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IT743 – Cálculo de Fluxo de Carga

Capı́tulo 2
Formulação básica do problema

Carlos A. Castro

DSE/FEEC/UNICAMP

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 1/159


Motivação e ideias gerais

Considere o seguinte sistema de potência no qual manobras foram


realizadas através da abertura/fechamento de disjuntores:

fechado Região em operação

~ Distribuição
Transmissão

Geração

~ aberto
Carga

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Motivação e ideias gerais

A rede resultante é:

\
Região em operação

\
~ Distribuição
Transmissão
Geração

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Motivação e ideias gerais

Considere que:

a função do sistema de geração é produzir a energia elétrica que


será consumida ! modelado como uma injeção de potência no
barramento

P+jQ
~
Geração

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Motivação e ideias gerais

a linha de transmissão é modelada como um circuito RL série,


representando as perdas ôhmicas de potência e a presença de
campo magnético em torno dos condutores

r +jx

Transmissão

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Motivação e ideias gerais

o sistema de distribuição consome a energia transportada pelo


sistema de transmissão ! modelado como uma injeção de potência
no barramento

P +jQ
Distribuição

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Motivação e ideias gerais

Diagrama unifilar correspondente:

Região em operação

~ Distribuição
Transmissão
Geração

1 2

P 1 + j Q1 r +jx P 2 + j Q2

P12 + j Q12
E1 = V1 \
1 E2 = V2 \ 2

Geração Transmissão Distribuição

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Motivação e ideias gerais

Circuito por fase:

1 r jx 2

I
P1 P2
Q1 Q2


Geração Transmissão Distribuição

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Motivação e ideias gerais

Circuito por fase:

1 r jx 2

I
+ P1 P2 +
 E1
Q1 Q2
E2
− −

Geração Transmissão Distribuição

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Motivação e ideias gerais

Dados:

V2 =j E2 j= 500 kV (tensão de linha)


S2 = P2 + j Q2 = 100 + j 0
\
= 100 0Æ MVA (100 MW, 0 Mvar)
1 r jx 2

I
+ P1 P2 +
 E1

Q1 Q2
E2
− r = 25 Ω/fase
Geração Transmissão Distribuição
x = 125 Ω/fase

Pede-se: V1
S 1 = P 1 + j Q1

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Motivação e ideias gerais

Conhecendo essas grandezas, pode-se dizer que o estado de


operação da rede é totalmente conhecido. A partir daı́ outras
grandezas podem ser obtidas e análises podem ser realizadas

Os cálculos serão feitos em pu (por unidade), cuja ideia é muito


importante no caso de circuitos com vários nı́veis de tensão

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Motivação e ideias gerais

Valores de base:

Sb = 100 MVA Vb = 500 kV

Conversão dos dados para pu:

\
E2 = 1 0Æ pu (referência angular)
S2 = 1\0Æ pu
25 25
r= =  = 0;01 pu
Zb Vb =Sb
2

125 125
x= =  = 0;05 pu
Zb Vb2 =Sb

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Motivação e ideias gerais

Corrente pelo circuito:



S2
 
\
1 0Æ

\
= 1 0Æ pu

+
E1
1

P1
r

I
jx

P2
2

E2
+
I=
E2
=
\
1 0Æ
Q1 Q2
− −

Tensão na fonte:
Geração Transmissão Distribuição

E1 = E2 + I  (r + j x)
\ \
= 1 0Æ + 1 0Æ  (0;01 + j 0;05)
= 1;0112 2;8Æ pu \
Potência fornecida pela fonte:

S1 = E1 I  = 1;0112 2;8Æ = 1;01 + j 0;05 pu \ (101 MW, 5 Mvar)

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Motivação e ideias gerais

V1 = 1;0112 pu V2 = 1 pu

1 perdas na transmissão 2

101 MW 100 MW

5 Mvar 0 Mvar

1 MW
5 Mvar

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Motivação e ideias gerais

Na prática, os dados e incógnitas não são os especificados


anteriormente . . .

Dados: S2 = P2 + j Q2 = 100 + j 0
\
= 100 0Æ MVA (100 MW, 0 Mvar)
V1 = 1;0112 pu (*) (linha)
r = 25 Ω/fase
x = 125 Ω/fase

(*) Tensão na saı́da do transformador elevador na subestação da usina, mantida


constante através de um complexo sistema de controle

Pede-se: V2
S 1 = P 1 + j Q1

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Motivação e ideias gerais

A resolução analı́tica é mais complicada. Pode-se também


resolver por tentativa e erro.

Resolução analı́tica

Lei das tensões de Kirchhoff:

1 r jx 2
E1 = E2 + Z  I
= E2 + Z  (S2 =E2 ) (E2 )
I
+ P1 P2 +
 E1
Q1 Q2
E2
− −

Geração Transmissão Distribuição E1 E2 = V22 + ZS2

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Motivação e ideias gerais

\
Considerando E1 = V1 0Æ e E2 = V2 \ : 2

E1 E2 = V22 + ZS2

V1 V2 \ 2 = V22 + (r + j x) (P2 j Q2 )

Separando as partes real e imaginária:

V1 V2 cos 2 = V22 + (rP2 + xQ2 )


V1 V2 sen 2 = (rQ2 xP2 )

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Motivação e ideias gerais

Elevando as duas equações ao quadrado e somando-as,


elimina-se 2 :

V12 V22 = V24 + (rP2 + xQ2 )2 + 2V22 (rP2 + xQ2 ) + (rQ2 xP2 )2
  h i
V24 + V22 2 (rP2 + xQ2 ) V12 + (rQ2 xP2 )2 + (rP2 + xQ2 )2 = 0

que pode ser reescrita como:

V24 + b V22 + c = 0 ∆ = b 2 4c
 
y1 = b + ∆1=2 =2

y11=2; y21=2
  n o
y2 = b ∆1=2 =2 V2 =

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Motivação e ideias gerais

Para os dados fornecidos: V2 = f1; 0;05g pu

A resposta esperada é V2 = 1 pu (valor mais próximo da tensão


nominal do circuito). Então:

2 = sen 1
[(rQ2 xP2 ) =V1 V2 ] = 2;8Æ

\

2;8Æ pu
S2
I= =1
E2

\
S1 = E1 I  = 1;0112 2;8Æ = 1;01 + j 0;05 pu (101 MW, 5 Mvar)

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Motivação e ideias gerais

Mesma solução anterior

Mesmas magnitudes de corrente e tensão

Mesmas potências consumida e gerada

Mesmas perdas de potência ativa e reativa na transmissão

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 20/159


Motivação e ideias gerais

Diagramas fasoriais referentes às duas resoluções:

E1

2;8Æ
referência angular
I E2

mudança de referência

E1
referência angular

2;8Æ
I

E2

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Motivação e ideias gerais

Interpretação dos resultados:

As duas soluções negativas não têm significado fı́sico

! serão desprezadas

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 22/159


Motivação e ideias gerais

Suponha que a potência ativa da carga no barramento 2 seja


variável e que a potência reativa seja nula:

V2 [pu]
operação estável
1

0,8
caso base V2cr
0,6

0,4
P2cr
0,2 operação instável

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
P2 [pu]

P2cr – máximo carregamento da rede para as condições especificadas


V2cr – tensão para a qual ocorre o máximo carregamento
Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 23/159
Motivação e ideias gerais

Pontos na região estável: comportamento da


rede é compatı́vel com o esperado
fisicamente.

V2 [pu]
operação estável
1
Exemplo: se a potência da carga P2
0,8
caso base V2cr
0,6
aumentar, circulará mais corrente pelo
0,4
P2cr circuito. Então, a queda de tensão na linha
0,2 operação instável será maior, levando a uma menor tensão
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
P2 [pu] sobre a carga V2 .

Pontos na região instável: comportamento da


rede não é compatı́vel com o esperado
fisicamente.

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 24/159


Motivação e ideias gerais

 Exercı́cio

[A ser anexado ao próximo teste]

1 Apresente a curva [V2  P2 ] completa para o circuito exemplo,


considerando Q2 = 0.
2 Obtenha P2cr e V2cr analiticamente e compare com os valores
obtidos através da análise da curva PV.
3 Apresente a curva [V2  Q2 ] considerando P2 = 0 no mesmo
gráfico de (1). Obtenha Q2cr e V2cr analiticamente e compare com
os valores obtidos através da análise da curva PV.


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Motivação e ideias gerais

Exercı́cio(s) proposto(s): (1)


Prazo de entrega: duas semanas

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Motivação e ideias gerais

Os sistemas elétricos de potência são dinâmicos:


P2 V2 [pu]
operação estável
1

0,8 caso base V2cr


P2cr 0,6

0,4 P2cr
0,2 operação instável

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
P2 [pu]
t
V2

processo de instabilidade
de tensão que pode resultar em
colapso de tensão

t t

! Modelagem dos aspectos dinâmicos e métodos de resolução


especı́ficos são necessários
Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 27/159
Motivação e ideias gerais

Para redes maiores:

Resolução por meios analı́ticos é impossı́vel


Tentativa e erro?
Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 28/159
Motivação e ideias gerais

Resolução por tentativa e erro – uma ideia:

1 Inicialize contador de iterações  = 0

Arbitre E2 = E20


1 r jx 2
2
I
+ P1 P2 +
 E1
Q1 Q2
E2
− −
3 Calcule a corrente pela carga:
Geração Transmissão Distribuição

I2 = (S2 =E2 )

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 29/159


Motivação e ideias gerais

4 Calcule a queda de tensão na linha de


transmissão:

∆E  = (r + j x)  I2
1 r jx 2
5 Calcule a tensão na barra de carga:
I
+ P1 P2 +
 E1
Q1 Q2
E2
− −

E2 +1 = E1 ∆E 
Geração Transmissão Distribuição

= E1 (r + j x)  (S2 =E2 )

6 Incremente contador de iterações


(  + 1) e volte para o passo (3)

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 30/159


Motivação e ideias gerais

\
Começando com E2 = 1 0Æ pu tem-se:

Iteração E2 [pu]

0 1+j0
1 1;0012 j 0;0500
2 0;9987 j 0;0493
3 0;9987 j 0;0494
4 0;9987 j 0;0494 Solução: E2 = 1 \ 2;8Æ pu

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 31/159


Motivação e ideias gerais

Na realidade este método iterativo (Jacobi) foi o primeiro a ser


proposto para a resolução das equações de fluxo de carga (
1956)

Resumo:

É necessário o desenvolvimento de técnicas de resolução


especı́ficas e eficientes para o problema da determinação do estado
de operação de redes elétricas em regime permanente

cálculo de fluxo de carga

Fluxo de carga (load flow) = Fluxo de potência (power flow)

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 32/159


Componentes das redes elétricas

A rede trifásica equilibrada é representada somente por uma das


fases ! diagrama unifilar :

Furnas (Campinas)
Tanquinho (138 kV)

Taquaral
42 MVA
x = 21;24%
Tanquinho (69 kV)

Barão Geraldo Souzas

Itatiba
r = 1;41%
Nova Aparecida x = 3;68%
b = 0;06%
Trevo (69 kV)

x = 24;26% x = 28%

Trevo (138 kV)


barramento
Viracopos

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 33/159


Componentes das redes elétricas

Barramento (barra) – nó do circuito

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 34/159


Componentes das redes elétricas

Ramos – linhas de transmissão ou transformadores, que conectam


duas barras

Dados dos ramos – em % na base 100 MVA e tensão nominal (pu


 100%)
Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 35/159
Componentes das redes elétricas

Componentes básicos:

Geradores (G)
Cargas (L) ligados entre um nó
Reatores shunt (RSh) (barra) qualquer e o
Capacitores shunt (CSh) nó (barra) terra

Linhas de transmissão (LT) ligados entre dois


Transformadores (TR) nós (barras) quaisquer

TR
LT

G  L
RSh CSh

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 36/159


Componentes das redes elétricas

Parte Externa da rede:


! geradores, cargas
Parte Interna

! são modelados como TR


LT

injeções de potência nos


G  CSh L
nós (barras)

Parte Interna da rede:


! demais componentes Parte Interna

! são representados na G
TR
y
LT
y
matriz Y L
CSh y

Modelo de barras (nós) e


ramos
Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 37/159
Modelo das barras

Barra = nó elétrico

Ek = Vk \ k Ek = Vk \ k

Sk
SkG  SkC

SkG  SkC

Sk = SkG SkC

injeção lı́quida de potência

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 38/159


Modelo das barras

São definidas quatro variáveis da barra k, correspondentes à


tensão e à injeção de potência na barra

Vk magnitude da tensão nodal


k ângulo da tensão nodal
Pk injeção lı́quida de potência ativa
Ek = Vk \ k
Qk injeção lı́quida de potência reativa
Sk = Pk + jQk

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 39/159


Modelo das barras

Formulação básica: duas variáveis são conhecidas (dadas) e as


outras duas devem ser calculadas (incógnitas). Dependendo de
quais são dadas e quais são incógnitas, define-se três tipos
básicos de barras:

Tipo Dados Incógnitas Caracterı́sticas


PQ Pk , Qk Vk , k Barras de carga
PV Pk , Vk Qk , k Barras de geração, incluı́ndo
condensadores sı́ncronos
Referência Vk , k Pk , Qk Barras de geração (geral-
(slack, swing) mente uma unidade geradora
de grande capacidade)

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 40/159


Modelo das barras

A barra slack tem duas funções:

(1) Fornecer uma referência angular para a rede (a referência


da magnitude de tensão é o próprio nó terra)

(2) Fechar o balanço de potência da rede, levando em conta


as perdas de transmissão. As perdas de transmissão não
são conhecidas a priori, e devem ser supridas pelas uni-
dades geradoras.

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 41/159


Modelo das barras
(1) – Fornecimento de referência angular

 Exemplo

Calcule a potência ativa consumida pela impedância Z2 do circuito


a seguir.

Z1 = 4\90Æ Ω

+ V1
+ + +
 E V 100 V V2 Z2 = 3\0Æ Ω

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 42/159


Modelo das barras
(1) – Fornecimento de referência angular

Utilizando a medição feita pelo voltı́metro,


define-se a tensão da fonte E como:

E = 100 \ V
A corrente pelo circuito é:
Z1 = 4\90Æ Ω


+
E
+
+ V1

V 100 V
+
V2 Z2 = 3\0Æ Ω
I=
E
(Z1 + Z2 )
= 20 ( \ 53;1Æ ) A
I

A potência complexa consumida por Z2 vale:

S2 = V2  I  = (Z2  I)  I  = Z2  j I j2 = 1;2\0Æ kVA


que resulta em uma potência ativa de 1;2 kW.

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 43/159


Modelo das barras
(1) – Fornecimento de referência angular

Comentários:
! os fasores de tensão e corrente depen-
dem de
! as defasagens entre os fasores não de-
Z1 = 4\90Æ Ω
pendem de
+ V1


+
E
+
V 100 V
+
V2 Z2 = 3\0Æ Ω ! determinou-se a potência consumida
I sem que se conhecesse o valor de
! as potências não dependem dos ângulos
de fase das tensões e correntes e sim das
diferenças angulares entre as grandezas
! pode ser escolhido livremente pois não
altera os resultados finais

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 44/159
Modelo das barras
(2) – Fechamento do balanço de potência

 Exemplo

Considere a rede de três barras e três ramos mostrada a seguir.

P
20 MW + i perdasi perdas1


(slack )
1 2 100 MW
perdas2 perdas3

 80 MW

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 45/159


Modelo das barras
(2) – Fechamento do balanço de potência

Comentários:

20 MW +
P
perdasi perdas1
! a barra slack deve fornecer 20 MW
i
adicionais para satisfazer a demanda

(slack ) na barra 2, pois o gerador da barra 3
1 2 100 MW
perdas2 perdas3 entrega somente 80 MW.
3

 80 MW
! a barra slack deve fornecer ainda
uma quantidade adicional de
potência para suprir as perdas
de potência nos ramos.


Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 46/159


Modelo das barras

Outros tipos de barras podem ser definidos, em função de


situações de operação particulares (P, PQV, . . . )

! Alguns deles serão apresentados adiante

Até agora as cargas foram consideradas como injeções constantes


de potência nas barras

Pode-se também representá-las como injeções de potência


variáveis que dependem da tensão nodal

! Esta representação também será mostrada adiante

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 47/159


Modelo das barras

Convenção para o sentido das injeções de potência:

“A injeção de potência em uma barra k será positiva se entrar na


barra (geração) e negativa se sair da barra (carga). Esta
convenção também é válida para os elementos shunt.”

Pk é mostrada como uma seta entrando na barra k

Se Pk > 0, a potência está entrando na barra k, logo


k
a potência é gerada
Pk
Se Pk < 0, a potência está saindo da barra k, logo a
potência é consumida

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 48/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Linhas de transmissão

As linhas de transmissão são representadas pelo modelo 


equivalente:

Ek Em
k zkm = rkm + j xkm m

Ikm Imk

sh
j bkm sh
j bkm

LT

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 49/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Linhas de transmissão

resistência série rkm ( 0)


reatância série xkm ( 0) (indutivo)

Ek Em susceptância shunt sh
bkm ( 0) (capacitivo)
k zkm = rkm + j xkm m

Imk
Ikm

sh sh
impedância série zkm = rkm + j xkm
j bkm j bkm

1
LT
admitância série ykm = zkm = gkm + j bkm
rkm xkm
= 2 +x 2
rkm
+j 2 +x 2
rkm
km km

condutância série gkm ( 0)


( 0) (indutivo)
Ek Em
k
gkm
m susceptância série bkm
j bkm
Ikm Imk

sh
j bkm sh
j bkm

sh
LT bkm – carregamento (charging) da linha
Normalmente é fornecido o carregamento total
(2  bkm
sh
) da linha
Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 50/159
Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Linhas de transmissão

Para a linha Tanquinho-Trevo:

Furnas (Campinas)
Tanquinho (138 kV)
Taquaral

Tanquinho (69 kV)

Tanquinho Trevo
Barão Geraldo Souzas 0;0141 j 0;0368

Itatiba
r = 1;41% j 0;0003
Nova Aparecida x = 3;68% j 0;0003
b = 0;06%
Trevo (69 kV)

Trevo (138 kV)


barramento
Viracopos

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 51/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Linhas de transmissão

Para a linha do sistema exemplo de duas barras:

1 2
0;01 j 0;05

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 52/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Linhas de transmissão

 Exemplo

Considere novamente a linha Tanquinho-Trevo:

Tanquinho Trevo

0;0141 j 0;0368

j 0;0003 j 0;0003

0;0141 j 0;0368
1 2
E1 E2
I
Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 53/159
Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Linhas de transmissão

A impedância série é:

E1 E2 E12
z =r +jx = = = 0;0141 + j 0;0368 pu
I I
e a admitância série é:

1
y= = g + j b = 9;0789 j 23;6953 pu
z

Note que a corrente I circula por r e x, pois esses elementos estão


em série:

E12 = z  I = (r + j x)  I = r  I + j x  I

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 54/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Linhas de transmissão

Note que:

= y E12 = (g + j b)  E12 = g  E12 + j b  E12


E12
I=
z | {z } | {z }
Ig Ib

ou seja, a condutância g e a susceptância b estão submetidas à


mesma tensão E12 , indicando que estão em paralelo:

9;0789

Ig
1 2
Ib
E1 I I E2

j 23;6953


Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 55/159
Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Linhas de transmissão

Corrente saindo da barra k:

sh k ykm
Ikm = ykm (Ek Em ) + jbkm E Ikm
| {z } | {z k}
série shunt sh
j bkm
 
sh
Ikm = ykm + jbkm Ek ykm Em

em que Ek = Vk ej k e Em = Vm ej m

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 56/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Linhas de transmissão

Corrente saindo da barra m:

sh ykm m
Imk = ykm (Em Ek ) + jbkm Em Imk
| {z } | {z }
série shunt sh
j bkm
 
sh
Imk = ykm Ek + ykm + jbkm Em

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 57/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores

Transformadores elevadores e abaixadores

Transformadores reguladores (em fase e defasadores)

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 58/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores

Transformadores de corrente e de potencial (para medição)

(*) Não serão modelados aqui

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 59/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores

Modelo geral de um transformador:

E k = V k e j k Em = Vm ej m
Ep = Vp ej p
k m
Ikm ykm Imk
1:t p

Transformador

p barra intermediária fictı́cia


ykm admitância série
t posição do tap

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 60/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores

Posição do tap (transformador):

posição máxima (t 6= 1)
posição nominal – tap nominal (t 6= 1)
posição mı́nima (t 6= 1)

V1 V2

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 61/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores

Posição do tap (autotransformador):

Em 6 1)
(t =
Em (t = 1) posição nominal
Em (t 6= 1)
Ek
TR

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 62/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores

Tipos de transformadores e valores de t:

Transformador Relação de transformação [pu]

em fase t =a (a é um número real)


defasador t = a  ej '

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 63/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador em fase

Circuito do transformador em fase:


Van VAn = Van + ∆Va

∆Va
− +
a A

b B

c C

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 64/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador em fase

O modelo utilizado é:

E k = V k e j k Em = Vm ej m
Ep = Vp ej p
k m
Ikm ykm Imk
1:a p

Transformador

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 65/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador em fase

Relação entre as tensões para o transformador ideal:


V p e j p
Ep
Ek
=
V k e j k
=a ! Vp = aVk
p = k

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 66/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador em fase

Transformador ideal:

! potência de saı́da = potência de entrada

Skp + Spk = 0
 + Ep I  = 0
Ek Ikm mk
Ek I  + (aEk I  ) = 0
k 1:a p
km mk

Ikm
= a
Skp Spk Imk

Ikm e Imk são defasadas de 180Æ e suas


magnitudes estão na razão a : 1
Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 67/159
Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador em fase

Voltando ao circuito equivalente do transformador em fase:

E k = V k e j k Em = Vm ej m
Ep = Vp ej p
k m
Ikm ykm Imk
1:a p

Transformador

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 68/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador em fase

Lembrando que:

Ek 1 Imk Ipm
= = =
Ep a Ikm Ikm
tem-se:
Ek = Vk ej k Em = Vm ej m
E p = V p e j p
k m
Ikm Imk
1:a p
ykm
Ikm = aIpm = a ( Imk )
 
Transformador
= a ykm Ep Em = aykm (aEk Em )

= a2 ykm Ek + ( aykm ) Em

Imk = Ipm
 
= ykm Ep Em = ykm (aEk Em )
= ( aykm ) Ek + (ykm ) Em

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 69/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador em fase

Repetindo as duas equações das correntes:

Ek = Vk ej k E m = V m e j m
Ep = Vp ej p
k m 
Ikm ykm Imk Ikm = a2 ykm Ek + ( aykm ) Em
1:a p
Imk = ( aykm ) Ek + (ykm ) Em
Transformador

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 70/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador em fase

Representação do transformador em fase através de um circuito 


equivalente:

Ek Em
k A m

Ikm Imk

B C

TR

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 71/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador em fase

Através do modelo  do transformador pode-se


escrever:

Ikm = (A + B) Ek + ( A) Em
Ek Em
Imk = ( A) Ek + (A + C) Em
k A m

Ikm Imk
em que A, B e C têm dimensão de admitância
B C

TR
Identificando os coeficientes das equações de
corrente, pode-se obter os parâmetros A, B e C:

A = aykm
B = a (a 1) ykm
C = (1 a) ykm

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 72/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador em fase

Interpretação:

a = 1 ! tap na posição nominal

! B = C = 0 ! o circuito fica reduzido à admitância série ykm

Ek Em
k ykm m

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 73/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador em fase

a<1

B = a (a 1) ykm O modelo  fica:


| {z }
<0

se ykm é indutivo, B é capacitivo Ek Em


k A m

C = (1 a) ykm
| {z } Q, Vk B C Q, Vm

>0

se ykm é indutivo, C também é indutivo

! B apresenta efeito capacitivo


! C apresenta efeito indutivo
! tendência a aumentar Vk e diminuir Vm
Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 74/159
Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador em fase

O modelo  fica:
a>1

B = a (a 1) ykm Ek Em
| {z } k A m

>0
Q, Vk B C Q, Vm
se ykm é indutivo, B também é indutivo

C = (1 a) ykm
| {z }
<0
O comportamento
se ykm é indutivo, C é capacitivo neste caso é oposto
ao caso anterior
! B apresenta efeito indutivo (a < 1)
! C apresenta efeito capacitivo
! tendência a aumentar Vm e diminuir Vk
Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 75/159
Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador em fase

! se uma das barras terminais for rı́gida (barra de tensão re-


gulada – PV ou slack), a outra barra sofrerá os efeitos da
mudança do tap.

! dependendo da relação de transformação (1 : a ou a : 1) e da


posição relativa de ykm e do transformador ideal, diferentes
interpretações são possı́veis.

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 76/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

O transformador defasador permite o controle do fluxo de potência


ativa através dele

Va
Va + ∆Va

∆Va

Vb Vb + ∆Vb
∆Vc
∆Vb

Vc Vc + ∆Vc

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 77/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

a ∆Va

Va

Va + ∆Va

∆Va

n
Vb
∆Vb
∆Vc
Vb + ∆Vb

∆Vb

Vc Vc + ∆Vc

b c

∆Vc

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 78/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

Modelo do transformador defasador:

E k = V k e j k Em = Vm ej m
Ep = Vp ej p
k m
Ikm ykm Imk
1 : aej ' p

Transformador

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 79/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

Através da análise do princı́pio de funcionamento do transformador


defasador, nota-se que há alteração tanto na magnitude quanto no
ângulo de fase da tensão do secundário em relação à tensão do
primário, que resulta na relação de transformação 1 : aej '

Como em geral a é muito próximo de 1 e as magnitudes das


tensões não exercem grande influência nos fluxos de potência
ativa (será discutido adiante), costuma-se considerar a = 1, e
definir o transformador defasador puro, cuja relação de
transformação é 1 : ej '

Daqui para frente será analisado o transformador defasador puro

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 80/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

Neste caso:

Ek = Vk ej k Em = Vm ej m
Ek 1
Ep = Vp ej p = j'
k m Ep e
Ikm
1 : ej ' p
ykm Imk
Ep = Ek e j '
Transformador Vp ej p = Vk ej(k +')

Logo:

Vp = Vk
p = k + '

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 81/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

Considerando novamente a relação entre as potências de entrada


e saı́da para o transformador ideal:

 + Ep I  = 0
Ek Ikm mk
 + Ek e j ' I  = 0
Ek Ikm mk
 + ej 'I  = 0
Ikm ! Ikm
= e j'
= t
mk
Imk

A corrente Imk vale:


Imk = ykm Em Ep
= ykm (Em tEk )
= ( tykm ) Ek + (ykm ) Em

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 82/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

Utilizando a relação de transformação de correntes:

Ikm = t  Imk
= t  [( tykm ) Ek + (ykm ) Em ]
= j t j2 ykm Ek + ( t  ykm ) Em ) j t j=j ej ' j= 1
  

= (ykm ) Ek + ( t  ykm ) Em

Repetindo as expressões das duas correntes:


Ek = Vk ej k E m = V m e j m
Ep = Vp ej p

Ikm = (ykm ) Ek + ( t  ykm )Em


k m
Ikm ykm Imk
1 : ej ' p
Imk = ( tykm )Ek + (ykm ) Em
Transformador

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 83/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

Não é possı́vel obter um circuito equivalente  para o


transformador defasador

! coeficiente de Em em Ikm é diferente do coeficiente de Ek em Imk

Compare com as expressões de corrente da linha de trans-


missão e transformador em fase

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 84/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

Será visto adiante que o fluxo de potência ativa em um ramo


depende fundamentalmente da chamada abertura angular km do
ramo:

Pkm = f (km ) = f (k m )

Isto ocorre para redes tı́picas (especialmente redes de EHV e


UHV) onde as reatâncias dos ramos são muito maiores que suas
resistências (relações X =R > 5 são tipicamente encontradas).
Neste ponto, simplesmente assume-se este fato como verdadeiro,
e ele será discutido com detalhe mais a frente. Por simplicidade,
assume-se:

Pkm = k  (k m )
Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 85/159
Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

Deseja-se fazer uma análise do efeito da variação do ângulo ' do


transformador defasador sobre o fluxo de potência ativa no ramo
k m

Para isso, analisa-se o efeito da variação do ângulo ' sobre o fluxo


de potência ativa pela admitância ykm

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 86/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

Considere a seguinte rede que contém um transformador


defasador:

Rede elétrica

k m
Restante da rede
defasador

P2

Rede elétrica
y2
k P1 m
p

m y1
k
k 1 : ej ' p m carga P
defasador

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 87/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

A admitância y2 pode ser simplesmente considerada como a


admitância do ramo em paralelo com o transformador ou como a
admitância equivalente do restante da rede vista pelas barras k e
m (resultado da redução da rede e eliminação de todos as outras
barras exceto k e m)

Considere que a barra k é rı́gida ! k é fixo

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 88/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

A aplicação da lei das correntes de Kirchhoff para o nó m resulta


em:

P2
P = P1 + P2
p m + k2 (k m )

= k1 k
y2
P1 m
p
= k1 (k + ' m ) + k2 (k m )
y1
= k1 (km + ') + k2 km k 1 : ej ' p m carga P

A equação acima pode ser analisada em várias situações


diferentes em função dos valores relativos de y1 e y2

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 89/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

y2  y1 (z2  z1 ) – se y2 for a admitância equivalente do restante


da rede, diz-se que o restante da rede é fraco:

P2

P1  P2 k
y2
m

P  P1 = k1 (km + ')
P1
p
y1
k 1 : ej ' p m carga P

No limite, tem-se z2 ! 1, o que significa que o circuito é radial, ou


seja:
k m
p P1
k m
y1
1 : ej ' p
carga P

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 90/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

É possı́vel concluir neste caso que:

o fluxo k -m pelo transformador defasador permanece inalterado !


lei das correntes de Kirchhoff para a barra m ! P1 = P para
qualquer valor do ângulo '

a abertura angular sobre admitância permanece inalterada ! pm é


constante

como o ângulo de fase k é fixo e p = k + ' ! o ângulo da barra


m também varia de '

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 91/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

y2  y1 (z2  z1) – restante do sistema é forte:


P2

P1  P2 k
y2
m

P  P2 = k2 km
P1
p
y1
k 1 : ej ' p m carga P

A variação de ' não afeta o ângulo m (se P e k são fixos, m


também permanece constante).

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 92/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

O circuito equivalente nesta situação é o seguinte (considerando


que, no limite, y1 ! 0):

Restante da rede

P2

y2
k p m

k 1 : ej ' p m carga P

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 93/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

Lembre, porém, que y1 existe e há um fluxo de potência por ela.


Considerando inicialmente que o tap esteja na posição nominal, ou
seja, ' = 0, tem-se:

p m (para ' = 0)

P10 = k1
= k1 (k m ) = k1 km

Se a posição do tap for alterada para ', tem-se:

p m

P1 = k1 Se m permanece inalterado,
= k1 (k + ' m ) variações de ' alteram o fluxo de
= k1 (km + ') potência por y1 de k1 '
= P10 + k1 '

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 94/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

Conclusões:

! No limite, tem-se z2 ! 0 (curto-circuito) ! barras k e m


curto-circuitadas têm o mesmo ângulo de fase. Neste caso,
k1 ' é a máxima variação de fluxo que pode ocorrer
! Quando o restante da rede é forte, o fluxo P1 é pequeno
em relação a P2 , mas é possı́vel controlá-lo completamente,
com variação máxima
! Exemplo: se P1 = 20 MW e P2 = 5000 MW, tem-se P1 
P2 , porém, P1 tem um valor considerável localmente

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 95/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

Em geral, para situações intermediárias, o ângulo da barra m é


afetado pelo ângulo de defasagem ':

Restante Abertura Controle


da rede angular sobre o fluxo
fraco km = km
0 ' pequeno
forte km = km
0 grande
intermediário km = km
0 ( < ') intermediário

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 96/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

Fluxos de potência
p m

Resumo: k
'
6 0
'=
Restante da rede
FRACA
(ou circuito radial) '=0
k p m

Fluxos de potência
p

k m
'
' 6= 0
Restante da rede
FORTE
'=0
k p m

Fluxos de potência
p
m
k
'
' 6= 0
Restante da rede
INTERMEDIÁRIA
'=0
k p m

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 97/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Transformadores
Transformador defasador

Análogo em corrente contı́nua: inserção de fonte de tensão no


ramo no qual se deseja controlar o fluxo de corrente

11 A 11 A

10 A 1A 9A 2A
1Ω
11 A 1Ω 10 Ω 11 A 10 Ω
+
11 V

(a) Situação inicial: fluxo de corrente (b) Deseja-se ajustar o fluxo de


no ramo de 1 Ω é igual a 10 A. corrente no ramo de 1 Ω em
9A !
inserir fonte de tensão
apropriada no ramo.

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 98/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Expressões gerais de correntes

Em função das similaridades entre as expressões das correntes


para a linha de transmissão, transformador em fase e
transformador defasador, pode-se obter as seguintes expressões
gerais:

Ek + ( t  ykm ) Em
j t j2 ykm + jbkm
 
sh
Ikm =
 
sh
Imk = ( tykm ) Ek + ykm + jbkm Em

em que t = akm ej 'km

Equipamento Valores de akm , 'km e bkm


sh

Linha de transmissão akm = 1; 'km = 0


Transformador em fase sh
bkm = 0; 'km = 0
sh
Transformador defasador bkm = 0; akm = 1 (se for defasador puro)

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 99/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de correntes
Expressões gerais de correntes

Exercı́cio(s) proposto(s): (2) , (3)


Prazo de entrega: duas semanas

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 100/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de fluxos de potência
Linhas de transmissão

Modelo:

Ek Em
k zkm = rkm + j xkm m

Ikm Imk

sh
j bkm sh
j bkm

LT

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 101/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de fluxos de potência
Linhas de transmissão

O fluxo de potência complexa saindo da barra k em direção à


barra m é dado por:

 = Pkm
Skm jQkm = Ek Ikm

Como:

sh
Ikm = ykm (Ek Em ) + jbkm Ek

tem-se:

 = E  ykm (Ek
Skm sh
Em ) + jbkm Ek

k

= ykm Vk2 ykm Ek Em + jbkm


sh 2
Vk
sh
 2
= gkm + jbkm + jbkm Vk (gkm + jbkm ) Vk Vm (cos km j sen km )

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 102/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de fluxos de potência
Linhas de transmissão

Separando as partes real e imaginária:

Pkm = < fSkm g


= gkm Vk2 Vk Vm (gkm cos km + bkm sen km )
Qkm = = fSkm g
 
= sh
bkm + bkm Vk2 Vk Vm (gkm sen km bkm cos km )

De maneira análoga pode-se obter os fluxos de potência ativa e


reativa saindo da barra m em direção à barra k:

Pmk = gkm Vm2 Vk Vm (gkm cos km bkm sen km )


 
Qmk = sh
bkm + bkm Vm2 + Vk Vm (gkm sen km + bkm cos km )

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 103/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de fluxos de potência
Linhas de transmissão

as expressões de Pmk e Qmk também podem ser obtidas


simplesmente trocando os ı́ndices k e m nas expressões de Pkm e
Qkm

As perdas de potência na linha são dadas por:


Pperdas = Pkm + Pmk = gkm Vk2 + Vm2 2Vk Vm cos km
= gkm j Ek Em j2
sh
 
Qperdas = Qkm + Qmk = bkm Vk2 + Vm2 bkm Vk2 + Vm2 2Vk Vm cos km
bkm j Ek j2
sh

= bkm Vk2 + Vm2 Em

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 104/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de fluxos de potência
Linhas de transmissão

Observações:

! j Ek Em j é a magnitude da tensão sobre o elemento série

! gkm j Ek Em j2 são as perdas ôhmicas

gkm j Ek Em j2
k m

Ek gkm Em

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 105/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de fluxos de potência
Linhas de transmissão

! bkm j Ek Em j2 são as perdas reativas no elemento série


(bkm < 0; potência positiva – consumida)

!

sh V 2 + V 2 corresponde à geração de potência reativa
bkm k m
sh > 0; potência negativa – forne-
nos elementos shunt (bkm
cida)

k m

Ek Em
bkm

sh V 2
bkm sh V 2
k bkm m
sh
bkm sh
bkm

bkm j Ek Em j2
Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 106/159
Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de fluxos de potência
Transformadores
Transformador em fase

Corrente em um transformador em fase (obtida anteriormente):

Ikm = akm ykm (akm Ek Em )

Fluxo de potência complexa:

 = Pkm
Skm jQkm = Ek Ikm
= Vk e j k  akm ykm akm Vk ej k
 
Vm ej m
= a2km (gkm + jbkm ) Vk2 akm (gkm + jbkm ) Vk Vm (cos km j sen km )

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 107/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de fluxos de potência
Transformadores
Transformador em fase

Separando as partes real e imaginária:

Pkm = (akm Vk )2 gkm (akm Vk ) Vm (gkm cos km + bkm sen km )
Qkm = (akm Vk ) bkm2
(akm Vk ) Vm (gkm sen km bkm cos km )

Com relação às expressões obtidas para linhas de transmissão, as


do transformador em fase:

sh
não têm o termo que depende de bkm

apresentam (akm Vk ) no lugar de Vk

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 108/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de fluxos de potência
Transformadores
Transformador em fase

 Exercı́cio

[A ser anexado ao próximo teste]

Obtenha as expressões de Pmk , Qmk , Pperdas e Qperdas para o


transformador em fase.


Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 109/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de fluxos de potência
Transformadores
Transformador defasador

Corrente em um transformador defasador puro (obtida


anteriormente):

 
Ikm = ykm Ek e j 'km Em
 
= ykm e j 'km Ek ej 'km Em

Fluxo de potência complexa:

 = Pkm
Skm jQkm
= E  Ikm
k
 
j(k +'km )
= ykm Vk e Vk ej(k +'km ) V m e j m

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 110/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de fluxos de potência
Transformadores
Transformador defasador

Separando as partes real e imaginária:

Pkm = Vk2 gkm Vk Vm [gkm cos (km + 'km ) + bkm sen (km + 'km )]
Qkm = Vk2 bkm Vk Vm [gkm sen (km + 'km ) bkm cos (km + 'km )]

Com relação às expressões obtidas para linhas de transmissão, as


do transformador defasador:

sh
não têm o termo que depende de bkm

apresentam (km + 'km ) no lugar de km

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 111/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de fluxos de potência
Transformadores
Transformador defasador

 Exercı́cio

[A ser anexado ao próximo teste]

Obtenha as expressões de Pmk , Qmk , Pperdas e Qperdas para o


transformador defasador.


Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 112/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de fluxos de potência
Expressões gerais dos fluxos de potência

Em função das similaridades entre as expressões dos fluxos de


potência para a linha de transmissão, transformador em fase e
transformador defasador, pode-se obter expressões gerais

Essas expressões são obtidas através de:


 = E  Ikm
Skm k
 = E  Imk
Smk m

onde se consideram as seguintes expressões gerais de corrente


(apresentadas anteriormente):

Ek + ( t  ykm ) Em
j t j2 ykm + jbkm
 
sh
Ikm =
 
sh
Imk = ( tykm ) Ek + ykm + jbkm Em

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 113/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de fluxos de potência
Expressões gerais dos fluxos de potência

A substituição das equações das correntes nas equações das


potências resulta em:

Pkm = (akm Vk )2 gkm


(akm Vk ) Vm [gkm cos (km + 'km ) + bkm sen (km + 'km )]
 
Qkm = (akm Vk )2 bkm + bkm sh

(akm Vk ) Vm [gkm sen (km + 'km ) bkm cos (km + 'km )]

Pmk = gkm Vm2


(akm Vk ) Vm [gkm cos (km + 'km ) bkm sen (km + 'km )]
 
sh
Qmk = bkm + bkm Vm2 +
(akm Vk ) Vm [gkm sen (km + 'km ) + bkm cos (km + 'km )]
Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 114/159
Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de fluxos de potência
Expressões gerais dos fluxos de potência

sh
Equipamento Valores de akm , 'km e bkm
Linha de transmissão akm = 1; 'km = 0
Transformador em fase sh
bkm = 0; 'km = 0
sh
Transformador defasador bkm = 0; akm = 1 (se for defasador puro)

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 115/159


Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de fluxos de potência
Expressões gerais dos fluxos de potência

Convenção para os fluxos de potência: “Os fluxos de potência em


ramos são positivos se saem da barra e negativos se entram na
barra.”
replacements
k m

Pkm Pmk

Pkm e Pmk são definidos como setas saindo da barra do primeiro


ı́ndice em direção à barra do segundo ı́ndice

Se Pkm > 0, o fluxo de potência é da barra k para a barra m


Se Pkm < 0, o fluxo de potência é da barra m para a barra k
O mesmo vale para Pmk
Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 116/159
Formulação matricial – I = Y  E

Aplicação da lei das correntes de Kirchhoff para uma certa barra k:

Ikm

k m
Iksh Ik

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 117/159


Formulação matricial – I = Y  E

Ikm X
Ik + Iksh = Ikm para k = 1; : : : ; NB
k m 2
m Ωk
Iksh Ik

em que:

Ωk é o conjunto composto pelas barras vizinhas da barra k

NB é o número total de barras da rede

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 118/159


Formulação matricial – I = Y  E

Expressão geral da corrente em um ramo k-m:


   
j 'km
Ikm = a2km ykm + jbkm
sh
Ek + akm e ykm Em

A corrente Iksh é a corrente por um elemento reativo (indutor ou


capacitor) ligado entre a barra k e o nó terra:

Ek
k

Iksh jbksh ) Iksh = jbksh Ek

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 119/159


Formulação matricial – I = Y  E

Injeção lı́quida de corrente na barra k:

X
Ik = Ikm Iksh
2
m Ωk
X h    i  
sh j 'km
= jbkm + a2km ykm Ek + akm e ykm Em jbksh Ek
2
m Ωk
 
X  
= jbksh + sh
jbkm + a2km ykm  Ek +
2
m Ωk
X h  i
akm e j 'km
ykm Em para k = 1; : : : ; NB
2
m Ωk

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 120/159


Formulação matricial – I = Y  E

 
X  
Iki Ik = jbksh + sh
jbkm + a2km ykm  Ek +
Ikn 2
m Ωk

Ik X h  i
j 'km
akm e ykm Em
Ikj 2
m Ωk

Ek
= Ykk Ek +

Yki Ei + Ykj Ej + Ykn En

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 121/159


Formulação matricial – I = Y  E

 Exemplo

Considere a seguinte rede de cinco barras e cinco ramos:

1 2 3

5 4

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 122/159


Formulação matricial – I = Y  E

Aplicando a equação da corrente nodal para cada barra da rede,


chega-se a:

I1 = Y11 E1 + Y12 E2 + Y15 E5


I2 = Y21 E1 + Y22 E2 + Y23 E3 + Y25 E5
I3 = Y32 E2 + Y33 E3 + Y34 E4
I4 = Y43 E3 + Y44 E4
I5 = Y51 E1 + Y52 E2 + Y55 E5

- os coeficientes Yij dependem dos parâmetros dos ramos

- Yij será não nulo quando houver ramo ligando as barras i e j


Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 123/159
Formulação matricial – I = Y  E

A partir das expressões das injeções de corrente de todas as


barras da rede (Ik para k = 1; : : : ; NB) pode-se obter uma
expressão na forma matricial:

I =YE
em que:

I – vetor das injeções de corrente, cujos elementos são Ik ,


k = 1; : : : ; NB

E – vetor das tensões nodais, cujos elementos são Ek ,


k = 1; : : : ; NB

Y = G + jB – matriz admitância nodal, composta pelas matrizes


condutância nodal (G) e susceptância nodal (B)
Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 124/159
Formulação matricial – I = Y  E

 Exemplo

Para a rede de cinco barras e cinco ramos:

I1 Y11 Y12 0 0 Y15 E1


I2 Y21 Y22 Y23 0 Y25 E2
I3 = 0 Y32 Y33 Y34 0  E3
I4 0 0 Y43 Y44 0 E4
I5 Y51 Y52 0 0 Y55 E5


Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 125/159
Formulação matricial – I = Y  E

Os elementos da matriz Y são obtidos dos coeficientes das


tensões Ei da expressão da injeção de corrente Ik :

j 'km
Ykm = akm e ykm
! fora da diagonal
akm ej 'km ykm
Ymk =
X   ! fora da diagonal
= jbksh +
!
sh
Ykk jbkm + a2km ykm
diagonal
2
m Ωk

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 126/159


Formulação matricial – I = Y  E

Rede elétrica
Observações:
j k m

y1 y2
Cada ramo contribui com
quatro elementos na matriz
j k m
Y:
   + y1 y1 j

y1 y1 + y2 y2 k

y2    + y2 m

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 127/159


Formulação matricial – I = Y  E

Y é esparsa (grande número de elementos nulos)


Ykm = 0 se não há um ramo (linha ou transformador) conectando
as barras k e m
Ykk é sempre não nulo

Se os ramos forem somente linhas de transmissão e


transformadores em fase ! matriz Y é estrutural e numericamente
simétrica

Se houver transformadores defasadores ! matriz Y é


estruturalmente simétrica mas numericamente assimétrica
(Ykm = t  ykm e Ymk = tykm 6= Ykm )

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 128/159


Formulação matricial – I = Y  E

Um transformador conectado entre as barras k e m contribui para


a matriz Y da seguinte forma (ver exercı́cio proposto na lista):

Ykm = t  ykm
Ymk = tykm
Ykk = j t j2 ykm + (termos dos outros ramos conectados a k)
Ymm = ykm + (termos dos outros ramos conectados a m)

Ykk – admitância vista pelo nó k ! ykm


k m refletida para o lado k
ykm

Ymm – admitância vista pelo nó m !


1:t

Ykk Ymm

própria ykm

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 129/159


Formulação matricial – I = Y  E

Veja os exercı́cios propostos na lista para diferentes


representações de transformadores

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 130/159


Formulação matricial – I = Y  E

 Exemplo

Considere a rede mostrada a seguir.

1 2
linha de transmissão

y12 sh
j b12

transformador transformador
em fase defasador
1 : a13 1 : ej '23
y13 y23

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 131/159


Formulação matricial – I = Y  E

Contribuição da linha de transmissão à matriz Y:

1 2 3

y12 + j sh
b12 y12 1

Y1 = y12 sh
y12 + j b12 2

Contribuição do transformador em fase à matriz Y:

1 2 3

a213 y13 a13 y13 1

Y2 = 2

a13 y13 y13 3

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 132/159


Formulação matricial – I = Y  E

Contribuição do transformador defasador à matriz Y:

1 2 3

Y3 = y23 e j '23 y23 2

ej '23 y23 y23 3

A matriz admitância da rede será:

Y = Y1 + Y2 + Y3

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 133/159


Formulação matricial – I = Y  E

 Exemplo

Considere que uma rede tenha 1000 barras (NB) e 1600 ramos
(NR).
Define-se o grau de esparsidade como a porcentagem de
elementos nulos da matriz Y em relação ao número total de elementos.
Para a rede exemplo tem-se:

Número total de elementos de Y: NT = NB2 ! NT = 1000000


Número de elementos não nulos: NE = NB + 2 NR  ! NE = 4200
Número de elementos nulos: NN = NT NE ! NN = 995800

Grau de esparsidade: GE = (NN=NT) 100%  ! GE = 99;58%




Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 134/159


Formulação matricial – I = Y  E

Exercı́cio(s) proposto(s): (4) , (5)


Prazo de entrega: duas semanas

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 135/159


A rede de referência

A fim de fornecer uma base para a verificação de todos os


conceitos apresentados, será utilizada a seguinte rede de
referência, composta por cinco barras e sete linhas de
transmissão:

FIRST 1

SECOND 2

THIRD 3

FOURTH 4

FIFTH 5

Fonte: L. Powell, Power system load flow analysis, McGraw-Hill, 2005.


Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 136/159
A rede de referência

Considere que:

As grandezas de base são:

Vbase = 132 kV Sbase = 100 MVA

A magnitude da tensão na barra FIRST (referência) é mantida


constante em 132 kV

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 137/159


A rede de referência

Os dados das barras são:


Barra Pc [MW] Qc [Mvar] Tipo
FIRST 1
FIRST – – Referência
SECOND 2
SECOND 40 20 Carga
THIRD 3

FOURTH 4
THIRD 25 15 Carga
FIFTH 5 FOURTH 40 20 Carga
FIFTH 50 20 Carga

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 138/159


A rede de referência

Os dados das linhas de transmissão são:

De Para r [pu] x [pu] b sh [pu] (*)


1 2 0;05 0;11 0;02

1 3 0;05 0;11 0;02
0;03 0;08 0;02
FIRST 1

1 5
0;04 0;09 0;02
SECOND 2

THIRD 3 2 3
FOURTH 4
2 5 0;04 0;09 0;02
0;06 0;13 0;03
FIFTH 5

3 4
4 5 0;04 0;09 0;02
(*) carregamento total

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 139/159


A rede de referência

Preparação para o programa computacional:

Considere disponı́veis os vetores DE, PARA, R, X e BSH, con-


forme mostrado no slide 139. Obtenha a matriz admitância
para a rede de referência.

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 140/159


Potências nodais

Expressão da injeção de corrente na barra k em função dos


elementos da matriz admitância e das tensões nodais:

E1

k Ik Yk 1 ::: Ykn
=  ..
.

En

I Y E

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 141/159


Potências nodais

Injeção de corrente no nó k:

NB
X X X
Ik = Ykm Em = Ykm Em = Ykk Ek + Ykm Em
m=1 m 2K 2
m Ωk

em que K é o conjunto formado pela barra k mais todas as barras


m conectadas ela:

K = Ωk [ f k g

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 142/159


Potências nodais

Injeção lı́quida de potência complexa na barra k:

Sk = Pk jQk
= E  Ik
k
!
= Ek
X
Ykm Em
m2K
X  
j k
= Vk e (Gkm + jBkm ) Vm ej m
m 2K  
X
j km
= Vk (Gkm + jBkm ) Vm e
m
X
2K
= Vk Vm (Gkm + jBkm ) (cos km j sen km )
m 2K
Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 143/159
Potências nodais

Identificando as partes real e imaginária, obtém-se as equações


das potências nodais:

Vm (Gkm cos km + Bkm sen km )


X
Pk = Vk
m
X
2K
Qk = V k Vm (Gkm sen km Bkm cos km )
m 2K
para k = 1; : : : ; NB

! Tem-se duas equações para cada barra da rede,


resultando em um total de (2  NB) equações

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 144/159


Potências nodais

Preparação para o programa computacional:

Obtenha as equações das potências nodais para a rede de re-


ferência. Considere disponı́vel a matriz admitância Y e calcule
todas as potências considerando flat start.

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 145/159


Potências nodais

Há uma outra formulação (mais utilizada na prática) em que os


ângulos dos transformadores defasadores são representados nas
equações de potência e não na matriz Y, resultando em uma
matriz Y sempre estrutural e numericamente simétrica.

Esta formulação alternativa pode trazer vantagens no processo de


armazenamento computacional da matriz Y, uma vez que:

a matriz Y é esparsa, e somente os elementos não nulos precisam


ser armazenados

como Ykm = Ymk , somente os elementos da diagonal e do triângulo


superior (ou inferior) são armazenados

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 146/159


Potências nodais

Define-se uma matriz Y0 tal que seus elementos sejam os


seguintes:

Yij0 = Yij  ej 'ij


ou seja, seus elementos fora da diagonal são:

Yij0 = Yij  ej 'ij =  ej '


 
j 'ij
aij yij e ij = aij yij

e os da diagonal são:

Yii0 = Yii 
X  
ej 'ii = Yii = jbish + sh
jbim + a2im yim
2
|{z}
=ej0 =1 m Ωi

Portanto os ângulos de defasagem ' não aparecem em Y0


Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 147/159
Potências nodais

Voltando à equação da injeção de corrente nodal:


X  
Ik = Ykm Em ej 'km =ej 'km
m 2K
 
X ej 'km
= Ykm Em
ej 'km
m 2K  
=
X
0
Ykm
1
Em
ej 'km
m 2K
=
X
0 e
Ykm j 'km
Em
m 2K

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 148/159


Potências nodais

A injeção lı́quida de potência complexa na barra k é:

Sk = Pk jQk
= E  Ik
k
!
= Ek 0 e
X
j 'km
Ykm Em
m2K
0 + jB 0 ) e
X  
j k j 'km
= Vk e (Gkm km Vm ej m
m 2K
= Vk
X
0 + jB 0 ) e
Vm (Gkm j(km +'km )
km
m 2K
= Vk
X
0 + jB 0 ) [cos ( + ' )
Vm (Gkm j sen (km + 'km )]
km km km
m 2K
Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 149/159
Potências nodais

Identificando as partes real e imaginária, obtém-se as equações


das potências nodais:

Pk = Vk
X
0 cos (km + 'km ) + B 0 sen (km + 'km )]
Vm [Gkm km
m 2K
Qk = V k
X
0 sen (km + 'km )
Vm [Gkm 0 cos (km + 'km )]
Bkm
m 2K
para k = 1; : : : ; NB

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 150/159


Potências nodais

Para simplificar a notação, a matriz Y0 é chamada simplesmente de


Y e as equações das potências nodais ficam:

Vm [Gkm cos (km + 'km ) + Bkm sen (km + 'km )]


X
Pk = Vk
2K
m
X
Qk = V k Vm [Gkm sen (km + 'km ) Bkm cos (km + 'km )]
m 2K
para k = 1; : : : ; NB

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 151/159


Potências nodais

Exercı́cio(s) proposto(s): (6) , (7)


Prazo de entrega: duas semanas

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 152/159


Conjunto de equações do problema de fluxo de carga

Aplicação da lei das correntes de Kirchhoff (LCK) para cada barra


corresponde ao balanço de potências na barra:

Potência injetada na barra


=
Soma das potências distribuı́das
pelos ramos conectados a ela

São realizados os balanços das potências ativa e reativa

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 153/159


Conjunto de equações do problema de fluxo de carga

Considere uma barra k de uma rede elétrica:

Parte Ativa Parte Reativa


j j

Pkj Pkm Qkj Qkm

k m k m

Pk Qk
Qksh

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 154/159


Conjunto de equações do problema de fluxo de carga

Matematicamente:

Pkm (Vk ; Vm ; k ; m )
X
Pk = PGk P Ck =
2
m Ωk

Qkm (Vk ; Vm ; k ; m )
X
Qk + Qksh (Vk ) = QGk QCk + Qksh (Vk ) =
m Ωk 2
k = 1; : : : ; NB
NB número de barras da rede
Ωk conjunto das barras vizinhas da barra k (diretamente conectadas à barra k )
Vk , Vm magnitudes das tensões nas barras k e m
k , m ângulos de fase das tensões nas barras k e m
Pkm fluxo de potência ativa no ramo k -m
Qkm fluxo de potência reativa no ramo k -m
Qksh componente da injeção de potência reativa devida ao elemento shunt da

barra k (capacitores ou indutores) Qksh = bksh Vk2 , sendo bksh a susceptância
shunt ligada entre a barra k e o nó terra

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 155/159


Conjunto de equações do problema de fluxo de carga

Além das equações referentes à aplicação de LCK às barras, faz


parte do problema de fluxo de carga um conjunto de inequações
que representam os limites operacionais da rede. Por exemplo:

Vkmin  Vk  Vkmax ! limites de tensão em barras de


carga
Qkmin  Qk  Qkmax ! limites de injeções de potência rea-
tiva em barras de geração

Outros tipos de restrições serão mostrados adiante

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 156/159


Referências bibliográficas

A.J. Monticelli, Fluxo de carga em redes de energia elétrica,


Edgard Blücher, 1983.

O.I. Elgerd, Electric energy systems theory: an introduction,


McGraw-Hill, 1982.

J.J. Grainger, W.D. Stevenson, Power system analysis,


McGraw-Hill, 1994.

L. Powell, Power system load flow analysis, McGraw-Hill, 2005.

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 157/159


Apêndice – rede de referência

Matriz admitância Y

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 158/159


Apêndice – rede de referência

Cálculo das potências nodais – exemplo para barra 2, flat start

X
P2 = V2 Vm (G2m cos 2m + B2m sen 2m )
m2K
X
= G2m = G21 + G22 + G23 + G25
m2K
= ( g21 ) + (g21 + g23 + g25 ) + ( g23 ) + ( g25 ) = 0

X
Q2 = V2 Vm (G2m sen 2m B2m cos 2m )
m2K
X
= B2m = (B21 + B22 + B23 + B25 )
m2K
n h     i o
sh sh sh
= ( b21 ) + b21 + b21 + b23 + b23 + b25 + b25 + ( b23 ) + ( b25 )
 
sh sh sh
= b21 + b23 + b25

Carlos A. Castro IT743 – Formulação básica 159/159

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