Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
1
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................... 9
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR .............................. 10
1. IDENTIDADE COM O PROCESSO PENAL COMUM ............................................................ 10
2. SEMELHANÇAS COM O PROCESSO PENAL COMUM....................................................... 10
3. INSTITUTOS DO DIREITO PENAL COMUM INEXISTES NO DIREITO PENAL MILITAR .... 10
4. INSTITUTOS DO DIREITO PENAL MILITAR INEXISTES NO DIREITO PENAL COMUM .... 11
5. LEGISLAÇÃO PROCESSUAL PENAL MILITAR ................................................................... 11
6. OBSERVAÇÕES ................................................................................................................... 11
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL MILITAR................................................................. 12
1. PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR ................................................ 12
PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO PENAL MILITAR .............................................. 12
PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE E DA EXTRATERRITORIALIDADE .................... 13
2. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL MILITAR NO TEMPO ...................................... 13
REGRA GERAL .............................................................................................................. 13
EXCEÇÕES .................................................................................................................... 13
2.2.1. Leis mistas ou híbridas ............................................................................................ 14
2.2.2. Leis sobre prisão cautelares, liberdade provisória e menagem ................................ 14
3. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL MILITAR A DETERMINADAS PESSOAS
(PRERROGATIVAS DE FORO) .................................................................................................... 14
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO STF .......................................................................... 14
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO STJ .......................................................................... 14
COMPETENCIA ORIGINÁRIA DO STM ......................................................................... 15
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRF’S .................................................................... 15
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TJ’S ....................................................................... 15
4. INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL MILITAR ................................................ 16
INTERPRETAÇÃO LITERAL .......................................................................................... 16
INTERPRETAÇÃO NÃO-LITERAL ................................................................................. 16
PROIBIÇÃO DE INTERPRETAÇÃO NÃO-LITERAL ....................................................... 16
SUPRIMENTO DE LACUNAS ........................................................................................ 16
4.4.1. Legislação Processual Penal Comum...................................................................... 17
4.4.2. Jurisprudência ......................................................................................................... 18
4.4.3. Usos e costumes militares ....................................................................................... 18
4.4.4. Princípios gerais de direito ....................................................................................... 18
4.4.5. Analogia .................................................................................................................. 18
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL MILITAR .......................................................................................... 19
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................................. 19
2. PERSECUTIO CRIMINIS....................................................................................................... 19
EXTRAJUDICIUM ........................................................................................................... 19
2.1.1. Inquérito policial militar (IPM) ................................................................................... 19
2.1.2. Auto de prisão em flagrante (APF) ........................................................................... 19
2.1.3. Instrução provisória de deserção (IPD) .................................................................... 20
2.1.4. Instrução provisória de insubmissão (IPI) ................................................................ 20
2.1.5. Ministério Público Militar .......................................................................................... 20
IN JUDICIUM .................................................................................................................. 20
3. INQUÉRITO POLICIAL MILITAR ........................................................................................... 20
CONCEITO..................................................................................................................... 20
FINALIDADE .................................................................................................................. 20
Olá!
O Caderno Sistematizado de Direito Penal Militar possui como base as aulas do Prof.
Guilherme Rocha (CERS), curso de 10 horas.
Como você pode perceber, reunimos em um único material diversas fontes (aulas + doutrina
+ informativos + + lei seca + questões) tudo para otimizar o seu tempo e garantir que você faça uma
boa prova.
Por fim, como forma de complementar o seu estudo, não esqueça de fazer questões. É muito
importante!! As bancas costumam repetir certos temas.
Há no Direito Processual Penal Militar alguns institutos que são idênticos aos institutos do
Direito Processual Penal Comum, são eles:
e) Prisão em flagrante
Há, igualmente, institutos que se assemelham nos dois ramos, são eles:
a) Competência
b) Inquérito
d) Rejeição da denúncia
Alguns institutos do Direito Processual Penal não existem no Direito Processual Militar, são
eles:
a) Carta testemunhável
b) Fiança
Por fim, o Direito Penal Militar possui institutos que não existem no Direito Penal Comum,
são eles:
b) Menagem;
Destaca-se que nem toda legislação aplicação ao processo penal militar encontra-se
disciplinada no CPPM (Decreto-Lei 1.002/69). Há matérias dispostas, por exemplo, na Lei de
Organização Judiciária Militar da União (Lei 8.457/92), bem como se aplicam diversos dispositivos
previstos no Código de Processo Penal Comum.
6. OBSERVAÇÕES
1. Por militar da ativa contra militar da ativa por motivos estritamente pessoais, ambos não
estando de serviço e ambos fora de lugar sujeito à administração militar;
2. Por Civil que atinge apenas reflexamente interesse das instituições militares;
Destaca-se que não há no processo penal militar a aplicação do princípio da identidade física
do juiz.
Obs.: Há doutrina que defende a aplicação de tal princípio por analogia, em razão do disposto no
art. 3º, alinhas “a” e “e”. Ficar atento para provas objetivas, tendo em vista que pela literalidade do
CPPM não é possível.
TEMA CORRELATO
ATENÇÃO - É o que ocorre com o art. 366 do CPPM, não há previsão no CPPM. Embora a
DPU já tenha recorrido ao STM e ao STF para que seja aplicado não obteve êxito.
Diferente foi o caso do interrogatório do acusado, em que a DPU conseguiu que fosse
aplicado o CPP, a fim de que seja o último ato do processo (Info 816).
Vale ressaltar que, antes deste julgamento, o Tribunal estava dividido. Por conta disso, o
STF, por questões de segurança jurídica, afirmou que a tese fixada (interrogatório como último ato
da instrução no processo penal militar) só se tornou obrigatória a partir da data de publicação da
ata deste julgamento (10/03/2016). Logo, os interrogatórios realizados antes de tal data são válidos,
ainda que não tenham observado o art. 400 do CPP, ou seja, ainda que tenham sido realizados
como primeiro ato da instrução.
O CPPM, aqui, está em perfeita sintonia com o CPP. Portanto, a regra é a territorialidade,
sendo a extraterritorialidade da lei processual penal militar uma exceção.
CASO 1: Brasil celebra tratado com Portugal, segundo o qual será possível aplicar o CPPM
quando um brasileiro (militar) praticar um crime militar em Portugal, bem como será aplicado o
Direito Processual Penal Militar português, no Brasil, quando um militar lusitano praticar crime em
território nacional.
CASO 2: Brasil está em guerra com determinado país. No espaço em que as tropas
brasileiras já tiverem ocupadas será aplicado o CPPM.
No art. 1º do CPP está disposto que as normas serão aplicadas quando não estiverem em
conflitos com os tratados e convenções internacionais. Havendo conflito irá prevalecer as normas
internacionais, o mesmo ocorre no Direito Processual Penal Militar.
REGRA GERAL
Obviamente, não será aplicada aos processos findos, aqueles em que já ocorreram o trânsito
em julgado.
Destaca-se que tanto no CPPM quanto no CPP não há aplicação da dos princípios da
extratividade benévola e da extratividade gravosa.
EXCEÇÕES
As leis mistas ou híbridas são aquelas que possuem matérias de direito penal e de direito
processual penal, a exemplo do instituto da ação penal que está previsto tanto no CPM quanto no
CPPM.
As leis que disciplinarem prisão cautelares, liberdade provisória e menagem irão retroagir se
for mais benéfica ao réu.
Todas as autoridades públicas das alinhas “a” e “c” serão julgadas pelo STF, mesmo quando
praticarem crimes militares.
O STM irá julgar, POR CRIME MILITAR, apenas os oficiais gerais das Forças Armadas, são
eles:
As demais autoridades não serão julgadas pelo STM, a exemplo de juízes militares,
promotores militares.
Prevista no art. 27, §1º (deputados estaduais e distritais), art. 29, X (prefeitos), art. 32, §3º e
art. 96, III todos da CF e na Lei 8.038/90.
Há precedente do STM afirmando que prefeitos, quando cometem crime militar federal,
serão julgados pelo próprio STM.
INTERPRETAÇÃO LITERAL
As normas do CPPM, em regra, devem ser interpretadas de forma literal, nos termos do art.
2º:
Art. 2º A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal
de suas expressões. Os termos técnicos hão de ser entendidos em sua
acepção especial, salvo se evidentemente empregados com outra
significação.
INTERPRETAÇÃO NÃO-LITERAL
São casos em que o CPPM proíbe que sejam feitas interpretações extensivas ou restritivas,
quando:
SUPRIMENTO DE LACUNAS
O art. 3º do CPPM dispõe sobre a forma que as lacunas serão tratadas, quando o CPPM for
omisso, vejamos:
João, militar do Exército, estava respondendo a processo por crime militar na 12ª
Circunscrição Judiciária Militar, que fica sediada em Manaus (AM). Ocorre que João estava
morando em São Gabriel da Cachoeira, município do Amazonas muito distante da Capital. Vale
ressaltar que nesta cidade do interior não existe Justiça Militar, nem mesmo vara federal.
Diante disso, o Juiz Auditor expediu carta precatória para que João fosse ouvido em São
Gabriel da Cachoeira na Justiça Estadual. O Juiz de Direito cumpriu a carta precatória e realizou o
interrogatório do réu. Importante destacar que estava presente no ato o Promotor de Justiça e um
advogado ad hoc, ou seja, designado para fazer a defesa do acusado naquele ato.
A tese da defesa foi aceita pelo STF? NÃO. No processo penal militar não há nulidade na
realização de interrogatório do réu por meio de carta precatória.
O réu respondia o processo em liberdade. Uma vez solto, não é ônus do Estado providenciar
o seu transporte até a sede do órgão julgador para lá ser interrogado.
É verdade que o Código de Processo Penal Militar não prevê a possibilidade de expedição
de carta precatória para inquirir acusado. No entanto, o CPPM também não veda esta prática.
Diante dessa lacuna, é possível a aplicação subsidiária do Código de Processo Penal Comum
(CPP), conforme autoriza o art. 3º, “a”, do CPPM.
Os usos e os costumes militares poderão ser utilizados para que as lacunas sejam supridas.
Igualmente, o aplicador do direito poderá se valer dos princípios gerais do direito em caso
de omissão.
4.4.5. Analogia
É a última tentativa para solucionar a lacuna, admite-se tanto a analogia in bonam partem
quanto em malam partem.
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
É um tema de grande incidência em concursos públicos, por isso será abordado de forma
detalhada.
Cerca de 25% das questões de processo penal militar versam sobre investigação criminal
militar.
2. PERSECUTIO CRIMINIS
A persecução penal militar é uma atividade que possui duas fases, assim como ocorre no
Direito Processual Penal Comum. A seguir veremos cada uma delas.
EXTRAJUDICIUM
No Processo Penal Comum poderá ocorrer no inquérito policial (polícia civil e polícia federal),
instaurado por portaria (quando não houver flagrante) ou mediante a lavratura de um auto de prisão
em flagrante (APF), bem como nas infrações de menor potencial ofensivo por meio de TCO. Além
disso, será possível que a investigação seja iniciada pelo Ministério Público, por meio do
procedimento de investigação criminal (PIC).
Obs.: A polícia civil e a polícia federal não possuem atribuições para apuração dos crimes militares.
Destaca-se que na Justiça Federal e Estadual Comum há apenas inquérito policial e o TCO
(termo circunstanciado). Na Polícia Judiciária Militar há quatro procedimentos de investigação, a
seguir veremos cada um deles, brevemente:
OBS.: IPM, APF e IPD podem ser instaurados por qualquer instituição militar.
Apenas no âmbito das forças armadas, pois não há insubmissão de civil frente as demais
instituições militares.
IN JUDICIUM
É a persecução criminal judicial, materializa-se APENAS por meio de ação penal militar,
pouco importa se estamos em tempo de paz ou de guerra.
CONCEITO
FINALIDADE
Apurar a autoria e a materialidade dos crimes militares, a fim de trazer elementos para a
propositura da ação penal.
A polícia judiciária militar possui sua competência disciplinada no art. 8º do CPPM, vejamos:
2. Toda informação útil a ser prestada à Justiça Militar ou ao MPM será de incumbência da
Polícia Militar, mesmo que não requisitadas. Além disso, deverá realizar as diligências
que lhe forem requisitas.
7. Durante o IPM é possível solicitar que as perícias sejam realizadas pela PC ou pela PF,
a finalidade é instruir o IPM.
CARACTERÍSTICAS DO IPM
Assim como ocorre no IP comum é um procedimento escrito, nos termos do art. 22 do CPPM.
Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu
encarregado mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os
resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato
delituoso. Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou indício de
crime, pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, sobre a
conveniência da prisão preventiva do indiciado, nos termos legais.
3.4.2. Sigilosidade
Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que dele
tome conhecimento o advogado do indiciado.
3.4.3. Oficialidade
Não é qualquer autoridade pública que poderá instaurar, presidir e relatar IPM, APF, IPD e
o IPI.
O CPPM preocupa-se com duas figuras: o encarregado (art. 15) e o escrivão do IPM (art.
11).
Art. 15. Será encarregado do inquérito, sempre que possível, oficial de posto
não inferior ao de capitão ou capitão-tenente; e, em se tratando de infração
penal contra a segurança nacional, sê-lo-á, sempre que possível, oficial
superior, atendida, em cada caso, a sua hierarquia, se oficial o indiciado.
Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos termos do art. 8º, pelas
seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdições:
a) pelos ministros (COMANDANTE) da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica, em todo o território nacional e fora dele, em relação às forças e
órgãos que constituem seus Ministérios, bem como a militares que, neste
caráter, desempenhem missão oficial, permanente ou transitória, em país
estrangeiro;
b) pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, em relação a entidades
que, por disposição legal, estejam sob sua jurisdição;
c) pelos chefes de Estado-Maior e pelo secretário-geral da Marinha, nos
órgãos, forças e unidades que lhes são subordinados;
d) pelos comandantes de Exército e pelo comandante-chefe da Esquadra,
nos órgãos, forças e unidades compreendidos no âmbito da respectiva ação
de comando;
e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, nos
órgãos e unidades dos respectivos territórios;
f) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de Gabinete do
Ministério da Aeronáutica, nos órgãos e serviços que lhes são subordinados;
g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, estabelecimentos ou
serviços previstos nas leis de organização básica da Marinha, do Exército e
da Aeronáutica;
h) pelos comandantes de forças, unidades ou navios;
Delegação do exercício
§ 1º Obedecidas as normas regulamentares de jurisdição, hierarquia e
comando, as atribuições enumeradas neste artigo poderão ser delegadas a
oficiais da ativa, para fins especificados e por tempo limitado.
§ 2º Em se tratando de delegação para instauração de inquérito policial
militar, deverá aquela recair em oficial de posto superior ao do indiciado, seja
este oficial da ativa, da reserva, remunerada ou não, ou reformado.
§ 3º Não sendo possível a designação de oficial de posto superior ao do
indiciado, poderá ser feita a de oficial do mesmo posto, desde que mais
antigo.
Questão de Prova: Um oficial de mesmo porto para investigar SEMPRE precisa ser mais antigo.
ERRADA! Quando o investigado estiver na reserva não precisa ser o mais antigo.
Parte da doutrina de PP Militar defende que este dispositivo não possui aplicação prática.
Obs.: a questão da hierarquia aplica-se também ao APF, ao IPD e ao IPI. Não é exclusivo do IPM.
b) Investigado oficial
• Escrivão: no mínimo, segundo tenente. Não precisa ser de posto superior e nem o mais
antigo no mesmo posto.
d) Infrator oficial-geral
Art. 10, § 4º Se o infrator for oficial general, será sempre comunicado o fato
ao ministro e ao chefe de Estado-Maior competentes, obedecidos os trâmites
regulamentares.
3.4.4. Dispensabilidade
Assim como ocorre no IP comum, o IPM também é dispensável. Ou seja, a ação penal
poderá ocorrer independentemente da existência de um IPM, nos termos do art. 28 do CPPM.
Como já vimos acima, o MPM possui poder de investigação militar. Inclusive, por promotor
de justiça estadual que exerça atividade junto a auditória militar estadual ou distrital.
VÍCIOS DO IPM
Eventuais vícios no IPM não contaminam futura ação penal, desde que a justa causa não
seja viciada.
4. NOTITIA CRIMINIS
CONCEITO
ESPÉCIES
Alguém dentro da própria instituição militar toma conhecimento da prática do delito militar.
O comandante toma conhecimento do delito por alguém de fora da instituição militar. Por
exemplo, o MPM requisita investigação.
4.2.3. Coercitiva
5. INSTAURAÇÃO DO IPM
No DPP Comum o IP pode ser instaurado por portaria (quando não há flagrante) ou através
de um APF (quando há flagrante).
Como vimos acima, o IPM será instaurado apenas quando não houver situação de
flagrância, desde que não seja crime de deserção e de insubmissão, por meio de portaria.
Destaca-se que nos crimes militares não existe ação penal privada e nem crimes de ação
penal pública condicionada à representação do ofendido ou de seu representante legal.
Aqui, tanto os crimes contra a honra quanto os crimes de dano simples serão de ação penal
pública incondicionada.
• Ex officio
• Requisição do MPM
A representação federal poderá ser feita pelo Ministro da Justiça, pelo Ministro da Defesa e
pelo Presidente da República, a depender do caso concreto, nos termos do art. 31 do CPMM.
Art. 31. Nos crimes previstos nos arts. 136 a 141 do Código Penal Militar, a
ação penal; quando o agente for militar ou assemelhado, depende de
requisição, que será feita ao procurador-geral da Justiça Militar, pelo
Ministério a que o agente estiver subordinado; no caso do art. 141 do mesmo
Art. 27. Se, por si só, for suficiente para a elucidação do fato e sua autoria, o
auto de flagrante delito constituirá o inquérito, dispensando outras diligências,
salvo o exame de corpo de delito no crime que deixe vestígios, a identificação
da coisa e a sua avaliação, quando o seu valor influir na aplicação da pena.
A remessa dos autos, com breve relatório da autoridade policial militar, far-
se-á sem demora ao juiz competente, nos termos do art. 20.
Não há lavratura de TCO, bem como não se aplica os institutos da Lei 9.099/95, nos termos
do art. 90-A da própria lei, vejamos:
Sabe-se que os civis podem ser processados e julgados pela Justiça Militar, o APF será
lavrado pela instituição militar. Contudo, a prisão cautelar será em estabelecimento penal comum.
OBS.: Civil pode cometer crime contra a Justiça Militar Federal, será julgado por ela. Por outro lado,
mesmo não podendo ser processado e julgado pela Justiça Militar Estadual poderá cometer crimes
militar contra as instituições militares estaduais e distrital, oportunidade em que será processado e
julgado pela Justiça Comum Estadual, nos termos da Súmula 53 do STJ. Por fim, a investigação
será feita pela PM ou pelo Corpo de Bombeiros.
GENERALIDADES
As diligências são realizadas pelo encarregado (de ofício e de forma discricionária) do IPM,
a exemplo da oitiva de testemunhas, de eventuais vítimas, bem como acareações, reconhecimento
de pessoas e coisas, reconstituição do crime (reconstituição similar dos fatos), nos termos dos arts.
12 e 13 do CPPM.
Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar,
verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10 deverá,
se possível:
Obs.: Cabe prisão preventiva no DPP Militar, contudo não cabe prisão temporária. O art. 18 do
CPPM deve ser interpretado à luz da CF, assim caberá a prisão para os crimes propriamente militar,
mesmo que praticado por civil (não há limitação).
Quando a diligência for requisitada pelo Juiz ou pelo MP, o encarregado está obrigado a
realizá-la.
Por fim, importante consignar que é possível que o encarregado realize outras diligências
não previstas nos arts. 12 e 13 do CPPM.
OBS.: Em tese, é cabível os institutos da Lei 12.850/13 aos crimes militares perpetrados por alguma
organização criminosa, eis que não há vedação legal.
Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar,
verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10 deverá,
se possível:
a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a
situação das coisas, enquanto necessário;
b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o
fato;
c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244;
d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias.
Art. 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o indiciado estiver
preso, contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem de
prisão; ou no prazo de quarenta dias, quando o indiciado estiver solto,
contados a partir da data em que se instaurar o inquérito.
§ 1º Este último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela
autoridade militar superior, desde que não estejam concluídos exames ou
perícias já iniciadas, ou haja necessidade de diligência, indispensáveis à
elucidação do fato. O pedido de prorrogação deve ser feito em tempo
oportuno, de modo a ser atendido antes da terminação do prazo.
Diligências não concluídas até o inquérito
§ 2º Não haverá mais prorrogação, além da prevista no § 1º, salvo dificuldade
insuperável, a juízo do ministro de Estado competente. Os laudos de perícias
ou exames não concluídos nessa prorrogação, bem como os documentos
colhidos depois dela, serão posteriormente remetidos ao juiz, para a juntada
ao processo. Ainda, no seu relatório, poderá o encarregado do inquérito
indicar, mencionando, se possível, o lugar onde se encontram as
testemunhas que deixaram de ser ouvidas, por qualquer impedimento.
Dedução em favor dos prazos
§ 3º São deduzidas dos prazos referidos neste artigo as interrupções pelo
motivo previsto no § 5º do art. 10.
Obs.: os prazos são aplicados tanto para o investigado militar quanto para o investigado civil, bem
como independe do crime praticado.
8.2.1. Relatório
Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu
encarregado mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os
resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato
delituoso. Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou indício de
crime, pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, sobre a
conveniência da prisão preventiva do indiciado, nos termos legais.
8.2.2. Solução
8.2.3. Avocação
SISTEMATIZANDO
• Ministério Público
4º
9. ATUAÇÃO DO MP
OFERECIMENTO DA DENÚNCIA
Havendo justa causa o MP irá oferecer denúncia, nos termos do art. 30 do CPPM:
REQUISIÇÃO DE DILIGÊNCIAS
Entendendo que não há justa causa ampla para o oferecimento da denúncia, conforme o
art. 26 do CPPM, o MP poderá solicitar as diligências que entender pertinentes.
ARQUIVAMENTO
NATUREZA JURÍDICA
É um ato complexo, assim não pode o MP arquivar de forma unilateral e nem o juiz arquivar
de ofício (casos em que cabe correição parcial).
HIPÓTESES DE CABIMENTO
• Não há conduta;
• Fato atípico;
• Exclusão da ilicitude;
• Exclusão da culpabilidade;
• Extinta a punibilidade
ARQUIVAMENTO NO MPM
O STM poderá:
O PGJM poderá:
• Arquivar
ARQUIVAMENTO INDIRETO
ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO
Assim como ocorre com o processo penal comum, não se admite no processo penal militar
o arquivamento implícito.
DESARQUIVAMENTO
INCOMUNICABILIDADE
RECURSOS
Não cabe recurso contra a não instauração do IPM, bem como não cabe recurso contra
decisão judicial de arquivamento de inquisa militar.
DETENÇÃO DO INDICIADO
Art. 5º, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos
casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos
em lei;
O indiciado poderá ficar preso, independentemente de flagrante, por até 30 dias por ordem
do encarregado do IPM.
O prazo poderá ser prorrogado por mais 20 dias, depende de autorização de um dos
comandantes mencionados.
Destaca-se que não há no art. 18 do CPPM referência ao tipo de crime (próprio ou impróprio)
ou ao agente (militar ou civil). Contudo, deve ser interpretado à luz da restrição da CF, a qual limita
a crime propriamente militar. Assim, o art. 18 foi recepcionado pela CF, desde que se aplique apenas
aos crimes propriamente militares.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
O IPD ocorre apenas para apurar o crime militar de deserção. Nota-se que é um crime
propriamente militar.
A modalidade mais corriqueira de deserção ocorre com a ausência do militar por mais de
oito dias seguidos de seu posto. Em tempo de guerra, fica caracterizada pela ausência por mais de
quatro dias.
SUJEITOS ATIVOS
Pode ser praticada por praça com estabilidade, por praça sem estabilidade e por oficial, a
seguir veremos cada um dos sujeitos.
Quando o desertor for praça sem estabilidade será excluído das forças armadas.
• Ata de inspeção de saúde – meio pelo qual a junta médica irá determinar a aptidão;
Aqui, não há exigência de declaração de aptidão pela junta de médica (ata de inspeção de
saúde)
• Oferecimento da denúncia.
• Recebimento da denúncia
• Desertor é revertido
• Inspeção de saúde;
É incluído pelo
IPD CIVIL
comandante
É agregado. Deve
OFICIAL
haver reversão
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Somente através da ação penal militar um sujeito ativo de delito militar poderá ser
processado.
Toda e qualquer ação penal militar, pela prática de qualquer delito militar, deve apresentar
quatro condições, as quais devem estar presentes de forma simultânea.
LEGITIMIDADE AD CAUSAM
Refere-se à pessoa que poderá promover a ação penal militar, é exclusiva do Ministério
Público.
Obs.: Não existe ação penal militar de iniciativa privada e nem condicionada a representação do
ofendido ou de seu representante legal.
No PP Comum diante da inércia do MP, cabe ação penal subsidiária da pública. O mesmo
ocorre no PP Militar, em que será possível a ação penal militar subsidiária da pública, conforme
prevê a CF, que não prevê exclusividade desta ação à Justiça Comum.
A legitimidade ativa ad causam está atrelada ao princípio do promotor natural (que será
definido no caso concreto).
Por outro lado, a legitimidade passiva ad causam será de qualquer pessoa física maior de
18 anos de idade, na data do fato.
Obs.: O professor defende que a Pessoa Jurídica poderá cometer crime ambiental militar, pois não
há na CF limitação a crime militar comum. Prevalece que pessoa jurídica não comete crime
militar.
POSSIBILIDADE JURÍDICA
INTERESSE DE AGIR
Somente através da ação penal militar adequada, ao caso concreto, e útil, ao processo penal
militar, é que se poderá impor uma sanção penal.
Falta interesse de agir, por exemplo, quando o MPM promove ação penal militar para um
crime em que a punibilidade está extinta.
JUSTA CAUSA
É justa causa em sentindo amplo, ou seja, justa causa em sentido estrito (prova da
materialidade e indícios suficientes de autoria) + tipicidade penal em tese + punibilidade concreta.
a) Ministro da Justiça
b) Ministro da Defesa;
c) Presidente da República
QUALIDADE DE MILITAR
No caso de deserção.
4. PRINCÍPIOS
OFICIALIDADE
OBRIGATORIEDADE
Quando o parquet militar se deparar com um crime militar, presentes as condições da ação,
não pode se abster de promover a ação penal militar.
É exclusiva da ação penal militar incondicionada, o MPM deverá oferecer a denúncia sem
ter que aguardar qualquer requisito legal, mesmo contra a vontade da vítima.
DIVISIBILIDADE
Nos casos de concurso de pessoas em crime militar, o MP poderá oferecer denúncia contra
um ou uns.
Imagine, por exemplo, que os militares A, B e C tenham praticado um furto militar. O MPM
não está obrigado a oferecer denúncia contra todos. Pode denunciar A, arquivar em relação a B e
solicitar diligências investigatórias em face de C.
INDISPONIBILIDADE
O MP não poderá desistir da ação penal militar proposta e nem do recurso interposto ou
oposto (embargos).
INTRANSCENDÊNCIA
Não pode a ação penal militar passar da pessoa que cometeu o crime militar.
ABORDAGEM DO TEMA
• Pública incondicionada, mesmo que sejam crimes contra a honra ou de dano simples.
Não há no Processo Penal Militar nenhum crime de ação penal privada e de ação penal
condicionada à representação do ofendido ou de seu representante legal.
Obs.: Não há óbice para que o legislador, no futuro, crie crimes de ação penal privada ou
condicionada à representação do ofendido.
Se o sujeito ativo for civil, a ação penal militar será condiciona à representação do Ministro
da Justiça. Não pode haver envolvimento de militar.
Sempre que houver militar envolvido, nos crimes previstos nos arts. 136 a 141 do CPM, a
ação penal será condicionada à representação do Ministro da Defesa.
Tratando-se de crime militar (qualquer) em tempo de guerra, desde que o sujeito ativo seja
o Comandante do Teatro de Operações (CTO), a ação penal militar será condicionada à
representação do Presidente da República.
OBS: Sempre que se tratar de crime de ação penal militar condicionada à requisição do Governo
Federal, o Procurador-Geral de Justiça Militar comunicará o fato ao Procurador-Geral da República
(CPPM, art. 31, parágrafo único). Tal comunicação, contudo, não é condição de procedibilidade!
DESERÇÃO
É um crime militar de ação penal pública incondicionada (salvo de oficial). Contudo, para
oferecimento da denúncia é necessário observar uma série de condições de procedibilidade (vistas
acima).
6. DENÚNCIA
LEGITIMIDADE
O Ministério Público é o titular da ação penal militar, assim é sua a legitimidade para o
oferecimento da denúncia.
• 15 dias, podendo ser prorrogado duas vezes por mais 15 dias, quando o indiciado estives
solto.
Art. 79. A denúncia deverá ser oferecida, se o acusado estiver preso, dentro
do prazo de cinco dias, contados da data do recebimento dos autos para
aquele fim; e, dentro do prazo de quinze dias, se o acusado estiver solto. O
auditor deverá manifestar-se sobre a denúncia, dentro do prazo de quinze
dias.
REQUISITOS
No rito ordinário cada parte poderá arrolar até seis testemunhas. A previsão do CPPM que
limita em três as testemunhas arroladas pela defesa, não foi recepcionada pela CF/88.
ATENÇÃO!! O CPPM não prevê resposta à acusação (defesa prévia) e nem absolvição sumária.
Não é possível aplicar tais institutos, previstos no CPP Comum, ao processo penal militar.
REJEIÇÃO
O art. 78 do CPMM traz as hipóteses em que a denúncia poderá ser rejeitada, vejamos:
São hipóteses parecidas com as do art. 395 do CPP, embora com redação diversa.
1. Quando a denúncia é rejeitada cabe recurso em sentindo estrito; quando for recebida,
cabe HC.
A denúncia será rejeitada quando não estiver de acordo com os requisitos do art. 77 do
CPPM. Contudo, antes da rejeição, o juiz devolverá os autos ao MP para que, em três dias, promova
o aditamento da denúncia (preenchimento dos requisitos).
Igualmente, sendo o juiz incompetente ou o órgão acusador ilegítimo a denúncia deverá ser
rejeitada.
7. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A palavra “juiz”, a depender do caso concreto, pode significar Juiz-Auditor, pode significar o
Conselho Especial de Justiça ou Conselho Permanente de Justiça ou Tribunal com Jurisdição
Militar.
Nos artigos do CPPM quando a palavra juiz aparece em sede de investigação militar até o
recebimento da denúncia, está fazendo referência ao juiz togado. Suas decisões são singulares.
A competência da Justiça Militar da União está prevista na CF (art. 124, I), na Lei 8.457/97
(arts. 6º e ss.), no CPPM (arts. 1º a 6º), no CPM (arts. 9º a 10º) que definem os crimes militares e
na Lei 9.099/95 (art. 90-A) que exclui a aplicação.
c) Civis
Obs.: Há doutrina defendendo que a JMU só poderá julgar e processar civil em tempo
de guerra. Em tempo de paz não seria possível que a JMU julgasse civil. Não prevalece.
É unanime no STM e no STF que não se aplica nenhum dos institutos da Lei 9.099/95 aos
crimes militares de competência da JMU. Em relação aos crimes de competência da Justiça Militar
Estadual, em alguns Estados (por exemplo, MG) a justiça militar estadual tem aplicado alguns
benefícios despenalizadores previstos na Lei 9.099/95.
Está disposto no art. 125, §§ 3º, 4º e 5º da CF, no CPPM em seus arts. 1º a 6º; no COM em
seus arts. 9º e 10 (definição de crime militar) e na Lei 9.099/95 (art. 90-A).
As vinte e sete unidades da Federação possuem Justiça Militar Estadual de primeiro grau.
O segundo grau será desempenhado pelo TJM (Tribunal de Justiça Militar) nos Estados que
possuírem mais de 20 mil integrantes no efetivo militar, caso o tenham criado.
Obs.: Estados com menos de vinte mil integrantes em seu efetivo não podem criar TJM.
Nos demais estados, em que não há TJM, o segundo grau será exercido pelo Tribunal de
Justiça do Estado.
A JMU processa e julga apenas crimes militares, não se ocupa das ações administrativas
disciplinares. Por outro lado, a JME possui competência para julgar e processar os crimes militares
estaduais, bem como as ações judiciais em matéria de atos disciplinar militar, a exemplo do HC, do
MS.
Os arts. 82 a 84 dispõem sobre as pessoas que podem ser julgadas pela Justiça Militar,
devem ser interpretados à luz da CF.
Art. 82. O foro militar é especial, e, exceto nos crimes dolosos contra a vida
praticados contra civil, a ele estão sujeitos, em tempo de paz:
Pessoas sujeitas ao foro militar
I - nos crimes definidos em lei contra as instituições militares ou a segurança
nacional:
a) os militares em situação de atividade e os assemelhados na mesma
situação;
b) os militares da reserva, quando convocados para o serviço ativo;
c) os reservistas, quando convocados e mobilizados, em manobras, ou no
desempenho de funções militares;
d) os oficiais e praças das Polícias e Corpos de Bombeiros, Militares, quando
incorporados às Forças Armadas;
Crimes funcionais
II - nos crimes funcionais contra a administração militar ou contra a
administração da Justiça Militar, os auditores, os membros do Ministério
Público, os advogados de ofício e os funcionários da Justiça Militar.
Extensão do foro militar
§ 1° O foro militar se estenderá aos militares da reserva, aos reformados e
aos civis, nos crimes contra a segurança nacional ou contra as instituições
militares, como tais definidas em lei.
§ 2° Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Justiça Militar
encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum.
5. FIXAÇÃO DE COMPETÊNCIA
DE MODO GERAL
Em regra, a competência será fixada pelo lugar da infração, pela residência ou domicílio do
acusado ou pela prevenção.
Ocorre quando o crime militar for praticado por militar na ativa, na reserva, reformado ou,
ainda, quando for praticado por um civil (JMU).
OBS: Não esquecer que a JME não possui competência para julgar civis e nem militares das forças
armadas.
Quando um dos agentes acima praticar crime militar, em regra, a Auditoria Militar da União
competente será a que possuir jurisdição no local em que foi praticado o delito militar. Inclusive para
o militar da ativa das forças armadas.
Tratando-se de militar estadual que comete crime militar, de competência da Justiça Militar
da União, em outro Estado, a competência será do local da infração. O mesmo ocorre quando se
tratar de civil. Salvo nos casos em que não se souber o local da infração, em que a competência
será fixada de modo especial.
Aplica-se aos casos que envolvam militar da reserva, militar reformado e civil quando não
se souber o local em que o crime militar foi praticado.
Imagine que João, militar da reserva, tenha praticado um crime militar, mas não foi possível
determinar o local da infração. Neste caso, a competência para o processo e julgamento de João
será fixada pelo local de sua residência.
Em outros casos.
DE MODO ESPECIAL
Quando não for possível determinar o local em que o militar da ativa cometeu o crime militar,
a competência fixada pelo local da sede em que prestar serviço.
Há casos em que uma CJM possui mais de uma auditoria militar. Por exemplo, o Estado do
RS possui três auditorias militares em um mesmo caso. Há casos que uma CJM possui uma
auditoria com jurisdição em mais de um Estado (8ªCJM – AP, PA, MA).
Quando houver conexão ou continência (estudaremos adiante) entre dois ou mais delitos de
competência da JMU, o CPPM determina que apenas uma CJM será competência.
Em relação ao desaforamento, será aplicado para qualquer delito militar, seja ou não doloso
contra a vida. Diferente do CPP Comum em que é aplicado apenas ao crime doloso contra a vida.
Há casos, previstos no CPPM e na CF, que o juiz-auditor irá decidir singularmente, sem o
Conselho. A seguir iremos analisar cada um.
PROCEDIMENTOS INQUISITORIAIS
Sempre que no IPM, no APF, no IPD e no IPI, procedimentos inquisitoriais militares, forem
necessárias algumas decisões (interceptação telefônica, quebra de sigilo) caberá ao juiz-auditor
decidir singularmente, não há participação do Conselho de Justiça Militar.
CARTAS PRECATÓRIAS
EXECUÇÃO PENAL
NOMEAÇÃO DE PERITOS
Nas inquisa não é necessária qualquer decisão judicial, o encarregado irá decidir. Já no
curso do processo penal militar, quem irá decidir sobre a realização da perícia é o Conselho de
Justiça, bem como será de sua competência o deferimento sobre os quesitos formulados pela
acusação e pela defesa.
Ressalta-se que, no caso do CPPM, as pericias devem ser feitas por dois peritos oficiais
(lembrar que no CPP é um perito oficial e dois não oficiais). Diante da discrepância, os Tribunais
Superiores entendem que basta um perito oficial ou, no mínimo, dois não oficiais. Assim, segundo
a jurisprudência, o número de peritos deve ser o mesmo tanto no CPP comum quanto no CPPM.
As ações judiciais disciplinares podem e devem ser julgadas pela Justiça Militar Estadual,
cabendo ao juiz de direito. Nunca serão julgadas pela Justiça Militar da União.
O juiz de direito da auditoria militar estadual ou distrital será competente para o julgamento
dos crimes militares contra civis.
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA
Uma vez recebida a denúncia, a instrução criminal será feita pelo Conselho de Justiça.
Na Justiça Militar temos duas espécies de conselho: o permanente e o especial, nos termos
do art. 16 da LOJMU:
Julga apenas os oficiais, mesmo que haja o envolvimento de praça ou civil. Nota-se que
basta o envolvimento de apenas um oficial para que a competência seja do Conselho Especial de
Justiça.
Para definir a composição do conselho especial, deve-se observar o réu de maior posto entre
todos os envolvidos. Assim, por exemplo um delito praticado pelo Coronel do Exército, com um
tenente, um major e dois civis, o Conselho Especial será formado por um juiz-auditor e por quatro
oficiais de posto mais elevado, se de mesmo posto deve ser mais antigo.
A Justiça Militar Estadual também possui conselho especial, o qual irá julgar os oficiais.
Cabe ao Conselho Permanente o julgamento de réus não oficiais, ou seja, réu civil, réu
praça.
É formado por um juiz-auditor militar da União (nunca irá presidir) e quatro oficiais. A
presidência será do oficial superior.
Nos termos do art. 6º, I, a da LOJMU, o STM possui competência originária para julgar os
oficiais generais das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) no caso de crimes militares.
Obs.: Os Comandantes das Forças Armadas, em qualquer crime, serão julgados no STF.
Em tempo de guerra, o julgamento será feito por outros órgãos, nos termos da LOJMU (Lei
8.457/92).
Em tempo de guerra, o juiz-auditor ira julgar singularmente praças e civis, bem como irá
presidir o Conselho de Justiça.
CONSELHO DE JUSTIÇA
3. Excepcionalmente — nas hipóteses dos arts. 42, parágrafo único, e 47, II, do CPM —
decide sobre Recebimento ou Rejeição da Denúncia, e acerca de Arquivamento da Inquisa.
2. Processa e Julga:
A competência para os crimes dolosos contra a vida, após a Lei 13.491/2017 precisa ser
analisada da seguinte forma:
• REGRA: os crimes dolosos contra a vida praticados por militar contra civil eram julgados
pela Justiça comum (Tribunal do Júri). Isso com base na antiga redação do parágrafo único do art.
9º do CPM.
Art. 9º (...)
Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo quando dolosos contra a
vida e cometidos contra civil serão da competência da justiça comum, salvo
quando praticados no contexto de ação militar realizada na forma do art. 303
da Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de
Aeronáutica. (Atenção! Redação que não mais está em vigor.)
Art. 9º (...)
§ 1º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e
cometidos por militares contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri.
• EXCEÇÕES:
Os crimes dolosos contra a vida praticados por militar das Forças Armadas contra civil serão
de competência da Justiça Militar da União, se praticados no contexto:
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que
não beligerante; ou
b) LC 97/99;
d) Código Eleitoral.
Obs.: as exceções são tão grandes que, na prática, tirando os casos em que o militar não estava
no exercício de suas funções, quase todas as demais irão ser julgadas pela Justiça Militar por se
enquadrarem em alguma das exceções.
No Rio de Janeiro, o governo do Estado, há alguns anos, instituiu uma política pública
chamada de “pacificação das favelas”, por meio da qual os órgãos de segurança pública ocupam
as favelas, prendendo ou expulsando criminosos e estabelecendo um regime de presença ostensiva
do Poder Público nessas áreas.
Neste inciso I poderíamos também imaginar a atuação das Forças Armadas em atividades
de defesa civil e de construção civil. Explico.
As Forças Armadas têm sido constantemente utilizadas para atividades de defesa civil. É o
caso, por exemplo, de distribuição de alimentos e remédios em regiões que passaram por alguma
calamidade pública ou mesmo em situações de socorro e resgate de pessoas feridas.
Art. 10. Aos órgãos setoriais, por intermédio de suas secretarias, entidades e
órgãos vinculados, e em articulação com o órgão central do Sindec, entre
outras atividades, compete:
(...)
II - ao Ministério da Marinha coordenar as ações de redução de danos
relacionados com sinistros marítimos e fluviais, e o salvamento de náufragos;
apoiar as ações de defesa civil com pessoal, material e meios de transporte;
III - ao Ministério do Exército cooperar no planejamento de defesa civil e em
ações de busca e salvamento; participar de atividades de prevenção e de
reconstrução; apoiar as ações de defesa civil com pessoal, material e meios
de transporte;
(...)
X - ao Ministério da Aeronáutica coordenar ações de busca e salvamento,
evacuação aeromédicas e missões de misericórdia; apoiar as ações de
defesa civil com pessoal, material e meios de transporte;
Outra utilização atípica, mas frequente, das Forças Armadas está relacionada com obras de
construção civil. O Exército possui um Departamento de Engenharia e Construção, que foi
idealizado originalmente para construir e reformar as instalações militares (quarteis etc.). No
entanto, apesar disso, devido aos bons trabalhos que realiza, este Departamento de Engenharia é
constantemente convocado para executar obras públicas. Foi o caso, por exemplo, da transposição
do rio São Francisco e da duplicação da BR-101.
Podemos, portanto, aventar que se um militar das Forças Armadas, no exercício de uma
dessas atribuições conferidas pelo Presidente da República (ou pelo Ministro da Defesa), comete
crime doloso contra a vida de um civil, ele terá praticado crime militar e será julgado pela Justiça
Militar.
É o caso do soldado do Exército que está fazendo a guarda do quartel e atira contra um
ladrão que tentou invadir o imóvel. Mesmo que se alegue que houve animus necandi por parte do
soldado, esse julgamento será de competência da Justiça Militar.
O CBA prevê algumas situações em que as autoridades poderão determinar que a aeronave
que está voando de forma irregular pouse imediatamente no aeródromo que lhe for indicado (art.
303, § 1º). É o caso, por exemplo, de uma aeronave em que se suspeita que está transportando
drogas. Se a aeronave não cumprir a determinação, a Força Aérea Brasileira poderá disparar tiros
contra o avião considerado hostil a fim de forçá-lo a pousar. Confira:
Esses tiros podem acabar gerando a efetiva derrubada (abate) do avião e a morte dos seus
tripulantes. A apuração deste fato – se é caso de arquivamento ou de processo por crime doloso
contra a vida – compete ao Ministério Público Militar e à Justiça Militar, não sendo competência da
Justiça Comum.
Conforme já vimos acima, a LC 97/99 regulamenta o art. 142, § 1º, da CF/88 e estabelece
normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas.
O art. 15, § 7º da Lei prevê diversas hipóteses de atuação das Forças Armadas em
atribuições subsidiárias que são também consideradas atividades militares:
Art. 15 (...)
§ 7º A atuação do militar nos casos previstos nos arts. 13, 14, 15, 16-A, nos
incisos IV e V do art. 17, no inciso III do art. 17-A, nos incisos VI e VII do art.
18, nas atividades de defesa civil a que se refere o art. 16 desta Lei
Complementar e no inciso XIV do art. 23 da Lei nº 4.737, de 15 de julho de
1965 (Código Eleitoral), é considerada atividade militar para os fins do art.
124 da Constituição Federal.
O art. 8º do CPPM traz as atribuições da Polícia judiciária militar. Dentre elas, destaco:
b) realizar diligência requisitadas pelos órgãos e juízes da Justiça Militar e pelos membros
do Ministério Público;
O art. 7º traz o rol das autoridades militares que exercem a polícia judiciária militar.
Imagine que, ao cumprir um mandado de prisão expedido pela Justiça Militar, o civil que iria
ser preso reage e os soldados acabam matando-o. O julgamento deste fato será de competência
da Justiça Militar, mesmo a vítima do suposto crime doloso contra a vida sendo um civil.
Suponha que um soldado acabe ceifando a vida de um civil durante o exercício dessa função
de vigilância do local de votação. A competência para julgar este eventual crime doloso contra a
vida é da Justiça Militar.
Quando o crime militar for praticado por militar estadual contra militar federal e vice-versa, a
competência será da Justiça Militar da União, de acordo com o STM.
O STF possui entendimento diverso, entendendo que a competência será da Justiça Militar
Estadual.
Conforme visto anteriormente, nos termos do art. 90-A da Lei 9.099/95 não cabe aplicação
de nenhum instituto despenalizar aos crimes de competência da justiça militar.
A JMU aplica sem restrição o art. 90-A da Lei 9.099/35. Contudo, em alguns estados, há
aplicação de alguns institutos despenalizadores.
O Min. Marco Aurélio, relator, acompanhado pelo Min. Dias Toffoli, indeferiu
a ordem e assentou a constitucionalidade do art. 90-A da Lei 9.099/95,
acrescido pela Lei 9.839/99. Considerou que, de acordo com o art. 142 da
CF, as Forças Armadas são organizadas com base na hierarquia e na
disciplina. O § 2º do aludido preceito, por sua vez, afasta a proteção do
habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. Aduziu, assim,
que o art. 88, II, a, do CPM, ao excluir dos crimes que enumera — dentre os
quais a deserção — a possibilidade de suspensão condicional da pena,
estaria de acordo com a Constituição”. (STF, HC n.º 99.743/RJ)
Súmula 172: compete à justiça comum processar e julgar militar por crime de
abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço.
Súmula 12: A praça sem estabilidade não pode ser denunciada por deserção
sem ter readquirido o status de militar, condição de procedibilidade para a
persecutio criminis, através da reinclusão. Para a praça estável, a condição
de procedibilidade é a reversão ao serviço ativo.
LUGAR DA INFRAÇÃO
Quando apenas parte do crime for cometido no Brasil, aplica-se o art. 92 do CPPM
A BORDO DE NAVIOS
A BORDO DE AERONAVES
Imagine, por exemplo, que um crime militar é praticado em uma embarcação que parte do
Brasil rumo à Europa. A competência para o processo e julgamento será da Auditoria do local em
Por outro lado, quando a aeronave sai do Rio de Janeiro com destino a Recife, a
competência será do primeiro local em que a aeronave posou após o crime.
Caso a aeronave parte de Portugal com destino ao Rio de Janeiro, mas antes faça um pouso
em Recife, a competência será de Recife, pois foi o primeiro local de parada após a prática do delito
militar.
Quando não for possível determinar o local da infração, a competência será fixada pela
residência ou pelo domicílio do acusado, não da vítima.
Há funcionários públicos civis que desempenham funções em uma OM, quando pratica crime
militar e o local for conhecido, a competência será do local da infração. Desconhecendo-se o local,
aplica-se o art. 96 do CPPM, fixando-se a competência pelo local em que desempenha suas
funções.
OBS.: Não existe mais auditorias especializadas. Toda e qualquer Auditoria da União julga e
processa crimes militares contra as forças armadas.
21. DISTRIBUIÇÃO
Quando em uma mesma circunscrição houver mais de uma Auditoria, a exemplo do que
ocorre no RS, a competência será determinada pela distribuição, nos termos do art. 98 do CPPM.
A distribuição torna o juiz prevento, nos termos do parágrafo único do art. 98 do CPPM
(mesma regra do CPP Comum).
Em relação à continência, quando for subjetiva (art. 100, a, do CPPM) segue a mesma
sistemática do CPP Comum.
O art. 101 do CPPM traz as formas como será fixada a competência nos casos de conexão
ou continência.
Obs.: Não existe tribunal do júri na Justiça Militar brasileira. Assim, não existe regra no CPPM
semelhante a prevista no art. 78, I do CPO Comum.
Em regra, onde quer que haja conexão ou continência entre crimes militares, todas as
pessoas e todos os crimes militares serão reunidos no mesmo processo penal militar, em uma
mesma e única auditoria militar, ocorrendo o processo e o julgamento no mesmo Conselho de
Justiça.
PROROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
Reunião de processos
Art. 104. Verificada a reunião dos processos, em virtude de conexão ou
continência, ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz
ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração
para outra que não se inclua na sua competência, continuará ele competente
em relação às demais infrações.
Contudo, assim como no CPP Comum, há algumas exceções, dispostas no art. 102 do
CPPM, vejamos:
Conforme o disposto, um crime militar e um crime comum, mesmo que cometidos no mesmo
contexto e pela mesma pessoa, não poderão ser julgados em conjunto, ocorrerá a separação
obrigatória. O mesmo ocorre no caso de concurso de agentes, quando há o envolvimento de menor
na prática do delito.
Prevista no art. 105 do CPPM, haverá unidade de processos, mas o julgamento será feito
de forma separada.
AVOCAÇÃO DE PROCESSOS
23. DESAFORAMENTO
Desaforamento é um instituto que, no DPP Comum, aplica-se apenas aos crimes dolosos
contra a vida. Não há no DPP Comum desaforamento para outros crimes que não envolvam o
Tribunal do Júri.
É o STM que decreta ou não o desaforamento, qual poderá ser solicitado pelos
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, bem como pelos Comandantes de das
Regiões Militares.
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
No Processo Penal Militar o procedimento é mais simples: rito ordinário (maioria dos casos)
e ritos especiais para: deserção, insubmissão, restauração de autos (não iremos abordar) e ação
penal originária do STM (não iremos abordar).
2. INEXISTÊNCIA NO CPPM
Há certos institutos que existem no CPP Comum e que são inexistes no CPPM, quais sejam:
• Absolvição sumária;
• Tribunal do Júri;
3. RITO ORDINÁRIO
DENÚNCIA
3.1.1. Oferecimento
Deverá ser oferecida em cinco dias (indiciado preso) e de 45 dias (15 + 15 + 15) quando o
indiciado estiver preso.
Art. 79. A denúncia deverá ser oferecida, se o acusado estiver preso, dentro
do prazo de cinco dias, contados da data do recebimento dos autos para
aquele fim; e, dentro do prazo de quinze dias, se o acusado estiver solto. O
auditor deverá manifestar-se sobre a denúncia, dentro do prazo de quinze
dias.
INSTRUÇÃO CRIMINAL
A defesa, caso queira, poderá em até 48h opor exceções. Ressalta-se que há exceções que
´podem ser opostas a qualquer momento.
De acordo com o CPPM, o réu deve ser a primeira pessoa a ser ouvida na instrução criminal.
Contudo, o STF entende que se aplica o disposto no CPP Comum, em que o interrogatório do réu
é o último ato da instrução criminal.
1) Juiz-Auditor;
2) Juiz-Presidente;
DILIGÊNCIAS
Após as oitivas, tanto o MP quanto a defesa possuem o prazo de cinco dias para solicitar a
realização de diligências. O deferimento ou indeferimento caberá ao Conselho de Justiça, o qual
fixará prazo máximo para o cumprimento.
ALEGAÇÕES ESCRITAS
A defesa e a acusação possuem o prazo de oito dias para alegações escritas, nos termos
do art. 428 do CPPM.
Art. 428. Findo o prazo aludido no artigo 427 e se não tiver havido
requerimento ou despacho para os fins nele previstos, o auditor determinará
ao escrivão abertura de vista dos autos para alegações escritas,
sucessivamente, por oito dias, ao representante do Ministério Público e ao
advogado do acusado. Se houver assistente, constituído até o encerramento
da instrução criminal, ser-lhe-á dada vista dos autos, se o requerer, por cinco
dias, imediatamente após as alegações apresentadas pelo representante do
Ministério Público.
SESSÃO DE JULGAMENTO
As partes, novamente, poderão fazer alegações. Aqui, serão orais. A acusação possui três
horas para falar e a defesa possui, também, três horas, podendo haver réplica de uma hora e mais
uma hora para tréplica feita pela defesa.
1) Juiz-Auditor;
3) Juiz-Presidente.
Não há prazo para os membros do Conselho emitirem os seus votos, os quais possuem o
mesmo peso.
DENÚNCIA
A denúncia deve ser oferecida em cinco dias, pouco importando se o indiciado está preso
ou solto.
O juiz singularmente irá decidir se recebe (cabe HC) ou rejeita (cabe RESE) a denúncia, nos
termos dos arts. 34 a 35, 77 a 78, 454, § 3º, 457, § 3º, 463, § 3º, e 516, a, todos do CPPM.
Haverá a citação pessoal, não sendo possível deve ser feita por edital
INSTRUÇÃO CRIMINAL
DILIGÊNCIAS
Após as oitivas, ocorrem os pedidos de diligências, no prazo de cinco dias para cada uma
das partes.
SESSÃO DE JULGAMENTO
A acusação possui o prazo de 30 minutos para os debates orais e a defesa também possui
prazo de 30 minutos. Caso haja réplica e tréplica o prazo será de 10 minutos para cada uma das
partes.
OBS: Todas as observações acerca da ordem das inquirições e da ordem dos votos das decisões
do Conselho de Justiça são aplicáveis aos ritos especiais de deserção e insubmissão
5. SENTENÇA
Caso a leitura seja feita em outro dia, as partes não precisam estar presentes. Caso estejam,
já serão consideradas intimadas, iniciando o prazo recursal.
6. RECURSOS
Contra as decisões interlocutórias dos Conselhos, a depender de qual seja, caberá RESE
ou correição parcial. Ambos os recursos, terão efeito regressivo, ou seja, o próprio Conselho irá
julgar.
1. INTRODUÇÃO
• Juiz;
• Ministério Público;
• Acusado;
• Defensor
• Assistente do MP;
• Peritos
• Interpretes.
Iremos estudar cada um deles. Percebe-se que são os mesmos sujeitos processuais do CPP
Comum.
Obs.: vítimas e testemunhas não são tratadas como sujeitos processuais, nem pelo CPP e nem
pelo CPPM.
2. JUIZ
A força militar a que se refere o art. 36 é a polícia militar, no caso de crime de competência
da Justiça Militar Estadual ou das forças armadas (Marinha, Exército ou Aeronáutica) no caso de
competência da Justiça Militar da União.
Obs.: Nada obsta que o Juiz da auditoria militar da União solicite, por exemplo, escolta de preso à
polícia militar.
CASOS DE IMPEDIMENTOS
Obs.: são hipóteses que recaem sobre os juízes, membros dos Conselhos (Permanente ou
Especial), bem como sobre os membros do STM.
CASOS DE SUSPEIÇÃO
Art. 38. O juiz dar-se-á por suspeito e, se o não fizer, poderá ser recusado por
qualquer das partes:
a) se for amigo íntimo ou inimigo de qualquer delas; igual CPP
b) se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, de um ou de outro,
estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter
criminoso haja controvérsia; igual CPP
c) se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim até o segundo grau
inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser
julgado por qualquer das partes; igual CPP
d) se ele, seu cônjuge, ou parente, a que alude a alínea anterior, sustentar
demanda contra qualquer das partes ou tiver sido procurador de qualquer
delas; igual CPP
e) se tiver dado parte oficial do crime;
f) se tiver aconselhado qualquer das partes; igual CPP
Note que apenas a alinha “e” do art. 38 do CPPM não encontra correspondência no CPP
comum.
Imagine que um oficial das forças armadas tome conhecimento da prática de crime militar e
da autoria. Este oficial possui o dever de comunicar (chamado de parte oficial do crime), por escrito,
o crime militar ao seu comandante. Se no futuro, o oficial que deu parte oficial do crime estiver
integrando o Conselho, será considerado suspeito.
Art. 39. A suspeição entre adotante e adotado será considerada nos mesmos
termos da resultante entre ascendente e descendente, mas não se estenderá
aos respectivos parentes e cessará no caso de se dissolver o vínculo da
adoção.
Art. 41. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a
parte injuriar o juiz, ou de propósito der motivo para criá-la.
Em relação ao art. 41 do CPPM, imagine que o defensor do acusado ofenda (por escrito ou
verbalmente) qualquer um dos cinco juízes que compõe o Conselho de Justiça, causando-lhe
aborrecimento/irritação. Apesar disso, este juiz não será considerado suspeito e nem impedido.
3. AUXILIARES DO JUIZ
Os auxiliares do juiz, igualmente, são considerados sujeitos processuais. São eles: técnicos
judiciários, analistas judiciários e oficiais de justiça.
O art. 44 do CPPM versa sobre o oficial de justiça. Inclusive sobre a forma de realização das
diligências (horário entre 6h e 18h), sempre que possível devem ser realizadas na presença de duas
testemunhas. Caso não seja possível a presença das testemunhas, não há impedimento para a
realização da diligência.
4. PERITOS E INTÉRPRETES
Serão nomeados pelo juiz sem intervenção das partes. Tudo que está previsto para os
peritos será aplicado aos intérpretes.
Salienta-se que o CPP Comum, na sua atual redação, exige que a perícia seja realizada por
no mínimo um perito oficial (pessoa que exerce cargo público de perito), não sendo possível deve
ser realizada por dois peritos. O CPPM exige dois peritos oficiais, mas a jurisprudência de forma
unanime determina que basta um perito oficial.
É perfeitamente possível uma perícia a ser realizada no curso da investigação penal militar
ou do processo penal militar, ser feita por UM perito oficial da PC, da PF, quando o Conselho
determinar que a PF/PC realizem a perícia.
O art. 52 do CPPM traz um rol de pessoas que não poderão desempenhar a função de perito,
vejamos:
Por fim, os casos de impedimento (mesmo não previsto no CPPM) e suspeição previsto para
os juízes, também serão aplicados aos peritos e interpretes.
Art. 53. É extensivo aos peritos e intérpretes, no que lhes for aplicável, o
disposto sobre suspeição de juízes.
Em relação à carreira no MPM, os membros irão ingressar através de concurso público para
o cargo de Promotor de Justiça Militar, podendo ser promovidos, desde que preenchidos os
requisitos legas, a Procurador de Justiça Militar. Por fim, preenchidos os requisitos legais, poderá
ser promovido ao último grau da carreira que é o de Subprocurador Geral de Justiça Militar.
O chefe do MPM é o Procurador Geral de Justiça Militar, que não necessariamente será um
subprocurador geral.
Não há nada que impeça o MPM de pedir a absolvição do acusado, bem como de deixar de
oferecer denúncia, quando for caso de arquivamento. Enfim, o MPM pode atuar em favor do
indiciado ou do réu, inclusive impetrando HC, recorrendo favoravelmente ao réu.
O MPM irá desempenhar funções de fiscalização da lei penal militar, bem como a de
resguardar as normas de hierarquia e disciplina, com bases da organização das Forças Armadas e
das Instituições Militares Estaduais e Distritais.
O MPM não está subordinado à Justiça Militar, suas funções são exercidas de forma
independente.
IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÃO
6. ASSITENTE
É assistente do MPM.
Art. 60. O ofendido, seu representante legal e seu sucessor podem habilitar-
se a intervir no processo como assistentes do Ministério Público.
Art. 63. Pode ser assistente o advogado da Justiça Militar, desde que não
funcione no processo naquela qualidade ou como procurador de qualquer
acusado.
A decisão sobre a admissão do pedido de assistente será tomada após o parecer do MP.
Art. 64. O ofendido que for também acusado no mesmo processo não poderá
intervir como assistente, salvo se absolvido por sentença passada em
julgado, e daí em diante.
A assiste do MPM poderá tomar algumas medidas no processo, mas não poderá interpor
recursos (diferente do que ocorre no Processo Penal Comum).
LEGITIMIDADE
• Ofendido
Obs.: Ao contrário do que preconiza o Código de Processo Penal Comum (art. 268 c/c art. 31), o
cônjuge não pode ser Assistente no Processo Penal Militar!
Art. 60. O ofendido, seu representante legal e seu sucessor podem habilitar-
se a intervir no processo como assistentes do Ministério Público.
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, considera-se representante
legal o ascendente ou descendente, tutor ou curador do ofendido, se menor
de dezoito anos ou incapaz; e sucessor, o seu ascendente, descendente ou
irmão, podendo qualquer deles, com exclusão dos demais, exercer o
encargo, ou constituir advogado para esse fim, em atenção à ordem
estabelecida neste parágrafo, cabendo ao juiz a designação se entre eles não
houver acordo.
• Juntar documentos
• Arrazoar recursos
• Arrolar testemunhas;
RECURSO
O art. 273 do CPP, expressamente, preconiza que a decisão que admitir ou inadmitir o
assistente é irrecorrível, sustentado a doutrina o cabimento de MS.
O CPPM, por sua vez, admite recurso inominado, sem efeito suspensivo da decisão que
indefere o assistente.
7. ACUSADO
O acusado, como sujeito processual, é tratado apenas nos arts. 69 e 70 do CPPM, vejamos:
8. DEFENSOR
Art. 71. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado
ou julgado sem defensor.
§ 1º A constituição de defensor independerá de instrumento de mandado, se
o acusado o indicar por ocasião do interrogatório ou em qualquer outra fase
do processo por termo nos autos.
§ 2º O juiz nomeará defensor ao acusado que o não tiver, ficando a este
ressalvado o direito de a todo o tempo, constituir outro, de sua confiança.
§ 3º A nomeação de defensor não obsta ao acusado o direito de a si mesmo
defender-se, caso tenha habilitação; mas o juiz manterá a nomeação, salvo
recusa expressa do acusado, a qual constará dos autos.
§ 4º É, salvo motivo relevante, obrigatória a aceitação do patrocínio da causa,
se a nomeação recair em advogado.
§ 5º As praças serão defendidas pelo advogado de ofício, cujo patrocínio é
obrigatório, devendo preferir a qualquer outro.
§ 6º O defensor não poderá abandonar o processo, senão por motivo
imperioso, a critério do juiz.
§ 7º No caso de abandono sem justificativa, ou de não ser esta aceita, o juiz,
em se tratando de advogado, comunicará o fato à Seção da Ordem dos
Advogados do Brasil onde estiver inscrito, para que a mesma aplique as
medidas disciplinares que julgar cabíveis. Em se tratando de advogado de
ofício, o juiz comunicará o fato ao presidente do Superior Tribunal Militar, que
aplicará ao infrator a punição que no caso couber.
Art. 73. O acusado que for oficial ou graduado não perderá, embora sujeito à
disciplina judiciária, as prerrogativas do posto ou graduação. Se preso ou
compelido a apresentar-se em juízo, por ordem da autoridade judiciária, será
acompanhado por militar de hierarquia superior a sua.
Parágrafo único. Em se tratando de praça que não tiver graduação, será
escoltada por graduado ou por praça mais antiga.
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Primeiramente, destaca-se que a CF em seu art. 5º, LXI dispõe que ninguém será preso sem
ordem judicial fundamentada, salvo em flagrante, ou nos casos de transgressão miliar ou crime
propriamente militar definido em lei.
Assim, é possível afirmar que o art. 5º, LXI traz quatro hipóteses de prisão, quais sejam:
• Prisão em flagrante;
Aqui, temos a prisão em flagrante, a prisão prevista no art. 18 do CPPM, a qual será
decretada pelo encarregado do IPM, bem como a prisão por transgressão militar, prevista em
regulamentos das forças armadas e das instituições militares estaduais.
4. MENAGEM
Obs.: No Direito Processual Penal Militar não existem prisão temporária e nem medidas cautelares
alternativas à prisão (como a fiança), salvo a menagem.
5. PRISÃO EM FLAGRANTE
PREVISÃO LEGAL
Encontra-se prevista no art. 5º, XI e LXI, da CF, arts. 220 a 242 e arts. 243 a 253 todos do
CPPM.
FUNDAMENTO DA CAUTELARIDADE
PECULIARIDADES
Qualquer pessoa do povo, sem ordem judicial alguma, pode realizar a prisão em flagrante.
Assim, por exemplo, um civil pode prender em flagrante um militar, praça ou oficial, pela prática de
crime militar. Igualmente, é possível que um praça prenda em flagrante um oficial por crime militar.
Flagrante facultativo relaciona-se a qualquer pessoa do povo, que pode ou não prender em
flagrante, agindo em exercício regular do direito.
Art. 243. Qualquer pessoa poderá e os militares deverão prender quem for
insubmisso ou desertor, ou seja, encontrado em flagrante delito.
SUJEITOS DO FLAGRANTE
Qualquer pessoa pode prender em flagrante. Em tese, qualquer pessoa pode ser presa em
flagrante. Contudo, os congressistas, os magistrados, os membros do MP só podem ser presos em
flagrante pela prática de crime inafiançável, de acordo com a CF.
Obs.: TODOS os crimes militares são inafiançáveis, pois não existe o instituto da fiança no Processo
Penal Militar.
ESPÉCIES DE FLAGRANTES
Art. 244, c) é perseguido logo após o fato delituoso em situação que faça
acreditar ser ele o seu autor;
O agente é encontrado com objetos que o façam ser considerados o autor do crime militar.
CLASSIFICAÇÃO
5.6.3. Esperado
Em tese, é cabível ação controlada para os casos de organização criminosa voltada à prática
de crimes militares (sem previsão no CPPM).
O encarregado que lavra o APF deve comunicar a prisão em flagrante ao juiz-auditor, não
há participação do Conselho aqui.
DECISÃO DO JUIZ-AUDITOR
Atestando a legalidade da prisão, o juiz-auditor irá homologar o flagrante (art. 253 do CPPM).
De acordo com o entendimento dos tribunais superiores, a homologação pode ser fundamentada,
mas não é obrigatório o fundamento.
Quando verificado ausência dos requisitos, o juiz irá conceder a liberdade provisória.
Pode, ainda, converter a prisão em flagrante em preventiva, quando for o caso, bem como
conceder a menagem (veremos abaixo).
É a prisão do art. 18 do CPPM, não se trata de uma prisão preventiva, nem se trata de uma
prisão em flagrante, nem depende ordem fundamentada e escrita da autoridade competente.
Caberá apenas nos casos de crime propriamente militar, podendo ser decretada para
qualquer pessoa.
O prazo de prisão é de até trinta dias, podendo ser prorrogado por uma única vez por até
vinte dias.
7. PRISÃO PREVENTIVA
PREVISÃO LEGAL
Encontra-se na CF e no CPPM.
FUNDAMENTO DA CAUTELARIDADE
A razão de ser e existir da prisão preventiva no CPPM é a mesma do CPP. Ou seja, ocorrerá
em face de indícios que indiquem a materialidade e autoria do crime militar.
REQUISITOS
Caberá preventiva para qualquer crime, independente da pena prevista no tipo penal militar.
PRESSUPOSTOS
Art. 254. A prisão preventiva pode ser decretada pelo auditor ou pelo
Conselho de Justiça, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou
mediante representação da autoridade encarregada do inquérito policial-
militar, em qualquer fase deste ou do processo, concorrendo os requisitos
seguintes:
a) prova do fato delituoso;
b) indícios suficientes de autoria.
- Periculosidade do Indiciado/Réu;
Art. 255. A prisão preventiva, além dos requisitos do artigo anterior, deverá
fundar-se em um dos seguintes casos:
a) garantia da ordem pública;
b) conveniência da instrução criminal;
c) periculosidade do indiciado ou acusado;
d) segurança da aplicação da lei penal militar;
e) exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e
disciplina militares, quando ficarem ameaçados ou atingidos com a liberdade
do indiciado ou acusado.
FORMAS DE DECRETAÇÃO
A prisão preventiva será decretada por meio de ordem escrita e fundamentada da autoridade
judiciária competente, nos termos dos arts. 254 e 256 do CPPM.
Art. 254. A prisão preventiva pode ser decretada pelo auditor ou pelo
Conselho de Justiça, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou
mediante representação da autoridade encarregada do inquérito policial-
militar, em qualquer fase deste ou do processo, concorrendo os requisitos
seguintes:
a) prova do fato delituoso;
b) indícios suficientes de autoria.
- A requerimento do MP;
MOMENTO DE DECRETAÇÃO
REVOGAÇÃO
A prisão preventiva poderá ser revogada, desde que não existam os fundamentos que
autorizaram a medida.
APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA
9. MENAGEM
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
COMPETÊNCIA E REQUISITOS
Art. 263. A menagem poderá ser concedida pelo juiz, nos crimes cujo máximo
da pena privativa da liberdade não exceda a quatro anos, tendo-se, porém,
em atenção a natureza do crime e os antecedentes do acusado.
É concedida apenas pelo juiz, salvo no caso de insubmisso que será concedida pelo
Comandante da OM.
Será concedida ao sujeito ativo de crime militar, desde que a pena cominada não seja
superior a quatro anos, bem como se deve observar a natureza do crime militar e os antecedentes
do acusado.
LUGAR DA MENAGEM
PARECER DO MP
Art. 265. Será cassada a menagem àquele que se retirar do lugar para o qual
foi ela concedida, ou faltar, sem causa justificada, a qualquer ato judicial para
que tenha sido intimado ou a que deva comparecer independentemente de
intimação especial.
Art. 267. A menagem cessa com a sentença condenatória, ainda que não
tenha passado em julgado.
Parágrafo único. Salvo o caso do artigo anterior, o juiz poderá ordenar a
cessação da menagem, em qualquer tempo, com a liberação das obrigações
dela decorrentes, desde que não a julgue mais necessária ao interesse da
Justiça.
CASSAÇÃO CESSAÇÃO
MENAGEM A INSUBMISSO
No caso de insubmisso, a menagem será no quartel, não se admite outro local. Poderá ser
decretada pelo próprio comandante da OM.
A menagem concedida na residência ou cidade não será contada como pena, nos termos
do art. 268 do CPPM.
REINCIDÊNCIA
Não será concedida menagem ao reincidente e nem aos que tenham maus antecedentes.
Toda a teoria geral dos recursos, visto em Processo Penal, aplica-se ao Direito Processual
Penal Militar, com seus princípios, com seus pressupostos, bem como os efeitos recursais.
2. RECURSO EX OFFICIO
HIPÓSES DE CABIMENTO
Art. 154. Qualquer das partes poderá arguir, por escrito, a existência de
anterior sentença passada em julgado, juntando-lhe certidão.
Parágrafo único. Se a arguição for do acusado, o juiz ouvirá o Ministério
Público e decidirá de plano, recorrendo de ofício para o Superior Tribunal
Militar, se reconhecer a existência da coisa julgada.
CABIMENTO
PRAZOS
O prazo para interposição é de três dias e para apresentação das razões e contrarrazões é
de cinco dias.
LEGITIMIDADE
COMPETÊNCIA
EFEITOS
• Devolutivo
• Regressivo
4. APELAÇÃO
CABIMENTO
• Condenatória ou absolutória;
• Definitiva ou com força de definitiva, nos casos não previstos para o RESE.
PRAZOS
CPP CPPM
Art. 529. A apelação será interposta por petição escrita, dentro do prazo de
cinco dias, contados da data da intimação da sentença ou da sua leitura em
pública audiência, na presença das partes ou seus procuradores.
Art. 531. Recebida a apelação, será aberta vista dos autos, sucessivamente,
ao apelante e ao apelado pelo prazo de dez dias, a cada um, para
oferecimento de razões.
§ 1º Se houver assistente, poderá este arrazoar, no prazo de três dias, após
o Ministério Público.
§ 2º Quando forem dois ou mais os apelantes, ou apelados, os prazos serão
comuns.
LEGITIMIDADE
COMPETÊNCIA
Apelação contra sentença dos Conselhos Permanentes e Especiais dos Estados, caberá ao
TJM (SP, RS, MG) ou ao TJ (demais estados).
EFEITOS
• Devolutivo;
O réu, mesmo que esteja foragido, possui o direito de ter reconhecida sua apelação. Não
será declarada deserta.
O fato de o réu ter fugido, não impede que sua apelação seja reconhecida.
Não existe o julgamento secreto, sempre que houver tal previsão no CPPM deve ser tratada
como não recepcionada pela CF.
5. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A oposição de embargos declaratórios, no CPP e no CPPM, pode ser feita por ambas as
partes. Já os embargos infringentes e de nulidades, no CPP, são exclusivos da defesa. Contudo,
não há no CPPM esta exclusividade, podendo ser opostos tanto pela defesa quanto pela acusação,
nos termos do art. 538 do CPPM.
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
Destaca-se que, apesar de não previsto no CPPM, admite-se embargos declaratórios contra
sentença.
PRAZO
LEGITIMIDADE
É da acusação e da defesa.
COMPETÊNCIA
É do STM.
EFEITOS
o Devolutivo
RITO
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
CPPM, arts. 538 a 549; RISTF, arts. 333 a 336; RISTM, arts. 119 a 124.
CABIMENTO
LEGITIMIDADE
É da acusação e da defesa.
COMPETÊNCIA
É do STM.
EFEITOS
• Devolutivo
• Regressivo
• Suspensivo
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
CABIMENTO
Erro ou Abuso do Juiz (Error In Procedendo) que importe Inversão Tumultuária do Processo,
desde que não caiba outro recurso;
PRAZO
LEGITIMIDADE
Acusação e defesa.
COMPETÊNCIA
EFEITOS
• Devolutivo
• Regressivo