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Ângela Figueiredo
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Ângela Figueiredo1
E
m 1994, realizei estudo pioneiro acerca do significado da manipulação do cabelo dos
negros, em que demonstrei a relevância do tema tanto para entender melhor a
dinâmica da classificação da cor quanto o discurso sobre a construção da identidade
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negra. Naquele período eram inexistentes os estudos sobre essa temática, restando apenas
algumas referências nos textos literários. Lembro-me, por exemplo, do personagem principal
do livro O mulato, de Aloísio de Azevedo, e sua constante preocupação com o cabelo, uma
vez que o cabelo crespo denunciava a sua origem racial. Contudo, o tema do cabelo é
extremamente presente no cotidiano das mulheres negras, muitas gastam quantias
significativas dos seus salários para ter um “cabelo bonito” aos seus olhos e aos olhos dos
outros. Não é por acaso que parte significativa dos anúncios e propagandas da revista Raça
Brasil é sobre produtos para o cabelo, do mesmo modo que o maior número de anunciantes
do Círculo Negro são profissionais que atuam na área de beleza e mais especificamente,
cabeleireiros(as).3 Desse modo, um estudo sobre o cabelo permite não apenas entender a
concepção e a construção da beleza, mas também o mercado que gira em torno da
manipulação do cabelo.
Na pesquisa “Beleza Pura ...” observei a relação entre as práticas e os discursos
existentes nas diferentes formas de usar o cabelo proveniente da fala das entrevistadas e
estabeleci um contraponto com o discurso das ativistas negras. Do ponto de vista da
militância negra, o cabelo é importante para marcar a diferença no discurso sobre a
identidade, conforme veremos mais adiante. Já para a maioria das entrevistadas, o cabelo é,
dentre os fenótipos negros, aquele que pode e deve ser manipulado quando desejado, por isso
elas esclarecem que o método empregado para a intervenção depende de diferentes fatores
tais como o lugar que se pretende ir, os preços e a disponibilidade financeira. São os períodos
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Doutoranda em Sociologia no IUPERJ – Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro.
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Na pesquisa “Beleza pura: símbolos e economia ao redor do cabelo do negro”, entrevistei mulheres moradoras
de um bairro da cidade baixa em Salvador (BA) e, em menor número, entrevistei algumas ativistas negras.
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O Guia do Círculo Negro, criado em São Paulo em 1997, objetiva oferecer serviços de profissionais negros
para a população negra. Dentre as ofertas do segundo livro, encontramos, em primeiro lugar, os anúncios de
cabeleireiros, com 13,86%; além disso, mais de 1/4 dos serviços oferecidos pelo guia estão concentrados na
manipulação do visual ou do corpo.
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festivos, como as festas juninas, natalinas e, principalmente, o carnaval, que fazem aumentar
o número de clientes nos salões e as vendas de cabelos para fazer implantes.4
Visando a dar conta da diversidade de técnicas de manipulação do cabelo, construí
uma tipologia em que descrevi tanto as formas e os discursos dos profissionais acerca das
suas atividades, quanto o entendimento da identidade negra. Demonstrei que era possível
identificar três profissionais distintos: as alisadeiras, as trançadeiras e os profissionais que
trabalham com produtos químicos. Dentre estes, eram as trançadeiras que tinham um
discurso mais eloqüente e assertivo acerca da identidade negra.5
Uma questão importante no discurso sobre o cabelo diz respeito à naturalidade.
Remeter ao discurso da naturalidade não significa abandonar, na prática, o uso de produtos e
técnicas que os modifique, mas, antes, a naturalidade está associada à aparência. Assim, o
cabelo tido como natural é aquele que parece não manipulado. Além da aparência, a fronteira
entre a naturalidade e a não-naturalidade do cabelo é dada pelo uso de produtos químicos.
Um bom exemplo disto são as pessoas que usam o “canecalom” – cabelo sintético – para
aumentar e dar mais volume ao cabelo, considerado menos natural que o implante com
cabelos humanos. Essa relação aparece de forma bastante clara na fala de uma das
entrevistadas:
“O cabelo do rasta é natural, eles colocam cera da terra, baba de chuchu, são
coisas naturais, agora produto químico não é mais natural, tipo a massagem de
MJ fica um enrolado natural, fica uma coisa que não aparenta que é liso. È
produto químico, não é natural. O pessoal diz que é natural mais não é”.
O Lugar do Cabelo
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Os jornais analisados fazem parte do Arquivo de Recortes de Jornais do CEAB – Centro de Estudos
Afro-Brasileiros da Universidade Candido Mendes. Agradeço a Simone Freitas, responsável pelo acervo.
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Para fazer o implante no cabelo com 50 centímetros de tamanho são necessários 250 gramas; com o cabelo
sintético, cerca de 10 mechas.
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Alguns autores têm observado a importância dos aspectos públicos e privados dos
símbolos inscritos no corpo, como, por exemplo, o cabelo. Leach (1983) analisa a
importância dos cabelos nos rituais e, principalmente, nos rituais fúnebres.
Nessa direção, Nancy Scheper-Hughes e Margaret Lock (1987) definem e
consideram a relação entre três corpos: o corpo individual, o corpo social e o corpo político.
O primeiro é entendido como a experiência do self, o segundo refere-se à representação do
corpo como símbolo natural, e o terceiro refere-se à regulação e controle do corpo. Para
Barbara D. Miller (1998), o cabelo também pode ser analisado sob três perspectivas: quanto à
dimensão pessoal; ao significado social do cabelo; e à dimensão política.
Sarah M. Nelson (1998) revela a importância do cabelo nas práticas políticas e
religiosas da Coréia, uma vez que o uso de um específico penteado assinala a afiliação e o
pertencimento a determinado grupo e/ou camada social. Assim, o cabelo passa a ser visto
como um símbolo social que demarca o lugar na escala social. Barbara D. Miller (1998),
lembra que o uso de determinado tipo de cabelo pode estar associado aos movimentos de
resistência e, neste sentido, a autora cita o exemplo do movimento Punk, em que o estilo de
cabelo usado pelos jovens esta claramente emitindo uma mensagem de resistência cultural.
Como mencionado anteriormente, a temática do cabelo quase não tem sido abordado
nas Ciências Sociais brasileiras. Hildegardes Viana observa que dentre as características
fenotípicas dos negros, o cabelo é o que mais incomoda aos brancos e tem sido considerado o
mais feio dentre os fenótipos negros, daí o título do capítulo “O Feio da Raça”. Além disso,
Hildergades observa que desde o período da escravidão, as mulheres negras utilizavam
métodos para manipular o cabelo.
Quer seja porque incomoda aos brancos ou aos próprios sujeitos em questão, para as
entrevistadas o cabelo é, dentre os fenótipos negros, aquele que elas mais gostariam que fosse
modificado. Quando indagadas sobre o que gostariam de mudar em seu corpo, as
entrevistadas respondiam, invariavelmente, que queriam mudar o cabelo. Ninguém
mencionou o fato de querer mudar o formato do nariz ou das nádegas, por exemplo. Além
disso, tem uma outra questão sobre o discurso do cabelo que envolve tanto a praticidade,
quanto a noção de beleza. Certamente, as noções de beleza e de gosto são construídas
socialmente, e as pessoas entrevistadas também são sensíveis ao discurso de beleza vigentes
na sociedade mais abrangente.
Uma entrevistada, proprietária de uma loja de produtos de beleza e venda de cabelos
comenta:
Desde muito jovens as mulheres negras são socializadas para terem o cabelo alisado,
muitas relataram experiências em que a família e, principalmente, a mãe, impunha que elas
tivessem os cabelos alisados. Na fase adulta, algumas alisam o cabelo porque de fato acham
que o cabelo alisado fica mais bonito, enquanto outras alegam questões relativas ao cotidiano
do uso do cabelo crespo e, em parte, justificam a intervenção no cabelo como uma forma de
torná-lo mais prático no cotidiano.
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identidade étnica, diversos autores têm observado que os símbolos, ou os sinais diacríticos
utilizados para marcar o pertencimento dependem do contexto da interação (Cunha, 1989).
Lembro-me que uma das entrevistadas mostrou o seu desapontamento quando a ex-esposa de
Nelson Mandela, Winnie Mandela, visitou Salvador usando o cabelo alisado. Isto é
interessante, pois demonstra como determinados símbolos assumidos como afirmativos e
identitários em determinadas sociedades, podem não ter o mesmo significado para outras,
basta lembrarmos que os negros norte-americanos sempre alisaram os cabelos e nem por isso
deixam de ser vistos como negros.
O Que Há de Novo
“A cor do dinheiro
As empresas estão investindo nos consumidores negros. Eles são mais de 7 milhões e
formam um nicho quase intocado”.
Carta Capital, 26/11/1997
“Visivelmente negros
A tradição e a juventude concordam: o consumo e os modismos servem à causa”.
O Globo, 1/2/97
“Publicidade brasileira ganha mais cor com o crescimento de consumo entre os negros
Bradesco, Parmalat e Boticário segmentam anúncios para atingir público maior”.
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O Globo, 25/2/97
“Uma pesquisa feita recentemente mostrou que 56% dos brancos gastam mais de
R$ 20,00 por mês com produtos de beleza, mas na população negra este índice
chega a 64%”. (Roberto Melo, Jornal da Tarde, 13/10/96)
Uma outra matéria revela os dados de uma pesquisa sobre as mulheres negra
norte-americanas, intitulada “O sonho afro-americano: mulheres negras gastam 41,4% a
mais do que as outras no cuidado pessoal” (O Globo, 1/2/97).
Mantendo a hipótese de maiores gastos dos negros com o aspecto físico,
apresentamos os dados da PPV seção XA,8 relativos aos gastos com bens e serviços por
educação, segundo a cor da família.
O valor gasto com bens e serviços aumenta de acordo com a escolaridade para todos
os grupos. Para as famílias brancas, a variação é de 43% nos primeiros níveis e diminui para
32% do terceiro para o quarto. Dentro do grupo branco, a variação entre os níveis extremos
(até três anos de estudos e 12 anos e mais) é de 84%. Nas famílias negras, a variação é de
43% e 42% nos dois primeiros, e 64% do terceiro nível para o quarto, valor duas vezes
superior àquele encontrado entre os brancos. Na média total, a distância entre negros e
brancos é de 66%, o que significa que os negros gastam bem menos que os brancos; contudo,
a variação dentro do grupo negro é um pouco superior aos brancos (84% no grupo branco e
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PPV- Pesquisa sobre Padrão de Vida, realizada pelo IBGE em 1997 As informações da seção 10A dizem
respeito aos gastos de algum morador do domicílio nos últimos 30 dias. Os dados apresentados abaixo fazem
parte de uma investigação mais ampla em que escolhemos como unidade de análise a família. A cor da família
foi constituída fazendo uma relação entre a cor do chefe e a cor do cônjuge.
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88% no negro). No nível mais alto de escolaridade, os negros se aproximam mais dos
brancos, sendo a diferença de 33%, ao passo que no primeiro nível é de 43%.
Na tabela seguinte, apresento os dados de acordo com os quartis de renda.
Quartis de renda
Cor 1 2 3 4 Total
Branca 2,56 4,0 7,2 21,11 11,12
Negra 1,3 3,4 5,2 14,7 4,6
Mista 2,5 4,5 8,5 19,4 7,8
Fonte: PPV/1997.
A disposição dos dados acima confirma a relação entre renda e gastos com o item. A
diferença média de gastos entre brancos e negros é de 60%, inferior às diferenças dentro dos
grupos. No que se refere ao grupo branco, a distância entre o quartil superior e inferior é de
89%; contudo, as diferenças entre os quartis é de 36%, 45,5% e 66%. Entre os negros, a
distância entre o primeiro e o último é ligeiramente superior aos brancos – 92%; entretanto, a
diferença entre os primeiros quartis é de 62%, diminuindo sensivelmente para 35% quando
comparamos o segundo com o terceiro, voltando a crescer 65% do terceiro para o quarto.
O comportamento dos dados na análise por quartis se diferencia um pouco daquela
realizada por escolaridade. Na tabela anterior, a diferença entre negros e brancos era menor
no nível de escolaridade mais elevado. Entretanto, quando analisamos os dados por quartis de
renda, a distância entre negros e brancos diminui nos quartis intermediários, ficando entre
25% e 28%, e aumentando para 31% no último. De todo modo, permanece a diferença entre
negros e brancos no que se refere aos gastos com o item.
Independente da veracidade acerca da propensão do consumidor negro na aquisição
de produtos para o corpo, após o lançamento da Raça intensifica-se o mercado de beleza para
os negros como nunca houve no Brasil e, ao que parece, os consumidores têm respondido
bem ao apelo de consumo específico, basta lembrarmos que a venda de produtos de beleza e
cosméticos para negros cresceu 60%, enquanto as vendas de produtos de beleza e cosméticos
em geral cresceu apenas 11%.
É importante observar que historicamente no Brasil não têm existido mercados
etnicamente segmentados no que se refere tanto à venda e o consumo de produtos, quanto ao
mercado de trabalho. O mercado de trabalho é racialmente diferenciado, a grande maioria
dos negros ocupa posição de menor status, renda e prestígio, mas isso não está associado a
um discurso sobre a particularidade étnica, e sim à baixa escolaridade dos negros.
Inicialmente, foram as empresas já consolidadas no mercado que iniciaram a
produção de novas linhas de cosméticos para os negros, a exemplo da Davene e d’O
Boticário. Em outros casos, houve uma adaptação aos rótulos dos produtos que já eram
majoritariamente utilizados por negros, a exemplo do creme de pentear Shen da Avon. 9
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Curiosamente, somente há poucos anos atrás a Avon, uma multinacional na linha cosméticos, começou a
assumir o discurso da particularidade étnica do consumidor negro brasileiro.
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Indústria Personalizada
Acabou a era da negra com os cabelos alisados com produtos fortíssimos, que as
transformavam em cópia mal resolvida de brancas. Seguindo uma tendência basicamente
americana, voltada aos afro-étnicos, uma indústria paranaense, a Afro Nature, começou, há
pouco mais de cinco anos, a desenvolver produtos específicos para o cabelo dos negros e
mulatos brasileiros”.
Gazeta do Povo, Suplemento Deuses do Ébano.
Ano XII – Edição número 865
Curitiba, 2 de janeiro de 2000
Madeixas Domadas
Manter os cabelos crespos sob controle não é mais uma tarefa impossível como há alguns
anos. A tecnologia dos produtos permite visuais novos e naturais”.
Gazeta do Povo, Suplemento Deuses do ébano
Ano XII – Edição número 865
Curitiba, 2 de janeiro de 2000
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Conclusão
Como em outros âmbitos das relações raciais, historicamente os negros têm sido
vitimizados no mercado da aparência ou no mundo da beleza, esfera que tem sido marcada
pela construção de estereótipos negativos associados aos fenótipos negros, considerados
feios. Ditos populares têm marcado esta rejeição aos fenótipos, existem inúmeros exemplos
em que os pais rejeitaram o casamento inter-racial justificando que os netos teriam cabelo
crespo. Curiosamente, é no campo da beleza que podemos constatar a maior transformação
ocorrida nas relações raciais brasileira nos últimos anos, conforme foi demostrado.
Desde a década de 70 os ativistas negros têm proposto uma nova estética negra na
qual o cabelo tem destaque. Significativa, a primeira proposta é a inversão do significado
simbólico atribuído ao cabelo. No que se refere à construção da beleza negra em Salvador, o
papel do bloco afro Ilê Ayê é indiscutível (ver Pinho, 2002).
Como disse anteriormente, a revista Raça Brasil tem um papel fundamental na
descoberta do consumidor negro, entretanto, a associação entre os negros e o consumo ainda
se reduz ao consumo de produtos de beleza. Concordo com Roberto Mello quando diz que a
revista Raça Brasil contrariara três dogmas do mercado brasileiro: “o de que os negros não
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Sansone (1993), demonstrou que os pais se auto- classificam como preto enquanto os filhos se
auto-denominam negros, estas diferenças não se reduzem apenas a auto classificação da cor, implica uma
postura diferente tanto com relação a cultura negra quanto a postura frente ao mercado de trabalho.
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A pioneira Étnic fez a sua primeira edição da feira internacional de cosméticos e produtos afro-étnicos em
São Paulo, em dezembro de 1997. Em dezembro de 2000 ocorreu a primeira COSMOÉTNICA – Feira
Internacional de Beleza Negra – também em São Paulo.
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têm poder de compra de produtos supérfluos; o de que revistas que trazem negros na capa não
vendem e o de que o negro brasileiro não tem orgulho da raça...”. Após o lançamento da
revista, verifica-se que ocorre tanto o aumento das linhas de produto de beleza para negros,
quanto uma associação entre os produtos direcionados ao consumidor negro e a veiculação
da imagem de modelos negros na embalagem. Contudo, ainda não foi possível mensurar
qual o significado dessa auto-imagem para o consumidor e a influência disso no
fortalecimento da auto-estima negra.
Os dados mencionados destacam o aumento significativo de 60% na venda de
produtos e cosméticos para negros em comparação a 11% da indústria e cosmético
tradicional. Provavelmente, isso ocorre mais devido à migração do consumidor negro, que
deixa de utilizar os produtos sem especificação e passam a utilizar produtos mais apropriados
às suas características fenotípicas, do que ao aumento efetivo do número de consumidores.
De todo modo, o consumidor negro tem respondido bem ao apelo étnico dos produtos.
Surpreendentemente, o mundo da beleza tem demonstrado uma capacidade de sensibilização
com base na especificidade étnica antes nunca imaginada.
Partindo da hipótese de que a expansão do mercado de “cosmético étnico” ocorreu
porque os negros consomem mais que os brancos, lancei mão dos dados da PPV acerca dos
gastos com bens e serviços pessoais e demonstrei que existem diferenças no interior de cada
grupo quando a análise é feita a partir das perspectivas de renda e escolaridade. Observei,
também, que os negros mais escolarizados tendem a se aproximar dos brancos no que se
refere ao consumo. Mas, se comparássemos apenas os negros mais ricos e mais escolarizados
com os mais pobres e menos escolarizados, a distância seria ainda maior.
Ainda no que se refere aos gastos com bens e serviços pessoais, não é possível
confirmar a hipótese de que os negros gastem mais que os brancos, e sim que a distância entre
negros e brancos é maior no quartil inferior que no quartil superior de renda. Entretanto, no
que diz respeito aos gastos com sabonetes, xampus e roupas, os negros têm gastos
ligeiramente superiores aos brancos inseridos no mesmo quartil de renda; no entanto, o peso
do consumo destes itens é relativamente maior no orçamento dos negros, tendo em conta que
a renda média dos negros é menor que a dos brancos.
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Bibliografia