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Título da Obra

Depressão, o que Fazer?


DEZ PASSOS PARA A LIBERTAÇÃO DO QUADRO DEPRESSIVO
Autor
BRENO COSTA
© 2014 Mythos Editora Ltda.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode
ser reproduzida ou transmitida por qualquer meio (escrito ou eletrônico)
sem a prévia autorização por escrito da editora.
Projeto Gráfico e Diagramação
CELSO PIMENTEL
Design de Capa
Pacos serviços Gráficos
Revisão
DANIEL JAPIASSU
Distribuição e Clubes do Livro
ADRIANA FERREIRA SILVA COSTA
adriana@mythoseditora.com.br
Este livro foi impresso na Graphium Gráfica e Fotolito.
Mythos Editora Ltda.
Av. São Gualter, 1.296 — Alto de Pinheiros — São Paulo — SP — CEP: 05455-002
Tel.: (11) 3024-6600
www.mythoseditora.com.br

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Costa, Breno
Depressão, o que fazer? : dez passos para a
libertação do quadro depressivo / Breno Costa.
-- São Paulo : Mythos Editora, 2014.

"Ensinamentos à luz da doutrina espírita (Allan


Kardec)"
ISBN 978-85-7867-134-1

1. Autoajuda 2. Depressão mental 3. Espiritismo


4. Superação I. Título.

14-01857 CDD-133.901
Índices para catálogo sistemático:
1. Depressão : Autoajuda : Doutrina espírita
133.901
Depressão, o que Fazer?

Dez Passos para a Libertação do


Quadro Depressivo

Ensinamentos à Luz da Doutrina Espírita


(Allan Kardec)

Breno Costa
MARÍLIA (SP)
2013
Agradeço aos amigos Mariana Souza, Karina K.
Rafaelli e Régis Baptistella, à minha irmã Valquíria,
ao meu tio Emanoel e minha esposa, Larissa, que
contribuíram com a análise e sugestões importantes
e relevantes para esta singela obra.

Caro leitor amigo, o lucro arrecadado pelo autor


desta obra será 100% destinado para a Ong “Projeto
Semear Marília” que presta assistência para crianças
carentes de Marília/SP, cujo “site” para conferência
é www.projetosemearmarilia.org.br
Não há a mínima intenção lucrativa.
Dessa forma, o preço será o menor possível, via-
bilizando o consumo do livro e a colaboração para
a citada ONG.
Assim, evite cópias piratas e colabore comprando
originais impressos ou no formato “e-book”, pois
este ato tornar-se-á caridade.
SUMÁRIO

9 PREFÁCIO
15 APRESENTAÇÃO
18 RELATO PESSOAL
23 PRIMEIRO PASSO
33 SEGUNDO PASSO
39 TERCEIRO PASSO
43 QUARTO PASSO
47 QUINTO PASSO
53 SEXTO PASSO
59 SÉTIMO PASSO
63 OITAVO PASSO
67 NONO PASSO
73 DÉCIMO PASSO
81 CONCLUSÕES
85 MENSAGENS EDIFICANTES
85 Reaja!
87 Seja forte!
90 O melhor remédio do mundo
93 Superação
96 Paciência e tolerância
99 Ilumine sua mente
102 Otimismo e resignação
105 Pleno domínio da mente
108 Afinidades e implicâncias
111 Qual a justificativa?
113 É razoável pensar nisso
115 Amai-vos, eis o primeiro ensinamento:
Instruí-vos, eis o segundo.
116 Autoaprimoramento
119 Tecnologia
121 Salva-vidas
123 Em torno da felicidade
125 Grande derrota da humanidade
127 Escândalos e nós
129 Roupa nova
131 Vontade
133 Reforma íntima - por que é tão difícil e
como fazer?
139 Não perca
141 Fora da caridade não há salvação?
145 Peixinho vermelho
Prefácio
Temos aqui um opúsculo sobre um tema específi-
co, muito interessante porque diz respeito ao maior
mal que se abate sobre a Humanidade neste terceiro
milênio da história ocidental.

O mais interessante neste opúsculo, entretanto,


está em que quem o engendrou não é especialista na
matéria, não a estuda ou estudou cientificamente, ou
na academia, ou mesmo como autodidata.

Sim, o seu ilustre autor, BRENO ORTIZ TAVA-


RES COSTA, meu sobrinho, não é psicólogo, psica-
nalista ou psiquiatra, nem atua ou atuou na área da
saúde em geral e na específica área da saúde mental.

Não. Ele é bacharel em Direito, por sinal também


minha formação acadêmica. Após bacharelar-se
pela FADIMA – FACULDADE DE DIREITO DE
MARÍLIA, mantida pela FUNDAÇÃO DE ENSI-
NO EURÍPIDES SOARES DA ROCHA, instituí-
da pelo Educandário DR. BEZERRA DE MENE-
ZES, de Marília, entidade fundada e mantida pela
comunidade espírita daquela bela cidade do interior
paulista, Breno Costa mergulhou fundo na advoca-
cia trabalhista, onde atuou por alguns anos, poucos,
porquanto logo depois, fruto de seu esforço pessoal,

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galgou a espinhosa, mas honrosa, missão da Magis-
tratura do Trabalho.

Espírita convicto, Breno Costa, dotado de aguda


sensibilidade mediúnica, experimentou constantes
desdobramentos de seu duplo astral, em atuações
espontâneas (não provocadas voluntariamente), até
que passou, por isso mesmo, a estudar mais apro-
fundadamente o tema, o que o levou a exercícios
regulares e voluntários de desprendimento perispi-
ritual, educando, assim, essa preciosa faculdade aní-
mica, mas também mediúnica, na exata medida em
que os espíritos desencarnados dela se servem para
transmissão de suas vontades e seus pensamentos.

Repentinamente, surgiu, no evoluir suas faculda-


des mediúnicas, a psicografia, que foi rapidamente
desenvolvida, não obstante não ser mecânica. Após
ter adotado algumas metas individuais de reforma
íntima, sentindo, então, os clássicos sintomas indi-
cativos da escrita mediúnica, pondo-se, a partir daí,
a dedicar-se a exercícios regulares.

Andava a meio com tais experimentações, elabo-


rando textos relativos à autoajuda espiritual, quando,
sem causa aparente, sentiu enorme tristeza, ao que se
seguiu inexplicável e quase insuperável apatia, pro-
funda desilusão, desânimo, sem energia para reagir.

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Surpreso, buscava, freneticamente, as causas de
tal anomalia, quando, aplicando os exercícios men-
tais descritos nos textos de autoajuda espiritual que
elaborara durante os exercícios da psicografia, exa-
tos 60 minutos passados vivenciando essa surpreen-
dente situação, assim como veio, da mesma forma
se dissipou a infeliz sensação.

Foi como se um peso enorme que durante 60 mi-


nutos permanecesse vergando seu corpo e sua resis-
tência, fosse, de um minuto para outro, retirado por
completo.

À sensação de alívio seguiu-se uma reflexão so-


bre o fenômeno, chegando-se à conclusão de que
aqueles sintomas todos caracterizavam um quadro
de depressão profunda, desses que atormentam
hoje um sem-número de infelizes em nosso plane-
ta Terra.

Desde então a caneta não mais parou. Como se


fôra moderníssimo mecanismo de repetição cons-
tante, pôs-se a escrever – sob inspiração – a res-
peito do tema até então desconhecido por ele – a
depressão –, fazendo-o, entretanto, não como um
tratado científico ou um manual de estudos da ma-
téria, mas, sim, como um roteiro seguro e simples
de libertação.

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Cuidou o texto de buscar soluções para quem
vive aquela realidade vivenciada pelo Breno Costa
naquele dia em que imensa e inexplicável tristeza
invadiu sua alma, domou sua mente e cavalgou seu
corpo.

E as encontrou nos conselhos que seus amigos es-


pirituais lhe inspiraram, edificando um plano de dez
passos, à maneira da legislação mosaica.

Parece-nos que quem quer que, vivenciando essa


difícil e dolorosa sensação, queira dela livrar-se, se
seguir, rigorosamente, a sequência de passos sugeri-
da, certamente libertar-se-á.

Acentue-se que, embora escrito sob inspiração, o


livro é obra humana, de autoria de Breno Costa, mas
a ótica é a espírita, que vê no fenômeno mais do que
um simples transtorno psicológico, mas, sim, uma
conjugação de fatores próprios do paciente com
fatores a ele externos. Conjugação forte, em que o
ser humano leva consigo, onde quer que esteja, a
sombra mental com que atrai pessoas desencarnadas
afins no sofrimento ou a luz mental com que atrai
almas enobrecidas no Bem.

Vale dizer, nobre leitor, que, consoante o ensino


dos espíritos superiores, o homem é o autor de seu

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destino, pois em seu livre arbítrio está a escolha do
caminho que deseja seguir.

Mas está aí uma contribuição inestimável, espe-


cialmente para aqueles que vivem esse transtorno
mental da depressão – já designada como sendo “o
mal do milênio”, como previsto desde a primeira
metade do século findo pelos espíritos superiores
–, para que, como resultado de seu próprio esforço,
com o auxílio inestimável dos espíritos enobrecidos,
libertem-se desse terrível mal e, com isso, aprovei-
tem ao máximo a oportunidade de progresso que a
presente encarnação lhes proporciona.

Boa leitura! Eu li o livro e o fiz com enorme pra-


zer. De fácil compreensão, linguagem simples e
direta, explicita de maneira prática, eficiente e ob-
jetiva, como fazer para enfrentar e vencer esse desa-
gradável transtorno.

Mais do que isso: traça roteiro seguro de emanci-


pação espiritual.

Emanoel Tavares Costa


Juiz de Direito aposentado, advogado, dirigente e
expositor espírita

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Apresentação
Esta pequena obra surge como resultado dos meus
exercícios de sintonização com os planos superiores
de vida em nosso planeta.

Há cerca de dois meses, comecei a psicografar de


forma intuitiva.

Assim, atendendo a estímulo de meu amigo es-


piritual, agendei determinados dias da semana, em
específico horário, para oração, meditação e sinto-
nização vibracional com os amigos que habitam a
dimensão vibratória que denominamos “mundo es-
piritual”.

Dia a dia foram surgindo, intuitivamente, textos


que, organizados, deram origem a esta humilde obra.

Importante esclarecer que ela foi escrita por meio


da psicografia intuitiva. Assim, não há revelação de
qual(is) foi(ram) o(s) espírito(s) amigo(s) que me
orientou(aram).

Tentaremos, de modo fácil e simples, ensinar al-


guns exercícios mentais e práticas edificantes que
ajudarão aqueles que se encontram em quadro de
depressão.

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Dessa maneira, procuraremos criar um cenário
favorável para libertação do quadro depressivo, ou,
ao menos, buscaremos fornecer instrumentos que,
se adotados, melhorarão o sentimento íntimo da-
queles que sofrem deste mal, trazendo um pouco da
sensação de bem estar e qualidade de vida.

A metodologia é simples.

Inclui, em dez passos, estudar, analisar e entender


algumas questões importantes a respeito da depres-
são na visão espiritual, estabelecendo uma progra-
mação de exercícios mentais e práticas edificantes
que devem ser adotados em conjunto.

Confiantes na Providência Divina e seguros no


Amor Infinito do querido mestre Jesus Cristo, ten-
taremos expor aos irmãos em dificuldades práticas
que viabilizarão a iluminação da própria mente.

Afastar as trevas é, simplesmente, iluminar-se.


Mas, em muitas oportunidades, precisamos estabe-
lecer uma estratégia de conduta que ajudará a Luz
Divina tocar nossas mentes e corações. Essa é nossa
singela intenção.

Iremos dirigir nossos estudos sempre em sintonia


com os ensinamentos da Doutrina Espírita (Allan

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Kardec) e, em especial, com as revelações e lições
trazidas pelo espírito André Luiz na coleção A Vida
no Mundo Espiritual (psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier).

Por fim, ressaltamos que se o amigo leitor estiver


medicado por psicólogo, psiquiatra e/ou psicanalis-
ta, não deve abandonar a medicação receitada e o
tratamento fixado por esses profissionais.

O estudo e a implementação dos passos sugeridos


nesta obra são coadjuvantes para a recuperação do
paciente. Após período de prática efetiva dos passos
propostos, sentindo-se bem e confiante, a melhora
pode ser relatada ao médico responsável, para, se
for o caso, gradativamente, diminuir a medicação.
Aliás, todas as diretrizes médicas devem ser cum-
pridas!

Breno Ortiz Tavares Costa


Marília/SP, 7 de agosto de 2013
Contato com o autor: brenocosta@outlook.com
Site mantido pelo autor: www.avidanomundoespi-
ritual.com.br

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Relato pessoal

Antes de iniciarmos, gostaria de relatar um fato


que ocorreu comigo nos últimos dias de redação
desta obra.

Pois bem, em determinada hora do dia, fui toma-


do por grande angústia, uma tristeza profunda e ine-
narrável, absolutamente indescritível, inesperada e
sem causa aparente.

O sentimento surgiu repentinamente e assim per-


maneceu por longos, mas exatos, 60 minutos.

Amigo leitor, posso garantir que, depois desta


experiência, consegui entender um pouco as dores
de quem está em quadro depressivo. Não obstante
não conviver ordinariamente com essa dificuldade
em minha vida mental, a experiência marcou em
minh’alma o sentimento suportado por aqueles que
estão em quadro depressivo grave.

No meu caso, percebi, claramente, que o fato de-


correu da aproximação de um espírito necessitado
(talvez até atraído pelo trabalho que estava desen-
volvendo, até mesmo para propiciar-me oportuni-
dade de saber mais a respeito do assunto a que me
dedicava).

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Porém, enquanto ele permaneceu do meu lado,
influenciando meu estado de ânimo, fui obrigado a
lutar, intensamente, contra os sentimentos e pensa-
mentos que dominavam minha mente.

Este fato (aproximação de entidades doentes e


necessitadas), em razão de minha mediunidade em
desenvolvimento/educação, já havia ocorrido outras
vezes, esporadicamente, mas nunca nesta intensida-
de de tristeza e angústia.

Após uma hora de oração e luta mental intensa


(rogando proteção para mim e a entidade necessi-
tada, ao mesmo tempo em que não aceitava divagar
a respeito dos pensamentos propostos), da mesma
forma que a sensação chegou, foi-se embora. As-
sim, em minutos eu não sentia mais nada, remanes-
cendo apenas o registro, na memória, das sensações
suportadas.

Senti-me profundamente comovido.

Desde então, dediquei todo meu tempo livre para


terminar esta obra na busca de contribuir um pouco
para a melhora daqueles que suportam esta espécie
de sensação diariamente.

Assim, vamos lutar juntos contra a depressão!

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O que podemos garantir é: só há trevas onde não
há luz e a Luz Divina tem o poder de dissipar qual-
quer nuvem escura.

Conforme ensina André Luiz, ninguém será feliz


acreditando-se infeliz e as lágrimas que derrubamos
não impedem o suor que devemos verter em benefí-
cio de nós mesmos.

Portanto, vamos iniciar esta jornada de estudos


e transformações juntos, com fé em Deus e con-
tando com o amor infinito de Jesus Cristo, porque
nossos amigos espirituais aguardam, ansiosamente,
por nossas transformações pessoais e iluminação de
nossas mentes! Tenhamos certeza: apoio nesta jor-
nada não faltará!

Breno Ortiz Tavares Costa


Marília/SP, 7 de agosto de 2013

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Com Jesus

A renúncia será um privilégio para você.


*
O sofrimento glorificará sua vida.
*
A prova dilatará seus poderes.
*
O trabalho constituirá título de confiança em seu ca-
minho.
*
O sacrifício sublimará seus impulsos.
*
A enfermidade do corpo será remédio salutar para a
sua alma.
*
A calúnia lhe honrará a tarefa.
*
A perseguição será motivo para que você abençoe a
muitos.
*
A angústia purificará suas esperanças.
*
O mal convocará seu espírito à prática do bem.
*
O ódio desafiar-lhe-á o coração aos testemunhos de
amor.
*

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A Terra, com seus contrastes e renovações inces-
santes, representará bendita escola de aprimoramen-
to individual, em cujas lições purificadoras deixará
você o egoísmo para sempre esmagado.
 
André Luiz pelo médium Chico Xavier
Livro: Agenda Cristã, edição FEB.

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Primeiro Passo
Entender a depressão na visão espírita

O Primeiro Passo, antes de iniciarmos a análise


de alguns exercícios mentais e práticas edificantes,
é compreender o que seria o quadro depressivo na
visão espírita.

A depressão é uma espécie de alienação mental


que atinge grande número dos habitantes encarna-
dos do planeta Terra.

Trata-se de forte sentimento de angústia e/ou tris-


teza profunda, que causa ausência de prazer na roti-
na diária (anedonia), apatia, redução da capacidade
de concentração e de decidir problemas, fadiga, sen-
sação de fraqueza, insônia (que é mais frequente) ou
sonolência permanente mesmo durante o dia, perda
de apetite ou seu excesso, mais frequente o primei-
ro, diminuição do interesse sexual, retraimento so-
cial etc.
Não é, simplesmente, a mesma coisa que triste-
za, mas esse sentimento pode compor o quadro de-
pressivo (o que ocorre frequentemente). A diferença
está em que, na depressão, a tristeza e a angústia
são sensações duradouras, intensas, geralmente sem
origem conhecida.

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Os graus de depressão variam ao infinito, desde
uma pequena, mas persistente e inexplicável triste-
za, até um sentimento tão forte que induz a pessoa a
pensar que não vale mais a pena continuar vivendo
(induz ao suicídio).

André Luiz, no livro No Mundo Maior, escrito


em 1947 por meio da psicografia do querido irmão
Chico Xavier, traz a notícia de que a Espiritualidade
Superior já possuía conhecimento de que a depres-
são seria o mal do século.

Logo no capítulo 2 do citado livro, André Luiz


narra palestra que assistiu no plano espiritual, na
qual o tema foi explicado. Vejamos (No Mundo
Maior, p. 29, editora FEB, 20ª Edição):

“Existe, porém, nova ameaça ao domicílio ter-


restre: o profundo desequilíbrio, a desarmonia ge-
neralizada, as moléstias da alma que se ingerem,
sutis, solapando-vos a estabilidade.
(...). Como fruto de eras sombrias, caracteriza-
das pela opressão e maldade recíprocas, em que
temos vivido, odiando-nos uns aos outros, vemos
a Terra convertida em campo de quase intérminas
hostilidades. Homens e nações perseguem o mito
do ouro fácil; criaturas sensíveis abandonam-se
aos distúrbios das paixões; cérebros vigorosos per-

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dem a visão interior, enceguecidos pelos enganos
da personalidade e do autoritarismo. Empenhados
em disputas intermináveis, em duelos formidandos
de opinião, conduzidos por desvairadas ambições
inferiores, os filhos da Terra abeiram-se de novo
abismo, que o olhar conturbado não lhes deixa per-
ceber. Esse hiante vórtice, meus irmãos, é o da alie-
nação mental, que não desintegra somente nossos
patrimônios celulares da vida física, senão também
atinge o tecido sutil de nossa alma, invadindo-nos
o cerne do corpo perispiritual. Quase todos os qua-
dros da civilização moderna se acham comprome-
tidos na estrutura fundamental. Precisamos, pois,
mobilizar todas as forças ao nosso alcance, a servi-
ço da causa humana, que é a nossa própria causa.
O trabalho salvacionista não é exclusividade da
religião: constitui ministério comum a todos, por-
que dia virá em que o homem há de reconhecer a
Divina Presença em toda a parte. A realização que
nos compete não se filia ao particularismo: é obra
genérica para a coletividade, esforço do servidor
honesto e sincero” (grifo nosso).

O livro foi psicografado em 1947 e, a partir de


1950, os medicamentos para tratamento da depres-
são começaram a ser fabricados, sendo que, na dé-
cada de 70, já eram vendidos em grande escala, e
hoje a ciência/medicina atual aceita a depressão

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como grave doença mental que afeta grande parte
da população.

Mas, por que a Humanidade está passando por


essa dificuldade? Vamos tentar entender em sintonia
com o conhecimento revelado pela ciência espírita.

Pois bem, atualmente, estamos passando pela fase


de amadurecimento do grau consciencial da huma-
nidade.

A população mundial de encarnados saltou de 2


bilhões para 7 bilhões em menos de 100 anos.

Com isso, aumentou também o número de vidas


físicas que chegam ao seu final (falecimento/desen-
carnação) conjuntamente e justamente no período
em que os prazeres materiais se multiplicam (sexo
desregrado, drogas, vícios, bens de consumo etc.).

Em nosso estágio atual de evolução moral e in-


telectual, 3/4 das consciências, após a desencar-
nação, continuam ligadas às mentes encarnadas,
seja por paixões da alma (saudade intensa, paixão,
amor desvairado), seja por vícios terrenos (sexo
desregrado e pornográfico, droga, álcool, alimen-
tação excessiva etc.).

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Assim, no decorrer deste século, a população de
pessoas desencarnadas que vivem na crosta terrestre
e nas dimensões vibratórias próximas dos encarna-
dos aumentou consideravelmente.

Por consequência, o assédio espiritual que os


encarnados sofrem também se elevou admiravel-
mente.

Conforme explicado na questão 459 de O Livro


dos Espíritos, os Espíritos, assim entendidos como
sendo simplesmente pessoas desencarnadas, in-
fluenciam nossos pensamentos diariamente e, “de
ordinário, são eles quem nos dirige”.

André Luiz, ao longo de toda a coleção A Vida


no Mundo Espiritual, composta de 13 livros, ensina
que todo pensamento emite vibrações e, por meio
do pensamento, estamos sintonizados a todas as
pessoas encarnadas e desencarnadas que habitam o
planeta Terra e estão no mesmo padrão vibratório.

Nesse sentido, temos o crescimento da população


de habitantes desencarnados próximos à crosta ter-
restre, em um fase evolutiva na qual o nível moral e
intelectual dos encarnados ainda está em desenvol-
vimento.

27
Afinal, quem não abaixa o padrão vibratório ao
longo do dia? A convivência no trabalho, em casa,
na via pública, estimula pensamentos densos, gros-
seiros, vulgares, de rebeldia, de raiva, de ressenti-
mento, de mágoa etc., o que nos coloca em sinto-
nia com os espíritos inferiores que permanecem na
crosta terrestre ou nas faixas vibratórias próximas.

Ademais, muitas vezes, o sentimento de tristeza


e angústia nasce, inicialmente, em nosso íntimo em
razão das dificuldades surgidas ao longo da atual
vida física (fracassos, sentimento de impotência e
dissabores), ou fatos de outras vidas armazenados
em nossa mente que retornam aos poucos para nos-
so consciente (“passado falando no presente”), con-
tribuindo para a queda de nosso padrão vibratório e
colocando-nos em sintonia com entidades infelizes.

Assim, a depressão e os demais tipos de alienação


mental surgem como resultado dessa maior convi-
vência entre encarnados e desencarnados, justo na
época em que possuímos dificuldades para manter
o padrão vibratório elevado (seja pelos fatos desta
vida física, seja pelas lembranças, mesmo que in-
consciente, das vidas passadas).

Nesse sentido, a lição trazida pelo espírito André Luiz


(No Mundo Maior, p. 33, editora FEB, 20ª Edição):

28
“(...). A mente humana, perplexa, é compelida a
transições angustiosas. (...) Sabemos que a harmo-
nia interior não é artigo de oferta e procura nos mer-
cados terrestres, mas aquisição espiritual só acessí-
vel no templo do Espírito”.

Dessa forma, o convívio entre encarnados e de-


sencarnados aumentou, mas a maioria das famílias e
dos habitantes do mundo físico não se preparou cor-
retamente para isso. Afinal, muitos, talvez a maio-
ria, ainda não acreditam na existência de espíritos,
que seriam simplesmente nós após o falecimento do
corpo físico (vestimenta provisória utilizada pela
consciência nesta dimensão vibratória).

Mas, o que devemos fazer agora?

O primeiro passo é entender tudo o que foi expli-


cado como algo normal, sem mistificações ou de-
sespero. Ora, não existem mortos ou vivos, mas tão
somente vivos, separados por impositivos vibracio-
nais de várias dimensões paralelas.

Além disso, não é possível supor que algo ocorra


sem que a Providência Divina não esteja atenta (e
está, como foi visto na palestra narrada por André
Luiz em 1947).

29
A influência espiritual é algo natural, simples-
mente porque a permuta de vibrações entre dimen-
sões paralelas é fato da natureza, que um dia a ciên-
cia oficial irá comprovar, aceitar e estudar.

Diante do quadro que foi exposto, temos que a


depressão está intimamente ligada à queda do pa-
drão vibratório da pessoa, porque a coloca em sinto-
nia com espíritos inferiores que habitam a Crosta ou
faixas vibratórias próximas desta.

Nesse sentido, ou a depressão iniciou-se com a


influência espiritual ou passará, em algum momen-
to, a receber alguma espécie de influência inferior
porque atrairá espíritos que buscam mentes desequi-
libradas para sintonização e/ou subjugação.

Importante compreender que, em algumas opor-


tunidades, o espírito desencarnado procura apenas
sintonização, porque visa companhia no estágio em
que se encontra, isto é, o espírito procura alguém
encarnado com o mesmo padrão vibratório e passa
a conviver no halo vital dele, sem, necessariamente,
subjugar/dominar as condutas da pessoa encarnada.
Mas, mesmo aqui, há a permuta de vibrações, e a
pessoa passa a receber a influência do amigo infeliz,
alterando seu estado de ânimo.

30
Entendido tal fato, é necessário reagir!

É imperativo elevarmos o padrão vibratório e


iluminarmos nossas mentes e corações com a Luz
Divina e as boas vibrações que a Espiritualidade Su-
perior derrama, diariamente, sobre nós.

Afinal, se há espíritos inferiores habitando a cros-


ta terrestre e as faixas vibratórias próximas dos en-
carnados, há também incontáveis Espíritos de luz
que estão aqui para nos ajudar, cabendo-nos apren-
der a sintonizar com eles. Aliás, com certeza nossos
amigos espirituais, nossos anjos da guarda, espe-
ram, ansiosamente, pela nossa iluminação interna.

Nos próximos capítulos vamos aprender exer-


cícios mentais e práticas edificantes que catalisam
bons sentimentos e nos proporcionam a elevação de
nossas mentes e a consequente sintonização com a
Espiritualidade Superior, ajudando na libertação dos
quadros depressivos.

31
Segundo Passo
Oração – Prece

Não existe exercício mental mais poderoso para


elevar o padrão vibratório do que a oração.

Por meio da prece colocamo-nos em sintonia com


as esferas mais sublimes de nosso Planeta, receben-
do, diretamente, as boas vibrações que limpam nos-
sa mente e iluminam nosso espírito.

Durante a oração, nossas vibrações mentais –


que, ordinariamente, em razão das dificuldades da
vida, são densas e pesadas – tornam-se sutis e leves,
quando então passamos a emitir vibrações em alta
frequência (ondas mentais vibratórias).

Além da sintonização com as esferas superiores


do planeta e a mudança imediata do padrão vibra-
tório da mente, o ambiente em torno da pessoa em
oração é banhado de boas vibrações.

Vejamos algumas explicações de André Luiz


(Mecanismo da Mediunidade, p. 195):

“(...) A oração, qualquer que seja nosso grau de


cultura intelectual, é o mais elevado toque de indu-
ção para que nos coloquemos, para logo, em regi-

33
me de comunhão com as Esferas Superiores.
De essência divina, a prece será sempre o refle-
xo positivamente sublime do Espírito, em qualquer
posição, por obrigá-lo a despedir de si mesmo os
elementos mais puros de que possa dispor.
(...)
A mente centralizada na oração pode ser compa-
rada a uma flor estelar, aberta ante o infinito, absor-
vendo-lhe o orvalho nutriente de vida e luz”.

Disso decorre a necessidade de se adotar o hábito


diário de orar.
Ao acordar, ao dormir, no trânsito, indo para o
trabalho, voltando, caminhando, no ambiente de tra-
balho, orar é sempre bom.

Importante orar não de forma mecânica, mas, sim,


conversando realmente com Deus, com o mestre Je-
sus, com os amigos espirituais, tentando, ao máximo,
colocar emoção real nos pensamentos e nas palavras.
Isso porque, quanto mais intenso o sentimento duran-
te a prece, maior será a frequência das ondas mentais
vibratórias emitidas, atingindo os mais sublimes pla-
nos de existência de nosso planeta.

Aliás, é sempre interessante agradecer as peque-


nas alegrias de nossa vida. Afinal, sempre temos o
que agradecer a Deus.

34
Dificuldades e problemas todos suportamos, mas
também todos temos pelo que agradecer (conforto
material, como casa, trabalho, comida, roupas; saú-
de física, como andar, ver, ouvir, respirar; ou amigos
queridos; parentes etc.).

Além disso, André Luiz explica que a oração está


ligada à própria higiene mental, na medida em que,
durante a oração, estamos em permuta de vibrações
sutis e puras, limpando de nossa mente as matérias
flúidicas densas (incluindo até mesmo bactérias, ví-
rus e parasitas astrais), o que resulta na higienização
dos centros de força (chacras) do corpo espiritual.

Por fim, durante a prece, em razão da elevação do


padrão vibratório, torna-se possível receber orien-
tação de nossos amigos espirituais, o que resulta na
obtenção de melhores decisões em nossa vida pro-
fissional e particular.

Importante ressaltar ainda que, em conformida-


de com o que aprendemos no primeiro passo, André
Luiz explica que estamos inseridos numa espécie de
selva de vibrações mentais variadas, cabendo a cada
um de nós escolher os pensamentos que iremos ar-
rojar para a atmosfera, lembrando que iremos rece-
ber de volta a espécie de vibrações que irradiamos
(sintonia vibracional).

35
Nesse sentido, a prece assume importantíssi-
ma ferramenta de defesa e renovação do equilíbrio
mental (Mecanismos da Mediunidade, p. 197):

“Na floresta mental em que avança, o homem fre-


quentemente se vê defrontado por vibrações subal-
ternas que o golpeiam de rijo, compelindo-o à fadi-
ga e à irritação, sejam elas provenientes de ondas
enfermiças, partidas dos desencarnados em posição
de angústia e que lhe partilham o clima psíquico, ou
de oscilações desorientadas dos próprios compa-
nheiros terrestres desequilibrados a lhe respirarem
o ambiente. Todavia, tão logo se envolva nas vibra-
ções balsâmicas da prece, ergue-lhe o pensamento
aos planos sublimados, de onde recolhe as ideias
transformadoras dos Espíritos benevolentes e ami-
gos, convertidos em vanguardeiros de seus passos,
na evolução.
Orar constitui a fórmula básica da renovação
íntima, pela qual divino entendimento desce do
Coração da Vida para a vida do coração” (grifo
nosso).

De todo o exposto, temos que, orar diariamente


traz inúmeros benefícios:
Eleva o padrão vibratório.
Coloca-nos em sintonia com a Espiritualidade
Superior.

36
Altera a emissão de vibrações mentais (de densas
e pesadas para sutis e leves).
Ilumina o ambiente, banhando-o de boas vibra-
ções.
Higieniza a mente e corpo espiritual (inclusive os
centros de força energética, conhecidos como cha-
cras).
Viabiliza receber a orientação dos amigos espiri-
tuais.
Torna-se natural proteção da mente nos ambien-
tes saturados de vibrações mentais variadas.

Assim, após dar o Primeiro Passo e compreen-


der a visão espírita do quadro depressivo, é impor-
tantíssimo dar o Segundo Passo e incluir a oração
como hábito diário inadiável.

Quantas vezes ao dia? Não há contraindicação,


ore quantas vezes quiser, conseguir e se sentir bem.
Mas, no mínimo, uma vez por dia.

Alguém, após ler o Segundo Passo, poderia fa-


lar: “Ah, mas assim vou virar santo!”.

Não, não vai, nós garantimos.

O que não seria ruim, mas, se a preocupação é


essa, podemos ficar tranquilos.

37
A oração diária apenas trará enormes benefícios
para nossa mente e ajudará no quadro depressivo
daqueles que sofrem com tal dificuldade.

Orar diariamente, mais do que um ato religioso, é


questão de qualidade de vida!

38
Terceiro Passo
Estudar o Espiritismo

Quando imersos no quadro depressivo, a tendên-


cia de nossa mente é se fechar, na medida em que
intenso sentimento de desânimo e de pessimismo
passa a alimentar nosso espírito.

Não podemos deixar isso acontecer!

O estudo do Espiritismo catalisa pensamentos re-


novadores e edificantes, iluminando nossa mente e
afastando as trevas.

Além disso, conforme estudado, muitas vezes a


depressão está associada a alguma espécie de in-
fluência espiritual, e o estudo da filosofia espírita re-
sulta no doutrinamento (esclarecimento/assistência)
indireto daquela entidade que está conosco.

Importante compreender que existem pessoas


desencarnadas renitentes no caminho do mal e que
querem, deliberadamente, nos prejudicar. Porém,
por outro lado, existem pessoas desencarnadas que
não são más ou perversas, na verdade são doentes e,
muitas vezes, nem mesmo sabem que desencarna-
ram. Essas últimas também permanecem entres nós,
mas trafegando perdidas pela crosta terrestre.

39
Para aqueles espíritos renitentes no mal, o estudo
do Espiritismo servirá como meio de doutrinação
(esclarecimento/assistência), relevando para eles a
importância de abandonar este caminho e aceitar as
Leis Divinas e o amor infinito de Jesus.

Por outro lado, para os espíritos doentes e que


não querem fazer mal deliberadamente, o estudo do
Espiritismo ajudará na sua elevação consciencial,
viabilizando a ascensão deles para colônias espiri-
tuais ou instituições de socorro na dimensão vibra-
tória que chamamos de “mundo espiritual”, onde
poderão receber o tratamento médico necessário,
voltando a viver conscientemente.

Assim, o Terceiro Passo é, efetivamente, estu-


dar a Doutrina Espírita (Allan Kardec), frequen-
tando grupos de estudos no Centro Espírita, assistin-
do palestras e dedicando-se ao estudo também em
nossa residência.

Aliás, para o nosso crescimento pessoal (mo-


ral e intelectual), devemos, sempre, possuir dois
livros para leituras domésticas ao longo da vida,
um a respeito da profissão a que nos dedicamos
e outro sobre Espiritismo (mesmo que seja para
leituras rápidas).

40
Ao amigo leitor que não é Espírita, recomenda-
mos leituras edificantes e manuais de auto ajuda,
associadas a mentalização positiva e oração. Mas,
medite sobre a possibilidade de conhecer a Doutri-
na Espírita, ela iluminará intensamente sua vida.

Enquanto estivermos em quadro de depressão, é


importante determinar uma hora do dia (por exem-
plo, todos os dias, das 20h às 21h) para estudar o
Espiritismo por meio das obras básicas de Allan
Kardec e/ou obras literárias provindas de médiuns
idôneos (Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pe-
reira Franco, entre outros), mas sempre procurando
obras esclarecedoras e que privilegiam o aspecto
consolador da Doutrina Espírita, sendo interessan-
te, nessa fase, evitar livros que descrevem as regiões
infelizes do mundo espiritual.

Portanto, já possuímos três passos que devem ser


adotados em conjunto:

Primeiro Passo - Entender a visão espiritual da


depressão.
Segundo Passo - Adotar o hábito da oração diária.
Terceiro Passo - Estudar Espiritismo em centros
espíritas e em casa.

Vamos para o quarto passo!

41
Quarto Passo
Passes magnéticos

O Quarto Passo talvez seja o mais fácil de ser


adotado, não obstante ser tão importante quanto os
demais. Trata-se de receber, periodicamente (e o
máximo possível), doação de magnetismo.

Enquanto estamos em quadro depressivo, há mui-


ta perda de magnetismo pessoal, seja por pensamen-
tos desvairados que, erroneamente, alimentamos,
seja pela absorção de nossa vitalidade por entida-
des infelizes que se aproveitam de nossa fragilidade
emocional.

Nesse sentido, o recebimento de carga magnética


auxilia na recomposição do nosso bem estar e, tam-
bém, de nossas defesas pessoais.

Isso porque, ao recebermos doação de magnetis-


mo, o corpo energético conhecido como “duplo eté-
rico” é recomposto e reestruturado.

Conforme ensina André Luiz, o corpo que deno-


minamos “duplo etérico” é formado pelo conjunto
de nossos fluidos vitais. Vejamos (Nos Domínios da
Mediunidade, p. 98, 28ª Edição):

43
“A princípio, seu perispírito ou ‘corpo astral’
estava revestido com eflúvios vitais que asseguram
o equilíbrio entre a alma e o corpo de carne, co-
nhecidos aqueles, em seu conjunto, como sendo o
‘duplo etérico’, formado por emanações neuropsí-
quicas que pertencem ao campo fisiológico e que,
por isso mesmo, não conseguem maior afastamento
da organização terrestre, destinando-se à desinte-
gração, tanto quanto ocorre ao instrumento carnal,
por ocasião da morte renovadora” (grifo nosso).

Assim, ao recebermos doação de ondas magné-


ticas, a proteção natural de nosso sistema de cor-
pos interpostos (corpo físico, corpo espiritual, duplo
etérico, corpo mental, espírito) é recomposta, auxi-
liando tanto na saúde do corpo físico, quanto nas
nossas defesas naturais. Do que resulta, inclusive,
em maior equilíbrio mental e manutenção de nosso
padrão vibratório em patamar mais elevado.

O recebimento de magnetismo é procedimento


comum nas casas espíritas e é realizado por meio
dos passes magnéticos (dados individualmente ou
coletivamente, este último conhecido como “fluido-
terapia”).

Aliás, os passes magnéticos são importante por-


que, além do que já foi explicado quanto ao duplo

44
etérico, por meio de sua aplicação os centros de
energia do corpo espiritual, conhecidos como cha-
cras, são limpos, sincronizado e equilibrados.

Os chacras são centros de energia (vórtices ener-


géticos) localizados ao longo de nosso corpo espiri-
tual, são eles: coronário, frontal, laríngeo, cardíaco,
esplênico, gástrico e genésico (básico).

Os chacras estão diretamente ligados aos órgãos


principais do corpo físico. Dessa forma, o recebi-
mento de passes magnéticos traz sensação de bem
-estar imediato, tanto da mente, quanto do corpo
físico.

Por fim, André Luiz faz interessante ressalva so-


bre o recebimento dos passes magnéticos (Mecanis-
mos da Mediunidade, p. 177):

“O processo de socorro pelo passe é tanto mais


eficiente quanto mais intensa se faça a adesão da-
quele que lhe recolher os benefícios, de vez que a
vontade do paciente, erguida ao limite máximo de
aceitação, determina sobre si mesmo mais elevados
potenciais de cura” (grifo nosso).

Nesse sentido, o quarto passo é receber trata-


mento/doação de magnetismo. Para tanto, deve-

45
mos procurar uma casa espírita idônea que ministre
passes magnéticos e/ou fluidoterapia regularmente.

Os passes espíritas deverão ser recebidos sem-


pre que possível; são rápidos (em regra menos de 5
minutos) e as casas espíritas costumam ministrá-los
após palestras e estudos, o que já entra em sintonia
com o Terceiro Passo. Vale dizer, basta receber o
passe espírita nos dias em que formos à casa espírita
estudar Espiritismo.

Com isso, terminamos o Quarto Passo, relem-


brando os demais, que devem ser adotados conjun-
tamente:

Primeiro Passo - Entender a visão espiritual da


depressão.
Segundo Passo - Adotar o hábito da oração diá-
ria.
Terceiro Passo - Estudar Espiritismo em centros
espíritas e em casa.
Quarto Passo - Reposição do magnetismo do
corpo físico e espiritual por meio de passes espíritas.

Vamos para o quinto passo!

46
Quinto Passo
Participar de programa de caridade

Em virtude do que fora estudado até aqui, é pos-


sível compreender que o quadro depressivo, além de
outras causas, possui íntima ligação com a baixa do
nosso padrão vibratório e a influência de espíritos
inferiores.

Assim, os exercícios mentais e práticas edifican-


tes explicados ao longo desta pequena obra visam
catalisar bons sentimentos que elevarão o nosso tô-
nus vibratório (padrão vibratório), colocando-nos
em sintonia com a Espiritualidade Superior, afastan-
do a influência das entidades infelizes, iluminando
nossas mentes e corações.

Nesse sentido, participar de programa de cari-


dade é de suma importância.

Nosso querido irmão Chico Xavier sempre afir-


mou: “quem pratica caridade coloca em movimento
as forças da alma”.

Isso porque, quando doamos parte de nosso tem-


po para um programa de caridade, estamos saindo
de nosso pensamento egoísta (concentrado apenas
em si) para ajudar o próximo (atenção para o outro,

47
alteridade). Com isso, naturalmente, elevamos nos-
so padrão vibratório, sintonizando-nos, inclusive,
com a equipe espiritual que auxilia aquele trabalho
de beneficência.

Importante compreender que não é necessário ser


rico materialmente ou possuir grande quantidade de
tempo livre para participar de um programa de ca-
ridade.

Em regra, a maioria das pessoas não dispõe de


riqueza material ou de grande quantidade de tempo
disponível para participar de programas de ajuda ao
próximo.

Porém, muitas vezes condicionamos os dois


acontecimentos para um dia, se der certo (deixamos
para o “destino”), participar (“quando sobrar mais
dinheiro, vou doar para caridade”; “quando so-
brar mais tempo, vou participar de algum progra-
ma de auxílio a outrem, caridade”). E, com isso, va-
mos adiando, indefinidamente, nosso envolvimento
numa atividade caritativa.

Outra lição de Chico Xavier é de que o Jesus


Cristo não exige que deixemos de viver e nos torne-
mos missionários dedicados integralmente a obras
de caridade.

48
Vale dizer, se não possuímos conforto material
que viabilize a ajuda financeira na caridade, ou não
dispomos de grande quantidade de tempo livre, bas-
ta doar uma hora de nossa semana, quinzena ou mês,
participando de algum programa de benemerência.
Claro que, quanto mais, melhor. Porém, melhor fa-
zer um pouco de caridade do que nenhuma!

A maioria das casas espíritas, igrejas e demais


instituições de beneficência precisam de trabalha-
dores que estejam dispostos a ajudar, mesmo que
um pouco por mês e mesmo que apenas no trabalho
“braçal”. Como sempre afirmam, “a seara é grande,
e os trabalhadores são poucos”.

Assim, não esperemos a súplica de ajuda chegar


até nós, nas portas de nossas residências, vamos ao
encontro de nossos irmãos necessitados. Ou seja,
não esperemos alguém bater em nossas portas pe-
dindo esmolas; vamos participar de programas de
caridade, com sentimento fraternal, ajudando, efeti-
vamente, o próximo.

Nesse sentido, citando novamente o querido Chi-


co Xavier, “o bem que praticares, em algum lugar, é
teu advogado em toda parte”.

Além disso, a caridade é prática edificante que

49
catalisa bons sentimentos, melhorando o quadro de-
pressivo.

A sensação que sentimentos ao ajudar o próximo


é muito gratificante, ou seja, é positiva e benéfica.

Assim, o Quinto Passo é participar de algum


programa de caridade. Escolha uma atividade as-
sistencial e de promoção da pessoa humana qual-
quer, veja as disponibilidades e as necessidades
existentes na atividade eleita e programe-se para –
dentro de nossas possibilidades materiais e de tem-
po – contribuir positivamente para o exercício da
alteridade, do amor ao próximo, da ajuda a quem
mais necessita do que nós (que sempre os há).

Com isso, terminamos o Quinto Passo, relem-


brando os demais, que devem ser adotados conjun-
tamente:

Primeiro Passo - Entender a visão espiritual da


depressão.
Segundo Passo - Adotar o hábito da oração diá-
ria.
Terceiro Passo - Estudar Espiritismo em casas
espíritas e em casa.
Quarto Passo - Reposição do magnetismo do
corpo por meio de passes espíritas.

50
Quinto Passo - Participar de algum programa de
caridade.

Vamos para o sexto passo!

51
Sexto Passo
Evangelho no lar

O Evangelho no Lar é a reunião familiar para, re-


gularmente e em casa, orar e estudar o Evangelho
de Jesus Cristo. Aliás, evangelho é palavra que, em
sua origem, tem o significado de “boa nova”, notícia
recente e boa.

A maioria das pessoas encarnadas despreza a im-


portância do Evangelho no Lar, ou seja, de estabele-
cer um dia e um horário para um saudável convívio
familiar.

Porém, a realização periódica e rotineira de Evan-


gelho do Lar constitui poderosa prática edificante
que catalisa bons sentimentos para toda a família,
trazendo enorme bem estar para aquele que se en-
contra em quadro depressivo.

Primeiro porque, por meio dele, os ensinamentos


do mestre Jesus vão, aos poucos, tocando nossos co-
rações e mentes, iluminando nossos Espíritos.

Além disso, durante o Evangelho no Lar, os ami-


gos espirituais da família, os mensageiros de Deus
e da Espiritualidade Superior visitam nossa residên-
cia, trazendo proteção e orientação espiritual, rea-

53
lizando verdadeira limpeza vibratória na casa e em
nossas mentes. Corresponde à faxina semanal que
fazemos na higiene de nossa casa.

Os amigos espirituais utilizam, inclusive, as boas


vibrações emitidas pelos membros da família du-
rante do Evangelho no Lar (conforme estudamos no
Segundo Passo, no momento de oração banhamos o
local com boas e sutis vibrações mentais).

Nesse sentido, a prática do Evangelho no Lar, aos


poucos, estabelece barreiras vibratórias que passam
a impedir o ingresso e a fixação de entidades ainda
desconhecedoras do amor divino em nossa residên-
cia.

Há informações de que o Evangelho no Lar, feito


periodicamente e com seriedade, protege o quartei-
rão inteiro onde está localizado a casa.

Imaginemos todas as casas de certo quarteirão


adotando a prática do Evangelho no Lar.

Imaginemos, agora, todas as casas de uma cidade
realizando Evangelho no Lar periodicamente.

O mundo não seria outro?

54
Então, vamos começar pela nossa casa, adotando,
urgentemente, essa prática edificante!

Caso o leitor amigo já adote esta prática, pense-


mos na possibilidade de fazermos mais um dia na
semana. Afinal, não há contraindicação, mas, sim,
apenas benefícios.

O procedimento é simples. Recomenda-se:

1º - Escolha de, ao menos, um dia da semana e


horário para realização (por exemplo, toda quinta-
feira, às 20h). Recomenda-se, se possível, que seja
feito duas vezes por semana (exemplo, toda segunda
e sexta-feira, às 20h).

2º - Reunião dos membros da família neste dia e


horário (estabelecer como compromisso inadiável e
sério). Não permitir que outros compromissos subs-
tituam essa salutar providência.

3º - Deixar uma jarra de água sobre a mesa para


fluidificação (beber no final).

4º - Leitura de mensagens edificantes (livro de


mensagens de André Luiz, Emmanuel e outros ami-
gos da Espiritualidade Superior).

55
5º - Leitura de O Evangelho Segundo o Espiritis-
mo (ou a Bíblia, para quem preferir).

6º - Conversa, breve e leve, sobre as lições mo-


rais lidas, evitando críticas aos outros, recebendo-as
cada um como receita para si próprio.

7º - Prece agradecendo a Deus pelas pequenas


alegrias e bênção da vida, pedindo proteção para a
família e entes queridos, inclusive aqueles que não
estejam presentes, além de forças para enfrentar as
dificuldades que enfrentamos diariamente.

O que deve ser feito se alguém da família não


está presente? Simples, fazer mesmo assim. Fazer
mesmo que esteja sozinho(a). Afinal, não estará so-
zinho, pois, na outra dimensão vibratória, amigos
estarão participando e ajudando.

O que deve ser feito se houver viagem da famí-


lia? Simples, fazer no mesmo dia e hora no local
em que estiver. Os amigos espirituais que habitam
a dimensão extrafísica possuem facilidade no des-
locamento, porque a matéria lá é diferente. Eles vão
abençoar a sua família seja onde for.

O que deve ser feito se morar sozinho? Fazer do


mesmo jeito. Nunca estamos sozinhos. Deus é oni-

56
presente, Jesus cuida de todas as almas desse planeta
e todos possuímos anjos da guarda (espíritos guias,
orientadores, amparadores, familiares e amigos). As-
sim, se moramos sozinhos, façamos com a mesma se-
riedade e sentimento, que os benefícios serão iguais.

Então, hoje mesmo devemos conversar com os


integrantes da família e fixar o dia do Evangelho no
Lar, que será nosso Sexto Passo em busca da liber-
tação da depressão!

Com isso, terminamos o Sexto Passo, relembrando


os demais, que devem ser adotados conjuntamente:

Primeiro Passo - Entender a visão espiritual da


depressão.
Segundo Passo - Adotar o hábito da oração diá-
ria.
Terceiro Passo - Estudar Espiritismo em casas
espíritas e em casa.
Quarto Passo - Reposição do magnetismo do
corpo por meio de passes espíritas.
Quinto Passo - Participar de algum programa de
caridade.
Sexto Passo - Realizar Evangelho no Lar sema-
nalmente.

Vamos para o sétimo passo!

57
Sétimo Passo
Leitura de mensagens edificantes

Os Espíritos Superiores, como por exemplo,


Emmanuel e André Luiz, possuem uma visão mais
ampla da aplicação do Evangelho de Jesus Cristo
e seus ensinamentos morais, ajudando-nos a enten-
der melhor algumas lições de grande profundidade e
auxiliando-nos na busca pela iluminação de nossas
mentes e corações.

Dessa forma, as mensagens edificantes assumem


o papel de guia para nossa reforma íntima e, ainda,
são catalisadoras de bons pensamentos em nossa ro-
tina diária.

São pequenas luzes que acendemos em nossas


mentes e corações.

Assim, a prática edificante sugerida, o Sétimo


Passo proposto, é “ler mensagens edificantes to-
dos os dias”, ao menos uma por dia, mas, quanto
mais, melhor.

Lembremos: precisamos introduzir exercícios


mentais e práticas edificantes, adquirindo hábitos
benéficos em nossa rotina diária e que vão auxiliar
na libertação do quadro depressivo.

59
Importante ressaltar que as mensagens edifican-
tes são curtas e breves, sendo, em regra, apenas uma
ou duas folhas de um livro.

Aliás, existem muitas mensagens transformadas


em belos vídeos de dois/três minutos no site YouTu-
be, bastando-nos procurar com “palavras-chaves”
como “mensagem”, “Chico Xavier”, “André Luiz,
“Emmanuel” etc.

Além disso, os livros de mensagens edificantes


são baratos e podem ser encontrados até mesmo na
rende mundial de computadores (internet). Exem-
plos: os livros de André Luiz Sinal Verde, Agenda
Cristã, Conduta Espírita, Meditações Diárias e En-
dereços de Paz; e os de Emmanuel, Dinheiro, Rumo
Certo e Bênção de Paz. Dentre muitos outros.

Por fim, no site de nossa autoria, na página ini-


cial, há mensagens edificantes que se renovam a
cada atualização da página (tecla F5). Site: www.
avidanomundoespiritual.com.br

O interessante é ler uma mensagem ao acordar e


outra ao dormir, seguida de breve meditação sobre
os conceitos lidos. Mas, como dito, quanto mais
melhor.

60
Com isso, terminamos o Sétimo Passo, relem-
brando os demais, que devem ser adotados conjun-
tamente:

Primeiro Passo - Entender a visão espiritual da


depressão.
Segundo Passo - Adotar o hábito da oração diá-
ria.
Terceiro Passo - Estudar Espiritismo em casas
espíritas e em casa.
Quarto Passo - Reposição do magnetismo do
corpo por meio de passes espíritas.
Quinto Passo - Participar de algum programa de
caridade.
Sexto Passo - Realizar Evangelho no Lar sema-
nalmente.
Sétimo Passo - Ler mensagens edificantes todos
os dias.

Vamos para o oitavo passo!

61
Oitavo Passo
Fazer exercícios físicos regularmente

Existe uma frase muito famosa que afirma: “cor-


po são, mente sã”.

Esta frase possui sua origem na frase em latim


“Mens sana in corpore sano” de autoria do romano
Juvenal (fonte: Wikipedia).

Dentro do contexto atual, a frase possui o sen-


tido de que é necessário equilíbrio entre a mente e
o corpo físico para que ambos permaneçam saudá-
veis.

Pois bem, na Doutrina Espírita aprendemos que


a vida física é uma escola para o espírito/consciên-
cia imortal. Nesse sentido, o corpo físico é o ins-
trumento da consciência individual para manifes-
tação na dimensão vibratória em que está inserida.
Por esta razão, é de suma importância conserva-
mos a saúde do corpo físico.

Mas, não é somente isso. Importante entender


que a prática de exercícios físicos traz enorme sen-
sação de bem estar.

A nossa intenção é adquirir hábitos positivos/

63
benéficos que irão ajudar na libertação do quadro
depressivo.

Nessa perspectiva, os exercícios físicos regulares


assumem relevante papel.

Isso porque, após a prática de exercícios regula-


res, o corpo físico libera a serotonina que é um neu-
rotransmissor atuante em nosso cérebro, possuindo
efeito sedativo e calmante; além de liberar o hor-
mônio endorfina, que provoca sensação de prazer e
bem estar imediato.

Dessa forma, vemos que a prática rotineira de


exercícios físicos é uma forma de medicar nosso
espírito naturalmente, beneficiando também sua re-
presentação corporal (corpo físico).

Com a serotonina e o cansaço físico natural do


exercício, o sono será mais reparador e a insônia (se
houver), diminuirá. Ademais, com a endorfina, sen-
tiremos sensação de bem estar que ajudará a comba-
ter os sentimentos de angústia e tristeza naturais de
quem se encontra em quadro depressivo.

Assim, a prática de exercícios físicos regulares


funciona como atividade catalisadora de bem estar
da mente, auxiliando, consequentemente, na manu-

64
tenção do padrão vibratório elevado.

O exercício físico regular pode ser: caminhada,


corrida, andar de bicicleta, natação, ginástica, mus-
culação, atividade funcional, dentre outros. O im-
portante é ser um exercício físico e que seja pratica-
do regularmente (de preferência diariamente, mas,
ao menos, três vezes na semana).

Importante entender que, conforme ensina André


Luiz sobre os reflexos condicionados de nossa men-
te, até mesmo a conduta saudável é hábito adquirido
pelas práticas reiteradas! Assim, se não possuímos
o hábito de fazer exercícios físicos regulares, mes-
mo que leves, no início, naturalmente tenderemos
a desistir. Porém, resistindo nessa fase, aos poucos
notaremos os benefícios aqui narrados, e o exercício
físico se tornará hábito benéfico em nossa rotina de
vida.

Essa é a meta. Esse é o Oitavo Passo!

Com isso, terminamos o Oitavo Passo, relem-


brando os demais, que devem ser adotados conjun-
tamente:

Primeiro Passo - Entender a visão espiritual da


depressão.

65
Segundo Passo - Adotar o hábito da oração diá-
ria.
Terceiro Passo - Estudar Espiritismo em casas
espíritas e em casa.
Quarto Passo - Reposição do magnetismo do
corpo por meio de passes espíritas.
Quinto Passo - Participar de algum programa de
caridade.
Sexto Passo - Realizar Evangelho no Lar sema-
nalmente.
Sétimo Passo - Ler mensagens edificantes todos
os dias.
Oitavo Passo - Fazer exercícios físicos regular-
mente.

Vamos para o nono passo!

66
Nono Passo
Afastar pensamentos não-edificantes

Ao analisarmos o que foi exposto ao longo dessa


pequena obra, podemos verificar que o pensamento
assume papel central em nossas vidas.

Por meio dos pensamentos exteriorizamos nossos


sentimentos mais íntimos, estabelecendo nosso pa-
drão vibratório.

Ocorre que, no atual estágio da humanidade, con-


forme visto nos primeiros passos, estamos inseri-
dos em verdadeira selva vibracional, com vibrações
desvairadas de pessoas encarnadas e desencarnadas.

Além disso, recebemos influência direta de espí-


ritos que permanecem na crosta terrestre e nas fai-
xas vibratórias próximas.

Dessa forma, é importante evitar e afastar todo e


qualquer pensamento não-edificante, incluindo pen-
samentos de tristeza, de angústia, de raiva, de ciú-
mes, de inveja, de egoísmo, de pornografia etc.

Claro que não é fácil e, aparentemente, impossí-


vel. Mas isso é ilusório, com a perseverança é pos-
sível! Vejamos.

67
Essa dificuldade ocorre porque os pensamentos
não-edificantes surgem de nosso inconsciente que
ainda está programado pelos hábitos inferiores que
mantivemos ao longo das vidas. Além disso, os pen-
samentos grosseiros e vulgares são sugestionados
em nossas mentes por meio da influência de espíri-
tos inferiores ou doentes que estamos sintonizados
vibracionalmente.

A dificuldade de execução do Nono Passo é a jus-


tificativa para implantá-lo em nossas vidas. Vale di-
zer, se a dificuldade surge da programação anterior
de nosso subconsciente e da influência das entidades
inferiores, devemos, imediatamente, iniciar uma
reprogramação de nossa mente e o afastamento
de qualquer influência maléfica.

Analisemos.

Quando surge em nossa mente um pensamento


não-edificante, que no quadro depressivo pode ser
uma tristeza ou angústia profunda, afastêmo-lo ime-
diatamente, evitando divagar sobre ele e não anali-
sando se “é nosso ou não”.

Ao afastá-lo imediatamente temos que, se foi nos-


so, nós demos um passo para reprogramar nossa
mente para não produzir mais esta espécie de pen-

68
samento; e, se não foi nosso, conseguimos afastar a
influência inferior, aplicando as oportunas advertên-
cias do mestre Jesus Cristo: orai e vigiai.

Vigiemos nossos pensamentos, não aceitando a


permanência de nossas mentes em assuntos não-e-
dificantes.

A maioria dos passos sugeridos nesta singela


obra, visa catalisar bons pensamentos, reprogra-
mando nossas mentes, que passarão a possuir o re-
flexo condicionado dos pensamentos edificantes e
do padrão vibratório elevado.

Assim, o Nono Passo assume papel de comple-


mento dos demais.

Nós, ao adotarmos os passos anteriores em nossa


rotina diária, naturalmente começaremos a afastar
os pensamentos depressivos e a alimentar pensa-
mentos edificantes.

Com o Nono Passo, nós devemos perseverar para


não aceitar, em nenhum momento do dia, divagar a
respeito de sentimentos ruins que possam surgir.

Os pensamentos depressivos podem aparecer na


mente de qualquer pessoa, de modo que o importan-

69
te é o que fazemos com eles. Não devemos alimentá
-los divagando a respeito, mas, sim, devemos, rapi-
damente, afastá-los, inclusive praticando algum dos
passos aprendidos (leitura de mensagem edificante,
oração, estudo do espiritismo, prática de exercícios
físicos ou qualquer outra conduta que nos traga bem
estar imediato).

Quando estamos mal, tristes, angustiados, não é


hora para divagar sobre a vida. Ora, é lógico que
qualquer conclusão neste momento infeliz será ruim
e não conseguiremos receber orientação de amigos
espirituais elevados, mas tão somente de entidades
infelizes. Assim, na hora em que estamos tristes é
necessário esforço ficarmos alegres e essa deve ser
a nossa única preocupação no momento difícil da
tristeza e da angústia.

Depois, quando voltarmos a nos sentir equilibra-


dos, podemos refletir sobre nossa vida, porque aí
conseguiremos receber a boa influência dos amigos
espirituais superiores.

Assim, vamos nos esforçar para afastar ao máxi-


mo os pensamentos não-edificantes que surjam em
nossas mentes, sejam quais forem.

Com isso, terminamos o Nono Passo, relembran-

70
do os demais, que devem ser adotados conjunta-
mente:

Primeiro Passo - Entender a visão espiritual da


depressão.
Segundo Passo - Adotar o hábito da oração diá-
ria.
Terceiro Passo - Estudar Espiritismo em casas
espíritas e em casa.
Quarto Passo - Reposição do magnetismo do
corpo por meio de passes espíritas.
Quinto Passo - Participar de algum programa de
caridade.
Sexto Passo - Realizar Evangelho no Lar sema-
nalmente.
Sétimo Passo - Ler mensagens edificantes todos
os dias.
Oitavo Passo - Fazer exercícios físicos regular-
mente.
Nono Passo - Afastar qualquer pensamento não
-edificante.

Vamos para o décimo e último passo!

71
Décimo Passo
Hábito angular/alavanca

Ao chegarmos ao décimo e último passo, pode-


mos analisar que a busca pela libertação do quadro
depressivo implica, necessariamente, alterar alguns
hábitos diários, o que resultará na elevação do pa-
drão vibratório, melhora na qualidade de vida e trará
sensação de bem estar, efetivando/auxiliando, como
consequência natural, a reforma íntima.

Com os passos ora cá propostos, alguns novos há-


bitos deverão ser adotados em nossas rotinas.

Ocorre que estudos científicos sobre a mente hu-


mana revelam que todas as pessoas que consegui-
ram mudar de vida, melhorando-a em qualidade,
estipularam um hábito diferente no “dia a dia” e que
isso impulsionou a mente para uma nova fase.

Este estudo foi divulgado no livro O Poder do


Hábito, do autor Charles Duhigg, editora Objetiva.

Eles chamam esse hábito de “angular” ou “ala-


vanca”, porque ele permite à mente o autopolicia-
mento dos pensamentos e condutas.

O estudo revela, também, que cerca de 40% das

73
nossas decisões diárias são tomadas sem nenhum
raciocínio, ou seja, de forma automatizada.

Nesse sentido, precisamos de uma estratégia que


“ligue” nossa mente para que fiquemos atentos com
os pensamentos diários, sendo que o caminho para
isso é o estabelecimento de um hábito novo em nos-
sas vidas, obviamente benéfico (largar cigarro, dei-
xar de consumir cerveja, não comer mais carne ver-
melha, adotar exercícios físicos regulares etc).

O interessante é que o estudo revelado no livro O


Poder do Hábito está em total sintonia com as re-
velações trazidas pelo espírito André Luiz, que, no
livro No Mundo Maior, faz uma comparação da es-
trutura de nossa mente a um castelo de três andares,
que seria: subconsciente, consciente e supercons-
ciente. Vejamos (Livro No Mundo Maior, Edição
20ª, Editora FEB, p. 47):

“Não podemos dizer que possuímos três cérebros


simultaneamente. Temos apenas um que, porém, se
divide em três regiões distintas. Tomemo-lo como
se fora um castelo de três andares: no primeiro si-
tuamos a ‘residência de nossos impulsos automá-
ticos’, simbolizando o sumário vivo dos serviços
realizados; no segundo localizamos o ‘domicílio
das conquistas atuais’, onde se erguem e se consoli-

74
dam as qualidades nobres que estamos edificando;
no terceiro, temos a ‘casa das noções superiores’,
indicando as eminências que nos cumpre atingir.
Num deles moram o hábito e o automatismo; no
outro residem o esforço e a vontade; e no último
demoram o ideal e a meta superior a ser alcança-
da. Distribuímos, deste modo, nos três andares, o
subconsciente, o consciente e o superconsciente.
Como vemos, possuímos, em nós mesmos, o passa-
do, o presente e o futuro”.

Dessa forma, possuímos no nosso cérebro a re-


gião do subconsciente, que é programada por nós
ao longo de nossas vidas, armazenando nossas
condutas automáticas (“moram o hábito e o auto-
matismo”).

Essa programação é feita por intermédio dos há-


bitos que mantemos.

Os hábitos desenvolvem o que André Luiz chama


de “reflexo condicionado” de nossa mente. Assim,
em determinadas situações, nos comportamos sem-
pre do mesmo modo, porque já estamos condiciona-
dos (automatizados).

Precisamos de uma estratégia que deixe nossa


mente ligada para, efetivamente, seguir os passos

75
aqui propostos, criando um cenário favorável para a
libertação do quadro depressivo.

Nesse sentido, o Décimo Passo assume grande


importância, porque será por meio dele que ativare-
mos nossa mente para o autopoliciamento dos nos-
sos pensamentos e das nossas condutas.

Até porque, com o conhecimento espírita, sabe-


mos da existência de influência espiritual. Vale di-
zer, além da programação de nosso subconsciente
ao longo das vidas, temos, ainda, as sugestões psí-
quicas de espíritos inferiores, que se aproveitam dos
quadros depressivos para subjugar suas vítimas (ou
influenciar, mesmo que indiretamente, pela simples
sintonia vibracional, conforme já explicado).

Por essa razão, André Luiz ressalta:

“Temos plenamente evidenciada a autossuges-


tão, encorajando essa ou aquela ligação, esse ou
aquele hábito, demonstrando a necessidade de au-
topoliciamento em todos os interesses de nossa
vida mental, porquanto, conquistada a razão, com a
prerrogativa da escolha de nossos objetivos, todo o
alvo de nossa atenção se converte em fator indutivo,
compelindo-nos a emitir os valores do pensamento
contínuo na direção em que se nos fixe a ideia, di-

76
reção essa na qual encontramos os princípios com-
bináveis com os nossos, razão pela qual, automati-
camente, estamos ligados em espírito com todos os
encarnados ou desencarnados que pensam como
pensamos” (Mecanismos da Mediunidade, p. 100,
Edição 26, FEB).

Vemos, assim, a importância de vigiarmos nossos


pensamentos e buscarmos alterar os hábitos diários.

Nos objetivos de nossos estudos de introduzir há-


bitos novos (os 10 passos da libertação) em nossa
vida mental, o Décimo Passo ajudará nossa mente a
se autopoliciar e a manter os demais passos.

Portanto, como Décimo Passo, devemos estabe-


lecer um hábito novo e diferente em nossa vida.

O aconselhável é que seja um hábito “externo”,


como: iniciar algum exercício físico diário (Oita-
vo Passo sugerido), abandonar algum vício (álcool,
cigarro, outros), estabelecer tempo de leitura/estu-
do diário, ou qualquer outra atividade benéfica que
vai melhorar nossa qualidade de vida, trazendo bem
estar e que seja diferente em nossa rotina atual (po-
dendo ser algum dos Dez Passos sugeridos neste li-
vro; nesse caso, ele assumirá papel-chave em nossa
mente e em nossa libertação).

77
Importante entender que é interessante que seja
um hábito externo, porque não é possível fixar: “A
partir de amanhã não serei mais egoísta”. Ora, a
mudança efetiva e integral de condutas morais exige
anos, às vezes vidas, de trabalho intenso da cons-
ciência/espírito.

Dessa forma, estabeleçamos agora mesmo um


hábito angular e hoje já comecemos a executá-lo,
sendo esse o décimo e último passo para a libertação
do quadro depressivo.

Vamos relembrar os demais, que devem ser ado-


tados conjuntamente:

Primeiro Passo - Entender a visão espiritual da


depressão.
Segundo Passo - Adotar o hábito da oração diá-
ria.
Terceiro Passo - Estudar Espiritismo em casas
espíritas e em casa.
Quarto Passo - Reposição do magnetismo do
corpo por meio de passes espíritas.
Quinto Passo - Participar de algum programa de
caridade.
Sexto Passo - Realizar Evangelho no Lar sema-
nalmente.
Sétimo Passo - Ler mensagens edificantes todos

78
os dias.
Oitavo Passo - Fazer exercícios físicos regular-
mente.
Nono Passo - Afastar qualquer pensamento não
-edificante.
Décimo Passo - Estabelecer um hábito angular/
alavanca.

79
Conclusões
Caro leitor e amigo, a busca pela libertação da
depressão exige o passo principal: perseverança.

Adote os Dez Passos como hábitos diários em


sua rotina de vida e persevere. Em poucas semanas
já notará uma sensação bem estar.

Assim, perseverando, com certeza atingirá a li-


bertação do quadro depressivo, ou, ao menos, usu-
fruirá de melhora substancial em sua vida mental,
refletindo em qualidade de vida mais elevada.

Acreditamos importante ressaltar que desistir das


provas e expiações não é o caminho a ser seguido.

Somos seres imortais, consciências em evolução


constante entre as dimensões vibratórias paralelas.

Nesse sentido, antes de alimentar pensamentos infe-


lizes de suicídio, é importante indagar: Você acredita ser
possível pôr fim à vida? Por acaso existe morte? Conse-
guirá melhorar a situação de dificuldade suicidando-se?

Se você acredita um por cento no que a Doutri-


na Espírita ensina, você sabe que não existe morte,
apenas vida e eterna.

81
A vida sempre continua, ora aqui, nesta dimensão
vibratória, ora na outra dimensão, que conhecemos
como “mundo espiritual” (mas que é tão concre-
ta quanto a nossa, apenas com a matéria em outra
composição vibracional, mais sutil).

Ao acabar com a vida física, a pessoa não morre,


apenas muda de dimensão vibratória, e ainda fere
os centros de força (chacras) do corpo espiritual,
acarretando, além de enorme dívida junto com a Lei
Divina (lei de causa e efeito), considerável prejuízo
físico em seu corpo espiritual que necessitará de al-
gumas reencarnações para se recuperar.

Vale dizer, melhor ter resignação e superar as di-


ficuldades desta vida (que foram programadas por
você mesmo antes de reencarnar ou, então, pela pro-
vidência divina, sempre visando resgatar débitos de
outras vidas e/ou evoluir moral e intelectualmente),
do que pôr fim a esta vida física e ir habitar regiões
infelizes da dimensão do “mundo espiritual”, para,
depois, ainda passar dificuldades maiores em várias
outras vidas físicas até resgatar e equilibrar o enor-
me prejuízo que o ato impensado trouxe para seu
espírito/mente.

Assim, importante entender: é impossível se ma-


tar. Ninguém morre. O suicídio acarreta apenas a

82
mudança de dimensão vibratória e, por ser agressivo
ao espírito, resultará em enorme prejuízo, piorando
em muito qualquer situação que já se julgue ruim.

Apenas com o trabalho incessante no bem, se-


guindo os ensinamentos do querido mestre Jesus e
de outros luminares da Humanidade, é que libertare-
mos nossas mentes e espíritos de quadros de tristeza
e angústia.

Nesse sentido, suicidar-se é, antes de tudo, ilógi-


co, porque não colocará fim à vida e ainda piorará
em muito a situação.

Portanto, caro leitor amigo, se você acredita pelo


menos um pouco na doutrina espírita (Allan Kar-
dec), não alimente ideias de suicídio, lute e perseve-
re nas trilhas do Bem, seguindo os passos propostos
nesta obra e com certeza conseguirá iluminar sua
mente e espírito, adquirindo forças e coragem para
enfrentar e vencer os desafios da vida física.

Por fim, ressaltamos novamente que os Dez Pas-


sos não substituem o tratamento médico e as con-
sultas aos profissionais de psicologia, psicanálise e
psiquiatria. Trata-se de uma estratégia a ser seguida,
como auxílio no tratamento do quadro depressivo!
Acreditamos que, com o tratamento médico e a ado-

83
ção dos dez passos, a libertação da depressão tor-
nar-se-á mais fácil, ou, como dito, ao menos haverá
indiscutível melhora na qualidade de vida.

84
Mensagens Edificantes

Reaja!

Confie em Deus e reaja!

Ore e reaja!

Trabalhe no Bem e reaja!

Estude e reaja!

Seja otimista e reaja!

É necessário reagir.

Tenha fé, ore, trabalhe no bem, estude, seja oti-


mista, e a reação começará.

Infelizmente, as trevas estão ao nosso lado, aguar-


dando nossas fraquezas para nos induzir aos erros
da vida. A tristeza, o remorso e a angústia são senti-
mentos que batem em nossa porta diariamente.

Mas isso porque não estamos cultivando o Evan-


gelho de Jesus em nossos corações.

85
A luz dissipa as trevas.

O amor de Deus é infinito e as vibrações positivas


vindas da Espiritualidade Superior banham as cria-
turas da Terra também diariamente.

Precisamos reagir, perseverando no Bem, e, as-


sim, sentiremos a presença de Deus em nossos co-
rações e a benéfica influência dos anjos da guarda.

Não podemos nos deixar dominados por pensa-


mentos negativos, é necessário reagir.

Com fé em Deus, oração, trabalho no Bem, estu-


do e otimismo, a reação é sempre possível! Os ami-
gos espirituais, para nos ajudar, aguardam, ansiosa-
mente, nossos primeiros passos em busca de uma
vida mais iluminada.

André Luiz indagou: “Você acredita que alguém


pode achar a felicidade admitindo-se infeliz?”.

Dessa forma, ore para Deus hoje e reaja, afastan-


do as trevas em forma de pensamentos negativos. A
luz brilhará em sua mente e em seu coração!

86
Seja forte!

A resignação possui o poder de minimizar a dor


do sofrimento.

Ela se revela pela aplicação do conhecimento


trazido pela espiritualidade superior em nosso dia
a dia.

Afinal, de que adianta estudarmos as leis que re-


gem o Universo, reveladas pelo Espírito da Verdade
a Allan Kardec e aprofundadas por diversos outros
mensageiros de Deus ao longo do último século, se,
ao sermos colocados em prova na vida física, não
aplicamos nada do que aprendemos?

A vida física não é separada entre dois universos,


um dentro do Centro Espírita e outro a vida particu-
lar, composta por trabalho e família.

Seja forte!

É necessário aplicar a luz trazida pela espirituali-


dade superior com nossos irmãos, em nosso traba-
lho, com nossa família.

Precisamos desejar, ardentemente, uma reforma


íntima, largando os vícios que possuímos e fixando

87
metas para melhorar nossa saúde mental.

Além disso, torna-se imperioso viver em conso-


nância com os ensinamentos intelectuais e morais
aprendidos na Escola Espírita.

Seja forte!

Tenhamos consciência de nossos atos, lutemos


contra nossos instintos inferiores.

As inteligências malignas que dominam as re-


giões densas da dimensão extrafísica desejam que
continuemos distraídos, a esmo, sustentando vícios,
paixões e inferioridades.

Não querem que você faça a ligação entre o apren-


dizado espírita e sua Vida cotidiana.

Não se permita desperdiçar a bênção que é a vida


encarnada.

Não se permita manter-se refém de forças infe-


riores.

Seja forte!

Brilha em seu interior a Luz Divina, que precisa

88
apenas de perseverança para revelar-se em práticas
diárias de seu cotidiano.

Estabeleça metas a curto, médio e longo prazo,


lutando, efetivamente, para atingi-las.

Seja forte!

Traga a luz aprendida nos ensinamentos de Cristo


e da Espiritualidade Superior para sua vida diária e
verá o amor divino crescendo em seu interior, capa-
citando-se, efetivamente, para a Vida Maior.

Tenha a consciência do que fora explicado pelo


irmão André Luiz: a tolerância, a serenidade, o oti-
mismo, a paciência, a confiança, a resistência, a es-
perança e a virtude não são qualidades a serem sus-
tentadas nos momentos de felicidade da vida, mas,
sim, quando você encontra-se imerso em dificulda-
des da existência.

Assim, seja forte, aplicando em seu dia a dia o


Evangelho de Jesus e a luz trazida pela Espirituali-
dade Superior, viabilizando, em consequência, uma
efetiva reforma íntima que libertará a sua mente
para a Vida Superior.

89
O melhor remédio do mundo

Perguntou-se certo dia a um espírito, qual era o


melhor remédio para evitar o desenvolvimento de
doenças físicas e mentais.

A resposta foi simples: otimismo em todos os


momentos da vida.

O otimismo consiste em analisar todas as situa-


ções da vida positivamente. Isso porque todas as
situações têm aspectos positivos. Falta enxergá-los.

Frise-se: todas as situações.

Primeiro, isso deve ser feito porque, encarnados,


não nos lembramos de outras vidas e da programa-
ção realizada antes desta vida física. Assim, não sa-
bemos exatamente aquilo que devemos passar para
evoluir e resgatar débitos anteriores. Aqui, o oti-
mismo torna-se resignação. Devemos pensar sem-
pre que determinada dificuldade existe para que eu
possa crescer e evoluir como ser Eterno que habita
o Universo.

Em segundo plano, devemos lembrar que todo e


qualquer pensamento emite vibrações, logo, man-
tendo o pensamento otimista quanto a determinada

90
situação, estamos contribuindo para que ela dê cer-
to.

Ao contrário, quando pensamos de forma pessi-


mista, estamos emitindo vibrações, dardos mentais,
que contribuem para que a situação dê errado e até
se agrave.

Além desses fatores, a ciência terrena caminha,


a cada dia, para concluir o que já foi ensinado em
diversas obras espíritas: o pensamento é a FONTE
de doenças ou de saúde.

Quando mantemos pensamentos negativos, esta-


mos alimentando nossa mente de vibrações densas
que impregnam os centros de força (chacras) e con-
taminam os órgãos físicos correspondentes.

De outro lado, com a oração e o otimismo em nos-


so dia a dia, mantemo-nos ligados à Espiritualidade
Superior e emitimos vibrações sutis e iluminadas,
que, em consequência, alimentam os centros de for-
ça de nosso corpo espiritual com energia positiva,
resultando em saúde para o corpo físico.

Claro que existem doenças provenientes de res-


gastes necessários nesta vida e que já estão progra-
madas para acontecer, mas, aqui, entra o otimismo

91
em forma de resignação, o que, na prática, alivia as
dores morais e físicas da doença desenvolvida.

Quanto às doenças mentais, temos o otimismo


como catalisador de bons sentimentos que evitam os
pensamentos negativos e as influências inferiores.

Afinal, mantendo o otimismo em nosso dia a dia,


o padrão vibratório mantem-se alto, mantendo-nos
ligados aos anjos da guarda e à Espiritualidade Su-
perior.

Conforme ensina André Luiz, não podemos ficar


louvando as dificuldades da vida, mas é imperioso
reconhecer que sem elas eternizaríamos paixões, en-
ganos, desequilíbrio e desacertos, devendo, assim,
serem aceitas como chaves libertadoras e consegui-
remos fazer isso levando nossa vida com otimismo.

Assim, a partir de hoje, adotemos o otimismo


como regra absoluta em nossas vidas.

Em TODOS os fatos da vida, SEMPRE há os as-


pectos POSITIVOS!

92
Superação

Acenda a luz da superação em sua vida atual.

Você é um ser eterno, que já viveu milhares de


milênios e possui uma eternidade para viver.

A vida física atual é uma escola, preparando-nos


para a Vida Maior.

Porém, ninguém se habilita para a Vida Maior


sem esforço, perseverança e superação de seus pro-
blemas e dificuldades.

Atualmente, no estágio em que se encontra a hu-


manidade, a grande maioria de criatura mantém-se
em ciclo vicioso de reencarnações, ora ingressando
na dimensão física, ora voltando para dimensão ex-
trafísica, mas sem superar suas limitações e imper-
feições, ou fazendo-o muito vagarosamente.

Dessa forma, continua-se habitando as esferas


inferiores da dimensão vibratória conhecida como
Mundo Espiritual e não se desperta a consciência
para as verdades do Espírito e das leis que regem o
Universo.

Apenas com o sentimento de superação das difi-

93
culdades e vícios mantidos pelo Espírito é que nós
conseguiremos nos preparar para a Vida Maior.

A Vida Maior não é a simples morte do atual corpo físi-


co e a volta para dimensão vibratória “mundo espiritual”.

A Vida Maior surgirá da elevação moral e intelec-


tual do Espírito, que passará a adquirir capacidade
para viver em determinado plano de existência onde
a razão e o sentimento predominam e o instintos in-
feriores não existem mais.

Estaremos um dia aptos para a Vida Maior? Sem


dúvidas, isso ocorrerá indubitavelmente, porque so-
mos seres eternos e essa é a vontade Divina. Fomos
criados para evoluir e atingir a perfeição. A Lei do
Progresso é inexorável!

Porém, somente conseguiremos isso com o senti-


mento de superação.

Precisamos superar as tristezas, as dificuldades e


os obstáculos desta vida atual, que existem justamen-
te para nos capacitar mentalmente para a Vida Maior.

Aquele que foge de suas provas, não evolui e


mantém-se no eterno ciclo de vidas inferiores, indo
e voltando entre as dimensões, mas sempre habitan-

94
do esferas de vida ainda atrasadas na dimensão vi-
bratória chamada “Mundo Espiritual”, locais estes
dominados por inteligências que se encontram ainda
na ignorância e submetidas por instintos inferiores.

Supere as dificuldades, os obstáculos, as tristezas.

Tudo existe por uma razão. Nenhum obstáculo é


obra do acaso.

Tudo é passageiro, o que é uma tristeza ou dificulda-


de perto do infinito amor de Deus e seus mensageiros?

No instante em que compreendermos e aceitar-


mos as dificuldades como chaves libertadores de
nossa mente/espírito, a Luz Divina brilhará em nos-
so coração e conseguiremos evoluir se preparando-
nos, a cada vida/experiência, para um dia chegar na
Vida Maior.

E tudo isso será mais fácil por meio da superação.

A superação, por sua vez, será mais fácil enquan-


to caminhar nas trilhas do Bem (adotando como prá-
tica comum em nossa vida, o Evangelho no Lar, os
estudos morais, a leitura de mensagens edificantes,
os passes em casas de oração, a oração, o trabalho
na caridade e a resignação).

95
Paciência e tolerância

Deus possui infinita paciência com nossa inferio-


ridade moral e enorme tolerância com nossos erros
diários.

Jesus Cristo nos recebeu sob o império de seu


amor e, há milênios, espera, pacientemente, nossa
iluminação interna, tolerando-nos diariamente.

A Espiritualidade Superior, representada pelos


mensageiros do Bem entre nós, age, pacientemente,
e tolera nossas decisões equivocadas, não obstante
a orientação incessante para que permanecemo-nos
no caminho do Bem.

Nesse sentido, cabe, a cada um de nós, exercer


a paciência e a tolerância em nosso dia a dia com
nossos semelhantes.

Não há razões para alterar a nossa harmonia men-


tal por pequenas questões diárias.

Ficar irritado no trânsito, transformando um ir-


mão em inimigo tão somente porque cometeu um
erro de direção do veículo.

Proferir dardos mentais aos irmãos que também

96
suportam nossos defeitos no ambiente de trabalho,
simplesmente porque agiram da forma que não con-
cordamos.

Estragar um passeio familiar ou o ambiente de


nosso lar, iniciando discussões agressivas, porque
esta ou aquela frase não foi proferida da forma que
queríamos.

Esbravejar e xingar contra nossos irmãos que


prestam serviços em nossas mesas nos bares e res-
taurantes, em razão de terem errado em nosso pe-
dido, como se nós nunca nos equivocássemos em
nosso trabalho.

Porque agir dessa maneira com nossos irmãos?


Deus, Jesus, os mensageiros da espiritualidade su-
perior, suportam, serenamente, todos os nossos
equívocos diários.

Devemos estabelecer a paciência e a tolerância


como regra de convivência entre nossos irmãos en-
carnados e os frutos da conduta benéfica serão usu-
fruídos por nós mesmo.

Isso porque, entendendo pacientemente e toleran-


do a conduta de nossos irmãos, manteremos nossa
harmonia mental e elevaremos nosso padrão vibra-

97
tório, entrando em harmonia com as vibrações posi-
tivas e benéficas da Espiritualidade Superior.

Assim, vamos adotar a paciência e a tolerância


como condutas diárias destinadas a preservar nossa
saúde mental e nosso bom humor.

Afinal, como ensina André Luiz, a paciência não


é vital gracioso para as horas de lazer, é amparo des-
tinado aos obstáculos, assim como a tolerância não
é saboroso vinho para os minutos de camaradagem,
mas, em verdade, porta valiosa para que demonstre-
mos boa vontade ante os companheiros.

98
Ilumine sua mente

Permita que a Luz Divina ilumine sua mente.

Todos os dias alimentamos pensamentos não-e-


dificantes.

No trabalho, em casa, na via pública, qualquer


acontecimento é motivo para ficarmos estressados,
nervosos ou simplesmente divagando sobre pensa-
mentos grosseiros.

Conforme explica André Luiz, o pensamento é a


extensão de nosso espírito. Somos o que pensamos.

Com pensamentos grosseiros, fechamos nossa


mente para a Luz Divina.

Mais do que isso, mesmo quando presentes numa


casa de oração, onde recebemos a luz da espirituali-
dade superior por alguns minutos, ao alimentarmos
pensamentos não-edificantes, extirpamos as boas
vibrações.

Lutemos contra os pensamentos grosseiros.

Alimentemos pensamentos apenas edificantes.

99
Adotemos o hábito da oração.

Quanto mais fizermos oração e alimentarmos


pensamentos edificantes, evitando os pensamentos
vulgares, mais entraremos em sintonia com a Provi-
dência Divina e sentiremos a luz de Deus em nossas
mentes e corações.

Estimulemos nossa mente com prática que cata-


lisam bons pensamentos: leitura de mensagens edi-
ficantes, Evangelho no Lar, caridade, frequência na
casa de oração, oração diária e estudo da doutrina
espírita.

Trabalhemos nossa mente para iluminar-se com a


Luz Divina, refutando qualquer pensamento não-e-
dificante logo no seu nascedouro.

Saibamos que todo pensamento emite vibrações


e, por meio dele, entramos em sintonia com todas as
pessoas encarnadas e desencarnadas que habitam o
planeta Terra.

Compreendamos que estamos diariamente ba-


nhamos em vibrações positivas e negativas e iremos
alimentar nossa mente conforme o nosso padrão vi-
bratório pela atração de energias afins.

100
Iluminar-se é, simplesmente, afastar as trevas.

Iluminemos nossa mente, não faltam amigos


espirituais aguardando, ansiosamente, pela nossa
elevação.

Iluminemos nosso Espírito e sintamos a Luz Di-


vina em nossa mente e coração.

Hoje mesmo façamos uma oração e procuremos


evitar qualquer pensamento negativo, grosseiro, vul-
gar, não-edificante que surja. Talvez seja um pouco
difícil no início, mas em breve perceberemos que é
mais fácil e prazeroso iluminar-se com a Luz Divina
do que ceder às sombras.

101
Otimismo e resignação

Otimismo e resignação, uma perfeita combina-


ção!

Aprendamos a desenvolver estes dois sentimen-


tos e com certeza nós obteremos uma grande defesa
contra as influências do Mal.

Encaremos todas as fases e acontecimentos da


Vida com otimismo, contribuindo com nossas vi-
brações mentais para que sempre ocorra o melhor,
assim como analisando os aspectos positivos daqui-
lo que não consideramos o ideal.
 
Além disso, tenhamos resignação quando algo
não ocorre do jeito que nós imaginávamos ser o me-
lhor.
 
Sejamos otimista e confiemos nas Leis Divinas!
Antes de reencarnarmos programamos nossa vida
física de modo a melhor aproveitar as oportunidades
de resgaste das dívidas que possuímos e de cresci-
mento do nosso espírito (moral e intelectual).

Nesse sentido, devemos nos resignar quanto aos


fatos da vida que julgamos ser ruins. Muitas vezes, é
mero resgaste ou prova necessária para elevação de

102
alguma qualidade de nosso espírito que queríamos
trabalhar (vaidade, egoísmo, ganância, materialis-
mo, vício, frieza, crueldade etc).
 
De outro lado, somos os comandantes de nossa
vida e devemos sempre guiá-la com o otimismo,
torcendo para que tudo dê sempre certo. Quando
pensamos, emitimos vibrações e, sendo otimista,
estamos contribuindo para que a situação ou fato
ocorra sempre positivamente.

Assim, estabelecemos uma boa combinação: oti-


mismo diante de todos os fatos da vida, mas resig-
nação quando ocorre algo que julgamos não seja o
melhor (ou seja, ruim).

Sejamos otimistas e tenhamos fé em Deus!


 
A combinação de otimismo e resignação revela
enorme confiança no Pai Criador.
 
Quem confia em Deus, em Jesus, na Espirituali-
dade Superior e nas leis divinas que regem o Uni-
verso, tem a confiança de que não existe infelicida-
de real, mas somente provas que precisamos passar
para resgate ou elevação de nosso espírito.
 
“Deus fecha uma porta, mas abre uma janela.”

103
 
Se olharmos com mais atenção, veremos que Ele
fechou uma porta, mas abriu diversas outras e inú-
meras janelas. Nós é que devemos parar de chorar e
lamentar sobre os aspectos ruins do acontecimento,
abrindo os olhos e deixando a Luz Divina iluminar
nossos corações.
 
Sejamos otimistas e confiemos na Espiritualidade
Superior!

Sejamos otimistas em todos os momentos de nossa


vida, contribuindo com os nossos pensamentos para que
tudo dê sempre certo e analisando todas as situações com
bons olhos (porque sempre haverá aspectos positivos).
 
Utilizemos a resignação para aceitarmos os pla-
nos divinos e de nós mesmos antes de reencarnar.
Com ela, a resignação, conseguiremos mais facil-
mente perceber aspectos positivos de um fato que
consideramos ruins.
 
Otimismo e resignação, uma perfeita combinação!
 
Adotemos o otimismo como regra absoluta em
nossa vida e a fé em Deus e seus desígnios como luz
para nossas mentes e nossos corações.

104
Pleno domínio da mente
(Mensagem psicografada por Breno Costa)

É comum a dúvida de como seria possível manter


o padrão vibratório elevado, uma vez que passamos
por muitas dificuldades no dia a dia, incluindo no
trabalho, em casa, e no próprio centro espírita.
A resposta passa, necessariamente, pela análise
do domínio mental que denominamos “paciência”.
Propomos um exercício mental que, se executa-
do com perseverança, trará enormes benefícios aos
irmãos.
Analisemos a medida de tempo conhecida como
“um minuto”.
Esses 60 segundos costumam ser desprezados,
porque “passam rápido”.
Mas esse pequeno instante de tempo é a chave
para a solução de muitos contratempos do dia a dia
que acabam por ocasionar a queda do padrão vibra-
tório.
A partir de hoje, todas as vezes que se encon-
trarem numa situação desagradável, seja qual for,
aguardem o transcorrer de um minuto antes de pra-
ticar qualquer manifestação.
Perseverem, mantendo a harmonia mental por 60
segundos.
Se estiverem no trânsito e o carro da frente esti-
ver desagradando por algum motivo. Mantenham a
calma por 60 segundos. Na maioria das vezes, ao

105
longo desses 60 segundos, a solução aparecerá: a) o
carro virará na próxima esquina; b) surgirá a causa
do desagrado (anulando o nascimento de sentimento
de impaciência, raiva ou ira); c) surgirá um ponto
para uma ultrapassagem segura.
Se estiverem conversando com alguém e algo na
conversa soar desagradável aos ouvidos. Aguarde
60 segundos, mantendo a harmonia mental. Muitas
vezes, a conclusão da conversa alcançará uma so-
lução pacificadora; ou a pessoa terminará a fala e
surgirá, naturalmente, a oportunidade de esclareci-
mentos (brandos).
Se, em determinado momento do dia, surgir su-
gestão de tentações inferiores, resista por um mi-
nuto à ideia e ore, percebendo que, rapidamente,
pensamentos edificantes surgirão e serão mais bem
recebidos do que a má ideia.
Amigos, se esforcem em manter a harmonia men-
tal por esse um minuto (60 segundos), nessas e em
outras situações do dia a dia.
Depois, naturalmente, conseguirão fazer o mes-
mo exercício mental por dois minutos, minimizan-
do ainda mais os fatos que ensejam o desequilíbrio
mental e a queda do padrão vibratório.
Ultrapassados alguns meses, com menos esforço
(e até mesmo desejando isso), conseguirão manter
a harmonia mental por 5 minutos, 10 minutos, meia
hora, uma hora. E aí, caros irmãos, além da doce

106
paciência, poderão usufruir dos sentimentos de tole-
rância, brandura e humildade, despertando, aos pou-
cos, o sublime sentimento do amor ao próximo, que
anulará qualquer queda de padrão vibratório, seja
qual for a dificuldade do dia.
Quando atingirem esse nível, terão alcançado o
pleno domínio da mente.
Com isso, a manutenção do padrão vibratório
será algo suave e automático.
Então, comecemos com o exercício de controle
da harmonia mental por um minuto!

107
Afinidades e implicâncias
(Mensagem psicografada por Breno Costa)

No atual estágio da humanidade, é natural que


tenhamos mais afinidades com algumas pessoas e
menos com outras.
Porém, isso não pode resultar em inimizades e
implicâncias.
Analisando o fenômeno da falta de afinidade, ve-
rificamos que ele surge, inicialmente, da ausência de
sintonia vibracional. Afinal, cada espírito é dotado
de poderosa máquina de emissão de vibrações, qual
seja, a mente.
Essa falta inicial de afinidade vibracional é supe-
ralimentada pelos sentimentos de orgulho, vaidade
e egoísmo, o que resulta num abismo entre as duas
pessoas em aparente conflito.
No ambiente de um centro espírita, isso é comum
que ocorra, em razão de todos estarem se esforçan-
do para entender os ensinamentos da Espiritualida-
de Superior. Porém, frequentemente, resulta em me-
lindres inconvenientes.
Propomos um exercício mental simples para aca-
bar com isso, seja no centro espírita, seja no traba-
lho ou em família.
O remédio para o problema é simples e exige ape-
nas um pouco de amor, ministrado com humildade
e boa vontade.

108
Ao enviarmos pensamentos de implicância para
determinada pessoa, criamos um circuito fechado
de forças negativas, porque ela recebe essas vibra-
ções e as devolve, sendo que, caso também nutra
implicância pela nossa pessoa (em regra é o que
acontece quando da falta de sintonia/simpatia/afi-
nidade), essas vibrações voltam carregadas de mais
energia negativa.
Com isso, juntos cavamos um abismo.
Mas, da mesma forma, podemos construir uma
ponte que inevitavelmente proporcionará a amizade
sincera e fraterna, ou, ao menos, boa convivência.

Para tanto, basta orarmos para a pessoa que senti-


mos menos afinidade. Isto é, ao invés de enviarmos
pensamentos negativos, de implicância, vamos orar,
vibrando amor, luz, harmonia e que Deus possibilite
uma aproximação e maior afinidade, que as distân-
cias de pensamentos sejam diminuídas.
Afinal, com qualquer pessoa no mundo sempre
haverá alguns pensamentos em sintonia, basta abai-
xarmos o nevoeiro das implicâncias para enxerga-
mos as belezas dos pensamentos em comum.
Com isso, criaremos um circuito fechado de for-
ças positivas, que aproximará a pessoa que julga-
mos não ter afinidades, porque a energia benéfica é
irresistível. A pessoa receberá as boas vibrações e,
aos poucos, será tocada por nossas vibrações bené-

109
ficas, o que transformará a imagem que possui de
nossa pessoa. Ao mesmo tempo que energia positiva
emitida pela nossa mente atrai energia positiva, fe-
chando o circuito de forças.
Dessa forma, esse circuito fechado de forças po-
sitivas aproximará os dois irmãos e, no futuro, com
certeza, não lembraremos qual era o motivo para a
falta de afinidade.
Lembremos: somente a luz ilumina as trevas.
Iluminemos nossas mentes com amor e humildade.
O resultado será grandioso.
Coloquemos em prática a conduta ensinada e ob-
servemos os resultados em curto espaço de tempo.

110
Qual a justificativa?
(Mensagem psicografada por Breno Costa)

No atual estágio consciencial da humanidade é


possível compreender que o universo é multidimen-
sional.
O planeta Terra, em seu estágio atual (expiação),
possui diversas dimensões vibratórias.
Os irmãos encarnados habitam o que podemos
chamar de terceira dimensão.
A quarta dimensão inclui o que os irmãos encar-
nados chamam de abismos, trevas, umbral (denso,
médio e sutil).
Após, temos, ainda no planeta Terra, as demais
dimensões, quinta, sexta, sétima, oitava e nona (em
número incerto ainda).
A partir da quinta dimensão, a matéria está em
composição vibracional tão diferente da dimensão
habitada pelos irmãos encarnados que é praticamen-
te impossível tentar explicar conceitos de vida.
Porém, podemos garantir que a sensação de ale-
gria e bem estar é infinitamente superior a qualquer
vício mantido pelos irmãos encarnados.
Não há paralelos de comparação.
Percebem como ainda é impossível tentar explicar
como seriam os aspectos concretos da Vida Maior?
Diante disso, perguntamos: qual a justificativa para os
irmãos encarnados manterem tantos vícios grosseiros?

111
Não adianta agradecer a Deus pela luz trazida
pela Espiritualidade Superior, se não a usamos para
iluminar nosso futuro.
Natural que as mudanças morais sejam forjadas
ao longo de vidas, porém, injustificável a manuten-
ção de tantos vícios externos do espírito (alimenta-
ção desregrada, sensualismo desajustado, consumo
de tabaco, álcool, drogas etc.).
O que justifica mantê-los? Convívio social? Nada
justifica!
O esforço e a perseverança em mudar os hábitos
revelam os benefícios de uma vida sem vícios.
Portanto, caros irmãos, iniciem as mudanças ime-
diatamente, largando os vícios grosseiros que carac-
terizam a vida nos círculos inferiores de existência
da consciência.

112
É razoável pensar nisso

A paciência não é um vitral gracioso para as suas


horas de lazer. É amparo destinado aos obstáculos.
*
A serenidade não é jardim para seus dias dourados. É
suprimento de paz para as decepções de seu caminho.
*
A calma não é harmonioso violino para suas con-
versações agradáveis. É valor substancial para seus
entendimentos difíceis.
*
A tolerância não é saboroso vinho para seus mi-
nutos de camaradagem. É porta valiosa para que
você demonstre boa vontade ante os companheiros
menos evolvidos.
*
A boa cooperação não é processo fácil de receber
concurso alheio. É o meio de você ajudar ao compa-
nheiro que necessita.
*
A confiança não é um néctar para suas noites de pra-
ta. É refúgio certo para as ocasiões de tormenta.
*
O otimismo não constitui poltrona preguiçosa
para seus crepúsculos de anil. É manancial de forças
para seus dias de luta.
*

113
A resistência não é adorno verbalista. É sustento
de sua fé.
*
A esperança não é genuflexório de simples con-
templação. É energia para as realizações elevadas
que competem a seu espírito.
*
Virtude não é flor ornamental. É fruto abençoado
do esforço próprio, que você deve usar e engrande-
cer no momento oportuno.

(Livro Agenda Cristã, Espírito André Luiz pelo


médium Francisco Cândido Xavier, p. 69/70, 45ª
edição, 2012, editora FEB).

114
Amai-vos, eis o primeiro ensinamento;
instruí-vos, eis o segundo
(Mensagem psicografada por Breno Costa)

A Doutrina Espírita possui sua base fundamenta-


da nesses dois mandamentos.
Nesse sentido, participar de programas de carida-
de e doar energias e tempo em reuniões de assistên-
cia fraternal é realmente importante e todos devem,
dentro do possível, participar.
Aliás, conforme ensina o querido irmão Chico
Xavier, a vida não exige que nos tornemos missio-
nários, bastando doar um pouco de nosso tempo e
de nosso conforto material.
De outro lado, não podemos esquecer do segundo
mandamento: “instruí-vos”.
Somente pelo estudo incessante das revelações
trazidas pela Espiritualidade Superior é que con-
seguiremos elevar nossas consciências, evoluindo
moral e intelectualmente.
Inclusive, é importante entender que o estudo ilu-
mina nossas mentes, mostrando que algumas con-
dutas que julgamos corretas, em verdade, são ina-
propriadas.
Assim, os dois mandamentos estão intimamen-
te ligados, devendo os irmãos encarnados estarem
atentos a suas aplicações.

115
Autoaprimoramento

Tanto quanto sustentamos confidências menos fe-


lizes com os outros, alimentamos aqueles do mesmo
gênero de nós para nós mesmos.
Como vencer nossos conflitos interiores? De que
modo eliminar as tendências menos construtivas
que ainda nos caracterizam a individualidade? - in-
dagamo-nos.
De que modo espargir a luz se, muitas vezes, ain-
da nos afinamos com a sombra?
E perdemos tempo longo na introspecção sem
proveito, da qual nos afastamos, insatisfeitos ou
tristes.
Ponderemos, entretanto, que os doentes estives-
sem proibidos de trabalhar, segundo as possibili-
dades que lhes são próprias, e se os benefícios da
escola fossem vedados aos ignorantes, não restaria
à civilização outra alternativa que não a de se extin-
guir, deixando-se invadir pelos atributos da selva.

***

Felicitemo-nos pelo fato de já conhecermos nos-


sas fraquezas e defini-las. Isso constitui um passo
muito importante no progresso espiritual, porque,
com isso, já não mais ignoramos onde e como atuar
em auxílio da própria cura e burilamento.

116
Que somos espíritos endividados perante as leis
divinas, em nos reportando a nós outros, os compa-
nheiros em evolução na Terra, não padece dúvida.
Urge, porém, saber como facear, construtivamen-
te, as necessidades e os problemas do mundo íntimo.
Reconhecemo-nos falhos, em nos referindo aos
valores da alma, ante a Vida Superior, mas abste-
nhamo-nos de chorar inutilmente no beco da auto-
piedade. Ao invés disso, trabalhemos na edificação
do bem de todos.

***

Cultura é a soma de lições infinitamente repetiti-


vas no tempo.
Virtude é o resultado de experiências incomen-
suravelmente recapituladas na vida. Jesus, o Mestre
dos Mestres, apresenta uma chave simples para que
se lhe identifiquem os legítimos seguidores: “Co-
nhecê-los-eis pelos frutos”.
Observemos o que estamos realizando com o te-
souro das horas e de que espécie são as nossas ações
a benefício dos semelhantes. E, procurando aceitar-
-nos como somos, sem subterfúgios ou escapatórias,
evitemos estragar-nos com queixas e autocondena-
ção, diligenciando buscar, isto sim, agir, servir e
melhorar sempre.
Em tudo o que sentirmos, pensarmos, falarmos

117
ou fizermos, doemos aos outros o melhor de nós,
porque Deus nos conhecerá pelos bons frutos que
produzirmos.

(Livro Rumo Certo, Espírito Emmanuel pelo mé-


dium Francisco Cândido Xavier, p. 59/61, 12ª edi-
ção, 2013, editora FEB).

118
Tecnologia
(Mensagem psicografada por Breno Costa)

A revolução tecnológica pela qual passam meus


irmãos encarnados, antes de ser uma busca pelo
conforto e pela eficiência na troca de informações,
é um treino para que as consciências se adaptem à
desmaterialização do Fluido Cósmico Elementar, ou
Matéria Elementar Primitiva, na composição da ter-
ceira dimensão.
A tecnologia é apenas uma mutação da matéria
física, tornando-a mais sutil na terceira dimensão.
Assim, as consciências treinam para se adapta-
rem à quarta dimensão (mundo espiritual).
Importante salientar que a tecnologia da quarta
dimensão não é exatamente igual à da terceira di-
mensão, porque, na dimensão extrafísica, não pos-
suímos tantas limitações.
O que não quer dizer que o desenvolvimento da
tecnologia na terceira dimensão não possua alguns
aspectos similares à tecnologia da quarta dimensão.
Um dos fatores que tornam a tecnologia diferen-
te, além da realidade simplesmente diferente (com
menos limitações naturais da matéria densa), é a
composição do Fluido Cósmico Universal.
Na dimensão do mundo espiritual, o FCU possui
composição vibracional diferente, dando origem a
outras formas de átomos e moléculas.

119
Aliás, nesse sentido, importante entender que a
matéria física nunca se tornará extrafísica.
A matéria da terceira dimensão sofre e sofrerá
mutações, mas nunca se torna extrafísica. Isso por-
que os átomos tridimensionais não se tornarão qua-
dridimensionais.
O que muda é a residência das consciências que
se preparam para, um dia, habitar a quarta dimensão.
Lembrem-se: a dimensão física é a escola das
consciências, visando a Vida Maior, que não se con-
cretizará na terceira dimensão.
A revolução tecnológica é somente mais um ma-
terial da escola em que meus irmãos encarnados es-
tagiam. Aproveitem essa e outras ferramentas para
disciplinar suas mentes e não a utilizem do modo
errado, seja moral ou intelectualmente.

120
Salva-vidas
(Mensagem psicografada por Breno Costa)

No mundo físico, habitado pelos irmãos encar-


nados, há lugares habitados por povos civilizados
e não civilizados. Há regiões onde a matéria forma
lindas paisagens e locais não belos. Existem setores
onde muitas consciências residem e outros pouco
habitados.
Assim também é o plano espiritual, na dimensão
logo após o mundo físico.
Nas cidades habitadas pelos irmãos encarnados
há bairros nobres, condomínios e bairros mais sim-
ples, além de periferia e favelas.
Segundo as leis sociais que regem o plano de
existência física, a pessoa reside nos bairros corres-
pondentes a seus ganhos materiais.
Na dimensão vibratória conhecida como “mundo
espiritual” podemos, metaforicamente, afirmar que
também há regiões mais desenvolvidas e outras me-
nos desenvolvidas.
Porém, aqui, a morada dos espíritos é determina-
da pelo grau de elevação moral e intelectual, espe-
cialmente a moral, porque revela o nível de subli-
mação.
Nesse sentido, o exercício da caridade assume a
característica de um reforço escolar no enorme edu-
candário que constitui o mundo físico, auxiliando

121
no desenvolvimento moral do espírito.
Por meio da caridade sincera e fraterna, aprende-
mos a amar e, assim, sublimamos nossos sentimen-
tos.
Além disso, e por isso, a prática da caridade sin-
cera e fraterna ao longo da vida física transforma-se
em verdadeiro salva-vidas do espírito, impedindo
que afunde nos abismos das imperfeições e dos ví-
cios, o que resultaria na moradia de locais infelizes
do chamado “mundo espiritual”.

Afinal, além da sublimação moral, pela caridade


surge o mérito e a afinidade espiritual com os ami-
gos espirituais que não abandonarão os irmãos no
momento difícil da passagem de dimensões (desen-
carne).
Portanto, caros irmãos, pratiquemos ao máximo
a caridade fraterna, ajudando os mais necessitados,
isso vale mais do que qualquer trabalho intelectual.

122
Em torno da felicidade

Em matéria de felicidade, convém não esquecer


que nos transformamos sempre naquilo que ama-
mos.
*
Quem se aceita como é, doando de si à vida o me-
lhor que tem, caminha mais facilmente para ser fe-
liz como espera ser.
*
A nossa felicidade será naturalmente proporcional à
felicidade que fizermos para os outros.
*
A alegria do próximo começa, muitas vezes, no sor-
riso que você lhe queira dar.
*
A felicidade pode exibir-se, passear, falar e comu-
nicar-se na vida externa, mas reside com endereço
exato na consciência tranquila.
*
Se você aspira ser feliz e traz ainda consigo deter-
minados complexos de culpa, comece a desejar a
própria libertação, abraçando, no trabalho em favor
dos semelhantes, o processo de reparação desse ou
daquele dano que haja causado em prejuízo de al-
guém.
*
Estude a si mesmo, observando que o autoconheci-

123
mento traz humildade. Sem humildade, é impossí-
vel ser feliz.
*
Amor é a força da vida, e o trabalho vinculado ao
amor é a usina geradora da felicidade.
*
Se você parar de se lamentar, notará que a felicidade
está chamando o seu coração para uma vida nova.
*
Quando o céu estiver cinza, a derramar-se em chu-
va, medite na colheita farta que chegará do campo e
na beleza das flores que surgirão no jardim.

(Livro Sinal Verde, Espírito André Luiz pelo mé-


dium Francisco Cândido Xavier, p. 62/63, 60ª edi-
ção, 2013, editora Comunhão Espírita Cristã).

124
Grande derrota da humanidade
(Mensagem psicografada por Breno Costa)

Muitos irmãos encarnados e desencarnados


aguardam, ansiosamente, pela mudança de estágio
do planeta, quando deixará de ser um mundo de ex-
piações e passará a ser um mundo de regeneração.
Muitos ainda festejam a retirada de espíritos in-
felizes, que serão levados para mundos no início da
fase de expiação, onde poderão auxiliar na evolução
das consciências daqueles mundos.
Porém, os irmãos que assim pensam se esquecem
que cada espírito extraditado representa uma derrota
aos que ficaram.
Aqueles que se encontram em estágio conscien-
cial mais adiantado têm o dever de socorrer, ampa-
rar, ajudar aqueles que estão em situação pior.
Não devemos enxergar os irmãos em dificulda-
des, sejam encarnados, sejam desencarnados, como
inimigos.
Eles são nós em outras condições, fazem parte da
mesma humanidade e, tenham certeza, não querem
ou desejam estar à margem da comunidade; em seu
íntimo, querem amar Deus e Jesus Cristo, querem
ser felizes, como todos nós.
Por isso a lei maior é a do amor, e a caridade fra-
ternal é a prática dessa lei.
Lembrem-se de que Nosso Senhor Jesus Cristo

125
veio chamar os pecadores e se fará mais festa no céu
pela chegada das ovelhas desgarradas.
Então, caros irmãos, se preocupem sempre em dar
esse passo a mais e amar todos os irmãos infelizes,
lutando, ativamente, para ajudar os mais carentes.
Nessa fase, muitos estão encarnando buscando
a última oportunidade de despertamento. Devemos
auxiliá-los intensamente!

126
Escândalos e nós

Acalmar-nos, a fim de trabalhar e servir com se-


gurança, será sempre o processo mais eficiente para
nos liberarmos da influência de escândalos, quais-
quer que eles sejam.
***
Não poucas vezes, demoramo-nos acalentan-
do mágoas e condenações contra nós mesmos, das
quais costumamos sair desolados ou deprimidos,
aumentando a incapacidade própria para qualquer
reajuste.
Teremos errado, reconheçamos.
Lamentar-nos, porém, indefinidamente seria o
mesmo que nos segregar em remorso, não só impro-
dutivo mas destrutivo também, porquanto comuni-
caríamos o fogo de nossas próprias inquietações aos
entes que mais amamos.
Importante aceitar nossas culpas, mas desacon-
selhável nos acomodar, voluptuosamente, com elas,
sem a mínima diligência para extinguir-lhes os de-
sastrosos resultados.
***
Queixar-se alguém de si próprio, uma, duas, três
vezes, quanto às dívidas e aos defeitos de que se
lhe onere o caminho, será claramente compreensí-
vel, mas lastimar-se todos os dias e acusar-se em
todas as circunstâncias, sem qualquer esforço para

127
melhorar de situação, pode transformar-se em atitu-
de compulsiva, gerando enfermidade e perturbação.
Esterilidade, em qualquer setor, será invariavel-
mente esterilidade
***
Recordemos a lição viva e constante do livre ar-
bítrio a conclamar-nos ao próprio burilamento e uti-
lizemos o empréstimo das horas que nos é concedi-
do, nos recursos em mãos, comandando as oportu-
nidades que o tempo nos faculte para empreender as
renovações de que sejamos carecedores.
Somos espíritos eternos e, conquanto nos caiba o de-
ver de aproveitar as experiências do passado no que evi-
denciem de útil e de preparar o futuro para que o destino
se nos faça mais elevado, lembremo-nos de que somos
chamados nas áreas do agora a viver um dia de cada vez.
Erros, teremos perpetrado inúmeros.
Débitos, têmo-los ainda enormes.
Entretanto, se soubermos empregar, com critério
e equilíbrio, os instrumentos de que dispomos, não
há tempo a desperdiçar com lamentos inúteis, de
vez que, quanto mais quisermos aprender e traba-
lhar, compreender e servir, mais alto e mais belo se
nos fará o caminho na direção da vida melhor.

(Livro Rumo Certo, Espírito Emmanuel pelo mé-


dium Francisco Cândido Xavier, p. 81/82, 12ª edi-
ção, 2013, editora FEB).

128
Roupa nova
(Mensagem psicografada por Breno Costa)

Ensinou o Divino Mestre “Ninguém deita remen-


do de pano novo em roupa velha; doutra sorte, o
mesmo remendo novo rompe o velho, e a rotura fica
maior. Marcos (2: 21)”.
Como sabemos, tal ensinamento significa que
devemos realizar a reforma íntima, porque de nada
adianta querermos sublimar nossos sentimentos se
mantemos hábitos infelizes.
Os ensinamentos da Espiritualidade Superior so-
mente surtirão real efeito quando abandonarmos os
velhos hábitos.
Vamos ampliar a interpretação dessa passagem do
querido Mestre para entendermos um pouco mais
sobre as dificuldades da reforma íntima.
Pensando no procedimento/dificuldade da refor-
ma íntima, podemos também afirmar que não deve-
mos usar remendo velho em roupa nova.
Vejamos o motivo.
Quando entramos em contato com a luz trazida pela
Espiritualidade Superior, especialmente banhados
por vibrações dentro dos centros espíritas, é como se
formássemos, de imediato, uma roupa nova para nos-
sos espíritos: traçamos metas, vestimos lindas roupas
luminosas, costuradas pelo entusiasmo das vibrações
elevadas recebidas no ambiente harmonizado.

129
Porém, quase sempre, ao sairmos do centro espí-
rita e entrarmos na rotina diária, rasgamos a roupa
nova e colocamos os velhos trapos costurados por
nossos hábitos inferiores.
Em algumas oportunidades, conseguimos manter
a roupa nova por certos dias, mas, ainda assim, al-
guns remendos de panos velhos são costurados por
descuido no controle de nossas condutas.

Temos, assim, que esses panos velhos são nossos


hábitos infelizes, exteriorizados em razão de nossos
reflexos condicionados fixados ao longo das vidas
que passamos.
Somente conseguiremos realizar uma verdadei-
ra reforma íntima quando, vestindo a roupa nova
ofertada pela Espiritualidade Superior, recusar-
mos aderir qualquer pano velho dos hábitos in-
felizes.
Vamos, juntos, fixar metas e práticas mentais que
nos ajudem a manter nossa roupa nova livre dos pa-
nos velhos.

130
Vontade

Comparemos a mente humana – espelho vivo da


consciência lúcida – a um grande escritório, subdi-
vidido em diversas seções de serviço.
Aí possuímos o Departamento do Desejo, em que
operam os propósitos e as aspirações, acalentando o
estímulo ao trabalho; o Departamento da Inteligência,
dilatando os patrimônios da evolução e da cultura; o
Departamento da Imaginação, amealhando as rique-
zas do ideal e da sensibilidade; o Departamento da
Memória, arquivando as súmulas da experiência; e
outros, ainda, que definem os investimentos da alma.
Acima de todos eles, porém, surge o Gabinete da
Vontade.
A Vontade é a gerência esclarecida e vigilante,
governando todos os setores da ação mental.
A Divina Providência concedeu-a por auréola lu-
minosa à razão, depois da laboriosa e multimilenária
viagem do ser pelas províncias obscuras do instinto.
Para considerar-lhe a importância, basta lembrar
que ela é o leme de todos os tipos de força incorpo-
rados ao nosso conhecimento.
A eletricidade é energia dinâmica.
O magnetismo é energia estática.
O pensamento é força eletromagnética.
Pensamento, eletricidade e magnetismo conju-
gam-se em todas as manifestações da vida univer-

131
sal, criando gravitação e afinidade, assimilação e
desassimilação, nos campos múltiplos da forma que
servem à romagem do espírito para as metas supre-
mas, traçadas pelo Plano Divino.
A Vontade, contudo, é o impacto determinante.
Nela dispomos do botão poderoso que decide o
movimento ou a inércia da máquina.

O cérebro é o dínamo que produz a energia men-


tal, segundo a capacidade de reflexão que lhe é pró-
pria; no entanto, na Vontade temos o controle que a
dirige nesse ou naquele rumo, estabelecendo causas
que comandam os problemas do destino.
Sem ela, o Desejo pode comprar ao engano afliti-
vos séculos de reparação e sofrimento, a Inteligência
pode aprisionar-se na enxovia da criminalidade, a
Imaginação pode gerar perigosos monstros na som-
bra, e a memória, não obstante fiel à sua função de
registradora, conforme a destinação que a Natureza
lhe assinala, pode cair em deplorável relaxamento.
Só a Vontade é suficientemente forte para susten-
tar a harmonia do espírito.
Em verdade, ela não consegue impedir a reflexão
mental, quando se trate da conexão entre os seme-
lhantes, porque a sintonia constitui lei inderrogável,
mas pode impor o jugo da disciplina sobre os ele-
mentos que administra, de modo a mantê-los coe-
sos na corrente do bem.

132
Reforma íntima – por que é tão difícil
e como fazer?

Afinal, por que é tão difícil realizar a reforma ín-


tima?
É o que tentaremos, humildemente, ajudar a en-
tender. Depois, compreendendo a dificuldade, é
possível entender como fazê-la.
Primeiro, devemos analisar o que visa a reforma
íntima: alterar nossos hábitos diários, deixando para
trás hábitos infelizes e introduzindo em nossas vidas
hábitos edificantes, o que resultará na sublimação de
nosso espírito, com a elevação moral e intelectual.
Porém, a impressão que possuímos é que somente
espíritos evoluídos conseguem manter hábitos edi-
ficantes durante o dia a dia. Nós, pessoas normais,
temos enorme dificuldade de fazer a reforma íntima.
Essa dificuldade surge de vários fatores, vejamos:
1º – Nossa mente está habituada a determinado
padrão vibratório. Conforme ensinamentos da Es-
piritualidade Superior, todo e qualquer pensamento
emite vibrações. Assim, ao longo das vidas, possuí-
mos o reflexo condicionado de mantermos determi-
nado padrão vibratório. O resultado disso é a aco-
modação natural de nossa mente nesse padrão vi-
bratório. Até porque ele está em sintonia com todas
as outras consciências que estão na mesma escala
evolutiva. Dessa forma, naturalmente, a mente tende

133
a emitir sempre o mesmo padrão de ondas mentais.
2º – Nosso subconsciente está alimentado de re-
flexos condicionados inferiores de outras vidas e de
outros estágios da evolução. Antes de chegarmos
na fase humana, quando ainda éramos apenas uma
crisálida de consciência nos reinos inferiores, foi
necessário o desenvolvimento de instintos que, aos
poucos, agora na fase humana, vão dando lugar à
razão e ao sentimento. Na nossa atual fase, estamos
lutando para largar esses instintos inferiores, ainda
de ordem animalizada, para chegarmos no estágio
da razão e do sentimento.
Nossas reencarnações anteriores ainda eram mui-
to inferiores. Basta pensarmos que, há 200 anos
atrás, havia escravidão no Brasil.
Disso resulta que, ao longo dessas reencarnações
em épocas atrasadas da humanidade, desenvolvemos
reflexos condicionados ligados a hábitos grosseiros
e inferiores (vícios e condutas morais infelizes).
Com a nova reencarnação trazemos, em nosso
subconsciente, esses reflexos condicionados que, se
não possuirmos controle mental rígido, manterão os
hábitos inferiores, impossibilitando a reforma ínti-
ma.
3º – A influência religiosa do passado faz com
que consideremos ruim fazer a reforma íntima. Soa
como “chato” largar de beber cerveja, controlar a
mente quanto à pornografia, não fumar, não usar

134
drogas. São consideradas bobas as pessoas tran-
quilas, pacíficas, caridosas. Isso tudo porque ainda
temos a mente presa a essa dimensão densa. Não
conseguimos elevar um pouco nossa mente para en-
tender que, nas outras dimensões mais sutis, a maté-
ria, onde o espírito vive, é completamente diferente.
Nesses lugares, a alegria e a felicidade, com seus
naturais prazeres, valem infinitamente mais do que
qualquer vício que mantemos aqui, nesta vida imer-
sa em dimensão grosseira.
4º – A influência espiritual. Atualmente, possuí-
mos mais de 7 bilhões de habitantes encarnados no
planeta. Assim, aumentou o número de desencarne
de consciências/pessoas em conjunto, e numa épo-
ca em que os vícios materiais se multiplicam. Com
isso, muitos desses espíritos permanecem na crosta
terrestre, procurando viver entre os encarnados para
manter os vícios de suas mentes.
O resultado dessa maior convivência é, natural-
mente, uma maior influência, procurando nos levar
a manter hábitos inferiores.
*
Disso tudo resulta que precisamos lutar contra os
estímulos inferiores que nascem de nosso próprio
subconsciente e da influência externa dos espíritos
infelizes, entendendo que a reforma íntima nos ca-
pacitará para a verdadeira Vida Maior (que não nas-
ce apenas do desencarne, mas, sim, da nossa eleva-

135
ção para planos de vida superiores, em dimensões
vibratórias mais sutis).
Precisamos reprogramar nossas mentes.
Necessitamos largar os hábitos inferiores e adqui-
rir hábitos edificantes. Com isso, alteraremos nosso
padrão vibratório e não receberemos influências in-
feriores.
Porém, ninguém conseguirá fixar “a partir de
amanhã não serei mais egoísta”.
Isso porque os vícios internos do espírito, ligados
à moral, levam anos e até mesmo vidas para depu-
ração.
De outro lado, os vícios externos podem ser com-
batidos imediatamente.
Sabendo disso, precisamos estipular uma estraté-
gia para a reforma íntima.
Essa estratégia envolve tanto os vícios internos
quanto externos do espírito, com a diferença de que
terá repercussão imediata nos vícios externos e me-
diata nos vícios internos.
Dentro desse cenário, devemos adotar em nossa
vida diária, como hábitos que não podem ser adia-
dos:
1 – Oração diária (ao acordar, ao dormir, indo
para o trabalho, voltando, caminhando, correndo,
sempre é possível elevar o pensamento e fazer uma
prece agradecendo a Deus tudo que possui e pedin-
do proteção para a vida diária).

136
2 – Evangelho no Lar (estabelecer um dia na se-
mana, em determinado horário, para orar em famí-
lia, ver “artigo” a respeito no site).
3 – Ler mensagens edificantes (as mensagens tra-
zidas pela Espiritualidade Superior iluminam nos-
sas mentes e ampliam nossos conceitos, ensinando
a praticar condutas edificantes).
4 – Meditação diária (reservar 5 minutos do dia
para ouvir música relaxante, evitando pensar nos
problemas do trabalho, da família, apenas elevar o
pensamento a Deus e meditar).
5 – Alimentação saudável e exercícios físicos
regulares (precisamos conservar a saúde de nosso
veículo de manifestação nesta dimensão vibratória,
o corpo físico). A prática de exercícios físicos regu-
lares ajuda a elevar a sensação de bem estar, contri-
buindo na manutenção do padrão vibratório.
Essas cinco práticas caracterizam-se por serem
hábitos edificantes que catalisarão bons pensamen-
tos e proporcionarão a elevação de nosso padrão vi-
bratório, além da mudança interna de nossas condu-
tas inferiores.
Em conjunto com esses hábitos, devemos vigiar
nossos pensamentos, cortando, no nascedouro, qual-
quer estímulo não edificante. Afinal, se o estímulo era
de nosso subconsciente, demos um passo para a re-
programação de nossa mente; se o estímulo era influ-
ência de espírito infeliz, afastamos a má companhia.

137
Imaginar fazer a reforma íntima sem conhecê-la e
sem traçar uma estratégia é ineficaz, porque estamos
lutando contra uma programação de nossa mente de
milhares de anos, além da influência de espíritos in-
felizes que habitam a crosta terrestre.
Ao estabelecer essas cinco condutas edificantes,
dificilmente a reforma íntima não avançará em nos-
sa vida mental.
Com certeza nossos amigos espirituais aguardam,
ansiosamente, pela nossa elevação, por isso, ajuda
não faltará!

138
Não perca

Não perca a esperança... há milhões de pessoas


aguardando os recursos de que você já dispõe.
 *
Não perca o bom humor... qualquer acesso de ir-
ritação, há sempre um suicidiozinho no campo de
suas forças.
*
Não perca a tolerância... é muita gente a tolerar
você naquilo que você ainda tem de indesejável.
*
Não perca a serenidade... o problema pode não
ser assim tão difícil quanto você pensa.
*
Não perca a humildade... além da planície surge
a montanha e, depois da montanha, aparece o hori-
zonte infinito.
*
Não perca o estudo... a própria morte é lição.
*
Não perca a oportunidade de servir aos seme-
lhantes... hoje e amanhã, você precisará de concurso
alheio.
*
Não perca tempo... os dias voltam, mas os minu-
tos são outros.
*

139
Não perca a paciência... recorde a paciência ines-
gotável de Deus.

(Livro Meditações Diárias, Espírito André Luiz


pelo médium Francisco Cândido Xavier, p. 37/38,
9ª edição, 2009, editora IDE).

140
Fora da caridade não há salvação?
(Mensagem psicografada por Breno Costa)

Qual a razão da afirmação de que fora da caridade


não há salvação?
Por que os espíritos evoluídos se preocupam tan-
to com a prática da caridade?
Vamos tentar entender?
No plano de existência em que estamos vivendo,
conhecido como mundo físico, há lugares desenvol-
vidos e lugares menos desenvolvidos; existem regi-
ões civilizadas e outras menos civilizadas; a nature-
za forma lugares lindos, mas algumas paisagens não
são belas.
Em nossas cidades, existem bairros nobres, con-
domínios residenciais, bairros mais simples, peri-
feria e regiões onde, infelizmente, muitas pessoas
sobrevivem miseravelmente, sem o mínimo neces-
sário.
Na dimensão vibratória logo após a nossa, conhe-
cida como “mundo espiritual”, também há regiões
mais desenvolvidas e outras menos desenvolvidas,
além de lugares lindos e outros que não agradam
aos olhos.
No chamado “mundo espiritual” existem cidades
belas, localizadas em regiões sutis vibracionalmen-
te, mas há cidades feias, administradas por inteli-
gências infelizes, onde a tristeza ainda impera.

141
Em nosso plano de existência, no mundo físico,
regra geral (costume social), nossa residência é de-
terminada pelos nossos ganhos materiais. Assim,
quanto mais rico materialmente é a pessoa, mais bo-
nito, seguro e confortável é o seu lar.
Porém, no chamado “mundo espiritual”, onde
a matéria assume outras composições, tornando-
-a mais sutil e influenciável ao pensamento, a resi-
dência das consciências é determinada pelo grau de
evolução moral e intelectual, principalmente moral.
Nesse sentido, quanto mais sublimados os senti-
mentos do espírito, melhor é a sua morada.
Aqueles que atingiram altos níveis de evolução
moral, que já sabem amar o próximo, seguindo os
ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, habi-
tam esferas sutis da dimensão “mundo espiritual”,
residindo em colônias (cidades) desenvolvidas,
onde a sensação de bem estar e felicidade é a regra.
Diante desse conhecimento, podemos entender
que a prática da caridade assume relevante papel em
nossas vidas.
Por meio da caridade sincera e fraterna aprende-
mos a sair de nosso sentimento egoísta, doando par-
te de nosso tempo e de nosso conforto material em
prol de irmãos nossos em condições menos felizes.
Com isso, a prática da caridade sincera e fraterna
torna-se exercício da alma para o aprendizado da lei do
amor trazida e vivenciada por Nosso Senhor Jesus Cristo.

142
Sem aprendermos a amar nossos semelhantes,
seja quem for, não conseguiremos sublimar nossos
sentimentos e não ascenderemos rumo à Vida Maior.
Além de ser importante exercício da alma,
com a prática da caridade sincera e fraterna
entramos em sintonia com os amigos espiritu-
ais superiores que procuram almas encarnadas
para fazer o bem. Assim, quando chegar a nossa
hora de viajarmos de volta para casa, para a di-
mensão vibratória principal, a qual conhecemos
como “mundo espiritual”, possuiremos méritos
ante a lei divina para receber assistência, sendo
já encaminhados para hospitais ou colônias de
transição.
Dessa forma, por meio da caridade, sublimamos
nossos sentimentos, elevando nosso padrão vibrató-
rio, entramos em sintonia com amigos espirituais,
auferimos méritos junto às leis divinas e, por conse-
quência inevitável, evitamos residir em locais infe-
lizes do chamado “mundo espiritual”.
Vemos, portanto, que a frase “fora da caridade
não há salvação” resume a enorme importância des-
se exercício que nos aproxima do Pai Criador.
Deus, nosso pai, socorre as criaturas por meio
das criaturas. Assim, durante a caridade aos irmãos
menos favorecidos, estamos, naquele momento, em
sintonia e a serviço de nosso querido pai e sua infi-
nita misericórdia.

143
Por fim, importante ressaltar que a caridade não se
resume à doação de valores materiais. Em verdade,
trata-se da forma mais fácil de caridade. Aquele que
quer seguir as trilhas de Nosso Mestre Jesus deve
dedicar-se diretamente junto aos necessitados, por
meio da caridade fraterna e sincera, doando tempo,
amor, sorrisos e alegria.
Todas as instituições religiosas do mundo neces-
sitam de ajuda, se não podemos doar valores mate-
riais, podemos doar nosso tempo. Se estamos atare-
fados, doemos ao menos uma hora de nosso mês, de
nossa quinzena.
A seara de trabalho é enorme e faltam trabalhado-
res do bem.
Tornemo-nos um deles e sejamos um dos instru-
mentos do Pai Criador entre nossos irmãos.

144
Peixinho vermelho

Encerramos esta pequena obra, que visa colabo-


rar na iluminação dos irmãos que lutam contra as
sombras, com a história contada pelo espírito Em-
manuel no prefácio do livro Libertação, de autoria
do Espírito André Luiz, psicografado por Chico Xa-
vier.
Trata-se de interessante história que exemplifica
bem o esforço que devemos fazer para abandonar-
mos os hábitos infelizes e sublimarmos nossos sen-
timentos.
Para nós, tão acostumados com a vida física e há-
bitos inferiores, torna-se difícil acreditar na existên-
cia de felicidade sem a prática desses hábitos (comi-
da em excesso, sexo desregrado/pornográfico, con-
sumo de tabaco, álcool, drogas, consumismo etc.).
Vejamos:
“Ante as portas livres de acesso ao trabalho cris-
tão e ao conhecimento salutar que André Luiz vai
desvelando, recordamos, prazerosamente, a antiga
lenda egípcia do peixinho vermelho.
No centro de formoso jardim havia grande lago,
adornado de ladrilhos azul-turquesa.
Alimentado por diminuto canal de pedra, escoa-
va suas águas do outro lado, através de grade muito
estreita.
Nesse reduto acolhedor vivia toda uma comuni-

145
dade de peixes, a se refestelarem, nédios e satisfei-
tos, em complicadas locas, frescas e sombrias.
Elegeram um dos concidadãos de barbatanas para
os encargos de rei, e ali viviam, plenamente despre-
ocupados, entre a gula e a preguiça.
Junto deles, porém, havia um peixinho vermelho,
menosprezado por todos.
Não conseguia pescar a mais leve larva, nem re-
fugiar-se nos nichos barrentos.
Os outros, vorazes e gordalhudos, arrebatavam
para si todas as forma larvárias e ocupavam, displi-
centes, todos os lugares consagrados ao descanso.
O peixinho vermelho que nadasse e sofresse. Por
isso mesmo era visto em correria constante, perse-
guido pela canícula ou atormentado de fome.
Não encontrando pouso no vastíssimo domicílio,
o pobrezinho não dispunha de tempo para muito la-
zer e começou a estudar com bastante interesse.
Fez o inventário de todos os ladrilhos que enfei-
tavam as bordas do poço, arrolou todos os buracos
nele existentes e sabia, com precisão, onde se reuni-
ria maior massa de lama por ocasião de aguaceiros.
Depois de muito tempo, à custa de longas perqui-
rições, encontrou a grade do escoadouro.
À frente da imprevista oportunidade de aventura
benéfica, refletiu consigo:
— “Não será melhor pesquisar a vida e conhecer
outros rumos?”

146
Optou pela mudança.
Apesar de macérrimo pela abstenção completa
de qualquer conforto, perdeu várias escamas, com
grande sofrimento, a fim de atravessar a passagem
estreitíssima.
Pronunciando votos renovadores, avançou, oti-
mista, pelo rego d’água, encantado com as novas
paisagens, ricas de flores e sol que o defrontavam, e
seguiu, embriagado de esperança...
Em breve, alcançou grande rio e fez inúmeros co-
nhecimentos.
Encontrou peixes de muitas famílias diferentes, que
com ele simpatizaram, instruindo-o quanto aos percal-
ços da marcha e descortinando-lhe mais fácil roteiro.
Embevecido, contemplou nas margens homens e
animais, embarcações e pontes, palácios e veículos,
cabanas e arvoredo. Habituado com o pouco, vivia
com extrema simplicidade, jamais perdendo a leve-
za e a agilidade naturais.
Conseguiu, desse modo, atingir o oceano, ébrio
de novidade e sedento de estudo.
De início, porém, fascinado pela paixão de ob-
servar, aproximou-se de uma baleia para quem toda
a água do lago em que vivera não seria mais que
diminuta ração. Impressionado com o espetáculo,
abeirou-se dela mais do que devia e foi tragado com
os elementos que lhe constituíam a primeira refei-
ção diária.

147
Em apuros, o peixinho, aflito, orou ao Deus dos
Peixes, rogando proteção no bojo do monstro e, não
obstante as trevas em que pedia salvamento, sua
prece foi ouvida, porque o valente cetáceo começou
a soluçar e vomitou, restituindo-o às correntes ma-
rinhas.
O pequeno viajante, agradecido e feliz, procurou
companhias simpáticas e aprendeu a evitar os peri-
gos e as tentações.
Plenamente transformado em suas concepções
do mundo, passou a reparar as infinitas riquezas da
vida. Encontrou plantas luminosas, animais estra-
nhos, estrelas móveis e flores diferentes no seio das
águas. Sobretudo, descobriu a existência de muitos
peixinhos, estudiosos e delgados tanto quanto ele,
junto dos quais se sentia maravilhosamente feliz.
Vivia, agora, sorridente e calmo, no Palácio de
Coral que elegera, com centenas de amigos, para re-
sidência ditosa, quando, ao se referir ao seu começo
laborioso, veio a saber que somente no mar as cria-
turas aquáticas dispunham de mais sólida garantia,
de vez que, quando o estio se fizesse mais arrasador,
as águas de outra altitude continuariam a correr para
o oceano.
O peixinho pensou, pensou... e sentindo imensa
compaixão por aqueles com quem convivera na in-
fância, deliberou consagrar-se à obra do progresso e
salvação deles.

148
Não seria justo regressar e anunciar-lhes a ver-
dade? Não seria nobre ampará-los, prestando-lhes a
tempo valiosas informações? Não hesitou.
Fortalecido pela generosidade de irmãos benfei-
tores que com ele viviam no Palácio de Coral, em-
preendeu comprida viagem de volta.
Tornou ao rio, do rio dirigiu-se aos regatos e dos
regatos se encaminhou para os canaizinhos que o
conduziram ao primitivo lar.
Esbelto e satisfeito como sempre, pela vida de
estudo e serviço a que se devotava, varou a grade
e procurou, ansiosamente, os velhos companheiros.
Estimulado pela proeza de amor que efetuava, su-
pôs que seu regresso causasse surpresa e entusiasmo
gerais. Certo, a coletividade inteira lhe celebraria o
feito, mas depressa verificou que ninguém se mexia.
Todos os peixes continuavam pesados e ociosos,
repimpados nos mesmos ninhos lodacentos, prote-
gidos por flores de lótus, de onde saíam apenas para
disputar larvas, moscas ou minhocas desprezíveis.
Gritou que voltara à casa, mas não houve quem
lhe prestasse atenção, porquanto ninguém, ali, havia
dado pela ausência dele.
Ridicularizado, procurou, então, o rei de guelras
enormes e comunicou-lhe a reveladora aventura.
O soberano, algo entorpecido pela mania de gran-
deza, reuniu o povo e permitiu que o mensageiro se
explicasse.

149
O benfeitor desprezado, valendo-se do ensejo, es-
clareceu, com ênfase, que havia outro mundo líqui-
do, glorioso e sem fim. Aquele poço era uma insig-
nificância que podia desaparecer, de momento para
outro. Além do escoadouro próximo desdobravam-
-se outra vida e outra experiência. Lá fora corriam
regatos ornados de flores, rios caudalosos repletos
de seres diferentes e, por fim, o mar, onde a vida
aparece cada vez mais rica e mais surpreendente.
Descreveu o serviço de tainhas e salmões, de tru-
tas e esqualos. Deu notícias do peixe-lua, do peixe-
-coelho e do galo-do-mar. Contou que vira o céu
repleto de astros sublimes e que descobrira árvo-
res gigantescas, barcos imensos, cidades praieiras,
monstros temíveis, jardins submersos, estrelas do
oceano e ofereceu-se para conduzi-los ao Palácio de
Coral, onde viveriam todos, prósperos e tranquilos.
Finalmente, os informou de que semelhante felici-
dade, porém, tinha igualmente seu preço. Deveriam
todos emagrecer, convenientemente, abstendo-se de
devorar tanta larva e tanto verme nas locas escuras
e aprendendo a trabalhar e estudar tanto quanto era
necessário à venturosa jornada.
Assim que terminou, gargalhadas estridentes co-
roaram-lhe a preleção.
Ninguém acreditou nele.
Alguns oradores tomaram a palavra e afirmaram,
solenes, que o peixinho vermelho delirava, que ou-

150
tra vida além do poço era francamente impossível,
que aquela história de riachos, rios e oceanos era
mera fantasia de cérebro demente e alguns chega-
ram a declarar que falavam em nome do Deus dos
Peixes, que trazia os olhos voltados para eles uni-
camente.
O soberano da comunidade, para melhor ironizar
o peixinho, dirigiu-se em companhia dele até a gra-
de de escoamento e, tentando, de longe, a travessia,
exclamou, borbulhante:
— Não vês que não cabe aqui nem uma só de
minhas barbatanas? Grande tolo! Vai-te daqui! Não
nos perturbe o bem estar... Nosso lago é o centro do
universo... Ninguém possui vida igual à nossa!
Expulso a golpes de sarcasmo, o peixinho reali-
zou a viagem de retorno e instalou-se, em definitivo,
no Palácio de Coral, aguardando o tempo.
Depois de alguns anos, apareceu pavorosa e de-
vastadora seca.
As águas desceram de nível. E o poço onde vi-
viam os peixes pachorrentos e vaidosos esvaziou-
-se, compelindo a comunidade inteira a perecer, ato-
lada na lama...
O esforço de André Luiz, buscando acender luz
nas trevas, é semelhante à missão do peixinho ver-
melho.
Encantado com as descobertas do caminho in-
finito, realizadas depois de muitos conflitos no so-

151
frimento, volve aos recôncavos da crosta terrestre,
anunciando aos antigos companheiros que, além
dos cubículos em que se movimentam, resplandece
outra vida, mais intensa e mais bela, exigindo, po-
rém, acurado aprimoramento individual para a tra-
vessia da estreita passagem de acesso às claridades
da sublimação.
Fala, informa, prepara, esclarece...
Há, contudo, muitos peixes humanos que sorriem
e passam, entre a mordacidade e a indiferença, pro-
curando locas passageiras ou pleiteando larvas tem-
porárias.
Esperam um paraíso gratuito com milagrosos des-
lumbramentos depois da morte do corpo. Mas, sem
André Luiz e sem nós, humildes servidores de boa
vontade, para todos os caminheiros da vida humana
pronunciou o Pastor Divino as indeléveis palavras:
“A cada um será dado de acordo com as suas obras.”

(Livro Libertação – prefácio – Espírito André


Luiz pelo médium Francisco Cândido Xavier, edi-
ção FEB).

152

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