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Materiais de Construçlo Civil a Princípios de ctencia e BnPJiltadà de Materiais

Geraldo Cechella lsaia (Organizador/Editor)


© 2010 IBRACON. Todos direitos reservados.

Capítulo 23

Gesso d e Construção Civil


Va11derley M. Jol,11
Maria Alba Ci11cotto
Universidade de São Paulo

23.1 Introdução

A indústria da construção civil d.ispõe de três ligantes inorgânicos, o cim


ento,
a ca l~ o gesso, c~da um com finalidades bem definidas, qualificadas pe
las suas
prop:1e?ades partic~lares. Embo~~ tenha crescido a sua aplicação no m
ercado
Brasilerro, o gesso e o menos utilizado em nosso País, não se podendo
mesmo
dizer que o seu uso tenha tradição. No entanto, apresenta algumas caract
erísticas
e propriedades qu e particularizam o seu emprego. A caracterís
tica de
endurecimento rápido, por exemplo, permite elevada produtividade na pr
odução
de componentes sem que sejam necessários tratamentos térmicos ou aditi
vos para
aceleração de endurecimento. O rápido endurecimento do gesso vi
abiliza a
tecnologia de placas de gesso acartonado, que domina os mercado
s norte-
a Polil6:nica - USP tn . americano e europeu de divisórias internas de baixo custo. Também
possuem
aplicação na proteção ao fogo de estruturas metálicas.
fada, Sanra Ml'i1. RS Outras propriedades, a plasticidade da pasta fresca e a lisura da supe
rfície
endurecida, favoreceram na Europa, no passado, o desenvolvimento de
toda uma
técnica de acabamento decorativo de paredes e tetos, com ornamen
tos pré-
moldados. Como a região parisiense era uma fonte dessa matéria prima,
o produto
utilizado em construção conserva ainda na literatura internacional o
nome de
plaster o f Paris (TURCO , 1990; COSTES, 1990).
A aplicação na ci on al es tá voltada para revestimentos de al
venaria,
componentes com o blocos, painéis para forros e divisórias. Além de
propiciar a
multiplicidade de escolha de materiais e componentes que preenchem
requisitos
particulares da edificação , o uso do gesso de constmção vem ao encont
ro da bu sc a
de soluções pa ra duas necessidades da atualidade: a de ~c~nomi~ar co
mbustí~el
e a de preservar o m ei o ambi en te. O gesso de construçao e um ligan
te de bruxo
consumo de energia· en qu anto a tem peratura de processamento do
clínquer
portland é de l .4 50 ºC e a da cal de 80 0º C a 1.lOOºC , a do gesso não
ultrapassa
350º C . So mente O · tipos especiais são produz idos em temperaturas
superiores,
728 V. M. John e M . Alba Cincotto

por exemplo, o produzido na Alema nha empregado como pise., h


Por outro lado, há necessidade de tomada de consciência ôo prot i 1, cm
nosso País, do acúmulo dos sulfatos de cálcio produz idos pela indu 1a. A
produção de fertilizantes, por exemp lo, acumula 10 mil t/dia do fo~foge~~·, a céu
aberto que, pela sua solubilidade, contamina a água subterrânea com sul fato~ ,
agressiva a fundações em concreto.

23.2 O que é o gesso de construção

O gesso de construção é um material produzido por calcinação do minério


natural gipso ou de sulfato de cálcio hidrata do residua l, constituído
essencialmente de sulfatos de cálcio - hemidrato, anidritas solúvel e insolúvel - e
a gipsita procedente da matéria prima. A proporção dessas diferen tes fases é
controlada por condições de processo que, junto com a eventual presenç a de
inertes e sua finura, vai determinar as propriedades do gesso no estado fresco e
endure cido, incluin do tempo de pega e resistê ncia mecân ica. Assim , a
composição do produto comercializado vai depender da sua aplicação, constando
da formulação teores controlados de cada um desses sulfatos e da finura.
Como os gessos apresentam velocidade de pega e endurecimento muito mais
rápida que o cimento portland e a cal hidratada, em algumas variedades a reação
se completa antes de uma hora. Para haver maior flexibilidade na aplicação, é
comum a sua utilização em conjunto com aditivos retardadores.
O Quadro 1 ilustra a composição teórica desses sulfatos. Estão destacados os
teores de S03 , CaO e H20. O teor de água combinada diferencia as massas
molecu lares e os teores respect ivos de cada um desses constit uintes,
permanecendo constante a relação Ca0/S 03 • Esse dado é útil em cálculos
estequiométricos da composição do produto comercial.
Quadro 1 - Composição teórica do sulfatos.

Massa Compo sição(% )


Fórmula molecular Relação
(g) H20 CaO 803 Ca0/S0 3
136,14 o 41,19 58,81 0,7
145,15 6,20 38,63 55,15 - _g_,_7_
148,02 8,03 37,88- 54,08 0,7
17217 20,99 32,57 46,50 0,7
b) anidrit<f Il i ou a_ni1rita solúv~l, defórmufa CaS0 ,eH 0
4 2
É a fase mtermecbária ao hemtdrato e à anidrita n inso lúvel. Su a fórmula
indica que esse produto pode conter um teor de água de cristalização variável
entre 0, 06 e 0,11 moléculas. Po r se r muito reativo, age como acelerador de pega·
transfonna-se no hemidra~~ co ~ ~ u~ ~~ de do ar..A hidratação da anidrita m a~
bemidrato é ch am ad a de estab1hzaçao , tendo sido determinado qu e el a se dá
após 12 horas de armazenamento do produto em atmosfera de 80% de UR .
Portanto. uma parcela pequena dessa fase pode estar presente no gesso po
ocasião do consumo. r
e) anidrita II ou anidrita insolúvel, de fórmula Ca S0
4
Quando produz}da a 35 0º C, é chamad~ de anidrita supercalcinada e reage
lentamente com a agua, podendo levar sete d1a(i para se hidratar completamente. Já
a fração calcinada a temperaturas entre 70 0º C e 800ºC é denominada anidrita
calcinada à morte e hidrata-se apenas após alguns meses. Quando presente na
formulação do gesso, sendo de hidratação mais lenta, preenche os poros do
produto de hidratação do hemidrato, acarretando uma diminuição da porosidade do
gesso e. em consequência, um aumento da resistência mecânica, inclusive dureza.
d) anidrita /, de fórmula Ca S04
É também ch am ad a de anidrita de alta temperatura ou an id rit a- a, obtida po
r
calcinação da gipsita em temperatura entre I .1 OOºC e l .200ºC. Trata-se de fase
de pega e endurecimentos lentos, resultando numa massa dura e tenaz. É um
a
fase definida co m o não pura, pois contém óxido de cálcio conseqüente ao iníci
o
da clissociação térmica do Ca S04 , possível já acima de 800º C. Transform
a-se no
resfriamento em anidrita Il. O que diferencia os dois produtos é a presença de
óxido de cálcio, ex presso nos resultados da análise química co m o cal livre.
e) gipsita, de fó rm ul a CaSO4 .2H20
E o constituinte da matéria prima. Pode estar presente no produto, ou po r
tempo de calcinação insuficiente ou por moagem grossa da matéria prima. N
a
hldratação do ge ss o os cristais de gipsita agem co m o núcleos de cristalização
da
Relaçlo gipsita qu e resulta da hidrata ção do hemidrato ou da anidrita solúvel, agin
do
CaOISOi assim co m o um ac el er ad or de reação. Pa rticipa de formulações de gesso, nu
m
teor desejado pa ra co nt ro le da evolução da reação , ajustando o efeito
do s
aditivos re ta rd ad ores de pe ga , normalme nte pres entes.
O Quad ro 2 ilustra a co mposiç ão típic a de di ferente s gessos brasileiros.
O
an id rid o su lfú ric o e o óx id o de cá lc io sã o os óx id os pr ed om in an
te s,
representando um te or de sulfato de cálcio calculado, respectivamente
, de
84,32%, 90,10%, 90,78% e 90,27% do total. Dos m inerais acessórios, a ca lc ita
ou a do lo m ita , fa ci lm en te id en tif ic ad as po r di fra çã o de ra io s X
ou
termogravimetria, co nt rib ue m co m o anid rid o ca rb ôn ic o e o óx id o de m ag né
sio ;
os argi1o-minerais e o qu ar tz o co m o resíduo inso lúve l mai s o anidrido silíc
ico.
As matérias pr im as nacion ai s sã o muito pu ras, ap rese ntando um te or
de
impurezas (RI + Si 02 + Fe20 3 + Al20 ) inferior a 2,0 % (CINCO
3 TTO,
AGOPYAN e FLORINDO, 1988).

1
Se a gipsita é desidrataJ ,uitoclave. cm pressões superiores a 100 KPu, n fonnaçíio <.lo hcmidrato <.lá-se pelo
mecanismo de d1ssoluçã, ao, em meio líquido . O produto é bem cristnliza<.lo, denominado hem
com aplicação em odont ~
idrato-u,
b) 011;drit<! III ou a_~i1rita solúvel, de f6~fiiJE(J,
É a fase mtennecbana ao hemidrato e à anidS.ta 4lfll.fi
. . a que esse produto pode conter um teor de ll mso~vêl. Sua f ~
indic O06 e 0,11 moléculas. Por ser muito reativo água de cnStalização variável
enO-:fo~a-se no hemidrato com a umidade do ar' 1g~
como !lcelef8d:or ~ pega;
~cirato é chamada de "estabilização", tendo sido d~ta~o da amdrita m ao
e, 5 1? horas de armazenamento do produto em :i
e~nado que ela se dá
:an~- uma parcela pequena dessa fase pode
asião do consumo.
e:W
ops;;a ~ 80% de UR.
en no gesso por
oce) anidrita II oi~ anidrita ~nsolqvel, de fórmula CaS0
4
Quando produz!da a 350 C, e chamad~ de anidrita supercalcinada e reage
lentamente c~m ª agua, podendo levar sete dias para se hidratar completamente. Já
a fração calcmada ª t~mperaturas entre 700ºC e 800ºC é denominada aniclrita
calcinada_à morte e hidrata-se ape~as a~s alguns meses. Quando presente na
formulaçao ~o ge5:o, sendo_ de hidrataçao mais lenta, preenche os poros do
produto de hidrataça~ d~ herrudrato, acarretando uma diminuição da porosidade do
gesso e. em consequenc1a, um aumento da resistência mecânica, inclusive dureza.
d) anidrita /, de fórmula CaSO4
É também chamada de anidrita de alta temperatura ou anidrita-a, obtida por
calcinação da gipsita em temperatura entre 1.IOOºC e 1.200ºC. Trata-se de fase
de pega e endurecimentos lentos, resultando numa massa dura e tenaz. É uma
fase definida como não pura, pois contém óxido de cálcio conseqüente ao início
da dissociação térmica do CaS04 , possível já acima de 800ºC. Transforma-se no
resfriamento em anidrita II. O que diferencia os dois produtos é a presença de
óxido de cálcio, expresso nos resultados da análise química como cal livre.
e) gipsita, de fórmula CaS04 .2H20
E o constituinte da matéria prima. Pode estar presente no produto. ou por
tempo de calcinação insuficiente ou por moagem grossa da matéria prima. Na
hidratação do oesso os cristais de gipsita agem como núcleos de cristalização da
gipsita que re;ulta da hidratação do hemidrato ou da anidrita solúvel. agindo
assim como um acelerador de reação. Participa de form~lações de gess?· num
teor desejado para controle da evolução da reação, aJustando o efeito dos
aditivos retardadores de pega, normal~e?te pres~ntes. .· ,· .
~ Quadro 2 ilustra a composição t1p1ca de diferentes .gessos brastl~1ros. O
anidrido sulfúrico e O óxido de cálcio são os óxidos pn~dommantes.
representando um teor de sulfato de cálcio calc~lado: respcc!i~amentc, ~e
8432%. 90.10%, 90 ,78 % e 90,27% do total. Dos rru~erai: acesson~s. a calc1ta
ou a dolomita f ·1 te identificadas por d1fraçao ?e ra10s x, ?u
tennogravi·met . ' act ~ben com O anidrido carbônico e o óxido de magncs10~
0
s argito · na.' contn uem · 'd ·d ·1,
resíduo insolúvel mais o am n o s1 1c1co.·
As maté:mera_is e o qua_rtzo _corr:i muito puras. apresentando um teor de
irnpurezas ~RIP ri mas. nac1onFaisOsa+ AI O ) inferior a 2.0 % (CINCOITO,
AGo ;- 5 i 0 2 + e 2 3 2 3
PYAN e FLOJJ INDO, 1988).

~
Se agi . , . - - - _ •s a IOO KPa. a formaç-;io do hemídrato dá-se pelo
I>S•t.t e desídrn•
ni...... . • ressoes supenon:. . . .
--ui1srno de d" m autoclave. cm ~ · ~ . roduto e bem cnstaJ11ado. denominado hem1drato-u.
Com cq>li - - •s~olu., . - em meio liquido. 0 p
ta 111.açao,
c.içãc, em odon
7.1{) V M 10h11 ,, M . Alho Ci11rnflo

C)undro 2 Rcsultudus percentuais dn nnálise química de gesso!- de constm,·ão.

Amostras
Determinações
li Ili IV
Agua livre (H20t 1,18 O 0,20 o
Agua combinada (H20) 3,80 4,70 5,92 6,62
Anidrido sulfúrico (S03 ) 49,6 53,0 53,4 53,1
óxido de cálcio (CaO) 39,4 38,7 37,9 38,4
Anidrido carbônico (C02) 2,79 1,14 1,26 0,74
Resíduo Insolúvel +anidrido sllíclco (RI + Si02) 1,90 0,70 0,47 0,80
óxidos de ferro e de alumínio (Fe20 3 + Al 20 3) 1,98 0,19 0,60 0,12
óxido de magnésio (Mg~) 0,69 0,62 0,60 0,30
Total sem é ua livre 100,16 99,05 100, 15 100 08
Nota: Niio considerado no total da análise química

Com base em relações estequiométricas das diferentes fases do Quadro 2 e


outras, a composição calculada provável correspondente desses gessos é a
indicada no Quadro 3.
Quadro 3 - Composição porcentunl de gessos de construção.
Amoen,
Eap6clff qulmlca1
li Ili IV
Omiclldo 1, 18 o o.~ o
Hemidrll1o 61,21 76,02 6Q,OG U2,&I
Anlónta 28,SQ 1Q,07 e,n o
Gipolta o o o , .,o
lmpu'WM 3,88 0,SQ 1,07 0.Dl
CetbonalO de_.... (MgCO, ) 1,44 1,JO O,ft1 0,61

CetbonalO.,. cáleio (C.CO,) 4,63 1,04 1,311 o.~


Cal IIW9 (C.0) 2,08 1,02 o,ro
Tc,u,j 100.~ 116,16 1111.t.3 11\J.e,

O óxido de magnésio e uma fração do carbonato de cálcio estão pll'Sl'llll'S


2
como dolomito. A composição cálculada apresentada no Qundro 3.
2 ~ i a de cálculo:
a) 'li MgO x 21)9 = % MgC03 ;
b) 'li CX>i - 1fJ9 x % MgO = % co2 combinado como Cuco.~;
'C) (b) X 2Z, = % CaC0,3 ;
~·~ IObll - 0,56 x (c) = % CaO combinado como sulfatos.
0S0a=X
ai.«= 0,7, a n,lação Ca0/S03 ~ a teórica;
>0,7,exiateCaOemexcesso,dcduzido de: (d) - 0,7 x S03;
~:7.elllte S03 emexcesso,dcduzido de:% S03 - 1,43 x (d);
, •SOJ X 1,7=% CaS04;
,,.·'°3- ) + d= % CaS04,
11= .~;
IÜlfiro combinado como hemldroto I! calculado de:

a duu lncdanl1111 (nlk1


'd, 11c01ente, trata-s~ de uma hipótese
.,
1
1·ur.u.
' tos ~em Xer obtidos
P"""' . ál'
através da comhm~.:!-
, ·-~
· ~ . -~o de raros e an 1se qwmica.
d1tn•~·
_
, 1.., produção

0 processo de produção do gesso de coo tru - . .


00
·,nuhncntc. a partir de matérias primas naturai çao Brasdtl real1~ado
tlll l - d . , . , . n o1 n o gumt
.,1tiYidadcs: a cxtraçao o mmeno e realizada em oeraJ a be .d
, l., e u a rto, gu1 a d
wita!!l'lll,
t .. mo~1e,cm grossa e estocagem com homooen t'z - . é
. 'd d ~ a ao, gu1r
1
,r1.ll'l'dida a secagem, .pois a u~1 a e da matéria prima pod h ar a IO%.
t•
,.,h:ina~·ão. . .
moagem fma
, . & e ensilagem. •
A calcinação é O proc • O1
·ngdu t ·
na 1 'ª
qu
1.Rk ~-nns1~t 11: <.1e um u~ic~ iomo, CUJO p~uto é o hemidrato puro ou ont ndo
1
tanÜR'lll g1ps1ta ou amdn!a, ou de d01 . forno que produz m h midrato e
,H1idritn. cm separado,~ misturados. em diferente proporç- · para. e produzir
pnldutos com as propriedades deseJadas.
A moagem e seleção em frações granulométrk a: é realizada em
conformidade com a utilização: em construção (pré-fabrica 'ão. re\'estimentos)
e moldagem (arte, indústria). O armazenamento em , ilo: promove
homogenci1.ação e estabilização favorável à -ua qualidade. Ensacado. deve ser
protegido de umidade. pois o gesso hidrata-se com facilidade. o que- afota o seu
de.empenho na aplicação, uma vez que o dihidrato formado age como um
acelerador de pega. Na produção nacional. a calcina\àO cmp~ga fornos tipo
panda e marmita de aquecimento indireto. no quai · não hú contato cnt~ os
ga,-e, de combustão, de lenha ou óleo, e forno rotatiYo de conta1...·to dirctn com
o, ga,es de combustão de óleo ou de gaseificadore. de can·fü, ou knha
(PERE . BENACHOU R e SANTOS. 2001). A eficiência enl'rgl'til·a dos
diferentes equipamentos é muito variável. ·e~do que alguns dl,s g~ssl,s
brasileiros consomem maior energia para produçao que o dmqtK'r Pl,rtlan 1.
á}cio es~;.
da no 'l!!!"':' 23J.J Ailatéria pri,na
O oes O d , . .. . d ·do a partir da matéria prima mttur.,1 l) ~ipso
- ou cde,, 1P-º e ~;' P;º1 . ULI . undo de resíduo indu ~tri.li .. F. t •._ ,u Ifoh,s
, u 1atos uc ca cio ort _ - . · ·. , .· ,· 1
re idu · - . . cessos de produçao d " lt'1 t&l11.rnh. s. ,ll H o
fl ais sno ori g inados nos pro . d ão d, 'll'\ ,-trl' lk '' 'ls1...·s
uorídrico (ambos a partir da apat!ta) ouh e r~~~~ F,t\ \,1tim l t\,rn~;, d~-
de combu 'l' . , , reduzir a e uva ac1 . •
ºe - s ao . co m v ista<, a ~ cal hidratada~ Jll nH nwntl,, n~h,
J •

~ ~açao envolve: n c:X t)<>"iÍ<;ão do<, gases ª . ..



e ~ 1H·t"icatl\
. a no Bra!-, il não °,
· <,cn d portanto de crna. ·
)"1 j
1
..,,S., • : 1 ulfntm, naturais . de rocha cJrn1cnmr, klll,min.,d;1
u1fato . t'po part1cu 1ar
e\a . s natrn l11s sao um 1 , . , r·tuída~pm1,.: 1rahrll'nt' lk ,: 1
l'tl'll"- 1.. '
Ponto s- · e Juve,s cons 1 • ·
suir , · " ao as I e d 1,1, mws " > , • • • otás. io. A 10 1111,1 ·fü dl., \.'.l 1l\lrll'~ l.'
atos de snd10, cií lcin, mag m;<,JO e P
732 \~M. John e M . Alba Ci11co1to

dolomitos tem uma origem diferente da dos evaporitos, mas desenvolvem-se


ambo egundo processos químicos e biológicos. Por causa da sua solubilidade
quando expostos ao ar, alteram-se mais rapidamente do que outros minerais.
depósitos de gipsita possuem idades que variam do paleozóico ao cenozóico3. No
o;
Brasil. os depósitos explorados comercialmente são do período cenozóico.
Segundo dados do Anuário Mineral Brasileiro de 2005, cerca de 90% das
reservas bra ileiras estão restritas aos Estados do Pará (60%) e Pernambuco
(30%), ficando o restante distribuído, em ordem decrescente, entre os Estados do
Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Tocantins (SOBRINHO, 1994).

23.3.1.2 Sulfatos de subprodutos industriais (residuais)


a) Subproduto da indústria de fertilizantes
Há também um volume disponível elevado de gipsita nas regiões sul e sudeste,
subproduto de processos industriais, denominado fosfogesso ou gesso químico.
Este é produzido num volume avaliado , em 2006, de 6,5 milhões de t/ano, pelos
Estados de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O gesso químico é subproduto da produção de fertilizantes fosfáticos, que se baseia na
solubilização de rochas fosfáticas por ácidos clorídrico, nítrico ou sulfúrico. O mineral
básico é a apatita. cuja fórmula geral é Ca10(X)i(P04), onde X pode ser o ânion flúor (F),
cloro (0) ou hidroxila (OH), gerando, respectivamente, os minerais fluoroapatita,
cloroapatita e hidroxiapatita. Na solubilização da rocha com ácido sulfúrico, são gerados
o ácido fosfórico (que pode ser líquido) e o sulfato de cálcio sólido precipitado em
partículas finas. Dependendo do processo, por via seca ou via úmida, o sulfato é
cristalizado na forma anidra (CaS04) em processo via seca, na forma do di-hidrato
(CaS04 2H20), ou ainda do hemidrato (CaS04.0,SH20) em processo via úmida.
Pode conter impurezas como constituintes inalterados da rocha, quartzo e mica.
por exemplo, e subprodutos da reação com o ácido sulfúrico como o fluoreto de
cálcio (CaF2), o fosfato monocálcico (CaHP04), o fosfato dicálcico [CalPO.i)~.
os óxidos inorgânicos e o ácido impregnado. No processo di-hidrato, a equação
da reação é a seguinte:

~(P 04 ) 2 + 12 H2S04 + 6 H20-+ 3 CaS 04 .2H20 + 2 H3P04 (Equação ])


Para cada tonelada de ácido sulfúrico formam-se 2,5 t de gipsita. O subproduto é
fosfogesso. Quando no processo é adicionado um produto orgânico, 0
é suscetível ao crescimento de fungos, dificultando a sua aplicação na
~ para revestimento e de componentes (SIIlRAKAWA et ai., 2002).
,wiuarntJa produção de ácido fluorídrico
mrJ.C:·:o.,, insumo básico da produção de plásticos fluorados, .Po~
· apartir da fluorita, segundo a equação de reação abaIXº·
(Equação2)
~~P reciclada na produção de ciJJlento
732 \~M. Jo/,71 e M . Alba Cincorro

dolomitos tem uma origem diferente da dos evaporitos, mas de enYolYem-~


ambos segundo processos químicos e biológicos. Por causa da ua olubilidade
quando expostos ao ar, alteram-se mais rapidamente do que outro minerai . o·
depósitos de gipsita possuem idades que variam do paleozóico ao cenozóic~. ~o
Brasil, os depósitos explorados comercialmente são do período cenozói o.
Segundo dados do Anuário Mineral Brasileiro de 2005. cerca de 90c-r das
reservas brasileiras estão restritas aos Estados do Pará (60%) e Pemambu
0
(30%), ficando o restante distribuído, em ordem decrescente. entre o E tado do
Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Tocantins (SOBRL'\THO. 199-n.

23.3.1.2 Sulfatos de subprodutos industriais (residuais)


a) Subproduto da indústria de fertilizantes
Há também um volume disponível elevado de gipsita nas regiõe ul e ude te.
subproduto de processos industriais, denominado fosfogesso ou ge o qunni~o.
Este é produzido num volume avaliado, em 2006, de 6,5 rnilhõe de t ano. pelo~
Estados de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O gesso químico é subprcxluto da prcxlução de fertilizantes fosfátiro5. que se bas ·a na
solubilização de rochas fosfáticas por ácidos clorídrico, nítrico ou ulfúrico. O miner.ll
básico é a apatita, cuja fórmula geral é Ca10(X)i(P04), onde X pode ser o ânion tlú r (F).
cloro (CI) ou hidroxila (OH), gerando, respectivamente, os minerais flu roopruita.
cloroapatita e hidroxiapatita. Na solubilização da rocha com ácido ul:fúrico. - geGldc
o ácido fosfórico (que pode ser líquido) e o sulfato de cálcio sólido precipitad em
partículas finas. Dependendo do processo, por via seca ou via úm ida o ulfuro e
cristalizado na forma anidra (CaS04) em processo via seca. na forma do di-hidrJro
(CaS04 2H20), ou ainda do hemidrato (CaS04 .0,.5H20) em processo via úmida.
Pode conter impurezas como constituintes inalterados da rocha. quartzo e mi ~a.
por exemplo, e subprodutos da reação com o ácido sulfúrico como o fluoreto de
cálcio (CaF2), o fosfato monocálcico (CaHP04), o fosfato dicálcico [Ca_~lPO)J
os óxidos inorgânicos e o ácido impregnado. No processo <li-hidrato. a equa ·ão
da reação é a seguinte:
23 .3.1 J Composição química
0 Quadro. 4 apresen!'1 um _exemplo da.compo ição química dessas matérias
rimas. sigmfica~d~: agu_a ~1vre o~ .umidade, água combinada ou água de
~ristalização da gapsata; amdndo sulfuraco procedente do ulfato; óxido de cálcio
rocedente do sulfato e do carbonato; anidrido carbônico procedente dos
~arbonatos (calcita ou dolomita); sílica procedente do quartzo, resíduo insolúvel
e óxidos de ferro e de alumínio dos argila-minerais. O anidrido fosfórico e a
acidez livre decorrem do processo de tratamento da matéria prima na produção
do ácido fosfórico, no País, a partir da carbonato-apatita. Por ser um processo
ácido, não há calcário ou dolomito residual presente.
Quadro 4 - C'omposiçí1o química pcn:entual de matéria,; prima.,4 .
.,
Espécies químicas F6nnulll Glpeo Foafogeuo'
Agua íMe ou umidade H.:0 0,04 9,75
lv;,Ja oombinada H.iO 18,01 20,39
Anldndo sulfúrico so, 45,93 46,0
ÓXido de cálcio cao 32.47 32.25
Anldndo carbõnico co, 0,92 o
SPica + resíduo Insolúvel (S101 + RI) 0,60 1,00
R:01 0,17 0,54
ÓXidos de ferro e arumrnro
MgO 0,56 0,29
ÓXido de magnésio
P.O, 0,32
Anidrido fosfórico
(om H.iSO.) 49,9 422,7
Acidez livre, ppm
caso.2H.O 96,68 98,54
Gipstta cala.dada

*Nota: Amoslra procedente de Jacup1ranga -SP.

4
ba) % H20 x 4,778 = ,~ <'a"i04 .21lzO; , , 0;
-
'*
) % H20 x 2.22 = so rnmbi11udo como e.aso.,.. - 2111
cd) %S03 total - (bJ = '~ , <' combinado como 1111idr1t:1;
) (e) 1 1
x ,7() = % ( , V J . , ' () .
CJ (a) .a, 4• . l 1 como CnS -1·
1)1¼ xOJ257+ídJxíJ.411'J %CuO cornb111U~(, .
g (, Cao total ÍCJ 'í, ( ( ,.:ombinudo c <>lllel e n( 0 1,
h: ~;X 1,785 : '¼ ( a( (

~ Mgo x 2J>•J '¼ 0 oi>


Crtficaçào: ríf ( <' i ,~ (1) x 0 ,78 1- % Mp.0 ;,. 1, .
734 V. M. John e M. Alba Cincotto

23.3.1. 4 Influên cia dos minera is acessór ios ou impure zas


a) Gipso , . _ . .,
Quanti tativam ente, todos os minera is acesso nos sao tn(~e~eJa ~,,s por
reduzirem o teor de hemidr ato ou de anidrita no gesso, espec1es quurucas
responsáveis pelas suas proprie dades aglomerantes. Qualitativame nte . influem de
modo diferente, a saber: A 1.,,.
• os minerais insolúveis em á~a como calcário , dolomi to, anidrita , argilo- ,osão.
º ' . " . " .
minerais desidratados e minerais silicosos, reduzem a resJStenc1a mecaruca tlXjdO d
do gesso hidratado;
• os minerais solúveis em água (como halita e silvita), afetam a temperatura de
calcinação e propriedades da pasta fresca, como a consist ência e o tempo de
pega;
• os minerais hidratado . con10 outros sais de sulfato e o argila-mineral
montm orilonit a. quando se de idratam juntam ente com a gipsita, podem
conferi r instabilidade ao produto final, após endure ciment o, por poderem
absorve r água.
b) Fosfogesso
Impure zas da apatita ou ubproduto do seu processamento, tais como matéria
orgânica, fluoretos (NaF. Na1SiF6 • Na3AlF6). ácido fosfórico (H3P04) e fosfatos
[Ca(H2P04 ):?2H20, CaHPO.J.2H20]. agem modificando a motfol ogia dos cristais
precipi tados na hidrata ção do hemidr ato e da anidrita , com reflexo nas
proprie dades do produto endure cido. como massa específ ica aparent e e
resistên cias mecâni cas. A elimina ção dessas impure zas do fosfoge sso é
antieconômica.

23 .3 .15 Reaçõe s de transfo rmação


Na calcina ção do gipso, à medida que a temperatura ultrapa ssa IOOºC. há
perda parcial ou total da água de cristalização. Em temperaturas acima de 800ºC.
ocorre a decomp osição do sulfato , com perda do anidrid o sulfürico por
evapora ção (gerand o incidentalmente chuva ácida) e pcrman ~nda. no produto
calcinado, do óxido de cálcio.
Dos 20,93% de água combin ada, J5,73% estão fracam ente ligados e
correspondem a 1,5 mols de água, enquan to 5.20% estão fortemente ligndt,~.
correspondendo a 0,5 mol de água. Até JOOºC ocorre a secagem da umidaJt·
contida nos poros da matéria prima. Dependendo da umidade do forno ocorre na
fl.,ixa de 140-l 60ºC, a primeira perda de 1,5 mols de água, formando o t;emidmto.
fieiuodo a equação:
(Equação 3)

"1'"11(,Ull:lJ., C e 190°C, há perda da meia molécula de água do hemidrato.


m9 segundo a equação:
( uação 4)
7.1,I \~AI ,,,,,,, , M \l/1t1 ( '/11, ,,,,,,

'>J.J. I ,1 t11llt1,•11c i11 doi-. 111i11,•nii"i m·t.-,"isc'>rirn, ou impurezas


fl) (,'/JJ.\'(J • - • ., •
<.>1111111i1:111 v11111l'llll-. Indo-.. rn, 111i11t.·r:-iis ac.:c;ss6rtos c.,ao rnd,e~eJaveis por
1t·,l111,ill·111 o lt•o1 dt' lt~111idrn10 rn, dl' a11idrita no gesso , e~pec1es químicas
n•1-,porn..11v,;b p,·111.., s1111-.. propl'it•dndl's aglo111e1w1tcfi. Qualitativamente, influem de
111odo di1,•n•11h.:, 11 sal>,·r:
• oi-. 111i11crnis 111solt1vt•is e111 ;íg 11H , como <.; alcário, dolomito, anidrita, argilo-
111i1wrni-.. dl•sidrnl:idos t.· 111i1K·rnis silicosos, reduzem a resistência mecânica
do 1'''"'"º ltidrntmlo;
• os 111im·r:iis solLívl'is t.·111 :íg11a (como halita e; sílvita) , afetam a temperatura de
caki11:i,·ao l' propril•dudei-. da pét"ita f'res<.;a, como a consistência e o tempo de
pl'J..'.íl;
• os 111im.:rnis hidratados, t.·01110 outros sai1.i de sulfato e o argilo-mineral
11m11t111orilo11ita. quando st· dl'sidratwn juntamente com a gipsita, podem
conferir instuhilidadt· ao produto f'inal, ap6s endurecimento , por poderem
ahs<>rver :ígua.
/,) /•'osfo1-:,•sso
Impurezas da apatita ou subprodutos do seu processamento, tais como matéria
orgânica, fluoretos (Nal ... Na,lSil·,,. Na 1AII•,,), ácido fosfórico (H3P04) e fosfatos
1Ca(l 12P0.1),.21 li>, Cal IP0 1.21 l/)1. agem modificando a morfologia dos cristais
precipitados na hi<lrata<;ao do hemidrato e da anidrita, com reflexo nas
proprie<lmJcs <lo produto endurecido, como massa específica aparente e
resistências mcdtni<.:as. A eliminação dessas impurezas do fosfogesso é
anticconômica.

23.3.1.5 Rcm;õcs de transformm;ão


Na calcinação do gipso, ü medida que a temperatura ultrapassa IOOºC, há
perda parcial ou total da água de cristalização. Em temperaturas acima de 800ºC,
ocorre a decomposição do sulfato, com perda do anidrido sulfúrico por
evaporação (gerando incidcnlalmcnlc chuva ácida) e permanência, no produto
calcinado, do óxido de cálcio.
Dos 20,93% de água combinada, 15,73% estão fracamente ligados e
COtTespondem a 1~ mols de água, enquanto 5 ,20% estão fortemente ligados,
~ndendo a O~ molde água. Até JOOºC ocorre a secagem da umidade
• 008 poros da matéria prima. Dependendo da umidade do forno, ocorre na
de 140-160ºC, a primeira perda de 1~ mols de água, fonnando o hemidrato,
.aequação:

da meia molécula de água do hemidrato


cgJ.UIÇlo:
(Equação5)
A 1JOOºC. a anidrita II tran forma-se na anid 't .
· d I 4SOºC d· · - a 1, a 1.350 0
C ocorre a
fusão. e acima e . ~ ri
. issociaçao da anidrita em 'd 'd '11:., •
-. de cálcio ·
óxido am r1 o su ,urico e

23.4 ~Iecanismo de hidrataçãos

A hidratação é ~n~ fenômeno químico no qual o material anidro em pó é


tran fo~ado em d1h1d~to. resul~ado da reação química do pó com a água. o
ges o rru _turado com agua su~c1ente forma uma pasta homogênea que, após
pouco rnmuto . toma-_ e consistente e trabalhável. A consistência aumenta até
o endu:ecimento. _q~ando, g.anha resistência, fenômeno conseqüente à
hidrataçao das e pec1e: qmm1cas presentes. As reações de hidratação são
inversas à da fom1ação dos produtos, isto é, o hemidrato e as anidritas
regeneram a gip ita.
O gesso foi o primeiro do, aglomerantes a receber um estudo científico da
hidratação por Lavoi ier (1798). seguido por Lc Chatelier ( 1887), os quais já
distinguiram trê etapa no mecanismo de hidratação: fenômeno químico da
dissolução. fenômeno fL ico de cristalização e fenômeno mecânico de
endurecimento (teoria da cri talização).
Segundo e a teoria. o hemidrato. por ser mais solúvel do que o dihidrato,
2
dissolve-se em água liberando íons Ca:!+ e S04 • Atingida a concentração de
saturação. formam- e microcristai de dihidrato de baixa solubilidade. Estes se
constituem em núcleo de cri talização sobre os quais vão se depositando os
íons, propiciando o cre cimento dos cristais que se entrclaçai:n em fo~n~a de
agulha e precipitam a partir de uma solução supersaturada. A baixa s_olubil1dadc
do dihidrato pennite a cri talização ante. da dissolução lotai do hcm1drato. Esse
fracamente mecanismo é exotérmico. liberando calor.
. ,nente
tã > forte da , Q Conhecimento do calor de hidratação e sua evolução CI~ runção do tempo
,,••1l1ern e.de interesse do ponto de vi ta científico e lamb~m tccnolog1co. Do p~nlo de
l ,t ,:, o
. ·Jc do forn ~ vista tecnolóo· a1 de hidratação pcnrnlc um controle rap,d? da
tdl do olP"· . º1co, o c or 1 . - d,
qualidade e velocidade de reação dos gessos. A, ctcr_mma,·ao po e s~r ~ 1,, , . , ·cal zath
. l\)ftllílll
ern recipientes térmicos i o lados com isopor, mcdmdo se c~)m te! mo!f~ctro o
ternp0 para atmoir . . a temperatura
· ma,im·t' · Do ponto de vista c:1cnll 1co, as
· 'd t·r·
(fA curvas ca1onmetncas
. , õ_ , • e't ·,ca do jJroccsso e pcrm Item I en 1 1car o
revelam a <.: 111 ' · • d
lllecanis .
h . mo de h1drataçao e a a~ac _ ,- ::, <los 'lditivos
· ' mod1f1cac.Jorcs na pega o
ern1ctrato (MURAT JEANDOT I 973a) . . . .
A hict _ e . , · " 11 quatro etapas. v1suall/adas facilmente
nos rataçao do !lenudrato o<.:oi:re 1.:r F':, .. ( MAGNAN . 1973 ).
. resultados -e microcaJorimetna. na 1!:,lll ,l 1
5
IMA
.....,., "'--:----
.,, cfa,1,._ . - l , n L' 1.~·,to
. 111,, ,idlll\ '" i\'lll~'llt 'l' a lcv11ntm11cnto da literatura
feito Po UU'i c1tad re htc.Jratação do gc~'>{ t:
r liineapié He~ '197
736 \. M . John<' M . ,\lba Ci11cotro

dQ/d t (Cal/h/g)
1
1
1
1
1 1
1 1 1
1 1 1
1 1 1
1 1 1
1 1 1
1 1 1
1 1 1
1 1
1 1
1 Tempo de hidratação
1 1 1 1 1

'º"' .. ,111 .. ,111 .. ,111 ..


1 2 3 3e4 4
Figurn 1 - Microcalorimetria de um hemidrato (MAGNAN, 1973).

A Etapa 1 cons i te em, como em todos os aglom erant es, num primeiro
pico de molhagem. Inici a-se no momento da introdução do pó na água.
Nesse perío do, que dura 30 segu ndos , a água molha as superfícies , ocorre
uma reação física ólido -águ a, e inicia-se a dissolução. Nessa fase,
obse rvam -se por micr osco pia eletr ônica de varre dura os primeiros
hidra tos pouc o estáv eis físic a e quim icam ente, difíc eis de serem
detectados por difra ção de raios X.
A Etapa 2 corre spon de a um período de duração variá vel, denominado
período de indução. Nessa etapa , depois de 2 ou 3 minu tos, os hidratos
existentes se estab ilizam química e fjsicamente e come çam a organizar-se
formando um arranjo crista lino. A medida que a hidra tação evolui
lentamente, a conc entra ção de íons, assim como a formação de novos
núcleos. dimi nui. Fatores como a relação água/gesso, grau de agitação da
pasta, tempo de mistu ra, temp eratu ra da água de amassamento ou
presença de impurezas ou aditivos afetam o período de indução.
A Etap a 3 inicia-se no final do período de indu ção, coinc idind o com o
início da pega. A soluç ão torna-se supe rsatu rada, e os hidra tos precipitam
toma ndo crista is. Ocor re um forte aume nto da temp eratu ra que indica o
»mento da velocidade de reaçã o. Nessa etapa . a fixaç ão progressiva da
e hidratação vai redu zindo a água disponível e, simultaneamente.
do o volu me de sólidos. Os crista is come çam a ficar próximos,
e dimi nui, e a resis tênci a aume nta.
bá uma. diminuição da velocidade de reação; depois de a
~ "'IMilolól\ máximo, a veloc idade decre sce progressivamente,

ºdr.àtação. Aind a nessa etapa , tem- se crescimento


o a reação term ina, pois a concentração d~
1a;;Gnscimento dos crista i ness a etapa vai
mecânicas.
23.41 Hidratação, pega e endurecimento

Na hi.drat!ção, o he mi dr ato e a anidrita retomam a quantidade de ág ua perdida


na calcmaçao, regenerando o sulfato de cálcio di-hidrato. A velocidade das
reações, no en tan to , sã o diferentes , em or de m decrescente: anidrita m

hemidrat?, ª? i? rit a Il, anidrita O início de pe ga depende do constituinte d~
pe~a. mrus rap1da, e o endurec1ment?, do mais lento. Sendo a hidratação da
amdnta II mrus le_?ta do qu e a do hemtdrato , a su a hidratação preenche os vazios
e impede a r.e~açao de. sec~gem e a ~onseqüente fissuração (L E COVEC, 1978).
Em cond1çoes amb1entrus normrus e na ausência de aditivos retardadores a
maior parte da ~d r~ taç ão é co mp let ad a em até duas horas, mas a reação de
hidratação das am dn tas po de lev ar meses. Portanto, do ponto de vista prático, a
pega do ge ss o se en ce rra em ce rc a de duas horas. No entanto, o material continua
a ganhar resistência até vinte horas. A partir dessa idade, exceto quando existe
teor elevado de anidrita, o ga nh o de resistência se deve, predominantemente, aos
ganhos devido à se ca ge m pe la evaporação do excesso de água de amassamento
não co ns um id a na re aç ão de hidratação. Esse excesso de água, entre 0,6 g/g a 0,8
g/g, deve-se à necessidade de garantirem-se condições de trabalho , enquanto que
a hidratação do he mi dr ato co ns om e apenas 0,1 86 g/g .
O fe nô me no de pe ga e o ga nh o de resistência são os resultados da redução do
volume de ág ua líq ui da qu e se co mb in a co m os anidros , formando o sulfato de
cálcio hi dr ata do em vo lu me su pe rio r ao volume de sólidos originais. As
partículas fic am pr og re ss iv am en te ma is próximas e se aglomeram, fazendo co m
nominaoo que a vi sc os id ad e ap ar en te da pa sta aumente. O prosseguimento da hidratação
s bidnt leva à fo rm aç ão de um sólido contínuo co m porosidade progressivamente
ganizar· menor (e re sis tên cia progressivamente maior) pelo aumento do grau de
ão evol hidratação.
de no, o A pe ga e o en du re cim en to sã o afetados po r diferentes fatores, como: or ig em
itaçãod geológica da ma tér ia pr im a e impurezas , finura e forma dos grãos, relação a/g,
ento 0 temperatura da ág ua , ve lo cid ad e e tempo de mistura e aditivos (K AR NI , 1995).
O te or de im pu re za s pr es en te na m at ér ia pr im a po de af et ar as
pr op rie da de s do ge sso . No Br as il o mi né rio na tu ra l é mui~o pu ro , ma s e~
outro s pa ise s re gi str a- se a pr od uç ão de gess os co m te or de 1m~urezas de ate
30 % (N ol hi er , 19 86 ) . Al gu mas im pu re zas em pe qu e~ a.s quan~1d~des po de m
não afeta r as pr op rie dade s; porém , alg um as .e~pec1es q~1m1cas po de m
au me nt ar o te m po de pe ga , co m o é o caso do s ad1t1vos. As d1f~rentes fo rm as
ma cro cr ist ali nas do su lfa to de cálci o dihi drata do , co m o se le m ta , ala ba str o e
gipso fib ro so alt er am as ca ra cte rís tic as do he mi dr ato .
O teo r de ~i ps i ta (n ão ca lci na do ) no pr od ut o fin al é ta m bé m_im po r:a nt e ,
pois atu a co m o n~ · { , de cr ist ali za çã o, au m en tan do a tax a de d1 ssol uç ~o do
he mi dr ato e a fo ,....,. i"ã o de nú cle os de cr ist ali zação/ pr ecip ita çã o. E , na
prática, um acelt2r de pe ga . Ad ic io nalm en te , ele re du z a po ro sid~d~ do
sistema pa ra um re laç ão ág ua/g es so (in clu in do a m as sa de g1ps1ta),
pois es sa fa se nã 1or a pa ra a e xp an sã o (F ig ur a 2) .
738 V. M. John e M. Alba Cin cotto

-
cu
0.
5,4
5,2
6. 160 µm
fj> <

-
:E
o
lCU
)(
5,0
D 160 < fj> < 400 µm
<> 400 < fj> < 800 µm
Q) 4,8
:.:
cu
cu 4,6
·u
e:
-
<Q)
( /j
4,4
'iii 4,2
Q)
a: 4,0
o 1 2 3 4 5 6
o
Teo r de gípsita (% em massa} o
Figura::! - Influência do teor de gipsita (ou gipso) de diferentes granulometrias na resis tência mecânica à flexão
de
pastas com relação água/gesso 0,72 (GMOUH et ai .. 2003).

A an idr ita II, de hid rat açã o lenta, ag e co mo retardador. O tempo de pega e
o de sem pe nh o me cân ico de pe nd em , ass im , do s teores rel ati vo s dos sulfatos
pre sen tes no pro du to for mu lad o.
A qu an tid ad e de ág ua requerida pelo gesso pa ra da r um a consistência
de sej ad a é ch am ad a de relação água/gesso (a/g). Qu an to me no r ess a relação,
mais ráp ida é a pe ga . pois os produtos hidratados rapidamente ficam
pró xim os. fec ha nd o a est rut ura tridimensional. No lim ite , um excesso de
ág ua po de im pe dir a ag lom era ção do s cristais, e o ge sso en du rec ido torna- e
pu lve rul en to. Na prá tic a, a qu an tid ad e de ág ua vai de pe nd er da área
esp ecí fic a e dis trib uiç ão de tam an ho de partículas do ge sso . Esses doi
fatores tam bé m inf lue nc iam a velocidade de reação. De sde qu e garantida a
de sag lom era ção da s pa rtíc ula s, qu an to ma ior a áre a sup erf ici al. maior a área
de rea ção do pó , mais rápida é a dissolução e me no r o pe río do de indução
(KARMAZSIN e MURAT, 1977).
Os aditivos ad ici on ad os em pe qu en as quantidades ace ler am ou retardam a
pega e o en du rec im en to: os ace ler ad ore s au me nta m a velocidade de
hid rat açã o, e os ret ard ad ore s atr asa m a reação. É pre cis o dif ere nc iar entre a
açã o no tem po de ind uç ão e o co nse qü en te ret ard o ou ace ler açã o no tempo
ge pega ou , ainda, da ev olu ção da reação logo após ess e período (LEWRY e
;·~~lfAJ.a.,,IAMSON, 1994). A co mp ara çã o en tre res ult ad os de pega e
im en to de am ost ras da me sm a ma tér ia pri ma po de não trazer
co nsi ten tes de vid o às co nd içõ es de fab ric açã o, ou seja. da
de de idratação da gipsita, do tipo de forno e da umidade na
mo, por influírem na reatividade do hemidrato (RIDGE e
I; ~a th ieu , 1991).
aa pasta tam bé m modifica o tempo de pega. Urn
de am ass am en to au me nta a solubilidade
a 45ºC, quando a velocidade de
~ e j9J l temperatura
1979).
120

-•
o
:i
100

80
e
e- 60
o
a.
E 40
~
20

o
o 10 20 30 40 50 60
Temperatura da égua de amassamento (°C)
figura
- 3 - Influência da temperatura no início e fim de pega de pastas de gesso (CLIFfON,1973).

O pr?cediment o de mistura i~fluencia também a pega e 0


endure~1mento de amostras . provementes da mesma matéria prima,
produzidas nas mesmas condições de calcinação.

23.42 Expansão do gesso


Quando é misturado com a água, o hemidrato (densidade de 2,63
3
g/cm ) transforma-s e em dihidrato (densidade de 2,31 g/cm ) . Essa
3

diferença de densidades mostra que se devia esperar uma ligeira


contração (a densidade média ponderada entre a água e o hemidrato é
2,33 g/cm 3). Porém , depois de uma fase inicial de contração (Figura 4).
observa-se um incremento de volume, devido ao arranjo geométrico dos
cristais que resulta na formação de poros (VEKINIS et al., 1993) que
ocorre durante a hidratação , prossegue até os três dias (KARNI e
KARNI, 1995; GMOUH et al., 2003). Essa variação é chamada de
expansão dimensional.
Valores típicos de expansão linear atingem cerca de 0.2,.% . Após
e.ndurecimento e evaporação da água de amassamento , da-se uma
h~eira retração, resultando em uma expansão líquida em torno ~e 0.1 %
(Figuras 4 e 5). O valor exato descresce com o aumento da agua de
amassamento e da composição mineral do produ~o (GMOU~ e.t al.,
2003) Esta ,, . ,. ·ca dos gessos praticamente , eltmrna o
. · caractenst1c a, uni ' . . d d
risco de fi·ss _ d t·mentos· também aux1ha na mol agem e
uraçao e reves 1 ' . lh d Id
component . h todos os vaz10s e deta es o mo e.
gera es, pois preenc e ..
nd º excelente aca bamento superficial.
74() v. M. John e M . Alba Cincotto

.6.L / L (%)

o
ICU
u,
O, 15 - - - - - - - - - - - - - , - - - - - - , e:
cu
1 e.
0,10 ---------------------- UJ
><

-o
0,05
e_, 0,00 -'-,,---......;.._ __.,.--.-_ ___;;__ _ _ _..., Expansão
total
~ -0,05 Retração
inicial
o
ICU
e.,.
-0, 10 ...Q)cu
-0, 15 +---....---,... ..---.------... .---.--
a:
--t
o 10 20 30 40 50 60 70
Tempo (minutos)

FÍl:(llnt 4 - Representação esquemática da contração e expansão do gesso (Caspar et ai., 1996; GMOUH et ai., 2003).

ÍÕ 0,06 1:1
a. íõ
a..
~ 0,05 ~
8
• •
o
·:,i 0,04
o
l[O
7 •
! 0»3
X
Q)
:;::
•CO
co

6

5
~ 0.02 e:
•Q)
4!
0,01 iií
·1a.. o
'iii
Q)
a: 2
3

o 10 20 30 40 50 60 0,00 0,05 0,10 0,15


Te ll1)0 (rmuba)
Tensão de a,mpressão aplialda (M Pa)

Figura 5 • Evolução da pressão de expansão do gesso (esquerda). Quando uma pressão de compressão é aplicada
de fonna a impedir a expansão, a porosidade é reduzida, e a resistência mecânica cresce significativamente
(GMOUH et ai.• 2003).

23.S Propriedades físicas e mecânicas do gesso


i:d Especijicação do gesso em pó

32JJ7 (ABNT, 1994) classifica dois tipos de gesso em função da


estimento e em fundição. Este último é aplicado na produção de
'1'.ltes de construção; ambos têm como requisitos o temPo de
~~ura cujo critérios estão detalhados no Quadro 5.
As exigências mecânicas são as mesmas para t0 d .
no Quadro 6. os os tipos, valores indicados

Quadro 6 - Exigências físicas e mecânicas do gesso para construção civil.


Propriedades
Unidade Umltas
Resistência à compressão (NBR 12129)
MPa >8 ,40
Dureza (NBR 12129) N/mm2
Massa unitária (NBR 12127) > 30,00
Ka/m3 >7 00 ,00

As exigências químicas do gesso para construção civil estão no Quadro 7.

Quadro 7 - Exigências químicas do gesso para construção civil.

Umltes %
gua livre máx. 1,3
Agua de cristalização 4,2 a6 ,2
óxido de cálcio (CaO) min. 38,0
Anidrid sulfúrico S0 3 min.53,0

235 2 Propriedades físicas do pó


A gr an ul om et ria do pó é de te rm in ad a em am os tra se ca , po r
pe ne ira m en to na sé rie pa dr ão de peneiras: 0 ,840 mm , 0,420 mm, 0,210
mm, 0 ,105 m m , co nf or m e a NBR 12127 (ABNT, 1991), sob água
corrente. A m as sa re tid a em ca da peneira é determinada após secagem em
estufa a 1 lO ºC .
A m as sa un itá ria é de te rm in ad a em re ci pi en te co m capacidade de (1000
± 20) cm3 , qu e re ce be o ge ss o vertido através de um funil cônico, de 15
cm de al tu ra , co lo ca do so br e um tripé , contendo uma pe ne ira de 2 ,0 m m
de abertu ra , e us ta do na m et ad e da al tu ra do funil (F ig ur a 6) . A
r

densidade de m ::i·; 1. es pecí fic a não é usualmente determinada, em bo ra


po ss a au xi liar n" rm in aç ão da co m po siç ão de fases do gess o.
7../2 \. i\f. J,1/111 e ,\1. ,\1/>tl CilllW fCI

Figura 6 - Funil utililado pam emmío de Figura 7 - Aparelho de Vicat modificado para
densidade de mu: sn ap;ireme d.:- g _. (.). determinação da consistência da pasta (Foto:
(Foto: Mario l:1ke;\Shí. 200.. ) Mario Takeashi, 2007). Esse ensaio é uma
medida simplificada da reologia.

23 5 .3 Propriedade da pa ta

23.5.3.l Teor de água par..i consL'tência normal


Os ensaio , ão realizado: com uma pasta de consistência normal detenninada com
o aparelho de Vicat modificado (Figura 7). cuja haste está acoplada a uma sonda de
alumínio cônica. pesando ambo.' 35 g: a onda é protegida com uma ponteira de aço
inox. A fim de evitar a pega do ge ' ·o. que é muito rápida, a água empregada no
preparo da pasta contém citrato de ·ódio p.a .. na concentração de 20 gil. A penetração
da agulha deve ser de (30 ± ::!) mm. A pasta de gesso tem um preparo particular: o pó
é pulverizado durante l min sobre a água contida no recipiente e homogeneizada
ligeiramente, e o resultado é e pre · o por relação água/gesso, ao contrário do que se
expressa habitualment para outro aglomerantes.
Agopyan et ai. (2005) propõem a utilização do método squeeze-jlow (fluxo sob
compressão) para acompanhar a evolução na reologia do gesso. Esse método.
baseado na análi d gráfico carga versus deslocamento obtidos pela
POmpressão de uma pasta d g o por máquina universal de ensaios com
le da elocidad d d ocam nto, é muito mais sensível que O ensaio de
~modificado. Para mai detalhe do ensaio squeeze-flow (fluxo sob
ultar urooso. Pil ggi e John (2005).

fim de pega é considerada uma das


nologia do ges o. pois a velocidade de
um limitante de uso.
0 de pega da NBR 12128 (ABNT, 1
Ote~P
st ·a
1 normal, sem o retardador, em api&refli j/~ p ~ ;
1~'f~~
· enc Ih
const:I: o,5) g e de agu a com ~e cli" tro d (1
e ,13~ 0~01) nnn.
OiôtékUJir'WHw...-
(l~. rado quando a agulha ~stacmna a 1 mm~ base e final, quando agúlbà
conside. penetra na pasta, deixando uma leve impressão. O II
não m~s outros métodos são empregados em diferentes países como medi.da
~::;is prática para avaliar o tempo de início e fim de pega. o método da
fácil DIN 1168 (DIN ,197?) consiste em colocar uma bolacha de pasta de ges
norma superfície de ~m vulro; a bolacha é cortada com uma lamina de aço. O
~º?~ ~e peoa é defimdo como o momento em que o corte não mai se fecha
101ci~ a I~na deixa impressão de corte na pasta (Figura 8). O fim de pega é
qufian .dºo como o momento em que não aparece impressão digital na pasta por
de mão do dedo m . d'1cador.
pre;~,m desses ensaios, é possível determinar-se o tempo de pega atravé de
me anhamento da evolução da. temperatura da mistura g_es o e água
aco p es 2005) Na prática. a velocidade de pega de um determmado ge o é
~:;~~~ci~da pel~ relação água/gesso (Figura 9), pela temperatura e energia de
mistura.
15

0
g
ê 10
g
as
&CD
"O 5
&.
E
{E
o
6 0,5 0,7 0,9
Relação égua/gesso

Figura 8 - Método de determinação do Figura 9 - Influência da relnç.io águ,l t!~'''' ( ' g)


tempo de pega da DIN 1168. Es e método no tempo de pega peln agulha dt: \ K,11 .
pode ser facilmente empregado em obra
{Foto: Mario Takea hi, 2007).

23.5.3.3 Resi tência à compressão e dureza ' bicos de 50 mm k un.'\ta.


O rp os de-prova cu . +1
ensaios ão realizados em co -. J
A dureza é detcrmmaüa pc •
moldados em molde com trê cor,!.par t.Jm:!º!~fera de aço dun., : ron~ ( 1O·º .±
5llled1da da profundidade de impressao de u (500 ± 5) Nem superf1c1es u)m .11 .1
·?l_nun de diâmetro. ob uma cargafi~, dfado pela equação:
lllín1ma de 2.500 mm,. O re ultado e c cu

F (Fqua,ü o <1 )
º==- Jt.<j>.T
744 \. M . John e .\/...\Jba Cil;rono

endo:
F = carga em ewton:
cj> = diâmetro da e fera em milímetro :
T = média da profundidade em milímetro .
A re istência à compre -ão é determinada em cubos de 50 mm de aresta ern
uma pren a de en aio om apacidade de carga uperior a 20.000 N, exatidão
mínima de 200 . Como em muito materiai , a resistência mecânica tem boa
correlação com a dtlffza tFigura 1O).

40
35 Iº=2 2,18.fc I
/
R =0,98
30
ãs
a. 25
~
20
i
õ 15
10
5
o
/ .
o 5 10 15 20
Resislênàa à compressão \lPa)

Figura 10 - Correbçio en~ dun.'1..1 e ~bt~nda Figura 11 - Imagem cm MEV de pasta de


à comp~ o de g . · bra:nle1m gesso com relação água/gesso igual a 0,7
1dad · do,. :mt Obsc:rvnr a elevada porosidade entre os
aglomerados de: cristais (D' AGOSTINO, 2007).

23.5.3.4 Microe trutura. poro.-idade e resistência mecânica


O desempenho do ge · ·o depende da ua microestrutura. Os cristais de
dihidrato têm forma acicula r e ·e precipitam durante a hidratação imbricado
(com ponto de contato). formando ligaçõe · secundárias entre eles (Figur
11). Essa ligaçõe garante m a re ·i ·tência mecânica do produto. Entre esse
cristais exi tem defeito . o - poro ·.
A resistência mecânica do: materiais é controlada pela presença d
defeitos. Uma da fonte de defeito importante são os vazios de moldage
devido à in uficiência da energia de compactação para a reologia do produt
empregado e comple idade da moldagem. Garantidas as condições d
~ -sem é a poro idade produzi da pela evapora ção da massa de água nã
ªda pela reação de hidratação. que governa a quantidade de defeito
~ conseqü entem nt a re i tência de um determi nado gesso.

•oria
i química d minant • con orne 0,186 g/g de água paras
·tua - prática , a exigênc ias reológicas (e at
tec:Jires de água uperior es a O,5. Com a redução d
.COIIISUmo d g o por metro clibico de produ~
m onômic a ambien tal na produça
7././ \( M. Jolm e M. Alba Cincotto

endo:
F = carga em Newton ;
cp = diâmetro da esfera em milímetros;
T = média da profundidade em milímetros.
A re istência à compressão é determinada em cubos de 50 mm de aresta ern
uma prensa de ensaio com capacidade de carga superior a 20 .000 N, exatidão
mínima de 200 N. Como em muitos materiais, a resistência mecânica tem boa
correlação com a dureza (Figura 10).

40 .-:::= =:==: ::;--- ------ --.


35 D= 2, 18.fc
2
R =0,98
30
ãi'
D.. 25
~
i 20
Õ 15
10

5
o + - - --,---- --.---- ......-- --l
o 5 10 15 20 t,
Resistência à compressão (MPa)

Figura 10 - Correlação entre dureza e resistência Figura 11 - Imagem em MEV de pasta de


à compressão de gesso brasileiro gesso com relação água/gesso igual a 0,7
(dados dos autores). Obseivar a elevada porosidade entre os o
aglomerados de cristais (D'AGOSTINO, 2007).

23 .5 .3 .4 Microestrutura, porosidade e resistência mecânica


O desempenho do gesso depende da sua microestrutura. Os cristais d
dihidrato têm forma acicular e se precipitam durante a hidratação imbricado
(com pontos de contato), formando ligações secundárias entre eles (Figur
11). Essas ligações garantem a resistência mecânica do produto. Entre esse
cristais existem defeitos, os poros.
A resistência mecânica dos materiais é controlada pela presença d
defeitos. Uma das fontes de defeito importante são os vazios de moldage
devido à insuficiência da energia de compactação para a reologia do produt
~preg ado e complexidade da moldagem. Garantidas as condições d
dagem, é a porosidade produzida pela evaporação da massa de água nã
"da pela reação de hidratação, que governa a quantidade de defeito
~ conseqüentemente, a resistência de um determinado gesso.
~~-pé cie química dominante, consome O,186 g/g de água para s
;maioria das situações práticas, as exigências reológicas (e at
'Wigem teores de água superiores a 0,5. Com a redução d
o consumo de gesso por metro cúbico de produ~
ptagem econômica e ambiental na produça
=
t r-----~. ===:::i
20.0
0,65

0,60
-Ê 8
u

17,!I
15.0
fc • 3,'4'4.a/g
R2 •0,98
a

~
112,5
0.55 E
g [ 10.0
0.50 a,

0,-45 ~
-g 'ª
E

~
u,
5.0
o
0.'40 o
a..
cu
'ü 2,5
e
.a,
iií o.o
0,4 0,6 0,8 1 12 1 o4
"iii
a,
0.5 o.a o. 1 o.a o,9 1,1
Relação água/gesso (g/g) . a: Relação água/gesso (g/g)

Figura 12 - Influência da relação Figura 13 - Influência da relação


água/gesso na densidade no estado seco e água/gesso na resistência mecânica de
porosidade - correlações aproximadas para corpos-de-prova 50 x 50 x 50 mm de um
retas (a partir de dados dos autores e de Les gesso brasileiro
Cahiers Techniques, SYNDICAT. 1991 ).

23 ,6 Estabilidade dimensional
6
Oc_oeficiente de dilatação térmica do gesso está em tomo de 2 x 10- m/m.ºC
~~ 1 e Kami 1995), valor que é aproximadamente o dobro do concreto e do aço.
~c10nalmente, a mudança da umidade do ar promove mudanças no teor de
umi<lade e, em conseqüência, variações dimensionais do gesso. No gesso
/~artonado, a variação higroscópica é estimada 6
entre 6,5 x J0-6 mmimm/%RH
JSUM ASSOCIATION, 2005) a 7 ;2. x 10 mrn/mm/%RH (Leavitt e Group,
2 ). Ou seja, quando um componente de gesso em equilíbno com um ambiente
com ~ de 30% é colocado em equilíbrio com uma umidade relativa de 80%,
::nt,da ~onstante a temperatura, ele expande e":_ tomo de 0.3?, rnm/m. Portanto,
ecessano colocarem-se J.untas de movimentaçao entre pame1s leves de gesso e
as estruturas de concreto para ev1.tar rupturas.
23,7 Ad'ti
1 vos retardadores de pega

Os aditivo< d . d equenas quantidades aceleram ou retardam a


.., a tcJOna os em P
746 V. M . ./0/,11 ,, M . Alba Cincolfo

pega e O endurecimento, dependendo do tipo de espécie química. Os aceleradores


aumentam a velocidade de hidratação, e os retardadores atrasam a reação, tendo
conseqüentemente, um retardo no tempo de pega. Estes últimos serão detalhado~
a segulí.
Os aditivos retardadores de pega são produtos orgânicos ou inorgânicos que
adicionados cm pequenas quantidades(< 10%) à água de amassamento ou a~
gesso em pó, atuam com a finalidade de retardar o tempo de pega das pastas.
Com isso, afetam a velocidade de hidratação das mesmas e, conseqüentemente
alterando não só a pega como também algumas outras propriedades do material'.
Os retardadores orgânicos mais comumente empregados são os ácidos
carboxílicos, caracterizados por terem o grupo funcional -COOH, formado a
partir da oxidação dos álcoois. As proteínas são também retardadores orgânicos
comumcntc empregados. No grupo dos produtos inorgânicos, os mais comuns
são os fosfatos e baratos. Na literatura, os aditivos retardadores estão agrupados
em três categorias conforme o seu modo de atuação (FOUCAULT, 1970; REUL,
1977; MOISSEY, 1985).
Do primeiro grupo fazem parte as espécies químicas que diminuem a
velocidade de dissolução do hemidrato, por introduzirem outros íons na solução.
Assim, afetam a solubilidade dos íons cálcio e sulfato e retardam a saturação da
solução. Em presença de outras espécies químicas, a saturação se dá mais
lentamente, e o período de indução é prolongado. A solubilidade do hemidrato é
diminuída por ácidos orgânicos fracos, como os ácidos cítrico, fórmico, acético,
láctico, e seus sais alcalinos, como os citratos, acetatos e lactatos. Pertencem
também a esse grupo o ácido bórico, ácido fosfórico, glicerina, álcool, éter,
acetona e açúcar (REUL, 1977).
O segundo grupo é formado por espécies químicas que, adicionadas ao gesso,
geram reações complexas, que resultam em produtos pouco solúveis ou
insolúveis ao redor dos cristais de dihidrato, atrasando o seu crescimento e, como
conseqüência, sua precipitação. Pertencem a esse grupo os baratos, fosfatos,
carbonatos e silicatos alcalinos.
O terceiro grupo é formado por produtos orgânicos de massa molecular elevada.
como as proteínas degradadas e alguns colóides que, misturados com água.
fonnam um gel ao redor dos grãos de hemidrato, atrasam o contato com a água e.
uaim, sua solubilização e cristalização do dihidrato, retardando o tempo de pega
•.,.,.........-.~, ,.., períodos mais longos. Pertencem a esse grupo a queratina, caseína, goma
· gelatina, pepsina, peptona, albumina, alginatos, proteínas hidrolisadas .
..,_ e fonnaldeidos condensados (REUL, 1977; PAPO, 1989).

'fJIMl 1W estado fresco • hidratação e tempo de pega


aamente na evolução da hidratação dó,
Jill!_reja empregan~o, observado no perfil
te a ~1dra1!çao. Observa-~, na Figura
d~o de induçao, no qual os cnstais COllleÇaJn "·'Pla~
m •.o ~ a
~rt'rnento de temperatura análogo. formar mas com o perli1 de
tOCcorn O ácido cítrico o efeito é o mesmo. Na Fi .
efeito retardador com o aumento do teor de ~ e tá ilustrado o aumento
15
çao.

~ - SEM a<itivo
-· _ COM retardador ;,--
200 r--::-- -------
115
,'' 150
I
f 125
I
'
I ! 100
8.
I
'
I
~
75
50
,../ 25
_....,,,_-,,.
o +----r---- -.---,----. -1
20 40 60 80 100
Te"l)O de hidratação (minutos) º·ºº 0,05 0,10 0,15
Teor de aditivo (%)
0,20

figura 14 - Efeito do ácido tartárico na Figura 15 - Efeito do ácido cítrico na pega


",docidade de hidratação (GERARD, 1991). {KNAUF. 1973).

As proteínas são espécies químicas de elevada massa molecular e também são


l?mrdadoras. A dosagem da proteína depende da sua composição. variando de
: .~<"ia Qj % para a queratina, gelatina e albumina. por exemplo.
O efeito das proteínas, igual ao de outros retardadores. é afetado pelo pH dos
?SSOs 1 IALLON, 1988). Observadas na Figura 16. essas espécies químicas têm
x u efeito ótimo em oessos com faixa de pH entre 6 e 12. chegando a retardar até
,iLze vezes, quanda° empregada num teor de 0,2%, dependendo do tipo de
j]roteína. Estas são menos eficientes em gessos com pH baixo e alto.
~Yamente , gessos ácidos ou fortemente alcalin~s (Figura 16). O efeito do
kfOr de proteína no tempo de pega está mostrado na Figura 17.

?. ~ - - - - - - -- - - - , 140.,..--- - -- - - - - - - .
120

I 100
E: 80
.§.
8. 60
E
{:! 40
20
o .l---.---.- --,---,--
0,05 0,07 0,09 0,11 0,13 0,15
14 Teor de adiliw (%)
4 6 10 12
8
oH da pasta
Figura 17 _Tempo de mkio de ~pega em
Fign..ia l6 - Efeito ~ proteínas em função do presença de gelatina (FISCHER e HENlNG. 199-l).
pli da pasta de (MALLON, 1988).
748 v. M. John e M. Al ba Cincouo

A metilcelulose. um de ri va do da celulose, é em pr eg ad a ~m teores


maiores
entre 0,5 e 4%. A caseína não te m efeito sen.sível, se nd o mais empregad
a p~
melhorar as propriedades m ec ân ic as do m at en al (T U R C O , 1990).

23.7.2 Efeito na consistência

A capacidade do s retardadores de alterar a co ns is tê nc ia é po uc o


estudada nos
diferentes trabalhos, em bo ra es ta seja um a das características tecnol
ógicas mais
im po rt an te s, já qu e, pa ra a te cn ol og ia do s aditivos, al gu ns retardador
es aumentam
ou diminuem a fluidez da pa st a, m el ho ra nd o ou pi or an do a trabalh
abilidade em
obra.
Estudo de R id ge e B oe ll ( 1962) apresenta a influência do s retard
adores na
consistência qu e us ar am citrato de só di o, borato de só di o, acetat
o de cálcio,
hexametafosfato, al bu m in a e gelatina. A Fi gu ra 18 m os tr a os resu
ltados com o
emprego de hexametafosfato de só di o, ob se rv an do -s e qu e, pa
ra manter a
consistência co ns ta nt e, foi necessário m ai or qu an tid ad e de ág ua , à m
edida que se
aumentou o te or de aditivo.
0,70 . . . . . . - - - - - - - - - - - - - - - ~

0,64 +------------------l
0,00 0,20 0,40 0,60
Teor de aditivo(%)
Figura 18 - Efeito do hcxamctafosfato na consistência da pasta de gesso (RIOOE & BOELL.
1962
).
forJTlª de agulha está associada a p
e~stais com~am a crescer, vai-se formando
crt cimento hvf:; em presença de aditivos ~ 1faidâ•que•
cres ,.
grossos_ tem mais espaço para crescer, diminuindo ChStaiS • •~·•
. . ·pansoes.
e:<
forças que geram
.,3.7.3.3 Porosi~ade
.. pouc~ pesqu1sd·as apresentadm relsultados relacionando a poro idade do

S
ndurecido quan o emprega o a gum retardador M'kh81.1 & M
:studaraITI a área ~spec.ífica e a distribuição de poro· do ~e 0 endu~!o
ão empregados hgnosulfonato
d . ·b ·
s
-
(grupo Ili). o re ultad
o
d
e
mostram que tanto a. 1stn utçao de poros como a área superficial ão afetad
e
.q
pesqwsa
d
(=
o
pelo retardador, ~~nt1da uma mesma relação a/g. Es e pesqui adore m tram.
ainda, q~e, em s.ohdos sem retardador e. com relações a/g bai a • 80 redor d
0.40, existem dois grupos de poros. chamados de poros ..S.. o de diâmetro igual
a 10 Â, e poros "L" aqueles que apresentam raio de 70 a 80 A. Em pasta · d
relação a/g próxima de O,60. o tamanho dos poros ..S.. passa a 18 • e o. poro
"L" desaparecem preenchidos pelos cristais. Em presença de retardador. o·
resultados mostram que os dois grupos de poros se mantêm para todas a· reln1s-õe ·
a/g empregadas, possivelmente por duas razões: é possível que ocorra uma
hidratação incompleta que não permite o preenchimento dos poros. ou. ~la
fonna do cristal, um arranjo cristalino difcrcntc. t.1ue muda a estmtura porosa.
Empregando-se ácido cítrico. há decréscimo da porosidade total e increm nto
do tamanho médio dos poros.junto com incremento do tamanho médio dos gn1o ·
e mudança na forma do cristal. A dimimai,·ão da porosidade total pode ser devk~.1
possivelmente à forma e ao tamanho dos cristais. pt·rmitindo preenchl'l' m.u:
facilmente os vazios dos cristais longos e imbricados. formados quando nfül se
tem retardador. Esses efeitos positivos podt•m tt•r significado importantt· na
prática do uso do gesso (KOSLOWSKI e LUDWIG. lt>HJ). . .
A adição de metilcelulose aumenta n porosidade do 1~1:1tt•rn1! n~, l\l~·n1.1 ~k..ar
incorporado, devido, possivelmente. ao fato tk L'SSL' mht1vo l.hm111m! \:~ns.h.l
superficial da água e permitir a formnçüo de bnlhas dt· ar li IAI .l .O\VS. 1. - t
A O · - aumcntnr ou diminuir lkpt•ndL·m.l1.l d1.l tlptl d'
aditi/ ros1d~de, entao, po~e, " os r ·tardndon.·s pL·rtL'lll'L'lllL'S a{l grup1.l da,
o. Da literatura conclu1-sc que . ·i ln 'ttrico
L pt•1w1w ·ntL' ª"'
proteínas aumentam a porosidade, enquanto qm· • L l 0 1
giupo Ia diminui.
23 .8 Aplicações

23 8 1 .
· · Revestimentos cm pastas de gesso
\ .. t011t !'l'lllltk l\ll'll' ;\dll, p1.,,,
<'
Reve t·
• s 1mcntos co m pustns
. de.
ºL ssn
....
.
vtrl'dl':--. .
p 111 p111Hl'll'll
1u ~·,u.
11 1llp1tf· , ·t I nwnh) l 1l 1• · •1 •
u 1cam O proc:c~so de rcVl:S • . • ll'L'l'l'l' L' 1'l 11111 :, ... 111 w1 l tl' ll ,,,1111.. ,1.
q ancto aplicadl>~ na forma de p.1st.1. l
750 v. M . John e M . Alb a Cincot to

que fac ilm en te é co be rta po r pin tur a e ac ab ame nt? lis o, dispe nsando
aplicação de ma ssa co rri da , ne ce ssá ria qu an do a tin_ta é aplic ada sobr:
base de arg am ass a. Em se gu nd o lug ar, o ge sso se hid rat a rapidamente
en cu rta nd o o pe río do en tre a ap lic aç ão e o ac ab amento co m a pintura'
permitindo au me nta r ~ ~e loc ida de da ob ra ~om ,, sim pli fic aç ão d~
pr oc es so . Um a da s lim ita çõ es de sse ma ten al e a sua elevada
sen sib ili da de à ex po siç ão de um ida de e a ele va da ge raç ão de resíduos
na ap lic aç ão do rev es tim en to.
A co nfe cç ão de pa sta s de ge sso é go ve rn ad a po r do is fatores básico s:
a ne ce ssi da de de reo log ia ad eq ua da pa ra a ap lic aç ão so bre a base; e
0
tempo úti l, qu e é o tem po em que es sa reo log ia é ma nti da . Em obras
tra dic ion ais , es sa de fin içã o é fei ta pe lo ge sse iro , qu e, co m base na sua
ex pe riê nc ia, de fin e o teo r de ág ua (re laç ão ág ua /ge sso ).
Usualmente, o gesso é polvilhado sobre a água. A quantidade de água
usualmente adicionada resulta em relação água/gesso entre 0,6 e 0,9
(HINCAPIÉ HENAO, 1997; ANTUNES, 2000). Essa quantidade de água é
superior ao limite de aplicação manual (os poros reduzem o custo do volume
de pasta aplicada). Assim, após o polvilhamento, o profissional espera até
que a hidratação e a aglomeração de partículas ajustem a reologia. Concluído
esse tempo de espera, é realizada uma mistura mais intensa e a aplicação é
iniciada. Esse tempo de espera é, segundo Antunes (2000), improdutivo.
Em seu estudo, a autora constatou que o tempo de espera variou entre 19 e
30 minutos, com média de 23 minutos. A aplicação termina quando o gesso
não apresenta reelogia que permita o seu espalhamento na superfície a
revestir. O tempo útil (tempo de final de aplicação menos tempo de espera)
medido pela autora variou entre 23 e 38 minutos, com média de 30,8
minutos. Ou seja, na prática, o tempo de aplicação pode ser até inferior ao
tempo de espera. Quando não se usa a estratégia de mistura em duas etapas,
o tempo de utilização pode ser reduzido em mais de 20 minutos (ANTUNES.
2000).
É prá tic a us ua l mi stu rar -se ap en as a me tad e do ge sso adicionado. A
metade nã o mi stu rad a en tra em co nta to co m a ág ua ma is lentament~,
po is está ag lom era da . A ap lic aç ão pro ce de até a pa sta ac ab ar, ou mais
P.*.UDUmente até a reo log ia tor ná -la po uc o pro du tiv a, ge ran do resí~uos.
nadro 8 mo str a a ev olu çã o ao lon go do tem po da consistência da
1f ie so fre mi stu ra e da qu e pe rm an ec e em rep ou so . A difere~Ç.~
po má xim o de ap lic aç ão e o tem po de es pe ra é o tem_P.º 00,
~.O pr oc es so de ap lic aç ão da pa sta , em bo ra emp1ric0 :, e
e e uti liz a-s e do efe ito da s div ers as fases da reaçao
a;:r.eologia.
Quadro 8 - Seqüência de aplicação de pastas de gesso e os estágios de hidratação
(com base em ANTUNEs, 2000).

---
--etao• D• cr lcl o
O pó é colocado na água de forma a preencher toda a masseira po r
polvilhamento Igual. A quantidade de pó utilizada é a necessária para que tod
quase toda, a água da suDerffcie seJa absorvida ceio pó .
a ou
- Espera 1 Segue-se um pe rfodo de repouso que corresponde ao período de
'
dlssolucAo do hemldrato.
-- Mistura 1 Em se gu
na masseira.
ida , parte da pasta é misturada, ficando O restante em repouso

Mais um a vez, um Intervalo é observado até que a pasta possa se r


Espera li
utilizada. O Intervalo equivale ao período de Indução.
Quando adqul re a consistência adequada para a aplicação, determinada
empiricamente, a fração de pasta que foi misturada pelo gesselro passa
Aplicação 1 a se r utilizada. Nesse Instante, tem início o tempo úti
l que acontece no
ade de água final do período de Indução e pouco antes do início da pega determinado
oo r calor! metrla.
e 0,6 e os Com o final da utilização da fração previamente misturada, o gesseiro
de de águaé segue usando a segunda parte que estava em repouso e, po r isso, teve
to do volume a cinética da reação de hidratação retardada em relação à primeira.
Dificilmente é necessário misturar-se a segunda fração, pois o tempo
al espera até ne ce ssá rio para a completa utilização da primeira é suficiente para que a
Aplicação li
ia. Concluído segunda fração adquira a consistência mínima adequada à aplicação.
a aplicação é Assim, o gesseiro passa a utilizar a segunda metade sem que haja
necessidade de Interrupção da atividade. Durante as etapas de
improdutivo. Aplicação I e li, a pasta continua reagindo com a água, alterando
u entre 19e continuamente sua reelogia, como pode se r visto na Figura 19.
ando o gesso Quando a pasta ultrapassa a consistência máxima adequada para
superfície a aplicar a pasta, ela ainda pode ser utilizada para da r o acabamento final
no revestimento. A adição de água à pasta altera a sua consistência,
0 de espera) Fim do tempo
possibilitando seu retomo à consistência adequada, mas com aumento
"dia de 30,S útil de porosidade e perda de resistência. Nesse momento, a pasta se
é inferior ao encontra na terceira etapa, ou seja, final da reação de hidratação po r
dlssolucão -pr ec ioi tac ão , quando a maioria do dihidrato iá está formado
duas etapas. Logo após es sa fase, o gesso se hidrata quase completamente, nã o se
ANTUNES, Final da prestando mais para o serviço. Essa fa~e é conh~cida _na prática como
utilização "morte" do gesso, pois, me s~ o q~e m~1s águ~ seJa ad1?ionada à p~sta
.. nado,A {"morte") para pro lon ga r a sua utilizaçao, nao existe mais aderência entre a ultima
1c10 ente, camada e o revestimento já aplicado. O gesso restante é resíduo.
1eotafll ~s
oU fJl
ar, 'duos,
o res• da
·11 .~ faixa de consistência que permite a a~licação de pastas de gesso foi medida
"t1Cl11

sist~ rençª Utilizando-se O aparelho de Vicat modificado (Figura 7). Antunes (~000)
A dife útil constatou, em obras da cidade de São Paulo, 9~e. o gesso pode ser apli~~do
teJllP? 0 é quando a consistência encontra-se entre 28 mm (~ c~ o) e Om m (fim). Na pratica,
r,ÍfJC ~O a d~finição do teor ú , água pode ser realizada utilizando esse aparelho de uso
efllr reªçª
s dii rnu1to simples.
JS2 EM . John e M. Alb a Cincorro

40 ,- ;:o Ap
= := = = =
licação I Qn
= = = = = = := = = ,- -- -,
ício do tempo útiQ
35
oA lica o li
30
Ê 25 D
E
i 20 P = -1,026.t + 58 ,488
~ 15 R2 = 0,838
to. 10 P = -1,467.t + 66,368
2
R = 0,862
5
o + -- -. .. -- -- .- -- .- -- ,- -- -- -r -- -- -, -- '" -1 :: > -- t
20 25 30 35 40 45 50 55 60
Te mp o (minutos)
figura 19 - Evolução da consistência média pela penetração do aparelho
Vicat modificado (NBR 12128) com 0
tempo pam a pasta misturada (aplicação l) e para a pasta que permaneceu
em repouso (aplicação m.O tempo zero
corresponde ao tempo de polvilhamento do pó na água (ANTUNES. 2000
).

Além de controlar os tempos de espera e as eventuais perdas, ao varia


ra
relação água/gesso, o gesseiro também define a resistência mecânica da ca
mada
de revestimento - que é a aderência máxima do revestimento à base. Em to
dos os
casos, as resistências de aderências costumam ser elevadas. Em es
tudos
realizados no Brasil, a resistência de aderência variou entre 0,4 a J ,7 MPa,
índices
superiores aos 0,3 MPa exigidos para revestimentos externos . De uma
forma
geral, o gesso apresentou maior aderência em superfícies mais poro
sas (como
blocos de concreto), secas e relações água/gesso mais baixas.
O tempo de pega dos gessos brasileiros é curto e, na quase totalidade
das
marcas comercializadas no mercado brasileiro, muito variável. Esse tem
po de
pega curto e variável, combinado com a ausência de critérios objetivos
para a
definição de quantidades de água de amassamento e procedimentos de co
ntrole
de qualidade de recebimento, tem levado os revestimentos de ge
sso a
ntarem elevado desperdício, tendo sido medidas perdas de 30% (Souza,
) A necessidade de segregação dos resíduos de gesso prevista na resolução
__ .... ,.._..._., ri '307 (CONAMA, 2002) e a di
ficuldade de destinação adequada
,_ ,.__,problema. Adicionalmente, essa necessidade tem conduzido a tempo
s
reduzindo a produtividade de aplicação e encarecendo 0

~ ·~ ,JJJP7) estabelece os procedimentos para a realização de


ossíVel pel~ ~odificação da reologia
P vés da ad1çao de produtos com elev d
atra d' · a a
e~~e
4rê 0
hidratada,_ou a 1t1vos espessantes, como 08 d ~especifica, como&
(hidroxiettl-cel ulose)' HEMC (hidroxi-efl1
er!"ado de cehilo e HBC
Antunes (2000) investigou O efeito da 8 ~me~ll-~elulose).
or até 23% (mim) de cal hidratada (teor dbs~tuição parcial do ge 0
Para revestimen~o. A introdução da ~ ~ 2 de 7,5%) empata
fealização de ~1stura~ com relação á ~:/ hidratada propiciou a
puderam ser aplicadas imediatament e ap~s (g~sso+cal) de 0,7, que
t
ern torno de 5 minutos) e que apresenta ª miS ura (tempo de e pera
equivalente à mistura sem a cal hidratada m um consumo de material
de pega entre 78 % e 100% . As Figuras
resultados da autora.
aumento do tempo
resumem alguns do
20 :1:~~~m
4U
35
Iao l
20

~ 25
~ 20
2 15
o 1
'& 15 8. 10
~ E
g 10 6 ala 0,5 {!?. jata=0.7 j
f o a/a 0,6 5 .--
. .- P-=-
0 -mm
~
5
o ala 07 +P = 28mm
o o +!::::=;::===:;===r--.....--,--.....---,- -J
o 5 10 15 20 25 O 3 6 9 12 15 18 21 2•
Teor de cal (%) Teor decai (%)

aixas. Figura 20a - Influência do teor de cal na Figura 20b - Influência do teor de cal no
na quase totalidak consistência Vicat Modificado para tempo de espera (inclui 5 min de mistum e
diferentes relações água/(gesso + cal) moldagem do corpo-de-prova) e fim de
variável. Esse temP-1 (ANTUNES, 2000). utilização para pasta com água/(gesso+i:al l :: 0 .7,
ritérios objetiv~ obtidas com um gesso específico (ANTUNf-<i. 2(XX)).
ocedunentos de
stimentos de,/ Asubstituição parcial do gesso pela cal, mantendo-se o teor de água constante.
erdas de 30 _..,,t pr~vocou uma redução da resistência mecânica à compressão (Figura 21) e no
P · ta narc.v módulo de elasticidade dinâmico.
50 previs . , AÂP11
· açao au",
e desttn .do a
.~QI
20 1600 o ng1
tem conduzt ~ o º" cal 1400
li 1l~cal
1
,., e enc a
"'
15 tl"cal
·caçao :! -
À 23"cal
E)lpOO.lll" C.11) ,õ
1200
- E.ipcn(D'ct)

aJjZa\ 10
~ 1000 r--,.....__
rl
ara are w
800 i'--- y:031,U...'"
otOS p s
600
.
R'=otm
400 0,9
O O5 0,6 0.1 O,!
.6 0,7 0,8 0.9 ' Rellçlo ala
Figura ?1 RolaÇ.10 a/a . an'·,ca à compressão (i\BR 1'2129) e módulo
- - lnfl • . aJ) a res1stênc1a mec
uenc,a da re,a, ão água/(gesso+c n . ·meia! no ert..aio de rompressüo).
1
de elasucidade de pru;tas de gesso (tangente
754 V. M. John e M. Alba Cir.co;;o

Estudo po teriore mo trar arn que mi tura s de ges so, cal hidratada e file
adequadam ent e aclitivadas. pod em re ulta r em pas tas de revestimento passív r~,
de aplica ção me cân ica . que e inic ia ime dia tam ent e apó s a mis tura e pode eis
prolongar por tem po upe rio r a -JO min uto , com gra nde gan ho de produtividadse
Essas pasta apr e ent am re istê nci a de ade rên cia em tom o de O,3 MPa, sende.
perfeitamente ade qua das a re, e tim ent o inte rno . O lon go tem po de projeção e~
reologia ade quada dim inu em en ive lme nte as per das . Est ão disponíveis no
mercado pro duto com e.: as car act erí ricas
Arg am a a de ge ~ ·o pod em tam bém er pro duz ida s com pro porções em
massa ge o:a gre gad o de até 1:3 . com boa ade rên cia . Ma is det alh es podem ser
enc ont rad o em Joh n & An tun e {- 002 ) e D ias (19 94).

23 .83 Gesso acartonado

As cha pas de gra nde - din1en~ õe, fina s de ges so revestidas externamente por
dua s lâm ina de pap el. ão den nlin ada s comerc ialm ent e no Brasil de dry wall. O
papel kraft que rev e ·te ·en e de refo rço par a os esf orç os de tração, o que permite
o ma nus eio seg uro de chapas de gra nde dim ens ões e con fere resistência a
esf orç os de u o. A NB R l-f7 15 - Par te l (AB NT , 201 0) estabelece os requisitos
par a as cha pas de ge- :o pa ra~ -" ali e a NB R 147 15 - Par te 2 (AB NT, 2010) os
mé tod os de en aio . O Quadn1 9 apr e, ent a as pro prie dad es básicas desse tipo de
produto.
Quadro 9 - \'ari ãt: de- dimell!- - _ de d1 ~ de gesso acartonado no mercado brasileiro.

Dlmenslo Mínimo Máximo Tolerância


Espessura (mm) 9,5 15 0,5 < t < 0,5 (mm)
Largura (mm) 600 1200 -4 < t < O (mm)
~rl me nm (mm) 1800 360 0 -5 < t <O (mm)
Denaldade supertd al da massa m2) -6 13 2%
Reslat. lranswusal mfnlma • rup1.11a • led o /m) 160 250
Reslat. tudinal mln ima da ru ra na tex. lo m 400 650

O produto
t,orda das placas é rebaixada de forma
A ização de aca~amento co~ uma mana: .Wvel com ta
a real 5 e fita adesiva, produzmdo a aparência~- um pan po .,._,
rmero l "" OCOn1111.uo
Po t ombinando pape e gesso -o produto é sensível a ambien mnid
Cendo apresentar de~radaça? total o_u biodeterioraçio da uperft •
po~ forma, para ambientes mtemos Umidos, como banheiro m n1
oe;:etidos apenas eventualmente. à exposição direta à água ti
s~ oníveis placa~ tratadas c~m hidrofugantes e, por i so, com maior
disp
resiste"ncia à umidade. Medeiros (2004) estudou chapa re i t nte à
h - .
idade e constatou qu~ est~s c ~pas apresentam absorçao de água mu1t
um r que as convencionais (Figura 22). Também foi ob ervado qu •
me~o ra percam muita resistência quando ainda molhadas. a perda é m n r
em ~as convencionais e que. mesmo após 5 ciclos de molhagem e cag m
que I80 minutos, ainda apresentam resistência à flexão no e tado . o.
por de 80% da apresentada pela chapa original. A absorção de água de. sa ·
cercaas resistentes à umidade
. ,
esta 1· .
imttad a a um , .
max1mo de 5 OI. b ..
-10 e a a . orç
a-o
h
e ap / 2
e~~~~
superficial a 160 g m ·
)
Parte 2 (
de básicas
~ 20
no mercado bra.ÜiO. ~
-a-Convencional
~ 15
o -o- Resistente à umidade
tal

15 ~ 10
o(/)
1200 .e
3600 <t 5
13
250 o
65()
o 20 40 60 80 100 120
Tempo (minutos) .
. 1de chn1>a de gesso acart<,1tad1, ('\'ll\t'll,' 1,m.11 ,
Fi rff · roteg1da por pape
igura 22 - Absorção de água por supe cie P . (MEDEIROS. '.!004).
resistente à umidade

Estão disponíveis . t"ção de estruturas contra o


·
chapas proJe tadas para pio e ' · 1tr ,1,
, bastante dicil'ntl' no tOt "
1
efeito de incêndio. O gesso, de forma ger~ 'e p;t~a.'urn do ambiente passa J_'
de propagação de chamas, pois , quan?ºh.ªd ·ctno, Este se transforma t'~n lwmit-
1400 d d 1 1 ta · ·
h. C, começa a decomposição o : consumindo grande quan tt . t hd' 1. I.'

idrato, liberando água e, nessa reaçao, ·fícic . . . .. .


energia, o que reduz a temperatura da super bordas não rdnH:ndns p.11.~ -~'
Também estão disponíveis chap_as con~nto e chapas perfurada~ p.n.1
execu - rejuntam
ab Ç!o de partições sem 0
sorçao acústica
756 \ M John,. A1 Alh a Cincnlfo

23.8 ..J Placas e ou tro s co mp on en tes de ge sso

As pla cas lisa s de ge sso mo lda do , co m dim en sõe s de 60 cm x 60 cm, com


borda ref orç ad a são ap li caç õe s co nsa gra das no me rca do bra sil eir o de forro
sus pe nso s . Tr ad ici on alm en te , são mo lda da s em pe qu en as fábrica!
art esa na is, loc ali zad as jun to ao s cen tro s pro du tor es , pro ced imento qu e evtta
tra nsp ort ar ág ua do loc al de pro du ção do ge sso ao me rca do de consumo.
A NBR 12775 (ABNT, 1992) est abelece métodos de medida de resistência
mecânica, dimensões da placa, espess ura e largura do reforço latera1, dimensões
dos encaixes macho e fêmea, espessura na região central, massa específica
rc:istência à ílexão e resistê ncia do elemento de fixação para essas placas. N~
entanto. não existe a no rm a de requis itos.
As resistências mecânicas das placas encontradas no mercado são bastante
, arüi\'cis. É co mu m a observação de quebras significativas, gerando quantidade
sig nit kat iva de resíduos. A necess idade de cortes para ajuste da modulação aos
cômodos ger a bordas de me no r espessura e resistência. Atualmente, existem
fabricantes de gesso qu e oferecem placas mais sofisticadas, inclusive reforçadas
com fibras de vidro e hidrofugadas. O painel de placas é normalmente suspenso
em tirantes de arame galvanizado.
Em complementação às placas de gesso, existem os perfis moldados , utilizados
para a realização de acabamento de bordas e produção de detalhes arquitetônicos
co mo ancas.
E i tem tam bém blocos de gesso moldados para uso em alvenarias . São
paralelepípedos vazados, co m grandes dimensões (500 mm x 666 mm , com
espe uras entre 50 mm e 100 mm ), permitindo bo a produtividade na elevação da
ai enaria. Sã o assentados co m pasta de gesso.
A re ist ên cia à tra ção e ao im pa cto do ge sso po de ser melhorada
significativamente co m fibras. Agopyan ( 1982) desenvolveu o compósito de
gesso reforçado co m fibras de vidro. Oliveira (1995) desenvolveu painel de
grandes dimensões, qu e chegou a ser produzido.

23.8.S Patologia
""""".:.....·umidade é prejudicial ao gesso da da a solubilidade da gipsita. Pela açã? ?e
mnido-seco do ambiente, a gipsita da superfície se dissolve e prec1P;ta
mas os cristais apenas se depositam sobre a superfície e não t~ITl
nto da pri me ira formação. A superfície toma-se, assim,
• brasileira nã o produz gessos em pó especiais para
23.9 Definições e terminologia

A terminologia obre o, produh.1s , 'latinls all ~ ·sso dl' l'Onslru\·ão. desde a


matéria prima até o produto cndm '·idl.) ' um polll'll 1..'onfusa. tnl'smo nos
dicionários técnico de minerah.)da. l\ luitllS dos dil'ionarios mi11l'ralóg.il'os
chamam gesso também ao minéril)~ 1.' a,.1 mim·,~ll dll qual o !!_l'sso é prrn.h11ido. A
terminologia é detalhada em seguida: .
a) Gipso é O minério mai: comum dl.lS sulfalllS, l'lll'nntrmlo 1.'\ll·ns1\'a1~ll'l~l1.'
em muitos lugare do mundo. conll·ndl., ~ipsita l l 'aSO 1.211.0). an1dnta
(CaS04) e algumas impure,a:, mat ·ria prini.t d1..· pn1drn,·a,l do gl'sso d·
construção (gypsum).
b) Gipsita é o mineral, comp )Sll) d' CaSl \. 'I LO. dt:H~~m.lo p,lr .1 :•'.:ª
0949) como gvpsum w1ca /cmt . ·eI • 'tsl}
• "
l' ,, 11 1s\l IH\\} l'all 111,1d,1, num 1.11
• .-
essencial do i · . .
e) G g pso, - , , .·. . l 1thl'l'td\1 na lit1.·m1111,1 l'om,, "11/11.,11'1' li/
Par,s". esso de construçao e o m~llu l,tl u /, . , ,, 11 ,.,... .,,\11.''l'IIIH 1.·u1110
" . r·
. ' yeso", "gvpsw11 calnm·c l.lll . .., (1/lc' e1t 1 ••

const1t · · · · ll 11 I·
d) umtes hemidrato-í3 e a111dnta . l.lll , S " 11 'l l \' pHllltt1tdl, n partir da
ca . Hemidrato {3, com fórmuln qunni1.·a t ·'· t · · 11 0 ·
lc)inaç~o do gipso (hemih) drati: ): _ . . l '·,St l 1. ,.n, 1,111 1h~·m p1\Hhtltl' dn
e. Antdritas ll e Ili com fonnula 1u11rnt.\ ,
calcin - .
açao do gipso (anh) d1ite ).
758 V. M. John e M . Alba Cinm llo

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