DIREITO DO TRABALHO

NOÇÕES GERAIS DE ORGANIZAÇÃO SINDICAL – Alguns

aspectos relevantes.

I- Conceito de categoria. Categoria diferenciada. Dissociação de

categorias

Categoria econômica: A solidariedade de interesses econômicos dos que

empreendem atividades idênticas, similares ou conexas, constitui o vínculo
social básico que se denomina “categoria econômica” (artigo 511, § 1.º da
CLT);

Categoria profissional: A similitude de condições de vida oriunda da

profissão ou trabalho em comum, em situação de empregao na mesma
atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas,
compõe a expressão social elementar compreendida como categoria
profissional (artigo 511, § 2.º da CLT);

Categoria diferenciada: É a que se forma dos empregados que exerçam

profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional
especial ou em conseqüência de condições de vida singulares (artigo 511, §
3.º da CLT);

II- Entidades sindicais: conceito, natureza jurídica, estrutura,

funções, requisitos de existência e de atuação. Prerrogativas
e limitações.

DEFINIÇÃO DE SINDICATO
- Associação de pessoas físicas ou jurídicas que têm atividades
econômicas ou profissionais, visando à defesa dos interesses
coletivos e individuais de seus membros ou da categoria.

Brasil –Sindicato é pessoa jurídica de direito privado;

- espécie do gênero associação;
- associação especial com poderes e prerrogativas sindicais (contratos
normativos)
- associação com personalidade sindical
- não necessita autorização do Estado (artigo 8º, inciso I), salvo
registro no órgão competente (Supremo Tribunal Federal – decidiu ser
o Ministério do Trabalho o órgão competente)
- Dois registros: Registro civil das pessoas jurídicas e depósito dos
estatutos no Mtb
- Garante prerrogativas da CF e artigo 513 da CLT.
 III- Convenções e Acordos coletivos de Trabalho.
i. Conceito
No Brasil, a negociação coletiva, enquanto procedimento
participativo, tem como resultado a convenção ou o acordo coletivo.
O caput do artigo 611 da Consolidação das Leis do Trabalho
conceitua convenção coletiva de trabalho como sendo o “acordo de
caráter normativo, pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de
categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho
aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações
individuais de trabalho”.
O parágrafo primeiro do mesmo dispositivo legal estabelece
que acordo coletivo de trabalho é aquele celebrado entre o Sindicato
representativo da categoria profissional - de um lado - e, uma ou mais
empresas da correspondente categoria econômica, de outro, estipulando
condições de trabalho aplicáveis no âmbito da empresa ou empresas
participantes às respectivas relações de trabalho.
Se efetuada a negociação coletiva, as partes envolvidas não
chegarem a uma composição, poderão elas se utilizar de outros sistemas de
solução de conflitos trabalhistas tais como a mediação e arbitragem, ou
mesmo recorrerem ao Poder Judiciário, a fim de obterem a prestação
jurisdicional.

ii. Forma
Por força do que estabelece o parágrafo único do artigo 613 da
Consolidação das Leis do Trabalho, as Convenções e Acordos Coletivos
serão sempre celebrados por escrito, não podendo conter rasuras e feitos
em tantas vias quantos forem os sindicatos convenentes ou empresas
acordantes e mais uma via destinada a registro. A convenção coletiva não
precisa ser homologada, mas deve ser depositada, no prazo de oito dias
contados de sua assinatura, para fins de registro e arquivo na Delegacia
Regional do Trabalho, entrando em vigor três dias após a data da entrega
dos mesmos. Os interessados deverão afixar cópias autênticas dos
instrumentos normativos nas sedes dos sindicatos e nas empresas, no prazo
de cinco dias da data do depósito.

iii. Vigência
O parágrafo 3º do artigo 614 da Consolidação das Leis do
Trabalho preceitua que não será permitido estipular duração de Convenção
ou Acordo Coletivo por período superior a dois anos. Logo, os interessados
poderão fixar prazo inferior ao limite máximo estabelecido na lei.
O artigo 615 da CLT, por seu turno, preconiza que a
prorrogação, revisão, denúncia ou revogação total ou parcial das
convenções ou acordos coletivos ficará sempre subordinado à aprovação
em assembléia geral.
 iv. Aplicabilidade
Nosso ordenamento jurídico atribui efeito erga omnes a todas
as convenções coletivas, não limitando sua aplicabilidade aos associados,
beneficiando e obrigando – respectivamente - todos os membros das
categorias profissional e econômica, nos termos do Decreto nº 229/67 (que
alterou o artigo 611 e seguintes da CLT, dentre outros).
Ademais, por força do princípio da norma mais favorável,
aplicar-se-á sempre a regra mais benéfica ao empregado,
independentemente da sua posição hierárquica no que tange às fontes do
Direito do Trabalho.
IV- Aspectos importantes de nossa organização sindical
Unicidade sindical: Só é admitido um sindicato por categoria
por base territorial.
Contribuição Sindical: Tem natureza tributária e, por esta
razão, é compulsória para os membros das categorias (econômica,
profissional ou diferenciada);
Contribuição Assistencial ou Confederativa: Há
entendimento jurisprudencial (Poder Judiciário) no sentido de que estas
contribuições não são compulsórias, razão pela qual pode haver oposição
ao seu pagamento, mesmo quando prevista em convenção ou acordo
coletivo.
Representatividade obrigatória: Basta enquadrar-se como
membro da categoria (profissional, econômica ou diferenciada) e prestar
serviços na base territorial do sindicato que representa à categoria à qual
nos enquadramos, para que as negociações por eles elaboradas sejam
compulsórias, independentemente de associação voluntária ao sindicato.