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BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Prof. Dr. Mario Cesar Giacco Ramos
Universidade de Mogi das Cruzes
Dedico este trabalho ao meu pai João, minha mãe Iraci, meus irmãos Vinicius e
Alessandra e a minha companheira Juliana, que sempre estiveram ao meu lado nos momentos
necessários e me apoiam em meus sonhos.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
As correntes de falta, quando envolvem a terra, devem ser de valor elevado o bastante
para que a proteção possa operar e efetuar com fidelidade e precisão, eliminando o defeito o
mais rapidamente possível. Porém, durante o tempo em que a proteção ainda não atuou a
corrente de defeito que escoa pelo solo gera potenciais distintos nas massas metálicas e
superfície do solo. Portanto, é imprescindível a necessidade de uma boa qualidade da ligação
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entre os componentes do sistema de aterramento para que, dentro das condições do solo, a
proteção seja sensibilizada e os potenciais de toque e passo fiquem abaixo dos limites críticos
de fibrilação ventricular do coração humano (KINDERMAN; CAMPAGNOLO, 2011).
Mardegan (2012) fez um estudo histórico e lembra que os primeiros sistemas elétricos
não eram aterrados em relação a fonte de energia porque o sistema trifásico a três fios era
considerado mais econômico, além de que, quando a primeira fase cai para a terra não circula
corrente de falta à terra porque não existe caminho fechado para ela. O autor reforça que o
sistema não aterrado ainda é utilizado em alguns sistemas de baixa tensão, acoplando a terra
através de capacitâncias próprias de equipamentos. Esse tipo de sistema trouxe desvantagens
ao sistema elétrico com ocorrências de faltas múltiplas, sobretensões transitórias, aumento de
tensão nas fases sãs em casos de curto circuito e desligamento de circuitos em casos de falta.
Atualmente o método mais simples de aterramento do sistema em relação a fonte de
energia é conectar o eletrodo diretamente ao solo, procurando um caminho de mínima
impedância à passagem eventual de uma corrente de falta. Contudo, os valores elevados da
corrente, resultantes nesse método, sensibilizam os dispositivos de proteção, os quais
prontamente comandam os desligamentos e isolam essa parte faltosa do sistema, causando
excessivos desligues se comparado ao método anterior. Esse método pode trazer também
algumas desvantagens, podendo causar corrente de falta à terra de valor elevado, inclusive
podendo ser maior que a corrente de curto circuito trifásica (MARDEGAN, 2012).
Foi procurando limitar essas correntes de falta à terra que surgiram algumas formas
distintas de se conectar o sistema de aterramento ao solo, como, por exemplo, interligando no
circuito de aterramento uma resistência de potência de baixo ou alto valor de impedância. No
aterramento por resistência de baixo valor a corrente de falta é limitada entre 100 e 1000 A,
sendo mais comum 400 A, já no aterramento por resistência de alto valor (RAV) procura-se
utilizar a maior impedância possível, limitando ao máximo a corrente de falta a terra
(MARDEGAN, 2012). A diferença de implantação entre os dois métodos se dá mais a diferença
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de custo, o RAV tende a ter custo muito elevado comparado ao sistema com impedância de
baixo valor.
A norma brasileira ABNT NBR 7117 (2012) traz no seu texto uma tabela com valores
comuns de resistividade conforme o tipo de solo, os valores demonstrados devem ser adotados
para conhecimento prévio sem que estudos e medições do local a ser aterrado sejam ignorados.
A ABNT NBR 5410 (2004) para classificar os sistemas de aterramento das instalações
utiliza a seguinte simbologia:
2.2.1.1 Sistema TN
Os sistemas TN têm um ponto diretamente aterrado e as massas são ligadas a este ponto
através de condutores de proteção. De acordo com a disposição do condutor neutro e do
condutor de proteção, o sistema TN possui três variantes:
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2.2.1.2 Sistema TT
O Sistema TT é aquele em que todas as partes vivas são isoladas da terra, tem o ponto de
alimentação da instalação diretamente aterrado, sendo as massas ligadas a eletrodos de
aterramento independentes do eletrodo de alimentação. O aterramento das massas também pode
ser conectado em sistemas de aterramento distintos (ABNT NBR 5410, 2004).
O sistema tem a desvantagem de que as correntes de curto circuitos envolvendo a carcaça
de equipamentos elétrico passam pela terra, e o aterramento passar a depender da qualidade da
instalação do aterramento da fonte de energia e o aterramento da carga. No caso da perda do
aterramento o sistema elétrico se torna isolado, com total inoperância do sistema de proteção.
KINDERMAN; CAMPAGNOLO, 2011).
Figura 7 - Esquema TT
2.2.1.3 Sistema IT
Figura 8 - Esquema IT
A corrente de defeito à terra na configuração estrela, com ponto neutro aterrado com uma
impedância elevada, é de pequena intensidade com o seccionamento da alimentação não
obrigatório, já no caso da ocorrência de uma segunda falta à massa ou à terra simultaneamente
à primeira, as correntes de defeito tornam-se extremamente elevadas, pois transforma-se em um
curto circuito entre duas fases. O sistema IT é caracterizado quando a corrente resultante de
uma única falta fase-massa não possui intensidade suficiente para provocar o surgimento de
tensões perigosas. As massas devem ser aterradas individualmente ou em grupos, conectadas a
um sistema de aterramento distinto ou ainda em grupos, conectados ao sistema de aterramento
da alimentação (FILHO, J., 2017).
No caso de um defeito, o primeiro defeito alerta para a equipe de manutenção corrija o
defeito rapidamente, caso não aconteça, em um eventual segundo defeito o sistema será
desligado pela proteção. Esse sistema garante que não ocorra desligamentos indevidos, porém,
é mais eficiente em sistemas elétricos de pequeno porte, além da necessidade de empregar
técnicas especiais para sinalização e localização deste primeiro defeito. Devido a estas
características o sistema IT é mais comum em salas de cirurgia, minas, navios, trens e similares
(KINDERMAN; CAMPAGNOLO, 2011).
𝑉
𝜌 = 2∗𝜋∗𝑎∗ (Ω ∗ 𝑚) − (2.1)
𝐼
efetuar várias medidas em pontos e direções diferentes com preferência para medições na
direção da linha de alimentação e direção no ponto de aterramento ao aterramento da fonte de
alimentação (ABNT NBR 15751, 2013).
Com base nos valores resultantes da medição, calcula-se a média aritmética dos valores
de resistividade do solo para cada espaçamento considerado, calcula-se também o desvio de
cada medida em relação à média aritmética determinada, com a finalidade de desprezar todos
os valores de resistividade que tenham um desvio superior a 50 % em relação à média. Para
muitos valores desviados da média, é conveniente repetir as medições em campo e persistindo
os resultados anteriores, a região pode ser considerada como não aderente ao processo de
modelagem de método Wenner (FILHO, J., 2017).
A modelagem do solo de duas camadas usa teorias do eletromagnetismo no solo com duas
camadas horizontais, sendo possível desenvolver uma modelagem matemática, que com o
auxílio das medidas efetuadas pelo método Wenner, possibilita encontrar a resistividade do solo
da primeira e a segunda camada, bem como sua respectiva profundidade (KINDERMAN;
CAMPAGNOLO, 2011).
Para conhecimento, o método de Pirson pode ser encarado como uma extensão do método
de duas camadas. Ao se dividir a curva 𝜌 x a em trechos ascendentes e descendentes fica
evidenciado que o solo de várias camadas pode ser analisado como uma sequência de curvas
de solo equivalentes a duas camadas, “fatia-se” o solo em camadas de 𝜌 obtendo-se a
profundidade de cada resistividade equivalente (ABNT NBR 7117, 2012).
O método de Yokogawa é apresentado no manual do aparelho Yokogawa de medição de
resistência de terra. Com esse método, pode-se efetuar a estratificação do solo em várias
camadas horizontais com razoável aceitação. A origem do método baseia-se na logaritmização
da expressão original do método de duas camadas (KINDERMAN; CAMPAGNOLO, 2011).
Por fim, os procedimentos para estratificação do solo pelo método de duas camadas
convencional são definidos como: (FILHO, J., 2017).
a) Traçado da curva de resistividade média do solo: Plotar no eixo a (m) (profundidade da
malha) os valores das distâncias entre hastes e, no eixo 𝜌 (resistividade do solo), os valores
referentes às resistividades medias correspondentes aos pontos medidos para uma mesma
distância entre as hastes, conforme a figura 11. Prolonga-se a curva no ponto (𝐻1 , 𝜌𝑚 ) até o
eixo 𝜌 , determinando, assim, o valor de 𝜌1 . Para se determinar o valor de 𝜌2 (resistividade da
camada inferior do solo) deve-se traçar uma assíntota à curva de resistividade e prolonga-la até
o eixo das ordenadas.
𝜌𝑚 = 𝜌1 ∗ 𝐾1 (Ω ∗ 𝑚) − (2.2)
𝑅
𝐾2 = − (2.3)
𝐻𝑚
𝜌𝑎 = 𝐾3 ∗ 𝜌1 − (2.4)
𝐾1 - fator de multiplicação;
𝑅 - raio do círculo equivalente à malha de terra, dado pela equação 2.5, em m;
𝐻𝑚 - profundidade da camada de solo correspondente a resistividade média, em m;
32
𝑆
𝑅 = √ (𝑚) − (2.5)
𝜋
(𝑁 − 1) ∗ 𝐷𝑒
𝑅= (𝑚) − (2.6)
2
𝐿1 + 𝐿2
𝜌𝑎 = (Ω ∗ 𝑚) − (2.7)
𝐿1 𝐿2
+
𝜌1 𝜌2
𝜌𝑎 4𝐿
𝑅𝐻𝑎𝑠𝑡𝑒 = 𝐿𝑛( ) (Ω ∗ 𝑚) − (2.8)
2∗𝜋∗𝐿 𝑑
Kindermann e Campagnolo (2011) explicam que nem sempre o aterramento com uma
única haste fornece o valor da resistência desejada. Neste caso, examinando-se a expressão 2.8
pode-se conhecer os parâmetros que influenciam na redução do valor da resistência elétrica do
aterramento. Esses parâmetros são:
• Aumento do diâmetro da haste;
• Colocação das hastes em paralelo;
• Aumento do comprimento da haste;
• Redução da resistividade aparente (𝜌𝑎 ) utilizando tratamento químico do solo.
2
0,183 ∗ 𝜌𝑠 (√𝐿2 ℎ+ 𝐷2 𝑒𝑚 ) − 𝐿2 ℎ − 𝐷2 𝑒𝑚
𝑅𝑒𝑚 = ∗ 𝐿𝑜𝑔 [ 2]
(Ω ∗ 𝑚) − (2.9)
𝐿ℎ 2 2 2
𝐷 𝑒𝑚 − (√𝐿 ℎ + 𝐷 𝑒𝑚 − 𝐿ℎ )
A corrente de curto circuito fase-terra (𝐼𝑐𝑓𝑡 ) pode ser calculada manualmente ou por meio
de softwares, deve considerar um planejamento para um horizonte de 10 anos. A seção do
condutor da malha de terra é função da corrente de curto fase-terra no seu valor máximo, que
pode ser obtido tanto do lado primário, como do lado secundário do transformador (FILHO, J.,
2017).
Deve-se ressaltar que um dimensionamento de uma malha de terra é um processo
iterativo. Parte-se de uma malha inicial e verificam-se os potenciais na superfície do solo,
quando no máximo defeito à terra os potenciais são superiores aos valores máximos suportáveis
por um ser humano modifica-se o projeto inicial da malha até se estabelecer as condições
exigidas. Caso todos os potenciais sejam inferiores aos limites, parte para o detalhamento da
malha. (KINDERMAN; CAMPAGNOLO, 2011).
O condutor mínimo da malha de terra (𝑆𝑐 ) é dimensionado considerando-se os esforços
mecânicos e térmicos que ele pode suportar. Verificando-se também se o condutor suporta os
esforções de compressão, tração e cisalhamento e que está sujeito durante a sua vida útil, devido
ao peso do solo, da estrutura armada e da movimentação de veículos sobre a malha da
subestação (KINDERMAN; CAMPAGNOLO, 2011).
Quanto ao dimensionamento térmico, utiliza-se a formula de Onderdonk (2.12) que
considera o calor produzido pela corrente de curto circuito totalmente restrito ao condutor
(ABNT NBR 15751,2013).
𝑡 ∗ 𝛼𝑟 ∗ 𝜌𝑡 ∗ 104
𝑆𝑐 = 𝐼𝑐𝑓𝑡 ∗ (𝑚𝑚2 ) − (2.12)
√ (𝐾0 + 𝑇𝑚 )
𝑇𝐶𝐴𝑃 ∗ 𝐿𝑛
(𝐾0 + 𝑇𝑎 )
A norma brasileira ABNT NBR 16254-1 (2014) trata das dimensões mínimas e materiais
padronizados para eletrodos de aterramento. Tratando-se de cabos de cobre, estes devem ser
fabricados com cobre eletrolítico, 99 % de pureza, com 100 % de condutividade International
Annealed Copper Standard (IACS), e atender aos requisitos de ensaio da ABNT NBR 6524
(1998).
Tabela 1- Constante Kf
𝐶𝑚
𝑁𝑐𝑝 = + 1 − (2.14)
𝐷𝑙
1 𝐷²
𝐾𝑚 = ∗ 𝐿𝑛[ ] − (2.17)
2∗𝜋 4 ∗ 𝜋 ∗ (𝑁 − 1) ∗ 𝐻 ∗ 𝐷𝑐𝑎
1 1 1 𝐿𝑛[0,655 ∗ (𝑁 − 1) − 0,328]
𝐾𝑠 = ∗{ + + } − (2.18)
𝜋 2∗𝐻 𝐷+𝐻 𝐷
Com o cálculo dos coeficientes e anotados os valores maiores para cada coeficiente (de
junção ou principal), o próximo passe é o cálculo do comprimento mínimo de condutores que
a malha deve satisfazer a fim de atender as exigências de projeto. O valor do comprimento
mínimo deve ser menor que o comprimento dos condutores da malha pré-definida, estabelecida
pela equação 2.16. Caso a condição não seja atendida, deve-se aumentar o número de
condutores e refazer os cálculos.
𝐾𝑚 ∗ 𝐾𝑖 ∗ 𝜌𝑎 ∗ 𝐼𝑐𝑓𝑡 ∗ √𝑇𝑓
𝐿𝑇 = (𝑚) − (2.20)
116 + 0,174 ∗ 𝜌𝑠
𝜌𝑎 𝜌𝑎
𝑅𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = + (Ω) − (2.21)
4 ∗ 𝑅 𝐿𝑐𝑚
41
Em muitos casos são instalados eletrodos verticais junto a malha de terra, neste caso o
valor da resistência das hastes deve ser considerado. Calcula-se o valor da resistência mutua
entre os eletrodos individualmente a malha de terra, o valor da resistência mutua é inserido no
cálculo da resistência total do sistema de aterramento.
𝜌𝑎 2 ∗ 𝐿𝑐𝑚 𝐾1 ∗ 𝐿𝑐𝑚
𝑅𝑚𝑢𝑡𝑢𝑎 = ∗ [𝐿𝑛 ( )+ − 𝐾2 + 1] (Ω) − (2.22)
𝜋 ∗ 𝐿𝑐𝑚 𝐿𝐻 √𝑆
devem ser adotados medidas a fim de diminuir esses parâmetros. Se for necessário a malha
deve ser reprojetada.
É aquela a que está sujeito o corpo humano quando em contato com partes metálicas
(massas) acidentalmente energizadas. O valor máximo de tensão de toque que uma pessoa pode
suportar sem que ocorra a fibrilação ventricular é expresso por:
116 + 0,174 ∗ 𝜌𝑠
𝐸𝑡𝑚 = (V) − (2.24)
√𝑇𝑓
O valor da tensão de contato existente na malha projetada é dado pela equação 2.25.
𝐾𝑚 ∗ 𝐾𝑖 ∗ 𝜌1 ∗ 𝐼𝑐𝑓𝑡
𝐸𝑡𝑒 = (V) − (2.25)
𝐿𝑐𝑚
Quando um indivíduo se encontra no interior de uma malha de terra e por meio desta está
fluindo, naquele instante, determinada corrente de falta, fica submetido a uma tensão entre os
dois pés (distância de 1,0 m adotada em cálculos) chamada de tensão de passo. Cabe salientar
que a corrente elétrica quando injetada no solo, por eletrodos ou diretamente por descarga
atmosférica, se dispersa em forma de arcos com o centro no local de penetração, podendo
provocar uma tensão de passo menor em distâncias mais distantes do centro (FILHO, J., 2017).
As tensões de passo ocorrem quando entre os membros de apoio (pés) aparecem
diferenças de potencial. Isso ocorre quando os pés estão posicionados sobre linhadas
equipotenciais diferentes. As linhas equipotenciais se formam na superfície do solo quando do
escoamento da corrente de curto-circuito. Se durante a falha (curto circuito) os dois pés
estiverem sobre a mesma linha equipotencial ou se um único pé estiver sendo usado como
apoio, não haverá tensão de passo (KINDERMAN; CAMPAGNOLO, 2011).
O valor máximo de tensão de passo que pode ser suportável pelo ser humano é dado pela
equação 2.26 e o valor da tensão de passo existente na malha de terra projetada é calculado na
equação 2.27.
43
116 + 0,7 ∗ 𝜌𝑠
𝐸𝑝𝑚 = (V) − (2.26)
√𝑇𝑓
𝐾𝑠 ∗ 𝐾𝑖 ∗ 𝜌1 ∗ 𝐼𝑐𝑓𝑡
𝐸𝑝𝑒 = (V) − (2.27)
𝐿𝑐𝑚
É o maior valor suportável pelo corpo humano para um tempo de permanência de contato
de sobre a malha de terra projetada. Este parâmetro é utilizado para dimensionamento da
proteção.
116
𝐼𝑐ℎ = (mA) − (2.28)
√𝑇𝑓
A corrente de choque existente devido à tensão de passo, sem a utilização de uma camada
de brita na periferia da malha é calculada pela equação 2.29.
1000 ∗ 𝐸𝑝𝑒
𝐼𝑝𝑠𝑏 = (mA) − (2.29)
1000 + 6 ∗ 𝜌1
Como a área da subestação é mais perigosa, o solo habitualmente é revestido por uma
camada de brita. Esta confere maior qualidade no nível de isolamento dos contatos dos pés com
o solo e diminui os valores da corrente. Neste caso a corrente existente é calculada pela equação
2.30.
1000 ∗ 𝐸𝑝𝑒
𝐼𝑝𝑐𝑏 = (mA) − (2.30)
1000 + 6 ∗ (𝜌1 + 𝜌𝑠 )
A corrente de choque existente devido à tensão de toque, sem a utilização de uma camada
de brita na periferia da malha é calculada pela equação 2.31.
1000 ∗ 𝐸𝑡𝑒
𝐼𝑝𝑠𝑏 = (mA) − (2.31)
1000 + 1,5 ∗ 𝜌1
44
Quando se utiliza a camada de brita, neste caso a corrente existente é calculada pela
equação 2.32.
1000 ∗ 𝐸𝑡𝑒
𝐼𝑝𝑐𝑏 = (mA) − (2.32)
1000 + 1,5 ∗ (𝜌1 + 𝜌𝑠 )
Todo sistema de aterramento depende da sua integração com o solo e da sua resistividade
aparente, se o sistema já está fisicamente definido e instalado, ou se não existe alternativa
47
possível, dentro das condições do sistema de trocar o local com resistividade elevada, a única
maneira de diminuir sua resistência elétrica é alterar as características do solo, usando um
tratamento químico (KINDERMAN; CAMPAGNOLO, 2011).
Silvério Filho (2002) explica que a prática de tratar o solo quimicamente pode ser muito
eficiente para aterramentos de pequena dimensão. Embora a redução da resistividade seja
promovida apenas nas proximidades dos eletrodos, é justamente esta porção do solo que é
responsável pela maior parcela da resistência do aterramento. O autor reforça que reduções de
até 50 % do valor da resistividade podem ser obtidos facilmente em sistemas pequenos (por
exemplo, sistemas com poucas hastes). Entretanto em aterramentos de subestações raramente
se alcança redução superior a 15 %.
Os materiais que podem ser utilizados para um bom tratamento químico do solo devem
ter características tais como:
• Boa higroscopia
• Não lixivavel;
• Não ser corrosivo;
• Baixa resistividade elétrica
• Quimicamente estável no solo;
• Não ser tóxico;
• Não causar dano a natureza;
A ação efetiva do tratamento químico deve-se ao fato de que os produtos químicos são
higroscópicos e manter retida a água por longo tempo, assim, a resistência de aterramento decai
acentuadamente. Portanto, recomenda-se nas regiões que tenham período de seca bem definido,
molhar a terra do sistema de aterramento, o que terá o mesmo efeito do tratamento químico.
Em subestações de potência pode-se deixar instalado um conjunto de mangueiras furadas e em
períodos regulares, molhar a terra que contém a malha de terra. Pode-se inclusive adicionar a
água a solução do produto químico do tratamento. Em terreno extremamente seco, pode-se
concretar o aterramento, pois, o concreto tem a propriedade de manter a umidade e sua
resistividade está entre 30 e 90 ohms por metro. (KINDERMAN; CAMPAGNOLO, 2011).
de análise de fotografias e registros dos oscilógrafos foi possível também obter a forma de onda
do impulso da descarga, bem como a duração dos seus períodos (FLEURY; GUEDES, 2015).
Fleury e Guedes (2015) explicam que a frente de onda corresponde ao período de subida
da corrente ou tensão do raio, sendo sua duração estimada em 1,2 microssegundos,
correspondente a ação fulminante do raio. O valor de crista é a maior intensidade atingida pela
corrente ou tensão do raio nessa subida. Já a cauda do raio corresponde à forma do raio, até o
valor final em torno de 200 microssegundos. O período ou tempo de meia cauda é o tempo em
que a cauda atinge o valor de meia crista, 50 microssegundos. É nesse tempo que o raio causa
mais danos.
A Probabilidade de ocorrências de valores de pico das descargas atmosféricas, segundo
a ABNT NBR 5419 (2015) são:
• 95 % - Menor igual a 5 kA;
• 80 % - Menor igual a 20 kA;
• 60 % - Menor igual a 30 kA;
• 20 % - Menor igual a 60 kA;
• 10 % - Menor igual a 80 kA;
50
pela intersecção entre a superfície do solo, com uma linha reta de inclinação 1 para 3 a qual
passa pelas partes mais altas da estrutura (tocando-a nestes pontos) e rotacionando ao redor
dela. A determinação do valor da exposição também pode ser obtida graficamente ou
matematicamente.
Outros fatores de risco que influenciam no cálculo do gerenciamento do risco são o tipo
de linha de sinal e energia, medidas de proteção já existentes, sistema de proteção contra
combate a incêndio, utilização de medidas de proteção contra surtos, entre outros. O risco é
calculado considerando a probabilidade de uma descarga causas os danos e quando este risco
excede o risco tolerável a utilização de medidas de proteção contra descargas atmosféricas é
recomendável, sendo necessário adotar medidas de proteção conforme uma classe de proteção
(Classe I, II, III ou IV) ABNT NBR 5419 (2015).
A finalidade do SPDA externo e interno é interceptar as descargas atmosféricas que
atingem diretamente a parte superior da estrutura, suas laterais, ou proximidades, permitindo
que a corrente elétrica decorrente flua para a terra sem ocasionar transitórios perigosos a vida e
ao patrimônio, centelhamento e efeitos térmicos e mecânicos danosos à estrutura (FILHO, J.,
2017)
De forma geral o sistema de proteção contra descargas atmosféricas externo é
constituído de três subsistemas:
a) Subsistema de captação: elementos condutores responsáveis pelo contato direto com as
descargas atmosféricas, podem ser captores naturais ou não naturais.
52
Sobre o método de projeto da esfera rolante, entende se por uma esfera rolante fictícia
que percorre a edificação em toda sua extensão onde possa ocorrer impacto direto de uma
descarga, e nas laterais de todas as estruturas com altura maior que o raio, R, da esfera rolante.
Cada ponto lateral tocado pela esfera rolante é um ponto possível de ocorrência de um impacto
direto dessas descargas. Entretanto, a probabilidade de ocorrência de descargas atmosféricas
laterais é, geralmente, desprezível para estruturas com altura inferior a 60 m. ABNT NBR 5419
(2015).
O método de Franklin é o método clássico de proteção contra descargas e utiliza o
parâmetro de “método de ângulo de proteção” para disposição dos captores. Este método é
limitado pela altura de edifícios, que varia conforme a classe do SPDA. Atualmente possui seu
uso cada vez mais restrito.
53
Para superfícies planas a norma recomenda que a melhor opção é o método das malhas,
devendo ser considerado a instalação de captores nas periferias da malha, em saliências da
cobertura e se necessário em cumeeiras de telhados. A utilização de métodos mistos também é
recomendada, sendo a medida prática necessária em muitos casos reais. Outras medidas de
proteção contra danos das descargas atmosféricas que também são abrangidas pela ABNT NBR
5419 (2015) são as medidas de proteção contra surtos, uso do dispositivo de proteção contra
surtos de tensão, equipotencialização da malha de aterramento, isolação de partes expostas,
restrições de acesso, entre outras.
2.4.1 Transientes
circuitos elétricos, conduzindo correntes, muitas vezes de valor elevado. Além disso, esses
equipamentos podem estar operando nas proximidades de circuitos de média e alta tensões, cuja
intensidade do campo elétrico, pode interferir no seu desempenho operacional ou mesmo
danificá-lo (FILHO, J., 2010).
Os fenômenos transientes são aqueles gerados por fontes internas e externas ao sistema
supridor, com diferentes formas de ondas e variada intensidade, diferem -se do conceito de
ruídos que são as distorções sobrepostas a um sinal elétrico de características conhecidas, que
modifiquem sua forma de onda no tempo. Os principais transientes tratados neste trabalho são:
Nas instalações elétricas ocorrem faltas (quando parte da instalação perde a sua isolação),
que resultam em sobrecorrentes elevadas. Nestas condições, os dispositivos de proteção devem
atuar com rapidez e segurança, isolando as faltas com o mínimo de danos às linhas e aos
equipamentos alimentados e, se possível, sem alterar substancialmente o funcionamento global
da instalação. Neste caso, todos os componentes e cabos devem ser capazes de suportar, por um
determinado tempo, os efeitos térmicos e mecânicos resultante da circulação desta corrente de
curto circuito (COTRIM, 2003).
eletromagnético sair do recinto. Para isto, faz-se necessário um projeto específico (FILHO, J.,
2010).
A eficiência de uma blindagem pode ser medida pela atenuação do campo que ela pode
propiciar. Atenuações de 15 dB em frequência de 100 MHz são consideradas excelentes. Além
das emissões de alta frequência, o chaveamento do sistema elétrico pode causar oscilações de
tensão de baixa frequência que também afetam os equipamentos sensíveis. São fenômenos de
baixa energia e controlados através de filtros (FILHO, J., 2010).
2.4.1.6 Harmônicos
tensão suportável de impulso é de 95 kV, enquanto nos sistemas de 69 kV a TSI é de 355 kV.
Já nos sistemas de baixa tensão esse valor é de 10 kV (FILHO, J., 2010).
João Mamede Filho (2012) explica que se o valor do surto de tensão superar a TSI dos
isoladores da rede de energia elétrica, ocorre uma descarga através deles, podendo perfura-los.
A descarga também pode ser conduzida externamente e em ambos os casos, fica
presumivelmente estabelecido um curto circuito monopolar a terra, resultando o desligamento
do sistema de proteção de neutro. Se o valor do surto de tensão for inferior a TSI dos isoladores,
a onda de tensão caminha até atingir os equipamentos que estão conectados as duas
extremidades do circuito. Para que esses equipamentos não sejam danificados é necessária a
instalação de para-raios nos pontos de conexão da rede pública de energia elétrica com a rede
do consumidor.
radiação eletromagnética fora de uma região específica do espaço; isto fornece proteção
somente para o equipamento (receptor) específico contido dentro da blindagem. Nos casos de
estações de transmissão não se pode blindar a fonte; os receptores que devem, quando
necessários, serem blindados (SARKIS, 2000).
Nessas condições há duas soluções a serem implementadas. A primeira consiste na
blindagem da subestação total ou parcialmente, dependendo dos estudos de compatibilidade
eletromagnética. A outra solução, ao contrário, é prover de blindagem eletromagnética o
ambiente onde estão operando os equipamentos sensíveis. A solução adotada, evidentemente,
depende, além dos estudos já referidos, de entendimentos entre a concessionária e o cliente.
(FILHO, J., 2010).
A blindagem pode ser magnética, constituídas de materiais magnéticos ou
ferromagnéticos, ou condutiva, constituída de materiais condutores não magnéticos,
diamagnéticos ou paramagnéticos ou simplesmente uma combinação de ambos os tipos.
A Blindagem magnética é confeccionada em ferro fundido, aço ou níquel, por exemplo.
Apresentam a propriedade de concatenar o fluxo magnético muito mais eficiente que o ar,
possibilitando que o fluxo resultante sem seu interior seja menor que o fluxo contido no material
utilizado para a blindagem, uma vez que tal fluxo tenderá a buscar o caminho de menor
relutância. O grau de atenuação é função da permeabilidade magnética do material
(característica que define a facilidade ou dificuldade de um material ser atravessado por linhas
de campos magnéticos) e da espessura adotada. Tais blindagens podem ser utilizadas para
atenuar campos magnéticos gerados por correntes continuas (estacionarias) ou correntes
alternadas (ISONI, 2010).
As Blindagens condutivas são confeccionadas em cobre ou alumínio por exemplo, os
fluxos magnéticos incidentes provocam a circulação de correntes parasitas (Foucault). Tais
correntes por sua vez, produzem fluxos que se opõem ao fluxo que as gerou (Lei de Lenz),
atenuando sua intensidade, o que representa uma barreira de campos magnéticos. O grau de
atenuação é função da condutividade elétrica do material (característica que define a facilidade
ou dificuldade de um material ser percorrido por correntes elétricas) e da espessura adotada.
Pelo seu princípio, tais blindagens podem ser utilizadas para atenuar campos eletromagnéticos
gerados apenas por correntes alternadas (ISONI, 2010).
A capacidade de uma determinada blindagem eletromagnética de absorver e/ou refletir
parte das ondas incidentes é chamada de atenuação. Normalmente as atenuações são calculadas
em decibéis (dB) devido à facilidade de expressar seus valores. A equação 2.33 mede o valor
de atenuação ou perda de uma blindagem eletromagnética.
59
𝐸𝑒
𝑃 = 𝐾 ∗ 𝐿𝑜𝑔 ( ) (dB) − (2.33)
𝐸𝑖
O bel é uma unidade logarítmica utilizada normalmente para expressar uma relação entre
duas grandezas de mesma natureza. Sua maior aplicação se dá em eletroacústica, já que o
ouvido humano percebe os sons em escala logarítmica.
Outra maneira de avaliar uma blindagem é relacionar a densidade de campo magnético
que incide sobre a blindagem e a densidade de campo magnético no seu interior. Pode-se utilizar
como parâmetros a relação entre as intensidades dos campos magnéticos ou as dos campos
elétricos presentes fora e no interior da blindagem. A estas relações dá-se o nome de fator de
blindagem e pode ser expressa pela equação 2.34.
𝐵𝑒 𝐻𝑒
𝐹𝑏 = = − (2.34)
𝐵𝑖 𝐻𝑖
Quando se projeta uma blindagem eletromagnética para uma edificação, espera-se como
resultado, que nenhuma fonte provoque interferência nos equipamentos eletrônicos sensíveis
que operam no seu interior. No entanto, cuidados adicionais devem ser observados a fim de que
as ondas eletromagnéticas que se quer imunizar, anulem todos os recursos empregados na
construção da blindagem. Por exemplo, que os cabos condutores, tanto os de energia elétrica
como os de comunicação, podem conduzir ondas eletromagnéticas para o interior da edificação,
atingindo diretamente os equipamentos eletrônicos. A indústria de condutores fabrica cabos
blindados com diferentes especificações e para diferentes finalidades cujo objetivo é atenuar os
60
efeitos das ondas perturbadoras produzidas pelo próprio sistema elétrico ou recebidas por uma
fonte externa ao sistema elétrico. São cabos utilizados em sistemas de comando de
equipamentos, indústria naval, indústria aeronáutica, etc. (FILHO, J., 2010).
Alguns tipos de cabos comuns no mercado:
É um cabo muito utilizado para telecomunicação, dotado de um feixe de dois fios que são
entrançados em torno do outro com a finalidade de anular as interferências eletromagnéticas de
fontes externas e interferências mutuas. O número de voltas dos fios por metro linear caracteriza
a capacidade do cabo de atenuar o efeito das ondas incidentes. Quanto maior for o número de
voltas maior é a capacidade de atenuação das ondas eletromagnéticas. O cabo de par trançado
pode ser constituído de vários condutores isolados torcidos aos pares e definidos por categorias
de capacidade de transmissão de dados (ABNT NBR 14565, 2013).
São chamados cabos EMC, são condutores comuns, porém dotados de um projeto
original, adicionado componentes especiais à sua isolação, contém o composto
(electromagnetic compatibility) EMC que tem elevada concentração de pó de ferrite, cerca de
90 %, cuja granulometria tem importância fundamental no desempenho do cabo. Esse composto
aumenta consideravelmente a eficiência dos cabos blindados contra a penetração de campos
eletromagnéticos, dissipando a energia de alta frequência induzida. O cabo EMC é utilizado
largamente em aeronaves e em instalações terrestres aeronáuticas em diversos países. Também
é utilizado em instalações nucleares e militares, a fim de resguardar os requisitos de segurança.
(FILHO, J., 2010)
62
O efeito do acoplamento resistivo será tratado com maior ênfase neste trabalho devido a
influência do sistema de aterramento. O acoplamento resistivo é tanto mais severo quanto mais
próximos estiverem os pontos de injeção de correntes no solo e o ponto de aterramento da
instalação do receptor. No tocante a resistividade do solo, quanto maior for a resistividade do
solo, maior a elevação de potencial devido à corrente injetada nele.
Evidencia o Sertão Nordestino marcado pelo solo pedregoso e pela vegetação escassa e
de pequeno porte onde se encontra a Caatinga, que tem um clima semiárido, caracterizado pela
baixa umidade e pouco volume pluviométrico. Situada numa área de transição entre o Agreste
e o Meio Norte, onde a formação do Sertão brasileiro estende-se por um espaço que abrange a
maior parte de todos os estados da Região Nordeste, além do Sudeste, ocupando uma área total
de 982. 563,3 km² (MORGADO, 2011).
64
O sertão nordestino foi considerado uma situação ideia de solo adverso, segundo
Morgado (2011) o solo do sertão, em comum é pouco compacto, erodido periodicamente pelos
córregos esporádicos e dependentes do clima com suas fortuitas descontinuidades de chuvas,
os geógrafos distendes ainda está região por tipo de vegetação que consentem a distinção de
três subáreas climato-botânicas: o Agreste, a Caatinga e o Alto Sertão.
O Agreste forma uma faixa de trajetória entre o Nordeste semiárido e espinhento e o outro
Nordeste úmido e verdejante dos canaviais. Na paisagem desta subárea ainda se encontra a
presença da água, onde os rios que não chegam a secar totalmente no verão, sustentando sempre
um escasso filete de água ou empoçados a extensão. A vegetação se constitui sob a silhueta de
florestas espinhentas, espaçando-se no solo semiárido do Sertão e a mata da Região úmida. A
Caatinga é o império das cactáceas, com seu solo agressivo e seco arrebentam as coroas-de-
frade e os mandacarus arrepiados de espinhos. As árvores agachadas em arbustos e as suas
gêneses herbáceas concluem a paisagem queimada da Caatinga, sendo a zona de maior aridez
do Nordeste, com seus rios restringidos nas épocas secas às faixas de areia, leitos quentes
inteiramente expostos ao sol (MORGADO, 2011).
65
A área do Alto Sertão, tem o clima suavizado levemente, a vegetação, do tipo de savana,
se alinha, em certas zonas, com as faixas verdes dos carnaubais, capturando os vales férteis da
região. Tornando-se pouco denso as várias espécies espinhentas e as secas que são menos
insensíveis.
Ao oposto do que se espera, a região do sertão possui altos índices de precipitação
pluviométrica (entre 250 e 6000 mm anuais), porém a sua repartição é irregular, pois as chuvas
concentram-se em apenas uma estação do ano (de dezembro a maio), regionalmente chamado
de inverno. A região ainda sofre com interferência atmosféricas, como o El ninho, sistemas
frontais e frentes frias oriundas do Sul do pai (Luz et al, 2013).
66
Fonte: Autor
67
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
do solo. O dia selecionado para os testes foi um dia após sete dias sem chuvas, conforme
recomenda a ABNT NBR 7117 (2012).
O método de medição adotado foi o método Wenner, explanado no item 2.2.2.1, que
consiste em colocar quatro eletrodos de teste em linha, separados por uma distância a, e
enterrados no solo com uma profundidade b. Os dois eletrodos extremos são ligados aos
terminais de corrente C1 e C2 do equipamento de teste e os dois eletrodos centrais são ligados
aos terminais de potencial P1 e P2. Nestas medições adotamos a recomendação de fixar os
eletrodos a profundidades superiores a 20 cm para qualquer distância a com a finalidade de
poder aplicar a equação 2.1. As medições foram realizadas em três linhas fictícias distintas,
conforme recomendado na ABNT NBR 7117 (2012).
situação já era esperada após o resultado do estudo das sondagens SPT que indicava uma
camada sólida de rocha a uma breve profundidade. Outro fato observado no local foi o excesso
de rachaduras na superfície do solo, característica típica do solo seco da caatinga, explanado no
item 2.5.
Com base nos valores resultantes da medição, calculou-se a média aritmética dos valores
de resistividade do solo para cada espaçamento considerado (neste caso, apenas para 1 metro),
e nenhum dos valores superou o desvio padrão de 50 % da média aritmética.
Para a modelagem e estratificação dos resultados obtidos será utilizado o processo de
modelagem do solo de duas camadas, qual utiliza as teorias do eletromagnetismo no solo com
duas camadas horizontais, sendo possível desenvolver uma modelagem matemática, que com
o auxílio das medidas efetuadas pelo método Wenner, possibilita encontrar a resistividade do
solo da primeira e a segunda camada, bem como sua respectiva profundidade.
A curva 𝜌 𝑥 𝑎 foi traçada na figura 32 considerando os valores para distância entre
eletrodos da tabela 2, para os valores desconhecidos devido a camada sólida rochosa do solo,
adotamos o valor de 3000 Ω ∗ 𝑚, valor comum adotado para cálculo de resistividade de uma
camada de brita em superfícies de Subestações ABNT NBR 15751 (2013).
Figura 32 - Curva ρ x a
Fonte: Autor
𝜌𝑚 = 𝜌1 ∗ 𝐾1 (Ω ∗ 𝑚) − (2.2)
𝜌
Sendo o valor de 𝐾1 = 1,1340 dado pela Tabela 06 do Anexo A, usando a relação: 𝜌2 =
1
1,76.
𝜌𝑚 = 1700 ∗ 1,1340 = 1928 Ω ∗ 𝑚
𝐻𝑚 = 1,3 𝑚
𝑆
𝑅 = √ (𝑚) − (2.5)
𝜋
74
1200
𝑅=√ = 19,54 𝑚
𝜋
𝑅
𝐾2 = − (2.3)
𝐻𝑚
19,54
𝐾2 = = 15,03
1,3
𝜌𝑎 = 𝐾3 ∗ 𝜌1 − (2.4)
54
𝑅=√ = 4,14 𝑚
𝜋
4,14
𝐾2 = = 3,18
1,3
O gerenciamento de risco, descrito na ANBT NBR 5419 (2015) é o primeiro passo para
identificar a necessidade de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas, que
basicamente compara-se os riscos existentes de dano na estrutura com riscos pré-estabelecidos
toleráveis. Os riscos são divididos em risco de perda da vida humana, risco de perda de serviço
público, risco de perda de patrimônio cultural e risco de perda de valores econômicos.
análise de risco fez-se desnecessária e todos os métodos de proteção mais avançados serão
aplicados.
Importante considerar que a análise do mapa de densidade de descargas atmosféricas da
região mostra um baixo nível de descargas atmosféricas por km² por ano, o que possivelmente
levaria um resultado de não necessidade de SPDA pelo gerenciamento de risco convencional.
De acordo com a ABNT NBR 5419 (2015), as medidas de proteção para reduzir os danos
físicos à estrutura são:
a) subsistema de captação;
b) subsistema de descida;
c) subsistema de aterramento;
d) equipotencialização para descargas atmosféricas (EB);
e) isolação elétrica (e daí a distância de segurança).
As medidas de proteção para reduzir as falhas dos sistemas elétricos e eletrônicos são:
a) medidas de aterramento e equipotencialização;
b) blindagem magnética;
c) roteamento da fiação;
d) interfaces isolantes;
e) sistema de DPS coordenado.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
O subsistema de aterramento visto pela ABNT NBR 5419 (2015) é visto de modo
diferente a visão da ABNT NBR 5410 (2004) por tratar da necessidade de dispersão das
correntes de descargas atmosféricas, os quais possuem formas de ondas diferente das ondas das
correntes de fuga com frequência industrial. A resistência de aterramento deve ser a menor
79
possível para dispersar as descargas, porém a resistência da malha de aterramento não possui
valores mínimos a serem atendidos, diferente da ABNT NBR 5410 (2004) que fixa em 10 Ω.
Outro ponto de vista é que uma única infraestrutura de aterramento integrada é preferível
e adequada para todos os propósitos, ou seja, o eletrodo deveria ser comum e atender à proteção
contra descargas atmosféricas, sistemas de energia elétrica e sinal (telecomunicações, TV a
cabo, dados, etc.) (ABNT NBR 5419, 2015).
A única geometria de aterramento abordada na ABNT NBR 5419 (2015) é o condutor em
anel, externo à estrutura a ser protegida, que mantenha o contato com o solo em pelo menos 80
% do seu comprimento total e podendo ser expandido a malha de aterramento se necessário
para diminuir tensões perigosas.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
O BEP será instalado na parte externa da edificação ao nível do solo e todos os condutores
que interligam a barra a outras barras serão através de cabo de cobre nu arredondado de 16 mm²
e protegidos por eletrodutos de aço galvanizado. O cabo que interliga as massas metálicas ao
BEP será de cobre nu 6 mm² também protegido por eletrodutos de aço galvanizado.
𝐾𝑖𝑠
𝑆𝑠 = ∗ 𝐾𝑐𝑠 ∗ 𝑙 (𝑚) − (3.1)
𝐾𝑚𝑠
0,08
𝑆𝑠 = ∗ 0,44 = 0,0704 𝑚
0,5
O resultado da equação indica que deve ser respeitado uma distância de 7,04 cm das
descidas do SPDA para segurança de pessoas e equipamentos. Está analise em muitos os casos
83
é ignorada pelos projetistas de SPDA. Neste trabalho, algumas descidas estão suficientemente
próximas a janelas podendo causar tensões toque perigosas, portanto foi necessário projetar
barreiras de proteção para as descidas através de eletrodutos de PVC de 1” conforme a figura
34.
Os próximos passos tratam de medidas de proteção contra surtos (MPS), que visam a
reduzir os danos permanentes internos à estrutura devido aos impulsos eletromagnéticos de
descargas atmosféricas, é abrangido pela ABNT NBR 5419-4 (2015).
A edificação em estudo será dividida em duas zonas de proteção (ZP), a ZPR 1 será toda
a área interna da edificação, e deve possuir equipotencialidade na fronteira com a área exterior,
todos os componentes metálicos que adentram a estruturas devem ser conectados na barra de
equipotencialização principal (BEP). A ZPR 2 será a sala de datacenter, que deverá ser blindada
e todos os componentes que adentram a estrutura deverão ser equipotencializados por uma barra
de equipotencialização local (BEL).
Fonte: Autor
componentes naturais da estrutura que foram aterrados e/ou por rotear juntas as linhas elétricas
de energia e sinal (ABNT NBR 5419, 2015).
O item de interface isolante será tratado junto à de coordenação de DPS no capitulo 3.5
𝑉
𝜆= (𝑚) − (3.2)
𝐹
𝜆
𝐷𝑐 = (𝑚) − (3.3)
𝐾
3
𝐷𝑐 = = 0,3 𝑚
10
𝐶𝑚
𝑁𝑐𝑝 = + 1 − (2.14)
𝐷𝑙
12
𝑁𝑐𝑝 = + 1 = 41 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠
0,3
𝐿𝑚
𝑁𝑐𝑗 = + 1 − (2.15)
𝐷𝑐
4,5
𝑁𝑐𝑗 = + 1 = 16 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠
0,3
91
𝐾𝑚 ∗ 𝐾𝑖 ∗ 𝜌𝑎 ∗ 𝐼𝑐𝑓𝑡 ∗ √𝑇𝑓
𝐿𝑇 = (𝑚) − (2.20)
116 + 0,174 ∗ 𝜌𝑖
2125 ∗ 10 ∗ √2
𝐿𝑇 = = 47,10 𝑚
116 + 0,174 ∗ 3000
𝜌𝑎 𝜌𝑎
𝑅𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = + (Ω) − (2.21)
4 ∗ 𝑅 𝐿𝑐𝑚
2125 2125
𝑅𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = + = 134,16 Ω
4 ∗ 4,14 395
92
12
𝑅=√ = 1,95 𝑚
𝜋
1,95
𝐾2 = = 1,5
1,3
2040 2040
𝑅𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = + = 289,87 Ω
4 ∗ 1,95 72
216
𝑅=√ = 8,3 𝑚
𝜋
8,3
𝐾2 = = 6,4
1,3
2295 2295
𝑅𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = + = 70,6 Ω
4 ∗ 8,3 1506
1100 1100
𝑅𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 = + = 33,8 Ω
4 ∗ 8,3 1506
A resistência mínima da malha de terra é a atendida com a aplicação dos dois métodos
acima, integralmente.
Fonte: Autor
95
Em muitos dos casos práticos, a instalação da malha de referencial pré-fabricada não leva
em consideração os fatores de resistência de aterramento, de potenciais de passo e toque que
possam surgir e muito menos as distâncias mínimas entre os eletrodos.
116 + 0,174 ∗ 𝜌𝑠
𝐸𝑡𝑚 = (V) − (2.24)
√𝑇𝑓
96
116 + 0,7 ∗ 𝜌𝑠
𝐸𝑝𝑚 = (V) − (2.26)
√𝑇𝑓
𝐾𝑚 ∗ 𝐾𝑖 ∗ 𝜌1 ∗ 𝐼𝑐𝑓𝑡
𝐸𝑡𝑒 = (V) − (2.25)
𝐿𝑐𝑚
1700 ∗ 10
𝐸𝑡𝑒 = = 11,3 𝑉
1506
A equação 2.27 faz referência ao cálculo de potencial de toque em uma malha de uma
subestação. A bibliografias pesquisadas não trazem referência de como calcular os potenciais
de passo e toque em malhas com necessidades diferentes, apenas medidas preventivas, então
vamos adaptar alguns parâmetros na equação 2.27 a fim de possibilitar o cálculo dos potenciais
existentes.
𝐾𝑠 ∗ 𝐾𝑖 ∗ 𝜌1 ∗ 𝐼𝑐𝑓𝑡
𝐸𝑝𝑒 = (V) − (2.27)
𝐿𝑐𝑚
Pela equação acima é possível verificar que a equação pode ser simplificada em:
𝐸𝑝𝑒 = 35 ∗ 10 = 350 𝑉
Podemos concluir que o potencial existente é limitado pela corrente baixa em que os
equipamentos eletrônicos trabalham. É importante esclarecer que a carcaça e o condutor de
97
A utilização do dispositivos de proteção contra surtos (DPS) segundo a ABNT NBR 5410
(2004) deve ser providenciada para proteção contra sobrentensões transitórias em linhas de
energia quando a instalação for alimentada por linha total ou parcialmente aérea, ou incluir ela
própria linha aérea, e no caso de se situar em região sob influência AQ2 (mais de 25 dias de
trovoadas por ano). A utilização de DPS também é necessária quando a instalação se situa em
região AQ3 (instalações com risco de explosão em partes da instalação ou proximidades
exteriores).
Em linhas externas de sinais, seja de telefonia, de comunicação de dados, de vídeo ou de
qualquer outro sinal eletrônico, deve ser provida a instalação do DPS no ponto de entrada e/ou
saída da edificação e junto a equipamentos sensíveis, quando estes não possuírem uma proteção
adequada a sobrentensões.
98
Para DPS que forem instalados ao longo de uma instalação classificada como sistema
TN-S a norma reforça que o método de conexão deve ser similar ao existente ou através da
conexão da figura 47.
A seleção do dispositivo DPS deve ser feita com base nas características de nível de
proteção, máxima tensão de operação continua, suportabilidade a sobretensões temporárias,
99
𝐼𝐹 = 𝐾𝑒 ∗ 𝐼 (V) − (3.4)
𝑍
𝐾𝑒 = − (3.5)
𝑍
𝑍1 + 𝑍 ∗ (𝑛1 + 𝑛2 ∗ 𝑍2 )
1
Para nosso caso de estudo, a corrente de descarga de proteção para o nível 1, considerado
nível máximo, é de 200 kA (ABNT NBR 5419, 2015).
30
𝐾𝑒 = = 0,43
10 + 30 ∗ (2 + 0)
𝐼𝐹 = 0,43 ∗ 200 = 86 𝑘𝐴
Um estudo mais profundo sobre a coordenação de DPS não é o intuito deste trabalho,
então algumas informações serão simplificadas para não fugir ao tema.
Fonte: Autor
As interfaces isolantes podem ser utilizadas para reduzir os efeitos dos campos
eletromagnéticos. A proteção das interfaces contra sobretensões, quando necessária, pode ser
alcançada usando-se DPS. O valor da suportabilidade das interfaces isolantes e o nível de
proteção dos DPS, devem ser coordenados com as categorias de sobretensões da IEC 60664-1.
Outra medida de interface isolante comum é através de transformadores de isolação,
porém não serão abordadas neste trabalho.
A proteção aos fenômenos transientes levantados em 2.4 também deve ser considerada
sempre que houver a necessidade. Os fenômenos transientes são aqueles gerados por fontes
internas e externas ao sistema supridor, com diferentes formas de ondas e variada intensidade.
102
O estudo detalhado destas proteções foge ao tema do trabalhado, visto isso, as proteções
utilizadas serão detalhadas de modo simplificado.
a) Curtos Circuitos: A planta industrial possui uma cabine de medição e proteção, com
proteção de curto circuito, sobrecorrentes, sobretensão e subtensão através de relés digitais
secundários, transformadores de potencial e corrente que acionam um disjuntor geral à vácuo
de média tensão que desconecta o circuito. A proteção de curto circuito nos ramais de
transformadores é feita por chaves fusíveis do tipo distribuição, instaladas no primário dos
transformadores e coordenadas com a proteção de curto circuito e sobrecorrente do secundário.
A proteção do secundário dos transformadores e dos demais quadros de distribuição a
montantes são realizadas por disjuntores de baixa tensão termomagnéticos, dimensionados
conforme ABNT NBR 5410 (2004).
b) Manobras de bancos de capacitores: a proteção é atendida pelos dispositivos de proteção
contra surtos coordenados, os para-raios de distribuição existentes e os dispositivos de proteção
contra sobrecorrentes, já mencionados. Os equipamentos eletrônicos instalados possuem
varistores internamente que também ajudam a mitigar os danos.
c) Partida de motores elétricos de indução tipo gaiola: A planta industrial possui quadros
de motores separados de quadros de tomadas e iluminação e de quadros de ar condicionado, os
circuitos alimentadores de tais motores são também acionados indiretamente via inversores de
frequência, essas medidas ajudam a atenuar os efeitos da partida.
d) Chaveamento do sistema de potência: Para a proteção dos efeitos dos campos
eletromagnéticos gerados pelo chaveamento dos dispositivos de potência foi projetada a
blindagem magnética da sala de Datacenter. A utilização de filtros para frequências foi
desconsiderada devido ao custo benefício.
e) Chaveamentos eletrônicos e harmônicos: as análises feitas na rede elétrica mostraram
que a utilização de métodos de proteção contra esses transientes seria desnecessária, devido ao
baixo nível de tais transientes na rede elétrica.
103
4 CONCLUSÃO
As atuais normas técnicas ABNT NBR 5410 (2004) e ABNT NBR 5419 (2015) retiraram
ou tendem a retirar de seu texto os valores mínimos de resistência de aterramento, valores estes
que são comuns como resistência mínima de 10 Ω. Essa informação por si só não representa
motivos para que os projetistas ignorem a importância de uma baixa resistência de aterramento,
pois, os níveis de segurança para segurança humana (tensões e correntes de passo e toque)
devem ser considerados como fundamentais para o dimensionamento, portanto, altas
resistências de aterramento significam riscos iminentes de danos humanos.
Nos sistemas de aterramento para subestações de potência são realizados testes e
medições de resistência de terra pelas concessionárias e distribuidoras, com o objetivo de atingir
os valores mínimos regulamentados internamente por elas e pela ABNT NBR 15751 (2013).
Reforçamos a necessidade de que essa prática seja transparente e corriqueira em todos as
instalações, visto os danos de que uma subestação com altas correntes de curto circuito e uma
resistência de terra alta possam provocar.
Projetistas comerciais utilizam para diminuir os custos de projetos, a técnica de projetar
sistemas de aterramento sem a prática da estratificação do solo, se reservando a realizar os testes
apenas em projetos de subestações. A falta de conhecimento das características do solo pode
comprometer a construção do sistema na prática, desenvolver relatórios de cálculos irreais,
assim como comprometer o funcionamento dos equipamentos.
Atualmente a norma brasileira ABNT NBR 7117 (2012) abrange técnicas de
estratificação que consideram solos em condições aceitáveis, entretanto, quando se utiliza em
situações reais, como pode ser visto no sertão, área que ocupa ¼ do solo do País, os dados
estratificados podem levar os projetistas a aceitar diversas considerações para realizar um
projeto prático.
Levantamos com este trabalho um ponto de vista a ser discutido sobre as malhas de terra
em sistemas de proteção a descargas atmosféricas, que mesmo projetados dentro das normativas
não passam por verificação de potenciais de toque e passo. A realização dos testes e
estratificação com corrente de alta frequência (ABNT NBR 7117, 2012) não simulam as
correntes de descargas atmosféricas (10/350 𝜇𝑠) e os potenciais perigosos em solos adversos
passam a ser desconhecidos. Cabe aos projetistas atender as recomendações da norma ABNT
NBR 5419 (2015) para mitigar os potenciais, cegamente.
O questionamento acima é expandido à aterramentos de referencial para equipamentos
sensíveis. A prática comum de se utilizar malhas pré-fabricadas de vãos e dimensões
104
conforme a distribuição das descargas em cada ponto de entrada, conforme anexo na parte 1 e
depois no dimensionamento da coordenação, nos anexos da parte 4, que possuem informações
inconclusivas e com parâmetros de cálculo quase impossíveis de obter em departamentos de
projetos sem a contração de um laboratório especializado.
Neste ponto, concluímos que a revisão de 2015 da ABNT NBR 5419 trouxe dificuldades
aos projetistas e engenheiro da aérea por trazer informações técnicas de descargas atmosféricas,
recursos de estatísticas e trazendo parâmetros incompreensíveis para equações complexas. A
publicação de uma bibliografia no sentido de trazer as informações aos profissionais é
vantajosa, entretanto as normas técnicas deveriam trazer simplificações e aproximações a fim
de facilitar sua aplicação nas instalações.
Para reforçar o ponto de vista, a revista “o setor elétrico” traz com frequências textos
com explicações de como aplicar a norma, o que deveria por si só ser responsabilidade da
própria norma. Para sua aplicação, são necessários pelos menos três softwares; um para
gerenciamento de risco, um para dimensionamento do PDA e um para dimensionamento e
coordenação dos DPS.
Por fim, o último ponto conclusivo deste trabalho se deve a utilização correta de
proteção contra transientes. Concluímos que a correta aplicação deveria seguir os passos:
a) Realizar medições da rede elétrica, levantar parâmetros de desligues de sobrecorrentes,
sobretensões, subtensões, níveis de frequência e amplitude, ruídos, correntes
harmônicas, afundamentos de tensão e etc.;
b) Realizar medições e estratificação no solo;
c) Buscar dispositivos e soluções que atenuem as problemáticas essenciais causadas pelos
transientes;
d) Analisar as soluções possíveis pela ótica financeira;
e) Aplicar a melhor solução custo-benefício através de projetos de engenharia de
excelência.
f) Executar os sistemas projetados com eficiência e qualidade, com acompanhamento e
resoluções adequadas dos problemas encontrados na execução.
g) Realizar junto ao departamento de engenharia, testes e medições dos sistemas
instalados, fazer acompanhamentos e elaborar relatórios da eficiência de utilização dos
métodos implantados.
h) Fazer históricos de feedback de implantação dos métodos implantados, com a finalidade
de aplicação em demais edificações e plantas da companhia.
106
Finalizamos este trabalho com resumo das recomendações que possam sair deste tema
para futuros trabalhos acadêmicos e/ou fabricantes, projetistas e engenheiros possam utilizar na
prática:
• Estudo para implantação de um equipamento eletrônico que possa simular as diversas
correntes que possam circular em um sistema de aterramento.
• Desenvolver técnicas para avaliar os produtos de fabricantes de compostos químicos
que prometem diminuir a resistividade do solo.
• Realizar estudos sobre os resultados da influência de concretagem de malhas de
aterramento em sistemas de aterramentos com necessidades distintas.
• Revisão da norma ABNT NBR 15749 (2013) para abranger medições da resistência de
malha de terra, quando a malha for construída com necessidade distinta a instalações de força.
• Revisão da norma ABNT NBR 5419 (2015) com finalidade de facilitar a aplicação na
prática e simplificar a implantação de sistema DPS coordenado.
107
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de Janeiro, 2015.
________. NBR 5419: Proteção contra descargas atmosféricas, Parte 3: Danos físicos a
estrutura e perigos à vida. Rio de Janeiro, 2015.
________. NBR 5419: Proteção contra descargas atmosféricas, Parte 4: Sistemas elétricos e
eletrônicos internos na estrutura. Rio de Janeiro, 2015.
________. NBR 6484: Solo – Sondagens de simples reconhecimento com SPT – Método de
ensaio. Rio de Janeiro, 2001.
________. NBR 14039: Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. Rio de
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________. NBR 16254: Materiais para sistemas de aterramento, Parte 1: Requisitos gerais. Rio
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impacto da qualidade de energia das instalações elétricas nos equipamentos
eletromédicos. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
Características técnicas:
• Densidade 0,000925g/mm3 (seco);
• Poder de inchamento proporcionando um maior e melhor contato entre haste/condutor
a terra;
• Baixa resistência e alta condutividade. Podendo baixar a resistência do aterramento em
até 75%;
• Não é lixivavel, ou seja, não se dispersa na época de chuvas;