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PAIVA, V.L.M.O.

A linguagem como gênero e a aprendizagem de língua


inglesa. In Simpósio Internacional de Estudos de Gêneros Textuais, 3., 2005,
Santa Maria. [Anais eletrônicos...] Santa Maria: UFSM, 2006.

RESENHA- A linguagem como gênero e a aprendizagem de língua inglesa

Vera Lúcia Menezes de Oliveira e Paiva, através do projeto AMFALE,


pesquisou narrativas de aprendizagem de língua inglesa e revela que muitas
vezes as práticas de ensino na educação básica se constituem sem a
concepção de linguagem como gênero. Isso acarreta um ensino
essencialmente estruturalista, descontextualizado e desvinculado das
práticas sociais autenticas e significativas.

Paiva inicia o texto explicando que a concepção de linguagem como gênero


ainda não é reconhecida no ensino de línguas estrangeiras. Pois a
predominância conceitual ainda se apóia, na maioria das vezes, na base
estruturalista da língua. Deixando de abordar a essência que o gênero pode
oferecer, principalmente o contexto de produção e recepção.

A autora define gêneros como “sistemas discursivos complexos, socialmente


construídos pela linguagem, com padrões de organização facilmente
identificáveis, dentro de um continuum de oralidade e escrita, e configurados
pelo contexto sócio-histórico que engendra as atividades comunicativas.”
(Paiva, 2004). Além disso, Paiva comenta que a explicação do conceito apesar
de ser algo recente, já vinha sendo desenvolvida nos pressupostos teóricos
que sustentam a abordagem comunicativa de ensino.

Citando os filósofos de linguagem Austin (1955) e Searle (1969), Paiva explica


que ao usarmos a língua estamos, com isso, executando ações. Segundo
Austin, existe uma força ilocucionária que aciona um gênero toda vez que um
enunciado é produzido e faz sentido, por exemplo avisar, informar, ordenar,
entre outros. Na mesma direção, Searle propõe que falar uma língua é
executar atos de fala, que são possíveis em função de algumas regras e usos
de elementos lingüísticos.

Paiva reafirma que se o gênero tem a ver com a ação e com as convenções, a
força ilocucionária só se realizará por meio de cada gênero e, dessa forma, é
necessário que estes se façam presentes na sala de aula de forma a
desenvolver a competência comunicativa do aluno.

O conceito de competência comunicativa trazido por Paiva se apóia nos


estudos do sociolinguista Dell Hymes (1972) elaborado com base no conceito
de Chomsky. Como explica a autora, o conceito de competência, antes
limitado à gramática, se expande ao incluir componentes sócio-culturais e
psicológicos que interferem no uso da linguagem. Implicitamente, Hymes
começa a incluir a noção de gênero ao expor a necessidade incluir a
habilidade de uso da linguagem.

Já em 1989 os autores Canale e Swain, como explica Paiva, retomam o


conceito de competência comunicativa através dos componentes gramatical,
sociolingüístico e estratégico. Para os referidos pesquisadores, a proposta
inclui a comunicação baseada nas interações interpessoais e socioculturais,
nas ações humanas, no conhecimento de mundo e na competência
discursiva, esta ultima se realiza tendo como parâmetro a coesão e a
coerencia.

Outro conceito importante para o trabalho do Paiva é o de ‘lingua’ de


Halliday (1973). Segundo ele “ uma criança sabe o que é língua porque ela
sabe o que a língua faz”(p.10) e “a compreensão do que é uma língua vem de
sua experiência com a língua em situações de uso” (p. 17). Assim, assumi-se
uma base funcional para a linguagem, entendida como funções sociais,
segundo Hymes.
Todos esses conceitos foram impactantes no ensino de línguas, explica Paiva,
e deram suporte a abordagem comunicativa. O ensino passa a exigir não
mais o saber a língua, mas o uso da língua através de gêneros.

Paiva, na segunda parte do texto, objetiva analisar o que acontece na prática


de ensino e afirma que mesmo após tantos anos se passarem, as práticas
continuam divorciadas do conceito de linguagem como gênero. Paiva cita a
crônica de Ruben Braga do ano de 1945, em que o autor narra uma aula de
inglês em que a professora perguntava ‘Is this na elephant?”, criticando o
método direto de ensino. Ainda na mesma crôninica o narrador imagina um
possível diálogo com o embaixador e pretende dizê-lo “It’s not na ash-tray”,
com isso Paiva explica que o ensino com base no método direto se
desvincula de uma situação real de uso da língua, despresando o conceito de
ato ilocucionário.

Outra questão prática que Paiva explica é que alguns gêneros são utilizados
como pretextos para o ensino de gramática, ignorando suas condições de
produção e as finalidades. O exemplo que a autora cita são os diálogos
utilizados pelos livros didáticos. O conceito de língua que subjaz os diálogos é
um conjunto de estruturas sintáticas isoladas de seus contextos e como
conseqüência sonega aos aprendizes um ensino com base em práticas
autenticas e significativas. Paiva ainda comenta que são raros os materiais
que utilizam diálogos como gêneros, construídos localmente na interação.

Paiva nos fala que, a partir desse impasse no ensino, muitos aprendizes, para
superar as ausências de uma comunidade de prática discursiva, recorrem aos
gêneros de comunicação de massa, como filmes, música, revistas. Segundo a
autora, isso leva a contatar que intuitivamente o aprendiz acredita que são
os gêneros que lhes auxiliam no processo de aquisição de uma língua.

Por fim, Paiva diz que as evidencias teóricas e empíricas desse trabalho
reforçam a convicção de que a linguagem como gênero no ensino de línguas
estrangeiras é o caminho mais adequado para a aquisição da líingua. No que
concerne a interação social, as experiências de aprendizagem demonstra o
total descarte dos gêneros orais, em favor de pseudo-textos a serviço da
prática estrutural. Uma possibilidade de mudança para o trabalho com
diálogos seria o tipo “cued dialogue” em que o aprendiz obteria orientação
sobre o que deve utilizar, por exemplo, convidar, recusar polidamente,
aceitar com pouco entusismao. Dessa forma não haveria imposição de uma
forma e o aprendiz conseguiria desenvolver autonomia na uso da língua.
Além disso, Paiva, de forma humorada, diz esperar que no futuro, quando
alguém escutar a bando mastruz com leite canta “The book is on the table,
table, table” não se recorde de suas experiências como aprendiz de inglês.

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