SOMA. Na escala de 0 a 10, ao lado, assinale o
total da SOMA anterior.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
B) Abaixo estão listadas várias características de dois tipos de comportamento - informal e formal. Em cada
linha, existem duas características; escolha, em cada linha, apenas uma característica, considerando os dois
tipos de comportamento.
7
6
5
4
3
2
30
Agora, você possui dois totais, o do questionário A, eixo horizontal, e do questionário B, eixo vertical.
Exemplo: Vamos supor que o seu questionário "A" (horizontal) é de 5 e no "B" (eixo vertical) é 1. Veja como
isto ficará na figura abaixo:
10
9
CATALISADOR APOIADOR
8
7
6
0 1 2 3 4 6 7 8 9 10
CONTROLADOR 3 ANALÍTICO
2
1
0
0 1 2 3 4 6 7 8 9 10
CONTROLADOR 3 ANALÍTICO
2
1
0
No processo de negociação, cada um de nós deve mostrar mais as forças do seu estilo, cuidando para que as
fraquezas não apareçam tanto.
NEGOCIAÇÃO COLETIVA
Negociação coletiva é forma de criação de normas prevendo direitos e deveres entre grupos sociais. No campo
trabalhista a negociação é destinada à formação consensual de normas e condições de trabalho que serão
aplicadas a um grupo de trabalhadores e empregadores pertencentes às categorias que foram representadas
pelos sindicatos dos empregados e dos empregadores que pactuaram os termos do acordo.
A presença da negociação é constante nas relações trabalhistas, mudando apenas o grau de desenvolvimento da
negociação coletiva, pois nos sistemas políticos liberalistas, tais como o dos Estados Unidos, é mais evoluída do
31
que nos sistemas jurídico-políticos, tais como no Brasil, aonde são centralizados no Estado, nos quais a produção
de leis trabalhistas é feita com maior freqüência e intensidade.
Esta centralização é bastante evidente, por exemplo, no Brasil aonde há uma complexa legislação trabalhista e
uma cultura voltada para o corporativismo com pouca ênfase no diálogo, em virtude da origem do sindicato ter
ocorrido por intermédio do próprio Estado, além dos longos anos de militarismo que inibiram o desenvolvimento
em plenitude das práticas de negociação.
Finalidade:
A negociação coletiva tem como principal finalidade suprir a insuficiência do contrato individual de trabalho, além
de promover a participação tanto do capital (empresas) como do trabalho (empregados) em torno do destino que
deve ser dado às riquezas que são produzidas pelas partes, de forma menos centralizadora.
Função:
a) Normativa: criação de normas que serão aplicadas às relações individuais de trabalho desenvolvidas entre
patrões e empregados pertencentes à determinada categoria econômica e profissional, ou seja, o acordo coletivo
que resultar da negociação coletiva deverá ser cumprido tanto pelos empregados como pelas empresas durante o
prazo de sua vigência, pois tem força de lei entre as partes, incidindo sobre os contratos individuais de trabalho.
b) Compositiva: forma de superação dos conflitos existentes entre patrão e empregado, na modalidade de auto-
composição, pois a Justiça do Trabalho é meio de solução dos conflitos menos rápida.
c) Política: forma de diálogo entre grupos sociais numa sociedade democrática cuja estrutura política valoriza a
ação dos interlocutores sociais, confiando-lhes poderes para que, no interesse geral, superem suas divergências.
Portanto, há o reconhecimento pelo Estado das negociações coletivas, como meio de criar normas obrigatórias
para as partes, conforme Artigo 7º, inciso XXVI da CF/88.
d) Econômica: meio de distribuição de riquezas numa economia em prosperidade, visando evitar a centralização
da riqueza, como ocorre, por exemplo, na China, que hoje aparece como uma das grandes potências econômicas,
mas que convive com grande desigualdade social, pagando salários miseráveis aos seus trabalhadores, enquanto
a riqueza está concentrada nas mãos de poucos, ou, uma função ordenadora numa economia em crise, visando
atravessar esse período de forma menos traumática possível, buscando preservar os talentos da organização para
quando o mercado voltar à situação normal, podendo ser citado como exemplo, os acordos coletivos negociados
entre o sindicato dos metalúrgicos e algumas montadoras, com a finalidade de reduzir salário com redução
proporcional da jornada de trabalho do lado dos empregados e concessão de estabilidade durante um certo
tempo do lado dos empresários, além de atuar também como meio de recomposição dos salários corroídos pelos
efeitos da inflação, pois atualmente, não há lei tratando de política salarial no Brasil, sendo esta questão objeto
de negociação coletiva.
e) Social: os acordos prestam-se a uma função pacificadora, funcionando como uma fumaça da paz, aspirada
entre os interessados e por certo prazo, em que não haverá conflito entre os mesmos, pois haverá o compromisso
dos empregados de que durante a vigência do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) ou da Convenção Coletiva de
Trabalho (CCT) não farão reivindicações, pensando somente na produção, nem os patrões serão surpreendidos
com aumento de custos que comprometeriam sua margem de lucratividade, o que viabiliza um ambiente de
trabalho mais tranqüilo para todos os atores sociais, com a harmonia nas relações de trabalho se estabelecendo
em proveito dos interessados, da sociedade, que não sofrerá os inconvenientes de uma greve e do Estado, que
contará com a colaboração dos “parceiros sociais”.
32
b)Discussões entre os dirigentes dos sindicatos dos empregados e dos empregadores no caso de convenção, e
entre aqueles e os diretores da empresa no caso de acordo coletivo (art. 616 da CLT);
c) Possibilidade de mediação do Delegado Regional do Trabalho visando à aproximação entre as partes e com
poderes de convocação compulsória destas para o diálogo, ato que tem o nome de mesa-redonda na DRT (art.
616, par. 1o. da CLT);
d) Havendo o ajuste de vontades, segue-se à redação do documento com as cláusulas relativas à negociação e
que normalmente é feita pelos advogados das partes (art. 613 da CLT);
e) Aprovação da redação do que foi ajustado pelas assembléias dos dois sindicatos que estão participando da
negociação e assinatura do instrumento coletivo;
f) Depósito do documento redigido na Delegacia Regional do Trabalho no prazo de 08 dias da sua assinatura pelos
representantes dos sindicatos ou empresas (art. 614, par. 1 o. da CLT);
g) Publicidade da convenção ou acordo com afixação de modo visível, dentro de 05 dias da data do depósito.
h) Início da vigência: após 03 dias do depósito na DRT;
i) Duração máxima de 02 anos, conforme parágrafo 3º do artigo 614 da CLT.
Níveis de negociação:
As negociações restringem-se ao nível dos sindicatos. Estes detêm a exclusividade, o monopólio da negociação. A
Federação pode negociar somente onde a categoria não é organizada em sindicatos, ou quando o sindicato se
recusa a negociar (vide parágrafo 2º do artigo 611, artigo 617, parágrafo 1º da CLT).
CONDUTA ÉTICA
O problema da conduta ética é comum em todas as profissões. Entretanto, algumas delas, como a dos médicos,
engenheiros e compradores assume uma dimensão mais relevante. A abordagem mais profunda do assunto leva
invariavelmente ao estudo do comportamento humano no seu ambiente de trabalho.
Muitos dos incidentes questionáveis nos negócios, em termos éticos, que acabam por descontrolar as situações,
são os casos em que se argumentam que os “fins justificam os meios”.
O assunto deve ser resolvido estabelecendo regras de conduta devidamente escritas, divulgadas, conhecidas e
praticadas por todos os envolvidos, procurando fixar limites claros entre o “legal” e o “moral”.
Assim, os aspectos legais e morais são extremamente importantes, o que faz as empresas lançarem mão de um
“código de conduta ética” para seus colaboradores.
Se em um setor de compras, o problema aflora com maior intensidade devido aos altos valores envolvidos,
relacionados com critérios muitas vezes subjetivos de decisão. “Saber até onde uma decisão de comprar seguiu
rigorosamente um critério técnico, onde prevaleçam os interesses da empresa, ou se a barreira ética foi
quebrada, prevalecendo aí interesses outros, é exatamente difícil".
O importante é que esse código de ética seja válido tanto para uma área de vendas como para uma área de
compras, por exemplo. Não é ético uma empresa comportar-se de uma forma quando compra e de outra quando
vende.
“E quanto aos ‘presentes’, ‘lembranças’, ‘brindes’ como agendas, canetas, malas e convites que, normalmente
são distribuídos, por exemplo, ao pessoal de compras, do controle da qualidade e técnico, como abordar esse
assunto? Deve-se permitir que recebam? A melhor forma de abordar o assunto é definir, o mais claro possível,
um código de conduta.
E as empresas que, deliberadamente, oferecem comissão? Devem ser excluídas dentre as licitantes? Essas
comissões devem ser incluídas na proposta como forma de descontos? E as outras empresas, como ficam? ".
Toda esta questão fica ainda mais grave, quando entra a figura do suborno. A intuição premeditada é a essência
do suborno. Quanto ao suborno, uma vez consumado o fato, já entra na alçada da justiça
34
Conduta Ética
Uma empresa em determinada região do país, de médio porte, adotava o seguinte critério: Todos os
presentes recebidos pelo pessoal de compras, independentemente do valor, eram listados e
catalogados. Na confraternização de fim de ano, que antecedia o Natal, todos os presentes e brindes
eram sorteados entre os participantes da confraternização.
Em linhas gerais, a conduta ética pode-se resumir em quatro importante diretrizes, assim estabelecidas;
• Desencorajar o recebimento de presentes de fornecedores, mesmo material promocional de baixo
valor e entretenimento patrocinado por eles
• Se o departamento de vendas oferece brindes, considerando-os uma parte valiosa de sua
estratégia, procure compreender o porquê e o como de tal prática. Defina, então, um valor
monetário adequado tanto para ser oferecido por vendas como para ser recebido por compras, sob
a forma de presentes ou brindes, proibindo, para todos os empregados, presentes cujo valor seja
mais alto que o valor estipulado
• Informar seus funcionários, principalmente o pessoal de compras e de departamentos sujeitos às
influências de “agrados”, o impacto dos materiais promocionais de valor mais elevados e o
sentimento de obrigação que ele acaba criando
• Pagamento bilateral para os almoços de negócios.
Outro aspecto concernente à ética em compras é o manuseio de informações, como o repasse dos critérios de
julgamento e de dados contidos nas propostas já entregues a um outro fornecedor.
Para se evitar essas situações, o código de ética entra em cena, para ser seguido por todos os colaboradores,
resultando em uma conduta homogênea em relação ao tratamento dado aos clientes, quando da venda, e aos
fornecedores, quando da compra.
Deve-se evitar os dois extremos. Tanto aceitar-se passivamente tudo aquilo que o outro lado diz, que significaria
depositar crença total nas mãos do outro, quanto não aceitar nada do que o outro lado coloca significando
eliminar totalmente a possibilidade de um acordo.l
Além disso, cada um tem que resolver também um dilema pessoal, qual seja, quão franco ele deve ser quanto às
suas reais preferências e prioridades.
Fraude e disfarce são palavras comuns em negociação, podendo assumir diferentes formas tais como:
a) Adulteração de uma posição perante o oponente
É a forma mais comum de fraude em uma negociação. Mostra-se ao oponente uma posição que não condiz com
a realidade, distorcendo-se fatos ou exagerando-se em certas posições.
b) Blefe
Trata-se também de uma tática muito comum. Mostram-se as intenções de maneira “falsa”, não condizentes com
as verdadeiras propostas, fazendo-se promessas e falsas ameaças.
c) Fraude
Acontece quando o negociador monta um conjunto de argumentos verdadeiros ou falsos para levar o oponente a
conclusões erradas. Exemplo: descrever em detalhes as ações que teria tomado no passado em circunstâncias
similares, de forma a induzir o oponente a acreditar que ele pretende tomar no futuro essas mesmas decisões.
d) Falsificação
Trata-se da introdução de informações efetivamente erradas em uma negociação. Exemplo: informações
financeiras falsificadas ou as declarações falsas sobre a outra parte.
e) Exposição seletiva ou adulteração de elementos
35
Trata-se de não contar precisamente o que se passa na negociação e/ou não contar ao oponente os reais desejos,
aspirações e posições.
Ao se analisar porque algumas pessoas usam comportamentos antiéticos, a primeira coisa que ocorre é acreditar
que as pessoas são corruptas, degeneradas ou imorais. Na verdade, essa análise é muito simplista. Além disso, ela
não ajuda a entender e controlar o próprio comportamento, ou influenciar e predizer com sucesso o
comportamento do outro em um ambiente de negociação.
Como resultado de uma possível decisão de empregar uma tática antiética, o negociador terá conseqüências
positivas ou negativas.
Será negativa se a parte prejudicada (ou vítima) descobrir que foram enganadas ou exploradas e tendem,
logicamente, a ficaram furiosas por sentirem-se manipuladas, tanto pelo fato de terem perdido a negociação em
função de uma tática fraudulenta, como por se sentirem ridículas, por terem sido enganadas por um ato de
esperteza. Isto pode levar à revanches ou retaliações.
Do ponto de vista do negociador, a principal motivação para utilizar um comportamento antiético pe para
aumentar o poder e o controle. Como se acredita que a maioria dos negociadores não é desonesta, as que são
conscientes de suas responsabilidades morais e sociais, então, quando decidem utilizar uma tática antiética,
buscam razões para justificar esse comportamento.
Quanto mais freqüentemente um negociador utiliza esse processo de justificar atitudes antiéticas, mais seus
julgamentos sobre padrões e valores éticos se tornam tendenciosos, levando a uma habilidade cada vez menor de
fazer julgamentos precisos sobre a verdade.
Enfim, essas táticas, normalmente utilizadas visando ganhar poder, na verdade, fazem com que o negociador
experimente, com o passar do tempo, uma perda de poder, na medida em que começam a caracterizá-lo como
alguém com menor credibilidade e integridade, devido ao fato de agir, explorando oportunidades que surgem.
Dessa forma, o negociador tende a ser menos bem-sucedido a longo prazo, em função de sua reputação negativa,
gerada pelo seu tipo de conduta.
36
ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS E NEGOCIAÇÃO
PROMOÇÃO = Comunicação com os clientes.
VENDA = É a concretização do negócio entre o vendedor e o comprador.
VENDA PESSOAL = É o conjunto das atividades realizadas pelo vendedor com o propósito de informar, motivar e
persuadir o cliente a adquirir um produto ou um serviço da empresa. Podendo incluir ou não a concretização da
venda propriamente dita.
O vendedor é aquele que representa a empresa junto ao cliente, é muitas vezes, o único elo entre a empresa e
seus clientes e representa também seus clientes dentro de sua própria empresa.
“Ninguém questiona a importância da força de vendas no mix de marketing. Entretanto, as empresas são
sensíveis a custos altos e crescentes (salários, comissões, bonificações, despesas de viagem, ajudas de custo,
benefícios, incentivos, treinamento, etc.) para a manutenção da FORÇA DE VENDAS. Como o custo de uma visita
de vendas pessoal situa-se na faixa de 250 a 500 dólares, e como para fechar uma venda normalmente são
necessárias quatro visitas, o custo total para o fechamento de uma venda pode situar-se na faixa de 1000 a 2000
dólares. Não é de se estranhar que muitas empresas estejam tentando implementar unidades de vendas por
correio, por telefone ou on-line para reduzir as despesas com vendas de campo. Elas também estão tentando
aumentar a produtividade das forças de vendas por meio de melhores seleção, treinamento, supervisão,
motivação e remuneração.
(Kotler)
IMPORTÂNCIA DE VENDAS
Para a ECONOMIA
Melhor PADRÃO DE VIDA
APERFEIÇOAMENTO DO PRODUTO
Manutenção da ATIVIDADE EMPRESARIAL
Desenvolvimento de PROFISSIONAIS
A REALIDADE BRASILEIRA
- Administração tupiniquim – adaptada à realidade brasileira
- Predominam no Brasil as micros, pequenas e médias empresas:
São 3,5 milhões de empresas, representando 99,8% do total de empresas.
- Recursos e situação diferentes de grandes empresas.
- Empresário brasileiro é mais VERSÁTIL. Tem “jogo de cintura”.
- Desvantagens das pequenas: falta de recursos financeiros, e na obtenção dos mesmos, aspecto
organizacional, distribuição, falta de orientação para o MKT.
- Observar RH.
GERÊNCIA DE VENDAS
É responsável pelo desempenho da equipe e pelos resultados alcançados.
Ele deverá conduzir sua equipe ao caminho da obtenção dos OBJETIVOS perseguidos pela empresa, pois
ADMINISTRAÇÃO é “A ARTE DE EXECUTAR SERVIÇOS POR INTERMÉDIO DE PESSOAS”.
“Pode-se comprar o tempo de um homem, pagar alguém para ir a determinado lugar, pode-se obter dele, por
dinheiro, determinada quantidade de movimentos musculares por hora ou por dia. Porém não se pode comprar
ENTUSIASMO, INICIATIVA ou LEALDADE, nem DEDICAÇÃO que envolva o CORAÇÃO, INTELIGÊNCIA E ESPÍRITO.
Isso precisa ser conseguido por MERECIMENTO!”
O gerente deve ser administrador nato ou pode ser treinado para isso?
PLANEJAMENTO DE VENDAS
Uma das funções do gerente de vendas e significa DECIDIR COM ANTECIPAÇÃO O QUE DEVE SER FEITO E
CONSTITUI-SE NA 1ª ETAPA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO.
PLANO DE VENDAS
É um documento escrito com os principais tópicos de um planejamento. Deve ser documento operacional da
empresa, servindo de conduta para todas as atividades do pessoal envolvido no que foi planejado. O planejador
precisa ter profundos conhecimentos dos passos mencionados no planejamento. A seqüência mais lógica do
plano seria:
1. POTENCIAL DE MERCADO E POTENCIAL DE VENDAS – é necessário para fixar planos e objetivos da empresa,
favorece a divisão de territórios, estabelecimento de quotas mais justas, o conhecimento da participação de
mercado da empresa, etc.
Segundo a AMA: “potencial de mercado são as vendas esperadas de um bem, um grupo de bens ou serviço, para
todo o ramo industrial, num mercado e durante um período determinado”.
39
Intenção de compra – Consiste em perguntar aos clientes se comprariam ou não os produtos ou qual a
qtde que pretendem comprar no próximo ano ou período. Depois disso os dados são projetados para
determinar o potencial. Simples, porém não confiável.
Comparação – aqui a projeção é feita com base na comparação de algum fator já conhecido.
Testes de mercado – o produto é comercializado em pequena escala e os dados são coletados com o
objetivo de determinar o nº de consumidores que comprará o produto. Depois os dados são projetados
para o mercado total.
Análise de dados secundários – censos, renda disponível (certos indicadores) e tendência para gastar
(pode ser medido pela arrecadação de impostos).
2. PREVISÃO DE VENDAS (FORECAST) – Com um quadro geral de atuação, o administrador já pode fazer uma
previsão do que poderá ocorrer no período a ser planejado, que pode ser mensal, anual, para mais anos, etc. Esta
previsão ocorre a partir da análise da empresa, seu ambiente, concorrência, condições gerais dos negócios, do
ramo, do produto no mercado, em função do esforço mercadológico da empresa. Afeta todos os deptos da
empresa, portanto a cautela é imprescindível. Pode ser feita por PRODUTO, por REGIÃO e MERCADOS ou por
CLIENTE, através dos métodos: INTENÇÃO DE COMPRA, OPINIÃO DA FORÇA DE VENDAS, VENDAS PASSADAS,
JULGAMENTO DOS EXECUTIVOS, entre os modelos matemáticos e estatísticos.
3. TERRITÓRIOS E ROTAS – são unidades geográficas em que se apresentam divididas as zonas de vendas, dando
a oportunidade de se identificar os clientes potenciais e chegar mais próximo de um atendimento adequado, com
cobertura mais intensiva, controle maior das atividades do vendedor, criando também no mesmo uma sensação
de responsabilidade, aumentando a motivação.
Atenção para uma divisão harmoniosa sendo proporcional em tamanho, nº de clientes, potencial de vendas e
com oportunidades de vendas iguais. Depende também do produto, segmento e tipo de trabalho. É importante a
determinação das rotas (itinerários) que são os vários caminhos que o vendedor deve percorrer para dar
cobertura apropriada ao território. O roteiro deve ser econômico e o mais racional possível.
4. ORÇAMENTO DE VENDAS (BUDGET) – planejamento financeiro das expectativas das ocorrências do plano de
vendas. Auxilia na previsão de lucros com receitas e necessidades de gastos. Pode ter as seguintes configurações:
ORÇ. DE VENDAS, ORÇ. DAS DESPESAS DE VENDAS, ORÇ. DE PROPAGANDA E ORÇ. ADMINISTRATIVO.
5. QUOTAS – Servem de parâmetros para análise da atividade de vendas. É instrumento de controle, contribui
para aumentar a motivação do vendedor.
Sabe-se que o administrador eficiente tem de ser capaz de compreender e de lidar com problemas econômicos e
técnicos, mas precisa também ser capaz de compreender e de lidar com as pessoas (comportamento
interpessoal). De acordo com esse conceito, praticar relações interpessoais passa a ser mais do que manter
contato com outras pessoas. Podemos dizer que implica em perceber o outro em suas particularidades, entender
e respeitar as diferenças individuais. Para desenvolver as habilidades necessárias ao estabelecimento de relações
interpessoais eficazes é preciso um melhor conhecimento de si próprio – a autopercepção – e ampliar a
percepção do outro – a heteropercepção.
Como eu sou?
Meus defeitos e minhas qualidades?
No que posso melhorar?
São as diferenças individuais que determinam o comportamento do indivíduo no grupo. Para convivermos em
sociedade temos que nos adaptar, contribuir, cooperar e aceitar as opiniões de outras pessoas. È a oportunidade
que temos de exercer ao mesmo tempo a liberdade individual e a adaptação social.
Às vezes não compreendemos por que temos certos tipos de comportamento ou atitudes. Isso ocorre porque
temos dentro de nós conflitos que não conseguimos resolver.
Esses conflitos íntimos impedem nossa maneira eficiente de agir. Quando a prendemos a reconhecer as defesas
que utilizamos para repelir as ameaças imaginárias ou reais estabelecemos a eficiência no relacionamento
interpessoal e na compreensão intrapessoal.
A compreensão dos outros é a aptidão para sentir o que os outros pensam e sentem. A essa aptidão
denominamos empatia – colocar-se no lugar do outro, porém sem envolvimento emocional. Dessa forma, na
comunicação interpessoal devemos:
Desenvolver nossa empatia;
Ter flexibilidade de ação, ou seja, saber se conduzir apropriadamente em cada situação, com determinada
pessoa a fim de não ter uma reação uniforme para com todos e em todos os casos.
Ter um repertório de condutas que vai variar conforme a situação e a pessoa.
Empatia
Flexibilidade de ação
Conviver com os outros não é tarefa fácil. Para garantir o equilíbrio, eficiência e harmonia no nosso local de
trabalho devemos:
Conhecer a Empresa – conhecer o regimento interno,saber as funções exercidas pelas pessoas dentro da
empresa;
Conhecer a chefia – não basta apenas estar ciente das funções. É indispensável conhecer seus superiores,
suas características e comportamentos.
Conhecer os colegas – conhecer para compreendê-los e para colaborar em suas necessidades para
garantir um relacionamento mais efetivo e menos conflitante.
TÉCNICAS DE VENDAS
41
Detém conhecimentos valiosos, reação dos consumidores, melhores técnicas de apresentação, enfim,
decisões de marketing fundamentadas e válidas
Exige flexibilidade, adaptação, versatilidade
ADMINISTRAÇÃO DE TEMPO
Distribuir tarefas da melhor maneira possível, para um melhor aproveitamento.
Tempo gasto: 1/3 em contatos, 1/3 em viagens e 1/3 esperando clientes.
PROCESSO DE VENDAS
Etapas:
procura e avaliação dos clientes,
abordagem;
apresentação,
tratamento de objeções,
“fechamento”,
pós-venda.
Alcançar os objetivos de venda utilizando alguns critérios para procurar e avaliar os clientes: poder
aquisitivo, capacidade de compra, reconhecimento social ou status, etc.
Selecionar aqueles que mais dão retorno, contatando os melhores clientes, portanto concentrando-se
nos melhores clientes, melhores resultados são obtidos.
42
APRESENTAÇÃO = do vendedor e da empresa. (às vezes é necessário adequar esta apresentação com
mais ou menos treinamento, desenvolvimento das habilidades técnicas).
ABORDAGEM DO PRODUTO = método usado mais no varejo, demonstrando ou comentando sobre o
produto para encantar o cliente.
MÉTODO DE FAZER PERGUNTAS = forma recomendada de despertar a atenção, pois exige participação,
considerando que:
quanto mais específica a pergunta, melhor
não fazer perguntas que o cliente não deseja responder,
devem ser feitas perguntas que consideram os benefícios mais interessantes para o cliente.
ABORDAGEM DO ELOGIO
Elogiando o consumidor em algum aspecto visível ao vendedor. Sendo simpático, sem ser “falso”.
FECHAMENTO
• Não ser passivo, pode ser o temor da resposta negativa.
• Resumir os principais pontos da apresentação.
• Simplificar para não dar oportunidade ao cliente de pedir tempo para decidir. Daí é preciso estar atento
para o momento X. Observar os sinais de compra que favorecem a tentativa de fechamento, que pode
ser: Direto, Formação de barreiras e Ofertas Especiais.
SERVIÇOS DE PÓS-VENDAS
Aconteceram as “promessas”, depois veio o “fechamento” da venda, agora é a “hora da verdade”...
Nada impede que, mesmo saindo do circuito após conseguir as propostas assinadas, o vendedor faça um follow-
up junto aos colegas de trabalho para assegurar-se de que o cliente está recebendo o que prometeu, um
atendimento adequado e completo.
Cuidado especial em preparar os vendedores, pois são de importância vital para o sucesso da empresa a longo
prazo, por estarem em contato permanente com os clientes que, se bem atendidos, por uma força de vendas
capacitada, retornarão e indicarão outros clientes.
43
As mudanças no mundo e nas empresas leva-nos à constatação de que encontramo-nos em um momento de
transição de um tempo que está acabando e de outro que começa. Estruturas hierarquizadas são substituídas
pelas matriciais, as relações formais cedem lugar às informais, os vínculos burocráticos perdem sentido diante dos
vínculos empreendedores, já tem pouco valor o "manda quem pode, obedece quem tem juízo" , quando todos
sabem que é necessário "fazer o que é preciso". As informações centralizadas, até então um símbolo do poder,
perdem lugar para as informações pulverizadas, quando todos são envolvidos nos processos de comunicação
dentro das empresas. Cada um cuidando de seu pedaço, em busca dos resultados de sua unidade, perde
importância diante dos resultados maiores da Empresa. A revolução provocada pela internet está fazendo
diminuir sensivelmente as vendas em local físico, em favor das vendas cada vez mais significativas em "local
virtual". Enfim, os antigos modelos mentais, responsáveis por comportamentos e atitudes que já não funcionam,
têm que ceder espaço a novos modelos mais eficazes.
Todas estas mudanças batem de frente com necessidades e valores enraizados, com um "status quo"
estabelecido e, principalmente, com o principal agente de todas as mudanças: o ser humano. E este não muda
como mudam as peças, as máquinas ou seus componentes. Conhecer ou mesmo treinar habilidades não basta
para que o ser humano se disponha a mudar; o processo de convencimento é árduo e muitas vezes desgastante.
Nesta hora revelam-se os verdadeiros líderes. E, quando falamos de líderes, não estamos nos referindo apenas
àqueles que exercem funções gerenciais, de chefia ou que detêm algum poder formal nas estruturas hierárquicas.
Referimo-nos a todos que precisam obter resultados com/e por intermédio de outras pessoas,
independentemente de sua posição, cargo ou contexto em que esteja atuando. A estes principalmente não pode
faltar o grande atributo da liderança: saber negociar!
Segundo os consagrados autores Kouzes e Posner a "Liderança é um conjunto de práticas observáveis que podem
ser aprendidas". Em seu livro Desafios da Liderança eles citam as 5 práticas: 1. Desafiar o Processo; 2. Inspirar
uma Visão Compartilhada; 3.Capacitar os Outros para Agir; 4.Modelar o Caminho; 5.Encorajar o Coração.
Ora nenhuma dessas práticas pode ser imposta. Se não, vejamos alguns exemplos.
Como impor às pessoas uma "uma busca de oportunidades desafiantes ou a assunção de riscos" sem que eles
estejam dispostas a isto? Como fazê-las colaborar ou compartilhar informações, se elas não estiverem
convencidas do valor destes comportamentos? Dar o Exemplo, Reconhecer as Contribuições e até Comemorar as
Pequenas Vitórias são comportamentos ativos que exigem pré-disposição e convencimento íntimo. Não podem
ser impostos, mas podem e devem ser negociados!
Usando suas habilidades pessoais, aliadas às boas técnicas de negociação, os verdadeiros líderes são capazes de
se transformar em "agentes de resultados" tão necessários nestes tempos de mudança cada vez mais rápidas e
que exigem inteligência.
NEGOCIAÇÃO E CRISE
Eraldo Meireles de Souza
Entre perplexos e confusos temos assistido às disputas, discussões, ataques e acusações que têm caracterizado as
relações entre o Governo Federal e alguns Governos Estaduais, especialmente o de Minas Gerais.
Como qualquer cidadão comum, desconhecemos em detalhes os meandros da burocracia que rege as famosas
dívidas, empréstimos e avais que têm sido citados como razão da discórdia.
O que percebemos é que a palavra NEGOCIAÇÃO tem sido usada, de parte a parte, ora como elemento de defesa,
ora como arma de ataque. Todos parecem querer negociar, mas ninguém se dispõe a conversar, a dialogar e,
principalmente, a OUVIR a outra parte. Confunde-se negociar com falar, acusar, atacar, intimidar, cobrar. Até a
gratidão tem sido usada como moeda de troca.
Tudo isto nos conduz a uma reflexão sobre alguns pontos importantes que devem nortear qualquer negociação
que pretenda ser bem sucedida:
1. Antes de falar, ouça!
De fato, a etapa "Exploração ou Sondagem" é a mais esquecida pelo negociador brasileiro. Temos enorme
dificuldade em ouvir a outra parte, acreditamos que falando, argumentando, ameaçando, acabamos por vencer
qualquer disputa. Mais ainda, deixando de ouvir, passamos a agir como se os outros pensassem, sentissem e
44
agissem como nós mesmos. Por não ouvir plenamente, julgamos e avaliamos qualquer coisa que os outros dizem;
e estes julgamentos e avaliações são feitos a partir de nossos próprios valores e crenças.
2. Separe as pessoas do objeto da negociação.
Os bons negociadores, especialmente os que têm que negociar em nome de uma Empresa, de um Estado, de um
Povo, de um País, estes sabem seguir um dos mais antigos ditados de todos os idiomas: "amigos, amigos,
negócios à parte". E ainda são capazes de melhorá-lo quando dizem: "amigos ou inimigos, negócios à parte". Em
outras palavras, quem negocia a coisa pública, o bem comum, tem que saber separar as pessoas do objeto da
negociação: não pode se deixar influenciar por sentimentos, paixões, ódios ou ressentimentos, pois o que está em
jogo é o resultado que irá influenciar a vida de muitas pessoas, da Empresa, do Estado ou do País e não as
vaidades pessoais, os egos feridos, as gratidões ou ingratidões, os rancores ou as divergências passadas mal
resolvidas.
3. Se a intenção é, de fato, negociar esteja aberto a tudo.
Quando se impõem condições prévias, quando se estabelece "a priori" que só se sentará à mesa de negociação se
determinadas ações foram empreendidas ou outras deixarem de ser, neste momento já se cria um grande
impasse, antes de começar a negociação. Neste ponto já não se trata de uma negociação, mas pelo menos, de
duas. Primeiro será necessário superar o impasse deliberadamente criado, para, então, prosseguir-se na
negociação do que realmente importa. Muitas vezes, o impasse se torna intransponível e aí, adeus negociação!
4. Nem sempre quem está com a razão, negocia melhor.
Muitos negociadores acreditam tão firmemente em suas posições e pontos de vista, que passam a julgar que esta
crença é suficiente para torná-los imbatíveis. Agem, então, como se nada pudesse demovê-los e passam a
considerar os argumentos, atitudes e ações de outra parte como ofensas pessoais ou como agressões gratuitas.
Suas crenças e vontades obliteram sua capacidade de raciocínio, tornando-os insensíveis a argumentos e
posições, por mais racionais, lógicos ou estruturados que possam ser.
Neste momento assumem uma postura "emburrada", tornam-se surdos e inacessíveis a qualquer tentativa de
aproximação.
5. Intermediários são bons, quando merecem confiança e respeito.
Todos sabem que a confiança é fator decisivo em qualquer negociação. Muitas vezes, esta confiança pode ser
ampliada ou mesmo conquistada por meio de um bom intermediário que a outra parte respeite ou admire; eles
costumam aparar arestas, aplainar terrenos e aproximar as partes em litígio. À escolha do intermediário, então,
assume importância decisiva, pois, de sua presença pode depender todo o processo e também o resultado. Um
intermediário mal escolhido pode matar uma negociação antes que ela comece.
De fato, o episódio em questão permite muitas outras reflexões sobre o tema, mas fiquemos, por enquanto com
estas na esperança de que o bom-senso prevaleça e que não venhamos nós a pagar mais uma conta nascida da
inabilidade de nossos políticos. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, não é mera
coincidência.
Bibliografia
KOZICKI, Stephen. Negociação criativa. São Paulo: Futura, 1999.
MARTINELLI, Dante P. ALMEIDA, Ana Paula. Negociação e solução de conflitos. São Paulo: Atlas, 1998.
DANTE, P. Martinelli e ALMEIDA, Ana Paula. Negociação - Como transformar confronto em cooperação. São
Paulo: Atlas, 1997
45