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Anais do ENAHPE 2009 III Encontro Nacional de Hidráulica de Poços

07 a 10 de Junho de 2009, Campos do Jordão – SP


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DESENVOLVIMENTO DE CORRELAÇÕES PARA PREVISÃO DE PICOS DE


PRESSÃO EM POÇOS DE PETRÓLEO DURANTE A RETOMADA DE CIRCULAÇÃO

Roni Abensur Gandelman1 (Petrobras), André Leibsohn Martins2 (Petrobras), Átila Fernando Lima Aragão3
(Petrobras), Heitor Rodrigues Lima4 (Petrobras)
1
Av. Horacio Macedo, 950 – Prédio 20 – sala 1017 – Cidade Universitária - RJ, roniag@petrobras.com.br
2
Av. Horacio Macedo, 950 – Prédio 20 – sala 1017 – Cidade Universitária - RJ, aleibsohn@petrobras.com.br
3 Av. Horacio Macedo, 950 – Prédio 20 – sala 1017 – Cidade Universitária - RJ, atila_aragao@petrobras.com.br
4
Av. Horacio Macedo, 950 – Prédio 20 – sala 1017 – Cidade Universitária - RJ, heitor.lima@petrobras.com.br

RESUMO
A gelificação é uma característica importante e desejável nos fluidos de perfuração, pois evita a
sedimentação de sólidos durante paradas de bomba. Por outro lado, quando a circulação é retomada, uma energia
extra é necessária para quebrar a estrutura gelificada e colocar o fluido em movimento novamente. Assim, são
observados picos de pressão quando as bombas são religadas. Estes picos podem facilmente atingir a pressão de
fratura da formação, trazendo riscos à operação como um todo.
A tendência à gelificação é maior em baixas temperaturas, típicas de águas profundas.
Foi desenvolvido um procedimento experimental para avaliação da gelificação em fluidos de
perfuração, envolvendo ensaios de cisalhamento permanente em geometrias de cilindros concêntricos e cone-
placa.
Os resultados levaram à elaboração de uma rotina de cálculos para a previsão de picos de pressão,
levando em conta tempo de repouso, temperatura e vazão de retomada de circulação.

Gelificação, fluidos de perfuração, retomada de circulação, pressões


Anais do ENAHPE 2009 III Encontro Nacional de Hidráulica de Poços
07 a 10 de Junho de 2009, Campos do Jordão – SP
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1. INTRODUÇÃO

Uma das principais funções dos fluidos de perfuração é o transporte de sólidos gerados pela broca até a
superfície. Entretanto, paradas de bomba ocorrem com bastante freqüência durante a perfuração de um poço,
tornando desejável o fenômeno de gelificação. A gelificação começa a ocorrer quando o fluido está em repouso e
é uma propriedade fundamental em fluidos de perfuração, pois evita que sólidos que vinham sendo transportados
sedimentem quando a bomba é desligada.
Entretanto, após a formação da estrutura gelificada, a energia requerida para quebrá-la e recomeçar o
escoamento do fluido será maior (Bjørkevoll et al, 2003) e, conseqüentemente, um pico de pressão será gerado.
Desta forma, o fluido gelificado induz picos de pressão quando a bomba é religada, podendo atingir a pressão de
fratura da formação, o que traz riscos à operação (Teixeira et al, 2005).
A tendência à gelificação é maior em baixas temperaturas (Aragão et al, 2005), típicas de águas
profundas (cada vez mais comuns no cenário offshore brasileiro).
Parâmetros importantes que governam as pressões na retomada da circulação são, entre outros:

o Temperatura
o Tempo de repouso
o Vazão de bombeio

O objetivo principal deste trabalho é obter uma melhor compreensão do fenômeno de gelificação e
desenvolver uma metodologia a ser usada em campo para impedir o aparecimento de picos de pressão
excessivamente grandes na retomada da circulação, evitando assim, riscos operacionais. Está em
desenvolvimento também uma metodologia para previsão de picos de pressão em poços de petróleo durante a
retomada de circulação, com base nos valores de força gel medidos.

2. METODOLOGIA E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

No último ENAHPE, foram apresentados os experimentos realizados em viscosímetro de campo (Fann


35A), viscosímetro pressurizado (Fann 70), reômetro rotacional e loop de perda de carga, assim como os
resultados obtidos (Leal et al).
Foi desenvolvida uma correlação para a determinação do acréscimo de pressão no anular devido aos
efeitos de quebra de gel (equação 1). Entretanto, a correlação desenvolvida não levava em conta o efeito da taxa
de deformação imposta à estrutura gelificada que, evidentemente, tem forte impacto no aumento da pressão de
fundo.

d
T t
2 L(a.( ) b ). 
g c
∆P = Equação 1
( R1 − R2 )

Aragão et al mostraram que quanto maior a vazão de retomada de circulação, maior é a pressão de
fundo observada devido ao fenômeno da quebra de gel.
Isto tornou necessário o desenvolvimento de novas correlações que levassem em conta tanto o efeito do
tempo de repouso e temperatura quanto o efeito da vazão inicial de retomada de circulação (ou da taxa de
deformação inicialmente imposta ao fluido gelificado).
Os testes realizados no loop de perda de carga (apresentados no trabalho anterior) mostraram que,
quanto maior a vazão de retomada, maiores eram as pressões observadas ao longo do tubo. Entretanto, os
resultados obtidos na ocasião foram insuficientes para o desenvolvimento de correlações acuradas para a
contabilização deste efeito.
Foram então realizados novos testes em reômetro rotacional onde foram feitas medidas de tensão limite
de escoamento (tensão na qual o gel é quebrado e o fluido é posto em movimento) em diversas temperaturas,
tempos de repouso e taxas de cisalhamento. Os testes foram feitos com os 4 fluidos PETROBRAS.
Como mostrado por Leal et al no trabalho apresentado no I ENAHPE, o acréscimo de pressão está
diretamente relacionado à tensão crítica de escoamento (também conhecida como força gel), como mostra a
equação 2.

2 Lτ g
∆P = Equação 2
( R1 − R2 )
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07 a 10 de Junho de 2009, Campos do Jordão – SP
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Portanto, para o cálculo correto do acréscimo de pressão anular sentido no fundo do poço, é necessário
conhecer bem o comportamento da tensão crítica do escoamento como função de tempo, temperatura e taxa de
deformação.
Com os resultados obtidos (tanto dos experimentos anteriores quanto dos novos experimentos em
reômetro rotacional) foi possível desenvolver equações que descrevem o comportamento da tensão crítica de
escoamento como função de temperatura, tempo de repouso e temperatura para cada um dos 4 fluidos testados.
Foi desenvolvida uma matriz de testes em que a tensão crítica de escoamento foi medida com temperaturas
variando de 4oC a 80oC, tempos de repouso variando de 10 segundos a 240 minutos e taxas de cisalhamento
variando de 2 s-1 e 40s-1.
O range de temperatura utilizado cobre todas as temperaturas encontradas na perfuração de poços na
grande maioria das operações realizadas pela PETROBRAS. Da mesma forma, a faixa de tensões de deformação
varrida cobre todas as taxas observadas na perfuração de um poço real. Não se constatou a necessidade de fazer
experimentos com tempos maiores que 240 minutos, uma vez que, a partir de determinado tempo, o gel atinge
um patamar e não se torna mais intenso.
O experimento consiste de 3 passos:

1. Depois de atingir a temperatura do teste, o fluido é cisalhado em uma taxa elevada (1000 s-1) por 5
minutos para quebrar qualquer estrutura gelificada que possa existir.
2. Após o cisalhamento, o fluido é deixado em repouso por um determinado tempo (variável). A
temperatura é mantida constante.
3. Após o tempo de repouso, é imposta ao fluido uma taxa de cisalhamento constante (também variável).
Neste momento, observa-se um pico na tensão medida. O valor máximo é a tensão crítica de
escoamento.

A figura 1 mostra um exemplo de um pico observado no passo 3. Quanto maior a temperatura, maior a
taxa de deformação imposta e maior o tempo re repouso, maior é a tensão máxima observada.

Figura 1 – Pico de tensão medida nos testes.

O teste descrito acima foi realizado com diferentes temperaturas, tempos de repouso e taxas de
deformação.
As figuras abaixo mostram a tensão máxima medida (tensão em que efetivamente a estrutura gelificada
é quebrada) é mostrada como função de tempo de repouso, temperatura e taxa de cisalhamento inicial. Os
resultados apresentados nas figuras são de um fluido BR-Mul.

Variação da taxa de cisalhamento

2
Tensão máxima medida (Pa) - G/G5

1,8

1,6

1,4

1,2

0,8

0,6

0,4

0,2

0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

-1
Taxa de cisalhamento (s )

Figura 2 – Variação da tensão máxima medida com a taxa de cisalhamento


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Variação da Temperatura

25C
1,8

Tensão máxima medida (Pa) - G/G


1,6

1,4

1,2

0,8

0,6

0,4

0,2

0
270 280 290 300 310 320 330 340

Temperatura (K)

Figura 3 – Variação da tensão máxima medida com a temperatura

Os resultados obtidos para os quatro fluidos normalmente usados na PETROBRAS mostram a mesma
tendência embora a intensidade da variação seja diferente.
Uma função logarítmica foi escolhida por ajustar bem a variação de tensão máxima em todos os casos.
Foram determinados parâmetros de funções logarítmicas para correção de tensão de quebra de gel para os quatro
fluidos PETROBRAS. A medida feita em viscosímetro de campo (Fann 35A) é corrigida para as condições reais
da seguinte forma:

1. Com as leituras de gel a 10 segundos, 10 minutos e 30 minutos, determina-se os parâmetros da equação


que descreve a variação do gel com o tempo.
2. Determina-se, então, a tensão de quebra de gel para o tempo em que o fluido ficou em repouso. Com
isso, obtém-se uma tensão de quebra de gel para o tempo real de repouso, temperatura e que a medida
foi feita e taxa de cisalhamento equivalente a 3 RPM no viscosímetro Fann 35 A (que é a rotação na
qual a medida de gel é feita).
3. Corrige-se a tensão obtida no passo anterior para a temperatura real do poço. Desta forma, obtém-se
uma tensão de quebra de gel para uma temperatura real, um tempo de repouso real, mas ainda para uma
taxa de cisalhamento equivalente a 3 RPM do viscosímetro Fann.
4. Por último, faz-se a correção da tensão para a taxa de cisalhamento correspondente à vazão inicial de
retomada de circulação (esta taxa depende da vazão imposta e da geometria do poço). Assim, tem-se
uma tensão de quebra de gel mais próxima da tensão real nas condições do poço.

Com os passos acima, obtém-se uma tensão de quebra de gel mais próxima da tensão real observada no
poço. Com a tensão corrigida, obtém-se uma estimativa de acréscimo de pressão com a equação 2.
Desenvolveu-se uma rotina de cálculos para a determinação do acréscimo de pressão devido a quebra de gel.
Divide-se o poço em vários trechos com geometria (diâmetros de coluna, de poço aberto, de revestimento...) e
temperaturas diferentes. Calcula-se, então, a taxa de deformação sentida em cada trecho, de acordo com a vazão
de retomada de circulação. Em seguida, faz-se o cálculo da tensão efetiva de quebra de gel que será sentida em
cada trecho (de acordo com os passos 1, 2, 3 e 4). Calcula-se, então, o acréscimo de pressão sentido em cada
trecho do poço durante a quebra do Gel. Por último, faz-se o somatório de todos os acréscimos de pressão ao
longo do poço para a determinação do acréscimo na pressão de fundo.
O cálculo é feito também para o interior da coluna. A soma do acréscimo de pressão sentido no interior
da coluna com aquele sentido no anular é o acréscimo na pressão de bombeio devido à quebra de gel.
O cálculo inverso fornece a vazão máxima que se pode usar na retomada de circulação para que a pressão de
fundo não ultrapasse determinado valor limite.
A tabela abaixo mostra alguns resultados obtidos no módulo de gel do SIMCARR, Simulador de
Hidráulica de Perfuração e Carreamento de Cascalhos da PETROBRAS. O fluido simulado tem géis a 10
segundos, 10 minutos e 30 minutos iguais a 28, 35 e 35 respectivamente. O ECD de fundo de poço com
circulação plena é de 11,28 lb/gal para um peso de fluido de 10,0 lb/gal. Na tabela são mostrados os ECDs de
fundo variando-se o tempo de repouso do fluido a vazão de retomada de circulação. As simulações foram feitas
para uma fase de 8 ½ pol.

Tabela 1 – Resultados das simulações do módulo de gel.


Vazão (GPM) Tempo de ECD de fundo
repouso (min) (lb/gal)
100 60 11,28
250 60 11,33
500 60 11,59
Anais do ENAHPE 2009 III Encontro Nacional de Hidráulica de Poços
07 a 10 de Junho de 2009, Campos do Jordão – SP
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500 1 11,33
500 5 11,42
500 30 11,54

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho é a continuação do trabalho intitulado “Estudo sobre gelificação e congelamento em


fluidos de perfuração não aquosos”, apresentado no I ENAHPE. Os resultados obtidos na ocasião somados a
outros obtidos posteriormente possibilitaram o desenvolvimento de correlações matemáticas para estimativas de
tensão de quebra de gel em condições reais de poço. Assim, é possível estimar com maior precisão acréscimos
de pressão de fundo sentido em poços de petróleo na retomada de circulação após períodos de repouso. As
correlações desenvolvidas serão implementadas na nova versão do simulador de Hidráulica e carreamento de
sólidos da PE-TROBRAS (SIMCARR) e ajudará no design de fluidos para cenários de estreita janela
operacional, minimizando riscos operacionais.
Nas simulações realizadas com as condições próximas as reais encontradas, os resultados parecem
consistentes uma vez que o aumento da pressão da bomba aumenta a vazão na saída e diminui o tempo
necessário para que o fluido gelificado seja totalmente expulso.

5. REFERÊNCIAS

Bjørkevoll, K.S., Rommetveit, R., Aas, B., Gje-raldstveit, H., Merlo, A., “Transient gel breaking model for
critical wells applications with field data verification”. SPE/IADC 79843, Holanda, 19-21 de fevereiro de 2003.

Aragão, A.F.L., Teixeira, G.T., Martins, A.L., Gan-delman, R.A. e Silva, R.A., “PWD Analysis in De-epwater
Environments: Campos Basin Case Studi-es”, DOT - Deep Offshore Technology XVII, Vitória, ES, Brazil,
novembro de 2005.

Teixeira, G.T., Aragão, A.F.L., Martins, A.L., Gan-delman, R.A., Leal, R.A.F. e Silva, R.A., “PWD: Análise de
Dados e o Projeto conceitual de uma Ferramenta computacional para Interpretação”, VI Seminário de
Engenharia de Poço, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, outubro de 2005.

Leal, R.A.F., Gandelman, R.A., Martins, A.L., Gon-çalves, J.T., Lomba, R.F.T., “Estudo sobre gelifica-ção e
congelamento em fluidos de perfuração não aquosos”, II Seminário de Fluidos, Rio de Janeiro, RJ, Brasil,
outubro de 2006.

Bourgoyne, A. T., Millheim, K. K., Chenevert, M. E., Young, F. S., “Applied Drilling Engineering”, 1991.

Cheng Chang, Q. Dzuy Nguyen, Hans Petter Rønningsen, “Isothermal Startup of a pipeline Transporting Waxy
crude oil”, Journal of Non-Newtonian Fluid Mechanics, 87, pp. 127-154, Maio 1999.

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