Procedimentos especiais: o direito material justifica a alteração do rito.
a) Constatação da ineficácia/inutilidade ou insuficiência dos procedimentos especiais do CPC/73 Ex.: Ação de depósito para obrigar a devolver o bem. Devolvia em 05 dias ou a pessoa era presa. Prisão do depositário infiel (sumula vinculante 25 do STF). Como essa prisão foi proibida esse procedimento especial se tornou inútil. Dissolução parcial da sociedade fazia muita falta no CPC/73. 04 sócios, 01 queria se retirar e não tem consenso. b) Solução da comissão de juristas: diminuição dos procedimentos especiais (monitória/separação, etc) + flexibilização do procedimento pelo juiz (139, VI, do CPC) A primeira proposta foi diminuir a quantidade de procedimentos especiais e em contrapartida ia se permitir ao juiz fazer flexibilização no procedimento quando houvesse uma particularidade no direito (princípio da adaptação ou adaptabilidade – juiz molda o rito conforme as particularidades do caso). OAB foi contra, pois a regra era muito aberta. c) Solução do NCPC: realocação/remodelação de alguns procedimentos especiais + flexibilização mitigada do procedimento pelo juiz (art. 139, VI, NCPC) + flexibilização voluntária do procedimento (art. 190 NCPC) Art. 139, VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito; Juiz pode aumentar os prazos e mexer na ordem de produção dos meios de prova. Negócio jurídico processual ou cláusula geral de negócio jurídico processual. Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo. Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
Panorama Geral sobre procedimento no NCPC
Procedimento comum (c/audiência obrigatória – 334) Recebe a inicial, não é caso de improcedência liminar do pedido, juiz designa audiência de conciliação (art. 334). Procedimentos especiais (s/audiência obrigatória) (arts 318 e 334), salvo se o próprio procedimento especial prever. Em princípio não tem audiência obrigatória. Exceções: ações de família e alguns casos de possessórias. O art. 334 é regra do procedimento comum. a) Livro I da parte especial (processo de conhecimento) Processo especial é processo de conhecimento com alguma especialidade. No CPC/73 estava no livro IV, mas desde o início isso foi criticado porque trata-se de processo de conhecimento. A justificativa do Buzaid é que tinha sido colocado no livro IV para facilitar a consulta. b) Realocação de alguns procedimentos especiais que estavam entre as cautelares (homologação de penhor legal, notificações, interpelações, protestos) Novo CPC não tem mais o livro das cautelares. c) Disciplina legal de alguns procedimentos especiais do CPC/39 ainda em vigor (regulação de avaria grossa, protestos marítimos, etc.). O CPC/73 não revogou totalmente o CPC/39. O novo CPC disciplinou de modo mais moderno alguns procedimentos especiais de direito marítimo que era do CPC/39. Regulação de avaria grossa. Durante o trajeto o comandante tem que “jogar alguma coisa fora”. Quando chega no porto tem que verificar quais são as avarias grossas, quais foram os prejuízos. Protestos marítimos: homologar as decisões do capitão da embarcação (em alto mar o capitão da embarcação é executivo, legislativo e judiciário). d) Realocação da oposição Procedimento especial, será tratada junto com os embargos de terceiro. e) Extinção como rito especial (usucapião, ação de dar conta, ação de depósito, anulação de títulos ao portador, vendas com reserva de domínio, nunciação de obra nova). Acabou o rito especial da usucapião, ela será feita pelo procedimento comum. Ação de dar contas, o administrador se quiser vai fazer pelo rito comum; tirando os antigos não existe mais títulos ao portador. Vendas com reserva de domínio, pacto adjeto do contrato de compra e venda, te vendo, mas enquanto você não me pagar eu reservo o domínio, se não pago ingresso reintegração de posse com base na reserva de domínio. Nunciação de obra nova: continua podendo parar, mas será feito pelo procedimento comum utilizando-se as tutelas de urgências. f) Manutenção de procedimentos especiais controversos (monitória e separação judicial) Monitório entrou e saiu várias vezes, acabou ficando e ficou bem. Separação judicial provavelmente foi mantida por pressão religiosa. A CF não fala mais em separação, mas setores ligados a igrejas prevaleceu de modo que se a pessoa quiser não precisa se divorciar (acaba com os deveres do casamento, mas não extingue o vínculo conjugal). Para o professor manter separação é inconstitucional. Nas razoes da emenda constitucional que acabou com a separação judicial está expresso que se acabou com o duplo vinculo matrimonial no Brasil, para o professor é impossibilidade jurídica do pedido (interpretação histórico-evolutiva). g) Criação de alguns novos procedimentos especiais (ações de família, dissolução parcial de sociedade, fiscalização das fundações). Ação de consignação em pagamento (arts. 539/549) Devedor quer efetuar o cumprimento da obrigação (334 e 335 do CC) e o credor por algum motivo se recusa a receber, é indeterminado, ou o bem é litigioso. “Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida”. Art. 304 do CC Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste. Cabimento: Art. 335 do CC: A consignação tem lugar: I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. Competência: onde o pagamento deve ser feito, competência relativa. Legitimidade: devedor, espólio, se já houve a partilha os herdeiros, terceiros interessados e terceiros não interessados. Bens que podem ser consignados Móveis ou imóveis. Dívida quesível (querable) X dívida portável (portable). Quesível: domicilio do devedor, o credor vai buscar. Portável: domicilio do credor, devedor vai entregar. P. O devedor em mora pode consignar? Sim. P. É possível discutir a validade de cláusula contratual? Sim, pode ser discutida incidenter tantum, incidentalmente. Procedimento: Consignação fundada na recusa em receber: a) Petição inicial - Pedido de depósito ou comprovante de depósito + encargos - Cumulação de pedidos: pode, ex.: reparação de danos, abusividade de clausula contratual, etc... - Prestações sucessivas (Até a sentença ou até o trânsito em julgado?) Até o transito em julgado. O juiz admitindo a consignação, determina a citação do réu. Só vai citar o réu se houver o depósito. Citação do réu: A citação é para aceitar ou contestar. Prazo de 15 dias. - Pressupõe o depósito - Prestação de coisa indeterminada (escolha do réu) (art. 543, CPC) - Credor desconhecido: citação por edital. - Aceitação do depósito: se o réu aceita o depósito ele estará reconhecendo a procedência do pedido. Juiz homologa o reconhecimento do pedido e condena o réu nas despesas sucumbenciais. Contestação: Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que: I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida; II - foi justa a recusa; III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; IV - o depósito não é integral. (Cuidado!!) - tem que indicar qual o valor devido; - autor será intimado para complementar em 10 dias. Nesse caso o réu já pode levantar a quantia depositada, pois o valor depositado é incontroverso. Quando o autor complementa: reconheceu a tese do réu. Aqui, se ele complementa, o juiz julga procedente o pedido porque libera o autor, mas o autor será condenado ao pagamento das custas, pois o depósito não foi integral. Parágrafo único. No caso do inciso IV, a alegação somente será admissível se o réu indicar o montante que entende devido. - Insuficiência do depósito - Complemento / Levantamento - Sucumbência - Caráter dúplice da ação Art. 545. Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias, salvo se corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato. (...); § 2o A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o montante devido e valerá como título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, após liquidação, se necessária. d) Instrução e decisão - Procedência: depósito integral, autor é liberado. - Improcedência: autor é condenado ao pagamento das custas processuais. Natureza da sentença: no caso de insuficiência do depósito a natureza é dúplice. A sentença é declaratória, declara se o montante depositado é correto ou não. ???? Consignação fundada em dúvida quanto à titularidade do crédito: “Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito”. “Art. 548. No caso do art. 547: I - não comparecendo pretendente algum, converter-se-á o depósito em arrecadação de coisas vagas; II - comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano; III - comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e extinta a obrigação, continuando o processo a correr unicamente entre os presuntivos credores, observado o procedimento comum”. Ação de exigir contas (arts. 550 a 553) “Art. 550. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas requererá a citação do réu para que as preste ou ofereça contestação no prazo de 15 (quinze) dias. § 1o Na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as razões pelas quais exige as contas, instruindo-a com documentos comprobatórios dessa necessidade, se existirem. (...).” a) Fim da ação de dar contas como procedimento especial No CPC/73 era possível tanto a ação de exigir contas (autor é o administrado, cliente do advogado, do banco, do dono da fazenda) quanto a de dar contas (o administrador é o autor, advogado contra cliente, administrador da fazenda contra o dono). Diante da recusa do administrado de receber as contas extrajudicialmente o administrador entrava com a ação. Ex.: Administrador de fazenda queria pedir demissão e o dono não aceitava. Para se desobrigar entra com a ação de dar contas para ter quitação. Se quiser fazer isso será pelo procedimento comum. b) Decisão interlocutória no julgamento da 1ª fase (550, § 5º) A ação de exigir contas era uma ação bifásica. Ambas as fases terminadas por sentença. Primeira fase: declarar o dever de prestar contas. Ex.: Cliente contra banca, juiz declarava o dever do bando de prestar as contas. Segunda fase: tinha por objetivo receber e julgar as contas. CPC/2015: mantem as duas fases, mas substitui a primeira sentença por uma decisão interlocutória. A decisão do juiz que determina a prestação de contas não é mais uma sentença (apelável) é uma decisão interlocutória (agravo de instrumento). É uma decisão interlocutória que julga o mérito. AI não tem efeito suspensivo, portanto corre o risco de a pessoa agravar e ter que prestar as contas. i) agravo de instrumento (1.015, II) ii) sucumbência: professor entende que na primeira fase não tem sucumbência, na segunda fase quando for julgar as contas leva em consideração todas as fases, aí sim fixa os honorários do advogado. c) Aumento do prazo para prestação das contas (550, § 5º) Houve um aumento do prazo para prestação de contas. CPC/73 o prazo era de 48 horas, agora são 15 dias úteis. Pelo art. 139, VI o juiz pode ampliar o prazo. d) Apresentação das contas sem documentos (551, § 1º) Réu intimado para prestar contas em 15 dias sob pena dessa apresentação passar para o autor. Diante da prestação de contas o autor vai ser intimado a se manifestar, e pode impugnar determinada despesa (especifica e fundamentada). Dá-se ao réu o direito de apresentar os documentos sobre a conta apresentada. Ações possessórias (arts. 554 a 566) Tem enorme destaque nos procedimentos especiais. A de força nova segue o rito especial (ação ajuizada dentro de 01 ano e dia). Vantagem da possessória de força nova: rito prevê uma hipótese de tutela da evidencia, desde que comprovada a posse e turbação e/ou esbulho dentro de ano e dia. Ex.: autor tem 20 mansões e 01 casebre. Se entrar com possessória para preservar o casebre dentro de ano e dia a liminar será concedida. a) Disciplina das ações possessórias nos conflitos coletivos pela terra urbana ou rural (fenômeno existente no Brasil da década de 70 para cá). i) citação (554, §§) Réu nas invasões coletivas: coletividade indeterminada. A citação será feita por edital, pelas pessoas localizadas no local por oficial de justiça e traz para o processo o MP (interesses sociais) e a defensoria pública (interesses dos hipossuficientes). Hipótese de representação adequada da coletividade, previsão legal da ação coletiva passiva no novo CPC. A coletividade é ré. A lei fala ainda de qualquer outro meio (citação por cartazes) de citação. ii) audiência de conciliação/mediação (565) Tensão de 02 grandes grupos no congresso: 01 grupo ligado aos movimentos sociais (movimentos sociais não podem ser criminalizados e deve-se tentar uma conciliação, para evitar violência) que queriam uma audiência de conciliação previa. Outro grupo era a bancada ruralista, contra a audiência de conciliação antes da liminar, pois essa audiência iria incentivar a invasão. Apenas nas ações de força velha (mais de ano e dia, no procedimento comum, não aqui) o juiz vai marcar audiência de conciliação antes de conceder a liminar. Aqui não é tutela de evidencia, é tutela provisória do art. 297 e seguintes (periculum in mora e fumus boni iuris). Ação de força nova não tem audiência de conciliação antes da concessão da liminar. Art. 565. Parágrafo primeiro: Executivo que cumpre a liminar. Concedida a liminar se não for executada em 01 ano a contar da data da distribuição, o juiz tem que marcar a audiência de conciliação. Esse parágrafo vale para a ação de força nova e de força velha? Ou se aplica somente à ação de força velha? Discussão na doutrina (mas o caput do artigo fala somente em ação de força velha). iii) competência (565, § 4º) Na audiência de conciliação serão chamados para participar os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do Distrito Federal e de Município. Intervenção anódina da União: não sai da esfera estadual, mantem a competência do juiz estadual. Amicus curiae acontece assim, não muda a competência. Professor entende que não deveria deslocar a competência, porque seria caso de modificação da competência após propositura e processamento da ação (viola o juiz natural). iv) aplicação às ações petitórias (565. § 5º) Manda aplicar o mesmo regramento das áreas coletivas para as ações petitórias (causa de pedir é a propriedade, pede-se qualquer coisa, mas porque é dono). Ex.: reivindicatória, usucapião, etc.... “Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho”. Interditos possessórios Reintegração de posse: esbulho. Manutenção de posse: turbação. Interdito proibitório: ameaça. Fungibilidade Cumulação de pedidos e poder geral de efetivação: “Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I - condenação em perdas e danos; II - indenização dos frutos. Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para: I - evitar nova turbação ou esbulho; II - cumprir-se a tutela provisória ou final”. Além desses pedidos também é possível utilizar o art. 327, cumulação de pedidos da parte geral. Art. 139, IV: poder geral de efetivação do juiz. Juiz pode adotar todas as medidas adequadas para a efetivação da tutela. Natureza dúplice: “Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor”. P. E se o réu formular outra pretensão que não esteja prevista no art. 555 do CPC? Art. 343 do CPC – a despeito de ação possessória ser dúplice tecnicamente é possível reconvir. Fica o registro, no entanto, de que a adoção da técnica da contraposição pressupõe a existência de identidade do conjunto fático em que ambas as partes apoiam seus pedidos, ao passo que nas ações dúplices tais requisitos não são necessariamente exigidos, devendo haver, isso sim, identidade das pretensões das partes, como ocorre, sob o ponto de vista da proteção da posse, nas ações possessórias típicas. Reconhecida a duplicidade dessas ações, forçoso reconhecer que ela se limita àqueles pedidos autorizados pelo referido art. 556, a serem formulados na contestação. Pedidos de natureza diversa, não incluídos nesse dispositivo, só poderão ser veiculados por meio de reconvenção. Exceção de domínio “Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa. Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa.” Súmula 487, STF: “Será deferida a posse a quem, evidentemente, tiver o domínio, se com base neste for ela disputada.” Essa sumula existe, pois, o CC/16 no art. 505 era confuso. Art. 505, CC/16. Ação de imissão de posse: pessoa pede posse em virtude de propriedade, mas nunca teve a posse. Em possessória não pode alegar em sede de defesa a usucapião. Não cabe exceção de domínio, então não há que se falar em usucapião. É possível alegar usucapião em matéria defensiva em uma ação reivindicatória, pois a reivindicatória discute a propriedade e não a posse. Ação de usucapião ajuizada. Posteriormente a pessoa ingressa com possessória. Usucapião Prejudicialidade? (AgInt no REsp 1602941/SP) O STJ entende que não existe relação de prejudicialidade entre ação de usucapião e ação possessória. Matéria defensiva (AgRg no REsp 1389622/SE): impossibilidade na possessória, possibilidade na reivindicatória. Ação de força nova X ação de força velha (art. 558, CPC) Força nova: dentro de ano e dia da data do esbulho ou da turbação. Força velha: mais de ano e dia. Se a ação for de força nova, a concessão de liminar observará os requisitos do art. 561. Basta provar a probabilidade do direito. Se de força velha, vai ter que se valer do procedimento comum para fins de tutela provisória, arts. 294 e seguintes do CPC, ou seja, urgência, perigo e probabilidade do direito. Competência (arts. 46 e 47, § 2º, CPC) Se for bem móvel: domicilio do réu. Se for bem imóvel: situação do imóvel, competência absoluta. Legitimidade (obs. Participação do cônjuge – art. 73, § 2º, do CPC) O possuidor tem legitimidade ativa para ajuizar possessória, seus sucessores. À luz do princípio da saisine a posse e propriedade se transfere automaticamente com a morte. O próprio espólio desde que não tenha havido ainda a partilha. Cônjuge do réu deve ser necessariamente citado? Via de rega não, salvo em caso de composse ou de atos por ambos praticados. Art. 73, § 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. Muitos invasores Uma vez deferida a liminar, o oficial citará as pessoas encontradas e as demais por edital. O juiz dará ampla divulgação à ação. Procedimento: - Petição inicial “Art. 561. Incumbe ao autor provar: I - a sua posse; II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III - a data da turbação ou do esbulho; IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração”. - Liminar: “Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais. - Decisão: a) Inaudita altera parte: da data da efetivação da medida 15 dias para contestar. b) Após audiência de justificação prévia: 15 dias para contestar. - Contestação: 15 dias. Prazo e contagem. - Direito de retenção (REsp 1659643/PR): de boa-fé tem direito a retenção dos frutos e das benfeitorias. Aqui não é cumulo de pedidos à proteção possessória, ele concorda que tem que devolver, mas quer os frutos e indenização das benfeitorias. Se o réu não alegar isso na contestação (direito de retenção) o direito vai precluir. STF entende que não precisa de reconvenção. Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2o e 4o. § 1o Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos §§ 2o a 4o deste artigo. § 2o O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será intimada sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça. § 3o O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária à efetivação da tutela jurisdicional. § 4o Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do Distrito Federal e de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão ser intimados para a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de possibilidade de solução para o conflito possessório. Concedida a liminar, se não for executada em um ano da data da ajuização, caberá ao juiz designar nova ação de mediação. Cabe ação possessória contra a Fazenda Pública, se ela esbulhar ou turbar cabe possessória, mas a concessão de liminar depende de audiência de justificação com o representante da Fazenda Pública. Cabe possessória contra a Fazenda Pública em face de um bem público? Ocupo o bem público há 10 anos. Não pode, essa ocupação não é posse, é mera detenção. Obs.: pode ser que o bem seja público, e a discussão quanto à posse se de entre 02 particulares. STJ entende que sim, pois entre os dois particulares, a despeito da área ser pública, tem que analisar quem tem a melhor posse. Bem de uso comum do povo: rua, praça, mar, etc...cabe possessória entre particulares, qualquer um do povo está legitimado a propor possessória contra um particular. Entre particulares cabe possessória, mesmo que a respeito de bem público ou de uso comum do povo.
Ação de divisão e demarcação de terras particulares (arts. 569 a 598)
Ocorre quando se tem um imóvel, que embora esteja indiviso, é de possível divisão. Se as partes não se entenderem uma delas dá início à ação para dividir e demarcar o imóvel. Art. 1.297 CC. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas. Divisão do condomínio: Art. 1.320 CC. A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa comum, respondendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas da divisão. Art. 570. É lícita a cumulação dessas ações, caso em que deverá processar-se primeiramente a demarcação total ou parcial da coisa comum, citando-se os confinantes e os condôminos. Existem casos em que a cumulação será indispensável: é preciso demarcar a coisa comum, antes de se proceder à dissolução de condomínio. Decisão que acolhe pedido de demarcação: como regra declaratória, mas pode ser constitutiva. Ação de divisão de domínio: constitutiva. Art. 571. A demarcação e a divisão poderão ser realizadas por escritura pública, desde que maiores, capazes e concordes todos os interessados, observando-se, no que couber, os dispositivos deste Capítulo. Ação de dissolução parcial da sociedade (arts. 599 a 609) Sociedades Empresárias (atividade de empresário sujeito a registro): - Sociedade em nome coletivo arts. 1.039 a 1.044 do CC Praticamente em desuso, caracteriza-se pela assunção pelos sócios, solidariamente, de responsabilidade ilimitada pelas dividas da pessoa jurídica inadimplente. - Sociedade em comandita simples arts. 1.045 a 1.051 Duas categorias de sócios: comanditados – que são os empreendedores e gestores da sociedade, com responsabilidade ilimitada e solidaria pelas dividas da mesma, e os comanditários – que se limitam a fornecer o numerário necessário à integralização do capital social, participando, em contrapartida, dos resultados positivos. - Sociedade limitada arts. 1.052 a 1.087 Sócios respondem solidariamente pela integralização do capital social, mas a responsabilidade individual de cada um deles fica restrita ao valor de suas quotas. - Sociedade anônima arts. 1.088 a 1.089 Tem sua regência na Lei 6.404/76 e, supletivamente, no DL 2.627/40. - Sociedade em comandita por ações arts. 1.090 a 1.092 Resulta da conjunção de características das sociedades anônimas e em comandita simples. Sociedades simples: - puras - limitadas Interessam a esse procedimento especial exclusivamente as sociedades empresarias contratuais (limitada, em nome coletivo e em comandita simples) e as sociedades simples (sociedades civis não empresarias inclusive as cooperativas , arts. 1.093 a 1.096). Excluidas as sociedades institucionais: S.A.s e as comanditas por ações. Existia no CPC/39 a dissolução de sociedade (total), mas não tinha regramento para a dissolução parcial. a) dissolução total da sociedade – rito comum (1.046, § 3º) A dissolução total continua existindo, mas vai seguir rito comum. Casos em que MP entra para extinguir por exemplo uma torcida organizada. b) possibilidade de dissolução (sociedade já encerrada de fato) e/ou da apuração de haveres (caso em que a saída já está avençada) (599) Ex.: 04 sócios. Brigaram. 01 ajuíza a ação para dissolver parcialmente e apurar o que os outros 03 devem para ele. Pode acontecer de 01 pessoa já ter sido excluída e ter recebido. Mas precisa excluir o nome do registro. Sócio dissidente: todo mundo quer que 01 sócio saia, mas não chegam a um acordo de quanto pagar. c) Cabimento: sociedade empresária contratual (limitada, em nome coletivo ou comandita simples) e, excepcionalmente, a SAs (599, §2º) Razão: existência de vários sócios em afectio societatis. Excepcionalmente SAs de capital fechado. Se for de capital aberto basta vender as ações na bolsa. Na de capital fechado o sócio vai ter dificuldade de comercializar suas cotas. d) procedimento bifásico: dissolução (dispensa– 603) e apuração de haveres ou liquidação (604 a 609) Primeiro momento: vai analisar para ver se é caso de dissolução ou não, fase dispensada se todo mundo concordar com o fim/fim parcial da sociedade. Segunda fase: depois de feita a dissolução vai para a fase de apuração de haveres, liquidação. Lembra muito a ação de exigir contas. e) litisconsórcio necessário (601) entre a sociedade pessoa jurídica e os sócios. Hipótese de litisconsórcio necessário e unitário. Art. 601.Parágrafo único. A sociedade não será citada se todos os seus sócios o forem, mas ficará sujeita aos efeitos da decisão e à coisa julgada. Inventário e partilha (arts. 610 a 673) Procedimento pelo qual apura os bens dos falecidos e divide. a) reconhecimento expresso da legitimidade do companheiro (616) A jurisprudência já reconhecia, agora a legitimidade é expressa. b) expedição de formal de partilha antes do pagamento dos tributos relativos ao ITCMD (659, §2º) (INCOMPATIBILIDADE COMO O art. 192 do CTN) Formal de partilha: documento que divide o espólio. No CPC/73 primeiro pagava o ITCMD e depois expedia o formal de partilha. Agora o CPC fala que primeiro expede o formal e os alvarás e depois paga o ITCMD. Mas o art. 192 do CTN fala exatamente o contrário. CTN é lei complementar, CPC é ordinária, uma não prevalece sobre outra. O que acontece é que algumas matérias são reservadas à lei complementar. A forma de recolher tributo não é matéria reservada à lei complementar. Professor entende que novo CPC revogou o art. 192. Existem autores falando que lei complementar prevalece sobre o CPC e que vale o Art. 192 do CPC. c) arrolamento sumário com partes incapazes (665) Arrolamento sumário não supera 1000 salários mínimos. Só podia ser feito com partes capazes. CPC/2015, causas até 1000 salários mínimos, pode ser feito pelo arrolamento sumário do 664, partes incapazes, desde que presente o MP. d) melhor disciplina da cumulação de inventários (672) Competência: “Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: I - o foro de situação dos bens imóveis; II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.” Procedimento especial de jurisdição contenciosa, pode haver litigio entre os herdeiros. Objetivo maior é descrever o monte-mor: constituído pelo ativo e pelo passivo do de cujus. Art. 23 do CPC: partilha de bens situados no Brasil, competência exclusiva do juiz brasileiro. Prazo para abertura (art. 611, CPC) Art. 611. O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte. Legitimidade (arts. 615 e 616, CPC) - Posse e administração dos bens; - Cônjuge/companheiro - Herdeiro/legatário/testamenteiro - Cessionário do herdeiro ou legatário - MP - Fazenda Pública - Administrador judicial da falência COLAÇÕES
PROCEDIMENTO DE PAGAMENTO DAS DÍVIDAS
PROCEDIMENTO DA PARTILHA JUDICIAL
PROCEDIMENTO ARROLAMENTO SUMÁRIO
PROCEDIMENTO DO ARROLAMENTO COMUM
Embargos de terceiro (arts. 674 a 681)
a) disciplina mais clara da legitimidade para propositura (674, § 2º) b) intimação do 3º para embargar (675, parágrafo) (792, § 4º) Se o juiz perceber que a penhora recai sobre bem de terceiro, pode intimar esse terceiro para embargar. c) previsão legal do litisconsórcio passivo necessário nos embargos (677, § 4º) Executado indica bem a penhora e terceiro entra com embargos. Esse embargo de terceiros terá litisconsórcio passivo necessário entre exequente e executado. § 4o Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como o será seu adversário no processo principal quando for sua a indicação do bem para a constrição judicial. Ação cabível quando terceiro estranho a um processo é atingido por um ato de constrição de bens. É a ação daquela pessoa que foi atingida por um ato judicial. Tem natureza de ação. Natureza e cabimento Legitimidade Ativa - Proprietário ou possuidor (também o proprietário fiduciário) Propriedade resolúvel: propriedade vai sendo adquirida conforme vai pagando as prestações. Esse proprietário também tem legitimidade para ingressar com embargo de terceiro. - Cônjuge ou companheiro (bem particular ou meação) - Adquirente (fraude à execução) Quando houver fraude à execução ela será ineficaz em relação ao credor. O terceiro pode alegar que não foi fraude à execução, estava de boa-fé, etc... - Desconsideração da P.J Quando atinge patrimônio de sócio que não participou do incidente da desconsideração da personalidade jurídica. - Credor com garantia real O juiz tem que intimar o credor com garantia real, se houve a constrição do bem sem a intimação o terceiro com garantia real tem direito a propor embargos de terceiro. Art. 680. Contra os embargos do credor com garantia real, o embargado somente poderá alegar que: I - o devedor comum é insolvente; II - o título é nulo ou não obriga a terceiro; III - outra é a coisa dada em garantia. Legitimidade passiva (art. 677, § 4º, CPC). A pessoa que se beneficiou com a constrição do bem, normalmente é o credor. Mas se o bem foi indicado pelo devedor naquela ação, essa pessoa que indicou os bens deve figurar também no polo passivo. Além do beneficiário, o responsável pela indicação do bem. Prazo para o ajuizamento (art. 675, CPC) - Processo de conhecimento: até o transito em julgado. - Cumprimento de sentença ou execução: até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta. Competência e autuação (art. 676, CPC) - Juízo responsável pela constrição. - Distribuição por dependência. Cuidado: os autos não serão apensados, tramitam apartados daquela ação, porque são independentes. Constrição ocorre por carta precatória. O bem está localizado em outra comarca. Expede a carta precatória. Carta precatória será distribuída e o juízo responsável por ela, da o cumprimento e dá-se a penhora. A autuação dos embargos de terceiro pode acontecer no próprio juiz que cumpriu a carta precatória. Retorna a carta precatória já com os embargos de terceiro. Se o juiz da carta precatória escolher os bens, esse juiz deprecado poderá julgar os embargos de terceiro. Procedimento: a) Petição inicial “Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas”. Rol de testemunhas: quando o juiz entender que falta elementos para conceder liminar pode marcar audiência de justificação. b) Liminar (art. 678, CPC) Juiz pode deferir a liminar para suspender os efeitos daquela constrição, para reintegrar a posse do bem ao terceiro ou ainda manutenção de posse. Art. 678 do CPC. - inaudita altera parte: suspender os efeitos da constrição, para reintegrar a posse ou manutenção de posse. c) Citação Deferida ou não a liminar, o embargado será citado. Se o devedor indicou o bem à penhora ele também será citado. - forma de citação: pode ser citado por meio de seu advogado. Provavelmente já tem advogado constituído. O embargado não será citado pessoalmente, e sim por meio de seu advogado. - resposta: 15 dias, contestação e/ou reconvenção. Reconvenção é possível. d) Segue o procedimento comum e) Sentença: decisão que resolve os embargos de terceiro via de regra é uma sentença. Oposição (arts 682 a 686) Era intervenção de terceiro, passa a ser procedimento especial. “Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos”. Petição inicial e distribuição (art. 319, CPC) Citação (litisconsórcio passivo necessário) (art. 683, p. único, CPC) Os opostos serão citados por meio de seus advogados. Dar-se-á um litisconsórcio passivo necessário. Réus: autor e réu da ação principal. P. E se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido? O reconhecimento do pedido por um dos opostos não afasta o direito do outro de continuar no processo. Suspensão do processo principal (art. 685, p. único, CPC) Art. 685. Admitido o processamento, a oposição será apensada aos autos e tramitará simultaneamente à ação originária, sendo ambas julgadas pela mesma sentença. Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da audiência de instrução, o juiz suspenderá o curso do processo ao fim da produção das provas, salvo se concluir que a unidade da instrução atende melhor ao princípio da duração razoável do processo. Art. 686. Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação originária e a oposição, desta conhecerá em primeiro lugar. Elas podem ser instruídas simultaneamente. Julgamento simultâneo e prejudicialidade (art. 686, CPC) Relação de prejudicialidade: se o juiz julgar procedente a oposição a ação principal perde o objeto. Significa que nem o autor nem o réu tem direito sobre o objeto litigioso. O juiz primeiro deve julgar a oposição, pois a ação principal só será julgada se a oposição for julgada improcedente. Juízo competente: vai ser distribuída por dependência, será o juízo onde tramita a ação entre autor e réu. Na oposição a distribuição será por dependência e os autos serão apensados ao processo principal.
Habilitação (arts. 687 a 692)
Art. 687. A habilitação ocorre quando, por falecimento de qualquer das partes, os interessados houverem de suceder-lhe no processo. Normalmente é feito de modo incidental no processo. Ações de família (arts. 693/699) a) rol exemplificativo do art. 693, CPC (salvo procedimentos especiais que estão fora do NCPC) Lei 5.478/68 continua valendo. Leis especiais de família continuam valendo (extravagante ao novo CPC), investigação de paternidade. Rol exemplificativo que vai se aplicar aos processos contenciosos. b) audiência de conciliação/mediação inaugural (694) Juiz recebeu P.I, marca audiência de mediação. Nas ações de famílias as ações não devem ser impostas, adjudicadas. A solução convencional dura mais tempo. c) citação sem cópia da inicial (695) Preocupou em um primeiro momento, na redação original o réu seria citado nas ações de família sem cópia da petição inicial. Evita resistência do Réu. Com a redação final o réu será citado sem a cópia da inicial, mas pode ter acesso ao processo a qualquer momento. d) intervenção do MP (698 e 178, II) MP não atua em ações de família, salvo interesse de incapaz. MP não intervém para falar de partilha de bens por exemplo, só atua pra se manifestar sobre interesse de incapaz. e) escuta especial (699) Abuso de todos os gêneros e alienação parental, nesse caso, nessas audiência, o juiz deverá estar assistido de especialistas em psicopedagogia. Ação monitória (arts. 600 a 702) Documento escrito que traz verossimilhança suficiente da obrigação. a) ampliação do objeto (700) CPC/73: pagar quantia e obrigação de entrega de coisa móvel. CPC/2015: acrescentou entrega de coisa imóvel e obrigação de fazer e não fazer, desde que já haja prova escrita sem força de título executivo. b) documentalização da prova oral (700, § 1º) através da produção antecipada de provas. Testemunhas que presenciaram o inadimplemento (art. 381 do NCPC). Pode ata notarial? As testemunhas comparecem em cartório. Ocorre que na colheita com o tabelião não tem contraditório. c) conversão da monitória e procedimento comum (700, § 5º) Quando o juiz tem dúvida quanto ao documento, o juiz intima o autor para emendar a inicial e transformar em procedimento comum. d) fim da isenção de honorários em caso de pagamento (701, § 1º) A isenção é só das custas e não dos honorários advocatícios. e) rescisória contra a decisão que ex vi legis converte o mandado monitório em executivo (701, § 3º) Ingressou com a monitoria, réu fica inerte, o mandado monitório é convertido em título executivo judicial. (Ex vi legis – independente de pronunciamento). Da decisão que converte o mandado monitório em título executivo judicial cabe rescisória. f) parcelamento na monitória (701, § 5º) não se aplica em cumprimento de sentença, mas vale pra execução de título extrajudicial e pra monitoria, paga 30% e parcela em 06. g) apelação sem efeito suspensivo (702, § 4º) * vedete: o credor ganhando em primeiro instancia já pode começar a execução provisória, tem eficácia imediata. h) litigância de má-fé (702, § 11º) § 11. O juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à ação monitória ao pagamento de multa de até dez por cento sobre o valor atribuído à causa, em favor do autor. Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz: I - o pagamento de quantia em dinheiro; II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel; III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer. § 1o A prova escrita pode consistir em prova oral documentada, produzida antecipadamente nos termos do art. 381. Procedimento monitório puro X documental Monitório puro: permite o ajuizamento de uma monitoria fundada em prova testemunhal. Alemanha e Austria entendem ser possível. Documental: prova escrita tem que ser documento, Brasil e Itália. A prova pode até ter sido inicialmente prova testemunhal, mas precisa estar documentada. P. Pode embasar ação monitória documento eletrônico? “[...] 2. O correio eletrônico (e-mail) pode fundamentar a pretensão monitória, desde que o juízo se convença da verossimilhança das alegações e da idoneidade das declarações, possibilitando ao réu impugnar-lhe pela via processual adequada [...]” (REsp 1381603/MS). Enunciado 297 da IV Jornada de Direito Civil: "O documento eletrônico tem valor probante, desde que seja apto a conservar a integridade de seu conteúdo e idôneo a apontar sua autoria, independentemente da tecnologia empregada". Art. 225, CC. P. E se houver dúvida quanto à idoneidade da prova? Juiz manda emendar. P. É cabível ação rescisória? (art. 701, § 3º, CPC) Sim. P. Admite-se ação monitória em face da Fazenda Pública? (art. 700, § 6º, CPC) Sim. P. E se a Fazenda Pública não pagar e não apresentar embargos? (art. 701, § 4º, CPC) Deverá haver remessa necessária. P. Aplica-se o art. 916 do CPC à ação monitória? (art. 701, § 5º, CPC) Sim, existe a possibilidade de parcelar o débito. No prazo para os embargos à monitória, o réu ao invés de embargar, reconhece o débito, deposita 30% mais custas e o restante em até 06 parcelas.
Homologação do penhor legal (arts. 703 a 706)
Não se toma a coisa em pagamento, se toma a coisa em garantia. A legislação civil estabelece que o hospedeiro pode reter as bagagens do cliente até que o cliente pague as contas, o locador pode reter as coisas do locatário até ele pague. Juiz verifica se estão presentes os requisitos para o penhor legal e homologa. a) possibilidade da via extrajudicial (703, §§ 2º e 3º) Pode ser requerido no cartório extrajudicialmente. Devedor tem 05 dias para pagar o debito. Se o devedor apresentar alguma insurgência o tabelião manda para o juiz, devedor ficou inerte aí o tabelião lavra escritura pública de penhor legal. Regulação de avaria grossa (arts. 707 a 711) Envolve direito marítimo. Restauração de autos (arts. 712 a 718) Restauração de autos eletrônicos? Existe, o processo pode sumir. Usucapião extrajudicial (art. 1.071) Insere na lei 6.015/73 a possibilidade de usucapião extrajudicial, art. 216-A. Se alguém impugnar remete para o juiz. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA (arts. 719 a 770) 1. Características 2. Distinções entre jurisdição voluntária e jurisdição contenciosa 3. Legitimidade Qualquer interessado. Não há pretensão resistida, apenas a necessidade de se obter a chancela do Estado. Ação constitutiva necessária, ex.: divorcio consensual com menor. Qualquer interessado, MP (art. 178 do CPC), o próprio juiz pode dar início a alguns procedimentos, ex.: arrecadação de coisas vagas, abertura e cumprimento do testamento, arrecadação dos bens do ausente, arrecadação da herança jacente. 4. Petição inicial Requisitos do art. 319, resposta do réu vai ser simples manifestação de outro interessado que necessariamente deverá ser ouvido. Mas não tem lide. 5. Resposta Os interessados serão ouvidos, serão citados para apresentar manifestação. 6. Intervenção do MP (art. 178, CPC) Deverá ser ouvido sempre que presente as hipóteses do art. 178, não é hipótese de necessariamente ter que intervir. 7. Oitiva da Fazenda Pública Quando ela tiver interesse. 8. Instrução e julgamento Instrução se for o caso e julgamento. Arts. 719 a 725 do CPC. 9. Divórcio e separação consensuais. EC 66/10: “Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio”. CPC: “Art. 731. A homologação do divórcio ou da separação consensuais, observados os requisitos legais, poderá ser requerida em petição assinada por ambos os cônjuges, da qual constarão:” A EC/66 não afastou a possibilidade de separação judicial, entendimento recente do STJ. “A Emenda à Constituição n. 66/2010 não revogou os artigos do Código Civil que tratam da separação judicial”. (STJ, INF 604 - REsp 1.247.098-MS) A EC 66/10 revogou tacitamente o art. 1.571, III, CC? Não, pode ajuizar separação judicial ainda. Interdição: arts. 747 a 758 Introdução: Diante de um maior incapaz à luz do art. 4º do CC. Tem que nomear um curador para essa pessoa. Menor de idade incapaz: depende, menor de 16 com alguma outra incapacidade além da menoridade ele já tem um representante legal. Entre 16 e 18 pode ser ajuizada ação de interdição, porque aqui ele não é representado, é assistido. Como ele pode praticar atos da vida civil, será possível ajuizar interdição, para deixar de ser assistido e ser representado. Competência Foro do domicilio do interditando. Legitimidade (art. 747, CPC): Cônjuge ou companheiro; Parentes ou tutores; Representante da entidade em que se encontra abrigado o interditando; Ministério Público*. Se o MP não for o autor da interdição, necessariamente deve intervir no processo. Petição inicial: art. 319 do CPC. Citação e entrevista do interditando e intimação do MP A entrevista é obrigatória. Se o interditando não puder comparecer o juiz se desloca ao local em que se encontra o interditando. A entrevista pode ser acompanhada por um especialista. Impugnação Prazo: 15 dias. Advogado / curador especial: se o interditando não nomear um advogado, o juiz nomeia um curador especial. Assistência do cônjuge, companheiro ou parente sucessível Provas Sentença Divergência na doutrina, professor entende que a sentença é constitutiva com efeitos “ex nunc”. Os negócios jurídicos praticados antes podem até ser anulados, mas depende de ação autônoma e prova. Os negócios após a interdição são nulos de pleno direito. Na própria sentença o juiz indica qual a extensão da intervenção. Pessoa interditada é representante de outro incapaz. Art. 757. A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos bens do incapaz que se encontrar sob a guarda e a responsabilidade do curatelado ao tempo da interdição, salvo se o juiz considerar outra solução como mais conveniente aos interesses do incapaz. P. E se o interdito for representante de outro incapaz? “Art. 757. A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos bens do incapaz que se encontrar sob a guarda e a responsabilidade do curatelado ao tempo da interdição, salvo se o juiz considerar outra solução como mais conveniente aos interesses do incapaz”. Levantamento da curatela (art. 756, CPC) É possível. P. É possível o levantamento parcial? Sim. Tomada de decisão apoiada (art. 1.783-A, CC). Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade.