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28/10/2014 História Secreta do Brasil (Portugalidade e Brasilidade na Obra Divina) – Entrevistas de Vitor Manuel Adrião à Comunicação Social brasileira «Lu…
A edição do meu livro História Secreta do Brasil (Flos Sanctorum Brasiliae) em 2004 pela
Madras Editora, São Paulo, entrando nos circuitos comerciais logo ao início de 2005,
provocou uma reacção muito positiva em todo o território brasileiro, com os seus meios de
comunicação social anunciando-o profusa e elogiosamente, o que apesar de sensibilizar-me e
impor-me a consciência do dever cumprido, igualmente não deixou de aumentar a minha
responsabilidade para com a historiografia brasileira e sobretudo para com a sua
espiritualidade, que sendo brasílica por isto mesmo é universal. Para mim foi hora grata de
dever cumprido, já o disse, mantendo a humildade ante as luzes da ribalta esquivando-me à
exaltação presunçosa que, bem sabia por há muito pisar palcos e bisar fama pública, era hora
feliz mas que haveria de passar… como passou, e ficou só a obra que esta é a única que afinal
importa.
Das várias entrevistas orais e escritas que concedi à comunicação social brasileira, além das
entrevistas directas às Rádios Eldorado e CBN de São Paulo, com cobertura nacional, e de
uma anterior à Rádio Oásis de Sobral de Monte Agraço, em Portugal, também pertinente ao
tema Brasilidade onde a radialista eera brasileira, destaco e transcrevo a seguir os textos
integrais de duas reportagens cedidas a dois jornais importantes do Brasil, acreditando que o
seu conteúdo acaso possa transmitir ao leitor o senso de Espírito Único subjacente a duas
modalidades distintas na aparência mas interligadas na essência de Portugalidade e
Brasilidade.
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28/10/2014 História Secreta do Brasil (Portugalidade e Brasilidade na Obra Divina) – Entrevistas de Vitor Manuel Adrião à Comunicação Social brasileira «Lu…
JORNAL DE TOCANTINS
R. – As mais variadas e creio que as mais agradáveis, mesmo que acaso sejam de espanto
geral pelas conclusões a que cheguei, baseado não em ficções delirantes mas em dados
sólidos, verificados e comprovados no terreno e em gabinete, numa pesquisa laboriosa que
me consumiu vários anos na qual abrangi um campo vasto de gente, locais e imóveis
patrimoniais, desde o bibliográfico ao monumental natural ou artificial, em que entrou a
mão do homem. Da Pré-História à Proto-História brasileiras e daí à sua Actualidade, são
vários os cenários abrangidos, por exemplo, o mito da Atlântida reachada no Brasil, as
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28/10/2014 História Secreta do Brasil (Portugalidade e Brasilidade na Obra Divina) – Entrevistas de Vitor Manuel Adrião à Comunicação Social brasileira «Lu…
R. – Como disse, abrangi um vasto campo de pesquisa. Para chegar à validade das
conclusões que apresento consultei os mais renomeados autores, desde as Crónicas das
Capuchinhos e dos Jesuítas, os Relatos das Bandeiras ou dos seus capitães, passando
Gustavo Barroso e Ludwig Schwennhagen até ao “Champollion” brasileiro que foi Bernardo
Ramos, não descurando outros e brilhantes autores da historiografia, arqueologia,
espeleologia, etnologia, etc., da Academia Brasileira mas também da Portuguesa, como Jaime
Cortesão e Joaquim Ribeiro. Todos, desde os mais aos menos conhecidos, a maioria com
obras de vulto onde avulta o saber e demonstra o amor à sua Pátria brasílica. Além disso,
para dar interpretação plausível a muitos aspectos da História do Brasil, até agora “hiatos”
inexplicáveis, recorri à Tradição Iniciática da Teosofia “Brasileira”, isto é, a da Sociedade
Teosófica Brasileira, socorrendo-me pelos inúmeros escritos do seu fundador, Professor
Henrique José de Souza (1883-1963), baiano de alma portuguesa, provavelmente o maior
Mestre de Pensamento Espiritual que o Brasil e o Mundo conheceram no século XX. Nisto,
fiz igualmente recurso de alguns decanos da Teosofia Brasileira coevos e discípulos do
mesmo Professor, como, por exemplo, António Castaño Ferreira, Paulo Albernaz e Roberto
Lucíola. Aproveito ainda esta oportunidade para agradecer aos inúmeros colaboradores na
feitura deste meu livro agora dado à estampa, pois sem eles tal não seria possível: Wagner
Veneziani, David Caparelli, Oriental Luiz Noronha, Arthur Henrique de Souza e a todos os
mais para não esquecer nenhum.
R. – O mais difícil foi contrariar a História corrente do Brasil ensinada nas carteiras escolares
que um certo sindicalismo marxista impôs após o usurpo nos anos 20, 30 e sobretudo 40 do
século XX do senso nascente de brasilidade como afirmação política de independência,
esquerdismo esse que “trocou as voltas” aos mais elementares factos históricos de maneira a
justificar um certo caos psicossocial como culpa original dos “bandidos portugueses” que
invadiram o Brasil após o «achamento» que realmente não houve e sim Descobrimento, logo,
os males próprios de um país novo só podiam encontrar “a culpa no Cabral”. Essa tornou-se
uma História «vermelha» forjada quase inteiramente (hoje já é questionada e até posta de
lado por excessiva viciação dos dados factuais), pois a frota do almirante Pedro Álvares
Cabral que ia a caminho da Índia, aproveitando as correntes do Golfo da Guiné para a partir
de Cabo Verde deslocar-se propositadamente para ocidente chegando a Vera Cruz, dizia, a
sua tripulação além dos marujos era exclusivamente composta por militares da Ordem de
Cristo e por religiosos franciscanos de Coimbra, que absolutamente nada tinha de “celerados
incultos”. E mesmo as feitorias que os portugueses fundaram depois ao longo do litoral de
Vera Cruz, eram sobretudo povoadas por militares da mesma Ordem de Cristo, alguns da de
Avis, e religiosos letrados franciscanos juntos com carmelitas (os jesuítas vieram muito
depois), além de comerciantes mandatados pela coroa, que os proibia sob severos castigos de
dedicarem-se ao desregro de exploração e usurpo do autóctone e suas riquezas. Só na
segunda metade do século XVII e ao longo do século XVIII, com a chegada de aventureiros
portugueses mas sobretudo franceses e holandeses, que foram estes quem deram “caça ao
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28/10/2014 História Secreta do Brasil (Portugalidade e Brasilidade na Obra Divina) – Entrevistas de Vitor Manuel Adrião à Comunicação Social brasileira «Lu…
R. – Conheço boa parte da historiografia brasileira e a maioria dos autores clássicos que a
têm feito, tanto no vector académico, quanto no esotérico e até no fantástico, este que inibo-
me comentar. Se “conheço a fundo” a História mítica e cronológica do Brasil, creio que
ninguém a conhece inteiramente. Todos os dias surgem novidades, não raro as mais
surpreendentes, desde logo descartando a possibilidade de se a conhecer por inteiro. A
presunção do contrário é tão inútil quanto pueril, tanto para a Tradição como para a Ciência.
P. – O senhor concorda com tudo aquilo que está no seu livro ou apenas relatou nas
páginas como sendo parte da pesquisa?
R. – Quando o autor não concorda consigo e as suas conclusões, mal vai ele e mais parece
que escreve ao gosto do cifrão a quem se vende como triste “sabe-tudo”. Se eu não
acreditasse no que escrevo e transmito, há muito que me teria dedicado a outras artes
porventura mais lucrativas. Como já disse, assinalei e desenvolvi factos que considero como
principais da História Secreta do Brasil, assim mesmo nunca tendo aparecido quem a
sistematizasse com fiz. Nisto é completa e inédita, e mesmo Gustavo Barroso nos seis
volumes da sua “História Secreta do Brasil” foi tão quanto eu, talvez por estar possuído
daquilo que despossuo: certa tendência político-religiosa inserta num vasto movimento
«anti-portugalidade» em prol do fincar da nascente brasilidade ou identidade
exclusivamente brasílica, que depois o marxismo usurpou e adulterou e se conservou
durante o «nacionalismo» da ditadura militar, como deixei subentendido em resposta
anterior. De maneira diferente mas com fim igual, fez o ditador Oliveira Salazar com a
História Portuguesa. Posso, pois, afirmar que esta minha é a primeira História Mítica do
Brasil isenta de quaisquer partidarismos aparecida na terra de Vera Cruz desde a fundação
do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro no Rio de Janeiro, em 21 de Outubro de 1848.
P. – O Brasil seria descoberto se Pedro Álvares Cabral não tivesse errado o caminho das
Índias?
R. – Eis aqui um grande equívoco que acredito propositado na História: Pedro Álvares
Cabral não errou o caminho marítimo das Índias, logo, não navegou equivocado para
Ocidente. Ele sabia onde se dirigia, nunca mareou ao acaso nem acaso andou perdido no
mar!… Não. Herdeiro legítimo dos conhecimentos da Tradição Templária transmitida à
Ordem de Cristo a que pertencia a Escola de Navegação ou Marítima do Infante Henrique de
Sagres, Administrador e 8.º Mestre Geral da Ordem Militar de Nosso-Senhor Jesus Cristo,
vulgo Ordem de Cristo, Cabral veio ao Brasil propositadamente para inaugurar o ciclo ibero-
ameríndio em 1500. Acompanharam-no Nicolau Coelho, mestre já experiente nas artes de
mar e ofícios de letras e saberes herméticos, e frei Henrique Soares de Coimbra chefiando
uma delegação de cinco franciscanos, contando com ele. Todos eles aparentemente
mandatados pela Ordem de Cristo e o rei de Portugal, mas secretamente por uma certa e
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misteriosa Ordem de Mariz a qual, diz a Tradição, está por detrás dos destinos de Portugal e
mesmo do Brasil. Esperavam-nos em Porto Seguro os melhores da raça autóctone tupi, no
caso os tupinambás do litoral, cujos chefes seriam Tibiriçá, Icaraí e Saixê. A Ordem de Cristo,
herdeira directa dos saberes da Ordem dos Cavaleiros Pobres de Cristo e do Templo de
Salomão, como disse, sabia pela abundante mas reservada documentação dela haver terra
vasta a Ocidente, principalmente graças às navegações dos fenícios na Proto-História e dos
árabes na História. Aliás, o nome Insula Brasil já era conhecido de há muito: os cartógrafos
medievais destacaram nos seus mapas o nome da terra Brasil, como foi o caso da Carta de
Pizigano, de 1367, do Atla de Andrea Bianco, de 1436, ou da Carta de Bartolomeo Pareto, de 1455.
Por seu turno, aquando da viagem à Índia do almirante Vasco da Gama, em 1498, ele
navegou a Ocidente e ancorou defronte a terra firme e larga, que os historiadores
consideram hoje ter sido o Brasil, antes de retomar a marcha a Oriente. Já antes, em 1487 e
em 1488, Pedro Vaz da Cunha, o “Bizagudo”, e João Fernandes de Andrade navegaram do
Golfo da Guiné para o Brasil aproveitando as correntes marítimas sudoeste. Duarte Pacheco
Pereira, autor do famoso Esmeraldo de Situ Orbis, também aqui se dirigiu várias vezes antes
de Cabral. E antes de todos esses, o capitão de mar Sancho Brandão, pertencente à Marinha
de Guerra da Ordem do Templo, fez uma expedição ao Brasil, notícia comunicada pelo rei de
Portugal ao papa Clemente VI, em 12 de Fevereiro de 1343, portanto, já depois da abolição
dessa Ordem em 1312. Por conseguinte, as referências abundam apesar de dispersas, mas
mais abundante é o “muro de silêncio” sobre isso e que não se consegue explicar, a não ser
talvez por preconceitos político-sociais que, em si mesmos, também não se conseguem
explicar coerentemente.
R. – O que não me intrigou mas mais fascinou foi a controvérsia acerca dos bandeirantes.
Tudo quanto há de mau, cruel e selvático é-lhes atribuído, é claro que eram portugueses.
Contudo, abundam as crónicas jesuítas sobre os bandeirantes e rareiam os documentos das
próprias Bandeiras. Isto é muito sintomático, pois jesuíta e bandeirante eram como “cão e
gato”, aquele querendo um império para a sua Companhia, e este um País livre para o seu
povo; aquele não se misturando a raças estranhas, este fundindo-se no autóctone e dando o
mameluco, o genuíno luso-brasileiro. Repara-se nos sintomáticos episódios sangrentos que
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no século XVII deram-se em São Paulo em volta do mosteiro de São Bento de Piratininga,
envolvendo bandeirantes e jesuítas. Creio ser mais que tempo de começar a ver o
bandeirante com outros olhos que não os jesuiticamente preconceituosos.
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R. – A História Secreta do Brasil que há muito vinha prometendo fazê-la, assim o cumpri
com amor incondicional a esta Terra de Promissão, que sendo país é maior que um
continente. Se a Europa é Passado-Presente, o Brasil já é Presente no Futuro que não se
pressente mas vislumbra, e cada vez mais. Esta é a Pátria da Concórdia Universal, o que vai
bem até no seu lema Ordem e Progresso visto à luz dos signos principais do seu mapa
astrológico: signo solar Virgem (Ordem) e signo ascendente Aquário (Progresso), mesmo que
próximo ao primeiro grau de Peixes que como símbolo são dois: um para Portugal e outro
para o Brasil. Um para a imaginação e criatividade (peixe superior), e outro (peixe inferior)
para o fatalismo e a maledicência. Até nisso Portugal e Brasil comungam das mesmas
virtudes e vícios psicossociais. É meu desejo sincero que o leitor deste livro que ofereço à
Brasilidade encontre nele os mais altos e imortais valores do que é ser Brasil e Brasileiro, e
igualmente à Portugalidade, para que, em arremedo final, saiba que ser Português é não ter
fronteiras, é ter a Língua que é o Espírito, que é Portugal.
JORNAL “O TEMPO”
(MINAS GERAIS)
R. – O projecto de escrever uma História “não-contada” nos bancos de escola do Brasil é uma
ideia antiga que agora realizei e a Madras Editora deu à forja, para maior entendimento do
que é realmente este país maior que um continente, e para o engrandecimento ainda do
espírito singular que fez e projectou o ser brasileiro. Com efeito, durante alguns anos vim
prometendo que um dia haveria de escrever uma História do Brasil, sobre o que o país
possui de imaginário colectivo que surpreende e assombra a perspicácia até do investigador
mais arguto, assim não raro paralisando ante o enigma maior subjacente à formação e
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desenvolvimento desta terra imensa e das pretensões ocultadas sob o véu das aparências dos
inúmeros constituintes do Paanteão Humano, nobre e digno, feitores tanto da Portugalidade
como da Brasilidade, unidos pelo Verbo único do falar Lusitano, ou melhor, Português, já
que a língua lusitana original era uma mescla de celta e eslavo a que se juntaria depois o
grego e o latim. Repara-se nisso inclusive na pronúncia brasileira, de raiz toponímica tupi
mas de sonoridade portuguesa do Alentejo – no Sul de Portugal, de ascendência etnológica
árabe – de onde era originária a maioria dos bandeirantes nos séculos XVI-XVII, a quem se
juntou o crioulo da África e as três línguas vieram a dar nesta forma cantante agradável de
ouvir e falar. Paul Teyssier, na sua História da Língua Portuguesa, aborda este tema com
profusão e alguma felicidade.
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R. – O empório fenício do Brasil, sito entre 1050 e 1000 a. C., terá sido uma imensa colónia de
exilados de Tiro, capital política da Fenícia, hoje Síria, cuja odisseia conto no meu livro com
pormenores e bibliografia vasta. Essa colónia teve papel marcante, durante muito tempo,
entre os povos mediterrânicos, a ponto de estar assinalada na própria Bíblia como Ophir, a
terra a ocidente de onde vinham papagaios, ave que, afinal de contas, não existe em
nenhuma ilha do Atlântico, mas em contrapartida até hoje o Brasil é conhecido como a
ocidental “Terra dos Papagaios”. As evidências arqueológicas e etnológicas da presença
fenícia no Brasil são vastíssimas e espalham-se desde o Rio Amazonas até ao Rio da Prata.
Falta só a constituição de um roteiro, devidamente identificado e catalogado, do Brasil Pré e
Proto-Histórico, dando continuidade ao trabalho colossal de Bernardo Ramos por parte da
especialidade na Academia Brasileira. Para isso, creio, é necessário antes perderem-se
definitivamente os envergonhados complexos intelectuais que minam e limitam o panorama
científico até hoje. Só assim a Ciência poderá unir-se à sua Mãe incoercível: a Tradição das
Idades, e de Idades se faz a História.
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P. – O senhor poderia explicar melhor sobre a Pedra da Gávea ser uma esfinge? Ela guarda
algum segredo?
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R. – Se entende por Ordem Templária os altos graus maçónicos, dir-lhe-ei que ela aparece
como tal em solo brasileiro só no quartel final do século XX, apesar de haverem algumas
semelhanças à mesma no último quartel do século XIX na Maçonaria Adonhiramita, que é a
original brasileira importada de Portugal. Por outro lado, vários apontamentos documentais
de cronologia histórica, com destaque para os escritos do jesuíta eborense Manuel Fialho
(1616 – 21.12.1718), apontam Sancho Brandão, pertencente à Marinha de Guerra da Ordem
dos Cavaleiros Pobres de Cristo e do Templo de Salomão, vulgo Ordem dos Templários,
como capitaneando uma expedição de reconhecimento à “Ilha Perdida do Mar do Ocidente”,
apontada como o Brasil, notícia comunicada pelo rei de Portugal ao papa Clemente VI em 12
de Fevereiro de 1343. Mas já antes haviam saído de Lisboa outras expedições à “Ilha
Venturosa”, em plenos séculos XII e XIII, facto que depois entrou nas falas lisboetas para
designar os carvoeiros da cidade como os “brasis”, alcunha evocativa do estado sujo e
miserável em que regressavam à terra esses marinheiros esquecidos de uma época sem
comparação alguma aos confortos modernos da navegação actual, na altura inimagináveis.
P. – Quais foram os principais profetas que viveram no Basil e que legado deixaram?
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R. – São muitos os escritos apontando São Lourenço como a capital espiritual do Brasil, vêm
desde Pedro Álvares Cabral, frei Henrique Soares, Nicolau Coelho e Pêro Vaz de Caminha,
redactor do “codicilo espiritual do Brasil”, a famosa carta da sua Descoberta comunicada a
D.Manuel I, rei de Portugal, passam as crónicas capuchinhas, jesuítas bandeirantes, chegam
ao polígrafo ibérico Mário Roso de Luna e têm a apoteose última no magistral Henrique José
de Souza, a quem esta cidade turística por sua estância hidromineral no Sul de Minas, tanto e
quase tudo lhe deve. Consagro-lhe capítulo extenso no meu livro História Secreta do Brasil,
mas, ainda assim e aqui, pressentindo ou intuindo o papel determinante de Minas Gerais no
futuro imediato do Mundo, o caríssimo e saudoso amigo pessoal, professor Agostinho da
Silva, a quem a Academia brasileira tanto deve, teve ocasião de proferir cerca de 1966:
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“Minas Gerais não é, como nas estrelas gregas, a doce e melancólica jovem que adormece
para sempre na morte, irmã do sono e do amor; é como no conto nosso, a Bela Adormecida
que espera no Palácio encantado a vinda do Príncipe seu Mago”.
R. – O Brasil não tem Futuro… porque é o próprio Futuro! Agora, isto sim, deve libertar-se
de vez do “banditismo politiqueiro vendido” e do esclavagismo socioeconómico que outras e
menos apetecíveis potências lhe impõem. O Brasil já de si é ele mesmo uma potência
socioeconómica, e poderá figurar como a maior do mundo se o quiser e os seus políticos
tiverem coragem para tanto, dando provas práticas – que palavras bonitas e ocas leva-as o
vento dos floreados retóricos… – de serem verdadeiramente amigos dedicados da sua pátria
e do povo que os elegeu para que os defenda. Em seu seio vibra intensamente o espírito de
Concórdia e Fraternidade, senão, de Ordem e Progresso, e é esse espírito desta Terra virgem
que alastra já a todos os continentes por via da actual diáspora brasileira, levando consigo a
Paz e o Futuro que afinal caracteriza cada brasileiro. Terra venturosa onde se diz que “Deus
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é Baiano, Deus é Mineiro, Deus é Brasileiro”, e sendo assim só me resta terminar com o
encómio tupi: Oromoetê Tupan Thoru – Iá Cunca Idathâ Oca Juco Nipireaí, que é dizer, “Glória a
Deus nas Alturas e Paz na Terra aos homens de boa vontade”!
P. – Dr. Vitor Manuel Adrião, para si que relação pode haver entre o português, o
brasileiro e a música?
R. – Boa-tarde, Claire Bonnet e estimados ouvintes. É com enorme satisfação que acedo ao
convite de tão prestimosa presença brasileira quanto a voz que por esta prestigiosa Rádio
vem transmitindo regularmente os valores culturais, artísticos e musicais do grande país
irmão do nosso Portugal que é o Brasil. Respondendo à sua pergunta, direi que a Música é a
Fala Universal pela qual os povos se entendem e mesmo irmanam!… Quando em Seiscentos
as caravelas de Cristo alcançaram as praias seguras de Vera Cruz, os seus nautas levavam
consigo a música tradicional portuguesa: as danças várias, o folclore, o fado que pela
primeira vez foi aí cantado, não o fado menor ou de lamento, não o fado maior, o mouraria
ou de afirmação, mas o fado corrido, dançável, portanto, cantou-se e dançou-se juntamente
com o índio autóctone, o tupinambá habitante do litoral, representante de toda a Raça Tupi-
Guarani, que acolheu os recém-chegados com demonstrações puras de alegria, com flores e
palavras de amor. Após a primeira Missa de Júbilo no areal dourado de Vera Cruz, na ponta
da Coroa Vermelha onde hoje é a Bahia de Todos-os-Santos que está defronte para a Ilha
Sagrada de Itaparica, a qual foi celebrada pelo santo frei padre Henrique Soares, franciscano
da Congregação de Santa Cruz de Coimbra ao serviço da Ordem de Cristo, logo a seguir a
essa celebração estalaram naturalmente as danças e cantares, misturaram-se os risos e
sorrisos lusos e tupis, e, pela primeira e única vez em toda a História Universal pertinente a
qualquer colonização, foi a tradição musical o ponto de encontro e fusão de dois grandes
povos de novo irmanados, após a tragédia atlante os trazer por separados. Portanto, em
arremedo apologético à questão posta, foi a Música quem uniu o nascente ibero-ameríndio.
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P. – Palavras bonitas e poéticas, dr. Vitor Adrião. Elas levam a perguntar-lhe: que pensa
sobre o futuro do Brasil?
R. – O futuro do Brasil não se pressente por já se antever. Esse grandioso país é hoje um
caldeirão fervilhante de raças de todas as latitudes e longitudes para aí confluídas, em
profunda mutação pelo que a presente confusão psicossocial tão só faz parte da grande
alquimia por que está passando, de maneira a que da sua essência nasça o ouro mais puro de
Humanidade, sim, o simbólico da Raça Dourada do Futuro hoje antevendo-se um pouco por
toda a parte. O BRASIL criou-se de uma gigantesca TEURGIA ou “Obra Divina” e do seu
Futuro, neste século, terá sido o seu mais preclaro difusor, imbuído de forte censo patriótico,
o brasileiro de ascendência portuguesa HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA, verdadeiro Mestre
Vivo saído do nosso “Pico do Graal”, Sintra, para insistir em apontar a mais bela estância
hidromineral de todo o continente americano, ou seja, a cidade de São Lourenço, no Sul do
Estado de Minas Gerais, como a futura capital espiritual do Brasil e do Mundo. O mesmo
proferiu o eminente professor Agostinho da Silva quando, quer a sertanejos, quer a letrados,
apontava “Minas Gerais como a Bela Adormecida”!… Já o grande etnógrafo mexicano, José
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de Vasconcelos, dizia que “era dentre as bacias do Amazonas e do Prata que haveria de sair
a RAÇA CÓSMICA”. Isto bem no Planalto Central, o Brasil Central de Dom Bosco e de
Juscelino Kubitschek para onde hoje concorrem todas as línguas, todas as expressões
culturais e artísticas da Humanidade de que sairá, num Futuro que se antevê imediato ante o
“colapso da velocidade” do Ciclo precipitando os acontecimentos mais inesperados, essa
mesma RAÇA CÓSMICA nascida das angústias e anseios de toda a Humanidade, a
renascida TATWANTYSIO do antigo império inca-tupi.
P. – O sr. dr. viveu entre os índios da Amazónia. Para fechar esta entrevista, gostaria de
falar um pouco na língua indígena para os nossos ouvintes?
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28/10/2014 História Secreta do Brasil (Portugalidade e Brasilidade na Obra Divina) – Entrevistas de Vitor Manuel Adrião à Comunicação Social brasileira «Lu…
canto ouvi”. Por isto e muito mais, OROMOETÊ TUPAN THORU – IÁ CUNCA IDATHÂ
OCA JUCO NIPIREAÍ, ou seja, “Glória a Deus nas Alturas e Paz na Terra aos homens de boa
vontade”!
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