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Angicos /RN
2019
TEXTO E TEXTUALIDADE E PRÁTICAS COMUNICATIVAS: COESÃO TEXTUAL
Angicos /RN
2019
TEXTO E TEXTUALIDADE E PRÁTICAS COMUNICATIVAS ¹
COESÃO TEXTUAL2
RESUMO O presente trabalho tem como objetivo apresentar algumas reflexões teóricas, como
os Fundamentos da Linguística Textual, segundo os olhares de Koch (1996), e Antunes (2005)
entre outros pesquisadores do assunto, que consiste em investigar, analisar e compreender a
importância dos recursos coesivos, partindo do pressuposto de que, o texto deve ser o ponto de
partida e o ponto de chegada para as aulas de Língua Portuguesa, a discussão, neste trabalho,
pauta-se na apresentação de algumas reflexões teóricas e práticas em torno das atividades de
produção textual, da disciplina Expressão textual. O texto, nesse processo, constitui a unidade de
ensino e aponta as necessidades daquilo que se deve priorizar para o trabalho em sala de aula,
nas diferentes situações de produção escrita para a unidade textual.
1 INTRODUÇÃO
A construção de um bom texto depende da maneira que palavras e ideias são organizadas. Os
elementos de coesão são classificados como pronomes, preposições, advérbios e conjunções, eles
são conetivos “ligadores” de palavras, orações, frases e parágrafos ao longo do texto,
estabelecendo diferentes tipos de relações.
Tendo em vista que, a coesão é fator fundamental e importante para o estabelecimento da
unidade de sentido e da unidade temática do texto. Deve-se reconhecer, portanto, que um texto
coeso é aquele em que, suas partes estão interligadas, e que deve haver continuidade e unidade de
sentido.
A escolha desses termos garante outra relação linguística muito importante: a alusão de ideias
ou termos antecedentes para evitar a repetição, sem que se perca o sentido entre os segmentos
textuais. Para ANTUNES (2005, p. 47):
Reconhecer que o texto está coeso e reconhecer que suas partes como disse, das
palavras aos parágrafos – não estão soltos, fragmentados, mas estão ligados,
unidos entre si. Daí que a função da coesão é exatamente a de promover a
continuidade do texto, a sequência interligada de suas partes, para que não se
perca o fio de unidade que garante a sua interpretabilidade.
Sem essas conexões de interação, o texto perde seu objetivo maior, a comunicabilidade,
pois, segundo ANTUNES (2005, p. 125-126):
Para que o fazer textual seja coesivo, é necessário ressaltar a importância da continuidade,
posto que é dela que as relações semânticas vão se estabelecendo, conceituando e criando forma.
Segundo Antunes (2005, p.50), “é importante, pois, ressaltar que a continuidade que se
instaura pela coesão é, fundamentalmente, uma continuidade de sentido, uma continuidade
semântica, que se expressa, no geral, pelas relações de reiteração, associação e conexão”. Para que
essas relações se concretizem, são necessários vários procedimentos e recursos.
Logo, para melhor compreendê-la, é necessário observar no quadro abaixo, organizado por
ANTUNES (2005, p.51), como a coesão textual se realiza nas relações textuais, nos
procedimentos e nos recursos utilizados.
A COESÃO DO TEXTO
Relações Procedimentos Recursos
textuais
1. Reiteração 1.1 Repetição 1.1.1 Paráfrase
1.1.2 Paralelismo
Com base nos itens do quadro acima, é possível observar que as relações textuais
responsáveis pela coesão são promovidas por meio de quatro procedimentos.
Esses procedimentos se efetivam através dos recursos que são ações de repetir,
de substituir através de anáforas e catáforas ou por palavras semanticamente
equivalentes, de associar palavras de acordo com o sentido e com a intenção pretendidos
na interação, de promover a ligação entre orações e períodos fazendo uso dos
conectores. Os conectores também devem ser entendidos como elementos que se
responsabilizam pela consistência discursivo-argumentativa que o sujeito pretende dar
ao seu texto.
A coesão não é apenas mera ocorrência de elementos linguísticos presentes no
aspecto formal do texto, ela se relaciona, em muitas situações, com a coerência do texto,
principalmente quando se refere à coerência sintática e à coerência local que “advém do
bom uso dos elementos da língua em sequências menores, para expressarem sentidos
que possibilitem realizar uma intenção comunicativa.” (KOCH e TRAVAGLIA, 2006,
p. 41)
Sendo a coesão uma manifestação da coerência na superfície textual, os textos
organizados com diferentes recursos coesivos exigem eficientes mecanismos de
compreensão para identificar a coerência. O que se pretende com o ensino da língua, na
perspectiva textual e interativa, é um trabalho dinâmico que aborde os recursos
linguísticos de forma que possibilite a intenção da situação comunicativa concreta. Se
houver mau uso dos elementos linguísticos e estruturais e falta de clareza das
características do leitor e das finalidades para as quais o texto foi redigido, o
interlocutor não conseguirá estabelecer o sentido do texto.
Por isso, este trabalho adota como fundamental as ideias de Antunes (2005,
p.169), quando salienta: “um estudo científico e consistente da linguagem somente pode
ter como objeto o texto e suas propriedades, o texto e suas regularidades, o texto e seus
modos de ocorrência, o texto e seus efeitos”.
As teorias sobre coesão, já descritas pela literatura, embora não sejam suficientes
para resolver os problemas de coerência que aparecem nos textos dos alunos, deverão
ser conhecidas por todos os professores de Língua Portuguesa. Nas linhas a seguir serão
apresentados alguns esclarecimentos.
Segundo Koch e Travaglia (2006, p. 47 – 48) há duas grandes modalidades de
coesão: a sequenciação e a remissão. A coesão sequenciadora, seria aquela por meio da
qual se faz o texto avançar, garantindo-se a continuidade dos sentidos. Faz- se por meio
de duas categorias: com recorrências das mais diversas ordens: de termos ou expressões,
de estruturas (paralelismo), de conteúdos semânticos (paráfrase), de elementos
fonológicos ou prosódicos (rima, aliteração, assonância) e de tempos verbais.
Nessa perspectiva, o intuito deste estudo, contribuir para compreensão dos
recursos pelos quais as propriedades de coesão se manifestam.
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
I. Como a chuva estava muito forte, não foi possível continuar o show.
II. Eu não consegui apresentar o trabalho porque estava muito nervosa!
III. Os manifestantes terão suas reivindicações atendidas, exceto se usarem de violência.
IV. Estava doente, mas foi trabalhar.
V. Os brasileiros são tão trabalhadores quanto os norte-americanos.
a) causa, causa, condição, oposição, comparação.
Alternativa “a”
4.2 B) (Enem - 2013)
Gripado, penso entre espirros em como a palavra gripe nos chegou após uma série de
contágios entre línguas. Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe que disseminou
pela Europa, além do vírus propriamente dito, dois vocábulos virais: o italiano influenza
e o francês grippe. O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que
significava “influência dos astros sobre os homens”. O segundo era apenas a forma
nominal do verbo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se que fizesse referência ao modo
violento como o vírus se apossa do organismo infectado.
RODRIGUES. S. Sobre palavras. Veja, São Paulo, 30 nov. 2011.
Para se entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso que o leitor reconheça
a ligação entre seus elementos. Nesse texto, a coesão é construída predominantemente
pela retomada de um termo por outro e pelo uso da elipse. O fragmento do texto em que
há coesão por elipse do sujeito é:
a) “[...] a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas.”
b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe [...]”.
c) “O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava
‘influência dos astros sobre os homens’.”
d) “O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper [...]”.
e) “Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do
organismo infectado.”
Alternativa “e”
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Depois das análises e estudos sobre coesão e sua aplicabilidade nas relações
textuais de reiteração, associação e conexão e, principalmente, no uso dos elementos
articulatórios da escrita, foi possível evidenciar no interior desse artigo e constatar, de
forma satisfatória.
No entanto, é essencial destacar que a escrita tem seu papel fundamental na
construção do conhecimento humano. Nos últimos tempos, muitos estudiosos
teorizaram a respeito da linguagem e, ao refletirem sobre o assunto, contribuíram para
fundamentar este trabalho. Além disso, deram suporte à práxis pedagógica, numa
construção linguística escrita coerente possibilitando um texto coeso.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Irandé Costa. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo:
Parábola Editorial, 2005.
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1989.