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Por fim, não menos importante, o aspecto Estatal, Bonifácio traz que para se constituir
uma grande Nação seria imprescindível que a esfera pública fosse poderosa e presente.
Contudo, as grandes propriedades e a relação entre senhores e escravos constituíam um
verdadeiro estado paralelo na sociedade, uma vez que a esfera pública não conseguia
adentrar as portelas da fazenda. Os senhores ditavam as regras e coerções para os
escravos, tarefas essas que seriam de dever do Estado. Nesse sentido, Bonifácio propôs,
em seu projeto, artigos que versavam acerca das condições de trabalho dos escravos, da
jornada diária, da alimentação e vestuário, do poder publico como responsável por
estipular as punições e certas restrições quanto ao trabalho feminino e infantil. Como
exemplo, o ART. XIII: O senhor não poderá castigar o escravo com surras, ou castigos
cruéis, senão no pelourinho publico da cidade, vila, ou arraial, obtida a licença do juiz
policial, que determinaria o castigo à vista do delito: e qualquer que for contra esta
determinação será punido com pena pecuniária arbitrada a bem da caixa de piedade,
dado porem recurso ao conselho conservador da província
.
Aliado à abolição da escravatura e o melhoramento da sorte dos atuais cativos,
Bonifácio também idealizou a emancipação gradual dos escravos com o devido suporte
racial. É possível verificar esse suporte no ART. X: Todos os homens de cor forros, que
não tiverem oficio, ou modo certo de vida, receberão do Estado uma pequena sesmaria
de terra para cultivarem, e receberão outrossim dele os socorros necessários para se
estabelecerem, cujo valor irão pagando com o andar do tempo.
Em resumo, a escravidão mostrava-se como uma afronta aos direitos naturais e cristãos
da sociedade, dispendiosa sem grandes retornos e infortuna ao desenvolvimento do
poder público frente às relações privadas exercidas pela relação diametralmente oposta
entre senhores e escravo na sociedade brasileira.