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RESUMO
O presente artigo integra a pesquisa “A Representação Gráfica no Projeto de Arquitetura” (UFRGS,
Universidade Positivo) que tem como objetivo principal construir, por amostragem, um quadro que
reflita as práticas de representação gráfica contemporânea no Brasil, identificando através de análise
gráfica e textual, a representação e divulgação dos projetos de arquitetura. Tem como objeto de
estudo os desenhos divulgados por 25 jovens arquitetos ou escritórios, eleitos em 2010 como a
“nova geração da arquitetura brasileira” (Editora PINI, 2010). Esse estudo apresenta a catalogação
dos desenhos de seis escritórios e tem como objeto de estudo os projetos de habitação unifamiliar
desses escritórios: Arquitetos Associados, Bernardes Arquitetura, Metro Arquitetos Associados, Mapa,
SIAA e SPBR. A análise desta produção permite, por amostragem, compor um cenário da
representação gráfica contemporânea brasileira, mais especificamente, da representação da
arquitetura residencial, que representa o acervo mais volumoso de obras construídos e/ou projetos
dos arquitetos eleitos. Objetiva-se investigar a representação e divulgação dos projetos de arquitetura
residencial. Este artigo apresenta a caracterização da representação gráfica da arquitetura residencial,
descreve a metodologia para a tabulação dos dados e apresenta os resultados obtidos.
Palavras-chave: Representação gráfica, projeto de arquitetura, residências brasileiras.
Introdução
Desde que a computação gráfica trouxe à tona o debate sobre os novos meios de
representação da arquitetura há um esforço pedagógico para investigar novas maneiras de
relacionar os meios tradicionais com os meios eletrônicos. Esse esforço aponta cada vez
mais para a necessidade de interações complementares entre os vários meios disponíveis
para a comunicação de idéias arquitetônicas. Reconhecendo as possibilidades e as
limitações de cada um dos meios, a interação complementar entre o desenho, as
simulações eletrônicas e a fotografia, pode compensar as restrições de cada meio isolado, e
ampliar as possibilidades de diálogo sobre o projeto (Rozestraten, 2006). Como afirma
Piñon (2009) não é propósito perder tempo com a polêmica sobre se é preferível o “desenho
manual” ao “desenho digital” ou o inverso. “Não há porque se comparar instrumentos que ao
longo da história serviram para determinados fins, nem ao menos criticar suas eventuais
limitações.” (Piñon, 2009).
Esse estudo apresenta a catalogação dos desenhos de seis escritórios e tem como objeto
de estudo os projetos de habitação unifamiliar desses escritórios: Arquitetos Associados
(Minas Gerais), Bernardes Arquitetura (São Paulo), Metro Arquitetos Associados (São
Paulo), Mapa (Rio Grande do Sul), SIAA (São Paulo) e SPBR (São Paulo). A análise desta
produção permite, por amostragem, compor um cenário da representação gráfica
contemporânea brasileira, mais especificamente, da representação da arquitetura
residencial, que representa o acervo mais volumoso de obras construídos e/ou projetos dos
Por se tratar de um tipo de registro que combina pequenas ilustrações e esquemas gráficos
de natureza variada, essas notações recebem uma gama variada de denominações:
desenho de estudo, desenho de concepção, esquema, esboço, delineação, demarcação,
marcação, bosquejo, rascunho, croqui, diagrama, gráfico, etc. Independente da
nomenclatura utilizada por cada autor, as definições são bastante semelhantes, sendo
possível considerá-las equivalentes.
Fraser e Henmi (1994) tratam este tipo de representação como desenho de concepção, um
desenho de estudo com um certo rigor geométrico e dimensional, em que se reconhecem as
demandas e as condicionantes do projeto e se especula possíveis soluções. Esse tipo de
desenho combina esquemas, croquis, diagramas, plantas, cortes, elevações e perspectivas
esquemáticas com os quais o projetista testaria as primeiras tentativas e hipóteses de
implantação no sitio e algumas soluções formais e construtivas.
Os sistemas de representação
Os meios ou sistemas de produção empregados como ferramentas de trabalho pelo
arquiteto podem ser distinguidos em duas categorias: sistemas analógicos e sistemas
digitais (Bermudez, 1998).
Os sistemas analógicos utilizam papel, grafite, hidrocor, nanquim, cartolina, etc. Os sistemas
digitais (eletrônicos, virtuais, assistidos por computador) utilizam scanner, manipulação de
imagens, animação e rendering, dentre outros. Os sistemas híbridos, por sua vez, fazem
uso desses dois sistemas (Bermudez e King, 1999).
Como combinar esses sistemas passa a ser uma decisão de cada arquiteto em função do
seu próprio processo projetual. Para tanto, é necessário conhecer as suas características e
experimentá-los. Nascimento e Neves (2010) consideram que a representação por meios
tradicionais implica no domínio de pelo menos, três diferentes campos de conhecimento: o
conhecimento de projeções; o traçado gráfico das formas resultantes das projeções e a
compreensão das relações espaciais da forma.
Segundo esses autores, as ferramentas analógicas são mais fluidas, sendo, portanto, mais
apropriados ao desenvolvimento inicial e rápido das ideias, à estimulação da imaginação, à
manipulação e à visualização de escala, ao estudo de questões lumínicas e à expressão de
estados emocionais. Os meios digitais demandam um maior nível de definição e abstração
geométrica, sendo assim adequados ao desenvolvimento de detalhes do projeto, como
determinadas questões tecnológicas. Permitem ainda a geração e articulação de múltiplos
pontos de vista, a manipulação de imagens, simulações realistas, além de facilitar o
arquivamento das informações (Bermudez e King, 1999).
Por fim, cabe ressaltar que não existe uma única maneira de levar adiante um processo
projetual. A gradação de representações de maior generalidade até aquelas de maior
definição, ainda que válida para a maioria dos processos projetuais, não indica um
procedimento único. Isso pode variar de pessoa para pessoa dependendo do método de
projeto utilizado, em função de diferentes problemas, situações e propostas de projeto
(Martinez, 2000).
A partir do exposto acima, sobre a prática do desenho nas etapas do processo de projeto e a
utilização de sistemas analógico, digital e híbrido, foram elaborados os procedimentos
metodológicos desse trabalho, apresentados a seguir.
Esta etapa apresenta um panorama geral que compreende o inventário produzido a partir do
site do escritório em questão, tanto na quantificação como na identificação do caráter e do
conteúdo do material gráfico apresentado.
Ao final foram gerados gráficos síntese de cada etapa do processo de projeto. Através
desses a representação gráfica do escritório pode ser interpretada e podem ser geradas
considerações sobre o desenho nas diferentes etapas do processo de projeto.
Resultados
A observação das tabelas mostrou que constam em todos os websites dos escritórios
desenhos das etapas de concepção e apresentação, cuja contabilização e caracterização é
apresentada abaixo.
80%
60%
40%
20%
0%
2D analógico digital híbrido 3D Maquete
Estudo
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Plantas baixas Cortes Fachadas Localização
SPBR
Figura 4: contabilização dos desenhos de apresentação: Arquitetos Associados e SPBR
METRO
Figura 5: contabilização dos desenhos de apresentação: METRO
Desenhos de plantas, cortes e fachadas estão presentes em cinco escritórios (Arquitetos
Associados, MAPA, Metro Arquitetos Associados, SIAA e SPBR). Desenhos de cortes estão
presentes em todos os websites observados, em maior número nos Arquitetos Associados
(97%), SPBR (95%), MAPA (87%) e METRO (84%), e em menor porcentagem no SIAA
(23%) e Bernardes (7%). Plantas baixas são apresentadas pelos Arquitetos Associados
(95%), SPBR (95%), MAPA (87%), METRO (84%) e SIAA (23%).
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Plantas baixas Cortes Localização Fachadas
Considerações Finais
Para as análises dos demais escritórios fica o questionamento sobre a real articulação entre
as ferramentas computacionais com os métodos convencionais de representação gráfica na
divulgação de projetos de arquitetura. A representação gráfica contemporânea é
caracterizada pela utilização quase que total de ferramentas computacionais ou ainda
existem exemplos de articulação entre os dois sistemas.
Referências Bibliográficas