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As origens do atentado
"O que nós não podíamos prever é que um ancião de 78 anos, um aiatolá que passou
14 anos no exílio, pudesse junto com essas forças vulcânicas, tornar tudo um imenso
vulcão, numa real revolução nacional". Stansfield Turner, Diretor da CIA, 1979.
Saddam em descrédito
A ineficiência do ditador, porém, fez com que desistissem. Não só isso, em 1986,
numa operação triangular (que gerou o grave caso Irã-contras) o governo Reagan, atrás de
dinheiro, passou a vender armas para os iranianos. Uns anos antes, em 1981, pelas mãos do
Diretor da CIA William Casey, dera o sinal verde para que 16 aviões americanos, pilotados
por israelenses, dando seguimento a Operação Sphinx, destruíssem o reator nuclear do
Iraque, em Osiak. A vingança do desastrado, traído e endividado Saddam Hussein, foi invadir
o Kuwait em 1990. Foi o mesmo que chamar os marimbondos. Em pouco tempo, George
Bush pai, o sucessor de Reagan, - fortemente respaldado pela opinião pública mundial, visto
que a ação do Iraque infringia todas as normas do direito internacional - , convocou meio
mundo para espantar o trapalhão daquela mina de ouro negro que é o emirato petrolífero. A
Operação Tempestade no Deserto, uma impressionante coligação internacional armada,
liderada pelos Estados Unidos, em 1991, destruiu as forças iraquianas em 48 horas de luta.
Viram-se cenas vergonhosas no deserto. A gente de Saddam aprisionada, de joelhos, beijava
as mãos dos soldados americanos pedindo misericórdia.
Quem não gostou nada disso foi o saudita Osama Bin Laden, recém retornado do
Afeganistão, encerrada a expulsão os soviéticos daquela montanhas. Herói dos
fundamentalistas, organizador do Al-Qaeda, ele escreveu ao rei da Arábia reclamando da
excessiva presença estrangeira na Terra Sagrada (Maomé proibira a permanência de judeus
e cristãos na península arábica). Como nada foi feito, ele tomou a iniciativa. Explosões
abalaram as bases e torres ocupadas pelos americanos na Arábia Saudita. Os Estados Unidos
exigiram sua prisão. Perseguido, ele exilou-se no Sudão. Mais bombas foram detonadas,
desta vez nas embaixadas americanas do Quênia e da Tanzânia, em agosto de 1998. Uma
chacina. Bill Clinton respondeu lançando 32 mísseis contra o Afeganistão, dominados pelos
talibãs, o novo abrigo de Osama. Era um homem sozinho em guerra a um império, contra
quem lançara uma fatwa, uma condenação. Então, no 11 de setembro de 2001, vieram os
terríveis vôos da morte sobre Nova Iorque e Washington. O mundo, espantado, assistiu ao
vivo outro horror: 3 mil mortos em 2 horas. Foi o maior número de civis americanos mortos
em qualquer outra ocasião. A América do Norte, até então indevassável, sentiu-se arrasada
e furiosa. Terá que ser pacienciosa, pois a longa guerra do petróleo recém começou.