Um dos mistérios que os escritores, em especial, gostariam de desvendar é como lhes
advém a inspiração, seja ela através de relaxamento, através de meditação, ou até mesmo, por intermédio de sonhos. Questionam como seria tal processamento, ou como ela se operaria em seus cérebros. Sem querer subestimar àqueles que se consideram cem por cento responsáveis pelo fruto de sua mente, o fato é que uma fonte inspiradora e misteriosa os abastece de criatividade que, sem mais nem menos, surge do nada pronta para se transformar em poema, novela, ensaio ou história. O fato é que, em frente ao computador, ou mesmo com a caneta (ou lápis) na mão, vem à mente uma espécie de filme que se concatenará a fim de que faça sentido para o leitor. O fluxo de idéias é intenso. Com exceção da psicografia (escrita por intermédio da chamada mediunidade), o fato é que o ato de escrever é uma função mais sensorial do que se imagina. É, pois, a maneira de ordenar as idéias no papel que dependerá de cada um, dos seus princípios e do seu conhecimento. À propósito, segundo consta, há dois tipos de conhecimento: o adquirido e o revelado. O conhecimento que se adquire, é o advindo de informações percebidas através dos sentidos físicos (decorrentes de livros, televisão, filmes, e outros meios de informação). Por sua vez, o conhecimento revelado é aquele que “surge” na mente espontaneamente. Por exemplo, a intuição é fruto de uma sensibilidade muito aguçada principalmente na mulher. Esta é outra forma de inspiração. De onde e de quem são transmitidas tais mensagens, ainda é desconhecido. Portanto, na maioria das vezes, a fonte é incerta. Vai depender de cada um para descobri-la. Afinal, somos todos de característica dual, isto é, bipolares, pois temos a consciência exterior (lado objetivo) e a consciência interior (lado subjetivo). Elas tendem a se fundir, mas vai depender de nossa capacidade de assimilação. No momento dessa fusão, é que aparecem as idéias. E a partir dessas incessantes trocas transcendentais, a personalidade se expande, facilitando as introspecções que irão se transformar em importante informação, de caráter físico ou extra-físico. Até mesmo os “menos instruídos” também são “inspirados”. O problema é que faltam palavras para decodificar o que lhes é revelado. Eis porque é tão importante se informar, estudar sempre. Conhecendo bem o mundo exterior, certamente irá facilitar o caminho para desvelar o misterioso mundo interior, ou seja, propiciará meios para retransmitir o que é recebido subjetivamente, tornando-os objetivos, isto é, compreensíveis e lógicos. O senso de pesquisador é fundamental para permitir à consciência que está latente revelar tudo que recebe, indistintamente. O que se deve fazer, enfim, é “dar asas à imaginação”, prestar mais atenção ao pensamento e pesá-lo para aferir a sua veracidade ou racionalidade. Grandes idéias surgem subitamente. Devemos ter mais confiança em nós mesmos, crendo que se buscamos com pureza de sentimentos e intenção destituída de egoísmo, conseguiremos decifrar o que se nos é revelado. É assim que a inspiração acontece. “Levando-nos a sério”, ficaremos empolgados com a coerência de nossos pensamentos, por mais fantásticos que possam parecer. No começo, ficaremos surpresos com nós mesmos. Depois, tudo fluirá naturalmente, porque desobstruiremos nossos canais, liberando-os de preconceitos e outros entraves inoportunos. Pelo pensamento, construiremos a realidade. Em suma, é inato ao ser humano aprender e é mais ainda humano, ensinar. Se valorizarmos nossas idéias, purificaremos a sensibilidade, refinando-as para, em seguida, transmiti-las. No mais, estejamos receptivos, pois abrindo a mente, as impressões nos harmonizará trazendo para a vigília os resultados desse intercâmbio – talvez - com a Força Suprema que rege o Universo.