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ENGENHARIA CIVIL

ESTRUTURAS DE
MADEIRA
Capítulo 1
A MADEIRA COMO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

1.1 – Introdução
1.2 – Classificação das Madeiras

1.3 – Estrutura e Crescimento das Madeiras

1.4 – Propriedades Físicas das Madeiras

1.5 – Defeitos das Madeiras


1.1 – Introdução

• É provavelmente, o material de construção mais antigo dada a sua


disponibilidade na natureza e sua relativa facilidade de manuseio;

• A madeira apresenta uma excelente relação resistência/peso, Tabela 1.1,


quando comparada com outros materiais de construção convencionais;

• Facilidade de fabricação de diversos produtos industrializados;

• Bom isolamento térmico;

• A madeira esta sujeita à degradação biológica por ataque de fungos, brocas


etc;

• A madeira também está sujeita à ação do fogo;

• Por ser um material natural apresenta inúmeros defeitos, como nós e fendas
que interferem em suas propriedades mecânicas;

* Os aspectos desfavoráveis são facilmente superados com o uso de produtos industriais de madeira convenientemente
tratados,em sistemas estruturais adequados, resultandoem estruturas duráveis e com características estéticas agradáveis.
1.2 – Classificação das Madeiras
As madeiras utilizadas em construção são obtidas de troncos de árvores, e se
distinguem em duas categorias principais de madeiras:

• Madeiras duras: provenientes de árvores frondosas ( dicotiledôneas – plantas


com flor, da classe Angiosperma, com folhas achatadas e largas), de
crescimento lento. Ex: peroba, ipê, aroeira, carvalho etc.; as madeiras duras de
melhor qualidade são também chamadas madeiras de lei;
*As árvores frondosas perdem geralmente suas folhas no outono.
• Madeiras macias: provenientes em geral das árvores coníferas ( da classe
Gimnosperma, com folhas em forma de agulhas ou escamas,e sementes
agrupadas em forma de cones), de crescimento rápido. Ex: pinheiro do paraná,
pinheiros europeus e norte-americanos, pinheiro bravo.
*As coníferas mantêm suas folhas verdes o ano todo.

* Estas duas categorias descritas acima se distinguem pela estutura celular dos
troncos e não propriamente pela resistência. Algumas árvores frondosas
produzem madeira menos resistente que o pinho por exemplo.

As gimnospérmicas ou gimnospermas (do grego gimnos = nu / sperma =


semente) são plantas vasculares com frutos não carnosos (frutos sem polpa) e
cujas sementes não se encerram num fruto. Diferenciando-se assim
das angiospérmicas, que têm suas sementes envoltas por um fruto, gerado por
um ovário[1].
1.3 – Estrutura e Crescimento das Madeiras

As árvores produtoras de madeira de construção são do tipo exogênico, que


crescem pela adição de camadas externas, sob a casca. A seção transversal de um
tronco de árvore revela as seguintes camadas , de fora para dentro (Fig. 1.1):

• a) casca – proteção externa da árvore, formada por uma camada externa


morta , de espessura variável com a idade e as espécies, e uma fina camada
interna, de tecido vivo e macio, que conduz o alimento preparado nas folhas
para as partes em crescimento;

• b) alburno ou barnco - camada formada por células vivas que conduzem a


seiva das raízes para as folhas; tem espessura variável conforme a espécie,
geralmente de 3 a 5 cm;

• c) cerne ou durâmen - com o crescimento, as células vivas do alburno tornam-


se inativas e constituem o cerne, de coloração mais escura, passando a ter
apenas função de sustentar o tronco;

• d) medula – tecido macio, em torno do qual se verifica o primeiro crescimento


da madeira, nos ramos novos.
* Os troncos das árvores crescem pela adição de anéis em volta da medula; os
anéis são gerados por divisão de células em uma camada microscópica situada
sob a casca, denominada câmbio, ou Liber, que também produz células da casca.
1.4 – Propriedades Físicas das Madeiras
1.4.1 – Anisotropia da Madeiras

Devido à orientação das células, a madeira é um material anisotrópico,


apresentando três direções principais conforme mostram as figuras 1.5 e 1.6:
longitudinal, radial e tangencial. A diferença de propriedades entres as direções
radial e tangencial raramente tem importância pratica, bastando diferenciar as
propriedades na direção das fibras principais ( direção longitudinal) e na direção
perpendicular às mesmas fibras.
1.4.2 – Umidade

A umidade da madeira tem grande importância sobre as suas propriedades. O


grau de umidade U é o peso de água contido na madeira expresso como uma
porcentagem do peso da madeira seca em estufa Ps ( até a estabilização do peso):

A umidade está presente na madeira de duas formas:

• Água no interior da cavidade das células ocas ( fibras ) e


• Água absorvida nas paredes das fibras.
1.4.3 – Retração da Madeira
As madeiras sofrem retração ou inchamento com a variação da umidade entre 0 e
o ponto de saturação das fibras (30%), sendo a variação dimensional
aproximadamente linear. O fenômeno é mais importante na direção tangencial;
para a redução da umidade de 30% a 0, a retração tangencial varia de 5% a 10%
da dimensão verde, conforme as espécies.
A retração na direção radial é cerca da metade da direção tangencial. Na direção
longitudinal, a retração é menos pronunciada, valendo apenas 0,1% a 0,3% da
dimensão verde. A retração volumétrica é aproximadamente igual a soma das três
retrações lineares ortogonais.
1.4.4 – Dilatação Linear
O coeficiente de dilatação linear das madeiras, na direção longitudinal, varia de
0,3 X 10E-5 a 0,45 X 10E-5 por °C, sendo, pois, da ordem de 1/3 do coeficiente de
dilatação linear do aço.
Na direção tangencial ou radial, o coeficiente de dilatação varia com o peso
específico da madeira, sendo da ordem de 4,5 X 10E-5 °C para madeiras duras e
8,0 X 10E-5 °C para madeiras macias.
Vê-se assim que o coeficiente de dilatação linear na direção perpendicular às
fibras varia de 4 a 7 vezes o coeficiente de dilatação linear do aço

1.4.5 – Deterioração da Madeira

A madeira está sujeita à deterioração por diversas origens, dentre as quais se


destacam:

• Ataque biológico e
• Ação do fogo.
1.5 – Defeitos da Madeiras
Capítulo 2
PRODUTOS DE MADEIRA E SISTEMAS ESTRUTURAIS

2.1 – Tipos de Madeira de Construção

2.2 – Sistemas Estruturais em Madeira


2.1 – Tipos de Madeira de Construção

• madeiras maciças:

- madeira bruta ou roliça

- madeira falquejada

- madeira serrada

• madeiras industrializadas:

- madeira compensada

- madeira laminada ( ou microlaminada ) e colada

- madeira recomposta
2.1.1 – Madeira Roliça ( ou Bruta)
• é empregada em forma de tronco ( servindo para estacas, escoramentos,
postes, colunas, etc. ).
• os troncos mais frequentemente utlizados no Brasil são: o pinho-do-paraná e
os eucaliptos.
• os troncos devem ser abatidos na época da seca, quando se tem o menor teor
de umidade.
• retirando-se a casca e deixando secar o tronco, evapora-se primeiro a água
contida no interior das células ocas; a madeira chama-se, então, meio seca,
sendo seu teor de umidade cerca de 30%. Continuando-se a secagem, a
madeira atinge um ponto de equilíbrio com a umidade atmosférica, chamando-
se, então, seca ao ar . ( * as madeiras devem ser utilizadas nestas duas
condições ).
• como a evaporação da umidade é mais rápida nas extremidades ( onde as
fibras longitudinais estão abertas ), a peça pode fendilhar-se durante a
secagem. ( * pode-se pintar as extremidades da peça com alcatrão para se
retardar a evaporação ).
• as peças roliças de diâmetro variável ( em forma de tronco de cone ) são
comparadas, para efeito de cálculo, a uma peça cilíndrica de diâmetro igual ao
do terço da peça. ( Fig. 2.1)
2.1.2 – Madeira Falquejada
2.1.3 – Madeira Serrada
2.1.3.1 – Corte e Desdobramento das Toras
• as árvores devem ser abatidas de preferência ao se atingir a maturidade
( quando o cerne ocupa a maior percentagem do tronco ) , resultando, então,
em madeira de melhor qualidade. ( * a melhor época do abate é a estação
seca).

• o desdobramento do tronco em peças deve ser feito o mais cedo possível


após o corte da árvore, a fim de se evitar defeitos decorrentes da secagem
da madeira.

• dois tipos de desdobramento são realizados ( conforme Fig. 2.4 ), e são


feitas com serras especiais, de fita contínua, e com comandos mecânicos
para o avanço do tronco.

• O comprimento das toras é limitado por problemas de transporte e


manejo, geralmente de 4m a 6m.
2.1.3.2 – Secagem da Madeira Serrada

• a secagem pode produzir deformações transversais diferenciais nas peças


serradas, dependendo da posição original da peça no tronco. ( Fig. 2.5).

• a madeira deve ser utilizada já seca, evitando-se, assim, danos na


estrutura tais como : empenamento e rachaduras oriundas da secagem.
2.1.3.3 – Dimensões Comerciais de Madeiras Serradas

2.1.3.3 – Dimensões Míninas da Seção Transversal de


Peças de Madeira Serrada usadas em Estruturas
• as seções transversais de peças utilizadas em estruturas devem ter certas
dimensões mínimas, para se evitar o fendilhamento ou flexibilidade
exagerada. ( Tab. 2.1).
2.1.4 – Madeira Compensada
• a madeira compensada ( Fig. 2.6 ) é formada pela colagem de três ou mais
lâminas, alternando-se a direção das fibras em ângulo reto. Os compensados
podem ter três, cinco ou mais lâminas , sempre em número ímpar.

• com as camadas em direções ortogonais, obtém-se um produto mais


aproximadamente isotrópico que a madeira maciça.
• as lâminas, cujas espessuras geralmente variam de 1mm e 5 mm, podem ser
obtidas de toras ou peças retangulares, utilizando-se facas especiais para o
corte. ( Fig. 2.7 ).

• a seguir as lâminas são submetidas a secagem natural ou artificial. Na secagem


natural as lâminas são abrigadas em galpões cobertos e bem ventilados. A
secagem artificial se faz a temperatura de 80 a 100°C, impedindo os
empenamentos com auxílios de prensas.
• a colagem das lâminas é feita sobre pressão, podendo ser utilizadas prensas a

frio ou a quente. As colas sintéticas são prensadas a quente.

• os compensados destinados a utilização em ambientes secos, como portas,


armários, divisórias etc., podem ser colados com cola de caseína, Os
compensados estruturais, sujeitos a variações de umidade ou expostos ao
tempo, devem ser fabricados com colas sintéticas.

• as chapas de compensado são fabricadas com dimensões padronizadas, 2,50 X


1,25 m, e espessuras variando entre 4 e 30 mm .

• vantagens da madeira compensada em relação a madeira maciça:

1. pode ser fabricada em folhas grandes, com defeitos limitados;


2. reduz retração o inchamento, graças à ortogonalidade da direção das fibras
nas camadas adjacentes ;
3. é mais resistente na direção normal às fibras;
4. reduz trincas na cravação de pregos;
5. permite o uso de madeira mais resistente nas camadas externas e menos
resistente nas camadas internas, reduzindo custos.

• a desvantagem mais importante é o preço elevado.


2.1.5 – Madeira Laminada ( Microlaminada ) e Colada
• a madeira laminada e colada é um produto estrutural, formado por associação
de lâminas de madeira selecionada, coladas com adesivo e sob pressão ( Fig.
2.8). As fibras da lâminas têm direções paralelas.

• a espessura das lâminas varia em geral de 1,5 a 3,0 cm, podendo


excepcionalmente atingir 5,0 cm.

• as lâminas podem ser emendadas com cola nas estremidades, formando peças
de grande comprimento.
• as etapas de fabricação de peças de madeira laminada e colada consistem em:

1. secagem das lâminas


2. preparo das lâminas ( aplainá-las e serrá-las )
3. execução de juntas de emendas
4. colagem sob pressão
5. acabamento e tratamento preservativo

• as emendas podem ser executadas conforme mostra os detalhamentos da Fig.


2.9
• as emendas denteadas são mais eficientes que as emendas com chanfro , e a
eficiência das juntas em chanfro depende da inclinação do corte, quanto mais
inclinada mais eficiente será a junta. ( Tab. 2.2).

• umas das principais vantagens é que permite a construção de peças de eixo


curvo, muito usadas em arcos, cascas, etc.

• Os produtos microlaminados apresentam uma estrutura mais homogênea e


tendem a ser mais resistentes que a outras madeiras sejam serradas,
compensadas ou laminadas.
2.1.6 – Produtos de Madeira Recomposta na forma de Placas

• produtos na forma de placas foram desenvolvidos a partir de resíduos da


madeira serrada ou compensada, convertidos em flocos e partículas, e coladas
sob pressão.
2.2 – Sistemas Estruturais em Madeira

• Treliças de Cobertura ( Tesouras )

• Vigamentos para Pisos

• Pórticos

• Pontes em Madeira

• Estruturas Arporticadas para Edificações

• Cimbramentos de Madeira
2.2.1 – Treliças de Cobertura ( Tesouras )
2.2.1 – Treliças de Cobertura ( Tesouras )
2.2.1 – Treliças de Cobertura ( Tesouras )
2.2.2 – Vigamentos para Pisos
2.2.3 – Pórticos
2.2.4 – Pontes em Madeira
2.2.5 – Estruturas Arporticadas para Edificações
2.2.5 – Estruturas Arporticadas para Edificações
2.2.6 – Cimbramentos de Madeira
2.2.6 – Cimbramentos de Madeira
2.2.6 – Cimbramentos de Madeira
Capítulo 3
PROPRIEDADES MECÂNICAS – BASES DE CÁLCULO

3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras

3.2 – Bases de Cálculo – Valores de Cálculo


3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.1 – Terminologia

Existem alguns termos que são normalmente utilizados para caracterizar as


propriedades da madeira. Especialmente em relação ao teor de umidade, são
usados dois termos bastante comuns:

- Madeira Verde: caracterizada por uma umidade igual ou superior ao ponto de


saturação, ou seja, umidade em torno de 25%( 30%).

- Madeira Seca ao Ar: caracterizada por umidade adquirida nas condições


atmosféricas local, ou seja, é a madeira que atingiu um ponto de equilíbrio
como o meio ambiente. A NBR 7190/97 considera o valor de 12 % como
referência
3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.2 – Características gerais de peças de madeira empregadas em
estruturas

Em pesquisa feita junto às principais madeireiras de Uberlândia revelou que


existem algumas espécies mais fáceis de serem encontradas “ a pronta entrega ”.
As espécies mais encontradas foram: Peroba rosa, Ipê, Jatobá, Sucupira,
Maçaranduba, Garapa, Angico, Maracatiara, Cedril, Cumaru, Amestão , Cupiúba.
Para estas espécies de madeira serrada existem algumas bitolas comerciais,
comuns de serem encontradas prontas no mercado. São elas:

São também encontrados postes de Eucalipto com seção transversal circular


com diversos diâmetros. Os diâmetros deste postes podem variar entre 15 cm e
28 cm.
3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.2 – Características gerais de peças de madeira empregadas em
estruturas

Quando se trabalha com madeira roliça ou bruta a norma brasileira permite


que se faça um cálculo simplificado. Em outras palavras a NBR 7190/97 permite
que peças com seção transversal circular variável seja considerada como
uniforme, tomando-se um diâmetro correspondente àquele existente na seção
localizada a 1/3 da extremidade de menor diâmetro. Se ᶲ e1 ᶲ são,2
respectivamente, o menor e o maior diâmetro das extremidades do poste, então
o diâmetro para o cálculo pode ser usado como sendo:
3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.2 – Características gerais de peças de madeira empregadas em
estruturas

As características geométricas da seção transversal do poste pode ser


tomada em função de uma seção quadrada equivalente à circular, ou
seja, considera-se uma seção transversal de base e altura a “b”:

A NBR 7190/97 recomenda que as dimensões mínimas das peças usadas em


estruturas sejam conforme as apresentadas na Tabela 2.
3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.3 – Generalidades

A madeira é um material não homogêneo com muitas variações. Além disto


existem diversas espécies com diferentes propriedades. Sendo necessário o
conhecimentos de todas estas características para um melhor aproveitamento do
material.
A Tabela 2 apresenta as seções e dimensões mínimas exigidas pela norma
para peças usadas em estruturas.
3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.3 – Generalidades
Basicamente, do ponto de vista estrutural, deve-se conhecer as
propriedades da madeira relativas às seguintes características:
• propriedades físicas da madeira: umidade , densidade, retratibilidade e
resistência ao fogo;
• compressão paralela às fibras;

• compressão normal às fibras;

• tração paralela às fibras;

• cisalhamento;

• módulo de elasticidade;

• solicitação inclinada;

• embutimento.
3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.4 – Propriedades físicas da madeira
3.1.4.1 – Umidade

É determinada pela expressão:

onde: m1 : massa úmida;


m2 : massa seca;
w : umidade.
3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.4 – Propriedades físicas da madeira
3.1.4.2 – Densidade

São caracterizadas duas densidades : a básica e a aparente.

A densidade básica é definida pelo quociente da massa seca pelo


volume saturado:

onde: ms: massa seca em quilogramas ( ou gramas ) do corpo-de-prova seco;


Vm: volume saturado em metros cúbicos ( centímetros cúbicos ).

A densidade aparente é a calculada com a massa do corpo-de-prova a


12% de umidade.
3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.4 – Propriedades físicas da madeira
3.1.4.3 – Retratibilidade
Redução das dimensões da peça de madeira pela perda da água de
impregnação da madeira. Conforme visto na figura abaixo, a madeira tem maior
retratibilidade na direção tangencial, seguida pela radial e axial ( ou longitudinal ).

3.1.4.4 – Resistência ao fogo


É um material aumente inflamável, mas diante de altas temperaturas
provavelmente terá maior resistência que o aço, já que sua resistência não se
altera sob altas temperaturas. Assim, a madeira pode ser responsável pela
propagação do fogo, mas em contrapartida suportará a ação do fogo em alta
temperatura durante um período de tempo maior.
3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.4 – Propriedades físicas da madeira
3.1.4.5 – Módulo de Elasticidade ( E )
Serão definidos diversos módulos de elasticidade em função do tipo e da
direção da solicitação em relação as fibras. O valor básico se refere ao módulo de
elasticidade longitudinal na compressão paralela às fibras. A seguir serão
definidos os diversos valores dos módulos de elasticidade da madeira, é
importante ressaltar que estes valores são definidos em função do tipo de
solicitação: compressão paralela e normal, flexão e torção. A NBR 7190/97
considera que o valor de E é igual para solicitações de compressão e tração, ou
seja, Et = Ec

3.1.4.6 – Módulo de Elasticidade Longitudinalna Compressão, e na Tração


paralela às fibras ( E0 )

Deverá ser obtido através do ensaio de compressão paralela às fibras da


madeira, cujos procedimentos estão indicados nos Anexos da NBR 7190/97 e que
está muito bem descrito no nosso livro.
3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.4 – Propriedades físicas da madeira
3.1.4.7 – Módulo de Elasticidade Longitudinalna Compressão, e na Tração
Normal às fibras ( E90 )

Pode ser obtido através de ensaios específicos descritos na Norma, ou como


parte do valor de E0, dado pela relação:

3.1.4.8 – Módulo de Elasticidade Longitudinalna Flexão ( EM )


Pode ser obtido através de ensaios específicos descritos na Norma, ou como
parte do valor de E0, dado pela relação:
3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.5 – Módulo de Elasticidade Transversal ( G )

Pode ser calculado a partir do valor de E0 através da expressão:

3.1.6 – Variação da Resistência e Elasticidade


A umidade de referência, usada no dimensionamento , sempre será referida ao
valor de umidade igual a 12%.
Valores de resistência e elasticidade obtidos para peças em umidade diferentes
de 12%, deverão ser corrigidas pelas expressões:
3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.7 – Caracterização Simplificada

Na falta de experimentação específica para a obtenção de valores de resistência


mais precisos, podem ser usadas as relações entre as resistências indicadas
abaixo, definindo-se assim uma caracterização simplificada, conforme indicado na
Tabela 1.

3.1.8 – Classes de Resistência


A madeira pode ser agrupada por classes de resistência, onde cada classe
representa um conjunto de espécies cujas características podem ser consideradas
iguais dentro de cada classe. São definidos dois grupos básicos: o das Coníferas e
o das Dicotiledôneas, cujos valores representativos são mostrados na Tabela 2 e
Tabela 3.
3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
Tabela 2 – Classe de resistência das Coníferas.

Tabela 3 – Classe de resistência das Dicotiledônias.


3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.9 – Valores Representativos
3.1.9.1 – Valores Médios (Xm)
São obtidos a partir da média aritmética.

3.1.9.2 – Valores Característicos (Xk)


Para fins estruturais é tomado o menor valor característico representado por
Xk,lim, dentre os dois valores com 5% de probabilidade de não ser atingido ou de
ser ultrapassado.

3.1.9.3 – Valores de Cálculo (Xd)


3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.9 – Valores Representativos

3.1.9.4 – Coeficientes de Modificação (Kmod)


É o resultado do produto dos três valores de Kmod,i, ou seja:

Para o cálculo do módulo de elasticidade ( rigidez ), utiliza-se um valor


resultante calculado por:

As próximas três Tabelas fornecem os diferentes valores de Kmod.


3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
Tabela 4 – Valores de K mod,1.
3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
Tabela 5 – Valores de K mod,2.

Classes de Umidade NBR 7190/97


3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
Tabela 6 – Valores de K mod,3.

Para a classificação das peças de um lote de madeira como de 1° categoria são exigidas as
seguintes condições:
• classificação de todas as peças como isentas de defeitos através de inspeção visual
normalizada;
• classificação mecânica de modo a garantir a homogeneidade da rigidez das peças
componentes do lote.
As peças serão classificadas como de 2° categoria quando não forem aplicados ambos os
métodos de classificação descritos acima.
3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras

3.1.9.5 – Resistência Característica


É calculada a partir de valores médios obtidos experimentalmente. Neste
caso, considera-se que a resistência característica corresponde a 70% do valor
médio, ou seja:

3.1.10– Resistência de Cálculo (Projeto)


3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.11– Estados Limites
A Norma brasileira diz: “ são os estados a partir dos quais a estrutura
apresenta desempenhos inadequados às finalidades da construção”.
Duas situações são consideradas: estados limites últimos e estados limites de
utilização.
O estado limite último determina a paralisação parcial ou total da estrutura,
em função de deficiências relativas a:

a) perda de equilíbrio;
b) ruptura ou deformação plástica;
c) transformação da estrutura em sistema hipostático;
d) instabilidade por deformação;
e) instabilidade dinâmica (ressonância).
O estado limite de utilização representa situações de comprometimento da
durabilidade da construção ou o não respeito da condição de uso desejada,
devido a:

a) deformações excessivas;
b) vibrações.
3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.12– Ações
As ações são classificadas pela norma como as causas que produzem esforços
e deformações nas estruturas, de acordo com as seguintes definições:
• Permanentes: pequenas variações;
• Variáveis: variação significativa;
• Excepcionais: duração extremamente curta e baixa probabilidade de
ocorrência.
3.1.12.1– Classes de Carregamento
A NBR 7190/97 considera as classes de carregamento conforme indicado na
Tabela 7
Tabela 7 – Classes de Carregamento
3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.13– Combinação de Ações em Estados Limites Últimos

3.1.13.1– Combinações Últimas Normais

3.1.13.2– Combinações Últimas de Construção ou Especiais

3.1.13.3– Combinações Últimas Excepcionais


3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.13.4– Nomenclaturas, Tabelas dos Coeficientes de Majoração
de Cargas e Fator Combinação de Ações.
3.1 – Caracterização Física e Mecânica de Peças de Madeiras
3.1.13.4– Nomenclaturas, Tabelas dos Coeficientes de Majoração
de Cargas e Fator Combinação de Ações.
Capítulo 4
Ligações de peças estruturais
4.1 Tipos de ligações 4.9. Ligações por Entalhes
4.2. Ligações axiais por corte com 4.10. Ligações por tarugos
pinos metálicos 4.11. Ligações com chapas prensadas
4.3. Pregos 4.12. Tração Perpendicular às Fibras em
4.4. Parafusos auto-atarraxantes Ligações
(eurocode 5) 4.13. Deformabilidade das ligações e
4.5. Parafusos de porca e arruela associação de conectores
4.6. Pinos metálicos 4.14. Problemas Resolvidos
4.7. Cavilhas 4.15. Problemas Propostos
4.8. Conectores de Anel Metálicos
4.1 Tipos de ligações

Fig. 4.1 Tipos de ligações estruturais de peças de madeira.


Os grampos e as braçadeiras são utilizados apenas como elementos auxiliares de
montagem, não sendo considerados elementos de ligação estrutural.
4.1 Tipos de ligações

parafuso auto- parafuso com pino pino de


prego
atarraxante porca e arruela metálico madeira

conector de chapa com dentes tarugo de Fig. 4.2 Conectores para


anel metálico estampados madeira ligações em estruturas
de madeira.
4.1 Tipos de ligações

ligações axiais por corte ligação transversal por corte

fendilhamento por bloqueio das


deformações transversais às fibras
devidas a variações de umidade

emenda com chapas


separadas para cada
linha de parafusos.
Fig. 4.3 Ligações por corte.
4.2.2. Resistência da Madeira à Compressão Localizada
(embutimento)

Fig. 4.4 Ligação por apoio da madeira em pino: (a) geometria de


ligação com duas seções de corte; (b) pino sujeito à flexão devida às
forças de contato com as peças de madeira; (c) peça central de
madeira sujeita à tensão de compressão localizada σ2 devida ao
contato com o pino (tensão de embutimento).
4.2.2. Resistência da Madeira à Compressão Localizada
(embutimento)

Fig. 4.5 Ensaio para determinação da resistência ao embutimento paralelo às fibras.


4.2.2. Resistência da Madeira à Compressão Localizada
(embutimento)
De acordo com a NBR 7190, na ausência de determinação experimental
específica permite-se avaliar a resistência ao embutimento com as
seguintes expressões:
Paralela às fibras fed = fcd

Normal às fibras fend = 0,25 fed αe

TABELA 4.1 Coeficiente αe para cálculo da resistência ao embutimento normal às fibras,


sendo d o diâmetro do pino
d(cm) 0,62 0,95 1,25 1,6 1,9 2,2 2,5 3,1 3,8 4,4 5,0 ≥ 7,5
e 2,50 1,95 1,68 1,52 1,41 1,33 1,27 1,19 1,14 1,10 1,07 1,00
Exemplo 4.1
Calcular a resistência Rd ao corte do prego (fyk= 600 MPa) 20 × 48 na
ligação ilustrada de duas peças tracionadas de pinho-do-paraná de 2ª
categoria, de acordo com a NBR 7190, para as seguintes condições: carga
de média duração e Classe 2 de umidade.
As bitolas comerciais antigas, ainda utilizadas no Brasil, descrevem os
pregos por dois números: o primeiro representa o diâmetro em fieira
francesa; o segundo mede o comprimento em linhas portuguesas.
Fig. 4.12b – pregos com bitolas métricas, segundo padronização da ABNT.
TABELA A.3.1 Bitolas comerciais de pregos com cabeça
Requisito de
de aço temperado
penetração do
prego

Bitola Quantidade de Penetração mínima*


d (mm) ℓ (mm)
pregos por quilo 12d (mm)
19 × 27 3,9 63 155 47
19 × 30 69 143
19 × 33 76 136
19 × 36 82 121
19 × 39 89 109

20 × 30 4,4 69 106 53
20 × 33 76 98
20 × 39 89 85
20 × 42 95 77
20 × 48 108 67

*Em ligações corridas, a penetração mínima é igual à espessura da peça mais delgada.
Fonte: Catálogo Gerdau
Fig. 4.7 Mecanismos de plastificação em ligações com pinos.
Fig. 4.7 Mecanismos de plastificação em ligações com pinos.
Fig. 4.9 Ábacos modificados de Möller (a) corte simples (b) corte
duplo (Step, 1996).
Mecanismo II — esmagamento local da madeira
t fyd
≤ 1,25 R d = 0,4fed d t
d fed

Mecanismo IV — flexão do pino


t fyd
> 1,25 R d = 0,5 d2 fed fyd
d fed
Fig. 4.13 Distâncias mínimas em ligações pregadas com pré-furação, segundo a NBR 7190,
expressas em função do diâmetro d do prego.
Fig. 4.16 Penetração de ponta p mínima em ligações pregadas segundo a NBR 7190.
Exemplo 4.1
Calcular a resistência Rd ao corte do prego (fyk= 600 MPa) 20
× 48 na ligação ilustrada de duas peças tracionadas de pinho-
do-paraná de 2ª categoria, de acordo com a NBR 7190, para
as seguintes condições: carga de média duração e Classe 2
de umidade.

p = 62 mm >12d = 12 × 4,4 = 52,8 mm >t1 = 38 mm (verificação)


fck 0,7 × 40,9
fed = fcd = k mod = 0,80 × 1,0 × 0,8 × = 13,1 MPa
γw 1,4
t 38 fyd 600Τ1,1
d
= 4,4
= 8,64 > 1,25 fed
= 1,25 13,1
= 8,00 (mecanismo IV)

R d = 0,5d2 fed fyd = 0,5 × 4,42 13,1 × 600Τ1,1 = 818 N


Exemplo 4.3
Calcular a resistência ao corte do parafuso  12,5 mm (1/2″) em aço A307
na ligação ilustrada na figura, de acordo com a NBR 7190 para as seguintes
condições: carga de longa duração e classe 2 de umidade.
Exemplo 4.3 Solução
Calcular a resistência ao corte do
a) Resistência da madeira ao
parafuso  12,5 mm (1/2″) em aço
A307 na ligação ilustrada na figura, de embutimento paralelo às fibras
acordo com a NBR 7190 para as fck 0,7 × 40,9
fed = fcd = 𝑘𝑚𝑜𝑑 = 0,70 × 1,0 × 0,8 × = 11,4 MPa
𝛾𝑤 1,4
seguintes condições: carga de longa
duração e classe 2 de umidade.

b) Resistência de uma seção de corte do


parafuso (fyk = 310 MPa)
t 38 fyd 310/1,1
= = 3,0 < 1,25 = 1,25 = 6,21
d 12,5 fed 11,4

R d = 0,4fed d t = 0,4 × 11,4 × 12,5 × 38 = 2166

𝐍 = 𝟐, 𝟏𝟔 𝐤𝐍
Exemplo 4.4
Determinar a resistência do parafuso 12,5 mm (1/2″) em aço A307 em
corte duplo na ligação ilustrada na figura, de acordo com a NBR 7190 para
as condições seguintes: carga de longa duração e classe 2 de umidade.
Dimensionar uma emenda por dente
Exemplo 4.6 simples, como é indicado na Fig. 4.27, sendo:
Nd = 12,0 kN b = 7,5 cm h = 22,5 cm β = 30°
fcd = 5,0 MPa fcnd = 1,47 MPa fvd = 0,93 MPa
Solução

A tensão resistente fcβd para uma face inclinada de 30° pode ser calculada pela Eq. (3.14a):

fcd × fcnd 5,0 × 1,47


fcβd = 2 2
= 2 o 2 o
= 3,12 MPa
fcd × sen (β) + fcnd × cos (β) 5,0 × sen (30 ) + 1,47 × cos (30 )

A tensão fcβd aplica-se à peça horizontal, na qual a face de apoio é inclinada de β. Utilizando
as Eqs. (4.23) e (4.24), obtêm-se:
Nd cos β 12000 cos 30o
t≥ = = 44 mm < h/4
b fcβd 75 × 3,12
Nd cos(β) 12000 cos 30o
a> = = 149 mm ≅ 15 cm
b fvd 75 × 0,93
Exercício 4.14.5
Dimensionar a emenda por dente
simples ilustrada na Fig. 4.28 (face
frontal entalhada na direção da
bissetriz do ângulo (180° − β)) com
os seguintes dados:
Nd = 12,0 kN
b = 7,5 cm
h = 22,5 cm
β = 30°
fcd = 11,4 MPa
fcnd = 2,85 MPa
fvd = 1,5 MPa
Solução
A tensão resistente fcαd (α = 15°) aplica-se à peça horizontal e à peça inclinada, uma vez que
ambas têm a face de apoio inclinada de α em relação à normal à direção das fibras. Aplicando-
se a Eq. (3.14), obtém-se:

fcd × fcnd 11,4 × 2,85


fcαd = 2 2
= 2 𝑜 2 𝑜
= 9,49 MPa
fcd × sen (α) + fcnd × cos (α) 11,4 × sen (15 ) + 2,85 × cos (15 )

Para a profundidade do dente t, obtém-se:

Nd cos2 α 12000 cos2 15o


𝑡≥ = = 15,7 𝑚𝑚 < ℎ/4
𝑏 fcβd 75 × 9,49
Nd cos2 α 12000 cos2 15o
a> = = 99,5 mm
b fvd 75 × 1,5
CAPÍTULO 5
PEÇAS TRACIONADAS - EMENDAS

• Tirantes ou pendurais
• Contraventamentos de póticos
• Hastes de treliça

• A madeira possui boa resistência a tração.


• O ponto crítico está nas emendas ou ligações
de estremidades.
DETALHES DE EMENDAS
CRITÉRIO PARA CÁLCULO
CAPÍTULO 6
VIGAS
• TRAÇÃO.
• COMPRESÃO
• CISALHAMENTO
• FAMBAGEM LATERAL
EXERCÍCIOS
CAPÍTULO 7
PEÇAS COMPRIMIDAS - FLAMBAGEM
CAPÍTULO 8
VIGAS EM TRELIÇA

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