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Mntcriois de Construção Civil e Prlnc(plos de Clencla Bnaenhltl de

O
Gemido Ccchello lsnio (Org11ni1.ador/Edilor) q Ma1erta11
~~ ;?010 IBRACON. Todos direitos reseivndoN,

Capítulo 46

Compósitos de Engenharia de Matriz


Polimérica
Luiz Carlos Pinto da Silva Filho
Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Mônico Regina Garcez


Universidade Federal de Pclotas

46.1 Introdução

Os materiais compós itos 1, ou seja, aqueles .formados pela combinaçlio


inteligente e delibera da de dois ou mais outros materiais, com características
e proprie dades diversas, que continuam a ser claramente ident~f'icâveis após a
combina ção - vêm sendo cada vez mais utilizados pela socieda de cm geral e
pela Engenh aria Civil em particular.
Um levanta mento de tendênc ias na área de pesquisas de materia is, realizad o
em 2001 pela Nationa l Science Founda tion, nos Estados Unidos, indicou que o
desenvo lviment o de compós itos de alto desemp enho seria uma das áreas de
maior interess e no início do século XXI. O increme nto sensíve l no número de
pesquis as e aplicaç ões verifica do nos últimos anos nessa área vem confirm ando
essa previsã o.
A tendênc ia atual é que o conhec imento sobre a forma de funcion amento <los
materia is compós itos se amplie e que sejam desenvo lvidas teorias cada vez
mais sofistic adas para sua formula ção, que permita m aperfei çoar suas
proprie dades a partir de uma adequa da seleção e combin ação de seus elemen tos
constitu intes.
A percepç ão geral sobre a importâ ncia dessa abordag em vem aument ando na
Engenh ana Civil. O próprio concret o, princip al materia l de constru ção, hoje é
recon hecido como um materia l compós ito, no qual partícu las de agregad os de

1 Existe n ~eia tjllanto ao uso do termo compósito cm vc, clc conipm,to. Alguns pcsquisndon:s ddl't1lkm
a idéia G e , ua rortuguesa, seria melhor utilizar a nomenclatura mat<'rial compo.\to .. visto qul.! o te~no
compós ,ç..o do termo em inglês composite. Todavia, o tcrmc~ cc~mpúsito se pop11lan1ou d~ tal mnnL·tra:
que a rna; aç · ' S atuais O emprega de forma intensa, em suhst1l111çao no lermo compo~lo. ( rnno os d~lls
termos p ,t r: idos equivalentes, optou-se por empregar, m:sta puhlkaçiio. o 11.:nno 111111s l'omum L' lll'L'tlo
pelo rnt'
di ferentes tamanhos reforç am um a m atriz cim en tícia. Es se r:
levou ao desenvolvimento da teo ria da zo na de tra nsiçã o e c o la = ~ ~
~e ent~ndes!e melh or o m ate rial e se pu de ssem m elh orar su as Pr op rj Para <tUt
mtens1ficaçao do dese nvol vim en to de co nc re tos e ar ga m assas co rn ~ -,\
do ain da m ai s o in ter es se na teo ria do s co m pó sitad i~ dt
fibras ve m . amplian
Nas últimas décadas, cr es ce u tam bé m , co ns id er av elm en te os .
compósitos de m atriz polim ér ica na En ge nh ar ia Ci vil. Al gu ns · do l uso de
.
. es epox1'dº1cas e reforçados por fibras de grande capacidade de r . '_<:<,in e es
m at nz es1 s1e
. , esta- o sendo bastante usados como reforços estruturais Ou t
à t raça- o,1a llcia
~dição de particulados ou es tru tu ra do s co m te la s. es tã o se nd o em ~r eg :s , Cot n
impermeabilização ou veda çã o. os ~cu a
id os alg un s as pe cto s fu nd am en tai s do s ma te ..
Nest~ capítulo, serão discut ,s
compós1tos, com ênfase nos co m pó sitos de m at riz po lim ér ica . na

46 .2 Conceitos básicos

46 .2 J Definição

Segundo Callister (2 00 6) , o ter m o co m pó sit o es tá vi nc ul ad o à ex ist ên cia de


material com caráter multifásico , qu e ap re se nt a um a pr op or çã o co ns ide rá\ 'el :
propriedades das fases qu e o co ns tit ue m , po de nd o ta m bé m ap re se nt ar alg u~
propriedades emergentes, deco rre nt es da co m bi na çã o de ss as fa se . e

O s compósitos po de m se r en te nd id os , po rta nt o, co m o m at er ia is he ter oo ên eo·


re su lta nt es de um a combinação ra ci on al de pe lo m en os do is co m po ne nt ;s co :1

ca ra ct er ís tic as diversas. U m de le s é de sc on tín uo . pr im ar ia m en te res po ns áv :


pe la re si st ên ci a aos esforços m ec ân ic os ( co m po ne nt e es tru tu ra l ou de ref orc o,
en qu an to o ou tro é contínuo , fo rm a o m ei o de tra ns fe rê nc ia do s es fo~ o~
(c om po ne nt e matricial ou matriz ) . ·
qu e, pa ra qu e se de fin a um m at er ia l co mo um
É im po rta nt e re ss al ta r-s e
co m pó si to , de ve se r po ss ív el id en tif ic ar em -s e. se m di fic ul da de . as fas es
ui nt es re pr es en ta tiv as de ca da um do s m at er ia i on gm ai s qu e 0
co ns tit
fo rm ar am . C om o sa lie nt a C al lis te r (2 00 5) , as fa e co n tit ui m es de um
ic am en te he te ro gê ne a e -e pa ra da po r um a
co m pó si to de ve m se r qu im
Is so di fe re nc ia os co m pó ito da s lig as . m i tur as e
in te rf ac e di st in gu ív el .
so lu çõ es . As lig as m et ál ic as e os m at er ia is ce râ n1 ic o - 'O rn o o tij olo . que
o se aj us ta m ao co nc ei to de co m pó sit o. po i a
ta m bé m sã o m ul tif ásic os , nã
la s fa se s re su lta de fe nô m en os na m ra i_ e nã o po d_ e~
fo rm aç ão de su as m úl tip
se r di st in gu id as m ac ro sc op ic am en te . En tre ta nt o . lig as m et ál i~ a- e ma ten ais
ce râ m ic os po de m se r um do s e le m en to s fo rm ad or es de um 'O m pó sit o. .
U m m at er ia l co m pó si to po de se r de fi ni do Cl ) fil (' um si :te ma . cu3 as
pr op rie da des de riv am das es pe ci fic id ad es do s m ..
Ht? !" .• ,1, '
1.. l'1n sti tu in tes : ?e s~a s
ca ra ct er íst ic as e de su a ge omet ria . Co nf or m e S.r nc ia ~l 2 ): \. ,)s co m po ~1to sre ~
co m o ca racter ís tic a a he te ro ge ne id ad e ap a; en te e a , ,c ri\ . rid ad e de su: b
us co m po ne nt '"'rJd (\S is0 \ad an 1e nte
pr op ri ed ad es em re la çã o às do s se
46.2.2 Componentes

Os compósitos são formados basicamente d · te


· t · . ' , por
matriz, o~ componen e. matnc1al, e o componente de reforço. 01s componen s: a

A. mhatn_z
O
_se caracteriza podr ~er contínua (isto é, é possível traçar um
camm Ommterrupto entre ois pontos quaisquer que a compõem) e
env<:lver componente de reforço. Sua função principal é transmitir as
tensoes e conectar os ele_mentos de reforço. Para exercer tal função,
normalmente apresenta maior ductilidade e menor módulo de elasticidade
que o elemento d~ ~eforço. A matriz forma a parte mais aparente e
abundante do compos1to e exerce duas funções principais:
0
• envolver ~ elemen~os de reforço, protegendo-os de danos físicos e da
eventual açao agressiva do ambiente circundante·
• unir os elementos. . de_ reforço, distribuindo entre ;les os esforços.
Segundo o Consorcio ISIS (ISIS, 2003), a matriz deve proteger os
co~ponen_tes de reforç? da abrasão e da degradação devido à exposição a
me10 ambientes. agressivos, separando-os e dispersando-os. Para tanto, é
extr~mamente importante que a matriz seja compatível química e
term1camente com o componente de reforço.
Normalmente, a matriz é o componente de menor resistência. Existem
casos, todavia, de matrizes poliméricas em que um componente de reforço
na forma de partículas é adicionado para fins de redução de custo ou
redução da deformabilida de. Nesses casos, a matriz pode ser o elemento
mais resistente do compósito.
Na Engenharia Civil, as matrizes tradicionalmente mais empregadas
hoje em dia são as cerâmicas, destacando-se as cimentícias, a partir das
quais são geradas praticamente todas as argamassas e concretos. No
entanto, as matrizes poliméricas estão sendo cada vez mais estudadas e
utilizadas, especialment e quando reforçadas por fibras. Em algumas
aplicações especiais, são usadas também as matrizes metálicas. Matrizes
alternativas, à base de carbono ou de minerais menos comuns, estão
começando a ser estudadas para uso em situações especiais.
O componente de reforço tende a ser descontínuo, sendo também
denominado de fase dispersa. Em muitos casos, assume a forma de
partíc ulas, que se dispersam na matriz. Quando a relação
comprimento /diâmetro2 dessas partículas é muito elevada (em torno de
lOOx, embora este limite não seja estrito), seu comportamen to é alterado e,
com isso, passam a ser denominadas de fibras. No caso dos component~s
fibrosos é necessário considerar-se o material constituinte, a geometna
transver~aJ o formato da fibra, seu comprimento , área superficial e
'
caracter.,sticas de superfície. Além disso , o desempenho do co1!1pos1to vai
,, . .
ser afetado pelo teor e pela eficiência de ancoragem da fibra, ~~mo
discutido m mai " detalhes na seção 46.5 , que trata de compos1tos
reforç,ad o n fib ras.
al m en te cl as si fic ad os em fu nç ão do tip o d
O s compósitos sã o norm A Figu e tnatf ii
da na tu re za e fo rm a de funcionamen to do el em en to de re fo rç o.
rta nt es do s : 1 Ill os ~
um a repres~ntação ge né ri ca da s caracter ís tic as m ai s im po
rn P6 sit0s
qu e de te rm in am su a classificação.

Fibras
Ce râ m ic a
Lo ng as Micropartículas
M et ál ic a Cu rt as Macroparticulas
Al in ha da s
Di st ri bu íd as de Fo rm a Aleatória

ica s pri nc ipa is do s co mp ós ito s em pr eg ad as pa ra su a classificação.


Fi gu ra 1 - Característ

ot ad o co ns is te na di vi sã o do s co m pó s·t
O sistema de classificação mais ad co m pó s~ to s
re fo rç o. D es sa fo rm a, os
em função da natureza do elemento de m po site s) e os
ul as (p ar tic le -r ei nf or ce d co
p od em se r reforçados por partíc ou
reforçados p or fibras (fiber-reinforced co m po si te s) .
üe nt em en te , su bd iv id id os em fu nç ão d
Os compósitos com fibras são, freq sã~
fi br a na m at riz. Q ua nd o as fib ra s
comprimento e da forma de dispersão da co nt ín ua s
tos re fo rç ad os po r fib ra s
longas e alinhadas, os compósitos são di r~
m pó sito s sã o di to s re fo rç ad os co m fib
Quando as fibras são curtas, os co fo rm a
es ta r al in ha da s ou di st ri bu íd as de
descontínuas. As fibras ainda podem
aleatória, gerando com pó si to s hom og ên eo s ou he te ro gê ne os .
co m pa rt íc ul as , um a di st in çã o em fu nç ão
Quanto aos compósitos reforçados Liroite supe
çã o ao co m pó si to po de se r fe ita . Q ua nd o as
do tamanho d a partícula em rela
qu e os co m pó si to s sã o re fo rç ad os po r um
partículas sã o pequenas, diz-se o se
as . Q ua nd o sã o m ai or es , o m ec an ism
m ec an is m o de dispersão de partícul
altera.
pó si to s de m at ri z ce râ m ic a (C M C -
E m relação à matriz, são comuns os com
si to s de m at ri z m et ál ic a (1 ™ C - m eta llic
ce ra m ic m at ri x composites), os compó
m at ri z po li m ér ic a (P M C - po ly m er m atr ix ,regra das
m at ri x composites) e os compósitos de
os de m at ri z ce râ m ic a, de st ac am -s e os 1idade deu
co m po si te s) . D en tr e os co m p ósit
co m pó si to s d e m at ri z cimentícia, qu e po de m se r co ns id er ad os co m o um a tesistência à
su bc at eg or ia , qu e en gl ob a as ar ga m as sa s e os co nc re to s. nta~ão edi
A lé m da s ca te go ri as ac im a, alguns pe sq ui sa do re s, co m o C al lis te r (2 ~~ 6) , ·' scompon
up o es pe ci al d e m at er ia is , os co m po si tos ~\ta~ Para
te n d em a cl as si fi ca r em se pa ra do u m gr

2 Essa relação é normalmente denominada fator de fo rm a, quando !>il' t 1h ·r I'> com fibras, co mo descrito
na seção 46 .7 .
estr1.1turais ou compósitos estruturados (structurat .
pela combinação de camadas de materiais homo~mposites), qupóe~ formA: ~
·
comp6s1ta. nesse caso, _se dá geneos ou com sitos.
pela combinação das propriedades das diversas -.-,
camadas. Os compós1tos estruturados são al di "did
, · 1 · (1 ·
compos1tos ammares ammar composites) e compó ·t • norm mente, v1 os em
d , h ( d · h
compos1"tes. ) SI os san WC e san WlC
Quando mais de dois materiais são combi"nados para&: tes
. . e
matnc1al e/ou de re,orço em um compósito podem ,ormar
h os componen
pó ·to
formados de compos1tos, · hIíbndos.
· , os c amar os com s1 s

46.2.4 Funcionamento

O comportamento e as pr~priedades dos materiais compósitos dependem da


natureza, da forma, do arranJo es~turaI e da interação entre os componentes.
Escolhendo ade9u_adamente a m~tnz e o elemento de reforço, um projetista pode
obter um compos1to com propnedades adequadas para aplicação em situações
específicas.
Na caracteri~a9ão de um material compósito, muitas variáveis, que interferem
de forma dec1s1va no comportamento do material resultante, devem ser
consideradas. A interação entre os componentes pode gerar efeitos positivos
emergentes, que só se manifestam no compósito. Uma clara aplicação desse
princípio consiste no incremento da resistência à fissuração devido à presença de
elementos de reforço tipo partícula na matriz, que dificultam a propagação das
fissuras, aumentando seu percurso. Esse efeito fica ainda mais acentuado no caso
de reforços fibrosos, que atuam costurando as bordas da fissura. O efeito
sinergético pode atuar em nível tanto microscópico como macroscópico.
Segundo a regra das misturas, algumas das propriedades dos compósitos vão
ser resultados da combinação direta das propriedades dos seus componentes. O
módulo de elasticidade de um compósito, por exemplo, normalmente se localiza
entre dois limites , que são calculados considerando o módulo e percentual
volumétrico de cada fase, matriz (m) e reforço (r), como explica Callister (2006):

Limite superior: E/ = EmVm + E,V, (Equação 1)

I EmE,
Limite superior: E = - - - - - - (Equação 2)
e (VmE, + V,E,,,)

A regra das misturas clássica pode ser ut_ilizad~ também para esti~ar-s: a
densidade de um compósito, mas não func1o_na tao .ber:n para determ11:açoes
da resisti? eia à tração de compósitos com fibras, devido a perturb~çoes na
orientaç, ~ iistribuição dos componentes de reforço ou.ª interaç__oes en~e
4

esses co Várias modificações na regra das misturas v_em sen o


proposL ·1 es · "derar o comportamento não linear característico nesses
nf'nsi
\?asos. Rangaraj e Bhaduri (2000), por exemplo, apresentam uma fonn
-gutt resulta em melhores estimativas da resistência última à tra ~açã()
compósitos- de matriz epóxi e reforço com fibra aramida (Kevlar). Çao de
Propriedades como a resistência à tração específica e o módu\O
elasticidade específico da matriz são importantes para detemunaçã de
características do material compósito. De a~ordo co~ ~skeland e~ das
(2003), a matriz geralmente controla as propriedades eletncas, químic hu\é
comportamento do compósito quando submetido a elevadas temperatuas e()
durabilidade de um compósito de matriz ciment(cia também é, em ;as. A.
parte, definida pela durabilidade dos polímeros que f?~ªn:1 a matri!nde
compósito. Como explica El-Hacha (2000). a res1stenc1a quími do
impermeabilidade da matriz são cruciais na determinação da resistêncfª e
compósito à corrosão e à ação de álcalis. por exemplo. ª do
Um dos critérios importantes para a seleção da matriz é sua densict
final pós-cura, que deve, preferencialmente. ser pequena, para minimiz:de0
peso do compósito. Uma elevada relação resistência-peso também poder
uma caracte rística desejáv el, embora as proprie dades mecânicas s~r0
compósito dependam normalmente mais das características do compone
de reforço do que da matriz. nte
Cabe ressalta r que, na formaç ão de um compó sito, é necessáf10
considerarem-se, além do tipo de matriz e de compo nente de reforço
características da interface entre eles, a distribuição final do reforço de~t~s
da matriz, o percentual de reforço e a orientação final do reforço, no caso do
reforço s fibrosos. A boa aderência entre os compo nentes de reforço e
matrici al é fundamental para o bom funcion amento do compós ito. e
Os diversos tipos de compósito serão discutidos em mais detalhes nas
seções seguint es. Na seção 46.3 , apresen tam-se as caracte rísticas dos
principais tipos de matrizes empregados na fabrica ção de compósitos. A
naturez a do elemen to de reforço , fundam ental no comportamento do
compó sito, será discutida nas seções 46.4 e 46.5 , em que se detalha 0
funcio namen to dos compó sitos reforça dos com partícu las e fibras
respect ivamen te. Os demais tipos de compósitos são discuti dos na seção 46l
Um breve históric o das aplicações dos materiais compó sitos é fornecido na
seção 46.7, sendo os principais exemp los de materia is compó sitos de matriz
polimé rica apresen tados na seção 46.8. A seção 46 .9 se dedica a uma breve
revisão do uso de Políme ros Reforç ados com Fibras como reforço estrutural.

46. 3 Tipos e características dos componentes matriciais ,\ principa


lfil entícia, q
Como destaca do na seção ante rior, vários tipos de matriz es podem ser íoare~istên
utiliza das para fabrica ção de um compó sito. A seguir, aprese ntam-s e alguns .: e\asticid
dados básico s de cada tipo principal de matri z, co1n ênfase na matriz
1 polimé rica.
46.3.J Matrizes metálicas

As matrizes metálicas mais utilizadas _ . -


formadas por metais leves e resistentes tais
titânio. Em cas~s onde se espera a ação d~ tempera~ ~~
~:iogeTº ,
d~ compós1~ sao
c:a:~
s10 e o
ser usadas matnzes de cobalto ou de ligas de cobalt _ ,e evt • m podem
os elementos de reforço são inseridos na matn· 0 mqtálu~ · 1h
resistência· mecamca,
,.. · d 1·fi1cu Itara propagação de m·ncas
z me 1calhpara me orarºed dsua
· ,.. · d st ou me orar
como a resiSlencia ao_ esga e, coeficiente de fricção ou a condutividade
0 propn a es,
térmica. As concentraç~s d~ componente de reforço variam na faixa de 10% a
60%, dependendo da aphcaçao.
Nor11:1aJmente, os componentes de reforço de matrizes metálicas são
confecc1ona~o~ com carbono, carboneto de silício, boro, alumina ou outros
metais refratános. ~s ~bras ~e borü3 foram as primeiras a serem usadas com essa
finalidade, mas hoJe sao mais comuns as fibras de carbon~ ou de carboneto de
silício. Fibras mais longas de alumina e carbono são às vezes seccionadas
quan?o se dese~am uti~zar fibras mais curtas (whiskers). Carbone~o de silício~
alurruna em po t~bem podem ser utilizados para geração de compósitos
reforçados por part1culas. Algumas dessas substâncias podem reagir com as
matrizes em altas temperaturas, que podem ocorrer durante o processo de
fabricação ou uso. Para evitar que isso ocorra, são usadas películas de proteção no
componente de reforço ou feitas mudanças na constituição da matrizs.
Os compósitos de matriz metálica com elementos de reforço descontínuos
(partículas e fibras curtas) tendem a ser isotrópicos. Já os compósitos com fibras
longas podem apresentar características anisotrópicas, devido ao alinhamento das
fibras.
A fabricação de compósitos de matriz metálica envolve duas etapas: a
consolidação, ou síntese, e a conformação. A primeira consiste na incorporação
do componente de reforço à matriz. Devido à complexidade dessas operações, o
custo de fabricação de matrizes metálicas tende a ser muito alto, o que limita sua
aplicação. . , . . , . ,
Uma das principa1s vantagens dos compos1tos de matnz metahca e que estes
podem, normalmente, ser trabalhad?s com as mesmas ferramentas e os mesmos
processos empregados para os metais.

4632 Matrizes cerâmicas

A principal matriz cerâmica empreg~da na ~ngenharia civil é ª. matriz


cimentícia, que é formada pela hid~ataçao_ d? c1_m~nto ~ se caracteriza, pela
boa resistência à compressão, reduzida res1stencia .ª traçao~ m_odesto modulo
de elasticidade e c omportamen to frágil. As matnzes ceram1cas, em geral,

·1 Compósito de , ..1tr,,, metálica com fibras de boro tioram usados na construção do ônibus espacial. runericano.
_
4
Compósito dt , z metálica com reforço de fi bras contínuas
' de carbono foram usados na fabncaçao de partes
do telescôpH Ho'
5
Por exemp"> . uma matriz de alumínio. gerando um composto solúvel e frágil
(Al,C) na ,l arbcmo p~ed~ reagirdecroe
li.!, que preJu 1ca a a A~cia com a matriz. Para que isso seja evitado, as fibras são cobertas
por camad,1 dt níquel ou titânio.
ap; :~n ~ ~oa res istên cia ao calor, sendo aplicadas em situações marc
pe xpos1çao a a1tas temperaturas. ªºas
~omponentes d~ refo~o particulados são tradicionalmente empregados
:f .~ as m?trizes c1mentícias, resultando em compósitos com módui:ara.
as!icidade ~~s elevados, como o concreto. Para incrementar a resistênci de
traçao e ductil1dade das matrizes cimentícias, também podem ser empre aa à.
componen~es de reforço na forma de fibras. As fibras mais comuns para ug dos
c~>n~~to sao as de aço, vidro e polipropileno. Algumas pesquisas têm verific:~~o
v!abilidade. de empregar aramida e carbono, que possuem uma resistência à tra _ª
amda . maior. Normalmente, são utilizadas fibras curtas e distribuí~ªº
aleat~namente. Além das matrizes cimentícias, podem ser incluídas entr as
matrizes cerâmicas mais utilizadas as confeccionadas com óxido de alu ~0
(Al203, conhecido como alumina) e sulfato de cálcio (gesso).
(} ~fo rço ~om partículas ou fibras pode ter um importante papel nas matrizes
ceranuca~, p01s estas tendem a apresentar comportamento frágil, com resistência à
propagaçao de_ fissuras da ordem de 1 MPa/m. Esse comportamento decorre d
pequena capacidade de absorção de energia na criação de novas superfícies, que s~
aconte~e por ruptura das ligações atômicas. A energia termodinâmica de superfíct
em tom o de 1 J/m • Isso acarreta resistências :
2
da ~ru ona das cerâmicas fica
traçao modestas e variáveis, reduzindo a confiabilidade no material. A inserção de
comp~:mentes de reforço na matriz fornece novos mecanismos de absorção da
~nergia de fratura. A interação com imperfeições, como fronteiras de grão e
mterf~ces matriz-reforço, pode aumentar pelo menos em dobro a dissipação de
ener gia para reforços particulados e em até 10 vezes para reforços fibrosos.
Rec ente men te, materiais inovadores de alta performance, chamados ECC
(En gine ered Cementitious Composites), da família dos compósitos de matriz
cim entí cia reforçados com fibras (fiber reinforced cementitious composites) tem
sido dese nvo lvid os. Seg und o Li (2003), os ECC são compósitos cimentícios de
alta duc tilid ade, reforçados com fibras, projetados para resistir a elevadas tensões
de traç ão e carg as de cisalhamento, com adições máximas de fibras de apenas 2%.
Dev ido a sua elev ada ductilidade, tais compósitos poss uem alta capacidade de
abso rção de ene rgia e de deformação sob carregamentos de tração, resultado da
form ação de fissuras múl tipla s de peq uen a abertura durante o processo de ruptura
dest es com pós itos , que gara ntem defo rma ções últimas da orde m de 4%, cerca de
400 vez es a defo rma ção últim a de um concreto con ven cion al.
Alé m das mat rize s cim entí cias , pod em ser incl uída s entr e as matrizes
cerâ mic as mai s util izad as as con fecc iona das com óxid o de alum ínio (Al 20 3,
con hec ido com o alum ina) e sulf ato de cálc io (ges so) .
Rec ente men te, mui ta aten ção tem sido ded icad a às mat rize s de carb ono , que
têm gra nde resi stên cia e repr esen tam um me lhor amb iente de inse rção para -a concreto.
fibr as de alto -des emp enh o do tipo carb ono e carb one to de silíc io . Com pósitos
de fibr a carb ono em mat riz de carb ono , mui to resisten tes a esfo rços mec ânicos
e à tem per atur a, estã o sen do bas tant e utili zad os na indú stria aero -esp acial , mas
seu cus to não viab iliz ou seu uso na con stru ção civi l.
46.3.3 Matrizes poliméricaa

No início do século XX, uma série de m . . . . . .


do petróleo. começou a ser produzid atenais orgânicos smtéticos, obtidos
diversos produtos, como plásticos abem larga escala_. Isso de~ origem a
proliferação de materiais permitiu a g ' ~rrachas. adesivos e tintas. Essa
poliméricas. ou seja, formadas por pl:r:_çao de um grande nú~ero de matrizes
As matrizes poliméricas podem s s icos com longas cadeias moleculares.
acordo com sua resposta mecânic:r agrupadas em duas categorias básicas, de
7
terrnoplásticos • Os polímeros tennofixo: ::::ratu_ras .~levadas: termofix~s6 e
compósitos, devido à sua estabilidade em tem mruturass utilidzados ~ara fo~çao de
· " · qmm1ca.
res1stenc1a ' · Ad1c1onalmente
· · esses pera, e serviço e a sua d boa
·c1a
- 1 1 - ' po 1
deformaçao enta e re axaçao, quando comparados •meros apresentam · · d relime
uz1
1, ·
termop ast:Icos. Dev1·do ao tipo· de ligação
. são e tá'com
· a mamna, limos po
· - ros
· t das li - , , s veis apos a po enzaçao. 0
rompun~n ° gaçoes so ocorre com a introdução de uma considerável quantidade
de energia, q;1~ normalmente pro~oca a queima ou degradação do polímero.
Os composito~ para engenh_ar1a estrutural são, nonnalmente, fonnados a partir
da polimenzaçao ?e soluçoes de resina com uso de catalisadores e/ou
t~m~eratura. A~ ~esmas mais utilizad~s são do tipo poliéster insaturadas, éster
viru]-i~a ou e~ox1. Em algui:na~ aplicações especiais, são utilizadas resinas
fen?licas ou a base de. P?lu~udas (mais resistentes à temperatura), ou de
poliuretanos_ (co~ alta re~1ste~c1a mecânica). Podem ainda ser usadas resinas tipo
silicone, poliamida e pohproplleno, entre outras. O poliuretano, o metacrilato e a
poliamida~ dependendo da técnica utilizada na sua fabricação, podem adquirir
características que os tomem termoplásticos.
Segundo Rezende e Botelho (2000), cerca de 40% das matrizes poliméricas
usadas atualmente são baseadas em resinas epóxi, 20% são matrizes especiais
para altas temperaturas, confeccionada s com resinas tipo bismaleimidas ou
similares, e os restantes 40% são fabricados com os demais tipos de resina, com
destaque para o poliéster.
As resinas poliéster estão entre as mais populares devido ao seu custo reduzido.
Essas resinas são extensivamen te utilizadas em conjunto com fibras de vidro e
podem ser utilizadas em temperaturas superiores a lOOºC. Entretanto, possuem
baixa resistência ao impacto e à degradação e, por isso, não são utilizadas em
aplicações que exigem elevado desempenho, como a indústria aeroespacial. Por
outro lado, são largamente utilizadas na indústria automotiva e na construção civil.
Já resinas do tipo éster vinilicas apresentam custo elevado, se comparadas com
as do tipo poliéster. Entretanto, por serem bastante resistentes a ácidos e álcalis,
são largamente aplicadas na produção de PRF usados como barras de armadura
para concreto.

6
Polímeros termofixos, ou termorrígidos, são um grupo especial de polímeros que assumem forma e r~_gidez
permanentes após a polimerização, que se dá com a aplicação de calor, não amolececendo com subsequentes
aquecimentos. VPr C.tpítulo J2 _Microestrutura dos Materiais Poliméricos. _
7 Os poJímt,'( nnplásticos são um grupo especial de polímeros com cadei~ moleculares emaranhadas, mas nao
interconecr l w1tiuas rimariamente por ligações químicas fracas do tipo forças ~e. Van. de~ _Waals, que
deformam ~
r, ll' açao
P_ da temperatura . uer
v• Capítulo 12 - Microestrutura dos Matenais Pohmencos.
8 IsofláJ1c 1 terdtálica ou bisfenólica.
R ibD do tipo poliam id a sã o ut ili za da s na fo rm aç ão de co m pó sit o
m pe ra tu ra s. En tre ta nt o, sã o di fíc eis de f:s :~ ali.e)
deaempenho frente a elevadas te ª fic ar e
pos uem um elev ad o custo. re .
A resinas fenólicas sil o bo ns iso la nt es el ét ric os , ap re se nt an do bo a
s18
at aq ue s qu ím ic os . En tre ta nt o, de ac or do co m tên cia
a altas temperaturas e a re ~ 0 vali
(2005), possue m desempenho mecânico be m inferior a ou tro s tip os de
óx i sã o as m ai s ut ili za da s pa ra a fa br ica s~n as.
A s 17sinas de bnse ep
çã o ci vi l. Em bo ra se u cu st o se ja el ev a~ º do li
compós1tos aplicados nu constru iJ· ela .\
m ec ân ic as e el ét ric as , gr an de ad es iV
a~resentam excelentes propriedades do ad e e,
à te m pe ra tu ra am bi en te . D e ac or
pn nc ip nl m en te , possibilidade de cu ra
ep óx i po ss ue m al ta es ta bi lid ad e dim .en c~ rn o
Co ns ór ci o ISIS (2 00 3) , ns resinas s10
na1 ,
resistência n ataques químicos e el ev ad a rig id ez .
l pr ob le m a, co m um a to da s as m at riz es po lim ér i ,
Po r outro lado, o principa s e a
ra s. Se gu nd o A ko va li (2 00 5) , a m áx im a te m ;a
suscetibilidade a altas temperatu
se r ut ili za da é 17 5º C. O ut ro s es tu do s ind ica m rat ura
em qu e urna resina cpóxi pode
ºC e ~e a
de gr ad aç ão ocorre cm patamar
de pe nd en do do tipo e tempo de
es
ex
de
po
te
siç
m
ão
pe
ao
ra tu
ca
ra
lo r
qu
(L
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m
SI
en
LV
tre
A
80
FI LH
op
O
rie
2
2
d
J,d) .
N o Q ua dr o 1, po de m se r en co nt ra do s va lo re s típ ic os pa ra as pr
ch av e de al gu m as da s prin ci pa is m at riz es te rm of ix as . ª es

pri cdn des de alg um as ma triz es ten no fix as (A KO VA LI , 20 05 ).


Qu ad ro 1 . Pro

Propriedades Poliéster
Matrizes Termofixas
Epóxi Poliamida Fenóllcas
-
Módulo de Elasticidade (G Pa ) 2.1 -4 .4 2. 8- 4. 2 3.2 2. 8- 4. 8
Resistência â Tração (M Pa ) 15 -9 0 35 -1 00 55 -1 20 35 -6 2 -
Temperatura de Serviço (ºC ) 120 25 -1 75 26 0- 30 0 20 0- 30 f
Temperatura de Transição Vítrea (ºC ) - 130-250 37 0 -

A temperatura de transiç ão ví tre a, m os tra da no qu ad ro , é um a da s pr in cip ais


. Se um po lím er o at in gi r su a Te m pe rat ur a
propriedades dos materiais poliméricos
dem oc or re r dr ás tic as m ud an ça s em su a es tru tu ra .
de Transição Vítrea (Tg), po
Quando um polímero está su bm et id o a um a te m pe ra tu ra ab ai xo da T , as
r is so , os po lím er os , em ge ra l, sã o ríg iJo s e
moléculas têm pouca mobilidade . Po
m al eá ve is e su sc etív ei s a de fo rm aç õe s plá sti ca s
frágeis abaixo da Tg, tornando-se
m e, a re sist ên ci a, o al on ga m en to pe rc en tu al na
acima dela. A dureza , o volu
po lím er o po de m se r sign ifi ca ntem en te
ruptura e o módulo de elasticidade de um
alterados qu ando sua tem peratu ra se ap ro xi m a da T g.
nt e ob se rv ar qu e a T g po de va ria r co m o
Segundo o fl b (2001), é importa
9
bi en ta is, co m o a ta xa de va ria çã o de
tempo , em função de parâmetros am
rç ão de ág ua pe la re si na po de di m in ui r a T g, ass im
temperatura e umidade. A abso
au m en ta r o va lo r da T g, um a ve z qu e atu am
como elevadas temperaturas podem
rm a , qu an do se ut iliza um co m pó sit o de ~!XÍncipal
como uma pós-cura do material. Dessa fo
l qu e a T O do s m at er ia is co ns tit ui nt es nã o seja lproxima
m at riz polimérica, é recomendáve e,

de se co lo ca r em ris co a se gu ra nç a do si st em a. ,m·,,lfixos.
ultrapassada , so b pena
o Int ernac l(lnal do C' on ue toi Ln tidad e qu e suced eu a fusão
9 fib : Fédération Jnternationalc du Béton (Federaçã
m a FI P h ~d erat10n lnt· n. ,dr ..lk de la Pr éco ntrain te.
do CEB - Comité Eurointernational du Béton, co
Apesar do seu bom desempenho estrutural, 08 polímeros termorrfgidos
apresen~ . algumas desv~tagens, asSOciadas essencialmente ao modo de
roptura frágil, aos longos cic!o_s de cura e, Principalmente, à dificuldade de pós-
process~~nto desses matenrus. Tentando superar essas dificuldades, matrizes
5t1
termopl~ cas c~~eçaram ª ser desenvolvidas e aplicadas na formação de
compos1tos nos ultrmos anos.
t
De _acordo com CalliS er (2006), polímeros termoplásticos amolecem quando
aquec~dos e endurecem no~amente quando resfriados, num processo totalmente
revers1vel. Quando submetidos a t:mperaturas muito altas, todavia, as vibrações
moleculares J?ºd_e~ se tornar sufic1e?temente violentas para quebrar as ligações
covalentes pnnc1pais, ocorren~o, assim, degradações irreversíveis no polímero.
Alguns dos exemplos mais comuns de polímeros termoplásticos são o
poli(éter-éter-~e!ona! o~ PEEK, o poli(sulfeto de fenileno), ou PPS; a poli-imida,
ou PI; e a poli(eter-uruda), ou PEI. A moldagem é o método mais comum para
conformação de polímeros termoplásticos. Normalmente, o polímero fundido é
forçado, sob elevada temperatura e pressão, a escoar para o interior de um molde,
assumindo sua forma. Segundo Callister (2005), o alto potencial dos polímeros
termoplásticos para utilização a elevadas temperaturas poderá ser um importante
fator no desenvolvime nto de aplicações no campo aeroespacial.
Uma das principais vantagens dos polímeros termoplásticos é que, depois de
fabricados, podem ser curvados, admitindo diferentes formatos. Nos polímeros
termofixos, ao contrário, as curvaturas devem ser feitas durante sua manufatura.
Além disso, compósitos baseados em matrizes termofixas possuem menor
tolerância a danos, devido à sua natureza frágil.
Os polímeros termoplásticos são, em geral, mais resistentes ao impacto e mais
dúcteis que polímeros termorrígidos (MEHRABI, ELREMAILY e
VANDERPOO L, 1992). As ligações químicas existentes nas cadeias moleculares
dos polímeros termoplástico s, do tipo for~a~ de van der Waals? fazem com que
esses materiais experimentem certa maleabilidade quando aquecidos, tomando-os
facilmente reprocessávei s, o que reduz resíduos e refugos. No Quadro 2,_ po_de1:1
ser encontrados valores típicos das propriedades chave de algumas das pnnc1pats
matrizes termoplástica s.

Quadro 2 _ Propriedades de algumas matrizes termoplásticas (NOGUEIRA et ai. l999).

Matrizes Termo lãsticas


Propriedades
PEEK PPS PEI
Módulo de Elasticidade (GPa) 3,6 3,3 3,0
Resistência à Tra .. o MPa 103 86 97
Temperatura de Serviço ºC 245
Tem eratura de Transição Vítrea ºC 150 88 217

lím
t rmoplásticos é que a sua viscosidade
A principal desvantagem dos po eros e d superi·or à dos polímeros
/ . d dens de gran eza
e aproÃ1n1 arrPnt~ u.as or . d"fi ulta sua aplicação e pode provocar
tennofi '(I alta v1scos1dade da matnz 1 ic
~rt>blemas, como o desalinhamento das fibras e a formação de bolh
in: d; Hanco~ e M.ayer .< 1994), o uso de incrementos de temp e: na Ilia .
e reduzir.ª v1scos1dade e melhorar a impregnação das fib ura., co~·
re~m enda dos, pots. podem causar a degradação dos polímeros. ra.s, não 'S~ll
8
fl t problemas ~e ~mpregnação e a falta de adesão entre matriz e as fi ll
a ores que restrmg1ram o uso de polímeros termoplásticos para f: ~b~s fora
PRF. En~etanto, n<?s últimos anos, esforços têm sido dirig~0ncação ~
desenv~Jv1mento .de sistemas PRF baseados em matrizes termoplástic s Para
Mehrab1, 1?Jremady e Vanderpool (1992), já é possível fabricar PRF~·dSegunct~
termoplást1ca com desempenho similar aos fabricados com matrizes t e matriz
Segun~o Meier (2001), os modernos processos de produção de la e1:111°fixa-s.
PRF fabr_icados coi:n :"1ª~riz polimérica termoplástica, ao invés de~~nactos de
pode m . ~Judar a d1mm mr os custos de fabricação, toma ndo os pn~ 0 fixa,
1'!' lllais
competitivos.

46.4 Compósitos reforçados com partículas

~s compósitos de partículas são formados pela inserção de elern


P~Ic ulado .s na matriz. Dependendo do tamanho das partículas, pode ~ntos
diferenças importantes de comportamento no compósito. aver
9uan do as partículas são muito pequenas, com dimensões de 10 nm a lOO
as mte~ações com a matriz se dão num nível atômico ou molecular. Nesses canlll,
a matn z absorve praticamente toda a carga aplicada. O mecanismo de refor' sos,
dá porq ue as partículas impedem os deslocamentos da estrutura atômicçao se
mole cular , restr ingin do as deformações plásticas e aumentan~u
cons eqüe ntem ente, a resistência à tração e ao escoamento, assim como a durez°'
Esse tipo de comportamento é conhecido como reforço por dispersão J·
micr opar tícul as. e
A maio ri~ dos refor~os, todavia, e~volve p~~u ~as maiores~~ suas interaçõe
com a matn z são consideradas a partir dos pnnc1p1os da mecaruca do contínuo.
Assi m têm- se o caso do reforço com partículas grandes, ou macropartículas.
As partí culas empr egad as têm, normalmente, resistência e rigidez maior que a
matr iz. Elas tend em a restr ingir os movi ment os da matriz no seu entorno. Sendo
mais rígid as, acab am por receb er uma parce la maio r das tensões aplicadas. Um
bom dese mpe nho depe nde de uma adeq uada interação entre as paitícula e a
matr iz, com o já foi enfa tizad o na seçã o 46.2.
Em algu ns caso s, pode m ser usad as partículas com resistência menor que a
matr iz, quan do se dese jam aperf eiçoa r outras prop rieda des do compósito. ao
invé s do com porta men to mecâ nico . Seria o caso , por exem plo, de uma argamassa
com péro las de polie stire no expa ndid o , inseridas com o intuito d~ provocar-se
uma redu ção de preç o e um incre men to no isola ment o term o-ac ústico. ..
Para que tenh am um melh or comp01ta men to, as partí culas deve m ser mm~
com pact as com dime nsõe s equi vale ntes nas L ês direçõc~. Além disso, dcwm
' · · · ' i lo de
esta r distr ibuíd as unif orme men te pela matn l. Seu cf e ito no moeu
Compda/toa d~ EnR~nharla ú Matrii. Polimlrlcô

1
elasticidade do materi!1 pode ser avaliado considerando a regra das misturas.
Ü r~forço COI?. partICU)!s J?<><le ser eretuado em qualquer dos tipos de matrizes
discutidos: metáhcas, ~erai:?1cas e pohméricas. No caso das matrizes metálicas,
são famosas as combm~ç°:s. denominadas cermet (cerâmico-metálicas). Já o
concreto é o exemplo mais hpico de material compósito de matriz cerâmica com
reforço particulado.
Muitos materiais po!iméricos também sofrem adição de partículas (ou fíleres). para
melhora de suas J?ropnedades. É O caso da adição de partículas de negro de fumo a
borrachas vulcamzadas, efetuada com o intuito de incrementar-se a resistência à
tração, ao rasgamento e à abrasão. De custo reduzido, esse material melhora
significativamente o desempen?o de pneus. Usado em quantidades que variam entre
15% e 30%, em pneus ~utomot1vos, as partículas devem apresentar diâmetro entre 20
mn e 50 nm e estar umformemente distribuídas pela matriz de borracha, para serem
eficientes. A afinidade química entre o reforço e a matriz favorece o melhor
desempenho do compósito, o que toma o negro de fumo mais eficaz que outros
particulados de tamanho semelhante e maior resistência, como o pó de sílica.

465 Compósitos reforçados com fibrasrn

Conforme Callister (2006), os compósitos com fibras podem ser considerados


os mais importantes tecnologicame nte. A incorporação das fibras permite
modificar fortemente as características de matrizes frágeis, como o concreto,
aumentando a ductilidade, a tenacidade, a resistência à tração e aos impactos. Isso
explica o grande espectro de aplicações desse tipo de com~ósito. . _
Na Figura 2 , pode-se observar: (a) o efeito de costura obtido com a mserça? ?e
fibras de aço em uma matriz cimentícia; (b) elevada ductilidade de um com~os1to
de matriz cimentícia reforçada com microfibras (GARCEZ, 2009~, ~e?om11:ado
ECC. A presença das fissuras impede que ocorra uma ruptura fragtl a traçao e
pode incrementar a resistência do compósito.

~) (b)
Figura 1
·ao de componentes de rc for,·o
T
fi brosos
A •
na modilicação
• • • •
cio comportamento
••
à ruptura de
uma matril ccram1cn tipo c1mcntíu a.

') - Concreto
--- -Fibras
. no I'ivro·. ISAIA , O. C. Concreto, Ensino, Pesquisa e Realizações.
10
Ver tambi'r • com ,
Instituto Br orn reto, São Paulo, 2005.
Q.uando a matriz de um compósito reforçado com fibras é fabri
partir ~e um mat~rial polimérico, os compósitos reforçados com fib cada..a
denommados Pohmeros Reforçados com Fibras (PRF) ou Fibre Rei~ sao
Polymers (FRP). n.,orced
Os PRF tê~ sido muito utilizados na indústria aeroespacial, autom f
naval e de eqmpamentos esportivos, devido à forma fibrosa de a maio.º •va,
ma~eriais ser mais resistente que o mesmo material em sua forma re: ~os
Ultimamente, os PRF têm atraído a atenção da Engenharia Civil. Nas se ~ª·
21

46.? e 46.7, serão discutidos detalhes diversos exemplos de aplicaçãi~s


Pohm~ros Reforçados com Fibras. Nesta seção, são e discutidos, brevemente
os efeitos da incorporação de fibras em matrizes frágeis. e,
. As propriedades dos materiais compósitos com fibras são dependentes d
mt~i:tac_e fibra-matriz, do formato e da quantidade de fibra, dentre outra:
vanave1s. De acordo com Barros (1996), o comportament o dos materiais
comp?sitos com fibras depende dos elementos constituintes da matriz, das
propnedades mecânicas e características geométricas das fibras, da
composição e do processo de fabricação desses compósitos.

465.1 Tipos de fibra

Dependendo do tipo de elemento de reforço e do tipo de polímero que


forma a matriz, podem ser obtidos compósitos com propriedades bem
diferentes. O tipo, a proporção e a orientação das fibras afetam diretamente
as propriedades do compósito.
Uma grande variedade de fibras pode ser utilizada para reforçar matrizes
frágeis. A escolha depende das características que se desejam fornecer ao Mwtas ão as
compósito. Apesar de cada fibra ter propriedades específicas, elas podem ser .•ito, com
enquadradas, segundo Figueiredo ( 2005), em dois grandes grupos: naturais .J11Ucada fibra,
e sintéticas. Dentre as fibras naturais usadas na fabricação de compósitos. n'ànicas das fib
destacam-se as fibras vegetais, muito usadas na formação de madeiras ·idade.Já a
aglomeradas, como a mostrada na Figura 3.
·~tricos de rr
As fibras vegetais são formadas por microfibras unidas por uma substância
cimentante conhecida por lignina. Segundo Paiva, Trindade e Frollini ( 1999).
\ maioria das
reforços lignocelulósicos oferecem várias vantagens em relação aos inorgânicos.
t.~ explica a 1
, \iliilidade de
tais como baixa densidade, alta deformabilidade e baixa abrasividade aos moldes
e aos equipamentos de mistura. Além disso, os reforços baseados em carg?s ?u "' ~ fibras ten]
urn b ·
,. aixo ín,
fibras lignocelulósicas têm baixo custo e são derivados de recursos renovave.1s:
Isso aliado ao baixo consumo de energia necessário pai a produção das fibias ·',º casode ur
~ Ih.
veg~tais e ao fato de que o aproveitamento das fibras vcgctd,.., poderia tmnbéms~ •l ••1U1to b .
nra. De an
constituir em incentivo à ~gricultura em regiões pu~co f.,, orccidas..~º,r~1a ~; (j\salh ssa f1
compósitos de fibras vegetais bastante atraentes na rc,11 f ' , , ual de cs<.:asset ~.i. •t1ente
"4.) can-e Pa1
energia e valorização da sustentabilidade. 0
teforr ~atner
·,o a . .
~Sit Pós í
'I' O, Co
encia 111
'11ec~
Con,Pthitos de Engenharia tk Matriz PoUmlrlca

Figura 3 - Exemplo de incorporação d fib


I 1 · · • ·
e ras ce ulós1cas de madeira em matnz pohmérica.

De~tre as ~1bras ~nerais, destaca-se o asbesto, bastante usado na fabricação de


~~roctmento · M~ts rec:ntem~nte, tem sido investigada a wollastonita, uma fibra
~Jicos~ que te~ dm_1~nsao mmto reduzida e boa afinidade química com matrizes
c_1m~~t1cias. Sao u.t1l1zadas também, para reforço de matrizes frágeis, as fibras
mtetJcas, ou .fabncadas pelo ?º1?~m, que englobam as fibras de aço, vidro,
carbono e as diversas fibras ~ol~mencas (polipropileno, nylon, poliéster, aramida,
celulose, PVA, borracha, polietileno e acnlico, entre outras).

4652 Propriedades das.fibras

Muitas são as propriedades das fibras que influenciam o desempenho do


compósito, como, por exemplo, as características de superfície e natureza
química da fibra, que impactam na aderência fibra-matriz. Dentre as propriedades
mecânicas das fibras, têm especial relevância a resistência à tração e o módulo de
elasticidade. Já a esbeltez, expressa pelo fator de forma, é um dos parâmetros
geométricos de maior importância em sua capacidade de reforço.
A maioria das fibras empregadas apresenta elevada resistência à tração.
Como explica a teoria dos fios , a reduzida seção transversal das fibras reduz a
possibilidade de que haja muitos defeitos de composição, o que contribui para
que as fibras tenham a]ta resistência à tração. Naturalmente, somente materiais
com um baixo índice de defeitos conseguem ser fabricados na forma de fios.
No caso de uma fibra de baixo módulo de elasticidade, esta apresenta uma
tensão muito baixa no momento em que a matriz rompe e transfere o esforço para
a fibra. Dessa forma, para esse nível de deformação, necessita se deformar
intensamente para garantir o mesmo nível de tensão da matriz. Logo, par~ um
dado can-egan1ento, a fibra de baixo .módulo nã? .º!erecerá uma boa capac~dade
de reforco após a fissuração da matnz, ou perrmtira uma grande ~eformaçao do
compó1;,,lo 0m uma conseqüente elevação no nível ~e ~ssuraç!º· caso te~a
resistên~·< cânica e ductilidade suficiente para atmgir o ruvel de tensao

11
Mais, ft . obr· produtos de fibrocimento consultar o Capítulo 3 1 deste livro.
necessário. Por outro lado, uma fibra de alto módulo de elasticidade já ~Pre
um elevado nível de tensão no momento da ruptura da matriz, o que lhe ~~,~
atuar como reforço imediatamente, caso sua resistência não seja ,;upcrad.s 'lftir~
Dentre os fatores geométricos, o fator de forma, ou relação de ª'P<:<..1c~ é
do principais parâmetros de caracterização de uma fibra. É definido C:) •0 rr,
relação entre o comprimento da fibra e o diâmetro de uma circunforénci" v?k> lt
cuja área seria equivalente à seção transversal da fibra. Um aumento ,u, hs~rto&J
forma pode representar um aumento no comprimento da fibra ou um d(!(;r(;-}1 <lt
no seu diâmetro equivalente. - rr1<;

46.5.3 Comprimento da fibra

Os mecanismos de transferência de tensões num compós i~ são ínfluénciwJ,


pelo comprim ento crítico das fibras. Esse parâmetro é defintdo Cúm<," ffléJ "·
comprim ento necessário para o desenvolvimento de tensões nar.; fibra..,, ig~;:;
ua resistên cia. Essa definiçã o está baseada no modelo que dc~ re'../~.' ~
transfer ência de tensões entre a matriz e a fibra aumentando linearm ente~
extremo s para o centro da fibra.
9~ando o comprim ento da fibra é menor do que o crítico, a ancoragem nãfJ t
s~1c1en te para gerar tensões de escoam ento ou de ruptura nar.; fibra\ . .:;t",,a
situação , com o aument o da deformação e, conseqü entemen te, da abertura da
fissura, a fibra que está atuando como ponte de transferência de tensões será maí·,
facilme nte arranca da do lado que possuir o menor comprim ento embutido. Ou
eja. as fibras não estarão atuando de forma eficiente. A Figura 4 mostra uma
superfí cie de ruptura de um concret o com adição de fibras aramida na qual se
observa que, em alguns pontos, houve arranca mento da fibra da matriz, enquamo.
en1 outros, houve ruptura da fibra .

·Heorde fi

Figura 4 - Superfície de ruptura de compósito com lihra,; rompi


o aument? do comprimento total da fib . •
pois, estatisticamente, propicia maiores ra tei:tde a aumentar a sua efict~
Jado da fissura, o que permite que a i~mprunentos de an~em de cada
aderência antes de ser arrancada O qu . ra desen~~lva nuuores esforços de
compósito. Quando o comprime~to daefi~pacta ~Sltivamente. a resis!ência do
comprimento crítico, pode ocorrer O ~v~mbutida na matriz é ~or que o
arrancamento, ocasionando a elevação da tenst:,nto da fibra,, o que _unpede seu
a tensão de ruptura da fibra. A ruptura deao a~ante, ate que seJa ~cançada
cisalhamento da fibra, dependendo dos es:r ' então, dar-se par traçao ou por
Sito â() detalhe de uma fibra de aramida ro 'd ços a_tuantes. A Figura 5 mostra um
finid0 mpi a por traçao.
s nas
lo que
do lin

Figura 5 - Detalhe de fibra rompida à tração.

Para fibras menos resistentes, a ruptura da fibra pode envolver menor consumo
de energia que o seu arrancamento. Nesse ca o, ocorrerá a redução da energia
total envolvida no processo de ruptura do compósito, tomando o material mais
frágil. A máxima tenacidade desse tipo de compósito, conseqüentemente, é obtida
quando o comprimento médio das fibras empregadas é igual ao comprimento
crítico. Para comprimentos menores que o crítico, há uma contradição entre os
requisitos de resistência e tenacidade do elemento.

46.5.4 Teor de fibra

As propriedades mecânicas dos compósitos reforçados com fibras são


diretamen e de11endentes do teor de fibras presente no material. O aumento do
teor de fii.. ra resulta, na maioria dos casos, no aumento do módulo e da tensão
máxima l ao aumento da contribuição de resistência mecânica da fibra nas
m-oprj_~_mecâ n i_ c a s d o m at er ia l co m p ó si to .
ad o p ar a re fo rç o , p o r ex em p lo , é fo rm ad o tipi ca m en
:tT m /P R F ti ~ la m in C O nt nte ~ r
so , a m at ri z n ã o
3~~ de m at ri z e 7 0 % d e fi b ra s.
el
N
as
es
tici
se
d ad
ca
e d o co m p ó si to , u m a ve z bu 1l'á
sigrufi ca n te m en te p ar a o m ó d u lo d e
v o lu m e e d o m ód u lo d e elas ti cid ad e d as fi b qu e os
val~ res d ~ p o rc en ta g em e m ta s sã o
muito m ai s el ev ad o s q u e o s d a m at ri z.
co m p o st o h íb ri d o , ap re se n ta n o rm al m en te m en o s d e 3O
o/i
Já o co n cr et o , u m pe q de
% d e m at er ia l p ar ti cu la d o (a gre g ad o s) . M es m o es te
fibras e c e rc a ~ e 6 0 ct er ís f ue no
fa z c o m q u e a m at ri z ci m en tí ci a p er ca su as ca ra
te o r d e fib ra s Já icas de
fragilidade.
u e , e m co m p ósi to s la m in ad o s c o m fi b ra d e vi dr o
Fé~x (2 0 0 0 ) c o m e n ta q '-as
se g u e m li n ea rm en te a re g ra d as m is tu ra s at é pr op or
propned a d e s m ec ân ic as
d e fi b ra E n tr et an to e m co m p ó si to s ex trud ad çO es
d e 2 0 % a 30 % e m v o lu m e · ' os e
· tados, constata-se uma redução das propriedades mecânicas com o aume
·Inje
nto
d o te o r d e fibras.

4 6 .5 .5 Volume crítico
ç ã o d e ru p tu ra d a fi b ra é g e ra lm e n te m ai o r qu e a da
N<;>s co m p ó si to s, a d e fo rm a
so p ri m ei ro . Q u a n d o a m a tr iz fi ss u ra , d u as co is as
m a tr tz , a q u a l e n tr a e m c o la p
s sã o ca p az es d e su p o rt a r a c a rg a ad ic io n al , ou
p o d e ~ ?corr e r: o u a s fi b ra 0

compos1to se rompe. m e m ín im o
d e fi b ra s, V f (c ri t) , é d ef in id o c o m o se n d o o v o lu
O v o lu m e c rí ti c o
ç ã o d a m a tr iz , su p o rt a rá o ca rr eg am en to qu e
d e fibras q u e , após a fi ss u ra 0
ss u ra ç ã o . O u se ja , p a ra q u e h a ja u m a m aj o ra çã o
c o m p ó si to su p o rt a v a a n te s d a fi
to , d e v id o à in c o rp o ra ç ã o d a s fi b ra s, é n ec es sá ri o
n a re si st ê n c ia ú lt im a d o c o m p ó si
re su lt e n u m v o lu m e d e fi b ra s su p e ri o r ao cr ítico .
q u e o te o r d e fibra s e m p re g a d o
a m e n to a n te s su p o rt a d o p e la m a tr iz é tran sf er id o
Quando Vf > V f( c ri t) , o c a rr e g
im e n to d a p ri m e ir a fi ss u ra . C o m o o vo lu m e é
p a ra a s fi b ra s a p ó s o a p a re c
o rt a r e st a c a rg a , o c o m p ó si to se m a n té m ín te gr o.
su fi c ie n te m e n te g ra n d e p a ra su p
m p ro v o c a r in c re m e n ta s d e fi ss u ra ç ã o na m at riz,
C a rr e g a m e n to s a d ic io n a is p o d e
ç ã o m ú lt ip la , se m , c o n tu d o , le v a r à ru p tu ra do
g e ra n d o u m p a d rã o d e fi ss u ra
c o m p ó si to .
l}o adas
.l::
4 6 5 .6 Orientação ':mia a
o p e rc e n tu a l d e fi b ra e x is te n te e m d e te rm in a d a se çã o ':mia d
A o ri e n ta ç ã o d a s fi b ra s e
sã o d e te rm in a n te s n a s re si st ê n c ia s à fl ex ão , à f~~I
tr a n sv e rs a l d o c o m p ó s it o
c is a lh a m e n to d o c o m p ó si to . O s c o m p ó si to s fo rm ad os
c o m p re s s ã o , à tr a ç ã o e a o
m m á x im o e fe it o d e o ri e n ta ç ã o , p o rq u e to d a s as fibr as
p o r fi b ra s lo n g a s a p re se n ta
a m e s m a d ir e ç ã o , e n q u a n to o s c o m p ó si to s de fibr as
e n c o n tr a m -s e a li n h a d a s n
1 (
ã o e m d iv e rs a s d ir e ç õ e s, p o d e n d o te r o u n ão um a
c u rt a s a p re s e n ta m o ri e n ta ç
ç ã o d o s p ro c e ss o J d e 1 n is tu ra e a d e n sa m e n to .~
o ri e n ta ç ã o p re d o m in a n te , e m fu n
e fi b ra s fo rt e m e n te a li n h aa a s e m u m a m at nz
F ig u ra 6 m ost ra u m c o n ju n to d
polimérica. A Figura 7 mostra uma di . . .
poHpropileno em uma matriz cimentícia. tribuiçio aleat6na de fibras de

Figura 7 - Compósito de matriz cimentícia


com fibras distribuídas de forma aleatória.

46.6 Outros tipos de compósitos

Além dos compósitos com partículas e fibras em matrizes metálicas cerâmicas


e poliméricas, existem ainda alguns compósitos naturais, como os ossos, o
bambu e outr~s es~turas vegetais: em que partículas minerais ou fibras vegetais
se encontram msendas numa matnz orgânica.
Ainda podem ser~ encontrados os compósitos estruturais, laminados ou
sanduíche. Os compositos laminados são painéis com diferentes camadas,
empilhadas e firmemente aderidas umas às outras. para propiciar um
comportamento monolítico. As camadas podem conter fibras, que são orientadas
em direções diferentes , para aumentar a resistência transversal. Isso termina por
gerar um material altamente resistente, com características isotrópicas, dúctil e
com alta resistência a cargas de flexão ou de impacto. Típicos exemplos de
aplicação são as madeiras aglomeradas e os materiais estruturados usados em
equipamentos esportivos, como os esquis utilizados na neve.
No caso dos compósitos tipo sanduíche, camadas externas resistentes e
delgadas são ligadas a núcleos de material leve, geometricamente disposto de
forma a gerar altas resistências à deformação e ao corte, como, por exemplo, na
forma de favos de mel. Compósitos desse tipo são usados na fabricação de
painéis, estruturas de cobertura e peças de aeronaves.

46.7 Aplicação de materiais compósitos

Na prática, os materiais compósitos vêm sendo utilizad?s há muito tempo pela


humanid ..:dc. Já eram gerados, por exemplo, quando se m1sturava pa~a .ª? b~o
para obt ~r 1·s ,.as mais adequadas para a uso nas construções de c1v1hzaçoes
at í~ ~ R.~gis tro s his tór ico s 1t1 ost ram qu e a uti liz aç ão de fib ras co mo ref orç 0
materiais na co ns tru çã o já oc orr ia em 12 00 a.e ., na civ iliz aç ão ~g ípc ia. <le
Os comp ós ito s mo de rno s são res ult ad o da ev olu çã o da cap ac1 ~a ?e do ho lll
de criar, caracterizar, co mb ina r e ma nip ula r um a sér ie de ma t~n .ru s sin téti co~ lll
naturais, qu e se ac ele rou co ns ide rav elm en te ao lon g.o do ult im o séc ulo e
combinação delibera da e cu ida do sa de ma ter iai s sel ec mn a~ os de u ori gem · A.
8
chamados compósito s de en ge nh ar ia, qu e ap res en tam pro pn ed ad es sup en 0 :

materiais naturais, ad eq ua da s pa ra uso cm vá rio s ca mp os da en ge nh ari a. Po cte -S:


portanto, defin ir os co mp ós ito s de en ge nh ari a co mo sen do aqu ei '
confeccion ad os po r me io de um pro ce dim en to rac ion al d~ ~o rrn ula ção , col lles
intuito de ob ter ma ter iai s co m pr op rie da de s es pe cia is. No rm alm en t:
caracterizam-se pela ele va da res ist ên cia me câ nic a e lev eza .. '
Um a das indústrias qu e ma is tem em pre ga do os co mp ós !to s de en ge nh ari a é a
engenharia ae ron áu tic a. As de ma nd as de ssa ind ús tri a co nJ ug am alt a res istê nci a
mecânica, bo a res ist ên cia à fad iga , du rab ilid ad e e lev ez a, o qu e tom ou bas tan te
atrativo o uso dos ma ter iai s co mp ós ito s, ap esa r do cu sto ele va do pa ra sua
fabricação.
Os materiais co mp ós ito s co me ça ram a se r ap lic ad os de fo rm a int en sa na
indústria ae roe sp ac ial na dé ca da de 60 . Pa ra uti liz aç ão no s co ne s dia nte iro s de
foguetes e em veícu los de ree ntr ad a, for am ne ce ssá rio s ma ter iai s co m ele vad a
resistência tén nic a e à ero são . Pa ra ate nd er a ind ús tri a de ele tro ele trô nic os e as
demandas militares no Vietn ã, bu sca ram -se ma ter iai s ma is res ist en tes a clim as
o Ste alt h 12 , uti liz am -se materiais com
úm ido s e à corrosão. Em aeronaves tip
me no r suscetibil ida de à co rro são e ao s sin ais de inf rav erm elh o e de rad art \
Os compósitos de fib ra e ma tri z de ca rb on o for am mu ito us ad os na ind úst ria
es pa cia l, po is permite m pr od uz ir ma ter iai s de alt a res ist ên cia co m ba ixa ten dên cia
à ox ida çã o, req uis ito fu nd am en tal pa ra o us o em co ne s de ex au stã o.
Ae ro na ve s modernas , co mo o Ai rb us A3 80 14 , qu e es tá em fas e fin al de
de se nv olv im en to, têm cerca de 25 % de se u pe so tot al fo rm ad o po r ma ter iai s
co mp ós ito s, tais co mo co mb ina çõ es de fib ra ca rb on o em ma tri z po lim éri ca tipo
ep óx i e lam ina do s de fib erg las s/a lum íni o. Iss o pe rm ite ob ter em -se red uç õe de
pe so co m in cre me nt as de resistência.
Es tim a- se qu e o uso de ma ter iai s co mp ós ito s es tej a se inc rem en tan do em ta.' \as
su pe rio res a 5% ao ano. Em 20 00 , a dis tri bu içã o de us o no s Es tad os Un ido
en vo lv ia ce rc a de 60% pa ra o se tor ae ro ná uti co co me rc ial , 20 % pa ra os set ore s de
de fe sa e es pa ço , 20 % pa ra o se to r de art igo s rec rea tiv os e l Oo /<1 pm ·a as dem ais
ind ús tri as .
De nt re as ten dê nc ias ma is rec en tes de de se nv ol vi me nt o no ca mp o dos
co mp ós ito s, en co nt ra m- se as ap lic aç õe s bi om éd ica s, co m ge ra çã o de ma ter iai s
lev es e res ist en tes qu e po ss am se r uti liz ad os pa ra fin s de rcc up cra ~·ã o ou ref orç o
de es tru tu ra s ós se as .
No ca m po da En ge nh ar ia Ci vi l, os co mp 6s ito s de l'll~ 'en h ,ri a en co ntr ara m
mu ita s ap lic aç õe s. Ex clu in do o pr óp rio c.:o ncr e to . qu e · um ·o np o~ ilo . po de -.e
co ns id er ar qu e o pr im eir o co mp ós ito de en ge nh ari a uti l11 ad o 1 ·,L ·al a ind ust ria l
O
nesta ~a f?i fi~~ocimento, gerado pela adição de fibras minerais de asbestosa
à matnz ~tmenttcia de argam~s:15. Os problemas de saúde derivados da
manip~Jaçao dessas fi?ras de sI11c1o ~~ara m por restringir a utilização do
fribr?c1me_nto, ~a~ mmtos_ou!1"?s matenais reforçados com fibras e partículas,em
matnzes cimen_tíctas e pohmencas, foram desenvolvidos desde então.
Segun~o ~t~dess , Y~ung e Darwin (2002), no início do século XXI, a
Cons~ç ao Civtl absorvia cerca de 20% dos materiais compósitos fabricados
com f1b~~s. na França e 23~ no Brasil, só perdendo para a indústria
automob~hs:1ca. No ~aso especifico ?º
concreto com fibras, estima-se que mais
de 76 mtlhoes de m· foram produzidos em 2001 ao redor do mundo e foram
aplicados, princi~almente, na fabricação de placas (60%), concreto projetado
(25%) e peças pre-moldadas (5%).
Embora a gama de compósitos utilizados na Construção Civil seja bastante
ampla, para os fins deste capítulo interessam, principalmente, os fabricados com
15
matrizes poliméricas , que serão discutidos nas seções seguintes.

46.8 Exemp los de materiais de matriz polimérica com adição de


particuJados e fibras

Materiais compósitos de matriz polimérica são hoje empregados na fabricação


de diferentes elementos usados na Construção Civil: pisos e revestimentos,
móveis e estruturas de madeira, impermeabilizações e vedações. Um importante
uso consiste na aplicação de PRF como reforço estrutural. Dado o grande
interesse, este tema será analisado, em separado, na seção 46.9. Nesta seção, são
discutidos alguns dos principais exemplos de compósitos de matriz polimérica
usados na Engenharia Civil.

46.8.1 Compósitos de matriz poliéster com reforço de fibras de vidro


(fiberglass)

Pode-se conside rar que o primeiro compósito de engenharia empreg ado em


larga escala foi o fiberglass, formado por uma matriz polimérica, normalmente
resina poliéster, reforçad a com fibra de vidro. .
A criação desse tipo de compós ito se tomou viável a partir do desenvolvimento

1
2 A tecnologia Stealth é uma subdiscipl ina de contramed idas eletrônica s que cobre um~ ~a1~a ~e técnicas
utilizadas em aeronaves , navios ou mísseis, com a finalidade de torná-los menos v1s1ve1s (1dealme~te
invisíveis) ao ndar. infraverm elho e outros métodos de detecção. Aeronaves Stealth (F- 11 ~ e B-2j foram mu1~0
utilizadas na ierra do Golfo Pérsico, entre O Iraque e uma coalizão de 30 nações para ltberaçao do Kuwait.
de agosto dL L11:l0 fevereiro de 1991.
13 No con li, 0 Iraque, a indústria aeronáutic a apresentou um modelo de F-117 c~n~truído c~m
compósito · , b de carbono em matrizes epóxi e bismaleid a, que apresenta uma caractenst1ca de baixa
detecção
14
Tambt aeronave Boeing · 787 Dreamline r· é o primeiro avião . projetado e construído com
é
significa11 · · mposi·tos de alto desempen ho. Mais da metade da aeronave
'ª e e materiais co
d d , . . • . , 501 d
constituia · 1
4 ar bono, mais eve, r esi· stente e durável que o alum1mo. O lltamo e usado em 1 1c, o
avião, o, s
,, •- 1c e o aço 10 01.
-10 . eu peso é cerca de 30% menor que o de seus concorren tes. o que
confere e· irnbustível de 20%.
dew;na tecnologia de produção de fibras de vidro finas, que ocorreu no finai
~etilo XD{16. Isso permitiu à Owens Coming, em 1938, apresentar a Prirn ~ 1
formulação comercial de fiberglass, comercializada como um material ; ra
4
isolamento termo-acústico. at-
As fibras de vidro são normalmente produzidas a Pru:tir da sílica (Si02), com.
1
adição de óxidos de cálcio (CaO), boro (B20 3~, sód~o (Na20) e/ou alurnín-'10
(Al20 3). O vidro é um material amorfo e, em teona, flmd~, f!las qu~ se comPQ
praticamente como um material rígido, devido à altissrma viscosidade )
processado quando está quente para assumir a forma fila~ent ar, podendo ·se
então, comercializado na forma de fios têxteis, mantas, tecidos e fios trançac10 r,
Como o material é amorfo, os fios são isotrópicos e apresentam as mesrn s.
·
caracten'stlcas d o v1"dro em bruto. a\
As fibras de vidro podem ser utilizadas para reforç·º · de várias matrize.
termopl ásticos e termofi xos, com aplicaçã o. div~rs1 f!cª?ª na indtístrj~
automobilística, eletroeletrônica e na indústria náutica. A mdu~tna automobilístic:
por exemplo , tem utilizado a fibra de vidro em consórc1,<? com matrizes d;
poliprop ileno, para fabricação de peças como a grelh~ d_?s ~aro1s e os componentes
estruturais das portas do Jaguar XJ, devido à alta res1stencia e leveza.
Na grande maioria dos casos, são usadas como matriz para produção de compósitos
defiberglass as resinas poliéster insaturadas. Essas resinas ~em ser processadas no
~ta~<? líquido e curadas à temperatura ambiente, em moldes sunples e baratos, o que
viabiliza a produçã o em pequena escala de peças grandes e complexas.
As peças grandes produzi das em pequena s escalas geralme nte são feitas pelos
process os de laminaç ão manual ou a pistola, conheci dos como processos de
moldag em por contato (isto é, sem pressão ) ou process os de molde aberto.
O fiberglass ganhou inúmera s aplicaçõ es , em diversos produtos, tais como
barcos, caixas de água, piscinas , painéis de fachada , automó veis, entre outros.
Apesar do desenvo lviment o posterio r de outros materia is similare s, o mesmo
represe nta, ainda hoje, cerca de 65% do volume total de compósitos fabricados.

46.82 Compósitos laminados de matriz melamínica com reforço de fibras


celulósicas (Fórmica)

Dos compósitos de matriz polimérica um dos que recebeu destaque foram as


matrizes melamínicas reforçadas com fibras celulósicas na forma de papel ou
tecidos.
Essa combinação foi inicialmente concebida por Daniel J. O'Connor e Herbert
A. Faber, que trabalhavam no início do século XX na empresa americana
Westinghouse , como alternativa para substituição de isolamentos elétricos de
mica 17 • Em 1913, eles deixaram a empresa e fundaram a Formica Corporation.
voltada para a fabricação do material.
A fórmica, principal produto da nova empresa, se constituía de um laminado
formado por papel tipo kraft envolto em resina melamínica, aplicada sob alta
temperatura e pressão . As fibras vegetais estruturavam e davarn re~istência ao
15 Os materiais poliméricos simples (não compósitos) são abon.Jado, no ( 'apitulo ,13.
!6 Em 1893, Edward Drummond Libbey apresentou um vestido fei to dL fihra de v1dr, 11n.1 t'\lbiçãn
compósito, enquanto a matriz m lanf · .
temperaturas e uma superfíci impenneá~t~a c~nfena resi~tência ~ altas
Jimpa. O uso de papéis decorativo im re e h a, que ~ a ser facilmente
camada exterior permitiu dar maior valaie ~Jdo de mel~na para formar a
A aceitação do produto foi tão intensa. ue ~ m co ao co~pós1to. . " .
laminados com essas característica~. A ma~z mel ~.Fónruécase tom~ ~ de
i:. bo · " · • .
que 1omece a res1stencm supert1cmJ ao compós't run,mca
Q d uma das mats res· ...._..tes
. .a.>u;aa ~ 0
· d · · , • 1 o. uan O arranhada de•v<> m..........,
esbranqwça as, mais v1s1ve1s qmmdo o maten'al é e ' uua auua....a.,
d fib . . escuro. orno todos os materiais à
base e ras vegetrus. o lrunmado se mostra se ·f à ·
. - dim · · n . · ns veI umidade pcxlendo sofrer
vanaçoes . ens1onrus. ror isso. certos cuid·idos deve tomad '
· ~ m ser os na aplicação.
46.83 Compósitos de matriz melamina-formaldeúl fib
particulados de madeira o com ras e

As mad~iras rec~nSlituíd~s são discutidas em mais detalhes no Capítulo 39


Ca?e ,a9m, todavia, analisar-. e seu papel como compósitos de matri~
pohmenca ~n?rmalmente _ba, eada no uso de resina melamínica) reforçada com
fibi_:as celulosica~, provementes do processamento de elementos de madeira.
E _bem con?ecido que a compatibilidade do material lignocelulósico com a
matn~ J?OSSUI um p~p_el ~undamental na determinação das propriedades do
comp~s1_to. Os _matena1s li~nocelulósicos possuem grupos hidroxila polares na
superf1c1~ devido, pre~~mmanten~ente. à celulose e à lignina. Estes grupos
polares tem ~rande fa~1_hdade em _interagir com matrizes poliméricas polares,
como as resmas fenohcas. Por 1s o. as fibra vegetais estão se tomando
alt~er~ativas ~conômicas e ~cológica para uso como reforços e cargas em
plast1cos. Ha quem preveJa a gradual ubstituição de aditivos sintéticos
tradicionais, particularmente fibra de vidro. por esses materiais, abrindo
respeitáveis perspectivas de mercado para paí es de vocação agrícola.
Vários tipos de compósitos de madeira aglomerada são utilizados hoje, com
destaque para o MDF, que usa fibra menore e mais curtas, sem orientação
preferencial; o OSB , que usa fibras mais longas e deliberadamente orientadas,
e os aglomerados , que usam partícula de madeirais.
O termo MDF deriva da expres ão ingle a 111ediwn-density .fiberboard, que, em
português, representa placas de fibra de madeira de média densidade. O MDF é
fabricado por meio da aglutinação de pequenas fibras de madeira com resinas
sintéticas (normalmente é utilizada a resina melamínica uréia-formaldeído) e
aditivos, em proporções de 10% a 15% de resina e 90% a 85% de fibra de madeira.
As fibras para fabricação do MDF eram originalmente obtidas pelo
processamento de elementos de madeira resultantes dos cortes ou aparas de peças
maiores, ou do aproveitamen to de espécies de menor valor comercial. Hoje já
existem plantaçõPs específicas para obtenção de 1n~deira p~a esse fim. As fibras
de pinus proron,1onam uma chapa de cor clara , mais valorizada pelo mercado.
A utiliz , da madeira demanda. primeirament e, sua redução a cavacos ,
que são tr .jos por equipamento s especiai de nominados desfibradores . O
17
De ond1 , nome Fómúca (for mica).
moldàdo em pa in éi s lis os co m au xf lio de te m pe ra tu ra e Pt e _
ih! a prensagem, os pa in éi s sã o su bm et id os a te m pe ra tu ra s de ce r:s ao .
D.a , o qu e ex.termina os in se to s po r ve nt ur a ex is ~n te s, co m o ? cu pi lllª de
ra s e re si na po de m se r va na da s co ~ o in tu ito d. A.s
proporções relativas de fib du zi r cu sto s e se
obterem compósitos com maior re sis tê nc ia m ec ân ic a ou re
a se r fa br ic ad o no s Es ta do s U ni do s, na dé ca da ·d e
O M D F começou an os
atingindo a Europa nos anos 70 e ch eg an do ao Br as il no s fin al do s (:J.}
9019
,

Possui consistência e característic as m ec ân ic as se m el ha nt es ~ da m ad eir a ma c· •

lo m er ad a tra di ci on al . Ca ra ct en za -s e, tam bé m iça


e superiores às da madeira ag . ' Po r
possuir boa estabilidade dimensio na l e gr an de ca pa ci da de de us in ag em
m ais po pu lar es pa ra _fa bri ca Qã o de mó ve is e
Atualmente, é um dos materiais ad a pe t
te da cr es ce nt e es ca ss ez de m ad ei ra de le i, pr ov oc
esbUturas de madeira, dian 0
e de pr es er va çã o da s m at as na tiv as . O us o d
incremento do consumo e necessidad
m pa ne nt e de ~ó ve is pa ra p ~ qu e re qu er em us in ag e~
MDF. é_ freqüente como co m po ne nte s
especiais. Destaca-se a fabnca çã o de pe s de m es a, cr ux as de so m , co
m óv ei s, fu nd os de ga ve ta e ta m po s de m es a. N
frontais, internos e laterais de na :
iliza do co m o pi so s fin os , ro da pé s, al m of ad as de po
construção civil, pode ser ut c'
ba tent es , ba la ús tre s e pe ça s to rn ea da s. N a in dú str ia gr áfi
divisórias, portas usinadas,
também é utilizado para confec çã o de fa ca s pa ra es ta m pa s em m at er ia is div ers os . ª
F, qu e em 19 95 re pr es en ta va 5, 4% do tot al
O co ns um o m un di al de M D
co rr es po nd er a 8, 5% em 19 98 , e co nt in ua
do s pa in éi s de m ad ei ra , pa ss ou a
em cr es ci m en to .
tip o de co m pó si to la m in ar de no m in ad o
Já a si gl a O SB representa um se
se ja , pa in el co m tir as de m ad ei ra or ie nt ad as . Es
Oriented Strand Board, ou
é fa br ic ad o pe la ag lu tin aç ão de se gm en to s
compósito, ba st an te si m ila r ao M D F,
a m at riz si nt ét ic a fo rm ad a po r um a de res ina
lo ng os de m ad ei ra s (tiras), em um
am in a, de no m in ad a M U PF . U m pa in el OS B se
fe nó lic a, uréia fo rm ol e m el
pr en sa da s de tir as de m ad ei ra , ali nh ad as
co ns tit ui , no rm al m en te , de três ca m ad as
at ri z qu e é ap lic ad a co m au xí lio de te m pe ra tu ra e
em es ca m as , en vo lta s pe la m
la r da s fib ra s lo ng as , m os tr ad a na Fi gu ra 8,
pr es sã o. A or ie nt aç ão pe rp en di cu
m pó si to m ai or re si st ên ci a m ec ân ic a e ri gi de z. A s di m en sõ es e 0
co nf er e ao co
fi br as as se gu ra m ao s O SB bo as pr op rie da de s
alto ní ve l de or ie nt aç ão da s
re si st ên ci a à fl ex ão su pe ri or es a 25 M Pa .
té cn ic as , se nd o po ss ív el ob te r- se
je é fa br ic ad o ba si ca m en te co m m ad eir a
C om o no ca so do M D F, o O SB ho
re fl or es ta da e fl or es ta s m an ej ad as .
a pr od uz id a co m pa rt íc ul as de m ad ei ra .
O aglomerado é um a ch ap ,.
eu ca lip to , ag lu tin ad as co m re si na si nt ét ic a, so b :m vem ass
se le ci on ad as de pi nu s e/ ou
ca lo r e pr es sã o. Is so o di fe re do M D F e O SB , qu e sã o pr od uz id os co m fib ra s. ~ desistem
N or m al m en te , ap re se nt a tr ês ca m ad as (u m a in te rn a e du as ex te rn as ) e po ss ui 1
'Mto permite
qu e di z re sp ei to às su as po te nc ia is ap lic aç õe s. A ~ dedefo
um a gr an de ve rs at il id ad e, no
au sê nc ia da s fi br as re du z a re si st ên ci a à tr aç ão do m at er ia l. • de dilataç
1

. IXl~osusos
1!X)límero
~0daes

18 Consultar o Capítulo 39 para informações adicionais.


Figura 8 -Amostra de painel OSB ·
mostrando a onentação das tiras de madeira.

Em ~odos os casos, existe uma preocupação quanto ao uso de formaldeído


na~ resmas en:ipregadas para conf~cção dos compósitos. devido aos riscos de
saude en~olvidos. Por esse _motivo, há pesquisas em andamento para o
desenvolvimento de novas resmas menos nocivas.
46.8.4 Tintas com adição de particulados

. Uma no~a área de_ desenvolvi~e nto envolve os compósitos gerados pela
mcorporaçao de part1culados reativos ou materiais poliméricos a tintas. Nos
últimos anos, foram lançadas formulações de tintas com elastômeros. com
elevada capacidade de deformação. Essas formulações podem ser aplicadas
sobre fissuras ativas e passivas, de forma a vedar a superfície. Mesmo que as
fissuras estejam ativas, a capacidade de deformação da tinta, da ordem de
600%, permite que a película superficial permaneça íntegra.
Tintas com incorporação de partículas metálicas também foram formuladas
para permitir maior brilho e desenvolvimento de capacidade de reação à
presença de magnetos, o que permite a fixação direta de materiais sobre a
película de tinta.

46.8 .5 Outras aplicações

Além das aplicações tradicionais discutidas acima, os comp~s~tos ~e matriz


polimérica vêm assumindo um importante papel como matena~pnma par~
fabricação de sistemas de vedação. A incorporação de cargas a matrizes de PVC
e asfalto permite a fabricação de m~n:as . e, petf~ados estr;1t~ra~os. coi:n
capacidades de deformação, rigidez e res1stencia a traçao compat1ve1s com o uso
em junta~ de dilatação e impermeabilização. . .
Os nov 1~os de materiais compósitos incluem, amda, o uso de telas de
t · sas de recuperação para correção de fissuras e
ma ena
recuper ero em ~dgamd
e~canque1 a e asde paramentos · Ness~ caso, o elemento de reforço

19
No Bras 1 .
meçou a ser fabncado em serembro de 1997 pela fábrica da Duratcx,em Agudos (São PauloJ.
abJJ aumentando a capacidade de tração da matriz, reduzindo as defonnaÇÕes e
controlando a fissuração. .
Uma área de grande destaque tem sido o desenv<;>lvrmento d~ compósito
obtidos pela inserção de fibra carbono, vidro ou ~d~ e1? ma~es epóxi 0 ~
ª
poliéster. Esses materiais, leves e com grande resiSrencia _traçao, I>Odetn ser
usados como elementos de reforço estrutural, na form~ de tecidos, laminados 0
barras de armadura alternativa, como discutido a segurr. u

46.9 Uso de Compósitos de matriz polimérica com fibras de alto


desempenho para reforço estrutural
A aplicação de PRF colados com adesivos à -~ase de resina epóxi em
elementos de concreto armado começou a ser ut1hz~da como uma técnica
de reforço à flexão em meados da década de 80 do seculo passado e, desde
então, tem sido aplicada com sucesso no reforço de pontes e construções
em todo o mundo.
Os compósitos à base de PRF podem ser considerados um dos mais
marcantes desenvolvimentos ocorridos nas áreas de construção e
recuperação de estruturas nas últimas décadas. Eles vêm substituindo, com
vantagem, os reforços executados em aço e concreto, devido a uma série de
fatores, tais como a elevada relação resistência-peso, boa durabilidade em
uma diversidade de ambientes, facilidade e velocidade de instalação,
flexibilidade de formas e neutralidade eletromagnética.
Devido ao grande interesse e importância tecnológica, a seguir se faz
uma breve revisão das principais características desse tipo de compósito.

46.9.1 Fibras empregadas nafonrwção de PRF

Norma lmente , para geração de compósitos para reforço estrutural, é


necessário empregarem-se fibras de alto desem penho, assim denominadas
por apresentarem elevados valores de módulo de elastic idade e resistência
à tração, além de possuí rem caracte rísticas especi ais, como resistência à
corros ão ou resistê ncia ao impact o, depend endo do tipo de fibra.
As fibras repres entam cerca de 50% a 70% da porcen tagem em volume
de um PRF. Dessa forma, é import ante observ ar-se que as propriedades das
fibras serão de grande import ância na determ inação das propriedades
mecân icas de um PRF. A seleçã o das fibras adequa das para formar o
compó sito é basead a em consid eraçõe s de custo, rigidez , resistência e
compo rtamen to ao longo do tempo . Depen dendo da fibra utilizada,
diferen tes desem penhos podem ser alcanç ados .
As fibras de alto desem penho mais utiliza das para reforç ar polímeros
u~ilizados para fins de reforç o estrutu ral são as de carb,n o, aramida e
~1dro, embor a fibras de boro, polieti leno , poliést er, poliam ida e basálticas
Já tenham , també m , sido utiliza das .
Os primeiros registros de utiliza -
J880. quando filamentos de carboni~o das fibras de carbono datam de
em seus experimentos para O desenvO i°~arnUtilizados por Thomas Edison
O carbono é um elemento quí .vimento da lâmpada incandescente.
temperatura ambiente, é o carbono ~~f~· 7 sua forma mais estável, à
carbono são compostas de uma mistu t:hzado, ou grafite. As fibras de
cristalina em que os átomos de rab e carbono nas formas amorfa e
paralelos, segundo um arranjo hexago car ono sao - arranJados
. em planos
As fibras de carbono são, nonnalmentnaI· . .
orgânicos: rayon (polímero celulósic~· prod~zid~s a _P~ir de três materiais
(alcatrão de petróleo ou de carvão) 0 ), pohacn!~mtnla (PAN) e piche
as características das fibras de ca~b s processo~ utilizados para fabricação e
°
base usado para produzi-Ias Nonnºª produzidas dependerão do material
1
pirólíse de um filamento orgânico · a t a mente ' consis
· te ~a carbomzaçao · - ou
3 OOOºC. O processo pode envoJ emper?t~ras que variam entre 1.000ºC e
·
Carbonização
ITT"afitização e tr t ver uma sene de . tratamenos. t · estab·1· -
1 1zaçao,
'º ª amento superficial.
Em geral, as fibras resultantes apresentam c 1 - fil
fib d . o oraçao escura.
de ra po em ser produzidos em ori·entaç- 'fi 0 s 1 amentos
1
mtervençoes em .1ases cnttcas das etapas de produça- o
• _ .i.- , • oes espec1 1cas com
d a gumas
· ta -
. ,
das fibras deterilllnara as suas caracten'st1·cas em rei - grau 0.
, ·et"onen · çao
, . .
modulo de elasttcidade.
0
~ .
fibras com maiores módulos
açao
de
a res1s
elasticidade
enc1a e
podem
ao
ser obtJ_das _'.' m a utt!Jzaçao de temperaturas mais elevadas durante o processo
de fabncaç~o. En,treta~o, º. emprego de temperaturas mais elevadas faz com
que a res1stencia a traçao SeJa reduzida .
. Se~do Hancox e M~er (1994), existem mais de 100 tipos de fibras de carbono
d1sporuve1s para utili,zaçao _em PRF. Além das aplicações na Engenharia Civil, as
fibras (IB car~no tem 1numeras outras aplicações na indústria aeroespacial e
automotlva_, ~s"'!1 ~orno _em b~cos, bi~icletas e equipamentos esportivos, em que
elevada res1stenc1a a traçao, aliada a baixo peso, são requisitos fundamentais.
As fibras de aramida foram introduzidas no mercado no início dos anos 70,
pela companhia Du Pont. As marcas comerciais mais conhecidas atualmente são
o Kevlar e o Nomex, da Du Pont; a Technora e o Conex, da Teijin; e a Twaron.
da Akzo. Segundo Callister (2006), a aramida é quimicamente conhecida como
poli-parafenil eno-teraftalam ida. Esse grupo de materiais é produzido a partir de
polímeros semicristalinos chamados poliamidas aromáticas, por meio de um
processo chamado fiação por fusão ou spinning, em que uma fibra sólida é tecida
a partir de uma mistura química líquida, passando através de uma fieira de
pequenos orifícios. Durante a síntese, as moléculas são alinhadas na direção do
eixo longitudinal das fibras. Segundo Hancox e Mayer (1994), essa estrutura
contribui para o desempenho relativamente fraco da aramida frente a esforços de
compressão e j ustifica a sua elevada retenção de água. .
As fibras de aramida são, geralmente, amarelas, possuem baixa
densidad~ e s ão não-conduti vas. Em termos de estrutura, podem ser
classi fi"'adas em para-aramid as (Kevlar, Technora and Twaron), que
po.ssuem um esqueleto molecular linear, ou meta-aramirlas (Conex a
st
Nomex), que possuem o esqueleto em ziguezague. A ~ rutura das llle~d
t
aramida s faz com que elas sejam altamen te restS entes ao fo ·
apresen tando proprie dades anti-ch ama que começa m ª ser afeta~º·
somente após os 400ºC . As para-aramidas também possuem d
boa
d - resistên
, ~s
eia
à combus tão, mas são afetadas mais cedo pelas egra açoes termica
retendo suas propriedades mecânicas até º. pa,ta~a r _dos 200ºC. ;•
principais utilizações das fibras de aramida na mdustn a sao para produtos
balísticos, roupas antichama e fabricação de partes de automóveis !
aeronaves.
As fibras de vidro podem ser produzidas po~ ~m proces,so chama~o fusão
direta, no qual as fibras são formadas de forma rap1da. .e contínua a pa~ de urn
vidro fundido. O vidro fundido é colocado em uma camara de aquecimento de
platina, e as fibras de vidro são conformadas ao se _forçar a passagem do vidro
derretido através de vários orifícios pequenos existentes na base da câmara
(CALLISTER, 2006), num processo chamado estiramento. Co~o destacado
na seção 46.8, pode-se considerar que a história das fib!as de vidro começou
em 1836, quando foi patenteado na Europa um ~etod~ ~e. tecer vidro
maleáv el. A partir de 1940, o desenvolvimento das resmas sm~eticas permitiu
a formaç ão dos primeir os compós itos reforça dos com fibra de vidro
promov endo diversos novos usos e gerando uma forte ampliaç ão do mercad~
desse tipo de fibra. Hoje, existem vários tipos de fibra de vidro disponíveis no
mercad o, com diferentes propriedades. O tipo mais comum são as fibras de
vidro do tipo E, que têm essa denomi nação por terem sido originalmente
desenv olvidas para serem utilizadas como materia l isolante em instalações
elétrica s. Essas fibras possuem baixa conduti vidade elétrica e reduzida
resistên cia a álcalis. As fibras de vidro do tipo AR recebem uma adição
conside rável de óxido de zircôni a (15% a 20%) , com o intuito de melhorar a
resistên cia a álcalis. Elas apresen tam proprie dades mecâni cas similares às das
fibras de vidro do tipo E .
Em geral , as fibras de vidro possue m aparên cia branca e são
caracte rizadas por sua elevad a resistê ncia , moder ado m ó dulo de
elastic idade, baixa densid ade e baixa condut ividade té rmica. A utilização
da maiori a das fibras de vidro está limitad a, segund o C alliste r (2006), a
temper aturas inferio res a 200ºC. O Quadro 3 conté m alguns valores
caracte rísticos das proprie dades básicas das fibras de alto desempenho
mais utilizad as na formaç ão de PRF aplicad os como reforço estrutural de
estrutu ras de concre to armado .
Qu adr o J - Pro pri eda des de fib ras de car bon o ....,_,d .
11
Fib ra • -... ... a e vid ro (Fonte: ACI 440
116ciiiiõcs. .2R.-O ,,
Ca 'bo llo ~(GPal RaiJatlicii.
Us o ger al •• ~I B h\
Ra sls llll Cia Ele vad a 22 0-2 40
Õlllmá~
Re sis lll lCia Uflra.Elevada 22 0-2 40 2,0 6-3 ,79
3,7 9-4 ,82 >1 ,2
Móm.lloEleYado 22 0-2 40 >1,4
MM.alo Urtra-EJevado 34 0-5 20 4,8 2-8 ,20 >1,5
Aramldll 52 0-8 9() 1,7 2-3 ,10 >0,6
Us o geral 1,3 8-2 ,40
>0,2
Ele vad a Performance 69 -83
Vid ro 11 0-1 24 3,4 4-4 ,14 >2,5
Vid ro- E 3,4 4-4 ,14 >1,8
Vl dr o-S 69 -72
86 -90 1,8 6-2 ,68
>4,6
3,4 4-4 ,14 >5,4
A gr a~ de !Il~io~i~ d~s PR F que _estão sendo aplicados, atualmente, na
con tru ça o ci vi l. e fa br ic ad a co m fibras de carbono. A principal vantagem
das fibra~ de ca rb on o em relação às outras fibras resulta de suas
pr op rie da de n1 ec ân ic as . As fib ra s de ca rb on o se ca ra ct er iz am
pr in ci pa lm en te po r um a co?'b_inação de el ev ad a resistência e rigi~ez
aliada a um ba ix o pe so pr op no . Entretanto, fibras de vidro e aram1da
po ss ue m um gr an de po te nc ia l de utilização quando se requer um reforço de
m en or cu to ou co m al gu m as características es pe cí fic as , co m o resistência
ao im pa ct o e i ol am en to el ét ric o. O Quadro 4 apresenta um a comparação
qu al ita tiv a en tre fib ra de ca rb on o, aramida e vi dr o, cl as sif ic an do as fibras
de ac or do co m ua ap lic ab ili da de pa ra utilização em co m pó sit os do tipo
PRF.

Qu adr o -4 - Co mp ara ção ent re fibras utilizadas na formação de PR F aplicados no reforço


de
estruturas de concreto armado (GARCEZ, 2007).

Cr ité rio Slgnlflcãncla Carbono Aramlda I Vldro E 1


Resistência à tração *** 4 4 3
Resistência à compressão * 4 1 3
Módulo de elasticidade / Rigidez *** 4 3 2
Ductilidade *** 2 3 2
Resistência à fadiga ** 4 1 2
Deformação len1a/Carregamento constante *** 4 2 1
Resistência ao impacto * 3 4 3
Coeficiente de expansão térmica ** 3 3 2
Resistência à radiação ultravioleta * 4 2 4
Resistência à ur1fdade ** 4 2 2
Elevadas temperab.Jras (800C) ** 4 4 4 --

Resistê'lCta à co"TOSão ** 4 4 3
Resistê eia a álca s *** 4 4 1
Resis cir 05 gelo-degelo * 4 4 4
~

Prop,.; é -c as * 4 4 4
Cust'" *** 2 3 4
1
il6'i!l2 Tlcnicas de fabricação
suas propriedades mecâni
A caracterização dos compósitos com_bas~e~.1 tribuição e da orientaçã0case
reológicas é função da fração volumétnca, ª \abricação. das
fibras, as quais são afetadas durante O ~rocesso de meio de diversas técnic
Os PRF tennofixos P<?de~ ser fabnc~~os por s estruturais são a pulas. ~
mais empregadas na fabncaçao de matenrus com fin 20 trusao
a moldagem por contato e o enrol~ei:it.? de fitame~t~r~dução de element '
A pultrusão21 é a técnica mrus utilizada para ais se d . os de
protensão, grelhas e perfis estruturais pré-fabrica~os, ~~s eÍ~mento ~e~;cq~e as
O IUca é
fibras fiquem perfeitamente alinhadas com elX~ _ - · tr
apropriada para elementos que não apresentam vanaçao na seçfiao ansversal e
. d consiste em puxar os provenient
possuem compnmentos eleva os. O processo .d alelos es
de várias bobinas através de um molde. Os fios, mant1 o~ P: / ':ssam 0
Por
um banho de resinas termofixas e atravessam uma matnz e P!e-co rmaçã0 ,
que estabelece as taxas de resina e posiciona as fibras para que s~Jª gerada a seção
transversal desejada. O material é, então, submetido a uma matnz de cura, na qual
sofre aquecimento e toma a forma do molde. Rolos extratores puxam a ~arra
resultante, garantindo que todo o processo ~vance em ulll:a velocidade
preestabelecida. Como o processo é contínuo e facilmente automatizado, as taxas
de produção são relativamente altas, reduzindo custos.
A moldagem por contato, também chamada wet lay-up ou ha7:d lay-up é uma
técnica de produção de PRF na qual uma manta ou um /tecido de f~bras é
22
impregnado, manualmente, com resinas termofixas • Essa e uma das tecnicas
mais utilizadas para colagem de PRF em estruturas d~ concreto armado, madeira,
aço e alumínio. Nesse caso a formação do compósito ocorre com colagem do
laminado, tecido ou manta de fibra na estrutura por meio da formação, in loco, de
uma matriz polimérica que o envolve. No caso de superfícies complexas, o uso
dos laminados pode ser restringido, pois estes têm maior dificuldade de se
conformar à superfície.
A cura do PRF é geralmente realizada em condições ambientes, porém pode ser
feita a aplicação de temperatura para acelerar o processo. Cada elevação de 10º
na temperatura de cura, aproximadame nte, encurta pela metade o tempo de cura.
Em um dia, em condições normais, as formulações epóxi utilizadas na fabricação
de PRF atingem cerca de 70% da sua resistência final. Após 7 dias, elas alcançam
mais de 90% da resistência potencial . As formulações adesivas devem possuir
b~a viscosidade, para facilitar a aplicação e percolação pela m anta ou pelo
tecido, mas devem apresentar alta tixotropia, para prevenir escorrimentos . Isso é
especi~ente importante no caso de reforços de v igas, que, m uitas vezes,
necessitam serem aplicados na face inferior dos e le mentos.

20 0 utras tec~~cas,
' . · transfer moulding, vacuwn bag 111011ldi11g e inj( ( 1io11111011ldi11g também
· d'mg, resm
como puli-wm
podem ser utilizadas na produção de PRF. ·
21 Mais detalhes sobre o processo de pultrusão encontram-se no Capítulo 52, item 5~ 5.2.
22 Para facilitar a operação
. é comum
. · • "enham envolto-. em uma
que as mantasou os teci·'dos de 1-1brm, para aphL,11-.,10
leve camada de, .adesivo. epóx1: Esse sistema, conhec1·do como pH'JU!g, fa\orecl.! o .ilmhan , l,L" fibra" e g,arant~
que sua superfície esteJa bem impregnada de resina.
Uma das principais vantagens da Utili-,.,.._:.,_
contato é o baixo custo do ferramet7° da técnica de; moldagem pót
compósito. A técnica é simples e ráp";1 ª necessário para a produção do
reduzidos ou de difícil acesso, 0 que a, po~endo ser Utilizada em espaços
sobre técnicas convencionais de refor[;oporciona uma importante vantagem
proporção de mistura dos PRF formad:trutura l. O ~onteúdo de resina e a
contato dependem da qualidade da exec _com a técmca de moldagem por
na seleção dos materiais podem result~;ª~· Erros no proporcionamento ou
escassez de matriz, o que afetará m compós1tos com excesso ou
durabilidade. Uma aplicação cuidadosa !eu d~s.empenho mecânico e sua
requisitos para garantir a qualidade desse ~:r~gito controle da execução são
O enrolamento de filamento ou fiÍam e R~. .
automatizado pelo qual fibras impregnadas ent w~ndmg é um processo
enroladas em um mandril de form c?m resma ou fitas de PRF são
_ . _ ' a geometncamen
rotaçao e pos1çao controladas por computador te precisa com taxa de
fib '
· · d I · - , para
pos1c1?nª. as ~~m ~ t~ prec1sao em diferentes orientações. que as I ras possam ser

A tecmca 101 ongma1mente desenvolvida par d - d d


d e
motores e 1oguetes, tanques de armazenamento e t b 1 - a a pro uçao e carcaça e
d
- E nh · t u u açoes e vasos e
press~~- m enge ana eS rut~ral, a técnica do enrolamento de filamento pode
O
ser ut1hzada para dese~vo_Ivi?lento de aplicações como o reforço de pilares
d~ concreto. Um~ das pnn~1pa:s vantagens é que as fibras do PRF podem ser
alinhadas em diversas direçoes, resultando em materiais com elevado
desempenho estrutural , capazes de re~ponder às mais diversas combinações de
carga. Entretanto, o processo de fabncação é limitado a elementos estruturais
com formas convexas, e o custo do mandril para componentes muito grandes
pode ser elevado.
Para garantir a aderência ao substrato, as fibras devem ser banhadas em uma
resina termofixa antes de serem enroladas ao mandril. Alternativamente, podem
ser usadas fitas tipo prepreg. O banho de resina é mais utilizado, pois resulta em
custos menores e maior rapidez de execução. Além disso , permite variações na
fonnulação da resina, para aplicações específicas.
Considerando as formas de fabricação discutidas acima, os PRF podem ser
divididos em dois grupos: os sistemas pré-fabricados (pultrudados) e os sistemas
curados in situ (moldagem por contato e enrolamento). Os sistemas in situ
pennitem formar siste mas unidirecionais , bidirecionais e multidirecionais ou
aleatórios , através da variação na disposição das fibras nos compósitos. Isso pode
ser importante quando se necessita reforçar peças com distribuiç~es_ complex_as
de tensões. Segundo Rezende e Botelho (20~0) , os ,s~tores aeronaut~c?/espac1~l
usam 60% de compósitos na forma de tec1d~s. pre_-un~reg~dos urudirec10~ais
(fitas), e 40% na forma de pré-impregnad os b1d?"~c1o?ais: Ja o setor ~ecreativo
usa 80% e tecidos unidirecionais e 20% de b1d1rec1onais. Os demais setores
usam ce. dt: I O% de tecidos unidirecionais e 90% de reforços tipo não-tecido,
formadc r algomerados de fibras com direção aleatória.
'i9.B Fonnas de comercialwJ,ção
. - d PRF são comercializadas de v'- .
M fibras empregadas para fabn~açao e lhas e perfis estruturais e tecit•~s
tonnas, tais como rolos de fio, Ianunados, gre o,.t
mantas. . _ ara formação de cabos, cordoalha\
Os tios, ou rovmgs, sa? empregados P de concreto externamente . <.:
tru
barras, que podem ser aphcadas em eS turas armaduras. 'como
elementos de protensão, ou internamente: comodos externamente, em geral C<
Os laminados, os tecidos : as. man~ sao usa e eles é que os laminad lfll~~
elementos de refofço. A pnnc1pal. diferença entr d t O\
dO , estrutura e concre o com aux'\·
I
Jct
formam um compósito,,' que vru ser conecta
· ª ,, ·t A
lim "rica do compos1 o. s mantas t<J
de um adesivo compatível com a matnz po e . t: O , . e o,)
tecidos ao contrário são empregados quando se deseJa ormar . compos1to in
' ' · , f: b ·cados ou strips são .
situ. Por serem rígidos, os Jammados pre- a n, ' ' . ma,\
adequados para aplicação em superfícies planas. Ja as mantas.~ os tecidos !,ije.,
flexíveis e podem ser aplicados como um papel de parede, facilitando a Criaçfu,
de compósitos adaptados a substratos curvos. Dessa forma, mantas e tecido\
podem ser utilizados no confinamento de colunas, por exe_mpl~.
Comumente, nos laminados pré-fabricados, .as fibras ~ao alinhadas fo~ndo
sistemas unidirecionais. Recentemente, Ehsaru (~010). divulgou 3, produçao do<,
chamados superlaminados, que são laminados pre-fabncados, porem, com fibras
alinhadas em duas direções: longitudinal e transversal. . _
As mantas e os tecidos disponíveis no mercado, para aplicaçao como reparo
ou reforço de estruturas existentes, são fornecidos na forma de rolos e podem vir
pré-impregnados com resina, para manter o alinhamento das fibras e facilitar 0
manuseio (sistemas prepreg), ou secos, sem resina (sistemas dry fabric). O fator
diferenciador é que as mantas são simples aglomerados de fibras, enquanto os
tecidos são formados pela tecelagem de fios .
Como explica Calister (2006), prepreg sheets, ou simplesmente prepregs, são
PRF contínuos, pré-impregnados com quantidades controladas de resina
termofixa do tipo epóxi e parcialmente curados. Em ambos os sistemas, as fibras
podem estar alinhadas em uma ou mais direções, formando sistemas
unidirecionais ou multidirecionais. Uma malha de fibra de vidro é normalmente
incorporada para auxiliar a manter a estrutura da manta. Esses sistemas são
geralmente simples de manusear e podem ser cortados na dimensão desejada
facilmente, com auxilio de tesouras ou outro instrumento de corte.
O Quadro 5 apresenta dados básicos, apresentados pelos fabricantes de algun
dos s~temas PRF p~é-fabricados ou curados in situ mais utilizados para fins de
~eraçao de compos1tos para reforço estrutural. Observa-se que a maioria dos
~1s~er1;as. e1:1preg_a fibra d~ carbono e apresenta consideráveis variações de
1es1stencia a traçao e ao modulo de elasticidade , dependendo das características
da fibra e resina utilizadas.
Quadro 5 - Características _básicas das fibras u .
,-- tipo PRF disponrvei~ na f011naçio de COblp6sitos do
Sistema Tipo de no lllercado.
Fibra R•1at111e1a 6 1"l'açlo
7:amlnado (strlp)
.-eart>oDur s
Fabrlclln,-: Slka
Carbono
••>
280õ
M6clulo de Da Ucldlwle
(GPa)
~eart>oDur M Carbono 185
, Cart>oDur H Carbono 2400 210
1300
, Laminado (strlp) - Fabricante: S&P Cleviii Ril~,.-;,;c:õm iiiii;----.:300= ._ _ _-t
, Laminate 150/2000 Carbono • .,,,~'*'Y
, Lamlnate 200/2000 Carbono 1300• 165
1650 ~
Tecidos {prepreg) - Fabricante: Mltaub/sh/ Cheiiilciij 205
· Replark MM
Replark 20
Replark HM
Carbono
Carbono
Carbono
3400
290õ .--====~~'-:=--:=--:=--:~:;=--:=--:=--:j-l
230
390
1900
Tecidos (dry fabrlc J - Fabricante: /Jegusaa ~icji.nit=;;~-- --...:640-.:..:.. ._ _ _-I
MBrace CF 530 C~rbono ~3500isõê,-C_he,_,:.m~~.:..:=ls:___--;;;:;..----~
· MBrace EG 900 Vidro E 373
MBrace AK 60 Aramlda 1517 72.4
2000
Tecidos (dry fabrlc) - Fabricante: S&P Clever Re/rrforcemi...e;;.,Com~==----1-20_ _ _~
S&P C-Sheet 240 Carbono nt 'Pllny
s&P C-Sheet 640 Carbono 3800
2650 240
S&P G-Sheet E Vidro E 3400 640
S&P G-Sheet AR Vidro AR 3000 73
S&P A-Sheet 120 Aramida 2900 65
120
* Resistência à tração referente a uma deformação de 80/00 no larru·nado que e' d da I f b ·
0 dimensionamento deste sistema
. de reforço. . a recomen a pe o a ncante para

Segundo oACI 440.2R-08 (~008) a_resistência à tração e a rigidez de um PRF


dependem de fatores como tJ.po, onentação, quantidade de fibras, além do
processo de fabricação do compósito, se pré-fabricado ou curado in situ. Nos
sistemas pré-fabricados, as propriedades são reportadas considerando-se a área de
toda a seção transversal do laminado (fibra mais resina). Já nos sistemas curados
in situ, somente é considerada a área de fibra, já que o volume de resina, neste
caso, não é controlado.
Cabos, cordoalhas e barras de PRF são, normalmente, fabricados para
emprego como elementos de protensão. As barras de PRF empregadas,
tipicamente, apresentam diâmetros da ordem de 8 mm a 10 mm. As cordoalhas
de PRF têm sete elementos, sendo formadas pela disposição de seis barras ao
redor de uma barra central. O agrupamento de cordoalhas ou barras forma os
cabos, usados na protensão ou estaiamento de pontes. _ . . _
Alguns exemplos de linhas de produtos de protensao comerc1ahzadas sao
apresentados no Quadro 6.
Quadro 6 • 8-empl os de elementos de proecnslo fabricados com PRP

.... R..- ... Fibra ProdulD


LMdlne C8rbono B8ffll
CFCC (Calbo n Flber Compoelte Carbono Cabo
Cable)
NACC (Nlppon Advanced Cerbon Carbono Cordoalha/Cabo
Flber Compoelte)
ARAPREE (Aramld Pl'88trasalng Aramlda Cordoalha
Elementa)
Tectmora Aramlda Barra/Cordoalha
Flbra Carbono/Vidro Cabo
BBR Carbono Cabo

46.9.4 Custos

Os materiais compósitos se constituem em aplicações de ~to val~r agregado


Bazin (2002) estima que, em termos comparativos, poder-se-ia considerar que~
madeira tem um custo médio de US$ 1,351kg, o ~o~creto de_ cerca de
US$ 2,70/kg e o aço de US$ 4,051kg, enquanto os compos1tos podenam atingir
US$ 6,80/kg. Segundo Garcez (2007), o custo das fibras de carbon~ do tipo tecido
dry fabri c no Brasil pode chegar a US$ 50,00/m • As fibras de vidro, por outro
2

ível (cerc a de US$ 10,00 /m 2) e


lado, possuem um custo muito mais acess
poderiam, portanto, ser uma alternativa interessante para a produção de reforços
de custo mais baixo, adequados a situações onde requisitos relacionados à rigidez
sejam mais modestos. Já as fibras de aramida, além de possuírem um custo
intermediário (em torno de US$ 24,00/m ), apresentam vantagens principalmente
2

em termos de resistência ao impacto, o que pode favorecer sua utilização em


determinadas situações.
O alto custo relativo dos PRF, em relação a outros materiais convencionais de
mesm a finalidade, pode ser considerado como a principal limitação para a
disseminação mais intensa de sua utilização . O emprego desses materiais se
justif ica em situações nas quais suas propriedades pode m trazer benefícios não
obtidos com materiais convencionais, tomando-os tecnicamente competitivos.
Isso acon tece, principalmente, onde condições ambientais, interrupções na
utilização da estrutura e condições de acessibilidades são ques tões críticas.
É interessante ressaltar-se que, quan do os custos são considerados durante toda
a vida útil das estruturas, a durabilidade ofere cida por esses materiais pode torná-
los comp etitiv os em um maio r núme ro de situações. ocorre o e
Ness e senti do, Meie r (1995) pond era que, num refor ço estru tural , os custos "lmagame
com mate riais corre spon dem a apro xima dame nte 20% do custo total da obra, 'escoament
send o o resta nte atrib uído à mão- de-o bra e aos custo s indir etos, que podem ser mnadurae
dimi nuíd os com a utiliz ação de PRF. Por essa razão , os PRF enco ntrar am grande ~açoseg
recep tivid ade e são, norm alme nte, empr egad os com o elemento s de reforço. h~IIS m
Emb ora sejam , atual ment e, mais utilizados como reforço estru tural ,já existem . ·Oconcre
exem plos de estru turas comp ostas some nte por petfis de PRF e de estruturas . Odo
hfbridas, em que materiais convencio .
ou cabos de PRF, como citado n~ são Utilizados •
O 1
explorando a possibilidade de em ~ tem anterior. AIem COnJllnto ':0111 ptnfi$
complementaç ão à armadura tradicP ~o de barras de p ~ pesq~s~ estão
consolidada. ion 'uma idéia antiga masem sub~tituiçio ou
• que amda não foi
46.9.5 Comportame nto estrutural
Uma fibra, quando incorporada
·d d d em uma m ·
aum~ntar a capac1 a e e suportar esfor: os . atriz qualquer, contribui para
matnz para a fibra por deformação de ~ , Pois Parte da carga é transferida pela
.[:. ,.. . d . . cisa1hament .
trans1erenc1a e c~ga se _ongma, em geral d . o na mterface matriz/fibra. A
da fibra e da matnz e se mtensifica após 'fie difer_:nças nas propriedades físicas
Nos PRF, o uso de fibras de alto d ª •ssuraçao ~a matriz.
absorva uma parcela significativa da c esem~nho vai fazer com que o reforço
a rigidez, devido à re?uzida espessura~ga acidental, embora não aumente muito
O aumento no numero de camada ·
Todavia, segundo para cada peça exist! Incrementa a capacidade do reforço.
acréscimo de material de reforço não ima taxa de reforço a partir da qual o
0
embora aumente levemente a rigidez d:rece ga~h~ d~ capacidade resistente,
transversais. Beber ( 1999) observa peça, dunmumdo os deslocamentos
possível se outros modos de ruptur~~ ~ a;mento da carga de ruptura somente é
annadura) não interferirem. cisa amento e deformação excessiva na
nd 993
Segu o Holl~way 0 ), a anisotropia dos materiais compósitos causa um
complexo mecarusmo de ruptura que pod · .
.,. . : e se caractenzar por extensivos danos
nos compos1tos, quando submetidos a carregamentos esta't·
.,. .
, 1·
lCOS OU ClC lCOS.
o S
mve1s de danos causa?~s, entreta~to, dependem das propriedades dos materiais
formadores dos compos1tos _e do tipo de carregamento aplicado. De modo geral,
os modos de ruptura em vigas de concreto reforçadas com PRFC podem ser
di vi d.idos em modos clássicos e prematuros.
Os modos de ruptura clássicos podem ser assim detalhados:
• ruptura do concreto à compressão - quando a espessura do PRF e/ou a taxa
de armadura são elevadas, o esmagamento do concreto ocorre antes do
escoamento do aço e a ruptura à tração do PRF;
• escoamento do aço seguido por ruptura à compressão do concreto - quando
tomi
o PRF apresenta uma espessura considerável e a taxa de armadura é pequena.
ocorre o escoamento do aço e, em seguida, a ruptura do concreto por
esmagament o;
• escoamento do aço seguido por ruptura à tração do PRF - quando a taxa de
armadura e a espessura do PRF não são elevadas, pode ocorrer o escoamentc
do aço seguido p or ruptura à tração do PRF. . , " .
Alguns 1nodos de ruptura prematuros estão associados _a perda de aderenc1:
entre o concrrto e O compósito. Deficiências na preparaçao do substrato ou n
execução ) 1eforço podem ocasionar rupturas prematuras, fazendo com que
~ nio atinja as propriedades requeridas à sua u~ção.
fRUpturas prematuras também podem ocorrer em VIgas de. concreto co111 b .
re$istencia à tração ou com cobrimento de armadura reduzido. Nesse cas0 ai~a.
ocasionadas pela combinação de tensões tangenciais e normai~ no concret~sa.o
plano longitudinal das barras de armadura. A rup~ ocorre devido à propagatº
de uma fissura horizontal que se inicia nas extrenudades do reforço, causand a.o
separação da camada de concreto. Segundo Ripper (1999), essa ruptura tanib~ a.
é observada em reforços com chapas de aço coladas e po~e ser evitada co~Ill
adição de elementos que confiram amarração mecâmca a~ reforço. 0a.
d~slocamentos diferenciais nas bordas de fissuras de fl:,xao ou flexão~
c1salhamento, que ocasionam o cisalhamento ou as concentraçoes de tensões n
PRFC, também propiciam a ocorrência de rup~s prematuras. As. ruptu~
prematuras ocorrem sem aviso e sem que a capacidade de carga ~o sistema de
reforço tenha sido completamente atingida; portanto, devem ser evitadas.
Quando a estrutura reforçada está submetida a carregamentos cíclicos, a falha
da estrutura passa a ser definida. preferencialmente, pela ruptura prematura, por
fadiga, das barras de aço da armadura longitudinal de tração. Não se descarta
todavia, a possibilidade de que carregamentos cíclicos sejam potencialment~
capazes de gerar rupturas prematuras na resina ou no adesivo, trazendo efeitos
negativos nas interfaces concreto-adesivo e adesivo-PRF.
Um dimensioname nto adequado do reforço com PRFC requer, além da
verificação do comportament o à flexão, verificações quanto aos esforços
cortantes, comportament o em relação à fadiga e necessidade de ancoragem.

46.9.6 Propriedades

O comportamento à tração de polímeros reforçados com apenas um tipo de


fibra é caracterizado por uma relação tensão versus deformação elástico-linear até
a ruptura, que ocorre de forma brusca e pode ser catastrófica (ACI 440.2R-08,
2008). O compo1tamen to elástico-linear pode ser alterado quando os PRF são
fabricados com coquetéis de fibras com caracte1ísticas diferentes. A ação da
maioria dos PRF é mais efetiva quando e tes são solicitados à tração na direção
das fibras, uma vez que a resistência à tração na direção perpendicular às fibras é
muito inferior à resistência à tração na direção longitudinal.
A resposta de um PRF ubmetido à tração é largamente dependente das
deformações últimas da fibra e da matriz. O Quadro 7 descreve como a variação
da percentagem de fibras afeta o modo de ruptura à tração. O Quadro mostra que
PRF com grandes porcentagens cm volume de fibras e matrizes que possuem
deformações últimas 1nenores que a das fibras. caso comum na combinação de
resinas epóxi e fibras de alto dcsempenho 2-' . a falha na matriz não é crítica.
Quando a matriz falha, a pequena parecia da carga carregada é transferida para
as fibras, que continuam a suportar o restante do carregamento .
Quadro 7 • Variação dos modos de

-------.-~~Ol1tlaçllo-- ~-lliz-,_.., Uln Pap_,.


deti "'Pblra '...__
a.formação llltlma P~.... edc)~Ob'ià'deftbraa~~~­
Volume ... ~
oefonnaçAo Oltlma da Pequena MeC1oe1a .......-.:.
matriz é menor que a
deformaçao Oltlma daa
fibras
<10%
Grande
(> 80%)
ºITloclo~;;;;;-;;
Aat1tin.· ~ -
da rnatrtz~
·~--nlabtz ;
;;;:~·---:=:._~.-:.;-...l
.... da falha cio PRF

••ni"1ala,fiiãiã;;~-==~~~;:::..,l

f-~-=-=-==-~,-.;~:::::--l_
oeformaçao última da
matriz é maior que a
Pequena
(< 10%)
F Ih
8
6
8U1>0rta~da9
0 Pera 88 ftbraa
ca,::reg.mento
a naa11braa
:V,-• ••falha
lllo tren nlo Cffllca. Na falha
qua~
até 'aua daf...-...:;;.:. •
lllttn,a aer atingida --·- 11 ....,_g
·
detormaçao
ras
r-~~t-ri::~~;;nlo~ll'Tl~Pl~lca:ru:ptu~ra:l:l'Tledlala::clo~
fib última das Grande
( tra
Q PRF.
ualldo aa flbraa
> 60%) nater1nc1a de carga:':;:: a falhar, •

os PRF são, normalmente, empre d


PRF fal~ rande, e o a matriz 6

a1 .t - ga os Para . .
Em gumas si uaçoes, todavia pode resistir a solicitações de tração
espec1 ·a1m t d ' m ser
en e, quan o ?correm redistribui - subm t'd
e I os a tensões de compressão, ·
a estrutura esta submetida a carregam Ç°:s _de cargas na estrutura ou quando
·
última a1e umd PRF ,
e, geralmente entos
contr dc1chcos · A · " .
· , . , o1a a pel · res1stenc1a
fl à compressão
em esc a rrucroscop1ca, devido a falhas a m1~ro ambagem, que ocorre
cisalhamento. O modo de falha depende d ~ransversa1s na matriz ou falhas de
O
de fibras, tipo de resina, impregnação d tf.o de fibra, perc~ntagem em volume
8
fibra e matriz. Fibras com boa resistênc·ª , •bras pela_ matnz e aderência entre
boa resistência à compressão. As resistê~ª-ª c~mpressao !esul~ em PRF com
base de fibra carbono, vidro e aranuct cias a_compressao axial de polímeros à
resistência à tração desses materiais, resp:c~~Uivalem a 78%, 55% e 20% da
Aplicando a regra das misturas, 0 móduI~:n~~ (l~I~, 2003). . _
fibras de um PRF unidirecional pod asticidade, na d1reçao das
. '.
elast1c1dade dos seus componentes ee ser deexpresso
suas resem termos
t· dos módulos de
J ,, "d 1 d · .
volume. a o mo u o e elast1c1dade na ctrr·eça- pec pe 1vas porcentagens
d' l , fib em
,
· b · . 0 rpen 1cu ar as 1 ras e,
geralme~te, ~wto aixo · A det~rmmação do módulo de elasticidade de laminados
de PRJ:
e ".:alizada de forma sunples, por meio de ensaios de tração direta, com
dete~aç~o da curva carga versus deformação, e da queima do compósito, para
deterrnmaçao das porcentagens de fibra e resina existentes no laminado. Nos
compósitos fabricados manualmente, como é o caso dos tecidos de PRF
utilizados no reforço de e~truturas, a determinação do módulo de elasticidade se
toma mais complicada. E recomendado, para efeitos de dimensionamento de
estruturas reforçadas, que sejam utilizados a área e o módulo de elasticidade do
tecido de PRF, desconsiderando as propriedades da resina e sua interação com o
tecido de fibra.
PRF com baixos módulos de elasticidade, muitas vezes, não apresentam a
rigidez necessária para aplicações estruturais, como, por exemplo, no reforço
estrutural de pontes, em que se toma necessário um elevado increme.n~o de
carregamento com restrição de deformação. Elevados módulos de elast1c1dade

23 A porcentagem em volume de fibras presentes em PRF aplicados em Engenharia Civil, geralmcnti..:. é grande_c
vana· de 60 w.
70 a 10 01. 10davia,
Yo . 'T' · nos PRF 1iJ.'.abri·cados pela técnica de moldagem
• • •por contato,
. caso comum 4uando sao

ut11zadoi:
·1· • e mantas, a porcentagem de fibra
ec1dos 1 , em volume, pode dimmulf para a faixa de 30 0Y< a 400¼,.
O
necessários em estruturaS reforçadas, nas q~ais PR F é utilizado e
üli'siitt:dçio à armadura interna, que pode ter sido danific~da ~r proeess08 :
cqg<>.slo ou fadiga, por exemplo. Entretanto, para ~phcaçoe~ q~e exige e
materiais com altos níveis de deformabilidade, é prefenvel ª aplicaçao de p~
com baixos módulos de elasticidade. .
Paredes de alvenaria podem ser reforçadas c?m PR F de bruxo_ módulo d
elas tici dad e qua ndo se des eja me lho rar suas pro pne dad es fre~ t~ ª açoes sísm ica:
Nesse caso a utilização de PRF com baixo módulo de elaSUcidade proporcio ·
uma melh~r distribuição das fissuras na superfície da ,parede, aumenta . nd"naa~

ductilidade do elemento reforçado, sem aum en~ , porem, s~a capacidade de


carga. É importante observar-se que o reforço, mmta,s v_ezes, nao entra em car
imediatamente, pois não é possível aliviar o pes? propno do elemento estrutu:
durante sua aplicação. O reforço só começa a agir, portanto, quando a estrutura é
submetida a certo nível de carregamento. Quando o reforço entra em carga colll.
a estr utu ra já sub me tida a elevado s val ore s de des loca men tos_ , no_ cas o de PR.p
baixos módulos de elasticidade, outros elementos estruturais ~ao reforçados
podem ser danificados pelo excesso de carregamento re~ebi~o, devido à
redistribuição de momentos que ocorre na estrutura an~es da ,ativaçao do reforço.
Em alguns casos, pode ser necessário utilizarem-se maiores areas de reforço para
com pen sar o baixo módulo de elasticidade do material utilizado.
De ntr e as fibras de alto desempenho mais empregadas nos sistemas PRF, as de
carbono são as que possuem módulo de elasticidade mais elevado, com valores
comparáveis ou até superiores aos do aço.
Em termos de ductilidade, o comportamento tensão ver sus deformação de um
com pós ito tipo PRF é diferente do comportamento do aço , que sofre escoamento
qua ndo sub me tido a ten sõe s de traç ão que cau sem def orm açõ es sup erio res a 201 00 .

Os PRF de car bon o, ara mid a e vidro, quando submetidos a esforços de tração,
apr ese nta m um comportamento tensão versus def orm açã o elástico-linear até
pró xim o da tensão última , resultando em um a rup tur a bru sca , sem patamar de
esc oam ent o. Seg und o Lee s e Bu rgo yne (1999), a dif ere nça no comportamento
ten são ver sus def orm açã o do aço e do PR F imp ede a apl ica ção do tradicional
con cei to de duc tili dad e em estruturas de con cre to arm ado que rec ebe m esse tipo
de ref orç o.
Re cen tes est udo s pro põe m que a det erm ina ção da duc tili dad e de um elemento
ref orç ado com PRF sej a feit a em ter mo s de def orm abi lid ade , ou seja, da
cap aci dad e do ele me nto ref orç ado de abs orv er tan to ene rgi a elá stic a qua nto
ine lás tica . Ess es fato res , na sua ma ior ia, são det erm ina dos com o um a relação
ent re doi s est ági os de car reg am ent o do ele me nto est rut ura l ref orç ado . O fato r de
per for ma nce pro pos to por Mu fti et al. (1996), pode ser apl ica do ade quadamente
a est rut ura s de con cre to arm ado ref orç ada s com PRF:

FP = FD +F R (Eq uação 3)

O fat or de def orm abi lid ade (FD) é o coe fic ien te ent re o de~ loc am ento ou a
curvatura no ponto de carregamento .
•slocamento
,e.:. . ou a curvatura no P<>ntollláxinio (estado limite áltimo' o
'.0 mprm11 o atmge 1 00, Ponto abaixo do e111 que a def<>nnação no concreto
"d . 1º' ., 0
~o concreto pode ser considerado Iine quat o comportamento à compressão
coeficiente entre o carregamento máx.un~es Já O .fa~r ~e. resistência (FR) é
110 ponto cm que a deformação do concreto ctado
li_mi_te ul~o) e o carregamento 0
n•comcmJam que o valor de FP não dev ompnnudo atmge 1°too. Os autores
•..
transversa_! 1
re_ta_ngu ar _reforç~das. e ser inferiora 4 , para vigas. com seção
Pelo prmc1p10 de d1mens1onamento d A
O
reforçadas é recomendável, ainda, a ad ãoCI 440.2R-08 (2008).:. em estruturas
rt!sistência do aço, para que uma maior rJe de fato~es. . de_ red~çao no valor da
estruturas de ~~ncreto annado, 0 ACJ ~ a de resistenc1a seJa ~dquirida. Para
adequada duct1l1dade é obtida quando a d fR-08 _(2008) considera que uma
~Itimo é de pelo menos 5 %o. e ormaçao no aço no estado limite
Com o intuito de melhorar a ductilidade dos p . .
começaram a ser desenvolvidos nos ú1timos an~' SISl~mas híbnd~s. ou
rªJ construídos com combi"na - d
!RFH,
s. Os sistemas lubndos sao, em
gesicionadas
, · em uma duas ou tr" d" Çoes e fibras de bo ·d
car no. arami a e v1 ro, ·ct
po d (2005) PRFH 'fab · d es ireções. Segundo Grace, Ragheb e Abdel-
Saye
C ' . .
omportamento s1mJ ar ao do aço1 nca os com fibras
d de carbono
b · e vidro possuem um
-
. , quan o su metidos a esforços de traçao,
rep1~sentado por um comportamento tensão versus deformação elástico linear
seguido de um pata1::ar d~ escoamento. Sistemas híbridos compostos por fibra~
t
de carbo!1o e vidr<? Ja eS ao _send~ b~stante utilizados no reforço de elementos
es~turrus sub~~tidos a açoes s1s~cas, uma vez que. combinando o baixo
modulo de elasticidade das fibras de vidro com o elevado módulo de elasticidade
das fibras de carbono, pode-se obter boa ductilidade e aumento na capacidade de
carga aos elementos reforçados.
Pode-se considerar que a aplicação de reforços com PRFC favorece a
resistência_à fadiga dos elem~nt?s ~eforçados,já que proporcionam uma redução
na fissuraçao e melhoram a d1stnbu1ção das fissuras ao longo do elemento, antes
da ruptura. Em relação aos próprios compósitos, Hearing e Buyukozturk (2000)
observam que PRF com fibras rígidas, como as de carbono, exibem excelente
resistência à fadiga. Já o desempenho mais modesto à fadiga dos compósitos com
fibras de vidro é atribuído à baixa rigidez dessas fibras, que resulta em menor
transferência de tensões e maior exposição da matriz a grandes tensões e
deformações. Embora as fibras de ararnida possuam rigidez intermediária, entre
as fibras de carbono e de vidro, o mesmo não pode ser dito em relação ao seu
comportamen to à fadiga, já que essas fibras são sensíveis a danos causados por
um processo chamado desfibrilação, que eventualmente pode levar rupturas por
fadiga (ISIS, 2003). , .
No início da década de 90 foram realizados no EMPA, na Su1ça, ensaios de
fadiga de vigas de concreto a:.mado reforçadas com lami?ª1º~ lnbridos de fi~ra
de vidro e carbono. Esses testes pione~os fornecer.am ev1.dencias ?e.que, apose~
o falha da armadura original, os larrunados hfbndos ainda resistiam. Test
affiO.J)aiS foram realizados em Vigas de con~ret? arma~~~~:.Ç :ts ~~C crm
a 40°C e 95% de umidade relativa, com o mtwto de nto cíclico N atninados
colados poderiam
. resistir a altas umidades sob carregame t · ~se cas
, · de carregarnen o que Ja h . ,0
o PRFC só f01 arrancado do concreto em mve1s _ 0 aviam.
causado o escoamento da armadura longitudinal de traçao. ;tros O
;esultados de
testes de fadiga indicam que, nas vigas de con~r~to arma re orçad~ colll
laminados de PRF, submetidas a carregamento c1clic~, ª ruptura por f~d1ga se
inicia na armadura tracionada e ocorre antes que seJarn detectados sinais de
ruptura no concreto, no adesivo ou nos laminad~s d<:, reforço. .
Os tipos de fibra e matriz empregados na fabncaçao do PRF, assrm como suas
porcentagens em volume, aliados a fatores como temperatura e presença de
umidade influenciam de forma significativa o comportamento q~anto à
fluência, podendo ocasionar um fenômeno chamado rup~ra por fluencia ou
deformação lenta, fadiga estática ou, ainda, corros~o sob t~~sao. Estudos indicam
que as fibras de carbono não são susceptíveis à fadiga estanca, enquanto as fibras
de aramida apresentam um comportamento intermediário entre as fibras de vidro
e carbono (FIB, 2001). O consórcio ISIS (2003) recomenda que, para evitar
problemas de ruptura por fadiga estática, o nível de tensão permanente
considerada no dimensionamento seja de, no máximo, 20% para PRFV, 30% para
:RFA e_50% par~ PRFC, em relação às suas resistências úl~~~- Essa precaução
e_ c?ns1derada importante, mas pode trazer consequencia s econômicas
significativas, ao aumentar as seções dos compósitos e , conseqüentemente, 0
custo da operação de reforço. Segundo o Consórcio ISIS (2003) , mesmo que as
fibras que formam os PRF apresentem baixa fluência , as matrizes dos PRF, por
serem materiais visco-elásticos, fazem com que o PRF sofra deformação lenta
quando sub~etido a carregamentos constantes. Entretanto, se as tensões
cor~st~ntes aplicada~ ~os PRF forem limitadas, a fluência não será significante na
mruona dos PRF utilizados na Engenharia Civil.

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