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R121m Racine Hidráulica


Manual de hidráulica básica. Porto Alegre,
1981 - 3.' Edição.

323p, ilust.

1. Hidráulica. 1. Título.

CDU 532

Preparada pelas bibliotecárias: Esther Eunice Lindemayer e Paulete Golbert

1
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3

. MANUAL DE
HIDRÁULICA BÁSICA
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Rexnord - 'i

IIIIIIII 111 '

Racine Hidráulica Ltda.

1981
1'
1 . 3.ª Edição
SUMÁRIO

NOTA /7
CAP.! INTRODUÇÃ0/9
1. Um pouco de história/9
2. Conceitos/10
3. Classificação dos sistemas hidráulicos/10
4. Esquema geral de um sistem·a hidráulico/11
5. Vantagens e desvantagens dos sistemas hidráulicos/11
CAP. II CONHECIMENTOS FUNDAMENTAIS/13
1. Lei de Pascal/ 13
2. Princípio da conservação da energia/ 14
3. Força e pressão/15
4. Pressão hidrostática/15
5. Princípio de Bernoulli/17
6. Escoamento do fluido em tubulações/IS
7. Vazão em tubulações/19 ·
8. Perda ·de carga na linha de pressão de um sistema hidráulic0/20
9. Cálculos/21
10. Exemplos de cálculos/27
CAP.lll SIMBOLOGIA/33
1. Representação básica/33
2. Dutos/34
3. Reservatórios e acumuladores/35
4. Condicionadores de fluido/36
5. Atuadores lineares/37
6. Comandos e controles/38
7. Dispositivos rotativos/39
8. Instrumentos e acessórios/41
9. Válvulas de controle direcional/42
10. Válvulas de controle de pressão/43
11. Válvulas de controle de vazão/44
CAP. IV FLUIDOS HIDRÁULICOS/45
1. O Óleo mineral/45
2. Fluidos resistentes ao fogo/50
3. A hora da troca. Procedimentos/54
CAP. V RESERVATÓRIOS E ACESSÓRIOS/55
1. As funções do reservatório/55
2. Construção do reservatório/55
3. Acessórios/61
4. Considerações finats/63
CAP. VI FILTROS/65
1. Princípio de filtragem mecânica/65
2. Exemplo de aplicação/69
3. Considerações finais/70
CAP. VII CILINDROS/73
1. Tipos de ctlindros/74
2. Vedações nos cilindros/78
3. Aplicações/82
4. Cálculos/84
5. Considerações finais/99
CAP. Vlll BOMBAS/127
1. Conceito/127
2. Tipos de bombas/128
3. Cuidados na instalação de bombas/141
4. Procedimentos no momento da troca/144
5. Considerações finais/145
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CAP. IX VÂLVULAS REGULADORAS DE PRESSÃ0/149
- Considerações iniciais/149
1. Válvulas de alívio e segurança/150
2. Válvula de descarga/157
3. Válvula de contrabalanço/159
4. Válvula de seqüência/161
5. Válvula redutora de pressão/163
6. Válvula supressora de choque/164
7. Observações finais - sumário/165
CAP.X - VÂLVULAS DE CONTROLE DIRECIONAL/167
1. Considerações iniciais/168
2. Tipos de válvulas direcionais/168
CAP. XI VÂLVULAS REGULADORAS DE VAZÃ0/189
1. Introdução/189
2. Princípio de funcionamento/189
3. Tipos de válvulas reguladoras de vazão/ 190
4. Tipos de aplicação de válvulas reguladoras de vazão/194
5. Observações fin~is/199
CAP. XII ATUADORES ROTATIVOS/203
!. Introdução/203
2. Os motores hidráulicos/203
3. Os osciladores hidráulicos/21 &
CAP. XIII ACUMULADORES HIDRÂULICOS/223
1. Tipos de acumuladores - classificação construtiva/223
2. Considerações sobre que tipo de acumuladores empregar/229
3. Aplicações/229
4. Dimensionam·ento/237
5. Observações finais/244
CAP. XIV INTENSIFICADORES DE PRESSÃO - "BOOSTERS"/247
1. Tipo de intensificadores de pressão/24 7
2. Exemplos de aplicação/251
3. Características dos intensificadores de ação contínua RACINE/253
4. Observações finais/254
CAP.XV TROCADORES DE CALOR/259
1. Resfriadores/259
2. Aquecedores/266
CAP. XVI OUTROS EQUIPAMENTOS/267
1. Motor elétrico/267
2. Acoplamentos elásticos/
3. O bloco ''manifold"/273
4. Manômetros/275
5. Termômetros/278
6. O pressostato/279
7. O limitador de curso/281
8. O relé de tempo/284
9. Observações finais/284
CAP. XVII FORMULÂRIOS, TABELAS DE CONVERSÃO E UNIDADES DE MEDIDAS/287
1. Fórmulas mais utilizadas/287
2. Unidades de Medidas/291
3. Tabelas de conversão de unidades/298
4. Outras tabelas, diagramas e ábacos/303
Siglas/315
Alfanuméricos/321
Bibliografia/322
Recibo do Manual/323
NOTA

A RACINE HIDRAULICA LTDA., empresa filiada ao grupo REXNORD, vem há


alguns anos, através de seu Departamento de Engenharia de Treinamento, ministrando cur-
sos que visam dar melhor aprimoramento técnico hidráulico aos funcionários das empresas
que utilizam seus produtos.
Nesses cursos, procura-se desenvolver não só a parte prática do funcionamento do
equipamento, mas, fambém, a teoria necessária para os cálculos analíticos e gráficos.
Dentre os diversos cursos ministrados, o primeiro deles intitula-se "HIDRAULICA
BASICA". Dessa forma, surgiu a idéia de se fazer um manual que serviria de base para
o acompanhamento desse curso, e de esteio para os cursos subseqüentes.
Assim sendo, nós da RACINE, apresentamos este trabalho que, esperamos, consiga
atingir os objetivos a que se propõe.
1 - INTRODUÇÃO

l. UM POUCO DE HISTÔRIA

Existem apenas três métodos conhecidos de transmissão de potência na esfera comercial:(1) a


mecânica,(2) a elétrica e (3) a fluí dica.
N aturahnente, a transmissão mecânica é 3: mais velha delas, por conseguinte, a mais conhecida.
Começou com o "ilustre desconhecido" inventor da roda e utiliza hoje de muitos outros artifícios
mais apurados como engrenagens, carnes, correias, correntes, molas,.polias e outros.
A elétrica, que usa geradores, motores elétricos, condutores e uma gama muito grande de outros
componentes, é um desenvolvimento dos tempos modernos. É o único meio de se transmitir energia a
grandes distâncias.
A força fluida tem sua origem, por incrível que pareça, a milhares de anos antes de Cristo. O
marco inicial, de que se tem conhecimento, foi o uso da potência fluida em uma roda d'água, que
emprega a energia potencial da água armazenada a uma certa altura, para a geração de energia. Os
romanos por sua vez, tinham um sistema de armazenamento de água e transmissão, através de canais
ou dutos para as casas de banho ou fontes ornamentais.
O uso do fluido sob pressão, como meio de transmissão de potência, já é mais recente, sendo
que o seu desenvolvimento ocorreu, mais precisamente, após a primeira grande guerra.
Os fatos mais marcantes da história da energia fluida poderiam ser relacionados como os
seguintes:
• Em 1795, um mecan1co inglês, Joseph Bramah, construiu ·a primeira prensa hidráulica,
usando como meio transmissor, a água;
• Em 1850, Armstrong desenvolveu o primeiro guindaste hidráulico, e para fazê.Jo, desen·
volveu, também, o primeiro acumulador hidráulico;
• Em 1900, a construção da primeira bomba de pistões axiais nos Estados Unidos, ocorrendo
aqui, a substituição da água por óleo mineral, com muita vantagem.
Hoje, com o desenvolvimento de novos metais e fluidos obtidos sinteticamente, a versatilidade e
a dependência do uso da transmissão de força fluida torna-se evidente, desde o seu uso para um
simples sistema de frenagern em um automóvel até a -sua utilização para complexos sistemas das
aeronaves modernas e até mísseis.
Nos dias atuais, sem a energia fluida, a tecnologia moderna seria impossível. Onde você poderia
encontrar potência suficientemente grande para erguer um caminhão de grande tonelagem, ou
suficientemente pequena para prender um ovo sem furar sua casca?
-~.
'

10 Manual de hidráulica básica

2. CONCEITOS

Daremos a seguir algumas definições que se aplicam ao nosso estudo:

Fluido:

Qualquer substância capaz de escoar e assumir a forma do recipiente que o contém. Como
estamos tratando apenas de sistemas hidráulicos, o fluido que nos interessa é o óleo hidráulico. O Flui-
do pode ser líquido ou gasoso.

Hidráulica:
Ê a ciência que estuda líquidos em escoamento e sob pressão. No nosso estudo; tratamos apenas
da óleo-hidráulica que é um ramo da hidráulica que utiliza o óleo como fluido.

Sistemas óleo-hidráulicos:
São sistemas transmissores de potência ou movimento, utilizando como elemento transmissor o
óleo que, sob pressão, é praticamente incompressível. Os sistemas óleo-hidráulicos podem ser
classificados de duas formas: estáticos e cinéticos.

Sistemas óleo-hidráulicos estáticos:


São sistemas onde a energia utilizada é a potencial, com o fluido sob alta pressão e baixa
velocidade. Atualmente, tem-se conseguido atingir até 1000 bar (14507,43 psi)

Sistemas óleo-hidráulicos cllléticos:


São sistemas onde a energia utilizada é a cinética, para a transmissão de potência. Em outras
palavras, é utilizado o fluido animado a altas velocidades, em tomo de 50m/seg (180km/h).
Nosso estudo se voltará mais aos sistemas óleo-hidráulicos estáticos aplicados, por exemplo, em
prensas, guindastes, máquinas-fer ramenta, ~jetoras de plásticos, etc.
Os sistemas óleo-hidráulicos estáticos são também denominados simplesmente óleo-hidráulicos.
1

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3. CLASSIFICA ÇÃO DOS SISTEMAS lilDRÁULIC OS

Os sistemas hidráulicos podem ser classificados de diversas maneiras.

3.1. De acordo com a pressão:


Segundo a J.I.C. (Joint lndustry Conference), extinta em 1967 e a atual NFPA (National Fluid
Power Association), classificamos, quanto a pressão da seguinte forma:

O a 14 bar (O a 203,10 psi) - Baixa pressão


14 a 35 bar (203,10 a 507,76 psi) - Média pressão
35 a 84 bar (507,76 a 1218,62 psi) - Média-alta pressão
84 a 210 bar (1218,62 a 3046,56 psi) - Alta pressão
Acima de 210 bar (Acima de 3046,56 psi) - Extra-alta pressão

3.2. De acordo com a sua aplicação:


São classificados em sistemas de pressão contínua ou em sistemas de pressão intermitentes .

3.3. De acordo com o tipo de bomba:


Clà.ssificamos em sistemas de vazão constante ou vazão variável.
Introdução 11

3.4. De acordo com o controle de direção:

Sistemas de uma via (controlado por válvulas) ou de duas vias (com bombas reversíveisJ.

l
4. ESQl.JEMA GERAL DE UM SISTEMA HIDRÁULICO

De acordo com o tipo de aplicação, existe uma grande infinidade de tipos de circuitos
hidráulicos, porém, todos eles seguem sempre um mesmo esquema, que poderíamos dividir em três
partes principais:

4.1. Sistema de geração


É constituído pelo reservatório, filtros, bombas, motores, acumuladores, intensificadores de
pressão e outros acessórios.

4.2. Sistema de distribuição e controle


Constituído por válvulas controladoras de vazão, pressão e direcionais.

43. Sistema de aplicação de energia


Aqui, encontramos os atuadores, que podem ser cilindr~s, motores hidráulicos e osciladores.
Simbolicamente, podemos exemplificar o que foi explanado acima, através da fig. I. l.

Transmissão Transmissão

Sistema Sistema de
Atuadores
gerador controle

Fig. 1.1 - Esquema de um sistema hidráulico.

5. VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS SISTEMAS HIDRÁULICOS

O sistema hidráulico é ·empregado quando se tenta evitar ou é impossível empregar-se sistemas


mecânicos ou elétricos.
Fazendo uma comparação entre estes três sistemas, analisamos as vantagens e desvantagens do
emprego dos sistemas hidráulicos.

5.1.Vantagens
- Fácil instalação dos diversos elementos, oferecendo grande flexibilidade, inclusive em espaços
reduzidos. O equivalente em sistemas mecânicos já não apresenta essa flexibilidade;
- Devido a baixa inércia, os sistemas hidráulicos permitem uma rápida e suave inversão de
movimento, não ocorrendo o mesmo nos sistemas mAcânicos e elétricos;
- Possibilidade de variações micrométricas na velocidade. Já os sistemas mecânicos e elétricos
só as tem escalonadas e de modo custoso e difícil;
- São sistemas autolubrificados, não ocorrendo o mesmo com os mecânicos ou elétricos;
-- ------,---,

12 Manual de hidráulica básica

- Têm pequeno peso e tamanho com relação a potência consumida em comparação aos ':
sistemas elétricos e mecânicos;
- Possibilidade de comando por apalpa dores ( copiadores hidráulicos);
- São sistemas de fácil proteção em comparação aos mecânicos e elétricos;
- O óleo hidráulico é um excelente condutor de calor, o que inclusive é um fator importante no
dimensionamento do reservatório que poderá servir ~orno trocador de calor, etc.

5.2. Desvantagens
- Seu custo é mais alto em comparação aos sistemas mecânicos e elétricos;
- Baixo rendimento, que é devido a três fatores:
a) transformação de energia elétrica em mecânica e mecânica em hidráulica para, poste-
riormente, ser transformada novamente em mecânica;
b) vazamentos internos em todos os componentes;
e) atritos internos e externos;
- Perigo de incêndio pois o óleo, normalmente, é fuflamável. Atualmerite tem-se empregado em
certos casos fluidos resistentes ao fogo que, na realidade, apenas evitam a propagação do
fogo, como veremos mais adiante.

5.3. Comparações com sistemas pneumáticos

Os sistemas hidráulicos possuem um controle de força (pressão) e velocidade (vazão) mais


apurado do que os sistemas pneumáticos, além de poderem trabalhar em pressões bem mais elevadas,
possibilitando assim uma transmissão de potência maior. ferdem apenas no custo onde os sistemas
pneumáticos apresentam um investimento menor.
Conhecimentos fundamentais 13

II - CONHECIMENTOS FUNDAMENTAIS

Assim como qualquer outra ciência, a hidráulica necessita de conhecimentos básicos, a fim de
que consigamos obter dela, aquilo que realmente necessitamos. De nada adiantaria, por exemplo,
tentarmos efetuar uma operação de multiplicação sem antes sabermos a tábua da soma. Dessa forma,
este capítulo tratará desde os princípios fuodarnentais da hidráulica até os cálculos mais empregados
na prática.

1. LEI DE PASCAL

Blaise Pascal enoociou vários princípios aplicados a hidráulica, entre eles, o que mais se destaca,
é o "Princípio Fundamental da Hidráulica", que diz:
"Toda a pressão aplicada sobre um fluido confinado a um recipiente fechado, age igualmente
em todas as direções dentro da massa fluida e perpendicularmente às paredes do recipiente."

Fig. 11.1 - Lei de Pascal.

A figura 11.1. ilustra esse princípio. Os movimentos e forças podem ser transmitidos através do
fluido que age de acordo com o princípio da Lei de Pascal. Se aplicarmos uma pressão no ponto "A",
essa mesma oressão será re1üstrada no manômetro no nonto "B".
14 Manual de hidráulica básica
1
2. PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA

Não se consegue criar ou destruir energia. A energia provém da natureza Por exemplo, o calor
de uma caldeira provém da queima do óleo que provém do petróleo; a energia elétrica pode ser obtida
por hidrelétricas (água), usinas termelétricas (carvão), usinas termonncleares (urânio e derivados).
Assim, como podemos ver, toda matéria-prima provém da natureza. Nós não criamos a energia, ela já
está lá, sob outra forma. .
Podemos, também, fazer a transformação da energia. Por exemplo, em uma usina hidrelétrica
transformamos a energia potencial - derivada do armazenamento de água - em energia elétrica.
Observando isso, podemos relembrar um princípio enunciado por Lavoisier: "Na natureza nada
se cria e nada se perde, tudo se transforma". Ora, como a energia provém da natureza, podemos dizer,
também, que não podemos nem criar ou destruir energia, porém, podemos transformá-la.
Assim, é comum vermos em sistemas hidráulicos a energia elétrica transformada em mecânica
(motor elétrico acionando bomba) e esta última transformada em hidráulica (energia mecânica
transferida ao óleo através da bomba).
Na figura II.2. vemos a transformação da energia (força) mecânica transformada em hidráulica e
transformada novamente em mecânica.

2000kg
IOOOkg
Pistão "A" Pistão "D"

2
50cm

Fig. 11.2 - Princípio da conservação da energia.

Na figura II.2. podemos observar que o peso de 2.000kg é movimentado em uma distância de
I centímetro por um outro peso de l.OOOkg que se desloca 2 centímetros, em virtude de que a área
do pistão "A" é duas vezes menor do que a do "B". Vimos que ccim um peque.no esforço e grande
deslocamento, conseguimos um grande esforço com pequeno deslocamento representando trabalhos
iguais (fo,ça x deslocamento).
Obsetve-se que a hidráulica obedece o "Princípio da Alavanca", isto é, vejamos a figura 113.
Notamos que o peso de SOkg equilibra outro de !OOkg a partir de um apoio colocado a 2 metros do
primeiro peso e a 1 metro do segundo. Se colocássemos o primeiro peso a 3 metros do apoio
mantendo a mesma distância para o segundo, a barra penderia para a esquerda apesar de que SOkg é
menor do que !OOkg.
Vemos, portanto, que o paralelo que se estabelece entre o princípio da alavanca e a hidráulica, é
que nesta última, podemos equilibrar dois pesos distintos desde que, haja uma relação entre as áreas
envolvidas, enquanto que na alavanca, o comprimento da barra é o fator importante. Saliente-se ainda
que, utilizando-se desse princípio na hidráulica, consegue-se obter grandes forças a partir. de uma
oeauena forca fornecida.
Conhecimentos fundamentais 15

50 IOOkg
kg
2m lm

IOOkg
50
kg lm

Fig. 11.3 - Princípio da alavanca.

3. FORÇA E PRESSÃO

Podemos definir força, com qualquer causa capaz de realizar trabalho. Por exemplo, se
quizermos movimentar um corpo qualquer, deverp.os aplicar uma força sobre ele. O mesmo ocorre'
quando quizermos pará-lo.
Se, por outro lado, aplicarmos uma força "F" sobre uma superfície "A", definimos como
pressão "P", a razão entre a força "F" e a superfície "A", de forma que, saberemos dizer a força
aplicada por unidade de área considerada. Por exemplo, se temos uma dada pressão igual a 30kg/cm2
distribuída em uma superfície de 30cm2 , dizemos que a cada quadrado de lado igual a lcm da
superfície considerada, temos atuando uma força de 30kg e podemos dizer, ainda, que temos 900kg
de força atuando sobre o corpo. 1

Portanto: i'
1

ou ainda,

onde, P = pressão
F = força
A= área

Na óleo-hidráulica dizemos que existe pressão em determinada parte do circuito hidráulico,


quando existe resistência ao fluxo de óleo gerado pela bomba. A bomba nunca gera pressão, gera
somente vazão de óleo. As resistências encontradas pelo óleo na sua- trajetória são as responsáveis pela
geração da pressão.
A pressão é, normalmente, expressa por kg/cm2, PSI (pounds per square inches - libras por
polegadas quadradas), bárias ou atmosferas. Porém de acordo com o sistema internacional de medidas,
a pressão deve ser expressa em bar.

4. PRESSÃO HIDROSTÃTICA

A terra encontra-se envolta por uma camada de ar que é composta de oxigênio, nitrogênio e
gases raros. A essa camada, damos o nome de atmosfera. Essa camada de ar possui um peso
16
Manual de hidráulica básica
1
'1

u convencionado dizer-se que, a


nível do mar (nív el= zero), fico
determinado e, a partir disso, ao
é igual a 1 atmosfera (lat m).
pressão exercida pela coluna de ar,
ra 11.4, ao nível do mar.
rvatório com líquido, como na figu
Suponhamos que temos um rese

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O,OOm
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Fig. 11.4 - Pressão atmosférica.

al, é distribuída igualmente


como vimos pelo princípio de Pasc
A pressão aplicada ao fluido, que
, será igual a latm .
por toda a parede do reservatório
da coluna de fluido em um
do ar tem influência, então, o peso
Devemos observar que, se o peso a pressão existente em qualquer
ório tam bém terá no cálculo da pressão total. Por tant o, na
cert o rese rvat com a pressão exercida pela colu
to da mas sa flui da, será igua l à soma da pressão atmosférica
pon ostática.
são, damos o nome de, pressão hidr
fluida sobre esse pon to. A essa pres
ominar de "experiência do
experiência que resolvemos den
Vale demonstrarmos aqui, uma
man ôme tro" .
lcm de diâmetro e outr o
temos dois reservatórios, um com
Veja a fig. II. 5. Suponhamos que = lkg /dm ), a uma altura de 10
3

20c m. Em amb os colo cam os água, (densidade da águ a= m/v


com
s dos manômetros.
metros, correspondente às posiçõe 2 pois, aos man ôme tros não
os manômetros será de lkg / cm
,
A pressão marcada por ambos
2
que eles estã o cali brad os para ler a força aplicada por cm
rvat ório s, já
interessa os diâmetros dos rese
da área livre do líquido.
lcm
20cm
-f r-
f
1000cm

1-.·· ....

ôme tro.
Fig. 11.5 - Exp eriên cia do man
Conhecimentos fu.ndamentais 17

No reservatório maior temos uma maior força aplicada sobre sua b~se em virtude de sua área
exposta a pressão ser maior do que a área do reservatório pequeno.
Pode-se fazer uma verificação prática da variação da pressão corri ~· variação da coluna do
líquido.
A fig. II.6., mostra um reseJ:Vatório com 3 furos laterais. No furo riiaiS próximo da base sai o
jato mais forte, pois, quanto mais próximo da base estivermos, maior ser~.a'·pressão hidrostática e o
jato de líquido irá mais longe. .

Fig. 11.6 - Variação da pressão com a altura da coluna üqÇidl'!,.

S. PRINCIPIO DE BERNOULLI

Observemos a fig. II. 7.. Temos duas cámaras "A" e "B" com um tubo de interligação de
pequeno diâmetro "C". Suponhamos aplicado sobre o pistão da câmara /'A" uma força "F" que
origine uma pressão de lOObar. O óleo tende a escoar pelo duto "C":' até a câmara "B", onde
reproduz a mesma pressão de lOOatm Se colocarmos um manômetro no h'.1.bO "C" verificaremos que
a leitura será menor do que 100 bar.

lOObar lOObar

A ...·,·, •.. B
1' •• •••

Fig. II. 7 - Princípio de Bernoulli.


18 Manual de hidráulica básica

Bernoulli, então, enunciou o seguinte princípio; "A soma da pressão e energia cinética, nos
vários pontos de um sistema, é constante, para uma vazão constante".
No nosso caso, a pressão em "C" será menor porque aí é maior a velocidade do fluido.
Portanto, a pressão estática de um líquido em movimento varia em relação inversa a sua velocidade,
i.é, quanto mais aumentarmos a velocidade do fluido, mais diminuiremos sua pressão.

6. ESCOAMENTO DO FLUIDO EM TUBULAÇÕES

Os fluidos possuem uma característica inerente de sempre percorrer "o caminho mais fácil", i.é,
se o fluxo pode optar por 3 caminhos ( dutos) diferentes em um sistema hidráulico, é certo que ele
optará pelo caminho mais fácil.
Suponhamos ter um duto em cuja extremidade exista uma ramificação para três outros dutos,
"A",. "B" e "C". No duto "A" temos uma válvula de seqüência que, para ser aberta, exige uma
pressão de 50 bar;· no duto "B" temos a sua extremidade ligada à tomada de um cilindro que
necessitará de 20 ba.:r de pressão para efetuar um trabalho qualquer. No duto "C", uma válvula de
alívio que abrirá quando for atingida a pressão de 70 bar. dirigindo o fluido para tanque.
O comportamento do fluxo será de primeiro transpor o duto "B" acionando o cilindro, para
depois transpor o duto "A" abrindo a válvula de seqüência, e efetuando outro trabalho qualquer,
para, finalmente, transpor o duto "C", abrindo a válvula de alívio e dirigindo-se para o reservatório.
Existem dois tipos de escoamento a serem estudados; o escoamento laminar e o escoamento
turbulento.
O tipo de escoamento depende de vários fatores, entre eles, a rugosidade interna e o diâmetro
do tubo onde ocorre o escoamento, a velocidade e viscosidade do fluido, etc.
Para se saber quando o regime de escoamento é laminar ou turbulento devemos definir o
número de Reynolds "R".
O número de Reynolds é dado pela razão do produto da velocidade do fluido com o diâmetro
do duto pela viscosidade cinemática.

~
IR= v D 1(v para óleo a 220SSU e 38°C = 47,5 centistokes)

Quando em um determinado escoamento o número de Reynolds encontra-se na faixa de O a


2.000, dizemos que o escoamento é laminar. Se, porém, o número de Reynolds for maior .do que
3.000, dizemos que o escoamento é turbulento. Na faixa de 2.000 a 3.000 não podemos afirmar CQffi
certeza se o escoamento é laminar ou turbulento, podendo ocorrer qualquer um dos dois. Vale obser-
varmos que, se no cálculo introduzirmos D effi cm,v em cm/seg e v em st, "R" resultará um número
puro.

Fig. II.8 - Escoamento laminar.

,r1l1Tllllllllllllllllllllllll#,J

Fig. 11.9 - Escoamento turbulento.


- -- ----- ------ - - - - - - - - - - -

Conhecimentos fundamentais 19

O ideal para circuitos óleo-hidráulicos, é que o regime de escoamento seja laminar, (R,,;; 2.000)
pois, em escoamentos de regimes turbulentos, as perdas de pressão ( carga) são maiores. Sempre que
possível, deve·se evitar o emprego de restrições ou curvas abruptas nos circuitos, pois, fora de dúvidas,
são um convite ao regime turbulento.

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Fig. 11.10 - Restrições ou cunras abru p tas.

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Fig. 11.11 - Restrições ou curvas suaves.

7. VAZÃO EM TUBULAÇÕES

A vazão de um fluido pode ser determinada de duas formas distintas. Como ela é dada por
1/min ou g.p.m. (galões por minuto) ou m3 /seg., etc., podemos determiná-la pela razão do volume
ldado do fluido por unidade de tempo ou ainda_ pelo produto da velocidade do fluido pela área à
d. o mesmo está escoando.

lo=TI (]) lo=v. Al(2) de (2) daí, lo=f -AI pois IV =fl

Porém:
V
s. A=V Q=- (1)=(2)
t

Generalizando:
Q =v. A= y_t ou v = g_
A
ou A= g_ ou V= Q . t ou t =
V
y_
Q
Onde,
Q vazão A= área
v = velocidade V=volume
t tempo s = espaço ou curso
Manual de hidráulica básica
20

• Deve-se sempre observar a velocidade recomendada para o escoamento do fluido. A RACINE


recomenda aos seus clielltes as seguintes velocidades de escoamento para o óleo hidráulico:

- Para Sucção e Pfeenchimento:


v = 60,96 a J2! ,92cm/s (2 a 4 f t/s) ·
- Para Retorno:
v = 304,80 a 457,20cn{/s (10 a 15 ft/s)
- Para Retorno apó.~· haver passado por uma válvula reguladora de pressão do tipo alívio:
v '= 457,20 a 76,2,20cm/s (15 a 25 f t/s)
- Para Pressão abàiio de 210 bar
v =762,20 a 9l4;40cm/s (25 a 30 ft/s)
- Para Pressão aci;,.,a de '210 bar:
v = 457,20 a 509,60cm/s (15 a 20 ft/s)
Observando-se est!].s ·.velocidades, estaremos contribuindo para que o sistema tenha escoamento
laminar (menor perda d_e Ç3.rga), e o cálculo da tubulação invariavelmente resultará em um diâmetro
comercial.

8. PERDA DE CARGA NA LINHA DE PRESSÃO DE UM SISTEMA lllDRÁULICO

Durante o escoarpeilto do fluido através do sistema hidráulico, pode ocorrer uma perda de
pressão (mais comumeilte' denominada perda de carga), que é devida a vários fatores. Todos esses
fatores entram no cálculo de perda de carga no sistema hidráulico que é feito da seguinte maneira:

llP = f.
L
D.
v2: .:Y 1
215915
onde,
9,266

l\P = perda:d~ carga do sistema em bar


f ;' fator dei fricção (número puro)
L U + Ls '= comprimento total da tubulação em centímetros
U = comprimento da tubulação retilínea em centímetros
Ls = compi;ililento equivalente das singularidades em centímetros
D diâme.tro interno da tubulação em centímetro
v veloci~ade de escoamento do fluido em centímetros/segundo (cm/seg.)
y densidade do fluido em libras pé cúbico (kg/m3) (é igual a 881,1.para o óleo
SAE-10}.
215915x9266 = fator de::conversão
,,
para a uniformização das unidades.
\ .

Esta é uma fórmula\simplificada

9. CÁLCULOS
9 .1. Determiuação do fator "f'
Esse fator "f' é devído a temperatura do fluido e rugosidade interna do duto, i.é, quanto mais
rugoso for internamente.,o duto, maior dificuldade terá o óleo para escuar.

A figura a seguir J,dstra a parede interna de um duto de cobre e moléculas de óleo (polímeros)
aumentados microscopiÇari.'1.ente. Podemos notar os picos na parte interna e imaginamos a dificuldade
que os· polímeros teriaql para ultrapassá-los. Essa dificuldade gera um atrito que será o responsável
pela perda de carga. ·
Conhecimentos fundamentais 21

Fig. II.12 - Rugosidade de um duto.

X= 64 para tubos rígidos e temperatura constante.


X= 75 para tubos rígidos e temperatura variável ou para tubos flexíveis e temperatura
constante.
X= 90 para tubos flexíveis e temperatura variável.
R = número de Reynolds IR= v ~ DI, onde

f=~ v = velocidade do fluido em cm/seg.


R
D= diâmetro interno da tubulação em cm.
v = viscosidade cinemática do ·fluido em stokes ( de 0,45 a 0,50 para o óleo hidráu-
lico).
O< R ~ 2000 escoamento laminar.
2000 < R < 3000 escoamento indeterminado.
R ~ 3000 escoamento turbulento.

9.2. Detenmnação de Ls, LI e L 1

Como salientamos anteriormente, restrições, curvas, bifurcaçõeS, etc., causam perda de carga e
aquecimento do fluido. A esse tipo de perda de c~rga, damos o nome de perda de carga localizada.
A RACINE através dos seus catálogos, fornece a seus clientes, as perdas de carga que ocorrem
em _cada tipo de válvula; por exemplo: a válvula de controle direcional 1/4", quando trabalhando a
200 bar e44~/mindevazão, (2902 psi) possui uma perda de carga localizada de3,Sbar (50,78 psi).
Essa queda de pressão é normal em qualquer tipo d, válvula ej quanto maior for a resistência a
passagem do óleo, maior será a perda de carga localizada.
Podemos observar, então, que as curvas de 90, 45.ou 30 graus, bifurcações, cotovelos, etc.,
também fornecem uma certà resistência ao fluxo de óleo, ocasionando, portanto, outra perda de carga
localizada. Como é milito difícil se estabelecer uma queda de pressão para cada tipo de cotovelo ou
curva, etc., o que se costuma fazer é· transformar, em cálculos, esse cotovelo ou curva em um
"comprimento equivalente" de canalizaçêlo retilínea, e para tal, existem tabelas que nos auxiliam
nestas transformações.
Saliente-se que estes cotovelos, curvas, registros, etc., são denominados de singularidades.
A ·seguir, apresentamos uma tabela de transformação de singularidades em comprimentos
equivalenÍes.
----

Fig. II.12A - COMPRIMENTOS EQUNALENTES A PERDAS LOCALIZADAS ~


(EM POLEGADAS DE CANALIZAÇÃO RJlTILÍNEA)

Cotovelo Cotovelo Cotovelo Cotovelo Curva


90º
CUm
90°
C=•
45º
Entrada Entrada Registro
de gaveta
Registro
de globo
Registro
de ângulo
Tê de
passagem Te""
saída 1
Té de
saída
Válv. de Saída de I Válv. de
Canaliz. rei. tipo
Válv. de
rei. tipo
DIÂMETRO 90° 90° 90º 45º normal de borda pé'
R Longo R. Médio R. Curro R. L<:mgo R Curto direta lado bi-lateral clivo leve pes;1da

mm

3,175 1
Pol

1/8 1
~
3,94 1

3,94 i
~

3,94 1
!)
3,94 1
~
3,94 1
~
3.94
le>
1 3.94 1
J-l~IAl!l!
3,94 i 3.94 1 3,94 1 JLSO 1 27.Sú j
°V
3,94 1
·~

l!,81 1
~
11,81 1
e
35,43 1
4610
3.94 1 lJ.81 !
Si15.75
6,350 l/4 7.87 7,87 IL81 3,94 3,94 7.87 3.94 3.94 7.87 J.94 94.4'> 51.18 3,94 19.69 19,69 70,87 7,~7 19,69 31.50
95~5 3/8 7.87 11.81 15,75 7,87 7,87 7.87 7.87 7.87 1 l);l 3,94 145.67 7S.74 7.'67 31,SO 31.50 106JO 11.81 31.50 47.2-4
12,700 1/2 11.81 15,75 19,69 7.87 7.87 11.81 7,'67 7.87 15.75 3.'l--1- l'l2.<JI 102.36 ll,81 39,37 3937 141,73 15,75 4331 62.99
15.875 ~/8 11.81 19.69 23,62 7.87 7,87 11,81 7)37 7,87 IS.75 3.94 221'\.35 122.05 11,bl 47,24 47.24 181,10 15,75 55.12 7b,74
19,050 3/4 15,75 23,6~ 27,56 ll.81 ll.81 15.75 7.87 7.87 l<l_6'J 3,<J..\ 26J.7S 1--1-1.73 15.75 55.12 55,12 220,47 19,69 70,87 9--1-.48

22.225 7/8 15,75 23.62 27.56 11.81 11.81 !J75 7J!,7 7.87 23.62 3,'J4 2<Jl..l..\ lbl.42 15.75 59.06 59,06 251.97 l<J.69 74,80 110.24
I 25.400 1 19.69 27.56 31,50 15.75' 11.81 19.(19 7,87 11.:,;1 27.:i(, 7,l7 322.63 lt\l.10 19.69 61,,9,1 6b.'l3 287.40 19.69 82,68 125.98
28,575 1.1/8 23,63 31.50 39.37 19.6') 15,75 23.(,2 l l)ll 15.7:'i 31.51J 7.87 3X'i_8.l 220.--1-7 23.1'2 7X.7--I 71'.7--1- 3--1-2.52 27.56 94.45 141.73

31.750 1.1/4 D.56 35.43 4331 19.69 15.75 23.i,2 11.81 15.75 .15.--13 7,87 --1--1--1-,bH 220,47 27 ..'i(, 90.55 'l)(),55 393,7() 35,43 106.30 157.--1-8

34.925 1.3/8 31.50 3<J,37 47.24 23.h2 l'J.6<J 27.'iU 11.81 15.7:'i J'J.37 1 Usl -1-:-;x.l'J 2b.l.7ô 31.50 IOc,.i,1 1or,.Jh 425.20 3<J,J7 118,11 173.23

1 38,100 1.1/2 35.43 43.31 SJ,18 23,62 I'),(,') 27.50 11.xl ltJ.llLJ 3'!.37 li.Ili 527.:'il 26J_ 7S 35,--1-3 l lü.2-1- 1 110.2--1- 1 4'.-1,.(,[) 3<J.J7 125.98 188,98

41.275 1..518 39.37 47.24 55_12 27,St, llJ.h'J 31.,o I L~l 23.i,2 -1-3.31 11.1'1 ~()(,_<)3 1 21(.1_.\(1 3').37 l lci.l 1 1111.11 480.31 43,31 137,80 204,72 1

44.450 1.3/4 43.31 5\.18 59.06 27.5(1 23.h2 31.50 l .'i.7.'i 23.62 51. IS l .'i.7.'i ()()(>,JI) ~·N.21 1 ~.37 L'5.')1' l25.CJ8 492:!8 iLl8 145.67 220.47 l
47.625 [ L7/8 1 43.31 1 51.18 62,99 3 l.50 ::.1.1,2 35.-1-3 I S.75 27.5(, 1 55.12 1 l'i.75 b-1-5.(, 7 3 l~-1-3.J 1 l 2'l,92 l 2'l.'l2 511 81 'i:i 12 157.48 236,22
1

tlili
50,800 ] ] 43,31 55.12 66.')3 3 l.50 23.(,2 3'i.-+~_l_l~_75 1 27.Si, 5').06 15.75 M.:S.CJ--1- 1 33--1-.C>5 --1-3.31 137.so 1.n.t>o ~,~.18 5'l.06 165.35 251~

57,150 2.1/4 47.24 62.99


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88,900 1 3.1/2 1 74,80 1 94,49 1 118.1) 1 55.12 1 47,24 SlJ.06 27.)() -- 12-
55. 106.30 2J.b2 1 1.1,\l.lO 1 5lJO.SS 74 80 236,22 236.22 84(,.,4(, 10(,.30 .291.34 444,88 ~
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2"
1 107,950 4.1/4 90.55 110.24 14'.73 62,'J'l 5~.12 (,(,.')? 1 31.50 1 (,(,.'!J 133.Hh ·' l.50 1.-t~CJ.1.1 1 1os.r,r, 90,)', 27tJ,53 27'l,53 'l76.3R 133.86 35039 539,37

J 14.300 4.1/2 94,49 125,tJS 149.61 66.93 59,0t, --1 74.80 31.50 70.87 141.73 31.50 1.515.75 748,03 94.4() 299,.21 299,21 1.043,31 141.73 370,08 570,87

f-
120.650
127.000
4.3/4
5
102,36
107,75
133,86
145.67
157.48
165,35
70.87
74.80
5'J,0(,
h2.')')
1 7H.74
iCJ-,il
35.--1-J
35.--1-.1
74_:,;o
7>l.74
149,61
157.4S
35.4.1
35.--1-J
l .t,Oi,.JU
1.692.'ll 1
787.--1-0
82(,,77
102.36
i06,30
314,96
330.71
314,9(,
330,7i
1!4.17
181,10 1 157.--1-8
149.61 389.76
409,45
602,3(,
633,86 !:"'
-1
Conhecimentos fundamentais 23

À soma de todos os comprimentos equivalentes damos o nome de "Ls", que será acrescentada
ao comprimento da tubulação retilínea "Ll", fornecendo assim o comprimento total da tubulação
"L". Mais adiante, neste mesmo capítulo, veremos um exemplo de cálculo.

9 .3. Determinação de "D"


O diâmetro interno da tubulação é determinado à partir do cálculo da área da seção do duto
"A" obtido através da vazão e velocidade do fluxo do fluido. Assim, temos que:

Q=v.A :./A=~/
Como a perda de carga que nos interessa ocorre em linhas de pressão, adotamos a velocidade
"v" recomendada de 1-Sft/sec ou 457,20cm/seg (ver Hem 7 deste capi'tulo).
Portanto,

A
Q(em cuft/sec) · A= Q(em cm3 /seg)
15 ou, 457,20
Uma vez determinado "A", sabemos: que:

I A = rr .4D' I :. D=R
ou ainda,
D= 1,128-y'A

9 .4. Determinação de v
A velocidade do fluido deverá ser aquela recomendada (15ft/sec ou 457,20cm/seg em linhas de
pressão).
Existe um motivo para essa recomendação. Como vimos anteriormente, para que não ocorra
uma grande perda de carga no sistema, o escoamento deverá ser laminar e o número de Reynolds
deverá estar abaixo de 2.000. Experimentalmente verificou-se que para que essa condição seja
observada, as velocidades deveriam ser aquelas recomendadas.

9.5. Detenninação der

Gama (y) é a densidade do fluido em quilograma/metro cúbico (Kg/m3) e é igual a 881,1


para o óleo SAE-10.
9 .6. Procedimento de cálculo
a) Detennine "f'.
b) Determine "Ls" e as perdas localizadas em válvulas especiais, através dos catálogos do
fabricante. Adicione "Ls" a "Ll" para obter "L".
c) Determine AP e efetue a soma deste cálculo com as perdas de carga localizadas nas válvulas
especiais para obter a perda de carga total no sistema.
d) Uma vez determinada a perda de carga total, verifique se a mesma não influirá no sistema.
Por exemplo, se nosso sistema precisa de 190 bar para executar um determinado trabalho
enquanto que fornecemos 210 bar e temos uma perda de carga de 30 bar a pressão útil
disponível será P = 210 - 30 = 180 bar, insuficiente para o trabalho que o sistema
hidráulico se propõe a fazer, pois é menor do que a pressão necessária de 190 bar.

9. 7. O bsetvação final
O que podemos concluir fmalmente, é que o cálculo de perda de carga no sistema hidráulico é
importantíssimo, pois a partir dele, saberemos se a pressão que fornecemos ao sistema é sufiCiente
24 Manual de hidráulica básica

para aquilo que o sistema se propõe a fazer.


Devemos lembrar sempre qqe as restrições (obstrução ao. fluxo de óleo) contribuem sobre-
maneira para a perda de·-carga do sistema e conseqüente aqu-eeirnento do óleo .

.(1) (2)
1
'I "4?21:f!4 iliiiliiiiiii if i l"Z!ff@ Z

100 bar 75 bar SObar

Fig. 11.13 - Perda de carga devido a restrições.

Polímeros

Fig. 11.14-Gotad e óleo (1000 X)

Quando o fluxo de óleo encontra uma resistência, ocorre um atrito entre as moléculas, que
também são chamadas de polímeros. Quando falamos em atrito, logo lembramos da dificuldade de
escorregamen to ou escoamento. Assim sendo, obse~ando a fig. II.13. notamos que o óleo encontrará
dificuldade de passar pela restrição (1). Teremos portanto que, à esquerda dessa restrição, a pressão
aumenta, para logo depois, à sua direita, diminuir, pois o óleo escoará mais livremente até chegar a
restrição (2), quando ocorrerá a repetição desse fenômeno.
Nos atritos causados pelos polímeros, devido às restrições, teremos o aquecimento do óleo,
pois, os referidos polímeros terão um espaço menor para escoar. Esse fenômeno é fácil de ser
explicado. Esfregue as mãos suavemente para logo a seguir esfregá·las mais fortemente. Você
observará que as palmas das mãos ficarão mais quentes, devido ao atrito. Isto é o que acontece com os
polímeros do óleo demonstrado s na fig. 11.14.
Apenas como ilustração, pois estudaremos fluidos hidráulicos mais adiante, dizemos que,
quando aquecido, o óleo torna~se menos viscoso (mais fino). Isso ocorre porque os polímeros s~
subdividem em outros polímeros menores.
Vale aqui salientarmos, que quando na oficina fizermos uma curva em um duto para a
montagem do sistema hidráulico, devemos observar que esta curva tenha o raio igual a 2.1/2 a 3 vezes
o diâmetro externo do duto, como está demonstrado na fig.11.15 para se evitar que no dobramento
enrruguemrn o duto e· portanto originemos uma restrição na diminuição da área da secção.
l
Conhecimentos fundamentais 25

• R=2.I/2 a 3D

Fig. 11.15 - Regra do dobramento de dutos.

Um fator a ser levado em consideração na-perda de velocidade dos atuadores são os vazamentos.
Todo o elemento de união mal dimensionado concorre com vazamentos que causarão perda de carga e
prejuízo a empresa, pois na maioria das vezes, o óleo de vazamentos é perdido.
A seguir, mostramos alguns tipos de conexões mais usadas como elementos de união. Quando a
conexão é feita com flanges, geralmente utilizamos anéis "O" para vedação. Recomenda-se usar fitas
de teflon nas roscas das juntas para permitir um ajuste e fixação mais perfeitos.

Fig. 11.16 - Exemplo de elementos de união standards.

CONEXÃO ANTES DO APERTO CONEXÃO APOS O APERTO

Fig. II.17 - Conexão entre 2 dutos - A= elemento de vedação; B e C = arestas cortantes; D= parte lisa (serve de
guia e mantém a união contra qual.quer vibração); E e F = sulcos anelares abertos pelas arestas cortantes
onde se alojará um elemento de vedação de aço de alta elasticidade.
26 Manual de hidráulica básica

Fig. 11.18 - Conexão rosqueada para baixa presiillo: Fig. 11.19 - Conexão flangeada.

Fig. 11.20 - Alguns tipos,de elementos de união.

Fig. 11.21 - Tomada parcial de um circuito óleo-hidráulico demonstrando diversos tipos de singularidades.
27
10. EXEMPLOS DE CÁLCULOS

10.1. Cálculo da área da seção de um duto.

I0.1.1. Calcular a área da seção de um duto de !Ocm de diâmetro.


2
A= 11 • D = 3, 1416 . 10 2 3,1416. 100 314,16=7854
4 · 4 , cm2
4 4

10.L2. Calcular a área da seção de um duto de 1.1/4" de diâmetro.


2
D = 1_!_ = . . A= 11 • D = 3,1416. 1,25 2 3,1416. 1,5625 4.9088
4m 1,25 rn.. 4 4 4 A= - = l,2272sqin
4

10.2. Cálculo do diâmetro interno do duto à partir da área.


10.2.1. Calcular o diâmetro do duto cuja secção possui uma área de 1,267 cm2

A = 1,267

10.3. Cálculo da área da seção e diâmetro interno do duto à partir da vazão.

i.0.3.l. Calcular a área da seção e diâmetro interno do duto na pres.sâo, sucção e retomo
de um sistema hidráulico, que terá uma vazão máxima de 6 litros por minuto.

Q = .Vmin = 6000 cm3/min

a) Na pressão, velocidade do fluxo recomendada vp = 27432 cm/min

_ 6000
A pressao = = 0,219 cm2
27432

0
pr
=
-V~ _ /4.0,219
-----t'---- -y- 3,1416
= ~ = 0,53 cm

adotamos o duto comercial superior mais próximo Dpr =0,635 cm (1/4")


b) Na sucção, velocidade do fluxo recomendada Vs = 7315,2 cm/min
_ 6000
A sucçao = = 0,82 cm-7
731502

D sucçao
- ~ =V~~
- =V~:.: /4.o,s2 'V r--
t,044 = 1,022 ( =- 3/8")

adotamos o duto comercial superior mais próximo Dsuc ~ 0,95 cm (3/8")


Manual de hidráulica básica
28

c) No retomo, velocidade do fluxo recomendado vr = 18288 cm/min


6000 _
A retomo= - 0,328 cm 2
18288

D retomo =-V 4 ' ~ ret. =J j ~~i~ ,


0
V0,418 = 0,646 cm("'- 1/4")

adotamos Dret = 0,635 cm (1/4")

10.3.2. Calcular a ãrea da secção e diâmetro interno de um duto na pressão, sucção e retomo de
um sistema hidrãulico que terã uma vazão máxima de 60 litros por minuto.

Q = 60Q/min = 60dm3 /min.= 60000cm3 /min = 1000cm3 /seg

a) na pressão, velocidade do fluxo recomendada Vp = 457,20cm/sec

~ A __ 1000 _ 2
~ _ pressao - , - 2 ,1 8 72cm
457 20

'D - -j4-Apres._j4,2,1872 Y2, 7848 = !,6688cm = 16,688mm


pressao - " - 301416

adotamos o duto comercial superior mais próximo Dpr = 19mm

b) Na sucção, velocidade do fluxo recomendado Vs = !21,92cm/sec

~. d - 1.000 2
~ Area a sucçao = ~ = 8,202lcm

__J4 .
D sucçao -
A sue. _ / 4 • 8,2021 _...;
" - 'V
301416
_ _
-10,4432 - 3,2316cm- 32,316mm

adotamos o duto comercial superior mais próximo Dsuc = 35mm.

c) No retomo, velocidade do fluxo recomendada vr = 304,SOcm/seg


1.000
A = vQ -
Area do retomo = ,
304 80
= 3,2808cm2

D retomo =
\!· 4 , A ret . V 4 . 3,2808.. _ y:;;;;
1 •
4,1773
= = 2,0438cm = 20,438mm
11 301416

adotamos o duto_ comercial superior mais próximo Dret = 21mm.


Conhecimentos fundamentais 29

10.4. Determinação do tipo de escoamento.

10.4.1. Determinar o tipo de escoamento que está ocorrendo em uma linha de pressão de lSmm
de diâmetro interno.

IR = v ~ D I velocidade recomendada na pressão= 457,20cm/seg;


D= !Smm = !,Sem

v = 0,45 stokes ( adotado J

R - 457,20. 1,5 - 1524 00


0,45 , '

Resposta: O escoamento é laminar pois o número de Reynolds está entre a faixa de O a 2.000.

10.4.2. Determinar o tipo de escoamento que está ocorrendo em uma linha de pressão de 22mm
de diâmetro interno.

~
IR= v DI= velocidade recomend. na pressão= 457 ,20cm/seg

D= !Smm = !,Sem

v = 0,45 stokes (adotado)

R = 457,20 . 2,2 = 2 235 20


0,45 . '
Resposta: O escoamento é indeterminado pois o número de Reynolds está entre a faixa de
2.000 a 3.000. Poderemos ter uma perda de carga no sistema mais acentuada do que
se o escoamento fosse laminar.·

10.4.3. Determinar o tipo de escoamento que está oconendo em uma linha de pressão de SSmm
de diâmetro interno.

IR-_v.vDI velocidade recomeu d. na pressão= 457,20cm / seg

D= 55mm = 5,Scm

v = 0,45stokes {adotado)

457 55
:. R = ·~~~ • = 5.588,00
,
Resposta:O escoamento é turbulento pois o número de Reynolds está a,cima de 3.000. Teremos
perda de carga elevada no sistema.

10.5. Cálculo de perda de carga de um sistema óleo-hidráulico.

10.5.1. Calcular a perda de carga de um sistema sabendo que:

a) A vazão máxima é de 18,925 t/min (SGPM)


b) A velocidade do fluxo do fluido na linha de pressão recomendada é:
v ~ 457,20cm/seg (15 ft/sec)
30 Manual de hidráulica básica

e) Os tubos são curvados e a temperatura do fluido é variável.


d) O comprimento da canalização retilínea é de 1346 centúnetros
e) São encontradas as seguintes sin~laridades no sistema:
e. l) 2 cotovelos de 90° raio longo
e.2) 2 cotovelos de 90° raio curto
e.3) 2 cotovelos de 45º·
e.4) 4 curvas de 90º raio longo
e.5) 2 "tes" da saída bilateral
e.6) 1 registro de globo
f) Válvulas RACINE usadas na linha de pressã_o.
f.I) 2 válvulas de controle direcional de l/4"
f.2) 2 válvulas de seqüência de 3/8"
f.3) 1 válvula de controle de vazão (vazão máxima 30 t/min)
f.4) I válvula de retenção pilotada de 3/4" montada em placa

g) O fluido utilizado é o óleo SAE- 10.

Sabendo que o sistema deverá necessitar de uma pressão mín.ima de 160 bar ~ que a pressão
máxima fornecida é de 210 bar, a que conclusão chegamos após o cálculo da perda de carga total do
sistema?
Solução:
-Determinação do diâmetro de acordo com a vazão e velocidade do óleo.

Q = 18,925 t/min = 18925 cm3/min

v = 457,2 cm/seg = 27432 cm/min

_ 18925 _
A - - 0,690 cm 2
27432

4, 0,690
\ / 0,878 '= 0,937 cm
3,1416

diâmetro adotado D = 0,9525cm (3/8")


- Cálculo de "f'

\ f= ~\ _x = 90 ( de acordo com os dados fornecidos no item e do problema)

a ·
v= 457,20cm/sec
D= 0,952cm
v = 0,5stokes (adotado)

R = 457,20. 0,952 =
870 966
0,5 '
está abaixo de 2.000, portanto, o escoamento é laminar e podemos continuar os cálculos sem
modificar o diâmetro.
90
:. f = 870,966 O, 1033

Obs.: Adotamos v = 0,5 stokes a fim de obtermos o maior "f' possível, e por conseguinte, o
maior .6.P possível, iSso.traduz-se em um fator de segurança no cálculo.
Conhecimentos fwulamentais 31

- Determinação de Ls.
De acordo com a tabela da figura II.12.A, obtemos os dados abaixo:

COMPRIMENTO COMPRIMENTO
SINGULARIDADE QT. P/UNIDADE EQUIVALENTE
(em cm) TOTAL (em cm)
Cotovelo 909 iaio longo 2 20 40
Cotovelo 90º raio curto 2 40 80
Cotovelo 450 2 20 40
Curva 900 raio longo 4 20 80
"te" de saída bilateral 2 80 160
Registro de globo 1 370 370

Ls = 770 cm
- Determinação de L

L1 = 1346 cm
L=LJ+Ls
Ls = 770 cm

., · , L = 1346 + 770 = 2116 cm

- Cálculo de llp

f = 0,1033
- !e, ~
llp-f.D. 9266 L = 2116 cm
D = 0,9525 cm
v = 457,2 cm/seg
y = 881,1 Kg/m3 (P/o óleo SAE 10)

2116 457,2 2x881,l


líp = º' 1033
x O,9525 x 9266 x 215915 = 21 , 125 bar

- Determinação da perda de carga localizada (dp) nas válvulas da linha de pressão .


. Obs.: Esses dados foram obtidos através dos catálogos da RACINE.

PERDA DE CARGA PERDA DE TOTAL


VÁLVULA QT. POR UNIDADE
(bar) (bar) .

Controle direcional de 1/4" 2 3,55 7,10


Seqüência de 3 / 8" 2 2,84 5,68
Controladora de vazão
1 3,55 3,55
(Q max. 8GPM)
Retenção pilotada 3/4" 0,71 0,71
1
montada em placa

dp = 17,04 bar
32 Marwal de hidráulica básica 1
- Detenninação da perda de carga total no sistema tiPt

I tiPt = liP + dp \

tiP = 21,125 bar


dp = 17,04 bar

tiPt = 21,125 + 17,04 = 38,165 bar


- Conclusão final:
Sabendo que a pressão máxima fornecida ao sistema é de 210bat e que a perda de carga total
é de 38,165bar, teremos a seguinte pressão disponível:

P disp = P max - tiPt = 210 - 38,165 = 171.835bar

Ora, verificando a pressão disponível (171.835bar ), a pressão exigida pelo sistema { 160 bar) e
supondo que não ocorra nenhum vazamento ocasionando perda de pressão nas jwições do circuito
hidráulico, podemos dizer que o sistema funcionará satisfatoriamente.

Observemos que este cálculo foi feito baseando-se no sistema por inteiro. O que se costuma
fazer na prática, é seguir esse procedimento dividindo-o em várias partes, tantas quantos forem os
atuadores do sistema, obtendo-se _assim, a perda até cada atuador de fonna a se saber se a pressão
que chega no mesmo é suficiente.
A título de ilustração, salientamos que a perda de carga total l>Pt, é a perda de potência do sis-
te:na calculada da seguinte maneira-.

tiPi(bar). Q( l/min) .
H.P.perd. = 447,19 {H.P.J
No problema:
38 •165 x 18 •925 = l 62H P
H.P. per d · = 447.19 ' · · = 1036 ' 53Keal/h

Essa potência perdida transforma-se em calor, e vemos portanto, que a partir do cálculo de .APt
poderemos dimensionar o troca dor de calor ( esse assunto será tratado 110 capítulo XV).
(

33

III - SIMBOWGIA

A seguir, relacionaremos os símbolos mais usados na representação óleo-hidráulica, de acordo


com norma estabelecida pela J.I.C. (Joint Industry Conference) e adotada pela ANSI Y32.IO - 1967.

1. REPRESENTAÇÃO BÂSICA

1.1. Linhas 1.1.6. Junção de dutos

1.1.l. Cheia (eixos, dutos principais)

l.1.2. Traço longo (dutos piloto)


1.2. Círculos (bombas, motores)

1.1.3. Traço curto ( dreno, exaustão)

------
1.1.4. Traço longo - traço curto (invólucro)

-----
1.1.5. Cruzamento de dutos
ººº
1.2 .1. Semicírculo (osciladores)

-+ -t- 1.3. Triângulos (indicação de entrada ou saída

+ x
de fluido em bombas, motores, osciladores)
! 1
1
'

34 Manual de hidráulica básica


''

1.4. Seta ( direção de escoamento, ajuste 1.6. Quadrados (dispositivos)


regulável ou compensado)
Obs.:No ajuste a seta encontra-se sempre a45°.

/! D
1.4 .1. Exemplos de ajustes
1. 7. Retângulos ( dispositivos)

D
2. DUTOS

2.1. Duto principal

2.2. Duto piloto


1.4.2. Seta curta a 90º
( compensação de pressão) ---------
2.3. Dreno ou exaustão
--------------
)( 2.4. Direção do fluxo

... ..
2.5. Saída (orifício com conector)

1.4.3. Seta recurvada (sentido da rotação)


----~-~
2.6. Restrito, fixo no duto

1.5. Traço com ponto 2.7. Duto flexível


(efeito ou causa de temperatura)

l e
Simbologia 35

2.8. Entrada ou saída vedada 3. RESERVATÔRIOS E ACUMULADORES

X 3.1. Reservatório livre

___ _J
2.9. Engate rápido

3.2. Reservatório pressurizado

2.9 .1. Sem retenção, ligado

)1(
3.3. Com duto acima do nível do fluido
2.9 .2. Sem retenção, desligado

2.9.3. Com duas retenções, ligado

3.4. Com duto abaixo do nível do fluido

2.9 .4. Com duas retenções, desligado

3.5. Coletor ou distribuidor ventado


2.9 .5. Com uma retenção, ligado

2.9.6. Com uma retenção, desligado

)1 3.6. Acumulador (símbolo básico)

2.10. Acoplamento giratório


Manual de hidráulica básica
36

3. 7. Acumulador a gás 4.2.1. O meio aquecedor é líquido

3.8. Acumulador a mola


4.2.2. O meio aquecedor é gasoso

3.9. Acumulador a peso


4 .3. Resfriador

4.3.1. O meio resfriador é líquido


4. CONDICIONADORES DO FLUIDO

4.1. Símbolo básico

4.3 .2. O meio resfriador é gasoso


4.2. Aquecedor
Simbologia 37

4.4. Conservador de temperatura 4.5.l. Separador com dreno manual

4.4.1. O meio conservador é líquido 1

4.5.2. Separador com dreno automático


1

4.4.2. O meio consenrador é gasoso

4.5.3. Filtro separador com dreno manual

4.5. Filtros
4,5.4. Filtro separador com dreno automático

5. ATUADORES LINEARES (CILINDROS)

5.1. Símbolo convencional

111------+-
38 Manual de hidráulica básica

5.2. De ação simples ou simples efeito 6. COMANDOS E CONTROLES

111----- 6.1. Mola

1
5.3. De dupla ação ou duplo efeito
6.2. Mauual

1 \1------+--
I
5.4. Macaco hidráulico 6.3. Botão

6.4. Alavauca

S.S. Ação simples com retomo por mola

IV"""~
vvvv 6.5. Pedal

5.6. De dupla haste

6.6. Carne ou outro acionamento mecânico

5.7. Com amortecimento fixo de fim de curso

lb 1-+------+----
6.7. Delel!le

5.8. Com amorteci·mento regulável 6.8. Dispositivos el~tricos


em ambas as extremidades
6.8.1. Solenóide

1 ~-1 1
Simbologia 39

6.8.2. Motor 6.12.2. Com sensor remoto

1
M 1

6.8.3. Motor reversível


1
1 1

M 6.13. Servo

6.9. Piloto

6.9.1. Por controle remoto Obs.: Os comandos poderão ser associados

!
em sistemas OU, ou em sistemas E.
a) Exemplo OU

---~ "'"I......__ - Solenóide


ou
faz o acionamento
piloto ou
6.9 .2. lntemo
manual

6.9.3. Comando por piloto e b) Exemplo E


centragem por mola
- Soleneóide I
xtvl 1 1
6.10. Solenóide ou piloto
Mx 1
piloto

7 1
fazem o acionamento

1
e) Exemplo E/OU
/ Solenóide e pilotoI
ou faz o acionamento
6.11. Solenóide e piloto manual

1 7 1
1 7 1 ~'------
1
6.12. Comando térmico 7. DISPOSITIVOS ROTATIVOS
7 .1. Símbolos básicos com entrada e saída
6.12.1. Com sensorlocal
Manual de hidráulica básica
40

7 .2. Bomba hidráulica 7.2.2.4. Bidirecional com compensador de pressão

7.2.1. De deslocamento fixo \

7.2.1.1. Unidirecional
/

LÍ.J
7 .2.3. Exemplo: Conjunto motor-bomba com
motor elétrico reversível, bomba bidire- ·
cional de deslocamento variável
e compensador de pressão

7.2.1.2. Bidirecional

7.3. Motor hidráulico

7.3.1. De deslocamento fixo


7.2.2. De deslocamento variável (com dreno)·
7.3.1.1. Unidirecional
7.2.2.1. Unidirecional

ÚJ
7.3.1.2. Bidirecional
7 .2.2.2. Bidirecional

úJ
7.2.2.3. Unidirecional com compensador 7.3 .2. De deslocamento variável
de pressão
7.3.2.1. Unidirecional

L.Ú
Simbologia 41

7.3.2.2. Bidirecional 7.6.2. Térmico

7.4. Conjunto moto-bomba

7.4.1. Operando em uma direção como bomba


e na direção· oposta como motor

8. INSTRUMENTOS E ACESSÓRIOS

8.1. Indicadores e Registros

8.1.1. Manômetro

7.4.2. Operando em uma direção como bomba


ou como motor

8.1.2. Termômetro

7.4.3. Operando em ambas direções como


bomba ou motor
8.1.3. Medidores de vazão

8.2. Sensores

8.2.1. Ventnri

7.6. Motores
7.6.1. Elétrico
8.2.2. Injetor
42 Manual de hidráulica básica

83. Acessórios 9.5. Entrada e saída bloqueadas


na posição indicada
8.3.1. Pressostato A A B

[tIIJ
p
~ p T
9.6. Entrada e saída abertas na posição indicada
8.3 .2. Silenciador
A B

~ P T
8.3 .3. Limitador Obs.: Por convenção denominamos de "P" O
duto da bomba, de "T" o duto do
tanque e de "A~' e "B" os dutos
do( s) atuador( es).

9. 7. Válvula de controle direcional de duas vias

9.7.1. Abertura e fechamento manual

9. VÂLVULAS DE CONTROLE DIRECIONAL

9.7.2. Com dispositivo de acionamento


9 .1. Envelope para uma posição

D 9.7.2.1. Manual com retomo por mola

9 .2. Envelope para duas posições

rn
9.3. Envelope para três posições
9.7 .2.2. Com solenóide com retomo por mola
A B

1
9.4. Entrada e saída para válvula de 4 vias p

A B A B 9.7.3. Válvula de retenção

p P T p T
9.7 .3.1. Retenção simples
·--1
1
11

Simbologia li
4.'!

9.7.3.2. Retenção pilotada para a abertura 9 .9. Válvula de controle direcional de 4 vias

~
9.9.1. De duas posições
:1
'I
(
1
1
9.7.3.3. Retenção pilotada para o fechamento

-----i@---- 9.9.2. De três posições


P T

1
A B

9.7.3.4. Retenção dnpla com fluxo unidirecional

p T
9.10. Tipos de centros usados nas válvulas de
4 vias e 3 posições

9.7.3.S. Retenção dupla com fluxo


em dois sentidos (:] [8J [51 [8]
[E] [8 [9] D]
[S] [HJ [S [PJ
9.7.3.6. Sistema de distribuição
cônt controle de' vazão
[a [) ~

9.8. Válvula de controle direcional de três vias

9.8.1. De duas posições


1O. VÁLVULAS DE CONTROLE DE PRESSÃO
A B

~\rll/fN' 10.1. Válvula de alívio

9.8.2. De três posições


A

P T
44

10.2. Válvula de seqüência


Manual de hidráulica básica

11. VÂLVULADE CONTROLE DE VAZÃO


l
11.1. Controle de vazão fixo
1
L _ _j
ou -- -
'1
1

11.2. Controle de vazão variável

: 1

10.3. Vãlvula redutora de pressão

-3
11.3. Vazão variável com compensadores
1 de pressão e temperatura
L _ _j

10.4. Vâlvula de descarga

1t

11.4. Vazão variável com derivação

,--
(sistema "'bypass")
1O.5. Válvula de contra balanço

' l
1
ou
Fluidos hidráulicos 45

IV - FLUIDOS IHDRÁULICOS

'
O equipamento hidráulico, como já vimos, possui um custo elevado. Dessa forma, justifica-se o 1

fato de querer obter-se deles o máximo rendimento com um mínimo de manutenção.


Um dos principais fatores que se deve levar em consideração para que se estabeleça um bom
rendimento e pouca manutenção, é a escolha correta do fluído hidráulico a ser utilizado.
Portanto, o fluido hidráulico deve satisfazer, principahnente, a duas finalidades básicas:
a) Transmitir com eficiência a potência que lhe é fornecida;
b) I.,ubrificar, satisfatoriamente, os componentes internos do sistema.
Quanto à trarismissão de potência, se o fluido hidráulico é líquido, teremos uma compressibili-
dade que varia de 0,5 a 2% a cada 70bar (1015 psi), de acordo com o tipo de fluido uiilizado e tem-
peratura de trabalho. Podemos dizer. então, que o fluido é, praticamente, incompressível e que trans-
mitirá, satisfatoriamente, a potência que a ele é fornecida.
Quanto à lubrificação, estudaremos adiante a viscosidade do fluido para um perfeito efeito
lubrificante.
1

Dentre os fluidos utilizados em sistemas óleo-hidráulicos, Podemos destacar os seguintes tipos:


- óleo mineral;
- fluidos resistentes ao fogo, entre eles:
- fosfatos de ésteres;
- cloridratos de hldrocarbonos;
- água glicóis ou glicóis de água;
- água em óleo.
Estudaremos a seguir esses diversos tipos de fluidos.

l. O ÔLEO MINERAL

Quando nos referimos a "óleo-hidráulico", nonnahnente subentende-se que, estamos falando


sobre óleo mineral. O óleo mineral, aplicado em sistemas óleo-hidráulicos, é o óleo derivado do
petróleo através de um cuidadoso processo de refmamento, que consiste em separar os diversos
derivados do ouro negro.
O óleo deve possuir uma série de qualidades, algumas inerentes e outras que são adicionadas
(aditivos), a fim de que seja assegurada uma boa performance ao sistema hidráulico.
46 Manual de hidráulica básica

l. l. As qualidades

1.1.1. Viscosidade

A viscosidade de um fluido qualquer, é a medida da resistência que ele oferece ao escoamento,


assim como, a sua capacidade de evitar o contato "metal com metal" e efetuar uma boa lubrificação.
Poderíamos exemplificar dizendo que, a viscosidade seria a "grossura" do óleo.
Quando a viscosidade aumenta, aumenta a resistência ao escoamento. Essa relação causa grandes
problemas na sucção do óleo para o sistema. Dessa forma, a RACINE confeccionou uma tabela onde
mostra a qual viscosidade cada equipamento seu poderá trabalhar.

VISCOSIDADE
VISCOSIDADE VISCOSIDADE VISCOSIDADE MÁXIMA
BOMBA MINIMA DE (IDEAL DE MÁXIMA DE P/INÍCIO
OPERAÇÃO OPERAÇÃO) OPERAÇÃO DE OPERAÇÃO

80SSU 125-250SSU 1.000SSU 4.000SSU


FA;RA;K
lScSt 26-54cSt 216cSt 864cSt
Q; Q-6; B;
IOOSSU 150-250SSU 1.000SSU 4,000SSU
S; T; SV-10;
2lcSt 32-54cSt 216cSt 864cSt
20, 25
lSOSSU 200-JOOSSU l.OOOSSU 4.000SSU
SV40 E 80
32cSt 43-65cSt 216cSt 464cSt
Pistões 60SSU 100-250SSU 300SSU 750SSU
radiais !OcSt 21-54cSt 65cSt 162cSt

Pistões 60SSU 80-200SSU 300SSU 3.000SSU


axiais lücSt 1643cSt 65cSt 648cSt
40SSU I00-250SSU l.OOOSSU 4.000SSU
Engrenagens
ScSt 21-54cSt 216cSt 864cSt
Motor 80SSU 125-250SSU l.OOOSSU 4.000SSU
hidráulico lScSt 26-54cSt 216cSt 864cSt
Válvulas e De uma maneira geral, satisfeita a condição da bomba, a viscosida·
Boosters de também será satisfeita para as válvulas e boosters.

Fig. lV.1 - Tabela de viscosidades recomendadas para equipamentos RACINE.


(SSU - Segundos Saybolt Universal)
(cSt - Centstokes)

Podemos notar que, quanto mais viscoso for o óleo, mais difícil se tornará sua sucção através da
bomba.
Em contraposição, se a viscosidade do óleo for muito baixa, o desgaste das superfícies metálicas
em contato será muito maior, pois, a lubrificação será deficiente e os "picos" das superfícies em
questão, irão se tocar mais freqüentemente (ver fig. 11.12.).
Existem várias maneiras de se medir a· viscosidade do óleo através de diferentes tipos de
viscosímetros. A mais conhecida delas, que foi adotada pela ASTM (American Society for Testing
Materiais), é a Segundos Saybo!t Universal (SSU). Na figura IV.2., vemos como essa medida é feita.
------------------------------- -----------------------------.,,.

Fluidos hidráulicos 47

Recipiente bom
condutor de calo1 Termômetro

Espelho
térmico
1

Líquido
-.:..~,-r- deconservador
temperatura

Orifício calibrado
(,j) 1,75mm x comp. 12,25 mm)

60ml - - • 1 Recipiente
- graduado

Fig. IV.2 - Viscosímetro de Saybolt

A medida de viscosidades SSU de um óleo é o tempo, em segunCris, que 60ml do óleo levam
para escoar através de um orifício determinado, a uma temperatura constante de 38ºC (lüüºF).
Assim como existe a SSU, existem as medidas Stokc (S t), Centistoke (cS) que é igual a um
centésimo do Stoke, há Graus Engler (ºE), etc. A seguir, fornecemos uma tabela de conversão de
unidades de viscosidade.
j,
48 .Manual de hidráulica básica

SEGUNDOS SEGUNDOS
CENTSTDKES STANDARD STANDARD SAYBOLT REDWDDD REDWDDD
SAYBOLT ENGLER
cSt AMERICANO OCIDENTAL UNIVERSAL NP 1 NP 2
FURDL
ssu

- 2 - 30 - - - -
2,91 2 - 35 - 32,2 - -
4,25 2 200 40 - 36,2 - -
5,8 4 200 45 - 40,6 - 1,32
7,5 4 200 ti() - 45 - 1.42

8,6 4 200 55 - 49 - 1,49


10 4 - 60 - 54 - 1,57
13,0 4 - 70 - 63 - 1, 71
15,7 4 - 80 - 71 - 1,84
18,5 4 - 90 - 80 - 1,98

20,9 4 - 100 - 89 - 2, 1
27 4 - 125 - 110 - 2,4
32,0 5 - 150 - 134 - 2,7
37,5 5 - 175 - 155 - 3,0
43,5 5 - 200 - 177 - 3,5

54 5 300 250 - 220 - 4,2


65 5 300 300 - 270 - 4,8
86 5 300 400 - 360 - 6,1
130 5 300 600 33 530 - 8,5
174 5 300 800 40 700 140 11

195 6 - 900 45 800 145 12


360 6 400 1650 75 1500 260 21
525 6 400 2400 100 2100 400 28
825 6 400 3800 150 3400 560 42
1100 6 400 5000 200 4500 950 60
1450 6 400 6500 250 6000 1300 70
1900 6 400 8500 300 7500 1600 85

Fig. IV ,3 - Tabela de conversão de unidades de medida da viscosidade.

Para converter SSU em viscosidade absoluta:

!'_ = 2 20 X 10- 3 T - l,SO


p ' T

onde µ - viscosidade absoluta, poises


p - massa específica g/cm3
{
T - tempo de vazamento (SSU)
Temperatura ambiente.
A viscosidade de um óleo varia com a temperatura; é evidente, portanto, que é necessário ter-se
um controle de temperatura adequado para evitar que a viscosidade ultrapasse os limites mínimos e
máximos recomendados pelo fabricante do equipamento hidráulico. Os equipamentos RACINE
admitem, de acordo com o tipo do óleo que está sendo usado, uma temperatura máxima de 65°C (ver
fig. IY.4.). Em sistemas em que essa temperatura é ultrapassada, torna-se necessária a utilização.de
trocador de calor (resfriador). Por outro lado, em sistemas muito frios (caso de câmaras frigoríficas),
são utilizados aquecedores para que o óleo seja mantido a uma temperatura satisfatória, (quando
estudarmCE "Trocadores de Calor", veremos o procedimento de cálculo).
fluidos hidráulicos 49

1 .1.1.1. Índice de viscosidade (IV)

O índice de viscosidade é a medida que estabelece a variação da viscosidade do óleo de


acordo com a variação da temperatura. Ele é de grande importância quando o sistema hidráulico 'não
possui um controle adequado de temperatura ou quando está sujeito a grande variação na escala
termométrica.
Um óleo possui um índice. de viscosidade alto quando possui uma pequena variação de
viscosidade com a temperatura.
Há muitos anos at~ás, a ASTM resolveu estabelecer "IV= O" para um óleo derivado de petróleo
extraido no Golfo do Mexico e "IV= 100", para outro da Pensilvânia. Hoje, com o descobrimento de
novos poços, podemos encontrar óleos com "IV" abaixo de O e "N" acima de 100.
Na seqüência, fornecemos uma tabela de vários tipos de óleos recomendados pela RACINE, na
utilização de seus equipamentos.

VISCOSIDADE 46cSt 65 cSt


32 ssu
150 "'' 217 ssu 315SSU
SISTEMA FRIO SISTEMA Ml;OtO SISTEMA QUENTE
MARCA (Até asoc) (35º A 5QOCJ (50oC A 65oC)

CASTROL Hyspin AW532 Hysp1n AWS46 Hy1pin AWS 68

ESSO Teresso 32 Tereno 46 Tereuo 68

SHELL Tellus 32 Tellus 46 Tellus 68

DTE 24 DTE 26 DTE 26


MOBIL OIL (ISO VG 321 (ISO VG 681 USO VG 681

TEXACO Rendo Oil HD 32 Rendo Oif HD 46 Rando Oil HO 68

ETC Oil Light ETC Oit N9 10 ETC Oil Mediun


VALVGb+NE (ISO 46) (ISO 68)
(ISO 321
Maxlub Maxtub MA 15 Maxlub-MA 28
PROMAX BARDAHL !ISO VG 32) USO VG 461 (ISO VG 68)

Lubrax lnd. Lubra,c lnd. Lubrax lnd.


PETROBRÁS IHR·43EP) (HR-48EP) (HR·56 EPJ

IPIRANGA lpitur AW 32 lpitur AW 46 tpitu. AW 68

RENOLUB IFUCHSJ Renolin 85 Renolin 810 Renolin 815

RENOLUB (FUCHS) Renolin MR 5 Renolin MR 10 Renolin MR 15

Hidr0-drive Hidr0-drive Hidro-drive


HOUGHTON ((HP 46)( ( HP 68)
( tHP 32.C.A.l\

ATLANTIC Ideal Oil-C Ideal Oil-D Ideal Oil-F

Fig. IV.4 - Ôleos minerais recomendados pela RACINE

1.1.2. Anti-emulsificação
Um óleo que dizemos ser anti-emulsionável é aquele que tem grande capacidade de separar-se da
água. O óleo hidráulico deve possuir essa característica e não pode perdê-la com o uso. A água se
introduz no sistema hidráulico ahavés da condensação, vazamentos em trocadores de calor, ou ainda,
de ar umedecido.

1.1.3. Número de neuttalização


É a medida de acidêz do óleo ou em casos mais raros, da alcalinidade. Uma mudança do número
de neutralização indica a formação de substâncias prejudiciais ao sistema hidráulico. Essa acidêz causa
a corrosão dos metais e ataca os elementos de vedação do sistema quando se torna exageradamente
grande. A maioria dos distribuidores de óleo mineral, admitem uma variação de, no máximo, 0,5% do
número de neutralização. O número mínimo é de 1 grama de hidróxido de potássio para um litro de
óleo, também denominado TAN (total acid number).
-..:
! '

50 Manual de hidráulica básica

1.1.4. Ponto de Anilina (P.A.)


É a temperatura na qual o óleo e anilina, em solução bifásica, assumem uma única coloração,
formando uma solução única. Valores abaixo de 200°F (93,3°C) são considerados baixos, e acima,
altos. Um óleo com baixo "P.A.", possui uma ação solvente na borracha. Se usarmos elementos de
vedação indicados para baixo "P.A." e trabalharmos com um óleo de "P.A.". elevado, os elementos de
vedação se tornarão duros e quebradiços. Se ocorrer o inverso, as vedações tornar-se-ão macias e de
fácil dissolução.

1.1.5. Aditivos
Para se melhorar as características do óleo, costumamos introduzir aditivos que irão preservar .o
sistema hidráulico de outros tipos de "ataques". São eles:

1.1.5.1. Antioxidação:
11
A oxidação é a reação químjca {lue ocÜrre entre o óleo e o oxigénio, porduzindo ácido e borra.
Temperaturas elevadas e impurezas, agem como catalizadores e aceleram essa reação.

1.1.5.2. Antiespumante
Quando ocorre problemas de vedação, falta de óleo em um sistema hidráulico etc., ocorre a
formação de bolhas de ar, originando a espuma. A espuma irá provocar, tanto a cavitação da bomba,
assim como, um ciclo de trabalho defeituoso, já que o ar é altamente compressível. Quando
introduzimos ao óleo um aditivo antiespumante, fazemos com que a sua desaeração seja feita mais
1
rapidamente.
:.1
· 1.1.5.3. Antidesgastante
É o que chamamos "a nova geração de fluidos". São aditivos que, somados ao óleo, fazem co1n
que seja reduzido o desgaste em bombas, motores e outros equipamentos quando se está trabalhando
em condições adversas. Esses fluidos são, geralmente, recomendados no trabalho em que temos a
aplicação de bombas de palhetas grrando a grandes velocidades.

1.1.5.4. Detergentes
O óleo deve sempre estar livre de sujeira, borra, tinta e partículas abrasivas, pois do contrário,
reduziremos a vida útil do sistema. Assim sendo, devemos cuidar de filtrar bem o óleo, assim como,
introduzir magnetos no sistema, para reter as partículas ferrosas. As partículas _maiores irão se
depositar no fundo do reservatório. Aditivos detergentes não são recomendados em sistemas óleo-
hidráulicos, pois dissolveriam mais ainda as impurezas, tornando difícil sua filtragem, o que, portanto,
iria criar mais problemas do que propriamente _resolvê-los.

2. FLUIDOS RESISTENTES AO FOGO


Como vimos anteriormente, entre os fluidos resistentes ao fogo encontramos, mais comumente,
os fosfatos de ésteres, cloridratos de hidrocarbonos, água glicóis e água em óleo.
Além de ser resistente ao fogo, esse tipo de fluido possui muitas outras características que o
difere do óleo mineral. Essas características devem ser levadas em consideração quando esse fluido é
utilizado. Entre elas podemos incluir:
- Aumento do desgaste do equipamento quando da utilização de base aquosa;
- Deterioração de pinturas (internas no reservatório) vedações, metais e isolantes térmicos;
- Redução de.viscosidade através do uso normal;
- Separação da base aquosa através das partes móveis dos componentes do sistema.
Fluid~s hidráulicos 51

Não podemos dizer que os fluidos resistentes ao fogo são inflamáveis. O que ocorre na realidade
é que eles não propagam o fogo, por exemplo, se em dois tonéis distinto~, um contendo óleo mineral
e outro um fluido resistente ao fogo, introduzimos pela metade uma barra de aço incandescente, no
tonel em que temos óleo mineral, o fogo irá se propagar enquanto que, no outro, ele se localizará
apenas na regíão em que foi introduzida a barra

2.1. Os sintéticos
São eles os fosfatos de ésteres e cloridratos de hidrocarbonos, que devido as suas estruturas
químicas oferecem resistência a propagação do fogo. Possuem boas características de lubrificação e
resistem bem ao tempo de uso. Um dos grandes inconvenientes apresentados é o alto custo de
aquisição.
Os fluidos sintéticos tendem a deteriorar os elementos elásticos e de isolamento elétrico do
sistema, assim como agem semelhantemente a um solvente quando em contato com tintas (por esse
motivo não se recomenda a pintura interna -de um reservatório quando utilizamos um fluido
sintético). Os fosfatos de ésteres e cloridratos de hidrocarbonos requerem elementos de vedação
especiais, tais como o "Viton A", desenvolvido pela Du Pont. O "Viton A" é compatível com a
grande maioria dos fluidos hidráulicos, inclusive com o próprio óleo mineral. A tabela da fig. IV.5.
nos mostra como podemos utilizar o "Viton A" ou o "Buna N".

VEDAÇÃO ÓLEO MINERAL EMULSÕES GLICÕIS SINTÊTICOS

BUNA "N" s s s NK
VITON "A" s s s s
S = utilização satisfatória
N.R. = utilização não recomendada
Fig. IV.5 - Tabela de utilização das vedações.

É importante obseivarmos que, quando trabalhando a alta temperatura, o fluido sintético, em


forma de vapor, pode atacar o sistema elétrico causando danos irreparáveis e por vezes, de conse-
qüências desastrosas.
Esse tipo de fluido tende, com o tempo de uso, a ter um decréscimo considerável na sua
viscosidade. Devido a isso costuma-se usar aditivos que suavizam, porém, não resolvem o problema.

2.2. Água_glicóis
As soluções de água glicóis vêm, geralmente, na mistura de 25· a. 50% de água com etileno ou
propileno de glicol. A resistência ao fogo, evidentemente, é devida a água, porém, essa resistência
decresce e a viscosidade aumenta com a evaporação da água. Assim sendo, análises constantes do
fluido devem ser feitas a fim de que o sistema hidráulico não seja afetado.
Certos tipos de aditivos auxiliam na lubrificação e agem contra a corrosão que pode ser
provocada pela evaporação da água. A temperatura de operação do fluido deve ser limitada a SOºC a
fim de se prevenir uma evaporação excessiva da água, aparecimento de espuma e evaporação dos
aditivos. Altas temperaturas tendem a formar compostos pastosos do fluido que, mesmo com a
redução da temperatura, não voltarão à fase líquida. Esses compostos pastosos causarão entupimento
do filtro e a sucção da bomba será afetada.
A vida útil do água glicol é bem menor do que a do óleo mineral ou do fluido sintético.
A água adicionada ao sistema deve ser destilada e deionizada a fim de se prevenir a falência de
metais como o ferro, devido à formação de corrente galvânica no sistema. Por essa razão, metais como
zinco, cádmib, manganês e outros, não podem estar presentes no sistema.
52 Manual de hidráulica básica

As impurezas, geralmente, ficam em suspensão, dessa forma uma boa filtragem deve ser feita.
Em certos casos entretanto, não podemos usar uma malha menor do que 25µ no filtro para evitar
problemas de sucção.

2.3. Emulsões de água em 6leo


Esse tipo de fluido é geralmente uma solução de óleo, água (geralmente a 40%) e um
emulsificador. A emulsão de água em óleo é o fluido menos dispendioso dos resistentes ao fogo.
Pequenas variações na percentagem de água causam grandes variações na viscosidade da solução,
Algumas considerações levantadas no água glicol também devem ser observadas nas emulsões de
água em óleo como, por exemplo, os efeitos da temperatura, a ação solvente dos emulsificantes e
aditivos e a qualidade da água adicionada:
Os emulsificantes tendem a isolar as impurezas e mantê-las em suspensão, sendo que, uma boa
filtragem, é recomendada. Filtros químicos não devem ser usados, pois, poderiam reter qualquer
emulsificante ou aditivo. Os filtros, em geral, não podem ser de mallia muito fina, pois, separariam o
óleo da água.
Podem ser usados os mesmos tipos de vedação e metal, presentes em circuitos com óleo mineral,
salientando-se, apenas, que no caso de certos tipos de metais, o desgaste seria mais acelerado devido
a presença da água nesse tipo de fluido (corrente galvânica).
Verificamos, portanto, que podemos esperar uma redução da vida útil do componente hidráu-
lico quando aplicamos emulsões de água em óleo. A aceleração ou não da redução dessa vida útil irá
depender do ciclo de trabalho, temperatura e volume em percentagem de água contida no fluido.

2.4. Sumário
A seguir fornecemos duas tabelas. A primeira, que demonstra as recomendações da RACINE na
utilização de seus equipamentos com fluidos resistentes a fogo (fig. IV.6) e a última, que indica
fabricantes desses tipos de fluidos ( fig. IV. 7).

I'
TIPO DE BOMBA SINTÉTICOS GLICÓIS EMUIBÓES

Palhetas A A A
Palhetas série SV A e e
Pistões radiais A NR NR
Pistões axiais A NR NR
Engrenagens e e e

A = aceitável
NR = não recomendável
C = consulte a RACINE

Fig. IV.6 - Fluidos resistentes ao fogo e bombas RACINE.


Fluidos hidráulicos 53

M.S. = mistura de óleo mineral+ sintético


SINTÉTICO
F.E. ~ fosfato de Ester

NOME SSUa ssua SSU a GRAVIDADE


FABRICANTE TIPO
DO FLUIDO 3sºc soºc 100°c ESPECÍFICA

Pydraul 30 E F.E. 150 96 42 1,17


Pydraul 50 E F.E. 231 137 46 1, 15
Pydraul 65 E F.E. 312 178 50_ 1,14
MONSANTO
Pydraul 90 E F.E. 415 222 52 1,16
Pydraul 230 C M.S. 215 137 49 1,04
Pydraul 312 e M.S. 309 186 54 1,01

Pyrogard 51 F.E. 90 64 36,5 1,20


MOBILOIL Pyrogard 53 F.E. 220 128 42,5 1,16
Pyrogard 55 F.E. 450 230 49,04 1, 16

Chevron FR
F.E. 151 94 40 1,16
fluid 8
Chevron FR 42,5 1,13
F.E. 223 125
CHEVRON fluid 10
Chevron FR 1,13
F.E. 327 175 45
fluid 13
Chevron FR 47,7 1,13
F.E. 596 280
fluid 20

ÁGUA GLICÓIS
NOME %DE SSU a SSUa SSUa GRAVIDADE
FABRICANTE
DO FLUIDO ÁGUA 3sºc soºc 100°c ESPECÍFICA

Santosafe W/G 15 42 150 128 78 1,07


MONSANTO
Santosafe W/G 30 42 295 183 107 1,07
MOBIL OIL Nyvac 200 42 200 143 96 1,08
Safety fluid 80 40 206 142 93 1,09
TEXACO
Safety fluid 300 40 314 221 144 1,09
Ucon 150 CP 42 150 112 78 1,07
UNION Ucon 200CP 42 200 142 95. 1,07
CARBIDE Ucon 275 CP 42 276 192 124 1,08
Ucon 300 CP 35 300 220 150 1,08
54 Manual de hidráulica básica

EMULSÕES DE ÁGUA EM ÓLEO

NOME %DE SSUa SSUa SSU a GRAVIDADE


FABRICANTE:·
DO FLUIDO ÁGUA 3sºc soºc 100°c ESPECÍFICA

MOBILOIL PyrogardD 40 440 280 225 0,92


SHELL .
Irns 905 38 4]1 270 160 0,92
TEXACO Hydrafluid 40 384 255 152 0,93

Fig. IV. 7 - Fluidos resistentes ao fogo e seus fabncantes.

3. A HORA DA TROCA. PROCEDIMENTOS

Não podemos dizer que existe uma hora exata para a troca do fluido hidráulico. Quando se
1

tratar de fluido resistente ao fogo, consulte o fabricante do equipamento hidráulico.


Com relação ao óleo mineral, teoricamente, em um ciclo de trabalho Jeve, faríamos a troca após
i'
4.000 horas de uso, caso coritrário, para ciclo de trabalho pesado, 2.000 horas. Na prática, entretanto,
isso não se verifica, pois de à~ordo com o ciclo de trabalho muitos aditivos introduzidos no óleo são
perdidos na evaporação ou d~ixam de atender as características a que foram determina.dos. Ainda
podemos ter a possibilidaM de estarmos trabalhando com o sistema hidráulico em locais de alta
contaminação, seja ela cori9~iva, alcalina, úmida ou saturada de poeira ( neste caso, a troca dos
elementos filtrantes deveria--Set mais acentuada). Vemos, então que, de maneira geral, não existe uma
regra fixa para o moment9- ~la'troca, porém, podemos estabelecer algumas normas que poderiam ser
seguidas de acordo com dive·.;s.qs fatores, como por exemplo:
- 1.500 a 2.000 hot:.SJ para ciclos de trabalho leve, sem contaminação;
- 1.000 a 1.500 horás/para ciclos de trabalho leve, com contaminação, ou ciclos de trabalho
pesado, sem conta~~ção;
- 500 a 1.000 horas, ,pára ciclos de trabalho pesado, com contaminação.
Outro item important~-:.~.ser considerado é a quantidade de óleo a ser trocada. Quando se tratar
de um grande volume de bleP~- é preferível se optar por uma filtragem mais acui:ada e observando-se as
condições acima, introduzíinCisos novos aditivos por 3 a 4 vezes antes de efetuar a troca propriamente
dita. ·
Finalizando, procuri': sampre utilizar o óleo rec.~wendado pelo fabricante do equipamento
hidráulico. Nunca misture. ê;ii.f-erentes marcas de óleo, pÇliS_ os aditivos e inibidores de um, podem não
combinar com os do outrç~--Armazene o óleo a ser utíiizã.do em latas limp.as, fechadas e longe da
poeira. M_arque todas as lat~s·_pFlfa evitar enganos: No in(>men!o da troca, drene o óleo usado de ambos
os lados do cilindro; drene "6:'ó1eo do tanque; limpe o re~e~atório com um jato de alta pressão de óleo
diesel e seque-o com ·panos secos até ficar limpo (não !)se estopa!); se houver filtro de sucção, retire e
limpe-o; coloque um novo:_êiemento filtrante no ftl.tro de ret.orno, encha ·o reservatório com o óleo
novo; dê a partida na máquina e faça o óleo circular d-a bomba diretamente par:,i Q._tanque durante 20
minutos; preencha o sistema com o óleo novo e. termin-e_de ericheir o reservatório; fàça_ o óleo circular
através de todo o circuito,. -sem carga, durante 30 minutos; instale um novo eleffiento filtrante no
filtro de retorno e pode coineçar a operàr a máquina.

N.A. Informações adicionais St>bre óleo mineral e fluidos resistent"es ao fogo, p_ódem ser obtidas junto
à RACINE através dos boletins técnicos TPSP/3 (Óleo Mineral) é TPSP/4 (Utilização de Fluidos
1
Resistentes ao Fogo).
1
Reservatón·os e acessórios 55

V - RESERVATÔRIOS E ACESSÔRIOS

1 1

Um reservatório hi.Óráulico possui várias funções. A mais evidente delas é como depósito do
fluido a ser utilizado no sistema Outras funções importantes são, a ajuda que ele fornece ao sistema
no resfriamento do fluido e a precipitação das impurezas.

1. AS FUNÇÕES DO RESERVATÔRIO

1.1. Armazenamento. de óleo

O fluido utilizado 'e.~ um sistema hidráulico deve ser armazenado de tal forma que ele nunca
seja insuficiente ou excessivo. O reseivatório, portanto, deve suprir tantO,_àis ne_cessidades mínimas
com máximas do sistema Vej'amos o caso de um cilindro de haste simples, eWo, diâmetro àahaste'Seja
metade do diâmetro dd.pt(rt.ãó. Quando estendermos o cilindro, obviaJ:!1~n1:_e.,iremos precisar de um
volume de fluido bem mai4?r do que aquele que usaremos para retornà.r o cilindro. Haverá, portanto,
uma flutuação cohstante' dÓ·nível de fluido e o reservatório deverá ser dimensiortado de tal forma que,
essa flutuação, não altere as condições de operação do sistema.

1.1.1. Dimensionaménto
Uma regra prática de dimensionamento de reservatório é fazer·se com que o seu volume ·seja
igual ou maior a três veze.s a vazão da(s) bomba(s) que alimenta(m) o sistema. Por exemplo, seja tini
sistema hidráulico qualquer que possua uma bomba que fornece uma fazão de 22,71Q/min (6 galões
por minuto), o volume mínimo desse reservatório deverá ser de: 22, 71 x 3 = 6ll;l3 litros (18 galões). ,:

Essa regra entretanto, nem sempre pode ser aplicada, pois em sistemas mais complexos, com ''
i
1

muitos cilindros e linh;is de transmissões grandes, devemos estudá.los como se fossem um "caso
particular", levando sempre em consideração que não podemos ter nem fluidó a menoS ou a mais.

1.1.2. Regra da altura do ftltro de sucção


Se o· ftltro de _sticção não estiver completamente submerso no fluido, introduziremos uma
grande quantidade de át no sistema (Fig. V.!). Se, entretanto, o ftltro estiver mergulhado a uma altura
muito pequena, poderetilos ter a formação de vórtice (redemoinho) na sucção, o que também
acarretará a entrada de :ar (Fig. V.2).
Manual de hidráulica básica
56

Fig. V.1 - Filtro acima do nível d? fluido_.

Fig. V.2 - Formação de vórtice.

Algumas normas recomendam que a cota mínima "h" do nível do fluido ao filtro seja de
76,2mm (3 polegadas) (ver fig. V.3). A extinta J.I.C. formulou como cota mínima, uma vez e meia o
diâmetro do duto de sucção; por exemplo, se o duto de sucção é de 76,2mm, a cota "h" deverá ser de
114,3mm. Como segurança, adotamos o critério que nos forneça a maior cota. Salientamos ainda,
.
que a cota h 1 deve ser de no mínimo 50mm, a Ílffi de que as impurezas precipitadas no fundo do
reservatório, não venham a entupir a parte inferior do filtro de sucção.

Duto de
sucção Respiro
-......---. ..........
Nível do fluido

ídtro

Fig. V.3 - Regra da altura do fluido.


'''
Reservatórios e acessórios 57

Caso seja impossível se observar uma dessas duas condições da cota h, costuma-se introduzir no
reservatório uma chicana horizontal um pouco abaixo do nível do fluido, pois dessa forma, mesmo
que ocorra a formação de um vórtice, o mesmo se extinguirá antes de chegar ao filtro.

Respiro

Duto de
sucção -----. I
Nível mínimo

·.= :. . . .· ·.. .·.··· . .-


.- ... -..
··,.. .·..
Chicana
horizontal

Filtro

Fig. V.4 - Chicana horizontal.

1.2. Resfriamento do fluido

A geração de calor em um sistema hidráulico pode ser devida a vários fatores:


- Perdas mecânicas na bomba ou motor hidráulico;
- Restrições na linha devido a curvas mal elaboradas ou introdução de válvulas, tais como
reguladoras de pressão e vazão;
- Válvulas mal dimensionadas, i.é, válvulas que permitam uma vazão máxima menor do que
aquela exigida pelo sistema;
- Manifolds com excesso de válvulas;
- Fricção nas vedações internas dos cilindros, etc.
Grande quantidade desse calor gerado pelo sistema é levado para o reservatório, através do
próprio fluxo de fluido.
De acordo com a complexidade do circuito hidráulico, esse calor pode ser dissipado apenas
através das paredes dos cilindros e da tubulação e, principalmente, no reservatório.
Em contato com as paredes do tanque, o calor do fluido é trocado através da condução e
radiação (ver fig. V.5). pois o calor é transmitido de um corpo mais quente para outro mais frio. O
corpo mais quente, nesse caso, é o fluido, e o mais frio, o ar.

AR ~-- \~ti/!(//

-~
~ Fluido
..__,....___ ! .!

~?r --
~
....._...,__ Condução
11

Radiação

'/
Fig. V.5 - Transmissão de calor no reservatório.
Manual de hidráulica básica
58

Um fator importante a ser levado em consideração é de nunca se colocar o duto de retorno


próximo do duto de sucção, pois o fluido que retorna ao reservatório volta imediatamente para o
circuito hidráulico, sem efetuar a troca de calor. Como conseqüência, teremos um sistema supera-
quecido e em pouco tempo o equipamento entrará em pane. ··
Um artifício muito. usado e normalizado pela NFPA, é a introdução de uma chicàna vertical,
que obriga a circulação do fluido (fig. V.6). Quando do retorno fluido, o mesmo é obrigado a
percorrer por duas vezes o comprimento do reseivatório para chegar ao duto de sucção. Ao percorrer
todo esse caminho, o calor contido no fluido vai se dissipando da forma como vimos anteriormente.

Chicana

Duto de
/retorno

Duto de
sucção
1

11
Fig. V.6 - Chicana vertical.

Dependendo da necessjdade, introduzimos um maior número de chicanas verticais para forçar


mais a circulação do fluido (ver fig. V.7), aumentando a troca do calor pelo fenômeno da convecção.
Quando não conseguimos uma boa troca de calor e redução de temperatura a um nível
satisfatório, devemos usar um trocador de calor.

"

Fig. V. 7 - Chicanas para circulação do fluido.


Reservatórios e acessórios 59

1.3. Precipitação de impurezas


Quando o fluido retorna para o reservatório, sua velocidade pode decrescer de 304,BOcm/s
(lOft/s) até um valor bem baixo. Dessa maneira, se torna fácil a precipitação das impurezas no fundo
do tanque (fig. V.8). Essas impurezas precipitadas formam uma espécie de borra que seria um meio
termo entre o pixe asfáltico e um óleo sujo de alta viscosidade. Para efetuarmos essa limpeza no
momento da troca do fluido, devemos nos munir de um jato de óleo diesel a alta pressão e panos
limpos (ver o item que trata sobre a hora da troca do fluido no cap. IV).

Duto de
dreno

Precipitação

Fig. V.8 - Circulação do fluido e precipitação de impurezas.

1.4. Circulação interna de ar


Todo reservatório hidráulico deve possuir um respiro na base superior (fig. V.4.). Quando
succionamos fluido para o sistema, o nível decresce e aquele espaço antes ocupado pelo fluido, deve
ser ocupàdo por alguma outra coisa, pois, do contrário, teríamos a formação de uma pressão negativa
(Pint < Patm) e não conseguiríamos succionar o fluido para o reservatório.
Na cohdição opost~, i.é, quando ocorre o retomo do fluido ao reservatório, o nível elevar-se-á
novamente e teremos que desocupar algum espaço para que isso ocorra pois, do contrário, teríamos
\UJ;ia.çontrapressão na linha de retorno. Em outras palavras, a pressão interna .do reservatório deverá
. Ser sempre igual a pressão atmosférica, excetuando-se, evidentemente, o caso de termos um reser-
.:~·á.tórí:Ô pressurizado.
- Esse espaço deve ser ocupado ou desocupado pelo ar atmosférico, e assim fica eyidente a
-;'~tilizaçã<;> do respiro.
U111 outro fator importante a ser levado em conta é o fato de que, o fluido quando retorna ao
·.,:re·seÍvatório pode absorver ar, devido a movimentação da superfície livre, que deve ser eliminado para
. que· sejam eyitados problemas na sucção ( ver item referente no capítulo IV). Essa desaeração só pode
i
ser feita através do escape do ar contido nas bolhas de espuma, e esse escape é feito pelo respiro.
·,!
60 Manual de hidráulica básica

2. CONSTRUÇÃO DO RESERVATÕRIO

De acordo com norma NFP A, vários caminhos devem ser seguidos para a construção do
reservatório.
Quanto a sua capacidade, já vimos que deve comportar um volume tal que, poderia suprir o
sistema durante 3 minutos sem que houvesse retomo do fluido (3 vezes a vazão da bomba).
A base do reservatório dêve ter o fundo suportado por quatro pés de no mínimo l 50mm ( 6pol)
de altura, para facilitar a sua remoção, drenagem, troca de calor com o ambiente. Os pés devem
possuir furos para facilitar a fixação do tanque ao solo.
No interior do reservatório deve existir uma chicana vertical para assegurar a circulação do óleo,
e se necessário, uma outra chicana horizontal para se evitar a formação do vórtice.
Nas laterais menores, devem existir duas tampas de inspeção para auxiliar no momento da
limpeza.
O fundo do reservatório deve ser confeccionado de tal forma que todo o fluido armazenado
possa ser drenado. A parte superior deve ser bem rígida para suportar uma possível montagem de
componentes do sistema, tais como, motor elétrico, bomba, válvulas, manifolds, painéis, etc.; para
tanto, costuma~se colocar um prato metálico com as perfurações adequadas para a montagem do
equipamento (ver fig.V.9). Essa tampa deve ser soldada perlmentralmente às paredes do reservatório.
Todos os dutos que venham a ter início ou fim no reservatório, devem possuir uma vedação
perfeita através de anéis, flanges ou outros dispositivos. O duto de sucção deve terminar a uma altura.
mínima de SOmm (2") do fundo do tanque e os dutos de retorno e dreno deverão estar mergulhados,
no mínimo, 75mm (3") abaixo do nível do fluido, ou ainda, como regra básica, uma vez e meia o
diâmetro do duto de retorno.
O reservatório deve ser pintado interna e externamente para se evitar a oxidação. No caso de
fluidos sensíveis ao fogo, consulte o fabricante para saber que tipo de tinta pode ser utilizada.

Duto de
Duto de
sucção Respiro

Flange com
vedação

Dreno do
tanque

Tampa de
inspeção

Fig. V.9 - Vista "explodida" de uma unidade hidráulica.


Reservatórios e acessórios 61 '.'

Fig. V.10 - Exemplo de unidade hidráulica.

3. ACFSSÔRIOS

Ao reservatório, podem ser adicionados uma série de acessórios que auxiliam no trabalho do
sistema

3.1. Bocal de enchimento

Quando colocamos fluido no reservatório, nos servimos de um bocal, que é chamado "bocal de
enchimento". Essa peça pode vir acompanhada de um filtro de tela, com abertura entre as malhas de,
aproximadamente, 20()µ (0,2mm). A função desse filtro é evitar que qualquer objeto sólido entre no
reseIVatório, pois caso o sistema não tenha filtro de sucção ou foi retirado o filtro, esse objeto será
succionado pela bomba, danificando-a de forma irreparável.

DE TOPO LATERAL

Fig. V.11-Tipos de bocais de enchimento.


62 Manual de hidráulica básica

3.2. Respiro
O respiro deve ter a forma de um capacete que impeça a precipitação de impurezas sobre a
tomada de ar. No interior do respiro existe um sistema que ftltra o ar que entra no reservatório em um
"bypass" (passagem em paralelo), que permite a livre saída do ar no interior do tanque.
Reservatórios de grande capacidade necessitam vários respiras, para que seja mantida a pressão
atmosférica no interior. A nor!fia NFPA, dita que o filtro do respiro deve ter uma malha de no
mínimo 40µ (0,04mm) e que o elemento filtrante deve estar protegido contra danos físicos.

Fig. V.12 - Respiro normalizado.

3.3. Indicadores de nível


Os indicadores de nível de fluido, em número geralmente de 2, devem estar localizados de tal
forma que indiquem o nível núnimo e máximo de fluido no reservatório.
O traço indicador do mínimo, deve estar a 75mm da extremidade inferior do indicador de nível;
e o traço indicador do máximo nível, a 75mm da extremidade superior.
Para o visor, recomenda-se o uso de vidro pirex, que resiste melhor a variações de temperatura.
Pode ser incluído no visor um termômetro que efetua a leitura da temperatura do fluido. Existe
em disponibilidade comercial esse tipo de indicador de nível com termômetro acoplado.

Fig. V.13 - Indicadores de nível de fluido.


Reservatórios e acessórios 63

3.4. Magnetos
São imãs utilizados para a captação de limalhas contidas no fluido, provenientes do desgaste do
equipamento hidráulico ou mesmo, de um ambiente contaminado com esse tipo de impureza.

Fig. V.14 - Magnetos.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Veremos mais adiante, no capítulo de bombas, a utilização de reservatórios elevados ou


pressurizados.
Filtros 65

. VI - FILTROS

O fluido hidráulico, como vimos, deve estar sempre livre de impurezas, pois do contrário
encurtamos a vida útil do sistema hidráulico. A função do filtro é livrar o fluido dessas impurezas para
assegurar o bom funcionamento do circuito.
Existem dois tipos de filtros:
- o filtro químico e
- o ftltro mecânico
O filtro químico é utilizado em raras ocasiões, quando se requer uma limpeza absoluta do
fluido. Como sabemos, o óleo mineral pode tornar-se ácido, alcalino, etc. O filtro químico nada mais
é do que um reator que anula o efeito ácido ou básico do óleo, transformando a substância nociva em
água e cloreto de sódio, efetuando, a seguir, a separação destes últimos, deixando passar, apenas, óleo
mineral puro.
O ftltro mecânico é aquele em que nos deteremos mais, pois sua aplicação é decisiva e obri-
gatória, em todos sistemas hidráulicos.

1. PRINClPIO DA FILTRAGEM MECÂNICA

0 ®
Fig. VI.l - Filtragem única e filtragem em série.
66 Manual de hidráulica básica

O filtro mecânico é constituído de uma série de "malhas" ou poros. Chamamos de "mesh" e


quantidade de malhas existentes por polegada linear do fütro.
A figura Vl.l, mostra o princípio de funcionamento do filtro. Na figura ''a" temos um filtro
comum, que retém as partículas maiores e deixa passar as menores. Na "b", uma filtragem sucessiva
em que a abertura dos poros vai diminuindo e vai retendo partículas cada vez menores, até efetuar a
filtragem total ou pelo menos, quase total do fluido. Em ambos os casos, vemos que existem poros em
que houve um acúmulo de impurezas, quando a grande maioria dos poros estiver dessa forma, o filtro
estará entupido e deverá ser limpo ou trocado.
No princípio do entupimento, se o filtro for de sucção, a bomba ·succionará uma quantidade de
fluido menor do que aquela requerida e terá sua vida útil abreviada em virtude da cavitação.

Existem vários tamanhos de filtros, cada qual para uma determinada vazão máxima. Caso a
vazão requerida pelo sistema não comporte a utilização de 1 filtro apenas, podemos associar outros
filtros em paralelo para resolver esse problema. Veja por exemplo a figura VI.2; o sistema precisa de
75 .Q,/min de vazão. Suponhamos que o filtro que admita a maior vazão seja um filtro de 30 9, min.
Dessa forma, associamos dois filtros de 30 ,Q, /min e um de 20 ,Q, /min em paralelo capacitando a
passagem de uma vazão de 80 ,Q, /min máxima. Observe que, dimensionamos 5 ,Q, /min a mais do que
o necessário, pois, como vimos, as impurezas vão entupindo, gradualmente, o filtro e se dimensioª
namos o valor exato da vazão, após pouco tempo de uso temos que limpar ou trocar o ftltro.

~
30 ,Q,/min
30t/min 209,/min

Fig. Vl.2 - Filtros em paralelo.

O que se costuma fazer na prática, é se escolher um filtro que permita uma vazão máxima igual
a três vezes a vazão da bomba. Esse tamanho de filtro assegura wn bom tempo de uso sem ser
necessária troca ou limpeza.
É comum se encontrar filtros que possuam incorporado uma válvula de r~tenção simples em
bypass (em paralelo). Essa válvula, como mostra a figura VI.3, abre uma passagem livre para o fluido
Filtros 67

uma vez que é atingida a pressão de abertura quando bloqueado o filtro. O fluido vence a pressão da
mola e passa livremente. Esse tipo de válvula é igualmente utilizada em filtros de retorno. Em
realidade, essa válvula de retenção atua como proteção para evitar o colapso do elemento, o que
representaria um dano maior ao s.istema do que não se filtrar o fluido.


Sentido do fluxo

Anel dl'
fiXa(.·5o du
mola

1,
'

Mola de
65 PSI

Fig_ VL3 - VáJvu_la de rcten\·Jo silnples usada em filtros como "bypass".

Alguns fluidos contém um indicador de contaminação que indica quando se deve fazer a troca
do elemento filtrante. Se a pressão necessária para abrir a mola for de 1 bar, quando o manômetro
estiver marcando 0,9bardevem os efetuar a troca do elemento filtrante.
Nfo podemos nos esquecer, também, da regra da altura do filtro, ( veja Cap. V).

11

Fig. VI.4 - "a" filtro de sucção simples; "b" filtro de sucção com
válvula de retenção simples incorporada cm bypass.

Existem diversos tipos de filtros mecânicos: filtro de linha de pressão, filtro de sucção e ftltro de
retorno.
68 Manual de hidráulica básica

1.1. Filtro de linha de pressão


Como o próprio nome diz, ele é montado na linha de pressão do sistema. É utilizado, geral-
mente, quando se necessita uma perfeita limpeza do fluido a ser introduzido em determinado com-
ponente do sistema.
A esse tipo de filtro, também pode ser incorporada uma válvula de retenção simples em bypass,
funcionando como válvula de ·proteção. A figura VI.S, mostra que, em um sentido, o fluido é
obrigado a passar pelo elemento filtrante (intercambiável) até que este esteja bloqueado ocasionando
a abertura da válvula pelo acionamento da mola menor.

Prato

Elemento filtrante
Válvula M11la

Fig. VI.5 - Ftltro em linha.

Esse tipo de filtro é geralmente utilizado quando se deseja fazer uma filtragem mais perfeita do
fluido, a fim de se prolongar o máximo possível a vida útil de um detenninado componente do
sistema,de alto custo de aquisição.
1

1.2. Filtro de sucção


1

'
Se encontra instalado no reservatório, abaixo d.o nível do fluido (ver fig. V.9). Sua função é
impedir que corpos sólidos de maior tamanho sejam succionados pela bomba, danificando,a"'total·
mente.
As malhas desse ftltro devem ser maiores do que as malhas dos filtros de pressão e retorno, pois,
nunca podemos causar problemas na suCÇão. A abertura existente entre as malhas é de
149µ {O, 149mm-med ida adotada pela Racine e normalizada pela NFPA).

1.3. Filtro de retorno


Esse filtro é o responsável pela filtragem de todo o fluido que retorna ao tanque, carregado de
impurezas que foram absorvidas no ciclo de trabalho. Geralmente apresenta·se na forma de um "T" e
é constituído, basicamente, de três partes: a caneca, o elemento filtrante e o corpo superior, onde se
encontra a válvula de retenção simples operando como uma válvula protetora do elemento filtrante.
O fluido que entra é obrigado a. passar pelo elemento filtrante confeccionado a partir de um
papel poroso especial de 10µ de abertura de poro (vemos, portanto, que a filtragem é muito boa).
Quando o elemento filtrante vai ficando contaminado , a pressão vai aumentando até chegar a
1,0bar, quando aciona a mola da válvula em bypass. Dessa forma, é sempre interessante termos um
manômetro de leitura "O a· lübar, colocado antes da válvula, como mostra a figura VI.6, pois
sabemos que chegou a hora de trocar o elemento filtrante quando esse manômetro estiver registrando
l.Obar.
Filtros 69

!1

,,
1

'

Elemento
Caneca filtrante

Fig. VI.6 - Filtro de retorno tipo "T".

2. EXEMPLO DE APLICAÇÃO

A figura VI. 7, mostra um exemplo de aplicação de filtros.

'i1

Fig. VI. 7 - Aplicação de filtros.


70 Manual de hidráulica básica

O filtro "!" é um filtro de sucção de 149µ (!OOmesh) com uma válvula de retenção simples
incorporada em "bypass" Sua função é evitar que, corpos de maior tamanho, sejàm succionados pela
bomba.
O filtro "2" está montado em linha e é de 80µ aproximadamente. Sua função é idêntica a do
filtro "3" - também 1nontado em linha - ié, ambos asseguram que o fluido que vai para os cilindros
"A" e "B" esteja limpo de impurezas. O filtro "3" difere do "2", pois este último filtra o fluido que
entra em ambos os lados do cilindro "B", enquanto que, o primeiro filtra apenas o fluido que sai, em
uma das tomadas do cilindro "A".
O filtro "4" é o de retomo, semelhante àquele da fig. VI.6. Sua abertura é de 10µ, para garantir
uma melh-oi: limpeza do fluido que retorna ao reservatório.
Finalizando, o filtro "5", trata-se de um tipo igual àquele do bocal de enchimento, visto no
item que fala sobre "Acessórios do Reservatório", no Capítulo V. 1
1

1,

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

3.1. O choque hidráulico por descompressão


Existem dois tipos de choques hidráulicos: por compressão e por descompressão. Falaremos
sobre o primeiro quando estudarmos bombas.
Ocasionamos um choque hidráulico pOr descompressão, quando abrimos repentinamente o
retorno de um fluido que esteja sobre pressão em determinada parte do sistema hidráulico. Esse tipo
de choque poderá afetar diretamente o filtro de retorno, danificando totalmente o elemento filtrante.
Existem casos até que, o choque é tão grande, que expulsa a caneca do corpo do filtro, espanando a
rosca que serve como elemento de fixação.
i:
3.2. Vazões Excessivas 1

Se o filtro de sucção tiver uma vazão nominal menor que a vazão do sistema, iremos prejudicar
a bomba.
Se o mesmo ocorrer com o filtro de retomo, ·tomo conseqüência teremos o colapso do ele~
menta filtrante. Isso fará com que a filtragem já não átinja os objetivos, pois, haverá passagem direta
no filtro, e ainda, como agravante, poderíamos ter pedaços de papel indo parar no reseivatório e
bloqueando o filtro de sucção ou mesmo até, sendo succionados pela bomba.
Podemos adotar como regra de que o filtro de sucção deve deixar passar uma vazão igual ou
maior a três vezes a(s) vazão(ões) nominal(is) da(s) bomba(s) do sistema; e o ftltro de retorno, uma
vazão igual ou maior a três vezes a vazão máxima "do sistema" (ver vazão induzida em cilindros no
capítulo que segue).

3 .3. Vibrações no sistema


Um sistema hidrãulico mal balanceado provoca vibrações mecânicas. Essas vibrações podem,
também, desintegrar o papel do elemento filtrante, assim como, determinar a falência de todas as
vedações.

3 .4. Magnetos
Mergulliados no fluido contido no reservatório os magnetos não deixam de ser um tipo especial
de filtro. Como vimos no capítulo anterior, o desgaste excessivo do equipamento hidráulico provoca a
formação de limalhas. Às vezes, essas limalhas são menores do que 10µ e passam pelo filtro de
retomo, porém, ficam retidas no magneto.
Filtros 71

3.5. A hora da troca


Em um sistema hidráulico novo, após 50 horas de uso, os filtros devem ser retirados e limpos,
ou trocados. Após 500 horas, repetir novamente essa operação, para realizá-la, novamente, após 1000
horas, sob condições normais de trabalho, nunca excedendo a 2000 horas. Para serviços mais pesados,
estabeleça uma escala de troca de 500 horas ou 90 dias.
Toda a vez que entre esses intervalos for efetuada a troca do fluido, é recomendável fazer-se,
também, uma inspeção dos elemenÍos filtrantes.

3.6. Determinação do tipo de filtragem

Em realidade, não existe uma regra fixa para a aplicação de determinado tipo de filtro em
qualquer sistema hidráulico.
A utilização desse equipamento depende de diversos fatores que devem ser considerados e que
variam de sistema para sistema
Deve-se levar em conta, por exemplo, que tipo de fluido está sendo utilizado, pois, um elemento
filtrante bom para o óleo mineral, não necessariamente será bom para outro tipo de fluido que, de
acordo com sua composição, poderá ou não atacar esse elemento.
Outro fator importante é o grau de filtragem que se quer ou se deve ter no sistema. De a.::ordo
com esse desejo, utilizam-se elementos filtrantes com abertura de malha ou poro indicada para o
sistema.
Não podemos esquecer também, as condições de trabalho a que o circuito está exposto, assim
como, o grau de contaminação, seja ela líquida ou sólida, determinando, assim, o tipo ou tipos de
ftltros a serem utilizados.
Finalizando, procure sempre seguir as especificações do fabricante dos componentes do sistema,
pois, dessa maneira, o equipamento irá desenvolver um trabalho satisfatório, conservando uma vida
útil dentro da faixa requerida.
Cilindros 73

vn - CILINDROS

Relembrando o Capítulo I, o sistema hidráulico é subdividido em três outros subsistemas.


Desses três, o que nos interessará no momento, é o sistema de aplicação onde encontramos os
atuadores. O cilindro hidráulico é um atuador linear, i.é, o movimento e força que ele executa são
transmitidos retilineamente.
Por se tratar de um atuador, a função básica de um cilindro hidráulico é transformar força,
potência ou energia hidráulica em força, potênciª" ou energia mecânica.
O cilindro hidráulico é composto de diversas partes. A figura VII.1 define bem os diferentes
elementos que, unidos, compõe esse equipamento.

Tampa do lado Vedações Camisa do


da haste do êmbolo cilindro
Tampa do

! lado da
cabeça

Mancai da
haste e Tomadas
retentor

Fig. VII.1 - Componentes do cilindro


Manual de hidráulica básica
74 1

,,!i
!. TIPOS DE CILINDROS
,1
1:
Dentre os diversos tipos de cilindros, podemos destacar dois principais: 11
,,'
- de simples ação ou simples efeito
·11
- de dupla ação ou duplo efeito
A seguir, poderíamos clru.sificar outros tipos com relação à construção como, os cilindros de
haste dupla, telescópicos, posicionais e macacos hidráulicos ( tipo especial de simples efeito).

li1
i - - - --
""~
IV"vvvv
(a) - Simples ação (b) - Simples ação com
retorno por mola

11 --
11

I'
·I
1,

l
1
(d) - Dupla ação
( e) - Macaco hidráulico

(e) - Haste dupla (0 - Telescópio

c:r::r:1
(g) - posicional

Fig. VII.2 - Tipos de cilindros

1.1. Cilindro de simples ação ou simples efeito


O cilindro de simples ação ou simples efeito, é assim denominado em virtude de ter em um
sentido, o movimento por efeito de pressão e vazão hidráulica e, no outro, por outro agente qualquer,
que não o fluido hidráulico.
Cilindros 75

Tomada para
o fluido Mola

Vedação do pistão
Respiro

Guiada mola Mola 1!

Vedação

Respiro Tomada para o fluido


Vedação

Fig. Vll.3 - Cilindros de simples efeito com retorno por mola

Podemos observar na Fig. VIl.3 que ambos os cilindros possuem um movimento por pressão e
vazão hidráulica e outro pela ação da mola. No cilindro acima, o movimento de ação do pistão é
feito através da vazão e pressão exercida pelo fluido e o seu movimento de retorno é feito pela ação da
mola. No cilindro abaixo ocorre o oposto. Nos dois, existe um respiro no lado da mola para a livre
circulação do ar.
Notamos que neste tipo de cilindro perdemos em força, pois, a mola, é uma reação ao
movimento.

Na fig. Vll.4, temos dois cilindros de simples efeito com retorno ou avanço pela ação da
gravidade. É o mais aplicado desse tipo de cilindro, pois toda a força originada pela aplicação de
pressão do fluido é aproveitada.

11111 1 1 1 li Carga

·~ li-- Fluido
e....: ---'

Carga 11111 1,,,


/\?)J}jjJf~; .___ Fluido
Fig. VII.4 - Cilindros de simples ação com avanço ou
retomo por gravidade
76 Manual de hidráulica básica
1: 1

1. 2. O macaco hidráulico

Pistão 1
5 cm2

Válvula 3 Válvula 1
5 Kgf/cm2 _ Válvula 2

Pistão 1
Pistão 2 5 cm2
250 cm2

'~25Kgf
Olindro~

Válvula 3 Válvula 1
5 Kgf/cm2 Válvula 2 I i

Fig. Vll.5 - Princípio de macaco hidráulico

O macaco hidráulico é o típico equipamento que utiliza o princípio da alavanca (ver item 2 do
Cap. ID, i.é, uma força menor aplicada em um cilindro de menor área, resulta em uma força maior
efetuad_a por outro cilindro de área maior.
Na figura "A" o cilindro "1" de área de pistão igual a 5 centímetros quadrados, é acionado
para c.ima fechando a ·válvula "l" e abrindo a "2", succionando fluido do reservatório. A seguir, co-
mo mostra a figura "B", o cilindro "!" é empurrado para baixo com uma força de 25Kgf. Nesse
momento, a válvula "2" é fechada automaticamente, ao mesmo tempo em que se abre a válvula "1 ".
Essa força de 25 Kgf aplicada na área de 5 centúnetros quadrados do pistão"! ';_origina uma pressão,
de 5Kgf/cm2 que aplicada à ãrea de 250 centímetros quadrados resulta em uma força de 1250Kgf.
Durante a operação de força e levantamento do macaco hidráulico, a válvula 3 fica fechada para
ser aberta quando efetuado o trabalho, proporcionando o retorno do fluido para o reservatório.
1

1.3. Cilindro de dupla ação ou duplo efeito 1

Esse cilindro é assim denominado, pois, o movimento do pistão é feito através da entrada do 1

fluido em qualquer uma das tomadas a uma determinada vazão e pressão.


1
Cilindros 77

_____ .....
I i

'
1
1

Fig. Vll.6 - Cihndro de duplo efeito


1

A fig. VIl.6, por si só, explica bem, o funcionamento do cilindro de dupla ação.

1.4. Cilindro de haste dupla


Geralmente o cilindro de haste dupla é de duplo efeito, não querendo dizer que não possa ser de
simples efeito. A figura a seguir, exemplifica bem, o funcionamento desse tipo de cilindro.

~----

Fig. VII. 7 - Cilindro de haste dupla

O cilindro de haste dupla é, normalmente, utilizado quando se quer efetuar trabalho tanto no
movimento de avanço como de retorno (fig. VII), ou ainda, quando se quer a mesma força e velo-
cidade nestes mesmos movimentos para uma dada pressão e vazão do fluido, respectivamente.

Posição de Posição de
trabalho trabalho

Fig. VIl.8 - Aplicação de cilindro de haste dupla


78

l. S. Cilindro telescópico
Manual de hidráulica básica 1
Algumas vezes precisamos fazer com que o curso do cilindro seja grande e quando retraído,
ocupe o menor espaço possível. Quando isso ocorre, lançamos mão do cilindro telescópico.
Sua utilização é evidenciada em guindastes hidráulicos e outros equipamentos da linha mobile.

2. 0 estágio t. 0 estágio Tomada da aleta


0

~to)
3. estágio
\

~· \
Olhal
"\.
1
Fig. VII. 9 - Cilindro telescópico

1.6. Cilindro posicional


A vantagem du cilindro posicional (ver des. "g" da fig. VII.2) é poder receber o fluido -
naquele caso em particular - de qualquer uma das tomadas, podendo, inclusive, receber fluido de
duas tomadas consecutivas ou expelir fluido da mesma maneira.

2. VEDAÇÕES NOS CILINDROS

Em um cilindro hidráulico, temos, normalmente, duas câmaras trabalhando a pressões dife-


rentes ( cilindro de duplo efeito), ou somente uma ( cilindro de simples efeito). Se não houver uma
perfeita vedação entre essas câmaras ou mesmo entre o cilindro e o ambiente, teremos uma . perda de
pressão e vazão muito grande que não permitirá o trabalho ideal do equipamento.
Existem div_ersos tipos de vedação que variam de acordo com o tipo de trabalho que o cilindro
executará, assim como, a pressão máxima que ele suportará.

2.1. Anéis de segmento


Esse tipo de vedação também é comurnente encontrado nos pistões dos motores a explosão. Ê
excelente para uma garantia de vida longa e aplicação de cargas instantâneas.
Os anéis são em número de dois ou mais e são confeccionados a partir do ferro fundido. Devido
ao baixo atrito que esse tipo de vedação proporciona, o rendimento do conjunto aumenta conside-
ravelmente, principalmente, em cilindros de alta velocidade.
Anéis de
segmento

Pistão

Fig. Vll.10 - Vedação por anéis de segmento


0/indros 79

2.2. Anéis do tipo "O" ("O" Ring)


A figura Vil.II nos mostra uma vedação simples, efetuada com anel de borracha
. Esse sistema,
porém, causa danos ao anel quando submetido a pressão, como os demonst
rados na figura VIL 14.
Dessa forma, utilizamos o sistema de vedação "backup " (lê-se "béc ap") que
consiste do mesmo anel
limitado por dois outros anéis de teflon ( ou outro material semelhante) que
servem de encosto do "O
Ring".

··o Ring" "Backup "

Pistão

Fig. VII.11 -Anel "O" de borracha Fig. VII.12 - Vedação tipo "Back-up "
(Buna N)

Anel de plástico

Fig. VII.13 - Anel de plástico

Camisa Espaço vazio Anéis de plástico


~stão

Anel "o"

Fig. VIl.14 - Princípio do "Back-up "


Manual de hidráulica básica
80
em conjunt o por um anel de
Na figura Vll.13 vemos outro tipo de vedação no pistão que é feita
veda contra vazame ntos pela parte inferior do
teflon e outro de borrach a que faz o papel de "mola" e
rasgo.
de vedação. Quando,
Quando trabalhamos com um máximo de 105bar, usamos o primeiro tipo
terceiro também é vantajoso,
porém, essa faixa é ultrapassada, passamos para o segundo tipo. O
atritos maiores conduzem a
pois, praticamente não necessita de lubrificação e a ausência de
um trabalho mais eficiente. ·

2.3. Anéis em "V"


São usados em grupo de 2, .4
São assim denominados, pois, a secção reta assemelha-se a um "V''.
s de dupla ação, são utilizados
ou 6 anéis, ·de acordo com a pressão de trabalho. No caso de cilindro
os lábios dos anéis que recebem a
dois jogos, um em cada lado do pistão. Como podemos notar, são
existentes. Para se determinar o
pressão. Esse conjunt o de vedação é considerado um dos mais macios
cada 35 a 50 bar, coloca-se um
número de anéis a ser utilizado, estabelece-se uma regra de que, para
anel, levando-se em conta, sempr~, um número mínimo de dois anéis.

Adaptadores Camisa 1

li
1,
!
1'
11
Pistão

Fig. VII.15 - Anéis cm ''V"

2.4. Anéis "U" e "Block V"


originalmente de borrach a e
Os anéis "U" são mais econômicos em relação ao tipo anterior. São
or. Como desvantagem, vida
de fácil reposição, além de não necessitarem de qualquer tipo de adaptad
mais curta que os anéis em "V".
ão dos anéis Block V para
Para sistema que trabalha com pressão elevad·a, recomenda-se a utilizaç
se obter um melhor rendim ento do equipam ento.

Anéis V Anéis Block V

/l
/
r

Pistão
'

/ / /

Fig. Vll.16 - Anéis de "V" e "Block V"


Cilindros 81

2.S. Anéis tipo "copo"


Provavelmente, esse tipo de vedação foi um dos primeiros a ser utilizado. O material com que é
feito o anel pode ser de borracha ou couro animal.
Como trabalha em faixas de pressão mais baixas, sua utilização evidencia·se mais em cilindros
pneumáticos.

Anel copo

Fig. Vll.17 - Vedação com anel copo

2.6. Anéis tipo "lábio" de dupla ação


Borracha sintética é colada ao pistão e cargas laterais são evitadas pela adição de um prató guia.
Semelhantemente a vedação anterior, como trabalha apenas em baixas pressões, recomenda·se seu uso
na pneumática.

Prato guia Anel colado


ao pistão

Fig. Vll.18 - Anel lábio de dupla ação

2.7. Vedações da tampa no lado da haste


Existem diversos tipos de vedações dessa natureza.
A vedação "a" é de múltiplos "V", também denominadas de anéis chevron. O número de anéis
a ser introduzido é igual àquele que vimos para o pistão. Ê sempre interessante se fazer uma pré-carga
no cilindro ou utilizar molas para o assento dos anéis, a fim de assegurar uma perfeita vedação.
82 Manual de hidráulica básica

Flànge

Enchimento

(b) (e)
(a)

Back-up

(d) (e)

Fig. VII.19 - Tipos de vedações da tampa do lado da haste

Na fig. "b" é o tipo "U'; utilizado em circuitos de baixa pressão ou pneumáticos.


A "e" col).siste em um enchimento feito com material vedante. Deve-se apertar bem o flange
para que esse material assegure uma boa vedação.
No tipo "d", podemos usar tanto um anel "O" como um anel quadrado. Devemos sempre
utilizar anéis de apoio (backup) para evitarmos a extensão do anel.
Finalmente, no "e", temos a vedação tipo chapéu, que pode ser feita com borracha ou couro
animal. Deve traballiar somente em baixas pressões ou apenas em sistemas pneumáticos.

2.8. Observações finais sobre vedações


Como vimos, as vedações podem ser de vários tipos de materiais. Quando utilizado fluido
sintético, devemos utilizar vedações de compostos especiais.
Em todo caso, é sempre interessante consultar o fabricante do equipamento e do fluido utili-
zado.

3. APLICAÇÕES

A utilização de um cilindro hidráulico pode ser a mais variada possível. No maquinário podemos
encontrá-lo comumente acionando prensas, guilhotinas, injetoras, sopradoras, extrusoras, máquinas
operatrizes em geral, calandras, acionamento de fornos, guindastes, scrapers, escavadeiras e uma
infinidade de outros equipamentos.
A 'seguir, ilustrações de aplicações:
Cilindros 83

'/
Alavanca Alavane2 Alavanca Joelho
1.0 tipo 2.0 tipo 3.0 tipo

Redutor de Multiplicação Movimento Empurrar


trancas de velocidade retilíneo em ou puxar
duas direções

Movimento Movimento Catraca Movimento


horizontal rotativo, rotativo rápido,
paralêlo praticamente usando "sem-fins"
contínuo

o I

Quatro posições Taramela Movimento


distintas p/ transferido para um
dois cilindros ponto distante

Fig. VII.20 - Aplicações p/cilindros


84 Manual de hidráulica básica

4.CÁLCULOS

Geralmente, o que mais nos interessa em um cilindro, é a força que ele pode fornecer, assim
como, a velocidade de traballio ou tempo de avanço e retorno.
Basicamente, as fórmulas mais empregadas para o cálculo do cilindro são:

: 1

4) 1 V=% 1 OU I S = V• t I OU I t =; 1 i
1
onde:

P = pressão
F = força Vt = volume total
A= área t = tempo
Q = vazão n = número de ciclos

v = velocidade 1r = 3,1416 ·

V= volume D= diâmetro
Vl = volume para estender o pistão s = curso
V2 = volume para retrair o pistão

Adotando o número 1 para simbolizar o avanço do pistão e o número 2 para simbolizar o


retomo, das fórmulas acima podemos tirar:

1) 1 Ap = :~ 1 e I Ac = :; 1 ou F_l_=_P_l_._A_p~I e I F2 = P2 . Ac I
-1

onde
1r ·Dh 2
I Ac=Ap-AhllAp=~l l Ah=-4-

IDp=~ li Dh=~

Obs.: Supondo que a pressão no avanço é igual no retorno (Pl = P2), simbolizamos essa pressão
simplesmente por P.

Ap = Área do pistão
Ah = Área da haste
Ac = Área da coroa
Dp = Diâmetro do pistão
Dh = Diâmetro da haste
Cilindros 85

· I

i I
I i

Obs.: Supondo que a vazão para o avanço é igual a vazão para retorno (Ql = Q2), simbolizamos
essa vazão simplesmente por Q.

3) 1vi = ÜI ou I ti = : 1 1 ou Is= ti · vi I

I v2 = : 2 1 ou I t2 = : 2 1 ou I s = t2 • v2 /

4.1. Força, pressão e área

4.1.1. Exemplo de cálculo de força

Problema: i:
1

Calcular a força exercida no avanço e no retorno de um cilindro de 7,62cm (3") de diâmetro '
1

de pistão e 3,81 cm(] 1/2") de diâmetro de haste, sabendo que a pressão fornecida é de 210 bárias. 1

Solução: FI =? F2 =?
Dp = 7,62cm Dn = 3,8lcm
P = 210bar = 214,07 Kgf/cm2
• Dn'
Ap = 11~ = 45,60cm2 Ah = 11 •
Dn' = 11 40cm2
4 '
Ac = Ap - Ah = 34,20cm2

Fl = P · Ap = 214,07 x 45,60 = 9761,6 Kgf


F2 = P. Ac = 214,07 x 34,20 = 7321,2 Kgf
Como podemos observar, a força de retorno F2 é menor do que a força de avanço Fl. Isso
explica-se devido ao fato de que, para uma mesma pressão temos uma área de pistão ( onde atuará a
pressão no avanço) maior do que a área d~ coroa ( onde a mesma pressão atua no retomo).
A figura Vll.21 nos fornece uma boa idéia sobre a relação de áreas.

Ârea do pist.ão Área da coroa

Fig. VII.21 - Área do pistão, área da coroa


86
Manual de hidráulica básica

2
Observemos também que, se a relação de área for 2:1, por exemplo, Ap -50cm e Ac -25cm2
1
1:

a relação entre as forças para uma mesma pressão também será de 2:1, i.é, se Fl-3000kgf,
F2 será igual a ! 500kgf.

4.1.2. Exemplo de cálculo de pressão


Problema:
Calcular a pressão necessária para se obter uma força de 15 toneladas força no avanço de um
cilindro de diâmetro de pistão igual a 10,16 centrímetros (4").
Soluçã(): P - ?
Fl - !5tonf - 15000kgf

Dp - lo ,16cm ...· Ap ·- 1t, 0pZ - 81,07 cm2


4
. p _ ~ _ 15ooo _ 185 03kgf/ 2 - 181 51 bar
.. Ap 8107
'
' cm '

4.1.3. Exemplo de cálculo de área de pistão, haste e coroa e diâmetro do pistão e da haste.

Problema:
Para uma pressão de 2 lObar quero obter uma força de avanço de 30 toneladas força e outra de
retomo de 23 toneladas.força:Calcule as áreas de pistão, haste e coroa e diâmetro de pistão e haste pa-
ra que isso possa ocorrer.

Solução: P - 210bar - 214,07 Kgf/cm2

Fl - 30tonf - 30000kgf

F2 - 23tonf - 23000kgf

Ap,Ahe Ac-? Dp,Dhe De-?

_ Fl _30000 _ 2
Ap - p - , - 140,14 cm
214 07

-J-4.Ap
Dp
1T
~v/4.140,17
3 1416
'
_
1336
' cm

_ F2 _ 23000 _ 107 44 cm2


Ae P 214 07 '
'
Ah-Ap -Ac-5,145sqin

Dh-'V .±,Ah'_ /4.107,44 -IJ,70cm


11 · :./ 3,1416

4.1.4. O que ocorre na prática


O que geralmente acontece é que, a partir de uma força que precisamos, adotamos uma pressão
igual a 70, 140 ou 210 batias (geralménte adotamos 70 ou 210 batias conforme a força que·
necéssitamos) e, calculamos a área determinando o diâmetro. Uma vez calculado o diâmetro, procura-
mos o diâmetro comercial superior mais próximo e calculamos a nova pressão necessária (NP)
a fnn de verificarmos se a bomba irá trabalhar folgada, i.é, não irá trabalhar sempre na pres-
são máxima.
Caso o diâmetro de pistão calculado for maior do que 25,4cm (10 in), dividimos a força por
dois ou três e como resultado usaremos dois ou três cilindros cuja soma das forças seíá igual àquela que
necessitamos e. teremos uma economia maior adotando esse nrocesso_ levanilo-sP. ~mnTP. P.m r-nn1:.L
Cilindros 87

deração o espaço d.1sponível e a disposição da máquina na escolha dessa solução


Obs.: Para melhor compreensão das soluções dos problemas, tenha a mão um catálogo de
cilindros da RACINE.
Problema 1:
Calcular o cilindro de um tomo automático que tenha de ter uma força de avanço de 5000kgf e
<.'utra de retomo de 2000kgf.
Solução: Adotaroos P =70bar = 71,36Kgf/cm2
Fl =5000kgf
F2 =2000kgf

Fl 5000 2·
Ap =p = ii,36 = 70,07cm , Dp ~e
I~ 1T
= (":4~7-
3,1416 V89,22 = 9,45 cm

Ou, Dp = 3-3/ 4in


F2 2000
Ac = p = 71 ,36 = 28,03cm2 ; Ah = Ap - Ac = 70,07 - 28,03 = 42,04cm2

Dh-/±,Ah - / 4 · 42 ,04 = V5353=731cm


- 1T - 3,1416 ' '

Obs.: Quanto menor f~r o diâmetro da haste, maior será a força de retomo, pois, aumentamos a
área da coroa.
Adotaroos cilindro JIC da RACINE de 4in de diámetro de pistão e 2.1 /2in de diámetro de
haste_

NDp = 4" = I0,16cm NDh = 2,5" = 6,35 cm


1T, NDp
2 = 3,1416 . 10,16 2 = cm2
NAp = 4 4 81 ,07

1T, NDh 2 3,1416 . 6,35


NAh = = 31,67 cm2
4 4

Nac = NAp - NAh = 81,07 - 31,67 = 49,40 cm2


' '

8~~g~
_El_
NPl = = 61,68 Kgf/cm2 = 60,5 bar
NAp
F2 2000
NP2 = NAc = 40,49Kgf/cm2 = 39,72bar
49,40

Vemos, portanto, que com o cilindro adotado, a máxima pressão que pre,cisaremos será de 60,5 bar.

Problema 2:
Calcular o cilindro de uma prensa de chapas de 2,20cm de espessura, sabendo que a força
necessária a prensagem será de 150 toneladas força.

Solução: Adotaroos P = 210bar = 214,07 Kgf/cm2 DpeDh=?


Fl = 150tonf = 150000 Kgf

Ap = _..!'..': - 150000 = 700,71cm2


P - 214,07

D= /4,Ap = ! 4 . 7oo, 71 = V89217=2987cm


P V 1T V 3,1416 ' '
88 Manual de hidráulica básica

Como obtivemos um diâmetro de pistão um pouco acima de 25,4cm (!Oin) , dividiremos a força
por dois.
F'l = Fl = 150000
= 75000Kgf
2 2
. , F"l 75000
.. A p = p observe que A'p = ~p
214 ,07 = 350,35 cm2

. , _J4 ,A'p _
-- D P - TI -
/4 . 350,35 =--::--=
V 3 ,1416
,,
v'446,08 = 21,12cm (8,32 )

Adotamos um diâmetro de pistão comercial superior ND'p = 25,4cm (10")


2
. NA' = TI, ND'p 3,1416 , 25,4 2 = 506 70 cm2-
.. p 4 4 '

_ _ F'l = 75000 _ 2 _
- · NP - NA'p ,?0' - 148,02 Kgf/cm - 145,20 bar
506

Vemos, portanto, que com os cilindros adotados, a máxima pressão que precisaremos será
145,20 bar.

4.2. Vazão velocidade, área, volume, tempo.

4.2.1. Exemplo de cálculo da vazão

Problema 1:
Sabendo que para efetuar uma força de avanço de 6000kgf, precisamos de um cilindro de
diâmetro de pistão igual a I0,16cm e uma força de retorno de 2000kgf. O cãlculo nos forneceu um
diâmetro de haste igual a 3,81cm. Calcular as vazões necessárias para o avanço e retomo do cilindro,
,sabendo que o curso do mesmo é de 5ÜJn1;1 e o tempo de ida é de 3seg e retomo igual a l ,Sseg.

Solução: Dp = 10,16cm Dh = 3,8lcm; s = SOOmm = soem


ti = 3sec t2 = l,Ssec Ql e Q2 = ?

IQl = vi , Apl e IQ2 = v2, Ac I ou ~ e [02 = ~


2
1
19 Método:

\ vi = :
1
_] = ;º ~ 16,67 cm/seg = 1000 cm/min

TI, Dp2 3,1416. 10,162 =


81 07 cm2
Ap= - 4 - = 4 '

:. Ql = vi , Ap = 1000, 81,07 = 81.073,20 cm3/min = 81,07 R}min. li

s 50
v2 = t2 = --U = 33,33 cm/seg = 2000 cm/min

Ah= TI, Dh 2 = 3,1416 · 3,8! 2= 11,40 cm2 :. Ac = Ap-Ah=Sl,07-11,40 ~9,67cm2


4 4

.- . Q2 = v2 , Ac = 2000 . 69,67 = 139340cm3/min = 139,34 R)min


Cilindros 89

2!> Método:

VI = Áp . s = 81,07 . 50 = 4053,5 crn3

VI 4053 5 .
QI = ti = ~-.'- = 1351,17 crn3/seg = 81070 crn3/mm = 81,07 Jl/min
3

V2 = Ac . s = 69,67 . 50 = 3483,5 crn3

3483,5 = 2322,33 cm3/seg 139340 cm3/mm = 139,40,ll/min


1,5

Problema 2:
Calcular a vazão necessãria para que um cilindro de 12,7cm de diãmetro de pistão e 7,62 cm
de diãmetro de haste com um curso de 300mm faça 3 peças por minuto.

Solução: DP = 12,7crn; Dh = 7,62cm; s = 300mm = 30cm


n = 3pç/min
Q = Vt. n =?

IVt=Vl +v2l jVl=Ap.sl e IV2=Ac.si

3,141!. 12,7 ~ 126,68 cm2


2
Ap=~
4

VI = Ap. s = 126,68. 30 = 3800,31 cm3


2
Ah= 1T, Dh2 = 3,1416 • 7 ,62 = 45,60 cm2 ; Ac=Apc-Ah=l26,68-45,60=81,08crn2
4 4
V2 = Ac , s = 81,08 . 30 = 2432,4 cm3

Vt = VI + V2 = 3800,31 + 2432,4 = 6232,71 cm3

:. Q = Vt. n = 6232,71 , 3 = 18698,13 cm3/min = 18,698 .Jl /min

4.2.2. Exemplo de cllculo de velocidade e tempo

Problema:
Sabendo que um cilindro de 17,78cm de -diãmetro de pist~o ê 8,89cm. de diãmetro de haste,
recebe uma vazão de 113,55 Jl/min, calcular as velocidades e tempos de avanço e retorno. Dadc
curso do cilindro igual a 400mm.

Solução: Dp = 17,78cm; Dh = 8,89crn; Q = 113,55 Jl /min = 113550cm3/min


s = 400mm = 40cm; vi e v2 = ? tlet2=?

~. 1l,Dp2 3,1416 • 17,78 2 _ 248 ,29 crn2


~ , Ap= 4 4
--.

90 Manual de hidráulica básica

113550 .
:. vi ~ , ~ 457,33 cm/mm
248 29 i
I!
t1 ~ v; - 45~~33 = 0,088min ~ 5,25 seg
;]
v2 ~ _g_ . Ah ~ ,r , Dh2 3,141\. 8,892 ~ 62,07 cm2
Ac' 4

Ac ~ Ap - Ah - 248,29 - 62,07 ~ 186,22 cm2

. 113550 = 609,76 cm/min


" v2 = 186 22
'
s 40
t2 = v2 = ,
609 76
= 0,066 min = 3,94 seg

4.2.3. Exemplo de cálculo de área e diâmetro

Problema:
Sabendo que um cilindro de curso igual a 3 70mm leva 3 segundos para avaoçar e 2 segundos
para retomar a partir de uma vazão fornecida de 102,20 t/min, calcular as áreas de pistão, coroa e
haste, assim como, os respectivos diâmetros para que isso ocorra.

Solução: s = 370mm ~ 37cm; ti = 3sec; t2 ~ 2sec

Q ~ 102,20 t/min ~ 102200 cm3/min; Ap, Ah e Ac ~ ? ; Dp e Dh ~ ?

Ap = _g__
vi
i
vi ~ :
1
~ 7
~ - 12,33cm/seg ~ 740cm/min 1
,,i11

A =
1022
~ = 138 li cm2
·,1,
p 740 ' 1

Dp~/-4.Ap _ / 4. 138,11 = 13,26 cm


1T - 3,1416

Ac = _q_
v2
s 37
v2 = - = - - ~ 18,5cm/seg ~ lllOcm/min
t2 2

A _ 102200 = 92 ,07 cm2


c- 1110

Ah = Ap - Ac ~ 138,11 - 92,07 = 46,04 cm2

Dh = /4, Ah ~ /4.46,04 ~ 7,66 cm


1T 3,1416

Como pudemos observar até aqui, a velocidade de retorno é maior do que a velocidade de
avanço e o tempo de retorno é menor do que o tempo de avanço. Isso se explica devido a que, para
11
uma mesma vazão e curso, o volume de óleo a ser introduzido no avanço será bem maiór que o do ,.
retorno.
Quando quizermos velocidades e tempos iguais no avanço e no retorno, lançamos mão ( corno já
vimos) do cilindro de haste dupla.
Cilindros Yl
Dp = 8,89cm
Ap = 62,07 cm2

v = 609,80. cm/min

Q = 37 ,85 IG/min = 37850 cm3/min 1


I I

Fig. Vll.22 - Vazão, Ârea, Velocidade

Obseivamos também que, se tivermos uma relação de área 2:1, para uma mesma vazão, a relação
entre as velocidade e tempos também será igual a 2:1 i.é, se vi = 300cm/min, teremos v2=600cm/min.
e se ti = !Oseg teremos t2 = Sseg.

4.2.4. O que ocorre na prática


O que geralmente temos na prática, pode perfeitamente ser enquadrado nos dois problemas que
se seguem. Já temos o cilindro calculado à partir da força que necessitamos; calculamos, então, a
vazão mínima que precisaremos para executar o trabalho. Em outras palavras, quando do cálculo do
cilindro, determinamos a pressão em que a bomba irá trabalhar, para depois escolhermos a bomba
ideal à partir do cálculo da vazão.

Problema 1:
Calcular a vazão necessária para que um cilindro de uma máquina injetora, de curso igual a
400mm, 10,16cm de diâmetro e 6,35cm de haste, efetue a injeção de cinco peças por minuto.

Solução: s = 400mm = 40cm


Dp = I0,16cm; Dh = 6,35cm; n = Spç/min
Q =?

Q = Vt. n I Vt =VI+ V2
IVI=s,Apl
Ap = ,r~Dp2 3,1416 ~ 10,]62 = 81 ,07 cm2

VI .,; 40 . 81,07 = 3242,93 cm3

V2=s,Ac

Ah= ,r, Dh2 3,141\. 6,352 = 31,67 cm2


4
Ac = Ap - Ah = 81,07 - 31,67 = 49,40 cm2
V2 = 40 . 49,40 = 1976,03 cm3
Q = (3242,93 + 1976,03) . 5 = 26094,8 cm3 /min :. Q = 26,10,Q, /min
92 Manual de hidráulica básica

Se acaso não existir uma bomba que forneça exatamente 22,71!\/min escolhemos uma
bomba de vazão maior e introduzimos uma válvula de controle de vazão no sistema (a RACINE
possui a bomba PVQ-PNS0-06 ER que fornece exatamente 6GPM (22, 7 f/min) de vazão máxima
a 1750rpm e 35 bar).
Problema 2:
Calcular a vazão necessária para um cilindro de uma prensa hidráulica, de SOOmm de curso e
diâmetro de pistão de 15,24cm e haste de S,08cm de forma que gaste 10 segundos para o avanço e 5
segundos para o retorno, perfazendo portanto um tempo total de 15 segundos (avanço+ retorno).
Solução: s = SOOmrn = soem; Dp = IS,24cm; Dh = S,08cm
ti = !Osec; t2 = Ssec; Q = ?

Vt = VI +V2
Eí]= tT=tl+t2 =IO+S=!Ssec

IVl=Ap.s I
Ap=1r.Dp"l = 1T. 15,242 = 182 42=2
4 4 ,
VI = 182,42 . 50 = 9120,73 crn3

V2=Ac.sl

Ah= 7f, Dh2 7f.5,082


= 20,27cm 2
4 4
Ac = Ap - Ah= 182,42 - 20,27 = 162,15 cm2

V2 = 162,15 X 50 = 8107,50 cm3

Vt = 9120,73 + 8107,50 = 17228,23 cm3


17228 23
Q - 15 ' - 1148 ,549cm 3/seg = 1,1491/seg= 68,911 / min

4.3. Sistema Regenerativo


Suponhamos que temos um cilindro nas condições do cilindro da figura abaixo.
20Kgf/cm2
1

Área 6cm2 Área 2 cm2

Fig. VII.23 - Princípio do sistema·regenerativo


Cilindros 93
_No duto "1" temos um fluido vindo da bomba, que se ramifica para os dutos "2,, e '"3" à
pressao de 20 Kgf/cm2. Essa pressão atuando sobre a área do pistão, que é igual a 6cm2, nos fornece-
rá uma força de avanço Fl - 20 . 6 - 120Kgf. Da mesma forma, a pressão atuando sobre a área da
coroa que é igual a Ac ;' Ap - Ah = 6 - 2 = 4cm2 nos. fornecerá uma for-
ça de retorno F2 = 20 , 4 = 80kgf.
Vemos, portanto, que temos duas forças em sentidos contrários e assim sendo, teremos uma
força resultante Fr = Fl - F2 = 40Kgf.
Se existe uma força resultante cujo sentido é da esquerda para a direita, forçosamente o fluido
contido na câmara "A" está sendo jogado para fora do cilindro, mas como pelo duto "l" temos
fluido vindo da bomba e como o fluido sempre percorre o caminho mais fácil, todo o fluido da
câmara "A" está seguindo para a câmara "B".
Podemos, então, constatar que, no ponto de junção dos três dutos o fluido proveniente da
câmara "A" soma-se àquele proveniente da bomba. Ora, se fornecemos ao cilindro a vazão
proveniente da bomba e mais alguma outra _vazão, estaremos aumentando a sua velocidade, em
comparação à veloéidade que teríamos se Só a bOmba fornecesse a vazão que o cilindro recebe no
avanço.
Se não houvesse uma mistura entre os fluidos provenientes da bomba e da câmara "A'\
teríamos algo semelhante ao demonstrado na figura abaixo.

t
----
(1) =vazão proveniente da bomba
(2) = vazão proveniente da câmara'' A"

Fig. VIl.24 - Ilustração d'? sistema regenerativo

Evidentemente, o sistema regenerativo não pode ser aplicado no retorno do cilindro (F2< Fl),
em cilindros de haste dupla (Fl = F2 => Fr = O) e em cilindros de simples efeito.

Em realidade, podemos observar na figura VIl.24. que

e que ~
~
ou lvl=Q
Ac
2
I ou I vi= Ql
Ap
I
sendo:
Fr = força resultante Ac = Área da coroa
P = pressão fornecida QB = Vazão da bomba
Ah = Área da haste Q2 = Vazão que sai da câmara "A"
Ap = Área do pistão QI = QB + 02
94

4.3.1. Exemplos de circuitos de sistema regenerativo


Manual de hidráulica básica l '''
,']

S2

1
1
1 1
L - - _I

Fig. VII.25 - Circuito regenerativo. Quando ligados os solenóides "Sl" e "S2", no avanço do cilindro,
acionamos o sistema regenerativo
CTlindros 95 1

'

'1
1

E-- A

Fig. VII.26 - Circuito regenerativo seqüencial. Quando a haste do cilindro encoSta na peça "1" a
pressão aumenta e a válvula de seqüência "A" é acionada desligando o sistema regene-
rativo
96 Manual de hidráulica básica

~ .1

/ !

s,
1
/
1
1

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Fig. Vll.27 - Circuito regenerativo posicional. Em determinado ponto do curso do cilindro, a haste
aciona o limitador L.S. que liga o solenoide "Sl ", que por sua vez, aciona a válvula
correspondente, desligando o sistema regenerativo

11
Cilindros
97

4.3.2. Exemplo de cdlculo de um sistema ,ezeneratho


Problema:
Sabendo que um cilindro que trabalha em sistema regenerativo, recebe
óleo da bomba a uma
vazão de 56,78 .Q/min pür minuto e pressão máxima de 82,72bar (84,32
Kgf/cm2), calcular a força
resultante e a velocidade de avanço para um diâmetro de pistão igual
haste igual a 12,7cm. a 20,32cm e diâmetro de

Adotando um curso de 500mm, em quanto tempo o cilindro se estende


rá?
Faça a seguir, o cálculo da força, velocidade e tempo de avanço, uWizan
do os mesmos dados
acima e imaginando como se o sistema não fosse regenerativo.
Estabeleça conclusões entre o primeiro e segundos casos. , ·1

Solução: : 1

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Dados, Q8 = 56, 78 t/min = 56780cm3/min
P = 82,72 bar= 84,32 Kgf/cm2

Dp = 20,32cm-,. Ap = 0 32 2
TI' ~ , = 324,29 cm2
Ac =Ap -Ah

Dh = 12,7cm-,. Ah= TI-


12, 7 2 = 126 68cm2
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Ac = 324,29 - 126,68 = 197,61 cm2

Ac = 197,61 cm2
s = 500mm = 50cm
1

a) Sistema regenerativo
1

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98 Manual de hidráulica básica

a.l) Cálculo da força resultante Fr

Fr =Fl-F2

Fl = Ap • P - 324,29 . 84,32 - 27344,13 Kgf


F2 = Ac . P - 197,61 . 84,32 = 16662,48 Kgf
Fr = 27344,13 - 16662,48 = 10681,65 Kgf

a.2) Cálculo da velocidade de avanço vi

I v= ~ 1 :. vi=~; (não temos 01) 01 = OB +02

vi = ~ (não temos 02) 02 = 01 - OB

' OB 56780
vi = Ah (temos OB) = • = 448,22 cm/min
126 68
3465
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··· 1964= 116 ' 43 mmm

a.3) Cálculo das vazões 01 e 02


Jo1 = vi . Ap i
01 = 448,22 . 324,29 = 145353,26 cm3/min = 145,35 9, /min

02 = vi . Ac

02 = 448,22 . 197,61 = 88572,75 cm3/min = 88,57 9,/min

- Confirmação do cálculo,

101 = OB + 02J

01 = 56,78 + 88,57 = 145,359,/min (O.K.)

a.4) Cálculo do tempo de avanço ti


.s
:. ti= vi

ti= ~-5~º~-
448,22
= 0,1116min

ti= 6,7seg.
Cilindros 99

b) Sistema não-regenerativo.

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Ac
1
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Ap

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Dp

I QB =15GPM

t Para o r eservatóúo

b.1) Cálculo da força de avanço F 1


Já foi feito no item a.!, Fl = 27344,13 Kgf

b.2) Cálculo da velocidade de avanço v'l

v'l = QB = 56780
175 ,09 cm/min
Ap 324,29

b.3) Cálculo do tempo de avanço t'l

t'l =-s- = 50 0,2857 min


v'l 175,09
t'l = 17,lseg

e) Conclusões entre o primeiro e segundo casos.

Podemos observar que a força e tempo de avanço do sistema regenerativo são menores do que a
força e tempo de avanço do sistema comum.
Em contrapartida, a velocidade de avanço do primeiro caso é bem maior do que a do segundo,
mesmo porque, para um mesmo curso, como vimos,o tempo de avanço é menor.
Concluímos, então, que o sistema regenerativo é excelente quando queremos aumentar a
velocidade de avanço, e por conseguinte, diminuir 'a tempo de estendimento do cilindro. Porém, como
desvantagem, apresenta uma redução da força de avanço (Fr ~ Fl).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como conclusão deste capítulo, teceremos, a seguir, algumas considerações interessantes sobre
cilindros hidráulicos.

5.1. Tipos de montagem


Existem diversas maneiras de fixar~se o cilindro. O que realmente importa é que sua fixação seja
perfeita de modo que possamos aproveitar toda a energia fornecida pelo equipamento, ao mesmo
tempo, evitando danos ao mesmo.
A RACINE possui uma variedade muito grande· de tipos de fixação, podendo atender aos mais
exigentes quesitos. A seguir daremos alguns desses tipos de fixação com os cilindros standar~s.
100 Manual de hidráulica básica

FLANGE QUADRADO TRASEIRO (NFPA MF6) - MI

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Cilindros 101

FLANGE QUADRADO DIANTEIRO (NFPA MFS) - M2 _ _ __

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102 Manual de hidráulica básica

FLANGE RETANGULAR TRASEIRO (NFPA MF2) - M3 - - - -

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CONSULTE A FÁBRICA
Cilindros 103

FLANGE RETANGULAR DIANTEIRO (NFPA MFl)- M4

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104 Manual de hidráulica básica

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CONSULTE A FÁBRICA
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Cilindros 105

ALETA DUPLA TRASEIRA (NFPA MP2) - M6

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101.0

CONSULTE A FÁBRICA
106 Manual de húiráulica básica

SAPATAS LATERAIS NA BASE (NFPA MS2)-M7 - - - -

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107,0
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"
-.,,- CONSULTE A FÁBRICA
----...,-,
1

Manual de hidráulica básica


116

5.2. As tomadas
Os diâmetros das tomadas de entrada e saída de fluido do cilindro devem ser sempre iguais ao
diâmetro interno do duto que leva o fluido ao cilindro.
Caso as tomadas forem menores, teremo:;°" uma perda de carga localizada muito grande o que
resultará em perda de força do cilindro. Saliente-se, ainda que além de causar essa perda de carga, o
fluido irá aqtÍecer-se sobremanei.ra pois em toda restrição, além da perda de carga, ternos também o
aquecimento do fluido.

5.3. Amortecimento de princípio e fim de cnrso


Quando fornecemos uma vazão elevada para um cilindro, suas velocidades de avanço e retorno
também serã~ grandes. Como conseqüência,no momento em que o cilindro chega ao f~ de-curso (no
avanço) ou no princípio de curso (no retorno), sentimos uma espécie de tranco ou baque que será
tanto mais violento quanto mais elevada Jor a vazão.
Devemos, sempre que possível, evitar ésse baque, pois trata-se de uma vibração violenta que
afetará todo o maquinário onde o cilindro estiver aplicado.
Para podermos evitar esse fenômeno, utilizamos um Cilindro com amortecimento de princípio e
fim de curso, oú qualquer um dos dois em separado.
O amortecimento pode ser fixo ou regulável. A figura VII.28 nos mostra um cilindro com
amortecimentos reguláveis de princípio e fim de curso.

Válvula de

Coxins
(amortecedores) Pistão

RECUANDO AINDA SEM AMORTECIMENTO

Tomada Pistão Tomada

Válvula de agulha

AMORTECENDO

Fig. VII.28 - Cilindro com amortecimento regulável de princípio e fim de curso


CT/indrQs 117

No amortecimento regulável existem as válvulas de controle de vazão, também denominadas de


válvulas de agulha, incorporadas ao cilindro.
A válvula de retenção abre quando o flu.ído é introduzido na tomada correspondente, a frm de
que se inicie o movimento do pistão utilizando a área total disponível.
Para velocidades acima de lOcm/seg já é recomendado o uso de amortecimento no cilindro.

5.4. Vazamentos internos


Devemos cuidar sempre que os vazamentos internos no circuito hidráulico sejam mantidos a um
nível mínimo, utilizando sempre a vedação correta, nunca excedendo a temperatura de trabalho
recomendada pelo fabricante, além de utilizar o fluido recomendado. ·
A figura· VIl.29 nos mostra dois tipos de vazamentos internos. O primeiro, entre o pistão e a 1

camisa do cilindro. Outro, entre o corpo e o carretel ( spool) da válvula de controle direcional. t,I
Como conseqüência desses vazame~tos podemos ter, tanto queda de pressão, como perda de
velocidade no cilindro. 1:

Fluido de vazamento
no pistão
Tomadas da válvula
para o cilindro
Vazamento no carretel

Fluido sob pressão

Exaustão

Fig. VII.29 - Vazamentos internos

5.5. Vazão induzida em um cilindro


Quando fornecemos uma vazão qualquer a um cilindro hidráulico de duplo efeito, na tomada de
saída do fluido teremos uma vazão que poderá ser maior ou menor do que aquela primeira.

- - -
Entnda de Saída de

---
Saída de Entrada de
fluido fluido fluido fluido

(!) (2)

Fig. VII.30 - Vazão indutjda em um cilindro


118 Marutal de hidráulica básica

Existem duas fonnas de. se calcular a vazão induzida Qi (Supomos um cilindro de haste simples e
duplo efeito)
19 método: À partir das velocidades:
- No avanço do cilindro

Qia = Vazão induzida no avanço


-No recuo

I Qir = v2 • Ap li (Qir > QB) 1


Qir = Vazão induzida no retomo

2. 0 método: À partir da relação entre as áreas do pistão e coroa(r)

-No avanço

-No.recuo

Qir= QB · r 11 (Qir> QB)


Onde, QB = vazão fornecida pela bomba.

5.5.1. Exemplo de cálculo do t. 0 e 2. 0 métodos.

Problema:

Suponhamos ter uma bomba que forneça 37,85 .Q,/min a um cilindro de 12,7 cm de diâmetro
de pistão e 7,62cm de diâmetro de haste. Detenninar as vazões induzidas no avanço e retomo do
cilindro.
Solução: Q8 = 37,85 R-/min = 37850 cm 3 /min

n.12,72
Dp= 127
,crn ...Ap= 4 = 126,68 cm 2

rr. 7,622
Dh = 7,62-+- Ah = 4
= 45,60 cm2

Ac = Ap - Ah= 126,68-45,60 = .81,08 cm2

19 método:------
~
- 1Qia = vi , Ac l
vl = QB _ 37850
= 298, 78 cm/min
Ap 126,68

Qia = 298,78, 81,08 = 24225,08 cm3/min = 24,23 R-/min

lQir =v2. Ap I
vZ = QB = 37850 = 460,66 cm/min
Ac 81,08

Qlr = 460,66 • 126,68 = 58356,41 cm3/min - 58,36 9/mln


Qlindros 119

2.º método:

126,68
81,08 ~ 1,562 : 1

Qia ~ QB - 37 ;35 ~ 24,239/min


r - 1,563

Qir ~ QB , r ~ 37,85 , 1,563 ~ 58,36 R./min

Observamos portanto que filtros, dutos de retorno e válvulas em geral que receberão fluido
proveniente de cilindros, devem sempre ser dimensionados à partir da máxima vazão, i.é, a vazão
induzida de retorno Oir, pois do contrário, estaremos criando uma "pressão induzida". Nos cilindros
de haste dupla e duplo efeito, a vazão induzida é igual a vazão fornecida pela bomba.

5.6. Pressão induzida em um cilindro


Já vimos que a pressão é originada à partir da resistência a passagem do fluxo de fluido. Um
duto ou ftltro de retorno mal dimensionado, ou qualquer outra resistência à saída de fluido do
cilindro, pode criar. uma pressão induzida.
A pressão induzida, assim como a vazão induzida, poderá ser maior ou menor do que a pressão
fornecida ao cilindro. Existem, também, duas formas de se calcular a pressão induzida (Pi).

1. 0 método: À partir das forças


- No avanço do cilindro

Pia = Pressão induzida no avanço

- No recuo

I Pir = ~~ 11 (Pir < PB) 1


!
Pir = Pressão induzida no retomo :
'
t
ii
2. 0 método: À partir da relação entre as áreas do pistão e coroa (r) 'I i

-No avanço

-No recuo

Onde, PB = pressão fornecida ao cilindro.


120 Manual de hidráulica básica

5.6.l. Exemplo de cálculo do Lº e 2. 0 métodos

Problema:

Suponhamos ter uma bomba que resista a uma pressão máxima de 70 bar, sendo que essa
pressão chega a um cilindro de 12,7cm de diâmetro de pistão e 7,62cm de difnaetro de haste .
.J?.eterminar as pressões induzidas no avanço e retomo do cilindro, supondo que exista alguma resis-
tência à passagem do fluxo de fluido para o reservatório a fim de que seja possível a geração da pres-
são induzida.
Solução: PB - 70 bar - 71,36Kgf/cm2
1f, 12,72
Dp -12,7cm~Ap - - 126,68cm2
4
7 622
Dh - 7 62 - Ah - rr ' • -45,60 cm2
' .4

Ac -Ap -Ah - 81,08 cm2

19 método:
~
~
Fl -PB. Ap - 71,36 x 126,68 - 9039,89 Kgf

9 9 2
Pia - ~:~: - 111,49 Kgf/cm - 109,38 bar

I Pi,- ~! 1

F2 -PB. Ac - 71,36 x 81,08 - 5785,87 Kgf

5785 87
Pir - 126,68
• -45 ' 67 Kgf/ cm 2 -44 ' 81 b ar

29 método:
~
LEJ
126,68
r- , - 1,562: 1
81 08

Pia -PB. r - 70, 1,562 - 109,38 bar

· PB 70
Pir-- - - - -4481 bar
r 1,562 '

5.6.2. Outros tipos de pressão induzida, choque hidráulico por compressão


Supondo que' esteja oçorrendo na prática algo semelhante como desenhado no circuito a seguir,
teríamos uma pressão induzida pela carga de I OOOkgf igual a

Pi - r; - 12,73 kgf/cm2
Cilindros 121

---- IOOOkg

Pi = l 2,73Kgf/cm2
,,

Dp =10cm
Ap = 78,54cm 2

li
I
11

:I
Fig. VIl.31 - Pressão induzida provocando choque hidráulico por compressão 11

1 1

·' i
'
1

Se acionármos a alavanca da válvula de controle direcional "A" no sentido indicado pela flecha,
o fluido que está no cilindro quer descer e a bomba "B", inicialmente à pressão "zero", quer mandar
fluido para cima a fim de estender o cilindro .

' Isso ocorrendo, iniciaremos a formação de um choque hidráulico por compressão.
Se acionarmos a alavanca no sentido-contrário ao indicado pela flecha, estaremos originando um
choque hidráulico por descompressão (como já vimos anteriormente em Filtros).
Verificamos, po.rtanto, que sempre que possível, devemos evitar a formação da pressão
induzida, pois, indiretamente, estaremos evitando o choque hidráulico. Aqui, também, podemos
observar que um cilindro de haste dupla e duplo efeito, a pressão induzida será igual a pressão
fornecida ao cilindro.

5.7. Sincronização de cilindros

Para que haja uma sincronização entre dois ou mais cilindros, existem várias alternativas:
a) Se os cilindros possuem cargas ou efetuem forças distintas como sabemos, o fluido sempre
percorre o caminho mais fácil, assim sendo, na figura VII.32, subirá primeiro o cilindro da esquerda
para depoü; subir o da direita, pois o fluido necessitará de uma pressão maior para poder efetuar uma
força que consiga levantar a carga. (Obs. Essa afirmação é feita supondo-se que os cilindros têm
dimensões idênticas, e que os atritos internos são iguais.)
122 Manual de hidráulica básica

Para que os dois cilindros subissem exatamente ao mesmo tempo, as duas cargas e os atritos
internos de cada cilindro deveriam ser exatamente iguais, o que é pouco provável que ocorra na
prática.

Carga menor

1 1 Carga maio,

- - - ~

Fig. Vll.32 - Sincronização. Cilindros com cargas distintas

b) Para se corrigir o efeito de cargas distintas, podemos introduzir duas válvulas de controle de
vazão, uma em cada tomada de entrada do cilindro (fig. VII.33). Dessa forma, poderíamos reduzir a
vazão fornecida ao cilindro de menor carga, fechando um pouco a válvula "1" o que criará uma
resistência a passagem do fluxo, originando uma pressão tal que, poderá erguer a carga maior.
Ao mesmo tempo, devemos ir abrindo a válvula "2" para que o diferencial de pressão "A - B"
seja idêntico ao de "A- C". Na teoria, esse método é bom, porém, na prática, o que ocorre é que é
muito difícil de se estabelecer o mesmo diferencial de pressão.

Carga maior

Carga menor

l 2

B e
• •

Fig. Vll.33 - Sincronização. Cilindros com cargas distintas - introdução de controle de vazão
Cilindros 123

e) Na prática, o que se costuma fazer é fixar em cada haste um elemento de união como se fosse
uma parelha (fig. VIl.34). Dessa forma, o cilindro de menor carga não pode subir enquanto não se
estabelece a pressão necessária para erguer a carga maior. Uma vez estabelecida essa pressão, os
cilindros se movimentam em conjunto com uma perfeita sincronização.

Carga maior

Carga menor ' 1

I \ 1 l
• • • • 1

1
i I 1 1
1
.1 l

1 1

"
1
1 / 1

- ... .... ...

- -


.
. '
Fig. Vll.34 - Sincronização. Cargàs diferentes. Parelha

5.8. Flambagem da haste


Diâmetros de haste muito inferiores a do pistão e cursos grandes, concorrem para que apareça a
flambagem da haste, como demonstrado na figura abaixo .


CURSO

Fig. VIl.35 - Flambagem da haste

Para -Se evitar a flambagem da haste, existe uma tabela que mostra o diâmetro da haste que deve
ser usado de acordo com curso e carga aplicada.
~-
'

124 Manual de hidráulica básica

Carga CURSO EM CENTIMETROS


em
Kgf 25,4 50,8 lÓl,6· 152,4 177,8 203,2 254 304,8
750 - - 2,06 2,70 - - - - DH e
I A E
1500 - 1,75 2,38 3,02 3,49 3,81 - - Á s N
3000 2,06 2,22 2,86 3,49 3,97 4,13 4,76 - M T T
E E 1
5000 2,54 2,86 3,33 3,97 4,45 4,76 5,40 6,03 T M
R E E
10000 3,49 3,65 4,13 4,76 5,08 5,40 6,19 6,99 o MT
20000 5,08 5,08 5,40 6,03 6,35 6,67 7,30 8,26 R
D o
40000 6,99 6,99 7':ro 7,62 7,62 8,26 8,89 9,53 A s
75000 9,53 9,53 9,84 10,16 10,16 10,48 11,11 11,43
150000 13,65 13,65 13,65' 13,97 13,97 13,97 14,61 15,24

Fig. VII.36 - Tabela de diâmetros de haste para se evitar a flambagem

5.9. Tubo de parada


Quando um cilindro possui um curso relativamente grande e sofre a ação de uma carga
perpendicular a haste (fig. Vll.37) as vedações da haste são afetadas, assim como as vedações do
êmbolo e camisa interna do cilind!o.

Fig. VII.37 - Efeito de uma carga perpendicular a haste em um cilindro de curso elevado

Para se evitar a danificação do cilindro, costuma-se introduzir um tubo de parada como


demonstrado na figura a seguir.

Tubo -de parada

Fig. VII.38 - Carga perpendicular à haste com introdução de tubo de parada


Cilindros 125

5.9.1. Como determinar o tubo de parada


Localize na figura qual o estilo correto da montagem do seu cilindro. Calcule a dimensão "L"
com a haste completamente estendida.
Se o valor de "L" exceder a 1016mm então há necessidade do tubo de parada. Adicione
25,4mm para cada 254mm que "L" exceder 1016mm.
Veja o exemplo:
Suponhamos que temos um cilindro articulado em ambas as extremidades. Então a dimensão
"L" será igual a 70% da dimensão "M" calculada da seguinte maneira:

M = curso + XC + curso + A (veja montagem M5).

CLASSE ESTILO DE MONTAGENS


DE MONT USUAIS EM C/CATEGORI-A

id !l i1fi
ex-
1
Ambas
tremidades
orficu/adas

L=0.7M L:0.711 L= 1-0 .W L= / .4M

Cilindro

~Jff
fixo haste
articulado
em peça
guiado
L=0,58111 L=0,7M L =0,7 M

Cilindro
fixo
h a sre
I i vr e
füti7 ~1
L = !.Ili l,. = !5.6 M L = !5.li M

ruw s~
CJ/1nd ro
f iXO
hoste fixo
em peça
guiado
i..:: o.r II L•o-•a, L=0-411

Para um curso de 900mm de um cilindro de <µ = 4" e haste de 2" teremos:

M = 900 + 273 + 900 + 57,2 = 2130,2mm


L = 0,7 . 2130,2 = 1491,14
1491,14 - 1016mm = 475,14mm

475,14 = l 87
254 '

O comprimento necessário de tubo. de parada será de .l ,87mm ·


Entretanto, visando a padronização e evitando que para cada cilindro se tenha comprimentos
diferentes para tubo de parada, deve-se arredondar o resultado para valores inteiros. Assim, no
exemplo deve-se usar um tubo de parada de 25,4 mm.
YIII-BOMBAS

1. CONCEITO

A bomba é responsável pela geração de vazão dentro de um sistema hidráulico, sendo portanto
também responsável pelo acionamento dos atuadores. Observamos então, que as bombas hidráulicas
são utilizadas para converter energia mecânica em e'nergia hidráulica.
Podemos subdividir as bombas hidráulicas em dois grupos principais:
1.1. Bombas de deslocamento não-positivo
1.2. Bombas de deslocamento positivo.

1.1. Bombas de deslocamento não-positivo

Aqui encontramos as bombas centrífugas como, por exemplo, a Pelton, Francis ou Kaplan.
Essas bombas também são denominadas de bombas hidrodinâmicas.
Nesse tipo de bomba, 'um pequeno aumento de pressão reduz consideravelmente sua capacidade
de vazão. São utilizadas principalmente na transferência de líquidos, sendo que, durante a operação, o
único tipo de resistência encontrada é aquela causada pelo peso do próprio líquido ou ainda do atrito
encontrado no escoamento pela tubulação ou singularidades, tais como curvas, cotovelos, registros,
etc.

Saída de fluído

Pás da centrífuga
Entrada do fluído

Fig. VIIl.1 - Bomba centrífuga. Deslocamento não-positivo.


Manual de hidráulica básica
128
um
O tipo mais conhecido é a bomba d'água, que desloca um determinado volume de água para
reservatório mais elevado.
entre a
Como não existe um contato direto entre rotor e carcaça, não existe uma boa vedação
á para
sucção e a descarga, ocasionando uma grande quantidade -de vazamentos internos que concorrer
uma baixa eficiência volumétrica (ver bombas de deslocam ento positivo).
baixa
Em virtude disso, esse tipo de bomba pode operar com líquidos contaminados ou de
apenas a força centrífug a será responsáv el pela geração de vazão.
viscosidade (como a água), já que
são projeta~
Aqui não existe a necessidade de proteção contra sobrecargas, já que essas bombas
das para resistir, normalmente, a pressões máximas que giram em torno de 7 bar.,

1. 2. Bombas de deslocamento positivo


Uma
As bombas de deslocamento positivo são denominadas, também, de bombas hidrostáticas.
e o volume de fluido succionad o é transferid o
vedação mecâRica separa a entrada e saída da bomba,
A sucessão de pequenos volumes de fluido
para o lado de saída e fornecido para o sistema.
de pressão
transferidos dessa forma, proporciona uma vazão bem unifonne, independente do aumento
que é transferid a ao mesmo sistema por
no sistema, tendo·se assim, uma quantidade de fluido positiva
ser mais ou menos uniforme , de acordo
unidade de revolução ou curso. Naturalmente, a vazão poderá
com a característica construtiva da bomba.
óleo-
Como permitem a transmissão de potência, essas bombas são aplicadas em circuitos
hidráulicos.
As bombas de deslocamento positivo são geralmente, apresentadas pela sua capacidade
máxima
potência forne-
de pressão a que pode resistir e vazão nominal, a partir de uma determinada rotação e
cidas.
A vazão da bomba aumenta ou diminui em uma relação direta com a rotação fornecida.
ter a
As bombas podem ser de deslocamento fixo ou variável, sendo que, as variáveis podem
ou com reversão de
possibilidade de variar a vazão de um valor máximo até zero, em sentido único
sentido.

1.2.1. Rendimento volumétrico nas bombas de deslocamento positivo


segue:
Sabem.os que a eficiência volumétrica ou rendimento volumétrico é dado pela relação que

't . deslocamento real.


11 vo1ume nco =
deslocamento teónco
o
Por exemplo: Se a vazão nominal da bomba é 38 i /min e na realidade .ela está fornecend
34 i /min ao sistema, o seu rendimento volumétrico será 0,9 ou 90%.
O maior ou menor rendimento volumétrico é função de vários fatores envolvidos na fabricação
têm grande
e utilização de uma bomba. O projeto da bomba, tipo, cuidados na aplicação, etc.
influência no seu valor alto ou baixo.
2. TIPOS DE BOMBAS
tipos
Como estudamos a hidráulica em sistema oleo-hidráulicos, demonstramos a seguir alguns
de bombas de deslocamento positivo mais aplicadas para esses sistemas.
- Tipos de bombas de vazão fixa
a) manuais
b) engrenagens
c) parafusos
d) palhetas
. _ {radiais
..
e) p1stoes
ax1a1s
Bombas 129

- Tipos de bombas de vazão variável


a) manuais
b) palhetas
.e
e) p1s oes
{radiais
axiais

2.1. Bombas manuais


A bomba manual é aquela que é acionada pela força muscular do operador. A mais conhecida
delas é a bomba de poço, de aplicação bem conhecida em locais em que a água é obtida de poços.
Seu funcionamento é simples, e, para melhor ilustrá-lo, explicaremos o acionamento da bomba
. manual na figura (VIII.2) que segue.

~
Respiro Válvulas~
Fluido
, de entTada •

Registro

Haste

(Fluxo) de saída

Fig. VIII.2 - Bomba manual de dupla ação.

Quando movimentamos a alavanca no sentido indicado pela flecha, o pistão interno ao cilindro
mover-se-á da esquerda para a direita, succionando fluido do reservatório pela entrada "1" e
impulsionando óleo de dentro do cilindro pela saída "4", ao mesmo tempo em que a entrada "2"
permanece fechada pela ação da mola e da pressão do óleo que está sendo impulsionado, assim como
a saída "3" também permanece fechada pela ação da mola e da pressão negativa ocàsionada na
sucção. O mesmo acontece no movimento inverso em que a entrada do óleo se dá pelo orifício "2" e
saída pelo "3" enquanto "1" e "4" permanecem fechados.

Pedal
Reservatório

Cilindro mestre
,.....--1-J.....J; Canalização

Panela

Sapata

Fig. VIII.3 - Princípio de freio hidráulico de um automóvel.


Manual de hidráulica básica
130

Como podemos observar na figura anterior, o freio de um automóvel nada mais é do que uma
bomba manual. Quando pressionamos o pedal, o cilindro mestre empurra o fluido através da
canalização, acionando os cilindros das rodas e freando· o carro. Quando soltamos o pedal, a mola de
retorno traciona as sapatas e o fluido volta para o reseivatório.
A bomba manual é de grande importância pois quando falta a energia que acionava outro tipo
de bomba, e temos que executar um trabalho inadiável (exemplo: fundição), utilizamos a bomba
manual como recurso.
Chamemos de deslocamento dessa bomba, o cursO de ida e volta do pistão. Para se calcular o
deslocamento unitário da bomba, supondo que a mesma seja de duplo efeito, fazemos:

V=A .Q

V= Ap . Q + Ac . Q = V= (Ap + Ac)Q
Ac=Ap-A h
onde,

V= volume A= área
Q = curso Ap = área do pistão
V = volume ou deslocamento unitário Ah = área da haste
Ac ·= área da coroa

2.2. Bomba de engrenagens


A bomba de engrenagens é uma bomba que cria uma determinada vazão devido ao constante
engrenament o e desengrenam ento de duas ou mais rodas dentadas.
Carcaça

Fluído sendo Engrenagem motriz


canegado

Saída de fluído

Entrada
de fluído

Desengrenamento

Engrenagem movida

Fig. VIIl.4 - Bomba de engrenagens.

A fig. VIII. 4 demonstra o funcionamen to típico de uma bomba de engrenagens. As duas


engrenagens estão alojadas em uma carcaça sendo que uma delas (engrenagem motriz), tem um eixo
passante que transmite a potência fornecida pelo motor. Outra engrenagem que efetua o engrena-
mento é chamada de conduzida ou movida.
Bombas 131

O constante desengrenamento dos dentes cria uma descompressão na câmara de sucção, fazendo
com que o fluido seja succionado do reservatório. Ele, então, é conduzido perifericamente pelos vãos
das rodas que formam uma câmara fechada com a carcaça da bomba e vedações laterais. O
engrenamento constante expulsa o fluido dos vãos e o força para fora da bomba.
As tolerâncias de ajuste entre os lados das engrenagens e .a carcaça, assim como a periferia e a
carcaça, devem ser mínimas, a fim de se reduzir qualquer tipo de vazamento, aumentando por
conseguinte, o seu rendimento volumétrico.
Esse tipo de bomba é geralmente usado para pressões até 210 bar e vazão até 660 I/min
Vemos, então, que a bomba de engrenagens é melhor utilizada em circuitos que requeiram baixa ou
média vazão e pressão relativamente alta.
A grande vantagem apresentada por esse tipo d.e bomba é a sua robustez, já que possui apenas
duas peças móveis. Em contrapartida existem desvantagens, tais como: ruído excessivo no funcio-
namento, vazão ftxa e necessidade de válvula de alívio. O ruído pode ser atenuado com a confecção
de engrenagens do tipo heliocoidal ou ainda espinha de peixe, acarretando porém, uma grande
elevação no custo da bomba, que é baixo em bombas de dentes retos.

Fig. Vlll.5 - Bomba de engrenagens "espinha de peixe".

Podemos ainda sàlientar como desvantagem; a vida limitada a que a bomba de engrenagens está
sujeita, qlle é devido ao fato de que a operação dessa bomba provoca um constante esforço radial
contra os mancais ocasionando o seu rápido desgaste. Com isso, as engrenagens passam a ter contato
com a carcaça da bomba,danificando-a em definitivo.
As bombas de engrenagens podem ser de deslocamento unidirecional ou bidirecional, i.é, nas
bidirecionais cada tomada pode fazer o papel de sucção ou pressão.
Para se calcular a vazão por rotação, podemos empregar a seguinte fórmula prática:

(L , C) . (e, e-C)
Lltros/ro.t
onde, 282,63
L
= Largura da engrenagem ( cm)
e
= Distância centro a centro ( cm)
~e
= Diâmetro externo ( cm)
282,63 = Fator de conversão
Manual de hidráulica básica
132

Exemplo: Para um par engrenado que tenha:

L 2,54 cm
ef,e 2,54 cm
C = 1,91 cm temos que, galões/rol= (2,54 , 1,91). (2,54-1,91) _ O 0108141
282,63 - '
Lltros/rot = 0,0108141.
Supondo que essa bomba irá trabalhar a 1750rpm, temos que, a sua vazão nominal será:
Qb - 1750 . 0,0108141 - 19.Q,/min

Fig. VIIl.6 - Bomba de três engrenagens.

Na figura VIII.6 vemos o funcionamento da bomba de três engrenagens que é semelhantemente


ao da bomba de duas engrenagens diferindo apenas pelo número duplo de entradas e saídas. A
engrenagem central é a motriz e a pequena área de vedação (na figura só dois dentes), não nos permite
usar·pressões muito elevadas.

2.2.1. Bomba de engrenagens internas


Aqui, as engrenagens movem-se ·na mesma direção. Es~e tipo de bomba de engrenagens
apresenta uma construção mais compacta, fornecendo uma vazão mais suave e menor ruído, sendo
porém, mais cara, o que limita bastante à sUa aplicação.

Engrenagem externa

Engrenagem interna

' - - - - Engrenamento

Desengrenamento

Fluído sendo carregado

Crescente estacionário

Fig. VIII. 7 - Bomba de engrenagens internas.


Bombas 133

O fluido sugado é levado pelas engrenagens em volta de um anel crescente "C" até a saída,
quando é empurrado para fora com o engrenamento dos dentes do outro lado. 1

'

2.2.2. Bombas de excêntrico interno {tipo gerotor)


Essas bombas apresentam um nível de ruído baixíssimo mas, devido a sua construção ser
complexa, seu custo torna-se elevado.

Espaço em vazio

Eixo

Engrenagem externa

Engrenagem interna Rasgo da sucção

Fig. VIII.8 - Bomba de engrenagens tipo gerotor.

O elemento interior tem sempre um número de dentes menor do que o externo. A bomba tipo
gerotor é semelhante a bomba de engrenagens intern~s, diferenciando-se por não possuir o
"crescente" de separação. Ambos os elementos giram na mesma direção. Quando o espaço entre eles
aumenta no momento da passagem sobre a entrada, o flllido é impelido para o interior da bomba. Na
seqüência do movimento, o espaço vai diminllinCÍo e o fluido é expelido para a saída.
Observe-se que, durante o giro do elemento interno, o mesmo está sempre em contato com o
externo, evitando qualquer tipo de vazamento no interior da bomba.

2.2.3. Bomba de rotores lobulares


Seu princípio de funcionamento é idêntico ao das bombas de engrenagens, sendo que, as
engrenagens, são substituídas pelos rotores do tipo Roots, que chamamos de lóbulos.

Saída

Entrada

Fig. VHI.9 - Bomba de rotores lobulares.


Manual de hidráulica básica
134

Aqui não existe o contato direto entre os lóbulos como ocorre na bomba de, engrenagens. Os
rotores são acionados por duas engrenagens que ficam externamen te à bomba. Podemos notar que, a
vazão será menos suave neste tipo de bomba e o nível de ruído será mais elevado, além de seu custo
também ser relativamente alto. Sua utilização, portanto, será limitada a casos específicos.

2.3. Bomba de parafusos


Nesse tipo de bomba, as engrenagens são substituídas por parafusos que agem como dois pares
engrenados.

Sucção Fluído sendo carregado

Parafuso centrai Parafusos laterais

Fig. Vlll.10 - Bombas de parafusos.

Na figura VIll.10 mostramos um dos muitos tipos de bomba de parafusos existentes. Nessa bom-
ba, o parafuso central é o motriz e os laterais são os movidos.
A bomba de parafusos é utilizada em circuitos que exigem uma vazão uniforme sem qualquer
tipo de pulsação. Essa bomba permite um número de rotações elevado, podendo-se chegar até a
5000rpm, fornecendo tanto pequenas como grandes vazões.
A pressão que pode ser suportada pela bomba aumenta em uma relação direta com o
comprimen to do parafuso em relação ao passo, isto é, em duas bombas com parafusos iguais, porém,
com passos diferentes, obteremos maior resistência à pressão na bomba em que o passo é menor.
Devido a construção desse tipo de bomba ser muito trabalhosa, seu custo também é elevado.

2.4. Bomba de palhe!rul


As bombas de palhetas são basicamente constituída s por uma carcaça que encerra um rotor com
ranhuras normalmen te radiais ou ligeiramente inclinadas, nas quais se encontram as palhetas. O
conjunto é acionado por um eixo ligado a um motor. Esse conjunto gira dentro de um anel ou carcaça
e forma, junto com eles e as placas laterais, uma câmara fechada.
Seu princípio de funcionamento é simples. Através do eixo é comunicad a uma alta rotação ao
rotor, devido a essa rotação, as palhetas tendem a se afastar do centro do rotor pela ação da força
centrífuga (fig. VIIl.11 ). Com isso, elas sempre se mantêm em contato com o anel que é excêntrico
com relação ao eixo do sistema.
Bombas 135

- Excentricidade
i
1

Fig. VIII.11 - A força .centrífuga na bomba de palhetas.

Devido a excentricidade existente entre o rotor e o anel, as câmaras formadas por duas palhetas
vão desde um volume mínimo até outro máximo, após 180° de rotação.
Com o aumento progressivo das câmaras, o fluido é succionado para o seu interior, assim como,
para os rasgos do rotor. Completando o giro, as câmaras vão diminuindo de volume e as palhetas vão
se introduzindo novamente no rotor. Como o volume desses espaços agora está diminuindo, o fluido
agora é expelido para fora da bomba.
É por esse motivo que o prato de pressão possui quatro rasgos. Dos dois maiores, o maior deles
é o canal por onde entra o fluido succionado para as câmaras, o outro por onde sai o fluido para o
sistema. Dos dois menores, o menor deles é o canal por onde entra o fluido succionado para os canais
das palhetas no rotor, o outro por onde sai o fluido.
a
Os desenhos a seguir nos mostram como se realiza esse processo. 1'
'

Prato de cobrimento Prato de pressão

Fig. VIII.12 - Pratos de cobrimento e pressão da bomba de palhetas.

DeScarga Descarga

l<lg. VIIl.13 - Funcionamento da bomba de palhetas..


136 Manual de hidráulica básica

No lado oposto ao prato de pressão fica o prato de cobrimento que, às vezes, pode ser a própria
parede da carcaça da bomba. Entre ambos os pratos se localiza o rotor.
As bombas de palhetas podem ser balanceadas ou não, de deslocamento fixo ou variável e ainda
possuírem ou não, um sistema interno de compensação de pressão.

2.4.l. Bomba de palhetas não balanceada ou simples


Esse é o tipo de bomb; de palhetas mais simples. Consiste apenas de uma carcaça, rotor
acoplado a um eixo e palhetas. Seu funcionamento está bem ilustrado na fig. VIII: 14.

Fig. Vlll.14 - Bomba de palhetas não-balanceada.

2.4.2. Bomba de palhetas balanceada


Quando temos a ação de uma força sobre um corpo qualquer, de acordo com a intensidade da
força, deformaremos ou partiremos esse corpo. É o caso da bomba de palhetas não-balanceada, pois,
no lado da descarga, existe a formação de uma força que atuará sobre o eixo do rotor (fig. VIIl.14).
Se ocorrer uma pressão maior do que a bomba pode suportar, essa força partirá o eixo por flexão.
Quando tivermos a ação de uma força sobre o mesmo corpo e, em contraposição, tivermos uma
outra força de mesma intensidade, porém de sentido contrário, dizemos estar fazendo um
balanceamento de forças. É o caso da bomba de palhetas balanceada que por ter duas saídas opostas
em relação ao eixo, efetua um balanceamento automático evitando danos maiores a bomba quando
em picos de pressão.

Rotor Palheta

Fôrças sobre o eixo

Fig. VIII.15 - Bomba de palhetas balanceada.


Bombas 137

A bomba de palhetas balanceada contudo não está isenta de problemas dessa espécie. O pico de
pressão não é suficiente para romper o eixo, mas pode trincar a carcaça. E se as duas forças não
estiverem perfeitamente alinhadas como mostra a fig. VIll.15, forneceremos um momento torçor ao
eixo que falirá em pouco tempo. As bombas de palhetas balanceadas são de deslocamento fixo
(fornecem sempre a mesma vazão ao sistema).

2.4.3. Bomba de palhetas d~ deslocamento variável (compensação de pressão)


Em grande parte, as bombas de palhetas de volume variável possuem um sistema de
compensação de pressão (fig. VIIl.16).

'i
Bloco de alinhamento - Rotor

Palhetas

ii
1

'I

Eixo

Fig. VIII.16 - Compensação de pressão na bomba de palhetas.

Basicamente, o sistema integrado de compensação de pressão da bomba de palhetas, consiste


dos seguintes elementos: eixo, rotor, palhetas, bloco de alinhamento e componentes do compensador .
Seu princípio de funcionamento está ilustrado nas figuras a seguir.

Parafuso de

Fig. VJll.17 - Princípio da compensação de pressão.


Manual de hidráulica básica
138

Observamos que nesse tipo de bomba, o anel é excêntrico ao conjunto eixo-rotor. Quando
ocorre a elevação da pressão no sistema, o anel aciona a mola do compensador, centralizando-se ao
rotor. Nesse momento, atingimos a pressão máxima regulada através do parafuso de compensação de
pressão ( quanto mais solto menor será a pressão máxima regulada). O anel centralizou-se fazendo com
que a vazão fornecida pela bomba caísse para zero ao mesmo tempo em que se mantém a pressão do
sistema. Podemos notar que o bloco de alinhamento permite somente movimentos na mesma linha de
centro do anel, em relação ao c~mpensador.
O parafuso de controle de vaz.ão movimenta o anel, independentemente da ação do compen-
sador, i.é, quanto mais apertamos esse parafuso, mais centralizado ficará o anel e menor vazão
forneceremos ao sistema.
A bo:rp.ba de palhetas compensada possui inúmeras vantagens, por exemplo, como de maio'r
resistência a picos elevados de pressão; desnecessidade do uso de válvula de alívio; menor aquecimento
do fluido; vazões variáveis; baixo consumo de potência, pois o produto vazão por pressão será sempre
pequeno, etc.
A RACINE possui uma linha exclusiva de bombas de palhetas com compensação de pressão e,
opcionalmente, controle de vazão acoplado, atingindo pressões de até 136atm (2000psi) e vazões até
114 1/min (30GPM), podendo atingir vazões maiores a partir de pressões inferiores.

2.S. Bomba de pistões

2.S.l.Bomba s de pistões radiais


As bombas de pistões radiais podem ser de dois tipos:
- de bloco estacionário,
- de bloco rotativo.
Na bomba de pistões radiais de bloco estacionário (fig. VIII.18) um eixo excêntrico, em forma
de heptágono, realiza um movimento de translação em torno do eixo da bomba ocasionando o
movimento de vai-e-vém dos pistões enquanto que na bomba de pistões radiais de bloco rotativo
1
(fig. VIII.19), o princípio de funcionamento é semelhante ao de uma bomba de palhetas; o bloco !

rotativo é excêntrico a um anel e conforme vai girando, vai efetuando o movimento recíproco dos
pistões.

Válvulas de
retenção

Entrada de fluído

Eixo

Fig. VIII.18 - Bomba de pistões radiais


de bloco estacionário.

Saída de fluído

Fig. VIII.19 - Bomba de pistões radiais


de bloco rotativo.
Bombas 139

Naturalmente, essa bomba também pode ser de vazão fixa ou variável. A bomba de bloco
rotativo por ter um tipo de construção especial, tem um custo muito elevado, assim como a de bloco
estacionário, éujo custo é um pouco inferior.

A bomba de bloco estacionário é comumente encontrada com 7 pistões. Algumas possuem 14


pistões que, em realidade, são duas bombas em paralelo, de 7 pistões. A razão desse número é
facilmente explicada pelo gráfico que segue.

30,28
7 Pisti es

22,7
\-
'
- - - ,.
-

~
-
.s I

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6 Pistões
$ v-
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-
1

o
,.,: 15,14
N
<( 1 Pistão 180°
>
7,57
/ "< 1 1

7 ~
1 1
' - - Média para 180°
o 1 1
45° 90° 135° 180° 225° 270° 315° 360°

Fig. Vlll.20 - Variação da vazão e/o número de pistões.

Podemos facilmente concluir que a bomba de pistões fornece uma vazão pulsante. Pelo gráfico,
notamos que a bomba que oferece a vazão "menos pulsante" é a bomba de número ímpar de pistões.
A bomba de bloco estacionário, por possuir baixo poder de sucção, necessita de um sistema de
supercarga (ver bombas em série mais adiante), pois, o sistema de válvulas de retenção interno da
bomba aumenta o diferencial de pressão entre a sucção e pressão. Um meio de se evitar o circuito de
bombas em série seria a introdução de um reservatório pressurizado (menos viável economicamente)
ou ainda, a de um reservatório elevado, o que poderia resultar em problemas de espaço.
A vantagem apresentada pelas bombas desse tipo, fabricadas pela RACINE, é a possibilidade de
se "desviar" a vazão fornecida por um ou mais pistões, em outras palavras,\o sistema funcionaria seme-
lhantemente a um circuito de bombas em paralelo.

Vazão de l pistão

X
Vazão de 6 istões LLl
J---l~~~~-1-~f--~--'G)

Fig. VIII.21 - Desvio da vazão de uma bomba de pistões RACINE.


140 Manual de hidráulica básica

O circuito da fig. VIII.21 nos mostra o esquema básico de uma prensa de papel. A bomba "A"
fornece inicialmente, uma vazão igual à soma das vazões de cada pistão. Quando o cilindro "B"
começa a efetuar a prensagem, a pressão se eleva até 70 bar quando ocorre a abertura da válvula de
descarga "C". Nesse momento, a vazão fornecida por 6 pistões é desviada para tanque sobrando
apenas a vazão de 1 pistão, pois a válvula de retenção "D" impede a passagem dessa vazão para
tanque.
Agora o cilindro avança mais lentamente, pois recebe menor vazão, até que atingimos a pressão
de abertura da válvula de alívio "E" 280 bar quando, também, essa última vazão se dirige para o
reservatório.
Devido ao particular desenho dos pistões, esse tipo de bomba da RACINE possui um alto
rendimento volumétrico mantido mesmo a altas pressões.

2.5.2. Bomba de pistões axiais


Seu funcionamento é semelhante a bomba de pistões radiais. Diferem basicamente na posição
de trabalho dos pistões. Como o próprio nome indica, a bomba de pistões axiais trabalha com os
pistões paralelamente ao eixo. Tudo gira internamente a carcaça, menos o prato guia.
O giro do eixo provoca a rotação do bloco que, por sua vez, arrasta os pistões consigo.

Bloco

Saída
de fluído

Prato guia Pistão

Fig. VIII.22 - BOmba de pistões axiais.

A partir desse movimento de rotação é transmitido um movimento retilíneo recíproco aos


pistões através do prato guia, succionando o fluido na ascendente e descarregando-o na descendente.
Pod~qios observar que é possível a variação de vazão nesse tipo de bomba apenas controlando a
inclinação do prato guia, variando assim o curso dos pistões.

2.5.3. Observação final sobre bombas de pistões


As bombas de pistões - radiais ou axiais - apresentam como grande vantagem, a pressão
elevada que podem resistir (consegue-se alcançar até 700 bar). Possuem também, um alto rendimento
volumétrico, que gira em torno de 95%.
Alguns tipos de bombas tambéffi apresentam baixo poder de sucção, como vimos, obrigando-nos
a utilização de circuito cqm componentes adequados para garantir sua constante alimentação.
Bombas 141

3. CUIDADOS NA INSTALAÇÃO DE BOMBAS

Assim como qualquer equipamento elétrico ou mecânico, o equipamento hidráulico requer uma
série de cuidados para ser instalado ou mantido, a fim de que sua vida útil não seja abreviada. Isso
acontece principalmente com as bombas que, por serem um dos equipamentos mais solicitados em um
sistema hidráulico, estão mais sujeitas a falência prematura.

3.1. Alinhamento das bombas


Uma das primeiras precauções que deve ser tomada na instalação de uma bomba é a do
alinhamento na união da bomba com o motor de acionamento.
Duas são as possibilidades de desalinhamento: desalinhamento axial (fig. VI!I.23) e o angular
(fig. VIII.24).

Fig. VIII.23 - Desalinhamento axial. Fig. VIII.24 - Desalinhamento angular.

Quando a bomba está inclinada ou em desnível com o motor, haverá um esforço sobre o eixo,
que será transmitido às partes girantes internas da bomba, ocasionando o desgaste prematuro quando
não, a quebra instantânea da bomba, logo no princípio de funcionamento.
Devemos admitir porém que, por mais perfeitos que sejam os processos de medição, sempre
poderemos incorrer em um dos dois tipos de erros expostos acima. Podemos, então, corrigir isso
utilizando acoplamentos flexíveis que permitam uma pequena faixa de erro que possa ocorrer
(fig. VIII.25).

Acoplamento flexível

Motor

Fig. VIII.25 - Acoplamento flexível.

Geralmente, os próprios fabricantes de bombas recomendam qual acoplamento deve ser usado
para um serviço determinado.
Obs.: O mesmo cuidado deve ser observado quando a transmissão for feita por correias,
engrenagens ou outro tipo qualquer. A RACINE admite um desalinhamento máximo de 0,127mm
para as suas bombas.
Manual de hidráulica básica
142

3.2. Sentido de rotação


Eventualmente ocorre que uma bomba que gire em sentido horário (rotação à direita), seja
instalada para girar no outro sentido (rotação à esquerda). Como resultado, teremos que a bomba não
irá succionar fluido e girará a seco. Isso fará com que o atrito entre as partes móveis com as fixas da
bomba, que iriam sofrer uma lubrificação automática através do fluido succionado, originem uma
o
geração de calor excessiva que poderá ocasionar, inclusive, uma soldagem entre as partes, rompendo
eixo da bomba.
É fácil se perceber quando a bomba gira sem óleo (mesmo que esteja girando no sentido
correto). O nível de ruído durante o seu funcionamento será bem mais elevado do que quando em
trabalho normal.
Os fabricantes sempre indicam o sentido de rotação de trabalho da bomba. Ele pode vir
indicado tanto no perftl, como na tampa da carcaça da bomba.

rn
Perfil

Fig. VIII. 26 - Sentido de rotação.

3.3. Cavitação
Quando a bomba foi instalada corretamen te porém, observa-se que a mesma emite ruídos como
"pipocas estalando na panela", dizemos que a bomba está cavitando, em outras palavras, está
ocorrendo a formação de bolhas de ar que implodem e "cavam" material internamen te à bomba.
Alguns autores divergem quanto a causa do aparecimento da cavitação. Publicações mais atuais
justificam que as bolhas de gás aparecem quando se atinge a pressão de vaporização do fluido,
liberando, assim, o gás que se encontra dissolvido no fluido.

Fig. VIII.27 - Cavitação.

Se a bomba está cavitando, cinco medidas devem ser adotadas:


a) Verifique se o ftltro de sucção está totalmente imerso no fluido e se o respiro do reservatório
não se encontra obstruído;
b) Verifique se a viscosidade do fluido é aquela recomenda da pelo fabricante;
c) Escorve a bomba quando no princípio de funcionam ento;
d) Verifique se as uniões do duto de sucção (cotovelos, junções, etc.) estão bem vedadas;
e) Verifique se o fluido utilizado é o recomendado pelo fabricante;
f) Verifique se as dimensões da linha de sucção estão corretas.
Bombas 143

3.4. Qualidade do fluido.

Devemos assegurar sempre que o fluido esteja livre de impurezas, principalmente de partículas
sólidas, pois do contrário provocaremos um desgaste prematuro da bomba. Devemos ter, portanto,
uma boa filtragem no retomo do fluido "para o reservatório (filtro de 10 µ de malha) e razoável na
sucção (filtro de 150 µ de malha) para evitar que objetos que porventura caiam no reservatório sejam
succionados pela bomba.

Fig. Vlll.28 - Porca succionada pela bomba.

3.5. Temperatura do fluido.

Observe sempre a máxima temperatura de fluido recomendada pelo fabricante. Se· o fluido
atingir temperaturas elevadas para depois esfriar quando o equipamento não está sendo acionado, os
elementos de borracha que fazem parte da vedação da bomba, tomam-se quebradiços como de-
mostrado na figura qlte segue, e ao primeiro pico de pressão se partem.

Fig. VIII.29 - Vedação rompida por efeito de temperatura.

3 .6. So brepressão

A elevação repentina de pressão pode provir de vanas causás. O choque hidráuliCo por
compressão também pode ser considerado um tipo de sobrepressão. Quando o sistema hidrálllico
propicia a geração de sobrepressão, introduzimos válvulas de segurança tais como válvula de alíyio de
ação direta, supressora de choque, etc. A figura VIII.30 mostra uma trinca na carcaça de uma'bomba
de engrenagens causada por sobrepressão.
Manual de hidráulica básica
144

Fig. VIII.30 - Trinca na carcaça da bomba.

4. PROCEDIMENTOS NO MOMENTO DA TROCA


ação os
Quando, por qualquer motivo, ocorre a quebra da bomba, tome como norma de
seguintes itens:
1
a) determine a causa da quebra;
'
1 ! b) elimine a causa da quebra;
1
e) retraia todos os cilindros e drene o reservatór io;
fiapos
d) limpe o reservatório com jato de óleo diesel e panos limpos. Não use estopas, pois
podem se alojar no reservatório para, posteriormente, entupirem o filtro de sucção ou serem
succionad os pela bomba;
e) instale novos elementos filtrantes;
f) instale a bomba nova ou a antiga, se houve possibilidade de recondici onamento ;
g) preencha o reservatório com fluido novo;
h) desconecte todas as linhas que vão para cilindros e/ou motores hidráulicos;
de
i) ponha o sistema em funcionament9, ativando cada parte do circuito através das válvulas
controle direcional, a filll de que ocorra o preenchimento das linha~ com o novo fluido;
de
j) conecte os cilindros no lado oposto ao da haste e todos os motores hidráulicos. No caso
o fluido antigo será drenado e o lado
cilindro, deixe o lado da haste desconectado, assim,
oposto da haste será preenchid o com fluido novo;
k) conecte, agora, o lado da haste;
mente;
1) opere cada cilindro e/ou motores hidráulicos do circuito durante 30 minutos alternada
rio, se
m) troque o elemento filtrante do filtro de retorno e adicione mais fluido ao reset:Vató
necessário.
do
Para se assegurar um bom funcionamento do equipamento, obtendo uma vida útil longa
mesmo, faça sempre.u ma manutenç ão preventiv a simples de ser seguida;
a) verifique o nível do fluido no reservatór io freqüente mente;
b) certifique-se diariamen te de que não existem vazament os;
c) troque o elemento filtrante e o fluido dentro dos intervalos recomendados;
d) use o filtro adequado para cada situação;
da
e) verifique que o fluido permaneça na faixa de viscosidade recomendada pelo fabricante
bomba;
t) opere o equipamento de maneira correta.
Bombas 145

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No projeto de um circuito hidráulico, a bomba será sempre um dos últimos componentes a ser
especificado pois, a partir da vazão e pressão originais que devemos ter nos atuadores, precisamos
levar em consideração as perdas de carga que podem ocorrer a fim de que a nossa bomba possa
trabalhar folgadamente.
Vimos também, que é imprescindível que se proteja a bomba, através de válvulas reguladoras de
pressão e outras. Sabemos que as bombas de palhetas da RACINE possuem um sistema de
compensação que dispensa a utilização dessas válvulas.
Existem casos em que a bomba de um circuito hidráulico não consegue succionar fluido do
reservatório po;r possuir baixo poder de sucção e, existem outros em que, por maior que seja a vazão
fornecida por uma bomba, não conseguimos alimentar satisfatoriamente o sistema Como soluções
para esses problemas, podemos apresentar dois artifícios.

5.1. Bombas em série

Com ponto de partida, devemos observar na prática que pressão não se soma Portanto, se
quisermos elevar a pressão máxima de um sistema, de nada adianta colocarmos duas bombas ou mais
em série (veremos adiante que para esse tipo de problema lançamos mão do Booster).
Utilizamos o circuito de bombas em série quando ocorre o primeiro tipo de problema, i. é, a
bomba tem baixo poder de sucção. O sistema de bombas em série também é denominado de circuito
"supercharging".

/
1
1
1
1

Fig. VIII.31 - Bombas em série.

No circuito da figura VIII31, a bomba"!" é uma bomba de baixo poder de sucção. Por essa
razão foi introduzida no sistema a bomba "2" cuja função é somente alimentar a bomba "1 ". A
válvula de controle de vazão "3" não permite _que a vazão excessiva seja lançada pela bomba "2" p~ra
a bomba "1"
Manual de hidráulica básica
146

5.2. Bombas em paralelo

Vimos no circuito regenerativo (capítulo VII) que é possível a soma de vazões.


Suponhamos que em determinado circuito, queremos que a aproximação_ do cilindro seja rápida
e que a execução do trabalho seja lenta porém, à plena carga. Se na aproximação do cilindro
precisamos de uma carga tal que não temos bomba disponível no mercado, lançamos mão do circuito
de bombas em paralelo que algqns autores denominam de "Circuito de Alta e Baixa Pressão" e outros
de "Alta e Baixa Vazão".

~
Aproximaç.d.... Execução

Jj
1

la lb

140bar 28bar
1
1
8 1
7
L __ s___ _ 4

A B

Fig. VIll.32 - Bombas em paralelo.


Bombas 147

Observamos o circuito da fig. VIII.32, supondo que o cilindro "1" está recolhido, acionamos a
válvula de controle direcional "2" para a direita ligando o solenóide "SI". Imediatamente a soma das
vazões das bombas ''A" (baixa vazão e alta pressão) e "B'' (alta vazão e baixa pressão) dirigem-se para
a tomada la do cilindro enquanto que o fluido do lado da haste sai pela tomada Jb, dirigindo-se para
o reservatório passando pela válvula direcional "2" e pelo filtro de retorno.
Quando termina a aproximação do cilindro e começa a execução do trabalho, a pressão aumen-
ta até 28 bar, quando ocorre a abertura da válvula de descarga "4" através do duto piloto "5". Nesse
momento, toda a vazão da bomba "B" é desviada para o reservatório e, podemos notar que a válvula
de retenção simples "6" evita que a vazão fornecida por "A" seja desviada para tanque através da
válvula "4", ou seja, se dirija a bomba "B" danificando~a.
Assim sendo, o único caminho que o fluido fornecido por "A" pode seguir, é a tomada Ja do
cilindro. Ora, agora a vazão fornecida é bem menor porém a pressão é maior, então na execução do
trabalho, o cilindro avança mais lentamente porém a plena carga, até que chegue em fim de curso ou
termina o trabalho, acarretando uma nová elevação de pressão até 140 bar quando ocorre a abertura
da válvula de alivio "7" desviando também a vazão de "A" para o reservatório.
A válvula de retenção simples "8" tem duas funções, i.é, proteger a bomba "A" contra picos
de pressão ou ainda proteger essa bomba caso se danifique o acoplamento que a une ao eixo do
motor, quando então ficaria parada e se danificaria devido a vazão fornecida pela bomba "B".
Para o retorno ligamos o solenóide S2 da válvula "2" e o processo se repete.
IX - VÁLVULAS REGULADORAS DE PRESSÁO

As válvulas reguladoras de pressão têm por função básica limitar ou determinar a pressão do
sistema hidráulico para a obtenção de uma determinada função do equipamento acionado. Podem ser
encontradas trabalhando em qualquer uma das cinco situações seguintes:

A. Limitando a pressão máxima do sistema

Todos os sistemas que possuírem uma bomba de deslocamento fixo, necessitam de uma válvula
· de segurança. Quando por exemplo, uma bomba manda fluido para um cilindro e este chega ao fim de
curso, a pressão sobe de tal forma até um nivel máximo em que ocorre dano ao sistema Vemos
portanto, que a limitação da pressão, atravé~ de uma reguladora de pressão, é decisiva nesse tipo de
circuito.
Nos circuitos em que está instalada uma bomba de volume variável com compensação de
pressão (bomba de palhetas RACINE), dispensa-se a utilização da reguladora de pressão para esse tipo
de serviço.

B. Determinando um nível de pressão de traballio

Em alguns sistemas o alívio é um mero fator de segurança, em oti.tros, é componente do


controle do trabalho. Aqui, a reguladora de pressão mantém a pressão do sistema em um nível unifor-
me, às vezes desviando para o tanque parte de todo o fluido fornecido pela bomba durante determina-
dos momentos do ciclo de trabalho. Ela controla a força ou torque máximo dos atuadores, asseguran-
do a não danificação do equipamento ou da peça a ser trabalhada.

C. Determinando dois níveis diferentes de pressão


Alguns sistemas· necessitam de pressões mais elevadas em determinadas partes do ciclo de
trabalho e mais inferiores em outras. Isso pode ser previsto na utilização das reguladoras de pressão.

D. Determinando ao mesmo tempo dois níveis de pressão distintos


Uma reguladora do tipo alívio, determina a alta pressão e uma redutora, a baixa. Uma pode ser
ajustada diferentemente da outra sem se afetarem mutuamente, de acordo com a posição que elas
assumiram no sistema hidráulico.
150 Manual de hidráulica básica

E. Descarregando a bomba
Alguns circuitos às vezes não necessitam de toda a potência fornecida em determinadas fases do
ciclo. A potência em excesso,geralmente,transforma-se em calor,aquecendo o fluido. Uma reguladora
ajustada de forma conveniente evita que isso ocorra.

Os dispositivos de controle de pressão conhecidos podem ser;


- Válvulas de alívio e segurança
- Válvulas de descarga
- Válvulas de contrabalanço
- Válvulas de seqüência
- Válvulas redutoras
- Válvulas supressoras de choque
Cada uma dessas válvulas tem diversos tipos de configurações diferentes, podendo ser de operação
direta, diferencial ou operação indireta (dois ou mais estágios).

l. VÁLVULAS DE ALÍVIO E SEGURANÇA

As válvulas de alívio e segurança têm duas funções num circuito hidráulico; limitar a pressão no
circuito ou em parte dele, a u~ nível pré-selecionado, e, proteger o sistema, e os diversos equipamen-
tos que o compõe, contra sobrecargas.
As válvulas de alívio e segurança podem ser de três tipos: de operação direta, de operação
indireta ou pilotada, e diferencial.

1.1. Válvula de alívio e segurança de operação direta

Constitui-se basicamente de um corpo contendo duas aberturas, sendo uma de entrada de fluido
sob pressão e outra de saída para o reservatório.

(2)
7

Entrada

Fig. IX.l - Válvula de alívio de operação direta. (1) Entrada de fluido sobre pressão; (2) saída de
fluido para o reservatório; (3) mola; (4) contra-porca; (5) parafuso de regulagem;
(6) esfera; (7) "poppet" (cone).
Válvulas reguladoras de pressão 151

Como mostra a fig. IX.1, dentro .do corpo se encontram montados uma esfera ou "poppet"
(cone) mantidos contra sua sede por efeito da mola cuja tensão é regulada através de um parafuso.
Seu princípio de funcionamento é simples. A pressão existente no sistema é aplicada diretamen-
te sobre a parte da esfera ou "poppet" exposta a pressão. Essa esfera ou "poppet" é mantida
assentada na sede pela ação da mola. Quando a pressão sobrepuja a ação da mola, a esfera ou
"poppet" afasta-se da sede permitindo que o fluido escape para o reservatório,aliviando a pressão.
Se a pressão continua a sllbir, comprimimos mais a mola afastando ainda mais a esfera ou
"poppet" e dessa forma uma vazão maior de fluido retoma para o reservatório.
Vemos portanto, que quanto maior for a p_ressão, mais comprimida estará a mola, guardando
entre si uma relação diretamente proporcional até um valor máximo em que toda a vazão da bomba é
desviada para twque.
Obseive-se que apesar de acontecer o desvio de determinada vazão de fluido para o reservatórfo,
a pressão do sistema permenece constante .Pois, se de alguma forma ela decrescer a um nível abaixo da
mínima pressão de abertura, imediatamente a mola empurra a esfera ou "poppet" contra a sede,
fechando novamente a passagem.
A pressão na qual a válvula começa a abrir é denominada de "pressão de abertura" (cracking
pressure). A pressão na qual toda a vazão da bomba é desviada para tanque é denominada de "pressão
de máxima vazão" (full flow pressure) que é maior do que a pressão de abertura. E finaimente, após
feito o alívio, a válvula deve fechar novamente, e para se iniciar um novo ciclo, a pressão deve cair
para um nível inferior à pressão de abertura, já que a tendência do óleo é continuar a flnir (Equação
de Bernoulli); a essa pressão damos o nome de "pressão de reassentamento" (reseating pressure).
A título de caráter informativo, podemos dizer que a pressão de abertura gira em torno de 50 a
60% da pressão de máxima vazão. Podemos observar que durante o inteivalo entre essas duas pressões,
passamos a ter um sistema em baixa eficiência com perda de potência transformada em calor.

Pressão

/ (!)

\(2)
Vazão

(1) Pressão de abertura


(2) Pressão de reassentamento
(3) Pressão máxima de vazão

Fig. IX.2 - Características de performance da válvula de alívio de operação direta.

1.1.1. Utilização

O uso das válvulas de alívio de ação direta é limitada, pois, não permitem uma regulagem precisa
da pressão, não possuindo boa repetibilidade e estabilidade, i.é. uma válvula desse tipo, regulada para
70 bar pode abrir a uma pressão bem diferente desse vaior regulado.
152 Manual de hidráulica básica
,.
'
Imagine por exemplo, um sistema cuja pressão de abertura deva ser regulada para 70 bar.
Supondo que a área do "poppet" ou esfera exposta a pressão seja de lcm2 , a mola terá que possuir
uma força de 70kgf. Vernos,portanto,que para pressões e vazões maiores, a válvula teria de ter uma
constituição mais robusta o que implica na elevação do custo, além da dificuldade da regulagem de
pressão.

Ll J J. Onde pode ser utjlizada

Para sistemas de baixa potência e vazão, a válvula de alívio e segurança de operação direta é a
melhor escolha devido ao custo. Para sistemas de maior potência só se recomenda sua operação em
"stand by" a fim de prever a segurança do circuito.
Podemos também utilizar essa válvula como controladora do piloto de uma válvula de alívio de
operação indireta (controle remoto, veremos mais adiante). Da mesma forma são utilizadas em linhas
de ventagem (veremos adiante) em que, como nas linhas piloto, a vazão é menor.

1.1.1.2. Onde não pode ser utilizado

Alguns tipos de válvulas de alívio de operação direta, emitem um pequeno ruído a determinadas
vazões e pressões. Esse ruído é provocado por uma vibração interna ou flutuação da esfera ou
"poppet", que, se danificarão,caso a válvula esteja sendo utilizada constantemente para a descarga da
bomba.
-Devido a grande diferença entre a pressão de abertura e a pressão de vazão máxima, a alívio de
operação -direta não fornece uma boa proteção ao sistema se estiver regulada para prever uma opera-
ção em "bleed" (sangria ou desvio de fluido). Se for regulada para uma pressão mais baixa, a válvula
comprometerá a velocidade e potência dos atuadores,assimcomo, haverá uma geração de calor exces-
siva.

1.2. Válvula de alívio e segurança diferencial

Trata-se de uma variação de alívio direta cuja finalidade é expor uma área menor do poppet a
ação da pressão do sistema, permitindo a utilização de molas mais fracas e de menores dimensões com
melhores características, aumentando assim, a performance da válvula.

Tampa Contra porca

Parafuso de ajuste
Assento da mola
Anel
"---
Mola ~i~~~

Tampa da válvula
Pistão -diferencial
- Arruela

Corpo da válvula

Fig. IX.3 - Válvula de alívio diferencial.

A figura anterior mostra uma representação esquemática desse tipo de válvula no qual temos um
pequeno pistão diferencial que possui um pescoço na parte central e um ressalto na parte inferior. A
pressão do sistema entrando por qualquer uma das duas tomadas lateriais, vai agir em uma área anular
que é dada pelo valor da área do pequeno pistão menos a área do ressalto da parte inferior.
Válvulas reguladoras de pressão 153

Pela variação do diâmetro do ressalto, variamos a área efetivamente exposta à pressão, de


acordo com o desejado. A pressão do sistema sobrepujando a ação da mola, obriga o conjunto a se
deslocar até que,num determinado ponto,o óleo é aliviado para tanque.
Quando se necessita de válvulas diferenciais para altas capacidades de pressão e vazão, utiliza-se
esse tipo de válvula.

1.3. Válvula de alívio e segurança de operação indireta

Também denominadas de válvulas de alívio e segurança pilotadas. São aquelas em que uma
válvula de operação direta comanda a operação de uma válvula direcional de duas vias.

Parafuso de ajuste

Porca de trava

Parada mínima

Tornada pf ventagem
ou controle remoto

Dreno iI;itemo
Saída F.ntrada

Fig. IX.4 - Corte do corpo de uma válvula de alívio pilotada.

Tomada para ventagem


Ou controle remoto

Descarga para
o reservatório
Entrada de
pressão
Operada
diretamente

Fig. IX.5 - Esquema de funcionamento da alívio pilotada.


154 Manual de hidráulica básica

O princípio de funcionamento da alívio pilotada é simples. Tomando como referência o


esquema da figura anterior, vemos que a pressão procedente do sistema hidráulico penetra na válvula
pela entrada de pressão e age contra o "spool" (carretel) que se encontra na posição tal que fecha a
passagem de óleo para tanque. Essa mesma pressão irá agir contra a válvula de alívio de operação
direta de controle através do orifício existente no "spool". Ao mesmo tempo, essa pressão irá agir em
ambos os lados do "spool" que, tendo a mesma área, sofre esforços idênticos em sentidos contrários.
Dessa forma, o "spool" mantéi:n·se balanceado hidraulicamente e é obrigado a ocupar a posição
normalmente fechado por efeito de uma mola existente em sua parte superior.
A pressão de abertura desejada é regulada na válvula de alívio de operação direta modificando-se
a tensão aplicada na mola através do parafuso de regulagem. Quando a pressão atinge o valor selecio-
nado, afasta o "poppet" de sua sede e uma pequena vazão de óleo começa a fluir através da válvula e 1

pelo dreno inferno para o lado da descarga e daí para o reservatório.


'1
A câmara acima do "spool" tende a esvasiar-se e iniciar então uma vazão de fluido a altíssima 1

velocidade através do orifício. Essa vazão provoca uma perda de carga no orifício, fazendo com que
haja um diferencial entre ambas as faces do "spool".
Esse diferencial provoca o deslocamento do "spool" para cima comunicando a entrada de
pressão com a descarga para tanque, fazendo com que a pressão do sistema seja aliviada.
O ftltro existente no "spool" é um acessório que impede que, qualquer impureza obstrua o
orifício, comprometendo o bom funcionamento da válvula.
A válvula de alívio e segurança de operação indireta pode permitir a passagem de vazões
maiores, mesmo porque, a vazão que atravessa o duto piloto para abertura da válvula é bem pequena,
comparada com a vazão total do sistema.

1.3.l. Ventagem e controle remoto da válvula de alívio


e segurança de operação indireta

A tomada de ventagem e controle remoto dessa válvula possui as seguintes funções:


• Quando em determinadas partes· do ciclo da máquina queremos fazer com que a válvula fique
inoperante, ligamos essa tomada a uma válvula de controle direcional que quando acionada, permite a
livre passagem do fluido da câmara superior do "spool" para tanque, fazendo com que o mesmo se
desloque a baixíssima pressão, evitando assim, Um maior aquecimento do fluido.
Podemos notar que esse tipo de procedimento é recomendado quando o sistema está descarre-
gando fluido através da válvula de alívio durante muito tempo, quando não existe necessidade de
utilização da pressão regulada na válvula.

Para o
sistema

Fig. IX.6 - Ventagem da válvula de alívio pilotada.


Válvulas reguladoras de pressão 155

• Quando queremos que a válvula de alívio pilotada seja comandada à distância ( controle
remoto) através de uma outra válvula de alívio de operação direta, ligamos a tomada de ventagem ou
controle remoto à válvula de operação direta. Nesse caso, a válvula de controle da válvula pilotada
deve estar com a _sua regulagem no máximo, ou na máxima pressão de trabalho. Como exemplo,
podemos citar o caso de uma prensa de grandes dimensões em que a unidade hidráulica está montada
na sua parte superior e o operador necessita modificar a regulagem de preSsão periodicamente.

Para o

LL---Ó-:
sistema

r
'r

Fig. IX.7 - Controle remoto da alívio pilotada (sistema de duas pressões).

• Quando se quer permitir uma combinação de válvulas direcionais e válvulas de alívio de


operação direta, para se obter tantas pressões quantas forem a necessidade da máquina.

~--6--~ 1
r

L.L.J
Para o
sistema

r
L ___Ir

Fig. IX.8 - Combinação de ventagem e controle remoto.


156 Manual de hidráulica básica
1:li
1

1.4. Considerações finais sobre as válvulas de alívio e segurança 1

!
Note-se que o dreno dessas válvulas é interno já que a linha de descarga é conectada para
tanque. Entretanto, a contrapressão existente nessa linha deve ser a mínima possível visto que ela vem
se adicionar à regulagem da válvula a pressão no circuito. Por essa razão, sempre que se tenha
contrapressão excessiva na linha de retorno, deve-se utilizar o dreno externo.
Comparando-se as válvulas de operação direta e as de operação indireta, vimos que, a primeira
permite apenas a passagem de vazões limitadas e pressões inferiores à segunda. Apesar de que a
pilotada antes de "abrir" permite um pico de pressão mais demorado, sua estabilidade e repetibilidade
são superiores a válvula de operação direta.
Os dois gráficos, fig. IX. 9. e IX.10. demonstram o funcionamento desses dois tipos de válvulas
de alívio e se.gurança.

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...
o
--- A'

A
- -~
B'

B
C'

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....

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o '' ' 1 1 1 1 1 1 1

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o 10 20
Vazão - L/min
Fig. IX.9 - Vazão-pressão na válvula de r,peração direta.

i
e

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B

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""

o 10 20

Vazão - L/min
Fig. IX.10 - Vazão-pressão na válvula pilotada
1 Válvulas reguladoras de pressão 157

2. VÁLVULA DE DESCARGA

A válvula de descarga nada mais é do que uma válvula de alívio de piloto externo, i.é., ao invés
de ter o piloto interno como a alívio, o possui externamente.
As válvulas de descarga são válvulas reguladoras de pressão, normalmente utilizadas em circuito
de alta e baixa pressão (bombas em paralelo). 1

Para o sistema
(70 bar)

(!Obar)

________ , _ _ _ _ _J1'

Fig. IX.11 - Exemplo de aplicação da válvula de descarga.

Observando a figura anterior, temos esquematizado um circuito hidráulico onde devemüs deslo-
car um cilindro com alta velocidade e baixa pressão até atingir o ponto de trabalho onde será exigido
baixa velocidade e alta pressão.
Para isso,são utilizadas duas bombas; uma de deslocamento fixo trabalhando em baixa pressão e
alta vazão, e outra de deslocamento variável com compensação de pressão trabalhando para alta
pressão e baixa vazão.
Quando se inicia o ciclo, as duas bombas fornecem grande vazão ao cilindro que avança a grande
velocidade e força nula. Quando o cilindro começa a efetuar o trabalho propriamente dito, a pressão
do sistema aumenta e através do duto piloto abrimos a válvula de descarga que desvia toda a vazão da
bomba de deslocamento fixo para tanque, ao mesmo tempo em que a válvula de retenção serve como
proteção a essa bomba e evita que também a vazão da outra bomba se dirija para o reservatório.
Dessa forma, o cilindro avançará, agora, mais lentamente e a plena carga, pois, apenas a bomba
de vazão variável efetua o trabalho.
1,
1;
1 !
1
158 Manual de hidráulica básica . !

Esse bujão é usado em


válvulas de seqüência

Saída p/ secundário
Entrada de pressão - -
Esse bujão é usado em
válvula de seqüência e descarga
operada remotamente

Esse bujão é usado em


válvula de seqüência ·
operada diretamente

Fig. IX.12 - Válvula de descarga em corte.

A representação em corte da figura anterior nos mostra que a válvula de descarga é idêntica a
válvula de alívio de operação indireta com a diferença que, na primeira, a fonte de pressão para a
pilotagem é sempre remota (piloto externo).

2.1. Válvula de descarga diferencial

A válvula de descarga do tipo diferencial (fig.IX.I3) opera com um diferencial de área entre o
"poppet" da válvula de controle e um pistão piloto na ordem de 10 a 20%.

Poppet (área 15%menor


do que a do pistão piloto)

Válvula de controle

Dreno

Pilotagem
externa

Pistão piloto
(área 15%maior do que a do "poppet" piloto)

Fig. IX.13 - Corte esquemático da válvula de descarga diferenc1al.


Válvulas reguladoras de pressão 159

A pressão de descarga da bomba é controlada pela força da mola que age sobre o "poppet". O
pistão piloto,logo abaixo do poppet,é atuado a partir de uma pressão piloto externa, ocasionando a
abertura do "poppet" a uma pressão selecionada. Quando ele é acionado, o spool passa a posição
normalmente aberto.
O pistão piloto evitar, então, que o "poppet" reassente-se (ver pressão de reassentamento) antes
que a pressão caia abaixo do diferencial requerido.
Quando ocorre a pressão dê reassentamento, o "poppet" volta a sua sede e a pressão no interior
do spool é equalizada e a mola então empurra o poppet para a posição normalmente fechada.
Na figura que segue, vemos uma aplicação típica da válvula de descarga diferencial. Um acurnu~
lador é carregado até urna determinada pressão quando o pistão piloto, através da pilotagem externa,
efetua a abertura do "poppet". A vazão da bomba, então, é descarregada para tanque até que a pressão
caia em tomo de 15% (diferencial entre as áreas) abaixo da pressão regulada quando a válvula fecha
novamente e o processo se repete.

Para o sistema

,,
1,
I'
'

'L' __ J'

''
L--------

Fig. IX.14 - Exemplo de aplicaçãO da válvula de descarga diferencial.

A válvula de descarga diferencial difere da válvula de descarga comum por duas razões simples
de serem observadas;(!) por possuir uma dupla pilotagem (interna e externa) para assegurar o efeito
do diferencial de pressão através do diferencial de área; (2) por possuir dreno externo, já que,
qualquer contrapressão, por menor que seja, pode influir negativamente na atuação do diferencial.

3. VÁLVULA DE CONTRABALANÇO

Muitas vezes não desejamos que um elemento acionado hidraulicamente inicie o seu movimento
antes que apliquemos sobre ele uma ação positiva, no nosso caso, fluido sobre pressão. Como exem-
plo, podemos citar o caso de grandes prensas onde o punção deve ser mantido na posição superior
durante a retirada da peça trabalhada e alimentada com nova matéria prima. Devemos evitar a sua
descida pelo efeito da força da gravidade. (Fig. IX.15.)
~
"

Manual de hidráulica básica


160

lOOOkg

1,

~----+--
Fig. IX.15 - Exemplo de aplicação da contrabalanço.

Para cumprir essa função utilizamos as válvulas de contrabalanço, podendo ser de comando
direto ou remoto (piloto interno ou externo).
A válvula de contrabalanço nada mais é do que outra versão das válvulas de alívio e descarga de
operação indireta, como mostra a figura que segue. Geralmente vem incorporá.da com uma válvula de
retenção integral para permitir o fluxo- ,reverso livre.

Dreno interno -

Saída ou entrada de - - - •
vazão reversa

Entrada ou saída de
vazão reversa

i I

Fig. IX.16 - Corte esquemático da válvula de contrabalanço.


1
Válvulas reguladoras de pressão 161

Seu funcionamento é idêntico ao das válvulas anteriores, e pode, de acordo com o circuito e a
exata função desejada, ter as seguintes diferenças:
• Dreno externo - quando a contrapressão da linha ajusante da válvula, é suficientemente alta,
impedindo o uso do dreno interno.
• Piloto externo - quando a função da válvula é apenas garantir a permanência de um grande
peso no ponto morto superior ao cilindro e a sua descida não necessita ser controlada. Nesse caso, a
regulagem da contrabalanço deve sêr a mínima possível a fim de evitar que o movimento descendente
do peso seja feito de fonna irregular.
• Piloto interno - quando, além da necessidade de se manter o peso em posição elevada,
devemos controlar o seu movimento descendente. 1

4. VÂLVULA DE SEQUÊNCIA

Observemos o circuito hidráulico da figura IX.17.


(!) (2)

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Fig. IX.1 7 - Circuito hidráulico seqüencial.


162 Manual de hidráulica básica
1
li
li
No esquema representado, temos dois cilindros que serão movidos pela mesma fonte de pressão.
Entretanto, tanto no avanço como no retorno, um dos cilindros deve completar o seu trabalho antes li
'1
1
do segundo iniciar o seu. !

Uma maneira de se conseguir isso e garantir realmente que um cilindro atinja o fim de curso de
trabalho antes que o outro inicie o seu, é utilizando válvulas de seqüência.
O circuito demonstrado é um circuito típico de uma máquina furadeira em que um cilindro
(cilindro (1)) prende a peça é o outro (cilindro (2)) a fura. Evidentemente o ciclo deverá ser idealiza-
do de forma que o cilindro (1) avance antes que o (2) para que depois o (2) retorne antes do(!).
Supondo que as válvulas de seqüência "A" e "B" estejam reguladas para 35 b·ar, temos que, a.
válvula de alívio "C" deve estar regulada para uma pressão superior, i.é., essa válvula limitará a pressão
máxima para o trabalho,por exemplo, 140bar
Ligando o solenóide "S2" da válvula de controle direcional (2), o fluido deverá percorrer o
caminho mais fácil, em outras palavras, deverá primeiro estender o cilindro (1) e prender a peça, para
depois, com a elevação da pressão, abtir a válvula de seqti.ência "B" para estender o cilindro (2) e furar
a peça.
No retomo, ligamos o solenóide "Sl" e retornaremos primeiro o cilindro (2), para depois,
abrindo a válvula de seqüênc!1 "A" retornar o cilindro (1).
Quando "SI" e "S2" estão desligados, a válvula (2) está centrada e a bomba descarrega toda a '1 i_

vazão diretamente para tanque, através do filtro de retorno.


Observemos também que, quando ambos os cilindros chegarem a fim de curso, tanto no avanço
como no retorno, a bomba descarrega sua vazão para tanque através da válvula de alívio.

Este bujão é usado em válvulas de seqüência 'li.

Dreno externo ~ - - - - -

Entrada - - - - - - -

, I Esse bujão é usado em


válvula de controle interno - - - -

Esse bujão é usado em


válvula de controle remoto

Ftg. IX.18 - Corte esquemático da válvula de seqüência.

Na figura anterior, notamos que a válvula de seqüência é idêntica as válvulas explanadas


anteriormente, tendo as seguintes diferenças:
• ao invés de termos descarga para tanque temos a saída para um circuito secundário.
• dreno externo, já que não poderíamos drenar a câmara da válvula de controle para uma linha
de pressão.
A válvula de seqüência pode ser controlada diretamente ou remotamente {piloto interno ou
externo), de acordo com o tipo de sistema em utilização.
O retorno do fluido não poderá ser feito através da própria válvula se for montada no corpo
uma válvula de retenção integral, a exemplo da válvula de contrabalanço. No circuito da figura IX.18
as válvulas "A" e "B" são,ambas, válvulas de seqüência com retenção integral.
Válvulas reguladoras de pressão 163

r
1
1
L __

Fig. IX.19 - Válvula de seqüência com retenção integral. Fig.l:X.20 - Válvula de scqUência com retenção em
"bypass" (paralelo).

S. VÂLVULA REDUTORA DE PRESSÃO

Vimos anteriormente que, para protegermos um circuito contra sobrecargas e limitar a pressão
de trabalho, utilizamos válvulas de alívio e segurança. Entretanto, muitas vezes, temos circuitos
hidráulicos onde diversos ramos são alimentados por uma mesma fonte, mas que devem trabalhar a
níveis de pressão diferentes. Para isso, utilizam-se válvulas redutoras de pressão.
No circuito da fig. IX.17 poderíamos colocar uma redutora logo após a válvula de seqúência
"B", a fim de nos assegurarmos que a pressão fornecida ao cilindro (2) nunca ultrapasse um nível
selecionado, acima do qual o cilindro executaria, uma força excessiva comprometendo a broca da
furadeira.

VÁLVULA
REDUTORA

r--
Dreno
'
1
1
Entrada de alta pressão L
1
Saída de pressão reduzida 1
L.!...J

VÁLVULA
REDUTORA
COM
RETENÇÃO
INTEGRAL

Entrada de alta pressão ou



I
~-.---t-----
I
-1
~~-
saída de vazão reversa
1

fj
Saída de pressão reduzida ou
entrada de vazão reversa

Fig. IX.21 - Corte esquemático da válvula redutora de pressão.


""'-------------------------------- -

164 Manual de hidráulica básica

A construção da válvula redutora é idêntica a das válvulas anteriores com as seguintes diferen-
ças:
• O "spool" é montado invertido, de tal forma a tornar a válvula "normalmente aberta" (ao
contrário das anteriores que eram normalmente fechadas).
• O fluido proveniente da bomba chega ao "spool" através da entrada de pressão e passa para a
saída da válvula (note que a entrada e saída dessa válvula ocupam posições inversas das vá1vulas
anteriores). ·
Se a vazão que sai da válvula o faz a um nível de pressão menor do que o ajustado, nada
acontece. Entretanto, se há uma tendência a que a pressão aumente (sempre que haja restrições a
ajusante da válvula), se for atingido o nível de pressão regulado, a válvula de controle de operação
direta abr~, permitindo que uma vazão passe pelo orifício no "spool" e com a perda de carga
eausando o seu desbalanceamento, ele é obrigado a subir dentro do corpo e aumentar a restrição
(diminuir a passagem) do fluido da entrada para a saída. Com isso, a vazão da bomba que entra na
válvula, sofre uma perda de carga e sai com pressão reduzida ao nível desejado.
Na realidade, o "spool" trabalha constantemente numa posição tal, que permite uma vazão
reduzida permanente através da válvula. Como existe a necessidade de retorno do fluido do atuador
para o reservatório, deve-se prever uma válvula de retenção integral, como visto na figura IX.21.

6. VÁLVULA SUPRESSORA DE CHOQUE

Vimos que existem dois tipos diferentes de choque hidráulico, por compressão e por descom-
pressão. O choque hidráulico deve ser evitado sempre que possível pois, quando existe, é sempre o
maior suspeito responsável por uma quebra eventual.
A maior causa da originação de choque hidráulico é a elevação rápida e excessiva da pressão no
circuito, combinada com a resposta lenta de uma válvula de controle de pressão.

Pistão do acumulador
Mola de alta resistência

••••••

•••
r _ 4 /1 1
Orifício

... ):( 1
Mola de
baixa
resistência
Válvula de
duas vias
com
orifício
0

Fig. IX.22 - Válvula supressora de choque.


Válvulas reguladoras de pressão 165

A figura IX.22 nos mostra o corte esquemático "a" e o símbolo adotado pela USAS! "b" da
válvula supressora de choque.
Na figura "a", a supressora de choque está instalada em um circuito cuja pressão pode se elevar
na ordem de 8400bar por segundo. A válvula de alívio pilotada está ajustada para 210bar, mas o seu
tempo de resposta é de 30ms (mili-segundos). Durante esse tempo a pressão pode se elevar até quase
252bar causando um choque hidráulico de 42bar. A função da supressora é absorver essa elevação de
pressão antes da abertura completiJ. da válvula de alívio.
Observando o gráfico da figura que segue, podemos notar a diferença de comportamento da
elevação d;i pressão com ou sem a válvula supressora de choque.
210
"

175 >-
.....___ Sem supressão de choque

>-
140

·..~
,e
o
135 >-
~
~/
/
70
/
/
/. Com supressão de choque

35
/
/
1/

O L~~~--'-'~~~-'--'~~~-'---~~~-'--
'~~~--'
o 25 50 75 100 125 :1
Tempo (ms) :1
Fig. IX.23 - Traçado osciloscópico da elevação da pressão em um circuito hidráulico.

É fácil verificarmos que um acumulador . pode fazer as vezes de uma válvula supressor a de
choque que em realidade possui internamente um acumulador de mola. Veremos isso mais
detalhadamente quando estudarmos acumuladores.

7. OBSERVAÇÕES FINAIS - SUMÁRIO

As válvulas reguladoras de pressão são utilizadas para limitar ou determinar a potência do


sistema através da modulação da pressão. Essas válvulas podem ser de operação direta ou indireta.
O nome da reguladora de pressão geralmente descreve sua- ação no sistema hidráulico. Na
prática, esses controles são normalmente abertos ou normalmente fechados.
Podem ser drenadas interna ou externamente, dependendo das características de atuação.
Válvulas de retenção integral permitem o retorno livre do fluido.
O ·ajuste através de parafuso é o tipo mais .comum. Podem existir outros como: carnes, pedais,
alavancas etc.
166 Manual de hidráulica básica

CAME

'1

PEDAL

Fig. IX.24 - Outros tipos de ajustes.

As válvulas reguladoras de pressão pÓdem possuir diferentes tipos de construção, porém, o


princípio de funcionamento será sempre o mesmo. Podemos observar que, basicamente, todas as
reguladoras de pressão RACINE possuem a mesma construção, bastando apenas ligeiras modificações
para se mudar a atuação. Por exemplo, se quizermos modificar uma válvula de alívio para descarga,
basta bloquear o piloto interno com o mesmo parafuso que estava bloqueando o piloto externo.
X - VÁLVULAS DE CONTROLE DIRECIONAL

l. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Em sua grande maioria, os sistemas hidráulicos necessitam de meios para se controlar a direção e
sentido do fluxo do fluido. Através desse controle, pode-se obter movimentos desejados dos atuadores
(cilindros, motores e osciladores hidráulicos, etc.), de tal forma que, seja possível se efetuar o trabalho
exigido.
Existem vários processos distintos de se conseguir esse controle, podendo serem citados como
exemplos:
a) válvulas de registros
b) válvulas direcionais
Como as válvulas de registro, em sua grande maioria.são de acionamento demorado e cansativo,
sua aplicação toma-se limitada em sistemas óleo-hidráulicos em que, muitas vezes, a resposta a um
acionamento qualquer, tem que ser rápida e precisa.
Dentre os diversos tipos de válvulas de registro encontradas no mercado, podemos destacar as
que estão ilustradas nas figuras que seguem.

Mane te

Vedação da haste

Parafuso

Fig. X.1 - Válvula tipo globo. Fig. X.2 - Válvula tipo gaveta.
-,,,,.;
'

168 Manual de hidráulica básica

Vedação da haste

Fig. X.3 - Válvula tioo esfera. Fig. X.4 - Válvula tipo agulha.

O processo mais utilizado para se controlar a direção e sentido do fluxo de fluido em um


sistema, é a utilização de válvulas de controle direcional, comumente denominadas apenas de válvulas
direcionais. Esse tipo de válvula, como veremos,pode ser de múltiplas vias que, com o movimento
rápido de um só elemento, controla a direção ou sentido de um ou mais fluxos diversos de fluido que
vão ter à válvula.

2. TIPOS DE VÂLVULAS DIRECIONAIS

As válvulas direcionais são de três tipos básicos diferentes:


a) Válvulas direcionais do tipo pistão ou esfera (poppet type).
b) Válvulas direcionais do tipo carretel deslizante (sliding spool).
c) Válvulas direcionais do tipo carretel rotativo (rotary spool).

2.1. Válvulas direcionais ao tipo pistão

Esse tipo de válvula possui internamente um pistão (poppet) ou esfera apoiados contra uma
sede pela ação de uma mola.
Essas válvulas são denominadas de válvulas de retenção (check valves) e possuem boas caracte-
rísticas de vedação.
Sua utilização num sistema hidráulico é permitir fluxo livre de fluido em um sentido (no
sentido de afastar o pistão ou esfera de sua sede) e impedir o fluxo no sentido contrário, ou mesmo,
perrniti-lo,quando desejado (caso da válvula de retenção pilotada).
As válvulas de retenção são utilizadas em pressões de até 700bar devido as suas boas condições
de vedação. Existem dois tipos de válvulas de retenção:
a) válvula de retenção simples
b) válvula de retenção pilotada

2.1.1. Válvula de retenção simples

As válvulas de retenção simples são basicamente constituídas por um corpo, pistão (poppet) ou
esfera mantidos contra uma sede no interior do corpo pela ação de uma mola.
-------..,,
1 1
'
1
'
1

Válvulas de controle direcional 169

TIPO PISTÃO

Em linha Em placa

TIPO ESFERA

Em linha Em placa

Fig. X.5 - Corte esquemático de umu válvula de retenção simples.

Como podemos observar na figura acima, esse tipo de válvula pode ser montado em linha ou em
placa. Sua função é permitir o fluxo livre de fluido em um sentido ( contra a ação da mola) e impedi-lo
em sentido contrário. Observe-se que, um_ aumento de pressão sobre o pistão ou esfera no sentido do
fluxo não permitido, tende a empurrar, JT.l3ÍS· ainda.o pistão ou esfera contra a sede,aurnentando,mais
ainda, a vedação.
A pressão que começa a afastar o pistão de sua sede é denominada - corno nas válvulas
reguladoras de pressão - pressão de abertura (c-raking pressure). Uma vez atingida a vazão máxima do
sistema, a pressão que n1antém o pistão afastado de sua sede é maior do que a pressão de abertura.
A RACINE usa dois tipos de molas para suas válvulas de retenção simples, uma de 0,2 bar e
outra de 4,48 bar. A mola de 4,48 bar é utilizada em casos especiais, como veremos mais adiante,
neste capítulo.
Existem duas aplicações típicas para esse tipo de válvula; uma protegendo determinado com-
ponente do sistema e outra,quando utilizada coino "bypass" (passagem em paralelo) em torno de
componentes destinados a causar algum efeito de controle no sistema.
Observando o circmto da figura X.6 de bombas em paralelo (veja capítulo sobre bombas)
notamos que à função da válvula de retenção simples é impedir que a vazão da bomba de alta pressão
se dirija a bomba de baix~ pressão,danificando-a,quando da elevação da pressão no sistema.
Neste caso.portanto, a válvula de retenção simples está protegendo a bomba de baixa pressão e
alta vazão.
O segundo tipo de aplicação (bypass) pode ser observado na figura lX.18 do capítulo de
válvulas reguladoras de pressão (circuito seqüencial). No sistema em "bypass", a válvula de retenção
simples pode vir integrada no próprio corpo do equipamento e quando isso ocorre, dizemos que o
equipamento possui retenção integral. Observe o esquema em corte do filtro de retorno da figura
abaixo. Se o elemento filtrante fica obstruído por contaminantes acarretando um conseqüente
aumento de pressão na linha de retorno, atingida a pressão de abertura, a válvula de retenção simples
colocada em "bypass" permite a passagem livre do fluido sem que ocorra a filtragem, evitando, porém,
problemas maiores para o sistema.
Maflllal de hidráulica básica
170

Bomba de baixa vazão


G) e alta pressão

Bomba de alta vazão


e baixa pressão

0 Válvula de retenção
simples

1
1
___ J

G) 1

li
1

1
Fig. X.6 - Sistema de bombas cm paralelo (baixa-alta pressão).
1

1 !

!!

Corpo

Bypass

Entrada- Saída
1

I'
1

Elemento filtrante

Fig. X.7--,--- filtro de retorno com retenção integral cm bypass.

2.1.2. Válvula de retenção pilotada

Existem casos em um sistema hidráulico em que se deseja que o fluxo de fluido seja livre em um
sentido e impedido no outro até determinada parte do ciclo de trabalho, quando se quer que neste
último sentido o fluxo se torne livre também. Nessas situações são utilizadas as válvulas de retenção
pilotada.
! :

Válvulas de controle direcional 171

Poppct menor

Poppet maior

Entrada para fluxo


livre de fluido

Pistão piloto

Fig. X.8 - Corte esquemático de l\Jna válvula de retenção pilotada.

Basicamente, a válvula de retenção pilotada é constituída por um pistão (poppet), que


mantém-se assentado em uma sede por efeito de uma mola, e um pistão piloto.
O fluido, vindo no sentido de fluxo livre, afasta o poppet de sua sede e passa livremente dirigindo-
se a um atuador, por exemplo, semelhantementé a uma válvula de retenção simples. A retenção pilotada
impede o retorno do fluido que se dirigiu àquele atuador devido ao reassentamento do "poppet" na se-
de. Quanto maior for a tendência desse fluido retornar, maior será a vedação entre o "poppet" e a sede.
No momento em que se deseja fazer o fluido retornar no sentido oposto ao do fluxo livre,
aplica-se pressão hidráulica sobre o pistão piloto que empurra o poppet afastando-o da sede, permitin-
do o fluxo reverso.
As válvulas de retenção pilotada RACINE possuem uma característica particular de projeto,
denominada descompressão, que vem a ser o seguinte:
O óleo mineral utilizado em sistemas hidráulicos, é considerado um fluido praticamente
incompressível. A altas pressões entretanto, deve se.levar em consideração a compressibilidade do óleo
no projeto do sistema. Qualquer modificação rápida da pressão do sistema, causa normalmente
choque hidráulico, o que conduz a danos no equipamento. Para se evitar o choque hidráulico, as
válvulas de retenção pilotada da RACINE são construídas com o sistema de poppet duplo. A figu-
ra X.S nos mostra um poppet n1enor montado dentro de. um poppet maior.
O choque hidráulico é evitado quando o pistão piloto empurra o' poppet" menor.da sede.no
"poppet" maior, através de uma pressão piloto mantida a um nível controlado. Quando ocorre o
deslocamento do "poppet menor", permite-se uma queda controlada da pressão (descompressão) até
atingir um nível em que não ocorra mais choques. Então,o poppet maior é aberto,pennitindo o fluxo
reverso à grande vazão.
As válvulas industriais de retenção ·pilotada da RACINE são apresentadas com suas duas
características:
• Relação de descompressão: que permite calcular o nível ótimo de pressão piloto em função da
pressão máxima de trabalho que torna possível a descompressão C?,ntrolada sem choques.
• Relação de abertura: que permite detenninar a pressão do sistema em função da pressão
piloto, no qual o poppet maior irá abrir, permitindo o fluxo reverso livre à máxima vazão.
._
;::J

VÁLVULA DUPLA SÉRIE DE VÁLVULAS SÉRIE


SÉRIE DE VÁLVULAS DE 210ba:r VÁLVULAS SÉRIE DE VÁLVULAS DE 700bar
BLOQUEIO CILINDROS DE 210ba:r
MONTADAS EM LINHA
210ba:r COM MANIFOLD MONTADAS EM PLACA DE 350ba:r

VAZÁO-Q/min VAZÃO - Q/min VAZÃO - QJ min V AZÁO - Q/min V AZÁO - Q/min

0,7 12 33 80 40 100 160 19 50 192 304 480 800 19 48 156 304


Queda de 1,4 18 48 116 58 138 228 23 74 264 440 600 980 23 68 228 440
Pressão 2,1 22 60 144 71 168 280 28 90 320 540 680 1.120 28 88 280 540
em bar 2,8 26 68 172 82 196 320 33 106 364 640 740 1.200 33 104 332 640
3,5 30 76 192 92 216 360 38 113 400 720 800 1.240 38 112 376 720
11 11 11
11 11 11 11 11
1 I/411 3/8
11
3/4
11
t 1/4 2" 2" 3" 3/8 3/4 1 l/411 2"
Tamanho da válvula 1/4 3/8 3/4 3/8 3/4

Relação 3,1 3,1 16,1 16,1 20,1 20,1 20,1 20,1 24,1 38,1 36,1 36,1 36,1 36,1
16,1 16,5,1 '
de Descompressão

Relação u 1,8:1 1,6,1 8,1 4,5 ,1 2,7,1 1,5 ,1


de Abertura
u 75 ,1 75 ,1 2,6:1 2,U 2,1 :1 4,1 2,3,1 2,3,1

Pressão
de Abertura 0,14 0,42 2,1 2,1 2,1 2,1 0,56 0,42 0,42 0,35 0,28 0,28 0,63 0,42 0,35 0,35
da f\.fola bar

Peso - kg 0,5 3,5 6 5 7,5 13 3,5 4,5 8 19 1


70 130 3,5 4,5 8 19 ~
;,
[
fü'
Fig. X.9 - Características das válvulas de retenção pilotada RACINE. ;,-
<i.:
is.
"2
!:""
Válvzdas de controle direcional 173

2.1.2.1. Modo de se calcular as diversas grandezas

Denominemos de:
PP = Pressão piloto
Pt = Pressão de trabalho
Pa = Pressão de abertura
Ra = Relação de descompressão
R8 = Relação de abertura

Teremos que,

.1
Exemplo de cálculo:

Suponhamos que estamos trabalhando com uma válvula de retenção pilotada de 3/4", 200atm,
montada em placa (veja a tabela da figura X.9). Se essa válvula é mantida fechada a uma pressão
principal (pressão de trabalho) de 200atm, teremos que a pressão mínima piloto para que haja a
descompressão, deverá ser igual a:

P, = 200bar
p = 200
~ = 16:1 P 16

Dessa forma a pressão cairá até atingir um limite mínimo de descompressão, quando ocorrerá a
abertura do poppet maior. Esse limite mínimo será igual a,:

pp = 12,Sbar
---
Pa =12,5x2,l= 26,25bar
R, =·2,1:1

2.2. V:ílvulas direcionais do tipo carretel deslizante (slidind spool)

Uma maneira bastante prática para se controlar a direção e sentido do fluxo de fluido num
sistema hidráulico é utilizando as válvulas direcionais denominadas de "carretel deslizante".
Nessas válvulas, uma peça cilíndrica com diversos rebaixos (carretel), desloca-se dentro de um
corpo no qual são usinados diversos furos por onde entra e sai o fluido. Os rebaixas existentes no
carretel são utilizados para intercomunicar as diversas .tomadas de fluido do corpo, determinando a
direção do fluxo.
A figura que segue nos demonstra a maneira como qpera uma válvula de carretel deslizante no
controle do movimento de um cilindro hidráulico.
174 Manual de hidráulica básica

Cilindro

.. O pistão

..
retrocede

Lado da haste

---- -4------ Entrada de pressão

Haste da válvula
o deslocada para
a esquerda

·cilipdro

O pistão
avança
Lado da
cabeça
Lado da haste

Entrada de pressão

Fig. X.10 - Exeffiplo de operação de uma válvula de controle direcional de carretel deshzantc.
Válvulas de controle direcional 175

2 .2 .1. As posições

De acordo com o tipo de construção, a válvula direcional pode assumir duas, três ou mais
posições, isto é, a válvula terá quantas posições o carretel puder assumir modificando a direção e
sentido do fluxo de fluido. Graficamente, essas posições podem ser simbolizadas como mostra a figura
abaixo.

ITJ
2 Posições 3 Posições 4 Posições

Fig. X.11 - Simbologia gráfica das posições de uma válvula direcional.

2.2.2. As vias

O número de vias é contado a partir do número de tomadas para o fluido que a válvula possui.
Na simbolização gráfica, devemos sempre observar a seguinte regra: "O número de vias deve ser igual
em cada posição e deve existir uma correspondência lógica entre elas". Observemos a figura que segue:

CIIl] Duas posições, três vias

It:l 1: 1A It: Três posições, seis vias

It l 1: ; 1X I Três posições, quatro vi~

Fig. X.12 - Representação gráfica das vias.

Tomemos como exemplo a válvula de duas posições.


Notamos que cada posição contém três vias e que existe uma correspondência lógica, isto é,
temos uma via no canto superior esquerdo de uma posição assim como na outra; uma via no canto
inferior esquerdo de uma posição assim como na outra; e finalmente uma terceira via no canto inferior
direito de uma posição assim como na outra.
Observe que o núm.ero de vias é contado em apenas uma posição.
A figura abaixo nos mostra alguns tipos de símbolos errados de válvulas direcionais.

[XI[](l) [Z[J(3)
Fig. X.13 - Erros na representação gráfica das vias.
176 Manual de hidráulica básica

Vejamos a válvula (1).


Em uma posição temos quatro vias e na outra três. Isso não existe.
Na válvula (2) temos o mesmo número de vias em cada posição e a correspondência lógica está
presente. Observemos, entretanto,as posições extremas dessa válvula; elas são iguais. Ora, nesse caso,ao
invés de se fazer uma válvula de três posições com duas posições iguais, faz-se apenas uma válvula de
duas posições.
Por fim, a válvula (3) apesar de ter o mesmo número de vias em cada posição (três), não
obedece uma relação lógica, isto é, na posição da esquerda temos uma via no extremo superior
"direito" enquanto que na outra, temos uma via no extremo superior "esquerdo". Isso também não
existe.

2.2.3. Os acionamentos
Existem diversas maneiras de se. acionar o carretel de uma válvula direcional. Entre as mais
utilizadas podemos citar o comando manual (botão, alavanca, pedal, etc.), carne, elétrico e pressão
piloto.
A figura que segue ilustra alguns tipos de acionamento.

Tanque

Operação p/pedal

Tanque

atindro A Cilindro B
OPERAÇÃO MANUAL Pressão _ _
OPERAÇAO ELETRICA
Operação Tanque
por
carne

Cilindro A Cilindro B
Cilindro A J Cilindro B
Pressão Pressão

C-1 C-2
Operação por piloto
Fig. X.14 - Alguns tipos de acionamentos de válvulas direcionais.
Válvulas de controle direcional 177

As válvulas operadas mecanicamente dispensam maiores comentários. Nos deteremos mais no


acionamento por solenóide.
O solenóide consiste basicamente de três elementos, a armadura, o T ou martelo e a bobina.

T ou martelo

Bobina

Fig. X.15 - Esquema do solenóide.

Quando passamos uma corrente elétrica na bobina, é gerado um campo magnético que empurra
o martelo para baixo que, por sua vez deslocará o carretel da direcional dando nova direção ao fluxo
de fluido.

Obs.: No capítulo III são demonstrados todos os símbolos de acionamento.

2.2.4. As molas

Quando queremos que a válvula direcional volte automaticamente para uma determinada
posição, as molas são utilizadas como recllrso. Se a válvula é de duas posições, dizemos que ela possui
"retomo" por mola. Se for de três posiçõe·s dizen1os que é "centrada por mola".
Na simbolização gráfica, os dutos devem sempre ser desenhados na posição "não-acionada",
como mostra a figura que segue.

Fig. X.16 - Posições não-acionadas.

A linha "P" significa o duto de pressão, a "T" o duto que se dirige ao reservatório e as linhas
"A" e "B" aquelas que se dirigem às tomadas de um atuadoi;por exemplo.
Vale salientarmos que a válvula de duas posições pode ter o mesmo corpo e carretel de uma
outra de três posições,diferindo apenas, no acionamento, pois a primeira possui mola em apena& um
dos lados. Dessa forma a posição central "passa direto" quando a válvula é acionada ou desacionada, e
se está utilizando as posições extremas da válvula. Se quisermos, entretanto, utilizar uma das posições
extremas com a central, basta introduzirmos um calço para limitarmos o curso do '~pool''.
l

Manual de hidráulica básica


178

Da mesma maneira, se quisermos obter uma válvula de três vias, basta bloquear uma das vias da
válvula de quatro vias.
Veja o exemplo a seguir.

/
(!)

Fig. X.17 - Válvula direcional de duas posições e três vias, acionada por solcnóide e retorno por mola.

Em realidade, a válvula (1) nada mais é do que uma válvula de quatro vias com a tomada "B"
bloqueada.

2.2.5. Os detentes

Se por outro lado, quisermos que após feito o acionamento o carretel da válvula direcional
permaneça na posição acionada, mesmo que cesse o efeito ou causa da ação, os detentes são utilizados
como recurso.

Tanque

o P T

Pressão

Fig. X.18 - Válvula de três posições e quatro vias, acionada por alavanca e presa por detente.

2.2.6. Os centros
Considerando-se as válvulas de tiês posições, verificamos que possuem uma posição central. Essa
posição central pode ter diversos tipos de configurações que são determinadas a partir da construção
do spool.
Na figura a seguir são demonstrados alguns tipos de centros que são utilizados pela RACINE. De
acordo com as características e necessidades do projeto do circuito aplica~se o centro ideal para aquele
tipo de serviço.
Válvulas de controle direcional 179

-ll§IRI 1111::1x1

~ li IIHIXI 2

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-IIE:IEII li llhlXI 4

lfil CD líl l~II- li IlrJIXI s

nmt:=111-- li Il~IXI 6

m- 1111B1XJ 7

IIBEIJI li II: 11 XI 8

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- ~ [illHIXJ
---------
R

--IHISIII- li !l'StlXI w

Fig. X.19 -Tipos de centros de válvulas direcionais utilizadas pela RACINE.

Os chanfros e furos. nos "spoolsn dos centros R e W. são responsáveis por uma descompressão
Suave das linhas A e B, pois de outra maneira se é muito grande a pressão contida nessas linhas,
quando centrássemos a válvula ( centro 2 ou 7), poderíamos ter um choque hidráulico por des-
compressão na linha de retomo.

2.2.7. Válvulas maiores acionadas por solenóides

O solenóide, por se tratar de um comando elétrico, auxilia em muito a automação de um


circuito hidráulico. Existem casos entretanto, que o solenóide não pode ser aplicado diretamente à
válvula. Citamos o exemplo de um sistema hidráulico que necessite de uma vazão não inferior a
227 Q/min ( 60GPM) .. Neste caso, as válvulas direcionais presentes no sistema não poderiam ser menores
Manual de hidráulica básica
180

do que 1.1/4'' para permitirem a passagem dessa vazão. Supondo haver a necessidade de automação
do circuito através da utilização de solenóides, iríamos nos defrontar com um grande problema.
É fácil observarmos que, quanto maior for a válvula de controle direcional, maior terá que ser o
solenóide, a fim de que o campo magnético seja suficientemente intenso para mudar a posição do
spool, vencendo a força de oposição criada pela grande vazão de óleo que passa através da válvula.
Verifica-se que para válvulas de tamanho superiores a 1/2,,, não se justifica, tanto construtiva
como economicamente, a aplicação direta do solenóide no acionamento da válvula, pois,quanto·maior
for o solenóide, maior será o consumo de corrente elétrica e menor será a sua durabilidade.
Como solução desse problema, costuma-se utilizar o que denominamos de "sanduíche de válvu-
las". Trata-se de uma válvula acionada por solenóide que é acoplada a uma outra maior (v. fig. X.20).
Quando acionada a válvula menor, uma pressão piloto é transmitida ao spoll da válvula maior causan-
do o acionamento desta última.

"Spool" da válvula menor

Válvula menor

Capa protetora do solenóide

Solenóides pequenos:
maior durabilidade,
menor consumo de corrente

"Spool" da válvula maior

Fig. X.20 - "Sanduíche" de válvulas direcionais.

O princípio de acionamento pode ser explicado através do esquema que segue.


181

(!)

Fig. X.21 - Esquema de funcionamento de um sanduíche de válvulas.

O fluido se dirige à válvula pelo duto(!) encontraudo a tomada P, da válvula maior, fechada.
Dessa forma, através do duto piloto (2) (interno), o fluido dirige-se à válvula menor encontrando a
tomada P' fechada. Se acionarmos o solenóide S l o fluido do duto piloto (2) passará através da
válvula menor no sentido P'-A' e através da passagem pelo duto (3) aciona o "spool" da válvula maior
para a direita por intermédio da pressão piloto. Nesse momento, a grande vazão de fluido passa pela
válvula maior nos sentidos P para A e B para T. Quando acionado o ''spool" da válvula maior, o fluido
contido do outro lado da válvula, dirige-se à válvula menor pelo duto (4) seguindo o caminho B'-T'
retornando para tanque através do dreno interno (5).
Se acionarmos o solenóide S2 o fluido do _duto (2) segue o caminho P'-B' e através da passagem
pelo duto ( 4) aciona o "spool" da válvula maior para a esquerda. Assim, a grande vazão de fluido
passa pela válvula maior nos sentidos P para B e A para T. Da mesma forma, o fluido contido no outro
lado da válvula maior dirige-se à menor pelo duto (3) seguindo o caminho A'-T' retornaudo para
tanque através do dreno interno.
Neste exemplo podemos verificar a aplicação do centro 7 na válvula menor. Quando ambos os
solenóides não estão acionados, a válvula menor fica na posição central devido a ação das molas. Dessa
forma, qualquer pressão que possa existir em um dos pilotos da válvula maior é aliviada para tanque e
o "spool" dessa válvula retorna a posição central pela ação das molas.
Para simplicidade de representação, o esquema pode ser substituido pela representação gráfica
simplificada.
No exemplo da figura X.21 os dutos piloto e dreno são internos às próprias válvulas e por esse
motivo,dizemos que o conjunto possui piloto e dreno interno.
Suponhamos agora, que por exigência de projeto a válvula maior tenha que possuir centro 3
aberto (v. fig. X.22).
Manual de hidráulica básica
182

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Símbolo gráfico siniplificado
1 , Piloto
IL _______
externo _
RS

Fig. X.22 - Pilotagem externa em um "sanduíche" de vâ!vulas direcionais.

Podemos observar que, mesmo sendo acionado qualquer um dos solenóides da válvula menor,
não teríamos pressão piloto suficiente para acionarmos o "spool" da válvula maior pois, como
sabemos, o fluido sempre percorre o caminho .mais fácil e, assim sendo, ele percorreria o caminho "P"
para "T" da válvula maior dirigindo-se para tanque, e a pressão em ambos pilotos seria igual.
Para evitarmos esse tipo de problema colocamos, antes da entrada de fluido nas válvulas, a
válvula de retenção simples RS (fig. X.22) com uma mola de 4,4 bar, (veja o item 2.1.1. deste
capítulo "válvula de retenção simples") e fazemos uma pilotagem ··externa"ào conjunto:
Sabemos que para o "spool" da válvula maior mudar de posição,. é necessário que haja um
diferencial de pressão entre os pilotos de 4,4 bar. Vemos, portanto, que esse diferencial é
assegurado pela introdução da retenção simples com uma mola de 4,4 bar.
No exemplo da figura X.22, dizemos então, que o conjunto possui piloto externo e dreno
interno.
Finalizando esse estudo, suponhamos agora, que temos uma contrapressão no retorno das
válvulas. Uma válvula de controle de vazão colocada após a tomada "T", por exemplo, p~de originar
essa contrapressão que irá se transmitir no dreno interno do "sanduíche", impossibilitando a mudança
do "spool" da válvula maior, pois, se de um lado desse "spool" temos uma pressão piloto, do outro
temos a contrapressão transmitida no dreno interno.
,..---------- -

Válvulas de controle direcional 183

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Dreno
externo

T- -

1
1
---1...J

Fig. X.23 - Drenagem externa em um "sanduíche" de válvulas direcionais.

A figura X.23 mostra uma maneira de se solucionar esse problema. Podemos notar que foi feita
uma drenagem externa do conjunto que é dirigida diretamente para reservatório afim de que não
apareça a contrapressão; No exemplo dessa figura dizemos então que o conjunto possui piloto interno
e dreno externo.
Evidentemente poderíamos ter um conjunto com piloto e dreno externo, assim como, uma
variação muito grande de tipos de "sanduíche" como mostra a figura que segue.
184 Manual de hidráulica básica
••!

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p T

D P A T

Fig. X.24 - Alguns tipos de "sanduíche" de válvulas direcionais.

É importante salientarmos que outros acessonos opcionais podem ser adicionados ao


"sanduíche". Um deles,por exemplo,é o "pilot chokes" (v. fig. X.25), utilizado para reduzir o tempo
de resposta da válvula, propiciando uma mudança suave e precisa do spool da válvula maior.
Vá!JJulas de controle clirecional 185

Solenóide

'º ----------~---- Pilot chokes

AjustadQr de
curso do spool - -

i--------1 i-------~ 1
~~r 11H1xrE ~
1

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1 · 1 1
) ) . ,J )
'1 1 '-f
1 1 1 1
1 1 1 1
.1 L__ __I I
1
1 1 1

LL ~------- -+--+---
--~------~

Ftg. X.25 - Utilização do pilot-chokes.

2.2.8. Os comandos múltiplos

Tratores, guinchos, guindastes e máC]_wnas agrícolas em geral, cada vez mais vCm se utilizando
dos equipamentos hidráulicos. É fácil observarmos que as válvulas direcionais aplicadas nesses
equipamentos devem possuir inúmeras características tais como, compactibilidadc, robustez, fácil
manutenção, simplicidade de acionamento etc.
Pensando em atender a todas essas exigências, é que foi desenvolvido o comando mobile
(comando móvel).
186 Manual de hidráulica básica

O comando mobile é constituído basicamente por um corpo de admissão, um ou mais corpos


l 1

centrais e um corpo de descarga. Com a possibilidade da associação de vários corpos centrais em série-
formando um "sanduíche" pode-se acionar diferentes atuadores ao mesmo tempo ou em separado,
dependendo do tipo de comando.

I'
1
Corpo de admissão

corpo de descarga

Fig. X.26 - Ilustração de um comando mobile.

li

Fig. X.27 - Aplicação típica de um comando mobile.


Válvulas de controle direcional 187

De uma forma geral, existe uma grande variação nos tipos de comandos. llustraren1os a seguir o '1
esquema do comando tamanho nominal 1/4" da RACINE. 1

. 1
i:

p T p p T

Fig. X.28 - Representação gráfica do comando BD da RACINE.

No esquema da figura X.28 temos ~epresentados três corpos centrais do comando BD. Podemos
observar que cada corpo é uma válvula de três posições e seis vias e que, na posição central ocorre a
passagem livre do fluxo de fluido que é denominada de "bypass". Quando nenhum dos corpos está
acionado, o fluido dirige-se diretamente para o reservatório através da linha "bypass".
Este é um comando "prioritário", pois, se o primeiro corpo central for acionado, os outros dois,
mesmo acionados, não terão função. Se o segundo for acionado, .o terceiro estará "desligado" do
sistema. Naturalmente, devemos observar que se um desses corpos centrais está conectado a um
cilindro de simples ação com retorno pela gravidade, mesmo que um corpo central anterior seja
acionado, poderemos acionar em conjunto o corpo central conectado ao cilindro para que seja
efetuado seu retorno.
Acoplada ao corpo de admissão do comando temos uma válvula de alívio que se abre quando
algum corpo central é acionado e o fluxo de fluido que passava através desse corpo é interrompido ( o
cilindro conectado ao corpo chegou ao fim de curso, por exemplo).
Podemos ter acoplado ao corpo cent_ral uma ou duas válvulas de retenção pilotada. Neste caso o
corpo central é um pouco maior e é denominado de "corpo alto". Na figura X.28 podemos observar
que o terceiro corpo central possui acoplada uma válvula de retenção pilotada Junto a tornada A
Outros tipos de comandos podem ter diferentes características de funcionamento como por
exemplo, serem "não-prioritários". possuírem acopladas válvulas de alívio em cada tomada de saída
dos corpos centrais etc.

2.3. Válvulas direcionais do tipo carretel rotativo (rotary-spool)

Este é um outro tipo de válvula direcional em que um carretel (spool) gira dentro de uma
cavidade cilíndrica no corpo da válvula, ocupando diversas posições, intercomunicando as diversas
tomadas da válvula.
188 Manual de hidráulica básica

Para depósito Para depósito


Para válvula Para válvula

Para válvula

AVANÇO NEUTRO

Para depósito
Da válvula

Para válvula

RETROCESSO

Fig. X.29 ~ Esquema de corte de uma válvula direcional de carretel rotativo.

No esquema da figura X.29 pode-se observar as três posições ocupadas por uma válvula desse
tipo: avanço, neutro e retrocesso. Essas válvulas têm, a exemplo das de carretel deslizante, diferentes
tipos de carretel. Podem também ser centradas por mola, retorno por mola ou com detente. Elas são
normalmente de pequenas dimensões e seu uso quase que se restringe ao comando piloto das válvulas
direcionais de maiores dimensões.
Válvulas reguladoras de vazão 189

XI - VÂLVUL.AS REGULADORAS DE VAZÂO

!.INTRODUÇÃO

Como já vimos anteriormente, podemos controlar a força ou torque exercido por um atuador
através do controle de nível de pressão do sistema por uma válvula reguladora de pressão.Porém, além
da força ou torque, precisamos também regular a velocidade com que um determinado trabalho é
realizado,de forma a obtermos o melhor rendimento possível da máquina.
Como exemplo,podemos citar o avanço da broca de uma máquina furadeira. Até chegar à peça,
a broca poderá ter um avanço rápido de aproximação e, quando prestes a furar a peça, a velocidade
deve ser reduzida a fim de se obter uma furação perfeita e se evitar a danificação da ferramenta.
Dentre as muitas maneiras de co.ntrole de velocidade de uma 1náquina hidráulica, podemos
lançar mão das válvulas reguladoras de vazão ( também denominadas válvulas reguladoras de fluxo ou
válvulas de controle de vazão). Esse tipo de válvula nos permite uma regulagem simples e rápida da
velocidade do atuador através da limitação_ da vazão de fluido que entra ou sai do atuador,
modificando assim,a velocidade de seu deslocamento.

2. PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO

A vazão de fluido que passa através de um orifício, fixo ou vanável, é proporcional ao


diferencial de pressão através do orifício. Essa: proporção, como mostra o gráfico da figura XI.1,
indica que a vazão cresce com a raiz quadrada do diferencial de pressão (a curva é uma parábola).

Vazão

Diferencial de
Pressão

Fig. XI. l - Vazão e diferencial de pressão.


190 Manual de hidráu.lica básica

Podemos obSer,ar portanto, que para um mesmo orifício, quanto maior for o diferencial de
pressão, maior será a vazão.
Em uma válvula reguladora de vazão, a área do orifício é o elemento controlável. Quanto maior
for o orifício, maior será a quantidade de fluido que passará na unidade de tempo, para um determi-
nado diferencial de pressão através do orifício.
O fluxo de fluido também é inversamente proporcional à viscosidade cinemática do fluido
utilizado, isto é, quanto menos" viscoso for o fluido,'maior será a vazão para um mesmo orifício e um
mesmo diferencial de pressão.
Sabemos que a variação da temperatura influi na alteração da viscosidade de um fluido, assim
sendo, variando-se a temperatura podemos variar a vazão.

3. TIPOS DEVÂLVULAS REGULADORAS DE VAZÃO

Dependendo do tipo de circuito, seqüência de movimentos, aplicações, etc., diferentes serão os


tipos de válvulas reguladoras de vazão. Basicamente temos:
a) Válvulas reguladoras de vazão sem compensação de pressão.
b) Válvulas reguladoras de vazão com compensação de pressão.
Ambos os tipos podem ser com ou sem válvula de retenção integral.

3.1. Válvulas reguladoras de vazão sem compensação de pressão

Este é o tipo mais simples que existe de válvula reguladora de vazão. Pode ser comparada a uma
torneira comum pois faz a regulagem ~a vazão restringindo ou aumentando a passagem de fluido pelo
seu interior.
O projeto de uma válvula de controle de vazão não compensada, apresenta-se quase tão variável
como os chapéus femininos. Em ambos os casos não existem dois projetos iguais. A diferença porén1,
é que nas válvulas reguladoras de vazão, a forma e construção interna determina grandemente o
processo de controle da vazão, enquanto que, nos chapéus femininos,dificilmente se encontrará uma
razão funcional para suas formas.

Na figura abaixo, demonstramos três tipos muito utilizados.

Carretel com
ranhura
introduzido
na bucha
© ranhura
Bucha com

Fig. XI.2 - Tipos de válvula:-. de controle de vazão: a) válvula do tipo agulha; b) válvula do tipo haste com
orifício crescente; e) válvula do tipo carretel ranhurado.
Válvulas reguladoras de vazão 191

Esse tipo de válvula de controle de vazão pode vir também com uma retenção integrada, e
costuma-se denominá-la: válvula reguladora de vazão não-compensada com retenção integral
(v. fig. XI.3).

i I
:

Retomo Vazão
livre Controlada 1~,....,...~

Válvula de retenção

Fig. XI.3 - Válvula de controle de vazão não-compensada com retenção integral do tipo agulha.

É fácil observarmos que com esse tipo de válvula não temos um controle apurado da vazão, pois,
qualquer variação no diferencial de pressão entre as tomadas da válvula, ou ainda, qualquer variação
na temperatura do fluido, influirá decisivamente no controle da vazão. Dessa forma, não.se recomen-
da a utilização desse tipo de válvula em máquinas hidráulicas que requeiram um controle mais
rigoroso da velocidade dos atuadores.

3 .1.1. Utilização em conjunto com a retenção pilotada

Sabemos que quando o fluido passa através de uma restrição, três coisas ocorrem; a) aumento
da velocidade do fluido; b) aumento da températura do fluido; e, c) perda de carga. Podemos notar
que a válvula reguladora de vazão, estabelece o controle de fluxo de fluido através do aumento ou
diminuição da restrição à passagem do fluido, aumentando ou diminuindo,portanto,a perda de carga
através da válvula.
A partir desse princípio (perda de carga), costuma-se, na prática, introduzir uma válvula desse
tipo na linha piloto da válvula de retenção pilotada (v. cap. X), de forma a fazer com que a abertura
da válvula de descompressão da retenção pilotada, ocorra suavemente a partir do estabelecimento de
uma pressão piloto próxima à pressão mínima de abertura da válvula de descompressão (v. fig. XI.4).
Naturalmente, o correto seria a introdução de uma válvula redutora de pressão nessa linha piloto,
porém,economicamente,é mais viável a introdução· da reguladora de Vazão, cujo custo é bem inferior
ao da redutora, salientando-se ainda, o fato de que, às vezes, a vazão do duto piloto é tão pequena que
não se justificaria o uso de uma redutora que poderia consumir quase que a totalidade dessa vazão
através de seu piloto interno.

o
'------~ - ~ - - -
Fig. XI.4 - Utilização da reguladora de vazão na abertura da válvula de descompressão de uma retenção pilotada.
192 Manual de hidráulica básica

3.2. Válvulas reguladoras de vazão com compensação de pressão

Como vimos, unia pequena variação no diferencial de pressão através da válvula reguladora de
vazão (pressão de entrada-pressão de saída), pode ocasionar variação na vazão controlada pela válvula.
Dessa maneira, em serviços em que a velocidade do(s) atuador( es) deve ser rigorosamente controlada(s),
devemos lançar mão das válvulas reguladoras de vazão com compensação de pressão.
O princípio da compensação de pressão é fácil de ser explicado e está ilustrado na figura que
segue.

Câmara B

1
1
3 1 1
'
L....---11

t
Entrada '------ C.âmara A

Fig. XI.5 - Válvula Reguladora. de Vazão com compensação de pressão.


Princípio de funcionamento do compensador dé pressão.

A função do compensador de pressão é manter um diferencial de pressão constante através do


orifício de controle, isto é, manter constante a diferença de pressão entre as câmaras A e B da válvula.
O fluido que entra na válvula vai agir nas áreas 1 e 2 do "spool" que se encontra totalmente aberto,
devido a ação da mola 3. O fluido que chega a câmara A com uma pressão de entrada Pe, passa pelo
orifício 4 de controle de vazão e vai dar à câmara B com uma pressão de saída Ps. A pressão Ps chega
até a câmara da mola 3 pelo canal 5, e vai agir no mesmo sentido da mola. Portanto, há sempre a força
da mola mais aquela originada pela aplicação de Ps contra a área 2, em oposição à força originada da
aplicação de Pe centrá a área 1. Como Pe é maior que Ps, o "spool" ocupa uma posição intermediária
na válvula.Vejamos o que irá acontecer com a variação de Pe e Ps.
1 •

3.2.1. A pressão de saída (Ps) da válvula tende a aumentar.

Portanto, o diferencial de pressão tenderá a diminuir, e com ele, a vazão através do orifício. Se
Ps aumenta, o "spool" se deslocará no sentido de abrir mais a entrada da válvula, diminuindo a
restrição. Dessa maneira a pressão de entrada irá sofrer uma perda menor, isto é, Pe será acrescida da
mesma forma como o foi Ps e com isso teremos um diferencial de pressão igual aquele anterior ao
aumento de Ps, o que fará com que não haja variação do fluxo que passa pelo orifício.
Válvulas reguladoras de vazão 193

3.2.2. A pressão de saída (Ps) tende a diminuir

Neste caso o diferencial de pressão tende a aumentar e com ele a vazão através do orifício.
Agora podemos observar que ocorrerá o processo inverso. A pressão Pe desloca o "spool" no sentido
de fechar mais a entrada da válvula, aumentando a restnção. Dessa maneira a pressão de entrada Pe irá
experimentar uma perda maior, isto é, Pe será decrescida da mesma forma como o foi Ps e com isso
teremos um diferencial de pressão igual aquele anterior a diminuição de Ps, o que fará com que não
haja variação no fluxo.
É fácil observarmos que, se a pressão de entrada Pe tende a diminuir ou aumentar, o compensa-
dor de press-ão irá responder analogamente aos casos dos itens 3.2.1. e 3.2.2.,respectivamente.
Em realidade, essas operações são realizadas instantaneamente, não havendo solução de conti-
nuidade sensível no deslocamento do atuador.

3.2.3. A compensação da temperatura

Sabemos que variando a temperatura do fluido, iremos alterar a sua viscosidade, alterando
também a vazão reguladora pelo orifício de controle da válvula.
A válvula reguladora de vazão compensada da RACINE possui um sistema de compensação de
temperatura que obedece um princípio denominado "sharp-edge" (canto vivo) que experimentalmen-
te demonstrou ser insensível a variações na viscosidade do fluido, mantendo o mesmo fluxo desde que
a relação entre o comprimento do orifício e o seu diâmetro seja meríor do que 1 (v. fig. Xl.6). A
vazão que passa através desse orifício varia em torno de 1% com uma variação de viscosidade de 300
para 90SSU.

Se a relação 1/Wé menor do que 1,


o orifício é estabilizado em relação
à temperatura.

Pig. Xl.6 - O "sharp-cdgc" (orifício com cantci vivo).

Existem também outras maneiras de se fazer a compensação de temperatura como ilustrado na


figura que segue. Quando vana a temperatura do fluido o elemento de alumínio, por possuir um
elevado coeficiente de dilatação, se dilata ou se contrai,d1minuindo ou aumentando a área do orifício
de passagem do fluxo.

Fluxo

11111111

Elemento d~ alumínio

Fig. XI. 7 - Esquema de compensação de temperatura em uma válvula do tipo haste com orifício crescente.
194 Manual de hidráulica básica

4. TIPOS DE APLICAÇÕES DE VÁLVULAS REGULADORAS DE VAZÃO

Em um circuito hidráulico, existem três maneiras distintas de Se utilizar uma válvula reguladora
de vazão. Elas podem ser montadas na "entrada", na "saída", ou em "sangria", sendo cada tipo de
f.,
montagem destinado a fins específicos.

4.1. Controle de vazão na _entrada (Sistema Meter-ln)

4.1.1. Regulagem de entrada antes da válvula direcional.

ou

'
L __
'''
J

Fig. XI.8 - Circuitos com regulagem "Meter-ln" antes da direcional.

OBS.: No esquema do motor hidráulico foi introduzida a válvula de alívio ..cross-over" (válvula anti-cavita-
ção) que consiste ·de um bloco ••manifold", com duas válvulas de alívio de operação indireta e outras duas de
, retenção simples.
Essa válvula é utilizada para se evitar à\:avitagão ou mesmo o choque hidráulico, que podem ser causados pela
a
tendência que o motor hidráulico tem de continuar girar após o fechamento da válvula direcional.
Válvulas reguladoras de vazão 195

O fluxo de fluido proveniente da bomba é controlado na linha de pressão, antes da válvula


direcional. O fluido de retorno chega a direcional praticamente sem pressão.
O fluido em excesso é escoado pela válvula de alívio e a pressão de trabalho da bomba, regulada
na válvula de alívio.é maior do que a pressão que chega ao atuador.
Nesse tipo de circuito não se justifica a aplicação de válvulas direcionais de centro aberto
(centros 2, 3, 4 e 5 da RACINE)., pois, o mesmo não traria grandes vantagens devido a que sempre
haveria restrição à passagem do fluido na válvula reguladora de vazão. Poderia se prever uma ventagem I
da alívio, caso a direcional permaneça muito tempo na posição central.
Podemos observar que a vazão é controlada em ambos os sentidos de movimentação do atuador.

4.1 .2. Regulagem de entrada após a direcional

1
1,
'1
,

'
'
1

~I
1

ou
Ii
1
1 1
L __ _J

"---,-~ - ---

1
1 1
L __ _J

Fig. XI.9 - Circuitos com regulagcm "Meter-ln" após a direcional.


196 Manual de hidráulica básica

Aqui, a válvula de controle de vazão está instalada na linha que vai ter a tomada do atuador e
controla o fluxo de fluido antes do mesmo entrar no atuador. Nos circuitos acima podemos observar
que ambos os atuadores são de duplo efeito, e o controle "meter-in" está sendo feito em cada tomada,
tanto do cilindro,como do motor hidráulico.
Como as válvulas reguladoras de vazão da fig. XI.9 possuem retenção integral, o fluido de
retomo tem passagem livre para tanque. É evidente que se quisermos controlar apenas o avanço ou
apenas o retomo do atuador, bâstaria a introdução de ·somente uma válvula reguladora de vazão antes
da tornada respectiva.
Como no caso anterior, o excesso de vazão escapa pela válvula de alívio e a pressão de trabalho
da bomba, regulada pela alívio, é maior que a pressão que chega ao atuador. Um circuito desse tipo é
recomendado para aplicações em que a carga oferece uma resistência positiva à vazão, durante o curso
controlado, sem te.ndências a saltos por quedas eventuais da resistência. É adequado,portanto,para
mesas esmerilhadoras, máquinas de soldar, máquinas de moer e motores hidráulicos.
Neste caso pode ser utilizada uma válvula direcional de centro aberto para se prever a descarga
livre da bomba quando a direcional estiver centrada.

4.2. Controle de vazão na saída (Sistema Meter.Ou!)


.1
4.2.1. Regulagem de saída após o atuador 11

ou

1
1 1
L_ ._J

1
1 1
L __ _J

Fig. Xl.10 - Circuitos com regulagem "Meter-Out" após o atuador.


Válvulas reguladoras de vazão 197

Neste tipo de controle, a válvula reguladora de vazão é colocada no retorno do atuador,regulan-


do a vazão de descarga. Para se saber como deve ser regulada a válvula, no caso de cilindros, é
necessário se calcular a vazão induzida (ver assunto referente no capítulo de cilindros).
A pressão de saída, no caso de cilindros, será proporcional à pressão de entrada (ver pressão
induzida no capítulo de cilindros), na mesma relação existente entre as áreas do cilindro e da coroa.
A pressão de entrada no atuador será igual à pressão de trabalho da bomba regulada na válvula
de alívio que descarregará a vazão em excesso.
A retenção integral permite o fluxo livre do fluido no sentido oposto ao desejado de controle.
O controle meter-out demonstrado na figura anterior, pode ser feito em apenas uma tomada do
atuador. No esquema o controle é duplo, isto é, tanto no avanço como no retorno dos atuadores.
Esse tipa de circuito é recomendado para aplicação de carga negativa, ou seja, quando a carga
tende a·puxar o atuador, ou ainda,quando há queda na resistência, como um vazio em um bloco de
ferro fundido que está sendo furado. É adequado, portanto, para máquinas de furar, escavar, perfurar,
rosquear, serrar, tornear etc.
Também é recomendada a utilização desse circuito quando não se deseja ter problemas de
interferência no funcionamento de válvulas de seqüência, pressostatos e s~milares.
Pode-se, também, aqui, utilizar centro aberto na direcional.

4.2.2. Regulagem de saída após a direcional

ou

'
L._ _ _ '''
J

Fig. XI.11 - Circuitos com regulagem "Meter-Out" após a direcional.


198 Manual de hidráulica básica

A diferença desses circuitos para os anteriores é que obtém-se regulagem nos dois sentidos de
movimento do atuador com apenas uma válvula reguladora de vazão. Existe,porém,a de.svantagem de
ter-se que utilizar centro fechado para a direcional, pois o centro aberto não traria vantagens
substanciais porque sempre havéria restrições à passagem do fluido para tanque.

4.3. Regulagem por sangria (Sistema "Bleed-off')

Neste caso a válvula reguladora de vazão é colocada em Hbypass", antes ou depois da direcio-
nal, conforme se queira ou não vazão regulada nos dois sentidos ou regulagens diferentes em cada
sentido.

ou
1
'L __ _J1

L _ '
__j

Fig. Xl.12 - Circuitos com regulagem "Bleed-Off'.

A válvula regula a passagem de fluido para o atuador, desviando parte para tanque. Dessa
maneira, o excesso de fluido passa pela reguladora de vazão e não pela válvula de alívio, envolvendo
assim.menor geração de calor no sistema. A pressão que chega ao atuador é a mesma de trabalho da
bomba.
Válvulas reguladoras de vazão 199

Como a vazão regulada é uma subtração ao volume deslocado pela bomba, esse tipo de circuito
é utilizado em sistemas de aplicação de carga constante. Variações de pressão influem no volume de
descarga da válvula, o que causa variação de velocidade do atuador. É usado,geralmente,em mesas
esmerilhadoras de ação recíproca, máquinas de alargar, afiar e acionamento de motores hidráulicos.
Para descarga da bomba podemos utilizar válvulas direcionais de centro aberto.

5. OBSERVAÇÕES FINAIS

Como vimos, dependendo o tipo de aplicação, devemos decidir sobre que tipo de válvula
reguladora de vazão podemos usar e onde devemos aplicá-la no circuito.
Existem,'entretanto,casos particulares em que válvulas reguladoras de vazão especiais devem ser
introduzidas no sistema.
Quando se precisa, por exemplo, um- controle de vazão bem rigoroso podemos utilizar as regula-
doras micrométricas (v. fig. Xl.13). Quando se deseja um sistema com mais de uma velocidade,
podemos utilizar uma válvula como as demonstradas na fig. XI.14.,(0bserve que essas válvulas são
acionadas mecanicamente). Quando se deseja um controle à distância pode-se utilizar uma reguladora
comandada eletro-hidráulicamente (v. fig. XI.15). Quando o problema for espaço, podemos utilizar o
bloco manifold com duplo ou único controle de vazão - "meter-in ou meter-out" - como mostra a
figura Xl.16.

Símbolo

Entrada

Dreno Saída

Fig. XI.13 - Válvula reguladora de vazão micrométrica.


Manual de hidráulica básica
200

Tipos de controle

Entrada

Dreno

L!J

Saída

Tipos de Controle

Entrada

Dupla velocidade
Entrada
Dreno

Saída

, ".

Saída

Fig. XI.14 - Válvulas reguladoras de vazão acionadas mecanicamente.


Válvulas reguladoras de vazão 201

r---
_,_ - - - - -,
1
1
1
L'J

Símbolo

Fig. XI.15 - Válvula reguladora de vazão acionada cletro-hidraulicamente.

Fluxo controlado

Fluxo livre
,Corte esquemático

Simbolo

,:!
1

Meter-ln Meter-Out
Tipos de aplicação

Fig. XI.16 - Bloco manifold com duplo controle de vazão integral.


Manual de hidráulica básica
202

Uma outra válvula de funcionamento interessante é à válvula divisora de fluxo. Seu princípio de
furtcionamento está ilustrado na figura que segue.

(3) (4)

(7)

1
1 1
L __ _J

r-- ~
1
1
L---------
(5)

1
1
1L __ J1

(!) (2)

(1) Entr~da
(2) Retorno
( 3) Saída secundária
( 4) Saída prioritária
(S) Piloto de acionamento
da direcional
(6) Válvula direcional com controle
de vazão integral
(7) Válvula de alívio
(8) Válvula de. alívio
principal

Fig. XI.17 - Princípio de funcionamento da divisora de fluxo.

O fluido que entra pelo duto (1), vai ter a válvula direcional (6). Se a vazão for maior do que a
regulada na válvula reguladora de vazão, irá se originar uma pressão que acionará o spool da
direcional, ocorrendo a divisão de fluxo. Pela saída prioritária sairá o fluxo regulado e, pela secundária,
o excesso. A válvula de alívio prioritária (7) regulará a pressão máxima da linha que vai ter à saída
prioritária, enquanto que, a válvula de alívio principal (8) irá regular a pressão máxima de ambas as
saídas (naturalmente a regulagem da válvula (7) deverá ser inferior à da válvula (8).)
Sua aplicação é mais constante em sistemas "mobile" como empilhadeiras, guindastes etc., em
que, parte do fluxo, é desviado para a direção hidráulica (fluxo que sai pela saída prioritária) e o
restante.para o sistema principal.
XII - ATUADORES ROTATIVOS

l.INTRODUÇÃO

Semelhantemente aos cilindros, os atuadores rotativos têm como função básica, transformar a
força, potência ou energia hidráulica, em força, potência ou energia mecânica rotativa.
Para melhor estudarmos os atuadores rotativos, vamos separá-los nas suas categorias principais:
os motores e os osciladores hidráulicos.

2. OS MOTORES HIDRÃULICOS

A energia hidráulica fornecida para um motor hidráulico é convertida em mecânica sob a forma
de torque e rotação.
Construtivamente, o motor assemelha-_se a uma bomba, excetuando-se, evidentemente, a aplica-
ção, que é inversa uma da outra. Existem casos, inclusive, em que o equipamento pode trabalhar ora
como bomba, ora como motor hidráulico.

2.1. Tipos de motores hidráulicos

Assim como as bombas, os motores podem ser unidirecionais (um único sentido de rotação) ou
bidirecionais (rotações em ambos os sentidos). Podem ser,também,de vazão fixa ou variável.
• Tipos de motores de vazão fixa
a) Engrenagens*
b) Palhetas
. _
c) P1stoes rRadiais
Axiais

• Tipos de motores de vazão variável


a) Paihetas
- _ { Radiais
b) P1stoes
Axiais

"'"Estão inclusos os motores do tipo gerotor, engrenagens excêntricas com anel crescente e rotores lobulares.
Manual de hidráulica básica
204

Obs.: Devemos entender como motor de vazão variável quando o mesmo possui um sistema
interno de variação de vazão mecânica ou automaticamente como uma compensação de pressão
interna.
Daremos a seguir uma rápida idéia do princípio de funcionamento e características internas dos
motores mais utilizados.

2.1.1. Motores de engrenagens

A figura que segue nos mostra uma analogia entre uma bomba e um motor de engrenagens.

Saída
Entrada

(A) BOMBA (B) MOTOR

Fig. XIl.1 - Compaiação entre uma bomba e um motor de engrenagens.

Podemos observar a princ1p10 que, tanto a bomba como o motor de engrenagens,possuem as


mesmas características construtivas internas. Em alguns tipos de motores são adicionados deflectores
que conduzem de melhor forma o fluido injetado no equipamento, prevendo, às vezes, um torque
inicial contrário ao desejado.
Uma bomba de engrenagens bi-direcional pode ser utilizada como motor se possuir um sistema
de vedação para altas pressões e um sistéma de drenagem interna ou externa. Na drenagem interna
costuma-se utilizar válvulas de retenção simples para se evitar contrapressão na linha de dreno.

1
1 1 1
I 1
I f
1
1 1 I
1
L-0_J_-()_J L...L.:.J
Dreno externo
Dreno interno

Fig. Xll.2 - Drenagem em motores de engrenagens.

Uma bümba de engrenagens unidirecional pode ser utilizada como motor na rotação inversa,
tomando-se o cuidado,porém, de não se ter contrapressão na linha de descarga do motor (sucção da
bomba).
Amadores rotativos 205

As observações acima não podem ser encaradas como regra geral, isto é, deve-se levar em
consideração as características internas de fabricação da bomba e verificar as especificações do fabri-
cante sobre a possibilidade de trabalho como motor hidráulico.
Uma bomba que é utilizada como motor, deverá ter baixo torque inicial, principalmente
quando nova. Esse baixo torque inicial pode ser melhorado se inicialmente fizermos o motor girar sem
carga.
Poderíamos classificar, também, como um tipo especial de motor de engrenagens, o motor
gerotor. Como mostra a figura que segue, a construção interna pode ser de duas engrenagens
excêntricas (uma interna à outra), ou ainda de uma engrenagem interna que gira em torno de um
disco com vários cilindros de aço que fazem as vezes dos dentes internos da engrenagem maior.
Seu prin'cípio de funcionamento pode ser associado ao da bomba do tipo gerotor e está
perfeitamente ilustrado na figura Xll.3 .

. - - - - - - - - - - Rotação

(A) BOMBA (B) MOTOR

Fig. XII.3 - Comparação entre bomba e motor gerotor.

Fig. XIl.4 - Esquema em corte de um motor do tipo gerotor.


Manual de hidráulica básica
206

Semelhante,ao caso anterior, quando drenados internamente, esses motores não trabalham em
pressões elevadas, devido ao sistema de vedação interna. Quando, porém, essa drenagem é feita
externamente o motor poderá trabalhar em pressões mais elevadas, a partir de um perfeito sistema de
vedação interna.

2.1.2. Motor de palhetas


1

Continuando a associação com bombas, diríamos que alguns tipos de bombas de palhetas
poderiam trabalhar como motor. No caso de bombas em que as palhetas dependem da força
centrífuga para se desalojarem do rotor, é impossível a utilização como motor, isso porque o fluido
passaria entre a carcaça e a palheta que não estaria totalmente estendida. Observa~se, portanto, que·
nesse caso o iorque inicial seria praticamente nulo.
Já no caso de bombas em que as palhetas são empurradas para fora do rotor pela ação de uma
mola, a aplicação como motor seria viável. O mesmo pode acontecer no caso em que é introduzido
fluido sobre pressão (3,5 a Sbar) nos rasgos onde se alojam as palhetas de forma a empurrá-las para
fora do rasgo, mantendo-as em contato constante com a carcaça.

(!) (2)

Fig. XII.5 - Princípio de funcionamento do motor de palhetas.

A figura anterior esquematiza ·o princípio de funcionamento de. um motor de palhetas


balanceado.
(1) O fluido sobre pressão atua diretamente sobre as palhetas I e 4, o que irá balancear a ação
de pressão sobre o rotor. Com a entrada do fluido, as palhetas 1 e 4 transmitirão força ao rotor
ocasionando o giro no sentido horário. As palhetas 2 e 5 encontram-se numa posição intermediária e
sob pressão, ocasionando um torque de saída uniforme. Por fim, as palhetas 3 e 6 encontram-se
recolhidas assegurando o balanceamento hidráulico.
(2) As palhetas 1 e 4 agora encontram-se na p~sição de exaustão do fluido enquanto que as
palhetas 3 e 6 iniciam-se no ciclo de pressão e as palhetas 2 e 5 encontram-se recolhidas próximas a
iniciarem o ciclo de pressão.
Amadores rotativos 207

2.1.3. Motor de pistões

2.1.3.l. Motor de pistões radiais

Assim como em bombas, existem dois tipos· de motores de pistões radiais. O de bloco rotativo e
o de bloco fixo.
Anel

Dreno

Bloco rotativo
Sapata
Separador (não gira)

Fig. XIl.6 - Motor de pistões radiais de bloco rotativo.

O funcionamento do motor de pistões radiais de bloco rotativo está ilustrado na figura acima O
rotor, onde estão alojados os pistões, gira excentricamente a um anel pela ação da pressão do fluido
injetado nos alojamentos dos pistões. O to_rque inicial desse tipo de motor ê muito baixo. Como
podemos observar, o anel excêntrico pode fazer um controle interno de vazão, ou ainda vir associado
a um-sistema de compensação de pressão.

Fig. XII. 7 - Esquemas em corte de dois motores de pistões radiais.


"'~

~
[
füa
:,.
§'.
~-
2
s,-
El-
Fig. XIl.8 - Vista explodida de um motor de pistões radiais de bloco estacionário. 2·

J
Amadores rotativos 209

As figuras XII. 7 e XII.8 ilustram as características internas do motor de pistões radiais de bloco
estacionário. Devido ao sistema de vedação interno e princípio de funcionamento, quando é exigido
um alto torque este é o motor recomendado. Existem motores que são providos de um sistema
interno de compensação de pressão, que varia o torque disponível (quando necessário) reduzindo ou
aumentando a rotação através de uma redução automática da vazão que lhe é fornecida.

2.1.3.2. Motor de pistões axi,µs

O princípio de funcionamento para uma bomba de pistões axiais é igualmente válido para esse
tipo de motor (v. bombas).

Fig. XIl.9 - Esquema em corte de um motor de pistões axiais.

No caso de bombas de pistões axiais, a modificação de bomba para motor poderá ser efetuada,
em alguns casos. Isso, porém, não é regra geral e deve-se consultar o fabricante do equipamento a
respeito. Outros equipamentos podem trabalhar como bomba em um sentido e no sentido oposto,
como motor.

2.2. Dimensionamento do motor hidráulico

Naturalmente o que interessa no projeto, é saber que torque e rotação um motor hidráulico
poderá fornecer.
Podemos observar que existe uma relação direta entre o torque e a pressão e ainda entre a
rotação e a vazão.
Para entrarmos na parte de cálculo, daremos, inicialmente, algumas definições importantes.

2.2.l. Trabalho

Define-se como trabalho o produto entre a força e a distância ou espaço percorrido durante a
atuação dessa força
r-----..,
= F •d
''
'
'
1
1
T

L---r--J~
i 1 1
.'
Peso
Distância
___j__ Supondo que na figura ao lado, o peso é
de 500kg e a distância percorrida foi de 2 me-
tros, temos:

T = F • d
Fluido de pressão T = 500 X 2
-,-d;~,..,... T = lOOOKgfm
Fig. XIl.10 -Trabalho.
210 Manual de hidráulica básica

2.2.2. Torque

O torque poderia ser associado ao trabalho em termos de unidade, porém como o torque
trata-sé de uma "força rotativa" também denominada de "momento torçor", definimos o torque como
sendo o produto entre a força pelo braço de aplicação da mesma.

T=F · b
r Braço

Motor Supondo que na figura ao lado a força


hidráulico
aplicada é de 500kgf e que o braço de aplica-
ção é de 2 metros, temos que:

T-F. b
Força T - 500x2
T - !OOOKgf.m

Fig. Xll.11 -Torque.

Dizemos que um motor hidráulico está aplicando um torque puro, quando esse torque está
sendo aplicado à rotação nula.
No motor hidráulico ocorre um decréscimo do torque com o aumento da velocidade, devido ao
que chamamos de "perda entre as tomadas" (v. fig. XIl.12).
O torque do motor hidráulico depende, basicamente, de dois fatores:
(1) A pressão fornecida e (2) a área dos elementos internos do motor onde atuará essa pressão.

Torque

Torque máximo
- - - -=---...cc ------------ i Torque teórico
-

- - - - - - Torque real
Perda

Velocidade

Fig. XIl.12 - O torque real de um motor hidráulico.

A "perda entre as tomadas" varia de acordo com o tipo de vedação interna do motor, isto é,
quanto mais perfeita for a vedação e menor o desgaste interno do motor, menor será a perda.
O "torque real" do motor hidráulico também é denominado "torque de saída".
.'
Atuadores rotativos 211

O "Iorque de partida" é,geralmente,menor do que aquele ilustrado no gráfico da Fig. Xll.12


quando temos velocidade nula, isso porque, devemos descontar, também, as perdas por atrito.
Entretanto o "torque de partida" poderá ser maior do que o torque fornecido com rotação máxima
do motor.
Como podemos observar no gráfico, existe um ponto em que o torque atinge um valor máximo.
Neste ponto as "perdas entre as tomadas" será mínima e o rendimento do motor hidráulico máximo.
Existe o caso·particular de motores de pistões em que o número de pistões é ímpar. Supondo
ser 5 o número de pistões, teoricamente o "torque de partida" seria fornecido por dois e meio pistões.
Ocorre que, invariavelmente, três pistões podem se encontrar no ciclo de descarga do motor, assim
sendo, com um pequeno giro angular do motor, poderemos aumentar o "torque de partida" colocan-
do o máximo possível de pistões na região de atuação da pressão.
Define-se ainda como "torque específico" o torque correspondente para cada biri de pressão.

2.2.3. Velocidade

Como já vimos e sabemos, a velocidade de um motor hidráulico depende diretamente da vazão


que é fornecida ao motor, e para fins de pr(?jeto e dimensionamento, costuma-se dar essa velocidade
em rotações por minuto.
Alguns fabricantes costumam fornecer em catálogos qual o volume necessário de fluido para
ocorrer uma revolução no motor, outros ainda, a vazão necessária para um determinado número de
rotações por minuto (esse valor é denominado "deslocamento" do motor). De qualquer forma,
pode-se simplificar o cálculo da velocidade do motor através da seguinte fórmula:
Q.K
v = --- ~ onde:
m Vr

Vm = veloçidade do motor em r.p.m.


Q = vazão fornecida
Vr = deslocamento por revolução
K = constante

-+ = 231 quando Q=GPM e Vr=cuin/revol.


K -+ = l quando Q=R/min e Vr=dm3 /rev.
{ -+ = 10- 3 quando Q=Q/min e Vr= m' /rev.

2.2.4. Potência

A potência envolve três fatores distintos: força, distância e tempo. Em outras palavras, deter-
mina-se a potência produzida ou a ser fornecida, a partir do trabalho realizado em um determinado
tempo.

N=2: N=~
t t

N= potência
T = trabalho
F = força
d= distância
t= tempo
Manual de hidráulica básica
212

Tempo

Fig. Xll.13 - Potência =Trabalho/Tempo

Vimos entretanto que, o torque pode ser comparado com a realização de trabalho. 'Dessa forma,
multiplicando-se o torque pelo número de revoluções por minuto, determinaremos a potência.

N=T.vm N = potência
T = torque
vm = velocidade do motor em rpm

Sabemos também que a partir da energia hidráulica fornecida para o motor, poderemos calcular
a potência fornecida.

N =.!'.....:._q onde N= Potência


K P= Pressão
Q= v.azão 456 quando P = bareQ ·= Q/min
K= Fator de conversão
{ 1714 quando P = psi e Q = GPM

2.2.5. Conversores de torque e velocidade

São também denominados de redutores e multiplicadores.


Assim como se faz com outros tipos de motores podemos associar ao motor hidráulico um
conversor de torque e velocidade. A figura que segue ilustra esse procedimento.
Amadores rotativos
213
MOTOR RELAÇÃO MÁQUINA

N1 =!OHP
Vm =!OOOrpm
T =7,26Kgf m
1:3 .-.
.
Vm
N=IOHP
= 333,3rpm
T = 21,78Kgfm

N=IOHP
·-1:1 - · N=IOHP
•m =!OOOrpm Vm = IOOOq,m
T=7,26Kgf m T= 7,26Kgfm

N=IOHP N=IOHP
Vm =IOOOrpm ·- 3:1-·
•m = 3000rpm
T = 7 ,26Kgf Jm T= 2,42Kgf m

Fig. XII.14 - Modos de conversão de Torque e Rotação.

2.2.6. Resumo de fórmulas

2.2.6.1. Torque do motor hidráulico

(]) T = - -
P • Vr
(Kgfcm) onde:
2,r
P = Pressão , (Kgf/cm2)
Vr = Volume deslocado por revol. cm 3
N· K 1 (Kgfcni)
(2) T = - - N = Potência (HP ou CV)
•m •m = Velocidade em r.p.m.
K 1 = {= 63025 qdo/N = H.P.
{= 63907 qdo/N = C.V.

(3) T = Q , p • K, (Kgfcm) Q = vazão f/min .


•m P =Pressão. (Kgf/cm2)
Vm = Velocidade em r.p.m.
K2 = {= 36,77 qdo/P =PSI e Q = GPM
{= 9,47qdo/ P=atmeQ =f/min
214 Manual de hidráulica básica

2.2.6.2. Velocidade do motor hidráulico

Q. K,
Vm = - - (r.p.m.) Q = vazão ( Q/min)
Vr Vr = deslocamento p/revol.
K, = {= 231 qdo/Q = GPM e Vr = cuin/rev.
{ = 1000 qdo/Q = 2/min e Vr = cm' /rev.

2.2.6.3. Potência do motor hidráulico

T ·vm
N = - - (H.P.) N = Potência (H.P.)
K4
T = Torque (Kgfm}
Vm = Velocidade em r.p.m.
K. = { = 63025 qdo/T = .Qbfin
{= 726 qdo/T = _Kgfm

2.3. Aplicações e Comparações

São incontáveis os tipos de aplicações em que podemos encontrar um motor hidráulico. Dentre
algumas delas podemos citar por exemplo: guindastes, esteiras rolantes, perfuradoras, serras, carros do
tipo vagão, dragas, máquinas operatrizes, máquinas agrícolas, laminadores, bobinadeiras, misturado-
res etc.
A princípio, todavia, ainda persiste a dúvida de quando se deve aplicar um motor hidráulico em
detrimento a um motor térmico ou ~létrico. Para tentarmos dirimir esta dúvida traçaremos algumas
comparações que, por si só, seivirão de esclarecimentos para esse tipo de escolha.
Primeiramente, só podemos pensar em utilizar um motor térmico quando não existe outra
solução para aquela aplicação em específico (um veículo automotivo,por exemplo). A razão disso é
evidente, pois com a grande elevação do custo de combustíveis o motor térmico tornou-se um artigo
de luxo para as indústrias, além de requererem constantes manutenções, tanto preventiva, como
corretiva.
Resta-nos, então, compararmos o motor elétrico com o hidráulico.
O motor elétrico não corresponde bem a certos tipos de aplicações, principalmente quando se
tem paradas e partidas constantes com carga ou ainda quando se precisa uma reversão rápida no
sentido de rotação, conversão do torque, controle da velocidade etc.
A introdução de motores hidráulicos e pneumáticos veio suprir muitas das deficiências apresen-
tadas pelos motores elétricos. Como exemplo podemos citar os seguintes fatores:

2.3.1. Comparação entre peso e tamanho

A relação peso/potência do motor hidráulico é bem menor do que a de um motor elétrico, isto
é, o motor hidráulico fornece uma potência por quilo,maior do que o elétrico. Naturalmente, se para
uma mesma potência o motor elétrico é m_ais pesado, seu tamanho também será maior do que o
motor hidráulico.
Dessa maneira, se o problema for espaço, o motor hidráulico é o indicado. Resumindo, para
cada H.P. o motor elétrico pesa em tomo de 13,6kg e o hidráulico 5,4kg.
A'!Uadores rotativos 215

Fig. XII.15 - Comparação entre tamanhos.

2.3.2. Comparação entre os rendimentos

Um motor elétrico trifásico possui um ótimo rendimento pois converte 90 a 95% da energia
elétrica que lhe é fornecida, em energia mecânica.
Os motores hidráulicos entretanto, não correspondem tão bem como os elétricos nesse ponto.
Um motor de engrenagens pode ter um rendimento máximo que gira em tomo de 70 a 85%. Motores
do tipo gerotor, palhetas e pistões podem atingir um rendimento máximo em tomo de 85 a 90% e
alguns motores de pistões especiais (precisão mais apurada na construção) podem atingir valores um
pouco acima de 90%.

2.3.3. Trabalho em condições adversas

'11
:1

Fig. XII.16 - Trabalho em condições adversas.

O motor hidráulico pode trabalhar em ambientes desfavoráveis que seriam perigosos ou impos-
síveis para a aplicação do motor elétrico comum.
O motor hidráulico pode trabalhar afogado (submerso) em quase todos os tipos de fluidos
conhecidos. Pode trabalhar em atmosferas corrosivas ou até mesmo explosivas (aqui teríamos que ter
uma construção especial de motor elétrico).
Pode trabalhar inclusive em ambientes superaquecidos que seriam perigosos para o motor
elétrico.
216 Manual de hidráulica básica

2.3.4. Controle de velocidade

Fig. XII.17 - Variação da velocidade com a carga. Fig. XII.18 - Controle de velocidade.

O motor elétrico varia bem pouco sua velocidade com a variação de carga que a ele é aplicada.
Essa velocidade varia na ordem de 3% ou menos. O mesmo já não ocorre com o motor hidráulico, cuja
variação da velocidade é da ordem de 1O a 15% com a variação da carga.
Em contrapartida o controle de velocidade do motor hidráulico é simples de ser feito, bastando
para isso a introdução de uma válvula reguladora de vazão no sistema. Isso não se verifica nos motores
elétricos comuns de corrente alternada devido ao "efeito de trava". Para se controlar de maneira
precisa a velocidade do motor elétrico, o mesmo teria que ser de corrente contínua controlado por
reostato, o que acarretaria um elevado custo do investimento.
Naturalmente, a velocidade do motor elétrico de corrente alternada, pode ser controlada a
partir de um redutor. Nesse caso, porém, teríamos "velocidades escalonadas" e seria impossível se
obter uma velocidade intermediária do esc;i1onamento.

2.3.5. Características de performance

Os motores hidráulicos podem manter um torque praticamente constante com a variação da


velocidade, assim como o próprio torque pode ser alterado a partir de uma válvula reguladora de
pressão. Podem, também, trabalhar intermitentemente, isto é, com paradas e partidas constantes, sem
acarretar problemas de superaquecimento.

Fig. XIL 19 - Características de performance.

Obs.: Atualmente utiliza·se também um processo denominado "polias de diâmetros variáveis", em que a
partir dessa variação obtém-se a velocidade desejada. Esse processo vem sendo utilizado em tornos, máquinas
colheitadeiras e inclusive em um auj:omóvel da Renault.
Atuadores rotativos 217

O mesmo já não ocorre com os motores elétricos. Em contraposição, o torque de partida de um


motor elétrico pode chegar até 160% do torque nominal, não ocorrendo o mesmo com os motores
hidráulicos cujo torque de partida atinge em média 80% do torque nominal.

2.3.6. Reversibilidade instantânea

Como para uma mesma potência, o motor hidráulico é bem mais "leve" que o elétrico, a energia
consumida para uma reversão instantânea é bem menor, especialmente a altas velocidades. O motor
elétrico normal, geralmente entra em um "pico de corrente" muito elevado no momento da reversão e
somente motores especialmente projetados poderiam-trabalhar com altos ciclos de reversão.

Fig. XII.20 - Reversão rápida.

2.3.7. Fonte de alimentação

Primeiramente, um motor elétric,o é fácil de ser alimentado pela corrente elétrica. Ocorre
entretanto, que em máquinas móveis, o.motor elétrico tena que ser de corrente contínua, pois seria
alimentado por um gerador desse tipo. Isso implicaria na utilização de acessórios mais complexos o
que influi decisivamente no custo do equipamento.
Dessa maneira, considerando os fatores expostos, as condições de trabalho, as características de
projeto, controle etc., podemos decidir sobre que tipo de motor aplicar na nossa máquina.

Fig. XII.21 - Motor elétrico ou hidráulico?

2.4. Observações finais sobre motores hidráulicos

Semelhantemente aos cilindros, podemos ter sistemas com motores hidráulicos em série ou em
paralelo acionados por apenas uma bomba, levando sempre em consideração a distribuição de esforços
em cada motor.
218 Manual de hidráulica básica

Podemos ter também sistemas em seqúência de cilindros e motores como, por exemplo, em uma
bobinadeira em que o esticador seria o cilindro.
Os procedimentos de controle de pressão e vazão são idênticos aos utilizados em cilindros,
sendo que, a válvula reguladora de pressão alívio cross-over tem larga aplicação para os motores
hidráulicos (veja item 4.3. do capítulo XI).
Podemos ter também sistemas denominados "closed loop" (circuito fechado), em que urna
bomba aciona o motor e o óleo descarregado volta diretamente à bomba (fig. XII.22). Evidentemente,
entre a bomba e motor podem ser introduzidas válvulas e/ou outros equipamentos.

Fig. XIl.22 - O "closed-loop".

As vantagens e propósito desse tipo de circuito podem ser resumidas como melhor controle
sobre cargas negativas, controle infmito de velocidade a partir de uma bomba de deslocamento
variável, menor probabilidade de choques hidráulicos, eliminação de um grande número de válvulas
com conseqliente redução da manutenç~o, menor probabilidade de contaminação do fluido etc.

3. OS OSCILADORES HIDRÁULICOS

Na conversão da energia hidráulica em mecânica, os osciladores - também denominados


atuadores rotativos - ocupam uma terceira faixa de aplicação. A energia mecânica fornecida por um
oscilador se traduz sob a forma de torque e um giro de determinado número de graus.
Devido a sua natureza de trabalho, os osciladores são reversíveis e devem ser controlados sempre
por uma válvula de quatro vias, e contrastam com os motores hidráulicos pela baixa rotação e alto
torque que desenvolvem.

3 .1. Tipos de osciladores hidráulicos

Existem osciladores hidráulicos de diferentes tipos de construção sem se estabelecer uma regra
geral, observando-se evidentemente o princípio oscilatório.
Assim sendo, a seguir ilustraremos alguns dos tipos mais conhecidos.
Atuadores rotativos 219

3.1.1. Oscilador de palheta

Tomada de pressão Tomada de pressão

(A) Palheta simples (B) Palheta dupla

Fig. XII.23 - Oscilador de palhetas.

Corno demonstrado na figura acima, podemos ter vários tipos de osciladores de palheta. O de
palheta simples, dupla, tripla, quádrula etc.; de acordo com a construção e tipo de aplicação.
O oscilador de palheta simples geralmente tem um giro máximo de 280° devido ao espaço
ocupado pelo separador das tomadas de pressão. Já no oscilador de palheta dupla esse giro não chega
a ultrapassar os 100° pela mesma razão.
Em ambos os casos o torque é originado através da aplicação do fluido sob a pressão na área da
palheta.
Apesar da desvantagem de possuir 'um. giro menor, pelo princípio do balanceamento interno de
forças, o oscilador de palheta dupla alcanÇa uma vida útil maior.

3.1.2. Oscilador do tipo pinhão-cremalheira

Consta basicamente de uma carcaça que envolve a camisa de um cilindro, um ou dois pistões,
uma ou duas cremalheiras e um pinhão de onde sai um eixo por onde será transmitido o movimento
oscilatório.
Seu princípio de funcionamento é fácil de ser compreendido e está ilustrado na figura que
segue.

~/ ~~ j]
Tomadas de pressão

Fig. XIl.24 - Oscilador do tipo Pinhão-Cremalheira.


220 Maru,al de hidráulica básica

O fluido entra em uma das duas tomadas de _pressão e atua sobre os pistões. O produto entre a
pressão do fluido pela área dos êmbolos nos fornecerá uma força linear que, através do conjunto
pinhão-cremalheira, é transformada em torque.
Evidentemente quanto maioi: for a vazão fornecida ao oscilador, maior será sua velocidade.
A vantagem desse tipo de oscilador é que o giro pode ser até maior do que 360° (mais do que
uma volta), sendo que alguns tipos de osciladores, como o demonstrado na figura anterior, podem vir
com um ajuste de curso dos êR1bolos integrais, o que nos possibilita uma variação do ângulo de giro.

3.1.3. Oscilador tipo cilindro duplo

Seu princípio de funcionamento é semelhante ao caso anterior e encontra-se ilustrado na figura


abaixo.

Tomada de pressão Tomada de pressão

\ ' /

TÜmadas de ventagem ou dreno

Fig. XII.25 - Osctlador do tipo cilindro duplo.

Trata-se do tipo mais rudimentar, se assiffi poderíamos dizer, de oscilador. Consta basicamente
de dois cilindros cujas hastes estão ligadas a uma corrente que, por sua vez, transmitirá o movimento
linear dos pistões a uma engrenagem transformando-o em oscilatório. Quanto maior for o curso dos
cilindros maior será o ângulo de giro do oscilado·r.

3.1.4. Oscilador do tipo rosca sem fim

Sem fim

Tomadas de pressão
Haste guia

Fig .. Xll.26 - Oscilador do tipo rosca sem fim.


Atuadores rotativos 221

Consta basicamente de um cilindro que possui internamente um êmbolo que faz girar um sem
fim através de urna bucha rosqueada. A esse conjunto é associado uma ou mais hastes guia que evita
um deslocamento não-uniforme do êmbolo propiciando o engripamento do oscilador.
Aqui, também, quanto maior for o curso do cilindro, maior será o ângulo de giro do oscilador.

3.2. Dimensionamento do oscilador

Basicamente o mesmo procedimento de cálculo efetuado para motores hidráulicos, pode ser
utilizado para os osciladores, com a diferença de que, ao invés da velocidade ser fornecida em rotações
por minuto (r.p.m.), ela será fornecida em arco por tempo (graus/min).
1

3.3. Aplicações

São inúmeras as aplicações do oscilador. Ilustraremos a seguir alguns tipos mais utilizados.

-,
-- íl----,
11
11
'-

L __ ~1
' I

---...J

Acionamento de válvulas Prendedor-puxador articulado Erguer ou girar

"\ \

1
I
,,, /
Conversor ou separador Posicionador Alimentador de prensa

---

Alimentador intermitente Mistwador Morsa


,
/
/ /
/
(
,-;- - - 1
.,,) / ,,,. ....'__ _ 1

/
/ 1

Transferência automática
' Rotação constante Esticador

Fig. XII.27 - Alguns tipos de aplicações de osciladores.


XIII - ACUMULADORES HIDRÁULICOS

Muitas são as funções às quais confiamos a utilização dos acumuladores. Basicamente sua
função principal seria a de acumular uma energia potencial (sob a forma de líquido sob pressão), para
restituí-la no momento requerido e com a rapidez desejada.
Porém, antes de estudarmos sua aplicação, veremos primeiro, suas características de construção
interna a frm de melhor compreendermos seu funcionamento e utilização.

1. TIPOS DE ACUMULADORES - CLASSIFICAÇÃO CONSTRUTIVA

Os acumuladores podem ser divididos basicamente em três tipos que se encontram ilustrados na
figura abaixo.

A e D E

'
:-J.:: 1

--r--
-·-:r __
:±-:: j::_
T-
·-;_: =r_: :cl:
::1-
····_·t-~ ·:J. :

Fig. XIIl.1 -Tipos de Acumuladores: (A) por gravidade ou peso; (B) por mola; (C)(D)(E) a gás.
'I

224 Manual de hidráulica básica

Um outro tipo de classificação que poderia ser feita seria a de acumuladores de pressão
constante e acumuladores de pressão variável durante a carga e descarga. Estudaremos cada tipo de
acumulador mais detalhadamente para melhor compreender esse conceito.

1.1. Acumuladore s a peso ou por gravidade

, Cilindro

Tomada

Fig. XIII.2 - Acumulador a peso.

Este é um acumulador de pressão constante. Compõe-se basicamente de um cilindro onde corre


internamente um pistão, com vedações apropriadas entre pistão e camisa, sendo que existe um peso
(variável ou não) que é aplicado diretamente sobre o pistão. A relação entre o peso e a área do pistão
irá originar uma pressão que é transmitida ao fluido. Como para um determinado peso a relação F / A
não varia, a pressão fornecida ao fluido também não irá se alterar. O que sofrerá alteração será a
energia fornecida pelo acumulador que. depende diretamente da altura relativa do pistão no cilindro.

1.2. Acumulador por mola

O acumulador por mola é semelhante, em construção, ao acumulador por gravidade.

'"

l
1--------f 2 }'!..

'"'
Fig. XIII.3 - Acumulador por mola (cortesia Flinchbaugh Products Inc.)
Acumuladores hidráulicos 225

Os componentes internos do acumulador por mola são idênticos ao acumulador por gravidade
di(erindo, somente que, neste existe uma mola no lugar do peso.
Apesar de possuir a vantagem de se regular a pressão a ser acumulada, a partir do ajuste da
tensão da mola, este acumulador não é um acumulador de pressão constante pois, a medida que o
fluido vai sendo descarregado vai diminuindo a força atuante da mola sobre o pistão, resultando,
portanto, um decréscimo da pressão acumulada.

1.3. Acumulador a gás

1.3.1. Acumulador a gás do tipo pistão separador

Camisa
rosqueada
Tomada
Arame de trava de Ou1ao

Tampa
da
tomada
de gás

Pistão_ Anel 'O'

Anel "Back-up"

Fig. XIIl.4 - Acumulador a gás de pistão separador.

i
Podemos observar que este tipo de acumulador é semelhante aos outros dois expostos anterior-
mente. Difere apenas no sentido de que,ao invés de possuir um peso ou mola para a pressurização do
fluido acumulado, o trabalho é feito através da pressurização de um gás existente no lado oposto do
pistão ao lado em que se encontra o fluido.
A pressão do fluido acumulado será aquela registrada no lado do gás. A exemplo do acumulador
por mola, este tipo de acumulador é de pressão variável pois, a medida que o fluido vai sendo
descarregado, vai diminuindo a pressão no gás, ocorrendo o mesmo no lado do fluido.
226 Manual de hidráulica básica

Vale salientarmos que, tanto no acumulador por gravidade, como no por mola e no a gás do tipo
pistão separador, toma-se necessária uma vedação positiva entre o êmbolo e a camisa que deve ser
bem retificada a fim de se evitar engripamentos do êmbolo.
Esses tipos de acumuladores podem apresentar ainda uma certa inércia originada pela massa do
próprio pistão, além da fricção interna no escorregamento entre o pistão e a camisa.

1.3.2. Acumulador a gás de nível livre

Válvula de
registro

Cilindro

1
Tomada do
o Válvula tipo bóia

fluido

Fig .. X:111.5 - Acumulador de nível livre.

No acumulador do tipo nível livre, não existe separação entre o fluido e o gás pressurizado.
Consiste basicamente ,de um cilindro com_ duas tomadas distintas, uma para o fluido e outra para o
gás, esta última geralmente acompanhada de uma válvula de registro para se carregar de gás o acumula-
"
dar.
É denominada de "superfície livre", a superfície de separação entre o fluido e o gás. Quanto
mais fluido é introduzido no acumulador, mais comprimido ficará o gás, aumentando dessa forma a
energia acumulada.
Pela mesma razão explicada anteriormente, este acumulador é do tipo pressão variável.
Como existe uma afinidade do gás dissolver-se no fluido, poderemos ter uma perda gradativa da
pressão que resulta na necessidade de se carregar periodicamente o acumulador.
Uma válvula tipo bóia impede que o gás passe para o sistema. Uma vez que o fluido atinja um
nível mínimo, essa válvula veda a tomada Egada ao circuito hidráulico.
Naturalmente esse tipo de acumulador pode ser montado apenas· na posição vertical, para se
evitar a entrada de gás no sistema.

1.3.3. Acumulador a gás com elemeuto separador flexível

1.3.3.1. Acumulador a gás do tipo diafragma

O acumulador a gás do tipo diagrama geralmente tem uma configuração esférica dividida em
dois hemisférios (v. fig. XIII.6) com uma membrana elástica, denominada diagrafma, fazendo a
separação.
Acumuladores hidráulicos 227

Tomada para gás


Diafragma

Tomada para pressão

Fig. XIII.6 - Acumulador a gás do tipo diafragma. (Cortesia da Greer Olaer Products Division)

Assim que o fluido vai sendo introduzido, o gás, no lado oposto, vai -sendo comprimido. A
pressão do fluido será idêntica ao do gás, pois o diagrama é totalmente flexível.
Esse acumulador também é do tipo pressão variável.
A figura que segue demonstra o ciclo de trabalho de um acumulador do tipo diafragma.

a) Totalmente descarregado
1
b) Carregado com gás para e) Fluido sendo introduzido
a pressão de pré-carga

,.

-!j})
d) Carregado com gás para e) Descarga do fluido O Descarga do fluido à
a pressão máxima de trabalho pressão mínima de trabalho

Fig. XIII. 7 - Ciclo de tJ:abalho do acumulador a gás do tipo diafragma. (Cortesia Bosch)
l
1:

228 Manual de hidráulica básica l


1.3.3.2. Acumulador a gás do tipo bexiga 1 ·

Válvula para o gás

Válvula de retenção
C::'..----- Tomada p/ o fluido
Fig. Xlll.8 - Acumulador a gás tipo bexiga. (Cortesia Greer Olaer Prod. Div.)

O acumulador a gás é constituído basicamente de uma armadura cilíndrica com extremidades


esféricas, que contém uma válvula para o gás, uma bexiga feita de material elástico sintético
(geralmente Buna-N), uma válvula de retenção e uma tomada para o fluido com opção de um dreno.
A válvula de retenção evita, naturalmente, que a bexiga seja extrudada para o sistema.
Existem acumuladores com sistémt1.s de segurança próprio, que não permitem a desmontagem
do acumulador sem que o mesmo estej:l completamente descarregado.
Os fabricantes desse tipo de acumulador recomendam que o mesmo seja montado verticalmen-
te, com a válvula para o gás na parte superior.
A figura que segue demonstra o ciclo de trabalho de um acumulador do tipo bexiga.

a) Totalmente b) Carregado c) Fluido sendo

1
descarregado com gás para introduzido
a pressão
de pré-carga

d) Carregado d) Descarga f) Descarga


com gás para do fluido do fluido
a pressão à pressão
máxima de mínima de
trabalho traballto

Fig. XIII.9 - Ciclo de trabalho do acumulador à gás do tipo bexiga.


Acumuladores hidráulicos 229

2. CONSIDERAÇÕES SOBRE QUE TIPO DE ACUMULADOR EMPREGAR

Vimos que os acumuladores por gravidade, por mola e a gás do tipo pistão separador,
apresentam problemas de atritos internos e inércia devido à massa do pistão.
Os acumuladores de nível livre já apresentam o problema da solubilidade do gás no fluido
utilizado.
Os acumuladores a gás' com elemento separador flexível, por não apresentarem problemas
dessa natureza, são os preferidos na utilização dos sistemas hidráulicos. Apresentam, entretanto, a
desvantagem de não poderem trabalhar em temperaturas muito elevadas já que afetaríamos a borracha
do elemento flexível.
Devido a sua construção robusta, os acumuladores de bexiga são os preferidos para pressões
muito elevadas, podendo-se também optar pelo tipo pistão separador, (Bolenz & Schafler - Alemanha
- Empresa do Grupo REXNORD).
O gás geralmente utilizado nos acumuladores é o nitrogênio, por se tratar de um gás inerte,
oferecendo pouco ou nenhum perigo com relação a explosões originadas de uma pressão excessiva e
conseqti.ente aumento de temperatura, além de não atacar os diversos tipos de elastômeros do elemen-
to flexível.
A carga de ar pode ser usada quando estamos trabalhando com água, poré1n, saliente-se que,
sempre devemos procurar evitar a utilização de qualquer fluido que contenha hidrogênio por se tratar
de um gás quimicamente ativo.

3. APLICAÇÕES

Como já vimos, o acumulador basicamente é um equipamento que nos acumula energia sob a
forma de pressão, para mantê-la ou liberá-la rápida ou vagarosamente, conforme a necessidade.
Dentre os mais diversos tipos de aplicações em que podemos ter a utilização de um acumulador,
salientamos as que seguem:

3.1. Corno fonte de potência auxiliar

É uma das aplicações típicas. Durante certa parte do ciclo de trabalho, o acumulador é carrega-
do, para depois descarregar o fluido armazenado, completando o ciclo de maneira mais rápida, em
auxflio à bomba (por essa razão será uma fonte de potência auxiliar).
Vejamos o circuito a seguir:

1 1
L __ J

Fig. XIIl.10 - Acumulador sendo utilizado como fonte de potência auxiliar.


230 Manual de hidráulica básica

Quando a válvula de controle direcional de quatro vias encontra-se na posição "acionada" como
mostra o esquema, a bomba fÔrnece fluido para o cilindro até que o mesmo chegue ao fim de curso,
quando então passará a carregar o acumulador até ser atingida a pressão regulada na válvula de alívio.
Se desacionamos a válvula direcional, o retorno do cilindro será feito de maneira rápida pois o mesmo
receberá fluido tanto da bomba como aquele armazenado no acumulador.
O tamanho do acumulador deve ser dimensionado a partir de capacidade de descarga e carga
total de acordo com o ciclo de trabalho.

3.2. Como compensador de vazamentos internos e/ou externos

Sabemos que um bom sistema hidráulico não pode ter vazamentos externos e, para que isso
ocorra exiStem as junções e uniões especiais que já vimos no capítulo II (conhecimentos fundamen-
tais). Entretanto, sabemos também que existem vazamentos internos no sistema, isto é, vazamento
,, en'tre o êmbolo e a camisa do cilind_ro, vazamento entre o spool (carretel) e o corpo das válvulas,
I' etc ...
I' Se o sistema fica pressurizado durante longo período do ciclo de trabalho(porexemplo: um
cilindro que aciona a placa do molde de uma máquina injetora), no lugar de mantermos a bomba em
constante trabalho para manter a pressão do circuito o que irá acarretar um consumo de potência
desnecessária assim corno aquecimento do óleo através da descarga constante da vazão da bomba por
uma válvula de alívio - podemos introduzir um acumulador que, após carregado com uma pressão
máxima, permite-nos desligarmos a bomba. O acumulador manterá a pressão no sistema até que se
chegue a um nível mínimo, quando já deveria ser iniciada outra fase do ciclo de trabalho, isto é, o
acumulador deve ser dimensionado de forma a manter um determinado nível de pressão até que haja
rriudança no ciclo.

(B)

Fig. XIII.11 - Acumulador sendo utilizado como compensador de vazamentos.

Podemos observar ha figura XIII.11 que quando estendemos o cilindro carregamos o


acumulador (a válvula direcional (A) encontra-se acionada) que após carregado, permitirá o desliga-
mento da bomba através de um pressostato, mantendo o sistema pressurizado.
Acumuladores hidráulicos 231

Se quisermos ainda utilizar o acumulador como fonte de potência auxiliar (ver item anterior)
dispensamos o uso da válvula direcional (B); caso contrário, a mesma deve ser introduzida para se
prever a descarga do acumulador antes de ligarmos a bomba e desacionarmos a válvula (A).

3.3. Como compensador da expansão térmica

Circuitos fechados, estão sujeitos a grandes gerações de calor. Dessa forma, tanto a tubulação
como o fluido irão se expandir ( dilatar) no volume. Como o coeficiente de dilatação dos vários tipos
de fluidos utilizados em sistemas hidráulicos é maior do que o coeficiente de dilatação dos metais
utilizados em tubulações, teremos um auinento de pressão considerável no sistema ultrapassando, às
vezes, limites máximos e prejudicando o equipamento.
Um acllmulador pré-carregado, para a pressão de trabalho, absorve esse volume "a mais" de
fluido na expansão térmica, assim como "devolve" esse volume se o~orrer uma contração devida a
resfriamento.

Válvula de
descatga

1
: 1
·------- '--~---_J
u

1
1
1
L_ ___r

Fig. XIII.12 - Acumulador sendo utilizado como compensador de expansão térmica.

3.4. Como fonte de potência de emergêiicia

Seria o caso, por exemplo, de ter-se que atuar um cilindro mesmo quando falta energia elétrica
( o ffiotor elétrico estaria parado e os solenóides não funcionariam).
Seja o caso do circuito a seguir em que o cilindro bascula o forno de uma fundição. Uma
vez fundido o metal, mesmo que falte energia elétrica, o forno terá que ser basculado a fim de que o
fundente seja vertido para um cadinho, evitando danos no equipamento. Caso isso ocorra acionamos a
válvula (A) e liberaremos o fluido contido no acumulador para o basculamento do forno. O fluido do
lado da haste, Se dirigirá para o reservatório através do centro da válvula (B) que se encontra desacio-
nada.
232 Manual de hidráulica básica

FORNO

E (D)

1
L _ _J

1
1
L._ __ J

Fig. XIII.13 -Acumulador sendo utilizado como fonte de energia de emergência.

Se quisermos agora retomar o cilindro, desacionamos a válvula (A) e acionamos a válvula (C),
quando haverá o retomo do fluido contido do lado liso do pistão, e entrada de fluido pelo lado da
haste vindo do reservatório e passando pela válvula (D) (aqui o cflindro age como uma bomba
succionando fluido do tanque).
As válvulas de controle de vazão (E) e (F) proporcionam uma descida ou subida controlada do
forno. A retenção pilotada (G) impede que o peso do próprio forno retorne o cilindro sem que se
queira.

3.5. Como contrabalanceador volumétrico

No caso de circuitos fechados com cilindros, quando queremos estender o cilindro, devemos
fornecer um volume maior do que aquele utilizado para retraí~lo. Dessa forma, no circuito do
esquema abaixo, o acumulador é carregado no retorno do cilindro, para ser descarregado quando do
avanço do cilindro, suprindo a bomba de fluido suficiente.
Acumuladores hidráulicos 233

'--------,
1
1

<Ili - - - _J

Fig. XIII.14 - Acumulador sendo utilizado como contrabalanceador volumétrico.

A válvula de controle de vazão (A) é uma válvula de agulha que fornece uma perda de carga
forçada na linha piloto da direcional, para que a bomba tenha tempo suficiente de carregar o acumula-
dor antes de ser completada a pilotagem da direcional.

3.6. Como absorvedor de choques hidráulicos ou pulsações

Quando o sistema, por características de projeto, está sujeito a choques hidráulicos, sejam eles
por compressão ou por descompressão (v. cap. VI e cap. IX), ou ainda a pulsações na pressão, deve-
mos introduzir um elemento absorvedor pará evitarmos dano ao equipamento. O acumulador também
pode ser utilizado nesse caso.

l
1
1_ _ _ _J1

Fig. XIIl.15 - Acumulador sendo utilizado como absorvedor de choques e pulsações.


1:
I i

234 Manual de hidráulica básica

No esquema do circuito acima, o acumulador (1) pode estar sendo utilizado tanto como um
absorvedor de choque por compressão (quando se desaciona a direcional temos um centro fechado),
como também pode estar sendo utilizado como absorvedor de pulsações causadas por uma carga
oscilante no atuador.
Já o acumulador (2) estaria sendo utilizado para absorver um choque hidráulico por descom-
pressão, evitando assi.m que se danifique o filtro de retorno.

3.7. Como fonte de energfa auxiliar em circuitos de duas pressões

Suponhamos ter uma prensa hidráulica que necessite de um avanço muito rápido (extrusora, ou
repuxo,por exemplo).
Até agora vimos que poderíamos adotar dois tipos de soluções:
a) Sistema regenerativo, com a desvantagem de perdermos a força (v. cap. VII).
b) Bombas.em paralelo, ou sistem?- <le baixa-alta pressão.
Acontece, porém, que às vezes não podemos usar o regenerativo porque não podemos perder
força no cilindro e também não podemos utilizar bombas em paralelopois,pormaior que for a soma
das vazões que ambas fornecem, não conseguiremos atingir a vazão específica.
Quando isso ocorre podemos lançar mão do acumulador como demonstrado no esquema a
seguir.

(G)

(F)
(E)

(C) --fi
1
1
1 1
1 1
L_J L--

Fig. XIII.16 - Acumulador sendo utilizado como fonte de energia auxiliar cm circuito de duas pressões.
Acumuladores hidráulicos 235

A bomba (A) é de baixa vazão e está regulada para uma pressão alta através da válvula de alívio
(C). A bomba (B) é de alta vazão e está regulada para uma pressão menor através da alívio (D).
Quando o cilindro chega em princípio ou fim de curso, a pressão do sistema se eleva e enquanto
a bomba (A) fica sendo descarregada através da alívio (C), o pressostato (E) (veremos mais detalhada-
mente o funcionamento do pressostato no cap. XVI) dá um sinal ao solenóide da válvula direcional
(F) fazendo com que a bomba (B) passe a carregar o acumulador até atingir a pressão de abertura da
alívio (D).
Uma vez acionada a válvula direcional (G), o cilindro avançará ou retornará rapidamente pois
teremos a soma de três vazões: a da bomba (A), da bomba (B) e do acumulador.

3.8. Com!) mantenedor de pressão

11
Em detenninados tipos de sistemas, existe a necessidade de se manter a pressão no atuador
1

durante longos períodos de tempo. Se a b.omba for de deslocamento fixo, essa pressão seria mantida
através de uma regulagem própria na válvula de alívio. Sabemos, entretanto, que, se o fluido é descarre-
gado durante muito tempo por uma alívio, teremos uma elevação considerável da temperatura. Dessa
maneira podemos utilizar um acumulador para manter essa pressão enquanto a bomba é descarregada
livremente para tanque. Vejamos o circuito que segue.

(3) /

Q (Q •
(B)

- ---------------
(1)

1
1
1
1 1
L---

Fig. XIII.17 - Acumulador sendo utilizado como mantenedor de pressão.

Quando acionamos o solenóide (1) da válvula direcional (A), a bomba estende o cilindro que ao
encostar na peça propicia o princípio da carga do acumulador. Uma vez atingida a pressão de carga do
acumulador, o pressostato (B) desliga o solenóide (1) centrando a válvula (A). Dessa maneira a bomba
descarrega sua vazão livremente para tanque e o acumulador mantém a pressão no cilindro.
Esse fluido pressurizado não retorna para tanque devido a presença da retenção pilotada (C) no
sistema. Se a pressão caiu devido a vazamentos internos, o pressostato ligará automaticamente o
\. solenóide (1) fazendo com que o acumulador seja carregado novamente.
~
11
I'
Manual de hidráulica básica
236

Para o retorno do cilindro, com apenas um sinal elétrico ligamos os solenóides (2) e (3) das
válvulas (A) e (D) respectivamente. Essa última, quando acionada, permite a descarga livre do
acumulador para tanque.

3.9. Outras aplicações -1


1

Como vimos são inúmera~ as aplicações e funções do acumulador. Para finalizarmos essa matéria
poderíamos ainda salientar outras aplicações possíveis como por exemplo: transmissor ou transferidor
de pressões iguais em sistemas distintos ( aqui o acumulador utilizado seria o do tipo bexiga e o
fluido hidráulico estaria em ambos os lados do acumulador - v. fig. XIII.IS); reservatório de fluido
pressurizado para lubrificação forçada; escorvador de bombas de baixo poder de sucção; sincronizador
de cilindros- etc.

Sistema A Sistema B

1
1
L __ J

·(a) .Transferidor de Pressão

Para lubrificação
f---!Xf--

1
1
1 - - . . . J'
L

(b) Reservatório de fluido pressurizado

Fig. XIII.18 - Outras aplicações de acumulador.


Acumuladores hidráulicos 237

4. DIMENSIONAMENTO

De acordo com o tipo de aplicação, devemos proceder diferentemente no cálculo do acumula-


dor. Dessa maneira veremos a seguir alguns processos utilizados.

4.1. Acumulador sendo utilizado como fonte de potência auxiliar ou de emergência,


ou fonte de energia auxiliar, ou ainda mantenedor de pressão

Recordando a lei de Boyle para os gases temos que a relação entre pressão e volume de um gás
segue a seguinte equação:

onde P1 e P2 as pressões inicial .e final do gás


V 1 e V 2 os volumes ocupados pelo gás nas pressões correspondentes

Quando ocorre a condição isotérmica (temperatura constante), onde a compressão e expansão é


feita vagarosamente de forma a permitir tempo suficiente para a dissipação do calor, o valor de n será
igual a 1, quando o gás utilizado for o nitrogênio.
Portanto,
P1 • V 1 = P2 • V2 Condição isotérmica para o nitrogênio

Quando,porém,ocorre a condição adiabática (sem troca de calor), onde a compressão e expan-


são é feita rapidamente de forma a não permitir tempo suficiente para a dissipação do calor, o valor
de n será igual a 1,4 q!,Jando o gás utilizado for o nitrogênio.
Portanto,
1 4
P1 • V1 • = P2 • V2 1 : 4 Condição adiabática para o nitrogênio

Podemos dizer que ocorre a condição adiabática se a compressão ou expansão do gás ocorre em
menos de um minuto.
Vejamos, então, agora, o que ocorre na prática. A figura que segue nos ilustra o ciclo de trabalho
do acumulador.

_l_
V,

Pré-carregado Descarregado
Totalmente
carregado
Fig. XIII.19 - Ciclo de trabalho do acumulador.

Em uma condição isotérmica teríamos:

Vi_ Vx· (P,/P1) (!)


1 - (P,/P2)
238 Manual de hidráulica básica

Em uma condição adiabática teríamos:

Vx-(P,/P,)1/n
V•= (2) Obs.: n = 1,4 para o nitrogênio
1- (P,/P,)1/n

Onde:
V 1 = Volume necessário para o acumulador. Este é o máximo volume ocupado pelo gás na
pressão de pré-carga.
Vx = Volume de fluido hidráulico descarregado pelo acumulador.
P1 = Ptessão de pré-carga do acumulador (absoluta). Essa pressão deve ser menor ou igual a
pressão mínima do sistema (P3 ).
P2 = Pressão máxima de trabalho do sistema (absoluta).
V2 = Volume de gás comprimido à máxima pressão do sistema(P2).
P3 = Pressão mínima do sistema (absoluta) à qual o volume de fluido hidráulico Vx foi descar-
regado.
V, = Volume de gás expandido à mínima pressão do sistema (P, ).

Obs.: EntendeJEOS por~essão absoluta à soma da pressão efetiva (pressão do sistema) com a
pressão atmosférica (1 atm ou 1,013 bar)
As fórmulas (1) e (2) foram deduzidas a partir da lei dos gases de Boyle.

Problema

Dimensionar o acumulador necessário para suprir 18dm3 de fluido hidráulico a um sistema de


pressão absoluta máxima de 210 bar e pressão absoluta mínima de trabalho 105 bar.
Assumir uma pré-carga de nitrogênio de 70bar absolutas.

Vi=?
P1= 70bar
P2 = 210bar
P, = 105bar
Vx= 18dm 3

Solução isotérmica

Vx(P,/Pi) 18(105/70) 18 · 1,5


54dm3
1-(P,/P,) 1---(105/210) 1 - 0,5

V 1 = 54 litros

Solução adiabática

Vx(P,/Pi) 1/n 18(105/70) 1/l ,4 18 (l,5)º'714 18 · 1,34 dm'


=---=6184
1- (P, /P2 )l/n 1'-(105/210) 1/l, 4 l-(0,5)º·714 1-0,61 '

V, "' 62 litros
Acumuladores hidráulicos
239
4.2. Acumulador utilizado na expansão térmica

Para finalizar o dimensionamento dos tipos de acumuladores e aplicações, estudaremos o caso


da expansão térmica.

Vimos que em circuitos fechados, a expansão térmica deve ser levada em conta e para isso
utilizamos o acumulador. Para determinarmos o seu dimensionamento podemos nos basear na
seguinte fórmula:

Va(t2 - ti)(~ - 3a)(P2/P1)l/n


V1 = (3)
1 -(P2/P,)l/n
Onde: ·

V1 = volume necessário para o acumulador. Este é o máximo volume ocupado pelo gás na
pressão de pré-carga.
P1 =Pressão de pré-carga do acumulador (absoluta). Essa pressão deve ser menor ou igual
a pressão mínima do sistema (P2 ).
Va = Volume total de fluido na tubulação (Va = Área de secção do tubo x comprimento).
t 1 = Temperatura inicial do sistema.
t2 = Temperatura fmal do sistema
P2 = Pressão absoluta do sistema na temperatura t 1 (é a pressão mínima).
P3 = Pressão absoluta do sistema na temperatura t2 {é a pressão máxima).
"= Coeficiente da expansão linear do material da tubulação.
{3 = Coeficiente da expansão cúbica do fluido hidráulico.
n = 1,4 para o nitrogênio.

Obs.: A fórmula (3) foi deduzida a partir dos princípios de expansão térmica dos líquidos em
metais, e a partir de lei dos gases de Boyle.

Problema
1

Determine o acumulador necessário para limitar a elevação da prensa de 0,69bar a 21 oc para


4,14bar a 540C em um sistema dp tipo circuito fechado que possui 1220cm de comprimento de tubu-
lação de 12, 7cm schedule 40, feita de aço. O fluido utilizado é gasolina que possui uma gravidade
específica 0,75 a 15,60C.
Assuma como 0,55bar a pressão de pré-carga do acumulador.
Solução:
'1i = ?
P1 = 0,55 + 1,013 = 1,563 bar
P2 0,69 + 1,013 = 1,703 bar
P3 = 4,14 + 1,013 = 5,153 bar

(t 2 - t) - (54-21) - 23oc

Área do duto de 12,7cm Sc.40 = 129, 10 cm 2

Va =129,10 • 1220 = 157502 cm3


a = 0,000112 por oc
S = 0,012 por oc
n = 1,4 . _
Manual de hidráulica básica
240

Va(t2 -t,)(~ - 3a)(P 2/Pi)l/n


V 1 = --'-----'-"-------'-'----'-------'--
1 - (P, /P,)l /n

0 57 502x 23)(0,012-3 .o,ooo 112)( 1,10311,563) 0,714


V1 = • 1-{1,703/5,153)0,714

5819,13 = 10650 cm3 = 10,65 litros


0,546397

4.3. Diagramas para determinação de acumuladores

Alguns fabricantes costumam fornecer em seus catálogos, diagramas para a determinação da


capacidade e tipo de acumulador a ser usado. Vejamos os diagramas que seguem.
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3
50 30 15 10 4 2 4 5 6 7 8 9 10 12 14 16 16 20 25 30 1'.,0 50 60 70 80-90 100 1so 200 2so ci~s 07 11.
' ' '
Capacidade nominal do acumulador em litros Pressão mínima de serviço p2 ou Capacidade nominal do acumulador em litros

.,,.11, pressão máxima de serviço p3 em bar

Acumulador de câmara
curva isotérmica da potência

para determinar a disponibilidade de flúido hidráulico

Fig. XIII.20 - Diagrama para determinação de um acumulador na condição isotérmica. (Cortesia Bosch)
·••·
Acumulador de membrana

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1
' 315
035 [
Capacidade nominal do acumulador em litros Capacidade nominal do acu~uladoÍ- em Íitros
Pressão mínima de serviço p 2 ou ~

·••·
pressão máxima de serviço p3 em bar

·•l•Ji1 Curva adiabática da potência


""S;

Acumulador de câmara
para determinar a disponibilidade de flúido hidráulico
Acumulador de membrana ""fl
""
!';·
Fig. XIII.21 - Diagrama para determinação de acumulador na condição adiabática (Cortesia Bosch) 2·

- - _ _Jj
Acumuladores hidráulicos
243

Supondo que o trabalho de nosso acumulador se verifica numa condição isotérmica no caso de
uma fonte de energia de emergência (vamos bascular um forno quando falta energia na fundição).
Supondo ainda que a pressão de pré-carga seja de 6bar, a pressão mínima lübar e máxima
25bar, e que teremos que fornecer 15 litros para os cilindros, vemos pelo diagrama que teremos de
adotar um acumulador de capacidade nominal de 50 litros do tipo câmara {bexiga), que no diferencial
de pressão poderá nos fornecer aproximadamente (36 - 18) 18 litros.

Supondo agora que o trabalho de nosso acumulador se verifica numa condição adiabática e que
esteja trabalhando como fonte de energia auxiliar (uma prensa extrusora de alta velocidade). Supondo
ainda que a pressão de pré-carga seja de 50bar, a pressão mínima 70bar e máxima 200bar, e que
teremos que fornecer 13,5 litros para o cilindro que aciona o martelo da prensa, vemos pelo diagrama
que teremos de adotar um acumulador de capacidade nominal de 30 litros do tipo câmara (bexiga),
que no diferencial de pressão poderá nos fornecer aproximadamente (22,2 - 7,1) 15,l litros.
244 Manual de hidráulica básica

5. OBSERVAÇÕES FINAIS

Para concluirmos o assunto, seria interessante fornecermos alguns dados sobre instalação,
segurança e manutenção de acumuladores.

5 .1. Instalação

Como já vimos, apesar de alguns acumuladores como do tipo pistão separador, diafragma etc.,
poderem ser montados em qualquer posição, é conveniente que todos eles sejam montados na posição
vertical com o peso, mola ou gás na parte superior, afim de que sejam eliminados desgastes
desuniformes f!-/ou sobrecargas localizadas.
Depois ·de feito um teste de estanquiedade e limpeza cuidadosa da parte interna do acumulador,
dutos e conexões, procede,se a sua colocação no circuito completando o serviço com a verificação de
vazamentos.
Após a instalação do acumulador no circuito, é necessário sangrar todo o ar do sistema antes de
por a máquina em funcionamento.

5.2. Segurança

É conveniente que o acumulador seja descarregado (exceto a pressão de pré-carga do gás)


quando a máquina não estiver sendo utilizada. Isso pode ser feito através de uma válvula de registro
para a descarga do acumulador. Para tornar o processo mais automático, podemos utilizar uma válvula
de descarga diferencial ( ver fig. IX.! 4, do cap. IX). Pode-se também utilizar uma outra válvula de
registro para separar o acumulador do sistema, no caso em que o mesmo não é constantemente
acionado.

Para o sistema

1
1 1
L---_J

Fig. XIIl.22 - Descarga e isolamento de um ac~mulador.


Acumuladores hidráulicos 245

Também com respeito à segurança, é interessante colocar uma proteção em torno do acumula-
dor com os dizeres - "PERIGO, ACUMULADOR SOB PRESSÃO". Ê útil também um manômetro
instalado em caráter permanente.

5.3. Manutenção

Uma boa manutenção de ~cumuladores limita-se a manter a pressão certa e evitar vazamentos
internos e externos.
A manutenção dos acumuladores a mola ou peso é semelhante aquela feita nas válvulas e
cilindros. Se o acumulador for a gás, observe os seguintes princípios:

• Use exclusivamente nitrogênio. Oxigênio sob pressão em contato com o óleo pode provocar
explosão. O ar comprimido provoca condensação de água que causará ferrugem e oxidação do
óleo.
• A pressão máxima de carga deve ser a especificada pelo fabricante. Pressões excessivas
provocarão atraso na entrada do fluido hidráulico e diminuição do volume admitido, resultan-
do um trabalho não satisfatório.
• Nunca trabalhar um acumulador sob pressão. Antes de desmontá-lo alivie a pressão hidráulica
e pneumática.
• Não permita a penetração de sujeira. Trabalhe em uma bancada limpa e feche as tomadas com
tampas de plástico ou fita gomada.
• Antes de remover o acumulador devido a uma queda de pressão, verifique os vazamentos
externos com água e sabão e os internos observando se existe espuma no circuito. Em caso
negativo não existe a necessidade de retirar o acumulador, bastando apenas Uma nova carga de
nitrogênio para resolver o problema.
• Se existirem vazamentos, remova a bexiga e teste num tanque com água. Se estiver danificada
troque por outra genuína, trocan.do também o conjunto completo de vedação do acumulador.
• Quando carregar o acumulador coni nitrogênio, abra a válvula de carga do acumulador antes
de abrir a válvula da garrafa de nitrogênio. Abra esta última devagar e observe a pressão
indicada no manômetro de modo a não exceder a pressão máxima recomendada pelo fabrican-
te. Feche a válvula do acumulador antes de fechar a da garrafa do nitrogênio.
1 !

li
1.

XIV - INTENSIFICADORES DE PRESSÃO - "BOOSTERS"

Os intensificadores de pressão (as vezes denominados "Boosters"), são dispositivos que


convertem fluido à baixa pressão em fluido à alta pressão, isto é, intensificam a pressão de um sistema
hidráulico.
O princípio de funcionamento desse equipamento, baseia-se em uma relação de áreas (veja item
5.6. Pressão Induzida, no capítulo de cilindros), ou vantagens mecânicas, para intensificar a pressão
sem adicionar potência ao sistema.

l. TIPOS DE INTENSIFICADORES DE PRESSÃO

Existem dois tipos básicos de intensificadores de pressão, o de simples efeito e o de duplo efeito
ou ação contínua.

1.1. Intensificador de Pressão de Simples Efeito

O princípio de funcionamento do intensificador de simples efeito pode ser facilmente


entendido pela figura que segue.

10cm 2 lcm 2 10:1

l~min
700atm
Saída de Alta pressão
e preenchimento
Entrada de !Of/min Tanque ou
baixa pressão 70 atm preenchimento

L'...J

Fig. XIV.1 - Princípio do funcionamento do intensificador de simples efeito.


Manual de hidráulica básica
248
Existem normalmente três tomadas, uma de entrada de fluido a baixa pressão, uma de saída de
fluido a alta pressão e preenchimento e uma de retorno e preenchimento.
O fluido à baixa pressão, quando dirigido para a tomada de entrada do intensificador, age
iI
contra a área maior do êmbolo. A força resultante da aplicação da pressão sobre essa área, tende a
1
deslocar o êmbolo para a direita. Essa mesma força fará com que a haste "empurre" o fluido situado
na câmara menor para fora a alta pressão.
Denominemos de Pl a pressão de entrada no intensificador e de Al a área do êmbolo. Então a
força de deslocamento será igual:

I F = Pl. Al I
Essa força F transmitida na haste de área A2, irá originar uma pressão P2 calculada da seguinte
forma:
. F
P2= Al então, F=P2. A2

Se F = Pl . Al, e F = P2 . A2, temos que:

Pl . Al = P2. A2 (1)

Mas Al é maior do que A2, então para que se estabeleça a igualdade na equação (1), temos que
P2 deverá ser maior do que Pl.
De (1) sai:
P2 = Al . p1
A2

Mas Al/ A2 nada mais é do que a relação entre as áreas do êmbolo e da haste. Portanto, P2 será
tantas vezes maior do que Pl quanto :maior for a relação de áreas. Por exemplo, se a relação de áreas
entre o êmbolo e a haste for 3:1 temos.que P2 = 3Pl.
Devemos observar entretanto que a quantidade de fluido a alta pressão enviado para o circuito
será inversamente proporcional a quantidade de fluido introduzida a baixa pressão no intensificador
(veja item 5.5. Vazão Induzida no capítulo de cilindros), isto é, sacrificamos a vazão para pennitir um
ganho na pressão, isto quer dizer que a potência do sistema, que é dada pelo produto entre a pressão
com a vazão, permanecerá constante.

Exemplo de cálculo

Observando a figura XIV.!, suponhamos que a área do êmbolo seja de 10cm2 e a área da haste
lcm2, dando, portanto, uma relação de áreas 10:1. Se aplicannos uma pressão de 70bar no êmbolo,
teremos a seguinte pressão de saída:

Al 10
P2 = - .PJ= - . 70 = 700bar
A2 1
Entretanto se introduzirmos uma vazão de 10 litros por minuto na entrada de baixa pressão,
teremos a seguinte vazão na saída de alta pressão:

Q2 = 1~. Ql = ~. 10 = 1 Q/min
1

1.1.1. Vantagens e desvantagens desse tipo de intensificador '1

O intensificador de simples efeito é destinado a descarregar o fluido a alta pressão somente no


curso de avanço. Dessa forma, ele deve ser dimensionado de maneira a ter uma reserva de capacidade
para compensar vazamentos e desgastes do sistema e con1ponentes.
Intensificadores de pressão - ''Boosters'' 249

É um equipamento de custo razoavelmente baixo e pode ser construído numa variada gama de
relações de áreas e tamanho.
Existe a necessidade de se introduzir equipamentos adicionais ao sistema para controlar
adequadamente o ponto à partir do qual a alta pressão será descarregada e quando o intensificador
retomará e se preenchérá sozinho.
Esse tipo de intensificador também presta-se a aplicações em que se utilizam dois fluidos
diferentes, como por exemplo, ar.e óleo.

1.2. Jntensificador de ação contínua

O intensificador de ação contínua é uma unidade que contém diversos elementos e possui
movimento recíproco contínuo de tal forma que.permite uma descarga contínua de fl.Uido a alta
pressão.

1.2.l. Construção interna


A figura que segue nos mostra em corte, um intensificador de ação contínua fabricado pela
RACINE.

1 - Saída de óleo a alta pressão


2 - Válvula de retenção simples
3 - Haste
4- Êmbolo
5 - Válvula de controle direcional de duas posições e três vias com duplo acionamento, mecânico e hidráulico
6 - Válvula de controle direcional de duas posições e quatro vias com acionamento hidráulico

Fig. XIV.2 - Esquema em corte do intensificador fabricado pela RACINE.

Todas as partes do intensificador operam à baixa pressão, exceto as extremidades das hastes e as
quatro válvulas de retenção simples. A área maior sobre a área menor determina a exata relação de
multiplicação do intensiíicador. Na sua linha atual, a RACINE fabrica intensificadores com as seguin-
tes relações de multiplicações: 3:1, 5:1 e 7:1.
Neste tipo de intensificador, existem três tomadas distintas: Entrada de baixa pressão, saída de
alta pressão e retorno.
250 Manual de hidráulica básica

1.2.2. Princípio de funcionamento

O esquema que segue, nos facilitará a compreensão da operação do intensificador de ação


contínua.

Alta pressão

r---
1 ,---------"s---<I
li Ill

1
r
1 iI
li Í HID. HID. 1 lI

Il
1

II
t
I __________________
L L-------_ -----------1-1 : ! 1
-----------~-y------J-
-----------~--y------j II
1 (3) : 1
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11
L_ ....____ - - - - - - - - HID. ~-~~---~---J I
--------- ((') 0---,f--f~~~ 11) : :

--
-----------' 1 1
------------" __J
Baixa pressão
Entrada
t Tanque

Fig. XIV.3 - Esquema do circuito interno do intensificador de ação contínua.

Com o fluido a baixa pressão sendo admitido pela tomada de entrada o mesmo terá três (3)
caminhos a seguir:
!.º - Ir pelo duto (1) encontrando a passagem pela válvula (A) fechada e dirigindo-se pelo duto
(2) até a válvula (B) com passagem livre, o que fará com que as válvulas (A) e (C) permaneçam na
posição em que se encontram através da pilotagem hidráulica.
2. 0 - Ir pelo duto (3) passando pela válvula de retenção°' e preenchendo a câmara 1. O fluido
não passa pela retenção {3 pois temos fluido coin pressão elevada saindo pela tomada de alta pressão.
3. 0 - Seguir direto preenchendo a câmara II.
Dessa maneira, o êmbolo desloca-se para a direita, fazendo com que o fluido da câmara III
dirija-se diretamente para tanque, e o da câmara IV, devido a relação de áreas, saia com pressão
elevada pela tomada de alta pressão pois tem passagem livre através da retenção Ll. e vedada pelas
retenções~ e -y.
Devemos observar que se pilotamos a válvula (C) para a direita, a pressão do piloto do lado
oposto é aliviada livremente para tanque através da passagem aberta na válvula (A).
Esse processo continua até que o êmbolo aciona mecanicamente a válvula (A) o que ·fará com ,i
que o fluido proveniente do duto (!) pilote a válvula (B) para a direita e a (C) para a esquerda,
invertendo assim o processo, pois agora teremos fluido com pressão elevada saindo pela câmara I.
O ciclo assim descrito irá se processar continuamente enquanto é exigida alta pressão. A vazão a
alta pressão-e a pressão serão função das características disponíveis na fonte de baixa pressão. Quando
a baixa pressão atinge o seu máximo, também a alta pressão estará no seu máximo.
Jntensificadores de pressão - "Boosters" 251

1.2.2. Vantagens e desvantagens desse tipo de intensificador

Podemos salientar como vantagens os seguintes fatores:


- Os intensificadores de pressão de ação contínua são unidades compactas contendo em seu
corpo todos os elementos necessários para sua operação. O intensificador envia continuamente fluido
a alta pressão quando e enquanto ele é necessário, servindo também como compensador de
vazamentos;
- não é necessário se adicionar potência extra para se aumentar a pressão pois a relação
H.P. = P. Q (onde H.P. = potência, P = pressão e Q = vazão) permanecerá constante mesmo porque,
como vimos, o aumento da pressão é proporcional ao decréscimo da vazão;
- a vida útil desse tipo de equipamento é extremamente longa. As únicas partes móveis são: o
êmbolo e os "Spools" (carretéis) das válvulas direcionais, que somente irão operar quando é requerida
a alta pressão;
- alta eficiência a alta pressão. As vedações no êmbolo e válvula de retenção são dispositivos de
alta confiabilidade e apresentam realmente vedação positiva.
Como desvantagens teríamos:
- a descarga de fluido é pulsativa. O deslocamento para cada curso é grande, entretanto
flutuações na pressão e vazão são notadas;
- os intensificadores de ação contínua não podem ser aplicados em substituição a bombas de
alta pressão quando a vazão é utilizada para a realização da operação, tais como em: conformação,
11
1 estamparia profunda ou estuamento de metais.
1

2. EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

2.1. Circuito para prensa de duplo efeito

Como podemos notar, os intensificadores podem ser aplicados em muitos tipos de circuitos que
exijam força excessiva. A figura que segue nos mostra um circuito onde aplicamos um intensificador
de ação contínua para uma prensa de dupla ação.

5
A - Retôrno
B - Neutro
C - Avanço
4

3
7

1 - Válvula direcional de quatro vias


2 - Unidade hidráulica
3 - Válvula de seqüência

1'
4 - Válvula retenção pilotada
5 - Cilindro
6 - lntensificador
7 - Bomba de baixa pressão
'
~I i~fV====l-'===1..l:::===j Q 2

Fig. XIV.4 - Circuito de prensa de duplo efeito com utilização de um intensificador.


-,.;
'
1

252 Manual de hidráulica básica

Pela relação dos componentes do circuito, podemos observar a introdução de urna válvula de
seqüência (3) especial para uso com o intensificador (6), ( essa válvula será estudada mais adiante).
Com a válvula direcional de quatro vias (1) deslocada para a posição de avanço, o êmbolo
move-se alimentado pela totalidade da vazão fornecida pela bomba de baixa pressão (7).
Quando ocorre oposição ao movimento do êmbolo, originada pela carga necessária à realização
da operação, a pressão começa a se elevar. Nesse momento a válcula de seqüência (3) abre a passagem
de fluido para o intensificadoÍ que opera convertendo o fluido a baixa pressão para alta pressão,
enviando~o para o atuador (5) e retomando o excedente para o reservatório (2).
A válvula de retenção pilotada ( 4) separa a alta da baixa pressão, possibilitando-nos, assim, a
utilização de componentes para baixa pressão, reduzindo o custo do sistema.
Para 3.brir a prensa, a válvula direcional ( 1) é acionada para a posição de retorno e, antes do
êmbolo iniciar o retrocesso, a alta pressão precisa ser aliviada a fim de se evitar choques devido a
descompressão rápida.
Dessa maneira, a válvula de retenção pilotada ( 4), utiliza fluido a baixa pressão para o piloto a
fim de permitir a descompressão. Quando a pressão no atuador (5) cai a um nível adequado, a válvula
de retenção pilotada ( 4) abre completamente,e o fluido, novamente à baixa pressão, retorna o êmbolo
a máxima velocidade.
A válvula de seqüência (3) permanece fechada exceto quando a alta pressão é requerida. O
intensificador (6), dessa forma, rião opera durante o ciclo, a não ser quando é exigida a alta pressão.

2.2. Circuito, para prensa de simples efeito

Válvula de retenção pilotada

A - Retômo
B - Neutro
e - Avanço

Válvula de seqüência

Fig. XIV.5 - Circuito de prensa de simples efeito com utilização de um intensificador.

Podemos observar na figura acima que os mesmos componentes são necessários para se utilizar o
intensificador. A única válvula adicional é a de retenção pilotada, que liga o atuador diretamente ao
reservatório.
Intensificadores de pressão - "Boosters" 253

Desde que o peso do êmbolo e da mesa da prensa são os responsáveis pela expulsão do fluido
quando a prensa abre, uma válvula de descarga e tubulação de grandes dimensões são necessários para
circuitos de simples efeito desse tipo.

3. CARACTERfSTICAS DOS INTENSIFICADORES DE AÇÃO CONTÍNUA RACINE

O gráfico da figura que segue nos mostra a relação entre a vazão de fluido a baixa pressão
fornecida ao intensificador e a entregue por ele ao sistema. No gráfico estão representados os valores
teóricos e reais.
Como as _perdas no- intensificador são desprezíveis, sua eficiência é extremamente alta.
A área achurada representa a faixa de funcionamento intermitente para esses intensificadores de
ação contínua. Dessa fonna, deve-se limitar aos valores máximos fixados para evitar-se problemas.

15

14

13

12

~ 11
I~
~
10
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• 9

"'
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8
"
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~
> 7
:s:
.§_
6
""
5

o
· ( 2/min) Vazão de entrada (Baixa pressão)
o 55 110 165 220 265
Ciclos por minuto

Fig. XIV.6 - Características de funcionamento do intensificador de ação contínua da RACINE.


~
li
254 Manual de hidráuc/ica básica

A tabela abaixo nos fornece informações completas sobre as características desse intensificador.
Observe, que a alta pressão é limitada a 350 bar e a baixa pressão a 70 bar.

Ili "§
o ..
o

"s"
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o oi:::

o"
:-:s
~
o.. Contínuos Intermitentes

Vazão p/ Vazao p/ Vazão p/ Vazao p/


baixa alta baixa alta
Relação
de áreas
bar bar cm' pressão de pressão de pressão de pressão de
entrada saída entrada saída
(1/min) (1/min) ( Vmin) (1/min)

3:1 70 210 211,72 91 30,33 114 38


5:1 70 350 128,15 91 18,2 114 22,8
7:1 50 350 94,06 91 13 114 16,3

Fig. XIV.7 - Dados técnicos do intensificador RACINE.

4. OBSERVAÇÕES FINAIS

4.1. Alteração da relação Alta Pressão/Baixa Pressão

4.1.1. Regulagem da Alta Pressão

Podemos variar a relação alta pressão/baixa pressão artificialmente, através da introdução de


uma contra-pressão na linha de_ retorno do intensificador. A figura que segue ilustra esse processo.

Al
A2 A3

P3

1 - - P2
1
Pl 1
'-

L'..J
Fig. XIV.8 - Regulagem da alta pressão do Booster.

Quanto maior a pressão P2, mais força é subtraída daquela gerada por PI (ver "pressão
induzida", em cilindros) o que dá o mesmo efeito que reduzir a pressão P3. Portanto, a pressão de
saída é regulada e ajustada pela válvula de alívio na linha de retorno.
A relação do intensificador, pode dessa maneira, ser variada desde um valor máximo até um
valor negativo.
Intensificadores de pressão - "Boosters" 255

Esse método é equivalente à aplicação de uma válvula redutora na entrada do intensificador.


Entretanto, o primeiro método é mais eficiente já que uma válvula normalmente fechada é utilizada e,
portanto, choques de alta pressão e flutuação não causam operação descontrolada.

4.1.2. Alteração da relação de multiplicação pela alteração de montagem

A figura que segue ilustra esquematicamente um intensificador RACINE modificado para alterar
a relação alta pressão/baixa pressão.

Linha de
D Tanque

• Linha de
Baixa Pressão

• Linha de
Alta Pressão

Fig. XIV.9 - Alteração da relação de multiplicação do intensificador da RACINE.

Através do fechamento das válvulas de retenção 1 e 6, e substituindo-as por válvulas de retenção


externas ligadas a uma fonte submetida à pressão atmosférica, a relação do intensificador é decrescida
em uma unidade.
Como exemplo, um intensificador com relação 5:1 alterado como o descrito acima, tomar-se-á
um 4: 1 porque a área da haste é 4 vezes menor que a área da coroa do pistão.
A vantagem na modificação para relações menores é poder manter-se a vazão inversamente
proporcional à relação. Um intensificador 4:1, montado como o descrito acima, fornecerá vazão e alta
pressão igual a um quarto de vazão que entra à baixa pressão. Se um intensificador 5:1 é utilizado
como uma válvula de contra-pressão para reduzir a relação para 4:1 (Cap. V., item 4.1.1.), somente um
quinto da vazão à baixa pressão é enviada a alta pressão.
Outra vantagem desse processo é a possibilidade de se utilizar o acumulador com dois fluidos
diferentes. O óleo pode ser utilizado para enviar graxa ou outro fluido qualquer a alta pressão. Nesse
caso, apesar das câmaras serem separadas por vedações, existe a possibilidade de haver mistura entre
os fluidos e, dessa maneira, os mesmos devem ser compatíveis.

4.2. A válvula de seqüência

É difícil concluirmos que a válvula de seqüência que trabalha em conjunto com o intensificador
deve ter uma construção especial. a figura XN.10 ilustra urua válvula de seqüência da RACINE fabri-
cada especialmente para aplicação em conjunto com o intensificador.
256 Manual de hidráulica básica

Saída

Piloto -

Entrada

Fig. XIV.10 - Válvula de seqüência para aplicação conjunta com o intensificador.

Essa válvula é projetada para operar com IOSbar nas tomadas de entrada e saida e 350bar
como pressão piloto máxima.
O pistão piloto tem vedação positiva de forma que não existem vazamentos. isso é um fator
importante para aplicação onde a alta pressão é mantida durante longo tempo.
Em virtude da perfeita vedação nas válvulas de retenção do intensificador e no pistão piloto da
válvula de seqüência, a fonte de potência pode ser desligada por períodos de até 30 minutos, sem
perda da alta pressão no sistema.

A faixa de regulagem dessa válvula.vai de um mínimo de !Obar até um máximo de 63bar. Ela
é compatível, portanto, com as pressões existentes no ramal de baixa pressão do intensificador.

Quando se aplica uma válvula de seqüência num sistema com intensificador é absolutamente
necessário que a tomada piloto seja ligada ao ramal de alta pressão. Se isso não é feito e uma válvula
de seqi.lência pilotada internamente é utilizada, sentindo fluido a baixa pressão somente quando ele é
usado, a válvula de seqüência irá vibrar ou oscilar. Isso é causado pela queda de pressão da bomba para
satisfazer a relação de multiplicação do intensificador e a pressão de descarga requerida. Essa
instabilidade e as freqllentes mudanças na vazão que é enviada para o intensificador, podem ser
algumas fontes de faihas para a válvula de seqüência de projeto inadequado.

4.3. Choques pulsantes

Alguns circuitos exigem intensificadores com vazão a alta pressão mais suave do que é possível
obter de circuitos normais. Supressores de choque não podem ser aplicados para se eliminar essa
pulsação e a experiência tem demonstrado que um pequeno acu~uladoi:, com capacidade para um
litro, colocado no lado da entrada do intensificador, evitará choques prejudiciais ao intensificador e a
parte de baixa pressão do circuito.
Para se evitar pulsações de grande intensidade no lado da alta pressão deve-se aumentar a
capacidade da linha de alta pressão para ajudar a suavizar a vazão e alta pressão. O valor dessa
capacidade requerida dependerá do valor da vazão a alta pressão e da quantidade de fluido
comprimido. Nonnalmente, um acumulador com capacidade de um a quatro litros, pré-carregado a 60
ou 70% da alta pressão esperada, removerá a maior parte das pulsações; mais ou menos l 4bar
de variação pode ser esperada na linha de alta pressão mesmo com a aplicação do acumulador.
Intensi[icadores de pressão - "Boosters" 257

4.4. Manutenção da Alta Pressão

Uma válvula de alívio deve ser instalada naquelas aplicações onde períodos prolongados de
manutenção da alta pressão são encontrados. Isso acontece principalmente em circuitos de prensas
que utilizam platôs aquecidos (prensas de vulcanização de borracha, por exemplo). A condução do
calor para o fluido que está no cilindro causa a sua expansão. Essa expansão do fluido gera uma
pressão maior do que aquela fornecida pelo intensificador.
Um dispositivo de segurança na forma de uma válvula de alívio deve ser acrescentado a cada
circuito desse tipo para se evitar geração de pressão excessiva. A válvula de alívio deve ser ajustada a
um nível maior do que deve ser a descarga do intensificador para evitar desvio contínuo do óleo com
correspondente aquecimento.
Vimos no capítulo anterior que, no caso de expansões térmicas, o acumulador também pode ser
utilizado.

1 •

I i
XV - TROCADORES DE CAWR

Para que o sistema hidráulico não sofra um desgaste excessivo, temos de assegurar que a
viscosidade do fluido permaneça dentro de uma faixa recomendada pelo fabricante do equipamento.
Sabemos também, que essa viscosidade varia com a temperatura (ver "índice de viscosidade" no
capítulo de "fluidos hidráulicos"). Dessa forma, em certas ocasiões, devemos introduzir um trocador
de calor no sistema a fim de conseguirmos um controle adequado da temperatura e indiretamente da
viscosidade do fluido utilizado no sistema.
Existem duas formas de se trocar calor com um corpo, conforme se queira: Resfriando-o ou
aquecendo-o.
Naturahnente insistiremos mais ~a parte do resfriamento, pois o que geralmente ocorre na
prática é a geração de calor por parte do ·sistema hidráulico, deixando para o encerramento deste
capítulo a necessidade de se aquecer o fluido do sistema
Antes de começarmos a nos aprofundar no assunto, devemos recordar que o calor é sempre
transmitido de um corpo mais quente para outro mais frio e que, essa forma de transmissão pode ser
feita de três maneiras:
a) Condução - O calor é transmitido através do próprio corpo (v. Fig. V.5 do cap. V.);
b) Radiação - O calor é transmitido pelo meio ambiente. Exemplo típico é a radiação solar
(v. Fig. V.5 do cap. V.);
c) Convecção - O calor é transmitido através da circulação do fluido. A convecção pode ser
natural ou forçada. No caso do reservatório, a introdução de uma chicana vertical nos
fornece uma convecção forçada (v. Fig. V.6 do cap. V.).

1. RESFRIADORES

Mesmo no melhor projeto de um sistema hidráulico iremos ter perda de potência e grande parte
dessa perda se transforma em calor que é transmitido ao fluido. Em sistemas de pequeno porte esse
calor é geralmente dissipado na própria tl.lbulação, válvulas, reservatórios e/ou outros equipamentos
que compõe o circuito. Já em sistemas de porte mais elevado, 25 H.P. ou mais, as áreas de troca de
calor ( tubos, reservatórios, etc.), nãÓ serão suficientes para dissipar uma quantidade de calor maior
gerada no circuito. Nesse caso existe a necessidade de se introduzir um resfriador para a dissipação do
calor em excesso. (Obs.: Os sistemas de alta potência podem ser dimensionados ou ter um ciclo de
trabalho de tal forma a dispensar o uso de trocadores de calor).
260 Manual de hidráulica básica

É fácil entendermos porque o fluido de um sistema aquece. Imaginemos um fluido sob pressão
que esteja sendo descarregado pela válvula de alívio de um sistema hidráulico. Para passar pela válvula
de alívio, praticamente toda a energia contida no fluido é liberada (sai de uma pressão elevada para a
pressão atmosférica) e a única forma de liberação dessa energia se traduz em forma de calor.
Existe uma regra que geralmente é aplicada ao trabalho hidráulico: "Em um ponto qualquer du
sistema, onde o escoamento de fluido cai para um nível de pressão inferior sem realização de trabalho
mecânico no processo, certamente grande parte da energia contida no fluido se transforma em calor e
a temperatura de descarga do fluido será bem mais elevada do que aquela de admissão do fluido ao
sistema."
Podemos nos utilizar de diversos artifícios para minimizar o superaquecimento do sistema como
por exemplo:
- Procure utilizar um reservatório que possua uma superfície (área) de troca de calor a maior
possível;
- Esteja certo de que o reservatório está instalado em uma região bem ventilada onde o
escoamento de ar seja livre;
- Projete o circuito hidráulico de forma que quando não estiver efetuando trabalho, a bomba
possa descarregar o fluido livremente para tanque com a pressão o mais próximo possível de zero;
- procure sempre regular a válvula de alívio à pressão mais baixa possível, observando
naturahnente a mínima pressão de trabalho;
- procure evitar a utilização de válvulas redutoras de pressão ou de controle de vazão, usando.as
apenas quando são absolutamente essenciais ao sistema;
- sempre que possível, utilize como processo controlador de velocidade dos atuadores, o
sistema de sangria (bleed-off) de controle de vazão.

1.1. Tipos de resfriadores

De acordo com o princípio de' re~friamento, existem dois tipos principais de resfriadores:
Resfriador a ar ou radiador, e resfriado! a água.

1.1. I . Resfriador a ar ou radiador

Aqui os dutos de fluido são envoltos em aletas de grande superfície. De fonna a se aumentar a
capacidade de resfriamento, pode se aplicar uma circulação de ar forçada através de um ventilador.

o o

Motor

Ventilador
o o

Fig. XV.1 - Resfriador a ar.


Trocadores de calor 261

Esse -tipo de resfriador, por ter um coeficiente de transmissão de calor (veremos isso adiante)
muito baixo - 20kcal/m2 /h/°C - são pouco utilizados na área industrial, principalmente em locais
de clima quente.
Por sua melhor resistência a vibrações, sua aplicação se volta mais a máquinas móveis tais como:
tratores, guindastes, etc ...

li

',,

Os tubos são montados horizontalmente


e as aletas verticalmente.
Esse tipo de montagem permite uma coleta ,,
da água condensada na bandeja coletora.

,,
'
1

11

Fig. XV.2 - Resfriador a ar (gentileza Mecânica Continental S.A.). 1

1.1.2. Resfriadores a água


Se o processo de resfriamento através da água for viável, esse ~eve ser o escolhido 1 pois, além de
ser econômico, é muito mais leve e compacto, comparado com os radiadores.
Como podemos observar na figura que segue, ~sse tipo de resfriador consiste basicamente de um
feixe de tubos de cobre ou liga desse material (o cobre é utilizado por ser um ótimo transmissor de
calor e por ser resistente a ataques corrosivos e oxidantes), fechado em um tubo de aço, havendo
divisões internas por intermédio de placas que visam a aumentar a área e o tempo de troca de calor. O
fluido refrigerado pode passar por fora ou por dentro dos tubos, sendo que, no segundo caso, a
limpeza será mais fácil de ser efetuada.
262 Manual de hidráulica básica

A entrada do fluido refrigerante_ é geralmente feita do lado oposto ao da entrada do fluido a ser
refrigerado (sistema contra·corrente) a fim de se evitar o choque térmico e aumentar a eficiência dos
sistemas.

Tomadas de óleo

Tomadas de água

Tubo de aço
Tubos

11acas

Fig. XV.3 -Típico resfriador a água.

De acordo com o diferencial de temperatura que se pretende obter e o volume de água


necessário, o trocador pode ter um, dois ou até quatro passes de tubos. A figura que segue nos mostra
um resfriador com dois passes.

F1g. XV.4 - R~friador a água do tipo "U" (gentileza Fierna S/A).

A velocidade ideal para a água deve ser em torno de 92cm/seg (3ft/sec) e trocadores de quatro
passes trabalham melhor em escoamentos mais baixos, pois a velocidade da água é aumentada
automaticamente.
A velocidade do fluido a ser refrigerado também deve girar em torno de 92cm/seg(3ft/sec) e o
número de placas internas do trocador determina a velocidade desse fluido.
Trocadores de calor 263

1.2. Cálculos para resfriadores

Sabemos que a perda de carga em um sistema se traduz em perda de energia ou potência que se
transforma em calor. Dessa forma, uma vez calculada a perda de carga em um sistema hidráulico (v.
Cap.11 item 9 .5 .) poderemos calcular a quantidade de calor que é gerada no sistema a partir da
seguinte expressão:

·J q = l ,4 . ,',pt . Q(kcal/h)

onde ,',pt = Perda de carga total em kgf/cm2


Q = Vazão em 1/min
l,4 = Fator de conversão para se obter a resposta em kcal/h

Exemplo 1
Calcular o calor liberado em uma válvula redutora de pressão que permite a passagem de uma ,,
vazão de 701/min no período de 15 segundos (o ciclo tem uma duração total de 45 segundos). 11

As pressões de entrada e saída através da válvula são, respectivamente, 125 e 40 kgf/cm2


1
Solução:
'I
Se a válvula funcionasse durante todo o ciclo geraria um calor igual a: ,1
'
qo = 1,4 . ,',pt . Q
,',pt = PI -P2 = 125 - 40 = 85 kgf/cm2
Q = 701/min
qo = 1,4 . 85 . 70 = 8330kcal/h

Como porém a dissipação de energia tem lugar em apenas l/3 do ciclo (15 segundos) temos que:
1
l 1,1
q=
3 . 8330 = 2777kcal/h

O calor gerado em uma instalação tende a aumentar sua temperatura, inclusive a do fluido que, 1
1
como conseqüência, reduz sua capacidade de lubrificação. Essa temperatura aumenta muito ou
pouco, conforme for a quantidade de calor que é cedida ao meio ambiente.
Em um ciclo de trabalho de uma máquina, podemos distinguir três fases distintas: fase de início
de operação; fase de trabalho; fase de desconexão do serviço.
Vejamos como se estabeleceria o cálculo do calor gerado em cada fase:

a) Fase de início de operação


Supondo que o calor cedido ao meio ambiente é desprezível, pois o tempo de duração dessa
fase é relativamente curto, temos que:

q = (tl - t2). G. cp(kcal/h) (!)

onde

tl e t2 são as temperaturas do fluido no fim e princípio da fase respectivamente


G é.a massa do fluido {kg)
,,

cp é o calor específico do fluido {kcal/kg/'C). 1

'1
Obs.: Calor específico é o calor necessário que deve ser transmitido a lkg de fluido para elevar ; 1

sua temperatura em 1ºC.


264 Manual de hidráulica básica

b) Fase de trabalho
Durante essa fase temos, simultâneamente, uma absorção de calor pelo fluido e uma troca de
calor, que é cedida do sistema para o meio ambiente. Esse calor cedido pode ser calculado pela
seguinte expressão:

ql = K . A. (t - to)(kcal/h) (2)

onde,

K é o coeficiente de transmissão total entre instalação e meio ambiente (kcal/m2 /h/°C)


A é a superfície de intercãmbio de calor (m2 )
t é a temperatura atual do fluido compreendida entre t2 e tl
to é a temperatura do meio ambiente

Podemos dizer, então, que o calor absorvido pelo fluido será:

q-ql =(tl-t2). G. cp (3)

e) Fase de desconexão do seiviço

Posto que, durante essa fase, a produção de calor é nula (q = O) temos que:

--ql =(tl-t2). G. cp(kcal/h) (4)

O valor negativo de q 1 indica que a temperatura final tl deve ser mais baixa que a inicial t2
(resfriamento).
Uma vez explicado esse processo, .vejamos como se faz na prática quando devemos manter a
temperatura do sistema abaixo de um Valor máximo recomendado a fim de se evitar qualquer dano ao
i:'
equipamento.
Para que isso ocorra, a absorção do calor deve ser constantemente compensada por uma
suficiente dissipação de calor q 1.
A primeira solução neste sentido é a construção de um reservatório que possa garantir, dentro
de certos limites, uma dissipação de calor apreciável.
2
À partir de dados conhecidos, o valor de K para a expressão (2) é igual a 13kcal/m /h/°C. Esse
2
valor pode decrescer até para 9kcal/m /h/°C quando o meio ambiente se encontre parciahnente
hnpedido de efetuar uma livre difusão do calor.
Com auxílio da fórmula (2) podemos determinar a temperatura de regime t quando são
conhecidos os demais valores. Reciprocamente se se fixa t, podemos calcular a área de troca de calor
A. Nesse último caso podemos supor que 50% do calor é trocado pelas tubulações e equipamentos do
sistema, restando os outros 50% para ser dissipado pelo reservatório. Dessa manei.ra, a superfície A
calculada -será aquela necessária ao reservatório excluindo-se, naturalmente, a tampa e fundo do
reservatório.
Se ainda o reservatório estiver provido de aletas, o valor de A deve ser aumentado na proporção
correspondente.

Exemplo2
, ,

Calcular um depósito prismático cujas dimensões estejam na relação 3:2:1, capaz de manter o 1
óleQ contido no seu .interior a uma temperatura máxima de 60ºC, admitindo uma temperatura 1

ambiente de 20ºC e uma geração de calor igual a 2450kcal/h (calculada a partir da perda de carga
total do sistema). Considere um coeficiente de troca K = 13kcal/m2 /h/°C.
Trocadores de calor 265

Solução:
Da fórmula (2) temos:

ql
ql = K. A. (t - to):. A - k (t _ to)

. 2450 2
A= 13(60 - 20) = 4,7lm (a)

Se designarmos por L a menor dimensão do reservatório, as outras, por hipótese, seriam 2L e


3L, respectivamente.
Descontã.ndo~se o fundo e a tampa do reservatório teríamos que, a superfície útil de troca de i i

calor seria igual a:

A= 2(2L. L) + 2(2L. 3L) = 16L2 (b)

(a)= (b)

16L2 = 4,7lm2 L2 4,71 ... L -- ..j{4;[f -


- 16
- - O, 54m -- 54cm
16
Então:
2L= 108cm

e 3L= 162cm

Dessa forma o volume do reservatório será:

V= 54. 108. 162 = 944784cm3 e, 950000cm 3 = 950Q

Supondo que o óleo ocupe 80% do volú.me total do reservatório, temos que:

V. óleo= 950 . 0,8 = 760 Q de óleo (200 galões)

Obs.: Aqui não levamos em consideração dois tipos de troca de calor, a radiação e a convecção
que nos resultaria no cálculo de um reservatório de menor volume.
Para valores crescentes de ql, podemos observar que o mantenimento da temperatura dentro
dos limites previstos, exigiria um reservatório de dimensões proibitivas, ou pelo menos, muito
volumoso. Neste caso resulta mais conveniente e econômica a introdução do resfriador.
Para resfriadores a ar admite-se um coeficiente de troca K = 20kcal/m2 /h/°C, já os resfriadores a
águaK = 95 a l 50kcal/m2 /h/°C.
Uma vez escolhido o tipo de resfriador, determina-se a área de troca, estabelecendo-se
'f temperaturas de entrada e saída do fluido a ser refrigerado e do refrigeranfe com seus respectivos
volumes de passagem na.unidade de tempo.
Efetuado o cálculo determina-se, à partir do catálogo do fabricante do resfriador, qual trocador
deve ser adotado.

1'

1.3. Observações finais sobre resfriadores ,,


1'
Como já salientamos, os resfriadores a ar são preferidos em máquinas móveis devido ao seu tipo
de construção ou ainda quando a utilização da água é impossível de ser feita. Devemos observar
1

entretanto que, em instalações fixas, especialmente aquelas que operam em ambientes altamente
contaminados de poeira, se prefere a utilização dos resfriadores a água que, geralmente; para um
mesmo espaço ocupado, são mais eficazes e silenciosos.
266 Manual de hidráulica básica

Qualquer que seja o tipo de resfriador utilizado, é conveniente que se faça passar pelo
intercambiador a maior vazão possível de fluido a ser refrigerado; por esse motivo se intercala o
trocador, preferivehnente, na linha de retorno.
Deve-se tomar atenção à necessidade de se proteger o trocador contra sobrepressões posto que
os mesmos não são desenhados para resistir a pressões elevadas.
No caso particular do resfriador a água, pode-se instalar uma válvula reguladora de fluxo de água
acionada por termostato. Dessa maneira teremos uma maior economia no que se refere a utilizações
desnecessárias de um grande volume desse fluido.
Especial atenção também deve ser seguida no que diz respeito a utilização da água para que se
evite corrosões galvânicas ou químicas no resfriador ocasionando a mistura dos fluidos.

2. AQUECEDORES

São duas as razões principais da introdução de um aquecedor em um sistema hidráulico, ambas


com o mesmo propósito, isto é, manter o fluido em uma viscosidade adequada.
Vejamos, por exemplo, o caso em que o sistema trabalha normalmente a uma temperatura
muito elevada. Dessa forma, o fluido recomendado para operação deve possuir uma viscosidade
própria de trabalho nessa temperatura. Podemos observar entretanto, que quando esse sistema
encontra-se em repouso durante um tempo detenninado, a temperatura do fluido passa a ser a mesma
do meio ambiente e a sua viscosidade irá se alterar para um valor mais elevado (ver "índice de
viscosidade" no cap. de "fluidos hidráulicos").
Sucede que em alguns casos essa viscosidade torna-se tão alta que causa problemas na sucção do
sistema e, para que isso seja evitado, introduzimos um aquecedor para início de operação.
Outra razão para a introdução de um aquecedor seria a necessidade de manter uma dada
temperatura, uma vez que o sistema trabalha em um local de clima muito frio ou, mais
particularmente, em locais de temperat\J.ra inferior aquela do meio ambiente como no caso de câmaras
frigoríficas, por exemplo.

2.1. Tipos de aquecedores

Podemos ter vários tipos de aquecedores. Quanto à sua aplicação no sistema, devemos levar em
consideração diversos fatores como: temperaturas inicial e final do fluido; tipo de fluido; massa e/ou
volume; quantidade de calor a ser fornecida; tempo de aquecimento; economia e controle, etc.
Entre os diversos tipos de aquecedores podemos ter os elétricos ou os combustíveis. Os
elétricos, que podem variar desde a introdução de uma resistência mergulhada no fluido até uma
indução em torno do reservatório, (princípio do forno de corrente induzida).
Os que utilizam meios combustíveis podem ser a gás, diesel ou óleo combustível que a partir da
queima aquecem o fluido do sistema hidráulico.
XVI-OUTROSEQUWAMENTOS

Um sistema hidráulico utiliza, além dos equipamentos que já vimos descritos nos capítulos
anteriores, outros equipamentos que, de acordo com sua função, são essenciais ou facilitam a
montagem e manutenção, ou ainda, auxiliam na automatização de um circuito.
Devido a grande diversificação de detenninados equipamentos, salientaremos aqui aqueles mais
utilizados na prática.

1. MOTOR ELÊTRICO

Devido aos preços elevados que os combustíveis atingiram na atualidade, sempre que existe
disponibilidade de energia elétrica, prefe'rim9s o motor elétrico em detrimento dos motores térmicos
pois, além de ser mais economico, é mais 'compacto e não polui o ambiente.

1.1. Velocidade

De acordo com sua construção, podemos ter motores de diferentes rotações por minuto. O
motor de dois polos nos fornece aproximadamente 3600rpm, o de quatro polos l 800rpm e o de seis
polos 1200rpm. Quando sob carga máxima, essas rotações podem baixar até 3450, 1725 e 1140rpm,
respectivamente. A velocidade do motor elétrico (número de rotações por minuto) deve ser
dimensionada a partir das velocidades mínima, ideal e máxima, recomendadas pelo fabricante da
bomba que será acionada pelo motor.
É importante salientarmos que, de acordo com a ciclagem da linha, essa velocidade pode ser
alterada. As rotações acima são para 60Hz (60 ciclos por segundo). Se esses mesmos motores fossem
aplicados para uma linha de SOHz, para sabermos sua rotação real, basta multiplicarmos a rotação
para 60Hz por 5/6.
Evidentemente o ·acima mencionado aplica-se para motores de corrente alternada, que são .os
mais utilizados, pois os motores de corrente contínua, apesar de possuírem à facilidade de um ajuste
infinito de rotações, envolvem um sistema de controle mais complexo, além de serem muito mais
caros.

1.2. Torque de partida (relembre '"'forque" em "Motores Hidráulicos".)

Quando o motor parte sem carga, o mesmo pode ser ligado diretamente à linha de potência com
voltagem máxima. O motor não deveria ter um torque de partida acima de 50% do torque máximo de
operação, pois isso resultaria em um consumo de corrente excessivo, talvez, até acima daquela
corrente que poderia ser fornecida pela linha, o que resultaria em danos ao equipamento.
268 Manual de hidráulica básica

Podemos concluir com isso que, se um motor está acoplado para acionar uma bomba, ·esta
última, preferiveffi\ente, deve partir sem carga, sendo necessário, às vezes, a introdução de
componentes ou artifícios no sistema para observar-se essa condição como por exemplo, válvulas
direcionais de centro aberto, ventagem, acumuladores, etc.
Recomenda-se também que motores de potência mais elevada (SOHP ou mais) não sejam ligados
diretamente à linha, pois, na condição de partida com carga, poderíamos ter uma queda de voltagem
nessa linha que, como conseqüência, poderia causar dano a algum outro equipamento.

1.3. Pico de sobrecarga


A norma NEMA (National Electrical Manufacturers Association = Associação Nacional de
Fabricantes. da Indústria Elétrica - E.E.U.U.) diz que o motor elétrico pode ter um pico de
sobrecarga (alta pressão no sistema hidráulico), em pequenos ou curtos espaços de tempo, durante o
ciclo de trabalho. Esses "picos", porém, devem ser bem espaçados e não podem exceder à faixa de 5 a
10% de duração no ciclo total. Esse pico também não pode exceder a 125% da capacidade nominal do
motor.

1.4. Ambiente de trabalho


- A temperatura ambiente deve estar acima de 10°C e abaixo de 40°C, caso contrário, motores
especiais devem ser utilizados; i i

- Os motores são projetados para trabalhar em baixas altitudes (lOOOm), fora dessas condições,
'i siga as recomendações do fabricante do motor;
'1
- O motor deve ser instalado em locais bem ventilados e sem contaminação,- além de serem
rigidamente apoiados e que seja facilitado o acesso para inspeção, lubrificação e manutenção
periódicas.

1.5. Sentido de rotação

A grande maioria dos motores trifásicos podem girar em ambos sentidos, bastando para isso que
sejam invertidas as suas ligações. Um cuidado especial deve ser observado na inversão de rotação do
motor em movimento, pois a própria inércia- do rotor (supondo que o motor não esteja carregado) irá
exigir um torque de partida muito elevado, ocasionando um consumo excessivo de corrente, ou até
mesmo queima do motor.
Determina-se o sentido de rotação do motor olhando-se pelo lado do eixo, sendo que a mesma
I i vem, gerahnente, indicada através de uma flecha na própria carcaça do motor.
Vale salientarmos que é importante verificarmos o sentido de rotação d.o motor, pois o mes-
mo deve coincidir com o sentido de rotação da bomba, isto é, se a bomba possuir rotação à esquerda,
o motor deverá ter rotação à direita.

1.6. Potência
Os fabricantes de equipamentos hidráulicos, além de indicarem em seus catálogos as rotações
máxima, mínima e ideal que a bomba pode trabalhar, costumam, também, fornecer uma tabela de
potência necessária para o motor, de acordo com a vazão e pressão máxima de trabalho. O cálculo da
potência necessãria pode ser feito da seguinte maneira:

IH.P.=H,I
onde H.P. = potência necessária
P = pressão máxima de trabalho
Q = vazão máxima fornecida pela bomba
Outros equipamentos 269

K = fator de conversão
(1714 para P em psi e Q em gpm}
(460 para P em bar e Q em 1/min }
1) = Rendimento do motor

A fórmula acima é totalmente válida para a grande maioria dos casos, excetuando-se, por
exemplo, o caso da bomba de palhetas da Racine, que por possuírem um projeto especial de
compensação de pressão, quando atinge a pressão máxima, a bomba entra em "ponto-mort o"
(dead-head), isto é, a vazão cai para um valor próximo de zero.
Dessa forma, na pressão máxima a bomba precisa de menos potência ( observe que, os motores
elétricos para.esse tipo de bomba 'São, gerahnente, de menor tamanho). Para se verificar que motor
deve ser utilizado, a Racine fornece nos seus catálogos curvas de pressão/vazão e potência, como
ilustrado abaixo.

60

50

Vazão

40
~~
.-
-...·eõ~= ' ' ~

]"\
.

1 30
,g
~
20
~ .... ~
- -
. º""' ~~ I'\
-
(e1\cta.

-~ -
........ 'I
10
__.. ..... Potência em ponto morto

'
. .
o 1
100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
1, Pressão (PSI)

Fig. XVI.1 - Gráfico do funcionamento das bombas de palhetas com compensação d~ pressão da RACINE.

Existe também o caso particular do cálculo da potência que existe pico de sobrecarga. Não há
necessidade de se calcular a potência máxima à partir da pressão e vazão de pico ( uma vez que os
picos não ultrapassem 5 a 10% do ciclo e sejam bem espaçados).
Aqui, o cálculo da potência do motor pode ser feito à partir da "potência equivalente".
-,ii
!
Manual de hidníulica básica
270

Observemos o gráfico a seguir.

Potência

HP4 -- ------ - - - - --,,---,


HP2 -----,, ---,.
HPI
''
HPJ 1

HPS
1 1 1
1
ti 1 1 t3 1 t5 1 Tempo
lt2 114 1
t6

Fig. XVI.2 - Gráfico do ciclo ·de trabalho de um motor elétrico.

Podemos notar que durante um tempo tl exigimos uma potência H.P.1 do motor; durante t2,
H.P.2, e assim por diante. Observamos que a "potência de pico" H.P.6 ocupa um espaço de tempo t6
inferior a 10% do ciclo, e sabendo que no caso de pico, o motor resiste até 125% de sua capacidade
nominal, podemos calcular a potência equivalente da seguinte forma:

H.P.1 2 t1 + H.P.22 t2 + ... + H.P.n2 tn


H.P.eq. = n
~ ti
i=l

Podemos concluir então que, após o cálculo da potência equivalente do ciclo da figura XVI.2,
no
esta últimà será menor do que H.P.6. Isso resulta em economia no investimento, sem prejuízo
funcionamento do motor.

1.7. Fator de serviço

Geralmente vem em uma plaqueta na carcaça do motor todos os dados característicos do


de
mesmo como, por exemplo, a potência, a rotação, a voltagem, etc. Um desses dados é o fator
serviço que é um fator de multiplicação da potência do motor (para motores até 200H.P. esse fator de
serviço normalmente é igual a 1,15). Isso quer dizer que o motor poderá operar continuadamente com
uma potência acima da nominal indicada na plaqueta. Por exemplo: i

H.P. nomlnal = 50HP


fator de serviço= 1,15 1

H.P. máximo= HP nominal. fator de serviço= 50. 1,15 = 57,5H.P.


1
Outros equipamentos
271
2. ACOPLAMENTOS ELÁSTICOS

Já discµtimos do capítulo de "Bomba s" (cap. VIII item 3.1.) a importância


do alinhamento
entre os eixos da bomba e do motor (desalinhamento máximo permitid o= 0,127mm
). Como é muito
difícil de se ter um alinhamento totalmen te perfeito, lançamos mão dos acoplam
entos elásticos.
Através da observância da tabela que segue, podemos determinar que tipo de
acoplamento Fall<
pode ser utilizado.

10 15 30 40

1750

1450

1160

Acoplamento PLl 3FB 4FB 5FB 8FB

Fig. XVI.3 - Tabela de dimensionamento do acoplamento.

Exemplos:
Potência do motor Rotação Acoplamento
3 1450 4FB
15 1750 6FB
25 1160 8FB
100 1450 !OFB

De acôrdo com o tipo de acoplamento teremos um diãmetro máximo de eixo


do motor, como
mostra a tabela que segue, ,,.
'
Acoplamento PLI "3FB 4FB 5FB 6FB 7FB 8FB 9FB IOFB IIFB
i
©max. do eixo
do motor (mm)
19 27 31,8 38,1 46 55,5 66,9 71,4 82,5 90,5

Fig. X"\'1.4 - Tabela de diâmetro máximo do eixo do motOr de acôrdo


com o tipo de acoplamento.

A seguir ilustraremos alguns componentes do acoplamento do sistema grade-ranhura. ,\


jl
I''
'
272 Manual de hidráulica básica

-
CAMADA
DUPLA
ou
CAMADA
SIMPLES

1 2 3 3 5 2

1 - Anéis de neoprene
2 · Tampas de vedação
3 - Cubos
4 - Grade elástica
5 - Guarnição
Fig. XVI.5 - Componentes de um acoplamento do tipo grade-ranhura (gentileza Falk do Brasil).

O tipo de acoplamento ilustrado na figura anterior é indicado principalmente ( como mostra a


fig. XVI.6) nos casos de (!) desalinhamento em paralelo, (2) movimento longitudinal dos eixos e (3)
livre flutuação de extremidades.

2 3

Fig. XVI.6 - Aplicações do acoplamento tipo grade-ranhura (gentileza Falk do Brasil S/A).
Outros equipamentos 273

3. O BWCO "MANIFOLD"

Para conseguirmos uma maior compacticidade na disposição de um sistema hidráulico,


costumamos montar sobre o reservatório, além do conjunto motor-bomba, as válvulas de controle do
sistema (v. fig. XVI.7). Esse método de montagem, porém, nem sempre pode ser adotado devido ao
pequeno espaço útil na parte superior do reservatório. Uma solução para esse problema foi a
colocação de um painel sustentado pelo próprio reservatório onde as válvulas são colocadas e
interligadas através de canalizações
Podemos notar entretanto que, neste último tipo de unidade hidráulica, torna-se difícil uma
desmontagem, manutenção e remontagem, pois as canalizações devem ser ligadas onde se encontra-
vam originalmente.

1'
,1

Fig. XVI. 7 - Unidade hidráulica com os componentes Fig. XVl.8 - Unidade hidráulica com os componentes
montados no próprio reservatório. montados em um painel sustentado pelo
reservatório.

Pensando-se em facilitar a montagem e manutenção foram introduzidos os blocos "manifold".


São blocos de aço que possuem furações internas que, interligadas na seqüência estabelecida no
projeto, substituem grande parte das canalizações.

Fig. XVI.9 - Esquema interno de um bloco manifold.


274 Manual de hidráulica básica
1
1

Geralmente os blocos "manifold" possuem apenas duas ligações com o sistema ( entrada e saída do
fluido) a:lém de outras menores que seriam eventualmente pilotos ou drenas. A figura que segue
ilustra alguns blocos "manifold" em fase de montagem no painel de uma unidade hidráulica.

Fig. XVI.10 - Blocos "manifold" montados no painel de uma unidade hidráulica,

Para facilitar a construção, costuma-se estabelecer um número máximo de cinco a seis válvulas
por bloco.
Apesar de apresentarem a vantagem de facilidade de montagem e manutenção, é fácil
observarmos que a perda de carga em cada bloco é muito grande pois as interligações são feitas
formando um "canto vivo", o que causa grande turbulência no fluido com conseqüente perda de
carga. Essa perda de carga é impossível de ser calculada analiticamente e, para ser conhecida, podemos
colocar um manômetro na entrada e outro na saída do manifold. A diferença obtida na leitura de
ambos os manômetros será a perda de carga ocorrida através do bloco manifold.
Outros equipamentos 275

4. MANÔMETROS

Os manômetros são instrumentos destinados a receber noseuinter ior uma determinada pressão e
indicá-la, em termos de unidades de pressão, ao obseivador. Podem ter diferentes tipos de
apresentação porém, os mais utilizados nos sistemas hidráulicos, são aqueles de mostrador circular e
ponteiro. Na maioria das vezes o mostrador abrange um arco de 270° contendo as unidades de pressão
2
expressas em kg/cm ou psi {ou ambas).

Fig. XVl.11 - Manômetro com mostrador circular (gentileza Manômetros Willy S/A).

Quanto a sua construção interna destacaremos dois tipos de manômetros, o bourdon e o de


bourdon com glicerina.
O funcionam ento do manômetro de bourdon, ilustrado na figura XVl.12, consiste, basicamen-
te, na deformação sofrida por um elemento metálico,

'

Fig. XVI.12 - Mecanismo interno do Manômetro de bourdon.


276 Manual de hidráulica básica

denominado de "elemento de pressão" ou "elemento sensor", quando este se submete a ação do


fluido da linha em que queremos medir a pressão. Esse elemento geralmente é um tubo fechado e
curvado na forma de um ''C" ou em espiral. A pressão é introduzida pela extremidade aberta do
elemento, através de um orifício existente no soquete ao qual o mesmo se acha soldado. A deforma-
ção sofrida pelo elemento sob a ação da pressão produz nele um pequeno movimento que é aprovei-
tado para acionar um sistema de alavancas e engrenagens {pinhão-cremalheira) que multiplicam esse
movimento e transformam-no em movimento rotativo. Esse movimento rotativo faz girar o ponteiro
indicador sobre o mostrador graduado indicando assim, a pressão da linha.
Esse tipo de manômetro entretanto não é recomendado para leituras constantes na linha,
principalmente quando ocorre pulsações na pressão, pois dessa maneira haveria um desgaste
prematuro _do mecanisrrio interno e o manômetro passaria a nos fornecer leituras "mentirosas".
Podemos então ter três soluções distintas para esse tipo de problema:
a) Se não existe a necessidade de leituras constantes, em linhas com pulsações, podemos utilizar
a "válvula isoladora de manômetro" da Racine, que uma vez acionada (pressionando o
botão), impele o manômetro a efetuar a leitura, e quando desacionada dirige a pressão
"contida" no manômetro para tanque.

Manômetro Tanque
/

~
Pressão

Fig. XVI.13 - Válvula isoladora de manômetro da Racine.

b) Existindo a necessidade de se ter leituras constantes em linhas com pulsações na pressão,


tomos duas outras soluções distintas:
b.l) Manômetro de bourdon de construção especial com dispositivo antivibrante, amorte-
cedor com capilar interno ou com disco interno regulável, ou do tipo válvula de agulha
regulável, ou ainda de golpes, com esfera interna
b.2) Manômetro de glicerina, que consiste basicamente do mesmo mecanismo do manômetro
de bourdon, ocorrendo no entanto que o indicador fica mergulhado em um banho de
glicerina {líquido altamente viscoso), que por sua vez absorve as pequenas vibrações
transmitidas ao indicador, assegurando uma vida útil satisfatória ao equipamento.

4.1. Outros tipos de manômetros

De acordo com as características de projeto e complexidade do sistema, podemos nos servir de


diferentes tipos de manômetros.
Se existe a neces~dade de se obter um gráfico demonstrativo da variação da pressão do sistema
num certo intervalo de tempo, podemos utilizar o manômetro ilustrado na figura que segue:
Outros equipamentos 277

Fig. XVI.14 -Manômetro com mecanismo interno de traçado de gráfico demonstrativo da variação da
pressão (gentileza Manômetros Willy S/A).

Às vezes, por exemplo, temos a necessidade de registrarmos "picos de pressão" que ocorrem em
frações de segundo no sistema. Como com o manômetro comum é praticamente impossível de
obseIVarmos esse pico, utilizamos o manômetro com dois indicadores, um normal e outro "louco"
que é denominado de "bobo". Quando ocorre o pico de pressão o indicador comum carrega consigo o
i
"bobo" e uma vez registrado o pico o indicador comum volta instantaneamente, porém o "bobo", 1
permanece registrando esse valor.
Quando quisermos que, uma vez atingida uma dada pressão, seja enviado um sinal elétrico para
um a1.arme ou para um relé que liga ou desliga um solenóide, podemos utilizar o manômetro
apropriado para a situação, como ilustrado na figura que segue. Neste caso, esse tipo de manômetro
tem um funcionamento semelhante ao pressostato (veremos adiante).

'
Fig. XVI.IS -Manômetro com sistema de "sinal elétrico"
(gentileza Manômetros Willy S/ A),
T
278 Manual de hidráulica básica

5. TERMÔMETROS

Já mencionados, quando discutimos "Reseivatórios". Sua utilização é imprescindível, pois


nunca podemos deixar que o fluido supere a temperatura máxima recomendada pelo fabricante do
equipamento hidráulico.
Sua apresentação é semelhante ao manômetro, isto é, possui um mostrador circular onde gira
um indicador (agulha) sobre uma escala graduada (geralmente graduada em graus centígrados e, mais
raramente, em graus Farenheit).
A construção interna pode ser de vários tipos. O mais comum, entretanto, é aquele em que o
mercúrio metálico é contido de maneira estanque dentro de um bulbo. Com a variação da
temperatur!1 o mercúrio se expande ou contrai, acionando um mecanismo semelhante ao manômetro
de bourdon, que por sua vez acionará o indicador. Outro tipo menos utilizado, pois é afetado por
variações de pressão, é o termômetro em que o mercúrio foi substituído por gás e líquido
(v. fig. XVI.16). O princípio de funcionamento é semelhante ao caso anterior.

Vapor
Líquido volátil
Líquido não volátil

Fig. XVI.16 -Termômetro do tipo gás-líquido.

Existem, também, os termômetros elétricos que seguem o princípio do termopar, e têm sua
aplicação mais difundida na aviação.
Os termômetros devem ser instalados de tal forma que, o bulbo fique protegido contra danos
causados por corpos sólidos ou do contato com paredes ou elementos do circuito. Os tubos capilares
devei:n ser protegi.dos contra dobra, esmagamento, perfuração ou para que não rocem em cantos vivos.

Fig. XVI.17 - Termômetro industrial (gentileza Fáb. Manômetros Record S/A).


1
1

É interessante que, no mínimo uma vez por ano, o termômetro seja aferido em dois ou três
pontos de leitura.
Outros equipamentos 279

6. O PRESSOSTATO

Trata-se de um componente eletro-hidráulico que, quando submetido a uma dada pressão


(pressão máxima de regulagem), pode operar de três maneiras distintas:
a) envia um sinal elétrico para algum ponto do sistema que recebe esse sinal transformando essa
energia elétrica em acionamento mecânico (liga);
b) deixa de enviar um sinal elétrico que antes vinha sendo feito (desliga);
c) deixa de enviar um sinal elétrico e envia um sinal elétrico para outro ponto (desliga-liga).
Uma vez que isso ocorre, o pressostato permanece nessa posição até que aquela pressão que o
acionou caia para um valor menor (pressão mínima de regulagem), quando, então, o pressostato 1

retornará à poSição original, até que o ciclo se repita.


Como podemos obse1Var, o pressostato trabalha com um diferencial. de pressão que é 1

comumente denominado de "faixa de atuação" do pressostato.


Suponhamos ter o circuito abaixo. Trata-se de uma prensa de vulcanização de borracha onde foi
aplicado o pressostato.
(4)

(3)

(7)

~
SI
o
E
º"
õl
,i
L..!..J
-~

b
..."
~ L.'....J 1
"li , __ _J
;::s (6)

(2)

Fig. XVI.IS - Circuito básico de uma prensa vulcanizadora de borracha.

Quando acionamos a válvula direcional(]) à partir do acionamento do solenóide Sl, a bomba


de deslocamento fixo (2) estende o cilindro (3) até que o mesmo chegue à borracha, quando
_começamos a carregar o acumulador ( 4), que aqui trabalha como mantenedor de pressão. Supondo
haver uma pressão máxima e outra mínima para que a vulcanização seja efetuada, essa faixa está
regulada no pressostato (5). Dessa maneira, uma vez atingida a pressão máxima de vulcanização, (ou
um valor próximo), o pressostato é acionado e interronipe o fornecimento de corrente elétrica para o
solenóide Sl centrando a válvula direcional (1). Isso ocorrendo, permitirá com que a bomba
descarregue sua vazão livremente para o tanque, fazendo com que não aconteça um superaquecimento
do fluido, pois ao invés da pressão ser mantida pela bomba (à partir da alívio (6)), a pressão será
mantida pelo acumulador (4).
280 Manual de hidráulica básica

A retenção pilotada (7) impede que essa pressão mais alta seja transmitida para a direcional ( 1),
evitando também um vazamento interno maior no sistema
Observamos entretanto que podemos ter um vazamento interno entre o êmbolo e a camisa do
cilindro e, assim sendo, a pressão cairá lentamente até chegar no limite mínimo de vulcanização ( ou
um valor próximo), quando então o- pressostato retorna à posição original, acionando novamente Sl,
e o ciclo se repete.
A figura que segue ilustra um corte esquemático do pressostato fabricado pela RACINE.

Parafuso de ajuste

Fig. XVI.19 -'Co:i:te esquemático do pressostato Racine.

As faixas de ajuste ( dependendo do tipo de mola) desse pressostato se situam em torno dos
seguintes valores:
Pressão Mínima Pressão Máxima
(bar) (bar)

3,5 7
7 21
21 35
35 70
70 140
140 210
210 280
280 350

Seu corpo é feito de aço e na tomada de pressão existe uma tela que evita entupimentos no
duto de pilotagem do "poppet" (pequeno pistão). A repetibilidade é assegurada à partir de um
revestimento de teflon e alumínio anodizado no "poppet". Internamente são utilizados materiais de
baixa fricção a fim de se permitir um funcionamento satisfatório do equipamento.
Caso seja necessário, por exigência de projeto, a RACINE também dispõe de pressostatos duplos
que funcionam analogamente ao anterior.
Outros equipamentos 281

7. O LIMITADOR DE CURSO

Também denominado de "micro-switch", é um dispositivo que, quando acionado, pode agir da


mesma forma que o pressostato (liga, desliga ou liga-desliga).
Eletricamente pode ser classificado como um interruptor acionado mecanicamente.

1, 1

1:
11

!11'
l

lj
li Fig. XVI.20 - Alguns tipos de limitadores de curso.
-------------------------------------
.,
!'

282 Manual de hidráulica básica

Daremos a seguir dois circuitos em que aplicamos os limitadores de curso.

LI L2
(2)
/ S3

L..:.J

Fig. XVI.21 - Circuito hidráulico de três velocidades.

No circuito da figura XVI.2·1, quando acionamos o solenóide Sl da direcional (1), encaminha·


mos o fluido para o avanço do cilindro. O fluido contido no lado da haste, dirige-se à válvula
direcional (2) e fica estabelecido um sistema regenerativo, até que o limitador L1 seja acionado
quando acionaremos a válvula (2) ligando o solenóide S3. Agora o fluido dirige-se para tanque
passando pelas válvulas (2), (3) e (1) respectivamente (reduzimos a velocidade de avanço do cilindro).
Esse avanço continua se processando até que seja acionado o limitador L2 ligando o solenóide
S4 da válvula (3). Agora o fluido de retomo forçosamente deverá passar pela válvula de controle de
vazão ( 4) (reduzimos novamente a velocidade).
O retorno do cilindro é feito acionando-se o solenóide S2 da válvula (1).
j,j

li
!
Outros equipamentos 283

ci
- LI

L..'...J
-
L2

S3 / SI/

(2)

L.'...J

Fig. XVI.22 - Circuito básico para acionamento da mesa de uma retífica.

Nó circuito da figura anterior, temos esquematizado o princípio básico do esquema hidráulico


de uma retífica de mesa.
O limitador LI aciona o solenóide SI (avanço do cilindro) e o L2 aciona o solenóide S2
(retorno).
Observemos os seguintes itens:
a) Uma vez ligado SI ou S2 os mesmos podem ser desligados ( como realmente acontece), que a
válvula direcional (1) não mudará de posição, não ocorrendo também o perigo dos dois
solenóides estarem ligados simultaneamente;
b) o curso do cilindro pode ser regulado através de ajustes nas posições de LI e L2;
c) o cilindro é de haste passante a frm de termos forças e velocidades iguais no avanço e retorno;
d) a válvula de controle de vazão (3) determina o controle da velocidade do cilindro ( controle
igual em ambos os sentidos por se tratar de sistema "meter-out" após a direcional);
e) a partir do acionamento de S3, mudamos a posição da válvula (2) e desligamos o
acionamento da mesa.

Fig. XVI.23 - Aplicações de limitadores em atuadores rotativos.

Podemos observar na figura anterior, aplicações de limitadores em atuadores rotativos.


284 Manual de hidráulica básica

8. O RELÉ DE TEMPO

O relé de tempo é um aparelho que pode possuir um ou mais carnes que acionados por um
pequeno motor síncrono, acionam interruptores que irão ligar ou desligar algum componente elétrico
(gerahnente solenóides de válvulas direcionais).
Esse equipamento pode ser utilizado para se retardar uma determinada operação no sistema
hidráulico. Seja por exemplo o ciclo de trabalho de uma máquina injetora de plástico em que, após
ocorrido o fechamento das placas e a injeção de plásticos, as placas deverão permanecer fechadas
durante algum tempo para que se efetue a "cura" do plástico injetado. Se quisermos fazer esse proces-
so automaticamente, evitando assim com que o operador da máquina cometa erros no cálculo do
"tempo de cura", podemos introduzir um relé de tempo que seria adicionado após o retorno do cilin~
dro de injeção de plástico, quando então, passado o "tempo de cura" estabelecido no relé, seria acio-
nado um solenóide de uma direcional propiciando o retorno automático do cilindro da placa.

Interruptores

i
1 1

Motor

Fig. XVl.24 - Esquemas externo e interno de um relé de tempo.

9. OBSERVAÇÕES FINAIS

Naturahnente deixamos aqui de mencionar outros equipamentos tais como válvula de sangria
(air-bleed valve), "holding", reguladoras de pressão e/ou vazão especiais e outros a fün de que o
assunto não se estenda desnecessariamente, pois o propósito é mencionarmos o básico e essencial. Em
um outro compêndio nos aprofundaremos na utilização de equipamentos especiais além de 1,
discutirmos diferentes tipos de projetos.
Para finalizarmos este capítulo, daremos a seguir alguns cuidados que devem ser tomados na
utilização de componentes elétricos no sistema
a) Todas as válvulas-solenóide devem estar desenergizadas após o encerramento de cada ciclo de
trabalho. (Obs.: Para cada projeto de circuito existem cuidados que devem ser seguidos).
b) Devemos usar solenóidesirnersos em óleo quando:
bl) o solenóide fica energizado durante um longo período de tempo; 1

'1
b2) o solenóide fica submetido a ciclagens muito grandes;
b3) a temperatura ambiente é muito elevada;
b4) existe umidade excessiva no ambiente.
Outros equipamentos 285

c) Usualmente projeta-se um sistema elétrico para que a bomba fique descarregando livremente
para tanque no final de cada ciclo ou quando a máquina fica muito tempo sem operar. Essa
regra não pode ser aplicada em sistemas acionados por uma "unidade hidráulica central", ou
ainda, em sistemas acionados por uma bomba com compensação de pressão. ou mesmo
ainda, em sistemas de bma poténcia.
d) O esquema elétrico de um sistema de ciclo totalmente automático, deve ser projetado de
forma que o operador possa, em qualquer ponto do ciclo, (mesmo na descarga livre para
tanque), interromper a operação para fazer alguma observação ou correção no equipamento.
Costuma-se introduzir nesses esquemas o que denominamos de "válvula de pânico" (panic
valve), como demonstrado no circuito da figura XVI.22. Lá a válvula direcional (2) inter-
rompe o trabalho da mesa da retífica em qualquer posição que a mesma se encontre.
e) Um cuidado especial deve ser tomado para que os dois solenóides de urna mesma válvula não
sejam acionados ao mesmo tempo, pois isso faria com que "queimássemos" a bobina de um
ou ambos solenóides. Isso pode ser solucionado à partir da aplicação do interruptor do tipo
"push-button", que sendo feitas as ligações elétricas apropriadas, torna impossível a energi-
zação de ambos os solenóides ao mesmo tempo.
f) Não se deve aplicar um limitador de curso diretamente ao solenóide, excetuando casos de
pequena responsabilidade. Em situações em que o solenóide pode consumir uma corrente
mais elevada, é preferível que o limitador acione relês ou contatares que irão acionar os
solenóides. Os limitadores devem ser aplicados em serviços leves, ou ainda, para energizar
lâmpadas de aviso ou alarme e outros equipamentos dessa natureza.
XVII - FORMULÂRIOS, TABELAS DE CONVERSÂO E UMDADES DE MEDIDAS

1. FÓRMULAS MAIS UTILIZADAS

'
FÓRMULA PARA EXPRESSÂO DA FÓRMULA SIMBOLOGIA • 1

Força F
Pressão no sistema Pressão = -.-- P=-
Area A

Ârea = 1( • quadrado do raio A=rr·r

Ârea do cilindro
rr · quadrado do diâmetro ,r . D'
Ârea A=--
4 4

Força exercida
Força= Pressão · Área F=P· A
pelo cilindro

Vazão Q
Velocidade do cilindro Velocidade = -.-- v=x
Area

Volume = ,r · quadrado do raio • curso do


V=1r·r2 ·s
êmbolo
Volume do cilindro

Volume = Ârea • curso do cilindro V= A· s

Vazão no sistema Vazão = Velocidade · Ârea Q = v, A

Pressão · volume p/revolução P·q


Torque T=-
2,r 2,r
Torque do motor
hidráulico
Potência · constante HP • constante
Torque T=
ipm n
288 Manual de hidráulica básica

FÓRMULA PARA EXPRESSÃO DA FÓRMULA SIMBOLOGIA

Rotação do motor Vazão Q


Rotação= n=-
hidráulico Volume p/revolução q

Potência do motor Torque • rpm HP = T.n


Potência
hidráulico constante K

Vazão de saída
da bomba· Vazão= rpm · volume p/revolução Q=n· q

Potência necessária Vazão . pressão HP= Q.P


à bomba Potência = Ef .. . e n.K
· 1c1enc1a · onstante

Velocidade do óleo Vazão fornecida a tubul.


Velocidade Q
na tubulação Área interna da secção da v= -
tubulação A
Compressibilidade Va=P. Vo
do óleo Volume adicional= Pressão . volume do
(aproximadamente
óleo sob pressão
0,5 p/70 bar)

l. l. Lei dos gases para dimensionamento de acumuladores

FÓRMULAS PARA EXPRESSÃO DA FÓRMULA SIMBOLOGIA

Pressão ou volume Pressão inicial . volume inicial = P1 ,V1=P2 -V2


(temperatura constante) Pressão final . volume final (isotérmica)

Pressão ou temperatura Pressão inicial Pressão final P1 P,


= - = - (isocórica)
(volume constante) Temperat. inicial Temperat. final Ti r,

Volume ou temperatura Volume inicial Volume final V1 V2


(pressão constante) = - = - (isobárica)
Temperat. inicial Temperat. final T1 T2

Pressão ou volume Pressão inicial • volume inicial n =


P1 V1 n = P2 V2n
(temperatura constante) Pressão final • volume final n

Pressão ou volume Teme. final (Volume inicial) n-l


Temp.inicial
= (Volume final)
= r, (Vi)n-1 (P,)n-1/n
( a temperatura varia -
na compressão) (Pressão fmal) n-J/n = T1 (V,) (P,)
(Pressão inicial)

PARA NITROGJ;NJO O EXPOENTE n= 1,4 para condições adiabáticas


n= 1,3 para ciclos rápidos
n= 1,1 para ciclos normais
n= 1,0 quando o gás retoma a temperatura inicial antes da
descarga ou recarga.
T
Formul.ários, tabelas de conservação e unidades de medidas 289

1.2. Outras fórmulas

1.2.1. Força de corte para chapas

ªe ·
F = - e-
2
chapa
2 tg a "
1°10' 1/8"
1°30' 1/4"
1°30' 1/2"
1
2°50 . 5/8"
3°10' 3/4" ªe = 50kg/mm2
e = espessura/chapa

1.2.2. Espessura da parede de cilindros

S = Espessura
S=O,SD · j a_t_+_o_,4_P _
at-l,3P
1
D= Diâmetro
at = Tensão admissível
P = Pressão

Valores de at

fº fº - 30kg/mm2
aço f 9 - 90kg/mm2
tubo aço - 90kg/mm2

1.2.3. Vazão/Rotação de bombas de engrenagens

(L • C) · (De - C)
Q / rol=
70
L = Largura da engrenagem em polegadas
C = Distância entre centros em polegadas
De = Diâmetro externo da engrenagem em polegadas

1.2.4. Velocidade de óleo recomendadas

1.2.4.1. Para sucção e preenchimento

v = 4ft/sec ou v = 121,90cm/seg

12.4.2. Para retorno

v = lOft/sec ou v = 304,74cm/seg

1.2.4.3. Para pressão

v = lOft/sec contínuo
v = !Sft/sec ou v = 457,llcm/seg intermitente
v = 20ft/sec infreqüente
Manual de hidráulica básica
290

1.2.5. Diâmetro interno de tubulação recomendado, a partir da vazão Q em GPM

1.2 .5 .1. Para sucção e preenchimento

D - 0,31965 ./Q

1.2.5.2. Para retomo

D - 0,202165 ../Q
Resposta em polegadas

1.2.5.3. Para pressão


D - 0,165067../õ

1.2.6. Cálculos para cilindro com circuito regenerativo

Dp = Diâmetro do pistão
Dh = Diâmetro da haste

T 1 j_ QB = Vazão da bomba
Dp l Dh Q1 = Vazão no ponto 2
_L 1
T Q1 = Vazão no ponto 1
P = Pressão fornecida
Q,t 1
~
Fa = Força de avanço
Ap = Área do pistão
2
Ab = Área da haste
Ac = Área da coroa
va = Velocidade de avanço

1.2.6.1. Cálculo da força Fa

Fa=P·Ap-P·Ac
ou Fa = P(Ap -Ac)
ou Fa=P • Ab

1.2.6.2. Cálculo da velocidade va

QB
va=-
Ab

1.2.6.3. Cálculo da vazão no ponto 1

Q, = va, Ap

1.2.6.4. Cálculo da vazão no ponto 2

Q,=Q1-QB
ou Q2 = va • Ac
6'
!"
j
!;:

!~ -~~-.,.
Comitê europeu p/transmissões UNIDADES CETQP/RPl e,-
óleo dinam. e pneumáticas
e:l "
Ir
Sistema internacional
de medida
Sistema técnico de medida (métrico) Sistema técnico de medida (anglo-americano) g :}
;,:: 8
sã ""'~
Símbolo Símbolo Nome da Símbolo ~

Magnitu- Nome da Nome da Fator de conversão Fator de conversão


N. Símbolo Dimensão inter. da unid. unidade da unid.
unidade unidade
~ ""ÍS'
de da unid.

.. . o 1°- 1T d Graus ... o o


1 =--rad

"
1 Ângulo ~ [1] Radiano rad Graus -180 ra 180 ""
~
,:,.
Centímetro cm 1 cm - 0,0lm Polegadas in 1 in - 0,0254m 1)1
Longitu- Metro m
2 Q [L] lmm-0,0ülmm Pé ft lft - O, 3048 m :}
de Milímetro mm

Centímetro 2 1 Polegada
in 2, sqin
1 m2 == 1 sqin =
2
[
quadrado
cm lcm2 = 104 m2 quadrada = 6.45 · 10-4 m IS:
Metro !:,
Superfí- [ L2] m2
3 A, S,F quadrado
cie Milímetro 2 2 1 2
mm lmm =-m - - -
quadrado 106

Centímetro 3 1 3 Polegada in3 , 1 in3 = 1 cu.in =


cm 3 lcm =--m cúbica cu.in = 16,39 · 10-0 m
3
cúbico 106
Métro m3 Litro li, 1Q=0,001m
3 Galão gal lft3 = 0,02832m 3
4 Volume V [L']
cúbico
3
lft = 0,02832m 3
- - - Pé cúbico n'
Segundo seg Minuto min,mn lmin = lmn =60s Minuto min 1 min =60seg
5 Tempo t (T]

OBS.: Em reunião realizada em Genebra, o sistema Internacional de medida deve ser o sistema
adotado a partir de 01/01/1978.
"'::::
~
Comitê europeu p/transmissões n
Óleo dinam. e pneumáticas
UNIDADES CETOP/RPl §
g.
,::
Sistema internacional
de medida
Sistema técnico de medida (métrico) Sistema técnico de medida (anglo-americano) {i,
o
Símbolo
Nome da Nome da Símbolo Nome da Símbolo
N. Ma!nitu-1 Símbolo Dimensão unidade inter~
unidade da unid.
Fator de conversão
unidade da unid.
Fator de conversão
1 1 da unid.

in3
Polegada 3
1-.-=
in mm
cúbica por
l l
1 - = 1-= minuto min
=0,273 · 10-• -
m'
Metro min min mn
6 Vazão Q
3 -1 ,
[L T ] cubico por
m' Litro por s
minuto
I
segundo 1 m' lg.p.m. =
- 6.104 . -,- Galão por g.p.m.
mn 3
minuto =758·10- 6 ~
' s
Veloci- rad Radiano rad Radiano rad
7 dade w [T-1] Radiano
por segundo por segundo por segundo
angular

Acelera- Radiano Radiano Radiano rad


rad rad
8 ção
angular "
[T-'] por segundo
ao quadrndo
,, por segundo
ao quadrado
,, por segundo
ao quadrado
,,

Metro
m
min'
m m lm
i[
1-=1-=--
por minuto I m min rn.n 60Sipé
Veloci- 1 !Metro m ft ft m
1 -=0,3048- fü-
9 V [L T - ] porsegundo mn
dade por segundo s s
""~
Centímetro I cm 1 cm = 0,01 m
!!·
por segundo I s s s ['
""fl•

- ---- ----------------
1
:si
j
.
.
Comitê europeu p/transmissões
UNIDADES CETOP/RPl r:,
óleo dinam. e pneumáticas s:
.
~ ;::,_
Sistema internacional §"·
de medida
Sistema técnico de medida (métrico) Sistema técnico de m-edida (anglo-americano) !;
'2,
·"'i'l"
<:>"'

Magnitu- Nome da
Símbolo
Nome da Símbolo Nome da Símbolo
o ";,;-
~
N. Símbolo Dimensão inter. Fator de conversão Fator de conversão
de unidade unidade da unid unidade da unid. "-
8"::,
da unid.

~
Metro Metro Pé
10
Acelera-
a, b [ T- 1 ] por segundo
m
,, por segundo
m
,, - por segundo
ft ft m
l-=03048- ~
ção
ao quadrado ao quadrado ao quadrado
;,- s2 , s2 oíl
8'
veloci-
min
u u
[ -=--
1 u
""li:::,
11 dade de n [T-'] Voltas -1s Voltas min 60 s Voltas 1
rotação por segundo por minuto
tr tr ltr 1
por minuto
r.p.m. 1 r.p.m. = 60s ~
~
- =1-=--=-
mn mn 60 60s g.
;;
kp.s
2
.kp.s
2
kgf.s
2 a
m
1-- =1--=
m m ~
~
12 Massa m [M] Kilograma kg - Libra - massa lb llb =0,4536 kg
2
kgf.s
= 9,80665kg (exato)
m
2
kp.s' kp.s kgf.s 2 lb
Kilograma
1-- =1--= 1-=
m• m4 m4 Libra -massa in3
13
Densida-
p [Mr 3 ] por metro ~ - por polegada
lb
de m' in'
cúbico kgf.s 2 cúbica
=9 80665 kg (exato) = 27 68· 10 3 kg
m• ' m' ' m'

Quanti- 1 kp.s = 1 kgf.s = 1 l1c_ =


dade de
Kilograma
[MLT- 1] metro por
kg.m = 1 kg.gn.S = Libra - massa lb. ft in3
14
movi-
p
s
Kilopondio
por segundo
kp.s,
kgf.s kg.m
pé --s
segundo por segundo kg.m
1nento =9,81 - - =0,1383 - -
s s

~
~
Comitê europeu p/transmissões
óleo d.inam. e pneumáticas
UNIDADES CETOP/RP 1
8g.
.
Sistema in temacional
Sistema técnico de medida (métrico) Sistema técnico de medida (anglo-americano)
Jj
de medida i!l'
Símbolo
Magnitu- Nome da Nome da Símbolo Nome da Símbolo
N. Símbolo Dimensão inter. Fator de conversão Fator de conversão
de unidade unidade da unid unidade da unid.
da unid

Kilopondio
Kilograma 1 kpm.s 2 = 1 lb.ft 2 =
Momento metro kpm.s 2 Libra - massa
15 1, J [ML
2
] metro kg.m 2 = 1 kgf.m.s 2 = lb.ft 2
de inércia segundo 2
kgf.m.s = 9,81 kg.m 2 pé quadrado = 0,04214 kg.m 2
quadrado
ao quadrado

16
a) Força
[MLT- 2
] Newton N
Kilopondio kp, kgf 1 kp =1 kgf=9,81N Libra-forçá lbf llbf =4,45 N
.
3
b) Peso Megapond.io Mp, tf 1 Mp =1 tf=9,81·10 ~ - - -

kp kp kg
1-=1-=
Newton N kilopondio m' m' m' Libra· força
Peso lbf 1 lbf =2714·10 3 2:1.._
17 'Y [MJ':'T... ] por metro por metro por polegada
específico m' in' in3 ' m3
cúbico cúbico kgf N cúbica
=9,813
m' m

kilopondio kpm, 1 kpm =1 kgf.m = Polegada


in.lbf 1 in.lbf= 0,113N.m
18 Pai: M,T [ML 2 T- 2 ] Newton
N.m
metro kgf.m =9,81 N.m libra - força
~
metro
Kilopondio kpcm, 1 kpcm = 1 kgf.m = Pé
ft.lbf 1 ft.lbf = 1,356 N.m
[
centímetro kgf.cm 9,81 libra- força [}
= 100 N.m
"'"
i't
;:i

f
GD2
1) = 4g
momento de inércia

§·"""'·

J
Comitê europeu p/transmissões
cl1
óleo dinam. e pneumáticas UNIDADES CETOP/RP 1
r, i
IS:
8
Sistema intemacional
de medida
Sistema técnico de medida (métrico) Sistema técnico de medida (anglo-americano) s·= .~~-
N.
Magnitu-
Súnbolo Dimensão
Nome da
Símbolo
inter.
Nome da Símbolo
Fator de conversão
Nome da Símbolo
Fator de conve~~ão
"
il,
o ""'~
de unidade unidade da unid. unidade da un1d.
da unid.
.
.
g.
§"
Kilopondio ~ 2) kp kgf ~
1 -2 = 1 - =
Newton
N 1) por cm' cm cm 2 .Libra· força ]bf ;;"'
19 Pressão p [Mr1i"] por metro por polegada - !bf N
J-=6895- ~
m' centímetro in2
quadrado kgf 4N quadrada in2 m2 êj•
quadrado =9,81 · 10 - ,
cm2 m "'
""'s:
.!:E_
Módulo Newton
Kilopondio
cm 2
l J<E_ =! kgf =
cm 2 cm 2 Libra· força
"'g.
~
N por lbf !bf N
20 de elasti- E 1
[ML i"] por metro
2 centímetro
por polegada l -=6895- g.
cidade quadrado m kgf quadrada in2 in.2 m2 ;:;
quadrado N
--
cm'
=9,81 · 104 -
cm 2
"'~

N.s Libra· força lbf.s lbf.s N.s
Newton Poise P, Po IP= 0,1- segundo por 1-=47,9-
Vis cosi-
segundo m2 ft 2 ft2 m2
21 da de 1j.(µ) [ML1T-1 ] pé quadrado
por metro
dinâmica
quadrado N.s
Centipoise cP, cP0 1 cP = 0,001 - - - -
m2

1 m 2 Pé quadrado n' ft2 m2


' Stokes St, Sk 1 St =! S k = - · - - 1 - =0,0929 -
por segundo s s s
Vis cosi- Metro m' 104 s
22 dade cine V [ L2T- 1] quachado -
mática por segundo s 1 m
Centistokcs cSt, cSk lcSt=lcSk=-·- - - -
10 6 s

1) Se recomenda o uso da unidade "bar": 1 bar= 10 5 N/m 2.


2 2
1 2) 1 kp/cm =! kgf/cm =0,981 bar.
~

------- ---------" - -··---- --


~
(")
°'
Comitê europeu p/Uansmissões CETOP/RP 1
UNIDADES
óleo dinam. e pnéu-ffiáticas

Sistema internacional
Sistema técnico de medida (métrico) Sistema técnico de medida (anglo-americano)
1-'"
o
de medida

Nome da Símbolo Símbolo Nome da Símbolo


Magnitu- Nome da Fator de conversão Fator de conversão
N. Símbolo Dimensão inter. da unid. unidade da unid.
de unidade unidade
da unid.

kilopondio kpm, 1 kpm = 1 kgf.m = Pé


ft.lbf 1 ft.lbf = 1,356 J
metio kgf.m = 9,81 J libra- força
23 Trabalho A,W [ML2T-'.l] Joule J
Kilopondio kpcm, 1 kpcm = 1 kgf.cm =
- - -
centímetro_ kgf.cm = 0,0981 J

Kilopondio kpm, 1 kpm = 1 kgf.m = Pé


24 Energia E, W [ML2T-'.l] Joule J libra - força
ft.lbf 1 ft.lbf=l,356 J
metro kgf.m =9,81 J

Pé ft.lbf ft.lbf
- - - libra - força - s
- 1 - - =l,356W
s
por segundo
25 Potência P,N [ML2T- 3] Watt w
kpm
1 PS =1 ch=75---,
Cavalo s Cavalo
PS, eh HP 1 HP =745,7W
vapor vapor
=75 kgf.m =735,5W
s

1
a) Tempe
ratura Graus ºK - - - - -
T,El -
absolu- Kelvin
26 ta [ E>] ~
;:,.
b)Tempe- °K =~(°F - 32) +
ratura
(}, t1 - -
Graus
Centígrados
~K=°C+273,15
Graus
Fahrenheit
ºF 9
t
["
+ 273,15

.,.
.~-
11·

J
6'
r,
o
~
!;'.
=
g. ~-
"~

.,,ii ;;;'
Comitê europeu p/transmissões
óleo dinam. e pneumáticas
UNIDADES CETOP/RP 1 '"o """'lS'
~

~
Sistema internacional
de medida
Sistema técnico de medida (métrico) Sistema técnico de medida (anglo-amencano) 8
"
~

Símbolo "'
;i
N.
Magnitu-
Símbolo Dimensão
Nome da
inter.
Nome da Símbolo
Fator de conversão
Nome da Símbolo
Fator de conversão ~
de unidade
da unid
unidade da unid. unidade da unid. 2'
Unidade """'<i:
Kilocaloria kcal 1 kcal =4187 J ténnica B.t.u 1 B.t.u. = 1055 J
27 Calor Q, w [ML2T- 2 ] Joule J britânica ~
<e
Caloria cal 1 cal =4,187 J - - -
"'
,l
~
~
Unidade
Joule por ténnica
a) Calor
2 1 quilograma J britânica por B.t.u. B.t.u. J
espccí- e ,[L T'e- ] - - - 1 --=4187--
e grau kg.ºK libra-massa lb.ºF lb.ºF kgºK
fico
Kelvin e grau
Farenheit
28
Kilocaloria kcal kcal kcal
1 - =1--=
b) Calor
1
por kP ºC kpºC kgfºC
especí- · Cs [L ff ] - - kilopondio - - -

fico e grau kcal J


Centígrado kgfºC
=4187 -º-
kg K

~
"
298

3. TABELAS DE CONVERSÃO DE UNIDADES


Manual de hidráulica básica l
-·----·---~-------·
MULTIPLIQUE ...
Atmosferas
POR.
--- ----------

76,0
PARA OBTER
-·····----·--,, -----·
cm de mercúrio
J
1
atm 29,92 de mercúrio
atm 33,90 ft água
atm 1,0333 kg/cm 2
atm 14,7 PSI
atm 1,058 ton/ft2
atm 1.000 bar
------------·---
Barril de óleo 42 Galões de óleo
BTU 0,2520 Kcal
BTU 777,5 lb.ft
BTU 3,927 · 10-4 H.P. hora
BTU 107,5 kgm
BTU 2,928 · 10-4 kw hora
BTU/min 12,96 ft.lb/sec
BTU/min 0,02356 H.P.
BTU/min 0,01757 kw
BTU/min 17,57 watts
Centímetros 0,3937 inches
cm 0,01 metros
cm 10 mm
cm Mercúrio 0,01316 atm
cm Mercúrio 0,4461 ft água
cm Mercúrio 136 kg/m'
cm Mercúrio 27,85 lb/ft 2
cm Mercúrio . 0,1934 PSI
cm/segundo 1,969 ft/min
cm/seg 0,03281 ft/sec
cm/seg 0,036 km/h
cm/seg 0,6 m/min
cm/seg 0,02237 millias/hora
cm/seg 3,728. 10- 4 milhas/min
cm3 3,531 · 10 ' ft 3
cm3 6,102 · 10-2 in 3
10-6 m'
cm'
cm 3 1,308; 10-6 jardas3
cm3 2,642. 10- 4 galões
i.
cm 3 .
10-3 litros
Decímetros 0,1 metros
graus (Ângulo) 60 minutos
graus (Ang) 0,01745 radianos
graus (Ang) 3600 segundos
graus/seg 0,01745 radianos/seg
graus/seg 0,1667 revoluções/min
graus/seg 0,002778 revoluções/seg
Feet {pés) 30,48 cm
ft 12 in
ft 0,3048 metros
ft 1/3 jardas
--
Forl1Ullários, tabelas de consen;ação e unidades de medidas 299

MULTIPLIQUE ... POR ... PARA OBTER

ft de água 0,2950 atm


ft de água 0,8826 in de mercúrio
ft de água 0,03048 kg/cm 2
ft de água 62,43 lb/ft'
ft de água 0,4335 PSI
ft/min 0,5080 cm/seg
ft/min 0,01667 ft/sec
ft/min 0,01829 km/h
ft/min 0,3048 Milhas/min
ft/min 0,01136 Milhas/h
ft/sec/sec 30,48 cm/seg/sef
ft/sec/sec 0,3048 m/seg/seg
ft.libra 1,286 · 10- 3 BTU
ft.lb 5,050 · 10- 7 H.P. hora
ft.lb 3,241 · 10-• kcal
ft.lb 0,1383 kgm
ft.lb 3,766 · 10-7 kwhora
ft.lb/min 1,286 · 10-3 BTU/min
ft.lb/min 0,01667 ftlb/sec
ft.lb/min 3,030 · 10-s H.P.
ft.lb/min 3,241 • 10-• kcal/min
ft.lb/min 2,260 · 10-s kw
(in) inches= polegadas (ft) feet =pés

ft.lb/sec 7,717 • 10- 2 BTU/min


ft.lb/sec 1,818 · 10- 3 H.P.
ft.lb/ sec 1,945 · 10"" kcal/min
ft.lb/sec 1,356 · 10-3 kw
ft' 2,832 · 10 4 cm3
ft 3 1728 in'
ft 3 0,02832 m'
ft 3 0,03704 jardas 3
ft 3 7,48052 galões
ft 3 28,32 litros
ft' 59,84 canecas
ft 3 29 92 auartos
ft 3 /min 472 cm 3 /seg
ft 3 /min 0,1247 galões/seg
ft 3 /min 0,4720 litros/seg
ft 3 /min 62,43 Ih de água/min
ft 3 /sec 448,831 galões/min
Galões 3785 cm 3
Galões 0,1337 ft'
Galões 231 in'
Galões 3,785 · 10- 3 m'
Galões 3,785 litros
GPM 2,228 · 10-3 ft 3 /sec
GPM 0,06308 litros/seg
GPM 8;0208 ft 3 /h
300 Manual de hidráulica básica

MULTIPLIQUE ... POR ... PARA OBTER


Gramas 980,7 dinas
g 15,43 grãos
g 10-3 kg
g 10' mg
g 2,205 · 10- 3 lb
g/cm 5,6 · 10- 3 lb/in
g/cm 3 62,43 lb/ft3
g/cm 3 0,03613 lb/in3
g/litro 58,417 grãos/galão
g/litro 0,062427 lb/ft 3
H.P. 42,44 BTU/min
H.P. 33.000 lb/ft/min
H.P. 550 lb.ft/sec
H.P. 1,014 H.P. (métrico)
H.P. 10,70 kcal/min
H.P. 0,7457 kw
H.P. 745,7 watts
H.P. hora 2547 BTU
H.P. h 1,98 · 106 ft.lb
H.P.h 641,7 kcal
H.P.h 2,737 · 105 kgm
H.P.h 0,7457 kw/hora
inches (polegadas) 2,540 cm
in de mercúrio . 0,03342 atm
in de mercúrio . 1,133 ft de água i. 1
in de mercúrio 0,03453 kg/cm2
in de mercúrio 70,73 lb/ft 2
in de mercúrio 0,4912 PSI
in de água 2,458 · 10- 3 atm
in de água 7,355 · 10- 2 in de mercúrio
in de água 2,54 · 10- 3 kg/cm2
in de água 5,202 lb/ft2
in de água 0,03613 PSI
in 3 16,39 cm3
in 3 5,787 · 10-• ft 3
in 3 1,639 · 10-s m3
in 3 2,143 · 10-s jardas 3
in 3 4,329 · 10- 3 galões
in 3 1,639 • 10- 2 litros
Quilogramas 980665 dinas
kg 2,205 lb
kg 103 g
kg/cm 2 0,9678 atm
kg/cm 2 32,81 ft de água
kg/cm 2 28,96 in de água
kg/cm 2 2048 lb/ft2
kg/cm 2 14,22 PSI
Formulários, tabelas de conservação e unidades de medidas 301

MULTIPLIQUE ... POR ... PARA OBTER

Quilômetro (km) 105 cm


km 3281 ft
km 10' m
km 0,6214 milhas
km/h 27,76 cm/seg
km/h 54,68 ft/min
km/h 0,9113 ft/sec
km/h 16,57 m/min
Quilowatt,- (Kw) 56,92 BTU/min
kw 4,425 · 104 ft.lb/min
kw 737,6 ft.lb/sec
kw 1,341 H.P.
kw 14,34 kcal/min
kw 10' watt

kw-hora 3415 BTU


kw-h 2,655 · 106 ft.lb
kw-h 860,5 kcal
kw-h 3,671 · 105 kgm
Litros 103 cm 3
Litros 0,03531 ft 3
Litros 61,02 in 3
Litros
10-J in' j:

Litros 0,2642 galões

Litros/min 4,403 · 10- 3 galões/seg


'' 1
11

Metros 100 cm
m 3,281 ft
m 39,37 in

Metros/min 1,667 cm/seg


m/min 3,281 ft/min
m/min 0,05468 ft/sec
m/min 0,06 km/h
m/min 0,03728 milhas/h
Metros/seg 196,8 ft/min
m/seg 3,281 ft/sec
m/seg 3,6 km/h
m/seg 0,06 km/min
m/seg 2,237 milhas/h
m' 106 cm3
m' 35,31 ft'
m' 61,023 in 3
3
m' 1,308 jardas
m' 264,2 galões
m' 103 litros

Microns 10-6 m
Microns 3,93 · 10-s in
1

302 Manual de hidráulica básica


1

MULTIPLIQUE ... POR ... PARA OBTER

Milhas/hora 44,7 cm/seg


Milhas/hora 88 ft/min
Milhas/hora 1,467 ft/sec
Milhas/hora 1,609 km/h
Milhas/hora 26,82 m/min
Milímetro 0,1 cm
mm 0,03937 in
Minutos (Ângulo) 2,909 · 10-• radianos
Onças 437,5 grãos ! i

Oz 0,0625 lb
1

Oz 28,349527 gramas
Oz 2,835 · 10-5 tons
Oz (fluido) 1,806 in 3
Oz (fluido) 0,02957 litros
Libras 16 Oz
Libras 7000 grãos
lb 453,5924 gramas
lb de água 0,01602 ft3 i

lb de água 27,68 in 3
lb de água 0,1198 galões
2,679 · 10-• ft 3 / sec
1

lb de água/min

lb/ft 3 5,787 · 10-• lb/in 3

lb/in 3 1 728 lb/ft 3


,11
PSI 0,06804 bar
PSI 0,06804 atm
PSI 2,307 ft de água
PSI 2,036 in de mercúrio
PSI 0,07031 kg/cm2
Radianos 57,29578 Graus (ângulo)
Watts 0,5692 BTU/min
Watts 44,26 ft.lb/min
Watts 0,7376 ft.lb/sec
Watts 1,341 · 10- 3 H.P.
Watts 0,01434 kcal/min
Watts 10-3 Kw
Watt/hora 3,415 BTU
Watt/h 2655 ft.lb
Watt/h 1,341 · 10- 3 H.P. hora
Watt/h 0,8605 kcal
Watt/h 367,1 kgm
Watt/h 10-3 kw/h
Jardas 3 7,646 · 105 cm3
Jardas 3 27 ft 3
Jardas' 46,656 in 3
Jardas' 0,7646 m'
Jardas 3 202 galões
Jardas 3 764,6 litros
Formulários, tabelas de conservação e unidades de medidas 303

4. OUTRAS TABELAS, DIAGRAMAS E ÂBACOS

4.1. Tubulações

4.1.l. Diâmetros de tubos comerciais (gentileza Ermeto)

Diâmetro Pressão máxi -


Espessura Diâmetro Peso por
Externo ma recomen-
. da parede interno 100 metros
emmm emmm
dada de serviço
em kg/cm> emkg
mm Pol.
4 1 2 613 7
5 1 3 408 10
6 1 4 306 12
6 1,5 3 613 17
6,4 1/4 1, 1 4,2 300 12
6,4 1/4 1,5 3,4 600 17
8 5/16 1 6 300 15
8 5/16 1,5 5 420 24
9,5 3/8 1,6 6,3 326 28
9,5 3/8 2 5,5 500 37
10 1,5 7 300 31
10 2 6 467 40
12 1,5 9 233 39
12 2 8 350 49
12,7 1/2 2 8,7 350 52
12,7 1/2 1,5 9,7 233 41
14 1,5 li 214 46
14 2 10 315 59
15 1,5 12 196 50
15 2 li 286 64
16 5/8 1,5 13 181 54
16 5/8 2,5 li 338 83
18 1,5 15 157 61
18 2,5 13 286 96
19 3/4 1,5 16 140 64
19 3/4 2,5 14 270 100
20 2 16 197 86
20 3 14 319 126
22 2 18 175 99
22 2,5 17 219 120
25 2 21 150 113
25 3 19 235 163
25,4 1" 2 21,4 150 114
25,4 1" 3 19,4 235 164
28 2 24 131 128
28 3 22 203 185
30 2,5 25 149 170
30 3 24 186 200
32 1.1/4 2,5 27 135 185
32 1.1/4 4 34 250 270
35 2,5 30 132 173
35 4 27 220 300
38 1.1/2 3 32 139 359
38 1.1/2 4 30 198 435
42 2 38 83 197
-\ 42 4 34 160 300
~.
'

Manual de hidráulica básica


304

4.1. 2. Recomendações da JIC para espessura de parede do tubo.

0.500psi 500.1200 psi 1200.3000psi


Diâmetro De no- Área
Espessura Área Espessura Área Espessura
do tubo rninação
mínima interna mínima interna mínima interna

2 .035 .0023 .035 .0023 .035 .0023


1/8
3 .035 .0107 .035 .0107 .060 .0035
3/16
4 .035 .0254 .035 .0254 .060 .0133
1/4

5 .035 .046 .035 .046 .060 .029


5/Í6
6 .035 .073 .035 .073 .060 .051
3/8
8 .035 .145 .035 .145 .075 .096
1/2
10 .035 .242 .049 .218 .095 .149
5/8
12 .035 .363 .049 .334 .109 .222
3/4
14 .049 .474 .065 .436 .109 .339
7/8
16 .049 .639 .065 .594 .120 .454
1

11/4 20 .065 .905 .095 .882

11/2 24 .065 1.474 .095 1.348

Obs.: Os valores internos à tabela são dados em polegadas.

4.1.3. Critério para dimensionamento de tubos (Linhas de pressão)

"Velocidade máxima do óleo considerada: lSft/sec (4,S7m/sec)"

NPT
VAZÃO .,rnxr. X JJ' INT. CORRESPONDENTE

até lGPM 6x4 1/4"

de 1,1 à 2GPM 8x6 1/4"

de 2,1 à 5GPM 12 X 9 3/8"

de 5,1 à \OGPM 16 X 13 1/2"

de 10,1 à 15GPM 20 X 16 3/4"

de 15,1 à 21GPM 25 X 19 3/4"

de 21,1 à 35GPM 30x 25 1"


: 1

de 35,1 à 51GPM 35 X 30 1.1/4"

de 51,1 à 58GPM 38 X 32 1.1/4"


.,..------

Forrmdários, tabelas de conservação e unidades de medidas 305

4.1.4. Âbaco para a determinação do diâmetro interno do tubo

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'2.00
0/1
150
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70

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6
10 7
5
3/(6" 8
Velocidade
4 mls
Pol. mm
efi interno

Vazão de Ôleo
Qlmin
306 Manual de hidráulica básica
ii
4.2. Perda de carga

4.2.l. Ábaco para a determinação da perda de carga através de um orifício

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4i 15 Perda de Carga
(PSI)
Orifício
q, in Álea (sq.in)
2

Vazão
GPM CIPM
Formulários, tabelas de conservação e unidades de medidas 307

4.2.2. Determinação do diâmetro interno do tubo a partir do número


de Reynolds (Diagrama de Moody)

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308 Manual de hidráulica básica

4.3. Cilindros

4.3. l. Ábaco para a determinação do volume do cilindro

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Ârea Diametro
do cilindro do cilindrô
(sqin) (in)

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Volume do cilindro
1
(cuin)
Formulários, tabelas de conservação e unidades de medidas 309

4.3.2. Ábaco para a determinação da velocidade do êmbolo

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150
1.5 :,0.000
1.5

200 4QOOO 200
20
Vazão fornecida ao
to :,00 cilindro 300
(GPM) (CIPM)
30
400 400
-SOO 40 500
600 50 600
100 700
eo
800 000
900
70
900
1000 eo 1000
90 1100
Diâmetro do Área do 100 1200
cilindro cilindro
(in) (sqin)
Velocidade do embolo
(ft/min)(inlmin)
310 Manual de hidráulica básica

4.3.3. Ábaco para a determinação do tempo de deslocamento do êmbolo

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1500

100
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L
CIPM GPM
Volume do cilindro
(cuin) Vazão
(GPM) (CIPM)
FornwJários, tabelas de conservação e unidades de medidas 311

4.3.4. Ábaco para a determinação da força realizada por um cilindro

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700
600
800
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Diâmetro 1000
AOO
Área do
cilindro do cilindro
(sqin) (in)
300 1500

200

150

AOOO
100
00- 5000
eo
TO Pressão fornecida
60 ao cilindro
(PSI)
50

40

Força
(lb)
312 Manual de hidráulica básica

4.4. Viscosidade

4.4.1. Diagrama da variação da viscosidade com a temperatura para diversos tipos de óleo

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Formulários, tabe"fas de conservação e unidades de medidas 3J3
4.4.2. Tabela de conversão de unidades de viscosidade

SEGUNDOS SEGUNDOS
CENTSTOKES STANDARD STANDARD SAYBOLT REDWOOD REDWOOD
SAYBOLT ENGLER
cSt AMERICANO OCIDENTAL UNIVERSAL NP 1 NP 2
FUROL
ssu

- 2 - 30 - - - -
2,91 2 1
- 35 - 32,2 - -
4,25 2 200 40 - 36,2 - -
5,8 4 200 45 - 40,6 - 1,32
7,5 4 200 50 - 45 - 1,42
8,6 4 200 55 - 49 - 1,49
10 4 - 60 - 54 - 1,57
13,0 4 - 70 - 63 - 1, 71
15,7 4 - 80 - 71 - 1,84
18,5 4 - 90 - 80 - 1,98
20,9 4 - 100 - 89 - 2,1
27 4 - 125 - 110 - 2,4
32,0 5 - 150 - 134 - 2,7
37,5 5 - 175 - 156 - 3,0
43,5 5 - 200 - 177 - 3,5
54 5 300 250 - 220 - 4,2
65 5 300 300 - 270 - 4,8
86 5 300 400 - 360 - 6,1
130 5 300 600 33 530 - 8,5
.
174 5 300 800 40 700 140 11
195 6 - 900 45 800 145 12
360 6 400 1650 75 1500 260 21
525 6 400 2400 100 2100 400 28
825 6 400 3800 150 3400 560 42
1100 6 400 5000 200 4500 950 60
1450 6 400 6500 250 6000 ·1300 70
1900 6 400 8500 300 7500 1600 85

i
Para converter SSU em viscosidade absoluta

!:':_= 2,20 • 10-3 T - J,80


p T

onde µ- viscosidade absoluta, poises


p -massa específica g/cm3
T -Tempo de vazamento (SSU)
Temperatura ambiente.
SIGLAS

Algumas siglas, abreviações e estrangeirismos utilizados no livro.

A '

A = Área de setor circular - Amperes


A.B.N.T. = Associação Brasileira de NofI!1aS Técnicas
Ac = Área da coroa em cilindros Ii
Ah= Área da haste em cilindros 1.
i
Air Bleed Valve = Válvula de Sangria de Ar
A.N.S.I. = American National Standards Institute
Ap = Área do pistão em cilindros
Apr = Área da secção da tubulação na pressão
Aret = Área da secção da tubulação no retorno
A.S.A.E. = American Society of Agricultura! Engineers
Asuc = Área da secção da tubulação na sucção
atm =Atmosfera(=" lkg/cm2 )

B = Abreviação utilização na RACINE para se designar a bomba PVB


b = braço (para cálculo de torque)
Back-up = anel de encosto
bar= Abreviação de bária (unidade de pressão)
BD= Abreviação utilizada na RACINE para se designar o comando múltiplo de 1/4"
Bleed-off= Sangria (v. cap. XI)
booster = Intensificador de pressão
Buna-N = Elastômero utilizado em vedações
bypass = passagem em paralelo
316 Manual de hidráulica básica

c
C = Distância centro a centro de duas engrenagens
c/ = com
check valve = válvula de retenção
cipm = polegadas cúbicas por minuto (cubic inches per minute)
closed loop = termo utilizado para se dizer que o sistema hidráulico é um circuito fechado sem
reservatório
cm = Centímetro
cm2 = Centímetro quadrado
cm 3 = Centímetro cúbico
cm/min = Centímetro por minuto
cm 3 /min = Centímetro cúbico por minuto
cm 3 /rev = Centímetro cúbico por revolução
cm/seg = Centímetro por segundo
cm 3 /seg = Centímetro cúbico por segundo
corp. = Corporação - corporation
Cp = Calor específico (Kcal/kg/ ºC)
Craking pressure = Pressão de abertura
Cross-over = Termo utilizado para denominar a válvula de alívio anticavitação (alívio cross-over)
C.S.A. = Canadian Standards Association
cst = Centistokes
cuft = pés cúbicos (cubic feet)
cuin = polegadas cúbicas (cubic inches)
cuin/min = polegadas cúbicas por minuto
cuin/rev = polegadas cúbicas por revolução
c.v. = Cavalo vapor (unidade de potência)

D= Diâmetro
d= densidade-deslocamento (para o cálculo de trabalho)
dh = diâmetro da haste em cilindros
dm = decímetro
dm 2 = decímetro quadrado
dm3 = decímetro cúbico
dm3 /min = decímetro cúbico por minuto
dm3 /rev = decímetro cúbico por revolução
Dp = diâmetro do pistão em cilindros
dp = perda de carga localizada nas válvulas
Dpr = diâmetro da tubulação na linha de pressão
Dret = diâmetro da tubulação na linha de retorno
Dsuc = diâmetro da tubulação na linha de sucção

e= número de Euler (2,71828 ...)


erg = unidade de força no sistema M.K.S.
Siglas 317

F = força
f= fator de fricção em tubulações
F1 = Força de avanço em cilindros
F2 = Força de retorno em cilindros
FA = Abreviação utilizada na RACINE para se designar a bomba PVF
Fa = Força de avanço
F.P.S. = Fluid Power Society
ft = pés (feet)
ft/min = pés por minuto
ft/sec = pés por segundo
fuU flow pressure = pressão à máxima vazão

G = massa
g = grama - aceleração da gravidade (9,81 m/seg)
gal = galão, galões (3,785 litros)
gal/rot = galões por rotação
gjcm 3 = grama por centímetro cúbico
gicleux = orifício onde se origina perda de carga, aumento da velocidade e aquecimento do fluido
G.P.M. = galões por minuto

h = hora
h1 = altura do filtro de sucção ao nível de fluido no reservatório
h 2 = altura do fütro de sucção até o fundo do reservatório
H2 O = Símbolo químico da água
holdingvalve = tipo especial de válvula de contrabalanço da RACINE
Hz = hertz (ciclos por segundo)

i.é = isto é
in = polegadas (inches)
I.V. = índice de viscosidade

J.I.C. = Joint of the Industry Conference

K = Abreviação utilizada na RACINE para se designar a bomba PVK


Kcal = Quilo cal o ria
Kcal/h = Quilocaloria por hora
Kcal/min = Quilocaloria por minuto
kg = Quilograma
318 Manual de hidráulica básica

kgcm = Quilocentimetro (unidade de torque)


kg/cm 2 = Quilograma por centímetro quadrado (,s 1 atm)
kgm = Quilômetro por hora
KV A = Quilo Volt Amperes
KW = Quilowatt

L = Comprimento total da tubulação - largura da engrenagem


1 = litros -- espaço, deslocamento, comprimento
lb =libras("' Q,4535kg)
lb/cuft = libra por pé cúbico
lbft = libra pé (unidade de Iorque)
lbin = libra polegada ( unidade de Iorque) .
limit switch = limitador de curso
LL = Comprimento da canalização retilínea
1/min = litros por minuto
1/ rev = litros por revolução
Ls = comprimento equivalente das singularidades

M = Massa
m = metro
manifold = bloco de metal com furações internas, sobre o qual são montadas válvulas
Meter-in = Controle na entrada (ver cap. XI)
Meter-ou!= Controle na saída (ver cap. XI)
min = minuto
mi = mililitro
mm = milímetro
mm2 = milímetro quadrado
mm 3 = milímetro cúbico
mm/seg = milímetro por segundo
m/min = metro por minuto
m/seg = metro por segundo

N = potência
n = ciclos (peças por minuto)
NA= Nova Área
NAc = Nova Área da Coroa em cilindros
NAh = Nova Área da Haste em cilindros
NAp = Nova Área do Pistão em cilindros
ND = Novo diâmetro
NDh = Novo diâmetro da haste em cilindros
NDp = Novo diâmetro do pistão em cilindros
N.E.M.A. = National Electrical Manufactures Association
N.F.P.A. = National Fluid Power Association
NP = Nova Pressão
NP 1 = Nova Pressão de avanço em cilindros
NP2 = Nova Pressão de retorno em cilindros
Siglas 319

o
o.p.m. = oscilações por minuto
"O" ring = Anel "O"

P = Pressão
p/ = para
P1 = Pressão-no avanço em cilindros - Pressão inicial
P2 = Pressão no retorno em cilindros - Pressão final
P.A. = Ponto de Anilina
Pa bs = Pressão absoluta
Panic valve = válvula de pânico (interrompe o ciclo de trabalho em qualquer ponto)
Patm = Pressão atmosférica
Pe = Pressão de entrada
Pef = Pressão efetiva
Pia = Pressão induzida no avanço em cilindros
Pint = Pressão interna
Pir = Pressão induzida no retomo
pol = polegada
poppet = válvula do tipo esfera ou cone, geralmente acompanhada de mola para o assentamento
P8 = Pressão de saída
PSI= libras por polegadas quadradas (Pounds per square inches)
PSIA = libras por polegadas quadradas absoluta
PSIG = libras por polegadas quadradas manométrica
P,T,A e B = codificação das tomadas de .uma válvula de controle direcional de quatro vias
push button = botão interruptor

Q = Vazão
q = Vazão por revolução - Kcal/h
Q6 = Abreviação utilizada na RACINE para se designar a bomba PVQ- •••-06••
QB ou Qb = Vazão da bomba
Qi = Vazão induzida em cilindros
Qia = Vazão induzida no avanço em cilindros
Qir = Vazão induzida no retorno em cilindros

R = número de Reynolds
RA = Abreviação utilizada na RACINE para se designar a bomba PFR ou o comando
múltiplo de 1/2 polegada
rad = radiano
rad/seg = radianos por segundo
reseating pressure = pressão de reassentamento
rot = rotação
rotary spool = carretel rotativo
rpm = rotação por minuto
r;

320 Manual de hidráulica bálfica


J, :
s
S = Espessura da parede do cilindro - Abreviação utilizada na RACINE para se designar a bombaPVS
s = curso do cilindro
S.A.E. = Society of Automotive Engineers
...
seg = segundo (tempo)
sliding spool = carretel deslizante
spool = carretel
sqft = pés quadrados ( square feet)
sqin = polegadas quadradas (square inches)
S.S.U. = Segundos Saybolt Universal (unidade de viscosidade)
st = stockes (unidade de viscosidade)
stand by = reserva
supercharging = supercarga
SV = Abreviação utilizada na RACINE para se designar as bombas da série PSV

T = torque - abreviação utilizada na RACINE para se designar a bomba PVT


t = tempo - temperatura
t 1 = tempo de avanço em cilindros - temperatura inicial
t 2 = tempo de retomo em cilindros - temperatura final

u
U.L. = Underwrites Laboratories
J '

V= Volume - Volts
v = velocidade
V1 = Volume do lado liso do pistão em cilindros - volume inicial
V2 = Volume do lado da haste do pistão em cilindros - volume final
v 1 = velocidade de avanço em cilindros
v2 = velocidade de retorno em cilindros
va = velocidade de avanço em cilindros
valv. = Válvula(abrev.)
Viton - A = Tipo de vedação de material especial
vm = velocidade do motor
Vpr = velocidade do fluido recomendada na pressão
VR = deslocamento por revolução
vret = velocidade do fluido recomendada no retomo
vsuc = velocidade do fluido recomendada na sucçãO
Vt = Volume total do cilindro (V1 + V2 )
1

i
w
W= Watts
- --- -------
Siglas 321
J
X

X= Fator que leva em consideração a flexibilidade do tubo e a temperatura do fluido


no cálculo da perda de carga

y = cota ou comprimento

z
z = cota ou comprimento

ALFANUMÉRICOS

e, = Ângulo de corte de guilhotina - coeficiente de expansão linear do material da tubulação


~ = Coeficiente de expansão cúbica do fluido hidráulico
'( = Peso específico do fluido
ºC = Graus centígrados
~p = Perda de carga distribuída
~Pt = Perda de carga total
~t = Diferencial de temperatura
n
Lxi = Somatório de xi com i indo de 1 até n
1=1
ºE = Graus Engler
1 0 = Diâmetro
,1
0e = Diâmetro extemo
0i = Diâmetro interno
0 máx = Diâmetro máximo
,0min = Diâmetro mínimo
ºF = Graus Farenheit
µ = Viscosidade absoluta em poises - 0,001 mm
'Y = Viscosidade cinémática
17 = Rendimento
17h = Rendimento hidráulico
'1v = Rendimento volumétrico
7r = 3,1415926 ... (número puro)
p = Massa específica
at = tensão admissível
T = tempo de vazamento em SSU - Trabalho
'
,) % = Porcentagem
322 Manual de hidráulica básica
r1
' 1

BIBLIOGRAFIA
Livros

- Basic Course in Hidraulic Systems - Racine - Jack Kauffman


- Introd1,Jção a Hidráulica - Racine - Wilson G. Andrade
- Hidráulica e Pneumática Industrial e Móvel - Me Graw Hill - JaJlUZ Drapinski
- Industrial Fluid Power Text - Wamack E4,ucational Publications (Volumes 1, II e III)
- Practical Fluid Power Control (Electrical and Fluidic) - Womack Educational Publications
- Fluid Power - Harry L. Stewart e John M. Stores
- Oleodinâmica - Editorial·Gustavo Gili S.A. - H. Speich e A. Bucciarelli
- Oil Hydraulic Power and its Industrial Applications - Me Graw Hill....:. Walter Ernst
- 1 Comandi Idraulici delle Machine utensili - Revista "lngegneria Meccanica di Milano" - R. Chiappulini
- L'oleoidraulica e gli Automatismi nella Applicazione alie Machine utensili - Edizione Tecniche Nuove di Milano
- E.M. ChaimÕvích
- La commande Hydraulique - Dunod, Paris - C. R. Hinunler
- L'automazione - Vallecchi Editore, Firenze - R. Tean1

Revistas:
- C & 1, Control.e e Instrumentação =--;:ditara Max Gruenwald e Cia. Ltda. - São Paulo
- Hydraulics and Pneumatics - lndus ial Publishing Co. Cleveland (Ohio)
- Hydraulic Pneumatic Power - Trad and Technical Press Ltd. Morden
- Fluid Power International - Marga - Grampian Press Ltd. - Londres
- Hydraulique, pneumatique & Asservissements - Compaguie Française d'Editions S.A. - Paris
- Lubrificazione - Tecniche Nuove di Milano - Milano

Catálogos:
- Ermeto - Equipamentos Industriais Ltda.
- Acumuladores Bosch - Bosch do Brasil S/A
- Greer O Lae;r Products Division - Greer Hydraulics, Inc.
- Redco Hydraulics Acumulators
- Ohio Oscilators Co. Inc.
- Charlynn Hydraulic Motors - Eaton Group
- Washington Scientific Industries, Inc. (WSI)
- Chamberlain Industries Ltd. - Staffa Works
- Tyrone Hydraulics
l
- Mecânica Continental S/A
-FiemaS/A
- Falk do Brasil S/A
-Manômetros Willy S/A
- Fábrica de Manômetros "Record" S/A
- Asto Tripoint - Automatic Switch Co.
- Aparelhagens Eletromecânicas Kap Ltda.

Agências ou Associações de Normas Técnicas:


- ABNT - Ass0Ci3;Ção Brasileira de Nonnas Técnicas -Av. Almirante Barroso, 54 - Rio de Janeiro -RJ
- NFPA - National. Fluid Power Association - P.O. Box 49, Thiensville, WI 53092
- FPS - Fluid Power Society -432 East Kilbourn Ave., M;ilwaukee, WI 53202
- ANSI - American National Standards lnstitute Inc. - 1430 Broadway, New York, NY 10018
- CSA - Canadian Standards Association - 178 Rexdale Blud, Rexdale, Ontario, Canadá
- SAE - Society of Automotive Engineers - 485 Sexington Ave, New York, NY 10017
- NEMA - National Electrícal Manufecturers Association - 155 E.44th St., New York, NY 10017
- NMTBA - National Machine Tool Builders Associat!on - 2139 Wisconsin Ave., Washington, D.C. 20007
- UL - Underwrites Laboratories - 207 East Ohio St. Chicago IL 60611
- ASAE - American Society of Agricultura! Engineers"- 2950 Niles Road, St. Joseph, MI 49085
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A Racine Hidráulica Ltda.


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Cep: 94900.- C~Postal: 316
CGC:- 92 796.887 /0001-94 · Jnscr: 177 /0005207
- -
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Fone: (031) 201-4655
Telex: 3115~ RAHI BFí.

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• ,FILIAL RIO DE JANEIRO (RJ) ESCRITÓRIO CAMPINAS (SPJ
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