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Ansiedade e desempenho neuropsicológico em idosos

Guilherme Welter Wendt, Fabrícia da Silva Pereira, Luciana Gulles Mallet, Sabrina
Gomes de Souza
Orientadora: Irani Iracema de Lima Argimon
E-mails: guilhermewendt@hotmail.com1, argimoni@pucrs.br2,
fabricia100@yahoo.com.br3, lucianamallet@terra.com.br³, sabrigsr@yahoo.com.br4
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Faculdade de Psicologia – Programa de Pós-Graduação
Av. Ipiranga, 6681. Prédio 11, Sala 925 - Partenon - Porto Alegre/RS - CEP: 90619-900

A ansiedade é uma resposta psicofisiológica normal entre os seres humanos,


sendo decorrente de situações que podem afetar a saúde do indivíduo. Porém, quando
esta resposta é radicalmente desproporcional à situação estímulo, podemos pensar em
algum prejuízo funcional. Os transtornos de ansiedade figuram como uma das
desordens psicológicas mais freqüentes na população geral, com índices que atingem
29% ao longo da vida (KESSLER e cols., 2005).
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
(DSM-IV), as seguintes enfermidades compõem os transtornos de ansiedade:
Transtorno de Ansiedade Generalizada, Agorafobia, Fobia Social e Específica,
Transtorno de Estresse Pós-Traumático, Transtorno do Pânico e Transtorno Obsessivo-
Compulsivo. A etiologia destes quadros ainda não foi totalmente elucidada, porém
acredita-se que ocorre uma interação entre o meio e a pessoa, com influências
significativas das características genéticas.
A ansiedade pode estar presente no idoso como desordem primária ou associada
a outras doenças, sobretudo em quadros depressivos e demenciais. Estudos afirmam que
os transtornos de ansiedade são mais comuns na terceira idade do que em outras etapas
do ciclo da vida, e embora acarrete em prejuízos significativos para o indivíduo, muitas
vezes não é o foco da atenção do clínico (FLINT, 1994; XAVIER e cols., 2001). Cunha
(2000) afirma que a ansiedade, quando em níveis elevados, pode comprometer de forma
significativa o desempenho das funções executivas no idoso.
Observações clínicas de idosos com 60 anos ou mais motivaram este estudo, em
razão de queixas advindas dos mesmos, que relatam prejuízos na memória e atenção
com bastante freqüência. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a
influência de sintomatologia ansiosa no desempenho de idosos em testes
neuropsicológicos, considerando variáveis como idade, sexo e presença ou ausência de
depressão (BYRNE, 2002; KINRYS e WYGANT, 2005; LENZE e cols., 2000).
Os instrumentos utilizados neste estudo, que tem delineamento transversal,
foram: ficha de dados sócio-demográficos, os Inventários de Depressão e de Ansiedade
de Beck, o Teste Wisconsin de Classificação de Cartas, o Mini-Exame do Estado
Mental (MEEM) e a Escala Wechsler de Inteligência para adultos (sub-testes
vocabulário, cubos, códigos e dígitos).
A amostra foi composta por 310 idosos, com idade média de 69,66 anos
(DP=6,37), que concordaram em participar voluntariamente deste estudo. Destes, 241
(77,7%) eram do sexo feminino. Quanto ao estado civil, 142 participantes (45,8%) eram

1
Acadêmico de Psicologia. Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/CNPq.
2
Dr. em Psicologia (PUCRS). Coordenadora do Grupo de Pesquisa Avaliação e Intervenção no
Ciclo Vital.
3
Acadêmica de Psicologia. Auxiliar de Pesquisa do Grupo de Pesquisa Avaliação e
Intervenção no Ciclo Vital.
4
Acadêmica de Psicologia. Bolsista de Iniciação Científica do Programa BPA/PUCRS.
casados e 92 viúvos (29,7%). A média de anos de escolaridade foi de 9,29 anos
(DP=4,58).
Instrumento Média DP

MEEM 27,06 2,77


Vocabulário 10,29 2,35
Cubos 10,96 2,67
Códigos 11,22 2,71
Dígitos 11,67 3,08
Tabela 1: Desempenho dos idosos em testes neuropsicológicos

De acordo com a tabela 1, pode-se perceber que o estado mental dos idosos,
avaliado através do MEEM, são superiores ao limite indicativo para demência,
evidenciando boa condição psíquica geral. A pontuação, que pode atingir o máximo de
30 pontos, variou entre 15 e 30. Do mesmo modo, observou-se também um desempenho
médio no sub-teste vocabulário, com uma média de 10,29 pontos. Os escores
ponderados dos outros sub-testes também encontram-se dentro dos limites esperados.
Em relação ao teste Wisconsin, os dados descritivos estão expressos na tabela 2.
Média e DP dos Média e DP dos
Média e DP dos Média e DP dos
Médias e DP de participantes com participantes com
Categorias do WCST participantes do participantes do
toda a amostra ansiedade depressão
sexo masculino sexo feminino
moderada e grave moderada e grave

Ensaios 122,83 ± 123,33 ± 122,69 ±


125,82 ± 8,73 126,98 ± 6,55
Administrados 13,89 13,81 13,94
Ensaios para
completar a primeira 42,52 ± 44,06 44,13 ± 44,99 42,05 ± 43,87 52,11 ± 48,65 57,40 ± 52,18
categoria
Categorias
2,62 ± 1,94 2,42 ± 1,93 2,67 ± 1,94 2,18 ± 1,90 1,84 ± 1,73
completadas
Ensaios corretos 61,62 ± 16,94 61,43 ± 18,32 61,68 ± 16,56 57,42 ± 17,05 54,40 ± 16,29
Total de erros 60,91 ± 23,50 62,00 ± 23,92 60,60 ± 23,42 68,39 ± 20,79 72,58 ± 18,55
Percentil de
respostas 33,79 ± 22,97 30,82 ± 22,08 34,64 ± 23,20 38,61 ± 25,26 41,19 ± 25,22
perseverativas
Percentil de erros
28,82 ± 17,16 28,35 ± 17,24 28,95 ± 17,17 32,15 ± 18,24 36,06 ± 18,30
perseverativos
Percentil de erros
19,78 ± 13,00 20,94 ± 14,64 19,44 ± 12,50 21,62 ± 12,56 20,94 ± 15,11
não perseverativos
Percentil de
respostas de nível 37,32 ± 21,20 36,60 ± 23,06 37,53 ± 21,67 30,43 ± 19,02 27,10 ± 18,43
conceitual
De acordo com os dados expressos acima, é possível verificar que os idosos com
sintomatologia ansiosa e/ou depressiva, em níveis moderados ou graves, obtiveram um
percentil de erros superior ao total da amostra. Do mesmo modo, o número de ensaios
administrados para a conclusão da primeira categoria do instrumento também foi
superior. Embora o número de categorias completadas tenha sido bem inferior no grupo
de idosos depressivos, a ansiedade parece ter contribuído para um decréscimo também
nos idosos com ansiedade (M=2,18) do que nos com sintomatologia normal (M=2,62).
Através do coeficiente de correlação de Pearson, encontrou-se correlação
estatisticamente significativa entre os escores no inventário de ansiedade com o número
total de erros (r²=0,121, p=0,27), e com o percentual de respostas de nível conceitual
(r²=-1,121, p=0,027). Isto que dizer que os participantes com sintomatologia ansiosa
elevada aproveitaram menos o feedback ambiental e, consequentemente, tiveram mais
prejuízos na capacidade de aprendizagem e no número de acertos neste instrumento.

Palavras-chave: ansiedade, avaliação neuropsicológica, funções executivas,


idosos, envelhecimento humano.

REFERÊNCIAS:

BYRNE, G. What happens to anxiety disorders in later life?. Rev. Bras. de Psiquiatria,
vol. 24, n. 1, pp. 74-80, 2002.

CUNHA, J.A. Escalas Wechsler. Em: CUNHA, J.A. (org.). Psicodiagnóstico V. Porto
Alegre: Artes Médicas, 2000.

FLINT, A.J. Epidemiology and Comorbidity of Anxiety Disorders in the Elderly. The
American Journal of Psychiatry, vol. 151, n. 5, pp. 640-649, 1994.

KENDLER, K.S. e cols. Generalized anxiety disorder in women. A population-based


twin study. Arch. Gen. Psychiatry, vol. 49, n. 4, pp. 267-72, 1992.

KESSLER, R.C. e cols. Lifetime prevalence and age-of-onset distributions of DSM-IV


disorders in the National Comorbidity Survey Replication. Arch. Gen. Psychiatry, vol.
62, n. 6, pp. 593-602, 2005.

KINRYS, G.; WYGANT, L. Transtornos de ansiedade em mulheres: gênero influencia


o tratamento. Rev. Bras. Psiquiatr., 2005, vol.27, n. 2, p.s43-s50, 2005.

LENZE, E.J. e cols. Comorbid anxiety disorders in depressed elderly patients


The American Journal of Psychiatry, vol. 157, n. 5, pp. 722-728, 2000.

XAVIER, F.M.F. e cols. Transtorno de ansiedade generalizada em idosos com 80 anos


ou mais. Revista de Saúde Pública, vol. 35, n. 3, pp. 294-302, 2001.

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