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O Poder Legislativo
O Poder Legislativo

Módulo I – Aspectos gerais

Unidade 1 – Origem e evolução do Poder Legislativo

Para discorremos sobre a origem do Poder Legislativo é necessário remontarmos à


Idade Média, especificamente à Inglaterra do século XIII.
Foi naquele País que surgiu a ideia de “Parlamento”, conforme se depreende do seguinte
trecho:
“A Magna Carta Inglesa, assinada em 1215, mas tornada definitiva só em 1225, tornou-
se um símbolo da liberdade, por ter sido a base do desenvolvimento constitucional e fonte
de inspiração para que juristas dela extraíssem os fundamentos da ordem jurídica
democrática inglesa. Trazia em seu bojo os primeiros traços do governo representativo,
a organização das assembleias políticas, as imunidades parlamentares, a ilegitimidade da
tributação sem participação dos representantes do povo (...). ” (Fonte: Charles Soares de
Oliveira. A representação política ao longo da História).
Para compreender melhor as atribuições do Legislativo em vários países, bem como
sua evolução no Brasil, sugerimos a leitura do texto 'Os Poderes do Legislativo brasileiro
- uma análise comparada e histórica', do Professor Júlio Roberto de Souza Pinto, disponível
na Biblioteca deste curso, em 'Textos complementares'.

Absolutismo

Esse processo foi complexo e longo. Iremos apenas contextualizá-lo para que você
tenha uma noção básica sobre o seu surgimento.
O Poder, na Inglaterra, era exercido pelo rei, senhor soberano que encarnava em si
todo o Poder daquela sociedade. Vivia-se o período conhecido como Absolutismo.
Mas o que significava uma sociedade pautada pelo Absolutismo?
“...aquela forma de Governo em que o detentor do poder exerce este último sem dependência
ou controle de outros poderes, superiores ou inferiores...”;

Ou então:
“Sistema político em que a autoridade soberana não tem limites constitucionais. ”

Ou:
“Sistema político que se concretiza juridicamente através de uma forma de Estado em que
toda a autoridade (poder legislativo e executivo) existe, sem limites nem controles, nas mãos
de uma única pessoa. ”
Assembleia

Nesse contexto, o monarca, a seu bel-prazer, instituía impostos seja para captar
recursos para fazer frente às diversas guerras da época, seja para manter a estrutura da
corte.
Entretanto, esses tributos oneravam os diversos segmentos sociais. Assim, a
aristocracia e os comerciantes reuniam-se em assembleias para debater essas
– e outras – dificuldades que afligiam toda a comunidade.
Após um longo processo de disputa de Poder, essa assembleia evoluiu para o modelo
de Poder Legislativo, existente nos dias atuais.

O Juiz

Surgiu, então, a divisão de Poderes na qual o rei só poderia instituir ou aumentar


os tributos com a concordância do Parlamento.
Com o tempo, essa função de limitar o poder monárquico de instituir taxas e impostos
evoluiu no sentido de o Parlamento representar um espaço público de repercussão de toda e
qualquer situação relevante ocorrida na sociedade. Surge o embrião dos poderes Legislativo
e Executivo. Entretanto, a relação entre o monarca e a assembleia às vezes era conflituosa
e tensa. Necessitava- se de outro ator social para pôr fim aos impasses: nasce, neste
momento, a figura de um mediador com poder de decisão para decidir os conflitos: o “juiz”,
que será o embrião do nosso Poder Judiciário.

Organização do Estado

No âmbito teórico, diversos estudiosos se debruçaram sobre esse assunto, em especial


o pensador e filósofo Montesquieu, que nos legou a clássica organização dos Poderes do
estado moderno e suas respectivas funções: Executivo, Legislativo e Judiciário.
Montesquieu sugeriu que não haveria melhor garantia para a liberdade dos cidadãos
e para o funcionamento das instituições políticas do que a divisão tripartite dos poderes do
Estado.
Essa divisão do Poder nas funções Executiva, Legislativa e Judiciária não é absoluta.

Atribuições

De fato, a cada Poder é atribuída uma função primordial. Isto é, ao Executivo cabe,
principalmente, administrar os bens e recursos de toda sociedade; ao Legislativo compete,
fundamentalmente, elaborar as normas legais; e, por fim, ao Judiciário cabe a função de
dirimir os conflitos existentes na sociedade. Esses papéis são realizados de forma
harmoniosa e cooperativa entre tais instituições
Podemos afirmar que legislar é típica função do Poder Legislativo, embora ele também exerça,
de forma atípica, a função jurisdicional quando julga seus processos administrativos, bem
como a função administrativa em relação aos seus bens, recursos e patrimônios.
Temos então:
Curiosidades

No entanto, no decorrer dos tempos, o Parlamento mudou muito. Não só no que diz
respeito ao seu papel institucional, mas a sua própria composição se alterou: se, de início,
era um espaço político exclusivamente masculino, com o passar dos anos permitiu-se o
acesso das mulheres às cadeiras legislativas, bem como a outras minorias sociais que cada
vez mais estão presentes nos parlamentos dos países democráticos.

Voto Feminino

E, no Senado Federal, a primeira mulher a ocupar uma cadeira foi Eunice Michiles,
que assumiu o posto, em 1979, com a morte do titular do cargo, o Senador João Bosco de
Lima.

Origem do termo “Parlamento”

O professor Vamireh Chacon, em sua obra História do Legislativo Brasileiro –


Congresso Nacional, expõe que “Parlamento vem do latim medieval parlare, falar, isto é,
parlatório, lugar onde falavam politicamente os conselheiros do rei. Em muitos dos iniciais
Países europeus tinham sido institucionalizadas suas periódicas reuniões, de início na
Corte, depois em edifícios próprios e com cada vez maior autonomia. As primeiras
reivindicações, daí as primeiras competências do Parlamento, foram a fiscalização das
despesas do Estado e as garantias individuais da nobreza à burguesia, em seguida ao
povo, por sucessivas revoluções e reformas. ”
Aproveite, acesse o link e navegue em nossa legislação! Link:
http://www2.planalto.gov.br/acervo/legislacao

Unidade 2 – Conceito, papel e especificidades do Poder Legislativo


Conceituar o que seja o Poder Legislativo não é uma das tarefas mais fáceis. Talvez as
frases seguintes, em seu conjunto, permitam-nos compreender o significado de tão
importante instituição:
 “O Legislativo é a instituição responsável pela elaboração das leis de uma
determinada comunidade. ”
 “O Legislativo é o Poder que sintetiza e encarna a ideia de democracia. ”
 “O Legislativo é a instituição representativa dos diversos segmentos da sociedade. ”
 “O Legislativo é o espaço público em que as disputas sociais e os conflitos de
interesses são redimensionados e transformados em consensos. ”
 “O Legislativo é a caixa de ressonância da sociedade. ”
 “O Legislativo é o local em que os grandes temas de um país são debatidos e
solucionados. ”
 “O Legislativo é o depositário da Soberania nacional. ”
 “O Legislativo é o espelho da opinião nacional. ”
Função do Poder Legislativo
De fato, o Parlamento se caracteriza por ser o local por excelência do debate, da
discussão, da negociação, na busca do consenso, o que o torna a instância mais afinada com
os princípios e as regras democráticas.
É o Parlamento a instituição por excelência que melhor reflete a diversidade de opiniões,
valores e tendências existentes em uma determinada sociedade. Norberto Bobbio, em
seu Dicionário de Política, expõe a seguinte definição de o que seja o Parlamento:
E qual é a função do Poder Legislativo?
Entre as funções que o Legislativo exerce nas sociedades modernas, destacaremos
três que se destacam pela sua visibilidade:
 Função Legiferante;
 Função Fiscalizadora;
 Função Educativa.

Função Legiferante
Quando pensamos no papel do Poder Legislativo, a primeira coisa que nos vem à
mente é a elaboração das leis, isto é, das normas jurídicas que irão nos dizer o que podemos
ou não fazer, quais são os nossos direitos e os direitos dos outros. Em resumo, as regras
de cumprimento obrigatório que norteiam uma determinada sociedade. Como já visto antes, o
papel de legislar é, indubitavelmente, a função primordial dos Parlamentos modernos.

Função Educativa

Mas como assim “educar”?


É nesse espaço público – o Legislativo – que as propostas que afetam diretamente o
interesse de todos os cidadãos são apresentadas, debatidas transformadas em normas
legais. Nesse processo de criação das leis é muito comum que os segmentos organizados
da sociedade (sindicatos, confederações de trabalhadores e empregadores, ONGs,
associações, etc.) sejam ouvidos, apresentem suas ideias e colaborem com os
parlamentares. Por exemplo, isto ocorre frequentemente nas Audiências Públicas realizadas
pelas duas Casas Legislativas.
Norberto Bobbio, em seu Dicionário de Política, classifica as funções fundamentais
dos Parlamentos da seguinte forma:

 de Representação --> o Parlamento é o espaço para as manifestações dos diversos


segmentos e grupos sociais.
 de Legislação --> o Parlamento tem como a sua mais típica função a atividade
legislativa.
 de Controle do Executivo --> o Parlamento exerce o controle do Executivo e
das atividades dos seus setores burocráticos.
 de Legitimação --> o Parlamento ajuda a conferir ou a subtrair legitimidade
política ao Governo.
Curiosidade
Módulo II – Aspectos constitucionais e históricos do Legislativo brasileiro

Unidade 1 – O Legislativo no Império

Em 1823, O Imperador D. Pedro I convoca a Assembleia Geral, Constituinte e Legislativa


do Império do Brasil, que se instala na cidade do Rio de Janeiro.
Octaciano Nogueira, em seu livro O Poder Legislativo no Brasil (1821-1930), observou
o seguinte sobre o processo eleitoral daquela época:
“As freguesias ou povoações indicavam compromissários que, reunidos nas 81 cabeças
de Distrito em que foi dividido o Brasil (incluindo a Cisplatina), elegiam os Deputados mediante o
voto exarado em cédula escrita. ”

Continua o autor:
“Os Deputados para a Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Reino do Brasil não
podem por ora ser menos de 100. ”

Voto Censitário

Frisa-se que as províncias de Minas Gerais, Bahia e Pernambuco, juntas, foram


responsáveis pela eleição de quase a metade dos Deputados naquele pleito: exatos 46
parlamentares.
À época, para se ter direito ao voto exigia-se das pessoas uma determinada renda
mínima, era o que se chamava de voto censitário, que caracterizava as eleições em toda a
Europa, com a exceção da Suíça, que adotara o voto universal já em 1830.
Como reflexo do voto censitário, são oportunos os comentários do professor Vamireh
Chacon:
“Com o resultado de, em 1881, próximo da proclamação da República, o Brasil só ter
cento e cinquenta mil eleitores numa população de doze milhões de habitantes. Acontece
que esta regra [do voto censitário] se originava em inspiração europeia: a Grã-Bretanha praticou
o critério censitário nada menos que até 1918”. (grifo nosso). (Fonte: História do Legislativo
Brasileiro – Congresso Nacional. Volume IV. Brasília. 2008).

Conflitos

À época, são notórios os conflitos entre o monarca e a Assembleia Constituinte,


como se observa do próprio Projeto de Constituição engendrado pelo Parlamento, que não
previa a existência nem do Poder Moderador, nem tampouco do direito de dissolver a Câmara
dos Deputados, prerrogativas vislumbradas pelo Imperador.
Em 12 de novembro de 1823, a Assembleia Constituinte foi dissolvida por Decreto
do Imperador, e, em seu lugar, cria-se um Conselho de Estado com o objetivo de elaborar novo
Projeto de Constituição.
Alguns meses depois, em 25 de março de 1824, D. Pedro I outorga à Nação a primeira
Constituição brasileira.

Constituição de 1824

A Constituição de 1824 reconhecia, em seu art. 10, a existência, no Brasil, de quatro


poderes: o Legislativo, o Moderador, o Executivo e o Judicial.
O Poder Moderador, exercido diretamente pelo Imperador, situava-se acima dos
demais Poderes previstos na clássica tripartição de Montesquieu, permitindo ao monarca
interferir nos assuntos do Executivo e do Legislativo.
Na verdade, a estrutura de Poder existente naquela época estava fundamentada na
concentração do poder nas mãos do Imperador. E isso se refletia, sobremaneira, no perfil do
Poder Legislativo que iria marcar todo o período de nossa história Imperial.
Organograma da Constituição de 1824

O imperador reinava absoluto sobre os outros poderes do império Organização dos

poderes segundo a Constituição de 1824

Poder Legislativo

Em relação ao Poder Legislativo, temos que ele sempre foi, no Brasil, em nível nacional,
bicameral, isto é, constituído por duas Casas de Leis.
Prova disso é a previsão, estabelecida já na Constituição de 1824, de que o Poder
Legislativo seria delegado à Assembleia Geral, constituída pela Câmara de Deputados e Câmara
de Senadores (Senado), com a sanção do Imperador.

Temos então:

 Poder Legislativo
 Assembleia Geral
 Câmara de Deputados
 Câmara de Senadores (ou Senado)

Eleições

Como funcionavam as eleições?

Os cidadãos ativos reuniam-se nas Assembleias Paroquiais para elegerem os eleitores


de Província, e estes, por sua vez, elegiam os Deputados e Senadores.
E quem eram esses cidadãos ativos?
Nas eleições primárias votavam: os cidadãos brasileiros no gozo de seus direitos políticos
e os estrangeiros naturalizados que tivessem a renda líquida anual de 100 mil réis por bens de
raiz, indústria, comércio ou emprego.
Eram excluídos de votar nas Assembleias Paroquiais:

· os menores de 25 anos (salvo os casados; os oficiais militares maiores de 21 anos; os


bacharéis formados e clérigos de Ordens Sacras);
· os filhos de famílias que estivessem na companhia de seus pais (salvo se servissem
ofícios públicos);
· os criados de servir (em cuja classe não entram os guarda-livros e primeiros-
caixeiros das casas de comércio, os criados da Casa Imperial que não fossem de
galão branco, e os administradores das fazendas rurais e fábricas);
· os religiosos e quaisquer que vivessem em comunidade claustral. E quem eram
os eleitores de província?

Todos aqueles que podiam votar nas Assembleias Paroquiais, estavam aptos a eleger os
deputados e senadores do Império, exceto:

· os que não tivessem de renda líquida anual 200 mil réis por bens de raiz, indústria,
comércio ou emprego;
· os libertos;
• os criminosos pronunciados em querela ou devassa.
Quem poderia ser eleito Deputado ou Senador

E quem poderia ser eleito Deputado ou Senador?

Podia ser eleito Deputado todo e qualquer eleitor de província, exceto:

· os que não tivessem 400 mil réis de renda líquida anual;


· os estrangeiros naturalizados;
· os que não professassem a religião do Estado.

Podia ser eleito Senador todo e qualquer eleitor de província que:

· fosse cidadão brasileiro no gozo dos direitos políticos;


· tivesse a idade mínima de 40 anos;
· fosse pessoa de saber, capacidade e virtudes, com preferência os que tivessem
prestado serviços à Pátria;
· tivesse rendimento anual, por bens, indústria, comércio ou emprego, de 800 mil réis.

Domicílio Eleitoral

No Império, os cidadãos eram elegíveis em cada distrito eleitoral para o cargo de


Deputado ou de Senador mesmo que ali não tivessem nascido ou fossem residentes ou
domiciliados. O princípio do domicílio eleitoral é regra que, no Brasil, só surge com a
República, quando a lei passa a impor, como condição de elegibilidade, um número determinado
de anos de residência no Estado por onde o candidato deseja ser eleito.

A questão da Escravidão

Se hoje em dia, o voto é universal, exercido por cerca de 140 milhões de cidadãos,
não podemos esquecer que durante o Império (até 1888, com a Abolição da Escravatura)
uma imensa parcela da população brasileira estava alijada do processo eleitoral: os escravos.
E, sem dúvida, o Parlamento Imperial foi palco de inúmeros debates entre os
abolicionistas e os defensores do sistema escravocrata.

Curiosidade

Você sabia que pela Constituição de 1946...

Cada legislatura durava 4 anos?

Os Deputados e senadores recebiam anualmente igual subsídio e ajuda de custo. Esse


subsídio era dividido em duas partes: uma fixa, que se pegava no decurso do ano, e outra variável,
correspondente ao comparecimento?
O Deputado ou Senador investido na função de Ministro de Estado, inventor federal ou
secretário de Estado não perdia o respectivo mandato. Nesses casos, convocava-se o
respectivo suplente?
Cada Território era representado por 1 Deputado?
Da Câmara dos Deputados e do Senado no Império

Da Câmara dos Deputados no Império

À Câmara Dos Deputados, eletiva e temporária, cabia a iniciativa privativa sobre


impostos, reforma da Constituição, discussão das propostas feitas pelo Poder Executivo e
escolha da nova Dinastia no caso de extinção da existente.
Além disso, cabia a ela apresentar acusação contra ministros e conselheiros de Estado.

Do Senado no Império

Conforme a Constituição, cada província tinha tantos Senadores, todos vitalícios,


quantos fossem a metade de seus respectivos deputados.
Sobre essa questão da vitaliciedade senatorial, oportuno o seguinte comentário:
“A vitaliciedade do Senado foi sempre, desde 1831, objeto de ampla e permanente
contestação dos liberais, tendo permanecido, no entanto, como preceito constitucional até a
proclamação da República. ” (Constituições Brasileiras – 1824. Volume I. Octaciano Nogueira).
Se o número de Deputados da Província fosse ímpar, o número de Senadores se
restringiria à metade do número imediatamente menor. Como exemplo, uma província que tivesse
11 Deputados, elegeria 5 Senadores.
A província que elegesse apena um Deputado tinha garantida a eleição de um Senador,
independentemente da regra acima.
As eleições eram feitas da mesma maneira que as eleições para Deputados, mas em
listas tríplices, com o Imperador escolhendo o terço na totalidade da lista.
Diferentemente de hoje em dia, em que cada Senador é eleito com 2 suplentes, quando
se vagava o cargo de Senador realizava-se nova eleição, isto é, não havia a figura do Suplente
de Senador.

Hoje
Curiosidade

Algumas atribuições exclusivas do Senado durante o Império:

· Conhecer dos delitos individuais cometidos pelos membros da Família Imperial, Ministros
de Estado, Conselheiros de Estado e Senadores, e dos delitos dos Deputados durante o
período da Legislatura.

· Convocar a Assembleia Geral no caso de morte do Imperador para a eleição da Regência.


No Império, o Poder Legislativo exerceu – além da típica função legislativa – um papel
político fundamental, adaptando-se às especificidades de cada um de seus períodos, seja
durante o primeiro reinado, na fase da regência ou mesmo no decorrer do longo reinado de Dom
Pedro II.

Atenção

Nesse sentido, oportuno o comentário do historiador Boris Fausto, em sua


obra História do Brasil:
“Afora a abolição da escravatura, uma das medidas mais importantes do
Império na década de 1880 foi a aprovação de uma reforma eleitoral conhecida como
Lei Saraiva, em janeiro de 1881. (...) A reforma eleitoral estabeleceu o voto direto
para as eleições legislativas, acabando assim com a distinção restritiva entre votantes
e eleitores. Todos, isto é, as pessoas em condições de votar, eram agora eleitores.
Manteve-se a exigência de um nível mínimo de renda – o censo econômico – e
introduziu-se claramente, a partir de 1882, o censo literário, isto é, daquele ano
em diante só poderiam votar as pessoas que soubessem ler e escrever. O direito
de voto foi estendido aos não- católicos, aos brasileiros naturalizados e aos libertos.

Para refletir
Unidade 2 – O Legislativo na República

O Parlamento à luz da Constituição de


1891

Com a Proclamação da República, o Brasil ganha, em 1891, uma nova


Constituição.
Já não fazia sentido a existência de um Poder Moderador, marca registrada
da nossa fase Imperial, sobreposto aos demais Poderes do Estado.
O sistema eleitoral sofre modificações substanciais, haja vista a lógica
republicana ter como fundamento a ideia de que o poder tem como legítimo titular
o povo, que, direta ou indiretamente, escolhe os seus representantes.

Coronelismo

Evidentemente, precisamos relativizar a perspectiva desse poder popular. As primeiras


décadas de nossa República caracterizaram-se pela concentração do poder nas mãos de uma
elite que comandava e orientava o voto da grande massa da população brasileira. Foi o
período do fenômeno do “coronelismo” e do “voto de cabresto”.
O conceito de “coronelismo” foi construído pelo saudoso professor Victor Nunes Leal:
“...concebemos o coronelismo como resultado da superposição de formas desenvolvidas
do regime representativo a uma estrutura econômica e social inadequada. (...) o coronelismo
é sobretudo um compromisso, uma troca de proveitos entre o poder público, progressivamente
fortalecido, e a decadente influência social dos chefes locais, notadamente, dos senhores de
terras. ” (retirado da obra de Victor Nunes Leal. Coronelismo, Enxada e Voto – o Município e o
Regime Representativo no Brasil).

Congresso Nacional

Agrega-se, ainda, a questão de que o nosso colégio eleitoral era extremamente reduzido
(não votavam as mulheres e os analfabetos, por exemplo).
A Constituição de 1891 estabelecia que o Poder Legislativo fosse exercido pelo
Congresso Nacional, este composto de dois ramos: a Câmara dos Deputados e o Senado Federal.
Foi com a República que se consagrou a expressão Congresso Nacional para denominar
a reunião conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
A mudança de regime político não alterou o formato bicameral de nosso Parlamento. De
fato, o princípio do bicameralismo é marca registrada de nossa história política seja na fase
Imperial, seja na Republicana.
O Congresso Nacional se reunia, independentemente de convocação, em 3 de maio de
cada ano, funcionando por 4 meses, podendo esse prazo prorrogado, adiado ou haver
convocação extraordinária, se necessário.
Uma peculiaridade interessante nessa questão é de que a faculdade de prorrogar as
sessões legislativas era algo facultado apenas ao próprio Parlamento, diferentemente da
fase Imperial, em que essa prerrogativa era exclusividade do Poder Executivo.

Curiosidade

Você sabia que no início da República: A legislatura durava três


anos?
Vagando cargo no congresso Nacional, por qualquer causa, inclusive renúncia, o Governo
do Estado determinava imediatamente que se procedesse a nova eleição?
As deliberações eram tomadas por maioria de votos, achando-se presente a maioria
absoluta de seus membros?
Durante as sessões os Senadores e os Deputados recebiam o mesmo subsídio
pecuniário?

Condições de elegibilidade para o Congresso Nacional

· Estar na posse dos direitos de cidadão brasileiro e ser alistado como eleitor.
· Para a Câmara, ser cidadão brasileiro há mais de 4 anos e para o Senado
Federal há mais de 6 anos.
· Para o Senado Federal era necessário ter mais de 35 anos de idade.

Da Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados era composta de representantes do povo eleitos pelos


Estados e pelo Distrito Federal, mediante o sufrágio direto, garantindo-se a representação da
minoria.
O número de Deputados era fixado por lei em proporção que não excedia de um por
70 mil habitantes, não devendo esse número ser inferior a 4 por Estado.

Do Senado Federal

A Constituição de 1891 estabeleceu em 3 o número de Senadores por Estado e pelo


Distrito Federal, todos eleitos pelo mesmo processo da eleição dos Deputados. O mandato
dos Senadores eleitos durava 9 anos e a renovação do Senado ocorria pelo terço trienalmente.
Naquela época, o Vice-Presidente da República ocupava o cargo de Presidente do
Senado. Entretanto, a ele só era dado o direito de voto de qualidade (desempate).
Algumas das atribuições privativas do Congresso Nacional segundo a Constituição
de 1891:

- Autorizar o Poder Executivo a contrair empréstimos e a fazer operações de crédito.


- Orçar a receita, fixar a despesa federal anualmente e tomar as contas da receita e
despesa de cada exercício financeiro.
- Autorizar o governo a declarar guerra, se não tiver lugar ou malograr-se o recurso do
arbitramento, e a fazer a paz.

- Mudar a capital da União.


- Criar e suprimir empregos públicos federais, fixar-lhes as atribuições, estipular- lhes os
vencimentos.

Para refletir
O Legislativo à luz da Constituição de 1934

Com a Revolução de 1930 e o fim da República Velha, chega ao Poder Getúlio


Vargas, representante de novos atores políticos. A estrutura legal herdada da República
Velha já não mais correspondia aos anseios do povo e, principalmente, das novas elites
políticas.
Esse período da história parlamentar brasileira restringe o papel exercido pela Casa
Alta – O Senado Federal – ao determinar, conforme a CF/1934, que o Poder Legislativo
fosse exercido pela Câmara dos Deputados com a colaboração do Senado Federal.
A Lei Maior previa, ainda, que a Câmara dos Deputados fosse composta de
representantes do povo, eleitos mediante o sistema proporcional e sufrágio universal,
igual e direto, e de representantes eleitos pelas organizações profissionais na forma que a
lei indicasse.

Representação Classista

De fato, essa é a grande novidade em nosso Legislativo: a existência da


representação classista, isto é, indivíduos eleitos por sindicatos de empregados e de
empregadores.
O número total de Deputados era calculado da seguinte maneira: o de deputados
representantes do povo era calculado proporcionalmente à população de cada Estado e do
Distrito Federal, não podendo exceder de um por 150 mil habitantes até o máximo de vinte, e
deste limite para cima, de um por 250 mil habitantes. Os representantes das profissões, em total
equivalente a um quinto da representação popular.
Frisa-se que os Deputados representantes das profissões eram eleitos, na forma de
lei ordinária, por sufrágio indireto de associações profissionais que representassem as
seguintes divisões: 1 – lavoura e pecuária; 2 – indústria; 3 – comércio e transportes; e 4 –
profissões liberais e funcionários públicos.
Essa representação profissional deveria garantir a representação igual, para as três
primeiras categorias, de empregados e de empregadores.

Condições de elegibilidade

Eram elegíveis para a Câmara dos Deputados os brasileiros natos, alistados eleitores
e maiores de 25 anos, sendo que os representantes das profissões deveriam, ainda, pertencer
a uma associação compreendida na classe e grupo que os elegessem.

Curiosidade
Você sabia que ...

A legislatura durava 4 anos?


A Câmara dos Deputados reunia-se, anualmente, no sia 3 de maio?
A Câmara dos Deputados funcionava durante 6 meses, podendo ser convocada
extraordinariamente por iniciativa de um terço dos seus membros, pela Seção Permanente do
Senado Federal ou pelo Presidente da República? Era extensiva aos suplentes de Deputados
a imunidade prevista aos titulares dos cargos que não podiam ser processados criminalmente,
nem presos, sem licença da Câmara dos Deputados, salvo no caso de flagrância em crime
inafiançável?
Os territórios elegiam 2 Deputados?
Os deputados recebiam uma ajuda de custo por sessão legislativa e durante a mesma
percebiam um subsídio pecuniário mensal?

Atribuições privativas do Poder Legislativo

· Votar anualmente o orçamento da receita e da despesa.


· Criar e extinguir empregos públicos federais, fixar-lhes e alterar-lhes os
vencimentos sempre.
· Por lei especial.
· Legislar sobre todas as matérias de competência da União.

Extensão do direito do voto às mulheres

Com o Código Eleitoral de 1932, as mulheres brasileiras obtiveram o direito ao


voto. A inclusão dessa grande parcela da população representou a eliminação dos
obstáculos existentes à universalização do voto. A grande barreira que persistiu
foi a proibição do voto aos analfabetos, que conquistaram esse direito com a
Constituição de 1988.

O direito ao voto feminino em alguns países do


mundo:

· Estados Unidos (1920);


· Grã-Bretanha (1928);
· Portugal (1931);
· França (1945); e
· Suíça (1971).

Para refletir
O Poder Legislativo à luz da Constituição de 1937

O Poder Legislativo à luz da Constituição de 1937

Em 1937, Getúlio Vargas rompe com os princípios democráticos e instaura o período


conhecido na história como Estado Novo.
A Constituição de 1937 estabelecia, em seu art. 38, que o Poder Legislativo seria
exercido pelo Parlamento Nacional com a colaboração do Conselho da Economia Nacional e
do Presidente da República. O Parlamento Nacional colaboraria com pareceres nas matérias da
sua competência consultiva, e o Presidente da República colaboraria com a iniciativa e sanção
dos projetos de lei e promulgação dos decretos-leis autorizados pela própria Constituição.

Parlamento Nacional

Por sua vez, o Parlamento Nacional seria composto por duas câmaras: a Câmara
dos Deputados e o Conselho Federal.
Anualmente, o Parlamento Nacional se reuniria na Capital Federal na data de 3 de maio
e funcionaria por 4 meses. Qualquer prorrogação, adiamento ou convocação extraordinária
somente se daria por iniciativa do Presidente da República. Cada Legislatura duraria 4 anos.
De fato, infelizmente, esse período de nossa história parlamentar, na prática, transferiu
todo o Poder Legislativo ao então Presidente da República, Getúlio Vargas, que o exercia por
meio de Decretos-Lei.
Mas os mais jovens poderiam pensar que essa “história” de Decreto-Lei é algo do
passado, da década de 1930, algo que não nos afeta mais, não é?
Não é assim, e a sobrevivência de legislações antigas confirma isso.
Vivemos em um “mundo jurídico” em que algumas imposições legais (isto é, leis que não
foram devidamente elaboradas, debatidas e votadas pelo órgão mais democrático de uma
sociedade moderna: o Legislativo) são frutos de uma vontade não democrática. Exemplo:

Código Penal: Decreto-Lei nº 2.848/1940.

Consolidação das Leis do Trabalho – CLT: Decreto-Lei nº. 5.452/1943.

Preenchimento de vagas no Parlamento

As vagas que surgissem seriam preenchidas por eleição suplementar (no caso da
Câmara dos Deputados) e por eleição ou nomeação, conforme o caso (em se tratando do
Conselho Federal).

A Constituição de 1937 previa, ainda, que em caso de manifestação contrária à existência


ou independência da Nação ou incitamento à subversão violenta da ordem pública ou social,
poderia qualquer das duas Casas, por maioria de votos, declarar vago o lugar do Deputado
ou membro do Conselho Federal, autor da manifestação ou incitamento.

Da Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados seria composta de representantes do povo, eleitos mediante


sufrágio indireto. Os eleitores eram os vereadores das Câmaras Municipais, e, em cada
município, 10 cidadãos eleitos por sufrágio direto no mesmo ato da eleição da Câmara
Municipal.
Essa Constituição estabelecia, ainda, que o número de Deputados por Estado deveria
ser proporcional à população e fixado por lei, não podendo ser superior a 10 nem inferior a 3 por
Estado.
Do Conselho Federal

O Conselho Federal era composto de representantes, com mandatos de 6 anos,


dos Estados e de 10 membros nomeados pelo Presidente da República.
Cada Estado elegeria seu representante por meio de sua Assembleia Legislativa.
Entretanto, o Governador do Estado poderia vetar o nome escolhido e, neste caso, só seria
definitivamente eleito se confirmada sua eleição por dois terços de votos da totalidade dos
membros da Assembleia.
Para ser eleito representante dos Estados era necessário ser brasileiro nato maior de
35 anos, alistado eleitor e que houvesse exercido, por espaço nunca menor de 4 anos, cargo de
governo na União ou nos Estados.
Frisa-se, ainda, que o Conselho Federal era presidido por um Ministro de Estado,
designado pelo Presidente da República.

Iniciativa das Leis

A Constituição de 1937 previa em seu art. 64 que a iniciativa dos projetos de lei cabia, em
princípio, ao Governo. Além disso, em todo caso, não seriam admitidos como objeto de
deliberação projetos ou emendas de iniciativa de qualquer das Câmaras que versassem
sobre matéria tributária ou que resultassem aumento de despesa.

Ademais, a nenhum membro de qualquer das Câmaras caberia a iniciativa


de projetos de lei. Essa iniciativa só poderia ser tomada por um terço de
Deputados ou de membros do Conselho Federal.
Qualquer projeto iniciado em uma das Câmaras teria suspenso o seu
andamento se o Governo comunicasse o seu propósito de apresentar projeto que
regulasse o mesmo assunto.

Curiosidade

Você sabia que...

Embora a Constituição de 1937 seja reflexo de um período ditatorial, ela foi


a que, até então, mais vislumbrou as práticas plebiscitárias. As Constituições de
1824, 1891 e 1934, em seus textos, não se referiam momento ao instrumento do
plebiscito, tipicamente presente nos países democráticos?
Francisco Campos, jurista e político nomeado Ministro da Justiça, foi o
elaborador intelectual da Carta de 1937?
Todos os partidos políticos foram dissolvidos, de acordo com o
Decreto-lei n° 37, de 2 de dezembro de 1932, e os trabalhos legislativos foram
suspensos de 10 de novembro de 1937 a 31 de janeiro de 1946?
O Poder Legislativo à luz da Constituição de 1946

Com a queda de Getúlio Vargas e o processo de redemocratização do


país, torna-se necessária a elaboração de uma Constituição que refletisse esse novo
período: cria-se, assim, a Constituição de 1946.

Essa Constituição devolveu as prerrogativas inerentes ao Poder Legislativo, ao


estabelecer, em seu artigo 37, que esse Poder fosse exercido pelo Congresso Nacional,
composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.
Sobre essa Constituição, o historiador Boris Fausto, na obra História do Brasil, comenta
que:
“No capítulo referente à cidadania, o direito e a obrigação de votar foram conferidos
aos brasileiros alfabetizados, maiores de dezoito anos, de ambos os sexos. Completou-se assim,
no plano dos direitos políticos, a igualdade entre homens e mulheres. A Constituição de 1934
determinava a obrigatoriedade do voto apenas para as mulheres que exercessem função pública
remunerada. ”

Decoro Parlamentar

Em relação ao Poder Legislativo, frisa-se que até então as constituições brasileiras não
previam a punição dos parlamentares indisciplinados ou de procedimento incompatível com
as suas funções. A Constituição de 1946 previa que perderia o mandato, por 2/3 dos votos, o
Deputado ou Senador cujo procedimento fosse reputado incompatível com o decoro parlamentar.
Aliomar Baleeiro e Barbosa Lima Sobrinho apontam, na obra Constituições Brasileiras
– 1946, que já na primeira Legislatura desse período de redemocratização esse comando
constitucional foi aplicado:
“Essa pena extrema foi aplicada, logo na primeira legislatura, ao Deputado E. Barreto
Pinto, que permitia a jornais e revistas fotografá-lo de casaca e cuecas com uma garrafa de
champanhe sob o chuveiro, além de criar repetidos incidentes no curso dos debates. ”
Para você se aprofundar nas relações entre participação e representação políticas,
especificamente considerando os aspectos éticos, sugerimos a leitura do texto 'Para um modelo
das relações entre eticidade universalista e sociedade política democrática no Brasil', do
Professor Eurico Gonzales Cursino dos Santos, disponível na Biblioteca deste curso, em
'Textos complementares'.

Condições de elegibilidade para o Congresso Nacional

 Ser brasileiro.
 Estar no exercício dos direitos políticos.
 Ser maior de 21 anos (para a Câmara dos Deputados).
 Ser maior de 35 anos (para o Senado Federal).
Inicia-se uma nova fase para o Parlamento, com o Congresso Nacional reunindo-se por
um período maior de tempo no decorrer do ano: de 15 de março até 15 de dezembro de cada
ano.
Nessa fase surgem os primeiros partidos políticos nacionais, com programas ideológicos
definidos que expressavam as diversas correntes de opinião existentes naquela época. Embora
no período 1945/1964 tenha existido mais de uma dúzia de partidos políticos, 3 deles
dominaram o cenário político: o Partido Social Democrático (PSD), a União Democrática
Nacional (UDN) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Sobre esse período, o cientista político Gláucio Ary Dillon Soares, em sua paradigmática
obra Sociedade e Política no Brasil, expõe que:
“A evolução do sistema político baseado na extensão da cidadania pode ser aquilatada
a partir do crescimento da própria participação eleitoral. Esta evolução apresentou um grande
salto quantitativo do período 1910 (quando tivemos a primeira eleição presidencial competitiva)
para as eleições de 33-34 quando, pela primeira vez, a relação votantes/população supera os 5%
e outro grande salto em 1945, quando votam mais de 6 milhões de eleitores, um aumento
de 400% sobre 1933-1934. ”

Curiosidade

Você sabia que pela Constituição de 1946...


Cada legislatura durava 4 anos?
Os Deputados e senadores recebiam anualmente igual
subsídio e ajuda de custo. Esse subsídio era dividido em duas partes:
uma fixa, que se pegava no decurso do ano, e outra variável,
correspondente ao comparecimento?
O Deputado ou Senador investido na função de Ministro de Estado, inventor federal ou
secretário de Estado não perdia o respectivo mandato. Nesses casos, convocava-se o respectivo
suplente?
Cada Território era representado por 1 Deputado?

Poder Legislativo

A CF/1946 determinava, em seu art. 37, que o Poder Legislativo fosse exercido pelo
Congresso Nacional, composto da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Câmara dos Deputados

Era composta de representantes do povo eleitos segundo o sistema de representação


proporcional pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Territórios.

O número de Deputados seria fixado por lei, em proporção que não excedesse um para
cada 150 mil habitantes até 20 Deputados, e, além desse limite, um para cada 250 mil
habitantes.
O número mínimo de Deputados por Estado e pelo Distrito Federal era de 7
parlamentares.

Senado Federal

O Senado Federal era composto de representantes dos Estados e do Distrito Federal,


eleitos segundo o princípio majoritário.
Cada Estado e o Distrito Federal elegiam 3 Senadores para mandato de 8 anos.
A representação de cada Estado e a do Distrito Federal renovar-se-ia de 4 em 4 anos,
alternadamente, por um e por dois terços.
O Senador seria substituído ou sucedido pelo suplente com ele eleito.
O Vice-Presidente da República exercia a função de Presidente do Senado Federal,
onde só teria voto de qualidade.

Iniciativa das Leis

O artigo 67 da Constituição de 1946 estabelecia que a iniciativa das leis,


ressalvados os casos de competência exclusiva, caberia ao Presidente da República e a
qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Para refletir

O Poder Legislativo à luz da Constituição de 1967

Com o Golpe militar de 1964, tivemos um refluxo em nossa história democrática.


Nesse p e r í o d o de e x c e ç ã o , os militares outorgam ao povo brasileiro a Constituição de
1967, feita sem a aprovação de uma assembleia constituinte. Essa Constituição foi
substancialmente modificada em 1969 por meio de um decreto-lei baixado pela junta militar
que governou durante o impedimento, por motivo de saúde, do então presidente General Costa
e Silva.

Reuniões e Condições de elegibilidade

CF/67 determinava que o Poder Legislativo fosse exercido pelo Congresso Nacional,
composto da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
As reuniões do Congresso Nacional eram marcadas para ocorrerem, anualmente, na
Capital da União, de 1º de março a 30 de junho e de 1º agosto a 30 de novembro. No caso das
reuniões extraordinárias, a convocação poderia ser feita por um terço dos membros de qualquer
de suas Câmaras ou pelo Presidente da República.
Condições de elegibilidade:

· Ser brasileiro nato.


· Estar no exercício dos direitos políticos.
· Ser maior de 21 anos para a Câmara dos Deputados e 35 anos para o Senado.

Reunião Conjunta

A CF/1964 previa que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal se reunissem em


sessão conjunta para:

· inaugurar a sessão legislativa;


· elaborar o Regimento Comum;
· receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da
República;
· deliberar sobre veto;
· atender aos demais casos previstos naquela Constituição.
·
O art. 33 da CF/64 estabelecia que, salvo disposição constitucional em contrário, as
deliberações de cada Câmara serão tomadas por maioria de votos, presente a maioria de
seus membros.

Da Câmara dos Deputados e do Senado Federal

Da Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados era composta por representantes do povo, eleitos por voto
direto e secreto, em cada Estado e Território.

Cabia privativamente à Câmara dos Deputados declarar, por 2/3 dos seus membros,
a procedência de acusação contra o Presidente da República e os Ministros de Estado.

Do Senado Federal

O Senado Federal era composto de representantes dos Estados, eleitos pelo voto direto
e secreto, segundo o princípio majoritário. Cada Estado elegia 3 Senadores, com mandato de
8 anos, renovando-se a representação de 4 em 4 anos, alternadamente, por um e por dois terços.
Competia privativamente ao Senado Federal julgar o Presidente da República e os
Ministros de Estado, havendo conexão, nos crimes de responsabilidade.

Curiosidade

Você sabia que pela Constituição de 1967...

Cada Legislatura durava 4 anos?


O número de Deputados era fixado por lei, na proporção em que excedesse de uma para
cada 300 mil habitantes até o número de 25 Deputados, e, além desse limite, um para cada milhão
de habitantes?
Era de 7 o número mínimo de Deputados por Estado?
Cada território teria 1 deputado?

O Legislativo no âmbito da ditadura militar

Esse período da história nacional foi marcado pela existência de duas agremiações
políticas que atuavam no Parlamento: a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), de base
governista, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que agrupava as correntes de oposição
- diga-se de passagem, uma “oposição consentida”.
O Poder Legislativo

Módulo III – O Legislativo hoje em dia

Unidade 1 – O Congresso Nacional

A Constituição de 1988, popularmente conhecida como “Constituição Cidadã” em razão


dos diversos direitos de cidadania nela incorporados, estabeleceu, em seu art. 2º, que os
Poderes da união, independentes e harmônicos entre si, são o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.

Três níveis de Poder

O Legislativo, objeto deste nosso curso, encontra-se presente nos três níveis de Poder
existentes no Brasil: federal (Câmara dos Deputados e Senado Federal), estadual (nos Estados,
as Assembleias Legislativas, e, no Distrito Federal, a Câmara Legislativa do Distrito Federal)
e municipal (as Câmaras de Vereadores).
Como já salientado anteriormente, este nosso estudo restringe-se ao Poder Legislativo
no âmbito federal, que é exercido pelo Congresso Nacional, composto pela Câmara dos
Deputados e Senado Federal (art. 44 da CF/88).

Temos então:

Funcionamento do Congresso Nacional

O Congresso Nacional reúne-se, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro


a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
Quando as datas acima recaírem nos sábados, domingos ou feriados, as reuniões são
transferidas para o primeiro dia útil subsequente.
Além disso, a sessão legislativa não será interrompida, em 17 de julho, caso não se
aprove o projeto de lei de diretrizes orçamentárias.

Além de outros casos previstos na Constituição Federal, a Câmara dos Deputados e o


Senado Federal reúnem-se em sessão conjunta para:

 inaugurar a sessão legislativa;


 elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;
 receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da
República;
 conhecer do veto e sobre ele deliberar;
 discutir e votar o orçamento;
 delegar ao Presidente da República poderes para legislar;
 promulgar emendas à Constituição.

Caso você, estudante, tenha interesse em se aprofundar na temática sobre as relações


entre representação política e participação popular, sugerimos a leitura do artigo 'Representação
e participação no Parlamento' do Professor Fernando Sabóia Vieira, disponível na Biblioteca
deste curso, em 'Textos complementares'.
Como se compõe a Mesa do Congresso Nacional?

A Constituição determina que a Mesa do Congresso Nacional seja presidida pelo


Presidente do Senado Federal, e os demais cargos exercidos, alternadamente, pelos ocupantes
de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

Complicado? Não

é!

Para compreendermos a composição da Mesa do Congresso Nacional, precisamos


vislumbrar a composição das Mesas Diretoras das duas Casas Legislativas, a saber:

 Mesa do Senado Federal


 Mesa da Câmara dos Deputados
 Mesa do Congresso Nacional
 Presidente
 Presidente
 Presidente (do Senado)
 1º Vice-Presidente
 1º Vice-Presidente
 1º Vice-Presidente (da Câmara)
 2º Vice-Presidente
 2º Vice-Presidente
 2º Vice-Presidente (do Senado)
 1º Secretário
 1º Secretário
 1º Secretário (da Câmara)
 2º Secretário
 2º Secretário
 2º Secretário (do Senado)
 3º Secretário
 3º Secretário
 3º Secretário (da Câmara)
 4º Secretário
 4º Secretário
 4º Secretário (do Senado)

Convocação

Todos já devem ter visto na televisão ou lido nos jornais que “o Congresso Nacional
foi convocado extraordinariamente” para aprovar essa ou aquela matéria, não é?
Mas quem convoca? E em quais casos? Quais os assuntos que são objetos de
deliberação?
O Presidente do Senado Federal convoca extraordinariamente o Congresso Nacional
nos seguintes casos: decretação de estado de defesa ou de intervenção federal; pedido de
autorização para a decretação de estado de sítio; compromisso e posse do Presidente e Vice-
Presidente da República.
O Presidente da República, os Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal e a maioria dos membros de ambas as Casas, por meio de requerimento, convocam
extraordinariamente o Congresso Nacional nos seguintes casos: de urgência ou interesse
público relevante (em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de
cada uma das Casas do Congresso Nacional).
Nessas convocações extraordinárias, o Congresso Nacional somente delibera sobre a
matéria para a qual foi convocado, e havendo medidas provisórias em vigor na data da
convocação extraordinária, serão elas automaticamente incluídas em sua pauta.

Curiosidade

Você sabia que segundo a Constituição atual...

A legislatura dura 4 anos?


O quórum necessário para as deliberações de cada Casa e de suas respectivas
comissões é o da maioria dos votos, presente a maioria absoluta seus membros?
Cada território elege 4 deputados?
O mandato de senador da República dura 8 anos?

Quais são as atribuições do Congresso Nacional?

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 48, estabeleceu que compete ao Congresso
Nacional, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre todas as matérias de
competência da União.
Outras matérias, conforme previsto no art. 49 da Constituição, são de competência
exclusiva do Congresso Nacional, isto é, após aprovadas não irão se submeter ao veto ou sanção
presidencial – por exemplo: autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar
a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente (ressalvados os casos previstos em lei complementar); sustar os atos
normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
delegação legislativa; mudar temporariamente sua sede; escolher dois terços dos membros do
Tribunal de Contas da União; autorizar referendo e convocar plebiscito, e outras matérias
assemelhadas.

O Legislativo e sua função fiscalizatória

A Câmara dos Deputados, o Senado Federal e suas respectivas Comissões podem


convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à
Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto
previamente determinado. A ausência, sem justificativa adequada, importa crime de
responsabilidade.
Além disso, as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal podem
encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das
autoridades citadas anteriormente, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o
não atendimento no prazo de 30 dias, bem como a prestação de informações falsas.

Função Fiscalizadora

Embora a elaboração de leis seja uma função fundamental de qualquer parlamento, ela
não é a única atribuição dos modernos legislativos. Outra tão importante quanto a de elaborar
as leis é a função fiscalizadora exercida pelo Legislativo.
As Casas legislativas do Congresso Nacional – Câmara dos Deputados e Senado
Federal – contam com instrumentos, previstos tanto na Constituição Federal como nos
respectivos regimentos internos, que permitem aos parlamentares ou às comissões exercerem
a fiscalização dos atos do Poder Executivo.
Entre esses instrumentos, destacam-se:

· as Comissões Parlamentares de Inquérito – CPIs;


· os Requerimentos de Informações, que podem ser solicitados a todo e qualquer titular
de órgão diretamente subordinado à Presidência da República, entre os quais os
Ministros de Estado;
· os Requerimentos de Convocação de Ministros de Estado e de titulares de órgãos
diretamente subordinados à Presidência da República.
Unidade 2 – O Senado Federal

O Senado Federal é composto, conforme o art. 46 da CF/88, de representantes dos


Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
Cada Estado e o Distrito Federal elegem 3 Senadores, cada um com dois suplentes,
com mandato de 8 anos.
A representação de cada Estado e do Distrito Federal é renovada de quatro em quatro
anos, alternadamente, por um e dois terços.
Frisa-se, então, que o mandato dos Senadores da República corresponde ao período
de 2 Legislaturas (cada Legislatura dura 4 anos).

Parece complicado, não é?

Vamos, então, descomplicar as informações acima!

Eleições para o Senado Federal

O Brasil, atualmente, é formado por 27 unidades federativas (26 Estados e o Distrito


Federal). Em cada uma delas há, de quatro em quatro anos, eleições para o Senado Federal.

Temos então:

27 unidades federativas x 3 Senadores = 81 Senadores (o total de Senadores que compõe


o Senado Federal).
Entretanto, esses 3 Senadores não são eleitos de uma vez só! Em uma eleição são
eleitos 2 Senadores e na eleição seguinte apenas 1 Senador, e assim sucessivamente.
Como exemplo, observe o número de Senadores eleitos nas últimas eleições em
cada Estado e no Distrito Federal:

Matérias de competência privativa do Senado Federal

Alguns assuntos de grande importância para o Brasil são discutidos e votados apenas
no âmbito do Senado Federal, ou seja, não são nem objeto de votação na Câmara dos
Deputados, nem sofrem a sanção ou o veto presidencial.
Mas quais são essas matérias de competência privativa do Senado Federal? São
várias. Como exemplo, cabe privativamente ao Senado Federal processar e julgar o
Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade.

Além disso, o Senado Federal também processa e julga os Ministros do Supremo


Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do
Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de
responsabilidade.
As competências privativas do Senado Federal não se restringem a processar e julgar
ilustres autoridades públicas. Cabe a essa Casa Legislativa também aprovar previamente, por
voto secreto (após arguição pública), a escolha de diversos ocupantes de importantes cargos
públicos, como por exemplo os Ministros do Tribunal de Contas da União que sejam indicados
pelo Presidente da República.

A Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados, conforme o art. 45 da CF/88, é composta de representantes


do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito
Federal.
O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito
Federal, é estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se
aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades
da Federação tenha menos de 8 ou mais de 70 Deputados.
Sabemos que, atualmente, não existem territórios em nosso País. Não obstante, caso
futuramente se crie algum Território, a própria Constituição Federal já determina que ele seja
representado por 4 parlamentares na Câmara dos Deputados.
Assim como há assuntos de competência privativa do Senado Federal, há também
determinadas matérias que são deliberadas e votadas privativamente pela Câmara dos
Deputados.
É a Câmara dos Deputados que autoriza, por 2/3 de seus membros, a instauração de
processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República.
Além disso, caso o Presidente da República não preste contas ao Congresso Nacional
dentro do prazo de 60 dias após a abertura da sessão legislativa, cabe privativamente à
Câmara dos Deputados proceder a essa tomada de contas.

Curiosidade

Você sabia que...

os Deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas


opiniões, palavras e votos?
Desde a expedição do diploma, os Deputados e Senadores são submetidos a julgamento
somente perante o Supremo Tribunal federal?
Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não podem ser
presos, salvo em flagrante de crime inafiançável (neste caso, os autos são remetidos, dentro
de 24 horas, à respectiva Casa, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre
a prisão)?
Os Deputados e Senadores não são obrigados a testemunhar sobre informações
recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
confiaram ou deles receberam informações?
As imunidades de Deputados ou Senadores subsistem durante período de estado de
sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da respectiva
Casa, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam
incompatíveis com a execução da medida?

Para compreender os desafios enfrentados pela atual conjuntura político-partidária


brasileira, sugerimos o texto 'Reforma política: desenho de um debate', do Professor
Caetano Araújo, disponível na Biblioteca deste curso, em 'Textos complementares'.
Módulo IV – O Legislativo e suas relações institucionais

Unidade 1 – O Congresso Nacional e o Governo Federal

No Brasil, o Poder Executivo é exercido, na esfera federal, pelo Presidente da República,


que governa com o auxílio dos Ministros de Estado.
Entre as diversas atribuições desse Poder, destacamos o fundamental papel que ele
exerce na formulação e confecção das políticas orçamentárias (o Plano Plurianual, a Lei de
Diretrizes Orçamentárias, o orçamento anual e os créditos adicionais).
Para compreender melhor as coalizões governativas, sugerimos o texto 'Notas sobre
coalizões políticas e democracia: diz-me com quem andas...', de Fátima Anastasia e Magna
Inácio, disponível na Biblioteca deste curso, em 'Textos complementares'.

Competência exclusiva do Presidente da República

Além da prerrogativa de apresentar os projetos de lei relativos ao orçamento, o Presidente


da República detém competência exclusiva para iniciar o processo legislativo em diversos outros
assuntos, como por exemplo nos projetos que tratam:

· da fixação ou modificação dos efetivos das Forças Armadas;


· da criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e
autárquica ou aumento de sua remuneração;
· da organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços
públicos e pessoal da administração dos Territórios;
· dos servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de
cargos, estabilidade e aposentadoria;
· da organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como
normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

Além disso, cabe ao Poder Executivo vetar no todo ou em parte os projetos aprovados
pelo Poder Legislativo.

O Congresso Nacional e a sociedade civil

O Congresso Nacional é uma Casa viva, pulsante e extremamente diversificada.


A frase acima surpreende muita gente que acredita que o Parlamento seja um espaço
público dissociado da realidade social. Muitos, erroneamente, imaginam um Parlamento
descolado das questões sociais, dos conflitos, dos dilemas e dos problemas que ocupam as
capas de jornais e as discussões entre familiares e amigos.
Na verdade, o Parlamento é o lugar por excelência do convívio, nem sempre harmônico,
entre, de um lado, os representantes eleitos, e de outro, os eleitores, as organizações da
sociedade civil, os partidos políticos, as associações e demais organizações que diariamente
ocupam o espaço do Congresso Nacional trazendo suas demandas, apresentando suas
necessidades e expondo suas ideias sobre todo e qualquer assunto da agenda política e social.

Convívio

Na verdade, o Parlamento é o lugar por excelência do convívio, nem sempre


harmônico, entre, de um lado, os representantes eleitos, e de outro, os eleitores, as
organizações da sociedade civil, os partidos políticos, as associações e demais organizações
que diariamente ocupam o espaço do Congresso Nacional trazendo suas demandas,
apresentando suas necessidades e expondo suas ideias sobre todo e qualquer assunto da
agenda política e social.
De fato, a nossa democracia só será plena e ampla se garantirmos a atuação livre,
autônoma e plural da sociedade civil organizada.

Crise

Se observarmos durante alguns dias a movimentação existente nas diversas


comissões temáticas de qualquer uma das Casas do Congresso Nacional, ou mesmo nos
próprios Gabinetes Parlamentares, perceberemos nitidamente que o Parlamento se constrói e
se reorganiza substancialmente em torno de diversas demandas que esses atores sociais
lançam diariamente na agenda política de nosso País.
Alguns estudos acadêmicos ressaltam que vivemos em um período de crise da
representação política, crise de legitimidade das instituições representativas e,
consequentemente, do próprio significado do Parlamento.

De fato, infelizmente, um número significativo de cidadãos apenas cumpre, de quatro


em quatro anos, o papel obrigatório do voto, esquecendo-se de acompanhar o desempenho
de seu parlamentar e de cobrar dele as ações e atitudes para as quais foi eleito.

A realidade

Como consequência, a imagem que se tem de alguns políticos – no caso, de alguns


parlamentares – é de que eles se “preocupam” com os eleitores, com a população de seu Estado,
região ou até mesmo sua cidade, apenas nos períodos eleitorais, momento em que são postos à
prova novamente.
Entretanto, essa é uma leitura superficial da realidade. O Congresso Nacional – e suas
Casas, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados – é um espaço público de intenso
trabalho, onde centenas, ou milhares, de pessoas, sindicatos, associações, Organizações
Não Governamentais (ONGs), entidades de trabalhadores e de empregadores, apresentam,
diariamente, suas demandas, seus anseios e seus interesses.
E essas demandas são, sim, ouvidas, absorvidas e respondidas! Quer ver

um exemplo atual e de grande repercussão na sociedade?

Ficha Limpa e Lei Maria da Penha

A Lei Complementar nº 135/2010 (Lei da Ficha Limpa) é exemplar. Ela surgiu da


iniciativa da sociedade civil a partir da coleta de mais de 1 milhão de assinaturas em seu
favor.
Outro exemplo paradigmático da atuação da sociedade civil – e logo, da realidade social
– na atuação parlamentar pode ser vista com a aprovação da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da
Penha).
O projeto inicial foi elaborado por um grupo interministerial, a partir da demanda de
organizações que formalizaram uma denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos
da Organização dos Estados Americanos (OEA), que o encaminhou à análise do Congresso
Nacional.
No Parlamento, essa proposta foi transformada em Projeto de Lei, sendo debatida em
diversas audiências públicas com a presença de inúmeras entidades da sociedade civil.
Em 7 de agosto de 2006, essa Lei, que previa mecanismos para coibir a violência
no âmbito das relações familiares, foi sancionada pelo Presidente da República.

Código Florestal

Outro exemplo clássico da participação da sociedade civil temos com a discussão atual
do novo Código Florestal, em tramitação no Congresso desde 1999, que, embora seja uma
iniciativa tecnicamente parlamentar, envolve profundamente diversos segmentos da sociedade
civil organizada, que defendem ou não a sua aprovação.
O importante, com esses poucos exemplos, é constatarmos que todo e qualquer
assunto debatido no âmbito do Legislativo nacional não passa despercebido. Esses temas
agregaram ao seu redor uma parcela significativa de nosso povo.

Democracia

O nome disso é democracia. O Legislativo, enquanto instituição fundamental nas


atuais democracias modernas, é, críticas à parte, uma instituição fundamental para a nossa
sociedade.
Precisamos, sem dúvida, melhorá-lo a cada dia. Como tudo na vida, seja nossa casa,
nossas relações com os vizinhos, amigos, colegas de trabalho, seja com a forma de lidarmos e
respeitarmos os bens e recursos públicos.
Talvez, tanto como aprimorarmos o Poder Legislativo – incluído aí o seu (e o nosso)
papel – precisamos, também, nos imbuir do papel de cidadão ativo, não é?
E, nesse sentido, as Casas Legislativas do Congresso Nacional, hoje em dia, possuem
diversos canais de comunicação com os cidadãos de todas as partes do país. Listamos, a seguir,
algumas delas:

Na Câmara dos Deputados:

· Conheça os Deputados Federais acessando:


http://www2.camara.gov.br/deputados/pesquisa

· Fiscalize o orçamento acessando:


http://www2.camara.gov.br/atividade-legislativa/orcamentobrasil/fiscalize

· Entre em contato com a Ouvidoria Parlamentar acessando:


http://www2.camara.gov.br/a-camara/ouvidoria

· Encaminhe sua proposta para a Comissão de Legislação Participativa acessando:


http://www2.camara.gov.br/participe/sua-proposta-pode-virar-lei

No Senado Federal:

· Conheça os Senadores acessando:


http://www.senado.gov.br/senadores/

· Fiscalize o orçamento acessando:


http://www9.senado.gov.br/portal/page/portal/orcamento_senado
· Entre em contato com a Ouvidoria do Senado acessando:
http://www.senado.gov.br/senado/ouvidoria/

· Conheça o Portal da Transparência do Senado Federal acessando:


http://www.senado.gov.br/transparencia/

Vídeo

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=iuwsD_4DzUU
Instituto Legislativo Brasileiro / Interlegis

Antônio Helder Medeiros Rebouças - Diretor Executivo

Coordenação de Capacitação Treinamento e Ensino

Amanda Rodrigues de Albuquerque - Coordenadora

Conteudista

Carlos Escosteguy
saberes.senado.leg.br

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