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Ano 2018, Número 116 Brasília, quinta-feira, 14 de junho de 2018 Página 1

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Ano 2018, Número 116 Divulgação: quarta-feira, 13 de junho de 2018


Publicação: quinta-feira, 14 de junho de 2018

Tribunal Superior Eleitoral

Ministro Luiz Fux


Presidente

Ministra Rosa Maria Pires Weber


Vice-Presidente

Ministro Napoleão Nunes Maia Filho


Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral

Rodrigo Curado Fleury


Diretor-Geral

Secretaria Judiciária

Secretaria de Gestão da Informação

Coordenadoria de Editoração e Publicações

Fone/Fax: (61) 3030-9321


cedip@tse.jus.br

Sumário
PRESIDÊNCIA ................................................................................................................................................................................2
Atos da Presidência ...............................................................................................................................................................2
Portarias ......................................................................................................................................................................2
Assessoria de Plenário ...........................................................................................................................................................2
Pauta de Julgamento .....................................................................................................................................................2
SECRETARIA JUDICIÁRIA ..............................................................................................................................................................10
Coordenadoria de Processamento - Seção de Processamento II ................................................................................................10
Decisão monocrática ....................................................................................................................................................10
Coordenadoria de Processamento - Seção de Processamento III ...............................................................................................22
Decisão monocrática ....................................................................................................................................................22
Coordenadoria de Acórdãos e Resoluções ..............................................................................................................................48
Acórdão .....................................................................................................................................................................48
Resolução ...................................................................................................................................................................49
Intimação ...................................................................................................................................................................66
Documentos Eletrônicos Publicados pelo PJE ..........................................................................................................................66
Intimação ...................................................................................................................................................................66
Intimação de pauta ......................................................................................................................................................83
Edital .........................................................................................................................................................................85
CORREGEDORIA ELEITORAL ..........................................................................................................................................................90
Atos do Corregedor .............................................................................................................................................................90
Decisão monocrática ....................................................................................................................................................90
Documentos Eletrônicos Publicados pelo PJE ..........................................................................................................................91
Comunicação ..............................................................................................................................................................91
SECRETARIA DO TRIBUNAL ...........................................................................................................................................................91
Atos do Diretor-Geral ...........................................................................................................................................................91
Portaria ......................................................................................................................................................................91

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
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SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO .................................................................................................................................................93


SECRETARIA DE CONTROLE INTERNO E AUDITORIA .........................................................................................................................93
SECRETARIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO .............................................................................................................................93
SECRETARIA DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO ....................................................................................................................................93
COMISSÃO PERMANENTE DE ÉTICA E SINDICÂNCIA DO TSE .............................................................................................................93

PRESIDÊNCIA

Atos da Presidência

Portarias

Atualização. Composição. Conselho Consultivo sobre Internet e Eleições.

Portaria TSE nº 484 de 04 de junho de 2018.

Atualiza a composição do Conselho Consultivo sobre Internet e Eleições.

O PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, no uso de suas atribuições legais e regimentais,

RESOLVE:

Art. 1º O inciso VII art. 1º da Portaria-TSE nº 949 de 7 de dezembro de 2017 passa a vigorar com a seguinte redação:

"VII - representantes do Ministério da Justiça:


a) titular: João Luiz Pinto Coelho Martins de Oliveira, Assessor Especial do Ministro da Justiça;
b) suplente: Tiago Alves Vaz e Silva, Assessor do Chefe do Gabinete do Ministro da Justiça;"
Art. 2º O art. 1º da Portaria-TSE nº 949 de 7 de dezembro de 2017 passa a vigorar acrescido de inciso XIV nos seguintes termos:

"XIV - representante do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional: Murillo de Aragão."


Art. 3º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Ministro LUIZ FUX

Documento assinado eletronicamente em 13/06/2018, às 13:05, conforme art. 1º, §2º, III, b, da Lei 11.419/2006.

A autenticidade do documento pode ser conferida em


https://sei.tse.jus.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_extern
o=0&cv=0760414&crc=1CDAF8CA, informando, caso não preenchido, o código verificador 0760414 e o código CRC
1CDAF8CA.

Assessoria de Plenário

Pauta de Julgamento

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PAUTA DE JULGAMENTO Nº 63/2018

Elaborada nos termos do artigo 18 da Resolução-TSE nº 23.478/2016, para julgamento dos processos abaixo relacionados.

Pauta da Sessão Ordinária Jurisdicional de 19 de junho de 2018.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA PRESTAÇÃO DE


CONTAS Nº 44 (38691-65.2009.6.00.0000) - CLASSE 25 - BRASÍLIA-DF

RELATOR: MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO


EMBARGANTE: PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO (PTB) - NACIONAL
ADVOGADOS: GUSTAVO HENRIQUE CAPUTO BASTOS - OAB: 7383/DF e Outros

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 1-41.2017.6.01.0005 - CLASSE


32 - JORDÃO-AC (5ª ZONA ELEITORAL - TARAUACÁ)

RELATOR: MINISTRO ADMAR GONZAGA


EMBARGANTE: ANTÔNIO AURISÉRGIO SÉRGIO DE MENEZES OLIVEIRA
ADVOGADO: RENATO MARCEL FERREIRA DA SILVEIRA - OAB: 4241/AC
EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 3-52.2017.6.19.0088 - CLASSE 32 - SÃO JOÃO DE MERITI-RJ (88ª ZONA ELEITORAL - SÃO
JOÃO DE MERITI)

RELATOR: MINISTRO ADMAR GONZAGA


RECORRENTE: ELIAS NUNES DE QUEIROZ
ADVOGADOS: MÁRCIO LUIZ SILVA - OAB: 12415/DF e Outros
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
ASSISTENTE DO RECORRIDO: CHARLES BATISTA DA SILVA
ADVOGADOS: DANIEL GUSTAVO FALCÃO PIMENTEL DOS REIS - OAB: 239622/SP e Outros

RECURSO ORDINÁRIO Nº 4-52.2015.6.02.0000 - CLASSE 37 - MACEIÓ-AL

RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO


RECORRENTE: MARCOS JOSÉ DIAS VIANA FILHO
ADVOGADOS: MÁRCIO CÁSSIO MEDEIROS GÓES JÚNIOR - OAB: 8266/AL e Outros
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
RECORRIDO: JUDSON CABRAL DE SANTANA

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ADVOGADOS: DELSON LYRA DA FONSECA - OAB: 7390/AL e Outros

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 21-90.2015.6.10.0089 - CLASSE 6 -


SÃO LUÍS-MA (89ª ZONA ELEITORAL - SÃO LUÍS)

RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO


EMBARGANTE: S.B. FROTA TERRAPLENAGEM E MÁQUINAS LTDA
ADVOGADOS: GABRIEL AHID COSTA - OAB: 7569/MA e Outros
EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 34-53.2014.6.13.0247 - CLASSE 6 - SANTA MARIA DO SUAÇUÍ-MG


(247ª ZONA ELEITORAL - SANTA MARIA DO SUAÇUÍ)

RELATOR: MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO


AGRAVANTE: ANDRÉ TEMPONI NUNES CAMPOS
ADVOGADOS: ADRIANNA BELLI PEREIRA DE SOUZA - OAB: 54000/MG e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 42-67.2015.6.09.0033 - CLASSE 6 - VALPARAÍSO DE GOIÁS-GO (33ª


ZONA ELEITORAL - VALPARAÍSO DE GOIÁS)

RELATOR: MINISTRO ADMAR GONZAGA


AGRAVANTE: SS SERVIÇOS LTDA
ADVOGADOS: DYOGO CROSARA - OAB: 23523/GO e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 45-05.2015.6.13.0035 - CLASSE 6 - BELO HORIZONTE-MG (35ª


ZONA ELEITORAL - BELO HORIZONTE)

RELATOR: MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO


AGRAVANTE: FELIPE AUGUSTO HENRIQUES DE FIGUEIREDO
ADVOGADOS: AUGUSTO MÁRIO MENEZES PAULINO - OAB: 83263/MG e Outro
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 45-35.2016.6.13.0337 - CLASSE 32 - TIROS-MG (337ª ZONA ELEITORAL - TIROS)

RELATOR: MINISTRO JORGE MUSSI


(PEDIDO DE VISTA DO MINISTRO ADMAR GONZAGA)

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RECORRENTES: JÚLIO ANDRÉ DE OLIVEIRA e Outro


ADVOGADOS: MARIA CLAUDIA BUCCHIANERI PINHEIRO - OAB: 25341/DF e Outros
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 52-68.2015.6.26.0250 - CLASSE 32 - SÃO PAULO-SP (250ª ZONA
ELEITORAL - SÃO PAULO)

RELATORA: MINISTRA ROSA WEBER


AGRAVANTE: AUSTRÁLIA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA.
ADVOGADOS: PEDRO TRUFFI COSTA - OAB: 375526/SP e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 52-68.2015.6.26.0250 - CLASSE 32 - SÃO PAULO-SP (250ª ZONA
ELEITORAL - SÃO PAULO)

RELATORA: MINISTRA ROSA WEBER


AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
AGRAVADA: AUSTRÁLIA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA.
ADVOGADOS: PEDRO TRUFFI COSTA - OAB: 375526/SP e Outros

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 58-07.2015.6.13.0034 - CLASSE 6 -


BELO HORIZONTE-MG (34ª ZONA ELEITORAL - BELO HORIZONTE)

RELATOR: MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO


EMBARGANTE: VILMA PENIDO DIAS
ADVOGADOS: JULIO FIRMINO DA ROCHA FILHO - OAB: 96648/MG e Outros
EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 67-20.2013.6.21.0000 - CLASSE 6 -


PORTO ALEGRE-RS

RELATOR: MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO


EMBARGANTE: PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PCdoB) - ESTADUAL
ADVOGADOS: LUCAS COUTO LAZARI - OAB: 84482/RS e Outro
EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 95-73.2015.6.26.0001 - CLASSE 6 - SÃO PAULO-SP (1ª ZONA
ELEITORAL - SÃO PAULO)

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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RELATORA: MINISTRA ROSA WEBER


AGRAVANTE: FERREIRA PINTO CONSULTORIA EM SEGURANÇA LTDA.
ADVOGADOS: RAFAEL DELGADO CHIARADIA - OAB: 199092/SP e Outra
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 95-73.2015.6.26.0001 - CLASSE 6 - SÃO PAULO-SP (1ª ZONA
ELEITORAL - SÃO PAULO)

RELATORA: MINISTRA ROSA WEBER


AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
AGRAVADA: FERREIRA PINTO CONSULTORIA EM SEGURANÇA LTDA.
ADVOGADOS: RAFAEL DELGADO CHIARADIA - OAB: 199092/SP e Outra

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 144-88.2016.6.13.0277 - CLASSE 32 - UBERABA-MG (277ª ZONA
ELEITORAL - UBERABA)

RELATOR: MINISTRO TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO


AGRAVANTE: COLIGAÇÃO UBERABA PODE
ADVOGADOS: RENATA SOARES SILVA - OAB: 141886/MG e Outro
AGRAVADA: COLIGAÇÃO SOMOS TODOS UBERABA
ADVOGADOS: WEDERSON ADVÍNCULA SIQUEIRA - OAB: 102533/MG e Outros

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 150-90.2015.6.12.0008 - CLASSE 6 - CAMPO GRANDE-MS (8ª ZONA
ELEITORAL - CAMPO GRANDE)

RELATOR: MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO


AGRAVANTE: CABRAL GOMES ADVOGADOS ASSOCIADOS
ADVOGADOS: DANNY FABRÍCIO CABRAL GOMES - OAB: 6337/MS e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 176-10.2015.6.26.0005 - CLASSE


6 - SÃO PAULO-SP (5ª ZONA ELEITORAL - SÃO PAULO)

RELATOR: MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO


EMBARGANTE: AILDO RODRIGUES FERREIRA
ADVOGADOS: EVERSON TOBARUELA - OAB: 80432/SP e Outros
EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

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AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 187-40.2014.6.17.0000 - CLASSE 32 - RECIFE-PE

RELATOR: MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO


AGRAVANTE: PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA (PDT) - ESTADUAL
ADVOGADOS: DANIEL JOSÉ FEITOSA SANTOS - OAB: 28222/PE e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

AGRAVO REGIMENTAL NA PRESTAÇÃO DE CONTAS Nº 226-45.2013.6.00.0000 - CLASSE 25 - BRASÍLIA-DF

RELATOR: MINISTRO TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO


AGRAVANTE: PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL) - NACIONAL
ADVOGADOS: ANDRÉ BRANDÃO HENRIQUES MAIMONI - OAB: 29498/DF e Outros

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 239-30.2016.6.19.0123 - CLASSE 6 - RIO DE JANEIRO-RJ (123ª


ZONA ELEITORAL - RIO DE JANEIRO)

RELATOR: MINISTRO ADMAR GONZAGA


AGRAVANTE: PEDRO PAULO CARVALHO TEIXEIRA
ADVOGADOS: EDUARDO DAMIAN DUARTE - OAB: 106783/RJ e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

AGRAVO REGIMENTAL NA PRESTAÇÃO DE CONTAS Nº 257-02.2012.6.00.0000 - CLASSE 25 - BRASÍLIA-DF

RELATOR: MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO


AGRAVANTE: PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB) - NACIONAL.
ADVOGADO: IVAN MARTINS PINHEIRO - OAB: 17157/RJ

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 300-33.2016.6.26.0336 - CLASSE 6 - MORRO AGUDO-SP (336ª


ZONA ELEITORAL - MORRO AGUDO)

RELATOR: MINISTRO ADMAR GONZAGA


AGRAVANTE: DENILSON MARTINS
ADVOGADOS: RAFAEL MARTINS ESTORILIO - OAB: 47624/DF e Outros
AGRAVADO: GILBERTO CESAR BARBETI
ADVOGADOS: LEANDRO CÉZAR GONÇALVES - OAB: 193918/SP e Outros
AGRAVADO: VINICIUS CRUZ DE CASTRO
ADVOGADO: LEANDRO CÉZAR GONÇALVES - OAB: 193918/SP

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AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 348-79.2016.6.25.0025 - CLASSE 32 - SÃO FRANCISCO-SE (25ª
ZONA ELEITORAL - CEDRO DE SÃO JOÃO)

RELATORA: MINISTRA ROSA WEBER


AGRAVANTE: HORTÊNCIO BATISTA DE ANDRADE
ADVOGADOS: FABIANO FREIRE FEITOSA - OAB: 3173/SE e Outro

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 368-07.2016.6.26.0134 - CLASSE 6 - SERRA NEGRA-SP (134ª ZONA
ELEITORAL - SERRA NEGRA)

RELATOR: MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO


AGRAVANTE: COLIGAÇÃO PV/PSD/PDT/SD/PSDB/PP/PTN/PMDB/PRTB/PROS/PCdoB/PEN/PRP/PTB/PR/PHS
ADVOGADOS: PAULO ROBERTO DELLA GUARDIA SCACHETTI - OAB: 78626/SP e Outro
AGRAVADOS: ANTONIO LUIGI ÍTALO FRANCHI e Outros
ADVOGADOS: MARIA CECÍLIA SILOTTO BEGHINI - OAB: 213260/SP e Outros

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 415-84.2016.6.26.0132 - CLASSE 32 - ILHABELA-SP (132ª ZONA ELEITORAL - SÃO
SEBASTIÃO)

RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO


RECORRENTE: ANTONIO LUIZ COLUCCI
ADVOGADOS: RICARDO VITA PORTO - OAB: 183224/SP e Outros
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 428-19.2016.6.19.0184 - CLASSE 32 - RIO DAS OSTRAS-RJ

RELATOR: MINISTRO TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO


EMBARGANTE: CARLOS AUGUSTO CARVALHO BALTHAZAR
ADVOGADO: FERNANDO NEVES DA SILVA - OAB: 2030/DF
EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
EMBARGADO: COLIGAÇÃO FÉ, CORAGEM E TRABALHO
ADVOGADOS: LAURA MARQUES DOS SANTOS FERNANDES ALVES - OAB: 175669/RJ e Outros
EMBARGADO: FLÁVIO DA SILVA POGGIAN
ADVOGADOS: VINICIUS CORDEIRO - OAB: 62752/RJ e Outros
EMBARGADOS: GELSON APICELO e Outros
ADVOGADOS: HENAR WASHINGTON DE ALMEIDA - OAB: 170171/RJ e Outros
EMBARGADO: DEUCIMAR TALON TOLEDO
ADVOGADOS: RICARDO DE PARANAGUÁ PIQUET CARNEIRO - OAB: 50392/DF e Outro

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 428-19.2016.6.19.0184 - CLASSE 32 - RIO DAS OSTRAS-RJ

RELATOR: MINISTRO TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO


EMBARGANTE: JOSÉ GUIMARÃES SALVADOR
ADVOGADOS: ANGELA CIGNACHI BAETA NEVES - OAB: 18730/DF e Outros
EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
EMBARGADA: COLIGAÇÃO FÉ, CORAGEM E TRABALHO
ADVOGADOS: LAURA MARQUES DOS SANTOS FERNANDES ALVES - OAB: 175669/RJ e Outros
EMBARGADO: FLÁVIO DA SILVA POGGIAN
ADVOGADOS: VINICIUS CORDEIRO - OAB: 62752/RJ e Outros
EMBARGADOS: GELSON APICELO e Outros
ADVOGADOS: HENAR WASHINGTON DE ALMEIDA - OAB: 170171/RJ e Outros
EMBARGADO: DEUCIMAR TALON TOLEDO
ADVOGADOS: RICARDO DE PARANAGUÁ PIQUET CARNEIRO - OAB: 50392/DF e Outro

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 445-91.2016.6.25.0021 - CLASSE 32 - SÃO CRISTÓVÃO-SE (21ª
ZONA ELEITORAL - SÃO CRISTÓVÃO)

RELATOR: MINISTRO JORGE MUSSI


AGRAVANTE: ADRIANA SILVA SANTOS
ADVOGADA: ELAINE CRISTINA CHAGAS PEREIRA - OAB: 9358/SE

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1225-65.2014.6.25.0000 - CLASSE


6 - ARACAJU-SE

RELATOR: MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO


EMBARGANTES: EDUARDO ALVES DO AMORIM e Outros
ADVOGADOS: FABIANO FREIRE FEITOSA - OAB: 3173/SE e Outros
EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NA PRESTAÇÃO DE CONTAS Nº 1316-25.2012.6.00.0000 - CLASSE 25 -


BRASÍLIA-DF

RELATOR: MINISTRO TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO


EMBARGANTE: PARTIDO PROGRESSISTA (PP) - NACIONAL
ADVOGADOS: HERMAN TED BARBOSA - OAB: 10001/DF e Outros

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AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2145-33.2010.6.13.0026 - CLASSE 6 - BELO HORIZONTE-MG (26ª


ZONA ELEITORAL - BELO HORIZONTE)

RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO


AGRAVANTE: PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT) - MUNICIPAL
ADVOGADOS: MATHEUS DE FARIA BRITO - OAB: 168420/MG e Outros

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO


REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 2313-26.2010.6.27.0000 - CLASSE 32 - PALMAS-TO

RELATOR: MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO


EMBARGANTE: COMITÊ FINANCEIRO ÚNICO DO PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA - (PSDB) - ESTADUAL
ADVOGADOS: JOSE EDUARDO RANGEL DE ALCKMIN - OAB: 2977/DF e Outros

Brasília, 13 de junho de 2018.

JEAN CARLOS SILVA DE ASSUNÇÃO


Assessor-Chefe

SECRETARIA JUDICIÁRIA

Coordenadoria de Processamento - Seção de Processamento II

Decisão monocrática

PUBLICAÇÃO Nº 162/2018/SEPROC2/CPRO/SJD

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 1-67.2017.6.24.0048 LAJEADO GRANDE-SC 48ª Zona Eleitoral (XAXIM)
RECORRENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
RECORRIDOS: NOELI JOSÉ DAL MAGRO E OUTRO
ADVOGADOS: NELSON JULIANO SCHAEFER MARTINS - OAB: 3016/SC E OUTROS
RECORRIDO: RODRIGO BARELA
ADVOGADOS: JULIANO CARDOSO SCHAEFER MARTINS - OAB: 16790/SC E OUTROS
Ministro Jorge Mussi
Protocolo: 7.174/2017

RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÕES 2016. PREFEITO. VICE-PREFEITO. VEREADOR. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO
(AIME). CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. ART. 41-A DA LEI 9.504/97. AUSÊNCIA. PROVA ROBUSTA. CONTRADIÇÃO.

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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Ano 2018, Número 116 Brasília, quinta-feira, 14 de junho de 2018 Página 1 1

DEPOIMENTOS. CIRCUNSTÂNCIAS. CASO CONCRETO. NEGATIVA DE SEGUIMENTO.


1. A condenação por prática de compra de votos - art. 41-A da Lei 9.504/97 - exige prova robusta e inconteste da prática do
ilícito. Precedentes.
2. Na espécie, as contradições e a deficiência do conjunto probatório impõem manter a improcedência dos pedidos em favor do
Prefeito, do Vice-Prefeito e de Vereador de Lajeado Grande/SC eleitos em 2016, conforme decidiu por unanimidade o TRE/SC.
3. Lindomar da Silva, suposto cabo eleitoral dos candidatos que teria oferecido
R$ 2.000,00 a quatro eleitores de uma mesma família na véspera do pleito em troca de votos, não foi sequer ouvido no curso
das investigações e tampouco em juízo.
4. Os testemunhos dos eleitores em tese cooptados expõem relevantes contradições:
a) Marli de Fátima Ferreira Maciel afirmou que Lindomar fora à sua residência às 19h de sábado, ao passo que Jair Vieira
consignou que os fatos ocorreram na parte da manhã; b) Marli assentou que o dinheiro que lhe fora entregue seria do próprio
Lindomar, ao contrário de Terezinha Toldo, segundo a qual Lindomar deu a entender que o montante adviria dos candidatos; c)
Terezinha, no início do depoimento, afirmou que não conhecia os recorridos, mas, a posteriori, respondeu categoricamente o
oposto; d) Rui José Dal Magro, advogado, esclareceu que Marli e Jair lhe procuraram para denunciar o suposto ilícito antes de
pegar o dinheiro, porém os dois, em juízo, consignaram que o contato ocorreu já depois de estarem na posse de tal valor.
5. Ademais, Rui José Dal Magro - que não só orientou a família a denunciar o suposto ilícito, como também a acompanhou na
fase pré-processual - é irmão do candidato derrotado no pleito majoritário. Chama a atenção, ainda, sua proximidade com o
eleitor Jair, que presta trabalho de diarista para o advogado e é defendido por ele em ação penal por crime de competência do
tribunal do júri.
6. Por fim, é indene de dúvida que Marli, Jair e Terezinha eram filiados há mais de um ano ao Partido Progressista (PP), que por
sua vez compôs coligação nas Eleições 2016 com as legendas dos candidatos recorridos, inexistindo lógica na compra de votos
de eleitores que em princípio integram o mesmo grupo político.
7. Recurso especial a que se nega seguimento.
DECISÃO
Trata-se de recurso especial eleitoral interposto pelo Ministério Público Eleitoral contra acórdão proferido pelo TRE/SC assim
ementado (fl. 470):
- ELEIÇÕES 2016 - RECURSO ELEITORAL - AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO - CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO -
ART. 41-A DA LEI 9.504/1997
- ABUSO DO PODER ECONÔMICO E CORRUPÇÃO
- PREFEITO, VICE-PREFEITO E VEREADOR ELEITOS.
- SUPOSTA COMPRA DE 4 (QUATRO) VOTOS DE MEMBROS DE UMA MESMA FAMÍLIA - SUPOSTA INTERMEDIAÇÃO POR CABO
ELEITORAL DA MAJORITÁRIA - ENTREGA AO MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL DO MONTANTE DE
R$ 1.000,00 QUE SERIAM A PROVA DA COMPRA DE VOTOS
- CONFLITO ENTRE ELEMENTOS DA PROVA TESTEMUNHAL - CONJUNTO PROBATÓRIO EMINENTEMENTE TESTEMUNHAL,
EMBASADO EM DEPOIMENTOS CONTRADITÓRIOS E COMPROMETIDOS POR VÍNCULOS POLÍTICOS, PESSOAIS E/OU
PARTIDÁRIOS - OBSCURIDADE QUANTO AO REAL INTENTO DA FAMÍLIA DENUNCIANTE
- DEPOIMENTOS TESTEMUNHAIS QUE, "IN CASU" , SÃO INSUFICIENTES PARA CASSAR O MANDATO DOS RECORRENTES -
PROVIMENTO DOS RECURSOS PARA JULGAR IMPROCEDENTE A AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO.
A condenação pelas graves sanções previstas no art. 41-A da
Lei n. 9.504/1997 - multa e cassação dos diplomas - exige sim prova robusta de ação direta ou indireta dos acusados, ou provas
de sua participação ou de sua anuência.
"A narração de condutas supostamente abusivas, desprovida de provas robustas e incontroversas a demonstrar a sua
ocorrência e aptidão para macular a regularidade e a legitimidade do pleito, não autoriza a perda do mandato eletivo de
candidatos impugnados em face da prática de abuso do poder econômico ou fraude (CR, art. 14, § 10)"
[Acórdão n. 25477, de 18.11.2010, Relator Juiz Sérgio Torres Paladino] [Acórdão n. 28318, de 10.7.2013, Rel. Juiz Luiz Cézar
Medeiros].
Na origem, o Parquet ajuizou Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) em desfavor de Noeli José Dal Magro e Rodrigo
Barela (Prefeito e Vice-Prefeito de Lajeado Grande/SC eleitos em 2016), além de Leocer Zmijevski e Loedi José Coltro
(Vereadores eleitos), por suposta prática de captação ilícita de sufrágio, nos termos dos arts. 41-A da Lei 9.504/97 e 14, § 10, da
CF/88.
Aduziu, em suma, no que interessa ao desfecho deste recurso especial, que em 1º/10/2016 Lindomar da Silva - de alcunha
"Mareto" , cabo eleitoral de Noeli José Dal Magro - ofereceu a quantia de R$ 2.000,00 em troca dos votos de Marli de Fátima

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Ferreira Maciel, Jair Vieira, Terezinha Toldo e Mizael Ferreira Maciel, os quais possuem parentesco entre si e residem na mesma
localidade, sendo R$ 1.000,00 na própria véspera do pleito e o restante em 4/10/2016, após a eleição.
Em primeiro grau, julgaram-se parcialmente procedentes os pedidos, desconstituindo-se os diplomas de Noeli José Dal Magro,
Rodrigo Barela e Leocer Zmijevski, com improcedência no que concerne a Loeci José Coltro (fls. 358-367).
Por sua vez, o TRE/SC, em julgamento unânime, reformou a sentença sob o fundamento de insuficiência de provas, conforme a
ementa acima transcrita.
Em seu recurso especial, o Ministério Público Eleitoral apontou ofensa ao art. 41-A da Lei 9.504/97, nos seguintes termos (fls.
506-533):
a) não se pretende o reexame do conjunto probatório dos autos, mas apenas o seu correto enquadramento jurídico, o que se
afigura viável pela circunstância de os testemunhos estarem transcritos na moldura fática do acórdão do TRE/SC.
b) "o oferecimento/entrega de dinheiro a eleitores por cabo eleitoral, a mando e com aquiescência dos candidatos, em troca
dos seus votos claramente se caracteriza como captação ilícita de sufrágio que leva à configuração da corrupção exigida para
proposição da presente Ação de Impugnação de Mandato Eletivo" (fl. 513);
c) os depoimentos dos quatro familiares cooptados constituem prova robusta da prática do ilícito, porquanto uníssonos;
d) as testemunhas arroladas pela defesa em nada esclareceram os fatos e limitaram-se a questionar a credibilidade dos
eleitores agraciados com o dinheiro, o que, por si só, não afasta a força probatória dos depoimentos no sentido da prática do
ilícito;
e) a suposta falta de provas da entrega em si da primeira parcela acordada é incapaz de sufragar os testemunhos dos familiares
acerca da compra de votos;
f) "ao contrário do que concluiu o aresto impugnado, não há contradição entre os depoimentos prestados, somente
declarações de pessoas que presenciaram os fatos e isso se pode constatar facilmente da leitura do acórdão" (fl. 522);
g) as contradições verificadas nos depoimentos, além de mínimas, referem-se a circunstâncias que não são em si
preponderantes para se reconhecer o ilícito;
h) a gravidade da conduta acentua-se pela diferença de apenas quatro votos entre os primeiros e segundos colocados.
Em contrarrazões, Noeli José Dal Magro, Rodrigo Barela e Leocer Zmijevski sustentaram que (fls. 555-565):
a) a teor das Súmulas 7/STJ e 279/STF, veda-se o reexame de fatos e provas em sede extraordinária;
b) "os indícios invocados pelo Ministério Público eram frágeis e questionáveis notadamente se confrontados com as
contradições e interesses indisfarçáveis dos depoentes, integrantes do mesmo núcleo familiar, envolvidos em trama da qual
também participava o advogado da agremiação vencida no pleito majoritário e irmão do candidato derrotado" (fl. 559);
c) a condenação por prática de compra de votos requer prova robusta e inconteste, conforme a jurisprudência do Tribunal
Superior Eleitoral, o que não se constata na espécie;
d) nas razões do recurso especial, o Parquet deixou de enfrentar temas decisivos para a improcedência dos pedidos, tais como a
falta de: i) prova de aquiescência; ii) de prova de qualquer contato com os eleitores; iii) isenção das testemunhas; iv) oitiva em
juízo do personagem central da controvérsia, qual seja, o cabo eleitoral que em tese ofereceu as benesses.
A d. Procuradoria-Geral Eleitoral opinou pelo provimento do recurso (fls. 585-590).
É o relatório. Decido.
Nos termos do art. 41-A da Lei 9.504/97, constitui captação ilícita de sufrágio o candidato - diretamente ou por terceiros - doar,
oferecer, prometer ou entregar bem ou vantagem de qualquer natureza a eleitor com o fim de obter-lhe o voto. Confira-se o
texto do dispositivo:
Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato doar,
oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza,
inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a
cinquenta mil UFIR, e cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no
art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990.
Ressalte-se que a prova do ilícito deve ser robusta e inconteste, conforme a remansosa jurisprudência deste Tribunal:
[...] 1. A captação ilícita de sufrágio, nos termos do art. 41-A da
Lei nº 9.504/97, aperfeiçoa-se com a conjugação dos seguintes elementos: (i) a realização de quaisquer das condutas típicas do
art. 41-A (i.e., doar, oferecer, prometer ou entregar bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza a eleitor, bem como
praticar violência ou grave ameaça ao eleitor), (ii) o fito específico de agir, consubstanciado na obtenção de voto do eleitor e,
por fim, (iii) a ocorrência do fato durante o período eleitoral (GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral.
12ª ed. São Paulo: Atlas, p. 725).

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[...]
3. A demonstração de prova robusta e inconteste da ocorrência do ilícito eleitoral é pressuposto indispensável à configuração
da captação ilícita de sufrágio. Precedentes da Corte. [...]
(AgR-REspe 284-30/TO, Rel. Min. Luiz Fux, DJE de 26/9/2016) (sem destaque no original)
ELEIÇÕES 2012. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL (AIJE). ALEGAÇÃO DE PRÁTICA DE
ABUSO DO PODER ECONÔMICO E DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL. VEICULAÇÃO DE MILHARES DE MENSAGENS
TELEFÔNICAS NO DIA DA ELEIÇÃO MUNICIPAL. REENQUADRAMENTO JURÍDICO DOS FATOS DELINEADOS NO ACÓRDÃO.
AUSÊNCIA DE PROVA ROBUSTA E CONSISTENTE QUANTO À SUA AUTORIA, BEM COMO RELATIVAMENTE AOS SEUS
BENEFICIÁRIOS. RECURSO A QUE SE DÁ PROVIMENTO, PARA MANTER OS RECORRENTES NOS SEUS RESPECTIVOS CARGOS
ELETIVOS.
[...]
4. Nos termos do escólio do Professor Ministro LUIZ FUX, a retirada de determinado candidato investido em mandato, de forma
legítima, pelo batismo popular, somente deve ocorrer em bases excepcionalíssimas, notadamente em casos gravosos de abuso
do poder econômico e captação ilícita de sufrágio manifestamente comprovados nos autos. (Novos Paradigmas do Direito
Eleitoral. Belo Horizonte: Fórum, 2016, p. 115-116). Esta lição doutrinária leva à conclusão de que meras alegações, alvitres ou
suposições de ilícitos, se não lastreados em dados concretos e empíricos, coerentes e firmes, não bastam à formação de juízo
de condenação capaz de elidir a legitimidade do mandato popular obtido nas urnas. [...]
(REspe 901-90/RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJE de 14/3/2017) (sem destaque no original)
ELEIÇÕES 2012. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO. ABUSO DO PODER ECONÔMICO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE
SUFRÁGIO. OFENSA AO ART. 275 DO CÓDIGO ELEITORAL. ALEGAÇÃO GENÉRICA. IMPROCEDÊNCIA. AIME. PRAZO DECADENCIAL.
APLICAÇÃO DO ART. 184, § 1°, DO CPC. PRECEDENTES. ROL DE TESTEMUNHAS. ADITAMENTO DA PETIÇÃO INICIAL ANTES DA
CITAÇÃO DO RÉU. POSSIBILIDADE. PAS DE NULLITÉ SAN GRIEF. GRAVAÇÃO AMBIENTAL CLANDESTINA. AUSÊNCIA DE
AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. ILICITUDE DA PROVA. PROVA TESTEMUNHAL ÚNICA. AUSÊNCIA DE OUTROS ELEMENTOS.
INSUFICIÊNCIA PARA SUSTENTAR CONDENAÇÃO. PROVIMENTO DO RECURSO ESPECIAL.
[...]
5. Para que a prova testemunhal possa ser considerada robusta e apta para fundamentar sentença condenatória, é necessário
que ela seja corroborada por outros elementos de prova
- testemunhais ou documentais - que afastem qualquer dúvida razoável sobre a caracterização da captação ilícita de sufrágio.
[...]
(REspe 2-53/MA, Rel. Min. Henrique Neves, DJE de 26/10/2016) (sem destaque no original)
Na inicial, narra-se que o ilícito ocorreu na véspera do pleito, quando Lindomar da Silva - de alcunha "Mareto" , em tese cabo
eleitoral de Noeli José Dal Magro - teria oferecido R$ 2.000,00 em troca dos votos de Marli de Fátima Ferreira Maciel, Jair
Vieira, Terezinha Toldo e Mizael Ferreira Maciel, familiares que residem no mesmo local, sendo R$ 1.000,00 no ato e o restante
em 4/10/2016, após a eleição.
Todavia, o exame da moldura fática do aresto a quo revela que a principal prova da suposta compra de votos - os testemunhos
dos eleitores em tese cooptados - apresenta contradições e que, além disso, há outras circunstâncias fáticas e probatórias que
afastam a certeza imprescindível para impor a gravosa sanção de perda de mandato eletivo.
Com efeito, relevante salientar de início que, segundo se alega, a compra de votos aconteceu em uma única oportunidade e
contou com a presença apenas dos quatro familiares em tese cooptados e, ainda, de Lindomar da Silva como preposto dos
candidatos recorridos.
Não obstante, Lindomar da Silva não foi sequer ouvido no curso das investigações e tampouco em juízo, restando como
principal prova, basicamente, o depoimento dos eleitores.
Aliás, quanto a tais depoimentos, observam-se relevantes contradições que não podem ser ignoradas, a saber:
a) Marli afirmou em juízo que Lindomar fora à sua residência às 19h de sábado, ao passo que Jair consignou que os fatos
ocorreram na parte da manhã;
b) Marli assentou que o dinheiro que lhe fora entregue seria do próprio Lindomar, ao contrário de Terezinha, para quem
Lindomar deu a entender que o montante adviria de Noeli José Dal Magro e de Leocer Zmijevski, candidatos aos cargos de
prefeito e a vereador;
c) Terezinha, no início do depoimento, afirmou que não conhecia os candidatos, mas, a posteriori, respondeu categoricamente
em sentido oposto quanto a Noeli;
d) Rui José Dal Magro, advogado, esclareceu que Marli e Jair lhe procuraram para denunciar o suposto ilícito antes de pegar o
dinheiro, ao passo que os dois, em juízo, consignaram que o contato ocorreu já depois de estarem na posse de tal valor.
Saliente-se, ademais, que Rui José Dal Magro - que não só orientou a família a denunciar o suposto ilícito, como também a
acompanhou na fase

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pré-processual - é irmão do candidato derrotado no pleito majoritário, circunstância que, a toda evidência, esvazia ainda mais a
força do conjunto probatório.
Ainda quanto a Rui José Dal Magro, chama a atenção sua proximidade com Jair, que presta trabalho de diarista para o advogado
e é defendido por ele em ação penal por crime de competência do tribunal do júri.
Por fim, é indene de dúvida que Marli, Jair e Terezinha eram filiados há mais de um ano ao Partido Progressista (PP), que por
sua vez compôs coligação nas Eleições 2016 com as legendas de Noeli José Dal Magro e de Leocer Zmijevski, inexistindo lógica
na compra de votos de eleitores que em princípio integram o mesmo grupo político.
Confira-se, a respeito das provas, o voto condutor no âmbito do TRE/SC, seguido à unanimidade (fls. 490-497):
Adianto, neste ponto, que darei provimento ao recurso para julgar improcedente a ação, uma vez que entendo que a prova
testemunhal
- em especial aquela produzida pelo autor da ação - é por demais duvidosa para embasar uma decisão pela cassação.
Portanto, ao meu ver, não se sabe se efetivamente houve a entrega desses R$ 1.000,00 na noite de domingo após a divulgação
do resultado. Além da palavra de Marli e Terezinha, não há nenhuma outra prova que permita concluir com segurança que
Mareto deu o dinheiro a elas. Ou seja, não há o dinheiro, pois foi gasto, e a pretensa gravação feita por Terezinha, de fato, não
existe.
[...]
Todavia, analisando com cuidado os depoimentos judiciais prestados por Marli e Rui, constato informação contraditória que, ao
meu sentir, é relevante e coloca muita dúvida a respeito da veracidade da compra de votos e da sua respectiva denúncia ao
Ministério Público. Trata-se do momento em que Marli foi procurar o mencionado advogado [irmão do candidato derrotado]. É
que enquanto Rui [o advogado] afirma que Marli foi procurá-lo antes de ela e Jair pegarem o dinheiro com Mareto, Marli e Jair
alegam que só procuraram o advogado quando já estavam de posse do dinheiro, afirmando as testemunhas, inclusive, que
teriam procurado o advogado para perguntar-lhe o que seria correto fazer.
Ora, não tenho qualquer dúvida em afirmar que essa contradição nas informações é relevantíssima, porque se faz cogitar de
que possa ter havido algum tipo de engendração entre os envolvidos (talvez até mesmo com pagamento de dinheiro à família
de Marli) para que se denunciasse a suposta compra de votos por parte de Noeli, Rodrigo e Leocer.
[...]
Frise-se que se tratou de membros da mesma família e que confessadamente apresentavam sérios problemas financeiros na
época da eleição, o que, por óbvio, não torna impossível que a família tenha sido alvo da coligação perdedora para arguir a
compra de votos mediante pagamento.
[...]
Vale consignar, de outro norte, que a testemunha Terezinha, no início de seu depoimento judicial, quando questionada pelo Juiz
se conhecia Noeli, Rodrigo e Leocer, respondeu que não. Todavia, durante o depoimento, quando perguntada outra vez se
conhecia Noeli, respondeu, categoricamente: conheço. Embora se trate evidentemente de pessoa simples, vejo que é mais uma
contradição que coloca dúvida sobre a testemunha e sobre suas declarações.
Outra inconsistência que detecto dos depoimentos é a respeito do turno em que Mareto teria ido à casa da família Maciel para
fazer a suposta proposta de compra de votos: Marli diz que Mareto foi às sete da noite do sábado da eleição; Jair, por sua vez,
diz que Mareto esteve na casa pela manhã e que ele (Jair) não estava em casa. Jair, na verdade, não presenciou a suposta
proposta; ouviu-a de Marli, a quem Mareto teria abordado por primeiro.
[...]
Ora, vejo que essa inconsistência é relevante pelo fato de que a suposta presença de Mareto na casa da família Maciel ser o
início do suposto ilícito eleitoral, de modo que, nesse ponto, na minha compreensão, os depoimentos da família deveriam ter
sido mais coerentes, uma vez que foram prestados ao MP e ao Juízo Eleitoral em curta distância de tempo (as informações ao
MP foram dadas em 04/10/2016 e o depoimento judicial ocorreu em 24/2/2017).
[...]
As testemunhas Marli e Terezinha também são contraditórias. É que enquanto Marli afirma que, ainda na noite de domingo, na
hora em que Mareto ter-lhe-ia dado os primeiros R$ 1.000,00, o mesmo disse-lhe que estava dando do seu próprio dinheiro,
Terezinha alega que Mareto deu a entender que o dinheiro era de Noeli e Leocer.
[...]
Existem, também, circunstâncias que chamam a atenção para a proximidade de membros da família Maciel com o advogado
Rui José Dal Magro. Do depoimento prestado pelo mencionado advogado, constata-se que Rui afirma que Jair faz trabalhos
como diarista para ele, e que primos de Jair residem no seu sítio. Outrossim, no recurso interposto por Noeli Dal Magro e
Rodrigo Barela, afirma-se que Rui José Dal Magro defenderia a testemunha Jair Vieira em ação penal [...]. Consultando o site do
TJSC [...], verifiquei que no processo 0001766-40.2016.8.24.0081 (ação penal de competência do júri, cujo crime ocorreu no
Município de Lajeado Grande) figuram três acusados, um dos quais (Jair Vieira) é defendido pelo advogado Rui José Dal Magro.

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[...] Trata-se, indiscutivelmente, de outros fatos que, ao meu sentir, mostram uma ligação relativamente próxima entre a família
de Marli e Jair com o mencionado advogado [...].
[...]
Outro fato que também chama muito a atenção é que Marli, Jair e Terezinha são filiados ao PP, partido que fazia parte da
mesma coligação de Noeli e Leocer. Foram juntadas as certidões de filiação expedidas pela Justiça Eleitoral (fls. 266-271) que
dão conta de que eles são filiados ao referido partido desde 30/9/2015, ou seja, mais de um ano antes da data do pleito os três
eleitores já estavam filiados ao PP.
Lajeado Grande é um município pequeno (conta aproximadamente 1.750 eleitores). Se Marli, Jair e Terezinha haviam se filiado
ao PP, provavelmente na cidade todas as pessoas envolvidas com política - especialmente Noeli, Rodrigo e Leocer
- saberiam desse fato. Por isso, não me soa crível que Noeli e Leocer tenham tentado comprar o voto de uma família que já
estava ligada ao partido deles, ou a partido que [fosse] parte da coligação majoritária.
Além disso, é no mínimo paradoxal o proceder da família que, ao mesmo tempo em que supostamente decide vender seus
votos, vai buscar o dinheiro mesmo tendo sabido que a eleição foi vencida por apenas 4 votos; posterior e alegadamente
gravam com o celular a primeira conversa (que teria sido perdida por problemas técnicos), recebe a primeira parte do
combinado, gasta esse valor sem denunciar o ilícito, recebe a segunda parcela do dinheiro, não grava a conversa, e então
subitamente se arrepende por não achar justo que Noeli e Rodrigo tenham vencido por apenas os 4 votos (justamente os 4
votos da família Maciel), levando o dinheiro ao Ministério Público, sem esquecer, é claro, devidamente acompanhada do
advogado da coligação derrotada.
Nesse sentido, ressalto, então, que as principais testemunhas arroladas pelo Ministério Público na inicial e que seriam
relevantes para elucidar o fato julgado procedente em 1º grau (Marli, Jair, Terezinha e Rui) possuem ligação quase que
intrínseca, o que leva a crer que as suas declarações devem ser vistas com bastante reserva e não são suficientes para mostrar
qualquer liame entre a suposta compra de votos pelo cabo eleitoral Mareto em favor de Noeli, Rodrigo e Leocer.
Seja como for, não tenho qualquer dúvida em afirmar que nada há nos autos que demonstre que Noeli, Rodrigo e Leocer
tenham anuído com a compra de votos ou dela participado.
[...]
Outrossim, aqui é importantíssimo destacar que Mareto, inexplicavelmente, sequer foi ouvido em juízo, seja a pedido da
acusação, seja por determinação do próprio magistrado, conforme lhe autoriza o artigo 23 da Lei Complementar 64/90. Nesse
ponto, aliás, convém esclarecer que divirjo respeitosamente do Douto Magistrado de primeiro grau, data máxima vênia, pois
enquanto sua Excelência entende que "de nada adiantaria arrolar Lindomar como testemunha, haja vista que dificilmente
confirmaria os fatos narrados na inicial, justamente porque a confissão culminaria na sua responsabilização criminal" , entendo
eu que seu depoimento serviria, ao menos, para esclarecer muitas questões, principalmente com relação à toda a dinâmica dos
fatos, [já que] tudo ocorreu em praticamente 4 dias seguidos, em 3 encontros distintos. Ou seja, indubitavelmente, havia muito
a ser perguntado a Mareto.
[...]
Em outras palavras, resumindo, a prova testemunhal coligida (em especial aquela produzida pelo autor da ação), a meu sentir,
não se presta, por mera suspeita, a convalidar os ilícitos, deixando mesmo a impressão de que as denúncias não passarem de
prévio concerto com o escopo de prejudicar os candidatos eleitos.
Conquanto se possa cogitar que essa espécie de ilícito ocorre de maneira dissimulada, esse argumento não serve de justificativa
ao uso de presunção para firmar-se um juízo de culpabilidade.
(sem destaques no original)
Assim, os elementos de prova em comento são manifestamente imprestáveis para condenar os recorridos por prática de
captação ilícita de sufrágio
(art. 41-A da Lei 9.504/97).
Em outras palavras, ainda que as premissas fático-probatórias constem da moldura do aresto a quo, elas são incapazes de
reverter o que decidido pelo TRE/SC, de forma que se mantém a improcedência dos pedidos.
Ante o exposto, nego seguimento ao recurso especial, nos termos do art. 36, § 6º, do RI-TSE.
Publique-se. Intimem-se.
Brasília (DF), 11 de junho de 2018.
MINISTRO JORGE MUSSI
Relator

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AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 15-40.2017.6.13.0280 UNAÍ-MG 280ª Zona Eleitoral (UNAÍ)


AGRAVANTE: CLEBER FRANCISCO DE OLIVEIRA
ADVOGADOS: HUGO EUSTAQUIO MENDES - OAB: 161222/MG E OUTRO
AGRAVADA: COLIGAÇÃO UNAÍ NÃO PODE PARAR
ADVOGADO: JOSÉ INÁCIO LUCAS - OAB: 105993/MG
AGRAVADO: VALDIR DE SOUSA PORTO
ADVOGADOS: PAULO GILBERTO ALVES DE SOUSA - OAB: 98110/MG E OUTRO
Ministro Jorge Mussi
Protocolo: 799/2018

AGRAVO. RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÕES 2016. VEREADOR. IMPUGNAÇÃO. CÁLCULO. DISTRIBUIÇÃO. SOBRAS. ELEIÇÃO
PROPORCIONAL. ART. 109, I, DO CÓDIGO ELEITORAL. PRECLUSÃO. NEGATIVA DE SEGUIMENTO.
1. No caso, é intempestivo o pedido de reexame de cálculo utilizado para definir os candidatos eleitos pela média de votos nas
Eleições Proporcionais de 2016, visto que interposto em 27/3/2017, ou seja, após o prazo de cinco dias para impugnação
previsto nos arts. 66 da Lei 9.504/97 e 13 da Res.-TSE 23.458/2015.
2. Incabível superar os efeitos da preclusão quanto ao prazo para se impugnar suposto erro de cálculo do resultado de pleito
para o cargo de vereador. Independentemente da natureza da matéria, impõe-se, de modo irrestrito, a obediência aos prazos e
aos pressupostos de natureza processual.
3. Agravos a que se nega seguimento.
DECISÃO
Trata-se de agravos interpostos por Cleber Francisco de Oliveira e Maria das Dores Campos Abreu Lousado, candidatos ao cargo
de vereador de Unaí/MG nas Eleições 2016, em detrimento de decisum da Presidência do TRE/MG que inadmitiu recurso
especial contra aresto assim ementado:
Agravo interno. Recurso Eleitoral. Apuração de eleição. Totalização de votos. Improcedência. Negado provimento ao recurso.
O cálculo das sobras integra a rotina desta Especializada, descrita de forma clara no art. 109, inciso I, do Código Eleitoral, com a
ressalva da redação prescrita na decisão liminar proferida na ADI nº 5420, suspendendo-se a eficácia da expressão "número de
lugares definido para o partido pelo cálculo do quociente partidário do artigo 107" , constante do inciso I do artigo 109 do
Código Eleitoral, mantendo, ainda, o critério de cálculo vigente antes da edição da Lei nº 13.165/2015.
Mantidos os termos da decisão agravada.
AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
Na origem, os agravantes requereram reexame dos cálculos que definiram o preenchimento das vagas pela média de votos nas
Eleições Proporcionais de 2016 no Município de Unaí/MG, sustentando equívoco na interpretação do art. 109, I, do Código
Eleitoral.
Em primeiro grau, os pedidos foram julgados improcedentes.
O TRE/MG manteve a decisão monocrática, nos termos da ementa acima transcrita.
No recurso especial, aduziu-se, em suma, que:
a) não prospera o argumento de intempestividade, porquanto se questiona erro de cálculo, matéria de ordem pública não
alcançada pela preclusão;
b) a alegada ilegitimidade também não procede, visto que, a teor dos arts. 140 e 141 da Res.-TSE 23.456/2015, "os legitimados
para propor reclamação quanto ao resultado são os mesmos do processo eleitoral, isto é, partidos, candidatos, coligações e
Ministério Público" ;
c) afronta ao art. 5º, caput, da CF/88, em que se garante tratamento isonômico a todos os brasileiros, pois a análise equivocada
da lei, percebida após a divulgação do resultado do pleito, causou-lhe prejuízo;
d) ofensa ao art. 109, I, do Código Eleitoral, visto que, ao proceder aos cálculos para distribuição dos lugares não preenchidos
pelo quociente partidário, "a Justiça Eleitoral desrespeitou o enunciado da lei e, consequentemente, as regras basilares da
matemática que determina prioridade das divisões e multiplicações sobre as adições e subtrações" .
Os recursos foram inadmitidos pela Presidência do TRE/MG, o que ensejou os presentes agravos.
Não foram apresentadas contrarrazões.
A d. Procuradoria-Geral Eleitoral opinou pela negativa de seguimento aos agravos.

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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É o relatório. Decido.
Na espécie, o TRE/MG, ao manter decisum em que se indeferiu revisão dos cálculos que definiram os candidatos eleitos pela
média no Município de Unaí/MG, consignou que, não obstante o requerimento ser intempestivo e o requerente parte ilegítima
para apresentá-lo, o mérito da demanda foi resolvido de acordo com as normas aplicáveis à espécie. Confiram-se trechos do
aresto a quo:
Depreende-se da leitura dos argumentos desenvolvidos pelo agravante, até o presente inconformismo, que a sua intenção
última seria subverter um cálculo já assentado no c. TSE por diversos anos.
O cálculo das sobras integra a rotina desta Especializada, descrita de forma clara no art. 109, inciso I, do Código Eleitoral, com a
ressalva da redação prescrita na decisão liminar proferida na
ADI nº 5420, suspendendo-se a eficácia da expressão "número de lugares definido para o partido pelo cálculo do quociente
partidário do artigo 107" , constante do inciso I, do artigo 109,
do Código Eleitoral, mantendo, ainda, o critério de cálculo vigente antes da edição da Lei nº 13.165/2015.
O quociente da divisão consiste no número de lugares obtidos pela coligação ou partido mais um, conforme previsto no
preceptivo citado.
Digno de nota que o § 3º do art. 141 da Res. nº 23.45612015 em nada se relaciona com o pleito do agravante, dispondo que "o
partido político, a coligação ou o candidato poderá apresentar à Junta Eleitoral via do boletim de urna, no prazo mencionado no
§ 2º, ou antes, se, no curso dos trabalhos da Junta Eleitoral, tiver conhecimento da inconsistência de qualquer resultado" . A
reclamação, por seu turno, como ressaltado na decisão combatida, tem contornos definidos no § 2º da Resolução sobredita.
Noutro ponto, ainda que se tenha verificado a intempestividade do pleito e a ilegitimidade da agravante, pelos fundamentos
inscritos na sentença e na decisão do recurso eleitoral, os inconformismos apresentados no presente recurso foram
respondidos.
Nesse contexto, não entrevendo razões para modificar a decisão agravada, mantenho-a em todos os seus termos, com
submissão do seu conteúdo aos pares, para julgamento colegiado:
[...]
Nas razões recursais, fls. 72/85, o Recorrente pleiteia a revisão dos cálculos que definiram os candidatos eleitos pela média de
votos, nas eleições proporcionais próximas passadas, em decorrência de um suposto equívoco que não se submeteria à
preclusão.
Reafirma que o momento correto de se acrescer mais um, de que trata o inciso I do art. 109 do Código Eleitoral, seria após a
divisão do número de votos válidos pelas vagas conquistadas pelo quociente partidário.
[...]
O art. 66, da Lei das Eleições está assim redigido:
Art. 66. Os partidos e coligações poderão fiscalizar todas as fases do processo de votação e apuração das eleições e o
processamento eletrônico da totalização dos resultados.
[...]
§ 3º. No prazo de cinco dias a contar da data da apresentação referida no § 2º, o partido político e a coligação poderão
apresentar impugnação fundamentada à Justiça Eleitoral. (g.n.)
Já o art. 13 da Res. TSE nº 23.458/2015 prescreve que:
Art. 13. No prazo de cinco dias contados do encerramento da Cerimônia de Assinatura Digital e Lacração dos Sistemas, os
partidos políticos, as coligações, a Ordem dos Advogados do Brasil, o Ministério Público, o Congresso Nacional, o Supremo
Tribunal Federal, a Controladoria-Geral da União, o Departamento de Polícia Federal, da Sociedade Brasileira de Computação,
do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia e dos departamentos de Tecnologia da Informação de universidades poderão
impugnar os programas apresentados, em petição fundamentada [...] (g.n.)
Nesse passo, o art. 141 da Res. TSE nº 23.456/2015, ao tratar dos procedimentos acerca das reclamações sobre a ata geral da
eleição, traz os seguintes contornos:
Art. 141. A primeira via da Ata Geral da Eleição será arquivada no Cartório Eleitoral e a segunda, com os respectivos anexos,
ficará em local designado pelo presidente da Junta Eleitoral responsável pela totalização, pelo prazo de três dias, para exame
dos partidos políticos e das coligações interessadas.
§ 1º. Os documentos nos quais a Ata Geral da Eleição foi baseada, inclusive arquivos ou relatórios gerados pelos sistemas de
votação e totalização, estarão disponíveis nas respectivas Zonas Eleitorais.
§ 2º. Findo o prazo previsto no caput, os partidos políticos e as coligações poderão apresentar reclamações, no prazo de dois
dias, que serão submetidas a análise da Junta Eleitoral, que, em igual prazo, conforme o caso, apresentara aditamento a Ata
Geral da Eleição com proposta das modificações que julgar procedentes, ou apresentará a justificativa da improcedência das
arguições. (g.n.)

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Assim, diante das regras acima citadas, o inconformismo do Recorrente colide frontalmente com o procedimento eleito para
impugnação da fórmula de distribuição das cadeiras pelo sistema proporcional, há muito definida pela normatização eleitoral.
Digno de nota que também foram extrapolados os prazos para apresentação de irresignação nos moldes pretendidos pelo
Recorrente, conforme se vê da redação dos preceptivos legais supramencionados.
Noutro ponto, a forma de cálculo aplicada às eleições de 2016, em razão da liminar deferida na ADI 5420, permaneceu sendo
aquela anterior às alterações promovidas pela Lei nº 13.165/2015, operação que não favorece o raciocínio desenvolvido pela
Recorrente.
Ademais, conforme salientado nas contrarrazões, aflora a ilegitimidade do Recorrente para afrontar o resultado do pleito
próximo passado, considerando, mais uma vez, as regras sobreditas, cabendo aos partidos políticos e as coligações capitanear
as insurgências contra a votação.
Dessa forma, há várias motivações para o desfecho desfavorável ao Recorrente, seja pela extemporaneidade do requerimento,
seja pela sua ilegitimidade, verificada de ofício, seja pela conclusão diversa, daquela por ele pretendida, em sede de mérito.
O Promotor Eleitoral, de forma didática, esmiuçou o procedimento para a impugnação pretendida pelo Recorrente, a saber:
Como se sabe, desde que a Justiça Eleitoral adotou sistema eletrônico de recepção e apuração dos votos e de totalização dos
resultados, a atribuição de fazer os cálculos dos quocientes eleitoral e partidário, que antes era da Junta Eleitoral, passou a ser
do TSE, por meio do respectivo sistema eletrônico desenvolvido para este fim.
[...]
No ano da eleição, o TSE prepara o sistema de contagem e totalização dos votos e cálculo dos quocientes e o coloca a
disposição do MPE, dos partidos políticos, da OAB e da sociedade em geral, para exame e impugnação. Isso acontece 6 meses
antes da eleição.
E o art. 66, da Lei 9.504/97, diz que até 20 dias antes da eleição o TSE apresentará publicamente os programas que serão
utilizados na eleição, daí correndo o prazo de 5 dias para impugnação.
Então, o questionamento que o requerente fez, por meio desta ação, protocolada nesta Zona Eleitoral em 27/03/17, deveria ter
sido feito pela via da IMPUGNAÇÃO do sistema informatizado de recepção, apuração e totalização desenvolvido pelo TSE, no
máximo até setembro de 2016 e, obviamente, junto àquela Corte Superior.
(sem destaques no original)
Nesse contexto, segundo a Corte a quo:
a) inexiste interpretação equivocada do inciso I do art. 109 do Código Eleitoral, pois o critério de cálculo dos lugares não
preenchidos pelo quociente partidário adotado no pleito de 2016 permaneceu sendo aquele anterior às alterações promovidas
pela Lei 13.165/2015, devido à liminar concedida na ADI 5420;
b) tem-se ilegitimidade dos agravantes para apresentar a impugnação;
c) constata-se a intempestividade do pedido de reexame do cálculo, visto que ultrapassado o prazo de cinco dias para a
impugnação, previsto nos arts. 66 da Lei 9.504/97 e 13 da Res.-TSE 23.458/2015.
No caso, extrai-se do aresto recorrido que a impugnação ao critério de cálculo adotado para definir os candidatos eleitos pela
média de votos nas Eleições Proporcionais de 2016 foi protocolada em 27/3/2017.
Assim, correta a Corte a quo ao concluir pela intempestividade do requerimento de reexame, visto que interposto após o prazo
previsto nas normas aplicáveis à espécie (arts. 66 da Lei 9.504/97 e 13 da Res.-TSE 23.458/2015).
Embora os agravantes defendam que inexiste preclusão no caso dos autos, porquanto se questiona erro de cálculo, que seria
matéria de ordem pública, impõe-se, independentemente da natureza do tema, de modo irrestrito, a obediência aos prazos e
aos pressupostos de natureza processual, sob pena de inevitável casuísmo.
Dessa forma, o acórdão regional não merece reparo.
Ante o exposto, nego seguimento aos agravos, nos termos do art. 36, § 6º, do RI-TSE.
Publique-se. Intimem-se.
Brasília (DF), 6 de junho de 2018.
MINISTRO JORGE MUSSI
Relator

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 16-25.2017.6.13.0280 UNAÍ-MG 280ª Zona Eleitoral (UNAÍ)


AGRAVANTE: MARIA DAS DORES CAMPOS ABREU LOUSADO

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ADVOGADOS: HUGO EUSTAQUIO MENDES - OAB: 161222/MG E OUTRO


AGRAVADO: PETRÔNIO DE SOUSA ROCHA
ADVOGADOS: RODRIGO CARNEIRO DE SOUSA AMENO - OAB: 92736/MG E OUTROS
AGRAVADA: COLIGAÇÃO LEGISLATIVO FORTE
Ministro Jorge Mussi
Protocolo: 800/2018

AGRAVO. RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÕES 2016. VEREADOR. IMPUGNAÇÃO. CÁLCULO. DISTRIBUIÇÃO. SOBRAS. ELEIÇÃO
PROPORCIONAL. ART. 109, I, DO CÓDIGO ELEITORAL. PRECLUSÃO. NEGATIVA DE SEGUIMENTO.
1. No caso, é intempestivo o pedido de reexame de cálculo utilizado para definir os candidatos eleitos pela média de votos nas
Eleições Proporcionais de 2016, visto que interposto em 27/3/2017, ou seja, após o prazo de cinco dias para impugnação
previsto nos arts. 66 da Lei 9.504/97 e 13 da Res.-TSE 23.458/2015.
2. Incabível superar os efeitos da preclusão quanto ao prazo para se impugnar suposto erro de cálculo do resultado de pleito
para o cargo de vereador. Independentemente da natureza da matéria, impõe-se, de modo irrestrito, a obediência aos prazos e
aos pressupostos de natureza processual.
3. Agravos a que se nega seguimento.
DECISÃO
Trata-se de agravos interpostos por Cleber Francisco de Oliveira e Maria das Dores Campos Abreu Lousado, candidatos ao cargo
de vereador de Unaí/MG nas Eleições 2016, em detrimento de decisum da Presidência do TRE/MG que inadmitiu recurso
especial contra aresto assim ementado:
Agravo interno. Recurso Eleitoral. Apuração de eleição. Totalização de votos. Improcedência. Negado provimento ao recurso.
O cálculo das sobras integra a rotina desta Especializada, descrita de forma clara no art. 109, inciso I, do Código Eleitoral, com a
ressalva da redação prescrita na decisão liminar proferida na ADI nº 5420, suspendendo-se a eficácia da expressão "número de
lugares definido para o partido pelo cálculo do quociente partidário do artigo 107" , constante do inciso I do artigo 109 do
Código Eleitoral, mantendo, ainda, o critério de cálculo vigente antes da edição da Lei nº 13.165/2015.
Mantidos os termos da decisão agravada.
AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
Na origem, os agravantes requereram reexame dos cálculos que definiram o preenchimento das vagas pela média de votos nas
Eleições Proporcionais de 2016 no Município de Unaí/MG, sustentando equívoco na interpretação do art. 109, I, do Código
Eleitoral.
Em primeiro grau, os pedidos foram julgados improcedentes.
O TRE/MG manteve a decisão monocrática, nos termos da ementa acima transcrita.
No recurso especial, aduziu-se, em suma, que:
a) não prospera o argumento de intempestividade, porquanto se questiona erro de cálculo, matéria de ordem pública não
alcançada pela preclusão;
b) a alegada ilegitimidade também não procede, visto que, a teor dos arts. 140 e 141 da Res.-TSE 23.456/2015, "os legitimados
para propor reclamação quanto ao resultado são os mesmos do processo eleitoral, isto é, partidos, candidatos, coligações e
Ministério Público" ;
c) afronta ao art. 5º, caput, da CF/88, em que se garante tratamento isonômico a todos os brasileiros, pois a análise equivocada
da lei, percebida após a divulgação do resultado do pleito, causou-lhe prejuízo;
d) ofensa ao art. 109, I, do Código Eleitoral, visto que, ao proceder aos cálculos para distribuição dos lugares não preenchidos
pelo quociente partidário, "a Justiça Eleitoral desrespeitou o enunciado da lei e, consequentemente, as regras basilares da
matemática que determina prioridade das divisões e multiplicações sobre as adições e subtrações" .
Os recursos foram inadmitidos pela Presidência do TRE/MG, o que ensejou os presentes agravos.
Não foram apresentadas contrarrazões.
A d. Procuradoria-Geral Eleitoral opinou pela negativa de seguimento aos agravos.
É o relatório. Decido.
Na espécie, o TRE/MG, ao manter decisum em que se indeferiu revisão dos cálculos que definiram os candidatos eleitos pela
média no Município de Unaí/MG, consignou que, não obstante o requerimento ser intempestivo e o requerente parte ilegítima

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
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para apresentá-lo, o mérito da demanda foi resolvido de acordo com as normas aplicáveis à espécie. Confiram-se trechos do
aresto a quo:
Depreende-se da leitura dos argumentos desenvolvidos pelo agravante, até o presente inconformismo, que a sua intenção
última seria subverter um cálculo já assentado no c. TSE por diversos anos.
O cálculo das sobras integra a rotina desta Especializada, descrita de forma clara no art. 109, inciso I, do Código Eleitoral, com a
ressalva da redação prescrita na decisão liminar proferida na
ADI nº 5420, suspendendo-se a eficácia da expressão "número de lugares definido para o partido pelo cálculo do quociente
partidário do artigo 107" , constante do inciso I, do artigo 109,
do Código Eleitoral, mantendo, ainda, o critério de cálculo vigente antes da edição da Lei nº 13.165/2015.
O quociente da divisão consiste no número de lugares obtidos pela coligação ou partido mais um, conforme previsto no
preceptivo citado.
Digno de nota que o § 3º do art. 141 da Res. nº 23.45612015 em nada se relaciona com o pleito do agravante, dispondo que "o
partido político, a coligação ou o candidato poderá apresentar à Junta Eleitoral via do boletim de urna, no prazo mencionado no
§ 2º, ou antes, se, no curso dos trabalhos da Junta Eleitoral, tiver conhecimento da inconsistência de qualquer resultado" . A
reclamação, por seu turno, como ressaltado na decisão combatida, tem contornos definidos no § 2º da Resolução sobredita.
Noutro ponto, ainda que se tenha verificado a intempestividade do pleito e a ilegitimidade da agravante, pelos fundamentos
inscritos na sentença e na decisão do recurso eleitoral, os inconformismos apresentados no presente recurso foram
respondidos.
Nesse contexto, não entrevendo razões para modificar a decisão agravada, mantenho-a em todos os seus termos, com
submissão do seu conteúdo aos pares, para julgamento colegiado:
[...]
Nas razões recursais, fls. 72/85, o Recorrente pleiteia a revisão dos cálculos que definiram os candidatos eleitos pela média de
votos, nas eleições proporcionais próximas passadas, em decorrência de um suposto equívoco que não se submeteria à
preclusão.
Reafirma que o momento correto de se acrescer mais um, de que trata o inciso I do art. 109 do Código Eleitoral, seria após a
divisão do número de votos válidos pelas vagas conquistadas pelo quociente partidário.
[...]
O art. 66, da Lei das Eleições está assim redigido:
Art. 66. Os partidos e coligações poderão fiscalizar todas as fases do processo de votação e apuração das eleições e o
processamento eletrônico da totalização dos resultados.
[...]
§ 3º. No prazo de cinco dias a contar da data da apresentação referida no § 2º, o partido político e a coligação poderão
apresentar impugnação fundamentada à Justiça Eleitoral. (g.n.)
Já o art. 13 da Res. TSE nº 23.458/2015 prescreve que:
Art. 13. No prazo de cinco dias contados do encerramento da Cerimônia de Assinatura Digital e Lacração dos Sistemas, os
partidos políticos, as coligações, a Ordem dos Advogados do Brasil, o Ministério Público, o Congresso Nacional, o Supremo
Tribunal Federal, a Controladoria-Geral da União, o Departamento de Polícia Federal, da Sociedade Brasileira de Computação,
do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia e dos departamentos de Tecnologia da Informação de universidades poderão
impugnar os programas apresentados, em petição fundamentada [...] (g.n.)
Nesse passo, o art. 141 da Res. TSE nº 23.456/2015, ao tratar dos procedimentos acerca das reclamações sobre a ata geral da
eleição, traz os seguintes contornos:
Art. 141. A primeira via da Ata Geral da Eleição será arquivada no Cartório Eleitoral e a segunda, com os respectivos anexos,
ficará em local designado pelo presidente da Junta Eleitoral responsável pela totalização, pelo prazo de três dias, para exame
dos partidos políticos e das coligações interessadas.
§ 1º. Os documentos nos quais a Ata Geral da Eleição foi baseada, inclusive arquivos ou relatórios gerados pelos sistemas de
votação e totalização, estarão disponíveis nas respectivas Zonas Eleitorais.
§ 2º. Findo o prazo previsto no caput, os partidos políticos e as coligações poderão apresentar reclamações, no prazo de dois
dias, que serão submetidas a análise da Junta Eleitoral, que, em igual prazo, conforme o caso, apresentara aditamento a Ata
Geral da Eleição com proposta das modificações que julgar procedentes, ou apresentará a justificativa da improcedência das
arguições. (g.n.)
Assim, diante das regras acima citadas, o inconformismo do Recorrente colide frontalmente com o procedimento eleito para
impugnação da fórmula de distribuição das cadeiras pelo sistema proporcional, há muito definida pela normatização eleitoral.

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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Digno de nota que também foram extrapolados os prazos para apresentação de irresignação nos moldes pretendidos pelo
Recorrente, conforme se vê da redação dos preceptivos legais supramencionados.
Noutro ponto, a forma de cálculo aplicada às eleições de 2016, em razão da liminar deferida na ADI 5420, permaneceu sendo
aquela anterior às alterações promovidas pela Lei nº 13.165/2015, operação que não favorece o raciocínio desenvolvido pela
Recorrente.
Ademais, conforme salientado nas contrarrazões, aflora a ilegitimidade do Recorrente para afrontar o resultado do pleito
próximo passado, considerando, mais uma vez, as regras sobreditas, cabendo aos partidos políticos e as coligações capitanear
as insurgências contra a votação.
Dessa forma, há várias motivações para o desfecho desfavorável ao Recorrente, seja pela extemporaneidade do requerimento,
seja pela sua ilegitimidade, verificada de ofício, seja pela conclusão diversa, daquela por ele pretendida, em sede de mérito.
O Promotor Eleitoral, de forma didática, esmiuçou o procedimento para a impugnação pretendida pelo Recorrente, a saber:
Como se sabe, desde que a Justiça Eleitoral adotou sistema eletrônico de recepção e apuração dos votos e de totalização dos
resultados, a atribuição de fazer os cálculos dos quocientes eleitoral e partidário, que antes era da Junta Eleitoral, passou a ser
do TSE, por meio do respectivo sistema eletrônico desenvolvido para este fim.
[...]
No ano da eleição, o TSE prepara o sistema de contagem e totalização dos votos e cálculo dos quocientes e o coloca a
disposição do MPE, dos partidos políticos, da OAB e da sociedade em geral, para exame e impugnação. Isso acontece 6 meses
antes da eleição.
E o art. 66, da Lei 9.504/97, diz que até 20 dias antes da eleição o TSE apresentará publicamente os programas que serão
utilizados na eleição, daí correndo o prazo de 5 dias para impugnação.
Então, o questionamento que o requerente fez, por meio desta ação, protocolada nesta Zona Eleitoral em 27/03/17, deveria ter
sido feito pela via da IMPUGNAÇÃO do sistema informatizado de recepção, apuração e totalização desenvolvido pelo TSE, no
máximo até setembro de 2016 e, obviamente, junto àquela Corte Superior.
(sem destaques no original)
Nesse contexto, segundo a Corte a quo:
a) inexiste interpretação equivocada do inciso I do art. 109 do Código Eleitoral, pois o critério de cálculo dos lugares não
preenchidos pelo quociente partidário adotado no pleito de 2016 permaneceu sendo aquele anterior às alterações promovidas
pela Lei 13.165/2015, devido à liminar concedida na ADI 5420;
b) tem-se ilegitimidade dos agravantes para apresentar a impugnação;
c) constata-se a intempestividade do pedido de reexame do cálculo, visto que ultrapassado o prazo de cinco dias para a
impugnação, previsto nos arts. 66 da Lei 9.504/97 e 13 da Res.-TSE 23.458/2015.
No caso, extrai-se do aresto recorrido que a impugnação ao critério de cálculo adotado para definir os candidatos eleitos pela
média de votos nas Eleições Proporcionais de 2016 foi protocolada em 27/3/2017.
Assim, correta a Corte a quo ao concluir pela intempestividade do requerimento de reexame, visto que interposto após o prazo
previsto nas normas aplicáveis à espécie (arts. 66 da Lei 9.504/97 e 13 da Res.-TSE 23.458/2015).
Embora os agravantes defendam que inexiste preclusão no caso dos autos, porquanto se questiona erro de cálculo, que seria
matéria de ordem pública, impõe-se, independentemente da natureza do tema, de modo irrestrito, a obediência aos prazos e
aos pressupostos de natureza processual, sob pena de inevitável casuísmo.
Dessa forma, o acórdão regional não merece reparo.
Ante o exposto, nego seguimento aos agravos, nos termos do art. 36, § 6º, do RI-TSE.
Publique-se. Intimem-se.
Brasília (DF), 6 de junho de 2018.
MINISTRO JORGE MUSSI
Relator

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 363-39.2016.6.02.0041 SANTA LUZIA DO NORTE-AL


RECORRENTE: EDSON MATEUS DA SILVA
ADVOGADOS: GUSTAVO FERREIRA GOMES - OAB: 5865/AL E OUTROS

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
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RECORRENTE: JOSÉ AILTON DO NASCIMENTO


ADVOGADO: LUÍS FERNANDO DA SILVA - OAB: 15352/AL
RECORRENTES: COLIGAÇÃO JUNTOS SOMOS FORTES E OUTROS
ADVOGADO: ARTHUR DE ARAÚJO CARDOSO NETTO - OAB: 3901/AL
RECORRIDOS: COLIGAÇÃO JUNTOS SOMOS FORTES E OUTROS
ADVOGADOS: MICHEL ALMEIDA GALVÃO - OAB: 7510/AL E OUTROS
RECORRIDO: EDSON MATEUS DA SILVA
ADVOGADOS: GUSTAVO FERREIRA GOMES - OAB: 5865/AL E OUTROS
RECORRIDO: JOSÉ AILTON DO NASCIMENTO
ADVOGADO: LUÍS FERNANDO DA SILVA - OAB: 15352/AL
Ministro Jorge Mussi
Protocolo: 2.755/2018

DECISÃO
Trata-se de três recursos especiais, sendo o primeiro interposto por José Ailton do Nascimento, o segundo por Márcio Augusto
Araújo Lima, Mária de Fátima Correia de Barros e pela Coligação Juntos Somos Fortes, e o terceiro por Edson Mateus da Silva
contra aresto proferido pelo TRE/AL.
Cerfiticou-se, à folha 1.158, que os autos foram-me conclusos em observância ao disposto no art. 6º da Res.-TSE 23.326/2010,
que dispõe acerca das diretrizes para tramitação de documentos e processos sigilosos no âmbito da Justiça Eleitoral. A
Secretaria Judiciária asseverou que "constam dos presentes autos, salvo melhor juízo, documentos protegidos por sigilo às fls.
147, 148, 312 a 315, 324, 325, 330 e 331 [...]" .
Ante o exposto, determino adoção das providências constantes do
art. 7º da Res.-TSE 23.326/2010 aos documentos de folhas 147, 148, 312 a 315, 324, 325, 330 e 331.
Por fim, julgo prejudicado o pedido de efeito suspensivo considerando o indeferimento de liminar no mesmo sentido na AC
0600381-23 em 17/5/2018.
Após, encaminhem-se os autos à d. Procuradoria-Geral Eleitoral para emissão de parecer, nos termos do § 1º do art. 269 do
Código Eleitoral.
Publique-se. Intimem-se.
Brasília (DF), 6 de junho de 2018.
MINISTRO JORGE MUSSI
Relator

Coordenadoria de Processamento - Seção de Processamento III

Decisão monocrática

PUBLICAÇÃO DE DECISÃO Nº 99/2018 - SEPROC3

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 256-51.2016.6.22.0004 VILHENA-RO 4ª Zona Eleitoral (VILHENA)


RECORRENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
RECORRENTE: COLIGAÇÃO PRA FAZER A DIFERENÇA

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ADVOGADOS: NELSON CANEDO MOTTA - OAB: 2721/RO E OUTROS


RECORRIDO: DARCI AGOSTINHO CERUTTI
ADVOGADOS: MARILDA DE PAULA SILVEIRA - OAB: 33954/DF E OUTROS
RECORRIDA: ROSANI TEREZINHA PIRES DA COSTA DONADON
ADVOGADOS: MARILDA DE PAULA SILVEIRA - OAB: 33954/DF E OUTROS
Ministro Admar Gonzaga
Protocolo: 13.523/2016

DECISÃO
Trata-se de recurso extraordinário interposto de acórdão do Tribunal Superior Eleitoral, assim ementado (fls. 3.637-3.641):
ELEIÇÕES DE 2016. RECURSOS ESPECIAIS ELEITORAIS. REGISTRO DE CANDIDATURA. PREFEITA ELEITA. CONDENAÇÃO. AÇÕES DE
INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. ABUSO DO PODER ECONÔMICO E POLÍTICO. INELEGIBILIDADE. ART. 1º, I, D, DA LC 64/90.
APLICAÇÃO. FATOS ANTERIORES À VIGÊNCIA DA LC 135/2010. EXAURIMENTO DO PRAZO. DATA POSTERIOR AO PLEITO. FATO
SUPERVENIENTE. NÃO CONFIGURAÇÃO.
1. Não há irregularidade na representação processual da coligação recorrente, pois consta dos autos a procuração originária
outorgada ao advogado que subscreve o substabelecimento, pelo qual são conferidos poderes ao causídico que assina a petição
de recurso especial.
2. É de ser rejeitada a preliminar de falta de interesse recursal, feita nas contrarrazões, com base no argumento de que o
eventual indeferimento do registro da candidata ao cargo de prefeito ensejaria a realização de novas eleições. No caso, o
Ministério Público Eleitoral e a Coligação Pra Fazer a Diferença foram sucumbentes no julgamento do recurso eleitoral, uma vez
que apresentaram as impugnações que levaram ao indeferimento do registro pelo juízo de primeiro grau e a decisão do
Tribunal a quo lhes foi desfavorável ao reformar a sentença e afastar a inelegibilidade da candidata.
3. Não há falar em ofensa aos arts. 275 do Código Eleitoral e 1.022 do Código de Processo Civil, assim como aos princípios do
devido processo legal e da boa-fé processual - suscitada pelo Ministério Público Eleitoral sob o argumento de que o Tribunal de
origem teria admitido o rejulgamento da causa em sede de embargos de declaração manifestamente incabíveis -, pois o
reexame, pelo Tribunal de origem, da questão atinente ao exaurimento do prazo de inelegibilidade após a data da eleição teve
em vista decisão monocrática na Ação Cautelar 0601964-14, rel. Min. Herman Benjamin, proferida após o julgamento de mérito
do recurso eleitoral e que, portanto, não poderia ter sido alegada pela parte no seu apelo, mas apenas por ocasião dos
embargos de declaração, como ocorreu na espécie.
4. Em tal hipótese, o acórdão regional não poderia se limitar a esclarecer omissão, contradição ou obscuridade, devendo
enfrentar a relevante questão suscitada pela parte.
5. Não merece acolhimento a alegação de ilegitimidade da coligação pela qual concorreram os recorridos para, na inércia dos
candidatos, interpor recurso da decisão de primeiro grau que indeferiu o registro de candidatura. Com efeito, a coligação
partidária não pode ser considerada mera assistente nos processos de registro dos seus candidatos majoritários, tanto que o
art. 49, parágrafo único, da Res.-TSE 23.455 faculta ao citado ente temporário, por sua conta e risco, recorrer da sentença de
indeferimento ou desde logo indicar substituto.
6. O dissídio jurisprudencial quanto à suposta ilegitimidade recursal da coligação pela qual concorreram os recorridos não foi
demonstrado, pois o paradigma indicado não guarda semelhança fática com o acórdão recorrido. Incidência do verbete sumular
28 do TSE.
Mérito.
7. O Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia, ao julgar o recurso eleitoral, manteve o indeferimento do registro da chapa
majoritária formada por Rosani Terezinha Pires da Costa Donadon e Darci Agostinho Cerutti aos cargos de prefeito e vice-
prefeito do Município de Vilhena/RO nas Eleições de 2016, em razão da incidência da causa inelegibilidade prevista no art. 1º, I,
d, da Lei Complementar 64/90, com a redação dada pela Lei Complementar 135/2010, em desfavor da primeira recorrida.
8. Sobrevieram embargos de declaração, os quais foram acolhidos pelo Tribunal de origem, com efeitos modificativos, a fim de
deferir o registro de candidatura de Rosani Terezinha Pires da Costa Donadon e, por conseguinte, da chapa majoritária, sob o
fundamento de que o exaurimento, depois da eleição e antes da diplomação, do prazo da inelegibilidade por abuso de poder
configura fato superveniente apto a afastar a restrição à capacidade eleitoral passiva, a teor do art. 11, § 10, da Lei 9.504/97.
9. No julgamento do Recurso Extraordinário 929.670, red. para o acórdão Min. Luiz Fux, de 1º.3.2018, o Supremo Tribunal
Federal, por maioria, fixou tese de repercussão geral no sentido de que `a condenação por abuso de poder econômico ou
político em ação de investigação judicial eleitoral transitada em julgado, ex vi do art. 22, XIV, da Lei Complementar n. 64/90, em
sua redação primitiva, é apta a atrair a incidência da inelegibilidade do art. 1º, inciso I, alínea d, na redação dada pela Lei
Complementar n. 135/2010, aplicando-se a todos os processos de registro de candidatura em trâmite".
10. No caso, consta das premissas fáticas do acórdão regional que a recorrida Rosani Terezinha Pires da Costa Donadon foi

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condenada em duas ações de investigação judicial eleitoral pela prática de abuso do poder econômico e político nas Eleições de
2008, resultando na declaração da sua inelegibilidade pelo período de três anos, a contar daquele pleito, em decisões que
foram confirmadas por órgão colegiado e que transitaram em julgado em 11.2.2011 e 12.12.2013.
11. A alegação de que a recorrida seria mera beneficiária do abuso de poder foi afastada pela Corte de origem e não pode ser
reexaminada por este Tribunal, pois não foi suscitada nas contrarrazões apresentadas e porque, ainda que tivesse sido ventilada
oportunamente, a análise da questão esbarraria no óbice ao reexame fático-probatório em recurso especial.
12. De qualquer modo e a título de obiter dictum, cumpre destacar que, caso fosse possível analisar os acórdãos regionais que
mantiveram as condenações da recorrida pela prática de abuso de poder, verificar-se-ia que ela não foi considerada mera
beneficiária, mas, sim, coautora do ato abusivo, consistente no uso eleitoreiro de reunião realizada com integrantes de
associação de pessoas sem-teto, a respeito da regularização de loteamento ocupado pelos associados (RE 8723315-66), assim
como foi tida como responsável pelo uso indevido de jornal da sua propriedade e dos demais então representados, para fins de
propaganda eleitoral (RE 8264250-86), tendo esta Corte Superior negado seguimento aos recursos interpostos em face de tais
decisões, por demandarem o revolvimento de matéria fática em sede de recurso especial.
13. Não assiste razão à recorrida quando afirma nas contrarrazões, de forma sucinta, que o aumento do prazo da inelegibilidade
previsto na alínea d do art. 1º, I, da Lei Complementar 64/90, na redação dada pela Lei Complementar 135/2010, não poderia
afetar o seu registro de candidatura, pois tal alegação se opõe à tese de repercussão geral fixada pelo Supremo Tribunal Federal
no Recurso Extraordinário 929.670. Assim, tendo sido a candidata a prefeita condenada como responsável pela prática de abuso
de poder nas Eleições de 2008, em decisões confirmadas por órgão colegiado e transitadas em julgado, é patente a incidência
da causa de inelegibilidade por oito anos prevista na nova redação da alínea d.
14. No REspe 283-41, red. para o acórdão Min. Luiz Fux, cujo julgamento se encerrou em 19.12.2016, este Tribunal, por maioria,
firmou o entendimento de que não é possível considerar fato superveniente apto a afastar a inelegibilidade o mero transcurso
do prazo ocorrido após as eleições.
15. Na espécie, o exaurimento do prazo de inelegibilidade ocorreu em 5.10.2016, três dias após as eleições realizadas no
referido ano, de modo que não é possível afastar a incidência do óbice à candidatura da recorrida Rosani Terezinha Pires da
Costa Donadon no pleito de 2016, devendo o seu registro ser indeferido.
16. A circunstância anotada no acórdão recorrido, quanto a ser possível a participação da candidata em eleição suplementar
decorrente do indeferimento do seu registro, não constitui fundamento hábil a afastar o óbice à candidatura na espécie, pois a
renovação do pleito implica a reabertura do processo eleitoral, com novo exame das condições de elegibilidade e das causas de
inelegibilidade, não havendo certeza quanto ao deferimento de eventual pedido de registro da candidata na nova eleição,
tampouco de sua vitória no pleito renovado.
17. Na linha da jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal, o indeferimento do registro do
candidato mais votado para o cargo de prefeito acarreta a realização de novas eleições, independentemente do trânsito em
julgado da decisão (STF, ADI 5.525, rel. Min. Roberto Barroso, julgada em 8.3.2018, e AgR-RMS 32.368, rel. Min. Roberto
Barroso, Primeira Turma, DJE de 26.8.2016; TSE, ED-REspe 139-25, rel. Min. Henrique Neves da Silva, PSESS em 28.11.2016).
18. As providências para a realização de nova eleição para os cargos de prefeito e vice-prefeito no Município de Vilhena/RO
devem ser adotadas pelo Tribunal Regional Eleitoral e pelo Juízo Eleitoral local a partir da publicação deste acórdão,
independentemente do trânsito em julgado.
Recursos especiais aos quais se dá provimento para indeferir o registro de candidatura de Rosani Terezinha Pires da Costa
Donadon.
Nas razões do recurso extraordinário, os Recorrentes alegam, em suma, a existência de repercussão geral, calcada no interesse
de obtenção de segurança jurídica na jurisprudência eleitoral e ofensa ao art. 16 da Constituição da República, mormente,
consubstanciada na alteração da jurisprudência sem a observância do princípio da anualidade.
Consoante sustentam, "a alteração de entendimento jurisprudencial no curso do processo eleitoral está a violar o princípio da
segurança jurídica e, pois, o princípio da anualidade previsto no art. 16 da CR/88 e, dada a sua amplitude, ultrapassa os
interesses subjetivos do processo, podendo o entendimento a ser firmado por esta Suprema Corte ser aplicado a todos os
processos que versem sobre a matéria" (fls. 3.685).
No ponto, asseveram que "é exatamente em razão da radical mudança jurisprudencial acerca da nova contagem do prazo de
inelegibilidade imposta pela alínea `d", do artigo 1º, I, da LC 64/90, alcançado pela alteração trazida pela Lei Complementar
135/2010 e, ademais, à desconsideração do exaurimento do prazo de inelegibilidade como fato superveniente apto a afastar a
inelegibilidade, que se interpõe o presente Recurso Extraordinário por descumprimento do princípio da anualidade
expressamente revelado pelo artigo 16 da Carta da República" (fls. 3.687-3.688).
Ademais, ponderam que, ao fixar a tese no julgamento do Recurso Extraordinário n° 929.670, "a análise desta Suprema Corte
não se voltou à questão posta neste recurso extraordinário, quanto à necessidade de se observar o princípio da anualidade
quando efetivada guinada jurisprudencial no ano da eleição, como no caso em comento" (fls. 3.691).
Além disso, pugnam pela concessão de efeito suspensivo ao Recurso Extraordinário.
Requerem, por fim, a admissão e o provimento do recurso extraordinário.
A Coligação recorrida apresentou contrarrazões ao recurso extraordinário a fls. 3.699-3.709.

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O Ministério Público Eleitoral apresentou contrarrazões a fls. 3.713-3.716v.


É o relatório. Decido.
Ab initio, verifico que o recurso foi tempestivamente interposto e está subscrito por advogados regularmente habilitados nos
autos.
Analisando as razões do apelo extremo, verifico que a alegada violação ao art. 16 da Constituição da República foi aventada
pela vez primeira no recurso extraordinário, não tendo sido debatida neste Tribunal Superior Eleitoral nem arguida a sua análise
em embargos de declaração. Precisamente por isso é que se trata de inovação de tese recursal, que não se afigura cognoscível
em sede de recurso extraordinário, em virtude da ausência do indispensável requisito do prequestionamento.
Com efeito, a admissão do recurso extraordinário pressupõe a veiculação de matéria constitucional prequestionada, ex vi das
Súmulas nos 282¹ e 356² do STF. Nesse sentido são os seguintes julgados da Suprema Corte:
DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. SERVIDOR PÚBLICO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. REAJUSTE DE 28,86%. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/1973. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA AOS FUNDAMENTOS DA
DECISÃO QUE INADMITIU O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SÚMULA Nº 287/STF. RAZÕES DE DECIDIR EXPLICITADAS PELO
ÓRGÃO JURISDICIONAL. SÚMULAS 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. ARTIGO
97 DA LEI MAIOR. RESERVA DE PLENÁRIO. VIOLAÇÃO INOCORRENTE. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015.
[...]
2. Cristalizada a jurisprudência desta Suprema Corte, a teor das Súmulas 282 e 356/STF: "Inadmissível o recurso extraordinário,
quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada", bem como `O ponto omisso da decisão, sobre o qual
não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do
prequestionamento."
[...].
(ARE nº 969.287 AgR/GO, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe de 7/2/2018); e
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA 282 DO STF. TARDIA
ALEGAÇÃO DE OFENSA AO TEXTO CONSTITUCIONAL. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. NECESSIDADE DE PREQUESTIONAMENTO.
AGRAVO IMPROVIDO. I - Ausência de prequestionamento da questão constitucional suscitada. Incidência da Súmula 282 do STF.
Ademais, a tardia alegação de ofensa ao texto constitucional, apenas deduzida em embargos de declaração, não supre o
prequestionamento. Precedentes. II - Matéria de ordem pública não afasta a necessidade do prequestionamento da questão.
Precedentes. III - Agravo regimental improvido.
(AI nº 738.152 AgR/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe de 8/11/2012).
Ademais, ainda que assim não fosse, não procede a alegação de que, na espécie, teria havido viragem jurisprudencial em
inobservância ao princípio da anualidade.
Os Recorrentes asseveram que a desconsideração do exaurimento do prazo de inelegibilidade como fato superveniente apto a
afastar a inelegibilidade viola o princípio da anualidade.
No entanto, cumpre destacar que o Plenário da Suprema Corte aprovou a tese de repercussão geral no RE nº 929.670/DF,
fixando-a nos seguintes termos: "A condenação por abuso do poder econômico ou político em ação de investigação judicial
eleitoral, transitada em julgado, ex vi do artigo 22, inciso XIV, da Lei Complementar 64/90, em sua redação primitiva, é apta a
atrair a incidência da inelegibilidade do artigo 1º, inciso I, alínea `d", na redação dada pela Lei Complementar 135/2010,
aplicando-se a todos os processos de registros de candidatura em trâmite" .
In casu, este Tribunal Superior, na linha do voto proferido pelo Ministro Admar Gonzaga, reconheceu a configuração da causa
restritiva do ius honorum insculpida no art. 1º, I, d, da LC nº 64/90, por entender que as condenações eleitorais transitadas em
julgado em 2011 e 2013 nos autos das AIJEs, decorrentes da prática de abuso de poder, são aptas a atrair a inelegibilidade de 8
(oito) anos prevista na referida alínea, com redação dada pela Lei da Ficha Limpa.
Destarte, verifica-se que a conclusão exarada por este Tribunal Superior no acórdão recorrido está em consonância com a tese
fixada pelo STF no RE nº 929.670/DF, julgado sob a sistemática da repercussão geral.
Desse modo, o corolário lógico nesse contexto é de aplicação da tese fixada pela Corte constitucional, qual seja:
"A condenação por abuso do poder econômico ou político em ação de investigação judicial eleitoral, transitada em julgado, ex
vi do artigo 22, inciso XIV, da Lei Complementar 64/90, em sua redação primitiva, é apta a atrair a incidência da inelegibilidade
do artigo 1º, inciso I, alínea `d", na redação dada pela Lei Complementar 135/2010, aplicando-se a todos os processos de
registros de candidatura em trâmite."
No caso, a Suprema Corte confirmou, no particular, a tese geral anteriormente fixada na apreciação da ADC nº 29/DF, de minha
relatoria, neste sentido:
"A elegibilidade é a adequação do indivíduo ao regime jurídico -constitucional e legal complementar - do processo eleitoral,
razão pela qual a aplicação da Lei Complementar nº 135/10 com a consideração de fatos anteriores não pode ser capitulada na
retroatividade vedada pelo art. 5º, XXXVI, da Constituição, mercê de incabível a invocação de direito adquirido ou de autoridade

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da coisa julgada (que opera sob o pálio da cláusula rebus sic stantibus) anteriormente ao pleito em oposição ao diploma legal
retromencionado; subjaz a mera adequação ao sistema normativo pretérito (expectativa de direito)."
Acresço, por oportuno, que a posição jurisprudencial em questão é consentânea com a que já havia sido assentada no âmbito
desta Corte Superior, como se dessume, por exemplo, do seguinte acórdão:
ELEIÇÃO 2010. REGISTRO DE CANDIDATURA. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ORDINÁRIO. NOTAS TAQUIGRÁFICAS.
AUSÊNCIA DE JUNTADA. DESNECESSIDADE. LC Nº 135/2010. APLICABILIDADE IMEDIATA. NORMA ATRIBUTIVA DE EFEITO. TEMA
DE ORDEM PÚBLICA. INELEGIBILIDADE. ART. 1º, I, g da LC Nº 64/90. FUNDAMENTO NÃO ATACADO. IRREGULARIDADE
INSANÁVEL.
1. Decisão unânime torna desnecessária a juntada de notas taquigráficas. Precedentes.
2. A LC nº 135/2010 tem aplicação imediata porque não é norma relativa ao processo eleitoral, não alcançada pela regra da
anualidade, sendo norma atributiva de efeito e tema de ordem pública, aberta também a situações pretéritas, com o fim de,
por meio da inelegibilidade, assegurar o futuro, é dizer de modo abrangente, um mínimo de moralidade, de probidade,
indispensáveis ao exercício do mandato político.
3. A inelegibilidade do art. 1º, I, g, da Lei Complementar nº 64/90 constitui uma consequência do fato objetivo da rejeição de
contas públicas, não implicando retroatividade da lei ou violação à coisa julgada.
4. É insanável a irregularidade constante na não aplicação de recursos provenientes de convênio e com desrespeito aos §§ 4º e
6º do art. 116 da Lei nº 8.666/93.
5. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgR-RO nº 906-78/AL, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJe de 17/2/2011).
Nesse esteio, consoante se depreende, os Recorrentes asseveram que a violação ao princípio da anualidade residiria no fato
que a jurisprudência válida para as eleições de 2016 seria no sentido de que a data da diplomação é o termo final para a
obtenção de decisões favoráveis que afastem a inelegibilidade, repercutindo no registro de candidatura.
De fato, essa é a jurisprudência firmada nesta Corte Superior, não tendo havido virada jurisprudencial para o pleito de 2016.
Nesse sentido transcrevo os seguintes julgados, publicados em setembro e outubro de 2017, respectivamente:
ELEIÇÕES 2016. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. REGISTRO DE CANDIDATURA. PREFEITO. DEFERIMENTO.
ALTERAÇÃO SUPERVENIENTE. DATA LIMITE. DIPLOMAÇÃO. ART. 1º, G, DA LC Nº 64/90. CAUSA DE INELEGIBILIDADE SUSPENSA.
DESPROVIMENTO.
1. As circunstâncias fáticas e jurídicas supervenientes ao registro de candidatura que afastem a inelegibilidade, com fundamento
no que preceitua o art. 11, § 10, da Lei nº 9.504/97, podem ser conhecidas em qualquer grau de jurisdição, até a data da
diplomação, última fase do processo eleitoral. Precedentes.
2. No caso, a medida liminar que suspendeu a decisão do TCU - pela qual se rejeitou [sic] as contas do candidato - ocorreu em
16.12.2016, antes da data da diplomação, apta, portanto, para afastar a inelegibilidade da alínea g do inciso I do art. 1º da LC nº
64/90.
3. Registrou-se, a título de obter dictum, que, nos termos assentados pela Corte Regional, instância soberana na análise dos
fatos e provas, (i) o candidato não era o ordenador de despesas à época dos fatos que ensejaram a Tomada de Contas Especial
pelo TCU; e (ii) o objeto do convênio celebrado entre a Prefeitura Municipal de Iranduba/AM e o Ministério do Meio Ambiente
foi executado.
4. Consoante já decidiu esta Corte, "a inelegibilidade prevista na alínea g do inciso I do art. 1º da Lei Complementar nº 64/90 só
se caracteriza com a existência da rejeição das contas do administrador público por irregularidade insanável, configuradora de
ato doloso de improbidade administrativa, que implique dano objetivo, isto é, prejuízos concretamente verificados" (ED-RO nº
703-11/SP, Rel. Min. Maria Thereza Rocha de Assis Moura, DJe de 11.11.2015).
5. Na trilha dos precedentes do TSE, "a insanabilidade dos vícios ensejadores da rejeição das contas, para fins de inelegibilidade,
decorre de atos de má-fé e marcados por desvio de valores ou benefício pessoal" (AgR-REspe nº 631-95/RN, Rel. Min. Dias
Toffoli, PSESS de 30.10.2012).
6. Ausentes os requisitos para incidência da inelegibilidade inscrita na alínea g do inciso I do art. 1º da LC nº 64/90, impõe-se a
manutenção do deferimento do registro de candidatura do ora agravado.
7. Agravo regimental desprovido. [Grifei]
(REspe nº 91-28/AM, Rel. Min. Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, DJe de 6/9/2017); e
ELEIÇÕES 2016. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. REGISTRO DE CANDIDATURA. VEREADOR. ART. 1º, I, O, DA LC
Nº 64/90. PENALIDADE DE DEMISSÃO. SUSPENSÃO POR DECISÃO LIMINAR DO TJ/BA. ALTERAÇÃO FÁTICO-JURÍDICA
SUPERVENIENTE AO REGISTRO. SURGIMENTO APÓS INAUGURAÇÃO DA INSTÂNCIA SUPERIOR. DOCUMENTO NOVO.
ADMISSIBILIDADE. FATO NOVO ANTERIOR À DIPLOMAÇÃO. APTIDÃO PARA AFASTAR CAUSA DE INELEGIBILIDADE. ART. 11, § 10,
DA LEI Nº 9.504/97. MANUTENÇÃO DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO VERBERADA. AGRAVOS REGIMENTAIS DESPROVIDOS.
1. O art. 1º, I, o, da Lei Complementar nº 64/90 se materializa na hipótese de demissão do serviço público em decorrência de

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processo administrativo ou judicial, desde que o ato demissional não tenha sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário.
2. O art. 11, § 10, da Lei nº 9.504/97 preconiza que as condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade são aferidas no
momento de formalização do requerimento de registro de candidatura, ressalvadas as circunstâncias fático-jurídicas ulteriores
que afastem a inelegibilidade, as quais podem ser reconhecidas em qualquer grau de jurisdição, inclusive em instância especial
(Precedente: RO nº 96-71/GO, Rel. Min. Luciana Lóssio, PSESS em 23.11.2016).
3. Os pressupostos para a candidatura devem estar preenchidos na data da eleição, razão pela qual incidem as modificações
fáticas e jurídicas a que alude o art. 11, §10, da Lei das Eleições nas hipóteses em que ocorrerem (i) entre o registro e a eleição
que afastam a inelegibilidade (v.g, na hipótese da Súmula nº 70 do TSE, mediante o exaurimento de prazos de inelegibilidade)
ou (ii) após a eleição e antes da diplomação, que, precariamente ou definitivamente, igualmente afastem o próprio suporte
fático-jurídico que dava origem à inelegibilidade, sobrestando a sua eficácia (e.g., deferimento de liminar judicial que suspende
os efeitos de acórdão de rejeição de contas) ou expungindo do ordenamento jurídico o título que lastreou a impugnação (e.g.,
anulação judicial de Decreto Legislativo que desaprovara as contas por vícios formais).
5. No caso sub examine,
a) O Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, em 15.12.2016, suspendeu liminarmente os efeitos do ato administrativo que
aplicou penalidade de demissão ao ora Agravado antes da diplomação, ocorrida em 16.12.2016;
b) Cuida-se, assim, de alteração fático-jurídica superveniente, ex vi do art. 11, § 10, da Lei das Eleições, revestida de aptidão
para afastar o título que ancorava o reconhecimento da causa restritiva ao exercício do ius honorum, razão pela qual o
deferimento do registro é medida que se impõe.
6. Agravos Regimentais desprovidos. [Grifei]
(AgR-REspe nº 120-25/BA, de minha relatoria, DJe de 16/10/2017).
O caso dos autos não se subsume ao entendimento jurisprudencial supra, embora o Recorrente argumente em sentido
contrário. In casu, não houve, como bem explicitado no acórdão recorrido, hipótese de alteração fática ou jurídica posterior à
eleição e anterior à diplomação. Na verdade, houve mero exaurimento do prazo de inelegibilidade após a data da eleição,
precisamente no dia 5/10/2016.
Cuida-se, portanto, de hipótese sobre a qual esta Corte se debruçou pela primeira vez nas eleições de 2016. Cito, a propósito, o
leading case da tese vencedora:
"ELEIÇÕES 2016. RECURSO ESPECIAL. REGISTRO DE CANDIDATURA. PREFEITO. IMPUGNAÇÃO. INDEFERIMENTO NA ORIGEM.
HIPÓTESES DE INELEGIBILIDADE PREVISTAS NO ART. 1º, I, D E H, DA LC Nº 64/90. CONDENAÇÃO POR ABUSO DE PODER
COMETIDO NA CONDIÇÃO DE DETENTOR DE CARGO ELETIVO. DECLARAÇÃO DE INELEGIBILIDADE POR TRÊS ANOS. ELEIÇÃO DE
2008. APLICABILIDADE DOS PRAZOS PREVISTOS NA LC Nº 135/2010. ART. 22, XIV, QUE REPRODUZ NO RITO PROCEDIMENTAL
DA AIJE A HIPÓTESE VERSADA NO ART. 1º, INCISO I, ALÍNEA D, DA LC Nº 64/90. INCIDÊNCIA DO ENTENDIMENTO DO STF NAS
ADCS NOS 29 E 30. EFEITOS VINCULANTES E ERGA OMNES. EXAURIMENTO DO PRAZO DA INELEGIBILIDADE APÓS A ELEIÇÃO.
RESSALVA CONTIDA NO ART. 11, § 10, DA LEI DAS ELEIÇÕES. INAPLICABILIDADE. DESPROVIMENTO DO RECURSO ESPECIAL
ELEITORAL.
1. A elegibilidade é a adequação do indivíduo ao regime jurídico - constitucional e legal complementar - do processo eleitoral,
razão pela qual a aplicação do aumento de prazo das causas restritivas ao ius honorum (de 3 para 8 anos), constantes do art. 1º,
inciso I, alíneas d e h, da LC nº 64/90, na redação da LC nº 135/2010, com a consideração de fatos anteriores, não pode ser
capitulada na retroatividade vedada pelo art. 5º, XXXVI, da CRFB/88, e, em consequência, não fulmina a coisa julgada (que
opera sob o pálio da cláusula rebus sic stantibus) anteriormente ao pleito em oposição ao diploma legal retromencionado;
subjaz, por isso, a mera adequação ao sistema normativo pretérito (expectativa de direito).
2. A condenação por abuso do poder econômico ou político em ação de investigação judicial eleitoral transitada em julgado, ex
vi do art. 22, XIV, da LC nº 64/90, em sua redação primeva, é apta a atrair a incidência da inelegibilidade prevista no art. 1º,
inciso I, alíneas d e h, da LC nº 64/90, ainda que já tenha ocorrido o transcurso do prazo de 3 (três) anos imposto no título
condenatório.
[...].
8. A distinção entre inelegibilidade como sanção (por constar do título judicial proferido em AIJE) e inelegibilidade como efeitos
secundários (por não constar do título judicial proferido em AIME) acarreta uma incongruência sistêmica na interpretação da
natureza jurídica da inelegibilidade, por criar duas naturezas jurídicas quando existem dois instrumentos processuais (i.e., AIME
e AIJE) aptos a veicular a mesma causa petendi (i.e., abuso do poder econômico) e cuja condenação atrai as mesmas
consequências jurídicas (i.e., inelegibilidade pelo mesmo fundamento - art. 1º, I, d).
9. O art. 11, § 10, da Lei das Eleições, em sua exegese mais adequada, não alberga a hipótese de decurso do prazo de
inelegibilidade ocorrido após a eleição e antes da diplomação como alteração fático-jurídica que afaste a inelegibilidade.
10. O art. 11, § 10, da Lei nº 9.504/97, em sua primeira parte, estabelece que as condições de elegibilidade e as causas de
inelegibilidade devem ser aferidas no momento da formalização do pedido de registro da candidatura, por serem requisitos
imprescindíveis ao exercício do ius honorum, i.e., ao direito de concorrer a cargos eletivos e eleger-se, não se confundindo com
os requisitos essenciais à diplomação ou à investidura no cargo eletivo (posse).

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11. A análise sistêmica do processo eleitoral demonstra que a data do pleito é o marco em torno do qual orbitam os demais
institutos eleitorais, e.g., o prazo de domicílio eleitoral para concorrer; o prazo de filiação partidária; o prazo para o partido
registrado no TSE participar da eleição; os prazos de desincompatibilização; o prazo de substituição de candidatos; o prazo de
preenchimento das vagas remanescentes; os prazos de publicação das relações dos candidatos/partidos; os prazos de
impedimentos; os prazos de condutas vedadas; os prazos da propaganda eleitoral; os prazos de organização e administração do
processo eleitoral; e os prazos de publicação de atos partidários, além do marco de incidência do princípio constitucional da
anualidade.
12. O candidato deve preencher as condições de elegibilidade e não incidir nas causas de inelegibilidade no momento em que se
realiza o ato para o qual tais pressupostos são exigidos, qual seja, no dia da própria eleição, raciocínio que vem orientando as
decisões desta Corte Eleitoral há mais de uma década (Precedente: REspe nº 18847/MG, Rel. Min. Fernando Neves, PSESS de
24.10.2000).
13. A ressalva contida na parte final do art. 11, § 10, da Lei das Eleições alberga essas hipóteses de suspensão ou anulação da
causa constitutiva (substrato fático-jurídico) da inelegibilidade, revelando-se inidônea a proteger o candidato que passa o dia da
eleição inelegível com base em suporte íntegro e perfeito, cujo conteúdo eficacial encontra-se acobertado pela coisa julgada. O
mero exaurimento do prazo após a eleição não desconstitui e nem suspende o obstáculo ao ius honorum que aquele substrato
atraía no dia da eleição, ocorrendo, após essa data, apenas o exaurimento de seus efeitos (Súmula nº 70 TSE: `O encerramento
do prazo de inelegibilidade antes do dia da eleição constitui fato superveniente que afasta a inelegibilidade, nos termos do art.
11, § 10, da Lei nº 9.504/97").
14. In casu:
a) Luiz Menezes de Lima foi condenado na AIJE nº 9567716-27/2008 por ter, na qualidade de Prefeito, praticado abuso de
poder em benefício de Natalia Félix e Anastácio Aguiar, então candidatos a prefeito e vice-prefeito do Município de Tianguá/CE,
nas eleições de 2008;
b) Segundo a decisão transitada em julgado proferida na AIJE, o abuso praticado guarda íntima relação com exercício do cargo
público então ocupado pelo Recorrente, restando patente a incidência da inelegibilidade prevista na alínea h do inciso I do art.
1º da LC nº 64/90;
c) o exaurimento do prazo da inelegibilidade do Recorrente, considerada a data da eleição em que praticado o abuso
(5.10.2008), ocorreu no dia 5.10.2016. É fato incontroverso, portanto, que o Recorrente estava inelegível na data do pleito de
2016 (2.10.2016);
[...].
16 Recurso especial desprovido." [Grifei]
(REspe nº 283-41/CE, para o qual fui designado redator para o acórdão, PSESS de 19/12/2016).
Ressalto que o Tribunal tem seguido o entendimento supra, como se pode verificar no seguinte precedente:
"ELEIÇÕES 2016. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. REGISTRO DE CANDIDATURA. VEREADOR. COLIGAÇÃO
POR UMA ALAGOINHA MELHOR (PP/PDT/PMDB/PSL/PR/PPS/PSDB/PROS). INDEFERIDO. INELEGIBILIDADE. ART. 1º, I, `j" DA LC
Nº 64/1990. CONDENAÇÃO POR CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO NAS ELEIÇÕES DE 2008. TRANSCURSO DO PRAZO DE OITO
ANOS APÓS A DATA DA ELEIÇÃO. INCIDÊNCIA DA INELEGIBILIDADE. INAPLICABILIDADE DO ART. 11, § 10, DA LEI DAS ELEIÇÕES.
O art. 11, § 10, da Lei das Eleições, em sua exegese mais adequada, não alberga a hipótese de decurso do prazo de
inelegibilidade ocorrido após a eleição e antes da diplomação como alteração fático-jurídica que afaste a inelegibilidade. O
mero exaurimento do prazo após a eleição não desconstitui e nem suspende o obstáculo ao ius honorum que aquele substrato
atraía no dia da eleição, ocorrendo, após essa data, apenas o exaurimento de seus efeitos (Súmula nº 70 TSE: `O encerramento
do prazo de inelegibilidade antes do dia da eleição constitui fato superveniente que afasta a inelegibilidade, nos termos do art.
11, § 10, da Lei nº 9.504/97"). Precedente. Respe 283-41, Rel. Ministro Luiz Fux, PSESS 19.12.2016.
Agravo regimental conhecido e não provido." [Grifei]
(REspe nº 82-08/PB, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 6/4/2017).
No mesmo sentido, cito recentes julgados desta Corte Superior: AgR-REspe nº 428-19/RJ, Rel. Min. Tarcisio Vieira de Carvalho
Neto, julgado em 10/4/2018; e REspe nº 256-51/RO, Rel. Min. Admar Gonzaga, julgado em 12/4/2018 - acórdãos pendentes de
publicação.
Assim, como reconhece a doutrina, a Corte Superior tem estabilizada a tese no sentido de que existe:
[...] uma diferença substancial entre o fim do prazo de inelegibilidade e as demais alterações supervenientes. As alterações
fáticas ou jurídicas que sobrevenham o registro devem concretizar-se até a data da diplomação, conforme entendimento do
TSE para as eleições de 2016 [...]. Portanto, caso o candidato obtenha uma medida judicial que suspenda a eficácia de um ato
gerador de inelegibilidade até a data da diplomação (ainda que após a data das eleições), pode solicitar o deferimento do
registro nos autos do processo, mesmo que este já esteja nas instâncias especiais.
Caso a alteração superveniente seja, contudo, o fim do prazo da súmula 70, a jurisprudência do TSE admite o reconhecimento
antecipado da inelegibilidade do candidato, não sendo necessário que aguarde até a data efetiva em que termina a restrição (a

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esse respeito o AGR-AI nº 177-73/PB). Todavia, ao contrário das demais alterações supervenientes referidas, o termo final do
prazo [de inelegibilidade] deve ocorrer até o dia das eleições, não sendo possível o reconhecimento do transcurso de prazo caso
este ocorra entre a data do primeiro turno de votação e a data da diplomação. (KALKMANN, Tiago. In: CASTELO BRANCO,
Tatiana Coutinho; MORAES, Marcos Carvalhedo de; KALKMANN, Tiago. Súmulas do TSE comentadas. São Paulo: Lura Editorial,
2017, p. 246 - grifei).
Observa-se, portanto, que este Tribunal tem mantido hígida sua jurisprudência, não havendo falar em violação ao art. 16 da
Carta da República.
Destarte, a conclusão exarada por este Tribunal Superior no acórdão recorrido está em consonância com a tese fixada pelo STF
no RE nº 929.670/DF, julgado sob a sistemática da repercussão geral, restando, portanto, prejudicado o pedido de concessão de
efeito suspensivo.
Ex positis, inadmito o recurso extraordinário, com fundamento no art. 1.030, V, do Código de Processo Civil.
Determino a execução imediata dos efeitos do pronunciamento desta Corte, para afastar o Prefeito e o Vice-Prefeito dos cargos
e, em seguida, proceder à convocação de novas eleições, independentemente do trânsito em julgado, nos termos do art. 224, §
3º, do Código Eleitoral, na exegese fixada pelo STF no julgamento das ADIs nos 5525 e 5619.
Publique-se.
Brasília, 18 de maio de 2018.
MINISTRO LUIZ FUX
Presidente
¹STF. Súmula nº 282: É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal
suscitada.
²STF. Súmula nº 356: O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto
de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento.

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 278-40.2016.6.09.0047 DIVINÓPOLIS DE GOIÁS-GO 47ª Zona Eleitoral (SÃO DOMINGOS)
RECORRENTES: ALEX SANTA CRUZ OLIVEIRA E OUTRO
ADVOGADOS: EZIKELLY SILVA BARROS - OAB: 31903/DF E OUTROS
RECORRIDO: MINISTÉRIO PUBLICO ELEITORAL
Ministro Admar Gonzaga
Protocolo: 5.540/2017

DESPACHO
O Diretório Municipal do Partido Popular Socialista (PPS) apresenta pedido de ingresso no feito, como assistente de Alex Santa
Cruz Oliveira e Jofre Pereira Cirineu Filho, eleitos prefeito e vice-prefeito de Divinópolis de Goiás no pleito de 2016 e que
apresentaram o recurso especial em face do acórdão do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (fls. 682-717) que, por
unanimidade, negou provimento ao recurso eleitoral e manteve a sentença do Juízo da 47ª Zona Eleitoral daquele estado que
julgou procedente a ação de investigação eleitoral, a fim de cassar seus registros de candidaturas, declarar-lhes inelegíveis pelo
período de 8 anos, bem como, impor-lhes pena de multa individual no valor de R$ 53.205,00, pela prática de captação ilícita de
sufrágio, nos termos do art. 41-A da Lei das Eleições.
O diretório requente justifica a assistência, com fundamento no art. 119 do Código de Processo Civil, argumentando que está
em discussão a cassação dos diplomas dos candidatos eleitos, os quais são filiados à legenda,
Requer, ainda, vista dos autos pelo prazo de cinco dias.
Em face do disposto no art. 119 e 121 do novo Código de Processo Civil, intimem-se as partes para se manifestarem, no prazo
de três dias, a respeito do pedido de assistência formalizado pelo PPS.
Após, com ou sem manifestação, retornem os autos conclusos para apreciação do pedido.
Publique-se.

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Brasília, 11 de junho de 2018.


Ministro Admar Gonzaga
Relator

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 497-86.2016.6.22.0016 CEREJEIRAS-RO 16ª Zona Eleitoral (CEREJEIRAS)


AGRAVANTE: IFRAIM EUGÊNIO DE SOUZA
ADVOGADOS: EBER COLONI MEIRA DA SILVA - OAB: 4046/RO E OUTRA
AGRAVADOS: JOSÉ FERREIRA DA SILVA E OUTROS
ADVOGADOS: OSMAR GUARNIERI - OAB: 6519/RO E OUTRO
Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto
Protocolo: 7.974/2017

DECISÃO
Trata-se de agravo interposto por Ifraim Eugênio de Souza contra decisão de inadmissão do seu recurso especial, da lavra do
presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE/RO), fundamentada na impossibilidade de reexame do conjunto
probatório dos autos e na incidência do Enunciado Sumular nº 28 do Tribunal Superior Eleitoral.
O caso diz respeito à ação de impugnação de mandato eletivo (AIME) proposta por candidato ao pleito proporcional no
Município de Cerejeiras/RO em 2016, por meio da qual se alegou a ocorrência de fraude no preenchimento do percentual
mínimo de 30% de cada sexo previsto no art. 10, § 3º, da Lei das Eleições, o que teria beneficiado os agravados, eleitos para a
Câmara Municipal, tendo em vista a participação de candidata que não realizou campanha para si própria, mas apenas para
outros candidatos de sua coligação, declarou gasto ínfimo de campanha (duzentos reais) e, ao final, não obteve nenhum voto.
O TRE/RO manteve a improcedência da AIME em acórdão assim ementado:
Recurso Eleitoral. Eleições 2016. Ação de Impugnação de Mandato Eletivo. Suposta fraude para preenchimento dos 30% das
vagas reservadas para candidatas do sexo feminino. Sentença. Improcedência. Irresignação. Preliminar de cerceamento ao
direito de defesa. Rejeição. Mérito. Fraude não comprovada. Manutenção da decisão. Não provimento do recurso.
I - A parte deve exibir os documentos necessários à comprovação de suas alegações com a peça inicial não podendo
validamente suscitar cerceamento de defesa quando, em verdade, ocorreu preclusão temporal.
II - O fato de candidatas terem votação inexpressiva e gasto ínfimo de campanha não caracteriza fraude à norma de regência.
III ---- Não demonstrado nos autos a fraude, o não provimento do recurso é medida que se impõe. (Fl. 234-235)
No recurso especial, o agravante aduz, em síntese, que:
a) foi violado o art. 14, § 10º, da Constituição da República, uma vez que se observa, no caso concreto, mulheres que nunca
tiveram a intenção de serem eleitas, mas que se candidataram apenas para viabilizar que mais homens pudessem participar da
disputa eleitoral, o que caracteriza fraude;
b) está provado nos autos que as candidatas mulheres "[...] tiveram gastos extremamente inferiores aos dos eleitos" . Ademais,
elas não praticavam atos comuns de campanha nem "[...] demonstravam qualquer empenho com suas candidaturas, afinal,
parentes de homens também eram candidatos para o mesmo cargo pleiteado" (fl. 250);
c) foi vulnerado o art. 10, § 3º, da Lei nº 9.504/97, visto que "[...] a coligação dos recorridos lançam mulheres candidatas com o
único objetivo de garantir a maior participação de homens no pleito eleitoral, possibilitando maior tempo de propaganda,
material político e presença mais intensa perante os eleitores [...]" (fl. 251);
d) foi ofendido o art. 22 da LC nº 64/90, pois "[...] mesmo as testemunhas confirmando as provas documentais entranhadas aos
autos, este meio de prova é desprezado, e contemplado como insuficiente" (fl. 254);
e) houve cerceamento da defesa, posto que "[...] as partes podem juntar documentos para contrapor os argumentos da parte
contrária. Entretanto, o TRE entendeu de forma diversa em relação aos documentos juntados pelo recorrente momento
posterior ao oferecimento da defesa, documentos estes que contrapunham aos argumentos apresentados" (fl. 254);
f) ocorreu, in casu, o desequilíbrio na disputa, tendo em vista que "a utilização de `candidaturas fictícias" permite maior
participação de homens na coligação, propiciando maior probabilidade de êxito eleitoral, culminando com a eleição de homens
para o parlamento municipal" (fl. 257).
Ao final, requer seja o acórdão reformado e a AIME julgada procedente para cassar o mandato eletivo dos recorridos.

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No agravo, Ifraim Eugênio de Souza argumenta que não busca o reexame do contexto fático-probatório, mas, sim, a
"revaloração das provas" (fl. 267), o que é admitido em sede de recurso especial, e sustenta a ocorrência de divergência
jurisprudencial.
Manifestação de lavra do Procurador-Regional Eleitoral às fls. 272-273v, por meio da qual opina pelo desprovimento do agravo.
O prazo para os recorridos apresentarem contrarrazões ao agravo de instrumento transcorreu in albis, conforme certidão
acostada à
fl. 274.
Em parecer de fls. 277-279, a Procuradoria-Geral Eleitoral manifesta-se pela negativa de seguimento do agravo.
É o relatório.
Decido.
Em princípio, as alegações do agravante envolvem tema deveras palpitante e de enorme gravidade, podendo conduzir à
conclusão de ocorrência de fraude quanto à reserva de vagas prevista no art. 10, § 3º, da Lei das Eleições, caso comprovados os
fatos noticiados em sede de AIME.
Contudo, o TRE/RO, à unanimidade, considerou que a fraude não foi comprovada, conclusão idêntica à do juiz de origem, bem
como à exarada nos autos do procedimento apuratório (PPE) realizado pelo Ministério Público Eleitoral.
Reproduzo os fundamentos adotados no acórdão regional:
Argumenta o recorrente que tal candidata apenas fez constar seu nome para "fechar" o percentual exigido de mulheres
candidatas, apresentando como argumento para levar a tal raciocínio o fato de ela ter tido O votos e ter recebido como total de
recursos o valor de R$ 200,00, aduzindo que ela também não fez campanha para si, apenas para outros candidatos.
Esses fatos foram denunciados ao Ministério Público Eleitoral pelo próprio recorrente, ocasionando a apuração em
procedimento preparatório eleitoral - PPE, que concluiu que não havia restado comprovado que a candidata se candidatou
apenas para completar a cota de 30% de mulheres (fl. 104).
Compulsando os autos verifico que, de fato, não há prova capaz de comprovar a fraude que o recorrente sustenta ter ocorrido.
As testemunhas arroladas não foram capazes de fornecer informações que respaldassem a ocorrência de qualquer ilícito ou
simulação envolvendo a candidatura de Marina.
(Fl. 239 - grifei)
A partir da moldura fática delineada pela Corte Regional, tem-se que infirmar a sua conclusão, para fazer prevalecer a tese de
que ocorreu simulação no caso concreto com o fim de viabilizar que mais candidatos homens participassem do pleito,
demandaria o revolvimento da matéria fático-probatória, o que não é possível nesta instância, a teor do Enunciado Sumular nº
24/TSE. (1)
Ademais, o agravante não conseguiu demonstrar o dissídio jurisprudencial, na medida em que fez constar no recurso especial
ementas de julgados sem realizar o necessário cotejo analítico, o que atrai a incidência da Súmula nº 28/TSE (2), consoante
entendimento pacífico deste Tribunal:
ELEIÇÕES 2014. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. REPRESENTAÇÃO. CONDUTA VEDADA. MULTA.
Histórico da demanda
1. Contra o juízo negativo de admissibilidade do recurso especial eleitoral que interpôs, manejou agravo de instrumento Uilson
de Moura França.
[...]
6. A mera transcrição de ementas de julgados não implica a demonstração do dissídio jurisprudencial.
Agravo regimental conhecido e não provido.
(AgR-AI nº 76-77/PE, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 5.3.2018 - grifei)
Quanto à alegação de cerceamento da defesa, o TRE/RO a considerou ausente e ressaltou que o momento adequado para
juntada de documentos pelo autor é na petição inicial (3), à exceção das hipóteses previstas no art. 435 do CPC (4), que não
foram devidamente demonstradas pelo recorrente no momento oportuno. Além disso, consignou que o magistrado de 1º grau
considerou tais provas prescindíveis para o julgamento do feito.
Intocável, nesse ponto, a conclusão do acórdão regional, consoante entendimento deste Tribunal:
RECURSO ORDINÁRIO. ELEIÇÕES 2006. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. GOVERNADOR E VICE-GOVERNADOR.
CONDUTA VEDADA A AGENTE PÚBLICO E ABUSO DE PODER POLÍTICO COM CONTEÚDO ECONÔMICO. POTENCIALIDADE DA
CONDUTA. INFLUÊNCIA NO RESULTADO DAS ELEIÇÕES. ELEIÇÕES DISPUTADAS EM SEGUNDO TURNO. NÃO APLICAÇÃO DO
DISPOSTO NO ARTIGO 224 DO CE. MANTIDA A CASSAÇÃO DOS DIPLOMAS DO GOVERNADOR E DE SEU VICE. PRELIMINARES:
RECURSO CABÍVEL, TEMPESTIVIDADE, JUNTADA DE DOCUMENTOS, VÍCIO EM LAUDO PERICIAL, SUSPEIÇÃO DE PROCURADOR

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REGIONAL ELEITORAL, TEMPO E ORDEM DE SUSTENTAÇÃO ORAL, ILEGITIMIDADE DE PARTE. RECURSOS A QUE SE NEGA
PROVIMENTO.
[...]
3. Juntada de documentos. As partes devem produzir as provas e requerer as diligências em momento próprio; não se admite
o exame de documento novo sem que ocorra motivo de força maior.
[...]
(RO nº 1.497/PB, Rel. Min. Eros Roberto Grau, DJe de 2.12.2008 - grifei)
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÕES 2010. REPRESENTAÇÃO. RECURSOS DOADOS ACIMA DO LIMITE LEGAL.
PESSOA JURÍDICA. ART. 81 DA LEI 9.504/97. PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE. NÃO INCIDÊNCIA.
DESPROVIMENTO.
[...]
2. De igual modo, não viola direito de defesa indeferimento de prova protelatória ou extemporânea. Na espécie, o TRE/RJ
negou perícia contábil por ser irrelevante e deixou de apreciar documentação pelo fato de ser inidônea, visto que relativa a
pessoa jurídica diversa.
[...]
(AgR-REspe nº 569-81/RJ, Rel. Min. Antonio Herman de Vasconcellos e Benjamin, DJe de 30.9.2016 - grifei. No mesmo sentido:
RO nº 1.362/PR, Rel. Min. José Gerardo Grossi, DJe de 6.4.2009 e REspe nº 244-24/RS, Rel. Min. Gilmar Ferreira Mendes, DJe de
2.2.2017)
Logo, sendo inviáveis as teses veiculadas no apelo nobre, não há como prover o presente agravo.
Ante o exposto, nego seguimento ao presente agravo, com base no art. 36, § 6º, do Regimento Interno do Tribunal Superior
Eleitoral.
Publique-se.
Brasília, 8 de junho de 2018.
Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto
Relator
(1) Súmula nº 24/TSE: Não cabe recurso especial eleitoral para simples reexame do conjunto fático-probatório.
(2) Súmula nº 28/TSE: A divergência jurisprudencial que fundamenta o recurso especial interposto com base na alínea b do
inciso I do art. 276 do Código Eleitoral somente estará demonstrada mediante a realização de cotejo analítico e a existência de
similitude fática entre os acórdãos paradigma e o aresto recorrido.
(3) CPC
Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos destinados a provar suas alegações.
(4) CPC
Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos
ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos.
Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de documentos formados após a petição inicial ou a contestação, bem
como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o
motivo que a impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta da parte de acordo
com o art. 5o.

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 502-47.2016.6.19.0031 RESENDE-RJ 31ª Zona Eleitoral (RESENDE)


AGRAVANTE: MÁRIO DE SOUZA RODRIGUES
ADVOGADOS: VINICIUS VALIANTE MONTEIRO RAMOS - OAB: 166417/RJ E OUTROS
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
Ministro Admar Gonzaga
Protocolo: 8.300/2017

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DECISÃO
Mário de Souza Rodrigues interpôs agravo em recurso especial (fls. 170-174), com vistas à reforma do acórdão do Tribunal
Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, que, à unanimidade, negou provimento ao recurso eleitoral e manteve a sentença da 31ª
Zona Eleitoral daquele Estado, por meio da qual foi julgado procedente o pedido em representação por propaganda eleitoral
extemporânea, com fixação de multa no valor de R$ 5.000,00, nos termos do art. 36, § 3º, da Lei 9.504/97.
O Ministério Público Eleitoral preconizou o não conhecimento do agravo e, no mérito, o seu desprovimento.
Anoto que o tema de fundo - requisitos da caracterização de propaganda eleitoral antecipada em situações em que ausente o
pedido textual de voto - está sendo discutido pelo Plenário desta Corte no AgR-AI 9-24 e AgR-REspe 43-46, ambos com pedido
de vista do Min. Luiz Fux.
Desse modo, determino o sobrestamento do presente feito até o término do julgamento do AgR-AI 9-24 e do AgR-REspe 43-46.
Publique-se.
Brasília, 11 de junho de 2018.
Ministro Admar Gonzaga
Relator

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 81-13.2017.6.10.0083 SANTA HELENA-MA 83ª Zona Eleitoral (SANTA HELENA)
AGRAVANTE: JOÃO JORGE DE WEBA LOBATO
ADVOGADO: MARCOS ALESSANDRO COUTINHO PASSOS LOBO - OAB: 5166/MA
AGRAVADOS: ZEZILDO ALMEIDA JÚNIOR E OUTRO
ADVOGADOS: ANTONIO AUGUSTO SOUSA - OAB: 4847/MA E OUTROS
Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto
Protocolo: 400/2018

DESPACHO
De ordem.
Compulsando os autos, verifica-se que os ora agravados não foram regularmente intimados para apresentar contrarrazões ao
recurso especial e ao agravo interpostos por João Jorge de Weba Lobato.
Ante o exposto, em respeito ao contraditório, intimem-se os recorridos/agravados para, querendo, apresentar contrarrazões ao
recurso especial de fls. 221-238 e ao agravo de fls. 249-254, no prazo de 3 (três) dias.
Apresentadas as contrarrazões, renove-se a vista à PGE.
Após, voltem os autos conclusos.
Brasília, 12 de junho de 2018.
Kleber Lacerda F. Tavares
Assessor-Chefe

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 401-39.2016.6.25.0032 BREJO GRANDE-SE 32ª Zona Eleitoral (PACATUBA)
RECORRENTE: ELAINE FERREIRA SANTOS
ADVOGADA: KATIANNE CINTIA CORREA ROCHA - OAB: 7297/SE
Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto

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Protocolo: 1.250/2018

DECISÃO
Trata-se de recurso especial interposto por Elaine Ferreira dos Santos em face de acórdão do Tribunal Regional Eleitoral de
Sergipe (TRE/SE) pelo qual foi negado provimento ao recurso eleitoral e mantida a sentença em que se julgaram não prestadas
suas contas de campanha para o cargo de vereador nas eleições de 2016.
Eis a ementa do acórdão regional:
RECURSO ELEITORAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS. CONTAS NÃO PRESTADAS. ELEIÇÕES 2016. CANDIDATO. VEREADOR. EXTRATOS
BANCÁRIOS AUSÊNCIA. IRREGULARIDADE GRAVE. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS MÍNIMOS PARA ANÁLISE DAS CONTAS. NÃO
PROVIMENTO DO RECURSO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA.
1. A ausência de juntada de documentos reputados como essenciais à análise das contas, no caso, a ausência dos extratos
bancários referentes ao período indicado na legislação (art. 48. inciso II, alínea "a" da Resolução TSE nº 23.463/2015),
documentos estes esclarecedores da origem dos recursos utilizados para custeio da campanha eleitoral é falha grave que
denota a ausência de prestação de contas.
2. Recurso conhecido e improvido, para manter as contas como não apresentadas, conforme decisão de primeiro grau. (Fl. 87)
A recorrente aponta violação ao art. 30, II, da Lei nº 9.504/97, porquanto o fato de não ter sido juntado os extratos bancários
em sua integralidade não enseja o julgamento pela não prestação das contas de campanha.
Nesse ponto, requer a aplicação dos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade para aprovar as contas, posto que não
recebeu recursos financeiros, tampouco houve gastos eleitorais durante sua campanha eleitoral.
A Procuradoria-Geral Eleitoral opina pelo desprovimento do recurso especial (fls. 110-113).
É o relatório.
Decido.
O recurso especial merece parcial provimento.
Na espécie, a Corte Regional, por maioria, julgou não prestadas as contas de campanha da candidata, ora recorrente, referentes
ao pleito de 2016, nos seguintes termos:
De fato, a ausência de juntada de documentos reputados como essenciais à análise das contas, no caso, a ausência dos extratos
bancários referentes ao período indicado na legislação (art. 48, inciso II, alínea "a" da Resolução TSE
nº 23.463/2015), documentos esses esclarecedores da origem dos recursos utilizados para custeio da campanha eleitoral é, no
meu sentir, falha grave que denote a ausência de prestação de contas.
Ha de se registrar que a justificativa da recorrente não encontra amparo legal, no sentido de afirmar que a sentença merece
reparo por não ter a candidata realizado despesas, pois não houve abertura de conta específica de campanha, já que não
obteve votos. Entendo que não é o fato de não haver voto que justifica ausência de documentação essencial à prestação de
contas. Aqui seria o caso de apresentar até extrato demonstrando a ausência de movimentação financeira, mas, nunca, deixar
de apresentá-los.
Assim, VOTO polo conhecimento e desprovimento do recurso interposto, mantendo-se incólume a sentença que considerou
como não prestadas as contas de campanha da candidate Elaine Ferreira Santos, referente às eleições de 2016. (Fl. 95 - grifei)
Contudo, o relator, o qual foi vencido, assentou que as contas foram efetivamente prestadas, o que afasta o seu julgamento de
não prestadas, malgrado não tenha a candidata cumprido a determinação legal quanto à abertura de conta específica da
campanha, fato esse que, segundo o relator, seria uma situação justificável diante da inexistência de votos. Ao final, aplicou os
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade para aprovar as contas da candidata, nos seguintes termos:
Trata-se de recurso interposto por ELAINE FERREIRA SANTOS, em razão da sentença (fls. 16/17) que julgou não prestadas as
suas contas da campanha eleitoral, com fundamento nos arts. 30 da Lei 9.504/97 e 68 da Resolução TSE n° 23.463/2015, em
acolhimento das razões contidas no parecer técnico e na manifestação do Ministério Público Zonal (fls. 28/33).
O recurso atende aos pressupostos intrínsecos e extrínsecos de admissibilidade e por isso o conheço. Não havendo
preliminares, passo à análise de mérito.
De plano, assevero que foram cumpridas todas as etapas procedimentais atinentes ao processamento da prestação de contas,
consoante prevê a legislação e as normas da Resolução/TSE
n° 23.463/2015, encontrando-se recurso apto para julgamento.
De acordo com o art.68 da Resolução TSE n° 23.463/2015, o julgamento das contas compete à Justiça Eleitoral, que "verificará a
regularidade das contas, decidindo pela aprovação, desaprovação ou não prestação daí contas, conforme critérios legais ali
estabelecidos (Lei 9.504/1997, art. 30, caput)".
No caso em comento a prestação de contas foi feita e entregue a esta Justiça Especializada, afastando-se de imediato o

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julgamento pela não prestação das contas.


O mesmo diploma legal (Resolução TSE n° 23.463/2015) estabelece a obrigatoriedade de prestação de contas pelos candidatas
e diretórios municipais, ex vi dos arts. 1° e 41, verbis:
Art. 1º Esta resolução disciplina a arrecadação e os gastos de recursos por partidos políticos e candidatos em campanha
eleitoral e a prestação de contas à Justiça Eleitoral nas eleições de 2016.
[...]
Art. 41. Devem prestar contas à Justiça Eleitoral:
§ 1° O candidato fará, diretamente ou por intermédio de pessoa por ele designada, a administração financeira de sua campanha
usando recursos repassados pelo partido, inclusive os relativos à cota do Fundo Partidário, recursos próprios, contribuições de
filiados e doações de pessoas físicas (Lei n° 9.504/1997. art. 20).
§ 2º O candidato é solidariamente responsável com a pessoa indicada no § 1° pela veracidade das informações financeiras e
contábeis de sua campanha (Lei n° 9.504/1997, art. 21).
§ 3º O candidato elaborará a prestação de contas, que será encaminhada ao Juiz Eleitoral, diretamente por ele ou por
intermédio do partido político, no prazo estabelecido no art. 45, abrangendo, se for o caso, o vice-prefeito e todos aqueles que
o tenham substituído, em conformidade com os respectivos períodos de composição da chapa.
§ 4º A arrecadação de recursos e a realização de gastos eleitorais devem ser acompanhadas por profissional habilitado em
contabilidade desde o início da campanha, o qual realiza os registros contábeis pertinentes e auxilia o candidato e o partido na
elaboração da prestação de contas, observando as normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Contabilidade e as regras
estabelecidas nesta resolução.
[...]
§ 9º A ausência de movimentação de recursos de campanha, financeiros ou estimáveis em dinheiro, não isenta o partido e o
candidato do dever de prestar contas na forma estabelecida nesta resolução.
[...]
(Sem grifos no original)
[...]
Extrai-se do texto legal que a não prestação das contas ocorre quando há vícios insuperáveis que inviabilizem a análise da
movimentação dos recursos financeiros. Por outro lado, verificados elementos mínimos para o exame das contas, tem-se como
prestadas.
In casu, constou na apuração realizada pela unidade técnica (fl. 02/10) o seguinte:
2 - CONCLUSÃO
[...]
2.1 A prestadora de contas não apresentou o extrato completo das contas bancárias destinadas à movimentação de Outros
Recursos. Apesar de ter sido intimada para que apresentasse a documentação que ficou omissa, a mesma não sanou a
irregularidade apontada. Desta forma não foi possível a integral análise das contas.
2.2 Ao final, considerando o resultado da análise técnica empreendida na prestação de contas, manifeste-se esta analista:
2.3 pela não prestação das contas, tendo em vista que a irregularidade apontada no item 1.1 denota inconsistência grave, que
revela que os extratos bancários apresentados estão incompletos, estando ausente parte de movimentação financeira havida
na conta bancária, gerando grave restrição ao exame, em razão da ausência de informação ou documento essencial ao exame;
2.4 pelo encaminhamento dos autos ao Ministério Público Eleitoral para manifestação segundo dispõe o art. 59, § 4° da
Resolução TSE n° 23.463/2015; e
2.5 pela conclusão dos autos à autoridade judicial, nos termos do art. 62 da Resolução TSE n° 23,463/2015, para julgamento
ou conversão das contas para o rito ordinário, determinando a apresentação de prestação de contas retificadora no prazo de
setenta e duas horas, acompanhada de todos os documentos previstos 10 art. 48, da mesma Resolução.
É o parecer. À consideração superior,
(sem grifos no original)
Aduziu a recorrente (fls. 47/55, reproduzida as fls. 56/64) que a sentença merece reparo por não ter a candidata realizado
despesas, pois não houve abertura de conta específica de campanha, já que não obteve votos, portanto não poderiam suas
contas terem sido julgadas como "não prestadas".
Pugnou ainda pela aplicação in casu dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, que ensejaria a reforma da sentença
para aprovar as contas da sua campanha eleitoral de 2016 com ou sem ressalvas.
A representante do Parquet com assento nesta Corte manifestou-se (fls. 73/75) pelo provimento do recurso sob o argumento

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de que restou comprovada a inexistência de votos, até mesmo por parte da candidata, o que leva a crer que a mesma pode não
ter realizado gastos com a campanha eleitoral.
Sem qualquer dúvida, a correta escrituração da movimentação financeira da campanha eleitoral é elemento fundamental para
uma análise tecnicamente profícua e efetiva da prestação de contas das candidaturas aos cargos eletivos.
In concreto, percebo que a controvérsia reside em se saber se há necessidade de abertura de conta bancária por candidato que,
comprovadamente, não teve despesas de campanha eleitoral, já que sequer obteve votos.
Nesse sentido colaciono jurisprudência consolidada do Tribunal Superior Eleitoral:
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÕES 2014. PRESTAÇÃO DE CONTAS. CANDIDATA AO CARGO DE DEPUTADO
ESTADUAL. DECISÃO REGIONAL. CONTAS NÃO PRESTADAS. REFORMA PARCIAL. DESAPROVAÇÃO.
1. "Os honorários relativos aos serviços advocatícios e de contabilidade relacionados com processo jurisdicional contencioso
não podem ser considerados como gastos eleitorais de campanha nem estão sujeitos à contabilização ou à limitação que possa
impor dificuldade ao exercício da ampla defesa" (AgR-REspe n° 773-55, da minha relatoria, DJE de 28.4.2016).
2. O julgamento das contas como não prestadas, com fundamento no art. 54, IV, a, da Res.-TSE n° 23.406, pressupõe que a
ausência de documentos constitua óbice para o processamento e para a análise das contas pelos órgãos da Justiça Eleitoral.
Interpretação consentânea com a gravidade das consequências jurídicas da não apresentação das contas.
3. A não abertura de conta bancária, a conseqüente ausência de apresentação dos respectivos extratos e a não apresentação de
recibos eleitorais são motivos suficientes para a desaprovação das contas, mas não ensejem, por si sós, que elas sejam julgadas;
como não prestadas. Agravo regimental a que se nega provimento. (TSE - RESPE: 311061 BRASÍLIA - DF, Relator: HENRIQUE
NEVES DA SILVA, Data de Julgamento: 13/09/2016, Data de Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 181, Data
20/09/2016, Página 33-34)
In casu, observo que a recorrente apresentou sua prestação de contas (fl. 02/04) desacompanhada dos documentos exigidos
pelo art. 48, da Resolução TSE n° 23.463/2015 justificando que tal circunstância decorria da inexistência de despesas na sua
campanha.
Reverbero o entendimento da representante do Parquet eleitoral com assento neste Tribunal, quando afirma que (sic)
"Portanto, a candidata deveria prestar contas em relação ao período em que participou do processo eleitoral, mesmo que não
tenha realizado campanha, como ocorrido no caso dos autos, não há dúvidas de que diante desta peculiaridade, realmente a
recorrente pode não ter realizado qualquer gasto" (fl. 75)
Percebo que, in casu, merecem acolhida os argumentos lançados na peça recursal já que a recorrente prestou suas contas, em
que pese não ter cumprido a determinação legal quanto a abertura de conta específica da campanha, situação justificável
diante da inexistência de votos.
Assim, entendo possível reformar o julgado por aplicação dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, para aprovar as
contas.
Nesse sentido e por todo o exposto, acompanhando o parecer ministerial já acima referido, decido por REFORMAR a sentença
de Piso para APROVAR as contas de campanha de ELAINE FERREIRA SANTOS, relativas as eleições de 2016.(Fls. 90-94 - grifei)
É cediço que, a teor do art. 22 da Lei nº 9.504/97, é "obrigatório para o partido e para os candidatos abrir conta bancária
específica para registrar todo o movimento financeiro da campanha" , consabido que tal norma visa garantir a confiabilidade da
prestação de contas mesmo para candidatos que, porventura, renunciam ou desistem de concorrer a cargos políticos, conforme
se infere do
art. 41, § 7º, da Res.-TSE nº 23.463/2015. (1)
Assim, não é possível desprezar, nas prestações de contas de campanha, a abertura de conta bancária para registrar sua real
movimentação financeira. Somente com a abertura da conta, o julgador poderá verificar se houve ou não ausência de recursos,
de modo que sua inobservância não constitui mera irregularidade formal, mas falha insanável, na medida em que inviabiliza a
análise satisfatória da movimentação financeira de campanha.
Nesse sentido é o entendimento deste Tribunal Superior: "é obrigatória a abertura de conta bancária específica para registro
das movimentações financeiras da campanha eleitoral, constituindo irregularidade insanável que enseja a desaprovação das
contas o descumprimento dessa exigência. Precedentes" (AgR-AI nº 328-08/AP, Rel. Min. José Antônio Dias Toffoli, DJe de
17.10.2013 - grifei).
Malgrado a exigência da norma supramencionada, a omissão da candidata na espécie - não abrir conta bancária e,
consequentemente, não apresentar extratos bancários - não enseja o imediato julgamento das contas como não prestadas,
conforme prevê o § 1º do art. 68 da Res.-TSE
nº 23.463/2015. (2)
Nessa linha, a jurisprudência desta Corte Superior é uníssona no sentido de que "a não abertura de conta bancária, a
consequente ausência de apresentação dos respectivos extratos e a não apresentação de recibos eleitorais são motivos
suficientes para a desaprovação das contas, mas não ensejam, por si sós, que elas sejam julgadas como não prestadas" (AgR-
REspe nº 3110-61/GO, Rel. Min. Henrique Neves da Silva, DJe de 20.9.2016 - grifei). Precedentes: AgR-REspe nº 6469-52/RN,

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Rel. Min. Arnaldo Versiani, DJe de 9.10.2012; e AgR-AI n°496-32/MT, Rel. Min. Henrique Neves da Silva, DJe de 13.10.2014.
Nesse sentido, destaco o julgamento do AgR-REspe nº 725-04/PR, de relatoria da e. Ministra Luciana Lóssio, DJe de 18.3.2015,
quando se fixou a tese de que, apresentados minimamente documentos na prestação de contas, estas devem ser desaprovadas,
e não julgadas não prestadas. Confira-se:
ELEIÇÕES 2012. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS. CAMPANHA ELEITORAL. APRESENTAÇÃO
INTEMPESTIVA DE DOCUMENTOS. JULGAMENTO DAS CONTAS COMO NÃO PRESTADAS. IMPOSSIBILIDADE. JUSTIÇA ELEITORAL.
CONTROLE. INVIABILIDADE. CONTAS DESAPROVADAS. DESPROVIMENTO.
1. A apresentação a destempo de documentos não acarreta, por si só, o julgamento das contas de campanha eleitoral como
não prestadas.
2. As contas devem ser desaprovadas quando a ausência de documentação inviabilizar o seu efetivo controle por parte da
Justiça Eleitoral.
3. Agravo regimental desprovido. (Grifei)
Nesse sentido, ainda, os recentes precedentes:
ELEIÇÕES 2014. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS. DEPUTADO DISTRITAL.
DESAPROVAÇÃO DAS CONTAS. NÃO APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS. CONTAS NÃO PRESTADAS.
IMPOSSIBILIDADE. NEGATIVA DE SEGUIMENTO.
Histórico da demanda
1. Contra acórdão do TRE/PR, pelo qual julgadas não prestadas suas contas de campanha ao cargo de Deputado Estadual pelo
Solidariedade (SD), nas eleições de 2014, interpôs recurso especial Sirlene da Aparecida Menon.
2. Dado parcial provimento pelo então relator, Min. Gilmar Mendes, apenas para desaprovar as contas de campanha da
candidata (art. 36,
§ 7º, do RITSE).
Do agravo regimental
3. A despeito da inércia do candidato em apresentar os documentos essenciais ao exame contábil, a ausência destes não enseja
o julgamento das contas de campanha como não prestadas, sendo o caso de sua desaprovação. Precedentes.
4. A falta de abertura de conta bancária específica de campanha ao candidato desistente enseja a desaprovação das contas.
Precedentes.
Agravo regimental não provido.
(AgR-REspe n° 1758-73/PR, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 26.4.2018 - grifei)
ELEIÇÕES 2016. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS. PARTIDO POLÍTICO. ABERTURA DA
CONTA CORRENTE. EXTRATO BANCÁRIO. AUSÊNCIA. DESAPROVAÇÃO. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA Nº 24/TSE.
CONVERGÊNCIA DE ENTENDIMENTO ENTRE A CORTE DE ORIGEM E O TSE. DESPROVIMENTO.
1. Modificar o entendimento do Tribunal a quo - de que "[...] a análise das contas não restou inviabilizada, tanto que o órgão de
controle foi capaz de analisar a movimentação de recursos" (fl. 70) -, para atender a pretensão do recorrente de que a ausência
dos documentos apontados impõe o julgamento das contas como não prestadas, exigiria o vedado reexame dos fatos e provas
(Súmula
nº 24/TSE).
2. A compreensão da Corte Regional converge com a deste Tribunal no sentido de que "a não abertura de conta bancária, a
consequente ausência de apresentação dos respectivos extratos e a não apresentação de recibos eleitorais são motivos
suficientes para a desaprovação das contas, mas não ensejam, por si sós, que elas sejam julgadas como não prestadas" (AgR-
REspe nº 3110-61/GO, Rel. Min. Henrique Neves, DJe de 20.9.2016). E ainda: AgR-REspe n° 1758-73/PR, Rel. Min. Rosa Weber,
julgado em 3.4.2018; AgR-REspe n° 1910-73/DF, Rel. Min. Luciana Lóssio, DJe de 5.8.2016.
3. Agravo regimental desprovido
(AgR-REspe n° 157-24/AP, de minha relatoria, DJe de 6.6.2018 - grifei)
Ademais, oportuno ressaltar as consequências gravíssimas da não prestação das contas de campanha, porquanto o candidato
ficará sem quitação eleitoral no curso do mandato para o qual concorreu.
Nessa linha, "a não apresentação de contas de campanha impede a obtenção de certidão de quitação eleitoral no curso do
mandato ao qual o interessado concorreu" (REspe nº 2512-75/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, redator para o acórdão o Ministro
Dias Toffoli, DJe de 1º.7.2013).
Por fim, este Tribunal Superior tem reiteradamente decidido "não ser possível dar interpretação ampliativa a dispositivo que
restringe direito" (AgR-AI

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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nº 148-22/MG, Rel. Min. Gilson Dipp, DJe de 18.9.2012).


Por essas razões, dou parcial provimento ao recurso especial, com base no art. 36, § 7º, do Regimento Interno do Tribunal
Superior Eleitoral, apenas para considerar as contas da campanha de 2016 da recorrente prestadas, porém desaprovadas,
diante dos apontamentos não sanados.
Publique-se.
Brasília, 8 de junho de 2018.
Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto
Relator
(1) Res.-TSE nº 23.463/2015
Art. 41. Devem prestar contas à Justiça Eleitoral:
[...]
§ 7º O candidato que renunciar à candidatura, dela desistir, for substituído ou tiver o registro indeferido pela Justiça Eleitoral
deve prestar contas em relação ao período em que participou do processo eleitoral, mesmo que não tenha realizado campanha.
(2) Res.-TSE nº 23.463/2015
Art. 68. Apresentado o parecer do Ministério Público e observado o disposto no parágrafo único do art. 66, a Justiça Eleitoral
verificará a regularidade das contas, decidindo (Lei nº 9.504/1997,
art. 30, caput):
[...]
III - pela desaprovação, quando constatadas falhas que comprometam sua regularidade;
IV - pela não prestação, quando, observado o disposto no § 1º:
a) depois de intimados na forma do inciso IV do § 4º do art. 45, o órgão partidário e os responsáveis permanecerem omissos ou
as suas justificativas não forem aceitas; ou
b) não forem apresentados os documentos e as informações de que trata o art. 48, ou o responsável deixar de atender às
diligências determinadas para suprir a ausência que impeça a análise da movimentação dos seus recursos financeiros.
§ 1º A ausência parcial dos documentos e das informações de que trata o art. 48 ou o não atendimento das diligências
determinadas não enseja o julgamento das contas como não prestadas se os autos contiverem elementos mínimos que
permitam a análise da prestação de contas.
§ 2º Na hipótese do § 1º, a autoridade judiciária examinará se a ausência verificada é relevante e compromete a regularidade
das contas para efeito de sua aprovação com ressalvas ou desaprovação.

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 355-50.2016.6.25.0032 PACATUBA-SE 32ª Zona Eleitoral (PACATUBA)


RECORRENTE: ARNALDO FERREIRA SILVA
ADVOGADO: CARLOS ALBERTO DE CARVALHO SOBRAL NETO - OAB: 6408/SE
Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto
Protocolo: 1.560/2018

DECISÃO
Trata-se de recurso especial interposto por Arnaldo Ferreira Silva em face de acórdão do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe
(TRE/SE) que negou provimento ao recurso eleitoral e manteve a sentença em que foram julgadas não prestadas suas contas de
campanha para o cargo de prefeito nas eleições de 2016.
Eis a ementa do acórdão regional:
RECURSO ELEITORAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS. CONTAS NÃO PRESTADAS. ELEIÇÕES 2016. CANDIDATO. VEREADOR. EXTRATOS

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BANCÁRIOS DE TODO O PERÍOD0 EXIGIDO EM LEI. AUSÊNCIA. IRREGULARIDADE GRAVE. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS MÍNIMOS
PARA ANÁLISE DAS CONTAS. NÃO PROVIMENTO DO RECURSO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA.
1. A ausência de juntada de documentos reputados como essenciais à análise das contas, no caso, a ausência dos extratos
bancários referentes ao período indicado na legislação (art. 48. inciso II, alínea "a" da Resolução TSE nº 23.463/2015),
documentos esses esclarecedores da origem dos recursos utilizados para custeio da campanha eleitoral é falha grave que
denota a ausência de prestação de contas.
2. Recurso conhecido e improvido, para manter as costas como não apresentadas, conforme decisão de primeiro grau. (Fl. 112)
No recurso especial, o candidato sustentou, preliminarmente, violação ao art. 5º, LIV e LV, da Constituição Federal e ao art. 62
da Res.-TSE nº 23.463/2015, posto que não foi observado o rito processual previsto no referido diploma normativo.
Apontou violação ao art. 30, II, da Lei nº 9.504/97, porquanto as irregularidades indicadas no acórdão regional não ensejariam o
julgamento de não prestação de suas contas de campanha. Nesse ponto, requereu a aplicação dos princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade para aprovar as contas.
A Procuradoria-Geral Eleitoral opina pelo não conhecimento do recurso especial e, caso conhecido, pelo seu desprovimento (fls.
141-145v).
É o relatório.
Decido.
O recurso especial merece parcial provimento.
Na espécie, a Corte Regional, por maioria, julgou não prestadas as contas de campanha do recorrente referentes ao pleito de
2016 nos seguintes termos:
De fato, a ausência de juntada de documentos reputados como essenciais a análise das costas, no caso, a ausência dos extratos
bancários referentes aos período indicado na legislação (art. 48, inciso II, alínea "a" da Resolução TSE nº 23.463/2015),
documentos esses esclarecedores da origem dos recursos utilizados para custeio da campanha eleitoral é, no meu sentir, falha
grave que denote a ausência de prestação de contas.
Assim, VOTO pele conhecimento e desprovimento do recurso interposto mantendo-se incólume a sentença que considerou
como não prestadas as contas de campanha do candidato Arnaldo Ferreira Silva, referente às eleições de 2016. (Fl. 116)
Contudo, o relator, que ficara vencido, assentou que as contas foram efetivamente prestadas, em que pese não tenha o
candidato cumprido a determinação legal quanto à apresentação dos extratos bancários de todo o período da campanha
eleitoral, assim como ausentes documentos que comprovem a doação estimável em dinheiro. Confira-se:
1. Omissão dos documentos comprobatórios de que as doações efetuadas por pessoas físicas são decorrentes de produtos do
serviço ou da atividade econômica dos doadores, ou, ainda, que são decorrentes de prestações direto dos serviços e/ou que os
bens permanentes integram os seus patrimônios;
[...]
Percebo que, in casu, mão merecem acolhida os argumentos lançados na peça recursal já que inexistem nos autos documentos
que comprovem as suas afirmativas perante este Corte.
Consigno que apesar de ter sido intimado para sanar a irregularidade apontada no parecer técnico zonal, o prestador de contas
não atendeu satisfatoriamente a diligência para a qual foi intimado, em cumprimento ao contido no art. 19 da Res.
23.463/2015, limitando-se a apresentar apenas os recibos eleitorais e termos de doação desprovidos dos demais documentos
que lhe confiram suporte probatório.
A meu sentir, persistem as falhas acima mencionadas que impedem a aprovação das contas.
2. Ausência dos extratos bancários (candidate a vice-prefeita, Edna Maria Scotti).
O parecer técnico conclusivo (fl. 56v), que fundamentou a sentença ora combatida. Confirmou a ausência dos extratos
bancários de todo o período eleitoral em relação à candidata a vice prefeita já apontada por ocasião da análise técnica
preliminar (fl. 36v).
Intimado para sanar as irregularidades inicialmente apontadas, fls. 37, o recorrente apresentou justificativas e documentos (fls.
38/55), dentre estes apenas um extrato bancário da candidata a vice-prefeito, relativo ao período de 04/10/16 a 14/10/16.
[...]
Do exame da presente prestação de contas, constato que o único extrato bancário da candidata a vice-prefeita acostados aos
autos em sede de recurso, refere-se ao período de 04/10/2016 à 14/10/2016 (fl.75), persistindo a falha apontada na sentença
de piso.
Extrai-se do texto legal que a não prestação das contas ocorre quando há vícios insuperáveis que inviabilizem a análise da
movimentação dos recursos financeiros. Por outro lado, verificados elementos mínimos para o exame das contas, tem-se como
prestadas.

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In concreto, percebo que a controvérsia está em se saber quais as consequências da apresentação parcial dos extratos
bancários, principalmente se tal fato enseja o julgamento "pela não prestação das contas" ou, julgadas como "prestadas e não
aprovadas".
[...]
A ausência dos extratos bancários constitui falha grave, já que essencial à apreciação da regularidade das contas, que reflete
clara afronta a legislação e constitui macula a confiabilidade da contabilidade partidária.
Reafirmo assim, não haver nas razões recursais, elemento capaz de infirmar o entendimento pela insanabilidade das falhas
detectadas, quer seja pela irregularidade nos registros de doações (art. 19, da Resolução TSE 23.463/2015), quer seja pela
ausência dos extratos bancários da campanha eleitoral da candidata a vice-prefeita (art. 48, II, da Resolução TSE 23.463/2015).
Tais circunstâncias impedem a escorreita análise da movimentação financeira da campanha eleitoral, impondo-se, via de
consequência, a desaprovação destas contas. (114v-115v - grifei)
Como se vê, as contas da recorrente foram julgadas não prestadas pela Corte de origem sob o argumento de o candidato ter
omitido documentos comprobatórios de doações estimáveis em dinheiro e de não ter apresentado extratos bancários de todo
o período da campanha. Contudo, tais argumentos não ensejam o imediato julgamento das contas como não prestadas,
conforme prevê o § 1º do art. 68 da Res.-TSE nº 23.463/2015.
Nessa linha, a jurisprudência desta Corte Superior é uníssona no sentido de que "a não abertura de conta bancária, a
consequente ausência de apresentação dos respectivos extratos e a não apresentação de recibos eleitorais são motivos
suficientes para a desaprovação das contas, mas não ensejam, por si sós, que elas sejam julgadas como não prestadas" (AgR-
REspe nº 3110-61/GO, Rel. Min. Henrique Neves da Silva, DJe de 20.9.2016 - grifei). Precedentes: AgR-REspe nº 6469-52/RN,
Rel. Min. Arnaldo Versiani, DJe de 9.10.2012; e AgR-AI n°496-32/MT, Rel. Min. Henrique Neves da Silva, DJe de 13.10.2014.
Este Tribunal também já confirmou ser o caso de desaprovação das contas no caso de omissão de despesas (AgR-AI nº 161-
22/BA, Rel. Min. Henrique Neves, DJe de 7.2.2014; AgR-AI nº 3511-49/MG, Rel. Min. Maria Thereza Rocha de Assis Moura, DJe
de 30.6.2016; AgR-REspe n° 807-25/PI, Rel. Min João Otávio de Noronha, DJe de 5.10.2015).
Nesse sentido, destaco o julgamento do AgR-REspe nº 725-04/PR, de relatoria da e. Ministra Luciana Lóssio, DJe de 18.3.2015,
quando se fixou a tese de que, apresentados minimamente documentos na prestação de contas, estas devem ser desaprovadas,
e não julgadas não prestadas. Confira-se:
ELEIÇÕES 2012. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS. CAMPANHA ELEITORAL. APRESENTAÇÃO
INTEMPESTIVA DE DOCUMENTOS. JULGAMENTO DAS CONTAS COMO NÃO PRESTADAS. IMPOSSIBILIDADE. JUSTIÇA ELEITORAL.
CONTROLE. INVIABILIDADE. CONTAS DESAPROVADAS. DESPROVIMENTO.
1. A apresentação a destempo de documentos não acarreta, por si só, o julgamento das contas de campanha eleitoral como
não prestadas.
2. As contas devem ser desaprovadas quando a ausência de documentação inviabilizar o seu efetivo controle por parte da
Justiça Eleitoral.
3. Agravo regimental desprovido. (Grifei)
No mesmo sentido, cito, ainda, os recentes precedentes:
ELEIÇÕES 2014. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS. DEPUTADO DISTRITAL.
DESAPROVAÇÃO DAS CONTAS. NÃO APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS. CONTAS NÃO PRESTADAS.
IMPOSSIBILIDADE. NEGATIVA DE SEGUIMENTO.
Histórico da demanda
1. Contra acórdão do TRE/PR, pelo qual julgadas não prestadas suas contas de campanha ao cargo de Deputado Estadual pelo
Solidariedade (SD), nas eleições de 2014, interpôs recurso especial Sirlene da Aparecida Menon.
2. Dado parcial provimento pelo então relator, Min. Gilmar Mendes, apenas para desaprovar as contas de campanha da
candidata (art. 36, § 7º, do RITSE).
Do agravo regimental
3. A despeito da inércia do candidato em apresentar os documentos essenciais ao exame contábil, a ausência destes não enseja
o julgamento das contas de campanha como não prestadas, sendo o caso de sua desaprovação. Precedentes.
4. A falta de abertura de conta bancária específica de campanha ao candidato desistente enseja a desaprovação das contas.
Precedentes.
Agravo regimental não provido.
(AgR-REspe n° 1758-73/PR, Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 26.4.2018 - grifei)
ELEIÇÕES 2016. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS. PARTIDO POLÍTICO. ABERTURA DA
CONTA CORRENTE. EXTRATO BANCÁRIO. AUSÊNCIA. DESAPROVAÇÃO. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA Nº 24/TSE.
CONVERGÊNCIA DE ENTENDIMENTO ENTRE A CORTE DE ORIGEM E O TSE. DESPROVIMENTO.

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1. Modificar o entendimento do Tribunal a quo - de que "[...] a análise das contas não restou inviabilizada, tanto que o órgão de
controle foi capaz de analisar a movimentação de recursos" (fl. 70) -, para atender a pretensão do recorrente de que a ausência
dos documentos apontados impõe o julgamento das contas como não prestadas, exigiria o vedado reexame dos fatos e provas
(Súmula nº 24/TSE).
2. A compreensão da Corte Regional converge com a deste Tribunal no sentido de que "a não abertura de conta bancária, a
consequente ausência de apresentação dos respectivos extratos e a não apresentação de recibos eleitorais são motivos
suficientes para a desaprovação das contas, mas não ensejam, por si sós, que elas sejam julgadas como não prestadas" (AgR-
REspe nº 3110-61/GO, Rel. Min. Henrique Neves, DJe de 20.9.2016). E ainda: AgR-REspe n° 1758-73/PR, Rel. Min. Rosa Weber,
julgado em 3.4.2018; AgR-REspe n° 1910-73/DF, Rel. Min. Luciana Lóssio, DJe de 5.8.2016.
3. Agravo regimental desprovido
(AgR-REspe n° 157-24/AP, de minha relatoria, julgado em 8.5.2018 - grifei)
Ademais, oportuno ressaltar as consequências gravíssimas da não prestação das contas de campanha, porquanto o candidato
ficará sem quitação eleitoral no curso do mandato para o qual concorreu.
Nessa linha, "a não apresentação de contas de campanha impede a obtenção de certidão de quitação eleitoral no curso do
mandato ao qual o interessado concorreu" (REspe nº 2512-75/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, redator para o acórdão o Ministro
Dias Toffoli, DJe de 1º.7.2013).
Por fim, este Tribunal Superior tem reiteradamente decidido "não ser possível dar interpretação ampliativa a dispositivo que
restringe direito" (AgR-AI nº 148-22/MG, Rel. Min. Gilson Dipp, DJe de 18.9.2012).
Por essas razões, dou parcial provimento ao recurso especial, com base no art. 36, § 7º, do Regimento Interno do Tribunal
Superior Eleitoral, apenas para considerar as contas da campanha de 2016 do recorrente prestadas, porém desaprovadas,
diante dos apontamentos não sanados.
Publique-se.
Brasília, 11 de junho de 2018.
Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto
Relator
(1)Art. 68. Apresentado o parecer do Ministério Público e observado o disposto no parágrafo único do art. 66, a Justiça Eleitoral
verificará a regularidade das contas, decidindo (Lei
nº 9.504/1997, art. 30, caput):
[...]
III - pela desaprovação, quando constatadas falhas que comprometam sua regularidade;
IV - pela não prestação, quando, observado o disposto no § 1º:
a) depois de intimados na forma do inciso IV do § 4º do art. 45, o órgão partidário e os responsáveis permanecerem omissos ou
as suas justificativas não forem aceitas; ou
b) não forem apresentados os documentos e as informações de que trata o art. 48, ou o responsável deixar de atender às
diligências determinadas para suprir a ausência que impeça a análise da movimentação dos seus recursos financeiros.
§ 1º A ausência parcial dos documentos e das informações de que trata o art. 48 ou o não atendimento das diligências
determinadas não enseja o julgamento das contas como não prestadas se os autos contiverem elementos mínimos que
permitam a análise da prestação de contas.
§ 2º Na hipótese do § 1º, a autoridade judiciária examinará se a ausência verificada é relevante e compromete a regularidade
das contas para efeito de sua aprovação com ressalvas ou desaprovação.

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 398-84.2016.6.25.0032 BREJO GRANDE-SE 32ª Zona Eleitoral (PACATUBA)
RECORRENTE: JOÃO JORGE GONÇALVES DIAS
ADVOGADA: KATIANNE CINTIA CORREA ROCHA - OAB: 7297/SE
Ministro Admar Gonzaga
Protocolo: 1.659/2018

DECISÃO

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João Jorge Gonçalves Dias interpôs recurso especial eleitoral (fls. 113-132) manejado em face de acórdão do Tribunal Regional
Eleitoral de Sergipe (fls. 79-90) que negou provimento ao recurso e manteve a sentença da 32ª Zona Eleitoral daquele Estado
que julgou não prestadas as suas contas alusivas às Eleições de 2016, ocasião em que concorreu ao cargo de vereador do
Município de Brejo Grande/SE.
O acórdão regional tem a seguinte ementa (fl. 79):
ELEIÇÕES 2016. RECURSO ELEITORAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS. CANDIDATO. CARGO DE VEREADOR. CONTAS DECLARADAS NÃO
PRESTADAS NA ORIGEM. PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA. ALEGAÇÃO DE NÃO TER HAVIDO A CONVERSÃO DO RITO
SIMPLIFICADO PARA O ORDINÁRIO, NOS TERMOS DO ART. 62 DA RESOLUÇÃO TSE N. 23.463/2015. REJEIÇÃO. MÉRITO.
EXTRATOS BANCÁRIOS ZERADOS. NÃO COBERTURA DE TODO O PERÍODO DE CAMPANHA GASTOS ESTIMÁVEIS EM DINHEIRO.
SERVIÇOS CONTÁBEIS. OMISSÃO DE GASTOS COM MATERIAL DE CAMPANHA. INDICAÇÃO. SUPOSTO "CAIXA DOIS" .
INVEROSSIMILHANÇA DAS INFORMAÇÕES PRESTADAS. COMPROMETIMENTO. VALOR ÍNFIMO DECLARADO. IMPROVIMENTO
DO RECURSO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA.
1. É faculdade do juiz eleitoral a conversão das contas simplificadas para o rito ordinário, a fim de que sejam apresentadas
contas retificadoras. Art. 62 da Resolução TSE n. 23.463/15. A falta de conversão, frente à possibilidade de prolação da sentença
com os elementos constantes nos autos, não acarreta cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada.
2. Revisão de posicionamento, máxime no sentido ele que determinadas omissões nas prestações de contas, a depender do seu
comprometimento, devem ensejar a declaração de não prestação.
3. A avaliação da existência ou não de elementos mínimos para o bom exame das contas não reside na quantidade de
documentos apresentados, na qualidade de seu conteúdo.
4. No contexto dos autos, a ausência do mínimo possível de gastos para a lisura uma campanha eleitoral, a exemplo de
santinhos, militância, gastos cem combustível em carreatas ou propaganda eleitoral, sem contar que a receita referente à
doação de serviços prestados por profissional de contabilidade não condiz com a realidade.
5. No conjunto, a ausência de elementos mínimos, subsume o caso vertente ao art. 68, IV alínea "b" , da Resolução TSE nº.
23.463/2015 (não prestação de contas).
6. Conhecimento e desprovimento do recurso.
Opostos embargos de declaração, foram eles parcialmente acolhidos, sem efeitos modificativos, nos termos da seguinte
ementa (fl. 108):
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PRESTAÇÃO DE CONTAS. CANDIDATO. VEREADOR. ELEIÇÕES 2016. DIVERSOS VÍCIOS ALEGADOS.
CONSTATAÇÃO DE APENAS UM DELES. CONHECIMENTO. ACOLHIMENTO PARCIAL. ACORDÃO MANTIDO.
1. Para o manejo dos embargos declaratórios exige-se a presença, no bojo da decisão fustigada, de um dos vícios previstos no
artigo 275 do Código Eleitoral. Conhecimento.
2. Constatação de omissão, sem efeito modificativo, consistente na necessidade de esclarecimento de que, a despeito de o teor
do § 3º, inciso II, do art. 6º da Res. TSE n.º 23.463/16, exigir somente a emissão dos referidos recibos na declaração na
prestação de contas do candidato patrocinador quando resultantes de doações estimáveis em dinheiro entre candidatos e
partidos decorrentes do uso comum, a norma não dispensa a juntada da prova desse registro pelo candidato ou partido
beneficiário.
3. Em respeito ao principio do contraditório, não é cabível juntada de prova na fase recursal, muito menos em embargos de
declaração, uma vez que foi oportunizado ao prestador momento propicio para fazê-lo, mantendo-se ele inativo.
4. Quanto aos demais vícios alegados, os embargos de declaração não se prestam à promoção de novo julgamento da causa.
Precedentes.
5. Manutenção da decisão que negou provimento ao recurso e manteve a consideração de não prestação das contas do
embargante relativas às eleições 2016.
6. Embargos conhecidos e parcialmente acolhidos, sem efeitos modificativos.
Nas razões recursais, João Jorge Gonçalves Dias sustenta, em suma, que:
a) o Tribunal de origem violou o art. 30, II, III, e IV, da Lei 9.504/97, visto que, ao contrário do que constou do acórdão
recorrido, não houve confissão da omissão de despesas, mas tão somente afirmação no sentido de que os gastos com
propaganda compartilhada podem ser registrados apenas na prestação de contas da candidatura majoritária, que os assumiu;
b) a Corte Regional Eleitoral afrontou o art. 6º, § 3º, da Res.TSE 23.463, pois entendeu como omissão de gastos o fato de ter
esclarecido que os materiais de sua campanha foram doados pelo candidato ao cargo de prefeito no Município de Brejo
Grande/SE, bem como desconsiderou que os valores correspondentes aos materiais publicitários utilizados em conjunto entre
candidatos devem ser registrados apenas na prestação de contas de quem efetivamente custeou a propaganda;
c) consta dos autos documentos fiscais que comprovam que a responsabilidade financeira sobre o material publicitário é do
candidato ao cargo majoritário;
d) segundo a jurisprudência deste Tribunal Superior, quando for possível a análise técnica dos documentos apresentados na

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prestação de contas de campanha, elas não podem ser consideradas automaticamente como não prestadas, devendo ser
rejeitadas nos casos em que a documentação apresentada inviabilizar o controle pela Justiça Eleitoral;
e) há dissídio jurisprudencial entre o Tribunal de origem e os Tribunais Regionais Eleitorais de Mato Grosso, do Paraná e do Piauí
no tocante à possibilidade de aprovação das contas de candidatos que receberam doações de material de campanha de uso
comum, considerando que o registro dessa despesa deve ser feito na prestação de contas do responsável efetivo pelo
pagamento;
f) o Tribunal a quo divergiu do entendimento das Cortes Regionais Eleitorais do Paraná, do Tocantins e deste Tribunal Superior,
em relação ao fato de que a obtenção de votos por candidato, por si, não autoriza presumir que os gastos com publicidade
foram omitidos na respectiva prestação de contas;
g) também alega dissídio entre o TRE/SE e os Tribunais Regionais Eleitorais do Espírito Santo, de Mato Grosso e precedente
desta Corte Superior quanto à possibilidade de desaprovação das contas apresentadas com omissão de despesas;
h) apresentou na sua prestação de contas os extratos bancários referentes a todo o período da campanha eleitoral. Ressalta
que a falta de extratos de alguns dias posteriores à eleição não causou prejuízo à analise contábil, porque não houve
movimentação financeira no mencionado lapso temporal;
i) o Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe divergiu do entendimento das Cortes Regionais Eleitorais de Mato Grosso, do Pará e
do TSE, as quais, em casos similares - ausência de entrega de extratos bancários definitivos -, aprovaram as contas com
ressalvas, por entenderem que tal falha constitui irregularidade formal que não compromete a regularidade das contas.
Requer o conhecimento e o provimento do recurso especial eleitoral para que o acórdão regional seja reformado, a fim de que
suas contas sejam aprovadas, ainda que com ressalvas.
A Procuradoria-Geral Eleitoral, no parecer às fls. 141-145, opinou pela negativa de seguimento ao recurso especial.
É o relatório.
Decido.
O recurso especial é tempestivo. O acórdão regional atinente aos embargos de declaração foi publicado em 2.2.2018, sexta-
feira (fl. 111v), e o recurso especial foi interposto em 7.2.2018 (fl. 113) por advogada habilitada nos autos (procuração à fl. 6).
O recorrente alega que o Tribunal de origem violou o art. 30, II, III, e IV, da Lei 9.504/97, visto que, ao contrário do que constou
do acórdão recorrido, não houve confissão da omissão de despesas, mas tão somente afirmação no sentido de que os gastos
com propaganda compartilhada podem ser registrados apenas na prestação de contas da candidatura majoritária, que os
assumiu.
Esclarece que apresentou na sua prestação de contas os extratos bancários referentes a todo o período da campanha eleitoral,
ressaltando que a falta de extratos de alguns dias posteriores à eleição não causou prejuízo à analise contábil, porque não
houve movimentação financeira no mencionado lapso temporal.
Alega que a Corte Regional Eleitoral afrontou o art. 6º, § 3º, da Res.-TSE 23.463, pois entendeu como omissão de gastos o fato
de ter esclarecido que os materiais de sua campanha foram doados pelo candidato ao cargo de prefeito no Município de Brejo
Grande/SE.
Além disso, a referida Corte desconsiderou que os valores correspondentes aos materiais publicitários utilizados em conjunto
entre candidatos devem ser registrados apenas na prestação de contas de quem efetivamente custeou a propaganda.
Na espécie, o Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe manteve a sentença que julgou não prestadas as contas, de acordo com os
seguintes fundamentos (fls. 82v-84v):
[...]
DO MÉRITO
De logo, cabe observar que esse processo trata da já conhecida discussão sobre prestação de contas com despesas e receitas
irrisórias.
[...]
Sem delongas, quero registrar que, diante do caso vertente, estou revendo meu posicionamento, máxime no sentido de que
determinadas omissões nas prestações de contas, a depender do comprometimento, realmente devem ensejar a declaração da
não prestação.
Essa minha revisão de entendimento se deve, sobretudo, ao estudo mais aprofundado do instituto do prestação de contas.
Perquirindo os seus objetivos, encontrei na obra do eleitoralista JOSÉ JAIRO GOMES, quicá, as mais esclarecedoras lições a
respeito:
A prestação de contas constitui o instrumento oficial que permite a realização de contrastes e avaliações, bem como a
fiscalização e o controle financeiro das campanhas eleitorais.
O controle realizado pela prestação de contas confere mais transparência e legitimidade às eleições, além de prevenir o abuso

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de poder, notadamente o de caráter econômico. Muitas vezes, o abuso de poder econômico é configurado a partir de
divergências verificadas entre os dados constantes da prestação de contas e a realidade da campanha.
Deveras, é direito impostergável dos integrantes da comunhão política saber quem financiou a campanha de seus mandatários
e da que maneira esse financiamento se deu. Nessa seara, impõe-se a transparência absoluta, pois em jogo encontra-se o
legítimo exercício de mandatos e consequentemente do poder estatal. Sem isso, não é possível o exercício pleno da cidadania,
já que se subtrairiam do cidadão informações essenciais para a formação de sua consciência político-moral, relevantes
sobretudo para que ele aprecie a estatura ético-morai de seus representantes e até mesmo para exercer o sacrossanto direito
de sufrágio.
Sem a prestação de contas, impossível seria averiguar a correção na arrecadação e nos gastos de valores pecuniários durante a
corrida eleitoral. Não se poderia saber, e. g., se o partido ou candidato recebeu recursos de fontes vedadas (LE, art. 24), e
patrocinou ações ilícitas, se incorreu em alguma forme de abuso de poder econômico etc. E claro que ninguém em sã
consciência declarará na prestação de contas o uso de recursos emanados de fontes vedadas ou exporá o uso abusivo de
recursos, mas sendo a prestação de contas o instrumento contábil oficial em que receitas e despesas devem ser lançadas,
permite que se faça.o contraste entre o declarado e a realidade da campanha.
Por sua vez, o regramento da prestação de contas na sua modalidade simplificada, caracterizado pela análise informatizada e
simplificada - hipótese do caso em epígrafe - foi introduzido nos parágrafos 9º, 10 e 11, do art. 28, da Lei das Eleições pela
minirreforma propiciada pela Lei nº 13. 165/2015, Eis o teor desses dispositivos:
§ 9º A Justiça Eleitoral adotará sistema simplificado de prestação de contas para candidatos que apresentarem movimentação
financeira correspondente a, no máximo, R$ 20.000,00 (vinte mil reais), atualizados monetariamente, a cada eleição, pelo
índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE ou por índice
que o substituir.
§ 10. O sistema simplificado referido no § 9º deverá conter, pelo menos:
I- identificação das doações recebidas, com os nomes, o CPF ou CNPJ dos doadores e os respectivos valores recebidos;
II- identificação das despesas realizadas, com os nomes e o CPF ou CNPJ dos fornecedores de material e dos prestadores dos
serviços realizados;
III- registro das eventuais sobras ou dívidas de campanha.
§ 11 Nas eleições para Prefeito e Vereador de Municípios com menos de cinquenta mil eleitores, a prestação de contas será
feita sempre pelo sistema simplificado a que se referem os §§ 9° e 10.
Para maior detalhamento do instituto da prestação de contas o TSE expediu a Resolução nº 23.463/2015, dedicando os artigos
57 a 62 para tratamento da modalidade simplificada.
Verifico ser inconteste a ausência de verossimilhança no acerto de contas do candidato, com discriminação de gastos e receitas
de apenas R$ 400,00 (quatrocentos reais). Isso, inexoravelmente, dá azo a que a Justiça Eleitoral afirme categoricamente que
suas contas não foram prestadas, na medida em que o simulacro de prestação de contas não passa de verdadeiro engodo na
tentativa de se desincumbir, somente formalmente, da obrigação imposta, sem qualquer compromisso com a verdade dos
fatos.
Mesmo porque não é crível a apresentação de contas com gastos irrisórios e estimados, principalmente em hipóteses como a
dos autos, na qual o candidato JOÃO JORGE GONÇALVES DIAS foi eleito com 230 votos para cargo de vereador no Município de
Brejo Grande/SE, porquanto mostra-se presumida a existência de "caixa 2" - pratica nefasta que contraria os mais caros
princípios fundantes da República.
[...]
Como se não bastasse a irrisoriedade das contas apresentadas, a despeito de dada ao candidato oportunidade de juntar ao
processo os extratos bancários de todo o período de campanha, até o fechamento da conta, com vistas suprir a incompletude,
não se desincumbiu ele deste mister, optando pela desídia. Esta conduta mostra-se indiciaria da prática de ilícito eleitoral, pois
vai de encontro ao necessário dever de transparência de candidatos e partidos para com os eleitores que, direta ou
indiretamente, os financiam.
Tal postura de verdadeiro desdém ao dever de correção prestacional subsume-se aos caracteres da não prestação, disposta no
art. 68, inciso IV, alínea "b" , da Res. TSE nº 23.463/2015, litteris:
Res. TSE nº 23.463/2015, art. 68. Apresentado o parecer do Ministério Público e observado o disposto no parágrafo único do
art. 66, a Justiça Eleitoral verificará a regularidade das contas, decidindo (Lei nº 9.504/1997, art. 30, caput):
I- pela aprovação, quando estiverem regulares;
II- pela aprovação com ressalvas, quando verificadas falhas que não lhes comprometam a regularidade;
II- pela desaprovação, quando constatadas falhas que comprometam sua regularidade;
IV- pela não prestação, quando, observado o disposto no § 1°:
a) depois de intimados na forma do inciso IV do § 4° do art. 45, o órgão partidário e os responsáveis permanecerem omissos ou

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as suas justificativas não forem aceitas; ou


b) não forem apresentados os documentos e as informações de que trata o art. 48, ou responsável deixar de atender às
diligências determinadas para suprir a ausência que impeça a análise da movimentação dos seus recursos financeiros.
A não apresentação do extrato em sua forma definitiva, contemplando todo o período eleitoral, desde a abertura da conta até
o seu encerramento, compromete o exame das contas e atenta contra a confiabilidade e consistência dos dados encaminhados
à análise da Justiça Eleitoral, mormente porque não se permite identificar a totalidade da movimentação dos recursos
financeiros das contas em exame.
Na esteira do suso citado Acórdão nº 196/2017, tal raciocínio decorre da aplicação do princípio da lisura das eleições, que
autoriza o magistrado a fundamentar suas decisões com base em fatos públicos e notórios dos indícios e presunções, urna vez
que toda a atuação da Justiça Eleitoral, Ministério Público, partidos políticos, candidatos e até do próprio eleitor deve pautar-se
na preservação da lisura das eleições.
[...]
Inclusive, valho-me da profícua citação doutrina, colacionada no mencionado julgado, decorrente dos ensinamentos do ilustre
doutrinador MARCOS RAMAYANA.
A preservação da intangibilidade dos votos e da igualdade de todos os candidatos perante a lei eleitoral e na propaganda
política eleitoral ensejam a observância ética e jurídica deste princípio básico do direito eleitoral.
As eleições corrompidas, viciadas, fraudadas e usadas como campo fértil da proliferação de crimes e abusos do poder
econômico e/ou político atingem diretamente a soberania popular tutelada no art. 1º, parágrafo único, da Constituição Federal.
(...)
A norma ainda Indica uma regra de interpretação pelos tribunais juízes eleitorais, pois, na tutela da integridade das eleições, as
provas indiciárias servem corno base de fundamentação de uma decisão judicial, desde que concatenadas em elos de
inte1igação para formarem um suporte razoável de convicção e fundamentação.
Outrossim, de acordo com o art. 5° da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - verdadeira metanorma aplicável a
todo o sistema jurídico pátrio - "na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem
comum.'
Norma de mesmo teor, encontra-se no Código de Processo Civil presente no seu art. 8º:
CPC, art. 8° Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e as exigências do bem comum, resguardando e
promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a
eficiência.
É consabido, ainda, que a Justiça Eleitoral - na sua típica de apuração da idoneidade do acerto de contas em confronto com a
realidade dos fatos - bem como a do Ministério Público Eleitoral - como guardião do regime democrático - têm, ambos, na
prestação de contas um instrumento eficaz de materialização do princípio da moralidade.
Em busca deste desiderato, em paralelo a este processo eleitoral o MPE com atuação nesta instância, inclusive, tem tomado a
primorosa iniciativa de requisitar Instauração de inquérito policial com a finalidade de apurar a existência de crime eleitoral.
Com esta investigação, possível denúncia e eventual condenação penal será possível se dizer com maior certeza da existência
ou não da prática de falsidade documental ou ideológica eleitorais ou outra conduta que contrarie os preceitos da ordem
jurídico-democrática. Isso, todavia, essa investigação não prejudica a apuração eleitoral, em prestígio à separação de instâncias.
E estou certa de que é, no mínimo, suspeito o fato de um (a) candidato (a) fazer campanha eleitoral tendo dispendido apenas
R$ 400,00, ainda assim em recursos estimáveis em dinheiro por meio de serviços - diga-se de passagem, obrigatório por lei -
doado por seu contador e por seu advogado. Comungo da convicção de que tal montante espelha a ausência do mínimo
possível de gastos para lisura de uma campanha eleitoral, a exemplo de santinhos, militância, gastos com combustível em um
deslocamento de carreata ou propaganda eleitoral; sem contar que, no caso sub judice, os valores declarados referentes à
doação de serviços prestados por profissional de contabilidade e advogado não condizem com a realidade.
Nesse diapasão, tudo leva a crer que "há algo de podre no reino da Dinamarca" , de modo que a posição ora esposada,
carimbando as contas como "não prestadas" , reflete o reconhecimento da falta de elementos substanciais mínimos para
dimensionar a sua idoneidade material.
Desta forma, filio-me ao entendimento do magistrado de primeiro grau (fls. 38/39), que julgou as contas como não prestadas.
[...]
De acordo com o trecho acima, o Tribunal a quo manteve a sentença que julgou não prestadas as contas de João Jorge
Gonçalves Dias, vereador eleito no Município de Brejo Grande/SE, no pleito de 2016, com base na mera suspeita de que
campanha de candidato à eleição proporcional no município não seria possível com os gastos informados, a indicar suposto uso
de caixa dois.
No entanto, entendo que a Corte de origem não se desincumbiu do ônus argumentativo de demonstrar as razões concretas e
objetivas, discutidas nos autos, que levaram a tão graves conclusões. Com efeito, não se apontam elementos indicativos de que:

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(i) o candidato efetuou gastos não contabilizados e que elementos extrínsecos da campanha foram cotejados com os dados
informados na campanha e (ii) houve circularização com resultado incompatível com as informações registradas na prestação
de contas.
Vale lembrar, nos termos do art. 489, § 1º, II, do Código de Processo Civil, que não se considera devidamente fundamentada a
decisão que emprega conceitos jurídicos indeterminados sem explicar o motivo concreto da sua incidência no caso. Na espécie,
o termo "caixa dois" é empregado sem nenhuma indicação de lastro na realidade probatória.
Sobre o tema dos requisitos da fundamentação da decisão judicial, destaco trecho do voto proferido pelo Ministro Luiz Fux, no
julgamento do REspe 1-91, da relatoria de Sua Excelência, in verbis:
[...]
Noutros termos, o ônus argumentativo de comprovar a violação a tais bens eleitorais recai sobre o magistrado, que não pode
aplicar as gravosas sanções eleitorais ancoradas em meras ilações ou presunções. É insuficiente a alusão genérica, tal como se
verifica no acórdão recorrido, à (suposta) relevância jurídica do ilícito. Raciocínio diverso, se encampado por esta Corte,
macularia, a mais não poder, o exercício legítimo do ius honorum e, no limite, a própria vontade popular soberana. Ausente
esse desenvolvimento analítico da (suposta) correlação entre conduta reputada como ilegal e a ofensa a tais bens jurídicos,
penso não ser possível cogitar da aplicação da (gravosa) sanção de inelegibilidade.
[...]
Em outra oportunidade, esta Corte já assentou, a propósito dos deveres do magistrado no tocante à fundamentação, ser
necessário evitar que "as decisões judiciais se transformem em afirmações apodíticas e desassociadas da realidade processual"
(AgR-REspe 764-40, rel. Min. Henrique Neves da Silva, DJE de 23.5.2014).
Na realidade, ao analisar o acórdão alusivo aos embargos de declaração, percebe-se que o caso dos autos não trata
especificamente do cognominado "caixa dois" , mas de alegada propaganda compartilhada, cujo registro na prestação de
contas segue especial disciplina ex vi do art. 6º, § 3º, II, da Res.-TSE 23.463. Ao reconhecer omissão, o Tribunal de origem
afastou a incidência da norma, por entender necessário o registro da despesa pelo candidato beneficiário, in verbis (fls. 109-
109v):
[...]
Dos pontos controvertidos acima, visualizo algum fundamento apenas no primeiro deles, ainda assim sem força para modificar
as conclusões já exaradas no decidido, o que conduz ao conhecimento dos embargos. Nos demais, encontro apenas
insatisfações com a nítida intenção de desfazer o mérito que, exaustivamente, já foi analisado no acórdão embargado.
Cinge-se dos argumentos do insurgente, resumidos no item "a" , que o erro material alegado decorreria do fato de não ser
necessária a emissão de recibo eleitoral quando houver propaganda conjunta entre candidatos, bastando apenas a consignação
na prestação de contas daquele que realizou o pagamento, de acordo com o art. 6º da Res. TSE nº 23.463/16:
Art. 6º Deverá ser emitido recibo eleitoral de toda e qualquer arrecadação de recursos para a campanha eleitoral, financeiros
ou estimáveis em dinheiro, inclusive os recursos próprios e aqueles arrecadados por meio da Internet.
§ 3° Não se submetem à emissão do recibo eleitoral previsto no caput:
II - doações estimáveis em dinheiro entre candidatos e partidos decorrentes do uso comum tanto de sedes quanto de materiais
de propaganda eleitoral, cujo gasto deverá ser registrado na prestação de contas do responsável pelo pagamento da despesa.
De início, impende afirmar que não procede a sustentação de que o acórdão embargado tenha reconhecido premissas fáticas
destoantes da realidade, a dar ensejo a erro material. E, ainda que o tivesse, tomar por base premissa fática equivocada é
matéria combatível mediante outro recurso, que vise a reforma da decisão como objeto principal, e não a sua integração. Em
outras palavras, os efeitos infringentes dos embargos de declaração não podem ser a finalidade primeira desse recurso, mas
decorrência secundária da integração propiciada com a supressão da omissão, da contradição ou da obscuridade.
Isso não expurga a necessidade de melhor esclarecer este ponto controverso, não ensejador de erro material, mas de certo
aclaramento da motivação, o que passo afazê-lo.
Perceba que, a despeito de o teor do dispositivo citado (§ 3º, inciso II, do art 6º da Res. TSE nº 23.463/16) realmente exigir
somente a emissão dos referidos recibos na declaração na prestação de contas do candidato patrocinador quando resultantes
de doações estimáveis em dinheiro entre candidatos e partidos decorrentes do uso comum, a norma não dispensa a juntada da
prova desse registro pelo candidato ou partido beneficiário.
[...]
Com razão está o recorrente em relação a esse ponto, visto que a jurisprudência desta Corte, firmada para as Eleições de 2016,
é no sentido de que "o art. 6º, § 3º, c.c. o art. 55, § 3º, da Res.-TSE 23.463 autorizam a dispensa da emissão do respectivo recibo
eleitoral e obriga o registro do gasto apenas na prestação de contas do responsável pelo pagamento da despesa, com a
dispensa de comprovação na prestação de contas do candidato que realizou o gasto eleitoral" (AgR-REspe 503-14, rel. Min.
Admar Gonzaga, DJE de 9.4.2018, grifo nosso).
Com efeito, não tendo sido refutada a existência de material de campanha compartilhado, é descabida a exigência de registro
desses gastos e de juntada dos respectivos recibos eleitorais no bojo da prestação de contas do beneficiário. Como está

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claramente registrado no dispositivo em tela, o registro é feito apenas na prestação de contas do responsável pelo pagamento
da despesa, de sorte que não há falar na espécie em ausência de prestação de contas.
Por outro lado, é inviável a aprovação das contas, ainda que com ressalvas, porquanto a outra falha que motivou a conclusão
das instâncias ordinárias foi a apresentação incompleta de extratos bancários, irregularidade que, em regra, acarreta a
desaprovação das contas.
Nesse sentido: "A ausência de emissão de recibos eleitorais e a não apresentação de extratos bancários para aferir a
integralidade da movimentação financeira da campanha comprometem a regularidade das contas, o que enseja, em tese, a sua
desaprovação" (AgR-REspe 222-86, rel. Min. Gilmar Mendes, DJE de 29.10.2015).
Igualmente: "A ausência de extratos bancários consubstancia vício que traz como consequência a rejeição das contas (AgR-
REspe nº 1683-67/AM, Rel. Min. Luciana Lóssio, DJe de 9.8.2016; AgR-REspe nº 1857-97/PA, Rel. Min. Henrique Neves, DJe de
3.8.2016; AgR-REspe nº 222-86/AM, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 29.10.2015; e AgR-AI nº 1179-09/RJ, Rel. Min. Henrique
Neves, DJe de 13.8.2014)" (AgR-REspe 2860-82, rel. Min. Luiz Fux, DJE de 17.10.2017).
Cito, ainda, julgado proveniente do mesmo Tribunal Regional Eleitoral, no qual foi discutido tema similar:
ELEIÇÕES 2016. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS. VEREADOR. DESAPROVAÇÃO.
NÃO APRESENTAÇÃO DE EXTRATOS BANCÁRIOS. CONTAS NÃO PRESTADAS. IMPOSSIBILIDADE. NEGATIVA DE SEGUIMENTO.
Histórico da demanda.
1. Contra acórdão do TRE/SE, pelo qual julgadas não prestadas suas contas de campanha ao cargo de Vereador (PRB) nas
Eleições 2016 - ante a ausência de apresentação dos extratos bancários -, interpôs recurso especial Emmily Ferreira Cardoso.
2. Provido parcialmente o recurso apenas para desaprovar as contas de campanha da candidata, manejou agravo regimental o
Ministério Público Eleitoral. Do agravo regimental.
3. A despeito da inércia da candidata em apresentar os documentos essenciais ao exame contábil, a ausência destes não enseja
o julgamento das contas de campanha como não prestadas, sendo o caso de sua desaprovação. Precedentes. Agravo regimental
não provido.
(AgR-REspe 430-89, rel. Min. Rosa Weber, DJE de 6.6.2018, grifo nosso.)
Por essas razões e nos termos do art. 36, § 7º, do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral, dou provimento parcial ao
recurso especial interposto por João Jorge Gonçalves Dias, a fim de reformar o acórdão recorrido e julgar apresentadas e
desaprovadas as suas contas de campanha relativas às Eleições de 2016.
Publique-se.
Intime-se.
Brasília, 11 de junho de 2018.
Ministro Admar Gonzaga
Relator

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 383-56.2016.6.19.0138 QUEIMADOS-RJ 138ª Zona Eleitoral


(QUEIMADOS)
AGRAVANTE: DAVI BRASIL CAETANO
ADVOGADO: CASSIUS VALÉRIO TEIXEIRA DA SILVEIRA - OAB: 138632/RJ
Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto
Protocolo: 2.033/2018

Intimem-se o embargante a se manifestar quanto a eventual intempestividade dos embargos de declaração, conforme certidão
de fl. 215.
Brasília, 12 de junho de 2018.
Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto
Relator

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RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 501-20.2016.6.13.0002 - TSE MINAS GERAIS - PEDRA BONITA - 2ª ZONA ELEITORAL (ABRE
CAMPO)
RECORRENTES: TROVÃO VITOR DE OLIVEIRA e Outros
ADVOGADOS: MARIA CLAUDIA BUCCHIANERI PINHEIRO - OAB: 25341/DF e Outros
ASSISTENTES DOS RECORRENTES: PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO (PMDB) - MUNICIPAL e Outro
ADVOGADOS: AÉLITON MATOS OAB/MG 171186 e Outros
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
REQUERENTES: PARTIDO DA REPÚBLICA (PR) MUNICIPAL E OUTROS
ADVOGADA: EDILENE LÔBO OAB/MG 74.557
MINISTRO ADMAR GONZAGA
Protocolo nº 3.652/2018.
Ref.: Protocolo nº 8.618/2017

DESPACHO
Os diretórios municipais do Partido da República (PR), do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Trabalhista do Brasileiro
(PTB) requerem o acompanhamento do desenvolvimento do Recurso Especial 501-20 (Pedra Bonita/RJ), indicando, ainda, "a
solicitação à Procuradoria Geral Eleitoral, para que tão logo possa, conclua o parecer e envie os autos a V. Exa., para inclusão
em pauta de julgamento" .
Em análise ao Sistema de Acompanhamento de Documentos e Processos (SADP), verifico que os requerentes não são partes no
referido processo, nem mesmo na condição de terceiros intervenientes.
Diante disso, intimem-se os requerentes para que, no prazo de 3 (três) dias, esclareçam o interesse jurídico de intervir no feito,
inclusive acerca do pleito alusivo ao parecer a ser exarado pela douta Procuradoria-Geral Eleitoral.
Brasília, 12 de junho de 2018.
Ministro Admar Gonzaga
Relator

Coordenadoria de Acórdãos e Resoluções

Acórdão

PUBLICAÇÃO DE DECISÃO Nº 171 / 2018

ACÓRDÃOS

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 281-77. 2016.6.11.0034 CLASSE 6 PLANALTO DA SERRA MATO
GROSSO
Relator: Ministro Luís Roberto Barroso
Agravantes: Angelina Benedita Pereira e outro
Advogada: Débora Simone Santos Rocha Faria OAB: 4198/MT
Agravados: Coligação Retomada do Crescimento e outro
Advogados: Plínio José de Siqueira Neto OAB: 10405/MT e outro

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Ementa:
DIREITO ELEITORAL. RECURSO ESPECIAL COM AGRAVO. ELEIÇÕES 2016. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL.
PREFEITA ELEITA. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO E ABUSO DO PODER POLÍTICO E ECONÔMICO.
1. Agravo interposto contra decisão de inadmissão de recurso especial eleitoral, impugnando acórdão que determinou a
cassação da Prefeita de Planalto da Serra/MT, por captação ilícita de sufrágio e abuso de poder político e econômico.
2. As decisões das instâncias ordinárias caracterizaram as transgressões eleitorais, em razão de provas de captação ilícita de
200 (duzentos) votos e de uso da máquina administrativa para distribuição gratuita de bens por programas não executados em
exercícios anteriores.
3. As teses de nulidade suscitadas foram rejeitadas pelo acórdão recorrido por não haver prejuízo que justificasse a decretação
de nulidade dos atos, uma vez que: (i) as partes anuíram com a apresentação oral de alegações finais; (ii) a impossibilidade de
acesso às gravações de uma audiência foi verificada em momento posterior ao julgamento e não impediu a defesa de
apresentar suas razões de recurso; e (iii) as demais provas dos autos eram suficientes para a caracterização das transgressões
eleitorais.
4. A modificação das conclusões do acórdão recorrido, seja para alterar a caracterização de captação ilícita de sufrágio e de
abuso do poder político e econômico, seja para reconhecer a existência de prejuízo à defesa, demandaria o reexame do
conjunto fático-probatório, o que é vedado pela Súmula nº 24/TSE.
5. Além disso, o dissídio jurisprudencial não foi demonstrado, diante da não realização do cotejo analítico entre o acórdão
recorrido e os paradigmas indicados. Incidência da Súmula nº 28/TSE.
6. As providências para a realização de novas eleições para os cargos de prefeito e vice-prefeito no Município de Planalto da
Serra/MT, caso ainda não convocadas, devem ser adotadas pelo Tribunal Regional Eleitoral e pelo Juízo Eleitoral local a partir da
publicação deste acórdão, independentemente do trânsito em julgado, nos termos da orientação fixada na ADI nº 5525, sob
minha relatoria, e no ED-REspe nº 13.925/RS, Rel. Min. Henrique Neves, j. em 28.11.2016.
7. Agravo a que se nega provimento. Agravo interno prejudicado.

Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em julgar prejudicado o agravo regimental interposto
contra a decisão por meio da qual foi indeferido o pedido de concessão de efeito suspensivo ao recurso especial e negar
provimento ao agravo, determinar a convocação imediata de novas eleições diretas para os cargos de prefeito e vice-prefeito
do Município de Planalto da Serra/MT, a partir da publicação do acórdão, nos termos do voto do relator.
Brasília, 29 de maio de 2018.
Composição: Ministros Luiz Fux (presidente), Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi,
Admar Gonzaga e Tarcisio Vieira de Carvalho Neto.
Vice-Procurador-Geral Eleitoral: Humberto Jacques de Medeiros.

Resolução

PUBLICAÇÃO DE DECISÃO Nº 170/2018

RESOLUÇÃO Nº 23.571
INSTRUÇÃO Nº 3 (750-72.1995.6.00.0000) CLASSE 12 BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL
Relator: Ministro Admar Gonzaga
Interessado: Tribunal Superior Eleitoral
Ementa:
Disciplina a criação, organização, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos.
O TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, no uso de suas competências e tendo em vista o disposto no art. 61 da Lei nº 9.096, de 19
de setembro de 1995, RESOLVE:
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, não se equipara às entidades paraestatais e destina-se a assegurar,
no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos

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na Constituição Federal (Lei nº 9.096/1995, art. 1º, parágrafo único).


Art. 2º É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas respeitem a soberania nacional, o
regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana, observadas as normas desta resolução
(Lei nº 9.096/1995, art. 2º).
Art. 3º É assegurada ao partido político autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento (Lei nº
9.096/1995, art. 3º).
Art. 4º Os filiados de um partido político têm iguais direitos e deveres (Lei nº 9.096/1995, art. 4º).
Art. 5º A ação do partido tem caráter nacional e é exercida de acordo com seu estatuto e programa, sem subordinação a
entidades ou governos estrangeiros (Lei nº 9.096/1995, art. 5º).
Art. 6º É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de organização da mesma natureza e
adotar uniforme para seus membros (Lei nº 9.096/1995, art. 6º).
TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO E DO FUNCIONAMENTO DOS PARTIDOS POLÍTICOS
CAPÍTULO I
DA CRIAÇÃO E DO REGISTRO DOS PARTIDOS POLÍTICOS
Seção I
Da Criação
Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registrará seu estatuto no Tribunal Superior
Eleitoral (Lei nº 9.096/1995, art. 7º, caput).
§ 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional, considerando-se como tal aquele que
comprove, no período de dois anos, o apoiamento de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos,
0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os
votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento)
do eleitorado que haja votado em cada um deles (Lei nº 9.096/1995, art. 7º, § 1º).
§ 2º O apoiamento mínimo de que trata o § 1º deste artigo é calculado de acordo com os votos dados na última eleição geral
para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, de acordo com os registros da Justiça Eleitoral
constantes no último dia previsto para a diplomação dos candidatos eleitos no respectivo pleito.
§ 3º O prazo de dois anos para comprovação do apoiamento de que trata o § 1º deste artigo é contado a partir da data da
aquisição da personalidade jurídica do partido político em formação, na forma prevista no art. 10 desta resolução.
Art. 8º Somente o partido político que tiver registrado o seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode participar do processo
eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão, nos termos da Lei (Lei nº 9.096/1995,
art. 7º, § 2º).
§ 1º Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral assegura a exclusividade da sua denominação,
sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão (Lei nº
9.096/1995, art. 7º, § 3º).
§ 2º Pode participar das eleições o partido que, até seis meses antes do pleito, tiver registrado seu estatuto no Tribunal Superior
Eleitoral, conforme o disposto em lei, e tiver, até a data da convenção, órgão de direção constituído na circunscrição, de acordo
com o respectivo estatuto e devidamente anotado (Lei nº 9.504/1997, art. 4º; Código Eleitoral, art. 90).
Art. 9º Os fundadores, em número nunca inferior a 101 (cento e um) eleitores no gozo de seus direitos políticos, com domicílio
eleitoral em, no mínimo, um terço dos estados, elaboram o programa e o estatuto do partido político em formação e elegem,
na forma do estatuto, os seus dirigentes nacionais provisórios, os quais se encarregam das providências necessárias para o
registro do estatuto perante o Cartório do Registro Civil competente e no Tribunal Superior Eleitoral (Lei nº 9.096/1995, art. 8º).
§ 1º Devem ser publicados no Diário Oficial da União o inteiro teor do programa e do estatuto aprovados na reunião de
fundadores do partido político.
§ 2º Antes da apresentação para anotação perante a Justiça Eleitoral, as alterações programáticas e estatutárias devem ser
publicadas no Diário Oficial da União e, em seguida, registradas no cartório civil.
Seção II
Do Registro Civil
Art. 10. O requerimento do registro de partido político em formação, dirigido ao cartório competente do Registro Civil das
Pessoas Jurídicas da Capital Federal, deve ser subscrito pelos seus fundadores, em número nunca inferior a 101 (cento e um),
com domicílio eleitoral em, no mínimo, um 1/3 (um terço dos estados), e acompanhado de (Lei nº 9.096/1995, art. 8º, incisos I
a III, §§ 1º e 2º):

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I cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido político;


II exemplares do Diário Oficial da União que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o estatuto; e
III relação de todos os fundadores com nome completo, naturalidade, número do título eleitoral com a zona, seção, município
e unidade da Federação, profissão e endereço da residência.
§ 1º O requerimento deve indicar o nome e a função dos dirigentes provisórios e o endereço da sede nacional do partido
político, que deverá ser sempre na Capital Federal (Res.-TSE nº 22.316/2006).
§ 2º Satisfeitas as exigências deste artigo, além dos requisitos estabelecidos na Lei de Registros Públicos, o Oficial do Registro
Civil efetua o registro no livro correspondente, expedindo certidão de inteiro teor.
§ 3º O partido político em formação, no prazo de até 100 (cem) dias contados da obtenção do seu registro civil, deve informar
ao Tribunal Superior Eleitoral a sua criação, apresentando:
I a respectiva certidão do Registro Civil de Pessoas Jurídicas;
II o seu número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ);
III cópia da ata de fundação e da relação dos fundadores, acompanhada do estatuto e do programa aprovados no momento
da fundação; e
IV o endereço, telefone e número de fac-símile de sua sede e de seus dirigentes nacionais provisórios.
§ 4º As informações prestadas ao Tribunal Superior Eleitoral nos termos do § 3º deste artigo não acarretam a autuação do
processo administrativo de que trata o art. 26 desta resolução, não são objeto de análise pela Justiça Eleitoral nesta fase e
podem ser divulgadas no sítio do Tribunal Superior Eleitoral para efeito de consulta dos interessados.
§ 5º Será dado acesso ao representante do partido em formação a um sistema específico, desenvolvido pela Justiça Eleitoral
para gerenciar o apoiamento mínimo de eleitores e submetê-lo para validação nos cartórios eleitorais.
Art. 11. O partido político em formação deve informar, por meio do sistema especifico, mencionado no § 5º do art. 10 desta
resolução, o nome das pessoas responsáveis pela apresentação das listas ou das fichas individuais do apoiamento mínimo de
eleitores perante os cartórios eleitorais.
Parágrafo único. A ausência da informação dos responsáveis no sistema inviabiliza o recebimento das listas ou fichas pelo
cartório eleitoral.
Art. 12. Adquirida a personalidade jurídica na forma do art. 10 desta resolução, o partido político em formação promove a
obtenção do apoiamento mínimo de eleitores a que se refere o § 1º do art. 7º desta resolução e realiza os atos necessários para
a constituição definitiva de seus órgãos e designação dos dirigentes, na forma do seu estatuto (Lei nº 9.096/1995, art. 8º, § 3º).
§ 1º O apoiamento mínimo deve ser comprovado no prazo de que trata o § 3º do art. 7º desta resolução, mediante a assinatura
de eleitor não filiado a partido político, em listas ou fichas individuais, de acordo com os modelos disponibilizados pela Justiça
Eleitoral, organizados pela agremiação em formação, as quais conterão:
I a denominação do partido político, sua sigla e o seu número de inscrição no CNPJ;
II declaração de que o(s) subscritor(es) não é(são) filiado(s) a partido político e apoia(m) a criação do partido político em
formação;
III o nome completo do eleitor que manifesta seu apoio à criação do partido político, indicando o número de seu título de
eleitor;
IV a data do apoio manifestado;
V a assinatura ou, no caso de eleitor analfabeto, a impressão digital do eleitor, de acordo com o cadastro na Justiça Eleitoral;
VI informação de que a assinatura da lista de apoio não caracteriza ato de filiação partidária; e
VII o nome e o número do título de eleitor de quem coletou a assinatura do apoiador, com declaração, devidamente assinada,
de quem pessoalmente a colheu, sob as penas da lei.
§ 2º O eleitor analfabeto manifesta seu apoio mediante aposição da impressão digital, devendo constar das listas ou das fichas
individuais a identificação pelo nome, número de inscrição, município, unidade da Federação e data de emissão do título
eleitoral (Res.-TSE nº 21.853/2004).
§ 3º A assinatura ou impressão digital aposta pelo eleitor nas listas ou fichas individuais de apoiamento a partido político em
formação não implica filiação partidária (Res.-TSE nº 21.853/2004).
Art. 13. O representante do partido em formação deve realizar o cadastro prévio dos dados dos eleitores que manifestaram
apoio à criação do novo partido, por meio do sistema específico, mencionado no § 5º do art. 10 desta resolução, encaminhando
as listas ou fichas individuais aos respectivos cartórios, acompanhadas do requerimento, gerado pelo sistema, devidamente
assinado por um dos responsáveis pelo apoiamento.
§ 1º Serão aceitos no momento do pré-cadastramento todos os dados informados pelo usuário do sistema.

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§ 2º O eleitor não filiado pode manifestar apoio à criação de mais de uma agremiação.
§ 3º A crítica ao apoio que não estiver de acordo com a norma vigente será efetuada no momento do envio do apoiamento à
Justiça Eleitoral, ocasião em que o sistema fará automaticamente a primeira verificação dos dados, possibilitando ao usuário
emitir relatório com os motivos da invalidação.
§ 4º Após a inserção dos dados dos apoiadores no sistema de que trata o § 5º do art. 10 desta resolução, será possível gerar um
relatório que indicará o respectivo juízo eleitoral para onde as listas ou fichas individuais de apoiamento devem ser
encaminhadas.
Art. 14. Preenchidos os dados do pré-cadastramento no sistema, os originais das listas ou das fichas deverão ser apresentados
nos respectivos cartórios eleitorais de inscrição dos apoiadores pelos responsáveis credenciados, acompanhados do
requerimento gerado pelo sistema, em duas vias, devidamente assinado pelo representante do partido em formação, a fim de
viabilizar a validação das assinaturas.
§ 1º O chefe de cartório ou servidor por ele designado deve dar imediato recibo na cópia do requerimento que acompanha as
listas ou fichas individuais, e terá quinze dias, após o prazo de impugnação, previsto no art. 15 desta resolução, para validar o
apoiamento apresentado (Lei nº 9.096/1995, art. 9º, § 2º, c.c. o art. 4º da Lei nº 10.842/2004).
§ 2º O prazo referido no parágrafo anterior pode ser prorrogado pelo juiz eleitoral, por igual período, quando houver motivo
que o justifique.
§ 3º A via original das listas ou fichas individuais deve permanecer sob a guarda do juízo eleitoral até o julgamento, pelo
Tribunal Superior Eleitoral, do pedido de registro do estatuto e do órgão de direção nacional do partido em formação, após o
que, se sua autenticidade não estiver sendo discutida judicialmente, pode ser devolvida aos interessados ou descartada.
§ 4º A verificação dos dados do eleitor, em especial sua assinatura, deve ser realizada mediante a comparação com os dados
que constam do cadastro biométrico, e, quando não for possível, por meio das folhas de votação utilizadas nos dois últimos
pleitos ou do comprovante de inscrição eleitoral.
§ 5º Não devem ser atestadas como válidas as assinaturas que:
I divirjam dos padrões constantes dos registros da Justiça Eleitoral;
II não tenham registros suficientes para a comparação; ou
III tenham sido obtidas antes do registro civil do partido em formação ou após o transcurso do prazo previsto no § 3º do art.
7º desta resolução.
§ 6º Em qualquer hipótese, a razão do não reconhecimento da assinatura deve ser informada ao partido político em formação,
ainda que de forma sucinta, por meio do sistema de que trata o § 5º do art. 10 desta resolução.
§ 7º É facultado ao interessado e aos partidos em formação comprovar a autenticidade da assinatura recusada pelo cartório
mediante o comparecimento pessoal do eleitor para ratificação de seu apoio e, se for o caso, atualização de seus dados.
§ 8º Os nomes dos eleitores a serem validados como apoiadores pelo chefe do cartório ou servidor por ele designado serão
disponibilizados para consulta no sistema de que trata o § 5º do art. 10 desta resolução e podem ser consultados no sítio do
Tribunal Superior Eleitoral, pela internet.
Art. 15. Os dados constantes nas listas ou nas fichas individuais devem ser publicados em cartório e no sítio do Tribunal Superior
Eleitoral no prazo de 3 (três) dias contados do seu recebimento e podem ser impugnados por qualquer interessado, em petição
fundamentada, no prazo de 5 (cinco) dias contados da publicação.
§ 1º A impugnação deve ser apresentada diretamente ao juízo eleitoral competente, relatando fatos devidamente
comprovados.
§ 2º Conhecida a impugnação, o juiz determinará a notificação do responsável indicado pelo partido político em formação e, se
for o caso, de quem mais estiver indicado na impugnação para que, no prazo de 5 (cinco) dias, apresente(m) defesa, com as
provas que entender(em) cabíveis.
§ 3º Apresentada ou não defesa, o juiz eleitoral, após ouvir o Ministério Público Eleitoral, decidirá o incidente em até 3 (três)
dias.
§ 4º Julgada procedente a impugnação, o juiz determinará a exclusão do nome do eleitor da respectiva lista de apoiamento.
§ 5º Havendo indícios da prática de crime relativo à documentação apresentada para apoiamento, os documentos devem ser
remetidos ao Ministério Público Eleitoral para as providências cabíveis, independentemente do oferecimento de impugnação.
Art. 16. As certidões comprobatórias do apoiamento mínimo podem ser obtidas diretamente no sítio do Tribunal Superior
Eleitoral na internet.
Art. 17. O eleitor cujo apoiamento tenha sido registrado no sistema de que trata o § 5º do art. 10 desta resolução pode,
mediante requerimento justificado e endereçado ao juízo competente, requerer a exclusão de seu nome.
§ 1º Recebido o pedido de exclusão de apoio e verificada a autenticidade da representação do eleitor, o Juiz Eleitoral deve
determinar liminarmente a retirada do nome do requerente da lista de apoiamento à criação do partido político em formação,

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sem prejuízo da comunicação prevista no § 5º do art. 15 desta resolução.


§ 2º A exclusão do nome do eleitor somente é admitida até o encerramento da fase de instrução do processo de registro do
estatuto e do órgão de direção nacional do partido em formação pelo Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Havendo indícios de ilicitude, os pedidos formulados após a fase prevista no § 2º deste artigo podem ser encaminhados ao
Ministério Público Eleitoral, sem prejuízo de o eleitor requerer judicialmente o que for cabível.
Art. 18. Obtido o apoiamento mínimo de eleitores na unidade da Federação, o partido político em formação deve constituir,
definitivamente, na forma do seu estatuto, órgãos de direção estaduais e municipais, designando os seus dirigentes,
organizados em, no mínimo, 1/3 (um terço) dos estados, e constituirá, também definitivamente, o seu órgão de direção
nacional (Lei nº 9.096/1995, art. 8º, § 3º).
Art. 19. Os partidos em formação têm o direito de obter, no respectivo cartório eleitoral, a lista de eleitores com informações
sobre o nome, o número do título e a eventual filiação a partido político, vedada a divulgação de outros dados (Res.-TSE nº
21.966, de 2004).
Parágrafo único. O requerimento para obtenção dos dados mencionados no caput deve ser subscrito pelo presidente nacional
do partido em formação ou por responsáveis pela apresentação das listas ou das fichas, devidamente cadastrados no sistema,
nos termos do art. 11 desta resolução.
Seção IV
Do Registro dos Órgãos Partidários nos Tribunais Regionais Eleitorais
Art. 20. Feita a constituição definitiva e a designação dos órgãos de direção estadual e, se houver, municipal, o presidente
nacional ou o presidente estadual do partido político em formação deve solicitar o seu registro no respectivo Tribunal Regional
Eleitoral, por meio de requerimento acompanhado de:
I exemplar autenticado do inteiro teor do programa e do estatuto partidários, inscritos no registro civil;
II certidão do Cartório do Registro Civil das Pessoas Jurídicas a que se refere o § 2º do art. 10 desta resolução;
III cópia da(s) ata(s) de escolha e designação, na forma do respectivo estatuto, dos dirigentes dos órgãos partidários estaduais
e, se houver, municipais, com a indicação do respectivo nome, endereço, número de telefone e de fac-símile e e-mail.
Parágrafo único. As certidões comprobatórias do apoiamento mínimo devem ser extraídas diretamente do sistema de que trata
o § 5º do art. 10 desta resolução e juntadas aos autos pelo respectivo Tribunal Regional Eleitoral, sendo dispensada a sua
apresentação pelo partido em formação.
Art. 21. O pedido de registro, após o protocolo, deve ser autuado e distribuído, na classe própria, a um relator, no prazo de até
48 (quarenta e oito) horas, devendo a secretaria do tribunal publicar, imediatamente, no Diário da Justiça Eletrônico, edital para
ciência dos interessados.
Art. 22. Cabe a qualquer interessado impugnar, no prazo de 5 (cinco) dias contados da publicação do edital, em petição
fundamentada, o pedido de registro.
§ 1º A impugnação deve ser formulada em petição fundamentada dirigida ao relator, com a clara identificação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos do pedido.
§ 2º Na impugnação, o impugnante deve juntar desde logo a prova documental pertinente e, se for o caso, requerer,
justificadamente, outras provas, inclusive documentos em poder de terceiros ou de repartições públicas.
Art. 23. Oferecida impugnação, o relator deverá determinar a intimação do requerente do registro para apresentação de
defesa, no prazo de 7 (sete) dias.
Parágrafo único. Na defesa, o partido em formação deve juntar desde logo a prova documental pertinente e, se for o caso,
requerer, justificadamente, outras provas, inclusive documentos em poder de terceiros ou de repartições públicas.
Art. 24. Oferecida a resposta ou findo o respectivo prazo, o relator decidirá sobre a pertinência das provas requeridas pelas
partes, determinando a realização daquelas que contribuírem para a decisão da causa e indeferindo as inúteis ou meramente
protelatórias.
Parágrafo único. Da juntada de qualquer documento, deve ser dada vista a outra parte para manifestação no prazo de 3 (três)
dias.
Art. 25. Não havendo impugnação ou finda a instrução do feito, o relator deve ouvir o Ministério Público Eleitoral no prazo de
10 (dez) dias e determinar, em igual prazo, as diligências para sanar eventuais falhas do processo.
§ 1º Ouvido o Ministério Público, os autos serão conclusos ao relator, que os apresentará para julgamento perante o plenário
do tribunal, no prazo de até 30 (trinta) dias.
§ 2º Na sessão de julgamento, após o relatório, as partes, inclusive o Procurador Regional Eleitoral, podem sustentar oralmente
suas razões, no prazo improrrogável de 20 (vinte) minutos cada um.
Seção V

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Do Registro do Estatuto e do Órgão de Direção Nacional no Tribunal Superior Eleitoral


Art. 26. Registrados os órgãos de direção estadual em, pelo menos, 1/3 (um terço) dos estados, o presidente nacional do
partido político em formação deve solicitar o registro do estatuto e do respectivo órgão de direção nacional no Tribunal
Superior Eleitoral, por meio de requerimento acompanhado de:
I cópia da ata da reunião de fundação do partido político autenticada por tabelião de notas;
II exemplar autenticado do inteiro teor do programa e do estatuto partidários, inscritos no cartório competente do Registro
Civil das Pessoas Jurídicas da Capital Federal;
III relação de todos os fundadores com o nome completo, naturalidade, número do título eleitoral com a zona, seção,
município e unidade da Federação, profissão e endereço da residência;
IV certidão do Cartório do Registro Civil das Pessoas Jurídicas a que se refere o § 2º do art. 9º desta resolução; e
V cópia da ata da reunião que comprova a constituição definitiva do órgão de direção nacional, com a designação de seus
dirigentes, autenticada por tabelião de notas.
§ 1º As certidões comprobatórias do apoiamento mínimo e do deferimento do registro do órgão de direção nos respectivos
estados devem ser extraídas diretamente do sistema de que trata o § 5º do art. 10 desta resolução e juntadas aos autos pelo
Tribunal Superior Eleitoral, sendo dispensada a sua apresentação pelo partido em formação.
§ 2º O partido político em formação deve indicar, no pedido de registro, o nome, a sigla e o número da legenda pretendidos.
§ 3º É vedada a utilização do número da agremiação juntamente com a sigla partidária.
§ 4º O número da legenda deverá ser escolhido entre o 10 (dez) e o 90 (noventa).
§ 5º A preferência para a utilização de determinado número pelo partido em formação é verificada pela ordem cronológica dos
pedidos de registro de partidos políticos protocolizados perante o Tribunal Superior Eleitoral, observando-se que:
I é assegurada a exclusividade do número da legenda após o deferimento do registro do estatuto do partido no Tribunal
Superior Eleitoral;
II indeferido o pedido de registro, a preferência de uso do número é transferida em ordem cronológica, se for o caso, para o
próximo pedido de registro que o pretenda utilizar ou, não havendo, pode ser requerida por qualquer interessado.
Art. 27. Protocolizado o pedido de registro, será ele autuado e distribuído a um relator no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,
devendo a secretaria do tribunal publicar, imediatamente, no Diário da Justiça Eletrônico, edital para ciência dos interessados
(Lei nº 9.096/1995, art. 9º, § 3º).
Art. 28. Cabe a qualquer interessado impugnar, no prazo de 5 (cinco) dias contados da publicação do edital, em petição
fundamentada, o pedido de registro.
§ 1º A impugnação deve ser formulada em petição fundamentada dirigida ao relator, com a clara identificação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos do pedido.
§ 2º Na impugnação, o impugnante deve juntar desde logo a prova documental pertinente e, se for o caso, requerer,
justificadamente, outras provas, inclusive documentos em poder de terceiros ou de repartições públicas.
Art. 29. Oferecida impugnação, o relator deverá determinar a intimação do requerente do registro para apresentação de
defesa, no prazo de 7 (sete) dias.
Parágrafo único. Na defesa, o partido em formação deve juntar desde logo a prova documental pertinente e, se for o caso,
requerer, justificadamente, outras provas, inclusive documentos em poder de terceiros ou de repartições públicas.
Art. 30. Oferecida a resposta ou findo o respectivo prazo, o relator decidirá sobre a pertinência das provas requeridas pelas
partes, determinado a realização daquelas que contribuírem para a decisão da causa e indeferindo as inúteis ou meramente
protelatórias.
Parágrafo único. Da juntada de qualquer documento, deve ser dada vista à outra parte para manifestação no prazo de 3 (três)
dias.
Art. 31. Não havendo impugnação ou finda a instrução do feito, o relator deve ouvir o Ministério Público Eleitoral no prazo de
10 (dez) dias e determinar, em igual prazo, as diligências para sanar eventuais falhas do processo.
§ 1º Ouvido o Ministério Público, os autos são conclusos ao relator, que os apresentará para julgamento perante o plenário do
tribunal no prazo de até 30 (trinta) dias.
§ 2º Na sessão de julgamento, após o relatório, as partes, inclusive o Procurador-Geral Eleitoral, podem sustentar oralmente
suas razões, no prazo improrrogável de 20 (vinte) minutos cada um.
Art. 32. Deferido ou não o registro do estatuto e do órgão de direção nacional, o tribunal deve fazer imediata comunicação do
resultado aos tribunais regionais eleitorais, e estes, da mesma forma, aos juízos eleitorais.
Art. 33. Indeferido o pedido de registro pelo Tribunal Superior Eleitoral, os interessados podem requerer o desentranhamento

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dos documentos juntados nos autos para posterior utilização, se for o caso, em novo pedido.
Parágrafo único. Salvo deliberação em contrário do Plenário do Tribunal Superior Eleitoral, o novo pedido de registro do
estatuto e do órgão de direção nacional do partido político que tenha sido anteriormente indeferido somente pode ser
requerido em autos próprios, com a observância do prazo previsto no § 3º do art. 7º desta resolução e de todos os requisitos
necessários.
Art. 34. Ficam automaticamente sem efeito, independentemente de decisão de qualquer órgão da Justiça Eleitoral, os registros
dos órgãos de direção municipais e estaduais se indeferido o pedido de registro do estatuto e do órgão de direção nacional.
CAPÍTULO II
DA ANOTAÇÃO DOS ÓRGÃOS DIRETIVOS PARTIDÁRIOS
E DOS DELEGADOS
Seção I
Da Anotação dos Órgãos Partidários nos Tribunais Regionais Eleitorais
Art. 35. O órgão de direção nacional ou estadual deve comunicar ao respectivo tribunal eleitoral, no prazo de 30 (trinta) dias
contados da deliberação, por meio de sistema específico da Justiça Eleitoral, a constituição de seus órgãos de direção partidária
estadual e municipais, seu início e fim de vigência, os nomes, números de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e do
título de eleitor dos respectivos integrantes, bem como as alterações que forem promovidas, para anotação (Res.-TSE nº
23.093/2009).
§ 1º A data de início da vigência do novo órgão partidário não pode ser anterior à data de deliberação.
§ 2º Devem ser informados, além dos dados exigidos no caput, os números de telefone, fac-símile, endereço residencial e e-
mail atualizados dos membros da comissão provisória, comissão executiva ou órgão equivalente (Res.-TSE nº 23.093/2009).
§ 3º Apenas no Distrito Federal é autorizada a anotação de órgãos de direção zonais, que corresponderão aos órgãos de direção
municipais para fins de aplicação das normas estabelecidas nesta resolução (Lei nº 9.096/1995, art. 54, c. c. o art. 1º da Lei nº
9.259/1996).
§ 4º Nos demais tribunais regionais eleitorais, as anotações restringem-se exclusivamente aos órgãos de direção estaduais e
municipais.
§ 5º Os pedidos de anotação referentes a órgão partidário estadual/regional cujo presidente tenha sido eleito pela primeira vez
ou para suceder a presidente de órgão diretivo não vigente devem ser encaminhados pelo responsável legal do partido em nível
nacional.
§ 6º Encaminhado o pedido de anotação à Justiça Eleitoral e não havendo necessidade de diligências, o Presidente do Tribunal
Regional Eleitoral determinará à unidade competente que proceda à validação dos dados no sistema especifico.
§ 7º O Presidente do Tribunal Regional Eleitoral poderá delegar aos servidores do setor competente o recebimento dos pedidos
de anotação e a imediata validação, se preenchidos os requisitos da legislação vigente.
§ 8º Os pedidos de anotação apresentados extemporaneamente devem ser acompanhados de justificativa, sob pena de
indeferimento.
§ 9º Na hipótese de erro no pedido de anotação, o procedimento será devolvido, por meio do sistema, para que o partido,
querendo, providencie a retificação.
§ 10. No prazo de 30 (trinta) dias da anotação a que se refere o caput, o partido político deve informar ao Tribunal Regional
Eleitoral os números de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) dos órgãos de direção estaduais e municipais
que houver constituído (SRF, IN nº 1.634/2016, art. 4º, § 7º), sob pena de suspensão da anotação, impedindo-se novas
anotações até a regularização.
§ 11. Compete ao Presidente do respectivo tribunal determinar a suspensão prevista no parágrafo anterior.
Art. 36. Ocorre a caducidade do órgão de direção partidária sempre que se der o encerramento dos mandatos de seus
dirigentes e não houver pedido de anotação destes para o período subsequente.
Parágrafo único. Os órgãos estaduais e municipais dos partidos políticos não podem receber recursos do Fundo Partidário ou do
Fundo Especial de Financiamento de Campanha até que a situação de sua direção esteja regularizada.
Art. 37. A Justiça Eleitoral deve comunicar, por meio de sistema específico, aos órgãos nacional, estaduais e municipais do
respectivo partido político a caducidade das anotações de seus órgãos diretivos para que a situação seja regularizada.
Art. 38. Em caso de intervenção ou dissolução dos órgãos partidários pelas instâncias hierarquicamente superiores nas
hipóteses previstas nos estatutos do partido político, o órgão interventor deve comunicar ao Tribunal Regional Eleitoral
competente, por meio de sistema específico da Justiça Eleitoral, a relação dos nomes das pessoas designadas para compor o
órgão ou a comissão provisória e o prazo designado para a constituição do novo órgão definitivo do partido político.
Art. 39. As anotações relativas aos órgãos provisórios têm validade de 180 (cento e oitenta) dias, salvo se o estatuto partidário

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estabelecer prazo inferior diverso.


§ 1º Em situações excepcionais e devidamente justificadas, o partido político pode requerer ao Presidente do Tribunal Eleitoral
competente a prorrogação do prazo de validade previsto neste artigo, pelo período necessário à realização da convenção para
escolha dos novos dirigentes.
§ 2º A critério do relator, o membro do Ministério Público Eleitoral oficiante perante o órgão judicial será ouvido a respeito do
pedido, no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 3º A prorrogação do prazo de validade dos órgãos provisórios não desobriga o partido de adotar, com a urgência necessária,
as medidas cabíveis para a observância do regime democrático a que está obrigado nos termos dos arts. 1º, 2º e 48, parágrafo
único, desta resolução.
Art. 40. Anotada a composição de órgão de direção municipal e eventuais alterações, os dados devem ficar disponíveis para
consulta pela intranet da Justiça Eleitoral e no sítio do Tribunal Superior Eleitoral na internet, considerando-se efetivada a
comunicação aos juízes eleitorais, independentemente de qualquer outro expediente ou aviso.
Art. 41. Os órgãos de direção estaduais e municipais devem manter atualizados perante a Justiça Eleitoral os seus dados de
endereço, telefone, fac-símile e e-mail, bem como os de seus dirigentes.
§ 1º À exceção dos dados dos dirigentes partidários, que devem ser anotados exclusivamente pela secretaria judiciária do
respectivo Tribunal Regional Eleitoral, as demais informações mencionadas no caput, quando referentes aos órgãos municipais,
podem ser anotadas também perante o Juízo Eleitoral do município.
§ 2º A sede estadual dos partidos políticos deve estar sempre localizada na capital do respectivo estado.
§ 3º A sede municipal dos partidos políticos deve estar sempre localizada no respectivo município.
Art. 42. Será suspenso o registro ou a anotação do órgão de direção estadual ou municipal que tiver suas contas partidárias
julgadas como não prestadas, devendo o órgão ser inativado e novas anotações indeferidas até que seja regularizada a situação.
Parágrafo único. A desaprovação das contas partidárias apresentadas à Justiça Eleitoral não enseja a suspensão de que trata
este artigo (Lei nº 9.096/1995, art. 32, § 5º).
Seção II
Da Anotação dos Órgãos Partidários no Tribunal Superior Eleitoral
Art. 43. O órgão de direção nacional deve comunicar ao Tribunal Superior Eleitoral, no prazo de 30 (trinta) dias da deliberação,
por meio de sistema específico da Justiça Eleitoral, a constituição de seu órgão de direção, o início e o fim de sua vigência, os
nomes, números de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e do título de eleitor dos respectivos integrantes, bem como
as alterações que forem promovidas, para anotação (Res.-TSE nº 23.093/2009).
§ 1º A data do início de vigência do novo órgão partidário não pode ser anterior à data de deliberação.
§ 2º Devem ser informados, além dos dados exigidos no caput, os números de telefone, fac-símile, e-mail e endereço
residencial atualizado dos membros da comissão executiva ou órgão equivalente (Res.-TSE nº 23.093/2009).
§ 3º Encaminhado o pedido de anotação à Justiça Eleitoral e não havendo necessidade de diligências, o Presidente do Tribunal
Superior Eleitoral determinará à unidade competente que proceda à validação dos dados no sistema especifico.
§ 4º O Presidente do Tribunal Superior Eleitoral poderá delegar aos servidores do setor competente o recebimento dos pedidos
de anotação e a imediata validação no sistema se preenchidos os requisitos da legislação vigente.
§ 5º O pedido de anotação apresentado extemporaneamente deve ser acompanhado de justificativa, sob pena de
indeferimento.
Art. 44. Aplicam-se aos órgãos nacionais dos partidos políticos, no que couber, as disposições previstas no art. 36 desta
resolução.
Art. 45. O órgão de direção nacional deve manter atualizados perante a Justiça Eleitoral os seus dados de endereço, telefone,
fac-símile e e-mail, bem como os de seus dirigentes.
Parágrafo único. Os dados a que se refere o caput deste artigo são anotados pela Secretaria Judiciária do Tribunal Superior
Eleitoral.
Seção III
Dos Delegados
Art. 46. O partido político com registro no Tribunal Superior Eleitoral pode credenciar, respectivamente (Lei nº 9.096/1995, art.
11, caput, I a III):
I três delegados perante o Juízo Eleitoral;
II quatro delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral;
III cinco delegados perante o Tribunal Superior Eleitoral.

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§ 1º Os delegados são credenciados no órgão competente da Justiça Eleitoral, a requerimento do presidente do respectivo
órgão de direção partidária.
§ 2º Quando o município abarcar mais de uma zona eleitoral, o Tribunal Regional Eleitoral deve designar uma delas para o
credenciamento dos delegados; quando uma zona eleitoral abranger mais de um município, o credenciamento deve ser
realizado no juízo separadamente, por município.
§ 3º Apresentado o pedido de anotação de credenciamento ou de descredenciamento de delegado, que deve conter os nomes,
endereços, números do título de eleitor e telefone dos delegados e, se houver, o número de inscrição na Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB), o Presidente do Tribunal ou o Juiz Eleitoral determina, conforme o caso, à unidade competente do Tribunal ou
ao cartório eleitoral que proceda à anotação.
§ 4º O Presidente do Tribunal ou o Juiz Eleitoral poderá delegar aos servidores do setor competente o recebimento dos pedidos
de anotação e a imediata validação se preenchidos os requisitos da legislação vigente.
§ 5º Os delegados credenciados pelo órgão de direção nacional representam o partido político perante quaisquer tribunais ou
juízes eleitorais; os credenciados pelos órgãos estaduais, somente perante o tribunal regional eleitoral e os juízes eleitorais do
respectivo estado, do Distrito Federal ou território federal; e os credenciados pelo órgão municipal, perante o juiz eleitoral do
respectivo município (Lei nº 9.096/1995, art. 11, parágrafo único).
CAPÍTULO III
DO PROGRAMA E DO ESTATUTO
Art. 47. Observadas as disposições constitucionais e legais, o partido é livre para fixar, em seu programa, seus objetivos políticos
e para estabelecer, em seu estatuto, a sua estrutura interna, organização e funcionamento (CF, art. 17, caput; Lei nº
9.096/1995, art. 14).
Art. 48. O estatuto do partido político deve prever, entre outras, normas sobre (Lei nº 9.096/1995, art. 15, I a IX):
I nome, denominação abreviada e estabelecimento da sede na Capital Federal;
II filiação e desligamento de seus membros;
III direitos e deveres dos filiados;
IV formas de organização e administração, com a definição de sua estrutura geral e identificação, composição e competência
dos órgãos partidários nos níveis municipal, estadual e nacional, duração dos mandatos e processo de eleição dos seus
membros;
V fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das infrações e aplicação das penalidades, assegurado amplo
direito de defesa;
VI condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas;
VII finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas que os habilitem a apurar as quantias que os seus candidatos
possam despender com a própria eleição, que fixem os limites das contribuições dos filiados e definam as diversas fontes de
receita do partido político, além daquelas previstas nesta resolução;
VIII critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível municipal, estadual e nacional que
compõem o partido político;
IX procedimento de reforma do programa e do estatuto partidários.
Parágrafo único. Os estatutos dos partidos políticos não podem conter disposições que afrontem a legislação vigente, os
direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição da República ou que atentem contra a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana, e devem observar os seguintes preceitos (CF,
art. 17):
I caráter nacional;
II proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
III prestação de contas à Justiça Eleitoral; e
IV funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
Art. 49. As alterações programáticas ou estatutárias, depois de registradas no ofício civil competente, devem ser encaminhadas
ao Tribunal Superior Eleitoral, e tal pedido será juntado aos respectivos autos do processo de registro do partido político, ou, se
for o caso, aos da petição que deferiu o registro do estatuto partidário adaptado à Lei nº 9.096/95, obedecido, no que couber, o
procedimento previsto nos arts. 26 a 31 desta resolução, acompanhado de:
I exemplar autenticado do inteiro teor do novo programa ou novo estatuto partidário inscrito no cartório competente do
Registro Civil das Pessoas Jurídicas da Capital Federal;
II certidão do Cartório do Registro Civil das Pessoas Jurídicas a que se refere o § 2º do art. 10 desta resolução; e

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III cópia da ata da reunião que deliberou pelas alterações do programa ou do estatuto do partido autenticada por tabelião de
notas.
Parágrafo único. O inteiro teor do estatuto alterado, após deferido o pedido de anotação, deve ficar disponível para consulta no
sítio do Tribunal Superior Eleitoral, considerando-se efetivada a comunicação aos tribunais regionais eleitorais e aos juízes
eleitorais, independentemente de qualquer outro expediente ou aviso.
CAPÍTULO IV
DA FUSÃO, INCORPORAÇÃO E EXTINÇÃO DOS PARTIDOS POLÍTICOS
Art. 50. Fica cancelado, junto ao ofício civil e ao Tribunal Superior Eleitoral, o registro do partido político que, na forma de seu
estatuto, se dissolva, se incorpore ou venha a se fundir a outro (Lei nº 9.096/1995, art. 27).
Art. 51. O Tribunal Superior Eleitoral, após o trânsito em julgado da decisão, determina o cancelamento do registro civil e do
estatuto do partido político contra o qual fique provado (Lei nº 9.096/1995, art. 28, I a IV):
I ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira;
II estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros;
III não ter prestado, nos termos da legislação em vigor, as devidas contas à Justiça Eleitoral; ou
IV manter organização paramilitar.
§ 1º A decisão judicial a que se refere este artigo deve ser precedida de processo regular, que assegure ampla defesa (Lei nº
9.096/1995, art. 28, § 1º).
§ 2º O processo de cancelamento é iniciado pelo tribunal à vista de denúncia de qualquer eleitor, de representante de partido
político, ou de representação do Procurador-Geral Eleitoral (Lei nº 9.096/1995, art. 28, § 2º).
§ 3º Apresentada a denúncia, o feito deve ser autuado na classe Cancelamento de Registro de Partido Político (CRPP),
distribuído livremente a um relator, que, verificando as condições de conhecimento, determina a citação do partido político
para oferecer defesa no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 4º O processo que visa à extinção do partido político segue o rito e os prazos previstos nos arts. 3º e seguintes da Lei
Complementar nº 64/1990.
Art. 52. Por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, dois ou mais partidos políticos podem fundir-se num só ou
incorporar-se um ao outro (Lei nº 9.096/1995, art. 29, caput).
§ 1º No caso de fusão, observam-se as seguintes normas (Lei nº 9.096/1995, art. 29, § 1º, I e II):
I os órgãos de direção dos partidos políticos elaboram projetos comuns de estatuto e programa;
II os órgãos nacionais de deliberação dos partidos políticos em processo de fusão votam em reunião conjunta, por maioria
absoluta, os projetos e elegem o órgão de direção nacional que promoverá o registro do novo partido político;
III deferido o registro do novo partido político, devem ser cancelados, de ofício, os registros dos órgãos de direção estaduais e
municipais dos partidos políticos extintos.
§ 2º No caso de incorporação, observada a lei civil, cabe ao partido político incorporando deliberar, por maioria absoluta de
votos, em seu órgão de direção nacional, sobre a adoção do estatuto e do programa de outra agremiação partidária (Lei nº
9.096/1995, art. 29, § 2º).
§ 3º Adotados o estatuto e o programa do partido político incorporador, realiza-se, em reunião conjunta dos órgãos nacionais
de deliberação, a eleição do novo órgão de direção nacional (Lei nº 9.096/1995, art. 29, § 3º).
§ 4º O novo órgão de direção nacional providencia a realização de reuniões municipais e estaduais conjuntas, que constituirão
os novos órgãos municipais e estaduais.
§ 5º Nos estados e municípios em que apenas um dos partidos políticos possuía órgão estadual ou municipal, o novo órgão
nacional ou estadual pode requerer ao Tribunal Regional Eleitoral que seja anotada a alteração decorrente da incorporação.
§ 6º Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido político tem início com o registro, no ofício civil competente da
Capital Federal, do estatuto e do programa, cujo requerimento deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos
competentes (Lei nº 9.096/1995, art. 29, § 4º).
§ 7º No caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao ofício civil competente, que deve, então, cancelar o
registro do partido político incorporado a outro (Lei nº 9.096/1995, art. 29, § 6º).
§ 8º O novo estatuto, no caso de fusão, ou instrumento de incorporação deve ser levado a registro e averbado,
respectivamente, no ofício civil e no Tribunal Superior Eleitoral, obedecido, no que couber, o procedimento previsto nos arts. 26
a 33 desta resolução (Lei nº 9.096/1995, art. 29, § 7º).
Art. 53. Somente é admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que tenham obtido o registro definitivo do Tribunal
Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos (Lei nº 9.096/1995, art. 29, § 9º).

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Art. 54. O Tribunal Superior Eleitoral fará imediata comunicação do trânsito em julgado da decisão que determinar o registro,
cancelamento de registro, incorporação e fusão de partido político, bem como alteração de denominação e sigla partidárias à
Câmara dos Deputados, ao Senado Federal, ao cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas e aos tribunais
regionais eleitorais, e estes, da mesma forma, aos juízos eleitorais.
§ 1º Transitada em julgado a decisão de que trata o caput deste artigo, as agremiações partidárias extintas, incorporadas ou
fundidas devem, no prazo de 30 (trinta) dias, apresentar no Tribunal Superior Eleitoral comprovação do pedido de
cancelamento de contas bancárias e, no prazo de 90 (noventa) dias, a prova do cancelamento da inscrição no Cadastro Nacional
da Pessoa Jurídica (CNPJ) na Secretaria da Receita Federal.
§ 2º O não cumprimento do disposto no parágrafo anterior pode ensejar a desaprovação das contas dos partidos políticos
extintos ou originários da fusão ou incorporação.
§ 3º Em caso de cancelamento ou caducidade do órgão de direção nacional do partido, reverte ao Fundo Partidário a quota que
àquele caberia (Lei nº 9.096/1995, art. 42).
§ 4º A caducidade prevista no § 3º deste artigo configura-se com o encerramento do mandato dos dirigentes do órgão nacional
de direção partidária sem que haja pedido de anotação dos dirigentes para o período subsequente.
TÍTULO III
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 55. Os partidos políticos devem encaminhar ao Tribunal Superior Eleitoral, para anotação, o nome da fundação de
pesquisa, doutrinação e educação política de que trata o inciso IV do art. 44 da Lei nº 9.096/1995, a indicação do seu
representante legal, número de inscrição no CNPJ, endereço da sede, telefone, fac-símile e e-mail.
Art. 56. Para fins de aplicação das normas estabelecidas nesta resolução, consideram-se como equivalentes a estados e
municípios o Distrito Federal e os territórios e suas respectivas divisões político-administrativas (Lei nº 9.096/1995, art. 54).
Art. 57. As disposições procedimentais previstas nesta resolução aplicam-se aos processos de registro de estatuto e de órgão de
direção nacional de partido político que ainda não tenham sido julgados, cabendo ao respectivo relator decidir sobre a
adequação do feito, sem que sejam anulados ou prejudicados os atos já realizados.
Art. 58. O prazo de dois anos para comprovação do apoiamento de eleitores de que trata o § 1º do art. 7º desta resolução não
se aplica aos pedidos protocolizados no Tribunal Superior Eleitoral antes de 30 de setembro de 2015 (Lei nº 13.165/2015, art.
13).
Art. 59. O sistema de que trata o § 5º do art. 10 desta resolução, assim como os demais que se fizerem necessários, serão
desenvolvidos e mantidos pela Secretaria de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral.
Parágrafo único. A Secretaria de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral, como coordenadora, poderá manter
parcerias, convênios ou projetos comuns com os órgãos técnicos dos tribunais regionais eleitorais para o desenvolvimento e a
manutenção dos sistemas informatizados previstos nesta resolução.
Art. 60. Os pedidos de registro de estatuto e de órgão de direção nacional devem ser encaminhados ao Tribunal Superior
Eleitoral via Processo Judicial Eletrônico (PJe), conforme dispõe a Portaria-TSE nº 1.143, de 17 de novembro de 2016.
Art. 61. As certidões de apoiamento obtidas antes da entrada em funcionamento do sistema mencionado no § 5º do art. 10
desta resolução devem ser encaminhadas, na via original, ao relator do pedido registro do órgão de direção estadual no
respectivo Tribunal Regional Eleitoral, para que decida sobre sua admissibilidade.
Art. 62 As certidões de apoiamento obtidas em estados em que o partido não pretenda registrar órgão de direção estadual, nos
termos do art. 20 desta resolução, devem ser submetidas ao respectivo Tribunal Regional Eleitoral para contagem do número
do apoiamento e emissão de certidão consolidada.
Art. 63. Até 120 (cento e vinte) dias da publicação desta resolução, é facultado aos partidos em formação apresentarem as listas
ou fichas individuais do apoiamento sem o número do título de eleitor de quem coletou a assinatura do apoiador, conforme
determina o art. 12, § 1º, VII, desta resolução, após o que tal informação será obrigatória.
Art. 64. A regra prevista no art. 39 desta resolução somente entrará em vigor em 1º de janeiro de 2019.
Art. 65. Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogada a Res.-TSE nº 23.465, de 17 de dezembro de
2015, e demais disposições em contrário.
Brasília, 29 de maio de 2018.
MINISTRO ADMAR GONZAGA RELATOR
Composição: Ministros Luiz Fux (presidente), Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi,
Admar Gonzaga e Tarcisio Vieira de Carvalho Neto. Vice-Procurador-Geral Eleitoral: Humberto Jacques de Medeiros.

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Intimação

PUBLICAÇÃO DE INTIMAÇÃO Nº 106/ 2018

RECURSO EXTRAORDINÁRIO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 67-62.2016.6.06.0087-GRAÇA - CE


RELATOR(A): MINISTRA ROSA WEBER
RECORRENTES : AUGUSTO BRITO E OUTROS
ADVOGADOS : JOSÉ MARQUES JUNIOR OAB: 17257-CE E OUTROS
RECORRIDO : PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL (PROS) - MUNICIPAL
ADVOGADOS : FRANCISCO WILSON LINHARES PARENTE ALVES OAB: 31428-CE E OUTROS
PROTOCOLO : 3667/2018

Fica intimado o recorrido, por seus advogados para, querendo, no prazo de 3 (três) dias, apresentar contrarrazões ao Recurso
Extraordinário interposto nos autos do AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 67-62.2016.6.06.0087.

Documentos Eletrônicos Publicados pelo PJE

Intimação

Processo 0600502-51.2018.6.00.0000

PETIÇÃO (1338) - 0600502-51.2018.6.00.0000 - SIGILOSO RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX

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Ano 2018, Número 116 Brasília, quinta-feira, 14 de junho de 2018 Página 6 7

REQUERENTE: SIGILOSO

Advogados do(a) REQUERENTE: MICHELLE ALCANTARA DOS SANTOS - RJ134275, MICAELA DOMINGUEZ DUTRA - RJ121248,
MILENI BRITTO DE OLIVEIRA MOTTA GOMES - RJ145503, MARIANA KAIUCA AQUIM - RJ120590, MARIANA FLORENCIO DA
ROCHA LINS - AL5943, OSMIR PIRES COUTO JUNIOR - SP245238, MARGARETH MICHELS BILHALVA - RJ171623, PAULA JUNIE
NAGAI - SP218006, MARCOS VINICIO RODRIGUES LIMA - RJ051840, MARCO NERY FALBO - RJ215178, MARILIA ALVES
BRANDILEONE - SP101397, MARALICE MORAES COELHO - SP130722, MARCO AURELIO FERREIRA MARTINS - SP194793,
MANOEL PEREIRA DOS SANTOS NETO - SP314929, MAIRA SILVIA DUARTE PEIXOTO - SP82593, MARCO ANTONIO BAZHUNI -
RJ37062, LUIS GUSTAVO VINCENZI SILVEIRA - SP211252, LUCIANA CHAMUSCA FERREIRA GUERRA - BA19720, MARCIO LUIZ
GOMES NUNES - RJ112199, LIVIA CARNEIRO CARVALHO VASCONCELLOS - SP369827, KAROLINA PRAEIRO NELLI SIMOES -
SP299321, MARCIA REGINA DOS SANTOS - RJ125995, JULIA ZENUN JUNQUEIRA MIYAMURA - SP222318, MARCELO NEGRAO
DEBENEDITO SILVA - RJ115456, JOAO SAMPAIO MEIRELLES JUNIOR - SP99947, MARCELO JUNQUEIRA CALIXTO - RJ104575,
FERNANDO VIGNERON VILLACA - SP110136, MARCELO CARDOSO VALLE - RJ114528, FABIO RIBEIRO DA SILVA - SP196455, LUIZ
EDUARDO COELHO WEAVER - RJ30179, ERIKA GONCALVES DO SACRAMENTO ARAUJO - SP332438, EDUARDO RIBEIRO
BARBOSA - SP286982, LUIGI BRUNO DE LIMA AVALONE RAMALHO - RJ125916, LUDMILA MARIA PEREZ DE BARROS PEREIRA -
RJ129972, EDUARDO DE ARAUJO PEREIRA GOMES - SP210779, DANIELY APARECIDA DA CRUZ FOGACA - SP214283, DANIELLE
JANNUZZI MARTON PODDIS - SP186669, CLAUDIANA SOUZA DE SIQUEIRA MELO - SP299381, LUCIANO CLAUDIO LAGE
GUIMARAES MENDES - RJ134435, CAREM FARIAS NETTO MOTTA - SP208338, LUCAS COSTA RIBEIRO - RJ202565, CAMILA
CINTRA BACCARO MANSUTTI - SP246636, AUTA ALVES CARDOSO - SP83559, ANA CAROLINA NUNES ALBUQUERQUE -
SP300189, LIVIA DOS SANTOS SENA - RJ197996, JULIANO GEMELLI - PR41935, MURILO MOURA DE MELLO E SILVA - SP208577,
LIVIA DE AZEVEDO BRAVO MENEZES OLIVEIRA - RJ126691, MARTINHO ALVES DOS SANTOS JUNIOR - SP196587, DANILO IAK
DEDIM - SP279469, LEONARDO GARCIA BITES - RJ173049, LEONAN CALDERARO FILHO - RJ64823, DANIEL LANZILLOTTI PAIVA
DA CUNHA - SP376427, LEANDRO MACHADO DE CASTRO - RJ198786, CECILIA FRANCO SISTERNAS FIORENZO DO NASCIMENTO -
SP184531, LAURA GOMES MONTEIRO PINHEIRO - RJ202833, ALEX LENQUIST DA ROCHA - SP240758, JULIANA ASSIS SANTOS -
RJ148082, LUCAS MIGUEZ TORRES - BA27052, JUASSARA MARTINS PIMENTEL - RJ206402, VERA LUCIA SILVEIRA PEIXOTO -
SP100715, JOSE ROQUE JUNIOR - RJ58543, THIAGO SINIGOI SEABRA - SP208710, SILVIA ROXO BARJA FALCI - SP183959, JOSE
EDUARDO LAZARY TEIXEIRA - RJ69126, SERGIO DA SILVA FALECO - SP161314, JORGE TADEU DE CARVALHO AZIS - RJ056329,
LUIZ CELSO RODRIGUES MADUREIRA - SP233895, LUCIANA PAPAPHILIPPAKIS TORTORELLI - SP292927, JORGE MIGUEL E SILVA -
RJ020193, LILIANE AZEVEDO ALCANTARA SEABRA - SP320605, JOAO PAULO CURSINO PINTO DOS SANTOS - RJ139572, LILIAN
KILL DAMY CASTRO - SP190984, JOAO DE CAMPOS GOMES - RJ64984, JORGE EDMUNDO CARPEGIANI DA SILVA JUNIOR -
SP225730, JOAO CARLOS GONCALVES DA SILVEIRA - RJ067701, ISIS QUINTAS CONSOLE SIMOES - SP225716, JOANA CHEIBUB
FIGUEIREDO - RJ130769, GUSTAVO PERES SALA - SP156502, JHEIFER GOMES DA SILVA - SP335635, ERIKA QUINTAS RODRIGUES -
SP201925, JAYME FABBRI TOLEDO - RJ189825, ERICO DE ALMEIDA CONSOLE SIMOES - SP237511, DANIEL GONCALVES TEIXEIRA -
SP228560, IRAN CALVO STEFANI - RJ087037, DANIEL CHAGURI DE OLIVEIRA - SP190170, CHRISTIANNE RODRIGUES DE MATOS
LOPES - SP201552, INGRID PALMA SANTOS - RJ146122, CEZAR RODRIGO DE MATOS LOPES - SP202060, GUSTAVO HENRIQUE
DA SILVA MARQUES - RJ122044, ANDRE CAPELAZO FERNANDES - SP237958, GUSTAVO DUPIN MELO - MG132809, THARCIO
FERNANDO SOUSA BRITO - BA9326, TARSIS SILVA DE CERQUEIRA - BA24434, GUILHERME LUIS QUARESMA BATISTA SANTOS -
RJ119620, ROBERTA BARRETO SODRE LEAL - BA24549, GUILHERME DIEGUES MONTEIRO - RJ155747, RENATA PROTASIO DE
SOUZA DAMASCENO - BA21808, RENATA CALDAS DE MACEDO - BA22389, GUILHERME ARAUJO DRAGO - RJ152292, NINA ROSA
DE SOUZA AQUINO - BA33244, GISLANE NADYA COSTA SANTOS DUARTE - RJ184556, MARIO RODRIGO ZAED - RJ125243,
FREDERICO WINTER - RJ157566, MARIALVA DE CARVALHO NOGUEIRA - BA714B, FERNANDO LOURENCO DE SOUSA - RJ126742,
WENDELL DAHER DAIBES - SP301789, FERNANDO DE SOUSA - RJ35895, PATRICIA OLIVEIRA LIMA PESSANHA - SP352862,
FERNANDO AUGUSTO WERNECK RAMOS - RJ62562, MIGUEL BAKMAM XAVIER JUNIOR - SP236896, FELIPE GOI JACOB -
RJ208540, MARCELO MARTORANO NIERO - BA19706, FABRICIO POVOLERI MANES - RJ119812, LUIS ALEXANDRE REIS CALDEIRA -
SP200094, FABIO LUIZ DA SILVA MENDES - RJ144500, DEANDREIA GAVA HUBER - SP92663, FABIO MACHADO GRILO - ES14100,
VILIANNE SILVA TEIXEIRA DUARTE - RN5758, FABIANI OLIVEIRA DE MEDEIROS - RJ120748, ERIC OLIVEIRA GUARANA - RJ079192,
ELIZABETH CORREA PADILHA - RJ60909, DIONITO DA SILVA MACHADO JUNIOR - RJ130986, DIEGO BORGES COSTA - RJ151675,
DEBORA CHAVES GOMES - RJ119301, DANILO SOUZA CHAVES - ES10713, DANIELE CARESTIATO DANIEL BRAUER - RJ111427,
DANIEL SOBRAL TAVARES - RJ130762, DANIEL MARINHO DE OLIVEIRA - RJ113745, DANIEL CABRAL GRUENBAUM - RJ183794,
CRISTINA MAIA DE MELLO PORTO - RJ118205, CHRISTIANO RIBEIRO GORDIANO DE OLIVEIRA - RJ116812, CAROLINE VOLLU
CRELIER DE MACEDO - RJ146027, CARINA NOGUEIRA DE HOLLANDA - RJ158550, ROSE CRISTINA BARBOSA DE FREITAS -
RN5951, CAMILA DE SOUZA SILVA MENDONCA - RJ165632, MICHELLE GONCALVES EVARISTO ROCHA - RN5615, CAMILA DE
AZEREDO QUINTAO - RJ135508, MARIA CONSUELO BORBA SOUTO MAIOR - RN6455, BRUNO CARNEIRO LOUZADA BERNARDO -
ES16931, MARIA CLAUDIA DE ANDRADE OLIVEIRA ROCHA - RN7455, BRUNA NASCIMENTO - RJ126701, KELLCILENE CABRAL DE
PAULA - RN5571, JOSE LUCIANO DA SILVA - RN4829, BIANCA KALLER ROTHSTEIN SUKMAN - RJ115358, HELENA TELINO
MONTEIRO - RN6572 B, BEATRIZ LOPES FELIX SOARES - RJ175082, HEBER DE OLIVEIRA PELAGIO - RN4032, BEATRIZ DE
ANDRADE MAGALHAES - RJ148363, EMERSON ALEXANDRE BORBA VILAR - RN4677-B, ARTHUR DE OLIVEIRA BENTO - RJ151048,
ELENO ALBERTO DA SILVA - RN15268-B, ANTONIO CARLOS MOTTA LINS - RJ55070, EGAS MALTA BRANDAO - AM7145,
ANTONIO ALVES RIBEIRO DA COSTA - RJ141853, CARLOS ANTONIO DE FRANCA JUNIOR - RN8941, ANDREA ABRAHAO DA SILVA -
RJ136110, BRENO AYRES DE OLIVEIRA LIMA - RN8079, ANDRE FABIO PEREIRA GURGEL - RN5415, ANDRE LUIZ FALCAO TANABE -
RJ95452, THAIS DE FATIMA SOUSA ARAUJO - RN11937-B, TARCISIO COLARES NOGUEIRA JUNIOR - CE18297, SANDRA CELIA
MARIA DE OLIVEIRA - SP73449, RODRIGO DA SILVA PINHEIRO - AM8987, ANDRE BAPTISTA PEREIRA - RJ171245, RAIMUNDO
RAFAEL DE QUEIROZ NETO - AM1724, AMANDA GOMES ALVES DA CRUZ - RJ142972, PEDRO LUCAS LINDOSO - DF04543,
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GUSTAVO MONTEIRO RODRIGUES - AM5150, CESAR AUGUSTO DE PINHO PEREIRA - AM12893, ADRIANA DE OLIVEIRA VARELLA
MOLINA - RJ117522, ANGELO RONCALLI OSMIRO BARRETO - CE26766, LUDMILA DE MENDONCA CERQUEIRA MARTINS FONTES
CAVALCANTE - AL7457, ANDREA ALMEIDA SOARES - SP213367, JORGE LUIZ TENORIO DE CARVALHO - AL7167, EDSON PEDROSA
DE O CAVALCANTE PESSOA - AL7213, WANDERLEY CALAZAN ALVARENGA - RJ116020, DANIELE DOMINGUES LIMA E SILVA -
AL7286, SUSANA TAVARES DE SA VIANA - RJ104933, CARLA PATRICIA VERAS SILVER - AL5985, ROGERIO PEIXOTO FERREIRA -
RJ135893, CAROLINA CAMPOS PINTO - DF53813, RENATA GOMES FERREIRA - RJ150281, PRICILA APICELO LIMA - RJ148259,
MARCOS ROSA ALVES - RJ150900, CAROLINA BEATRIZ ELOY DA MOTTA - RJ126538, JULIANA CARDOSO GUIMARAES - RJ159379,
CANDIDO FERREIRA DA CUNHA LOBO - RJ49659, JOSE EDUARDO PESSANHA DA SILVA - RJ79163, BRUNO HENRIQUE DE
OLIVEIRA FERREIRA - DF15345, ANDREIA BAMBINI - DF18331, JORGE LUIZ LOURENCO DAS FLORES - RJ079287, ANDRE DE
ALMEIDA BARRETO TOSTES - DF20596, GILIAN GABRIEL DA ROCHA - RJ115140, ALEXANDRE YUKITO MORE - DF22742, FELIPE
SIQUEIRA DE CARVALHO - RJ116483, VERONICA MAYRINK BARBOSA - MG120257, ERIKA PEREIRA DA SILVA NEGREIROS DE
FREITAS - RJ91263, RAQUEL JOANE COUTINHO - MG112930, EMERSON MARTINS DOS SANTOS - RJ198378, ALDENISE BARRETO
DE ALBUQUERQUE SILVA - RJ1678-B, LUCIANA ARRUDA SILVEIRA - MG102937, ADILSON RANGEL TAVARES JUNIOR - RJ139004,
GUSTAVO DE MAGALHAES PINTO LOPES CANCADO - MG74095, SILVIA VIEIRA SAROA DA SILVA - ES18306, EDUARDO MOISES
SANTANA DOS SANTOS - MG96474, RENATO BRAZ ESCANDIAN - ES12539, CARLOS ANTONIO PLACIDO - MG75364, BRUNO
FREIXO NAGEM - MG97478, TACIANA MATIAS BRAZ DE ALMEIDA - PE21487, ROMULO DE AMORIM GALVAO - PE26057,
ANDREA FERNANDES NAPOLEAO DE SOUZA - MG76842, MARCELO RODRIGUES DE SOUZA BRAYNER - PE18084, ISABELLE
YVETTE RAMOS RIBEIRO CAMPOS - PE01320, EDIVALDO SILVA DOS SANTOS - PE01234, ROBERTA MARIA CAPELA LOPES
SIROTHEAU - PA14049, DIVANDALMY FERREIRA MAIA - SE432B, ERIKA MONIQUE PARAENSE SERRA VASCONCELLOS - PA14935,
ANDREA SOUTO MAIOR DO REGO MACIEL - PE27680, DANIELLE NUNES VALLE - PA11542, RICARDO DA SILVA GAMA - PR31181,
RODRIGO ANTOSZ - PR33560, GUILHERME VILLELA PIGNATARO - RJ149765, PAULO ROBERTO CHIQUITA - PR13241, TULIO
FREITAS SOUZA - MG61284, MARCELO CARIBE DA ROCHA - PR33854, RICARDO MELO DAS NEVES - CE16.871, MARISA SANFORD
SILVEIRA - CE15528, LILLIAN MARA PADUAN SANTOS - PR42515, MARILIA CAVALCANTE FRANCA LIMA - CE27132-B, JULIANO
LAGO - PR34256, LIADERSON PONTES NETO - CE37248-A, JULIA DE OLIVEIRA RUGGI - PR51680, EDUARDO ROMANELLI
GUAGLINI - CE13258-B, GISLENI VALEZI RAYMUNDO - PR46042, MARCO AURELIO DA CRUZ FALCI - SP90104, DANIELA
TOLLEMACHE - PR37529, ARNO APOLINARIO JUNIOR - PR15812, MARCELO GARCIA DE SOUZA - SP105169, ALESSANDRA
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RJ138484, ALAN ARIOVALDO CANALI GUEDES - PR49048, MARINA KORBES - RS64428, MAGALI SAVOLDI - RS78331, WENDELL
SANTIAGO ANDRADE - SE2042, RAISSA MARIA HORTA MELO - SE4707, FLAVIO BARCELOS DIEHL - RS44211, LUIZ PEREIRA DE
MELO NETO - SE2155, CANDICE VANESSA FATTORI DE ALMEIDA - RS53974, JOSE MARCONDES SERVULO DA NOBREGA JUNIOR -
SE3817, VANESSA APARECIDA MENDES BAESSE - DF32576, JOAO CARLOS OLIVEIRA COSTA - SE1331, SILVIA ALEGRETTI -
DF19920, GENIVAL FRANCISCO DA SILVA FEITOZA - SE3301, MARCELA PEIXOTO FRANCA OLIVEIRA - BA25095, LUIZA MARIA
GARCEZ BASTOS BRITO - BA25026, LUCIANA SOUSA VISCO COSTA - BA21287, LUCAS COSTA MOREIRA - BA31274, KARINA
DUSSE - BA31189, JULIANA MASCARENHAS RIOS RODRIGUES - BA18595, JULIA MAGALHAES SANTIAGO - BA21247, JOSE
MELCHIADES COSTA DA SILVA - BA7147, JOICE BARROS DE OLIVEIRA LIMA - BA9110, JOAO MARIA PEGADO DE MEDEIROS -
BA26547, JOAO ALVES DO AMARAL - BA5869, IGOR BARROS PENALVA - BA18389, HAMILTON DE OLIVEIRA MARTINS NETO -
RJ136381, FRANCISCO DONIZETI DA SILVA JUNIOR - BA33970, ELAINE LAGO DOS SANTOS - BA29200, CAROLINA LIMA DE
CAMPOS - BA13996, CARLOS EDUARDO CARDOSO DUARTE - BA15613, ARAIANA MASCARENHAS BALEEIRO MONTEIRO -
BA21334, CAMILLA ALVES BRITTO - BA25845, AMARILDO DE MOURA ROCHA - BA8722, ALEXANDRE DE SOUZA ARAUJO -
BA20660, ADRIANO DE AMORIM ALVES - BA17947, ADRIANA SEIJO DE SA FONSECA GUSMAO - BA20557, VITOR DE LEMOS
ALEXANDRE - RJ21037, THAIS OTTONI MARTINS - ES14179, VICTOR SOARES DA SILVA CEREJA - RJ168314, SOFIA VAREJAO
FILGUEIRAS EGGER - ES9754, RUBENS DREWS MOREIRA - ES14094, TIAGO LEMOS DE OLIVEIRA - RJ131803, RAFAEL AGRELLO -
ES14361, TASSIA TURANO TORRES - RJ167787, RAABE MENDONCA BRAGANCA - ES10368, VAGNER SILVA DOS SANTOS -
RJ122659, SIDNEY JOSE VIEIRA - RJ2071-A, MARCELA FRANZOTTI MIRANDA GARCIA - ES14937, MARCELA FERNANDO DUARTE
LUCAS - ES9854, LEANDRO ELOY SOUSA - ES13463, SERGIO PAULO VIEIRA VILLACA JUNIOR - RJ091219, DANIELLE BORGES DE
ABREU - ES11832, CARLOS CASTRO CABRAL DE MACEDO - ES11991, SERGIO DE AQUINO VIDAL GOMES - RJ27933, ARIELA
RODRIGUES LOUREIRO - ES12224, SERGIO BARREIRA BELERIQUE - RJ63114, ANTONIO SERGIO CASTELLO BRANCO DAGOLA -
ES23121, RODRIGO LESSA VIEIRA - RJ148550, ANANGELICA FADLALAH BERNARDO - ES14257, RICARDO MACHADO COSTA -
RJ163442, JAIRO MARTINS FERREIRA - ES16073, RICARDO BEVILACQUA DA MATTA PEREIRA DE VASCONCELLOS - RJ166418,
RENATO GOMES FABIANO ALVES - RJ152675, ELIAS NONATO DA SILVA - ES352-B, REBEKA MORAES OH DE MELO - RJ208470,
REBECA DE SOUZA - RJ120229, RAUL MARCOS KUSDRA - RJ1292-B, RAFHAELA GUIMARAES ALMEIDA SANTOS - RJ144393,
RAFAEL SOUTO MONTEAGUDO - RJ142497, VIVIANE DE BARROS ZAMPIERI DE LEMOS - SP202690, RAFAEL QUEIROZ DE SOUZA -
CE19123, RAFAEL LUCAS DE ARAUJO - RJ130270, VICTOR CALDAS FERREIRA DE CARVALHO - SP210601, PEDRO HUGO DANTAS
DE OLIVEIRA SOUZA - RJ182871, ROSSANA DE ARAUJO ROCHA - SP190534, PAULO CESAR CABRAL FILHO - RJ61746, RICARDO
DE VASCONCELOS - SP220962, PAULA TORRES RAPOSO ROLIM DE MINTO - RJ121710, PAULA LINHARES KARAM - RJ140755,
PAOLA ENHAM DIAS - RJ145107, NILTON ANTONIO DE ALMEIDA MAIA - RJ67460, NATHALIA MESQUITA CEIA - RJ113024,
NATALIA COPOLA DIAS - RJ186507, MIRIAM CLAUDIA JUNQUEIRA DE SOUZA - RJ059085, MICHELLE TAVEIRA MENDES DE
VASCONCELLOS - RJ110128, RUI BARROS DE SOUZA MARTINS - PR43768, FLAVIO DO AMARAL AZEVEDO - SE3814, FABIO
VICTOR DE AGUIAR MENEZES - SE5825, PHILIPPE DE OLIVEIRA NADER - DF52032, FABIO VASCONCELOS SIQUEIRA - SE2982,
MAURA SIQUEIRA ROMAO - RJ121694, MARIA TEREZA TORRES FERREIRA COSTA PASSARELLA - RJ128565, FABIANO HORA DE
BARROS SILVA - SE3515, MARCELO RODRIGUES DE SIQUEIRA - MG106133, EUGENIA CARLA PARENTE QUEIROZ SEIDL -
BA19000, MAIRA CIRINEU ARAUJO - DF20978, DESIREE MARQUES SOBRAL SILVESTRE - SE4795, CHRISTIANNE ANGELICA DE
AGUIAR DEDA - SE3167, LIVIA MARIA DE ANDRADE MORAIS - DF21035, CAROLINE FONTES REZENDE - SE429-B, CARLOS
MARTINEZ FRANCO LIMA GOMES - BA22036, LEANDRO FONSECA VIANNA - DF53389, BRUNO BARROS CAVALCANTI - SE515B,
JULIANA CARNEIRO MARTINS DE MENEZES - DF21567, ANTONIO JOSE SIQUEIRA DE SANTANA - SE5823, ANA PAULA MACHADO

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DOS ANJOS - SE2556, JOSE DAVI CAVALCANTE MOREIRA - DF52440, ANA CRISTINA GOLOB MACHADO - SE4373, JOENY GOMIDE
SANTOS - DF15085, ALBERTO FIGUEIREDO NETO - SE4273, FELIPE ANTONIO LOPES SANTOS - AM7250, VIVIANE DO
NASCIMENTO PEREIRA SA - RJ130645, HELIO SIQUEIRA JUNIOR - RJ62929, TAISA OLIVEIRA MACIEL - RJ118488, ELLEN
CRISTIANE JORGE OLIVEIRA - DF19821, TALES DAVID MACEDO - DF20227, ADRIANO MARQUES MANSO - RJ114483, RAFAEL DE
MATOS GOMES DA SILVA - DF21428, FREDERICO DE OLIVEIRA FERREIRA - MG102764

PUBLICAÇÃO DE INTIMAÇÃO

Ficam as partes intimadas do teor do ato judicial exarado, no processo acima, pelo Ministro LUIZ FUX.
Brasília, 12 de junho de 2018.
Leandro Oliveira Reis Coordenadoria de Processamento

PETIÇÃO (1338) Nº 0600502-51.2018.6.00.0000 (PJe) - SIGILOSO


Relator: Ministro Luiz Fux
Requerente: SIGILOSO
Advogados: Frederico de Oliveria Ferreira e outros

DECISÃO
(...)

Como consequência, declaro prejudicado o pedido de tutela de urgência.


Ex positis, não conheço do pedido.
Publique-se.

Brasília, 12 de junho de 2018.

MINISTRO LUIZ FUX

Relator
Processo 0600257-40.2018.6.00.0000

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

CONSULTA (11551) - 0600257-40.2018.6.00.0000 - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL


Relator: Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto Consulente: Arthur de Oliveira Maia da Silva

CONSULTA. REQUISITOS ATENDIDOS. CONHECIMENTO. LEI Nº 13.487/2017. EMPRESA PATRIMONIAL. ADMINISTRAÇÃO. BENS
PESSOAIS DOS SÓCIOS. USO DE BENS PRÓPRIOS. CAMPANHA ELEITORAL. RESPOSTA AFIRMATIVA.
1. Consulta formulada nos seguintes termos: “o candidato pode usar, durante a campanha eleitoral, bem de sua propriedade,

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que integra pessoa jurídica patrimonial da qual ésócio, já que este, em verdade, compõe seu patrimônio pessoal?”.
2. Sem embargo das discussões e dos questionamentos que envolvem o instituto do autofinanciamento (objeto específico da
Consulta nº 0604119-53/DF e das ADI nº 5808, 5821 e 5814 em trâmite no STF), responde-se àpresente consulta nos seguintes
termos:
–Épermitido aos candidatos utilizar recursos próprios em suas campanhas eleitorais, inclusive bens estimáveis em dinheiro,
conforme disciplinado pelo §1º do art. 27 da Res.-TSE nº 23.553/2017, “desde que demonstrado que já integravam seu
patrimônio em período anterior ao pedido de registro da respectiva candidatura” e que sejam tão somente administrados pela
pessoa jurídica, não podendo integralizar seu capital social, sob pena de incidir-se na proibição decorrente da revogação do art.
81 da Lei nº 9.504/97.
3. Consulta a que se responde afirmativamente.

Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em responder afirmativamente a consulta, nos termos
do voto do relator.
Brasília, 22 de maio de 2018.
MINISTRO TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO - RELATOR

RELATÓRIO

O SENHOR MINISTRO TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO (relator): Senhor Presidente, cuida-se de consulta formulada por
Arthur de Oliveira Maia da Silva, deputado federal, cuja matéria de fundo éa utilização de recursos próprios de candidato em
campanha, mais especificamente, de bens estimáveis integrantes de sociedade patrimonial “a qual apenas gere os bens dos
sócios que a integram”.
A consulta foi apresentada nos seguintes termos (ID 203472):
A Lei nº 13.165/2015 revogou o art. 81 da Lei nº 9.504/97 (Lei Geral das Eleições), que previa a contribuição de pessoas
jurídicas para as campanhas eleitorais.
Entretanto, considerando que as pessoas físicas podem reunir seus bens perante uma sociedade patrimonial, a qual apenas gere
os bens dos sócios que a integram, considerando que o candidato poderá usar recursos próprios em sua campanha até o limite
de gastos estabelecido para o cargo ao qual concorre, conforme o disposto no §1º do art. 29 da Resolução/TSE nº 23.553/2017
(Lei nº 9.504/97, art. 23, §1º) e considerando, ainda, que o §7º do art. 23 da Lei nº 9.504/97 permite que qualquer pessoa física
possa efetuar doações estimáveis em dinheiro relativas àutilização de bens móveis ou imóveis de propriedade do doador até R$
40.000,00 (quarenta mil reais), de acordo com a redação dada pela Lei º13.488, de 2017, indaga-se:
O candidato pode usar, durante a campanha eleitoral, bem de sua propriedade, que integra pessoa jurídica patrimonial da qual
ésócio, já que este, em verdade, compõe seu patrimônio pessoal?
A Assessoria Consultiva (Assec), em uma primeira análise, em razão da especificidade da matéria, sugeriu o encaminhamento
dos autos àAssessoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias (Asepa) para emissão de parecer técnico (ID 204607), o que
foi por mim acolhido (ID 204773).
Por sua vez, a Asepa emitiu o parecer a seguir transcrito (ID 206685):
Independentemente da discussão de qual limite deve ser aplicado àutilização de recursos próprios em campanha, fato éque
recursos próprios dos candidatos podem ser utilizados em suas campanhas eleitorais, sejam eles de natureza financeira ou de
bens estimáveis em dinheiro, este último, regulado pelo §1º, do art. 27 da Resolução TSE nº 23.553, nos seguintes termos:
Art. 27. Os bens e/ou serviços estimáveis em dinheiro doados por pessoas físicas devem constituir produto de seu próprio
serviço, de suas atividades econômicas e, no caso dos bens, devem integrar seu patrimônio.
§1º Os bens próprios do candidato somente podem ser utilizados na campanha eleitoral quando demonstrado que já
integravam seu patrimônio em período anterior ao pedido de registro da respectiva candidatura. Depreende-se da leitura do
dispositivo a condição de prova da propriedade do bem vinculada ao patrimônio pessoal do candidato antes do registro da sua
candidatura. Em outros mais diretos termos: os bens próprios do candidato podem ser utilizados em sua campanha desde que a
prova material da sua propriedade esteja nominal àpessoa física do candidato e emitida em data anterior ao registro da sua
candidatura.
Ato contínuo, a Assec “opina no sentido de responder positivamente ao questionamento, fazendo constar a ressalva expressa
de que os bens próprios do candidato somente poderão ser utilizados em sua campanha caso a prova material dessa
propriedade esteja nominal àpessoa física do candidato e tenha sido emitida em data anterior ao registro de sua candidatura,
conforme regulamentado no §1º do art. 27 da Res.-TSE nº 23.553/2017” (ID 212284) .

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Éo relatório.

VOTO

O SENHOR MINISTRO TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO (relator): Senhor Presidente, conheço da consulta, pois estão
presentes os requisitos de admissibilidade, nos termos do art. 23, XII, do Código Eleitoral. (1)
In casu, a consulta foi apresentada por deputado federal (autoridade legítima) e versa sobre matéria eleitoral (pertinência
temática) com contornos de abstração (formulação em tese). Presentes, portanto, os requisitos de admissibilidade, conheço da
consulta.
A questão de fundo diz respeito àpossibilidade de o próprio candidato fazer uso, na campanha eleitoral, de bens pessoais
geridos por uma sociedade patrimonial da qual ésócio, circunstância que tangencia o instituto do autofinanciamento (limitado
ao limite de gastos estabelecido para o cargo pretendido), bem como a disciplina das doações estimáveis em dinheiro relativas
àutilização de bens móveis e imóveis de propriedade do doador (pessoa física) até o limite de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais),
de que trata o §7º do art. 23 da Lei das Eleições, com redação dada pela Lei nº 13.488/2017. (2)
Anoto que a matéria alusiva ao autofinanciamento constitui objeto da Consulta nº 0604119-53, a qual está sob a relatoria do
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho.
Importa esclarecer, ainda, que o tema foi questionado em três ações diretas de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal
Federal (ADI nº 5808, 5821 e 5814). Isso em razão de a Lei nº 13.488/2017 ter excluído o §1º-A do art. 23 da Lei nº 9.504/97, o
qual previa, de forma literal, que a utilização de recursos próprios em campanha estava limitada ao teto máximo de gastos
relativos ao cargo para o qual estivesse concorrendo o candidato doador.
Feitos esses breves registros, focaliza-se o mérito da presente consulta, que reside na possibilidade de candidato usar, em sua
campanha eleitoral, “bem de sua propriedade, que integra pessoa jurídica patrimonial da qual ésócio, já que este, em verdade,
compõe o seu patrimônio pessoal”.
Com efeito, tal como pontuado pela Asepa e pela Assec, cujos pareceres adoto como razão de decidir, independentemente da
discussão sobre o limite do autofinanciamento, fato éque tanto a Lei nº 9.504/97 quanto o instrumento normativo que
regulamenta a arrecadação de recursos e os gastos de campanha por partidos políticos e candidatos no pleito de 2018
permitem o uso de recursos próprios, sejam eles de natureza financeira ou bens estimáveis em dinheiro, este último
regulamentado no §1º do art. 27 da Res.-TSE nº 23.553/2017. A propósito, colho do parecer da Assessoria Consultiva deste
Tribunal (ID 207563):
O questionamento ora apresentado refere-se àutilização em campanha eleitoral de bens móveis ou imóveis de propriedade do
candidato que sejam integrantes de pessoa jurídica patrimonial da qual o candidato seja sócio.
Para chegar àinterpretação dessa indagação, o consulente elencou a previsão legal de o candidato utilizar recursos próprios em
sua campanha e a disciplina sobre as doações estimáveis em dinheiro relativas àutilização de bens móveis ou imóveis, de
propriedade do doador, desde que o valor estimado não ultrapasse R$ 40.000,002.
Essa matéria foi submetida àunidade técnica deste Tribunal (Assessoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias) para
manifestação.
Aquela Assessoria observou que há controvérsia quanto ao limite para o autofinanciamento de campanha e que esse tema
éobjeto de ações diretas de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (ADIs nos 5808, 5821 e 5814). Quanto ao
questionamento apresentado, assim se manifestou (ID. 206685):
Independentemente da discussão de qual limite deve ser aplicado àutilização de recursos próprios em campanha, fato éque
recursos próprios dos candidatos podem ser utilizados em suas campanhas eleitorais, sejam eles de natureza financeira ou de
bens estimáveis em dinheiro, este último, regulado pelo §1º, do art. 27 da Resolução TSE nº 23.553, nos seguintes termos:
Art. 27. Os bens e/ou serviços estimáveis em dinheiro doados por pessoas físicas devem constituir produto de seu próprio
serviço, de suas atividades econômicas e, no caso dos bens, devem integrar seu patrimônio.
§1º Os bens próprios do candidato somente podem ser utilizados na campanha eleitoral quando demonstrado que já
integravam seu patrimônio em período anterior ao pedido de registro da respectiva candidatura.
Depreende-se da leitura do dispositivo a condição de prova da propriedade do bem vinculada ao patrimônio pessoal do
candidato antes do registro da sua candidatura. Em outros mais diretos termos: os bens próprios do candidato podem ser
utilizados em sua campanha desde que a prova material da sua propriedade esteja nominal àpessoa física do candidato e
emitida em data anterior ao registro da sua candidatura.
3. Ante o exposto, nos termos do parecer da Assessoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias deste Tribunal, esta
Assessoria opina no sentido de responder positivamente ao questionamento, ressalvando-se que os bens próprios do candidato
somente poderão ser utilizados em sua campanha caso a prova material da propriedade esteja nominal àpessoa física do
candidato e tenha sido emitida em data anterior ao registro da sua candidatura, conforme regulamentado no §1º do art. 27 da
Res.-TSE nº 23.553/2017.

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Quanto ànatureza jurídica da espécie societária denominada “sociedade patrimonial”, a Assec emitiu a seguinte manifestação
complementar (ID 212284):
Sociedade patrimonial, ou holding patrimonial, éuma expressão utilizada para qualificar uma sociedade que controla o
patrimônio de uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas.
Segundo a literatura específica, pode ser conceituada como “sociedade constituída para ser a proprietária de determinado
patrimônio. Étambém chamada de sociedade patrimonial”.
Holding éuma instância societária com fundamento no §3º do art. 2º da Lei nº 6.404/76(3), segundo o qual “a companhia pode
ter por objeto participar de outras sociedades; ainda que não prevista no estatuto, a participação éfacultada como meio de
realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais”.
Importa esclarecer que essas sociedades têm natureza jurídica de sociedade simples ou empresária, constituídas
necessariamente sob uma das formas previstas na legislação brasileira, em obediência ao princípio da tipicidade societária.
Por outro lado, Gladston Mamede e Eduarda Cotta Mamede ressaltam que “não há qualquer limitação ou determinação sobre a
natureza jurídica de uma holding”, e complementam:
[...] também a natureza jurídica que se dará àholding constitui uma alternativa estratégica àdisposição do especialista que,
considerando as particularidades de cada caso, elegerá a melhor escolha.
Além de diversos tipos e formatos, referidas sociedades possuirão inespecífica margem para os objetivos sociais, que estarão
alinhados com a estratégia estabelecida pelos seus sócios. Essa éa opinião dos supracitados professores:
Cada tipo societário tem um conjunto mínimo de características, entre elementos obrigatórios e elementos vedados. Atendido
esse padrão mínimo, há um amplo espaço para que, nos contratos sociais e nos estatutos sociais, uma cara própria seja dada a
cada sociedade. (Grifamos.)
Em relação aos sócios, interessante observação éa de que uma holding –seja patrimonial ou não –pode ter sócios pessoas
naturais e jurídicas, e essas últimas podem ser outras holdings, donde se vislumbra a formação de grandes conglomerados.
Nas palavras de Mamede e Mamede:
Aliás, entre os sócios pode haver, mesmo, outra ou outras sociedades de participação, o que não éraro. Não há limitação sobre
o tipo de pessoa, nem mesmo sua natureza jurídica. As pessoas jurídicas podem ser até fundações ou associações. Portanto,
uma única sociedade operacional pode ser constituída por várias sociedades de participação (holdings);
Nesse contexto, constata-se que uma conceituação definitiva sobre a sociedade em questão seria temerária, tendo em vista os
diversos tipos de sociedades previstos na legislação, bem como a infinidade de contratos ou estatutos sociais possíveis de ser
ajustados entre os sócios, desde que não defesos pelo direito brasileiro, além, éclaro, dos modernos arranjos empresariais, em
constante evolução para atender aos avanços do mercado econômico mundial.
Por outro lado, também não seria prudente supor tratar-se dessa ou daquela pessoa jurídica –dentro de um espectro tão
amplo, como éo caso das holdings –, sob pena de se ter que curvar ao não conhecimento da consulta.
Nessa linha, esta Assessoria buscou sustentação na premissa que foi reforçada pelo consulente, qual seja no pressuposto de que
o bem que se pretende usar em campanha eleitoral pertence ao próprio candidato (“bem de sua propriedade”) e que “compõe
o seu patrimônio pessoal” (ID. 203472, fl.1).
Assim, reitera-se que as doações estimáveis em dinheiro relativas àutilização de bens móveis ou imóveis, de propriedade do
doador, cujo valor não ultrapasse R$ 40.000,006, estão sujeitas àregulamentação constante do art. 27, caput e §1º, da Res.-TSE
nº 23.553/2017, que prevê:
Art. 27. Os bens e/ou serviços estimáveis em dinheiro doados por pessoas físicas devem constituir produto de seu próprio
serviço, de suas atividades econômicas e, no caso dos bens, devem integrar seu patrimônio.
§1º Os bens próprios do candidato somente podem ser utilizados na campanha eleitoral quando demonstrado que já
integravam seu patrimônio em período anterior ao pedido de registro da respectiva candidatura. (Grifamos.)
Ademais, com a revogação do art. 81 da Lei nº 9.504/97 (que previa a possibilidade de contribuições de pessoas jurídicas para
campanhas eleitorais), énotória a proibição da utilização em campanhas eleitorais de bens pertencentes a qualquer pessoa
jurídica, seja ela, por exemplo, uma sociedade simples, empresarial, patrimonial, holding ou mesmo uma associação.
3. Ante o exposto, nos estritos termos da lei e da resolução aplicáveis, esta Assessoria opina no sentido de responder
positivamente ao questionamento, fazendo constar a ressalva expressa de que os bens próprios do candidato somente poderão
ser utilizados em sua campanha caso a prova material dessa propriedade esteja nominal àpessoa física do candidato e tenha
sido emitida em data anterior ao registro de sua candidatura, conforme regulamentado no §1º do art. 27 da Res.-TSE nº
23.553/2017.
Éde se ver que a condição indissociada para o uso de bens próprios (pessoa física) éa prova material da sua propriedade
anterior ao registro da sua candidatura.
Na hipótese, a premissa delimitada pelo consulente descreve o tipo de sociedade da qual ésócio como aquela constituída
exclusivamente para gerir os bens do seu patrimônio pessoal.

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Dessa descrição, ainda que em caráter precário, infere-se tratar de empresa patrimonial, também conhecida como holding
patrimonial ou familiar, cujo objeto social pode ser a administração, o controle e/ou a participação em outras empresas, ou
simplesmente a administração do patrimônio pessoal dos sócios.
Éfato comum, nos dias atuais, pessoas físicas, com patrimônio significativo, virem a constituir pessoas jurídicas com o objetivo
de administrar os bens próprios, principalmente os imóveis, tendo por finalidade obter desonerações tributárias, em especial
sobre os ganhos com a locação desses bens. Esse tipo societário encontra assento no §3º do art. 2º da Lei nº 6.404/76. (3)
Considerando o tipo societário descrito pelo consulente e os dispositivos legais e normativos que regerão o pleito de 2018,
assim como bem pontuado pela Assessoria Consultiva do TSE, respondo afirmativamente àconsulta nos seguintes termos:
Épossível o uso de bens próprios do candidato em sua campanha eleitoral, desde que demonstrado que já integravam seu
patrimônio em período anterior ao pedido de registro da candidatura (ressalva prevista no §1º do art. 27 da Res.-TSE nº
23.553/2017) e que sejam tão somente administrados pela pessoa jurídica, não podendo integralizar seu capital social, sob
pena de incidir-se na proibição decorrente da revogação do art. 81 da Lei nº 9.504/97.
Écomo voto.

(1) Código Eleitoral


Art. 23. Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior:
[...]
XII –responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição federal ou
órgão nacional de partido político.
(2) Lei nº 9.504/97
Art. 23. Pessoas físicas poderão fazer doações em dinheiro ou estimáveis em dinheiro para campanhas eleitorais, obedecido o
disposto nesta Lei.
[...]
§7º O limite previsto no §1o deste artigo não se aplica a doações estimáveis em dinheiro relativas àutilização de bens móveis ou
imóveis de propriedade do doador ou àprestação de serviços próprios, desde que o valor estimado não ultrapasse R$ 40.000,00
(quarenta mil reais) por doador.
(3) Lei nº 6.404/76
Art. 2º Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo, não contrário àlei, àordem pública e aos bons
costumes.
[...]
§3º A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades; ainda que não prevista no estatuto, a participação
éfacultada como meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais.

EXTRATO DA ATA

Cta (11551) nº 0600257-40.2018.6.00.0000/DF. Relator: Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto. Consulente: Arthur de
Oliveira Maia da Silva .
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, respondeu afirmativamente a consulta, nos termos do voto do relator.
Composição: Ministros Luiz Fux (presidente), Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi,
Admar Gonzaga e Tarcisio Vieira de Carvalho Neto.
Procuradora-Geral Eleitoral: Raquel Elias Ferreira Dodge.

SESSÃO DE 22.5.2018.

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Processo 0600465-24.2018.6.00.0000

index: LISTA TRÍPLICE (11545)-0600465-24.2018.6.00.0000-[Lista Tríplice]-SÃO PAULO-SÃO PAULO


TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL
LISTA TRÍPLICE Nº 0600465-24.2018.6.00.0000 –CLASSE 20 –SÃO PAULO –SÃO PAULO
Relator: Ministro Admar Gonzaga
Interessado: Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo
Advogado Indicado: José Horacio Halfeld Rezende Ribeiro
Advogado Indicado: Ricardo Cholbi Tepedino
Advogado Indicado: André Ramos Tavares

DESPACHO

Trata-se de lista tríplice para o preenchimento da vaga de Juiz Substituto do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo,
decorrente do término do primeiro biênio do Dr. Marcus Elidius Michelli de Almeida, ocorrido em 22.11.2017, composta pelos
Drs. José Horácio Halfeld Rezende Ribeiro, Ricardo Cholbi Tepedino e André Ramos Tavares.
A Assessoria Consultiva (Assec) emitiu parecer (documento 262.541), no qual opinou pela solicitação de informações ao TRE/SP,
considerada a documentação apresentada.
Em despacho (documento 262.591), determinei a realização das diligências sugeridas pela unidade técnica.
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo enviou as informações requeridas (documentos 269.873 e 269.879).
Em face disso, publique-se o edital de que trata o art. 25, §3º, do Código Eleitoral.
Publique-se.
Brasília, 13 de junho de 2018.

Ministro Admar Gonzaga


Relator
Processo 0600534-56.2018.6.00.0000

AÇÃO CAUTELAR (12061) - 0600534-56.2018.6.00.0000 - RINCÃO - SÃO PAULO RELATOR(A): MINISTRO(A) JORGE MUSSI
AUTOR: THEREZINHA IGNEZ SERVIDONI

Advogados do(a) AUTOR: AFONSO ASSIS RIBEIRO - DF15010, AMILTON AUGUSTO DA SILVA KUFA - SP351425, KARINA DE
PAULA KUFA - SP245404
RÉU: COLIGAÇÃO RESPONSABILIDADE E RESPEITO POR RINCÃO
Advogado do(a) RÉU:

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PUBLICAÇÃO DE INTIMAÇÃO

Ficam as partes intimadas do teor do ato judicial exarado, no processo acima, pelo(a) Ministro(a) JORGE MUSSI:

AÇÃO CAUTELAR Nº 0600534-56 –(PJE) –CLASSE 1 –RINCÃO –SÃO PAULO

AÇÃO CAUTELAR. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÕES 2016. PREFEITO.
REGISTRO DE CANDIDATURA. INELEGIBILIDADE. REJEIÇÃO DE CONTAS. EFEITO SUSPENSIVO. FUMUS BONI IURIS. PERICULUM IN
MORA. REQUISITOS AUSENTES. LIMINAR INDEFERIDA.
1. Não se admitem embargos de declaração com propósito de rediscutir matéria já decidida, porquanto inapropriada a via
eleita. Precedentes.
2. Em juízo preliminar, observa-se que as matérias tidas como omissas foram enfrentadas pelo Plenário do Tribunal Superior
Eleitoral, que manteve indeferido o registro de candidatura da autora ao cargo de prefeito de Rincão/SP nas Eleições 2016 com
base na inelegibilidade do art. 1º, I, g, da LC 64/90 (rejeição de contas públicas). Nessa circunstância, primo ictu oculi, afigura-se
ausente o fumus boni iuris.
3. Os argumentos da autora –em especial o de que o déficit orçamentário teria sido superado no exercício seguinte –encontram
óbice na Súmula 24/TSE, que veda reexame de fatos e provas em sede extraordinária.
4. Liminar indeferida.

DECISÃO

Trata-se de ação cautelar, com pedido de tutela de urgência, ajuizada por Therezinha Ignez Servidoni, vencedora do pleito
majoritário de Rincão/SP em 2016 com 1.978 votos (35,19% do total[1]), visando atribuir efeito suspensivo a embargos
declaratórios opostos no AgR-REspe 487-41, decidido por maioria de seis votos a um e tendo como redator para o acórdão o e.
Ministro Herman Benjamin, meu antecessor.
Na origem, a Coligação Responsabilidade e Respeito por Rincão impugnou registro de candidatura da autora com base na causa
de inelegibilidade prevista no art. 1º, I, g, da LC 64/90[2].
Apontou-se rejeição de contas de governo no exercício de 2012 pela Câmara Municipal, pois a candidata teria infringido a Lei
de Responsabilidade Fiscal (LRF), com déficit orçamentário de 5,12% naquele ano, vício que seria insanável e configurador de
ato doloso de improbidade administrativa.
Em primeiro grau, indeferiu-se o registro e o TRE/SP manteve a sentença. Ao apreciar o recurso especial interposto, o e.
Ministro Napoleão Maia, Relator originário, negou-lhe provimento, mas reconsiderou esse decisum e proveu o agravo
regimental para deferir a candidatura da autora.
Seguiram-se agravos regimentais apresentados pelo Ministério Público e pela Coligação Responsabilidade e Respeito por
Rincão, aos quais o
e. Relator negou provimento na sessão de 27/4/2017. Houve pedido de vista do e. Ministro Herman Benjamin, meu antecessor,
que proferiu voto divergente em 10/10/2017, acolhido pelos demais integrantes desta Corte Superior.

Sua Excelência, ao examinar o aresto a quo, verificou déficit orçamentário de 5,12% em razão de excesso de gastos com
pessoal, o que ocasionou ofensa ao art. 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal e falta de disponibilidade financeira para respaldar
a dívida de curto prazo, além do que a autora, mesmo alertada por cinco vezes pelo órgão competente acerca desse fato, nada
fez.

Consignou, também, que não se repassaram a sindicato patronal valores decotados na folha de servidores, o que, nos termos
do aresto a quo, “atenta contra o princípio da legalidade, pois como prefeita, tinha obrigação de repassar os valores retidos,
praticando, assim, ato doloso de improbidade administrativa”.
Concluiu que a reforma do decisum proferido pelo TRE/SP cobraria inviável reexame de fatos e provas (Súmula 24/TSE). Desse
modo, deu provimento aos agravos regimentais e determinou imediata realização de novo pleito majoritário, nos termos do
art. 224, §3º, do Código Eleitoral, com texto da Lei 13.165/2015.
Foram opostos aclaratórios, aos quais se pretende atribuir efeito suspensivo.

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Na cautelar em exame, a autora aponta presença do fumus boni iuris, em suma, porque o Tribunal Superior Eleitoral não teria
analisado as seguintes questões:
a) nos embargos declaratórios pretende-se obter reenquadramento jurídico dos fatos delineados no acórdão regional;
b) o quadro deficitário em 2012 decorreu de não se terem recebido verbas de convênios, sendo que os investimentos foram
mantidos, mediante empenhos, com intuito de se preservar o desenvolvimento do Município de Rincão/SP;
c) as cinco notificações relacionadas ao descompasso entre receitas e despesas não evidenciam dolo, apenas culpa, fato
comprovado pelo superávit obtido no exercício seguinte (2013);
d) quanto àausência de repasses ao sindicato de valores retidos dos servidores, a conclusão pelo dolo émeramente
subjetiva, não se podendo concluir pela insanabilidade das contas;
e) deve-se evitar alternância indevida na chefia do Executivo Municipal antes que se conclua o julgamento do caso.
O periculum in mora, segundo alega, evidencia-se diante do iminente afastamento do cargo.
Requer a concessão de liminar para que se empreste efeito suspensivo aos embargos declaratórios.
Pugna, no mérito, pela confirmação da medida.
Éo relatório. Decido.
A concessão de liminar requer presença conjugada da plausibilidade do direito invocado e do perigo da demora, estando
ausente o primeiro elemento no caso dos autos.
Àprimeira vista, a matéria tida por omissa foi objeto de enfrentamento pelo Plenário do Tribunal Superior Eleitoral.
No aresto embargado, assentou-se que a conduta da autora foi manifestamente dolosa, requisito que não precisa constar de
modo expresso do decreto condenatório do órgão que julga o ajuste contábil. No ponto, definiu-se, com respaldo em diversos
precedentes, ser competência desta Justiça Especializada “efetuar esse diagnóstico a posteriori, na fase de registro de
candidatura”.
Desse modo, consignou-se que a rejeição de contas permitiu àCorte Regional aferir os elementos que configuram a
inelegibilidade prevista na alínea g.
A matéria foi decidida nos seguintes termos:

Verifico que, ao examinar as irregularidades, a Corte a quo assentou o “desequilíbrio das contas, superação das despesas com
pessoal –descumprimento do artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal e do art. 59, §1º, da Lei 4.320/64[3]”.
Expressamente, o TRE/SP confirmou a desídia da mandatária do Executivo Municipal, que: a) “foi alertada por 5 (cinco) vezes
sobre o descompasso entre receitas e despesas e ainda assim não conteve os gastos”; b) não repassou a sindicato os valores
retidos dos servidores, o que “atenta contra o princípio da legalidade, pois (sic) como prefeita, tinha obrigação de repassar os
valores retidos, praticando assim ato doloso de improbidade administrativa”.
Com vênias do Relator, o déficit de 5,12% no exercício de 2012, examinado pelas instâncias ordinárias, ocorreu, no mínimo, por
dolo genérico, ou seja, se não havia finalidade declarada de desrespeitar avisos de descompasso entre despesas e receitas,
foram ao menos aceitas as consequências que adviriam da omissão.
Conforme consignei no tópico anterior, não se exige dolo específico para incidência de referida causa de inelegibilidade,
bastando o genérico ou eventual. Estes se caracterizam quando o administrador assume os riscos de não atender aos comandos
constitucionais e legais que vinculam e pautam os gastos públicos. Nesse sentido, os precedentes citados.
Ressalto, no ponto, que a linha de raciocínio do e. Relator assemelha-se àexigência de dolo específico, o que implicaria criar
novo requisito não previsto na alínea g e constituiria afronta ao art. 14, §9º, da CF/88, dispositivo segundo o qual as hipóteses
de inelegibilidade, estatuídas mediante lei complementar, visam proteger a probidade administrativa e a moralidade para
exercício de cargo eletivo, considerada a vida pregressa do candidato, in verbis:
Art. 14. [omissis]
[...]
§9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade
administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
administração direta ou indireta.
Além do flagrante desrespeito àLRF, o TRE/SP também considerou haver elemento doloso na ausência de repasse a sindicato
patronal de valores retidos na folha de servidores, sendo ambas as condutas gravíssimas, que ensejam a inelegibilidade da
prefeita eleita.
Merece nota que, caso houvesse interesse da agravada em obter esclarecimentos da Corte Regional sobre o deslinde que se
deu àcontrovérsia, deveria ter oposto os correspondentes aclaratórios. Omitiu-se. Assim, não éfunção desta Corte Superior

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substituir-se àparte e revalorar o caderno probatório dos autos a partir do que não está escrito no aresto combatido.
(sem destaques no original)

Em juízo preliminar, não se infere do aresto regional nenhum dos vícios citados pela autora.
Ademais, o argumento de que no exercício seguinte o déficit foi superado esbarra na Súmula 24/TSE, que veda reexame de
fatos e provas em sede extraordinária.
De outra parte, não se verifica, primo ictu oculi, alternância indevida na chefia do Executivo Municipal. Esta Corte Superior, ao
determinar realização de novas eleições, deu cumprimento ànorma prevista no art. 224, §3º, do Código Eleitoral, com texto da
Lei 13.165/2015.
Enfim, neste juízo preliminar, tem-se que o aresto embargado, ao qual se pretende conceder efeito suspensivo, não incorre em
nenhum dos vícios apontados pela autora.
Aparentemente, a mácula suscitada denota mero inconformismo da embargante com as fundamentações contidas no acórdão
embargado e propósito de rediscutir matéria já apreciada, providência inviável na via aclaratória, de acordo com jurisprudência
do Tribunal Superior Eleitoral: ED-AgR-RCED 499-92/CE,
Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, DJE de 13/10/2015 e ED-AgR-AI 171-97/MG, Rel. Min. Luciana Lóssio, DJE de
2/10/2015.
Nessa circunstância, a despeito da natureza perfunctória dos fundamentos acima expostos, típicos das medidas de cunho
cautelar por sua provisoriedade, entendo ausente fumus boni iuris, caso em que a liminar deve ser indeferida, ressalvando-se a
possibilidade de conclusão em sentido diverso quando do exame dos aclaratórios opostos.
Ante o exposto, indefiro pedido liminar.
Publique-se. Intimem-se.
Brasília (DF), 6 de junho de 2018.

MINISTRO JORGE MUSSI


Relator

[1] O segundo colocado, Dudu Bolito, obteve 1.918 votos, ou 34,12% do total.

[2] Art. 1º São inelegíveis:


I - [...]
g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que
configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido
suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da
data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem
exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição;

[3] Art. 42. Évedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair
obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício
seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.
Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e despesas compromissadas a
pagar até o final do exercício.

2 Art. 59. O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos.
§1° Ressalvado o disposto no Art. 67 da Constituição Federal, évedado aos Municípios empenhar, no último mês do mandato do
Prefeito, mais do que o duodécimo da despesa prevista no orçamento vigente.

Brasília, 12 de junho de 2018.


Andréa Luciana Lisboa Borba Coordenadoria de Processamento
Processo 0600472-16.2018.6.00.0000

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index: REPRESENTAÇÃO (11541)-0600472-16.2018.6.00.0000-[Propaganda Política - Propaganda Eleitoral -


Extemporânea/Antecipada]-DISTRITO FEDERAL-BRASÍLIA
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

REPRESENTAÇÃO Nº 0600472-16.2018.6.00.0000 –CLASSE 11541 –BRASÍLIA –DISTRITO FEDERAL


Relator: Ministro Og Fernandes
Representante: Partido dos Trabalhadores (PT) –Diretório Nacional
Advogados: Miguel Filipi Pimentel Novaes e outros
Representados: Empresa Folha da Manhã S.A., Universo Online S.A. e TVSBT Canal 4 de São Paulo S.A.
DECISÃO
Trata-se de representação, com pedido de liminar, formalizada pelo Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), em
que se noticia a realização de um ciclo de entrevistas com os seis pré-candidatos àPresidência da República mais bem
classificados em pesquisa publicada pela Empresa Folha da Manhã S.A.
O representante afirmou que as representadas deixaram de convidar o pré-candidato àPresidência da República Luiz Inácio Lula
da Silva, líder na pesquisa de intenção de votos, sob o argumento de que estaria indisponível para figurar nas entrevistas em
decorrência de sua prisão.
Arguiu que, assim agindo, as representadas estariam descumprindo o dever legal de conferir tratamento isonômico aos pré-
candidatos. Assinalou que havia comunicado aos organizadores seu interesse de levar a público as ideias de seu pré-candidato,
não obstante a impossibilidade de sua presença nas entrevistas. Narrou, inclusive, que o Portal de Internet UOL teria divulgado
nota em que nega o pedido.
Alegou que foi violado o art. 36-A, inciso I, da Lei nº 9.504/1997, uma vez que não teria sido respeitado o tratamento isonômico
devido aos candidatos. Asseverou que tenciona enviar um representante da agremiação para participar do ciclo de entrevistas,
tendo em vista que a pré-candidatura ao cargo de presidente da República representa um projeto de governo e gestão do
próprio Partido dos Trabalhadores.
Sustentou que a quebra de paridade entre os pré-candidatos e a data de realização das entrevistas indicam que as
representadas incorreram em propaganda eleitoral antecipada. Nesse sentido, defendeu que devem ser aplicadas as sanções
previstas no §3º do art. 36 da Lei das Eleições.
Ao final, requereu: (a) em sede de liminar, sejam as representadas obrigadas a ceder espaço a um representante da agremiação
para que participe do ciclo de entrevistas, sob pena do reconhecimento de sua ilegalidade e consequente cancelamento; (b) no
mérito, seja declarada a ilegalidade da realização de ciclo de entrevistas ou de qualquer outro evento que inclua os pré-
candidatos em que não se oportunize a manifestação do Partido dos Trabalhadores, enquanto seu pré-candidato estiver entre
os favoritos nas pesquisas; (c) subsidiariamente, a condenação das representadas às penalidades dispostas nos arts. 56 e 57,
inciso I, da Lei das Eleições; (d) também de forma subsidiária, o reconhecimento da existência de propaganda eleitoral
antecipada e a condenação das representadas ao pagamento da multa prevista no art. 36, §3º, da Lei das Eleições.
Na decisão de ID 255425, entendi não demonstrados os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora, e indeferi a
liminar pleiteada.
Devidamente citadas, as representadas ofereceram contestações registradas sob as IDs 258205 e 258044.
A TVSBT –Canal 4 de São Paulo S/A afirma que o pré-candidato àPresidência da República Luiz Inácio Lula da Silva, nos autos da
Execução Penal Provisória nº 5014411- 33.2018.4.04.7000, em trâmite na 12ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba,
manifestou concordância em conceder entrevistas às representadas.
Desse modo, sustenta, preliminarmente, que o representante não mais detém interesse no prosseguimento desta ação,
devendo o pedido ser julgado prejudicado.
No mérito, aduz que o Secretário Nacional de Comunicação do Partido dos Trabalhadores, Sr. Carlos Henrique Goulart Árabe,
participou de reunião promovida pelas representadas, em que fora cientificado que do ciclo de entrevistas participariam os pré-
candidatos àPresidência da República, e não representantes das agremiações partidárias.
Assevera que éparadoxal que, ciente das regras estabelecidas na reunião, venha o representante a juízo apresentar pedido que
sabe de antemão superado.
Requer: (a) preliminarmente, seja a representação extinta sem julgamento de mérito, ante a perda do objeto, e, (b) no mérito,
seja julgada improcedente.
As empresas Folha da Manhã S.A. e Universo Online S.A. defendem que o Tribunal Superior Eleitoral firmou entendimento de
que àimprensa escrita e aos provedores de internet épermitido organizar debates, sabatinas e entrevistas de forma livre, sendo-
lhes facultado restringir os eventos a pré-candidatos viáveis sob a ótica jornalística.

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Ano 2018, Número 116 Brasília, quinta-feira, 14 de junho de 2018 Página 7 9

Assinalam que a não participação do pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva no ciclo de entrevistas decorre diretamente da sua
condição de preso.
Ponderam que as representadas estariam conferindo tratamento anti-isonômico aos entrevistados caso fossem obrigadas a
abrir espaço para a participação de um representante do pré-candidato.
Aduzem que a representação teria perdido seu objeto, porquanto requereram autorização judicial para entrevistar o pré-
candidato, tendo a defesa concordado com a sua realização. Informam, contudo, que o pedido ainda não foi apreciado pela
autoridade judiciária competente.
Destarte, requerem seja julgada improcedente a representação.
Em seu parecer, o Ministério Público Eleitoral manifesta-se pela improcedência dos pedidos da representação.
Decido.
Conforme consignado na decisão de indeferimento do pedido liminar, o art. 36-A, inciso I, da Lei das Eleições –ao dispor que
"Não configuram propaganda eleitoral antecipada, desde que não envolvam pedido explícito de voto, (...) os seguintes atos,
que poderão ter cobertura dos meios de comunicação social, inclusive via internet: I - a participação de filiados a partidos
políticos ou de pré-candidatos em entrevistas, programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na internet, inclusive
com a exposição de plataformas e projetos políticos, observado pelas emissoras de rádio e de televisão o dever de conferir
tratamento isonômico" –não garante que, ante a eventual impossibilidade da participação de determinado pré-candidato,
estariam as empresas jornalísticas compelidas a convidar substituto para apresentar as ideias da respectiva agremiação.
Éque a inexistência do convite ao próprio pré-candidato não viola o parâmetro legal de isonomia ao qual estão sujeitas as
empresas jornalísticas quando promovem entrevistas, programas, encontros ou debates, porquanto se distancia do conceito de
discriminação aberrante que quer evitar a legislação eleitoral.
Essa foi a interpretação conferida ao art. 36-A, inciso I, da Lei das Eleições, pelo Min. Carlos Horbach, quando do julgamento da
RP nº 0600232-27, em que Sua Excelência comparou o mencionado dispositivo ao art. 45, consignando que:

A isonomia preconizada no inciso I do art. 36-A, portanto, há de ser preservada a partir de parâmetros mais amplos do que os
utilizados na aplicação do inciso IV do art. 45 da Lei das Eleições e sua eventual quebra deve ser aferida a partir de elementos
fáticos mais abrangentes do que os expostos nesta representação.
Não se pode caracterizar eventual tratamento anti-isonômico a partir de notícias veiculadas em um único dia e com base em
um único telejornal da programação da emissora. Devem ser considerados referenciais mais extensos no tempo –um período
considerável de eventos a serem cobertos pela mídia –e no espaço –os diversos programas jornalísticos da grade da
representada.
Assentadas essas premissas, impossível imputar àrepresentada, por ora e a partir dos fatos narrados na inicial, quebra de
tratamento isonômico entre pré-candidatos em sua programação, razão pela qual a imposição das sanções requeridas pelos
representantes apresenta-se de todo descabida.

Na linha do mencionado precedente, entendo que não érazoável obrigar os veículos de comunicação a convidar substituto para
o pré-candidato que esteja, por algum motivo, impossibilitado de comparecer a eventos promovidos para o benefício de sua
candidatura.
Finalmente, conforme amplamente noticiado pela imprensa, os representados já requereram, ao juízo responsável pela
execução da pena do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, autorização para que possam sabatiná-lo dentro da prisão.
Não há que se cogitar, nem mesmo em tese, em tratamento anti-isonômico desfavorável ao ex-presidente.
Diante do exposto, nos termos do art. 36, §6º, do Regimento Interno do TSE, julgo improcedente a representação.
Publique-se.
Intimem-se.
Brasília-DF, 12 de junho de 2018.

Ministro OG FERNANDES
Relator

Processo 0600515-50.2018.6.00.0000

HABEAS CORPUS (307) - 0600515-50.2018.6.00.0000 - SIGILOSO RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO

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Ano 2018, Número 116 Brasília, quinta-feira, 14 de junho de 2018 Página 8 0

IMPETRANTE / PACIENTE: SIGILOSO


Advogado do(a) IMPETRANTE / PACIENTE: SIGILOSO
IMPETRADO: SIGILOSO
AUTORIDADE COATORA: SIGILOSA

PUBLICAÇÃO DE INTIMAÇÃO

Ficam as partes intimadas do teor do ato judicial exarado, no processo acima, pelo Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO.
Brasília, 12 de junho de 2018.
Lívia Cabral Fernandes Coordenadoria de Processamento

HABEAS CORPUS (307) Nº 0600515-50.2018.6.00.0000 (PJe) –SIGILOSO


RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
IMPETRANTE: SIGILOSO
PACIENTES: SIGILOSO
ADVOGADO: SIGILOSO
AUTORIDADE COATORA: SIGILOSO
Despacho
(...)
2. Considerando o teor do Despacho 268890 (PJe), no qual a Secretaria Judiciária noticia a ausência de apresentação das
informações requisitadas ao TRE de Goiás, exigidas por força da Decisão Denegatória de Liminar 264114 (PJe), informa-se que
tais esclarecimentos já foram consignados no bojo do HC 0600455-77.2018.6.00.0000, oportunidade na qual se determina a
juntada dessas informações também nestes autos.
3. Destarte, após ulterior juntada, proceda-se àintimação do MPE para a confecção do parecer.
4. Publique-se.
Brasília (DF), 12 de junho de 2018.

NÁIBER PONTES DE ALMEIDA


Juiz Auxiliar
(Gab. Min. Napoleão Maia)

Processo 0600198-52.2018.6.00.0000

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL


ACÓRDÃO

CONSULTA (11551) 0600198-52.2018.6.00.0000 –BRASÍLIA –DISTRITO FEDERAL


Relator: Ministro Rosa Maria Pires Weber
Consulente: Roberto Pereira de Britto
Advogado: Américo Botelho Lobato Neto –OAB: 7803/MA

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Ano 2018, Número 116 Brasília, quinta-feira, 14 de junho de 2018 Página 8 1

CONSULTA. CHEFE DO PODER EXECUTIVO. CANDIDATURA A CARGO DIVERSO. NECESSIDADE DE RENÚNCIA AO MANDATO ATÉ
SEIS MESES ANTES DO PLEITO. MATÉRIA JÁ APRECIADA PELO TSE. PREJUDICADA.
Histórico da demanda
1. O consulente questiona, em resumo, se o Chefe do Poder Executivo, no atual mandato, “poderá ser candidato a Senador ou a
Governador nas Eleições gerais de 2018 sem renunciar” ou apenas se desincompatibilizar do cargo e em que prazo.
Da consulta
2. Na linha da remansosa jurisprudência deste Tribunal Superior, o Chefe do Poder Executivo, para concorrer a outro cargo,
deve renunciar ao seu mandato até seis meses antes do pleito (art. 14, §6º, da Carta Magna), de onde se conclui ser insuficiente
a mera desincompatibilização do cargo.
3. Considera-se prejudicada a consulta cujo objeto já foi apreciado pelo TSE. Precedente.
Consulta prejudicada.

Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em julgar prejudicada a consulta, nos termos do voto da
relatora.
Brasília, 17 de maio de 2018
MINISTRA ROSA WEBER – RELATORA

RELATÓRIO

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER: Senhor Presidente, trata-se de consulta apresentada pelo Deputado Federal Roberto
Pereira de Britto sobre a necessidade de renúncia de titular do Poder Executivo visando àdisputa eletiva para cargo diverso.
O consulente formula os seguintes questionamentos (ID 19766, fl. 3):
“1 - O detentor de mandato executivo (sic) poderá ser candidato a Governador ou a Senador sem a necessidade da renúncia?
2 - A exemplo de outras democracias como Argentina e Estados Unidos, poderia se aplicar a desincompatibilização do cargo
sem a necessidade de renúncia para a disputa?
3 - O Prefeito eleito em sua primeira eleição em 2016 poderia ser candidato em eleições majoritárias sem a necessidade de
renúncia e a aplicação apenas desincompatibilização?”
A Assessoria Consultiva –Assec, em um primeiro momento, se manifestou pelo não conhecimento da consulta em razão da falta
de clareza e objetividade no questionamento formulado (ID 200830, fl. 1).
Ao se manifestar sobre o referido parecer, o consulente sintetiza o questionamento nos seguintes termos: se o Chefe do Poder
Executivo, no atual mandato, “poderá ser candidato a Senador ou a Governador nas Eleições gerais de 2018 sem renunciar” ou
apenas se desincompatibilizar do cargo e em que prazo (ID 202676, fl. 1).
Considerados esses esclarecimentos e remetidos os autos àAssec para nova manifestação, sobreveio parecer –superado o
obstáculo anterior –pela resposta negativa a todas as indagações, ressaltando, àluz da jurisprudência desta Corte Superior, que
o Prefeito deve renunciar ao respectivo mandato até seis meses antes do pleito para se candidatar ao cargo de Governador ou
de Senador (ID 210468, fl. 1):
“2. No primeiro parecer, constatou-se que a consulta preenchia os requisitos prescritos no inciso XII do art. 23 do Código
Eleitoral, pois formulada por parte legítima, sobre matéria eleitoral em tese.
O único obstáculo ao conhecimento da consulta residia na sua falta de clareza e objetividade, o que, agora, tem-se por
superado.
Quanto ao mérito, esta Assessoria exarou parecer na Consulta nº 0603751-44/DF, de relatoria do Ministro Luís Roberto
Barroso, cuja indagação étotalmente semelhante àora apresentada.
Transcrevo do citado parecer o trecho que interessa:
‘No mérito, pergunta-se:
O prefeito do município eleito em 2016 poderá ser candidato a governador ou senador sem a necessidade de perder o mandato
de prefeito?

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Ano 2018, Número 116 Brasília, quinta-feira, 14 de junho de 2018 Página 8 2

Em caso de positivo? Qual seria o prazo de afastamento? (Sic)


Com efeito, o primeiro item da indagação merece resposta negativa.
Isso porque, sob o ângulo constitucional, a Carta da República determina, no §6º do seu art. 14, que, “para concorrerem a
outros cargos, o presidente da República, os governadores de estado e do Distrito Federal e os prefeitos devem renunciar aos
respectivos mandatos até seis meses antes do pleito”.
Ratificando o dispositivo citado, o §1º do art. 1º da LC nº 64/90, sob o ângulo infraconstitucional, dispõe que, “para
concorrência a outros cargos, o presidente da República, os governadores de estado e do Distrito Federal e os prefeitos devem
renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito”.
Não há, portanto, qualquer dúvida de que éexigível do prefeito municipal a renúncia ao cargo para candidatar-se a governador
ou a senador, considerados “outros cargos” para fins eleitorais.
Nesse contexto, tornam-se mais esclarecedoras as palavras do professor Rodrigo López Zilio ao afirmar, em sua doutrina, “a
necessidade de renúncia do mandato exercido, até seis meses antes do pleito, para que o exercente do cargo de Chefe do Poder
Executivo possa postular outro cargo”.
Aduz o eminente doutrinador que “não se trata de mero e temporário afastamento; assim, finda a eleição, qualquer que seja o
resultado do pleito, évedado ao titular do Executivo, que pleiteou acesso a outro cargo, o retorno do mandato anteriormente
exercido” (in Direito Eleitoral, 4ª ed. Verbo Jurídico Editora, fls. 172-173).
Nesse sentido também já se manifestou esta Corte:
Consulta. Prefeito. Primeiro mandato. Candidato. Vice-prefeito. Eleição seguinte. Exigência. Afastamento. Cargo. Art. 14, §6º, da
Constituição Federal.
1. O §6º do art. 14 da Constituição Federal estabelece que, para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os
Governadores de estado e do Distrito Federal e os prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do
pleito.
2. Desse modo, o prefeito, em primeiro mandato, não pode candidatar-se ao cargo de vice-prefeito se não houver se
desincompatibilizado no período de seis meses que antecede o pleito.
Consulta respondida negativamente.
(Cta nº 1512/DF, Rel. Min. Caputo Bastos, Dje de 15.5.2008.)
No que se refere ao prazo de afastamento, a Res.-TSE nº 23.555/2017, que dispõe sobre o Calendário Eleitoral (Eleições 2018),
prescreve ser o dia 7 de abril –sábado (6 meses antes), a ‘data até a qual o Presidente da República, os Governadores de Estado
e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos caso pretendam concorrer a outros cargos
(Constituição Federal, art. 14, §6º)’.
3. Pelo exposto, opina esta Assessoria pela resposta negativa àprimeira indagação, ressaltando que o prefeito municipal deve
renunciar ao respectivo mandato até seis meses antes do pleito para se candidatar ao cargo de governador ou de senador.’
3. Pelo exposto, opina esta Assessoria pela resposta negativa a todas as indagações, ressaltando que o prefeito municipal deve
renunciar ao respectivo mandato até seis meses antes do pleito para se candidatar ao cargo de governador ou de senador.”
(Destaquei)
Éo relatório.
VOTO

A SENHORA MINISTRA ROSA WEBER (relatora): Senhor Presidente, trata-se de consulta apresentada pelo Deputado Federal
Roberto Pereira de Britto.
Reconheço a legitimidade do consulente, porque autoridade com atuação em âmbito federal.
Questiona-se, em resumo, se o Prefeito eleito em 2016, para concorrer ao cargo de Senador ou de Governador nas Eleições
2018, deve renunciar ou apenas se desincompatibilizar do cargo e em que prazo.
Anoto consolidada a compreensão desta Corte Superior no sentido de que o Chefe do Poder Executivo, para concorrer a outro
cargo eletivo, deve renunciar a seu mandato até seis meses antes do pleito, de onde se conclui ser insuficiente a mera
desincompatibilização do cargo. Nesse sentido:
“CONSULTA. Governador. Renúncia. Inelegibilidade. Afastamento.
I- O Governador de Estado, se quiser concorrer a outro cargo eletivo, deve renunciar a seu mandato até seis meses antes do
pleito (CF, art. 14, §6º).
II- A renúncia do Governador em primeiro mandato, até seis meses antes do pleito, torna elegíveis os parentes relacionados no
art. 14, §7º, da Constituição Federal.

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III- A renúncia do Governador, até seis meses antes da eleição, torna seus parentes elegíveis (CF, art. 14, §7º) para cargo
diverso, na mesma circunscrição.
IV- Presidente da Câmara Municipal que exerce provisoriamente o cargo de Prefeito não necessita desincompatibilizar-se para
se candidatar a este cargo, para um único período subsequente.” (Cta nº 1187, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJ de
16.12.2005 –destaquei)
Uma vez pacificada a orientação deste Tribunal Superior quanto àmatéria, resulta prejudicada a presente consulta. Nessa linha:
“CONSULTA. INELEGIBILIDADE. ELEIÇÃO SUBSEQUENTE. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL ELEITO VICE-PREFEITO. ELEIÇÕES
SUBSEQUENTES. CONCLUSÃO DO MANDATO DE PREFEITO. ASSUNÇÃO ÀCHEFIA DO EXECUTIVO MUNICIPAL. FALECIMENTO DO
TITULAR.
1. A jurisprudência desta Corte já assentou que vice-prefeito que substituiu o titular no curso do mandato e elegeu-se no pleito
subsequente não pode candidatar-se àreeleição, sob pena de configurar um terceiro mandato.
2. Considera-se prejudicada a consulta cujo objeto já foi apreciado pela Corte. Precedente.
3. Consulta julgada prejudicada.” (Cta nº 322-89/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 06.6.2016 –destaquei)
Por todo o exposto, julgo prejudicada a consulta.
Écomo voto.

EXTRATO DA ATA

Cta (11551) nº 0600198-52.2018.6.00.0000/DF. Relatora: Ministra Rosa Weber. Consulente: Roberto Pereira de Brito.
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, julgou prejudicada a consulta, nos termos do voto da relatora.
Composição: Ministros Luiz Fux, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, Napoleão Nunes Maia Filho, Admar Gonzaga, Tarcisio Vieira
de Carvalho Neto e Sérgio Banhos.
Vice-Procurador-Geral Eleitoral: Humberto Jacques de Medeiros.

SESSÃO DE 17.5.2018.
Processo 0600348-33.2018.6.00.0000

AGRAVO REGIMENTAL NA AÇÃO CAUTELAR (12061) - 0600348-33.2018.6.00.0000 - SIGILOSO RELATOR: MINISTRO ADMAR
GONZAGA NETO
AGRAVANTE: SIGILOSO
AGRAVADA: SIGILOSO Advogados da AGRAVADA: RODRIGO MELO MESQUITA - DF41509, ANDRE LUIZ HESPANHOL TAVARES -
RJ109359, ADEMAR APARECIDO DA COSTA FILHO - DF40989
INTIMAÇÃO PARA CONTRARRAZÕES A AGRAVO REGIMENTAL
Considerando a interposição de agravo regimental, fica a parte agravada intimada para apresentar contrarrazões, no prazo de
três dias.
Leandro Oliveira Reis Coordenadoria de Processamento

Intimação de pauta

Intimação de Pauta

Para julgamento do processo abaixo relacionado, a partir da próxima sessão, respeitado o prazo de 24 horas, contado desta
publicação.
AÇÃO CAUTELAR (12061) N° 0604067-57.2017.6.00.0000
ORIGEM: SÃO JOÃO DE MERITI - RJ
RELATOR: Ministro Admar Gonzaga
PARTES DO PROCESSO

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AUTOR: ELIAS NUNES DE QUEIROZ


Advogados do(a) AUTOR: SIDNEY SA DAS NEVES - BA19033, MARCIO LUIZ SILVA - DF12415, GLAUCIA ALVES CORREIA - DF37149
RÉU: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

REPRESENTAÇÃO (11541) N° 0600178-61.2018.6.00.0000


ORIGEM: FORMOSA - GO
RELATOR: Ministro Admar Gonzaga
PARTES DO PROCESSO

REPRESENTANTE: EDNA DE OLIVEIRA COSTA, NATANAEL CAETANO DO NASCIMENTO


Advogado do(a) REPRESENTANTE: TATIANA BASSO PARREIRA - GO3815400A
Advogado do(a) REPRESENTANTE: TATIANA BASSO PARREIRA - GO3815400A
REPRESENTADO: DESEMBARGADOR CARLOS HIPOLITO ESCHER, TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE GOIAS

REGISTRO DE PARTIDO POLÍTICO (11539) N° 0600016-03.2017.6.00.0000


ORIGEM: BRASÍLIA - DF
RELATOR: Ministro Jorge Mussi
PARTES DO PROCESSO

REQUERENTE: PARTIDO IGUALDADE (IDE) - NACIONAL


Advogados do(a) REQUERENTE: RODOLFO RICARDO DA SILVA - PE34214, JAIRES RODRIGUES PORTO - BA23480, MARCELO
LINHARES - BA16111

RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA (1347) N° 0600055-48.2017.6.09.0000


ORIGEM: FORMOSA - GO
RELATOR: Ministro Admar Gonzaga
PARTES DO PROCESSO

RECORRENTE: FELIPE BASSO PARREIRA


Advogado do(a) RECORRENTE: TATIANA BASSO PARREIRA - GO3815400A
RECORRIDO: UNIÃO FEDERAL

REPRESENTAÇÃO (11541) N° 0600173-39.2018.6.00.0000


ORIGEM: FORMOSA - GO
RELATOR: Ministro Admar Gonzaga
PARTES DO PROCESSO

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REPRESENTANTE: NILDA GOMES DA MOTA DE MORAIS, KELISON VANDO GONCALVES BARBOSA


Advogado do(a) REPRESENTANTE: TATIANA BASSO PARREIRA - GO3815400A
Advogado do(a) REPRESENTANTE: TATIANA BASSO PARREIRA - GO3815400A
REPRESENTADO: DESEMBARGADOR CARLOS HIPOLITO ESCHER, TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE GOIAS

Jean Carlos Silva de Assunção

Assessor de Plenário

Edital

Processo 0600432-34.2018.6.00.0000

PRESTAÇÃO DE CONTAS (11531) - 0600432-34.2018.6.00.0000 - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL RELATOR(A): MINISTRO(A) LUÍS
ROBERTO BARROSO REQUERENTE: PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT) - NACIONAL

EDITAL DE ABERTURA DE PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO A PRESTAÇÃO DE CONTAS DE PARTIDO POLÍTICO


(expedido conforme art. 31, §3º, da Resolução-TSE nº 23.464/2015)

A Coordenadoria de Processamento da Secretaria Judiciária do Tribunal Superior Eleitoral, nos termos do art. 31, §3º da
Resolução-TSE nº 23.464/2015, FAZ SABER ao Ministério Público Eleitoral e aos partidos políticos que se encontra aberto, com
este ato, o prazo de 5 (cinco) dias para impugnar a prestação de contas referente ao exercício financeiro do ano
anterior apresentada pelo PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT) - NACIONAL.
No mesmo prazo da impugnação, poderão os legitimados relatar fatos, indicar provas e pedir a abertura de investigação para
apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, os partidos e seus filiados
estejam sujeitos (Lei nº 9.096, de 1995, art. 35)
A consulta ao inteiro teor do processo deve ser realizada no endereço https://pje.tse.jus.br:8443/pje-
web/ConsultaPublica/listView.seam, mediante fornecimento do número do presente processo (0600432-34.2018.6.00.0000)
Brasília, 13 de junho de 2018. Daniel Vasconcelos Borges Netto Coordenadoria de Processamento
Processo 0600424-57.2018.6.00.0000

PRESTAÇÃO DE CONTAS (11531) - 0600424-57.2018.6.00.0000 - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL RELATOR(A): MINISTRO(A) ROSA
MARIA PIRES WEBER REQUERENTE: PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC DO B ) - NACIONAL

EDITAL DE ABERTURA DE PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO A PRESTAÇÃO DE CONTAS DE PARTIDO POLÍTICO (expedido conforme art.
31, §3º, da Resolução-TSE nº 23.464/2015)

A Coordenadoria de Processamento da Secretaria Judiciária do Tribunal Superior Eleitoral, nos termos do art. 31, §3º da
Resolução-TSE nº 23.464/2015, FAZ SABER ao Ministério Público Eleitoral e aos partidos políticos que se encontra aberto, com
este ato, o prazo de 5 (cinco) dias para impugnar a prestação de contas referente ao exercício financeiro do ano

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Ano 2018, Número 116 Brasília, quinta-feira, 14 de junho de 2018 Página 8 6

anterior apresentada pelo PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC do B ) - NACIONAL.

No mesmo prazo da impugnação, poderão os legitimados relatar fatos, indicar provas e pedir a abertura de investigação para
apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, os partidos e seus filiados
estejam sujeitos (Lei nº 9.096, de 1995, art. 35)

A consulta ao inteiro teor do processo deve ser realizada no endereço https://pje.tse.jus.br:8443/pje-


web/ConsultaPublica/listView.seam, mediante fornecimento do número do presente processo (0600424-57.2018.6.00.0000).

Brasília, 13 de junho de 2018. Daniel Vasconcelos Borges Netto Coordenadoria de Processamento


Processo 0600441-93.2018.6.00.0000

PRESTAÇÃO DE CONTAS (11531) - 0600441-93.2018.6.00.0000 - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL RELATOR(A): MINISTRO(A)


NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO REQUERENTE: PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB) - NACIONAL

EDITAL DE ABERTURA DE PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO A PRESTAÇÃO DE CONTAS DE PARTIDO POLÍTICO

(expedido conforme art. 31, §3º, da Resolução-TSE nº 23.464/2015)

A Coordenadoria de Processamento da Secretaria Judiciária do Tribunal Superior Eleitoral, nos termos do art. 31, §3º da
Resolução-TSE nº 23.464/2015, FAZ SABER ao Ministério Público Eleitoral e aos partidos políticos que se encontra aberto, com
este ato, o prazo de 5 (cinco) dias para impugnar a prestação de contas referente ao exercício financeiro do ano
anterior apresentada pelo PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB) - NACIONAL.

No mesmo prazo da impugnação, poderão os legitimados relatar fatos, indicar provas e pedir a abertura de investigação para
apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, os partidos e seus filiados
estejam sujeitos (Lei nº 9.096, de 1995, art. 35)

A consulta ao inteiro teor do processo deve ser realizada no endereço https://pje.tse.jus.br:8443/pje-


web/ConsultaPublica/listView.seam, mediante fornecimento do número do presente processo (0600441-93.2018.6.00.0000)

Brasília, 13 de junho de 2018. Daniel Vasconcelos Borges Netto Coordenadoria de Processamento


Processo 0600465-24.2018.6.00.0000

LISTA TRÍPLICE (11545) - 0600465-24.2018.6.00.0000 - SÃO PAULO - SÃO PAULO RELATOR: MINISTRO ADMAR GONZAGA NETO
INTERESSADO: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE SAO PAULO
ADVOGADO INDICADO: JOSE HORACIO HALFELD REZENDE RIBEIRO, RICARDO CHOLBI TEPEDINO, ANDRE RAMOS TAVARES

EDITAL DE LISTA TRÍPLICE


(expedido de acordo com o art. 25, §3º, do Código Eleitoral)

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2018, Número 116 Brasília, quinta-feira, 14 de junho de 2018 Página 8 7

O Excelentíssimo Senhor Ministro ADMAR GONZAGA NETO, Relator da Lista Tríplice nº 0600465-24.2018.6.00.0000, FAZ
SABER, aos que o presente edital virem ou dele conhecimento tiverem que, para preenchimento da vaga de juiz SUBSTITUTO do
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE SÃO PAULO, da Classe Jurista, decorrente do término do 1º biênio do Dr. Marcus Elidius
Michelli de Almeida, foram indicados, pelo Tribunal de Justiça daquela Unidade da Federação, os seguintes advogados:

JOSE HORACIO HALFELD REZENDE RIBEIRO


ANDRE RAMOS TAVARES
RICARDO CHOLBI TEPEDINO.
No prazo de cinco dias, as indicações poderão ser impugnadas com fundamento em incompatibilidade.
Brasília, 13 de junho de 2018. Moisés Lima Mascarenhas Coordenadoria de Processamento
Processo 0600420-20.2018.6.00.0000

PRESTAÇÃO DE CONTAS (11531) - 0600420-20.2018.6.00.0000 - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL RELATOR(A): MINISTRO(A) LUÍS
ROBERTO BARROSO REQUERENTE: PARTIDO POPULAR SOCIALISTA (PPS) - NACIONAL

EDITAL DE ABERTURA DE PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO A PRESTAÇÃO DE CONTAS DE PARTIDO POLÍTICO (expedido conforme art.
31, §3º, da Resolução-TSE nº 23.464/2015)

A Coordenadoria de Processamento da Secretaria Judiciária do Tribunal Superior Eleitoral, nos termos do art. 31, §3º da
Resolução-TSE nº 23.464/2015, FAZ SABER ao Ministério Público Eleitoral e aos partidos políticos que se encontra aberto, com
este ato, o prazo de 5 (cinco) dias para impugnar a prestação de contas referente ao exercício financeiro do ano
anterior apresentada pelo PARTIDO POPULAR SOCIALISTA (PPS) - NACIONAL.

No mesmo prazo da impugnação, poderão os legitimados relatar fatos, indicar provas e pedir a abertura de investigação para
apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, os partidos e seus filiados
estejam sujeitos (Lei nº 9.096, de 1995, art. 35)

A consulta ao inteiro teor do processo deve ser realizada no endereço https://pje.tse.jus.br:8443/pje-


web/ConsultaPublica/listView.seam, mediante fornecimento do número do presente processo (0600420-20.2018.6.00.0000).

Brasília, 13 de junho de 2018. Daniel Vasconcelos Borges Netto Coordenadoria de Processamento


Processo 0600370-91.2018.6.00.0000

PRESTAÇÃO DE CONTAS (11531) - 0600370-91.2018.6.00.0000 - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL RELATOR(A): MINISTRO(A) LUÍS
ROBERTO BARROSO REQUERENTE: PARTIDO ECOLÓGICO NACIONAL (PEN) - NACIONAL

EDITAL DE ABERTURA DE PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO A PRESTAÇÃO DE CONTAS DE PARTIDO POLÍTICO (expedido conforme art.
31, §3º, da Resolução-TSE nº 23.464/2015)

A Coordenadoria de Processamento da Secretaria Judiciária do Tribunal Superior Eleitoral, nos termos do art. 31, §3º da
Resolução-TSE nº 23.464/2015, FAZ SABER ao Ministério Público Eleitoral e aos partidos políticos que se encontra aberto, com
este ato, o prazo de 5 (cinco) dias para impugnar a prestação de contas referente ao exercício financeiro do ano
anterior apresentada pelo PARTIDO ECOLÓGICO NACIONAL (PEN) - NACIONAL.

No mesmo prazo da impugnação, poderão os legitimados relatar fatos, indicar provas e pedir a abertura de investigação para
apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, os partidos e seus filiados
estejam sujeitos (Lei nº 9.096, de 1995, art. 35)

A consulta ao inteiro teor do processo deve ser realizada no endereço https://pje.tse.jus.br:8443/pje-


web/ConsultaPublica/listView.seam, mediante fornecimento do número do presente processo (0600370-91.2018.6.00.0000).

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2018, Número 116 Brasília, quinta-feira, 14 de junho de 2018 Página 8 8

Brasília, 13 de junho de 2018. Daniel Vasconcelos Borges Netto Coordenadoria de Processamento


Processo 0600416-80.2018.6.00.0000

PRESTAÇÃO DE CONTAS (11531) - 0600416-80.2018.6.00.0000 - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL RELATOR(A): MINISTRO(A) LUÍS
ROBERTO BARROSO REQUERENTE: PARTIDO VERDE (PV) - NACIONAL

EDITAL DE ABERTURA DE PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO A PRESTAÇÃO DE CONTAS DE PARTIDO POLÍTICO (expedido conforme art.
31, §3º, da Resolução-TSE nº 23.464/2015)

A Coordenadoria de Processamento da Secretaria Judiciária do Tribunal Superior Eleitoral, nos termos do art. 31, §3º da
Resolução-TSE nº 23.464/2015, FAZ SABER ao Ministério Público Eleitoral e aos partidos políticos que se encontra aberto, com
este ato, o prazo de 5 (cinco) dias para impugnar a prestação de contas referente ao exercício financeiro do ano
anterior apresentada pelo PARTIDO VERDE (PV) - NACIONAL.

No mesmo prazo da impugnação, poderão os legitimados relatar fatos, indicar provas e pedir a abertura de investigação para
apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, os partidos e seus filiados
estejam sujeitos (Lei nº 9.096, de 1995, art. 35)

A consulta ao inteiro teor do processo deve ser realizada no endereço https://pje.tse.jus.br:8443/pje-


web/ConsultaPublica/listView.seam, mediante fornecimento do número do presente processo (0600416-80.2018.6.00.0000).

Brasília, 13 de junho de 2018. Daniel Vasconcelos Borges Netto Coordenadoria de Processamento


Processo 0600407-21.2018.6.00.0000

PRESTAÇÃO DE CONTAS (11531) - 0600407-21.2018.6.00.0000 - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL RELATOR(A): MINISTRO(A) LUÍS
ROBERTO BARROSO REQUERENTE: PARTIDO PROGRESSISTA (PP) - NACIONAL

EDITAL DE ABERTURA DE PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO A PRESTAÇÃO DE CONTAS DE PARTIDO POLÍTICO (expedido conforme art.
31, §3º, da Resolução-TSE nº 23.464/2015)

A Coordenadoria de Processamento da Secretaria Judiciária do Tribunal Superior Eleitoral, nos termos do art. 31, §3º da
Resolução-TSE nº 23.464/2015, FAZ SABER ao Ministério Público Eleitoral e aos partidos políticos que se encontra aberto, com
este ato, o prazo de 5 (cinco) dias para impugnar a prestação de contas referente ao exercício financeiro do ano
anterior apresentada pelo PARTIDO PROGRESSISTA (PP) - NACIONAL.

No mesmo prazo da impugnação, poderão os legitimados relatar fatos, indicar provas e pedir a abertura de investigação para
apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, os partidos e seus filiados
estejam sujeitos (Lei nº 9.096, de 1995, art. 35)

A consulta ao inteiro teor do processo deve ser realizada no endereço https://pje.tse.jus.br:8443/pje-


web/ConsultaPublica/listView.seam, mediante fornecimento do número do presente processo (0600407-21.2018.6.00.0000).

Brasília, 13 de junho de 2018. Daniel Vasconcelos Borges Netto Coordenadoria de Processamento


Processo 0600402-96.2018.6.00.0000

PRESTAÇÃO DE CONTAS (11531) - 0600402-96.2018.6.00.0000 - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL RELATOR(A): MINISTRO(A) LUÍS
ROBERTO BARROSO REQUERENTE: PARTIDO REPUBLICANO PROGRESSISTA (PRP) - NACIONAL

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2018, Número 116 Brasília, quinta-feira, 14 de junho de 2018 Página 8 9

EDITAL DE ABERTURA DE PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO A PRESTAÇÃO DE CONTAS DE PARTIDO POLÍTICO (expedido conforme art.
31, §3º, da Resolução-TSE nº 23.464/2015)

A Coordenadoria de Processamento da Secretaria Judiciária do Tribunal Superior Eleitoral, nos termos do art. 31, §3º da
Resolução-TSE nº 23.464/2015, FAZ SABER ao Ministério Público Eleitoral e aos partidos políticos que se encontra aberto, com
este ato, o prazo de 5 (cinco) dias para impugnar a prestação de contas referente ao exercício financeiro do ano
anterior apresentada pelo PARTIDO REPUBLICANO PROGRESSISTA (PRP) - NACIONAL.

No mesmo prazo da impugnação, poderão os legitimados relatar fatos, indicar provas e pedir a abertura de investigação para
apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, os partidos e seus filiados
estejam sujeitos (Lei nº 9.096, de 1995, art. 35)

A consulta ao inteiro teor do processo deve ser realizada no endereço https://pje.tse.jus.br:8443/pje-


web/ConsultaPublica/listView.seam, mediante fornecimento do número do presente processo (0600402-96.2018.6.00.0000).

Brasília, 13 de junho de 2018. Daniel Vasconcelos Borges Netto Coordenadoria de Processamento


Processo 0600409-88.2018.6.00.0000

PRESTAÇÃO DE CONTAS (11531) - 0600409-88.2018.6.00.0000 - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL RELATOR(A): MINISTRO(A) LUÍS
ROBERTO BARROSO REQUERENTE: PARTIDO NOVO (NOVO) - NACIONAL

EDITAL DE ABERTURA DE PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO A PRESTAÇÃO DE CONTAS DE PARTIDO POLÍTICO (expedido conforme art.
31, §3º, da Resolução-TSE nº 23.464/2015)

A Coordenadoria de Processamento da Secretaria Judiciária do Tribunal Superior Eleitoral, nos termos do art. 31, §3º da
Resolução-TSE nº 23.464/2015, FAZ SABER ao Ministério Público Eleitoral e aos partidos políticos que se encontra aberto, com
este ato, o prazo de 5 (cinco) dias para impugnar a prestação de contas referente ao exercício financeiro do ano
anterior apresentada pelo PARTIDO NOVO (NOVO) - NACIONAL,.

No mesmo prazo da impugnação, poderão os legitimados relatar fatos, indicar provas e pedir a abertura de investigação para
apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, os partidos e seus filiados
estejam sujeitos (Lei nº 9.096, de 1995, art. 35)

A consulta ao inteiro teor do processo deve ser realizada no endereço https://pje.tse.jus.br:8443/pje-


web/ConsultaPublica/listView.seam, mediante fornecimento do número do presente processo (0600409-88.2018.6.00.0000).

Brasília, 13 de junho de 2018. Daniel Vasconcelos Borges Netto Coordenadoria de Processamento


Processo 0600406-36.2018.6.00.0000

PRESTAÇÃO DE CONTAS (11531) - 0600406-36.2018.6.00.0000 - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL RELATOR(A): MINISTRO(A) LUÍS
ROBERTO BARROSO REQUERENTE: PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL (PROS) - NACIONAL

EDITAL DE ABERTURA DE PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO A PRESTAÇÃO DE CONTAS DE PARTIDO POLÍTICO (expedido conforme art.
31, §3º, da Resolução-TSE nº 23.464/2015)

A Coordenadoria de Processamento da Secretaria Judiciária do Tribunal Superior Eleitoral, nos termos do art. 31, §3º da
Resolução-TSE nº 23.464/2015, FAZ SABER ao Ministério Público Eleitoral e aos partidos políticos que se encontra aberto, com
este ato, o prazo de 5 (cinco) dias para impugnar a prestação de contas referente ao exercício financeiro do ano
anterior apresentada pelo PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL (PROS) - NACIONAL.

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2018, Número 116 Brasília, quinta-feira, 14 de junho de 2018 Página 9 0

No mesmo prazo da impugnação, poderão os legitimados relatar fatos, indicar provas e pedir a abertura de investigação para
apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, os partidos e seus filiados
estejam sujeitos (Lei nº 9.096, de 1995, art. 35)

A consulta ao inteiro teor do processo deve ser realizada no endereço https://pje.tse.jus.br:8443/pje-


web/ConsultaPublica/listView.seam, mediante fornecimento do número do presente processo (0600406-36.2018.6.00.0000).

Brasília, 13 de junho de 2018. Daniel Vasconcelos Borges Netto Coordenadoria de Processamento

CORREGEDORIA ELEITORAL

Atos do Corregedor

Decisão monocrática

PUBLICAÇÃO DE DECISÃO Nº 17/2018-CGE

PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS Nº 44/18-CGE


RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIS FILHO, CORREGEDOR-GERAL DA JUSTIÇA ELEITORAL
PROCEDÊNCIA: BRASNORTE - MT
REQUERENTE: JUÍZO DA 56a. ZONA ELEITORAL/MT (BRASNORTE)
REQUERIDO: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MATO GROSSO
PROTOCOLO nº 3.31/2018-TSE

REZONEAMENTO ELEITORAL. TRE/MT. IMPUGNAÇÃO ACERCA DA MUDANÇA DA SEDE DE ZONA ELEITORAL. REQUISITOS
REGULAMENTARES. ALEGAÇÃO. PREJUÍZOS À POPULAÇÃO. ÓBICES. REZONAMENTO. PEDIDO. TUTELA DE URGÊNCIA.
COMPETÊNCIA PRIMÁRIA DA CORTE DE ORIGEM PARA TRATAR DA DEFINIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DAS ZONAS ELEITORAIS.
EXISTÊNCIA DE VIA ADEQUADA PARA IMPUGNAR O ATO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE. DE EXAME. SUPRESSÃO DE
INSTÂNCIA. AUTONOMIA ADMINISTRATIVA DOS TRES. NÃO CONHECIMENTO. ARQUIVAMENTO.

1. O JUÍZO DA 56a. ZE/MT (BRASNORTE) questiona, por meio do Ofício 024/2018/56a. ZE, a Res.-TRE/MT 2.075/17, que alterou
a Res.-TRE/MT 2.063/17 e definiu a mudança da sede da referida Zona Eleitoral do Município de Brasnorte/MT para o de
Colniza/MT, tendo em vista o não atingimento do quantitativo mínimo de eleitores previsto na legislação de regência.
2. Aduz o requerente que, muito embora a instalação da 56a. ZE/MT em Colniza/MT tenha sido autorizada pelo TSE em
Acórdão proferido no Processo 0604176-71.2017.6.00.0000 (PJe), desde o início deste ano, após esforços da unidade, houve
um significativo incremento no eleitorado, que alcançou a quantidade de 12.616 eleitores, atingindo, dessa forma, os requisitos
do art. 3o., I, "c", 1, c.c. art. 3o., § 1o., I e II da Res.-TSE 23.422/14.
3. A parte peticionária apresenta dados sobre o Município de Brasnorte/MT e esclarece que o rezoneamento de alguns locais de
votação produzirá grande impacto na região, notadamente quanto à distância percorrida pelos eleitores até a nova sede, em
alguns casos, com majoração de mais de 300 km.
4. Nessa linha, aponta o requerente que existem, atualmente, naquela jurisdição, mais de 600 eleitores em seções localizadas
em aldeias indígenas. Alega que o aumento da distância entre o cartório eleitoral e os referidos locais de votação criaria
embaraços à integração dessas populações ao processo eleitoral e ao exercício da cidadania, motivo pelo qual requer
a intimação da Defensoria Pública da União para manifestar-se sobre o tema.
5. Sustenta, ainda, que o referido remanejamento, previsto para ocorrer até o dia 30.6.2018, conforme despacho do Diretor-
Geral do TRE/MT no Processo Administrativo Eletrônico 656/18, encontra óbices na restrição à transferência de eleitores após o
fechamento do Cadastro Eleitoral, estabelecido pelo Calendário Eleitoral do Pleito de 2018 (Res.-TSE 23.555/17) e pelo art. 7o.,
§ 1o. da Res.-TSE 23.422/14.

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2018, Número 116 Brasília, quinta-feira, 14 de junho de 2018 Página 9 1

6. Ao final, requer a esta Corregedoria-Geral que determine ao TRE/MT a análise do mérito do processo que requer a
manutenção da 56a. Zona Eleitoral no Município de Brasnorte/MT e que conceda medida de urgência para a suspensão
imediata de qualquer ação que implique o remanejamento (...) até o final do Ano Eleitoral de 2018.
7. Era o que havia de relevante para relatar.
8. Preliminarmente, cabe destacar que a definição e a organização das zonas eleitorais, observadas as normas mínimas de
regência, são de competência dos respectivos Tribunais Regionais Eleitorais. Assim, eventuais impugnações nesse âmbito
devem ser apreciadas pelos órgãos competentes das referidas Cortes na forma regimental, sendo cabível, em última análise, a
impetração de mandado de segurança contra os atos administrativos que não tenham previsão de recursos na esfera
administrativa.
9. Logo, não se admite que esta Corregedoria-Geral examine, na estreita via administrativa ou correcional, pedido formulado
diretamente a esta Corte Superior, ainda mais quando existe remédio próprio a ser dirigido à Corte de origem, sob pena de
supressão de instância e até mesmo de violação do princípio do juiz natural.
10. Ademais, de há muito busco prestigiar a autonomia administrativa das Cortes Regionais, nos moldes do delineamento
constitucional previsto no art. 96, inciso I da Constituição Federal, de sorte que eventual interferência em tema tão sensível e
estratégico para o funcionamento regular e cotidiano do TRE/MT divisão da respectiva circunscrição em zonas eleitorais -,
somente se faz possível e cabível em hipóteses de extrema gravidade, mas não sem antes oferecer a oportunidade para que o
próprio Tribunal local, em manifestação colegiada, se debruce na equalização do conflito posto.
11. Por essas razões, considerando que o requerente deve manifestar sua irresignação pelos meios e vias adequados, à míngua
de outras providências a cargo desta Corregedoria-Geral, não conheço do pedido e determino o seu arquivamento.
12. Comunique-se ao TRE/MT e ao Juízo da 56a. ZE/MT.

6.6.2018
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
CORREGEDOR-GERAL DA JUSTIÇA ELEITORAL

Documentos Eletrônicos Publicados pelo PJE

Comunicação

Processo 0603875-27.2017.6.00.0000

index: REPRESENTAÇÃO (11541)-0603875-27.2017.6.00.0000-[Exceção - De Suspeição]-RIO DE JANEIRO-CAMPOS DOS


GOYTACAZES
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL
CGE 3-1
REPRESENTAÇÃO (11541) Nº 0603875-27.2017.6.00.0000 (PJe) - CAMPOS DOS GOYTACAZES - RIO DE JANEIRO RELATOR:
MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO REPRESENTANTE: SIGILOSO ADVOGADOS: ANTONIO MAURICIO COSTA - RJ47536,
THIAGO SOARES DE GODOY - RJ1516180A, CARLOS FERNANDO DOS SANTOS AZEREDO - RJ1504720A REPRESENTADO:
SIGILOSO DESPACHO
De ordem, defiro o pedido de habilitação da Dra. ISABELA MARIA DE ROSA MATHEUS BULLUS, OAB/RJ 203.726, para atuar
neste processo, conforme requerido na petição ID 268100. ÀSecretaria, para que promova as atualizações necessárias. Brasília,
12 de junho de 2018. DIEGO CÂMARA ALVES Juiz Auxiliar

SECRETARIA DO TRIBUNAL

Atos do Diretor-Geral

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2018, Número 116 Brasília, quinta-feira, 14 de junho de 2018 Página 9 2

Portaria

Portaria TSE nº 505 de 12 de junho de 2018.

O DIRETOR-GERAL DA SECRETARIA DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, com base no disposto no inciso XV do art. 116 do
Regulamento Interno e no caput do art. 38 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
R E S O L V E:
designar BYSMARCK BARROS DE SOUSA, Analista Judiciário, Área Apoio Especializado, Análise de Sistemas, para substituir
o Chefe de Seção de Inovação e Pesquisa Tecnológica, Nível FC-6, da Coordenadoria de Tecnologia Eleitoral, da Secretaria de
Gestão de Informação, no dia 11.6.2018.
RODRIGO CURADO FLEURY
DIRETOR-GERAL

Documento assinado eletronicamente em 12/06/2018, às 20:10, conforme art. 1º, §2º, III, b, da Lei 11.419/2006.
A autenticidade do documento pode ser conferida em
https://sei.tse.jus.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_extern
o=0&cv=0768695&crc=419E726F, informando, caso não preenchido, o código verificador 0768695 e o código
CRC 419E726F.

Núcleo de Desenvolvimento Colaborativo do Módulo Diárias

Portaria TSE nº 496 de 08 de junho de 2018.


Dispõe sobre a criação do Núcleo de Desenvolvimento Colaborativo do Módulo Diárias no âmbito da Justiça Eleitoral.
O DIRETOR-GERAL DA SECRETARIA DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo
inciso VIII do artigo 116 do Regulamento Interno, de acordo com a Portaria TSE nº 662, de 23 de junho de 2016, e de acordo
com a Resolução TSE nº 23.508, de 14 de fevereiro de 2017,
R E S O L V E:
Art. 1º Fica instituído Núcleo de Desenvolvimento Colaborativo, no âmbito da Justiça Eleitoral, com o objetivo de desenvolver e
sustentar o Módulo de Diárias.
Art. 2º São atribuições do Núcleo de Desenvolvimento Colaborativo do Módulo Diárias:
I receber da Secretaria de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (STI/TSE) ou de grupo de trabalho
específico as funcionalidades a serem desenvolvidas e a priorização dessas;
II receber da STI/TSE e aplicar os modelos, padrões e políticas de gestão, de comunicação, de desenvolvimento e de operação
que suportam o desenvolvimento colaborativo de software;
III realizar a coordenação técnica e administrativa das equipes de desenvolvimento colaborativo sob sua gestão;
IV zelar pela conformidade dos produtos gerados ao estabelecido na Política de Desenvolvimento Colaborativo, bem como
nas normas complementares dela derivadas;
V desenvolver e sustentar o Módulo Diárias, cumprindo os prazos e demais acordos firmados;
VI prestar suporte aos tribunais eleitorais no Módulo Diárias;
VII compartilhar o conhecimento especializado do Módulo Diárias com as equipes técnicas dos tribunais eleitorais.
Art. 3º Compete ao Gerente do Núcleo de Desenvolvimento Colaborativo do Módulo Diárias:
I realizar monitoramento e controle gerencial das atividades sob responsabilidade do núcleo;
II identificar e informar à STI/TSE qualquer inconformidade observada na execução das tarefas pelo núcleo;
III dar publicidade e prestar informações sobre as ações em curso.
Art. 4º O desligamento de tribunal eleitoral integrante do núcleo deverá ser comunicado ao Diretor-Geral da Secretaria do TSE.
Art. 5º Todos os documentos, comunicados, solicitações, propostas e consultas originárias dos trabalhos desenvolvidos deverão
ser encaminhados por meio de ofício ao TSE.
Art. 6º As convocações de reuniões presenciais do núcleo, que exigirem deslocamento de servidores, serão realizadas pelo
Diretor-Geral da Secretaria do TSE.
Art. 7º O prazo de vigência do núcleo é até fevereiro de 2019.

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2018, Número 116 Brasília, quinta-feira, 14 de junho de 2018 Página 9 3

Art. 8º O núcleo será composto pelos servidores do TSE e dos Tribunais Regionais Eleitorais a seguir nomeados:
I Alexssander Saraiva Martins TSE (Gerente do Núcleo de Desenvolvimento Colaborativo);
II Alexandre Vieira de Oliveira TRE/TO (Líder técnico do Núcleo de Desenvolvimento Colaborativo);
III Alysson Martins Bruno TRE/TO;
IV Gedalias Bastos Freire TRE/SE;
V - Luiz Alfredo Lima Vieira TSE.
Art. 9º O papel de dono do produto, no âmbito do projeto colaborativo do Módulo de Diárias SEIDiarias, será exercido pelo
servidor do TSE, Alexssander Saraiva Martins.
Art. 10º O cliente, no âmbito do projeto colaborativo do Módulo de Diárias SEIDiarias, será representado pela Secretaria de
Gestão de Pessoas do TSE.
Art. 11º A STI/TSE deverá providenciar a publicação do Módulo de Diárias no Catálogo de Sistemas.
Art. 12º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.
RODRIGO CURADO FLEURY
DIRETOR-GERAL
Documento assinado eletronicamente em 13/06/2018, às 10:49, conforme art. 1º, §2º, III, b, da Lei 11.419/2006.
A autenticidade do documento pode ser conferida em
https://sei.tse.jus.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0&cv=0764892&crc=
197A73BF, informando, caso não preenchido, o código verificador 0764892 e o código CRC 197A73BF.
2017.00.000003570-8

SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO

(NÃO HÁ PUBLICAÇÕES NESTA DATA)

SECRETARIA DE CONTROLE INTERNO E AUDITORIA

(NÃO HÁ PUBLICAÇÕES NESTA DATA)

SECRETARIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

(NÃO HÁ PUBLICAÇÕES NESTA DATA)

SECRETARIA DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO

(NÃO HÁ PUBLICAÇÕES NESTA DATA)

COMISSÃO PERMANENTE DE ÉTICA E SINDICÂNCIA DO TSE

(NÃO HÁ PUBLICAÇÕES NESTA DATA)

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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