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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

@ (PROCESSO ELETRÔNICO)
SBM
Nº 70077587913 (Nº CNJ: 0124003-90.2018.8.21.7000)
2018/CÍVEL

AGRAVO DE INSTRUMENTO. SUCESSÕES.


ALIENAÇÃO DE BEM DO ESPÓLIO.
POSSIBILIDADE. OPOSIÇÃO INJUSTIFICADA
DE UM DOS HERDEIROS. INVENTÁRIO QUE
TRAMITA HÁ PRATICAMENTE VINTE ANOS.
Consabido que a alienação de imóvel que
compõe o espólio, observadas as
peculiaridades do caso concreto, não exige
a anuência de todos os herdeiros, de modo
que a mera discordância do herdeiro
agravante, por si só, não justifica o
indeferimento do pedido de alienação,
ainda mais quando não oferecida
impugnação à proposta no prazo
assinalado pelo juízo. Herdeiro que possui
nítido interesse na perpetuação da
situação fática até então existente, tendo
em vista que é o único a usufruir do bem,
o que ocorre há anos e sem nenhuma
contraprestação, nem mesmo o
pagamento do IPTU incidente. Decisão
agravada confirmada.
AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO.

AGRAVO DE INSTRUMENTO SÉTIMA CÂMARA CÍVEL

Nº 70077587913 (Nº CNJ: 0124003- COMARCA DE PORTO ALEGRE


90.2018.8.21.7000)

HALLEX GUTERRES HATSCHA AGRAVANTE

HAKIM GUTERRES HATSCHA AGRAVADO

SUCESSAO DE SAKIR HATSCHA FILHO AGRAVADO

KALINY HORCH HATSCHA AGRAVADO

FLAVIA HORCH HATSCHA AGRAVADO

ZORAYA AGUIAR HATSCHA AGRAVADO

RAFAEL MAYER HATSCHA AGRAVADO

BARBARA KREUSBURG HATSCHA AGRAVADO

ELMA DE LIMA PADILHA INTERESSADO


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SUCESSAO DE HALLEY GUTERRES INTERESSADO


HATSCHA

SUCESSAO DE SAKIR HASTSCHA INTERESSADO


OGLU

SUCESSAO DE JOVECY GUTERRES INTERESSADO


HATSCHA

MINISTERIO PUBLICO INTERESSADO

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos.

Acordam os Desembargadores integrantes da Sétima


Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em rejeitar
a preliminar contrarrecursal e negar provimento ao recurso.

Custas na forma da lei.

Participaram do julgamento, além da signatária, os


eminentes Senhores DES. SÉRGIO FERNANDO DE VASCONCELLOS
CHAVES E DES.ª LISELENA SCHIFINO ROBLES RIBEIRO.

Porto Alegre, 25 de julho de 2018.

DES.ª SANDRA BRISOLARA MEDEIROS,


Relatora.

R E L AT Ó R I O

DES.ª SANDRA BRISOLARA MEDEIROS (RELATORA)

1. Trata-se de agravo de instrumento interposto por


HALLEX G. H., inconformado com a decisão que, nos autos do inventário

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dos bens deixados por JOVECY G. H. e SAKIR H. O., autorizou a venda do


imóvel inventariado para a construtora Edel, segundo os termos da
proposta apresentada, determinando o depósito do valor recebido em
conta vinculada ao feito.

Nas razões, em síntese, alega que “Todos os herdeiros estão


de acordo com a venda do imóvel, entretanto nem todos acreditam que a
venda deverá se dar nos termos da proposta efetuada pela construtora
Edisul, sendo necessário que a proposta apresentada pela construtora
seja revista pela empresa interessada na aquisição do imóvel e
readequada aos interesses de todos os herdeiros, ou que se encontre
proposta mais vantajosa de outra construtora ou comprador.” Sustenta
que o valor ofertado na proposta está abaixo do valor de mercado,
asseverando que a discordância de um dos herdeiros é motivo suficiente
para que a alienação não seja feita.

Requer a agregação de efeito suspensivo ao recurso,


pleiteando o seu provimento ao final para reformar a decisão agravada.

O recurso foi recebido no duplo efeito.

Foram apresentadas contrarrazões.

A manifestação do Ministério Público de Segundo Grau é pela


desnecessidade de intervenção.

É o relatório.

VOTOS

DES.ª SANDRA BRISOLARA MEDEIROS (RELATORA)

2. Eminentes Colegas.

Rejeito, de plano, a preliminar contrarrecursal, de


impropriedade do recurso, tendo em vista que a possibilidade de
interposição de agravo de instrumento em situação como a presente
encontra previsão legal no parágrafo único do art. 1.015 do CPC, in
verbis:

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Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as


decisões interlocutórias que versarem sobre:
(...)
Parágrafo único. Também caberá agravo de
instrumento contra decisões interlocutórias
proferidas na fase de liquidação de sentença
ou de cumprimento de sentença, no processo
de execução e no processo de inventário.
(grifei)

O mérito.

Trata-se, o processo de origem, do inventário dos bens


deixados por JOVECY G. H. e SAKIR H. O., falecidos, respectivamente, em
27/03/1999 e 28/04/1999.

São herdeiros- filhos: Hakim G.H., Hallex G. H., Sakir H. F. e


Halley G. H.

À época do falecimento, SAKIR H. O. era casado com Ema de


L. P., deixando a filha Zoraya A. G.

Os bens a partilhar são:

- o imóvel descrito na matrícula 78061, do RI da 2ª Zona da


Comarca de Porto Alegre;

- 02 (dois) veículos;

- uma linha telefônica;

- um aparelho celular, e

- ações com direito de uso de propriedade imobiliária da


empresa Punta Del Este Golden Beach S/A. (fls. 30-34)

O inventário foi ajuizado em 06/07/1999.

Na decisão agravada, o Juiz de origem, seguindo o ajustado


na audiência realizada no dia 21/11/2018, autorizou a venda do imóvel
objeto da partilha, segundo a proposta apresentada pela Construtora
Edisul. Confira-se:

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2018/CÍVEL

“1. Não vindo aos autos manifestação dos


demais herdeiros ou mesmo condição mais
vantajosa ao espólio e seguindo o convencionado
em audiência fl. 1124, fica autorizada a venda do
terreno objeto de partilha para a construtora Edel,
segundo os termos de proposta de fl. 1132.
Todo o valor recebido em dinheiro deverá ser
depositado em conta vinculada a estes autos,
ficando o procurador de fl.1131 como fiscal da
transação.
Intimem-se.
2. Após o transito em julgado desta decisão o
cartório poderá expedir o alvará autorizando a
outorga de escritura pública.” (fl. 17)

Insurge-se o herdeiro-filho HALLEX, alegando, basicamente:


(a) que não foi convidado a comparecer na reunião em que ajustada a
venda do imóvel, realizada em 18/12/2017;

(b) que todos os herdeiros estão de acordo com a venda do imóvel, mas
nos termos propostos pela compradora;

(c) que a venda seja efetivada “por preço coeso e apropriado ao real
valor do bem, com base em avaliações feitas no mercado. (...). Acredita
que os termos da proposta apresentada não se mostram compatíveis
com o preço justo e adequado para a venda do imóvel, utilizando-se
como paradigma o valor de mercado”; e,

(d) que não tem interesse em receber um terreno em dação de


pagamento para compor o seu quinhão hereditário, impugnando o valor
atribuído ao terreno pela construtora.

Pois bem.

Adianto que não assiste razão ao agravante.

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Inicialmente, pontuo que não compete a este juízo de


Segundo Grau deliberar acerca de reuniões realizadas entre os herdeiros
fora do juízo do inventário, para as quais – segundo alegam os agravados
– foi o herdeiro Hallex convidado, mas não compareceu.

Importante esclarecer, também, que o argumento no sentido


de que “nem todos os herdeiros” estão de acordo com a proposta
apresentada pela Construtora Edisul, sequer merece maiores digressões,
tendo em vista que o agravante não tem poderes para se manifestar em
nome de outro, ou outros herdeiros.

Prosseguindo, a alegação de que o valor ofertado pelo


imóvel não está de acordo com o mercado imobiliário está totalmente
desprovida de suporte probatório, tratando-se de justificativa vazia que –
a meu juízo - objetiva a manutenção da situação fática até então
vivenciada, em que o agravante utiliza do referido imóvel há anos, sem
nenhuma contraprestação ou mesmo o pagamento do IPTU, que alcança
a cifra de R$ 283.095,76, já em cobrança judicial (fls. 96-113).

Importante consignar, também, que a impugnação ao valor


do terreno ofertado pela construtora para complementar o quinhão
hereditário do agravante não veio acompanhada de qualquer base
probatória, como avalições realizadas por corretores de imóveis, não
devendo, por isso, ser acolhida.

Por fim, observo que na decisão proferida em 08/02/2018,


constou, in verbis:

“A maioria dos herdeiros (Zoraia, Hakim, Kaliny,


Flávia e Sakir) obteve a proposta de uma
construtora que consiste em pagamento em
dinheiro e dação em imóveis. O herdeiro Rafael
havia manifestado interesse no apartamento 303 e
box 6 (fl. 1125), que consta no item 'D' da proposta.
Aparentemente, a solução foi encontrada com a

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venda do único imóvel nas condições mencionadas


na audiência (fl. 1124). Vista aos demais
interessados, que deverão apresentar melhor
proposta concreta caso não aceitem, tendo em vista
que o inventário tramita há quase vinte anos.”
Na audiência de conciliação mencionada no decisum,
realizada em 21/11/2017 (fl. 36), foi ajustada a venda integral do
bem, sendo igualmente aceito parte do pagamento em dinheiro e parte
em área construída, caso impossibilitado o pagamento integral em
pecúnia. Na ocasião, foi informado a todos os herdeiros que a Construtora
Edisul Ltda. havia apresentado proposta escrita para a aquisição do único
bem imóvel a inventariar, sendo deferido o prazo de 20 dias para que
informassem o valor aceito para venda.

Significa dizer, antes do deferimento do alvará, na decisão


ora agravada (proferida em 04/04/2018), foi propiciado aos demais
herdeiros interessados a apresentação de melhor proposta, quedando-se
inerte o agravante.

E, para que não passe despercebido, ressalto que a proposta


apresentada pelo agravante, noticiada nas razões recursais, ocorreu no
ano de 2014, estando desatualizada, tanto que na audiência realizada em
21/11/2017 não foi feita qualquer referência sobre ela.

Nessa esteira, tendo em mira que o inventário é o processo


judicial, de jurisdição contenciosa, destinado a apurar o acervo
hereditário e verificar as dívidas deixadas pelo ‘de cujus’, bem como as
contraídas pelo espólio para, após o pagamento do passivo, estabelecer
a divisão dos bens deixados entre os herdeiros 1, absolutamente razoável
a decisão judicial que – após praticamente 20 (vinte) anos de tramitação
do processo de inventário sem resoluções práticas – defere a alienação
do imóvel que compõe o espólio.
1
Apelação Cível Nº 70050479153, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves, Julgado em 26/09/2012.

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3. Ante o exposto, voto pelo desprovimento ao recurso,


rejeitada a preliminar contrarrecural arguida.

DES. SÉRGIO FERNANDO DE VASCONCELLOS CHAVES - De acordo


com o(a) Relator(a).

DES.ª LISELENA SCHIFINO ROBLES RIBEIRO - De acordo com o(a)


Relator(a).

DES. JORGE LUÍS DALL'AGNOL - Presidente - Agravo de Instrumento nº


70077587913, Comarca de Porto Alegre: "REJEITARAM A PRELIMINAR
CONTRARRECURSAL E NEGARAM PROVIMENTO. UNÂNIME."

Julgador(a) de 1º Grau: LUIZ MELLO GUIMARAES

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