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Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e Enoenhari d M · ·

e a e " atena1s
Geraldo Cechella Isaia (Organizador/Editor)
© 2010 IBRACON. Todos direitos reservados.

Capítulo 28

Argamassas
Helena Carasek l
Universidade Federal de Goiás

28.1 Introdução

28.1.1 Definição e histórico

Ar"ga~assas são _materiais de con trução. com propriedade., o


aderencia ~ endurecimen to. obtidos a partir da mi stura homogên .. a de
um ou mais aglomerante s. agregado miúdo (areia) e água, podendo
conter ainda aditivos e adições minerais.
As argamassas são materiais muito empregados na construção civil.
sendo os seus principais usos no assentamento de alvenarias e -·as
etapas de revestimento , como emboço. reboco ou revestimento de
camada única de paredes e tetos. além de contrapisos para a
regularização de pisos e ainda no assentamento e rejuntamento de
revestimento s de cerâmica e pedra.
Os primeiros registros de emprego de argamassa como material de
construção são da pré-história, há cerca de 11.000 anos. No sul da Galiléia,
próximo de Yiftah 'el, em Israel. foi descoberto em 1985, quando de uma
escavação para abrir uma rua, o que hoje é considerado o registro mais
antigo de emprego de argamassa pela humanidade: um piso polido de 180
m2 , feito com pedras e uma argamassa de cal e areia. o qual se estima ter sido
produzido entre 7.000 a.e. e 9.000 a.e. (EUROPEAN MORTAR
INDUSTRY ORGANIZAT ION - EMO. 2006: HELLENIC CEMENT
INDUSTRY ASSOeIATIO N - HeIA. 2006). O segundo registro mais antigo
é de 5.600 a.e., em uma laje de 25 cm de espessura, também executada com
argamassa de cal, no pátio da Vila de Lepenske-Vir, hoje Iuguslávia
(VENUAT apud GUIMARÃE S, 1997). A partir daí existem vários registros
do emprego de argamassas de cal e gesso pelos egípcios. gregos, etruscos e
romanos.
,Como visto, as argamassas mais antigas eram à base de cal e areia. No

âgndece 80Eng. Mário~~rgio Jorge dos Santos, do Núcleo de Tecnologia das Argamassas e
• NUrBA, da UFG, pela colaboração na elaboração deste capítulo.
894 H. Carasek

entanto, com as alterações das técnicas de construção, novos mate


foram desenvolvido s. As argamassas modernas geralmente possu
sua composição também o cimento Portland e, muito freqüent/ 111 e,t
aditivos orgânicos para melhorar algumas propriedades , c:enie,
trabalhabilid ade. Esses aditivos são, por exemplo, os incorporado~ º a
ar que modificam a reologia da massa fresca pela introduçães de
0
pequenas bolhas de ar, ou mesmo os aditivos retentares de água (à b de
de é s teres de celulose, os quais regulam a perda da água ~e
a massamento ). Já no final século XIX surgiram, na Europa e nos Estad e
U nid os, as argamassas industrializa das, misturas prontas, dosadas os
plantas industriais, para as quais, na obra , só é necessária a adição ei
água, as quais são m uito empregadas atualmente também no Brasil. e

28 .12 Objetivos e foco

Este capítulo tem como objetivos apresentar a classificação, as


funções , os requisitos e as propriedade s mais importantes das
argan1assas, associando tais p ropriedades com alguns métodos de
ensaio diç,poníveis para sua de terminação. São discutidos também
aspectos da dosagem e preparo das argamassas. São abordadas somente
L argamassas inorgânicas, principalme nte argamassas à base de
.,

mcnto Portland e cal ou de cimento Portland e aditivos, com função


de assentament o de alvenaria e de revestimento de paredes. As demais
argam assas destinadas a outras funções são tratadas mais
superficialm ente, uma vez que essas apresentam inúmeras
particularida des. Além disso, e m termos de consumo de materiais na
obra, essas outras argamass as representam menor volume e são
freqüente mente compradas prontas (argamassas industrializadas)
ficando a responsabili dade do seu proporciona mento aos fabricantes.
Cabe destacar-se que o foco do capítulo é o estudo da argamassa
enquanto m ateri al de construção. No entanto, não se deve esqu:~er
que, na prá tic a , é importante, dentro de uma visão sistêmica. a anahse
do material aplicado, ou seja, a avaliação do desempenho. Nesse
sentido , uma rápida abordagem de desempenho de alguns subsistemas
con s tituídos por argamassas é feita na seção 28.3, além de serem
apresentado s alguns aspectos sobre manifestaçõ es patológicas de
revestimento s de argamassa na seção 28.6.

28.2. Classificaç ões

As argamassas podem ser classificada s com relação a vários


critérios , alguns dos quais são propostos no Quadro 1.
Argamassas 895

Quadro J - Classificação das argamassas.

Critério de classificação Tio o


Quanto à natureza do aglomerante • Argamassa aérea
• Argamassa hidráulica
• Argamassa de cal
Quanto ao tipo de aglomerante • Argamassa de ciment o
• Argamassa de ciment o e cal
• Argamassa de gesso
• Argamassa de cal e gesso
Quanto ao número de • Argamassa simples
aalomerantes • Argamassa mista
Quanto à consistência da • Argamassa seca
argamassa • Argamassa plástica
• Argamassa fluida
• Argamassa pobre ou ma gra
- -
Quanto à plasticidade da
argamassa • Argamass a média ou cheia
• Argamass a rica ou gorda
Quanto à densidade de massa da • Argam assa leve --
argamassa • Argamassa normal
• Argamassa pesada
• Argamassa pre pa rada em ob,
Quanto à forma de preparo ou • Mistura sem ipronta para argam as sa
fornecimento • Argamassa industrializada
• An:iamassa dosada em central

As argamassas podem também ser classificadas segundo sua função na


construção, conforme resumo apresentado no Quadro 2.
Quadro 2 - Classificação das argamassas segundo as suas fun ções na construção.

Função Tipos
Para construção de alvenarias Araamassa de assentamento (elevacão da alvenaria)
(ver item 28.3.1) Araamassa de fixação (ou encunhamento) - alv. de vedação
Argamassa de chapisco
Para revestimento de paredes e Araamassa de emboço
tetos Araamassa de reboco
(ver item 28. 3.2)
Araamassa de camada única
Argamassa para revestimento decorativo monocamada
Para revestimento de pisos Araamassa de contrapiso
Araamassa de alta resistência cara ciso
Para revestimentos cerâmicos Argamassa de assentamento de peças cerâm icas - col
ante
(paredes/ pisos) Araamassa de rejuntamento
~ Para recuoeracão de estruturas Araamassa de recaro

ZB..3 ~ç õe s das argamassas, requisitos de desempenho e propriedades


DUlis relevantes

s das argamassas estão associadas diretamente às suas finalidades ou


. Nesta seção são discutidas, para as argamassas mais empregadas na
896 H. Carasek

construção civil (as argamassas de assentamento de alvena .


. na e d
re~es~1m_ento de_paredes), as_ suas funções, e ~ elas são associad e
pnnc1pa1s propriedades. Ao fmal da seção, esta apresentado um .as as
resumo. em que, também para as demais argamassas (de ch~u_adro
contr~p1so, colante, de rejuntamento e de reparo), são listalisco,
p~opned~des mais relevantes. As principais propriedades, por as su:s
s ao explicadas e associadas aos métodos de ensaio na seção 28 4 dvez,
capítulo. · este

28 3 .1 Argamassa de assenta,mento de alvenaria

A argamassa de assentamento de alvenaria é utilizada para a elevação


de paredes e muros de tijolos ou blocos , também chamados de unidades de
alvenaria . As pri ncipais funções das juntas de argamassa na alvenaria são:
• unir as unidades de alvenaria de forma a constituir um elemento
m, nolítico contribuindo na resistência aos esforços laterais; Aret
• , istn ,uir li f )rmemente as cargas atuantes na parede por toda a área 31eoamas
\:! istt nte dos blocos; uma fia
..,dar as juntas e arantindo a estanqueidade 2 da parede à penetração de sucção
át-ua las chuva: . momen
• absor ve1 as defe rmações naturais , como as de origem térmica e as de perda
r ·trc1 âo por ~ecagem ( origem higroscópica) , a que a alvenaria estiver perder
uje1ta. possíve
Par..i cumprir essas funções, algumas propriedades tornam-se essenciais.
No caso das argamassas de assentamento, as principais propriedades
almejad .. s são: resiste
• trabalhabilida de - consistência e plasticidade adequadas ao processo comu
de execução, além de uma elevada retenção de água; reduzi
• aderência; Produt"
• resistência mecânica; aderên
• capacidade de absorver deformações. _ Para0
A trabalhabilida de , conforme será discutido em detalhes na seçao · 4 aglorn
é que garantirá as condições de execução da parede . Por exemplo. s~ ª bloco
aroamassa não apresentar consistência adequada, estando muito fluida em urn
qu ando da colocação de um bloco sobre a junta de assentamento qu;
0
em co
ainda está no estado fresco, a argamassa pode ser esmagada e a Pelos
demasia, gerando uma junta de altura inadequada, ou seja, de espe:5°;0 Ocorre
menor do que a prevista, além de dificultar a execução da p~re
5
a :r bloco
alinhamento e no prumo . Por outro lado, deve-se aJ~ } rl1lª
trabalhabilida de, principalmen te a plasticidade da a~gamassa. ~-15~aga
de aplicação. A argamassa de assentamento a ser aphcada com será
exige uma plasticidade maior do que a de uma argamassa q~:er de
aplicada pelo método mais tradicional, ou seja, empregando a co
pedreiro ou mesmo a palheta (Figura 1).
·tud"'
·fi -
2 Estanqueidade à água é a propriedade dos materiais, componentes ou elementos da ed1 1caçao
de não pefllll
infiltração de água.
Argamassas 897

(a) (b)
Figura 1 - Aplicação de argamassa de assentamento: (a) bisnaga (foto: Prudêncio Jr.) e
(b) meia desempenadeira ou palheta (foto: ABCP).

A retenção de água é uma propriedade muito import~nte _para as


aroamassas de assentamento , uma vez que , após a sua aphcaçao sobre
u;a fiada de blocos ou tijolos, a argamassa começa a perder água , pela
sucção dos componentes de alvenaria e pela evaporação . Nesse
momento. a propriedade em questão torna-se importante , regulando a
perda da água de amassamento durante o processo de secagem. Se
perder água muito rapidamente, a argamassa ressecará , e não será
possível o adequado ajuste dos bJocos da próxima fiada , prejudicando o
seu nivelamento e o prumo da parede, o que pode levar a uma
distribuição não uniforme das cargas atuantes na parede pela área
resistente dos blocos. Por outro lado, caso queira corrigir esse problema
com uma argamassa de baixa retenção de água, o pedreiro deverá
reduzir a área na qual espalhará a argamassa, prejudicand o a
produtividade do serviço. Além disso, a retenção de água influirá na
aderência, uma vez que, se a argamassa perder água muito rapidamente
para o bloco abaixo da jun.ta, poderá faltar á~ua (a qual carrega consigo
aglomerant~s) para .garantir. uma adequada ligação da argamassa com
bloco su~enor. A Figura 2 ilustra a perda de água da argamassa fresca0
em uma Junta. de ~ssentamento ; observe que além da argamassa entrar
em contato primeiro com o bloco inferior, sofrendo o efeito da sucção
~
pelos seus por?s, efeit~ da força da gravidade também contribui para
obc1oco
orre~inferior.
um_a ltgaçao mais efetiva entre a junta de assentamento e
0
e,;;
"Ci

Unidade de alvenaria J Sucçifo -


Pasta contendo produtos de hidratação do
&
Argamassa
cimento

1) A argamassa é colocada sobre a A pasta da argamassa é absorvida pela unidade 1


unidade de baixo de alvenaria inferior

A argamassa está mais seca e a unidade superior absorverá


2) A unidade de acima é colocade •• menor quantidade de água (e menor quantidade de produtos
de hidratação do cimento) do que a Inferior.

"r,,ação dos cristais de etringita nos poros da unidade de


) Com passar do tempo ocorre
3 a hidratação do cimento
Paria, sendo estes cristais mais profundos e em maior
,tidade na unidade inferior do que na superio r.

L:__ -
1
J. -.-- 1
1

Ensaio de tração direta 1-----·· ----· A ruptura ocorre na interface argamassa/


unidade superior.

l
Figura 2 - Interação entre argamassa de assentamento e os blocos em uma alvenaria (adaptada de GALLEGOS, 1989).

//h
Argamassas 899

A aderên cia, por sua vez, é uma proprie dade essenci al. ~º. ~aso das
argama ssas de assenta mento, tendo em vista que ela perm1t ua a par.ede
resistir aos esforço s de cisalha mento e de tração, além de garant u a
estanqu eidade das juntas, impedi ndo a penetra ção da ág.ua _das chu vac;.
Por fim, com relação à resistê ncia mecân ica , pnnc1p alment ~ .ª
resistên cia à compre ssão, sabe-se que a argama ssa deve adq~1_11r
rapidam ente alguma resistê ncia, permit indo o assenta mento de var as
fiadas no mesmo dia, bem como desenv olver resistê ncia adequa da ao
longo do tempo. Apesar disso, não são necess árias resistê ncias altas das
argama ssas para garant ir o bom desem penho das parede s; pelo
contrár io, a resistê ncia da argama ssa não deve nunca ser superio r à
resistên cia dos blocos. Isso ocorre porque a argama ssa exerce pouca
influência na resistê ncia à compre ssão da alvena ria, compo rtamen to
explica do pelo estado multiax ial de tensões ao qual a junta de
argamassa está submet ida, devido à restriçã o de deform ações late -ais
que os blocos impõem à junta. A Figura 3 ilustra o efeito da resistê ncia
da argama ssa na resistê ncia da alvena ria, mostra ndo que uma
diminu ição de quase 90% na resistên cia à compre ssão da argamassa
leva a uma reduçã o inferio r a 20% na resistên cia final da parede ,
quando se consid era o empreg o de um único tipo de unidad e de
alvenaria. Além disso. é import ante destaca r-se que as argama ssas de
alta resistên cia, as quais geralm ente possue m um teor elevad o de
ciment o, além de caras. possue m baixa capaci dade de absorv er
deformação, outro requisi to fundam ental da junta de assenta mento.
100
90
80
70
60
50 • Resist Argamassa
40 • Resist Alvenaria
30
20
10
o
1:0:3 1:1/4:3 1:1:6 1:2:9 1:3:12
Traço da argamassa
(clmento:cal:antla - em volume)
Figura 3 - Influência da resistência da argamassa na resistência da parede
(BUil..DING RESEARCH STATION, 1965).

A capacidade de deformação está associada ao módulo de elasf .d d d


argamassa. A argamassa de assentamento deve d ic1 a e a
apr~~entar fissuras prejudi ciais, ou seja, ela de~eer se deform~r. sem
solicitações diversas, apenas apresentar microfissuras.' quando SUJe1ta a
900 H. Carasck

283.2 Argamassa de revestimento

Argamassa de revestimento é utilizada para revestir paredes , muros e tetos, os


quais: geralmente. recebem acabamentos como pintura , revestim entos cerâmicos,
laminados. etc.
O revestimento de aroamassa pode ser constituído por várias camada s com
características e funções°específicas, conform e definido a seguir e ilustrado na
Figura 4:

emboço camada pintura


R(M
pintura
única

.·~
• J
••.,.
,------ -.':".>-:-,.-::1

substrato \}
i:.
substrato ~ (

..
.,•.•
....
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~!
,, '

K .• -:' .
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~-,,. )

/}.~'
•'t·
·;,.. i:
, reboco -
~~_.PISCO chapisco
Europ 8 1 mm 1..-1 :r.,ial;
Brasrl '3 a 30 mm
(a) (b) ,.~1
Figura 4 - Diferentes alternativas de revestimento de parede: (a) emboço+ reboco+ pintur,1 (sistema mais antigo,
atualmente pourn utilLrndo): (b) camada única+ pintura; (c) revestimento decorativo monocamada (ROM).

• Chapisco: camad a de preparo da base, aplicad a de forma contínu a


ou descon tínua, com finalid ade de uniform izar a superfí cie quanto à
absorç ão e melhor ar a aderên cia do revesti mento.
• Emboço: camad a de revesti mento execut ada para cobrir e
regular izar a base, propici ando uma superfí cie que permit a receber
outra camad a, de reboco ou de revesti mento decora tivo (por
exemp lo, cerâmi ca).
• Reboco: camad a de revesti mento utilizad a para cobrim ento do
emboç o, propic iando uma superf ície que permit a recebe r o
revesti mento decora tivo (por exemp lo, pintura ) ou que se constitu a
no acabam ento final.
• Camada única: revesti mento de um único tipo de argama ssa
aplicad o à base, sobre o qual é aplicad a uma camad a decorat iva,
como, por exemp lo, a pintura ; também chamad o popula rmente de
"massa única" ou "reboc o paulist a" é atualm ente a alterna tiva mais
empreg ada no Brasil.
• Revestimento decorativo monocamada (ou monoc apa) - RDM:
Trata-s e de um revesti mento aplicad o em uma única camada , que
faz, simulta neman ete, a função de regular ização e decora tiva, muito
Argamassas 901

de RDM é um pro~u!
. com compo s1çao o
utilizad o na Europa . A arga~a ssa
1
industr ializad o, ainda não nor?lah zado no ~rasgie~almente: cimento
variável de acordo com o fabrica nte , co~t~n o i mentos
branco, cal hidrata da, agre~a dos de , v.anas d~a_ture z(~la~ tfficar .e,
inorgân icos, fungici das, alem de vanos a itivos
retento r de água, incopo rador de ar, etc.). arede
As principais funções de um revesti mento de argama ssa de P
são:
• protege r a alvenar ia e a estrutu ra contra a -
açao d o ·
rn t em perism o , no
caso dos revesti mentos externo s; . .
• integrar o sistema de vedaçã o dos edifício s, contnb ~indo com
diversas funções , tais como: isolam ento térmico (-30% ), isolam ento
acústico (-50% ), estanqu eidade à água (-70 a 100%), segura nça ao
fogo e resistên cia ao desgas te e abalos superfi ciais; .
• regular izar a superfí cie dos elemen tos de vedaçã o e servir co,~o base
para acabam entos decora tivos , contrib uindo para a estetic a da
edifica ção 3 •
Visando satisfa zer às funçõe s citadas anterio rme nte, algum as
propriedades tornam -se essenci ais para e~sa,_s a~gamass~s? a saber: _
• trabalh abilida de, especia lmente cons1stencia, plasticidade e adesao
inicial;
• retração;
• aderência;
• permea bilidad e à água;
• resistência mecâni ca, princip alment e a superfi cial;
• capacidade de absorv er deform ações.
A trabalhabilidade é a proprie dade que garanti rá não só condiç ões de
execução, como também o adequa do desemp enho do revesti mento em
serviço. Deve-s e ajustar a trabalh abilida de da argama ssa à sua forma de
aplicação em obra. Assim, relativo à aplicaç ão , a consist ência e a
plasticidade da argama ssa deverã o ser diferentes se a argama ssa for
aplicada por meio de colher de pedreir o (aplica ção manua l), ou se for
projetada mecani cament e, em equipa mento onde a massa é bombe ada
através do mangote e projeta da na pistola com auxílio de ar compri mido.
No segundo caso, as argama ssas devem ter uma consist ência mais fluida
e, .Principalmente, uma alta plastic idade, que permit irá o bombe amento
(F1~ura 5). Além disso, se a argama ssa não possuir a trabalh abilida de
satisfatória e não gara~ti r a sua correta aplicaç ão, haverá prejuíz o ao
desempenho do revestimento, uma vez que várias proprie dades da
arg:1"1ª!sa no estado endurecido serão afetadas pelas condiç ões de
aphcaçao (estado fresco) , como é o caso da aderên cia.
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Figura 5 -Aplicação da argamassa <lt' re,t's1tme1ltl,: t ,1) manu:ll e (bl pn1Jd o m amcnte. ~, r:1do, per~t
.... ocorrera
Outra proprie dade essenci al. tambem ,l\so iada a bi :dade. é a
1
,,..Jdescolado.
3
adesão inicial, ou seja, a capacid ade de un.,1o da 1 a no estado • nt
• '_, re,·esume
fresco ao substra to (parede , por e,empl ú). Ao e1 ~ parede. a
· rver peque~
argama ssa deve se fixar imediat amente ~ superft u e :-,Correr ou de microft
despren der, permiti ndo manipu lações que vi~am e. pa ' acomod á-la
correta mente , além de garanti r o contah.' efrtivo entre e ..1ter· ais ( o que :~queidade e
propor cionará a aderênc ia após o seu endurec i mento) . A nda no estado :iódulo de e
fresco, após a aplicaç ão da argama ssa. ser.1 importa nte control ar a retração · miará tant
plástica , proprie dade relacio nada à fissuraç ão do revcsti me'1to.
No estado endure cido , a proprie dade fundam ental é a aderên cia. sem a
qual o revesti mento de argama ssa não atender á a nenhum a de suas
funçõe s. A aderênc ia é a proprie dade que permite ao revesti mento de
argama ssa absorve r tensões normai s ou tangenc iais na superfí cie de
interfac e com o substra to. Essa proprie dade e uma das poucas que possui
critério de desemp enho especif icado cm norma no Brasil, conform e
apresen tado no Quadro 3.

Quadro 3 - Limites de resistênc ia de aderência i\ traçàn {Ra) pnra revestime ntos de argamassa de parede
(emboço e camada única). st'gundo a BR 13749 (ABNT, 1996).

Local Acabamento Ra (MPa)


Interna Pintura ou base para reboco > 0,20
Cerâmica ou laminado >0,30
Externa Pintura ou base para reboco > 0,30
Cerâmica ~0.30

Já a permea bilidad e à água é a proprie dade que está relacio nada com a
função de estanqu eidade da parede . muito import ante quando se trata de
Argamassas 903

. 'b , · d ' 1 quando o edifício


reve stimentos de fachada . Esse atn uto e pnmor ia . , . .
· , · · · -
está situado cm região de alto md1ce de prec1~1~a~ao P. . luv1ometnca pois 0
_ d~ á ua
revestimento tem como função proteger o ed1fic10 da rnf1!traçao g ·
C·iso contrário. a umidade infiltrada pelas paredes causara proble~~s qdue

comprometem · ·
tanto a h1g1ene e a sau' d e d os usuanos
' · , co mo ,a estetica
. o
edifício. além de estar associada às manifestações patolog1cas como
eflorescência s. descolamento s e manchas de bolor e rr:iofo . E ssa
propriedade assume maior !mpor~ância no c~so dos revestimento ~ de
argamassa que não receberao mais nenhum tipo de acabament~ fi nal,
como a pintura ou o revestimento cerâmico, caso do re~est1mento
decorativo monocamada - RDM. No entanto, de nada adianta uma
argamassa de baixa permeabilidad e à água, se o revestimento estiver todo
fissurado. permitindo a penetração da água pelas aberturas . Da mesma
forma, ocorrerá enorme prejuízo à estanqueidade caso o revestimento
esteja descolado.
O revestimento de argamassa deve também apresentar capacidade de
absorver pequenas deformações, para se deformar sem ruptura ou por
meio de microfissuras, de maneira a não comprometer a sua aderência,
estanqueidade e durabilidade. Essa complexa propriedade está associada
ao módulo de elasticidade e à resistência mecânica das argamassas e
influenciará tanto na fissuração como na aderência dos revestimentos . A
resistência mecânica diz respeito à propriedade dos revestimentos de
possuírem um estado de consolidação interna capaz de suportar esforços
mecânicos das mais diversas origens e que se traduzem, em geral, por
tensões simultâneas de tração, compressão e cisalhamento . Esforços como
o desgaste superficial, impactos ou movimentação higroscópica são
exemplos de solicitações que exigem resistência mecânica dos
revestimentos, pois geram tens?es. in~ernas que tendem a desagregá-los
(SELMO, 1989). Um dos pnnc1pa1s problemas nos revestimento s
associado à resistência mecânica da argamassa, é a baixa resistênci~
superficial. que se traduz na pulv~rulência , prej.udicando a fixação das
ca~a~as de acabamento, como a pmtura ou, mais grave ainda, as peças
ceram1cas.

l8.3.3 Resumo das principais propriedades das argamassas associadas às


suas funções

Conforme a função da argamassa na construção, os requisitos podem variar


como mostrado no Quadro 4. '
904 H. Carasek

Quadro 4 _Principais requisitos e propriedades das argamassas para as diferentes funçõe


s.
- Ti po da- -~ _: _- -- -= --o-- = = -- -- -r -~
Funçã Pri~ nc~ ;;is;;
ipa ;-uis;rito.~
req s/ ~ -
a_rga_ma-ª-s-ª-- -~ -- -., -- .,- -- :- -- --.---+ -,= ---: ---: -:-- -::- ':-propriedades. • .
•Un ir as unidade de alvenaria e •Trabalhabilidade (cons1stenc1a,
Argamassa ajudá-las a resistir aos esforços plast~cid~de e retenção de água)
de laterais • Aderenc1a
assentament ·Di str ibu ir uniformemente as cargas •Capacidade de absorver
o de atuantes na parede por toda a área def~m~aç~es • .
alvenaria resistente dos blocos •Res1stenc1a mecanica
(elevação) ·Ab sor ver deformações naturais a
que a alvenaria estiver sujeita rrabalh
_~Selar as juntas _ e-
·Ga ran tir aderência entre a base e o ·Rugosidade
. _ facilidad
Chapisco revestimento de argamassa • Aderência ª Jidad
•co ntr ibu ir com a estanqueidade da conso 'li
vedação U"Jbalhab1
·Pr ote ge r a alvenaria e a estrutura •rra ba lha bilidad e ,J'. Ja<I<' e "trabaihaJll
contra a ação do intemperismo adesão inicial)
Emboço e •in teg rar o sistema de vedação dos •Baixa retração que o pedr
camada
única
edifícios contribuindo com diversas 1• Ad erência revestirnen
funções (estanqueidade, etc.) •Baixa perme abtl d ~ua
·Re gu lar iza r a superfície dos ·Capacidade de u >
produtivida
elementos de vedação e servir deformações base eapre
com o base para acabamentos •Resistência mec."1r
_ decorativos Atrabal
Contrapiso ·R eg ula riz ar a su pe rfíc ie para1°Aderência - - -
___ -~ eb er acabamentg {Qj§Q)
diversas ou
!• Resistência mecântc:..
1•Trabalhãbilidade (pl as t•c 1d
ad ~
água e de e
Argamassa º"Colar" a peça cerâmica ao retenção de água. tem po em (Quadro 5).
colante substrato aberto, deslizamento e adesão
(assentamento • Absorver deformações naturais a
1 inicial)
podem ser
d_e qu e o sistema de revestimento
revestimento cerâmico estiver sujeito
1• Ad
erência
Capacidade de absorver
1
para uma ar
cerâmico) •

deformações (flexibilidade) -
principalmente para fachadas.
•Vedar as jun tas •rra bal hab ilid ade (consistência,
Argamassa •Pe rm itir a substituição das peças plasticidade e adesão inicial)
de cerâmicas •Baixa retração
rejuntamento • Ajustar os defeitos de alinhamento • Aderência
(das juntas de ºAb sor ver pequenas deformações ºCapacidade de absorver
assentamento do sistema deformações (fle xib ilid ad e)-
das p~ças prin cip almente para fachadas
ceram,cas)
•rra bal hab ilid ade
Argamassa ·Reconstituição geométrica de ·Ad erê nci a ao concreto e
de reparo de elementos estruturais em processo armadura originais
estruturas de de recuperação ·Ba ixa retração
concreto •Resistência mecânica
•Ba ixa permeabilidade e absorção
de áqua (durabilidade)

28.4. Propriedades das argamassas e métodos de ensaio associados

Apresenta-se, a seguir, uma discussão das principais propriedades da~


argamassas, tanto no estado fresco, como no endurecido. Neste momento, e
importante enfatizar-se que as propriedades das argamassas só podem ser
avaliadas de forma completa se considerada a sua interação co m o material corn
o qual elas estarão em contato, pois as argamassas se comportam diferentemente
quando aplicadas sobre distintos materiais porosos (por exemplo. blocos
Argamassas 905

erâmicos ou de concreto). No entanto, tendo em vista o objetivo deste capítu~o,


~s aspectos relacionados às características e propriedades dos subs?"~tos sera
o
abordados apenas superficialmente e quando extremamente ne ce ss anos pa ra
a
discussão da propriedade.

28.41 Trabalhabilidade e aspectos reológicos das argamassas


Trabalhabilidade é propriedade das argamassas no estado fresco qu e de ten ni na
a facilidade com que elas podem ser misturadas , transportadas , aplicadas
.
consolidadas e acabadas, em um a condição homogênea. Como o no me sugere
trabalhabilidade se refere à maneira como as argamassas se co m portam ou
"trabalham" na prática. U m a argamassa é chamada "trabalhável" quando permite
que o pedreiro ou o aplicador execute bem o seu trabalho, ou seja, no ca so de
revestimento, por exemplo, que el e possa executar o serviço com bo
a
produtividade, garantindo que o revestimento fique adequadamente ad er id o
à
base e apresente o acabamento superficial especificado.
A trabalhabilidade é um a propriedade complexa, resultante da conjunção de
diversas outras propriedades, tais como: consistência , plasticidade, retenção de
água e de consistência, coesão, exsudação, densidade de massa e adesão inicia
l
(Quadro 5). Para cada tipo ou função de argamassa, algumas destas propriedade s
podem ser mais importantes do que as outras, como é o caso da retenção de água
para uma argamassa colante de assentamento de peças cerâmicas.
Qu adr o 5 - Propriedades relacionadas com a trabalhabilidade das argamassas.

Proorlec:lades Deflnlcão
Consistência Ê a maior ou menor facilidade da argamassa defonnar-se sob aç ão de
cargas.
Plasticidade Ê a propriedade pela qual a argamassa tende a conservar-se deformada
aoós a retirada das tensões de deformacão.
Retenção de água e Ê a capacidade de a argamassa fresca manter sua trabalhabilidade
de consistência quando sujeita a solicitações que provocam a perda de água.
Coesão Refere-se às forças físicas de atração existentes entre as partícula
s
sólidas da argamassa e as ligações químicas da pasta aglomerante.
Ê a tendência de separação da água (pasta) da argamassa, de modo qu e
Exsudaçlo a água sobe e os agreg_ados descem pelo efeito da gravidad
e.
Argamassas de consistência fluida apresentam ma ior tendência
à
exsudacão.
Densidade de masaa Relacão entre a massa e o volume de material.
Adesão Inicial União inicial da amamassa no estado fresco ao substrato.

28.4.I .1 Consistência e plasticidade


traG
b e~ ~n te , o único meio direto do qual o pedreiro dispõe para corrigir a
alhabilidade da argamassa em obra é alterar a quantidade de água d
~ e n to , ~ vez qu~ as proporções dos componentes são pré-fixadas. Es s:
~ pe ~ adiçao ~e Ill3.ls ou menos água, em primeiro lugar, diz res ito à
Qp ia ou flwdez da argamassa, a qual pode se r classificada
e: se ca ,
Argamassas 905

cerâmicos oti de concreto). No entanto. tendo em vista o objetivo deste capítulo ,


os aspectos relacionados às características e propriedades dos substratos serão
abordados apenas superficialmente e quando extremamente necessários para a
discussão da propriedade.

28.4.1 Trabalhabilidade e aspectos reológicos das argamassas


..
Trabalhabilidade é propriedade das argamassas no estado fresco que determina
a facilidade com que elas podem ser misturadas. transportadas, aplicadas.
consolidadas e acabadas, em uma condição homogênea. Como o nome ugere.
trabalhabilidade se refere à maneira co~o as argamac;;sas ,.,..~ com
"trabalham" na prática. Uma argamassa e L'hamada ··trabalháv~r· l "ri,; ,.J "'TI .ute
que o pedreiro ou o aplicador execute bem o eu tra11alh lt
revestimento, por exemp lo. que ele pos :l e ecL tar
1
produtividade, garantindo que o re\'e~t nento fiqu..,
1 base e apresente o acabamento superfic!.:u e re-,:i "'ªd
~1
1
A trabalhabilidade é uma propriedade comple a, r; ~ i' ncão de
diversas outras propriedades. tais corno: con ü,tênda. 1,1a • • t tção de
água e de consistência. coesão . exsudação. densidade dt! ~~ a "' de,.,ao inicial
(Quadro 5). Para cada tipo ou função de~ -gamassa. algumas d~~~ propriedades
podem ser mais importantes do que as ouúas. como é o ca~o dã rcten\'ão de água
para uma argamassa colante de assentamento de peças ceràmicas.
Quadro 5 - Propriedad es relacionadas com a trabalhab1lidade das argamassas.
1
Propriedades Deflnlcão
1
É a maior ou menor facilidade da argamassa deformar-se sob ação de
Consistência cargas.
É a proprieda de pela qual a argamassa tende a conservar-se deformada
Plastlcldade após a retirada das tensões de deformacão.
Retenção de água e É a capacidade de a argamassa fresca manter sua trabalhab ilidade
de consistência quando sujeita a solicitações que provocam a perda de água.
Refere-se às forças fTslcas de atração existentes entre as partículas
Coesão sólidas da argamassa e as ligações químicas da pasta aglomerante.
É a tendência de separação da água (pasta) da argamassa, de modo que
a água sobe e os agregados descem pelo efeito da gravidade.
Exsudação Argamassas de consistência fluida apresentam maior tendência à
exsudacão.
Densidade de massa Relacão entre a massa e o volume de material.
Adesão Inicial União inicial da argamassa no estado fresco ao substrato.

28.4.1.1 Consistência e plasticidade


Geralmente, o único meio direto do qual o pedreiro dispõe para con-igir a
trabalhabilidade da argamassa em obra é alterar a quantidade de água de
mnassamento, uma vez que as proporções dos componentes são pré-fixadas. Esse
ajuste , pela adição de mais ou menos água. em primeiro lug~r. diz respeito à
consistê ncia ou fluidez da argamassa. a qual pode ser classificada em seca.
906 H. Carasd:

plástica ou fluida. dependendo da quantidade de pasta aglomerante existente ao


redor dos agregados (YALDEHITA ROS ELL OJ97 6), como detalhado no
Quadro 6.
Quadm 6 Consistcncia das argamassas.

A pasta aglomerante somente


Argamassa preenche os vazios entre os
Seca agregados, deixando-os ainda em
contato . Existe o atrito entre as
1asticida
e partículas que resulta em uma Ap de ap
o massa áspera. e forrna ai si
Bolha
3gua. a qu
N orcionam
de ar proP . d s
s plastic1da _e. d.
1 Uma fina camada de pasta ··trabalhab1h a
s Argam assa aglomerante "molha• a superflcie ,inônimos da t
Plástica* dos agregados, dando uma boa
T adesão entre eles com uma
· Atrabalhabil
~ estrutura pseudo-sóllda 0 substrato.
N características
e Grão de características
areia condições amb
As particulas de agregado estão
imersas no interior da pasta
podem ser a\
A
Argamassa aglomerante, sem coesão interna e 1 propriedades c
com tendência de depositar-se por +
Fluida
gravidade (segregação). Os grãos + ::_ / . aexsudação e
alíneas).
de areia não oferecem nenhuma +
resistência ao deslizamento, mas a
argamassa é tao líquida que se
f Do ponto d
~onsistê nc ia.
espalha sobre a base. sem permitir
a execução adequada do trabalho. Pasta
/ )

* Obs.: O termo tºt)(lsistcn,·ia pb~11,-;1 f'l\,,k µ..·rar alguma confusão t'llll"t' os nmcl'itos das propriedades consistência
acapacidade
deco .. " '
d ns1stencia
d
e plasticidade. Ptxkr-s,•-ia. t'nt;'it,. l'•''l"X't ,, 1t·1rnn co11sistência mkqunda para substituir consistência plástica. No
etensão d
entanto. isso não é li.·it,,. p,,is 11,•m , ..·1111't\' a ,·,,11w,tê11c1a adt•qundn pnra 1m1t1 arµamassa é a plástica, como é o caso
rnodeJo e_ e,
terin reoJooj
das argamassas de nmtr.1pis,, q111· , ;h, ,•lal'l\wada, t'11m uma t·onsistt1 ncin st·t·n. pnra pt•nnitir a sua compactação. os re 1• ti
argarn o ogic
A assa
Quando ajusta a argamassa para a sua consistência preferida, o pedreiro pode ar VaJiar ·
~
1azer um novo JU· lga11ll.'llh.,. l'\.Pn.·ssanLio isso
· em pa 1avras como "aspe
; ra" , " po bre" d gªlllas ' qua
ePe sas
ou ··magra.. {para as l'aractl'rísticas negativas) e "pli.Ística" ou "macia" (para as Só. nde 0... Por
características positi\"as). Nl'SSl.' momento ele esti.Í falando de plasticidade. Essa Já Sã ao So
hab·1· oco
propriedade ~ intlul'Ih..'iada pl.'los tipos e pelas quantidades de aglomerantes e
agregados. pdo k'mpn l' pl.'la intensidade de mistura, alrm de pela presença de ~ação
i l
ªPI~ Idade
O
p
p
aditivos (prinl'ipahnl'llk' do aditivo incorporador de ar). O Quadro 7 associa 0 ~ Pesar· 1

conteúdo de finos da are.amassa l.'Otn a sua plasticidade. Pre1 <te


ij"'dos a,
h~lo Par
~~1 n<1i 1
ti.C\\I it <l l
lh... a,
4à''tllt
Argamassas 907

dro 7 - Influência do teor de finos (partículas < 0,075 mm) da mistura seca na plasti·ct·dade dªs argamassas

Qu~UHERTA VARGAS; MONTEVERDE COMBA, 1984 apud CINCOTTO , SILVA, CARASEK, J995 •
-
% míni ma de finos da argamassa -
Plasticidade
pobre (áspera, magra)
Sem aditivo plastificante
<15
com aditivo plast ifican te
< 10
-
10 a 20
Média Colástica) 15a 25
·-
Rica Coorcla) >25 >20
-
A plasticidade ade qua da para cad a mis tura , de aco rdo c~m a fi~~J i~ad e
e forma de apli caçã o da arga mas sa, dem and a uma qua ntid ade ot1112a de
água, a qual sign ific a uma con sist ênc ia ótim ~ que , por _sua vez é_ fu? ç~_o do
proporcionamento e natu reza dos mat ena 1s . Ass im , con s1ste~c ia e
plasticidade são os prin cipa is fato res con dici ona ntes da p~op11edauc
''trabalhabilidade" e, por isso , algu mas vez es elas são con fund i das com o
sinônimos da trab alha bili dad e.
A trabalhabilidade é alte rada qua ndo a arga mas sa entr a em con tato com
o substrato. A qua lida de e qua ntid ade da alte raçã o dep end em das
características da bas e, tais com o: sucç ão de águ a, text ura sup erfi cial e
características de mov ime ntaç ão de águ a no seu inte rior , além das
condições amb ient ais que vão inte rfer ir na eva por açã o. Ess as alte rações
podem ser ava liad as ind iret ame nte por mei o de cara cter ístic as e
propriedades com o a ade são inic ial, a rete nçã o de águ a e de con sist ênc ia,
a exsudação e a coe são da arga mas sa (qu e são disc utid as nas pró xim as
alíneas).
Do ponto de vist a do com por tam ento reol ógic o 4 das arga mas sas, a
consistência, que diz resp eito à sua mai or ou men or flui dez , está asso ciad a
à capacidade da mis tura em resi stir ao esco ame nto. Por tant o, arga mas sas
de consistências mai s flui das repr esen tam mis tura s com men ores valo res
de tensão de esco ame nto, sen do verd ade ira a recí proc a (sej a qua l for o
modelo reológico con side rado para a arga mas sa em que stão ). Ain da em
termos reológicos, a plas ticid ade está rela cion ada com a visc osid ade da
argamassa.
Avaliar, qua ntif icar e pres crev er valo res de trab alha bili dad e das
argamassas por mei o de ens aios não é uma tare fa fáci l, uma vez que ela
d~~en~e não som ente das cara cter ístic as intr ínse cas da mis tura (qu e por si
~o J~ ~ao com plex as), mas tam bém de vári as prop ried ade s do sub stra to, da
a~ihdade do ped reir o que está exe cuta ndo o serv iço e da técn ica de
aplicação.
Apesar dessas difi culd ade s, são vári os e con sag rado s os mét odo s
:mpre~ad..?s par~ a med ida da con sist ênc ia, dan do, assi m, parâ met ros para
u~vabaçao mdu eta da trab alha bili dad e e pos sibi litan do prin cipa lme nte
co c~ntrole da arga mas sa no esta do fres co. Seg und o a RIL EM (19 82)
i~c~ itua ime nte, os test es que emp rega m a pen etra ção de um cor n '
O
nQt da arga mas sa ava liam basi cam ente a sua con sist ênc ia, ou sej~ , sã~

· logos= estudo): é a ciência que estuda o fluxo e a defonnação dos m te · · a1·


..sftA"··-- li ad
.._11,nic:nto ap e a e a deti a nrus, av 1ando as
onnação em detenninado período de tempo
908 li. Cara.\,•k

eO
e nsaio s q ue mede m princ ipalm ente a tensã o de esco arr "aso do ~ 10
méto do de pene traçã o do cone (Figu ra 6), norm ali zal
Unid os pe la AST M C 780 (AST M, 2009 ), ou do en
~stados
mi nado
!60
drop ping bali , presc rito pela norm a ingle sa BS 455 J ( H Já os 's50
métodos que impõ em à argam assa uma defo rmaç ão por 1 bração j 40
ou choq ue mede m ao mesm o temp o a cons istên cia e a pi como
no caso <lo e nsaio deno mina do, no Bras il , de av~]i aç
J

lice de !30
cons istê nc ia pelo espa lhamento do tronc o de cc ne n ABNT i20
(tam bé m conh ecido como flow table ), presc rito pela NBI (A BNT, l' 10
1997 ).
o
0.12
O método do cone, a despeito de todi: s as suas
limitações em avaliar reelog ia e trabal r abllidade, é
um instrumento interessante de controle da
Figui'd 7• Correi
produção de argamassas. Sua capacidade em se
p
mostrar sensível às variações no teor de água das
argamassas, o que o toma apto a detectar
alterações de consistência de forma muito mais
eficiente do que o método da mesa ABNT (flow Uma pro
table), e, sobretudo, o fato de ele possuir uma da trabalhabi
aparelhagem simples e factível de ser empregada
em obra, o credenciam como uma ferramenta eficaz
nítodo basei
de controle in situ. Esse método vem sendo
empregado há mais de uma década, nas pesquisas
em laboratório e obra, pelo grupo de pesquisadores
do NUTE A- Núcleo de Tecnologia das Argamassas
e Revestimentos da Universidade Federal de Goiás.

Figura 6 -Avalia ção em obra da consistê ncia de argamassas pelo método do cone.

A Figu ra 7 apres enta corre laçõe s enco ntrad as entre a cons istênci a pela
pene traçã o do cone e a relaç ão água/mate riais secos para um tipo de
argam assa indus triali zada de múlt iplo uso, most rando a sua sensi bilid ade
a difer entes cons istên cias da argam assa. Cada pont o no gráfi co representa
a médi a de três deter mina ções e os difer entes valor es para uma mesm a
relaç ão água /mate riais secos foram obtid os com temp os de mistura
difer entes da mass a no mistu rador (1,5 min, 2,5 min e 3 ,5 min) .
Cabe salie ntar- se, no entan to, que esses méto dos discu tidos não avaliam
ou serve m para defin ir comp letam ente a traba lhabi lidad e. Ou seja, podem-
se ter duas argam assas com resul tados iguai s de cons istên cia, seja pela
pene traçã o do cone , seja pelo flow table: uma pode ser muit o boa do ponto
de vista da traba lhabi lidad e, e a outra cheg ar ao ponto de não ser
aplic ável. Isso cond uz à conc lusão de que uma abord agem mais comple~a
acerc a da ques tão da traba lhabi lidad e não presc inde de estud os mais
aprof unda dos do ponto de vista reoló gico. 5

5Um detalhamento deste assunto enfocando argamassas pode ser obtido, dentre outras, nas seguintes referências:
Cardoso, Pileggi e John (2005), SoU7.a (2005) e Bauer (2005).
Argamassas 909

ao - - - - - - - -- - - - + 1,5
Í 70 L ------~-- ~ ._ c: 7" :: ~ r-1 min.
-
.§. so
a,
L - - - - - - - - : : r~ ~ ~ - - -, • 2,5 m in
5 so L - - - - - -~ ~~ 7, ,,, C. ... .-- - - - - - 1 A. 3, 5
u
,8 40 L- -- -" 7' !! ',ç .-- -: 7~ ~c ,.__ _ _ _ _ _ _ _ _
1
o
'3, 30 l - - -~ ; . - - : ; ; . L - - - - - - - - - -, y = 64 5x - 52.9
i 20 L -- -- L :_ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _í R2 = 0.9826
e + 16
t_ 10 L - - - - -- - - - - - - - - - - - - - -í y = 780x - 81 .1
Q.!----r-------,------,------,----, R2 = 0.9966
0.12 0.14 0.16 0.18 0.2 0.2 2 y = 835x - 97.2
Relação ág ua /m ate ria is se co s R 2 = 0.967 9

Figura 7 - Correlações encontradas entre a consistência pela penetração do cone e a rel


ação água/materiais secos
para uma argamassa industrializada. (CASCUDO: CARASEK. CARVALHO. 2005).

Uma proposta mais recente e mais completa qu e surge no ca m po de av al iaç ão


da trabalhabilidade das argamassas é o método do Squeez.e-Flow (F ig ur a 8). Es
te
método baseia-se na medida do esforço necessário para a compressão un ia xi al
de
uma amostra cilíndrica do material entre duas placas paralel as , sendo tal es fo rç
o
emprendido normalmente po r um a máquina universal de ensaios. O en sa
io
permite a variação da ta xa de cisalhamento e também da m ag ni tu de da
s
deformações, sendo, portanto, capaz de detectar pequenas alterações na
s
características reológicas dos materiais e , ao contrário dos ensaios tradicionai
s,
fornece não apenas um valor medido, m as um perfil do comportamento re ol óg ic
o
de acordo com as solicitações impostas (C A RD O SO , Pil.,EGGI, JO H N , 20 05 ).
O
método tem como vantagem possibilitar a simulação de diversas situações re ai
s
de aplicação das argamassas, idendificando co m clareza os parâmetros re ol óo ic
os
(tensão de escoamento e viscosidade). N o entanto. co m o limitação, tem~se
a
necessidade de um equipamento relativamente caro. além de se restringir ao us
em laboratório. o

O Squeeze-Flow se apresenta como uma


fer ra m~ nta de gr an de po ten cia l pa ra a
pe sq ui sa e o de se nv ol vim en to da s
argamassas. Este método foi proposto para
us o ~m ar ga m as sa s pe lo gr up o de
pesquisa.dores que atuam em técnicas de
caracterização reológica do CP qD CC d
Escola Politécnica da USP, no âmbito d~
CO NS IT ~ - Consórcio Setorial para Inovação
Tecnológica em Revestimento de A
Atualmente foi normatizado pela N~g~~~~sa.
(ABNT, 201 O). 39
910 H. Carasek j
1 ~etei á
., "'O Je
Outros métodos <lc teste 9ue se pr~põem a avaliar a trabalhabilidacte ~çi ~seª
argamassas de uma forma mais ampla sao os testes
d de
1A
Yane

e o Gtec. o testeda,d si af11 pe
Vanc. empregado originalmente cm mecamca os s~ ?s. vem se.ndo usado e
grupo de pesquisa cm argamassas do LEM (Laboratono de Ensaio de Mate[1lo ,oCde á
jO qlla
da UnB (BAUER. 2CX)5). Especificamente para as argamassas de assentameª s) ~11teS
<lc alvenaria estrutural cm blocos de concreto. o Gtec (Grupo de Tecnolog·1 nto 1fl"': áeºª
Materiais e Componentes à base de Cimento Portland). da UFSC, desenv ~ .de lO de "'bai
um equipamento que permite a avaliação e quantificação separadamen~ \eu -eratuf3· · d
roPrie
consbtência, da plasticidade e da coesão das argamassas (PRUDÊNCIO e~a ,ll p sco (C
OLIVEIRA. BEDIN, 2002). O Quadro 8 apresenta um resumo de alguns d ·· i fre feta
• <l · d · esse ~·rn a
meto os cita os antenormente. ·'eómento,
Quadro 8 - Métodos empregados para avaliar a consistência e a plasticidade de argamassas. , ada retenÇ
.•j "10111erant
.
arametro
Método Norma Esquema Proprieda 1 reológico que 1~ades po
avaltad.. controla o ~abilidade d
fenômeno•
retenção d~
Mesa de NBR 7215 Conststênc1 Viscosidade• ~ .que cons1
consistência NBR 13276 plast,adad
(flow table)
•.ção realiza
tunil de filt
• ra 9. A rete
. :nassa.AFig
Penetração do cone ASTM Cons1stêrc1. Tensão de
· ;ua para dife
e 780 escoamento•

Vane teste BS 1377 e


ASTMD Consistência Tensão de
4648 escoamento•
(solos)

Gtec teste Consistência Tensão de


plasticidade e escoamento e
coesão viscosidooe
'A7gl!f11DSSU' ~ -,,,--i.-e&-- - - - -

28 4.1.2 Retençã o de água ,, . , ·d d d


Retenção de água é uma proprie dade que esta associad.a .ª capac! .ª e_ ª
ar amassa fresca manter a sua trabalhabilidade quando SUJeita a ~ohci.taçors
~ provocam perda de água de amassa mento, seja por evapor açao seJa pe .ª
q~sorção de água da base. Assim , essa proprie dade torna-s e mais
~mportantes quando a argama ssa é aplicad a sobre substra tos,, co~ alta
~ucção de água ou as condiçõ es climáti cas estão mais desfav orave1s (alta
temperatura. baixa umidade relativa e ventos fortes).
Esta propriedade além de interfer ir no compo rtamen to da argama ssa no
estado fresco (como no process o de acabamento e na retraçã o plástic a),
também afeta as proprie dades da argama ssa endure cida . Após o
endurecimento. as argama ssas depend em, em grande parte, de uma
adequada retenção de água, para que as reações químic as de endure ciment o
dos aglome rantes se efetuem de maneir a apropr iada . Dentre estas
propriedades podem ser citadas a aderênc ia, a resistên cia mecâni ca final e
a durabilidade do material aplicad o.
A retenção de água pode ser avaliad a pelo método NBR 13277 (ABNT,
2005). que consiste na medida da massa de água retida pela argama ssa após
a sucçã? reali~ada por meio de uma bomba de vácuo a baixa pressão , em
u~ fuml de filtragem (funil de Büchne r modific ado), como ilustrad o na
Figura 9. A re.tenção ~e água é alterad a em função da compo sição da
argamassa. A Figura 10 Ilustra, de forma qualitativa o aumento da retençã o
de água para diferentes argamassas. '

Argamassas com aditivo


retentor de água
(ésteres de celulose)

Aumento Argamassas mistas de


da cimento e cal
retenção Argamassas com aditivo
de água incorporador de ar

Argamassas de ciment o

~ - Ensaio de retenção de · - da retenção de á


Figura 10 - "vanaçao
pelo método ABNT NBR .., gua
13277:2005. para d11erentes argamassas.
H. Carasek
912

d massa ,,
. t abal h ave 1 será a longo
d prazo,
28.4.1.3 Dens\dade efor a argamas_sa, mais ra licaçã o, result an o em um
Quanto mais leve d operár io na sua p abalho .
o que reduz o esf?r~Jad~ ao final da jornad a d:é: denom inada de massa
aumento de produuv1 das argamass~s, tam uando incorporado por
A densidade de masstae
O or de ar (princi palmen te qter1· ais con sti tt: n tes da
espec1f1ca, ~~
,· ria com "f' a dos ma
e com a massa espec1 ic
meio de ad1t1v?s)_tariamente do agregado_.
argamassa:_ pnon massas quanto à dens1da e.
~ 1
uadro 9 apre se ta uma
densid ade de m: ssa das
, do da NB 13278
classificaçao da!s~~:o fresco é determ inada pelo m~t~o lum e ( o nateria l,
argamassas no t a relação entre a massa e
(ABNT, 2005) e represe~ a duas casas decima is. e
sendo expressa em g/cm 'com Q.)
o
_ das argamassas quanto à dens1.dade de massa no estado fresco
Quadro 9 - Classificaçao
Argamassa Densidade de massa Principais agregados Usos/o ções
A (g/cm3) empregados -
Leve < 1,40 vermiculita, perlita, lsolamen . á mico e
argila expandida ac(; t'co
Normal 2,30 ~A~ 1,40 Areia de rio (quartzo) Aplica.;. es
e calcário britado convenc1onais
Pesada > 2,30 Barita (sulfato de Blindage m de
bário) radiacão

28.4.I .4
Diretam ente associa do à densida de de massa das argam assas com A ade
União . '
agrega dos de massa específ ica normal , está o teor de ar, como mostrado na
Figura 10. O teor de ar das argama ssas pode ser determ inado tanto pelo relaciona
método gravim étrico (empre gando a mesma norma NBR 13278 ). como ,,a sua te
pelo método pressométrico, empregando normas interna cionai s específicas . lllolhag
para argama ssas, como a ASTM C 780 (ASTM , 2009), ou ainda fazend o •rnpleme
uma adaptação do método para concreto da NBR NM 47 (ABNT . ~002). cornosº
Cabe ainda destacar-se que a massa específica da argam assa endurecida A. ten:
é um pouco menor do que o valor no estado fresco, devido à saída de parte sua com
da água. Os corpos-de-prova cilíndricos de argamassa endure cida. seca ao argani P
ar e se':a em estufa, reduz:m cerca d~?~ (3% a 11 %) e 9 % (5% a 14%). llloJhar~
respecuva~ent~, em relaçao ao valor •?•c1al, no estado fresco. É observada ~ellleJh
teor de agua da argamassa e a rcdu ~·,í o da
uma. relaçao dueta entrea osecage
densidade de massa com m. ª&ua,coan
Qiiart~
"'º 10 _
Argamassas 913

2soo..-- - - - - - - -- - - - - - - 1

Q)

-o
Q) 1000L ------- ------- ------- ---i
~
'O
·u5
e:
Q)
o sooL- ------- ------- ---- - ---,
y = -20,414x + 2072,5
2
R = 0 ,9353
o+o----r-s--- 1~0----,.1s-- ---.20---,2s-- -3~0---3~
5--~4o

Teor de ar (%)

Figura lO - Relação entre densidade de massa e teor de ar das argamassas no estado fresco.

28.4.1.4 Adesão inicial


A adesão inicial, também denominada de "pegajosidade", é a capacidade de
união inicial da argamassa no estado fresco a uma base. Ela está diretamente
relacionada com as características reológicas da pasta aglomerante, especificamente
a sua tensão superficial. A redução da tensão superficial da pasta favorece a
"molhagem" do substrato. reduzindo o ângulo de contato entre as supe1fícies e
implementando a adesão. Esse fenômeno propicia um maior contato físico da pasta
com os grãos de agregado e também com a base, melhorando, assim, a adesão.
A tensão superficial da pasta ou argamassa pode ser modificada pela alteração de
sua composição, sendo ela função inversa do teor de cimento. A adição de cal à
argamassa de cimento também diminui a sua tensão superficial, contribuindo para
molhar de maneira mais efetiva a superfície dos agregados e do substrato. Efeitos
~melhantes propiciam também os aditivos incorporadores de ar e retentores de
agua, como pode ser visto no quadro 1O.

Quadro 10 - Tensão superficial medida para diferentes soluções, sendo as medidas realizadas a uma temperatura de
22"C em um tensiômetro de Nouy. (CARASEK, 1996).

Tensão superflclal dlna/cm


71,1
66,9
destilada + cal + cimento 66,7
+gclllvo dear 42,2
39,5
914 e.carasek . . ara avaliar a adesão areia
altzados p II EM MR 5 de v,
. st métodos º?rm ., osto pcl a R
Brasil não exi e~. e qualitativo e prop massa de assentament o
.J - -
retrai
. _N_o l Um método expe1·1~~ a adesividade da a1l·g~ar ~·m conta o tj po de
101c1a . 82 ) para ava 1 nte por e . d
(RILEM,1~ ' método é interessa massa será apl1ca a.
de alvenana. Esse .a sobre o qual a arga
componente de alvenan

28.4.2 Retração . lexo assocj ad<J com a


ecamsmo comp ' 1
- é resultado de um m .
lomerante e ap1 e senta papel fund au1 nta
t no
,
A retraçao
variaçãodevo lumedapasta ag licadas, especialmen te q , n o a
desempenho das arg~~assas ap
estanqueidade e à durab1hdade.. lta relação água/agJome rant~ ·rai ao
A pasta, sobretudo se pos~m ª omposição. Parte dessa ação é
perder a água em exc~sso ~ s.u:s e de hidratação do ci m e
Figura
m as a
conseqüência das rea~oes, qmmic ra ão inicia no estti resco e
parcela principal é devida.ª secagem. A ret. lç Q ando se mi s~t areia à
prossegue após o endurecimento do matena . u. ,q ueleto
pasta, ou seja, se prepara uma argamass~, ~ areia atua com ~ risco da
sólido que evita parte das variações volumetncas por secagem e
fissuração subseqüente (VALDEHITA ROSELL0,1 .9:6) . . A
Se a secagem é lenta, a argamassa tem tempo suficiente par~ t ngir uma
resistência à tração necessária para suportar as tensões 1r ·ernas que
surgem. Mas quando o clima está quente, seco e com ventos fort~s,
acelerando a evaporação, a perda de água gera fissuras de retração. Efeito
semelhante é observado quando a argamassa é aplicada sobre uma base
muito absorvente. No caso de revestimentos , as fissuras de retração da
argamassa são mapeadas (aproximada mente poliédricas) , forma ndo
A r
ângulos p"róximos d~ 90 graus entre el~s. Sabe-se que, quando duas fissuras
Pulver
formam angulo mmto agudo entre s1, pelo menos uma delas não é de
geral
os grã'
retração (JOISE.L, 1981). T!mbém no caso de revestimento s, quanto maior
a espessura, maior a retraçao esperada. finos

Quando retrai, a argamassa da J~nta de assentamento de alvenaria pode sua n
chegar a despre~der-se da su~erflc1e com a qual tenha a menor aderênci~ quanti
(geralmente a mterface da Junta com o bloco · f me J·a que e
d. 'd · 2 . . . 8·upenor, con or e .
1scut1 o no item 8.3.1), d1mrnurndo a re .· t"' . d de e Xtgire
constituindo-se em um caminho para a entrada d !8 endcia ª pare
8
levar a
A - d - a agua a chuva
tensao e traçao na argamassa oriunda da r t - ., f - ·d. ta do relação
seu módulo de elasticidade, de sorte ue a e raçao e un9ao .lfe ern
cimento sofrem notável influência d q _ rgamassas muito ncas , s
iatna
brita
_
tens?es de tração que causarão fissuras. a retraçao , esta d ·
n o mais suJ , ·eitas a. 111
Ainda com relação aos materiais, a granulo . . ·na o
volume de vazios a ser preenchido ela metna da areia determ1 ais
elevado for esse volume maior O teop d pa a aglomerante. Quanto ~
st
t
po enc1 ·a1 d ' r
e retração da argamassa A Fi e pasta nec ., . l
. essano, e eva _ ·das ndo-se 0

· gura 11 Ilustra a classificaçao


Argamassas 91 5

,, . . nd o as co m o vo lu m e
areias qu an to à di st ri bu iç ão granulometlncda, as so ei ~men-tais de
. s Q ua dr m ed id a de
de vazio . O o 11 ap re se nt a re su ta os ex pe n .
retração de ar ga m as sa s pr ep ar ad as co m d iºfer en te s ar ei as .

Continua Descontínua Uniforme

Vv1
Volume de vazios: Vv1 < Vv2 < Vv3 Retração: contínua < descontínua< uniforme

Figura 11 - Classificação das areias quanto à distribuição granulométr


ica e sua influência na ret raç ão plá sti ca .

Qu ad ro 11 - Influência da areia na retração da argamassa


(RAGSDALE, RAYNHAM, 1972 apud CI NC OI TO , SILVA , CA RA
SE K, 1995).
Tipo de areia Retração (% )
Areia normalizada (BS 12 00 )- Média com distribuição contínua
0,0 4
Fina com distribuição contínua
0, 07
Grossa co m distribuicão descontínua
0, 08
Fina com distribuição descontínua
0,11

A retração pl ás tic a é in fl ue nc ia da ta m bé m pe lo te or de m
at en ai s
pulverulentos (g rã os co m ta m an ho in fe ri or a 0, 07 5 m m ). D e um
a fo rm a
geral, quanto m ai or o te or de fi no s, m ai or a re tr aç ão , pr in ci pa lm en te
qu an do
os grãos po ss ue m di m en sõ es in fe ri or es a 5µ m , ch am ad os de ar gi
la . E ss es
finos, de alto po de r pl as tif ic an te , de vi do à su a al ta su pe rf íc ie es pe
cí fi ca e à
sua na tu re za , pa ra um a tr ab al ha bi li da de ad eq ua da , re qu er em
m ai or
quantidade de ág ua de am as sa m en to , ge ra nd o m ai or re tr aç ão e fi ss ur
aç ão , 0
qu~. compromete a du ra bi li da de do s re ve st im en to s. A lé m di
ss o, po r
exigirem mais ág ua , po de m in te rf er ir no en du re ci m en to da ar ga
m as sa e
levar_a uma redução da re si st ên ci a m ec ân ic a do re ve st im en to , de vi
do à al ta
relaç~o água/aglomerante. E xc eç ão oc or re qu an do os fi no s sã o de
or ig em
da bntagem de ca lc ár io , qu e le va m a um a re du çã o de ág ua , o qu e re
su lt a em
uma menor retração pe la se ca ge m da ar ga m as sa (F ig ur a 12).
H.Carasek
916 ouadr
, Retração após 12 semanas
1,8
- E(%)
1,611 Argamassa / teor

º
.....sABRO 1,661
..-MCAXB10 de finos
....... GfWUITO '
·.....onto:
: cr,,,..,
1,6
--c/lJ.CAAD
1,357
'
Referência
Calcário / 40% - >-
-
0,094
0,091
(volume.
1,4 pasta de
Granulito / 40% 0, 132
Referência
Micaxisto / 40% (1, 123 NoB
1,2
1,185 1 NBR 84
Saibro/ 34% 1 (, 182
1,080
25mm
20 24 30 35 de pesq
Teor de finos(%) do lnsti
(a) (b) condiçõ .
1 - áouatcimento necessana
Figura I 2 - (a) Gráfico mostrando a~ açao e- • d ,
, · para O bte nção• de uma con , plástica e
finos de <li ferentes naturezas: argila a iro; silicosos
com com
balh • t amassas de revestimento prepara as 1.:0111 restrição
~

. :tst~a:granarg
1 ulito· e calcário, com um traço de referência 1: 1:6 (cimento:cal:areta, em vol 1P fazendo as
mie
substituições ,
· de parte da 'areia pelos finos. (b) \alores ue • ' (?
.- ,ipos
., retraçao - semanas de secagem,) > argamassas
com teores máximos de finos. (ANGELll\l. ANGELIM. CARASEK, 2003 28.43 A

Oterm
Também o teor de água das argamassas influencia na retração _uma vez
que ao se aumentar a quantidade de água o volume propJruonal de
agregado será reduzido e. conseqüentem ente, o de pasta aumentado, concreto.
crescendo o risco de fissuração 6 • _
como ta
O Quadro 12 apresenta dados de Fiorito (1994), com medida da retraçao falar em
livre em barras prismáticas, tanto para uma pasta como para uma argamassa.
aplicada.
Nesse quadro pode-se observar que a retração das argamassas é meno . da
metade da medida na pasta e, principalmente, que a retração aos sete dia , materiais.
por secagem ao ar, já é da ordem de 60% a 80% do seu valor aos 28 dia · Didatic·
Daí vem a recomendaçã o nos procedimento s para a execução de Propriecta
revestimentos em argamassa, q~ando estes servirão de base para outras • a resis
camada~ de argamassa ~u reves~1mentos colados (por exemplo. emboço ou • a resis
contrap1so que recebera revestimento cerâmico aplicado com argamaS'a • a exte
colante), de se aguardarem no mínimo 7 dias para a execução das camadas de~-.,.
,..,t: r
ou serviços subseqüentes, sendo mais prudente aguardar ao menos 14 dias
quan~~ a mai_or p~cela de retração já ocorreu. Com isso, garante-se:
estab1hd~~e d1m:ns1onal ,d.as camad~s de argamassa utilizadas como baS'·
Tal estabilidade e necessana para evitarem-se tensões de retração.

~ ~ l o s da fJSSuração por retração são complementados no texto que consta do Cl>, solm· pa11 1h•l:!1ª d•''
Argamassas 91 7

Quadro 12 - Retração de algumas argam assas e uma pasta.aos 7 e 28 dias (adaptado de FIORIT 4
O, 199 ).
~

Material Relação Retração aos 28 Re tra çã o ao s 7 dia s


a/agi. dias (%o) % ao s 28 dia s
%o

Argamassa 1:0:3 0,4 7 0,607 0,3 96 65 %


cimento:cal:areia 1:0:5 0,6 4 0,6 49 0,379 58 %
(volume) 1:3:12 0,8 8 0,642 0,4 89 76 %
Pasta de cimento 0,3 0 1,4 16 1,0 18 72 %

No Brasil o ensaio utilizado para a av al ia çã o da re tra çã o é o pr ec ?n iz~~o pe


la
NBR 8490 (ABNT, 1984), em qu e se em pr eg am co rp os -d e- pr ov a pn sm at ico
~ de
25 mm x 25 mm x 285 m m , se nd o m ed id a a retração livre da ar ga m as sa . Em ,n1
vel
de pesquisa, destaca-se o trabalho de Ba sto s (2 00 1) , qu e em pr eg ou um m et
od o
do /nstitut National des Sciences Appliquées (IN SA ), em To ul ou se , on de
as
condições de ensaio se ap ro xi m am m ai s da s co nd iç õe s reais de um re ve sti me
nt o,
com corpos-de-prova em fo rm a de pl ac a, co nsiderando-s e o ef ei to da su cç ão
e da
restrição produzida pelo substrato.

28.43 Aderência
O termo aderência é usado pa ra de sc re ve r a resistência e a ex te ns ão do co nt at
o
entre a argamassa e um a base. A ba se , ou substrato, ge ra lm en te é re pr es en ta da
nã o
só pela alvenaria, a qu al po de se r de tijolos ou blocos ce râ m ic os , bl oc os
de
concreto, blocos de co nc re to ce lu la r autoclavado, blocos sílico-calcários,
et c. ,
como também pe la estrutura de concreto moldado in loco. As sim , nã o se po
de
falar em aderência de um a ar ga m as sa se m especificar em qu e material el a
es tá
aplicada, pois a aderência é um a propriedade qu e de pe nd e da interação do s do
is
materiais.
Didaticamente, pode-se di ze r qu e a aderência deriva da co nj un çã o de trê
s
propriedades da interface argamassa-substrato:
• a resistência de aderência à tração;
• a resistência de aderência ao cisalhamento;
• a extensão de aderência (área de contato efetivo / ár ea total po ss ív
el
de ser unida).

28.4.3.1 M ec an ism o da lig aç ão ar ga m as sa -s ub str at o


A a~erência da ar ga m as sa en du re ci da ao su bs tra to é um fe nô m en
o
essencialmente m ec ân ic o, de vi do , ba sic am en te , à pe ne tra çã o da pa
st a
adglom~ran_te ou da própria argamassa nos poros ou en tre as rugosidades da ba
e aplicaçao1. se
bQuando a argamassa no estado plástico en tra em co nt at o co m a superf.,
·
ª. sorve~te do substrato, parte da ág ua de amassamento, qu e co nt ém ~I e
dissoluçao ou es ~d o coloidal os componentes do aglomerante en et
m
:m s e.~Ias_cav1dades do substrato. N o interior dos po ro s, oc m ;e ~ fe ;;r rie el
1 os
à T ~ P1tação dos produtos de hidratação do ci m en to e da ca l e
tr ~d os
~w.a+ tempo, esses precipitados intracapilares ex er ce m aç ão de' ' an sc or n o
an co ra ge m da
~ li&nificativa que contribui para a aderência das argamassas
Waals).Assim, seja pela penetração da pasta e da pró . aos substratos, são as ligaçõ
es
pelas forças secundárias (fenômeno em nível de li
O ~ . maior será a aderência obtida.
:":o argam_assa (fenômenos de nível
g ç atôrruca), quanto melhor for 0
918 H. Carasek

argamassa à base. Estudos microestruturais de Carasek O9?6)? empregando


microscópio eletrônico de varredura,_ c~nfirmou que a aderencia. deco~e do
intertravamento principalmente de etnng1ta (um dos produtos de h1drataçao do
cimento) no interior dos poros do substrato. Esse aumento local da concentração
de etringita surge quando, ao se misturar o cimento Portland com água, a gipsita
empregada como reguladora de pega do cimento dissolve-se e libera íons sulfato
e cálcio. Esses íons são os primeiros a entrar em solução, seguidos dos íons
alu?Unato e cálcio provenientes da dissolução do C3A do cimento. De\ ido ao
t
efeito de sucção causado pela base porosa, tais íons em solução são trans 1rtado
p~a regiões mais internas do substrato formando no interior dos ros 0
n:is~ulfoaluminato de cálcio hidratado, (etringita). Em virtude do proc ) mais
rapido de dissolução dos íons so -4 AI0-4 , ca2+ e de precipitação da
2
ngita.
· · ·
esse. produto preenche pnontanament e os poros capilares o que e a sua,
maibor abu~dância na zona de contato argamassa/substrato e e'm poros 1-. iciai
d a ase
hidr t - (Figura 13)
. · Com . . _
menos espaço para a prec1p1taçao, outros r os de
a açao do cunento, como o C-S -H, P01. exemplo, ou mesm, dutos
posteriores da c b _
quantidade na reg:o od:a:~:~a1e~ cal como a calcita, aparecem nenor
Perce
X>mo as
ª. ~eguir
('Imemo.
rclacion
de água
ochap1.· '-
t'Omo a
ªªPlica('
muito i ~
CtlpfruI0

Fi~ 13 - (a? Superfície de um bloco cerâmico a , ...• , ..:- (b)


revestimento, vista em uma lu a e , . posa sep,1ri1çc10 (descolamento , "
Imagem no mi 6 . ~ . stereoscop1ca {observe-se a pasta agk • ) d,1 c,1111ada de argamm,sa de
crosc pio eletrõmco de d . >mcrantc rcm·
bloco contendo pasta I varre ura obtida pela ampliação ( 17 (}()() ,mcscl!nte sobre o bloco). tb)
ag omerante· em que se . pod e ver a etnngita
. ·
pri nc· · x) de 1tm ponto da suni•rf1c1e Ul'
• tpa1rcspo ., r
argamassa ao bloco (SCARTEZlNl , 2002). · nsavcf pelo intc11rava1m:nlll da

Tendo em vista os . .
for o contato entre mecarusmos de hgação, pode-se con .
forma, a aderên .ª arg~a~sa e o substrato maior será a c~ut~ qu,c quanto melhor
reologia) da eia está diretamente relacionada , a crcncia obtidai-. Ü('"~ª
das caracterí:~3;:assa, c~m a energia de impacto ( c~o: ~- trabalhabilidade (cn1
14 reúne os princi e pr~pnedades dos substratos e
pais iatores que exercem intl . . .
de
facsso,de execução), _alct11
tores externos. A F 1!!ur:1
~~ ~;;;~:=- ------- uenc1a na aderência. ..
8 Antunes (2005) encontrou uma
macrodefcitos na interti relação inven;ame 1 .
. ace. O conccitode . , n e pr~pt>fl'tonal
·
cntrl' a •rcsist~ .·
. lll ta lk· 11d1..·1"1..· nria 1..'

a 1.,,.1 ' '
Argamassas 919

reologia, ad es ão inicial,
ARGAMASSA re te nç ão d e ág ua , etc.

CONDIÇÕES
CLIMÁTICAS A D E R Ê N C IA SUBSTRATO

temperatura,
-~=----
--~, S uc çã o d e á g u a
U R e vento
ru go si da de ,
~ po ro si da de, e tc.
energia d e impacto (aplicação manual / projeção
mecanizada;
ergonomia), limpeza e preparo d a base, cura, e
tc.
Figura 14 - Fatores qu e exercem influência na aderên
cia de argamassas sobre bases porosa s.

Percebe-se que o s materiais constituintes das argam


assas, tanto a nat ureza
como as proporções, exercem grande influência na ader
ência. A ss im , n a subseção
a seguir, será discutida resumidamente a influênci
a, nessa propriedade , d o
cimento, d a cal, d a areia e d e suas proporções
n a argamassa9 . T am b ém
relacionados aos materiais, as características do subst
rato (porosidade, absorção
de água e rugosidade) e o seu preparo (limpeza e trat
amentos superficiais, co m o
o chapisco) influenciarão grandemente essa propriedad
e. P o r outro lado, aspectos
como a mão-de-obra, as técnicas de execução e as co
ndições climáticas d u ra n te
a aplicação podem ser também decisivos no desempen
ho d a aderência. A p es ar d e
muito importantes, esses últimos aspectos citados nã
o serão discutidos neste
capítulo, por se desviarem do escopo proposto 10•

28.4.3.2. Influência d o s m at er ia is constituintes d as ar


g am as sa s
O tipo e as características físicas d o cimento podem
influenciar o s valores d e
a~erência. Um dos parâmetros mais significativos n a
resistência é a finura d o
cunento: quanto mais fino o cimento, maior a resist
ência d e aderência o b ti d a
tan~o.a_r~sistência final (e m idades superiores a 6 meses
) quanto, principalmente:
as i_mc1rus (3 a 14 dias). Assim, maiores valores de resistên
cia d e aderência sã o
obtidos quan~o s~ emprega o C P V -A R I (alta res~stên
cia inicial) e m co m p ar aç ão
com os demais Cllllentos Portland. N o entanto, cmdado
especial deve se r to m ad o
~ m o uso dessa informação, pois, justamente em vir
tude d e su a m ai o r fi n u ra
cimen!<>s de alta resistência inicial p o d em levar à
retração e fissuração d ~
revestimento de modo mais fácil d o que co m outros ci
mesmo consumo. mentos, considerando-se
o
~
nnn ,
~ ~ completa sobre a influência desses e de outros mater
iais constituintes
1 l!ditivos e adições), bem como da influência do substra
""" "' h to, pode se r vista em Carasek C dda ar ga m ~s ~
, ascu o e Scartez1m
~ s u g e ri ra leitura de algumas referências: (a) sobr
e influência d b
(;1998) Scartezini (2002) Paes (2004)· (b) b
• ' • so re a en
niecauii.ada) e cura - Pereira (2000), Carvalho (2004)· er
?5
gi a
su
de
str
·
atos e o seu preparo
unpacto, processo de
' Gonçalves (2004) e Antunes
H.Carasek
920
. or sua finura , importantes
m material aglomerante,possu1, fssa forma , as argamassas
A cal, além de s~ ºantes e de retenção de agua. ~eira n1ais completa toda a
Propriedades plast ichem mais facilmente e de ~ d aderência. Por sua vez, a
d
conten c° al preenc
b trato propiciando maior
· extensao e · fi
bil. d de da cal em evitar 1ssuras
~':_~~~à:J; d~Jerên~ia é, proporci~~ ~d~:tJa r:a~ão de carbonnhata~ãdo que se
ios O que e consegui . lai· da cal co ec1 o como
e preencher \:ngo' do tempo. Esse aspecto part1cunta uma da; vantagens do uso
processa ao . i ão autógena, represe
restabelecimento ou reconst1tu ç d revestimento e assentamento.
desse aglomerante nas arg?°1as;f e ales podem ser classificadas' segunc o a sua
Conforme visto no Cap1tul~ . ' as c . e dolomítica. Alguns e ~tudos
, . cálcica magnesiana hid ,, d d
composição 9u~~a, em ' - direta entre a proporção de r? o e
indicam a ex1stencia de um~ rela~ao .stência de aderência. Assm , uma
magnésio presentedana cal hi!ra~~li~ti:are:~resenta aderência super· r> uma
argamassa prepara com c d al cálcica Tal fato em pa pode
argamassa com mesmo traço prepara a com ,c . ' . a !li . n assa
ser atribuído à diferença na retenção de ~gua da~ ~ gamassas, ,la ) ffi cal
constituída de cal dolomítica apresenta retençao supenor aquela observa
cálcica. . . ( evado
Com relação ao proporcionamento dos matenais, ~s ..?1"g?-111assas cc.._11 .
teor de cimento, em geral. apresentam elevada res1.stencia "de. adere ~e "': mas
podem ser menos duráveis, uma vez que possuem maior tendenc1a a de~e -_olver
fissuras. Por outro lado, argamassas contendo cal possuem alta ex~e sao ~e
aderência, tanto em nível macro como em nível microscópico. Sendo_ mais
plásticas, têm maior capacidade de "molhar·· a ~uperfície e preencher as c~v1dades
do substrato; microscopicamente levam a uma mte1face com estrutura mais densa,
contínua e com menor incidência de microfissuras, do que a interface da argamassa
somente de cimento. Assim, as argamassas "ideais" são aquelas que reúnem as
qualidades dos dois materiais, ou seja, são as argamassas mistas de cimento e cal.
Melhorias tanto na extensão como no valor da resistência de aderência podem
ser obtidas pela adição de pequenas porções de cal às argamassas de cimento
Portland. O efeito favorável na aderência propiciado pela adição de pequena
quantidade de cal hidratada ficou comprovado no estudo de Carasek (1996), onde
foram comparadas duas argamassas semelhantes, de traços, em volume, 1:3
(cimento e areia úmida) e 1:0,25:3 (cimento, cal e areia úmida). A segunda
argamassa, contendo apenas 6% de cal em relação à massa dos constituintes secos,
resultou, de uma forma geral, em um valor maior de resistência de aderência à
tração quando ela foi aplicada sobre diferentes blocos de alvenaria. A contribuição
da cal foi mais marcante no caso das argamassas aplicadas sobre blocos de
concreto celular au!oclavado,"on?e for:-1111 obse~ados aumentos superiores a 70%
nos,v~ores da tens~o de aderenc1a._Alem,da açao aglomerante. a cal propiciou urn
acrescuno da capacidade da retençao de agua e uma n1elhoria da trabalhabilidade,
resultand~ em um ganho na extensão de aderência (comprovado através de
observaçao de amostras na lupa estereoscópica. ilustrada na Figura 15) 0 que, por
sua vez, refletiu na resistência da ligação. ' - '
Argamassas 921

- º"'f • • ., • - - ~
• • , argamassa
, , i,

. " "

Figura 15 - Fotografias obtidas na lupa estereoscópica com ampliação de 20 vezes; (a) arg_amassa
1:.1 (cimen~o e,
areia.em volume) aplicada sobre bloco cerâmico; (b) argamassa 1: 1/4:3 (cimento, cal e areia, em
n>lun e) aphcad,t
sobre o mesmo tipo de bloco cerâmico empregado em (a) (CARASEK, 1996).

A capacidade de ad er ên cia é de pe nd en te tam bé m do s teo re s e da s


características da are ia em pr eg ad a na co nf ec çã o da s ar ga mass as . De um a
forma simplista. co m o au me nt o do teo r de ar eia , há um a re du çã o na
resistência de ad erê nc ia; po r ou tro lad o é a ar eia , po r co ns tit ui r-s e no
esqueleto indeformável da ma ss a, qu e ga ran te a du rab ili da de da ad er ên cia
pela redução da ret raç ão .
Areias muito gr os sa s não pr od uz em arg am as sa s co m bo a ca pa cid ad e de
aderir porque pr eju dic am a su a tra ba lha bil ida de e, co ns eq üe nt em en te , a
sua aplicação ao su bs tra to , red uz ind o a ex ten sã o de ad erê nc ia. No en tan to ,
no campo da s ar eia s qu e pr od uz em ar ga ma ss as tra ba lh áv ei s, um a
granulometria mais gr os sa ga ra nt e me lho res res ult ad os de re sis tên cia de
aderência. Ex em pli fic an do : em es tu do co m os tra ço s 1: 1:6 e 1 :2 :9
(cimento, cal e ar eia , em vo lum e) co m du as ar eia s di sti nt as , um a
classificada co mo fina (M F = 2,3 2) e a ou tra co mo mu ito fin a (M F = 1,7 5) ,
encontraram-se pa ra as arg am as sa s co m as du as co mp os içõ es , ma io re s
valores de resistência de ad er ên cia qu an do foi ut ili za da a ar eia de
partículas maiores (A NG EL IM , 2000).
Areias ou co mp os içõ es ine rte s co m altos teores de fin os (p rin cip alm en te
Partículas inferiores a 0,075 mm) po de m pr eju di ca r a ad er ên cia . Ne ss e
caso, podem se r ap res en tad as du as hip óte se s co mo ex pl ica çã o. A pr im eir a
re!ere-se ao fato de qu e, qu an do da su cç ão ex er cid a pe lo su bs tra to os
graos muito finos pr es en tes na ar eia po de m pe ne tra r no in ter io r de ;e us
roros, _tomando o lu ga r de pr od uto s de hi dr ata çã o do cim en to qu e se
0
rmanam. na interface e pr od uz iri am o tra va me nt o da ar ga ma ss a A
segunda hipótese ve rsa so br e a teoria dos poros ativos do su bs tra ;
11
segundo a qual uma are ia co m gr ão s mu ito fin os pr od uz iri a um a ar ga O
'
~om. poros de raio mé dio pe qu en o; arg am as sa s co m po ro s me no re dmassa
s
q O poros do su bs tra to dif icu lta m a su cç ão da pa sta ag lo me ra nt e s O
qu e
ue fluxo hidráulico se dá se mp re no se nti do do s po ro s m . ' um a ve z
lt a1ores pa ra os
to sobre a teoria de poros ativos pode ser vista nos trabalhos de e
(2()01). arasek ( 1996) e Carasek,
H. Carasek
922
bstrato d
seriam, em sua ~aioria,
0
Sendo assim, os poros su rante da argamassa, reduzindo as 1)
meno res · · pasta ag 1ome d f ·
. eficientes para succ10nar ª ,. . 12 Angelim (2000) estu ou o e. eito de e
tn d · boa aderencia ·
chances de pro uztr . ·1· arg lo
de diferentes naturezas (s1 icosos,. . J sos e · m
dl·versos teores de finos de revestimento , subst1tu1ndo parte e
· ão da argamassa f'
calcários) na composiç
da areia por ag~egado
1
c~r
d teor de finos inertes. Ele con umou as
e e;a :a redução da resistência de aderência à
hipó~eses anteriores, ven IC~~o~ar de finos das argamassas. .
medida que au_mentou o teosultados de aderência, a areia deve poç,s· ir _uma
di!:i~u~b~~nç::n~f0 ~;~i~: contínua. De uma forma geral , quant< 1~10~ o
módulo de fi~ura das areias, desde 9ue p~oduzam argamassas tral ave1s,
maior será a resistência de aderência obtida.

28 .4 .3 .3 Medida da resistência de aderência


No caso de revestimentos de argamassa, a aderência assu s rande
importância, pois, se ela falhar, podem ocorrer, em casos extrer danos
às vidas humanas pelo descolamento e pela queda de p 0s de
revestimento. Assim, a aderência vem sendo amplamente e( da no
Brasil e no exterior, existindo métodos normalizados para sua · iação.
No Brasil, a avaliação da resistência de aderência à tração de rev , .' n entos
de argamassa, também designada de resistência ao arrancarr ~r 0, está exis
prevista na norma NBR 13528 (ABNT, 2010), com metodo 1o _)a que 4) e
permite a avaliação tanto em laboratório como em obra. O princípi básico 'Obs
do ensaio está resumido no Quadro 13.
Os resultados desse ensaio apresentam, geralmente, alta dispersão,
resultando em coeficientes de variação da ordem de 10% a 35% . Isso
~
5) Ar
(Figu
d~corre do fato de que a res~~tên_cia de aderência é influenciada por
diversos fatores \ªl!amente vanaveis), como já resumidos na Figura 14. lmp0
~erá
Por o~t.ro lad?, e importante ressalt_ar que, no enfoque de ciência dos
exerc
matena1.s, esta se falando de maten~is cerâmicos frágeis, o s quais se lido 0
~
caractenzam por apr~s~nt~ren: alta dispersão de resultados de ruptura.
Nes;e~·tts~s , d a re_sis!en?tad a fratura. é extremament e dependente da
~ro a 1 i a e d.ª ex~dstencia e um defeito que seja capaz de iniciar uma
f1ssura, como 1scut1 o por Antunes (2005).

12 Isso ti .
comprovado também por Paes (2004) que em re ando s
01 d'
argamassas aplicadas a blocos cerâmicos e de concre,to ep bgte ensores de Umidade, estudou o fluxo de água •
• • • O ve como resultado ,ln oOl 5
areia mais fina foi a que apresentou maior resistênc1·a i'nte fl que a argamassa elabora= e
. 'palmente nos pnmeiros
prmc1 . 6() minutos.
ma ao uxo de água . b tr.1:C'·
no sentido argamassa-!>U s '
A rga11w.1·sa.\ 923

. de dete . ~ . de aderência à traç - d e n.:vesti1m:ntos


1 3 - Etapas da realização do ensaio rminação da res1stenc1a ao .
d
Qua ro de argamassa, segun do a NBR 13528 (ABNT, 2010).

.
1) Corte do revestimento pe rp en·rdcicuulalarmente a o seu plano -
elimitação d o corpo-de-prova c1 r (d e 5 cm d e diâmetro).
m orlante: g a ra n ti r o corte d e toda
a camada de
festimento, atingindo o s u b s tr a to.

) Colagem d e um dispositivo para a c


o p la r o equipamento d e
ração (pastilha).
nte · c o la r a pastilha n o c e n tr o d o C
P d e li m it a d o pe_lo
m~~'::ara ~ v it a r a aplicação d o e s fo
rç o d e tr a ç ã o e x c ê n tn c o.

) Acoplamento d o equipamento d e tr
a ~ o e ex~c_ução d e
sforço de tração até a ruptura . O b s.:
quipamentos para e s s a finalidade .
mportante: verificar a calibração d o
existem v a n o s

equipam~nto; g a r~ n t, r a
. •
rreta velocidade d e c a rr e g a m e n to e
g a ra n t, r a perfe_1ta
erpendicularidade e n tr e o e s fo rç o e
x e rc id o p e lo e q w p a m e n to
0 revestimento (no a rt ig o d e COSTA e C
A R A S E K, 2 0 0 9
xiste uma discussão detalhada d e s
s e s a s e c to s .
) Cãlculo d a resistência d e aderência
.
Obs. a N B R 13749 estabelece p a râ Ra = -
F
m e tr o s p a ra a avaliação , em M P a
esta propriedade (v e r Q u a d ro 3). A
F = carga d e ruptura ;
) Anãlise da superfície d e ruptura ap A = ã re a d o C P
ós o ar~ancamento
Figura 16), anotando o percentual d e
cada tipo d e ruptura.
mportante: R e ti ra r 3 a m o s tr a s d o re
vest~mento da_ região_ q u e
era ensaiada para determinação da umidade, po1~
xerce influéncia n o s valores o b ti d o s a umidade
(a e s te respeito p o d e s e r
ido o a rt i o d e C A R A S E K e t a i., 2 0 0
8.

Um aspecto que deve ser observado qu


ando da realização do teste de
arrancamento é que tão importante quanto o
s valores de resistência de aderência
obtidos é a análise do tipo de ruptura. Qu
ando a ruptura é do tipo coesiva,
ocorrendo no interior d a argamassa ou da b
ase (tipos B e C, da Figura 16), os
Valores são menos preocupantes, ao menos
que sejam muito baixos. Por outro
lado, quando a ruptura é do tipo adesiva (t
ipo A), ou seja, ocorre na interface
argamassa/substrato, os valores devem ser m
ais elevados, pois existe um maior
Potencial para a patologia. A ruptura do tipo
D significa que a porção mais fraca
é.,u~~;ida superficial do revestimento de arg
amassa e quando os valores obtidos
iu.dic~resistência superficial inadequada (pu
lverulência). A ruptura do
defeito de colagem, devendo este ponto de ens
aio ser desprezado.
...
,
·~('

<"i.J-... . ' ' H.Carasek

Ruptura na argamassa

E
.....
.. ~ .: . :_ .. •' .

. . :' " •'


,,

Ruptura na interface Ruptura r :3rface


Ruptura no substrato cola-argamassa cola- 1a

Figura 16 - Tipos de ruptura no ensaio de res1stencta de aderenc,a a tração de revestimentos


• A • A • '
ha isco) de ' assa,
considerando o revestimento aplicado diretamente ao substrato (sem e p .

Outra norma nacional existente para avaliação da resistência d..., ~ rência


à tração de argamassas de revestimento é a NBR ~52_:58 CA:S..l 20,,0?).
Essa norma apresenta uma metodologia para avahaçao em :ª')~ aton?,
introduzindo o conceito de resistência potencial de adere1 : -: pois
estabelece um substrato padrão para aplicação das argamassas c:..lefi; ?e 25
alguns cuidados adicionais de condições de climatização do laboratono.
Dessa forma, os resultados obtidos devem apresentar uma menor
variabilidade , embora não caracterizem, necessariame nte, o desempenho
da argamassa aplicada no sistema construtivo. v'ar
A resistência ao cisalhamento de revestimento s de argamassa não é con
normalizada. existindo apenas algumas propostas de métodos de ensaio em fin2
nível de pesquisa, como os métodos da RILEM (1982), MR-14 por corte e Pes1
MR-20 por torção, e, em nível nacional a proposta de Candia ( 1998). Todos con
esses métodos são complexos e de difícil execução, principalmen te em dei:
obra. do 1
Apesar da im~ortânc~a des~a propri~dade também para as argamassas de Arg
assentamento , amda nao existem metodos normalizados no Brasil para asse
avaliação d.a aderênc~a das juntas de argamassa na alvenaria. Nas propos.tas em
,,
de teste existente~ ~ao geralmente empregados ~étodos em que é med1~0 rec
o esforço necessano para separar duas ou mais unidades de alvenana devi
ligadas ~or arg~mas~a. ~ Figura 17 apre~enta algumas propostas de 0 co
métodos mternaciona1s existentes para essa fmalidade. llll) e
cons
.N
1ns•:
l "l1
<l, l
êlcfe
Argamassas 925

P/ 2 P/2 tp
ir
1
1

,1
I'
1

1
li
ll ~~I, .
~ p

p.
P/2
Tração Tração
v,i
Corte
fv,2
,,
P/2
,, P/2

-
a
P/2
Tração por Flexão Tração por arrancamento
Figura 17 -Algumas propostas de métodos e'\istentes para a avaliação da res1stenc1a de a de rência de j untas de
• A •

a,;sentamento.

25.5.Aspectos da dosagem e do preparo das argamassas

Diferentemente do que ocorre atualmente com o concret?, par~ o qua~ existem


vários métodos racionais de dosagem, para as argamassas ainda nao se d1spoe, no
contexto nacional, de métodos totalmente consagrados e difundidos com essa
finalidade. Nesse sentido, vários esforços vêm sendo empreendidos por grupos de
pesquisadores para suprir esta necessidade. Dentre eles, destacam-se a
contribuições de Selmo (1989) e diversas outras publicações da autora e do grupo
de pesquisa do CPqDCC/EPU SP (Sabbatini, Barros, Helene, dentre outros). além
do trabalho de Gomes e Neves (200 J ), do CETA-BA (Centro Tecnológico da
Argamassa). Por essa razão, ainda é comum, para o preparo de argamassas de
assentamento e revestimento em obra, o emprego de traços pré-fixados, baseados
em normas e documentos elaborados por instituições técnicas; são as chamadas
~
""':Ci~ bolo". Outro asP":Cto que contri?,ui com esse contexto é o fato de que.
devJdo a menor responsab1hdade aparente com esse material, comparado com
0
concreto que tem função estrutural, muitas construtoras não querem investir cm
llll! es'!'do de dosagem em laboratório, razão pela qual não se desenvolvemm e
consolidaram muitos métodos de dosagem.
Na · - eles
ÍIIstilui
14,
~ , ~ autora,_ en~nde-se que ~sses traços propostos por conceituadas
~
~cas nacmnais e estrangeira~, conforme apresentado no Quadr~
Ç(les
servir como um ponto de partida para a dosagem de ar ,
~ - · Es~ de do8!1~m ou ~o.mínimo ajustes nos traços pré-ti g~mas~~s
~ , pots os matenais constitumtes da argamassa difer:em _1xados sao
muno e uma
H.Carasek
926
tn .a teor de finos, natureza
. (granu1ome ' . d -
. .
utra pnncipatmente a areia d
uando a ª <loção direta a proporça 0
região p~ o t~) podendo gerar, q ento inadequado.
mineralóg1ca, e . ' assas de comportam
preestabelecida, argam as entidades normalizadoras.
dro 14 - Traços recomendados por algum
Qua
Traco em volume
cal areia Referências
cimento
Tipo de argamassa NBR 7200 1,
2 g a 11
. e de fachada 1
Revestimento de paredes interno (Aff IT, 1982)• 1,

. em contato com o solo 1 0-1/4 2,25 a 3 X ~ 1,"


Alvenana _ (volumes 1 e 210
Assentamento
1 1/2 AS ~
.......
de alvenaria Alv. sujeita a esforcas de flexao de o
estrutural 1 1 ê
Uso aeral, sem contato com solo cimento + 1 E O,
1 2 cal) õ
Uso restrito, interno/baixa resist 16 o,
o
. -
*Nonna antiga: a versao atuai ABNT NBR 7200: 1998 -
nao apresenta pr0 posições de traços de ar ~ ~- ~ o,
~ o.~
~
Pode-se observar, no quadro, que os traços têml em coOmutmraç. relação
. 1gu
aglomerante/areia , ·
. al ou proxima de. 1·3
· (em vo ume).. . :6, por
exemplo, representa uma relação (cimento + cal)/areia igua1 6, que
corresponde a uma relação 1:3.

28.5.1 Princípios dos métodos de dosagem

De forma simplificada, o princípio do método de Selmo ( 1989) é e. ). .J o _te~r


ótimo de material plastificante (finos provenientes da cal 13 ou de uma adi~ao Apó
mineral como o saibro, o filito ou o pó calcário) em argamassas cujas relaçoes aplicad
(areia+plastificante)/cimento, parâmetro "E", sejam preestabelecidas. Tenta-~e argama
abranger relações (areia+plastificante)/cimento desde as mais baixas possív:;1s com n
(traços mais ricos) até as mais altas (traços mais pobres). Em cada situaçao aplicad
encontra-se a mínima quantidade de material fino capaz de plastificar a tração.
argamassa, além da mínima quantidade de água necessária para dar a fluidez Com
adequada, garantindo a obtenção de argamassas trabalháveis. Constroem- e. trabalh
assim, os gráficos com as curvas de trabalhabilidade, que relacionam os valores • pre
de "E", nas abscissas, com os "finos plastificantes/cimento" ou áouafcimento, nas m2
ordenadas. Dessas curvas é possível se extraírem os teor~s mínimos de '
plastificante e de água necessários para cada relação Pre
(areia+plastificante)/cimento. Esses teores mudam de acordo com a natureza e as ªPli
características do material empregado como plastificante (cal aroila ou fíler • av
calcário), além das características da areia. ' 0 ade
E~perimentalm~nte,,. a d~terminação _desses teores ótimos de material nec
plas~cante e de. ~gua e reahzada por i:ne10 da "sensibilidade" de um pedreiro te01
expenente e habilitado. Com as quantidades de areia e ci· t ,·amente • ªPó
das a· · d . men o pre\1
~ : , vai-se a !c10;an ~ o matenal plastificante e a água até que pedreiro
·
ªfi
O
smbalh'
tra nobili?1daandus~1do ala nustura, que a argamassa tornou-se plástica. corn a tesi
a e 1 e para ser aplicada. Esse método, apesar de não ser do
13 re0
É importante lembrar, neste momento, que a cal não é apenas um material .ti . . A ,,11
lúdratada é, antes de mais
· nada, um aglomerante. P1astt tcante para a ~
an!aimt,~a.
Argamassas 927

. esenta um grande avanço


. .vo (usa a intuição do pedrerro)' rep: uro A prova de sua
totalmente quantttat1 assas saindo do campo do empmsmo_p obt·1·das quando da
. m das argam , ,. 1 t" t·co que sao "' ·
na <losagc - rrelações, em mve esta is 1 ' . t am tendencias
validade .:;aoJs boas ~~s
de trabalhabilida de, as quais mo~:ções estudadas.
claboraçao as ~dur d direta proporcionalidade entre as re
nitidamente defim ~s e
como ilustrado na Figura 18.

1,6
(1) y = 0, 12x - 0,47
1,4
R2 = 0,9999

1 1,2

1
•Areia1
• Areia2
~
2

ilJ 0,8
0,6
--
~
~
1,5

j 0,4

0,2 (2) y = 0,12x - 0,12_ 0 ,5 •Areia1 1_ _ (2) y = 0 , 19x + 0 ,004 -


ll R2 = 0,9995 • Areia2 R2 = 0,9986
o o
4 6 8 10 12 14 4 6 8 10 12 14
E= (areia+calVcimento (kg/kg) E (kg/kg)

Figura 18 _ Exemplo de gráficos obtidos experimentalmente de detenninação do teor de finos pl~stificantes


necessário (no caso em questão cal hidratada) e da água, para duas areias diferentes, sendo uma mais fina t1) e a
outra mais grossa (2).

Após a obtenção dessas curvas, parte-s~ para o estu.do dessas argan1assa


aplicadas, como assentamento de alvenana ou revestimento. No caso da
argamassas de revestimento, segundo Selmo (1989), preparam-se argamassas
com no mínimo três pontos da curva (diferentes valores de E). Essas são
aplicadas em paredes avaliando-se a fissuração e a resistência de aderência à
tração.
Complementarmente ao método exposto, a partir das curvas de
trabalhabilidade e dos diferentes valores de E adotados, sugere-se:
• preparar as três argamassas que serão aplicadas em painéis de no mínimo 2
m', com as condições mais próximas possível das existentes na obra (tipo e
Piep~ do substrato,
aphcaçao, etc.); condições climáticas, equipamentos de mistura e

• avall_:u' ~~.tivame~~ a facilidad~ de mistura, a trabalhabilidade (exsudação.


adesao_ ~c1al, facilidade de aplicação e coesão), além de medir tempo
Decessano para sarrafear e desempenar a argamassa (denominado emOob . d
• tempo para "pu_xar''); 1a e
~ o en~ureclDlen!."
88 ~ argamassa, avaliar, preferencialmente aos 28 d' .
a aderenc1a (tanto a resistência, quanto ti d ias.
_PO ~ ruptura). a
• ~.
res1stênCia e a textura superficial, a pennebilidade/ab O
do llSpecto CUsto/beneffcio que deve incluir o sorçao de agua••, além
l'elldimento da argamassa e~ índice de pelidas consumo de materiais. o
~~?-~~-~-~-------- .
pelo m6todo do cachimbo (ALMEIDA DIAS e CARASEK
, 20()3
H.Carasek
928

Já O
C E T A -B A , p ro ~ o st o ar grr;
G o m e s e N e v e s (2 0 0 1 ),
il
método do d la st if ic an te s a bas~- d e S a lv a d o r,
as e fo i d es e~ v o lv id
o s sa 1 b ro s ali
o
restringe-se ao u so e ps m at er ia is d a reg1ao /t d o o
· nt e p ar a O s p a râ m e tr o s b ás ic o s
especif1came . e ar en o so 1s •
N es se m e O '
. dOs de ca u11m
denomma _ • do de 7%;
de dosage1!1 _sao.de fi n o s( < 0,075 mn:1) d o agr(eganoso e ou
• teor maximo _ ca u li m ) e d e ag re ga do
, · relaçao en e tr ad iç ão pl as tificante are
• máXlllla
de 35%; d . nto especificado em proJeto o u conDo rm e a re co m endação
.
• consumo e c1me . . ,... .'l
apresentada no Quadro 15, d fresco· índice d e cons1stenc1 1a mesa
• características da a rg a m a ss ~ :s ~ 2 ~ 6 : 2005); teor d e ar
incoipor ad0 entre 8%
A B N T d e 2 6 0 ~ + l~mm(NBR
e 17%, e retençao de agua 13277 : 2005) su p er io r a 7 5 % .
. ento em
Q dro 15 Faixas de consumo de cim kg por m3 de argamassa, propostas no método de ( rA-BA
ua -
.
(GOMES NEVES 200 l)
'
- onde:
A p ll c a ~ o p = tr aç o (1
T ip o de argamassa Interna Exte q = tr aç o
-- -
Assentamento de blocos 150-180 160- o ale= re la g
Chapisco (sem adição) 380-430 41 0-4 :u)
Cc= co n s
Emboco CP= co n s
160-180 1 8 0- 2 1 0
Reboco cq :: co n s
160-170 170- 190 r'arg = m a s
Camada única
160-180 1 8 0 -2 10 ar== te o r d
Base oara cerâmica 'Yc:: m as s
180-210 190- 2 2 0
Base para laminado
210-240 - 'Yp== m as sa
'Yq == m as sa
A li m it aç ão d o te o r de finos es tá re la ci o n ad a c o m
as fi ss u ra s. No
en ta n to , n es se m ét o d o , co m o li m it e d e 7 % , p o ré m , n A tí tu lo
em se m p re é p o ss ív el
a o b te n çã o d e ar g am as sa s tr ab al h áv ei s; p o r is so , aquelas a
o m ét o d o p re v ê a
in tr o d u çã o d e ad it iv o in co rp o ra d o r d e ar. P o r o u tr consideran
o la d o , o te o r de ar
in co rp o ra d o ta m b ém d ev e se r li m it ad o , p o is fa v o re
p u lv er u lê n ci a e à re d u çã o d a re si st ên ci a d e ad er ên ci a. ce ao au m en to da
C ab e d es ta q u e q u e, ap es ar d e o m ét o d o d o C Qu
E T A -B A te r sido
d es en v o lv id o p ar a p la st if ic an te s à b as e d e ar g il o m
in er ai s, g ru p o de
p es q u is ad o re s d o N U T E A -U F G te st o u o em p re g o d o m 0
ét o d o p a ra dosagem ir
d e ar g am as sa s co m p ó ca lc ár io co m o p la st if ic an
resultado. te e o b te v e ótirn°
A ss im , um~ v ez d et er m in ad o o tr aç o em m as sa d a ar
g am as sa , co m ba_se
e m al g u m m et o d o de d o sa g em , p o d e- se ca lc u la r o co
em p re g an d o as eq u aç õ es ap re se n ta d as a se g u ir . n su m o d e m at er ia is ,

~B ~n ta -s e que o caulim e o arenoso sã o saibros amplamente empreg


~ n t e não apresentam manüestações patológicas. ados na região de Salvador e se bem dosados,
·
Argamassas 929

. . p . q . ale (em massa)


Traço. 1 . · ·
yarg (E q u aç ão 1)

ou
1 0 0 0 -a r
(E q ua çã o 2 )

(E q u aç ão 3 )

(E q ua çã o 4 )

onde:
p = traço da cal (o u outro plastificante), em massa
q = traço do agregado, em massa
ale = relação água/ cimento
Ce = consumo de cimento
CP = consumo de cal
Cq = consumo de areia
'Yarg = massa específica d a argamassa
ar= teor de ar (% )
'Yc = massa específica do cimento
,'p = massa específica d a cal
'Yq = massa específica do agregado

A título de comparação, o Quadro 16 apresenta o s cons


umos m éd io s p ar a
aquelas argamassas convencionais d e traços p ré -d ef
in id o s e m v o lu m e,
considerando a areia úmida e co m as relações a/c indicada
s.
Quadro 16 - Consumo de cimento aproximado para diferentes
traços de argamassa mista.

Traço da argamassa Relação Consumo de cimento


volume a/e a roximado k /m3
1:0 25:3 0,7 400
1:0,5:4,5 1,0 300
1:1:6 1,3 220
1:2:9 2,2
150
H.Corasek
930

argamassas eralmente e m obra os


28.5.2 p,eparo das ,. , feita em massa'. ~Js em vo l ume_16. A esse
m laboratorto e ssa serão medi. . ra de procedimento de
1 ue a c omposição da
A d_o~age:s~ituintes da arga~ts), norma bras1,e1
mater_ia,s c~BR 7200 (ABNTde argamass~, preve u ~onstrutor, co m traço
respe1t~, a de revestimentos .da pelo projetista o ão do t raç o e m massa
execuçao a deve ser estabeleci construtor a convers quação ap se ntada a
argamass m massa. Cabe ao . ando a e
exp resso e d ser feita empreg
para volume, que po e
seguir.

1
uação 5)

onde: 'fi te)


p=traço dacai (ou outro plastt 1can , em massa
q = traço do agregado, em massa J

õc = massa unitária do cimento, em ~gim


õ = massa unitária da cal, em kg/m
ÕPq = massa unitária do agregado, em kg/m·1

Um aspecto que deve ser observado no p_re_paro d a~ argar. tipoé eo


- . d osas
d mistura Esse tempo deve ser definido em unçao . da
temi poedee equipa~ento empregado, betoneira ou argamassade ira: e a-o
vo um t ·dade de material misturado,
. · d o a perf e1· t a h om o gene1zaç
garantm d , _
dquan 1 Sa No caso das argamassas que contem ,.. a ct·1t1vo
. rncorpor
· ador , e, e
a mas . , . d . . aJvuma
observar também o tempo maximo e mistura, pois, em "_ d
s~tuações caso o tempo seja elevado, poderá ocorrer uma incorporaçao e
!~ exager;da, o que pode s_er p_rejudicial para o desempe nho d a argama 3
aplicada, conform~ .sera d~scut1do no texto sobre p a to logia d
revestimentos na prox1ma seçao. 0
{j 1
cau ·;
28.6. Patologia dos revestimentos de argamassa fator
Ne s
A deterioração prematura dos revestimentos de argamassa é decorrente de reve~
diferentes fonnas de ataque, as quais podem ser classil1cadas cm físicas. •a
mecânicas, químicas e biológicas. No entanto, essa distinção e ntre os processos e •a
meramente didática, pois, na pr~tica, os_ fenômenos freqüe ntemente_ ,e •e
sobrepõem, sendo, portanto, necessano considerar também as suas interaçoe: •e
Além disso, geralmente, os problemas nos revestimentos se manifestam a1ra,e, lJ
de efeitos físicos nocivos, tais como, desagregação, descolamento. vesícul"'· lo
fissuração e aumento da porosidade e penneabilidade . A Figura 19 apresenta ufll"

16 O ~ seria q~ os - ri,.;, f°""m med;dos º'." ma,~ na nbrn k "'~"'''.'"dn 1,,.1.,,,.,. I''" ;,.,., ie- ana • uP ,
0
,t.
Se1ql=

samn0a
da areja da
e da<ompos,ção
compactação dos materiais
da a,gamas,a ao preencher
preparada; senam " ""d" '" """'''~' "''"
us padiolas. "1u,;d," ""'' ' elcuo do '"'"""' "'
Argamassas 931

l 'fica
1 ção dos proc esso s de dete rior ação dos reve stim ento s de arga mas sa,
e ass1 , · · d les
apresentan do exem plos de cau sas t1p1cas asso cia as a e .

DET ERIO RAÇ ÃO DOS


REVESTIMENTOS DE ARG AMASSA

PRO CES SOS

~ ,
~ w ~
FiSI CO·
MECÂNICOS QUÍMICOS BIOL ÓGI COS

Ex.: retração plástica


1 1
Ex.: hidratação retardada Ex.: crescimento de
devido à rápida do óxid o de magnésio da microorganism os (fung o
evaporação de água, cal levando ao e bolo r) prod uzind o
levando à fissuração; emp olam ento e à man cham ento e
movimentação da base desagregação do desagregação devido à
(alvenaria/estrutura) revestimento; oxidação produção de ácid os
causando fissuração do de impureza presente na orgânicos que atac am
revestimento; areia (pirita) levando à
os aglomerantes (este
movimentações de formação de vesfcuias,
prob lema é
origem higrotérrnica manchamento e característico de área s
podendo leva r à fissuração.
fissuração, desagregação úmid as).
e descolamento dos
revestimentos.

Figura 19 - Processos de deterioração dos revestimentos de argamassa.

Uma outra forma de classificação dos problemas refere-se à orig em da font e


causadora. Assim, a deterioração das argamassas tanto pode ser orig inad a por
fatores externos ao revestimento com o por causas internas à própria argamassa.
Nessa linha, podem ser citados com o fatores que interferem na durabilid ade dos
revestimentos de argamassa:
• a qualidade dos materiais constituintes da argamassa;
• a composição (ou traço) da argamassa;
• os processos de execução;
• os !atores externos (p.ex. exposição às intempéries, poluição atm osfé rica ,
umidade de infiltração, etc.).
Todos esses fatores são muito importantes e, muitas vezes, se não quase
:mp re, as causas de deterioração são provenientes da associação de mais de um
tor. Apesar de todos estes fatores serem importantes, este capítulo tem com o
H. Carasek
932
()li
. dos materiais na durabilidade
1·nfluência
. . mais detalhadamen te ~ uir serão abordados os aspectos 111l'Jl()
objetivo d~scut~ de argamassa • Assim_, ª. seg d~s argamassas de emboço ou ~a1l
17
110
~os reve,st~m;~ê~~ia dos materiais const1dt~1~tes aditivos e água, na durabilidade rcsp01
hgados a ·~ . to cal agregados, a içoes, esses e
camada úmca: c1men ' '
dos revestimentos. transí<

28.6.1. Cimento 28.62


, . industrializad o, com um bom r~ntrole de
o cimento Portland e um matena!e ouco responsável pelas 1ruufestações Difi
qualidade, o que o toma, geralmenf' ~ntos de argamassa. AI ,ur as vezes ôtilllé.l
patológicas observ~das nos ~~v:~ im cimento na realidade sfü r )Venientes comer
problemas nos revestunentos atn UI os a- d bmx~ ualidade dos n ~riais. Por
O
nãos
do proporcionamento (traço) adotado e nao a q . _
1
exemplo um traço muito rico em cimento pode levar a uma alta ngu . retraç~o. norma
fissuraçã~ e descolamento do revestimento; ou, por outro lado, un 'lÇO muito proc.Ju
pobre, à desagregação do revestimento.
Op,i
Em princípio, qualquer cimento pode ser empregado no p~eparo E rgamassas hidrata
para revestimento (emboços ou revestimentos de camada un1ca)~ te11 -se apen~s
atenção com a sua finura. Cimentos muito finos podem produzir 1na .)r retraçao
plástica levando à formação de fissuras com configuração em rr apa (como para o
ilustrado na Figura 20), as quais permitem a entrada de água, co 1ron1etendo
totalmente a durabilidade dos revestimentos. Nesse sentido, deve-se ter cuidado revesti,
especial com o cimento CP V -ARI, que devido à sua elevada área específica na forn
possui alta velocidade de hidratação e maior retração inicial do que os demais que na
tipos de cimento, geralmente resultando em fissuração do revestimento nas progrcs
primeiras idades. Igualmente os cimentos de maior classe de resistência (40 MPa) da hidr,
devem ser empregados com cautela, uma vez que também são mais fino do que ou do)(
os das classes mais baixas (25 MPa e 32 MPa).
l'arbona
_Por ~:mtro lado, quando ,e~pregados cimentos com altos teore de adições atual ida
mmera1_s (poz~lanas ou e_scona de alto forno) deve-se ter O cuidado de. em locais 1.\\ràini~
~o~ baixa umidade relativa, altas temperaturas e ventos fortes realizar uma cura l'a1né.lda
umida adequada de forma a garantrr· a ad d hidr - '
equa a ataçao deste aglomerante.

Figura 20 - Revestimento apresentando fissuraça- , .


te . o em mapa. típica de llroiim,..r~--
pos nonnente tomam-se pontos de movimentação de ·c1o às _ _-e-:--·-=ctS com alta retra1;üo. fissuras l'slil' li
"'

VI açoes temucas e h" , . . . . ih1'


17 É•
igruscop1cus sohn.• os n.·n·st1111l 1
importante lembrar que grande pane dos aspect bo
manifi ,.,,.;;..r ló ' OS a rdados a se . . 11'
~~ pato. gtC8S que ocorrem com OUtras iiroiim<>rr--
alvenana e contrap1so
• gu1r seive também pnm li l'Olllfll\"\'IISIII' '• •
-e.-......._, aplicadas por e . , , ,1,
' • Xemp1O IIS Jllllhls lil' IISSl'lllllllW 11 I
Argamassas 933

Outra manifestação patológica qu e po de ser atribuída ao cim ent o, p~ rém .de


menor incidência, é a formação de eflorescências, conforme será me lho r d1s cut:1do
no subitem 28.6.7. Cimentos co m elevados teores de álcalis (NaiO e KiO) po ?em ser
responsáveis po r eflorescências n~ ~g ~a ssa s. Du ran te a hid rat ação do cu nen to,
esses óxidos, transformam-se em hidroXIdos e, em contato co m o COi da atm osf era,
transformam-se em carbonatos de sód io e potássio , alt amente sol úveis em água.

28.6.2. Cal
Diferentemente do cim ent o, ape sar de no Brasil ser em pro du zid as cal es de
ótima qualidade, ain da exi ste m tam bém mu ito s produtos de bai xa qu ali dade sen do
comercializados co mo cal hidratada. De ssa f01ma , dev e ser tom ado cui dado pa ra
não se adquirir um a cal ina deq uad a18 que é um produ to de ori gem du vid osa ,
normalmente resultado de um processo de fabric açã o co m bai xo con tro le de
produção, ou me sm o de um a mistura rud iment ar de cal co m outros materiai s.
O principal pro ble ma ob ser vad o co m a cal hid ratada é a pre sen ça de óx idos não
hidratados em teo r exc ess ivo (ve r Qu adr o 17). Nesses casos, esses óx ido s pode m
reagir·com a um ida de apó s a aplicação e end ure cimento da arg am ass a. A rea ção
de hidratação é exp ans iva, lev and o a um aumento de volum e do material de 100%
para o Ca O e de 110% par a o Mg O. As sim , qu and o ocorre a hidratação retardada ,
não existe esp aço par a os novos produtos formados, levando à deterioração do s
revestimentos. Qu and o o pro ble ma oco rre com o óxido de cálcio, qu e se aprese nta
na fonna de grãos gro sso s, a conseqüência observada é a formação de vesículas ,
que nada mais são do qu e pequenos po ntos do revestimento qu e inc han do
progressivamente aca bam po r destacar a pin tura. Por ou tro lado, qu and o se tra ta
da hidratação retardada do óx ido de ma gn ésio, presente na cal do tipo ma gn esi ana
ou dolomítica, est a rea ção é be m mais lenta e ocorre simult ane am ent e à
carbonatação do Ca (O H)2; nesta situação, o principal proble ma ob ser vad o na
atualidade é a desagregação do em bo ço ou mesm o, no caso de revestimentos
cerâmicos, o destacamento das peças cerâmicas, com ruptura no interior da
camada de em bo ço (C IN CO TI O, 1976; CA RA SE K, CASCUD O , 1999).

Quadro 17 - Manifestações patológicas nos revestimentos de argamassa provenientes


da hidratação retardada dos óxidos de cálcio e magnésio da cal.

Hidratação retardada óxid o de cilclo Óxid o de mag nh lo


Desagregaçao de emboços/
Manifestação patológica camada única
Ves!cu!as de interior branco
obselvada Empolamento da camada de
reboco casos anti os
Perfodo médio de
dos sintomas

lluetraçlo

•• AAssoc·
~ iação Brasileira dos Produtores de Cal (AB PC) mantém , desde 1995, o Programa da Qua lid , d C
ti,.;. __,_. , para a Construção Civil, que monitora a qualida de das marcas 0 1
de cal exis tentes 110 ªd~ ª -~
9lí! "' ,
: . ~ n:la•"-n"os cada •
a tres mes es, para o
M" . é . d e·
1mst no as idad es que gere ncia ·
Pro mer ca o. senu o
~ ,gq . . .
- Procluttv1dade no Habitat (PB QP-H). Os resultado s dest
.br.
• O
es rela tórios ~ 1e
B ·i ·
gram a ras1 e1ro Ul'
b ·.,
r,,u m ser o t1uns em:
.x,(
..
28 63 Agregados . . ~r
. • lhidos co1n cu1dad '- . p ,:.:: ==- -jn1t
d S devem ser esco . . j ,.. __ ,, ....
~ b 'm os agrega o a 80% do consum o dos inatenr us e a ar~:.ll: l~-~ - .i. - - ~:ira
.iam e d 60~ '"' -~".; -- _
representam cerca .e .o . t1 ,., .a no seu co1nportan1ento no e . ~~~ ~ - ·p1d
ffe o-:.1d ..,.~~- .-:
resultando em s1g
. ruficat1va m uenc1
desempe o
nh dO vestime nto. Geralm ente oª~ :=-
re · "d e · e.,
-~~.
'I _..,.
·~-= -
__-.:,. ~--
rlla5
~

bem como no . ,, · natural constlt w a s. '" '" rern ,


P ara argamas sas de revest1.m entdo e ~ are~a "cavas " Alterna tiY~Ullê -.e -~~ :::,:
tr 'da de leitos e nos · . "' - ,
quartzo edasex também
ai . rtificia is obtidas pela bntage c - ~~~
areias a ,, , , ~
empreg a 1 ,, . e o dolomi to constitu 1das, neste ca o. . "''""'""-._.,..
principalmente o ,c~ cano '
d ál io e magnes10 . - -
e ~s ~eias por veze.s escolhidas pelo constru tor apenas en:, tun 'ª --.:-'- -
-...
acabamento' desejado para o revestimento (por exc1nplo, sao en p
mais finas para obtenção de uma textura ~enos . rug?sa o I
economia de massa corrida quando da execuç ao da pmtma) ..P d,"
fonte de manifestações patológicas. Os problemas dos revestm1c.
areias podem ser separados em dois grupos: . , .
• relacionados à composição químic a e mmera logtcu. se o
d
importância a presença de impurezas~ e .
• relacionados à granulometria, devend o ser constdeTad,1 - r-,,,,, ~-- , - -
._,,_ ___ -~-
filã.Ilulométrica, além do teor e da natureza dos materia i~- pu ·,
C~m relação ao primeiro grupo, as areias deverão ser L ent~L-.
teor inexpressivo, de torrões de argila, carvão, matéria orgàniL'a. p1.
ferruginosas. sais solúveis, mica e argilominerais 111 • O Quadn:
principais problemas oriundos da presença dessas impun....~a~ -, .::~-:: - '
Salienta-se que grande parte das impurezas das areias pode s . . r '! · '."=·:.....~.: .. ··
sua lavagem e o seu peneiramento e que a freqüe nda d s n, . ... :::.~- •
revestimento é proporcional ao teor dessas impurezas.
Ainda quanto à composição mineralógica do agregad o. d(', t'-.-...' :.:-:- .:~..... • .;",' Co
fe
quanto à reatividade das areias, evitando assim, a deteriora,à1..) i1..'S !"..., --~:-.··-...,-· .... ,
pela reação álcali-agregado (RAA). A RAA é uma rea,'ào k m~1 .: . _' "'::~:_' '. ,' \..: ·.:
ocorre entre os álcalis (NaiO e K20), provenientes do ~im ' nt1.. :: >.-~- ·..·
externas, e algumas fases mineralógicas reativas da an.'ia ~'. Fst.. T.:.;.: . ,· ··
condições favoráveis, p~ncipalmente de .umidade, gera t'\.pan$ - ,~ ~::,: ~ ·,· ··
comprometer a durab1hdade dos revestimentos de argainas,~l ~ . ,, . :. .~ :. .... .
fissura çãoede sagrega ção.Ap esardej á bem conhecida na lt'\.'lh'l ~i.l : . ... :·,··:.·.,'
até o momento nã? se tem registr.o de caso diagnostil'ad'-) ' m -,"-',~::::. ,-·. . ;:
argamassa no_Brasil, sendo conhecidos a.lguns c;,~sos t\.'lmad'-)S ~•i , 1 .1. :~ ......, , ,· ,
Com relaçao ao segundo grupo, relac10nado a l'Olllposi,·à'-' ~r:.u •
1
agregado, o grande problema está associado com a l\.'tr:.i j
fissura ção~ arg~s as,já di~cutido no item :!8.ó.4 .~. Out~ ,f,it
des~as. partículas_ mmto finas e que elas podem t\.'t'ohrir '-'-' gr:.1 .
prejudicar a adesao entre a pasta aglomerante e a areia, redu.,.in t l • ,
da argamassa, deixando o revestimento pulvemlento l,' El ~ h. •. l • .
'
~
19
Alerta-se que o efeito dos rugilomine rais será discutido no prt'>ximo suhik·m. idt s
ooostituinles do saibro. .l
ª&emplo s de ftieS mineralógicas reativas: opala, calccdônia , cristobnlitn , llllnrt,, k-t\V\l
Argamassas 935

caso, para evitar essa manifestação patológica específica, a pulverulência, poderia


ser especificado um aumento do teor de aglomerantes, principalmente do
cimento. Isto, no entanto, apesar de corrigir a pulverulência, seria um desastre
para o revestimento, uma vez que a argamassa com excesso de finos totais
(pulverulentos do agregado e dos aglomerantes), além de apresentar uma
plasticidade acima da adequada (argamassa "gorda") desenvolveria altíssima
retração e fissuração.
Quadro 18 - Principais impurezas das areias e suas conseqüências nas argamassas e revestimentos.

Impureza Manifestação patológica


presente no produzida no Mecanismos / Observações Fontes prováveis
a re ado revestimento/ar amassa
• Desagregação do Os torrões de argila são grãos de
Torrão de baixa resistência mecânica Podem apresentar-
revestimento;
argila (friáveis), absorvem muita água e se em aw egados d
• Vesículas.
desa re am ori inando vazios. mina.
• Inibe a pega e o
endurecimento da Areia lavada
Matéria argamassa; insuficientemente,
orgânica em • Veslculas com interior A desagregação do revestimento contendo resíduos
pode ser produzida pela baixa de animais e
decomposiç escuro; . aderência entre grãos ocasionada
ão • Intumescimento; vegetais (folhas,
(húmus) • Pode incorporar ar na pela presença de ácidos dos raízes e caules) em
argamassa; húmus que neutralizam a água decomposição;
• Desagregação do alcalina da argamassa. poluição de rios
revestimento. (detergentes).
• Vesículas com interior
preto;
• Intumescimento;
Carvão • Manchas escuras O carvão é um grão de baixa
escorridas na superfície resistência mecânica (friável) e
do revestimento ou instável quimicamente.
intura.
• Manchas escorridas de
cor ferrugem; Reação de oxidação, formando
Concreções • Desagregação do compostos expansivos -
ferruginosas revestimento; hidróxidos de ferro e óxidos de
• Vesículas com interior ferro hidratados.
escuro.
• Eflorescências (e
criptoflorescências)·
• Acelera a pega e O '
Os sais são dissolvidos pela água
is solúvel endurecimento da
e levados à superfície do Areia da região
argamassa (cloretos)· revestimento formando litorânea e de
• Desagregação depósitos
'
pulverulentos, geralmente brancos. estuários•
sulfatos
A mica é um mineral que se
cristaliza em forma de lâminas
delgadas (placas). Durante 0
• Desagregação· sarrafeamento e desempeno da
Mica • Esfoliação· ' argamassa as placas de mica Ocorre com
(mll8Covlta • Descolam~nto do presentes podem se orientar freqüência nas
blotita 1 revestimento· paralelamente à superflcie da rochas ígneas e
~) • Aumento da demanda ba~e,_atuando como superfícies metamórficas
de água de d1~mutas de descolamento, obre~udo micaxi~to,
amassamento. reduzindo a aderência no interior granito e gnaisse.
. da massa (esfoliação) ou na
interface argamassa/substrato
descolamento .
936 H. Carasek

28.6.4. Adições
29 (ABNT 1995) adições são materia is inorgânicos
Segundo a NBR 135 , , . . ,
· · dustn·a1·s finamente dividid os ad1c1onados as argama ssas para
natura.Is ou m . .' ,, ·d -
modificar as suas propriedades e cuJa quantid ade e levada em cons1 eraçao no
proporcionamento. Dentre as adições geral~e ?te e~preg adas em argamassas oesagre
estão: o saibro. o filito e os pós de pedra (calcar10 e s11Icoso). . . pulveru
As adições minerais geralmente são empreg adas como subst1tut~vos da. cal
hidratada, visando garantir a plasticidade da massa, com um custo mai~ reduzido .
Os saibros foram amplamente empreg ados no Brasil com essa finalidade, oescola
recebendo as mais variadas designações regionais, tais como: tagu~, arenoso ,
caulim, massara, piçarra, salmorão, argila de goma, ba.ITO, areia de reboco, areia de Eflores
meia liga, areia rosa, etc. Este material, constituído em parte por argiJomfoerais, Bolor e
empregado indiscriminadamente é causa freqüente de manife stações p tológicas
nos revestimentos de argamassa, sendo os principais problem as e Jservados: Fissuraçã
o
fissuração, pulverulência, além de eflorescências e descola mento (Fig,1 ra 21). O endureci
Quadro 19 apresenta um resumo dos problemas associados aos saibro com uma L-

breve. explicação. Salienta-se que nem todo saibro é deletéri o mac que este
I:1atenal dev~ ser empregado com grande cautela , pois além dos inconvenientes
hst~dos antenormente, ele é um material proveniente de decompm·içãc de rochas, 28.65.
mmto heterogêneo e, portanto, de difícil controle para a dosage m em obra.
Umdo
de assen
em pequ
homogen
melhor tr
Pode ajud
~mpregad
isto Pode
mes 010 g
argarnass
revest·une
aderên
,,
.
Cta
molhar'''
extens-ao d
Argamassas 93 7

Quadro 19 . Problemas típicos cm revestimento pelo emprego de saibro nas argamassas


- - - - . - - - - - - - -~- - - - - - - - - - - - - - - - - ,
Problema Causa/exp.::,:
lic:.:a~ç=ã-=-
º --- --: --- --: :-: -:- :.: --: ::- ::~
excesso de partlculas finas, de -argila, -,eva ao aumento do consumo de ág~a
Fissuração para garantir a trabalhabilidade adequada . A saída dessa água causa
a retraça
mapeada a canse üente fissura ão do rev~s_timento. . .
orno o saibro entra na composição das argamassas para substituir a cal
hidratada (efeito plastíficante no estado fresco) pode ocorrer da argama~sa ~e
esagregação e proporcionada com pouco aglomerante (pois esta adição não possu
i _efe1t
Pulverulência imentante), gerando um revestimento pulverulento . Por outro lado, as
part1cula
e argila podem recobrir os grãos de areia e prejudicar a adesão entre a pasta
lomerante e a areia reduzindo a coesão interna da ar amassa.
s grãos muito finos de argila podem penetrar no interior dos poros do su_bstrat
Descolamento cupando o lugar de produtos de hidratação do cimento que se for
mariam n
interface e reduziriam o travamento mecânico da asta nos oros.

Bolor Mofo presença de sais no saibro torna os revestimentos mais higroscópico s ficand
8
úmidos or mais tem o.
F çã lgu ns argilom inerais (como a montmorilonita) apresentam variações cíclicas d
,ssura O
ap 65
ciume como conseqüência de variações da umidade ambiente, produzind
0
. t ontraç ões ou expansões na argamassa endurecida, levando ao apareciment
d
en urec,men ° u alar amento de fissuras.

28.6.5. Aditivos

Um dos aditivos mais empregados para argamassas, seja de revestimento se ja


de assentamento, é o incorporador de ar. Trata-se de um produto qu e, adicionado
em pequena quantidade à argamassa, é capaz de formar microbolhas de ar,
homogeneamente distribuídas na argamassa, conferindo-lhe princ ipa lm en te
melhor trabalhabilidade e redução do consumo de água de amassamento, o qu e
pode ajudar a reduzir o risco de fissuração. No entanto, estes aditivos de ve m se r
~mpregados co m cautela, pois, se o ar for incorporado em teores muito elevados,
isto pode prejudicar a aderência da argamassa co m o subs trato (ver Fi gu ra 22) ou
mesmo gerar um revestimento co m baixa resistência superficial. Geralmente
argam~sas com teores de ar acima de 20% podem representar problemas pa ra ;
revestimentos; abaixo desse valor crítico, o ar incorporado até melhora 0 a
~derênci~, devido ao ganho na trabalhabilidade da argamassa, que permite
molh!' m~lhor a superfície do substrato, resultando em um aumento na
extensao da ligação.
938 H. Carasek

crirtº~s
argam.
0 ,4
0,38 evestllll
r pjvers
dos mate
quanto d
solo (q,_11
efloresce
são produ
º~L--~-, ---~24-- ,-2s--,-2 a--:30:-- -:32 Como
Teor de ar Incorporado (%) primeira
Fiinua "" - (a) influência do teor de ar incorporado na res1stencta de adereneia de revestimen
• A • A tos de argmr,
) . teJ'. ((' A ; a (ALVES,
~')EK 1996) 28.7. Nor
e
2002): lb)
- imagem na lupa
estereoscop
, .,ca mosu-ando
a presença de vazio· s (bolhas de ar na m 11ace "' , .

28.6.6. Água de amassamento A segu


Associacã >

Com relação à água, o principal proble ~a _está relacio n~do 2 r : ença de capítulo. a
sais solúveis. que poderão gerar as eflorescencias nos revestrrnen , ta~ b~m
acelerar a pega da argamassa. Por outro lado, a presenç a de ~at-r _ ,Jrgamca 1

pode retardar a pega e o endurecimento da argamassa. ~ss1m,., .,v se pode


empregar água do mar e outras águas co1?. alto t~or de sa!s soluv !1 º e ? ut:as
substâncias nocivas. Deve-se, portanto, utilizar a agua potave l da recte publica
de abastecimento ou no caso da necessidade de utilização de água não tratada
realizar testes para verificar a sua qualidade.

28.6.7. Eflorescências

Eflorescências são manchas de sais precipitados na superfície ou em


camadas superficiais dos revestimentos que, além de compro meterem o
aspecto estético. contribuem para a desagregação do revesti mento . Para que
ocorram etlores cências três fatores são essecia is e devem existir
concomitantemente: presença de sais solúveis, presenç a de água e pressão
hidrostática para propiciar a migração da solução .
Didatic amente o fenôme no pode ser dividid o em eflores cência e
criptotlorescência. conforme o local de cristalização dos sais no entanto,
genericamente este problema é chamado de etloresc ência. Cas~ exista uma
rede de capilares bem formada na argamassa endure cida, quantid ade de água
suficiente para levar os sais e condição de evapora ção modera da os sais irão
e cristalizar essecialmente na superfície do revestimento sendo ' fenômeno
0
denominado de etlorescência. Mas, quando os poros capâare s não estão bern
con_ect~dos formando_ uma r~~e. existe pouca água ou ainda a evaporação é
mui~o. mtensa. os sais preci~itam ~ u~a ~erta distânc ia da superfície, e~
depos1t?s que exercem pre~sao devido a hidratação e cristalização dos sa1s
produz mdo a desagre gaçao da argama ssa, fenôme no denom inado de
Argamassas 939

criptoflorescência. Se estes sais cristali zarem na região de interfa ce


argamassa-substrato, o fenôme no pode causar o descola mento da camad a de
revestimento.
Diversas são as fontes de eflorescências nos revestimentos, podend o ser tanto
dos materiais constituintes da argamassa, como apresentado nos itens anteriores,
quanto de fontes externas, como por exemplo dos blocos cerâmicos ou mesmo o
solo (que aparecerão devido à problem as de imperm eabiliz ação). As
eflorescências podem ser devidas a qualquer sal solúvel, mas as mais freqüentes
são produzidas por sulfatos, nitratos e cloretos. (VALDEHITA R OSELL O. 1976)
Como para que ocorram as eflorescências é necessária a presença de água, a
primeira medida para resolver o problema é a eliminação da infiltração de umidade.
28.7. Normalização

A seguir, nos Quadros 20 e 21, estão resumidas as normas brasileiras da


Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) relacionadas ao tema deste
capítulo, agrupadas por tipo de argamassa.

j
940 H. Carasek

. d massas (alvenaria e revesti mentos ele


Quadro 20 - Nonnas brasileiras relaciona as com arga
argamassa).

Título
Tipo Número Ano
Bloco s de concr eto celula r autoc lavad o Exec uç~o de
NBR14956 2003 alven aria sem funçã o estrut ural - Parte 1: Proce dimen to com NB
1 aroam assa colan te indus trializ ada
Bloco de concr eto celula r autoc lavad o _E xecução de alvenaria
<( NBR14956· 2003 sem funçã o estrut ural - Parte 2 : Proce dimen to com argamassa
õ:: 2 (/)
<(
z K;onvencional o
()
Argam assa para assen tamen to e reve~ timen to de ~arP:d es e
~
<( NBR 15259 2005 ltetos - Deter minaç ão da absor ção de agua por capila ridade e
k:lo coeficiente de capila ridade
!Argamassa para assen tamen to e reves timen to de pared es e
i
()
(/)
NBR 15261 2005 etos - Deter minaç ão da variaç ão dimen siona l (retra ção ou o
!expansão linear)
.1 - - ~
UJ
Argam assa para assen tamen to e reves timen to de pa des e ~
NBR 13276 2005 ltetos - Prepa ro da mistu ra e deter minaç ão do índice rto
K;onsistência
~ NBR
w
NBR 13277 2005 !Argam assa para assen tamen to e reves timen to do pa t JS e ai
a::
etos - Deter minaç ão da retenç ão de áqua NBR
Argam assa para assen tamen to e reves timen to de p re · JS e
NBR 13278 2005 etos - Determinação da densi dade de mass a e do teor Je ar
incorporado NBR
<( !Argamassa para assen tamen to e reves timen to dE:. ar es e
CfJ NBR 13279 2005 ltetos - Determinação da resistência à tração na fü, ão ~ à
CfJ
<( icomoressão NBR
~
(9
!Argamassa para assentamento e reves timen to de pared es e
NBR 13280 2005ltetos - Determinação da densidade de mass a apare nte no
a:: NBR
<( ~stado endurecido
w
o NBR 13281 2005 Argamassa para assentamento e revestimen to de pared es e NBR
o
1-
ltetos - Requisitos
zw NBR 13528 2010 Reve sti~en !o de par~d~s ~ tetos de argam assas inorgâ nicas -
~ - Determ_macao da res1stenc1a de aderê ncia à tração
NBR
1- .
CfJ NBR 13529 1995 Reve_st1me~to de p_aredes e tetos de argam assas inorgâ nicas -
~a::
Termmoloma NBR
NBR 13530 1995 Reve~time~to de paredes e tetos de argam assas inorgâ nicas -
Class1ficaçao
NBR 13749 1996 Reves~imen!o de pared es e tetos de argam assas inorgâ nicas -
Espec1ficacao
NBR 15258 2005A rgam~ ssa para rev~st~me_ n to de pared es e tetos -
Determmacao da res1stenc1a potencial de aderê ncia à tração
NBR 15839 201 OArgamassa par~ ass_entamento e reves timen to de pared es e
ltetos - ~aractenzac_ao reolóaica pelo métod o squee ze-flo w
NBR 7200 1998 ~xec~ç~o de revestimento de pared es e tetos de argam assas
moraanicas Procedimento
Argamassas 941

Quadro 21 _ Nonnas brasileiras relacionadas com arga


massas (revesti mento cerânúco e outras).

Tipo Número Ano


T ít u lo
R e ve st im e n to d e p is o in te rn o o u e xt e rn o ft •

1 6 co m p la ca s ce ramrc a s
N B R 1 3 7 5 3 9 9 e co m u ti liz a çã o d e a rq a
m a ss a co la n te - P ro ce d im e n to
R e ve st im e n to d e p a re d e s in te rn a s co m p
4 1 9 9 6 la ca s ce râ m ic a s e co m
NBR 1 3 7 5 u til iz a çã o d e a rq a m a ss a co la n te P ro ce
d im e n to
R e ve st im e n to d e p a re d e s e xt e rn a s e fa ch
a d a s co m p la ca s
NBR 1 3 7 5 5 1 9 9 6 ce râ m ic a s e co m u ti liz a çã
o d e a rg a m a s sa co la n te -
w P ro ce d im e n to
8 R
14 08 1
,.,,
0 0 4
A rg a m a ss ~ c? la n te in d u s! ri_aliz a d a p a ra a
ss e n ta m e n to d e
-~ NB e.' placas ce ra m rc a s - Requ1s1to s
~ A rg a m a ss a co la n te in d u st ria liz a d a p a ra a
~ NBR 14082 2 0 0 4 p la ca s ce râ m ic a s - E xe cu ss e n ta m e n to d e
çã o d o su b st ra to -p a d rã o e a p lic a çã o
w d e a rq a m a ss a p a ra e n saio s
~ NBR
1 4 0 8 3 7004 A rg a m a ss ~ c? la n te in d u st ri ~ liza~a p a ra a ss e n ta m e n to d e
UJ - placas ceramrcas - D e te rm m aça o d o te m
p o e m a b e rt o
~ A rg a m a ss a co la n te in d u st ri a liz ad a p a ra a
t5 NBR 1 4 0 8 4 2 0 0 4 p la ca s ce râ m ic a s - D e te ss e n ta m e n to d e
rm in açã o d a re si st ê n ci a d e a d e rê n ci a à
~ tr a cã o
e:: NBR
1 4 0 8 5 7004 A rg a m a ss ~ c? la n te industri~liza~ a p a ra a ~ se n ta m e nt o d e
- olacas ceram1cas - D e te rm m a cao d o d e sl
iz a m e n to
A rg a m a ss a co la n te in d u st rializad a p a ra a ss
NBR 14086 2004 p la ca s ce râ m ic a s - D e te rm e n ta m e n to d e
in açã o d a d e n si d a d e d e m a ss a
a o a re n te
A. R. - A rg a m a ss a à b a se d e cim e n to Port
NBR 1 4 9 9 2 2 0 0 3 re ju n ta m e n to d e placas ce la n d p a ra
râ m ica s - Requisitos e m é to d o s d e
ensaios
NBR 1 0 9 0 8 2 0 0 8 A d it iv o s p a ra a rg a m a ss a
e concre to s - Ensaios d e u n if o rm id a d e
NBR
1 1 6 8 6 1 9 9 0 [; o n cr e to fr e s c o ~ ~ e te rm i~ a çã o d o te o r ? e a r a p ri si o n a d o p e lo
m é to d o oressometnco - M e to d o de ensa io
C im e n to Portland - Determinação d a va ria
NBR 1 3 5 8 3 1 9 9 6 b a rr a s d e argamassa d e ci çã o d im e nsi o n a l d e
mento Po rtla nd expostas à so lu çã o
d e sulfato d e sódio
NBR 7222 A
1994 rgamassa e ~on~reto - Determ inaçã o da re si st.~ n ci a à tr a çã o
oor co m o re ss a o diametral d e corpos- d e-pro
va c11i nd ricos
NBR 9290 ~ a
1996 l hidratada para argamassas - Determ ina çã o d e re te n çã o d e
áaua
NBR 9479 A rg am assa e concreto - C â m a ra s úmidas e ta n q
(/) 20 06 ue s p ara cu ra
de corpos-de-prova
i~
NBR 9778 12
00 9 A rg am ~ssa e_concr~to_endureci~os - D e te rm in açã
o d a
absorcão d e aoua, md1ce d e vazios e mass
a e soecífica
NBR 9779 ~ rg a m a ss a e concreto endurecidos - D e te rm in
1995 a çã o da
absorcão d e áoua o o r caoilaridade
NBR 7215 1991 Cimento Portland - Determ
inação d a resistê ncia à co m pre ssã o
NBR NM 9 2003 ConcreJo e arg~m~ss~ Deter
minação d o s tem p o s d e peg a
oor m e io d e res1stenc1a à oenetracão
NM 137 1997 Argamassa e concreto A~ua
para amassamento e cura d
araamassa e concreto d e cimento Portland
e
NM 34 1994 ~ditivos para argamassa e co
ncreto Ensa io s d e uniformidade
NM 9 2002 ...oncreto e argamassa Determinação dos tempos d
oor meio d e resistência à oenetracão
e pega
.._ NBR 15900 2009 Água para amassamen
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942 /-1. Cllrllsek

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Argamassas 943

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