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CIÊNCIAS HUMANAS

MATEMÁTICA

CIÊNCIAS DA NATUREZA

LINGUAGENS E CÓDIGOS

Mateus Prado & Paulo Jubilut


Mateus Prado e Paulo Jubilut

São Paulo
Henfil - Educação e Sustentabilidade
2014
EXPEDIENTE

Idealizadores: Mateus Prado e Paulo Jubilut


Gestora Pedagógica: Ana Paula Dibbern
Diretor de Criação: José Geraldo da Silva Junior
Projeto Gráfico: Daniel Paiva
Designers: Daniel Paiva e Lucas Paiva
Elaboramos esse Guia para que alunos, professores, coorde-
nadores e demais envolvidos na área da educação possam en-
tender melhor as especificidades da prova do ENEM. É um Guia
para quem quer entender a lógica da diferença entre o ENEM e os
demais vestibulares e desvendar os segredos para a realização de
uma prova bem feita e com boa pontuação.

Nessas páginas, o leitor encontrará orientações sobre como


estudar, quais conteúdos e competências priorizar, análises das
provas já aplicadas, explicações sobre o cálculo das notas, dicas
de estudo envolvendo atividades complementares, propostas de
aula e exercícios (já cobrados no ENEM e também inéditos), além
de propostas de redação e orientações sobre como escrevê-la no
dia da prova. E, claro, tudo isso organizado conforme a matriz de
competências e habilidades cobrada pelo MEC para o ENEM.

Bons estudos!

Equipe Guia ENEM

5
SUMÁRIO

ORIENTAÇÕES DE ESTUDO

O que é o ENEM? .........................................................................................................................................13


ENEM, a lógica da diferença......................................................................................................................13
Há estratégias de estudo para o ENEM?................................................................................................14
Questões resolvidas. E agora, o que eu faço?......................................................................................15
Opa! Agora já sei meus erros e acertos no ENEM.............................................................................17
Como faço a minha estratégia?..............................................................................................................17
ENEM, uma prova de resistência..............................................................................................................18

ENTENDA AS NOTAS

A prova tem divisão entre questões fáceis, médias e difíceis?......................................................20


Por que a nota do ENEM nunca é zero e nem 1000?...........................................................................21
Alguns dados que irão te ajudar a compreender a nota do ENEM............................................. 22

DESVENDANDO A TEORIA DE RESPOSTA AO ITEM (TRI)

Dúvidas sobre a TRI ....................................................................................................................................25


Raio-X ENEM .............................................................................................................................................. 28
Relatório pedagógico - ENEM 2012 ...................................................................................................... 29

MAPA DO ENEM - O QUE ESTUDAR?

Dados para entender a prova ...................................................................................................................35

GUIA RÁPIDO - CONTEÚDOS MAIS FREQUENTES

Não tenho tempo - O que estudar? ......................................................................................................... 51

PROPOSTA PEDAGÓGICA DO EXAME

O que são os Eixos Cognitivos cobrados pelo ENEM?........................................................................54

6
ACESSO AO ENSINO SUPERIOR

O Sistema de Seleção Unificada e sua vaga numa Universidade Pública....................................58


Qual a diferença entre minha primeira e minha segunda opção?...................................................58
Estudei em escola pública. Tenho direito a concorrer às cotas no SISU?................................... 60
PROUNI - O que é e o que preciso para conquistar uma bolsa?.....................................................61
Posso conseguir uma Certificação do Ensino Médio através do ENEM?............................62
Mapa: Adesão das Federais ao ENEM/SiSU ......................................................................................64

Ciências Humanas e suas Tecnologias

Competência 1 - Cultura e Identidade...........................................................................................69


O que o MEC pensa dessa Competência...................................................................................................70
Entenda a Competência.................................................................................................................................71
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula...............................................................................................72
Exercícios.........................................................................................................................................................73

Competência 2 – Geopolítica e Território......................................................................................83


O que o MEC pensa dessa Competência...................................................................................................84
Entenda a Competência .........................................................................................................................85
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula................................................................................................86
Exercícios.........................................................................................................................................................87

Competência 3 - O Estado e o Direito ............................................................................................97


O que o MEC pensa dessa Competência...................................................................................................98
Entenda a Competência.................................................................................................................................99
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula...............................................................................................100
Exercícios.......................................................................................................................................................101

Competência 4 - Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental...............111


O que o MEC pensa dessa Competência...................................................................................................112
Entenda a Competência...............................................................................................................................113
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula...............................................................................................114
Exercícios.......................................................................................................................................................115

Competência 5 - Cidadania e Democracia..................................................................................125


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................126
Entenda a Competência...............................................................................................................................127
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................128

7
Exercícios.......................................................................................................................................................129

Competência 6 - Sociedade e Natureza.......................................................................................139


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................140
Entenda a Competência...............................................................................................................................141
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................142
Exercícios.......................................................................................................................................................143

Matemática e suas Tecnologias

Competência 1 - A Matemática na Vida dos Povos ...............................................................155


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................156
Entenda a Competência...............................................................................................................................157
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................158
Exercícios.......................................................................................................................................................159

Competência 2 – A Geometria da Vida........................................................................................169


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................170
Entenda a Competência...............................................................................................................................171
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................172
Exercícios.......................................................................................................................................................173

Competência 3 – Medidas da Realidade.....................................................................................183


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................184
Entenda a Competência...............................................................................................................................185
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................186
Exercícios.......................................................................................................................................................187

Competência 4 – Variação de Grandeza, Porcentagem e Juros...........................................197


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................198
Entenda a Competência...............................................................................................................................199
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................200
Exercícios.......................................................................................................................................................201

Competência 5 - Álgebra................................................................................................................. 211


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................212
Entenda a Competência...............................................................................................................................213
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................214
Exercícios.......................................................................................................................................................215

8
Competência 6 – Gráficos e Tabelas ...........................................................................................225
O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................226
Entenda a Competência...............................................................................................................................227
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................228
Exercícios.......................................................................................................................................................229

Competência 7 – Estatística e Probabilidade.............................................................................237


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................238
Entenda a Competência...............................................................................................................................239
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................240
Exercícios.......................................................................................................................................................241

Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Competência 1 - Ondas e Fenômenos da Natureza ................................................................253


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................254
Entenda a Competência...............................................................................................................................255
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................256
Exercícios.......................................................................................................................................................257

Competência 2 – Energia, Circuitos Elétricos e Consumo Racional....................................267


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................268
Entenda a Competência...............................................................................................................................269
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................270
Exercícios.......................................................................................................................................................271

Competência 3 – Ciclos Biogeoquímicos, Degradação e Conservação Ambiental.......281


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................282
Entenda a Competência...............................................................................................................................283
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................284
Exercícios.......................................................................................................................................................285

Competência 4 – Genética e Processos Biológicos.................................................................295


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................296
Entenda a Competência...............................................................................................................................297
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................298
Exercícios.......................................................................................................................................................299

Competência 5 - As Ciências em nosso Cotidiano ..................................................................309


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................310

9
Entenda a Competência...............................................................................................................................311
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula............................................................................................312
Exercícios.......................................................................................................................................................313

Competência 6 – Fenômenos Físicos............................................................................................323


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................324
Entenda a Competência...............................................................................................................................325
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................326
Exercícios.......................................................................................................................................................327

Competência 7 – Fenômenos Químicos.......................................................................................337


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................338
Entenda a Competência...............................................................................................................................339
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................340
Exercícios.......................................................................................................................................................341

Competência 8 – Biodiversidade, Bioética e Saúde Pública................................................351


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................352
Entenda a Competência...............................................................................................................................353
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................354
Exercícios.......................................................................................................................................................355

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

Competência 1 - Palavras, Imagens e Vida Social..................................................................367


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................368
Entenda a Competência...............................................................................................................................369
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................370
Exercícios.......................................................................................................................................................371

Competência 2 – Língua Estrangeira: as Línguas do Mundo.................................................381


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................382
Entenda a Competência...............................................................................................................................383
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................384
Exercícios.......................................................................................................................................................385

Competência 3 – A Linguagem do Corpo.....................................................................................395


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................396
Entenda a Competência...............................................................................................................................397

10
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................398
Exercícios.......................................................................................................................................................399

Competência 4 – Arte: Expressão das Ideias e Emoções.......................................................409


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................410
Entenda a Competência...............................................................................................................................411
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula............................................................................................412
Exercícios.......................................................................................................................................................413

Competência 5 - Literatura: Sociedade, Criação e Imaginação............................................423


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................424
Entenda a Competência...............................................................................................................................425
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................426
Exercícios.......................................................................................................................................................427

Competência 6 – Texto: Contexto e Função................................................................................437


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................438
Entenda a Competência...............................................................................................................................439
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................440
Exercícios.......................................................................................................................................................441

Competência 7 – Opiniões e Pontos de Vista.............................................................................451


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................452
Entenda a Competência...............................................................................................................................453
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................454
Exercícios.......................................................................................................................................................455

Competência 8 – Diversidade Linguística: do Global ao Local.............................................465


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................466
Entenda a Competência...............................................................................................................................467
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................468
Exercícios.......................................................................................................................................................469

Competência 9 – Tecnologias da Comunicação.......................................................................479


O que o MEC pensa dessa Competência................................................................................................480
Entenda a Competência...............................................................................................................................481
As Habilidades, Dicas e Proposta de Aula.............................................................................................482
Exercícios.......................................................................................................................................................483

11
A Redação no ENEM
O que será avaliado na sua redação? ................................................................................................ 493
Dica: um modelo para a sua redação ............................................................................................... 495
O 2° dia de prova: uma maratona ........................................................................................................ 495
Como é feita a correção da redação? ................................................................................................ 496
Mãos à obra .................................................................................................................................................. 501

12
ORIENTAÇÕES DE ESTUDO

O que é o ENEM?

O ENEM é hoje muito diferente de quando nasceu, em 1998. Pouco mais de cem mil pessoas
realizaram a primeira prova, que tinha como principal função avaliar o Ensino Médio no Brasil. Ago-
ra, além dessa função, ele incorporou várias outras, como ajudar o aluno a conquistar uma vaga em
uma Universidade Pública, uma bolsa em uma Universidade Privada, o certificado de conclusão do
Ensino Médio e até mesmo uma bolsa para cursar parte de seus estudos no exterior.
Hoje são mais de oito milhões de pessoas que realizam a prova do ENEM, todo ano. Em boa
parte das Universidades do país, ele passou a ser a única nota avaliada na seleção para as vagas.
Já são cerca de 200 mil vagas distribuídas em Universidades Públicas, anualmente, só com a nota
do ENEM, além de aproximadamente 200 mil bolsas do PROUNI.
O Guia ENEM tem a função de
orientar os estudos para o ENEM, para o ENEM no nde
Alunos se preparam ON G que atua na gra
que passou a ser o maior vestibular Cu rsi nh o He nfi l,
do país; porém, um vestibular dife- São Paulo.
rente dos demais. Saber por que ele é
diferente, conhecer bem este modelo de
exame e pensar uma estratégia para en-
frentar os dias de prova ajudará você a
conquistar uma das vagas em universi-
dades que têm como critério as notas no
ENEM ou a conquistar seu certificado
de conclusão do Ensino Médio.

ENEM, a lógica da diferença

Sim, o ENEM também é um vestibular. Porém, ao contrário dos vestibulares convencionais,


que apresentam um conteúdo programático para estudarmos, o ENEM conta com uma matriz de
competências e habilidades que precisam ser respeitadas pelas pessoas que elaboram as ques-
tões das provas. Acontece que os conteúdos programáticos dos vestibulares são extensos demais
e “o céu é o limite” na hora em que o examinador elabora uma questão. Já a matriz de competên-
cias e habilidades do ENEM, apesar de também apresentar alguns dos conteúdos de sala de aula, é
bem menor do que o conjunto de conteúdos exigido pelos editais dos vestibulares e que está listado
nos índices dos livros didáticos de Ensino Médio brasileiros.

Guia ENEM 13
Com uma matriz de 30 competências e 120 habilidades, o que é bem menos do que é cobrado
no Ensino Médio tradicional, a prova do ENEM é muito mais simples de ser resolvida do que as
provas da maioria dos vestibulares brasileiros. A prova segue uma tendência mundial, já que, em
outros países do mundo (em lugares onde há vestibular), o conteúdo cobrado é menor. Além disso,
a cobrança de uma matriz de conteúdos reduzida, e inovadora, pelo ENEM, que é o maior Exame
Nacional, ajuda as escolas de Ensino Médio a reformarem seus currículos. Funciona assim: na
busca de prepararem seus alunos para a prova, as escolas terão de adaptar a grade de conteú-
dos ensinada nas salas de aula. Para isso, precisarão de materiais didáticos adequados, e então
irão comprá-los de editoras que tiverem se adaptado também. Dessa forma, as editoras deverão
reformar seus materiais para adequar-se ao novo modelo. A tendência é que, com o tempo, as
propostas pedagógicas que focam no desenvolvimento das competências e habilidades, através
de uma grade reduzida de conteúdos, ganhem espaço na educação brasileira, em detrimento do
ensino conteudista que predomina hoje.

Há estratégias de estudo para o ENEM?

Sim. Com uma estratégia bem feita, o aluno terá uma nota maior no ENEM. É preciso
estar claro que estudar conteúdo demais não é a melhor opção do ponto de vista do custo/
benefício, ou melhor, do ponto de vista do tempo de estudo/questões acertadas.
Os alunos tendem a estudar mais o que sabem muito bem ou o que não sabem nada.
Só dá para saber se essa é a melhor opção depois de estarem claros os seus objetivos. Para
garantir sua vaga nos cursos mais concorridos de Universidades Públicas, como Medicina e
Direito, o aluno realmente precisa saber quase todo o conteúdo cobrado pelo ENEM. Mas tam-
bém há outros cursos que podem dar ao aluno uma boa carreira, como Biologia, Enfermagem,
Psicologia, Pedagogia, entre outros, que exigem uma nota bem menor nas provas. Para esses
cursos, é necessário que o aluno saiba bastante para passar, mas não que saiba tudo.

A UFRJ (Universidade
Federal do Rio de Jan
(Universidade Federa eiro) e a UFRRJ
l Rural do Rio de Jan
tas outras, utilizam o eiro), entre mui-
ENEM como forma úni
ca de seleção.

14 Orientações de Estudo
Então nossa primeira lição deste guia é que nem tudo que está nos livros didáticos e nas
apostilas de cursinhos aparece na prova do ENEM. É preciso descobrir o que é cobrado e o
que não é cobrado, e isso é bastante simples.
O primeiro passo para quem vai estudar para o ENEM é resolver as questões das provas
dos anos anteriores, a partir de 2009 (quando o ENEM começou a cobrar a nova matriz de com-
petências e habilidades e passou a selecionar candidatos para universidades públicas). Do
ano de 2009, temos a prova que “vazou” e foi cancelada, temos a prova aplicada e também um
conjunto de questões, liberado pelo INEP, que serviu como modelo para quem fosse estudar
para a nova prova. De 2010 para cá, temos 2 versões por ano: a versão aplicada nacionalmente
e por isso mais conhecida, e a segunda versão, aplicada em instituições prisionais e para pes-
soas, ou cidades, que tiveram algum problema na realização da primeira prova. Todas essas
provas têm o mesmo modelo (afinal, são elaboradas a partir da mesma matriz e pelas mesmas
pessoas) e podem ser utilizadas para estudo.
Mas como vou conseguir todas essas provas, já que nem todas elas foram disponibiliza-
das pelo INEP para a população? O Guia ENEM resolveu esse problema para você. Consegui-
mos todas as provas, selecionamos as questões mais típicas e mais importantes, dentre todas
elas, e colocamos nesse Guia. E já dividimos as questões conforme a matriz de competências
e habilidades cobrada. Ou seja, você encontrará, nas páginas seguintes, 30 capítulos: cada um
deles explica e traz os exercícios relacionados a cada uma das 30 competências exigidas
por essa matriz.
Resolver essas questões é como se preparar para uma prova esportiva, como
MotoCross, no qual você precisa saber anteriormente os detalhes do per-
curso para se sair bem. No ENEM também é assim. Como as
questões são muito parecidas de um ano para o outro,
se você souber os detalhes do percurso, vai realizar
material com mais
a prova muito melhor do que quem nunca teve con- Se você quiser um
os a co leção Guia
tato com ela. Mãos à obra. Sem a ajuda de livros questões, tem
, qu e traz todas as
ENEM - Atividades
e/ou computadores, amigos e professores, tente s qu e já ca íra m nas provas do
questõe
resolver todas essas questões. Ao resolvê-las, 9. Pro cu re em nossa
ENEM desde 200
você já começará a se acostumar com o “jeitão” iae m.org.br
ne
loja virtual: www.gu
do ENEM.

Questões resolvidas. E agora, o que eu faço?

Agora que você resolveu as questões relacionadas a cada uma das 30 competên-
cias, será necessário um pouco de trabalho para você ter a clareza do quanto já está prepara-
do para a prova e o que precisa estudar. Confira o gabarito e anote quantas questões, de cada
capítulo, você acertou. Leve em consideração a quantidade de questões de cada capítulo,
ou seja, se você acertou 8 questões em 2 capítulos diferentes, mas um tem 12 e outro tem 16
questões, você errou proporcionalmente bem mais no segundo capítulo. Ou seja, você tem que
calcular a porcentagem de questões acertadas no montante de questões de cada capítulo. Por
exemplo, 8 questões corretas, num total de 12, é igual a 66%. E 8 corretas, num total de 16, é
igual a 50%. Faça as contas e anote seus resultados nas tabelas a seguir.

Guia ENEM 15
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS QUESTÕES
Competência Total Corretas Porcentagem
1 - Cultura e Identidade 18
2 - Geopolítica e Território 14
3 - O Estado e o Direito 17
4 - Evolução Tecnológica e Revolução Comportamental 19
5 - Cidadania a Democracia 17
6 - Sociedade e Natureza 18

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS QUESTÕES


Competência Total Corretas Porcentagem
1 - A Matemática na Vida dos Povos 16
2 - A Geometria da Vida 16
3 - Medidas da Realidade 20
4 - Variação de Grandeza, Porcentagem e Juros 18
5 - Álgebra 16
6 - Gráficos e Tabelas 11
7 - Estatística e Probabilidade 16

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS QUESTÕES


Competência Total Corretas Porcentagem
1 - Ondas e Fenômenos da Natureza 17
2 - Energia, Circuitos Elétricos e Consumo Racional 16
3 - Ciclos Biogeoquímicos, Degradação e Conservação Ambiental 15
4 - Genética e Saúde Pública 19
5 - As Ciências em nosso Cotidiano 15
6 - Fenômenos Físicos 15
7 - Fenômenos Químicos 15
8 - Biodiversidade, Bioética e Saúde Pública 16

LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS QUESTÕES


Competência Total Corretas Porcentagem
1 - Palavras, Imagens e Vida Social 12
2 - Língua Estrangeira: as Línguas do Mundo 14
3 - A Linguagem do Corpo 16
4 - Arte: Expressão das Ideias e Emoções 13
5 - Literatura: Sociedade, Criação e Imaginação 12
6 - Texto: Contexto e Função 14
7 - Opiniões e Pontos de Vista 12
8 - Diversidade Linguística: do Global ao Local 14
9 - Tecnologias da Comunicação 12

16 Orientações de Estudo
Opa! Agora já sei meus erros e acertos no ENEM.

Agora, certamente, você já está acostumado com o tipo de questão que cai na prova. Se
prestar atenção, vai ver que a maioria dos conteúdos, como, por exemplo, média, moda, media-
na, metro cúbico, eletricidade básica, radiação, ciclos biogeoquímicos, geração de energia,
evolução industrial, uso de mapas, modernismo, entre outros, são os que mais aparecem. Tam-
bém vai notar que muito do que está nos livros de Ensino Médio e nas apostilas de cursinho
não aparece em nenhuma das questões, ou aparece muito pouco.
O mesmo acontece com a avaliação de suas capacidades cognitivas e de sua visão éti-
ca da sociedade. Reparando bem, você verá que a valorização do meio ambiente sustentável,
da democracia, da diversidade cultural e linguística, das conquistas sociais, do uso da ciência
em prol da melhoria da qualidade de vida, da defesa do consumidor, das novas tecnologias da
informação, da análise de gráfico e tabelas, do entendimento de que mudanças econômicas
trazem mudanças comportamentais, do respeito à diversidade linguística, da compreensão
que as várias formas de expressão artísticas são representações da identidade dos povos e de
que sofrem influências de seu tempo e espaço, entre outras questões, são muito consideradas.
Com a tabela preenchida, você já pode perceber quais são as competências (e, por con-
sequência, quais são os conteúdos) com que você já tem mais afinidade. Mas será que você
deve focar seus estudos simplesmente nas competências em que teve menor desempenho?
Não é simples assim. Você precisará elaborar uma estratégia para seus estudos.

Como faço a minha estratégia?


Primeiramente, um guia não é um manual. Em um manual, há somente uma forma de alcan-


çar o objetivo. Por exemplo, para montar um guarda-roupa, você recebe um manual que indica
a única forma de fazer com que ele fique em pé. Em um guia, devemos imaginar que as pessoas
preferem, ou sentem-se melhores, seguindo caminhos diferentes para chegar a seus objetivos,
considerando até mesmo diferentes objetivos. Se, por exemplo, para o aluno que quer cursar
Medicina não há outro caminho além de dominar toda a matriz de competências do ENEM, para
quem quer um curso cuja nota cobrada não é tão alta, este caminho pode ser mais leve, curto
e tranquilo. Se você é um desses alunos, é hora de fazer as contas e selecionar, entre as com-
petências que não domina, quais você elegerá para estudar (incluindo as competências em que
você tem domínio razoável).
Porém, para qualquer aluno, seja aquele que vai prestar um curso concorrido ou aquele
que deseja um curso de menor nota de corte, é necessário que não se peguem atalhos que os
façam sair do caminho. Estudar o que o ENEM não irá cobrar é realmente desperdício de tempo
para quem tem como objetivo conseguir, com pouco prazo, uma boa nota no exame. Nisso con-
siste a sua estratégia de estudos: escolha os conteúdos que você consegue aprender no tempo
de que você dispõe e que podem lhe conferir uma maior pontuação.
Naquelas competências em que você acertou tudo, ou quase tudo, sua capacidade de
resolução das questões que estarão na prova já é alta. Cada hora dedicada ao estudo delas trará
um acréscimo menor ao número de questões que você acertará.

Guia ENEM 17
Aquelas competências em que você
acerta boa parte das questões, uma por-
centagem próxima ou um pouco acima de
50%, são competências que você tem mais
facilidade de aprender e que a probabilida-
de de acertar mais questões, se você estu-
dá-las, é muito maior. Vale a pena dedicar
ra l de Lavras), seus estudos a elas. Mas cuidado para não
ade Fede acesso.
s da U FLA (Universid com o fo rma única de emperrar os estudos em um único conteú-
Aluno EN EM
que utiliza o do/competência.
instituição
Já as competências em que você
acerta menos de 50%, ou mesmo não acer-
ta nada, estas são as que você tem mais dificuldades de aprender.
Se o seu curso não tem uma nota de corte muito alta e se seu rendimento é muito ruim ape-
nas em uma ou duas competências, não tem problema deixá-las de lado. Afinal de contas, você
não precisará acertar toda a prova para ter a nota que precisa no ENEM e cada hora estudada
nessas competências também trará pouco retorno na relação custo/benefício.
Por exemplo, se você teve um baixo desempenho em geometria e em álgebra (competên-
cias 02 e 05 de Matemática), e só tem tempo para estudar um dos temas, escolha aquele que
você consegue aprender com maior facilidade. Outro exemplo: se você já tem uma pontuação de
90% na competência 04 de ciências da natureza, dedique seu tempo às outras, mesmo que não
tenha total domínio dos conteúdos cobrados na competência 04.
Ou seja, você deverá escolher os conteúdos para estudar considerando o tempo investido
em estudo e a quantidade de questões que poderá acertar a mais se dominar esse conteúdo.
Portanto, vimos que a melhor estratégia de estudos é diferente para cada um dos partici-
pantes do ENEM, pois depende dos seus objetivos e considera o desempenho que o aluno já tem,
sua facilidade para aprender e o tempo de que dispõe. Agora que você já tem os instrumentos,
construa a sua estratégia. Escolha as competências que irá estudar e procure aprender mais
sobre os conteúdos indicados pelos textos e dicas de cada capítulo desse Guia.

de resistência
ENEM, uma prova

Quer garantir o acerto de algumas questões a mais no Exame Nacional do


Ensino Médio? Então, além do estudo dos conteúdos mínimos e do desenvolvimento
das competências e habilidades propostas pela prova, faça exercícios físicos nos
dias anteriores ao exame. Quem já fez o ENEM sabe muito bem que ele é, além de
uma prova que avalia capacidades e alguns conteúdos, uma avaliação de resis-
tência, quase uma maratona. Em geral, a cada dia, a maioria dos alunos se sente
cansada ao chegar entre as questões 65 e 70 (são 90 por dia). Exauridos, não con-
seguem manter o desempenho no resto da prova, mesmo quando sabem responder
as demais questões.

18 Orientações de Estudo
Se fosse possível analisar dois alunos com exatamente o mesmo acúmulo
de conteúdos e mesmo desenvolvimento das competências e habilidades cobra-
das pelo ENEM e um deles fizesse um pouco mais que uma hora de caminhada
por dia, enquanto o outro se mantivesse sedentário, o número de questões acer-
tadas pelos dois seria diferente. Certamente, o candidato que se prepara fisica-
mente consegue chegar a um resultado mais condizente com a preparação que
fez em toda a vida, dentro da escola e fora dela.
Mesmo que mais fáceis que as dos vestibulares convencionais, as 90 ques-
tões do primeiro dia do ENEM exigem grande resistência e capacidade de con-
centração. Elas apresentam textos longos e cobram a utilização de capacidades
cognitivas para interpretação, interpolação e extrapolação de suas propostas. Já
no segundo dia, quando o candidato chega mais cansado, sem saber o que signi-
fica o resultado que teve no dia anterior, é exposto a uma situação pior.
No domingo, as questões de linguagens são as que possuem os textos
mais extensos e as de matemática exigem que o candidato faça vários cálculos,
mesmo sendo a maioria deles muito simples. São simples, mas, no seu conjunto,
dão muito trabalho, levam muito tempo e exigem bastante concentração do aluno.
Demora muito mais fazer a prova do segundo dia que a do primeiro. Além disso,
é neste dia que está a redação, e o estudante só tem uma hora a mais de prova,
tempo insuficiente para fazer tudo bem feito.
Para os candidatos sabatistas, como é o caso dos adventistas, a maratona
fica ainda mais cansativa. Eles precisam chegar ao local de prova, no sábado, no
mesmo horário dos demais, mas esperam até o começo da noite para iniciarem a
prova e chegam em casa já na madrugada de domingo, dia em que terão de fazer
uma nova prova.
Além de a prática de exercícios físicos ajudar o aluno no preparo para uma
prova que também é de resistência, a caminhada, por exemplo, pode ajudar a
manter a atenção, o que só melhora o desempenho.

s
de de Illinois, entre ele
adores da Universida
Um grupo de pesquis com aluno s de no ve an os de
nvolveu um trabalho as de 20
Charles Hillman, dese etidas, em alg uns dias, a caminhad
crian ça s eram subm sa va m. Testes
idade. As apenas descan
tos em es teiras mo torizadas. Em outros, mi nh ad a, fica vam
minu faziam ca
s mostram que, quando entando
aplicados nesses aluno tos e imag en s, ap res
reendiam melhor os tex s pro-
mais atentos e comp ad es escolares e melhor resultado na
dese mp en ho na s ativid Ne uro sc ien ce.
melho r o de 159 da
cado em 2009, na ediçã
vas. O estudo foi publi

Guia ENEM 19
ENTENDA A NOTA

A prova tem divisão entre questões fáceis, médias e difíceis?

Sim e não. É evidente que algumas questões são mais difíceis que outras, mas não existe,
até hoje, uma proporção claramente definida por quem organiza a prova. O motivo mais evidente
disso é que não são todas as questões que estão no ENEM que são previamente testadas, infor-
mação que consta na resposta do INEP/MEC no processo em que o Ministério Público do Ceará
questiona o ENEM pelo vazamento das questões de 2011. Lá está escrito que não necessariamente
todas as questões do ENEM foram previamente testadas. Isso fica evidente ao verificarmos que
várias questões são feitas de fragmentos de textos publicados na imprensa poucos dias antes da
aplicação das respectivas provas. Não daria tempo de testá-las. É o caso, por exemplo, da própria
proposta de redação do ano de 2011.
Esse documento resultante do processo do Ceará também diz que o método de TRI (Teoria de
Resposta ao Item) utilizado é o método Bayesiano Expected a Posteriori (EPA), o que significa que a
definição de uma questão como fácil ou difícil acontece só depois que o INEP corrige a prova de todos
os alunos concluintes do Ensino Médio e que, provavelmente, até as questões testadas ganham peso
só depois dessa correção.
Se acerto uma questão difícil e erro uma fácil, o método ‘anti-chute’ cancela meu acerto?
Apesar de o MEC e quase toda a imprensa afirmar que sim, a questão é um pouco mais com-
plicada. Na verdade, a nota do ENEM não é dada pela soma de questões vezes o peso de cada
questão. E nem o erro de uma questão cancela o acerto de outra. A nota do ENEM é dada, em
cada uma das quatro provas objetivas, pelo caminho que cada aluno percorreu. Sendo assim,
dois alunos, por exemplo, com 30 acertos em mate-
mática, terão notas diferentes se não tiverem acer-
tado as mesmas 30 questões. Um aluno com 29 ou
28 acertos pode ter uma nota maior do que aquele
que acertou 30.
Como é feito esse cálculo? Simples. Em tese
(porque o MEC se nega a abrir os dados para que A nota do ENEM é dada,
pesquisemos mais sobre o ENEM), se um aluno acer- em cada uma das quatro
tou 30 questões e foram as mesmas 30 que milhares provas objetivas, pelo
de outros alunos, a TRI (Teoria de Resposta ao Item)
“caminho” que cada
entende que ele teve um caminho mais consistente
do que um aluno que acertou sozinho um conjunto
aluno percorreu.
de 30 questões. Milhares de alunos com 29 acertos
terão uma nota maior do que o aluno que acertou
sozinho um conjunto de 30 questões. O que o INEP/
MEC chama de método ‘anti-chute’ está relacionado

20 Entenda as Notas
ao caminho que o aluno escolheu, e não a cada questão respondida.

Por que a nota do ENEM nunca é zero e nem 1000?

A nota que o ENEM divulga em cada uma das quatro provas objetivas é bem diferente das
notas que estamos acostumados a ver no dia a dia porque não é divulgada em uma escala decimal
(0 a 10, a 100, a 1000, etc.). É uma nota divulgada em uma escala diferente, chamada de desvio pa-
drão. Essa escala de desvio padrão do ENEM tem como média 500 e 100 pontos a mais ou a menos
a cada desvio padrão que o aluno tiver em relação à média dos alunos concluintes do Ensino Médio
(quando o caminho do aluno não completa um desvio padrão inteiro, o ENEM coloca esse caminho
na curva de desvio padrão dos alunos concluintes do Ensino Médio e atribui uma nota fracionada).
É uma conta bastante difícil de se fazer, sobretudo para milhões de provas, e ela só é possível gra-
ças a modernos programas de computadores.
Para tentar facilitar o entendimento, vamos imaginar que a nota não fosse dada ao caminho,
e sim ao número de acertos de questões. Vamos usar como exemplo as provas de matemática do
ENEM do ano de 2011. O caminho médio (e então a nota média) de matemática, naquele ano, foi re-
cebido por alunos que acertaram algo entre 12 e 13 questões das 45. Isso dependia de quais foram
essas 12 ou 13 questões acertadas. A esse aluno que representava exatamente a média, foi dada
a nota 500. Vamos agora fazer de conta que nem as questões e nem o caminho tenha importância
para a nota. Imagine que a média de acertos em matemática, dos alunos concluintes do Ensino
Médio, tenha sido 13 acertos. E, para facilitar nossas contas, que, dos mais de quatro milhões de
pessoas que fizeram a prova em 2011, exatamente um milhão eram concluintes do Ensino Médio.
Para fazer o cálculo do desvio padrão, teríamos que somar os acertos desse grupo de um milhão
de pessoas, resultando em 13 milhões. Como 13 milhões divididos por um milhão dá 13, quem acer-
tasse 13 questões seria colocado no meio de um gráfico, que vamos chamar de ‘gráfico de desvio
padrão’, e sua nota seria 500.
Para definir o desvio padrão, o computador faz um cálculo que confere a diferença de acer-
tos de cada aluno em relação a 13 (média de acertos do grupo considerado),
soma todas as diferenças e divide pelo total da população considera-
da, que no nosso caso é 1 milhão. Quem acertou 30 questões
manda 17 pontos para o cálculo, quem acertou 6 questões
manda menos 7 (7 negativo), quem acertou 13 manda zero,
quem acertou 15 manda 2, quem acertou 20 manda 7, e as-
sim por diante.
Vamos imaginar que a soma dessas diferenças te- A nota no ENEM é
nha dado 7 milhões. 0 valor “7” é o nosso desvio padrão. atribuída pela sua
A cada 7 questões a mais que o aluno fizer, ele recebe 100
“distância da média”.
pontos a mais que 500 (a média 500 e o desvio padrão 100
são estabelecidos pelo ENEM como padrão). Então, com 20
acertos, um aluno faria 600 pontos. Com 27 acertos, faria 700
pontos, com 34 acertos, 800 pontos, com 41 faria 900 pontos
e, como a prova só tem 45 questões, ninguém consegue
fazer 1000 pontos. Da mesma forma, mesmo errando todas as questões, ninguém faz zero ponto
(a não ser que não tenha assinalado a cor da prova e/ou não tenha transcrito a frase da folha de
provas para o cartão de respostas).

Guia ENEM 21
Para simplificar, a sua nota no ENEM é dada por sua distância em relação à média. É por isso
que as maiores notas do ENEM, divulgadas pelo INEP/MEC, sempre estão em matemática. Como
os alunos acertam em média menos questões dessa área, quem acerta tudo fica a uma distância
maior da média do que quem acerta tudo em Linguagens, área em que a média da quantidade de
acertos é bem maior. Devemos lembrar, como explicado antes, que essas notas são dadas conside-
rando os caminhos dos alunos, e não pura e simplesmente pelo número de acertos totais.

Alguns dados que irão te ajudar a compreender a nota do ENEM

Para te ajudar a entender melhor o cálculo da nota, e também para ter ideia de quantos
pontos você precisa fazer para obter determinada nota, realizamos uma pesquisa e elaboramos
um conjunto de dados que podem lhe servir como referência. É claro que, como já dissemos, essas
notas mudam a cada ano, e se um aluno passou com determinada nota em um curso, isso pode não
acontecer com você. Mas o contrário também pode acontecer, ou seja, se a nota média no ENEM
ou a concorrência pelo curso desejado diminuir, a nota de corte pode cair.
A pesquisa consistiu em comparar o número de questões acertadas e a nota final obtida por
mais de 1200 alunos que fizeram a prova aplicada em 2013. Com isso, você poderá verificar quantas
questões precisa acertar para ter a nota aproximada necessária para entrar no curso desejado.
Além disso, você pode baixar a prova da internet, resolvê-la com o tempo marcado, somar sua
pontuação e verificar qual nota conseguiria se tivesse feito o Exame pra valer.

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

RELAÇÃO ENTRE ACERTOS NA PROVA E NOTA OBTIDA


1000

900

800

700

600
NOTA

500

400

300

200

100

0
5 10 15 20 25 30 35 40 45

ACERTOS

22 Entenda as Notas
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS

RELAÇÃO ENTRE ACERTOS NA PROVA E NOTA OBTIDA


1000

900

800

700

600
NOTA

500

400

300

200

100

0
5 10 15 20 25 30 35 40 45

ACERTOS

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS

RELAÇÃO ENTRE ACERTOS NA PROVA E NOTA OBTIDA


1000

900

800

700

600
NOTA

500

400

300

200

100

0
5 10 15 20 25 30 35 40 45

ACERTOS

Guia ENEM 23
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

RELAÇÃO ENTRE ACERTOS NA PROVA E NOTA OBTIDA


1000

900

800

700

600
NOTA

500

400

300

200

100

0
5 10 15 20 25 30 35 40 45

ACERTOS

Como você pôde notar, as maiores notas são alcançadas na prova de Matemática e
as menores na de Linguagens. Então será que os alunos, em geral, acertam mais em Mate-
mática do que em Linguagens? Não, pelo contrário. Funciona assim: como a nota do ENEM é
dada por desvio padrão, ela representa a distância que o aluno alcançou em relação à média
nacional de acertos. Ou seja, como a média nacional (quantidade de acertos média dos alu-
nos concluintes do Ensino Médio) é menor em Matemática, e maior em Linguagens, se você
acertar a mesma quantidade de questões em Matemática e em Linguagens a sua nota em
Matemática será maior, pelo motivo da média de acertos em matemática ser sempre menor
que a de Linguagens. Por exemplo, se a média nacional em Matemática for 13 e a média
nacional em Linguagens for 21, e você acertar 30 em cada uma das provas, você estará a 17
pontos de distância da média nacional de Matemática e a 9 pontos de distância da média de
Linguagens. Seu rendimento, em relação à média nacional, é melhor em Matemática, e por
isso sua nota é maior nessa área.
É possível observar, nos gráficos, a variação das notas obtidas para cada pontuação,
por área do conhecimento. Você poderá verificar que a nota atribuída a cada aluno é dife-
rente, mesmo que tenham acertado a mesma quantidade de questões na prova. Repare tam-
bém que, mesmo que o aluno acerte o mesmo número de questões em cada uma das quatro
provas, a nota obtida em cada uma delas irá variar. Isto acontece porque, na verdade, a nota
do ENEM não é dada a cada questão que você acerta, e sim ao ‘caminho’ das suas questões
corretas. Por exemplo, duas pessoas que acertam 30 questões não ficam com a mesma nota
se não acertaram as mesmas 30 questões. Vamos imaginar que uma pessoa acertou as mes-

24 Entenda as Notas
mas 30 questões que um conjunto de 100 outros candidatos. E uma outra pessoa acerta as
mesmas 30 questões que um grupo de 2000 outros candidatos. Os alunos do segundo grupo
(de 2001 candidatos) ficam com notas maiores que os do primeiro grupo porque o ‘caminho’,
ou o ‘construto’, das questões que acertaram é mais sólido. Ou seja, há mais lógica nas
alternativas que os alunos do segundo grupo marcaram, sendo menos provável que tenham
acertado questões ao acaso.

Desvendando a Teoria de Resposta ao Item (TRI)

Como já temos dito, o ENEM usa uma forma diferente de calcular a nota. Para explicar a você,
que vai realizar o Exame, como funciona esse cálculo, o Guia ENEM proporcionou a um aluno, cujo
nome real foi reservado e chamamos aqui de Lucas, a oportunidade de entrevistar Fred Vilela e Edu-
ardo Quintanilha, especialistas em Teoria de Resposta ao Item.
Provavelmente, suas dúvidas são as mesmas que as do aluno selecionado para realizar a en-
trevista. Portanto, acompanhe abaixo a entrevista de Lucas com Fred e Eduardo e entenda melhor
como é calculada a nota do ENEM!

Lucas: É verdade que quanto mais difícil a questão que um aluno acerta, maior será sua nota?
Podemos dizer que algumas questões têm mais peso que outros?
Eduardo: A ideia de peso não é muito adequada. Vemos muita gente, equivocadamente, dizer
que acertar os itens (questões) mais difíceis é melhor que acertar os fáceis, o que não é verdade. Não
podemos perder de vista que o objetivo do ENEM é medir a proficiência do aluno, o que é mais profun-
do do que simplesmente saber quais itens ele acertou. Nas provas que medem somente o índice de
acerto, a nota do aluno está diretamente ligada ao nível de dificuldade da prova. No caso do ENEM,
que utiliza a Teoria de Resposta ao Item (TRI), a nota será sempre a mesma, pois o que está sendo
medido é o conjunto de habilidades do estudante.

Lucas: Então o que determina o quanto o acerto de uma questão poderá influenciar na nota
de um aluno?
Fred: Cada item, segundo a metodologia de Teoria de Resposta ao Item adotada pelo Inep,
possui três parâmetros: o grau de dificuldade, o índice de discriminação e um índice associado à pro-
babilidade de acerto ao acaso (chute). Esses parâmetros são determinados pela aplicação prévia dos
itens em um grupo de estudantes, por meio de um processo chamado calibração. Um conjunto de alu-
nos resolve cada item e, por meio de uma análise estatística de suas respostas, são encontrados os
três parâmetros para cada item em uma determinada régua que costumamos chamar Régua ENEM.

Lucas: E como essa Régua ENEM é determinada?


Fred: Como um padrão de medida, a Régua ENEM é determinada por convenção. Pense na
criação do padrão “metro”: inicialmente, um grupo composto de físicos, astrônomos e agrimensores
arbitrou que a unidade de comprimento metro deveria corresponder a uma determinada fração da
circunferência da Terra. Hoje em dia, quando queremos determinar o comprimento de um objeto, po-

Guia ENEM 25
demos comparar esse comprimento com a “unidade de medida” metro.
Para criar a Régua ENEM, a equipe do Inep arbitrou o meio da escala como 500, e associou
esse ponto ao desempenho médio dos alunos concluintes do Ensino Médio egressos de escola pú-
blica e que finalizaram o Ensino Médio em 2009. Podemos dizer grosseiramente que, ao comparar,
quem tiver um desempenho melhor que 500, terá um desempenho superior à média desse grupo de
estudantes.

Lucas: Fala-se também sobre a coerência pedagógica dos acertos. O que isso significa?
Fred: Imagine uma pessoa que tivesse, na régua do ENEM, uma nota 700: ela teria uma proba-
bilidade alta de acertar os itens com dificuldade menor que 700 e uma probabilidade mais baixa de
acertar os itens com dificuldade maior que 700. É claro que estamos falando de uma maneira geral,
pois existem outros dois parâmetros além da dificuldade de um item que podem influenciar neste
resultado. Mas podemos dizer que a coerência pedagógica é o comportamento esperado.

Lucas: E o comportamento esperado é o que determina a nota do estudante?


Fred: Exato. O exame serve apenas para quantificar uma característica que cada estudante já
possui. Por exemplo, para determinar o quanto de domínio uma pessoa possui em matemática, pode-
ríamos submetê-la a um conjunto de itens de dificuldades diferentes. Ela conseguiria resolver todos
os itens abaixo de um determinado nível de dificuldade. Poderíamos então associar o quanto essa
pessoa domina matemática como sendo o nível dos itens que ela consegue vencer.

Lucas: Então acertar os itens difíceis e deixar de lado os itens fáceis não ajuda tanto na nota?
Fred: Realmente não. Se o aluno só acerta os itens difíceis, sua nota será bem baixa. Esse com-
portamento é incoerente e a explicação mais provável para isso acontecer seria que o aluno acertou
os itens difíceis no chute. Sendo assim, não podemos dizer que ele tem domínio do que está sendo
cobrado na prova. Para exemplificar, fizemos a simulação que você poderá conferir no Raio-X ENEM
(disponível na sequência do livro, após a entrevista). Um aluno que no ENEM 2012 acertasse na prova
de Matemática os 20 itens mais fáceis teria uma nota de 615,8; enquanto um aluno que acertasse os
20 mais difíceis, pela falta de coerência, teria uma nota de apenas 301,5.

Lucas: E o chute pode afetar a coerência pedagógica? É melhor chutar ou deixar em branco?
Eduardo: A nota vai depender da coerência pedagógica do conjunto de respostas do estudan-
te. Se ele acerta no chute um item que está significativamente acima de seu nível de proficiência, me-
dido pelo conjunto das respostas dos demais itens, então esse acerto será interpretado como chute e
será pouco valorizado. Embora a TRI reduza o valor do chute, ainda é sempre melhor (chutar) do que
deixar em branco.

Lucas: E qual é a vantagem de se utilizar a Teoria de Resposta ao Item para determinar a nota
de um estudante no ENEM?
Fred: Podemos dizer que a principal vantagem de se utilizar a TRI é a comparabilidade de resul-
tados. Como foi determinada uma régua e, como falamos anteriormente, a determinação do resultado
dos estudantes é feita em função dos itens que estão calibrados nesta régua, o resultado é com-
parável e independe da prova. Ao invés de levarmos em consideração quantos itens um estudante
acerta para determinarmos sua performance, nos baseamos nos parâmetros (especialmente no nível
de dificuldade) dos itens que ele consegue resolver. Sendo assim, podemos comparar os resultados
de estudantes submetidos a versões diferentes do exame apenas observando quais os itens que ele

26 Desvendando a TRI
acerta ou erra.

Lucas: Dizem que o ENEM cobra conteúdos diferentes daqueles que aparecem no vestibular.
O que é, afinal, cobrado pelo ENEM?
Eduardo: O exame serve para medir o quanto o estudante está próximo de dominar um conjun-
to de competências, habilidades e objetos de conhecimento que o Ministério da Educação do Brasil
julga ser necessário para o aluno que conclui o Ensino Médio. Outros países e órgãos usam ava-
liações por competências e habilidades e a TRI, mas compostas com base em matrizes diferentes.
No ENEM, são duas matrizes. A primeira é a de competências e habilidades, que são ferramentas
procedimentais ou capacidades de mobilizar conhecimentos para a interpretar uma informação, re-
solver uma situação problema ou elaborar uma proposta de intervenção. Outra matriz é a de objetos
de conhecimento, que são os conteúdos programáticos pertencentes ao currículo do Ensino Básico
(Fundamental ou Médio) e que são utilizados na elaboração dos itens. Mas esses conteúdos são co-
brados de forma reduzida, em relação ao que é ensinado na escola, e normalmente se condensam em
alguns tópicos da matriz (conforme esse Guia indica). Dessa forma, o item tem como tema um objeto
de conhecimento que é usado como suporte para medir a proficiência de um aluno em uma habilida-
de, que pertence a uma competência.

Lucas: Há pegadinhas no ENEM?


Eduardo: Sendo sucinto a resposta é não. O que ocorre é que os itens estão calibrados para
diferentes níveis de proficiência. Então há itens fáceis, ou seja, com grande chance de serem acer-
tados por estudantes de baixa proficiência, itens médios e itens difíceis. Algumas vezes, a alternativa
correta não é a mais assinalada. Segundo nossos levantamentos, isso acontece em 35% dos itens.
Também levantamos que, para 25%, nenhum dos distratores (nome técnico das alternativas incorre-
tas) alcança 20% de escolha e que em 48% apenas um distrator atinge 20%. Isso significa que rara-
mente dois ou mais distratores conseguem atrair os estudantes, o que não é característico de uma
prova que usa de “pegadinhas”.
Esses dados envolvendo a distribuição percentual das respostas entre as alternativas podem
ser conferidos na tabela Relatório pedagógico - ENEM 2012, disponível na sequência.

Lucas: Qual a sua principal dica para quem vai fazer a prova do ENEM?
Fred: É importantíssimo acertar os itens que estão no seu nível de conhecimento. Muita atenção
nos itens fáceis, pois o modelo da Teoria de Resposta ao Item espera uma resposta correta para esses
itens e o erro pode afetar significativamente seu desempenho. Sei que é difícil perceber claramente
quais são os itens fáceis, mas se você estiver entendendo o que o enunciado trata, provavelmente a
TRI já está esperando que você acerte esse item. Então, muito cuidado para não ter problemas com
contas, interpretação de textos, entendimento dos comandos dos enunciados. E quanto mais você
treinar a situação de prova (resolvendo simulados, reproduzindo o tempo de prova, mantendo o grau
de concentração), mais natural será esta atenção aos detalhes. Tenha uma boa prova!

Eduardo: Não chute tudo na letra C ou outra qualquer, pratique o “chute consciente”. Em 2012,
apenas 27% dos itens possuíam 3 ou 4 distratores atraentes. Saiba que em 73% dos casos, a dúvida
será entre resposta correta e apenas mais uma alternativa. Então, quando não tiver certeza da respos-
ta, elimine as alternativas obviamente erradas antes de chutar, isso não é difícil e aumentará muito a
sua chance de acertar o item. E não fique nervoso, a segurança é consequência de sua preparação.
Se você se preparou, as coisas certamente darão certo.

Guia ENEM 27
Fred Vilela é engenheiro mecânico-aeronáutico formado pelo ITA, estudioso da Teoria de Resposta ao Item
(TRI) e possui 13 anos de experiência em preparação para Vestibulares e ENEM.
Eduardo Quintanilha é graduado em Editoração pela USP, com MBA em gerenciamento de projetos pela
FGV, e há 10 anos atua no mercado editorial didático.
Atualmente, ambos atuam na Evolucional, empresa que aplica diagnósticos com Teoria de Resposta ao
Item para Escolas e Sistemas de Ensino.

Raio-X ENEM

Confira abaixo o infográfico “Raio-X ENEM”. Ele apresenta a distribuição das questões do
ENEM 2012 por Competência cobrada e por nível de dificuldade, conforme a régua (faixa de
notas de 500 a 800) que pode ser observada ao final da tabela.

RAIO-X ENEM
ENTENDA COMO É CALCULADA A NOTA

Incidência
15,6% 106 107 119 129 130 132 133
Dificuldade por Competência
-
LC - C7
Legenda
17,8% 101 112 113 117 124 126 134 135 LC - C5
LC Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
17,8% 47 48 52 53 54 57 76 86 CH - C5
ALTA INCIDIÊNCIA

20% 46 49 50 58 63 70 73 75 89 CH - C1 MT Matemática e suas Tecnologias


(acima de 15%)

DIFICULDADE
15,6% 140 141 143 148 166 168 169 MT - C5 CN Ciências da Natureza e suas Tecnologias
17,8% 51 60 62 68 72 84 85 88 CH - C3 CH Ciências da Humanas e suas Tecnologias
15,6% 01 06 09 30 31 33 39 CN - C1
20% 55 65 71 74 77 79 82 83 87 CH - C6
17,8% 04 13 14 21 25 26 34 45 CN - C7
17,8% 138 144 150 157 161 167 172 177 MT - C1
17,8% 136 142 145 147 154 158 159 171 MT - C3 +
11,1% 103 104 114 118 120 LC - C1 -
11,1% 151 155 162 163 175 MT - C6
13,3% 99 105 108 110 123 128 LC - C8
13,3% 02 08 15 19 22 24 CN - C5
13,3% 05 16 27 29 38 43 CN - C6
MÉDIA INCIDIÊNCIA

11,1% 91 92 93 94 95 LC - C2
DIFICULDADE
(de 10% a 14,9%)

13,3% 56 61 66 67 69 80 CH - C2
11,1% 59 64 78 81 90 CH - C4
13,3% 03 07 17 36 37 42 CN - C3
13,3% 137 149 152 153 160 165 MT - C2
11,1% 156 164 170 173 180 MT - C4
13,3% 11 20 23 40 41 44 CN - C4
13,3% 139 146 174 176 178 179 MT - C7 +
6,7% 10 28 32 CN - C2
-
BAIXA INCIDIÊNCIA

6,7% 96 100 115 LC - C3


(abaixo de 10%)

6,7% 97 111 125 LC - C9


DIFICULDADE

8,9% 98 102 109 127 LC - C6


8,9% 116 121 122 131 LC - C4
6,7% 12 18 35 CN - C8
Questões da prova azul do enem 2012 500 600 700 800 +
28 Desvendando a TRI
CÁLCULO DA NOTA NO ENEM: A TEORIA DE RESPOSTA AO ITEM TRI E A COERÊNCIA PEDAGÓGICA

Qual seria sua nota se você acertasse 20 das 45 questões em Matemática? Depende...
Ordenamos os itens (questões) de Matemática do Enem 2012 por grau de dificuldade e, utilizando a TRI, calculamos a nota para alguns padrões de acertos possíveis:
ALUNOS DIFICULDADE BAIXA DIFICULDADE MÉDIA DIFICULDADE ALTA Nota

Luiza acertou as 20 itens mais fáceis, ou seja, obedeceu um comportamento coerente com a régua do Enem, pois é esperado 615,8
que o aluno acerte os itens mais fáceis e não consiga superar os itens a partir de um determinado nível de dificuldade.

Thiago acertou 20 itens de dificuldade média. Como supõe-se que para alcançar o nível médio ele deveria resolver também 376,3
os itens mais fáceis, seu comportamento não foi tão coerente com a régua Enem e, por isso, sua nota será mais baixa.

Rafael acertou as 20 itens mais difíceis, um comportamento muito incoerente, e, por isso, sua nota foi bastante baixa. De acordo 301,5
com a TRI, como ele não tem conhecimento para resolver os fáceis, os acertos dos difíceis são interpretados como “chutes”.

Um comportamento próximo do real foi o de Raquel, que dos 20 itens que acertou, a maioria tinha uma menor dificuldade. Esse 587,1
comportamento é razoavelmente coerente e, por isso, sua nota, de acordo com a TRI, ficou maior que as de Thiago e Rafael.

O SEGREDO É SER COERENTE!

Relatório pedagógico - ENEM 2012

Nas tabelas abaixo você encontra a distribuição de respondentes por alternativa em cada
questão do ENEM 2012. As células em destaque correspondem à resposta correta (gabarito) da
questão. As questões mais fáceis são aquelas cujo percentual de respondentes no gabarito é
maior. Mas perceba que nem sempre a alternativa correta é a mais escolhida pelos alunos, o que
ocorre quando a questão é difícil (ou mal elaborada, eventualmente). Note também que há algu-
mas alternativas que são pouco escolhidas, isso ocorre quando o distrator (alternativa incorreta)
é muito ruim (opção não atrativa, absurda ou claramente errada).

CIÊNCIAS HUMANAS
Distribuição de respondentes por alternativa (em %) - ENEM 2012 (versão azul)
QUESTÃO A B C D E
1 20% 15% 17% 16% 32%
2 49% 14% 3% 9% 25%
3 13% 6% 9% 28% 44%
4 16% 49% 20% 9% 6%
5 72% 9% 4% 11% 4%
6 68% 2% 4% 14% 12%
7 6% 54% 6% 25% 9%
8 8% 14% 14% 47% 16%
9 21% 34% 25% 11% 8%

Guia ENEM 29
10 7% 13% 9% 8% 62%
11 4% 39% 17% 31% 7%
12 25% 13% 17% 12% 32%
13 19% 15% 12% 41% 12%
14 16% 16% 27% 20% 21%
15 16% 4% 6% 12% 62%
16 11% 9% 6% 37% 36%
17 6% 9% 18% 27% 40%
18 9% 10% 8% 20% 53%
19 9% 15% 57% 11% 7%
20 19% 36% 12% 17% 17%
21 15% 44% 15% 12% 15%
22 12% 20% 40% 17% 11%
23 9% 44% 10% 31% 6%
24 36% 11% 33% 12% 8%
25 7% 9% 21% 53% 9%
26 8% 12% 28% 8% 42%
27 10% 33% 9% 12% 36%
28 26% 7% 7% 43% 17%
29 31% 32% 10% 13% 14%
30 23% 12% 18% 22% 26%
31 29% 6% 22% 7% 36%
32 48% 8% 8% 15% 20%
33 30% 25% 14% 13% 17%
34 17% 17% 17% 16% 33%
35 28% 15% 16% 16% 25%
36 16% 32% 12% 15% 25%
37 43% 11% 17% 21% 8%
38 13% 22% 13% 15% 38%
39 19% 21% 14% 22% 23%
40 5% 6% 12% 11% 66%
41 13% 8% 68% 4% 7%
42 68% 9% 12% 5% 6%
43 26% 8% 54% 8% 4%
44 16% 17% 9% 25% 32%
45 22% 20% 17% 13% 28%
*As alternativas em destaque correspondem ao gabarito da prova.

30 Desvendando a TRI
CIÊNCIAS DA NATUREZA
Distribuição de respondentes por alternativa (em %) - ENEM 2012 (versão azul)
QUESTÃO A B C D E
46 27% 19% 5% 5% 44%
47 39% 36% 4% 3% 18%
48 24% 18% 10% 22% 26%
49 13% 19% 21% 19% 28%
50 15% 12% 7% 5% 60%
51 7% 28% 8% 17% 40%
52 11% 4% 8% 66% 12%
53 32% 11% 23% 21% 12%
54 12% 27% 30% 17% 13%
55 19% 19% 52% 7% 3%
56 13% 13% 18% 40% 15%
57 21% 26% 21% 15% 17%
58 36% 16% 12% 12% 23%
59 15% 25% 23% 29% 8%
60 42% 10% 24% 7% 17%
61 13% 13% 27% 38% 9%
62 13% 21% 9% 13% 43%
63 34% 22% 4% 14% 25%
64 25% 19% 19% 11% 26%
65 28% 22% 17% 15% 18%
66 18% 24% 28% 17% 12%
67 17% 10% 29% 21% 22%
68 44% 16% 5% 25% 10%
69 15% 9% 42% 6% 29%
70 21% 17% 24% 14% 24%
71 9% 12% 8% 13% 57%
72 9% 16% 42% 23% 9%
73 12% 23% 21% 26% 18%
74 17% 23% 26% 20% 13%
75 10% 24% 28% 10% 27%

76 6% 25% 17% 34% 17%

77 10% 17% 27% 28% 18%


78 28% 16% 18% 18% 19%

Guia ENEM 31
79 12% 23% 35% 16% 13%

80 8% 6% 61% 14% 9%
81 9% 28% 29% 19% 14%
82 14% 20% 19% 24% 23%
83 26% 16% 17% 19% 22%
84 24% 16% 15% 28% 17%
85 15% 10% 36% 25% 14%
86 15% 21% 20% 18% 25%
87 12% 11% 37% 14% 25%
88 43% 15% 7% 15% 19%
89 18% 24% 11% 27% 20%
90 18% 21% 24% 28% 9%
*As alternativas em destaque correspondem ao gabarito da prova.

LINGUAGENS E CÓDIGOS
Distribuição de respondentes por alternativa (em %) - ENEM 2012 (versão azul)
QUESTÃO A B C D E

91(esp) 40% 14% 7% 32% 7%


92(esp) 14% 24% 10% 86% 31%
93(esp) 34% 45% 27% 30% 28%
94(esp) 18% 45% 20% 35% 45%
95(esp) 44% 25% 50% 23% 22%
91(ing) 65% 10% 9% 7% 9%
92(ing) 11% 23% 7% 51% 7%
93(ing) 6% 10% 12% 45% 27%
94(ing) 30% 26% 12% 21% 10%
95(ing) 13% 38% 4% 12% 32%
96 63% 6% 4% 4% 22%
97 49% 20% 22% 7% 1%
98 7% 10% 18% 60% 6%
99 66% 10% 3% 16% 4%
100 36% 38% 14% 7% 5%
101 28% 10% 16% 25% 20%
102 16% 23% 14% 24% 22%
103 28% 22% 11% 16% 23%
104 31% 39% 17% 7% 5%

32 Desvendando a TRI
105 41% 15% 27% 5% 11%
106 4% 14% 15% 7% 60%
107 5% 84% 5% 4% 2%
108 30% 7% 9% 3% 50%
109 14% 10% 14% 53% 9%
110 17% 19% 27% 11% 27%
111 38% 10% 14% 27% 10%
112 16% 42% 13% 16% 13%
113 15% 23% 28% 14% 19%
114 8% 9% 6% 74% 3%
115 9% 8% 29% 45% 9%
116 10% 14% 46% 6% 23%
117 8% 11% 15% 9% 58%
118 16% 43% 20% 10% 10%
119 10% 11% 9% 36% 35%
120 15% 13% 8% 8% 56%
121 37% 16% 8% 17% 22%
122 34% 4% 28% 15% 18%
123 11% 33% 14% 27% 14%
124 24% 12% 33% 22% 8%
125 12% 15% 26% 29% 17%
126 24% 17% 13% 37% 8%
127 16% 31% 27% 11% 14%
128 39% 15% 12% 19% 15%
129 16% 16% 14% 37% 18%
130 15% 32% 21% 15% 16%
131 19% 9% 25% 30% 16%
132 38% 21% 17% 5% 19%
133 17% 4% 17% 29% 32%
134 57% 11% 12% 10% 10%
135 11% 14% 24% 17% 35%
*As alternativas em destaque correspondem ao gabarito da prova.

MATEMÁTICA
Distribuição de respondentes por alternativa (em %) - ENEM 2012 (versão azul)
QUESTÃO A B C D E
136 20% 26% 27% 21% 7%

Guia ENEM 33
137 5% 12% 17% 20% 46%
138 17% 19% 30% 19% 15%
139 19% 49% 10% 14% 8%
140 15% 11% 14% 44% 15%
141 22% 14% 12% 19% 32%
142 21% 22% 13% 28% 15%
143 33% 18% 23% 14% 12%
144 30% 20% 19% 16% 13%
145 13% 21% 26% 26% 14%
146 11% 15% 27% 18% 29%
147 22% 8% 34% 25% 10%
148 3% 3% 4% 9% 81%
149 65% 14% 7% 8% 7%
150 10% 58% 8% 18% 6%
151 14% 20% 6% 8% 52%
152 18% 22% 21% 26% 13%
153 21% 17% 34% 6% 22%
154 7% 9% 13% 9% 61%
155 9% 10% 16% 12% 51%
156 11% 17% 20% 5% 47%
157 10% 15% 35% 21% 18%
158 12% 15% 32% 25% 16%
159 15% 31% 27% 18% 8%
160 16% 24% 24% 23% 13%
161 11% 14% 51% 11% 12%
162 43% 10% 20% 17% 9%
163 16% 41% 26% 10% 7%
164 65% 11% 9% 9% 5%
165 12% 10% 47% 14% 17%
166 11% 33% 21% 24% 11%
167 11% 28% 13% 34% 14%
168 20% 22% 18% 22% 16%
169 14% 34% 10% 18% 23%
170 24% 16% 16% 33% 10%
171 14% 23% 19% 35% 8%
172 22% 20% 17% 30% 10%

34 Desvendando a TRI
173 26% 42% 12% 11% 8%
174 7% 12% 17% 46% 18%
175 11% 15% 20% 42% 11%
176 19% 25% 21% 20% 14%
177 34% 25% 18% 13% 9%
178 15% 20% 29% 23% 12%
179 18% 15% 18% 17% 32%
180 31% 16% 18% 14% 20%
*As alternativas em destaque correspondem ao gabarito da prova.

Mapa do ENEM - O que estudar?

Nessa parte, apresentamos a você um mapa das competências e habilidades presentes


na matriz do ENEM e de seus conteúdos relacionados. Com essas informações, você terá mais
subsídios para organizar seu plano de estudos e focar nos conteúdos que mais aparecem no
exame.
Nas páginas a seguir você encontra, para cada uma das trinta competências cobradas,
os seguintes dados:

• Incidência das competências na prova de cada área do conhecimento. A partir das


provas do ENEM já aplicadas, nossa equipe analisou e determinou a competência
em que cada questão se encontra na matriz e assim conseguiu apresentar a in-
cidência de cada competência, em porcentagem, dentro de cada uma das quatro
provas.
• Distribuição do desempenho dos alunos em cada competência. Através de um tes-
te de desempenho específico para as competências cobradas pelo ENEM (com 12
questões por competência), aplicado em um grupo de aproximadamente três mil
alunos, foi possível elaborar os gráficos de distribuição que poderão ser observa-
dos. Com essas informações, você tem um panorama da dificuldade/facilidade dos
outros alunos em cada competência e pode traçar melhor a sua estratégia.
• Principais conteúdos associados às competências cobradas. Com base nas muitas
questões que já caíram no ENEM, elencamos os conteúdos que mais aparecem na
prova do ENEM. Normalmente as competências e habilidades, ou capacidades cog-
nitivas, são cobradas através de alguns conteúdos mínimos: o pleno domínio desses
conteúdos costuma facilitar a resolução das questões. Se você não tem tempo para
estudar tudo o que sua apostila ou livro didático traz, dê prioridade aos conteúdos
apontados nessa pesquisa.

Guia ENEM 35
Ciências Humanas e suas Tecnologias

Competência 1 - Cultura e Identidade


Proporção de alunos

Incidên
c
na prov ia dessa com

20%
a de Ciê p
ncias H etência
umanas
:

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Acertos

Principais conteúdos associados:

- Diversidade cultural brasileira (danças, esportes,


festas, comidas, religiões e outros valores);
- Herança cultural africana;
- Herança cultural indígena.

Competência 2 - Geopolítica e Território


Proporção de alunos

petência
sa com umanas:
cia des
Incidên de Ciências H

18%
a
na prov

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Acertos
Principais conteúdos associados:

- Formação territorial brasileira: o complexo açucareiro, a


mineração, o café, o ciclo da borracha na Amazônia, etc.;
- Conflitos do séc. XIX e XX: imperialismo, ocupação Ásia e
África, Guerras Mundiais, Guerra Fria, cenário pós-Guerra
Fria e organismos multilaterais dos séc. XX e XXI.

36 Mapa do ENEM - O que estudar?


Competência 3 - O Estado e o Direito
Proporção de alunos

Incidên
c
na prov ia dessa com

19%
a de Ciê p
ncias H etência
umanas
:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Acertos
Principais conteúdos associados:

- Regimes totalitários da Europa do séc. XX, ditaduras políticas


na América Latina e o Estado Novo no Brasil;
- O Estado e o Direito na Grécia, Roma, Europa Medieval, Era
Moderna e Era Contemporânea;
- Teóricos do pensamento liberal na sociedade capitalista.

Competência 4 - Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental


Proporção de alunos

petência
sa com umanas:
cia des
Incidên de Ciências H

14%
a
na prov 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Acertos
Principais conteúdos associados:

- Brasil: modernização das estruturas agrárias e lutas sociais no


campo;
- Revolução Industrial Inglesa;
- Formas de organização da produção: escravismo antigo, feudalis-
mo, capitalismo e socialismo;
- Meios de produção artesanal, manufatureiro e maquinofatureiro;
- Mundo: globalização e novas tecnologias da comunicação.

Guia ENEM 37
Competência 5 - Cidadania e Democracia
Proporção de alunos

Incidên
c
na prov ia dessa com

14%
a de Ciê p
ncias H etência
umanas
:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Acertos

Principais conteúdos associados:

- Brasil: lutas pela conquista de direitos (voto universal,


igualdade de gênero e das etnias, leis trabalhistas, políti-
cas afirmativas e Constituição de 88);
- Noção de democracia na antiguidade, na modernidade e
na contemporaneidade.

Competência 6 - Sociedade e Natureza


Proporção de alunos

petência
sa com umanas:
cia des
Incidên de Ciências H

15%
a
na prov
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Acertos

Principais conteúdos associados:

- Questões ambientais urbanas (saneamento, moradia, polui-


ção do ar e da água, etc.);
- Questões ambientais contemporâneas (mudanças climáti-
cas, ilhas de calor, efeito estufa, chuva ácida, etc.);
- Impactos ambientais das atividades econômicas no Brasil.

38 Mapa do ENEM - O que estudar?


Matemática e suas Tecnologias

Competência 1 - A matemática na Vida dos Povos

Porcenta
g
(pois co em desconside
nteúdo é rada
as outra base
s compe de todas
tências)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Competência não testada isoladamente.

Principais conteúdos associados:

- Números naturais, inteiros, racionais e reais;


- Quatro operações básicas.

Competência 2 - A geometria da Vida

ncia
ompetê
Proporção de alunos

ê n c ia dessa c mática:
id te
Inc a de Ma

24%
na prov

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Acertos

Principais conteúdos associados:

- Geometria plana: quadriláteros e triângulos;


- Geometria espacial: cubo, cilindro, cone e pirâmide.

Guia ENEM 39
Competência 3 - Medidas da Realidade
Proporção de alunos

Incidên
cia
na prov dessa competê

13%
a de Ma n
temátic cia
a:

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Acertos

Principais conteúdos associados:

- Unidades de medida (espaço, peso e tempo);


- Escalas (principalmente mapas e escalas de temperatura).

Competência 4 - Variação de grandeza, Porcentagem e Juros


Proporção de alunos

ncia
ompetê
ê n c ia dessa c mática:
Incid te
a de Ma

19%
na prov 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Acertos

Principais conteúdos associados:

- Variação de grandeza diretamente e inversamente propor-


cional;
- Porcentagem: impostos, índices alimentares e estatísticas
proporcionais;
- Juros simples e compostos: empréstimos bancários, dívi-
das de cartões de crédito e compras à prazo.

40 Mapa do ENEM - O que estudar?


Competência 5 - Álgebra
Proporção de alunos

Incidên
cia
na prov dessa competê

17%
a de Ma n
temátic cia
a:

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Acertos

Principais conteúdos associados:

- Coordenadas cartesianas;
- Equações do 1° e do 2° grau.

Competência 6 - Gráficos e Tabelas


Proporção de alunos

ncia
ompetê
ê n c ia dessa c mática:
Incid te
a de Ma

13%
na prov
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Acertos

Principais conteúdos associados:

- Tipos de gráfico: colunas, barras, pizza, pontos, linhas


e etc.
- Análise de gráficos socioeconômicos, científicos e
cotidianos.

Guia ENEM 41
Competência 7 - Estatística e Probabilidade
Proporção de alunos

Incidên
cia
na prov dessa competê

14%
a de Ma n
temátic cia
a:

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Acertos

Principais conteúdos associados:

- Princípio fundamental da contagem;


- Análise combinatória (arranjo, permutação e combinação);
- Progressões aritmética e geométrica;
- Média, moda e mediana;
- Probabilidade.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Competência 1 - Ondas e Fenômenos da Natureza

petência
Proporção de alunos

sa com Natureza:
cia des
Incidên e Ciências da

8%
ad
na prov

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Acertos

Principais conteúdos associados:

- Ondas: Velocidade de propagação, reflexão, refração,


frequência, comprimento e meios de propagação.

42 Mapa do ENEM - O que estudar?


Competência 2 - Energia, Circuitos Elétricos e Consumo Racional
Proporção de alunos

Incidê
na prov ncia dessa com

8%
a de Ciê
ncias d petência
a Nature
za:

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Acertos

Principais conteúdos associados:

- Dispositivos elétricos: geradores, receptores e circuitos


elétricos em série e em paralelo;
- Resistência, tensão, potência e corrente.

Competência 3 - Ciclos Biogeoquímicos, Degradação e Conservação Ambiental


Proporção de alunos

ncia
ompetê
ê n c ia dessa c da Natureza:
Inc id ncia s

10%
a de Ciê
na prov

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Acertos

Principais conteúdos associados:

- Relação do homem com o ambiente: utilização dos


recursos naturais;
- Fontes de energia;
- Reciclagem.

Guia ENEM 43
Competência 4 - Genética e Processos Biológicos
Proporção de alunos

Incidê
na prov ncia dessa com

14%
a de Ciê
ncias d petência
a Nature
za:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Acertos

Principais conteúdos associados:

- Níveis de organização dos seres vivos, tipos de ciclo de vida e


padrões anatômicos e fisiológicos;
- Genética e transmissão da vida;
- Saúde pública: principais doenças (e suas formas de prevenção
e profilaxia).

Competência 5 - As Ciências em Nosso Cotidiano


Proporção de alunos

petência
sa com Natureza:
cia des
Incidên e Ciências da

11%
ad
na prov

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Acertos

Principais conteúdos associados:

- Soluções: estados físicos, suas propriedades, aplicações


e mudanças de estado;
- Química no cotidiano: agricultura, tratamento da água,
indústria e etc.

44 Mapa do ENEM - O que estudar?


Competência 6 - Fenômenos Físicos
Proporção de alunos

Incidê
na prov ncia dessa com

15%
a de Ciê
ncias d petência
a Nature
za:

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Acertos

Principais conteúdos associados:

- MU e MUV;
- Trabalho e Energia;
- Leis da Termodinâmica.

Competência 7 - Fenômenos Químicos


Proporção de alunos

ncia
ompetê
ê n c ia dessa c da Natureza:
Inc id ncia s

20%
a de Ciê
na prov
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Acertos

Principais conteúdos associados:

- Funções orgânicas: hidrocarbonetos e álcool;


- Reações orgânicas de adição e substituição;
- Estequiometria;
- Isomeria;
- Polímeros.

Guia ENEM 45
Competência 8 - Biodiversidade, Bioética e Saúde Pública
Proporção de alunos

Incidê
na prov ncia dessa com

14%
a de Ciê
ncias d petência
a Nature
za:

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Acertos
Principais conteúdos associados:

- Biodiversidade: ecossistemas e tipos de comunidade biológica;


- Biomas brasileiros e medidas para conservação e recuperação;
- Bioética: utilização de seres vivos em produtos, transgênicos e
experimentos.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

Competência 1 - Palavras, Imagens e Vida Social


Proporção de alunos

petência
sa com Códigos:
cia des e
Incidên e Linguagens

11%
a provad
n

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Acertos

Principais conteúdos associados:

- Textos verbais e não verbais;


- Gêneros textuais;
- Elementos da comunicação (emissor e receptor da
mensagem, canais, linguagem, etc.).

46 Mapa do ENEM - O que estudar?


Competência 2 - Língua Estrangeira Moderna

Incidê
na prov ncia dessa com

11%
a de Lin
guagen petência
s e Códig
os:

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Competência não testada.

Principais conteúdos associados:

- Leitura instrumental de textos em Inglês ou Espanhol em


situações comunicativas como: internet, propagandas,
músicas e etc.

Competência 3 - A Linguagem do Corpo


Proporção de alunos

ncia
ompetê
ên cia dessa c ns e Códigos:
Inc id guag e
a de Lin

6%
na prov

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Acertos

Principais conteúdos associados:

- Corpo, saúde e atividade física;


- Expressão corporal artística (dança, teatro, folclore, etc.).

Guia ENEM 47
Competência 4 - Arte: Expressão das Ideias e Emoções
Proporção de alunos

Incidê
na prov ncia dessa com

9%
a de Lin
guagen petência
s e Cód
igos:

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Acertos

Principais conteúdos associados:

- Patrimônio artístico brasileiro do século XX (pintura, música e etc.);


- Vanguardas europeias.

Competência 5 - Literatura: Sociedade, Criação e Imaginação


Proporção de alunos

ncia
ompetê
ê ncia dessa c ns e Códigos:
Incid e Linguage

12%
ad
na prov

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Acertos

Principais conteúdos associados:

- Modernismo;
- Romantismo;
- Realismo.

48 Mapa do ENEM - O que estudar?


Competência 6 - Texto: Contexto e Função
Proporção de alunos

Incidên
na prova cia dessa com

18%
de Lingu pe
agens e tência
Códigos
:

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Acertos

Principais conteúdos associados:

- Estrutura do texto;
- Funções da linguagem;
- Coesão e coerência;
- Figuras de linguagem.

Competência 7 - Opiniões e Pontos de Vista

ncia
ompetê
dessa c ns e Códigos:
Proporção de alunos

idên cia e
Inc guag

13%
a de Lin
na prov

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Acertos
Principais conteúdos associados:

- Tipos de argumentos;
- Progressão textual.

Guia ENEM 49
Competência 8 - Diversidade Linguística: do Global ao Local
Proporção de alunos

Incidê
na prov ncia dessa com

11%
a de Lin
guagen petência
s e Cód
igos:

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Acertos

Principais conteúdos associados:

- Variação linguística e preconceito linguístico;


- Adequação da linguagem ao seu contexto;
- Importância da norma culta da língua portuguesa.

Competência 9 - Tecnologia da Comunicação


Proporção de alunos

cia
mpetên
ncia dessa co s e Códigos:
Incidê e Linguagen

9%
ad
na prov
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Acertos

Principais conteúdos associados:

- Ferramentas da internet (redes sociais, blogs,


páginas e etc.);
- Impacto das tecnologias da comunicação na vida das
pessoas e da sociedade (privacidade, crime, legislação,
direitos autorais e etc.).

50 Mapa do ENEM - O que estudar?


Guia Rápido: Conteúdos mais frequentes

Está com pouco tempo para estudar, mas mesmo assim quer melhorar seu desempenho no
ENEM? O Guia ENEM mapeou todas as questões que já caíram no ENEM, desde 2009, e fez um levan-
tamento dos conteúdos mais frequentes.
“Mas espere aí, conteúdos?”, você poderia perguntar, já que o ENEM cobra competências e
habilidades e não exatamente “conteúdos”. Exatamente, nós responderíamos, o ENEM cobra com-
petências e habilidades, mas normalmente há um conteúdo mínimo, daqueles que aprendemos na
escola, que funciona como suporte para que uma habilidade, ou capacidade cognitiva, seja medida.
Então vamos deixar um pouquinho de lado as competências e habilidades e dar uma olhada em
quais são os conteúdos, usados como suporte, que mais aparecem no ENEM. Dessa forma, de você
tiver que escolher o que estudar, por falta de tempo, dê preferência a estes conteúdos. Para facilitar o
entendimento, optamos por separar os conteúdos pelas sete disciplinas tradicionais do Ensino Médio.
Confira abaixo, em porcentagem, a frequência com que cada conteúdo aparece dentro de cada uma
dessas disciplinas:

Português História
Conteúdo Incidência Conteúdo Incidência
Modernismo 11% Grécia 5%
Romantismo 2% Revolução industrial inglesa 4%
Literatura contemporânea 3%
Brasil no período pré-colonial e colonial 6%
Interpretação e relação entre textos 32%
Brasil na República oligárquica 10%
Figuras de Linguagem 4%
Brasil na Era Vargas 7%

Matemática Brasil na República Militar 8%

Conteúdo Incidência
Razão, proporção e regra de três 26%
Geografia
Porcentagem 16%
Conteúdo Incidência
Regras de contagem 5%
Problemas ambientais urbanos 11%
Probabilidade 10%
Protocolos do meio ambiente 6%
Equações do 1° e 2° graus 8%
Agricultura e pecuária no Brasil 8%
Funções do 1° grau 12%
Globalização e blocos econômicos 7%
Quadriláteros 5%
Área de figuras planas 5% Fontes de energia 7%

Geometria de posição 6% População e urbanização no Brasil 9%

Guia ENEM 51
Biologia Física
Conteúdo Incidência Conteúdo Incidência
Ambiente e sociedade: atmosfera e Ondas e fenômenos ondulatórios 15%
25%
hidrosfera, solos e resíduos
Corrente elétrica e Leis de Ohm 9%
Genética 16%
Biotecnologia 9% Potência elétrica 7%

Seres vivos, comunidades, populações, Energia cinética e energia


24% 5%
biodiversidade e ecossistemas potencial

Química
Conteúdo Incidência
Grupos funcionais orgânicos
27%
(principalmente hidrocarbonetos)
Cálculos químicos 7%
Soluções e caráter ácido base
15%
das soluções

O Guia ENEM fez mais um levantamento que pode te ajudar a escolher quais conteúdos
estudar, se você não tem muito tempo. Com base nos dados divulgados pelo Inep sobre a
prova aplicada em 2012, pudemos selecionar as 30 questões mais fáceis (mais acertadas
pelos alunos) em cada área do conhecimento. Com essas questões, ordenadas pela dificul-
dade em mãos, pudemos elencar os conteúdos mais cobrados nessas questões mais fáceis,
e indicá-los a você leitor. É importante garantir o acerto das questões mais fáceis, antes do
acerto das mais difíceis, pois as fáceis conferem mais pontos à sua nota, conforme a lógica
da coerência pedagógica presente na Teoria de Resposta ao Item (TRI). Confira, nas tabelas
a seguir, os conteúdos que mais apareceram nessas questões:

Ciências Humanas e suas Tecnologias Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Nota obtida (30 mais fáceis - ENEM 2012): 654,62 Nota obtida (30 mais fáceis - ENEM 2012): 657,53
Conteúdos mais frequentes: Conteúdos mais frequentes:
Uso racional dos recursos naturais do planeta; Interpretação de fenômenos da natureza;

Interpretação e análise de documentos; Estudo da vida - especialmente genética;

Ditadura no Brasil e redemocratização; Tecnologias ligadas à Biologia;


Primeira e Segunda Guerra Mundial e pós-guerras. Saúde Pública.

52 Guia Rápido - Conteúdos mais frequentes


Matemática e suas Tecnologias Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Nota obtida (30 mais fáceis - ENEM 2012): 709,70 Nota obtida (30 mais fáceis - ENEM 2012): 612,10
Conteúdos mais frequentes: Conteúdos mais frequentes:
Geometria plana e espacial; Interpretação de textos;

Regra de três, proporção e juros simples; Relações entre textos verbais e visuais;

Raciocínio lógico em matemática; Funções da linguagem;


Interpretação e análise de gráficos e tabelas. Figuras de linguagem.

Conforme dito, é importante responder as questões mais fáceis antes de tentar resolver
as que parecerem mais difíceis. O acerto de uma questão difícil vale pontos também, por
isso nunca deixe uma questão em branco. Temos duas dicas para quando você encontrar
uma questão difícil:
1) Elimine as respostas claramente incorretas (não “chute” sem ler a questão e nem em
uma letra qualquer) e escolha a alternativa que lhe pareça mais razoável.
2) Foque no que o comando da questão está pedindo. As questões têm várias partes:
enunciado, texto base, comando, gabarito (alternativa correta) e distratores (respostas in-
corretas). O comando é aquilo que indica o que deve ser feito para que se chegue à resposta
correta. É a frase que costuma ficar logo acima das alternativas. Atente-se ao que, exata-
mente, esse trecho pede e procure a alternativa que mais se adéqua a ele.

Guia ENEM 53
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO EXAME

O que são os Eixos Cognitivos cobrados pelo ENEM?

A base utilizada pelo INEP/MEC para essa Matriz exigida para o ENEM advém das
formulações relacionadas às ideias de “Educação por Competência”, que começaram a
ser formuladas na última década do século XX, quando alguns educadores importantes
começaram a questionar o ensino tradicional, enciclopedista e conteudista, e a propor
uma Educação mais relevante para a vida dos alunos e da comunidade.
Temos hoje um documento, for-
mulado pela UNESCO, que define 4
pilares considerados a base para a
Educação no mundo todo. O documen- Dominar Linguagens
Portuguesa
to se chama “Educação: um tesouro a Dominar a norma culta da Línguamática,
e fazer uso das linguagens mate
descobrir” e é facilmente encontrado artística e científica.
na internet. Se você não tem muito
tempo, leia ao menos um capítulo,
aquele que trata dos 4 pilares, a saber: Compreender Fenômenos
“Aprender a Conhecer”, “Aprender a Construir e aplicar conceitos das várias áreas do
Fazer”, “Aprender a Ser”, e “Aprender conhecimento para a compreensão de fenômenos
naturais, de processos histórico-geográficos,
a Conviver”. da produção tecnológica e das manifestações
Os Eixos Cognitivos cobrados pelo artísticas.
ENEM são as capacidades dos alunos
de mobilizarem o conhecimento que
possuem ou que conseguem acumu- Entender Situações-Problema
lar depois que efetivamente “apren- Selecionar, organizar, relacionar, interpretar
dados e informações representados de dife-
deram a conhecer” (ou seja, depois rentes formas, para tomar decisões e enfrentar
que “aprenderam a aprender”), para situações-problemas.
compreender o mundo, resolver pro-
blemas e atuar de forma cidadã, ética
ções
e responsável em sua comunidade e Construir Argumenta
rma çõe s, rep resentadas em
na sociedade. Eles são resultado da Relacionar info con hec imentos disponí-
diferentes form as, e
associação de várias competências situ açõ es con cre tas para construir
veis em e.
arg um ent açã o con sist ent
e habilidades que adquirimos durante
nossa vida escolar, familiar e em so-
ciedade.
Ao lado, os cinco Eixos Cognitivos Elaborar Propostas Éticas
cobrados pelo ENEM: Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola
para elaboração de propostas de intervenção solidá-
ria na realidade, respeitando os valores humanos e
considerando a diversidade sociocultural.

54
1) Dominar Linguagens – Dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das
linguagens matemática, artística e científica.

Neste eixo cognitivo, o ENEM cobra linguagens mínimas de todas as áreas do co-
nhecimento. Dizemos que elas são os conteúdos básicos que os alunos precisam acu-
mular para que, durante a vida, possam aprender qualquer conteúdo necessário. Na lista
de conteúdos mínimos estão, por exemplo, o conhecimento de mapas, a capacidade de
entendimento e uso dos números e das operações matemáticas básicas, eletricidade e
genética básica e o domínio razoável do português culto.
Os conteúdos mínimos, necessários para a aprendizagem de outros conteúdos (são
como as ferramentas que utilizaremos durante toda a nossa vida para trabalhar com ou-
tros conteúdos/conhecimentos), geralmente estão, na Matriz de Competências do ENEM,
na primeira habilidade cobrada em cada uma das 30 competências.
Além dessas ferramentas para aprendizagem de qualquer conteúdo, o ENEM tam-
bém lista alguns conteúdos mínimos que não são necessariamente linguagens, mas que
considera necessários para que o aluno esteja integrado ao mundo moderno. Como exem-
plo, temos a geração e os impactos social, econômico e ambiental da geração de ener-
gia, as tecnologias de informação, principalmente as novas, os direitos conquistados pelo
povo em suas lutas e o entendimento da formação e funcionamento das instituições polí-
ticas modernas.

2) Compreender Fenômenos – Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conheci-


mento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos,
da produção tecnológica e das manifestações artísticas.

Como os alunos utilizam seus conhecimentos? Como compreendem o mundo e for-


mam suas opiniões, atuando de forma cidadã em relação a ele? De nada adianta conheci-
mento, conteúdo e aprendizado das linguagens que irão possibilitar que o aluno aprenda
conteúdos por toda a vida se isso não for processado de forma cognitiva, de forma que os
conteúdos ganhem um significado para o aluno.
Por que uma lâmpada incandescente gasta mais energia que uma fluorescente?
Quais os impactos de desmatar as margens dos rios? Se para ter em todo o mundo a
mesma qualidade de vida média de um cidadão americano seria necessário termos cerca
de cinco planetas iguais a Terra em quantidade de matérias-primas, é possível ampliar
a qualidade de vida para todo o planeta? Se a ampliação da qualidade de vida não é
possível, é justo termos cidadãos de primeira, segunda e terceira classe, com condições
socioeconômicas muito diferentes? Quais os motivos do caos nas grandes metrópoles,
como poluição, congestionamentos, diminuição da qualidade de vida, violência urbana e
concentração das riquezas? O que a construção de uma grande hidrelétrica pode fazer
com a cultura e identidade de vários povos? Por que os faróis do carro apagaram de re-
pente, o chuveiro não esquenta a água e a sua compra de azulejos não foi suficiente para
a reforma da cozinha?
São essas, entre outras perguntas, todas cognitivas, derivadas da análise e da avaliação
dos conhecimentos que você adquiriu até o dia da prova ou estão presentes no enunciado da
questão, que constituem o Eixo Cognitivo “Compreensão de Fenômenos” cobrado pelo ENEM.

Guia ENEM 55
3) Entender Situações-Problema – Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e
informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situa-
ções-problemas.

No ENEM, o terceiro eixo cognitivo cobrado vem com o texto que fala em “enten-
der situações-problema”. É importante lembrar que a ordem dada pelo ENEM aos eixos
cognitivos não significa, necessariamente, que eles acontecem nessa ordem em nossas
cabeças. É claro que, antes de compreender fenômenos, entender problemas e resolvê-
-los, é preciso que o aluno tenha o domínio mínimo das linguagens de uma ou de várias
das quatro áreas do conhecimento cobradas no ENEM, mas há vezes em que sabemos o
básico e corremos atrás de outras informações/conteúdos para resolver um problema.
No caso da prova do ENEM, muitas vezes temos o domínio das linguagens que estão nos
textos e os textos nos trazem outros conteúdos que facilitam a resolução das questões.

Para resolver situaçõ


es problema, o aluno
as informações apres deverá reunir
entadas pela questão
conhecimentos acumu e recorrer aos
lados em sua vida.

Esses cinco eixos cognitivos propostos pelo ENEM ora se inter-relacionam (quan-
do os alunos precisam mobilizar todos ao mesmo tempo para resolver uma questão), ora
apresentam uma inter-relação parcial (quando mobilizados ao mesmo tempo vários eixos,
ou capacidades, cognitivos para resolver uma questão). Há vezes em que eles acontecem
numa ordem lógica, como a listada pelo ENEM, quando o aluno domina a linguagem, a
linguagem possibilita a compreensão do fenômeno e a compreensão do fenômeno o leva
a reunir argumentos para construir sua opinião, defender esse ponto de vista e elaborar
uma proposta de intervenção ética na comunidade/sociedade. Mas nem sempre a ordem
é exatamente essa.

56 Proposta Pedagógica do Exame


Entender o problema, para o ENEM, é ir um pouco mais adiante na compreensão do
fenômeno. É relacionar os dados disponíveis, organizá-los, interpretá-los, buscar mais da-
dos e tornar o problema bem claro, algumas vezes tirando-o do senso comum, dando a ele
uma lógica baseada em dados reais. No ENEM, esses dados poderão estar no enunciado
da questão ou terão que vir do seu acúmulo de estudos. Em outros momentos, serão uma
associação entre o que você já sabe, ou deveria saber, e o que o ENEM traz de informação.

4) Construir Argumentações – Relacionar informações, representadas em diferentes for-


mas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação
consistente.

Tenho o domínio das linguagens mínimas pedidas pela prova, entendo com clareza
a situação-problema proposta pelo ENEM e agora preciso construir minha argumentação,
com base nas informações/conteúdos que domino. É claro que em uma prova objetiva, em
que o aluno tem que assinalar a opção correta, é impossível que ele ‘construa argumenta-
ção’. Neste eixo cognitivo o ENEM espera que você ‘julgue’ as argumentações que apare-
cem nas alternativas. Ajuda muito se você, nas questões que apresentam argumentações
em suas alternativas, estiver bastante atento para a consistência das alternativas.

5) Elaborar Propostas Éticas – Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para


elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores
humanos e considerando a diversidade sociocultural.

As questões que chegam até aqui, cobrando do aluno essa competência, querem
que ele mobilize os eixos cognitivos anteriores para ‘resolver uma situação-problema’.
Se existem várias formas de solucionar o problema, o ENEM exige que a sua solução seja
ética, que respeite a diversidade sociocultural, que defenda o meio ambiente, que valorize
a democracia, que identifique as conquistas sociais do povo, sobretudo dos brasileiros,
que condene a corrupção, que aponte para o desenvolvimento humano e para um mundo
sem desigualdades econômicas, entre outras características.
O eixo cognitivo é muito claro em afirmar que a proposta, ou a resolução do proble-
ma, tem que se dar de forma ética. Como “ética” é algo subjetivo, para que não restem
dúvidas ao aluno, a leitura da “Matriz de Competências” do ENEM deixa clara a sua defi-
nição de ética e como o ENEM espera que o aluno se comporte na resolução da prova e
em sua atuação na sociedade.
Boa parte da prova do ENEM está relacionada a esse eixo e, mesmo que seja exigido
algum conteúdo anterior, a resposta ética, relacionada a uma das habilidades que estão
na Matriz de Competências, é sempre a correta, da mesma forma que no quarto eixo cog-
nitivo, quando não é possível fazer uma proposta argumentativa (em uma prova de alterna-
tivas), o que o aluno fará é julgar as propostas apresentadas pelas alternativas. Cuidado,
muitas vezes as alternativas não colocam claramente nenhuma proposta. As propostas
podem ser simplesmente a consequência lógico-racional do texto da alternativa. Seja éti-
co para responder às questões do ENEM, assim como na sua atuação em sociedade.

Guia ENEM 57
ACESSO AO ENSINO SUPERIOR

O Sistema de Seleção Unificada e sua vaga numa Universidade Pública

Com a nota do ENEM em mãos, o SISU agora será a sua porta de entrada para uma
das 200 mil vagas (aproximadamente, considerando as seleções semestrais) em Universi-
dades Públicas Federais ou Estaduais que utilizam somente a nota do ENEM como forma
de seleção.
O SISU abre as inscrições duas vezes ao ano. Você pode escolher duas opções de
curso, que podem ser na mesma Universidade ou em Universidades diferentes, e que po-
dem ser em cursos iguais ou diferentes. Você terá que escolher qual curso quer que fique
no sistema como primeira opção e qual ficará como segunda opção.
Imagine que no primeiro dia de inscrições você já tenha feito a sua. O SISU irá parar
o sistema à meia-noite e reabri-lo no outro dia pela manhã. Quando reabrir, você já conse-
guirá saber qual seria a nota de corte daquele curso se a seleção tivesse acabado no dia
anterior. Se um curso, por exemplo, tem 50 vagas, sua nota de corte é o número de pontos
que, no dia anterior, tinha o aluno que estava na colocação 50, e que ocupou a última vaga.
Se sua nota for maior que a dele, você está, até o momento, entre os 50 aprovados. Se não,
você ainda não está na lista de aprovados. Isso muda todos os dias porque os candidatos
podem trocar suas opções de curso, e também porque o sistema recebe mais candidatos
a cada dia. Quando o sistema fecha, no último dia, a nota de corte costuma estar bem
acima daquela que apareceu no segundo dia de inscrições.

Qual a diferença entre minha primeira e minha segunda opção?

A sua primeira opção é considerada, pelo SISU, como a definitiva. Se você passar
nela, sua segunda opção é descartada e, mesmo que você não vá fazer sua inscrição na
Universidade, caso passe nesta opção, o SISU não te chamará mais e não permitirá sua
inscrição na lista de espera.
Já a sua segunda opção funciona mais ou menos como uma segurança para quem
ainda tem esperanças de passar em um curso ou Universidade preferida, mas não quer
correr o risco de ficar de fora de uma das vagas oferecidas. Quem passa na segunda
opção, indo ou não se matricular no curso que passou, continua concorrendo à vaga que
escolheu como primeira opção.
A lista de interesse deve ser objeto de muita atenção dos alunos. O SISU faz duas
chamadas, e nelas valem suas duas opções. A partir da terceira chamada, as responsá-
veis por convocar os candidatos são as próprias Universidades. O SISU só manda para as

58 Acesso ao Ensino Superior


Através do SISU, o alu
no pode trocar várias
vezes sua opção pelo
curso e/ou Universid
ade.

Universidades a lista de candidatos que estão esperando vagas, aqueles que declararam
interesse em continuar concorrendo.
O aluno só pode declarar interesse pela vaga que foi a sua primeira opção. Mesmo
que ele já esteja matriculado no curso que indicou como segunda opção, ele pode de-
clarar seu interesse e ficar atento às chamadas que serão feitas pela própria instituição
(escolhida como primeira opção).
A lista de interesse vale a pena para milhares de alunos de todo o Brasil. Para quem
não sabe, a cada chamada, somente cerca de 50% dos alunos aprovados aparecem, efeti-
vamente, para a realização da matrícula. Há uma grande variação nessa porcentagem se
considerarmos os cursos e Universidades, mas temos casos, como o do curso de medicina
da Universidade Federal do Acre, em que nenhum aluno aprovado em primeira chamada
no ano de 2011 apareceu para fazer a matrícula.
Infelizmente o INEP/MEC não divulga as notas de corte do último dia de inscrição
do SISU. Isso ajudaria muito os alunos a planejarem suas estratégias de prova. Também é
importante ressaltar que, mesmo se soubéssemos as notas de corte de todos os cursos do
SISU, elas não nos dariam a referência de qual foi a nota daqueles que foram chamados
a partir da terceira chamada, que hoje representam boa parte dos alunos que conquistam
uma vaga na Universidade Pública pelo SISU. Em algumas Universidades, ou através de
amigos que já participaram do processo e até mesmo conquistaram uma vaga, você pode
conseguir alguns dados sobre as notas de corte. Lembre-se de que elas são somente para
referência, e que algumas Universidades dão pesos diferentes para cada uma das 4 áreas
do conhecimento ou para a redação, além de alguns tipos de bônus. Tudo isso faz com
que a nota não seja a simples soma das notas de todas as provas do ENEM, e da redação,
dividida por cinco. Algumas Universidades que, em anos anteriores, atribuíam pesos dife-
rentes para algumas provas ou utilizavam algum tipo de bonificação, podem manter estes

Guia ENEM 59
critérios ou mudá-los. Então, mesmo com as notas de corte dos anos anteriores como
referência, é aconselhável que você procure e leia o Edital para o SISU da Universidade
de sua preferência e atualizado para o próximo vestibular.

Estudei em escola pública. Tenho direito a concorrer a cotas no SISU?

Embora o Supremo Tribunal de Justiça tenha julgado as cotas sociais, que permitem
que alunos oriundos de escolas públicas tenham algum tipo de vantagem em relação aos
alunos de escolas privadas (como compensação à enorme desvantagem que separa esses
estudantes dos demais alunos na hora de disputarem uma vaga na Universidade Pública),
essa decisão não obrigou todas as Universidades Públicas a aderirem, imediatamente,
algum tipo de ação social na hora de selecionar.
Sancionada em 2012 pela presidente Dilma Rousseff, a Lei de Cotas garante que 50%
dos alunos de cada instituição sejam oriundos de escolas públicas, com renda per capita
de até um salário mínimo e meio e que cada estado respeite, dentro dos 50% de cotas, a
proporcionalidade local, com cotas, para negros e indígenas. A contar da aprovação da
Lei, em 2012, as Universidades Federais estão se adaptando progressivamente e, em 2016,
já reservarão 50% de suas vagas para as cotas.
Mas, mesmo sem serem obrigadas, boa parte das Universidades Públicas partici-
pantes do SISU adotam sistemas de cotas através dos quais os alunos de escolas públi-
cas acabam por precisar de notas menores que os oriundos de escolas particulares para
conquistarem uma vaga na Universidade.

Universidades
s as vagas em
rtir de 2016 , 50% de toda tas, respeitando-se a
A pa adas para cotis
serã o re serv de cada estado.
Federais
ad e de negros e indígenas
proporcionalid

60 Acesso ao Ensino Superior


Pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) demonstraram
que, em 2010, mais de 70% das Universidade Públicas Brasileiras já adotavam algum tipo
de cota social ou bônus para estudantes de escolas públicas. Com o entendimento do
Supremo Tribunal de Justiça de que tais cotas não são ilegais e com a consolidação de tal
política de compensação, a tendência é que as políticas de cotas cresçam rapidamente,
tanto na proporção de Universidades que utilizam algum tipo de sistema inclusivo de se-
leção (quantidade de Universidades brasileiras que adotam algum tipo de cota), como no
tamanho desta política afirmativa dentro de cada Universidade (a porcentagem de vagas
destinadas às cotas). E isso se aplica tanto às Universidades Federais (atingidas pela Lei)
como para as estaduais (a UERJ, por exemplo, garante um importante sistema de cotas e
é referência nesse debate).
Vamos falar de alguns exemplos, que você poderá encontrar no SISU, de formas
diferenciadas de seleção para alunos que vieram de escolas particulares e alunos de
escolas públicas. As cotas sociais, no Brasil, ainda privilegiam o critério do estudo em
escola pública, mas também existem cotas para alunos afrodescendentes e, mesmo que
em minoria, para alunos indígenas.
Em muitos casos, uma parcela das vagas são destinadas para a concorrência so-
mente dos alunos que vieram de escolas públicas. Entre esses, podemos citar a UFABC, a
UFRJ, a UFSCAR, a UFOP, a UFPI, entre outros.
Normalmente de forma combinada ao critério de ter estudado em escola pública, há
parcelas das vagas reservadas para critérios raciais (conforme porcentagem da popula-
ção na região) e de renda (renda familiar de até 1,5 salário mínimo).
Algumas Universidades utilizam sistemas de bonificação para estudantes de esco-
las públicas e/ou para alunos afrodescendentes. Nesses sistemas, é dado um adicional à
nota do candidato calculada pelo SISU (lembre que a sua nota não é, sempre, a simples
divisão por cinco das notas que teve no ENEM, pois as Universidades podem adotar cri-
térios diferentes de calcular tais notas, e também podem mudá-los a qualquer momento).

PROUNI - O que é e o que preciso para conquistar uma bolsa?

O PROUNI é o Programa Universidade para Todos. Ele distribui bolsas, totais (100%)
ou parciais (50%), nas Universidades Particulares. Em troca, as Universidades Particula-
res recebem isenção no pagamento de alguns impostos.
O PROUNI disponibiliza, anualmente (entre primeiro e segundo semestre), mais de
200 mil vagas. E esse número vem crescendo ano a ano desde a criação do Programa, em
2004. Cada estudante pode fazer duas opções na inscrição, em Universidades e/ou cursos
iguais ou diferentes. As duas primeiras chamadas são de responsabilidade do MEC e o
aluno precisa apresentar a documentação na Instituição em que foi aprovado. Se a Insti-
tuição de ensino quiser, ela pode fazer uma prova de seleção adicional, mas dificilmente
isto ocorre. A seleção do PROUNI é um pouco mais complicada para o aluno.
São disponibilizadas poucas vagas por sala de aula de Instituições Particulares, apesar
do grande número total de vagas, e em alguns lugares elas são rapidamente preenchidas,
enquanto na maioria das Instituições elas acabam sobrando, principalmente quando ficam
para depois da terceira chamada, quando já são as Universidades que fazem as chamadas

Guia ENEM 61
para inscrição. A falta de fiscalização do governo, junto da falta de integração de chamadas
nacionais para o PROUNI e a não articulação com o SISU fazem com que boa parte das vagas
não seja preenchida. E, mesmo com as vagas sobrando, o governo mantêm a isenção fiscal
às Instituições de Ensino.
Podem concorrer às bolsas do PROUNI as pessoas que fizeram o Ensino Médio em
escolas públicas ou que tenham sido bolsistas, com bolsa integral, em escolas particulares.
Para essas pessoas há duas opções de bolsas. Quem tem renda familiar de até 1,5 salários
mínimos per capita (por pessoa) pode concorrer às vagas que dão 100% de bolsa no PROUNI.
Para fazer o cálculo do rendimento per capita de sua casa, a conta é simples. Some o
salário bruto das pessoas de sua casa e divida esse total pelo número de pessoas que moram
com você. Se o valor obtido nesta divisão for igual, ou inferior, a 1,5 salário mínimo, você pode
concorrer a uma das vagas cuja bolsa é de 100%.
Se o resultado da divisão for maior que 1,5 mas menor que 3 salários mínimos, você
poderá concorrer a uma vaga com 50% de bolsa em uma Universidade Particular. Se esse
for o seu caso e ainda assim você não tiver condições financeiras para arcar com a outra
metade da mensalidade, você pode pedir o financiamento do FIES (Fundo de Financiamento
Estudantil). O FIES paga a outra metade do seu curso e você só começa a pagar pelo finan-
ciamento depois que sair da faculdade, e com juros menores que os de mercado, além de ter
um tempo razoável para isso: em geral, o aluno tem um ano a mais do que o dobro do tempo
do curso. Por exemplo, quem faz um curso de 4 anos tem 9 anos para pagar a parte financiada
pelo FIES. Fique atento para ver se a Universidade de sua preferência tem convênio com o
FIES para o curso que você pretende fazer. Se tiver, o financiamento poderá ser solicitado a
qualquer momento do curso.
Há uma exceção no PROUNI para o caso dos cursos de licenciatura e pedagogia
para pessoas que já trabalhem na rede pública de Educação. Essas pessoas não precisam
comprovar renda e podem concorrer livremente às vagas com 100% de bolsa. Nos casos
em que a bolsa for de 50%, cada ano de trabalho na Educação Pública reduz uma parte
da dívida do financiamento. Nesse caso, o estudante pode até acabar não pagando nada
pelo financiamento.
Afrodescendentes e indígenas possuem a garantia, pela lei que institui o PROUNI, de
reservas de vagas em número proporcional à presença dessas populações no Estado em que
as vagas forem oferecidas.

Posso mesmo conseguir uma Certificação do Ensino Médio através do ENEM?

O ENEM tem adquirido várias funções nos últimos anos. Entre elas está a possibilidade
para que as pessoas, maiores de 18 anos, que ainda não tenham concluído o Ensino Médio,
consigam uma Certificação (equivalente a um diploma) do Ensino Médio.
Para isso, não há a necessidade de que o aluno frequente nenhuma aula. A lógica da
Certificação é que os alunos teriam adquirido durante a vida, em suas experiências pessoais
ou estudando, as competências e conteúdos necessários para essa Certificação.
Até 2011 tal Certificação era direito de quem tivesse nota mínima de 400 nas quatro
provas objetivas do ENEM e nota mínima de 500 na redação. A partir de 2012, a nota mínima

62 Acesso ao Ensino Superior


passou a ser 450 para cada uma das quatro provas objetivas e continua sendo 500 para a
redação.
Como já foi dito em páginas anteriores, a nota do ENEM não é uma nota convencional,
em escala decimal (10, 100, 1000, etc.), como estamos acostumados. Ela é o “desvio padrão”
do caminho (caminho das questões escolhidas como certas) médio dos alunos concluintes
do último ano do Ensino Médio. Por isso, ter nota 450 em cada uma das provas do ENEM é
muito menos do que acertar 45% de cada uma delas. Em geral, quem acerta um terço de
cada uma das provas, e consegue uma nota igual ou maior que 500 na redação, consegue
sua Certificação do Ensino Médio.
E o aluno pode, ao mesmo tempo em que consegue a sua Certificação, concorrer a
uma vaga no SISU ou no PROUNI. A mesma nota vale para a Certificação e para os dois pro-
cessos de seleção de alunos para Instituições Particulares ou Públicas de Ensino Superior.
Mas se, mesmo conseguindo a Certificação, o aluno não conseguir uma vaga no Ensino
Superior, ele poderá fazer novamente o ENEM nos anos seguintes, quantas vezes quiser, se
esse for o seu desejo.
Quem tem como objetivo conseguir tal Certificação precisa estar muito atento na hora
da inscrição. O ENEM não é o responsável por emitir o Certificado de Ensino Médio. Por isso,
você terá que indicar, na inscrição, que pretende fazer a prova para a Certificação e indicar
uma Instituição Certificadora. Escolha a Instituição mais próxima de sua casa. Depois, se
você conseguir as notas mínimas para conseguir o Certificado, vá até a Instituição Certifica-
dora com seus documentos e seu número de inscrição do ENEM. Lá eles terão a sua nota do
ENEM e lhe fornecerão o Certificado.

é
sino Médio
r a Certificação de En das provas
ui a
Para conseg nota 450 em cada um
ra
preciso obte na redação.
500
objetivas e

Guia ENEM 63
63 é o número de Universidades Federais no Brasil

Todas elas utilizam, de alguma forma, o ENEM como critério de seleção


UFOPA
UFPA
UNIFESSPA UNIFAP
UNILAB
UFRA
UFRR UFMA UFCA
UFC
RR AP UFPI
UFRN
UNIVASF*
UFERSA
UFAM UFPB
AM
MA UFCG
CE RN
PA UFPE
PB UFRPE
PI
PE UNIVASF*
AC
RO TO SE AL UFAL
UFAC
UNIR BA UFS
MT
UFBA
UFT UFOB
GO UNB UFRB
UFMT
UFSB
UFG MG ES UNIVASF*
MS UNIFAL
UFGD UFES
UFMS SP RJ UNIFEI
UNIRIO UFJF
PR UFSCar UFRJ UFLA
UNIFESP UFF UFMG
UNILA
SC UFABC UFRRJ UFOP
UFPR
UFSJ
UTFPR UFSC
RS UFU
UFFS* UFFS*
UFV
UFCSPA UFTM
UFPEL UFVJM
UFSM
UNIPAMPA
FURG
UFRGS
UFFS*
*Universidades presentes em mais de um estado.
Utilizam somente o ENEM e o SiSU como forma de seleção. Em 9 delas, há provas de habilidades
específicas para alguns cursos (música, arquitetura, desenho industrial, artes cênicas, etc.)

Utilizam o ENEM/SiSU como forma de seleção para parte de suas vagas. A porcentagem varia
conforme a universidade, curso e semestre de ingresso.
Utilizam o ENEM de alguma forma, mas não através do SiSU. Uma delas oferece a opção ao aluno
entre utilizar ou não o ENEM na composição da nota. 64
PALESTRAS

Agende uma palestra para a sua


escola, cursinho, cidade e aumente
a nota de seus alunos.

Paulo Jubilut Mateus Prado


Prof. de Biologia, Especialista em ENEM,
criador do site Biologia Total colunista do Estadão
e Idealizador do Guia ENEM e Idealizador do Guia ENEM

Agendamento de Palestras:
65 palestras@guiaenem.org.br
Ciências Humanas e
suas Tecnologias
Ciências Humanas
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
1

CULTURA E
IDENTIDADE
Idealizadores:
69
Mateus Prado e Paulo Jubilut
O QUE O MEC PENSA DESSA COMPETÊNCIA

Todos nós temos uma história e uma nosco, que vivemos no Brasil do século
memória individual. Podemos até mesmo XXI. Estando sempre ligados à história
construir uma linha do tempo de nossa passada e presente, constituímos nossa
trajetória escolhendo marcos que consi- identidade individual e social, que se re-
deramos mais importantes, ou seja, que afirma a todo tempo através da cultura.
tenham significado especial ou repre- Alguns objetos são representativos
sentem momentos de transformação em dessas memórias. Guardamos uma fo-
nossas vidas. Além da identidade pes- tografia de uma pessoa querida ou de
soal, existe também a Identidade social. um dia marcante. Da mesma forma que
O que nos faz brasileiros, tão diferentes preservamos bens pessoais que têm
de japoneses, franceses ou norte- ame- significado para nós, existem outros
ricanos? A cultura. Isso não significa di- bens, que podemos chamar de bens
zer que todo o brasileiro seja da mesma culturais, que têm significado para uma
forma, mas que reconhecemos que a comunidade, para os habitantes de uma
identidade social do brasileiro se afirma cidade, ou mesmo de um país. A história
por meio dos vários hábitos e costumes de uma comunidade, seus prédios, ruas,
semelhantes. Mesmo que eu não goste avenidas e tradições também retratam
de futebol, o Brasil continuará a ser re- a memória e a identidade de um grupo,
conhecido como o “país do futebol’’. não são somente resquícios do passado,
Toda sociedade tem uma cultura. Os mas a memória viva do que os habitan-
seres humanos da pré-história produ- tes daquela comunidade são hoje. As
ziam seus instrumentos de trabalho, fa- tradições locais servem como referên-
ziam pinturas em paredes de cavernas, cia para todos aqueles que ali nascem e
tinham um modo de se vestir e criavam crescem, são os laços e a identidade que
regras para a divisão do trabalho e orga- se estabelecem entre as pessoas.
nização da vida social. O mesmo ocorria É importante lembrar que “ter cultu-
com os seres humanos que viveram em ra” não significa apenas ler um grande
outros períodos históricos e também co- número de livros, conhecer óperas e
compositores eruditos, frequentar tea-
tros e cinemas. O que denominamos por
cultura nas ciências humanas está dire-
É bom s
aber... tamente relacionado ao modo de vida de
cada sociedade.
Grande p
art
competê e das questões
ncia traz d Os textos dessa página foram selecionados de
valorizaç temas lig essa livros editados pelo INEP/MEC a respeito do
ão das h ados à
africana eranças exame que foi base para a matriz de compe-
s no Bra culturais
sil. tências e habilidades do Novo ENEM.

70 COMPETÊNCIA 1 | Cultura e Identidade


Cultura e Identidade
COMPETÊNCIA
1

COMPETÊNCIA EXIGIDA PELO ENEM

Compreender os elementos culturais que constituem as identidades.

ENTENDA A COMPETÊNCIA

Nesta competência, o ENEM espera que o aluno compreenda a formação da iden-


tidade e da cultura dos povos e consiga interpretar documentos relacionados a estes.
Para isso, é preciso conhecer um pouco sobre as sociedades americanas pré-colom-
bianas, os conflitos ocorridos no momento da chegada dos europeus e as relações de es-
cravidão e resistência do período de colonização da América. Da mesma forma, é neces-
sário valorizar a riqueza das culturas africanas e estudar o tráfico de escravos africanos
para a América, a escravidão, as formas de resistência e luta pela abolição. Atente-se para
a herança de costumes, religião e demais traços culturais desses povos, que contribuíram
na composição do Brasil atual.
É importante entender os conceitos dos dois tipos de Patrimônio Cultural: o ma-
terial e o imaterial. Procure conhecer e reconhecer os regionalismos e a diversidade
de culturas de que o Brasil é composto, pois o ENEM poderá apresentar danças, es-
portes, festas, comidas, religiões e valores diferentes de cada região ou grupo, e pedir
que você os reconheça ou relacione. Lembre-se de que, conforme o quinto eixo cog-
nitivo cobrado pelo ENEM (aquele que espera uma postura ética do aluno), as culturas
precisam ser compreendidas em sua diversidade e riqueza, sem que haja qualquer
sentimento de superioridade de uma em relação à outra.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 71


AS HABILIDADES

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de as-


pectos da cultura.
• Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.
• Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos.
• Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspec-
to da cultura.
• Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultu-
ral e artístico em diferentes sociedades.

DICAS

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Assista ao documentário O Povo Brasileiro, baseado na obra de Darcy Ribeiro. Essa


obra é uma importante análise sobre a formação étnica e cultural do brasileiro e
identifica diferentes “Brasis”, ou seja, padrões regionais distintos dentro do território
nacional.
2. Faça uma comparação entre a visão, com relação aos povos da América, presente
nas Cartas do Padre Manuel da Nóbrega (que se referem aos índios como “seres
bestiais”) e nas cartas e sermões de Padre Antônio Vieira (que já os colocam em
outro patamar). Procure esses documentos na biblioteca digital da USP: www.bra-
siliana.usp.br
3. Ser Escravo no Brasil, de Kátia Mattoso, é um livro clássico e de fácil leitura, que
trata desde a questão do tráfico de escravos enquanto mercado lucrativo, até a dura
rotina de trabalho dessas pessoas no Brasil e, ainda, as possibilidades de liberdade
nesse mundo.
4. O filme Central do Brasil, produzido em 1998, retrata um pouco da vida, cultura e
valores das pessoas que migram pelo Brasil em busca de oportunidades. A questão
da migração é importante pois é ela que propicia trocas e relações entre as especi-
ficidades regionais que compõem a nação.
5. O filme Hotel Ruanda é interessante para discussão do tema “identidades”, pois
mostra a realidade de um país em um pesadíssimo conflito interno derivado dos de-
sentendimentos entre as 2 etnias que compõem a população: tutsis e hutus.

72 COMPETÊNCIA 1 | Cultura e Identidade


PROPOSTA DE AULA

Procure ter acesso ao texto “Matuto no Cinema”, do poeta paraibano Jessier Quiri-
no. Se quiser o CD com o áudio, você pode encontrar no site www.poesiamatuta.com.br.
O texto conta a história de um matuto que, mesmo não sabendo ler português, foi assistir
a um filme legendado. Mesmo assim, na volta para o sertão, ele consegue contar a his-
tória do filme. Passe o texto ou o áudio aos alunos. Depois, organize a sala e proponha
a discussão: o matuto entendeu ou não o filme? Como se manifestam as diferenças e
igualdades entre as culturas do matuto e do homem da cidade?

EXERCÍCIOS

1
A Unesco define como Patrimônio Cultural Imaterial “as práticas, representações, expres-
sões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais
que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos re-
conhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. ”São exemplos de bens registrados
como Patrimônio Imaterial no Brasil: o Círio de Nazaré no Pará, o Samba de Roda do Recôncavo
Baiano, o Ofício das Baianas de Acarajé, o Jongo no Sudeste, entre outros.

Disponível em: http://www.portal.iphan.gov.br. Acesso em: 29 jul. 2010 (adaptado).

É bastante recente no Brasil o registro de determinadas manifestações culturais como integrantes de


seu Patrimônio Cultural Imaterial. O objetivo de se realizar e divulgar este tipo de registro é

a) reconhecer o valor da cultura popular para torná-la equivalente à cultura erudita.


b) recuperar as características originais das manifestações culturais dos povos nativos do Brasil.
c) promover o respeito à diversidade cultural por meio da valorização das manifestações populares.
d) possibilitar a absorção das manifestações culturais populares pela cultura nacional brasileira.
e) inserir as manifestações populares no mercado, proporcionando retorno financeiro a seus pro-
dutores.

2
A Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan) desenvolveu o projeto “Comunidades Negras de Santa Catarina”, que tem como obje-
tivo preservar a memória do povo afrodescendente no sul do País. A ancestralidade negra é
abordada em suas diversas dimensões: arqueológica, arquitetônica, paisagística e imaterial.
Em regiões como a do Sertão de Valongo, na cidade de Porto Belo, a fixação dos primeiros
habitantes ocorreu imediatamente após a abolição da escravidão no Brasil. O Iphan identificou

Ciências Humanas e suas Tecnologias 73


nessa região um total de 19 referências culturais, como os conhecimentos tradicionais de er-
vas de chá, o plantio agroecológico de bananas e os cultos adventistas de adoração.

Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=14256&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia. Acesso em: 1


jun. 2009. (com adaptações).

O texto acima permite analisar a relação entre cultura e memória, demonstrando que

a) as referências culturais da população afrodescendente estiveram ausentes no sul do País, cuja


composição étnica se restringe aos brancos.
b) a preservação dos saberes das comunidades afrodescendentes constitui importante elemento
na construção da identidade e da diversidade cultural do País.
c) a sobrevivência da cultura negra está baseada no isolamento das comunidades tradicionais,
com proibição de alterações em seus costumes.
d) os contatos com a sociedade nacional têm impedido a conservação da memória e dos costumes
dos quilombolas em regiões como a do Sertão de Valongo.
e) a permanência de referenciais culturais que expressam a ancestralidade negra compromete o
desenvolvimento econômico da região.

3
Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito. Eram pardos, todos
nus. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar
suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de
baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros. Os cabelos seus são corredios.
CAMINHA, P. V. Carta. RIBEIRO, D. et al. Viagem pela historia do Brasil: documentos. São Paulo: Companhia das Letras, 1997(adaptado).

O texto é parte da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha, documento fundamental para a formação
de identidade brasileira. Tratando da relação que, desde esse primeiro contato, se estabeleceu
entre portugueses e indígenas, esse trecho da carta revela a

a) preocupação em garantir a integridade do colonizador diante da resistência dos índios à ocu-


pação da terra.
b) postura etnocêntrica do europeu diante das características físicas e práticas culturais do indí-
gena.
c) orientação da política da Coroa Portuguesa quanto à utilização dos nativos como mão de obra
para colonizar a nova terra.
d) oposição de interesses entre portugueses e índios, que dificultava o trabalho catequético e exi-
gia amplos recursos para a defesa da posse da nova terra.
e) abundância da terra descoberta, que possibilitou a sua incorporação aos interesses mercantis
portugueses, por meio da exploração econômica dos índios.

4
Distantes uma da outra quase 100 anos, as duas telas seguintes, que integram o patrimônio
cultural brasileiro, valorizam a cena da primeira missa no Brasil, relatada na carta de Pero Vaz de

74 COMPETÊNCIA 1 | Cultura e Identidade


Caminha. Enquanto a primeira retrata fielmente a carta, a segunda – ao excluir a natureza e os
índios – critica a narrativa do escrivão da frota de Cabral. Além disso, na segunda, não se vê a cruz
fincada no altar.

Primeira Missa no Brasil - Victor Meirelles (1861) Primeira Missa no Brasil - Cândido Portinari (1948)
Disponível em: http://www.moderna.com.br. Acesso em: 3 nov. 2008. Disponível em: http://www.casadeportinari.com.br.
Acesso em: 3 nov. 2008.

Ao comparar os quadros e levando-se em consideração a explicação dada, observa-se que

a) a influência da religião católica na catequização do povo nativo é objeto das duas telas.
b) a ausência dos índios na segunda tela significa que Portinari quis enaltecer o feito dos portu-
gueses.
c) ambas, apesar de diferentes, retratam um mesmo momento e apresentam uma mesma visão do
fato histórico.
d) a segunda tela, ao diminuir o destaque da cruz, nega a importância da religião no processo dos
descobrimentos.
e) a tela de Victor Meirelles contribui para uma visão romantizada dos primeiros dias dos portugue-
ses no Brasil.

5
Coube aos Xavante e aos Timbira, povos indígenas do Cerrado, um recente e marcante
gesto simbólico: a realização de sua tradicional corrida de toras (de buriti) em plena Avenida Pau-
lista (SP), para denunciar o cerco de suas terras e a degradação de seus entornos pelo avanço do
agronegócio.

RICARDO, B.; RICARDO, F. Povos Indígenas do Brasil: 2001-2005. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2006 (adaptado).

A questão indígena contemporânea no Brasil evidencia a relação dos usos socioculturais da terra
com os atuais problemas socioambientais, caracterizados pelas tensões entre

a) a expansão territorial do agronegócio, em especial nas regiões Centro-Oeste e Norte, e as leis de


proteção indígena e ambiental.
b) os grileiros articuladores do agronegócio e os povos indígenas pouco organizados no Cerrado.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 75


c) as leis mais brandas sobre o uso tradicional do meio ambiente e as severas leis sobre o uso
capitalista do meio ambiente.
d) os povos indígenas do Cerrado e os polos econômicos representados pelas elites industriais
paulistas.
e) o campo e a cidade no Cerrado, que faz com que as terras indígenas dali sejam alvo de invasões
urbanas.

6
Para Caio Prado Jr., a formação brasileira se completaria no momento em que fosse superada
a nossa herança de inorganicidade social – o oposto da interligação com objetivos internos – trazida da
colônia. Este momento alto estaria, ou esteve, no futuro. Se passarmos a Sérgio Buarque de Holanda,
encontraremos algo análogo. O país será moderno e estará formado quando superar a sua herança
portuguesa, rural e autoritária, quando então teríamos um país democrático. Também aqui o ponto de
chegada está mais adiante, na dependência das decisões do presente. Celso Furtado, por seu turno,
dirá que a nação não se completa enquanto as alavancas do comando, principalmente do econômico,
não passarem para dentro do país. Como para os outros dois, a conclusão do processo encontra-se no
futuro, que agora parece remoto.

SCHWARZ, R. Os sete fôlegos de um livro. Sequências brasileiras. São Paulo: Cia. das Letras,1999 (adaptado).

Acerca das expectativas quanto à formação do Brasil, a sentença que sintetiza os pontos de vista apre-
sentados no texto é:

a) Brasil, um país que vai pra frente.


b) Brasil, a eterna esperança.
c) Brasil, glória no passado, grandeza no presente.
d) Brasil, terra bela, pátria grande.
e) Brasil, gigante pela própria natureza.

7
Alexandria começou a ser construída em 332 a.C., por Alexandre, o Grande, e, em pou-
cos anos, tornou-se um polo de estudos sobre matemática, filosofia e ciência gregas. Meio
século mais tarde, Ptolomeu II ergueu uma enorme biblioteca e um museu – que funcionou
como centro de pesquisa. A biblioteca reuniu entre 200 mil e 500 mil papiros e, com o museu,
transformou a cidade no maior núcleo intelectual da época, especialmente entre os anos de
290 e 88 a.C. A partir de então, sofreu sucessivos ataques romanos, cristãos e árabes, o que
resultou na destruição ou perda de quase todo o seu acervo.

RIBEIRO, F. Filósofa e mártir. Aventuras na história. São Paulo: Abril. ed. 81, abr. 2010 (adaptado).

A biblioteca de Alexandria exerceu durante certo tempo um papel fundamental para a produção do
conhecimento e memória das civilizações antigas, porque

a) eternizou o nome de Alexandre, o Grande, e zelou pelas narrativas dos seus grandes feitos.

76 COMPETÊNCIA 1 | Cultura e Identidade


b) funcionou como um centro de pesquisa acadêmica e deu origem às universidades modernas.
c) preservou o legado da cultura grega em diferentes áreas do conhecimento e permitiu sua trans-
missão a outros povos.
d) transformou a cidade de Alexandria no centro urbano mais importante da Antiguidade.
e) reuniu os principais registros arqueológicos até então existentes e fez avançar a museologia
antiga.

O artesanato traz as marcas de cada cultura e, desse modo, atesta a ligação do homem com o meio
social em que vive. Os artefatos são produzidos manualmente e costumam revelar uma integração
entre homem e meio ambiente, identificável no tipo de matéria-prima utilizada.

Pela matéria-prima (o barro) utilizada e pelos tipos humanos representados, em qual região do Brasil
o artefato acima foi produzido?
a) Sul. c) Sudeste. e) Centro-Oeste.
b) Norte. d) Nordeste.

9
O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do plane-
ta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há
milênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos constru-
ídos ao longo do Nilo.

O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito dife-
rente, pois

a) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contin-
gentes populacionais que trabalhavam nesses monumentos.
b) representava para as populações do alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar

Ciências Humanas e suas Tecnologias 77


trabalho nos canteiros faraônicos.
c) significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aos
deuses suas riquezas, construindo templos.
d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a tra-
balharem em obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito.
e) significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião ba-
seada em crenças e superstições.

10

DEBRET,J. B.; SOUZA, L. M. (Org.). História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida
privada na América Portuguesa, v. 1. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

A imagem retrata uma cena da vida cotidiana dos escravos urbanos no início do século XIX. Lem-
brando que as atividades desempenhadas por esses trabalhadores eram diversas, os escravos de
aluguel representados na pintura

a) vendiam a produção da lavoura cafeeira para os moradores das cidades.


b) trabalhavam nas casas de seus senhores e acompanhavam as donzelas na rua.
c) realizavam trabalhos temporários em troca de pagamento para os seus senhores.
d) eram autônomos, sendo contratados por outros senhores para realizarem atividades comerciais.
e) aguardavam a sua própria venda após desembarcarem no porto.

11
A gente não sabemos escolher presidente
A gente não sabemos tomar conta da gente

78 COMPETÊNCIA 1 | Cultura e Identidade


A gente não sabemos nem escovar os dentes
Tem gringo pensando que nóis é indigente
Inútil
A gente somos inútil

MOREIRA, R. Inútil. 1983 (fragmento).

O fragmento integra a letra de uma canção gravada em momento de intensa mobilização política. A
canção foi censurada por estar associada

a) ao rock nacional, que sofreu limitações desde o início da ditadura militar.


b) a uma crítica ao regime ditatorial que, mesmo em sua fase final, impedia a escolha popular do
presidente.
c) à falta de conteúdo relevante, pois o Estado buscava, naquele contexto, a conscientização da so-
ciedade por meio da música.
d) à dominação cultural dos Estados Unidos da América sobre a sociedade brasileira, que o regime
militar pretendia esconder.
e) à alusão à baixa escolaridade e à falta de consciência política do povo brasileiro.

12

Que aspecto histórico da escravidão no Brasil


do séc. XIX pode ser identificado a partir da
análise do vestuário do casal retratado?

a) O uso de trajes simples indica a rápida in-


corporação dos ex-escravos ao mundo do
trabalho urbano.
b) A presença de acessórios como cha-
péu e sombrinha aponta para a manu-
tenção de elementos culturais de ori-
gem africana.
c) O uso de sapatos é um importante elemento
de diferenciação social entre negros libertos
ou em melhores condições na ordem escra-
vocrata.
d) A utilização do paletó e do vestido demons-
tra a tentativa de assimilação de um estilo
europeu como forma de distinção em rela-
ção aos brasileiros.
e) A adoção de roupas próprias para o tra-
balho doméstico tinha como finalidade
Foto de Militao, São Paulo, 1879. ALENCASTRO, L. F. (org). Histó- demarcar as fronteiras da exclusão social
ria da vida privada no Brasil. Império: a corte e a modernidade naquele contexto.
nacional. São Paulo: Cia. das Letras, 1997.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 79


13
Elaborado pelos partidários da Revolução Cons-
titucionalista de 1932, o cartaz apresentado pretendia
mobilizar a população paulista contra o governo federal.

Essa mobilização utilizou-se de uma referência histórica,


associando o processo revolucionário

a) à experiência francesa, expressa no chamado à luta


contra a ditadura.
b) aos ideais republicanos, indicados no destaque à ban-
deira paulista.
c) ao protagonismo das Forças Armadas, representadas
pelo militar que empunha a bandeira.
d) ao bandeirantismo, símbolo paulista apresentado em
primeiro plano.
e) ao papel figurativo de Vargas na política, enfatizado
pela pequenez de sua figura no cartaz. Cartaz da Revolução Constitucionalista. Disponível em:
http://veja.abril.com.br. Acesso em: 29 jun. 2012

14
O desenho retrata a fazenda de São
Joaquim da Gama com a casa-grande, a
senzala e outros edifícios representativos
de uma estrutura arquitetônica característi-
ca do período escravocrata no Brasil. Esta
organização do espaço representa uma

a) estratégia econômica e espacial para


manter os escravos próximos do plantio.
b) tática preventiva para evitar roubos e
FREYRE, G. Casa-Grande & Senzala. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.
agressões por escravos fugidos.
c) forma de organização social que fomentou o patriarcalismo e a miscigenação.
d) maneira de evitar o contato direto entre os escravos e seus senhores.
e) particularidade das fazendas de café das regiões Sul e Sudeste do país.

15
Minha vida é andar
Por esse país
Pra ver se um dia
Descanso feliz
Guardando as recordações
Das terras onde passei
Andando pelos sertões

80 COMPETÊNCIA 1 | Cultura e Identidade


E dos amigos que lá deixei

GONZAGA, L.; CORDOVIL. H. A vida de viajante, 1953. Disponível em:


www.recife.pe.gov.br. Acesso em: 20 fev. 2012 (fragmento).

A letra dessa canção reflete elementos identitários que representam a

a) valorização das características naturais do Sertão nordestino.


b) denúncia da precariedade social provocada pela seca.
c) experiência de deslocamento vivenciada pelo migrante.
d) profunda desigualdade social entre as regiões brasileiras.
e) discriminação dos nordestinos nos grandes centros urbanos.

16
A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo,
e esses atributos não devem estar separados como na inscrição existente em Delfos “das
coisas, a mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que
amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre
essas a melhor, nós a identificamos como felicidade.

ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. Das Letras, 2010.

Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a iden-


tifica como

a) busca por bens materiais e títulos de nobreza.


b) plenitude espiritual e ascese pessoal.
c) finalidade das ações e condutas humanas.
d) conhecimentos de verdades imutáveis e perfeitas.
e) expressão do sucesso individual e reconhecimento público.

17
O antropólogo americano Marius Barbeau escreveu o seguinte: sempre que se cante a
uma criança uma cantiga de ninar; sempre que se use uma canção, uma adivinha, uma parlenda,
uma rima de contar, no quarto das crianças ou na escola; sempre que ditos e provérbios, fábulas,
histórias bobas e contos populares sejam representados; aí veremos o folclore em seu próprio
domínio, sempre em ação, vivo e mutável, sempre pronto a agarrar e assimilar novos elementos
em seu caminho.

UTLEY, F. L. Uma definição de folclore. In: BRANDÃO, C. R. O que é folclore. São Paulo: Brasiliense, 1984 (adaptado).

O texto tem como objeto a construção da identidade cultural, reconhecendo que o folclore, mesmo
sendo uma manifestação associada à preservação das raízes e da memória dos grupos sociais,

Ciências Humanas e suas Tecnologias 81


a) está sujeito a mudanças e reinterpretações.
b) deve ser apresentado de forma escrita.
c) segue os padrões de produção da moderna indústria cultural.
d) tende a ser materializado em peças e obras de arte eruditas.
e) expressa as vivências contemporâneas e os anseios futuros desses grupos.

18
O Baile Charme, uma das mais conhecidas manifestações culturais do povo carioca,
fica cadastrado como bem cultural de natureza imaterial da cidade. O decreto considera o Bai-
le Charme uma genuína invenção carioca, e destaca a riqueza de sua origem na musicalidade
africana, que abriga ritmos como o soul, o funk e o rythim’n blues, da fonte norte-americana, e
o choro, o samba e a bossa-nova, criações nascidas no Rio. O Baile Charme é cultuado, princi-
palmente na Zona Norte da cidade, seja em clubes, agremiações recreativas e espaços públicos
como a área do Viaduto de Madureira.

Disponível em: www.jb.com.br. Acesso em: 2 mar. 2013 (adaptado).

Segundo o texto, o cadastramento do Baile Charme como bem imaterial da cidade do Rio de
Janeiro ocorreu porque essa manifestação cultural

a) possui um grande apelo de público.


b) simboliza uma região de relevância social.
c) contém uma pluralidade de gêneros musicais.
d) reflete um gosto fonográfico de camadas pobres.
e) representa uma diversidade de costumes populares.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

82 COMPETÊNCIA 1 | Cultura e Identidade


Ciências Humanas
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
2

GEOPOLÍTICA
E TERRITÓRIO
Idealizadores:
83
Mateus Prado e Paulo Jubilut
O QUE O MEC PENSA DESSA COMPETÊNCIA

Quando você olha para um mapa do trabalhar em outra. Essa pessoa realizou
mundo, observa que ele está dividido em uma migração. As migrações, isto é, os
países e que cada país possui seu ter- deslocamentos de pessoas para outras
ritório. Como é que esses territórios se regiões, acontecem principalmente pela
formaram? Um território não se forma na- busca de melhores condições de vida.
tura lmente. É formado pela participação Assim, milhares de pessoas (portu-
ativa das coletividades. A delimitação de gueses, italianos, espanhóis, alemães,
um território provoca sempre disputas. japoneses e muitos outros) migraram
Por isso, a participação de cada indivíduo para o Brasil, tempos atrás, em busca,
como agente político e os movimentos principalmente, de trabalho. No Brasil,
sociais sempre foram muito importantes milhares de pessoas também já migraram
para a constituição dos territórios. de uma região para outra (como exemplo,
Existem diferentes disputas de terri- podemos citar o êxodo rural), entre esta-
tórios. Por exemplo, há luta por territórios dos ou entre municípios. Essas migrações
entre países, etnias, entre fazendeiros foram muito importantes para determinar
contra trabalhadores rurais etc. as características atuais da população
Nos pontos comerciais dos centros brasileira.
urbanos, as calçadas se transformam em Outro aspecto recorrente no Brasil
territórios disputados entre comerciantes é que boa parte dos movimentos sociais
de lojas, camelôs e ambulantes. Mas por está relacionada à luta pelo território, seja
que os grupos sociais sempre lutaram na no campo ou na cidade. Nas cidades a
defesa de seus territórios? Ora, isso é sim- luta é pela moradia. Esse problema tem
ples, porque o território representa a base se agravado nos últimos tempos pelo in-
para a sobrevivência e o desenvolvimento chaço das cidades. No campo, a luta pela
de qualquer sociedade. terra envolve, de um lado, as comunida-
A ideia de território não está ligada des indígenas e os trabalhadores rurais
apenas à divisão dos países ou dos es- sem terra e, do outro lado, os grandes
tados. Você certamente conhece alguém proprietários rurais, os garimpeiros e os
que teve de sair de sua terra natal para ir madeireiros. Para os capitalistas, os terri-
tórios significam a possibilidade de extra-
ção de riqueza. Para os povos indígenas,
É bom s mais importante que o valor econômico
aber... das terras, é seu valor cultural, ou seja, a
Procure ligação de cada povo com sua terra.
co
do tema nhecer o debate
“Reform
vimentos a agrária acerca Os textos dessa página foram selecionados
so ”eo
como o M ciais ligados a e s mo- de livros editados pelo INEP/MEC a respeito
ST. ssa ideia
, do exame que foi base para a matriz de com-
petências e habilidades do Novo ENEM.

84 COMPETÊNCIA 2 | Geopolítica e Território


Geopolítica e Território
COMPETÊNCIA
2

COMPETÊNCIA EXIGIDA PELO ENEM

Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das rela-


ções socioeconômicas e culturais de poder.

ENTENDA A COMPETÊNCIA

A segunda competência de Ciências Humanas tem como foco o estudo da for-


mação dos territórios e suas instituições. É preciso compreender que as fronteiras
não foram definidas ao acaso, mas por processos de conflitos, disputas e conquistas.
Como instrumento para o estudo desses temas, será necessária uma compre-
ensão de mapas temáticos, físicos e políticos. Espera-se que o aluno conheça a for-
mação territorial brasileira, suas regiões, estados e características principais. Além
disso, são frequentes questões sobre os nossos cinco séculos de economia agroex-
portadora: o complexo açucareiro, a mineração, o café, o ciclo da borracha na Ama-
zônia, entre outros temas.
A Geopolítica internacional é também abordada com frequência. Estude os con-
flitos dos séculos XIX e XX: imperialismo, ocupação da Ásia e África, Guerras Mundiais,
Guerra Fria, cenário após a Guerra Fria e organismos multilaterais dos séculos XX e XXI.
Podem aparecer questões sobre conflitos territoriais relacionados à demarca-
ção de fronteiras (como é o caso de alguns países do Oriente Médio), ao reconheci-
mento de nacionalidades (do povo Basco, por exemplo), e à questões sociais (como
o MST, no Brasil). É preciso se dedicar também ao tema das migrações. Pesquise os

Ciências Humanas e suas Tecnologias 85


fluxos populacionais dentro do Brasil e os motivos sociais e econômicos que levam
essas pessoas a sair de sua terra natal.
Por fim, será cobrada a problemática das cidades. Como diversos grupos so-
ciais se dividem nas cidades? Quais os problemas da urbanização acelerada nos
países subdesenvolvidos? Procure entender o conceito de “segregação espacial” e
observe como a cidade evidencia a hierarquia e a pobreza.

AS HABILIDADES

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográ-


ficos.
• Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as na-
ções.
• Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos popu-
lacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-social.
• Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeco-
nômicas em escala local, regional ou mundial.
• Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da
participação da coletividade na transformação da realidade histórico-geográfica.

DICAS

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Xingu, filme de 2012, aborda as viagens e as lutas dos irmãos Villas-Bôas pela criação
do Parque Nacional do Xingu (parque ecológico e reserva indígena). Através dessa
obra, é possível discutir a questão dos direitos indígenas no Brasil atual.
2. Pesquise a história da Reserva Raposa Serra do Sol. É um dos principais conflitos rela-
cionados à demarcação de terras indígenas no território brasileiro.
3. Procure se informar sobre a migração de haitianos para o Brasil, através da fronteira
com o Acre, a partir do terremoto ocorrido no Haiti em 2010. Pesquise a situação do
Haiti hoje e também as soluções humanitárias apontadas pelo governo brasileiro para
a situação desses imigrantes aqui, como a legalização dos que já vieram e dos que

86 COMPETÊNCIA 2 | Geopolítica e Território


querem vir e a inclusão no mercado de trabalho.
4. Para entender um pouco mais sobre os conflitos fundiários no Brasil, grilagem de
terras e necessidade de reforma agrária, pesquise a biografia de Doroth Stang, as-
sassinada em 2005 no Pará.
5. Nos primeiros meses de 2013, a Coreia do Norte esteve em destaque nos noticiários
mundiais. Pesquise os motivos da crise diplomática ocorrida, quais as ameaças feitas
por esse país e como se deu a resolução do problema.
6. Uma forma de familiarizar-se com os conflitos envolvendo o Irã é assistir ao filme
europeu Em nome do pai.

PROPOSTA DE AULA

Proponha aos seus alunos a leitura da Carta do Cacique Seattle, enviada ao presi-
dente dos Estados Unidos em 1855. Ela pode ser facilmente encontrada na internet. Dis-
cuta os conflitos relacionados ao território presentes na carta e diferencie a forma com
que brancos e índios se relacionavam com a terra. Depois disso, relacione a carta com o
processo de formação dos EUA.

EXERCÍCIOS

1
A partir do mapa apresentado, é possível
inferir que nas últimas décadas do século XX,
registraram-se processos que resultaram em
transformações na distribuição das atividades
econômicas e da população sobre o território
brasileiro, com reflexos no PIB por habitante.
Assim,
PIB por Habitante
em 2004
a) as desigualdades econômicas existentes en-
13 000
tre regiões brasileiras desapareceram, tendo Média 9 730
em vista a modernização tecnológica e o cres- 6 000
01 000 Km
cimento vivido pelo país. 4 000

b) os novos fluxos migratórios instaurados em


direção ao Norte e ao Centro-Oeste do país CIATTONI, A. Géographie. L’espace mondial.
Paris: Hatier, 2008 (adaptado).

Ciências Humanas e suas Tecnologias 87


prejudicaram o desenvolvimento socioeconômico dessas regiões, incapazes de atender ao
crescimento da demanda por postos de trabalho.
c) o Sudeste brasileiro deixou de ser a região com o maior PIB industrial a partir do processo de
desconcentração espacial do setor, em direção a outras regiões do país.
d) o avanço da fronteira econômica sobre os estados da região Norte e do Centro-Oeste resultou
no desenvolvimento e na introdução de novas atividades econômicas, tanto nos setores pri-
mário e secundário, como no terciário.
e) o Nordeste tem vivido, ao contrário do restante do país, um período de retração econômica,
como consequência da falta de investimentos no setor industrial com base na moderna tec-
nologia.

2
A tabela a seguir apresenta dados coletados pelo Ministério da Saúde a respeito da redução
da taxa de mortalidade infantil em cada região brasileira e no Brasil.

Variação %
2002 2004
2002-2004
N 27,0 25,6 5,2
NE 37,2 33,9 8,9
SE 15,7 14,9 5,2
S 16,0 15,0 6,7
CO 19,3 18,7 3,0
BRASIL 24,3 22,5 7,4
Fonte: MS, SVS e SIM
Disponível em: http://portal.saude.gov.br. Acesso em: 1 out. 2008.

Considerando os índices de mortalidade infantil apresentados e os respectivos percentuais de varia-


ção de 2002 a 2004, é correto afirmar que

a) uma das medidas a serem tomadas, visando à melhoria deste indicador, consiste na redução da
taxa de natalidade.
b) o Brasil atingiu sua meta de reduzir ao máximo a mortalidade infantil no país, equiparando-se aos
países mais desenvolvidos.
c) o Nordeste ainda é a região onde se registra a maior taxa de mortalidade infantil, dadas as condi-
ções de vida de sua população.
d) a região Sul foi a que registrou menor crescimento econômico no país, já que apresentou uma
redução significativa da mortalidade infantil.
e) a região Norte apresentou a variação da redução da mortalidade infantil mais baixa, tendo em vista
que a vastidão de sua extensão e o difícil acesso a comunidades isoladas impedem a formulação
de políticas de saúde eficazes.

88 COMPETÊNCIA 2 | Geopolítica e Território


3
SOJA: EVOLUÇÃO DA ÁREA PLANTADA 1990-2006 A interpretação do mapa in-
dica que, entre 1990 e 2006,
a expansão territorial da
S
produção brasileira de soja
ocorreu da região

a) Sul em direção às regiões


Centro-Oeste e Nordeste.
b) Sudeste em direção às
regiões Sul e Centro-
Legenda -Oeste.
c) Centro-Oeste em direção
Porcentagem da soja na às regiões Sudeste e
área total de lavouras Nordeste.
Área plantada em 2006 d) Norte em direção às regi-
Área plantada em 1990 ões Sul e Nordeste.
e) Nordeste em direção às
1 828 929
1 000 000 regiões Norte e Centro-
460 000 (Hectares) -Oeste.
120 000
2
Dados: IBGE - Produção Agrícola Disponível em http://www4.fct.unesp.br.
Municipal Acesso em: 20 abr. 2010.(adaptado)

4
A imagem regis-
tra uma especificidade do
contexto urbano em que a
ausência ou ineficiência
das políticas públicas re-
sultou em

a) garantia dos direitos hu-


manos.
b) superação do déficit ha-
bitacional.
c) controle da especulação
imobiliária.
d) mediação dos conflitos
entre classes.
e) aumento da segregação
RIBEIRO, L. C. Q.; SANTOS JUNIOR, O. A. Desafios da questão urbana.
socioespacial.
Le Monde Diplomatique Brasil. Ano 4, n. 45, abr. 2010.
Disponível em: http://diplomatique.uol.com.br. Acesso em: 22 ago. 2011.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 89


5
No Brasil, entre 2001 e 2007, a renda per capita dos mais pobres cresceu substancialmente.
O crescimento anual da renda dos 10% mais pobres foi de 7%, quase três vezes maior que a média
nacional de 2,5%. Observe-se que, entre 2001 e 2007, houve dois momentos bastante distintos do cres-
cimento da renda dos grupos. Entre 2001 e 2003, a renda média per capita decresceu a uma taxa de
3% ano. Entre 2003 e 2007 essa renda média cresceu 5,4%. Considera-se classe média, aqui, os extra-
tos situados entre o terceiro e o oitavo décimos da distribuição de renda representada nos gráficos.
Taxa de crescimento médio de renda familiar per capita Taxa de crescimento médio de renda familiar per capita
por décimos da distribuição entre 2001 e 2003 por décimos da distribuição entre 2003 e 2007
4 12
2,9 10 % mais probres
3
Taxa de crescimento (%)

2 10 % mais probres 10
9,1 9,2

Taxa de crescimento (%)


1 8,8
0,5 8,1 7,9 7,5
0 8
6,7 10 % mais ricos
-1
-0,7 -0,7 -1,3 -1,2 5,8
-2 6 5,0
-1,9 -2,2
-3 Média nacional Média nacional
-2,8 4 3,9
-4 10 % mais ricos
-5 -4,1
o o o to o xto timo itavo no o
eir nd eir ar int No im 2
im gu rc Qu Qu Se Sé
c
Pr Se Te O Dé
0
o
eir und
o o
eir uart
o
int
o xto timo itavo no
cim
o
im rc Qu Se Sé No
Pr Se
g Te Q O Dé

PNAD/IPEA. http://www.ipea.gov.br (adaptado).

Com relação à taxa de crescimento médio da renda familiar per capita entre 2001 e 2003 e consideran-
do-se a distribuição das classes sociais no Brasil, o gráfico mostra que

a) a renda da classe média apresentou decréscimo.


b) a renda familiar per capita cresceu para os grupos especificados.
c) a renda dos 10% mais pobres foi o dobro da média nacional.
d) ela decresceu linearmente com relação aos décimos da distribuição.
e) o decréscimo mais acentuado foi para os 10% mais ricos, sendo de 2,8%.

QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

Cada uma das personagens adota uma forma diferente de designar os países “não desenvolvidos”,
porém, atualmente tem-se adotado a terminologia “países em desenvolvimento” porque

90 COMPETÊNCIA 2 | Geopolítica e Território


a) representa melhor a ausência de desigualdades econômicas que se observa hoje entre essas na-
ções.
b) facilita as relações comerciais no mercado globalizado, ao aproximar países mais e menos desen-
volvidos.
c) indica que os países estão em processo de desenvolvimento, reduzindo o estigma inerente ao ter-
mo “subdesenvolvidos”.
d) demonstra o crescimento econômico desses países, que vem sendo maior ao longo dos anos,
erradicando as desigualdades.
e) reafirma que durante a Guerra Fria os países que eram subdesenvolvidos alcançaram estágios
avançados de desenvolvimento.

7
TEXTO I

Em março de 2004, o Brasil reconheceu na Organização das Nações Unidas a existência, no país,
de pelo menos 25 mil pessoas em condição análoga à escravidão – e esse é um índice considerado
otimista. De 1995 a agosto de 2009, cerca de 35 mil pessoas foram libertadas em ações dos grupos
móveis de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego.
Mentiras mais contadas sobre trabalho escravo. Disponível em: www.reporterbrasil.com.br. Acesso em: 22 ago. 2011 (adaptado).

TEXTO II

O Brasil subiu quatro posições entre 2009 e 2010 no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) divulgado pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento. Mas, se o IDH levasse em
conta apenas a questão da escolaridade, a posição do Brasil no ranking mundial ficaria pior, passan-
do de 73 para 93.
UCHINAKA, F.; CHAVES-SCARELLI, T. Brasil é o país que mais avança, apesar da variável “educação” puxar IDH para baixo.
Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em: 22 ago. 2011 (adaptado).

Estão sugeridas nos textos duas situações de exclusão social, cuja superação exige, respectivamen-
te, medidas de

a) redução de impostos e políticas de ações afirmativas.


b) geração de empregos e aprimoramento do poder judiciário.
c) fiscalização do Estado e incremento da educação nacional.
d) nacionalização de empresas e aumento da distribuição de renda.
e) sindicalização dos trabalhadores e contenção da migração interna.

8
O fim da Guerra Fria e da bipolaridade, entre as décadas de 1980 e 1990, gerou expectati-
vas de que seria instaurada uma ordem internacional marcada pela redução de conflitos e pela
multipolaridade.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 91


O panorama estratégico do mundo pós-Guerra Fria apresenta

a) o aumento de conflitos internos associados ao nacionalismo, às disputas étnicas, ao extremis-


mo religioso e ao fortalecimento de ameaças como o terrorismo, o tráfico de drogas e o crime
organizado.
b) o fim da corrida armamentista e a redução dos gastos militares das grandes potências, o que
se traduziu em maior estabilidade nos continentes europeu e asiático, que tinham sido palco
da Guerra Fria.
c) o desengajamento das grandes potências, pois as intervenções militares em regiões assola-
das por conflitos passaram a ser realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), com
maior envolvimento de países emergentes.
d) a plena vigência do Tratado de Não Proliferação, que afastou a possibilidade de um conflito
nuclear como ameaça global, devido à crescente consciência política internacional acerca
desse perigo.
e) a condição dos EUA como única superpotência, mas que se submetem às decisões da ONU no
que concerne às ações militares.

9
O desenho do artista uruguaio
Joaquín Torres-García trabalha com
uma representação diferente da usual
da América Latina. Em artigo publicado
em 1941, em que apresenta a imagem e
trata do assunto, Joaquín afirma:

“Quem e com que interesse dita o que é


o norte e o sul? Defendo a chamada Es-
cola do Sul porque na realidade, nosso
norte é o Sul. Não deve haver norte, se-
não em oposição ao nosso sul. Por isso
colocamos o mapa ao revés, desde já,
e então teremos a justa ideia de nossa
posição, e não como querem no resto do
mundo. A ponta da América assinala in-
sistentemente o sul, nosso norte”.

TORRES-GARCÍA, J. Universalismo constructivo.


Buenos Aires: Poseidón, 1941. (com adaptações).

O referido autor, no texto e imagem acima,

a) privilegiou a visão dos colonizadores da América.


b) questionou as noções eurocêntricas sobre o mundo.
c) resgatou a imagem da América como centro do mundo.
d) defendeu a Doutrina Monroe expressa no lema “América para os americanos”.
e) propôs que o sul fosse chamado de norte e vice-versa.

92 COMPETÊNCIA 2 | Geopolítica e Território


10 Composição da população residente urbana por
sexo, segundo os grupos de idade – Brasil – 1991/2010
100
95
90
85
80 Homens Mulheres
75
70
65
60
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0 %
8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0
1991 2010

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1991/2010

Composição da população residente rural por


sexo, segundo os grupos de idade – Brasil – 1991/2010

100
95
90
85
80 Homens Mulheres
75
70
65
60
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0 %
8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0
1991 2010

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1991/2010

BRASIL. IBGE. Censo Demográfico 1991/2010. Rio de Janeiro 2011

A interpretação e a correlação das figuras sobre a dinâmica demográfica brasileira de-


monstram um(a)

a) menor proporção de fecundidade na área urbana.


b) menor proporção de homens na área rural.
c) aumento da proporção de fecundidade na área rural.
d) queda da longevidade na área rural.
e) queda do número de idosos na área urbana.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 93


11 Mapa 1 - Distribuição espacial atual da população brasileira

11 252 503 São Paulo - SP


6 320 446 Rio de Janeiro - RJ
2 675 656 Salvador - BA
2 570 160 Brasília - DF
2 452 185 Fortaleza - CE

THÉRY, H. As boas-novas sobre a população brasileira. Conhecimento Prático Geográfico, n. 41, jan. 2012 (adaptado).

Mapa 2 - Conflitos em terras indígenas

PRINCIPAIS ENVOLVIDOS EM
CONFRONTOS COM ÍNDIOS
NOS ÚLTIMOS ANOS

TERRA INDÍGENA

GARIMPEIROS E
MADEIREIROS
FAZENDEIROS, POSSEIROS
E PRESSÃO DE POLÍTICOS
LOCAIS (conflitos de terras)

SIMIELLI, M. E. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2009 (adaptado).

Os mapas representam distintos padrões de distribuição de processos socioespaciais. Nesse sen-

94 COMPETÊNCIA 2 | Geopolítica e Território


tido, a menor incidência de disputas territoriais envolvendo povos indígenas se explica pela

a) fertilização natural dos solos.


b) expansão da fronteira agrícola.
c) intensificação da migração de retorno.
d) homologação de reservas extrativistas.
e) concentração histórica da urbanização.

12
O G-20 é o grupo que reúne os países do G-7, os mais industrializados do mundo (EUA, Japão,
Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá), a União Europeia e os principais emergentes (Brasil,
Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Coreia do Sul, Indonésia, México
e Turquia). Esse grupo de países vem ganhando força nos fóruns internacionais de decisão e consulta.
ALLAN, R. Crise global. Disponível em: http://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br. Acesso em: 31 jul. 2010.

Entre os países emergentes que formam o G-20, estão os chamados BRIC (Brasil, Rússia, Índia e
China), termo criado em 2001 para referir-se aos países que

a) apresentam características econômicas promissoras para as próximas décadas.


b) possuem base tecnológica mais elevada.
c) apresentam índices de igualdade social e econômica mais acentuados.
d) apresentam diversidade ambiental suficiente para impulsionar a economia global.
e) possuem similaridades culturais capazes de alavancar a economia mundial.

13 Classes sociais no Brasil (2005-2010)

Fonte: Cetelem-Ipsos, 2010. O Globo, 23 mar. 2011(adaptado).

A mudança na distribuição das classes de 2005 a 2010 implicou uma expressiva alteração no
formato do primeiro para o segundo gráfico. Um processo associado a essa mudança está indi-
cado no(a)

a) expansão do mercado interno. d) crescimento demográfico acelerado.


b) concentração da renda nacional. e) fracasso das políticas redistributivas.
c) persistência da crise internacional.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 95


14

RR
AP
Fernando
de Noronha
AM PA MA CE RN
PB
AC PI PE
RO TO AL
SE
MT BA
GO
MG
MS ES Trindade e
Martin Vaz
Oceano SP
RJ
Pacífico PR
SC
RS
Limite técnico
Limite prático 0 300 km

Uma família partiu de Porto Alegre (RS), às 8h do dia 1° de janeiro de 2010, portanto, dentro do período
de vigência do horário de verão, com destino a Belém (PA). Apesar da distância, a viagem será feita
de automóvel e terá duração de 56 horas. Qual o dia e a hora de chegada dessa família à capital
paraense?

a) Dia 2 de janeiro de 2010, às 15h.


b) Dia 3 de janeiro de 2010, às 15h.
c) Dia 2 de janeiro de 2010, às 16h.
d) Dia 3 de janeiro de 2010, às 16h.
e) Dia 3 de janeiro de 2010, às 17h.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

96 COMPETÊNCIA 2 | Geopolítica e Território


Ciências Humanas
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
3

O ESTADO
E O DIREITO
Idealizadores:
97
Mateus Prado e Paulo Jubilut
O QUE O MEC PENSA DESSA COMPETÊNCIA

Trata-se aqui de esperar que o estudan- percepção de encadeamentos e relações


te seja capaz de identificar, nas organizações históricas entre acontecimentos, intrínse-
políticas e econômicas das sociedades con- cos a determinados espaços, que se cons-
temporâneas, as múltiplas relações constru- tituem e se modelam pela ação humana. Por
ídas historicamente por diferentes instâncias exemplo, pretende-se que o estudante saiba
da sociedade – indivíduos, grupos sociais, relacionar os diferentes conflitos e lutas en-
instituições e o próprio Estado - que mode- tre povos indígenas e europeus, israelenses
lam e remodelam modos de vida e espaços e palestinos.
geográficos.Um exemplo dessa competência O aluno deve dominar as diferentes lin-
é o estudante identificar e analisar as trans- guagens com que tal problema é apresenta-
formações nos costumes dos brasileiros, a do (informes oficiais, jornais, panfletos, etc.),
partir da expansão da indústria no país e da comparando os diferentes pontos de vista
integração das diferentes localidades por sobre a questão (o do governo, o do latifun-
meio da implantação da infra-estrutura de diário e do camponês sem terra).
transporte. É importante que o aluno compreenda
Nesse caso, pretende-se que o estu- a importância social, política e econômica
dante identifique as instituições sociais e desse fenômeno: a sobrevivência dos ho-
políticas brasileiras, compreendendo seu mens condicionada à produção de alimen-
processo de constituição e analisando as tos, a geração de riquezas que faz do tra-
diferentes formas de regulamentação das balhador também um consumidor de outras
sociedades e do espaço geográfico. Espe- mercadorias produzidas no país etc.
ra-se, por exemplo, que o estudante conhe- O aluno deve estar atento para a ma-
ça e se posicione diante da legislação que neira que o Direito tem sido concebido nas
regulamenta a representatividade política sociedades ocidentais: como um instrumen-
do povo brasileiro, inserindo-a em perspec- to privilegiado de organização das práticas
tivas históricas. sociais, através das noções de direito e de-
Trabalhar com essa competência im- ver, de justiça distributiva (ou distribuição de
plica a apreensão da noção de processo justiça) e dos valores éticos e morais que as
social, a partir do domínio de diferentes fundamentam.
conceitos históricos e geográficos e de Esta competência poderá fornecer
relações entre acontecimentos sociais no instrumentos para a aplicação da relação
tempo. Tal apreensão requer do estudante a entre o Estado e o Direito a outras situações
problemáticas que encontramos no Brasil
e no mundo, de maneira que o aluno tenha
É bom s autonomia de leitura, de reflexão e de inter-
A capacid
aber... venção na sociedade.
ad
tos de tex e de reconhecer
tos históri em fragm Os textos dessa página foram selecionados de
de regim c e
es teocrá os discursos típic n- livros editados pelo INEP/MEC a respeito do exa-
democrá ticos, auto os
tico ritári me que foi base para a matriz de competências e
muitas qu s é essencial para os ou habilidades do Novo ENEM.
estões de
ssa comp acertar
etência.

98 COMPETÊNCIA 3 - O Estado e o Direito


O Estado e o Direito
COMPETÊNCIA
3

COMPETÊNCIA EXIGIDA PELO ENEM

Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e


econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais.

ENTENDA A COMPETÊNCIA

Será que todos os Estados que conhecemos servem para conter a violência e
regular o convívio entre os homens, ou alguns existem para a manutenção do poder
das classes dominantes? E o Direito, sempre organiza a sociedade, ou por vezes serve
como instrumento de dominação?
Nesta competência, o ENEM espera que o aluno compreenda a evolução do Es-
tado e do Direito no tempo, sendo capaz de identificar quando estão em sintonia com
a vontade da população e quando não. Em primeiro lugar, é importante compreender
como surgiram essas duas Instituições e como funcionaram na Grécia, em Roma, no
período medieval, na era moderna e na contemporânea. A formação do direito na an-
tiguidade pode dar base para sua compreensão na modernidade. A capacidade de di-
ferenciar e identificar regimes teocráticos, autoritários e democráticos é importante,
assim como a compreensão do conceito de “representatividade”.
Além disso, é preciso conhecer o desenvolvimento do pensamento liberal na
sociedade capitalista, seus teóricos, e também seus críticos no século XIX e XX. Da
mesma forma, são muito cobrados os regimes totalitários da Europa do século XX e as

Ciências Humanas e suas Tecnologias 99


ditaduras políticas na América Latina, inclusive o Estado Novo no Brasil. Os debates
em torno do papel do Estado e do Direito podem aparecer nesses contextos e o aluno
deverá reconhecê-los ou fazer associações.
Por último, procure saber qual o papel das instituições internacionais que
representam o Estado e o Direito hoje, como a ONU, a OEA, a OMC, a OIT, a ALCA, a
UNESCO, entre outras.

AS HABILIDADES

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.


• Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades.
• Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rup-
turas em processos de disputa pelo poder.
• Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretati-
vos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca das institui-
ções sociais, políticas e econômicas.
• Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais
ao longo da história.

DICAS

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. O filme alemão A onda procura mostrar como um regime autoritário pode ter início e
ganhar força.
2. O ex-presidente Lula foi preso em 1980, quando ainda era dirigente de um Sindicato.
Procure saber os motivos de sua prisão. O que aconteceu com a lei que, na época,
possibilitou sua prisão? Alguém poderia, hoje, ser preso mesmos motivos?
3. Conheça o site da Comissão Nacional da Verdade (www.cnv.gov.br) e leia sobre as
frentes de trabalho que lutam pela pesquisa, abertura das informações e punição dos
crimes ocorridos principalmente durante os anos da ditadura militar brasileira.
4. Na música Meu guri, de Chico Buarque, é contada a história de uma pessoa que possui
alguns conflitos com a lei. Analise a letra da música, buscando identificar a relação que
a mulher e o homem da música tinham com o Estado.

100 COMPETÊNCIA 3 - O Estado e o Direito


5. O Brasil, a Rússia, a Índia e a China têm se organizado mundialmente em defesa de
alguns interesses. A união destes países é conhecida como BRIC´s. Procure entender
melhor esta união, quais seus interesses e quais ações já praticaram.

PROPOSTA DE AULA

Primeiro, explique para seus alunos o funcionamento da sociedade estamental do


feudalismo, o surgimento da burguesia e seu conflito com a sociedade. Depois, divida a
sala em grupos e distribua a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão,
de 1789. Peça que discutam se o documento atendia ao interesse de todos daquela so-
ciedade.

EXERCÍCIOS

1
No período 750-338 a. C., a Grécia antiga era composta por cidades - Estado, como por
exemplo Atenas, Esparta, Tebas, que eram independentes umas das outras, mas partilhavam al-
gumas características culturais, como a língua grega. No centro da Grécia, Delfos era um lugar de
culto religioso frequentado por habitantes de todas as cidades - Estado.
No período 1200-1600 d. C., na parte da Amazônia brasileira onde hoje está o Parque Nacional do
Xingu, há vestígios de quinze cidades que eram cercadas por muros de madeira e que tinham até
dois mil e quinhentos habitantes cada uma. Essas cidades eram ligadas por estradas a centros
cerimoniais com grandes praças. Em torno delas havia roças, pomares e tanques para a criação de
tartarugas. Aparentemente, epidemias dizimaram grande parte da população que lá vivia.

Folha de S. Paulo, ago. 2008 (adaptado).

Apesar das diferenças históricas e geográficas existentes entre as duas civilizações elas são se-
melhantes pois

a) as ruínas das cidades mencionadas atestam que grandes epidemias dizimaram suas populações.
b) as cidades do Xingu desenvolveram a democracia, tal como foi concebida em Tebas.
c) as duas civilizações tinham cidades autônomas e independentes entre si.
d) os povos do Xingu falavam uma mesma língua, tal como nas cidades - Estado da Grécia.
e) as cidades do Xingu dedicavam-se à arte e à filosofia tal como na Grécia.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 101


2
As imagens reproduzem quadros de D. João VI e de seu filho D. Pedro I nos respectivos pa-
péis de monarcas. A arte do retrato foi amplamente utilizada pela nobreza ocidental, com objetivos
de representação política e de promoção social. No caso dos reis, essa era uma forma de se fazer
presente em várias partes do reino e, sobretudo, de se mostrar em majestade.

Imagem I Imagem II
Jean Batiste Debret. Retrato de Henrique José da Silva. Retrato
D. João VI, 1817, óleo s/tela, 060 do Imperador em trajes majestáti-
x 042cm. Acervo do Museo de cos. Gravura sobre metal feita por
Belas Artes/IPHAN/MINC. Urbain Massard, 064m x 0,44m.
Rio de Janeiro Acervo do Museo Imperial

Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 17 dez. 2008.

A comparação das imagens permite concluir que

a) as obras apresentam substantivas diferenças no que diz respeito à representação do poder.


b) o quadro de D. João VI é mais suntuoso, porque retrata um monarca europeu típico do século
XIX.
c) os quadros dos monarcas têm baixo impacto promocional, uma vez que não estão usando a
coroa, nem ocupam o trono.
d) a arte dos retratos, no Brasil do século XIX, era monopólio de pintores franceses, como Debret.
e) o fato de pai e filho aparecerem pintados de forma semelhante sublinha o caráter de continuida-
de dinástica, aspecto político essencial ao exercício do poder régio.

3
A depressão econômica gerada pela Crise de 1929 teve no presidente americano
Franklin Roosevelt (1933-1945) um de seus vencedores. New Deal foi o nome dado à série de

102 COMPETÊNCIA 3 - O Estado e o Direito


projetos federais implantados nos Estados Unidos para recuperar o país, a partir da intensifi-
cação da prática da intervenção e do planejamento estatal da economia. Juntamente com ou-
tros programas de ajuda social, o New Deal ajudou a minimizar os efeitos da depressão a partir
de 1933. Esses projetos federais geraram milhões de empregos para os necessitados, embora
parte da força de trabalho norte-americana continuasse desempregada em 1940. A entrada do
país na Segunda Guerra Mundial, no entanto, provocou a queda das taxas de desemprego, e
fez crescer radicalmente a produção industrial. No final da guerra, o desemprego tinha sido
drasticamente reduzido.
EDSFORD, R. America’s response to the Great Depression. Blackwell Publishers, 2000 (tradução adaptada).

A partir do texto, conclui-se que

a) o fundamento da política de recuperação do país foi a ingerência do Estado, em ampla escala,


na economia.
b) a crise de 1929 foi solucionada por Roosevelt, que criou medidas econômicas para diminuir a
produção e o consumo.
c) os programas de ajuda social implantados na administração de Roosevelt foram ineficazes no
combate à crise econômica.
d) o desenvolvimento da indústria bélica incentivou o intervencionismo de Roosevelt e gerou uma
corrida armamentista.
e) a intervenção de Roosevelt coincidiu com o início da Segunda Guerra Mundial e foi bem sucedi-
da, apoiando-se em suas necessidades.

4
Que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu cum-
primento.

Que é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento, sob pretexto de
prerrogativa, ou em época e modo diferentes dos designados por ele próprio.

Que é indispensável convocar com frequência os Parlamentos para satisfazer os agravos, assim
como para corrigir, afirmar e conservar leis.

Declaração de Direitos. Disponível em: http://disciplinas.stoa.usp.br. Acesso em: 20 dez. 2011 (adaptado).

No documento de 1689, identifica-se uma particularidade da Inglaterra diante dos demais Estados eu-
ropeus na Época Moderna. A peculiaridade inglesa e o regime político que predominavam na Europa
continental estão indicados, respectivamente, em:

a) Redução da influência do papa – Teocracia.


b) Limitação do poder do soberano – Absolutismo.
c) Ampliação da dominação da nobreza – República.
d) Expansão da força do presidente – Parlamentarismo.
e) Restrição da competência do congresso – Presidencialismo.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 103


5
Com sua entrada no universo dos
gibis, o Capitão chegaria para apaziguar a
agonia, o autoritarismo militar e combater
a tirania. Claro que, em tempos de guerra,
um gibi de um herói com uma bandeira
americana no peito aplicando um sopapo
no Fürer só poderia ganhar destaque, e o
sucesso não demoraria muito a chegar.

Costa, C. Capitão América, o primeiro vingador:


crítica. Disponível em: www.revistastart.com.br. Acesso
em: 27 jan. 2012 (adaptado).

A capa da primeira edição norte-ame-


ricana da revista do Capitão América
demonstra sua associação com a partici-
pação dos Estados Unidos na luta contra

a) a Tríplice Aliança, na Primeira Guerra


Mundial.
b) os regimes totalitários, na Segunda
Guerra Mundial.
c) o poder soviético, durante a Guerra
Fria.
d) o movimento comunista, na Guerra do
Vietnã.
e) o terrorismo internacional, após 11 de Disponível em: http://quadro-a-quadro.blog.br. Acesso
setembro de 2001. em: 27 jan. 2012.

6
O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito
é manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente
do que outros que, por muita piedade, permitem os distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo.

MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo: Martin Claret, 2009.

No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre a Monarquia e a função do gover-
nante. A manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na

a) inércia do julgamento de crimes polêmicos.


b) bondade em relação ao comportamento dos mercenários.
c) compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas.
d) neutralidade diante da condenação dos servos.
e) conveniência entre o poder tirânico e a moral do príncipe.

104 COMPETÊNCIA 3 - O Estado e o Direito


7
Há cerca de um ano, 248 famílias de baixa renda que moravam em área de deslizamento do
Morro do Preventório, em Niterói (RJ), ganharam apartamentos em um condomínio. Com uma renda
média mensal de dois salários mínimos e um apartamento com padrão de classe média, as famílias fo-
ram às compras de móveis e eletrodomésticos. Mas acabaram surpreendidas com as primeiras contas
que não pagavam na favela: a maior parte está endividada.

SPITZ, C. Entre o céu e o purgatório da inclusão social. O Globo, 10 jun. 2011 (adaptado).

Uma política pública relacionada com a contradição descrita e uma ação que reduziria seus
efeitos estão identificadas, respectivamente, em:

a) Financeira – expansão das linhas de crédito para as classes médias.


b) Habitacional – apoio a geração de emprego e renda entre os mais pobres.
c) Demográfica – restrição à migração e incentivo ao retorno das famílias de migrantes.
d) Ambiental – preservação de encostas e parques ecológicos.
e) Educacional – combate ao analfabetismo e a evasão escolar em comunidades pobres.

8
Os regimes totalitários da primeira metade do século XX apoiaram-se fortemente na mobilização
da juventude em torno da defesa de ideias grandiosas para o futuro da nação. Nesses projetos, os jovens
deveriam entender que só havia uma pessoa digna de ser amada e obedecida, que era o líder. Tais movi-
mentos sociais juvenis contribuíram para a implantação e a sustentação do nazismo, na Alemanha, e do
fascismo, na Itália, Espanha e Portugal.

A atuação desses movimentos juvenis caracterizava-se

a) pelo sectarismo e pela forma violenta e radical com que enfrentavam os opositores ao regime.
b) pelas propostas de conscientização da população acerca dos seus direitos como cidadãos.
c) pela promoção de um modo de vida saudável, que mostrava os jovens como exemplos a seguir.
d) pelo diálogo, ao organizar debates que opunham jovens idealistas e velhas lideranças conservadoras.
e) pelos métodos políticos populistas e pela organização de comícios multitudinários.

9
Ato Institucional nº 5 de 13 de dezembro de 1968

Art. 10 – Fica suspensa a garantia de habeas corpus, nos casos de crimes políticos, contra a segu-
rança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular.

Art. 11 – Excluem-se de qualquer apreciação judicial todos os atos praticados de acordo com este
Ato Institucional e seus Atos Complementares, bem como os respectivos efeitos.

Disponível em: http://www.senado.gov.br. Acesso em: 29 jul. 2010.

O Ato Institucional nº 5 é considerado por muitos autores um ‘’golpe dentro do golpe’’. Nos artigos

Ciências Humanas e suas Tecnologias 105


do Al-5 selecionados, o governo militar procurou limitar a atuação do Poder Judiciário, porque isso
significava

a) a substituição da Constituição de 1967.


b) o início do processo de distensão política.
c) a garantia legal para o autoritarismo dos juízes.
d) a ampliação dos poderes nas mãos do Executivo.
e) a revogação dos instrumentos jurídicos implantados durante o golpe de 1964.

10
“É para abrir mesmo e quem quiser que eu não abra eu prendo e arrebento.”
Frase pronunciada pelo presidente João Baptista Figueiredo. Apud RIBEIRO, D.
Aos trancos e barrancos e o Brasil deu no que deu. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.

A frase do último presidente do regime militar indicava a ambiguidade da transição política no país.
Neste contexto, houve resistências internas ao processo de distensão planejado pela alta cúpula
militar, que se manifestaram com

a) as campanhas no rádio, TV e jornais em favor da lei de anistia.


b) as posições de prefeitos e governadores em apoio à instalação de eleições diretas.
c) as articulações no Congresso pela convocação de uma nova Assembleia Nacional Constituinte.
d) os atos criminosos, como a explosão de bombas, de militares inconformados com o fim da ditadura.
e) as articulações dos parlamentares do PDS, PMDB e PT em prol da candidatura de Tancredo Neves
à presidência.

11
Texto 1

Texto 2
A Constituição Federal no título VII da Ordem Social, em seu Capítulo VII, Art. 226, § 7º, diz:
“Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o plane-
jamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e

106 COMPETÊNCIA 3 - O Estado e o Direito


científicos para o exercício deste direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições
oficiais ou privadas”.
Disponível em : <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 21 set. 2008

A comparação entre o tratamento dado ao tema do planejamento familiar pela charge de Henfil e
pelo trecho do texto da Constituição Federal mostra que

a) a charge ilustra o trecho da Constituição Federal sobre o planejamento familiar.


b) a charge e o trecho da Constituição Federal mostram a mesma temática sob ponto de vista di-
ferentes.
c) a charge complementa as informações sobre o planejamento familiar contidas no texto da Cons-
tituição Federal.
d) o texto da charge e o texto da Constituição Federal tratam de duas realidades sociais distintas,
financiadas por recursos públicos.
e) os temas de ambos são diferentes, pois o desenho da charge representa crianças conscientes e
o texto defende o controle de natalidade.

12
Após a abdicação de D. Pedro I, o Brasil atravessou um período marcado por inúmeras
crises: as diversas forças políticas lutavam pelo poder e as reivindicações populares eram por
melhores condições de vida e pelo direito de participação na vida política do país. Os conflitos
representavam também o protesto contra a centralização do governo. Nesse período, ocorreu
também a expansão da cultura cafeeira e o surgimento do poderoso grupo dos “barões do
café”, para o qual era fundamental a manutenção da escravidão e do tráfico negreiro.

O contexto do Período Regencial foi marcado

a) por revoltas populares que reclamavam a volta da monarquia.


b) por várias crises e pela submissão das forças políticas ao poder central.
c) pela luta entre os principais grupos políticos que reivindicavam melhores condições de vida.
d) pelo governo dos chamados regentes, que promoveram a ascensão social dos “barões do café”.
e) pela convulsão política e por novas realidades econômicas que exigiam o reforço de velhas
realidades sociais.

13
A solução militar da crise política gerada pela sucessão do presidente Washington Luis em
1929-1930 provoca profunda ruptura institucional no país. Deposto o presidente, o Governo Provi-
sório (1930 – 1934) precisa administrar as diferenças entre as correntes políticas integrantes da
composição vitoriosa, herdeira da Aliança Liberal.

LEMOS, R. A revolução constitucionalista de 1932. SILVA, R. M.; CACHAPUZ, P. B.;


LAMARÃO, S. (Org). Getúlio Vargas e seu tempo. Rio de Janeiro: BNDES.

No contexto histórico da crise da Primeira República, verifica-se uma divisão no movimento tenen-

Ciências Humanas e suas Tecnologias 107


tista. A atuação dos integrantes do movimento liderados por Juarez Távora, os chamados ‘’liberais’’
nos anos 1930, deve ser entendida como

a) a aliança com os cafeicultores paulistas em defesa de novas eleições.


b) o retorno aos quartéis diante da desilusão política com a ‘’Revolução de 30’’.
c) o compromisso político-institucional com o governo provisório de Vargas.
d) a adesão ao socialismo, reforçada pelo exemplo do ex-tenente Luís Carlos Prestes.
e) o apoio ao governo provisório em defesa da descentralização do poder político.

14
A dependência regional maior ou menor da mão de obra escrava teve reflexos políticos
importantes no encaminhamento da extinção da escravatura. Mas a possibilidade e a habilidade
de lograr uma solução alternativa – caso típico de São Paulo – desempenharam, ao mesmo tempo,
papel relevante.

FAUSTO, B. Historia do Brasil, São Paulo: EDUSP, 2000.

A crise do escravismo expressava a difícil questão em torno da substituição da mão de obra, que
resultou

a) na constituição de um mercado interno de mão de obra livre, constituído pelos libertos, uma vez
que a maioria dos imigrantes se rebelou contra a superexploração do trabalho.
b) no confronto entre a aristocracia tradicional, que defendia a escravidão e os privilégios políticos,
e os cafeicultores, que lutavam pela modernização econômica com a adoção do trabalho livre.
c) no ‘’branqueamento’’ da população, para afastar o predomínio das raças consideradas inferiores
e concretizar a ideia do Brasil como modelo de civilização dos trópicos.
d) no tráfico interprovincial dos escravos das áreas decadentes do Nordeste para o Vale do Paraí-
ba, para a garantia da rentabilidade do café.
e) na adoção de formas disfarçadas de trabalho compulsório com emprego dos libertos nos cafe-
zais paulistas, uma vez que os imigrantes foram trabalhar em outras regiões do país.

15
O Marquês de Pombal, ministro do rei Dom José I, considerava os jesuítas como inimigos,
também porque, no Brasil, eles catequizavam os índios em aldeamentos autônomos, empregando
a assim chamada língua geral. Em 1755, Dom José I aboliu a escravidão do índio no Brasil, o que
modificou os aldeamentos e enfraqueceu os jesuítas.

Em 1863, Abraham Lincoln, o presidente dos Estados Unidos, aboliu a escravidão em todas as regi-
ões do Sul daquele país que ainda estavam militarmente rebeladas contra a União em decorrência
da Guerra de Secessão. Com esse ato, ele enfraqueceu a causa do Sul, de base agrária, favorável à
manutenção da escravidão. A abolição final da escravatura ocorreu em 1865, nos Estados Unidos,
e em 1888 no Brasil.

Nos dois casos de abolição de escravatura, observam-se motivações semelhantes, tais como

108 COMPETÊNCIA 3 - O Estado e o Direito


a) razões estratégicas de chefes de Estado interessados em prejudicar adversários, para afirmar
sua atuação política.
b) fatores culturais comuns aos jesuítas e aos rebeldes do Sul, contrários ao estabelecimento de
um governo central.
c) cumprimento de promessas humanitárias de liberdade e igualdade feitas pelos citados chefes
de Estado.
d) eliminação do uso de línguas diferentes do idioma oficial reconhecido pelo Estado.
e) resistência à influência da religião católica, comum aos jesuítas e aos rebeldes do sul.

16
Em 2008 foram comemorados os 200 anos da mudança da família real portuguesa para o
Brasil, onde foi instalada a sede do reino. Uma sequência de eventos importantes ocorreu no pe-
ríodo 1808-1821, durante os 13 anos em que D. João VI e a família real portuguesa permaneceram
no Brasil.

Entre esses eventos, destacam-se os seguintes:

• Bahia — 1808: Parada do navio que trazia a família real portuguesa para o Brasil, sob a proteção
da marinha britânica, fugindo de um possível ataque de Napoleão.
• Rio de Janeiro — 1808: desembarque da família real portuguesa na cidade onde residiriam duran-
te sua permanência no Brasil.
• Salvador — 1810: D. João VI assina a carta régia de abertura dos portos ao comércio de todas
as nações amigas, ato antecipadamente negociado com a Inglaterra em troca da escolta dada à
esquadra portuguesa.
• Rio de Janeiro — 1816: D. João VI torna-se rei do Brasil e de Portugal, devido à morte de sua mãe,
D. Maria I.
• Pernambuco — 1817: As tropas de D. João VI sufocam a revolução republicana.

GOMES, L. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a
história de Portugal e do Brasil. São Paulo: Editora Planeta, 2007 (adaptado).

Uma das consequências desses eventos foi

a) a decadência do império britânico, em razão do contrabando de produtos ingleses através dos


portos brasileiros.
b) o fim do comércio de escravos no Brasil, porque a Inglaterra decretara, em 1806, a proibição do
tráfico de escravos em seus domínios.
c) a conquista da região do rio da Prata em represália à aliança entre a Espanha e a França de
Napoleão.
d) a abertura de estradas, que permitiu o rompimento do isolamento que vigorava entre as provín-
cias do país, o que dificultava a comunicação antes de 1808.
e) o grande desenvolvimento econômico de Portugal após a vinda de D. João VI para o Brasil, uma
vez que cessaram as despesas de manutenção do rei e de sua família.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 109


17 Religiões no Brasil 2007
1,7% 0,7%

4,3% 1,4%

7,4%

10,7%

73,8%

Católica apostólica romana Espirita, umbanda e candomblé


Assembléia de Deus e evangélicas pentecostais Testemunhas de Jeová
Sem religião Católica apostólica brasileira e outras religiões
Batista e evangélica de missão

SMITH, D. Atlas da Situação Mundial. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 2007 (adaptado).

Uma explicação de caráter histórico para o percentual da religião com maior número de adeptos
declarados no Brasil foi a existência, no passado colonial e monárquico, da

a) incapacidade do cristianismo de incorporar aspectos de outras religiões.


b) incorporação da ideia de liberdade religiosa na esfera pública.
c) permissão para o funcionamento de igrejas não cristãs.
d) relação de integração entre Estado e Igreja.
e) influência das religiões de origem africana.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

110 COMPETÊNCIA 3 - O Estado e o Direito


Ciências Humanas
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
4

DESENVOLVIMENTO
TECNOLÓGICO
E REVOLUÇÃO
COMPORTAMENTAL
Idealizadores:
111
Mateus Prado e Paulo Jubilut
O QUE O MEC PENSA DESSA COMPETÊNCIA

Será que o mundo está ficando cada que se aplicam a um determinado ramo de
vez menor? Será que o tempo está passan- atividade. Se na atualidade a automação in-
do mais rapidamente? Hoje em dia, é comum dustrial, o uso do computador, dos telefones
ouvirmos que as distâncias encurtaram, que celulares e muitas inovações nos trouxeram
um dia deveria ter mais de 24 horas. Afinal, qualidade de vida e conforto, como isso se
já existem postos de gasolina, farmácias e desenvolveu nas relações de trabalho?
supermercados que ficam abertos 24 horas, Com a organização de empresas, fá-
todos os dias da semana. Por meio dos novos bricas, bancos, escritórios, lojas, mercados
recursos trazidos pela tecnologia, como, por etc., passou a ser importante, para os donos
exemplo, a televisão, podemos assistir ao que desses negócios, controlar o tempo do tra-
se passa em qualquer lugar do mundo como balho dos empregados a fim de aumentar
se estivéssemos lá presentes. Com a Internet, a produção e os lucros. Sem contar os inú-
podemos enviar uma mensagem ou uma fo- meros postos de trabalhos perdidos para as
tografia para qualquer lugar do planeta e ela máquinas, com o processo de automação
chegará no mesmo instante. das indústrias, que vem acontecendo desde
As novas tecnologias criadas no ca- a primeira revolução industrial.
pitalismo parecem ter gerado um mundo Aliás, você já reparou como sua vida tam-
menor, onde o tempo passa cada vez mais bém está rodeada por máquinas e ferramen-
rápido. Nada diferencia tanto o atual mundo tas de todos os tipos, das mais simples às mais
urbanizado e industrializado em que vive- complicadas? Já percebeu como elas agitam,
mos, em relação a outras sociedades mais marcam e determinam o ritmo de nossas vidas
antigas, do que essa nova maneira como os mesmo fora do ambiente do trabalho?
homens vivem o tempo e o espaço na socie- O mundo em que vivemos atualmen-
dade capitalista. te criou as condições para o surgimento
Assim como hoje sofremos o impacto e multiplicação das máquinas e as tornou
das tecnologias e nos surpreendemos com elementos centrais no nosso dia-a-dia. Con-
as modificações provocadas por elas em vivemos normalmente com toda esta tecno-
nosso modo de vida, outras sociedades tam- logia, dando a impressão de que ela sempre
bém vivenciaram tal experiência. A tecnolo- existiu como algo “natural” em nossas vi-
gia pode ser compreendida como um conjun- das. Quer um exemplo? Ligar e desligar todo
to de conhecimentos e princípios científicos, dia o rádio, a TV ou uma lâmpada é um ato
quase “natural”; fazemos isso automatica-
mente, sem pensar. Chegamos a tal ponto
É bom s
Aproxima aber... que, atualmente, nos tornamos uma espécie
de prisioneiros delas. Ou seja, somos inca-
d
cobradas amente 15% das pazes de imaginar nosso cotidiano sem aju-
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cias e habilidades do Novo ENEM.

112 COMPETÊNCIA 4 - Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental


COMPETÊNCIA
Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental
4

COMPETÊNCIA EXIGIDA PELO ENEM

Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de


produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social.

ENTENDA A COMPETÊNCIA

Na competência 4, o Exame irá verificar se o aluno consegue estabelecer


relações entre o desenvolvimento tecnológico e as implicações comportamentais
proporcionadas por ele. Ou seja, quais alterações nas formas de trabalho, moradia,
organização social, divisão das riquezas, entre outras, foram possíveis a partir dessas
inovações. Não se esqueça de que, por “desenvolvimento tecnológico”, entende-se
qualquer melhoria técnica, e não somente as invenções tecnológicas mais recentes.
Prepare-se para essa competência estudando as diferentes formas de orga-
nização da produção: escravismo antigo, feudalismo, capitalismo, socialismo e suas
diferentes experiências. Conheça os conceitos de produção artesanal, manufatureira
e maquinofatureira. Alguns momentos históricos merecem destaque. Primeiro, a Re-
volução Industrial com a criação do sistema de fábrica na Europa, as alterações na
estrutura de produção e a formação do espaço urbano-industrial. Já no século XX,
pesquise o fordismo, o toyotismo e os seus impactos na vida dos trabalhadores.
No cenário brasileiro, pesquise a industrialização, a urbanização e as transfor-
mações sociais e trabalhistas. A agricultura familiar, o agronegócio, o latifúndio, a mo-
dernização das estruturas agrárias tradicionais e as lutas sociais no campo costumam

Ciências Humanas e suas Tecnologias 113


aparecer bastante na prova. No mundo, a globalização e as novas tecnologias da
telecomunicação, com suas consequências econômicas, sociais e políticas também
merecem destaque.
Compreender os processos supracitados, conseguir relacionar as vantagens e
os problemas e entender como tudo isso age deslocando a população, as riquezas e
a produção pelos países, estados e cidades, garante o domínio das habilidades pro-
postas nessa competência.

AS HABILIDADES

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do tra-


balho e/ou da vida social.
• Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de ter-
ritorialização da produção.
• Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas impli-
cações sócio-espaciais.
• Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias
formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano.
• Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas no-
vas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho.

DICAS

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Elabore uma tabela em que você possa comparar diversos aspectos de cada modo
de produção: primitivo, asiático, escravista, feudal, capitalista e comunista. Busque os
conceitos e procure comparar também as formas de trabalho artesanal, manufaturado
e industrial.
2. Procure na internet a definição do termo “agronegócio” (ou “agrobusiness”) e tente
compreender melhor o que ele representa na economia brasileira. Pense sobre a me-
canização da agricultura e os custos ambientais e sociais dela. Esse tema perpassa

114 COMPETÊNCIA 4 - Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental


outras questões importantes, como a sustentabilidade, biotecnologia, economia de
exportação e latifúndio.
3. Pesquise sobre as obras de Karl Marx e Joseph Proudhon. Veja como eles descre-
viam a sociedade e as relações entre a burguesia e os trabalhadores. Conheça as
suas propostas para mudança da forma de produção e da divisão das riquezas e do
trabalho.
4. Quem disse que as “evoluções tecnológicas” que causaram “revoluções comporta-
mentais” tiveram início na Idade Moderna? No período Neolítico (de 10.000 a 3.000 a.C.)
tivemos o surgimento da agricultura, que é uma evolução tecnológica (evolução de uma
técnica), e com ela foi possível a sedentarização dos grupos humanos, o que representa
uma mudança comportamental muito grande. Pesquise, em cada período da pré-histó-
ria, quais foram as evoluções tecnológicas e a que mudanças elas levaram.

PROPOSTA DE AULA

Selecione trechos do documentário Roger e Eu, de Michael Moore, e textos jornalís-


ticos que mostrem a importância da indústria automobilística na região do ABC, em São
Paulo, e em Betim - Minas Gerais. Divida a sala em grupos e proponha que discutam os
impactos da presença e da saída da GM da cidade de Flint, nos EUA, e o que aconteceria
com o ABC e com Betim se algo semelhante ocorresse. Peça que os grupos apresentem
suas conclusões para a sala.

EXERCÍCIOS

1
A evolução do processo de transformação de matérias-primas em produtos acabados ocor-
reu em três estágios: artesanato, manufatura e maquinofatura

Um desses estágios foi o artesanato, em que se

a) trabalhava conforme o ritmo das máquinas e de maneira padronizada.


b) trabalhava geralmente sem o uso de máquinas e de modo diferente do modelo de produção em
série.
c) empregavam fontes de energia abundantes para o funcionamento das máquinas.
d) realizava parte da produção por cada operário, com uso de máquinas e trabalho assalariado.
e) faziam interferências do processo produtivo por técnicos e gerentes com vistas a determinar o
ritmo de produção.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 115


2
O clima é um dos elementos fundamentais não só na caracterização das paisagens natu-
rais, mas também no histórico de ocupação do espaço geográfico.

Tendo em vista determinada restrição climática, a figura que representa o uso de tecnologia volta-
da para a produção é:

a) d)

Zonas irrigadas por aspersão na


Exploração vinícola no Chile Arábia Saudita
b)
e)

Pequena agricultura praticada em região andina


c) Parque eólico na Califórnia

Parque de engorda de bovinos nos EUA

3
Os cercamentos do século XVIII podem ser considerados como sínteses das transfor-
mações que levaram à consolidação do capitalismo na Inglaterra. Em primeiro lugar, porque sua
especialização exigiu uma articulação fundamental com o mercado. Como se concentravam na
atividade de produção de lã, a realização da renda dependeu dos mercados, de novas tecnologias
de beneficiamento do produto e do emprego de novos tipos de ovelhas. Em segundo lugar, concen-
trou-se na inter-relação do campo com a cidade e, num primeiro momento, também se vinculou à
liberação de mão de obra.

RODRIGUES, A. E. M. Revoluções burguesas. In: REIS FILHO, D. A. et al(Orgs.)


O Século XX, v.I. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000 (adaptado).

116 COMPETÊNCIA 4 - Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental


Outra consequência dos cercamentos que teria contribuído para a Revolução Industrial na Ingla-
terra foi o

a) aumento do consumo interno.


b) congelamento do salário mínimo.
c) fortalecimento dos sindicatos proletários.
d) enfraquecimento da burguesia industrial.
e) desmembramento das propriedades improdutivas.

4
Mas uma coisa ouso afirmar, porque há muitos testemunhos, e é que vi nesta terra de Ve-
ragua [Panamá] maiores indícios de ouro nos dois primeiros dias do que na Hispaniola em quatro
anos, e que as terras da região não podem ser mais bonitas nem mais bem lavradas. Ali, se quise-
rem podem mandar extrair à vontade.
Carta de Colombo aos reis da Espanha, julho de 1503. Apud AMADO, J.; FIGUEIREDO, L. C. Colombo e a América: quinhentos anos
depois. São Paulo: Atual, 1991 (adaptado).

O documento permite identificar um interesse econômico espanhol na colonização da América a par-


tir do século XV. A implicação desse interesse na ocupação do espaço americano está indicada na

a) expulsão dos indígenas para fortalecer o clero católico.


b) promoção das guerras justas para conquistar o território.
c) imposição da catequese para explorar o trabalho africano.
d) opção pela policultura para garantir o povoamento ibérico.
e) fundação de cidades para controlar a circulação de riquezas.

5
Na imagem do início
do século XX, identifica-se um
modelo produtivo cuja forma de
organização fabril baseava-se na

a) autonomia do produtor direto.


b) adoção da divisão sexual do
trabalho.
c) exploração do trabalho repe-
titivo.
d) utilização de empregados qua-
lificados.
e) incentivo à criatividade dos
funcionários.

Disponível em: http://primeira-serie.blogspot.com.br. Acesso em: 07 dez. 2011 (adaptado).

Ciências Humanas e suas Tecnologias 117


6
A figura representada por Charles
Chaplin critica o modelo de produção do
início do século XX, nos Estados Unidos
da América, que se espalhou por diversos
países e setores da economia e teve como
resultado

a) a subordinação do trabalhador à máquina,


levando o homem a desenvolver um traba-
lho repetitivo.
b) a ampliação da capacidade criativa e da
polivalência funcional para cada homem
em seu posto de trabalho.
c) a organização do trabalho que possibilitou
ao trabalhador o controle sobre a mecani-
zação do processo de produção.
d) o rápido declínio do absenteísmo, o grande
aumento da produção conjugado com a di-
minuição das áreas de estoque.
e) as novas técnicas de produção que pro-
vocaram ganhos de produtividade, repas-
sados aos trabalhadores como forma de Cenas do filme Tempos Modernos (Modern Times), EUA, 1936,
eliminar as greves. Direção: Charles Chaplin, Produção: Continental.

7
A chegada da televisão

A caixa de pandora tecnológica penetra nos lares e libera suas cabeças falantes, astros, novelas,
noticiários e as fabulosas, irresistíveis garotas-propaganda, versões modernizadas do tradicional
homem-sanduíche.
SEVCENKO, N. (Org.). História da Vida Privada no Brasil 3. República: da Belle Époque à Era do Rádio.
São Paulo: Cia. das Letras, 1998.

A TV, a partir da década de 1950, entrou nos lares brasileiros provocando mudanças consideráveis
nos hábitos da população. Certos episódios da história brasileira revelaram que a TV, especialmen-
te como espaço de ação da imprensa, tornou-se também veículo de utilidade pública, a favor da
democracia, na medida em que

a) amplificou os discursos nacionalistas e autoritários durante o governo Vargas.


b) revelou para o país casos de corrupção na esfera política de vários governos.
c) maquiou indicadores sociais negativos durante as décadas de 1970 e 1980.
d) apoiou, no governo Castelo Branco, as iniciativas de fechamento do parlamento.
e) corroborou a construção de obras faraônicas durante os governos militares.

118 COMPETÊNCIA 4 - Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental


8
Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores que vos mantêm na miséria?

Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas que vossos tiranos vestem?

Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo esses parasitas ingratos que exploram
vosso suor — ah, que bebem vosso sangue?

SHELLEY. Os homens da Inglaterra. Apud HUBERMAN, L. História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.

A análise do trecho permite identificar que o poeta romântico Shelley (1792-1822) registrou uma
contradição nas condições socioeconômicas da nascente classe trabalhadora inglesa durante a
Revolução Industrial. Tal contradição está identificada

a) na pobreza dos empregados, que estava dissociada da riqueza dos patrões.


b) no salário dos operários, que era proporcional aos seus esforços nas indústrias.
c) na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo proletariado.
d) no trabalho, que era considerado uma garantia de liberdade.
e) na riqueza, que não era usufruída por aqueles que a produziam.

9
Estamos testemunhando o reverso da tendência histórica da assalariação do trabalho
e socialização da produção, que foi característica predominante na era industrial. A nova or-
ganização social e econômica baseada nas tecnologias da informação visa à administração
descentralizadora, ao trabalho individualizante e aos mercados personalizados. As novas tec-
nologias da informação possibilitam, ao mesmo tempo, a descentralização das tarefas e sua
coordenação em uma rede interativa de comunicação em tempo real, seja entre continentes,
seja entre os andares de um mesmo edifício.

CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2006 (adaptado).

No contexto descrito, as sociedades vivenciam mudanças constantes nas ferramentas de co-


municação que afetam os processos produtivos nas empresas. Na esfera do trabalho, tais
mudanças têm provocado

a) o aprofundamento dos vínculos dos operários com as linhas de montagem sob influência
dos modelos orientais de gestão.
b) o aumento das formas de teletrabalho como solução de larga escala para o problema do
desemprego crônico.
c) o avanço do trabalho flexível e da terceirização como respostas as demandas por inovação
e com vistas a mobilidade dos investimentos.
d) a autonomização crescente das máquinas e computadores em substituição ao trabalho dos
especialistas técnicos e gestores.
e) o fortalecimento do diálogo entre operários, gerentes, executivos e clientes com a garantia
de harmonização das relações de trabalho.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 119


10
Cadeia agroindustrial integrada ao supermercado

Banco /
Financiamentos

Produção de insumos
Comercialização de
agricolas: sementes/ Agricultor
Insumos agrícolas
agrotóxicos

Consumidor
final Supermercado Intermedário

SILVA, E. S. O. Circuito espacial de produção e comercialização da produção familiar de tomate no município de São José de Ubá (RJ).
In: RIBEIRO, M. A.; MARAFON, G. J. (orgs.). A metrópole e o interior fluminense: simetrias e assimetrias geográficas. Rio de Janeiro:
Gramma, 2009 (adaptado).

O organograma apresenta os diversos atores que integram uma cadeia agroindustrial e a intensa
relação entre os setores primário, secundário e terciário. Nesse sentido, a disposição dos atores
na cadeia agroindustrial demonstra

a) a autonomia do setor primário.


b) a importância do setor financeiro.
c) o distanciamento entre campo e cidade.
d) a subordinação da indústria à agricultura.
e) a horizontalidade das relações produtivas.

11
A crise de 1929 e, 10 anos mais tarde, a Segunda Guerra Mundial aceleraram muito o proces-
so de substituição de importações, iniciado durante a Primeira Guerra. O Brasil teve que produzir os
bens industrializados que antes sempre importara. O processo não mais se interrompeu, expandindo-
-se na década de 50, via implantação da indústria automobilística, e aprofundando-se na década de
70, graças à produção de máquinas e equipamentos.

CARVALHO, José Murilo de. Política brasileira no século XX: o novo no velho. In: CARDIM, C. H.; HIRST, M. (orgs.). Brasil-Argentina: soberania
e cultura política. Brasília: IPRI- FUNAG, 2003, p. 200.

Considerando-se o período histórico descrito no texto e as transformações ocorridas, é correto afir-


mar que

a) a crise econômica mundial de 1929 foi prejudicial para a industrialização brasileira.


b) a indústria automobilística implantou o modelo de substituição de importações no Brasil.
c) o Brasil, a partir da década de 1930, paulatinamente, deixou de ser um país essencialmente agrícola.

120 COMPETÊNCIA 4 - Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental


d) a Segunda Guerra Mundial anulou os ganhos da atividade industrial brasileira relativa aos anos
anteriores.
e) a produção de máquinas e equipamentos, nos anos de 1970, viabilizou a implantação da indústria
automobilística brasileira.

12
Na charge faz-se referência a uma
modificação produtiva ocorrida na agricul-
tura. Uma contradição presente no espaço
rural brasileiro derivada dessa modificação
produtiva está presente em:

a) Expansão das terras agricultáveis, com


manutenção de desigualdades sociais.
b) Modernização técnica do território, com
redução do nível de emprego formal.
c) Valorização de atividades de subsistência,
com redução da produtividade da terra.
d) Desenvolvimento de núcleos policultores,
com ampliação da concentração fundiária.
e) Melhora da qualidade dos produtos, com
retração na exportação de produtos pri-
Disponível em: http://nutriteengv.blogspot.com.br. Acesso em: 28 dez. 2011.
mários.

13
A foto foi realizada por Sebastião Salgado, em
1989, no garimpo de Serra Pelada. Do ponto de
vista social, ambiental e econômico, o fenômeno
retratado

a) reuniu milhares de homens em busca de for-


tuna, o que resultou na criação, na região, de
várias cidades na região com economia diver-
sificada.
b) é indício da sobrevivência, no Brasil, das ve-
lhas práticas de mutirão, que, por serem tradi-
cionais, agridem menos a natureza.
Disponível em: www.mots.org.il. Acesso em: 02 mai. 2009. c) mostra como, no início da revolução informá-
tica, ainda se recorria ao trabalho manual em condições desumanas, sem racionalidade produtiva.
d) abriu uma nova frente de trabalho e de produção de riqueza no estado do Pará, que se mantém até
hoje, graças a um planejamento sustentável.
e) permitiu a extração de ouro, o que elevou socialmente grande contingente populacional e contri-
buiu para melhor distribuição da riqueza na região.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 121


14
A industrialização do Brasil é fenômeno recente e se processou de maneira bastante diver-
sa daquela verificada nos Estados Unidos e na Inglaterra, sendo notáveis, entre outras caracterís-
ticas, a concentração industrial em São Paulo e a forte desigualdade de renda mantida ao longo
do tempo.

Outra característica da industrialização brasileira foi

a) a fraca intervenção estatal, dando-se preferência às forças de mercado, que definem os produtos
e as técnicas por sua conta.
b) a presença de políticas públicas voltadas para a supressão das desigualdades sociais e regio-
nais, e desconcentração técnica.
c) o uso de técnicas produtivas intensivas em mão-de-obra qualificada e produção limpa em rela-
ção aos países com indústria pesada.
d) a presença constante de inovações tecnológicas resultantes dos gastos das empresas privadas
em pesquisa e em desenvolvimento de novos produtos.
e) a substituição de importações e a introdução de cadeias complexas para a produção de maté-
rias-primas e de bens intermediários.

15
Antes, eram apenas as grandes cidades que se apresentavam como o império da técnica,
objeto de modificações, suspensões, acréscimos, cada vez mais sofisticadas e carregadas de arti-
fícios. Esse mundo artificial inclui, hoje, o mundo rural.

SANTOS, M. A Natureza do Espaço. São Paulo: Hucitec, 1996.

Considerando a transformação mencionada no texto, uma consequência socioespacial que carac-


teriza o atual mundo rural brasileiro é

a) a redução do processo de concentração de terras.


b) o aumento do aproveitamento de solos férteis.
c) a ampliação do isolamento do espaço rural.
d) a estagnação da fronteira agrícola do país.
e) a diminuição do nível de emprego formal.

16 Sozinho vai descobrindo o caminho


O rádio fez assim com seu avô
Rodovia, hidrovia, ferrovia
E agora chegando a infovia
Para alegria de todo o interior

GIL, G. Banda larga cordel. Disponível em: www.uol.vagalume.com.br. Acesso em: 16 abr. 2010 (fragmento).

122 COMPETÊNCIA 4 - Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental


O trecho da canção faz referência a uma das dinâmicas centrais da globalização, diretamente as-
sociada ao processo de

a) evolução da tecnologia da informação.


b) expansão das empresas transnacionais.
c) ampliação dos protecionismos alfandegários.
d) expansão das áreas urbanas no interior.
e) evolução dos fluxos populacionais.

17
O acidente nuclear de Chernobyl revela brutalmente os limites dos poderes técnicos-cien-
tíficos da humanidade e as “marchas-à-ré” que a “natureza” nos pode reservar. É evidente que
uma gestão mais coletiva se impõe para orientar as ciências e as técnicas em direção a finalidades
mais humanas.

GUATTARI, F. As três ecologias. São Paulo: Papirus, 1995 (adaptado).

O texto trata do aparato técnico-científico e suas consequências para a humanidade, propondo que
esse desenvolvimento

a) defina seus projetos a partir dos interesses coletivos.


b) guie-se por interesses econômicos, prescritos pela lógica do mercado.
c) priorize a evolução da tecnologia, se apropriando da natureza.
d) promova a separação entre natureza e sociedade tecnológica.
e) tenha gestão própria, com o objetivo de melhor apropriação da natureza.

18
Os impactos positivos da biotecnologia na agricultura envolvem o aprimoramento das
práticas de cultivo, a redução da quantidade e melhoria na qualidade dos produtos agrícolas e o
aumento da renda dos produtores.

Disponível em: www.cib.org.br. Acesso em: 26 jul.2011 (adaptado).

Um argumento que mostra uma desvantagem da utilização da biotecnologia para a sociedade,


de modo geral, é

a) a criação de produtos com propriedades nutritivas diferenciadas.


b) o desenvolvimento de novas variedades de um determinado produto agrícola.
c) a maior resistência das plantas geneticamente modificadas ao ataque de insetos.
d) o desconhecimento acerca de seus possíveis efeitos sobre a saúde humana.
e) a criação ou adaptação de culturas em solos e climas diferentes daqueles originais.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 123


19
Um trabalhador em tempo flexível controla o local do trabalho, mas não adquire maior
controle sobre o processo em si. A essa altura, vários estudos sugerem que a supervisão do tra-
balho é muitas vezes maior para os ausentes do escritório do que para os presentes. O trabalho
é fisicamente descentralizado e o poder sobre o trabalhador, mais direto.

SENNETT, R. A corrosão do caráter: consequências pessoais do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999 (adaptado).

Comparada à organização do trabalho característica do taylorismo e do fordismo, a concepção


de tempo analisada no texto pressupõe que

a) as tecnologias de informação sejam usadas para democratizar as relações laborais.


b) as estruturas burocráticas sejam transferidas da empresa para o espaço doméstico.
c) os procedimentos de terceirização sejam aprimorados pela qualificação profissional.
d) as organizações sindicais sejam fortalecidas com a valorização da especialização funcional.
e) os mecanismos de controle sejam deslocados dos processos para os resultados do trabalho.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

124 COMPETÊNCIA 4 - Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental


Ciências Humanas
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
5

CIDADANIA E
DEMOCRACIA
Idealizadores:
125
Mateus Prado e Paulo Jubilut
O QUE O MEC PENSA DESSA COMPETÊNCIA

A área de Ciências Humanas deve seus embates, na constituição e implanta-


favorecer o desenvolvimento da formação ção efetiva de sociedades democráticas.
política do cidadão. Uma formação política Um exemplo é o estudante compreender a
entendida não no sentido partidário, mas história dos direitos trabalhistas no Brasil e
sim de favorecimento na luta pela cidada- a participação ativa das organizações de
nia, na participação efetiva no processo de trabalhadores nesse processo.
transformação da sociedade. O cidadão consciente sabe que a so-
Com relação ao conceito de cidadania, ciedade é um bem de todos. Qualquer coisa
podemos afirmar que foi se transformando que a prejudique prejudica a ele também.
ao longo da história do mundo ocidental, Ser cidadão significa respeitar leis de trân-
o que é fundamental para entendermos a sito, respeitar deficientes e idosos, ajudar
ampliação de uma visão sobre o papel da a proteger crianças e adolescentes, pro-
política na história da humanidade. Pode- testar contra a violência dos marginais e
-se, nessa perspectiva, incluir o significado da polícia e lembrar que todos têm direito
das relações entre Direito e Estado, do papel à cidadania, inclusive aqueles que não nos
das leis e das instituições modernas e suas agradam.
formas de representatividade. Nesse senti- Cidadania só pode ser entendida
do, os temas apresentados devem contribuir como algo para todos, em benefício de to-
para a compreensão do papel político do dos, e que exige a contribuição de todos.
cidadão, enquanto indivíduo e como perten- Somente com essa ideia teremos atingido
cente a uma coletividade, e, ainda, como se um conceito de cidadania de fato e uma
sedimentaram, na sociedade contemporâ- sociedade melhor.
nea, as lutas por direitos sociais. As mudanças significativas de uma
Essa competência implica o discerni- sociedade ocorrem graças à atuação de
mento do estudante acerca dos conceitos cidadãos que não sucumbem diante da
de cidadania e de democracia, reconhe- impressão de imutabilidade de determi-
cendo-os como históricos e, portanto, nada realidade. Muitos direitos já foram
mutáveis e dependentes dos contextos po- conquistados, mas ainda existem muitos a
líticos e sociais. Ao mesmo tempo, solicita alcançar. O estudante, ao estudar e fazer a
que reconheça a importância das lutas em- prova, já está dando um passo no seu cres-
preendidas por diferentes grupos sociais, e cimento. Se ele muda, a sociedade também
muda. Cidadania é individual e coletiva, é
de um e de todos, pois todos têm direitos
É bom s e também deveres. Ter consciência disso
aber... é parte da cidadania que estudamos. Lutar
Os prote por isso é um direito e um dever.
sto
no ano d s ocorridos em
e 2013 c todo o B
que pod on ras
e ser ass stituem um tema il Os textos dessa página foram selecionados
cobrada o ciado às de livros editados pelo INEP/MEC a respeito
s por ess h
a compe abilidades do exame que foi base para a matriz de com-
tência.
petências e habilidades do Novo ENEM.

126 COMPETÊNCIA 5 - Cidadania e Democracia


Cidadania e Democracia
COMPETÊNCIA
5

COMPETÊNCIA EXIGIDA PELO ENEM

Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos


da cidadania e da democracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na
sociedade.

ENTENDA A COMPETÊNCIA

Aqui, é esperado que o aluno compreenda a cidadania e a democracia em sua


evolução histórica e que valorize esses dois aspectos, articulando-os com propostas
de intervenção na sociedade.
Comece pelas ideias de democracia e cidadania na Antiguidade. Depois, como
se configuraram durante o que se convencionou chamar de Idade Moderna (1453 a
1789), com suas revoluções sociais e políticas. É necessário compreender os concei-
tos de democracia direta, indireta e representativa. A atuação dos grupos sociais e as
grandes revoluções do século XX são muito frequentes na prova, portanto, dedique-
-se ao estudo da Revolução Bolchevique, Revolução Cubana, entre outras. Aqui, o
fascismo, a ditadura, o totalitarismo e o racismo aparecem como inimigos. As lutas
pela independência das Américas poderão ser lembradas, assim como os conflitos no
Brasil imperial e construção da nação.
Costumam aparecer, com grande frequência, as lutas pela conquista de direitos
no Brasil, ou seja, o direito ao voto, as políticas de inclusão da mulher e das etnias e
as leis trabalhistas. Procure se informar sobre a garantia desses direitos através das

Ciências Humanas e suas Tecnologias 127


constituições brasileiras, principalmente a de 1988, e sobre as políticas afirmativas das
últimas décadas. A questão da liberdade de imprensa também se torna importante.
Para o ENEM, os direitos não são dados ao povo, eles são conquistados através
de lutas e reivindicações. Nesse sentido, é preciso entender o papel dos sindicatos e
conhecer as experiências do socialismo e comunismo. Atente-se aos Estatutos como
o da Criança e do Adolescente, o do Idoso (que já foi tema de uma proposta de re-
dação do ENEM), o da Igualdade Social e o da Cidade, além do Código de Defesa do
Consumidor.

AS HABILIDADES

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Identificar o papel dos meios de comunicação na construção da vida social.


• Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas
legislações ou nas políticas públicas.
• Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades.
• Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.
• Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.

DICAS

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Conheça os movimentos, no Brasil e no mundo, em defesa dos direitos das mulheres,


como a Marcha das Vadias e o One Billion Rising. Procure notícias acerca da onda de
protestos que se desencadearam a partir da manifestação ocorrida na Índia contra
atos de estupro e violência contra mulheres.
2. Conheça o Movimento dos Camponeses Cocaleros na Bolívia. Descubra quais suas
reivindicações, sua forma de atuação e como conseguiram eleger o presidente do
país. O livro O Movimento Cocaleiro na Bolívia, de Vivian Urquidi, pode ajudá-lo.
3. O Sistema Único de Saúde (SUS) foi uma conquista de vários movimentos sociais no
Brasil. Faça uma pesquisa sobre isso. Depois assista ao documentário Sicko - SOS

128 COMPETÊNCIA 5 - Cidadania e Democracia


Saúde, do diretor Michael Moore, e compare nosso sistema de saúde com o dos Es-
tados Unidos.
4. Até que ponto a imprensa colabora para a democracia e até que ponto pode repre-
sentar somente as classes dominantes? Veja o documentário Muito Além do Cidadão
Kane e pense a respeito.
5. Não é em todo lugar do mundo que existe liberdade de imprensa. Procure informa-
ções sobre a ONG Repórteres sem Fronteiras e conheça a sua atuação. Observe a
lista anual que fazem sobre o nível de liberdade de imprensa em cada país. Relacione
as características comuns entre os primeiros colocados da lista e também entre os
últimos.
6. Leia o livro Capitalismo para Principiantes, de Carlos Eduardo Novaes.

PROPOSTA DE AULA

Vários países passaram, ou passam, por períodos em que a democracia e a cidada-


nia são negadas à população. Em 1974, a canção Grândola, Vila Morena foi uma das se-
nhas utilizadas para o início da Revolução dos Cravos, que libertou Portugal da ditadura.
Promova um debate sobre a relação entre a letra da música e os períodos ditatoriais do
Brasil (de 1937 a 1945 e de 1964 a 1980). Quem quiser conhecer melhor a história, poderá
procurar o filme Capitães de Abril, de Maria de Medeiros.

EXERCÍCIOS

1
Em nosso país queremos substituir o egoísmo pela moral, a honra pela probidade, os usos
pelos princípios, as conveniências pelos deveres, a tirania da moda pelo império da razão, o des-
prezo à desgraça pelo desprezo ao vício, a insolência pelo orgulho, a vaidade pela grandeza de
alma, o amor ao dinheiro pelo amor à glória, a boa companhia pelas boas pessoas, a intriga pelo
mérito, o espirituoso pelo gênio, o brilho pela verdade, o tédio da volúpia pelo encanto da felicidade,
a mesquinharia dos grandes pela grandeza do homem.
HUNT, L. Revolução Francesa e Vida Privada, in: PERROT, M. (Org). História da Vida Privada: da Revolução Francesa à Primeira
Guerra. Vol. 4. São Paulo: Companhia das Letras, 1991 (adaptado).

Ciências Humanas e suas Tecnologias 129


O discurso de Robespierre, de 5 de fevereiro de 1794, do qual o trecho transcrito é parte, relaciona-se
a qual dos grupos político-sociais envolvidos na Revolução Francesa?

a) À alta burguesia, que desejava participar do poder legislativo francês como força política do-
minante.
b) Ao clero francês, que desejava justiça social e era ligado à alta burguesia.
c) A militares oriundos da pequena e média burguesia, que derrotaram as potências rivais e que-
riam reorganizar a França internamente.
d) À nobreza esclarecida, que, em função do seu contato com os intelectuais iluministas, desejava
extinguir o absolutismo francês.
e) Aos representantes da pequena e média burguesia e das camadas populares, que desejavam
justiça social e direitos políticos.

2
No contexto da polis grega, as leis comuns nasciam de uma convenção entre cidadãos,
definida pelo confronto de suas opiniões em um verdadeiro espaço público, a ágora, confronto
esse que concedia a essas convenções a qualidade de instituições públicas.

MAGDALENO, F. S. A territorialidade da representação política: vínculos territoriais de compromisso dos deputados fluminenses. São
Paulo: Annablume, 2010.

No texto, está relatado um exemplo de exercício da cidadania associado ao seguinte modelo de


prática democrática:

a) Direta.
b) Sindical.
c) Socialista.
d) Corporativista.
e) Representativa.

3
“Pecado nefando” era expressão correntemente utilizada pelos inquisidores para a
sodomia. Nefandus: o que não pode ser dito. A Assembleia de clérigos reunida em Salvador,
em 1707, considerou a sodomia “tão péssimo e horrendo crime”, tão contrário à lei da nature-
za, que “era indigno ser nomeado” e, por isso mesmo, nefando.
NOVAIS, F. MELLO E SOUZA, L. História da Vida Privada no Brasil. V. 1. São Paulo: Companhia das Letras, 1997 (adaptado).

O número de homossexuais assassinados no Brasil bateu o recorde histórico em 2009. De


acordo com o Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais (LGBT — Lésbicas, Gays,
Bissexuais e Travestis), nesse ano foram registrados 195 mortos por motivação homofóbica
no País.
Disponível em: www.alemdanoticia.com.br/ultimas_noticias.php?codnoticia=3871. Acesso em: 29 abr. 2010 (adaptado).

130 COMPETÊNCIA 5 - Cidadania e Democracia


A homofobia é a rejeição e menosprezo à orientação sexual do outro e, muitas vezes, ex-
pressa-se sob a forma de comportamentos violentos. Os textos indicam que as condenações
públicas, perseguições e assassinatos de homossexuais no país estão associados

a) à baixa representatividade política de grupos organizados que defendem os direitos de ci-


dadania dos homossexuais.
b) à falência da democracia no país, que torna impeditiva a divulgação de estatísticas relacio-
nadas à violência contra homossexuais.
c) à Constituição de 1988, que exclui do tecido social os homossexuais, além de impedi-los de
exercer seus direitos políticos.
d) a um passado histórico marcado pela demonização do corpo e por formas recorrentes de
tabus e intolerância.
e) a uma política eugênica desenvolvida pelo Estado, justificada a partir dos posicionamentos
de correntes filosófico-científicas.

QUINO.Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1991

Democracia: “regime político no qual a soberania é exercida pelo povo, pertence ao conjunto
dos cidadãos.”

JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

Uma suposta “vacina” contra o despotismo, em um contexto democrático, tem por objetivo

a) impedir a contratação de familiares para o serviço público.


b) reduzir a ação das instituições constitucionais.
c) combater a distribuição equilibrada de poder.
d) evitar a escolha de governantes autoritários.
e) restringir a atuação do Parlamento.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 131


5
Completamente analfabeto, ou quase, sem assistência médica, não lendo jornais, nem re-
vistas, nas quais se limita a ver as figuras, o trabalhador rural, a não ser em casos esporádicos,
tem o patrão na conta de benfeitor. No plano político, ele luta com o “coronel” e pelo “coronel”. Aí
estão os votos de cabresto, que resultam, em grande parte, da nossa organização econômica rural.

LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa-Ômega, 1978 (adaptado).

O coronelismo, fenômeno político da Primeira República (1889-1930), tinha como uma de suas prin-
cipais características o controle do voto, o que limitava, portanto, o exercício da cidadania. Nesse
período, esta prática estava vinculada a uma estrutura social

a) igualitária, com um nível satisfatório de distribuição da renda.


b) estagnada, com uma relativa harmonia entre as classes.
c) tradicional, com a manutenção da escravidão nos engenhos como forma produtiva típica.
d) ditatorial, perturbada por um constante clima de opressão mantido pelo exército e polícia.
e) agrária, marcada pela concentração da terra e do poder político local e regional.

6
Ó sublime pergaminho
Libertação geral
A princesa chorou ao receber
A rosa de ouro papal
Uma chuva de flores cobriu o salão
E o negro jornalista
De joelhos beijou a sua mão
Uma voz na varanda do paço ecoou:
‘’Meu Deus, meu Deus
Está extinta a escravidão’’
MELODIA, Z ;RUSSO, N.; MADRUGADA, C. Sublime Pergaminho. Disponivel em http://www.letras.terra.com.br. Acesso: 28 abr. 2010.

O samba-enredo de 1968 reflete e reforça uma concepção acerca do fim da escravidão ainda
viva em nossa memória, mas que não encontra respaldo nos estudos históricos mais recentes.
Nessa concepção ultrapassada, a abolição é apresentada como

a) conquista dos trabalhadores urbanos livres, que demandavam a redução da jornada de trabalho.
b) concessão do governo, que ofereceu benefícios aos negros, sem consideração pelas lutas de
escravos e abolicionistas.
c) ruptura na estrutura socioeconômica do país, sendo responsável pela otimização da inclusão
social dos libertos.
d) fruto de um pacto social, uma vez que agradaria os agentes históricos envolvidos na questão:
fazendeiros, governo e escravos.
e) forma de inclusão social, uma vez que a abolição possibilitaria a concretização de direitos civis
e sociais para os negros.

132 COMPETÊNCIA 5 - Cidadania e Democracia


7

Disponível em: www.culturabrasil.org.br. Acesso em: 28 abr. 2010.

A foto revela um momento da Guerra do Vietnã (1965 – 1975), conflito militar cuja cobertura jornalís-
tica utilizou, em grande escala, a fotografia e a televisão. Um dos papéis exercidos pelos meios de
comunicação na cobertura dessa guerra, evidenciado pela foto, foi

a) demonstrar as diferenças culturais existentes entre norte-americanos e vietnamitas.


b) defender a necessidade de intervenções armadas em países comunistas.
c) denunciar os abusos cometidos pela intervenção militar norte-americana.
d) divulgar valores que questionavam as ações do governo vietnamita.
e) revelar a superioridade militar dos Estados Unidos da América.

8 A charge remete ao contexto do movimento que


ficou conhecido como Diretas Já, ocorrido entre os anos
de 1983 e 1984. O elemento histórico evidenciado na ima-
gem é

a) a insistência dos grupos políticos de esquerda em re-


alizar atos políticos ilegais e com poucas chances de
serem vitoriosos.
b) a mobilização em torno da luta pela democracia frente
ao regime militar, cada vez mais desacreditado.
c) o diálogo dos movimentos sociais e dos partidos políti-
cos, então existentes, com os setores do governo inte-
ressados em negociar a abertura.
d) a insatisfação popular diante da atuação dos partidos
políticos de oposição ao regime militar criados no início
dos anos 80.
e) a capacidade do regime militar em impedir que as ma- Disponível em: http://pimentacomlimao.files.
nifestações políticas acontecessem. wordpress.com. Acesso em: 17 abr. 2010 (adaptado).

Ciências Humanas e suas Tecnologias 133


9

Charge capa da revista “O Malho”, de 1904. Disponível em: http://1.bp.blogspot.com.

A imagem representa as manifestações nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, na primeira década
do século XX, que integraram a Revolta da Vacina. Considerando o contexto político-social da épo-
ca, essa revolta revela

a) a insatisfação da população com os benefícios de uma modernização urbana autoritária.


b) a consciência da população pobre sobre a necessidade de vacinação para a erradicação das
epidemias.
c) a garantia do processo democrático instaurado com a República, através da defesa da liberdade
de expressão da população.
d) o planejamento do governo republicano na área de saúde, que abrangia a população em geral.
e) o apoio ao governo republicano pela atitude de vacinar toda a população em vez de privilegiar
a elite.

10
O movimento representado na imagem, do início Movimento dos Caras-Pintadas
dos anos de 1990, arrebatou milhares de jovens no Brasil.
Nesse contexto, a juventude, movida por um forte senti-
mento cívico,

a) aliou-se aos partidos de oposição e organizou a campa-


nha Diretas Já.
b) manifestou-se contra a corrupção e pressionou pela
aprovação da Lei da Ficha Limpa.
c) engajou-se nos protestos relâmpago e utilizou a internet
para agendar suas manifestações.
d) espelhou-se no movimento estudantil de 1968 e protago-
nizou ações revolucionárias armadas.
e) tornou-se porta-voz da sociedade e influenciou no pro- Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br.
cesso de impeachment do então presidente Collor. Acesso em: 17 abr. 2010 (adaptado).

134 COMPETÊNCIA 5 - Cidadania e Democracia


11 Texto 1

Assim, duplamente bloqueados, entre milhares de soldados e milhares de mulheres — entre lamenta-
ções e bramidos, entre lágrimas e balas —, os rebeldes se renderiam de um momento para outro. Era
fatal. [...] Ainda que em fragmento, traçava-se curva fechada do assédio real, efetivo. A insurreição
estava morta.

CUNHA, Euclides. Os sertões. 9 ed. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 524 e 535.

Texto 2

Literatura distingue-se de História, pois, enquanto a primeira não tem nenhum compromisso em retra-
tar ou reconstruir uma realidade para que seja válida aos olhos de seus leitores, a segunda é, via de
regra, realizada para explicitar a confirmação da existência, tanto do homem em si quanto de um fato
histórico, de uma nação, de um povo ou de um povoado. Todavia, há vários episódios históricos que
serviram de base a narrativas literárias.

Disponível em: <http://www.seer.furg.br>. Acesso em: 16 abr. 2009.

A relação estabelecida entre os dois textos permite inferir-se que o texto 1 descreve

a) a luta pela abolição da escravatura.


b) o alarde causado pela Semana de 22.
c) o empenho dos soldados na Guerra do Paraguai.
d) o cenário desbravador do movimento de entradas e bandeiras.
e) o fato histórico da Revolta de Canudos liderada por Antônio Conselheiro.

12
Tendo encarado a besta do passado olho no olho, tendo pedido e recebido perdão e
tendo feito correções, viremos agora a página – não para esquecê-lo, mas para não deixá-lo
aprisionar-nos para sempre. Avancemos em direção a um futuro glorioso de uma nova socie-
dade sul-africana, em que as pessoas valham não em razão de irrelevâncias biológicas ou
de outros estranhos atributos, mas porque são pessoas de valor infinito criadas à imagem de
Deus.
Desmond Tutu, no encerramento da Comissão da Verdade na África do Sul. Disponível em: http://ld.camara.leg.br. Acesso em: 17 dez.
2012 (adaptado).

No texto, relaciona-se a consolidação da democracia na África do Sul à superação de um legado

a) populista, que favorecia a cooptação de dissidentes políticos.


b) totalitarista, que bloqueava o diálogo com os movimentos sociais.
c) segregacionista, que impedia a universalização da cidadania.
d) estagnacionista, que disseminava a pauperização social.
e) fundamentalista, que engendrava conflitos religiosos.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 135


13
Nos anos que se seguiram à Segunda
Guerra, movimentos como o Maio de 1968 ou
a campanha contra a Guerra do Vietnã cul-
minaram no estabelecimento de diferentes
formas de participação política. Seus slogans,
tais como ‘’Quando penso em revolução quero
fazer amor’’, se tornaram símbolos da agitação
cultural nos anos 1960, cuja inovação relacio-
nava-se

a) à contestação da crise e conômica europeia,


que fora provocada pela manutenção das
guerras coloniais.
b) à organização partidária da juventude comu-
nista, visando o estabelecimento da ditadura
do proletariado.
c) à unificação das noções de libertação social
e libertação individual, fornecendo um signifi-
cado político ao uso do corpo.
d) à defesa do amor cristão e monogâmico, com
fins à reprodução, que era tomada como so-
Texto do Cartaz: “Amor e não guerra’’
lução para os conflitos sociais.
e) ao reconhecimento da cultura das gerações Foto de Jovens em protesto contra a Guerra do Vietnã.
passadas, que conviveram com a emergência Disponível em: http://goldenyears66to69.blogspot.com.
do rock e outras mudanças nos costumes. Acesso em: 10 out. 2011

14

ZIRALDO. 20 anos de prontidão, 1984.

136 COMPETÊNCIA 5 - Cidadania e Democracia


Os aparelhos televisores se multiplicam nas residências do Brasil a partir da década de 1960. A
partir da charge, os programas televisivos eram controlados para atender interesses dos

a) artistas críticos.
b) grupos terroristas.
c) governos autoritários.
d) partidos oposicionistas.
e) intelectuais esquerdistas.

15

WATTERSON, B. Calvin e Haroldo: O Progresso Científico deu “Tilt”.


São Paulo: Best News, 1991

De acordo com algumas teorias políticas, a formação do Estado é explicada pela renúncia que
os indivíduos fazem de sua liberdade natural quando, em troca da garantia de direitos individuais,
transferem a um terceiro o monopólio do exercício da força. O conjunto dessas teorias é deno-
minado de

a) liberalismo.
b) despotismo.
c) socialismo.
d) anarquismo.
e) contratualismo.

16
Ao longo das três últimas décadas, houve uma explosão de movimentos sociais pelo
mundo. Essa diversidade de movimentos — que vão desde os movimentos por direitos civis e os
movimentos feministas dos anos de 1960 e 1970, até os movimentos antinucleares e ecológicos
dos anos de 1980 e a campanha pelos direitos homossexuais da década de 1990 — é normalmen-
te denominado pelos comentadores do tema como novos movimentos sociais.

GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005 (adaptado).

Ciências Humanas e suas Tecnologias 137


Uma explicação para a expansão dos chamados novos movimentos sociais nas últimas três dé-
cadas é a

a) fragilidade das redes globais comunicacionais, como internet e telefonia.


b) garantia dos direitos sociais constitucionais, como educação e previdência.
c) crise das organizações representativas tradicionais, como partidos e sindicatos.
d) instabilidade das instituições políticas democráticas, como eleições e parlamentos.
e) consolidação das corporações transnacionais monopolistas, como petrolíferas e mineradoras.

17
Depois de dez anos de aparente imobilidade, 77 950 operários estavam em greve em São
Bernardo, Santo André, São Caetano e Diadema – o chamado ABCD, coração industrial do país.
Em todas as fábricas, os operários cruzaram os braços em silêncio. Apanhado de surpresa, o
governo militar ficou por algum tempo sem ação. Os empregadores, por sua vez, sofriam sérios
prejuízos a cada dia de greve.

ALVES, M. H. M. Estado e oposição no Brasil (1964-1984). Petrópolis: Vozes, 1984 (adaptado).

O movimento sindical, em fins dos anos 1970, começou a se rearticular e a patrocinar greves de
significativa repercussão. Essas greves aconteceram em um contexto político-institucional de

a) revogação da negociação coletiva entre patrões e empregados.


b) afirmação dos direitos individuais por parte de minorias.
c) suspensão da legislação trabalhista forjada durante a Era Vargas.
d) limitação à liberdade das organizações sindicais e populares.
e) discordância dos empresários com as políticas industriais.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

138 COMPETÊNCIA 5 - Cidadania e Democracia


Ciências Humanas
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
6

SOCIEDADE
E NATUREZA
Idealizadores:
139
Mateus Prado e Paulo Jubilut
O QUE O MEC PENSA DESSA COMPETÊNCIA

Existem elementos que, de tão comuns, senvolvimento histórico das sociedades hu-
fazem com que deixemos de lhes dar a impor- manas possibilitou um grande conhecimento
tância que de fato possuem para nossa vida. sobre a natureza, mas seu uso atual ameaça
A nossa existência só se tornou possível por nossa própria existência. Em outras palavras,
ocorrer um determinado equilíbrio entre todos podemos estar destruindo os elementos indis-
os elementos que interagem no planeta, como pensáveis à nossa permanência na nave em
as formas da superfície, as águas, a atmosfe- que transitamos.
ra, os climas, solos, vegetais e animais. Para Se quisermos sobreviver enquanto espé-
vivermos, precisamos desse contato entre cie, precisamos aproveitar os conhecimentos
terra, água e ar, nessa determinada variação acumulados sobre o planeta para abando-
de temperaturas e composição dos gases da narmos a posição de passivos passageiros e
atmosfera. É como se a Terra fosse uma gran- nos transformarmos em ativos tripulantes, ca-
de nave vagando pelo espaço e dentro dela pazes de organizar internamente nossa nave
só pudéssemos viver nessa parte, mas preci- para que ela tenha rumo e sentido.
sássemos de todas as outras para ter as con- A vida agitada que muita gente leva, indo
dições de que necessitamos. Nessa viagem, e vindo, trabalhando e visitando parentes e
milhões de outras espécies animais e vegetais amigos, dificulta perceber o quanto depen-
já foram passageiros e desapareceram. Nós, demos do ambiente para viver . O crescente
a espécie humana, para continuarmos exis- aumento do consumo é acompanhado do uso
tindo, nas mesmas condições, precisamos intenso de recursos naturais em um ritmo de-
conservar esse equilíbrio. sigual ao dos processos naturais necessários
A maioria das pessoas já enfrenta gran- para repor tais recursos ou mesmo para eli-
des dificuldades para sobreviver por causa da minar a poluição gerada pela sua exploração
crescente violência nas cidades, do desem- e uso. Por isso, os impactos ambientais estão
prego crônico, dos problemas de moradia, entre os mais graves problemas atuais.
fornecimento de água potável, tratamento do A vida humana é resultado das relações
esgoto e do lixo, das deficiências dos serviços que temos uns com os outros e da socieda-
de transportes coletivos, saúde e educação. de com o ambiente. Os seres humanos criam
Pois, além desses graves problemas, temos costumes que são passados de gerações a
outro, que é o de manter, no planta Terra, as gerações. Entre vários hábitos transmitidos
condições necessárias a nossa vida. O de- pela cultura, podem-se destacar a organi-
zação do lugar de moradia, o tipo de roupas
usadas e os alimentos consumidos no dia a
É bom s dia. Vamos estudar como a sociedade em

Essa com
aber... que vivemos busca resolver as necessidades
petência básicas para construir lugares para moradia e
conteúd c
os ligado obra do aluno a produzir alimento e energia.
fia, mas s à discip lguns
sempre li
entre o h relacion na de geogra- Os textos dessa página foram selecionados de
omem e ados à re
o meio a laç
mbiente ão livros editados pelo INEP/MEC a respeito do exa-
. me que foi base para a matriz de competências e
habilidades do Novo ENEM.

140 COMPETÊNCIA 6 - Sociedade e Natureza


Sociedade e Natureza
COMPETÊNCIA
6

COMPETÊNCIA EXIGIDA PELO ENEM

Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em


diferentes contextos históricos e geográficos.

ENTENDA A COMPETÊNCIA

O tema geral da última competência cobrada pela matriz de ciências humanas é


a relação entre o homem e a natureza ao longo da história e as alterações e impactos,
no ambiente, causadas por essa relação.
Para isso, é preciso ter um conhecimento básico da estrutura da terra, relevo,
clima, vegetação, hidrografia e recursos minerais e energéticos. Muita atenção aos
impactos ambientais das atividades econômicas no Brasil e às questões ambientais
contemporâneas: mudanças climáticas, ilhas de calor, efeito estufa, chuva ácida e
alterações na camada de ozônio.
Por outro lado, pesquise sobre o que tem sido feito em direção contrária a es-
ses impactos: a nova ordem ambiental internacional, as políticas de conservação dos
recursos naturais, a reciclagem, unidades de conservação, corredores ecológicos e,
especialmente, a origem e evolução do conceito de “sustentabilidade”. Esse conceito
é central para o ENEM e para todos nós, pois chegamos a um momento em que o
planeta apresenta sinais de esgotamento e, para a manutenção da vida na Terra, será
preciso mudar o nosso olhar acerca da relação que temos com o meio ambiente.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 141


AS HABILIDADES

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as rela-


ções da vida humana com a paisagem.
• Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando
em consideração aspectos históricos e(ou) geográficos.
• Relacionar o uso das tecnologias com os impactos sócio-ambientais em diferentes
contextos histórico-geográficos.
• Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico,
relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.
• Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferen-
tes escalas.

DICAS

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Qual é a sua pegada ecológica? No site da ONG WWF (www.wwf.org.br), descubra


qual é o rastro que deixamos no planeta e veja se o seu estilo de vida colabora para
uma sociedade mais sustentável.
2. A questão do lixo nas sociedades modernas é um problema político, econômico e so-
cial. Assista o clássico e ainda atual curta metragem Ilha das Flores (disponível no site
www.resol.com.br) para entender melhor o destino do lixo produzido nas cidades e
pensar sobre quais seriam soluções mais adequadas. Atente-se para a questão do lixo
eletrônico (e-waste).
3. Os créditos de carbono funcionam realmente como uma compensação ambiental?
Procure exemplos dessa prática e entenda como funciona esse mercado.
4. Em 2012, algumas mudanças foram aprovadas para o Código Florestal Brasileiro, o
que trouxe o estímulo ao aumento do desmatamento de ecossistemas nativos em prol
da expansão agropecuária. Procure os principais debates associados a essa ques-
tão, quais foram as alterações inseridas no Código, qual foi o aumento dos índices de
desmatamento a partir dessas alterações e pense em quais medidas poderiam ser
adotadas para reverter esse retrocesso em termos da legislação ambiental. Visite o
site www.ambientebrasil.com.br e se informe mais sobre o debate em torno da susten-
tabilidade no Brasil.

142 COMPETÊNCIA 6 - Sociedade e Natureza


PROPOSTA DE AULA

Divida a sala em três grupos. Para o primeiro grupo, entregue um conjunto de


informações sobre o Mar de Aral. Para o segundo, entregue fotos da famosa expo-
sição sobre o lixo, de Bruno Mouron e Pascal Rostain. O último grupo ficará com um
conjunto de materiais sobre o garimpo de Serra Pelada na década de 1980. Proponha
que cada grupo discuta as consequências da intervenção do homem na natureza e
que depois exponham suas conclusões à sala.

EXERCÍCIOS

Disponível em: http://conexaoambiental.zip.net/ Disponível em: http://clickdigitalsj.com.br. Acesso em: 9 jul. 2009.
images/charge.jpg. Acesso em: 9 jul. 2009

Reunindo-se as informações contidas nas duas charges, infere-se que

a) os regimes climáticos da Terra são desprovidos de padrões que os caracterizem.


b) as intervenções humanas nas regiões polares são mais intensas que em outras partes do globo.
c) o processo de aquecimento global será detido com a eliminação das queimadas.
d) a destruição das florestas tropicais é uma das causas do aumento da temperatura em locais dis-
tantes como os polos.
e) os parâmetros climáticos modificados pelo homem afetam todo o planeta, mas os processos natu-
rais têm alcance regional.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 143


2
No presente, observa-se crescente atenção aos efeitos da atividade humana, em diferen-
tes áreas, sobre o meio ambiente, sendo constante, nos fóruns internacionais e nas instâncias na-
cionais, a referência à sustentabilidade como princípio orientador de ações e propostas que deles
emanam. A sustentabilidade explica-se pela

a) incapacidade de se manter uma atividade econômica ao longo do tempo sem causar danos ao
meio ambiente.
b) incompatibilidade entre crescimento econômico acelerado e preservação de recursos naturais
e de fontes não renováveis de energia.
c) interação de todas as dimensões do bem-estar humano com o crescimento econômico, sem a pre-
ocupação com a conservação dos recursos naturais que estivera presente desde a Antiguidade.
d) proteção da biodiversidade em face das ameaças de destruição que sofrem as florestas tropi-
cais devido ao avanço de atividades como a mineração, a monocultura, o tráfico de madeira e
de espécies selvagens.
e) necessidade de se satisfazer as demandas atuais colocadas pelo desenvolvimento sem compro-
meter a capacidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades nos campos
econômico, social e ambiental.

3
As modificações naturais e artificiais na cobertura vegetal das bacias hidrográficas in-
fluenciam o seu comportamento hidrológico. A alteração da superfície da bacia tem impactos sig-
nificativos sobre o escoamento. Esse impacto normalmente é caracterizado quanto ao efeito que
provoca no comportamento das enchentes, nas vazões mínimas e na vazão média.
TUCCI, C.E.M.; CLARKE, R.T. Impacto das mudanças da cobertura vegetal no escoamento: erosão. Revista Brasileira de Recursos
Hídricos. V. 2, n°. 1 jan./jun. 1997 (fragmento).

Ao analisar três rios com coberturas vegetais distintas - agrícola, floresta regenerada e floresta
natural - de uma mesma bacia hidrográfica, após uma mesma precipitação, conclui-se que a vege-
tação é fundamental no comportamento da vazão dos rios, uma vez que a

a) cobertura mais densa no ambiente agrícola proporciona o menor pico de vazão.


b) cobertura mais espaçada na floresta natural ocasiona o maior pico de vazão.
c) floresta regenerada, por possuir mais densidade de biomassa, possui o menor pico de vazão.
d) vegetação agrícola proporciona o mais demorado e o segundo maior pico de vazão.
e) vegetação de floresta natural possui o menor pico de vazão.

4
O trânsito nas grandes cidades se transformou em problema que exige criatividade
e pesados investimentos. A multiplicação dos acidentes, congestionamentos quilométricos
e a poluição urbana, por exemplo, preocupam a sociedade. A indústria, por sua vez, teve de
investir tanto em segurança ativa, facilitando o controle do veículo pelo motorista, quanto
passiva, a fim de diminuir as consequências dos sinistros. A preocupação ambiental englo-
ba também o trânsito, mas uma solução efetiva nessa área não pode se restringir à escolha

144 COMPETÊNCIA 6 - Sociedade e Natureza


de combustíveis pouco poluentes. A escritora Raquel de Queiroz, fazendo uma reflexão bem-
-humorada, em artigo da revista ‘O Cruzeiro’, desafiava o leitor a imaginar como seriam as
cidades da década de 1970 com carruagens puxadas por cavalos: “a poluição causada pelos
excrementos dos animais literalmente sufocaria a todos”.
Disponível em: http://www.primeiramao.com.br. Acesso em: 20 set. 2008 (adaptado).

Com base no texto acima e na situação atual do trânsito, infere-se que

a) os acidentes eram mais frequentes na época das carruagens, devido à falta de segurança nos
transportes.
b) as carruagens à tração animal em circulação têm alto impacto ambiental.
c) o número de veículos em circulação nas grandes cidades é parte importante do problema.
d) a segurança no trânsito se alcança com base numa escolha responsável da matriz energética.
e) a solução para os problemas ambientais da atualidade é o retorno a meios de transporte antigos.

5
O efeito estufa não é fenômeno recente e, muito menos, naturalmente maléfico. Alguns dos
gases que o provocam funcionam como uma capa protetora que impede a dispersão total do calor
e garante o equilíbrio da temperatura na Terra. Cientistas americanos da Universidade da Virgínia
alegam ter descoberto um dos primeiros registros da ação humana sobre o efeito estufa. Há oito mil
anos, houve uma súbita elevação da quantidade de CO2 na atmosfera terrestre. Nesse mesmo perí-
odo, agricultores da Europa e da China já dominavam o fogo e haviam domesticado cães e ovelhas.
A atividade humana da época com maior impacto sobre a organização social e sobre o ambiente foi
o começo do plantio de trigo, cevada, ervilha e outros vegetais. Esse plantio passou a exigir áreas
de terreno livre de sua vegetação original, providenciadas pelos inúmeros grupos humanos nessas
regiões com métodos elementares de preparo do solo, ainda hoje, usados e condenados, em razão
dos problemas ambientais decorrentes.
Aquecimento global e a nova geografia de produção no Brasil.
Disponível em: <http://www.embrapa.br/publicacoes/tecnico/aquecimentoglobal.pdf>.
Acesso em: 23 jun. 2009. (com adaptações).

Segundo a hipótese levantada pela pesquisa sobre as primeiras atividades humanas organizadas,
o impacto ambiental mencionado foi decorrente

a) da manipulação de alimentos cujo cozimento e consumo liberavam grandes quantidades de ca-


lor e gás carbônico.
b) da queima ou da deterioração das árvores derrubadas para o plantio, que contribuíram para a
liberação de gás carbônico e poluentes em proporções significativas.
c) do início da domesticação de animais no período mencionado, a qual contribuiu para uma forte
elevação das emissões de gás metano.
d) da derrubada de árvores para a fabricação de casas e móveis, que representou o principal fator
de liberação de gás carbônico na atmosfera naquele período.
e) do incremento na fabricação de cerâmicas que, naquele período, contribuiu para a liberação de
material particulado na atmosfera.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 145


6
Os lixões são o pior tipo de disposição final para os resíduos sólidos de uma cidade,
representando um grave problema ambiental e de saúde pública. Nesses locais, o lixo é joga-
do diretamente no solo e a céu aberto, sem nenhuma norma de controle, o que causa, entre
outros problemas, a contaminação do solo e das águas pelo chorume (líquido escuro com alta
carga poluidora, proveniente da decomposição da matéria orgânica presente no lixo).
RICARDO, B.; CANPANILLI, M. Almanaque Brasil Socioambiental 2008.
São Paulo, Instituto Socioambiental, 2007.

Considere um município que deposita os resíduos sólidos produzidos por sua população em
um lixão. Esse procedimento é considerado um problema de saúde pública porque os lixões

a) causam problemas respiratórios, devido ao mau cheiro que provém da decomposição.


b) são locais propícios à proliferação de vetores de doenças, além de contaminarem o solo e
as águas.
c) provocam o fenômeno da chuva ácida, devido aos gases oriundos da decomposição da
matéria orgânica.
d) são instalados próximos ao centro das cidades, afetando toda a população que circula dia-
riamente na área.
e) são responsáveis pelo desaparecimento das nascentes na região onde são instalados, o
que leva à escassez de água.

7
A usina hidrelétrica de Belo Monte será construída no rio Xingu, no município de Vitória
de Xingu, no Pará. A usina será a terceira maior do mundo e a maior totalmente brasileira, com
capacidade de 11,2 mil megawatts. Os índios do Xingu tomam a paisagem com seus cocares, arcos
e flechas. Em Altamira, no Pará, agricultores fecharam estradas de uma região que será inundada
pelas águas da usina.
BACOCCINA, D.; QUEIROZ. G.; BORGES, R. Fim do leilão, começo da confusão.
Istoé Dinheiro. Ano 13, no 655,28 abr. 2010 (adaptado).

Os impasses, resistências e desafios associados à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte


estão relacionados

a) ao potencial hidrelétrico dos rios no norte e nordeste quando comparados às bacias hidrográfi-
cas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país.
b) à necessidade de equilibrar e compatibilizar o investimento no crescimento do país com os es-
forços para a conservação ambiental.
c) à grande quantidade de recursos disponíveis para as obras e à escassez dos recursos direciona-
dos para o pagamento pela desapropriação das terras.
d) ao direito histórico dos indígenas à posse dessas terras e à ausência de reconhecimento desse
direito por parte das empreiteiras.
e) ao aproveitamento da mão de obra especializada disponível na região Norte e o interesse das
construtoras na vinda de profissionais do Sudeste do país.

146 COMPETÊNCIA 6 - Sociedade e Natureza


8

TEIXEIRA, W. et. al. (Orgs.) Decifrando a Terra. São Paulo.


Companhias Editora Nacional, 2009 (adaptado).

O esquema mostra depósitos em que aparecem fósseis de animais do Período Jurássico. As rochas
em que se encontram esses fósseis são

a) magmáticas, pois a ação de vulcões causou as maiores extinções desses animais já conhecidas
ao longo da história terrestre.
b) sedimentares, pois os restos podem ter sido soterrados e litificados com o restante dos sedimen-
tos.
c) magmáticas, pois são as rochas mais facilmente erodidas, possibilitando a formação de tocas que
foram posteriormente lacradas.
d) sedimentares, já que cada uma das camadas encontradas na figura simboliza um evento de erosão
dessa área representada.
e) metamórficas, pois os animais representados precisavam estar perto de locais quentes.

9
A Floresta Amazônica, com toda a sua imensidão, não vai estar aí para sempre. Foi preciso
alcançar toda essa taxa de desmatamento de quase 20 mil quilômetros quadrados ao ano, na última
década do século XX, para que uma pequena parcela de brasileiros se desse conta de que o maior
patrimônio natural do país esta sendo torrado.

AB’ SABER, A. Amazônia: do discurso a práxis. São Paulo: EdUSP, 1996.

Um processo econômico que tem contribuído na atualidade para acelerar o problema ambiental
descrito é:

a) Expansão do Projeto Grande Carajás, com incentivos à chegada de novas empresas minerado-
ras.

Ciências Humanas e suas Tecnologias 147


b) Difusão do cultivo da soja com a implantação de monoculturas mecanizadas.
c) Construção da rodovia Transamazônica, com o objetivo de interligar a região Norte ao restante
do país.
d) Criação de áreas extrativistas do látex das seringueiras para os chamados povos da floresta.
e) Ampliação do polo industrial da Zona Franca de Manaus, visando atrair empresas nacionais e
estrangeiras.

10
O mapa mostra a distribuição de bovinos no bioma amazônico, cuja ocupação foi respon-
sável pelo desmatamento de significativas extensões de terra na região. Verifica-se que existem
municípios com grande contingente de bovinos, nas áreas mais escuras do mapa, entre 750.001
e 1.500.000 cabeças de bovinos.

Produção de Bovinos - Efetivos de Cabeças em 2004


no Bioma Amazônico segundo municípios

RR
AP
PA

AM
MA

AC
TO
RO

200.000 - 245.000
245.001 - 325.000 MT
325.001 - 450.000
450.001 - 750.000
750.001 - 1.550.000

Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 05 jul. 2008.

A análise do mapa permite concluir que

a) os estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia detêm a maior parte de bovinos em relação ao
bioma amazônico.
b) os municípios de maior extensão são responsáveis pela maior produção de bovinos, segundo
mostra a legenda.
c) a criação de bovinos é a atividade econômica principal nos municípios mostrados no mapa.
d) o efetivo de cabeças de bovinos se distribui amplamente pelo bioma amazônico.
e) as terras florestadas são as áreas mais favoráveis ao desenvolvimento da criação de bovinos.

148 COMPETÊNCIA 6 - Sociedade e Natureza


11
A exploração de recursos naturais e a ocupação do território brasileiro têm uma longa
história de degradação de áreas naturais. É resultado, entre outros fatores, da ausência de uma
cultura de ocupação que respeitasse as características de seus biomas.
Disponível em: http://www.comciencia.br. Acesso em: 19 abr. 2010 (fragmento).

Ao longo da história, a apropriação da natureza e de seus recursos pelas sociedades humanas al-
terou os biomas do planeta. Em relação aos biomas brasileiros, em qual deles esse tipo de processo
se fez sentir de forma mais profunda e irreversível?

a) Na Floresta Amazônica, especialmente a partir da década de 1980, devastada pela construção


de rodovias e expansão urbana.
b) No Cerrado, que abriga muitas espécies de árvores sob risco de extinção, atingido pela minera-
ção e agricultura.
c) No Pantanal, que abrange parte dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, degradado
pela mineração e pecuária.
d) Na Mata Atlântica, que hoje abriga 7% da área original, devastada pela exploração da ma-
deira e pelo crescimento urbano.
e) Na Mata dos Cocais, localizada no Nordeste do país, desmatada pelo assoreamento e pelo cul-
tivo da cana-de-açúcar.

12
A irrigação da agricultura é responsável pelo consumo de mais de 2/3 de toda a água retirada
dos rios, lagos e lençóis freáticos do mundo. Mesmo no Brasil, onde achamos que temos muita água,
os agricultores que tentam produzir alimentos também enfrentam secas periódicas e uma competi-
ção crescente por água.
MARAFON, G. J. et al. O desencanto da terra: produção de alimentos, ambiente e sociedade. Rio de Janeiro: Garamond, 2011.

No Brasil, as técnicas de irrigação utilizadas na agricultura produziram impactos socioambientais


como

a) redução do custo de produção.


b) agravamento da poluição hídrica.
c) compactação do material do solo.
d) aceleração da fertilização natural.
e) redirecionamento dos cursos fluviais.

13
Desde a sua formação, há quase 4,5 bilhões de anos, a Terra sofreu várias modificações em
seu clima, com períodos alternados de aquecimento e resfriamento e elevação ou decréscimo de
pluviosidade, sendo algumas em escala global e outras em nível menor.
ROSS, J. S. (Org.) Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2003 (adaptado).

Ciências Humanas e suas Tecnologias 149


Um dos fenômenos climáticos conhecidos no planeta atualmente é o El Niño que consiste

a) na mudança da dinâmica da altitude e da temperatura.


b) nas temperaturas suavizadas pela proximidade com o mar.
c) na modificação da ação da temperatura em relação à latitude.
d) no aquecimento das águas do Oceano Pacífico, que altera o clima.
e) na interferência de fatores como pressão e ação dos ventos do Oceano Atlântico.

14
Em 1872, Robert Angus Smith criou o termo “chuva ácida”, descrevendo precipitações áci-
das em Manchester após a Revolução Industrial. Trata-se do acúmulo demasiado de dióxido de
carbono e enxofre na atmosfera que, ao reagirem com compostos dessa camada, formam gotículas
de chuva ácida e partículas de aerossóis. A chuva ácida não necessariamente ocorre no local
poluidor, pois tais poluentes, ao serem lançados na atmosfera, são levados pelos ventos, podendo
provocar a reação em regiões distantes. A água de forma pura apresenta pH 7, e, ao contatar agen-
tes poluidores, reage modificando seu pH para 5,6 e até menos que isso, o que provoca reações,
deixando consequências.

Disponível em: http://www.brasilescola.com. Acesso em: 18 maio 2010 (adaptado).

O texto aponta para um fenômeno atmosférico causador de graves problemas ao meio ambiente: a
chuva ácida (pluviosidade com pH baixo). Esse fenômeno tem como consequência

a) a corrosão de metais, pinturas, monumentos históricos, destruição da cobertura vegetal e aci-


dificação dos lagos.
b) a diminuição do aquecimento global, já que esse tipo de chuva retira poluentes da atmosfera.
c) a destruição da fauna e da flora, e redução dos recursos hídricos, com o assoreamento dos rios.
d) as enchentes, que atrapalham a vida do cidadão urbano, corroendo, em curto prazo, automóveis
e fios de cobre da rede elétrica.
e) a degradação da terra nas regiões semiáridas, localizadas, em sua maioria, no Nordeste do nos-
so país.

15
Inundações naturais dos rios são eventos que trazem benefícios diversos para o meio am-
biente e, em muitos casos, para as atividades humanas. Entretanto, frequentemente as inundações
são vistas como desastres naturais, e os gestores e formuladores de políticas públicas se veem
impelidos a adotar medidas capazes de diminuir os prejuízos causados por elas.

Qual das medidas abaixo contribui para reduzir os efeitos negativos das inundações?

a) A eliminação de represas e barragens do leito do rio.


b) A remoção da vegetação que acompanha as margens do rio.
c) A impermeabilização de áreas alagadiças adjacentes aos rios.

150 COMPETÊNCIA 6 - Sociedade e Natureza


d) A eliminação de árvores de montanhas próximas do leito do rio.
e) O manejo do uso do solo e a remoção de pessoas que vivem em áreas de risco.

16
Distribuição da derrubada no bioma Caatinga

Vegetação
Desmatamento
MA
9 CE
2 1 RN Municípios que
5 PB mais desmatam
10
PI 8 PE 1 Acopiara (CE)
2 Tauá
AL 3 Bom Jessus da Lapa (BA)
6 SE 4 Campo Formoso (BA)
4
5 Boa Viagem (CE)
BA
6 Tucano (BA)
7
3 7 Mucugê (BA)
8 Serra Talhada (PE)
9 Crateús (CE)
MG 10 São José do Belmonte (PE)
Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 16 jun. 2011 (adaptado).

O mapa representa um problema ambiental que tem se agravado no bioma brasileiro da Caa-
tinga. As causas desse problema estão associadas ao

a) uso da lenha para obtenção de energia pela indústria local.


b) extrativismo vegetal da madeira pelas indústrias moveleiras.
c) uso da terra pelas fazendas monocultoras mecanizadas.
d) extrativismo mineral praticado pelas empresas mineradoras.
e) uso do solo para pastagem pela agropecuária extensiva.

17
Nos Estados Unidos da América, a
Denver Water (Água de Denver) propôs uma
campanha publicitária permanente muito cria-
tiva, como mostra a foto abaixo. Em um banco
de praça, lê-se: use only what you need, ou
seja, use apenas aquilo de que você precisa.

A questão que se relaciona diretamente com


Disponível em: http://www.denverwater.org/. Acesso em: 1.°/mar./2009.
essa campanha publicitária é a

Ciências Humanas e suas Tecnologias 151


a) da qualidade da água em Denver.
b) de doenças e epidemias ocasionadas pela falta de água.
c) da economia decorrente do desperdício, que torna a água um produto extremamente caro.
d) do desperdício de recursos hídricos devido ao mau aproveitamento, ao uso irresponsável da água
doce.
e) da atividade industrial, que se ressente dos poucos recursos hidráulicos disponíveis nos países
desenvolvidos.

18
Na imagem, visualiza-se um mé-
todo de cultivo e as transformações pro-
vocadas no espaço geográfico. O objetivo
imediato da técnica agrícola utilizada é

a) controlar a erosão laminar.


b) preservar as nascentes fluviais.
c) diminuir a contaminação química.
d) incentivar a produção transgênica.
e) implantar a mecanização intensiva.
Disponível em: http://BP.blogsot.com. Acesso em: 24 ago. 2011.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

152 COMPETÊNCIA 6 - Sociedade e Natureza


Matemática e
suas Tecnologias

153
Matemática
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
1

A MATEMÁTICA NA
VIDA DOS POVOS
Idealizadores:
155
Mateus Prado e Paulo Jubilut
O uso cotidiano dos números deve ser Nenhuma verificação empírica, nenhuma
avaliado na forma como são expressos nas medição de grandezas, por mais precisa
situações sócioculturais. O objetivo dessa que seja, provará que uma medida tem
competência é verificar se o aluno sabe valor irracional. O que se busca verificar
identificar, interpretar e representar os nú- é se o aluno sabe interpretar informações
meros naturais, inteiros, racionais e reais. e operar com números naturais, inteiros,
Para isso, é importante a ampliação do co- racionais e reais, para tomar decisões e
nhecimento que as pessoas adquirem ao enfrentar situações-problema. Exercícios
resolver os problemas que se apresentam de estimativa ou de enquadramento de
em diferentes situações de suas vidas. resultados são uma forma de desenvolver
Situações que envolvem a aplicação e avaliar a habilidade de utilizar os núme-
dos conceitos e de suas relações, bem ros naturais, inteiros, racionais e reais,
como a identificação de regularidades e na construção de argumentos sobre afir-
constantes, possibilitam maior compreen- mações quantitativas de qualquer nature-
são dos números naturais, inteiros, racio- za. Discussões em que as comparações
nais e reais. Da análise de experiências numéricas são destacadas possibilitam
práticas, emergem noções intuitivas dos a compreensão de expressões como “os
números e de suas operações. Tais conhe- números falam por si”.
cimentos podem ser utilizados na explica- Diversos problemas que a humani-
ção de fenômenos de diversas naturezas. dade enfrenta hoje são quantificados e
A familiaridade do estudante com dife- apresentados numericamente. A análise
rentes representações dos números pode de problemas dessa natureza a partir da
levá-lo a perceber qual é mais adequada avaliação dos números envolvidos é uma
para expressar um resultado, evitando que forma de se indicar ao estudante qual pode
se desenvolva um tratamento exclusiva- ser sua ação no sentido de contribuir para
mente formal. No entanto, a verificação da a alteração da situação estudada.
irracionalidade de um dado número só é Assim, propõe-se a verificação do
possível no âmbito da própria Matemática. desenvolvimento da habilidade: recorrer à
compreensão numérica para avaliar pro-
postas de intervenção frente a problemas
É bom s da realidade.
Várias q
aber...
uestões Os textos dessa página foram selecionados
cobram de
a compa ssa competência de livros editados pelo INEP/MEC a respeito
calendá ração en
rios. Pro tre difere do exame que foi base para a matriz de com-
assim te cure con ntes
r mais fa hecê-los petências e habilidades do Novo ENEM.
miliarida pa
questõe
s. de com e ra
ssas

156 COMPETÊNCIA 1 - A Matemática na Vida dos Povos


A Matemática na Vida dos Povos
COMPETÊNCIA
1

Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.

A primeira competência da área de Matemática e suas Tecnologias avalia a


capacidade do aluno em compreender a linguagem matemática. Ou seja, é preciso
conhecer os números, demonstrando seus significados e funções.
É necessário compreender como a matemática serviu como ferramenta para o
desenvolvimento humano ao longo da história. A história dos números, junto da per-
cepção de cada povo ou grupo acerca de situações que envolvem o que chamamos
hoje de “matemática” (a chamada “etnomatemática”), constituem a ideia central des-
sa competência.
O ENEM irá avaliar se o estudante é capaz de fazer a integração da linguagem
matemática e a vida cotidiana, contextualizando teoria e realidade. Nesse sentido,
ele deverá dominar os princípios e operações básicas da matemática para que possa
construir estratégias e resolver problemas presentes no dia a dia das pessoas, ob-
tendo resultados satisfatórios. Além das 4 operações básicas, que aparecem em uma
parte importante das questões dessa competência, vale a pena se dedicar ao estudo
das frações, de operações envolvendo números negativos e dos conjuntos numéricos
(Naturais, Inteiros, Racionais, Irracionais, Reais).

Matemática e suas Tecnologias 157


Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos


números e operações - naturais, inteiros, racionais ou reais.
• Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
• Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
• Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos so-
bre afirmações quantitativas.
• Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Procure na internet as tabelas do último campeonato brasileiro. Verifique quantos pon-


tos seu time conquistou e quantos deixou de ganhar. Veja quantos gols foram feitos,
quantos sofreu e qual foi o saldo de gols.
2. Você decidiu fazer um bolo em que a receita pedia 3/4 de uma xícara de leite. Como
chegaram alguns amigos, você terá de dobrar a receita. Qual a nova quantidade de
leite a ser utilizada?
3. Onde estou? Calcule a latitude e a longitude aproximada da sua casa. Não vale utilizar
a ajuda do Google Maps.

Separe garrafas PET de tamanhos diferentes: uma de 2l, uma de 1,5l e uma de 600
ml. Na primeira, marque com uma caneta o nível de 1200 ml; na segunda, faça uma
marcação de 800 ml e, na terceira, marque 500 ml. Encha a garrafa maior (aquela com
a marcação de 1200ml) de água e deixe as outras duas vazias. A situação problema
será: utilizando apenas as três garrafas, separar 100 ml de água em uma delas.

158 COMPETÊNCIA 1 - A Matemática na Vida dos Povos


1
O xadrez é jogado por duas pessoas. Um jogador joga com as peças brancas, o outro,
com as pretas. Neste jogo, vamos utilizar somente a Torre, uma das peças do xadrez. Ela pode
mover-se para qualquer casa ao longo da coluna ou linha que ocupa, para frente ou para trás,
conforme indicado na figura a seguir.

O jogo consiste em chegar a um determinado ponto sem passar por cima dos pontos pretos já
indicados.

8
7
6
5
4
3
2
1
A B C D E F G H

Respeitando-se o movimento da peça Torre e as suas regras de movimentação no jogo, qual é


o menor número de movimentos possíveis e necessários para que a Torre chegue à casa C1?

a) 2
b) 3
c) 4
d) 5
e) 7

Matemática e suas Tecnologias 159


2
Em uma aula de matemática, a professora propôs que os alunos construíssem um cubo a
partir da planificação em uma folha de papel, representada na figura a seguir.

E
NE
MB
R
Após a construção do cubo, apoiou-se sobre a mesa a face com a letra M.

As faces paralelas deste cubo são representadas pelos pares de letras

a) E-N, E-M e B-R. d) B-E, E-R e M-N.


b) B-N, E-E e M-R. e) E-N, B-M e E-R.
c) E-M, B-N e E-R.

3
No calendário utilizado atualmente, os anos são numerados em uma escala sem o zero,
isto é, não existe o ano zero. A era cristã se inicia no ano 1 depois de Cristo (d.C.) e designa-se
o ano anterior a esse como ano 1 antes de Cristo (a.C.). Por essa razão, o primeiro século ou
intervalo de 100 anos da era cristã terminou no dia 31 de dezembro do ano 100 d.C., quando
haviam decorrido os primeiros 100 anos após o início da era. O século II começou no dia 1 de
janeiro do ano 101 d.C., e assim sucessivamente.

Como não existe o ano zero, o intervalo entre os anos 50 a.C. e 50 d.C., por exemplo, é de 100 anos.
Outra forma de representar anos é utilizando-se números inteiros, como fazem os astrônomos. Para
eles, o ano 1 a.C. corresponde ao ano 0, o ano 2 a.C. ao ano -1, e assim sucessivamente. Os anos
depois de Cristo são representados pelos números inteiros positivos, fazendo corresponder o nú-
mero 1 ao ano 1 d.C.

Considerando o intervalo de 3 a.C. a 2 d.C., o quadro que relaciona as duas contagens descritas no
texto é
Calendário
a) 3 a.C. 2 a.C. 1 a.C. 1 d.C. 2 d.C.
atual
Cômputo dos
-1 0 1 2 3
astrônomos

160 COMPETÊNCIA 1 - A Matemática na Vida dos Povos


b) Calendário
3 a .C. 2 a.C. 1 a.C. 1 d.C. 2 d.C.
atual
Cômputo dos
-2 -1 0 1 2
astrônomos

c)
Calendário
3 a.C. 2 a.C. 1 a.C. 1 d.C. 2 d.C.
atual
Cômputo dos
-2 -1 1 2 3
astrônomos

d)
Calendário
3 a.C. 2 a.C. 1 a.C. 1 d.C. 2 d.C.
atual
Cômputo dos
-3 -2 -1 1 2
astrônomos

e) Calendário
3 a.C. 2 a.C. 1 a.C. 1 d.C. 2 d.C.
atual
Cômputo dos
-3 -2 -1 0 1
astrônomos

4
Um dos diversos instrumentos que o homem concebeu para medir o tempo foi a ampulheta,
também conhecida como relógio de areia. Suponha que uma cozinheira tenha de marcar 11 minu-
tos, que é o tempo exato para assar os biscoitos que ela colocou no forno. Dispondo de duas am-
pulhetas, uma de 8 minutos e outra de 5, ela elaborou 6 etapas, mas fez o esquema, representado a
seguir, somente até a 4ª etapa, pois é só depois dessa etapa que ela começa a contar os 11 minutos.

1ª etapa 2ª etapa 3ª etapa


8 min 5 min

3 min 3 min 5 min

5 min 5 min 5 min

4ª etapa 5ª etapa 6ª etapa

8 min
2 min
3 min ? ?
Matemática e suas Tecnologias 161
A opção que completa o esquema é

a) 5ª etapa 6ª etapa

5 min 8 min
8 min
5 min

5ª etapa 6ª etapa
b)

8 min 5 min 8 min


5 min

c) 5ª etapa 6ª etapa

3 min 8 min
8 min
2 min 5 min

d) 5ª etapa 6ª etapa

5 min 2 min
8 min 8 min
6 min

e) 5ª etapa 6ª etapa

8 min 2 min
8 min
3 min
5 min

5
Em 20 de fevereiro de 2011 ocorreu a grande erupção do vulcão Bulsan nas Filipinas. A
sua localização geográfica no globo terrestre é dada pelo GPS (sigla em inglês para Sistema de
Posicionamento Global) com longitude de 124º 3’ 0’’ a leste do Meridiano de Greenwich.

Dado: 1º equivale a 60’ e 1’ equivale a 60’’.

PAVARIN, G. Galileu, fev. 2012 (adaptado).

162 COMPETÊNCIA 1 - A Matemática na Vida dos Povos


A representação angular da localização do vulcão com relação a sua longitude na forma decimal é

a) 124,02º. d) 124,30º.
b) 124,05º. e) 124,50º.
c) 124,20º.

6
No labirinto em um parque de diversões, representado pela malha quadriculada, encon-
tram-se sete crianças: Ana, Carol, Samanta, Denise, Roberta, Eliana e Larissa, representadas
por pontos, identificados pela letra inicial do nome de cada uma delas. A malha é formada por
quadrados, cujos lados medem 1 cm.

C
A
S

L R

Considere que cada criança pode se deslocar apenas na direção vertical ou horizontal dentro do
labirinto. Desse modo, Ana encontra-se equidistante de Samanta e de

a) Carol. d) Larissa.
b) Denise. e) Roberta.
c) Eliana.

7
Parece que foi ontem. Há 4,57 bilhões de anos, uma gigantesca nuvem de partículas
entrou em colapso e formou o nosso Sistema Solar. Demoraram míseros 28 milhões de anos
— um piscar de olhos em termos geológicos — para que a Terra surgisse. Isso aconteceu há
4,54 bilhões de anos. No começo, a superfície do planeta era mole e muito quente, da ordem de
1 200°C. Não demorou tanto assim para a crosta ficar mais fria e surgirem os mares e a terra;

Matemática e suas Tecnologias 163


isso aconteceu há 4,2 bilhões de anos.

História da Terra. Superinteressante, nov. 2011 (adaptado).

O nosso Sistema Solar se formou, em anos, há

a) 4 570.
b) 4 570 000.
c) 4 570 000 000.
d) 4 570 000 000 000.
e) 4 570 000 000 000 000.

48
8
Num projeto da parte elétrica de um edifício residencial a ser construído, consta que as
tomadas deverão ser colocadas a 0,20 m acima do piso, enquanto os interruptores de luz deverão
ser colocados a 1,47 m acima do piso. Um cadeirante, potencial comprador de um apartamento
desse edifício, ao ver tais medidas, alerta para o fato de que elas não contemplarão suas neces-
sidades. Os referenciais de altura (em metros) para atividades que não exigem o uso de força são
mostrados na figura seguinte.

1,35 máximo
1,20

1,00
confortável
0,80

0,40 mínimo

Uma proposta substitutiva, relativa às alturas de tomadas e interruptores, respectivamente, que


atenderá àquele potencial comprador é

a) 0,20 m e 1,45 m.
b) 0,20 m e 1,40 m.
c) 0,25 m e 1,35 m.
d) 0,25 m e 1,30 m.
e) 0,45 m e 1,20 m.

164 COMPETÊNCIA 1 - A Matemática na Vida dos Povos


9
João decidiu contratar os serviços de uma empresa por telefone através do SAC (Serviço
de Atendimento ao Consumidor). O atendente ditou para João o número de protocolo de atendi-
mento da ligação e pediu que ele anotasse. Entretanto, João não entendeu um dos algarismos
ditados pelo atendente e anotou o número 13_98207, sendo que o espaço vazio é o do algarismo
que João não entendeu.

De acordo com essas informações, a posição ocupada pelo algarismo que falta no número de pro-
tocolo é a de

a) centena.
b) dezena de milhar.
c) centena de milhar.
d) milhão.
e) centena de milhão.

10
Há, em virtude da demanda crescente de economia de água, equipamentos e utensílios como,
por exemplo, as bacias sanitárias ecológicas, que utilizam 6 litros de água por descarga em vez dos
15 litros utilizados por bacias sanitárias não ecológicas, conforme dados da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT).

Qual será a economia diária de água obtida por meio da substituição de uma bacia sanitária não ecoló-
gica, que gasta cerca de 60 litros por dia com a descarga, por uma bacia sanitária ecológica?

a) 24 litros.
b) 36 litros.
c) 40 litros.
d) 42 litros.
e) 50 litros.

11
Lucas precisa estacionar o carro pelo período de 40 minutos, e sua irmã Clara também
precisa estacionar o carro pelo período de 6 horas.

O estacionamento Verde cobra R$ 5,00 por hora de permanência. O estacionamento Amarelo cobra R$
6,00 por 4 horas de permanência e mais R$ 2,50 por hora ou fração ultrapassada. O estacionamento Preto
cobra R$ 7,00 por 3 horas de permanência e mais R$ 1,00 por hora ou fração de hora ultrapassada.

Os estacionamentos mais econômicos para Lucas e Clara, respectivamente, são

a) Verde e Preto. d) Preto e Preto.


b) Verde e Amarelo. e) Verde e Verde.
c) Amarelo e Amarelo.

Matemática e suas Tecnologias 165


12
Algumas pesquisas estão sendo desenvolvidas para se obter arroz e feijão com maiores teo-
res de ferro e zinco e tolerantes à seca. Em média, para cada 100 g de arroz cozido, o teor de ferro é
de 1,5 mg e o de zinco é de 2,0 mg. Para 100 g de feijão, é de 7 mg o teor de ferro e de 3 mg o de zinco.
Sabe-se que as necessidades diárias dos dois micronutrientes para uma pessoa adulta é de aproxi-
madamente 12,25 mg de ferro e 10 mg de zinco.

Disponível em: http://www.embrapa.br. Acesso em: 29 abr. 2010 (adaptado).

Considere que uma pessoa adulta deseja satisfazer suas necessidades diárias de ferro e zinco
ingerindo apenas arroz e feijão. Suponha que seu organismo absorva completamente todos os
micronutrientes oriundos desses alimentos.

Na situação descrita, que quantidade a pessoa deveria comer diariamente de arroz e feijão, res-
pectivamente?

a) 58 g e 456 g.
b) 200 g e 200 g.
c) 350 g e 100 g.
d) 375 g e 500 g.
e) 400 g e 89 g.

13
Você pode adaptar as atividades do seu dia a dia de uma forma que possa queimar mais
calorias do que as gastas normalmente, conforme a relação seguinte:

- Enquanto você fala ao telefone, faça agachamentos: 100 calorias gastas em 20 minutos.
- Meia hora de supermercado: 100 calorias.
- Cuidar do jardim por 30 minutos: 200 calorias.
- Passear com o cachorro: 200 calorias em 30 minutos.
- Tirar o pó dos móveis: 150 calorias em 30 minutos.
- Lavar roupas por 30 minutos: 200 calorias.

Disponível em: http://cyberdiet.terra.com.br. Acesso em: 27 abr. 2010 (adap.).

Uma pessoa deseja executar essas atividades, porém, ajustando o tempo para que, em cada
uma, gaste igualmente 200 calorias. A partir dos ajustes, quanto tempo a mais será necessário
para realizar todas as atividades?

a) 50 minutos.
b) 60 minutos.
c) 80 minutos.
d) 120 minutos.
e) 170 minutos.

166 COMPETÊNCIA 1 - A Matemática na Vida dos Povos


14
Observe as dicas para calcular a quantidade certa de alimentos e bebidas para as festas
de fim de ano:

• Para o prato principal, estime 250 gramas de carne para cada pessoa.
• Um copo americano cheio de arroz rende o suficiente para quatro pessoas.
• Para a farofa, calcule quatro colheres de sopa por convidado.
• Uma garrafa de vinho serve seis pessoas.
• Uma garrafa de cerveja serve duas.
• Uma garrafa de espumante serve três convidados.

Quem organiza festas faz esses cálculos em cima do total de convidados, independente do gosto
de cada um.

Quantidade certa de alimentos e bebidas evita desperdício da ceia. Jornal Hoje. 17 dez. 2010 (adaptado).

Um anfitrião decidiu seguir essas dicas ao se preparar para receber 30 convidados para a ceia
de Natal. Para seguir essas orientações à risca, o anfitrião deverá dispor de

a) 120 kg de carne, 7 copos americanos e meio de arroz, 120 colheres de sopa de farofa, 5 garra-
fas de vinho, 15 de cerveja e 10 de espumante.
b) 120 kg de carne, 7 copos americanos e meio de arroz, 120 colheres de sopa de farofa, 5 garra-
fas de vinho, 30 de cerveja e 10 de espumante.
c) 75 kg de carne, 7 copos americanos e meio de arroz, 120 colheres de sopa de farofa, 5 garrafas
de vinho, 15 de cerveja e 10 de espumante.
d) 7,5 kg de carne, 7 copos americanos, 120 colheres de sopa de farofa, 5 garrafas de vinho, 30 de
cerveja e 10 de espumante.
e) 7,5 kg de carne, 7 copos americanos e meio de arroz, 120 colheres de sopa de farofa, 5 garra-
fas de vinho, 15 de cerveja e 10 de espumante.

15
A noz é uma especiaria muito apreciada nas festas de fim de ano. Uma pesquisa de preços
feita em três supermercados obteve os seguintes valores: no supermercado A é possível comprar
nozes a granel no valor de R$ 24,00 o quilograma; o supermercado B vende embalagens de nozes
hermeticamente fechadas com 250 gramas a R$ 3,00; já o supermercado C vende nozes a granel a R$
1,50 cada 100 gramas.

A sequência dos supermercados, de acordo com a ordem crescente do valor da noz, é

a) A, B, C.
b) B, A, C.
c) B, C, A.
d) C, A, B.
e) C, B, A.

Matemática e suas Tecnologias 167


16
Uma pesquisa realizada por estudantes da Faculdade de Estatística mostra, em horas
por dia, como os jovens entre 12 e 18 anos gastam seu tempo, tanto durante a semana (de
segunda-feira a sexta-feira), como no fim de semana (sábado e domingo). A seguinte tabela
ilustra os resultados da pesquisa.

Durante a No fim de
Rotina Juvenil
semana semana
Assistir à televisão 3 3
Atividades domésticas 1 1
Atividades escolares 5 1
Atividade de lazer 2 4
Descanso, higiene e alimentação 10 12
Outras atividades 3 3

De acordo com esta pesquisa, quantas horas de seu tempo gasta um jovem entre 12 e 18 anos, na
semana inteira (de segunda-feira a domingo), nas atividades escolares?

a) 20
b) 21
c) 24
d) 25
e) 27

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

168 COMPETÊNCIA 1 - A Matemática na Vida dos Povos


Matemática
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
2

A GEOMETRIA
DA VIDA
Idealizadores:
169
Mateus Prado e Paulo Jubilut
A segunda competência da área suas propriedades a partir dessas re-
refere-se ao uso de formas e proprie- presentações são essenciais para a
dades geométricas na representação leitura do mundo. Ações envolvendo
e visualização de partes do mundo essas relações permitem ao estudante
em que estamos inseridos. Também interpretar informações e aplicar es-
se refere à compreensão e ampliação tratégias geométricas na solução de
da percepção das relações existentes problemas do cotidiano. Além disso,
entre as situações que rotineiramente o conhecimento de propriedades dos
vivemos e a geometria, cujos argumen- entes geométricos fornece segurança
tos justificam alguns usos e costumes nas justificativas das soluções. As jus-
adquiridos. A construção de modelos é tificativas são o ponto chave das dis-
um dos recursos existentes para inter- cussões realizadas sobre as soluções
pretar questões e visualizar soluções. dos problemas propostos. Dessa for-
O objetivo é avaliar se o estudante ma, é possível verificar se o estudante
sabe identificar e interpretar fenôme- utiliza conceitos geométricos na sele-
nos de qualquer natureza, expressos ção de argumentos propostos como
em linguagem geométrica, além de solução de problemas do cotidiano.
construir e identificar conceitos geo- Outro objetivo dessa competência
métricos no contexto da atividade co- é o de indicar como a geometria pode
tidiana. ser útil na solução de problemas do
O reconhecimento de semelhan- cotidiano das pessoas, não importando
ças entre objetos do mundo real com a comunidade a que pertençam. Seu
os entes geométricos, a percepção das estudo pode fornecer os elementos
relações entre representações planas necessários para uma intervenção na
e os objetos que lhes deram origem e realidade de modo a melhorar as con-
dições de vida das pessoas que podem
recorrer a conceitos geométricos para
É bom s avaliar propostas de intervenção sobre
Essa com aber... seus problemas do cotidiano.
conteúd petência exige
o d
espacial. s básicos da ge omínio dos Os textos dessa página foram selecionados de
o
der, em c É um conteúdo metria plana e livros editados pelo INEP/MEC a respeito do

petência omparação com cil de apren- exame que foi base para a matriz de competên-
s
agregar de matemática as outras com- cias e habilidades do Novo ENEM.
muitos p ,
ontos à s e que poderá
ua nota.

170 COMPETÊNCIA 2 - A Geometria da Vida


A Geometria da Vida
COMPETÊNCIA
2

Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da rea-


lidade e agir sobre ela.

A prova de matemática do ENEM tem cobrado alguns conteúdos bem claros na


competência que envolve geometria. Esses conteúdos estão sempre relacionados à
nossa realidade, ou seja, o ENEM espera que o aluno reconheça a importância desses
conteúdos e que saiba utilizar-se deles para intervir em sua cidade, em seu trabalho
e em sua casa.
Para começar, dedique-se ao estudo das retas: planos, posições entre retas,
ângulos e Teorema de Tales. Depois, vá para o triângulo, que costuma aparecer em
uma grande quantidade de questões. Certifique-se de saber os tipos de triângulo,
áreas, relações métricas e sobre semelhança de triângulos. Agora, dê atenção às
áreas de figuras poligonais e circulares. Dominando esses conteúdos, e conseguindo
associá-los aos objetos e usos que fazemos deles no cotidiano, você já acertará gran-
de parte das questões dessa competência.
Poderão aparecer algumas questões envolvendo geometria espacial: cilindro,
cone e esfera, principalmente. Porém, para garantir o acerto de todas as questões
dessa competência, também será preciso estudar as pirâmides, poliedros e prismas.

Matemática e suas Tecnologias 171


Noções básicas da geometria analítica (coordenadas cartesianas no plano, fórmula da
distância entre dois pontos, ponto médio, baricentro, coeficiente angular, etc.) também
poderão aparecer, ainda que com menor frequência.

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimen-


sional e sua representação no espaço bidimensional.
• Identificar características de figuras planas ou espaciais.
• Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e
forma.
• Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos
propostos como solução de problemas do cotidiano.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Recolha dados sobre o desmatamento da Amazônia. Verifique quantos metros quadra-


dos foram desmatados a cada ano. Compare esses dados com os dados do tamanho
da sua cidade ou de áreas que você conheça. Quantos campos de futebol equivalem à
área desmatada em um ano? Quantas cidades, do tamanho da que você mora, cabem
na área desmatada no último ano?
2. Observe um relógio. Descubra qual o ângulo formado pelos ponteiros a cada hora.
Depois, faça um retângulo em uma folha de papel. Verifique o ângulo de cada canto do
seu desenho. Em seguida, some os valores dos ângulos. Agora, divida seu retângulo
em dois triângulos. Veja qual o ângulo de cada canto do triângulo, some os valores dos
ângulos e compare com o resultado obtido quando você somou os ângulos do retân-
gulo.
3. Construa um triângulo retângulo com os catetos medindo 5 e 12 centímetros. Descubra
qual é a medida do lado que falta, a hipotenusa.
4. Pesquise e desenhe, com medidas precisas, um cone e um cilindro. Depois, imagine
que as figuras se tornaram objetos e você encheu ambos com água. Qual a proporção

172 COMPETÊNCIA 2 - A Geometria da Vida


entre o volume de água que você conseguiu colocar em um e em outro?

Imagine que você irá trocar os azulejos de alguns cômodos da sua casa. Escolha
algumas opções de azulejo em alguma loja virtual, ou física, de materiais para cons-
trução. Não se esqueça de medir cada modelo escolhido. Depois de medir os cômo-
dos que serão reformados, calcule quantos azulejos serão necessários para cada um
deles. Em seguida, calcule quanto você gastaria com azulejos em cada uma das suas
escolhas. Para calcular o valor a ser pago, você deve considerar a possibilidade de
perdas durante a colocação. Calcule comprar sempre 20% a mais do que a metragem
dos cômodos.

1
Um decorador utilizou um único tipo de transformação geométrica para compor pares de
cerâmicas em uma parede. Uma das composições está representada pelas cerâmicas indicadas
por I e II.

I II

III

Utilizando a mesma transformação, qual é a figura que compõe par com a cerâmica indicada
por III?

a) c) e)

b) d)

Matemática e suas Tecnologias 173


2
Considere que o esquema represente uma trilha poligonal que Carlos deve percorrer, partindo
do ponto A até chegar ao ponto M.

B C
F G

J L

M
I
H
E D
A
Sabendo que o segmento AB possui 11 m de comprimento e, a partir desse, o comprimento de cada
segmento seguinte possui um metro a menos que o comprimento do segmento anterior, quantos me-
tros Carlos terá caminhado ao percorrer toda a trilha?
a) 176 d) 66
b) 121 e) 65
c) 111

3
Em uma das paredes de um depósito existem compartimentos de mesmo tamanho para
armazenamento de caixas de dimensões frontais a e b. A terceira dimensão da caixa coincide com
a profundidade de cada um dos compartimentos. Inicialmente as caixas são arrumadas, em cada
um deles, como representado na Figura 1.

A fim de aproveitar melhor o espaço, uma nova proposta de disposição das caixas foi idealizada e
está indicada na Figura 2. Essa nova proposta possibilitaria o aumento do número de caixas arma-
zenadas de 10 para 12 e a eliminação de folgas.

174 COMPETÊNCIA 2 - A Geometria da Vida


É possível ocorrer a troca de arrumação segundo a nova proposta?

a) Não, porque a segunda proposta deixa uma folga de 4 cm na altura do compartimento, que é de
12 cm, o que permitiria colocar um número maior de caixas.
b) Não, porque, para aceitar a segunda proposta, seria necessário praticamente dobrar a altura e
reduzir à metade a largura do compartimento.
c) Sim, porque a nova disposição das caixas ficaria acomodada perfeitamente no compartimento
de 20 cm de altura por 27 cm de largura.
d) Sim, pois efetivamente aumentaria o número de caixas e reduziria o número de folgas para ape-
nas uma de 2 cm na largura do compartimento.
e) Sim, porque a nova disposição de caixas ficaria acomodada perfeitamente no compartimento de
32 cm de altura por 45 cm de largura.

4
Alguns objetos, durante a sua fabricação, necessitam passar por um processo de resfria-
mento. Para que isso ocorra, uma fábrica utiliza um tanque de resfriamento, como mostrado na figura.

5 cm
25 cm

30 cm
40 cm

O que aconteceria com o nível da água se colocássemos no tanque um objeto cujo volume fosse
de 2 400 cm³?

a) O nível subiria 0,2 cm, fazendo a água ficar com 20,2 cm de altura.
b) O nível subiria 1 cm, fazendo a água ficar com 21 cm de altura.
c) O nível subiria 2 cm, fazendo a água ficar com 22 cm de altura.
d) O nível subiria 8 cm, fazendo a água transbordar.
e) O nível subiria 20 cm, fazendo a água transbordar.

5
Num parque aquático existe uma piscina infantil na forma de um cilindro circular reto, de 1 m
de profundidade e volume igual a 12 m3, cuja base tem raio R e centro O. Deseja-se construir uma ilha
de lazer seca no interior dessa piscina, também na forma de um cilindro circular reto, cuja base estará
no fundo da piscina e com centro da base coincidindo com o centro do fundo na piscina, conforme a
figura. O raio da ilha de lazer será r. Deseja-se que após a construção dessa ilha, o espaço destinado

Matemática e suas Tecnologias 175


à água na piscina tenha um volume de, no mínimo, 4 m3.

Ilha de lazer
o R
r

Piscina

Considere 3 como valor aproximado para π.

Para satisfazer as condições dadas, o raio máximo da ilha de lazer r, em metros, estará mais próximo de

a) 1,6. b) 1,7. c) 2,0. d) 3,0. e) 3,8.

6
Uma empresa precisa comprar uma tampa para seu reservatório, que tem a forma de um
tronco de cone circular reto, conforme mostrado na figura.

60O

Considere que a base do reservatório tenha raio r =2 3 m e que sua lateral faça um ângulo de
60o com o solo.
Se a altura do reservatório é 12 m, a tampa a ser comprada deverá cobrir uma área de
a) 12 m2. d) 300 m2.
b) 108 m2. e) (24 + 2 3)2 m2.
c) (12 + 2 3)2 m2.

176 COMPETÊNCIA 2 - A Geometria da Vida


7
Um artista plástico construiu, com certa quantidade de massa modeladora, um cilindro
circular reto cujo diâmetro da base mede 24 cm e cuja altura mede 15 cm. Antes que a massa
secasse, ele resolveu transformar aquele cilindro em uma esfera.

Volume da esfera: Vesfera =


4 r3
3
Analisando as características das figuras geométricas envolvidas, conclui-se que o raio R da esfe-
ra assim construída é igual a
a) 15 d) 3 60
b) 12 e) 6 30
c) 24

8
Alguns testes de preferência por bebedouros de água foram realizados com bovinos, envol-
vendo três tipos de bebedouros, de formatos e tamanhos diferentes. Os bebedouros 1 e 2 têm a forma
de um tronco de cone circular reto, de altura igual a 60 cm, e diâmetro da base superior igual a 120 cm
e 60 cm, respectivamente. O bebedouro 3 é um semicilindro, com 30 cm de altura, 100 cm de compri-
mento e 60 cm de largura. Os três recipientes estão ilustrados na figura.

120 cm 60 cm

60 cm 60 cm

Bebedouro 1 Bebedouro 2
60 cm
100 cm 30 cm

A escolha do bebedouro. In:


Biotemas. V.22, n°. 4, 2009
Bebedouro 3 (adaptado).

Considerando que nenhum dos recipientes tenha tampa, qual das figuras a seguir representa
uma planificação para o bebedouro 3?
100 cm
a) b) 100 cm

60 cm 60 cm

60 cm

Matemática e suas Tecnologias 177


c) 100 cm e) 60 cm

60 cm

100 cm

d) 60 cm

60 cm
100 cm

9
Um balão atmosférico, lançado em Bauru (343 quilômetros a Noroeste de São Pau-
lo), na noite do último domingo, caiu nesta segunda-feira em Cuiabá Paulista, na região de
Presidente Prudente, assustando agricultores da região. O artefato faz parte do programa
Projeto Hibiscus, desenvolvido por Brasil, França, Argentina, Inglaterra e Itália, para a medi-
ção do comportamento da camada de ozônio, e sua descida se deu após o cumprimento do
tempo previsto de medição.

Disponível em: http://www.correiodobrasil.com.br. Acesso em: 02 maio 2010.


Balão

60O 30O
1,8 km A 3,7 km B

Na data do acontecido, duas pessoas avistaram o balão. Uma estava a 1,8 km da posição vertical
do balão e o avistou sob um ângulo de 60O; a outra estava a 5,5 km da posição vertical do balão,
alinhada com a primeira, e no mesmo sentido, conforme se vê na figura, e o avistou sob um
ângulo de 30O.

Qual a altura aproximada em que se encontrava o balão?

a) 1,8 km. d) 3,7 km.


b) 1,9 km. e) 5,5 km.
c) 3,1 km.

178 COMPETÊNCIA 2 - A Geometria da Vida


10
Em canteiros de obras de construção civil é comum perceber trabalhadores realizando me-
didas de comprimento e de ângulos e fazendo demarcações por onde a obra deve começar ou se
erguer. Em um desses canteiros foram feitas algumas marcas no chão plano. Foi possível perceber
que, das seis estacas colocadas, três eram vértices de um triângulo retângulo e as outras três eram os
pontos médios dos lados desse triângulo, conforme pode ser visto na figura, em que as estacas foram
indicadas por letras.

P M

A C
N
A região demarcada pelas estacas A, B, M e N deveria ser calçada com concreto.

Nessas condições, a área a ser calçada corresponde

a) à mesma área do triângulo AMC.


b) à mesma área do triângulo BNC.
c) à metade da área formada pelo triângulo ABC.
d) ao dobro da área do triângulo MNC.
e) ao triplo da área do triângulo MNC.

11
A fotografia mostra uma turista aparentemente beijando a esfinge de Gizé, no Egito. A figura
a seguir mostra como, na verdade, foram posicionadas a câmera fotográfica, a turista e a esfinge.

posição da
esfinge

posição da
turista
posição da d’
câmera
d
c
a
Fotografia obtida da internet. b

Medindo-se com uma régua diretamente na fotografia, verifica-se que a medida do queixo até o
alto da cabeça da turista é igual a 2/3 da medida do queixo da esfinge até o alto da sua cabeça.
Considere que essas medidas na realidade são representadas por d e d’, respectivamente, que
a distância da esfinge à lente da câmera fotográfica, localizada no plano horizontal do queixo

Matemática e suas Tecnologias 179


da turista e da esfinge, é representada por b, e que a distância da turista à mesma lente, por a.
A razão entre b e a será dada por

a) � ba � = ���d’
c
b) ��ba = 2d3c
c) � ba � = 3d’
2c
d) ��ba = 2d’
3c
e) ��ba = 2d’
c

12
Em uma padaria, há dois tipos de forma de bolo, formas 1 e 2, como mostra a figura abaixo.

1 2

A1 A2

Sejam L o lado da base da forma quadrada, r o raio da base da forma redonda, A1 e A2 as áreas
das bases das formas 1 e 2, e V1 e V2 os seus volumes, respectivamente. Se as formas têm a mes-
ma altura h, para que elas comportem a mesma quantidade de massa de bolo, qual é a relação
entre r e L?

a) L = r
b) L = 2r
c) L = r
d) L = r
e) L =( r2)/2

13
Considere um caminhão que tenha uma carroceria na forma de um paralelepípedo retângulo,
cujas dimensões internas são 5,1 m de comprimento, 2,1 m de largura e 2,1 m de altura. Suponha que
esse caminhão foi contratado para transportar 240 caixas na forma de cubo com 1 m de aresta cada
uma e que essas caixas podem ser empilhadas para o transporte.

Qual é o número mínimo de viagens necessárias para realizar esse transporte?

180 COMPETÊNCIA 2 - A Geometria da Vida


a) 10 viagens. d) 24 viagens.
b) 11 viagens. e) 27 viagens.
c) 12 viagens.

14
Para decorar a fachada de um edifício, um arquiteto projetou a colocação de vitrais com-
postos de quadrados de lado medindo 1 m, conforme a figura a seguir.

A P Q C

Nesta figura, os pontos A, B, C e D são pontos médios dos lados do quadrado e os segmentos AP e
QC medem ¼ da medida do lado do quadrado. Para confeccionar um vitral, são usados dois tipos de
materiais: um para a parte sombreada da figura, que custa R$ 30,00 o m², e outro para a parte mais
clara (regiões ABPDA e BCDQB), que custa R$ 50,00 o m².

De acordo com esses dados, qual é o custo dos materiais usados na fabricação de um vitral?

a) R$ 22,50 d) R$ 42,50
b) R$ 35,00 e) R$ 45,00
c) R$ 40,00

15
Uma fábrica de tubos acondiciona tubos cilíndricos menores dentro de outros tubos cilín-
dricos. A figura mostra uma situação em que quatro tubos cilíndricos estão acondicionados perfei-
tamente em um tubo com raio maior.

Suponha que você seja o operador da máquina que produzirá os tubos maiores em que serão colo-

Matemática e suas Tecnologias 181


cados, sem ajustes ou folgas, quatro tubos cilíndricos internos.

Se o raio da base de cada um dos cilindros menores for igual a 6 cm, a máquina por você operada
deverá ser ajustada para produzir tubos maiores, com raio da base igual a

a) 12 cm. b) 12 2 cm. c) 24 2 cm. d) 6(1+ 2)cm. e) 12(1+ 2)cm.

16
O atletismo é um dos esportes que mais se identificam com o espírito olímpico. A figura
ilustra uma pista de atletismo. A pista é composta por oito raias e tem largura de 9,76 m. As raias
são numeradas do centro da pista para a extremidade e são construídas de segmentos de retas
paralelas e arcos de circunferência. Os dois semicírculos da pista são iguais.
36,

5m
5m

36,
84,39 m

BIEMBENGUT, M. S. Modelação Matemática como método de ensino-aprendizagem de Matemática em


cursos de 1º e 2º graus. 1990. Dissertação de Mestrado. IGCE/UNESP, Rio Claro, 1990 (adaptado).

Se os atletas partissem do mesmo ponto, dando uma volta completa, em qual das raias o corredor
estaria sendo beneficiado?
a) 1 b) 4 c) 5 d) 7 e) 8

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

182 COMPETÊNCIA 2 - A Geometria da Vida


Matemática
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
3

MEDIDAS DA
REALIDADE
Idealizadores:
183
Mateus Prado e Paulo Jubilut
Nesta competência, valoriza-se Situações em que o sujeito esco-
o fato de que as medidas quantificam lhe a unidade de medida mais adequa-
grandezas do mundo físico. Conhecê-las da para cada grandeza considerada,
e utilizá-las nas situações cotidianas de em que tenha de estabelecer relações
nossa sociedade é de fundamental im- entre as medidas fornecidas e operar
portância. Para utilizar bem as medidas, com elas são as que possibilitam ava-
é necessário que a pessoa saiba recor- liar se sabe selecionar, compatibilizar
rer a registros das diversas unidades que e operar com informações métricas de
podem ser úteis em suas vidas, de modo diferentes sistemas, na resolução de
a identificar e interpretar registros, tal seus problemas usuais.
que a notação convencional de medidas A exploração dos significados e os
possa ser desenvolvida. usos adequados de diferentes formas
As possibilidades de integração da de mensuração, inclusive as não-pa-
Matemática com outras áreas do ensi- dronizadas, em situações de tomada
no são muitas, quando se trata do as- de decisão e justificativas de escolha,
sunto ‘grandezas e medidas’. As gran- permitem verificar a habilidade de
dezas de fenômenos físicos ou sociais selecionar e relacionar informações
como densidade, velocidade, energia referentes a estimativas ou outras for-
elétrica, densidade demográfica, es- mas de mensuração de fenômenos de
calas de mapas e guias, são exemplos qualquer natureza com a construção
dessas possibilidades. Resolver situa- de argumentação que possibilite sua
ções-problema dessa natureza permite compreensão.
estabelecer relações adequadas entre Outro aspecto fundamental, no tra-
os diversos sistemas de medida. A re- balho com medidas, é o de colocar o
presentação de fenômenos naturais e estudante em situação na qual, com o
do cotidiano são fundamentais para a emprego de medidas e estimativas de-
sua interpretação. las decorrentes, possa vislumbrar pos-
sibilidades de interferir na realidade
para modificá-la, ou seja, reconhecer
propostas adequadas de ação, utilizan-
É bom s
aber... do medidas e estimativas.
De todas
as comp Os textos dessa página foram selecionados
de Mate etências
mática e da área de livros editados pelo INEP/MEC a respei-
a terceir suas Tec
a é a que nologias to do exame que foi base para a matriz de
ligados a traz os te ,
o nosso mas mais competências e habilidades do Novo ENEM.
cotidian
o.

184 COMPETÊNCIA 3 - Medidas da Realidade


Medidas da Realidade
COMPETÊNCIA
3

Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solu-


ção de problemas do cotidiano.

A terceira competência da área de Matemática é, talvez, aquela em que é me-


nor o conjunto de conteúdos mínimos requeridos para a resolução das situações-pro-
blema apresentadas. Além disso, por tratarem de assuntos muito comuns ao nosso dia
a dia, as questões dessa competência podem parecer mais familiares e até um pouco
mais fáceis para os alunos.
Será preciso identificar, interpretar e utilizar as unidades de medidas conhe-
cidas. Vale a pena repassar os conceitos de metro, metro quadrado, metro cúbico,
quilograma e hora, bem como seus múltiplos e submúltiplos. A conversão de moedas
(câmbio), as relações entre escalas de temperatura (Celsius, Kelvin e Fahrenheit),
escalas de espaço (mapas e projeções), e também o conceito de Ampère, poderão
aparecer na prova.

Matemática e suas Tecnologias 185


Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.


• Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
• Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
• Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
• Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos
relacionados a grandezas e medidas.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Desenhe a planta da sua casa e escolha uma escala para utilizar, como é feito em
mapas. Um metro pode ser colocado como um ou dois centímetros. É importante
manter sempre a mesma escala, para todos os cômodos e móveis.
2. Deixe a torneira de sua cozinha pingar, por 5 minutos exatos, em cima de uma jarra
que tenha medidor (pode ser o copo do liquidificador). Depois, verifique qual o vo-
lume de água que pingou nesse período e calcule qual seria o desperdício em um
dia inteiro (24h) de vazamento. Depois, calcule qual seria o desperdício em um mês.
Quantas jarras de 1 litro, ou quantas caixas de água de 1 metro cúbico, este volume
poderia encher?
3. Pesquise sobre o Sistema Internacional de Medidas e veja quais são as unidades
padrão. Depois, meça alguns móveis da sua casa com a escala de metro e calcule
o tamanho equivalente deles em polegadas. Veja também qual a temperatura, em
graus Celsius, de sua cidade, hoje, e calcule a equivalência dessa temperatura em
graus Kelvin.
4. Pesquise e desenhe, com medidas precisas, um cone e um cilindro. Depois, imagine
que as figuras se tornaram objetos e você encheu ambos com água. Qual a propor-
ção entre o volume de água que você conseguiu colocar em um e em outro?

186 COMPETÊNCIA 3 - Medidas da Realidade


PROPOSTA DE AULA

Proponha a seus alunos que criem novas unidades de medida. Vocês podem, por
exemplo, pegar um pedaço de barbante e criar uma unidade de medida que substitua
o metro. Depois, criem múltiplos e submúltiplos para a unidade de medida, sempre
aplicando a escala. Façam uma tabela de equivalência entre essa unidade de medida
e a unidade padrão. Você também pode propor que façam isso com a hora, os graus,
o quilograma, etc.

1
A Secretaria de Saúde de um município avalia um programa que disponibiliza, para cada alu-
no de uma escola municipal, uma bicicleta, que deve ser usada no trajeto de ida e volta, entre sua casa
e a escola. Na fase de implantação do programa, o aluno que morava mais distante da escola realizou
sempre o mesmo trajeto, representado na figura, na escala 1 : 25000, por um período de cinco dias.

Escola

1cm
Casa

1cm

Quantos quilômetros esse aluno percorreu na fase de implantação do programa?


a) 4 b) 8 c) 16 d) 20 e) 40

Matemática e suas Tecnologias 187


14
2
No manejo sustentável de florestas, é preciso muitas vezes obter o volume da tora que
pode ser obtida a partir de uma árvore. Para isso, existe um método prático, em que se mede a
circunferência da árvore à altura do peito de um homem (1,30 m), conforme indicado na figura. A
essa medida denomina-se “rodo” da árvore. O quadro a seguir indica a fórmula para se cubar,
ou seja, obter o volume da tora em m3 a partir da medida do rodo e da altura da árvore.

O volume da tora em
m3 é dado por

V = rodo2 x altura x 0,06


Tem 2 metros
de rodo O rodo e a altura da árvore
devem ser medidos em
metros. O coeficiente 0,06 foi
obtido experimentalmente

Um técnico em manejo florestal recebeu a missão de cubar, abater e transportar cinco toras de
madeira, de duas espécies diferentes, sendo

• 3 toras da espécie I, com 3 m de rodo, 12 m de comprimento e densidade 0,77 toneladas/m3;


• 2 toras da espécie II, com 4 m de rodo, 10 m de comprimento e densidade 0,78 toneladas/m3.

Após realizar seus cálculos, o técnico solicitou que enviassem caminhões para transportar uma
carga de, aproximadamente,

a) 29,9 toneladas.
b) 31,1 toneladas.
c) 32,4 toneladas.
d) 35,3 toneladas.
e) 41,8 toneladas.

3
A loja Telas & Molduras cobra 20 reais por metro quadrado de tela, 15 reais por metro
linear de moldura, mais uma taxa fixa de entrega de 10 reais.
Uma artista plástica precisa encomendar telas e molduras a essa loja, suficientes para 8 quadros
retangulares (25 cm × 50 cm). Em seguida, fez uma segunda encomenda, mas agora para 8 qua-
dros retangulares (50 cm × 100 cm). O valor da segunda encomenda será

a) o dobro do valor da primeira encomenda, porque a altura e a largura dos quadros dobraram.
b) maior do que o valor da primeira encomenda, mas não o dobro.
c) a metade do valor da primeira encomenda, porque a altura e a largura dos quadros dobraram.
d) menor do que o valor da primeira encomenda, mas não a metade.
e) igual ao valor da primeira encomenda, porque o custo de entrega será o mesmo.

188 COMPETÊNCIA 3 - Medidas da Realidade


4
Nos processos industriais, como na indústria de cerâmica, é necessário o uso de fornos ca-
pazes de produzir elevadas temperaturas e, em muitas situações, o tempo de elevação dessa tem-
peratura deve ser controlado, para garantir a qualidade do produto final e a economia no processo.
Em uma indústria de cerâmica, o forno é programado para elevar a temperatura ao longo do tempo
de acordo com a função

7 t + 20, para 0 < t < 100


5
T(t)=
2 t 2 - 16 t + 320, para t > 100
125 5
em que T é o valor da temperatura atingida pelo forno, em graus Celsius, e t é o tempo, em minutos,
decorrido desde o instante em que o forno é ligado.
Uma peça deve ser colocada nesse forno quando a temperatura for 48 °C e retirada quando a
temperatura for 200 °C.

O tempo de permanência dessa peça no forno é, em minutos, igual a

a) 100. d) 130.
b) 108. e) 150.
c) 128.

5
Embora o Índice de Massa Corporal (IMC) seja amplamente utilizado, existem ainda inúmeras
restrições teóricas ao uso e às faixas de normalidade preconizadas. O Recíproco do Índice Ponderal
(RIP), de acordo com o modelo alométrico, possui uma melhor fundamentação matemática, já que
a massa é uma variável de dimensões cúbicas e a altura, uma variável de dimensões lineares. As
fórmulas que determinam esses índices são:

massa (kg) altura (cm)


IMC = RIP = 3
[altura (m)]2 massa (kg)

ARAUJO, C. G. S.; RICARDO, D. R. Índice de Massa Corporal: Um Questionamento Científico Baseado em Evidências. Arq. Bras. Cardiolo-
gia, volume 79, nº 1, 2002 (adaptado).

Se uma menina, com 64 kg de massa, apresenta IMC igual a 25 kg/m², então ela possui RIP igual a

a) 0,4 cm/kg1/3 d) 20 cm/kg1/3


b) 2,5 cm/kg1/3 e) 40 cm/kg1/3
c) 8 cm/kg1/3

Matemática e suas Tecnologias 189


6
Há um novo impulso para produzir combustível a partir de gordura animal. Em abril, a High
Plains Bioenergy inaugurou uma biorrefinaria próxima a uma fábrica de processamento de carne
suína em Guymon, Oklahoma. A refinaria converte a gordura do porco, juntamente com o óleo ve-
getal, em biodiesel. A expectativa da fábrica é transformar 14 milhões de quilogramas de banha em
112 milhões de litros de biodiesel.

RevistaScientific American. Brasil, ago. 2009 (adaptado).

Considere que haja uma proporção direta entre a massa de banha transformada e o volume de
biodiesel produzido.

Para produzir 48 milhões de litros de biodiesel, a massa da banha necessária, em quilogramas, será
de, aproximadamente,

a) 6 milhões. d) 146 milhões.


b) 33 milhões. e) 384 milhões.
c) 78 milhões.

7
Em 2010, um caos aéreo afetou o continente europeu, devido à quantidade de fumaça expe-
lida por um vulcão na Islândia, o que levou ao cancelamento de inúmeros voos.

Cinco dias após o início desse caos, todo o espaço aéreo europeu acima de 6 000 metros estava
liberado, com exceção do do espaço aéreo da Finlândia. Lá, apenas voos internacionais acima de
31 mil pés estavam liberados.

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 21 abr. 2010 (adaptado).

Considere que 1 metro equivale a aproximadamente 3,3 pés.

Qual a diferença, em pés, entre as altitudes liberadas na Finlândia e no restante do continente


europeu cinco dias após o início do caos?

a) 3 390 pés. d) 19 800 pés.


b) 9 390 pés. e) 50 800 pés.
c) 11 200 pés.

8
Cerca de 20 milhões de brasileiros vivem na região coberta pela caatinga, em quase
800 mil km2 de área. Quando não chove, o homem do sertão e sua família precisam caminhar
quilômetros em busca da água dos açudes. A irregularidade climática é um dos fatores que
mais interferem na vida do sertanejo.

Disponível em: http://www.wwf.org.br. Acesso em: 23 abr. 2010.

190 COMPETÊNCIA 3 - Medidas da Realidade


Segundo este levantamento, a densidade demográfica da região coberta pela caatinga, em ha-
bitantes por km2, é de

a) 250. d) 0,25.
b) 25. e) 0,025.
c) 2,5.

9
O medidor de energia elétrica de uma residência, conhecido por “relógio de luz”, é cons-
tituído de quatro pequenos relógios, cujos sentidos de rotação estão indicados conforme a figura:

milhar centena dezena unidade

1 0 9 9 0 1 1 0 9 9 0 1
2 8 8 2 2 8 8 2
3 7 7 3 3 7 7 3
4 5 6 6 5 4 4 5 6 6 5 4

Disponível em: http://www.enersul.com.br. Acesso em: 26 abr. 2010.

A medida é expressa em kWh. O número obtido na leitura é composto por 4 algarismos. Cada posi-
ção do número é formada pelo último algarismo ultrapassado pelo ponteiro.

O número obtido pela leitura em kWh, na imagem, é

a) 2 614. d) 3 725.
b) 3 624. e) 4 162.
c) 2 715.

10 Muitas medidas podem ser tomadas em nossas casas visando à utilização racional de
energia elétrica. Isso deve ser uma atitude diária de cidadania. Uma delas pode ser a redução do
tempo no banho. Um chuveiro com potência de 4 800 W consome 4,8 kW por hora.

Uma pessoa que toma dois banhos diariamente, de 10 minutos cada, consumirá, em sete dias,
quantos kW?

a) 0,8
b) 1,6
c) 5,6
d) 11,2
e) 33,6

Matemática e suas Tecnologias 191


11
Uma mãe recorreu à bula para verificar a dosagem de um remédio que precisava dar
a seu filho. Na bula, recomendava-se a seguinte dosagem: 5 gotas para cada 2 Kg de massa
corporal a cada 8 horas.

Se a mãe ministrou corretamente 30 gotas do remédio a seu filho a cada 8 horas, então a massa
corporal dele é de
a) 12 Kg. d) 36 Kg.
b) 16 Kg. e) 75 Kg.
c) 24 Kg.

12
A Agência Espacial Norte Americana (NASA) informou que o asteroide YU 55 cruzou o
espaço entre a Terra e a Lua no mês de novembro de 2011. A ilustração a seguir sugere que o
asteroide percorreu sua trajetória no mesmo plano que contém a órbita descrita pela Lua em
torno da Terra. Na figura, está indicada a proximidade do asteroide em relação à Terra, ou seja,
a menor distância que ele passou da superfície terrestre.

fonte: NASA

Disponível em : http//notícias.terra.com.br (adaptado).

Com base nessas informações, a menor distância que o asteroide YU 55 passou da superfície da
Terra é igual a
a) 3,25 x 10² km. d) 3,25 x 105 km.
b) 3,25 x 10³ km. e) 3,25 x 106 km.
c) 3,25 x 104 km.

192 COMPETÊNCIA 3 - Medidas da Realidade


13
Um pequeno caminhão dispõe de dois reservatórios vazios, cada um com capacidade
de 2 000 kg, os quais serão utilizados para transportar a produção de milho e soja até um cen-
tro consumidor. No centro de abastecimento abre-se o registro de um primeiro silo às 12 horas
para alimentar o reservatório 1 com milho, numa taxa de 120 kg por minuto.

Passados cinco minutos, abre-se o registro de um segundo silo para alimentar o reservatório
2 com soja, numa taxa de 80 kg por minuto. Considere que a encomenda de milho no centro
consumidor seja de 1 800 kg e que, pela lei rodoviária local, a carga máxima a ser transportada
por caminhão seja de 3 400 kg.

Silo 1 Silo 2

Reservatório 1 Reservatório 2
Milho Soja

Nestas condições, em que instantes devem ser fechados os registros dos silos 1 e 2, respectiva-
mente, para que a quantidade de soja transportada seja a máxima possível?

a) 12h15min e 12h20min.
b) 12h15min e 12h25min.
c) 12h15min e 12h27min30seg.
d) 12h15min e 12h30min.
e) 12h15min e 12h32min30seg.

14
Em 2009, o Estado de São Paulo perdeu 3 205,7 hectares de sua cobertura vegetal, área
30% menor que a desmatada em 2008, segundo balanço do projeto ambiental estratégico “Des-
matamento Zero”, divulgado pela Secretaria do Meio Ambiente (SMA).

São Paulo reduz área desmatada. Boletim Agência FAPESP. Disponível em: http://www.agencia.fapesp.br. Acesso em: 26 abr. 2010.

Um hectare é uma unidade de medida de área equivalente a 100 ares. Um are, por sua vez, é
equivalente a 100 m². Logo, a área 3 205,7 hectares corresponde a

a) 3 205,7 × 10-1 m². d) 3 205,7 × 103 m².


b) 3 205,7 × 10 m². e) 3 205,7 × 104 m².
c) 3 205,7 × 102 m².

Matemática e suas Tecnologias 193


15
O Sr. José compra água do vizinho para irrigar sua plantação, situada em um terreno na
forma de um quadrado de 30 m de lado. Ele paga R$ 100,00 mensais pela água que consome. A
água é levada a seu terreno através de tubos em forma de cilindros de ½ polegada de diâmetro.

Visando expandir sua plantação, o Sr. José adquire um terreno com o mesmo formato que o
seu, passando a possuir um terreno em forma retangular, com 30 m de comprimento e 60 m de
largura.

Quanto ele deve pagar a seu vizinho por mês, pela águaque passará a consumir?

a) R$ 100,00
b) R$ 180,00
c) R$ 200,00
d) R$ 240,00
e) R$ 300,00

16
Para uma atividade realizada no laboratório de Matemática, um aluno precisa construir
uma maquete da quadra de esportes da escola que tem 28 m de comprimento por 12 m de largu-
ra. A maquete deverá ser construída na escala de 1 : 250.

Que medidas de comprimento e largura, em cm, o aluno utilizará na construção da maquete?

a) 4,8 e 11,2
b) 7,0 e 3,0
c) 11,2 e 4,8
d) 28,0 e 12,0
e) 30,0 e 70,0

17
Técnicos concluem mapeamento do aquífero Guarani

O aquífero Guarani localiza-se no subterrâneo dos territórios da Argentina, Brasil, Paraguai e Uru-
guai, com extensão total de 1.200.000 quilômetros quadrados, dos quais 840.000 quilômetros qua-
drados estão no Brasil. O aquífero armazena cerca de 30 mil quilômetros cúbicos de água e é con-
siderado um dos maiores do mundo.
Na maioria das vezes em que são feitas referências à água, são usadas as unidades metro cúbico
e litro, e não as unidades já descritas. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
(SABESP) divulgou, por exemplo, um novo reservatório cuja capacidade de armazenagem é de 20
milhões de litros.

Disponível em: http://noticias.terra.com.br. Acesso em: 10 jul. 2009 (adaptado).

194 COMPETÊNCIA 3 - Medidas da Realidade


Comparando as capacidades do aquífero Guarani e desse novo reservatório da SABESP, a capaci-
dade do aquífero Guarani é

a) 1,5 x 102 vezes a capacidade do reservatório novo.


b) 1,5 x 103 vezes a capacidade do reservatório novo.
c) 1,5 x 106 vezes a capacidade do reservatório novo.
d) 1,5 x 108 vezes a capacidade do reservatório novo.
e) 1,5 x 109 vezes a capacidade do reservatório novo.

18
A resolução das câmeras digitais modernas é dada em megapixels, unidade de medida
que representa um milhão de pontos. As informações sobre cada um desses pontos são ar-
mazenadas, em geral, em 3 bytes. Porém, para evitar que as imagens ocupem muito espaço,
elas são submetidas a algoritmos de compressão, que reduzem em até 95% a quantidade de
bytes necessários para armazená-las. Considere 1 KB = 1.000 bytes, 1 MB = 1.000 KB, 1 GB =
1.000 MB.

Utilizando uma câmera de 2.0 megapixels cujo algoritmo de compressão é de 95%, João fotografou
150 imagens para seu trabalho escolar. Se ele deseja armazená-las de modo que o espaço restante
no dispositivo seja o menor espaço possível, ele deve utilizar

a) um CD de 700 MB.
b) um pendrive de 1 GB.
c) um HD externo de 16 GB.
d) um memory stick de 16 MB.
e) um cartão de memória de 64 MB.

19
Existe uma cartilagem entre os ossos que vai crescendo e se calcificando desde a infância
até a idade adulta. No fim da puberdade, os hormônios sexuais (testosterona e estrógeno) fazem
com que essas extremidades ósseas (epífises) se fechem e o crescimento seja interrompido. As-
sim, quanto maior a área não calcificada entre os ossos, mais a criança poderá crescer ainda.
A expectativa é que durante os quatro ou cinco anos da puberdade, um garoto ganhe de 27 a 30
centímetros.

Revista Claudia. Abr. 2010 (adaptado).

De acordo com essas informações, um garoto que inicia a puberdade com 1,45 m de altura poderá
chegar ao final dessa fase com uma altura

a) mínima de 1,458 m. d) máxima de 1,720 m.


b) mínima de 1,477 m. e) máxima de 1,750 m.
c) máxima de 1,480 m.

Matemática e suas Tecnologias 195


20
João mora na cidade A e precisa visitar cinco clientes, localizados em cidades diferentes
da sua. Cada trajeto possível pode ser representado por uma sequência de 7 letras. Por exemplo, o
trajeto ABCDEFA, informa que ele sairá da cidade A, visitando as cidades B, C, D, E e F nesta ordem,
voltando para a cidade A. Além disso, o número indicado entre as letras informa o custo do deslo-
camento entre as cidades. A figura mostra o custo de deslocamento entre cada uma das cidades.

B
4
6 C
A 5

8 9 12
6
3
6
2
7 10
D 8 F
13 5

Como João quer economizar, ele precisa determinar qual o trajeto de menor custo para visitar os
cinco clientes.

Examinando a figura, percebe que precisa considerar somente parte das sequências, pois os traje-
tos ABCDEFA e AFEDCBA têm o mesmo custo. Ele gasta 1min30s para examinar uma sequência e
descartar sua simétrica, conforme apresentado.

O tempo mínimo necessário para João verificar todas as sequências possíveis no problema é de
a) 60 min. b) 90 min. c) 120 min. d) 180 min. e) 360 min.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

196 COMPETÊNCIA 3 - Medidas da Realidade


Matemática
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
4

VARIAÇÃO DE
GRANDEZA,
PORCENTAGEM
E JUROS
Idealizadores:
197
Mateus Prado e Paulo Jubilut
Comparações de grandezas como conceitos são aplicados e, com isso,
os preços no supermercado, os ingre- avaliar o desenvolvimento da habilida-
dientes de uma receita, a velocidade de de resolver problemas envolvendo
média e o tempo são muito comuns em essas variáveis. Para compreender,
nosso dia a dia. Situações-problema avaliar e decidir sobre algumas situa-
desse tipo são apresentadas de modo ções da vida cotidiana, tais como qual
a permitir que estudante estabeleça a melhor forma de pagar uma compra
comparações e perceba que existem ou de escolher um financiamento, é
formas de se prever a variação de necessário conhecimento de juros
uma das grandezas, se conhecermos simples e compostos. Esses contextos
o comportamento de outra. devem ser apresentados com o objeti-
Outras situações são propostas vo de verificar se o aluno sabe utilizar
para o uso das porcentagens. Essas seus conhecimentos para agir com
situações permitem verificar se o es- segurança em situações semelhantes
tudante identifica grandezas direta e que venha a viver.
inversamente proporcionais, interpre- Tais formulações possibilitam,
ta a notação usual de porcentagem, ainda, avaliar se o estudante sabe
identifica e avalia variações de gran- identificar e interpretar oscilações
dezas para explicar fenômenos natu- percentuais de variáveis socioeco-
rais, processos socioeconômicos e da nômicas ou técnico-científicas, como
produção tecnológica. importante recurso para a construção
Problemas variados de contexto de argumentação consistente. O co-
envolvendo grandezas de diversas na- nhecimento de cálculos com porcen-
turezas, direta ou inversamente pro- tagem e de relações entre grandezas
porcionais, têm o objetivo de ampliar é um recurso bastante poderoso em
a percepção do estudante sobre as nossa sociedade. Para avaliar tal
diferentes situações nas quais esses competência, pode ser interessante
apresentar ao aluno situações em que
ele analise dados e informações reais,
É bom s verificando sua percepção sobre a im-
Dominar aber... portância do papel que desempenha
na comunidade.
de Porce os conceitos e c
á
importan ntagem e Juros, lculos simples
em muita te na prova do E além de ser Os textos dessa página foram selecionados
N
pagar su s atividades roti EM, lhe ajudará de livros editados pelo INEP/MEC a respei-
as conta neiras, c to do exame que foi base para a matriz de
financia o
mentos, s, calcular dívid mo competências e habilidades do Novo ENEM.
etc. as e

198 COMPETÊNCIA 4 - Variação de Grandeza, Porcentagem e Juros


Variação de Grandeza, Porcentagem e Juros
COMPETÊNCIA
4

Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a


solução de problemas do cotidiano.

As questões dessa parte tratam das diferentes formas de variação de grandezas.


A regra de três é muito cobrada. Costumam aparecer a variação de grandeza
“diretamente proporcional”, como quanto aumenta o valor a ser pago quando você au-
menta o número de caixas de leite compradas no mercado, e a variação “inversamente
proporcional”, como quanto diminui o tempo de um percurso quando você aumenta a
velocidade de deslocamento.
Procure entender o conceito de porcentagem e realizar cálculos de porcenta-
gem. É bom conhecer um pouco sobre impostos, índices alimentares, estatísticas po-
pulacionais, relações entre porcentagem e geometria, relação entre regra de três e
porcentagem e, também, sobre porcentagem da porcentagem.
É preciso estudar os Juros Simples e Compostos e entender sua utilização princi-
palmente com relação a empréstimos bancários, dívidas de cartão de crédito e compras
a prazo.

Matemática e suas Tecnologias 199


Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Identificar a relação de dependência entre grandezas.


• Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversa-
mente proporcionais.
• Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a cons-
trução de argumentação.
• Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Escolha uma cidade e descubra qual a distância entre ela e a sua. Calcule quanto tem-
po você demoraria para chegar a essa cidade, dirigindo a 60 Km/h e a 80 Km/h. Depois,
calcule quanto tempo levaria se fizesse metade do caminho a 60 Km/h e a outra metade
a 80 Km/h.
2. Separe folhetos de divulgação de lojas de eletrodomésticos. Escolha um produto e veja
qual a diferença do preço à vista e a prazo. Calcule qual o juro embutido na compra cujo
valor foi dividido em prestações.
3. Com 50% de desconto, uma mercadoria atinge a metade de seu preço. Descubra quais
os juros necessários (mensalmente) para que a mercadoria volte ao valor original.

Peça que cada aluno escolha uma quantia de 10 a 300. Depois, proponha que cada
um calcule quanto dinheiro terá ao final de 30 anos, se guardarem, mensalmente, a
quantia escolhida. Considere que o dinheiro será aplicado em um investimento que
paga 1% de juros ao mês, mais a correção monetária.

200 COMPETÊNCIA 4 - Variação de Grandeza, Porcentagem e Juros


1
Em sete de abril de 2004, um jornal publicou o ranking de desmatamento, conforme gráfi-
co, da chamada Amazônia Legal, integrada por nove estados.

Ranking do Desmatamento em km2

9º Amapá 4
8º Tocantins 136
7º Roraima 326
6º Acre 549
5º Maranhão 766
4º Amazonas 797
3º Rondônia 3463
2º Pará 7293
1º Mato Grosso 10416

Disponível em: www.folhaonline.com.br. Acesso em: 30 abr. 2010 (adaptado).

Considerando-se que até 2009 o desmatamento cresceu 10,5% em relação aos dados de 2004, o
desmatamento médio por estado em 2009 está entre
a) 100 km² e 900 km². d) 3300 km² e 4000 km².
b) 1000 km² e 2700 km². e) 4100 km² e 5800 km².
c) 2800 km² e 3200 km².

2
Uma escola recebeu do governo uma verba de R$ 1000,00 para enviar dois tipos de fo-
lhetos pelo correio. O diretor da escola pesquisou que tipos de selos deveriam ser utilizados.
Concluiu que, para o primeiro tipo de folheto, bastava um selo de R$ 0,65 enquanto para folhetos
do segundo tipo seriam necessários três selos, um de R$ 0,65, um de R$ 0,60 e um de R$ 0,20. O di-
retor solicitou que se comprassem selos de modo que fossem postados exatamente 500 folhetos
do segundo tipo e uma quantidade restante de selos que permitisse o envio do máximo possível
de folhetos do primeiro tipo.

Quantos selos de R$ 0,65 foram comprados?

a) 476 d) 965
b) 675 e) 1538
c) 923

Matemática e suas Tecnologias 201


3
No quadro seguinte, são informados os turnos em que foram eleitos os prefeitos das
capitais de todos os estados brasileiros em 2004.

CIDADE TURNO CIDADE TURNO


1 Aracaju (SE) 1º 14 Manaus (AM) 2º
2 Belém (PA) 2º 15 Natal (RN) 2º
3 Belo Horizonte (MG) 1º 16 Palmas (TO) 1º
4 Boa Vista (RR) 1º 17 Porto Alegre (RS) 2º
5 Campo Grande (MS) 1º 18 Porto Velho (RO) 2º
6 Cuiabá (MT) 2º 19 Recife (PE) 1º
7 Curitiba (PR) 2º 20 Rio Branco (AC) 1º
8 Florianópolis (SC) 2º 21 Rio de Janeiro (RJ) 1º
9 Fortaleza (CE) 2º 22 Salvador (BA) 2º
10 Goiânia (GO) 2º 23 São Luís (MA) 1º
11 João Pessoa (PB) 1º 24 São Paulo (SP) 2º
12 Macapá (AP) 1º 25 Teresina (PI) 2º
13 Maceió (AL) 2º 26 Vitória (ES) 2º

FONTE: TSE
Almanaque ABRIL: Brasil 2005. São Paulo: Abril, 2005

Na região Norte, a frequência relativa de eleição dos prefeitos no 2º turno foi, aproximadamente,

a) 42,86%.
b) 44,44%.
c) 50,00%.
d) 57,14%.
e) 57,69%.

4
Um dos grandes problemas da poluição dos mananciais (rios, córregos e outros)
ocorre pelo hábito de jogar óleo utilizado em frituras nos encanamentos que estão interliga-
dos com o sistema de esgoto. Se isso ocorrer, cada 10 litros de óleo poderão contaminar 10
milhões (107) de litros de água potável.

Manual de etiqueta. Parte integrante das revistas Veja (ed. 2055), Cláudia (ed. 555), National Geographic (ed. 93) e Nova Escola (ed. 208)
(adaptado).

Suponha que todas as famílias de uma cidade descartem os óleos de frituras através dos
encanamentos e consomem 1000 litros de óleo em frituras por semana.

Qual seria, em litros, a quantidade de água potável contaminada por semana nessa cidade?

a) 10-2 d) 106
b) 103 e) 109
c) 104

202 COMPETÊNCIA 4 - Variação de Grandeza, Porcentagem e Juros


5
Paulo emprestou R$ 5.000,00 a um amigo, a uma taxa de juros simples de 3% ao mês.
Considere x o número de meses do empréstimo e M(x) o montante a ser devolvido para Paulo no
final de x meses.

Nessas condições, a representação gráfica correta para M(x) é

a) d)

M(x) M(x)

5000
5000
x
x

b) e)
M(x) 5150
M(x)
5000
x x

c)

M(x)

5000
x

6
O gráfico mostra o número de favelas no município do Rio de Janeiro entre 1980 e 2004,
considerando que a variação nesse número entre os anos considerados é linear.

750

573

372

1980 1992 2004

Favela Tem Memória. Época. No 621, 12 abr. 2010 (adaptado).

Matemática e suas Tecnologias 203


Se o padrão na variação do período 2004/2010 se mantiver nos próximos 6 anos, e sabendo que o
número de favelas em 2010 é 968, então o número de favelas em 2016 será

a) menor que 1 150.


b) 218 unidades maior que em 2004.
c) maior que 1 150 e menor que 1 200.
d) 177 unidades maior que em 2010.
e) maior que 1 200.

7
O jornal de certa cidade publicou em uma página inteira a seguinte divulgação de seu
caderno de classificados.

26 mm

4%
x mm outros
jornais

96% 400 mm
Pessoas que consultam
nossos classificados

260 mm

Para que a propaganda seja fidedigna à porcentagem da área que aparece na divulgação, a
medida do lado do retângulo que representa os 4%, deve ser de aproximadamente
a) 1 mm.
b) 10 mm.
c) 17 mm.
d) 160 mm.
e) 167 mm.

204 COMPETÊNCIA 4 - Variação de Grandeza, Porcentagem e Juros


8
O hábito de comer um prato de folhas todo dia faz proezas para o corpo. Uma forma
de variar o sabor das saladas é experimentar diferentes molhos. Um molho de iogurte com
mostarda contém 2 colheres de sopa de iogurte desnatado, 1 colher de sopa de mostarda, 4
colheres de sopa de água, 2 colheres de sopa de azeite.

DESGUALDO. P. Os Segredos da Supersalada. Revista Saúde. Jan. 2010.

Considerando que uma colher de sopa equivale a aproximadamente 15 mL, qual é o número
máximo de doses desse molho que se faz utilizando 1,5 L de azeite e mantendo a proporciona-
lidade das quantidades dos demais ingredientes?

a) 5 d) 200
b) 20 e) 500
c) 50

9
O IGP-M é um índice da Fundação Getúlio Vargas, obtido por meio da variação dos
preços de alguns setores da economia, do dia vinte e um do mês anterior do dia vinte do
mês de referência. Ele é calculado a partir do Índice de Preços por Atacado (IPA-M), que
tem peso de 60% do índice, do Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), que tem peso de
30%, e do Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), representando 10%. Atualmente,
o IGP-M é o índice para a correção de contratos de aluguel e o indexador de algumas tarifas,
como energia elétrica.

INCC IPC-M IPA-M


Índice do Índice do Índice do
Mês/ano Mês/ano Mês/ano
mês (em %) mês (em %) mês (em %)

Mar/2010 0,45 Mar/2010 0,83 Mar/2010 1,07

Fev/2010 0,35 Fev/2010 0,88 Fev/2010 1,42

Jan/2010 0,52 Jan/2010 1,00 Jan/2010 0,51

A partir das informações, é possível determinar o maior IGP-M mensal desse primeiro trimestre,
cujo valor é igual a

a) 7,03%
b) 3,00%
c) 2,65%
d) 1,15%
e) 0,66%

Matemática e suas Tecnologias 205


10
Em março de 2010, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
reajustou os valores de bolsas de estudo concedidas a alunos de iniciação científica, que passaram a re-
ceber R$ 360,00 mensais, um aumento de 20% com relação ao que era pago até então. O órgão concedia
29 mil bolsas de iniciação cientifica até 2009, e esses números aumentou em 48% em 2010.

O Globo. 11 mar. 2010.

Caso o CNPq decidisse não aumentar o valor dos pagamentos dos bolsistas, utilizando o montante
destinado a tal aumento para incrementar ainda mais o número de bolsas de iniciação cientifica no
país, quantas bolsas a mais que em 2009, aproximadamente, poderiam ser oferecidas em 2010?

a) 5,8 mil.
b) 13,9 mil.
c) 22,5 mil.
d) 51,5mil.
e) 94,4 mil.

11
Uma pessoa aplicou certa quantia em ações. No primeiro mês, ela perdeu 30% do total
do investimento e, no segundo mês, recuperou 20% do que havia perdido. Depois desses dois
meses, resolveu tirar o montante de R$ 3 800,00 gerado pela aplicação.

A quantia inicial que essa pessoa aplicou em ações corresponde ao valor de

a) R$ 4 222,22.
b) R$ 4 523,80.
c) R$ 5 000,00.
d) R$ 13 300,00.
e) R$ 17 100,00.

12
Arthur deseja comprar um terreno de Cléber, que lhe oferece as seguintes possibilida-
des de pagamento:

• Opção 1: Pagar à vista, por R$ 55 000,00;


• Opção 2: Pagar a prazo, dando uma entrada de R$ 30 000,00, e mais uma prestação de R$ 26
000,00 para dali a 6 meses.
• Opção 3: Pagar a prazo, dando uma entrada de R$ 20 000,00, mais uma prestação de R$ 20 000,00,
para dali a 6 meses e outra de R$ 18 000,00 para dali a 12 meses da data da compra.
• Opção 4: Pagar a prazo dando uma entrada de R$ 15 000,00 e o restante em 1 ano da data da com-
pra, pagando R$ 39 000,00.
• Opção 5: Pagar a prazo, dali a um ano, o valor de R$ 60 000,00.

206 COMPETÊNCIA 4 - Variação de Grandeza, Porcentagem e Juros


Arthur tem o dinheiro para pagar à vista, mas avalia se não seria melhor aplicar o dinheiro do
valor à vista (ou até um valor menor) em um investimento, com rentabilidade de 10% ao semes-
tre, resgatando os valores à medida que as prestações da opção escolhida fosse vencendo.

Após avaliar a situação do ponto de vista financeiro e das condições apresentadas, Arthur
concluiu que era mais vantajoso financeiramente escolher a opção

a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.

13
Considere que uma pessoa decida investir uma determinada quantia e que lhe sejam
apresentadas três possibilidades de investimento, com rentabilidades líquidas garantidas pelo
período de um ano, conforme descritas:

Investimento A: 3% ao mês

Investimento B: 36% ao ano

Investimento C: 18% ao semestre

As rentabilidades, para esses investimentos, incidem sobre o valor do período anterior. O quadro
fornece algumas aproximações para a análise das rentabilidades:

n 1,03n
3 1,093
6 1,194
9 1,305
12 1,426

Para escolher o investimento com a maior rentabilidade anual, essa pessoa deverá

a) escolher qualquer um dos investimentos A, B ou C, pois as suas rentabilidades anuais são


iguais a 36%.
b) escolher os investimentos A ou C, pois suas rentabilidades anuais iguais a 39%.
c) escolher o investimento A, pois a sua rentabilidade anual é maior que as rentabilidades anuais
dos investimentos B e C.
d) escolher o investimento B, pois sua rentabilidade de 36% é maior que as rentabilidades de 3%
do investimento A e de 18% do investimento C.
e) escolher o investimento C, pois sua rentabilidade de 39% ao ano é maior que a rentabilidade de
36% ao ano dos investimentos A e B.

Matemática e suas Tecnologias 207


14
A tabela compara o consumo mensal, em kWh, dos consumidores residenciais e dos de
baixa renda, antes e depois da redução da tarifa de energia no estado de Pernambuco.

Como fica a tarifa


Residencial
Consumo Mensal (kWh) Antes Depois Economia
140 R$ 71,04 R$ 64,75 R$ 6,29
185 R$ 93,87 R$ 85,56 R$ 8,32
350 R$ 177,60 R$ 161,86 R$ 15,74
500 R$ 253,72 R$ 231,24 R$ 22,48
Baixa renda
Consumo Mensal (kWh) Antes Depois Economia
30 R$ 3,80 R$ 3,35 R$ 0,45
65 R$ 11,53 R$ 10,04 R$ 1,49
80 R$ 14,84 R$ 12,90 R$ 1,94
100 R$ 19,31 R$ 16,73 R$ 2,59
140 R$ 32,72 R$ 28,20 R$ 4,53
Fonte: Celpe

Diário de Pernambuco. 28 abr. 2010 (adaptado).

Considere dois consumidores: um que é de baixa renda e gastou 100 kWh e outro do tipo
residencial que gastou 185 kWh. A diferença entre o gasto desses consumidores com 1 kWh,
depois da redução da tarifa de energia, mais aproximada, é de

a) R$ 0,27.
b) R$ 0,29.
c) R$ 0,32.
d) R$ 0,34.
e) R$ 0,61.

15
Uma indústria tem um reservatório de água com capacidade para 900 m3. Quando há neces-
sidade de limpeza do reservatório, toda a água precisa ser escoada. O escoamento da água é feito
por seis ralos, e dura 6 horas quando o reservatório está cheio. Esta indústria construirá um novo
reservatório, com capacidade de 500 m3, cujo escoamento da água deverá ser realizado em 4 horas,
quando o reservatório estiver cheio. Os ralos utilizados no novo reservatório deverão ser idênticos
aos do já existente.

A quantidade de ralos do novo reservatório deverá ser igual a

208 COMPETÊNCIA 4 - Variação de Grandeza, Porcentagem e Juros


a) 2 b) 4 c) 5 d) 8 e) 9

16
Luiza decidiu pintar seus cabelos e os de sua mãe usando as cores B e C em ambas as tintu-
ras. A cor B é a que tinge os cabelos brancos e a cor C dá um tom mais claro durante a exposição à luz.

Luíza sabe que, em cabelos com muitos fios brancos, como os de sua mãe, a proporção entre as
cores C e B é de 1 para 3. Para ela, que tem poucos fios brancos, a proporção a ser aplicada é de 3
partes da cor C para 1 para da cor B. Além disso, como sua mãe tem cabelos curtos, basta a aplicação
de 60 gramas de tintura; já para seus longos cabelo, serão necessários 120 gramas.

De acordo com a situação descrita, a quantidade, em gramas, da tintura da cor B que Luíza deve
adquirir para pintar os seus cabelos e os de sua mãe é

a) 60. b) 75. c) 90. d) 105. e) 180.

17
Médicos alertam sobre a importância de educar as crianças para terem hábitos alimenta-
res saudáveis. Por exemplo, analisando-se uma bolacha com recheio de chocolate (25 g) e um pé de
alface (25 g), observam-se as seguintes quantidades de nutrientes, respectivamente:

• carboidratos: 15 g e 0,5 g;
• proteínas: 1,9 g e 0,5 g.

Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 27 abr. 2010 (adaptado).

Considerando as informações apresentadas, qual deve ser o número de pés de alface consumidos
para se obter a mesma quantidade de carboidratos de uma bolacha?
a) 50 b) 30 c) 14 d) 8 e) 7

18
1
O Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou novas regras sobre o pagamento mínimo
da fatura do cartão de crédito, a partir do mês de agosto de 2011. A partir de então, o pagamento men-
sal não poderá ser inferior a 15% do valor total da fatura. Em dezembro daquele ano, outra alteração
foi efetuada: daí em diante, o valor mínimo a ser pago seria de 20% da fatura.
Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 29 fev. 2012.

Um determinado consumidor possuía no dia do vencimento, 01/03/2012, uma dívida de R$ 1 000,00 na


fatura de seu cartão de crédito. Se não houver pagamento do valor total da fatura, são cobrados juros

Matemática e suas Tecnologias 209


de 10% sobre o saldo devedor para a próxima fatura. Para quitar sua dívida, optou por pagar sempre o
mínimo da fatura a cada mês e não efetuar mais nenhuma compra.

A dívida desse consumidor em 01/05/2012 será de

a) R$ 600,00.
b) R$ 640,00.
c) R$ 722,50.
d) R$ 774,40.
e) R$ 874,22.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

210 COMPETÊNCIA 4 - Variação de Grandeza, Porcentagem e Juros


Matemática
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
5

ÁLGEBRA
Idealizadores:
211
Mateus Prado e Paulo Jubilut
Partindo de situações vividas pela habilidade fundamental não só para
maioria das pessoas, busca-se dar a Matemática como também para as
significado à linguagem e às idéias áreas de Ciências Humanas e de Ciên-
matemáticas. Situações-problema va- cias da Natureza.
riadas vão permitir observar se o es- Com situações-problema bastan-
tudante reconhece diferentes funções te diversificadas, o estudante pode
da álgebra e sabe, assim, modelar e desenvolver a capacidade de integrar
resolver problemas utilizando equa- os conhecimentos relativos às tabe-
ções e inequações com uma ou mais las, expressões algébricas e repre-
variáveis. sentações analíticas e, por esse meio,
A percepção da possibilidade de indicar se compreende o significado
representar fenômenos na forma algé- e sabe realizar operações com o uso
brica e na forma gráfica é colocada em dessas ferramentas. Problemas nos
destaque. O uso de representações quais o estudante possa expressar-
gráficas em problemas de localização -se de forma gráfica ou escrita, em
é explorado como um conhecimento já que valorize a precisão da linguagem
adquirido para se partir para as repre- matemática e o reconhecimento de
sentações analíticas em Matemática. representações equivalentes de um
A partir de discussões sobre a leitura me smo conceito, relacionando pro-
dessas representações, é possível cedimentos às diferente s represen-
avaliar se o estudante é capaz de tações, são um modo de avaliar a uti-
identificar e interpretar representa- lização da modelagem analítica como
ções analíticas de processos naturais recurso importante na elaboração de
ou da produção tecnológica e de figu- argumentação consistente.
ras geométricas como pontos, retas e Situações que requerem a inter-
circunferências, o que constitui uma pretação de informações, a partir do
uso de ferramentas analíticas, permi-
tem aferir o desenvolvimento da ha-
bilidade de avaliar a adequação nos
É bom s
É a comp
aber... problemas da realidade.
etê
te consid ncia que os aluno Os textos dessa página foram selecionados
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matemáti m mais difícil. Ma ormalmen- de livros editados pelo INEP/MEC a respei-
ca que p s é um eix
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co ajud
dedicar u mpetências, entã ar em todas competências e habilidades do Novo ENEM.
ma parce o vale a p
la de seu ena
tempo.

212 COMPETÊNCIA 5 - Álgebra


Álgebra
COMPETÊNCIA
5

Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técni-


co-científicas, usando representações algébricas.

Nessa competência, o ENEM irá avaliar sua capacidade de representar


gráfica e algebricamente fenômenos matemáticos. Muitas vezes, são apresenta-
das situações cotidianas em que conhecimentos de álgebra e coordenadas car-
tesianas são fundamentais para a resolução das situações-problema.
Equações do primeiro e do segundo grau estarão presentes em grande par-
te das questões dessa competência. Normalmente, resolver a equação não bas-
ta. Será preciso montá-la. É importante dedicar-se às funções algébricas lineares
e quadráticas, com seus respectivos gráficos. E também, se possível, procure
estudar as funções racionais, exponenciais e logarítmicas - e seus gráficos.
Já logaritmos, operações entre matrizes, determinantes, Regra de Chió e
Cramer, Teorema de Laplace e sistemas de equação são conteúdos indicados
pelo MEC como possíveis para o Exame, mas não apareceram na maioria das pro-

Matemática e suas Tecnologias 213


vas, considerando as duas aplicações anuais (prova geral e prova para institui-
ções prisionais) desde que a atual matriz do ENEM passou a ser adotada, em 2009.

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Identificar representações algébricas que expressem a relação entre gran-


dezas;
• Interpretar gráficos cartesianos que representem relações entre grandezas;
• Resolver situações-problema cuja modelagem envolva conhecimentos al-
gébricos;
• Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a cons-
trução de argumentação;
• Avaliar propostas de intervenção na realidade, utilizando conhecimentos
algébricos.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1 - Procure montar equações algébricas para situações de nossa vida cotidiana,


como o número de pães comprados, a previsão de crescimento da população,
o crescimento do PIB, entre outras coisas.
2 - Transpor funções para gráficos cartesianos. Utilize funções de primeiro e se-
gundo grau, exponencial e logarítmica. Sugerimos que monte uma tabela para
facilitar a observação da variação da reta, ou curva, e os sinais da função no
sistema cartesiano.
3 - Elabore equações algébricas e gráficos cartesianos para uma mesma situa-
ção-problema. Por exemplo: Você recebe R$ 1000,00 mensais. Foi ao shopping
e gastou 1/3 do seu salário, e depois gastou 1/9 do dinheiro que sobrou no
horário do almoço. Quanto você gastou?

214 COMPETÊNCIA 5 - Álgebra


Localize “O problema das pérolas do Rajá”, no livro O homem que calculava, de
Malba Tahan. Separe a sala em grupos, distribua a eles somente a proposta de pro-
blema que está no livro e proponha que a resolvam. Depois, distribua a solução que a
personagem encontrou e oriente cada grupo a construir uma história que utilize uma
expressão algébrica.

1 Uma torneira gotejando diariamente é responsável por grandes desperdícios de água. Ob-
serve o gráfico que indica o desperdício de uma torneira:

700
600
500
Desperdício (litros)

400
300
200
100
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Tempo (dias)

Se y representa o desperdício de água, em litros, e x representa o tempo, em dias, a relação entre


xeyé

a) y = 2x
b) y = 1 x
2
c) y = 60x
d) y = 60x+1
e) y = 80x+50

Matemática e suas Tecnologias 215


2
A torre de Hanói é um jogo que tem o objetivo de mover todos os discos de uma haste para
outra, utilizando o menor número possível de movimento, respeitando-se as regras.

5
Peças 4
3
2
1

Casas A B C
As regras são:
1- um disco maior não pode ser colocado sobre um disco menor;
2- pode-se mover um único disco por vez;
3- um disco deve estar sempre em uma das três hastes ou em movimento.

Disponível em: http://www.realidadevirtual.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010 (adaptado).


Disponível em: http://www.imeusp.br. Acesso em: 28 abr. 2010 (adaptado).

Usando a torre de Hanói e baseando-se nas regras do jogo, podemos montar uma tabela entre o
número de peças (X) e o número mínimo de movimentos (Y):

Número de peças Número mínimo de movimentos


1 1
2 3
3 7
4 15
A relação entre (X) e (Y) é

a) Y = 2X – 1
b) Y = 2X – 1
c) Y = 2X
d) Y = 2X – 1
e) Y = 2X – 4

3
Nos últimos anos, a corrida de rua cresce no Brasil. Nunca se falou tanto no assunto
como hoje, e a quantidade de adeptos aumenta progressivamente, afinal, correr traz inúmeros
benefícios para a saúde física e mental, além de ser um esporte que não exige um alto investi-
mento financeiro.

Disponível em:http://www.webrun.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010

216 COMPETÊNCIA 5 - Álgebra


Um corredor estipulou um plano de treinamento diário, correndo 3 quilômetros no primeiro dia
e aumentando 500 metros por dia, a partir do segundo. Contudo, seu médico cardiologista au-
torizou essa atividade até que o corredor atingisse, no máximo, 10 km de corrida em um mesmo
dia de treino.
Se o atleta cumprir a recomendação médica e praticar o treinamento estipulado corretamente
em dias consecutivos, pode-se afirmar que esse planejamento de treino só poderá ser execu-
tado em, exatamente,

a) 12 dias.
b) 13 dias.
c) 14 dias.
d) 15 dias.
e) 16 dias.

4
Em fevereiro, o governo da Cidade do México, metrópole com umas das maiores frotas de
automóveis do mundo, passou a oferecer à população bicicletas como opção de transporte. Por
uma anuidade de 24 dólares, os usuários têm direito a 30 minutos de uso livre por dia. O ciclista
pode retirar em uma estação e devolver em qualquer outra e, se quiser estender a pedalada, paga
3 dólares por hora extra.

Revista Exame. 21 abr. 2010.

A expressão que relaciona o valor f pago pela utilização da bicicleta por um ano, quando se utilizam
x horas extras nesse período é

a) f(x) = 3x d) f(x) = 3x + 24
b) f(x) = 24 e) f(x) = 24x + 3
c) f(x) = 27

5
Um dos estádios mais bonitos da Copa do Mundo na África do Sul é o Green Point, situado
na cidade do Cabo, com capacidade para 68 000 pessoas.

CENTAURO. Ano 2, edição 8, mar./abr, 2010.

Em certa partida, o estádio estava com 95% de sua capacidade, sendo que 487 pessoas não paga-
ram o ingresso que custava 150 dólares cada.

A expressão que representa o valor arrecadado nesse jogo, em dólares, é

a) 0,95 × 68000 × 150 - 487 d) 95 × (68000 - 487) × 150


b) 0,95 × (68000 - 487) × 150 e) (95 × 68000 - 487) × 150
c) (0,95 × 68000 - 487) × 150

Matemática e suas Tecnologias 217


6
As sacolas plásticas sujam florestas, rios e oceanos e quase sempre acabam matando por
asfixia peixes, baleias e outros animais aquáticos. No Brasil, em 2007, foram consumidas 18 bilhões
de sacolas plásticas. Os supermercados brasileiros se preparam para acabar com as sacolas plás-
ticas até 2016. Observe o gráfico a seguir, em que se considera a origem como o ano de 2007.
Nº de sacolas (em bilhões)
18

0 9 Nº de anos (após 2007)


LUCENA, M. Guerra ás sacolinhas. Galileu. nº 225, 2010

De acordo com as informações, quantos bilhões de sacolas plásticas serão consumidas em 2011?
a) 4,0 d) 8,0
b) 6,5 e) 10,0
c) 7,0

7
Certo município brasileiro cobra a conta de água de seus habitantes de acordo com o grá-
fico. O valor a ser pago depende do consumo mensal em m³.

Conta de água
R$

25

15

0 m3
10 15 20

Se o morador pagar uma com de R$ 19,00, isso significa que ele consumiu

a) 16 m3 de água. d) 19 m3 de água.
b) 17 m3 de água. e) 20 m3 de água.
c) 18 m3 de água.

218 COMPETÊNCIA 5 - Álgebra


8
O Índice de Massa Corporal (IMC) é largamente utilizado há cerca de 200 anos, mas esse
cálculo representa muito mais a corpulência que a adiposidade, uma vez que indivíduos musculo-
sos e obesos podem apresentar o mesmo IMC. Uma nova pesquisa aponta o Índice de Adiposidade
Corporal (IAC) como uma alternativa mais fidedigna para quantificar a gordura corporal, utilizando
a medida do quadril e a altura. A figura mostra como calcular essas medidas, sabendo-se que, em
mulheres, a adiposidade normal está entre 19% e 26%.

O velho IMC O novo IAC


(Índice de Massa Corporal) (Índice de Adiposidade Corporal)

Circunferência
Índice de % de
massa (kg) do quadril (cm)
Massa = Gordura = - 18
Corporal Altura X altura (m) Corporal Altura X altura (m)

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 24 abr. 2011(adaptado).

Uma jovem com IMC = 20 kg/m2, 100 cm de circunferência dos quadris e 60 kg de massa corpórea
resolveu averiguar seu IAC. Para se enquadrar aos níveis de normalidade de gordura corporal, a
atitude adequada que essa jovem deve ter diante da nova medida é

(Use 3 = 1,7 e 1,7 = 1,3)

a) reduzir seu excesso de gordura em cerca de 1%.


b) reduzir seu excesso de gordura em cerca de 27%.
c) manter seus níveis atuais de gordura.
d) aumentar seu nível de gordura em cerca de 1%.
e) aumentar seu nível de gordura em cerca de 27%.

9
Um satélite de telecomunicações, t minutos após ter atingido sua órbita, está a r qui-
lômetros de distância do centro da Terra. Quando r assume seus valores máximo e mínimo,
diz-se que o satélite atingiu o apogeu e o perigeu, respectivamente. Suponha que, para esse
satélite, o valor de r em função de t seja dado por

Matemática e suas Tecnologias 219


5.865
r (t) =
1+0,15 x cos(0,06t)

Um cientista monitora o movimento desse satélite para controlar o seu afastamento do centro da
Terra. Para isso, ele precisa calcular a soma dos valores de r, no apogeu e no perigeu, representada
por S.

O cientista deveria concluir que, periodicamente, S atinge o valor de

a) 12 765 km.
b) 12 000 km.
c) 11 730 km.
d) 10 965 km.
e) 5 865 km.

10
Um administrador de um campo de futebol deseja recobri-lo com um tipo de grama que, em
condições normais, cresce de acordo com o gráfico a seguir.

Comprimento (cm)

11

Tempo
0 2 5 (semanas)

Ele precisa ter o campo pronto no dia 11 de junho de 2012, e o comprimento mínimo da grama nesse
dia deve ser igual a 7 cm.

Supondo-se que o crescimento da grama se dê em condições normais, a grama deve ser plantada,
no máximo, até o dia

a) 17 de maio de 2012. d) 8 de junho de 2012.


b) 21 de maio de 2012. e) 9 de junho de 2012.
c) 23 de maio de 2012.

220 COMPETÊNCIA 5 - Álgebra


11
Uma empresa produz jogos pedagógicos para computadores, com custos fixos de R$ 1.000,00
e custo variáveis de R$ 100,00 por unidade de jogo produzida. Desse modo, o custo total para x jogos
produzidos é dado por C(x) = 1 +0,1x (em R$ 1.000,00).

A gerência da empresa determina que o preço de venda do produto seja de R$700,00. Com isso a
receita bruta para x jogos produzidos é dada por R(x)=0,7x (em R$ 1.000,00). O lucro líquido, obtido
pela venda de x unidades de jogos, é calculado pela diferença entre a receita bruta e os custos totais.

O gráfico que modela corretamente o lucro líquido dessa empresa, quando são produzidos x jogos, é

a) 4.0 c)
6.0
Lucro (em R$ 1.000,00)

3.0 5.0

2.0 4.0

Lucro (em R$ 1.000,00)


3.0
1.0

2.0
-1.0 1.0 2.0 3.0 4.0
1.0
-1.0 Números de jogos mais vendidos

-1.0 1.0 2.0 3.0 4.0


-2.0
Números de jogos mais vendidos
-3.0
d)
6.0
4.0
5.0
b)
Lucro (em R$ 1.000,00)

3.0 4.0
Lucro (em R$ 1.000,00)

2.0 3.0

1.0 2.0

1.0
-1.0 1.0 2.0 3.0 4.0

-1.0 Números de jogos mais vendidos -1.0 1.0 2.0 3.0 4.0

Números de jogos mais vendidos


-2.0

e)
-3.0

2.0
Lucro (em R$ 1.000,00)

1.0

1.0

Números de jogos mais vendidos

Matemática e suas Tecnologias 221


12
A música e a matemática se encontram na representação dos tempos das notas musi-
cais, conforme a figura seguinte.

Semibreve 1

Mínima 1
2

Semínima 1
4

Colcheia 1
8

1
Semicolcheia 16

Fusa 1
32

Semifusa
1
64

Um compasso é uma unidade musical composta por determinada quantidade de notas musicais
em que a soma das durações coincide com a fração indicada como fórmula do compasso. Por
exemplo, se a fórmula de compasso for 12 , poderia ter um compasso ou com duas semínimas ou
uma mínima ou quatro colcheias, sendo possível a combinação de diferentes figuras.

Um trecho musical de oito compassos, cuja fórmula é 34 , poderia ser preenchido com

a) 24 fusas.
b) 3 semínimas.
c) 8 semínimas.
d) 24 colcheias e 12 semínimas.
e) 16 semínimas e 8 semicolcheias.

13
A empresa WQTU Cosméticos vende um determinado produto x, cujo custo de fabrica-
ção de cada unidade é dado por 3x2 + 232, e o seu valor venda é expresso pela função 180x – 116.
A empresa vendeu 10 unidades do produto x, contudo a mesma deseja saber quantas unidades
precisa vender para obter lucro máximo.

A quantida máxima de unidades a serem vendidas pela empresa WQTU para obtenção do maior
lucro é

a) 10
b) 30

222 COMPETÊNCIA 5 - Álgebra


c) 58
d) 116
e) 232

14
O responsável por realizar uma avaliação em uma escola convocou alguns professo-
res para elaborar questões e estipulou uma meta mínima. Cada professor deveria elaborar, em
média, 13 questões por dia durante uma semana. Nos seis primeiros dias, as quantidades de
questões elaboradas por um professor foram 15, 12, 11, 12, 13, 14.

Para cumprir a meta mínima, a quantidade mínima de questões que o professor deverá elaborar
no último dia é

a) 11.
b) 12.
c) 13.
d) 14.
e) 15.

15
O cometa Halley orbita o Sol numa trajetória e elíptica periódica. Ele foi observado da Terra
nos anos de 1836 e 1911. Sua última aparição foi em 1986 e sua próxima aparição será em 2061.

Qual é o ano da segunda aparição do comenta anterior ao ano de 2012?

a) 1836
b) 1862
c) 1911
d) 1937
e) 1986

16
Uma fábrica de cosméticos produz um creme cujo custo de produção é dado pela função
C(x) = (2/3)x + 3, em que x é o número de cremes produzidos.

Se a fábrica consegue reduzir o custo de produção de cada unidade x em 17%, a função P(x) que
expressa a relação entre o novo custo de produção e a produção é

a) P(x) = 2 x + 3.
3

Matemática e suas Tecnologias 223


b) P(x) = 2 x + 249 .
3 100
c) P(x) = 166 x + 6.
300
d) P(x) = 166 x + 351 .
300 100
e) P(x) = 166 x + 249 .
300 100

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

224 COMPETÊNCIA 5 - Álgebra


Matemática
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
6

GRÁFICOS
E TABELAS
Idealizadores:
225
Mateus Prado e Paulo Jubilut
Situações-problema cujo contex- cos ou tabelas as informações perti-
to está em estreita relação com o todo nentes ao problema proposto, para a
social e cultural da maioria das pesso- resolução de problemas.
as são usadas para situar a linguagem A análise de dados de situações
das tabelas e gráficos apresentados reais, apresentados em gráficos e ta-
como instrumentos de expressão e ra- belas, com o intuito de interpretar, cri-
ciocínio, favorecendo a verificação do ticar e prever resultados, além de ser
desenvolvimento das habilidades de um modo de aplicar conhecimentos e
reconhecer e interpretar as informa- métodos matemáticos em situações
ções, de natureza científica ou social, reais, possibilita o desenvolvimento
expressas em gráficos ou tabelas. da habilidade de analisar o compor-
A leitura e interpretação das infor- tamento de variável, expresso em
mações servem como instrumentos de gráficos ou tabelas, como importante
elaboração e compreensão de estima- recurso para a construção de argu-
tivas e de previsões. Isso possibilita mentação consistente.
que a habilidade de identificar ou in- A análise crítica e a capacida-
ferir aspectos relacionados a fenôme- de de inferir e prever resultados
nos de natureza científica ou social, a também possibilitam ao estudante
partir de informações expressas em avaliar, com auxílio de dados apre-
gráficos ou tabelas, seja avaliada. sentados em gráficos ou tabelas, a
A avaliação dessa competência adequação de propostas de inter-
também permite observar se o aluno venção na realidade.
sabe retirar e interpretar dos gráfi-

Os textos dessa página foram selecionados


de livros editados pelo INEP/MEC a respei-
É bom s to do exame que foi base para a matriz de

Quem tem
aber... competências e habilidades do Novo ENEM.
a
revistas e prática da leitura
sit de
siderar e es de informação jornais,
ssa a com costuma
normalm petência c
ente bas mais fácil, on-
ta busca
no gráfic
o. r as inform pois
ações

226 COMPETÊNCIA 6 - Gráficos e Tabelas


Gráficos e Tabelas
COMPETÊNCIA
6

Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e


tabelas, realizando previsão de tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.

O que o Exame espera do estudante, nessa competência, é que ele consiga ler,
entender e extrair as informações presentes em gráficos e tabelas. Algumas questões
esperam um pouco mais, como a aplicação desses dados na resolução de alguma pro-
posição, a comparação entre dados ou ainda a análise ou julgamento desses dados.
Para ter um bom desempenho nessas questões, é preciso estar familiarizado com
o uso desses instrumentos (gráficos e tabelas). Dessa forma, o aluno que sempre se
interessou por jornais, revistas ou conteúdos da web relacionados a dados socioeco-
nômicos, científicos, ou mesmo à questões corriqueiras, como o número de pontos de
um time em um campeonato de futebol, terá mais chances de compreender os gráficos
apresentados na prova.
É bom dar uma olhada nos tipos de gráfico existentes: colunas, barras, pizza, pon-
tos, linhas, etc. Há também alguns tipos menos comuns, como as pirâmides etárias. Vale
a pena sempre observar bem os gráficos da área econômica, como os de exportações,
juros, inflação, PIB, etc., pois costumam aparecer bastante.

Matemática e suas Tecnologias 227


Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.


• Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
• Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a constru-
ção de argumentos.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Separe informações sobre os índices anuais de inflação no Brasil desde a década de


80. Faça uma tabela e depois um gráfico com as informações coletadas e um texto
analisando os dados.
2. Pesquise sobre algumas taxas de juros (como a taxa Selic) nos últimos 36 meses. Faça
uma tabela e depois um gráfico com as informações encontradas.
3. Separe tabelas e gráficos apresentados em boas agências de notícias diárias e faça
anotações sobre todas as informações que conseguiu extrair do material. Identifique
variáveis relevantes, destacando os trechos nos quais elas são constantes, crescen-
tes ou decrescentes e calcule a taxa de variação dos dados. Posteriormente, leia os
textos que acompanham tais gráficos e verifique se correspondem às suas interpre-
tações.

Peça que seus alunos, em grupos, pesquisem gráficos e tabelas que demonstrem
a distribuição de renda no Brasil nos últimos 10 anos. É possível encontrar muitas infor-
mações no site do IPEA (www.ipea.gov.br). Solicite que analisem como a distribuição
de renda no Brasil tem se comportado. Eles deverão observar quanto da renda nacional
ficou, a cada ano, com os dez por cento mais ricos da população e também quanto ficou
com os dez por cento mais pobres. Depois, cada grupo deverá apresentar à sala as suas
conclusões.

228 COMPETÊNCIA 6 - Gráficos e Tabelas


21
Para o cálculo da inflação, utiliza-se, entre outros, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), que toma como base os gastos das famílias residentes nas áreas urbanas, com rendi-
mentos mensais compreendidos entre um e quarenta salários mínimos. O gráfico a seguir mostra as
variações do IPCA de quatro capitais brasileiras no mês de maio de 2008.

Variações do IPCA em maio de 2008


2,5

2,0

1,5
Variações

1,0

0,5

0
Rio de Janeiro Porto Alegre São Paulo Brasília

índice geral habitação vestuário


alimentação e bebidas artigos de residência transportes

Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 05 jul. 2008 (adaptado).

Com base no gráfico, qual item foi determinante para a inflação de maio de 2008?
a) Alimentação e bebidas. d) Vestuário.
b) Artigos de residência. e) Transportes.
c) Habitação.

2
A classificação de um país no quadro de medalhas nos Jogos Olímpicos depende do número de
medalhas de ouro que obteve na competição, tendo como critérios de desempate o número de medalhas
de prata seguido do número de medalhas de bronze conquistados. Nas Olimpíadas de 2004, o Brasil foi o
décimo sexto colocado no quadro de medalhas, tendo obtido 5 medalhas de ouro, 2 de prata e 3 de bronze.
Parte desse quadro de medalhas é reproduzida a seguir.

Matemática e suas Tecnologias 229


Medalhas Medalhas Medalhas Total de
Classificação País
de ouro de prata de bronze medalhas
8º Itália 10 11 11 32
9º Coreia do Sul 9 12 9 30
10º Grã-Bretanha 9 9 12 30
11º Cuba 9 7 11 27
12º Ucrânia 9 5 9 23
13º Hungria 8 6 3 17

Disponível em: http://www.quadroademedalhas.com.br. Acesso em: 05 abr. 2010 (adaptado).

Se o Brasil tivesse obtido mais 4 medalhas de ouro, 4 de prata e 10 de bronze, sem alteração no número de
medalhas dos demais países mostrados no quadro, qual teria sido a classificação brasileira no quadro de
medalhas das Olimpíadas de 2004?

a) 13º. d) 10º.
b) 12º. e) 9º.
c) 11º.

23
O gráfico apresenta a quantidade de gols marcados pelos artilheiros das Copas do Mun-
do desde a Copa de 1930 até a de 2006.

Quantidades de Gols dos Artilheiros


das Copas do Mundo
Gols 14
12
10
8
6
4
2
0
1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 Ano
Disponível em: http://www.suapesquisa.com. Acesso em: 23 abr. 2010 (adaptado).

A partir dos dados apresentados, qual a mediana das quantidades de gols marcados pelos arti-
lheiros das Copas do Mundo?

a) 6 gols d) 7,3 gols


b) 6,5 gols e) 8,5 gols
c) 7 gols

230 COMPETÊNCIA 6 - Gráficos e Tabelas


24
As condições de saúde e a qualidade de vida de uma população humana estão diretamente re-
lacionadas com a disponibilidade de alimentos e a renda familiar. O gráfico I mostra dados da produção
brasileira de arroz, feijão, milho, soja e trigo e do crescimento populacional, no período compreendido
entre 1997 e 2003. O gráfico II mostra a distribuição da renda familiar no Brasil, no ano de 2003.
Arroz
60 Feijão 178
Milho

Produção (milhões de habitantes)


176
Produção (milhões de toneladas)
50 Soja
Trigo 174
40 População 172
30 170
168
20
166
10 164
0 162
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Gráfico I: Produção de grãos e população brasileira entre 1997 e 2003
Fonte: IBGE
Entre 5 e 10
salários mínimos
10% Entre 10 e 20 salários mínimos
Entre 2 e 5 19% 6% Mais de 20 salários mínimos
salários mínimos
4% Sem rendimento
33%
28%
até 2 salários
mínimos

Gráfico II: Distribuição de renda da população em 2003


Fonte: IBGE
Considere que três debatedores, discutindo as causas da fome no Brasil, chegaram às seguintes con-
clusões:

Debatedor 1 – O Brasil não produz alimento suficiente para alimentar sua população. Como a renda
média do brasileiro é baixa, o País não consegue importar a quantidade necessária de alimentos e
isso é a causa principal da fome.

Debatedor 2 – O Brasil produz alimentos em quantidade suficiente para alimentar toda sua população.
A causa principal da fome, no Brasil, é a má distribuição de renda.

Debatedor 3 – A exportação da produção agrícola brasileira, a partir da inserção do País no mercado


internacional, é a causa majoritária da subnutrição no País.

Considerando que são necessários, em média, 250 kg de alimentos para alimentar uma pessoa du-
rante um ano, os dados dos gráficos I e II, relativos ao ano de 2003, corroboram apenas a tese do(s)
debatedor(es)
a) 1. c) 3. e) 2 e 3.
b) 2. d) 1 e 3.

Matemática e suas Tecnologias 231


5
O gráfico mostra a velocidade de conexão à internet utilizada em domicílios no Brasil.
Esses dados são resultado da mais recente pesquisa, de 2009, realizada pelo Comitê Gestor da
Internet (CGI).

% domicílios segundo a velocidade de conexão à internet


40 34
35
30
24
25
20
20
15
15
10 5
5 1 1
0
Até 256 Entre 256 De Entre 2 De Acima Não sabe
kbps e 1 Mbps 1 Mbps a Mbps e 4 Mbps a de 8 / Não
2 Mbps 4 Mbps 8 Mbps Mbps responde

Disponível em: http://agencia.ipea.gov.br. Acesso em: 28 abr. 2010 (adaptado).

Escolhendo-se, aleatoriamente, um domicílio pesquisado, qual a chance de haver banda larga de


conexão de pelo menos 1 Mbps neste domicílio?

a) 0,45
b) 0,42
c) 0,30
d) 0,22
e) 0,15

6
Uma universidade decidiu promover uma coleta de informações que fornecesse dados
para implementar ações destinadas à recuperação de estudantes que consumiam drogas no cam-
pus, cujo objetivo era reabilitar os usuários. O resultado dessa coleta é apresentado no quadro:

Tipos diferentes de Quantidade de Frequência relativa


drogas utilizadas estudantes acumulada
0 140 0,14
1 100 0,24
2 400 0,64
3 80 0,72
4 180 0,90
5 50 0,95
6 50 1,00
Total 1 000

232 COMPETÊNCIA 6 - Gráficos e Tabelas


A universidade tinha como objetivo que o programa atingisse, no mínimo, metade dos usuários de
drogas. No entanto, antes de verificar os dados da coleta, decidiu que abriria um grupo de apoio
apenas para estudantes que consumissem mais de dois tipos diferentes de droga.

De acordo com as informações anteriores, a universidade atingiu seu objetivo?

a) Sim, porque o grupo de apoio trabalharia com 88% dos alunos envolvidos com drogas.
b) Sim, porque o grupo de apoio trabalharia com 58% dos alunos envolvidos com drogas.
c) Não, porque o grupo de apoio trabalharia apenas com 40% dos alunos envolvidos com drogas.
d) Não, porque o grupo de apoio trabalharia apenas com 38% dos alunos envolvidos com drogas.
e) Não, porque o grupo de apoio trabalharia apenas com 36% dos alunos envolvidos com drogas.

7
Nas últimas décadas, desencadeou-se uma discussão quanto ao papel da Amazônia no
equilíbrio da biosfera e sobre as consequências que sua devastação poderá trazer para o clima do
planeta. No gráfico a seguir, está representada, em quilômetros quadrados, a evolução da área que
foi desmatada na floresta amazônica entre 1988 e 2007.

Km²
30000
25000
20000
15000
10000
5000
0
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007

Disponível em: <http://www.inpe.br>. Acesso em 10 out. 2008. (com adaptações).

De acordo com os dados, o biênio em que ocorreu o maior desmatamento acumulado foi

a) 1988–1989.
b) 1994–1995.
c) 1995–1996.
d) 2000–2001.
e) 2003–2004.

Matemática e suas Tecnologias 233


8
O gráfico faz uma comparação entre os crescimentos das ações da Vale e da Ibovespa
de janeiro a abril de 2010.

AÇÕES DA VALE X IBOVESPA (EM R$)


Vale Ibovespa
121

100 100 105


103
100
95 96

jan fev mar abr

Exame. 21 abr. 2010.

De acordo com as informações do gráfico, o crescimento das ações da Vale e da Ibovespa no


período de janeiro a abril de 2010 foram, respectivamente, de
a) 5,0% e 21,0%. d) 21,0% e 10,5%.
b) 10,5% e 21,0%. e) 27,4% e 5,0%.
c) 21,0% e 5,0%.

9
A figura a seguir apresenta dois gráficos com informações sobre as reclamações diárias rece-
bidas e resolvidas pelo Setor de Atendimento ao Cliente (SAC) de uma empresa, em uma dada semana.
O gráfico de linha tracejada informa o número de reclamações recebidas no dia, o de linha contínua é
o número de reclamações resolvidas no dia. As reclamações podem ser resolvidas no mesmo dia ou
demorarem mais de um dia para serem resolvidas.

30

20

10

0
Qui Sex Sáb Dom Seg Ter Qua

234 COMPETÊNCIA 6 - Gráficos e Tabelas


O gerente de atendimento deseja identificar os dias da semana em que o nível de eficiência pode
ser considerado muito bom, ou seja, os dias em que o número de reclamações resolvidas excede o
número de reclamações recebidas.

Disponível em: http://blog.bibliotecaunix.org. Acesso em: 21 jan. 2012 (adaptado).

O gerente de atendimento pôde concluir, baseado no conceito de eficiência utilizado na empresa e


nas informações do gráfico, que o nível de eficiência foi muito bom na

a) segunda e na terça-feira. d) quinta-feira, no sábado e no domingo.


b) terça e na quarta-feira. e) segunda, na quinta e na sexta-feira.
c) terça e na quinta-feira.

10
Nos últimos anos, a frota de veículos no Brasil tem crescido de forma acentuada. Obser-
vando o gráfico, é possível verificar a variação do número de veículos (carros, motocicletas e cami-
nhões), no período de 2000 a 2010. Projeta-se que a taxa de crescimento relativo no período de 2000
a 2010 mantenha-se para década seguinte.

Evolução do total da frota na década

70
66 milhões
60
50
40
30
20 30 milhões
10
0
2000

2001

2002

2003
2004
2005
2006
2007

2008
2009

2010

Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 27 fev. 2012 (adaptado).

Qual será o número de veículos no ano de 2020?

a) 79,2 milhões
b) 102,0 milhões
c) 132,0 milhões
d) 138,0 milhões
e) 145,2 milhões

Matemática e suas Tecnologias 235


11
2
Nos últimos anos, o aumento da população, aliado ao crescente consumo de água, tem ge-
rado inúmeras preocupações, incluindo o uso desta na produção de alimentos. O gráfico mostra a
quantidade de litros de água necessária para a produção de 1 kg de alguns alimentos.
Litros de água
18000
17000
16000
15000
14000
13000
12000
11000
10000
9000
8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
arroz carne legumes banana óleo de carne milho trigo
de boi soja de
porco
alimentos (1kg)

Com base no gráfico, para a produção de 100kg de milho, 100kg de trigo, 100kg de arroz, 100kg de
carne de porco e 600 kg de carne de boi, a quantidade média necessária de água, por quilograma
de alimento produzido, é aproximadamente igual a

a) 415 litros por quilograma. d) 2.240.000 litros por quiligrama.


b) 11.200 litros por quilograma. e) 2.700.000 litros por quilograma.
c) 27.000 litros por quilograma.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

236 COMPETÊNCIA 6 - Gráficos e Tabelas


Matemática
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
7

ESTATÍSTICA E
PROBABILIDADE
Idealizadores:
237
Mateus Prado e Paulo Jubilut
O cidadão comum vê-se hoje imer- que envolvam grande quantidade de
so em uma enorme quantidade de in- dados exigem do estudante inferências
formações de natureza estatística ou e predições. Assim, é importante ava-
probabilística, difundidas em grande es- liar se ele sabe caracterizar aspectos
cala pelos meios de comunicação. De- relacionados a fenômenos de natureza
senvolver habilidades que permitam ao científica ou social, a partir de informa-
estudante ler, interpretar e saber utilizar ções expressas por meio da distribuição
esses recursos torna-se imprescindível estatística.
a uma educação que pretende inseri-lo Técnicas e raciocínios estatísticos
na sociedade como membro atuante. são empregados como instrumentos de
Nessa competência, as situações- análise de distribuição estatística para
-problema propostas valorizam dis- realizar inferências e previsões fazendo
cussões sobre o caráter aleatório dos uma avaliação crítica dos resultados.
fenômenos para possibilitar ao aluno Desse modo, pode-se observar se o
identificar, interpretar e produzir regis- aluno sabe analisar o comportamento
tros de informações sobre eles. de variável, expresso por meio de uma
Diferentes fenômenos devem ser distribuição estatística, como importan-
analisados quanto à sua chance de te recurso para a construção de argu-
ocorrência, nas condições propostas, mentação consistente. Por outro lado,
de modo que o aluno aplique as ideias essas técnicas e raciocínios estatísticos
de probabilidade e análise combinatória são, sem dúvida, instrumentos tanto das
a fenômenos naturais e do cotidiano e Ciências da Natureza quanto das Ciên-
possa resolver problemas envolven- cias Humanas.
do processos de contagem, medida e
cálculo de probabilidades. Situações
Os textos dessa página foram selecionados de
É bom s livros editados pelo INEP/MEC a respeito do

Procure
aber... exame que foi base para a matriz de compe-
tências e habilidades do Novo ENEM.
entender
loterias e o funcion
da amen
dados es s casas de aposta to das
tatísticos s. Pesquis
forma inte também ar
re pode ser
habilidad ssante de se fam uma
es exigid iliarizar c
as aqui. om as

238 COMPETÊNCIA 7 - Estatística e Probabilidade


Estatística e Probabilidade
COMPETÊNCIA
7

Compreender o caráter aleatório e não-determinístico dos fenômenos naturais e sociais


e utilizar instrumentos adequados para medidas, determinação de amostras e cálculos
de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em uma dis-
tribuição estatística.

A última competência da matriz de Matemática trata da distribuição e do com-


portamento das informações e dados presentes na nossa vida.
A partir de pesquisas, estudos e jogos envolvendo elementos de nossa realida-
de, alguns conteúdos mínimos serão cobrados. Os principais são: princípio fundamen-
tal da contagem, análise combinatória (arranjo, permutação e combinação), probabili-
dade e progressões aritmética e geométrica. A estatística também aparece bastante.
Procure pesquisar os conceitos e fundamentos da estatística utilizados no cotidiano
(população, amostra, variável e frequências). Além disso, dedique-se ao estudo da
média, moda e mediana, que estão sempre presentes nas provas e que, com certeza,
poderão lhe conferir alguns pontos a mais.
Apesar de os exercícios dessa competência tenderem à simplicidade, o aluno
normalmente precisa ter domínio dos conceitos e das operações relacionados à esta-
tística e probabilidade para conseguir resolvê-los. Também é preciso estar atento ao
enunciado da questão, que muitas vezes pode confundir o aluno.

Matemática e suas Tecnologias 239


Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados


expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados (não em classes)
ou em gráficos.
• Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e proba-
bilidade.
• Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a cons-
trução de argumentação.
• Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos deesta-
tística e probabilidade.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Pesquise a diferença entre média, mediana e moda. Reúna os dados de altura e


peso de ao menos 11 pessoas que você conheça. Com esses dados, encontre a
média, a mediana e a moda da altura e do peso desse grupo.
2. Em uma casa lotérica, pegue cartelas de diferentes jogos. Calcule a probabilidade
de ganhar o prêmio, para cada um desses jogos.
3. Faça uma pesquisa sobre os trabalhos desenvolvidos pelo IBGE - Instituto Brasi-
leiro de Geografia e Estatística. Observe os dados do último Censo e pense sobre
as tendências para os próximos anos.

Leve para a sala de aula imagens representando as roupas de um guarda-roupa feminino


que contenha diversas peças, como camisetas, regatas, calças, shorts, saias, tênis, sapatos
e chinelos. Você deverá estabelecer um número de peças para cada categoria. Depois, peça

240 COMPETÊNCIA 7 - Estatística e Probabilidade


aos alunos que calculem o número de possibilidades que a dona do guarda-roupa tem de se
vestir de forma diferente. Lembre-se de avisar que eles não deverão considerar a beleza das
combinações: vale tudo!

1 Cinco equipes A, B, C, D e E disputaram uma prova de gincana na qual as pontuações


recebidas podiam ser 0, 1, 2 ou 3. A média das cinco equipes foi de 2 pontos.
As notas das equipes foram colocadas no gráfico a seguir, entretanto, esqueceram de represen-
tar as notas da equipe D e da equipe E.

Pontuação da Gincana
3

? ?
2
1
0
A B C D E
Mesmo sem aparecer as notas das equipes D e E, pode-se concluir que os valores da moda e da
mediana são, respectivamente,
a) 1,5 e 2,0. d) 2,0 e 3,0.
b) 2,0 e 1,5. e) 3,0 e 2,0.
c) 2,0 e 2,0.

2 Dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) revelaram que no biênio


2004/2005, nas rodovias federais, os atropelamentos com morte ocuparam o segundo lugar no
ranking de mortalidade por acidente. A cada 34 atropelamentos, ocorreram 10 mortes. Cerca de
4 mil atropelamentos/ano, um a cada duas horas, aproximadamente.

Disponível em: http://www.ipea.gov.br. Acesso em: 6 jan. 2009.

De acordo com os dados, se for escolhido aleatoriamente para investigação mais detalhada um

Matemática e suas Tecnologias 241


dos atropelamentos ocorridos no biênio 2004/2005, a probabilidade de ter sido um atropelamento
sem morte é

a) 2 b) 5 c) 2 d) 3 e) 12
17 17 5 5 17

3
O quadro seguinte mostra o desempenho de um time de futebol no último campeonato. A
coluna da esquerda mostra o número de gols marcados e a coluna da direita informa em quantos
jogos o time marcou aquele número de gols.

Gols marcados Quantidade de partidas


0 5
1 3
2 4
3 3
4 2
5 2
7 1

Se X, Y e Z são, respectivamente, a média, a mediana e a moda desta distribuição, então


a) X = Y < Z. d) Z < X < Y.
b) Z < X = Y. e) Z < Y < X.
c) Y < Z < X.

4
Os estilos musicais preferidos pelos jovens brasileiros são o samba, o rock e a MPB. O
quadro a seguir registra o resultado de uma pesquisa relativa à preferência musical de um grupo
de 1 000 alunos de uma escola. Alguns alunos disseram não ter preferência por nenhum desses
três estilos.
Preferência Rock e
Rock Samba MPB
musical samba
Número de alunos 200 180 200 70

Preferência Rock e Samba e Rock, samba e


musical MPB MPB MPB
Número de alunos 60 50 20

242 COMPETÊNCIA 7 - Estatística e Probabilidade


Se for selecionado ao acaso um estudante no grupo pesquisado, qual é a probabilidade de ele
preferir somente MPB?
a) 2% d) 11%
b) 5% e) 20%
c) 6%

5
Considere que um professor de arqueologia tenha obtido recursos para visitar 5 museus,
sendo 3 deles no Brasil e 2 fora do país. Ele decidiu restringir sua escolha aos museus nacionais e
internacionais relacionados na tabela a seguir.

Museus Nacionais Museus Internacionais


Masp – São Paulo Louvre – Paris
MAM – São Paulo Prado – Madri
Ipiranga – São Paulo British Museum – Londres
Imperial – Petrópolis Metropolitan – Nova York

De acordo com os recursos obtidos, de quantas maneiras diferentes esse professor pode escolher
os 5 museus para visitar?

a) 6 c) 20 e) 36
b) 8 d) 24

6 Uma empresa constrói peças para jogos no formato de cubos e cilindros, nas cores vermelha,
azul e verde. No final do dia, o encarregado de fazer o controle do estoque coloca todas as peças
prontas sobre um balcão e começa a fazer o controle. Num dia em que a empresa produziu um total
de 80 peças, das quais apenas 25 eram cilindros, o controlador de estoques elaborou os seguintes
gráficos.
35%
35% 25%
25%
40%
60%
60%
60%

15%
15%
25%
25%
Peças
Peçasem
emforma
formade
decilindros
cilindros em forma
Peças em formade
decubos
cubos

Se o controlador de estoque retirar ao acaso uma das peças do balcão, a probabilidade de essa peça
ser vermelha e na forma de cilindro é igual a

a) 1 b) 1 c) 5 d) 32 e) 25
2 8 22 80 80

Matemática e suas Tecnologias 243


7
Em um cubo, com faces em branco, foram gravados os números de 1 a 12, utilizando-se o
seguinte procedimento: o número 1 foi gravado na face superior do dado, em seguida o dado foi
girado, no sentido anti-horário, em torno do eixo indicado na figura abaixo, e o número 2 foi gravado
na nova face superior, seguinte, conforme o esquema abaixo.

2, 6, 10

1, 5, 9

O procedimento continuou até que foram gravados todos os números. Observe que há duas faces
que ficaram em branco.

Ao se jogar aleatoriamente o dado apresentado, a probabilidade de que a face sorteada tenha a


soma máxima é
a) 1 . b) 1 . c) 1 . d) 1 . e) 2 .
6 4 3 2 3

8 Depois de jogar um dado em forma de cubo e de faces numeradas de 1 a 6, por 10 vezes


consecutivas, e anotar o número obtido em cada jogada, construiu-se a seguinte tabela de dis-
tribuição de frequências.

Número Obtido Frequência


1 4
2 1
4 2
5 2
6 1

A média, mediana e moda dessa distribuição de frequências são, respectivamente


a) 3, 2 e 1. b) 3, 3 e 1. c) 3, 4 e 2. d) 5, 4 e 2. e) 6, 2 e 4.

9
As notas de um professor que participou de um processo seletivo, em que a banca avaliadora
era composta por cinco membros, são apresentadas no gráfico. Sabe-se que cada membro da banca
atribuiu duas notas ao professor, uma relativa aos conhecimentos específicos da área de atuação e
outra, aos conhecimentos pedagógicos, e que a média final do professor foi dada pela média aritmé-
tica de todas as notas atribuídas pela banca avaliadora.

244 COMPETÊNCIA 7 - Estatística e Probabilidade


Notas (em pontos) Conhecimentos
específicos
20
19 Conhecimentos
18
18 17 pedagógicos
16 16
16
14 14
14 13
12
12
10
8
6
4
2 1
0
Avaliador A Avaliador B Avaliador C Avaliador D Avaliador E

Utilizando um novo critério, essa banca avaliadora resolveu descartar a maior e a menor notas atri-
buídas ao professor.

A nova média, em relação à média anterior, é

a) 0,25 ponto maior.


b) 1,00 ponto maior.
c) 1,00 ponto menor.
d) 1,25 ponto maior.
e) 2,00 pontos menor.

10
O gráfico fornece os valores das ações da empresa XPN, no período das 10 às 17 horas,
num dia em que elas oscilaram acentuadamente em curtos intervalos de tempo.
Valor da Ação (em reais)

460

380

330
280
Tempo (em horas)

200
150
100

10 11 12 13 14 15 16 17

Matemática e suas Tecnologias 245


Neste dia, cinco investidores compraram e venderam o mesmo volume de ações, porém em horá-
rios diferentes, de acordo com a seguinte tabela.

Investidor Hora da Compra Hora da Venda

1 10:00 15:00

2 10:00 17:00

3 13:00 15:00

4 15:00 16:00

5 16:00 17:00

Com relação ao capital adquirido na compra e venda das ações, qual investidor fez o melhor ne-
gócio?

a) 1 d) 4
b) 2 e) 5
c) 3

11
Uma coleta de dados em mais de 5 mil sites da internet apresentou os conteúdos de interes-
se de cada faixa etária. Na tabela a seguir estão os dados obtidos para a faixa etária de 0 a 17 anos.

Preferências Porcentagem
Música 22,5
Blogs 15
Serviços Web* 10,2
Games 10
Horóscopo 9
Games on-line 7,4
Educação ** 6,5
Teen 4
Compras 3,4
Outras 12
* Serviços web: aplicativos on-line, emoticons,
mensagens para redes socias, entre outros.
** Sites sobre vestibular, ENEM, páginas com material de pesquisa escolar.

Considere que esses dados refletem os interesses dos brasileiros desta faixa etária.

Disponível em: www.navegg.com. Acesso em: 12 nov. 2011(adaptado).

246 COMPETÊNCIA 7 - Estatística e Probabilidade


Selecionando, ao acaso, uma pessoa desta faixa etária, a probabilidade de que ela não tenha pre-
ferência por horóscopo é

a) 0,09. d) 0,79.
b) 0,10. e) 0,91.
c) 0,11.

12
José e Antônio discutiam qual dos dois teria mais chances de acertar na loteria. José tinha
gasto R$ 14,00 numa aposta de 7 números na Mega-Sena, enquanto Antônio gastou R$ 15,00 em
três apostas da quina, não repetindo números em suas apostas. Na discussão, eles consideravam
a chance de José acertar a quadra da Mega-Sena e de Antônio acertar o terno da Quina.

PROBABILIDADE DE ACERTO NA MEGA-SENA


Quantidade de Valor da Probabilidade de acerto (1 em...)
Nº jogados Aposta (R$) Sena Quina Quadra
6 2,00 50.063.860 154.518 2.332
7 14,00 7.151.980 44.981 1.038
8 56,00 1.787.995 17.192 539
9 168,00 595.998 7.791 312
10 420,00 238.399 3.973 195
11 924,00 108.363 2.211 129
12 1.848,00 54.182 1.317 90
13 3.432,00 29.175 828 65
14 6.006,00 16.671 544 48
15 10.010,00 10.003 370 37

PROBABILIDADE DE ACERTO NA QUINA


Quantidade de Valor da Probabilidade de acerto (1 em...)
Nº jogados Aposta (R$) Quina Quadra Terno
5 0,50 24.040.016 64.106 866
6 2,00 4.006.669 21.657 445
7 5,00 1.144.762 9.409 261
Disponível em: http://www.caixa.com.br. Acesso em: 29 abr. 2010 (adaptado)

Nessas condições, a razão entre as probabilidades de acerto de José e de Antônio nos menores
prêmios de cada loteria é
261
a) 3 114 , o que mostra que Antônio tem mais chances de acertar.
b) 1783
038
, o que mostra que Antônio tem mais chances de acertar.
c) 1 038 , o que mostra que José tem mais chances de acertar.
261
d) 3 114 , o que mostra que Antônio tem mais chances de acertar.
261
e) 3 114 , o que mostra que José tem mais chances de acertar.
261

Matemática e suas Tecnologias 247


13
Todo o país passa pela primeira fase de campanha de vacinação contra a gripe suína (H1N1).
Segundo um médico infectologista do Instituto Emílio Ribas, de São Paulo, a imunização “deve mu-
dar”, no país, a história da epidemia. Com a vacina, de acordo com ele, o Brasil tem a chance de barrar
uma tendência do crescimento da doença, que já matou 17 mil no mundo. A tabela apresenta dados
específicos de um único posto de vacinação.

Campanha de vacinação contra a gripe suína

Datas da Quantidade de
Público-alvo
vacinação pessoas vacinadas
Trabalhadores da
8 a 19 de março 42
saúde e indígenas
22 de março Portadores de
22
a 2 de abril doenças crônicas
Adultos saudáveis
5 a 23 de abril 56
entre 20 e 29 anos
24 de abril População com
30
a 7 de maio mais de 60 anos
Adultos saudáveis
10 a 21 de maio 50
entre 30 e 39 anos
Disponível em http://img.terra.com.br. Acesso em: 26 abr. 2010 (adaptado)

Escolhendo-se aleatoriamente uma pessoa atendida nesse posto de vacinação, a probabilidade


de ela ser portadora de doença crônica é

a) 8%. d) 12%.
b) 9%. e) 22%.
c) 11%.

14
Em um jogo há duas urnas com 10 bolas de mesmo tamanho em cada urna. A tabela a
seguir indica as quantidades de bolas de cada cor em cada uma.

Cor Urna 1 Urna 2


Amarela 4 0
Azul 3 1
Branca 2 2
Verde 1 3
Vermelha 0 4

248 COMPETÊNCIA 7 - Estatística e Probabilidade


Uma jogada consiste em:
1º) o jogador apresenta um palpite sobre a cor da bola que será retirada por ele da urna 2;
2º) ele retira, aleatoriamente, uma bola da urna 1 e a coloca na urna 2, misturando-a com as
que lá estão;
3º) em seguida ele retira, também aleatoriamente, uma bola da urna 2;
4º) se a cor da última bola retirada for a mesma do palpite inicial, ele ganha o jogo.

Qual a cor deve ser escolhida pelo jogador para que ele tenha a maior probabilidade de ganhar?

a) Azul.
b) Amarela.
c) Branca.
d) Verde.
e) Vermelha.

15
Acidentes banais como escorregões, quedas e tropeços se tornaram a segunda maior cau-
sa de morte na humanidade. A tabela a seguir mostra alguns tipos de acidentes e sua incidência,
em milhares, no ano de 2009, nos EUA.

Tipos de acidentes Machucados em 2009


Andando a cavalo 80

Andando de bicicleta 400

Acidentes na cama 500

Acidentes na piscina 160

Acidentes no banheiro 400

Jogando futebol 200

SOLEIRO, R. et al. Os novos jeitos de morrer. Superinteressante, dez. 2011 (adaptado).

Considerando os dados apresentados, a média de machucados em 2009, em milhares, nos EUA,


foi igual a

a) 200.
b) 268.
c) 290.
d) 300.
e) 330.

Matemática e suas Tecnologias 249


16
O gráfico apresenta o comportamento de emprego formal surgido, segundo o CAGED, no
período de janeiro de 2010 a outubro de 2010.

BRASIL – Comportamento do Emprego Formal


no período de janeiro a outubro de 2010 – CAGED
400.000
305.068 298.041 299.415
300.000 266.415
209.425 212.952 246.875
181.419 204.804
200.000
181.796
100.000

0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT
2010 2010 2010 2010 2010 2010 2010 2010 2010 2010

Disponível em: www.mte.gov.br. Acesso em: 28 fev, 2012 (adaptado)

Com base no gráfico, o valor da parte inteira da mediana dos empregos formais surgidos no
período é

a) 212 952.
b) 229 913.
c) 240 621.
d) 255 496.
e) 298 041.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

250 COMPETÊNCIA 7 - Estatística e Probabilidade


Ciências da Natureza
e suas Tecnologias
Ciências da Natureza
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
1

ONDAS E
FENÔMENOS
DA NATUREZA
Idealizadores:
253
Mateus Prado e Paulo Jubilut
Embora a ciência seja apresen- tempo? Como se protegeu dela, antes
tada ao estudante, em muitas cir- da “descoberta” dos micróbios? Qual
cunstâncias, como um conjunto de o “caminho” percorrido pela ciência
verdades inquestionáveis, expressas desde a descoberta dos micróbios até
em conhecimentos acabados e defi- a produção das vacinas? E da produ-
nitivos, há um número considerável ção das vacinas à prevenção das do-
de publicações destinadas ao Ensino enças? Qual o impacto das vacinas na
Médio que a apresentam como uma melhoria da qualidade de vida?
“construção humana”. É claro que não se pretende que
Para que seja avaliado o desen- os estudantes demonstrem conhe-
volvimento desta competência, o par- cimentos de História ou Filosofia da
ticipante será convidado a decodificar Ciência, mas que possam demonstrar
fases da evolução, ao longo do tempo, que têm uma visão “humanizada” das
a formular diferentes explicações e/ ciências, conseguindo identificar inte-
ou soluções para determinados pro- resses particulares, éticos, culturais
blemas enfrentados pelo ser humano, e políticos que estão (ou estiveram)
sempre tendo como contexto a histó- envolvidos no processo do desenvol-
ria do desenvolvimento das socieda- vimento científico, ao longo do tempo.
des, ou seja, da política, da economia Da mesma forma que se espera
e da cultura. que a ciência seja entendida como
Tomando-se como exemplo a evo- atividade humana, é imperativo que
lução dos conhecimentos sobre a saú- se tenha compreensão semelhante
de e a doença, algumas questões bá- a respeito da tecnologia. Espera-se,
sicas podem ser levantadas: como o portanto, que os estudantes possam
homem encarou a doença ao longo do esclarecer princípios gerais de tecno-
logias razoavelmente difundidas, res-
saltando seus benefícios e impactos,
também numa perspectiva histórica.
É bom s
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“Ondas” Os textos dessa página foram selecionados
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nessa co o conteúdo mais de livros editados pelo INEP/MEC a respei-
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várias qu competências e habilidades do Novo ENEM.
estões. ente

254 COMPETÊNCIA 1 - Ondas e Fenômenos da Natureza


Ondas e Fenômenos da Natureza
COMPETÊNCIA
1

Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como constru-


ções humanas, percebendo seus papéis nos processos de produção e no desenvolvi-
mento econômico e social da humanidade.

Nessa competência, o ENEM espera que o aluno consiga compreender que as


ciências são fruto da atividade humana, da produção da vida do homem em sociedade.
É importante entender que as ciências naturais têm importância fundamental na
vida e no comportamento das pessoas, que a vida na sociedade moderna incorporou o
desenvolvimento científico e tecnológico tornando naturais muitos dos avanços científi-
cos e que algumas das descobertas das ciências não trazem necessariamente benefícios.
É importante saber que são necessários altos investimentos para que uma comunidade
científica alcance avanços e descobertas, e que, assim, como são poucos os países que
podem aplicar muito dinheiro em pesquisas, o mundo vive um problema: os países pobres
estabelecem relações de dependência científica e tecnológica com as grandes potências
econômicas.
Alguns conteúdos básicos serão cobrados aqui. Com base nas provas, sabemos
que o tema mais cobrado nessa competência é o de Ondas. Portanto, dê uma olhada em:
classificação das ondas, velocidade de propagação, reflexão, refração, frequência e com-
primento de ondas, ciclo e ondas em diferentes meios de propagação. Também se atenha

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 255


um pouco a feixes e frente de ondas, reflexão e refração da luz, lentes, espelhos e for-
mação de imagem.
Outros assuntos também podem aparecer, como noções de ordem de grandeza e
notação científica. Algumas questões podem trazer experimentos, observações e inves-
tigações acerca de regularidades e de sinais na interpretação física do mundo.

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilató-


rios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
• Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o
correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
• Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum,
ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
• Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida hu-
mana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável da biodiver-
sidade.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Geralmente, o ENEM relaciona o conteúdo com a realidade. Por isso, é importante en-
tender como o conceito de ondas está presente em nosso dia a dia. Procure na internet
a forma de funcionamento do micro-ondas, do rádio e do raio-x.
2. Galileu, Lavoisier, Darwin, Mendel, Da Vinci, Newton, Thomas Edilson e Louis Pasteur
estão entre os cientistas mais conhecidos. Procure conhecer o que cada um deles
pesquisou, quais as suas principais constatações e como cada uma delas influi no
nosso modo de vida.
3. No filme O Jardineiro Fiel, do diretor Fernando Meirelles, você poderá encontrar uma
análise importante sobre as questões econômicas envolvendo a atuação dos grandes
laboratórios farmacêuticos. A África aparece como vítima nesse jogo que prioriza o
dinheiro em detrimento dos direitos humanos, levando à miséria e outras mazelas.

256 COMPETÊNCIA 1 - Ondas e Fenômenos da Natureza


Em 1904, o médico Oswaldo Cruz assumiu a Direção Geral da Saúde Pública e ini-
ciou um trabalho para exterminar mosquitos e ratos transmissores de doenças. Divida
a sala em grupos, distribua informações sobre as principais doenças da época, tabelas
comparativas da mortalidade infantil da época e de hoje, assim como da expectativa de
vida. Entregue também informações sobre as ações implementadas no plano Oswaldo
Cruz e as reações da população. Proponha que os grupos discutam se as políticas públi-
cas para melhoria da qualidade da saúde da população foram as melhores e peça que
proponham alternativas àquelas implantadas. Depois, coordene uma discussão entre
os grupos.

1
Para que uma substância seja colorida ela deve absorver luz na região do visível. Quando
uma amostra absorve luz visível, a cor que percebemos é a soma das cores restantes que são
refletidas ou transmitidas pelo objeto. A Figura 1 mostra o espectro de absorção para uma subs-
tância e é possível observar que há um comprimento de onda em que a intensidade de absorção
é máxima. Um observador pode prever a cor dessa substância pelo uso da roda de cores (Figura
2): o comprimento de onda correspondente à cor do objeto é encontrado no lado oposto ao com-
primento de onda da absorção máxima.

Figura 1 Figura 2

650nm 580nm
Ela apresentará
Intensidade de luz

essa cor
absorvida

750nm
560nm
400nm

Se a substância
absorve nesta região
430nm Azul 490nm
400 500 600 700
comprimento de onda (nm) Brown, T. Química a Ciência Central. 2005 (adaptado).

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 257


Qual a cor da substância que deu origem ao espectro da Figura 1?

a) Azul.
b) Verde.
c) Violeta.
d) Laranja.
e) Vermelho.

2
Ao diminuir o tamanho de um orifício atravessado por um feixe de luz, passa menos luz por
intervalo de tempo, e próximo da situação de completo fechamento do orifício, verifica-se que a luz
apresenta um comportamento como o ilustrado nas figuras. Sabe-se que o som, dentro de suas
particularidades, também pode se comportar dessa forma.

Lâmpada
Buraco

Raios
de luz

FIOLHAIS, C. Física divertida. Brasília: UnB, 2000 (adaptado).

Em qual das situações a seguir está representado o fenômeno descrito no texto?

a) Ao se esconder atrás de um muro, um menino ouve a conversa de seus colegas.


b) Ao gritar diante de um desfiladeiro, uma pessoa ouve a repetição do seu próprio grito.
c) Ao encostar o ouvido no chão, um homem percebe o som de uma locomotiva antes de ouvi-lo
pelo ar.
d) Ao ouvir uma ambulância se aproximando, uma pessoa percebe o som mais agudo do que quan-
do aquela se afasta.
e) Ao emitir uma nota musical muito aguda, uma cantora de ópera faz com que uma taça de cristal
se despedace.

258 COMPETÊNCIA 1 - Ondas e Fenômenos da Natureza


3
As ondas eletromagnéticas, como a luz visível e as ondas de rádio, viajam em linha reta em
um meio homogêneo. Então, as ondas de rádio emitidas na região litorânea do Brasil não alcan-
çariam a região amazônica do Brasil por causa da curvatura da Terra. Entretanto sabemos que é
possível transmitir ondas de rádio entre essas localidades devido à ionosfera.

Com a ajuda da ionosfera, a transmissão de ondas planas entre o litoral do Brasil e a região amazô-
nica é possível por meio da

a) reflexão.
b) refração.
c) difração.
d) polarização.
e) interferência.

4
A terapia fotodinâmica é um tratamento que utiliza luz para cura de câncer através da exci-
tação de moléculas medicamentosas, que promovem a desestruturação das células tumorais. Para
a eficácia do tratamento, é necessária a iluminação na região do tecido a ser tratado. Em geral, as
moléculas medicamentosas absorvem as frequências mais altas. Por isso, as intervenções cutâne-
as são limitadas pela penetração da luz visível, conforme a figura:
Epiderme Derme papilar
Profundidade de Penetração da Luz (mm)

400 nm 500-550 nm 630-650 nm

0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
Derme reticular
3,5

LANE, N. Profundidade de penetração de feixes de luz de diferentes


comprimentos de onda da luz incidente. Scientific American Brasil,
fev. 2003 (adaptado).

A profundidade de até 2 mm em que o tratamento cutâneo é eficiente se justifica porque a luz de

a) curto comprimento de onda é mais refletida pela pele.


b) maior energia é mais absorvida pelo tecido orgânico.
c) menor energia é absorvida nas regiões mais profundas.
d) todos os comprimentos de onda terão alta intensidade.
e) cada comprimento de onda percebe um índice de refração diferente.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 259


5
A ultrassonografia, também chamada de ecografia, é uma técnica de geração de ima-
gens muito utilizada em medicina. Ela se baseia na reflexão que ocorre quando um pulso de
ultrassom, emitido pelo aparelho colocado em contato com a pele, atravessa a superfície que
separa um órgão do outro, produzindo ecos que podem ser captados de volta pelo aparelho.
Para a observação de detalhes no interior do corpo, os pulsos sonoros emitidos têm frequências
altíssimas, de até 30MHz, ou seja, 30 milhões de oscilações a cada segundo.

A determinação de distâncias entre órgãos do corpo humano feita com esse aparelho funda-
menta-se em duas variáveis imprescindíveis:

a) a intensidade do som produzido pelo aparelho e a frequência desses sons.


b) a quantidade de luz usada para gerar as imagens no aparelho e a velocidade do som nos
tecidos.
c) a quantidade de pulsos emitidos pelo aparelho a cada segundo e a frequência dos sons emi-
tidos pelo aparelho.
d) a velocidade do som no interior dos tecidos e o tempo entre os ecos produzidos pelas super-
fícies dos órgãos.
e) o tempo entre os ecos produzidos pelos órgãos e a quantidade de pulsos emitidos a cada
segundo pelo aparelho.

6
Os radares comuns transmitem microondas que refletem na água, gelo e outras partículas
na atmosfera. Podem, assim, indicar apenas o tamanho e a distância das partículas, tais como
gotas de chuva. O radar Doppler, além disso, é capaz de registrar a velocidade e a direção na qual
as partículas se movimentam, fornecendo um quadro do fluxo de ventos em diferentes elevações.
Nos Estados Unidos, a Nexrad, uma rede de 158 radares Doppler, montada na década de 1990 pela
Diretoria Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), permite que o Serviço Meteorológico Nacional
(NWS) emita alertas sobre situações do tempo potencialmente perigosas com um grau de certeza
muito maior.
O pulso da onda do radar ao atingir uma gota de chuva, devolve uma pequena parte de sua energia
numa onda de retorno, que chega ao disco do radar antes que ele emita a onda seguinte. Os radares
da Nexrad transmitem entre 860 e 1300 pulsos por segundo, na frequência de 3000 MHz.

FISCHETTI, M., Radar Metereológico: Sinta o Vento. Scientific American Brasil, n. 08, São Paulo, jan. 2003.

No radar Doppler, a diferença entre as frequências emitidas e recebidas pelo radar é dada por
f = (2ur / c)f0 onde ur é a velocidade relativa entre a fonte e o receptor, c = 3,0x108 m/s é a velocidade
da onda eletromagnética, e f0 é a frequência emitida pela fonte. Qual é a velocidade, em km/h, de uma
chuva, para a qual se registra no radar Doppler uma diferença de frequência de 300 Hz?

a) 1,5 km/h. d) 54 km/h.


b) 5,4 km/h. e)108 km/h.
c) 15 km/h.

260 COMPETÊNCIA 1 - Ondas e Fenômenos da Natureza


7
Um tipo de vaso sanitário que vem substituindo as válvulas de descarga está esquema-
tizado na figura. Ao acionar a alavanca, toda a água do tanque é escoada e aumenta o nível no
vaso, até cobrir o sifão. De acordo com o Teorema de Stevin, quanto maior a profundidade, maior
a pressão. Assim, a água desce levando os rejeitos até o sistema de esgoto. A válvula da caixa de
descarga se fecha e ocorre o seu enchimento. Em relação às válvulas de descarga, esse tipo de
sistema proporciona maior economia de água.

Válvula de
enchimento Alavanca
Boia de
enchimento
Tubo de Tanque
transbordo
(ladrão) Assento
Válvula de
descarga

Vaso Distribuidor
de água
Sifão

Faça você mesmo. Disponível em: http://www.facavocemesmo.net. Acesso em: 22 jul. 2010.

A característica de funcionamento que garante essa economia é devida

a) à altura do sifão de água.


b) ao volume do tanque de água.
c) à altura do nível de água no vaso.
d) ao diâmetro do distribuidor de água.
e) à eficiência da válvula de enchimento do tanque.

8
Ao contrário dos rádios comuns (AM ou FM), em que uma única antena transmissora é
capaz de alcançar toda a cidade, os celulares necessitam de várias antenas para cobrir um vasto
território. No caso dos rádios FM, a frequência de transmissão está na faixa dos MHz (ondas de
rádio), enquanto, para os celulares, a frequência está na casa dos GHz (micro-ondas). Quando
comparado aos rádios comuns, o alcance de um celular é muito menor.

Considerando-se as informações do texto, o fator que possibilita essa diferença entre propaga-
ção das ondas de rádio e as de micro-ondas é que as ondas de rádio são

a) facilmente absorvidas na camada da atmosfera superior conhecida como ionosfera.


b) capazes de contornar uma diversidade de obstáculos como árvores, edifícios e pequenas ele-
vações.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 261


c) mais refratadas pela atmosfera terrestre, que apresenta maior índice de refração para as
ondas de rádio.
d) menos atenuadas por interferência, pois o número de aparelhos que utilizam ondas de rádio
é menor.
e) constituídas por pequenos comprimentos de onda que lhe conferem um alto poder de penetra-
ção em materiais de baixa densidade.

9
Em um dia de chuva muito forte, constatou-se uma goteira sobre o centro de uma
piscina coberta, formando um padrão de ondas circulares. Nessa situação, observou-se que
caíam duas gotas a cada segundo. A distância entre duas cristas consecutivas era de 25 cm
e cada uma delas se aproximava da borda da piscina com velocidade de 1,0 m/s. Após algum
tempo a chuva diminuiu e a goteira passou a cair uma vez por segundo.
Com a diminuição da chuva, a distância entre as cristas e a velocidade de propagação da
onda se tornaram, respectivamente,

a) maior que 25 cm e maior que 1,0 m/s.


b) maior que 25 cm e igual a 1,0 m/s.
c) menor que 25 cm e menor que 1,0 m/s.
d) menor que 25 cm e igual a 1,0 m/s.
e) igual a 25 cm e igual a 1,0 m/s.

10
Na linha de uma tradição antiga, o astrônomo grego Ptolomeu (100-170 d.C.) afirmou a
tese do geocentrismo, segundo a qual a Terra seria o centro do universo, sendo que o Sol, a
Lua e os planetas girariam em seu redor em órbitas circulares. A teoria de Ptolomeu resolvia
de modo razoável os problemas astronômicos da sua época. Vários séculos mais tarde, o clé-
rigo e astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543), ao encontrar inexatidões na teoria de
Ptolomeu, formulou a teoria do heliocentrismo, segundo a qual o Sol deveria ser considerado
o centro do universo, com a Terra, a Lua e os planetas girando circularmente em torno dele.
Por fim, o astrônomo e matemático alemão Johannes Kepler (1571-1630), depois de estudar o
planeta Marte por cerca de trinta anos, verificou que a sua órbita é elíptica. Esse resultado
generalizou-se para os demais planetas.

A respeito dos estudiosos citados no texto, é correto afirmar que

a) Ptolomeu apresentou as ideias mais valiosas, por serem mais antigas e tradicionais.
b) Copérnico desenvolveu a teoria do heliocentrismo inspirado no contexto político do Rei Sol.
c) Copérnico viveu em uma época em que a pesquisa científica era livre e amplamente incenti-
vada pelas autoridades.
d) Kepler estudou o planeta Marte para atender às necessidades de expansão econômica e
científica da Alemanha.
e) Kepler apresentou uma teoria científica que, graças aos métodos aplicados, pôde ser testada
e generalizada.

262 COMPETÊNCIA 1 - Ondas e Fenômenos da Natureza


11
Alguns povos indígenas ainda preservam suas tradições realizando a pesca com lan-
ças, demonstrando uma notável habilidade. Para fisgar um peixe em um lago com águas
tranquilas o índio deve mirar abaixo da posição em que enxerga o peixe.

Ele deve proceder dessa forma porque os raios de luz

a) refletidos pelo peixe não descrevem uma trajetória retilínea no interior da água.
b) emitidos pelos olhos do índio desviam sua trajetória quando passam do ar para a água.
c) espalhados pelo peixe são refletidos pela superfície da água.
d) emitidos pelos olhos do índio são espalhados pela superfície da água.
e) refletidos pelo peixe desviam sua trajetória quando passam da água para o ar.

12
Durante uma obra em um clube, um grupo de trabalhadores teve de remover uma es-
cultura de ferro maciço colocada no fundo de uma piscina vazia. Cinco trabalhadores amarra-
ram cordas à escultura e tentaram puxá-la para cima, sem sucesso.

Se a piscina for preenchida com água, ficará mais fácil para os trabalhadores removerem a
escultura, pois a

a) escultura flutuará. Dessa forma, os homens não precisarão fazer força para remover a es-
cultura do fundo.
b) escultura ficará com peso menor. Dessa forma, a intensidade da força necessária para ele-
var a escultura será menor.
c) água exercerá uma força na escultura proporcional a sua massa, e para cima. Esta força se
somará à força que os trabalhadores fazem para anular a ação da força peso da escultura.
d) água exercerá uma força na escultura para baixo, e esta passará a receber uma força as-
cendente do piso da piscina. Esta força ajudará a anular a ação da força peso na escultura.
e) água exercerá uma força na escultura proporcional ao seu volume, e para cima. Esta força
se somará à força que os trabalhadores fazem, podendo resultar em uma força ascendente
maior que o peso da escultura.

13
O lixo orgânico de casa – constituído de restos de verduras, frutas, legumes, cascas de ovo,
aparas de grama, entre outros –, se for depositado nos lixões, pode contribuir para o aparecimento
de animais e de odores indesejáveis. Entretanto, sua reciclagem gera um excelente adubo orgâni-
co, que pode ser usado no cultivo de hortaliças, frutíferas e plantas ornamentais. A produção do
adubo ou composto orgânico se dá por meio da compostagem, um processo simples que requer
alguns cuidados especiais. O material que é acumulado diariamente em recipientes próprios deve
ser revirado com auxílio de ferramentas adequadas, semanalmente, de forma a homogeneizá-lo. É
preciso também umedecê-lo periodicamente. O material de restos de capina pode ser intercalado
entre uma camada e outra de lixo da cozinha. Por meio desse método, o adubo orgânico estará

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 263


pronto em aproximadamente dois a três meses.

Como usar o lixo orgânico em casa? Ciência Hoje, v. 42, jun. 2008 (adaptado).

Suponha que uma pessoa, desejosa de fazer seu próprio adubo orgânico, tenha seguido o pro-
cedimento descrito no texto, exceto no que se refere ao umedecimento periódico do composto.
Nessa situação,

a) o processo de compostagem iria produzir intenso mau cheiro.


b) o adubo formado seria pobre em matéria orgânica que não foi transformada em composto.
c) a falta de água no composto vai impedir que microrganismos decomponham a matéria orgâ-
nica.
d) a falta de água no composto iria elevar a temperatura da mistura, o que resultaria na perda de
nutrientes essenciais.
e) apenas microrganismos que independem de oxigênio poderiam agir sobre a matéria orgânica e
transformá-la em adubo.

14
Nossa pele possui células que reagem à incidência de luz ultravioleta e produzem
uma substância chamada melanina, responsável pela pigmentação da pele. Pensando em se
bronzear, uma garota vestiu um biquíni, acendeu a luz de seu quarto e deitou-se exatamente
abaixo da lâmpada incandescente. Após várias horas ela percebeu que não conseguiu re-
sultado algum.

O bronzeamento não ocorreu porque a luz emitida pela lâmpada incandescente é de

a) baixa intensidade.
b) baixa frequência.
c) um espectro contínuo.
d) amplitude inadequada.
e) curto comprimento de onda.

15
Os fornos domésticos de micro-ondas trabalham com uma frequência de ondas ele-
tromagnéticas que atuam fazendo rotacionar as moléculas de água, gordura e açúcar e,
consequentemente, fazendo com que os alimentos sejam aquecidos. Os telefones sem fio
também usam ondas eletromagnéticas na transmissão do sinal. As especificações técnicas
desses aparelhos são informadas nos quadros 1 e 2, retirados de seus manuais.

Quadro 1 – Especificações técnicas do telefone


Frequência da operação 2 409,60 MHz a 2 420,70 MHz
Modulação FM
Frequência 60 Hz
Potência máxima 1,35 W

264 COMPETÊNCIA 1 - Ondas e Fenômenos da Natureza


Quadro 2 – Especificações técnicas do forno
de micro-ondas
Capacidade 31 litros
Frequência 60 Hz
Potência de saída 1 000 W
Frequência das micro-ondas 2 450 MHz

O motivo de a radiação do telefone não aquecer como a do micro-ondas é que

a) o ambiente no qual o telefone funciona é aberto.


b) a frequência de alimentação é 60 Hz para os dois aparelhos.
c) a potência do telefone sem fio é menor que a do forno.
d) o interior do forno reflete as micro-ondas e as concentra.
e) a modulação das ondas no forno é maior do que no telefone.

16
Visando reduzir a poluição sonora de uma cidade, a Câmara de Vereadores aprovou uma
lei que impõe o limite máximo de 40 dB (decibéis) para o nível sonoro permitido após as 22 horas.

Ao aprovar a referida lei, os vereadores estão limitando qual característica da onda?

a) A altura da onda sonora.


b) A amplitude da onda sonora.
c) A frequência da onda sonora.
d) A velocidade da onda sonora.
e) O timbre da onda sonora.

17
Uma manifestação comum das torcidas em estádios de futebol é a ola mexicana. Os es-
pectadores de uma linha, sem sair do lugar e sem se deslocarem lateralmente, ficam de pé e se
sentam, sincronizados com os da linha adjacente. O efeito coletivo se propaga pelos espectado-
res do estádio, formando uma onda progressiva, conforme ilustração.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 265


Calcula-se que a velocidade de propagação dessa “onda humana” é 45 km/h, e que cada perío-
do de oscilação contém 16 pessoas, que se levantam e sentam organizadamente e distanciadas
entre si por 80 cm.

Disponível em: www.ufsm.br. Acesso em: 7 dez. 2012 (adaptado).

Nessa ola mexicana, a frequência da onda, em hertz, é um valor mais próximo de

a) 0,3.
b) 0,5.
c) 1,0.
d) 1,9.
e) 3,7.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

266 COMPETÊNCIA 1 - Ondas e Fenômenos da Natureza


Ciências da Natureza
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
2

ENERGIA, CIRCUITOS
ELÉTRICOS E
CONSUMO RACIONAL
Idealizadores:
267
Mateus Prado e Paulo Jubilut
É essencial identificar a presença uso corriqueiro, na produção e con-
e aplicar as tecnologias associadas às servação de alimentos, entre tantos
ciências naturais em diferentes con- outros assuntos. Além desse “reco-
textos relevantes para sua vida pesso- nhecimento”, devem demonstrar que
al, como casa, escola e trabalho. são capazes de utilizar os conheci-
Assegurada a compreensão do mentos científicos para resolver ques-
papel das tecnologias na vida produ- tões do seu cotidiano:
tiva e econômica, o desafio é que os Como usar determinado aparelho
educandos possam conhecer como para assegurar melhor performance e
algumas tecnologias funcionam, por menor custo? Como reconhecer agra-
que foram inventadas, quais suas con- vos causados pela tecnologia? Como
tribuições, limites e impactos ao meio se proteger de riscos à saúde gerados
ambiente. pelas diferentes tecnologias?
Para avaliar esta competência, os
estudantes serão confrontados com
situações do cotidiano perante as
Os textos dessa página foram selecionados
quais devem reconhecer os conheci- de livros editados pelo INEP/MEC a res-
mentos científicos “embutidos” em peito do exame que foi base para a matriz
aparelhos, como o rádio, o forno de de competências e habilidades do Novo
microondas e em medicamentos de ENEM.

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268 COMPETÊNCIA 2 - Energia, Circuitos Elétricos e Consumo Racional


Energia, Circuitos Elétricos e Consumo Racional
COMPETÊNCIA
2

Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em di-


ferentes contextos.

A competência 2 de Ciências da Natureza trata de alguns temas muito presentes


em nossa volta, a maioria deles ligados à disciplina de física.
O principal tema é aquele que envolve dispositivos elétricos: geradores e recep-
tores elétricos, circuitos elétricos em série e em paralelo, leis de Kirchhoff, representa-
ção gráfica de circuito elétrico e capacitores. Além disso, será preciso conhecer outros
conceitos, como o de resistência, tensão, potência e corrente. O ENEM poderá pedir
que o aluno calcule o gasto de energia de vários equipamentos elétricos e avalie sua
eficiência, ou ainda que calcule o consumo de energia elétrica de um indivíduo ou de
uma casa. Certifique-se também de saber quais são as medidas elétricas e de conseguir
estabelecer relações entre grandezas.
Campo Magnético, força magnética, linhas de campo magnético e campo mag-
nético terrestre são temas que, apesar de não muito frequentes, podem ser cobrados
nessa competência.
É comum, nas questões desse tópico, aparecerem manuais de utilização de

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 269


equipamentos tecnológicos, e espera-se que o aluno consiga inferir as informações
e aplicá-las.
Além disso, a competência também pode exigir que o aluno tenha a capaci-
dade de comparar vários tipos de produtos, sejam elétricos, alimentícios, de limpeza,
vestuário, entre outros. São comuns perguntas como: “qual o melhor do ponto de vista
nutricional?”, “qual produto tem a melhor relação custo benefício?”, “qual é o am-
bientalmente mais responsável?” e “qual produto realmente tem as características
ofertadas?”

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.


• Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de
aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
• Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais
e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador e a quali-
dade de vida.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Vamos ver se você consegue seguir as orientações de um manual. No site “Show de


Física”, da UNESP(www.rc.unesp.br/showdefisica), há orientações sobre alguns ex-
perimentos. Tente realizar as atividades propostas. Com isso você aproveita, também,
para aprender um pouco mais sobre os conceitos de física que poderão ser cobrados
na prova.
2. Pesquise os conceitos, funcionalidades e aplicações dos circuitos elétricos em série
dos circuitos elétricos em paralelo. Depois que conseguir diferenciar os dois tipos, pro-
cure deduzir qual é o tipo de circuito empregado em cada cômodo de sua casa, escola
ou trabalho (não é pra mexer nos fios - só vale deduzir pelo conceito e indicações de
uso, ok?).
3. A ONG “ProTeste” (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), entre outros tra-

270 COMPETÊNCIA 2 - Energia, Circuitos Elétricos e Consumo Racional


balhos, realiza vários testes de comparação entre as marcas de produtos usados
no nosso cotidiano. Vale a pena conhecer um pouco mais. Consulte o site http://
www.proteste.org.br.
4. O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) é uma fonte
rica de informações relacionadas à avaliação dos produtos no Brasil. Consulte o
caso dos brinquedos perigosos, dos bancos de plástico, e outros testes que lhe
interessarem. Acesse através do site: www.inmetro.gov.br.

Traga para a aula uma tabela com diversos eletrodomésticos e indique qual o gasto
aproximado, por hora, de cada equipamento. Divida sua sala em cinco grupos. Cada um
deles representará uma pessoa da família: pai, mãe, filha, filho e sogra. Cada membro
da família (cada grupo) deverá relatar seus hábitos de consumo de energia, indicando
quanto tempo usam por mês em cada equipamento. Todos os eletrodomésticos da casa
devem entrar na conta, inclusive secador de cabelos, videogame, TV, carregador de
celular, etc. Relatados os gastos de cada um e apresentados à sala, cada grupo deverá
calcular o gasto mensal de cada membro da família e o total mensal da casa, em kW/h.
Após comparar os resultados e corrigir possíveis erros nos cálculos, proponha um de-
bate para que os membros da família representem seus interesses e discutam uma so-
lução a fim de que a conta de energia da residência seja reduzida em 30%.

1
Em dias com baixas temperaturas, as pessoas utilizam casacos ou blusas de lã com o intuito
de minimizar a sensação de frio. Fisicamente, esta sensação ocorre pelo fato de o corpo humano
liberar calor, que é a energia transferida de um corpo para outro em virtude da diferença de tem-
peratura entre eles.

A utilização de vestimenta de lã diminui a sensação de frio, porque

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 271


a) possui a propriedade de gerar calor.
b) é constituída de material denso, o que não permite a entrada do ar frio.
c) diminui a taxa de transferência de calor do corpo humano para o meio externo.
d) tem como principal característica a absorção de calor, facilitando o equilíbrio térmico.
e) está em contato direto com o corpo humano, facilitando a transferência de calor por condução.

2
No manual de uma máquina de lavar, o usuário vê o símbolo:

Este símbolo orienta o consumidor sobre a necessidade de a máquina ser li-


gada a

a) um fio terra para evitar sobrecarga elétrica.


b) um fio neutro para evitar sobrecarga elétrica.
c) um fio terra para aproveitar as cargas elétricas do solo.
d) uma rede de coleta de água da chuva.
e) uma rede de coleta de esgoto doméstico.

3
Os espelhos retrovisores, que deveriam auxiliar os motoristas na hora de estacionar ou
mudar de pista, muitas vezes causam problemas. É que o espelho retrovisor do lado direito, em
alguns modelos, distorce a imagem, dando a impressão de que o veículo está a uma distância maior
do que a real.

Este tipo de espelho, chamado convexo, é utilizado com o objetivo de ampliar o campo visual do
motorista, já que no Brasil se adota a direção do lado esquerdo e, assim, o espelho da direita fica
muito distante dos olhos do condutor.

Disponível em: http://noticias.vrum.com.br. Acesso em: 3 nov. 2010 (adaptado)

Sabe-se que, em um espelho convexo, a imagem formada está mais próxima do espelho do que
este está do objeto, o que parece entrar em conflito com a informação apresentada na reportagem.
Essa aparente contradição é explicada pelo fato de:

a) a imagem projetada na retina do motorista ser menor do que o objeto.


b) a velocidade do automóvel afetar a percepção da distância.
c) o cérebro humano interpretar como distante uma imagem pequena.
d) o espelho convexo ser capaz de aumentar o campo visual do motorista.
e) o motorista perceber a luz vinda do espelho com a parte lateral do olho.

4
Todo carro possui uma caixa de fusíveis, que são utilizados para a proteção dos circuitos
elétricos. Os fusíveis são constituídos de um material de baixo ponto de fusão, como o estanho, por

272 COMPETÊNCIA 2 - Energia, Circuitos Elétricos e Consumo Racional


exemplo, e se fundem quando percorridos por uma corrente elétrica igual ou maior do que aquela que
são capazes de suportar. O quadro a seguir mostra uma série de fusíveis e os valores de corrente por
eles suportados.

Fusível Corrente Elétrica (A)


Azul 1,5
Amarelo 2,5
Laranja 5,0
Preto 7,5
Vermelho 10,0

Um farol usa uma lâmpada de gás halogênio de 55 W de potência que opera com 36 V. Os dois faróis
são ligados separadamente, com um fusível para cada um, mas, após um mau funcionamento, o mo-
torista passou a conectá-los em paralelo, usando apenas um fusível. Dessa forma, admitindo-se que
a fiação suporte a carga dos dois faróis, o menor valor de fusível adequado para a proteção desse
novo circuito é o
a) azul. d) amarelo.
b) preto. e) vermelho.
c) laranja.

5
Um curioso estudante, empolgado com a aula de circuito elétrico que assistiu na escola,
resolve desmontar sua lanterna. Utilizando-se da lâmpada e da pilha, retiradas do equipamento, e
de um fio com as extremidades descascadas, faz as seguintes ligações com a intenção de acender
a lâmpada:

4
1 2 3

5 6 7

GONCALVES FILHO, A.; BAROLLI, E. Instalação Elétrica: investigando e aprendendo. São Paulo: Scipione, 1997 (adaptado).

Tendo por base os esquemas mostrados, em quais casos a lâmpada acendeu?

a) (1), (3), (6).


b) (3), (4), (5).
c) (1), (3), (5).
d) (1), (3), (7).
e) (1), (2), (5).

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 273


6
Considere a seguinte situação hipotética: ao preparar o palco para a apresentação de uma
peça de teatro, o iluminador deveria colocar três atores sob luzes que tinham igual brilho e os
demais, sob luzes de menor brilho. O iluminador determinou, então, aos técnicos, que instalassem
no palco oito lâmpadas incandescentes com a mesma especificação (L1 a L8), interligadas em um
circuito com uma bateria, conforme mostra a figura.

L1 L4 L7

L2 L5
E L8
L3 L6

Nessa situação, quais são as três lâmpadas que acendem com o mesmo brilho por apresentarem
igual valor de corrente fluindo nelas, sob as quais devem se posicionar os três atores?

a) L1, L2 e L3. c) L2, L5 e L7. e) L4, L7 e L8.


b) L2, L3 e L4. d) L4, L5 e L6.

7 A evolução da luz: as lâmpadas LED já substituem


com grandes vantagens a velha invenção de Thomas Edison

A tecnologia do LED é bem diferente da das lâmpadas incandescentes e fluorescentes. A lâmpada


LED é fabricada com material semicondutor que, semelhante ao usado nos chips de computador,
quando percorrido por uma corrente elétrica, emite luz. O resultado é uma peça muito menor, que
consome menos energia e tem uma durabilidade maior. Enquanto uma lâmpada comum tem vida útil
de 1.000 horas e uma fluorescente, de 10.000 horas, a LED rende entre 20.000 e 100.000 horas de uso
ininterrupto.

Há um problema, contudo: a lâmpada LED ainda custa mais caro, apesar de seu preço cair pela
metade a cada dois anos. Essa tecnologia não está se tornando apenas mais barata. Está também
mais eficiente, iluminando mais com a mesma quantidade de energia.

Uma lâmpada incandescente converte em luz apenas 5% da energia elétrica que consome. As lâm-
padas LED convertem até 40%. Essa diminuição no desperdício de energia traz benefícios evidentes
ao meio ambiente.

A evolução da luz. Energia. In: Veja, 19 dez. 2007. Disponível em:


http://veja.abril.com.br/191207/p_118.shtml.

Uma lâmpada LED que ofereça a mesma luminosidade que uma lâmpada incandescente de 100 W
deverá ter uma potência mínima de

a) 12,5 W. b) 25 W. c) 40 W. d) 60 W. e) 80 W.

274 COMPETÊNCIA 2 - Energia, Circuitos Elétricos e Consumo Racional


8
Uma estudante que ingressou na universidade e, pela primeira vez, está morando longe da sua
família, recebe a sua primeira conta de luz:

Medidor Consumo Leitura Cód Emissão Id. Bancária

Mun.
consu-
Nº Leitura kWh Dia Mês Banco Ag. S. José
midor 21 01/04/2009
7131312 7295 260 31 03 222 999-7 das
951672
Moças

Consumo dos últimos 12 meses em kWh Descrição

253 Mar/08 278 Jun/08 272 Set/08 265 Dez/08


247 Abr/08 280 Jul/08 270 Out/08 266 Jan/09 Fornecimento ICMS
255 Mai/08 275 Ago/08 260 Nov/08 268 Fev/09

Base de Cálculo
Alíquota Valor Total
ICMS

R$ 130,00 25% R$ 32,50 R$ 162,50

Se essa estudante comprar um secador de cabelos que consome 1000 W de potência e considerando
que ela e suas 3 amigas utilizem esse aparelho por 15 minutos cada uma durante 20 dias no mês, o
acréscimo em reais na sua conta mensal será de

a) R$ 10,00.
b) R$ 12,50.
c) R$ 13,00.
d) R$ 13,50.
e) R$ 14,00.

9
A eficiência das lâmpadas pode ser comparada utilizando a razão, considerada linear, entre
a quantidade de luz produzida e o consumo. A quantidade de luz é medida pelo fluxo luminoso, cuja
unidade é o lúmen (lm). O consumo está relacionado à potência elétrica da lâmpada que é medida em
watt (W). Por exemplo, uma lâmpada incandescente de 40 W emite cerca de 600 lm, enquanto uma
fluorescente de 40 W emite cerca de 3 000 lm.

Disponível em http://tecnologia.terra.com.br. Acesso em 29 fev. 2012 (adaptado).

A eficiência de uma lâmpada incandescente de 40 W é

a) maior que a de uma lâmpada fluorescente de 8 W, que produz menor quantidade de luz.
b) maior que a de uma lâmpada fluorescente de 40 W, que produz menor quantidade de luz.
c) menor que a de uma lâmpada fluorescente de 8 W, que produz a mesma quantidade de luz.
d) menor que a de uma lâmpada fluorescente de 40 W, pois consome maior quantidade de ener-
gia.
e) igual a de uma lâmpada fluorescente de 40 W, que consome a mesma quantidade de energia.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 275


10
Chuveiros elétricos possuem uma chave para regulagem da temperatura verão/inverno e para
desligar o chuveiro. Além disso, é possível regular a temperatura da água, abrindo ou fechando o registro.
Abrindo, diminui-se a temperatura e fechando, aumenta-se.

Aumentando-se o fluxo da água há uma redução na sua temperatura, pois

a) aumenta-se a área da superfície da água dentro do chuveiro, aumentando a perda de calor por radia-
ção.
b) aumenta-se o calor específico da água, aumentando a dificuldade com que a massa de água se aque-
ce no chuveiro.
c) diminui-se a capacidade térmica do conjunto água/chuveiro, diminuindo também a capacidade do con-
junto de se aquecer.
d) diminui-se o contato entre a corrente elétrica do chuveiro e a água, diminuindo também a sua capaci-
dade de aquecê-la.
e) diminui-se o tempo de contato entre a água e a resistência do chuveiro, diminuindo a transferência de
calor de uma para a outra.

11
A instalação elétrica de uma casa envolve várias etapas, desde a alocação dos disposi-
tivos, instrumentos e aparelhos elétricos, até a escolha dos materiais que a compõem, passan-
do pelo dimensionamento da potência requerida, da fiação necessária, dos eletrodutos*, entre
outras.

Para cada aparelho elétrico existe um valor de potência associado. Valores típicos de potências
para alguns aparelhos elétricos são apresentados no quadro seguinte:

Aparelhos Potência (W)


Aparelho de som 120
Chuveiro elétrico 3.000
Ferro elétrico 500
Televisor 200
Geladeira 200
Rádio 50

*Eletrodutos são condutos por onde passa a fiação de uma instalação elétrica, com a fina-
lidade de protegê-la.

A escolha das lâmpadas é essencial para obtenção de uma boa iluminação. A potência da
lâmpada deverá estar de acordo com o tamanho do cômodo a ser iluminado. O quadro a seguir
mostra a relação entre as áreas dos cômodos (em m²) e as potências das lâmpadas (em W), e
foi utilizado como referência para o primeiro pavimento de uma residência.

276 COMPETÊNCIA 2 - Energia, Circuitos Elétricos e Consumo Racional


Potência Lâmpada (W)
Área do Cômodo (m2) Sala/copa/ Quarto, varanda
Banheiro
cozinha e corredor
Até 6,0 60 60 60
6,0 a 7,5 100 100 60
7,5 a 10,5 100 100 100

3m 2,8 m

geladeira
Chuveiro TV
Elétrico
lâmpada 2,1 m
3m
lâmpada lâmpada

Ferro Elétrico 1,5 m aparelho de som


rádio
lâmpada

Obs.: Para efeitos dos cálculos das áreas, as paredes são desconsideradas.

Considerando a planta baixa fornecida, com todos os aparelhos em funcionamento, a potên-


cia total, em watts, será de

a) 4.070. d) 4.390.
b) 4.270. e) 4.470.
c) 4.320.

12
A resistência elétrica de um fio é determinada pela suas dimensões e pelas propriedades
estruturais do material. A condutividade ( �) caracteriza a estrutura do material, de tal forma que a
resistência de um fio pode ser determinada conhecendo-se L, o comprimento do fio e A, a área de
seção reta. A tabela relaciona o material à sua respectiva resistividade em temperatura ambiente.

Tabela de condutividade
Material Condutividade (S.m/mm²)
Alumínio 34,2
Cobre 61,7
Ferro 10,2
Prata 62,5
Tungstênio 18,8

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 277


Mantendo-se as mesmas dimensões geométricas, o fio que apresenta menor resistência elétrica é
aquele feito de
a) tungstênio. d) cobre.
b) alumínio. e) prata.
c) ferro.

13
Quando ocorre um curto-circuito em uma instalação elétrica, como na figura, a resistência
elétrica total do circuito diminui muito, estabelecendo-se nele uma corrente muito elevada.

O superaquecimento da fiação, devido a esse aumento da corrente elétrica, pode ocasionar incên-
dios, que seriam evitados instalando-se fusíveis e disjuntores que interrompem essa corrente, quando
a mesma atinge um valor acima do especificado nesses dispositivos de proteção.

GREF. Física 3: Eletromagnetismo. São Paulo: EDUSP, 1993 (adaptado).

Suponha que um chuveiro instalado em uma rede elétrica de 110 V, em uma residência, possua três
posições de regulagem da temperatura da água. Na posição verão utiliza 2 100 W, na posição prima-
vera, 2 400 W, e na posição inverno, 3 200 W.

Deseja-se que o chuveiro funcione em qualquer uma das três posições de regulagem de temperatura,
sem que haja riscos de incêndio. Qual deve ser o valor mínimo adequado do disjuntor a ser utilizado?

a) 40 A.
b) 30 A.
c) 25 A.
d) 23 A.
e) 20 A.

278 COMPETÊNCIA 2 - Energia, Circuitos Elétricos e Consumo Racional


14
O Instituto Luiz Coimbra (UFRJ) lançou o primeiro ônibus urbano movido a hidrogênio
do Hemisfério Sul, com tecnologia inteiramente nacional. Sua tração provém de três fontes de
energia, sendo uma delas a pilha de combustível, na qual o hidrogênio, gerado por um processo
eletroquímico, reage com o oxigênio do ar, formando água.

FRAGA, I. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 20 jul. 2010 (adaptado).

A transformação de energia que ocorre na pilha de combustível responsável pelo movimento do


ônibus decorre da energia cinética oriunda do(a)

a) calor absorvido na produção de água.


b) expansão gasosa causada pela produção de água.
c) calor liberado pela reação entre o hidrogênio e o oxigênio.
d) contração gasosa causada pela reação entre o hidrogênio e o oxigênio.
e) eletricidade gerada pela reação de oxirredução do hidrogênio com o oxigênio.

15
Atualmente, existem inúmeras opções de celulares com telas sensíveis ao toque (touchs-
creen).). Para decidir qual escolher, é bom conhecer as diferenças entre os principais tipos de telas
sensíveis ao toque existentes no mercado. Existem dois sistemas básicos usados para reconhecer
o toque de uma pessoa:

• O primeiro sistema consiste de um painel de vidro normal, recoberto por duas camadas afastadas
por espaçadores. Uma camada resistente a riscos é colocada por cima de todo o conjunto. Uma
corrente elétrica passa através das duas camadas enquanto a tela está operacional. Quando um
usuário toca a tela, as duas camadas fazem contato exatamente naquele ponto. A mudança no cam-
po elétrico é percebida, e as coordenadas do ponto de contato são calculadas pelo computador.

• No segundo sistema, uma camada que armazena carga elétrica é colocada no painel de vidro
do monitor. Quando um usuário toca o monitor com o seu dedo, parte da carga elétrica é trans-
ferida para o usuário, de modo que a carga na camada que a armazena diminui. Esta redução é
medida nos circuitos localizados em cada canto do monitor. Considerando as diferenças relati-
vas de carga em cada canto, o computador calcula exatamente onde ocorreu o toque.

Disponível em: http://eletronicos.hsw.uol.com.br. Acesso em: 18 set. 2010 (adaptado).

O elemento de armazenamento de carga análogo ao exposto no segundo sistema e a aplicação


cotidiana correspondente são, respectivamente,

a) receptores – televisor.
b) resistores – chuveiro elétrico.
c) geradores – telefone celular.
d) fusíveis – caixa de força residencial.
e) capacitores – flash de máquina fotográfica.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 279


16
A energia elétrica consumida nas residências é medida, em quilowatt-hora, por meio de um
relógio medidor de consumo. Nesse relógio, da direita para esquerda, tem-se o ponteiro da unidade,
da dezena, da centena e do milhar. Se um ponteiro estiver entre dois números, considera-se o último
número ultrapassado pelo ponteiro.

Suponha que as medidas indicadas nos esquemas seguintes tenham sido feitas em uma cidade em
que o preço do quilowatt-hora fosse de R$ 0,20.
Leitura atual
0 0 0 0
1 9 9 1 1 9 9 1
2 8 2 8 2
3 7 3 7 3
4 6 6 4 4 6 6 4
5 5 5 5

Leitura do mês passado


0 0 0 0
1 9 9 1 1 9 9 1
2 8 2 8 2
3 7 3 7 3
4 6 6 4 4 6 6 4
5 5 5 5

FILHO, A.G.; BAROLLI, E. Instalação Elétrica. São Paulo: Scipione, 1997.

O valor a ser pago pelo consumo de energia elétrica registrado seria de

a) R$ 41,80.
b) R$ 42,00.
c) R$ 43,00.
d) R$ 43,80.
e) R$ 44,00.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

280 COMPETÊNCIA 2 - Energia, Circuitos Elétricos e Consumo Racional


Ciências da Natureza
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
3

CICLOS
BIOGEOQUÍMICOS,
DEGRADAÇÃO E
CONSERVAÇÃO
AMBIENTAL
Idealizadores:
281
Mateus Prado e Paulo Jubilut
Embora tecnologia seja, para Espera-se que os estudantes de-
muitos, sinônimo de progresso e de codifiquem, por exemplo, situações
bem-estar, é fundamental que os par- como a extração de recursos mine-
ticipantes do exame nacional possam rais, a produção e o tratamento de lixo
problematizar processos produtivos doméstico e industrial, a reciclagem
mais amplos, reconhecendo seu im- de materiais, o desmatamento, entre
pacto ambiental. tantas outras; além disso, que identi-
Para tanto, as questões trarão si- fiquem os impactos ambientais dessas
tuações (textos, ilustrações, tabelas e/ práticas e reconheçam propostas.
ou gráficos) que relatem alterações
ambientais, a fim de que se identifi-
quem os conhecimentos de física, quí-
mica e biologia nelas embutidos, bem Os textos dessa página foram selecionados
como sua interação com os processos de livros editados pelo INEP/MEC a respei-
produtivos e sociais mais amplos pre- to do exame que foi base para a matriz de
sentes na dinâmica ambiental. competências e habilidades do Novo ENEM.

É bom s
aber...
O entend
ime
dade, jun nto do conceito d
to do dom e
da químic ínio de alg sustentabili-
a, uns conte
de na res confere ao aluno úd
olução d mais facili os
essas qu da-
estões.

282 COMPETÊNCIA 3 - Ciclos Biogeoquímicos, Degradação e Conservação Ambiental


COMPETÊNCIA
Ciclos Biogeoquímicos, Degradação e Conservação Ambiental
3

Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a pro-


cessos produtivos e sociais e a instrumentos ou ações científico-tecnológicos.

Essa competência trata da relação do homem com o ambiente, da utilização dos


recursos naturais pelo homem e de como as tecnologias podem ajudar na diminuição ou
no aumento da degradação ambiental. A partir de problemas como a poluição da água,
poluição atmosférica, mudanças climáticas, efeito estufa, desmatamento, erosão, polui-
ção do solo, etc., o aluno deverá apresentar soluções em direção à redução dos danos e
à sustentabilidade.
Toda a matéria-prima que utilizamos é retirada da natureza, hidrosfera, litosfera ou
biosfera. É necessário compreender esses conceitos e como tudo isso funciona como um
sistema único e complexo (aqui, compreender os ciclos biogeoquímicos e fluxos de ener-
gia é importante). Dessa forma, toda ação do homem no ambiente, principalmente com
relação à extração de matérias primas e às poluições, tem um impacto nesse sistema,
provocando desequilíbrio e destruição irreversível.
Quais seriam os caminhos para o mundo? Reciclar? Diminuir o consumo? Ou será
necessária uma ação mais radical? Os danos ainda são reversíveis? Estamos no limite
do tempo que temos para revertê-los? O aumento da população e da degradação, junto

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 283


da diminuição dos recursos naturais, trazem vários desafios. Nesse cenário, a ideia da
sustentabilidade se torna central.

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem


de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando processos bioló-
gicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
• Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida,
ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações nesses processos.
• Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos
poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
• Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando
estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológicos.
• Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econô-
micas, considerando interesses contraditórios.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Sobra lixo e falta energia elétrica: o problema pode ser a solução. Essa é a opinião
do professor Sabetai Calderoni, autor do livro Os bilhões perdidos no lixo. Entenda um
pouco melhor quais são as tecnologias propostas pelo pesquisador para transformar
lixo em energia.
2. A ACV (Avaliação do Ciclo da Vida) é uma técnica que avalia o ciclo de vida dos produ-
tos, buscando levantar todos os impactos gerados em cada processo. Pesquise o ACV
da fabricação do papel e observe suas etapas, levantando os problemas ambientais
desde a obtenção da matéria-prima, passando pela fabricação, venda e uso.
3. Reconhecer as principais etapas do ciclo da água, do ciclo do carbono e do nitrogênio
é fundamental para entendermos as ligações existentes entre os seres vivos e a manu-
tenção dos ecossistemas. Tente observar esses ciclos, avaliando o que têm em comum

284 COMPETÊNCIA 3 - Ciclos Biogeoquímicos, Degradação e Conservação Ambiental


e como seu desequilíbrio é causado pela intervenção do homem. Bons exemplos
são o aumento na retenção de CO2, causando o efeito estufa, e várias interven-
ções que o homem faz no ciclo da água, diminuindo o total de água própria para
o consumo no planeta.
4. O debate ético em torno dos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) ou
transgênicos expõe a discussão sobre os benefícios e problemas relacionados
às intervenções da biotecnologia. No site www.greenpeace.org.br, você poderá
encontrar questionamentos referentes à utilização dos transgênicos. O docu-
mentário O mundo segundo a Monsanto também aborda o tema de forma muito
interessante.

Distribua aos alunos cartões com imagens detalhadas do ciclo da água. Depois, en-
tregue cartões simulando situações de intervenção do homem no ciclo da água (como
o desmatamento, a construção de barragens, o derramamento de mercúrio em rios, a
ocupação de áreas de mananciais, o aumento da temperatura local, etc.). Peça para os
alunos apontarem as consequências de cada uma dessas intervenções no ciclo. Para
a aula seguinte, peça que pesquisam em casa e tragam exemplos de situações reais
ocorridas no mundo, ligadas a cada uma das possibilidades de intervenção discutidas
na aula.

1
Nos últimos 60 anos, a população mundial duplicou, enquanto o consumo de água foi multi-
plicado por sete. Da água existente no planeta, 97% são de água salgada (mares e oceanos), 2% for-
mam geleiras inacessíveis e apenas 1% corresponde à água doce, armazenada em lençóis subterrâ-
neos, rios e lagos. A poluição pela descarga de resíduos municipais e industriais, combinada com a
exploração excessiva dos recursos hídricos disponíveis, ameaça o meio ambiente, comprometendo
a disponibilidade de água doce para o abastecimento das populações humanas. Se esse ritmo se
mantiver, em alguns anos a água potável tornar-se-á um bem extremamente raro e caro.
MORAES, D.S.L; JORDAO, B.Q. Degradação de recursos hídricos e seus efeitos sobre a saúde humana. Saúde Pública, São Paulo, v. 36, n. 3,
Jun. 2002 (adaptado).

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 285


Considerando o texto, uma proposta viável para conservar o meio ambiente e a água doce seria

a) fazer uso exclusivo da água subterrânea, pois ela pouco interfere na quantidade de água dos rios.
b) desviar a água dos mares para os rios e lagos, de maneira a aumentar o volume de água doce nos
pontos de captação.
c) promover a adaptação das populações humanas ao consumo da água do mar, diminuindo assim
a demanda sobre a água doce.
d) reduzir a poluição e a exploração dos recursos naturais, otimizar o uso da água potável e aumen-
tar captação da água da chuva.
e) realizar a descarga dos resíduos municipais e industriais diretamente nos mares, de maneira a não
afetar a água doce disponível.

2
O despejo de dejetos de esgotos domésticos e industriais vem causando sérios proble-
mas aos rios brasileiros. Esses poluentes são ricos em substâncias que contribuem para a eu-
trofização de ecossistemas, que é um enriquecimento da água por nutrientes, o que provoca
um grande crescimento bacteriano e, por fim, pode promover escassez de oxigênio.

Uma maneira de evitar a diminuição da concentração de oxigênio no ambiente é:

a) Aquecer as águas dos rios para aumentar a velocidade de decomposição dos dejetos.
b) Retirar do esgoto os materiais ricos em nutrientes para diminuir a sua concentração nos
rios.
c) Adicionar bactérias anaeróbicas às águas dos rios para que elas sobrevivam mesmo sem
oxigênio.
d) Substituir produtos não degradáveis por biodegradáveis para que as bactérias possam
utilizar os nutrientes.
e) Aumentar a solubilidade dos dejetos no esgoto para que os nutrientes fiquem mais aces-
síveis às bactérias.

3
O lixão que recebia 130 toneladas de lixo e contaminava a região com o seu chorume (líqui-
do derivado da decomposição de compostos orgânicos) foi recuperado, transformando-se em um
aterro sanitário controlado, mudando a qualidade de vida e a paisagem e proporcionando condições
dignas de trabalho para os que dele subsistiam.
Revista Promoção da Saúde da Secretaria de Políticas de Saúde. Ano 1, no 4, dez. 2000 (adaptado).

Quais procedimentos técnicos tornam o aterro sanitário mais vantajoso que o lixão, em relação às
problemáticas abordadas no texto?

a) O lixo é recolhido e incinerado pela combustão a altas temperaturas.


b) O lixo hospitalar é separado para ser enterrado e sobre ele, colocada cal virgem.
c) O lixo orgânico e inorgânico é encoberto, e o chorume canalizado para ser tratado e neutralizado.

286 COMPETÊNCIA 3 - Ciclos Biogeoquímicos, Degradação e Conservação Ambiental


d) O lixo orgânico é completamente separado do lixo inorgânico, evitando a formação de chorume.
e) O lixo industrial é separado e acondicionado de forma adequada, formando uma bolsa de resíduos.

4 Para evitar o desmatamento da Mata Atlântica nos arredores da cidade de Amargosa, no


Recôncavo da Bahia, o Ibama tem atuado no sentido de fiscalizar, entre outras, as pequenas pro-
priedades rurais que dependem da lenha proveniente das matas para a produção da farinha de
mandioca, produto típico da região. Com isso, pequenos produtores procuram alternativas como o
gás de cozinha, o que encarece a farinha.

Uma alternativa viável, em curto prazo, para os produtores de farinha em Amargosa, que não cause
danos à Mata Atlântica nem encareça o produto é a

a) construção, nas pequenas propriedades, de grandes fornos elétricos para torrar a mandioca.
b) plantação, em suas propriedades, de árvores para serem utilizadas na produção de lenha.
c) permissão, por parte do Ibama, da exploração da Mata Atlântica apenas pelos pequenos pro-
dutores.
d) construção de biodigestores, para a produção de gás combustível a partir de resíduos orgânicos
da região.
e) coleta de carvão de regiões mais distantes, onde existe menor intensidade de fiscalização do
Ibama.

5
A atmosfera terrestre é composta pelos gases nitrogênio (N2) e oxigênio (O2), que somam
cerca de 99%, e por gases traços, entre eles o gás carbônico (CO2), vapor de água (H2O), metano
(CH4), ozônio (O3) e o óxido nitroso(N2O), que compõem o restante 1% do ar que respiramos. Os
gases traços, por serem constituídos por pelo menos três átomos, conseguem absorver o calor
irradiado pela Terra, aquecendo o planeta. Esse fenômeno, que acontece há bilhões de anos, é
chamado de efeito estufa. A partir da Revolução Industrial (século XIX), a concentração de gases
traços na atmosfera, em particular o CO2, tem aumentado significativamente, o que resultou no
aumento da temperatura em escala global. Mais recentemente, outro fator tornou-se diretamen-
te envolvido no aumento da concentração de CO2 na atmosfera: o desmatamento.
BROWN, I. F.; ALECHANDRE, A. S. Conceitos básicos sobre clima, carbono, florestas e comunidades. A.G. Moreira & S. Schwartzman. As
mudanças climáticas globais e os ecossistemas brasileiros. Brasília: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, 2000 (adaptado).

Considerando o texto, uma alternativa viável para combater o efeito estufa é

a) reduzir o calor irradiado pela Terra mediante a substituição da produção primária pela indus-
trialização refrigerada.
b) promover a queima da biomassa vegetal, responsável pelo aumento do efeito estufa devido à
produção de CH4.
c) reduzir o desmatamento, mantendo-se, assim, o potencial da vegetação em absorver o CO2 da
atmosfera.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 287


d) aumentar a concentração atmosférica de H2O, molécula capaz de absorver grande quantidade
de calor.
e) remover moléculas orgânicas polares da atmosfera, diminuindo a capacidade delas de reter
calor.

6
O texto “O voo das Folhas” traz uma visão dos índios Ticunas para um fenômeno
usualmente observado na natureza:

O Voo das Folhas

Com o vento
as folhas se movimentam.
E quando caem no chão
ficam paradas em silêncio.

Assim se forma o ngaura. O ngaura cobre o chão da floresta, enriquece a terra e alimenta
as árvores.]
As folhas velhas morrem para ajudar o crescimento das folhas novas.]
Dentro do ngaura vivem aranhas, formigas, escorpiões, centopeias, minhocas, cogumelos e
vários tipos de outros seres muito pequenos.]
As folhas também caem nos lagos, nos igarapés e igapós.
A natureza segundo os Ticunas/Livro das árvores.
Organização Geral dos Professores Bilíngues Ticunas, 2000.

Na visão dos índios Ticunas, a descrição sobre a ngaura permite classificá-lo como um
produto diretamente relacionado ao ciclo

a) da água.
b) do oxigênio
c) do fósforo.
d) do carbono.
e) do nitrogênio.

7
Um agricultor, buscando o aumento da produtividade de sua lavoura, utilizou o adubo NPK
(nitrogênio, fósforo e potássio) com alto teor de sais minerais. A irrigação dessa lavoura é feita por
canais que são desviados de um rio próximo dela. Após algum tempo, notou-se uma grande mortan-
dade de peixes no rio que abastece os canais, devido à contaminação das águas pelo excesso de
adubo usado pelo agricultor.

Que processo biológico pode ter sido provocado na água do rio pelo uso do adubo NPK?

a) Lixiviação, processo em que ocorre a lavagem do solo, que acaba disponibilizando os nutrientes

288 COMPETÊNCIA 3 - Ciclos Biogeoquímicos, Degradação e Conservação Ambiental


para a água do rio.
b) Acidificação, processo em que os sais, ao se dissolverem na água do rio, formam ácidos.
c) Eutrofização, ocasionada pelo aumento de fósforo e nitrogênio dissolvidos na água, que resulta na
proliferação do fitoplâncton.
d) Aquecimento, decorrente do aumento de sais dissolvidos na água do rio, que eleva sua tempe-
ratura.
e) Denitrificação, processo em que o excesso de nitrogênio que chega ao rio é disponibilizado para
a atmosfera, prejudicando o desenvolvimento dos peixes.

8
O etanol é considerado um biocombustível promissor, pois, sob o ponto de vista do
balanço de carbono, possui uma taxa de emissão praticamente igual a zero. Entretanto,
esse não é o único ciclo biogeoquímico associado à produção de etanol. O plantio da
cana-de-açúcar, matéria-prima para a produção de etanol, envolve a adição de macronu-
trientes como enxofre, nitrogênio, fósforo e potássio, principais elementos envolvidos no
crescimento de um vegetal.

Revista Química Nova na Escola. no 28, 2008.

O nitrogênio incorporado ao solo, como consequência da atividade descrita anteriormente, é trans-


formado em nitrogênio ativo e afetará o meio ambiente, causando

a) o acúmulo de sais insolúveis, desencadeando um processo de salinificação do solo.


b) a eliminação de microrganismos existentes no solo responsáveis pelo processo de desnitrifica-
ção.
c) a contaminação de rios e lagos devido a alta solubilidade de íons como NO3- e NH4+ em água.
d) a diminuição do pH do solo pela presença de NH3, que reage com a água, formando o NH4OH (aq).
e) a diminuição da oxigenação do solo, uma vez que o nitrogênio ativo forma espécies químicas do
tipo NO2, NO3-, N2O.

9
A economia moderna depende da disponibilidade de muita energia em diferentes formas,
para funcionar e crescer. No Brasil, o consumo total de energia pelas indústrias cresceu mais
de quatro vezes no período entre 1970 e 2005. Enquanto os investimentos em energias limpas e
renováveis, como solar e eólica, ainda são incipientes, ao se avaliar a possibilidade de instalação
de usinas geradoras de energia elétrica, diversos fatores devem ser levados em consideração,
tais como os impactos causados ao ambiente e às populações locais.
RICARDO, B.; CAMPANILI, M. Almanaque Brasil Socioambiental.
São Paulo: Instituto Socioambiental, 2007 (adaptado).

Em uma situação hipotética, optou-se por construir uma usina hidrelétrica em região que abran-
ge diversas quedas d’água em rios cercados por mata, alegando-se que causaria impacto am-
biental muito menor que uma usina termelétrica. Entre os possíveis impactos da instalação de
uma usina hidrelétrica nessa região, inclui-se

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 289


a) a poluição da água por metais da usina.
b) a destruição do habitat de animais terrestres.
c) o aumento expressivo na liberação de CO2 para a atmosfera.
d) o consumo não renovável de toda água que passa pelas turbinas.
e) o aprofundamento no leito do rio, com a menor deposição de resíduos no trecho de rio anterior
à represa.

10

De acordo com o relatório “A grande sombra da pecuária” (Livestock’s Long Shadow), feito pela Or-
ganização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, o gado é responsável por cerca
de 18% do aquecimento global, uma contribuição maior que a do setor de transportes.

Disponível em: www.conpet.gov.br. Acesso em: 22 jun. 2010.

A criação de gado em larga escala contribui para o aquecimento global por meio da emissão de

a) metano durante o processo de digestão.


b) óxido nitroso durante o processo de ruminação.
c) clorofluorcarbono durante o transporte de carne.
d) óxido nitroso durante o processo respiratório.
e) dióxido de enxofre durante o consumo de pastagens.

290 COMPETÊNCIA 3 - Ciclos Biogeoquímicos, Degradação e Conservação Ambiental


11
No século XXI, racionalizar o uso da energia é uma necessidade imposta ao homem
devido ao crescimento populacional e aos problemas climáticos que o uso da energia, nos
moldes em que vem sendo feito, tem criado para o planeta. Assim, melhorar a eficiência no
consumo global de energia torna-se imperativo. O gráfico, a seguir, mostra a participação
de vários setores da atividade econômica na composição do PIB e sua participação no con-
sumo final de energia no Brasil.

Participação % no PIB e no Consumo de Energia - 2000


60,0

50,0

40,0

30,0

20,0

10,0

00,0
Serv Q.Ind Agro Ener Quim A&B Tran Met P&C Ñ.Met Têx Min

% do PIB % do Consumo de Energia

Tran = Transporte
Serv = Serviços
Met = Metalúrgica
Q.Ind = outras Indústrias
P&C = Papel e Celulose
Agro = Agropecuária
Ñ.Met = Não-metais
Ener = Energia
(cerâmica e cimento)
Quim = Química
Têx = Tiextil
A&B = Alimentos e Bebidas
Min = Mineração

PATUSCO, J. A. M. Energia e economia no Brasil 1970-2000. Economia & Energia, n.


35, nov./dez., 2002. Disponível em:<http://ecen.com/eee35/energ-econom1970-2000.
htm>. Acesso em: 20 mar. 2009. (com adaptações).

Considerando os dados apresentados, a fonte de energia primária para a qual uma melhoria de
10% na eficiência de seu uso resultaria em maior redução no consumo global de energia seria

a) o carvão.
b) o petróleo.
c) a biomassa.
d) o gás natural.
e) a hidroeletricidade.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 291


12
Hoje em dia, não é raro encontrar sacolas plásticas preenchidas com apenas um ou dois
produtos. E não só no supermercado: da padaria à locadora de filmes, o consumidor está sempre
diante de uma sacola, mesmo que ela não seja tão necessária assim. A cada mês, cerca de 1,5
bilhão de sacolas é consumido no Brasil. Isso significa 50 milhões por dia e 18 bilhões ao ano.
Não é à toa, portanto, que o uso indiscriminado de sacolas virou um dos alvos preferidos dos
ambientalistas.

Revista Sustenta. São Paulo: Editora Confiança, n.° 1, out. 2008, p. 61 (adaptado).

Os ambientalistas consideram o uso excessivo de sacolas plásticas um risco ambiental, pois

a) o uso de materiais descartáveis incrementa o consumo.


b) o plástico é derivado do petróleo, recurso natural escasso.
c) as sacolas se transformam em lixo de difícil decomposição.
d) o risco de contaminação do solo e do subsolo por gases tóxicos aumenta.
e) o consumo de produtos industrializados é estimulado, em detrimento do consumo dos produ-
tos artesanais.

13
Garrafas PET (politereftalato de etileno) têm sido utilizadas em mangues, onde as larvas
de ostras e de mariscos, geradas na reprodução dessas espécies, aderem ao plástico. As gar-
rafas são retiradas do mangue, limpas daquilo que não interessa e colocadas nas “fazendas” de
criação, no mar.

GALEMBECK, F. Ciência Hoje, São Paulo, v. 47, n. 280, abr. 2011 (adaptado).

Nessa aplicação, o uso do PET é vantajoso, pois

a) diminui o consumo de garrafas plásticas.


b) possui resistência mecânica e alta densidade.
c) decompõe-se para formar petróleo a longo prazo.
d) é resistente ao sol, à água salobra, a fungos e bactérias.
e) é biodegradável e poroso, auxiliando na aderência de larvas e mariscos.

14
Algumas estimativas apontam que, nos últimos cem anos, a concentração de gás carbô-
nico na atmosfera aumentou em cerca de 40%, devido principalmente à utilização de combus-
tíveis fósseis pela espécie humana. Alguns estudos demonstram que essa utilização em larga
escala promove o aumento do efeito estufa.

Outros fatores de origem antrópica que aumentam o efeito estufa são

292 COMPETÊNCIA 3 - Ciclos Biogeoquímicos, Degradação e Conservação Ambiental


a) chuva ácida e destruição da camada de ozônio.
b) alagamento e inversão térmica.
c) erosão e extinção das espécies.
d) poluição das águas e do solo.
e) queimada e desmatamento.

15

Disponível em: http://ocorporesponde.blogspot.com. Acesso em: 14 jun. 2011.

Além do risco de acidentes, como o referenciado na charge, o principal problema enfrentado pelos
países que dominam a tecnologia associada às usinas termonucleares é

a) a escassez de recursos minerais destinados à produção do combustível nuclear.


b) a produção dos equipamentos relacionados às diversas etapas do ciclo nuclear.
c) o destino final dos subprodutos das fissões ocorridas no núcleo do reator.
d) a formação de recursos humanos voltados para o trabalho nas usinas.
e) o rigoroso controle da Agência Internacional de Energia Atômica.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 293


294 COMPETÊNCIA 3 - Ciclos Biogeoquímicos, Degradação e Conservação Ambiental
Ciências da Natureza
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
4

GENÉTICA E
PROCESSOS
BIOLÓGICOS
Idealizadores:
295
Mateus Prado e Paulo Jubilut
O cidadão brasileiro goza de missíveis?
saúde? Fumar prejudica a saúde?
Como responder a esta pergunta a Espera-se que o estudante possa
partir da “leitura” de alguns indicado- demonstrar essas competências, ao
res, comumente divulgados em jornais deparar-se com situações concretas,
de ampla circulação? mobilizando conhecimentos variados
Quais complicações pode enfren- para resolvê-las – sobre o corpo, o
tar um trabalhador submetido a subs- meio ambiente, a matemática, etc.
tâncias tóxicas, radiações e excesso
de ruído?
Como atuar nos locais de trabalho
Os textos dessa página foram selecionados
para assegurar melhores condições de livros editados pelo INEP/MEC a res-
de segurança? peito do exame que foi base para a matriz
O que fazer para proteger o orga- de competências e habilidades do Novo
nismo de doenças sexualmente trans- ENEM.

É bom s
Procura
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ligadas à conhecer carac
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pe-

296 COMPETÊNCIA 4 - Genética e Processos Biológicos


Genética e Processos Biológicos
COMPETÊNCIA
4

Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacio-


nadas à saúde humana, relacionando conhecimentos científicos, aspectos culturais e
características individuais.

O ENEM, nessa competência, trata dos principais fenômenos e processos biológi-


cos de todos os níveis de organização dos sistemas biológicos. Vamos detalhar:
Primeiro, é fundamental conhecer os níveis de organização dos seres vivos: vírus,
procariontes e eucariontes, autótrofos e heterótrofos, unicelulares e pluricelulares. Conhe-
ça os tipos de ciclo de vida, os padrões anatômicos e fisiológicos observados nos seres
vivos, as funções vitais desses seres e sua relação com a adaptação desses organismos a
diferentes ambientes. As teorias da evolução de Lamarck e Darwin são temas frequentes.
O segundo eixo importante envolve os conceitos básicos da genética e transmissão
da vida: Leis de Mendel, formas de reprodução sexuada e assexuada, tipos de divisão
celular, DNA, RNA e as relações metabólicas.
Essa competência se preocupa muito com as questões relacionadas à saúde públi-
ca do brasileiro. É preciso saber quais são as principais doenças que afetam a população,
bem como a caracterização, prevenção e profilaxia de cada uma. Por que a obesidade tem
aumentado tanto, inclusive em crianças? Quais motivos favorecem que as doenças apa-

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 297


reçam principalmente nos mais pobres? Como está distribuída no Brasil a mortalidade
infantil e quais condições propiciam sua existência? Como o problema da destinação do
lixo afeta a saúde pública? Quais mudanças nos hábitos de higiene, de alimentação e
de comportamento sexual podem melhorar a qualidade de vida das populações? Quais
são as DSTs e suas formas de prevenção? Qual o impacto das drogas no corpo huma-
no e na sociedade? Por que os exercícios físicos contribuem para uma vida saudável?
Certifique-se de saber responder todas essas perguntas e de reconhecer a relação en-
tre biologia e sociedade.

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifes-


tação de características dos seres vivos.
• Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manuten-
ção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade, entre outros.
• Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos
em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
• Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou
na organização taxonômica dos seres vivos.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Você já ouviu falar sobre o “Projeto Genoma”? Seu principal objetivo é fazer o mape-
amento e o sequenciamento dos cromossomos humanos. Procure conhecer melhor
este projeto e seu funcionamento. Depois, relacione algumas das melhorias que ele
pode trazer à saúde pública mundial.
2. A Escola Paulista de Medicina, da Unifesp, mantém um site com cursos virtuais, gra-
tuitos, de assuntos relacionados à biologia, saúde, enfermagem e medicina. São muito
interessantes para quem deseja se aprofundar em algum tema. O endereço é http://
www.virtual.unifesp.br/home/uv.php.
3. Faça uma tabela com as principais doenças parasitárias existentes no Brasil. Verifique

298 COMPETÊNCIA 4 - Genética e Processos Biológicos


onde está a maior incidência de cada uma delas, como ocorre sua transmissão,
quais os cuidados para evitá-las, como diagnosticá-las e qual é o tratamento utili-
zado. Você pode fazer o mesmo com as DSTs.
4. Depois de estudar as Leis de Mendel, você pode fazer um exercício pessoal: faça
a árvore genealógica de sua família, considerando o aspecto da cor dos olhos. Em
alguns casos, será possível descobrir quais membros de sua família são “AA”,
quais são “aa” e quais são “Aa”. Em alguns casos, não será possível descobrir
muita coisa, então não se decepcione! Você também pode fazer isso consideran-
do o fator Rh.

Separe os alunos em grupos e sorteie entre eles algumas patologias parasitárias


do Brasil, como Doença de Chagas, Malária, Dengue/Febre amarela (juntas), amebía-
se, ascaridíase (lombriga), teníase (solitária), ancilostomíase (amarelão), cisticercose
e gripe suína.
Depois, você tem várias opções. Você pode dar as características do agente causador
de cada doença e pedir para associarem o ciclo reprodutivo ao tipo de reprodução desse
agente, as formas de transmissão e os sintomas da doença. Outra opção é pedir que cada
grupo apresente as medidas preventivas da doença que tiraram no sorteio. Eles podem,
também, ter de relacionar a doença a algum meio ambiente brasileiro e apresentar a cau-
sa dessa relação.

1
A vacina, o soro e os antibióticos submetem os organismos a processos biológicos dife-
rentes. Pessoas que viajam para regiões em que ocorrem altas incidências de febre amarela, de
picadas de cobras peçonhentas e de leptospirose e querem evitar ou tratar problemas de saúde
relacionados a essas ocorrências devem seguir determinadas orientações.

Ao procurar um posto de saúde, um viajante deveria ser orientado por um médico a tomar preventi-
vamente ou como medida de tratamento

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 299


a) antibiótico contra o vírus da febre amarela, soro antiofídico caso seja picado por uma cobra e
vacina contra a leptospirose.
b) vacina contra o vírus da febre amarela, soro antiofídico caso seja picado por uma cobra e antibi-
ótico caso entre em contato com a Leptospira sp.
c) soro contra o vírus da febre amarela, antibiótico caso seja picado por uma cobra e soro contra
toxinas bacterianas.
d) antibiótico ou soro, tanto contra o vírus da febre amarela como para o veneno de cobras, e vacina
contra a leptospirose.
e) soro antiofídico e antibiótico contra a Leptospira sp e vacina contra a febre amarela caso entre
em contato com o vírus causador da doença.

2
Durante as estações chuvosas, aumentam no Brasil as campanhas de prevenção à den-
gue, que tem como objetivo a redução da proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor
do vírus da dengue.

Que proposta preventiva poderia ser efetivada para diminuir a reprodução desse mosquito?

a) Colocação de telas nas portas e janelas, pois o mosquito necessita de ambientes cobertos e fecha-
dos para a sua reprodução.
b) Substituição das casas de barro por casas de alvenaria, haja vista que o mosquito se reproduz na
parede das casas de barro.
c) Remoção dos recipientes que possam acumular água, porque as larvas do mosquito se de-
senvolvem nesse meio.
d) Higienização adequada de alimentos, visto que as larvas do mosquito se desenvolvem nesse
tipo de substrato.
e) Colocação de filtros de água nas casas, visto que a reprodução do mosquito acontece em
águas contaminadas.

3
O milho transgênico é produzido a partir da manipulação do milho original, com a transfe-
rência, para este, de um gene de interesse retirado de outro organismo de espécie diferente.

A característica de interesse será manifestada em decorrência

a) do incremento do DNA a partir da duplicação do gene transferido.


b) da transcrição do RNA transportador a partir do gene transferido.
c) da expressão de proteínas sintetizadas a partir do DNA não hibridizado.
d) da síntese de carboidratos a partir da ativação do DNA do milho original.
e) da tradução do RNA mensageiro sintetizado a partir do DNA recombinante.

300 COMPETÊNCIA 4 - Genética e Processos Biológicos


4
Em um experimento, preparou-se um conjunto de plantas por técnica de clonagem a par-
tir de uma planta original que apresentava folhas verdes. Esse conjunto foi dividido em dois gru-
pos, que foram tratados de maneira idêntica, com exceção das condições de iluminação, sendo
um grupo exposto a ciclos de iluminação solar natural e outro mantido no escuro. Após alguns
dias, observou-se que o grupo exposto à luz apresentava folhas verdes como a planta original e
o grupo cultivado no escuro apresentava folhas amareladas.

Ao final do experimento, os dois grupos de plantas apresentaram

a) os genótipos e os fenótipos idênticos.


b) os genótipos idênticos e os fenótipos diferentes.
c) diferenças nos genótipos e fenótipos.
d) o mesmo fenótipo e apenas dois genótipos diferentes.
e) o mesmo fenótipo e grande variedade de genótipos.

5
Anemia Falciforme é uma das doenças hereditárias mais prevalentes no Brasil, sobre-
tudo nas regiões que receberam maciços contingentes de escravos africanos. É uma alteração
genética, caracterizada por um tipo de hemoglobina mutante designada por hemoglobina S. In-
divíduos com essa doença apresentam eritrócitos com formato de foice, daí o seu nome. Se uma
pessoa recebe um gene do pai e outro da mãe para produzir a hemoglobina S ela nasce com
um par de genes SS e assim terá a Anemia Falciforme. Se receber de um dos pais o gene para
hemoglobina S e do outro o gene para a hemoglobina A ela não terá doença, apenas o Traço Fal-
ciforme (AS), e não precisará de tratamento especializado. Entretanto, deverá saber que se vier
a ter filhos com uma pessoa que também herdou o traço, eles poderão desenvolver a doença.

Disponível em: http://www.opas.org.br. Acesso em: 02 mai. 2009 (adaptado).

Dois casais, ambos membros heterozigotos do tipo AS para o gene da hemoglobina, querem ter
um filho cada. Dado que um casal é composto por pessoas negras e o outro por pessoas brancas,
a probabilidade de ambos os casais terem filhos (um para cada casal) com Anemia Falciforme
é igual a
a) 5,05%. d) 18,05%.
b) 6,25%. e) 25,00%.
c) 10,25%.

6
Um paciente deu entrada em um pronto-socorro apresentando os seguintes sintomas: cansa-
ço, dificuldade em respirar e sangramento nasal. O médico solicitou um hemograma ao paciente para
definir um diagnóstico. Os resultados estão dispostos na tabela:

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 301


Constituinte Número normal Paciente
Glóbulos vermelhos 4,8 milhões/mm³ 4 milhões/mm³
Glóbulos brancos (5000 – 10000)/mm³ 9000/mm³
Plaquetas 250000 – 400000/mm³ 200000/mm³
TORTORA, G. J. Corpo Humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Porto Alegre: Artmed, 2000 (adaptado).

Relacionando os sintomas apresentados pelo paciente com os resultados de seu hemograma, cons-
tata-se que

a) o sangramento nasal é devido a baixa quantidade de plaquetas, que são responsáveis pela coagu-
lação sanguínea.
b) o cansaço ocorreu em função da quantidade de glóbulos brancos, que são responsáveis pela co-
agulação sanguínea.
c) a dificuldade respiratória decorreu da baixa quantidade de glóbulos vermelhos, que são responsá-
veis pela defesa imunológica.
d) o sangramento nasal é decorrente da baixa quantidade de glóbulos brancos, que são responsáveis
pelo transporte de gases no sangue.
e) a dificuldade respiratória ocorreu pela quantidade de plaquetas, que são responsáveis pelo trans-
porte de oxigênio no sangue.

7
A imagem representa o processo de evolução das plantas e algumas de suas estruturas.
Para o sucesso desse processo, a partir de um ancestral simples, os diferentes grupos vegetais
desenvolveram estruturas adaptativas que lhes permitiram sobreviver em diferentes ambientes.

Embriófitas (Reino Plantae)

Briófitas Pteridófitas Gimnospermas Angiospermas

Flores
Frutos
Sementes aladas
Grãos de pólen
Esporófito dominante
Vasos condutores
Gametófito
Alga verde dominante Arquegônio
ancestral

Disponível em: http://biopibidufsj.blogspot. Acesso em: 29 fev. 2012 (adaptado).

Qual das estruturas adaptativas apresentadas contribuiu para uma maior diversidade genética?

302 COMPETÊNCIA 4 - Genética e Processos Biológicos


a) As sementes aladas, que favorecem a dispersão aérea.
b) Os arquegônios, que protegem o embrião multicelular.
c) Os grãos de pólen, que garantem a polinização cruzada.
d) Os frutos, que promovem uma maior eficiência reprodutiva.
e) Os vasos condutores, que possibilitam o transporte da seiva bruta.

8
As fêmeas de algumas espécies de aranhas, escorpiões e de outros invertebrados
predam os machos após a cópula e inseminação. Como exemplo, fêmeas canibais do inseto
conhecido como louva-a-deus, Tenodera aridofolia, possuem até 63% da sua dieta composta
por machos parceiros. Para as fêmeas, o canibalismo sexual pode assegurar a obtenção de
nutrientes importantes na reprodução. Com esse incremento na dieta, elas geralmente produ-
zem maior quantidade de ovos.

BORGES, J. C. Jogo mortal. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 1 mar. 2012 (adaptado).

Apesar de ser um comportamento aparentemente desvantajoso para os machos, o canibalis-


mo sexual evoluiu nesses táxons animais porque

a) promove a maior ocupação de diferentes nichos ecológicos pela espécie.


b) favorece o sucesso reprodutivo individual de ambos os parentais.
c) impossibilita a transmissão de genes do macho para a prole.
d) impede a sobrevivência e reprodução futura do macho.
e) reduz a variabilidade genética da população.

DAVIS, J. Garfield está de Dieta. Porto Alegre: L&PM, 2006.

A condição física apresentada pelo personagem da tirinha é um fator de risco que pode desen-
cadear doenças como

a) anemia.
b) beribéri.
c) diabetes.
d) escorbuto.
e) fenilcetonúria.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 303


10
Conhecer o mecanismo de transmissão e disseminação de uma dada enfermidade é de muita
importância para fundamentar medidas mais efetivas para o controle da doença. A esquistossomose
mansônica, uma doença infecciosa parasitária, é um problema de saúde pública no Brasil. Sua apre-
sentação clínica varia desde a forma assintomática até aquelas extremamente graves. O diagnóstico
e o tratamento são relativamente simples, mas a erradicação só é possível com medidas que inter-
rompam o ciclo de vida do parasita.

Minas faz Ciência. Minas Gerais, set./nov. 2009 (adaptado).

Com base nas informações do texto, avalie qual das propostas seguintes será eficaz no controle da
esquistossomose mansônica e na manutenção da saúde geral da população local:

a) Eliminar os caramujos de regiões afetadas pela esquistossomose, aplicando substâncias tó-


xicas na água das lagoas.
b) Evitar a contaminação de corpos de águas por ovos de esquistossomo, com a construção de
instalações sanitárias.
c) Evitar utilizar água de lagoa de regiões afetadas pela esquistossomose para beber ou para o
preparo de alimentos.
d) Impedir o consumo de carne crua ou mal cozida em regiões afetadas pela esquistossomose.
e) Impedir o consumo humano de hortaliças regadas com água contaminada por esquistossomo.

11
Um grupo internacional de cientistas achou um modo de “tapar o nariz” do mosquito do gê-
nero Anopheles
Anopheles. As aspas são necessárias porque o inseto fareja suas vítimas usando as antenas.
Os cientistas descobriram como ocorre a captação de cheiros pelas antenas e listaram algumas
substâncias capazes de bloquear a detecção de odores que os mosquitos reconhecem. Essa des-
coberta possibilita, por exemplo, a criação de um repelente muito mais preciso contra o inseto.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 12 abr. 2010 (adaptado).

Se a descoberta descrita no texto for extensiva a outros insetos, pode ajudar a combater algu-
mas doenças no Brasil, como, por exemplo,

a) dengue, febre amarela, doença de Chagas e leptospirose.


b) malária, meningite, peste bubônica e doença de Chagas.
c) doença de Chagas, dengue, febre amarela e leishmaniose.
d) dengue, cólera, lepra e peste bubônica.
e) malária, dengue, cólera e leptospirose.

12
Ao invés de se preocuparem com a questão de serem os vírus seres vivos ou não, os bió-
logos moleculares se interessam em observar o modo pelo qual eles desvirtuam, em seu próprio
benefício, o funcionamento de uma célula, desencadeando doenças. Ao infectar uma célula, o
vírus perde seu invólucro e leva o sistema de duplicação do material genético da célula a repro-

304 COMPETÊNCIA 4 - Genética e Processos Biológicos


duzir seu próprio ácido nucleico e a produzir proteínas virais.

VILLARREAL, L. Afinal os vírus são seres vivos? Scientific American Brasil, n. 28 p. 21-24, 2008 (adaptado).

Considerando-se as características fisiológicas do vírus, infere-se que

a) o organismo por ele infectado é um animal.


b) o material genético do vírus é DNA.
c) o hospedeiro morrerá logo após a infecção.
d) o vírus pode existir, também, na forma de vida livre.
e) seu material genético altera o metabolismo da célula hospedeira.

13
Na investigação de paternidade por análise de DNA, avalia-se o perfil genético da mãe, do
suposto pai e do filho pela análise de regiões do genoma das pessoas envolvidas. Cada indivíduo
apresenta um par de alelos, iguais ou diferentes, isto é, são homozigotos ou heterozigotos, para
cada região genômica. O esquema representa uma eletroforese com cinco regiões genômicas
(classificadas de A a E), cada uma com cinco alelos (1 a 5), analisadas em uma investigação de
paternidade:

Regiões Possíveis Mãe Filho Pai


genômicas alelos

1
2
A 3
4
5

1
2
B 3
4
5

1
2
C 3
4
5

1
2
D 3
4
5

1
2
E 3
4
5

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 305


Quais alelos, na sequência das regiões apresentadas, o filho recebeu, obrigatoriamente, do pai?

a) 2, 4, 5, 2, 4.
b) 2, 4, 2, 1, 3.
c) 2, 1, 1, 1, 1.
d) 1, 3, 2, 1, 3.
e) 5, 4, 2, 1, 1.

14
Estima-se que haja atualmente no mundo 40 milhões de pessoas infectadas pelo HIV (o
vírus que causa a AIDS), sendo que as taxas de novas infecções continuam crescendo, princi-
palmente na África, Ásia e Rússia. Nesse cenário de pandemia, uma vacina contra o HIV teria
imenso impacto, pois salvaria milhões de vidas. Certamente seria um marco na história planetá-
ria e também uma esperança para as populações carentes de tratamento antiviral e de acom-
panhamento médico.

TANURI, A.; FERREIRA JUNIOR, O. C. Vacina contra Aids: desafios e esperanças. Ciência Hoje (44) 26, 2009 (adaptado).

Uma vacina eficiente contra o HIV deveria

a) induzir a imunidade, para proteger o organismo da contaminação viral.


b) ser capaz de alterar o genoma do organismo portador, induzindo a síntese de enzimas prote-
toras.
c) produzir antígenos capazes de se ligarem ao vírus, impedindo que este entre nas células do
organismo humano.
d) ser amplamente aplicada em animais, visto que esses são os principais transmissores do vírus
para os seres humanos.
e) estimular a imunidade, minimizando a transmissão do vírus por gotículas de saliva.

15
Os sintomas mais sérios da Gripe A, causada pelo vírus H1N1, foram apresentados por
pessoas mais idosas e por gestantes. O motivo aparente é a menor imunidade desses grupos
contra o vírus. Para aumentar a imunidade populacional relativa ao vírus da gripe A, o governo
brasileiro distribuiu vacinas para os grupos mais suscetíveis.

A vacina contra o H1N1, assim como qualquer outra vacina contra agentes causadores de doen-
ças infectocontagiosas, aumenta a imunidade das pessoas porque

a) possui anticorpos contra o agente causador da doença.


b) possui proteínas que eliminam o agente causador da doença.
c) estimula a produção de glóbulos vermelhos pela medula óssea.
d) possui linfócitos B e T que neutralizam o agente causador da doença.
e) estimula a produção de anticorpos contra o agente causador da doença.

306 COMPETÊNCIA 4 - Genética e Processos Biológicos


16
A vesícula biliar é um órgão muscular onde a bile é armazenada. Os cálculos biliares que
algumas vezes se formam neste órgão devem ser removidos cirurgicamente, dependendo da ava-
liação da gravidade das complicações decorrentes da presença desses cálculos no indivíduo. En-
tretanto, apesar de algum prejuízo causado pela remoção da vesícula biliar, o indivíduo pode ter
uma vida relativamente normal.

A remoção cirúrgica desse órgão retardará a

a) síntese de glicogênio.
b) produção de bile.
c) secreção de suco gástrico.
d) produção de enzimas digestivas.
e) digestão das gorduras.

17
Charles R. Darwin (1809-1882) apresentou em 1859, no livro A origem das espécies, suas
ideias a respeito dos mecanismos de evolução pelo processo da seleção natural. Ao elaborar a
Teoria da Evolução, Darwin não conseguiu obter algumas respostas aos seus questionamentos.

O que esse autor não conseguiu demonstrar em sua teoria?

a) A sobrevivência dos mais aptos.


b) A origem das variações entre os indivíduos.
c) O crescimento exponencial das populações.
d) A herança das características dos pais pelos filhos.
e) A existência de características diversas nos seres da mesma espécie.

18
A doença de Chagas afeta mais de oito milhões de brasileiros, sendo comum em áreas
rurais. É uma doença causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida por insetos co-
nhecidos como barbeiros ou chupanças.

Uma ação do homem sobre o meio ambiente que tem contribuído para o aumento dessa doença é

a) o consumo de carnes de animais silvestres que são hospedeiros do vetor da doença.


b) a utilização de adubos químicos na agricultura que aceleram o ciclo reprodutivo do barbeiro.
c) a ausência de saneamento básico que favorece a proliferação do protozoário em regiões ha-
bitadas por humanos.
d) a poluição dos rios e lagos com pesticidas que exterminam o predador das larvas do inseto
transmissor da doença.
e) o desmatamento que provoca a migração ou o desaparecimento dos animais silvestres dos
quais o barbeiro se alimenta.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 307


19
Analise a seguinte história em quadrinhos.

A doença de Chagas é uma parasitose causada por um protozoário, o Trypanosoma cru-


zi, transmitido por um inseto, o barbeiro (Triatoma infestans), citado pelo Chico Bento na
história em quadrinhos acima. Atualmente, as autoridades sanitárias brasileiras estão
preocupadas porque, além da forma tradicionalmente conhecida de transmissão, em
casas de barro da zona rural, surgiram focos isolados associados ao consumo de ali-
mentos, como o açaí e a cana-de-açúcar, em 2007 e 2008. Nesses casos, a transmissão
para o homem se deu pela ingestão do próprio inseto contaminado.

O Estado de São Paulo, 30/12/2008 (adaptado).

Na forma endêmica tradicional do Mal de Chagas, o T. cruzi é transmitido quando o barbeiro

a) penetra na pele do homem e põe ovos.


b) coloca o protozoário nas vias respiratórias do ser humano.
c) pica o homem e transmite o protozoário de suas fezes para a área picada.
d) infecta o homem por meio de lesões na pele durante o banho em lagoas de água parada.
e) entra em contato com seres humanos a partir das fezes de animais diversos, onde geralmente
é encontrado.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

308 COMPETÊNCIA 4 - Genética e Processos Biológicos


Ciências da Natureza
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
5

AS CIÊNCIAS EM
NOSSO COTIDIANO
Idealizadores:
309
Mateus Prado e Paulo Jubilut
Quando se pretende que os es- ler gráficos, comparar hipóteses, es-
tudantes encarem as ciências como tabelecer relações entre dados, ge-
uma produção humana, pretende-se, neralizar, entre outros procedimentos.
igualmente, que compreendam que Serão selecionadas, mais uma
a utilização de técnicas e processos vez, situações do cotidiano nas quais
para estabelecer e resolver proble- tais procedimentos são efetivamente
mas não é prerrogativa dos cientistas. demandados: a “leitura” de resultado
Com efeito, toda vez que temos um de um exame simples de sangue, a de-
problema para resolver – um apare- codificação de tabelas que aparecem
lho que deixou de funcionar, uma dor em jornais de grande circulação, as
súbita em alguma parte do corpo, sem informações de rótulos de alimentos,
nenhuma razão aparente, chegar a um a interpretação de um manual de apa-
lugar da cidade pelo caminho mais relho eletrodoméstico, entre tantas
curto – estamos usando procedimen- outras situações possíveis.
tos científicos.
Espera-se, portanto, que os es-
tudantes estejam familiarizados com
procedimentos próprios das ciências, Os textos dessa página foram selecionados
o que não significa que se esteja fa- de livros editados pelo INEP/MEC a res-
zendo alusão a um único método cien- peito do exame que foi base para a matriz
tífico. Para tanto, serão desafiados a de competências e habilidades do Novo
interpretar e sistematizar informações, ENEM.

É bom s
aber...
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Ciências em” não é exclu
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310 COMPETÊNCIA 5 - As ciências em nosso cotidiano


As Ciências em nosso Cotidiano
COMPETÊNCIA
5

Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em di-


ferentes contextos.

A Competência 5 da matriz de Ciências da Natureza está relacionada à capaci-


dade do aluno de realizar a leitura dos códigos pelos quais o conhecimento científico é
representado, ou seja, de entender a linguagem das ciências naturais em nosso cotidiano.
Em algumas questões, dados de experimentos serão representados em textos ver-
bais, tabelas, gráficos ou símbolos próprios das ciências naturais e o aluno deverá utilizar
esses dados para resolver o problema ou indicar possíveis soluções. Também será abor-
dada a importância dos métodos científicos na resolução de problemas e como as ciên-
cias naturais se desenvolvem através das experiências e das novas descobertas.
Quem conhece determinados conteúdos tem mais chances de entender os experi-
mentos ou problemáticas apresentadas nas questões dessa competência. Por isso, é bom
estudar: estados físicos de soluções, suas propriedades e mudanças de estado; misturas
(tipos e métodos de separação); substâncias químicas (classificação e características
gerais).
Por influírem na qualidade da vida das populações, os temas a seguir têm sido muito
cobrados na prova: qualidade da água e dos alimentos e saneamento básico; química no

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 311


cotidiano (na agricultura, na saúde, nos alimentos e no ambiente); aspectos científico-
-tecnológicos, socioeconômicos e ambientais associados à obtenção ou produção de
substâncias químicas; indústria química (obtenção e utilização do cloro, hidróxido de
sódio, ácido sulfúrico, amônia e ácido nítrico); mineração e metalurgia; petróleo, gás
natural e carvão; madeira; hulha; biomassa; biocombustíveis; impactos ambientais de
combustíveis fósseis; energia nuclear, com suas vantagens e desvantagens.

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e repre-


sentação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo,
gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
• Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou pro-
cedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
• Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam
para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica ou ambiental.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Você já ouviu falar em sistemas de certificação? Procure conhecer a certificação


ambiental, a de alimentos, e a das florestas, etc. Atente para as exigências feitas às
empresas para que possam obter essas certificações e aos métodos utilizados para a
verificação de tais exigências.
2. Pesquise na internet os acidentes nucleares já ocorridos. Não deixe de conhecer o
caso de Fukushima (Japão - 2011) e o caso de Chernobyl (Ucrânia - 1986), que é o maior
acidente nuclear da história, deixando mais de 25 mil mortos.
3. Boa parte das dietas e programas de emagrecimento, apesar de amplamente divulga-
dos, não possuem embasamento científico. Será que você seria capaz de, utilizando
somente as descobertas científicas, fazer uma proposta de mudanças nos hábitos da
sua rotina a fim de melhorar significativamente suas condições de saúde, como diges-
tão, sono, disposição, controle de peso, qualidade da respiração, entre outros?

312 COMPETÊNCIA 5 - As Ciências em nosso Cotidiano


4. Até que ponto vão os limites éticos no desenvolvimento da Ciência? Vendo o filme
O Jardineiro Fiel, de Fernando Meirelles, você poderá pensar um pouco a esse
respeito.

A evolução da ciência traz novas descobertas que mudam a vida das pessoas.
Apresente para a sua turma o texto “Confesso que eu estou vivo”, do sociólogo Herbert
de Souza, o Betinho. Você pode encontrar o texto no site www.aids.gov.br. Proponha
que a sala discuta qual era a qualidade e a expectativa de vida dos portadores do vírus
HIV no começo da década de 80, quais foram os avanços nas pesquisas desta área e
qual é a situação dos portadores desse vírus nos dias de hoje.

1
Os planos de controle e erradicação de doenças em animais envolvem ações de
profilaxia e dependem em grande medida da correta utilização e interpretação de testes
diagnósticos. O quadro mostra um exemplo hipotético de aplicação de um teste diagnóstico.
Condição real dos animais
Total
Resultado do teste Infectado Não infectado
Positivo 45 38 83
Negativo 5 912 917
Total 50 950 1.000
Manual Técnico do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e
da Tuberculose Animal – PNCEBT. Brasília: Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, 2006 (adaptado)

Considerando que, no teste diagnóstico, a sensibilidade é a probabilidade de um animal infectado


ser classificado como positivo e a especificidade é a probabilidade de um animal não infectado
ter resultado negativo, a interpretação do quadro permite inferir que

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 313


a) a especificidade aponta um número de 5 falsos positivos.
b) o teste, a cada 100 indivíduos infectados, classificaria 90 como positivos.
c) o teste classificaria 96 como positivos em cada 100 indivíduos não infectados.
d) ações de profilaxia são medidas adotadas para o tratamento de falsos positivos.
e) testes de alta sensibilidade resultam em maior número de animais falsos negativos compara-
do a um teste de baixa sensibilidade.

2
Na atual estrutura social, o abastecimento de água tratada desempenha um papel funda-
mental para a prevenção de doenças. Entretanto, a população mais carente é a que mais sofre com
a falta de água tratada, em geral, pela falta de estações de tratamento capazes de fornecer o volume
de água necessário para o abastecimento ou pela falta de distribuição dessa água.

Reservatório
dos Bairros

Rio
Distribuição
Bombeamento 1 5 Cal
Carvão aditivado Carvão
Areia Cloro
Coagulante Amônia
2 Cal hidratada Cascalho
Fluor

Floculação Decantação Filtração Reservatório


de água
3 4 tratada
Disponível em: http://www.sanasa.com.br. Acesso em: 27 jun. 2008 (adaptado).

No sistema de tratamento de água apresentado na figura, a remoção do odor e a desinfecção da


água coletada ocorrem, respectivamete, nas etapas

a) 1 e 3. d) 2 e 5.
b) 1 e 5. e) 3 e 4.
c) 2 e 4.

3
Em visita a uma usina sucroalcooleira, um grupo de alunos pôde observar a série de proces-
sos de beneficiamento da cana-de-açúcar, entre os quais se destacam:

314 COMPETÊNCIA 5 - As Ciências em nosso Cotidiano


1. A cana chega cortada da lavoura por meio de caminhões e é despejada em mesas alimen-
tadoras que a conduzem para as moendas. Antes de ser esmagada para a retirada do caldo
açucarado, toda a cana é transportada por esteiras e passada por um eletroímã para a retira-
da de materiais metálicos.
2. Após se esmagar a cana, o bagaço segue para as caldeiras, que geram vapor e energia para
toda a usina.
3. O caldo primário, resultante do esmagamento, é passado por filtros e sofre tratamento para
transformar-se em açúcar refinado e etanol.

Com base nos destaques da observação dos alunos, quais operações físicas de separação de mate-
riais foram realizadas nas etapas de beneficiamento da cana-de-açúcar?

a) Separação mecânica, extração, decantação.


b) Separação magnética, combustão, filtração.
c) Separação magnética, extração, filtração.
d) Imantação, combustão, peneiração.
e) Imantação, destilação, filtração.

Ciência Hoje. V. 5, nº 27 dez. 1986. Encarte.

Os quadrinhos mostram, por meio da projeção da sombra da árvore e do menino, a sequência de


períodos do dia: matutino, meio-dia e vespertino, que é determinada

a) pela posição vertical da árvore e do menino.


b) pela posição do menino em relação à árvore.
c) pelo movimento aparente do Sol em torno da Terra.
d) pelo fuso horário específico de cada ponto da superfície da Terra.
e) pela estação do ano, sendo que no inverno os dias são mais curtos que no verão.

5
A cal (óxido de cálcio, CaO), cuja suspensão em água é muito usada como uma tinta de
baixo custo, dá uma tonalidade branca aos troncos de árvores. Essa é uma prática muito comum
em praças públicas e locais privados, geralmente usada para combater a proliferação de parasitas.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 315


Essa aplicação, também chamada de caiação, gera um problema: elimina microrganismos benéfi-
cos para a árvore.
Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 1 abr. 2010 (adaptado).

A destruição do microambiente, no tronco de árvores pintadas com cal, é devida ao processo de

a) difusão, pois a cal se difunde nos corpos dos seres do microambiente e os intoxica.
b) osmose, pois a cal retira água do microambiente, tornando-o inviável ao desenvolvimento de mi-
crorganismos.
c) oxidação, pois a luz solar que incide sobre o tronco ativa fotoquimicamente a cal, que elimina os
seres vivos do microambiente.
d) aquecimento, pois a luz do Sol incide sobre o tronco e aquece a cal, que mata os seres vivos do
microambiente.
e) vaporização, pois a cal facilita a volatilização da água para a atmosfera, eliminando os seres vivos
do microambiente.

6
O esquema mostra um diagrama de bloco de uma estação geradora de eletricidade abas-
tecida por combustível fóssil.

Gases da combustão
Eletricidade
Vapor
Gerador

Turbina

H2O Condensador Saída H2O quente

Entrada
H2O fria
Líquido
Combustível Bomba
+ ar
Lago

HINRICHS, R. A.; KLEINBACH, M. Energia e meio ambiente.


São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003 (adaptado).

Se fosse necessário melhorar o rendimento dessa usina, que forneceria eletricidade para abas-
tecer uma cidade, qual das seguintes ações poderia resultar em alguma economia de energia,
sem afetar a capacidade de geração da usina?

316 COMPETÊNCIA 5 - As Ciências em nosso Cotidiano


a) Reduzir a quantidade de combustível fornecido à usina para ser queimado.
b) Reduzir o volume de água do lago que circula no condensador de vapor.
c) Reduzir o tamanho da bomba usada para devolver a água líquida à caldeira.
d) Melhorar a capacidade dos dutos com vapor conduzirem calor para o ambiente.
e) Usar o calor liberado com os gases pela chaminé para mover um outro gerador.

7
O rótulo de uma garrafa de água mineral natural contém as seguintes informações:

Características Composição
Valor mg/L
físico-químicas química
bicarbonato 93,84
pH a 25 ºC 7,54 cálcio 15,13
sódio 14,24
magnésio 3,62
condutividade
151 (µS/cm) carbonatos 3,09
elétrica a 25 ºC
sulfatos 2,30

resíduo da potássio 1,24


126,71
evaporação fosfatos 0,20
(mg/L)
a 180 ºC fluoretos 0,20

As informações químicas presentes no rótulo de vários produtos permitem classificar o produto de


várias formas, de acordo com seu gosto, seu cheiro, sua aparência, sua função, entre outras. As
informações da tabela permitem concluir que essa água é
a) gasosa. d) um pouco alcalina.
b) insípida. e) radioativa na fonte.
c) levemente azeda.

8
O quadro apresenta o teor de cafeína em diferentes bebidas comumente consumidas
pela população.
Quantidade média de
Bebida Volume (mL)
cafeína (mg)
Café expresso 80,0 120
Café filtrado 50,0 35
Chá preto 180,0 45
Refrigerante de cola 250,0 80
Chocolate quente 60,0 25

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 317


Da análise do quadro conclui-se que o menor teor de cafeína por unidade de volume está pre-
sente no
a) café expresso. d) refrigerante de cola.
b) café filtrado. e) chocolate quente.
c) chá preto.

9
Desde que o homem começou a explorar os recursos do planeta, vem provocando im-
pactos sobre o meio ambiente. A ilustração mostra, de forma bem-humorada, uma consequência
desses impactos.

Disponível em: http://dukechargista.com.br. Acesso em: 27 jul. 2010.

Em relação ao impacto sugerido pela figura, trata-se de uma consequência direta de ações do
homem, que mostram sua

a) incapacidade de se adaptar a ambientes desfavoráveis, observada ao longo de sua história evo-


lutiva.
b) capacidade de prever os impactos de suas intervenções no meio ambiente, a médio e longo pra-
zos.
c) preocupação em associar suas atividades com os benefícios e prejuízos causados ao meio am-
biente.
d) dificuldade de diferenciar as ações que não interferem no meio ambiente, a curto prazo, das que
podem originar catástrofes a longo prazo.
e) capacidade de priorizar as práticas de desenvolvimento social e tecnológico, as quais não provo-
cam degradação do meio ambiente.

10
Os personagens da figura estão representando uma situação hipotética de cadeia ali-
mentar.

318 COMPETÊNCIA 5 - As Ciências em nosso Cotidiano


Disponível em: http://www.cienciasgaspar.blogspot.com.

Suponha que, em cena anterior à apresentada, o homem tenha se alimentado de frutas e


grãos que conseguiu coletar. Na hipótese de, nas próximas cenas, o tigre ser bem-suce-
dido e, posteriormente, servir de alimento aos abutres, tigre e abutres ocuparão, respec-
tivamente, os níveis tróficos de

a) produtor e consumidor primário.


b) consumidor primário e consumidor secundário.
c) consumidor secundário e consumidor terciário.
d) consumidor terciário e produtor.
e) consumidor secundário e consumidor primário.

11

Áreas onde ocorre transmissão de malária


Áreas com risco limitado Fonte: OMS. 2004
Sem malária Disponível em: www.anvisa.gov.br.

O mapa mostra a área de ocorrência da malária no mundo. Considerando-se sua distribuição


na América do Sul, a malária pode ser classificada como

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 319


a) endemia, pois se concentra em uma área geográfica restrita desse continente.
b) peste, já que ocorre nas regiões mais quentes do continente.
c) epidemia, já que ocorre na maior parte do continente.
d) surto, pois apresenta ocorrência em áreas pequenas.
e) pandemia, pois ocorre em todo o continente.

12 Supondo que seja necessário dar um


100 título para essa figura, a alternativa que
melhor traduziria o processo representa-
Concentração de álcool no sangue (mg%)

90
do seria:
80
70 a) Concentração média de álcool no san-
60 gue ao longo do dia.
50 b) Variação da frequência da ingestão de
40
álcool ao longo das horas.
c) Concentração mínima de álcool no
30 sangue a partir de diferentes dosa-
20 gens.
10 d) Estimativa de tempo necessário para
0 metabolizar diferentes quantidades de
0 1 2 3 4 5 álcool.
Tempo (horas)
e) Representação gráfica da distribuição
de frequência de álcool em determina-
Disponível em: http//www.alcoologia.net. Acesso em: 15 jul. 2009 (adaptado). da hora do dia.

13
A eficiência de um coletor solar depende de uma série de variáveis. Na tabela abaixo, são
mostradas diferenças na radiação solar incidente em diferentes capitais brasileiras localizadas em
ordem crescente da latitude.

Energia útil avaliada como média anual para um sistema de aquecimento de água via energia solar.
(Coletores solares inclinados de um ângulo igual à latitude, acrescentados mais 100)

Temperatura média Radiação solar incidente Energia útil média*


Capital
anual 0C média KWh/m2 por dia kWh/m2 por dia
Natal 25,9 5,40 1,67
Salvador 25,1 4,95 1,52
Cuiabá 26,8 4,96 1,48
Curitiba 17,6 4,73 1,60
Florianópolis 20,8 4,24 1,32

320 COMPETÊNCIA 5 - As Ciências em nosso Cotidiano


*Energia útil média: índice de aproveitamento da energia solar incidente.
Observação: o sistema de aquecimento conta com uma área de 4 m2 de coletores solares.
LA ROVERE, E., et al. Economia e tecnologia da energia. Rio de Janeiro, Editora Marco
Zero/ Finep. p. 331. 1985 (adaptado).

Considerando os dados mostrados na tabela, na transformação da energia luminosa, observa-se que

a) a radiação solar média coletada independe do tamanho da superfície de captação do coletor solar.
b) a energia útil média, um índice a ser considerado na comparação com outras opções energéticas,
decresce com o aumento da latitude.
c) a diferença de radiação solar incidente nas capitais listadas, apesar de ser maior que 20%, deixa de
ser determinante em algumas situações.
d) as temperaturas alcançadas independem da temperatura inicial da água no processo de aqueci-
mento da água por meio de coletores solares.
e) Curitiba, entre as capitais citadas, é inadequada para a utilização de energia solar porque é a capital
onde ocorrem as maiores perdas de energia térmica para o ambiente.

14
Considera-se combustível aquele material que, quando em combustão, consegue
gerar energia. No caso dos biocombustíveis, suas principais vantagens de uso são a de
serem oriundos de fontes renováveis e a de serem menos poluentes que os derivados de
combustíveis fósseis. Por isso, no Brasil, tem-se estimulado o plantio e a industrialização
de sementes oleaginosas para produção de biocombustíveis.

No quadro, estão os valores referentes à energia produzida pela combustão de alguns biocom-
bustíveis:

BIOCOMBUSTÍVEL kcal/kg
Biodiesel (mamona) 8 913
Biodiesel (babaçu) 9 049
Biodiesel (dendê) 8 946
Biodiesel (soja) 9 421
Biodiesel (cana-de-açucar) 5 596

Disponível em: http://www.biodieselecooleo.com.br. Acesso em: 8 set. 2010 (adaptado).

Entre os diversos tipos de biocombustíveis apresentados no quadro, aquele que apresenta me-
lhor rendimento energético em massa é proveniente

a) da soja. d) da mamona.
b) do dendê. e) da cana-de-açúcar.
c) do babaçu.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 321


15
Para explicar a absorção de nutrientes, bem como a função das microvilosidades das mem-
branas das células que revestem as paredes internas do intestino delgado, um estudante realizou o
seguinte experimento:

Colocou 200 ml de água em dois recipientes. No primeiro recipiente, mergulhou, por 5 segundos, um
pedaço de papel liso, como na FIGURA 1; no segundo recipiente, fez o mesmo com um pedaço de
papel com dobras simulando as microvilosidades, conforme FIGURA 2. Os dados obtidos foram: a
quantidade de água absorvida pelo papel liso foi de 8 ml, enquanto pelo papel dobrado foi de 12 ml.

Com base nos dados obtidos, infere-se que a função das microvilosidades intestinais com relação à
absorção de nutrientes pelas células das paredes internas do intestino é a de

a) manter o volume de absorção.


b) aumentar a superfície de absorção.
c) diminuir a velocidade de absorção.
d) aumentar o tempo de absorção.
e) manter a seletividade na absorção.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

322 COMPETÊNCIA 5 - As Ciências em nosso Cotidiano


Ciências da Natureza
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
6

FENÔMENOS
FÍSICOS
Idealizadores:
323
Mateus Prado e Paulo Jubilut
Espera-se que os estudantes, locidade?
além de dominar conteúdos de Física, Também, neste caso, os estu-
possam “reconhecê-los” nas mais di- dantes serão confrontados com si-
versas situações. tuações do cotidiano e convidados
Como funciona um aparelho do- a mobilizar conhecimentos físicos,
méstico? entre outros, para explicá-las, enten-
Que procedimentos adotar quan- der possíveis impactos e propor solu-
do se quer reduzir a contribuição da ções, se for o caso.
geladeira ou do chuveiro na elevação
da conta de eletricidade?
Como reduzir o nível de ruído de
Os textos dessa página foram selecionados
uma residência ou de uma fábrica? de livros editados pelo INEP/MEC a respei-
Como avaliar o impacto de uma to do exame que foi base para a matriz de
batida de automóvel a uma certa ve- competências e habilidades do Novo ENEM.

É bom s
Aqui pod
aber...
e
clássicos m aparecer algun
s
preocupe da disciplina de F conteúdos
ís
pois o EN em aprofundar m ica, mas não se
E u
mento e M cobrará some ito os estudos,
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da Física plicação dos con te o entendi-
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sicos

324 COMPETÊNCIA 6 - Fenômenos Físicos


Fenômenos Físicos
COMPETÊNCIA
6

Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, ava-


liar ou planejar intervenções científicotecnológicas.

As três últimas competências da matriz de Ciências da Natureza esperam que os


alunos tenham o domínio de parte do conteúdo das ciências naturais que hoje norteiam
o currículo das escolas de Ensino Médio. Além disto, essas competências trazem discus-
sões éticas relacionadas à atuação dessas ciências na vida em sociedade.
Essa competência, que trata de fenômenos físicos, cobrará do aluno o conheci-
mento e/ou aplicação de princípios básicos da física.
Em cinemática, vão aparecer: o MRU, MRUV e lançamento vertical; representações
matemáticas e gráficas do movimento; Trabalho; Energia; Quantidade de movimento; cen-
tro de massa; Força, equilíbrio estático e hidrostática; Lei da Gravitação universal; Leis de
Kepler; movimento de corpos celestes. Em termodinâmica , é preciso conhecer os concei-
tos de Energia e Trabalho, as Leis da Termodinâmica, o Ciclo de Carnot e os conceitos de
calor e temperatura, além de escalas termométricas e conversões. Questões sobre gases
e suas transformações também podem aparecer.
As várias formas de geração, transformação e uso de energia têm tido destaque

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 325


na prova, sobretudo pedindo que os alunos relacionem dados para identificar as formas
sustentáveis e as mais eficientes para tais processos. Energias renováveis, alternativas,
biodiesel, GNV e pré-sal estão entre os temas mais privilegiados.

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou


corpos celestes.
• Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos
inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
• Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em
suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações
biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
• Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes
específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Vários dos assuntos tratados por essa e pelas duas próximas competências são abor-
dados no site ‘Inovação Tecnológica’: www.inovacaotecnologica.com.br. Salve nos
seus “Favoritos”, pois vale a pena sempre dar uma olhada, especialmente nos links
‘Energia’, ‘Espaço’ e ‘Meio Ambiente’.
2. Em 1987, em Goiânia, um equipamento de radioterapia foi encontrado por catado-
res que o desmontaram e o venderam em um ferro velho. O Césio- 137, um pó bran-
co que no escuro assume a cor azul brilhante, atraiu atenção de muitos curiosos
que, desavisados, foram contaminados pela radiação emitida. Conheça um pouco
mais dessa história e aproveite para compreender os princípios dos vários tipos de
radiação e, também, para entender a situação do lixo atômico e do lixo hospitalar
no Brasil e no mundo.
3. Sugerimos que faça uma tabela em que estejam elencados os tipos fonte energética, o
processo de geração de cada uma, o custo de implantação, a eficiência em quantidade

326 COMPETÊNCIA 6 - Fenômenos Físicos


de energia gerada, os locais de utilização no mundo, as vantagens e as desvanta-
gens sociais e ambientais.

Divida a sala em grupos, distribua folhas de papel pardo ou cartolina e proponha


aos grupos que indiquem o caminho da geração e transformação da energia de alguns
casos que você irá sortear. Esses casos podem ser: da represa até a geladeira, do co-
letor solar até o chuveiro, da usina atômica até uma empresa, do gás de cozinha até o
cozimento, do rio até o moinho e do petróleo/cana até o automóvel. Os grupos deverão
representar nos cartazes desde o processo de geração, passando pelas transforma-
ções, até a utilização final.
Em outra aula, aproveitando os cartazes dos grupos, você pode fomentar uma dis-
cussão acerca das implicações sociais e ambientais de cada um dos processos.

Disponível em: http://seguindocurso.wordpress.com. Acesso em: 28 jul. 2010.

A tirinha faz referência a uma propriedade de uma grandeza Física, em que a função do jornal
utilizado pelo homem é a de

a) absorver a umidade que dissipa calor.


b) impedir que o frio do ambiente penetre.
c) manter o calor do homem concentrado.
d) restringir a perda de calor para o ambiente.
e) bloquear o vento que sopra trazendo frio.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 327


2
Para melhorar a mobilidade urbana na rede metroviária é necessário minimizar o tempo entre
estações. Para isso a administração do metrô de uma grande cidade adotou o seguinte procedimento
entre duas estações: a locomotiva parte do repouso com aceleração constante por um terço do tem-
po de percurso, mantém a velocidade constante por outro terço e reduz sua velocidade com desace-
leração constante no trecho final, até parar.

Qual é o gráfico de posição (eixo vertical) em função do tempo (eixo horizontal) que representa o
movimento desse trem?

a) d)

posição
posição

tempo tempo

b) e)
posição
posição

tempo
tempo
c)
posição

tempo

3
Um grupo de cientistas liderado por pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Cali-
fórnia (Caltech), nos Estados Unidos, construiu o primeiro metamaterial que apresentava valor
negativo do índice de refração relativo para a luz visível. Denomina-se metamaterial um material
óptico artificial, tridimensional, formado por pequenas estruturas menores do que o comprimento
de onda da luz, o que lhe dá propriedades e comportamentos que não são encontrados em ma-

328 COMPETÊNCIA 6 - Fenômenos Físicos


teriais naturais. Esse material tem sido chamado de “canhoto”.

Disponível em: http://www.inovacaotecnologica.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010 (adaptado).

Considerando o comportamento atípico desse metamaterial, qual é a figura que representa a


refração da luz ao passar do ar para esse meio?
metamaterial metamaterial
a) d)

luz incidente luz incidente

metamaterial
b) metamaterial e)

luz incidente
luz incidente

c) metamaterial

luz incidente

4
O mecanismo que permite articular uma porta (de um móvel ou de acesso) é a dobradiça.
Normalmente, são necessárias duas ou mais dobradiças para que a porta seja fixada no móvel
ou no portal, permanecendo em equilíbrio e podendo ser articulada com facilidade.

No plano, o diagrama vetorial das forças que as dobradiças exercem na porta está representado
em

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 329


a) d)

b) e)

c)

5
Na manipulação em escala nanométrica, os átomos revelam características peculiares,
podendo apresentar tolerância à temperatura, reatividade química, condutividade elétrica, ou mes-
mo exibir força de intensidade extraordinária. Essas características explicam o interesse industrial
pelos nanomateriais que estão sendo muito pesquisados em diversas áreas, desde o desenvolvi-
mento de cosméticos, tintas e tecidos, até o de terapias contra o câncer.

LACAVA, Z. G. M; MORAIS, P. C. Nanobiotecnologia e Saúde. Disponível em: http://www.comciencia.br (adaptado).

A utilização de nanopartículas na indústria e na medicina requer estudos mais detalhados, pois

a) as partículas, quanto menores, mais potentes e radiativas se tornam.


b) as partículas podem ser manipuladas, mas não caracterizadas com a atual tecnologia.

330 COMPETÊNCIA 6 - Fenômenos Físicos


c) as propriedades biológicas das partículas somente podem ser testadas em microrganismos.
d) as partículas podem atravessar poros e canais celulares, o que poderia causar impactos desco-
nhecidos aos seres vivos e, até mesmo, aos ecossistemas.
e) o organismo humano apresenta imunidade contra partículas tão pequenas, já que apresentam a
mesma dimensão das bactérias (um bilionésimo de metro).

Represa Usina geradora


Reservatório Linhas de Energia
Transformador

Gerador

Admissão Porta de Turbina Corrente


Duto
controle

Disponível em: http://static.hsw.com.br. Acesso em: 26 abr. 2010 (adaptado).

A figura representa o processo mais usado nas hidrelétricas para obtenção de energia elétrica
no Brasil. As transformações de energia nas posições I II e II III da figura são, respectiva-
mente,

a) energia cinética energia elétrica e energia potencial energia cinética.


b) energia cinética energia potencial e energia cinética energia elétrica.
c) energia potencial energia cinética e energia cinética energia elétrica.
d) energia potencial energia elétrica e energia potencial energia cinética.
e) energia potencial energia elétrica e energia cinética energia elétrica.

7
Sob pressão normal (ao nível do mar), a água entra em ebulição à temperatura de
100°C. Tendo por base essa afirmação, um garoto residente em uma cidade litorânea fez a
seguinte experiência:

• Colocou uma caneca metálica contendo água no fogareiro do fogão de sua casa.
• Quando a água começou a ferver, encostou, cuidadosamente, a extremidade mais estreita de
uma seringa de injeção, desprovida de agulha, na superfície do líquido e, erguendo o êmbolo

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 331


da seringa, aspirou certa quantidade de água para seu interior, tapando-a em seguida.
• Verificando após alguns instantes que a água da seringa havia parado de ferver, ele ergueu
o êmbolo da seringa, constatando, intrigado, que a água voltou a ferver após um pequeno
deslocamento do êmbolo.

Considerando o procedimento anterior, a água volta a ferver porque esse deslocamento

a) permite a entrada de calor do ambiente externo para o interior da seringa.


b) provoca, por atrito, um aquecimento da água contida na seringa.
c) produz um aumento de volume que aumenta o ponto de ebulição da água.
d) proporciona uma queda de pressão no interior da seringa que diminui o ponto de ebulição
da água.
e) possibilita uma diminuição da densidade da água que facilita sua ebulição.

8
O quadro a seguir mostra algumas características de diferentes fontes de energia.

Fontes de
Características
energia
Elevado custo para instalação da usina; alto potencial energético; não emite gases
I
de efeito estufa; alto risco para a saúde da população em caso de acidentes.
Não renovável; alto potencial energético; alta emissão de gases de efeito estufa;
II
alto risco para o meio ambiente em caso de acidentes.
Renovável; menor custo de instalação da usina, se comparada à de usinas que uti-
III lizam as demais fontes; menor emissão de poluentes; danos ao meio ambiente para
implantação de monoculturas.
Renovável; alto custo para implantação; não emite poluentes; depende de fatores
IV
climáticos para geração da energia; não causa prejuízo ao meio ambiente.

No quadro, as características de I a IV, referem-se, respectivamente, às seguintes fontes de energia:

a) fóssil, biomassa, eólica e nuclear.


b) eólica, fóssil, nuclear e biomassa.
c) nuclear, biomassa, fóssil e eólica.
d) nuclear, fóssil, biomassa e eólica.
e) fóssil, nuclear, biomassa e eólica.

9
Uma opção não usual, para o cozimento do feijão, é o uso de uma garrafa térmica. Em uma
panela, coloca-se uma parte de feijão e três partes de água e deixa-se ferver o conjunto por cerca
de 5 minutos, logo após transfere-se todo o material para uma garrafa térmica. Aproximadamente
8 horas depois, o feijão estará cozido.

332 COMPETÊNCIA 6 - Fenômenos Físicos


O cozimento do feijão ocorre dentro da garrafa térmica, pois

a) a água reage com o feijão, e essa reação é exotérmica.


b) o feijão continua absorvendo calor da água que o envolve, por ser um processo endotérmico.
c) o sistema considerado é praticamente isolado, não permitindo que o feijão ganhe ou perca ener-
gia.
d) a garrafa térmica fornece energia suficiente para o cozimento do feijão, uma vez iniciada a re-
ação.
e) a energia envolvida na reação aquece a água, que mantém constante a temperatura, por ser um
processo exotérmico.

10
A eficiência de um processo de conversão de energia é definida como a razão entre a
produção de energia ou trabalho útil e o total de entrada de energia no processo. A figura mos-
tra um processo com diversas etapas. Nesse caso, a eficiência geral será igual ao produto das
eficiências das etapas individuais. A entrada de energia que não se transforma em trabalho útil é
perdida sob formas não utilizáveis (como resíduos de calor).

Eficiência
Geral
= 1,6%
Usina de Força Linhas de transmissão Luz
E1 = 0,35 E2 = 0,90 E3 = 0,05
Eficiência geral da
conversão de energia = E1 x E2 x E3 = 0,35 x 0,90 x 0,05 = 0,016
química em energia luminosa
HINRICHS, R. A. Energia e Meio Ambiente. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2003 (adaptado).

Aumentar a eficiência dos processos de conversão de energia implica economizar recursos e


combustíveis. Das propostas seguintes, qual resultará em maior aumento da eficiência geral do
processo?

a) Aumentar a quantidade de combustível para queima na usina de força.


b) Utilizar lâmpadas incandescentes, que geram pouco calor e muita luminosidade.
c) Manter o menor número possível de aparelhos elétricos em funcionamento nas moradias.
d) Utilizar cabos com menor diâmetro nas linhas de transmissão a fim de economizar o material
condutor.
e) Utilizar materiais com melhores propriedades condutoras nas linhas de transmissão e lâmpa-
das fluorescentes nas moradias.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 333


11
“Quatro, três, dois, um... Vá!” O relógio marcava 9h32min (4h32min em Brasília) na sala
de comando da Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (CERN), na fronteira da Suíça com
a França, quando o narrador anunciou o surgimento de um flash branco nos dois telões. Era
sinal de que o experimento científico mais caro e mais complexo da humanidade tinha dado
seus primeiros passos rumo à simulação do Big Bang, a grande explosão que originou o uni-
verso. A plateia, formada por jornalistas e cientistas, comemorou com aplausos assim que o
primeiro feixe de prótons foi injetado no interior do Grande Colisor de Hadrons (LHC – Large
Hadrons Collider), um túnel de 27 km de circunferência construído a 100 m de profundidade.
Duas horas depois, o segundo feixe foi lançado, em sentido contrário. Os feixes vão atingir
velocidade próxima à da luz e, então, colidirão um com o outro. Essa colisão poderá ajudar a
decifrar mistérios do universo.

CRAVEIRO, R. “Máquina do Big Bang” é ligada. Correio Braziliense, Brasília, 11 set. 2008, p. 34. (com adaptações).

Segundo o texto, o experimento no LHC fornecerá dados que possibilitarão decifrar os misté-
rios do universo. Para analisar esses dados provenientes das colisões no LHC, os pesquisado-
res utilizarão os princípios de transformação da energia. Sabendo desses princípios, pode-se
afirmar que

a) as colisões podem ser elásticas ou inelásticas e, em ambos os casos, a energia cinética


total se dissipa na colisão.
b) a energia dos aceleradores é proveniente da energia liberada nas reações químicas no feixe
injetado no interior do Grande Colisor.
c) o feixe de partículas adquire energia cinética proveniente das transformações de energia
ocorridas na interação do feixe com os aceleradores.
d) os aceleradores produzem campos magnéticos que não interagem com o feixe, já que a
energia preponderante das partículas no feixe é a energia potencial.
e) a velocidade das partículas do feixe é irrelevante nos processos de transferência de energia
nas colisões, sendo a massa das partículas o fator preponderante.

12
Uma pessoa necessita da força de atrito em seus pés para se deslocar sobre uma superfície.
Logo, uma pessoa que sobe uma rampa em linha reta será auxiliada pela força de atrito exercida pelo
chão em seus pés.

Em relação ao movimento dessa pessoa, quais são a direção e o sentido da força de atrito mencio-
nada no texto?

a) Perpendicular ao plano e no mesmo sentido do movimento.


b) Paralelo ao plano e no sentido contrário ao movimento.
c) Paralelo ao plano e no mesmo sentido do movimento.
d) Horizontal e no mesmo sentido do movimento.
e) Vertical e sentido para cima.

334 COMPETÊNCIA 6 - Fenômenos Físicos


13
O Sol representa uma fonte limpa e inesgotável de energia para o nosso planeta. Essa ener-
gia pode ser captada por aquecedores solares, armazenada e convertida posteriormente em tra-
balho útil. Considere determinada região cuja insolação — potência solar incidente na superfície
da Terra — seja de 800 watts/m2. Uma usina termossolar utiliza concentradores solares parabóli-
cos que chegam a dezenas de quilômetros de extensão. Nesses coletores solares parabólicos, a
luz refletida pela superfície parabólica espelhada é focalizada em um receptor em forma de cano
e aquece o óleo contido em seu interior a 400 °C. O calor desse óleo é transferido para a água,
vaporizando-a em uma caldeira. O vapor em alta pressão movimenta uma turbina acoplada a um
gerador de energia elétrica.

Considerando que a distância entre a borda inferior e a borda superior da superfície refletora tenha
6 m de largura e que focaliza no receptor os 800 watts/m2 de radiação provenientes do Sol, e que
o calor específico da água é 1 cal g-1 ºC-1 = 4.200 J kg-1 ºC-1, então o comprimento linear do refletor
parabólico necessário para elevar a temperatura de 1 m3 (equivalente a 1 t) de água de 20 °C para
100 °C, em uma hora, estará entre

a) 15 m e 21 m.
b) 22 m e 30 m.
c) 105 m e 125 m.
d) 680 m e 710 m.
e) 6.700 m e 7.150 m.

14
Deseja-se instalar uma estação de geração de energia elétrica em um município locali-
zado no interior de um pequeno vale cercado de altas montanhas de difícil acesso. A cidade é
cruzada por um rio, que é fonte de água para consumo, irrigação das lavouras de subsistência e
pesca. Na região, que possui pequena extensão territorial, a incidência solar é alta o ano todo. A
estação em questão irá abastecer apenas o município apresentado.

Qual forma de obtenção de energia, entre as apresentadas, é a mais indicada para ser implanta-

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 335


da nesse município de modo a causar o menor impacto ambiental?

a) Termelétrica, pois é possível utilizar a água do rio no sistema de refrigeração.


b) Eólica, pois a geografia do local é própria para a captação desse tipo de energia.
c) Nuclear, pois o modo de resfriamento de seus sistemas não afetaria a população.
d) Fotovoltaica, pois é possível aproveitar a energia solar que chega à superfície do local.
e) Hidrelétrica, pois o rio que corta o município é suficiente para abastecer a usina construída.

15
A ciência propõe formas de explicar a natureza e seus fenômenos que, muitas vezes,
confrontam o conhecimento popular ou o senso comum. Um bom exemplo desse descom-
passo é a explicação microscópica da flutuação do gelo na água. Do ponto de vista atômico,
podem-se representar os três estados físicos dessa substância como nas figuras a seguir,
nas quais as bolas representam as moléculas de água.

Considerando-se as representações das moléculas de água nos três estados físicos e seu
comportamento anômalo, é correto afirmar que

a) sólidos afundam na água.


b) a interação entre as moléculas está restrita ao estado sólido.
c) a figura B é a que melhor representa a água no estado líquido.
d) a figura A é a que melhor representa o gelo, ou seja, água no estado sólido.
e) aumenta a distância entre as moléculas da substância à medida que a temperatura aumenta.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

336 COMPETÊNCIA 6 - Fenômenos Físicos


Ciências da Natureza
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
7

FENÔMENOS
QUÍMICOS
Idealizadores:
337
Mateus Prado e Paulo Jubilut
Trata-se de uma réplica da com- de Química.
petência anterior, porém o que se Mais uma vez, deve ficar claro
quer é avaliar se o estudante con- que não se trata de usar exemplos
segue mobilizar os conhecimentos do cotidiano para ilustrar o conheci-
químicos para interpretar situações mento químico, mas de lançar mão
do cotidiano. dos conhecimentos químicos para
O que acontece, por exemplo, em compreender fenômenos naturais,
indústrias de transformação de mi- conhecer o ambiente, reconhecer
nerais? Qual o possível impacto am- propostas mais adequadas de pre-
biental dessas indústrias e as formas servação ambiental.
de minimizar os danos ambientais que
elas causam? Como se dá a extração
de petróleo? Como se obtêm os seus
vários subprodutos? Esses são ape- Os textos dessa página foram selecionados
nas alguns dos exemplos de proble- de livros editados pelo INEP/MEC a respei-
mas que os alunos serão convidados a to do exame que foi base para a matriz de
resolver, mobilizando conhecimentos competências e habilidades do Novo ENEM.

É bom s
É a comp
aber...
etê
conteúdo ncia em que a va
s cobrad ri
contrária os é a ma edade de
à propos ior. Em dir
so conhe ta do ENE eção
cer M, n
abordada muitos conteúdo ela é preci-
: química s da disc
. iplina

338 COMPETÊNCIA 7 - Fenômenos Químicos


Fenômenos Químicos
COMPETÊNCIA
7

Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar,


avaliar ou planejar intervenções científicotecnológicas.

Uma língua universal. Assim podemos considerar a linguagem química. Poderíamos


considerar os elementos como letras deste alfabeto e as fórmulas, as palavras. Como o
primeiro eixo do ENEM cobra o domínio das linguagens, a linguagem básica da química é
fundamental para a compreensão dos fenômenos e a resolução dos problemas propostos
pelo exame nessa competência. Além de conhecer essa linguagem, é necessário conhe-
cimento mínimo de conteúdos de química.
Primeiro, atenha-se ao estudo do átomo e da tabela periódica (modelos atômicos,
Constante de Avogadro, número atômico, número de massa, isótopos e massa atômica),
dos estados da matéria, das formas como os elementos se ligam e reagem, dos proces-
sos de transformação, da produção, absorção e consumo de energia nesses processos. É
importante que o aluno tenha a capacidade de caracterizar materiais e substâncias, com-
parando o rendimento e as implicações sociais.
Depois, se debruce em: Sistemas em Solução Aquosa (soluções verdadeiras, solu-
ções coloidais e suspensões, solubilidade, concentração das soluções, aspectos qualita-
tivos das propriedades coligativas das soluções); Ácidos, Bases, Sais e Óxidos (definição,

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 339


classificação, propriedades, formulação e nomenclatura); Equações (balanceamento,
reação de redução e oxirredução, potenciais padrão de redução, pilha, eletrólise e lei de
Faraday); Conceitos fundamentais da radioatividade (e também reação de fissão e fusão
nuclear, desintegração radioativa e radioisótopos); Gases (Boyle e Charles); Compostos
orgânicos (estrutura e propriedades de hidrocarbonetos e funções orgânicas); e Termo-
química (trabalho, calor e temperatura, reações químicas em termoquímica, Lei de Hess
e fatores que influenciam na velocidade de reação).
Esses conteúdos normalmente aparecem, nas questões, associados a alguma
intervenção no meio ambiente ou a alguma experiência relacionada ao cotidiano, e o
aluno deverá saber utilizar esses conhecimentos teóricos para apontar soluções ou in-
dicar a melhor opção para o caso apresentado.

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou


transformações químicas.
• Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implica-
ções biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou produção.
• Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo
de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações químicas ou de
energia envolvidas nesses processos.
• Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos quími-
cos, observando riscos ou benefícios.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. O Centro de Divulgação Científica e Social da USP mantém um site que, entre outras
coisas, ensina de forma fácil os princípios básicos da Química. Você encontra tudo no
link www.cdcc.sc.usp.br/quimica.
2. Assista o documentário Uma Verdade Inconveniente, de Al Gore, que traz uma impor-
tante discussão sobre o aquecimento global e suas consequências para o mundo.

340 COMPETÊNCIA 7 - Fenômenos Químicos


Atente para os gases responsáveis pelo aquecimento global.
3. Diversas simbologias apontam as características químicas dos materiais. Em hos-
pitais, por exemplo, muitas placas indicam se os produtos são corrosivos, infla-
máveis, reativos ou tóxicos. Procurar conhecer essas linguagens pode ajudar a
desenvolver essa competência.

Leve seus alunos para o laboratório com equipamentos adequados ou para uma
área aberta (pois a experiência solta gases tóxicos). Em um recipiente, coloque uma
porção de açúcar e depois, aos poucos, despeje ácido sulfúrico concentrado. Em pou-
cos minutos, a reação propiciará a formação de uma estrutura bastante inesperada.
Depois, explique o fenômeno da carbonação e proponha que façam a equação química
desse fenômeno.

1
O polímero PET (tereftalato de polietileno), material presente em diversas embalagens
descartáveis, pode levar centenas de anos para ser degradado e seu processo de reciclagem
requer um grande aporte energético. Nesse contexto, uma técnica que visa baratear o pro-
cesso foi implementada recentemente. Trata-se do aquecimento de uma mistura de plásticos
em um reator, a 700 °C e 34 atm, que promove a quebra das ligações químicas entre átomos
de hidrogênio e carbono na cadeia do polímero, produzindo gás hidrogênio e compostos de
carbono que podem ser transformados em microesferas para serem usadas em tintas, lubrifi-
cantes, pneus, dentre outros produtos.

Tereftalato de Polietileno
PET
Disponível em: www1.folha.uol.br. Acesso em: 26 jul. 2010 (adaptado).

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 341


Considerando o processo de reciclagem do PET, para tratar 1 000 g desse polímero, com
rendimento de 100%, o volume de gás hidrogênio liberado, nas condições apresentadas,
encontra-se no intervalo entre

Dados: Constante dos gases R = 0,082 L atm/mol K; Massa molar do monômero do PET = 192 g/
mol; Equação de estado dos gases ideais: PV = nRT

a) 0 e 20 litros.
b) 20 e 40 litros.
c) 40 e 60 litros.
d) 60 e 80 litros.
e) 80 e 100 litros.

2
Devido ao seu alto teor de sais, a água do mar é imprópria para o consumo humano e para a
maioria dos usos da água doce. No entanto, para a indústria, a água do mar é de grande interesse,
uma vez que os sais presentes podem servir de matérias-primas importantes para diversos processos.
Nesse contexto, devido a sua simplicidade e ao seu baixo potencial de impacto ambiental, o método
da precipitação fracionada tem sido utilizado para a obtenção dos sais presentes na água do mar.

Tabela 1: Solubilidade em água de alguns compostos presentes na água do mar a 25ºC

Solubilidade
Soluto Fórmula
g/kg de H2O
Brometo de sódio NaBr 1,20 x 103
Carbonato de cálcio CaCO3 1,30 x 10-2
Cloreto de sódio NaCl 3,60 x 102
Cloreto de magnésio MgCl2 5,41 x 102
Sulfato de magnésio MgSO4 3,60 x 102
Sulfato de cálcio CaSO4 6,80 x 10-1
Pitombo, L. R. M.; Marcondes, M.E.R.; GEPEC. Grupo de pesquisa em Educação em Química.
Química e Sobrevivência: Hidrosfera Fonte de Materiais. São Paulo: EDUSP, 2005 (adaptado).

Suponha que uma indústria objetiva separar determinados sais de uma amostra de água do mar a
25 ºC, por meio da precipitação fracionada. Se essa amostra contiver somente os sais destacados
na tabela, a seguinte ordem de precipitação será verificada:

a) Carbonato de cálcio, sulfato de cálcio, cloreto de sódio e sulfato de magnésio, cloreto de magnésio
e, por último, brometo de sódio.
b) Brometo de sódio, cloreto de magnésio, cloreto de sódio, sulfato de cálcio, carbonato de cálcio e,
por último, brometo de sódio.
c) Cloreto de magnésio, sulfato de magnésio e cloreto de sódio, sulfato de cálcio, carbonato de cálcio

342 COMPETÊNCIA 7 - Fenômenos Químicos


e, por último, brometo de sódio.
d) Brometo de sódio, carbonato de cálcio, sulfato de cálcio, cloreto de sódio e sulfato de magnésio e,
por último, cloreto de magnésio.
e) Cloreto de sódio, sulfato de magnésio, carbonato de cálcio, sulfato de cálcio, cloreto de magnésio
e, por último, brometo de sódio.

3
Vários materiais, quando queimados, podem levar à formação de dioxinas, um com-
posto do grupo dos organoclorados. Mesmo quando a queima ocorre em incineradores, há
liberação de substância derivadas da dioxina no meio ambiente. Tais compostos são produ-
zidos em baixas concentrações, como resíduos da queima de matéria orgânica em presença
de produtos que contenham cloro. Como consequência de seu amplo espalhamento no meio
ambiente, as dioxinas sofrem magnificação trófica na cadeia alimentar. Mais de 90% da expo-
sição humana às dioxinas é atribuída aos alimentos contaminados ingeridos. A estrutura típica
de uma dioxina está apresentada a seguir:

Cl O Cl

Cl O Cl
2, 3, 7, 8 - tetraclorodibenzo-p-dioxina
(2, 3, 7, 8 - TCDD)
A molécula do 2,3,7,8 – TCDD é popularmente conhecida pelo nome de ‘dioxina’, sendo a mais
tóxica dos 75 isômeros de compostos clorados de dibenzo-p-dioxina existentes.
FADINI, P. S; FADINI, A. A. B. Lixo: desafios e compromissos. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, São Paulo, n. 1, maio
2001 (adaptado).

Com base no texto e na estrutura apresentada, as propriedades químicas das dioxinas que
permitem sua bioacumulação nos organismos estão relacionadas ao seu caráter

a) básico, pois a eliminação de materiais alcalinos é mais lenta do que a dos ácidos.
b) ácido, pois a eliminação de materiais ácidos é mais lenta do que a dos alcalinos.
c) redutor, pois a eliminação de materiais redutores é mais lenta do que a dos oxidantes.
d) lipofílico, pois a eliminação de materiais lipossolúveis é mais lenta do que a dos hidrosso-
lúveis.
e) hidrofílico, pois a eliminação de materiais hidrossolúveis é mais lenta do que a dos liposso-
lúveis.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 343


4
Nas últimas décadas, o efeito estufa tem-se intensificado de maneira preocupante, sen-
do esse efeito muitas vezes atribuído à intensa liberação de CO2 durante a queima de combus-
tíveis fósseis para geração de energia. O quadro traz as entalpias-padrão de combustão a 25 ºC
(ΔH250) do metano, do butano e do octano.

fórmula massa molar H250


composto
molecular (g/mol) (kJ/mol)
metano CH4 16 -890
butano C4H10 58 -2.878
octano C8H18 114 -5.471

À medida que aumenta a consciência sobre os impactos ambientais relacionados ao uso da


energia, cresce a importância de se criar políticas de incentivo ao uso de combustíveis mais
eficientes. Nesse sentido, considerando-se que o metano, o butano e o octano sejam represen-
tativos do gás natural, do gás liquefeito de petróleo (GLP) e da gasolina, respectivamente, então,
a partir dos dados fornecidos, é possível concluir que, do ponto de vista da quantidade de calor
obtido por mol de CO2 gerado, a ordem crescente desses três combustíveis é

a) gasolina, GLP e gás natural.


b) gás natural, gasolina e GLP.
c) gasolina, gás natural e GLP.
d) gás natural, GLP e gasolina.
e) GLP, gás natural e gasolina.

5
Às vezes, ao abrir um refrigerante, percebe-se que uma parte do produto vaza ra-
pidamente pela extremidade do recipiente. A explicação para esse fato está relacionada
à perturbação do equilíbrio químico existente entre alguns dos ingredientes do produto, de
acordo com a equação:

CO2(g) + H2O(l) H2CO3(aq)


A alteração do equilíbrio anterior, relacionada ao vazamento do refrigerante nas condições
descritas, tem como consequência a

a) liberação de CO2 para o ambiente.


b) elevação da temperatura do recipiente.
c) elevação da pressão interna no recipiente.
d) elevação da concentração de CO2 no líquido.
e) formação de uma quantidade significativa de H2O.

344 COMPETÊNCIA 7 - Fenômenos Químicos


6
Iniciativas do poder público para prevenir o uso de bebidas alcoólicas por motoristas,
causa de muitos acidentes nas estradas do país, trouxeram à ordem do dia, não sem suscitar
polêmica, o instrumento popularmente conhecido como bafômetro. Do ponto de vista de de-
tecção e medição, os instrumentos normalmente usados pelas polícias rodoviárias do Brasil
e de outros países utilizam o ar que os “suspeitos” sopram para dentro do aparelho, através
de um tubo descartável, para promover a oxidação do etanol a etanal. O método baseia-se no
princípio da pilha de combustível: o etanol é oxidado em meio ácido sobre um disco plástico
poroso coberto com pó de platina (catalisador) e umedecido com ácido sulfúrico, sendo um
eletrodo conectado a cada lado desse disco poroso. A corrente elétrica produzida, propor-
cional à concentração de álcool no ar expirado dos pulmões da pessoa testada, é lida numa
escala que é proporcional ao teor de álcool no sangue. O esquema de funcionamento desse
detector de etanol pode ser visto na figura.

Negro de platina
+
-
Disco poroso com eletrólito

Negro de platina

Entrada de álcool

As reações eletroquímicas envolvidas no processo são:

Eletrodo A:

CH 3 CH 2 OH(g) CH 3 CHO(g) + 2H + (aq) + 2 e -

Eletrodo B:
1 O (g) + 2 H + (aq) +2 e - H 2 O(l)
2 2
BRAATHEN, P. C. Hálito culpado: o princípio químico do bafômetro.
Química nova na escola. São Paulo, nº 5, maio 1997 (adaptado).

No estudo das pilhas, empregam-se códigos e nomenclaturas próprias da Química, visando


caracterizar os materiais, as reações e os processos envolvidos. Nesse contexto, a pilha que
compõe o bafômetro apresenta o

a) eletrodo A como cátodo.


b) etanol como agente oxidante.
c) eletrodo B como polo positivo.
d) gás oxigênio como agente redutor.
e) fluxo de elétrons do eletrodo B para o eletrodo A.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 345


7
A pele humana, quando está bem hidratada, adquire boa elasticidade e aspecto macio
e suave. Em contrapartida, quando está ressecada, perde sua elasticidade e se apresenta
opaca e áspera. Para evitar o ressecamento da pele é necessário, sempre que possível, utili-
zar hidratantes umectantes, feitos geralmente à base de glicerina e polietilenoglicol:

HO OH OH
H2C CH CH2
glicerina

[
HO CH2 CH2 O CH2 CH2 ] n
O CH2 CH2 OH
polietilenoglicol

Disponível em: http://www.brasilescola.com. Acesso em: 23 abr. 2010 (adaptado).

A retenção de água na superfície da pele promovida pelos hidratantes é consequência da


interação dos grupos hidroxila dos agentes umectantes com a umidade contida no ambiente
por meio de

a) ligações iônicas. d) forças dipolo-dipolo.


b) forças de London. e) ligações de hidrogênio.
c) ligações covalentes.

8
O ácido acetilsalicílico (AAS) é uma substância utilizada como fármaco analgésico no alívio
das dores de cabeça. A figura abaixo é a representação estrutural da molécula do AAS.

CO2H

O CO3
Considerando-se essa representação, é correto afirmar que a fórmula molecular do AAS é

a) C7O2H3COOH.
b) C7O2H7 COOH.
c) C8O2H3COOH.

346 COMPETÊNCIA 7 - Fenômenos Químicos


d) C8O2H7COOH.
e) C8O2H16COOH.

9
A curcumina, substância encontrada no pó amareloalaranjado extraído da raiz da cur-
cuma ou açafrão-da-índia ((Curcuma longa), aparentemente, pode ajudar a combater vários
tipos de câncer, o mal de Parkinson e o Alzheimer e até mesmo retardar o envelhecimento.
Usada há quatro milênios por algumas culturas orientais, apenas nos últimos anos passou a
ser investigada pela ciência ocidental.

H
O O
H3CO OCH3

HO OH
ANTUNES, M. G. L. Neurotoxicidade induzida pelo quimioterápico cisplatina: possíveis efeitos citoprotetores dos antioxidantes da dieta
curcumina e coenzima Q10. Pesquisa FAPESP. São Paulo, n. 168, fev. 2010 (adaptado).

Na estrutura da curcumina, identificam-se grupos característicos das funções

a) éter e álcool.
b) éter e fenol.
c) éster e fenol.
d) aldeído e enol.
e) aldeído e éster.

10
Os oceanos absorvem aproximadamente um terço das emissões de CO2 proceden-
tes de atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis e as queimadas. O CO2
combina-se com as águas dos oceanos, provocando uma alteração importante em suas
propriedades. Pesquisas com vários organismos marinhos revelam que essa alteração nos
oceanos afeta uma série de processos biológicos necessários para o desenvolvimento e a
sobrevivência de várias espécies da vida marinha.

A alteração a que se refere o texto diz respeito ao aumento

a) da acidez das águas dos oceanos.


b) do estoque de pescado nos oceanos.
c) da temperatura média dos oceanos.
d) do nível das águas dos oceanos.
e) da salinização das águas dos oceanos.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 347


11
A produção mundial de alimentos poderia se reduzir a 40% da atual sem a aplicação
de controle sobre as pragas agrícolas. Por outro lado, o uso frequente dos agrotóxicos pode
causar contaminação em solos, águas superficiais e subterrâneas, atmosfera e alimentos. Os
biopesticidas, tais como a piretrina e a coronopilina, têm sido uma alternativa na diminuição
dos prejuízos econômicos, sociais e ambientais gerados pelos agrotóxicos.

H
O
H
H
O
O
Piretrina

HO

O
O

O
Coronopilina

Identifique as funções orgânicas presentes simultaneamente nas estruturas dos dois biopes-
ticidas apresentados:

a) Éter e éster.
b) Cetona e éster.
c) Álcool e cetona.
d) Aldeído e cetona.
e) Éter e ácido carboxílico.

12
Uma dona de casa acidentalmente deixou cair na geladeira a água proveniente do
degelo de um peixe, o que deixou um cheiro forte e desagradável dentro do eletrodoméstico.
Sabe-se que o odor característico de peixe se deve às aminas e que esses compostos se
comportam como bases.

Na tabela são listadas as concentrações hidrogeniônicas de alguns materiais encontrados na


cozinha, que a dona de casa pensa em utilizar na limpeza da geladeira.

348 COMPETÊNCIA 7 - Fenômenos Químicos


Concentração
Material
de H3O+ (mol/L)
Suco de limão 10-2
Leite 10-6
Vinagre 10-3
Álcool 10-8
Sabão 10-12
Carbonato de sódio/barrilha 10-12

Dentre os materiais listados, quais são apropriados para amenizar esse odor?

a) Álcool ou sabão.
b) Suco de limão ou álcool.
c) Suco de limão ou vinagre.
d) Suco de limão, leite ou sabão.
e) Sabão ou carbonato de sódio/barrilha.

13

A transformação química em questão é representada pela equação:

a) CH3COOH (aq) + NaHC3 (s) Na+ (aq) + CH3COO− (aq) + CO2 (g) + H2O (l)
b) CH3COOH (aq) + NaHCO3 (s) Na+ (aq) + CH3COO− (aq) + O2 (g) + H2O (l)
c) CH3COOH (aq) + NaHCO3 (s) Na+ (aq) + CH3COO− (aq) + H2O (l)
d) CH3COOH (aq) + NaHCO3 (s) NaCO2+ (aq) + CH3COO− (aq) + H2O (l)
e) CH3COOH (aq) + NaHCO3 (s) Na+ (aq) + CH3COO− (aq) + H2 (g) + H2O (l)

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 349


14
No Japão, um movimento nacional para a promoção da luta contra o aquecimento glo-
bal leva o slogan: 1 pessoa, 1 dia, 1 kg de CO2 a menos! A ideia é cada pessoa reduzir em 1 kg
a quantidade de CO2 emitida todo dia, por meio de pequenos gestos ecológicos, como diminuir
a queima de gás de cozinha.
Um hambúrguer ecológico? É pra já! Disponível em: http://lqes.iqm.unicamp.br.
Acesso em: 24 fev. 2012 (adaptado).

Considerando um processo de combustão completa de um gás de cozinha composto exclu-


sivamente por butano (C4H10), a mínima quantidade desse gás que um japonês deve deixar de
queimar para atender à meta diária, apenas com esse gesto, é de
Dados: CO2 (44 g/mol): C4H10 (58 g/mol)

a) 0,25 kg.
b) 0,33 kg.
c) 1,0 kg.
d) 1,3 kg.
e) 3,0 kg.

15
Osmose é um processo espontâneo que ocorre em todos os organismos vivos e é es-
sencial à manutenção da vida. Uma solução 0,15 mol/L de NaCl (cloreto de sódio) possui a
mesma pressão osmótica das soluções presentes nas células humanas.
A imersão de uma célula humana em uma solução 0,20 mol/L de NaCl tem, como consequên-
cia, a

a) adsorção de íons Na+ sobre a superfície da célula.


b) difusão rápida de íons Na+ para o interior da célula.
c) diminuição da concentração das soluções presentes na célula.
d) transferência de íons Na+ da célula para a solução.
e) transferência de moléculas de água do interior da célula para a solução.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

350 COMPETÊNCIA 7 - Fenômenos Químicos


Ciências da Natureza
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
8

BIODIVERSIDADE,
BIOÉTICA E
SAÚDE PÚBLICA
Idealizadores:
351
Mateus Prado e Paulo Jubilut
A exemplo das competências an- tizar que essas competências serão
teriores, o estudante deverá mobilizar avaliadas através de situações que
conhecimentos de disciplinas da área privilegiem conteúdos relevantes sob
de Ciências da Natureza - neste caso, o ponto de vista da vivência dos alu-
os de Biologia - para decodificar o nos, conteúdos que digam respeito ao
mundo natural e as tecnologias que saber-fazer (ler textos diversos, grá-
têm por base tais conhecimentos. ficos, tabelas, imagens, ilustrações,
Como interpretar a extrema di- bulas, rótulos, propor intervenções,
versidade de manifestações da vida avaliar impactos), enfim, conteúdos
no planeta? Como reconhecer prová- que façam diferença - e para melhor
veis fatores de desequilíbrio ambien- - na vida desses alunos.
tal e propor intervenções para mini-
mizá-lo? Estas, entre inúmeras outras
situações, serão apresentadas aos
participantes, sempre no sentido de
convidá-los a resolver problemas que
Os textos dessa página foram selecionados
demandem a mobilização de conheci-
de livros editados pelo INEP/MEC a respei-
mentos biológicos. to do exame que foi base para a matriz de
Finalmente, é necessário enfa- competências e habilidades do Novo ENEM.

É bom s
Para com
aber...
e
tência, c çar a estudar es
onhecer s
é uma bo os bioma a compe-
a sn
saúde no opção, depois, p acionais
B arta para
mais com rasil e doenças a
uns. epidêmic
as

352 COMPETÊNCIA 8 - Biodiversidade, Bioética e Saúde Pública


Biodiversidade, Bioética e Saúde Pública
COMPETÊNCIA
8

Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar,


avaliar ou planejar intervenções científicotecnológicas.

Diferente das duas últimas competências, que exigem o domínio de muitos con-
ceitos próprios da química e física, essa competência delimita mais claramente quais
conteúdos da biologia o aluno deve dominar. Esses conteúdos estão divididos em 3 eixos
principais.
O primeiro é o eixo da biodiversidade. É preciso compreender o comportamento dos
seres vivos de cada ecossistema, principalmente dos nacionais. Não deixe de conhecer
os conceitos de habitat e nicho ecológico e os tipos comunidade biológica: teia alimen-
tar, sucessão e comunidade clímax. Podem aparecer questões envolvendo dinâmicas de
populações, interações entre os seres vivos, ciclos biogeoquímicos e fluxo de energia no
ecossistema (temas que já apareceram em outras competências também). Estude todos
os biomas brasileiros, a exploração de recursos naturais nesses biomas e a importância
de medidas de conservação e recuperação. Noções de saneamento ambiental e de legis-
lação ambiental (relativa à água, às florestas, às unidades de conservação e à biodiversi-
dade) também podem ser cobradas.
Em segundo, a ética na pesquisa com seres vivos, ou bioética. Nesse ponto, a

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 353


competência se relaciona muito ao quinto eixo cognitivo elencado pelo ENEM, aquele
que exige uma postura ética e participativa do candidato, conforme vimos. Aqui, devem
aparecer temas como a fabricação de produtos e outras técnicas que utilizam seres
vivos como parte de seus experimentos. Com relação a isso, a problemática dos trans-
gênicos é a que mais tem sido abordada pelas questões do ENEM. Mas também podem
aparecer questões relacionadas à biologia como ciência: história, métodos, técnicas e
experimentação.
O último eixo é aquele que tratará de temas relacionados à saúde pública. Nessa
parte, a competência 8 se relaciona muito à competência 4, na medida em que apresen-
ta a necessidade de entendermos e propormos ações voltadas à promoção da saúde em
diferentes níveis: do indivíduo, da sociedade e do ambiente em que vivemos.

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com
seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em ambientes bra-
sileiros.
• Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações
para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas ou produtos in-
dustriais.
• Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à
preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do ambiente.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. No site da ONG ‘WWF’ é possível encontrar diversas iniciativas de desenvolvimento


sustentável associadas a todos os biomas do Brasil. Consultando as notícias e os pro-
gramas, fica fácil compreender as principais características biológicas de cada um.
2. O filme Não Matarás, no Instituto Nina Rosa, mostra o polêmico debate sobre o uso dos
animais em pesquisas.

354 COMPETÊNCIA 8 - Biodiversidade, Bioética e Saúde Pública


3. Diversos projetos promissores estão trabalhando na promoção da “Saúde Total”.
Este conceito amplia a noção de saúde e aponta iniciativas que provocam a saú-
de individual a partir de processos educativos. Em diversos locais do país temos
Agentes da Saúde embutidos desse papel educativo. Na cidade de São Paulo, o
projeto ‘PAVS’ (Projeto Ambientes Verdes e Saudáveis) traz um banco de projetos
que pode ser explorado nas aulas.
4. Procure ter acesso à ‘Agenda 21 Global’ e à ‘Agenda 21 Brasileira’. Com a leitura,
será mais fácil entender a importância da biodiversidade. Outra dica é procurar
as resoluções e também notícias sobre as conferências ‘Rio 92’ e ‘Rio + 20’, com-
parar esses documentos e, depois, fazer um texto comentando as mudanças na
visão mundial sobre a questão ambiental nesses 20 anos.

Monte uma teia alimentar bem grande. Solicite aos alunos que retirem determina-
dos membros desta teia. Para cada membro retirado, os alunos deverão indicar as con-
sequências que a falta desse membro trará para a cadeia a que ele está ligado e para
toda a teia alimentar.

1
Em 2009, o município maranhense de Bacabal foi fortemente atingido por enchentes,
submetendo a população local a viver em precárias condições durante algum tempo. Em razão
das enchentes, os agentes de saúde manifestaram, na ocasião, temor pelo aumento dos casos
de doenças como, por exemplo, a malária, a leptospirose, a leishmaniose e a esquistossomose.

Cidades inundadas enfrentam aumento de doenças Folha Online. 22 abr. 2009.


Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br. Acesso: em 28 abr. 2010 (adaptado).

Que medidas o responsável pela promoção da saúde da população afetada pela enchente de-
veria sugerir para evitar o aumento das doenças mencionadas no texto, respectivamente?

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 355


a) Evitar o contato com a água contaminada por mosquitos, combater os percevejos hematófa-
gos conhecidos como barbeiros, eliminar os caramujos do gênero Biomphalaria e combater
o mosquito Anopheles.
b) Combater o mosquito Anopheles, evitar o contato com a água suja acumulada pelas enchen-
tes, combater o mosquito flebótomo e eliminar os caramujos do gênero Biomphalaria.
c) Eliminar os caramujos do gênero Biomphalaria, combater o mosquito flebótomo, evitar o con-
tato com a água suja acumulada pelas enchentes e combater o mosquito Aedes.
d) Combater o mosquito Aedes, evitar o contato com a água suja acumulada pelas enchentes,
eliminar os caramujos do gênero Biomphalaria e combater os percevejos hematófagos co-
nhecidos como barbeiros.
e) Combater o mosquito Aedes, eliminar os caramujos do gênero Biomphalaria, combater o
mosquito flebótomo e evitar o contato com a água contaminada por mosquitos.

Dois pesquisadores percorreram os trajetos marcados no mapa. A tarefa deles foi analisar os
ecossistemas e, encontrando problemas, relatar e propor medidas de recuperação. A seguir, são
reproduzidos trechos aleatórios extraídos dos relatórios desses dois pesquisadores.

Trechos aleatórios extraídos do relatório do pesquisador P1:

I. “Por causa da diminuição drástica das espécies vegetais deste ecossistema, como os pi-
nheiros, a gralha-azul também está em processo de extinção”.

II. “As árvores de troncos tortuosos e cascas grossas que predominam nesse ecossistema
estão sendo utilizadas em carvoarias”.

356 COMPETÊNCIA 8 - Biodiversidade, Bioética e Saúde Pública


Trechos aleatórios extraídos do relatório do pesquisador P2:

III. “Das palmeiras que predominam nesta região podem ser extraídas substâncias importan-
tes para a economia regional”.

IV. “Apesar da aridez desta região, em que encontramos muitas plantas espinhosas, não se
pode desprezar a sua biodiversidade”.

Ecossistemas brasileiros: mapa da distribuição dos ecossistemas. Disponível em


http://educação.uol.com.br/ciencias/ult168u52.jhtm. Acesso em: 20 abr. 2010 (adaptado)

Os trechos I, II, III e IV referem-se, pela ordem, aos seguintes ecossistemas:

a) Caatinga, Cerrado, Zona dos cocais e Floresta Amazônica.


b) Mata de Araucárias, Cerrado, Zona dos cocais e Caatinga.
c) Manguezais, Zona dos cocais, Cerrado e Mata Atlântica.
d) Floresta Amazônica, Cerrado, Mata Atlântica e Pampas.
e) Mata Atlântica, Cerrado, Zona dos cocais e Pantanal.

3
Considere a seguinte cadeia alimentar em um ambiente marinho:

Fitoplânctons Copépodos Sardinhas Atuns

Imagine que nessa cadeia sejam introduzidas águas-vivas, que se alimentam dos copépodos
(crustáceos planctônicos). Nessa área as águas-vivas não são alimentos para outros organismos.
No mesmo período ocorre sobrepesca das populações de sardinhas.

Como consequência das interferências descritas na cadeia alimentar será observada diminuição

a) da população de copépodos em decorrência da diminuição do estoque de sardinhas.


b) da população de atuns em consequência da diminuição da população de sardinhas.
c) da quantidade de fitoplâncton devido à redução no estoque de copépodos.
d) do estoque de copépodos em função do aumento da população de atuns.
e) da população de atuns pelo aumento da população de copépodos.

4
Escargot é um caramujo comestível, especialmente utilizado na culinária francesa. No
Brasil, na década de 1980, empresários brasileiros trouxeram uma espécie de caramujo africa-
no, visando produzi-lo e vendê-lo como escargot. Porém, esses caramujos mostraram-se inúteis
para a culinária e foram liberados no ambiente. Atualmente, esse caramujo africano representa
um sério problema ambiental em diversos estados brasileiros.
Caramujos africanos invadem casas em Ribeirão Preto. Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 13 ago. 2008 (adaptado).

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 357


Além do clima favorável, que outro fator contribui para a explosão populacional do caramujo afri-
cano no Brasil?

a) Ausência de inimigos naturais.


b) Alta taxa de mortalidade dos ovos.
c) Baixa disponibilidade de alimentos.
d) Alta disponibilidade de áreas desmatadas.
e) Abundância de espécies nativas competidoras.

5
Medidas de saneamento básico são fundamentais no processo de promoção de saúde
e qualidade de vida da população. Muitas vezes, a falta de saneamento está relacionada com o
aparecimento de várias doenças. Nesse contexto, um paciente dá entrada em um pronto aten-
dimento relatando que há 30 dias teve contato com águas de enchente. Ainda informa que nesta
localidade não há rede de esgoto e drenagem de águas pluviais e que a coleta de lixo é inade-
quada. Ele apresenta os seguintes sintomas: febre, dor de cabeça e dores musculares.

Relacionando os sintomas apresentados com as condições sanitárias da localidade, há indica-


ções de que o paciente apresenta um caso de

a) difteria.
b) botulismo.
c) tuberculose.
d) leptospirose.
e) meningite meningocócica.

6
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é a manifestação clínica da infecção
pelo vírus HIV, que leva, em média, oito anos para se manifestar. No Brasil, desde a identificação
do primeiro caso de AIDS em 1980 até junho de 2007, já foram identificados cerca de 474 mil
casos da doença. O país acumulou, aproximadamente, 192 mil óbitos devido à AIDS até junho de
2006, sendo as taxas de mortalidade crescentes até meados da década de 1990 e estabilizando-
-se em cerca de 11 mil óbitos anuais desde 1998. [...] A partir do ano 2000, essa taxa se estabilizou
em cerca de 6,4 óbitos por 100 mil habitantes, sendo esta estabilização mais evidente em São
Paulo e no Distrito Federal.

Disponível em: http://www.aids.gov.br. Acesso em: 01 maio 2009 (adaptado).

A redução nas taxas de mortalidade devido à AIDS a partir da década de 1990 é decorrente

a) do aumento do uso de preservativos nas relações sexuais, que torna HIV menos letal.
b) da melhoria das condições alimentares dos soropositivos, a qual fortalece o sistema imuno-
lógico deles.

358 COMPETÊNCIA 8 - Biodiversidade, Bioética e Saúde Pública


c) do desenvolvimento de drogas que permitem diferentes formas de ação contra o vírus HIV.
d) das melhorias sanitárias implementadas nos últimos 30 anos, principalmente nas grandes ca-
pitais.
e) das campanhas que estimulam a vacinação contra o vírus e a busca pelos serviços de saúde.

7
O uso de defensivos agrícolas é preocupante pela sua toxidade aos ecossistemas, tanto
ao meio biótico como abiótico, afetando as cadeias alimentares. Alguns defensivos, como o DDT
(dicloro-difeniltricloroetano), por serem muito estáveis, entram nas cadeias alimentares e per-
manecem nos ecossistemas.
PASCHOAL, A. D. Pragas, praguicidas e a crise ambiental: problemas e soluções.
Rio de Janeiro: FGV, 1979 (adaptado).

Gafanhoto

Milho Sapo

Gavião Cobra

Com base nas informações e na figura, o elo da cadeia alimentar que apresentará as maiores
concentrações do defensivo é o do(a)

a) sapo, devido ao tempo de vida ser longo, acumulando maior quantidade de compostos tóxicos
ao longo da vida.
b) cobra, devido à digestão lenta dos alimentos, resultando na concentração dos compostos
tóxicos neste organismo.
c) gafanhoto, devido ao elevado consumo de milho, resultando em altas concentrações dos com-
postos tóxicos no seu organismo.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 359


d) milho, devido à aplicação direta de defensivo na gramínea, gerando altas concentrações de
compostos tóxicos em toda a planta.
e) gavião, devido à acumulação de compostos tóxicos ao longo da cadeia alimentar, resultando
nas maiores concentrações neste organismo.

8
Uma colônia de formigas inicia-se com uma rainha jovem que, após ser fecundada pelo
macho, voa e escolhe um lugar para cavar um buraco no chão. Ali dará origem a milhares de
formigas, constituindo uma nova colônia. As fêmeas geradas poderão ser operárias, vivendo
cerca de um ano, ou novas rainhas. Os machos provêm de óvulos não fertilizados e vivem apro-
ximadamente uma semana. As operárias se dividem nos trabalhos do formigueiro. Há formigas
forrageadoras que se encarregam da busca por alimentos, formigas operárias que retiram deje-
tos da colônia e são responsáveis pela manutenção ou que lidam com o alimento e alimentam as
larvas, e as formigas patrulheiras. Uma colônia de formigas pode durar anos e dificilmente uma
formiga social consegue sobreviver sozinha.
MELO, A. Como funciona uma sociedade de formigas? Disponível em: http://www.cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 21 fev. 2009
(adaptado)

Uma característica que contribui diretamente para o sucesso da organização social dos formi-
gueiros é

a) a divisão de tarefas entre as formigas e a organização funcional da colônia.


b) o fato de as formigas machos serem provenientes de óvulos não fertilizados.
c) a alta taxa de mortalidade das formigas solitárias ou das que se afastam da colônia.
d) a existência de patrulheiras, que protegem o formigueiro do ataque de herbívoros.
e) o fato de as rainhas serem fecundadas antes do estabelecimento de um novo formigueiro.

9
O controle biológico, técnica empregada no combate a espécies que causam danos e
prejuízos aos seres humanos, é utilizado no combate à lagarta que se alimenta de folhas de
algodoeiro. Algumas espécies de borboleta depositam seus ovos nessa cultura. A microvespa
Trichogramma sp. introduz seus ovos nos ovos de outros insetos, incluindo os das borboletas em
questão. Os embriões da vespa se alimentam do conteúdo desses ovos e impedem que as larvas
de borboleta se desenvolvam. Assim, é possível reduzir a densidade populacional das borboletas
até níveis que não prejudiquem a cultura.

A técnica de controle biológico realizado pela microvespa Trichogramma sp. consiste na

a) introdução de um parasita no ambiente da espécie que se deseja combater.


b) introdução de um gene letal nas borboletas, a fim de diminuir o número de indivíduos.
c) competição entre a borboleta e a microvespa para a obtenção de recursos.
d) modificação do ambiente para selecionar indivíduos melhor adaptados.
e) aplicação de inseticidas a fim de diminuir o número de indivíduos que se deseja combater.

360 COMPETÊNCIA 8 - Biodiversidade, Bioética e Saúde Pública


10

HARRIS, S. A Ciência ri. São Paulo: Unesp, 2007.

A charge ilustra a transferência de matéria numa cadeia alimentar.

Considerando as setas indicativas de entrada e saída de energia nos níveis tróficos, o esquema
que representa esse fluxo é

Legenda: P produtores; C1 consumidor primário; C2 consumidor secundário e C3 consumidor ter-


ciário.

a) d)

b)

e)

c)

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 361


11
Os vaga-lumes machos e fêmeas emitem sinais luminosos para se atraírem para o aca-
salamento. O macho reconhece a fêmea de sua espécie e, atraído por ela, vai ao seu encontro.
Porém, existe um tipo de vaga-lume, o Photuris, cuja fêmea engana e atrai os machos de outro tipo,
o Photinus, fingindo ser desse gênero. Quando o macho Photinus se aproxima da fêmea Photuris,
muito maior que ele, é atacado e devorado por ela.
BERTOLDI, O. G.; VASCONCELLOS, J. R. Ciência & sociedade: a aventura da vida, a aventura da tecnologia.
São Paulo: Scipione, 2000 (adaptado).

A relação descrita no texto, entre a fêmea do gênero Photuris e o macho do gênero Photinus, é
um exemplo de

a) comensalismo. c) cooperação. e) mutualismo.


b) inquilinismo. d) predatismo.

12
A produção de biocombustíveis é resultado direto do fomento a pesquisas científicas
em biotecnologia que ocorreu no Brasil nas últimas décadas. A escolha do vegetal a ser usado
considera, entre outros aspectos, a produtividade da matéria-prima em termos de rendimento e
custos associados. O etanol é produzido a partir da fermentação de carboidratos e quanto mais
simples a molécula de glicídio, mais eficiente é o processo.

Etanol de quê? Revista Pesquisa Fapesp, 28 nov. 2007 (adaptado).

O vegetal que apresenta maior eficiência no processo da produção do etanol é

a) o milho, pois apresenta sementes com alto teor de amido.


b) a mandioca, pois apresenta raízes com alto teor de celulose.
c) a soja, pois apresenta sementes com alto teor de glicogênio.
d) o feijão, pois apresenta sementes com alto teor de quitina.
e) a cana-de-açúcar, pois apresenta colmos com alto teor de sacarose.

13
Plantas terrestres que ainda estão em fase de crescimento fixam grandes quantidades de
CO2, utilizando-o para formar novas moléculas orgânicas, e liberam grande quantidade de O2. No en-
tanto, em florestas maduras, cujas árvores já atingiram o equilíbrio, o consumo de O2 pela respiração
tende a igualar sua produção pela fotossíntese. A morte natural de árvores nessas florestas afeta
temporariamente a concentração de O2 e de CO2 próximo à superfície do solo onde elas caíram.

A concentração de O2 próximo ao solo, no local da queda, será

a) menor, pois haverá consumo de O2 durante a decomposição dessas árvores.


b) maior, pois haverá economia de O2 pela ausência das árvores mortas.
c) maior, pois haverá liberação de O2 durante a fotossíntese das árvores jovens.

362 COMPETÊNCIA 8 - Biodiversidade, Bioética e Saúde Pública


d) igual, pois haverá consumo e produção de O2 pelas árvores maduras restantes.
e) menor, pois haverá redução de O2 pela falta da fotossíntese realizada pelas árvores mortas.

14
A construção de barragens provoca um profundo impacto ecológico, que pode ser atenu-
ado, em parte, pelo planejamento prévio de remoção da fauna atingida pela inundação local. Nas
barragens construídas no Brasil, esse planejamento tem como principal objetivo a devolução dos
animais a um ambiente semelhante ao original. Antes do fechamento das comportas, procura-se
deslocar o maior número possível de animais; após o fechamento, com a elevação gradual das
águas, procede-se à captura dos que vão ficando ilhados para transportá-los a locais preestabele-
cidos, ou retê-los e enviá-los a instituições de pesquisas.
LIZASO, N. M. Rev. Bras. Zool. V. 2, n° 2, Curitiba,1983. Disponível em: http://www.scielo.br (adaptado).

O procedimento de transporte dos animais e alocação em uma nova área livre de inundação, onde
a espécie introduzida não existia antes do processo, tem como uma das consequências imediatas

a) a sobrevivência destes animais, aumentando a biodiversidade e o equilíbrio ecológico no novo


local.
b) o aumento populacional das espécies introduzidas, sem interferência dos grupos já existentes.
c) o benefício das espécies do novo local, pelo aumento de recursos e da possibilidade de sobrevi-
vência de todas.
d) a seleção artificial pelo aumento do número de espécies existentes no local e a variação popula-
cional das espécies introduzidas.
e) o desequilíbrio ecológico, pois a introdução das espécies causa variação na estrutura da comu-
nidade existente no local.

15
A caatinga está em risco: estudo revela que 59% da vegetação natural desse bioma já so-
freram algum tipo de modificação por atividades humanas. Um problema que esse bioma enfrenta
é o fenômeno da desertificação. Segundo cientistas, à medida que a agricultura avança na região,
esse fenômeno ganha maiores proporções. Para os cientistas, essa constatação evidencia a grande
necessidade de medidas urgentes para a preservação da caatinga, que hoje só tem 1% de sua área
incluída em unidades de conservação.
Ferraz, M. Caatinga, muito prazer. Ciência Hoje, Rio de Janeiro; v. 42, n, 251, p. 46-47. 2008 (adaptado).

A caatinga pode ser considerada um ambiente frágil onde a desertificação

a) decorre da presença de solos ricos em nutrientes, porém rasos.


b) deve-se à presença de um lençol freático extenso, porém raso.
c) deverá regredir nos próximos anos, devido ao regime de chuvas da região.
d) é um problema de pouca importância, pois atinge poucas regiões do bioma.
e) pode ser evitada mantendo-se a vegetação nativa, que impede a ocorrência desse fenômeno.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 363


16
Os vegetais biossintetizam determinadas substâncias (por exemplo, alcaloides e flavo-
noides), cuja estrutura química e concentração variam num mesmo organismo em diferentes
épocas do ano e estágios de desenvolvimento. Muitas dessas substâncias são produzidas para
a adaptação do organismo às variações ambientais (radiação UV, temperatura, parasitas, herbí-
voros, estímulo a polinizadores etc.) ou fisiológicas (crescimento, envelhecimento etc.).

As variações qualitativa e quantitativa na produção dessas substâncias durante um ano são


possíveis porque o material genético do indivíduo

a) sofre constantes recombinações para adaptar-se.


b) muda ao longo do ano e em diferentes fases da vida.
c) cria novos genes para biossíntese de substâncias específicas.
d) altera a sequência de bases nitrogenadas para criar novas substâncias.
e) possui genes transcritos diferentemente de acordo com cada necessidade.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

364 COMPETÊNCIA 8 - Biodiversidade, Bioética e Saúde Pública


Linguagens, Códigos
e suas Tecnologias
Linguagens e Códigos
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
1

PALAVRAS,
IMAGENS
E VIDA SOCIAL
Idealizadores:
367
Mateus Prado e Paulo Jubilut
De acordo com os Parâmetros cendo diferentes funções sociais que
Curriculares Nacionais (PCN) do En- os integram em um só corpo. Esses
sino Médio para a área Linguagens, sistemas são de comunicação, porque
Códigos e sua Tecnologias, a lingua- a base primeira de todos eles é a inte-
gem é considerada como a capacida- gração de linguagens, produzindo ob-
de humana de articular significados jetos com uma certa (mas nunca ab-
coletivos em sistemas arbitrários de soluta) previsibilidade de significação.
representação, que são compartilha- Nesse sentido, é importante que
dos e que variam de acordo com as o estudante conheça e domine os
necessidades e experiências da vida sistemas de comunicação: informati-
em sociedade. A principal razão de va, publicitária, de entretenimento e
qualquer ato de linguagem é a produ- artística.
ção de sentido.
Esta competência pretende ava-
liar se o estudante tem a percepção
Os textos dessa página foram selecionados
de que, à sua volta, existem diferentes de livros editados pelo INEP/MEC a respei-
objetos organizados a partir de siste- to do exame que foi base para a matriz de
mas integradores de linguagens, exer- competências e habilidades do Novo ENEM.

É bom s
Muitas q
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propagan estões dessa com
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gerador. as como texto ba petência trazem
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resposta se material, pois n o na interpre-
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368 COMPETÊNCIA 1 - Palavras, Imagens e Vida Social


Palavras, Imagens e Vida Social
COMPETÊNCIA
1

Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em


outros contextos relevantes para sua vida.

A primeira competência da matriz de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias é


quase introdutória às demais, na medida em que seu objeto é o próprio estudo da lingua-
gem, seus aspectos conceituais, variações e usos. Ou seja, o que é “comunicação”? Qual
sua importância para o ser humano? De quais formas as pessoas podem se comunicar? O
ENEM tem a expectativa de que o aluno compreenda que os códigos que hoje servem para
a comunicação, que chamamos de linguagens, foram construções humanas, arbitrárias, e
que são válidas por serem aceitas pela sociedade.
É importante entender que a linguagem não é só o texto escrito, mas que existem
outros códigos utilizados para a comunicação. Entre as linguagens que vão aparecer nas
questões, ganham destaque a linguagem verbal escrita, a linguagem visual e a linguagem
sonora. O aluno deve saber que, em cada situação ou em cada ambiente de convivência ,
um tipo de linguagem predomina.
É importante conhecer os gêneros textuais e sequências discursivas, ou tipos tex-
tuais. Assim você terá mais facilidade para reconhecer e trabalhar com os textos ou frag-
mentos que aparecerem na prova.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 369


Os sistemas de linguagens mais usados são os que devem ser destacados no
estudo para o exame. Destacamos o informativo, o publicitário, o artístico, e o de entrete-
nimento. A análise de mapas, de peças publicitárias, de desenhos, de placas indicativas
e informativas, de material jornalístico e de produções artísticas poderá ser cobrada,
afinal cada um desses instrumentos de comunicação tem sua linguagem e códigos pró-
prios. Saber integrar e inter-relacionar as linguagens, além de entender os significados
que damos a cada código, garante o sucesso nas questões da competência.

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de


caracterização dos sistemas de comunicação.
• Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e in-
formação para resolver problemas sociais.
• Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, consi-
derando a função social desses sistemas.
• Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos
sistemas de comunicação e informação.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Acesse o site da Climatempo (www.climatempo.com.br) e procure a previsão do tempo


para sua cidade. Repare que há uma série de desenhos (códigos) que o site utiliza para
representar as condições do clima. Esses códigos constituem um sistema de lingua-
gem específico. Por que estes códigos são entendidos pelo conjunto da sociedade?
2. No blog: asmelhorespropagandas.blogspot.com.br você encontra algumas peças
publicitárias muito interessantes. Relacione, em cada uma delas, como a junção de
diferentes linguagens foi fundamental para que a mensagem do anunciante fosse com-
preendida.
3. Lembre de algumas músicas que marcaram sua vida. Qual o significado que elas adqui-
riram pra você? Você acha que todas as outras pessoas dão o mesmo significado para

370 COMPETÊNCIA 1 - Palavras, Imagens e Vida Social


elas? Por que isso acontece?
4. As introduções das músicas “Time”, do Pink Floyd e “The Phantom Of The Opera”,
do espetáculo de mesmo nome, quando ouvidas acabam por comunicar a expec-
tativa de alguns acontecimentos. Quais acontecimentos são estes? Por que tais
músicas transmitem essas mensagens?

Placas de trânsito são formas de comunicação informativa. Distribua algumas re-


presentações delas para os grupos de alunos e peça para que reproduzam, em tamanho
natural, a placa e uma outra que tenha o mesmo significado, mas utilizando a língua for-
mal escrita. Após a apresentação dos resultados, incentive a discussão dos grupos so-
bre a melhor maneira para informar motoristas na estrada. Depois, seus alunos podem
fazer cartazes informativos para sua escola utilizando códigos similares aos de trânsito.

Disponível em: http://www.mt.gov.br. Acesso em: 28 jun. 2011 (adaptado).

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 371


O texto publicitário tem como objetivo principal o convencimento do seu público-leitor e, para al-
cançar esse objetivo, utiliza diferentes tipos de linguagem. Na peça publicitária, que foi divulgada
na ocasião da aprovação da Lei Seca, os elementos verbais e não verbais foram usados a fim de
levar a população a

a) reduzir gradativamente a ingestão de álcool antes de dirigir.


b) associar o consumo de bebidas à ideia de morte na juventude.
c) prevenir-se quanto aos efeitos do álcool no organismo humano.
d) incompatibilizar as bebidas alcoólicas com a direção de automóveis.
e) reconhecer que tipo de bebida alcoólica deve ser evitada no trânsito.

Disponível em: www.ivancabral.com. Acesso em: 27 fev. 2012.

O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e recursos


linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à

a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão ‘’rede social’’ para transmitir a ideia que
pretende veicular.
b) ironia para conferir um novo significado ao termo ‘’outra coisa’’
c) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o espaço da
população rica.
d) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.
e) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de descanso
da família.

372 COMPETÊNCIA 1 - Palavras, Imagens e Vida Social


3

O homem desenvolveu seus sistemas simbólicos para utilizá-los em situações específicas de


interlocução. A necessidade de criar dispositivos que permitissem o diálogo em momentos e/
ou lugares distintos levou à adoção universal de alguns desses sistemas. Considerando que
a interpretação de textos codificados depende da sintonia e da sincronia entre o emissor e o
receptor, pode-se afirmar que a

a) recepção das mensagens que utilizam o sistema simbólico da figura 1 pode ser feita horas
depois de sua emissão.
b) recepção de uma mensagem codificada com o auxílio do sistema simbólico mostrado na
figura 2 independe do momento de sua emissão.
c) mensagem que é mostrada na figura 4 será decodificada sem o auxílio da língua falada.
d) figura 3 mostra um sistema simbólico cuja criação é anterior à criação do sistema mostrado
na figura 2.
e) figura 4 representa um sistema simbólico que recorre à utilização do som para a transmis-
são das mensagens.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 373


4
As imagens seguintes fazem parte de uma campanha do Ministério da Saúde contra
o tabagismo.

Disponível em: http://www.cafesemfumo.blogspot.com. Acesso em: 10 abr. 2009 (adaptado).

O emprego dos recursos verbais e não-verbais nesse gênero textual adota como uma das
estratégias persuasivas

a) evidenciar a inutilidade terapêutica do cigarro.


b) indicar a utilidade do cigarro como pesticida contra ratos e baratas.
c) apontar para o descaso do Ministério da Saúde com a população infantil.
d) mostrar a relação direta entre o uso do cigarro e o aparecimento de problemas no aparelho
respiratório.
e) indicar que os que mais sofrem as consequências do tabagismo são os fumantes ativos, ou
seja, aqueles que fazem o uso direto do cigarro.

374 COMPETÊNCIA 1 - Palavras, Imagens e Vida Social


5

Disponível em: www.portaldapropaganda.com.br. Acesso em: 1 mar. 2012.

A publicidade, de uma forma geral, alia elementos verbais e imagéticos na constituição de seus
textos. Nessa peça publicitária, cujo tema é a sustentabilidade, o autor procura convencer o
leitor a

a) assumir uma atitude reflexiva diante dos fenômenos naturais.


b) evitar o consumo excessivo de produtos reutilizáveis.
c) aderir à onda sustentável, evitando o consumo excessivo.
d) abraçar a campanha, desenvolvendo projetos sustentáveis.
e) consumir produtos de modo responsável e ecológico.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 375


6
As modernas técnicas de comunicação
estão associadas aos impactos da mensa-
gem. Nesse texto, a intenção é

a) alertar para os perigos dos animais do-


mésticos.
b) mostrar os cuidados com os cães de
estimação.
c) registrar um protesto contra a prisão de
animais.
d) sugerir brincadeiras de crianças com
os cães.
e) valorizar a adoção como saída para
dramas sociais.

Veja. Nº 14, 7 abr. 2010.

7
O internetês na escola

O internetês — expressão grafolinguística criada na internet pelos adolescentes na última década


— foi, durante algum tempo, um bicho de sete cabeças para gramáticos e estudiosos da língua. Eles
temiam que as abreviações fonéticas (onde “casa” vira ksa; e “aqui” vira aki) comprometessem o uso
da norma culta do português para além das fronteiras cibernéticas. Mas, ao que tudo indica, o temido
internetês não passa de um simpático bichinho de uma cabecinha só. Ainda que a maioria dos profes-
sores e educadores se preocupe com ele, a ocorrência do internetês nas provas escolares, vestibu-
lares e em concursos públicos é insignificante. Essa forma de expressão parece ainda estar restrita
a seu hábitat natural. Aliás, aí está a questão: saber separar bem a hora em que podemos escrever
de qq jto, da hora em que não podemos escrever de “qualquer jeito”. Mas, e para um adolescente
que fica várias horas “teclando” que nem louco nos instant messengers e chats da vida, é fácil virar
a “chavinha” no cérebro do internetês para o português culto? “Essa dificuldade será proporcional
ao contato que o adolescente tenha com textos na forma culta, como jornais ou obras literárias. De-
pendendo deste contato, ele terá mais facilidade para abrir mão do internetês” — explica Eduardo de
Almeida Navarro, professor livre-docente de língua tupi e literatura colonial da USP.
RAMPAZZO, F. Disponível em: www.revistalingua.com.br. Acesso em: 1 mar. 2012 (adaptado).

Segundo o texto, a interação virtual favoreceu o surgimento da modalidade linguística conhecida

376 COMPETÊNCIA 1 - Palavras, Imagens e Vida Social


como internetês. Quanto à influência do internetês no uso da forma culta da língua, infere-se que

a) a ocorrência de termos do internetês em situações formais de escrita aponta a necessidade de a


língua ser vista como herança cultural que merece ser bem cuidada.
b) a dificuldade dos adolescentes para produzirem textos mais complexos é evidente, sendo consequ-
ência da expansão do uso indiscriminado da internet por esse público.
c) a carência de vocabulário culto na fala de jovens tem sido um alerta quanto ao uso massivo da
internet, principalmente no que concerne a mensagens instantâneas.
d) a criação de neologismos no campo cibernético é inevitável e restringe a capacidade de compre-
ensão dos internautas quando precisam lidar com leitura de textos formais.
e) a alternância de variante linguística é uma habilidade dos usuários da língua e é acionada pelos
jovens de acordo com suas necessidades discursivas.

Veja. 27 abr. 2011 (adaptado).

Os textos pertencem a gêneros em razão de configurações e de propósitos comunicativos especí-


ficos, os quais revelam sua função social. O texto em análise apresenta-se como

a) uma peça publicitária, uma vez que promove o produto de uma instituição financeira.
b) um panfleto, porque visa a orientar a população para desenvolver práticas ecológicas.
c) um manifesto de ambientalistas, já que denuncia o desperdício de água pela população.
d) uma reportagem, pois busca conscientizar a população para a necessidade de poupar água.
e) uma notícia, pois informa a criação de um banco para cuidar de recursos hídricos.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 377


9

CABRAL, I. Disponível em: http://ivancabral.blogspot.com. Acesso em: 26 jul. 2010.

A cada verão, o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, traz preocupação para os
brasileiros. A charge retrata essa situação a que o país está submetido. Considerando os
objetivos da charge, sua posição crítica se dá na medida em que

a) compara o mosquito a um esportista.


b) enfatiza o poder de resistência do inseto.
c) elege o mosquito como o vilão da saúde.
d) atribui características humanas ao mosquito.
e) ignora a gravidade da questão por meio do humor.

10 Informações ao paciente — Nimesulida

Ação esperada do medicamento: Nimesulida possui propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e


antipiréticas.
Cuidados de armazenamento: Nimesulida gotas deve ser conservado em temperatura ambiente (en-
tre 15 e 30 ºC), protegido da luz.
Gravidez e lactação: Informe a seu médico a ocorrência de gravidez durante o tratamento ou após o
seu término. Informe ao médico se está amamentando. O uso de Nimesulida não é recomendado para
gestantes e mulheres em fase de amamentação.
Cuidados de administração: Siga a orientação do seu médico, respeitando sempre os horários, as
doses e a duração do tratamento. Caso os sintomas não melhorem em 5 dias, entre em contato com
o seu médico.

Recomenda-se utilizar Nimesulida depois das refeições.


Agite antes de usar.

TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.

Disponível em: www.bulas.med.br. Acesso em: 3 ago. 2012 (fragmento).

378 COMPETÊNCIA 1 - Palavras, Imagens e Vida Social


O fragmento de bula apresenta informações ao paciente sobre as propriedades do medicamento e
sobre o modo adequado de administrá-lo. Pela leitura desse texto, o paciente obtém a informação de
que o medicamento deve ser

a) mantido dentro da geladeira, preferencialmente.


b) ingerido num intervalo de seis em seis horas.
c) administrado em horários específicos.
d) tomado por pelo menos uma semana.
e) utilizado somente por adultos.

11

Superinteressante. Ed. 256, set. 2008.

Segundo pesquisas recentes, é irrelevante a diferença entre sexos para se avaliar a inteligência. Com
relação às tendências para áreas do conhecimento, por sexo, levando em conta a matrícula em cur-
sos universitários brasileiros, as informações do gráfico asseguram que

a) os homens estão matriculados em menor proporção em cursos de Matemática que em Medicina


por lidarem melhor com pessoas.
b) as mulheres estão matriculadas em maior percentual em cursos que exigem capacidade de com-
preensão dos seres humanos.
c) as mulheres estão matriculadas em percentual maior em Física que em Mineração por tenderem a
trabalhar melhor com abstrações.
d) os homens e as mulheres estão matriculados na mesma proporção em cursos que exigem habilida-
des semelhantes na mesma área.
e) as mulheres estão matriculadas em menor número em Psicologia por sua habilidade de lidarem
melhor com coisas que com sujeitos.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 379


12

Veja, São Paulo, 29 set. 2009 (adaptado).

O texto apresentado emprega uma estratégia de argumentação baseada em recursos verbais e não
verbais, com a intenção de

a) desaconselhar a ingestão de biscoitos, taxados de “vilões”, inimigos de uma alimentação saudável.


b) associar a imagem da guloseima a um traço negativo, que se concretiza na utilização do termo
“desafio”.
c) alertar para um problema mundial, como se prevê em “globesidade”, relacionando o açúcar, repre-
sentado pelo doce, a um vilão.
d) ironizar a importância do problema, por meio do tom dramático da linguagem empregada, como se
vê no uso de “culpado” e “vilão”.
e) atestar a redução do consumo de alimentos calóricos, como o biscoito, desencadeada pelas re-
centes divulgações de pesquisas comprobatórias do malefício que eles fazem à saúde.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

380 COMPETÊNCIA 1 - Palavras, Imagens e Vida Social


Linguagens e Códigos
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
2

LÍNGUA
ESTRANGEIRA: AS
LÍNGUAS DO MUNDO
Idealizadores:
381
Mateus Prado e Paulo Jubilut
Com esta competência, pretende- terísticas do gênero, do portador, do
-se que o estudante reflita sobre as sistema de escrita etc.
implicações linguísticas, econômicas, A leitura em LEM envolve uma
históricas e ideológicas da presença série de estratégias do leitor, como a
das LEM (línguas estrangeiras moder- antecipação, supondo o que está por
nas) em nossa sociedade. Para isso, vir; a inferência, captando o implícito;
espera-se que o jovem ou adulto utili- a verificação, controlando a eficácia
ze estratégias de inferência de signifi- das demais estratégias; enfim, sele-
cados a partir de contextos, de busca cionando os elementos constituintes
de informações específicas, de identi- da configuração textual que auxiliam
ficação da função e dos usos sociais no seu objetivo de leitura.
de diversos tipos de textos (manuais, O outro foco do trabalho é expli-
outdoors, embalagens e outros) e de citar os valores culturais representa-
reconhecimento de valores culturais dos em outras línguas e suas relações
e ideológicos em textos que se apro- com a língua materna, compreenden-
priem de termos e conceitos expres- do que a incorporação de termos es-
sos em LEM. trangeiros acompanha a assimilação
O foco do trabalho não é a espe- dos hábitos, tecnologias e artefatos
cificidade de uma língua estrangeira, que eles próprios nomeiam e que
mas as estratégias de leitura, enten- nenhuma língua deixa de sofrer influ-
dendo-as como um trabalho ativo do ências externas, em especial em um
leitor na construção dos sentidos do mundo globalizado como este em que
texto, a partir dos seus objetivos, do vivemos hoje.
seu conhecimento sobre o assunto,
sobre o autor e a língua, sobre carac-
Os textos dessa página foram selecionados
de livros editados pelo INEP/MEC a respei-
É bom s to do exame que foi base para a matriz de
O aluno p aber... competências e habilidades do Novo ENEM.
o
va de ing derá escolher en
lê tr
os casos s ou a de espanh e realizar a pro-
é o
mental d cobrada uma co l. Mas em ambos
a m
o aluno c língua, já que o E preensão instru-
onsiga fa NEM esp
língua pa ze e
ra viver e r uso dos recurs ra que
m nossa o
sociedad s dessa
e.

382 COMPETÊNCIA 2 - Língua Estrangeira: as Línguas do Mundo


Língua Estrangeira: as Línguas do Mundo
COMPETÊNCIA
2

Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) como instrumento de acesso a in-


formações e a outras culturas e grupos sociais.

A importância da compreensão e utilização, ao menos básica, das Línguas Es-


trangeiras Modernas (LEM) é indiscutível na sociedade global em que vivemos, pois elas
aparecem o tempo todo no nosso dia a dia em propagandas, manuais, equipamentos, na
internet, etc.
O ENEM entende que o aluno tem que estar apto para compreender o básico des-
ses idiomas; não é preciso ser fluente em uma segunda língua para resolver as questões.
Além disso, normas gramaticais não costumam aparecer. O aluno poderá escolher a lín-
gua com a qual tem mais familiaridade: inglês ou espanhol (que são as línguas ensinadas
em grande parte das escolas de Ensino Médio do país).
Vamos ao que costuma ser cobrado. Primeiro, pequenos textos, na língua estran-
geira escolhida, que o aluno, além de conseguir compreender, deverá interpretar e/ou
utilizar para resolver um problema proposto pelo examinador. Segundo, a tradução e/ou
interpretação do significado de vocábulos de língua estrangeira moderna em situações da
vida cotidiana no Brasil, ou seja, de expressões que estão incorporadas ao nosso dia a dia.
Se, por um lado, o aluno precisa entender a língua estrangeira como representan-

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 383


te da diversidade cultural e linguística, por outro terá que observar que muitas vezes a
língua estrangeira é utilizada para dar prestígio a produtos e situações sociais. O estudo
do inglês e do espanhol instrumental, muito mais do que o estudo da gramática, ajuda
a resolver as questões da competência. O aluno deve ficar atento aos falsos cognatos.

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Associar vocábulos e expressões de um texto em LEM ao seu tema.


• Utilizar os conhecimentos da LEM e de seus mecanismos como meio de ampliar as
possibilidades de acesso a informações, tecnologias e culturas.
• Relacionar um texto em LEM, as estruturas linguísticas, sua função e seu uso so-
cial.
• Reconhecer a importância da produção cultural em LEM como representação da di-
versidade cultural e linguística.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Em sua casa, procure expressões em língua estrangeira em embalagens de pro-


dutos, eletrodomésticos, equipamentos eletrônicos, em jornais e revistas e em to-
dos os outros lugares possíveis. De posse das expressões, veja quais você sabe
o significado. As que você não souber, ou não tiver certeza, faça uma pesquisa na
internet para descobrir.
2. O mundo da informática é um dos que mais utilizam expressões em língua estran-
geira. Providencie uma lista com todas as palavras que você lembra que, apesar
de fazerem parte do dia a dia do mundo da informática, possuem origem estrangei-
ra. Confira o significado de cada uma delas e veja se poderíamos usar palavras em
português para representar as mesmas coisas. Depois faça isto com o mundo dos
negócios e com o da economia.
3. Você já ouviu falar da lei contra estrangeirismos? Informe-se sobre ela, sobre a
polêmica que causou e discuta sua opinião com os seus amigos.

384 COMPETÊNCIA 2 - Língua Estrangeira: as Línguas do Mundo


Peça que cada aluno leve uma propaganda, música, fragmento de texto ou poesia,
em inglês ou espanhol, para a aula. Faça um círculo na sala, numere as folhas, distribua
e peça para que passem as folhas de 3 em 3 minutos. Os alunos deverão anotar em seus
cadernos, a cada rodada, o que entenderam de cada material (o que é e sobre o que
fala). Mesmo que não consigam entender muito bem, terão impressões sobre o texto e
deverão anotar essas impressões. Depois pegue cada uma das folhas e proponha que
os alunos comentem os textos de forma colaborativa e com a sua ajuda.

GLASBERGEN, R. Today’s cartoon. Disponível em: http://www.glasbergen.com. Acesso em: 23 jul. 2010.

Ao estabelecer uma relação entre a Matemática e o blues a partir da opinião pessoal de um dos
rapazes, a charge sugere que

a) as canções iniciadas com a contagem de 1 a 4 fazem lembrar o blues.


b) o blues, com seu ritmo depressivo, alivia o sentimento causado pela Matemática.
c) as canções devem se iniciar com a contagem de 1 a 4 para se tornarem tristes.
d) o blues, assim como a Matemática, consegue despertar um sentimento inspirador.
e) o sentimento despertado pela Matemática serve como motivação para o blues.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 385


2

Disponível em: http://www.weblogcartoons.com. Acesso em: 13 jul. 2010.

Os aparelhos eletrônicos contam com um número cada vez maior de recursos. O autor do
desenho detalha os diferentes acessórios e características de um celular e, a julgar pela
maneira como os descreve, ele

a) prefere os aparelhos celulares com flip, mecanismo que se dobra, estando as teclas pro-
tegidas contra eventuais danos.
b) apresenta uma opinião sarcástica com relação aos aparelhos celulares repletos de re-
cursos adicionais.
c) escolhe seus aparelhos celulares conforme o tamanho das teclas, facilitando o manuseio.
d) acredita que o uso de aparelhos telefônicos portáteis seja essencial para que a comuni-
cação se dê a qualquer instante.
e) julga essencial a presença de editores de textos nos celulares, pois ele pode concluir
seus trabalhos pendentes fora do escritório.

386 COMPETÊNCIA 2 - Língua Estrangeira: as Línguas do Mundo


3

Disponível em: http://www.comics.com. Acesso em: 28 abr. 2011.

A tirinha é um gênero textual que, além de entreter, trata de diferentes temas sociais. No
caso dessa tirinha, as falas no 3º quadrinho revelam o foco do tema, que é

a) a curiosidade dos filhos ao interpelarem os pais.


b) a desobediência dos filhos em relação aos pais.
c) a paciência dos pais ao conversarem com os filhos.
d) a postura questionadora dos filhos em relação aos pais.
e) o cansaço dos pais em repetir as coisas para os filhos.

GLASBERGEN, R. Today’s cartoon. Disponível em: http://www.glasbergen.com. Acesso em: 23 jul. 2010.

Na fase escolar, é prática comum que os professores passem atividades extraclasse e mar-
quem uma data para que as mesmas sejam entregues para correção. No caso da cena da
charge, a professora ouve uma estudante apresentando argumentos para

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 387


a) discutir sobre o conteúdo do seu trabalho já entregue.
b) elogiar o tema proposto para o relatório solicitado.
c) sugerir temas para novas pesquisas e relatórios.
d) reclamar do curto prazo para entrega do trabalho.
e) convencer de que fez o relatório solicitado.

5
National Geographic News

Christine Dell’ Amore - Published April 26, 2010

Our bodies produce a small steady amount of natural morphine, a new study suggests. Traces of
the chemical are often found in mouse and human urine, leading scientists to wonder whether
the drug is being made naturally or being delivered by something the subjects consumed. The
new research shows that mice produce the “incredible painkiller” − and that humans and other
mammals possess the same chemical road map for making it, said study co-author Meinhart
Zenk, who studies plant-based pharmaceuticals at the Donald Danforth Plant Science Center
in St. Louis, Missouri.

Disponível em: www.nationalgeographic.com. Acesso em: 27 jul. 2010.

Ao ler a matéria publicada na National Geographic, para a realização de um trabalho escolar,


um estudante descobriu que

a) os compostos químicos da morfina, produzidos por humanos, são manipulados no Missouri.


b) os ratos e os humanos possuem a mesma via metabólica para a produção de morfina.
c) a produção de morfina em grande quantidade minimiza a dor em ratos e humanos.
d) os seres humanos têm uma predisposição genética para inibir a dor.
e) a produção de morfina é um traço incomum entre os animais.

388 COMPETÊNCIA 2 - Língua Estrangeira: as Línguas do Mundo


Aproveitando-se de seu status social e da possível influência sobre seus fãs, o famoso mú-
sico Jimi Hendrix associa, em seu texto, os termos love, power e peace para justificar sua
opinião de que

a) a paz tem o poder de aumentar o amor entre os homens.


b) o amor pelo poder deve ser menor do que o poder do amor.
c) o poder deve ser compartilhado entre aqueles que se amam.
d) o amor pelo poder é capaz de desunir cada vez mais as pessoas.
e) a paz será alcançada quando a busca pelo poder deixar de existir.

DONAR. Disponível em: http://politicalgraffiti.word-


press.com. Acesso em: 17 ago. 2011.

Cartuns são produzidos com o intuito de satirizar comportamentos humanos e assim oportu-
nizam a reflexão sobre nossos próprios comportamentos e atitudes. Nesse cartum, a lingua-
gem utilizada pelos personagens em uma conversa em inglês evidencia a

a) predominância do uso da linguagem informal sobre a língua padrão.


b) dificuldade de reconhecer a existência de diferentes usos da linguagem.
c) aceitação dos regionalismos utilizados por pessoas de diferentes lugares.
d) necessidade de estudo da língua inglesa por parte dos personagens.
e) facilidade de compreensão entre falantes com sotaques distintos.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 389


8

Disponível em: www.gaturro.com. Acesso em: 10 ago. 2010.

O gênero textual história em quadrinhos pode ser usado com a intenção de provocar humor. Na
tira, o cartunista Nik atinge o clímax dessa intenção quando

a) apresenta, já no primeiro quadro, a contradição de humores nas feições da professora e do


aluno.
b) sugere, com os pontos de exclamação, a entonação incrédula de Gaturro em relação à per-
gunta de Ágatha.
c) compõe um cenário irreal em que uma professora não percebe no texto de um aluno sua
verdadeira intenção.
d) aponta que Ágatha desconstrói a ideia inicial de Gaturro a respeito das reais intenções da
professora.
e) congela a imagem de Ágatha, indicando seu desinteresse pela situação vivida por Gaturro.

9
La cueca chilena

La cueca es la danza nacional de Chile, la prota-


gonista de las celebraciones y festividades criollas.
Su origen no está claramente definida, ya que
investigadores la vinculan a culturas como la es-
pañola, africana, peruana, así como también a la
chilena.

390 COMPETÊNCIA 2 - Língua Estrangeira: as Línguas do Mundo


La rutina de esta danza encuentra – según algunos folcloristas – una explicación zoomórfica por
provenir de la “clueca”, concepto con el que se hace referencia a los movimientos que hace una
polla cuando es requerida por el gallo. Es por ello que el rol del hombre, en el baile, se asemeja a
la rueda y al entusiasmo que pone el gallo en su conquista amorosa. La mujer, en cambio, sostie-
ne una conducta más defensiva y esquiva.

Disponível em: http://www.chile.com. Acesso em: 27 abr. 2010 (adaptado).

Todos os países têm costumes, músicas e danças típicos, que compõem o seu folclore e dife-
renciam a sua cultura. Segundo o texto, na cueca, dança típica do Chile, o comportamento e os
passos do homem e da mulher, estão associados

a) à postura defensiva da mulher.


b) à origem espanhola da dança.
c) ao cortejo entre o galo e galinha.
d) ao entusiasmo do homem.
e) ao nacionalismo chileno.

10
Algunos días feriados en España
Festividad
Enero 1 Año Nuevo
Oficial
Domingo de Ramos, jueves y viernes
Santo, y domingo de Pascua: actividades Festividad
Marzo o Abril
religiosas y procesiones en la mayoría de Oficial
los pueblos y ciudades
Festividad
Mayo 1 Día del Trabajador
Oficial
Día de Santiago Apóstol Patrono de No se festeja
Julio 25
España para la Iglesia Católica en todo el país
Festividad
Agosto 15 Día de la Ascensión de la Virgen María
Oficial
Día Nacional de España, Fecha del Descu-
Festividad
Octubre 12 brimiento de América, Día de la Hispanidad
Oficial
y de Nuestra Señora Del Pilar
Festividad
Noviembre 1 Día de Todos los Santos
Oficial
Festividad
Diciembre 6 Día de la Constitución
Oficial
Día de la Inmaculada Concepción: Patro- Festividad
Diciembre 8
na de España para la Iglesia Católica Oficial
Festividad
Diciembre 25 Día de Navidad
Oficial

Disponível em: http://www.franklin.com. Acesso em: 1 maio 2009 (adaptado).

Suponha que uma pessoa queira visitar a Espanha e deseje planejar sua visita de acordo com os fe-
riados nacionais espanhóis. Ao observar o calendário com alguns dos principais feriados espanhóis,

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 391


essa pessoa constatará que, na Espanha,

a) poucos feriados são oficiais.


b) a Semana Santa tem uma data precisa.
c) no décimo mês do ano inexistem feriados.
d) poucos feriados têm relação com a religião.
e) quase todos os feriados ocorrem na segunda metade do ano.

11
El día de los muertos en México (2 de noviembre)

Este día se celebra la máxima festividad de los muertos en México. La celebración está llena de
muchas costumbres. A las personas les gusta ir y llevar flores a las tumbas de sus muertos pero
para otras representa todo un rito que comienza en la madrugada cuando muchas familias ha-
cen altares de muertos sobre las lápidas de sus difuntos familiares. Estos altares tienen un gran
significado ya que con ellos se cree que se ayuda a sus muertos a llevar un buen camino durante
la muerte. Esta creencia es una mezcla de las tradiciones religiosas precolombinas y la católica.
Otros altares más complejos, según la tradición, deben de constar de 7 niveles o escalones que
representan los niveles que tiene que pasar el alma de un muerto para poder descansar. Estos
altares se realizan generalmente en lugares con gran espacio.

Disponível em: http://www.sanmiguelguide.com. Acesso em: 22 maio 2009 (adaptado).

Como no Brasil, o México também homenageia


seus mortos no dia 2 de novembro, mas cada
lugar tem suas próprias características. Base-
ando-se no texto, a origem dessa celebração no
México deve-se

a) à mistura entre a tradição cristã e as religiões


que existiam antes no país.
b) à família mexicana, que gosta de levar flores
aos cemitérios.
c) à festa que ajuda os mortos a irem por um bom
caminho no além.
d) aos altares que têm a função de enfeitar os ce-
nários da festa.
e) às cerimônias que são celebradas dentro das
casas das famílias.

Disponível em: http://www.educima.com. Acesso em:


22 maio 2009.

392 COMPETÊNCIA 2 - Língua Estrangeira: as Línguas do Mundo


12

MAITENA. Todas las mujeres alteradas. Barcelona: Debolsillo, 2008.

Considere que, em cada sociedade, os indivíduos estão inseridos em um sistema de sexo-gênero,


isto é, atuam de acordo com determinados padrões de comportamento. Desse modo, o texto é
irônico por meio

a) da demonstração da inexistência de padrões de comportamento feminino em situações coti-


dianas relacionadas ao universo gastronômico.
b) da divulgação de estereótipos com vistas a consolidar padrões de comportamento socialmen-
te aceitáveis.
c) do rechaço da importância assumida pelo homem nos relacionamentos contemporâneos em
detrimento da mulher.
d) da denúncia do desconforto feminino ao deparar-se com situações do cotidiano consideradas
marcadamente machistas.
e) da contraposição de um estereótipo de comportamento feminino em relação às mudanças
vividas pela sociedade contemporânea.

13

¡BRINCANDO!

KangaROOS llega a México


con diseños atléticos, pero
muy fashion. Tienen un toque
vintage con diferentes formas
y combinaciones de colores.
Lo más cool de estos tenis es
que tienen bolsas para guardar
llaves o dinero. Son ideales
para hacer ejercicio y con unos

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 393


jeans obtendrás un look urbano
www.kangaroos.com

Revista Glamour Latinoamérica. México, mar. 2010.

O texto publicitário utiliza diversas estratégias para enfatizar as características do produto


que pretende vender. Assim, no texto, o uso de vários termos de outras línguas, que não a
espanhola, tem a intenção de

a) atrair a atenção do público alvo dessa propaganda.


b) popularizar a prática de exercícios esportivos.
c) agradar aos compradores ingleses desse tênis.
d) incentivar os espanhóis a falarem outras línguas.
e) enfatizar o conhecimento de mundo do autor do texto.

14
A charge evoca uma situação de disputa. Seu
efeito humorístico reside no(a)

a) aceitação imediata da provocação.


b) descaracterização do convite a um desafio.
c) sugestão de armas não convencionais para
um duelo.
d) deslocamento temporal do comentário lateral.
e) posicionamento relaxado dos personagens.

TUTE. Tutelancia. Disponível em: www.gocomics.com. Acesso em: 20 fev. 2012.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

394 COMPETÊNCIA 2 - Língua Estrangeira: as Línguas do Mundo


Linguagens e Códigos
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
3

A LINGUAGEM
DO CORPO
Idealizadores:
395
Mateus Prado e Paulo Jubilut
A Educação Física deve ser abor- do espaço e das formas. Linguagens
dada como ciência que estuda as ma- e Códigos, mais do que objetos de
nifestações da linguagem corporal, e, conhecimento, são meios para o co-
para tanto, é preciso que haja a apro- nhecimento. O ser humano conhece
priação por parte do estudante de as- o mundo por meio de suas linguagens,
pectos relativos à produção histórica de seus símbolos. Assim, à medida
e social da humanidade referente à que ele se torna mais competente nas
cultura corporal de movimento, à prá- diferentes linguagens, torna-se mais
tica esportiva, ao jogo e suas possibili- capaz de conhecer o mundo.
dades lúdicas, às atividades rítmicas e
expressivas, à ginástica e aos conhe-
cimentos sobre o corpo.
Nessa nova perspectiva, trabalha- Os textos dessa página foram selecionados
se, em primeiro lugar, com a constru- de livros editados pelo INEP/MEC a respei-
ção do conhecimento: linguístico, mu- to do exame que foi base para a matriz de
sical, corporal; gestual; das imagens, competências e habilidades do Novo ENEM.

É bom s
aber...
A dança
é
questões o tema mais fre
q
entende dessa competên uente nas
r c
da ao be a dança como prá ia. É preciso
m-estar,
cultura e tica física liga-
socializa
ção.

396 COMPETÊNCIA 3 - A Linguagem do Corpo


A Linguagem do Corpo
COMPETÊNCIA
3

Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a própria vida, integra-
dora social e formadora da identidade.

Essa competência aborda a relação entre as realidades culturais e o movimento, a


linguagem e a apresentação corporais. A forma com que cada pessoa lida com seu corpo
e com suas atividades está relacionada à história de seu povo e à situação em que está in-
serida. É preciso compreender a linguagem corporal como integradora social e formadora
de identidade; o corpo e as expressões artística e cultural, o corpo no mundo dos símbolos
e enquanto produção da cultura.
A competência valoriza a prática física como uma forma de obtenção de bem-estar
do ser humano, mas respeitando a diversidade das pessoas e de suas atividades na so-
ciedade. O esporte, a dança, lutas, jogos, brincadeiras e outras formas de lazer podem
aparecer na prova para que o aluno os identifique, compare, valorize e reconheça sua
função emancipadora.
O desenvolvimento tecnológico causou mudanças comportamentais que agiram
na mudança dos corpos das pessoas. A população, em média, diminuiu seus movimen-
tos. No vácuo destas mudanças é necessário compreender o mercado de remédios para
emagrecer, para ganhar músculos e o de academias. Também é necessário compreender

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 397


o aumento da obesidade no Brasil e no mundo, mesmo com milhares de pessoas pas-
sando fome.
Outro questionamento dentro da Competência 3 é o da definição de beleza no
decorrer dos tempos. Quem define os padrões de beleza e quais são seus interesses?
Como entender que algumas pessoas se expõem a esforços físicos além do suportá-
vel para conquistar corpos que a mídia reflete como modelo? Quais são as doenças e
problemas relacionados aos atuais padrões de beleza? O ENEM espera aqui que esses
padrões sejam compreendidos como relativos e que se valorize o corpo do ponto de
vista da saúde e do bem estar.

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Reconhecer as manifestações corporais de movimento como originárias de necessi-


dades cotidianas de um grupo social.
• Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das ne-
cessidades cinestésicas.
• Reconhecer a linguagem corporal como meio de interação social, considerando os
limites de desempenho e as alternativas de adaptação para diferentes indivíduos.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Os brincos são hoje utilizados, em geral, pelas mulheres para enfeitar-se. Descubra
qual era o significado dos brincos para os navegadores na época dos grandes des-
cobrimentos. Também pesquise o motivo pelo qual os escravos eram tatuados na an-
tiguidade.
2.Para você, quem é a mulher ou o homem mais bonito do mundo? Será que na época do
feudalismo essa pessoa também seria considerada bonita? Pesquise, em várias épo-
cas, quais eram as características das mulheres e homens considerados bonitos.
3.Imagine quais eram os movimentos diários de um artesão no período anterior à revolu-

398 COMPETÊNCIA 3 - A Linguagem do Corpo


ção industrial. Compare esses movimentos com o de um homem da modernidade
que trabalhe em um escritório e com o de um que trabalhe no corte manual da
cana. Como você imagina o corpo de cada um deles?
4. Peça para seus pais e familiares mais velhos fotos da juventude deles. Compare
as roupas, os cabelos, os sapatos e outras características representadas nesta
foto com as que são utilizadas hoje. Converse um pouco com seus familiares so-
bre como ele se sentia com essas roupas naquela época e como se sentiria se as
utilizasse hoje.
5. Helena de Troia era considerada a mulher mais bela de todos os tempos. Na inter-
net, procure antigas imagens que representem Helena. Procure também imagens
das últimas Miss Universo. Para você, qual é a mais bonita? Pense sobre o que,
em toda sua vida, influenciou a sua escolha e o que influenciou os artistas que
retrataram Helena ao longo do tempo.

Divida sua aula em grupos e distribua fotos de vítimas do furacão Katrina, nos EUA,
e de vítimas da fome na Etiópia. Proponha que os grupos apontem diferenças e seme-
lhanças nos corpos desses dois grupos. Quais seriam os motivos das diferenças e se-
melhanças entre os grupos? É importante lembrar que os EUA não têm um Sistema de
Saúde Gratuito para a população.

1
Nunca se falou e se preocupou tanto com o corpo como nos dias atuais. É comum ouvirmos
anúncios de uma nova academia de ginástica, de uma nova forma de dieta, de uma nova técnica
de autoconhecimento e outras práticas de saúde alternativa, em síntese, vivemos nos últimos anos
a redescoberta do prazer, voltando nossas atenções ao nosso próprio corpo. Essa valorização do
prazer individualizante se estrutura em um verdadeiro culto ao corpo, em analogia a uma religião,
assistimos hoje ao surgimento de novo universo: a corpolatria.
CODO, W.; SENNE, W. O que é corpo(latria). Coleção Primeiros Passos. Brasiliense, 1985 (adaptado).

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 399


Sobre esse fenômeno do homem contemporâneo presente nas classes sociais brasileiras, princi-
palmente, na classe média, a corpolatria

a) é uma religião pelo avesso, por isso outra religião; inverteram-se os sinais, a busca da felicida-
de eterna antes carregava em si a destruição do prazer, hoje implica o seu culto.
b) criou outro ópio do povo, levando as pessoas a buscarem cada vez mais grupos igualitários
de integração social.
c) é uma tradução dos valores das sociedades subdesenvolvidas, mas em países considerados
do primeiro mundo ela não consegue se manifestar porque a população tem melhor educação
e senso crítico.
d) tem como um de seus dogmas o narcisismo, significando o “amar o próximo como se ama a
si mesmo”.
e) existe desde a Idade Média, entretanto esse acontecimento se intensificou a partir da Revolu-
ção Industrial no século XIX e se estendeu até os nossos dias.

2
O convívio com outras pessoas e os padrões sociais estabelecidos moldam a imagem cor-
poral na mente das pessoas. A imagem corporal idealizada pelos pais, pela mídia, pelos grupos
sociais e pelas próprias pessoas desencadeia comportamentos estereotipados que podem com-
prometer a saúde. A busca pela imagem corporal perfeita tem levado muitas pessoas a procurar
alternativas ilegais e até mesmo nocivas à saúde.
Revista Corpoconsciência. FEFISA, v. 10, nº 2, Santo André, jul./dez. 2006. (adaptado).

A imagem corporal tem recebido grande destaque e valorização na sociedade atual. Como con-
sequência,

a) a ênfase na magreza tem levado muitas mulheres a depreciar sua autoimagem, apresentando
insatisfação crescente com o corpo.
b) as pessoas adquirem a liberdade para desenvolver seus corpos de acordo com critérios esté-
ticos que elas mesmas criam e que recebem pouca influência do meio em que vivem.
c) a modelagem corporal é um processo em que o indivíduo observa o comportamento de outros,
sem, contudo, imitá-los.
d) o culto ao corpo produz uma busca incansável, trilhada por meio de árdua rotina de exercícios,
com pouco interesse no aperfeiçoamento estético.
e) o corpo tornou-se um objeto de consumo importante para as pessoas criarem padrões de
beleza que valorizam a raça à qual pertencem.

3
Não é raro ouvirmos falar que o Brasil é o país das danças ou um país dançante. Essa nos-
sa “fama” é bem pertinente, se levarmos em consideração a diversidade de manifestações rítmicas
e expressivas existentes de Norte a Sul. Sem contar a imensa repercussão de nível internacional

400 COMPETÊNCIA 3 - A Linguagem do Corpo


de algumas delas.

Danças trazidas pelos africanos escravizados, danças relativas aos mais diversos rituais, danças
trazidas pelos imigrantes etc. Algumas preservam suas características e pouco se transformaram
com o passar do tempo, como o forró, o maxixe, o xote, o frevo. Outras foram criadas e são recria-
das a cada instante: inúmeras influências são incorporadas, e as danças transformam-se, multipli-
cam-se. Nos centros urbanos, existem danças como o funk, o hip hop, as danças de rua e de salão.

É preciso deixar claro que não há jeito certo ou errado de dançar. Todos podem dançar, indepen-
dentemente de biótipo, etnia ou habilidade, respeitando-se as diferenciações de ritmos e estilos
individuais.

GASPARI, T. C. Dança e educação física na escola: implicações para a prática pedagógica.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008 (adaptado).

Com base no texto, verifica-se que a dança, presente em todas as épocas, espaços geográficos e
culturais, é uma

a) prática corporal que conserva inalteradas suas formas, independentemente das influências
culturais da sociedade.
b) forma de expressão corporal baseada em gestos padronizados e realizada por quem tem ha-
bilidade para dançar.
c) manifestação rítmica e expressiva voltada para as apresentações artísticas, sem que haja
preocupação com a linguagem corporal.
d) prática que traduz os costumes de determinado povo ou região e está restrita a este.
e) representação das manifestações, expressões, comunicações e características culturais de
um povo.

4
Folclore designa o conjunto de costumes, lendas, provérbios, festas tradicionais/populares,
manifestações artísticas em geral, preservado, por meio da tradição oral, por um povo ou grupo po-
pulacional. Para exemplificar, cita-se o frevo, um ritmo de origem pernambucana surgido no início
do século XX. Ele é caracterizado pelo andamento acelerado e pela dança peculiar, feita de mala-
barismos, rodopios e passos curtos, além do uso, como parte da indumentária, de uma sombrinha
colorida, que permanece aberta durante a coreografia.

As manifestações culturais citadas a seguir que integram a mesma categoria folclórica descrita
no texto são

a) bumba-meu-boi e festa junina.


b) cantiga de roda e parlenda.
c) saci-pererê e boitatá.
d) maracatu e cordel.
e) catira e samba.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 401


5
A dança é um importante componente cultural da humanidade. O folclore brasileiro é rico
em danças que representam as tradições e a cultura de várias regiões do país. Estão ligadas aos
aspectos religiosos, festas, lendas, fatos históricos, acontecimentos do cotidiano e brincadeiras e
caracterizam-se pelas músicas animadas (com letras simples e populares), figurinos e cenários
representativos.
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. Proposta Curricular do Estado de São Paulo: Educação Física. São Paulo: 2009 (adaptado)

A dança, como manifestação e representação da cultura rítmica, envolve a expressão corporal


própria de um povo. Considerando-a como elemento folclórico, a dança revela

a) manifestações afetivas, históricas, ideológicas, intelectuais e espirituais de um povo, refletin-


do seu modo de expressar-se no mundo.
b) aspectos eminentemente afetivos, espirituais e de entretenimento de um povo, desconside-
rando fatos históricos.
c) acontecimentos do cotidiano, sob influência mitológica e religiosa de cada região, sobrepon-
do aspectos políticos.
d) tradições culturais de cada região, cujas manifestações rítmicas são classificadas em um
ranking das mais originais.
e) lendas, que se sustentam em inverdades históricas uma vez que são inventadas, e servem
apenas para a vivência lúdica de um povo.

6
Na modernidade, o corpo foi descoberto, despido e modelado pelos exercícios físi-
cos da moda. Novos espaços e práticas esportivas e de ginástica passaram a convocar as
pessoas a modelarem seus corpos. Multiplicaram-se as academias de ginástica, as salas de
musculação e o número de pessoas correndo pelas ruas.
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. Caderno do professor: educação fisica. São Paulo, 2008.

Diante do exposto, é possível perceber que houve um aumento da procura por

a) exercícios físicos aquáticos (natação/hidroginástica), que são exercícios de baixo impacto,


evitando o atrito (não prejudicando as articulações), e que previnem o envelhecimento pre-
coce e melhoram a qualidade de vida.
b) mecanismos que permitem combinar alimentação e exercício físico, que permitem a aqui-
sição e manutenção de níveis adequados de saúde, sem a preocupação com padrões de
beleza instituídos socialmente.
c) programas saudáveis de emagrecimento, que evitam os prejuízos causados na regulação
metabólica, função imunológica, integridade óssea e manutenção da capacidade funcional
ao longo do envelhecimento.
d) exercícios de relaxamento, reeducação postural e alongamentos, que permitem um melhor
funcionamento do organismo como um todo, bem como uma dieta alimentar e hábitos sau-
dáveis com base em produtos naturais.

402 COMPETÊNCIA 3 - A Linguagem do Corpo


e) dietas que preconizam a ingestão excessiva ou restrita de um ou mais macronutrientes
(carboidratos, gorduras ou proteínas), bem como exercícios que permitem um aumento de
massa muscular e/ou modelar o corpo.

7
EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO

PULMÕES CORAÇÃO MÚSCULOS


Fornecem Bombeia sangue Utilizam o oxigênio para
oxigênio ao rico em oxigênio queimar combustível para
sangue aos músculos a produção de energia

O coração aumenta de Os músculos


Os pulmões tamanho, pode bombear adquirem tônus e
podem receber mais sangue por podem queimar mais
mais ar e difundir batimento e bate mais combustível, espe-
mais oxigênio ao lentamente em repouso cialmente gordura,
sangue. ou durante o exercício. durante o exercício.

A ventilação, a circulação e o metabollismo estão


intimamente ligados e todos melhoram com o treinamento

NIEMAN, D. Exercício e saúde. São Paulo: Manole, 1999 (adaptado).

A partir dos efeitos fisiológicos do exercício físico no organismo, apresentados na figura, são adap-
tações benéficas à saúde de um indivíduo:

a) Diminuição da frequência cardíaca em repouso e aumento da oxigenação do sangue.


b) Diminuição da oxigenação do sangue e aumento da frequência cardíaca em repouso.
c) Diminuição da frequência cardíaca em repouso e aumento da gordura corporal.
d) Diminuição do tônus muscular e aumento do percentual de gordura corporal.
e) Diminuição da gordura corporal e aumento da frequência cardíaca em repouso.

8 Verbo ser

QUE VAI SER quando crescer? Vivem perguntando em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito,
um nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser: pronunciado
tão depressa, e cabe tantas coisas? Repito: ser, ser, ser. Er. R. Que vou ver quando crescer? Sou
obrigado a? Posso escolher? Não dá para entender. Não vou ser. Não quero ser. Vou crescer assim
mesmo. Sem ser. Esquecer.
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 403


A inquietação existencial do autor com a autoimagem corporal e a sua corporeidade se desdobra
em questões existenciais que têm origem

a) no conflito do padrão corporal imposto contra as convicções de ser autêntico e singular.


b) na aceitação das imposições da sociedade seguindo a influência de outros.
c) na confiança no futuro, ofuscada pelas tradições e culturas familiares.
d) no anseio de divulgar hábitos enraizados, negligenciados por seus antepassados.
e) na certeza da exclusão, revelada pela indiferença de seus pares.

9 IDADE
25 32 39 46 53 60 67 74 81 88
55
Habillidade numérica Habillidade verbal

50

Capacidade de
45 resolver problemas

Habilidade
40 (pontuação
nos testes)

35

BUSCATO, M.; SEGADILHA, B.; PEROSA, T. Disponível em: www.revistaepoca.globo.


com.br Acesso em: 28 fev. 2012.

Em variados momentos de nossa vida, precisamos interpretar as diferentes linguagens dos siste-
mas de comunicação. O gráfico é um desses sistemas, que, no caso apresentado, indica que as
habilidades associadas à inteligência humana variam de acordo com a idade. Considerando essa
informação, constata-se que

a) as habilidades verbal e de resolução de problemas destacam-se entre 40 e 60 anos.


b) a habilidade numérica diminui consideravelmente entre 20 e 40 anos.
c) a habilidade de resolução de problemas piora consideravelmente a partir dos 30 anos.
d) as habilidades humanas, em geral, declinam consideravelmente a partir dos 40 anos.
e) a habilidade numérica melhora muito na faixa etária entre 60 e 80 anos.

10
Os conhecimentos de fisiologia são aqueles básicos para compreender as alterações que
ocorrem durante as atividades físicas (frequência cardíaca, queima de calorias, perda de água e sais
minerais) e aquelas que ocorrem em longo prazo (melhora da condição cardiorrespiratória, aumento
da massa muscular, da força e da flexibilidade e diminuição de tecido adiposo). A bioquímica abor-
dará conteúdos que subsidiam a fisiologia: alguns processos metabólicos de produção de energia,

404 COMPETÊNCIA 3 - A Linguagem do Corpo


eliminação e reposição de nutrientes básicos. Os conhecimentos de biomecânica são relacionados
à anatomia e contemplam, principalmente, a adequação dos hábitos posturais, como, por exemplo,
levantar um peso e equilibrar objetos.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Brasília: MEC/SEF, 1997.

Em um exercício físico, são exemplos da abordagem fisiológica, bioquímica e biomecânica, respec-


tivamente,

a) a quebra da glicose na célula para produção de energia no ciclo de Krebs; o aumento da frequência
cardíaca e da pressão arterial; o tamanho da passada durante a execução da corrida.
b) a quebra da glicose na célula para produção de energia no ciclo de Krebs; o tamanho da passada
durante a execução da corrida; o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial.
c) o tamanho da passada durante a execução da corrida; o aumento da frequência cardíaca e da
pressão arterial; a quebra da glicose na célula para produção de energia no ciclo de Krebs.
d) o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial; a quebra da glicose na célula para produ-
ção de energia no ciclo de Krebs; o tamanho da passada durante a execução da corrida.
e) o aumento da frequência cardíaca e pressão arterial; o tamanho da passada durante a execução da
corrida; a quebra da glicose na célula para produção de energia no ciclo de Krebs.

11 Adolescentes: mais altos, gordos e preguiçosos

A oferta de produtos industrializados e a falta de tempo têm sua parcela de responsabilidade no aumento
da silhueta dos jovens. “Os nossos hábitos alimentares, de modo geral, mudaram muito”, observa Vivian
Ellinger, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), no Rio de Janeiro.
Pesquisas mostram que, aqui no Brasil, estamos exagerando no sal e no açúcar, além de tomar pouco
leite e comer menos frutas e feijão.

Outro pecado, velho conhecido de quem exibe excesso de gordura por causa da gula, surge como mar-
ca da nova geração: a preguiça. “Cem por cento das meninas que participam do Programa não prati-
cavam nenhum esporte”, revela a psicóloga Cristina Freire, que monitora o desenvolvimento emocional
das voluntárias.

Você provavelmente já sabe quais são as consequências de uma rotina sedentária e cheia de gordura.
“E não é novidade que os obesos têm uma sobrevida menor”, acredita Claudia Cozer, endocrinologista
da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Mas, se há cinco anos
os estudos projetavam um futuro sombrio para os jovens, no cenário atual as doenças que viriam na
velhice já são parte da rotina deles. “Os adolescentes já estão sofrendo com hipertensão e diabete”,
exemplifica Claudia.

DESGUALDO, P. Revista Saúde. Disponível em: http://saude.abril.com.br. Acesso em: 28 jul. 2012 (adaptado).

Sobre a relação entre hábitos da população adolescente e as suas condições de saúde, as informações
apresentadas no texto indicam que

a) a falta de atividade física somada a uma alimentação nutricionalmente desequilibrada constituem fa-

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 405


tores relacionados ao aparecimento de doenças crônicas entre os adolescentes.
b) a diminuição do consumo de alimentos fontes de carboidratos combinada com um maior consumo
de alimentos ricos em proteínas contribuíram para o aumento da obesidade entre os adolescentes.
c) a maior participação dos alimentos industrializados e gordurosos na dieta da população adolescente
tem tornado escasso o consumo de sais e açúcares, o que prejudica o equilíbrio metabólico.
d) a ocorrência de casos de hipertensão e diabetes entre os adolescentes advém das condições de
alimentação, enquanto que na população adulta os fatores hereditários são preponderantes.
e) a prática regular de atividade física é um importante fator de controle da diabetes entre a população
adolescente, por provocar um constante aumento da pressão arterial sistólica.

12
A falta de espaço para brincar é um problema muito comum nos grandes centros urbanos.
Diversas brincadeiras de rua tal como o pular corda, o pique pega e outros têm desaparecido do
cotidiano das crianças. As brincadeiras são importantes para o crescimento e desenvolvimento das
crianças, pois desenvolvem tanto habilidades perceptivos-motoras quanto habilidades sociais.

Considerando a brincadeira e o jogo como um importante instrumento de interação social, pois por
meio deles a criança aprende sobre si, sobre o outro e sobre o mundo ao seu redor, entende-se que

a) o jogo possibilita a participação de crianças de diferentes idades e níveis de habilidade motora.


b) o jogo desenvolve habilidades competitivas centradas na busca da excelência na execução de
atividades do cotidiano.
c) o jogo gera um espaço para vivenciar situações de exclusão que serão negativas para a aprendi-
zagem social.
d) através do jogo é possível entender que as regras são construídas socialmente e que não podemos
modificá-las.
e) no jogo, a participação está sempre vinculada à necessidade de aprender um conteúdo novo e de
desenvolver habilidades motoras especializadas.

13

Figura I Figura II Figura III


Figura I. Disponível em: http://zuperdido.wordpress.com. Acesso em: 27 abr. 2010. Figura II. Disponível em: http://jornale.com.br. Acesso em: 27
abr. 2010. Figura III. Disponível em: http://www.alamedavirtual.com. Acesso em: 27 abr. 2010.

O salto, movimento natural do homem, está presente em ações cotidianas e também nas artes, nas
lutas, nos esportes, entre outras atividades. Com relação a esse movimento, considera-se que

a) é realizado para cima, sem que a impulsão determine o tempo de perda de contato com o solo.
b) é na fase de voo que se inicia o impulso, que, dado pelos braços, determina o tipo e o tempo de
duração do salto.

406 COMPETÊNCIA 3 - A Linguagem do Corpo


c) é verificado o mesmo tempo de perda de contato com o solo nas situações em que é praticado.
d) é realizado após uma breve corrida para local mais alto, sem que se utilize apoio para o impulso.
e) é a perda momentânea de contato dos pés com o solo e apresenta as fases de impulsão, voo e queda.

14
Buscar melhorar as habilidades de movimento, encarar as dificuldades que se apresentam
em um jogo, propor-se a correr o risco de ganhar ou de perder são requisitos que tornam um jogador
mais hábil a cada dia e um ser humano mais competente. Saber lidar com o erro e a derrota como
processo de evolução para vencer e atingir metas é outro fator positivo da competição esportiva. Ao
participar de um jogo acontece de se errar um arremesso, um chute a gol, um passe ao colega, mas
pode-se dizer que é possível crescer através das falhas e da derrota, com as quais se aprende a su-
perar as decepções e tirar proveito do erro como aprendizado para novas tentativas.

BREGOLATO, R. A. Cultura corporal do esporte. São Paulo: Ícone, 2007 (adaptado).

O esporte é um fenômeno social que pode ser praticado nos mais variados contextos. O texto o apre-
senta como uma forma de manifestação da atividade física que

a) direciona para os riscos resultantes das situações vivenciadas no jogo, tendo em vista a necessi-
dade de vitória.
b) visa à performance e ao rendimento, pois exige resultados cada vez melhores dos atletas nele
envolvidos.
c) valoriza os princípios de educação, colaboração e autonomia, numa perspectiva de crescimento
pessoal.
d) prioriza o espetáculo e o rendimento na competição esportiva, como processo de melhoria das
habilidades.
e) retrata a importância de vencer em uma situação de competição, como forma de aprimorar o
aprendizado.

15
Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dança aristocrática, oriunda dos salões
franceses, depois difundida por toda a Europa.

No Brasil, foi introduzida como dança de salão e, por sua vez, apropriada e adaptada pelo gosto po-
pular. Para sua ocorrência, é importante a presença de um mestre “marcante” ou “marcador”, pois
é quem determina as figurações diversas que os dançadores desenvolvem. Observa-se a constância
das seguintes marcações: “Tour”, “En avant”, “Chez des dames”, “Chez des chevaliê”, “Cestinha de
flor”, “Balancê”, “Caminho da roça”, “Olha a chuva”, “Garranchê”, “Passeio”, “Coroa de flores”,
“Coroa de espinhos” etc.

No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta transformações: surgem novas figurações, o fran-
cês aportuguesado inexiste, o uso de gravações substitui a música ao vivo, além do aspecto de com-
petição, que sustenta os festivais de quadrilha, promovidos por órgãos de turismo.

CASCUDO, L. C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Melhoramentos, 1976.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 407


As diversas formas de dança são demonstrações da diversidade cultural do nosso país. Entre elas, a
quadrilha é considerada uma dança folclórica por

a) possuir como característica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso, identificar uma
nação ou região.
b) abordar as tradições e costumes de determinados povos ou regiões distintas de uma mesma nação.
c) apresentar cunho artístico e técnicas apuradas, sendo, também, considerada dança-espetáculo.
d) necessitar de vestuário específico para a sua prática, o qual define seu país de origem.
e) acontecer em salões e festas e ser influenciada por diversos gêneros musicais.

16
O esporte, as ginásticas, a dança, as artes marciais, as práticas de aptidão física tornam-
-se, cada vez mais, produtos de consumo (mesmo que apenas como imagens) e objetos de conhe-
cimento e informação amplamente divulgados ao grande público. Jornais, revistas, videogames,
rádio e televisão difundem ideias sobre a cultura corporal do movimento.
BETTI, M.; ZULIANI, L. R. Educação Física Escolar: uma proposta de diretrizes pedagógicas.
Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. São Paulo, 2002.

Essa difusão possibilitou o acesso a uma diversidade de atividades físicas e esportes coletivos
praticados ao redor do mundo, que

a) promoveu um aumento, no Brasil, da prática de esportes como a ginástica e uma diminuição


da prática do voleibol e basquetebol.
b) permitiu uma maior compreensão de esportes praticados em alguns países e/ou comunidades,
de acordo com as suas características sociais e regionais.
c) diminuiu a prática de esportes desse tipo em algumas regiões do Brasil, pois são considerados
excessivamente agressivos e necessitam de muitos jogadores.
d) aumentou o número de pessoas ao redor do mundo que praticam esportes desse tipo e dimi-
nuiu a prática das artes marciais como o karatê.
e) estimulou o ensino de algumas lutas, como, por exemplo, a capoeira, por ser considerada
étnica e envolver um único grupo social.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

408 COMPETÊNCIA 3 - A Linguagem do Corpo


Linguagens e Códigos
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
4

ARTE: EXPRESSÃO
DAS IDEIAS E
EMOÇÕES
Idealizadores:
409
Mateus Prado e Paulo Jubilut
Com esta competência, pretende- e do tratamento da informação.
-se que a arte seja abordada de ma- As diferentes linguagens – artes
neira objetiva e abrangente, com o in- plásticas, dança, música, teatro – de-
tuito de levar o aluno a compreendê-la vem ser entendidas levando-se em
de forma crítica, relacionando as di- conta as características de cada mo-
versas informações com os contextos dalidade, destacando-se diversidades
estéticos, históricos e sociais. e semelhanças de acordo com os ele-
A História da Literatura e a His- mentos estéticos, históricos e sociais
tória da Arte não devem ser meras em foco. Simultaneamente, evidencia-
listagens de escolas, autores e suas -se a importância da preservação do
características. No ensino das di- patrimônio histórico e cultural, levan-
versas linguagens artísticas, não se do o estudante a interessar-se pela
pode mais abandonar, quer o eixo da cultura popular e erudita.
produção (eixo poético), quer o da
recepção (eixo estético), quer o da
crítica. O ensino das artes não pode
Os textos dessa página foram selecionados
mais reduzir-se nem à História da Arte, de livros editados pelo INEP/MEC a res-
nem à mera aquisição de repertório, e peito do exame que foi base para a matriz
muito menos a um fazer por fazer, es- de competências e habilidades do Novo
pontaneísta, desvinculado da reflexão ENEM.

É bom s
Apesar d
aber...
trazer alge, nessa competê
ternacio umas questões ncia, o ENEM
n s
naciona ais da arte, os te obre temas in-
l
em maio são privilegiados mas da cultura
r quantid e aparec
ade. em

410 COMPETÊNCIA 4 - Arte: Expressão das Ideias e Emoções


Arte: Expressão das Ideias e Emoções
COMPETÊNCIA
4

Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação e integrador


da organização do mundo e da própria identidade.

Nessa competência o ENEM espera que o aluno compreenda que a produção artís-
tica está relacionada com a organização da sociedade. O momento histórico, a experiên-
cia de relação entre os grupos étnicos, o contexto social e econômico influenciam a forma
que o artista expressa suas ideias e emoções. A produção cultural não é um fenômeno que
anda separado da vida em sociedade, pelo contrário, ela reforça os laços de identidade
dos grupos e integra-os ao mundo gerando significados para tais grupos e para os demais
que entram em contato com a produção artística.
É fundamental que o aluno tenha sensibilidade para valorizar a diversidade cultural
e compreender que a arte é capaz de facilitar as inter-relações entre grupos étnicos e
sociais. Essa sensibilidade só pode ser adquirida com a leitura e contato com as diversas
linguagens artísticas: as artes visuais, a dança, a música e o teatro. Nesse sentido, o alu-
no que sempre teve contato com essas linguagens terá mais facilidade para resolver as
questões dessa competência.
É importante valorizar a questão da pluralidade expressada nas produções estéti-
cas e artísticas das minorias sociais e dos portadores de necessidades especiais educa-

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 411


cionais. As questões da inclusão, diversidade e multiculturalidade costumam aparecer
bastante no ENEM e espera-se que o aluno se posicione de forma ética.

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus


meios culturais.
• Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas,
padrões de beleza e preconceitos.
• Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-relações de elementos que se
apresentam nas manifestações de vários grupos sociais e étnicos.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. “Guernica” é um quadro do pintor cubista Pablo Picasso que apresenta uma situação
ocorrida durante a Guerra Civil Espanhola. Procure entender o que foi o Cubismo e
qual a posição de Picasso em relação àquela guerra.
2. Em 1922, o Brasil teve um dos seus mais importantes movimentos culturais. Pesquise
qual foi esse movimento, quais foram suas motivações, seus principais representantes
e suas principais obras.
3. Entre o século XVII e o início do século XIX desenvolveu-se no Brasil o estilo artís-
tico conhecido como Barroco. A igreja católica utilizou o estilo para propagar suas
imagens e ideias. Tente compreender quais foram as estratégias da igreja para tal
questão.
4. Liste os principais representantes e obras da pintura, da escultura, da arquitetura, da
música, da literatura e do teatro no Brasil. Indique quais as influências sociais e histó-
ricas que cada um deles teve.

412 COMPETÊNCIA 4 - Arte: Expressão das Ideias e Emoções


Separe alguns dos trechos mais representativos do livro Vidas Secas,
Secas de Graciliano
Ramos, e fotos, textos e músicas mais representativas do livro e áudio “Terra”, de Se-
bastião Salgado, José Saramago e Chico Buarque. Também selecione trechos que se
relacionem com os temas dos materiais propostos no livro Morte e Vida Severina, de
João Cabral de Mello Neto. Divida a sala em grupos e proponha um debate sobre quais
eventos/situações sociais, políticas e econômicas motivaram tais produções artísticas.

1
A música pode ser definida como a combinação de sons ao longo do tempo. Cada produto
final oriundo da infinidade de combinações possíveis será diferente, dependendo da escolha das
notas, de suas durações, dos instrumentos utilizados, do estilo de música, da nacionalidade do
compositor e do período em que as obras foram compostas.

Figura 1 Figura 2 Figura 3

Figura 1 - http://images.quebarato.com.br/photps/big/2/D/15A12D_2.jpg.
Figura 2 - http://ourinhos.prefeituramunicipal.net/dados/fotos/2009/07/07/normal.
Figura 3 - http://www.edmontonculturalcapital.com/gallery/edjazzfestival/JazzQuartet.jpg.
Figura 4 - http://filmica.com/jacintaescudos/archivos/Led-Zeppelin.jpg.

Figura 4

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 413


Das figuras que apresentam grupos musicais em ação, pode-se concluir que o(os) grupo(s)
mostrado(s) na(s) figura(s)

a) 1 executa um gênero característico da música brasileira, conhecido como chorinho.


b) 2 executa um gênero característico da música clássica, cujo compositor mais conhecido é
Tom Jobim.
c) 3 executa um gênero característico da música europeia, que tem como representantes Bee-
thoven e Mozart.
d) 4 executa um tipo de música caracterizada pelos instrumentos acústicos, cuja intensidade e
nível de ruído permanecem na faixa dos 30 aos 40 decibéis.
e) 1 a 4 apresentam um produto final bastante semelhante, uma vez que as possibilidades de
combinações sonoras ao longo do tempo são limitadas.

2
A dança é importante para o índio preparar o corpo e a garganta e significa energia para o
corpo, que fica robusto. Na aldeia, para preparo físico, dançamos desde cinco horas da manhã até
seis horas da tarde, passa-se o dia inteiro dançando quando os padrinhos planejam a dança dos ado-
lescentes. O padrinho é como um professor, um preparador físico dos adolescentes. Por exemplo, o
padrinho sonha com um determinado canto e planeja para todos entoarem. Todos os tipos de dança
vêm dos primeiros xavantes: Wamaridzadadzeiwawe, Butséwawe, Tseretomodzatsewawe, que foram
descobrindo através da sabedoria como iria ser a cultura Xavante. Até hoje existe essa cultura, essa
celebração. Quando o adolescente fura a orelha é obrigatório ele dançar toda a noite, tem de acordar
meia-noite para dançar e cantar, é obrigatório, eles vão chamando um ao outro com um grito especial.

WÉRÉ’ É TSI’RÓBÓ, E. A dança e o canto-celebração da existência xavante. VIS-Revista do Programa de Pós-Graduação em Arte da
UnB. V. 5, n. 2, dez. 2006.

A partir das informações sobre a dança Xavante, conclui-se que o valor da diversidade artística
e da tradição cultural apresentados originam-se da

a) iniciativa individual do indígena para a prática da dança e do canto.


b) excelente forma física apresentada pelo povo Xavante.
c) multiculturalidade presente na sua manifestação cênica.
d) inexistência de um planejamento da estética da dança, caracterizada pelo ineditismo.
e) preservação de uma identidade entre a gestualidade ancestral e a novidade dos cantos a
serem entoados.

3
Teatro do Oprimido é um método teatral que sistematiza exercícios, jogos e técnicas teatrais
elaboradas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, recentemente falecido, que visa à desmecaniza-
ção física e intelectual de seus praticantes. Partindo do princípio de que a linguagem teatral não deve
ser diferenciada da que é usada cotidianamente pelo cidadão comum (oprimido), ele propõe condições
práticas para que o oprimido se aproprie dos meios do fazer teatral e, assim, amplie suas possibilidades

414 COMPETÊNCIA 4 - Arte: Expressão das Ideias e Emoções


de expressão. Nesse sentido, todos podem desenvolver essa linguagem e, consequentemente, fazer
teatro. Trata-se de um teatro em que o espectador é convidado a substituir o protagonista e mudar a
condução ou mesmo o fim da história, conforme o olhar interpretativo e contextualizado do receptor.
Companhia Teatro do Oprimido. Disponível em: www.ctorio.org.br. Acesso em: 1 jul. 2009 (adaptado).

Considerando-se as características do Teatro do Oprimido apresentadas, conclui-se que

a) esse modelo teatral é um método tradicional de fazer teatro que usa, nas suas ações cênicas, a
linguagem rebuscada e hermética falada normalmente pelo cidadão comum.
b) a forma de recepção desse modelo teatral se destaca pela separação entre atores e público, na qual
os atores representam seus personagens e a plateia assiste passivamente ao espetáculo.
c) sua linguagem teatral pode ser democratizada e apropriada pelo cidadão comum, no sentido de
proporcionar-lhe autonomia crítica para compreensão e interpretação do mundo em que vive.
d) o convite ao espectador para substituir o protagonista e mudar o fim da história evidencia que a
proposta de Boal se aproxima das regras do teatro tradicional para a preparação de atores.
e) a metodologia teatral do Teatro do Oprimido segue a concepção do teatro clássico aristotélico, que
visa à desautomação física e intelectual de seus praticantes.

4
Em uma escola, com o intuito de valorizar a diversidade do patrimônio etnocultural brasileiro, os
estudantes foram distribuídos em grupos para realizar uma tarefa referente às características atuais das
diferentes regiões brasileiras, a partir do seguinte quadro:

Região Norte Nordeste Centro-Oeste Sul Sudeste


Prato com
Carne de
Alimentação Peixe milho e Churrasco
sol
mandioca
Música serta-
Música Ciranda Baião Vaneirão
neja
Zona franca Praias do Serra de
Ponto turístico Pantanal
de Manaus litoral gramado
Tipo
Seringueiro Baiana Vaqueiro Prenda
característico

Considerando a sequência de características apresentadas, os elementos adequados para compor o


quadro da Região Sudeste são

a) mate amargo, embolada, elevador Lacerda, peão de estância.


b) acarajé, axé, Cristo Redentor, piá.
c) vatapá, Carnaval, bumba-meu-boi, industrial.
d) café, samba, Cristo Redentor, operário fabril.
e) sertanejo, pipoca, folia de Reis, Brasília.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 415


5
Gravuras e pinturas são duas modalidades da prática gráfica rupestre, feitas com recursos
técnicos diferentes. Existem vastas áreas nas quais há dominância de uma ou outra técnica no Bra-
sil, o que não impede que ambas coexistam no mesmo espaço. Mas em todas as regiões há mãos,
pés, antropomorfos e zoomorfos. Os grafismos realizados em blocos ou paredes foram gravados
por meio de diversos recursos: picoteamento, entalhes e raspados.

DANTAS, M. Antes: história da pré-história. Brasília: CCBB, 2006.

Disponível em: http://www.scipione.com.br. Acesso em: 30 abr. 2009.

Nas figuras que representam a arte da pré-história brasileira e estão localizadas no sítio arqueoló-
gico da Serra da Capivara, estado do Piauí, e, com base no texto, identificam-se

a) imagens do cotidiano que sugerem caçadas, danças, manifestações rituais.


b) cenas nas quais prevalece o grafismo entalhado em superfícies previamente polidas.
c) aspectos recentes, cujo procedimento de datação indica o recuo das cronologias da prática
pré-histórica.
d) situações ilusórias na reconstituição da pré-história, pois se localizam em ambientes degradados.
e) grafismos rupestres que comprovam que foram realizados por pessoas com sensibilidade es-
tética.

Brasília 50 anos. Veja. Nº 2 138, nov. 2009.

416 COMPETÊNCIA 4 - Arte: Expressão das Ideias e Emoções


Utilizadas desde a Antiguidade, as colunas, elementos verticais de sustentação, foram sofrendo
modificações e incorporando novos materiais com ampliação de possibilidades. Ainda que as
clássicas colunas gregas sejam retomadas, notáveis inovações são percebidas, por exemplo, nas
obras de Oscar Niemeyer, arquiteto brasileiro nascido no Rio de Janeiro em 1907. No desenho de
Niemeyer, das colunas do Palácio da Alvorada, observa-se

a) a presença de um capitel muito simples, reforçando a sustentação.


b) o traçado simples de amplas linhas curvas opostas, resultando em formas marcantes.
c) a disposição simétrica das curvas, conferindo saliência e distorção à base.
d) a oposição de curvas em concreto, configurando certo peso e rebuscamento.
e) o excesso de linhas curvas, levando a um exagero na ornamentação.

BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.

Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca
no Brasil tem forte influência do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas do
pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedra-sabão
por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua obra revela

a) liberdade, representando a vida de mineiros à procura da salvação.


b) credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais.
c) simplicidade, demonstrando compromisso com a contemplação do divino.
d) personalidade, modelando uma imagem sacra com feições populares.
e) singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras divinas.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 417


8

MONET, C. Mulher com Sombrinha. 1875, 100 × 81 cm.In: BECKETT, W.


História da Pintura. São Paulo: Ática, 1997.

Em busca de maior naturalismo em suas obras e fundamentando-se em novo conceito estético,


Monet, Degas, Renoir e outros artistas passaram a explorar novas formas de composição artística,
que resultaram no estilo denominado Impressionismo. Observadores atentos da natureza, esses
artistas passaram a

a) retratar, em suas obras, as cores que idealizavam de acordo com o reflexo da luz solar nos objetos.
b) usar mais a cor preta, fazendo contornos nítidos, que melhor definiam as imagens e as cores do objeto
representado.
c) retratar paisagens em diferentes horas do dia, recriando, em suas telas, as imagens por eles ideali-
zadas.
d) usar pinceladas rápidas de cores puras e dissociadas diretamente na tela, sem misturá-las antes na
paleta.
e) usar as sombras em tons de cinza e preto e com efeitos esfumaçados, tal como eram realizadas no
Renascimento.

418 COMPETÊNCIA 4 - Arte: Expressão das Ideias e Emoções


9

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB//USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas européias. A partir da Semana de
Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Toman-
do como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que, nas artes plásticas, a

a) imagem passa a valer mais que as formas vanguardistas.


b) forma estética ganha linhas retas e valoriza o cotidiano.
c) natureza passa a ser admirada como um espaço utópico.
d) imagem privilegia uma ação moderna e industrializada.
e) forma apresenta contornos e detalhes humanos.

10
A capa do LP Os Mutantes, de 1968, ilustra
o movimento da contracultura. O desafio à
tradição nessa criação musical é caracteri-
zado por

a) letras e melodias com características amar-


gas e depressivas.
b) arranjos baseados em ritmos e melodias
nordestinos.
c) sonoridades experimentais e confluência
de elementos populares e eruditos.
d) temas que refletem situações domésticas
ligadas à tradição popular.
Capa do LP Os Mutantes, 1968. e) ritmos contidos e reservados em oposição
aos modelos estrangeiros.
Disponível em: http://mutantes.com. Acesso em: 28 fev. 2012.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 419


11

Pintura Rupestre.
Disponível em: http://www.fashionbubbles2.com/wp-content/uploads/2008/12/ cena-de-caca-pre-historica.jpg. Acesso em 2/maio/2009.

A arte é quase tão antiga quanto o ser humano. A função decisiva da arte nos seus primórdios foi a
de conferir poder mágico: poder sobre a natureza, poder sobre os inimigos, poder sobre o parceiro de
relações sexuais, poder sobre a realidade, poder exercido no sentido de um fortalecimento da cole-
tividade humana. Nos alvores da humanidade, a arte pouco tinha a ver com a “beleza” e nada tinha
a ver com a contemplação estética, com o desfrute estético: era um instrumento mágico, uma arma
da coletividade humana em sua luta pela sobrevivência. Por exemplo, a figura apresentada de uma
pintura rupestre comprova que as pinturas de animais nas cavernas tinham a função de ajudar a dar
ao caçador um sentido de segurança e superioridade sobre a presa.

FISCHER, Ernst. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: Guanabara, p. 45. (adaptado).

Com base nas informações do texto, conclui-se que a arte, nos seus primórdios, tinha a função de

a) dar ao homem a sensação de domínio da natureza e no desenvolver as relações sociais.


b) dotar o ser humano de ferramentas de trabalho que servissem para caçar presas, na luta
pela sobrevivência.
c) guiar o ser humano em suas atividades de trabalho coletivo.
d) transformar magicamente a natureza pelo esforço do trabalho coletivo, como uma arma

420 COMPETÊNCIA 4 - Arte: Expressão das Ideias e Emoções


de defesa da coletividade humana.
e) desenvolver uma atividade individual, por meio de signos, imagem e palavras, destacando
a importância do artista em relação ao grupo social.

12

KUCZYNKIEGO, P. Ilustração, 2008. Disponível em: http://capu.pl. Acesso em: 3 ago. 2012

O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios por
suas ilustrações. Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para

a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais.


b) estabelecer uma postura proativa da sociedade.
c) provocar a reflexão sobre essa realidade.
d) propor alternativas para solucionar esse problema.
e) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.

13
Na busca constante pela sua evolução, o ser humano vem alternando a sua maneira
de pensar, de sentir e de criar. Nas últimas décadas do século XVIII e no início do século XIX,
os artistas criaram obras em que predominam o equilíbrio e a simetria de formas e cores, im-
primindo um estilo caracterizado pela imagem da respeitabilidade, da sobriedade, do concreto
e do civismo. Esses artistas misturaram o passado ao presente, retratando os personagens da
nobreza e da burguesia, além de cenas míticas e histórias cheias de vigor.

RAZOUK, J. J. (Org.). Histórias reais e belas nas telas. Posigraf: 2003.

Atualmente, os artistas apropriam-se de desenhos, charges, grafismo e até de ilustrações de


livros para compor obras em que se misturam personagens de diferentes épocas, como na
seguinte imagem:

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 421


a) d)

Romero Brito. “Gisele e Tom”.


Andy Warhol. “Marlyn Monroe”.
b) e)

Andy Warhol. “Michael Jackson”.

c)
Pablo Picasso. “Retrato de
Jaqueline Roque com as Mãos
Cruzadas”.

Funny Filez. “Monabean”.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

422 COMPETÊNCIA 4 - Arte: Expressão das Ideias e Emoções


Linguagens e Códigos
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
5

LITERATURA:
SOCIEDADE, CRIAÇÃO
E IMAGINAÇÃO
Idealizadores:
423
Mateus Prado e Paulo Jubilut
O ensino na área de Linguagens, nos leva ao problema da intertextu-
Códigos e suas Tecnologias deve levar alidade e da interdisciplinaridade.
em conta, em primeiro lugar, a contex- De que maneira cada objeto cultural
tualização do conhecimento. Dados, se relaciona com outros? Como uma
informações, ideias e teorias não de- mesma ideia, um mesmo sentimento,
vem ser apresentados de maneira es- uma mesma informação são tratados
tanque, separados de suas condições pelas diferentes linguagens? Aqui nos
de produção, do tipo de sociedade em interessam, por exemplo, as novas
que são gerados e recebidos, de sua tecnologias de informação, o hipertex-
relação com outros conhecimentos. to, os CD-ROM e as páginas da Web.
Do nosso ponto de vista, a contex- Almeja-se, com esta competên-
tualização pode se dar em três níveis. cia, que o aluno compreenda o fato de
A sincrônica analisa o objeto em rela- a literatura ser uma manifestação da
ção à época e à sociedade que o ge- cultura, proceder da própria vida e re-
rou. Quais foram as razões da sua pro- sultado da elaboração humana e pro-
dução? De que maneira foi recebido duto do seu fazer. Espera-se também
em sua época? Como se deu o acesso que o estudante perceba que a mesma
a esse objeto? Quais as condições so- depende do leitor para sua existência
ciais, econômicas e culturais da sua e pressuponha que só o momento de
produção e recepção? Como um mes- leitura concretiza a obra literária.
mo objeto foi apropriado por grupos
sociais diferentes?
A questão da contextualização Os textos dessa página foram selecionados
de livros editados pelo INEP/MEC a respei-
to do exame que foi base para a matriz de
competências e habilidades do Novo ENEM.
É bom s
aber...
Modernis
nessa ord mo, Realismo e
R
mais fre em, são as esco omantismo,
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competê uentes nas ques s literárias
ncia. tões des
sa

424 COMPETÊNCIA 5 - Literatura: Sociedade, Criação e Imaginação


Literatura: Sociedade, Criação e Imaginação
COMPETÊNCIA
5

Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos


com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifes-
tações, de acordo com as condições de produção e recepção.

Nessa competência o ENEM irá tratar dos tipos de textos que a sociedade en-
tende como literatura. Os alunos deverão estabelecer relações entre os textos e seus
contextos históricos, políticos, sociais e culturais, compreendendo como e por que os
autores escolhem temas, gêneros discursivos e recursos expressivos.
É necessário compreender que o autor não é um ser isolado e que ele recebe
influências de seu meio. Contextualizar essas influências é a chave para a resolução das
questões dessa competência. Os textos propostos nas questões virão com influências
ou de sua região, ou de sua época ou do momento histórico, político e social. Também
costumam aparecer questões envolvendo a intertextualidade, em que serão cobradas
semelhanças, diferenças ou influências entre os textos propostos.
É preciso ter uma base de conhecimentos acerca da constituição do patrimônio
literário nacional. Ou seja, conhecer as principais escolas e seus autores, além de pen-
sar os elementos de continuidade e de ruptura entre esses diversos momentos. Se você

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 425


não tem tanto tempo para estudar todas, priorize o Modernismo e depois o Realismo
e o Romantismo, pois essas escolas (nessa ordem) são as mais frequentes na prova.
Também é importante conseguir estabelecer relações entre a literatura com outras
artes e outros saberes.

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando


aspectos do contexto histórico, social e político.
• Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção
do texto literário.
• Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no
patrimônio literário nacional.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. O Modernismo costuma ser a escola literária mais cobrada pelo ENEM. Procure co-
nhecer bem suas características, o resumo de suas principais obras e suas contribui-
ções para a discussão da sociedade brasileira.
2. Os momentos sociais e políticos de conflito costumam apresentar uma produção lite-
rária bastante singular. Pesquise quais foram as obras literárias que foram feitas sob a
influência dos períodos autoritários do Estado Novo e da Ditadura Militar.
3. Navegue um pouco pela literatura portuguesa e brasileira e entenda melhor cada uma
de suas escolas. No site Literatura on Line, www.lol.pro.br, você encontrará um bom
material.
4. O filme Memórias Póstumas de Brás Cubas, de 2001, é bastante fiel ao livro de mesmo
nome, de Machado de Assis. Vale a pena assistir. Há outros filmes que também valem
a pena, como o Lavoura Arcaica, o Capitães de Areia e o A hora da estrela.

426 COMPETÊNCIA 5 - Literatura: Sociedade, Criação e Imaginação


Divida a sala em grupos e indique os autores mais representativos da literatura bra-
sileira. Peça para que cada grupo pesquise e apresente em aula a história pessoal de
cada um, o momento político e social em que viveram e em que movimento literário ele
é classificado. Em sala convide os grupos a estabelecer relações entre estas carac-
terísticas e as suas obras mais representativas, indicando como elas influenciaram a
produção de cada um.

1
Cárcere das almas

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,


Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza


Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e fechadas


Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!

Nesses silêncios solitários, graves,


que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!
CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura / Fundação Banco do Brasil, 1993.

Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto cultural do Simbolismo encontrados no


poema Cárcere das almas, de Cruz e Sousa, são

a) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosóficos.


b) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 427


c) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais.
d) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em imagens poéticas
inovadoras.
e) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor
de temas do cotidiano.

2
Só é meu
O país que trago dentro da alma.
Entro nele sem passaporte
Como em minha casa.
[...]
As ruas me pertencem.
Mas não há casas nas ruas.
As casas foram destruídas desde a minha infância.
Os seus habitantes vagueiam no espaço
À procura de um lar.
[...]
Só é meu
O mundo que trago dentro da alma.

BANDEIRA, M. Um poema de Chagall. In: Estrela da vida inteira: poemas traduzidos.


Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993 (fragmento).

A arte, em suas diversas manifestações, desperta


sentimentos que atravessam fronteiras culturais.
Relacionando a temática do texto com a imagem,
percebe-se a ligação entre a

a) alegria e a satisfação na produção das obras


modernistas.
b) memória e a lembrança passadas no íntimo
do enunciador.
c) saudade e o refúgio encontrados pelo homem
na natureza.
d) lembrança e o rancor relacionados ao seu
ofício original.
e) exaustão e o medo impostos ao corpo de todo
artista.

CHAGALL, M. Eu e a aldeia. Nova York, 1911. Disponível


em: pintoresonline.com.br.

428 COMPETÊNCIA 5 - Literatura: Sociedade, Criação e Imaginação


3
Texto I

Se eu tenho de morrer na flor dos anos,


Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!
Meu Deus, eu sinto e bem vês que eu morro
Respirando esse ar;
Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo
Os gozos do meu lar!

Dá-me os sítios gentis onde eu brincava


Lá na quadra infantil;
Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,
O céu de meu Brasil!
Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! Não seja já!
Eu quero ouvir cantar na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!

ABREU, C. Poetas românticos brasileiros. São Paulo: Scipione, 1993.

Texto II

A ideologia romântica, argamassada ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX,
introduziu-se em 1836. Durante quatro decênios, imperaram o “eu”, a anarquia, o liberalismo, o senti-
mentalismo, o nacionalismo, através da poesia, do romance, do teatro e do jornalismo (que fazia sua
aparição nessa época).
MOISÉS, M. A literatura brasileira através dos textos. São Paulo: Cultrix, 1971 (fragmento).

De acordo com as considerações de Massaud Moisés no Texto II, o Texto I centra-se

a) no imperativo do “eu”, reforçando a ideia de que estar longe do Brasil é uma forma de estar bem,
já que o país sufoca o eu lírico.
b) no nacionalismo, reforçado pela distância da pátria e pelo saudosismo em relação à paisagem
agradável onde o eu lírico vivera a infância.
c) na liberdade formal, que se manifesta na opção por versos sem métrica rigorosa e temática vol-
tada para o nacionalismo.
d) no fazer anárquico, entendida a poesia como negação do passado e da vida, seja pelas opções
formais, seja pelos temas.
e) no sentimentalismo, por meio do qual se reforça a alegria presente em oposição à infância, mar-
cada pela tristeza.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 429


4
Pobre Isaura! Sempre e em toda parte esta contínua importunação de senhores e de escra-
vos, que não a deixam sossegar um só momento! Como não devia viver aflito e atribulado aquele
coração! Dentro de casa contava ela quatro inimigos, cada qual mais porfiado em roubar-lhe a paz
da alma, e torturar-lhe o coração: três amantes, Leôncio, Belchior, e André, e uma êmula terrível e
desapiedada, Rosa. Fácil lhe fora repelir as importunações e insolências dos escravos e criados;
mas que seria dela, quando viesse o senhor?!...

GUIMARÃES, B. A escrava Isaura. São Paulo: Ática, 1995 (adaptado).

A personagem Isaura, como afirma o título do romance, era uma escrava. No trecho apresentado,
os sofrimentos por que passa a protagonista

a) assemelham-se aos das demais escravas do país, o que indica o estilo realista da abordagem
do tema da escravidão pelo autor do romance.
b) demonstram que, historicamente, os problemas vividos pelas escravas brasileiras, como Isau-
ra, eram mais de ordem sentimental do que física.
c) diferem dos que atormentavam as demais escravas do Brasil do século XIX, o que revela o
caráter idealista da abordagem do tema pelo autor do romance.
d) indicam que, quando o assunto era o amor, as escravas brasileiras, de acordo com a aborda-
gem lírica do tema pelo autor, eram tratadas como as demais mulheres da sociedade.
e) revelam a condição degradante das mulheres escravas no Brasil, que, como Isaura, de acor-
do com a denúncia feita pelo autor, eram importunadas e torturadas fisicamente pelos seus
senhores.

5
Isto

Dizem que finjo ou minto


Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo


O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio


Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.

430 COMPETÊNCIA 5 - Literatura: Sociedade, Criação e Imaginação


Sentir? Sinta quem lê!

PESSOA, F. Poemas escolhidos. São Paulo: Globo, 1997.

Fernando Pessoa é um dos poetas mais extraordinários do século XX. Sua obsessão pelo fazer
poético não encontrou limites. Pessoa viveu mais no plano criativo do que no plano concreto, e criar
foi a grande finalidade de sua vida. Poeta da “Geração Orfeu”, assumiu uma atitude irreverente.

Com base no texto e na temática do poema Isto, conclui-se que o autor

a) revela seu conflito emotivo em relação ao processo de escritura do texto.


b) considera fundamental para a poesia a influência dos fatos sociais.
c) associa o modo de composição do poema ao estado de alma do poeta.
d) apresenta a concepção do Romantismo quanto à expressão da voz do poeta.
e) separa os sentimentos do poeta da voz que fala no texto, ou seja, do eu lírico.

6 Confidência do Itabirano

Alguns anos vivi em Itabira.


Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e
[comunicação.

A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,


vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e
[sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.

De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:


esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...

Tive ouro, tive gado, tive fazendas.


Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!

ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 431


Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes do movimento modernista brasileiro. Com seus
poemas, penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poeticamente as inquietudes e os dilemas
humanos. Sua poesia é feita de uma relação tensa entre o universal e o particular, como se percebe
claramente na construção do poema Confidência do Itabirano. Tendo em vista os procedimentos de
construção do texto literário e as concepções artísticas modernistas, conclui-se que o poema acima

a) representa a fase heroica do modernismo, devido ao tom contestatório e à utilização de ex-


pressões e usos linguísticos típicos da oralidade.
b) apresenta uma característica importante do gênero lírico, que é a apresentação objetiva de
fatos e dados históricos.
c) evidencia uma tensão histórica entre o “eu” e a sua comunidade, por intermédio de imagens
que representam a forma como a sociedade e o mundo colaboram para a constituição do
indivíduo.
d) critica, por meio de um discurso irônico, a posição de inutilidade do poeta e da poesia em
comparação com as prendas resgatadas de Itabira.
e) apresenta influências românticas, uma vez que trata da individualidade, da saudade da infân-
cia e do amor pela terra natal, por meio de recursos retóricos pomposos.

7
Quincas Borba mal podia encobrir a satisfação do triunfo. Tinha uma asa de frango no prato,
e trincava-a com filosófica seneridade. Eu fiz-lhe ainda algumas objeções, mas tão frouxas, que ele
não gastou muito tempo em destruí-las.

– Para entender bem o meu sistema, concluiu ele, importa não esquecer nunca o princípio
universal, repartido e resumido em cada homem. Olha: a guerra, que parece uma calamidade,
é uma operação conveniente, como se disséssemos o estalar dos dedos de Humanitas; a fome
(e ele chupava filosoficamente a asa do frango), a fome é uma prova a que Humanitas sub-
mete a própria víscera. Mas eu não quero outro documento da sublimidade do meu sistema,
senão este mesmo frango. Nutriu-se de milho, que foi plantado por um africano, suponhamos,
importado de Angola. Nasceu esse africano, cresceu, foi vendido; um navio o trouxe, um navio
construído de madeira cortada no mato por dez ou doze homens, levado por velas, que oito
ou dez homens teceram, sem contar a cordoalha e outras partes do aparelho náutico. Assim,
este frango, que eu almocei agora mesmo, é o resultado de uma multidão de esforços e lutas,
executadas com o único fim de dar mate ao meu apetite.
ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Civilização Brasiliense, 1975.

A filosofia de Quincas Borba – a Humanitas – contém princípios que, conforme a explanação do


personagem, consideram a cooperação entre as pessoas uma forma de

a) lutar pelo bem da coletividade.


b) atender a interesses pessoais.
c) erradicar a desigualdade social.
d) minimizar as diferenças individuais.
e) estabelecer vínculos sociais profundos.

432 COMPETÊNCIA 5 - Literatura: Sociedade, Criação e Imaginação


8
Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, até mesmo
os brasileiros, se concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o cavaquinho de Porfiro,
acompanhado pelo violão do Firmo, romperam vibrantemente com um chorado baiano. Nada mais
que os primeiros acordes da música crioula para que o sangue de toda aquela gente despertasse
logo, como se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E seguiram-se outras notas, e
outras, cada vez mais ardentes e mais delirantes. Já não eram dois instrumentos que soavam,
eram lúbricos gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem serpenteando, como cobras numa
floresta incendiada; eram ais convulsos, chorados em frenesi de amor: música feita de beijos e
soluços gostosos; carícia de fera, carícia de doer, fazendo estalar de gozo.

AZEVEDO, A. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1983 (fragmento).

No romance O Cortiço (1890) de Aluízio Azevedo, as personagens são observadas como elementos
coletivos caracterizados por condicionantes de origem social, sexo e etnia. Na passagem trans-
crita, o confronto entre brasileiros e portugueses revela prevalência do elemento brasileiro, pois

a) destaca o nome de personagens brasileiras e omite o de personagens portuguesas.


b) exalta a força do cenário natural brasileiro e considera o do português inexpressivo.
c) mostra o poder envolvente da música brasileira, que cala o fado português.
d) destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário à tristeza dos portugueses.
e) atribui aos brasileiros uma habilidade maior com instrumentos musicais.

9
Ele se aproximou e com a voz cantante de nordestino
que a emocionou, perguntou-lhe:
— E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a
passear?
— Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa,
antes que ele mudasse de ideia.
— E se me permite, qual é mesmo a sua graça?
— Macabea.
— Maca — o quê?
— Bea, foi ela obrigada a completar.
— Me desculpe mas até parece doença, doença
de pele.
— Eu também acho esquisito mas minha mãe botou
ele por promessa a Nossa Senhora da Boa Morte se
eu vingasse, até um ano de idade eu não era chamada
porque não tinha nome, eu preferia continuar a nunca ser
chamada em vez de ter um nome que ninguém tem mas
parece que deu certo — parou um instante retomando o
fôlego perdido e acrescentou desanimada e com pudor
— pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...
[...]

433
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Numa das vezes em que se encontraram ela afinal
perguntou-lhe o nome.
— Olímpico de Jesus Moreira Chaves — mentiu
ele porque tinha como sobrenome apenas o de Jesus,
sobrenome dos que não têm pai. [...]
— Eu não entendo o seu nome — disse ela.
— Olímpico?
Macabea fingia enorme curiosidade escondendo
dele que ela nunca entendia tudo muito bem e que isso
era assim mesmo. Mas ele, galinho de briga que era,
arrepiou-se todo com a pergunta tola e que ele não
sabia responder. Disse aborrecido:
— Eu sei mas não quero dizer!
— Não faz mal, não faz mal, não faz mal... a gente
não precisa entender o nome.
LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1978 (fragmento).

Na passagem transcrita, a caracterização das personagens e o diálogo que elas estabelecem reve-
lam alguns aspectos centrais da obra, entre os quais se destaca a

a) ênfase metalinguística nas falas dos personagens, conscientes de sua limitação linguística e dis-
cursiva.
b) relação afetiva dos personagens, por meio da qual tentam superar as dificuldades de comunicação.
c) expressividade poética dos personagens, que procuram compreender a origem de seus nomes.
d) privação da palavra, que denota um dos fatores da exclusão social vivida pelos personagens.
e) consciência dos personagens de que o fingimento é uma estratégia argumentativa de persuasão.

10
Morte e vida Severina

Somos muitos Severinos


iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte Severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta

434
COMPETÊNCIA 5 - Literatura: Sociedade, Criação e Imaginação
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia.

MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio Janeiro: Nova Aguilar, 1994 (fragmento).

Nesse fragmento, parte de um auto de Natal, o poeta retrata uma situação marcada pela

a) presença da morte, que universaliza os sofrimentos dos nordestinos.


b) figura do homem agreste, que encara ternamente sua condição de pobreza.
c) descrição sentimentalista de Severino, que divaga sobre questões existenciais.
d) miséria, à qual muitos nordestinos estão expostos, simbolizada na figura de Severino.
e) opressão socioeconômica a que todo ser humano se encontra submetido.

11
A poesia que floresceu nos anos 70 do século XX é inquieta, anárquica, contestadora. A
“poesia marginal”, como ficou conhecida, não se filia a nenhuma estética literária em particular,
embora seja possível ver nela traços de algumas vanguardas que a precederam, como no poema
a seguir.

S.O.S
Chacal

(...) nós que não somos médicos psiquiatras


nem ao menos bons cristãos
nos dedicamos a salvar pessoas
que como nós
sofrem de um mal misterioso: o sufoco
CAMPEDELLI, Samira Y. Poesia Marginal dos Anos 70. São Paulo: Scipione, 1995 (adaptado).

Da leitura do poema e do texto crítico acima, infere-se que a poesia dos anos 70

a) recuperou traços da produção de vanguarda modernista.


b) eliminou o diálogo com as artes visuais e as artes plásticas.
c) utilizou com frequência versos metrificados e temas românticos.
d) valorizou a linguagem poética das formas consagradas.
e) atribuiu ao espaço poético um lugar de fuga e escapismo.

12
A verdade é que não me preocupo muito com o outro mundo. Admito Deus, pagador
celeste dos meus trabalhadores, mal remunerados cá na terra, e admito o diabo, futuro carras-
co do ladrão que me furtou uma vaca de raça. Tenho, portanto, um pouco de religião, embora
julgue que, em parte, ela é dispensável a um homem. Mas mulher sem religião é horrível. Co-
munista, materialista. Bonito casamento! Amizade com o Padilha, aquele imbecil. “Palestras

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 435


amenas e variadas”. Que haveria nas palestras? Reformas sociais, ou coisa pior. Sei lá! Mulher
sem religião é capaz de tudo.
RAMOS, Graciliano. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 1981, p. 131

Uma das características da prosa de Graciliano Ramos é ser bastante direta e enxuta. No
romance São Bernardo, o autor faz a análise psicológica de personagens e expõe desigualda-
des sociais com base na relação entre patrão e empregado, além da relação conjugal. Nesse
sentido, o texto revela

a) um narrador-personagem que coloca no mesmo plano Deus e o diabo e defende o livre-


-arbítrio feminino no tocante à religião.
b) um narrador onisciente que não participa da história, conhecedor profundo do caráter ma-
chista de Paulo Honório e da sua ideologia política.
c) uma narração em terceira pessoa que explora o aspecto objetivo e claro da linguagem para
associar o espaço interno do personagem ao espaço externo.
d) um discurso em primeira pessoa que transmite o caráter ambíguo da religiosidade do perso-
nagem e sua convicção acerca da relação que a mulher deve ter com a religião.
e) um narrador alheio às questões socioculturais e econômicas da sociedade capitalista e
que defende a divisão dos bens e o trabalho coletivo como modo de organização social e
política.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

436 COMPETÊNCIA 5 - Literatura: Sociedade, Criação e Imaginação


Linguagens e Códigos
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
6

TEXTO: CONTEXTO
E FUNÇÃO
Idealizadores:
437
Mateus Prado e Paulo Jubilut
O propósito desta competência é contínuo das diferentes práticas, alia-
fazer com que o leitor reflita sobre os do à reflexão constante sobre os usos
diferentes gêneros textuais, caracteri- da linguagem, que permitem a amplia-
zando os tipos de texto a eles vincu- ção dos recursos expressivos. A leitu-
lados. A partir de aspectos estruturais ra de textos pertencentes a diferentes
e estilísticos próprios dos diferentes gêneros, de textos próprios ou alheios,
tipos de texto, pretende-se levar o es- e a observação e análise de marcas
tudante a perceber como se constrói linguísticas recorrentes possibilitam
a relação texto/contexto (histórico, ao aluno ampliar seu repertório para
social, político, cultural e estético) e a responder às exigências impostas pe-
identificar marcas textuais associadas las diversas situações comunicativas.
a funções específicas (persuasão, in-
formação etc.).
Nesse sentido, o estudo da gramá-
tica normativa deve contribuir para o Os textos dessa página foram selecionados
desempenho linguístico do aluno, tan- de livros editados pelo INEP/MEC a respei-
to na recepção quanto na produção de to do exame que foi base para a matriz de
textos escritos e orais. É o exercício competências e habilidades do Novo ENEM.

É bom s
As ques
aber...

tumam tr es da competên
a c
jornalísti zer fragmentos ia 6 cos-
c d
pedir qu os, informativos e textos
e
algum da o aluno analise ou literários e
do nesse ou
material. interprete

438 COMPETÊNCIA 6 - Texto: Contexto e Função


Texto: Contexto e Função
COMPETÊNCIA
6

Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de


organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comu-
nicação e informação.

Nessa competência o ENEM requer que o candidato compreenda que os símbolos


que reconhecemos como instrumentos de comunicação são construções históricas e cul-
turais. É necessário compreender que texto não é só a produção verbal escrita, que exis-
tem vários tipos de símbolos que servem para a comunicação e que são caracterizados
como textos. Para servir para a comunicação todo texto apresenta um contexto, e algumas
questões da competência irão convidar o aluno a contextualizar os textos propostos. Entre
os contextos poderão aparecer o social, o cultural e o histórico.
Outro ponto que costuma ser cobrado nas questões é a identificação da função
do texto – todo texto tem uma função. As funções que podem aparecer são a narrativa, a
expositiva e a persuasiva.
Algumas questões dessa competência poderão envolver os recursos expressi-
vos da língua e os procedimentos de construção e recepção de textos. Articulação entre
ideias e proposições (relações lógico- semânticas) costumam aparecer e, para não errar,
o aluno deverá prestar bastante atenção na leitura dos fragmentos e do enunciado.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 439


AS HABILIDADES

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organiza-


ção e estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.
• Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de
interlocução.
• Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e
da identidade nacional.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Consulte charges políticas nos jornais diários. Elas são um tipo de texto. Você con-
segue entender todas? Qual informação, que não está no texto, foi necessária para
a compreensão de cada uma das charges? Imagine se você conseguiria entender a
mensagem que o autor quis passar se você visse a charge há um ano atrás. O que faz
com que a charge só tenha sentido neste momento?
2. Localize em jornais, revistas e em situações do seu dia a dia textos que não são escri-
tos de forma verbal. Identifique que contexto foi necessário que você soubesse para
compreender tais textos.

Recorte vários tipos de textos de jornais e revistas e distribua para grupos diferen-
tes na sala de aula. Proponha que indiquem quais textos têm função narrativa, quais têm
função persuasiva e quais têm função expositiva.

440 COMPETÊNCIA 6 - Texto: Contexto e Função


1
Diferentemente do texto escrito, que em geral compele os leitores a lerem numa onda li-
near – da esquerda para a direita e de cima para baixo, na página impressa – hipertextos encora-
jam os leitores a moverem-se de um bloco de texto a outro, rapidamente e não sequencialmente.
Considerando que o hipertexto oferece uma multiplicidade de caminhos a seguir, podendo ainda
o leitor incorporar seus caminhos e suas decisões como novos caminhos, inserindo informações
novas, o leitor-navegador passa a ter um papel mais ativo e uma oportunidade diferente da de
um leitor de texto impresso. Dificilmente dois leitores de hipertextos farão os mesmos caminhos
e tomarão as mesmas decisões.

MARCUSCHI, L. A. Cognição, linguagem e práticas interacionais. Rio: Lucerna, 2007.

No que diz respeito à relação entre o hipertexto e o conhecimento por ele produzido, o texto
apresentado deixa claro que o hipertexto muda a noção tradicional de autoria, porque

a) é o leitor que constrói a versão final do texto.


b) o autor detém o controle absoluto do que escreve.
c) aclara os limites entre o leitor e o autor.
d) propicia um evento textual-interativo em que apenas o autor é ativo.
e) só o autor conhece o que eletronicamente se dispõe para o leitor.

2
Se os tubarões fossem homens

Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentis com os peixes pequenos?

Certamente, se os tubarões fossem homens, fariam construir resistentes gaiolas no mar para os peixes
pequenos, com todo o tipo de alimento, tanto animal como vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tives-
sem sempre água fresca e adotariam todas as providências sanitárias.

Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas. Nas aulas, os peixinhos aprenderiam como nadar
para a goela dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo, a usar a geografia para localizar os grandes
tubarões deitados preguiçosamente por aí. A aula principal seria, naturalmente, a formação moral dos
peixinhos. A eles seria ensinado que o ato mais grandioso e mais sublime é o sacrifício alegre de um
peixinho e que todos deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando estes dissessem que cuida-
vam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que este futuro só estaria garantido se aprendes-
sem a obediência.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 441


Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos seria condecorado com uma pequena
Ordem das Algas e receberia o título de herói.

BRECHT, B. Histórias do Sr. Keuner. São Paulo: Ed. 34, 2006 (adaptado).

Como produção humana, a literatura veicula valores que nem sempre estão representados diretamen-
te no texto, mas são transfigurados pela linguagem literária e podem até entrar em contradição com
as convenções sociais e revelar o quanto a sociedade perverteu os valores humanos que ela própria
criou. É o que ocorre na narrativa do dramaturgo alemão Bertolt Brecht mostrada. Por meio da hipótese
apresentada, o autor

a) demonstra o quanto a literatura pode ser alienadora ao retratar, de modo positivo, as relações de
opressão existentes na sociedade.
b) revela a ação predatória do homem no mar, questionando a utilização dos recursos naturais pelo
homem ocidental.
c) defende que a força colonizadora e civilizatória do homem ocidental valorizou a organização das so-
ciedades africanas e asiáticas, elevando-as ao modo de organização cultural e social da sociedade
moderna.
d) questiona o modo de organização das sociedades ocidentais capitalistas, que se desenvolveram
fundamentadas nas relações de opressão em que os mais fortes exploram os mais fracos.
e) evidencia a dinâmica social do trabalho coletivo em que os mais fortes colaboram com os mais
fracos, de modo a guiá-los na realização de tarefas.

XAVIER, C. Disponível em: http://www.releituras.com. Acesso em: 03 set. 2010.

442 COMPETÊNCIA 6 - Texto: Contexto e Função


Considerando a relação entre os usos oral e escrito da língua, tratada no texto, verifica-se que a escrita

a) modifica as ideias e intenções daqueles que tiveram seus textos registrados por outros.
b) permite, com mais facilidade, a propagação e a permanência de ideias ao longo do tempo.
c) figura como um modo comunicativo superior ao da oralidade.
d) leva as pessoas a desacreditarem nos fatos narrados por meio da oralidade.
e) tem seu surgimento concomitante ao da oralidade.

4
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CPI)
Biblioteca Goiandira Ayres de Couto

Departamento Estadual de Trânsito de Goiás.


Manual de primeiros socorros no trânsito / DETRAN-GO;
(org.) Clives Pereira Sanches. Goiânia: DETRAN-GO, 2005
25 p. ; il.
1. Primeiros Socorros. 2. Trânsito. 3. Acidentes. 4.
Emergências. I. Sanches, Clives Pereira. II. Título.

CDU: 351.88:656.11(81)

Disponível em: http://www.scg.goias.gov.br. Acesso em: 28 jul. 2010.

O exemplo de gênero textual citado é largamente utilizado em bibliotecas. Suas características o


definem como pertencente ao gênero

a) aviso, por instruir o leitor a identificar o autor.


b) ficha, que é utilizada para identificar uma obra.
c) formulário, que contém informações sobre o autor.
d) lista, por relacionar os assuntos da obra.
e) manual, que define os passos da busca.

5
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina,
diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-
-se na calçada, ainda úmida da chuva, e descansou na pedra o cachimbo.

Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu
os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.

TREVISAN, D. Uma vela para Dario. Cemitério de Elefantes. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964 (adaptado).

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 443


No texto, um acontecimento é narrado em linguagem literária. Esse mesmo fato, se relatado em
versão jornalística, com características de notícia, seria identificado em:

a) Aí, amigão, fui diminuindo o passo e tentei me apoiar no guarda-chuva...mas não deu. Encostei
na parede e fui escorregando. Foi mal, cara! Perdi os sentidos ali mesmo. Um povo que passa-
va falou comigo e tentou me socorrer. E eu, ali, estatelado, sem conseguir falar nada! Cruzes!
Que mal!
b) O representante comercial Dario Ferreira, 43 anos, não resistiu e caiu na calçada da Rua da
Abolição, quase esquina com a Padre Vieira, no centro da cidade, ontem por volta do meio-dia.
O homem ainda tentou apoiar-se no guarda-chuva que trazia, mas não conseguiu. Aos popula-
res que tentaram socorrê-lo não conseguiu dar qualquer informação.
c) Eu logo vi que podia se tratar de um ataque. Eu vinha logo atrás. O homem, todo aprumado, de
guarda-chuva no braço e cachimbo na boca, dobrou a esquina e foi diminuindo o passo até
se sentar no chão da calçada. Algumas pessoas que passavam pararam para ajudar, mas ele
nem conseguia falar.
d) Vítima
Idade: entre 40 e 45 anos
Sexo: masculino
Cor: branca
Ocorrência: Encontrado desacordado na Rua da Abolição, quase esquina com Padre Vieira.
Ambulância chamada às 12h34min por homem desconhecido. A caminho.
e) Pronto socorro? Por favor, tem um homem caído na calçada da rua da Abolição, quase es-
quina com a Padre Vieira. Ele parece desmaiado. Tem um grupo de pessoas em volta dele.
Mas parece que ninguém aqui pode ajudar. Ele precisa de uma ambulância rápido. Por favor,
venham logo!

LAERTE. Disponível em: http:://blog.educacional.com.br.Acesso em: 8 set.2011.

Que estratégia argumentativa leva o personagem do terceiro quadrinho a persuadir sua inter-
locutora?

a) Prova concreta, ao expor o produto ao consumidor.


b) Consenso, ao sugerir que todo vendedor tem técnica.
c) Raciocínio lógico, ao relacionar uma fruta com um produto eletrônico.
d) Comparação, ao enfatizar que os produtos apresentados anteriormente são inferiores.
e) Indução, ao elaborar o discurso de acordo com os anseios do consumidor.

444 COMPETÊNCIA 6 - Texto: Contexto e Função


7
Sentimental

1 Ponho-me a escrever teu nome


com letras de macarrão.
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas
4 e debruçados na mesa todos contemplam
esse romântico trabalho.

Desgraçadamente falta uma letra,


7 uma letra somente
Para acabar teu nome!

- Está sonhando? Olhe que a sopa esfria!

10 Eu estava sonhando...
E há em todas as consciências este cartaz amarelo:
“Neste país é proibido sonhar.”

ANDRADE, C. D. Seleta em Prosa e Verso. Rio de Janeiro: Record, 1995.

Com base na leitura do poema, a respeito do uso e da predominância das funções da linguagem no
texto de Drummond, pode-se afirmar que

a) por meio dos versos “ Ponho-me a escrever teu nome” (v.1) e “esse romântico trabalho” (v. 5), o
poeta faz referências ao seu próprio ofício: o gesto de escrever poemas lirícos.
b) a linguagem essencialmente poética que constitui os versos “No prato, a sopa esfria, cheia de
escamas e debruçados na mesa todos contemplam” (v.3 e 4) confere ao poema uma atmosfera
irreal e impede o leitor de reconhecer no texto dados constitutivos de uma cena realista.
c) na primeira estrofe, o poeta constrói uma linguagem centrada na amada, receptora da mensa-
gem, mas, na segunda, ele deixa de se dirigir a ela e passa a exprimir o que sente.
d) em “Eu estava sonhando...”(v.10), o poeta demonstra que está mais preocupado em responder
à pergunta feita anteriormente e, assim, dar continuidade ao diálogo com seus interlocutores do
que em expressar algo sobre si mesmo.
e) no verso “Neste país é proibido sonhar.” (v.12), o poeta abandona a linguagem poética para fazer
uso da função referencial, informando sobre o conteúdo do “cartaz amarelo” (v.11) presente no local.

8
A maratona é a mais longa, difícil e emocionante prova olímpica. Desde 1924, seu percurso é
de 42,195 km. Tudo começou no ano de 490 a.C., quando os soldados gregos e persas travaram uma
batalha que se desenrolou entre a cidade de Maratona e o mar Egeu. A luta estava difícil para os gre-
gos. Comandados por Dario, os persas avançavam seu exército em direção a Maratona. Milcíades,
o comandante grego, chamou o soldado Fílcides para pedir reforços. Ele levou o apelo de cidade em
cidade até chegar a Atenas, 40 km distante. Com os reforços, os gregos venceram. Milcíades ordenou
que Fílcides fosse outra vez a Atenas para informar que tinham vencido a batalha. Quando Fílcides

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 445


chegou ao seu destino, só teve forças para dizer uma palavra: “Vencemos”. E caiu morto.
DUARTE, Marcelo. O guia dos curiosos, São Paulo, Companhia das Letras, 1995, p. 197.

No texto, de natureza informativa,

a) os dois primeiros períodos são dissertativos e os seguintes são narrativos.


b) descrição, argumentação e narração estão entrelaçadas nos fatos apresentados.
c) os três primeiros períodos são argumentativos e os seguintes são narrativos.
d) os segmentos argumentativos e descritivos predominam.
e) todos os períodos constituem-se como narrativas.

9
Metáfora
Gilberto Gil

Uma lata existe para conter algo.


Mas quando o poeta diz: “Lata”
Pode estar querendo dizer o incontível

Uma meta existe para ser um alvo,


Mas quando o poeta diz: “Meta”
Pode estar querendo dizer o inatingível

Por isso não se meta a exigir do poeta


Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudonada cabe,
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível

Deixe a meta do poeta não discuta,


Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora.
Disponível em: http://www.terra.com.br. Acesso em: 5 fev. 2009.

A metáfora é a figura de linguagem identificada pela comparação subjetiva, pela semelhança ou ana-
logia entre elementos. O texto de Gilberto Gil brinca com a linguagem remetendo-nos a essa conheci-
da figura. O trecho em que se identifica a metáfora é:

a) “Uma lata existe para conter algo”.


b) “Mas quando o poeta diz: ‘Lata’”.
c) “Uma meta existe para ser um alvo”.
d) “Por isso não se meta a exigir do poeta”.
e) “Que determine o conteúdo em sua lata”.

446 COMPETÊNCIA 6 - Texto: Contexto e Função


10
Às vezes na
vida temos
que parar
para um
balanço.

LAERTE. Disponível em: http://claudiagiron.blog.terra.com.br. Acesso em: 8 set. 2011.

Na tira, o recurso utilizado para produzir humor é a

a) transformação da inércia em movimento por meio do balanço.


b) universalização do enunciador por meio do uso da primeira pessoa do plural.
c) polissemia da palavra balanço, ou seja, seus múltiplos sentidos.
d) pressuposição de que o ócio é melhor que o trabalho.
e) metaforização da vida como caminho a ser seguido continuamente.

11
O hipertexto refere-se à escritura eletrônica não sequencial e não linear, que se bifurca
e permite ao leitor o acesso a um número praticamente ilimitado de outros textos a partir de
escolhas locais e sucessivas, em tempo real. Assim, o leitor tem condições de definir intera-
tivamente o fluxo de sua leitura a partir de assuntos tratados no texto sem se prender a uma
sequência fixa ou a tópicos estabelecidos por um autor. Trata-se de uma forma de estruturação
textual que faz do leitor simultaneamente coautor do texto final. O hipertexto se caracteriza,
pois, como um processo de escritura/leitura eletrônica multilinearizado, multisequencial e in-
determinado, realizado em um novo espaço de escrita. Assim, ao permitir vários níveis de tra-
tamento de um tema, o hipertexto oferece a possibilidade de múltiplos graus de profundidade
simultaneamente, já que não tem sequência definida, mas liga textos não necessariamente
correlacionados.

MARCUSCHI, L. A. Disponível em: http://www.pucsp.br. Acesso em: 29 jun. 2011.

O computador mudou nossa maneira de ler e escrever, e o hipertexto pode ser considerado
como um novo espaço de escrita e leitura. Definido como um conjunto de blocos autônomos
de texto, apresentado em meio eletrônico computadorizado e no qual há remissões associando
entre si diversos elementos, o hipertexto

a) é uma estratégia que, ao possibilitar caminhos totalmente abertos, desfavorece o leitor, ao


confundir os conceitos cristalizados tradicionalmente.
b) é uma forma artificial de produção da escrita, que, ao desviar o foco da leitura, pode ter
como consequência o menosprezo pela escrita tradicional.
c) exige do leitor um maior grau de conhecimentos prévios, por isso deve ser evitado pelos

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 447


estudantes nas suas pesquisas escolares.
d) facilita a pesquisa, pois proporciona uma informação específica, segura e verdadeira, em
qualquer site de busca ou blog oferecidos na internet.
e) possibilita ao leitor escolher seu próprio percurso de leitura, sem seguir sequência prede-
terminada, constituindo-se em atividade mais coletiva e colaborativa.

12

Disponível em: http://ziraldo.blogtv.uol.com.br. Acesso em: 27 jul. 2010.

O cartaz de Ziraldo faz parte de uma campanha contra o uso de drogas. Essa abordagem, que se
diferencia das de outras campanhas, pode ser identificada

a) pela seleção do público alvo da campanha, representado, no cartaz, pelo casal de jovens.
b) pela escolha temática do cartaz, cujo texto configura uma ordem aos usuários e não usuários:
diga não às drogas.
c) pela ausência intencional do acento grave, que constrói a ideia de que não é a droga que faz a
cabeça do jovem.
d) pelo uso da ironia, na oposição imposta entre a seriedade do tema e a ambiência amena que
envolve a cena.
e) pela criação de um texto de sátira à postura dos jovens, que não possuem autonomia para seguir
seus caminhos.

448 COMPETÊNCIA 6 - Texto: Contexto e Função


13
A PREGUIÇA É A MÃE DE
TODOS OS VÍCIOS, MAS UMA
MÃE É UMA MÃE E É PRECISO
RESPEITÁ-LA, PRONTO!

Disponível em: http://clubedamafalda.blogspot.com.br. Acesso em: 21 set. 2011.

Nessa charge, o recurso morfossintático que colabora para o efeito de humor está indicado
pelo(a)

a) emprego de uma oração adversativa, que orienta a quebra da expectativa ao final.


b) uso de conjunção aditiva, que cria uma relação de causa e efeito entre as ações.
c) retomada do substantivo “mãe”, que desfaz a ambiguidade dos sentidos a ele atribuídos.
d) utilização da forma pronominal “la”, que reflete um tratamento formal do filho em relação
à “mãe”.
e) repetição da forma verbal “é”, que reforça a relação de adição existente entre as orações.

14

Disponível em: http://portal.saude.gov.br. Acesso em: 03 set. 2010. Disponível em: http://www.dukechargista.com.br. Acesso em: 03 set. 2010.

Todo texto apresenta uma intenção, da qual derivam as escolhas linguísticas que o compõem. O
texto da campanha publicitária e o da charge apresentam, respectivamente, composição textual
pautada por uma estratégia

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 449


a) expositiva, porque informa determinado assunto de modo isento; e interativa, porque apresenta
intercâmbio verbal entre dois personagens.
b) descritiva, pois descreve ações necessárias ao combate à dengue; e narrativa, pois um dos
personagens conta um fato, um acontecimento.
c) injuntiva, uma vez que, por meio do cartaz, diz como se deve combater a dengue; e dialogal,
porque estabelece uma interação oral.
d) narrativa, visto que apresenta relato de ações a serem realizadas; e descritiva, pois um dos
personagens descreve a ação realizada.
e) persuasiva, com o propósito de convencer o interlocutor a combater a dengue; e dialogal, pois
há a interação oral entre os personagens.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

450 COMPETÊNCIA 6 - Texto: Contexto e Função


Linguagens e Códigos
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
7

OPINIÕES E
PONTOS DE VISTA
Idealizadores:
451
Mateus Prado e Paulo Jubilut
O desenvolvimento desta com- desenvolvendo seus talentos, sendo
petência deve possibilitar ao aluno a capaz de tomar decisões por si mesmo
identificação, o reconhecimento e a e permanecendo, tanto quanto possí-
reflexão crítica sobre as estratégias vel, dono do seu próprio destino.
e procedimentos argumentativos, ve- Assim, é fundamental que os estu-
rificáveis em diferentes linguagens, dantes tenham noções de argumentos
para realizar o convencimento do in- e contraargumentos, baseados em ra-
terlocutor: os recursos verbais e não ciocínios lógicos, em pressuposições,
verbais, os modos de revelar opiniões em máximas, em crenças e valores
divergentes em textos diversificados, compartilhados entre os interlocuto-
os embates de ideias e interesses que res, em fatos, em exemplos, em rela-
permeiam os discursos sociais. ções intertextuais. E, ainda, conheçam
Neste caso, a educação deve outros procedimentos argumentativos
estar comprometida com o desenvol- importantes para realizar o convenci-
vimento total da pessoa, com a pre- mento do interlocutor: as figuras de
paração do indivíduo para elaborar pensamento e de sintaxe, a escolha
pensamentos autônomos e críticos e lexical, as expressões de valor fixo, a
formular os seus próprios juízos de va- ironia, a paródia, as citações, aalusão,
lor, com a construção da sua identida- os argumentos de autoridade.
de. Dessa forma, é preciso criar condi-
ções para que o aluno possa exercitar
a liberdade de pensamento, o discer-
nimento, o sentimento e a imaginação, Os textos dessa página foram selecionados
de livros editados pelo INEP/MEC a respei-
to do exame que foi base para a matriz de
É bom s competências e habilidades do Novo ENEM.
As questõ aber...
mentos p es irão apresenta
a r
objetivos ra que o aluno pro um ou dois frag-
d
convenc o autor e os recu cure entender os
e rs
dois frag r o leitor. Quando os utilizados para
mentos, v são apre
A leitura o s
atenta do cê precisará com entados
s fragme
ntos é es pará-los.
sencial.

452 COMPETÊNCIA 7 - Opiniões e Pontos de Vista


Opiniões e Pontos de Vista
COMPETÊNCIA
7

Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifesta-


ções específicas.

Nessa competência o aluno precisa identificar como, em textos orais e escritos,


são utilizadas estratégias para criar ou mudar comportamentos e hábitos.
Os conteúdos associados a essa competência são aqueles relacionados à orga-
nização e progressão textual no texto argumentativo, papéis sociais e comunicativos dos
interlocutores e relações entre usos e propósitos comunicativos.
O aluno precisa estar preparado para compreender que na sociedade existem vá-
rios interesses e que as pessoas procuram fazer valer os que mais lhe convém. O ENEM,
nessa competência, tem a preocupação de que o concluinte do Ensino Médio tenha a
capacidade de descobrir os objetivos daqueles com quem nos relacionamos. Um ponto de
vista nunca é neutro e, sempre, os discursos destacam os argumentos que lhe são conve-
nientes. As questões dessa competência irão convidar o aluno a identificar as estratégias
de convencimento e os interesses associados aos argumentos disponibilizados. Também
podem aparecer situações nas quais o aluno precisará julgar se os argumentos utilizados
para a defesa de um ponto de vista têm lógica, ou quais argumentos são compatíveis, ou
incompatíveis, com o texto apresentado anteriormente.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 453


Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não-verbais utilizados


com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos.
• Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.
• Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público alvo,
pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados.
• Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento
do público, tais como a intimidação, sedução, comoção, chantagem, entre outras.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Alguns jornais, como a Folha de São Paulo, costumam trazer artigos em que autores
defendem diferentes pontos de vista. Leia alguns desses artigos. Depois liste os argu-
mentos utilizados por cada autor e então indique as diferenças entre os argumentos.
2. Escolha um assunto, de preferência do cenário político, que foi pauta nacional na se-
mana. Selecione textos de vários sites, jornais e revistas sobre o mesmo assunto. Faça
uma tabela indicando como cada publicação se posiciona sobre esse tema.
3. Selecione um tema sobre o qual seja possível promover uma discussão polêmica. Pode
ser o tema dos transgênicos, células tronco, aborto, reforma agrária, algo assim. Liste
alguns argumentos defendendo uma posição em relação ao tema e outros defendendo
a posição contrária. Apesar de sua posição com relação ao assunto, tome cuidado
para que, nos dois casos, seus argumentos tenham lógica argumentativa.

A discussão sobre o roubo do relógio Rolex do apresentador Luciano Huck pode


gerar uma boa aula. Separe o texto em que Luciano reclama do roubo do relógio, o texto
do poeta Ferrez criticando o apresentador e os textos do músico Zeca Baleiro posicio-
nando-se sobre a polêmica. Destaque os principais trechos de cada texto. Separe a

454 COMPETÊNCIA 7 - Opiniões e Pontos de Vista


sala de forma que cada grupo defenda os argumentos de um dos 3 interlocutores. Não se
esqueça de que o importante não é encontrar quem está correto na discussão, mas sim
entender os argumentos de cada um.

APADRINHE. IGUAL AO JOÃO, MILHARES DE CRIANÇAS TAMBÉM PRECISAM DE UM MELHOR


AMIGO. SEJA O MELHOR AMIGO DE UMA CRIANÇA.
Anúncio assinado pelo Fundo Cristão para Crianças CCF-Brasil. Revista IstoÉ. São Paulo: Três, ano 32, n° 2079, 16 set. 2009.

Pela forma como as informações estão organizadas, observa-se que, nessa peça publicitária, pre-
dominantemente, busca-se

a) conseguir a adesão do leitor à causa anunciada.


b) reforçar o canal de comunicação com o interlocutor.
c) divulgar informações a respeito de um dado assunto.
d) enfatizar os sentimentos e as impressões do próprio enunciador.
e) ressaltar os elementos estéticos, em detrimento do conteúdo veiculado.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 455


2
No Brasil, a condição cidadã, embora dependa da leitura e da escrita, não se basta pela
enunciação do direito, nem pelo domínio desses instrumentos, o que, sem dúvida, viabiliza melhor
participação social. A condição cidadã depende, seguramente, da ruptura com o ciclo da pobreza,
que penaliza um largo contingente populacional.
Formação de leitores e construção da cidadania, memória e presença do PROLER. Rio de Janeiro: FBN, 2008.

Ao argumentar que a aquisição das habilidades de leitura e escrita não são suficientes para garantir
o exercício da cidadania, o autor

a) critica os processos de aquisição da leitura e da escrita.


b) fala sobre o domínio da leitura e da escrita no Brasil.
c) incentiva a participação efetiva na vida da comunidade.
d) faz uma avaliação crítica a respeito da condição cidadã do brasileiro.
e) define instrumentos eficazes para elevar a condição social da população do Brasil.

Você sabia que as metrópoles são as grandes consumidoras dos produtos feitos com recur-
sos naturais da Amazônia? Você pode diminuir os impactos à floresta adquirindo produtos com
selos de certificação. Eles são encontrados em itens que vão desde lápis e embalagens de pa-
pelão até móveis, cosméticos e materiais de construção. Para receber os selos esses produtos
devem ser fabricados sob 10 princípios éticos, entre eles o respeito à legislação ambiental e aos
direitos de povos indígenas e populações que vivem em nossas matas nativas.

Vida simples. Ed. 74, dez. 2008.

O texto e a imagem têm por finalidade induzir o leitor a uma mudança de comportamento a partir do(a)

456 COMPETÊNCIA 7 - Opiniões e Pontos de Vista


a) consumo de produtos naturais provindos da Amazônia.
b) cuidado na hora de comprar produtos alimentícios.
c) verificação da existência do selo de padronização de produtos industriais.
d) certificação de que o produto foi fabricado de acordo com os princípios éticos.
e) verificação da garantia de tratamento dos recursos naturais utilizados em cada produto.

VERÍSSIMO, L. F. As cobras em: Se Deus existe que eu seja atingido por um raio. Porto Alegre: L&PM, 1997.

O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com relação ao uso de pronome pessoal reto,
em vez de pronome oblíquo. De acordo com a norma padrão da língua, esse uso é inadequado, pois

a) contraria o uso previsto para o registro oral da língua.


b) contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito e objeto.
c) gera inadequação na concordância com o verbo.
d) gera ambiguidade na leitura do texto.
e) apresenta dupla marcação de sujeito.

5
Quando a propaganda é decisiva na troca de marcas

Todo supermercadista sabe que, quando um produto está na mídia, a procura pelos consumidores
aumenta. Mas, em algumas categorias, a influência da propaganda é maior, de acordo com pesquisa
feita com 400 pessoas pela consultoria YYY e com exclusividade para o supermercado XXX.

O levantamento mostrou que, mesmo não sendo a razão o fator mais apontado para trocar de mar-
ca, não se pode ignorar a força das campanhas publicitárias. Em algumas categorias, um terço dos
respondentes atribuem a mudança à publicidade. Para Nicanor Guerreiro, a propaganda estabelece
uma relação mais “emocional” da marca com o público. “Todos sentimos necessidade de consumir
produtos que sejam ‘aceitos’ pelas outras pessoas. Por isso, a comunicação faz o papel de endosso
das marcas”, afirma. O executivo ressalta, no entanto, que nada disso adianta se o produto não cum-
prir as promessas transmitidas nas ações de comunicação. Um dos objetivos da propaganda é tornar
o produto aspiracional, despertando o desejo de experimentá-lo. O que o consumidor deseja é o que
a loja vende. E é isso o que o supermercadista precisa ter sempre em mente.
Veja o gráfico:

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 457


Categorias em que a influência da propaganda na troca de
marcas atinge mais de 20% dos consumidores
Creme dental 31%
Biscoito 29%
Margarina 29%
Bebida energética 27%
Condicionador 26%
Shampoo 26%
Sabonete 26%
Prato congelado 21%
Achocolatado líquido 21%

De acordo com o texto e com as informações fornecidas pelo gráfico, para aumentar as vendas de
produtos, é necessário que

a) a campanha seja centrada em produtos alimentícios, a fim de aumentar o percentual de troca


atual que se apresenta como o mais baixo.
b) a preferência de um produto ocorra por influência da propaganda devido à necessidade emo-
cional das marcas.
c) a propaganda influencie na troca de marca e que o consumidor valorize a qualidade do pro-
duto.
d) os produtos mais vendidos pelo comércio não sejam divulgados para o público como tal.
e) as marcas de qualidade inferior constituam o foco da publicidade por serem mais econômicas.

6
LXXVIII (Camões, 1525?-1580)

Leda serenidade deleitosa,


Que representa em terra um paraíso;
Entre rubis e perlas doce riso;
Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa;

Presença moderada e graciosa,


Onde ensinando então despejo e siso
Que se pode por arte e por aviso,
Como por natureza, ser fermosa;

Fala de quem a morte e a vida pende,


Rara, suave; enfim, Senhora, vossa;
Repouso nela alegre e comedido:

Estas as armas são com que me rende


E me cativa Amor; mas não que possa

458 COMPETÊNCIA 7 - Opiniões e Pontos de Vista


Despojar-me da glória de rendido.

CAMÕES, L. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008.

SANZIO, R. (1483-1520) A mulher com o unicórnio.


Roma, Galleria Borghese. Disponível em: www.arquipela-
gos.pt. Acesso em: 29 fev. 2012.

A pintura e o poema, embora sendo produtos de duas linguagens artísticas diferentes, participaram
do mesmo contexto social e cultural de produção pelo fato de ambos

a) apresentarem um retrato realista, evidenciado pelo unicórnio presente na pintura e pelos adjetivos
usados no poema.
b) valorizarem o excesso de enfeites na apresentação pessoal e na variação de atitudes da mu-
lher, evidenciadas pelos adjetivos do poema.
c) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela sociedade e o equilíbrio, evidencia-
dos pela postura, expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados no poema.
d) desprezarem o conceito medieval da idealização da mulher como base da produção artística, evi-
denciado pelos adjetivos usados no poema.
e) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela emotividade e o conflito interior, evidencia-
dos pela expressão da moça e pelos adjetivos do poema.

7
TEXTO I

Pessoas e sociedades

Pessoa, no seu conceito jurídico, é todo ente capaz de direitos e obrigações. As pessoas po-
dem ser físicas ou jurídicas.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 459


Pessoa física - É a pessoa natural; é todo ser humano, é todo indivíduo (sem qualquer exceção).
A existência da pessoa física termina com a morte. É o próprio ser humano. Sua personalidade
começa com o seu nascimento (artigo 4º do Código Civil Brasileiro). No decorrer da sua vida,
a pessoa física constituirá um patrimônio, que será afastado, por fim, em caso de morte, para
transferência aos herdeiros.

Pessoa jurídica - É a existência legal de uma sociedade, associação ou instituição, que aferiu o
direito de ter vida própria e isolada das pessoas físicas que a constituíram. É a união de pessoas
capazes de possuir e exercitar direitos e contrair obrigações, independentemente das pessoas
físicas, através das quais agem. É, portanto, uma nova pessoa, com personalidade distinta da de
seus membros (da pessoa natural). Sua existência legal dá-se em decorrência de leis e só nas-
cerá após o devido registro nos órgãos públicos competentes (Cartórios ou Juntas Comerciais).

POLONI, A. S. Disponível em: http://uj.novaprolink.com.br. Acesso em: 30 ago. 2011 (adaptado).

TEXTO II

Disponível em: www.respirandodireito.blogspot.com. Acesso em: 30 ago. 2011.

Os textos I e II tratam da definição de pessoa física e de pessoa jurídica. Considerando sua


função social, o cartum faz uma paródia do artigo científico, pois

a) explica o conceito de pessoa física em linguagem coloquial e informal.


b) compara pessoa física e jurídica ao explorar dois tipos de profissão.
c) subverte o conceito de pessoa física com uma escolha lexical equivocada.
d) acrescenta conhecimento jurídico ao definir pessoa física.
e) complementa as definições promovidas por Antonio Poloni.

460 COMPETÊNCIA 7 - Opiniões e Pontos de Vista


8 Não somos tão especiais

Todas as características tidas como exclusivas


dos humanos são compartilhadas por outros
animais, ainda que em menor grau.

INTELIGÊNCIA
A ideia de que somos os únicos animais racio-
nais tem sido destruída desde os anos 40. A
maioria das aves e mamíferos tem algum tipo de
raciocínio.

AMOR
O amor, tido como o mais elevado dos sentimen-
tos, é parecido em várias espécies, como os
corvos, que também criam laços duradouros, se
preocupam com o ente querido e ficam de luto
depois de sua morte.

CONSCIÊNCIA
Chimpanzés se reconhecem no espelho. Oran-
gotangos observam e enganam humanos distra-
ídos. Sinais de que sabem quem são e se distin-
guem dos outros. Ou seja, são conscientes.

CULTURA
O primatologista Frans de Waal juntou vários exemplos de cetáceos e primatas que são capazes de
aprender novos hábitos e de transmiti-los para as gerações seguintes. O que é cultura se não isso?

BURGIERMAN, D. Superinteressante,n.190,jul.2003.

O título do texto traz o ponto de vista do autor sobre a suposta supremacia dos humanos em relação
aos outros animais. As estratégias argumentativas utilizadas para sustentar esse ponto de vista são

a) definição e hierarquia. d) finalidade e meios.


b) exemplificação e comparação. e) autoridade e modelo.
c) causa e conseqüência.

9 TEXTO I

Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E
parece-me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns
deles traziam arcos e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa
que lhes davam. [...] Andavam todos tão bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com suas

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 461


tinturas que muito agradavam.
CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).

TEXTO II

Portinari, C. O descobrimento do Brasil. 1956. Óleo sobre tela, 199x169 cm Disponível em: www.portinari.org.br. Acesso em: 12 jun. 2013.

Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Porti-
nari retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que

a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas
dos portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária.
b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação
é a afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna.
c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente
da terra, e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos.
d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes -verbal e não verbal-, cumprem a
mesma função social e artística.
e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzi-
das em um mesmo momento histórico, retratando a colonização.

10 Como ganhar qualquer discussão

A verdade nem sempre depende de fatos — nos jornais, no Congresso ou no boteco, ela é frequente-
mente empacotada com táticas perversas e milenares. Conhecer essas técnicas é um bom jeito de se
defender contra elas (e fazer a sua opinião prevalecer).

462 COMPETÊNCIA 7 - Opiniões e Pontos de Vista


1. Capte a benevolência — Siga a dica da retórica romana (captatio benevolentiae) e adule o
interlocutor.
2. Exagere o argumento do adversário — É a “técnica do espantalho”, também chamada de am-
pliação indevida pelo filósofo Arthur Schopenhauer.
3. Entre na onda — Concorde com parte dos argumentos do outro para, a partir daí, traçar a
própria conclusão.

Outras dicas do mal:


• Mantenha a calma (o tom de fala vale mais que bons argumentos).
• Invalide as opiniões do adversário, desqualificando-o sem questioná-lo.
• Repita o argumento do outro, mas agora a seu favor.
• Revele que está usando uma tática para ganhar a discussão (aproveite para fingir que você
venceu).
NARLOCH, L. Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 27 out. 2011 (fragmento).

O fragmento, retirado de uma revista de divulgação científica, constrói-se em tom de humor, a partir de
uma linguagem lúdica e despojada. O apelo a esse recurso expressivo é adequado para essa situação
comunicativa, porque

a) converge para a subjetividade, característica desse tipo de periódico.


b) segue parâmetros textuais semelhantes aos das publicações científicas.
c) confirma o próprio periódico como meio de comunicação de massa.
d) atende a um leitor interessado em expandir conhecimento teórico.
e) contraria o uso previsto para o registro formal da língua portuguesa.

11

Disponível em: http://portal.rpc.com.br. Acesso em: 13 jun. 2011.

A tirinha faz referência a uma situação muito comum nas famílias brasileiras: a necessidade de
estudar para o vestibular. Buscando convencer o seu interlocutor, os personagens da tira fazem
uso das seguintes estratégias argumentativas:

a) Comoção e chantagem. d) Intimidação e sedução.


b) Comoção e ironia. e) Sedução e ironia.
c) Intimidação e chantagem.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 463


12
Texto I

O professor deve ser um guia seguro, muito senhor de sua língua; se outra for a orientação, vamos
cair na “língua brasileira”, refúgio nefasto e confissão nojenta de ignorância do idioma pátrio, recur-
so vergonhoso de homens de cultura falsa e de falso patriotismo. Como havemos de querer que res-
peitem a nossa nacionalidade se somos os primeiros a descuidar daquilo que exprime e representa
o idioma pátrio?
ALMEIDA, N. M. Gramática metódica da língua portuguesa. Prefácio. São Paulo: Saraiva, 1999 (adaptado).

Texto II

Alguns leitores poderão achar que a linguagem desta Gramática se afasta do padrão estrito usual
neste tipo de livro. Assim, o autor escreve tenho que reformular, e não tenho de reformular; pode-se
colocar dois constituintes, e não podem-se colocar dois constituintes; e assim por diante. Isso foi
feito de caso pensado, com a preocupação de aproximar a linguagem da gramática do padrão atual
brasileiro presente nos textos técnicos e jornalísticos de nossa época.
REIS, N. Nota do editor. PERINI, M. A. Gramática descritiva do português. São Paulo: Ática, 1996.

Confrontando-se as opiniões defendidas nos dois textos, conclui-se que

a) ambos os textos tratam da questão do uso da língua com o objetivo de criticar a linguagem do
brasileiro.
b) os dois textos defendem a ideia de que o estudo da gramática deve ter o objetivo de ensinar as
regras prescritivas da língua.
c) a questão do português falado no Brasil é abordada nos dois textos, que procuram justificar como
é correto e aceitável o uso coloquial do idioma.
d) o primeiro texto enaltece o padrão estrito da língua, ao passo que o segundo defende que a lingua-
gem jornalística deve criar suas próprias regras gramaticais.
e) o primeiro texto prega a rigidez gramatical no uso da língua, enquanto o segundo defende uma
adequação da língua escrita ao padrão atual brasileiro.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

464 COMPETÊNCIA 7 - Opiniões e Pontos de Vista


Linguagens e Códigos
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
8

DIVERSIDADE
LINGUÍSTICA: DO
GLOBAL AO LOCAL
Idealizadores:
465
Mateus Prado e Paulo Jubilut
A construção do conhecimento desenvolvimento desta competência,
humano, o desenvolvimento das artes, deseja-se que o estudante reconheça
da ciência, da filosofia e da religião fo- as semelhanças, as variedades lin-
ram possíveis graças à linguagem, que guísticas devidas a fatores geográfi-
permeia a elaboração e a construção cos e sociais, bem como a importância
de todas as atividades do homem. Não do domínio da variedade padrão.
apenas a representação do mundo, da Tal domínio possibilita ao leitor de-
realidade física e social, mas também senvolver a capacidade de reconhe-
a formação da consciência individual, cer as diferenças e pressuposições
a regulação dos pensamentos e da existentes nos textos, identificando
ação, próprios ou alheios, ocorrem na mecanismos linguísticos e sua ade-
linguagem e através dela. quação às mais variadas situações de
A língua é uma força ativa na so- interlocução, construindo, assim, uma
ciedade, um meio pelo qual indivíduos visão crítica do texto e do contexto no
e grupos controlam outros grupos ou qual está inserido.
resistem a esse controle, uma ferra-
menta para mudar a sociedade ou
para impedir a mudança, para afirmar
Os textos dessa página foram selecionados
ou suprimir as identidades culturais. de livros editados pelo INEP/MEC a respei-
Ter domínio da língua é, pois, parti- to do exame que foi base para a matriz de
cipar ativamente da sociedade. No competências e habilidades do Novo ENEM.

É bom s
O ENEM aber...
e
a norma spera que o aluno
c
ações ne ulta da língua port consiga utilizar
c u
garantia essárias e como guesa em situ-
d in
em ambie e seus direitos, m strumento de
a
aceitáve ntes informais, ex s entende que,
is e natura is
is na com tem variações
unicação
.

466 COMPETÊNCIA 8 - Diversidade Linguística: Do Global ao Local


Diversidade Linguística: do Global ao Local”
COMPETÊNCIA
8

Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significa-


ção e integradora da organização do mundo e da própria identidade.

Nessa competência o ENEM trata das variações linguísticas, da diversida-


de linguística no Brasil e das diferenças entre a linguagem formal e a linguagem
informal.
O ENEM nega o preconceito linguístico, valorizando o uso regional e socio-
cultural da língua. Costumam ser propostos textos em que autores “brincam” com
a contraposição formal versus coloquial dos textos. Apesar de não considerarem
a variação linguística como um erro, as questões do exame sugerem que a lingua-
gem deve ser adequada a cada ambiente e situação. Por exemplo, é inadequado
o uso de gírias em um congresso científico, bem como a utilização de uma lingua-
gem extremamente formal numa roda de amigos. A utilização da linguagem culta
aparece como fundamental para aquelas situações em que é necessária a consti-
tuição de relações formais entre as pessoas, como, por exemplo, na efetivação de
contratos. Nesse sentido, o conhecimento da língua culta formal pode, inclusive,
ser instrumento para garantir direitos.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 467


Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as


variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.
• Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social.
• Reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações
de comunicação.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Escreva um texto da forma que você fala habitualmente. Depois disso, reescreva-o
utilizando a norma culta.
2. Agora faça o exercício contrário: escolha um texto de um caderno de economia de
algum jornal conceituado. Reescreva o texto com a linguagem informal, como se esti-
vesse contando a matéria para um amigo num bar.

Proponha aos alunos a leitura do texto “Aí, galera”, de Luís Fernando Veríssimo.
Coordene um debate em que os alunos apontem o estranhamento encontrado na fala
do jogador e na fala do jornalista. Depois divida a sala em grupos e distribua o conto
“Antigamente”, de Carlos Drummond de Andrade. Peça que cada grupo reescreva um
parágrafo, utilizando gírias e demais expressões das variantes linguísticas regionais e
socioculturais.

468 COMPETÊNCIA 8 - Diversidade Linguística: Do Global ao Local


1

Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 27 abr. 2010.

Calvin apresenta a Haroldo (seu tigre de estimação) sua escultura na neve, fazendo uso de uma
linguagem especializada. Os quadrinhos rompem com a expectativa do leitor, porque

a) Calvin, na sua última fala, emprega um registro formal e adequado para a expressão de uma
criança.
b) Haroldo, no último quadrinho, apropria-se do registro linguístico usado por Calvin na apresen-
tação de sua obra de arte.
c) Calvin emprega um registro de linguagem incompatível com a linguagem de quadrinhos.
d) Calvin, no último quadrinho, utiliza um registro linguístico informal.
e) Haroldo não compreende o que Calvin lhe explica, em razão do registro formal utilizado por este
último.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 469


2
Nascido em 1935, José Francisco Borges ou J. Borges, como prefere ser chamado,
é um dos mais expressivos artistas populares do Brasil. Considerado por Ariano Suassuna o
maior gravador popular do país, o artista foi um dos ilustradores do calendário da ONU do ano
de 2002. Autodidata, J. Borges publicou seu primeiro cordel em 1964, intitulado O Encontro de
Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina, seguido de O Verdadeiro Aviso de Frei Damião Sobre os
Castigos que Vêm, cuja publicação deu início à sua carreira de gravador. Na década de 1970,
artistas plásticos, intelectuais e marchands passaram a encomendar suas xilogravuras, o que
levou as imagens a ganharem cada vez mais autonomia em relação ao cordel. Desde então, o
itinerário do artista vem se fortalecendo pela transmissão dos conhecimentos da xilogravura
às novas gerações de sua família, com quem mantém a Casa de Cultura Serra Negra, no sertão
pernambucano.

Disponível em: http://msn.onne.com.br. Acesso em: 21 maio 2010.

BORGES, J. Iemanjá. Xilogravura.

A xilogravura é um meio de expressão de grande força artística e literária no Brasil, especial-


mente no Nordeste brasileiro, onde os artistas populares talham a madeira, transformando-a em
verdadeiras obras de arte. Com total liberdade artística, hoje já conquistaram espaço entre os
diversos setores culturais do país, retratando cenas

a) do seu próprio universo, revelando personagens com aparência humilde em vestes requintadas.
b) com temas de personagens do folclore popular, crenças e futilidades dos mais necessitados.
c) de conteúdo histórico e político do Nordeste brasileiro, com a intenção de valorizar as diferen-
ças sociais.
d) das grandes cidades, com a preocupação de uma representação realista da figura humana
nordestina.
e) com personagens fantasiosos, beatos e cangaceiros presentes nas crenças da população nor-
destina.

470 COMPETÊNCIA 8 - Diversidade Linguística: Do Global ao Local


3

Disponível em: http://www.clubedamafalda.blogspot.com. Acesso em: 24 set. 2007.

A língua é um patrimônio cultural indispensável para a preservação da memória e da identidade


de um povo. Nesse contexto, percebe-se, na tirinha, uma crítica

a) à falta de assistência familiar no que se refere à educação escolar dos filhos.


b) à língua em si, cheia de regras e normas gramaticais desnecessárias.
c) à escrita dos livros em linguagem muito rebuscada, o que dificulta o entendimento dos leitores.
d) à influência dos estrangeirismos na língua, em especial, daqueles provenientes do inglês.
e) ao ensino da língua que, devido à metodologia utilizada, desestimula os alunos.

4
TEXTO I
Brasil africano

De várias partes da África, veio a metade dos nossos antepassados no período da escravidão,
entre os séculos XVII e XIX. As muitas línguas que falavam mudaram o português existente no
Brasil. Da estética à culinária, dos costumes à religião, as influências também foram numerosas
e permanecem. Os estudos africanos no país remontam ao começo do século XX, mas há, ainda,
muito para ser descoberto e compreendido dessas tantas trocas culturais.

TEXTO II

Ao relacionar-se a temática dos Textos I


e II, sobre a influência africana no Brasil,
constata-se que

a) fazem alusão ao fato de que a contribui-


ção do povo africano para a cultura brasi-
leira não é comprovada.
b) revelam que os estudos referentes à con-
tribuição do povo africano na formação
Cais em Salvador, em foto de Gaensly & Lindermann, século XX do Brasil é incipiente.
Revista Biblioteca Entre Livros: Vozes da África. São Paulo: Ediouro.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 471


c) demonstram que a construção da identidade nacional é marcada pela presença da cultura afri-
cana.
d) informam que os negros foram os responsáveis pela formação cultural do nosso país.
e) remetem à ideia de que essa influência inexistiu no âmbito linguístico.

5
JA CHEGOU TODOS
OS CONVIDADOS?

NÃO, SÓ CHEGARAM
OS FAMILIARES DA
NOIVA

BAGNO, M. Não é errado falar assim!: em defesa do português brasileiro. São Paulo: Parábola, 2009 (adaptado).

A situação social em que o falante está inserido é determinante para o uso da língua. Dessa
forma, cabe ao usuário adequar-se a cada contexto, a seus condicionantes: formalidade/infor-
malidade, intimidade/hierarquias etc. Considerando-se a situação comunicativa, há, na charge,

a) displicência de ambos os falantes, já que desconsideram a situação em que estão inseridos e


usam um registro inadequado ao contexto.
b) dualidade de registros entre os dois falantes, já que ambos usam regras distintas quanto à
concordância.
c) inobservância do personagem vestido de preto quanto à informalidade da situação e o conse-
quente uso de um registro bastante formal.
d) inadequação, do ponto de vista da norma padrão, do registro de um e de outro falante.
e) consenso entre os registros dos dois falantes no tocante à norma padrão, já que ambos usam
as mesmas regras de regência.

472 COMPETÊNCIA 8 - Diversidade Linguística: Do Global ao Local


6

Na parte superior do anúncio, há um comentário escrito à mão que aborda a questão das ativi-
dades linguísticas e sua relação com as modalidades oral e escrita da língua. Esse comentário
deixa evidente uma posição crítica quanto a usos que se fazem da linguagem, enfatizando ser
necessário

a) implementar a fala, tendo em vista maior desenvoltura, naturalidade e segurança no uso da


língua.
b) conhecer gêneros mais formais da modalidade oral para a obtenção de clareza na comunica-
ção oral e escrita.
c) dominar as diferentes variedades do registro oral da língua portuguesa para escrever com ade-
quação, eficiência e correção.
d) incorreção da língua portuguesa que é falada por pessoas do interior do Brasil.
e) utilizar recursos mais expressivos e menos desgastados da variedade padrão da língua para se
expressar com alguma segurança e sucesso.

7
TEXTO I
Antigamente

Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais e se um se esquecia de arear os


dentes antes de cair nos braços do Morfeu, era capaz de entrar no couro. Não devia também se
esquecer de lavar os pés, sem tugir nem mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho, nem de
debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda cedinho aguava as plantas, ia ao corte e logo

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 473


voltava aos penates. Não ficava mangando na rua, nem escapulia do mestre, mesmo que não
entendesse patavina da instrução moral e cívica. O verdadeiro smart calçava botina de botões
para comparecer todo liró ao copo d’água, se bem que no convescote apenas lambiscasse,
para evitar flatos. Os bilontras é que eram um precipício, jogando com pau de dois bicos, pelo
que carecia muita cautela e caldo de galinha. O melhor era pôr as barbas de molho diante de
um treteiro de topete, depois de fintar e engambelar os coiós, e antes que se pusesse tudo em
pratos limpos, ele abria o arco.

ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983 (fragmento).

TEXTO II
Palavras do arco da velha

Expressão Significado
Cair nos braços de Morfeu Dormir
Debicar Zombar, ridicularizar
Tunda Surra
Mangar Escarnecer, caçoar
Tugir Murmurar
Liró Bem-vestido
Copo d’água Lanche oferecido pelos amigos
Convescote Piquenique
Bilontra Velhaco
Treteiro de topete Tratante atrevido
Abrir o arco Fugir
FIORIN, J. L. As línguas mudam. In: Revista Língua Portuguesa, n. 24, out. 2007 (adaptado).

Na leitura do fragmento do texto Antigamente constata-se, pelo emprego de palavras obsoletas,


que itens lexicais outrora produtivos não mais o são no português brasileiro atual. Esse fenômeno
revela que

a) a língua portuguesa de antigamente carecia de termos para se referir a fatos e coisas do coti-
diano.
b) o português brasileiro se constitui evitando a ampliação do léxico proveniente do português
europeu.
c) a heterogeneidade do português leva a uma estabilidade do seu léxico no eixo temporal.
d) o português brasileiro apoia-se no léxico inglês para ser reconhecido como língua indepen-
dente.
e) o léxico do português representa uma realidade linguística variável e diversificada.

474 COMPETÊNCIA 8 - Diversidade Linguística: Do Global ao Local


8

Disponível em: http://blog.educacional.com.br. Acesso em: 30 set. 2011.

As variações e as mudanças nas línguas estão correlacionadas a fatores sociais. Na tira, a de-
dução do pai da garota é confirmada e gera o efeito de humor, pois seu interlocutor apresenta
um vocabulário

a) urbano, típico de quem nasce nas grandes metrópoles brasileiras.


b) formal, relativo a quem frequenta a escola por muitos anos.
c) elitizado, encontrado entre falantes de classe socioeconômica alta.
d) especial, restrito a quem frequenta os espaços da juventude.
e) conservador, representado por uma fala arcaica para a geração atual.

9
As diferentes esferas sociais de
uso da língua obrigam o falante a
adaptá-la às variadas situações de
comunicação. Uma das marcas lin-
guísticas que configuram a lingua-
gem oral informal usada entre avô
e neto neste texto é

a) a opção pelo emprego da forma


verbal “era” em lugar de “foi”.
b) a ausência de artigo antes da pa-
lavra “árvore”.
c) o emprego da redução “tá” em
lugar da forma verbal “está”.
d) o uso da contração “desse” em
BESSINHA. Disponível em: http://pattindica.files.wordpress. lugar da expressão “de esse”.
com/2009/06bessinha458904-jpg-image_1245119001858. e) a utilização do pronome “que” em
jpeg (adaptado) início de frase exclamativa.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 475


10

SOUZA, Maurício de. [Chico Bento]. O Globo, Rio de Janeiro,


Segundo Caderno, 19 dez. 2008, p.7.

O personagem Chico Bento pode ser considerado um típico habitante da zona rural, comumen-
te chamado de “roceiro” ou “caipira”. Considerando a sua fala, essa tipicidade é confirmada
primordialmente pela

a) transcrição da fala característica de áreas rurais.


b) redução do nome “José” para “Zé”, comum nas comunidades rurais.
c) emprego de elementos que caracterizam sua linguagem como coloquial.
d) escolha de palavras ligadas ao meio rural, incomuns nos meios urbanos.
e) utilização da palavra “coisa”, pouco frequente nas zonas mais urbanizadas.

11
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o
sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas
pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma
escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos
muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo
ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de
Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um
the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau,
Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

476 COMPETÊNCIA 8 - Diversidade Linguística: Do Global ao Local


Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no
falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto mani-
festam-se

a) na fonologia.
b) no uso do léxico.
c) no grau de formalidade.
d) na organização sintática.
e) na estruturação morfológica.

12
Gerente – Boa tarde. Em que eu posso ajudá-lo?
Cliente – Estou interessado em financiamento para compra de veículo.
Gerente – Nós dispomos de várias modalidades de crédito. O senhor é nosso cliente?
Cliente – Sou Júlio César Fontoura, também sou funcionário do banco.
Gerente – Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! Cê tá em Brasília? Pensei que você
inda tivesse na agência de Uberlândia! Passa aqui pra gente conversar com calma.
BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna.
São Paulo: Parábola, 2004 (adaptado).

Na representação escrita da conversa telefônica entre a gerente do banco e o cliente, observa-


-se que a maneira de falar da gerente foi alterada de repente devido

a) à adequação de sua fala à conversa com um amigo, caracterizada pela informalidade.


b) à iniciativa do cliente em se apresentar como funcionário do banco.
c) ao fato de ambos terem nascido em Uberlândia (Minas Gerais).
d) à intimidade forçada pelo cliente ao fornecer seu nome completo.
e) ao seu interesse profissional em financiar o veículo de Júlio.

13
Iscute o que tô dizendo,
Seu dotô, seu coroné:
De fome tão padecendo
Meus fio e minha muié.
Sem briga, questão nem guerra,
Meça desta grande terra
Umas tarefa pra eu!
Tenha pena do agregado
Não me dêxe deserdado
Daquilo que Deus me deu
PATATIVA DO ASSARÉ. A terra é naturá. In: Cordéis e outros poemas. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2008 (fragmento).

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 477


A partir da análise da linguagem utilizada no poema, infere-se que o eu lírico revela-se como
falante de uma variedade linguística específica. Esse falante, em seu grupo social, é identificado
como um falante

a) escolarizado proveniente de uma metrópole.


b) sertanejo morador de uma área rural.
c) idoso que habita uma comunidade urbana.
d) escolarizado que habita uma comunidade do interior do país.
e) estrangeiro que imigrou para uma comunidade do sul do país.

14
Dúvida

Dois compadres viajavam de carro por uma estrada de fazenda quando um bicho cruzou a frente do
carro. Um dos compadres falou:
- Passou um largato ali!
O outro perguntou:
- Lagarto ou largato?
O primeiro respondeu:
- Num sei não, o bicho passou muito rápido.
Piadas coloridas. Rio de Janeiro: Gênero, 2006.

Na piada, a quebra de expectativa contribui para produzir o efeito de humor. Esse efeito ocorre porque
um dos personagens

a) reconhece a espécie do animal avistado.


b) tem dúvida sobre a pronúncia do nome do réptil.
c) desconsidera o conteúdo linguístico da pergunta.
d) constata o fato de um bicho cruzar a frente do carro.
e) apresenta duas possibilidades de sentido para a mesma palavra.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

478 COMPETÊNCIA 8 - Diversidade Linguística: Do Global ao Local


Linguagens e Códigos
E SUAS TECNOLOGIAS

COMPETÊNCIA
9

TECNOLOGIAS
DA COMUNICAÇÃO
Idealizadores:
479
Mateus Prado e Paulo Jubilut
Essa competência considera as reflexão sobre o papel dessas tecno-
transformações tecnológicas hoje logias e à compreensão da necessi-
presentes na sociedade, transforma- dade de seu domínio para o exercício
ções essas que afetam a forma de integral da cidadania é o objetivo des-
organização dos diferentes setores da ta competência. Para tanto, é neces-
produção. Ou seja, aqui, o ENEM pen- sário que o estudante compreenda a
sa um paradigma da educação brasi- função e o impacto das inovações de
leira que é aquele ligado à busca pelo comunicação e da informação na vida
desenvolvimento de novas formas de pessoal e social e no desenvolvimento
competências: as que são exigidas do conhecimento. Nesse sentido, des-
pela atual organização social. Entre tacam-se os meios eletrônicos, os de
elas, encontram-se a capacidade de comunicação digitais, os impressos e
abstração e de pensar múltiplas al- os de comunicação não tradicionais.
ternativas para a solução de um pro-
blema.
Conscientizar o leitor da presença
Os textos dessa página foram selecionados
e influência no seu cotidiano e meio de livros editados pelo INEP/MEC a respei-
social das tecnologias de comunica- to do exame que foi base para a matriz de
ção e informação, levando-o a uma competências e habilidades do Novo ENEM.

É bom s
Conhece
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pela intern as plataformas d
e
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te ajudar , o Youtube e o In o Facebook,
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480 COMPETÊNCIA 9 - Tecnologias da Comunicação


Tecnologias da Comunicação
COMPETÊNCIA
9

Entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da comunica-


ção e da informação na sua vida pessoal e social, no desenvolvimento do conhecimen-
to, associando-o aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte,
às demais tecnologias, aos processos de produção e aos problemas que se propõem
solucionar.

Muito relacionada ao dia a dia da maior parte da juventude do Brasil, essa


competência pede que o examinado compreenda como as múltiplas tecnologias de
informação possibilitam o desenvolvimento do conhecimento e a democratização do
acesso à informação.
A internet e suas ferramentas, como o Google, os blogs, o twitter, as redes de
relacionamento on line, os chats, videoconferências e outras tecnologias de comuni-
cação impactaram o comportamento das pessoas. O aluno precisa visualizar as pers-
pectivas e possíveis impactos dessas mudanças.
Costumam ser abordadas as marcas do texto literário típico da cultura de mas-
sa: quais são os suportes textuais em gêneros digitais. A caracterização dos interlo-
cutores na comunicação tecnológica e os recursos linguísticos também são impor-
tantes. Porém, em geral, as questões dessa competência serão de fácil resolução.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 481


Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Reconhecer a função e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicação


e informação.
• Identificar pela análise de suas linguagens, as tecnologias da comunicação e infor-
mação.
• Relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das so-
ciedades e ao conhecimento que elas produzem.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

1. Escreva, utilizando o computador, um texto de uma página em linguagem informal, mas


sem utilizar as ferramentas de correção ortográfica. Depois disso, volte ao início do
texto e confira quantas correções foram necessárias para arrumar o texto. Você vai
entender um pouco sobre como era o mundo no tempo da máquina de escrever.
2. Muitos profissionais defendem que, na “era da informação”, a escola precisa se refor-
mar e ser mais atraente para seus alunos. Pesquise as principais ideias desses profis-
sionais e discuta-as com seus amigos e professores.
3. Apesar da ampla difusão das novas tecnologias de informação, em alguns países o
governo limita os conteúdos que a população pode ter acesso. Descubra quais são os
países, como são esses limites de acesso e pense sobre as consequências disso para
a população.
4. Há poucos anos o Brasil fez sua opção pelo modelo de TV digital. Existiam outras op-
ções. Avalie quais eram as vantagens e desvantagens da utilização de cada um dos
modelos disponíveis e pense se o país fez a melhor escolha.

Algumas pessoas defendem que em pouco tempo os grandes jornais não terão mais
viabilidade financeira e serão substituídos pelos sites de informação. Vários dos gran-

482 COMPETÊNCIA 9 - Tecnologias da Comunicação


des jornais americanos já passam por crises e parecem corroborar essa tese. Outras
pessoas dizem que não, que nada substituirá a credibilidade dos grandes jornais.
Reúna textos que defendam essas opiniões e proponha que sua sala debata sobre o
tema, discutindo quais as consequências de cada uma das duas hipóteses na nossa
vida cotidiana.

1 Texto I

Você tem MSN, blog, Orkut?? não, não


Twitter? não. Também meudeus! como e não.
tem não. você se relaciona
Facebook? com as pessoas? assim.

DRUMMOND, B. Revista O Globo. Nº 248, 26 abr. 2009.

Texto II

São 68 milhões num universo de 190 milhões de brasileiros conectados nas redes virtuais. O e-
-mail, irmão moderno da carta, ainda é uma ferramenta imprescindível de comunicação, mas já
começa a dar espaço para ferramentas mais ágeis de interação, como MSN, Orkut, Facebook,
Twitter e blogs.

FERREIRA JÚNIOR, H. (adaptado).

Da leitura dos dois textos, depreende-se que a internet tem se expandido muito nos últimos
anos. Apesar disso, a atitude do rapaz no Texto I revela a

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 483


a) constatação da importância do acesso à internet para a comunicação com outras pessoas.
b) opinião de quem necessita das ferramentas da internet para realizar novas conquistas.
c) demonstração de uma postura resistente à interferência das tecnologias na comunicação.
d) adequação dos jovens às redes sociais como Twitter, Facebook, MSN, Orkut, blog etc.
e) aceitação das redes sociais pela internet como veículo de relacionamentos pessoais.

INFO Exame. Para quem vive de tecnologia. São Paulo: Ed. Abril, n.° 273, Nov. 2008, p. 20.

O impacto social das novas tecnologias de comunicação na vida das pessoas é enorme, como mos-
tra a tirinha acima, que representa, principalmente,

a) a velocidade com que uma tecnologia mais avançada substitui a anterior.


b) a advertência aos consumidores para que não sejam enganados por propagandas que só buscam
o lucro.
c) o apelo ao consumo promovido por estabelecimentos industriais por meio de anúncios de produ-
tos de última geração.
d) a atitude das empresas de telefonia celular que seguem estratégias de mercado agressivas para
disponibilizar seus produtos.
e) a constatação de que os estabelecimentos comerciais e as empresas de telefonia celular buscam
atender os desejos de seus clientes.

3
Um objetivo para um número cada vez maior de empresas é realizar negócios eletronica-
mente com outras empresas, e, em especial, com fornecedores e clientes. Por exemplo, fabricantes
de automóveis, aeronaves e computadores, entre outros, compram subsistemas de diversos forne-
cedores, e depois montam as peças. Utilizando computadores, os fabricantes podem emitir pedidos
eletronicamente, conforme necessário. A capacidade de emitir pedidos em tempo real reduz a ne-

484 COMPETÊNCIA 9 - Tecnologias da Comunicação


cessidade de grandes estoques e aumenta a eficiência.
TANEMBAUM, Andrew S.Redes de computadores, 4ª Ed.,RJ, Elsevier, 2003 (adaptado).

A realização de negócios com consumidores pela Internet, denominado comércio eletrônico – e-


-commerce – tem

a) proporcionado baixa no desenvolvimento econômico, por permitir a globalização dos recursos.


b) causado problemas de comunicação e mais vendas presenciais.
c) permitido desenvolvimento e mudança na relação com o consumidor.
d) gerado instabilidade no setor econômico.
e) garantido a confiança do consumidor, por apresentar total segurança na realização de negócios.

4
O Grandescompras é um site de compras coletivas do Brasil e surgiu devido a esta
nova modalidade de comércio eletrônico que vem crescendo a cada dia no mundo, e também
aqui no Brasil. As compras coletivas são a moda da vez, e para quem ainda não conhece esse
sistema, ele já é bem popular nos Estados Unidos há muito tempo, vindo a se destacar aqui
no Brasil após o início de 2010. O Grandescompras possui ofertas especiais que podem variar
de 50% a 90%, de acordo com a quantidade de pessoas interessadas em adquirir o produto/
serviço. Para se ter uma ideia, existem descontos em bares, restaurantes, salões de beleza e
muitos outros lugares.
Disponível em: www.noticiaki.com. Acesso em: 12 jan. 2012 (adaptado).

O advento da internet produziu mudanças no comportamento dos consumidores e nas rela-


ções de compra e venda. Segundo o texto, a adesão dos consumidores ao site de compras
coletivas pela internet está relacionada ao fato de que

a) a venda eletrônica constitui um modismo característico dos dias atuais.


b) o consumidor deseja realizar uma compra recorrendo a um meio fácil e seguro.
c) a diminuição do preço de um produto está relacionada ao aumento de sua procura.
d) os descontos em produtos exclusivos aumentam o prestígio social dos internautas.
e) a compra pela internet é uma prática recorrente entre moradores de países ricos.

5
O texto a seguir é um trecho de uma conversa por meio de um programa de compu-
tador que permite comunicação direta pela Internet em tempo real, como o MSN Messen-
ger. Esse tipo de conversa, embora escrita, apresenta muitas características da linguagem
falada, segundo alguns linguistas. Uma delas é a interação ao vivo e imediata, que permite
ao interlocutor conhecer, quase instantaneamente, a reação do outro, por meio de suas
respostas e dos famosos emoticons ( que podem ser definidos como “ícones que demons-
tram emoção”).

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 485


Para que comunicação, como no MSN Messenger se dê em tempo real, é necessário que a
escrita das informações seja rápida, o que é feito por meio de

a) frases completas, escritas cuidadosamente com acentos e letras maiúsculas (como “oq vc ta
fazendo?”).
b) frases curtas e simples (como “tudo trank”) com abreviaturas padronizadas pelo uso (como
“vc” – você – “vlw” – valeu!).
c) uso de reticências no final da frase, para que não se tenha que escrever o resto da informação.
d) estruturas coordenadas, como “ na paz e vc”.
e) flexão verbal rica e substituição de dígrafos consonantais por consoantes simples (“qu” por
“k”).

6
Texto I
Sob o olhar do Twitter

Vivemos a era da exposição e do compartilhamento. Público e privado começam a se confundir.


A ideia de privacidade vai mudar ou desaparecer.
O trecho acima tem 140 caracteres exatos. É uma mensagem curta que tenta encapsular uma
ideia complexa. Não é fácil esse tipo de síntese, mas dezenas de milhões de pessoas o praticam
diariamente. No mundo todo, são disparados 2,4 trilhões de SMS por mês, e neles cabem 140
toques, ou pouco mais. Também é comum enviar e-mails, deixar recados no Orkut, falar com as
pessoas pelo MSN, tagarelar no celular, receber chamados em qualquer parte, a qualquer hora.
Estamos conectados. Superconectados, na verdade, de várias formas.
[…] O mais recente exemplo de demanda por total conexão e de uma nova sintaxe social é o
Twitter, o novo serviço de troca de mensagens pela internet. O Twitter pode ser entendido como

486 COMPETÊNCIA 9 - Tecnologias da Comunicação


uma mistura de blog e celular. As mensagens são de 140 toques, como os torpedos dos celu-
lares, mas circulam pela internet, como os textos de blogs. Em vez de seguir para apenas uma
pessoa, como no celular ou no MSN, a mensagem do Twitter vai para todos os “seguidores” —
gente que acompanha o emissor. Podem ser 30, 300 ou 409 mil seguidores.

MARTINS, I.; LEAL, R. Época. 16 mar. 2009 (fragmento adaptado).

Texto II

MARTINS, I. LEAL, R. Época. 16 mar. 2009.

Da comparação entre os textos, depreende-se que o texto II constitui um passo a passo para
interferir no comportamento dos usuários, dirigindo-se diretamente aos leitores, e o texto I

a) adverte os leitores de que a internet pode transformar-se em um problema porque expõe a vida
dos usuários e, por isso, precisa ser investigada.
b) ensina aos leitores os procedimentos necessários para que as pessoas conheçam, em profun-
didade, os principais meios de comunicação da atualidade.
c) exemplifica e explica o novo serviço global de mensagens rápidas que desafia os hábitos de
comunicação e reinventa o conceito de privacidade.
d) procura esclarecer os leitores a respeito dos perigos que o uso do Twitter pode representar nas
relações de trabalho e também no plano pessoal.
e) apresenta uma enquete sobre as redes sociais mais usadas na atualidade e mostra que o Twit-
ter é preferido entre a maioria dos internautas.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 487


7

CURY, C. Disponível em: http://tirasnacionais.blogspot.com. Acesso em: 13 nov. 2011

A tirinha denota a postura assumida por seu produtor frente ao uso social da tecnologia para fins
de interação e de informação. Tal posicionamento é expresso, de forma argumentativa, por meio de
uma atitude

a) crítica, expressa pelas ironias.


b) resignada, expressa pelas enumerações.
c) indignada, expressa pelos discursos diretos.
d) agressiva, expressa pela contra-argumentação.
e) alienada, expressa pela negação da realidade.

8
CURRÍCULO

Identificação Pessoal

[Nome Completo]

Brasileiro, [Estado Civil], [Idade] anos


[Endereço – Rua/Av. + Número + Complemento]
[Bairro] – [Cidade] – [Estado]
Telefone: [Telefone com DDD] / E-mail: [E-mail]

Objetivo
[Cargo pretendido]

Formação

Experiência Profissional
[Período] – Empresa

488 COMPETÊNCIA 9 - Tecnologias da Comunicação


Cargo:
Principais Atividades:

Qualificação Profissional
[Descrição] ([Local], conclusão em [Ano de Conclusão do Curso ou Atividade]).

Informações Adicionais
[Descrição Informação Adicional]

A busca por emprego faz parte da vida de jovens e adultos. Para tanto, é necessário estruturar
o currículo adequadamente. Em que parte da estrutura do currículo deve ser inserido o fato de
você ter sido premiado com o título de “Aluno Destaque do Ensino Médio – Menção Honrosa”?

a) Identificação pessoal.
b) Formação.
c) Experiência Profissional.
d) Informações Adicionais.
e) Qualificação Profissional.

9
O Ensino no Novo Milênio

Tecnicamente, o e-learning é o ensino realizado através de meios eletrônicos. É basicamente


um sistema hospedado no servidor de uma empresa de qualquer tamanho — ou de pessoa físi-
ca — que vai transmitir, pela internet ou intranet, informações e instruções aos alunos, visando
agregar conhecimento específico. O sistema pode substituir total ou, o que é mais comum, par-
cialmente, o instrutor como o condutor do processo de ensino.

PEREIRA, J. Meu Próprio Negócio. São Paulo, nº 87, maio 2010.

A utilização de meios eletrônicos no processo de ensino e aprendizagem é uma realidade da


vida contemporânea. O aluno acessa informações e segue instruções visando agregar conhe-
cimento na aprendizagem por meio da educação a distância, a qual

a) promove, no âmbito da educação profissional, a reflexão teórica em detrimento da prática.


b) potencializa a autonomia dos sujeitos de aprendizagem e o caráter colaborativo do processo.
c) prescinde da atuação de um profissional da área pedagógica, substituído pelas ferramentas
tecnológicas.
d) proporciona mudança de status social aos estudantes no novo milênio, pela facilidade de inte-
ração.
e) depende de conhecimento técnico específico da área de informática, o que demonstra sua
ineficácia atual.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 489


10
Piraí, Piraí, Piraí
Piraí bandalargou-se um pouquinho
Piraí infoviabilizou
Os ares do município inteirinho
Com certeza a medida provocou
Um certo vento de redemoinho

Diabo de menino agora quer


Um ipod e um computador novinho
Certo é que o sertão quer virar mar
Certo é que o sertão quer navegar
No micro do menino internetinho
GIL, G. Banda larga cordel. Geleia Geral. 2008. Disponível em: http://www.gilbertogil.com.br. Acesso em: 24 abr. 2010 (fragmento).

No texto, encontram-se as expressões “bandalargou-se”, “infoviabilizou” e “internetinho”, que


indicam a influência da tecnologia digital na língua. Em relação à dinamicidade da língua no
processo de comunicação, essas expressões representam

a) a expansão vocabular influenciada pelo uso cotidiano de ferramentas da cultura digital.


b) o desconhecimento das regras de formação de palavras na língua.
c) a derivação de palavras sob a influência de falares arcaicos.
d) a incorporação de palavras estrangeiras sem adaptações à língua portuguesa.
e) a apropriação de conceitos ultrapassados disseminados pelas influências estrangeiras.

11
Palavra indígena

A história da tribo Sapucaí, que traduziu para o idioma guarani os artefatos da era da
computação que ganharam importância em sua vida, como mouse (que eles chamam de
angojhá) e windows (oventã).

Quando a internet chegou àquela comunidade, que abriga em torno de 400 guaranis, há qua-
tro anos, por meio de um projeto do Comitê para Democratização da Informática (CDI), em
parceria com a ONG Rede Povos da Floresta e com antena cedida pela Star One (da Embra-
tel), Potty e sua aldeia logo vislumbraram as possibilidades de comunicação que a web traz.
Ele conta que usam a rede, por enquanto, somente para preparação e envio de documentos,
mas perceberam que ela pode ajudar na preservação da cultura indígena.
A apropriação da rede se deu de forma gradual, mas os guaranis já incorporaram a novidade
tecnológica ao seu estilo de vida. A importância da internet e da computação para eles está
expressa num caso de rara incorporação: a do vocabulário.
— Um dia, o cacique da aldeia Sapucaí me ligou. “A gente não está querendo chamar compu-
tador de “computador”. Sugeri a eles que criassem uma palavra em guarani. E criaram aiú irú
rive, “caixa pra acumular a língua”. Nós, brancos, usamos mouse, windows e outros termos,
que eles começaram a adaptar para o idioma deles, como angojhá (rato) e oventã (janela) —

490 COMPETÊNCIA 9 - Tecnologias da Comunicação


conta Rodrigo Baggio, diretor do CDI.

Disponível em: http://www.revistalingua.uol.com.br. Acesso em: 22 jul. 2010.

O uso das novas tecnologias de informação e comunicação fez surgir uma série de novos
termos que foram acolhidos na sociedade brasileira em sua forma original, como: mouse,
windows, download, site, homepage, entre outros. O texto trata da adaptação de termos da
informática à língua indígena como uma reação da tribo Sapucaí, o que revela

a) a possibilidade que o índio Potty vislumbrou em relação à comunicação que a web pode trazer a
seu povo e à facilidade no envio de documentos e na conversação em tempo real.
b) o uso da internet para preparação e envio de documentos, bem como a contribuição para
as atividades relacionadas aos trabalhos da cultura indígena.
c) a preservação da identidade, demonstrada pela conservação do idioma, mesmo com a
utilização de novas tecnologias características da cultura de outros grupos sociais.
d) adesão ao projeto do Comitê para Democratização da Informática (CDI), que, em parceria com a
ONG Rede Povos da Floresta, possibilitou o acesso à web, mesmo em ambiente inóspito.
e) a apropriação da nova tecnologia de forma gradual, evidente quando os guaranis incorpora-
ram a novidade tecnológica ao seu estilo de vida com a possibilidade de acesso à internet.

12
Entrevista
Almir Suruí
Não temos o direito de ficar isolados

Soa contraditório, mas a mesma modernidade que quase dizimou os suruís nos tempos do pri-
meiro contato promete salvar a cultura e preservar o território desse povo. Em 2007, o líder Almir
Suruí, de 37 anos, fechou uma parceria inédita com o Google e levou a tecnologia às tribos. Os
índios passaram a valorizar a história dos anciãos. E a resguardar, em vídeos e fotos on-line,
as tradições da aldeia. Ainda se valeram de smartphones e GPS para delimitar suas terras e
identificar os desmatamentos ilegais. Em 2011, Almir Suruí foi eleito pela revista americana Fast
Company um dos 100 líderes mais criativos do mundo dos negócios.

ÉPOCA - Quando o senhor percebeu que a internet poderia ser uma aliada do povo suruí?

Almir Suruí - Meu povo acredita no diálogo. Para nós, é uma ferramenta muito importante. Sem
a tecnologia, não teríamos como dialogar suficientemente para propor e discutir os direitos e
territórios de nosso povo. Nós, povos indígenas, não temos mais o direito de ficar isolados. Ao
usar a tecnologia, valorizamos a floresta e criamos um novo modelo de desenvolvimento. Se a
gente usasse a tecnologia de qualquer jeito, seria um risco. Mas hoje temos a pretensão de usar
a ferramenta para valorizar nosso povo, buscar nossa autonomia e ajudar na implementação
das políticas públicas a favor do meio ambiente e das pessoas.

RIBEIRO, A. Época, 20 fev. 2012 (fragmento).

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 491


As tecnologias da comunicação e informação podem ser consideradas como artefatos cultu-
rais. No fragmento de entrevista, Almir Suruí argumenta com base no pressuposto de que

a) as tecnologias da informação presentes nas aldeias revelam-se contraditórias com a memória


coletiva baseada na oralidade.
b) as tradições culturais e os modos de transmiti-las não são afetados pelas tecnologias da infor-
mação.
c) as tecnologias da informação inviabilizam o desenvolvimento sustentável nas aldeias.
d) as tecnologias da informação trazem novas possibilidades para a preservação de uma cultura.
e) as tecnologias da informação permitem que os povos indígenas se mantenham isolados em
suas comunidades.

Confira as resoluções das questões em


www.guiaenem.org.br/resolucao

492 COMPETÊNCIA 9 - Tecnologias da Comunicação


A REDAÇÃO NO ENEM

A prova de Redação representa pouco mais de um quinto da nota total da prova do ENEM,
mas como cada Universidade define o peso de cada parte da prova em sua seleção, a redação
pode valer ainda mais, dependendo do objetivo de cada aluno. Por isso, é importante investir uma
boa parcela do seu tempo na preparação para a redação, já que ela pode lhe conferir uma boa
vantagem na pontuação final.
Antes de começar, é preciso ter clareza de que, na redação do ENEM, há critérios espe-
cíficos que serão analisados e que esses critérios são diferentes daqueles dos vestibulares tra-
dicionais. Depois que você tiver clareza desses critérios, é importante elaborar várias redações,
conforme esse padrão, para ter mais facilidade de escrever a redação no dia da prova oficial. Por
isso, na sequência dessa apresentação sobre a redação no ENEM, inserimos todas as propostas
de redação que já caíram no Exame (seja nas versões de primeira ou de segunda aplicação).
Mas, antes de se dedicar a elas, é importante entender melhor o que é avaliado e
como é feita a correção. Abaixo você encontra todas essas informações e também tem
acesso a dicas sobre como fazer seu texto.

O que será avaliado na sua redação?


l
bular convenciona
Enquanto um vesti na redaç ão
nstre
exige que você demo
Em primeiro lugar, é preciso ter clareza de umentativa, o
a sua capacidade arg
que o ENEM espera do aluno uma redação bas- essa capacidade
ENEM quer que
tante diferente daquela que os vestibulares tradi- a direcionada pa ra uma proposta
estej
a postura ética.
cionais exigem. que demonstre um
Num vestibular tradicional, as principais
avaliações são relacionadas à elaboração do tex-
to, domínio do português formal e capacidade argu-
mentativa do aluno. Isso não se repete no ENEM.
É mais importante, para o ENEM, o entendimento do aluno sobre o tema, a capacidade de
compreender diferentes pontos de vista e a forma com que ele se posiciona. É valorizada, aqui, uma
postura ética do aluno com relação ao tema apresentado.
Em geral, os temas que aparecem nas propostas de redação do ENEM estão ligados às
competências exigidas pela matriz desse Exame. Essas competências você já conhece pois foram
apresentadas nos 30 capítulos desse Guia, mas vamos destacar algumas: em humanas, a compe-
tência 1 (cultura e identidade), a competência 2 (geopolítica) e a 5 (cidadania e democracia) costu-
mam aparecer. Para a área de linguagens, os temas relacionados às competências 1 (comunica-
ção), 8 (diversidade linguística) e 9 (tecnologias da informação como a internet e etc.) têm maiores
chances de serem cobrados. Destacamos também duas competências da área de ciências da Na-

Guia ENEM 493


tureza, a de número 3 (que trata sobre a relação do homem com o ambiente, degradação
e conservação ambiental) e a 8 (sobre saúde pública). Por trabalharem temas
relacionados ao nosso cotidiano, e por conseguirem
avaliar determinado posicionamento do aluno, es-
sas competências têm sido bastante cobradas na Também são ze
radas as reda
redação do ENEM. que tiverem de ções
boches ao Exam
Para esses temas, ou mesmo para outros Nem pense em e.
“testar os corre
que porventura possam aparecer, é importante inserindo rece tores”
itas de macar
hinos de times rão ou
que o aluno desenvolva uma redação que, ao em sua redaçã
o.
final, apresente uma proposta de intervenção na
realidade. Essa proposta de intervenção, como já
dissemos, tem que ser alinhada à uma postura ética, de
defesa de direitos humanos.
Apresentar uma proposta de intervenção, que seja ética, é um dos critérios para não zerar a
redação. Mas há ainda um critério que tem de ser observado: o aluno precisa escrever ao menos
oito linhas (das 30 que ele tem como máximo). Portanto, fique atento. Se você não conseguir fazer
todas as questões (as 90 do segundo dia) mais a redação, vale a pena deixar algumas questões de
lado para fazer a redação, pois uma redação pela metade pode fazê-lo zerar ou ao menos prejudi-
car muito a sua nota nessa parte.

esperadas
As competências
na redação

Para ter uma boa nota na redação do ENEM, é preciso saber o que o MEC/
INEP espera de você. Para tornar esses critérios claros à população e aos alunos,
foi publicada uma matriz, que é estruturada a partir de competências e habilidades
que se espera que os participantes tenham desenvolvido ao longo de sua forma-
ção. No caso da redação, cinco competências são avaliadas:

I- Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita.


II- Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas
de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais
do texto dissertativo-argumentativo.
III- Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opini-
ões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
IV- Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários
para a construção da argumentação.
V- Elaborar proposta de solução para o problema abordado, respeitando os
valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

494 A Redação no ENEM


Dica: um modelo para sua redação

Existem várias formas de fazer


uma dissertação com sucesso, mas ão
há uma que não falha: cinco pará- Dissertação é padr
al o candidato
grafos, com cinco, seis ou sete li- a dissertação, na qu
O modelo exigido é ínio. Pa ra isso, deverá
nhas em cada um deles é a fórmula um rac ioc
precisa desenvolver ord en ad a de modo
perfeita. tos de forma
apresentar argumen . Na pro va, alguns textos
po sição
Três argumentos para che- a fundamentar sua rvem para faci-
resentados, eles se
gar à sua conclusão é o razoável, e “indutores” são ap os candidatos
umentos e para que
uma dica importante é escolhê-los litar a busca por arg .
propo sta
e decidir como desenvolvê-los an- entendam melhor a
tes de começar a escrever.
A partir desses argumentos que
você elencou, elabore uma introdução que apresentará sua opinião sobre
o tema e quais argumentos irá utilizar durante o texto. Em cada um dos próxi-
mos três parágrafos, desenvolva um dos argumentos, de forma clara, utilizando
informações do texto ou de sua bagagem cultural. No quinto e último parágrafo, é hora de fechar a
redação, recuperando os três argumentos e chegando à conclusão que planejou. Lembre-se de que
a conclusão tem que trazer uma proposta ética de intervenção no problema apresentado.

O 2° dia de prova: uma maratona

É muito difícil resolver todas as questões de Linguagens


Com pouco tempo para
e Matemática e ainda fazer a Redação, além de passar tudo
fazer a redação, são
para o gabarito, em 5 horas e meia de prova. prejudicados justamente os
Um aluno, mesmo que muito bem preparado, em geral alunos mais preparados.
não consegue fazer com que sobre uma hora de prova para a
elaboração da redação. Normalmente esses alunos mais bem
preparados conseguem resolver mais questões, ou quase todas,
mas para isso necessitam de mais tempo. Ou seja, os alunos que têm potencial para ter
notas altas na prova são os mais prejudicados pela falta de tempo, pois resolvem muito bem todas as
questões e, se deixam a redação para o final, pode faltar tempo para ela.
Enquanto o MEC e o INEP não resolvem esse problema aumentando o tempo de prova, você
terá que se preparar para encarar essa maratona da melhor forma possível. Temos duas dicas para
você, veja só:

1 - Prepare-se fisicamente.

Estudos mostram que um aluno que pratica alguma atividade física regularmente tem mais
resistência para resolver uma prova longa como o ENEM.
Se colocarmos dois alunos com exatamente o mesmo desenvolvimento de competências
e habilidades, além de mesmo acúmulo de conteúdos, para fazer a mesma prova - enquanto um
pratica atividades físicas e o outro não - poderemos verificar que o primeiro, aquele que pratica

Guia ENEM 495


exercícios, terá uma nota maior. Isso
a atividade
aticam algum ocorre por que uma prova longa é tam-
Alunos que pr menos cansados ao final
física chegam bém uma prova de resistência. Ou seja,
da prova. como o ENEM apresenta 90 questões
por dia (e questões com textos longos,
que exigem bastante concentração), a
maioria dos alunos já chega cansada lá
pela questão de número 60. No caso dos
alunos que praticam atividades físicas,
e por isso possuem maior resistência,
esse cansaço deve chegar mais tarde.
Eles deverão chegar à questão 90 me-
nos cansados e mais atentos que os de-
mais, tendo possibilidades maiores de
acertar essas últimas questões e de fazer uma boa redação no segundo dia.

2 - Deixe as questões que você não sabe para o final.

Como é difícil resolver todas as questões e ainda fazer uma boa redação (o que demanda
tempo), é melhor usar o tempo para aquilo que poderá agregar mais pontos à sua nota. Em geral, a
redação consegue conferir mais pontos ao aluno do que aquelas questões difíceis em que ele fica
quebrando a cabeça sem conseguir resolver.
Por isso, sugerimos que você resolva as questões que tiver maior facilidade e deixe aquelas
que você não sabe resolver, ou aquelas que você gastará muito tempo resolvendo, para o final. Dessa
forma, você conseguirá reservar ao menos 1 hora para a elaboração da redação e conseguirá fazer
um bom texto. No tempo que sobrar você poderá então se dedicar às questões que deixou de lado.
Há quem prefira fazer a redação antes das questões. Pode ser uma boa opção para quem
perde a concentração muito rápido ou para quem só consegue escrever “com a cabeça mais fres-
ca”. Mas há duas coisas negativas: a primeira é que as questões podem trazer alguma informação
ou texto que pode ser útil na reflexão sobre o tema da redação e, fazendo a redação primeiro, você
perde essa chance. A segunda é que, ao fazer a redação primeiro, você pode se perder com relação
ao tempo, ficando mais de 1h ou 1h30 na redação, prejudicando a resolução das questões depois.
Ou seja, pode acontecer de você deixar questões (mesmo as fáceis) para o final e não conseguir
resolvê-las. Sugerimos que você faça a resolução das provas anteriores do ENEM, inclusive da re-
dação, como se fosse um simulado, e teste essas opções de “ordem de resolução”, para ver com
qual você tem melhor desempenho.

Como é feita a correção da redação?

O ENEM é uma prova nacional, gigante. São milhões de redações que, ao contrário das ques-
tões (que são corrigidas por um equipamento automático), têm de ser corrigidas por professores,
uma a uma. Então você pode imaginar a dimensão que a correção de todos esses textos alcança e
também a necessidade de mecanismos que inibam injustiças.
Funciona assim: são milhares de professores selecionados e orientados anteriormente pelo

496 A Redação no ENEM


INEP acerca dos critérios de correção, que e enviada para
corrigem as redações do ENEM através de Sua redação será digitalizada essores
on-l ine em que 2 prof
um sistema
correção.
um sistema on-line. O professor não sabe que não se conhecem farão a
quem é o aluno que escreveu o texto, e o alu-
no também nunca saberá quem foram os corre-
tores.
Mas “corretores”, no plural? Sim, no plu-
ral, pois são inicialmente 2 corretores. Esses 2
professores não se conhecem e não sabem a
nota que o outro deu. Ambos realizam a corre-
ção através do sistema e, se não houver uma
diferença maior de 100 pontos entre as notas
dos 2 corretores, o próprio sistema faz a média
aritmética (soma da nota dos 2 corretores divi-
dida por 2), que será a nota final do aluno.

Vamos aos casos mais complicados.

Se a diferença entre as notas dadas por esses 2 corretores for maior que 100 pontos, a reda-
ção será enviada para um ter- ceiro corretor, que não saberá qual foi a nota dada pelos 2 outros. Se
a nota dada por esse terceiro corretor for próxima (até 100 pontos de diferença) da nota dada por
algum dos 2 corretores anteriores, a nota fi nal do aluno será a média entre a nota desse terceiro
corretor e a nota do corretor anterior da qual a nota do terceiro corretor se aproxima.
Mas e se a nota do terceiro corretor também for distante (mais de 100 pontos) das duas notas
anteriores? Nesse caso a redação irá para uma banca composta por educadores mais experientes
e especialistas. Essa banca irá definir a nota final da redação.
Temos ainda um caso especial: o das notas 1000. Essa é a nota máxima que você pode ter na
redação. Se os 2 corretores derem nota 1000 ao aluno, então a média dele será 1000. Nesses casos,
essa redação será enviada à banca (a mesma banca que analisa as redações com divergências de
nota). Esse grupo especial de professores irá avaliar se correção dessa redação foi realmente justa
e confirmar, ou não, a nota 1000.
É ainda importante citar os casos de desclassificação. Isso acontece quando o aluno escreve
menos de 8 linhas, foge do tema, não elabora uma proposta ética de intervenção no problema ou
faz algum deboche ao exame (como inserir um hino de time, uma música ou uma receita de bolo no
meio do texto).

A matriz de referência:

Você poderá verificar, na Matriz de referência para redação (disponível na sequência), quais
são as competências esperadas do aluno. Repare, por exemplo, na importância da elaboração de
uma proposta de intervenção. Poderá verificar também, por exemplo, que o impacto de erros grama-
ticais não é tão grande no conjunto da nota.
Entre as avaliações que o ENEM se propõe a fazer, está a análise de se o aluno compreendeu
o tema da proposta de redação, se ele consegue construir, de forma evolutiva, argumentos para sua
tese, se ele consegue caracterizar autoria para seu texto e se ele consegue concluir o texto com
uma proposta ética e inovadora de intervenção na situação problema apresentada.

Guia ENEM 497


matriz de
Competências expressas na
EM e níveis de
referência para redação do EN
conhecimentos associados

I - Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa.

Nível 0: Demonstra desconhecimento da modalidade escrita formal da língua por-


tuguesa.
Nível 1: Demonstra domínio precário da modalidade escrita formal da língua por-
tuguesa, de forma sistemática, com diversificados e frequentes desvios
gramaticais, de escolha de registro e de convenções da escrita.
Nível 2: Demonstra domínio insuficiente da modalidade escrita formal da língua
portuguesa, com muitos desvios gramaticais, de escolha de registro e de
convenções da escrita.
Nível 3: Demonstra domínio mediano da modalidade escrita formal da língua portu-
guesa e de escolha de registro, com alguns desvios gramaticais e de con-
venções da escrita.
Nível 4: Demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da língua portugue-
sa e de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e de conven-
ções da escrita.
Nível 5: Demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da língua por-
tuguesa e de escolha de registro. Desvios gramaticais ou de convenções
da escrita serão aceitos somente como excepcionalidade e quando não
caracterizem reincidência.

II - Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de


conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto
dissertativo-argumentativo em prosa.

Nível 0: “Fuga ao tema/não atendimento à estrutura dissertativo-argumentativa”.


Nível 1: Apresenta o assunto, tangenciando o tema ou demonstra domínio precário
do texto dissertativo-argumentativo, com traços constantes de outros tipos
textuais.
Nível 2: Desenvolve o tema recorrendo à cópia de trechos dos textos motivadores
ou apresenta domínio insuficiente do texto dissertativo-argumentativo, não
atendendo à estrutura com proposição, argumentação e conclusão.
Nível 3: Desenvolve o tema por meio de argumentação previsível e apresenta do-
mínio mediano do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, argu-
mentação e conclusão.

498 A Redação no ENEM


Nível 4: Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente e apresenta
bom domínio do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, argu-
mentação e conclusão.
Nível 5: Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, a partir de um
repertório sociocultural produtivo e apresenta excelente domínio do texto
dissertativo- argumentativo.

III - Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e


argumentos em defesa de um ponto de vista.

Nível 0: Apresenta informações, fatos e opiniões não relacionados ao tema e sem


defesa de um ponto de vista.
Nível 1: Apresenta informações, fatos e opiniões pouco relacionados ao tema ou
incoerentes e sem defesa de um ponto de vista.
Nível 2: Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, mas desor-
ganizados ou contraditórios e limitados aos argumentos dos textos motiva-
dores, em defesa de um ponto de vista.
Nível 3: Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, limitados
aos argumentos dos textos motivadores e pouco organizados, em defesa
de um ponto de vista.
Nível 4: Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, de forma
organizada, com indícios de autoria, em defesa de um ponto de vista.
Nível 5: Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto,
de forma consistente e organizada, configurando autoria, em defesa de um
ponto de vista.

IV - Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a


construção da argumentação.

Nível 0: Não articula as informações.


Nível 1: Articula as partes do texto de forma precária.
Nível 2: Articula as partes do texto, de forma insuficiente, com muitas inadequa-
ções e apresenta repertório limitado de recursos coesivos.
Nível 3: Articula as partes do texto, de forma mediana, com inadequações, e apre-
senta repertório pouco diversificado de recursos coesivos.
Nível 4: Articula as partes do texto com poucas inadequações e apresenta repertó-
rio diversificado de recursos coesivos.
Nível 5: Articula bem as partes do texto e apresenta repertório diversificado de
recursos coesivos.

Guia ENEM 499


V - Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os
direitos humanos.

Nível 0: Não apresenta proposta de intervenção ou apresenta proposta não rela-


cionada ao tema ou ao assunto.
Nível 1: Apresenta proposta de intervenção vaga, precária ou relacionada apenas
ao assunto.
Nível 2: Elabora, de forma insuficiente, proposta de intervenção relacionada ao
tema, ou não articulada com a discussão desenvolvida no texto.
Nível 3: Elabora, de forma mediana, proposta de intervenção relacionada ao tema e
articulada à discussão desenvolvida no texto.
Nível 4: Elabora bem proposta de intervenção relacionada ao tema e articulada à
discussão desenvolvida no texto.
Nível 5: Elabora muito bem proposta de intervenção, detalhada, relacionada ao
tema e articulada à discussão desenvolvida no texto.

Os professores selecionados para realizar a correção das redações do ENEM têm de avaliar
cada redação nas 5 competências descritas nessa matriz, conforme os níveis de pontuação que
você pôde verificar.
Para facilitar seu entendimento, verifique abaixo a imagem da tela que esses corretores
usam para fazer o trabalho. Repare que há espaços para que o corretor indique a pontuação obtida
por aquela redação em cada critério (de 0 a 5).

Reprodução: tela utilizada


pelos corretores para
determinar a pontuação de
cada redação.

500 A Redação no ENEM


Como você pôde verificar na matriz e na tela para correção, o ENEM cobra 5 competências na
redação, e cada uma delas vale de 0 a 200 pontos. O corretor, diferente do que a maioria dos alunos
imagina, não atribui uma “nota com número” para cada item da redação. O que ele faz é atribuir um
nível para cada competência cobrada. No programa de computador para correção da redação, há um
círculo para que ele escolha e assinale o nível (de 0 a 5) do texto em cada uma das 5 competências.
Vamos imaginar isto melhor. Suponha que o corretor está lendo a sua redação, no computa-
dor, e que ele vai lhe atribuir um nível para a primeira competência (“domínio da norma culta”). Na
parte de baixo da tela ele terá 6 círculos, desta forma :

Competência 1
O - nível 0
O - nível 1
O - nível 2
O - nível 3
O - nível 4
O - nível 5

Se o corretor assinalar o primeiro círculo (nível 0), ele irá gerar a nota 0 para essa competência.
O segundo irá gerar a nota 40, o terceiro, 80, o quarto, 120, o quinto, 160 e o sexto (nível 5), 200 pontos.
Com a análise de cada uma das 5 competências, cada uma valendo no máximo 200 pontos,
temos o total de até 1000 pontos a serem alcançados.

Mãos à obra

Agora que você já sabe o que é esperado da sua redação e sabe como será feita a cor-
reção, é importante que você dedique um pouco de seu tempo na elaboração de redações para as
propostas que já foram cobradas pelo ENEM após a implantação desse modelo (dessa matriz para
a redação). A seguir, você encontra 11 dessas propostas. Portanto, mãos à obra!

PROPOSTAS DE REDAÇÃO

1
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos
ao longo de sua formação, redija um texto dessertativo-argumentativo em norma culta escrita
da língua portuguesa sobre o tema O indivíduo frente à ética nacional, apresentando proposta
de ação social, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione coerentemen-
te argumentos e fatos para a defesa do seu ponto de vista.

Guia ENEM 501


Millôr Fernandes
Disponível em: http://www2.uol.com.br/millor. Aceso em 14 de jul de 2009

Andamos demais acomodados, todo mundo reclamando em voz baixa como se fosse errado
indignar-se.

Sem ufanismo, porque dele estou cansada, sem dizer que este é um país rico, de gente boa e
cordata, com natureza (a que sobrou) belíssima e generosa, sem fantasiar nem botar óculos de
cor-de-rosa, que o momento não permite, eu me pergunto o que anda acontecendo com a gente.

Tenho medo disso que nos tornamos ou em que estamos nos transformando, achando bonita a
ignorância eloquente, engraçado o cinismo bem-vestido, interessante o banditismo arrojado,
normal o abismo em cuja beira nos equilibramos – não malabaristas, mas palhaços.

LUFT, L. Ponto de vista. Veja. Ed. 1988, 27 dez 2006 (adaptado).

Qual é o efeito em nós do “eles são todos corruptos”?

As denúncias que assolam nosso cotidiano podem dar lugar a uma vontade de transformar o
mundo só se nossa indignação não afetar o mundo inteiro. “Eles são TODOS corruptos” é um
pensamento que serve apenas para “confirmar” a “integridade” de quem se indigna.

O lugar-comum sobre a corrupção generalizada não é uma armadilha para os corruptos: eles
continuam iguais e livres, enquanto, fechados em casa, festejamos nossa esplendorosa retidão.

O dito lugar-comum é uma armadilha que amarra e imobiliza os mesmos que denunciam a im-
perfeição do mundo inteiro.

CALLIGARIS, C. A armadilha da corrupção. Disponível em: http://www1.folha.com.br (adaptado)

502 A Redação no ENEM


2
Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construídos
ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da
língua portuguesa sobre o tema Valorização do idoso, apresentando experiência ou proposta
de ação social, que respeite os direitos humanos. Selecione, Organize e Relacione, de forma
coerente e coesa, Argumentos e Fatos para a defesa do seu ponto de vista.

Estatuto do Idoso

Art. 3.º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar


ao idoso, com absoluta propriedade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao
respeito e à convivência familiar e comunitária. [...]

Art. 4.º Nenhum idoso será objetivo de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência,
crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na
forma da lei.
Disponível em: www.mds.gov.br/suas/arquivos/estatuto_idoso.pdf. Acesso em: 07 maio 2009

Foto: Angeluci Figueiredo


Disponível em: http://correio24horas.com. Acesso em: 18 ago. 2009

O aumento da proporção de idosos na população é um fenômeno mundial tão profundo que


muitos chamam de “revolução demográfica”. No último meio século, a expectativa de vida au-
mentou em cerca de 20 anos. Se considerarmos os últimos dois séculos, ela quase dobrou. E, de
acordo com algumas pesquisas, esse processo pode estar longe do fim.

Disponível em: http://www.comciencia.br/reportagens/envelhecimento/texto/env16.htm.


Acesso em: 07 maio 2009

Guia ENEM 503


Idoso é quem tem o privilégio de viver longa vida...
...velho é quem perdeu a jovialidade.
[...]
A idade causa a degenerescência das células...
...a velhice causa a degenerescência do espírito.
Você é idoso quando sonha...
...você é velho quando apenas dorme...
[...]
Disponível em: http://www.orizamartins.com/ref-ser-idoso.html. Acesso em: 07 maio 2009

3
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos
ao longo de sua formação, redija um texto dessertativo-argumentativo em norma culta escrita da
língua portuguesa sobre o tema O Trabalho na Construção da Dignidade Humana, apresentando
experiência ou proposta de ação social, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

O que é trabalho escravo


Escravidão contemporânea é o trabalho degra-
dante que envolve cerceamento da liberdade

A assinatura da Lei Áurea, em 13 de Maio 1888,


representou o fim do direito de propriedade de
uma pessoa sobre a outra, acabando com a
possibilidade de possuir legalmente um escravo
no Brasil. No entanto, persistiram situações que
mantêm o trabalhador sem possibilidade de se
desligar de seus patrões. Há fazendeiros que,
para realizar derrubadas de matas nativas para
formação de pastos, produzir carvão para a in-
dústria siderúrgica, preparar o solo para plantio
de sementes, entre outras atividades agrope-
cuárias, contratam mão de obra utilizando os
contratadores de empreitada, os chamados
“gatos”. Eles aliciam os trabalhadores, servindo
de fachada para que os fazendeiros não sejam
responsabilizados pelo crime.

Trabalho escravo se configura pelo trabalho degradante aliado ao cerceamento da liberdade.


Este segundo fator nem sempre é visível, uma vez que não mais se utilizam correntes para pren-
der o homem à terra, mas sim ameaças físicas, terror psicológico ou mesmo as grandes distân-
cias que separam a propriedade da cidade mais próxima.
Disponível em: http://www.reporterbrasil.org.br. Acesso em: 02 set.2010 (fragmento).

504 A Redação no ENEM


O futuro do trabalho
Esqueça os escritórios, os salários fixos e a aposentadoria. Em 2020, você trabalhará em casa,
seu chefe terá menos de 30 anos e será uma mulher.

Felizmente, nunca houve tantas ferramentas disponíveis para mudar o modo como trabalha-
mos e, consequentemente, como vivemos. E as transformações estão acontecendo. A crise
despedaçou companhias gigantes tidas até então como modelos de administração. Em vez de
grandes conglomerados, o futuro será povoado de empresas menores reunidas em torno de
projetos em comum. Os próximos anos também vão consolidar mudanças que vêm acontecen-
do há algum tempo: a busca pela qualidade de vida, a preocupação com o meio ambiente, e a
vontade de nos realizarmos como pessoas também em nossos trabalhos. “Falamos tanto em
desperdício de recursos naturais e energia, mas e quanto ao desperdício de talentos?”, diz o
filósofo e ensaísta suíço Alain de Botton em seu novo livro The Pleasure of Sorrows of Works (Os
prazeres e as dores do trabalho, ainda inédito no Brasil).

O seu Busca de
trabalho qualidade Inovação
em 2020 de vida

Preocupação
com o meio Globalização
ambiente

Disponível em: http://revistagalileu.globo.com. Acesso em: 02 set. 2010 (fragmento).

4
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos
ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita
da língua portuguesa sobre o tema Ajuda humanitária, apresentando proposta de ação social,
que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Comitê de Ajuda Humanitária da UEPB treina voluntários para atuar junto às vitimas de
Palmares
Quinta, 01 de Julho de 2010 16:19

Na manhã desta quinta-feira, cerca de 50 pessoas, entre alunos e professores da Universidade


Estadual da Paraíba, participaram do 1º Treinamento de Equipe Multidisciplinar para Atuação
em Situação de Emergência, oferecido pelo Comitê de Ajuda Humanitária, Social e da Saúde,
criado recentemente pela instituição.

A primeira atividade da equipe terá início já neste domingo, data em que viajarão para a cidade
de Palmares (AL), onde permanecerão por uma semana, para oferecer apoio humanitário aos
moradores daquela localidade, uma das tantas atingidas pelas chuvas e enchentes que assola-

Guia ENEM 505


ram os estados de Pernambuco e Alagoas nas últimas semanas.

Disponível em: http://www.uepb.edu.br. Acesso em: 23 ago. 2010 (adaptado)

TERREMOTO NO HAITI
Redes Sociais da Internet foram o principal meio de
comunicação
14/01/2010 00:01h

Durante todo o dia de ontem, a Internet foi o principal meio


usado pelo Haiti para se comunicar com o mundo. Men-
sagens ao exterior foram encaminhadas por estrangeiros
no país e por moradores locais. Apesar da instabilidade
na rede – os sistemas de luz e telefone também estavam
intermitentes –, os sites de relacionamento foram usados
para acalmar familiares e clamar por auxílio internacional.

No Brasil, usuários do Twitter divulgavam a ação da ONG


Viva Rio, que abriu uma conta para receber doações aos
desabrigados no Haiti. (OT, com Agência Estado)

Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br.


Acesso em: 30 abr. 2010

Disponível em: http://gcmandretavares.blogspot.com. Acesso em: 23 ago. 2010

5
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portugue-
sa sobre o tema VIVER EM REDE NO SÉCULO XXI: OS LIMITES ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO,
apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, or-
ganize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Liberdade sem fio

A ONU acaba de declarar o acesso à rede um direito fundamental do ser humano – assim como
saúde, moradia e educação. No mundo todo, pessoas começam a abrir seus sinais privados
de wi-fi, organizações e governos se mobilizam para expandir a rede para espaços públicos e
regiões onde ela ainda não chega, com acesso livre e gratuito.

ROSA, G.; SANTOS, P. Galileu. Nº 240, jul. 2011 (fragmento).

A internet tem ouvido e memória

Uma pesquisa da consultoria Forrester Research revela que, nos Estados Unidos, a população já

506 A Redação no ENEM


passou mais tempo conectada à internet do que em frente à televisão. Os hábitos estão mudando.
No Brasil, as pessoas já gastam cerca de 20% de seu tempo on-line em redes sociais. A grande
maioria dos internautas (72%, de acordo com o Ibope Mídia) pretende criar, acessar e manter um
perfil na rede. “Faz parte da própria socialização do indivíduo do século XXI estar numa rede so-
cial. Não estar equivale a não ter uma identidade ou um número de telefone no passado”, acredita
Alessandro Barbosa Lima, CEO da e.Life, empresa de monitoração e análise de mídias.

As redes sociais são ótimas para disseminar ideias, tornar alguém popular e também arruinar
reputações. Um dos maiores desafios dos usuários da internet é saber ponderar o que se públi-
ca nela. Especialistas recomendam que não se deve publicar o que não se fala em público, pois
a internet é um ambiente social e, ao contrário do que se pensa, a rede não acoberta anonimato,
uma vez que mesmo quem se esconde atrás de um pseudônimo pode ser rastreado e identifica-
do. Aqueles que, por impulso, se exaltam e cometem gafes podem pagar caro.

Disponível em: http://www.terra.com.br. Acesso em: 30 jun. 2011 (adaptado).

DAHMER, A. Disponível em: http://malvados.wordpress.com. Acesso em: 30 jun. 2011.

6
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos
ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua
portuguesa sobre o tema CULTURA E MUDANÇA SOCIAL, apresentando proposta de ação so-
cial que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Fundado em 21 de janeiro de 1993, o Grupo Cultural AfroReggae foi criado para transformar a reali-
dade de jovens moradores de favelas utilizando a educação, a arte e a cultura como instrumentos de
inserção social. O embrião do projeto foi o jornal AfroReggae Notícias, cuja primeira edição circulou
em agosto de 1992. O informativo — distribuído gratuitamente e sem anunciantes — logo se tornou
um canal aberto para o debate de ideias e de problemas que afetam a vida de negros e pobres.

Desde então, o Grupo Cultural AfroReggae investe no potencial de jovens favelados, levando edu-
cação, cultura e arte a territórios marcados pela violência policial e pelo narcotráfico. Ao longo de
seus 18 anos, o AfroReggae vem utilizando atividades artísticas, como percussão, circo, grafite,
teatro e dança para tentar diminuir os abismos que separam negros e brancos, ricos e pobres,
a favela e o asfalto, a fim de criar pontes de união entre os diferentes segmentos da sociedade.

Disponível em: http://www.afroreggae.org.br. Acesso em: 18 nov. 2010 (adaptado).

Guia ENEM 507


Disponível em: http://www.ibase.br. Acesso em: 18 nov. 2010.

Betinho: uma trajetória de luta

Herbert José de Souza, o Betinho, buscou a vida de forma intensa para si e para os outros,
particularmente para os excluídos da sociedade. Seu humor e sua ironia juntavam-se a uma
forte indignação diante da mínima injustiça. Ele afirmava que a democracia não é um modelo ou
uma estrutura acabada; é algo que constantemente deve ser sonhado, imaginado ou recriado.
A busca de ser livre, igual, diverso, solidário e participante é um princípio que deve fermentar
nosso constante sonhar e imaginar a democracia como guia de intervenção cidadã.

GRZYBOWSKI, C. Disponível em: http://www.comitebetinho.org.br. Acesso em: 18 nov. 2010 (adaptado).

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A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos cons-
truídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da
língua portuguesa sobre o tema O MOVIMENTO MIGRATÓRIO PARA O BRASIL NO SÉCULO XXI,
apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Ao desembarcar no Brasil, os imigrantes trouxeram muito mais do que o anseio de refazer suas
vidas trabalhando nas lavouras de café e no início da indústria paulista. Nos séculos XIX e XX,
os representantes de mais de 70 nacionalidades e etnias chegaram com o sonho de “fazer a
América” e acabaram por contribuir expressivamente para a história do país e para a cultura
brasileira. Deles, o Brasil herdou sobrenomes, sotaques, costumes, comidas e vestimentas.

A história da migração humana não deve ser encarada como uma questão relacionada exclusi-
vamente ao passado; há a necessidade de tratar sobre deslocamentos mais recentes.

Disponível em: HTTP://www.museudaimigracao.org.br. Acesso em 19 jul. 2012 (adaptado).

Acre sofre com invasão de imigrantes do Haiti

Nos últimos três dias de 2011, uma leva de 500 haitianos entrou ilegalmente no Brasil pelo Acre,
elevando para 1.400 a quantidade de imigrantes daquele país no município de Brasileia (AC).
Segundo o secretário adjunto de Justiça e Direitos Humanos do Acre, José Henrique Corinto, os
haitianos ocuparam a praça da cidade. A Defesa Civil do estado enviou galões de água potável
e alimentos, mas ainda não providenciou abrigo.

508 A Redação no ENEM


A imigração ocorre porque o Haiti ainda não se recu-
perou dos estragos causados pelo terremoto de janeiro
de 2010. O primeiro grande grupo de haitianos chegou
a Brasileia no dia 14 de janeiro de 2011. Desde então,
a entrada ilegal continua, mas eles não são expulsos:
obtêm visto humanitário e conseguem tirar carteira de
trabalho e CPF para morar e trabalhar no Brasil.

Segundo Corinto, ao contrário do que se imagina, não


são haitianos miseráveis que buscam o Brasil para
viver, mas pessoas da classe média do Haiti e profis-
sionais qualificados, como engenheiros, professores,
advogados, pedreiros, mestres de obras e carpinteiros.
Porém, a maioria chega sem dinheiro.

Os brasileiros sempre criticaram a forma como os paí- Disponível em: HTTP://mg1.com.br. Acesso em 21 jul. 2012.
ses europeus tratavam os imigrantes. Agora, chegou a nossa vez – afirma Corinto.

Disponível em:http://www.dpf.gov.br. Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).

Trilha da Costura

Os imigrantes bolivianos, pelo último censo, são mais de 3 milhões, com população de aproxi-
madamente 9,119 milhões de pessoas. A Bolívia em termos de IDH ocupa a posição de 114° de
acordo com os parâmetros estabelecidos pela ONU. O país está no centro da América do Sul e
é o mais pobre, sendo 70% da população considerada miserável. Os principais países para onde
os bolivianos imigrantes dirigem-se são: Argentina, Brasil, Espanha e Estados Unidos.

Assim sendo, este é o quadro social em que se encontra a maioria da população da Bolívia,
estes dados já demonstram que as motivações do fluxo de imigrantes não são políticas, mas
econômicas. Como a maioria da população tem baixa qualificação, os trabalhos artesanais, cul-
turais, de campo e de costura são os de mais fácil acesso.

Disponível em: http://www.ipea.gov.br. Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).

8
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos cons-
truídos ao de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua
portuguesa sobre o tema O GRUPO FORTALECE O INDIVÍDUO? Apresente proposta de intervenção
que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, ar-
gumentos e fatos para defesa do seu ponto de vista.

Nasce um grande movimento

A Associação dos Funcionários de Bancos de São Paulo teve seu estatuto aprovado em 16 de abril

Guia ENEM 509


de 1923, em assembleia da qual participaram 84 bancários. A preocupação inicial era credenciar os
bancários à entidade e criar uma identidade da categoria, até então integrada aos comerciários.
Menos de 10 anos depois aconteceu a primeira greve de bancários da história, iniciada em Santos,
em 18 de abril de 1932. Eram os funcionários do Banespa que reivindicavam melhorias salariais e
das condições sanitárias – havia grande incidência de tuberculose à época. Essa greve foi vitoriosa;
entretanto, a conquista que marcou a década de 30 foi a redução da jornada de trabalho para seis ho-
ras, em novembro de 1933. A Associação passou a chamar-se Sindicato dos Bancários de São Paulo.

Disponível em: www.spbancarios.com.br. Acesso em: 19 jul. 2012.

Corinthians Campeão da Libertadores – Jorge Henrique: ‘O grupo é maravilhoso’

Contendo as lágrimas após o término da final da Libertadores, Jorge Henrique falou primeiro sobre
a Fiel. “Eu sei que essa nação me ama pelo que faço em campo”, disse o jogador emocionado.
Mostrando a união, o camisa 23 elogiou a equipe. “O grupo é maravilho, humilde, não tem estrela.
Fomos conquistando nosso espaço”, disse o corinthiano.

Disponível em: www.mennel.com.br. Acesso em: 19 jul 2012 (adaptado).

Marcha das Vadias

A 2ª edição brasileira da Marcha das Vadias aconteceu simultaneamente em 14 cidades do país,


entre elas São Paulo (SP), Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF),
Recife (PE), Salvador (BA) e Natal (RN). Além de chamar a atenção aos diversos tipos de violência
sofridos pelas mulheres – verbal, física ou sexual –, a mobilização pretende combater a responsabi-
lização das vítimas pela violência sofrida e ressaltar os direitos do sexo feminino.

A manifestação é inspirada no movimento mundial intitulado “Slut Walk”, criado em abril do ano
passado, após um oficial da policia de Toronto, no Canadá, dizer que, para evitar estupros, as mu-
lheres deveriam deixar de se “vestir como vadias”.

Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em 19 jul. 2012 (adaptado).

510 A Redação no ENEM


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Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua sobre o
tema A família contemporânea e o que ela representa para a sociedade. Selecione, organize e rela-
cione coerentemente argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista, respeitando os direitos
humanos.

AMARAL, Tarsila do. A Família. 1925. Óleo sobre tela, 79 cm X 101,5 cm. Coleção Torquato Sabóia Pessoa, SP.

O desenvolvimento de instituições modernas do Estado e do mercado abarca, em parte, as antigas


funções da família, restringindo a esfera de atuação desta às dimensões da afetividade e da reprodu-
ção da vida, em seus aspectos biológico e culturais. Por essa razão, é importante refletir sobre como
o Estado, por meio de seu papel regulador e de promotor de políticas públicas, deve assumir respon-
sabilidades perante os indivíduos, as famílias e o bem-estar coletivo.
ITABORAÍ, N. R. A proteção social da família brasileira contemporânea: reflexões sobre a dimensão simbólica das políticas públicas.
Disponível em: http://www.abep.nepo.unicamp.br. Acesso em: 14 ago. 2009.

Lidar com as famílias, hoje, é lidar com a diversidade; famílias intactas, famílias em processo de sepa-
ração, famílias monoparentais, famílias reconstruídas, famílias constituídas de casais homossexuais,
famílias constituídas de filhos adotivos, famílias constituídas por meio das novas técnicas de reprodu-
ção. A família intacta, tal qual nos acostumamos a pensar como sendo o modelo de família, é, hoje em
dia, uma das várias formas de se viver a família. A multiplicidade “ser família”, hoje, cria um hiato na
geração que aprendeu o “ser família” de acordo com determinadas características e sua concretiza-
ção na prática. Talvez só a geração dos filhos saiba desenvolver a maneira de denominar tal realidade.

MOREIRA, B. F. O que há de novo nas novas famílias? Disponível em: http://www.tvebrasil.com.br. Acesso em: 14 ago. 2009.

Guia ENEM 511


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A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade es-
crita formal da língua portuguesa sobre o tema “Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil”,
apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Qual o objetivo da “Lei Seca ao volante”?

De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), a utilização de bebi-


das alcoólicas é responsável por 30% dos acidentes de trânsito. E metade das mortes, segundo
o Ministério da Saúde, está relacionada ao uso do álcool por motoristas. Diante deste cenário
preocupante, a Lei 11.705/2008 surgiu com uma enorme missão: alertar a sociedade para os pe-
rigos do álcool associado à direção.

Para estancar a tendência de crescimento de mortes no trânsito, era necessária uma ação enér-
gica. E coube ao Governo Federal o primeiro passo, desde a proposta da nova legislação à aqui-
sição de milhares de etilômetros. Mas para que todos ganhem, é indispensável a participação
de estados, municípios e sociedade em geral. Porque para atingir o bem comum, o desafio deve
ser de todos.
Disponível em: www.dprf.gov.br. Acesso em: 20 jun. 2013.

NÃO DEIXE A BEBIDA


MUDAR O SEU DESTINO
DIRIGIR ALCOOLIZADO É CRIME E PODE DAR CADEIA

Polícia Rodoviária Ministério


EMERGÊNCIA: 191 Federal da Justiça

Disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 20 jun. 2013.

512 A Redação no ENEM


LEI SECA EM NÚMEROS

-13% 97%
Atendimento Aprovaram o uso
Hospitalar dos bafômetros
Fonte: Secretaríra Municipal de Fonte: IBPS
Saúde (RJ)

-27% -6,2%
Vítimas de acidente Média Nac. de
no Grande Rio redução vítimas
Fonte: ISP - RJ fatais
Fonte: Data SUS

Disponível em: www.operacaoleisecarj.rj.gov.br. Acesso em: 20 jun. 2013 (adaptado).

Repulsão magnética a beber e dirigir

A lei da física que comprova que dois polos opostos se atraem em um campo magnético é um dos
conceitos mais populares desse ramo do conhecimento. Tulipas de chope e bolachas de papelão
não servem, em condições normais, como objetos de experimento para confirmar essa proposta.
A ideia de uma agência de comunicação em Belo Horizonte foi bem simples. Ímãs foram inseri-
dos em bolachas utilizadas para descansar os copos, de forma imperceptível para o consumidor.
Em cada lado, há uma opção para o cliente: dirigir ou chamar um táxi depois de beber. Ao mesmo
tempo, tulipas de chope também receberam pequenos pedaços de metal mascarados com uma
pequena rodela de papel na base do copo. Durante um fim de semana, todas as bebidas servidas
passaram a pregar uma peça no cliente. Ao tentar descansar seu copo com a opção dirigir virada
para cima, os ímãs apresentavam a mesma polaridade e, portanto, causando repulsão, fazendo
com que o descanso fugisse do copo; se estivesse virada mostrando o lado com o desenho de
um táxi, ela rapidamente grudava na base do copo. A ideia surgiu na necessidade de passar a
mensagem de uma forma leve e no exato momento do consumo.
Disponível em: www.operacaoleisecarj.rj.gov.br. Acesso em: 20 jun. 2013 (adaptado).

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A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade
escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Cooperativismo como alternativa social”,
apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Guia ENEM 513


Cooperativas e desenvolvimento sustentável

A Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou 2012 o Ano Internacional das Cooperativas,
como reconhecimento do papel fundamental das Cooperativas na promoção do desenvolvi-
mento socioeconômico de centenas de milhões de pessoas em todo o mundo.

Com este propósito, a Assembleia Geral da ONU apela para a comunidade internacional a fim
de que medidas sejam tomadas para a criação de um ambiente favorável e capacitante para o
fomento à instalação de cooperativas, objetivando a promoção da conscientização dos povos
em relação às importantes contribuições das cooperativas para a geração de empregos e
para a consequente melhoria qualitativa de vida dos povos.

Disponível em: www.peaunesco.com.br. Acesso em: 20 jun. 2013.

AS COOPERATIVAS AJUDAM A CONSTRUIR UM MUNDO MELHOR

Disponível em: www.peaunesco.com.br. Acesso em: 20 jun. 2013.

“Porque nós somos os médicos do planeta, o planeta está doente e o ser humano está adoe-
cendo cada vez mais. Quanto menos ele trata o lixo, mais ele adoece o planeta. E nós estamos
aqui fazendo um trabalho digno. De fazer com que aquelas pessoas que ainda não têm cons-
ciência, bem, vamos esperar que elas tenham, mas enquanto isso nós vamos fazendo esse
trabalho”.

Marli, membro de uma cooperativa de catadores de lixo instalada no centro de São Paulo.
Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 20 jun. 2013 (adaptado).

Disponível em: www.doeseulixo.org.br. Acesso em: 20 jun. 2013.

514 A Redação no ENEM


guiaenem.org.br
www.

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