Na vida, os mistérios poderiam ser divididos em várias nuances. Há mistério em toda
parte, na vida física e, sobretudo, advindo da vida extra-física. A religião é farta de mistérios, cuja revelação sempre está baseada na fé do indivíduo que, mesmo sem comprovação tácita, acredita em tudo aquilo que lê nos livros ditos sagrados. Por outro lado, também existem os mistérios científicos. Uns são testados e comprovados empiricamente depois de muita pesquisa e estudo. Para esses últimos, não paira a dúvida. Contudo, mesmo após serem aparentemente desvendados, sempre haverá algo mais que poderá ficar obscuro, o que vai fazer com que volte à condição de misterioso. Os mistérios místicos poderiam ser o misto de religioso e científico. O caráter precípuo seria a religiosidade, mas a sua solução poderia acontecer, o que lhes dá o formato místico. Nesse grupo, encaixam-se as entidades espirituais ou extra-terrestres. Uns acreditam neles piamente graças as muitas mensagens que proferem aos habitantes do planeta Terra, ou mesmo os enxergam como se tivessem carne e osso, graças, evidentemente, ao poder psíquico de “ver” além da realidade física. Esses seriam os “interlocutores”, mormente conhecidos como “canais”, ou “médiuns”. Outro meio, segundo consta, seria o eletrônico. O “modus operandi” dessas comunicações nada convencionais, é de conhecimento geral, ou seja, a pessoa dotada de poderes extrasensoriais retransmitiria mensagens enviadas pelos “comunicantes”, como dito, seres de outros mundos físicos ou não físicos, nesse caso, espíritos que um dia estiveram vivos neste planeta. Quanto à sua forma ou conformação física, uns teriam semelhança aos seres humanos, com formas bizarras ou seriam amorfos, manifestando sem uma compleição física definida pelos padrões conhecidos. As mensagens ditas “canalizadas” (psicografadas ou psicofonadas) são de conteúdo e teor diversos. Umas otimistas, exaltando sempre o lado positivo da vida, dando esperanças de que bons tempos chegarão. Todavia, existem mensagens alarmistas, atentando para o final dos tempos, caso o homem não mude sua atitude. A ambigüidade, portanto, sempre estará no cerne das mensagens espiritualistas, exatamente como é a vida. De outro modo, há também as entidades comunicantes que seriam mais didáticas. O objetivo central seria o de ensinar o caminho, sem a necessidade da bengala, tal como acontece na maioria das vezes nesses “avisos do Outro Lado”. É justamente essa característica que faz com que algumas mensagens se tornem mais verossímeis e menos fantasiosas. Quando o lado científico é abordado com certa coerência, o pesquisador sério deixa de fazer ouvidos moucos a este tipo de assunto. Geralmente, a mensagem chega sob o formato de “perguntas-e-respostas”, dando-lhe uma certa consistência que, mesmo sem obter uma comprovação inicial, já poderá direcionar melhor uma pesquisa mais avançada. Enfim, como tais mensagens poderiam ser explicadas sob a luz da lógica? Interveniência real de comunicantes de outras esferas ou dimensões? Fruto da mente do intermediário? Em síntese: imaginação fértil? Importaria saber se os resultados são positivos, ou seja, se tais mensagens trazem de fato um clamor de esperança a uma sociedade tão degradada por causa de fatos concretos que presumem o contrário? Nesse caso os fins estariam justificando os meios? A verdade é que, existindo ou não, tais “comunicantes com outros padrões - sejam eles daqui ou de acolá – eles continuam intrigando os homens com seus misteriosos recados, consistentes, ou não. Assim, o bom senso manda que somente se extraía desses estranhos “seres” - fraudulentos ou não - o conteúdo que possa ser aproveitado de uma forma prática e eficiente. Existe muita filosofia, muito romantismo e muito idealismo na maioria das mensagens. Talvez seja por isso que o ser humano fala e pensa muito, mas age pouco. Filtrando a essência positiva e colocando-a em prática, é certo que o lirismo vai para o segundo plano e os comunicantes serão levados mais a sério. Sábio é, pois o dito popular: “Falar é fácil, fazer é que são elas!”.