Sei sulla pagina 1di 27

Exercı́cios Resolvidos

Equação de Schrödinger - Efeito de Túnel

António J. R. Figueiredo

22 de Julho de 2007
ÍNDICE

Bibliografia, 25

Exercı́cios (Enunciados), 2–3


Exercı́cios Resolvidos, 4–25
Exercı́cio 1, 4
Exercı́cio 10, 18–24
CTE<V0 e CRE<V0 , 22–23
CTE>V0 e CRE>V0 , 22
Gráficos CT e CR, 24
Exercı́cio 11, 25
Exercı́cio 2, 4–6
Exercı́cio 3, 6–7
Exercı́cio 4, 8
Exercı́cio 5, 9
Exercı́cio 6, 9–10
Exercı́cio 7, 10–18
Condição de Incerteza Mı́nima,
10–15
Dedução Exaustiva, 12–14
Dedução Vectorial, 14–15
Determinar ψ(x, 0), 15–17
Solução de ψ no tempo, 17–18

2
1. EXERCÍCIOS

Exercı́cio 1 (puramente teórico)


2
Verifique que a função de onda inicial, |ψ| , é uma função densidade de probabili-
dade, isto é, está normalizada.

Exercı́cio 2 (puramente teórico)


Verifique que a função de onda inicial minimiza o princı́pio de Incerteza de Heisen-
berg, isto é, ∆k∆x = 21 .

Exercı́cio 3 (puramente teórico)


Notando o teorema de Parseval para transformações de Fourier, discuta um método
alternativo para determinar os coeficientes de reflexão e de transmissão. Em que
medida esse método é mais ou menos eficiente?

Exercı́cio 4 (teórico e experimental)


Recorrendo à aplicação, observe a relação entre o desvio padrão da função de onda -
∆x - e a representação da função de onda no espaço da sua transformada de Fourier.
Em particular, observe a representação da função de onda no espaço K quando ∆x
é máximo e quando ∆x é mı́nimo. Relacione este resultado com a discussão sobre
a incerteza entre o momento e a posição.

Exercı́cio 5 (teórico e experimental)


a) A partir da teoria determine a velocidade do electrão em função da energia.
b) Defina um potencial nulo na aplicação e verifique a velocidade de tunneling
nesse potencial. Compare a velocidade teórica com a obtida por simulação na
aplicação. Estude formas, variando os parâmetros que regulam a eficiência do
método numérico, de aproximar a velocidade obtida, por simulação, da velocidade
teórica.

Exercı́cio 6 (puramente teórico)


Determine a curva de distribuição energética, no espaço dos x’s, da função de onda
inicial, a partir do operador hamiltoniano. Determine o valor médio da energia.
Interprete o valor esperado da energia do ponto de vista do Hamiltoniano no espaço
2 2
das energias e no espaço dos x’s. Compare este resultado com a expressão E = h̄2m k
,
onde k = k0 .

Exercı́cio 7 (puramente teórico)


Deduza a expressão para a função de onda que minimiza o princı́pio de Incerteza
de Heisenberg. Estude o comportamento dessa função no tempo, expandindo-a na
1. Exercı́cios 4

base das soluções estacionárias da equação de Schrödinger para uma partı́cula no


estado livre, considerando que os coeficientes da expansão dependem do tempo.
Verifique a dispersão da função de onda no tempo e relacione esse resultado com o
passo temporal da simulação implementada na aplicação.

Exercı́cio 8 (puramente experimental)


Recorrendo à aplicação, verifique que a velocidade de tunneling cresce com a ’pro-
fundidade’ do poço de potencial e decresce com a altura da barreira de potencial.
Em que medida se pode relacionar com a mecânica clássica?

Definição de Barreira de Potencial: V (x) = V0 > 0 no intervalo [x0 , x0 + L].


Definição de Poço de Potencial: V (x) = V0 < 0 no intervalo [x0 , x0 + L].

Exercı́cio 9 (puramente experimental)


Verifique que há reflexão de parte da função de onda quando esta colide com um
poço de potencial. Em que medida este resultado é surpreendente?

Definição de Poço de Potencial: V (x) = V0 < 0 no intervalo [x0 , x0 + L].

Exercı́cio 10 (teórico e experimental)


a) Resolva a equação de Schrödinger estacionária a 1 dimensão para uma barreira de
potencial e deduza, a partir da solução, a expressão para os coeficientes de Reflexão
e de Transmissão.

Definição de Barreira de Potencial: V (x) = V0 > 0 no intervalo [0, a].

b) Compare com os resultados obtidos por simulação.

Exercı́cio 11 (teórico e experimental)


a) Resolva a equação de Schrödinger estacionária a 1 dimensão para um poço de
potencial e deduza, a partir da solução, a expressão para os coeficientes de Reflexão
e de Transmissão.

Definição de Poço de Potencial: V (x) = V0 < 0 no intervalo [0, a].

b) Compare com os resultados obtidos por simulação.

Exercı́cio 12 (puramente experimental)


Reproduza o efeito de Ramsauer-Townsend.
2. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

Exercı́cio 1
1 (x−x0 )2
ψ(x, 0) = √
4 2
eik0 x− 4∆x2 (2.1)
2π∆x
R∞ 2 R∞
−∞
|ψ(x, 0)| dx = −∞
ψ(x, 0)ψ ∗ (x, 0)dx
R∞ (x−x0 )2 (x−x0 )2
= −∞

4
1
eik0 x− 4∆x2 √
4
1
e −ik0 x− 4∆x2 dx
2π∆x2 2π∆x2
R∞ 2(x−x )2
− 4∆x02
= √ 1 e dx
2π∆x2 −∞
R ∞ − 2u 2
= √ 1 e 4∆x2 du
2π∆x2 r−∞
³R 2v 2 2u2
´ R∞

= √ 1
−∞
e− 4∆x2 e− 4∆x2 du
dv −∞
2π∆x2
sµ ¶
1
R ∞ R ∞ − 2(v2 +u2 )
= √
−∞ −∞
e 4∆x2 dvdu
2π∆x2
r³ ´
R 2π R ∞ − 2r2
=1 √ 1 re 4∆x2 drdθ
2
2π∆x 0 0

= √ 1 2π∆x2
2π∆x2

= 1.

Coordenadas polares: r2 = v 2 + u2 ; v = r cos(θ); u = r sin(θ)

Exercı́cio 2
1 (x−x0 )2
ψ(x, 0) = √
4 2
eik0 x− 4∆x2 (2.2)
2π∆x
Z ∞
1
ψ̃(k, 0) = √ ψ(x, 0)e−ikx dx (2.3)
2π −∞
Z ∞
2
£ ¤
∆x = E (x − E[x])2 , onde E[x] = ψ(x, 0)xψ ∗ (x, 0)dx (2.4)
−∞
Z ∞
£ ¤
∆k 2 = E (k − E[k])2 , onde E[k] = ψ̃(k, 0)k ψ̃ ∗ (k, 0)dk (2.5)
−∞
1 por mudança de variáveis: coordenadas polares.
2. Exercı́cios Resolvidos 6

R∞
E[x] = −∞
ψ(x, 0)xψ ∗ (x, 0)dx
R∞ ik0 x−
(x−x0 )2 (x−x0 )2
= √ 1
−∞ 4 2π∆x2
e 4∆x2 x√
4
1
e−ik0 x− 4∆x2 dx
2π∆x2
R∞ 2(x−x )2
− 4∆x02
= √ 1 xe dx
2π∆x2 −∞
R∞ 2u2
− 4∆x
R∞ 2u2
= √ 1
−∞
ue du +2 √ 1
−∞
x0 e− 4∆x2 du
2π∆x2 2π∆x2

= 0+ √ x0
2
2π∆x2
2π∆x

= x0 , CQD
R∞
∆x2 = −∞
ψ(x, 0)(x − E[x])2 ψ ∗ (x, 0)dx
R∞ (x−x )2
ik0 x− 4∆x02 2 (x−x0 )2
= −∞
√4
1
e (x − x0 ) √
4
1
e−ik0 x− 4∆x2 dx
2π∆x2 2π∆x2
R∞ 2 − 2(x−x02 )
2

= √ 1 (x − x 0 ) e 4∆x dx
2π∆x 2 −∞
R ∞ 2u 2
= √ 1 u2 e− 4∆x2 du
2π∆x2 −∞
R ∞ 2 − 2u2
= √ 2 u e 4∆x2 du
2
2π∆x 0

Tratamento geral de integrais de gaussianas com un , caso n = 2:


R ∞ 2 −au2 ³R ´
∂ ∞ −au2
0
u e du = − ∂a 0
e du
µ r³ ´¶
∂ 1
R 2π R ∞
= − ∂a re −ar 2 drdθ
2 0 0


¡1pπ¢
= − ∂a 2 a
1

= 4 a3
2
Logo, com a = 4∆x 2 , fica:

R ∞ 2 −au2 R ∞ 2 − 2u2
u e du = √ 2 u e 4∆x2 du
0 2π∆x 2 0 r
√ ³ ´3
4∆x2
= √ 2 2 14 π 2
2π∆x

= ∆x2 , CQD

Projectando ψ(x, 0) no espaco dos momentos:


R∞
ψ̃(k, 0) = √12π −∞ ψ(x, 0)e−ikx dx
R∞ (x−x0 )2
= √12π −∞ √ 4
1
2
eik0 x− 4∆x2 e−ikx dx
2π∆x
R∞ u2
1
= √2π √ 4
1
ei(k0 −k)x0 −∞ ei(k0 −k)u− 4∆x2 du
2π∆x2
¡ ¢1/4 √
= e−(k−k0 )(∆x (k−k0 )+ix0 ) π2
2
∆x
2. Exercı́cios Resolvidos 7

Assim, pode-se tomar o valor esperado de k nesta base, directamente por k:

R∞
E[k] = −∞
ψ̃(k, 0)k ψ̃ ∗ (k, 0)dk
R∞ ¡ ¢1/4 √ ¡ ¢1/4 √
e−(k−k0 )(∆x (k−k0 )+ix0 ) π2 ∆xke−(k−k0 )(∆x (k−k0 )−ix0 ) π2
2 2
= −∞
∆xdk
q R
∆x π2 −∞ ke−2(k−k0 )(∆x (k−k0 )) dk
∞ 2
=
q R
∞ 2 2
= ∆x π2 −∞ ke−2∆x (k−k0 ) dk
q ³R R∞ ´
∞ 2 2 2 2
= ∆x π2 −∞ ue−2∆x u du + −∞ k0 e−2∆x u du
q p π
= 0 + ∆x π2 k0 2∆x 2

= k0 , CQD
R∞
∆k 2 = −∞
ψ̃(k, 0)(k − E[k])2 ψ̃ ∗ (k, 0)dk
R ∞ −(k−k0 )(∆x2 (k−k0 )+ix0 ) ¡ 2 ¢1/4 √ ¡ ¢1/4 √
∆x (k − k0 ) e−(k−k0 )(∆x (k−k0 )−ix0 ) π2
2 2
= −∞
e π ∆xdk
q R
∞ 2 2 2
= ∆x π2 −∞ e−2∆x (k−k0 ) (k − k0 ) dk
q R
∞ 2 2
= ∆x π2 −∞ e−2∆x u u2 du
q p
= ∆x π2 14 2∆x π
6

1
= 4∆x2

Resulta finalmente:
q
∆x∆k = ∆x2 4∆x
1
2

1
= 2, CQD

Exercı́cio 3
Teorema 1. Teorema ou Identidade de Parseval
Z ∞ Z ∞
1 2
|f˜(k)| dk =
2
|f (x)| dx (2.6)
2π −∞ −∞
2. Exercı́cios Resolvidos 8

Demonstração:
R∞ 2 R∞
−∞
|f (x)| dx = f (x)f ∗ (x)dx
−∞
R∞ ³ R∞ R ´
= 1
f˜(k)eikx dk 1 ∞ f˜∗ (k 0 )e−ik0 x dk 0 dx
−∞ 2π −∞ 2π −∞
R∞ ³ 1 R∞ R∞ ´
= 2
˜(k)f˜∗ (k 0 )ei(k−k0 )x dkdk 0 dx
f
−∞ (2π) −∞ −∞
R∞ R∞
= 1
(2π)2 −∞ −∞
f˜(k)f˜∗ (k 0 )2πδ(k − k 0 )dkdk 0
R∞
= 1
2π −∞
f˜(k)f˜∗ (k)dk
R∞
= 1
2π −∞
|f˜(k)|2 dk

Como o sentido de propagação inicial da Função de Onda é dado por k0 , da forma:


- k0 > 0, propaga-se no sentido positivo do eixo x.
- k0 < 0, propaga-se no sentido negativo do eixo x.
2
Pela identidade de Parseval, podemos concluir que a área de |ψ̃(k, t)| é igual à
2
de |ψ(x, t)| por um factor multiplicativo constante, a par de se conservar no tempo
2
se |ψ(x, t)| também se conservar.
Este resultado, em conjunto com a interpretação do sentido da propagação em
função da representação em K, permite-nos avaliar qual a fracção da quantidade de
partı́cula que se está a propagar no sentido positivo ou negativo, em cada instante
de tempo t.

Desta forma, quando a função de Onda termina a sua interacção/colisão com o


potencial, teremos que a quantidade de função de Onda que se propaga no sentido
negativo é a parte reflectida e a que se propaga no sentido positivo é a parte trans-
mitida. Nota: Estamos a assumir que a colisão se dá no sentido positivo.

Logo, no instante t, os coeficientes de transmissão - CT - e de reflexão - CR -


são:
R∞
0
ψ̃(k, t)dk
CT(t) = R ∞ (2.7)
−∞
ψ̃(k, t)dk
R0
ψ̃(k, t)dk
CR(t) = R−∞∞ (2.8)
−∞
ψ̃(k, t)dk
Os inconvenientes deste método são:
- Não permite desprezar a função de Onda que se encontra presa na região do
potencial.
- Não permite calcular coeficientes para colisões sucessivas, na medida em que os
coeficientes calculados desta forma serão sempre coeficientes totais.
2. Exercı́cios Resolvidos 9

Exercı́cio 4

Recorrendo à aplicação:
- Verifica-se que quando k é bem determinado, correspondendo a um delta de Dirac
no espaço K, a Função de Onda no espaço coordenado está mais dispersa.
- Quando a posição da Função de Onda está bem determinada a sua representação
em k está mais dispersa.

Teoricamente:
Expandindo ψ(x, t) na base dos momentos un (x) = √12π eikn x , onde {un (x)} forma
uma base de funções ortornomais, no sentido do δ, no intervalo ] − ∞, +∞[, ficamos
com:
P∞
ψ(x, t) = n=1 An (t)un (x)
R∞
An (t) = −∞ ψ(x, t)u∗n (x)dx , onde An (t) são os coeficientes da expansão.
Admitamos agora uma solução estacionária para a equação de Schrödinger de uma
2
h̄kn
partı́cula no estado livre: ψn (x, t) = An eikn x ei 2m t

Calculando os coeficientes na base dos momentos, ficamos com:


R∞ R∞ 2
h̄kn
An (t) = −∞ n
ψ (x, t)u∗n (x)dx = −∞ An eikn x ei 2m t √12π e−ikx dx
h̄kn2 R∞
= √12π An ei 2m t −∞ ei(kn −k)x dx
√ 2
h̄kn
= 2πAn ei 2m t δ (kn − k)
Desta forma, verifica-se facilmente que, sendo ψn (x, t) uma solução, a sua rep-
resentação no espaço dos momentos é um δ de Dirac, ou seja, se a solução for uma
onda plana, a sua representação será um pico pontual em K.
2 2
Sendo |ψn (x, t)| = ψn (x, t)ψn∗ (x, t) = |An | , a probabilidade, a sua normalização
numa caixa implicara ter uma probabilidade igual ao longo de todo o espaço, logo,
atinge-se assim o máximo de indeterminação quanto à posição.

Conclusão:
Este resultado vem de encontro à indeterminação entre as duas quantidades, x e
k, nomeadamente, quanto melhor conhecemos a posição da partı́cula, menos in-
formação temos acerca do seu momento, p = h̄k, e vice-versa.
2. Exercı́cios Resolvidos 10

Exercı́cio 5

(a) Uma vez que a velocidade de grupo da onda é a velocidade da partı́cula, então:
T (k)t
vg = ∂ω
∂k . Conhecendo a solução de ψ no tempo, notamos que ωt = h̄ .

T (k) ∂ω h̄k.
ω= h̄ ⇒ ∂k = m
√ √
2mE 2mE
Como k = h̄ , resulta que vg = m .

(a) Resolução alternativa: Da dualidade partı́cula-onda, notemos a relação de de


Broglie: λ = hp , por λ = 2πk , tem-se p = h̄k. Como classicamente p = mv, resulta:
h̄k
v = m.

p2 2mE
Logo, pela equação de Schrödinger, 2m ψ = Eψ, obtém-se: v = m .

(b) A velocidade obtida por simulação é tanto mais próxima da teórica quanto
maior for o comprimento do potencial nulo, quanto menor for o passo temporal, e
quanto maior for o número de pontos da grelha – mantendo uma boa samplagem
da Função de Onda no espaço K.

Exercı́cio 6

1 (x−x0 )2
ψ(x, 0) = √
4 2
eik0 x− 4∆x2 (2.9)
2π∆x
h̄2 ∂ 2
H=− (2.10)
2m ∂x2
Hψ(x, 0) = E(x)ψ(x, 0) (2.11)
n o
h̄2 ∂ 2
E(x) = −Re ψ −1 (x, 0) 2m ∂x 2 ψ(x, 0)
½ µ ¶¾
(x−x0 )2 (x−x )2
−ik0 x+ 4∆x2 h̄2 ∂ 2 ik0 x− 4∆x02
= −Re e 2m ∂x2 e
½ ¾
(x−x0 )2 −2∆x2 −4∆x2 k0 (i(x−x0 )+∆x2 k0 )
= −Re h̄2 8m∆x4

(x−x0 )2 −2∆x2 −4∆x4 k02


= −h̄2 8m∆x4
2. Exercı́cios Resolvidos 11

Exemplo:

Valores arbitrados:
x0 = 5 m ; ∆x = 2x10−10 m ; m = 10−19 Kg ; h̄ = 10−34 J.s ; k0 = 500x1024 m−1

No gráfico observa-se que o máximo está centrado em x0 , e:

1 k 2 h̄2
se k0 >> : E (x0 ) ' 0
∆x 2m

Exercı́cio 7

Parte 7.1 - Determinação da condição de minimização


Queremos ψ(x, 0), tal que:

∆x∆p = (2.12)
2
Por definição temos:
Definição 1. Desvio padrão de x e de p:
p
∆x ≡ E [(x − E[x])2 ] (2.13)
p
∆p ≡ E [(p − E[p])2 ] (2.14)
2. Exercı́cios Resolvidos 12

Definição 2. E[Ô] designa o valor esperado do operador Ô, isto é:


Z ∞
E[Ô] = ψ ∗ (x, 0)Ôψ(x, 0)dx (2.15)
−∞

Então, podemos reescrever (2.12) como:

£ ¤ £ ¤ h̄2
E (x − E[x])2 E (p − E[p])2 = (2.16)
4
£ ¤ £ ¤
E (x − E[x])2 E (p − E[p])2
³R ´ ³R ´
∞ ∞
= −∞ ψ ∗ (x, 0)(x − E[x])2 ψ(x, 0)dx −∞
ψ ∗
(x, 0)(p − E[p])2
ψ(x, 0)dx


Notando que p = −ih̄ ∂x e substituindo em (2.14), vem:

£ ¤
∆p2 = E (p − E[p])2 (2.17)
Z ∞
= ψ ∗ (x, 0)(p − E[p])2 ψ(x, 0)dx (2.18)
−∞
Z ∞ µ ¶µ ¶
∂ ∂
= ψ ∗ (x, 0) ih̄ − E ∗ [p] −ih̄ − E[p] ψ(x, 0)dx (2.19)
−∞ ∂x ∂x
Z ∞ · 2
¸
∗ 2 ∂ 2 ∗ ∂
= ψ (x, 0) −h̄ + E [p] + 2ih̄ (E [p] − E[p]) ψ(x, 0)dx (2.20)
−∞ ∂x2 ∂x
Z ∞ · ¸
∂2
= ψ ∗ (x, 0) −h̄2 2 ψ(x, 0) dx (2.21)
−∞ ∂x
Z ∞ Z ∞ · ¸
∗ 2 ∗ ∗ ∂
+ ψ (x, 0)E [p]ψ(x, 0)dx + 2ih̄ (E [p] − E[p]) ψ (x, 0) ψ(x, 0) dx
−∞ −∞ ∂x

Integrando por partes (e utilizando o facto de ψ e a sua derivada se anularem a


infinito - condições fronteira) verifica-se que o primeiro termo da expressão ante-
rior pode ser reescrito:
R∞ ∗ ∂2
∞ R∞ ¡ ∂ ∗
−∞
ψ (x, 0)(−h̄2 ∂x 2 ψ(x, 0))dx = ψ ∗ (x, 0)(−h̄2 ∂x

ψ(x, 0)) ] − −∞ ∂x ψ (x, 0)) (−h̄2 ∂x

ψ(x, 0))dx
−∞
R∞ ∂ ∂
= 0+ −∞
(ih̄ ∂x ψ ∗ (x, 0))(−ih̄ ∂x ψ(x, 0))dx
R∞ ∂ ∂
= −∞
(ih̄ ∂x ψ ∗ (x, 0))(−ih̄ ∂x ψ(x, 0))dx


Vectorialmente, este resultado equivale a: hψ|ÔÔψi = hÔ ψ|Ôψi

O terceiro termo da expressão (2.21) é nulo, pois p é um operador hermı́tico,


logo, E[p] é real e E ∗ [p] − E[p] = 0.
2. Exercı́cios Resolvidos 13

Assim, a expressão para ∆p pode ser reescrita como:

Z ∞ · ¸µ ¶ Z ∞
∂ ∗ ∂
∆p2 = ih̄
ψ (x, 0) −ih̄ ψ(x, 0) dx + ψ ∗ (x, 0)E 2 [p]ψ(x, 0)dx
−∞ ∂x ∂x −∞
Z ∞· ¸µ ¶
∗ ∂ ∗ ∂
= −E [p] + ih̄ ψ (x, 0) −E[p] − ih̄ ψ(x, 0) dx
−∞ ∂x ∂x
Z ∞h i ³ ´

= Ô∆p ψ ∗ (x, 0) Ô∆p ψ(x, 0) dx (2.22)
−∞


onde se definiu Ô∆p = −ih̄ ∂x − E[p].
Definindo Ô∆x = x − E[x] tem-se para ∆x:
Z ∞h i³ ´

∆x2 = Ô∆x ψ ∗ (x, 0) Ô∆x ψ(x, 0) dx (2.23)
−∞

Notando a desigualdade de Cauchy-Schwarz para espaços vectoriais:


2
hn|nihk|ki ≥ |hn|ki| (2.24)

que pode ser escrita como:


Z ∞ Z ∞ ¯Z ∞ ¯2
¯ ¯

f f dx g gdx ≥ ¯¯

f gdx¯¯

(2.25)
−∞ −∞ −∞

Aplicando (2.25) ao produto ∆x2 ∆p2 , resulta por (2.22) e (2.23):


R∞ h † ∗ i³ ´ R

h † i³ ´
∆x2 ∆p2 = −∞
Ô ∆x ψ (x, 0) Ô∆x ψ(x, 0) dx −∞
Ô∆p ψ ∗
(x, 0) Ô ∆p ψ(x, 0) dx
¯R h † i³ ´ ¯2
¯ ∞ ¯
≥ ¯ −∞ Ô∆x ψ ∗ (x, 0) Ô∆p ψ(x, 0) dx¯ ≡ ²

Dedução da condição que minimiza a incerteza


¯Z ∞ ³ ´³ ´ ¯¯2 ¯¯Z ∞ ³ ´ ¯¯2
¯ †
² = ¯¯ Ô∆x ψ ∗ (x, 0) Ô∆p ψ(x, 0) dx¯¯ = ¯¯ ψ ∗ (x, 0) Ô∆x Ô∆p ψ(x, 0) dx¯¯
−∞ −∞
¯Z · ³ ´ 1³ ´¸ ¯2
¯ ∞
1 ¯
= ¯ ψ ∗ (x, 0) Ô∆x Ô∆p + Ô∆p Ô∆x + Ô∆x Ô∆p − Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0))dx¯¯
¯ 2 2
−∞
1 Z ∞ ³ ´ Z ∞ ³ ´∗
= −∞

ψ (x, 0) Ô∆x Ô∆p + Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0)dx
−∞
ψ(x, 0) Ô∆x Ô∆p + Ô∆p Ô∆x

ψ (x, 0)dx (2.26)
4
1 Z ∞ ³ ´ Z ∞ ³ ´
+

ψ (x, 0) Ô∆x Ô∆p − Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0)dx ψ(x, 0) Ô∆x Ô∆p − Ô∆p Ô∆x
∗ ∗
ψ (x, 0)dx (2.27)
4 −∞ −∞
1 Z ∞ ³ ´ Z ∞ ³ ´
+

ψ (x, 0) Ô∆x Ô∆p + Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0)dx

ψ(x, 0)( Ô∆x Ô∆p − Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0)) dx (2.28)
4 −∞ −∞
1 Z ∞ ³ ´ Z ∞ ³ ´
+

ψ (x, 0) Ô∆x Ô∆p − Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0)dx

ψ(x, 0)( Ô∆x Ô∆p + Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0)) dx (2.29)
4 −∞ −∞
2. Exercı́cios Resolvidos 14

Simplifiquemos, em seguida, o terceiro termo da soma - termo (2.28) - da ex-


pressão para ², tirando partido da hermiticidade de Ô∆p e de Ô∆x :
³R ³ ´ R∞ ³ ´ ´

(2.28) = 41 −∞ ψ ∗ (x, 0) Ô∆x Ô∆p ψ(x, 0) dx + −∞ ψ ∗ (x, 0) Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0) dx
³R ³ ´∗ R∞ ³ ´∗ ´

−∞
ψ(x, 0) Ô ∆x Ô ∆p ψ(x, 0) dx − −∞
ψ(x, 0) Ô ∆p Ô ∆x ψ(x, 0) dx
R∞ ³ ´ R∞ ³ ´ ∗
= 14 −∞ ψ ∗ (x, 0) Ô∆x Ô∆p ψ(x, 0) dx −∞ ψ(x, 0) Ô∆x Ô∆p ψ(x, 0) dx
R∞ ³ ´ R ³ ´∗

− 41 −∞ ψ ∗ (x, 0) Ô∆x Ô∆p ψ(x, 0) dx −∞ ψ(x, 0) Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0) dx
R∞ ³ ´ R ³ ´∗

+ 41 −∞ ψ ∗ (x, 0) Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0) dx −∞ ψ(x, 0) Ô∆x Ô∆p ψ(x, 0) dx
R∞ ³ ´ R ³ ´∗

− 41 −∞ ψ ∗ (x, 0) Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0) dx −∞ ψ(x, 0) Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0) dx
R∞ ³ ´ R ³ ´∗

= − 41 −∞ ψ ∗ (x, 0) Ô∆x Ô∆p ψ(x, 0) dx −∞ ψ(x, 0) Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0) dx
R∞ ³ ´ R ³ ´∗

+ 41 −∞ ψ ∗ (x, 0) Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0) dx −∞ ψ(x, 0) Ô∆x Ô∆p ψ(x, 0) dx
Onde o primeiro e o quarto termo, da última passagem, se anularam por hermitici-
dade:
R∞ ∗ ³ ´ R ∞ ³³ ´∗ ´³ ´
−∞
ψ (x, 0) Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0) dx = −∞
Ô∆p ψ ∗ (x, 0) Ô∆x ψ(x, 0) .dx
R ∞ ³³ ´∗ ³ ´∗

´
= −∞
Ô ∆x Ô ∆p ψ (x, 0) ψ(x, 0)dx
R∞ ³ ´ ∗
= −∞
Ô∆x Ô∆p ψ(x, 0) ψ(x, 0)dx
Pelo mesmo raciocı́nio, o quarto termo da soma - termo (2.29) - também se pode
simplificar:
³R ³ ´ R∞ ³ ´ ´

(2.29) = 41 −∞ ψ ∗ (x, 0) Ô∆x Ô∆p ψ(x, 0) dx − −∞ ψ ∗ (x, 0) Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0) dx
³R ³ ´∗ R∞ ³ ´∗ ´
1 ∞
4 −∞
ψ(x, 0) Ô ∆x Ô∆p ψ(x, 0) dx + −∞
ψ(x, 0) Ô ∆p Ô ∆x ψ(x, 0) dx
R ³ ´ R ³ ´∗
∞ ∞
= 14 −∞ ψ ∗ (x, 0) Ô∆x Ô∆p ψ(x, 0) dx −∞ ψ(x, 0) Ô∆x Ô∆p ψ(x, 0) dx
R∞ ³ ´ R ³ ´∗

+ 41 −∞ ψ ∗ (x, 0) Ô∆x Ô∆p ψ(x, 0) dx −∞ ψ(x, 0) Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0) dx
R∞ ³ ´ R ³ ´∗

− 41 −∞ ψ ∗ (x, 0) Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0) dx −∞ ψ(x, 0) Ô∆x Ô∆p ψ(x, 0) dx
R∞ ³ ´ R ³ ´∗

− 41 −∞ ψ ∗ (x, 0) Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0) dx −∞ ψ(x, 0) Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0) dx
R∞ ³ ´ R ³ ´∗

= 41 −∞ ψ ∗ (x, 0) Ô∆x Ô∆p ψ(x, 0) dx −∞ ψ(x, 0) Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0) dx
R∞ ³ ´ R ³ ´∗

− 41 −∞ ψ ∗ (x, 0) Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0) dx −∞ ψ(x, 0) Ô∆x Ô∆p ψ(x, 0) dx
2. Exercı́cios Resolvidos 15

Observa-se facilmente, a partir das duas simplificações anteriores, que a soma de


(2.28) com (2.29) é zero, resultando para ²:

² = (2.26) + (2.27)
1 Z ∞ ´ Z ∞ ³ ´∗
= −∞

ψ (x, 0) (Ô∆x Ô∆p + Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0)dx
−∞
ψ(x, 0) Ô∆x Ô∆p + Ô∆p Ô∆x

ψ (x, 0)dx
4
1 Z ∞ ´ Z ∞ ³ ´∗
+ ∗
ψ (x, 0) (Ô∆x Ô∆p − Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0)dx ψ(x, 0) Ô∆x Ô∆p − Ô∆p Ô∆x

ψ (x, 0)dx
4 −∞ −∞
¯Z ¯2 ¯Z ¯2
1 ¯¯ ∞ ³ ´ ¯ 1 ¯¯ ∞ ³ ´ ¯
= ¯
¯
∗ ¯
ψ (x, 0) Ô∆x Ô∆p + Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0)dx¯ + ¯
¯ ¯
∗ ¯
ψ (x, 0) Ô∆x Ô∆p − Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0)dx¯
¯
4 −∞ 4 −∞

Avaliando o segundo termo da expressão obtida para ²:


³ ´
³ ´ ³ ´
Ô∆x Ô∆p − Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0) = (x − E[x]) −E[p] − ih̄ ∂x
∂ ψ(x, 0) − −E[p] − ih̄ ∂
∂x
(x − E[x])ψ(x, 0)

∂ ∂
= −(x − E[x])E[p]ψ(x, 0) − (x − E[x])ih̄ ∂x ψ(x, 0) − E[x]ih̄ ∂x ψ(x, 0)

+ih̄ ∂x (xψ(x, 0)) + E[p](x − E[x])ψ(x, 0)
∂ ∂
= −xih̄ ∂x ψ(x, 0) + ih̄ ∂x (xψ(x, 0))

=
ih̄ψ(x, 0)
h i
O resultado anterior é equivalente a escrever: Ô∆x , Ô∆p = ih̄
Desta forma, como Z ∞
ψ ∗ (x, 0)ψ(x, 0)dx = 1
−∞

isto é, a função de onda está normalizada, vem:


¯ ¯2 ¯ ¯2
1 ¯¯Z ∞ ³ ´ ¯ 1 ¯¯Z ∞ ³ ´ ¯
² = ¯
¯
∗ ¯
ψ (x, 0) Ô∆x Ô∆p + Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0)dx¯ + ¯
¯ ¯
∗ ¯
ψ (x, 0) Ô∆x Ô∆p − Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0)dx¯
¯
4 −∞ 4 −∞
¯Z ³ ´ ¯2
h̄2 1 ¯¯ ∞ ∗ ¯
= + ¯ ψ (x, 0) Ô∆x Ô∆p + Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0)dx¯¯ (2.30)
4 4 −∞
h 2
i
Logo, para ser possı́vel tomar o igual na desigualdade ∆x2 ∆p2 ≥ ² = h̄4 temos
de impor, por (2.30), a seguinte condição que minimiza a incerteza:
¯Z ³ ´ ¯2
1 ¯¯ ∞ ∗ ¯
¯ ψ (x, 0) Ô∆x Ô∆p + Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0)dx¯¯ = 0 (2.31)
4 −∞

Dedução vectorial da condição que minimiza a incerteza (notação bra-ket):



hÔ∆x ψ|Ô∆p ψi = hψ|Ô∆x Ô∆p ψi
³ ´ ³ ´
= hψ| 21 Ô∆x Ô∆p + Ô∆p Ô∆x ψi + hψ| 12 Ô∆x Ô∆p − Ô∆p Ô∆x ψi
³ ´ h i
= hψ| 21 Ô∆x Ô∆p + Ô∆p Ô∆x ψi + 12 hψ| Ô∆x , Ô∆p ψi
2. Exercı́cios Resolvidos 16

¯ † ¯2 ¯ ³ ´ h i ¯2
¯ ¯ ¯ 1 ¯
¯hÔ∆x ψ|Ô∆p ψi¯ = ¯hψ| 2 Ô∆x Ô∆p + Ô∆p Ô∆x ψi + 21 hψ| Ô∆x , Ô∆p ψi¯
¯ ³ ´ ¯2 ¯ h i ¯2
¯ ¯ ¯ ¯
= 41 ¯hψ| Ô∆x Ô∆p + Ô∆p Ô∆x ψi¯ + 41 ¯hψ| Ô∆x , Ô∆p ψi¯
¯ h i ¯2
¯ ¯
≥ 41 ¯hψ| Ô∆x , Ô∆p ψi¯
³ ´ h i
Pois Ô∆x Ô∆p + Ô∆p Ô∆x é hermı́tico e Ô∆x , Ô∆p é antihermı́tico, e por isso
tem-se:
³ ´
hψ| Ô∆x Ô∆p + Ô∆p Ô∆x ψi é real
h i
hψ| Ô∆x , Ô∆p ψi é imaginário

h i ¯ h i ¯2
1 ¯ ¯ h̄2
Como Ô∆x , Ô∆p = ih̄ , resulta: 4 ¯hψ| Ô∆x , Ô∆p ψi¯ = 4 , logo:

h̄2 ³ ´
∆x2 ∆p2 = sse hψ| Ô∆x Ô∆p + Ô∆p Ô∆x ψi = 0 (2.32)
4

Parte 7.2 - Determinação da Função de Onda


Agora que conhecemos a expressão que a Função de Onda tem de satisfazer para
minimizar a incerteza entre p e x - (2.31) ou (2.32) - procuremos a solução ψ(x, 0)
que a satisfaça. Comecemos por considerar que Ô∆x ψ e Ô∆p ψ se relacionam por
intermédio de uma constante γ:

Ô∆x ψ(x, 0) = γ Ô∆p ψ(x, 0) (2.33)


µ ¶

⇔ (x − E[x])ψ(x, 0) = γ −ih̄ − E[p] ψ(x, 0)
∂x
µ ¶
∂ i x − E[x] E[p]
⇔ ψ(x, 0) = +i ψ(x, 0)
∂x γ h̄ h̄
2
i (x−E[x]) E[p]
+i h̄ x
integrando, resulta: ⇒ ψ(x, 0) = Ce γ 2h̄ (2.34)

A expressão (2.34) terá de satisfazer (2.31), sendo esta a condição que determina o
parâmetro γ. Usando a relação (2.33) em (2.31), fica:
Z ∞ ³ ´
(2.31) = ψ ∗ (x, 0) Ô∆x Ô∆p + Ô∆p Ô∆x ψ(x, 0)dx
−∞
Z ∞ Z ∞ h i∗
= ψ ∗ (x, 0)(Ô∆x Ô∆p ψ(x, 0))dx + ψ(x, 0) Ô∆x Ô∆p ψ(x, 0) dx
−∞ −∞
Z ∞ Z ∞ h i∗
1 1
= ψ ∗ (x, 0)(Ô∆x Ô∆x ψ(x, 0))dx + ∗ ψ(x, 0) Ô∆x Ô∆x ψ(x, 0) dx
γ −∞ γ −∞
µ ¶Z ∞ ³ ´
1 1 2
= + ∗ ψ ∗ (x, 0) Ô∆x ψ(x, 0)dx (2.35)
γ γ −∞
2. Exercı́cios Resolvidos 17

Logo, para (2.35) = (2.31) ser igual a zero, γ tem de ser um imaginário puro.
Para normalizar ψ(x, 0) conclui-se prontamente que o integral sobre todo o espaço
só converge se Im{γ} < 0. Normalizando, podemos então determinar C em função
de γ:
Z ∞ Z ∞ 2 2
i (x−E[x]) E[p] i (x−E[x]) E[p]
∗ −i h̄ x +i h̄ x
ψ (x, 0)ψ(x, 0)dx = Ce γ 2h̄ Ce γ 2h̄ dx
−∞ −∞
Z ∞ 2
i (x−E[x])
= C2 eγ h̄ dx
−∞
Z ∞
i u2
= C2 e γ h̄ du
−∞
r
γ
= C 2 − πh̄
i
= 1 s
i 1
⇒C= 4
− (2.36)
γ πh̄

O último passo para determinar γ, e assim determinar C, consiste em impor que


Z ∞
2
ψ ∗ (x, 0)Ô∆x ψ(x, 0)dx ≡ ∆x2
−∞

resultando:

Z ∞ v 2 v 2
2 Z ∞u i (x−E[x]) −i E[p] x u i (x−E[x]) +i E[p] x
ψ ∗ (x, 0)Ô∆x ψ(x, 0)dx = −∞
u i 1
4−
t eγ 2h̄ h̄ 2u
4−
(x − E[x]) t
i 1
eγ 2h̄ h̄ dx
γ πh̄ γ πh̄
−∞
s Z ∞
i 1 i (x−E[x])
2
= − (x − E[x])2 e γ h̄ dx
γ πh̄ −∞
s Z ∞
i 1 i u2
= − u2 e− γ h̄ du
γ πh̄ −∞
s à r !
i 1 1√ γ3
= − π − 3 h̄3
γ πh̄ 2 i
r
1 γ2 2
= h̄
2 i2
= ∆x2
2∆x2
⇒ γ = −i (2.37)
h̄ s
r
i 1 4 1
(2.36) ⇒ C = 4
− = (2.38)
γ πh̄ 2π∆x2

Finalmente, por (2.34), (2.37) e (2.38), obtém-se a função de onda que minimiza a
2. Exercı́cios Resolvidos 18

incerteza:

1 (x−x0 )2 E[p]
ψ(x, 0) = √ eik0 x− 4∆x2 , onde k0 ≡ (2.39)
4
2π∆x2 h̄
Parte 7.3 - Solução de ψ no tempo

Partindo da equação de Schrödinger a uma dimensão

h̄2 ∂ 2 ∂
− ψ(x, t) = ih̄ ψ(x, t) (2.40)
2m ∂x2 ∂t

Determina-se por separação de variáveis, ψ(x, t) = φ(x)T (t), a solução geral de


ψ(x, t):

h̄2 −1 ∂2 ∂
− φ (x) 2 φ(x) = ih̄T −1 (t) T (t) = Ek (2.41)
2m ∂x ∂t
1
φk (x) = √ eikx (2.42)

i
Tk (t) = Ak e− h̄ Ek t (2.43)
h̄2 k 2
Ek = (2.44)
2m
X∞ Z ∞
i 1
⇒ ψ(x, t) = Ak φk (x)Tk (t) = Ak e− h̄ Ek t √ eikx dk (2.45)
k=−∞ −∞ 2π

Onde {φk (x)} forma a base dos momentos normalizada no sentido do δ em todo o
espaço.
Determinam-se os coeficientes Ak da solução geral (2.45) satisfazendo a solução
particular (2.39), no instante inicial. A solução geral no instante inicial é dada por:
Z ∞
1
ψ(x, 0) = Ak √ eikx dk (2.46)
−∞ 2π

Projectando a solução geral para o instante inicial - (2.46) - na base dos momentos,
resulta:
Z ∞ Z ∞ Z ∞
1 0 1 i(k−k0 )x
√ e−ik x ψ(x, 0)dx = Ak e dkdx (2.47)
−∞ 2π −∞ −∞ 2π
Z ∞
= Ak δ(k − k 0 )dk (2.48)
−∞
= Ak0 (2.49)
2. Exercı́cios Resolvidos 19

Projectando a solução particular (2.39) na base dos momentos determinam-se


os Ak ’s que satisfazem a solução particular:

Z ∞
1
Ak = √ e−ikx ψ(x, 0)dx (2.50)
−∞ 2π
µ ¶1/4
2 √
e−(k−k0 )(ix0 +k∆x −∆x2 k0 )
2
= ∆x (2.51)
π

Substituindo os Ak ’s de (2.51) em (2.45) obtemos finalmente a solução de ψ no


tempo:
Z ∞
i 1
ψ(x, t) = Ak e− h̄ Ek t √ eikx dk (2.52)
−∞ 2π
Z ∞
i h̄2 k2 1
= Ak e− h̄ 2m t √ eikx dk (2.53)
−∞ 2π
2it∆x2 h̄k0 0 (−2imx∆x +th̄x0 )
2 +m(x−x )2 +2k 2
0

e 4m∆x 2 +2ith̄

= √ q (2.54)
4 ith̄
2π ∆x + 2∆xm

Exercı́cio 10

Consideremos a equação de Schrödinger para uma partı́cula sujeita a um potencial


constante, definido no intervalo [0, a]:

p2 ∂
+ V (x)]ψ = Eψ, p = −ih̄ (2.55)
2m  ∂x



 0, x<0

V (x) = V0 > 0, 0 < x < a (2.56)





0, x>a

Assumimos que a colisão ocorre da esquerda para a direita , sendo assim:


- Para x < 0 queremos soluções estacionárias que se propaguem no sentido positivo
(Função de Onda incidente) e negativo (Função de Onda reflectida)
- Para x > a queremos soluções estacionárias que se propaguem no sentido positivo
(Função de Onda transmitida)

As soluções da equação (2.55) vao ser determinadas por troços, sendo estes os in-
tervalos de continuidade do potencial V (x).
2. Exercı́cios Resolvidos 20

Soluções para x < 0


p2
ψ1 = Eψ 1 (2.57)
2m √ √
i 2mE x 2mE
⇒ ψ1 (x) = Ae h̄ + Be−i h̄ z
(2.58)

Soluções para 0 < x < a


· ¸
p2
+ V0 ψ2 = Eψ 2 (2.59)
2m
√ √
2m(E−V0 ) 2m(E−V0 )
⇒ ψ2 (x) = Dei h̄ x
+ Ee−i h̄ x
, para E > V0 (2.60)

Soluções para x > a


p2
ψ3 = Eψ 3 (2.61)
2m √
2mE
⇒ ψ3 (x) = Cei h̄ x
(2.62)

Definição 3. α e β
Para facilitar a manipulação das expressões, definimos α e β:

2mE
α≡ (2.63)
p h̄
2m (E − V0 )
β≡ (2.64)

Condições de continuidade, caso E > V0


Para que as soluções obtidas tenham significado fı́sico é necessário verificar a con-
tinuidade das soluções na fronteira dos troços. N troços implica N − 1 fronteiras e

2(N − 1) condições de continudade (a de ψ e a de ∂x ψ), nomeadamente:

ψ1 (0) = ψ2 (0)
⇒A+B =D+E (2.65)
ψ2 (a) = ψ3 (a)
⇒ Deiβa + Ee−iβa = Ceiαa (2.66)
∂ ∂
ψ1 (0) = ψ2 (0)
∂x ∂x
⇒ iα(A − B) = iβ(D − E) (2.67)
∂ ∂
ψ2 (a) = ψ3 (a)
∂x ¡ ∂x ¢
⇒ iβ De − Ee−iβa = iαCeiαa
iβa
(2.68)
2. Exercı́cios Resolvidos 21

Da verificação destas condições podemos tirar as relações entre os coeficientes A, B,


¯ ¯2 ¯ ¯
C, D e E. Em especial, pretende-se determinar ¯ C ¯ ≡ CT e ¯ B ¯2 ≡ CR. Primeiro,
A A
eliminamos E e D das expressções anteriores, escrevendo-os em função dos outros
coeficientes:
(2.66) ⇒ Deiβa = Ceiαa − Ee−iβa
α
(2.68) ⇒ Ee−iβa = Deiβa − Ceiαa
β
α
(2.66) + (2.68) ⇒ Deiβa = Ceiαa − Deiβa + Ceiαa
β
µ ¶
Cei(α−β)a α
⇒D= 1+ (2.69)
2 β
µ ¶
Ceiαa α α
(2.68) + (2.66) ⇒ Ee−iβa = 1+ − Ceiαa
2 β β
i(α+β)a
µ ¶
Ce α
⇒E= 1− (2.70)
2 β
Em seguida, usando (2.69) e (2.70), procede-se à determinação de A e B em função
de C, α e β:
(2.65) ⇒ A + B = D+E
µ ¶ µ ¶
Cei(α−β)a α Cei(α+β)a α
= 1+ + 1− (2.71)
2 β 2 β
β
(2.67) ⇒ A − B = (D − E)
α · µ ¶ µ ¶¸
β α α
= Cei(α−β)a 1 + − Cei(α+β)a 1 − (2.72)
2α β β

C
Determinar A
, caso E > V0
µ ¶ µ ¶
Cei(α−β)a α Cei(α+β)a α
A + B + A − B = 2A = 1+ + 1−
2 β 2 β
· µ ¶ µ ¶¸
β i(α−β)a α i (α+β)a α
+ Ce 1+ − Ce 1−
2α β β
¡ ¢
Ceia(α−β) −e2iaβ (α − β)2 + (α + β)2
⇒A =
4αβ
ia(α−β)
¡ 2iaβ ¢
A e −e (α − β)2 + (α + β)2
⇒ =
C 4αβ
C 4αβ
⇒ =
A eia(α−β) (−e2iaβ (α − β)2 + (α + β)2 )
4e−ia(α−β) αβ
= (2.73)
(α + β)2 − e2iaβ (α − β)2
2. Exercı́cios Resolvidos 22

B
Determinar A
, caso E > V0
µ ¶ µ ¶
Cei(α−β)a α Cei (α+β)a α
A + B − (A − B) = 2B = 1+ + 1−
2 β 2 β
µ µ ¶ µ ¶¶
β i(α−β)a α i(α+β)a α
− Ce 1+ − Ce 1−
2α β β

iCeiaα (α − β)(α + β)Sin[aβ]


⇒B = −
2αβ
¡ ¢ ¡ ¢
iCeiaα β 2 − α2 Sin[aβ] B ieiaα β 2 − α2 Sin[aβ]
⇒B = :→ =
2αβ C 2αβ
à ¡ 2 ¢ !
iaα
B CB 4e−ia(α−β)
αβ ie β − α2 Sin[aβ]
⇒ = =
A AC (α + β)2 − e2iaβ (α − β)2 2αβ
(α − β)(α + β)Sin[aβ]
=
2iαβCos[aβ] + (α2 + β 2 ) Sin[aβ]
¡ 2 ¢
α − β 2 Sin[aβ]
=
2iαβCos[aβ] + (α2 + β 2 ) Sin[aβ]
¡ 2 ¢¡ ¢
B α − β 2 eiaβ − e−iaβ
⇒ =
A −2αβ (eiaβ + e−iaβ ) + (α2 + β 2 ) (eiaβ − e−iaβ )
¡ 2 ¢¡ ¢
α − β 2 e2iaβ − 1
=
−2αβ (e2iaβ + 1) + (α2 + β 2 ) (e2iaβ − 1)
¡ 2 ¢¡ ¢
α − β 2 e2iaβ − 1
=
−(α + β)2 + (α − β)2 e2iaβ
¡ 2 ¢¡ ¢
α − β 2 1 − e2iaβ
= (2.74)
(α + β)2 − (α − β)2 e2iaβ
2. Exercı́cios Resolvidos 23

Determinar CT e CR, caso E > V0

Tendo determinado as expressões para C B


A - (2.73) - e A - (2.74) -, determinamos o
seu módulo ao quadrado, obtendo-se CT e CR, respectivamente:

¡ ¢
A eia(α−β) −e2iaβ (α − β)2 + (α + β)2
(2.73) ⇒ =
C 4αβ
¯ ¯2 ¡ 2 ¢2
¯A¯ α +β 2
Sin[aβ]2
⇒ ¯¯ ¯¯ = Cos[aβ]2 +
C 4α2 β 2

¯ ¯2 ¡ 2 ¢2
¯A¯ α + β 2 Sin[aβ]2
⇒ ¯¯ ¯¯ = 1 − Sin[aβ]2 +
C 4α2 β 2
³¡ ¢2 ´
α2 + β 2 − 4α2 β 2 Sin[aβ]2
= 1+
4α2 β 2
¡ 2 ¢ 2
α − β 2 Sin[aβ]2
= 1+
4α2 β 2
V Sin[aβ]2
2
= 1+ 0
4E (E − V0 )
¯ ¯2 µ ¶−1
¯C ¯ V 2 Sin[aβ]2
⇒ CTE>V0 = ¯¯ ¯¯ = 1 + 0 (2.75)
A 4E (E − V0)
¡ 2 ¢¡ ¢
B α − β 2 1 − e2iaβ
(2.74) ⇒ =
A (α + β)2 − (α − β)2 e2iaβ
¯ ¯2 Ã !−1
¯B ¯ 4α2 β 2
¯ ¯
⇒¯ ¯ = 1+
A 2
(α2 − β 2 ) Sin[aβ]2
µ ¶
4E (E − V0 ) −1
⇒ CRE>V0 = 1 + 2 (2.76)
V0 Sin[aβ]2

Determinar CT e CR, caso E < V0


Para E < V0 , teremos exponenciais para D e E - expressão (2.60) - reais. Reparando
que essa alteração implicaria, essencialmente, que β passaria a ser iβ, conclui-se que
podemos aproveitar as expressões encontradas para E > V0 , substituindo, nas ex-
pressões de C B
A e A , β por iβ. Fica assim, por (2.73) e (2.74):

C 2ie−iaα αβ
=
A 2iαβCosh[aβ] + (α − β)(α + β)Sinh[aβ]
¯ ¯2 ¡ 2 ¢2
¯A¯ α − β 2 Sinh[aβ]2
⇒ ¯¯ ¯¯ = Cosh[aβ]2 +
C 4α2 β 2
2. Exercı́cios Resolvidos 24

¯ ¯2 ¡ ¢2
¯A¯ α2 − β 2 Sinh[aβ]2
⇒ ¯¯ ¯¯ = 1 + Sinh[aβ] + 2
C 4α2 β 2
³ ¡ ¢ ´
2
4α2 β 2 + α2 − β 2 Sinh[aβ]2
= 1+
4α2 β 2
¡ 2 ¢ 2
α + β 2 Sinh[aβ]2
= 1+
4α2 β 2
¯ ¯2 µ ¶−1
¯C ¯ V02 Sinh[aβ]2
¯ ¯
⇒¯ ¯ = 1+
A 4E (V0 − E)
µ ¶−1
V02 Sinh[aβ]2
⇒ CT E<V0 = 1 + (2.77)
4E (V0 − E)

¡ 2 ¢
B α + β 2 Sinh[aβ]
=
A 2iαβCosh[aβ] + (α − β)(α + β)Sinh[aβ]
¯ ¯2 ¡ 2 ¢
¯B ¯ α + β 2 Sinh[aβ]
⇒ ¯¯ ¯¯ =
A 2iαβCosh[aβ] + (α − β)(α + β)Sinh[aβ]
à !−1
4α2 β 2
= 1+ 2
(α2 + β 2 ) Sinh[aβ]2
µ ¶−1
4E (V0 − E)
= 1+ 2
V0 Sinh[aβ]2
µ ¶−1
4E (V0 − E)
⇒ CRE<V0 = 1 + 2 (2.78)
V0 Sinh[aβ]2
2. Exercı́cios Resolvidos 25

Gráficos CT vs E e CR vs E

Energia em unidades eV.

Valores arbitrados:

6.626x10−34
V0 = 200 eV ; m = 9.1x10−31 Kg ; h̄ = J.s ; a = 10−10 m

2. Exercı́cios Resolvidos 26

Exercı́cio 11

Ver resolução do Exercı́cio 10, situação E > V0 .


BIBLIOGRAFIA

[1] Leonard Schiff. Quantum Mechanics. McGraw-Hill, 1968.


[2] Eugen Merzbacher. Quantum Mechanics. John Wiley & Sons, 1998.

Potrebbero piacerti anche