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LA ESTÉTICA Y LA DODECAFONIA

A crise da linguagem musical

 Em todas as épocas foi estabelecida uma relação entre a experiência musical e


a reflexão acerca dela por filósofos, musicólogos, críticos
 Relação entre os pensadores e a música – os teóricos podem influenciar o curso
da história da música (apoiando novas técnicas, por exemplo) e, por outro lado,
a realidade concreta da música , a maneira como esta é apresentada ao público
e a sua função social podem estimular o pensamento de filósofos.
 Períodos críticos ao longo da história da linguagem musical – períodos de
renovação onde “caem” as antigas estruturas e surgem outras completamente
novas – nova realidade pronta a ser interpretada, analisada e explicada pelos
teóricos – normalmente este papel é desempenhado pelos músicos perante a
partitura
 Exemplo do ponto anterior: Renascimento – aparecimento de novas formas
musicais e introdução de uma nova técnica de harmonia – período de grande
número de tratados teóricos – músicos pretendem defender a sua arte
 Poderá ser difícil dizer se a criação da dodecafonia foi tão importante na
primeira metade do século XX como foi o aparecimento da harmonia tonal no
séc. XVII
 Noção de que obviamente a música sofreu muitos momentos de crise como
estes e ainda hoje nos encontramos (filósofos, críticos, musicólogos) perante
uma realidade em constante transformação
 A crise e dissolução do sistema tonal tradicional encontrou uma saída com o
sistema dodecafónico do início de século XX.
 O abandono gradual da tonalidade plantou novamente na consciência estética
contemporânea um velho problema : o valor da harmonia a da tonalidade –
pensamento baseado em conceitos que acreditavam que a tonalidade seria
algo eterno e que a harmonia a expressão mais perfeita, completa e imutável
 No século XIX a harmonia começou a tornar-se mais complexo – aparecia um
numero cada vez maior de exceções às regras tradicionais de consonância
 Depois do estudo da música antiga e oriental, chegou-se à conclusão de que
havia música construídas conforme outros sistemas – criou dúvidas acerca da
naturalidade e racionalidade da harmonia – isto porque o sistema tonal não era
o único existente
 Questão do valor da tonalidade: referencial de forma na música – temas;
harmonia; ritmo, dependência; atração para a tónica
 Formulou-se uma interpretação do movimento dodecafónico que o pretende
enquadrar dentro de modelos pré-existentes ou mesmo forjar esquemas
novos
 No entanto, as interpretações mais interessantes da dodecafonia foram-nos
oferecidas pelos seus próprios inventores através de escritos autobiográficos e
dotados de um autoconhecimento crítico verdadeiramente admirável – por
outro lado estes podem padecer de um carater ambíguo, dado que este
movimento se apresentou como uma reação o romantismo.
Arnold Schoenberg e a poética dodecafónica

 Schoenberg – considerado o inventor da dodecafonia; atrés dos seus


“escritos” e da sua música as crises e incertezas que sofria a música nas
primeiras décadas do século XX.
 Expressou de forma dramática a crise e ambiguidade do seu tempo –
oscilações entre conceções diversas seguidas de revoluções,
arrependimentos, reflexões e retrocessos.
 Nas suas publicações, Schoenberg dedica inúmeras páginas a sua conceção
de arte. No entanto, aqui apresenta-se como um romântico tardio ligado ao
primeiro movimento expressionista alemão; não revela a sua personalidade
revolucionária e inovadora.
 Relação com o texto – ensaio de Schoenberg (talvez de 1912); Schoenberg
mostra inclinar-se para um rigoroso formalismo, afirmando que a música
devia ouvir-se com fins puramente musicais, uma postura que se traduz
numa posição aristocrática da música (e da arte, em geral); o feito de ouvir
música com fins puramente musicais é um privilégio concedido a muito
poucos, algo impossível aos críticos; ideia de que a música expressa a mais
profunda interioridade do homem e é fruto da inspiração e de um autentico
ato de iluminação do artista.
 Composição com doze notas – ensaio de Schoenberg (1941); fala da criação
num tom quase místico e religioso; os conceitos de criador e criação deviam
estar em harmonia com o modelo divino; Schoenberg propõe-se a justificar
teórica e historicamente a legitimidade do seu método de composição: o
sistema tonal clássico não é eterno e também não contém maior miséria do
que a de um desenvolvimento histórico que leva finalmente à dissolução
deste sistema (esta ultima parte não percebi – Google tradutor), assim
como, mais tarde, a substituição deste sistema pelo de composição com
doze notas.
 Este conceito de aristocracia e vocação artística domina em todos os
“escritos” de Schoenberg – “se é arte, não é para todos, se é para todos,
não é arte”. Este conceito, juntamente com o do valor profético da
mensagem dá ao seu pensamento uma inevitável veia romântico-
expressionista. Pensamento aliado de certa forma ao formalismo.
 Critérios de valorização da música (1927) – “a vida dos grandes homens
ensina-nos de que forma o impulso criador corresponde a um sentimento
instintivo e vital que nasce apenas para transmitir uma mensagem à
humanidade”; “Pessoalmente, tenho a sensação de que a música leva
dentro de si uma mensagem profética que revela uma forma de vida mais
elevada, para a qual evolui a humanidade”
 Apesar de tudo, estes ensaios de Schoenberg não o representam
totalmente – a parte mais intensa e revolucionária do seu pensamento
pode encontrar-se em outros ensaios de carater mais técnico onde ele fala
da sua obra e de problemas de carater técnico-musical.
 Sob a superfície romântico-expressionista, manifesta-se o Schoenberg
teorizador da dodecafonia onde, juntamente com a tendência mística(?),
aflora a sua personalidade formalista-construtivista, estabelecendo as
bases teóricas para uma profunda revolução da linguagem musical.
 Conceito fundamental da dodecafonia: emancipação da dissonância; uma
maior familiaridade com as consonâncias mais remotas (ou seja,
dissonâncias) foi eliminando gradualmente as dificuldades de compreensão
de acordes de sétima, nona, etc., presentes em Wagner, Strauss, etc.
 Emancipação da dissonância – suprimir a base de harmonia (ouvido
habituado a distinguir certos acordes como dissonantes e a esperar a sua
resolução); Consonância e dissonância tornam-se conceitos históricos. Já
não se esperava que uma dissonância fosse preparada ou resolvida;
dissonância passa a ter o mesmo valor que consonância – renúncia de um
centro tonal; exclusão da modulação (que pressupõe abandonar uma
tonalidade para entrar noutra, conceito que deixa de existir).
 Desmantelamento da harmonia implicava o abandono de uma estrutura
formal, o que resultou em infinitas possibilidades de combinações sonoras ,
liberdade ilimitada ou, até mesmo, caos.
 Irracionalismo do período atonal (que precede o método de composição
com doze notas) coincide com o período expressionista em que Schoenberg
não levantava o problema do rigor da estrutura logico-formal da obra
musical; escrevia com intuição, exaltado com a liberdade criativa de génio.
 Método de composição com doze notas faz reaparecer a sua segunda
natureza racionalista e construtiva. A sua música acusada de ser
intelectualista, árida e artificial.
 Série dodecafónica – novo esqueleto formal de qualquer composição; a
forma é a condição inevitável da compreensão da música, do seu valor
expressivo e do seu poder comunicativo; apesar disto, não existe nenhum
pensamento radical formalista da parte de Schoenberg. Forma é algo que
não entra em contradição com a confiança que ele tem no valor da
inspiração (inspiração – afirmação da necessidade expressiva sentida pelo
músico e veículo da mensagem do próprio ser humano.; obediência ao
“chefe supremo”; artista como portador de valores positivos; tudo isto se
traduz, num plano musical, na conceção de obra de arte com uma
organização lógica, formal, racional e compreensível.
 Este novo sistema dodecafónico criou problemas não só de ordem musical,
mas também de ordem filosófico-existencial – se a obra, na sua totalidade,
se baseia numa série, a liberdade criativa e inventiva do músico limita-se à
criação dessa série e, depois, ao exercício contrapontístico sobre a mesma.
 Problema: definir o conceito de liberdade na obra de arte.
 Tratado de harmonia (entre 1909 e 1911) - transcende as contingências do
momento em questão e representa o sector mais enérgico da sua
mensagem; escrito antes da formulação do seu método dodecafónico;
ensinava a compor música harmonicamente; apesar disso, Schoenberg não
deixa de mostrar o seu desejo de que a tonalidade não seja uma lei eterna
da música e que garantisse êxito a qualquer músico.
 Noção (de Schoenberg) de que não existem leis eternas, apenas indicações
que possuem algum valor até que condições novas as superem ou as
eliminem, de todo ou em parte; cada enunciado do tratado de harmonia de
carater provisório (muito interessante, isto!!)
 Schoenberg pretende basear-se na teoria dos harmónicos; continua a
servir-se dos conceitos de consonância e dissonância mas espera que num
futuro próximo esses conceitos percam o significado
 Schoenberg define o sistema temperado como um armistício por tempo
indeterminado. A única lei reconhecida como válida é a possibilidade de
mutação e evolução da arte, pois este reflete a vida com a sua mobilidade.
 O tratado de harmonia constitui marco fundamental da história da música
moderna: abre novos caminhos que permitem abordar os acontecimentos
mais imprevisíveis ao legitimar qualquer possibilidade de criação e por
estabelecer as bases teóricas e metodológicas que que permitirão, em sua
vez, o futuro desenvolvimento da dodecafonia.

 Fases transitórias de renovação artística


 Desaparecimento progressivo de estruturas antigas; novas propostas de
linguagem musical
 Coexistência temporária de estilos musicais mais antigos com novos estilos
 Importância da perspetiva teórica e estética
 Muitas vezes são os próprios músicos/ intérpretes que protagonizam a
reflexão de natureza teórica estética.
 Época caraterizada pela abundancia de tratados harmónicos
 O serialismo dodecafónico veio trazer uma alternativa ao sistema tonal
tradicional; procura uma solução de rotura do sistema tonal.
 Processo acentuou-se a partir dos finais do séc. XIX e marcou as primeiras
décadas do séc. XX.
 Exaustão do sistema da tonalidade – questionou-se a tonalidade que dava
prioridade a certos sons da série dos harmónicos
 12 sons – preencher cromático dentro da 8va justa; lidar com todos os sons
dentro da 8va justa que permanecia igual/ não mexida; comtempla todos
os sons de forma igual; todos os intervalos têm a mesma medida;
 Ideia de que a partitura deve escutar-se em “termos puramente musicais”
 Conotação aristocrática da música – música não é para todos – destinada a
um público; a arte não é para todos; se é para todos não é arte
 Papel essencial da inspiração – arte iluminada por um poder supremo/
entidade metafísica
 Partitura – veículo defende as ideias do criador; ligação à estética
metafísica/ criação (compositor/ partitura)
 Triangulo entre compositor, partitura e intérprete; público aparte;
 Composição com 12 notas – explora a ideia da emancipação da dissonância
– 2ª escola de Viena - Relacionada com a série de harmónicos; reflexão
acerca do significado estético da série dos harmónicos; harmónicos mais
agudos começam a equiparar-se com os mais graves; todos os sons no
mesmo plano de importância – necessidade de adotar esta nova conceção;
(consonância e dissonância tem razões culturais e fundamento na física do
som – equiparar a ordem dos harmónicos a uma régua cronológica de
aceitação dos mesmos como consonância)
 Isto não significa que não haja uma profunda lógica interna de organização,
típica do serialismo dodecafónico; outra forma de construir, não se
baseando na hierarquia de notas

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