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Ac. 47450.

005/94-8 AP

NULIDADE PROCESSUAL. SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO. A decisão que homologa os cálculos de


liquidação não possui os mesmos formalismos daquela da fase de cognição, uma vez que possui natureza
declaratória integrativa, ou seja, apenas completa a sentença do processo de conhecimento que somente
declarou o an debeatur. Hipótese em que a decisão que homologou os cálculos de liquidação é revestida
de fundamentação que, embora concisa, serve como preenchimento dos requisitos do artigo 458 do CPC.

DELIMITAÇÃO DE VALORES E NULIDADE DA SENTENÇA DE HOMOLOGAÇÃO. Insurge-se o


exeqüente contra a decisão que julgou improcedente sua impugnação à homologação dos cálculos de
liquidação. Afirma que não delimitou os valores respectivos porque sua insurgência não se referia ao
quantum apurado pela executada, mas dizia respeito à ofensa à coisa julgada, uma vez que, no seu
entender, nos cálculos apresentados não fizeram constar a totalidade dos itens que a executada restou
condenada.
Por outro lado, afirma que a decisão que homologou os cálculos de liquidação deve ser anulada por
ausência de fundamentação, conforme o disposto nos artigos 165 e 458, II do CPC, além do artigo 93 da
Constituição Federal. Ainda, afirma que houve afronta ao artigo 5º, XXXV e XXXVI da Carta Magna.
Não lhe assiste razão.
Inicialmente, cumpre afastar a hipótese de nulidade do julgado, uma vez que a natureza da sentença que
homologa os cálculos de liquidação é declaratória integrativa, como diz Pontes de Miranda (Tratado de
Direito Privado), ou seja, completa a declaração já inserida na sentença condenatória genérica (processo
de conhecimento), sendo pois, claro que a sentença que julga a liquidação traz algo de novo que à
sentença condenatória se acrescenta e, justamente por ser ela, nesse caso, “incompleta”, quanto à
declaração, a sentença de liquidação tem função integrativa dessa declaração incompleta (que somente
contém o an debeatur), não necessitando possuir os pressupostos de uma sentença propriamente
condenatória ou propriamente declaratória, estabelecidos no artigo 458 do CPC.
Por outro lado, não se pode afirmar, como o fez o agravante, que a decisão da fl. 498 esteja totalmente
desprovida de fundamentação, pois a homologação dos cálculos de liquidação foi precedida de conciso
embasamento, relacionado à impugnação da parte. Não há falar, portanto, em afronta aos dispositivos
mencionados pelo exeqüente.
Relativamente à delimitação de valores, o próprio exeqüente assume a sua ausência, alegando que não
existiu na sua impugnação porquanto somente se referiu à ofensa à coisa julgada. No entanto, ao contrário
do entendimento do agravante, os cálculos homologados (fls. 487/494) não ofenderam à coisa julgada,
uma vez que trouxeram calculadas parcelas as quais foram deferidas ao reclamante por ocasião da decisão
exeqüenda. A falta de alguns itens, conforme manifestação do exeqüente deveria ter sido demonstrada
claramente, com a delimitação dos valores respectivos. É isso que determina o artigo 879, § 2º da CLT, ou
seja:
“Elaborada a conta e tornada líquida, o Juiz poderá abrir às partes prazo
sucessivo de 10 (dez) dias para impugnação fundamentada com a indicação dos
itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.” (grifado)
Logo, no caso, como o exeqüente apresentou impugnação não fundamentada com a indicação dos valores
objeto da discordância, houve evidentemente preclusão.
Assim, nega-se provimento ao agravo de petição do exeqüente.
Ac. 47450.005/94-8 AP
Julg.: 06.04.2000 - 5ª Turma
Publ. DOE-RS: 08.05.2000
Relator: Juraci Galvão Júnior

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