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Schittine, Denise. Blog: comunicação e escrita íntima na internet.Civilização Brasileira.

Rio de
Janeiro. 2004.

Para manter o contato com o outro, instituiu-se entre os blogueiros uma escrita mais informal, em
tom de diálogo mesmo. A internet possibilita e exige uma escrita sem formalidades e, acima de tudo
, fragmentária. O diarista virtual precisa escrever posts frequentemente, daí o texto rápido e em
cápsulas que, de certa forma, serve também para prender a atenção do leitor. Pg 155

Enquanto os blogueiros manifestam um desejo de escrever como jornalistas, estes buscam uma
escrita mais leve, menos informativa e mais ficcional do que aquela que realizam no seu dia-a-dia.
Embora os dois grupos acreditem estar fazendo o que se propõem, a verdade é que os blogs acabam
sendo um meio caminho entre a ficção e a informação, entre o jornalismo e o escrito íntimo, isso
quando não misturam uma coisa com a outra. PG 156

“Quanto mais perto eu chegava da escada, mais conseguia sentir o cheio. A fumaça pode ter vários
odores, mas esse era o tipo do cheio que me dizia que algo estava muito errado – um odor ácido,
afiado”. Embora o relato acima – sobre o episódio novaiorquino de 11 de setembro – pareça vir de
um colunista de jornal, foi escrito por um blogueiro. O americano Bob Doyle, criador do blog The
Fine Line (www.thefineline.org), que estava saindo de uma estavação de metrô a dosi quarteirões do
World Trade Center, assitiu de perto à tragédia e resolveu então colocar em seu blog um relato sobre
o atentado com algumas fotos tiradas por uma câmera digital. PG 158.

Comentário: Este é um momento histórico para os blogueiros, durante o atentado de 11 de


setembro de 2001, toda a rede de comunicações de Nova York ficou congestionada. Diversas
dificuldades de transmissão e de apuração impedia o trabalho dos jornalistas na cidade americana.
Os portais de notícias também ficaram congestionados e a única vasão para a busca de informações
foi o acesso aos milhares de blogs pessoais de blogueiros que naquele momento tinham a
oportunidade de veicular o que estavam vivenciando e dando furo nos jornais e tvs.

“A tragédia americana demonstrou, claramente, mais bípedes narradores espalhados pelo mundo do
que poderíamos imaginar só de ler jornas e revistas, ou assistindo à televisão. Eles não estão ligados
a nenhuma empresa de comunicação e, na maioria das vezes, são jornalistas sem querer, ou mesmo
sem saber” - disse Cora Rónai, colunista e editora do caderno de informática do jornal O Globo.
(Rónai, Cora. “Jornalista até o último bit”. O Globo, Rio de Janeiro, 17 de minuit, 1999. 93p.)

O blog de Deborah Andrade, de apenas 19 anos, moradora de Nova York, o www. Gringolândia.
Cjb.net, tinha normalmente 147 visitas diariamente em média, mas este número saltou para 3.021
acessos diários após seus relatos sobre o 11 de setembro. E ela disse: “A internet é um dos melhores
meios para informar as pessoas no mundo inteiro e em tempo real”. PG 159

...o jornal britânico The Guardian contratou um blogueiro iraquiano para escrever sobre o dia-a-dia
em Bagdá. Uma maneira de fazer uma conbertura on-line da guerra. Agora não é mais o blogueiro
que procura o meio de comunicação – o próprio jornal começa a ver a internet como fonte de
informação [...] Essa situação vem confirmar mais uma vez as conclusões de Cora Rónai quando diz
que muitos blogueiros viraram ou estão virando jornalsitas sem saber. Esse é um desejo da grande
maioria dos diaristas virtuais que sonha em poder exercer a função de jornalista – ou colunista, mais
especificamente – sem ter de sofrer as agruras de ter o texto cortado ou reescrito por um editor. O
objetivo de uma grande parte dos blogueiros é o de funcionar como formadores de opinião [...]
para que o diarista virtual realize seu potencial é fundamental que ele assuma e desenvolva o teor de
seu blog. É necessário que haja autenticidade na escrita pessoal do blogueiro – seja ele o autor de
um blog confecissional, ficcional ou jornalístico. E é esse estilo individual que vai, a princípio,
determinar a qualidade do seu texto e a influência que ele poderá vir a exercer sobre o leitor. PG
161

Sérgio Faria tem um blog desde janeiro de 2001 [...] e foi o primeiro a dar um furo jornalístico no
universo blogueiro. Em maio de 2001, quando o então senador Antônio Carlos Magalhães
renunciou ao mandato, o blog de Sérgio, Catarro Verde (www.catarro.blogspot.com), noticiou em
primeira mão que o discurso proferido por ACM tinha sido plagiado de um antigo discurso do ex-
senador Afonso Arino. PG. 161
Comentário: A notícia do plágio acabou sendo divulgada pelos principais jornais do país e um
representante dos blogueiros ganhava as páginas dos jornais.E para ele o blog é, de fato, uma mídia
independente das grandes corporações, “essa onda surgiu da vontade de fazer algo independente da
corporações, algo pessoal, e autor”.

... “o corporativismo exige que o autor tenha um diploma para que possa atuar no jornal, no rádio,
na televisão e nas editoras de livros. Essa idéia é bastante errônea, já que o que se observa é que os
profissionais de outras áreas frequentemente conseguem espaço nos jornais.”PG 162, 163

... “o blog – e a internet de um modo geral – abre espaço para que várias pessoas escrevam, é mais
democrático, e quando abre para um maior número de pessoas segmenta mais do que generaliza”.
PG 165

... “mas para eles não basta apenas colocarem suas opiniões, é preciso que elas sejam lidas,
admiradas e comentadas, como as dos colunistas de jornais.” PG 174

... “A filosofia do blog é escrever diariamente. O Nemo Nox costuma dizer que `blog desatualizado
é blog abandonado`”. PG 174

“Os blogueiros acreditam que há algumas vantagens no escrito virtual. A principal é a liberdade de
escrita: “Num blog você é o publisher, seu editor, não há censura, restriçãoou imposição de espécie
alguma para você manifestar seus pensamentos e opiniões. Eu escolhi a linguagem do meu blog,
inclusive, nele mando eu”, diz Ségio Faria do Catarro Verde.

Comentário:mas não se pode falar tudo o que se quer sempre. O público-alvo vai determinar o que
deve ser escrito. Na internet, se o assunto não agrada, se as opiniões são mal colocadas, o leitor pára
de acessar o blog e a sua sobrevida diminui.

“A fuga dos textos jornalísticos pro quem é desse meio tem vários motivos. O principal deles não é
se ver “cerceado”pela instituição do meio de comunicação em que escrevem. Desde a sugestão de
pauta, que pode ser aceita ou não e modificada, até a feitura do texto, que passa pelas mãos do
retador e do editor, o jornalista sente falta de ter mais liberdade, mais domínio sobre o próprio texto.
“As vantagens de se ter um blog é o exercício da escrita sem compromisso. Saber que você é o
único responsável pelo que está escrevendo, sem ter um redator e um editor para consertar ou
mutilar ou seu texto antes de ser publicado”, diz Joana Ribeiro. PG 180

Para a repórter Elis Monteiro ter um blog “é poder exercitar aquilo que mais gostamos de fazer,
quie é escrever, e ao mesmo tempo criar um canal de comunicação pelo qual nos comunicamos com
os leitores sem a tarja de um jornal nos rotulando. Ali eu sou eu e não a Elis Monteiro repórter do
Globo”. Pg 181

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