Disciplina: História da Filosofia I Docente: Dra. Flávia Bruno Grupo: Metafísica
Tema: As Quatro Causas
Aristóteles apresenta a metafísica, em primeiro lugar, como “busca das
causas primeiras”. Assim, devemos estabelecer quais e quantas são essas causas. Aristóteles esclareceu que as causas necessariamente devem ser finitas quanto ao número e estabeleceu que, no que se refere ao mundo do devir, reduzem-se às seguintes quatro: Causa formal, causa material, causa eficiente e causa final. As duas primeiras nada mais são do que a forma ou essência e a matéria, que constituem todas as coisas. Matéria e forma são suficientes para explicar a realidade, se a considerarmos estaticamente; no entanto, se a considerarmos dinamicamente, isto é, no seu devir, no seu produzir-se e no seu corromper-se, então já não bastam. Com efeito, é evidente que, por exemplo, se considerarmos determinado homem estaticamente, ele se reduz a nada mais que sua matéria (carne e osso) e sua forma (alma). Mas, se o considerarmos dinamicamente, perguntando-nos “como nasceu”, “quem o gerou” e “por que se desenvolve e cresce”, então são necessárias duas razões ou causas: a causa eficiente ou motriz, isto é, o pai que o gerou, e a causa final, isto é, o fim ou o objetivo para o qual tende o devir do homem. Portanto, podemos resumir a questão da seguinte maneira:
1. Causa formal: Trata-se da forma que faz com que a coisa seja o que é. É a resposta à questão: o que é X?
2. Causa material: É o elemento constituinte da coisa, a matéria de que é
feita. Responde à questão: De que é feito X?
3. Causa eficiente: Consiste na fonte primária da mudança, o agente da
transformação da coisa. Responde à questão: Por que X é X?; ou O que fez/Quem fez com que X viesse a ser X?
4. Causa final: Trata-se do objetivo, propósito, finalidade da coisa.
Responde à questão: Para que X? A visão aristotélica é fortemente teleológica (do grego ‘telos’, finalidade), isto é, supõe que tudo na realidade possui uma finalidade. A natureza apresenta uma regularidade, uma ordem, e isso não pode ser obra do acaso: deve existir um propósito.
Para esclarecer, consideremos um exemplo dado pelo próprio Aristóteles.
Curiosamente, já que ele parecia restringir-se a objetos naturais, o da estátua de uma deusa. A causa formal é o modelo que serve para dar forma à estátua. A causa material é a matéria de que é feita a estátua, por exemplo, o bronze ou o mármore. Assim, uma determinada quantidade de matéria recebe a forma de estátua. Podemos ter a mesma forma, a estátua, e diferentes materiais, como o bronze, gesso, mármore etc., assim como a mesma matéria pode se encontrar em diferentes formas, como o mármore na estátua, na pedreira, na coluna etc. A causa eficiente é o que faz com que aquela matéria adquira uma determinada forma, em nosso exemplo o escultor com suas ferramentas, que dá ao mármore a forma de estátua. A causa final caracteriza o objetivo ou propósito da estátua: o culto, a decoração etc.
Outros exemplos
Causa material: madeira, que é submetida a um processo de mudança
para chegar à causa final. Causa formal: Cilíndrica. Causa eficiente: Fabricante de lápis. Causa final: Escrever, rabiscar ou desenhar.
Causa material: Bronze.
Causa formal: Leão. Causa eficiente: escultor. Causa final: estátua de leão.
Bibliografia consultada e utilizada:
REALE, Giovanni. ANTISERI, Dario. História da Filosofia – Antiguidade e Idade
Média. Volume I. Paulus, 3ª edição.
MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia – Dos Pré-Socráticos a