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EUA, sangue em setembro

As origens do atentado

Desde os atentados de 11 de setembro de 2001, quando as torres do WTC, em Nova


Iorque, e o Pentágono, em Washington, foram atacados por um mortífero vôo de suicidas, a
maioria deles sauditas, muitas coisas ocorreram. Os Estados Unidos, responsabilizando o Al-
Qaeda de Osama Bin Laden, atacaram o Afeganistão e o arrasaram a bombas, ocupando-o
em seguida com forças auxiliares. Agora, ainda que com pouco apoio, procuram estender a
guerra para dentro do Iraque, na tratativa de derrubar o governo do ditador Saddam
Hussein. Tudo isto faz parte da grande guerra pelo petróleo.

A revolução xiita no Irã

"O que nós não podíamos prever é que um ancião de 78 anos, um aiatolá que passou
14 anos no exílio, pudesse junto com essas forças vulcânicas, tornar tudo um imenso
vulcão, numa real revolução nacional". Stansfield Turner, Diretor da CIA, 1979.

As avenidas e ruas de Teerã ferviam de gente. Os iranianos, aos milhares, lá


estavam para consagrar o aiatolá Kohmeini, desembarcado vitorioso depois de um longo
histórico de resistência no exterior ao regime do Xá Reza Pahlevi. Em 2 de fevereiro de 1979,
o principal aliado dos norte-americanos na região, tal uma alma penada sem direito a
repouso, fugira para ir cumprir um amargo périplo no exterior onde um carcinoma o matou
em julho de 1980, no Egito. O velho Irã estava convulsionado desde um ano antes, quando,
em janeiro de 1978, estourara uma rebelião em Qom, o lugar sagrado dos xiitas.Com o fim
do regime Pahlevi, abrira-se um buraco estratégico no Oriente Médio.
Quase ao mesmo tempo, num lugar desconhecido em Aman, capital da Jordânia, emissários
do ditador iraquiano Saddam Hussein, vizinho do Irã, encontravam-se com agentes norte-
americanos. Ofereciam-se, em nome do chefe, aos Estados Unidos, como um sucessores de
Reza Pahlevi. Queriam, todavia, que houvesse respaldo às ambições territoriais do Iraque: a
anexação do canal Shatt al-Arab, na fronteira iraniana-iraquiana, rico em petróleo.

Saddam torna-se prestativo

Aproveitando-se do caos em que o Irã afundara, onde guerrilheiros esquerdistas


tiroteavam nas ruas com os milicianos da Pasdaram, a guarda revolucionária xiita, Saddam
Hussein acreditou-se pronto para dar o bote. Apresentou aos americanos um plano
mirabolante, inspirado no ataque israelense durante a Guerra dos Seis Dias, de 1967,
quando a aviação árabe foi quase que totalmente destruída no chão. Prometeu-lhes que,
com seus 2200 tanques em ação, numa semana ele teria Teerã nas mãos. A oferta caíra dos
céus. Os americanos não só teriam uma desforra dos xiitas, que haviam invadido a
embaixada dos Estados Unidos em Teerã, como evitariam que a revolução republicana
atingisse os seus amigos: o emir do Kuwait e o rei da Arábia Saudita, ambos sentados sobre
quase 60% das reservas de petróleo do mundo. O ataque iraquiano, entrementes, foi um
fracasso. A idealizada operação relâmpago transformou-se numa guerra de trincheiras que
se arrastou, sangrenta, por oito anos. Reagan, por um tempo, ainda apostou nele,
entregando a supervisão do programa de apoio militar ao Iraque ao Tenente-general da
Força Aérea Leonard Perrots. Naquela época os homens do Pentágono não viam mal nenhum
dele usar o gás venenoso, porque, como um deles assegurou: “ Era apenas um outro meio
de matar pessoas - fosse com balas ou fosgênio. Isto não fazia nenhuma diferença”.

Saddam em descrédito

A ineficiência do ditador, porém, fez com que desistissem. Não só isso, em 1986,
numa operação triangular (que gerou o grave caso Irã-contras) o governo Reagan, atrás de
dinheiro, passou a vender armas para os iranianos. Uns anos antes, em 1981, pelas mãos do
Diretor da CIA William Casey, dera o sinal verde para que 16 aviões americanos, pilotados
por israelenses, dando seguimento a Operação Sphinx, destruíssem o reator nuclear do
Iraque, em Osiak. A vingança do desastrado, traído e endividado Saddam Hussein, foi invadir
o Kuwait em 1990. Foi o mesmo que chamar os marimbondos. Em pouco tempo, George
Bush pai, o sucessor de Reagan, - fortemente respaldado pela opinião pública mundial, visto
que a ação do Iraque infringia todas as normas do direito internacional - , convocou meio
mundo para espantar o trapalhão daquela mina de ouro negro que é o emirato petrolífero. A
Operação Tempestade no Deserto, uma impressionante coligação internacional armada,
liderada pelos Estados Unidos, em 1991, destruiu as forças iraquianas em 48 horas de luta.
Viram-se cenas vergonhosas no deserto. A gente de Saddam aprisionada, de joelhos, beijava
as mãos dos soldados americanos pedindo misericórdia.

Osama Bin Laden entra na guerra

Quem não gostou nada disso foi o saudita Osama Bin Laden, recém retornado do
Afeganistão, encerrada a expulsão os soviéticos daquela montanhas. Herói dos
fundamentalistas, organizador do Al-Qaeda, ele escreveu ao rei da Arábia reclamando da
excessiva presença estrangeira na Terra Sagrada (Maomé proibira a permanência de judeus
e cristãos na península arábica). Como nada foi feito, ele tomou a iniciativa. Explosões
abalaram as bases e torres ocupadas pelos americanos na Arábia Saudita. Os Estados Unidos
exigiram sua prisão. Perseguido, ele exilou-se no Sudão. Mais bombas foram detonadas,
desta vez nas embaixadas americanas do Quênia e da Tanzânia, em agosto de 1998. Uma
chacina. Bill Clinton respondeu lançando 32 mísseis contra o Afeganistão, dominados pelos
talibãs, o novo abrigo de Osama. Era um homem sozinho em guerra a um império, contra
quem lançara uma fatwa, uma condenação. Então, no 11 de setembro de 2001, vieram os
terríveis vôos da morte sobre Nova Iorque e Washington. O mundo, espantado, assistiu ao
vivo outro horror: 3 mil mortos em 2 horas. Foi o maior número de civis americanos mortos
em qualquer outra ocasião. A América do Norte, até então indevassável, sentiu-se arrasada
e furiosa. Terá que ser pacienciosa, pois a longa guerra do petróleo recém começou.

Voltaire Schilling – Portal Terra

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