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REPRESENTAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO DA ARQUITETURA

RESIDENCIAL: Estudo de caso com arquitetos brasileiros


contemporâneos

CHAGAS, ESTEVAN BOGADO (1); DIHL, FERNANDA DE BARROS (2); STUMPP,


MONIKA MARIA (3); MANICA, CARLO ROSSANO (4)

1. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Departamento de Arquitetura


estevanchagas@hotmail.com

2. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Departamento de Arquitetura


fernandadihl@icloud.com

3. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Departamento de Arquitetura


monistumpp@hotmail.com

4. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de Pós Graduação em Design


crmanica@gmail.com

RESUMO
O presente artigo integra a pesquisa “A Representação Gráfica no Projeto de Arquitetura” (UFRGS,
Universidade Positivo) que tem como objetivo principal construir, por amostragem, um quadro que
reflita as práticas de representação gráfica contemporânea no Brasil, identificando através de análise
gráfica e textual, a representação e divulgação dos projetos de arquitetura. Tem como objeto de
estudo os desenhos divulgados por 25 jovens arquitetos ou escritórios, eleitos em 2010 como a
“nova geração da arquitetura brasileira” (Editora PINI, 2010). Esse estudo apresenta a catalogação
dos desenhos de seis escritórios e tem como objeto de estudo os projetos de habitação unifamiliar
desses escritórios: Arquitetos Associados, Bernardes Arquitetura, Metro Arquitetos Associados, Mapa,
SIAA e SPBR. A análise desta produção permite, por amostragem, compor um cenário da
representação gráfica contemporânea brasileira, mais especificamente, da representação da
arquitetura residencial, que representa o acervo mais volumoso de obras construídos e/ou projetos
dos arquitetos eleitos. Objetiva-se investigar a representação e divulgação dos projetos de arquitetura
residencial. Este artigo apresenta a caracterização da representação gráfica da arquitetura residencial,
descreve a metodologia para a tabulação dos dados e apresenta os resultados obtidos.
Palavras-chave: Representação gráfica, projeto de arquitetura, residências brasileiras.
Introdução

Desde que a computação gráfica trouxe à tona o debate sobre os novos meios de
representação da arquitetura há um esforço pedagógico para investigar novas maneiras de
relacionar os meios tradicionais com os meios eletrônicos. Esse esforço aponta cada vez
mais para a necessidade de interações complementares entre os vários meios disponíveis
para a comunicação de idéias arquitetônicas. Reconhecendo as possibilidades e as
limitações de cada um dos meios, a interação complementar entre o desenho, as
simulações eletrônicas e a fotografia, pode compensar as restrições de cada meio isolado, e
ampliar as possibilidades de diálogo sobre o projeto (Rozestraten, 2006). Como afirma
Piñon (2009) não é propósito perder tempo com a polêmica sobre se é preferível o “desenho
manual” ao “desenho digital” ou o inverso. “Não há porque se comparar instrumentos que ao
longo da história serviram para determinados fins, nem ao menos criticar suas eventuais
limitações.” (Piñon, 2009).

Atualmente, tanto o universo profissional quanto acadêmico vem estudando a representação


gráfica com o intuito de avaliar novas formas de representação, desde desenhos à mão livre
até a inserção da ferramenta computacional, incluindo a mescla destas duas técnicas. Aqui
se encontra o desafio: como articulam-se as ferramentas computacionais com os métodos
convencionais de representação gráfica na representação de projetos de arquitetura? Como
tais técnicas estão sendo utilizadas para a divulgação dos projetos de arquitetura para a
sociedade?

Diante de tais questionamentos é apresentado esse artigo, que integra a pesquisa “A


Representação Gráfica no Projeto de Arquitetura” que tem como objetivo principal construir,
por amostragem, um quadro que reflita as práticas de representação gráfica contemporânea
no Brasil, identificando através de análise gráfica e textual, a representação e divulgação
dos projetos de arquitetura. Tem como objeto de estudo os desenhos divulgados por 25
jovens arquitetos ou escritórios, eleitos em 2010 como a “nova geração da arquitetura
brasileira” (Editora PINI, 2010).

Esse estudo apresenta a catalogação dos desenhos de seis escritórios e tem como objeto
de estudo os projetos de habitação unifamiliar desses escritórios: Arquitetos Associados
(Minas Gerais), Bernardes Arquitetura (São Paulo), Metro Arquitetos Associados (São
Paulo), Mapa (Rio Grande do Sul), SIAA (São Paulo) e SPBR (São Paulo). A análise desta
produção permite, por amostragem, compor um cenário da representação gráfica
contemporânea brasileira, mais especificamente, da representação da arquitetura
residencial, que representa o acervo mais volumoso de obras construídos e/ou projetos dos

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arquitetos eleitos. Objetiva-se investigar, através de análise gráfica e textual, a
representação e divulgação dos projetos de arquitetura residencial.

Pretende-se com isso ampliar os estudos sobre as diferentes maneiras de representação


gráfica utilizadas na publicação de obras arquitetônicas residenciais e identificar as
estratégias de representação predominantes nas diversas etapas projetuais.

Com vistas a alcançar os objetivos propostos, o trabalho é desenvolvido através de


procedimentos de pesquisa bibliográfica e documental, seguidas de análise. Na pesquisa
bibliográfica, aborda-se o desenho nas etapas do processo de projeto (Gregotti, 1972) e a
utilização de sistemas analógicos, digitais e híbridos (Alves, 2009; Bermudez, 1998;
Bermudez e Kevin, 1999). A pesquisa documental trata de identificar, selecionar e digitalizar
documentos sobre obras e/ou projetos residenciais dos arquitetos eleitos como objeto de
estudo. Para a tabulação dos dados foi criada uma tabela que catagola o material
apresentado no website, distinguindo a fase de projeto ao qual se refere (concepção ou
apresentação), o conteúdo representado (desenhos de localização, plantas baixas, cortes,
fachadas) e as técnicas de representação (desenho analógico, digital, híbrido, bi ou
tridimensional) (Sainz, 1990; Forseth, 2004). A análise classifica os desenhos segundo a
cronologia; a etapa de projeto, o método de construção gráfica, e o sistema de desenho.
Nessa etapa são verificadas similaridades entre os desenhos, identificando se possuem
uma certa regularidade na forma de representar os projetos. Serão consideradas também as
datas de cada projeto, buscando verificar possível aumento ou diminuição de frequência do
uso de alguma técnica de representação. Para realizar a análise dos dados são gerados
gráficos, através dos quais a representação gráfica do escritório pode ser interpretada e
podem ser geradas considerações sobre o desenho nas diferentes etapas do processo de
projeto.

A representação gráfica em projetos de arquitetura

As representações materializadas graficamente de que os arquitetos fazem uso — e que de


forma genérica poder-se-ia denominar como desenho de arquitetura — se relacionam
àqueles dois modos reconhecidos como fundamentais para a operação projetual (Gregotti,
1972, 1996): a) a formação, conceituação e resolução da imagem da edificação,
representada por notação gráfica de concepção, esquemas, croquis, esboços, diagramas,
etc.; b) sua comunicação formal representada por um conjunto de símbolos e códigos
predeterminados — desenhos técnicos de precisão, desenhos técnicos de apresentação,
desenhos de execução, etc.

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São chamados de notações gráficas de estudo e de concepção (Frazer e Henmi, 1994) os
registros gráficos empregados para a primeira modalidade. Variam de esquemas simples a
diagramas mais elaborados (Barki, 2003) e podem ser definidos como um tipo de registro
gráfico que, nascendo de um processo que tanto pode ser rápido e espontâneo como lento
e elaborado, mesmo quando executados com o auxílio de instrumentos, acham-se, num
sentido mais geral, pouco ligados à convenções ou técnicas rígidas.

Por se tratar de um tipo de registro que combina pequenas ilustrações e esquemas gráficos
de natureza variada, essas notações recebem uma gama variada de denominações:
desenho de estudo, desenho de concepção, esquema, esboço, delineação, demarcação,
marcação, bosquejo, rascunho, croqui, diagrama, gráfico, etc. Independente da
nomenclatura utilizada por cada autor, as definições são bastante semelhantes, sendo
possível considerá-las equivalentes.

Fraser e Henmi (1994) tratam este tipo de representação como desenho de concepção, um
desenho de estudo com um certo rigor geométrico e dimensional, em que se reconhecem as
demandas e as condicionantes do projeto e se especula possíveis soluções. Esse tipo de
desenho combina esquemas, croquis, diagramas, plantas, cortes, elevações e perspectivas
esquemáticas com os quais o projetista testaria as primeiras tentativas e hipóteses de
implantação no sitio e algumas soluções formais e construtivas.

Os sistemas de representação
Os meios ou sistemas de produção empregados como ferramentas de trabalho pelo
arquiteto podem ser distinguidos em duas categorias: sistemas analógicos e sistemas
digitais (Bermudez, 1998).

Os sistemas analógicos utilizam papel, grafite, hidrocor, nanquim, cartolina, etc. Os sistemas
digitais (eletrônicos, virtuais, assistidos por computador) utilizam scanner, manipulação de
imagens, animação e rendering, dentre outros. Os sistemas híbridos, por sua vez, fazem
uso desses dois sistemas (Bermudez e King, 1999).

Como combinar esses sistemas passa a ser uma decisão de cada arquiteto em função do
seu próprio processo projetual. Para tanto, é necessário conhecer as suas características e
experimentá-los. Nascimento e Neves (2010) consideram que a representação por meios
tradicionais implica no domínio de pelo menos, três diferentes campos de conhecimento: o
conhecimento de projeções; o traçado gráfico das formas resultantes das projeções e a
compreensão das relações espaciais da forma.

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O sistema digital, se diferencia do método tradicional na agilização do traçado, na utilização
de bibliotecas gráficas e na facilidade de modificar um projeto, visualizando o desenho em
diferentes posições do observador. A flexibilidade formal desse sistema permite que em
estudos volumétricos sejam geradas várias possibilidades de composição (Fernandes et al.,
2007).

No desenho com sistema manual, é o desenhista quem dirige a ponta do lápis,


demonstrando com seu traço sua perícia. Já no desenho digital, a perícia não está
relacionada ao traço, mas é associada à maneira de organizar sequências de comandos e
ao planejamento de uma estratégia prévia ao próprio ato de desenhar (Menegotto e Araujo,
2000). “Desenhar com ferramentas digitais significa lidar a todo o momento com dois níveis
de informação: informação gráfica, de natureza visual e informação alfanumérica,
materializada em uma base de dados que permanece oculta aos olhos.” (Menegotto e
Araujo, 2000, p. 14).

O aparecimento do computador e das ferramentas de desenho digital permitiu que os


arquitetos pudessem materializar novas concepções de projetos, que até então seriam muito
difíceis de realizar. Em função de uma arquitetura de fluidez formal complexa, os arquitetos
buscaram o auxílio de programas computacionais desenvolvidos pela indústria aeroespacial
para representar geometrias complexas.

Estudos sobre a utilização de sistemas analógico, digital e híbrido na representação de


projetos de arquitetura são apresentados por Bermudez e King (1999), Leggit (2004),
Farrelly (2008) e Pruna (2009). A pesquisa de Bermudez e King (1999) inclui, dentre outros
aspectos, a caracterização dos meios e os aspectos fundamentais de interface entre eles.
Os autores comentam que as características dos meios digitais para apresentar formas e
espaços em três ou quatro dimensões, associada ao uso das representações analógicas
dirigidas ao desenvolvimento das articulações materiais e formais estão produzindo
melhores resultados nos desenhos de aspectos formais, espaciais, tecnológicos e materiais.

Segundo esses autores, as ferramentas analógicas são mais fluidas, sendo, portanto, mais
apropriados ao desenvolvimento inicial e rápido das ideias, à estimulação da imaginação, à
manipulação e à visualização de escala, ao estudo de questões lumínicas e à expressão de
estados emocionais. Os meios digitais demandam um maior nível de definição e abstração
geométrica, sendo assim adequados ao desenvolvimento de detalhes do projeto, como
determinadas questões tecnológicas. Permitem ainda a geração e articulação de múltiplos
pontos de vista, a manipulação de imagens, simulações realistas, além de facilitar o
arquivamento das informações (Bermudez e King, 1999).

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A interface entre os meios pode ser dada de várias maneiras, a partir da utilização de
diversos recursos manuais e computacionais. Leggit (2004) e Pruna (2009) apontam que a
mesma pode ocorrer através de preenchimento digital sobre croquis, tratamento manual em
desenho modelado virtualmente e fotomontagem.

O preenchimento digital é o processo de manipulação digital de representações análogas,


exemplificado pelo escaneamento de croquis (Bermudez e King, 1999). Parte de um esboço
realizado a mão, que após ser digitalizado, recebe tratamento digital, com a utilização de
ferramentas de pintura e retoque que permitem traçar diretamente sobre a imagem e
modificá-la (Pruna, 2009). O processo inverso trata da manipulação análoga de
representações digitais, chamado de tratamento manual em desenho modelado
virtualmente. Nesse caso é inicialmente realizada a estrutura básica do desenho através de
modelagem virtual no computador, com o uso de ferramentas como CAS (Computer Aided
Sketching) e CAD (Computer Aided Designing). O tratamento análogo é realizado sobre a
imagem resultante da modelagem com ferramentas de desenho manual, como lápis grafite,
lápis de cor ou até mesmo canetas hidrocor.

A fotomontagem é a inserção de fotos ou desenhos em uma imagem realizada com técnica


convencional ou computacional (Farrelly, 2008). A importância dessa técnica reside no fato
de combinar fotos ou impressões de lugares reais com ideias arquitetônicas imaginadas,
que criam uma imagem final que parece real. Com o surgimento da fotografia digital,
desenvolveram-se programas de edição de imagens, que, segundo Pruna (2009), permitem
trabalhar com camadas que oferecem a possibilidade de obter transparências e outros
efeitos de montagem.

Por fim, cabe ressaltar que não existe uma única maneira de levar adiante um processo
projetual. A gradação de representações de maior generalidade até aquelas de maior
definição, ainda que válida para a maioria dos processos projetuais, não indica um
procedimento único. Isso pode variar de pessoa para pessoa dependendo do método de
projeto utilizado, em função de diferentes problemas, situações e propostas de projeto
(Martinez, 2000).

A partir do exposto acima, sobre a prática do desenho nas etapas do processo de projeto e a
utilização de sistemas analógico, digital e híbrido, foram elaborados os procedimentos
metodológicos desse trabalho, apresentados a seguir.

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Procedimentos

Com vistas a alcançar os objetivos propostos, este trabalho é desenvolvido através de


procedimentos de pesquisas bibliográfica e documental, seguidas de análise.

A pesquisa bibliográfica abordou a prática do desenho nas etapas do processo de projeto,


levando-se em conta a utilização de meios tradicionais e digitais, a partir de dois enfoques
principais: o conceito dos desenhos de concepção e de apresentação do projeto e a utilização
de sistemas analógicos, digitais e híbridos na representação desses tipos de desenho.

A pesquisa documental se deu com os desenhos dos projetos e obras residenciais


documentados no website do escritório. Para a tabulação de dados foi criada uma tabela,
que teve como objetivo catalogar quantitativamente todo o material apresentado no website,
distinguindo a fase de projeto ao qual se referia, o conteúdo representado e as técnicas de
representação.

Os itens mapeados de cada projeto foram:

 Caracterização: Identificação do projeto, ano do projeto, além da verificação se o


mesmo foi executado;

 Desenhos de concepção: analógico, digital, híbrido, 2D, 3D, maquetes de estudo;

 Desenhos de apresentação: desenho de localização, plantas baixas, cortes,


fachadas, detalhes (estes diferenciados em analógicos, digitais, híbridos).

Os desenhos agrupados como sendo de concepção, foram classificados em bi ou


tridimensionais e em analógicos, digitais e ou híbridos. Também observou-se a utilização de
maquete de estudo. No material classificado como de apresentação, observou-se a
presença de planta de localização e situação, plantas baixas dos pavimentos, cortes,
fachadas e desenhos de detalhamento. Neste estudo não foram consideradas as imagens
tridimensionais e as fotografias. Tais elementos são objeto de estudo de outros trabalhos.

Esta etapa apresenta um panorama geral que compreende o inventário produzido a partir do
site do escritório em questão, tanto na quantificação como na identificação do caráter e do
conteúdo do material gráfico apresentado.

A análise é realizada por meio de observação e comparação. Os desenhos foram analisados e


descritos, gráfica e textualmente, por meio de critérios eleitos para a análise. Num segundo
momento serão verificadas similaridades e especificidades entre os desenhos do arquiteto.

A investigação sobre os desenhos pode se dar a partir de diversas categorias, como o


conteúdo (concepção ou apresentação) o modo de representação, a técnica gráfica e o efeito
ilustrativo (Sainz, 1990; Forseth, 2004). Nesse estudo verifica-se a etapa de projeto que o

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desenho representa (concepção ou apresentação), o método de construção gráfica, se
bidimensional (planta, corte ou fachada) ou tridimensional (desenhos axonométricos, em
perspectiva, vista explodida), e o sistema de desenho, se analógico, digital ou híbrido.

Ao final foram gerados gráficos síntese de cada etapa do processo de projeto. Através
desses a representação gráfica do escritório pode ser interpretada e podem ser geradas
considerações sobre o desenho nas diferentes etapas do processo de projeto.

Resultados

Contabilização e caracterização geral do material encontrado no sites

Foram contabilizados no website dos escritórios o seguinte número de projetos residenciais:


Bernardes Arquitetura (43), Arquitetos Associados (23), SPBR (18), SIAA (13), MAPA (8) e
METRO (6). A catalogação desse material foi realizada em tabelas, distinguindo a fase de
projeto ao qual o desenho se refere (concepção e representação), o conteúdo (plantas,
cortes, fachadas, detalhes) e a técnica de representação (analógico, digital ou híbrido).

A observação das tabelas mostrou que constam em todos os websites dos escritórios
desenhos das etapas de concepção e apresentação, cuja contabilização e caracterização é
apresentada abaixo.

Contabilização e caracterização da etapa de concepção

Na etapa de concepção, nota-se a presença de desenho analógico em cinco escritórios


(Arquitetos Associados, Bernardes Arquitetura, Metro Arquitetos Associados, SIAA e SPBR).
Apesar disso o número de projetos demonstrados por meio analógico é pequeno, se
comparado ao montante total: um projeto nos escritórios Arquitetos Associados, Metro e
SIAA; dois projetos no SPBR e sete no Bernardes Arquitetura.

Os escritórios Bernardes Arquitetura e SIAA adotam o desenho analógico bidimensional na


fase de concepção (8% nos projetos do SIAA e 16% no Bernardes). No Bernardes o
desenho analógico é utilizado para representar plantas baixas e cortes que demonstram as
ideias iniciais do projeto. Caracterizam-se por serem esquemáticos e na grande maioria
monocromáticos. Exceção ao uso do desenho analógico é verificada no MAPA, que utiliza
somente esquemas gráficos digitais na etapa de concepção.

O desenho digital foi observado na tabulação de dados de três escritórios: Arquitetos


Associados (13%), MAPA (38%) e Metro Arquitetos Associados (17%). Nos Arquitetos
Associados prevalece o desenho digital bidimensional, contabilizado em 13% do material. O

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modo tridimensional é observado em 4% do material, sendo perspectivas axonométricas. O
desenho de concepção torna-se recorrente na apresentação de projetos a partir de 2011.

Dentre esses escritórios o desenho digital prevalece no material apresentado no website do


MAPA, onde cerca de 38% dos projetos adotam esquemas digitais tridimensionais. Constam
de representações axonométricas construídas com sistemas CAD que demonstram
aspectos relativos aos condicionantes físicos e climáticos, à ocupação do lote, distribuição
do programa e estudos formais (Fig. 1). Em alguns casos os diagramas são acompanhados
de textos, que explicam e comparam visualmente características do edifício. Esse tipo de
representação se tornou característico da linguagem gráfica do escritório.

Figura 1: Contabilização do desenho de concepção do escritório MAPA

Representações híbridas foram observadas apenas em dois escritórios, METRO (17%) e


SPBR (6%). No caso do SPBR o desenho híbrido faz parte de um projeto e utiliza
representação analógica tridimensional (axonométrica) com preenchimento digital. No
METRO esse tipo de representação foi utilizado em uma planta baixa onde foram feitos
desenhos a mão sobre um desenho digital. No escritório METRO consta ainda a utilização
de maquetes de estudo (17%), presente também no MAPA (37%). Cabe ressaltar que o
METRO foi, dentre os escritórios analisados, o único que apresentou em seu website todas
as ferramentas e técnicas eleitas para a tabulação (desenho analógico, digital e híbrido;
desenho bi e tridimensional e maquete de estudo) (Fig. 2).

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100%

80%

60%

40%

20%

0%
2D analógico digital híbrido 3D Maquete
Estudo

Figura 2: Contabilização do desenho de concepção do escritório METRO

Contabilização e caracterização da etapa de apresentação

Nessa etapa, verifica-se a recorrência de desenhos bidimensionais - plantas baixas, cortes,


fachadas e plantas de localização/situação. São desenhos que utilizam ferramentas
computacionais, atendem as normas de representação do desenho técnico e são
normalmente produzidos com sistemas CAD. Alguns são manipulados em programas de
edição de imagem.

O desenho de apresentação aparece em maior número em quatro escritórios (Arquitetos


Associados, MAPA, METRO e SPBR). Dentre esses, o MAPA é o único que apresenta um
número igual de projetos com plantas, cortes e fachadas (87%) (Fig. 3)

100%

80%

60%

40%

20%

0%
Plantas baixas Cortes Fachadas Localização

Figura 3: contabilização dos desenhos de apresentação: MAPA

Os escritórios Arquitetos Associados, SPBR e METRO apresentam, em ordem decrescente,


plantas baixas, cortes, plantas de localização e fachadas (Fig. 4 e Fig. 5). O METRO
apresenta número menor de plantas de localização e fachadas, se comparado aos outros
dois escritórios.

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Arquitetos Associados

SPBR
Figura 4: contabilização dos desenhos de apresentação: Arquitetos Associados e SPBR

METRO
Figura 5: contabilização dos desenhos de apresentação: METRO
Desenhos de plantas, cortes e fachadas estão presentes em cinco escritórios (Arquitetos
Associados, MAPA, Metro Arquitetos Associados, SIAA e SPBR). Desenhos de cortes estão
presentes em todos os websites observados, em maior número nos Arquitetos Associados
(97%), SPBR (95%), MAPA (87%) e METRO (84%), e em menor porcentagem no SIAA
(23%) e Bernardes (7%). Plantas baixas são apresentadas pelos Arquitetos Associados
(95%), SPBR (95%), MAPA (87%), METRO (84%) e SIAA (23%).

Plantas de situação e localização estão presentes em cinco escritórios, com exceção do


SIAA (Fig. 6). Alguns escritórios, como os Arquitetos Associados apresentam a plantas
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baixa junto da planta de localização. Nos projetos mais recentes o escritório adota imagens
de satélite como parte integrante da planta de situação.

Figura 6: contabilização dos desenhos de apresentação: SIAA

Fachadas estão presentes em cinco escritórios, com exceção do Bernardes. Dentre os


analisado esse escritório é o que apresenta um número menor de desenhos de
apresentação, como demonstra a imagem abaixo (Fig. 7). O escritório privilegia a
apresentação de perspectivas digitais e fotos, elementos esses que não foram analisados.

100%

80%

60%

40%

20%

0%
Plantas baixas Cortes Localização Fachadas

Figura 7: Contabilização do desenho de apresentação: Bernardes Arquitetura

Desenhos de detalhes não são representativos na produção dos escritórios, estando


presentes apenas no site de três escritórios (Arquitetos Associados, Metro e SPBR). Estão
presentes em dois projetos dos Arquitetos Associados e em um projeto dos demais. São
desenhos técnicos que utilizam sistemas CAD.

Considerações Finais

A investigação acerca da representação gráfica da arquitetura residencial dos escritórios


permitiu testar os procedimentos e instrumentos de pesquisa, além de responder as
questões levantadas na introdução desse trabalho.

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Através dos resultados foi possível identificar a produção dos projetos residenciais, bem
como verificar a ocorrência do desenho nas etapas de concepção e apresentação.

Os resultados preliminares demonstram o uso de ferramentas computacionais de


representação gráfica nas etapas de concepção e apresentação. Desenhos analógicos e
híbridos são encontrados apenas na fase de concepção. Observou-se que a maior parte das
representações refere-se a desenhos de apresentação, o que demonstra a preferência dos
escritórios em divulgar o projeto final.

Pode-se observar que os desenhos de um mesmo escritório apresentam similaridades


quanto ao conteúdo e ao modo de representação, demonstrando assim que o arquiteto optou
por utilizar a mesma linguagem gráfica para apresentar os projetos.

Para as análises dos demais escritórios fica o questionamento sobre a real articulação entre
as ferramentas computacionais com os métodos convencionais de representação gráfica na
divulgação de projetos de arquitetura. A representação gráfica contemporânea é
caracterizada pela utilização quase que total de ferramentas computacionais ou ainda
existem exemplos de articulação entre os dois sistemas.

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