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FERREIRA
PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA
CAPÍTULO 8
PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA
Os procedimentos de auditoria são o conjunto de procedimentos técnicos com base nos quais o
auditor obtém evidências ou provas que sejam suficientes e adequadas para fundamentar o seu
parecer sobre as demonstrações contábeis auditadas.
Os procedimentos de auditoria são adotados: antes do encerramento do exercício; na data de seu
término; após o encerramento do exercício e antes da elaboração das demonstrações; depois da
elaboração das demonstrações.
Os procedimentos de auditoria são divididos em testes de observância (ou aderência) e testes
substantivos.
Na aplicação dos testes de observância, o auditor deve verificar a existência, efetividade e
continuidade dos controles internos.
Os testes substantivos têm por finalidade a obtenção de evidências quanto à suficiência, exatidão
e validade das informações produzidas pelo sistema contábil da entidade. Os testes substantivos
dividem-se em testes de transações e saldos e procedimentos de revisão analítica.
Em sentido estrito, existe diferença entre teste e amostragem, muito embora os dois envolvam a
verificação de apenas uma parte das transações e saldos. Por meio do teste, o auditor procura
formar sua opinião apenas quanto aos itens examinados, sem que sua avaliação se estenda para
toda a população de que fazem parte os elementos verificados. Na amostragem, o auditor procura,
mediante o exame de alguns itens de uma população, elementos de convicção que sejam válidos
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para o todo. Se o auditor seleciona uma certa quantidade de duplicatas para exame, com o
objetivo de verificar se elas estão lançadas contabilmente, buscando identificar erros ou fraudes
apenas nas duplicatas examinadas, temos um teste. Mas se o seu objetivo é avaliar o
comportamento de todas as duplicatas a receber, mediante o exame de algumas duplicatas, temos
uma amostragem.
Devem ser adotadas medidas para que a amostra seja representativa da população que se
procura avaliar.
Por meio da seleção direcionada, o auditor se limita a examinar as transações ou saldos que sejam
enquadrados em parâmetros previamente determinados. Por ser tratar de um teste, as avaliações
feitas pelo auditor se limitam às transações e saldos especificamente examinados.
1 - valor - o auditor examina um grupo de transações que esteja dentro de um certo limite de
valor. Por exemplo, a inspeção de todos os ativos com valor acima de determinado limite;
2 - tipo de atividade - o auditor direciona o teste para o exame de uma atividade ou evento
específico. Por exemplo, o exame dos registros e documentos relativos à despesa de pessoal;
3 - período de atividade - o auditor examina as atividades ou eventos ocorridos dentro de um
determinado período. Por exemplo, o exame de todas as notas fiscais emitidas no último mês
do exercício.
8.6 INSPEÇÃO
A inspeção consiste no exame de registros, como é o caso da verificação dos lançamentos nos
Livros Diário e Razão; no exame de documentos, tais como notas fiscais, faturas, títulos de
créditos e extratos bancários que tenham servido como base para os lançamentos; e no exame de
ativos tangíveis (corpóreos), como a constatação da existência física de máquinas, equipamentos,
móveis e utensílios, registrados contabilmente.
Também são objeto de inspeção os ativos intangíveis ou incorpóreos, mas não por meio do exame
do ativo propriamente, uma vez que não existem fisicamente. Neste caso, a inspeção se dá pelo
exame dos documentos que comprovem os direitos sobre o bem incorpóreo.
De acordo com a Resolução CFC n° 820/97, item 11.2.6.7, alínea “b”, quando o valor envolvido for
expressivo em relação à posição patrimonial e financeira e ao resultado das operações, o auditor
deve acompanhar o inventário físico realizado pela entidade, executando os testes de contagem
física e procedimentos complementares aplicáveis.
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8.7 OBSERVAÇÃO
1 - positivo;
2 - negativo.
1 - branco - quando não são indicados no pedido valores ou saldos a serem confirmados;
2 - preto - quando são indicados no pedido valores ou saldos, de um determinado período, a
serem confirmados.
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8.9 CÁLCULO
Se o auditor, durante a revisão analítica, não obtiver informações objetivas suficientes para dirimir
as questões suscitadas, ele deverá efetuar verificações adicionais, aplicando novos procedimentos
de auditoria, até alcançar conclusões satisfatórias.
Os procedimentos aplicáveis à auditoria das contas varia muito de acordo com o auditor. A título de
exemplificação, apresentamos alguns dos procedimentos básicos de auditoria que podem ser
aplicados aos principais elementos que compõem o balanço patrimonial. Além dos procedimentos
indicados, outros podem ser aplicados, de acordo com as circunstâncias.
8.12.1.1 DISPONIBILIDADES
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8.12.1.2 CRÉDITOS
Provisão para Devedores Duvidosos – revisão dos cálculos por meio da conferência da exatidão
aritmética do valor e inspeção para verificação dos documentos que serviram como base para a
fixação dos critérios de cálculo.
8.12.1.3 ESTOQUES
8.12.2.1 INVESTIMENTOS
8.12.2.2 IMOBILIZADO
Bens de Uso Permanente – inspeção dos documentos de aquisição de bens tangíveis e contratos
representativos de bens intangíveis; investigação e confirmação com fornecedores de bens móveis
e no Registro Imóveis, para comprovar a propriedade de imóveis; inspeção física para constatar a
existência dos bens; revisão dos cálculos nos casos de depreciação, amortização e exaustão
acumuladas.
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8.12.2.3 DIFERIDO
Capital Social – inspeção pelo exame de contrato ou estatuto e suas alterações; investigação e
confirmação na junta comercial do registro dos atos de constituição e alterações.
Reservas de Capital - inspeção pelo exame dos documentos (títulos, contratos, escrituras etc.) e
investigação e confirmação mediante circularização de pessoas relacionadas aos fatos geradores
das reservas.
Reservas de Lucros – verificação dos cálculos feitos na constituição das reservas; inspeção de
atas, relatórios e demais documentos que justifiquem a constituição.
O auditor deve fazer a análise do comportamento das receitas e despesas (revisão analítica),
procurando identificar variações que lhe parecem anormais e que mereçam uma verificação mais
detalhada dos documentos.
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Os procedimentos aplicados sobre as contas patrimoniais também têm reflexos sobre as contas de
resultado. Quando o auditor examina as duplicatas a receber, os elementos obtidos na
confirmação (circularização) servem também para a auditoria da receita de vendas a prazo, em
função do uso do método das partidas dobradas. Ao auditar os estoques, o auditor obtém
elementos que servem para a auditoria do custo das mercadorias vendidas. Ao revisar os cálculos
das provisões e da depreciação acumulada, auditor estará também verificando a correção dos
saldos das despesas com provisões e depreciação.
Normalmente, a confirmação e a observação não são feitas propriamente para as contas de
resultados. As informações obtidas por meio desses procedimentos se destinam, mais diretamente,
às contas patrimoniais.
A inspeção é adotado em relação às contas de resultado no que diz respeito ao exame de
documentos e livros. Em geral, não envolve a verificação da existência de ativos tangíveis.
Quando os controles internos da entidade auditada forem considerados inadequados, a melhor
ocasião para a adoção dos procedimentos de auditoria das contas de resultado é a data do
encerramento do exercício.
Capital Autorizado - no caso das sociedades anônimas, é um limite previsto no estatuto para
novas subscrições de capital sem a necessidade de alteração estatutária. É uma autorização
prévia para novas subscrições de capital, dentro de certo limite.
Capital Social ou Capital Social Subscrito - é o capital social fixado no estatuto ou contrato
social. Os sócios devem subscrever (assumir o compromisso de realizar) todas as ações ou cotas
em que se divide o capital social, ainda que seja realizada apenas uma parte do capital subscrito.
Capital Nominal ou Capital Declarado - é o capital social fixado no estatuto ou contrato social.
Também é conhecido como capital social ou capital social subscrito.
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Subscrição - ato pelo qual os sócios assumem o compromisso de realizar determinado valor a
título de capital social. A subscrição pode ser relativa a compromisso de realização do capital social
inicial ou a aumento do capital.
Capital a Realizar - é a parte do capital social subscrito que os sócios ainda não realizaram.
Capital Realizado - é a parte do capital social subscrito que os sócios já realizaram, em dinheiro,
outros bens ou créditos. É calculado pela diferença entre o capital social subscrito e o capital social
a realizar: Capital Realizado = Capital Subscrito - Capital a Realizar.
Capital Próprio - o mesmo que recursos próprios. É representado pelo patrimônio líquido.
Capital Imobilizado - é o ativo permanente imobilizado, quer dizer, são os bens de uso que têm
valor relevante e vida útil superior a 1 ano.
Capital Fixo - é o ativo permanente. Para alguns autores, o capital fixo é formado apenas pelo
ativo imobilizado.
Ativo Oculto - a expressão pode ser utilizada para indicar um elemento do ativo que não foi
reconhecido contabilmente ou a subavaliação do ativo. O ativo oculto representa os bens de
titularidade da empresa que não foram lançados em seus registros contábeis.
Ativo Líquido ou Capital Líquido - é o ativo total menos o passivo exigível. É equivalente ao
patrimônio líquido.
Ativo Real - são os elementos do ativo que efetivamente representam moeda ou que nela podem
ser convertidos. Normalmente, é o ativo total menos as despesas antecipadas e diferidas, uma vez
que estas, em regra, não são conversíveis em dinheiro.
Ativo Operacional - corresponde aos elementos do ativo que são aplicados nas atividades usuais
da empresa. É o ativo total menos os investimentos temporários e permanentes, adiantamentos,
empréstimos e demais ativos não usuais na exploração das atividades da sociedade.
Ativo Fixo ou Bens Fixos - é o ativo imobilizado. Alguns autores entendem que é o ativo
permanente total.
Ativo Médio ou Ativo Total Médio - é a média aritmética do ativo num determinado período. Pode
ser anual, semestral, mensal etc.
Bens de Venda - são os bens que a empresa mantém em constante rotatividade no desempenho
de suas atividades, destinando-os à comercialização. É o caso das matérias-primas, dos produtos
em elaboração, dos produtos acabados e das mercadorias.
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Bens de Renda - são os ativos destinados a atividades não usuais da empresa que podem gerar
renda. É o caso dos imóveis destinados à locação e das participações no capital de outras
sociedades.
Passivo Real - é o passivo total menos o patrimônio líquido. Corresponde ao passivo exigível,
representando as obrigações efetivas da sociedade.
Passivo Fictício - a expressão é utilizada para indicar o valor registrado no passivo exigível que
não corresponde efetivamente a uma obrigação. Exemplo: um valor registrado no passivo exigível
como empréstimo bancário, quando de fato não existiu o empréstimo.
Passivo Não Exigível - é o patrimônio líquido. O passivo não exigível são os recursos do passivo
total que não representam obrigações efetivas.
Capital Circulante ou Capital de Giro - é o ativo circulante, vale dizer, os bens e direitos
realizáveis a curto prazo.
Capital Circulante Líquido ou Capital de Giro Líquido- é a diferença entre o ativo circulante e o
passivo circulante (CCL = AC - PC).
Capital Circulante Próprio ou Capital de Giro Próprio - é a diferença positiva entre o ativo
circulante e o passivo circulante.
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EXERCÍCIOS
01- (AFRF/2002/ESAF) Quando a administração de uma entidade solicita, por carta postal, aos
seus clientes que respondam diretamente aos seus auditores independentes, caso não
concorde com o saldo em aberto informado, numa determinada data, tem-se uma
circularização:
a) branca
b) preta
c) positiva
d) negativa
e) atestatória
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a) positiva
b) negativa
c) preta
d) branca
e) aberta
a) Positivo
b) Em branco
c) Negativo
d) Em preto
e) Com divergência
a) Revisão analítica
b) Observação
c) Investigação e confirmação
d) Conferência de cálculo
e) Inspeção
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a) nos Investimentos
b) nas Contas a Receber
c) nas Contas a Pagar
d) no Ativo Imobilizado
e) no Disponível
a) Despesas Antecipadas
b) Ativo Diferido
c) Contas a Pagar
d) Patrimônio Líquido
e) Receitas e Despesas
a) Inspeção
b) Observação
c) Investigação e Confirmação
d) Revisão Analítica
e) Cálculo
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PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA
a) Ativo fictício
b) Ativo oculto
c) Passivo fictício
d) Passivo oculto
e) Ativo intangível
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a) revisão analítica
b) testes de observância
c) investigação e confirmação
d) eventos subseqüentes
e) carta de gerência
a) testes de observância
b) testes de indagação
c) procedimentos analíticos
d) testes substantivos
e) procedimentos de cálculo
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PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA
a) revisão analítica
b) cálculo
c) observação
d) investigação e confirmação
e) inspeção
a) circulação
b) carta de conforto
c) carta gerencial
d) circularização
e) carta de responsabilidade da administração
a) branca e preta
b) aberta e fechada
c) positiva e negativa
d) interna e externa
e) ativa e passiva
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a) reavaliação de imobilizado
b) saldos de fornecedores
c) saldos de clientes
d) cobertura de seguros
e) passivos contingentes
35- (AFTN/98/ESAF) Assinale a opção que apresenta um procedimento não aplicável à auditoria
dos estoques de materiais de uma entidade.
a) inspeção e cálculo
b) confirmação e observação
c) conferência de cálculo e registros
d) revisão analítica e inspeção
e) revisão analítica e cálculo
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o
37- (ISS/FORTALEZA/1998/ESAF) De acordo com a Resolução CFC n 700/91, a obtenção de
informações junto a pessoas ou entidades, externas ou internas, conhecedoras de
determinadas transações ou eventos da entidade auditada, é um procedimento técnico de
auditoria denominado
a) testes de observância
b) revisão analítica
c) transações com partes relacionadas
d) investigação e confirmação
e) carta de responsabilidade da administração
38- (AFTN/1996/ESAF) Das opções abaixo, assinale a que não corresponde a um procedimento
usual de auditoria.
39- (AFTN/1996/ESAF) Assinale a opção que representa alguns procedimentos técnicos básicos
de auditoria, conforme as normas de auditoria independente das demonstrações contábeis.
41- (AFTN/1996/ESAF) Para realização da contagem de Caixa, o auditor deverá tomar os cuidados
necessários para que o resultado seja válido. Indique a opção que não representa uma atitude
de zelo do auditor.
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43- (AFTN/1996/ESAF) Assinale a opção que representa um objetivo exclusivo de auditoria das
contas contábeis representativas do Ativo Imobilizado de uma empresa.
44- (AFTN/1996/ESAF) Indique a opção que não representa um ponto forte dos controles internos
das disponibilidades financeiras da empresa, considerando a execução dos trabalhos de
auditoria das demonstrações contábeis.
GABARITO
01 - D 12 - D 23 - C 34 - D
02 - C 13 - B 24 - C 35 - A
03 - A 14 - E 25 - D 36 - B
04 - E 15 - D 26 - A 37 - D
05 - D 16 - E 27 - D 38 - D
06 - C 17 - A 28 - E 39 - A
07 - E 18 - B 29 - D 40 - E
08 - C 19 - C 30 - C 41 - E
09 - A 20 - A 31 - B 42 - D
10 - D 21 - D 32 - B 43 - E
11 - E 22 - A 33 - A 44 - D
100