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L.H.

Cosway & Penny Reid

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Disponibilização: Liz Dan


Tradução: Cristina, Regina, MonicaA, Nina
Revisão Inicial: Fabi
Revisão Final e Leitura final: DeaS
Conferencia: Liz

Fevereiro/2019

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

~Dedicatória ~
Em nenhuma ordem particular: produtos de padaria, as
sobrancelhas de Colin Farrell e as coxas de jogadores de rúgbi em
todos lugares.
E para a cidade de Edimburgo onde uma história de amor
nasceu.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

O melhor de Nova York


Blogando como * The Socialmedialite *
22 de abril
SENHORAS E SENHORES! Eu tenho um anúncio!
Você conhece esse cara que destaquei no meu blog há alguns meses? O jogador
de rúgbi irlandês realmente muito gostoso que joga na posição de "hooker" na RLI (Rugby League
International)? Aquele com os problemas de controle da raiva, o corpo de um gladiador e o rosto de uma
estrela de cinema? Aquele com as escolhas de moda questionáveis que me levam a perguntar se é a criança
de um duende e um hobbit? Ronan Fitzpatrick? Sim, esse cara.
Bem, eu tenho uma confissão para fazer…

O EREMITA
Annie Catrel, extraordinária especialista em mídia social da Davidson & Croft Media e blogueira de
celebridades clandestina, pode fazer qualquer um brilhar como rei na opinião pública. Ela é a
Socialmedialite, criadora anônima do Finest de Nova York e a queridinha da internet. A realidade virtual é
o forte de Annie, mas a realidade atual? Não muito.
O HOOKER
Ronan Fitzpatrick, também conhecido como o melhor hooker que o mundo do rugby tem visto em
décadas, despreza a mídia - social ou não. A imprensa criou uma teia de mentiras que o descrevem como
o bad boy selvagem e imprudente do rúgbi. Suspenso de sua equipe, Ronan veio para Manhattan para
escapar do drama, deitar, voar sob o radar. Apenas, Ronan não é fácil de ignorar, e ele não pode escapar
do aviso do Socialmedialite ...
O PLANO
Quando Ronan é enviado para a Davidson & Croft Media para reformular sua imagem pública, nunca
esperava cruzar com a tímida mas bela Annie, nem esperava sua atração feroz por ela. Não pode estar
mais feliz quando o chefe dela sugere que eles se juntem.
Quais detalhes Annie usará para manter sua identidade virtual escondida? E o que acontecerá quando o
hooker descobrir quem é a eremita?

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Capítulo 1
O verificador de e-mail: quando alguém finge estar verificando seu e-mail em um
smartphone, mas ao invés disso está tirando foto de uma pessoa/pessoas diretamente na frente
dele.
Mais adequado: A maioria das situações em que é socialmente aceitável verificar e-mails,
por exemplo, em cafés, enquanto janta sozinho em um restaurante, à espera de transporte
público.
Não use: em locais sem telefone celular ou com recepção pela Internet.

* Annie *

Não vou fingir que tenho intenções primitivas. Mas para ser
justa, quando ele entrou inicialmente no restaurante, já estava
verificando meu e-mail.
Na verdade, não olhei para cima do meu celular até ouvir a
confusão e o cacarejo de mulheres excitadas. Esses sons ― risos,
cacarejos, oooohhhhh, sussurrados Oh, meu Deus! E É ele
mesmo? ― acompanha tipicamente a chegada de uma celebridade
masculina. Estou especialmente sintonizada com os sinais e
sintomas por dois motivos: meu trabalho e meu hobby.
Sou a principal responsável pelo projeto da Social Media
Marketing divisão da Davidson & Croft Media. Minha
especialidade é transformar reputações no tribunal da opinião
pública. Dê-me uma celebridade, um político ou uma figura

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pública com a reputação manchada ― com escândalo de fita de


sexo, DUIs1, detenções, uma importante fuga da reabilitação, sexo
com um estagiário (o que eu chamo de “Donkey Donging”2) ― e
vou transformar a imagem dessa pessoa.
Vou fazê-la brilhar. Vou fazê-lo brilhar. Sou lendária no meu
campo. Sou a melhor no que faço.
E admito isso como verdade com absolutamente nenhum
conceito ou vaidade, porque sou terrível em quase tudo na vida.
Seja andar ou falar, por exemplo, não importa tentar os dois ao
mesmo tempo. Ou sorrir. Ou não ser estranha. Ou não assustar
as pessoas. Ou não ser a causa de todo o silêncio constrangedor
num raio de oito quilômetros.
As únicas outras coisas em que me destaco na vida são: 1)
Planejamento financeiro responsável, 2) Meu blog de hobby e 3)
Comer.
O que me leva agora, ao Tom's Southern Kitchen, e o grupo
de senhoras trocando as penas para a esquerda e para a direita
enquanto tentam secar o homem incrivelmente atraente e
musculoso que acaba de entrar.
Levanto apenas meus olhos, olho para ele e as mulheres
enquanto tento enxergar seu rosto. Está de perfil, e sua boca
bonita está curvada, em um sorriso, paciente e educada. Não sei
dizer se está gostando da atenção ou se só tem modos
extremamente excelentes.

1 Registro por dirigir embriagado.


2 Um pênis grande; um pênis que se assemelha a um burro em tamanho. A autora quis dizer algo como
um burro usando um pau.

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Independente disso, ele se parece muito com o ator irlandês


Colin Farrell, exceto que é um Colin Farrell que trabalha sem
parar, tem coxas como troncos de árvores e é de dez a quinze
anos mais novo. Então, talvez um Colin Farrell que acabou de
voltar de uma visita ao cirurgião plástico e de um campo de
treinamento de CrossFit. Este glorioso exemplar de
masculinidade tem cabelo castanho escuro, arrepiado e curto.
Seu nariz é perfeito, quase adorável, mas de alguma forma se
encaixa em seu rosto. Sua mandíbula é angular e forte. Até tem
as maçãs do rosto altas do ator, sobrancelhas castanho-escuros,
cílios grossos e olhos de corça.
Não consigo decidir se esse cara é um doppelgänger3 ou se
ele é o negócio real, mas isso realmente não importa. É perfeito
para o meu post de Saturday Celebrity Stalker. É, sem falhar, o
post mais popular a cada semana.
O que me leva ao meu maior e mais bem guardado segredo.
A verdade é que eu, Annie Catrel, sou The Socialmedialite,
proprietária e fornecedora do blog New York’s Finest.
Está certo.
Sou a The Socialmedialite.
Sou aquela garota, a blogueira de entretenimento mais
influente do mundo.
E, porque sou meticulosa com meus protocolos de
segurança, ninguém sabe quem sou… que sou ela… que ela, sou
eu.
Deixa pra lá. Sabe o que eu quero dizer.

3 Alguém que parece exatamente o mesmo que outra pessoa. Ainda não um gêmeo. Fantasma idêntico à
pessoa viva: uma aparição na forma de um sósia de uma pessoa viva.

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De qualquer forma, Saturday Celebrity Stalker é o meu post


semanal dedicado a celebridades ou seus parecidos, onde suas
características físicas são escolhidas ao estilo de John Madden
(John Madden, o famoso treinador de futebol americano que
adora desenhar na TV dos telespectadores domésticos com
círculos, setas e linhas aleatórias para demonstrar erros em jogos
de futebol).
Exceto que faço isso para celebridades (quase
exclusivamente celebridades masculinas) e questiono o seu
julgamento em relação à preparação, maquiagem (sim,
maquiagem), roupas e opções de acessórios. E, se estão andando
com um cachorro, faço isso com o seu cachorrinho também.
O grau em que separo a falta de julgamento da celebridade
depende de vários fatores, e sou a primeira a admitir que sou
muito mais fácil e/ou melhor para as pessoas com talento do que
para os celebriturds (pessoas que são famosas porque são
famosas/ricas, mas sem qualidades redentoras para oferecer à
sociedade) e celebritrash (celebriturds que também são
prostitutas da fama).
No entanto, tento não comentar muito sobre corpos ou
características faciais. Pessoalmente, sinto que nós ― a cultura
ocidental ― somos tão obcecados pelo corpo, que não há
necessidade de acrescentar à histeria. Especialmente porque
essas pessoas famosas já me dão tanto alimento com suas
ridículas mochilas de milhões de dólares (fabricadas em fábricas
do terceiro mundo) e seus porta-fios banhados a ouro.
Por que alguém precisa de um porta-fio de ouro? Conte-me.
Por quê? Por quê? Por quê?

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Eu não sei. Não entendo.


A maioria dos homens adora ser destaque no meu blog.
Minhas postagens normalmente resultam em e-mails de elogios e
agradecimentos de agentes e celebridades famintos por
publicidade. Às vezes, fazem uma doação para caridade em nome
do blog ou respondem com uma paródia autodepreciativa no
YouTube.
Tomo o cuidado de me concentrar na sátira, zombar dos
extremos, objetivar de maneira divertida esses deuses intocáveis
entre os homens. Mulheres, especialmente mulheres de
notoriedade, em nossa sociedade tem que engolir diariamente
doses de críticas sobre tudo ― muito gordas, muito magras,
vestindo a mesma roupa duas vezes em público, tendo uma
opinião ― de falsas personalidades da TV e abutres de tabloide.
Em comparação com esses vampiros de autoestima, eu
presto um serviço público. Então, faço piadas dessas
idiossincrasias específicas de pessoas famosas em um blog
seguido por vinte milhões de pessoas. Está tudo bem divertido.
O sósia continua sorrindo e assinando guardanapos para o
grupo de damas. Ele pode não ter sido o ator irlandês, mas
definitivamente é alguém. Felizmente para ele, são três e meia da
tarde em uma tarde de quinta-feira; Isso significa que o Tom's
Southern Kitchen está praticamente vazio de clientes. Oculta,
inclino meu telefone e clico fora do meu e-mail, puxo a câmera do
meu smartphone.
Em seguida, disparo cerca de quarenta ou cinquenta fotos
nos dois minutos seguintes, até que minha visão do burburinho é
bloqueada por um garçom que traz minha sacola de comida para

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viagem. Não faço contato visual com o garçom enquanto pago


pela comida, recolho meus pertences o mais vagaroso que posso,
e deixo o pequeno restaurante.
O contato visual é difícil para mim. Sei que parece estranho;
isto é estranho. Por muito tempo, achei que era muito tímida ―
isto é, até que comecei a me envolver com pessoas on-line. Foi
quando descobri que na vida real a Annie pode ser introvertida.
Ela é reclusa e quieta. Ela observa. Raramente fala. Não gosta de
atenção de qualquer tipo.
Mas The Socialmedialite, meu suporte online, é social e
simples. Ela é teimosa. Anseia por interação e atenção. Ela é
inteligente e espirituosa (principalmente porque, on-line, astúcia
não é um fator de tempo; na vida real, você precisa ser perspicaz
para ser considerado espirituoso).
Com a minha bolsa pendurada no ombro, carrego a comida
em uma mão e seguro o telefone na outra. Estou ansiosa para
folhear minhas novas fotos na curta caminhada de volta ao meu
apartamento. Não reparei muito enquanto estava sentada na
minha mesa, fingindo verificar meu e-mail, exceto pela
semelhança do cara com o ator irlandês.
Portanto, estou ansiosa para analisar o que ele estava
vestindo, o que carregava e quaisquer outras manifestações
externas potencialmente excepcionais de excentricidade. Viro a
esquina, agora apenas a meio quarteirão do meu prédio, e estudo
as fotos.
Inicialmente, tudo o que vejo é um cara que parece com
Colin Farrell, com um aparato estranho, embora pequeno,

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amarrado às costas, os pés naqueles toe-shoes4 que fazem o


portador parecer um hobbit. Sua camisa verde-limão, apertada,
destacando seu físico impressionantemente musculoso e parece
ser feita de Lycra; suas coxas são firmes e grossas, claramente
visíveis porque usa spandex―preto, não verde limão.
Em 99,9% das pessoas, essa roupa pareceria completamente
ridícula. Mas não nesse cara. Ele parece sexy. Realmente muito
sexy.
No entanto, durante minha segunda, terceira e quarta
olhada ― e especialmente nas fotos em que seu rosto está voltado
para a luz natural das janelas ― seus olhos me impressionam.
Embora sua boca tenha um largo e acolhedor sorriso, seus olhos
me parecem tristes. Terrivelmente, terrivelmente triste. E quando
digo “me impressionam”, quero dizer, seus olhos fazem meus
passos vacilarem e diminuírem, e causam uma súbita e
involuntária inspiração.
Aqui está esse cara, perfeição física, obviamente vive uma
vida encantada, anda por aí com olhos hipnotizantes tristes e
cheios de alma. São o tipo de olhos que atraem, enlaçam,
prendem você, mantêm você e seu foco e suas prioridades como
reféns.
Eles me tiram o fôlego.
Algum instinto estranho, há muito adormecido e fortemente
suprimido me instiga a correr de volta ao restaurante e envolvê-lo
em meus braços. Meu coração dá uma pequena reviravolta.

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Quero beijar suas mágoas... ou pelo menos, tirar suas mágoas


com alguns biscoitos.
Balanço-me, forço meus pés a moverem-se
propositadamente para frente em direção a minha casa, onde
pretendo enterrar essas reações instintivas e indesejáveis.
A crítica em mim reavalia a imagem e não pode ignorar os
sapatos, a camisa de treino verde-limão ou o short de spandex ―
SPANDEX! Até mesmo o 1% dos melhores homens bonitos devem
saber melhor que não se usa short de spandex fora de um evento
esportivo.
Apenas não.
Triste e emotivo, este homem precisa de uma intervenção.
Embora o spandex seja bom para destacar…
Atingida por uma curiosidade súbita, e porque sou uma
mulher de sangue vermelho, aproximo-me da área da virilha dele.
É verdade, sou uma pervertida reclusa e não peço desculpas
por isso. E, considerando o assunto, uma pervertida reclusa é
muito preferível a uma pervertida extrovertida. Também posso ser
um pouco sexualmente faminta, já que evito toda a interação
humana, física e na vida real.
Apenas um pouco.
Passo pelo meu porteiro e entro no meu prédio, mantenho
minha atenção fixa no telefone enquanto estudo a protuberância
no short de corrida de spandex do homem. Pego o lábio inferior
entre os dentes, embarco no elevador e tento outra foto; nessa, ele
está inclinado em direção à janela, meio de frente para a câmera.
Amplio um pouco mais.
“Tudo o que está olhando deve ser realmente interessante.”

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Pulo para trás e para longe da voz, chupo uma respiração


assustada, empurro a sacola de comida na minha mão, e seguro
meu telefone no meu peito. Não percebi que não estou sozinha no
elevador.
Encontro, meu companheiro, olhando para mim com um
sorriso divertido. Seus olhos azuis são suspeitos, mas bem-
humorados, estreitos. Reconheço-o imediatamente como meu
vizinho do lado, muito alto, muito bonito e ambiguamente
solteiro.
Ambiguamente único porque sempre tem um encontro, mas
nunca com a mesma amiga duas vezes.
Não o culpo, nem um pouco. Por todas as aparências
externas, esse cara é uma mercadoria sexy. Terno de designer
impecável e sapatos de couro italiano que anunciam poder e
riqueza; uma mandíbula esculpida sob os lábios perfeitamente
formados que emolduram dentes incrivelmente brancos; nariz
forte, olhos azuis brilhantes, cabelo loiro habilmente espetado e
arrumado. Parece o tipo que se inscreve em um concurso de
beleza. Tenho certeza que suas sobrancelhas foram arrancadas e
modeladas por um profissional.
Acho que a idade dele seja apenas trinta; difícil dizer com a
metrossexualização de sua aparência. Acrescente a tudo isso um
corpo que me lembra de um ciclista ou um corredor ― magro e
bem mantido ― e ele é um lobo bem vestido com roupas de lobo, e
as fêmeas de Manhattan são ovelhas desamparadas.
Depois de dois segundos de olhar atordoado, tiro meus olhos
do seu divertido olhar semicerrado e pisco ao redor do espaço
espelhado, tentando me orientar.

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“Desculpe”, ele diz, não parece triste; Na verdade, tenho


certeza de que tenta não rir. “Desculpe-me se te assustei.”
Balanço a cabeça, meu telefone ainda agarrado ao meu
peito, e fixo minha atenção no chão do elevador.
“Estou bem. Estou apenas assustada”, falo, engulo em seco.
Ficamos calados por um instante, mas posso sentir seus
olhos em mim. Olho para a tela acima dos botões do andar, tento
avaliar quanto tempo mais tenho que dividir o elevador com o Sr.
Ambiguamente Único.
Para meu espanto, ele fala de novo. “Você é Annie, certo?”
Balanço a cabeça, meus olhos piscam para o lado para olhar
para ele e depois de volta para a tela.
“Sou seu vizinho Kurt.” Na minha visão periférica, vejo que
ele virou completamente para mim e oferece sua mão.
Olho de novo para ele, para seu sorriso amigável e fácil e
seus olhos amigáveis e fáceis. Então, olho de relance para a
sacola de comida na minha mão direita e o telefone no meu peito.
Debato seriamente se devo ou não encolher os ombros e não dizer
nada.
Veja, o problema em ser uma eremita realmente bem paga é
que você não tem incentivo para atribuir sutilezas e normas
sociais. Minha empresa me ama (na maior parte do tempo); os
clientes me amam ― eles amam a mágica que trabalho.
Raramente vou ao escritório, apenas as quartas e sextas-feiras.
Tenho um escritório; prefiro apenas trabalhar em casa.

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Não sou agorafóbica5. Saio em público, ando oito


quilômetros todos os dias no parque, amo o Museu de História
Natural e o visito uma vez por semana; além disso, frequento
lugares onde as celebridades costumam ser vistas, por isso posso
tirar fotos para o blog. Ser um espreitador não requer interação
social. Sim, muitas vezes observo as pessoas, mas há muito
tempo aprendi a enterrar os sentimentos de inveja ao ver cenas
de conexão humana, como aglomerados de mulheres, amigos
íntimos, pessoas compartilhando uma tarde de compaixão e
confiança ou um casal amoroso de mãos dadas pelo Parque.
Portanto, se falo pessoalmente a mais de dez pessoas
durante uma semana, então, a semana está acima da média.
No entanto, uma parte de mim se rebela contra ser rude.
Posso pensar em me tornar uma louca reclusa em meu cérebro,
mas nunca posso me comprometer totalmente com o papel.
Portanto, mudo meus pertences, coloco meu celular, com a foto
da virilha, na minha bolsa, e aceito sua mão para uma sacudida
rápida.
Mas não é uma sacudida rápida. Seus dedos apertam ao
redor dos meus até que levanto meus olhos para os dele e relaxo
minha mão. Seu olhar é expectante, interessado, seu sorriso
suave e realmente muito atraente. Estou cautelosa sobre o
porquê de ele estar empunhando ambos em minha direção.
“É bom finalmente conhecer você, Annie.” Ele soa como se
quisesse dizer isso.

5 Quem tem agorafobia que é medo de lugares e situações que possam causar pânico, impotência ou
constrangimento.

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Retorno o seu sorriso o melhor que posso, sinto minhas


sobrancelhas levantarem na minha testa. “Você também, Kurt.”
“Devemos nos encontrar. Conhecer um ao outro.” Ele diz
essas palavras apressadamente, quase como se estivesse com
medo de que eu desapareça antes de terminar de falar.
“Sim.” Balanço a cabeça, tento imitar sua entonação de
sinceridade. “Certo. Devemos fazer isso.”
Felizmente, as portas se abrem. Aproveito a distração para
puxar minha mão da dele e sair do elevador. Claro, ele está logo
atrás, já que nós dois moramos no mesmo andar.
“Sabe, nós vivemos na porta ao lado por dois anos, e esta é a
primeira vez que conversamos um com o outro?” Ele pergunta
conversando com um tom de humor em sua voz.
“Hãã”, é tudo o que falo, coloco a minha comida no chão e
procuro na minha bolsa pelas minhas chaves.
Sei disso. Mas não acho isso tudo tão notável. Ele é um
playboy de boa aparência que provavelmente gasta mais com um
frasco de hidratante do que eu com todos os meus produtos de
higiene ao longo de um ano.
Faço o meu melhor para ser uma eremita de pouca
manutenção. As chances de nos encontrarmos em círculos
sociais semelhantes ou termos interesses semelhantes não são
boas. Nada boas. Por que conversar com uma pessoa se você não
tem nada em comum com ela? O que isso trará, além de uma
conversa dolorosamente atrofiada?
Com sucesso, destranco a porta, jogo as chaves de volta na
minha bolsa e pego a comida. Kurt paira ao meu lado, encostado
na parede. Mais uma vez posso sentir seus olhos em mim. Em vez

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de ignorá-lo e entrar no meu apartamento, viro um pouco e dou-


lhe um pequeno aceno.
“Bem, vou entrar agora e comer esta comida.” Seguro a
sacola como prova. “Até a próxima.”
“Devemos trocar números”, ele diz, enfiando a mão no bolso
de trás para o seu telefone, “Para que possamos providenciar o
jantar.”
Meu sorriso se transforma em uma carranca, e olho para
ele, minhas próximas palavras escapam antes que eu possa pegá-
las. “Está falando sério?”
Os olhos de Kurt se movem para os meus, um sorriso torto
puxa o canto da boca. “Claro que estou falando sério. Nunca
brinco com o jantar.”
Ele diz as palavras tão suavemente, como palavras que
devem ser ditas, como um especialista em brincadeiras e flertes.
Meu coração dá uma reviravolta desconfortável e parte a galope.
Uma coisa é trocar bate-papo educado no elevador com meu belo
vizinho, quando tenho certeza de que não levará a parte alguma.
Outra coisa muito diferente é dar o número de telefone para o
meu vizinho e, portanto, permissão para entrar em contato
comigo para uma refeição compartilhada.
Não posso fazer isso.
Não posso.
As minhas maneiras à mesa são terríveis. Nunca fui
ensinada.
Sugo a conversa e, portanto, sempre acabo ficando de língua
amarrada, silenciosa e vermelha.
Xingo como um marinheiro.

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Meu rosto em forma de coração é muito bonito; sei disso.


Lembro-me disso com frequência enquanto crescia, ninguém
queria que eu esquecesse, a quão abençoada, era por ter um
rosto tão bonito. Meus olhos são bem grandes e castanhos claros,
com cílios grossos; Tenho um nariz fofo que se adequa às minhas
características; minhas bochechas são altas, meus lábios são
cheios e meu queixo termina em um ponto adorável.
É por isso que meu guarda-roupa consiste em calças, saias
e meias pretas, cinzas ou marrons, além de suéteres pretos,
cinzas ou marrons grandes.
Estou tentando ser papel de parede. Isso é proposital. As
roupas, minha falta de maquiagem ou penteado, meu
comportamento quieto e reservado são tipicamente suficientes
para deter o interesse.
Olho para o telefone dele em desesperado pânico, confusa,
horrorizada. Espero uma batida para ele dizer, “Brincadeira!”
Mas ele não faz. Em vez disso, ergue o olhar para o meu.
Passa pelo meu rosto, depois de volta para os meus olhos, os dele
ainda são fáceis e amigáveis, e estou paralisada.
Seu sorriso se alarga. “Você é muito fofa...” Diz essas
palavras como se estivesse falando sozinho.
Começo, vacilo, meus cílios tremulam com o elogio
indesejado, e entro em pânico. Olho para todos os lados, menos
para ele, corro para o meu apartamento, digo sem jeito, “Hã, meu
telefone está quebrado ou precisa de conserto ou se perdeu, então
vou te dar o número depois, quando for consertado ou eu
encontrá-lo. Mas foi muito bom conhecer você. Adeus.”
E com isso, fecho a porta no rosto de Kurt.

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***

O melhor de Nova York


Blogando com *The Socialmedialite*
8 de março
Sporty Spice se casou com um hobbit, tem um trio com um
duende e dá à luz um bebê sexy e bizarro (paternidade
desconhecida).
Adivinhe quem foi visto esta semana parecendo igualmente
sexy e ridículo em todo tipo de tecido sintético atualmente
fabricado pelo milagre da engenharia química? Ninguém menos
que Colin Farrell (ou seu doppelgänger6) perto do Village.
Obviamente, ninguém o ama. Os amigos não deixam os amigos se
vestirem assim (a não ser que seja uma fantasia de cosplay ou
parte de uma fantasia de quarto). Se der uma olhada nas fotos
acima, certamente entenderá o meu horror em encontrar alguém
disposto a usar camiseta verde-limão de Lycra e short de corrida
Speedo. A única explicação que posso pensar é que estava bêbado
(sabe como aqueles irlandeses apreciam seu uísque... e cerveja... e
todo e qualquer álcool).
Posso perdoar o spandex, mas não posso perdoar os pés
esquisitos. Toe-shoes nunca ficam bem. São estranhos e
perturbadores e realmente, realmente pretensiosos. E, como um
aparte, para aqueles de vocês que estão interessados em se

6 Segundo as lendas germânicas de onde provém, é um monstro ou ser fantástico que tem o dom de
representar uma cópia idêntica de uma pessoa que ele escolhe ou que passa a acompanhar, o que
hipoteticamente pode significar que cada pessoa tem o seu próprio. Também são conhecidos como duplo-eu ou
sósia.

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parecer com um hobbit, essa marca particular de sapato de ponta


vai custar US$ 635,00. Está certo! Também pode parecer um
homenzinho esquisito pelo preço muito baixo de seiscentos e trinta
e cinco dólares!!! WTF7
Além disso, para registro, Colin precisa investir em um copo.
Sim, aprecio a protuberância ocasional, mas essa protuberância
está beirando o status de arma escondida. Se continuar correndo
com esses shorts de spandex, terá que culpar apenas a si mesmo
pelas apalpadas. Deus, se estivesse ao alcance de um braço,
definitivamente teria uma sensação. Estou certa, senhoras? Vocês
todas sabem como gosto das minhas salsichas e purê, e não há
nada mais irlandês do que salsicha!
Booyah!8
<3 The Socialmedialite

7 Que Porra é Essa.


8 Uma declaração exclamatória, quando alguém está extremamente feliz. Muitas vezes as pessoas fazem
um movimento de mão simultaneamente quando eles dizem ' Booyah ' (mão em punho e empurrando seu cotovelo
para baixo verticalmente).

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Capítulo 2
Treino: 4,5 horas no total.
Ovos: Posso ir para o meu túmulo muito feliz sem nunca ver outro.

* Ronan *

Acabei de terminar cinquenta barras quando o telefone


começa a tocar.
E se essa não é a linha de abertura de um babaca
narcisista, então não sei o que é. Passo muito tempo ao redor de
pirralhos de rugbi privilegiados educados de forma privada, e
seus modos finalmente me pegaram.
Pelo menos não disse que estava pegando a minha bomba.
De qualquer forma, não sou um idiota narcisista. No
entanto, posso ser um idiota cabeça-dura com um fusível muito
curto que deixa o seu temperamento levar a melhor sobre ele
quando há paparazzi por aí, mas isso é uma história para outro
dia. Ou você pode sair e pegar um tabloide.
Sim, estou passando por um problema amargo, mas tenho
todo o direito. Estou cansado da minha vida privada sendo
espalhada por todos os jornais. De alguma forma, nunca liguei
para a ideia de ser bom em algum esporte com a possibilidade de
me tornar uma “celebridade.”

Rugby #1
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Entendo meu papel; faço o meu melhor para a minha liga e


para o esporte. Sei que o rugbi precisa de mim e não estou
planejando deixar ninguém para baixo. Mas se há uma coisa que
odeio neste mundo, são as pessoas que escrevem sobre a vida
pessoal de outras pessoas para ganhar a vida. Essas pessoas
podem mergulhar de um prédio muito alto, na minha opinião.
Vê, amargo.
Pego uma toalha, limpo o suor do meu pescoço e então pego
o telefone. O rosto da minha irmã mais nova, Lucy, está piscando
na tela, o que me deixa menos hesitante em responder. Pensei
que poderia ser meu publicitário, Sam, com algumas novas
instruções sobre como posso limpar minha imagem pública, e
não estou com humor para essa merda.
“Luce, como você está?” Falo enquanto seguro o telefone no
ouvido e olho para o horizonte de Manhattan diante de mim.
Algumas pessoas podem ser bem-sucedidas por morarem em um
apartamento de cobertura no centro de Nova York, e sim, foi
minha escolha vir aqui; mas não previ que não haveria onde
dirigir. Dirigir é uma das únicas coisas que me mantem são. Eu e
meu Chevy Camaro 1969 e a estrada aberta. Sem estresse,
apenas quilômetros e pura liberdade. Ah, essa é a vida.
Devia ter feito a minha pesquisa.
A fim de compensar a falta de dirigir, estou trabalhando
mais do que o habitual, o que sempre é uma coisa boa quando
você joga rugbi profissional para ganhar a vida. Bem,
tecnicamente fui suspenso da equipe; mas com os dedos
cruzados voltarei em alguns meses, e quero retornar à luta em
forma. Você não pensaria isso ao ver as sobrancelhas escuras e

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mal-humoradas que estou estampando, mas sou uma espécie de


cara de forro prateado. Não é minha intenção ser irritado; a vida
ultimamente só tem me dado uma porcaria.
“Bom dia mano. Você parece sem fôlego. Eu te peguei em
um momento ruim?” Lucy responde. Há algo em seu tom que me
coloca no limite. Geralmente ela é alegre e otimista. A garota é
cheia de vida. Agora ela parece hesitante e, quase como se eu
estivesse tendo um momento de previsão, sei que não vou gostar
do motivo.
“O momento é perfeito. Como está tudo em casa?”
“Oh, sabe, o usual. Ma ainda está gastando muito dinheiro
em roupas. Estou tentando ensinar a ela que as posses materiais
não são iguais à felicidade. É um trabalho em progresso.”
Desde que fiz de mim um grande jogador, minha mãe
adquiriu gostos caros. Não me importo. Minha mãe e minha irmã
são a única família de verdade que tenho. Se o meu dinheiro pode
dar-lhes uma boa vida, então sou tudo para isso.
Sorrio baixinho. “Não é como se ela estivesse cheirando
cocaína, Luce. Ela gosta de vestidos. Que mulher não gosta?”
“Há tantas coisas erradas com o que acabou de dizer, nem
sei por onde começar, Ronan.”
Meu sorriso cresce. Sempre gostei de irritá-la. “O quê?
Garotas gostam de coisas bonitas. É um fato conhecido.”
“Sabe de uma coisa, nem me sinto mal com o que tenho a
dizer agora. Pegue seu computador. Há algo que precisa ver.”
Meu sorriso desaparece e é instantaneamente substituído
por uma careta enquanto caminho pela cobertura para encontrar

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

meu laptop. Ligo e abro uma nova janela. “O que é desta vez?
Brona está espalhando suas mentiras de novo?” Pergunto.
“Não, não, não é nada disso. É realmente engraçado. Leio
este blog o tempo todo porque amo a garota que escreve. Pelo
menos, acho que é uma garota. Pode muito bem ser um velho
careca em um porão com um coelho de estimação. Chama-se
New York’s Finest e você foi destaque no sábado. Só pegue isso,
ela acha que você é Colin Farrell. Quão hilário é isso?”
Minha carranca lentamente desaparece quando digito o
nome do site e a página abre. Ser confundido com um famoso
ator irlandês quando você é na verdade um famoso jogador de
rugbi irlandês é positivamente extravagante quando comparado
com alguns dos desastres de relações públicas que experimentei
ultimamente. Então o artigo aparece, e estou franzindo a testa
novamente.
Há uma foto minha, em pé no bar do restaurante, do meu
companheiro Tom, na semana passada, dando autógrafos para
algumas mulheres. Parece que foi tirada de um ângulo baixo,
como se a pessoa que tirou estivesse sentada à mesa. É uma
imagem completamente não excepcional até que você considere a
multiplicidade de setas vermelhas que a rodeiam, cada uma
apontando para alguma falha percebida em minha aparência.
Aparentemente, escolhi minha roupa enquanto estava
bêbado, meu calçado é perturbador, e meu pau e minhas bolas
estão em exibição. Faço uma careta e tento não ficar chateado.
Vou ficar com pressão alta se não parar de ficar tão preocupado
com a mídia. Ainda assim, é irritante como essa blogueira se
envolveu totalmente com o que eu usava. Roupas para mim são

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

tudo sobre ser funcional. Uso o que é melhor para propósitos de


treinamento e não dou a mínima de como pareço.
Rolo para baixo, há um pequeno artigo escrito por alguém
que se refere a si mesmo como The Socialmedialite, que me
chama de duende e hobbit, e depois sugere que eu invista em um
copo. Bem, quando digo “eu”, quero dizer Colin Farrell porque é
quem essa pessoa pensa que sou, o que é ridículo porque mal me
pareço com ele.
“Oh, você parece com ele, Ronan”, Lucy discorda, e percebo
que disse isso em voz alta.
“Eu não. Essa blogueira é uma idiota se não consegue ver o
quanto não me pareço com ele. Aposto que faz pesquisas na
Wikipédia, a amadora.”
Rolo a página até o próximo post para ver que ela tirou uma
foto de Bradley Cooper saindo do carro com roupas de ginástica.
Há uma mancha molhada na calça que obviamente é suor ou
líquido derramado. No entanto, The Socialmedialite compôs um
artigo contendo uma lista de possibilidades sobre como a mancha
ocorreu. Algumas das histórias são detalhadas demais, o que me
faz pensar que ela precisa muito de uma vida. Vários leitores até
comentam abaixo com seus próprios cenários. Uma pessoa
pensou que seu ajudante pessoal havia tentado colocar uma
garrafa de óleo de cravo nele para raspar seu rosto, e Bradley
limpou o artigo ofensivo, afirmando que nunca cortaria a fonte de
todo o seu poder sexy, resultando assim na mancha.
Sério, algumas pessoas.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Este site é ridículo”, murmuro enquanto Lucy ri em


resposta. “Não é nem engraçado. E salsicha é mais alemã que
irlandesa.”
“Do que está falando? Isto é hilário. Objetiva os homens da
mesma maneira que as mulheres foram objetivadas por séculos.
Voltar é um jogo justo, você sabe.”
“É estúpido. E, de qualquer forma, sou muito alto para ser
um hobbit.” Levanto-me e caminho para me olhar no espelho.
Com um metro e oitenta de altura, acho que tenho uma altura
decente para um homem.
“Oh, uau. Vaidade, teu nome é Ronan. Ela já está chegando
até você, não é? E ela te chamou de hobbit por causa daqueles
sapatos que usava.”
“Meu treinador sugeriu usá-los”, resmungo. “Você não tem
aula de ioga esta manhã?”
“Sim, tenho, irritadiço. Está obviamente levando isso para o
lado errado. Não sabe que a capacidade de rir de si mesmo é a
qualidade mais desejável de todas?”
“Não tenho realmente estado de bom humor hoje em dia,
Luce”, respondo sombriamente e pego uma garrafa de água da
geladeira.
Posso ouvi-la suspirar pela linha. “Eu sei. Sinto muito.
Estava tentando animá-lo. Prometo que estava. Como está tudo
na Big Apple? Está se acomodando bem?”
“Não se desculpe. Sou um velho idiota rabugento. E sim,
estou me acomodando bem. Meu carro chegou ontem o que é
uma piada cruel, já que tudo que posso fazer aqui é sentar no
trânsito. Nunca deveria ter deixado Tom me convencer a tirar

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L.H. Cosway & Penny Reid

uma folga em Nova York. Queria ir para o Canadá, me perder nas


montanhas ou algo assim.”
“Sim, isso seria legal. Mas pelo menos assim você pode ir ver
o cowboy nu.”
“Não sei quem ou o que é, mas acho que vou passar.”
“Estraga prazer. Estou ansiosa por uma foto de vocês dois.
De qualquer forma, é melhor eu ir embora.”
“Certo, cuide-se, Luce. Eu te amo.”
Ela faz um som de beijinho em seu telefone que quase me
ensurdece. “Amo você também!”
No momento em que desligo, meu telefone começa a tocar de
novo, e dessa vez é Sam, meu agente de Relações Públicas.
Considero brevemente ignorar a ligação, mas sei que ele terá um
problema se eu não responder. O homem está mais tenso do que
Margaret Thatcher no farrapo, que Deus a tenha.
“Sam, o que posso fazer por você, amigo?”
“Oh, é mais uma questão do que posso fazer por você, meu
amigo. Mas primeiro, você viu que apareceu no último sábado no
New York’s Finest?”
Sério, sinto como se estivesse preso no Dia da Marmota, e
esse filme sempre pega meus peitos. “Sim, minha irmã já teve a
boa graça de me informar.”
“Bem, não sei porque parece tão triste sobre isso. Isso é um
grande negócio, Ronan. Você é praticamente desconhecido nos
Estados Unidos. Isso pode ser o que ajudará você a quebrar a
América. Posso ver agora, uma foto sua reclinado em uma boxer
branca apertada anunciando a Calvin Klein ao lado de um
arranha-céu.”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Porra, cara. Você é médium? Como adivinhou que esse é o


meu maior sonho?”
Praticamente posso ouvi-lo franzir os lábios em irritação.
“Vou ignorar seu sarcasmo porque tenho mais notícias e não
tenho tempo para sua atitude irritada. Tenho um amigo que
trabalha para a Davidson & Croft Media em Nova York, e estão
ansiosos para conhecê-lo. Acham que podem fazer sua marca
novamente. Limpar sua imagem. Sabe, transformar você no David
Beckham do rugby.”
“Mais uma vez, você tem uma bola de cristal, porque essa
merda é positivamente clarividente.”
“Eles querem conhecer você hoje, a uma hora. Estou
enviando o endereço,” ele diz impaciente.
Olho para o relógio. “Já são onze e meia. Tenho que tomar
banho e o trânsito nessa cidade é um pesadelo. Podemos
remarcar?”
O que realmente quero dizer é, Podemos esquecer isso
completamente? Mas ainda tenho algum senso de
profissionalismo, e sim, imagino que trabalhar com essa agência
provavelmente pode me fazer bem. Será como arrancar dentes,
mas sei que qualquer coisa que vale a pena é geralmente difícil.
Termino a ligação e vou para o chuveiro. Entro e saio em menos
de dez minutos e faço um rápido trabalho de me vestir. Quando
entro no meu computador, noto que o site ainda está aberto e
tenho uma súbita vontade de desabafar.
Parece que minha vida está sendo controlada por pessoas
sem rosto sentadas atrás de computadores, escrevendo histórias
sobre mim, e estou cansado disso. Sam sempre me treinou para

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L.H. Cosway & Penny Reid

ter uma política de “sem comentários” sobre esse tipo de coisa,


mas quero ter a minha opinião uma vez.
Meses de silêncio significa que tem muito a sair do meu
peito, afinal de contas.
Então, sento na frente do meu laptop, abro um novo e-mail e
começo a digitar. Foda-se se estiver atrasado para a reunião. Se
essas pessoas estão tão ansiosas para me ver, elas podem
esperar.

10 de março
Cara The Socialmedialite,
Apenas pensei em esclarecer sua pequena mente vazia sobre
algumas coisas.
1.) Não sou Colin Farrell, sou Ronan Fitzpatrick. Vá me
procurar. Isso trará uma leitura colorida.
2.) Sua fixação nos detalhes minuciosos da forma masculina
me leva a acreditar nisso, 1- você não tem vida, e 2- você não é
tocada em um loooongo tempo.
3.) Acho que se vai fazer esses julgamentos sobre a aparência
dos outros, então, deve pelo menos ser aberta sobre quem você é.
O anonimato é a escolha dos covardes.
Minhas sugestões:
1.) Você realmente faz sua pesquisa e certifica-se de que,
quando achar que está vendo uma foto de Colin Farrell, na verdade
é Colin Farrell. FYI9: Ouvir a conversa de um grupo de mulheres
risonhas NÃO constitui pesquisa.

9 Para Sua Informação.

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2.) Saia e tome uma bebida. Fale com um cara. Deixe alguém
te foder. Ficará surpresa com o que a limpeza dessas teias de
aranha pode fazer pelo seu estado de espírito.
3.) Coloque uma foto. Diga a todos quem você é. Vamos ver se
consegue lidar com as pessoas que criticam sua aparência da
mesma maneira que você critica a delas.
Seja bem-vinda.
Ronan Fitzpatrick

E enviar.
Isso é bom.
Rapidamente anoto o endereço que Sam me enviou e depois
vou pegar um táxi. Chego ao prédio da agência e olho para o
arranha-céu antes de entrar e anunciar minha presença para a
recepcionista. Ela é uma loira magra e atraente e imediatamente
me dá um olhar feliz depois que vê minha aparência. Se eu fosse
o mesmo cara que fui aos vinte e dois anos, estaria lá como roupa
de banho. Infelizmente, sou um cínico, desiludido de 27 anos de
idade, sem paciência para as mulheres e suas artimanhas. Agora,
estou no mercado somente para sexo sem compromisso. Por anos
fui fiel a Brona, e então, ela foi e empurrou minha fidelidade na
minha cara, empurrando o pau do meu companheiro de equipe
pela sua garganta.
Mas talvez Brona tenha me feito um favor. Minha visão
agora está notavelmente clara. Essas mulheres são todas de olhos
brilhantes e sedutores e proposições superficiais. Tudo que posso
ver é outra versão dela: prostitutas da fama superficiais,
estúpidas e materialistas, procurando um lugar para pegar sua

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

estrela, só pelo que podem conseguir. Não surpreendentemente,


isso é o suficiente para esvaziar até mesmo o mais determinado
ídolo.
“Estou procurando por Davidson & Croft. Você pode me
ajudar?” Olho para o crachá antes de terminar “Stephanie?”
Ela sorri, toda dentes brancos e lábios brilhantes, antes de
me dar instruções para pegar o elevador até o décimo segundo
andar. Quando finalmente chego ao escritório lotado, uma
recepcionista está esperando por mim, lábios mais brilhantes e
dentes brancos. Verifico sua bunda quando sou levado para uma
sala onde várias pessoas estão sentadas ao redor de uma mesa,
vestidas com roupas de negócios elegantes. Pareço
completamente fora de lugar na minha jaqueta de couro marrom
escuro, botas, jeans e uma camiseta preta simples.
Todos se levantam no momento em que entro, e uma mulher
baixinha que, não importa, parece uma drag do Danny DeVito,
vem e me oferece sua mão.
“Sr. Fitzpatrick”, ela diz em uma voz que é
surpreendentemente feminina, dada sua aparência. “É um prazer
conhecê-lo. Sou Joan Davidson, e estes são meus associados,
Rachel Simmons e Ian Timor. Venha, sente-se.”
Avalio-a rapidamente. Ela é definitivamente a responsável;
há apenas algo imponente, quase intimidante, sobre ela, apesar
de seu tamanho.
“O mesmo para você, Joan. E pode me chamar de Ronan.”
Aceno um olá para Rachel e Ian antes de me sentar
conforme as instruções. Um momento de silêncio se segue

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L.H. Cosway & Penny Reid

quando limpo minha garganta, inclino-me para frente e coloco


meus dedos na minha frente na mesa.
Joan bate um dedo no queixo dela enquanto me contempla.
“Então, Ronan. Tenho que dizer, estou muito interessada em
trabalhar com você. Estou nesse negócio há muito tempo e adoro
um desafio. Eu me familiarizei com os detalhes de sua carreira, e
o que aprendi me leva a acreditar que podemos fazer uma grande
diferença trabalhando juntos. Então, o que gostaria de alcançar
conosco? Quero conhecer sua visão para que possamos ajudá-lo
a atualizá-la. Nós gostamos de adaptar a experiência aqui na
Davidson & Croft ao indivíduo.”
Solto um longo suspiro. “Vou ser direto com você, Joan,―
meu agente deu início a essa reunião comigo há pouco mais de
uma hora. Publicidade não é minha coisa. Sou um atleta, e não
tenho todo o circo da mídia que tem cercado minha vida
ultimamente. Só quero jogar rugby e ficar sozinho.”
“Bem, isso é positivamente chato”, Joan ri, solicitando
sorrisos dos até agora silenciosos, Rachel e Ian, e um olhar
furioso de mim. “E ficar sozinho não é uma opção, receio. Você é
o bad boy do rugby, aquele pelo que todas as garotas desmaiam.”
Faço uma careta. “Sim, entendo o que é esperado. Estou
ciente do que a liga espera realizar através de mim, mas gostaria
que fosse sobre como pratico o esporte em campo.”
Ela continua como se eu não tivesse falado, “O problema é
que você está um pouco mal neste momento. Precisamos fazer
limpar a coisa ruim, para um aceitável ruim. Nós queremos que
você seja Mark Wahlberg, não Charlie Sheen. Nós queremos te

Rugby #1
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reformar. Pense em Robert Downey, Jr., mas mais jovem e sem o


tempo de prisão.”
Esfrego minha nuca, respondo, “Veja, esse é o problema.
Tudo o que acaba de dizer veio direto à minha cabeça, amor.”
Estou me fazendo de idiota, e parece que Joan é perspicaz o
suficiente para sentir isso.
“Você internou um dos seus companheiros de equipe,
Ronan.
Minha mandíbula se aperta. Com quem essa mulher acha
que está falando? “E daí?”
“Isso não é uma coisa boa.”
“Isso é rugby.”
“Normalmente é suposto ser um adversário, não é? Não um
dos seus.”
Dou de ombros. “Usualmente. Mas desta vez fiz uma exceção
porque ele dormiu com a minha noiva.”
Ela me dispensa. “Não há necessidade de se defender. Estou
aqui para te remediar, não incitar.”
Pisco para ela. Está aqui para me remediar?
Joan sorri. “Olha, o que fez foi ruim, mas não é a pior coisa
que poderia fazer. Quanto mais tempo passar, mais as pessoas
esquecerão. E ficará surpreso com a facilidade com que isso pode
ser feito. Nós o vemos indo a um encontro com uma atriz muito
amada, talvez dando uma doação para uma instituição de
caridade ou duas, e a mancha em sua reputação começará a
desaparecer. O que acha?”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Faço uma careta para ela e trabalho meu queixo. Essa coisa
toda está me deixando com coceira, e preciso sair daqui. “Acho
que preciso mijar.”
Joan não pisca com a minha resposta dura. “Muito bem. Os
banheiros estão localizados no final do corredor, a porta azul à
direita.”
A pessoa chamada Rachel se levanta como se fosse me
acompanhar até a porta. Olho para Joan, que aparentemente
entende minha irritação porque acena para Rachel se sentar e
balança a cabeça.
Rapidamente me levanto da cadeira e saio da sala. Piso pelo
corredor, paro no meio do caminho até o fim e passo a mão no
rosto. Estou ridiculamente cansado. Não estou dormindo como
costumava dormir. Pensei que passar alguns meses em um lugar
longe de onde vim fosse funcionar, que ajudaria a me desligar de
tudo o que havia acontecido. Pena que meu cérebro não sabe
como desligar.
Encontro o banheiro, rapidamente me alivio e então começo
a voltar para a reunião. Estou passando pelo que parece ser a
sala de descanso da equipe quando paro, considero abandonar
tudo isso e sair para a casa de Tom por um tempo.
Olho através da porta, e vejo uma mulher de cabelos escuros
sentada em uma mesa. Percebo que ela tem uma xícara de chá na
frente enquanto leva um bolo de creme para a boca para dar uma
mordida.
Seus lábios cheios curvam para um lado em um sorriso
satisfeito atado com antecipação descarada. Nunca vi alguém tão
sexy por um doce antes. É meio sexy; e não tenho certeza do

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motivo, mas isso me faz sorrir o primeiro sorriso completo que


tenho em semanas.
Então, ela abre a boca, coloca o bolo macio e doce em sua
língua rosa, e quase gemo. Meio sexy transforma em gostosa. Não
conheço essa mulher, mas brevemente me pergunto se quer se
divertir um pouco sem amarras.
Devo ter feito algum movimento para alertá-la da minha
presença porque ela olha para cima rapidamente, grandes olhos
castanhos se arregalam quando me vê. Engole assim que uma
bola de creme cai do bolo e se espalha no seu top.
Sorrio, principalmente para mascarar meu voyeurismo, e
dou um passo para dentro da sala. “Bastardos, fazem uma
sujeira esses éclairs10.”
Ela apenas continua olhando para mim, seus olhos ficam
maiores e maiores a cada segundo. Espero alguns segundos para
ela dizer alguma coisa, mas parece atordoada em silêncio. Porra,
posso dizer que me reconheceu.
Por conta própria, meu olhar vaga por sua forma, ou pelo
que posso ver: quadris exuberantes, cheio de curvas, mas não
gordo. Usa uma saia marrom, meias pretas e um grande top
cinza, seu cabelo castanho escuro em um coque bem arrumado.
Suas roupas são simples. Quando olho para o rosto dela
corretamente, percebo que não precisa de nenhum brilho. É
incrivelmente impressionante de uma forma muito natural.
Especialmente desde que suas bochechas e a ponta do seu lindo
nariz estão ficando rosa brilhante.

10 Significa Bomba, que é um doce de confeitaria caracterizado pelo formato longo e oco, feito com massa
de farinha de trigo, com diversos recheios cremosos e cobertura de calda de chocolate endurecida.

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Abaixo os olhos, seus cílios pretos contrastam com a pele de


pêssego, ela pega um guardanapo e começa a esfregar
furiosamente o creme de seu top. Só está piorando as coisas. Vou
até ela, ajoelho e tiro o guardanapo da mão dela. Ela realmente se
encolhe quando a toco. Jesus.
“Deixa-me ajudar. A ideia é passar, não esfregar,” falo,
levanto tudo em seu espaço. Coloco minha mão sob o seu top
para retirar o material para que possa limpá-lo. Meus dedos
roçam seu estômago, e a ouço sugar uma respiração profunda.
Sua pele é lindamente macia. Enxugo o tecido e o ar na sala
parece engrossar. Dura apenas um momento antes dela
timidamente empurrar a minha mão para longe, pegar o
guardanapo e recuar.
“Posso cuidar disso sozinha, obrigada.” Seu tom é
impecavelmente educado, suas bochechas agora vermelhas. Está
definitivamente envergonhada. Cheguei um pouco perto demais.
Quando me sinto atraído por alguém, muitas vezes esqueço-me
dos limites.
“Sou Ronan”, falo e estendo minha mão. Seu olhar cintila
por um breve momento, e observo quando respira fundo, quase
como se convocando coragem. Encaixa seus dedos nos meus
rapidamente, me dá um aperto firme.
Sua mão é macia e quente. Ela também treme quando a
retira apressadamente.
“Annie”, ela diz, tão baixinho que quase não ouço. Seus
olhos mal se fixam nos meus antes que desvie o olhar novamente.
Sua garganta adorável e pálida trabalha sem engolir.

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“Prazer em conhecê-la, Annie.” Cristo, ela é bonita. É uma


pena que pareça que vai ter um ataque cardíaco se eu não sair
em breve.
Sua pele é impecável, radiante. Mas suas roupas se tornam
uma fonte de irritação; ela pode muito bem estar usando uma
tenda. Quero ver a forma do que está por baixo.
Também parece um pouco apreensiva. Talvez pense que sou
um psicopata que espanca seus amigos e os coloca no hospital.
Nunca soube o que as pessoas leram sobre mim ou no que elas
acreditam.
Quando tira a maior parte da mancha, seus olhos se voltam
para mim, e há algo guardado e defensivo neles, quase como se
estivesse se preparando para uma luta. “Posso te ajudar com
alguma coisa?”
Decido ir para o inferno com isso, vou além. Não senti
atração por ninguém em meses, então não vou deixá-la
escorregar pelos meus dedos. “Seu número seria um bom
começo”, falo em voz baixa.
Seus olhos se arregalam novamente, e é óbvio que a peguei
completamente desprevenida. Rapidamente, a vulnerabilidade se
vai; e é substituída, primeiro por uma confusão perturbada e
depois por determinação endurecida. “Não.”
Sua negação de palavra única me faz franzir a testa. Antes
que possa perguntar a Annie se já está vendo alguém, Joan entra
na sala. “Ah, Ronan. Pensei que tivesse se perdido no caminho de
volta do banheiro.”
“Só para conhecer sua adorável empregada aqui”, falo,
dando a Annie uma piscadela como flerte, ela parece querer me

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lançar como um pássaro, mas não pode, desde que sua chefe está
de pé aqui.
“Oh, Annie é nossa mais brilhante e melhor”, Joan diz com
uma expressão que mostra que realmente respeita a mulher.
Então, para por um segundo, como se tomada por um
pensamento. “Sabe, me diga se isso parece loucura, mas tive uma
ideia.” Ela olha para mim. “Ronan, você disse que não tem a
menor ideia quando se trata de publicidade, e Annie aqui é uma
especialista em cultivar uma popular presença on-line para
nossos clientes. Acho que preciso juntar vocês dois. Annie pode te
ensinar as cordas da mídia social, mostrar a você como jogar o
jogo, enquanto nossa equipe trabalha para revitalizar sua imagem
pública.”
“Sabe o que, Joan, acho que é uma ideia brilhante.” Sorrio
para ela. Claro que sim. Se isso significar passar um tempo com
essa linda Annie, então sofrerei com a náusea que as redes
sociais me causam. E honestamente, de certa forma, sua rejeição
é refrescante. A maioria das mulheres vê a minha riqueza e fama
e instantaneamente mostra cifrões nos olhos.
Annie não parece tão interessada na ideia de se unir, e tudo
bem, talvez eu possa entender sua hesitação. Praticamente a
apalpei sob o disfarce de ajudá-la a tirar uma mancha, mas ainda
assim, parece ter me achado tão atraente quanto cuecas de
segunda mão.
Ela limpa a garganta, que noto ainda estar vermelha de
vergonha, e fala. “Estou muito ocupada no momento, Joan.
Talvez alguém possa ajudar.”

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L.H. Cosway & Penny Reid

Joan afasta seus protestos. “Absurdo. Diga a Rachel para


tirar um pouco da sua carga de trabalho, liberar sua agenda.
Acho que vocês dois vão trabalhar bem juntos. Só tenho esse
sentimento.”
Há algo na expressão de Joan que não permite mais
discussões, e Annie parece resignada ao concordar com a
aquiescência, seus grandes olhos castanhos piscam para os meus
e depois para a xícara de chá.
Joan bate palmas. “Maravilhoso! Venha comigo, Ronan, e
vamos marcar uma agenda.” Quando a pequena mulher me leva
da sala, dou a Annie um último sorriso aquecido.
Este dia já está melhorando.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Capítulo 3
O Kinnear: Quando alguém clandestinamente tira uma foto de outra pessoa (geralmente
uma celebridade) sem que ninguém mais perceba que o fotógrafo está usando seu telefone.
Normalmente, o telefone está completamente oculto.
Ideal: Em multidões, por exemplo: aeroportos, restaurantes, enquanto faz compras.
Não use: Em áreas silenciosas ou em situações em que o movimento é restrito.

* Annie *

Ronan Fitzpatrick.
Seu nome é Ronan Fitzpatrick e sua mão acabou de subir no
meu top.
A parte de trás de seus dedos roçou minha pele nua,
enviando realmente, deliciosos picos de consciência para a boca
do meu estômago e para o meu peito, pescoço e o topo da minha
cabeça. Meu cérebro ficou momentaneamente paralisado.
Estava sozinha, comendo meus sentimentos depois que meu
alter ego, The Socialmedialite, recebeu um e-mail realmente
hediondo. Li há menos de uma hora; foi do idiota que confundi
com Colin Farrell na quinta-feira passada e escrevi sobre ele no
sábado, mas que na verdade é um desgraçado jogador de rugby
irlandês... chamado Ronan Fitzpatrick. E acabo de conhecê-lo.
Em pessoa.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Devo ter lido o e-mail três vezes.


Ok, estou mentindo. Li não menos que vinte vezes.
Então, pesquisei a merda dele. Estava certo. Ele faz uma
leitura colorida. Ronan Fitzpatrick, do extremamente elegante e
pretensioso, South Dublin Fitzpatrick, é a realeza irlandesa do
rugby. Seu pai foi um famoso jogador de rugby até sua morte em
um acidente de carro há cerca de vinte anos.
Além disso, a família do seu pai era podre de rica. Velho,
velho, velho dinheiro rico. O tipo de dinheiro antigo que os
americanos mal conseguem compreender. Como centenas de
anos de dinheiro e aristocracia. Meu estômago dói. Eu nem sei
quem é meu pai biológico, e esse cara pode rastrear sua árvore
genealógica há mais de trezentos anos.
Adiciona à sua vida aparentemente encantada e educação de
colher de prata, Ronan é, se as notícias são verdade, o melhor
hooker a sair da Irlanda talvez o único. E por “hooker”, não quero
dizer prostituta. Hooker é uma posição, uma posição muito
importante, no campo de rugby. Com base na minha pesquisa
rápida, parece ser o equivalente no rugby ao quarterback de um
time de futebol americano.
Ronan é aparentemente o melhor hooker que já teve e
sempre será, amém.
No entanto, mais recentemente, a má fama de Ronan
resultou da suposta hospitalização de um de seus companheiros
de equipe durante uma briga no campo. Também recentemente
tiveram várias fotos de Ronan compartilhadas na primeira página

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

dos tabloides com uma loira de garrafa11 de aparência desolada.


Ela foi rotulada como atriz, cantora e ex-noiva de Ronan, Brona
O'Shea. As fotos foram divididas no estilo da tela, como se foram
cortadas ao meio.
Sinto um julgamento justificado quando percebo sua
aparência. Ela obviamente fez várias cirurgias plásticas eletivas.
Só para ter certeza, procurei fotos dela nos últimos cinco anos.
Como suspeitava, sua aparência mudou dramaticamente ao longo
do tempo.
No começo, era uma rosa irlandesa de rosto fresco:
bochechas rosadas, cabelo louro-escuro, olhos azuis claros. As
fotos mais recentes me deixaram com uma careta. Bronzeado
falso, peitos falsos, lipo, injeções de lábio, Botox, nariz. Deus, que
tipo de inferno deve ter sido para ela estar com alguém como
Ronan? Ela se transformou tão completamente para agradá-lo? E
ele simplesmente a deixou depois de propor casamento? Estou
enojada.
Depois da minha viscosa festa-no-Google, leio o e-mail dele
mais uma vez.
No começo, fico chocada de novo, atordoada, na verdade.
Então, fico indignada. Provavelmente isso é porque sua avaliação
das minhas teias de aranha e covardia atingiu um nervo.
Ele está certo, é claro. Sou a covarde coberta de teias de
aranha. Mas isso não me deixa menos irritada com o ataque
pessoal e insultuoso dele.

11 Bottle Blonde: Loira de garrafa. Alguém que não é naturalmente loira, mas usa uma tintura de cabelo
para criar a aparência de ser loira. Bottle Blonde normalmente tem um desagradável crescimento preto na raiz
que elas parecem pensar que é chique.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

A maioria das pessoas pode ver a besteira em meus posts,


rir de si mesmo, lidar com isso graciosamente.
O Sr. Ronan Fitzpatrick, ao que parece, não é a maioria das
pessoas. É obviamente um babaca privilegiado, acostumado a
conseguir seu próprio caminho e todo mundo ser amaldiçoado.
Conheço o tipo dele. Seu tipo é o motivo pelo qual prefiro ser
confundida com papel de parede. Seu tipo é o motivo que sou a
covarde coberta de teias de aranha.
Depois de receber o e-mail, lê-lo ad nauseam12, trabalhar em
um nó de indignação ferida e magoada, embora saiba que nunca
posso responder a isso, decido me refrescar. Decido que preciso
de terapia alimentar.
A primeira coisa que faço é enviar uma mensagem para o
meu melhor colega online.

@Socialmedialite para @WriteALoveSong: Acabei de receber o


e-mail mais esquisito de todos os tempos. Lembre-me de nunca
mais escrever sobre figuras esportivas masculinas. Suas cabeças
carnudas são imunes a piadas.

Dou uma volta, meus pés me levam à minha padaria


francesa favorita, a duas quadras de distância, e depois de volta
aos escritórios da Davidson & Croft. Faço um desvio para a sala
de descanso, com a intenção de preparar meu chá especial de
hortelã; nunca encontrei um problema que não pudesse ser
consertado com doces e chá. Assim que me sentei, li a resposta
da minha amiga.
12 Até a náusea.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

@WriteALoveSong para @Socialmedialite: Oh não! É como eu


sempre digo: os atletas são paus. Desculpa. : - \

Isso me faz sorrir. Sempre posso contar com ela para me


fazer sorrir.
Mas então, em um minuto, ainda estou sorrindo com a
piada da minha amiga, curtindo tranquilamente a coisa mais
próxima de um orgasmo que já experimentei ultimamente, éclairs
de Jean Marie na Quinta Avenida, e no minuto seguinte ele está
lá.
Sou assaltada pela visão, olfato e olhos tristes e cheios de
alma de Ronan Fitzpatrick.
A paralisia não é o que me desconcerta, nem é o meu ritmo
cardíaco que disparou com sua proximidade. A fonte da minha
ansiedade desconcertante é que, mesmo depois que minhas rodas
cerebrais começam a girar de novo, não o empurro para longe.
Sua mão está no meu top, seu rosto a poucos centímetros do
meu, e não o afasto.
Eu não posso.
Ele cheira tão bem, como homem limpo e sabão, apenas o
menor indício de loção pós-barba e hortelã. Olho para ele, em
seus lábios puxando para o lado em um sorriso sedutor; na gola
de sua jaqueta de couro, onde toca seu pescoço; nas coxas
vestidas de jeans, grossas, musculosas e poderosas; em seus
olhos fortemente fixos, tristes e cheios de alma. Cada uma das
minhas terminações nervosas estão em chamas.
Santo pagão no céu, não é nem a sua aparência.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Ele é... irresistível e magnético. Sensual e com um rosto sex.


Também não ajudou muito não ter noção de espaço pessoal.
Finalmente consigo removê-lo, mas o meu esforço foi
indiferente e feito com as mãos trêmulas. O resto da nossa
conversa é um borrão, até Joan entrar e prontamente nos
emparelhar.
Olho para a porta vazia de onde acabaram de sair, minha
mente trabalha sem comprar, tenta absorver tudo o que acabou
de acontecer. Lenta mas seguramente, minha névoa irritada dá
lugar à indignação e mágoa que venho sentindo desde a leitura do
desagradável e-mail de Ronan Fitzpatrick.
De jeito nenhum.
Não há nenhum jeito de formar um par com esse cara, o
epítome de um bolo de carne privilegiado e intitulado. Ele é tudo
que odeio enrolado em um pacote apertado, delicioso, musculoso,
inebriante e sedutoramente quixotesco. A Minha fobia social de
lado, preciso de um tempo sozinha com Ronan como se um carro
precisasse de um mergulho no oceano.
Estou de pé, segurando as costas da cadeira em que estava
sentada, meu chá agora frio, meu éclair meio comido, quando
Joan entra de volta na sala de descanso. Olho atrás dela,
procurando por ele, um pico renovado de pânico me atinge no
peito. Noto com gratidão que ela está sozinha. Também noto que
está sorrindo.
Joan nunca sorri.
Ela se aproxima de mim como se fosse cortar a minha
cabeça, mas depois para a um metro da minha mesa. “Não sabia

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

que viria hoje, querida.” Ela diz essas palavras alegremente, seus
pequenos olhos se estreitam enquanto seu sorriso se alarga.
Devolvo seu olhar, mas não o sorriso, porque estou muito
ocupada tentando determinar o melhor curso de ação. Talvez
possa fingir um tumor no cérebro e pedir uma licença de seis
meses. Ela verá através de qualquer tentativa desse tipo, é claro.
Joan é perspicaz do mesmo modo como as outras pessoas são
altas; está em seu DNA.
“Joan”, começo, rapidamente limpo a garganta e decido que
a honestidade é a melhor política, porque nunca serei capaz de
manobrá-la ou manipulá-la, “Eu realmente, não quero trabalhar
com aquele homem. Entendo se precisar me designar para a
campanha dele, mas não seria benéfico para ninguém.” Meu
coração ainda não se recuperou da mão do Sr. Fitzpatrick na
minha camisa; portanto, tento secretamente até mesmo minha
respiração.
“Querida, emparelhar você já foi benéfico para todos.” Seu
sorriso se torna um sorriso pequeno e sábio, e seus olhos negros
brilham. De repente, ela se vira e me chama por cima do ombro,
“Siga-me.”
Solto um suspiro resignado, rapidamente pego meu chá e
éclair, e sigo-a pelo labirinto de corredores até seu gigantesco
escritório.
Ela está me esperando em sua porta e a fecha depois de
gritar para sua secretária, “Segure minhas ligações e diga a todos
para irem até que tenhamos terminado.” Então, vira para mim e
puxa meu cotovelo até que estou sentada em uma das cadeiras
que dá para sua mesa. “Você senta e come. Eu vou conversar.”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Uma vez que sou depositada onde me quer, ela se move para
trás de sua escrivaninha gigante e senta na cadeira de couro
vermelho de espaldar alto. Atrás dela há uma enorme janela que
mostra o centro de Manhattan. Como sempre, está na posição de
poder.
“Vamos direto ao assunto, querida. O Sr. Fitzpatrick recebe
o que o Sr. Fitzpatrick quer. E, tendo olhos, levei menos de três
segundos para compreender que o Sr. Fitzpatrick quer você.”
Se estivesse tomando meu chá, teria me engasgado com
isso. Como sou eu e, não estou bebendo meu chá; sufoco com a
minha língua, mas o efeito é o mesmo. Tusso e cuspo; Sinto meus
olhos se arregalarem ao tamanho de disco.
“Você está...você está sugerindo você está dizendo ―”
Joan acena com a mão no ar como se estivesse afastando
meus pensamentos meio formados com as pontas dos dedos,
“Não, não, querida. Nada tão lascivo. Deixe-me ver como colocar
isso...” Ela cruza os dedos e olha para mim por cima deles.
“Vamos começar com o básico. Sabe quem ele é?”
Hesito. Posso recitar todos os detalhes que acabei de
aprender enquanto eu cyberstalking13 via notícias do Google, ou
posso fingir ser burra. Mas, se fingir não saber, Joan certamente
verá meu pretexto de ignorância.
Decido revelar apenas o segmento mais básico do meu
conhecimento, então respondo, “Ele é um jogador de rugby.”
13 A expressão cyberstalking é oriunda da palavra em inglês stalk que significa perseguir.
Semanticamente, consiste no uso de ferramentas tecnológicas com o objetivo de perseguir ou assediar uma
pessoa. É a versão virtual do termo stalking, conceituado como o comportamento de perseguição e/ou ameaças
repetitivas contra uma pessoa e que podem ser manifestados por meio de ações como: seguir a vítima em seu
trajeto, aparecer repentinamente em sua casa ou local de trabalho, realizar ligações telefônicas inconvenientes e
até mesmo invadir a residência da vítima.

Rugby #1
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Joan concorda, “Isso mesmo. Mas você sabe quem ele é?”
Pisco lentamente e cerro os dentes. “Como poderia? Acabei
de conhecê-lo.”
“Ele é a estrela mais brilhante do rugby. Tem o potencial de
ser a cara do esporte em todo o mundo, pense em David Beckham
para o futebol, apenas infinitamente mais masculino, mais sujo,
mais corajoso e com uma boca suja. E ele está no precipício da
grandeza.”
Ela faz uma pausa, talvez espere por eu expressar minha
compreensão de sua explicação inferida, mas estou perdida.
Normalmente tenho contato mínimo com os clientes. Meus
relatórios e apresentações são normalmente feitos por Rachel, a
vice-presidente de projetos ou diretamente por Joan. Não vejo por
que esse cara é mais VIP ou merece minha atenção exclusiva do
que o resto da nossa lista.
Percebendo minha falta de compreensão, ela respira fundo.
“Annie, o pessoal do rugbi, especificamente a RLIF14, está pronta
para jogar dinheiro em nós por contratá-lo. Eles estão
convencidos de que ele é o único que vai colocar o esporte no
centro das atenções, especificamente, trazer interesse e apetite
para os EUA, e querem que nós o cultivemos. Agora você
entende?”
Sentindo-me teimosa, faço uma careta. “É claro que entendo
por que quer o cliente, e estou feliz em ajudar a liderar o grupo de
mídias sociais limpando sua imagem, mas, com todo o respeito,
Joan, não entendo por que sugeriu emparelhar o Sr. Fitzpatrick e
eu, como diz.”
14 Rugby League International Federation : Liga da Federação Internacional de Rugby.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Joan inclina-se para frente, descansa seu ligeiro peso nos


cotovelos. Ela é tipicamente dez centímetros mais baixa que o
meu um metro e sessenta e sete, mas do poleiro escarlate parece
pairar de uma altura substancial e ameaçadora. Pergunto-me
brevemente se seus pés tocam o chão ou se usa um banquinho
para subir a essa altitude impressionante.
“Precisamos da cooperação dele.” Ela diz essas palavras
lentamente, seus olhos se movem sobre o meu suéter cinza e saia
marrom e depois de volta para os meus olhos. “Antes de ver você,
Ronan Fitzpatrick não nos daria dois minutos, muito menos os
meses que precisamos para definir sua imagem no caminho certo.
Mas no momento em que mencionei o emparelhamento de vocês
dois, ele estava sorrindo. Está sugerindo outra visita ao escritório,
está perguntando quando podemos começar.”
Engulo, um medo crescente se desenrola no meu estômago.
Eu me preocupo brevemente que Ronan tenha de alguma forma,
descoberto quem sou, que sabe que eu sou The Socialmedialite,
que se lembrou de mim do restaurante, que me viu tirando fotos
dele, e que está ansioso para o nosso emparelhamento, a fim de
exatamente ter sua vingança.
Mas rapidamente descarto o pensamento como absurdo.
Quando ele chegou a mim na sala de descanso, não demonstrou
nenhum sinal de reconhecimento, apenas interesse.
Apenas interesse masculino aquecido, intenso, determinado,
pontual e carnal.
Joan deve ter percebido a extensão da minha ansiedade
porque assume uma postura menos opressiva, recosta-se no
encosto e encolhe os ombros. “Mais uma vez, não estou sugerindo

Rugby #1
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que retorne suas atenções. Estou simplesmente pedindo para vir


ao escritório quando ele estiver aqui, discutir nossos planos com
ele pessoalmente, levá-lo para almoços e jantares, pessoalmente
ajudá-lo com as complexidades de navegar em seu lançamento no
cenário mundial, você sabe exatamente o que eu pediria a
qualquer outro membro da equipe. Nem mais nem menos…”
Fecho os meus olhos, recolho uma respiração ofegante pelo
nariz; estou apertando minha mandíbula com tanta força que
minhas têmporas doem.
Compreendo completamente o ponto não tão sutil de Joan,
que é que eu frequentemente recebo tratamento especial. Sou a
única absolvida de reuniões, dispensada de conferências, almoços
e jantares, laboratório de ideias, apresentações, et. al.15
Basicamente, faço a minha coisa. Faço sozinha. Tenho
autonomia quase completa. Não preciso ser uma jogadora de
equipe. Além dos e-mails infográficos intermitentes, nunca
precisei trocar ideias com um cliente.
Mas agora está chamando meu cartão de eremita. Isso é
Joan me lembrando de como estou bem aqui. Tenho que admitir,
ela está certa. Tenho isso fácil. Tenho isso ótimo.
Solto meu queixo, abro meus olhos e a encontro olhando
para mim. Mais uma vez, está sorrindo, seus olhos brilham.
Ela acena devagar. “Vejo que nos entendemos.”
Pressiono meus lábios, rolo-os entre os dentes para não
gritar de frustração, e devolvo o aceno de cabeça. Não importa o
fato de que cada fibra do meu ser quer fugir, talvez encontrar

15et al. - deve ser lido como “e outros”, sendo uma abreviação do latim et alii ou et alia.

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uma cabana no Maine, talvez me tornar uma verdadeira reclusa


que come apenas feijão enlatado.
Não durarei três horas sem acesso à Internet, muito menos
a privação da culinária de Nova York. Sem éclairs de Jean Marie,
sem arepas16 da Flor’s Diner, nenhum camarão e grãos do Tom's
Southern Kitchen, sem frango kung pao do Sr. Hung Dong.
Morreria de tédio de comida.
“Bom”, ela diz levemente, obviamente satisfeita.
“Começamos amanhã.”
Balanço a cabeça rigidamente, e pego minha xícara e
acessórios da mesinha ao lado do meu assento. Seguro minha
éclair e o chá frio de hortelã no meu peito e viro para ir, meus
pensamentos em tumulto. Mas a voz de Joan me para assim que
chego à porta.
“Mais uma coisa, Annie. Use sua conta comercial para
comprar roupas novas. Acho que usa essa mesma roupa toda vez
que te vejo. Você é uma representação da empresa. Se vai levar o
Sr. Fitzpatrick para fora, precisa estar no papel.”
Endureço e me viro para encará-la; sei que não adianta
discutir, decido parar. “Tudo bem, mas terá que ser na próxima
semana. E, se vou assumir a conta do Sr. Fitzpatrick, tenho que
passar a The Starlet para a Becky.”
Joan parece pensativa por um momento. The Starlet é um
dos nossos maiores clientes individuais e é nosso codinome para
Dara Evans, quatro vezes indicada ao Oscar com um problema de

16 A arepa é um prato de massa de pão feito com milho moído ou com farinha de milho pré-cozido nas
culinárias populares e tradicionais da Venezuela, Colômbia e Panamá. É um dos pratos tradicionais e
emblemáticos da Venezuela e Colômbia.

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imagem perpétuo. Ela tem um problema de imagem porque é


uma cadela furiosa.
Nós a mantemos parecendo flores e sol; ela nos mantém em
nossos dedos com DUIs e acusações de assalto. Seu mais recente
desastre é deste último final de semana. Um vídeo amador
filmado com um celular a mostra em um jogo dos Yankees, no
qual ela arranca uma bola de falta de um menino de cinco anos
deficiente (que pegou a bola). Então zomba de sua desvantagem e
segura a bola fora do alcance dele.
Sim, então... cadela furiosa.
“Tudo bem.” Joan concorda.
Imediatamente me viro e saio, presumindo que o “tudo bem”
está em referência a entregar Dara Evans para Becky, além de
atrasar qualquer acréscimo ao meu guarda-roupa.
Corro pelo corredor, aceno educadamente para os meus
colegas de trabalho, mas sem parar tempo suficiente para
conversar. Trabalho na Davidson & Croft Media desde que me
formei com o mestrado doze meses antes; naquela época, as
pessoas tinham esperado o meu comportamento e muito
raramente tentavam me atrair para uma conversa.
Finalmente, estou de volta ao abrigo do meu escritório.
Fecho a porta e vou para a minha cadeira, sento e deposito minha
éclair e a xícara de chá na mesa. Tento entender como entrei
nessa bagunça. Então, novamente penso brevemente em como
posso escapar de ter que passar algum tempo com Ronan. Então,
novamente empurro esses pensamentos para longe.
Se quero continuar na Davidson & Croft Media, e eu quero
continuar na Davidson & Croft Media porque ninguém paga tão

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bem e aguentará minhas excentricidades, tenho que engolir tudo


e passar os próximos poucos meses.
Desbloqueio o meu computador, planejo minha mensagem
para Becky, tento encontrar as palavras para dizer-lhe que vai
assumir a contenção da mídia social para The Starlet. Sinto certa
culpa. Becky parece uma boa pessoa. Não desejo Dara Evans a
um cachorro que não goste.
Quando minha tela acorda, vacilo. Deixei em aberto à conta
de e-mail do The Socialmedialite, e a mensagem odiosa de Ronan
está zombando de mim. Olho para ela por um momento, meus
dedos batem impacientemente na minha mesa.
Em circunstâncias normais, nunca responderia a uma
mensagem como a dele. Excluiria, ignoraria e colocaria na minha
lista negra de celebridades (aquelas que nunca são discutidas,
referenciadas ou mencionadas novamente). Sei que a pior coisa
que pode acontecer a uma celebridade é tornar-se irrelevante. A
ambivalência da sociedade é a morte da notoriedade.
Mas agora que terei que sofrer com as interações pessoais
reais com Ronan, não consigo conter o meu desejo de atacá-lo de
alguma forma e retornar sua mensagem insuportável com uma
resposta digna da minha angústia e agressão.
Annie pode ter que ser legal com Ronan, mas isso não
significa que The Socialmedialite tem que aceitar qualquer uma
de suas porcarias. Sem realmente pensar, abro a conta de e-mail
do meu alter ego e rapidamente digito uma mensagem.

10 de março
Caro Sr. Fitzpatrick,

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Por favor, aceite minhas mais humildes desculpas.


Se soubesse que o meu pequeno e benigno post no blog
deixaria você excitado e incomodado, eu o teria enviado
diretamente para você e organizado um encontro para a nossa
satisfação mútua. Apesar de sua propensão a se vestir como a
criança amorosa de um hobbit e um duende, não posso negar,
apesar dos sapatos, que não me oporia à você mergulhar no meu
pote de ouro, especialmente se essa protuberância for au naturel17.
No entanto, com seu complexo de superioridade, suspeito que seja
uma meia de tubo. Deixe-me adivinhar, você dirige um carro
rápido... certo? Talvez algo com muitos cilindros para compensar
outras deficiências?
Além disso, obrigada por provar todos os estereótipos
irlandeses 100% corretos. Agora sei com certeza que a
predisposição do seu povo para a histeria e os dramas não é
exagerada. Bem feito você. Mantenha o bom trabalho.
Atenciosamente, The Socialmedialite.

17 Ao natural, real.

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Capítulo 4
Calorias: 4.500.
Treino: 5 horas no total.
Frango ao vapor: Começando a fantasiar sobre fritar, assar, refogar, grelhar, assar,
churrasco...

* Ronan *

Seis e meia da manhã, e estou olhando para a tela do meu


laptop, chateado. A única razão pela qual tenho essa coisa é para
poder enviar e-mail para Lucy e falar no Skype com ela e Ma de
vez em quando. Fora isso, não sou muito um tipo de internet.
Quando as pessoas me perguntam se estou no Facebook e digo
não, elas olham para mim como se fosse um alienígena de outro
planeta.
Gosto de interação cara a cara, quero poder ver, cheirar e
avaliar pessoas em carne e osso. Telas para mim são apenas
espelhos pretos achatados. Elas eliminam todas as coisas mais
importantes e excitantes sobre uma pessoa, dão-lhe uma
representação insípida e unidimensional.
Faço a concessão de e-mail com Lucy por causa do fuso
horário quando estou viajando. Se estou em algum lugar como a
Austrália, estamos em extremos opostos do globo, e é quase

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L.H. Cosway & Penny Reid

impossível encontrar uma hora decente que nos sirva tanto para
falar ao telefone.
O que nos traz ao presente e por que estou olhando para
uma mensagem altamente ofensiva do The Socialmedialite que
chegou à minha caixa de entrada. Estou sob a suposição de que o
tapa virtual que dei a ela foi a minha última palavra triunfante.
(Bofetões virtuais são permitidos no meu livro; na vida real, nem
tanto).
Dentro do espaço de dois parágrafos curtos, ela conseguiu
espremer uma cacofonia de insultos. Mais uma vez sou um
hobbit/duende, encho meu short com uma meia-enrolada, dirijo
um carro rápido para compensar um pênis pequeno e sou um
tributo adequado ao estereótipo irlandês de temperamento curto-
fundido.
Quase por vontade própria, minhas mãos se movem sobre o
teclado, clicam em “responder”, e furiosamente libero a raiva que
sinto por dentro. De alguma forma estou canalizando todo o meu
ódio para a mídia nessa pessoa sem rosto. Não acho que já digitei
tão rápido na minha vida. Escrevo um discurso longo e sinuoso
de um parágrafo quando olho de volta para ele, imediatamente
destaco a coisa toda e, em seguida, clico em “excluir.”
Não vou deixar que esta blogueira, saiba que está chegando
a mim. Vou ser tão cortante quanto ela, sem transmitir o fato de
que dou uma merda. Claro, estranhamente, dou uma merda,
muita merda. Não é apenas o meu lendário temperamento rápido,
também, mas não vou dar a ela a satisfação de saber disso.
Então, respiro fundo, me recomponho e começo do zero.

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L.H. Cosway & Penny Reid

11 de março
Cara The Socialmedialite,
É óbvio que você vive em um mundo de fantasia pelas
seguintes razões:
1.) Você acredita em hobbits e duendes.
2.) Você chama sua vagina de um pote de ouro.
3.) Você acha que eu estaria interessado em seu pote de ouro.
4.) Você acredita que uma meia enrolada parece um pau.
Ronan Fitzpatrick
P.S. Sua xenofobia realmente não conhece limites.
Estereótipos são besteiras, mas acho que faz sentido que exploda,
sendo a mascate de excremento que você é.

Sento-me, flexiono as mãos e aperto “enviar”, sinto uma


onda de satisfação quando me pergunto como reagirá à minha
resposta. Tento não me aprofundar muito na ideia de que eu
realmente gosto de lutar com essa pessoa, rapidamente envio
uma mensagem para Lucy. Incluo algumas coisas que acho que
ela pode estar interessada, principalmente como odeio ter que
trabalhar com essa empresa de relações públicas, mas que há
uma garota bonita chamada Annie com quem vão me juntar,
então não é uma perda completa. Desde Brona, Lucy está
tentando me encorajar a voltar à cena de namoro, então
menciono Annie puramente para mantê-la feliz. Até agora, tenho
algumas filas de uma noite sórdidas e, como disse, é tudo o que
procuro.
Uma breve lembrança da sensação suave e sedosa da pele
de Annie contra meus dedos me atinge, e é uma distração bem-

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vinda. A lembrança é tão visceral em sua simplicidade que me


sinto endurecer.
Tem sido oficialmente muito tempo desde a minha última
transa.
Quando faço meu caminho para a academia e tiro meu iPod
do bolso, imagino quanto tempo levará para atrair Annie a tirar
as roupas. Elas a disfarçam bem, mas notei a curva sutil de sua
cintura e seios. Será excelente quando eu a descobrir, um
contraste tão grande com a maneira simples e desalinhada com
que tenho certeza que acha que a maioria das pessoas a percebe.
E apesar do fato de que isso me frustra, há algo sobre sua timidez
que me atrai em um nível muito básico. Posso imaginar quão
facilmente ela vai... submeter-se.
Meus pensamentos estão me deixando excitado demais para
as 8h. Considero brevemente um longo banho em vez de um
treino, mas me esforço para frente. Talvez acertar a esteira com
força extra vá compensar parte da frustração sexual. Ativo meu
iPod, seleciono minha playlist de exercícios favorita e começo em
uma corrida lenta. “The Final Countdown” vem e me coloca
instantaneamente na zona.
Mullets e calças questionavelmente à parte, a melhor música
do mundo é o rock dos anos 80, não tenho escrúpulos em admitir
isso. Não quero música que seja piegas e deprimente, quero
música que me deixe de bom humor e faça o mundo parecer um
pouco mais brilhante.
Duas horas depois, tomo banho, me visto e estou a caminho
do meu segundo encontro na Davidson & Croft. Joan agendou
comigo ontem, assegurando-me que Annie estará lá. E sim, eu

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meio que fiz disso uma exigência para minha colaboração e


participação. Quer dizer, a única razão pela qual estou fazendo
isso é porque quero conhecê-la. Se posso limpar minha reputação
enquanto entro na calcinha curvilínea de Annie, então serei um
feliz e sexualmente saciado campista.
Para minha irritação, quando chego ao escritório, sou
conduzido a uma pequena sala de reuniões com Rachel e Ian, e
não há Annie à vista.
“Onde está Annie?” Falo, cruzo os braços e nivelo meu olhar
para Rachel. Ela parece estar mais aberta a conversar do que Ian,
que está com cara severa.
Rachel embaralha seus papéis. Parece um pouco nervosa.
“Ah, ela pode estar aqui mais tarde. Annie nem sempre trabalha
no escritório.”
Inclino-me para frente, ansioso por mais informações. “Onde
mais ela trabalha?”
“De casa. Além de Joan, nenhum de nós a conhece muito
bem, mas pelo que ouvi, é um pouco eremita. Os brilhantes são
sempre um pouco estranhos, você sabe.”
“Brilhantes?”
“Bem, sim, Annie pode, sozinha, transformar sua imagem
pública de volta. Lembra-se do vencedor do Oscar, que quase
atropelou uma senhora de oitenta anos, quando estava bêbado?”
“Ah, não...”
Rachel sorri. “Exatamente. Annie enterra o mal e exalta ou
fabrica o bem, coloca as realizações em um pedestal luminoso e
brilhante, com um holofote que ninguém pode ignorar. Nunca vi
nada parecido, e estou nesse negócio há muito tempo.”

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Brevemente me pergunto se Annie acha que é ético encobrir


coisas como essas ou se apenas faz isso porque é o trabalho dela.
Algo sobre ela me faz pensar que, ao contrário do fundo
privilegiado e distinto que relatei ter, Annie é muito parecida
comigo. Vinda do nada, mas tentando construir um lugar sólido
no mundo, disposta a fazer coisas com as quais ela não
necessariamente concorda para sobreviver. Mantenho o nome
Fitzpatrick, mas nunca fui aceito pela família do meu pai. Eles
não aprovaram quando meu pai se casou com minha mãe, uma
menina sem meios e nenhuma posição social. Então, quando era
apenas uma criança e ele morreu em um acidente de carro,
basicamente me rejeitaram e a Lucy.
Mantenho minha voz desinteressada, conversadora e
empurro Rachel para mais informações. “Onde ela aprendeu a
fazer isso?”
“Ela se formou no topo da sua turma na Wharton.” O sorriso
de Rachel se alarga, como se ela estivesse orgulhosa das
realizações de Annie.
“Wharton? Não é uma universidade da Ivy League nos
Estados Unidos? Como aqueles idiotas de Cambridge e Oxford?”
Sei que soa pouco impressionado. Fico desapontado com o
pensamento de que Annie é uma sangue azul.
Rachel dá de ombros, embora pareça divertida, como se
estivesse tentando não rir. “Algo parecido.”
Faço uma careta. “Então, ela é um pouco esnobe, é isso?
Vem de uma família rica?”

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Ela balança a cabeça vigorosamente. “Deus não. De modo


nenhum. Acho que cresceu em Scranton18.” Rachel franze o nariz
como se a palavra “Scranton” tivesse gosto de mijo. “Ela só gosta
de se manter para si mesma, e como eu disse, é completamente
brilhante no que faz. Teve empresas em todo o mundo tentando
conquistá-la, mas nos escolheu. É por isso que Joan permite
suas excentricidades. Todos nós sabemos que temos sorte em tê-
la.”
Olho para Rachel e penso em tudo isso.
Crescendo, tínhamos muito pouco. Ma teve que trabalhar
duro para me fazer passar por Belvedere, a mesma escola que
meu pai frequentou, e sempre serei grato a ela por isso. Eu me
pergunto quem havia trabalhado duro para ajudar Annie a ir à
Wharton.
“Então, Sr. Fitzpatrick,” Ian começa, todo negócios, “Rachel
e eu juntamos a proposta preliminar, e gostaria de passar por
isso com você, se estiver tudo bem?”
“Claro, vá em frente”, respondo, encolho os ombros, e essa é
a minha sugestão para sair.
Ian parece estar perdendo lentamente a paciência enquanto
continuamente clico em uma caneta enquanto ele fala. Pode ficar
com tanta raiva quanto quiser. Joan me prometeu que Annie
estaria aqui hoje. Então, estou me sentindo um pouco confuso
com toda a situação de “sem Annie.”

18 Scranton é uma cidade localizada no Estado americano de Pensilvânia, no Condado de Lackawanna. A


sua área é de 65,9 km², sua população é de 76.415 habitantes, e sua densidade populacional é de 1 169,4
hab/km².

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“Gostaríamos que participasse de algumas premières de


filmes e cerimônias de premiação nas próximas semanas. O fato
de ser fotografado no tapete vermelho vai colocá-lo em destaque
em revistas e sites, colocar você no radar, por assim dizer,” Ian
diz antes de olhar para os papéis na frente dele e continuar
baixinho, “Então devemos examinar as datas potenciais para
você.”
“Ah”, Rachel diz animadamente, “Estou em boas relações
com o pessoal da Taylor Swift. Talvez possa te apresentá-la.” Ela
olha para Ian. “Ela está solteira agora?”
Ian encolhe os ombros. No interior, estou chateado com a
ideia de ser criado assim; do lado de fora, eu levo o mijo.
“Sabe por quem sempre tive uma queda, Rosie O'Donnell.
Acha que ela estaria pronta para um pouco das coisas jovens?”
Rachel obviamente não entende o sarcasmo porque me dá
um olhar confuso. “Hã, tenho certeza que ela é lésbica. E essa
não é realmente a imagem para a qual estamos indo. Você precisa
namorar com alguém jovem e atraente, alguém que a imprensa
realmente goste.”
Nesse momento, a porta se abre e Joan enfia a cabeça para
dentro. “Olá de novo, Sr. Fitzpatrick. Você está sendo bem
cuidado?”
Inclino minha cabeça para ela. “Pensei que Annie ia estar
aqui.”
Joan franze a testa por um momento. “Ela deveria estar.”
Olha para Ian. “Annie não apareceu hoje?”
“Eu não a vi”, ele responde.
“Bem... não é tão curioso.” E com isso sai da sala.

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Olho de volta para Rachel e Ian. “Acho que terminamos


aqui.”
“Mas Sr. Fitzpatrick, ainda temos que repassar o resto da
proposta preliminar. Nós nem cobrimos a mídia social e os
comunicados de imprensa já planejados, e gostaria da sua
contribuição em algum momento também.”
Já estou de pé. “Sim, sim, vou para as premières e tudo isso.
Apenas me avise com alguns dias para ter certeza de que estou
disponível.”
“Claro”, Rachel diz.
Ian não discute mais. Para ser honesto, acho que ele está
feliz em ver minhas costas. Quando vou para os elevadores, soou
interrompido por Joan. É engraçado como uma mulher de um
metro e meio pode se mover com tanta pressa. Paro e olho para
ela. Não estou olhando e não estou fazendo cara feia; mas
definitivamente estou emanando hostilidade.
“Nós fizemos um acordo, Sra. Davidson.”
“Isso foi o que fizemos, e o acordo ainda está em
andamento”, ela diz e me entrega um pequeno cartão de visitas
branco. “Isso tem todos os detalhes de contato de Annie. Ela está
inesperadamente ocupada hoje, mas disse que gostaria que
ligasse para ela para que vocês dois possam se encontrar.”
Pego o cartão, momentaneamente pacificado, e enfio-o no
bolso de trás do meu jeans. “Vou fazer isso. Tenha um bom dia.”
Balanço a cabeça e passo por ela, continuo para os elevadores. É
uma longa caminhada pelo corredor. Quando finalmente chego ao
canto, vejo uma figura familiar usando um casaco cinza entrando
apressada dentro de um elevador. Está murmurando para si

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mesma, mas não consigo entender o que está dizendo. Corro para
frente e deslizo para o elevador assim que a porta se fecha.
Quando Annie vê que sou a pessoa que acaba de entrar,
seus olhos ficam grandes, como ontem. Então desvia o olhar e
estuda o chão. Está no canto e fico a cerca de 30 centímetros de
distância dela. Ela parece estar desejando que eu lhe dê algum
espaço, mas de alguma forma não estou me sentindo caridoso.
Eu me pergunto o que há sobre ela que me faz querer chegar
tão perto, mas já sei. É incrivelmente linda e uma candidata
perfeita para explorar minhas necessidades básicas.
O elevador para, nenhum de nós escolheu um andar ainda.
Dou um passo à frente e aperto o botão do saguão, ouço-a exalar
de alívio e murmurar palavras indistintas para si mesma
novamente.
“É bom ver você, Annie”, falo, sorrio amavelmente. Não que o
sorriso esteja tendo muito efeito, já que ela não olha para mim. O
elevador começa a descer.
“Sim, você também”, ela responde, levantando os olhos para
mim com esforço.
Sinto como se acabei de receber um presente. Esses olhos
são incrivelmente grandes e marrons, como chocolate derretido.
Até acho que posso ver manchas de ouro. Depois de conversar
com Rachel, começo a entender que Annie pode ser um pouco
socialmente fóbica. Por que mais escolheria trabalhar em casa a
maior parte do tempo? E por que mais ficaria tão desconfortável
falando comigo? Isso faz algo no meu estômago apertar.
Simultaneamente, amo e odeio ela se deparar tão caçada só para
ficar sozinha em um elevador comigo.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

O protetor dentro de mim está franzindo a testa enquanto o


predador absorve seu desconforto com alegria.
Ainda assim, quero que fique relaxada. Ok, isso é uma
mentira. Quero que perca o controle, e pondero como posso
persuadi-la a fazer isso. Está olhando para longe de novo quando
olho para ela de lado, considerando. O que faço em seguida pode
ser uma má ideia, mas tenho que ver se forçar os limites dela
funciona. Desde que está encostada na parede no canto, está na
posição perfeita para eu prendê-la.
Despreocupadamente, aperto o botão “pare”, e o elevador
para bruscamente.
“O que está fazendo?” Annie pergunta, uma sugestão de
nervoso faz sua voz subir.
Eu me viro e olho para ela, coloco minhas mãos atrás dela
na parede do elevador ao lado de seus ombros. Meu olhar vaga
por suas feições, lábios deliciosos, nariz doce, longos cílios, lindos
olhos fodidos que rapidamente cintilam entre os meus. Ouço a
sua respiração aumentar.
Inclino-me um pouco para baixo, levanto a mão da parede e
esfrego meu polegar no queixo dela.
“Eu gosto de você”, falo.
Ela engole em seco, sua voz soa áspera e irregular. “Sr.
Fitzpatrick, esse botão só deve ser acionado em caso de
emergência.”
Obviamente, sei disso, mas acho que lidarei com as
consequências depois de sentir um pouco dela. Quero provar
esses belos lábios.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Estou vivendo da minha reputação de bad boy, então, não


estou?” Murmuro, coloco uma mão na clavícula dela, a palma da
mão contra o esterno. Seu coração está acelerado. “Seu coração
está batendo rápido porque gosta quando eu te toco ou porque
não gosta?”
Há um lampejo momentâneo de temperamento em sua
expressão. “Obviamente, o último.”
“Jante comigo”, falo, ignorando sua resposta. Meu olhar
vaga para a boca dela, onde ela brevemente molha os lábios.
Pergunto-me se está atraída por mim, mas está tentando
esconder isso.
“Claro que vamos jantar juntos.” Ela limpa a garganta e seus
olhos finalmente se assentam nos meus. “Davidson e Croft
frequentemente agendam jantares de clientes.”
“Não estou falando de jantares de clientes.”
Ela engole em seco. “Vamos trabalhar juntos, então jantares
de não-clientes não seriam profissionais.”
Trago minha boca mais perto da dela, e nossas respirações
se misturam quando falo baixinho, “Vamos ser pouco
profissionais juntos, Annie.”
Seus olhos parecem se esvair um pouco depois que eu falo,
me faz sorrir, porque parece que está imaginando como isso será.
Quero ser tão pouco profissional com ela, não é engraçado?
Rapidamente, ela se endireita, leva as mãos ao meu peito e
empurra. Eu as pego, seguro-as nas minhas, meu polegar roça
seu pulso interno. Ela estremece. Suas mãos tremem.
“Nada pode acontecer entre nós, Sr. Fitzpatrick.” Ela não
parece convencida.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Já está acontecendo, senhorita...” Faço uma pausa, solto


uma das mãos dela e pego o cartão que Joan me deu do bolso de
trás para ler. “Catrel.”
Ela se concentra no cartão de visitas, e o pânico tremula
sobre suas feições antes que se endureçam. “Quem te deu isso?”
“Joan”, respondo feliz. “Ela quer ter certeza de que eu possa
entrar em contato diretamente com você, já que não apareceu na
reunião hoje. Fiquei muito desapontado quando não apareceu.”
Ela tenta pegar o cartão, mas recuo e seguro fora do seu
alcance.
“Dê isso para mim. Você não precisa disso. Entro em contato
com você se tivermos que nos encontrar,” ela diz desesperada.
Rio quando ela avança em mim até que sou o único apoiado
no canto oposto do elevador. Seu peito empurra para o meu
enquanto sobe na ponta dos pés, ainda tentando pegar o cartão.
“Olhe para você, Annie; está em cima de mim”, provoco.
Imediatamente, ela recua, franze o cenho e cruza os braços
sobre o peito. “Não quero que me ligue, a menos que seja
relacionado ao trabalho”, diz na derrota.
Meu sorriso desonesto diz a ela que não tenho
absolutamente nenhuma intenção de seguir essa regra.
“Oh, eu não sonharia com isso”, ronrono e preguiçosamente
examino sua figura. Seu casaco é longo e volumoso, cobre tudo. É
bom ter uma imaginação ativa.
“Aposto que você tem um corpo assassino sob todas essas
camadas”, falo roucamente, ainda com um humor provocante.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Ela pisca e sua boca se endireita em uma linha firme.


“Alguns de nós não sentem a necessidade de exibir nossa
aparência, e estou muito feliz com as minhas camadas.”
A observação é obviamente direcionada a mim, e não sei por
que ela parece tão contra em ser amigável. Não sou tão ruim
assim. Bem, na verdade não. “Isso não foi o que eu quis dizer.
Estou tentando te fazer um elogio, Annie.”
Minhas palavras são baixas, tenras; minha sinceridade
parece provocar uma reação nela. Seu descontentamento anterior
diminui. É verdade. Por alguma razão, acho que ela é a
combinação perfeita de genuína, bonita e sexy. Não estou
acostumado à genuína. Ela olha para mim, abre a boca para dizer
alguma coisa, mas depois fecha de novo.
Só então, uma voz estala pelos alto-falantes, pede para saber
por que o elevador parou.
“Não é nada. Estamos bem,” Annie diz, limpa a garganta
novamente e fala no alto-falante. “Pode começar de novo, por
favor?”
Segundos depois, estamos nos movendo novamente. Dou
um passo em direção a ela, mas o olhar que ela me dá diz que é
uma boa ideia manter distância. As pessoas começam a entrar e
sair, e assim que chegamos ao andar térreo, Annie rapidamente
corre do meu lado, sai correndo no saguão e entra em um táxi
amarelo. Não me importo de ela correr enquanto olho para o
cartão que ainda seguro na minha mão.
Tenho o seu número agora e tenho toda a intenção de usá-
lo.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Capítulo 5
Selfie Creeper: Quando se tira uma selfie com o propósito expresso de incluir alguma pessoa
ou ação em segundo plano. Normalmente, apenas parte do rosto do fotógrafo está presente na
foto ― geralmente os olhos, mas às vezes metade de um rosto ― para mostrar choque,
excitação ou repulsa.
Melhor para: situações caóticas, quando os outros estão focados na ação que o fotógrafo está
tentando documentar. Além disso, aviões.
Não use: Em restaurantes ou perto de espelhos.

* Annie *

Sigo a troca de e-mails entre minha assistente


administrativa (Gerta) e Ronan Fitzpatrick na manhã de quarta-
feira por cerca de duas horas. Ele teve uma soma total de trinta
e-mails antes de eu finalmente entrar em cena para acabar com o
desastre.
Pobre Gerta. Tudo o que está tentando fazer é marcar uma
reunião com ele para esta semana, e ele transformou em um
debate sobre James Joyce, menor no rugbi, e se Clongowes Wood
College, em Clane no condado de Kildare, é o responsável final
pelo Ulysses. Faço uma nota mental para lhe dar um aumento.
Gerta merece isso. Ela realmente é uma santa.
Parece que o Sr. Fitzpatrick não estava exagerando quando
disse que queria entrar em contato diretamente comigo. Não sei o

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

que fazer com a persistência dele porque não acho que alguém já
foi tão determinado a entrar em contato comigo.
No final, suspiro pesadamente, abro uma janela no
Infographicsgenerator.net e redijo meu e-mail para o Sr.
Fitzpatrick.
Ao me comunicar com clientes, uso infográficos quase
exclusivamente. Acho que a maioria dos nossos clientes, como
eles são extremamente ocupados e não têm paciência, não
respondem bem aos e-mails de texto (ou seja, e-mails contendo
apenas palavras); eles preferem o atalho de fotos. Uma
representação gráfica dos meus pensamentos e/ou das
informações que preciso comunicar permite que o cliente absorva
as informações mais rapidamente e lembre-se delas por um longo
período de tempo.
Infográficos Como Meio de Transferir Efetivamente o
Conhecimento e Reduzir o Preconceito da Interpretação do
Consumidor foi o título da minha tese de mestrado em ciências da
Wharton. A ideia surgiu quando meu professor de mestrado
mencionou que meus e-mails e correspondências escritas muitas
vezes pareciam concisos e condescendentes.
O melhor das fotos dentro dos infográficos é que elas são
sempre imagens positivas. As imagens não estão abertas para
interpretação de tom, inflexão ou escolha de palavras porque são
intrinsecamente felizes. Não tenho que me preocupar com as
pessoas que entendem a sintaxe multissilábica. Sem mencionar
que as pessoas ilustradas estão sempre sorrindo, mesmo quando
não estou.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Penso nisso como enviar a alguém um emoticon de rosto


sorridente em vez de digitar as palavras “Você me faz feliz.”
Ou enviar um emoticon do polegar para cima em vez de “Eu
concordo.” Ou “Gosto disso” ou “Bom trabalho.”
Desde a pós-graduação, descobri que e-mails sem texto são
inestimáveis, tanto para economizar tempo quanto para garantir
que toda correspondência comercial permaneça positiva e
estritamente profissional. Funciona para mim. Isso funciona para
meus clientes. Isso funciona para meus colegas de trabalho. Todo
mundo ganha.
A única pessoa com quem interajo no trabalho que não
permite meus infográficos é Joan. Suponho que é porque ela é
um pouco antiquada em seu consumo de dados. Eventualmente,
no entanto, ela terá que fazer a troca. Como sociedade, estamos
nos afastando da palavra escrita. Nós queremos o atalho. Não
queremos pensar no significado das palavras, nossas ou de
outras pessoas, e como elas nos afetam ou nos rodeiam.
Queremos nos sentir bem.
Rapidamente monto o gráfico que preciso, basicamente, um
relógio com um ponto de interrogação, uma imagem de um
calendário e uma série de escolhas alimentares e opto por um
esquema de cores verde, laranja e branco. Sinto que a inclusão
sutil das cores da bandeira irlandesa fará o Sr. Fitzpatrick se
sentir bem, o que pode encorajar sua cooperação.
Salvo o arquivo e encaminho para o Sr. Fitzpatrick.
Inexplicavelmente, meu coração bate no meu peito e
pressiono minha palma contra minhas costelas. Também acho
que tenho um nó na garganta quando aperto “enviar.” Essa

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

ansiedade aguda é provavelmente atribuída ao fato de que a


última vez que vi Ronan, ele estava me tocando, dizendo que
gosta de mim e sugerindo que nos envolvêssemos em um
comportamento não profissional.
E meio que realmente gostei.
Ronan, isto é, o Sr. Fitzpatrick, possui a incrível capacidade
de penetrar na minha pele e penetrar em meus pensamentos. Não
parei de pensar nele desde que saí do elevador há menos de vinte
e quatro horas. Com certeza, pensei muito sobre ele desde que
The Socialmedialite recebeu seu primeiro e-mail furioso.
Desde o nosso primeiro encontro pessoal e nossa troca
inicial de e-mails virtuais, fiz uma pesquisa significativa sobre ele.
Geralmente deixo esse tipo de tarefa para um membro júnior da
equipe e reviso um relatório resumido. Mas não desta vez. Desta
vez, quero fazer as ligações, sozinha.
Entrei em contato com a universidade, onde ele estudou
fisioterapia, e falei com seu professor principal e solicitei uma
transcrição. Também conversei com seu agente, o treinador, o
coordenador ofensivo da equipe, dois de seus companheiros de
equipe, seu preparador físico e sua nutricionista na Irlanda.
Todos tem pensamentos semelhantes em relação ao meu Sr.
Fitzpatrick.
Primeiro, ele tem um temperamento forte, mas não como foi
retratado na mídia. Todos creditaram seu curto pavio à paixão,
por sua mãe e irmã e pelas pessoas com quem ele se importa, e
não por birras insensatas ou infantis (como a mídia sugeriu).
Em segundo lugar, Ronan é dedicado, honrado, um pouco
excessivamente sério e um pouco estraga prazeres. Essa

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

descrição dele, fornecida por seus companheiros de equipe e


confirmada por seu técnico universitário, me fez rir,
principalmente porque foi completamente inesperada e estava em
desacordo com o homem sedutor que me encurralou no elevador.
Parece que o Sr. Fitzpatrick leva sua saúde física e prontidão
competitiva ao nível de quase obsessão. Quando o resto da equipe
se reúne depois de uma partida para beber em um pub próximo,
Ronan sempre é o motorista designado. Seu apelido é Mãe
Fitzpatrick.
Em terceiro, todos na Irlanda, de acordo com meus contatos,
sabem o motivo pelo qual Ronan se perdeu em campo e espancou
seu companheiro de equipe, e seu nome é Brona O'Shea. Há um
vídeo no YouTube da luta que teve milhões de visualizações.
Mesmo que ele fosse o causador do dano, e garoto, ele sabe como
dar um soco, me senti mal por Ronan enquanto assistia. Havia
uma espécie de dor em seus olhos que me tocou. Quando falei
com sua nutricionista (Jenna McCarthy) sobre Ronan e Brona,
ela fez soar como se fossem o popular casal de celebridades
douradas, e toda a Irlanda seguia todos os seus movimentos.
Além disso, ninguém em toda a Irlanda (todas as cinco milhões de
pessoas) entendia por que Ronan Fitzpatrick suportava Brona
O'Shea.
“Por que, eu estava conversando com meu marido sobre isso
ontem à noite”, Jenna disse, soando muito investida no status de
relacionamento de Ronan. “Disse que esperava que Ronan não a
levasse de volta dessa vez. Ela é uma cobra, uma cobra absoluta
e está segurando-o de volta.”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Dessa vez? Eles já se separaram antes?” Empurrei, dizendo


a mim mesma que precisava entender a história do
relacionamento de Ronan com Brona, a fim de criar um perfil de
imagem abrangente para a nossa equipe de mídia social.
“Ah, sim, mas não foi tão público antes. Desta vez ela cruzou
uma linha. Em vez de se envolver com alguma estrela do rock,
dormiu com seu companheiro de equipe, seu flanker19 ― Sean
Cassidy.”
“Ela―” Minha boca se move, mas luto para encontrar as
palavras. Fiquei chocada. “Senhora. O'Shea traiu o Sr.
Fitzpatrick?” Faço uma anotação mental para a pesquisa de
imagens do Google, Sean Cassidy. Na verdade, faço isso
sorrateiramente enquanto falo com Jenna. Ele é sexy de um jeito
loiro e bonito.
“Claro! Do que acha que estamos falando? Ela é uma mulher
de fácil virtude, essa Brona. Pergunte a qualquer um. Ronan é a
pessoa mais leal que conheço, oh!” Jenna faz um som triste, e a
ouço suspirar antes de continuar, “Acho que Brona ter isso com
seu flanker foi a última gota. Ele a recebeu mudando a maneira
como ela parecia, ajudou-a com sua piada de carreira musical e
todo o seu outro lixo. Se me perguntar, o homem merece uma
medalha.”
“Então...” Faço uma pausa, refletindo sobre essa informação
antes de perguntar, “Então, o Sr. Fitzpatrick não é responsável
pela aparência alterada da Srta. O'Shea?”

19 Flanker é uma posição no esporte da união de rugby. Cada time de 15 jogadores inclui dois
flanqueadores, que jogam nos atacantes, e são geralmente classificados como flankers blindside ou openside,
números 6 e 7, respectivamente.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Hã? O que é isso? Quer dizer suas cirurgias plásticas e os


peitos falsos e o resto? Não, não. Aquilo é tudo o que ela queria.”
“E a família dele? O que pensam sobre seu relacionamento
com Brona O'Shea e seu comportamento?” Faço essa pergunta
para todos, e todos me deram mais ou menos a mesma resposta.
“Oh, os altos e poderosos Fitzpatricks? Eles nem falam com
Ronan, nunca falaram. Sua mãe sustentou a ele e sua irmã
sozinha. Os Fitzpatricks nem vão reconhecê-lo. Ele está melhor
sem eles, na minha opinião. São o tipo de sociedade elegante.
Acham que tudo o que fazem é brilhante e tudo o que ele faz é
uma merda. Mas ele não fala uma palavra dura contra eles. É
bom demais para eles, se me perguntar.”
Ir à fonte certamente me deu muita coisa para pensar, como
as suposições injustas que fiz.
Sei melhor do que ninguém que a informação encontrada na
Internet é suspeita, na melhor das hipóteses, e me repreendi por
acreditar, mesmo que por um curto período de tempo, na
representação das revistas dos rumores sobre Ronan. Isso
certamente explica sua raiva e reação exagerada ao meu artigo no
New York’s Finest no último sábado e seus e-mails para The
Socialmedialite; ele é explorado por fofoqueiros famintos por
dinheiro. Odeia a mídia.
Decido adiar a resposta ao seu último e-mail, onde chamou
The Socialmedialite de xenofóbico. Não sei o que dizer. Não quero
brigar com ele ou aumentar o seu agravamento. Mas também não
gosto que compare o New York’s Finest com o lixo inútil de info
entretenimento que o está destruindo.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Nenhuma pessoa é verdadeiramente sua persona on-line ou


na mídia. Para o bem ou para o mal, na condição humana,
desejos e falhas são muito mais robustos do que pixels em uma
tela ou palavras abaixo de uma legenda.
No entanto, robusto não é meu trabalho nem é realidade.
Meu trabalho são atalhos e mordidas sonoras e manipulação
da percepção. Mas é muito melhor quando a imagem que crio é
representativa da pessoa real. Nunca gosto de colocar o brilho da
perfeição em um pedaço de merda, à la Não é cocô, é chocolate...
só não tente comer porque está cheio de E. coli20.
Não consigo decidir se me sinto melhor ou pior depois de
conversar com Jenna e os outros. Além da minha atração física
incômoda e contundente por Ronan Fitzpatrick, também me vejo
gostando dele, especificamente dele descrito pelas minhas
ligações para seus conhecidos e colegas de equipe, o que é
possivelmente ainda mais inconveniente.
Enquanto espero por Ronan, quer dizer, o Sr. Fitzpatrick,
responder ao meu e-mail infográfico e ao pedido de reunião,
minha mente vagueia e depois aterrissa na memória de estar
presa no elevador com ele. Não fico surpresa. Tenho dificuldade
em pensar em outra coisa.
Ele está tão... presente.
Quando olhou para mim, senti-me totalmente vista. Mas foi
mais do que isso porque tive a impressão de que não estava
apenas olhando para mim quando estávamos juntos. Sim, ele me
observou, mas também me tocou e me sentiu. Ele me ouviu e não

20 Escherichia coli, é uma bactéria bacilar Gram-negativa que se encontra normalmente no trato
gastrointestinal inferior dos organismos de sangue quente.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

apenas minhas palavras; escutou os sons que meu corpo fazia


enquanto se movia, como se procurasse uma pista ou um sinal.
Eu me pergunto se isso, estar presente e focado em mais do
que apenas superficial, é uma habilidade aprendida, parte do que
fez dele um atleta de classe mundial.
Também tive a nítida impressão de que, quando se inclinou
para o meu espaço, tentou me cheirar, e conseguiu fazer isso sem
parecer uma trepadeira assustadora.
Evidentemente, se fosse menos epicamente bonito, poderia
parecer uma trepadeira assustadora. Mas, como tem o corpo de
um gladiador e o rosto de uma estrela de cinema, senti-me
confusa, lisonjeada e ligada. O fato de me sentir lisonjeada me fez
sentir como uma idiota. Odeio isso sobre mim. Odeio isso,
embora saiba melhor, boa aparência nega comportamento
estranho.
Seu comportamento estranho foi que tentou usar todos os
seus cinco sentidos para me experimentar enquanto nos
aprisionava em um elevador; Não duvido que, se tivesse dado a
ele qualquer indicação de que era a favor de seus avanços, teria
tentado me provar também.
Estremeço com o pensamento, uma onda de calor se espalha
do meu peito para a boca do meu estômago, pica e
repentinamente, como um flash quente. Perco o fôlego um pouco,
imagino como será beijá-lo. Ele é tão confiante na vida real, de
uma maneira que é um enigma completo para mim, e parece se
destacar em tudo que ele tenta. Se tentou usar todos os cinco
sentidos ao falar comigo em um elevador, espero que seus beijos
também sejam da variedade de classe mundial.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Levanto do computador, dou uma volta no meu apartamento


e opto por colocar água fria nos pulsos para me refrescar. Como
estou trabalhando em casa, ainda estou de calça de yoga e com a
camiseta de manga comprida da Shark Week do meu treino no
começo do dia.
Dentro do banheiro, olho para o meu reflexo no espelho,
encontro meus olhos brilhantes e animados, minha pele corada.
Faço uma careta. Isso não é bom. Vou ter que interagir com
Ronan, Argh! Sr. Fitzpatrick! Seu nome é Fitzpatrick e eu o
chamarei de Sr. Fitzpatrick, nos próximos meses.
Manter a distância sempre foi fácil para mim, porque a
alternativa não é atraente. Ou melhor, desde o colegial nunca
encontrei alguém atraente o suficiente para me fazer perguntas
para manter distância.
Meu telefone toca, alertando para uma mensagem. Olho
para a tela e vejo que é da minha melhor amiga online,
@WriteALoveSong.
Na verdade, não sei muito sobre ela. Tenho certeza de que
mora em Nova York e trabalha em algum campo relacionado à
indústria da música. Seu blog, Irony For Beginners, foca mais na
cena indie, enquanto meus posts são mais convencionais. Parece
gostar de seu anonimato quase tanto quanto eu.
No entanto, nos checamos quase todos os dias, se não todos
os dias. Ela compartilha notícias comigo e eu envio fotos de
artistas independentes ou qualquer coisa que possa estar
relacionada ao foco de conteúdo dela. Além disso, enviamos
mensagens sobre nossos dias, blogs ou sobre a vida em geral,
sempre com cuidado para nunca revelar demais.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Tenho vários outros amigos online, mas ela é minha melhor


amiga. Espero suas mensagens. Nesta escreve,

@WriteALoveSong para @Socialmedialite: O atleta arrogante


ainda está te dando merda? Vou bater nele por você.

Respondo rapidamente

@Socialmedialite para @WriteALoveSong: Estou ignorando ele.


Espero que desapareça se achar que sou indiferente.
@WriteALoveSong para @Socialmedialite: Boa sorte com isso.
Ei, por que o hipster deixou o oceano?

Eu me preparo enquanto digito

@Socialmedialite para @WriteALoveSong: Por quê?

WriteALoveSong (como penso nela na cabeça) às vezes gosta


de me mandar piadas engraçadas. Sempre são bregas e bobas.
Eu meio que amo elas.

@WriteALoveSong para @Socialmedialite: Porque é muito


atual... ba-da-da-dum.
@Socialmedialite para @WriteALoveSong: Eu mar…
@WriteALoveSong para @Socialmedialite: Oh não! Não é um
trocadilho de oceano! Agora você está apenas sendo um marisco.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Sorrio e desligo meu telefone. Adoro WriteALoveSong e posso


me divertir muito e nunca a ter encontrado pessoalmente. Nós
trabalhamos, nossa amizade funciona, porque não nos
pressionamos por mais. Não precisamos nos ver para nos
conhecermos. Ficamos felizes em nossas sombras do anonimato.
Considerando que o Sr. Fitzpatrick pode ser um cara legal,
um cara sério, leal, generoso e estraga prazeres de um homem,
mas também vive sua vida no centro das atenções. Está sempre
empurrando. Faço um grande esforço para voar sob o radar e me
misturar com a mobília. Nasci introvertida e a experiência de vida
provou que meus instintos naturais são realmente uma bênção.
Na vida real, posso contar comigo. Posso confiar em mim.
Nunca me abandonarei. Nunca voltarei à minha palavra ou
mentirei para mim ou me decepcionarei. Do jeito que vejo, todo
mundo é um curinga, e isso inclui o Sr. Fitzpatrick.
Também não gosto do quão desordenada e descuidada me
faz sentir, quão consciente do meu corpo e do meu coração
batendo. Ele me faz querer... coisas, coisas que aprendi a enterrar
e abandonar. Minha vida está sobre controle, sobre meus
pensamentos, emoções, meio ambiente, e, portanto, sobre meu
destino.
Meu pulso se acalma em uma batida agradável e constante;
tomo uma respiração mais calma depois volto para o meu
computador, com a intenção de ignorar esses sentimentos e
desejos clamando. Em vez disso, me concentro em preparar
minha parte da proposta do Sr. Fitzpatrick e depois escrever um
novo post no blog que não tenha nada a ver com atletas
arrogantes.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

O toque do meu e-mail chama minha atenção para uma


nova mensagem em espera na minha caixa de correio de trabalho.
É do Sr. Fitzpatrick, e é uma resposta ao meu pedido de reunião
infográfico. Prendo a respiração, com a intenção de controlar a
reação do meu corpo a qualquer coisa relacionada ao lindo
jogador de rúgbi.
Apesar das minhas melhores intenções, clico na mensagem
e devoro seu conteúdo.
Diz:

12 de março
Annie querida,
Se insistir em me enviar imagens, prefiro que sejam de você.
Vejo você amanhã às 8h.
Carinhosamente, Ronan
P.S. Não posso comer nada disso que enviou. Novamente, se
tivesse enviado uma foto sua, seria uma história completamente
diferente...

Sem surpresa, meu pulso acelera com o duplo sentido em


sua última linha. Ele não pode comer nada, mas se eu mandasse
uma foto minha, ele... ele...
Gemo.
Então, corro de volta para o banheiro. Desta vez escolho um
banho frio.

***

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

New York’s Finest


Blogando com *The Socialmedialite*
13 de março
Você já notou que a proporção de supermodelos na comitiva
de Jason Carter para o número de Jason Carters vem declinando
constantemente nos últimos vinte e quatro meses? O número de
Jason Carters manteve-se constante em um (ou dois, se você
contar sua pochete Louis Vuitton customizada como um ser
separado), enquanto o número de supermodelos diminuiu de
dezessete para seis em apenas dois curtos anos.
O Anexo A (foto 1) foi tirada quase vinte meses atrás, quando
ele e seu harém de dezessete deixaram a Tiffany.
Agora olhe para o Anexo B (figura 2). Esta foto foi tirada há
nove meses. Aqui ele está com doze.
Agora olhe para o Anexo C (figura 3). Isso foi tirado na
semana passada. Mais uma vez, temos Jason Carter e sua
pochete, mas uma comitiva de apenas seis.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO, PESSOAS?!?!?!
Por que o número decrescente de modelos?
Ele não sabe que é a principal fonte de fama para essas
mulheres? Não se importa se vamos ter supermodelos mal vestidas
se ele e sua pochete não se levantaram e pagaram a conta de suas
bolsas Jimmy Choos e Louis Vuitton?
Pensei que poderia contar com três coisas que nunca
mudariam na vida: morte, impostos e a comitiva de Jason Carter (e
da sua pochete).
Nada é sagrado? Qual é a próxima? George Clooney vai
namorar alguém da sua idade?!?!?

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Sentindo-me um pouco fora hoje…


<3 The Socialmedialite

***

Sou incompreensível.
E isso é o mínimo.
Tento cruzar as pernas, mas a saia de seda azul-celeste, que
cai logo acima dos joelhos parece muito curta; Escolho cruzá-las
no tornozelo em vez disso. Também puxo, espero
disfarçadamente, a gola em V da minha camisa de mangas
compridas creme, porque mostra o decote. Mostra meu decote.
Meu decote está aparecendo. Além disso, a camisa está bem
ajustada e exibe claramente a forma do meu estômago, costas,
ombros e peito.
É um pesadelo.
Quero correr para o meu escritório, pegar meu Snuggie (que
é basicamente um cobertor com cavas), e me cobrir.
Infelizmente, Joan está sentada à minha frente, me
observando como um falcão. Sou um rato e ela um falcão
peregrino. A resistência é fútil. Cheguei ao prédio e a encontrei no
meu escritório às 7h15, cinco sacolas cheias de roupas no meu
sofá. Estava tomando um cappuccino da minha máquina e
sorrindo para mim como se tivesse acabado de ganhar alguma
coisa.
“Sei que está ocupada, então fiz um dos compradores
comprar um novo guarda-roupa”, ela diz, segurando uma roupa.
“Mude para esta agora.”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Quando abri a boca para me opor, ela acrescentou, “Parecer


profissional não é mais do que eu esperaria de qualquer um dos
meus funcionários.”
Objetivamente, sei que as roupas que o comprador escolheu
a dedo são adoráveis. Elegantes, bem feitas, muito caras e, sem
dúvida, com aparência profissional. É só que não são marrons ou
azuis ou cinza. Não são largas. Elas se encaixam e se encaixam
muito bem, como se tivessem sido feitas para destacar minhas
curvas e... recursos. Pareço bonita nelas, como uma garota. Como
uma garota feminina. E, para aumentar meu horror, há sapatos!
Saltinhos de gatinho e estiletes pontudos e tudo mais, um par
para cada roupa.
As pessoas olham para mim enquanto ando pelo corredor.
Posso sentir seus olhos me seguindo, embora mantenha os meus
no tapete do corredor. Ouço claramente um dos associados da
mídia impressa dizer, “Ela é nova? Quem é aquela?”
Quando entro na sala de conferências, toda a conversa para.
Minha equipe fica boquiaberta. Rachel ofega. Ian fica olhando. E
Joan sorri. Eu me sinto como um ato secundário no circo, o tipo
em que as pessoas olham e apontam.
Mais uma vez, é um pesadelo.
Embaralho e folheio minha pilha de papéis. Eu me viro para
Gerta, tento ignorá-la perplexa e pergunto se fez cópias
suficientes para o time. Propositadamente sento perto da porta
apenas no caso de precisar fazer uma fuga rápida. Na pior das
hipóteses, posso fingir que estou com problemas
gastrointestinais.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Ainda estou formando meu plano de fuga e tentando lutar


contra o meu rubor de intenso desconforto quando o Sr.
Fitzpatrick chega.
Ele está cinco minutos adiantado.
“Merda, cadela e Batalha Galáctica”, murmuro.
Eu tenho o mau hábito de murmurar palavrões quando
estou nervosa; honestamente, acho que posso ter um caso leve de
Tourette. Para suavizar a linguagem obscena e fazer com que me
sinta menos louca, tento incluir uma referência de cultura pop no
final. Geralmente funciona, mas não hoje.
Fecho meus olhos brevemente, reúno uma respiração lenta e
firme pelo nariz e tento lutar com o pico de adrenalina em
submissão. As pessoas se movem ao meu redor, atravessam a
porta e apertam a mão, apresentando-se. Levanto devagar, aperto
a mandíbula com tanta força que acho que pode quebrar um
dente e me viro.
Mas não consigo levantar meus olhos para ele. Então
espero, uso meu cabelo como uma cortina, mergulho meu queixo
no meu peito, e finjo ler os papéis que trouxe e sei de cor. Espero
até que todos sejam apresentados e recuperaram seus lugares ao
redor da sala de conferências. Espero e ouço quando Joan
convida o Sr. Fitzpatrick para se sentar ao meu lado.
Espero até ele dizer, “Continuamos tendo esse problema de
comunicação, Joan. Fiquei com a impressão de que toda a equipe
estaria aqui.”
Levanto meu queixo quando os olhos de Joan se voltam para
os meus, com um sorriso satisfeito no rosto. Ela começa, “Eu
acho, Sr. Fitzpatrick...”

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Mas eu a interrompo com “Acredito que todos estão aqui.”


Ronan olha para mim e faz uma dupla olhada ridícula, de
desenho animado completa com olhos arregalados, boca aberta,
sobrancelhas levantadas e três piscadas. Sua confusão não dura
muito, talvez dois segundos inteiros, antes que seus olhos viajem
para baixo e depois para cima, avaliando rapidamente o meu
corpo como se eu pudesse ser uma aparição e desaparecer
magicamente. Quando seus olhos encontram os meus
novamente, ficam satisfeitos e meio fechados. Um sorriso
preguiçoso reclama seus lábios e faz coisas terríveis ao meu
estado de espírito.
Seu olhar me queima; meu corpo acende em um flash até
que estou suando entre as minhas coxas, debaixo dos meus
braços, no meu estômago e nas minhas costas. Estou queimando.
Sou oficialmente uma lunática.
Pressiono meus lábios e evito seus olhos, faço um sinal para
a cadeira dele, a que está ao lado da minha, e limpo a garganta.
“Por favor, Sr. Fitzpatrick, não vai se sentar?”
“Sim”, ele diz um pouco apressadamente, com um toque de
entusiasmo demais.
Basicamente caio no meu lugar, meus joelhos não cooperam
mais, mas cubro o desajeitado da descompostura ao me
aproximar da mesa e endireitar a pilha de papéis na minha frente
desnecessariamente. Faço o meu melhor para ignorar o jeito que
minha camisa está grudada no meu abdômen, não importa o fato
de que Ronan, quero dizer, o Sr. Fitzpatrick, ainda está
descaradamente me encarando. Posso vê-lo na minha visão
periférica.

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Como uma contramedida, solto o cabelo de onde coloquei


atrás da minha orelha, essencialmente bloqueando meu rosto de
vista. Se tenho que passar por essa reunião, e talvez mais cem
como ela, vestida com essas malditas roupas, então mereço uma
estratégia de enfrentamento. Escondida atrás do meu cabelo tem
que servir.
“Sim, bem, vamos começar.” Joan senta-se do outro lado do
Sr. Fitzpatrick, sua voz corta a conversa. “Ian, pode nos levar
através do progresso até o momento?”
Ainda sinto os olhos do Sr. Fitzpatrick em mim, mas
felizmente Joan decide começar com a atualização de status do
Ian, em vez da minha parte. Mal ouço Ian. Isso realmente não
importa; já li seu memorando, então sei que a equipe está
investigando atrizes, modelos, tipos de sociedade e atletas em sua
busca por mulheres adequadas para atuar como seus encontros
de “red herring”21.
Parte de mim está feliz. Empalideço em comparação com
essas mulheres, e a atenção de Ronan certamente se concentrará
em outro lugar.
Outra parte de mim não consegue pensar em Ronan
participando de um evento no tapete vermelho, uma supermodelo
envolta em seu braço, sem querer esfaquear algo. Acho que fiquei
um pouco apaixonada por ele depois de conversar com seus
companheiros de equipe.
Depois de Ian, Rachel é a próxima. Ela cobre a mídia
tangível, tanto na mídia impressa quanto na televisão, e leva a

21 Uma evasiva: Algo usado para desviar a atenção da matéria real, questão ou objeto (um arenque
vermelho ‘red herring’.)

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equipe através de propagandas planejadas em revistas como


Sports Illustrated, Men’s Health, GQ e Playboy.
“Vou dizer não, graças à ideia da Playboy”, Ronan zomba,
em seguida, continua com humor, “Pelo menos até depois que fiz
meus seios.”
Tento não sorrir. Rachel dá uma risada e Ian estreita os
olhos.
“Sr. Fitzpatrick, nosso objetivo é tornar o máximo de pessoas
conscientes de você, e a Playboy tem um público muito grande.”
Ronan cruza os braços e olha para ele com frieza. “Achei que
deveríamos melhorar a minha imagem, sabe, me limpar.”
“Sim, claro. Mas também não estamos fazendo de você um
coroinha.”
“Espero que não. Todos os coroinhas que conheci são agora
viciados em heroína.”
“Annie...” Joan faz uma pausa, espera que eu encontre seu
olhar, e então diz, “Ajude-nos aqui.”
Balanço a cabeça uma vez e coloco um dos meus pacotes
para Ronan, retiro meus dedos antes que possa fazer contato. Se
me tocar, minha mente ficará em branco, e serei ainda mais um
espetáculo. Coloco minhas mãos no meu colo; elas estão
tremendo.
Essa é a parte da apresentação que Joan ou Rachel
normalmente fazem. Preparo os materiais e um deles entrega o
discurso. Mas não desta vez. Não, não, não... não desta vez.
Limpo minha garganta e olho rapidamente ao redor da
mesa. Todos os olhos estão em mim. Meu coração bate mais
rápido, tamborila desconfortavelmente no meu peito. Todos

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reunidos já leram a proposta e assinaram os detalhes da


declaração de missão, o esboço de imagem ideal e a campanha de
mídia social. Todos sabem que é o meu trabalho. No entanto, não
é mais fácil falar em frente a uma multidão.
“Eu, hã...” Solto uma respiração trêmula, quero que minha
mente se concentre e coopere, mas não adianta. Posso sentir o
pânico aumentar, me sufocar como as águas da inundação.
Engulo, o papel na minha frente borra.
De repente, a voz de Joan corta minha espiral descendente,
firme e segura. “Bem, olhe a hora. Desculpe-me, Sr. Fitzpatrick,
mas a equipe tem outra reunião. Parece que teremos que deixar
você e a Sra. Catrel sozinhos para discutir as especificidades do
esboço de imagem ideal. Espero que não se importe?”
“Não...” Ele responde quase distraidamente a princípio, sua
voz soa preocupada, e então responde em seu tom normal, “Não,
não mesmo. Entendo completamente. Tenho certeza que a Sra.
Catrel e eu podemos levar daqui.”
Volto a mim enquanto os sons de cadeiras sendo
desocupadas e as pessoas que saem da sala fornecem um pano
de fundo para meus exercícios de respiração. Minhas roupas
estão grudadas em mim. Tenho certeza que meu lábio superior e
a minha testa estão molhadas de suor. Estou quente, pegajosa e
desconfortável, mas pelo menos não tenho que fazer minha
apresentação na frente de toda a equipe.
Não. Apenas Ronan Fitzpatrick.
“Foda-se, foda-se, foda-se, Fred Flintstone”, murmuro.
Os últimos sons dos meus companheiros de equipe são
pontuados pelo clique da porta se fechando nas minhas costas,

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mas não olho para cima da mesa até que vários segundos se
passaram. Permito-me um breve olhar para Ronan e fico surpresa
ao encontrá-lo lendo o pacote que coloquei na frente dele.
Sem olhar para cima, ele pergunta, “O que significa ‘esboço
de imagem ideal’?”
Uma onda de gratidão toma conta de mim, e com isso meu
coração gagueja e depois diminui a velocidade. Não sei se Ronan
está se concentrando no meu trabalho em um esforço para
desarmar a tensão causada pelo meu quase ataque de pânico ou
se está realmente interessado no conteúdo do plano. Imagino o
primeiro. Independente disso, respiro um suspiro silencioso de
alívio e me endireito na minha cadeira.
Antes que possa responder ele continua, “Quem colocou isso
junto?”
“Eu coloquei.”
Seus olhos disparam para os meus, uma pequena carranca
franze sua testa e depois de volta para o pacote. “Não achei que
estava envolvida nisso até agora.”
“Estou envolvida com a proposta, Sr. Fitzpatrick, mesmo que
não estivesse presente na reunião inicial. Os detalhes
preliminares foram discutidos com você na segunda e na terça-
feira, e o que Rachel e Ian analisaram hoje inclui estratégias
básicas de senso comum. Agora, o trabalho que faço é muito mais
focado em detalhes, em moldar a mensagem e criar sua imagem
ideal.”
“Minha imagem ideal?” Sua voz sem inflexão. Ele ainda não
olha para mim.

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Levanto meu queixo, jogo meu cabelo por cima do ombro,


encaro-o. “Sim. A sua versão, que queremos que o público veja.”
“O que há de errado com a minha imagem atual?” Os olhos
castanhos de Ronan encontram os meus e têm um desafio; ele me
encara, empurra a cadeira um pouco para trás, coloca nossos
joelhos a cerca de trinta centímetros de distância. Sua boca se
curva em um leve cenho como se eu o tivesse ofendido.
Engulo meu nervoso, cerro minhas mãos no meu colo. Essa
é outra área em que falho completamente: uma comunicação
direta com os clientes. Não sei como dizer aos clientes a verdade,
que o público não quer o verdadeiro Ronan Fitzpatrick, que
precisamos fazer dele uma versão diferente de si mesmo, a fim de
maximizar a exploração de seus talentos e movê-lo para frente em
sua carreira, sem irritar os clientes.
“Por favor, entenda que não estou sugerindo como viver sua
vida, sua vida real. Não sou de forma alguma qualificada para dar
conselhos sobre a vida, e não estou de forma alguma te julgando.”
Respiro fundo e acrescento sob minha respiração, “Na verdade,
sou a última pessoa na terra que deve dar conselhos a alguém
sobre a vida real.”
“O que quer dizer isso?”
“Nada, desculpe.” Olho para a proposta, em seguida, de
volta ao seu olhar penetrante. “O que estou falando aqui é da sua
imagem pública. Sou especialista em percepção, de como usar as
mídias sociais para obter ganhos na opinião pública. Não há nada
de errado com sua imagem atual, é apenas...”
“Então, você gosta da minha imagem?”
“Claro que sim, quero dizer...”

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“Especificamente, o que gosta da minha imagem?” Agora o


canto da sua boca puxa sutilmente para cima, e seus olhos estão
dançando, poças escuras de diversão.
Pressiono meus lábios, tento reprimir meu sorriso de
resposta, sei que entrei nisso. “Bem, gosto que seus
companheiros de equipe chamem você de Mãe Fitzpatrick.”
Fico gratificada ao ver suas sobrancelhas subirem um pouco
ao usar seu apelido, sua boca aberta com partes iguais de sorriso
e surpresa. “Vejo que tem feito sua pesquisa.”
“Claro. Se quiser moldar sua imagem, preciso entender as
matérias-primas com as quais espero trabalhar.”
“Matérias-primas...” Seus olhos estão positivamente
dançando, e seu sorriso cresce, como se soubesse de algo sobre
mim ou suspeitasse de algo e goste. “Com quem você falou?”
“Bem, para começar, Jenna McCarthy, sua nutricionista.”
“Humm...” Ele não parece satisfeito ou descontente,
obviamente estuda minha reação. “Quem mais?”
“Seu professor principal na universidade, seu treinador, seu
preparador físico e dois de seus companheiros de equipe.”
Ele endurece na última menção e seus olhos se estreitam.
“Quais companheiros de equipe?”
“Sr. Flynn e o Sr. Leech.”
“Ah, eles são bons sujeitos.” Acena e acrescenta como uma
reflexão tardia, “São todos bons sujeitos, mas às vezes tomam
decisões ruins.”

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Penso que é muito generoso da parte dele, considerando que


sua noiva o afastou do seu flanker22, como Jenna disse.
Ronan parece estar perdido em seus pensamentos, então
aproveito a oportunidade para estudá-lo. Sinto minha expressão
amolecer enquanto meu olhar percorre sua testa, nariz,
bochechas e lábios. Ele tem algumas cicatrizes que não notei
antes: uma no canto e sob o olho direito, cerca de cinco
centímetros de comprimento, com um ziguezague no meio, como
se fosse o resultado de um corte irregular. Ele tem outra, muito
menor e mais fraca, também ligeiramente à direita, sob o lábio
inferior.
Ele é tão bonito, mas mais do que isso, há uma aura de
sensualidade feroz sobre ele, algo poderoso, magnético. Usa sua
sexualidade abertamente. É tão direto e honesto sobre seus
desejos, sobre quem ele é. E se seus amigos e colegas de trabalho
foram sinceros, também é intensamente honrado, motivado e
inteligente, com um coração bom, leal e generoso.
Sim... estou um pouco apaixonada.
“Por que não veio direto para a fonte?”
Sua pergunta me assusta, e pisco para ele, tento entender a
desordem do que acaba de falar. Quando percebo que não
consigo lembrar a pergunta, falo, “Desculpe, o que foi que disse?”
Ele me dá um pequeno sorriso, seus olhos me dizem que
está feliz. Inclina-se para mim, Ronan prende seus dedos atrás
dos meus joelhos e me puxa para frente entre suas pernas. Então
coloca as mãos em minhas coxas, descansa-as acima do material
da minha saia, e morde o lábio, olha para mim como quem quer
22 Posição do jogador no rúgbi.

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saber todos os meus segredos, ou pelo menos pegá-los


emprestados.
Não protesto. No começo fico muito surpresa. Então estou
completamente hipnotizada pela maneira como está mordendo o
lábio.
“Annie...” ele diz.
“Sim?”
Ele faz uma pausa até que meu olhar se levanta de sua
boca, encontra seus olhos.
“Por que não veio direto para a fonte?” A pergunta é um
ronco baixo e masculino, quase um sussurro, e seus polegares
estão se movendo para frente e para trás sobre a seda da minha
saia, enviam picos encantadores de consciência e deleite para
minha pélvis.
“A fonte?”
“Sim. Se queria saber sobre mim, por que não perguntou?
Eu lhe direi qualquer coisa que queira saber.”
“Hã...” Lambo meus lábios, e seus olhos piscam para a
minha boca, parece escurecer. Desejo então saber o que ele está
pensando.
Então me amaldiçoo por desejar, porque ele diz, “Eu me
pergunto que gosto você tem...”

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Capítulo 6
Calorias: 3.500
Treino: 3 horas no total.
Mingau: Não pode ser trocado por frutas secas, canela ou grandes quantidades de mel.

*Ronan*

Suas coxas parecem boas em minhas mãos, muito boas, na


verdade, bem torneadas e macias e tudo o que eu amo em uma
mulher.
Vendo Annie nas roupas que usa hoje, realmente não a
reconheci por um segundo. O contraste entre o que era nas duas
últimas vezes em que a vi e agora é impressionante. Eu meio que
desejo que ela ainda estivesse usando as roupas velhas porque
vê-la assim está testando minha força de vontade. Ela é toda
curva deliciosa. É uma maravilha que consegui manter minhas
mãos para mim durante toda a reunião.
Foi um alívio quando os outros nos deixaram para conversar
sozinhos. Sei que minha atenção deixa Annie nervosa, mas pelo
menos agora ela consegue falar algumas palavras. Antes, quando
seus colegas estavam na sala, percebi que estava tendo
dificuldade em encontrar sua voz. Seu desamparo naquele
momento me fez querer resgatá-la. Ser seu herói.

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E agora estou segurando suas coxas, correndo os polegares


para frente e para trás sobre o tecido de sua saia, e desejando
que fosse sua pele. Em um piscar de olhos, vou de salvador a
predador.
“Desculpa, o que foi que disse?” Ela pergunta em voz baixa,
e repito minha declaração anterior.
“Eu disse, Annie querida, me pergunto que gosto você tem.”
Nossas bocas estão a poucos centímetros de distância, e
sinto o ar se mover quando ela respira suavemente como se
estivesse se preparando. Ficamos nos encarando por um longo
momento, presos no silêncio pontuado apenas pelo som da nossa
respiração. Sorrio quando o corpo dela avança uma menor fração,
como se estivesse atraída por mim contra seu melhor julgamento.
Posso beijá-la agora.
Move-se em seu assento, engole e finalmente fala. “Isso não
é uma coisa íntima para dizer a um estranho?” Seu tom a trai. Sei
ler a linguagem corporal e a dela me diz que está interessada. Eu
mais do que desperto sua curiosidade.
“Ah, nós não somos estranhos, Annie”, sussurro contra seus
lábios. “Já compartilhamos uma confortável viagem de elevador,
limpei sua parte superior e me enviou uma foto muito estranha
de um relógio e de um ponto de interrogação. Estamos
praticamente namorando.”
“Eu não namoro, Sr. Fitzpatrick.”
“Não?” Murmuro.
Meus polegares ainda acariciam suas coxas; e se está me
sentindo como estou sentindo, sei que tem que estar um pouco

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molhada agora. O pensamento praticamente me faz gemer, e não


consigo mais segurar.
Decisão tomada.
Agarro-a com força, trago minha boca para a dela e a beijo
faminto. Quando nossos lábios se encontram, ouço-a fazer um
som minúsculo. Seu corpo fica rígido e ela não está retribuindo.
Acho que pode ter caído em choque, porque, quando minha
língua desliza e passa a junção de seus lábios, abre de bom
grado e treme contra mim.
Meus dedos cavam em suas coxas e a puxo para mais perto.
Estou em chamas, sinto como se fosse derreter nela. Nunca antes
um único beijo me deixou tão excitado. Ela tem gosto de
chocolate e menta. Annie se balança para frente, e então sinto
sua língua mover-se experimentalmente contra a minha. Por sua
própria vontade, um gemido emana do fundo do meu peito.
Quando levo minhas mãos ao seu pescoço e massageio sua
garganta, ela choraminga. Já estou duro como uma rocha. Suas
mãos estão segurando minha camisa, quase como se não
soubesse se quer me afastar ou me puxar para mais perto.
Então o barulho mais fofo do mundo sai dela quando seu
estômago ronca muito alto. Imediatamente, ela se afasta, suas
bochechas colorindo. Mal pode me olhar nos olhos.
“Sr. Fitzpatrick, eu...”
Corto-a. “É Ronan, Annie. Chame-me de Ronan.”
Ela olha para mim e nos encaramos por um longo momento.
Quero beijá-la novamente. Meu coração está acelerado. Ainda
posso sentir o gosto dela.

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“Não posso te chamar de Ronan...” Ela fala, e não sei se está


falando comigo ou com ela mesma; seus dedos se movem
distraidamente para os lábios, toca-os levemente.
“Sim você pode.”
“É muito familiar.” Mais uma vez, soa como se estivesse
falando sozinha.
“Gosto de familiar.” Aproximo-me.
“É um erro.” Seus olhos estão desfocados.
“Parece divertido.”
“Não posso arriscar...”
Ela está definitivamente falando para si, e as palavras tem
um efeito preocupante. Paro e recuo um pouco, procuro em seu
rosto e me lembro de sua declaração anterior.
“Annie, por que não namora?”
Estou curioso. Não tenho mais relacionamentos, não depois
de Brona; então me pergunto se, como eu, Annie tem alguma
razão profunda para não namorar.
“Hã?” Ela pisca para mim, atordoada. Afasta a ponta dos
dedos da boca como se acabasse de perceber o que está fazendo e
balança a cabeça.
Sorrio porque o beijo parece ter deixado sua cabeça
enevoada. “Você disse antes que não namora. Por que isso?”
“Simplesmente não faço.” Seus olhos caem e depois
levantam de volta para os meus como se estivesse tentando ser
corajosa. Acho que o modo como fala em frases curtas é mais
para sua ansiedade social do que por não ter mais a dizer. É
como se as palavras estivessem lá, mas ficam presas na sua
garganta.

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“Uma mulher bonita como você deveria estar namorando. É


uma vergonha desperdiçar toda essa pele bonita.” Inclino-me
para frente, seus doces lábios muito tentadores; mas os olhos
dela brilham e recua.
Ela rola a cadeira para trás e para longe de mim. “Não vejo
como o namoro está desperdiçando minha... pele.” Annie franze a
testa e puxa sua manga, fica mais ereta agora e, obviamente,
tenta recuperar um ar de profissionalismo. É muito tarde para
isso.
Só ergo uma sobrancelha para ela em resposta, quando se
afasta, porque sei que está se fazendo de idiota agora. Olho para
ela e tento descobrir como fomos de beijar para isso. Não estou
pronto para falar de negócios novamente, ainda não, talvez nunca
com ela. Não quando estamos apenas em volta um do outro e não
sei por que paramos.
Um segundo depois seu estômago ronca novamente, e suas
bochechas ficam vermelhas.
Vejo a minha abertura e pego. “Você está com fome. Vamos
almoçar.” Levanto-me, estendo a mão para ela.
Ela olha para mim e depois se foca nos meus dedos. Está
olhando para a minha mão como se fosse mordê-la. “Eu te disse
que não namoro.”
“Alguém pensa muito de si”, provoco, quero aliviar a tensão.
“Não estou te convidando para um encontro. Isso é trabalho. Nós
ainda precisamos terminar aqui, e está claramente com muita
fome para continuar.” Obviamente, estou cheio de merda, dado
que estava apenas sentindo, dizendo a ela que me perguntava
qual era seu gosto e beijando-a loucamente. Mas quero que ela se

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sinta confortável o suficiente para passar um tempo comigo para


que eu possa, bem, para que eu possa entrar em suas calças. E,
surpreendentemente, apesar de tudo, também quero conhecê-la
melhor, mas recuso-me a analisar o motivo.
Conscientemente, ela coloca os braços ao redor da cintura,
ainda afobada. “Posso pegar algo aqui. Tenho alguns Snickers no
meu escritório.”
Olho para ela e franzo a testa. Ela murmura algo baixinho
sobre idiotas e Pepe le Pew.
“Não vou deixar você comer barras de Snickers no seu
almoço. Precisa de comida de verdade. Vou levá-la ao restaurante
do meu amigo. Você conhece Tom’s Southern Kitchen?”
Seus olhos se arregalam de um jeito esquisito e se erguem
para os meus, e há um segundo de silêncio. “Sim conheço.
Realmente gosto da comida de lá,” ela admite, quase
relutantemente.
“Bem, então, como pode recusar?” Pergunto, ainda com a
minha mão estendida para ela. Ela olha para a minha mão
novamente, sua boca faz uma linha firme, e então se vira e junta
suas coisas, levanta sem a minha ajuda. Hesita na porta, olha
para mim por cima do ombro. Corro para frente e abro a porta
para ela, e parece surpresa com o gesto.
Ela me dá um pequeno olhar sob seus longos cílios e
continua andando. Sigo-a, gosto da minha visão de seu traseiro
quando saímos do escritório.
“Você dirigiu até aqui, Sr. Fitzpatrick?” Annie pergunta
quando entramos no elevador. Infelizmente não estamos

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sozinhos; três outros profissionais do escritório entram no


elevador conosco.
Percebo que Annie ainda insiste em me abordar
formalmente, mas não deixo isso chegar a mim. Verdade seja
dita, ela me chamar de Sr. Fitzpatrick é um pouco excitante.
Posso imaginá-la embaixo de mim, submetendo-se, implorando
ao Sr. Fitzpatrick por mais. Apenas estar perto dessa mulher me
deixa todo agitado, faz a parte suja do meu cérebro trabalhar
horas extras.
“Porque se você fez, posso pegar um táxi e te encontrar no
restaurante”, ela continua enquanto as portas se abrem para o
saguão, todos saem.
Descanso uma mão em sua parte inferior das costas e sinto-
a recuar com o contato, endireita a coluna. Mas então relaxa e me
deixa guiá-la pelo saguão.
“Não, não dirigi hoje. Embora adoraria levá-la para um
passeio em algum momento. Vai ser uma experiência real para
você.” Coloco a mão em seu cotovelo assim que passamos pelas
portas e imagino se percebeu a insinuação. Ela para quando
chegamos à rua e vejo sua garganta funcionar. Quando olha de
volta para mim, seu olhar está aquecido enquanto se move dos
meus olhos para a minha mão em seu braço, e suas bochechas e
pescoço estão um delicioso tom de rosa.
Acho que minha oferta para lhe dar uma carona está
colocando pensamentos agradáveis em sua cabeça.
“Enquanto isso”, falo com indiferença forçada, tento
aprender a sorrir, “Pegaremos um táxi juntos. Dessa forma,

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podemos compartilhar a corrida.” Pisco, não tendo intenção de


deixá-la pagar.
Ela olha para mim em silêncio, mas parece aprovar a divisão
da conta. Faço uma nota disso. Apesar de sua aparente timidez,
Annie me parece um tipo ferozmente independente. Acho que
pode ser uma questão de orgulho para ela nunca deixar um
homem (ou alguém nesse caso) carregá-la.
Cristo, sei como escolhê-las.
Ela sinaliza para um táxi rápido o suficiente e não protesta
quando deslizo minha mão na dela para ajudá-la a entrar no
carro. Sento ao seu lado, abro minhas pernas e ocupo o maior
espaço possível. Sua testa está franzida o tempo todo, e falo o
endereço para o motorista. Reunindo-se, ela abre uma das pastas
que está carregando e começa a folhear algumas páginas.
“Levará alguns minutos para chegar ao restaurante.
Devemos usar o tempo para cobrir algumas coisas antes de
chegarmos lá.”
Inclino-me mais perto, meu braço roça o dela. “Sou todo
ouvidos.”
Engolindo, ela passa um dedo pelos pontos marcados na
página. “Então, acho que devemos começar com uma conta no
Twitter. É simples o suficiente e dá a você a sensação de se
conectar com as pessoas on-line, envolve seu público-alvo.
Podemos conectar o Twitter ao Instagram e ao Tumblr.”
“Não, obrigado. Não sou um cara do tipo Twatter23.”

23 É um grupo maciço de pessoas que falam merdas infinitas e que pensam em si como Aristóteles nos
dias modernos.

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Seus lábios se contraem como se estivesse tentando não


sorrir, mas depois os achata em uma linha rígida. “É o Twitter.
Por favor, não descarte todas as ideias antes mesmo de eu ter a
chance de explicar para você, Sr. Fitzpatrick. Estou apenas
tentando facilitar a vida de nós dois.”
A maneira exasperada com a qual fala me faz sentir mal,
então respondo, “Tudo bem. Continue. Conte tudo sobre esse
Twatter.”
“Não é…”
“Eu sei”, interrompo, sorrio calorosamente. “Só estou
puxando sua perna, querida.”
Ela balança a cabeça e coloca os olhos de volta em seus
papéis, embora tenha a sensação de que está usando-os como
um cobertor de segurança em vez de realmente precisar deles.
Afinal, estou intencionalmente tentando a entrar em seu espaço
pessoal o máximo que posso desde que nos conhecemos.
“Em suma, o Twitter implica em enviar pequenas
informações sobre o que está acontecendo em sua vida no
mundo, na forma de 'tweets'. Cada tweet não pode ter mais que
140 caracteres. Sugiro verificar os perfis de alguns outros
esportistas famosos para ver como funciona. É mais fácil
aprender as coisas à medida que vai fazendo, em vez de dar uma
lição a você, porque vou te aborrecer.”
“Oh, Annie, você nunca poderá me aborrecer.”
Nossos olhos se encontram, e ela fica quieta, então, seus
lábios se abrem como se para dizer alguma coisa, mas não
consegue. Alguns minutos depois, o táxi para.

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“São doze e noventa”, diz o motorista, e eu rapidamente tiro


uma nota de vinte, falo a ele para ficar com o troco, enquanto
Annie remexe em sua pequena carteira. Coloco minha mão na
dela para impedi-la, e seu corpo fica imóvel.
“Eu tenho isso. A próxima rodada você paga.”
Ela olha para mim, franze a testa, concorda e sai do veículo.
A agitação da hora do almoço está a todo vapor quando entramos
no restaurante do Tom. Não é um lugar chique, mas sempre está
cheio; e dado que só está aberto há dois anos, está indo muito
bem. Tom e eu fomos juntos para a escola, e desde então ele era
obcecado em se tornar um chef e abrir seu próprio restaurante.
Acho que nenhum de nós esperava que acabasse comandando
uma das cozinhas mais populares de Nova York, mas também
não esperávamos que eu me tornasse um bad boy relutante do
rúgbi.
E sim, eu me encolho toda vez que tenho que dizer isso.
Coloco minha mão na base da coluna de Annie, desta vez
sem ela vacilar, e a conduzo enquanto uma garçonete nos leva
para uma mesa e nos entrega dois cardápios. Annie se senta na
minha frente e nem abre o cardápio para dar uma olhada.
“Não está mais com fome?” Pergunto, levanto uma
sobrancelha.
Ela pega o telefone e passa o dedo pela tela, sua atenção em
suas mensagens ou o que quer que esteja verificando. “Estou. Só
sei o que eu quero. Já estive aqui antes algumas vezes.”
Sorrio abertamente. “Ah, sabia que havia uma razão para eu
gostar de você.”

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L.H. Cosway & Penny Reid

Seu novo rubor é minúsculo, mas definitivamente está lá.


Ouço Tom se aproximar antes de vê-lo. “Bem, você parece quem
é, Sr. Músculos. Espero que não pense que está recebendo
qualquer besteira de brócolis novamente. Eu me recuso a
cozinhar comida sem gosto.”
Levanto-me e dou um tapinha no ombro do meu amigo de
cabelo ruivo. “Vai fazer o que eu pedir.”
Ele apenas bufa em resposta antes que sua atenção caia em
Annie. “E quem é essa boa moça?”
“Annie, Tom, Tom, Annie”, falo, fazendo as apresentações.
Annie sorri largamente, sua atenção não está mais em seu
telefone. Na verdade, parece muito feliz por estar conhecendo
Tom. “É um prazer conhecê-lo, Tom. Como aqui o tempo todo.
Você é um chef incrível.”
Foda-me. Ela está toda fã sobre ele?
Ele pisca, pega a mão dela e a leva à boca para um beijo, o
aproveitador. “O prazer é todo meu.” Então se vira para mim e
balança a cabeça.
“Olhe para você, vestido informal. Não poderia ter feito mais
esforço para a bela Annie aqui?”
Olho para o jeans e a camiseta que estou usando.
“Ah, não estamos em um encontro. Estou…”
“Ela está me ensinando o twatter”, interrompo.
“Soa sujo”, Tom ri. “Bem, é melhor voltar para a cozinha. O
mundo não pode esperar mais pelo meu gênio culinário.”
Ele sai e Annie ainda sorri para sua forma em retirada.

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“Sua pequena namoradeira”, declaro, inclino meus cotovelos


sobre a mesa e sorrio. “Então, é isso que é preciso para mostrar
seu lado coquete, um chef?”
Sua expressão rapidamente fica sóbria. “Estava sendo
educada com seu amigo.”
“Anh-ham.”
A garçonete volta para pegar nossos pedidos, e Annie pede o
jambalaya. Faço um pedido especial de purê de batatas sem
manteiga e creme, dois peitos de frango cozidos no vapor e uma
salada de espinafre cru. Tom sempre gostou de me falar sobre
meus planos de refeição com TOC; mas se quero alcançar meus
objetivos físicos, não posso me dar ao luxo de perder tempo. Sim,
às vezes a comida é chata como o inferno, mas minha
nutricionista adaptou minha dieta para se encaixar perfeitamente
no meu estilo de vida.
Annie está em seu telefone novamente, então estendo a mão
sobre a mesa e toco seu pulso. “Ei, não sei sobre você, mas no
meu livro, é rude ignorar alguém quando estão fazendo uma
refeição juntos.”
Seus olhos estão na minha mão e não no meu rosto quando
ela responde, “Nossa comida ainda não chegou.”
“Isso é irrelevante, Annie. Largue o olho eletrônico por meio
segundo e fale comigo. É isso que estamos aqui para fazer, não
é?”
Ela coloca o telefone na mesa e retiro a mão. “Peço
desculpas, Sr. Fitzpatrick. Estava enviando um e-mail para
minha assistente, Gerta, acredito que vocês se conheceram por
telefone e e-mail, sobre sua conta do Twitter. Ela encaminhará as

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informações de login ao lado de um tutorial sobre como usar o


site.”
“Aposto que isso vai ser fascinante.”
Ela ignora meu comentário sarcástico e continua a detalhar
os meandros das redes sociais. O tópico me entedia, mas
felizmente estou hipnotizado pela maneira como sua boca se
move enquanto fala e a qualidade suave e melódica de sua voz.
Além disso, definitivamente não é difícil olhar para ela.
Ela já está a uns bons dez minutos conversando quando
nossa comida chega, e então fica quieta enquanto come. Eu me
encontro sentado e olhando para ela. Semelhante a quando a vi
com o éclair pela primeira vez, ela está completamente em sua
comida, e é sexy demais. Não tenho ideia do porque acho sexy,
mas é.
Antes de conhecer Annie, nunca notei muito sobre os
hábitos alimentares femininos, provavelmente porque minha ex,
Brona, comia uma dieta de café preto e saladas de jardim.
Sim, está certo; ela tomava seu café preto para combinar com
seu coração, medito amargamente.
“Então, o que há com a mudança de guarda-roupa?”
Pergunto. “Deixe-me adivinhar, as duas primeiras vezes que vi
você era dia de lavanderia?”
Ela reprime um sorriso e fico contente por tê-la divertido.
“Minha chefe, Joan, está tentando fazer com que eu me vista
de maneira mais apropriada no escritório. Aparentemente, minha
falta de estilo não é boa quando se lida com... clientes.” Ela
parece um pouco angustiada com isso, o que me faz pensar que
não está muito feliz com a ideia.

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Isso me irrita porque Annie é claramente uma mulher


bonita, e acho que Joan pode estar tentando aproveitar esse apelo
tornando-a sexy. Apesar do fato de que eu a quero em minha
cama, o pensamento de outros clientes masculinos sendo mais
receptivos a trabalhar com a empresa por causa de Annie me faz
apertar meus punhos debaixo da mesa. Meu zangado
protecionismo é um pouco inesperado, mas, novamente, sempre
odiei quando as pessoas que são tímidas demais para se defender
são aproveitados.
“Não deixe Joan te intimidar. Você só deve usar o que se
sente confortável.”
Minhas palavras parecem surpreendê-la. “Está bem. Joan é
só, bem, Joan.”
Chego para frente e pego sua mão na minha e ela deixa.
“Posso ter uma palavra com ela, se quiser, dizer-lhe para recuar.
Só porque é uma mulher não significa que não pode ser acusada
de sexismo no local de trabalho. Duvido que tenha dito a Ian para
parar de usar aquelas calças marrons disformes para trabalhar
só porque não são elegantes.”
“Isso não é necessário, Ronan. Posso lidar com Joan.”
Tento não mostrar minha surpresa quando ela usa meu
primeiro nome. Ela puxa a mão da minha e ergue o queixo. Não
vou mais longe, sinto que ela não quer mais falar sobre isso.
Ainda assim, vou dizer alguma coisa para Joan, com ou sem o
consentimento de Annie. Fazer a garota usar coisas que ela não
quer é fodido.
Termino minha comida, e da próxima vez que olho para
cima, encontro Annie me encarando. É inesperado porque

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geralmente ela faz de tudo para evitar contato visual. Um sorriso


lento se espalha pelo meu rosto.
“Dando uma boa olhada?” Falo e passo a mão pelo meu
peito. “Isso é o que está perdendo, Annie. Aposto que gostaria de
ter dito sim para o jantar agora.” Coloco ênfase extra na palavra
para transmitir que, por “jantar”, não quero dizer jantar.
“Como conseguiu suas cicatrizes?” Ela desabafa, muda
completamente de assunto, e soa como se não tivesse a intenção
de fazer a pergunta.
Levanto uma sobrancelha e aponto para abaixo do meu
olho. “Essa eu tive ao cair de um cavalo quando era adolescente,
acredite ou não. A família que morava ao meu lado tinha cavalos
de vez em quando, e como a merda estúpida que eu era, pensei
em ir. Poderia ter quebrado meu pescoço.”
“Ai.” Ela estremece e continua, “Deve ser um lugar muito
chique, ter cavalos.”
Imediatamente, começo a rir.
Ela franze a testa para mim. “O que é tão engraçado?”
“Não há nada de chique sobre onde eu cresci. De onde
venho, cavalos no campo são extravagantes; Considerando que os
cavalos em um conjunto habitacional estão lá porque algum
idiota comprou ilegalmente de algum outro idiota, e pensaram
que seria divertido galopar ao redor por um tempo.”
“Ah.” Sua testa franze. “Não encontrei nada disso na minha
pesquisa. Pelo que pude reunir, você vem de uma...” Ela hesita
como se escolhendo suas palavras. “Sua família é privilegiada.”

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Agora é a minha vez de franzir a testa. “Você realmente


precisa começar a procurar a fonte para suas informações, Annie.
Essa é a única maneira de obter uma imagem clara.”
Ela inclina-se para frente e junta às mãos. “Ok, então estou
indo para a fonte agora. Conte-me sobre como cresceu.”
“Primeiro, minha família não é privilegiada. Minha mãe
trabalhou duro para me mandar para a escola.”
“Mas a família de seu pai, não são do tipo bem de vida?”
Posso dizer que está pescando, procura por algo em
particular. Não tenho vontade de falar sobre a família do meu pai
porque são todos uns malditos bastardos, todos eles. E quando
falo sobre eles, e sobre como deixaram minha mãe, minha irmã e
eu para morrer de fome, normalmente perco minha merda.
Coço a nuca, um gesto nervoso, e balanço a cabeça. “Não
falo sobre os Fitzpatrick”, falo, sei que minha voz é dura e fria.
Suas sobrancelhas levantam um entalhe, e seu olhar
procura o meu. Posso ver sua curiosidade, seu interesse, mas fico
aliviado quando ela deixa o assunto cair. “Então, se não se
importa, conte-me mais sobre sua infância.”
E assim eu faço. Ficamos ali sentados por quase meia hora,
e conto a ela sobre meu estranho background de contrastes,
frequentando uma escola para meninos elegantes e depois
voltando para casa para uma pequena casa do Conselho todas as
noites. Como costumava desejar que mamãe não me obrigasse a
imitar a educação do papai, porque andar pela propriedade,
vestindo aquele uniforme, todas as noites, significava que tinha
que aprender a lutar rapidamente. Annie está extasiada com a
minha história, pendurada em cada palavra.

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“As crianças locais me acusavam de pensar que era melhor


que elas e, depois, na escola, a maioria dos alunos achava que
eram melhores que eu. Era uma piada.” Balanço a cabeça com a
lembrança.
“Sinto muito que teve que passar por isso.” Sua expressão
fica suave, preocupada.
“Não. Lutar é uma boa prática dentro e fora do campo. Em
uma partida, você não pode hesitar em ficar rude.”
“Parece violento.”
“Talvez”, admito, tento ver minha infância e o esporte de
rúgbi do ponto de vista dela. “Mas é real, sabe? Quando luta com
seus punhos, é real; não são jogos mentais e manipulação. Não
me importo muito com a violência. É com a falta de sinceridade,
falta de honestidade com que tenho um problema.”
Ela acena fervorosamente. “Sim. Sim, precisamente. Confiar
nas pessoas é impossível porque nunca sabe, nunca pode saber,
quais são suas intenções. Às vezes nem elas sabem.”
“Não foi isso que eu disse, Annie. Confiar nas pessoas não é
impossível. Confio em minha mãe e minha irmã, minha família.
Às vezes nem sabia de onde minha mãe estava recebendo o
dinheiro para pagar as mensalidades, mas ela conseguia de
alguma forma. Acho que agora que posso dar uma boa vida a ela,
toda a luta valeu a pena.”
Quando termino de falar, ela senta-se e cruza as mãos no
colo. “Você tem sorte de ter uma mãe tão solidária. Tenho certeza
de que está muito orgulhosa”, diz e depois fica quieta por um
longo tempo, como se perdida em pensamentos.

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Tento aliviar o clima, acrescento, “Bem, no final, tive muito a


ver com meu próprio sucesso. Não foi tudo minha mãe que fez.
Cuidado, vai ferir meu delicado ego masculino.”
Seus olhos piscam para os meus e ela ri suavemente. É um
som lindo.
“Viu, posso fazer você rir. Não sou tão abominável, sou?”
Murmuro.
“Não”, ela sussurra. “Não abominável em tudo.”
“Mesmo com todas as minhas horríveis cicatrizes?”
Seus olhos cintilam em minhas feições, como se apreciando
cada uma das linhas ásperas, e quando ela fala, parece distraída.
“Eu gosto de suas cicatrizes. Seu rosto seria perfeito demais sem
elas.”
“Perfeito? Quer dizer como o seu rosto?” Amo o quanto ela
está falando.
Seu nariz enruga automaticamente, uma resposta
completamente natural e genuína ao meu elogio, uma
demonstração tão refrescante de modéstia casualmente honesta.
Deus, ela é tão diferente das aves que normalmente tenho. Está
com ar fresco. Ela é perfeita.
Ela é o que você precisa... O pensamento vem do nada e é
sóbrio. Esta não é uma garota que serei capaz de foder e
esquecer.
“Não há nada perfeito no meu rosto.”
Limpo minha garganta, tento forçar a provocação de volta ao
meu tom. “Seus lábios são perfeitos.”
“Não.”
“Sim.”

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“Não.” Ela rola-os entre os dentes.


“Você esqueceu, eu beijei esses lábios, então agora sou um
especialista.”
Eu a surpreendo. O olhar em seu rosto revela que está se
lembrando do nosso beijo. Parece abruptamente envergonhada
novamente. Estou gostando de conversar com ela e da sua
companhia mais do que gostei de estar com alguém por muito
tempo. Não quero que vá embora ainda, então mudo de assunto
rapidamente.
“Mas o suficiente sobre o seu lindo rosto. Sinto que te dei
uma visão confusa da minha infância. Crescer não foi tudo sobre
brigas. Houve alguns bons momentos, como o Natal, quando
tinha quinze anos. Foi um ano apertado para nós porque Ma
perdeu um de seus empregos em um café da cidade. Ela sempre
pagou pela minha escola primeiro, então, acabamos comendo
feijão com torrada na maioria das noites. Eu me senti mal porque
minha irmã, Lucy, ficava sem nada para que eu pudesse ir para
uma escola chique. Alguns meses antes, comecei a trabalhar e
economizei quase todo o dinheiro que ganhei. Então, no dia
anterior à véspera de Natal, fui fazer compras. Comprei para
minha mãe um vidro de seu perfume favorito e consegui um
conjunto de joias para Lucy que ela queria o ano todo. Depois fui
ao supermercado e gastei até o último centavo que tinha na
comida mais chique que consegui encontrar.”
Annie está novamente absorvida em minha história, seus
olhos grandes e interessados. “O que conseguiu?”
“Todo o tipo de coisas. Juro por Deus, eu me senti como
Willy fodido Wonka quando cheguei em casa, carregado com

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sacos cheios de guloseimas. E o olhar no rosto da Lucy quando


viu todo o chocolate, nunca vou esquecer isso. Embora o
problema seja que, quando está acostumada a tão pouco, seu
estômago não sabe realmente como lidar com a indulgência. Nós
dois acabamos deitados no chão da sala de estar com dor de
estômago, e nem tínhamos comido tanto assim.” Sorrio.
Annie está acenando quando concorda, com um sorriso no
rosto. “Isso é tão verdade! Lembro-me de uma vez que uma
família me trouxe para jantar nesse restaurante realmente chique
e me disse que poderia pedir o que quisesse no cardápio. Eu
planejava comer a última migalha de todos os quatro pratos, mas
quando cheguei na metade do segundo, estava cheia demais para
qualquer outra coisa. Fui para casa toda decepcionada comigo
mesma.”
Olho para ela com curiosidade. “Uma família? Quer dizer
sua família?”
Leva um momento para responder, e ela não faz contato
visual quando responde. “Ah, hã... era apenas uma família de
amigos.” Por algum motivo, tenho dificuldade em acreditar nessa
resposta, e não consigo identificar o motivo. Ela vira para o lado e
tira um cartão de crédito da bolsa, evita o meu olhar.
Primeiro, definitivamente, há algo de errado com a
explicação dela; Terei que pressioná-la sobre esta questão mais
tarde. E segundo, ela tem sua merda em baldes se acha que
estou deixando pagar.
“A refeição é por conta da casa. Tom me deixa comer aqui de
graça”, minto.
Suas sobrancelhas sobem até a testa. “Mesmo?”

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“Ahm-hã.”
“Uau, estou realmente com inveja.” Ela coloca seu cartão na
bolsa, e então parece que nosso pequeno coração-para-coração
acabou porque está toda negócios novamente. “Ok, bem, preciso
voltar para o escritório agora. Por favor, verifique seu e-mail
quando chegar em casa, Gerta entrará em contato com mais
informações nos próximos dias.”
Ela se levanta, e eu também, bloqueio seu caminho para
fora do restaurante. “Por que Gerta?” Pergunto, voz baixa.
“Porque não você?”
“Eu sou...só que eu normalmente não trabalho diretamente
com clientes, Sr. Fitzp...”
Coloco meu dedo em seus lábios antes que ela possa
terminar a frase, e ela fica totalmente imóvel. “O que é necessário
para me chamar de Ronan o tempo todo, hein?”
Ela inala profundamente e então dá um passo atrás para
que eu não a toque mais. Ela se inclina para frente enquanto
recuo, mas depois se contém.
“Não posso te chamar de Ronan o tempo todo. É pouco
profissional.”
“Mas você quer. Gostaria muito de me chamar de Ronan o
tempo todo.”
Seus grandes olhos pousam nos meus lábios e depois caem
no meu pescoço. “Nós temos um relacionamento comercial. O que
quero é irrelevante.”
“Não para mim. Gostaria de dar a você tudo o que quiser.”
O olhar de Annie salta para o meu, e ela solta sua próxima
pergunta como se realmente não quisesse perguntar. “Por quê?”

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“Você é muito real, Annie. Gosto que seja sem pretensão.


Gosto que seja inteligente e sexy como o inferno sem muito
barulho. Gosto de quem você é.”
“Não sabe disso. Posso ser muito exigente. Não me conhece.”
Sinto minha boca levantar ao lado. “Então me diga.”
Parece haver um conflito em seus olhos, e sei que está
lutando para permanecer reservada. Poderia matar para saber o
que está pensando.
Por fim, ela desvia o olhar. “Como eu disse, Sr. Fitzpatrick,
Gerta entrará em contato.” Sua voz é baixa, suave e treme um
pouco. Com isso, rapidamente passa por mim e sai do
restaurante.
Fico ali, indeciso, penso se devo ou não ir atrás dela. Não
quero ser agressivo, então caio de volta no meu lugar. Decido que
devo esperar que ela dê o próximo passo. Eu a beijei. Ela sabe
que a quero agora, então a bola está bem e verdadeiramente no
seu lado. O problema com esse plano é que Annie é tão nervosa
que posso esperar cem anos para ela se mexer.
O que preciso fazer é descobrir uma maneira de seduzi-la
sem empurrar. Puxo meu telefone, encontro um novo e-mail da
minha irmã Lucy, contando sobre seu dia. Há outro da Gerta com
todas as informações do Twitter, mas acho que pode esperar até
amanhã.
Quando chego em casa, trabalho por um tempo e depois
janto. Estou sozinho, e meus dedos coçam com o desejo de ligar
para Annie. Seria inútil, porém, porque Gerta sempre á a única a
responder, e Annie está sempre convenientemente ocupada.
Nessa noite, meu telefone toca com um alerta de e-mail, e quase

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nem me dou ao trabalho de verificar. Tão entediado e solitário


como estou, no entanto, eu me vejo dando uma olhada no final.
O que encontro surpreende a muito. The Socialmedialite
decidiu responder à minha última mensagem, e não é nada
parecido com o que eu esperava.

13 de março
Ronan,
Posso te chamar de Ronan? Ronan, você precisa de uma
intervenção. Desculpe antecipadamente que este e-mail é tão longo.
Vou ser franca: você precisa relaxar, Ronan. Relaxar. Está
exagerando seriamente. Dê um passo para trás e pense realmente
sobre o que realmente está acontecendo aqui. Como gosta de listas
numeradas, usarei esse formato.
1. Ser destaque no meu blog ― especialmente como destaquei
você no meu blog ― não é uma coisa ruim. É uma coisa boa.
Poderia ter me enviado um e-mail para destacar uma instituição de
caridade próxima e querida ao seu coração; em vez disso, enviou
mensagens de ódio. : - \
2. Você deve saber melhor do que enviar e-mails para
blogueiros aleatórios e sem rosto. Eu poderia ser um homem de 67
anos de idade, ex-funcionário dos correios no Bronx, com uma
queda por gatos ruivos. Poderia ser uma porca vingativa. E se
pegasse seu e-mail e o publicasse online? Isso teria feito parecer
completamente louco e adicionado mais aos seus problemas.
3. Não vou postar seu e-mail on-line porque não sou maluca, e
você parece (apesar de seu temperamento curto) uma pessoa legal,
talvez um pouco honesta e sincera com seus sentimentos. Às vezes

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L.H. Cosway & Penny Reid

é melhor manter seus sentimentos para si. Não precisa


compartilhar o que sente toda vez que está sentindo isso. Manter
as suas emoções circunspectas evitará que se machuque com a
crueldade que tem a maioria das pessoas.
4. Você precisa relaxar sobre toda essa besteira de mídia.
Faça como a música diz e deixe. Isto. Ir. Apenas deixe ir.
Concentre-se no positivo e IGNORE O NEGATIVO. Desculpe por
gritar com você, mas ― como eu disse ― da pesquisa que fiz sobre
você, você parece uma boa pessoa.
Em resumo, deixe-me saber se quer que eu destaque qualquer
instituição de caridade em particular, nunca envie e-mails para
pessoas que não conhece pessoalmente, compartilhe seus
pensamentos e sentimentos apenas com aqueles em que confia e
deixe o negativo se concentrar no positivo.
Eu sinceramente espero que aceite meu conselho.
Tudo de bom, The Socialmedialite.

A primeira vez que leio, fico com raiva. Na segunda vez,


minha raiva lentamente começa a diminuir porque, embora ela
pareça um pouco alta e poderosa, também posso ver que está
tentando ser gentil, e não sei como lidar com isso. Ela me deu
conselhos. Bons conselhos. Em circunstâncias normais, deixaria
nossa correspondência onde está. Mas já é tarde e estou solitário
por companhia.
Estou com saudades de casa, mas ao mesmo tempo, não
posso voltar ainda. Há muitas lembranças ruins lá, muitos
sentimentos dolorosos. E Brona está lá. Não quero estar no
mesmo país que ela, ainda não. É triste, mas acho que

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L.H. Cosway & Penny Reid

responderia ao próprio Diabo nesse momento, estou tão


desesperado por alguém para conversar. Queria que fosse a
Annie, mas me contentarei com essa blogueira online.

13 de março
Cara The Socialmedialite,
Obrigado pelo seu conselho. Você não merecia suportar o peso
da minha raiva. Foi simplesmente um caso de timing ruim. Quando
vi o seu artigo, estava segurando minha língua por semanas,
permitindo que as pessoas escrevessem mentiras sobre mim e
nunca revidando.
Acho que você não é tão ruim quanto eu, é?
Acredite ou não, estou tentando deixar passar. Na verdade,
estou no que você chamaria de treinamento de mídia no momento.
Então isso é progresso, sim? É chato pra caralho, mas pelo menos
estou tentando.
Saudações,
Ronan Fitzpatrick
P.S. Você é realmente um ex-funcionário dos correios de 67
anos de idade, preso no Bronx? Porque esse visual está matando
totalmente o meu burburinho. Estou imaginando você como um tipo
dominador de bibliotecária sexy. Não me importo se não é. Retratá-
la desse jeito é o que me faz feliz, então terá que viver com isso.
P.P.S. Qualquer caridade para crianças desfavorecidas
funciona para mim.

Sei que minha resposta é excessivamente amistosa e


pessoal, mesmo flertando. O que estou fazendo? Estou me

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L.H. Cosway & Penny Reid

sentindo imprudente e aperto “enviar” antes de pensar; então me


arrependo. Vou para trás e para frente até que vejo uma nova
mensagem na minha caixa de entrada.

Ronan
Sinta-se livre para visualizar o que quiser. Isso não muda o
fato de eu ter uma barba desalinhada, barriga de cerveja e uma
gigantesca tatuagem de uma sereia de topless no meu braço.
SML

Sorrio e imediatamente aperto responder.

SML,
Apenas por curiosidade, qual o tamanho da taça que tem a
sereia?
Ronan

Faço o meu shake de proteína noturno. Quando volto ao


meu laptop vinte minutos depois, vejo a resposta dela.

Vá para a cama, Ronan.

E assim eu faço.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Capítulo 7
A farsa: Quando o fotógrafo finge estar tirando uma foto de uma coisa (talvez um grupo de
pessoas ou uma atração turística), mas está tirando uma foto de algo ou de outra pessoa.
Melhor para: monumentos nacionais, locais de interesse/nota.
Não use: Se não houver nada de interessante nas proximidades.

* Annie *

O primeiro presente chegou à tarde de 14 de março.


Quando o porteiro do prédio ligou, eu ainda estava de
pijama.
“Senhora Catrel, é Tony do térreo. Desculpe ligar, mas você
recebeu uma entrega especial, e o cara aqui não me deixa assinar
por isso.”
“Ah... Tem certeza de que é para mim?”
“Sim, diz Annie Catrel na frente.”
“Hum... humm.” Faço uma careta, não sei o que fazer. Não
conheço ninguém, na verdade. Não tenho amigos na vida real.
Embora tenha alguns amigos e colegas on-line com os quais sou
amigável como The Socialmedialite, nenhum deles sabe quem eu
realmente sou ou como entrar em contato comigo, muito menos
onde moro.
“Quer que eu o acompanhe até seu apartamento? Ou você
quer descer aqui?”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Acho que vou descer.”


“OK. Desculpe incomodá-la.”
“Não tem problema, Tony. 'Tchau.”
Olho para o telefone por alguns segundos depois de desligar
e então corro para vestir jeans, chinelos e uma camiseta, puxo
meu cabelo em um rabo de cavalo.
Lá embaixo, encontro Tony olhando infeliz para um
mensageiro que segura uma caixa de tamanho médio. Noto que o
homem, na verdade, um adolescente pela aparência dele, usa
uma camiseta com um logotipo que diz Chá e Simpatia sobre o
peito esquerdo.
“Annie Catrel?” Ele pergunta.
“Sim.” Olho para o jovem, então para Tony.
“Aqui, isso é para você.” O mensageiro estende a caixa e a
coloca no meu braço relutante.
“Preciso assinar alguma coisa?”
“Não. Só tinha que ter certeza de que dei a você
diretamente.” Ele me dá um sorriso de menino que me diz que
gostou de irritar Tony, e então, se vira e sai antes que eu possa
questioná-lo ainda mais.
Dou a Tony um olhar compassivo e depois volto para o meu
apartamento. Uma vez em segurança, considero o pacote apenas
brevemente antes de abri-lo. Lá dentro, encontro uma caixa de
chá com tampa de vidro, cheio de delicados saquinhos de chá e
rótulos feitos à mão. A caixa é teca ou alguma outra madeira
bonita e rica. Os chás vão de Earl Grey a uma mistura especial de
Chá e Simpatia.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Fico maravilhada com os lindos sacos, cheiro a cada um


deles. Logo descubro que estou sorrindo maravilhada. Procuro na
caixa por alguma nota sobre quem a enviou e depois volto minha
atenção para o pacote em que ela está. Na parte inferior da caixa
de papelão há um cartão:

Prezada Sra. Catrel,


Espero que isso te deixe quente.
Atenciosamente, Ronan Fitzpatrick

Minha boca se abre com a nota atrevida, embora muito


sucinta. Não posso evitar. Rio.
Ele é… ele é tão…é um paquerador tão ousado! E, no
entanto, o chá é um presente tão pensativo. O fato de que é tão
perfeito para mim, algo que desejaria, mas nunca teria comprado
para mim, me dá um zumbido muito forte de prazer.
Apesar de eu e meus instintos cuidadosamente afiados, de
nunca querer ou esperar nada de ninguém, prontamente vou
para a cozinha e coloco a chaleira para preparar o chá.
Também quero dizer obrigada, mas estender a mão para
Ronan como Annie Catrel só poderá causar problemas. Portanto,
enquanto espero a água ferver, envio um e-mail rápido pelo The
Socialmedialite.

14 de março
14h14
Caro Ronan

Rugby #1
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Vejo que está no Twitter agora. Segui você; não se esqueça de


me seguir de volta para que possamos interagir.
Além disso, me deparei com um artigo sobre o envolvimento
on-line. É intitulado “Campanhas de mídia social para iniciantes.”
O link está no documento anexo. Espero que isso ajude.
-The Socialmedialite

Não é um agradecimento, por si só, mas é algo pequeno que


posso fazer para ajudá-lo. No esquema cármico das coisas, terá
que bastar. Aperto “enviar” assim que ouço o apito da chaleira.
O chá não me deixa quente. Mas isso me aquece e me faz
sorrir.

***

15 de março
12:32
SML,
Obrigado pelo artigo. Foi esclarecedor, mas isso ainda parece
uma perda monumental de tempo. Estou sentado na minha bunda
na frente de um computador, olhando para twatter, em vez de
realmente fazer alguma coisa.
-R

15 de março
12:45
Ronan
É Twitter, não “twatter”.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Twatter soa como uma ferramenta de vibração muito


especializada de algum tipo. ;-)
-SML

15 de março
12:52
Twitter, twatter, fodido, filho da mãe, não ligo como é
chamado.
Poderia estar interagindo com pessoas reais em vez de fingir
interagir. Como faz isso o tempo todo? Eu perderia a cabeça.
-Ronan

15 de março
7:18 da manhã
Caro Ronan
Eu sinceramente gosto disso. Adoro interagir com pessoas
online. Sinto que é um refúgio seguro onde as pessoas são livres
para ser quem realmente são.
-SML

15 de março
8:15
Explique por favor.
Por que não pode ser quem realmente é em uma loja de
donuts ou no parque? Por que tem que estar online? Sou eu mesmo
em todos os lugares que vou. Não se limite a um mundo falso
criado por pervertidos nerds que se masturbam nos porões dos

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

pais. Sabe que a Internet foi inventada para comercialização de


pornografia, certo?
Essa merda não faz sentido.

***

O segundo presente chegou ao meio da tarde de 15 de


março. Desta vez, Tony não ligou. Só apareceu na minha porta
com o presente a tiracolo. Aliás, devo dizer presentes a reboque.
“Há muito mais lá embaixo.” Tony me dá um olhar confuso,
em seguida, examina o interior do meu apartamento. “Acho que
eles não vão caber.”
Olho entre ele e os cinco homens atrás dele, todos com
braçadas de flores. Margaridas, rosas, lírios, girassóis, íris, todo
tipo de pedúnculo disponível comercialmente está representado.
Fico boquiaberta com a cena, em seguida, volto minha expressão
atordoada para Tony.
“O que- Quem-”
“Há uma nota.” Ele desajeitadamente puxa um cartão do
bolso da calça, solta um magnífico arranjo de peônias e
hortênsias.
Pego as flores do chão e a nota, abrindo-a e examinando o
conteúdo. Claro, é de Ronan. Leio:

Querida Annie
Rosas são vermelhas.
Violetas são azuis.
Estou usando minha mão

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L.H. Cosway & Penny Reid

Mas estou pensando em você.


- Ronan
P.S. Só para esclarecer, estou usando minha mão para
escrever esta nota... tire sua mente da sarjeta.

Engasgo e, então sufoco uma risada assustada. Então,


engasgo novamente quando o corredor cheio de flores volta ao
foco.
Ronan Fitzpatrick está completamente louco.
“O que quer que façamos?” Tony se mexe
desconfortavelmente, suas sobrancelhas negras se juntando em
uma demonstração de ansiedade.
“Um...” Luto, olho da esquerda para a direita enquanto
penso em alguma coisa. Não é bom. Em todos os lugares que
olho, vejo flores. Aperto meus olhos fechados para poder pensar.
“Apenas, apenas me dê um minuto...”
Tony está certo. Apenas as braçadas de flores no corredor
nunca caberiam no meu pequeno apartamento aconchegante.
Além disso, seria um desperdício, ter uma selva de flores para
mim. Realmente, elas precisam ser compartilhadas…
“Espere! Tenho uma ideia.” Abro os olhos e seguro o
antebraço de Tony. “Acha que existe alguma maneira de mandá-
las para o Memorial Sloan-Kettering? E distribuir para os
pacientes?”
Ele assente pensativo, devagar a princípio, mas depois, com
mais convicção. “Sim. Sim. Posso fazer isso acontecer.”
“Deixe-me saber quanto custa. Terei prazer em reembolsá-
lo.”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Ele me dá um sorriso aliviado. “Obrigado, senhorita Catrel.


Vou deixar você saber.” Então, ele se volta para seus
compatriotas. “Ok pessoal, desçam as escadas. Vamos enviar isso
para o Sloan-Kettering. Vamos.”
Eu os assisto marchar de volta para o elevador. Não é até as
portas se fecharem atrás, que percebo que ainda estou segurando
as peônias e hortênsias no meu peito.

***

15 de março
22h55
Caro Ronan
RI MUITO! @ “Comercialização de pornografia.”
Você é muito engraçado.
De certa forma, seu último e-mail está correto, mas de outra
forma mais precisa, está errado.
O ambiente on-line é único e isso é muito bom.
Em vez de serem julgados pelo que parecem ou por sua
capacidade de falar diante de uma multidão, as pessoas são
julgadas pelo mérito de suas ideias e palavras.
-SML

16 de março
12:02
Prezada Srta. Preguiçosa,
As pessoas devem ser julgadas pelo que parecem - não 100%,
mas isso deve ser levado em conta. Se você trabalha duro consigo

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L.H. Cosway & Penny Reid

mesmo, cuida de si mesmo, então é um reflexo da pessoa dentro de


você.
As pessoas são mais do que apenas seus cérebros. Goste ou
não, supondo que uma pessoa tenha controle sobre sua aparência
pessoal, o corpo é tão importante quanto.
Se ignorar seu corpo, estará ignorando uma parte essencial
de si mesmo.
-Ronan

***

O terceiro presente chegou no final da tarde do dia 16 de


março.
Estava voltando da minha caminhada no Central Park
quando Tony me chamou antes que pudesse chegar ao elevador.
“Senhora Catrel! Espere, espere um momento.” Ele corre.
Nunca o vi correr antes.
“Oh Olá. Obrigada novamente por sua ajuda com as flores
ontem.”
“Não tem problema nenhum, Srta. Catrel.” Ele me faz uma
pequena reverência e olha por cima do ombro. Sigo o caminho de
seus olhos e encontro uma moça muito bonita de terno muito
elegante andando em nossa direção. “Então, esta senhora aqui”,
Tony baixa a voz e joga um polegar por cima do ombro “ela é da
Cartier, e ela...”
“Senhora Catrel?” A mulher pergunta com um largo sorriso.
“Você é a Sra. Annie Catrel?”

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L.H. Cosway & Penny Reid

Balanço a cabeça, encolhendo-me um pouco para trás. Ela é


muito bonita, elegante mesmo. A maquiagem dela é impecável de
uma maneira que nunca dominarei, mesmo quando me envolvia
com sombra e batom no passado. Ela também é muito alta, com
cabelos muito pretos, olhos muito azuis e dentes muito brancos e
retos.
“Isto é para você.” Ela enfia a mão em uma maleta e retira
uma caixa de veludo vermelho, empurrando-o até que minhas
mãos automaticamente levantam para agarrá-la.
“Para mim? O que é isso?”
Ela me dá um sorriso muito gentil. “Cumprimentos do Sr.
Fitzpatrick.”
Então ela se vira e sai com seus saltos estalando e ecoando
no chão de pedra.
Olho de Tony para a caixa. Ele dá de ombros e suspira:
“Então… esse cara, esse Sr. Fitzpatrick, ele vai continuar
enviando presentes? Quero dizer, não é da minha conta. Mas, se
for talvez devêssemos configurar algum tipo de sistema para o
recebimento, se não estiver no prédio.”
Balanço a cabeça. “Desculpe Tony. Eu sinceramente não sei
o que está acontecendo.”
“Sério?” Ele parece cético e divertido. “Senhora Catrel deixe-
me soletrar para você: acho que está sendo cortejada.”
Minhas sobrancelhas saltam, fazendo Tony rir. Então, ele se
vira e me deixa também.
Agarro a caixa com mais força e caminho até o elevador,
sentindo uma sensação de desconforto. Em minhas mãos há uma

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

caixa de veludo da Cartier, entregue pessoalmente pela loja, com


os cumprimentos de Ronan Fitzpatrick.
De volta à minha pequena sala de estar, coloco a caixa na
mesa de café e vou para o meu quarto para me trocar. Decido
que, o que quer que seja, tenho que devolver. Parte de mim nem
quer abrir. Qual seria a utilidade de abrir isso quando não irei
mantê-lo?
Mas a curiosidade finalmente supera a resistência. Sento no
sofá, respiro fundo e depois abro a caixa.
Há uma nota. Pego. Abaixo do bilhete há um delicado colar
de ouro com um pingente de ouro e diamantes. É de tirar o fôlego.
O pingente é composto por uma série de nós intrincados; os
reconheço como Celtic, mas não faço ideia do que significam. Um
diamante maior foi colocado com muito bom gosto no centro do
nó; bem como, várias pedras menores foram colocadas em
destaque ao longo da borda externa.
É realmente muito magnífico. Refinado, discreto, sutil e, no
entanto, deve ser escandalosamente caro. Rapidamente fecho a
caixa, coloco de volta na mesa, depois volto minha atenção para a
nota:

Querida Annie
Vi isso hoje e isso me lembrou de você. Nem pense em
tentar devolver para mim; não vou aceitar. Terá que doá-lo para
caridade se não quiser. É dado livremente e vem sem amarras.
Porém, se decidir usar isso para mim enquanto estiver nua, não
vou reclamar.
-Ronan

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

***

16 de março
19h30
Caro Ronan
Eu cedo ao seu ponto sobre o físico sendo uma parte
importante do eu; é importante ser saudável, concordo. Mas não
entendo gastar horas preparando ou gastando centenas de dólares
em roupas que saem de moda depois de dois meses. Extremos - em
qualquer direção, ignorando o físico ou dando-lhe muita
importância - acho que são contraproducentes e perigosos para o
bem-estar geral.
Porém, você deve admitir que as interações pessoais são
fugazes. Mas on-line, a interação é preservada (basicamente) para
sempre. Nada é fugaz porque pode ser revisitado sempre que
desejar.
Dê uma chance!
- Senhorita Preguiçosa

16 de março
23:15
Querida Senhorita, Coração solitário,
Se quer preservar as interações pessoais, tudo que precisa
fazer é registrá-las…. Eu fiz isso no passado, cada vez com
resultados estelares.
Parece-me que, por mais que eu precise de aulas nas mídias
sociais, você precisa de lições sobre como realmente viver. Quando

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L.H. Cosway & Penny Reid

foi a última vez que experimentou algum tipo de interação pessoal


que a deixou sem fôlego ou excitada? Nada on-line pode chegar
perto de experimentar o toque de outra pessoa, um beijo, uma
carícia ou a antecipação dessas coisas.
Nada neste mundo fictício chega perto.
Enviaria um link de um artigo sobre o assunto, mas isso
realmente minaria meu argumento. Você precisa realmente
experimentar. Tome seu próprio conselho e dê uma chance.
-Ronan

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Capítulo 8
17 de março
1:14
Caro Ronan
Não estou ignorando sua última mensagem, mas estou escrevendo para você agora porque
quero ser a única a contar antes de descobrir por outra pessoa. Este artigo (em anexo) ainda
não foi publicado, mas será publicado no jornal de amanhã e, pouco depois, em todos os sites
de fofoca. Ao lê-lo, verá que sua ex-namorada está acusando você de violência doméstica e anos
de abuso emocional. Tenho um amigo no jornal que me envia coisas de celebridades antes de
serem impressas.
Por favor, não reaja! Provavelmente deve fazer alguns posts benignos no Twitter hoje, talvez
sobre sua dieta chata (tirar fotos) ou sobre o restaurante do seu amigo Tom. Também terei
prazer em twittar com você sobre algo relacionado à sua caridade.
Apenas... não reaja a isso. Ela parece completamente louca. Se reagir, estará jogando tudo nas
mãos dela.
Sinceramente, senhorita secretamente coração solitário.

* Annie *

O meu debate interno dura desde a hora em que vou dormir


às 1:30 da manhã até acordar de um sono intermitente às 7:13
da manhã.
Então, dura mais dois minutos. Posso ficar em casa e
trabalhar e ignorar minha preocupação com Ronan e sua ex-
namorada rancorosa, esperar para ser contatada pelo escritório

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L.H. Cosway & Penny Reid

assim que a história for impressa; ou posso ir ao trabalho, dar a


notícia a Joan e pedir-lhe uma reunião de controle de danos.
Em última análise, cedo à vontade de procurar Ronan.
Justifico lembrando que ele não é apenas um cliente. Fizemos
uma parceria e Joan quer que eu esteja mais presente no
escritório. Além disso, posso usar isso como uma oportunidade
para devolver o colar.
Quando chego ao escritório na manhã de segunda-feira, as
ruas já estão lotadas de gente se preparando para o desfile do Dia
de São Patrício de Nova York. Não estou agendada para estar no
escritório até quarta-feira e talvez esteja checando
obsessivamente a minha conta de trabalho e minha conta de e-
mail Socialmedialite, esperando que ele enviasse um e-mail para
um de nós. Também verificava seu feed no Twitter, esperando que
ele não planejasse retaliar publicamente.
Assim que chego, vou ao escritório de Joan. Sua assistente
me diz que chegou há uma hora, mas que estava em uma
reunião. Peço que me ligue assim que tiver um momento livre e
então, recuo para o meu escritório.
Consigo fazer algum trabalho. Concentro-me no começo de
um plano de ação para combater a propaganda de Brona O'Shea,
e é uma boa maneira de canalizar minha energia inquieta, mas
continuo verificando meus e-mails.
Às nove horas da manhã, meu celular toca. Agarro e vejo
que o número listado é a linha telefônica da sala de conferências
principal.
Paro enquanto respondo. “Uh, olá?”

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L.H. Cosway & Penny Reid

“Annie, você está on-line ainda?” A voz de Joan chega com


um leve eco; sei que está no viva-voz na sala de conferências.
“Sim, estou on-line.”
“Bom. Ouça o The Times está publicando uma reportagem
hoje sobre Ronan Fitzpatrick, e é... bem, vou deixar você ler. Vai
estar por todo o lado até esta tarde. O ponto é que precisamos
elaborar um plano. Vou precisar de você no escritório hoje.”
“Ah bem...”
Ela me corta. “Você deve saber que estou sentada aqui com
Rachel, Becky, Gerta e Ian. O Sr. Fitzpatrick está a caminho. Em
quanto tempo pode chegar aqui?”
Limpo a garganta, uma onda de excitação me percorre com a
notícia de que Ronan já está a caminho. Estarei passando tempo
com ele hoje. Queria que fosse em diferentes circunstâncias, mas
não posso negar que estou animada em vê-lo. Minha mão alisa o
comprimento do meu vestido preto na altura do joelho. Como as
outras roupas que Joan comprou, isso me serviu como se fosse
feito para o meu corpo, mas é completamente apropriado para o
escritório. Combinei com um cardigã cor-de-rosa e um salto de
veludo preto.
“Eu vi o artigo cedo esta manhã. Elaborei um plano de ação
básico e posso enviá-lo para a equipe. Basicamente, minha
opinião sobre a situação é que precisamos arrumar uma
namorada para ele o mais rápido possível. Precisamos de uma
namorada apropriada e estável para ele, e precisamos intensificar
as aparições públicas, tanto com a namorada como sozinho.”
“Eu concordo.” Isso vem de Ian. “Esses são exatamente os
meus sentimentos. Precisamos juntá-lo a alguém que a mídia vá

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amar, alguém com credibilidade e o oposto de Brona O'Shea, e


dar a eles muitas oportunidades de fotos românticas. Um novo
interesse amoroso enterrará essa história. Teremos que descartar
o plano anterior de vários parceiros, pelo menos por enquanto.”
Engulo uma amargura repentina na garganta e tento me
concentrar no plano, no bem do cliente. “Ronan está interessado
em instituições de caridade para crianças desfavorecidas.
Conheço a diretora do programa da Sports Stars, e sei que ela
adoraria ter Ronan para os eventos.” Isso é verdade. A
Socialmedialite conhece o diretor do programa da Sports Stars.
De qualquer forma, a instituição de caridade foca em associar
celebridades esportivas a jovens em risco, e a Socialmedialite
orquestrou várias apresentações no passado. O diretor do
programa me deve um favor. O grupo será ótimo para fotos e
imprensa positiva.
“Precisamos de uma lista final de candidatas até o final do
dia, Ian.” A voz de Joan se mantem no limite e quase posso ver
sua expressão de dor. “E sem atrizes ou modelos ou pirralhas
ricas e mimadas. Nós não queremos nenhum drama. Mulheres de
perfil em esportes ou um tipo profissional que está à procura de
progressão na carreira. Precisamos de alguém sério, então, essa
Brona parecerá frívola em comparação. Talvez cheque com o
escritório do promotor público, veja se têm alguma estrela
jurídica promissora de olho na política. Mas tem que ser linda
porque ninguém se importará se ela não for linda.”
“Então, uma profissional inteligente, séria e linda que não se
importa em fingir namorar um jogador irlandês de rugby cuja ex-
namorada boca-dura está acusando de violência

Rugby #1
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doméstica...entendi direito?” O sarcasmo de Ian é tão pesado que


me pergunto se não estamos todos esmagados pelo peso disso.
“Apenas faça Ian. Precisamos de alguém agora.” Então, Joan
volta sua atenção para mim e sua voz se suaviza. “Ouça, Annie.
Realmente preciso de você no escritório quando o Sr. Fitzpatrick
chegar. Se puder tranquilizá-lo e assegurar-lhe que temos um
plano, acho que será um bom caminho para aliviar o pessoal da
Liga de Rugby Internacional. A história se rompeu ontem à noite
na Irlanda. Está em todos os jornais da noite, e dizer que estão
tendo um colapso é um eufemismo.”
“Sim.” Balanço a cabeça, andando pelo meu escritório. “Sim
posso fazer isso. Falarei com ele quando chegar.”
“Obrigada Annie. Mande seu plano de ação para a equipe, e
Ian preencherá os espaços em branco para as candidatas.” Joan
diz e desliga a ligação.
Puxo o telefone para longe do meu ouvido e rolo minha conta
de e-mail Socialmedialite novamente, procurando por uma
mensagem de Ronan. Nada ainda.
Meu estômago ronca, então percebo com algum fascínio que
pulei o café da manhã. Isso é altamente incomum. Amo comida
do café da manhã. Particularmente adoro waffles. Nunca fiquei
confusa e distraída pelo drama do cliente; mas nunca beijei um
cliente antes e nunca enviei e-mails usando palavras reais em vez
de infográficos.
Eu me permito pensar no beijo. Meus dedos vão para os
meus lábios. Toco-os, recordando a sensação de sua boca contra
a minha, suas mãos nas minhas pernas, meus dedos em punho
em sua camisa, o jeito que cheira e o gosto dele.

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L.H. Cosway & Penny Reid

O beijo.
Meu corpo esquenta com a lembrança, e encosto-me a
minha mesa porque meus joelhos parecem um pouco vacilantes
e, maldito donut duplo, aquele homem é um excelente beijador.
Mas mais do que isso, nós nos conectamos de alguma forma
rudimentar na quinta-feira passada durante o almoço. Ouvindo
sobre sua infância, ouvindo-o falar, como é aberto, como é
sincero e disposto a confiar...me fez querer confiar. Não queria
confiar em ninguém desde que confusamente confiei minha
virgindade ao quarterback do ensino médio na noite do baile. A
noite foi tão estereotipada em sua tragédia e decepção, pensar
nisso agora me faz rir e me encolher.
Fui tão idiota.
As pessoas não são confiáveis.
Waffles, no entanto, nunca me decepcionam ou me largam
na manhã seguinte. Posso contar com waffles.
Decido de uma vez que preciso de waffles… ou uma
bomba…e um chá de hortelã. Talvez mande mensagem para
WriteALoveSong e veja o que ela está fazendo...
Pego minha carteira preta e corro para a porta, sem prestar
muita atenção nos ocupantes do corredor enquanto me
encaminho para os elevadores. Pressiono o botão de chamada e
verifico as mensagens no meu telefone novamente.
Perifericamente, estou ciente do barulho do elevador. Sem desviar
o olhar do meu e-mail, dou um passo em direção ao elevador.
“Annie.”
Paro de repente, reconhecendo a voz de Ronan
imediatamente, e olho para cima quando ele para na minha

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frente. Está saindo do elevador e parece... horrível. Parece


chateado e irritado e desgastado. Seu cabelo está molhado, mas
não se barbeou. A sombra escura de sua barba espelha as
sombras de preocupação sob seus olhos. Está vestindo uma
camiseta branca, jeans e sua jaqueta de couro preta.
Parece muito gostoso quanto uma bomba, mas com uma
aura de vulnerabilidade sombria que me faz querer abraçá-lo,
fazer chá e beijá-lo muito. Esses sentimentos são alarmantes,
pois nunca fiz essas coisas para alguém, e ninguém, bem, desde
os seis anos de idade, jamais fez para mim.
“Ronan...” Respiro, automaticamente pego sua mão e
procuro sua expressão sombria. “Você está bem?”
Ele faz uma careta. “Você viu, então? Viu a história?
Balanço a cabeça enquanto ele exala uma respiração
audível.
“Não se preocupe, nós vamos...”
“É tudo mentira! Nunca faria isso; nunca foderia...”
Cubro a boca dele, mantenho o olhar por um instante,
depois o levo de volta ao elevador, grata por sermos os únicos no
elevador.
Quando as portas se fecham, abaixo a mão e aperto o botão
do saguão. Ele pega meus dedos e seus olhos nunca deixam os
meus.
“Você tem que saber. Nunca faria essas coisas. Nunca
machucaria uma mulher. Nunca trancaria alguém em um quarto
e... porra, ela é tão louca!” Sua exclamação e palavrões trai sua
óbvia frustração. Parece que quer destruir algo ou alguém, mas
reflito que caras grandes, fortes e poderosos como ele devem

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

sempre parecer assim quando estão com raiva. Seu corpo foi feito
para força e ação, mas isso não significa que realmente faria
qualquer coisa.
Exceto, meu cérebro me lembra, que ele bateu em seu
companheiro de equipe e regularmente bate nos caras no campo de
rugby….
Aperto a mão dele. “Você está certo, ela é louca. Mas não se
preocupe. Nós temos um plano.”
Ele franze a testa para mim, dando-me um olhar de lado
atado com suspeita. “Que tipo de plano?”
Antes que possa responder, as portas se abrem e anunciam
nossa chegada ao saguão. Ele olha para longe de mim e vejo que
seus olhos estão cheios de tristeza e algo mais, algo como
desamparo.
Talvez seja por causa do nosso incrível beijo na semana
passada, ou talvez por causa dos e-mails que está trocando
comigo como The Socialmedialite, mas me sinto protetora dele,
possessiva. Quero mantê-lo seguro; quero animá-lo. Mas sou
desajeitada em interações da vida real. Não sei o que fazer ou o
que dizer como ser outra coisa senão quieta, porque quando falo
meus pensamentos, o desastre e a estranheza vêm geralmente
logo atrás.
Agindo por instinto, porque quero dar-lhe conforto, puxo
para fora do elevador, deslizo minha mão na curva de seu
cotovelo e caminho para perto de seu lado.
“Venha comigo e vou falar sobre isso. Ainda não tomei café
da manhã e estou morrendo de fome.”

Rugby #1
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Ele olha furioso para as portas de vidro que dão para a rua,
o conjunto de sua mandíbula severa e ranzinza. “Eu já comi.”
“Então pode me ver comer.” Depois que termino de fazer a
sugestão, faço uma careta e minhas bochechas se aquecem. Isso
soa muito estranho. Por que ele iria querer me ver comer?
Ele move apenas seus olhos para os meus. Estão quase
completamente escondidos sob seus cílios espessos e escuros, e
fico contente em ver sua expressão suavizar com curiosidade. “O
que vai comer?”
“Uh, estava pensando em uma bomba de chocolate." Minhas
palavras são ditas em voz baixa porque são um pouco
embaraçosas.
A primeira vez que ele me viu, eu estava comendo uma
bomba. Provavelmente vai me considerar obcecada por bombas, o
que é verdade. Estou obcecada por bombas.
Sua boca entorta para o lado. “Sim, ok. Isso pode ser
divertido.”
Sua resposta é surpreendente; Seu assentimento soa
completamente genuíno, como se realmente pensasse que me ver
comer fosse divertido. Não posso evitar meu pequeno sorriso de
resposta.
“OK. Bom.”
“Bom.” Ele sorri, seus olhos se movem sobre o meu rosto.
Estou tão ocupada me perdendo em sua estrutura óssea
verdadeiramente magnífica, seu sorriso suavemente curvado, os
olhos quentes que me lembra de fondue de chocolate e ganache
de chocolate e tudo de chocolate, que tropeço quando saímos do
edifício.

Rugby #1
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“Gah, merda!” Cambaleio para frente, tropeço e estendo a


mão livre.
Ronan me pega antes que eu possa cair de cara no cimento
e me vira para ele; segura meus braços para me manter firme.
“Whoa, você está bem?”
Balanço a cabeça, fazendo uma careta com a minha falta de
jeito. “Desculpe, eu obviamente... não sou boa em andar... às
vezes.”
“Bem, você não pode ser boa em tudo,” ele brinca.
Sinto minha carranca ceder e reviro os olhos. “Sim, é claro
que seria demais esperar que eu fosse um caminhante
experiente.”
“Felizmente para você, sou muito talentoso em andar. Aqui,”
ele diz desliza o braço em volta dos meus ombros e me pressiona
perto do seu lado, “se eu segurar você assim, então pode
compartilhar algumas das minhas habilidades loucas de andar.”
Franzo meu rosto, meus braços parecem estranhos ao meu
lado enquanto caminhamos nessa posição. Tento colocar minha
mão no bolso do meu vestido, mas isso só me faz dar uma
cotovelada no estômago dele.
“O que está fazendo?” Ele pergunta. “Por que está se
mexendo assim?”
“Onde eu coloco meu braço? Parece estranho apenas ficar
aqui.”
Ele joga a cabeça para trás e ri. Eventualmente, olha para
mim quando seu ataque de humor diminui. Olha para mim como
se eu fosse adorável e hilária e encantadora. Isso me faz sentir
menos e mais desajeitada ao mesmo tempo.

Rugby #1
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“Coloque ao redor de mim, assim.” Ele puxa meu braço ao


redor de sua cintura, de modo que minha mão descansa em seu
quadril oposto. Um rubor aquecido se espalha do meu peito para
a minha garganta pelo jeito que estou tocando nele. Parece
inteiramente íntimo, como se estivéssemos nos abraçando
enquanto caminhamos.
Ronan muito forte e sólido e masculino. Tento engolir as
sensações contraditórias maravilhosas e alarmantes por estar tão
perto dele. Meu estômago torce e vibra. Tento igualar minha
respiração e falho.
“O que está errado agora?” Ele pergunta. Eu o encontro me
observando com os olhos apertados.
“Nada.”
“Sim, algo está errado. Está respirando de forma engraçada
e muito tensa. Se não puder relaxar, vamos parar por aqui e vou
fazer você relaxar dando-lhe uma massagem nas costas... ou um
orgasmo.”
Solto uma risada surpresa, e então, cubro minha boca com
a mão que não está tocando seu quadril.
Sua risada em resposta, um latido chocado provavelmente
causado pelo som do meu bufo deselegante, me faz rir ainda
mais.
“O que é esse som? Você está cheirando?” Ele aperta meus
ombros quando atravessamos a rua, sua voz grossa de diversão.
Bufo novamente, porque quando eu rio, bufo como o filhote
amoroso de um porco com um jacaré, a menos que segure o meu
nariz, caso em que soe como se tivesse um caso terrível de
soluços, o que o faz rir ainda mais. Logo estamos em um ciclo de

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

riso perpétuo, e temos que parar em frente a uma loja de


bicicletas para recuperar o fôlego. Não consigo olhar para ele sem
explodir em risadas, então mantenho meus olhos na calçada até
que ele me puxa para frente e me abraça.
Estou paralisada por minha própria alegria e não o afasto;
em vez disso, enterro minha cabeça contra o peito dele, agarro as
lapelas de sua jaqueta e aproveito a cadência agitada de sua
risada enquanto recua. Ele tem uma grande risada, uma risada
sexy. Minha risada é o chamado do canto de acasalamento do Pé
grande.
“Você tem...” Ele faz uma pausa, suspira, levanta a mão
para enxugar os olhos, e espera até que eu olhe para ele. “Ah,
Deus...” Balança a cabeça, sorrindo para mim. Sei que ele está
tentando se recompor, então, não irá se dissolver em outra onda
de hilaridade incontrolável. “Você tem a risada mais
surpreendente que já ouvi.”
Deixo minha testa cair em seu peito musculoso e pressiono
meus lábios juntos; minhas palavras são abafadas quando
finalmente confio em mim mesma para falar. “É por isso que não
dou risada das pessoas. Tenho o pior riso. É o pior.”
“É maravilhoso.”
Inclino meu queixo para cima e olho para ele. “Soa como o
som que um porco faria se estivesse tendo relações sexuais com
um jacaré.”
Ronan joga a cabeça para trás e, surpresa, surpresa, ri.
Eu me permito um sorriso, mas engulo minha risadinha
antes que possa borbulhar além dos meus lábios.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Vamos.” Eu o puxo. “Estou com fome e ainda temos dois


quarteirões para andar.”
‘Bom.” Ele me puxa para trás contra ele, em seguida, enfia
minha mão ao redor de sua cintura. Coloca em seu quadril e eu
mais uma vez debaixo do braço. “Isso vai me dar tempo para lhe
contar algumas das minhas piadas de mal gosto favoritas.”

***

Não percebo que estou relaxada até que já estou relaxada


por mais de uma hora. Fiel à sua palavra, Ronan se diverte
vendo-me comer, talvez divertido demais.
A padaria é bem pequena e tem apenas duas mesas, ambas
pressionadas contra a vitrine de vidro e com vista para a calçada.
Ele reivindica a única mesa vaga enquanto peço minha comida.
Eu me junto a ele, sentada em frente, como se fosse à coisa mais
natural do mundo, enquanto conta uma piada de mau gosto
terrível de onde parou antes de nos separarmos para eu pedir.
Ignoro seus olhos, que dançam com desafio, desafiando-me
a rir e, em vez disso, coloco um copo de água na frente dele,
arrumo o meu chá e enfio o rosto na doce, macia e cremosa
bomba.
Posso ter gemido. Sei que fecho meus olhos enquanto
mastigo. É… É o céu com recheio de creme.
Quando abro os olhos, encontro Ronan me observando.
Seus cotovelos estão sobre a mesa e está ligeiramente inclinado
para frente, sentado em uma cadeira que parece pequena demais
para sua forma atlética. Um de seus polegares roça seus lábios, e

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

seus olhos estão treinados na minha boca como se tivesse


acabado de curar o câncer.
Endureço. “Tenho algo na minha boca?”
Quando fala, ele parece um pouco atordoado. “Ainda não…”
Levanto uma sobrancelha para ele enquanto seus olhos
voltam a se concentrar nos meus; estão quentes e... interessados.
Quase predatórios. Na verdade, estão definitivamente predatórios.
Definitivamente.
Engulo desnecessariamente, meu estômago tremula, e olho
para ele de lado. “O quê?”
“Posso assistir você comer isso o dia todo.”
Levanto minha sobrancelha mais alta, mas fico em silêncio.
“É verdade. Eu posso. Nós devemos fazer isso. Eu deveria ter
você na minha casa. Vou fornecer as bombas, agora que sei onde
as compra, e você fornece o entretenimento.”
“Não, por favor, não. Com base no seu histórico de
presentes, compraria todas as massas ao norte da 59th Street.”
“Gostou das flores, não é?” Seu sorriso me lembra de um
menino muito malvado e muito satisfeito. “Gosto da ideia de
encher sua casa com guloseimas.”
“Au, isso é uma oferta muito tentadora.” Eu me esforço para
parecer tanto indiferente quanto recatada, mas na verdade, um
apartamento cheio de bombas estava lá em cima no meu
proverbial beco da felicidade.
“Mas deve saber...” Ronan se aproxima e olha por cima do
ombro como se estivesse se certificando de que ninguém mais
está ouvindo. Tomo meu chá e tento parecer entediada enquanto
ele continua: “Vai ter que fazer isso nua.”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Cuspo meu chá.


Cuspo meu chá bem no rosto de Ronan.
É horrível. Sou horrível, mesmo que não seja proposital.
Um momento terrível de paralisia chocada e mortificada
passa onde posso apenas tardiamente cobrir minha boca e ficar
boquiaberta com ele e o que eu fiz. Enquanto isso, depois de um
sobressalto inicial de surpresa, ele fica imóvel, os olhos fechados
e meu chá quente em todo o seu rosto e camisa branca.
“Oh meu Deus, Me desculpe!” Pulo, agarro o dispensador de
guardanapos e retiro pelo menos dez guardanapos de papel em
rápida sucessão; então, porque não sei mais o que fazer, começo
a limpar o seu rosto, o pescoço e a camisa. Mas estou tão focada
na bagunça que criei que não percebo onde tinha coloquei a
xícara de chá até que é tarde demais.
Isso mesmo. Bato nisso com o cotovelo quando ele abre os
olhos, e isso corre pela mesa, espirra em sua camisa, e encharca
a frente de suas calças. Ronan respira fundo, em seguida, se
levanta abruptamente, sua cadeira caindo em sua pressa para
ficar em pé, e amaldiçoa (provavelmente porque o chá ainda está
quente).
“Oh, meu Deus!’ Ando para trás e para longe, levanto
minhas mãos para cobrir o meu rosto, e fico perfeitamente
imóvel, porque se ficar quieta e imóvel, então, não causarei mais
danos. Ainda agarro os guardanapos úmidos.
Sempre fui um pouco desajeitada, mas isso é ridículo. A
viagem e o ligeiro tropeção anterior são mais o meu modus
operandi. Estou sempre tropeçando nos meus próprios pés ou
colidindo com as coisas porque não estou olhando para cima.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Cuspir e encharcar as pessoas com chá quente está bem além do


meu normal. Fecho meus olhos e me forço a desaparecer.
Então, ouço sua risada.
Abro um olho e olho através dos meus dedos; o encontro
encostado na janela, segurando seu estômago, rindo
incontrolavelmente. Eu o observo por alguns instantes, me
perguntando se está rindo porque está frustrado ou porque está
realmente achando meu abuso engraçado.
Vendo minha reticência, ele me dá um grande sorriso.
Balança a cabeça e exala uma respiração audível, Ronan parece o
oposto do homem furioso e torturado que encontrei há uma hora
atrás. Parece perplexo, sim, mas também parece alegre e feliz e
talvez um pouco sobrecarregado.
Deixo cair minhas mãos para os meus lados e dou um meio
passo à frente. “Eu sinto muito. Sinto muitíssimo.”
Ele acena dispensando meu pedido de desculpas quando a
senhora de trás do balcão vem com uma toalha e pergunta se ele
está bem.
“Estou bem,” diz para ela e para mim. Ele fecha a distância
entre nós e coloca as mãos nos meus braços. Não deve ter
gostado da minha expressão porque mergulha o queixo no peito e
repete: “Realmente, estou bem. Estou.”
“Não posso andar e, obviamente, tenho dificuldade em
engolir.”
Ele fala. “Isso é ruim...”
Meus olhos se arregalam com a afirmação dele, mas minha
boca se abre quando acrescenta: “Prefiro uma mulher que engole,
mas cuspir não me incomoda muito.”

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“Ronan!” Bato nele no peito. Não tenho ideia de quando nós


cruzamos essa linha, a linha onde me sinto confortável batendo
nele por suas provocações maliciosas, mas lá estamos nós.
Outra risada retumba de seu peito, e não parece
envergonhado. “Oh, o chá valeu totalmente a pena. Levaria cem
vezes pela expressão em seu rosto agora.”
Esmago meu sorriso, determinada a não sujeitá-lo a minha
risada-bufo de novo e inspeciono suas roupas. Ele está uma
bagunça.
“Pelo menos, não sei, deixe-me ajudá-lo de alguma forma...”
Esfrego sua camisa encharcada, gostando bastante de como perto
posso ver os músculos do seu peito e do estômago.
Distraidamente, passo as mãos na frente de suas calças.
“Annie...”
“Eu sei; Eu lembro. Devo tocar de leve, não esfregar.”
Lembro-me de suas palavras no nosso primeiro encontro.
“Annie...”
“Estou esfregando?”
“Não... mas, Deus, eu queria que fizesse.”
Olho para ele por um momento, entendendo a implicação de
suas palavras, então gemo e fecho meus olhos. “Você tem que
parar de fazer isso. Não pode dizer essas coisas.”
“Sei que você gosta.”
“Talvez sim, mas é assim que acaba com o chá cuspido na
sua cara.”
“Não é tão ruim.’
Olho para ele, encontro seus olhos em mim, quentes e
avaliadores.

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“Você é um pouco de um tornado, não é?” Ele diz isso com


bom humor e seu olhar caloroso e avaliador fica quente e
interessado. “Depois de tudo isso, acho que o mínimo que pode
fazer é me dar um beijo para melhorar.”
Olho para ele, perplexa. O movimento sobre o seu ombro
chama minha atenção, e olho para a mulher limpando depois da
minha bagunça na mesa. Ela está nos observando furtivamente e
obviamente escuta nossa conversa. Limpo minha garganta e dou
um passo mais perto dele, abaixando a minha voz para que não
possa ser ouvida.
“Como pode querer que eu te beije? Acabei de agredi-lo com
o meu chá... duas vezes.”
“Vou tomar seu chá de assalto a qualquer dia... se...” -
Ronan se inclina para frente, abaixa a cabeça, mas para a boca
apenas um fio de cabelo de me beijar. Ele continua em um
sussurro – “... se for seguido de um beijo.”
Sua ação tira a respiração dos meus pulmões, e eu me sinto
balançando para frente. Mesmo ensopado de chá e bagunçado,
ele faz meu estômago revirar e meu coração palpitar. E, caramba,
é muito charmoso, sexy demais, também... glorioso.
Antes que eu possa me recuperar, um som meio gemido
meio suspiro escapa dos meus lábios. Ele toma isso como
permissão, o que, basicamente, totalmente é, e captura minha
boca com a dele.
E eu o beijo de volta.
Tocamos apenas com nossas bocas, língua e dentes e, como
ele, é maravilhoso. Ele beija como flerta, agressivamente, com
completo abandono de especialista. Meus seios parecem pesados

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e cheios, e quero que toque neles, toque em mim, faça algo


diferente do que me provocar com a boca. Mas ele não faz. E
quando entro no beijo, levanta as mãos e me pega, me segurando.
Dou um pequeno gemido frustrado e levanto a cabeça.
Ele parece satisfeito e contente.
Enquanto isso, estou me sentindo frustrada, desorientada e
excitada.
Ele pressiona seus lábios nos meus mais uma vez e depois
se afasta, seu delicioso olhar de chocolate me acaricia. “Não quero
estragar esse vestido bonito.” Seu tom é suave enquanto ele
explica, e aponta para sua camisa manchada de chá.
Olho para ele, me sentindo um pouco perdida em Ronan
Fitzpatrick e seus sorrisos epicamente quentes e beijos quentes e
olhares ardentes.
Estou completamente fora da minha profundidade. Meus
sentimentos estão todos emaranhados, e não tenho o direito de
estar emarando sentimentos com Ronan.
Estudando-o agora, realmente olhando para ele, vejo que, o
que quer que estejamos fazendo, esse jogo que começamos para
ele, isso não é um flerte, um flerte rápido. Está realmente
interessado em mim. Ele gosta de mim, ou pelo menos o que sabe
de mim.
E ele merece mais, e não penso nisso porque eu tenho baixa
autoestima. Penso isso porque é a verdade. Sou uma bagunça.
Sou inexperiente. Sou uma eremita quebrada e maluca. Meus
problemas têm problemas. Minhas mágoas doem. Sei como fugir.
Sou muito boa em fugir; não sei como ficar.

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Nada pode acontecer entre nós. Nada pode acontecer, e


quanto mais cedo ele perceber essa verdade, melhor.
Não sei o que dizer então digo: “Eu sinto muito.”
“Pare de se desculpar.”
“Não pelo chá, mas sinto muito por isso.”
“Tudo bem, não é grande coisa.”
Ele pega minha mão. Eu a puxo, dou um passo para trás e
cruzo os braços sobre o peito. Sua testa enruga, traindo sua
confusão, e seus olhos me examinam.
“Annie...”
“Não, realmente, sinto muito. Eu, nós… isso não pode
acontecer. Os presentes são demais. Tudo é maravilhoso, e suas
anotações, elas são tão... e não posso te dizer o quanto eu amo,
mas isso, nós, nós... isso nunca vai acontecer.”
Seus olhos se estreitam em mim; e posso ver que está se
preparando para discutir, então eu o interrompo.
“É porque sou uma bagunça, ok? Sou uma bagunça
completa.”
“Todo mundo é uma bagunça.”
“Não como eu. Isso.” Aponto para o meu rosto. “Sou louca.
Tenho problemas graves de abandono, problemas com papai e
problemas com a mamãe. Não sou apenas tímida. Estou
aterrorizada. E não quero mudar. Gosto da minha vida. Gosto de
ter controle sobre tudo. Eu não quero...” Engulo em seco e desvio
o olhar, incapaz de encontrar a intensidade ardente de seu olhar.
“Não quero você.”
“Eu sei que é uma mentira.”

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“Não quero você Ronan.” Sussurro duramente. “Não é


suficiente para mudar quem eu sou.”
Ficamos ali em silêncio, e posso sentir seus olhos em mim.
Assisto a ascensão e queda de seu peito enquanto uma guerra
dentro de mim se enfurece. Quero tocá-lo e quero nunca mais vê-
lo.
Apenas quando o momento fica insuportável, Ronan se vira.
Ele se arrasta até a mesa que havíamos abandonado, tira uma
nota do bolso e coloca na mesa. Faz uma pausa, obviamente
recolhendo seus pensamentos, então caminha de volta para mim.
Com lentidão medida, pega minha mão.
“Ronan, não...”
“Não estou pedindo nada para você. Só quero segurar sua
maldita mão, ok?”
Meu olhar cintila em seu rosto, encontra sua expressão dura
e determinada. Balanço a cabeça uma vez e encaixo meus dedos
nos dele, ignorando a faísca que sobe pelo meu braço e o
profundo e insondável inchaço de desejo que sufoca minha
garganta, tornando impossível falar.
Ele nos tira da padaria desce pela calçada, atravessa os dois
quarteirões e volta ao meu prédio de escritórios. Nós não falamos,
e seu aperto na minha mão é firme, mas não apertado. Se eu
quisesse, poderia ter me soltado, mas não o faço. Quando
paramos no cruzamento, ele passa o polegar sobre meus dedos e
entre meus dedos em um círculo amplo. O movimento envia picos
de consciência flutuando para baixo em minha barriga.

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Mas não consigo falar e mal consigo respirar. Ainda tenho o


colar na bolsa e ainda estou decidida a devolvê-lo; mas sei que
agora não é a hora.
Ele não solta minha mão até que estamos no elevador, a
caminho do escritório. Está do lado oposto do elevador e não olha
para mim. A fúria está de volta, o aro torturado e triste ao redor
de seus olhos, e me sinto como a maior idiota do planeta porque
tenho uma parte em colocá-lo lá.
Quando as portas se abrem, ele espera que eu saia primeiro.
Ando na frente dele, tentando descobrir o que dizer, como nos
levar de volta para um espaço profissional e longe de Annie e
Ronan. Precisamos ser a sra Catrel e o sr Fitzpatrick; nós
precisamos trabalhar juntos.
Não dou atenção à recepcionista quando passo, mas ela me
para.
“Oh! Ms. Catrel! Sr. Fitzpatrick! Estão todos esperando por
vocês dois na sala de conferências. Você precisa ir até lá agora,
como agora mesmo!”
Olho para Ronan por cima do meu ombro. Seu lindo rosto
está marcado com uma carranca.
“Por quê?”
“É sobre as fotos,” ela diz, saltando para seus pés. Ela olha
para ele, depois para mim e depois para ele novamente.
Claramente, espera que saibamos do que ela está falando.
“Que fotos?” Ele pergunta depois de uma pausa. “Brona
publicou fotos?”

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“O que? Não, não a senhorita O'Shea. São as fotos de você e


da sra Catrel hoje...” A recepcionista loira suspira e depois acena
para nós.
Compartilho outro olhar cauteloso com Ronan, em seguida,
dou a volta na mesa dela e me inclino por cima do seu ombro
para ver a tela do computador.
Suas próximas palavras são sussurradas. “Veja, fora do
prédio. Seu braço está ao seu redor e você está rindo. E então,
estas”, ela rola mais para baixo, “onde você está... bem, vocês
estão se beijando.”
“O quê?” Ronan se encolhe e depois se junta a nós atrás de
sua mesa.
Com certeza, claro como o dia, há fotos documentando
minha última hora com Ronan, bem, tudo e incluindo o beijo.
Não há fotos de nós voltando para o prédio. Tenho que me
perguntar se ainda não foram carregadas.
Mas não consigo pensar.
Não consigo processar o que isso significa.
Em silêncio, pergunto: “E Joan? Joan viu isso?”
Ela assente: “Oh, sim. É por isso que estão esperando por
vocês dois na sala de conferências. Vocês dois precisam ir para lá
agora mesmo.”
Eu me endireito, minha mente uma bagunça e pisco para
Ronan.
Ele parece estar perplexo, mas não chateado. Principalmente
apenas perplexo e surpreso.
Enquanto isso, estou torcendo meus dedos e mordendo meu
lábio inferior e tento planejar uma estratégia de saída graciosa da

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Davidson & Croft. Não há como, de jeito nenhum em um dia frio


no Havaí, continuar trabalhando aqui. Não depois disso. Não
depois de meus colegas de trabalho terem visto fotos minhas
beijando um cliente. Sou…. é o pior tipo de comportamento não
profissional.
“Aí está você.” A voz de Joan me desperta do meu
planejamento de pânico. Nem consegui dois segundos para me
preparar antes que ela estivesse em nós. “Vocês dois precisam vir
comigo.”
Insinuando-se entre Ronan e eu, ela agarra nossos dois
cotovelos e nos puxa para frente pelo corredor.
“Joan.” Murmuro, “posso explicar.”
“Não precisa querida. Foi brilhante. Vocês são ambos
brilhantes.” Ela olha para mim e me dá algo parecido com um
sorriso. “Estou tão orgulhosa de você.”
“O quê?” Solto, meus olhos arregalados se movem dela para
Ronan. Eu o encontro olhando para ela em plena confusão. Ele
está obviamente tão confuso quanto eu.
“As fotos. O riso, o abraço, o beijo. Foi tudo brilhante,
embora gostaria que tivesse falado comigo antes de colocar seu
plano em ação. Mas tudo bem. Você foi perfeita. Você é
exatamente o que queremos para a imagem de Ronan. Ian não
pode acreditar que não considerou isso antes. Faz todo o sentido,
dado o seu contexto. Você é a candidata perfeita, atende a todos
os critérios.”
É minha imaginação, sei que de fato é; mas sinto o mundo
inclinado, inclino-me para o lado e ouço o som de mil chaleiras de
chá gritando nos meus ouvidos.

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“O quê?” Respiro, balanço a cabeça, tento colocar Joan,


Ronan e o corredor em foco.
Joan não tem escolha senão parar porque meus pés param
de se mexer. Ela olha para mim com uma expressão que
demonstra sua surpresa e me dá uma olhada.
“Você está se sentindo bem?”
“O que quer dizer com eu sou perfeita? Perfeita para o quê?”
Ela pisca para mim. Seu olhar cintila para Ronan e depois
volta a se mover sobre o meu rosto em um exame astuto.
Por fim, ela diz: “Quero dizer que o pequeno ato que vocês
fizeram durante a última hora foi perfeito. Você, Annie, é perfeita
para atuar como a namorada fictícia, parceira e interesse
amoroso de Ronan pelo breve futuro... obviamente.”

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Capítulo 9
@RonanFitz: Então, isso é o Twitter. Não posso dizer que estou impressionado.
@Tomsouthernchef: @RonanFitz Oh, vá beber um pouco de suco de ameixa, vovô.

* Ronan *

Pela segunda vez no espaço de uma semana, tenho vontade


de beijar Joan, e não é porque ela é um espécime muito bonita de
mulher. Aparentemente, está se tornando minha própria fada
madrinha; ainda não tenho certeza se essa é a intenção dela, mas
continuarei com isso de qualquer maneira.
Annie ficou muito, muito quieta desde que Joan anunciou
seu mal-entendido de que havíamos planejado e encenado nossas
interações anteriores, que planejamos que Annie fingisse ser
minha namorada falsa. Sua preocupação está escrita em todo o
seu rosto. De certa forma, posso entender sua óbvia relutância
desde que enviei presentes para ela toda a semana, e
provavelmente pensa que eu sou uma espécie de psicopata
obsessivo.
Admito que exagerei um pouco, mas estou em Nova York
sozinho e tenho muito tempo em minhas mãos. Por alguma razão,
nos últimos dias, minha mente continua vagando até Annie, daí
os presentes. Então sim, é uma combinação de tédio e gastar

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muito tempo pensando em seus lábios e aquele corpo exuberante


dela. Queria entrar, e meu pau acha que presentes são o caminho
para chegar lá. Deus, ainda posso saboreá-la na minha língua,
ainda posso ouvir os gemidos minúsculos que faz o jeito que a
respiração dela fica e se torna arquejante e sexy.
Ainda posso sentir também a amargura de sua rejeição. Não
me pegou de surpresa; isso me irritou. Ela não quer mudar; disse
que gosta de se esconder em seu mundinho confortável e, no
entanto, o jeito que me beijou diz o contrário. Agora tudo o que
consigo pensar é em sacudir sua jaula.
Nós seguimos Joan até a sala de conferências onde Rachel e
Ian estão esperando. Rachel usa um sorriso grande e
encorajador, enquanto o rosto de Ian é educado em uma
expressão de respeito relutante com uma pitada de cinismo.
Talvez suspeite que aquelas fotos minhas e de Annie não são tão
encenadas como são perfeitamente reais.
Sento-me numa cadeira e Annie pega a que está ao meu
lado. Seus movimentos são lentos e desajeitados como se
estivesse atordoada, e quando coloca as mãos no colo, posso ver
que estão tremendo. Não gosto de vê-la assim. Sei que está se
recuperando do fato de que fotos nossas empurrando nossas
línguas na garganta um do outro estão circulando na World Wide
Web. E agora quero destruir a Internet só por fazê-la se sentir
assim. Sempre fui protetor das mulheres na minha vida, mas isso
está chegando tão rapidamente que é quase desconcertante.
Estendo a mão, tento pegar uma das mãos dela para
acalmá-la, mas ela rapidamente se afasta. O olhar que me dá é
uma comunicação muito clara: Não.

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“Então, estamos um pouco à frente do jogo com isso.” Joan


começa quando se senta à mesa. “A história de Brona não será
publicada neste lado do mundo até esta noite, e a Internet já está
cheia de imagens. Todo mundo adora quando uma celebridade
começa a namorar uma não-celebridade. Isso lhes dá esperança
de que um dia poderá acontecer com eles. Juro, vocês dois, ela
faz uma pausa e balança o dedo entre mim e Annie, isso foi um
golpe de pura genialidade. Annie, querida, posso precisar lhe dar
um aumento.
“Não há necessidade para isso, Joan.” Annie diz
suavemente. “Na verdade, sobre essas fotos...”
“Estamos muito surpresos com a rapidez com que ficaram
on-line. Chocado pra caralho, perdoe a minha língua. Só ficamos
no café por vinte minutos.” Interrompo, sentindo que Annie está
prestes a confessar tudo.
“Sim, Sr. Fitzpatrick, as maravilhas da tecnologia moderna
continuam a surpreender e surpreender”, Joan responde. Se não
estou enganado, há um toque de sarcasmo em sua voz. Então, ela
bate as palmas juntas. “Há muito o que fazer, muito o que fazer,
mas primeiro, a parte desconfortável. Preciso lhe fazer uma
pergunta e precisa me responder honestamente.
Eu me inclino para frente, descanso meus cotovelos na
mesa. “Vá em frente.”
“Existe alguma verdade nas afirmações da sua ex-noiva? Ou,
vou dizer mais claramente, você já bateu em sua ex?”
Annie respira chocada enquanto Rachel e Ian olham
suavemente. Um nó de raiva aperta no meu estômago ao ser
lembrado das mais recentes travessuras de Brona. Passar a

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manhã com Annie me fez esquecer por um tempo, mas agora toda
a frustração e fúria estão de volta.
“Não, não há verdade em suas afirmações, Joan.”
“Então nunca foi violento com ela?”
Aperto meu queixo e flexiono minhas mãos. “Não.”
“Bem, gostaria de dizer que estou surpresa, mas
infelizmente há um monte de bajuladores ambiciosos por aí com
imaginação sombria e vívida, imaginações que permitem que
sonhem com todos os tipos de histórias excitantes. Infelizmente, a
imprensa come essas histórias como baratas em um restaurante
em Nova Jersey.”
Estremeço com a analogia dela e também com o fato de que,
bem, de certa forma estou mentindo. Não me entenda mal,
nenhuma vez levantei a mão para Brona com violência física, mas
suspeito de onde sua história vem. E, francamente, se tiver
provas, então estou bem e verdadeiramente fodido. Realmente
posso me sentir suando só de pensar nisso.
Joan ainda está falando sobre estratégias, e estou olhando
para Annie, tentando avaliar como ela está reagindo a tudo isso.
Tenho certeza de que não ficará feliz em ser minha namorada,
falsa ou não. Apenas meia hora atrás, foi bastante fervorosa em
proclamar que não quer um relacionamento comigo. Que está
muito confusa.
“Então, o que você acha Annie?” Joan pergunta quando
chega ao final de seu discurso.
“Eu...” Annie começa hesitante e limpa a garganta. “Claro
que sim. Estou muito feliz em ajudar.”

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Com suas palavras, sinto a eletricidade disparar através de


mim. Ela quer dar uma chance a isso? Quero ficar de pé e fazer
uma dança da vitória. Mas não, porque, você sabe, viril.
“Bem, obviamente. Não pensou nisso, não é?” Ian diz com
uma risada irônica e um toque de impaciência. Não gosto do tom
dele. Na verdade, isso me fez querer bater no pau.
Annie engole em seco. O comentário de Ian claramente a
deixa ainda mais ansiosa do que já está. Sem pensar, coloco
minha mão suavemente na coxa dela por baixo da mesa;
Surpreendentemente, parece acalmá-la. Pelo menos as mãos dela
pararam de tremer.
Ela continua, com a voz ainda quieta, mas com um aspecto
plano, “eu correspondo à maioria dos critérios, e meu passado
compensa quaisquer deficiências na aparência física. Serei uma
figura simpática com o público.”
Não posso deixar de dar a seu rosto e corpo uma rápida
varredura, nem tento parar meu único aumento de sobrancelha.
Deficiências na aparência física? Ela não deve possuir um
espelho ou estar ciente dos olhares de lobo que a seguem pela
rua... e no escritório.
E o que é isso sobre o passado dela fazer dela uma figura
simpática?
“Oh, não seja tão modesta.” Joan diz. “Você corresponde a
todos os critérios. Agora o que temos que fazer é continuar tendo
vocês em público. Um encontro romântico aqui, um olhar
roubado por lá, talvez um abraço apaixonado ou dois ao longo do
caminho, e está tudo pronto. Estou assumindo que possuem as
habilidades de atuação para conseguir isso.”

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Annie acena baixinho, e sorrio para ela, passo a mão por


sua coxa e aperto seu joelho antes de soltar. Sei que nenhum de
nós precisa de habilidades de atuação. Inferno, a tensão sexual
entre nós quase pode ser considerada outra entidade, de tão
espessa. Toda vez que olho para ela, tudo que quero fazer é
enterrar meu rosto em seu pescoço e perder minha mão em sua
saia.
O fato de ela estar agora usando roupas que destacam sua
figura flexível, em vez de disfarçá-la, faz com que não tocá-la seja
muito mais difícil. Então, me lembro do motivo pelo qual está se
vestindo assim e faço uma careta. Preciso falar com Joan.
Felizmente, a reunião é breve e, enquanto examino o corpo
de Annie, todos se levantam para sair. Annie é a primeira a sair
da cadeira. Eu a pego pelo cotovelo antes que possa escapar e
murmuro em seu ouvido.
“Não saia sem mim.”
Tudo o que ela faz é concordar e então, sai correndo. Depois
que Rachel e Ian se vão, digo a Joan que a levarei de volta ao
escritório. Ela parece surpresa, mas anda comigo de qualquer
maneira.
“Primeiramente, gostaria de agradecê-la por estar bem com
isso. Pode ser difícil de acreditar, mas quando conheci Brona, ela
era realmente uma menina muito doce. Um pouco fraca, sim,
mas ainda doce. Então, as coisas começaram a melhorar com a
minha carreira, ela conseguiu alguns trabalhos de modelagem e,
de repente, a fama foi à fenda no cachimbo de crack. Hoje em dia
fará qualquer coisa por um pouco de atenção.”

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“Estou bem familiarizada com os gostos de Brona O'Shea,”


Joan diz, dando-me um olhar de compreensão. “Você não precisa
explicar o comportamento dela para mim.”
“Aprecio isso.” Continuo. “Annie é uma menina doce
também. Ela não é fraca como Brona...”
“Não. Ela é brilhante como o sol.” Joan corta me dando um
sorriso afiado. “Não a subestime, Sr. Fitzpatrick. Annie é muito
inteligente.”
Ergo uma sobrancelha por essa interrupção, mas continuo a
pensar: “Ela também é extremamente tímida e vulnerável a ser
aproveitada. Entenda, não estou tentando dizer a você como
administrar sua empresa, Joan, mas digo antecipadamente que
não está bem para mim como você a trata.”
Acabamos de chegar à porta do escritório dela quando ela
para e olha para mim, os olhos ligeiramente estreitados.
“Perdão?”
“Está dizendo a Annie que ela precisa se vestir de maneira
diferente. Mais sexy ou o que quer que seja, e não gosto disso.
Não precisa me lembrar de que ela é incrivelmente inteligente e
incrível em seu trabalho, e não precisa capitalizar sua beleza
apenas para tornar os clientes mais receptivos. É sexismo no
local de trabalho, puro e simples.”
Joan pisca para mim, fica em silêncio por um instante e
solta uma gargalhada. “Primeiro de tudo, nunca exigiria que
meus funcionários se vestissem mais sexy, como afirma. Isso
seria altamente inapropriado. Lembrei Annie de que temos um
código de vestimenta e depois economizamos o tempo de comprar
isso, comprando um guarda-roupa para ela. Todas as roupas são

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elegantes, de bom gosto, casuais e de alta qualidade. Nada sobre


as roupas novas de Annie é para atormentar, Sr. Fitzpatrick.”
Zombo, curvando meu lábio, minha descrença com este
último pedaço é visível no meu rosto.
Ainda assim, Joan continua: “Gosto muito dessa garota,
mas ela está vivendo em uma concha; e estou apenas fazendo a
minha parte para ajudá-la a sair disso. Então, se sente a
necessidade de protegê-la, não tem nada a temer de mim. Quero
protegê-la tanto quanto você, se não mais.”
Bem, isso me coloca no meu lugar. Não sei o que dizer nesse
momento, então simplesmente franzo a testa, limpo a garganta e
dou-lhe uma voz rouca: “Então, é bom estarmos na mesma
página.”
“Sim, muito bom.” Joan diz, abrindo a porta do escritório e
entrando. “Até o próximo encontro, Sr. Fitzpatrick.”
Virando, vou à procura do escritório de Annie e a encontro
tomando uma xícara de chá e conversando em voz baixa com sua
assistente, Gerta. Fico parado na porta por um momento,
observando-a enquanto abre o chá, depois se inclina para abrir
uma gaveta e tira algumas pastas. Posso ter ficado um pouco
hipnotizado por um momento enquanto observo seu traseiro bem
formado. É incrível. Só quero espancá-lo e mordê-lo e adorá-lo e
completamente.
Gerta é a que me vê primeiro, sorri para mim ampla e
amigavelmente. “Oh, Ronan, não vi você ai. Há algo que
possamos ajudá-lo?”
Gerta e eu ficamos bem familiarizados pelo telefone depois
que fiz questão de pedir desculpas por tê-la incomodado na

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semana passada, assim, a familiaridade dela se dirigindo a mim


pelo meu primeiro nome. Na verdade, estou propositalmente
usando charme para conquistá-la. Precisava dela do meu lado
nas guerras evitando telefonemas de Annie vs. Ronan. Annie
rapidamente se levanta e se vira, parecendo um pouco esgotada
enquanto coloca uma mecha errante de cabelo atrás da orelha.
“Sim, estou realmente me perguntando se posso ter um
momento a sós com sua chefe.” Digo, os olhos nivelados em
Annie.
“Claro...” começa Gerta, levantando-se da cadeira, mas
Annie a impede com a mão.
“Tudo bem, Gerta. Estou prestes a ir para casa de qualquer
maneira. O Sr. Fitzpatrick pode me acompanhar.”
O jeito que enfatiza ao se dirigir a mim formalmente me faz
querer sorrir. Penso que talvez, apenas talvez, a minha Annie
esteja um pouco territorial e não gostou da camaradagem que
Gerta e eu criamos.
Ela enfia os arquivos em sua bolsa, a coloca por cima do
ombro e abre o caminho para fora do escritório. Todo o caminho
até os elevadores, mantém pelo menos meio metro de espaço
entre nós. Isso faz meu predador interior rosnar de satisfação ao
saber que ela sente a necessidade de se distanciar por medo do
que possa acontecer. Oro por um elevador vazio, e alguém
responde a essa oração porque quando entramos, não há mais
ninguém. Fico ao lado dela quando aperta o botão do andar
térreo.
“Então, parece que vamos passar muito mais tempo juntos,
baby.” Sorrio e inclino a cabeça para ela.

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Ela franze o rosto. “Não me chame assim.”


“O quê?” Pisco. “Somos um casal agora. Casais dão um ao
outro todo tipo de apelidos.”
“Nem todos os casais fazem isso. E se esqueceu, somos um
casal falso, então não há necessidade de apelidos.”
Está toda impassível e junta agora, nada como a Annie desta
manhã. Aquela que bufou e riu comigo, aquela que fez meu
coração parar quando sorriu.
“Porra, estava ansioso para você me chamar de pudim,”
brinco, tentando quebrar sua barreira. Funciona um pouco
porque vejo seus lábios se contorcerem em um sorriso.
“Cristo, isso é horrível.” Ela responde com um pequeno
tremor.
Eu a cutuco com o ombro. “O que sugeriria então?”
“Já lhe disse que gosto muito de mamãe Fitzpatrick,” brinca
relutantemente.
“Oh, foda-se não. Isso não está acontecendo,” digo e deixo
minha voz cair quando me aproximo para que nossos braços se
toquem. “Embora não me oponha a você me chamar de papai.”
Seus olhos ficam muito grandes e começo a rir. “Estou
brincando, Annie; relaxe. Estou brincando.”
Nós estamos saindo do elevador quando ela exala: “Graças a
Deus.”
“Eu sei.” Rio. “Acho que poderia até me assustar com isso.”
Quando ela olha para mim, então, há um sorriso em seus
lábios, e penso ver um carinho genuíno em seus olhos. Além do
saguão, posso ver que as ruas estão absolutamente cheias e
lembro que é o dia de São Patrício. Não sou louco por multidões,

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L.H. Cosway & Penny Reid

e quando vejo Annie parecer nervosa, percebo que ela gosta ainda
menos do que eu.
Colocando uma mão na parte inferior das suas costas, digo:
“Ei, estava pensando em fazer um passeio hoje. Sair da cidade até
que todas as festividades acabem. Quer vir?”
“Quer dar uma volta... no seu carro... comigo?” Ela
pergunta, engolindo em seco.
“Claro.” Digo. Ela hesita, e imagino que está lutando por
causa da linha que traçou entre nós enquanto estávamos na
padaria. Então, tento aliviar suas preocupações enquanto
também tento encorajá-la a dizer sim. “Ouça, sem ressentimentos
sobre antes, sobre o que disse na padaria. Ouvi você alto e claro.
Mas isso... não há necessidade de as coisas ficarem tensas entre
nós. Este pode ser o nosso primeiro encontro falso como um casal
falso. Posso até tirar uma foto e postar no Instagram.”
É muito fofo quando seus olhos praticamente se iluminam
que menciono o Instagram e realmente sei por que é usado.
“Está estudando o material que enviei a você?”
Dou a ela um olhar sincero, esperando que isso tenha um
duplo significado. “Faria qualquer coisa que pedisse de mim,
Annie.”
Demora um pouco para ela responder. Seus olhos perdem o
foco enquanto se movem entre os meus e, quando fala, soa um
pouco confusa e com um pouco de medo. “Acho que ir para um
passeio poderia ser produtivo...?”
“Não soe tão assustada.” Rio. “Não sou maníaco; e, além
disso, provavelmente haverá paparazzi nos seguindo, então não
poderei experimentar nada muito louco.”

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Assim que saímos na rua cheia de gente, a falta de espaço


parece estressá-la porque ela respira agitadamente. Mudo minha
mão das costas dela e a puxo para perto, mantendo meu braço ao
redor dos ombros dela como uma barreira.
“Tem um pouco de claustrofobia?” Pergunto, adivinhando.
Ela assente, se pressiona em mim. Gosto de como suas
curvas suaves se encaixam no meu corpo, como se parece sob
minhas mãos.
“Apenas um pouco.” Ela admite.
“Não deixo ninguém chegar até você, ok? Você fica perto e
nós ficaremos bem. Existe algum ponto para chamar um táxi, ou
será mais rápido andar?”
“Caminhar é mais rápido.” Diz bruscamente, e parece que
tem dificuldade em pronunciar as palavras.
Calmamente, continuo esfregando o polegar para trás e para
frente por cima do seu ombro.
“Respirações profundas, sim?” Digo, treinando ela.
Ela respira profundamente e assente. “Sim.”
Demora um pouco para chegarmos ao meu prédio e
caminhamos em silêncio. Até tive que falar gentilmente com uma
policial feminina para nos deixar pular uma barreira bloqueando
um lado da rua. Quando Annie se levanta nas grades e sobe,
tenho que trabalhar para não olhar abertamente para a forma
como o vestido dela se ergue, revelando as coxas bem torneadas.
Quando chegamos à minha casa, preciso almoçar. Mudo
minha camisa manchada, digo a Annie para dar uma olhada e se
quiser se servir da comida na geladeira. Ela diz que não está com
fome e parece contente em passear pela cobertura. Bato uma

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vitamina de proteína e então retiro a salada e os frios que


preparei na manhã de hoje. Estou comendo as últimas mordidas
quando Annie puxa um banquinho ao meu lado.
“Acho que eu morreria de tédio se tivesse que comer o que
come todos os dias. Acabo de procurar na sua geladeira e não há
uma única sobremesa à vista.”
Dou de ombros e empurro meu prato para longe. “Você se
acostuma com isso. Bem, tudo bem, às vezes é uma luta; mas
principalmente os açúcares são liberados do seu sistema, e você
para de desejar isso o tempo todo.” Faço uma pausa e olho para
ela. “Então, esse passeio que estamos dando, tem alguma
sugestão sobre onde podemos ir?”
Seus olhos encontram os meus, em seguida, se afastam,
suas bochechas coram. Ela ri baixinho, mas detecto uma nota de
ansiedade. “Vamos apenas tentar sair da cidade primeiro. Se
conseguirmos isso, então decidiremos.”

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Capítulo 10
@RonanFitz: @Socialmedialite Não estou me divertindo e te responsabilizo.

@Socialmedialite: @RonanFitz Já verificou @dirtyrugbyjokes? ;-)

@ RonanFitz: @ Socialmedialite Minha declaração anterior permanece firme.

* Ronan *

Como combinamos, saímos de Manhattan. Demorou um


pouco, mas finalmente estou na auto estrada em direção a
Poughkeepsie. Cara, eles fizeram estradas muito melhores aqui
do que em casa. Às vezes parece que há um milhão de pistas em
cada sentido. Além disso, há algo profundamente satisfatório em
ter Annie sentada ao meu lado enquanto dirijo. Faz quase dez
dias desde que estive na estrada, então, obviamente estou
precisando urgentemente de uma correção.
Ouço Annie soltar uma risada silenciosa e viro a cabeça para
olhar para ela. “O quê?”
“Só estou pensando que nunca vi alguém tão obcecado em
um carro antes.” Ela responde, seu tom surpreendentemente
brincalhão.

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Seguro um sorriso, silencioso por um momento, antes de


provocar, “Sim, bem, nunca vi ninguém fazer sexo oral com uma
bomba até o dia que conheci você, amor.”
Ela ofega e começa a me dar um tapa no braço. “Ronan! Não
posso acreditar que acabou de dizer isso.”
“Ei acho que deveria possuir isso. O jeito que você come é
sexy pra caralho.”
Olho para longe da estrada para olhar para ela e vejo que
está corando novamente. Ela brinca com a bainha de seu cardigã
rosa e olha pela janela. Quero tocá-la tanto nesse momento que
praticamente estou com a mão branca no volante. Seria tão fácil
apenas deslizar minha mão por baixo daquele vestido de seda,
sentir sua pele, ver quão rápido posso deixá-la molhada...
Empurro esses pensamentos para longe porque de repente,
estou tendo dificuldade em me concentrar na estrada.
“Nunca tive um carro.” Ela diz, quebrando o silêncio.
Olho para ela. “Não?”
Ela balança a cabeça. “Nunca. Sempre quis um, no entanto.
Algo rápido como este. É lindo, mas nunca tive um motivo para
comprar um e não sei dirigir. Além disso, as rodovias são tão…
não sei, intimidadoras.”
“Ah, quando você supera a parte do aprendizado, é tão
natural quanto andar. Acredite ou não, está sentada no meu
primeiro carro. Até hoje, ele ainda é meu favorito.”
Ela me dá um olhar incrédulo. “Este foi seu primeiro carro?
Isso é um clássico! Você mesmo consertou? Deve ter sido muito
caro.”

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“Foi, mas economizei e guardei para isso. Não foi até que
cheguei a um time de rugby profissional que pude finalmente
arcar com isso.”
“Uau.” Ela respira. “Bem, todo o esforço e economia
definitivamente valeu a pena. Adoraria ter um carro como este.”
Ela se inclina para trás como se estivesse se deleitando no
conforto do assento e das linhas clássicas do carro potente, e
tenho que admitir, é um pouco excitante. Como se eu precisasse
estar mais sexualizado ao redor dessa mulher.
Alguns minutos se passam antes que eu possa falar
novamente. “Ei, Annie.”
“Mm-humm?”
“O que quis dizer no escritório quando disse que as pessoas
poderiam achar você uma personagem simpática por causa do
seu passado?”
Há vários momentos de silêncio, como se estivesse pensando
em me responder ou não. Finalmente, responde. “Sabe como no
cinema às vezes, tem o clichê onde um pai deixa o bebê nos
degraus de uma igreja ou de um hospital ou algo assim?”
Balanço a cabeça e olho para ela. Ela está sorrindo, mas é o
sorriso mais comovente que já vi.
“Bem, esse clichê sou eu.”
Faço uma careta para ela, dividindo minha atenção entre ela
e a estrada. “O que quer dizer?”
“Minha mãe me abandonou em um posto de bombeiros
quando tinha seis anos.”
Jesus. Porra.

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Pisco para ela, atordoado. “Cristo...” Exalo a palavra e me


concentro na estrada.
Quero perguntar mais, mas não sei como proceder, então
nos sentamos em silêncio por alguns minutos.
Ela me surpreende ao se voluntariar: “Então, fui mandada
para um orfanato e... bem, eventualmente, depois disso, estava
dentro e fora dos lares adotivos. Veja, conheço esse negócio, e se
as pessoas amam alguma coisa, é uma história triste. Por que
mais eles continuariam a destacar os participantes com históricos
tristes em todos esses realitys shows de talentos? Ajuda o público
a se relacionar, simpatizar e, por sua vez, demonstrar apoio.
Então, quando a imprensa cavar meu passado, ver como me
arrasto desde o começo, isso poderá funcionar a nosso favor.” Ela
inclina o queixo para cima, uma inclinação teimosa, como se seu
profissionalismo fosse sua armadura.
Não respondo. Não sei o que diabos devo dizer. Em vez disso
dirijo, pensando sobre como deve ter sido para ela, uma linda
garotinha com grandes olhos castanhos, uma menininha com
mais cérebro do que carinho, uma menininha que ninguém
amava.
Quando considero sua tendência inata para a introversão
emparelhada com sua infância, é realmente uma maravilha que
seu passado não a tivesse destruído completamente, tenha feito
ela se fechar completamente.
Ela foi corajosa, mas foi enterrada em camadas profundas e
anos de negligência e solidão. Não tem ninguém.
Honestamente, a história dela e o tom brando que usou
quando relatou isso fez meu estômago doer como se fosse um

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otário. Eu me sinto enjoado. Ela falou sobre seu passado como se


tivesse acontecido com outra pessoa. Isso me fez querer bater em
alguém.
Enquanto aprecio que está fazendo esse ato de falsa
namorada para me ajudar, não posso me importar menos com
isso. Eu me importo com ela e fico impressionado com o quanto.
Oh, Cristo.
Eu me importo com ela.
Isso não deveria acontecer. Prometi que não deixaria
ninguém se aproximar novamente depois de ser feito de tolo por
Brona, e agora Annie já está se enterrando na minha pele. Quero
saber tudo sobre ela e isso me perturba. Eu também tenho a
sensação de que fazer Annie se abrir, realmente se abrir, não será
uma tarefa fácil, especialmente agora que sei o básico sobre sua
infância.
Ela quebra o silêncio. “Com a história de Brona saindo,
mesmo que seja tudo mentira, você precisa estar preparado para
as pessoas se voltarem contra você. Ter-me como sua namorada
nos permite equilibrar um pouco essa negatividade.”
Percebo que, diferentemente de mim, nos últimos minutos
ela não pensou em sua infância; está pensando em como explorar
sua infância para me ajudar, como o passado dela iria funcionar
a meu favor. Estou acostumado com outras pessoas me usar,
mas nunca tive alguém voluntariamente se oferecendo para ser
usada por mim. Meu instinto protetor queima, como uma fera,
feroz e forte. Mas ainda não falo nada.
Ela dá um sorriso introspectivo para mim, um que pego com
o canto do meu olho. Olho para ela quando sugere: “Posso

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plantar um apelido para Brona em torno das mídias sociais — A


megera. Soa muito bem. Ninguém seria capaz de rastreá-lo de
volta para mim.”
Deixo que ela tente aliviar meu humor negro e lhe dou um
meio sorriso. “Meus companheiros a chamam de Bruxa.”
Ela ri baixinho e sacode a cabeça. “Colocar apelidos... é
como se estivéssemos na escola primária.”
“Ela começou.” Digo, esperando fazê-la rir novamente.
Funciona.
Por fim, o silêncio alivia e fico estranhamente confortável.
Cerca de vinte minutos se passam antes de chegarmos a uma
cidade. Noto uma pequena sorveteria de aparência antiga
enquanto passamos, então, dou uma rápida meia-volta e
estaciono do lado de fora. Annie olha pela janela.
“Nós vamos entrar aqui?” Pergunta curiosamente.
“Percebi que já é hora de você comer. Não comeu nada desde
o café da manhã.” Digo a ela, estendendo a mão para colocar seu
cabelo atrás da orelha. Ela não protesta ao tocá-la, então corro
meus dedos ao longo de seu pescoço por um segundo,
saboreando a sensação sedosa de sua pele. Ela treme. Sim, ela
me quer tanto quanto eu a quero. É apenas melhor em esconder
isso, e agora sei o porquê.
“Sabe, apesar das evidências em contrário, não como
sobremesa em cada refeição. Você seria um pai terrível.
Alimentaria seus filhos só com o açúcar.”
“Ha-ha. Venha, vamos para dentro.”
“Eu vou, com uma condição.” Ela diz, levantando a mão.

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“Essa condição inclui comer você? Porque se assim for, você


nem precisa perguntar.” Respondo, flertando de forma indecente.
Ela respira fundo. “Ronan, você é...”
“Silêncio. Eu sei. Tenho uma boca suja. Continue com sua
condição, querida.”
Chocada, ela faz uma carranca brincalhona mesmo quando
suas bochechas coram escarlate. “Vou tomar o sorvete, mas só se
tomar um pouco também.”
“Oh, eu vou lamber você então?”
Posso dizer que ela está tentando não sorrir agora. “Deus,
você é insuportável. Não, não vai me lamber. Vai comer de um
cone, como uma pessoa normal que come comida por prazer de
vez em quando, ao invés de apenas combustível.”
Eu realmente não quero comer o sorvete, principalmente
porque vai estragar meu regime. No entanto, penso que talvez
possa usar esse acordo para minha vantagem. “Humm, vou
comer o sorvete, como uma pessoa normal, se me deixar fazer
cinco perguntas sobre você. E tem que responder honestamente e
não pode falar sobre o trabalho durante toda a duração da
conversa.”
Ela estreita os olhos para mim. “Duas perguntas.”
“Três e não se fala mais nisso.” Digo, estendendo a mão para
ela. “Além disso, vou ter que aprender mais sobre você se estamos
tentando convencer as pessoas de que somos um casal de
verdade.”
Ela suspira. Parece um pouco triste e, ouso dizer,
arrependida? Aperta minha mão. “Tudo bem, mas não tem
permissão para pedir baunilha.”

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Dou a ela um olhar sombrio. “Baunilha não é meu sabor,


Annie.”
Merda, se ela soubesse.
Quinze minutos depois, estamos sentados em um banco de
jardim comendo nossos sorvetes. Annie pediu uma bola de
chocolate e uma bola de pistache enquanto peguei uma
combinação de chocolate e cereja. Ela me observa com
expectativa quando trago o sorvete para minha boca e o lambo. E
sim, ok, posso ter gemido um pouco com o quão bom é. Não
consumo açúcar há muito tempo, talvez um ano. Annie sorri mais
do que a vi sorrir, parece satisfeita.
“Pode limpar esse olhar presunçoso de seu rosto.” Digo,
olhando para o punhado de paparazzi que estão pairando do
outro lado da rua, tirando fotos de nós. “Talvez, eu tenha que
beijá-la.”
“Presunçosa, eu?” Ela pergunta, lambendo com prazer. A
visão de sua língua rosa se esgueirando por seus lábios faz
grandes coisas para minha imaginação imunda.
“Você sabe que é. Agora, acho que é hora de ter meu lado do
acordo. Primeira pergunta.” Hesito certificando-me de que ela
está olhando nos meus olhos, e mantenho meu tom
cuidadosamente respeitoso. “Como foi crescer em um lar
adotivo?”
Annie franze a testa. “Solitário. Assustador. Decepcionante.”
“Por que assustador?”
“"Não é óbvio? Você é aquela criança à mercê de adultos
estranhos, crianças estranhas. É como uma roleta. Pode
conseguir pessoas legais, ou pode conseguir pessoas ruins.”

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Pensar nela como uma menininha sendo enviada para viver


com pessoas más me deixa com raiva, e isso me faz querer
escondê-la em algum lugar seguro e cuidar dela; mas não a deixo
ver isso. Também tenho o cuidado de esconder a pena na minha
expressão. “E por que decepcionante?”
“Porque você tem esperanças, e então as pessoas decidem
que não querem mais você.” Ela praticamente sussurra antes de
sua voz ficar dura. “É por isso que nunca deixo minha felicidade
ou sobrevivência depender dos outros. Isso significa que elimino a
decepção.”
Uma lâmpada acende como um raio e a compreensão me
atinge.
Annie se mantem isolada das pessoas, dos relacionamentos,
então não podem rejeitá-la. Isso me faz pensar se já se permitiu
estar em um relacionamento, o que levou à minha próxima
pergunta. “Quando foi seu último namorado?”
“Acredito que teve suas três perguntas, Sr. Fitzpatrick.”
“As duas últimas foram complementos. Não são perguntas
reais. Responda-me.”
Ela suspira, franze os lábios para me mostrar que está
insatisfeita, mas responde de qualquer maneira: “Há pouco mais
de dois anos. Seu nome era Jamie. Nós... namoramos durante
toda a faculdade.”
Não sei por que, mas na verdade me sinto um pouco
desapontado com a resposta dela. O meu lado possessivo queria
que nunca tivesse estado com ninguém. Sou o tipo de homem que
precisa de propriedade, e essa necessidade nunca foi satisfeita em
meu relacionamento com Brona. Nunca senti como se ela fosse

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minha; ela era doce e despretensiosa a princípio, mas logo


pareceu como uma obrigação, incapaz de cuidar de si mesma sem
meu constante elogio e tranquilidade. Também sinto que estava
sempre à procura da próxima melhor coisa.
“Pergunta complementar: Por que terminou com esse
Jamie?”
“Complementar? Não. Não. Não. Já caí nessa uma vez.”
“Bem. Então me diga por que quis me contar.”
Ela me considera por um momento, lambe o sorvete de seus
lábios, em seguida, suspira. “Bem. Nós não estávamos em um
relacionamento muito tradicional. Nós éramos exclusivos, mas...”
Ela balança a cabeça, franzindo a testa.
“O quê? Ele não iria se comprometer?”
“Não. Mais como o contrário.” Annie murmura para seu cone
de sorvete. “De qualquer forma, ele queria algo mais substancial.
Não fui receptiva aos termos dele. Então, quando me mudei para
Nova York, não vi razão para continuar nosso acordo.”
“Acordo?”
“Uh, relacionamento.”
Estreito meus olhos para ela. “Qual é a história dele? Não é
muito inteligente?”
“Ah não. Estava na faculdade de medicina na Penn State e
provavelmente já está em residência em Harvard ou em algum
lugar igualmente impressionante.”
“Oh, então é um monstro? Feio?”
Ela ri um pouco, mas depois se contém antes que pudesse
gargalhar. “Não, nada disso. Ele é bem bonito.”

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Estou juntando as peças. Ela teve um relacionamento sem


emoção com um médico bem-sucedido e de boa aparência e foi a
única a terminar depois de vários anos. Não estava mentindo
mais cedo quando disse que estava um pouco confusa e tinha
sérios problemas de abandono.
Quero perguntar mais sobre Jamie, mas não quero
empurrar a minha sorte ou usar a minha última pergunta. Não é
nem muito importante; mas, talvez seja o homem das cavernas
com tesão em mim, quero perguntar a ela sobre sexo, descobrir o
que gosta e o que não gosta, e essa é a abertura perfeita para
isso.
“Ok, então, última pergunta. Quando perdeu a virgindade?”
Annie sacode a cabeça e se vira para me encarar. “Por que
quer saber disso?”
“Porque sou intrometido. Fale.”
Nós dois acabamos com nossos sorvetes agora. Ela dobra o
guardanapo e pega o fim do meu cone antes de ir até o lixo para
se livrar deles. Há algo surpreendentemente confortável e íntimo
no gesto. Ela volta, senta-se e alisa o vestido sobre as pernas.
Sento próximo, meu braço descansa ao longo das costas do
banco. Imagino que os paparazzi estão tirando boas fotos de nós.
“Tinha dezesseis anos; ele tinha dezoito anos. Nós estávamos
saindo por uma semana ou duas, e então, ele me levou ao baile.
Essa foi à noite em que fizemos a ação.”
“E”, sondo, “foi bom, ruim, medíocre?”
Ela pensa nisso por um tempo, a boca desenhada em uma
linha inclinada. “Não foi... bom. Principalmente foi dolorido e
queria que acabasse logo.”

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“Então ele não tornou romântico para você? Soa como um


idiota para mim.”
“Mostre-me um adolescente que se importa com o romance.
E sim, ele foi um idiota, acontece.”
Sorrio para ela, movendo meu corpo para mais perto, de
modo que nossas coxas se tocam. Annie congela por um segundo,
então assinto sutilmente em direção aos fotógrafos. “Apenas
fazendo as coisas parecerem certas para o nosso público.”
“Oh meu Deus! Nem percebi que estavam lá.”
Dou a ela um largo sorriso. “Isso é provavelmente porque
ficou muito enamorada pela minha potente masculinidade.”
Isso provoca uma risadinha fofa dela e um sarcástico: “Oh,
sim, deve ser por isso.” Ela faz uma pausa e me considera por um
momento. “Então, e você? Quando perdeu a sua?”
Sua pergunta me pega desprevenido. Mas ainda assim, não
me importo em responder. “Eu tinha quinze anos.”
“Uau, isso é jovem. E quem foi à garota sortuda?”
“Era jovem, suponho, mas eu era um bastardo excitado."
Olho para ela e pisco. “Não mudou muito desde lá. A garota
sortuda era Trina. Tinha apenas quatorze anos. Nós saímos por
algumas semanas e decidimos dar o próximo passo.”
Annie se aproxima curiosa. “E?”
Dou de ombros. “E foi bom. Bem, o melhor que pode ser
entre dois garotos que mal sabem o que estão fazendo. Nós
rapidamente pegamos o jeito, e não conseguimos manter nossas
mãos longes um do outro. Alguns meses depois, tivemos um
pequeno susto de gravidez. Ela surtou enquanto eu tentava ser o
grande homem e lhe pedi para casar comigo. Eu paro e rio. Tinha

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quinze anos e estava pronto para assinar minha vida, achava que
era uma coisa honrosa de se fazer. Acontece que o período dela
estava atrasado e minha proposta foi desnecessária. Ela ficou tão
assustada com a coisa toda que terminou comigo. Fiquei de
coração partido por um tempo antes de realmente começar a
mergulhar meus dedos no mundo do sexo novamente.”
As sobrancelhas de Annie se levantam. “Oh?”
“Sim, tive uma fase promíscua no final da adolescência.
Sexo foi um calmante para mim. Provavelmente me entrego
demais porque meus gostos são um pouco... pervertidos.”
A expressão de Annie é uma mistura de surpresa e
curiosidade. Posso dizer que está prestes a me pedir para
elaborar o que quis dizer com “pervertido” e não estou pronto
para ir lá ainda; então mudo rapidamente os tópicos.
“Eu quase esqueci. Precisamos tirar uma foto para minha
conta no Instagram. Está abandonada e em desuso desde que
Gerta abriu para mim.”
Annie olha para cima e morde o lábio. “Oh, certo, me quer
na foto com você?”
“Claro. Somos um casal agora.” Digo e a puxo para perto
enquanto encontro a função de câmera no meu celular.
“Sim, mas há aspas em torno de 'casal', lembra?”
Dou a ela uma falsa carranca. “Como se tivesse me deixado
esquecer.” Levanto a câmera na nossa frente, rapidamente me
viro e dou um beijo em sua bochecha enquanto estou tirando a
foto. Ela grita quando faço isso, mas já foi tirada.
“Isso foi sorrateiro!”

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“Só estou tentando nos fazer parecer genuínos, Annie


querida.” Sorrio e levanto a foto. “Uau, ficamos bem juntos. E
olhe para você, continuo, a cutuco de brincadeira. “Belíssima.
Esses olhos. Porra.”
“É uma boa foto”, admite Annie, de má vontade.
Uma ideia malcriada vem à minha cabeça e não posso deixar
de vocalizar. Abaixo e trago minha boca perto de sua orelha,
minha voz baixa e rouca. “Sim, e imagine como ficaremos bem
quando estiver dentro de você.”
Os olhos de Annie encontram os meus e vejo suas pupilas se
dilatarem. Um pouco de respiração escapa dela, e sua garganta se
move quando engole em seco. Nossos olhares permanecem
trancados por um longo momento antes que ela se afaste e tenta
se recompor. Eu praticamente posso senti-la se afastar.
“Por favor, saiba disso, Sr. Fitzpatrick, a única razão pela
qual não estou indo embora agora é porque há fotógrafos
assistindo.”
“Não gosta da ideia de eu penetrar nas paredes que
construiu?”
Ela engole em seco, suas mãos se fecham em punhos.
“Gosta de dificultar as coisas, não é?”
“Não. Você faz as coisas difíceis, Annie.”
Seu rosto fica vermelho e quente, e sua respiração é
irregular. “Por favor, pare.” Os olhos de Annie se erguem para os
meus, e seguram uma ponta desesperada. “Você acha que está
sendo fofo, que pode ser agressivo e paquerar sem vergonha e que
isso não significa nada, que suas palavras não... me afetam. Mas

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afetam. Precisa parar de empurrar, precisa respeitar os meus


desejos.”
Merda, ela fica meio sexy quando está me repreendendo.
Com isso se levanta e gesticula para segui-la. Eu sigo. Mas
também pego a mão dela e seguro enquanto caminhamos.
Fazemos o caminho de volta para o meu carro em silêncio, e o
retorno para a cidade é similarmente livre de conversas. Deveria
ficar chateado comigo mesmo por arruinar as coisas, mas não
estou.
O que disse tinha mais do que o interesse dela. Vi isso em
seu rosto e o jeito que apertou suas coxas juntas. Ela até admitiu
que eu a afeto. Praticamente cantarolou com a excitação. Sim, ela
me quer muito, e o desafio será respeitosamente encorajá-la a
deixar suas inibições.
Estou determinado a fazer isso acontecer. Posso ser
respeitoso... e ainda agressivo.
Quando chegamos ao prédio dela, Annie está toda ocupada
enquanto se organiza para corrermos juntos pela manhã. Isso nos
poupará tempo, ela diz, pois significa que podemos ser vistos
juntos e também fazer nosso exercício diário. Ela mal me dá uma
segunda olhada enquanto sai do carro. Estou de volta ao meu
prédio, estacionando o carro, quando percebo que esqueceu seu
telefone. Deve ter caído da sua bolsa porque estava no chão.
Pego, estou prestes a enfiá-lo no meu bolso quando ele toca.
Sim, eu poderia ter ignorado o zumbido, mas não faço. Em
vez disso, olho para a tela e vejo que é uma notificação de sua
conta no Twitter. Exceto que não é sua conta no Twitter. E quase

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L.H. Cosway & Penny Reid

deixo cair o telefone porque o identificador na notificação não é


@AnnieCat.
O identificador é @Socialmedialite.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Capítulo 11
O melhor de Nova York
Blogando como * The Socialmedialite *
17 de março
É sempre triste quando alguém se esquece de usar verde no Dia de São Patrício. Então,
imagine como foi deprimente para mim ver Dara Evans esta manhã vestindo um casaco cinza
medonho. Não sei quem disse que a Disney estava realizando testes para Cruella De Vil no
East Village, mas um memorando deve ter se perdido em algum lugar (ou talvez ela não saiba
ler...?). Por que outra razão usaria um casaco de pele de foca bebê até o tornozelo em um dia
quente de março? Ela poderia também usar um cartaz na Times Square para anunciar seu
status de supervilã.
A essa altura, acho que ficaria surpresa se permitisse que um de seus capangas batesse nas
focas bebês. Sabe o quanto ela abomina esses filhotes de animais ostentosos, espalhando alegria
e felicidade em todos os lugares aonde vão. Os pequenos e fofos filhos da puta. Quem eles
pensam que são???
Esconda seus cachorrinhos e gatinhos, Nova York. Cruella, também conhecida como Dara
Evans, está procurando por um novo suéter, e seu pequeno Fido é o tom perfeito de inocente
para combinar com suas luvas de bebês koala.
<3 O Socialmedialite

* Annie *

Tomo um banho frio quando chego em casa. Então, tomo


outro banho frio no meio da noite depois de ter um sonho
maravilhoso e frustrante sobre bombas e sexo oral e Ronan e
uma cama com um teto espelhado.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Nunca olharei para uma bomba da mesma maneira


novamente.
Estou perdendo a cabeça e tudo porque o quero. Eu o quero
muito, muito mal. Meu desejo parece um torno ao redor do meu
coração, uma bola e uma corrente ao redor do meu tornozelo. Isso
me pesa, torna difícil respirar. Estou tendo ondas de calor.
Ondas de calor!
Estou uma bagunça.
As coisas vão de mal a pior quando Gerta me mandou um e-
mail no início da manhã para me dizer que Ronan cancelou nosso
compromisso para ir correr no parque. Ele mandou um e-mail
para Gerta, não para mim. Ele nem me mandou a cópia da
mensagem.
Nem me mandou uma mensagem; pelo menos, não ouvi meu
telefone tocar. Sentindo-me à deriva e deprimida por não estar
vendo Ronan durante todo aquele dia e, portanto, desorientada
pela minha decepção, procuro meu telefone, só para ter certeza
de que não me mandou uma mensagem.
Não consigo encontrar meu telefone. Não está na minha
bolsa, na cesta perto da porta da frente ou perto da minha
estação de trabalho. Não consigo encontrá-lo em nenhum lugar.
Depois de meia hora de busca frenética, forço-me a parar, parar e
pensar.
O último lugar de que me lembro de verificar meu telefone
foi no meu escritório, depois da reunião, antes que Ronan viesse
me procurar. Só que a realização foi o suficiente para me dar um
loop. Passei doze horas sem olhar para o meu telefone, checando
meu blog do Socialmedialite. Tem que ser um novo recorde.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Decidindo que o telefone deve estar no escritório, envio um


e-mail para Gerta e peço a ela que cheque se meu celular está na
minha mesa.
Então, tomo outro banho frio.
Quando termino, mas antes de me vestir, verifico minha
conta de e-mail Socialmedialite do meu PC de mesa, esperando
que Ronan enviou uma mensagem ao The Socialmedialite. Não
fico desapontada. Ele enviou duas.
A primeira foi escrita no início do dia na segunda-feira,
apenas cinco horas depois de eu ter enviado minha mensagem
avisando sobre as alegações de abuso de Brona. Leio:

17 de março
6:12
Obrigado por me alertar.
Você está certa. Gostaria de fazer algo maluco; adoraria
retaliar, mas não vou. Em vez disso, farei algo completamente fora
do personagem e deixarei meus "publicitários" lidarem com essa
merda.
Só para saber, porque sinto que preciso me defender para
alguém (mesmo que seja um cara com uma tatuagem de sereia),
ela me irritou várias vezes; e provocou durante nossas brigas e me
bateu o tempo todo, mas nunca retribuí. Nunca atingi uma mulher
de maneira violenta. Nunca faria isso. Isso me tornaria escória.
Estou acostumado a puncionar meu rosto. Você não joga uma
partida de rugby se não estiver sangrando até o final. Quando ela
me bateu, isso não me abalou. Mas suas mentiras e
desonestidade, com certeza, fizeram um estrago.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Meu coração aperta, e pressiono meus dedos contra o meu


esterno, tentando massagear o peso desconfortável e pesado que
se instala em meu peito. Se ficar cara a cara com Brona O'Shea,
vou... bem, não sei o que faria. Parte de mim quer fazê-la sofrer
pelo que está fazendo com Ronan, o que está colocando nele.
A outra parte de mim realmente quer que ela sofra. Então,
se está contando, tudo em mim é a favor de fazer Brona sofrer.
Também penso sobre o quão triste e irônico seu e-mail é
porque estou, neste exato minuto, mentindo para Ronan.
Eu o quero, mas não o suficiente para mudar. Essa é a
verdade... principalmente.
Se pudesse ter certeza de que ele não iria me deixar, se eu
pudesse ter certeza de que não seria abandonada, teria pulado
através de aros iluminados com fogo para ter uma chance com
ele. Basicamente, se Ronan fosse um membro de uma boy band,
diga One Direction, ele seria o Harry Styles. Ele é muito lindo e
desejo poder confiar nele para permanecer fiel, não para ser
roubado ou ter a cabeça virada pela próxima jovem sexy que
aparecesse. Vejo isso acontecer o tempo todo na minha linha de
trabalho.
Mas realmente, não é apenas a luxúria e a química
intangível entre nós. Embora, no momento, a luxúria tenha muito
a ver com isso.
Realmente, é ele. Sua provocação agressiva e sugestiva
chocante; quão assertivo é; quão dedicado é à sua família; quão
esperto e forte e capaz é; como está focado em sua profissão,
quão motivado e ambicioso. Entendo sua vontade e ambição, e o

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

respeito por isso... mesmo que queira que comesse sorvete e


perdesse um pouco de seu controle puritano. Secretamente,
quero ser aquela por quem ele quebra suas próprias regras.
Admito, isso me faz sentir especial, como se eu importasse.
E sei que essa linha de pensamento é distorcida, errada e
insalubre. Sou importante independentemente de Ronan
Fitzpatrick me desejar. Sou importante, independentemente de
ele me querer o suficiente para me acalmar e me dar estabilidade,
segurança e sorvete.
Mantive Jamie no comprimento do braço e ele não parecia se
importar. Bem, não se importava no começo. E quando se
importou, quando quis intimidade além do físico, terminei as
coisas. Terminei as coisas porque a vida vem sem garantias.
Jamie quebrou suas próprias regras por mim, mas isso não
importou. Sim, Jamie é inteligente e bonito, mas lhe falta alguma
faísca intangível que Ronan tem em abundância. Talvez tenha
sido paixão que Jamie não tinha. Fosse o que fosse, nunca corri o
risco de me apaixonar por ele.
Não é como Ronan. Não consigo parar de pensar nele. Talvez
Ronan fique por perto tempo suficiente para eu me perder na
promessa de algo concreto e duradouro.
Balanço a cabeça, aperto os olhos e esfrego a testa. Apenas
considerar isso, um relacionamento real com Ronan Fitzpatrick, é
loucura. Nós nos conhecemos há tão pouco tempo. Permiti que
ele entrasse mais perto do que qualquer um. Ofereci detalhes
sobre o meu passado; nunca fiz isso com ninguém antes.
Ronan não poderia mais me prometer para sempre do que
meus pais adotivos poderiam. Talvez ele durasse mais do que os

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

seis meses que me deram antes de engravidarem de seu filho real


e me devolverem ao estado.
Aperto meus lábios, reviro-os entre os dentes, porque meus
olhos estão ardendo, e me recuso a chorar por uma lembrança
distante que não importa mais, sobre pessoas que me queriam
por causa de quão adorável eu era aos sete anos de idade. mas
não me amavam mais do que a superfície da minha pele.
Limpo a garganta e pisco a umidade nos olhos, clicando no
segundo e-mail de Ronan. Foi enviado no final da noite de
segunda-feira, depois que fui dormir, mas antes do meu segundo
banho frio:

17 de março
23h47
Coisa engraçada sobre mentiras, mentiras e mentirosos - a
verdade sempre tem um jeito de aparecer. Queria agradecer
novamente por toda sua ajuda. Eu me pergunto, por que está me
ajudando? O que você ganha?
-Ronan

Faço uma careta porque a mensagem é estranha. Eu a leio


várias vezes e depois leio seu primeiro e-mail novamente. Procuro
alguma pista sobre por que seu segundo e-mail é tão conciso, seu
tom truncado. Sei melhor do que ler emoção em palavras escritas,
então tento o meu melhor para não me preocupar com a nota.
Tento e falho.
As palavras parecem irritadas.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Volto para o meu quarto e me troco, contemplo como


responder sua mensagem enquanto me visto. Passo o resto do
dia, entre o trabalho e comendo meus sentimentos e tentando
não pensar em Ronan, periodicamente clico de volta em seus e-
mails e os estudos, trabalho em uma bola de estresse. No final,
decido que a honestidade é a melhor política.

18 de março
16h10
Caro Ronan
Eu concordo. A verdade sempre aparece. Estou tão feliz que
não tenha feito nada precipitado. Ela não merece seu tempo e
atenção (ou energia).
Fiquei surpresa com suas perguntas no último e-mail, sobre o
que estou ganhando em ajudá-lo. A resposta é simplesmente esta:
estou recebendo o prazer de sua correspondência. Eu me pergunto
se alguém já te disse isso antes, mas você é muito charmoso e
simpático. É muito inteligente; seus e-mails me fazem rir. Gosto de
você.
-SML = Alguém (quem) Talvez goste (você)

Faço a varredura algumas vezes para erros de digitação, em


seguida, aperto “enviar”. A Socialmedialite é muito mais corajoso
do que Annie Catrel. Eu meio que tenho uma queda por uma
garota no meu álter ego.
Aproximadamente duas horas depois, ainda em estado de
estresse, estou me preparando para sair do meu perfil de trabalho

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

e começar a trabalhar em algumas postagens do blog quando


recebo um e-mail da Gerta.

18 de março
6:46 pm
Oi Annie
Lost and Found recuperou seu telefone. Eu o tenho aqui e vou
enviá-lo via correio antes de sair hoje.
Além disso, o Sr. Fitzpatrick passou por aqui. Ele pediu
desculpas por ter que cancelar hoje e remarcou seu compromisso
para a manhã de quinta-feira às 7:00; indicou que você sabia o
endereço / localização.
Tomei a liberdade de mudar sua conferência telefônica com
Becky e a equipe sobre a Starlet para a tarde de sexta-feira.
Vejo você amanhã, Gerta

Eu me encolho. Sacrifiquei Dara Evans, também conhecida


como The Starlet, no meu blog no dia de St. Patrick, em um
esforço para desviar a atenção das mentiras de Brona. Agora
pagarei por isso, e a pobre Becky provavelmente suportará o peso
das consequências do artigo "Filhote de foca" da The
Socialmedialite.
Pelo menos, posso esperar por um encontro matinal na
quinta-feira com Ronan, mesmo que tudo seja fingimento para as
câmeras. O problema é que tenho certeza de que fingir estar
apaixonada por Ronan é mais honesto do que todas as minhas
fortes negativas de que não podemos estar juntos. A ficção acaba
de se tornar mais verdadeira que a realidade.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

***

Chego mais cedo, mas Ronan chegou antes. Eu o avisto


quando estou a cerca de vinte metros de distância. Ele é difícil de
perder. Embora não seja particularmente alto, está parado como
uma estátua de mármore. Neste momento, veste uma camiseta
branca de mangas compridas da Under Armour, que não deixa
nenhum de seus músculos para a imaginação, e calça preta de
corrida de spandex.
Em algum momento terei que falar com ele sobre o spandex,
mas não será hoje.
Estou muito ocupada sendo grata pelo advento do spandex
para preocupar em tentar salvá-lo de suas más escolhas de
moda. Suas coxas grossas e musculosas, as coxas de rugby, faz
minha cabeça nadar quando me aproximo. Tenho que me forçar a
desviar o olhar, mesmo quando desejo tirar uma foto dele, algo
que possa guardar para mim e olhar mais tarde, quando me
sentir sozinha.
…Como uma esquisita.
Ugh! Eu sou nojenta.
Ronan não tentou me ligar e não respondeu ao e-mail da
Socialmedialite. Sinto falta dele. Adicionar a isto meu último
intercâmbio com WriteALoveSong,

@WriteALoveSong para @Socialmedialite: O MUNDO ESTÁ


ACABANDO!… Pensei que Ronan F. era o atleta convencido que
lhe enviou o e-mail mais esquivo de todos os tempos. Por que de

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

repente está amigável com ele no Twitter? Ele se desculpou? Ou


está hipnotizada por seus... sapatos.
@Socialmedialite para @WriteALoveSong: Estou tentando
ajudá-lo a navegar pelas mídias sociais. Ele não é um cara mau,
está apenas tendo um momento de idiota.
@WriteALoveSong para @Socialmedialite: Talvez devesse
colocar isso em uma camiseta “Cuidado com momentos de idiota
aleatórios” Você é muito gentil com as pessoas, não posso
acreditar que está ajudando ele.
@Socialmedialite para @WriteALoveSong: Ele é realmente
muito legal! Você gostaria dele.
@WriteALoveSong para @Socialmedialite: Acho que quer
dizer: “Ele é realmente muito gostoso!” É por isso que não posso
cobrir o showbiz popular, são as pessoas bonitas que sempre são
perdoadas.

Eu me pergunto se ela está certa. Estou mais do que


fisicamente atraída por Ronan; estou desesperadamente na
luxúria e paixão. No entanto, é muito mais do que a aparência
dele. Se tudo o que eu quisesse fosse beleza, teria me ligado ao
meu vizinho Kurt, o rei dos hidratantes.
Quando me aproximo, vejo que sua pele está vermelha e sua
camisa branca está úmida, aderindo ao suor que cobre seu peito,
costas e lados. Obviamente, ele já deu pelo menos uma volta no
parque. Meus passos vacilam. Logo estarei perto o suficiente para
tocá-lo... para falar com ele. Penso em me virar e sair, mas não
consigo. Realmente sinto falta dele, do jeito que me faz sentir

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

imprudente, do jeito que olha para mim como se eu fosse à única


pessoa na sala, na rua, no mundo.
“Shelly vende conchas do mar de merda pela costa do mar
de merda...” Murmuro nervosamente, deixando a minha
ansiedade tirar o melhor de mim e cedo à minha compulsão por
amaldiçoar. Cerro meus dentes e continuo para frente.
Ronan está se alongando, usa um banco para equilibrar.
Suas lindas costas estão para mim e, portanto, ele não me vê me
aproximar. Limpo a garganta bem alto quando estou a cerca de
dois metros de distância. Isso faz com que ele pare e olha por
cima do ombro; perco o fôlego quando nossos olhos se conectam.
Ele não está sorrindo. Não está franzindo a testa também.
Apenas olha para mim. Então não está apenas olhando para
mim, está me encarando.
Dois dias sem o meu concerto de Ronan e agora estou presa,
presa na teia de seu... Ronanness24.
Tenho a sensação distinta de que estou caindo em seus
olhos; parecem ter seu próprio campo gravitacional. Sem a minha
intenção de fazer, meus pés me levam para frente quando ele se
endireita e vira completamente ao redor. Tropeço em nada, e ele
se aproxima suas mãos vem para a minha cintura, embora eu
não esteja em perigo de cair no chão.

24 A autora faz um trocadilho com o nome do Ronan com ‘Ness’ que se refere ao monstro de Loch Ness. O
monstro do lago Ness ou monstro de Loch Ness, também conhecido simplesmente por Nessie, é um criptídeo
aquático que alegadamente foi visto no Loch Ness (Lago Ness), nas Terras Altas da Escócia, no Reino Unido. A sua
existência (ou não) continua a suscitar debate entre os cépticos e os crentes, e é um dos mistérios da
criptozoologia. O monstro de Loch Ness é descrito como uma espécie de serpente ou réptil marinho, semelhante
ao plesiossauro, um sauropterígeo pré-histórico. Segundo relatos o monstro podia hipnotizar somente com o
poder da voz.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Você parece um pouco atordoada.” Diz, dando-me um


sorriso torto.
A cadência rouca de sua voz acende meu interior, até agora
adormecido, megera. Fico surpresa ao descobrir que tenho um e
que gosto, de como vulnerável e exposta, eu me sinto sob o belo
fardo do olhar de Ronan.
Mas odeio que ele seja tão bonito… e inteligente… e
perspicaz… e perceptivo….
Especialmente perceptivo.
“Estou bem.”
Ele acena com a cabeça uma vez e então se inclina para me
beijar. Fecho meus olhos e me movo mais completamente em
seus braços, mas então o beijo acaba. Foi apenas uma simples
pressão de seus lábios contra os meus, e isso me faz sentir
insatisfeita e enganada.
Meus cílios se abrem e olho para ele; seus olhos parecem
distantes, protegidos enquanto se movem pelo meu rosto. Levanta
uma única sobrancelha.
“Acho que é um show bom o suficiente para os paparazzi.”
“Os paparazzi?”
“Sim, os paparazzi.”
“Oh. Ah, sim.” Lembrando-me, me afasto e olho para a
grama ainda marrom sob os nossos pés. “Certo.”
Sinto seus olhos se moverem sobre mim, e me pergunto se
vê a profunda decepção que sinto pela natureza impessoal do
beijo, que foi apenas para mostrar. Espero que não tenha visto.
Não quero ser aquela garota, aquela que envia sinais mistos.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Talvez já seja tarde demais para isso. Talvez seja aquela garota.
Mas não posso evitar. Gosto dele. Gosto mais dele do que deveria.
Esse pensamento me ajuda a recuperar a compostura e a
me concentrar em colocar distância emocional entre nós, se não
distância física. Ronan estende a mão e segura minha mão na
sua então me puxa para a trilha.
“Já fui uma vez ao redor do parque. Quer correr ou andar?”
“Costumo apenas andar.” Olho para o nada, um gazebo, um
banco, uma árvore, contanto que não seja ele.
Na minha visão periférica, no entanto, percebo que ele olha
para mim. “Se andarmos, poderemos conversar um com o outro.
Tem certeza de que não prefere correr?”
Minha atenção dispara para ele; sua declaração me
surpreende. “Você não quer falar?”
Ele dá de ombros e me dá um pequeno sorriso que não
alcança seus olhos. “Qual é o ponto?”
Estremeço com a sua pergunta, meu coração se contorce
com uma dor surda, e abaixo meus olhos para a trilha. Nós
caminhamos em silêncio por vários minutos. Sinto-me sem fôlego,
meu peito pesado, mesmo que não estamos andando muito
rápido.
Então, abruptamente, ele diz: “A menos que queira me dizer
por que está fazendo isso.”
Tento não recuar na borda dura em sua voz. “Fazendo o
quê?”
“Isso.” Ele faz uma pausa e acrescenta: “Isso. Fingindo ser
minha garota. Estou muito curioso. Isso ajudará você na sua
carreira? Ser promovida na empresa?”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Ele parece amargo. Dou-lhe um olhar de lado e descubro


que sua expressão está claramente amarga também, seus
adoráveis olhos castanhos envoltos em pesar cansado. Isso me
lembra da primeira vez que o vi, quando pensei que era o ator
irlandês, e eu queria abraçá-lo e aliviar seus problemas.
Instintivamente, me desloco de onde estou andando e me
aproximo, movo minha mão para o seu cotovelo, e me aproximo
de seu corpo.
“Não, Ronan. Isso não vai ajudar na minha carreira.”
Respondo honestamente, observando seu perfil. “Isso não me
ajudará na minha carreira porque não tenho planos de ir além da
minha posição atual, e certamente não está ajudando minha paz
de espírito.”
Sua mandíbula fica tensa. “Mesmo?”
“Sim. Mesmo. Gosto do que faço. Não tenho nenhum desejo
de... estar no comando de um grupo de pessoas, ser uma gerente.
Agora sou um talento. Forneço conteúdo, experiência e orientação
para a equipe. Isso é o que quero fazer. Não tenho ambições de
subir. Se puder ficar fazendo exatamente o que estou fazendo
para sempre, então farei exatamente isso.”
“Então, por que não me explica o que realmente está
acontecendo? Por que está fazendo isso?”
“Porque...” Começo então paro. Meus pés também param, o
que o força a parar. Puxo seu cotovelo até que está de frente para
mim.
Honestidade, digo a mim . Seja como o Socialmedialite...
apenas seja honesta.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Engulo com dificuldade porque ele olha para mim, e posso


me sentir presa em seu campo gravitacional.
“Porque quero ajudá-lo”, solto. Meus olhos se afastam, mas
depois me forço a olhar para ele novamente.
Ele não acredita em mim. Posso dizer.
“Eu não entendo, Annie.” Ele balança a cabeça. “Um minuto
não quer nada comigo...”
“Nunca disse isso.”
“Eu não quero você, Ronan.” Ele repete as palavras que
disse a ele na padaria na segunda-feira, fazendo-me encolher.
Minha mão em seu braço aperta quando continua: “Um minuto
não me quer, e no próximo concorda em ir junto com essa farsa
de que somos um casal. Por que faria isso? Para salvar as
aparências?”
“Não! Sabe que eu estava prestes a contar a verdade a Joan
na segunda-feira, você sabe que eu estava prestes a contar a
todos a verdade. Mas, então, você cortou e disse que havíamos
planejado a coisa toda, e vi... vi que poderia ajudá-lo.”
O que não digo, o que não admito, é que agarrei a chance
porque isso significava que passaria um tempo com Ronan; Falar
com ele, tocá-lo, estar com ele sem arriscar meus sentimentos ou
me apegar. Porque é falso, ou pelo menos posso fingir que é falso.
“Você está fazendo isso porque quer me ajudar.” Seu tom é
plano, e seus olhos geralmente vibrantes estão monótonos,
protegidos.
“Sim. Eu estou. Acho que o que ela fez, o que Brona está
fazendo, é injusto com você. E se puder ajudar, quero ajudar. Se
puder fazer suas mentiras irem embora...” Olho por cima do

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

ombro dele, frustrada pela minha falta de habilidade de me


comunicar. Minha língua fica pesada na minha boca, e respiro
fundo, tento aliviar um pouco da minha frustração, e fecho os
olhos enquanto continuo, “Eu vi como isso machucou você. Não
quero que se machuque.” Não estou fazendo sentido.
Ele fica quieto por vários segundos, e sinto meu rosto corar.
Eu disse demais, admiti demais e minhas palavras foram
desajeitadas. É exatamente por isso que devo interagir apenas
com o mundo através de infográficos.
“Você está fazendo algum sentido.” Diz, seu tom gentil me
pega de surpresa.
Abro meus olhos e olho para ele. Seu olhar se suaviza e vejo
que está me estudando. Conheço seu olhar penetrante, aliviada
pela amargura ser substituída por um calor especulativo.
Finalmente, ele dá um passo à frente, entra no meu espaço.
Levanto o queixo para manter contato visual e luto com sucesso
contra o desejo de recuar.
Uma vez que está basicamente em cima de mim, Ronan
sussurra: “Por que se importa se estou ferido?”
“Porque...” Começo, paro, fecho os olhos novamente e
respiro fundo.
“Olhe para mim, Annie.”
Eu não olho. Em vez disso, mordo meu lábio e balanço a
cabeça.
Sinto uma das mãos dele em meu rosto; seu polegar tira a
carne dos meus dentes, em seguida, varre o meu lábio inferior.
“Olhe para mim.” Desta vez soa um pouco mais como um
comando.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Abro meus olhos. Olho para ele. Digo a ele a verdade. “Eu
menti para você.”
Vejo um flash de algo por trás de seu olhar, e ele parece
prender a respiração. “Eu não gosto de mentirosos.”
“Eu sei, eu sei, me desculpe.”
“Sobre o que mentiu?”
“Quero constância.” Digo estupidamente. “Quero garantias e
estabilidade.”
“O quê? O quê...”
Eu o interrompo, minhas palavras saem da minha boca. “Eu
gosto de você. E mais do que apenas no sentido bíblico. Gosto de
você. Gosto que seja a Mãe Fitzpatrick com sua equipe, mas flerta
comigo. Gosto de como cuida da sua família e como é honesto. E
eu quero...” Tento desviar meu olhar do dele, mas ele não me
deixa. Ronan ergue a outra mão para que segure meu rosto entre
as palmas das mãos, forçando-me a manter contato visual.
“O que você quer?”
“Quando te vi pela primeira vez, sabe o que pensei? Pensei
que parecia triste. E mesmo que não te conhecesse, queria fazer
algo para fazer isso desaparecer.”
Seu olhar se estreita. “Quer dizer na sala de descanso?
Achou que eu estava triste?”
Meus olhos se arregalam quando percebo meu erro. Tanto
quanto Ronan sabe, a primeira vez que coloquei os olhos nele foi
no escritório na sala de descanso. “S-sim, quero dizer, não, claro,
quero dizer isso, ouça, não importa. O que importa é que vi você,
vi tristeza. Queria ajudar.”
“Mas não me quer?”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Minha frustração duplica. Agarro seus pulsos, me


equilibrando. Olho para o pescoço dele, irritada por estar tão mal
com isso e solto uma exclamação: “Quero você, por alguma razão
maluca quero confiar em você; mas estou com tanto medo.” A
última parte da minha frase sai como um sussurro.
Ele parece soltar a respiração que segurava e, com isso,
sinto seu alívio como uma coisa tangível. O peso que não percebi
precisamente que ele segurava cai. Ronan dá um beijo rápido na
minha testa antes de dizer: “Não tenha. Você não precisa ter
medo de mim.”
“Não consigo não ter. Você não sabe. Não sabe o que eu
sou.”
“Sei que você é linda.”
Meus olhos cortam os dele, e faço uma careta, o medo faz
minha garganta apertar. “Veja, é isso. Isso aí mesmo. Esse é o
problema.”
“O quê? É um problema que ache que você é linda?” Ele está
realmente perplexo.
“Você vai mudar de ideia. Você encontrará outra pessoa.”
Ronan olha para mim como se cresceu asas e chifres e oito
pernas. “Do que está falando?”
“Trabalhei muito duro por estabilidade, por segurança. As
coisas estão bem agora. Estou segura.”
Seus polegares acariciam minhas bochechas e mandíbula,
seus olhos ficam ardentes e ferozes. “Você não acha que está
segura comigo? Acha que eu te machucaria?”
Suspiro. Sei que minhas sobrancelhas estão se movendo em
todos os sentidos na minha testa enquanto luto pelas palavras

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

certas. No final, não tomo uma decisão consciente de contar a ele


sobre isso; estou falando e, antes que perceba, estou na metade
da história.
“Deixe-me explicar isso dessa maneira, e não estou usando
meu histórico para ganhar simpatia. Não quero simpatia. Deixe-
me contar o que aconteceu. Vai... vai fazer mais sentido, acho.”
Ronan assente seu encorajamento.
“Quando eu tinha seis anos, minha mãe me deixou. Eu te
disse isso. Mas o que não lhe contei foi que quando eu tinha sete
anos, fui adotada por uma família. Eles pensaram que eu era
muito fofa. E, hum...gostaram do quão quieta eu era, quão doce.
Levei um tempo para voltar, tipo, quatro meses antes de começar
a me abrir e ser eu mesma.” Abaixo meu olhar para seu pescoço,
não quero ver sua expressão quando disser a ele o resto.
“Então, ela engravidou, e eles não queriam, não me queriam
mais. Então, me devolveram ao estado. E então, meu assistente
me colocou de novo naqueles piqueniques de adoção, aonde pais
em potencial vêm escolher crianças, porque eu ainda era
considerada uma boa candidata. Mas não falei com ninguém, e
não olhei para ninguém porque, mesmo com sete anos, preferia
ficar sozinha a ser deixada de novo.” Exalo, fecho os olhos
brevemente e depois volto ao seu rosto.
Ele parece horrorizado, e não há dúvidas sobre a pena em
seus olhos.
“Não. Não sinta muito por mim. Não lhe disse isso para que
sentisse pena de mim.”
“Dane-se isso. Claro que sinto muito por você. Como não
poderia? Essa é uma história de merda e essas pessoas foram

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

idiotas; e se estivessem aqui agora, eu iria acabar com eles, bem,


eu iria acabar com ele. Mas daria a ela uma severa conversa.”
Solto uma risadinha e balanço a cabeça, tento me
concentrar na razão pela qual comecei a contar a história para
começar. “Meu ponto é que não posso namorar. Não posso ser a
garota de alguém. Não posso ser sua; não posso...”
Não consigo dizer a ele o que mais não posso fazer porque
ele me beija, e desta vez não é uma pressão encenada e caseira de
seus lábios nos meus. Desta vez é feroz. Suas mãos caem do meu
rosto e me envolve em seus braços, me esmaga contra seu peito.
Sua língua invade minha boca, me acaricia, exige que eu
responda.
Eu respondo.
Derreto contra ele e agarro punhados de sua camisa, não me
importando de que esteja úmido de suor. Apesar de sua corrida
anterior, ele cheira a doçura e colônia picante e algo
exclusivamente Ronan.
Quando termina e minha boca foi completamente adorada,
estou muito atordoada.
“Agora, você me escuta.” Ronan belisca minha mandíbula,
ainda me segurando perto. Ele sussurra com força no meu
ouvido, faz cócegas em mim e me faz tremer, “Isso está
acontecendo. Você e eu estamos acontecendo, e isso é real. Gosto
de você, e mais do que apenas no sentido bíblico, seja lá o que
isso signifique. Amo que você é brilhante e generosa, linda e real.
Eu gosto de você.”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Ele aproveita a oportunidade para passar a língua no meu


ouvido, envia choques de prazer e contentamento correndo pela
minha espinha.
“Ah...” Arqueio minhas costas, instintivamente pressionando
meu corpo ao dele.
“Não dou a mínima para seus problemas de abandono,
porque não vou abandonar você. Eles não me importam. Não
deixe que tenham importância.”
Ele chupa meu pescoço, suas mãos vagam, massageando
minhas costas e bumbum através das minhas roupas de
exercício.
“Você só vai ter que confiar em mim. E amanhã vou te levar
para sair e te exibir não apenas porque realmente gosto de como
se parece, mas porque é inteligente, boa e genuína...”
Eu me esfrego contra ele, um pouco selvagem por sua
agressividade dominante. Portanto, estou completamente
desorientada quando agarra meus braços e me segura. Ele olha
para mim até que pisco para ele e posso trazê-lo para o foco.
Parece satisfeito por ter toda a minha atenção, Ronan
termina seu pensamento suspenso com um rosnado baixo. “... e
agora você é minha.”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Capítulo 12
@ Jenny0989: @RonanFitz Homens como você me deixam doente. Você merece ser
enforcado, arrastado e esquartejado #manwhore #teambrona
@RonanFitz: @ Jenny0989 Enforque e arraste tudo o que quiser, mas chegue perto
dos meus aposentos e teremos um problema.

* Ronan *

18 de março
16h10
Caro Ronan.
Eu concordo, a verdade sempre aparece. Estou tão feliz que
não fez nada precipitado. Ela não merece seu tempo e atenção (ou
energia).
Fiquei surpresa com suas perguntas no último e-mail, sobre o
que estou ganhando em ajudá-lo. A resposta é simplesmente esta:
estou recebendo o prazer de sua correspondência. Eu me pergunto
se alguém já te disse isso antes, mas você é muito charmoso e
simpático. É muito inteligente; seus e-mails me fazem rir. Eu gosto
de você.
SML = Alguém (que) Talvez goste (você)

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

É sexta-feira de manhã e estou relendo a última mensagem


da Socialmedialite pela enésima vez enquanto esfrego minhas
têmporas. Minha cabeça está oficialmente destruída. Agora sei
quem é a pessoa sem rosto do outro lado dos e-mails.
Admito, quando encontrei o celular de Annie no meu carro,
fiquei furioso. Eu me senti traído e além da raiva. Não podia
acreditar que estava novamente passando por um tolo com uma
mulher. O porteiro que trabalha no meu prédio, Jeffrey, com
quem construí uma relação amistosa e amável, me perguntou
como estava o meu dia, e respondi como um maníaco assustador:
“MARAVILHOSO, JEFFREY, APENAS UMA PORRA DE
MARAVILHOSO!!”
Então, sim, Jeffrey e eu estamos acabados.
Quando cheguei à cobertura, dei muitos golpes no saco de
pancadas no ginásio. Não usei nenhum equipamento de proteção
e minhas mãos ficaram machucadas e cruas quando terminei.
Felizmente, meu temperamento diminuiu o suficiente para
conseguir mergulhá-las em água morna, desinfetá-las e envolvê-
las durante a noite.
Pensei que estava tendo um colapso emocional, como uma
mulher que acabou de descobrir que seu marido de vinte anos a
estava traindo. Na periferia da minha mente, estou ciente de que
minha reação traída está muito acima do topo. Isso me traz à
conclusão de que estou muito mais interessado em Annie do que
pensava.
Sei que a quero fisicamente, mas está ficando óbvio que
tenho sentimentos por ela que são mais profundos do que isso.
Ela teceu seu caminho em meus sentimentos, fodendo meu plano

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L.H. Cosway & Penny Reid

constante de manter a vida simples. Deveria sair e fazer sexo sem


compromisso, mas aqui estou eu, me permitindo me envolver. Há
tantas cordas que não é engraçado, e nós não estamos fazendo
sexo ainda.
Mas voltando à minha descoberta mais recente. Tento
colocar as coisas em perspectiva.
Sim, ela mentiu para mim, mas eu a conheço há pouco
tempo. Não é como se fiz qualquer coisa para ganhar sua
lealdade. Depois que trabalho até a exaustão, desabo na minha
cama, olhando para o teto. Meu corpo está cansado, mas minha
mente um turbilhão de atividade. Tento me imaginar no lugar de
Annie. Quero dizer, a mulher tem dificuldade em se colocar lá
fora na melhor das hipóteses. Imagino que admitir sua famosa
identidade on-line secreta para pessoas como eu é uma
perspectiva assustadora. É compreensível que guarde isso para si
mesma. Na verdade, se ela viesse e me dissesse, poderia ter
suspeitado. Seria muito fora do personagem.
Ainda assim, estou chateado, principalmente porque ela
manteve a correspondência comigo e não admitiu que já me
conhecia. Ela me permitiu acreditar que era uma estranha em
quem podia confiar. Alguém distante da minha vida cotidiana.
Uma coisa é simplesmente não me dizer que ela é a
Socialmedialite, essa é a parte que eu esperava, mas é outra
inteiramente escrever para mim dia após dia, fingindo ser outra
pessoa. Essa parte exige esforço, sigilo e certo nível de
duplicidade.
Estes eram os meus pensamentos até eu encontrá-la no
parque ontem para uma corrida. Ela me derramou suas

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L.H. Cosway & Penny Reid

entranhas, e não pude deixar de estar com o coração partido por


ela, envolver meus braços em volta dela, e deixar seu corpo macio
afundar no meu. Quero estar com raiva, mas simplesmente não
consigo resistir.
Entendo as razões de Annie por ser do jeito que ela é. E
então, tenho outra epifania. Pensei que talvez, apenas talvez,
Annie não esteja sendo duas caras por manter seu segredo.
Talvez essa seja a única maneira pela qual pode realmente ser ela
mesma e me conhecer sem que sua ansiedade atrapalhe. Ela
precisa do véu. A distância. A rede de segurança eletrônica.
Não é preciso dizer que minhas conversas com The
Socialmedialite são muito mais abertas do que minha relação com
Annie em pessoa. Então, depois que a deixei para ir trabalhar
ontem, tomo uma decisão. Permitirei que Annie mantenha sua
rede de segurança por mais algum tempo. Ainda não direi a ela
que sei do seu segredo, porque dessa forma nós conseguiremos o
melhor dos dois mundos. Ainda teremos a via eletrônica como
comunicação, àquela em que ela é confiante e emite sua opinião.
E então, também teremos a via em pessoa, onde poderei me
deliciar em estar perto dela e provocá-la para fora de sua concha.
Falando da vida "eletrônica" de Annie, tenho me encontrado
lendo seu blog cada vez mais, trabalhando em seu catálogo como
se fosse um livro que não posso esperar para chegar ao fim. Ler
as postagens dela me faz sentir muito mais por ela, porque,
apesar das minhas impressões originais, os artigos de Annie não
são os mesmos que a maioria das fofocas sobre celebridades. São
espirituosos e inteligentes; zombam de egos e hipocrisia em vez
de ganho de peso e vidas pessoais de mau gosto.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Em um artigo no início deste ano, ela escreveu sobre um


artista de hip hop comprando para si um carro banhado a ouro
de US $ 40 milhões e, ao mesmo tempo, defendendo uma
campanha para arrecadar dinheiro para as vítimas de desastres
naturais. Annie perguntou, por que não, apenas doar a desculpa
inútil e extravagante de um veículo motorizado para as vítimas
antes de suplicar que as pessoas que trabalham todos os dias
desistam de seu suado dinheiro? Pegue esse dinheiro e dê um bom
exemplo!!!
E no final do ano passado, um escândalo com telefones de
celebridades hackeados chegou às manchetes, e a mídia mundial
estava condenando várias atrizes e cantores por salvar fotos e
vídeos nus em seus telefones. Annie declarou: Qualquer pessoa,
em qualquer lugar, a qualquer hora, deve ser autorizada a salvar
o que quiser em seus telefones sem que esses arquivos sejam
roubados e mostrados para o mundo inteiro. Não ligo se você é
uma atriz vencedora do Oscar ou uma cozinheira no McDonald's,
a privacidade de ninguém jamais deve ser invadida assim, não
importa que se espalhe pela Internet para ser escolhida, criticada
e condenada. É possível, só desta vez,* NÃO culpar a vítima?
Ler tudo isso é confuso. Não só acho que ela é linda e
notável na vida real; mas por trás de sua fachada quieta é
insanamente esperta, e tem coragem de defender aquilo em que
acredita. Tem princípios, e são do tipo que respeito imensamente.
Eu a admiro.
Então, agora, olho para a tela mostrando sua última
mensagem para mim com o SML e decido por uma resposta. O
fluxo de conversa entre nós ficou em silêncio nos últimos dias.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Preciso descobrir o jeito certo de começar de novo. Ela sair e


admitir que gosta de mim me faz enfeitar como um maldito pavão.
Começo a digitar.

21 de março
9h45
Cara SML
Primeiramente, minhas desculpas pelo silêncio nas
comunicações. Como provavelmente pode imaginar, tive muito no
meu prato nos últimos dias. Estou tentando ser menos impulsivo,
menos facilmente atraído pela raiva, por isso demorou muito para
relaxar quando a história de Brona saiu. De qualquer forma, estou
tentando não me fixar nisso.
Então você gosta de mim?
Gostaria de dizer que estou surpreso, mas é óbvio que suas
mensagens de insultos anteriores foram um excelente exemplo de
paixão de pátio de escola. Mamãe sempre disse que as garotas só
me chamavam de nomes porque gostavam de mim ;-)
Infelizmente para você, meus sentimentos pertencem a outra
pessoa. No entanto, se quiser me conquistar, envie algumas fotos
picantes (mesmo que sejam apenas de sua deliciosa tatuagem de
sereia).
Não seja uma estranha.
Ronan

Aperto "enviar," imaginando como Annie responderá.


Ela ainda acha que não sei quem é a SML, então deixo claro
que há alguém de quem gosto. Além disso, embora goste da The

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Socialmedialite e aprecie nosso intercâmbio, desde que conheci


Annie pessoalmente, vendo como é adorável e bonita, não tenho
olhos e pensamentos para mais ninguém.
Deveria ser claro antes com sua persona online, mas sempre
fui um paquerador quando não estou namorando alguém. No
entanto, agora me esforço para garantir que The Socialmedialite
e, portanto, Annie, não ache que a estou perseguindo no mundo
real, ao mesmo tempo em que tento conseguir divertimento com
alguma garota anônima on-line. Cerca de meia hora depois,
recebo uma resposta.

21 de março
10:22 a.m
Ronan!
Como você está? Se não fosse pelo fato de você e sua nova
namorada estarem espalhados pela Internet, poderia pensar que
caiu em um poço ou algo assim. Porque isso acontece o tempo todo,
certo? Ri muito. Quando era criança, costumava pensar que ser
atingido por um raio era uma das principais causas de morte entre
os seres humanos.
Então você e essa garota Annie, né? Tenho que dizer, apesar
de querer você para mim, estou gostando dela, e pelo que li, todo
mundo também. Às vezes o público pode criticar demais as
namoradas não famosas de celebridades, porque sabe, ciúme e
tudo o mais. Então é uma coisa muito boa que as pessoas a
estejam abraçando. Li um artigo hoje em um site muito popular
questionando a história de Brona, desde que ela não trouxe

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nenhuma evidência de suas acusações. Acho que você está no seu


bom caminho para ficar bem.
E não se preocupe com a minha pequena paixão. Vou abrigá-
la com graça e sem ressentimentos.
Sua amiga
O SML
P.S. Vi aquelas fotos de você e Annie se beijando no parque
ontem. Puta merda, são quentes! Minha sereia pode ter tido algum
tempo feliz no chuveiro depois de vê-los. Aproveite o visual.

Estou sorrindo como um tolo no momento em que chego ao


final da mensagem. Annie tem um lado malvado, dou isso a ela.
Ainda assim, o corpo de sua mensagem é muito casual e
amigável, e anseio por algo mais. É por isso que pego meu
telefone e digito uma mensagem para a verdadeira Annie.

Ronan: Sinto falta do seu gosto. Venha aqui.

Sua resposta é quase imediata.

Annie: Estou trabalhando. Você vai me ver hoje à noite.

Oh, de jeito nenhum ela vai fugir tão facilmente. Entro no


modo sexo completo.

Ronan: Quero fazer você gozar com a minha boca.


Annie: Ronan! Estou no escritório e Gerta está bem ao
meu lado!

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Ronan: Tenho que dizer que isso faz com que seja mais
quente.
Annie: * Piscando os olhos * Você tem uma queda por
Gerta?

Ha! Sabia que ela não gostou de quão amigável fiquei com a
assistente dela.

Ronan: Ciumenta, amor?

Demora um pouco para ela responder, e gosto de imaginar


que está amaldiçoando o quão transparente foi.

Annie: Não.
Ronan: Bom, porque não são os peitos da Gerta que
fantasio vindo aqui.

Outra longa pausa. Ela lê a mensagem, mas não está


digitando ainda. Então, finalmente sua resposta vem.

Annie: Por favor, pare de me mandar mensagens. Gerta


acha que posso estar com gripe. Seu último texto me causou
um ataque de tosse.
Ronan: Você está pensando, não é? ;-)
Annie: Sim. Demais. Você é demais.
Ronan: Na verdade, disse que tenho a quantidade certa :-
D Admita, está sentindo a minha falta tanto quanto eu sinto
sua falta.

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Annie: Talvez. Só um pouco.


Ronan: Diga o que sente falta de mim.

Há uma pausa ainda maior dessa vez. Posso apenas


imaginá-la se preocupando se deve ou não me satisfazer.

Annie: Sinto falta de como você cheira. Como seu corpo


parece contra o meu.

Ok, não esperava que ela jogasse junto. E sim, já estou


duro.

Ronan: Vai me deixar entrar em você hoje à noite,


amor?

Posso apenas imaginá-la corando.

Annie: Não é mais no quarto ou quinto encontro?


Ronan: Sou irlandês. Nós não aderimos a essa merda.
Annie: Tenho que voltar ao trabalho agora, Ronan.
Ronan: Ok, então. Vejo você à noite. xxx
Ronan: Continue pensando em mim.
Ronan: Não consigo parar de pensar em você.

Quando finalmente chega a hora de me preparar para o


encontro com Annie, coloco uma quantidade excessiva de tempo
na minha aparência. Na verdade, acho que nunca coloquei esse
nível de esforço para parecer bem antes. No final, coloco uma

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camisa branca justa e uma calça azul escura de algum designer


ou outro. Além do fato de que pode ver a minha tatuagem através
da camisa, pareço muito respeitável.
Sou viciado em como os olhos de Annie me bebem quando
ela me vê, e quero encorajar mais. Insisti que fosse a pessoa a
buscá-la, e ela me deu de má vontade o endereço dela. Ela mora
em um belo prédio em uma área de classe média alta. Não é
exagerado, o que imagino que ela possa pagar dada a renda extra
de seu blog , mas é aconchegante. Eu me vejo sorrindo. Gosto
antes mesmo de entrar no prédio.
Não estou sorrindo por muito tempo porque quando bato na
porta de Annie, ela não é a única a responder. Em vez disso,
algum pau loiro está diante de mim, uma sobrancelha levantada
quando avalia a minha aparência. Em minha opinião, nenhum
homem deve avaliar a aparência de outro homem, a menos que
ele torce pela equipe do pênis.
“Posso ajudá-lo?” Pergunta o homem, arqueando uma
sobrancelha.
“Não, está bem, cara. Acho que bati no apartamento errado.”
Respondo e me viro para tentar a próxima porta quando Annie
grita. “Ronan, é você? Entre.”
Sua voz soa um pouco tensa, e noto que está me chamando
de Ronan, em vez do Sr. Fitzpatrick. Passo pelo Sr. água
oxigenada, entro no apartamento cuidadosamente mobiliado,
absorvendo tudo. É tão quente e vivido que sinto vontade de ficar
aqui com Annie para a noite, em vez de levá-la para sair como
planejado.
Porra, cheira levemente ao seu perfume também.

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É tão perfeito que quase me esqueço do babaca atrás de


mim. Eu o ignoro e me viro para Annie, que usa um vestido azul
escuro na altura do joelho que se ajusta perfeitamente a ela,
destacando sua cintura pequena e seios generosos, embora
desejasse que isso não escondesse suas pernas e coxas bem
torneadas. Mas mergulha de forma atraente em seu decote,
exibindo sua linda pele cremosa até a perfeição. Seu cabelo
comprido está solto e usa um pequeno toque de maquiagem. Eu
me aproximo dela e pego suas duas mãos nas minhas, notando
seu engolir nervoso. Eu as descanso no meu peito e esfrego meus
polegares ao longo do interior de seus pulsos.
“Você está linda, amor.” Murmuro.
O Sr. água oxigenada pigarreia e viro a cabeça para ele,
sentindo uma carranca se aproximando.
“Este é o meu vizinho Kurt”, Annie começa, com a voz
vacilante. Parece estar tendo dificuldades com essa situação por
algum motivo, então continuo esfregando sua pele com os
polegares em um esforço para relaxá-la. “Kurt, esse é m-meu,
meu... meu Ronan.”
Seus olhos se arregalam; parece querer colocar as mãos no
rosto, mas suas mãos estão felizmente ocupadas. Meu sorriso se
espalha pelo meu rosto.
“Foda-se sim, eu sou.”
“Quero dizer, ele é meu...”
“Eu sou o namorado dela.” Termino por ela antes que
comece a divagar.
“Kurt mora ao lado. Ele acaba de pegar um pouco de açúcar.
Nós estamos rindo do fato de que vivemos um ao lado do outro

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por tanto tempo, mas nos conhecemos recentemente. É louco


morar em uma cidade desse tamanho. Você nunca conhece seus
vizinhos, sabe? Enfim, aproveite o açúcar, Kurt.
Rio baixinho. Deus, essa mulher vai me matar, é tão fofa.
Quero vê-la ficar toda nervosa assim quando eu a amarrar na
minha cama, quero ver a rapidez com que calará a boca quando
colocar minha boca nela.
“Sim, Kurt, aproveite o açúcar. Não quero que sofra com
uma xícara de chá sem açúcar, agora, não é?” Adiciono e então,
dou a ele uma piscadela que diz que o acho adorável. Sua postura
fica rígida e sua boca forma uma linha fina. Sei exatamente o que
essa porra está fazendo. Açúcar, minha bunda. Um truque tão
óbvio para tentar invadir o apartamento de Annie. Na verdade, me
irrita saber que ela deixa um homem que mal conhece entrar em
sua casa. Posso ter que puni-la um pouco por isso.
“Estou realmente tendo um jantar hoje à noite e preciso
para um prato que estou preparando.” Ele responde suavemente.
“Bem, não queremos prender você.” Digo, minha expressão
endurece agora.
Um concurso de olhar silencioso segue. Ele é o único a
desviar o olhar primeiro, me ignora e foca sua atenção em Annie.
“Adoraria que viesse mais tarde. Só vou ser eu e alguns amigos
próximos. Boa comida, bom vinho e conversa inteligente.” Seus
afiados olhos azuis se voltam para mim por um segundo, e juro
por Deus que estou pronto para acabar com ele. Está claramente
insinuando que não sou capaz do último.
“Na verdade, temos planos.” Responde Annie, dando-lhe um
pequeno sorriso. “Mas talvez em outro momento.”

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Kurt parece o gato que pegou o creme, sorrindo de volta


para ela lascivamente. “Sim, gostaria disso. Outra hora então.”
Disparando-me um último olhar hostil, ele se vira e sai do
apartamento. No momento em que a porta se fecha, começo a
andar em direção a Annie até que as costas dela encontram a
parede.
“Alguma outra hora?” Digo, levantando uma sobrancelha.
“Estava sendo educada.”
“Você sorriu para ele.”
“Sim... ele é meu vizinho.”
Meu tom é terno, mas firme quando respondo: “Annie
querida, me perdoe por ser franco, mas ele quer transar com
você. Algo que precisa entender sobre mim, não vou tolerar
homens assim, especialmente no seu apartamento. Você é minha.
Eu te disse isso. É assim que funciona.”
Sua voz é baixa, mas distintamente indignada. “Você está
falando sério?”
Fico surpreso com a facilidade com que amaldiçoa e como
soa natural escorregando de seus adoráveis lábios; parece que
minha Annie tem uma boca suja. Mas estar tão perto dela, ter o
cheiro dela me cercando e seu corpo flexível colado com o meu,
não é uma surpresa que eu fiquei excitado.
Pressiono a evidência dessa excitação em sua coxa, e ela
solta um pequeno suspiro.
“Solte a justa indignação, Annie. Estamos juntos agora e
haverá regras. Não quero outros homens a sós com você em seu
apartamento, mas vai nos dois sentidos. Não tenho mulheres na
minha casa também. Merda, não quero nem olhar para nenhuma

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outra mulher além de você. Eu me sinto... muito protetor de você.


Irracionalmente assim? Sim talvez. Mas é assim que tem que ser.
Prometo a você, uma vez que perceber tudo o que quero te dar,
você vai gostar. Inferno, vai adorar. Somos nós e isso é
permanente.
Algo nela derrete. Posso sentir isso na maneira como o corpo
dela perde toda a tensão. Ela afunda em mim, sua mão
pressionada firmemente no meu peito. não quero mais falar,
então levo minha boca para seu pescoço e lambo uma linha até o
lóbulo da sua orelha. Ela treme e agarra minha camisa. Agarro a
parte de trás de seus joelhos, facilmente a puxo para cima, e ela
envolve suas pernas em volta da minha cintura. É a posição
perfeita para eu moer minha ereção em seu ponto ideal.
“Ronan,” ela suspira antes de eu capturar seus lábios com
os meus, mergulhar minha língua em sua boca macia e molhada.
Começo a mover meus quadris para frente e para trás
ritmicamente enquanto a devoro com meus dentes, meus lábios,
minha língua. Ela é tão quente e macia que sinto que posso me
perder nela por horas, dias. Não sei há quanto tempo estamos
nos beijando quando o telefone dela começa a vibrar em sua mesa
de café.
Ela solta as pernas e desce, respira pesadamente e descansa
o rosto na curva do meu pescoço. “Deus, o que estamos fazendo?”
Ela murmura como se para si mesma. Quando pego seu queixo
entre meus dedos e levanto seu rosto para mim, ela parece
oprimida. Estou indo rápido demais, mas não consigo evitar. Há
algo na presença de Kurt que faz com que alguma parte ridícula
de homem das cavernas em mim precise reivindicar.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Quando o telefone para de zumbir, Annie parece ter se


recomposto.
“Vamos pegar seu casaco.”
Ela assente, embora pareça ainda estar atordoada enquanto
caminha até o armário; mas então de repente se vira para mim.
“Oh! Quase esqueci.”
“Esqueceu o que?”
“Eu...” Seus olhos levantam para mim, em seguida, flutuam
para a mesa atrás de mim. “Tenho uma coisa para você.”
“O quê?”
Ela passa por mim, me dá um pequeno sorriso, então pega
uma bolsa preta sem marca. “Ainda não está no mercado, mas
deve ser muito melhor que o modelo mais recente; e notei que não
tem um relógio, então pensei... aqui.” Ela empurra a bolsa em
minhas mãos.
Eu a estudo. “Você não precisa me comprar nada.”
“Eu sei. Quis comprar isso.”
“Por quê?”
“Porque...” Ela encolhe os ombros, coloca o cabelo atrás da
orelha conscientemente. “Porque, honestamente, me senti bem. É
bom pensar em você, e no que pode querer e o que pode
precisar...” Sua voz some, e parece nervosa e incerta.
Sua resposta é alarmante, e não sei por que isso me
perturba. No entanto, tento dar a ela um sorriso tranquilizador
quando enfio a mão na sacola, puxando para fora um relógio
muito elegante e de alta tecnologia em uma embalagem de
aparência futurista.

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“É um relógio.” Digo. Pelo que parece, também deve ser um


relógio muito caro.
“Sim. Mas é mais que isso. pode usá-lo para rastrear suas
calorias, tanto a ingestão quanto as calorias queimadas, e pode
inserir os dados da dieta diretamente e a distância é registrada
por meio do rastreamento por GPS. E também permite enviar e
receber tweets e tirar fotos que pode enviar imediatamente para a
mídia social. É 4G e já está conectado. Então, pode fazer tudo em
qualquer lugar, a qualquer hora.” Ela está sorrindo para mim, um
sorriso grande e esperançoso. “Pensei que isso pode facilitar suas
interações online, além do rastreador fitness...”
Estar conectado o tempo todo parece horrível; mas vejo que
ela pensou muito sobre o presente e está animada com isso,
então, faço a única coisa que posso.
Digo: “Uau, obrigado Annie. Isso é... realmente ótimo.” Até
soo como se estivesse falando sério, provavelmente porque quero
dizer isso.
Apenas o fato de que ela me comprou um presente me
surpreendeu. Estou em sua mente; ela está pensando em
maneiras de me fazer feliz. Esse é o verdadeiro presente.

***

Seguro a mão dela enquanto saímos para pegar um táxi. Eu


a levo para jantar no Tom´s porque ela parece realmente gostar
da comida de lá. Felizmente, esta noite é a noite de folga de Tom,
então não terei que ficar sentado com Annie, mais uma vez,
tietando ele novamente.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Em vez de sentar-me em frente a ela na mesa, sento ao seu


lado. Depois do que aconteceu em sua casa, sinto a necessidade
de estar o mais perto que possa chegar.
Não planejei beber, mas, estranhamente, quando a
garçonete vem pegar nosso pedido, eu me vejo pedindo uma
cerveja. Esses sentimentos que sinto por Annie, a intensidade
deles, merda, não é surpresa que precise de algo para aliviar a
tensão. Annie pede um copo de vinho tinto e não consigo parar de
olhar quando seus lábios cheios se curvam ao redor da borda da
taça. Posso ver nos olhos dela que ela sabe exatamente o que
estou pensando.
Perguntei-lhe muitas coisas sobre sua vida agora, sua
infância, os tipos de coisas que gosta de fazer. Ela é osso duro de
roer para a maior parte disso, apenas me dá respostas rápidas e
fechadas. Quero saber sobre as coisas que passou quando
criança. Apenas me chame de masoquista porque sei que ouvir
sobre isso me irritaria, mas ainda tenho essa necessidade feroz de
saber tudo, de alguma forma exorcizar esses demônios para ela.
Ela vira a conversa de volta para mim e parece mais do que
satisfeita em ouvir enquanto falo sobre mim mesmo. Na verdade,
ela devora. Vejo interesse genuíno em cada nova história; não
importa se estou falando sobre brincadeiras durante a faculdade
ou uma partida de rugby particularmente cruel, seus olhos estão
brilhantes, vigilantes, absortos. Ela fica encantada, pendurada
em cada palavra minha.
Ela me faz sentir como se fosse o rei dos caras fascinantes.
É um sentimento inebriante, sedutor, faz maravilhas para o meu
ego. Confirma que ela realmente gosta de mim.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Você é um grande contador de histórias.” Suas palavras são


um pouco arrastadas e sorrio calorosamente. “Isso é bom,” ela
continua enquanto olha para mim por baixo de seus cílios
grossos. Está em sua terceira taça de vinho, suas bochechas
estão rosadas, e acabo de terminar minha segunda cerveja. A
garçonete vem e coloca a conta na mesa.
“Ainda não acabou.” Respondo, esfrego o polegar sobre seu
lábio inferior. Sinto sua respiração varrer minha pele com pressa.
“Não?”
Balanço a cabeça, meus lábios se curvam em um sorriso.
“Estou levando você para dançar.”
Seus olhos ficam grandes e redondos, e parece surpresa.
“Você dança?”
Assinto. “Relativamente bem.”
Não demora muito para que estejamos abrindo espaço em
uma boate chamativa em uma área estilosa de Manhattan.
Verdade seja dita, Tom sugeriu o lugar. Não sei mais sobre casas
noturnas chamativas de Manhattan do que sobre cirurgia de
coração aberto. Com a mão firmemente na parte inferior das
costas de Annie, eu a levo para o bar, onde uma mulher alta e
magra, usando um top curto, anota o nosso pedido de bebidas.
“Oh meu Deus! Você é Ronan Fitzpatrick, não é?” Uma voz
feminina grita atrás de mim. Annie fica com uma expressão
indecifrável no rosto e foca intensamente no copo que está
segurando. É em momentos como este que percebo o quanto não
está habituada a estar perto das pessoas. Obviamente, não está
protegida, mas se manteve longe de situações sociais por tanto
tempo que não está mais preparada para lidar com elas. Eu me

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

viro para encontrar três mulheres usando vestidos pequenos


apertados e saltos altíssimos sorrindo para mim como se
acabaram de dizer que elas ganharam na loteria.
“É ele!” Diz outra. “Você pode por favor autografar algo para
nós? Temos acompanhado o seu romance esta semana em todas
as revistas, e estamos apenas obcecadas por vocês dois.” Todas
elas dão a Annie sorrisos encorajadores, mas ela fica quieta ao
meu lado como se estivesse congelada. Autografo alguns
guardanapos para elas e as deixo tirar algumas fotos, e jorram
um pouco mais antes de finalmente nos deixar sozinhos. A
barwoman me dá um tapinha no ombro e me entrega um cartão.
“Temos uma seção VIP particular no andar de cima, se você
preferir.” Ela sugere.
Pego o cartão, agradeço e depois enfio a mão na de Annie.
“Notou como essas mulheres não falaram sobre Brona?”
Pergunta Annie. “Isso é bom. Isso significa que as pessoas estão
se concentrando mais em nosso relacionamento do que em sua
história.”
“É verdade, mas isso não me surpreende,” digo com ternura.
“Basta um olhar nesses grandes olhos castanhos para o público
provavelmente cair de ponta-cabeça.”
Ignorando meu elogio, ela pergunta: “Vamos lá para cima
agora?”
“Sim, em breve, mas primeiro quero dançar com você”,
respondo. Levando-a para a pista de dança cheia. O DJ começa a
tocar Nightcall, e a pesada batida eletrônica afunda em meus
ossos. Trago meus braços ao redor da cintura de Annie e a puxo
para perto, movendo nossos corpos para a música hipnótica.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Olho para ela o tempo todo, admirando como seus cílios lançam
uma sombra escura sobre as maçãs do seu rosto. Ela se recusa a
olhar para mim, mantem seu olhar fixo firmemente na vizinhança
do meu pescoço. Frustrado, levo minhas mãos até o rosto dela e
seguro suas bochechas, inclino a cabeça para que finalmente me
olhe. Sua pele é quente e macia sob minhas palmas ásperas.
Nossos quadris começam a se mover em uníssono, um ritmo
lento e sensual, e agora que nossos olhares estão trancados,
parece que nenhum de nós pode desviar o olhar. Olho
profundamente em seus olhos, e apesar de estarmos cercados por
dezenas de estranhos, parece mais íntimo de alguma forma do
que se estivesse dentro dela. Eu sinto como se estivesse tentando
enxergar a alma dela. Bem, então sei que essa mulher tem o
poder de me destruir. É uma perspectiva assustadora. Está bem
longe da minha pele. mal posso imaginar o que acrescentar sexo
à equação traria, especialmente se ela estiver aberta a fazer as
coisas do meu jeito.
“Sinto que posso me perder e me encontrar em você, Annie.”
Murmuro perto de seu ouvido.
Ela engole em seco. “Não diga coisas assim.”
“Não posso ajudar. Acredite, eu tento. Você me faz sentir
tudo isso.”
Seu corpo parece afundar ainda mais no meu naquele
momento, e antes que eu perceba, a levo para o andar de cima no
setor privado que a barwoman recomendou. Um homem de terno
nos leva a uma pequena alcova semicrescente com assentos
luxuosos e caros. Annie faz um movimento para se sentar, mas
puxo seu braço e a giro, então ela cai no meu colo. Sei que a

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

quarta taça de vinho está cobrando seu preço quando, em vez de


protestar, ela solta uma risadinha. Deus, ela é tão fodidamente
sexy. Frenético, prendo seu longo e sedoso cabelo em minha mão,
puxo suavemente, e então coloco minha boca sobre a dela. Ouço
um pequeno gemido abafado quando se esforça para chegar mais
perto, seus seios empurram no meu peito deliciosamente.
Deixando de lado o cabelo dela, agarro seus quadris e a
levanto para que monte em mim. É um movimento muito
pequeno, mas faz toda a diferença. Sei que Annie também pode
sentir quando suspira meu nome.
“Ronan...”
“Pode me sentir, amor?” Pergunto sombriamente, arrastando
minha boca pelo seu pescoço, através de sua clavícula, e por cima
de seu decote exuberante. Arrasto meus lábios sobre o topo de
seus seios e a sento tremendo. Uso uma mão, agarro seu pescoço
e posso sentir seu pulso vibrar contra as pontas dos meus dedos.
“Sim.” Ela finalmente responde, toda ofegante. “Eu preciso
de mais.”
Ela não precisa pedir duas vezes. De repente aprecio que a
saia de seu vestido é longa e rodada ao invés de apertada, porque
isso significa que posso deslizar minha mão para baixo sem
realmente parecer que estamos fazendo mais do que beijar.
Lentamente, corro minha palma até sua coxa de seda antes de
deslizá-la entre suas pernas e coloca-la sobre sua calcinha
rendada. Não pensei que ficaria tão excitado na minha vida. Cada
pequeno som que ela faz, cada movimento, me faz sentir como se
pudesse gozar sem que ela precise me tocar.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Oh, Deus,” ela geme, busca meus lábios ansiosamente.


Afundo minha língua em sua boca no mesmo momento em que
deslizo minha mão por baixo da renda e a sinto pela primeira vez.
Porra, ela está molhada. Está ficando barulhenta agora; mas a
música no clube toca alto, então sou o único que pode ouvi-la.
Há algo de excitante nisso, sobre o fato de que um dos garçons
pode aparecer e descobrir o que estamos fazendo a qualquer
momento. Acho que Annie também sente essa excitação, porque
sua pele está úmida e tem arrepios onde ainda estou segurando
firmemente em seu pescoço. Esse é o sinal de que sou o único no
controle, o que a guia, embora ela esteja no topo.
Afundo dois dedos dentro dela e sinto seu pulso ao meu
redor. Jesus, não acho que durará muito mais tempo. Gemendo,
procuro seu clitóris com meu polegar, esfrego círculos enquanto
meus dedos se movem em um ritmo dentro dela. Ela está perdida
para mim então, e estou perdido para ela. Ela me possui, e não
tem a menor ideia. Quebro o nosso beijo porque quero vê-la
quando gozar. Sei que está perto porque todo o seu corpo parece
uma mola enrolada. Recostando-me contra o assento, olho para
ela, minha mão ainda trabalha sob o vestido.
Seus longos cabelos pendem para o lado do rosto, os lábios
cheios de beijos e as bochechas rosadas. Seu peito sobe e desce,
fazendo-me desejar que não estivéssemos em público para poder
desnudá-la. Meu corpo está coberto por uma camada de suor,
estou muito excitado, e então ela goza com um grito agudo e
tremores que duram e duram. Ela desmorona em meus braços e
estou completamente acabado. O rosto dela está no meu pescoço,
a boca planta beijos e murmura palavras indistintas.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“É isso, Annie, é isso.” Digo, meus dedos ainda dentro dela.


Acaricio sua bochecha com a outra mão e sussurro em seu
ouvido. “Venha para casa comigo.”
“Não deveria...”
“Mas você quer. Pela primeira vez na sua vida, deixe-se ter o
que quer.”
Ela olha para mim, então, morde o lábio inferior, e responde
com aquela palavra doce, “Ok.”
Toda a corrida de táxi até meu prédio, eu a beijo. Posso
beijá-la por horas. Sabe, aquelas sessões preguiçosas da tarde no
sofá quando apenas beijar é o suficiente? Bem, posso fazer isso
todos os dias com Annie e nunca me cansar disso.
No elevador até a cobertura, minhas mãos estão em cima
dela, em seus cabelos, apertam sua bunda, molda seus seios. Ela
está em cima de mim também. Está finalmente deixando ir suas
inibições. Quando aperta a mão contra o meu pau, quero mordê-
la, me sinto muito bem. Eu a beijo tão ferozmente que seus lábios
provavelmente ficarão doloridos pela manhã.
Na minha cabeça, procuro em minha memória o que tenho
na cobertura. Não trouxe muito comigo, mas tem que haver algo
que possa usar para amarrá-la. Então, me lembro da cesta de
boas-vindas que estava lá para mim quando cheguei. Tem uma
fita vermelha de seda em volta dela. Não é ótimo, mas servira por
agora.
Consigo encaixar minha chave na porta e ainda manter
minha boca na dela, abro e a puxo para dentro, batendo suas
costas contra a parede e levanto sua perna para poder pressionar
minha ereção em seu núcleo. Ouço alguém limpar a garganta

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

pouco antes de uma voz que reconheço bem dizer: “Hum,


desculpe interromper vocês dois, mas sim, isso é estranho.”
Annie engasga de surpresa e caio contra ela.
Fodido. Inferno.
Suspiro, minhas mãos em punhos em frustração e cerro
meu queixo.
“Lucy.” Murmuro sob a minha respiração. Levo um
momento para me recompor antes de me endireitar e virar para
ver minha irmã sorrindo e minha mãe com uma pequena
carranca.
Suspiro, aperto o ombro de Annie e, sem nenhuma
relutância, digo: “Acho que este é o momento perfeito para você
conhecer minha família.”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Capítulo 13
A Falsa Selfie: Quando alguém finge estar tirando uma foto de si mesmo, mas está tirando
uma foto de uma pessoa em segundo plano. Esse método difere do "Creeper Selfie", pois
nenhum dos rostos ou expressões do fotógrafo está presente na imagem.
Melhor para: situações em que tirar uma selfie não seria incomum - chamar atenção, por
exemplo, enquanto sozinho em uma atração turística ou durante um evento esportivo/
concerto.
Não use: Em restaurantes ou perto de espelhos.

* Annie *

Foi uma semana marcante para mim, um verdadeiro feito,


um marco de Annie-isties atípicas.
Primeiro, eu me abri com Ronan sobre o meu passado e, por
mais que seja capaz, admiti ter sentimentos por ele. Confio nele,
ou pelo menos estou começando.
Então, flertei com ele via e-mail; concedido, foi como The
Socialmedialite, e todas as referências lascivas envolviam minha
tatuagem fictícia de sereia.
Claro, não posso deixar de mencionar o sexo por texto - ou o
mais perto que já cheguei disso - na sexta-feira isso me deixou
tão quente que tive que ir ao banheiro e correr água fria sobre
meus pulsos e colocar uma toalha de papel molhada no meu
pescoço.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Ah, sim, e então o apresentei como meu namorado para o


meu vizinho mandão e persistente; ceder de forma ambígua às
exigências de Ronan sobre como passo meu tempo e com quem; o
homem das cavernas secando na parede do meu apartamento; o
orgasmo no clube de dança; e a maratona no táxi, no elevador, no
corredor e contra a porta do seu apartamento.
Ah, sim, e como posso me esquecer de conhecer sua mãe e
sua irmã imediatamente depois? Ou como praticamente saí do
apartamento depois que as apresentações foram feitas?
Adorável. Simplesmente adorável.
Pelo menos não cuspi chá no rosto de ninguém... ainda.
Apenas do meu namorado.
Ronan... meu namorado.
Ele é meu namorado. Nós somos nós e nós. Faço parte de
um casal; sou mais do que apenas uma. Tento ignorar o modo
como meu coração troveja sempre que penso sobre isso, a quão
excitada fico apenas com o pensamento de ver Ronan, de
pertencer a ele.
Também tentei reprimir pensamentos sobre o futuro, me
perguntando se vamos morar na Irlanda ou em Nova York –
espero que seja na Irlanda. Eu me pergunto se Joan se importaria
se eu fosse para o exterior, se Ronan já tem um apartamento em
Dublin ou se iríamos escolher um juntos. Não me importo
honestamente. Claro, tirar fotos de celebridades em Dublin pode
ser um problema. Mas isso não importa realmente. Desisto do
blog em um piscar de olhos se isso significa estar com Ronan…
Estou completamente louca, enlouquecida pela conexão
humana física.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

A WriteALoveSong até comentou sobre “a conexão de Annie e


Ronan”. Recebi uma mensagem dela esta manhã com uma foto
confusa de Ronan e eu no bar ontem à noite.

@WriteALoveSong para @Socialmedialite: Eu sei que você


tem uma pequena queda por esse cara do rugbi, então prepare-
se. Ele está namorando uma gostosa com um corpo e um rosto
bastante bonito. Parece muito sério. Um dos contatos do meu
clube me enviou a foto... Se precisar de um ombro para chorar,
posso enviar uma boneca inflável. Apenas finja que sou eu.

Olho muito para a foto, gostando de como ficamos bem


demais juntos. É genuíno e sério e acontece muito rápido, mas
não me importo.
Estou desesperada como uma pessoa de verdade. Não
consigo me lembrar de gostar de alguém tanto quanto de Ronan.
Gosto dele tanto; penso nele todo o maldito tempo. É mais do que
quão epicamente sexy ele é. Ele é fodidamente charmoso e
divertido, inteligente, doce, corajoso, determinado e honrado...
“Debbie Downer Dallas, Droga”, murmuro sob a minha
respiração, empurro esses pensamentos antes que comecem a
fugir de mim. Mantenho meus olhos no caminho de cascalho. O
quanto gosto de Ronan me atrapalha e me preocupa, mas gosto
mais dele do que da tentação de me preocupar. Eu o quero. Eu o
quero tanto que dói.
E agora, nesta ensolarada e invulgarmente quente manhã de
sábado em março, estou usando maquiagem pela segunda vez em
dois dias, no meu caminho para conhecer e passar tempo com a

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

família do meu namorado. Tenho vinte e três anos, mas ontem à


noite foi à primeira vez na minha vida que conheci a família de
alguém que estou namorando; e tenho certeza de que causei uma
impressão terrível.
Bem, eu raciocino, pelo menos, não posso afundar mais na
estimativa deles. Não tenho para onde ir, senão para cima.
Também estou usando o colar que Ronan me deu. Ele
parece quente contra a minha pele, um toque gentil que me faz
pensar nele.
Estão todos lá quando chego, apesar de estar cinco minutos
adiantada. Meus olhos são imediatamente atraídos para Ronan, e
minha capacidade de achar sua localização, mesmo em um
restaurante lotado, é desconcertante. Levo um momento para
examiná-los do meu lugar perto da porta da frente.
A irmã de Ronan, Lucy, tem cabelos arco-íris, o que significa
que tinge o cabelo em mechas. A frente está vermelha e depois
vem laranja, amarelo e verde. Azul, índigo e violeta fundem-se
para formar um roxo azulado amorfo nas costas. Atualmente, usa
uma longa e trança francesa solta nas costas.
Está sentada de perfil e compartilha a atraente estrutura
óssea de Ronan, mas seus traços são extremamente refinados,
elegantes e delicados. É como o rosto dele, mas mais suave e
feminino. Além disso, lembro-me de ontem à noite estar
assustada com os olhos dela, porque são de um azul-centauro.
Realmente, ela é linda. Mas mais do que isso, tem uma
energia amigável e despreocupada sobre ela. Durante nossa breve
apresentação, ela me pareceu tão alegre, e posso ver isso agora

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

enquanto fala com seu irmão. Suas mãos estão animadas


enquanto fala, e seu sorriso é enorme.
Eu me mexo em meus pés, permitindo-me espreitar por
mais um momento enquanto viro minha atenção para sua mãe.
Ela é... bem, ela é linda. Mas dura. Mesmo a essa distância,
reconheço nela uma espécie de parentesco, uma mulher que teve
uma vida difícil, que recebeu muita injustiça.
Ela tem os mesmos olhos azuis de sua filha, mas, além de
suas cores, Lucy e a sra. Fitzpatrick não são nada parecidas.
Onde Lucy é delicada, a mãe de Ronan é exótica, suas feições
afiadas. Seu cabelo é loiro; seus lábios estão amortecidos e
cheios; suas maçãs do rosto altas, deixando uma cavidade acima
de sua mandíbula. Ela é deslumbrante.
Mas dura.
Ela se mantém longe de seus filhos, mesmo quando se
sentou à mesa com eles. Um sorriso como as pessoas usam um
casaco ou um cachecol. Parece distante e cheia em suas feições.
Eu me pergunto brevemente se pareço assim. Eu me
pergunto se um sorriso, alegria e felicidade parecem visitantes
transitórios no meu rosto, em vez de pertencerem a eles.
… Ou sou como a Lucy?
Não, penso tristemente. Não sou como a Lucy.
Uma sensação fria desliza sobre minha pele, um manto de
tristeza, um pressentimento de que talvez Ronan mereça alguém
menos confusa, menos reticente - porque ele ainda tem alegria.
Sim, às vezes seus olhos estão tristes, mas ainda tem um brilho
nele, um que ele não pode conter ou esconder. É uma parte dele e
adoro.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Posso ajudá-lo, senhorita?”


Começo, virando minha atenção para a anfitriã que está no
meu cotovelo. Ela é jovem, provavelmente em seu primeiro ou
segundo ano de faculdade, e extremamente bonita. Seus olhos se
movem sobre mim com uma curiosidade solícita.
“Ah sim. Vejo a minha mesa. Eles estão bem aqui.” Aponto
para a mesa onde Ronan está sentado com sua mãe e irmã.
O olhar da dona de casa segue para onde indiquei, e a ouço
murmurar baixinho: “Sorte sua...”
Deveria sorrir e rir. Uma pessoa normal provavelmente teria
concordado, Sorte minha. Em vez disso, sinto-me cautelosa e
irritada. É assim que será com Ronan. Outras mulheres olhando,
gostando, cobiçando. Não tenho nenhum desejo de travar uma
guerra constante contra garotas mais altas, mais sexy, mais
magras e mais bonitas. Eu me sinto um pouco perdida. Não sei o
que estava pensando, o que estou fazendo aqui.
Quem acho que sou? Que terei uma chance com esse cara?
Estou vivendo em uma fantasia que me deixará abandonada - de
novo - e com o coração partido.
Esses são os meus pensamentos alegres enquanto a anfitriã
me guia desnecessariamente para a mesa. Seus passos são
apressados, deixando-me vários metros atrás. Noto como ela toca
o ombro de Ronan e se inclina perto dele, sussurra em seu
ouvido, o quão perto está, como permanece.
Seus olhos se levantam quando ela fala e cai sobre os meus.
Então, ele sorri.
E é como se as nuvens se abrissem.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Vejo sua alegria, testemunho a felicidade em suas feições


brilhando como um farol. Ele se levanta abruptamente e não
percebe que a anfitriã ainda está lá porque a cadeira dele bate
nas pernas dela, e ela cambaleia para trás. Ele vira brevemente
para oferecer um pedido de desculpas apressado e, em seguida,
corre ao redor da mesa para me encontrar.
Está... ansioso, animado, mesmo. Sua excitação é palpável,
contagiante, e eu me vejo sorrindo amplamente enquanto ele se
aproxima.
Abro minha boca para dizer oi, mas ele me para com um
beijo rápido, suas mãos deslizam em meu casaco aberto e aperta
minha bunda. Estou contente que o casaco é longo e esconde
suas liberdades.
“Gosto do seu colar.” Seus olhos estão quentes, e me dizem
que está satisfeito. Então, acrescenta contra a minha boca: “Senti
sua falta.”
“Faz apenas dez horas.” Sorrio para ele, inclino a cabeça
para trás para poder ver seu rosto.
“Foram dez horas solitárias e dolorosas.” Ele baixa o rosto
para o meu pescoço. “Precisei de você ontem à noite. Tive que me
contentar em lembrar quão molhada e macia sua buceta é
quando goza nos meus dedos.” A voz de Ronan está baixa quando
sussurra em meu ouvido.
Tremo, meus olhos meio fechados. Pego meu lábio entre os
dentes, incapaz de falar. Estou ofegante e abruptamente
preparada para qualquer coisa que quiser fazer comigo.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Ronan, não seja rude.” A voz da Sra. Fitzpatrick corta


minha excitação como um balde de água gelada. E apesar de
tudo, é uma borda de granito.
Ele se afasta, um sorriso diabólico curva sua boca enquanto
examina o efeito que suas palavras malcriadas tem na minha
compostura. Seus olhos castanhos iluminam-se ferozmente em
chamas. Ele parece um garoto travesso que está muito satisfeito
consigo mesmo por ser pego, ansioso para receber punição por
crimes malfeitos.
Estreito meus olhos para ele e tento controlar meu corpo.
Enquanto isso, ele pisca para mim e depois volta para sua mãe e
irmã, entrelaça os dedos nos meus e me puxa atrás dele.
“Desculpe, mãe.” Ele não parece arrependido.
Ronan me leva para a cadeira vaga ao lado da dele e sua
irmã, Lucy; sua mãe está diretamente na minha frente. Sorrio
para a Sra. Fitzpatrick e Lucy em saudação, noto que a Sra.
Fitzpatrick parece mais avaliadora do que acolhedora, e permito
que Ronan me ajude a tirar o meu casaco. Ele puxa o assento,
certifica-se de que estou sentada, então reivindica seu lugar
novamente.
“Bom dia”, digo para a mesa. Estou lutando comigo; quero
fazer contato visual, mas não consigo mais do que olhar
rapidamente para qualquer mulher. “Espero não ter me
atrasado.”
“Não, estamos adiantados. Estava faminta. Meu estômago
acha que é hora do jantar.” Lucy sorri, inclinando-se para mim,
dando-me toda a sua atenção. “Estou tão feliz que veio.”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Encontro seus olhos diretamente e retorno sua abertura


amigável com um largo sorriso. “Eu também. Obrigada por me
convidar.”
O olhar de Lucy passa pelo meu rosto e ela solta um
suspiro: “Deus, você é linda.”
Minha atenção cai de volta para a mesa, e um rubor
surpreso sobe pelo meu pescoço. “Oh, obrigada. Isso é... você é
muito gentil.”
“Não a envergonhe, Lucy”, diz a Sra. Fitzpatrick, embora
para os meus ouvidos soe mais como, não me envergonhe, Lucy.
Lucy, ignorando sua mãe, dirige sua próxima declaração a
seu irmão. “Você não disse nada, é azedo. Falamos no telefone
todos os dias durante o último mês, e aqui atraiu a mulher mais
bonita de Nova York até o seu covil.” Ela diz, e a vejo sacudir a
cabeça. “Meu irmão é uma moça sorrateira e atrevida.”
“Não pode me culpar por querer ela para mim, não é?” Ouço
o calor em sua voz, o carinho por sua irmã. Ele se inclina para
frente e coloca a mão na minha coxa, deslizando-a sob a bainha
da minha saia, mas não mais alto.
Engulo em seco e pego minha água porque minha boca está
seca.
“Sei que uma vez que te contasse sobre Annie estaria aqui
num piscar de olhos, querendo trançar o cabelo dela e tingi-lo de
chartreuse ou algum absurdo.”
Lucy ri. “Eu me pergunto, Annie. Já pensou em ficar loira?”
“Não se atreva.” Seus olhos se arregalam com aviso, embora
pareça que está tentando não rir. “Não mude nada nela. Minha
Annie é perfeita assim como é.”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Este elogio quadruplica meu rubor e fecho meus olhos


brevemente. Fico mal com elogios que não são especificamente
sobre a minha qualidade de trabalho. Não estou acostumada com
eles, não com os reais. Nem elogios que vem de um lugar de
sinceridade e carinho.
Sim, fui elogiada pela minha aparência antes, mas sempre
com interesse, nunca com calor.
“Olha, está envergonhando ela!” Lucy o admoesta, então,
cobre minha mão, captura meu olhar com o dela. “Minha querida
Annie, fique comigo. Vou fazê-lo parar de te torturar.”
“Ela gosta da minha tortura”, Ronan murmura, aperta
minha coxa e pega seu copo de água.
Lucy faz uma careta para ele e, então, olha de volta para
mim. “Ele é rude nas bordas e pensa em si mesmo um pouco
demais; mas por dentro é todo mingau. Sabia que gosta de
misturar músicas?”
Ronan engasga com a água que está bebendo.
Lucy se aproveita de sua incapacidade de falar para listar
todas as peças para as quais ele a levou, e como às vezes
cantavam juntos com a trilha sonora de O Fantasma da Ópera
enquanto estavam em seu carro de volta para casa. No momento
em que se recupera de seu ataque de tosse, os dois irmãos
brigam de um lado para o outro, vendo quem consegue se igualar
ao outro com detalhes embaraçosos.
Assisto sua interação com prazer fascinado. São tão abertos.
Há muito amor, respeito e história entre eles. Sou atraída por isso
e relaxo enquanto testemunho suas brincadeiras. Isso continua

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

por algum tempo e muitas vezes são interrompidos quando nós


três nos perdemos em uma gargalhada.
É durante esses momentos, quando Lucy, Ronan e eu rimos,
que estou mais ciente da Sra. Fitzpatrick. Ela não ri; Embora
seus sorrisos sejam apropriados, tanto em tamanho quanto em
duração, nunca parecem alcançar seus olhos.
O café da manhã chega. Nós comemos. Lucy habilmente me
engana para falar algumas vezes sobre mim mesma. Ela é
encantadora. A mão de Ronan permaneceu na minha perna, mas
não viaja mais alto. Percebo que é para mostrar apoio, e quando
ele se levanta e pede licença para ir ao banheiro, descubro que
sinto falta do toque dele.
Lucy sorri para mim uma vez que Ronan está fora do
alcance da voz e, em seguida, se inclina para frente
conspiratoriamente. “Agora, rápido antes que volte. Como vocês
se conheceram? Foi amor à primeira vista? Quando vem para a
Irlanda? Vai sair comigo? Que tipo de música gosta?”
Sorrio para ela questionando o assalto, sabendo com certeza
que não amar Lucy é impossível.
“Sim. Vamos ouvir a história” a Sra. Fitzpatrick fala
lentamente.
Olho para ela, encontro-a me examinando, seus dedos estão
na frente, seus olhos são tudo, menos amigáveis.
“Oh, bem...” Limpo minha garganta e mexo com a borda do
meu prato meio comido de ovos Benedict. “Nós nos conhecemos
no meu escritório.”
“Não, querida.” A Sra. Fitzpatrick balança a cabeça, sua
boca sorri e franzi a testa. “Quero a história verdadeira. Isso deve

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

ser como acertar na loteria para você.” Seus olhos piscam sobre
mim, segurando desaprovação e desprezo. “Quanto tempo
planejou tudo isso antes de fazer sua jogada?”
“Mãe!”
“Cale-se, Lucy. Você não pode ter uma opinião sobre isso.
Ronan não é seu filho.”
“Ele é meu irmão e...”
“Sim.” Os olhos brilhantes da Sra. Fitzpatrick deslizam para
sua filha. “E quem colocou um teto sobre sua cabeça e comida em
sua boca? Eu coloquei. Seu irmão colocou. E você é um fardo sem
talento para nós dois. Sei o que é melhor.”
Lucy estremece, parece se encolher em seu assento e se
recompor. Penso ver um lampejo de arrependimento passar sobre
o olhar da Sra. Fitzpatrick, mas é rapidamente sufocado,
substituído por uma nitidez de diamante quando ela volta a se
concentrar em mim.
“Acha que você tem ele? Acha que é importante para ele?
Está tão errada. Ronan é como seu pai, mesmo quando preso,
casado e com filhos, quer sua liberdade. Entendo isso. Brona não.
É por isso que ele nunca se casou com ela. Estavam juntos há
anos, e nunca lhe ocorreu nem uma vez se estabelecer. Ronan
não vai se acalmar, e é por isso que ela se descontrolou agora. Ele
é um flerte sem vergonha. É um namorador. Usa pessoas. É
quem ele é. Está no sangue dele. Se acha que é tudo menos um
namorico, então está vivendo em uma fantasia.”
Tento, mas não consigo desviar o olhar. Sua incrível
capacidade de tocar no coração dos meus medos me deixa em
transe. A Sra. Fitzpatrick se inclina para frente lentamente, seus

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

movimentos medidos e ágeis, como um gato. Quando fala em


seguida, sua voz é suave, gentil, suplicante, como se sentisse
pena de mim e tentasse me decepcionar facilmente.
“Quem é você? Ninguém. Nada. Ronan é um Fitzpatrick.
Como tal, pode aproveitar o que você oferece a ele por um tempo,
mas... querida, não vai segurar o interesse dele por muito tempo.
Conheço meu filho. Ele não é perfeito, mas eu o amo. E estou lhe
dizendo isso porque você parece ser uma boa pessoa...”
Ela me encara por um instante, me segura em suspense;
Mesmo assim, não estou preparada para as palavras finais dela,
de maneira suave e elegante.
“Ronan gosta de brincar com seus brinquedos...” Seus olhos
baixam para a corrente em volta do meu pescoço e o pingente
celta, acrescentando: “Mas nunca percebe quando eles quebram.”
Nada, nenhuma palavra, nenhum sentimento poderia ser
mais eficaz. Respiro fundo. Meus olhos ardem com lágrimas não
derramadas. Cambaleando, levanto da mesa e olho para ela. Meu
coração bate em um ritmo constante no meu peito, parece cantar,
saia, saia, saia, saia, entre as minhas orelhas.
Fui tão idiota. Eu sabia. Eu sabia.
Pego o casaco e a sacola com as mãos trêmulas,
resmungando: “Obrigada pelo adorável café da manhã. Mas
tenho...preciso estar em algum lugar.”
Lucy pega a minha mão. Recuo para longe dela e não perco
o olhar reprovador administrado por sua mãe. “Não! Não é...”
“Deixe-a ir, Lucy. Ela tem muito no que pensar.”
Não perco tempo puxando meu casaco. Enfio no meu braço
e vou direto para a saída, tropeço um pouco na minha pressa, a

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

necessidade de escapar me sufoca. Infelizmente, tenho o pior


momento do mundo, porque Ronan está saindo do corredor que
dá para os banheiros, e nossos olhares se emaranham quando
chego ao balcão da recepcionista.
Estremeço, desvio os olhos e rapidamente passo pelas
portas.
“Annie!”
Meus ombros se apertam ao som do meu nome. Ele está
atrás de mim; vem atrás de mim e me pegará. Não há sentido em
tentar fugir dele. Paro, rangendo os dentes, meus olhos se fecham
enquanto coloco meus sentimentos de lado, me preparo para o
que virá a seguir.
Ele chega a mim em cerca de cinco segundos, puxa meu
braço e me vira para encará-lo. Encontro seu olhar brevemente,
em seguida, puxo meu braço para fora do seu aperto, finjo estar
absorvida em colocar meu casaco.
“Onde você vai?”
“Tenho um lugar para estar.”
“Onde?”
Levanto meus olhos e olho para ele. “Não é da sua conta.”
“Não é da minha conta?” Posso ver que acha que estou
brincando no começo. Quando percebe que não estou, suas
feições escurecem, e uma severa carranca puxa suas
sobrancelhas em um acentuado "V." “Tudo sobre você é da minha
conta.”
“Não. Não é.”
“Pensei que entedia como as coisas são. Estamos juntos
agora e há regras...”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Nós não estamos juntos”, sussurro, meus olhos ardendo de


novo. Firmo meus lábios, desejando não chorar.
“Como o inferno que não estamos.” Ele chega para mim, e
piso para o lado, fugindo dele.
“Não me toque.”
Ele se move como se fosse me alcançar novamente, e
endureço, adiciono mais força à minha voz. “Não me toque; estou
falando sério.”
Isso parece fazer o truque porque ele retrocede como se bati
nele, e parece em partes iguais, surpreso e ferido.
“O que aconteceu?” Seus olhos me sondam como se
estivesse procurando por um sinal, uma lesão.
Ele não encontrará a lesão porque nunca deixaria ele ver.
“Tenho que ir.”
“Droga, Annie. O que diabos está acontecendo?”
“Prometi a Kurt que iríamos passar o dia juntos.” É um
golpe tão baixo que até me encolho quando digo as palavras. “Não
quero mantê-lo esperando. Ele não gosta disso.”
Ronan estremece, seus olhos meio piscando. Então, olha
para mim. Ele me lembra de uma tempestade que se aproxima,
ameaçando iminentemente. Ele é tão forte, tão grande, tão
poderoso. Mas não é o corpo dele que é perigoso. Suas palavras,
sua aparência e seus toques, suas risadas e sorrisos... suas
mentiras.”
E parece magoado. Seu rosto me diz que o machuquei. Eu
me sinto suavizar em direção a ele; meu queixo vacila, mas
rapidamente pego o instinto de acalmar e consolar antes de ceder
a ele e a esses sentimentos que não tem o devido sentimento

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

porque sei disso. Desvio meu olhar do dele e enfio minhas mãos
nos bolsos do meu casaco.
“Tenho que ir”, sussurro.
“Vá então.” Seu tom é plano, e dá um passo para trás, como
se estivesse me dando uma boa distância, me mostrando que não
irá ficar no meu caminho.
Balanço a cabeça, sabendo com certeza que vou começar a
chorar nos próximos sessenta segundos. Chorarei todo o caminho
para casa. Serei aquela louca mulher chorando, andando pelas
ruas de Nova York, soluçando como uma idiota.
Porque não há mais nada a dizer, saio.
E choro.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Capítulo 14
@ RonanFitz: Meu telefone continua assobiando para mim. Alguém sabe como calar
ele?
@Irenelovesrugby: @RonanFitz: Se eu fosse seu telefone, estaria assobiando para
você também, sexy ;-): - * <3 :-P
@RonanFitz: @Irenelovesrugby: Algo errado com o seu teclado, querida. Muitas
bobagens lá no final.

* Ronan *

“Olheeee, querido irmão, eu te trouxe um presente”, Lucy


canta quando entra no meu quarto e coloca um lenço azul e verde
no meu pescoço. Dou uma olhada no selo e vejo que custou mais
de duzentos dólares.
Solto um assobio baixo e digo: “Caro. Para que isso?”
Ela se empoleira na beira da minha cama e cruza uma perna
sobre a outra. “Pensei que um presente poderia animá-lo.”
Estou sentado em uma cadeira perto da escrivaninha na
janela, lendo pateticamente todos os e-mails que troquei com
Annie, também conhecida como The Socialmedialite, e tentando
encontrar uma pista do motivo pelo qual ela pode ter se retirado.
Em outras palavras, estou deprimido.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“E pensei que acreditasse que a felicidade não pode ser


encontrada através de posses materiais”, respondo, arqueando
uma sobrancelha.
Algo passa pelo rosto dela, mas desaparece em um instante.
Agora ela sorri. “Ah, isso é verdade, mas não conta para
presentear. Estudos comprovam que obtemos muito mais
felicidade em comprar coisas para outras pessoas do que comprar
para nós.”
“Sim, bem, um cachecol não vai me fazer sentir melhor",
digo e passo a mão pelo meu rosto. “Realmente pensei que fiz um
grande avanço com Annie, e então, ela simplesmente correu
durante o café da manhã.” Com toda a honestidade, toma toda a
minha força de vontade para não ir para a casa dela, porque
pensar em gastar até mesmo um segundo com aquele idiota
excessivamente penteado do seu vizinho me faz querer quebrar
alguma coisa, de preferência seu rosto presunçoso.
Lucy respira fundo e suas palavras saem em um tom
apressado e sussurrado. “Sabe, eu não podia dizer nada na frente
de Ma no restaurante mais cedo, mas não acho que Annie estar
fugindo tem algo a ver com seus sentimentos por você. Não foi
sua culpa. Ma foi uma vaca absoluta com ela. Primeiro insinuou
que Annie está com você pelo dinheiro, e então ela... bem, fez
parecer que você não é...”
Seguro minha respiração; nem pisco. Quando Lucy não
continua, pressiono: “Que não sou o quê?”
Lucy bufa: “Como se tivesse problemas de
comprometimento, como se não acreditasse em monogamia.”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Levanto-me abruptamente da cadeira, com o maxilar


cerrado, a temperatura subindo.
“Ela fez o quê?” Pergunto, minha voz baixa em descrença.
“Sinto muito, mas foi o que ela disse. Você está sempre
longe, viajando com a equipe ou indo à Nova York para uma
pausa. Não passa tempo com Ma do jeito que eu passo. Você a
recebe em doses pequenas e saborosas.” Sua voz fica triste
quando olha para as mãos no colo. “Além disso, é sua pessoa
favorita, então, obviamente, ela vai ser legal com você. Não vê o
lado dela que o resto de nós vê.”
Franzindo a testa, caminho em direção a ela e coloco a mão
em seu ombro. “Ela tem lhe dado problemas?”
Lucy zomba, mas parece forçada. “Dificilmente. Suas
observações só pioraram nos últimos anos. Antes disso, você está
sempre por perto para amenizar seu humor.”
“Isso não está certo. Vou ter uma palavra com ela.”
“Não, não...”
Lucy agarra meu pulso para tentar me puxar de volta, mas
já estou marchando do quarto. Encontro Ma no salão passando
por um monte de sacolas de compras que acabou de trazer. Ela e
Lucy passaram o dia desfrutando de alguma terapia de compras.
Quando chegaram na outra noite, mamãe disse que estava
desesperadamente preocupada comigo por todo o negócio de
Brona, e é por isso que largou tudo para me ver. Agora estou
começando a me perguntar se ela só queria aproveitar as
oportunidades de compras que Nova York oferece e meter o nariz
no meu negócio com Annie.
“O que acha que está jogando, falando com Annie assim?”

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L.H. Cosway & Penny Reid

Ela não levanta os olhos de seus tesouros quando pergunta:


“Lucy tem contado histórias?”
“O que exatamente disse a ela?”
Quando ela olha para cima, me dá um olhar plácido como se
estivesse sendo dramático e leva seu tempo deixando a bolsa
Louis Vuitton de lado antes de me responder. “Oh, Ronan, venha
se sentar. Só tenho seus melhores interesses no coração.”
“Não, obviamente não tem. Se tivesse isso, estaria tratando
Annie como uma rainha, em vez de cutucá-la nas minhas costas.
Aquela garota é tudo para mim, então vai ter que aceitá-la. Jesus,
a merda que ela passou, e você chega e puxa um truque como
este.” Estou me roendo de preocupação, furiosamente passo a
mão pelo meu cabelo, tentando descobrir uma maneira de me
desculpar com Annie.
Ma zomba e revira os olhos. “Por favor, tenho certeza de que
tudo o que ela lhe disse é uma teia de mentiras inventada para
conquistar sua simpatia. Garotas como Annie veem homem como
você vindo de uma milha de distância. Acredite em mim, eu sei.”
“Meninas como Annie?”
“Sabe, aqueles que dependem de sua aparência e seus
talentos horizontais.”
Algo em mim estala. “Deus me dê paciência, você não tem a
menor ideia. Então, no futuro, pode manter sua boca fechada e
seu nariz fora disso. Estou saindo. Se quiser jantar, pode pedir
algo.”
Pego meus sapatos de onde os deixei na porta do quarto e os
puxo, dando-lhe as costas.
Eu a ouço fungar e respirar fundo.

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Ignoro o drama dela e continuo: “Ah, sim, e vá com calma


com Lucy, sim? Ela é sua filha e a única amiga que tem, então
pare de dar a ela merda o tempo todo. É uma ótima garota.”
Cometo o erro de olhar para ela. Os olhos da minha mãe
estão lacrimejando e ela olha para mim como se eu tivesse batido
nela, como se traí.
Somente. Porra. Fantástico.
Não quero me desculpar. Inferno, não tenho motivos para
me desculpar. Então, viro de seu olhar aguado e marcho para a
porta. Estou prestes a sair quando ela fala, e posso ouvir as
lágrimas caindo em sua voz. “Sinto muito, eu tenho sentido sua
falta, é tudo”, ela fala atrás de mim, suas palavras terminando em
um soluço.
Amo minha mãe aos montes; mas é uma mestra
manipuladora, e sei que o choro é sua maneira de fazer com que
eu sinta pena dela. Não importa o quanto esteja com raiva, não
consigo me afastar dela enquanto chora; simplesmente não tenho
isso em mim.
“Porra”, xingo e caminho de volta para ela, sentando ao seu
lado e puxando-a para um abraço. “Da próxima vez que estiver
perto da Annie, seja legal com ela, ok? Ela é uma mulher incrível
e realmente acho que vai gostar dela quando der uma chance a
ela.”
“Sinto muito”, diz de novo, e dou um tapinha nas suas
costas antes de me levantar. “Eu realmente não sei o que posso
ter dito que a incomodou tanto.”
Ignoro esta afirmação porque soa falsa. “Realmente preciso
sair por um tempo. Vou ficar louco nesse lugar o dia todo.”

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Ela assente, e dou a ela um último olhar reconfortante antes


de sair. Eu mal chego na rua antes do meu telefone tocar. Tiro
imediatamente, esperando que seja Annie. A decepção me atinge
quando vejo que não é um número que reconheço. Respondo e
Joan começa a falar imediatamente.
“Ok, então acabei de participar de uma videoconferência
com seu pessoal na Irlanda. Como provavelmente sabe, o Prêmio
Esportista do Ano está sendo realizado em Dublin no próximo
final de semana e os organizadores gostariam que você
apresentasse um prêmio. Além disso, organizamos várias
aparições públicas adicionais. Estará lá por pelo menos três
semanas. Aparentemente, estão do seu lado em relação à má
imprensa em torno da sua ex. Rachel e Ian têm trabalhado o
tempo todo encontrando maneiras de desacreditá-la. Nós temos
uma lista de podres bastantes compiladas. Não há necessidade de
agradecê-los - Brona torna tudo muito fácil. Além disso, a
cerimônia será uma ótima maneira de você iniciar seu retorno à
equipe, obter sua foto nas revistas e afins. Vou arranjar para que
Annie o acompanhe. Você sairá na quinta-feira de manhã e voará
de volta para Nova York no domingo. Isso lhe dá alguns dias para
se preparar. Parece bom?”
Eu rio. “Você respirou durante tudo isso, Joan?”
“Sou uma mulher ocupada”, ela responde, com um sorriso
em sua voz. “Agora, está a bordo nisso ou não?”
“Sim, estou a bordo”, respondo. Não gosto da ideia de ir para
casa tão cedo, mas, várias semanas sozinho com Annie só para
mim, é uma boa oportunidade para deixar passar. Ela claramente
não quer estar perto de mim agora, mas não acho que dirá não

Rugby #1
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para Joan. Depois que ela passa mais alguns detalhes, desligo e
digito uma mensagem para Annie.

Ronan: Lucy me contou o que Ma disse para você. Eu


sinto muito. Ela está fora de sintonia. Nós precisamos
conversar. Vou ligar para você em um minuto, então, por
favor, atenda.

Atravesso a rua e entro no parque, encontro um banco e me


sento. Então, disco o número de Annie. Sem resposta. Tento
novamente duas vezes, mas ainda não há resposta, então envio
outro texto.

Ronan: Por favor, me diga que estava mentindo sobre


Kurt. Estou ficando louco aqui. Não suporto o pensamento
de você com ele. Com qualquer um. Por favor, atenda. Nunca
imploro, mas vou implorar por você, Annie.

Depois de várias tentativas de ligar para ela, desligo. Ela


está me recusando.
Acabo pegando um táxi para o Tom's. O lugar está lotado e
ocupado, mas ele tem tempo para se sentar comigo e ouvir meus
problemas. Pelo segundo dia consecutivo, me vejo bebendo; e é
vergonhoso admitir porque certamente não pareço um peso leve,
mas estou bêbado quando chego à minha segunda cerveja. Estou
vivendo tão limpo, colocando minha saúde e condicionamento
físico em primeiro lugar, que meu corpo não acostuma com

Rugby #1
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álcool. Tom tem que tirar meu telefone de mim quando tento ligar
pra Annie.
Não é como se fosse atender de qualquer maneira.
Mais tarde, ele me traz de volta para a cobertura, e Ma
parece horrorizada ao ver que estou bêbado. Estarei mentindo se
disser que não tenho uma pequena quantidade de prazer nisso.
Ela estragou as coisas pra mim com Annie, então não estou me
sentindo tão feliz com ela nesse momento.
Na manhã seguinte, acordo com uma forte dor de cabeça. É
seguro dizer que essa é a primeira vez que tenho uma ressaca em
muito tempo. Mesmo depois de todo o drama do meu rompimento
com Brona, nunca acertei a garrafa. Estou sendo ridículo. Depois
de algum exercício e um nutritivo café da manhã, decido tentar
uma abordagem diferente e mando um e-mail para a The
Socialmedialite.

23 de março
10:07
Cara SML,
Aqui está a mensagem de um homem desesperado.
Preciso do seu conselho. Entristece-me admitir que estou
tendo problemas com mulheres. Sou louco por Annie, mas ela não
atende minhas ligações. Estávamos nos dando muito bem, mas
então, minha mãe apareceu para uma visita improvisada e disse
algumas coisas duras para ela, todas as quais são completas
besteiras. Minha mãe pode ser possessiva e superprotetora, mas
isso não é desculpa para seu comportamento. Em suma, os
sentimentos de Annie foram feridos e ela terminou as coisas.

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Preciso fazer isso direito, mas não tenho ideia do que fazer. Você é
uma mulher - diga-me como as mulheres pensam, o que precisam.
Suas sugestões serão muito apreciadas.
Ronan

Depois de cozinhar por um minuto ou dois, aperto “enviar” e


espero. E espero. E então, espero mais um pouco. Decido que um
pote observado nunca ferve, vou dar uma volta pelo parque.
Estou me perdendo em exercícios, mas é a única coisa que
canaliza a minha energia inquieta. Tenho REO Speedwagon
berrando no meu iPod em um esforço para abafar meus
pensamentos.
Avisto um grupo de universitários jogando rugbi e me
ofereço para participar. Alguns deles realmente me reconhecem e
ficam na lua que eu participe. Todos os ensinamentos de Annie
devem estar se esfregando em mim porque aproveito a
oportunidade para tirar uma foto com eles e postar no Instagram.

@RonanFitz: Vi esses garotos no parque. Decidi me


juntar a eles para um jogo.

Eu me sinto estranho e afetado na maneira como escrevo a


legenda, mas não sei como inserir minha personalidade no post.
Ainda assim, depois de apenas alguns minutos, a foto tem
milhares de “curtidas” e as pessoas comentam como gostariam de
estar lá. Um grupo de pessoas que está na área até veio assistir.
Surpreendeu muito. Nunca tentei nada assim antes, nunca soube
da influência que uma única imagem poderia ter. Quero dizer, as

Rugby #1
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pessoas que viram a foto vieram assistir ao jogo, e foram


realmente legais comigo, oferecendo elogios e palavras de apoio.
Todos nós ficamos muito animados por ter uma audiência, e
as coisas ficaram um pouco entusiasmadas entre eu e os
meninos. Saio com algumas contusões, mas pela primeira vez em
muito tempo me sinto bem com o esporte. Estava tão irritado com
o que a fama trouxe para a minha vida que quase esqueci o
quanto amo apenas fazer parte de uma equipe, desfrutar do
senso de competição e camaradagem.
E, para ser completamente honesto, adoro a brutalidade
disso. Embora seja um jogo, é real de uma forma que a vida real
não é. Você bate, você luta, você briga, chuta e soca e derrota a
vida um do outro, e é glorioso. Todo mundo sabe o ponto. Todo
mundo conhece o objetivo. Não há como adivinhar e não há
socos.
Após a partida, assino um monte de autógrafos e converso
com as pessoas que aparecem. Recuso-me a ir ao pub para uma
cerveja obrigatória. Quando chego em casa, estou exausto, mas
de um jeito bom.
“Onde esteve o dia todo?” Ma pergunta quando chego na
cobertura. Há uma sugestão de irritação em sua voz que diz que
está procurando por uma briga, mas não vou envolvê-la.
“Fora”, respondo rapidamente e caminho pelo corredor até o
meu quarto.
“Bem, isso é o eu disse”, Lucy ri de onde ela está
descansando no sofá lendo uma revista.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Cale a boca, você,” Ma estala, e ouço seus saltos clicando


no chão de madeira antes da porta da frente abrir e fechar,
sinalizando sua partida.
Abro meu laptop para encontrar uma resposta da SML.

23 de março
5:22 pm
Oi Ronan,
Não me lembro de te dizer que sou mulher. Ainda assim, se
quiser meu conselho, aqui está:
Se Annie precisar de espaço, dê-lhe espaço. A partir das
histórias sobre ela até agora na imprensa, soa como uma garota
sensível, e talvez refrescar as coisas por um tempo pode ser uma
coisa boa. Talvez o seu relacionamento foi muito rápido.
Talvez a dureza da sua mãe foi uma espécie de alerta, um
bom lembrete de que você pertence a muitas pessoas - e não
apenas à sua família. Pense nisso. Ela é uma garota normal,
vivendo uma vida normal. Não está acostumada com pessoas, com
câmeras seguindo-a onde quer que vá. Talvez não seja que os
sentimentos dela por você tenham mudado, mas, mais do que tudo
- conhecer sua família, namorar uma celebridade - é simplesmente
irresistível.
Eu não tenho muito mais a oferecer do que isso.
De nota, vou estar de férias nos próximos dez dias, então
estarei fora de contato.
Sua, SML
P.S. Vi que você foi uma sensação no Instagram hoje. Acho
que é seguro dizer que está oficialmente abraçando meu estilo de

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vida. Muito bem! Além disso, não deve estar tão desalentado. As
pessoas estavam postando muitas fotos do jogo no parque, e
parece que você estava tendo um tempo fantástico :-)

Ok, então ela definitivamente está sendo passiva-agressiva


com esse último pedaço. E agora, realmente me arrependo de ter
jogado esse jogo hoje. Devo estar passando por um momento de
estupidez quando me esqueci de que Annie, sendo a bruxa on-
line que é, veria a foto que postei.
Queria escrever algo em resposta, mas não vejo o ponto.
Todo o meu plano saiu pela culatra. Teria futilmente esperado
que Annie respondesse com algumas sugestões sobre como
voltar, como, não sei, aparecer do lado de fora da sua casa e
massacrando uma canção de amor ou algo assim.
Ela me aconselhou de uma maneira indireta em dar o fora,
dar uma folga não é o meu resultado desejado. Além disso, a ideia
de que ela foi esmagada pelo circo da mídia que é a minha vida
dói. Eu a quero do meu lado, mas não quero que se sinta
pressionada.
Então, passo o resto da noite assim. Lucy tenta o seu
melhor para me animar, mas é uma missão sem esperança.
Estou chafurdando como um tolo apaixonado. Quando mamãe
chega em casa, está claramente irritada comigo porque foi direto
para o quarto de hóspedes sem sequer uma palavra.
Na manhã seguinte, enquanto estou sentado no balcão
tomando café da manhã, meu telefone toca com uma mensagem.
Meu coração dispara quando vejo que é de Annie.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Annie: Joan quer que nos encontremos hoje. Gerta está


enviando detalhes sobre onde me encontrar para o almoço.
É um café com comida saudável, então, estou presumindo
que será capaz de comer o que está no cardápio.

Seu texto é tão frio e profissional, e a mensagem subjacente


é clara como o dia: isso é tudo para as câmeras. Meu interior
afunda, mas não me permito perder a esperança. O fato de ela
estar concordando em me ver é um bom sinal.
Algumas horas depois, estou vestido com uma camisa cinza
escura e uma calça jeans.
“Onde está indo?” Pergunta enquanto toma seu café, onde
está sentada na área do salão.
"Estou me encontrando com Annie para o almoço. Eu te vejo
mais tarde”, respondo, e ela começa a se levantar de seu assento.
“Oh, ótimo, vou com você então. Estou morrendo de fome e
isso me dará a chance de me desculpar.”
Levanto a mão. “Não, mãe, você não pode vir. Pode, no
entanto, pedir desculpas a Annie, mas vamos planejar isso em
outro momento.”
Antes que ela pudesse dizer outra palavra, saio pela porta.

***

Vejo annie assim que me aproximo do café. Ela está sentada


ao ar livre enquanto espera por mim, seu cabelo comprido está
solto e jogado sobre um ombro. Percebo que usa um de seus
antigos cardigans marrons e largos cobrindo um lindo vestido de

Rugby #1
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estampa de flores embaixo. O fato de ela estar vestindo o cardigã


me faz pensar que não está se sentindo tão especial. Não quer ser
notada hoje.
Porra, não há nenhuma maneira de eu nunca notar ela.
Volto a pensar em nossa primeira reunião e em como planejei
lascivamente fazer dela um novo ponto na minha cama. Uma
distração temporária, embora muito adorável. É quase como se
algum poder maior estivesse fazendo uma piada de mau gosto
comigo, porque agora não consigo imaginar minha vida sem ela.
“Ei”, digo, dificilmente reconhecendo minha própria voz, tão
hesitante. Não posso acreditar, mas estou nervoso. Nunca fico
nervoso. Ela se levanta quando me vê, e me inclino para frente,
colocando minha mão em seu ombro e beijando-a levemente na
bochecha. Ela cheira incrível. Sinto tanto a falta dela que é quase
demais estar tão perto dela. “Você está linda”, murmuro em seu
ouvido, tentando ignorar o bando de fotógrafos do outro lado da
rua tirando fotos.
Annie pigarreia. “Obrigada.”
Nós nos sentamos então, e não sei o que dizer. Esta é a
minha oportunidade de me desculpar pela minha mãe e quero
que seja perfeita. Faço a varredura do menu por um minuto, e
então, a garçonete vem anotar o nosso pedido. Depois que ela sai,
me inclino sobre a mesa e coloco a minha mão sobre a de Annie.
Sua pele é macia e quente, tão adorável. Senti falta da sensação
dela. Meu corpo praticamente zumbi com a necessidade de tocá-
la em todos os lugares ao mesmo tempo.

Rugby #1
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“Só vou deixar você manter a mão ai para as câmeras”, diz


Annie baixinho, passando os dentes ansiosamente pelo lábio
inferior. Abaixo a cabeça para pegar seus olhos.
“Como está se sentindo, amor?”
Por um segundo, ela parece surpreendida pela ternura na
minha voz. Se pensa que estou chateado com ela por ficar longe,
por não atender minhas chamadas, então está completamente
errada. Nunca poderei ficar com raiva dela. Estou muito
apaixonado para estar com raiva.
“Estou bem. Ocupada com o trabalho e tudo mais”, ela
responde e pega o copo de água para tomar um gole.
“E Kurt, tudo certo?”
Sei que não estou imaginando coisas quando a vejo
estremecer. “Acho que nós dois sabemos que não estou
interessada em Kurt.”
Aperto a mão dela em agradecimento silencioso, sabendo
que é preciso muito para ela dizer isso, para me dar aquele
pequeno consolo. Então, solto um longo suspiro. “Preciso me
desculpar pelo comportamento da minha mãe”, digo e começo a
esfregar meu polegar em sua pele. “Ela está fora de sintonia
falando com você com o que fez. Eu já a repreendi, e ela sente
muito. Quer se desculpar pessoalmente também... ”
“Prefiro que ela não o faça.” Annie ergue os olhos para os
meus e me encara por um longo momento; sinto e vejo algo
parecido com aço, uma determinação severa em sua expressão
enquanto continua: “Não quero ser rude, mas sua mãe é... bem,
não acredito que seja possível nós alcançarmos qualquer tipo de
amizade. Compreensão. Tenho dificuldade em estar perto de

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L.H. Cosway & Penny Reid

pessoas como ela. Organizei minha vida para evitar confrontos e


não tenho desejo de conhecê-la ou vê-la novamente. De qualquer
forma, foi provavelmente o melhor, o que ela disse. Isso me
ajudou a perceber que o que está acontecendo entre nós nunca
funcionaria.”
Abro a minha boca para discordar dela, mas ela levanta a
mão.
“P-por favor, deixe-me falar. A verdadeira questão não é o
que sua mãe disse ou se é verdade. O ponto é que nós viemos de
mundos totalmente diferentes. Quer dizer, não me importo de ser
sua namorada falsa temporária por algumas semanas, mas não
aguentarei isso para sempre. Não sei o que estava pensando.
Preciso voltar à normalidade eventualmente. Todos os dias, os
encontros com pessoas são difíceis para mim. Não sobreviveria
vivendo no centro das atenções. Não sou forte como você.
Prospero no anonimato.”
Aperto meu aperto em sua mão, minha voz cheia de emoção.
“Não faça isso. Com que frequência às pessoas encontram uma
conexão como a que temos? Protegerei você. Vou manter a
imprensa longe. Inferno, vou desistir de jogar rugby se isso
significar que podemos ficar juntos.”
Seus lábios se separam e ela pisca para mim surpresa. Eu a
assustei. Leva um momento para se recuperar e, quando o faz,
posso ver que chacoalhei sua gaiola. “Você ama o que faz. Nunca
pediria para você desistir.”
“Só porque não estou jogando profissionalmente não
significa que não possa jogar. Enfim, estou ficando velho. Estou

Rugby #1
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quase em idade de aposentadoria agora, sabe”, brinco e faço um


sorriso. “Por favor, Annie, apenas nos dê uma chance.”
“É melhor assim.” Seus olhos cortam para a mesa, e ela
balança a cabeça como se convencendo a si mesma. “Pelo menos,
se não formos adiante, nunca saberemos o que estamos
perdendo. Nós evitamos a dor.”
Achato minha boca, meu tom se torna sério. “Sei o que estou
perdendo, Annie. Você é singular para mim, excepcional. É
brilhante e adorável e tão real. Eu me preocupo com você. E não
consigo tirar seu gosto, a sensação de você, fora da minha cabeça
desde que nos beijamos pela primeira vez. ”
Trêmula, ela retira a mão e coloca no colo debaixo da mesa.
Fecha os olhos por um segundo, obviamente reunindo coragem
para dizer alguma coisa. O momento é quebrado quando a
garçonete chega com a nossa comida. Sem surpresa, não estou
com apetite.
Annie enfia a mão no sanduíche, sem encontrar meus olhos.
Aproveito a oportunidade para estudá-la. Deus, ela é tão bonita
que é quase uma espécie de tortura física não chegar e beijá-la.
Há algo extremamente fechado sobre ela hoje; e, de forma
decepcionante, sei que um avanço não está nas cartas, então,
decido deixar para lá por enquanto. Preciso apenas me contentar
em passar o tempo com ela. Recostando-me na minha cadeira,
cutuco sei pé com o meu para chamar sua atenção e pergunto:
“Joan lhe contou sobre Dublin?”
Ela assente, mas não fala, dá uma mordida no sanduíche.
“Você virá?”

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L.H. Cosway & Penny Reid

Mais uma vez, tudo o que consigo é um aceno de cabeça,


mas enche meu peito de alívio. Tudo o que preciso é de uma
oportunidade para chegar até ela, convencê-la a deixar suas
paredes para baixo. Quando chegarmos a Dublin, terei que fazer
todas as paradas.
Ela me dá um olhar triste então, seus profundos olhos
castanhos virados para baixo. Obviamente, passar tempo comigo
é doloroso para ela. Ela me quer, mas não irá se deixar me ter.
Seu olhar é como um soco no estômago. Prendo meus dois pés ao
redor das pernas dela e puxo suas coxas entre as minhas debaixo
da mesa.
“Ei, vou me comportar nessa viagem. Prometo. Você não
precisa se preocupar.” Mentiras. Mentiras. Mentiras.
Ela engole em seco, respira agudamente. “Obrigada.”
Pelo resto da refeição, mantenho suas pernas entre as
minhas, mas ela não me diz para parar. Ela anseia pela
proximidade tanto quanto eu. Comemos em companheirismo
silencioso, e então, cedo demais estamos nos despedindo. Não
quero deixá-la ir.
Portanto, antes que eu possa pensar muito sobre isso, eu a
puxo contra mim e escovo minha boca contra a dela, apenas um
toque suave dos lábios, realmente, um sussurro de alguma coisa.
Em comparação com nossos beijos anteriores, é extremamente
manso. Mas quando me afasto, meus olhos famintos por sua
reação, não fico desapontado.
Annie olha para mim, suas bochechas coradas, seus olhos
brilhantes e suas mãos com os punhos brancos apertando a
frente da minha camisa. Leva um momento para perceber que

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

meu aperto é pouco exigente, que basicamente a deixo ir.


Lembrando, se afasta, reunindo um suspiro instável.
Ela hesita.
Eu espero.
Então, ela balança a cabeça e vai embora.
Eu a assisto ir enquanto ainda está à vista, até que vira a
esquina. É só segunda-feira e eu não suporto a ideia de não vê-la
até quinta-feira. A vida vai ser uma agonia.

***

A vida é uma agonia, e estou beirando a pena.


Preencho os dias com treinos e passo o resto do meu tempo
com Lucy. Ainda há uma atmosfera gelada entre mamãe e eu.
Lucy fica completamente impressionada com Nova York, seus
olhos azuis brilham com admiração por cada coisa nova que vê.
Ela até proclamou que vai morar aqui um dia, sempre a
sonhadora. Mas não tenho dúvidas de que ela fará acontecer.
Saiu do seu caminho para me animar, todas as noites me
presenteia com novos presentes, como gravatas, meias, pós-barba
e novidades. Quando a manhã de quinta-feira finalmente chega,
Annie me manda uma mensagem dizendo que me encontrará no
portão de embarque. Fico desapontado porque esperava dividir
um táxi com ela até o aeroporto. Eu me despeço de Ma e Lucy,
que ficam mais um dia em Nova York antes do voo para casa,
depois vou para o JFK. Parece que demora uma eternidade para
passar pela segurança, e quando finalmente consigo, vejo Annie
sentada perto de uma janela, vendo os aviões decolarem e

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

pousarem na pista. Segura uma xícara de café de papel


fumegante com as duas mãos, o celular sempre presente no colo.
Está mordendo o lábio quando me vê chegando. Nem mesmo
espera que eu diga olá e ela deixa escapar: “Nunca estive em um
avião antes.”
Tomo o assento ao lado dela, as sobrancelhas levantadas.
“Nunca?”
Ela balança a cabeça. “Nunca. Todas as longas distâncias
que tive que viajar sempre foram de ônibus ou trem. Estou meio
apavorada.”
“Você acha que vai ser um voo tenso?”
“Honestamente, eu não tenho ideia.” Ela parece distraída.
“Bem”, digo soltando um suspiro, “só vou ter que mantê-la
ocupada, então, para que não fique pensando nisso. Vamos jogar
alguns jogos, como 5 perguntas o Eu nunca. Vai ser divertido.
Estendo a mão e aperto suavemente sua coxa. Seu olhar fica fixo
na minha mão até que me afasto. Nós fomos reservados na
primeira classe que é bom, desde que Annie tem o olhar de um
coelho pego nos faróis esta manhã. Tentando ser um cavalheiro,
pergunto se ela gostaria de se sentar perto da janela, mas ela
balança a cabeça fervorosamente, não.
Eu pego a mão dela na minha durante a decolagem, e ela
não protesta, aperta os olhos o tempo todo. Eu a observo de
perto, pronta para acalmá-la ao menor sinal de pânico. Sei que
algumas pessoas ficam um pouco loucas em aviões. Quando abre
os olhos, estamos no ar. Olha para mim e pela janela.
“Uau”, respira, inclinando-se mais e se maravilhando com as
nuvens e o céu azul além. Podemos ver a cidade se afastando

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

abaixo de nós, os edifícios minúsculos à distância. Ela está


praticamente sentada em cima de mim, mas não estou
reclamando, principalmente porque seus seios estão empurrando
no meu braço. Fecho os olhos por um momento, saboreando o
cheiro dela e o conforto de tê-la tão perto. Por um breve momento,
me esqueço da nossa distância emocional e apenas aproveito
estar perto dela.
“Desculpe”, ela diz, então se afasta.
Abro meus olhos. “Nenhuma desculpa necessária, amor.
Tem certeza de que não quer se sentar perto da janela?”
Ao contrário de antes, agora ela parece positivamente
otimista com a ideia. “Sim, por favor, se não se importar”, ela diz
entusiasmada, e sorrio, desfazendo o cinto de segurança. Nossos
corpos escovam brevemente quando trocamos de lugar, e ela
cora, mantem o olhar em seus sapatos. Durante a hora seguinte,
Annie fica colada à janela, maravilhada com o céu. É
provavelmente a coisa mais encantadora que já vi e me faz me
apaixonar ainda mais por ela.
Ocupo-me com um livro e a deixo apreciar a vista da janela.
Algum tempo se passa antes que ela se levante e se retire
para o banheiro. E sim, não vou mentir, dou uma boa olhada em
sua bunda quando passa por mim. Hoje veste jeans e um suéter
de malha roxa. Ela não tem nenhuma maquiagem, e seu longo
cabelo está trançado em uma trança lateral. Ela parece
incrivelmente natural e foda. É uma tortura tão doce.
Por vários segundos, fico destroçado pela indecisão. Disse a
ela que me comportaria nessa viagem, mas a tentação de segui-la
é demais. Eu me levanto do meu assento, sorrindo amavelmente

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

para a aeromoça enquanto passo e faço o meu caminho até os


banheiros. Espero pacientemente até que Annie termine e, assim
que ela abre para sair, me aproximo e sigo em frente, não
deixando outra opção a não ser recuar para dentro. Um momento
depois, fecho a fechadura e estamos sozinhos.
“Ei”, murmuro quando ela se inclina na pia e encho seu
espaço. Não há como não lotar seu espaço; o banheiro é do
tamanho de um selo postal.
Ela engole em seco e move os lábios, chamando minha
atenção para sua boca. Parece mais vermelha e ainda mais gorda
do que o habitual. Tentação.
“O que está acontecendo?” Annie pergunta, os olhos no meu
colarinho da camisa, em vez do meu rosto.
“Sinto tanto sua falta”, digo, minhas palavras quase
sufocam, doendo. Trago minhas mãos para seus quadris e as
deslizo ao redor de sua cintura, em seguida, para baixo em seu
traseiro. Ela respira fundo antes de expirar. Quando finalmente
olha para mim, está corada, mas não por desgosto. Seus olhos
estão praticamente brilhando.
Puxo o ar entre os meus dentes antes de perguntar: “Oh,
Annie, o que vou fazer com você?”

Rugby #1
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Capítulo 15
A Selfie Falsa Acompanhada: Quando duas ou mais pessoas fingem estar tirando uma
foto juntas, mas estão tirando foto de uma pessoa em segundo plano.
Melhor para: Situações em que tirar uma selfie em grupo não seria incomum/chamaria a
atenção. Este método, ao contrário do "Creeper Selfie" e "Fake Selfie", pode ser usado em
restaurantes. No entanto, deve-se ter cuidado se o garçom/garçonete for excessivamente
prestativo e se oferecer para tirar a foto.
Não use: Perto de espelhos.

* Annie *

Estou quente e não tem nada a ver com o meu suéter. Estou
com calor porque tem uma guerra dentro de mim. Ainda não
juntei o que sei que é seguro com o que quero.
Sinto tanto sua falta... É o que ele diz.
Ele não tem ideia.
Nenhuma ideia.
Anseio por ele, por aquela sensação fugaz de pertencer a ele.
Anseio por ser vista e admirada por ele. Anseio por nossa
conexão, por apreciá-lo, estar com ele, ouvi-lo. Anseio por como
ele me toca; suas palavras sujas e chocantes; suas mãos
habilidosas; como comanda uma resposta do meu corpo com
apenas um olhar ou um sussurro.
Sofro por Ronan.

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L.H. Cosway & Penny Reid

É físico e doloroso; e resistir a ele parece com ser serrada ao


meio com uma lâmina enferrujada e opaca.
“Ronan.” Balanço a cabeça, aperto meus olhos fechados;
Estou tremendo. Quando falo a seguir, não fico surpresa ao me
ouvir implorar: “Por favor, não faça isso. Por favor, por favor.”
Sinto ele mudar, hesitar. Prendo a respiração: espero,
querendo ele, e me odiando por ser fraca e ceder onde antes
sempre fui resiliente e constante.
Por fim, ouço Ronan murmurar: “Cristo, Annie. Venha cá.”
Desliza as mãos do meu traseiro para as minhas costas e depois
para os meus ombros. Ele me puxa contra ele, coloca minha
cabeça debaixo do pescoço e contra o peito dele. Ele me aperta.
Ele me dá um abraço.
Solto um suspiro descontrolado e aguado, mais perto de um
soluço abafado do que de uma exalação, e envolvo meus braços
ao redor dele, retornando seu abraço. Enterro meu rosto em seu
pescoço e seguro com força. Não sei como o deixarei ir, tanto
figurativamente quanto literalmente.
As pessoas que crescem com famílias, com um tutor, um
dos pais ou ambos os pais, geralmente aceitam os abraços como
garantidos. Posso contar em uma mão o número de vezes que fui
abraçada desde que minha família adotiva me devolveu ao estado.
São os abraços que mais senti falta, ser abraçada e tocada com
afeição, mesmo que o carinho fosse superficial.
Sempre desejei não saber como é ser abraçada. Queria que
eles nunca tivessem me abraçado. Eu me ressinto deles por me
mostrar o que perdi. Estou ficando ressentida com Ronan por
razões semelhantes, mas é muito pior.

Rugby #1
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O carinho de Ronan por mim não é apenas superficial. Ele


admitiu isso para a Socialmedialite. Além disso, se estou tendo
alguma dúvida persistente, foram apagadas quando ele fez seu
discurso apaixonado durante o almoço há alguns dias, quando se
ofereceu para deixar o rugby para que pudéssemos ficar juntos.
Depois de ganhar distância “do café da manhã do despeito”,
como comecei a chamá-lo, e as declarações detestáveis de sua
mãe (e fazer algumas investigações sobre seu passado), percebi
que suas alegações sobre a fidelidade de Ronan são todas
mentiras, enganosas meias verdades na melhor das hipóteses,
claramente destinado a criar uma cunha entre nós.
Parte de mim odeia que rolei e desisti tão facilmente. Mas
minha necessidade de autopreservação resiste acima de tudo.
Por fim, a mãe de Ronan forneceu o alerta de que precisava.
Sei que é o melhor. A autopreservação exige que eu permaneça
ignorante em relação ao funcionamento de um relacionamento
amoroso real, baseado em admiração mútua, respeito e uma
conexão potencialmente profunda com a alma.
Tenho que ser forte. Tenho que redobrar meus esforços. Não
consigo dobrar nem desistir.
Mas primeiro me deixo segurar e ser segurada. Compartilho
demais. Confio demais. Dou muito. Eu o deixei entrar e me
permiti pensar em Ronan e Annie em termos de um "nós" e um
"casal",
E estou com muito medo de já ter me apaixonado por ele.

***

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

O hotel é mais do que chique, mas estou apenas


perifericamente consciente de sua opulência. Meus olhos estão no
chão de mármore e tapetes ornamentados da Caxemira. Estou
debaixo do braço de Ronan, junto ao peito dele enquanto
caminha pelo saguão; eu o acompanho cegamente. Isso é por
vários motivos.
Primeiro, estou com jetlag25.
Depois do abraço no banheiro que durou mais de dez
minutos sem palavras, Ronan me levou de volta aos nossos
lugares, segurando minha mão. Mais uma vez ele me deu o
assento da janela. No entanto, desta vez ele também passou o
resto do voo me tocando, mas não nada abertamente sexual,
apenas carinhoso. Os toques me aquecem, fazem meu sangue
ferver e percorre um longo caminho para derreter minha
determinação. Ele afastava meu cabelo do rosto e sua mão
demorava no meu pescoço; ou colocava a mão no meu joelho para
chamar minha atenção e mantinha ali por vários minutos, seu
polegar desenhava círculos lentos e leves no meu joelho.
Em um ponto ele pegou minha mão e massageou. Não pediu
permissão; fez isso distraidamente enquanto olhava para os meus
dedos.
“Vá dormir”, ele disse. Então eu fiz, me sentindo segura e
correndo o risco de ficar mais profundamente apaixonada, mas
cansada demais para me importar.
O avião aterrissou às 7h30, horário de Dublin, que é às 2:30
da manhã em Nova York. Ronan me acordou com um beijo suave,
primeiro nos meus lábios e depois na minha testa. Meu cérebro
25 Diferença de fusos horário

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parecia recheado de algodão e teias de aranha e talvez xarope de


bordo. Eu só queria dormir.
A outra razão pela qual estou acompanhando Ronan
cegamente é por causa dos fotógrafos. Assim que passamos pela
alfândega, fomos basicamente abordados. Fiquei chocada com o
grande número; Tentei estimar, mas parei de contar quando
cheguei a vinte.
Pensava que os paparazzi nos Estados Unidos eram
agressivos, escondidos atrás de arbustos e nos arrastando pela
cidade. Estava tão errada. Tão, tão errada. Os "paparazzi" na
Irlanda não parecem entender o conceito de espaço pessoal, nem
veem nada de errado em me tocar ou me dizer o quanto apreciam
o tamanho dos meus seios.
É nesse comentário que Ronan passa o braço em volta de
mim possessivamente e me pressiona contra ele, prendendo-me
dentro de seus braços fortes. Ele diz algo para os fotógrafos, mas
não entendo as palavras, ou porque estou muito atordoada ou
porque Ronan está falando outro idioma, não tenho ideia. Então,
ele nos guia para a relativa segurança do salão de primeira
classe.
Quando chegamos ao salão, ele parece estar a dez segundos
de assassinar alguém. Está tão zangado. Fica me perguntando se
estou bem; enquanto isso, está rangendo os dentes, seu coração
batendo a cento e sessenta batidas por minuto, e seu aperto nos
meus ombros apenas um pouco doloroso.
Sem me deixar ir, Ronan vai até o bar, abre o telefone e faz
uma breve ligação. No bar pede para mim um Bloody Mary e uma
água com soda para si mesmo, o tempo todo administrando

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L.H. Cosway & Penny Reid

olhares “foda-se” para qualquer um que ousasse fazer contato


visual. Espera até que nossas bebidas cheguem antes de nos
afastar. Ainda debaixo do braço, tropeço por onde conduz, que é
para um canto atrás de um painel do chão ao teto, e nos esconde
nas janelas de vidro em frente ao resto do aeroporto.
Um grande sofá de couro se esparrama sob luzes ofuscadas;
ele se senta em uma das extremidades e então, me acomoda,
então estou ao lado dele. Ele me diz para beber o Bloody Mary.
Então bebo. Então, ele me diz para colocar minha cabeça em seu
colo e dormir um pouco. Então, faço. Seu braço descansa ao
longo do meu corpo, sua mão no meu quadril.
Algum tempo indeterminado depois, Ronan me acorda com
outro beijo, emoldura meu rosto com suas grandes palmas. Sou
informada de que sua equipe de segurança chegou e eles se
certificam de que chegássemos ao carro sem sermos molestados.
Acrescenta em voz baixa: “E eles vão me impedir de matar
aqueles filhos da puta...”
A equipe de segurança faz mais que isso.
Eles nos levam para fora do aeroporto através de uma série
de túneis, evitando assim os paparazzi todos juntos.
No entanto, Ronan me mantém escondida contra ele o tempo
todo, enquanto caminhamos pelos túneis, quando finalmente
chegamos ao carro, durante a viagem até o hotel, quando
caminhamos do carro para o hotel por outro mar de fotógrafos, e
finalmente, quando nos registramos no chique Merrion Hotel.
Uma vez que embarcamos no elevador, Ronan barra o
caminho, não deixa ninguém mais entrar, e instrui o mensageiro
a pegar o próximo elevador. Ninguém discute. Olho para o rosto

Rugby #1
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de Ronan quando as portas se fecham e descubro que não iria


discutir também.
“Ronan...você está bem?”
Ele olha para mim, seu belo rosto marcado por uma
expressão de frustração concentrada. Fico surpresa ao ver que
toda a sua irritação está direcionada para dentro.
“Sinto muito, Annie. Eles não tinham o direito de tocar em
você ou falar assim. Aqueles filhos da...” Não termina o insulto.
Em vez disso, cerra os dentes e desvia o olhar, bufando uma
risada amarga. “Não admira que não queira estar comigo.
Ninguém vale a pena suportar toda essa merda.”
Suas palavras causam uma pontada aguda de desconforto
no meu peito perto do meu coração. Olhar para ele intensifica a
dor. Talvez seja porque eu estou com jetlag, ou talvez seja por
causa do Bloody Mary; mas não posso deixar essa afirmação ficar
sem contestação.
“Você é absolutamente louco, se acha que não vale a pena
aturar esses idiotas.”
A linha dura em torno de sua mandíbula suaviza e seus
olhos se arregalam de surpresa. Não levo muito tempo para
processar a mudança abrupta em seu comportamento, porque
acabo de perceber que minhas palavras estão um pouco
arrastadas. Franzo o rosto enquanto tento me concentrar em
deixar as teias de aranha de lado, mas não adianta. Não sou uma
pessoa que possa funcionar bem com menos de seis horas de
sono.
Portanto, continuo, espero deixar meu argumento o mais
claro possível, mesmo em meu estado instável. “Você vale a

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pena… ir para a faculdade de novo; vale a pena escrever uma


dissertação de mestrado com o professor Perkins como mentor. ”
“Quem é o professor Perkins?”
“Agora, ele é um filho da puta. Apenas fique feliz que nunca
o conhecerá.” Balanço minha cabeça, acho que o movimento me
deixa tonta. Paro de sacudir a cabeça, mas continuo meu
discurso, que está rapidamente se transformando em uma tirada.
“Vale muito mais do que o incômodo de alguns paparazzi idiotas.
Não é sua culpa que agiram como um pacote de babacas crus.
Você é inteligente, gentil e...simplesmente maravilhoso. Nunca
duvide disso. Nunca.”
Deixo minha cabeça tombar para o lado enquanto olho em
seus grandes olhos castanhos. Amo seus olhos. Eles são tão
grandes. E marrons. E sonhadores. E estão sorrindo para mim.
Na verdade, todo o seu rosto está sorrindo para mim, seus olhos
brilham enquanto leem minhas feições.
“Annie querida, você está se sentindo bem?”
“Mm-humm.” Balanço a cabeça sonhadoramente, em
seguida, acrescento: “Mas estou um pouco cansada...eu acho.”
Sua boca está puxada para o lado em uma deliciosa
inclinação. Quero lamber a curva de seu lábio inferior, mas não o
faço, principalmente porque as portas dos elevadores se abrem
em nosso andar, assim que considero seriamente levantar na
ponta dos pés para que isso aconteça.
Ele me encara por um instante, sem sair imediatamente do
elevador, como se estivesse esperando eu dizer ou fazer alguma
coisa. Eventualmente, arranca seu olhar do meu, Ronan me guia
pelo corredor até o quarto. Não tomei nota do número do quarto

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L.H. Cosway & Penny Reid

quando entramos, nem, para essa matéria sei em que andar


estamos. Nem penso muito no fato que nossa suíte é enorme e
bonita, mas tem apenas um quarto, e que o quarto tem apenas
uma cama king size.
Agora que fiz o meu ponto com Ronan e ele parece estar
suficientemente calmo, tudo que consigo pensar é em dormir.
Quando vejo a cama, saio debaixo da segurança do braço de
Ronan, tropeço em direção a ela, e me deixo cair de cara em seu
abraço de penas.
“Oh... isso é o paraíso”, gemo enquanto subo o comprimento
do edredom macio, acariciando a textura acetinada com as
palmas das mãos abertas. “Nunca quero me levantar.”
Sinto a cama ceder ao meu lado e depois a mão de Ronan
nas minhas costas; ele me sacode um pouco. “Annie, você não
deve mais dormir até hoje à noite. Precisa ficar acordada ou seu
corpo não se acostumará com a diferença de fuso horário.”
Eu me viro e deito de costas. O movimento faz com que meu
suéter suba e desnude minha barriga; A mão de Ronan agora
descansa na pele do meu estômago. A sensação não é sóbria. Se
algo, isso me faz sentir deliciosamente quente e aconchegante.
Quero que ele continue lá. Tenho seus toques no avião para
culpar meu nível de conforto com seu toque agora.
Quero que ele se enrole na cama e me dê uma colher. Nunca
fui espancada, só fui cutucada e machucada.
“Eu não me importo.” Tento abrir meus olhos para que
poder olhar para ele e mostrar que estou falando sério; falho.
Meus olhos não permanecem abertos. Então, cubro a mão dele
com a minha e dou um puxão ineficaz, tentando fazê-lo se deitar

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também. “Venha deite-se comigo; durma comigo. Sabe que você


quer.”
Ronan bufa, ou rosna, ou alguma combinação dos dois.
“Você está fazendo muito difícil para mim ser bom.”
Chego cegamente para ele, já sucumbindo à gentil promessa
de dormir em uma cama luxuosa. “Então, e se nós não…”
bocejo… “ajustarmos a diferença de horário...” bocejo… “qual é a
pior coisa…” bocejo... “que isso poderá…” bocejo… “causar?”
A voz de Ronan soa distante quando responde; mas a mão
dele ainda está no meu estômago, e minha mão ainda cobre a
dele. “O pior que pode acontecer é que ficaremos acordados a
noite toda.”
“Então?”
“Quer ficar acordada a noite toda comigo, Annie?”
“Mmm...”
Esse é um pensamento delicioso, muito mais delicioso que
um éclair; e é com esse pensamento que caio completamente e
agradavelmente dormindo, sonho com todas as coisas que quero
fazer com Ronan nessa noite.

***
Sou acordada pelo som de um telefone tocando, mas não é o
trinado de luz normal do meu celular. É um ruído menor e soa
menos como um toque do que como uma campainha oscilante.
Levanto minha cabeça e tento entender onde estou e que horas
são e o que diabos está acontecendo e estou de calcinha?
O toque para abruptamente. Pisco na mesa lateral onde o
telefone agora está em silêncio e, em seguida, olho ao redor da

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sala. Os eventos da manhã voltam para mim, mas não com


pressa. Mais como uma torneira com vazamento esporádica. Eu
me lembro do pouso do avião e da alfândega e dos paparazzi
rudes e... o bar no aeroporto. O resto está um pouco confuso,
mas me lembro de sair de um carro e entrar no saguão do hotel,
Ronan nos examinando e caindo na cama assim que entramos no
quarto do hotel.
Olho para mim. Estou debaixo das cobertas da cama, e
vestida com minha calcinha, sutiã e a camiseta que estava
usando debaixo do meu suéter. Penso sobre o meu estado de
nudez por vários segundos e percebo que Ronan deve ter tirado
meus jeans e suéter quando desmaiei; também deve ter me
deitado e fechado às cortinas. Vejo minhas roupas dobradas em
uma pilha bem arrumada no pé da cama.
O telefone toca de novo, fazendo-me pular e meu coração
salta ao redor das minhas costelas. Pressiono minha mão contra
o pico de ansiedade no meu peito e pego o telefone,
principalmente para parar o som infernal.
“Sim?”
“Senhora. Catrel, aqui é O’Hare, o concierge. O Sr.
Fitzpatrick deixou instruções para acordá-la ao meio-dia. Agora é
meio dia. Também devo lembrá-la de sua consulta às duas.” A voz
do outro lado é incrivelmente polida. Faz mais para limpar a
minha cabeça do que o telefone tocando.
“Minha consulta às duas?”
“Sim, senhora. No seu quarto. Massagem, facial, pedicure,
manicure, cabelo e maquiagem… para o evento desta noite.”

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Engulo uma sensação súbita e estranha na minha garganta.


“Oh, certo. Obrigada.”
“Sem problemas, Srta. Catrel. Seu almoço está a caminho
agora, e posso sugerir o roupão de banho de cortesia no armário,
caso ainda não esteja adequadamente vestida para receber
convidados?”
Como se fosse uma sugestão ou magia, uma batida na porta
da suíte soa naquele momento.
“Obrigada”, digo distraidamente para a voz elegante,
procurando no quarto pelo armário acima mencionado.
“Sem problemas, Srta. Catrel. Mais uma vez, meu nome é
O’Hare caso precise de ajuda durante a sua estadia. Patricia já foi
designada para você e para o Sr. Fitzpatrick, e espero que não
hesite em contatar-me ou a Patricia se precisar de alguma coisa.”
“Oh, tudo bem. Obrigada.” Eu me arrasto até a beira da
cama e corro para o armário mais próximo.
“Sem problemas, Srta. Catrel. Aproveite seu almoço.”
E, com isso, O'Hare desliga. Jogo o telefone sem fio na cama
e abro a porta do armário, encontro um lindo roupão de seda azul
estampado pendurado ao lado de um roupão igualmente gracioso
de preto e cinza. Rapidamente puxo minha camisa e coloco o
roupão, amarrando-o enquanto corro para a porta da frente da
suíte.
Uma mulher bem velha está na porta. Ela está vestida com
um terno de negócios, e seu cabelo vermelho grisalho está
amarrado em um coque severo. Está sorrindo para mim.
“Bom dia, senhorita Catrel. Sou Patricia.” Ela estende a mão
para frente, e eu a pego, agitando-a automaticamente.

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“Prazer em conhecê-la. Por favor, me chame de Annie.”


“Sim, claro. Temos o seu almoço aqui, além de vários itens
para o seu compromisso da tarde.” Ela se vira para o lado,
indicando com um aceno de mão o carrinho de comida atrás dela,
cinco ajudantes ou garçons, três criadas jovens ou esteticistas, e
várias engenhocas definidas em carrinhos de bagagem. “Podemos
entrar?”
Interiormente, eu me encolho com a visão da multidão do
lado de fora da minha porta, mas fico surpresa demais para
pensar muito sobre a presença deles. Em última análise, meu
desejo de evitar o confronto vence meu medo de interagir com as
pessoas.
“Sim, sim, por favor, entre”, gaguejo e saio da porta. Eles
entram na sala muito parecida com um desfile; o carrinho de
comida e os carrinhos de bagagem de latão brilhantes são os
carros alegóricos.
Patricia administra ordens ao grupo deles, dizendo-lhes
onde colocar o quê. Então, se vira para mim. Ainda estou na
entrada, observando a agitação com algum fascínio.
“Srta. Catrel, vejo que não desfez as malas.” Ela aponta para
minha bagagem, onde está empilhada ao lado do sofá. Patricia
cruza para mim, enfia a mão na dobra do meu cotovelo e depois
me guia para longe da porta e na direção do quarto, onde o
carrinho de comida acaba de ser colocado. “Por favor, permita-me
guardar seus pertences enquanto desfruta de um banho. Seu
almoço está aqui, ao lado da área de estar do seu quarto. Terei o
prazer de lhe dar um banho.”
“Eu-eu posso tomar meu próprio banho.”

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“Claro que pode, mas será o meu prazer”, Patricia diz, sua
voz plana. Ela me leva até uma cadeira confortável e me deposita
lá, e então faz sinal para o mensageiro, ou ele é um garçom? para
arrumar o carrinho na minha frente.
Ela desaparece no banheiro enquanto o garçom ergue as
elegantes tampas de prata, revelando porcelanas carregadas com
uma variedade de saladas deliciosas, pequenos sanduíches sem
crosta, uma tigela de lagosta quente, uma cesta grande com
frutas frescas, uma jarra de iogurte, que ele aponta ser feita no
hotel, e uma bandeja com vários queijos irlandeses.
Também é revelado um bule de chá e uma caixa de chá com
tampo de vidro e chá de folhas soltas; tenho todas as minhas
escolhas, do hortelã prosaico ao oolong exótico. E por último, mas
certamente não menos importante, ele levanta o topo de um prato
de delicados petit fours, três dos quais são miniaturas de éclairs.
Minha boca está cheia d’agua.
Eu me sinto como se estivesse em um daqueles traps para
filmes ricos das décadas de 1960 e 1970, onde a órfã
insignificante de repente se depara com tudo o que ela sempre
quis, a saber, muitas pequenas e lindas sobremesas.
Quando o garçom termina de anunciar meu almoço, faz
uma pequena reverência, pergunta se preciso de mais alguma
coisa, e então quando balanço a cabeça, me deixa com minha
comida.
Olho para o lote, não sei por onde começar. Meu estômago
ronca em protesto contra a minha indecisão.
Só decido começar com a sopa quando Patricia ressurge do
banheiro e caminha em minha direção com passos firmes. “Tomei

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a liberdade de adicionar óleos essenciais de rosa e lavanda ao seu


banho.” Ela para na beira da minha mesa e começa a colocar o
chá de hortelã no mais íngreme. “Por favor, não hesite em
chamar-me durante a sua estadia, Srta. Catrel. O único propósito
da nossa equipe é o seu conforto enquanto está aqui conosco.
Como está viajando sem sua própria equipe, pense em mim como
sua secretária pessoal.”
“Uh, não tenho... equipe.”
“Isso não importa.” Patricia me dá um sorriso caloroso e um
pequeno aceno de cabeça. Ela então, se vira e sai pela porta do
quarto, falando ao sair: “Voltarei em meia hora para desfazer e
guardar suas coisas e depois novamente as duas para a sua
consulta.”
Alguns minutos depois, ouço todos saírem da suíte e a porta
se fechar com um clique suave. Então, depois da festa diante de
mim, o banho quente é o próximo na agenda, estou sozinha.

***

Decido que realmente posso me acostumar a ser mimada,


mesmo que isso signifique ter que suportar maiores níveis de
interação humana. Eu me deleito. É vergonhoso. Mas quero
experimentar tudo, e tudo tem um gosto tão bom. O único item
que termino é o iogurte. Tem um gosto mais parecido com um
creme do que com iogurte, e temo que tenha que me retirar
quando voltar para Nova York.
Depois de comer, mando uma mensagem rápida para
WriteALoveSong. Antes de deixar Nova York, disse a ela que

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estaria fora da cidade por algumas semanas para o trabalho, mas


prometi mandar mensagens quantas vezes pudesse. Então,
disparo uma nota rápida.
@Socialmedialite para @WriteALoveSong: Acabei de chegar e
comi meu peso em alimentos para o café da manhã. Pode não
ouvir de mim durante a próxima semana enquanto estiver
digerindo todos esses waffles.
Fico surpresa quando ela responde rapidamente:

@WriteALoveSong para @Socialmedialite: Ohhh… waffles! O


que o copo moderno de água disse para o cubo de gelo?
@Socialmedialite para @WriteALoveSong: … oh não… o quê?
@WriteALoveSong para @Socialmedialite: Sou você antes de
ser legal. Divirta-se na sua viagem!

Reviro os olhos e rio apesar de tudo, escrevendo


rapidamente, Adeus por enquanto. Depois de desligar meu
telefone, vou para o banheiro e me dispo, subo no banho mais
delicioso da minha vida. Realmente, não há outra palavra para
isso. É delicioso.
A água ainda está quente e descubro o porquê quando estou
totalmente imersa; a porcelana é aquecida. Além disso, as bolhas
são milagrosas e nunca parecem diminuir ou desaparecer.
Patricia bate na porta do banheiro para anunciar sua
presença e me alertar para o fato de que está desembalando
minhas malas. Penso em mandá-la embora, mas o delicioso
banho e o suntuoso almoço me fizeram sentir letárgica e receptiva
a ser mimada. Então, grito meu reconhecimento e relaxo.

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L.H. Cosway & Penny Reid

É no banho que meus pensamentos invariavelmente se


voltam para Ronan. Eu me pergunto onde está, o que está
fazendo, quando voltará. Também percebo as ramificações da
suíte de um quarto e da cama king size.
Uma onda de ansiedade ao pensar em dividir a cama com
Ronan é seguida por uma onda de algo mais, algo totalmente
mais agradável e perigoso. Isso, é claro, me faz pensar em Ronan
me despindo enquanto dormia esta manhã, suas mãos grandes e
poderosas puxando meu jeans enquanto eu me deitava abaixo
dele...
Fecho os olhos, me entrego à fantasia de Ronan me despir
completamente; na fantasia ainda estou mole, mas estou
acordada. Toco meus seios levemente enquanto o imagino
lentamente deslizar as alças pelos meus ombros, soltar o fecho na
frente, e revelar a extensão da minha pele para seus olhos.
Imagino-o abaixar a boca para mim enquanto a parte de trás dos
seus dedos acaricia um caminho de luz das minhas costelas para
o meu estômago, em seguida, para baixo, no cós da minha
calcinha de renda rosa.
Minha mão serve como um substituto para a dele, e me toco,
apreciando a suavidade escorregadia da minha pele, sentindo-me
e sabendo que isso é o que ele sentiria, imaginando se ficaria
satisfeito com as curvas e depressões do meu corpo e de todos os
seus segredos. Imagino seus olhos em mim, devorando a visão da
minha nudez quando deixa um rastro de beijos molhados entre
meus seios, abaixa até o umbigo, até que finalmente...
Minhas reflexões são cruelmente interrompidas por outra
batida na porta. Puxo minha mão para longe, espirrando água e

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L.H. Cosway & Penny Reid

algumas das bolhas milagrosas no chão de mármore, em seguida,


sento-me na banheira.
Olho para mim; tudo abaixo dos meus ombros ainda está
bem escondido sob uma camada de espuma branca. “Eu-uh-
entre. Estou quase terminando.”
Minha expiração é instável, meu coração bate
animadamente, e sei que estou corada com a evidência do meu
quase orgasmo. Esperançosamente, Patricia assumirá que o
rubor é causado pela água quente e pensamentos não quentes.
Mas não é Patricia na porta. É Ronan.
E não está exatamente vestido. Usa uma toalha ao redor de
seus quadris estreitos, um vislumbre de calção de banho visível, e
nada mais.
Fico boquiaberta com ele, sendo essa a primeira vez que vejo
o corpo dele ao vivo, pessoalmente, e não nas páginas estáticas de
uma revista ou pixelada na internet, e não sabia que nada virtual
ou imaginário poderia se aproximar da realidade daquele peito e
torso. É todo músculo rígido e ângulos agudos. Uma tatuagem
tribal de algum tipo serpenteia por seu quadril, originando-se
debaixo da toalha e sobe em espiral até sua caixa torácica e peito.
Quero traçar com meus dedos, as linhas curvas. Quero
pressionar minha boca contra ela e sentir sua pele. Ele parece
que será duro ao toque, mas sei que ele também será quente.
“Annie?”
Pisco, assustada e mortificada ao perceber que estou
olhando e fecho a boca. Com um esforço, levanto meu olhar para
o dele e aperto o meu queixo, luto contra a vontade de voltar

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minha atenção para a perfeição de seu corpo e o mistério de sua


tatuagem.
“Eu-hum-sim?”
Ronan fecha a porta atrás dele e se aproxima. Suas
sobrancelhas levantam quando se aproxima, e seu olhar se move
sobre o meu rosto, mergulha em meus ombros, desvia na minha
boca.
“Aproveitando o seu... banho?”
Seus olhos me lembram de chocolate naquele momento,
chocolate escuro aveludado, do tipo usado em sobremesas
suculentas, quentes e sedosas, do tipo que você mergulha os
morangos e saboreia quando o suco da fruta e o doce amargo do
chocolate dançam em uma euforia na sua língua e sua
garganta…
Eu me contorço, minha respiração fica rápida, minha
excitação me faz sentir instável e tonta.
“Sim.” A palavra surge como um sussurro ofegante,
chamando sua atenção de volta para os meus olhos.
“Você parece desconfortável. O banho está quente demais?”
Balanço a cabeça.
Ele paira por um momento, examinando-me, ele e seu torso
épico, então senta-se na beira da banheira e mergulha os dedos
na água.
“O que, o que está fazendo?” Mais uma vez, minha voz está
sem fôlego.
Parte de mim espera que ele diga: Terminando o que
começou.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Outra parte de mim espera... oh, inferno. Quem estou


enganando? Cada parte de mim espera que ele diga: Terminando
o que começou.
Em vez disso, ele diz, seus lábios se contorcendo com
diversão mal escondida, “Apenas checando a temperatura. Você
parece corada.” A parte de trás de seus dedos roçam minha coxa,
e pulo, um grunhido deselegante escapa da minha garganta.
Isso é recebido com o som estrondoso da risada de Ronan e
um sorriso bastante desagradável. "Precisa relaxar. Talvez deva
tomar um bom e longo banho.”
Olho para ele e seu sorriso, trago minhas pernas para o meu
peito e envolvo meus braços em volta das minhas panturrilhas.
Nada do meu corpo está visível além dos meus ombros, mas de
repente me sinto bem à vista. “Estou... estou perfeitamente
relaxada.”
“Poderia ajudar, você sabe.” Ele acena com a cabeça para
esta afirmação, a mão ainda na água, seu corpo de conto de fadas
gostoso, sedosos olhos chocolate preenchem minha visão.
“Poderia dar-lhe uma massagem... ou uma massagem.”
Cerro meus dentes e balanço a cabeça, mas não digo nada.
Porque se falar, direi sim, sem dúvida.
Ele acha que é tão inteligente. E é. É totalmente inteligente
demais. Posso ver que sabe exatamente o que eu está fazendo ou
prestes a fazer. Sem dúvida, até percebeu que ele é a única
inspiração para o meu devaneio sujo.
“Não será problema algum. Prometo que vai gostar.” Sua
mão no banho move-se para o meu ombro, e passa as costas de
seus dedos contra a minha clavícula, deixando um rastro

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L.H. Cosway & Penny Reid

molhado de bolhas deslizantes do topo do meu esterno para o


meu ombro.
Rolo meus lábios entre os dentes para não ofegar.
“Solte seus braços e abra as pernas para mim", diz, sua voz
crescente solene e suave; é um comando. Seus dedos deslizam
pelo meu braço até o meu joelho, e ele cobre com a palma da
mão, apertando suavemente.
Minhas pálpebras caem, e meio pestanejo, meu coração
martela esperançoso. Todo lugar que ele toca fica relaxado. Meus
braços caem para os meus lados e minhas pernas relaxam,
abrindo quando as afasta. Então, ele desliza sua leve carícia entre
minhas coxas e prendo a respiração.
Seu olhar de chocolate se torna feroz e exigente, uma
contradição com o toque leve de seu dedo no meio da minha
entrada. Ele me acaricia, me abre, entrando em mim. Além disso,
suas palavras são serenas e hipnóticas.
“Abra suas pernas, todo o caminho. Deixe-me tocar em você;
deixe-me ajudá-la a se sentir bem... é isso. Oh, Annie querida,
você é tão, foda, apertada. Você parece como o céu.”
Engulo a espessura na minha garganta e instintivamente
estendo a mão para ele, segurando a toalha em sua cintura.
Minha outra mão se move para o meu peito e minha cabeça cai
para trás contra a borda da banheira. Gemo.
“Shhh...” Ele se inclina para frente, brevemente cobre minha
boca com a sua para me silenciar, e então sussurra contra meus
lábios antes de se afastar, “Senhorita Patricia está em nosso
quarto arrumando as suas coisas. Você tem que ficar quieta.”

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L.H. Cosway & Penny Reid

Minha respiração engata, e assinto, choramingando um


pouco, mas não alto o suficiente para ser ouvida. Seu dedo
indicador se junta ao seu dedo médio, acariciando-me enquanto
seu polegar dança pequenos círculos rítmicos sobre o meu
clitóris. Mordo o lábio para não gemer e fecho os olhos com força.
“Não, não. Olhe para mim”, Ronan exige, sua voz ainda
calma e dominante. “Olhe para mim quando você gozar.”
Abro os olhos e descubro que estava roçando o topo da água
com a mão livre, empurrando as bolhas para fora do caminho
para que possa me ver, onde entra em mim, onde seguro meu
peito. Seus olhos, gananciosos e focados, se movem sobre o meu
corpo.
“Você é magnífica.” Seu tom é desapaixonado e distante
enquanto me estuda, como se fosse um observador e não um
participante.
Meus pulmões estão explodindo de fogo, e não consigo
respirar profundamente o suficiente, minhas paredes internas se
agarram cobiçosamente enquanto ele entra e sai, enchendo-me.
Mas não é o suficiente; seus movimentos são muito temperados.
Preciso dele. Preciso de mais do que seus dedos macios. Preciso
que ele seja mais duro, mais firme. Preciso dele em todo lugar.
“Ronan”, ofego, pego seu pulso entre as minhas pernas,
empurrando sua mão com mais firmeza contra o meu centro.
“Ronan, eu quero você. Preciso... Por favor por favor.”
“Silêncio”, ele diz, seus toques ainda leves e suaves, gentis
demais. Estão brincando. Está me deixando louca, e parece saber
disso. Olhando para ele, para o conjunto de sua mandíbula e o

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L.H. Cosway & Penny Reid

brilho brutal em seus olhos, tenho a nítida impressão de que


estou sendo punida.
Choramingo novamente.
Ele torce seus dedos deixando meu corpo para espalhar
minha excitação sobre os lábios emoldurando meu clitóris, mais
provocante. “Uma garota tão gananciosa.”
“Por favor, por favor”, imploro, sem pensar, desesperada.
“Você vai me deixar de novo, Annie? Vai embora? Me rasgar?
Fazer implorar?” Embora seu tom seja tenro, suas palavras
apunhalam meu coração.
“Ronan...”
“Você confia em mim?”
Balanço a cabeça e falo a verdade. “Sim. Sim.”
“Estamos juntos? Você é minha?”
Mordo o lábio e, apesar de seu comando anterior, aperto
meus olhos. Não estou muito longe para fazer promessas que não
sei se poderei manter. Sem a perfeição esculpida dele
preenchendo minha visão, posso reunir várias respirações
profundas. Alcanço novamente seu pulso, acalmo seus
movimentos e puxo para longe, embora pareça que estou
removendo uma parte de mim, e fecho minhas pernas e as torço,
para o lado, para longe dele.
Solto a toalha em torno de sua cintura e uso meus braços
para me cobrir. Estou tremendo, embora a água ainda esteja
quente e meu corpo também, minhas entranhas derretidas de
desejo não cumprido.
Ouço o leve toque de sua mão deixar a água e depois nada.
Pressiono meus lábios para manter meu queixo balançando.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Estou tão bagunçada. Eu o quero; mas não quero mentir para


ele, e não mudou nada. Sei que ele está me observando,
esperando; Sinto seus olhos quando uma mão desliza pelo meu
corpo.
Por fim, ele diz: “Eu vejo.”
O ar muda. Sei que ele mudou. Eu me atrevo a abrir meus
olhos em fendas e avisto suas costas pouco antes de ele abrir a
porta.
“Voltarei para buscá-la. Precisa estar pronta às cinco.” Seu
tom é imperturbável, beira o entediado. Isso faz coisas terríveis
para mim, como forçar duas lágrimas além da barreira das
minhas pálpebras.
E então, ele se vai.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Capítulo 16
O melhor de Nova York
Blogando como * The Socialmedialite *
29 de março
Você sabe o que amo e odeio em Nova York? A falta de Topless.
Caso não saiba, ficar de topless em Nova York (para garotos e garotas) é um problema. É isso
mesmo - Nova York é tudo por igualdade de oportunidades. Na semana passada, Marta
Duvall e seu noivo, Eric Harper, ficaram de topless enquanto saíam (trocadilhos) nos frios
gramados do Central Park.
Mesmo que tenha apagado os mamilos de Marta e Eric na foto acima, apoio totalmente a
política de topless de NYC… exceto pelas inevitáveis tatuagens de arrependimento que são
frequentemente reveladas.
Olhe a foto a seguir, por exemplo. Esta é uma foto das costas de Eric. Como pode ver, por
causa de como aumentei a área e adicionei as úteis setas vermelhas e círculos, Eric tem uma
caricatura muito desajeitada de sua ex-namorada (a atriz Temaya Garrison) em seu ombro
direito. Ironicamente, na tatuagem, Temaya também está de topless.
Talvez, em vez de pagar pela remoção da tatuagem de Temaya, Eric esteja planejando doar o
dinheiro economizado para a caridade em destaque de hoje! Todas as doações recebidas hoje
vão em direção a "Tit for Tat", um programa que ajuda sobreviventes de câncer de mama
(com reconstrução de mama), fornecendo mamilos habilmente tatuados.
<3 The Socialmedialite

* Annie *

Estou no meu quarto com um copo de champanhe quando


Ronan volta. Concedido, tomei quatro copos ao longo de uma
hora e meia, mas são quatro copos, no entanto.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Estou sentada na cadeira menos confortável da suíte, toda


amarrada e tentando não me mover com medo de enrugar ou
borrar ou achatar alguma coisa. Minha tarde de tratamentos de
beleza foi... interessante. A equipe inteira é de mulheres. Nunca
tive um tratamento facial ou uma massagem antes. Ambos foram
realmente muito agradáveis, calmantes, especialmente depois da
minha frustrada fantasia e encontro na banheira.
O cabelo e unhas e parte de maquiagem, no entanto, foi
agravante. Não gostei de ser cutucada, puxada e pintada.
Patricia, que suspeito ser minha fada madrinha, deve ter notado
minha careta porque foi quem sugeriu e serviu o champanhe.
Ajudou.
Ela também foi gentil o suficiente para preencher o silêncio
com contos de seu passado. Foi uma Rockette no Radio City
Music Hall por quatro anos antes de se juntar a uma companhia
da Broadway. Seu passado é colorido e chocante, e é
completamente envolvente. Suas histórias, além do champanhe,
percorreram um longo caminho para afastar a minha atenção do
que havia acontecido antes.
Mas Ronan nunca saiu completamente da minha mente,
como me tocou com tanta gentileza e cuidado, mas olhava para
mim com uma dureza implacável, como se eu o tivesse traído.
E agora estou sentada na cadeira de madeira da mesa,
tentando me concentrar nos e-mails de trabalho e checando os
comentários no meu blog, o tempo todo tentando ignorar a
constante dor latejante entre minhas pernas e como sinto falta do
sorriso dele.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Ele entra na suíte, e olho para cima, encontro-o vestindo um


smoking que parece corte personalizado para sua figura. Engulo
um bocado de luxúria. Ele não olha para mim quando entra. Em
vez disso, caminha até o quarto, abre e fecha algumas gavetas e
depois reemerge. Sua atenção está em seu relógio.
“Temos que ir”, diz, abrindo o armário na entrada e tirando
meu casaco e um guarda-chuva. “Você está pronta?”
“Sim, tudo pronto.” Estou orgulhosa por soar tão
completamente normal porque não me sinto normal. Eu me sinto
confusa e instável e saturada de dúvidas.
“Ok, então vamos.” Ele olha para mim e indica a porta com
uma inclinação de sua cabeça. Sinto algo se dobrar e depois
quebrar dolorosamente por trás das minhas costelas quando seus
olhos encontram os meus. Suas palavras são planas,
desinteressadas.
Ele parece distraído.
Nunca me olhou assim antes. Nunca. Sou qualquer uma e
todo mundo. Eu importava.
Balanço a cabeça, arranco meus olhos dos dele e fecho os
programas no meu computador, escondendo o tremor da minha
mão segurando o mouse com mais força.
Estou sendo idiota.
Nós não estamos juntos.
Quantas vezes eu o empurrei para longe, achei que seria
necessário antes que ele parasse de me perseguir? Isso é o que
quero.
Fecho meu laptop e fico em pé cuidadosamente nos saltos.
Patricia me ajudou a praticar caminhada quando percebeu que

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sou uma novata de salto alto. Eu me sinto quase proficiente,


exceto pelo fato de que meu estômago é uma massa de nós de
infelicidade emaranhados. Não quero ver a ambivalência em seus
olhos, então mantenho os meus longe - para o chão, para a
minha bolsa na mesa perto da porta, para o meu casaco
enquanto o pego e encolho os ombros.
Levanto meu cabelo do colarinho e o precedo porta afora
sem mais instruções ou discussões. Sinto-o atrás de mim, ouço
seus passos ecoarem quando nos aproximamos do elevador.
Silêncio e melancolia são meus companheiros no passeio.
Quando nos aproximamos do saguão, Ronan encaixa sua
mão na minha e me puxa para mais perto. Olho para as nossas
mãos unidas e depois para o perfil dele. Está observando a tela
contar os andares. Ele quase parece nervoso.
“Haverá fotógrafos no saguão e na rua. Fique perto, ok?”
Balanço a cabeça e ativamente seguro sua mão ao invés de
passivamente permitir que minha mão seja segurada.
Ele interpreta mal o aperto dos meus dedos e desliza seus
olhos para os meus; eles cintilam no meu rosto. “Não se
preocupe, não chegarão perto desta vez. Vou mantê-la segura.”
“Eu sei.” Dou-lhe um pequeno sorriso, aceno de novo.
“Confio em você.”
Seu olhar endurece e ele se encolhe; é quase imperceptível,
mas vi.
Faço uma careta de sua reação às minhas palavras e solto:
“Ronan, eu sinto muito.”
Ele olha para mim até que as portas se abrem, sua
mandíbula tiquetaqueando quando se retira para dentro de si, e

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L.H. Cosway & Penny Reid

eu o ouço murmurar quando saímos do elevador, “Eu também


sinto.”

***

Ele está certo.


Há fotógrafos no saguão e na rua. Todo mundo sabe meu
nome e me chama. É desconcertante, mas ele me protege com seu
corpo até que estamos na limusine. Nós nos sentamos nos dois
lados do banco, Ronan coloca o comprimento do banco de trás
entre nós.
Ele passa o tempo todo em seu telefone, seu joelho subindo
e descendo em uma exibição incomum de nervoso, e olho pela
janela, pensando na ironia da situação. A primeira vez que
saímos para almoçar juntos, o que parece ser uma vida inteira
atrás, mas na verdade foi apenas a um mês, ele me repreendeu
por verificar meu telefone.
Quando chegamos ao evento, há ainda mais fotógrafos. Mas
esse bando é mais profissional e obviamente presente para
documentar as idas e vindas da elite esportiva.
Ronan sai primeiro e depois estende a mão para me ajudar a
sair do carro. Então enfia a mão na curva do meu cotovelo e me
leva para o tapete vermelho.
Uma vez que estamos livres da limusine, flashes saem em
todas as direções, Ronan se inclina e sussurra em meu ouvido:
“Se conseguir dar um sorriso, isso será ótimo. Além disso,
estamos prestes a conhecer alguns dos meus amigos. Vai querer
olhá-los nos olhos ao apertar suas mãos, dizer olá, você sabe,

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conversar com as pessoas. Caso contrário, vão pensar que você é


uma vadia americana.”
Olho para ele enquanto recua, e segura meu olhar, sorrindo
para mim como se acabou de dizer algo encantador e espera que
eu ria ou core.
Suas palavras foram desagradáveis, mesquinhas, ao
contrário dele. Parece... desligado.
E mais uma vez, a ironia da situação me surpreende. Ronan
está me dando conselhos sobre como me comportar, o que fazer,
o que dizer. Este é o mundo real, seu mundo de gente bonita e
fama. Meu mundo é o mundo virtual de avatares e palavras.
Minha moeda não é negociada neste fórum. No entanto, suas
palavras são condescendentes e desnecessárias, e seu objetivo é
perfeito.
Sorrio para ele, tão grande e brilhante quanto consigo.
Então, lhe dou um soco no ombro com toda a minha força,
esperando que pareça um tapinha de amor.
Seu sorriso dobra e ele ri, embora pareça um pouco sinistro.
“Ai, querida. Tentando me machucar?”
“Claro que não.” Balanço a cabeça de uma forma lúdica,
meu sorriso estampado no meu rosto. “Nunca diria que ferir você
está sob meu poder.”
Não sei por que eu disse isso, mas sinto uma onda de
amarga satisfação quando seu sorriso enfraquece e a raiva
flamejante brilha por trás de seus olhos. Esperamos que os
fotógrafos tenham confundido isso com paixão.
Tiro meu olhar do dele e sorrio para os flashes que piscam.
Sorrio para os recepcionistas que nos encontram e nos mostram

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onde ficar. Sorrio quando Ronan é entrevistado, tanto para Ronan


quanto para os entrevistadores. Sorrio enquanto contorna
perguntas sobre o nosso relacionamento e digo a todos que estou
aqui como sua amiga com suavidade praticada. Sorrio quando
entramos no evento.
E sorrio quando sou apresentada aos seus companheiros.
Minhas bochechas doem como uma cadela, e ainda assim
sorrio.
Estranhamente, acho que o sorriso ajudou. Ajudou muito.
Parece uma máscara para me esconder atrás. Ninguém espera
que eu realmente fale, apenas sorria e acene com a cabeça e beba
champanhe e pareça bonita e ria nos momentos apropriados. É o
oposto da minha zona de conforto, atrás do computador,
compartilhando meus pensamentos com o mundo e sendo
valorizada pelo que faço e escrevo, não pôr como eu pareço, e
ainda assim... e ainda assim está tudo bem.
Estou bem.
Estou tão distorcida sobre Ronan e meus sentimentos por
ele que me esqueci de ficar obcecada com o evento, ou
enlouquecer com o decote profundo e a bainha alta do meu
vestido, ou de mergulhar na minha fobia social. Agora que eu
estou aqui, cercada pela conversa de estranhos e no braço do
homem pelo qual estupidamente me apaixonei, é o meu sorriso
falso que ganha o dia.
Ninguém nota.
Depois de outra taça de champanhe, paro de notar também.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Bem, isso é quase a verdade. Paro de notar até sentir a mão


de Ronan agarrar a minha como um torno e seu corpo ficar rígido
ao lado do meu.
Nós estamos nos aproximando da nossa mesa perto da
frente, e ele se move através da multidão; Estou me permitindo,
observá-lo se mover. Ele é tão gracioso e hábil. Estar ao lado dele
me faz sentir mais graciosa. Consigo evitar tropeçar nos meus
próprios pés à noite toda, o que é uma grande conquista em si.
Então, quando Ronan para de repente e colido contra ele,
percebo que minha sorte está em alta. Mas ele se move
rapidamente, seu braço forte desliza em volta da minha cintura,
me mantendo de pé. Ele se vira para mim, mas ele não está
olhando para mim. Seus olhos estão frustrados e sem foco; está
olhando algum ponto inconsequente além da minha cabeça.
“Merda”, ele respira com os dentes cerrados. “Estava
esperando que eles não viessem.”
Sem pensar, coloco minha mão sobre o peito dele e procuro
em sua expressão por uma pista. “Quem? Quem é?”
Seu olhar corta para o meu. “Meus avós.”
Faço uma careta, não entendendo por que isso está
perturbando as notícias por dez segundos. Então, percebo que
está se referindo aos Fitzpatricks, a família que nunca o
reivindicou como neto, a família que pensa nele, em sua irmã e
em sua mãe como uma mancha em seu bom nome. Finalmente
entendo porque ele está agindo tão ansioso. Pensei que era por
minha causa, porque eu o enfureci. Talvez minha rejeição
anterior tenha contribuído para seu mau humor, mas os
Fitzpatricks e a possibilidade de sua presença na cerimônia são a

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causa principal. Virando a cabeça apenas um pouquinho, avisto o


casal de idosos de braços dados, bem vestidos e cabelos
grisalhos, misturando-se graciosamente com os colegas. Eles são
a imagem do dinheiro antigo.
Sinto-me triste por Ronan e desejo poder tirar sua
infelicidade. Em um completo capricho de instinto, eu me inclino
para frente e o beijo levemente na boca, segurando sua bochecha
com a mão e alisando-a até o pescoço e o ombro.
Então, sussurro em seu ouvido: “Ronan, você vale dez mil
Fitzpatrick e sua autocentrada babaquice. A estupidez deles é a
perda deles, não sua.”
Dou um aperto de segurança no ombro dele e depois me
afasto para poder ver o rosto dele.
Está sorrindo para mim. É um sorriso pequeno e
zombeteiro, como se eu fosse um pouco esquisita, mas talvez
também um pouco maravilhosa.
“Você não tem que dizer esse tipo de coisa. Ninguém está
por perto para ouvir você.”
“Sei que não preciso.” Meus olhos caem sob seu olhar fixo.
Estou frustrada pelo meu instinto arraigado de desviar o olhar.
Mas logo supero meu desejo inato de encolher sob o peso de
seu olhar penetrante. Limpo minha garganta, levanto meu queixo
teimosamente e firmo minha determinação, encontrando seus
olhos sondando com determinação. Quando continuo, faço isso
porque quero reforçar a confiança de Ronan com a verdade. Mas
também quero provar que eu posso ser forte para alguém, ser
resiliente e uma fonte de coragem para alguém que não seja eu
mesma.

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“Mas as palavras são verdadeiras, Ronan. Elas precisam ser


ditas. Você precisa ouvi-las e queria dizê-las.”
Seu olhar se estreita, procura o meu. “Por quê?” Ele
empurra.
Nós estamos muito perto, mas sinto que ainda estamos a
uma grande distância.
Não tendo nada a perder, conto a verdade, bem, parte da
verdade. “Porque eu me preocupo com você, Ronan. Quer dizer
algo para mim.”
Ele me considera, seus olhos não me examinam menos, mas
se tornam muito menos indiferente e cauteloso.
Abruptamente, ele se inclina para frente e me beija. Solta
minha mão e me pega, move seus braços ao redor da minha
cintura, envolvendo-me na força do homem sólido como rocha.
É terrivelmente inadequado para um baile formal. Realmente
não percebo. Mas quando ele termina, noto que seu sorriso é auto
satisfatório, encantador e completamente genuíno.
Ele administra uma rápida varredura do meu corpo e depois
suspira. “Puta merda, você está linda esta noite. Tenho tentado
não pensar em como seria satisfatório levar você por trás desse
vestido.”
Minha boca se abre em choque, e sinto um rubor flamejante
subir meu pescoço até minhas bochechas. “Ronan!”
Ele dá de ombros, como se isso fosse uma conversa
perfeitamente educada. “Eu queria dizer isso a você a noite toda”,
ele faz uma pausa apenas o tempo suficiente para me dar um
pequeno beijo no meu nariz e depois continua quando se vira e

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

me puxa para a nossa mesa, “mas não tinha certeza se você me


daria um soco no ombro novamente.”

***

“Como está sua irmã, Ro? Ela ainda pinta o cabelo para
parecer um arco-íris?” Bryan Leech, um dos companheiros de
equipe de Ronan, faz essa pergunta do outro lado da mesa. Ele é
um dos únicos caras presentes que não trouxe um encontro.
Como tal, é um dos únicos caras presentes que não tem uma
mulher no colo.
Tudo vai bem. Sou o encontro sorridente de Ronan. Ele
ignora sua extensa família com indiferença educada. Então,
apresentou o prêmio e fez um ótimo trabalho. Todo mundo queria
falar com ele depois do jantar. Foi um cavalheiro perfeito,
apresentando-me a cada nova pessoa como sua “boa amiga” de
Nova York. Então, quando a noite está acabando, fomos
surpreendidos por seis de seus companheiros de equipe que
insistiram em comprar uma rodada de bebidas.
Isso é ridículo porque todas as bebidas no evento são
gratuitas.
Ronan não me consulta, nem com um olhar. Pensei com
certeza que ele iria implorar como se devesse ter se esgotado.
Mas não, ele me surpreende aceitando o convite
imediatamente e me puxa para uma mesa no canto. Está quase
escondido do resto do grande salão de baile devido à colocação
oportuna de três altos arbustos de faux.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Ronan pede champanhe para mim, água para ele e é


impiedosamente provocado por sua escolha de bebida. Assim que
estou prestes a reivindicar o assento ao lado dele, ele agarra
meus quadris e me coloca em seu colo.
E, como tal, lá eu fico feliz, como todas as outras damas com
seus maridos, namorados ou amantes, e minha cabeça está
encostada no ombro de Ronan. Estou brincando com a gravata
borboleta aberta no pescoço dele, tentando fazer cócegas nele.
Minha brincadeira só é prova de que bebi demais. Sem mencionar
que Ronan continua me dando esses olhares carinhosos que me
fazem sentir completamente intoxicada.
“Minha irmã não é da sua conta”, Ronan diz, o braço em
volta da minha cintura me colocando mais firmemente contra ele,
sua mão na minha coxa afunda sob a bainha da minha saia.
Então sim, estou bêbada.
Bem, = estou quase bêbada.
Ok, não estou precisamente bêbada. Mas estou
suficientemente bêbada para me importar com muito mais do que
o quão adorável os braços de Ronan estão ao meu redor.
“Gostaria de ver o que está no fim do arco-íris”, Bryan diz de
volta, provocando vários gritos de zombaria daqueles reunidos,
até mesmo algumas das mulheres, com o comentário que
obviamente pretendia irritar as penas de Ronan.
“cala a porra da sua boca antes que eu quebre sua
mandíbula.” Ronan ri ao dizer essas palavras violentas, assim
como Bryan e todos os outros no nosso grupo. Todos obviamente
pensam que essa ameaça é hilária.

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“Ah, Mãe Fitzpatrick, perdemos sua caneca feia.” Tevan


Flynn, outro dos companheiros de equipe de Ronan, ergue sua
cerveja na direção de Ronan, em seguida, acrescenta antes de
tomar um grande gole: “Aqui para Ronan feio como um burro de
ovelha, e ainda finalmente consegue encontrar uma garota. Que
ela seja sempre cega para o seu horror.”
Isto é recebido com alguns ruídos de acordo e risadas.
“Garotas americanas gostam dos feios”, Bryan grita, ainda
mexendo a merda. “É do sotaque que elas gostam.”
“Isso é uma porcaria, Bryan Leech.” Marta Goodwall, corta o
marido da Austrália.
Dá-lhe um sorriso zombeteiro. “Sua voz é como unhas no
quadro-negro, filho. Ainda bem que tem um rosto tão bonito.
Ouça a velha Marta.” Ela se inclina para frente e dá um tapinha
na mão de Bryan, mas ainda assim consegue manter seu assento
no colo do marido. “É de seu interesse dizer o mínimo possível
quando as mulheres estão por perto. Você estraga tudo assim que
abre sua armadilha.”
A mesa inteira irrompe em risadas barulhentas; e Bryan ri
junto com todos eles, embora notei que suas bochechas acima da
barba vermelha estão tingidas de um leve tom de rosa. Até rio um
pouco do meu lugar, embora não ouse rir muito. Caso contrário,
minha gargalhada atroz poderá chamar a atenção.
Enquanto isso, o peito de Ronan vibra contra a minha
bochecha, e ele joga a cabeça para trás enquanto sua risada
enche o ar, o som enrolando em volta de mim. Fecho meus olhos
para saboreá-lo e me aconchego mais perto, colocando meus

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L.H. Cosway & Penny Reid

lábios contra seu pescoço para poder sentir, ouvir e provar sua
delícia.
Ele respira assustado, e eu o sinto endurecer, o que me faz
endurecer; e me preocupa que fui longe demais.
“Desculpe”, sussurro, afastando-me um pouco enquanto
ouço a risada cair ao nosso redor.
Mas Ronan não está olhando para mim. Está olhando para
além da nossa pequena reunião, e seu aperto aperta
possessivamente no meu corpo. Seus dedos se movem um total
de duas polegadas até a minha saia. Pisco com a expressão firme
e estoica dele e então sigo a direção do seu olhar.
Lá na periferia, logo atrás de Marta Goodwall e seu marido,
David, está ninguém menos que Brona O'Shea e Sean Cassidy, a
ex-namorada de Ronan e o companheiro de Ronan com quem ela
o traiu.
Um silêncio cai sobre o nosso grupo, e os olhos se movem
para frente e para trás entre Sean e Brona, e Ronan e eu. Brona
está olhando para mim... ou quase. Em vez disso, está olhando
para a mão de Ronan, onde me agarra imodestamente debaixo da
minha saia. Seus pálidos olhos azuis mostram raios de malícia na
mão dele e na minha coxa.
Não sei exatamente o que fazer, então sorrio, esperando que
a máscara que abandonei mais cedo se encaixe perfeitamente no
lugar.
Sean fala primeiro. “Ei, espaço para mais dois?”
Todos os olhos se voltam para Ronan. Sua mandíbula fica
dura. Fico triste ao ver que sua felicidade anterior se evaporou,
deixando apenas desdém e suspeita.

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L.H. Cosway & Penny Reid

No entanto, uma parte de mim, uma parte muito grande,


mas ainda muito silenciosa, fica satisfeita em ver que Ronan não
parece nem um pouco ciumento.
“Claro.” Ronan assente uma vez, colocando uma imitação de
sorriso em seu rosto; sua voz é dura e fria. “Sempre tem lugar
para você, Sean.”
Olho para Sean, acho que ele não parece afetado e plácido. É
mais alto do que Ronan por pelo menos cinco centímetros e tem
aquela aura de garoto rico, como se estivesse perpetuamente
entediado e atormentado pelo tédio. Ele é muito, muito bonito,
não bonito, mas lindo, e me pergunto como alguém tão bonito
pode jogar rugbi. Ele não tem medo de arruinar seu rosto bonito e
mãos bonitas e tudo bonito?
Brona se move para sentar em seu colo, e ele ergue as mãos
para dar espaço a ela, para se firmar sem a ajuda dele, como se
não se importasse com o lugar onde está sentada desde que ela
se apresse. Noto que os olhos dela não se desviam da mão de
Ronan na minha saia até que está acomodada, e então, seu olhar
se ergue para o meu. Tenho a nítida impressão de que ela quer
me cortar.
O braço de Ronan em volta da minha cintura muda para os
meus ombros, e ele me puxa em sua direção, trazendo meu
ouvido até sua boca para que possa sussurrar: “Você quer ir
embora?”
Eu me viro para poder ver seu rosto e dou a ele minha
máscara de sorriso recém descoberta. “Você quer ir embora?”

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Seus olhos se lançam sobre mim; parece estar estudando


minha expressão, procurando uma sugestão. Ele franze a testa,
preocupação cintila sobre suas feições.
Por fim, ele diz: “Termina sua bebida e depois vamos
embora. Não quero essas vagabundas pensando que o que elas
fazem importa.”
“Não vai nos apresentar a seu encontro estonteante?” A voz
alegre de Sean corta nossa conversa improvisada, trazendo nossa
atenção de volta para a mesa.
Ronan resmunga alguma coisa em voz baixa que ninguém,
exceto eu, pode ouvir; disse três palavras, e nenhuma delas deve
se repetir.
“O que é isso?” Sean pressiona; Ele levanta a mão quando
uma garçonete se aproxima e aponta para o copo de uísque de
Tevan Flynn. “Quero dois desses, prateleira de cima. O que você
quer, Bunny?
Bunny?
Minha máscara de sorriso escorrega.
Brona ainda joga facas de cozinha na minha cara enquanto
pede: “Vou tomar champanhe, prateleira de cima.”
Sean se mexe no assento e bufa uma risada
condescendente. “Não, Bunny. Não há champanhe de prateleira.”
Ela se contorce, sua expressão fica pálida. “Sabe o que
quero dizer. Quero algo caro, as coisas boas, sim?” É claro que ele
a envergonhou.
A garçonete dá um sorriso tenso para Brona e assente
enquanto recua. “Claro. Volto já.”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Bryan limpa a garganta, traz a atenção de volta para si. É


óbvio que ele se importa com Ronan e tenta aliviar o clima.
“Então, de onde veio o apelido de Bunny? Você não parece
um coelho, Brona. Gosta de cenouras?”
Brona abre a boca para responder, mas Sean a corta. Seu
tom é seco e divertido e perfeitamente polido quando diz: “Oh,
isso é porque nós fodemos como coelhos.”
Várias das esposas na mesa amordaçam enquanto vários
outras reviram os olhos. Ninguém ri. Brona parece ter engolido
uma colher de sopa de vinagre. Quase sinto pena dela.
Marta faz um tremor de cabeça desaprovadora. “Mesmo?
Sean Cassidy, isso é realmente necessário? Sua mãe não criou
você com boas maneiras?”
Ele ri. Mais uma vez, sua risada soa condescendente. “Por
favor, aceite minhas desculpas se qualquer coisa que eu disse foi
desagradável.” Então, vira seu rosto bonito de volta para Ronan.
“Mas gostaria de salientar que Ronan ainda tem que fazer
apresentações, o que também é bastante rude.”
Mais uma vez, Ronan murmura aquelas três palavras.
Novamente, não são altas o suficiente para serem ouvidas.
“Desculpe, o que foi isso?” Sean se inclina para frente,
virando a orelha para nós.
Ronan levanta a voz, dizendo: “Eu disse: Vá..."
Mas antes que ele possa terminar e repetir ‘vá se foder’ pela
terceira vez, me endireito, bloqueando Ronan de vista.
“Sou Annie Catrel.”
“Ah... a adorável Annie fala.” Sean sorri, inclinando a cabeça
para o lado, seus olhos passam uma vez mais no meu corpo.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Cerro os dentes e me preparo para lutar contra o instinto de


me retirar, mas isso nunca acontece. Estou com raiva demais.
Esse cara é um idiota.
“Sim. Eu falo. Muito bem,” digo categoricamente.
“Humm… bem, Annie que fala muito bem, o que você faz?
Quero dizer, além de Ronan?”
Sinto Ronan endurecer, pronto para atacar. Brona, não
ajuda em nada, dá uma gargalhada quando entende a piada.
“Puta que pariu, Cassidy...” Tevan balança a cabeça,
jogando em seu companheiro de equipe com um olhar
desaprovador. “Por que sempre tem que ser tão idiota?”
“O quê? Ela afirma falar muito bem. Estou dando a ela uma
chance de provar suas habilidades de falar.” Então, volta sua
atenção para mim, “Conte-nos sobre você. Você se formou, vamos
ver, como se chama nos Estados Unidos? Colegial?”
Concordo. “Sim. Fui a oradora da turma. No caso de você
não usar essa palavra aqui, significa que eu...” hesito, não
querendo dizer o topo da turma porque tenho certeza de que isso
será usado contra mim. Portanto, digo: “Significa que eu tive as
melhores notas de todos os alunos da minha turma de
formandos.”
“Oh, isso soa muito importante. E foi para a universidade?”
Balanço a cabeça, distraidamente acariciando a mão de
Ronan onde ela descansa no meu quadril. “Eu fui.”
“E para onde foi? Qual foi a sua área de estudo?”
“Fui para a Universidade da Pensilvânia e me especializei em
estatística.”

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Sean pisca, sua expressão se altera pela menor fração. Eu o


surpreendi.
Continuo, querendo esclarecer: “Mas isso foi na graduação.
Na pós-graduação, fui para a Wharton26 e me formei, novamente
como oradora da turma, com mestrado em estatística e
marketing.”
“Uma mestre da ciência?” O cenho franzido de Sean é
incrédulo, assim como o tom dele.
Balanço a cabeça e acrescento: “Sim. Da Ciência. O título da
minha tese foi Infográficos como um meio de transferir
efetivamente o conhecimento, reduzindo o preconceito da
interpretação do consumidor.”
Sean olha para mim. Na verdade, a mesa inteira me encara.
Eu me sinto murchar sob a atenção, então pego o meu
champanhe apenas para ter algo para fazer. Quase cai do meu
aperto, mas salvo no último minuto e termino em três goles.
Então, Ronan ri.
Então, Ronan ri tanto que ele parece ter dificuldade em
respirar.
Eu me viro para olhá-lo, confusa com sua jovialidade,
encontro seus olhos brilhantes com diversão e movendo-se sobre
mim com ternura crua.
“Oh, Annie”, ele sussurra carinhosamente, “o que vou fazer
com você?”

26
A Wharton School da Universidade da Pensilvânia é uma escola superior de administração norte-
americana vinculada à Universidade da Pensilvânia. É conhecida tanto pelo seu rigor acadêmico quanto por ser
a mais antiga escola de administração dos Estados Unidos. Foi fundada em 1881 e seus cursos de graduação e
mestrado (MBA) em administração são consistentemente considerados os melhores do mundo, seguidos de
perto pelos de Stanford Graduate School of Business, Columbia, Harvard Business School e Kellogg School of
Management.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Ouço alguém soltar um assobio baixo, seguido por Marta


perguntando do lugar dela: “Wharton não é uma daquelas escolas
de homenagem dos Estados Unidos? Realmente difícil de entrar?
E se formou no topo da classe?” Ela parece impressionada.
Ronan sorri para mim por um momento e depois se inclina
para o lado para se dirigir à mesa. “Não, não, Marta. Eles não têm
escolas de hoity-toity nos Estados Unidos.” Ele faz uma pausa, e
percebo mais tarde que é para efeito quando ele acrescenta: “É
prateleira de cima.”

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Capítulo 17
@Joshblue93: @RonanFitz: Por que você é tão idiota?
@RonanFitz: @Joshblue93: Tenho um pau muito grande ou fico com a cabeça grande.
Você escolhe.

* Ronan *

Minha ex não tem muito em termos de cérebro; no entanto,


tem capacidade suficiente para saber que estou zombando dela.
Sempre odiei quando as pessoas fingem ser algo que não são, e
Brona é um excelente exemplo disso. Estou disposto a apostar
que ela acha que pode ascender em um compromisso com Sean,
que, ao contrário da minha, tem o total apoio de sua família
abastada e herdará uma merda de dinheiro e propriedades
quando seus pais morrerem.
E, grande choque, Brona está toda sobre isso.
Acho que não há uma única pessoa na mesa que acredita
que esses dois são um jogo de amor. Merda, acho que eles nem
gostam um do outro. Brona está fazendo uma pausa em atirar
adagas na pobre Annie, a fim de concentrar seu arsenal em mim.
Seus lábios parecem mais realçados, digamos, do que a última
vez que a vi, e usa um vestido vermelho apertado que mal cobre

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seus seios. Não posso acreditar que eu enfiei meu pau nisso.
Repetidamente.
Talvez estivesse sofrendo de baixa autoestima.
A maior surpresa da noite, no entanto, é, o quão pouco toda
essa porcaria está me afetando. Na verdade, estou achando meio
que hilário. Com Annie perto, sua bunda perfeitamente redonda
pressionando minha frente mais do que acolhedora, o mundo
inteiro parece muito rosado. Eu nem me importo que meus avós
estejam fingindo que não existo, como de costume.
“Oh, Ronan, parece que está aproveitando seu tempo de
folga do time”, Brona diz em seu lugar do outro lado da mesa.
“Deve ser ótimo poder relaxar agora e não ter que se preocupar
em comer direito e treinar o tempo todo.”
Ela está insinuando que me deixei ir? Annie olha para mim,
um olhar de perplexidade em seu rosto como se ela acabou de
chegar à mesma conclusão. Brona está claramente buscando
uma reação porque não estou em tão boa forma há anos. Eu era
muito de um bastardo teimoso. Jogar-me fora do time? Tudo
bem, vá em frente; voltarei melhor e mais forte do que nunca.
Brona sabe que tenho um pavio curto e está jogando com essa
fraqueza. Não lhe dou nada.
“Muito bem”, respondo casualmente, acariciando minha mão
para trás e para frente sobre a coxa de Annie e pressiono um
beijo suave em seu ombro nu. “Mas tenho outras maneiras de
manter a forma hoje em dia.”
Brona franze os lábios ridículos e mal consegue conter seu
sorriso de escárnio.

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“Vou beber por isso”, Bryan fala alegremente, levantando


sua cerveja.
Marta começa a dirigir a conversa em outra direção e a mesa
se enche de conversa. Estou muito feliz por permanecer sentado
aqui com Annie no meu colo, mesmo com os lábios de salsicha e
o cara do outro lado da mesa. Estou de olho na nova taça de
champanhe de Annie porque, assim que ela terminar o último
gole estamos fora daqui. Infelizmente, ela está ouvindo com
interesse a conversa ao seu redor e parece ter esquecido sua
bebida.
“Deus, esta festa é tão chata”, Brona reclama em voz alta, e
vejo Sean revirar os olhos atrás das costas dela. A merda
estragada merece tudo o que tem com ela. Ele deve ter pensado
que, só porque era minha namorada, ela é uma espécie de
prêmio. Ele encontra meus olhos, então, e sorrio para ele. Sim,
aproveite esse prêmio, idiota. Provavelmente deveria agradecer a
ele. Ele me fez um favor. Só de pensar na diferença em como
Annie me faz sentir e como Brona fazia, percebo o quanto estava
perdendo.
“Bunny, algumas das senhoras estão dançando na pista; por
que não vai se juntar a elas?” Sean diz com falso afeto. “Sei que
ama dançar.”
Brona franze a testa e depois faz beicinho enquanto se
contorce em seu colo. “Está tentando se livrar de mim?”
“Claro que não, Bunny. Sabe como amo assistir você fazer
um show para mim,” ele diz, a voz baixa para transmitir o duplo
sentido.

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Annie acaba de levar o copo até a boca para tomar um gole e


se engasga um pouco com o líquido. Esfrego as costas dela. “Você
está bem?”
Ela assente furiosamente, seus olhos lacrimejando como se
estivesse tentando não cair na gargalhada. Posso dizer que está
tonta porque não acho que quis responder tão alto. “Estou bem.
É só que Bunny como um apelido me assusta, e ele não para de
dizer isso.” Ela bate a mão no meu joelho de prazer. Ok, talvez
esteja mais bêbada do que embriagada.
“Porra, todos eles me ouviram, não é?” Engasga, cobrindo a
boca com a mão.
Não posso estar mais apaixonado por ela nesse momento.
“Você é uma putinha”, Brona sibila, levantando-se da mesa
com um olhar de indignação em seu rosto. Então, nivela os olhos
em mim. “Parece que teve que afundar muito baixo para
encontrar alguém que suportasse suas inclinações, Ronan.” Ela
solta uma risada severa. “Então, novamente, garotas gordas não
têm padrões muito altos, não é?”
Annie pode estar bêbada, mas compreende o insulto de
Brona alto e claro. Ela fica tensa no meu colo. Fecho meus
punhos para não atacar. De jeito nenhum ela irá falar com Annie
assim.
“Amarga, não é, Bunny?” Pergunto, canalizando todo o meu
desgosto em minhas palavras. “Todos nós sabemos que teve que
escrever para o Papai Noel por essas aldravas.”
Aperto a coxa de Annie para acalmá-la; mas suas bochechas
estão vermelhas, e seus cílios sombreiam seus olhos. Está
chateada e envergonhada.

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“Podemos sair agora?” Ela sussurra.


Já estou de pé. “Absolutamente.”
Brona parece ter ganho, o seu queixo está erguido enquanto
nos observava sair. Tenho que resistir à vontade de dar uma
risada porque ela não ganhou nada. Na verdade, eu ganhei
apenas pelo fato de que não estou mais com ela. Ganhei pelo
simples fato de que tenho Annie debaixo do braço em vez dela.
Caminho fora e para um táxi em espera. Ela olha para fora da
janela na entrada, sua voz baixa quando dia: “Eu não entendo
como você pode estar com alguém assim. Ela é horrível.”
Corro a mão pelo meu rosto e a puxo para mais perto. “Não
deixe a merda que disse chegar até você. Você é linda, e ela está
com ciúmes.” Faço uma pausa, deixando escapar um suspiro
cansado. “Ela nem sempre foi tão horrível, mas sim, a semente
devia estar lá. Estava muito cego, talvez preocupado demais para
vê-la.”
“As pessoas nem sempre são o que você pensa que são”,
Annie murmura, com a cabeça pendendo para o lado. Está
exausta e não é surpresa. Passou por tanta coisa nas últimas
vinte e quatro horas sozinha.”
Suas palavras despertam meu interesse, e me pergunto se
ela está se referindo à sua identidade secreta como The
Socialmedialite. Meu coração dispara. Este será o momento em
que ela fica limpa?
“Não?”
Ela balança a cabeça. “Os seres humanos são realmente
bons em esconder coisas. Você não deve se culpar por não ver
através de Brona no começo.”

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Então, talvez ela não fique limpa, mas pelo menos não acha
que sou uma pessoa horrível por estar com alguém como Brona.
Quando chegamos ao hotel, pago o taxista e dou uma gorjeta pra
ele. No momento em que chegamos à nossa suíte, Annie parece
prestes a cair de exaustão. Eu desejava fervorosamente que não
estivesse tão exausta, porque vê-la embonecada como está esta
noite, usando um vestido que exibe seu corpo com perfeição, me
empolgou como um marinheiro em seu primeiro dia de folga.
Levanto-a em meus braços e atravesso a suíte, entrando no
quarto e deitando-a no colchão. Cansada, ela me agradece antes
de descansar a cabeça no travesseiro e fechar os olhos. Um
momento depois, ouço sua respiração se aprofundar em sono.
Bem, parece que não estarei recebendo alguma ação hoje à noite.
Não que fosse conseguir alguma, mesmo que estivesse acordada.
Annie sempre foi complicada. Você nunca sabe quando alguma
coisa irá fazê-la fugir ou se abrir como uma flor. Visões dela no
banho enchem minha cabeça, quão macia e sedosa e
deliciosamente escorregadia estava em minhas mãos. Quão
flexível foi às minhas demandas, e como foi necessária a força de
vontade de um santo para não tê-la ali.
Não sou santo, no entanto.
A principal razão pela qual não a levei foi porque quero que
a primeira vez que afundar dentro dela seja perfeita. Fantasio
sobre isso há semanas.
Um pequeno suspiro escapa dela, seu longo cabelo de
mogno espalhado no travesseiro como um halo escuro. Sento-me
em uma cadeira ao lado da cama, descanso meus cotovelos nos
joelhos enquanto me inclino para frente e apenas a observo. Solto

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uma respiração longa e distraída. Ela é tão linda, tão perfeita que
é doloroso. Amo seus cílios grossos e escuros, a curva delicada de
seus lábios.
Amo sua pele pálida e perfeita. Amo o jeito que os olhos dela
enrugam e se iluminam quando sorri. Amo sua barriga macia e
arredondada e suas coxas exuberantes e curvilíneas. Amo a
cadência musical de sua voz quando fala.
Merda, simplesmente eu a amo .
Eu. A. Amo.
Estou apaixonada por ela.
E estou fodido.
O tempo passa enquanto imagino uma centena de maneiras
diferentes de dizer a ela como me sinto. E toda vez a vejo se
retirar. Vejo se esconder em um pequeno quadrado de papel que
nunca conseguirei desdobrar. Isso me apavora. Então, penso em
quanto mais valente ela é online. Como nunca picou suas
palavras ou esteve fora da linha. Como ainda é Annie, apenas
com o medo subtraído.
Com as mãos trêmulas, levanto-me e saio do quarto para o
salão. Meu laptop está na mesa esperando por mim com todo o
seu potencial para criação e destruição. Abro e começo a digitar.
Nem tenho certeza se vou enviar a mensagem; Sinto-me livre para
divulgar as palavras de alguma forma.

30 de março
3:24
Cara SML

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Eu sei que está de férias agora mesmo; mas preciso falar com
alguém e você parece minha melhor opção. Estou todo confuso. Se
está acompanhando as "novidades", provavelmente já sabe que
estou em casa por alguns dias. Annie veio comigo. Está uma
loucura. A imprensa é duas vezes mais desagradável e muito mais
na sua cara por aqui, então tem sido muito difícil manter a calma.
É ainda mais difícil para a Annie. Esta não é a vida que ela
escolheu, e ainda assim está fazendo tudo por mim. Não tenho
certeza se mereço isso. Ela está lidando com essa merda melhor do
que nunca - embora eu saiba que deve ser vinte vezes mais difícil
para alguém que não está acostumado com os holofotes. E é uma
revelação porque ela é muito mais forte do que eu. Está lidando
com tudo tão graciosamente.
Estou admirado por ela.
Mas aqui está o problema: ela é tudo em que eu penso. É a
única pessoa com quem quero passar tempo. Sou fascinado por
cada pequena coisa que ela faz.
E o fato é que estou apaixonada por ela. Comoventemente, de
alma arrebatada, terrivelmente apaixonado por ela.
Não é nada como já senti antes. E preciso que ela me ame de
volta mais do que preciso tomar minha próxima respiração. Não
posso imaginar uma agonia maior do que esse amor grande,
pulsante e feroz que tenho por ela não ser retribuído. Prefiro levar
cem golpes de cabeça no campo, sofrer mil concussões, do que não
tê-la ao meu lado pelo resto da minha vida.
Você provavelmente acha que estou sendo melodramático.
Não estou. Sempre soube o que queria da vida. Não tenho um único

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

osso indeciso no meu corpo. E sei com todo meu coração que quero
Annie. Preciso fazê-la feliz.
Mas como eu digo a ela? Como explico a ela a extensão dos
meus sentimentos sem assustá-la?
Sou um navio no oceano procurando uma bússola para
orientação. Seja minha bússola, SML; caso contrário, poderei
estragar tudo isso de maneira espetacular.
Seu, Ronan.

Leio a mensagem várias vezes, meu dedo circulando o


mouse, o cursor paira sobre o botão "enviar" como o último teste
de coragem. Estou a muito tempo sem dormir para dizer se isso é
ou não o lance de um idiota ou a ideia mais engenhosa de todos
os tempos. Penso que se posso alertar Annie avisando que estou
apaixonado por ela - dar-lhe algum tempo para digerir e aceitar
isso – então, talvez ela se permita a chance de descobrir que me
ama de volta. Sei que ama. Ela só não sabe ainda. Eu também
sei, por experiências passadas, que mentiria para si em vez de
pular do penhasco comigo.
Então, é isso. Aperto "enviar". Só espero não me arrepender
da minha decisão.
Quando volto para o quarto, Annie ainda está dormindo,
ainda completamente vestida também. Tomo meu tempo, tiro os
saltos de tiras e o vestido dela. Sou bem cuidadoso para não
acordá-la. Ela murmura um pouco durante o sono; e penso ter
ouvido meu nome passar seus lábios em um suspiro, mas não
posso ter certeza. Ainda assim, isso me deixa duro o suficiente
para cortar aço. Depois que a coloco debaixo das cobertas, fico

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

parado. Sei que dormir no sofá é a coisa cavalheiresca a fazer,


mas simplesmente não consigo me afastar dela. Seu corpo é tão
quente e suave e acolhedor. O sofá é um velho bolo de arroz seco
e ela é um filé mignon. Finalmente decido, tiro a roupa em tempo
recorde e deslizo debaixo das cobertas com ela. Quando passo
meus braços ao redor dela, ela rola, seu corpo instintivamente
afunda no meu. Parece certo. É perfeito.
E é assim que caio no sono mais tranquilo que tenho em
muito tempo.

***

Quando acordo, tenho a sensação de que alguém está me


observando. Não posso mais sentir o calor de sua pele, então sei
que Annie já deve estar acordada. Pisco algumas vezes, viro
minha cabeça para vê-la deitada de lado, segurando-se em seu
cotovelo enquanto olha para o meu torso exposto. Devo ter jogado
os cobertores em meu sono, porque estou completamente
descoberto.
Atiro-lhe um sorriso preguiçoso. “Apreciando a vista?”
Seu olhar se volta para o meu. Fica claro que está tão
empenhada em estudar meu corpo que nem percebeu que
acordei. E sim, tenho um certo grau de satisfação com isso. Eu
amo seus olhos em mim, olhando para mim como se fosse uma
presa que quer afundar seus dentes.
Ela limpa a garganta, suas bochechas ficando rosadas.
“Estava apenas admirando sua tatuagem.”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Olho para baixo, para a escrita grossa preta que soletra “Mo
teaghlach, mo chroí” de uma clavícula para a outra.
“É prático que está ai, não é?” Sorrio e me aproximo. “Caso
contrário, teria que admitir que estava olhando.”
Coloco minha mão em seu ombro antes de deslizá-la pelo
braço até seu quadril. Ela veste uma camiseta azul folgada que
claramente me lembro de não ter colocado nela ontem à noite, o
que significa que ela se levantou e colocou. Não gosto que ela
sentiu a necessidade de se cobrir.
Suas sobrancelhas se unem, mas a sugestão de um sorriso
brinca em seus lábios. “Não estava checando. Não checo. Queria
saber o que as palavras significam, se você sabe. Desculpe se
confundiu meu espanto com cobiça.”
Pego a mão dela na minha e a trago para o meu peito, coloco
a palma da mão na minha pele. “Primeiro, ‘checar’ não é uma
palavra. E segundo, minha tatuagem é em irlandês ‘minha
família, meu coração’.”
Ela respira fundo e assente. “Então fez para Lucy e sua
mãe?”
“Bem, tenho certeza como a merda que não foi para os
Fitzpatricks.” Rio ironicamente.
“Eu te disse ontem à noite. Não conhecer você é perda
deles, Ronan.”
“Foda-se sim, é. A família nem sempre é aquela em que você
nasceu. Às vezes é sobre pessoas que entram em seu sangue,
dentro de seu coração e sob sua pele por conta própria.” Olho
para ela intensamente, aperto sua mão com força. Ela pisca,
como se estivesse em transe por um momento, e afasta a mão.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Quando percebo que ela está prestes a correr, passo meus braços
em volta de sua cintura e a puxo de volta para a cama. Ela luta
um pouco, o que acaba comigo pairando sobre ela, seus pulsos
presos juntos acima da cabeça.
Sua respiração acelera, o que faz com que seus seios se
movam para cima e para baixo, pressionando-os deliciosamente
no meu peito nu. Ela torce de um lado para o outro por um
momento antes de desistir. Seu corpo fica flácido e me afundo no
espaço entre suas coxas. Giro meus quadris apenas o suficiente
para que ela possa sentir o quão duro estou. Seu suspiro é
silenciado pelo som da porta principal da suíte abrindo e a voz de
Patricia chamando: “Não se importem comigo. Estou deixando o
seu café da manhã aqui, Annie.”
“Eu pedi comida", Annie sussurra e morde o lábio inferior.
“Espero que esteja bem.”
Ela parece nervosa, como se ao pedir comida estivesse
tomando liberdades ou algo assim. Coloco meu polegar em sua
boca e puxo seu lábio entre os dentes. “Você nunca precisa pedir
permissão. OK? A menos que eu esteja transando com você,
então, sempre pede permissão.”
Seus olhos ficam grandes, mas não solta uma palavra. Eu a
deixo então, olhar para mim curiosamente. Ainda estou duro,
mas sei que se ficar na cama um segundo a mais, estarei dentro
dela em um segundo. Tudo sobre ela é feito para ser fodido,
apreciado, adorado.
Então, sim, preciso de um minuto.
Vejo a forma de Patrícia recuar para fora da porta assim que
entro no salão. É uma coisa boa também, porque tudo o que

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

tenho é um par de boxers, e ainda estou ostentando uma ereção


séria. Não quero dar uma olhada nela. Ela deixou um carrinho de
comida na mesa. Cada item que pode desejar para a primeira
refeição da manhã parece ser fornecido. Eu levo o carrinho para o
quarto, onde Annie ainda está deitada na cama, um rubor em
suas bochechas que me diz que ainda está pensando sobre o que
disse a ela.
A ideia de pedir permissão durante o sexo a excita?
Deus, espero que sim.
“Chá ou café?” Pergunto em uma voz alegre que a faz rir,
mas noto que ela tem o cuidado de sufocá-lo.
“Você é meu servo esta manhã?”
“Se é isso que flutua seu barco”, respondo, sorrindo. “Então,
o que a moça deseja? Torrada? Ovos? Linguiça?”
Na última opção, seus olhos inadvertidamente vagam para a
minha virilha, e sei que a tenho. Que chegue o inferno, nenhum
de nós está deixando esta suíte hoje, e planejo jogar sujo.
Solto uma gargalhada e pisco. “Salsicha então, sua coisinha
safada.”
“Você é tão, tão...” ela começa, mas parece não conseguir
achar a palavra.
“Perfeitamente bonito? Eu sei, é um fardo pra mim.”
Ela faz uma careta para mim de brincadeira, cruza os braços
sobre o peito e recosta-se contra a cabeceira da cama. “Ia dizer
cabeça grande.”
“Bem, isso também é verdade.” Balanço minhas
sobrancelhas para ela. Sério, não há como ela vencer hoje. Coloco
um pouco de chá na cômoda ao lado dela, depois encho um prato

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

com salsicha e ovos. Ela leva a xícara para a boca, toma um gole
enquanto me observa subir na cama com o prato na mão. Sim,
estou indo lá, e não há nada que ela possa fazer para me impedir.
“Hum, posso ir; você não precisa...”
Silencio com um olhar, de joelhos, monto suas coxas e
sento, cravando o garfo num pedaço de salsicha e levando à boca.
Seus olhos viajam do garfo para a salsicha para mim em
descrença descarada. Ela parece ter um momento de indecisão
antes de finalmente se inclinar para frente para dar uma
mordida.
De brincadeira, retiro o garfo. “Primeiro, tire a camiseta.”
Vejo sua garganta latejar quando engole em seco. “Eu não
vejo por que isso é necessário.”
“Você não faz as regras. Tire.”
“Ronan...”
Coloco o prato para baixo, apoio minhas mãos firmemente
em ambos os lados de sua cabeça, e me abaixo para que minha
boca fique um sussurro longe dela. “Tire. Isto. Fora.”
Seu lábio treme, e vejo a rendição em seus olhos quando
suas mãos vão para a bainha da camiseta e levantam. Estaria
mentindo se dissesse que não gosto do desafio dela. Gosto de um
pouco de luta antes da inevitável rendição. E se a expressão de
Annie for qualquer coisa, ela está gostando disso tanto quanto eu.
Suas pupilas estão dilatadas pra caralho.
A camisa vai embora um momento depois, sua pele pálida e
seios exuberantes abraçados perfeitamente pelo sutiã de renda
preta que usa. Pego o prato de volta e levanto o garfo para sua
boca novamente. Desta vez a deixo pegar a salsicha. Nem sei

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

realmente de onde tudo isso está vindo, mas sei que sinto um
estranho tipo de prazer ao vê-la comer. Imagino que faz sentido
quando penso sobre isso. Sou um filho da puta, simples assim.
Eu a vejo mastigar e engolir com a mesma quantidade de
atenção que darei à mão entre as pernas dela, trazendo-a ao
orgasmo por mim.
Com o prato entre nós na cama, continuo a alimentá-la com
uma mão enquanto a outra traça a curva dos seus seios. Posso
ver através do tecido fino de seu sutiã que seus mamilos estão
duros como pedra, e quando belisco um, isso provoca um som
estrangulado de prazer no fundo de sua garganta.
“Você é pura pornografia, Annie Catrel”, digo, minha voz
baixa e rouca. “Você sabe disso? Sabe o quanto cada coisa que
faz me tortura?”
“Oh, Deus”, ela geme.
Movendo o prato de lado, corro meus dedos pelo seu
estômago até chegar à bainha de sua calcinha. O material é leve e
frágil, e ela suspira quando começo a rolá-lo por suas coxas. Ela
também quer isso. Esta é a primeira vez que a vejo devidamente,
a luz do sol passando pelas janelas, e ela é absolutamente
requintada. Tenho que respirar fundo para continuar.
Ela fica rígida enquanto movo meu corpo para baixo da
cama, então meu rosto está entre as pernas dela. Esfrego o
interior de sua coxa com ternura.
“Relaxe”, sussurro, trazendo minha boca para sua umidade,
e depois lambo.
“Ahhh”, ela grita, segurando um punhado do meu cabelo.
Rio e vou para ela com sinceridade. Ela é tão macia e sedosa

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

debaixo da minha língua. Eu encontro seu olhar de baixo e subo


para o ar, ordenando, “Tire o sutiã.”
Ela nem hesita neste momento, estende a mão para abrir o
fecho e revelar seus seios perfeitamente cheios com mamilos
rosados e apertados aos meus olhos gananciosos. Vejo seu punho
apertando lençóis em suas mãos, seus quadris se levantam da
cama enquanto chupo seu clitóris na minha boca e agito com a
minha língua. Adiciono alguns dedos à equação, saboreando a
sensação quente e apertada dela.
“Por favor”, ela murmura. “Mais.”
Então, dou mais a ela. Dou tudo a ela. Antes que eu
perceba, ela está tocando seus seios, belisca seus mamilos
enquanto eu a devoro, e juro que posso gozar com a vista. Ela é
simplesmente gloriosa. Quando goza, é com os sons mais bonitos
que já ouvi, toda rápida, respirações superficiais e pequenos
suspiros. Não consigo mais segurar, minhas bolas se apertam
enquanto me esvazio sobre os lençóis da cama.
Com o peito arfando, Annie olha para mim, os olhos cheios
de ternura e carinho que me sinto sem fôlego por um momento.
Ela parece curiosa.
“Você…”
“Sim, você é muito sexy”, respondo com uma piscadela e
uma respiração irregular. Só acordei e já estou exausto, mas da
melhor maneira possível. Ela ri e acaricia meu cabelo longe do
meu rosto enquanto descanso minha cabeça contra sua coxa.
“O que estamos fazendo aqui, Ronan?” Ela pergunta, ainda
acariciando. Apesar de sua pergunta, sua voz é preguiçosa com o
frio pós-orgasmo.

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L.H. Cosway & Penny Reid

O sorriso que dou a ela é diabólico.


“Estou curtindo você, Annie. E você está me vendo curtir
você.”
“E quando formos para casa?”
Acaricio sua coxa e a sinto tremer. “Você esquece, eu estou
em casa. E sabe, estou pensando em não deixar você ir agora.”
“Tenho que voltar”, ela diz depois de um suspiro.
“Sim, eu sei. E vou com você. E quando chegarmos lá,
podemos nos divertir um pouco mais. E talvez, apenas talvez, eu
lhe dê mais linguiça, porque nós dois sabemos o quanto você
gosta disso.”
Seus lábios tremem quando diz: “Sabe, nem sempre tem que
ser salsicha...”
Sua resposta atrevida provoca uma gargalhada inesperada
quando me levanto da cama e vou para o carrinho do café da
manhã. Toda essa conversa de comida está me deixando com
fome. Tudo é gorduroso e frito ou carregado com açúcares
refinados.
“Ah, foda-se”, digo e pego um dinamarquês, dando uma
grande mordida.
Os olhos de Annie brilham enquanto me observa. “Tão bom,
certo?”
“Muito bom”, respondo, em seguida, aponto o dinamarquês
para ela. “Não tão bom quanto você, no entanto.”
Ela cora. “Ronan.”
“Annie”, digo, imitando seu tom escandalizado. “Acabo de ter
minha boca na sua buceta. Todo esse constrangimento não é
mais permitido.”

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L.H. Cosway & Penny Reid

Ela olha para mim por baixo dos cílios. “OK.”


“Bom. Agora, para o próximo item da agenda de hoje.
Banheira ou chuveiro?”
“Um...”
“Estou pensando em um banho”, provoco. “Claro que eu já
vi você no banho - que, a propósito, quero lhe perguntar. O que
no mundo estava fazendo lá com todas aquelas bolhas e nada
além da sua mão?” Minha risada é desonesta. E então, se tivesse
alguma dúvida de que amo essa mulher, suas próximas palavras
explodem em fragmentos.
“Pensando em você”, ela sussurra bravamente. Quase
derrubo o dinamarquês. Ela olha para o lado e continua falando.
“Estou obcecada com o seu corpo. Quero dizer, é fácil para a
maioria das mulheres serem sexy. Elas nasceram com peitos e
bundas, e é disso que os homens gostam. Mas os homens têm
que trabalhar para ter o que as mulheres gostam. Aquele "V" e o
pacote de seis e, cara, essas coxas. Você tem que se matar com
exercício e comer direito para ficar assim. Eu respeito o inferno
isso. E bem, o mínimo que posso fazer é fazer um elogio por
cuidar de todo o seu trabalho duro.”
Ela me dá um pequeno sorriso perverso, e estou acabado.
Ela está literalmente segurando meu coração em suas mãos,
aquecendo-o com sua honestidade e sua abertura. Caminho em
direção à cama, e ela grita quando a pego e a jogo por cima do
meu ombro.
“Por esse pequeno discurso, amor, ganha um orgasmo de
bônus.”

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L.H. Cosway & Penny Reid

Capítulo 18
@Pixiefacecarla: Vi o @RonanFitz hoje. Ele olhou para mim por um segundo e agora
acho que estou grávida. #swoon #sexybastard #icandiehappy
@RonanFitz: @Pixiefacecarla Certamente que foi @Tomsouthernchef. Ele é um
notório impressor ocular. Aposto que o bebê sai com gengibre.
@Tomsouthernchef: @RonanFitz Com inveja da minha superpotência?

* Ronan *

“VOCÊ, eu, e alguns dos rapazes para um jogo no Old


Wesley, o que você diz, Fitzy?” Bryan pergunta através do
telefone. Eu o coloco no alto-falante. “Meu irmão e seus
companheiros jogam lá. Eles venderiam seus avós por uma
chance de conhecer você. Vamos. Vai ser divertido.”
Acabo de terminar no chuveiro com Annie e não quero sair
da suíte do hotel pelo resto do dia. Agora Bryan está me
incomodando para ir jogar uma partida com um monte de
adolescentes espinhentos. Sei qual das opções é mais atraente,
mas me sinto mal dizendo não. Olho para Annie, que está de pé
junto à janela, secando o cabelo. Ela me dá um sorriso
entusiástico e um sinal de positivo para mostrar que acha que é
uma boa ideia.
“Cassidy vai estar lá?” Pergunto.

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“Ah, merda, provavelmente. Ele não é um idiota intencional.


Acaba por ser criado dessa maneira. Sabe como é a família dele.
Apenas ignore-o se aparecer.”
“É difícil ignorar um idiota quando há um pau no seu rosto,
Bryan.”
“Podemos deixar os paus fora disso? Acabo de tomar o café
da manhã”, ele diz, rindo, e desisto. Com toda a honestidade,
sinto falta dos garotos. Será bom jogar um jogo, voltar para o que
gosto por um tempo.
“Bem. Estarei lá. Até logo.”
“Mais tarde”, Bryan diz antes de desligar.
“Então, parece que estou jogando hoje", digo, olhando para
Annie. Ela está toda enrolada em um roupão de banho e a visão é
um teste sério para minha força de vontade. “Você não precisa
vir. Pode ficar aqui e aproveitar mais alguns tratamentos de spa,
se quiser.”
“Não, não”, diz com fervor. “Adoraria muito ver você jogar.”
Sorrio. “Isto é o que gosto de ouvir. Ouça, tenho algumas
coisas para cuidar primeiro. Volto em uma hora e depois vamos
embora.” Ela assente e continua enxugando os cabelos. Amo
como ela parece certa, tão fresca, limpa e bonita. Ando até ela,
pego seu queixo na minha mão e inclino a cabeça para poder
beijá-la. “Você é muito bonita, sabe disso?”
Sua única resposta é um sorriso doce.
“Ok”, digo, me afastando. “Vou agora. Caso contrário, nunca
vou sair.”
Ela ri e coloco algumas roupas antes de sair. Estou fazendo
arranjos, então não tenho um endereço permanente. Brona e eu

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estávamos alugando um apartamento juntos, mas depois que as


coisas explodiram com ela, mandei todas as minhas coisas para a
casa de Ma. Bem, tecnicamente é a minha casa desde que
comprei o lugar para ela. De qualquer forma, é onde estou
mantendo meus carros e quero ir buscá-los. Sendo um motorista
tão ávido, me mata ter que tomar táxis em todos os lugares.
Sei que Ma e Lucy estão de volta de Nova York porque recebi
um texto de Lucy na noite passada. Ma ainda está lambendo suas
feridas; e não tenho tempo para um confronto, então espero que
ela esteja fora. O meu desejo não se realiza, e assim que coloco
minha chave na porta, ouço seus passos descendo as escadas.
“Ronan”, diz enquanto me abraça. “Você está bem. Como foi
a cerimônia na noite passada?” Há uma hesitação em sua voz.
“Foi bem. Annie e eu nos divertimos muito.”
Ela franze a testa e franze os lábios quando digo o nome de
Annie, e solto um suspiro longo e irritável. Eu realmente não
estou com disposição para isso.
“Sim, bem, é bom ouvir isso. Embora não consiga entender
por que está hospedado em um hotel. Você é meu filho e tenho
mais do que espaço suficiente para te colocar aqui.”
Arqueio uma sobrancelha. “Oh, sim, porque isso seria
divertido. Tenho certeza de que Annie adoraria ter que lidar com o
fato de você estar investigando em todas as suas chances.”
“Eu lhe disse que queria me desculpar”, ela exclama.
Sou cínico. “Mesmo? Você realmente quer se desculpar, ou é
simplesmente um caso de manter seus amigos próximos e seus
inimigos mais próximos ainda?”

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Sua voz fica pesada de emoção. “É assim que pensa de mim?


Acha que sou uma cadela azeda e calculista? Às vezes os pais têm
que tomar decisões difíceis quando se trata de seus filhos, e
acredite, sempre tive seus melhores interesses no coração. Só não
quero ver você sendo explorado por outra escavadora de ouro
sedenta por dinheiro. Quebrou meu coração ver como estava
atrás de Brona.”
Meu corpo inteiro cai quando me sento em um degrau.
Depois de um momento ela vem e se senta ao meu lado, e posso
dizer pelo modo silencioso que está enxugando os olhos que
chora. Não acho que estas são lágrimas de palco, também. Ela
está genuinamente chateada. E realmente pensa que serei feito de
bobo novamente. Tenho que explicar a ela que Annie está a um
milhão de milhas de distância de Brona.
“Lembra como costumava me contar sobre os Fitzpatricks e
como depois que papai morreu eles tentaram me levar e a Lucy de
você? Queriam te pagar para desaparecer e nunca mais nos ver, e
se não pegasse o dinheiro, nos rejeitariam completamente e
nunca reconheceriam nenhum de nós como netos.”
Olho para baixo para ver seu rosto gravado em tristeza pela
lembrança. “Sim.”
“E o que disse para eles?”
Uma sugestão de sorriso volta ao rosto dela. “Eu disse a eles
para enfiarem seu dinheiro em suas bundas. Que nunca
permitiria que alguém me separasse dos meus filhos. Que criaria
você e Lucy melhor do que jamais poderiam, mesmo que não
tivesse um centavo em meu nome.”

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Coloco meu braço em volta do ombro dela. “Sempre fiquei


tão orgulhoso quando contou essa história para Lucy e para mim.
Você é uma leoa protegendo seus filhotes, e isso me dá uma
sensação de pertencimento completo em saber que minha mãe
me ama tanto que viveria sem nada a fim de me manter. Agora,
imagine se não tivesse nos amado como fez. Imagine se tivesse
pego esse dinheiro e nos abandonado, duas criancinhas por conta
própria no mundo.”
Ela estremece. “Não sei nem o que pensar.”
“Não, não”, digo. “E foi exatamente o que aconteceu com
Annie. Sua mãe a deixou nos degraus de uma estação de incêndio
quando tinha seis anos e nunca mais foi vista. Durante toda a
infância, ela entrou e saiu de lares adotivos. Assim como Lucy e
eu poderíamos estar, Annie estava sozinha no mundo, só que era
pior porque nem tinha avós ricos. Ela não tinha ninguém, o que
torna ainda mais incrível como transformou sua vida. Ela tem
uma carreira, uma educação de primeira classe e uma casa; e,
acredite ou não, a mulher não precisa de um centavo meu. Ela
tem dinheiro mais do que suficiente.”
Ma olha para mim, com os olhos molhados, e leva a mão à
boca. Naquele momento, sei que toquei ela. Está pensando em
Annie; está pensando nela como a garotinha sem ninguém, em
vez de como a garimpeira faminta por dinheiro que imaginava que
fosse.
“Deus, essa pobre menina”, ela sussurra, e estende a mão
para enxugar algumas de suas lágrimas. Engole e se concentra
em mim. “Eu sinto muito, Ronan. Esta vida, sabe, me fez dura.
Não fui a... mãe mais gentil - com você ou com Lucy - tive que ser

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assim para proteger você. E desde que Brona quase destruiu sua
carreira, estou na defensiva, procurando por alguém que possa
tentar se aproveitar de você novamente.”
Pego as mãos dela nas minhas e olho nos olhos dela. “Eu sei
e amo você por isso; mas não tem nada a temer com Annie.
Aprendi minha lição com Brona e prometi não confiar em uma
mulher outra vez. Mas então, Annie veio e virou meu mundo de
cabeça para baixo. Sei no fundo do meu coração que posso
confiar nela.” Um longo silêncio se segue antes que eu adicione,
“Gostaria que você a conhecesse. Dê uma chance a ela. Prometo
que, quando fizer isso, verá exatamente o que vejo.”
Ela balança a cabeça tristemente: “As coisas que eu disse a
ela. Deus, Ronan, mesmo que lhe desse uma chance, não tenho
certeza de que vai querer me dar uma.”
“Ela vai”, digo suavemente. “Apenas dê um tempo.”

***

Quando finalmente abro a garagem e sou recebido pela


visão, do meu carinhosamente restaurado Dodge Charger de
1970, sinto como Ulisses voltando para Ítaca depois de vinte anos
de luta. Passo a mão pelo capô, meu corpo zumbi com a
necessidade de ficar atrás do volante. Pego alguns equipamentos
de treinamento da casa e pulo no carro. E tudo bem, talvez chego
um pouco atrasado ao voltar ao hotel porque tomei a rota cênica.
Precisava de um tempo sozinho com meu bebê.
Porra, esse impulso é quase sexual. Dirigir em Nova York é
divertido, mas voltar para casa parece certo. Quando finalmente

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volto para a suíte, encontro Annie sentada na cama, com o laptop


aberto na frente dela e uma expressão de consternação no rosto.
Está tão absorvida pelo que está fazendo que não me ouve entrar.
Fico na porta por um minuto, absorvendo a visão de seus longos
cabelos pendurados sobre um dos ombros, a blusa creme que
usa, e a longa saia roxa de aspecto vintage que passa
atrativamente por suas coxas.
“Ei”, digo, jogando minhas chaves no ar e pegando-as. “Está
pronta para ir, amor?”
Seus olhos disparam para mim e por um breve momento
parece um cervo preso nos faróis. Observo-a engolir, coçar o
pulso e depois estender a blusa antes de me atingir. O e-mail que
enviei ontem à noite. Ela está lendo isso. Ela sabe.
Juro que posso sentir meu coração tentando sair do meu
peito.
Agora sou o único que se sente como um cervo preso nos
faróis. Cada sentimento de dúvida e insegurança que já me
inundou de uma só vez. Ame-me de volta, implorei. Por favor, se
houver alguma piedade no mundo, faça-a me amar de volta.
Limpo minha garganta e aceno para o laptop. Eu mal
reconheço minha própria voz quando falo. “Alguma coisa
interessante?”
Ela desvia o olhar e fecha o computador. “Oh, apenas as
coisas normais de trabalho.”
Ela parece trêmula. Fico parado, congelado, sem saber o que
dizer ou como agir. Então, ela sai da cama e caminha em minha
direção com algum tipo de determinação.

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Ela vai se afastar, penso. Vai correr de novo, inventar uma


desculpa para sair e pegar um voo para casa mais cedo. E o mais
assustador é que não tenho certeza se poderei deixá-la ir. Eu me
ajoelharei a seus pés e implorarei que fique porque pertenço a
essa mulher de coração e alma, e preciso que ela pertença a mim
também. Quando está a menos de 30 centímetros de mim, ela
para. Seus grandes olhos sem fundo nunca deixam os meus,
ambos fazendo perguntas silenciosas, mas não recebendo
respostas.
Vejo as mãos dela tremendo quando chega e as coloca no
meu peito.
“Você não é nada como o que esperava que fosse, Ronan
Fitzpatrick”, diz, sua voz pouco acima de um sussurro.
Respiro no mesmo exato momento em que ela se inclina e
pressiona seus lábios nos meus. No começo não reajo de jeito
nenhum; talvez esteja em muito choque. Apenas fico lá enquanto
seus lábios me acariciam, sua língua macia desliza em minha
boca e lambe a minha.
Ela não está me afastando.
Quando a percepção finalmente afunda, agarro seu pescoço
e deslizo meu braço ao redor de sua cintura, puxando seu corpo
para o meu. Eu a beijo de volta. Eu a beijo com tudo que tenho
dentro de mim até que esteja carente e quente e choramingando.
Nós só paramos quando o meu telefone começa a tocar. Sei que é
Bryan ou um dos rapazes, imaginando onde estou. Fico apenas
irritado por um segundo antes de perceber que é a distração
perfeita. Annie sabe que eu a amo agora, e a suíte do hotel parece

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pequena demais, perto demais. Precisamos sair e deixar tudo


entrar.
“Isso deve ser um dos rapazes”, digo, sorrindo para ela com
ternura. “É melhor fazermos um movimento. Parece que já
estamos atrasados. É bom saber que mal consegue ficar na
mesma sala que eu sem me atacar,” provoco e dou-lhe uma leve
palmada na bunda. Ela grita e ri, seus olhos brilham, e algo
dentro de mim relaxa. Nós precisamos ser bobos por um tempo.
As coisas estão ficando muito sérias.
No caminho para Wes, continuo a pegá-la me observando do
canto do meu olho. Seu corpo está virado para mim, sua
bochecha no encosto de cabeça. Seu rosto tem um rubor perene e
há um olhar sonhador em seus olhos. Minha pequena Annie está
chegando mais perto; seu exterior gelado está derretendo, e tudo
porque agora sabe que eu a amo. Posso ter que me cumprimentar
por ter a ideia de escrever para sua conta Socialmedialite. Ela
pode ter o conhecimento do meu amor sem ter que admitir
nenhum dos seus próprios sentimentos, e não me importo. Quero
que ela saiba que estou totalmente comprometido. Assim como
disse a The Socialmedialite no meu e-mail, ela é "isso" para mim.
Toda vez que solto a alavanca, coloco minha mão de volta
em sua coxa, amando a sensação dela embaixo da palma da
minha mão. Quando chegamos ao campo, vejo algumas esposas e
namoradas nos bastidores, bebendo café e conversando.
“Vamos lá, vou apresentá-la”, digo a Annie, pegando a mão
dela na minha. Sua expressão me diz que a última coisa que quer
fazer é conhecer ainda mais pessoas novas, mas ela me deixa
conduzi-la mesmo assim. Marta está lá, ao lado de uma ou duas

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das mulheres que Annie conheceu na noite passada, então não é


tão intimidante.
Um uivo alto ecoa, e reconheço Tina, a esposa de Desmond
McAleer, como a culpada. Conheço a Tina por anos. Ela adora
flertar e falar alto, mas é tudo muito divertido.
“Parecendo gostoso, Fitzpatrick”, ela chama quando nos
aproximamos. “Quando vamos ver você de volta no campo, hã?
Estou farta de olhar as mesmas bundas velhas. Você faz muita
falta.”
“Tina, é um prazer como sempre. E vai dar uma boa olhada
em mim hoje. Mas primeiro gostaria de apresentar a minha
namorada, Annie.”
É a primeira vez que a apresento como minha namorada
desde que chegamos a Dublin. Não vejo o ponto de fingir mais.
Ela é minha e quero que o mundo inteiro saiba disso. Tina leva
menos de um segundo para colocar Annie sob sua asa e começar
a apresentá-la às outras mulheres que não conhece. Dou-lhe um
beijo suave e demorado na boca, que provoca vários suspiros das
mulheres.
Então, vou para o clube para mudar para o meu
equipamento. Para minha irritação, Sean está lá em toda a sua
glória loura e bonita. Alguém seriamente precisa bater no olhar
satisfeito do cara porque o ataque que dei a ele, obviamente, não
funcionou. Fui suspenso do time, e ele ainda anda por aí
parecendo que acabou de sumir com os flocos de milho de todo
mundo e está completamente satisfeito com o fato.
Alguém está, obviamente, tentando agitar a merda, porque
acaba que Sean e eu somos indicados para escolher as equipes.

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No final, cada lado tem uma mistura de profissionais e amadores.


E no final, minha equipe limpa o chão com a equipe de Sean.
Sim, Tevan saiu com um nariz sangrando, tenho uma série de
novos hematomas, e um dos jovens rapazes deu uma cotovelada
em Sean no rosto. Foi aparentemente um acidente, mas tenho
minhas suspeitas. E essas suspeitas me fazem sorrir como um
bastardo.
Caminho até Annie no final da partida, deslizo minha mão
em volta do seu pescoço e a beijo com tudo o que tenho em mim.
Ela se afasta, ofegante, e seus olhos têm aquele olhar sonhador
neles novamente. Deus, não posso esperar para que olhe para
mim assim quando eu estiver dentro dela.
“Você está todo sujo e suado”, diz, rindo e ajeitando o cabelo
no lugar.
“Perigo ocupacional. Além disso, não há nada de errado em
ficar um pouco sujo.” Pisco.
“Eu gosto disso”, ela joga para trás quando estou indo
embora, e lanço um olhar ardente por cima do ombro.
Depois que tomo banho e me visto, estou sentado no
vestiário puxando minhas botas quando Sean entra. Tem uma
toalha enfiada na cintura e usa um chinelo de grife. Fica na
minha frente, e levanto uma sobrancelha enquanto ele solta um
longo suspiro que só o verdadeiramente mimado e cansado pode
fazer justiça.
“Então, resumindo, como gostaria de trazer Brona de volta
para sua cama?”
Solto uma risada. “Longa história curta, você está alto?”

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“Fiquei entediado, Fitzpatrick. Infelizmente, Bunny é como


um rolo de celulose. Ela gruda. E agora está jogando palavras
como "casamento" e "anel de noivado". Francamente, acho que é
hora de seguir em frente. Então, se ainda tem uma coisa por ela,
posso arranjar para ela voltar correndo para seus braços grandes
e fortes da classe trabalhadora. Chame isso de oferta de paz, uma
maneira de consertar nossas pontes.”
Aponto para o meu rosto. “Você vê esse olhar? Esta é a
minha aparência de 'vá se foder'. Então vá se foder, Cassidy.”
Ele faz um “Tão agressivo. Não há julgamento aqui, Ronan.
Se a quer, você pode tê-la. Até eu posso admitir que ela chupa
pau como um Dyson. E tive muita felação no meu tempo. Muita.”
Sério, esse idiota nem sabe como soa, não é? Ele é tão clichê
que quase sinto pena dele.
“Você deve estar realmente sentindo falta da cama do
hospital porque está a cinco segundos de uma visita de retorno.
Sugiro que saia agora. Caso contrário, não posso ser responsável
por foder sua merda. Novamente.”
Ele ergue as mãos no ar. “Não há necessidade de violência.
Estou oferecendo a você um ramo de oliveira aqui. Não vamos
permitir que um par de peitos grandes de plásticos atrapalhe
nossa amizade. Temos que colocar a equipe em primeiro lugar.”
Balanço a cabeça para ele e não posso deixar de rir. “Não
éramos melhores amigos antes de tudo isso. Mas, falando sério,
se está tão preocupado com a equipe, então por que sequer
dormiu com ela em primeiro lugar?”

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Ele atira um olhar para o teto, encolhe os ombros e depois


olha de volta para mim. “Estava bêbado e com tesão. Ela viu uma
oportunidade. Não há nada muito profundo sobre isso.”
“Bem, não é surpresa.”
Ele estreita seu olhar fracionariamente em minha resposta.
“Então, você a quer de volta ou não?”
O olhar que dou a ele diz tudo. “Tenho uma namorada por
quem estou muito apaixonado. E prefiro enfiar meu pau no
liquidificador do que ir a qualquer lugar perto daquela pirralha
venenosa novamente.”
Ele chupa em um longo suspiro, em seguida, exala. “Justo.
E devo dizer, parabéns pelo novo pássaro, cara. Ela é quente.”
“Experimente sequer olhar para ela, e vai se arrepender”,
aviso.
Ele joga as mãos para o ar. “Sensível, sensível. Mas tudo
bem, acho que mereço isso. Ah, e uma palavra para o sábio, você
está indo bem na imprensa no momento, enquanto Brona parece
uma prostituta de atenção distorcida. No entanto, suspeito que
ela tenha algo na manga. Apenas um sentimento. Você pode
querer ter seu pessoal no caso. Não diga que nunca te dei nada.”
ele termina e então, se afasta.
Eu sento lá, olho para os azulejos no chão e me pergunto se
ele está tentando foder com a minha cabeça. Algo na manga?
Tento não insistir nisso, porque ela provavelmente só fará outra
entrevista com alguma revista de fofoca.
Um pouco mais tarde, a fim de fugir dos paparazzi, um
pequeno grupo de nós segui para as montanhas de Dublin para
jantar e beber em um pequeno e acolhedor pub fora dos trilhos.

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Durante todo o tempo em que Annie está confortavelmente


debaixo do meu braço, tomando um copo de Baileys, parece
rosada e completamente relaxada.
Esta é a vida, penso comigo mesmo.
Ela coloca o cabelo em um rabo de cavalo solto e os fios
caem sobre o pescoço e os ombros. Quero segurar esse rabo de
cavalo na minha mão enquanto a pego por trás. Meu orgasmo
rápido e sujo hoje definitivamente não foi o suficiente para me
manter satisfeito. Na verdade, isso piorou as coisas. Conseguir
um gosto dela só fez minha fome ficar ainda mais feroz. Quero
fazer amor com ela; mas com tudo acontecendo e nós
permanecendo em um quarto de hotel (onde aparentemente
Patricia sente que tem a liberdade de ir e vir como quiser), não
parece que temos a privacidade necessária. Nós estamos
constantemente cercados de pessoas e só quero ficar sozinho.
Ninguém mais além de mim e Annie.
Quando ela se levanta para ir ao banheiro, observo-a alisar a
saia sobre as coxas e ir embora. Bryan tem a boa natureza para
me irritar sobre isso.
“Não consegue tirar os olhos dela”, diz. “Está mal,
Fitzpatrick.”
“Deixe-o em paz”, Tina diz, que está sentada com o marido,
Desmond, do outro lado da mesa. “Acho lindo. Você pode
praticamente sentir o quanto eles estão um com o outro. Deixa-
me um pouco ciumenta, se for honesta.”
Sério, eles são como um monte de galinhas cacarejando. Nós
terminamos nossa comida, e o copo de Baileys de Annie está
vazio. Penso que este é um momento tão bom quanto qualquer

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outro para fazer um movimento. Assim que ela volta para a mesa,
levanto e a ajudo com seu casaco e bolsa. Ela parece surpresa por
já estarmos saindo, mas me deixa levá-la para fora, no entanto.
Nós nos despedimos, e é bom voltar ao volante. Sei que em breve
estarei de volta à Nova York em meio ao trânsito, às pessoas e ao
estresse, então decido aproveitar ao máximo o momento.
“Você se importa se formos dar uma volta antes de
voltarmos para o hotel?” pergunto a Annie quando se acomoda no
banco do passageiro.
Ela faz um bocejo fofo. “De modo nenhum. Vou te avisar, no
entanto. Estou exausta, então, posso dormir no meio do
caminho.”
“Entre atrás e deite se quiser”, sugiro. A ideia parece apelar
para ela porque sobe entre os assentos, me dando mais uma
visão espetacular de sua bunda. Tenho que resistir ao impulso de
me inclinar para frente e dar uma pequena mordida. Ela se deita
no banco de trás e fico sentado ali por um momento, olhando
para ela através do espelho. Essa merda de tentação.
Tenho a sensação de que esse será o melhor impulso da
minha vida.
Em alguns lugares, as estradas não estão muito bem
iluminadas, e parece que consegui meu desejo porque realmente
parece que estamos sozinhos. Nós conversamos um pouco ao
longo do caminho com Annie explicando algumas das coisas
sobre o trabalho dela que eu não sabia. Sério, a mulher é tão
inteligente quando está relaxada o suficiente para não ficar
ansiosa, que isso me faz me sentir burro em comparação. Sim,

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sou instruído, mas Annie só tem esse talento natural para o que
ela faz que eu estou admirado.
Durante todo o tempo em que ela fala, tenho meus olhos
cintilando entre ela e a estrada. Ela senta-se com os pés no
assento, o corpo espalhado de tal maneira que está quase
deitada, com a cabeça apoiada na borda da janela. É uma espécie
de frenezi, tendo ela toda para mim assim. Começo a me fixar em
como não colocou o cinto de segurança e como esses cintos de
segurança estão pendurados ao lado de seu corpo. Seria tão fácil
amarrá-la. Posso ser muito criativo quando o clima me leva.
Quando vejo um pequeno desvio da estrada principal, pego
até chegarmos a um recanto isolado cercado por árvores altas.
Estaciono o carro. Ainda olho para ela através do espelho quando
ela se senta, perguntando: “Por que paramos?”
Exalo e bato meus dedos no volante. Estou realmente
pensando em fazer isso? Quer dizer, dependendo do que ela
prefira na cama, poderei assustá-la para sempre. Então,
novamente, desde o momento em que a conheci, tive a nítida
sensação de que somos compatíveis, irritantemente. De alguma
forma, sei que ela será perfeita, que seremos perfeitos.
“Fazendo uma pequena pausa”, respondo quando desligo o
motor. Deixo as chaves na ignição para que o rádio possa ficar
ligado. Encontrei uma estação durante a viagem que toca uma
música chill-out agradável e relaxante, e acho que o silêncio
poderia deixar Annie desconfortável. Seus olhos piscam quando
começo a subir em direção a ela na parte de trás, e de repente
está sentada em linha reta, me observando com cautela.
“Ei”, digo.

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L.H. Cosway & Penny Reid

“Ei.”
É uma loucura como ela pode ir de relaxada a tensa em um
piscar de olhos, e estranhamente, meio que fico nervoso porque é
muito divertido ajudá-la a relaxar. Solto uma risada baixa e
sombria e a puxo para dentro de mim; No momento em que meus
lábios encontram os dela, sua tensão se dissipa. Suas mãos
agarram minha camisa, seu corpo luta contra o meu. Seguro
suas bochechas enquanto deslizo minha língua em sua boca,
uma invasão dura e sondando. Ela deixa escapar um suspiro e
começo a aliviá-la em uma posição reclinada.
Ela está ofegante e zonza quando quebro nosso beijo para
sussurrar em seu ouvido: “Vou tentar algumas coisas, ok?
Prometo que não vou te machucar, mas realmente gostaria se me
deixasse. Pode me dizer para parar a qualquer momento se você
se sentir desconfortável.”
“Algumas coisas?” Ela pergunta, excitada mas ainda
perplexa.
Minha mão vaga por baixo da saia, entre as pernas, e logo
abaixo do tecido de sua calcinha. Toco sua carne macia e sedosa,
encontrando-a molhada. Perfeito.
“Sim”, respondo, minha voz de cascalho puro. “É melhor se
te mostrar. Contar não é divertido.”
Ela assente com a cabeça, os lábios engordurados de nossos
beijos, e sua respiração escapa com pressa. Ajoelhando-me entre
suas coxas, pego suas mãos e as levanto acima de sua cabeça.
Então, pego a alça do cinto de segurança e cuidadosamente
envolvo em torno de seus pulsos. Ela olha para mim, a boca
entreaberta, as pupilas gigantescas, enquanto faço um pequeno

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

nó e a mantenho no lugar. A maneira como o cinto de segurança


foi amarrado significa que, quando eu o soltar ficará mais
apertado.
“Isso está confortável?” Pergunto ternamente, passando a
mão ao longo de sua clavícula trêmula.
Ela engole em seco e sussurra: “Hum, sim. Não é
desconfortável.”
“Bom.” Pego o cinto de segurança do meio e o envolvo com a
mesma firmeza em torno de sua cintura.
Ela não parece chateada, apenas curiosa, quando diz: “Não
entendo porque está fazendo isso.”
Eu me levanto acima dela, olho para baixo enquanto
respondo: “Estou fazendo isso porque é o que gosto.” Então, eu a
beijo novamente, e sei que a tenho. Sua boca é suave e
acolhedora, e os pequenos gemidos que engulo me dizem que está
gostando desse jogo. Rolo meus quadris, deixando-a sentir o
quanto está me afetando. Minutos se passam e ela está ofegante,
um rubor pinta de vermelho sobre o peito. Eu me afasto e começo
a desfazer os botões da blusa dela.
“Isso não é justo”, ela choraminga, voz carente. “Eu quero te
tocar.”
“Não esta noite, amor. Esta noite, você é a única que é
tocada.”
Felizmente, o sutiã que usa está preso na frente, e em um
momento estou com os seios nus e implorando pela minha boca.
Chupo um mamilo e depois o outro enquanto ela ondula embaixo
de mim, abrindo-se como uma flor. Suas coxas abraçam meus
quadris em um aperto parecido a um torno, e começo a empurrar

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

sua saia até que está enrolada em sua cintura. Meus dedos
cavam com força em sua pele quando puxo sua calcinha e a enfio
no meu bolso. Ela já tirou os sapatos durante a viagem e posso
sentir seus calcanhares cavando em minhas coxas. Acaricio sua
carne carente, meu peito sobe e desce rapidamente, minha ereção
delineada claramente em meus jeans. Tudo parece muito
apertado e ela é linda demais. Estou me afogando nela.
Levanto-me de joelhos e olho para ela, saboreando a visão
dela amarrada e contida. Isso desencadeia algum tipo de reação
química no meu cérebro porque todo o meu corpo vibra de
satisfação. Adoro vê-la assim. É exatamente o que preciso. Estou
improvisando a porra do cinto de segurança no meu carro como
restrições, e agora não consigo imaginar nossa primeira vez
acontecendo de outra maneira. Só posso imaginar o que ela deve
estar pensando.
Circulo seu clitóris com o polegar ao mesmo tempo em que
deslizo um dedo dentro dela. Ela grita e cantarolo em apreciação.
Seus ruídos surpresos e prazerosos são completamente
gratificantes. Estou com ela por menos de um minuto, e já sinto
seu orgasmo crescendo, indo em direção à linha de chegada. Sei
que tem que ser as restrições. Ela gosta delas tanto quanto eu.
“Ronan”, ela engasga, “eu vou gozar.”
“Goze então, linda, goze para mim.”
Seus olhos se abrem, e ela engasga alto quando resiste e
goza na minha mão. Continuo acariciando-a, puxando cada
última onda.
Não completamente recuperada, ela deixa escapar: “Isso
foi...”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Intenso.”
“Sim.”
Ela está tão molhada agora que é impossível esperar mais.
Annie torce e vira o corpo, claramente desesperada para me tocar.
Adoro que ela não possa. Adoro que eu a torture porque isso
significa que quando finalmente lhe der tudo de mim, parecerá
muito mais.
O fato de não ter preservativo está no fundo da minha mente
o tempo todo, mas estou tentando ignorar isso. Ainda assim, é
preocupante. Confio em Annie implicitamente e quero que ela
confie em mim.
“Você me quer dentro de você agora, amor?” Ronrono
enquanto me puxo para fora da minha calça.
Seus olhos me comem quando balança a cabeça e lambe os
lábios. Permito que meu olhar percorra seu corpo antes de me
inclinar para frente e correr a ponta do meu pau sobre suas
dobras. Ela choraminga, e mordo o interior da minha boca
porque, porra, me sinto muito bem.
“Por favor, Ronan”, ela implora, abrindo as pernas mais
largas, a voz ofegante.
“Não tenho proteção”, admito.
Um lampejo de hesitação passa por seu rosto antes que se
levante um pouco para me beijar. “Está bem. Confio em você.”
E maldição, é exatamente isso que precisava ouvir. Assim
que as palavras passam pelos seus lábios, estou me afundando
dentro dela. Faço isso devagar, saboreando cada centímetro, até
que estou enterrado profundamente. Ela geme e suspira meu
nome. Eu amo o som disso, me lembro da época em que só me

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

chamava de Sr. Fitzpatrick. Agora todas as formalidades entre


nós foram embora. Ela é minha e eu pertenço a ela. Não acho que
uma hora chegará em que não a queira tanto assim.
Começo a mover meus quadris em um ritmo lento, fixando-
me no cinto preso confortavelmente em torno de sua barriga. É
uma visão tão sexy. E uau, a sensação dela ao meu redor é
incrível. Nunca senti nada assim. Nunca fiz amor com uma
mulher, sinto uma atração tão feroz e profunda pela alma.
Descanso minha testa contra a dela quando começo a
aumentar a velocidade dos meus impulsos. “Você não pode
imaginar o quão inacreditável parece, Annie. Nunca mais quero
sair.”
“Não quero que saia também”, ela respira. “Eu me sinto tão
cercada.”
Eu me levanto, incapaz de conter minha necessidade de
transar com ela sem sentido por mais tempo. Meus quadris se
projetam para dentro e para fora quase violentamente, e ela pega
tudo, me encharca e me deixa sair de novo, me dá algo que não
quero esquecer. Ela me absorve. É tudo naquele momento. Tudo
que posso ver.
“Você me deixa louco”, digo e solto uma série de palavrões
selecionados.
Posso me sentir cada vez mais perto, mais perto do céu
divino de entrar em seu corpo perfeito, lindo e celestial. Encaro
seu rosto, seus olhos grandes e absorvo tudo. Ela ainda está toda
amarrada; e vejo como não me tocar é doloroso para ela, mas ela
está se dando bem. Prospero com essa dor. Ainda estou
empurrando para dentro e para fora, suas coxas me seguram no

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

lugar, quando corro minhas mãos de seu pescoço até seus seios e
todo o caminho ao longo de seu torso.
Ela arqueia, esforçando-se para o meu toque, “Ronan, oh-oh
Deus...”
Annie se afasta, rápida e feroz, dizendo “por favor” várias
vezes, me implorando. Ela balança com a força de seu orgasmo,
mas é incapaz de me alcançar.
Tenho todo o poder e ela não tem nada. Posso fazer qualquer
coisa para ela, e ela está simplesmente lá para aproveitar o
passeio. Um participante voluntário e ávido neste jogo para dois.
Essa é a dinâmica que ansiava por toda a minha vida, mas nunca
encontrei um parceiro tão perfeito quanto minha querida, linda
eremita.
No segundo seguinte gozo com um gemido profundo e
estrangulado enquanto fundo minha boca com a dela e empurro
minha língua para dentro. Nunca cheguei ao clímax da minha
vida. Eu me sinto vazio, drenado no sentido mais maravilhoso da
palavra. Eu me afasto e seguro seu rosto em minhas mãos,
plantando pequenos beijos adoráveis em suas bochechas, sua
boca, sua testa, suas pálpebras e murmuro declarações
desesperadas. “Você é perfeita. A sensação de você. Não consigo
ter o suficiente. Sou viciado. Eu te amo.”
Ainda a estou beijando, desço pelo pescoço e mordisco o
lóbulo da orelha dela, quando percebo que disse a última parte
em voz alta.

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Capítulo 19
New York’s Finest
Blogando com *The Socialmedialite*
11 de abril
É hora do post no blog favorito de todos! É isso mesmo, é hora dos DILFs!
Às vezes, “DILF” significa “Cara Que Gostaria De Usar27.”
Às vezes, “DILF28” significa “Cão Que Gostaria De Consertar” (acho que todos se lembram do
prodigioso incidente de 2014).
E às vezes, “DILF29” significa “Donald Eu Quero Fogo” (alerta de spoiler, é sempre Donald Trump).
Mas acho que o tipo de postagem DILF preferido de todos é quando se trata de “Papais Que Eu
Gostaria De Foder.” ☺
Pode ser grosseiro. Pode me rebaixar a seus olhos. Você pode se opor ao fato de que estou olhando para
esses pais com intenções luxuriosas e lascívia licenciosa. Mas ― vamos lá ― se a nossa sociedade tem
MILFs, então precisamos de alguns DILFs para as mulheres.
Estou certa, senhoras?
Então, festeje seus olhos nas fotos abaixo, minhas irmãs em avareza. Hoje incluí um recorde de 36 pais
desejáveis e dignos de babar.
Seja bem-vinda.
<3 The Socialmedialite

*Annie*

Eu não disse isso.


Nem no carro no caminho de volta.
Nem quando fizemos amor de novo essa noite no chuveiro...
embora quase falo, então. Falei muitas coisas no chuveiro, como
27
Do original: Dudes I’d Like to Flip Off.
28
Do original: Dogs I’d Like to Fix.
29
Do original: Donalds I’d Like to Fire.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

dizer a Ronan que ele é um deus do sexo, e que preciso dele,


implorar que ele me deixe suja para que possamos entrar no
chuveiro e tomar banho juntos oito vezes ao dia, essas coisas me
fazem corar escarlate toda vez que penso sobre elas uma vez que
a névoa do sexo desaparece.
Não falo isso quando ele me acorda na manhã seguinte,
venda-me e passa cubos de gelo sobre a minha pele nua,
promete-me prazer apenas se eu puder ficar quieta e em silêncio.
Também não falo nas duas semanas seguintes quando
vamos de evento a evento ou quando voltamos ao hotel todas as
noites.
Ele não disse isso de novo também.
No entanto, independentemente de onde estamos, um evento
beneficente de angariação de fundos para festas de caridade, uma
visita a uma escola pública para uma sessão de fotos, um jogo de
rugbi juvenil, ele sempre encontra uma maneira de me mostrar
como se sente. Certifica-se de que me seja servido chá de hortelã
especial na festa de jardim. Ele me apresenta para as crianças da
escola como sua fada madrinha. Dá seu casaco no jogo de rugbi
da juventude e esfrega meus braços para me manter aquecida.
À noite me mostra, me amarra, me leva como e quando
gosta, sempre mantém o controle, inicia o ato de fazer amor que é
ao mesmo tempo terrivelmente terno e ternamente aterrorizante.
Eu amo. Amo como ele me cerca. Adoro como o controle de
ceder me faz sentir segura e protegida. Amo implorar a ele, seguir
suas regras. Amo a liberdade que encontro em completa
capitulação.
E ainda assim... não falo a ele que o amo, mesmo que o ame.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Ele deve saber, penso, olho fixamente para a tela do meu


computador. Estou lendo os últimos comentários no meu post
DILF. As reações das pessoas variam de agradecimento a
chocadas para Ei! Esse é o meu marido!! Não pegue!!
Noto que o WriteALoveSong responde com um comentário e
a foto de um membro do exército militar muito, muito bem
construído, vestido com um uniforme de camuflagem azulada
segurando a mão de um menino adorável. O menino tem cachos
castanhos e bochechas rosadas e não pode ter mais de quatro
anos. Ele foi adicionado embaixo da imagem, Adiciona essa à sua
próxima postagem de DILF (e você é bem-vinda).
A caridade que destaquei junto com o post é para veteranos
que também são pais. Ajuda-os a treinar e encontrar trabalho
após a saída do exército. Tentei incluir tantos pais de uniforme
quanto pude e dos trinta e seis, apenas quinze são membros do
serviço.
Também estou evitando meu telefone. A irmã de Ronan,
Lucy, ligou e deixou uma mensagem; ela quer ir às compras e sair
para almoçar. Não sei o que fazer. Desde o jogo de rugbi, saí para
tomar café com algumas das esposas e namoradas de membros
da equipe. É como um clube, e sou membro automático desde
que Ronan e eu estamos juntos. Há camaradagem, mas também
parece um grupo sem pressão. Estão felizes em me deixar ser a
mais quieta.
Mas com Lucy... Ronan ama Lucy. E não serei capaz de me
misturar quando estivermos apenas nós duas. Quero que ela
goste de mim; quero que sejamos amigas, realmente boas amigas,
mas não tenho experiência com amizade na vida real.

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Não quero estragar tudo.


Assusto-me com o som da porta da suíte fechando, seguido
pelos passos barulhentos de Ronan se aproximando. Apenas seus
passos me alertam para o fato de que ele está chateado, e isso me
atrapalha; então rapidamente fecho meu laptop quando entra no
quarto. Minha atenção se volta para ele quando entra.
“Annie...” ele diz, como quem vai acrescentar algo mais, mas
não sabe o que dizer. Embora pareça bravo, também parece
irritado com a raiva.
Levanto, observo-o com os olhos arregalados e depois
pergunto, “Há algo de errado?”
“Não! Claro que não! Está tudo maravilhoso!” ele troveja e
depois se vira e sai do quarto.
Olho para o local que ele acabou de desocupar por alguns
segundos, examino meu cérebro pelo que posso ter feito para
perturbá-lo. Pergunto-me se a fonte de sua fúria é minha falta de
reciprocidade verbal de seus sentimentos. Meu coração puxa
dolorosamente o pensamento porque eu o amo.
Preparo-me, corro para fora do quarto, o encontro colocando
Scotch em um copo no bar. São apenas 10h da manhã.
“Ei... então, acho que sei por que está chateado.” Torço
meus dedos na minha frente, paro a apenas um metro de onde
engole sua bebida.
Ele coloca o copo vazio de volta no bar, seus olhos cortam os
meus enquanto enche o copo.
“Duvido disso”, diz, balançando a cabeça uma vez.
“É por causa de... Quando você disse...quando você me
disse...”

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“Não. E também não me arrependo de te dizer, para que


possa parar de se preocupar, vou levar de volta.”
Balanço nos meus pés, sinto-me um pouco instável. “É
porque eu não... eu não disse...”
“Não. Acho que vai me dizer quando estiver pronta.” Ele
estuda o líquido no copo de cristal e toma outro gole.
“Ah”, respiro, sinto alívio em partes iguais e confusão.
“Então o que eu fiz? Porque está obviamente chateado comigo
sobre alguma coisa.”
Ronan coloca o copo de volta no balcão e fecha os olhos,
exala uma risada que não é completamente desprovida de humor.
Ficamos assim por vários momentos, tanto tempo que acho que
ele pode não responder.
Então diz com pressa, “Sou do tipo ciumento. Sei disso e
acho que você também. Não gosto de compartilhar o que é meu.”
Faço uma careta para suas palavras, não entendo e digo a
única coisa que faz algum sentido, “Ronan, eu nunca vou traí
você.”
Seus olhos castanhos se abrem, mas permanecem em seu
copo vazio. “Sei disso. Mas nem gosto que você olhe para outros
caras.”
Essa declaração só serve para aprofundar minha expressão.
“Sinceramente não entendo de onde isso está vindo. É claro que
não vou olhar outros caras na sua frente. Isso é completamente
desrespeitoso. Assim como não quero que faça isso na minha
frente com outras mulheres. Mas…”
“Mas”, ele repete, um pequeno sorriso puxa seus lábios para
o lado.

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L.H. Cosway & Penny Reid

“Sim, existe um 'mas'. É claro que não sou cega, e você


também não é. É claro que vamos continuar a notar outras
pessoas, mesmo se não agirmos.”
Ele suspira e ri de novo; desta vez soa autodepreciativo.
Ronan diz para si mesmo, “Ah, estou tão ferrado”, quando se
vira para mim, abandona seu copo no balcão e me envolve em
seus braços. “Vai me forçar a crescer, não vai, Annie? Vou ter que
parar de lutar com todos os garotos que te dão uma segunda
olhada. Vai me fazer amadurecer.”
Sorrio contra seu pescoço, aconchego-me mais perto quando
retorno seu abraço. “Espero que não muito. Eu meio que gosto da
sua mente suja.”
“Estou começando a pensar que não sou aquele com a
mente suja”, ele murmura, um pouco enigmático.
Antes que eu possa questionar essa observação, ele se
inclina para frente e captura minha boca. Logo todo pensamento,
ou capacidade de pensar coerentemente, é expulso da minha
mente acima mencionada e substituído por uma deliciosa série de
pensamentos completamente sujos.
***
Estou esperando por Joan. Estamos prontos para receber
uma ligação sobre o andamento dos meus projetos, não apenas
de Ronan.
Se Ronan fosse meu único projeto, então mereço cinco
estrelas, um grande bônus e uma ovação de pé. Ele se insinua
inteiramente ao público. Não é um menino mau reformado,
continua sendo algo mais ousado, mais evasivo.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Realmente, é o esboço de imagem ideal que esbocei, além de


algo inteiramente próprio, algo que nunca poderia ter criado ou
definido, e as pessoas o amam. Amam que seja um sangue azul
com maneirismos de colarinho branco. Amam quão
impenitentemente ambivalente ele é sobre a fama, mas o quanto
obviamente ama seu esporte. Amam seu talento bruto e sua
dedicação a excelência.
Ele não faz nada pela metade.
Penso sobre a última mensagem que ele escreveu para The
Socialmedialite, sobre como ele me ama, e isso faz meu coração
bobo se divertir e depois chorar no canto do desespero.
Sinto-me culpada. Ronan escreve para The Socialmedialite
pensa nela como uma terceira pessoa imparcial, pede conselhos,
expõe sua alma. Leio seus pensamentos particulares, estou
mentindo para ele, e ainda não respondi. Suas palavras são tão
bonitas, tão emocionantes, tão exatamente o que preciso para me
empurrar para o limite. Toda vez que leio a mensagem, eu me
perco com meus sentimentos, de inchar o amor ao desânimo
ansioso, e minha mente fica vazia. Não sei como responder.
Tenho que contar a ele a verdade, sobre quem sou e como eu
o amo, mas temo perdê-lo. Sei que é parcialmente o medo que me
mantém em silêncio nos dois relatos. A outra parte é desistir do
meu anonimato. Ser The Socialmedialite foi minha saída. Até
Ronan, era a única avenida onde podia ser eu mesma. Se eu
contar a Ronan, se ele souber, então terá poder sobre mim e eu
nunca mais serei anônima.
O som do meu computador me notificando de um
telefonema me tira dos meus pensamentos. Ligo a tela e vejo o

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avatar de Joan, que é apenas uma foto de sua gigantesca


poltrona de couro, piscar insistentemente. Respiro fundo e aceito
a chamada de vídeo, me endireito no meu lugar e espero que
minha atenção siga.
Assim que ela entra em foco, começa a falar. “Annie,
precisamos da sua ajuda com The Starlet. Ela jogou fora nosso
plano de verão e quer que comecemos do zero. Beth enviou-lhe
um e-mail e Dara respondeu que não está acostumada a ler
palavras reais. Culpo seus infográficos. Você estraga os clientes.”
“Oi, Joan.” Dou-lhe um meio sorriso, sinto-me
estranhamente nostálgica pela minha vida confortável em Nova
York.
“Abriu o arquivo que enviei? Vamos modificá-lo enquanto
tenho você na linha. Posso ligar para Beth aqui, se necessário...”
Nos acomodamos em discussões sobre nossos clientes, sem
cortesias, como nos velhos tempos, e realmente me vejo relaxar
enquanto analisamos os detalhes e as propostas. Isso parece um
chão sólido. Essa é minha área de especialização, não me
apaixonar por um infame símbolo sexual Bad boy no precipício de
dominar o cenário mundial enquanto o engano sobre minha
identidade secreta.
Tudo está bem, relativamente falando, até que o telefone do
hotel começa a tocar. Ignoro isso. Para e depois toca de novo.
Após a quarta ligação, olho para o meu celular e não encontro
nenhuma mensagem. Quem ligou para o telefone do hotel não
tem o número do meu celular. Joan pode dizer que minha
atenção está dividida.
“Apenas, atenda isso? Eles obviamente não vão parar.”

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Aliviada, alcanço o receptor. “Alô?”


“Sra. Catrel, aqui é O’Hare, o concierge. Você tem um
visitante.”
“Hã, bem, estou no meio de uma chamada de trabalho.
Talvez o meu visitante possa deixar uma mensagem?”
“Sra. Catrel, sua visitante é a Sra. Brona O'Shea, e ela é
bastante insistente que você ficará muito interessada em um
envelope que está em seu poder.”
Meu rosto deve ter traído minha confusão e surpresa porque
a voz de Joan é perspicaz e seu olhar penetrante quando ela
pergunta, “O quê? O que é? Quem é?”
Meu olhar cintila para a tela do computador, onde Joan está
inclinada para frente em sua cadeira e falo ao telefone, “Por favor,
mande-a subir.”
“Certo, Sra. Catrel. Patricia irá acompanhá-la a seu
apartamento e terá prazer em servir o chá enquanto vocês têm
uma... visita.”
“Obrigada, O'Hare.”
Seguro o fone no ouvido por cinco segundos depois que o
concierge desliga, meus olhos no tampo de vidro da escrivaninha,
examinam os prováveis cenários do que Brona traz com ela no
envelope. Obviamente, a resposta mais provável é que Brona está
blefando para conseguir entrar em nosso quarto e começar a
causar problemas.
Mas se ela não estiver blefando e o envelope conter algo
prejudicial à Ronan, preciso me separar dos meus sentimentos
por ele. O que quer que ela tenha trazido, Ronan é meu cliente.
Independentemente do que fez em seu passado e como isso pode

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influenciar meus níveis de fúria, como sua namorada, preciso


conversar com sua ex-namorada como se fosse apenas parte do
time de publicidade de Ronan, como sua defensora.
“Annie, quem estava no telefone?” A pergunta impaciente de
Joan me tira da minha conversa interna.
Coloco o telefone no carregador e levanto meus olhos para a
minha chefe. “Era o concierge. Brona O'Shea está lá embaixo e
quer falar comigo.”
“Aposto que ela quer”, Joan zomba.
“Ela tem um envelope com ela e informou à portaria que
contém algo que vou achar muito interessante.”
“O que tem dentro?”
“Acho que vou descobrir quando ela chegar aqui.”
“Não. Vamos descobrir. Mantenha-me na linha e incline a
tela para a porta. É uma pena que não possa estar aí
pessoalmente para negociar isso... Deixe-a saber, assim que ela
entrar, que você está no meio de uma ligação com a equipe de
publicidade de Ronan. Ela vai ver isso como uma oportunidade.
Além disso…”
Balanço a cabeça, principalmente ouvindo a estratégia de
Joan, clico em minhas abas abertas no meu laptop e fecho várias
janelas. Se Brona estiver conversando com Joan através do meu
laptop, não preciso que ela veja minha conta de e-mail The
Socialmedialite ou o rascunho da postagem do blog que estou
escrevendo.
Joan detalha seu plano enquanto eu me preparo para
encarar a ex de Ronan com o mínimo de emoção possível. No
entanto, assim que a batida soa na porta da suíte, Joan me

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surpreende e fala, “... e, claro, você pode precisar desempenhar o


papel de namorada atual invejosa, policial bom, policial ruim,
então vou fazê-la pensar que estou do lado dela.”
Tenho certeza de que pareço um pouco assustada e muito
confusa quando olho para Joan. “Espere, quer que eu seja o
policial ruim?”
Ela concorda. “Está certa.”
“Mas não sou o policial ruim. Você é o policial ruim.”
“Não, você está confundindo realidade com ficção. Na vida
real, sou sempre o policial ruim e você é sempre o bom policial, e
é por isso que trocamos de papel quando estamos representando
nosso papel. O bom policial está sempre fingindo ser o bom
policial, e vice-versa.”
Abro minha boca para responder, mas a batida soa da porta
novamente, desta vez mais firme, seguida pela voz de Patricia
dizendo, “Sra. Catrel, tenho seu chá.”
Resignada com a estranheza dessa situação e ansiosa com o
resultado, inclino meu laptop em direção à sala, conforme as
instruções, e atravesso a entrada. Depois de respirar com firmeza,
abro a porta.
Patricia está de pé na porta. Atrás dela há um carrinho com
chá, sanduíches e petit fours. E atrás do carrinho, com dois
guardas de segurança de aparência séria de ambos os lados, está
Brona O'Shea de cara amarga.
Abro mais a porta, mas dou um passo para impedir que
Patricia entre. “Obrigada, Patricia. Posso trazer o chá para dentro.
A Sra. O'Shea e eu gostaríamos de um pouco de privacidade.”

Rugby #1
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“Veja, Patty. Eu te disse, você não é necessária.” Isso vem de


Brona. Pelo jeito que ela fala com Patricia, imagino que as duas
mulheres são mais do que familiarizadas.
O olhar de Patricia está cheio de preocupação e ela dá um
meio passo à frente para sussurrar, “Sra. Catrel, sou muito
discreta. Envie a segurança embora, se for necessário, mas, por
favor, reconsidere. Tive a distinção de atuar como contato da Sra.
O'Shea enquanto ficou conosco no passado. Devo aconselhá-la
contra...”
“Ela disse, vá embora, Patty. Agora leve seus tontos embora,
mas deixe o chá chique. Estou ressecada.” Brona diz isso
enquanto dá uma cotovelada nos guardas e entra na suíte. Ela
me dá um olhar estreito quando passa por mim, levanta o queixo
no ar como se eu estivesse sob sua atenção. Vejo que ela tem um
envelope pardo debaixo de um braço. É volumoso e imagino que
contém algo mais que documentos.
Permito que ela entre e viro um sorriso calmo para Patricia.
“Tudo ficará bem. Vou ligar quando terminarmos o serviço de
chá. Obrigada.”
Patricia parece que quer protestar novamente, mas entrega o
carrinho de chá para mim e depois fecha a porta. Levo para a
área de estar.
Mas antes que termine de entrar com o chá, Brona diz,
“Gosto do meu chá com limão, leite e açúcar.”
“Que bom para você.”
Brona vira a cabeça para onde meu laptop que está na mesa
e o som da voz de Joan é carregado de sarcasmo e desdém. Brona
volta sua atenção para mim, depois para o laptop e depois para

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mim. Seus grandes olhos azuis dão a impressão de que podem


sair de sua cabeça.
“O quê… o que é isto? Você está me gravando?”
“Não”, falo suavemente.
“Talvez”, Joan brinca ao mesmo tempo. “Sra. O'Shea,
permita-me apresentar. Sou Joan Davidson da Davidson and
Croft, a firma responsável pela imagem pública e pelo bem-estar
geral de Fitzpatrick.”
Brona se aproxima da mesa e abre a boca para falar, mas
Joan a interrompe.
“Não há necessidade de bate-papo. Aqui está como vamos
fazer isso: você vai me dizer o que quer, e vou fazer tudo o que
estiver ao meu alcance para dar a você, assumo que seja dentro
da razão e assumo que tudo o que trouxe nesse envelope vale o
preço. Agora, o que você quer?”
“Eu não... quero dizer... eu quero...”
“Por favor, querida. Se apresse. Tenho uma reunião em
quinze minutos e não vou me atrasar.”
Brona ergue o queixo, os olhos brilham. “Bem. Quero
dinheiro, um milhão de euros, não! Quero cinco milhões de euros.
E quero um contrato de gravação com uma das grandes
gravadoras.”
Joan dá-lhe um olhar de lado. “Ceerrrtoo...”
“E quero gravar uma música com Beyoncé.”
Joan sorri e então reprime, limpa a garganta. “Certo. Isso é
tudo muito viável. Agora, o que estou comprando?”
Brona franze os lábios, dá-me um olhar orgulhoso e odioso,
puxa o envelope de debaixo do braço e começa a espalhar o

Rugby #1
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conteúdo na mesa mais próxima. “São fotos, vê? E uma fita de


Ronan... e eu... fazendo sexo.”
Meu estômago torce desconfortavelmente quando Brona usa
suas pausas férteis para mostrar a Joan e a mim várias fotos de
oito por dez e depois uma fita mini-DV.
Não é exatamente ciúme que estou sentindo, mais como um
eco de ciúmes que Ronan já esteve com outra pessoa. É irracional
e bobo. E ainda assim faz uma parte feroz e sombria minha rugir
de indignação. Quero queimar a fita. Quero cortar as fotos. Quero
arrancar os olhos dela.
Em vez disso, cerro os dentes e volto minha atenção para
Joan.
“Aproxime-se do monitor. Preciso ver as fotos.”
Brona faz isso com alegria, mostra cada uma das fotos para
Joan, uma de cada vez, e faz uma pausa significativa entre elas.
Então ouço Joana dizer, “Meh.”
“‘Meh’? O que você quer dizer com ‘meh’?” Brona bufa.
“Quero dizer meh. E daí? Quem se importa?”
Vejo as costas de Brona enrijecerem quando se endireita
com surpresa. “Ele tem uma barra de extensão em mim! Estou
amordaçada e amarrada, e tenho uma coleira e correia e...”
“Sim. Meus olhos funcionam muito bem. Posso ver tudo
isso. Só não vejo porque essas fotos valeriam cinco milhões de
euros para alguém, muito menos para o Sr. Fitzpatrick. Presumo
que a fita é mais do mesmo?”
Tento estudar minha expressão, mas meu coração está
trovejando no meu peito. O mais indiferente possível, vou até o

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sofá e sento-me no braço. Uma barra de extensão? Uma coleira?


Que diabos? É disso que ele gosta?
“Mas, mas... hã...” Brona gagueja.
A voz de Joan se levanta. “O que importa, minha querida, é
que uma fita de sexo e fotos sujas como essas só vão ajudar o sex
appeal do Sr. Fitzpatrick e nossa campanha geral. Você vê, ele
está na posição dominante. Está segurando sua coleira, e não o
contrário. Enquanto isso, farão você parecer fraca e patética. Elas
matarão todas as aspirações que possa ter de se tornar uma
princesa do pop porque os pais não querem que suas filhinhas
cresçam para serem submissas em coleiras de cachorro. Você vê,
pode vender essas fotos e aquela fita para algum tabloide imundo,
e te trarão cerca de quinhentos mil euros; mas isso seria o fim da
sua carreira como cantora, não é?”
Brona afasta-se um pouco, me dá seu perfil. Vejo que seu
rosto perde a cor e suas mãos estão fechadas em punhos.
Joan fala. “Pobre querida. Vou te dizer o que vamos fazer.
Que tal dar-lhe duzentos mil euros e nos dar as fotos e a fita?
Mas realmente, essa é a minha única oferta.”
O lábio inferior de Brona estremece, então ela achata sua
boca em uma linha rígida. “Que garantias tenho de que você não
a liberará?”
“Nós temos nosso plano. Tem funcionado muito bem até
agora. Não vejo necessidade de jogar uma fita de sexo na mistura.
Então, você tem a minha palavra que não vamos torná-la pública
por... oh, digamos dois anos. Tick tack, tick tack. Tenho essa
reunião e realmente preciso correr.”

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“Tudo bem!” Brona grita, volta-se para Joan e usa as costas


da mão para enxugar duas lágrimas. “Bem. Quando recebo meu
dinheiro?”
“Existem outras cópias?”
“Não. Está tudo aqui. Tenho idiotas da mídia invadindo meu
apartamento o tempo todo procurando por merda. Eles pegaram
meu computador duas vezes. Então mantive isso em um cofre.
Não há outras cópias.”
“Bem, bom. Apenas deixe-os com a Sra. Catrel, e ela terá o
dinheiro transferido para sua conta.”
“Hoje?”
“Na verdade, ela pode fazer isso agora. Escreva o número da
sua conta e tome um chá. Terá o dinheiro em menos de vinte
minutos.”
Brona está perdendo; seus ombros caem. Seu olhar cintila
para o meu e vejo que os olhos dela estão avermelhados de
infelicidade e exaustão. Quase sinto pena dela.
“Tudo bem.” Ela empurra o envelope e as fotos para longe,
envia várias fotos para o chão.
“Bom. Bem!” Joan bate palmas, seu sorriso é muito parecido
com tubarões quando acrescenta, “Foi um prazer, Sra. O'Shea,
mas realmente devo ir.”
E sem um adeus ou outra palavra, Joan desliga.
***
Brona não fica mais de meia hora, apenas o tempo suficiente
para confirmar que o dinheiro foi transferido. Nem falamos... no
começo. Depois de fazer a ligação para a transferência bancária,

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sirvo-me de chá. Ela senta-se em silêncio na cadeira da


escrivaninha, segura o rosto entre as mãos e sem olhar para mim.
Toda a sua pompa e veneno anteriores desaparecem. Ela
parece cansada.
Esta não é a primeira vez que tenho que pagar alguém em
curto prazo. The Starlet, Dara, atacou uma mulher e seus filhos
em uma floricultura a apenas dois quarteirões do meu
apartamento. Tive que correr até a cena e negociar um
pagamento antes que a mulher levasse a história para a
imprensa.
Mas isso parece muito diferente.
Ainda não estudei as fotos. Só ouvi a conversa entre Joan e
Brona. Na minha cabeça, estava imaginando o pior cenário,
Ronan acertando Brona com um chicote, uma correia ou um
chicote de montaria enquanto ele a segurava, suas pernas
estendidas por uma barra de extensão, sua boca amordaçada
para que não pudesse gritar, uma apertada coleira em volta do
pescoço.
Tremo e meu estômago revira. Não quero isso. Não quero
que alguém me bata e saia. Posso amar Ronan, mas não amaria
isso. Escapei por pouco de abuso durante toda a minha vida; não
há como sucumbir de boa vontade agora que sou adulta.
Frustrada, aperto a ponta do nariz e fecho os olhos, tento
me sentar muito quieta.
Estou me enganando.
Preciso olhar para essas fotos, mas não consigo, ainda não.
Não enquanto Brona está no quarto.
“Não sou estúpida, sabe.”

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Sua voz é aguada, mas firme, como se ela estivesse tentando


valentemente não chorar. Abro os olhos e dou-lhe minha atenção,
mantenho meu rosto passivo, paciente.
“Não sou idiota. Tinha um plano.” Ela está sentada na
cadeira, com os braços cruzados sobre o peito. Está me
inspecionando como se tentasse determinar qual é o meu plano.
“Um plano?”
“Sim, e era bom; estava funcionando. Mas Ronan, ele é tão
teimoso. Eu finalmente, finalmente descobri uma maneira de
colocar aquele anel no meu dedo e aquele desgraçado, não
marcava uma data. Continuou me colocando fora.”
“Ele pediu para você se casar com ele e depois não marcou
uma data?”
“Não. Acabei por comprar um e comecei a usá-lo, deixei a
imprensa fazer o resto. E funcionou. Exceto... que não. Porque ele
se recusou. Disse que sempre cuidaria de mim, mas que não nos
casaríamos. Ele me dava uma mesada, como se eu fosse criança,
como se eu fosse sua responsabilidade ou algo assim. Foda-se
isso. Era boa o suficiente para namorar, mas não era boa o
suficiente para ter meu nome em sua conta bancária.”
Eu a considero por um momento. Sua frustração é algo
tangível, dá-lhe uma aura de instabilidade elétrica. Decido que o
silêncio é provavelmente meu melhor recurso.
Mas ela continua sem desculpas, “Então, o que eu deveria
fazer? Hã? Esse dinheiro é tanto meu quanto dele; Ganhei! Apoiei
ele em tudo, deixei que me usasse para suas fantasias doentias,
suportei sua mãe cadela e sua irritante irmã.”

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“Você nunca o amou”, falo, mais para mim mesma do que


para ela. Apesar da minha decisão de ficar quieta, as palavras
escapam, meu coração dói um pouco em nome de Ronan.
“O quê? Amar ele? Amar Ronan? Ele não quer amor. Quer
um brinquedo de foda. Ele está confuso. Tudo o que quer, tudo o
que sempre quis, é apenas alguém para brincar, controlar,
mandar. Disse que queria cuidar de mim, mas o que queria era
me controlar. Claro que eu não o amava.”
Meu telefone escolhe esse momento para tocar. Seguro seu
olhar por um momento, suas palavras me angustiam por tantas
razões. Nem sei por onde começar. Então volto minha atenção
para a tela.
“Você pode verificar seu saldo bancário. Os fundos foram
transferidos.” Fico impressionada com o quão composta soo.
Ela se levanta abruptamente, puxa uma coisa rosa brilhante
de sua bolsa rosa brilhante e começa a bater na tela. Ela também
continua falando, murmura para si mesma, na verdade, embora
desejasse que ela não o fizesse.
“Você já sabe disso. Não tenho que te dizer como ele está
doente, como não vai te tocar a menos que você não possa tocá-
lo. Mas talvez você goste, talvez esteja tão confusa quanto ele...”
Misericordiosamente, ela finalmente fica quieta. Vejo o
momento exato em que ela lê seu saldo bancário porque seus
olhos brilham. Ela funga, passa a mão no nariz e então sorri.
“Bem, fodam-se todos vocês. Estou prestes a ser uma estrela
e todos vocês podem ir para o inferno.”
Sem sequer olhar para trás, ela caminha até a porta e sai,
bate quando sai.

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Espero talvez três segundos, em seguida, corro para as


fotos, envio algumas derrapando em direção à parede na minha
pressa. Obrigo-me a me acalmar, novamente aperto os dentes e
depois viro a primeira na minha direção. Todos os músculos do
meu corpo estão tensos enquanto consumo a imagem.
Então faço uma careta para isso, confusa, porque para toda
a reclamação de Brona sobre o quão doente Ronan está, não vejo
nada tão desagradável. Se este era o seu passe de Ave Maria, se
isso era o que estava ameaçando Ronan e reclamando há meses,
então ganhou o prêmio pelo momento de chantagem mais
anticlimático da história do mundo.
Sim, ela tem uma coleira, mas parece uma daquelas coleiras
de moda. Há uma coleira ou uma cinta presa a ala, mas Ronan a
segura quase distraidamente em volta do pulso. Não está
apertada. Ela não está sendo sufocada.
Ela está debruçada sobre o braço de uma cadeira, vestindo
um bustiê de couro preto com plumas, e suas mãos estão
amarradas com o que parece ser o mesmo material que a coleira,
provavelmente uma tira de couro, e suas pernas estão algemadas
a uma barra extensora, segurando elas abertas. Ela não usa mais
nada. Ronan está atrás dela. Seus olhos estão fechados, suas
mãos em seus quadris e ele a está pegando por trás.
Verifico o resto das fotos, e são basicamente imagens de
tempo decorrido da mesma coisa. Em seguida, procuro nas fotos
por outras coisas, como chicotes ou instrumentos de dor. Não
encontro nenhuma. Noto em uma das fotos que pode-se ver
claramente que Brona tem um lenço ou gravata de seda sobre a
boca, mas parece solta. Ela mal estava amordaçada.

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Sentindo-me aliviada e estranhamente excitada, fico


impressionada com a ironia anômala da situação. Estou olhando
fotos de Ronan tendo relações sexuais com outra mulher, e ao
invés de ciúmes estou me imaginando em sua posição, com
minhas pernas separadas e minhas mãos amarradas enquanto
Ronan usa meu corpo por prazer.
“Vi Brona na saída.”
Endureço, endireito, respiro fundo e meus olhos voam para
a porta.
Ronan está parado na entrada, seus olhos cautelosos, mas
atentos enquanto eles procuram meu rosto e então caem nas
fotos em minhas mãos. Ele entra e fecha a porta com um clique
suave.
“Ela disse que você está doente, assim como eu.” Suas
palavras estão provocando, embora carreguem uma ponta de algo
que soa muito como esperança. Ele anda em minha direção,
parece dolorosamente delicioso em um terno cinza carvão.
Recolho uma respiração profunda, em seguida, deixo as
fotos caírem na mesa, arrumo as imagens para que ele possa vê-
las quando se aproximar.
“Joan a convenceu a vendê-las e mais uma fita de vocês
dois.”
Ele acena distraidamente, olha para as fotos. “Você assistiu
a fita?”
“Não. Não tenho um mini-DV player.”
Ele vira o olhar para o meu, enlaça-o. Parece cauteloso; seu
olhar está sondando. “Mas teria? Se tivesse um leitor para isso?”

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Encontro seu olhar e dou-lhe honestidade. “Não sei. Acho


que não. As fotografias pintam uma imagem bastante clara por
conta própria. Ronan, você acha...?” Faço uma pausa, tento
descobrir como fazer a minha próxima pergunta. Por fim, deixo,
“Você acha que há mais alguma coisa? Você acha que Brona pode
chantageá-lo com outra coisa? Ou é só isso?”
“É só isso.” Ele indica as fotos com uma inclinação de
cabeça. “Tanto quanto eu sei, isso é o pior de tudo.”
“O pior de tudo...” Repito, olhando as fotos.
“E o que você acha? Das fotos.”
“Eu acho que...” Engulo com esforço, inclino meu queixo
para lutar contra o meu instintivo desejo de desviar o olhar.
“Acho que não gosto de ver fotos suas com outra pessoa.”
O canto de sua boca se curva para cima, e ele tira a foto de
cima e a vira de bruços. “Não olhe para as fotos então.”
Continuo antes de perder a coragem. “Também acho que
talvez devêssemos falar sobre como você, quero dizer, o que é que
você...” Lambo meus lábios nervosamente. Mais uma vez, não sei
como fazer a pergunta.
Quão bizarro Ronan é?
Quão bizarra eu sou?
“Vá em frente”, diz, o início de um sorriso agora derrete um
pouco sua cautela, seu olhar fica excitado e curioso. Ele pega
minha mão e começa a me puxar enquanto anda para trás em
direção ao quarto.
“O que quero dizer é, você gosta de coleira? Quer…
controlar-me também?” Minha voz quebra na última palavra, me
faz tremer. Não sou boa em me comunicar sobre sexo porque

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nunca fiz isso. Tudo o que fiz antes de estar com Ronan foi ao
extremo e não exigiu nenhuma discussão.
Ele balança a cabeça quando cruzamos o limiar para o
quarto. As cortinas estão abertas e a luz do sol serve como única
fonte de luz.
“Não. A coleira foi ideia de Brona, assim como a guia, e
usamos apenas uma vez. Acho que agora que vi as fotos, ela deve
ter feito isso apenas por causa da câmera.”
“E a barra de extensão?”
“Ah, agora eu gostaria muito de você nisso. E talvez mais
tarde, quando se acostumar com a barra, podemos usar um
sling.” Seu olhar escurece quando me leva para a cama. Ronan
me guia para uma posição sentada na borda, mas ao invés de
sentar ao meu lado, recua até que está de pé na parede, ao lado
da cômoda, coloca pelo menos um metro e meio de distância
entre nós.
“Então...” Olho para ele, sinto-me contraditoriamente
excitada e preocupada com a ideia de uma barra de extensão ou
um sling para sexo. O que nós fizemos até agora, o que
estávamos fazendo com restrições e cubos de gelo, isso pareceu
totalmente normal para mim, brincalhão, mas bem dentro dos
limites do normal.
Ronan foi o primeiro cara que quis me amarrar durante o
sexo. Mesmo que não tenhamos discutido isso antes, ou depois,
pareceu... certo. Foi bom.
Mas brinquedos? Uma coleira e guia? Couro e penas?
Fetiche completo?

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Sua sobrancelha esquerda levanta-se, muito lentamente,


enquanto me observa lutar por palavras, seus lábios torcem um
pouco para o lado.
Finalmente, ele pergunta, “Annie, o que acha que estamos
fazendo até agora?”
“Acho que, acho que nós estamos...” Suspiro e pisco em um
ponto por cima do ombro. “Achei que você só gostasse de coisas
intensas durante... e eu também gosto disso. Mas não chamaria
me amarrar ou me vendar de BDSM.”
“É não é. O que temos feito é o que eu gosto, contenção,
dominação e submissão. Não estou interessado em
sadomasoquismo. Não gosto de machucar as pessoas, mas gosto
de estar no controle.”
“Dominação e submissão?” Minha voz quebra novamente, e
sinto-me um pouco sem fôlego, animada com os rótulos.
“Sim.” Ele inclina a cabeça, estuda-me pensativamente.
Observo-o com os olhos arregalados enquanto ele indiferente
arranca meu cachecol da cômoda e caminha de volta para onde
estou sentada na beira da cama. Ele paira acima de mim por um
longo momento, seus olhos escuros excitados enquanto sem
querer olham para frente da minha camisa. Minhas entranhas
dão uma cambalhota e se aquecem, se rearranjam, queimam sob
seu olhar sugestivo.
Ronan respira fundo, em seguida, ajoelha-se, situa-se entre
as minhas pernas. Suas mãos deslizam sob a minha saia,
avançam para cima e abrem minhas coxas, ainda seguram o
pedaço de tecido. Ele me faz cócegas com isso. A suavidade
sedosa envia um choque de arrepios ao longo da minha pele,

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espalha calor pelo meu peito e pescoço e queima a excitação entre


as minhas pernas.
“Eu gosto”, ele sussurra, seu olhar segura o meu. “Gosto de
decidir o que acontece e quando. Gosto de ter controle e ser
responsável por sua perda de controle. Gosto de cuidar de você,
toda você. Gosto que confie em mim, implícita e explicitamente.”
Os polegares de Ronan estão esfregando círculos de luz na
pele das minhas coxas logo abaixo do meu ápice. Instintivamente,
eu me aproximo mais, minhas pernas se abrem mais. Pego seus
ombros e tento puxá-lo para mim. Preciso do toque dele alguns
centímetros mais acima, mas ele recua. Retira as mãos, as pontas
dos dedos roçam minha pele nua, enviam um arrepio para o meu
centro.
“Você confia em mim, Annie?” Ele inclina-se para trás, seus
olhos ainda seguram os meus enquanto desabotoa a minha
camisa e meticulosamente a empurra pelos meus ombros, o
tempo todo segura o meu cachecol.
“Você sabe que sim.”
“E se eu te amarrar?” Ronan descarta minha camisa e
depois solta meu sutiã. Sua pergunta é suave, curiosa.
“Você fez isso.” Eu o ajudo, retiro minhas mãos das alças do
sutiã. “Você sabe que gosto disso.”
“Mas e se eu amarrar suas pernas também, as abrir e você
estiver de bruços na cama? E se eu vendar você? E se usar
brinquedos?”
Pisco, instintivamente cubro meu peito com meus braços.
“B-brinquedos? Que tipo de brinquedos?”

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“Apenas brinquedos que farão você se sentir bem.” Ronan


pega uma das minhas mãos, depois a outra, de onde as cruzei
sobre o peito; enrola o cachecol agora retorcido em volta dos
meus pulsos e amarra um nó seguro, seu polegar e olhar
demoram na pele vulnerável.
“Doerá?” Consigo sussurrar.
Seus olhos se voltam para os meus e ele responde
imediatamente, “Como eu disse, anseio por submissão, controle.
Não sou sádico. Não gosto de machucar as pessoas, e nunca iria
querer machucar você. Quero sua rendição.”
Exalo um suspiro instável quando Ronan tira a gravata,
seus dedos se movem para a parte de baixo do meu joelho, o
toque mais básico; mas inicia picos de ânsia inebriante e dolorosa
entre minhas coxas. Ele desliza-a pela parte de trás da
panturrilha até meu tornozelo e gentilmente, com reverência,
desliza meu pé para fora do meu chinelo de veludo. Achei que ia
enrolar a gravata no tornozelo, mas em vez disso ele leva o meu
pé à boca e passa a língua pela base dos meus dedos, faz minha
perna tremer e ceder.
Faz cócegas, mas é mais do que isso. É carnal. Pecador.
Esmagador. Meu sexo pulsa e minhas mãos amarradas se fecham
em punhos.
Grito, “Ah, Ronan!”
Seu sorriso é diabólico, satisfeito, quando abaixa minha
perna e amarra sua gravata em torno do meu tornozelo.
“Você vai se submeter a mim, minha querida? Hãã?”
“Não tenho certeza do que devo fazer.”
“Você diz sim e diz, por favor, e me implora por mais.”

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Coro um pouco quando indico, “Já faço isso.”


“Então você faz.” Ronan concorda, parece perigosamente
satisfeito, e acrescenta, “Mas se vamos realmente fazer isso, se
realmente vai desistir do controle, vai precisar de uma palavra
segura.”
Minha boca se abre em alarme e surpresa; Olho para ele por
um momento. “Uma palavra segura?”
“Sim. Que tal ‘hortelã’?”
“Para fazer você parar? Se eu disser ‘hortelã’, vai parar?”
“Está certa. Não posso tomar o controle que não está
disposta a dar.” Ronan solta o cinto, desliza a correia de couro de
sua cintura.
“Mas...” Luto para formar um pensamento coerente agora
que estou diante de um cinto. “O que vai fazer com isso?”
Ele pega minhas mãos e passa o cinto pelo nó feito pelo
lenço. “Fique de barriga para baixo, de bruços na cama e levante
os braços sobre a cabeça. Vou prender o cinto na cabeceira para
que você não possa se mexer.”
Lambo meus lábios, penso sobre isso, então pergunto,
“Como vai restringir minha outra perna?”
Seus olhos se movem entre os meus e sua boca se alarga em
um sorriso lento. “Se quer saber, eu tenho outra gravata”, ele
acena para o armário, “Lá dentro.”
“E você vai me amarrar no final da cama? Então não posso
fechar minhas pernas?”
“Sim. Então estará aberta para mim. Assim, posso tocar em
você do jeito que eu quiser, o quanto quiser, onde quer que eu
queira.”

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Olho para ele, meu coração acelera, mas sei que vou fazer
isso. Se gostar metade do que gosto da ideia, então tenho certeza
de que Ronan Fitzpatrick vai me arruinar para todos os outros
homens.
Ronan fica de pé suavemente, sua boca sobe para o lado em
um sorriso fraco, e me oferece uma mão. Coloco as minhas na
sua e ele me ajuda a ficar de pé. Hesito por uma fração de
segundo e depois me viro e caminho de joelhos até o meio da
cama. Deito-me e faço como ele instruiu, meus braços sobre a
minha cabeça, alcanço a cabeceira da cama.
“Muito bom querida”, ele me elogia. Sinto a cama afundar
atrás de mim e percebo que ele está em cima de mim. Ele amarra
o cinto na cabeceira da cama e puxa, certifica-se de que é
razoavelmente resistente. Então sinto ele se mover atrás de mim e
amarrar meu tornozelo nos pés da cama.
Ele se inclina sobre mim, sua respiração quente contra o
meu pescoço. “Não se mova.”
Balanço a cabeça, pisco para as cortinas, o edredom e a
parede preenche minha visão.
Ele sai, mas então ouço retornar imediatamente. Fecho
meus olhos e ele segura meu tornozelo direito como fez com o
esquerdo. Sinto minha saia subir na parte de trás das minhas
coxas quando abre minhas pernas para me amarrar na cama.
“Oh, espere, minha saia. Não devo...?”
“Shh...” Ele me corta com um silêncio suave, a ponta de um
único dedo desliza do meu calcanhar, ao longo da parte de trás
da minha perna, para apenas sob a bainha. “Deste ponto em
diante, você só tem permissão para dizer quatro coisas: 'sim', 'por

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favor', meu nome e 'hortelã', a menos que eu instrua o contrário.


Você entende?”
Balanço a cabeça e concordo em silêncio. “Sim... Sr.
Fitzpatrick.”
Ele para, como se eu o tivesse surpreendido. Mas então eu o
ouço rir, seu dedo puxa minha saia até as minhas pernas. “Ah,
isso vai ser divertido.”
Ele usa apenas a boca a princípio, me morde, me saboreia,
lambe e devora a pele nua do meu pescoço, ombros, costas e
pernas. Parece divino, e estou derretida, me torno borracha. Ele
ainda está completamente vestido, mas de alguma forma isso fica
ainda mais sexy.
Então ouço um zumbido e endureço, meus olhos se abrem
com alarme. Suas mãos se movem sob minha saia, levantam-na
lentamente até que minha calcinha de renda branca e meu
traseiro estão expostos. O zumbido fica mais alto; e tento
pressionar meus joelhos juntos, mas não consigo porque meus
tornozelos estão amarrados. Um pico de medo, mas também
antecipação, pulsa através de mim.
Ele se inclina sobre mim, lambe meu ouvido e sussurra em
um suspiro, “Este será um dos seus brinquedos favoritos.”
A próxima coisa que sei, ele levanta meus quadris um pouco
da cama, então meu traseiro está no ar, e ele pressiona algo que
vibra no meu centro. Move-o de um lado para o outro sobre a
calcinha de renda com dolorosa lentidão, do meu clitóris para a
minha abertura, e amaldiçoo o pedaço de tecido que separa meu
corpo de seu dispositivo misterioso.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Oh...” Balanço meus quadris, arqueio as costas, esforço-


me, amo a deliciosa tortura.
Ele move a deliciosa vibração para longe. “Ah, agora. Diga,
‘por favor’.”
“Por favor…”
“Diga meu nome.”
“Por favor, Sr. Fitzpatrick.”
Ouço-o dar um pequeno grunhido de apreciação, e então o
brinquedo volta. Desta vez, ele muda minha calcinha para um
lado e entra em mim com os dedos enquanto pressiona o vibrador
no meu clitóris.
Respiro fundo, meus quadris balançam e pressionam para
trás, preciso que ele seja mais duro, preciso da vibração mais
alta. Mas ele continua a me provocar. Morde meu traseiro então
lambe o local, traça sua língua da minha bochecha esquerda até
a parte inferior das costas.
“Você está tão molhada para mim, Annie. Quer que eu te
foda, não é? Quer meu pau grande dentro de você. Quer que eu te
envolva e te encha.” Ele remove seus dedos e seu brinquedo, e
grito, meu sexo aperta sem nada.
“Sim, por favor, Sr. Fitzpatrick.” Minha respiração engata;
meu corpo está em chamas e luta contra os laços. Preciso dele,
sua pele nua. Preciso do contato e do seu calor sedoso. Estou tão
vazia.
“Então você será minha. Diga que é minha, Annie.” Ouço o
zíper dele e depois o som suave de sua calça cair nos seus
joelhos. A cama abaixa atrás de mim, entre minhas pernas
abertas.

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L.H. Cosway & Penny Reid

“Sou sua; por favor, sou sua.”


Sinto-o agarrar o cós da minha calcinha pouco antes de
ouvir o som distinto de ele rasgá-la ao meio. Sinto a cabeça de
sua ereção contra a minha entrada e tento empurrar para trás.
Ele ri, embora pareça tenso.
“Diga-me sou seu.”
“S―Sou sua.”
“Não...” Ele move-se de modo que sua cabeça grossa
desenha um círculo ao redor do meu clitóris, espalha minha
excitação sobre nós dois.
Gemo, arqueio as costas até que é quase doloroso.
“Não, diga, Ronan, você é meu. Diga.”
“Ronan, você é meu; você é meu.” Engulo a última palavra,
em seguida, mordo meu braço, preciso sentir alguma coisa. Esse
limbo entre provocações sensuais e porra total está me deixando
louca.
Ele empurra para dentro de mim e choramingo. Ele parece
incrível, necessário. Ronan inclina-se para frente e sinto seu
peito, ainda vestido em seu terno, nas minhas costas. Por alguma
razão, o fato de que estou nua para ele, exceto pela saia ao redor
da minha cintura e ele ainda está principalmente vestido me faz
ainda mais excitada.
Mal consigo me mexer, exceto por inclinar meus quadris
para trás para encontrar seus impulsos. Ele me cerca, me prende,
paira sobre mim, me enche. Não duro muito, e gozo com um grito
estrangulado, falo o nome dele, falo, por favor, e oh Deus e sim.
“Perfeita, minha garota perfeita. Amo o jeito que você goza
no meu pau.”

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L.H. Cosway & Penny Reid

Sinto ele se afastar antes que eu termine, encaixa uma das


mãos dele entre o meu estômago e o colchão e levanta meus
quadris. Ele encaixa o vibrador entre as minhas pernas, dança e
bate contra o meu clitóris, enquanto bombeia para dentro e para
fora.
Então, volto e dói muito, muito bom. Isso me abala, é uma
explosão de calor branco e estrelas sob a minha pele, fluxos de
êxtase e prazer e dor correm pelas minhas veias. Parece selvagem,
ardente e descontrolado; e não tenho escolha senão abandonar-
me a ela, minhas mãos amarradas agarram punhados do
edredom, viro meu rosto no colchão para abafar meus gritos altos
enquanto lágrimas vazam dos cantos dos meus olhos.
Não me recupero, tremores ainda me atrapalham, quando
Ronan desmorona em cima de mim com um gemido
estrangulado, meu nome em seus lábios.
Nossa respiração pesada se mistura. Sinto o baque do seu
coração nas minhas costas. Combina com o meu.
Eu o amo.
Amo o que acabamos de fazer.
Quero fazer isso todos os dias. Quero acordar com ele todos
os dias, vê-lo, tocá-lo, ouvi-lo rir, ouvir suas histórias, ficar
chocada com sua boca suja todos os dias.
Ele vale a pena perder meu anonimato. Quero compartilhar
tudo com ele.
Tenho que dizer a verdade.
Vou contar a ele a verdade.
Não sei como dizer a verdade porque não quero perdê-lo.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Capítulo 20
@ RonanFitz: Minha namorada é tão bonita.
@Anniecat: @RonanFitz: Sossega agora.
@ RonanFitz: @Anniecat Volte para a cama, amor.

*Ronan*

Tudo o que quero é me trancar na suíte do hotel com Annie.


Infelizmente, quanto mais as pessoas percebem que estou no
país, mais merda me pedem para fazer. Honestamente, é
exaustivo ter que me encontrar e cumprimentar e ser sociável
quando tudo que quero é amarrar Annie à minha cabeceira da
cama e provocar seu corpo até que ela implore pela liberação.
Mas assim é a vida. Quero voltar para a equipe o mais rápido
possível, e sorrir para as câmeras é a única maneira de acelerar o
processo. Quando saímos, sempre temos uma audiência de pelo
menos trinta fotógrafos. Pareço viver em uma tigela de peixinho
dourado.
Estamos voltando do nosso último compromisso, um jantar
de caridade, e os organizadores contrataram uma limusine para
nos levar para o hotel. São apenas seis e meia, mas mostramos
nossos rostos; e tão ansioso quanto estou para estar sozinho com
Annie, também quero dormir por pelo menos dez horas. Então,

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

uma partida antecipada foi necessária. Ela verifica o armário de


bebidas e reclina no longo assento, emite um pequeno suspiro
cansado.
Encaramo-nos por um momento, sorrio em contentamento.
Não acho que vou superar seu sorriso. Seu rosto. Ela está em
meus sonhos e meus pensamentos. Estou completamente
invadido por essa mulher, e não há outro lugar em que eu prefira
estar.
Inclino-me para frente, descanso meus cotovelos nos joelhos
e deixo meus olhos percorrerem seu corpo. Ela parece tão exausta
quanto eu.
“O que há de errado, amor? O dia está tendo problemas com
a noite chegando?” Provoco.
Ela solta o bocejo mais adorável que já vi e finge fazer cara
feia. “Você é um estúpido motorista escravo sexy, Ronan
Fitzpatrick. E meus pulsos doem.”
Sorrio. “É Sir Ronan Fitzpatrick para você. Venha aqui, vou
massageá-los.”
Ela mostra a língua para mim e pega uma pequena garrafa
de licor do armário de bebidas para examinar o rótulo. Dou a ela
um olhar reprovador antes dela finalmente se arrastar pelos
assentos e no meu colo. Respiro fundo e passo meus braços ao
redor dela com força. Há uma expressão pensativa em seu rosto
antes de dizer baixinho, “Gosto de estar aqui com você. Você
parece, eu não sei, mais você mesmo neste país do que nos
Estados Unidos.”
“Não tem nada a ver com geografia, Annie. É só você. Estar
com você me deixa mais calmo do que jamais me senti. Estar

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dentro de você parece em casa,” falo, sussurro a última parte


roucamente.
Vejo-a estremecer com minhas palavras antes que ela traga
o nariz para o meu e se aninha. O gesto afetuoso faz meu coração
apertar. Deus, como eu a amo.
Tomo ambos os pulsos em minhas mãos e começo a
massageá-los, percebo que fui um pouco áspero com ela na noite
passada. Tenho que aprender a ter mais controle. Normalmente,
sou a definição de controle no quarto, mas com Annie costumo
perder um pouco. É como se estivesse esperando a minha vida
inteira pela parceira ideal, e agora que eu a encontrei, é
impossível me segurar.
Quando chegamos ao hotel, Annie descansa a cabeça no
meu ombro, seu corpo flácido e relaxado enquanto eu a acalmo
com meus dedos. Ficaria contente em ficar assim por horas, e
sinto o desejo de dizer ao motorista para fazer outro ciclo na
cidade; mas nós dois precisamos dormir. E sim, o sexo sonolento
com Annie antes de finalmente nos separarmos também soa
atraente.
Felizmente, há apenas um punhado de fotógrafos andando
quando saímos da limusine. Eu a levo até o elevador e ficamos de
frente um para o outro enquanto outras pessoas entram e saem.
Não consigo parar de sorrir para ela, digo-lhe com os olhos todas
as coisas que planejo fazer com ela quando chegarmos ao nosso
quarto. Há apenas mais um andar até o nosso e, finalmente,
estamos sozinhos no elevador. Ela me dá aquele olhar que amo,
aquele em que olha para mim por baixo de seus cílios, e no
momento me sinto muito cheio de emoção. Estou tão apaixonado

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por ela que está me afogando, e o estouro de água sai em minhas


palavras. Mal tenho que pensar sobre isso. Acabo por dizer isso.
Sei que é o que quero. Ela é tudo que eu quero.
“Case comigo.”
Ela olha para mim, os olhos ficam maiores a cada segundo
enquanto minhas palavras pairam no ar.
“O quê?” Ela sussurra, e antes que eu possa hesitar, bato a
minha mão no botão para parar o elevador e fico de joelhos. Tomo
a mão dela na minha, falo de novo, os olhos brilham, o coração
martela. “Amo você, Annie, e quero que se case comigo.”
“Você é... você é... levante-se, Ronan.”
“Não até que me responda”, falo com firmeza, vejo milhares
de “sim” escritos em todo o seu rosto, mas nem um deles deixa
seus lábios.
Seu corpo inteiro começa a tremer, e eu me levanto, tomo
seu rosto em minhas mãos e beijo suas bochechas, seu nariz, seu
queixo, suas pálpebras, cada parte dela que eu adoro.
“Acho que preciso me sentar”, ela diz assim que o elevador
range novamente. Alguém obviamente substituiu meu comando
para pará-lo. Pego a mão dela na minha e a levo, a olho o tempo
todo e tento ler o que está pensando. Apenas me coloquei inteiro
lá fora por ela, e sua hesitação está me matando a cada segundo
que passa.
Quando chegamos à suíte, tudo parece normal no começo.
Abro a porta com o cartão-chave e Annie entra, tira os sapatos e o
casaco. Noto que algumas almofadas estão espalhadas no chão, e
a gaveta de uma das mesas foi aberta.

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“Oh, merda!” Ouço-a gritar quando ela entra no quarto.


Estou pesado em seus calcanhares e a encontro de pé com as
mãos na boca em pânico. O lugar está destruído, nossas malas
abertas e roupas jogadas por toda parte. Cada gaveta e o armário
também estão abertos, e parece que alguém tentou entrar no
cofre, mas foi malsucedido. Há uma grande depressão no metal,
mas permanece fechada. Isso é um alívio porque é onde guardei
as fotos de sexo de Brona.
Assim que Annie toma um momento para se recompor, ela
mergulha para frente, vasculha freneticamente suas coisas e
murmura palavrões em pânico para si mesma. Pego o telefone e
imediatamente ligo para a recepção para informá-los do
arrombamento. O'Hare parece absolutamente chocado com as
notícias, e tenho a sensação de que esse tipo de coisa não
acontece aqui com frequência. É um hotel cinco estrelas e sei que
a segurança é de primeira.
Pode ser bandidos procurando por objetos de valor, mas por
que eles só invadiram um quarto? Não, isso parece alguém em
busca de informações, e com todos os paparazzi seguindo cada
movimento nosso, não passa por um deles em tentar algo assim
para uma exclusiva.
Quando olho para Annie, vejo que há lágrimas escorrendo
pelo rosto dela enquanto ela torce as mãos. “Ronan, meu laptop
se foi. Alguém o levou.”
Caminho em sua direção e pego suas mãos nas minhas,
esfrego o interior de seus pulsos com os polegares em um esforço
para acalmá-la.

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“A polícia está a caminho. E não se preocupe com o laptop.


Vou te comprar um novo. Você tem tudo em backup?”
Ela começa a sacudir a cabeça furiosamente. “Não, você não
entende. Não é sobre substituí-lo. É sobre as informações que
estão nele. Merda, Ronan, eu não posso...” As palavras falham
quando começa a soluçar, e eu a puxo com força para o meu
peito, envolvo-a com meus braços.
De repente, a causa de seu pânico me atinge. Ela
obviamente tem todos os seus arquivos Socialmedialite em seu
laptop. Se alguém invadir ele podem expô-la como a blogueira
anônima. Sem mencionar o fato de que ainda não sabe que eu
sei. Algo se contorce dentro de mim, algo afiado e horrível. Não
gosto de sentir que a estou enganando, e tenho certeza de que
metade do seu alarme é para a perspectiva de minha descoberta.
“Silêncio, amor; tudo ficará bem. Vou resolver isso,”
murmuro quando há uma batida na porta.
Coloco Annie na beira da cama, vou atender e sou recebido
por O'Hare e dois policiais. Faço questão de expressar minha
insatisfação com as medidas de segurança alto e claro. O'Hare
fica exausto, assegura-me que o preço da nossa estada será agora
gratuito. Não sou aplacado por isso, e acho que ele sabe. Penso
no quão fodido que poderia ser se os ladrões tivessem levado as
fotos de Brona e aperto meus punhos.
Pensar em alguém pegando as coisas de Annie me irrita
ainda mais. Não quero que o mundo saiba quem realmente é
tanto quanto ela não quer. Ela pode ter sido empurrada para o
mundo das celebridades por ser minha namorada, mas será uma
história completamente diferente se sua identidade como The

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Socialmedialite se tornar conhecida. Ela é o segredo mais bem


guardado da Internet e tenho certeza de que os que trabalham na
mídia venderiam os rins esquerdos para uma exclusiva.
Quero protegê-la tanto, e o fato de que isso está fora do meu
controle é difícil de lidar. Sinto como se pudesse destruir o
mundo apenas para manter Annie de ser exposta.
Faço um esforço conjunto para me acalmar, conto aos
policiais como encontramos o lugar, e O'Hare vai procurar as
imagens de segurança do corredor do lado de fora do nosso
quarto. Patricia entra com chá e sanduíches em um ponto e
desaparece no quarto para conversar com Annie. Percebo que ela
fecha a porta depois de um minuto e me pergunto o que estão
discutindo. Apesar de todo esse drama, minha proposta ainda
está na linha de frente da minha mente, e sei que se Annie não
estava certa em dizer sim antes, agora ela está positivamente
aterrorizada. O arrombamento não poderia ter acontecido num
pior momento possível.
Cerca de meia hora depois, estou na sala de monitoramento
do hotel, vejo um homem solitário caminhar até nossa suíte na
tela, mexer na fechadura e depois desaparecer dentro de nossos
quartos. Ele está usando um boné, mas nenhuma capa, e embora
a filmagem seja granulada, reconheço o idiota imediatamente. É
um dos paparazzi mais agressivos com quem já lidei e vem
seguindo Annie e eu sem parar desde que chegamos a Dublin. Até
sei o nome dele porque ouvi outro fotógrafo chamá-lo de Gavin
uma vez. Depois que a polícia sai para procurá-lo, penso em
voltar para a suíte, onde sei que Annie ainda está em tumulto,
mas minha culpa e apreensão me afastam.

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Não quero que diga que não se casará comigo, mas também
preciso dizer a ela que sei que ela é The Socialmedialite. Antes de
fazer isso, porém, preciso de uma porra de bebida.
No bar, estou completamente fora do personagem, derrubo
três doses de uísque todas seguidas. Noto algumas mulheres
sentadas perto de mim e ficam irritadas com isso por algum
motivo, então não fico muito tempo. Saio logo após o terceiro tiro
de coragem líquida e pego o elevador até nossa suíte. Quando
chego, Patricia já foi embora, mas os quartos foram arrumados.
Encontro Annie sentada na cama com uma xícara de chá de
hortelã nas mãos e um roupão de banho. Seu cabelo está
molhado e seus olhos vermelhos, o que indica que chora. Na
verdade, pelo jeito, ela chorou muito e quero me dar um soco por
não estar lá para confortá-la.
“Temos uma pista sobre o ladrão”, falo a ela suavemente, de
pé na porta. Ela olha pela janela, sem encontrar meu olhar.
“Estou quase certo de que é um dos paparazzi que vem nos
seguindo. Idiota total. Há uma boa chance de termos seu laptop
de volta em uma só peça.”
Seus olhos piscam para mim e a vejo engolir. “Você não
entende. A primeira coisa que ele fará é baixar meu disco rígido
inteiro. É a informação que é valiosa, Ronan, não o laptop.” A voz
dela fica muito baixa quando sussurra, “Eles vão usar isso contra
mim.”
Vê-la assim me causa dor. Quero compartilhar seu fardo,
dizer a ela que tudo ficará bem, mas não consigo. Fecho meus
punhos e cerro meus dentes.

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“Vamos descobrir juntos, Annie. Você não está sozinha


nisso”, tento tranquilizá-la.
Seus olhos estão lacrimejando de novo, mais lágrimas se
formam, e o olhar que ela me dá faz meu coração quebrar em
dois. “Você não vai dizer isso depois de saber a verdade. Não vai
querer mais nada comigo.” Uma pausa, antes de ela continuar
baixinho, “Especialmente não casamento.”
Dou três longos passos no quarto e sento-me na beira da
cama. É isso. Ela pode me dizer agora, e tudo estará em aberto.
Não tenho que admitir que já sabia. “Que verdade?” Murmuro.
“Do que está falando, querida?”
Nossos olhares se encontram, e o olhar de puro terror em
seu rosto me diz que ela nunca vai admitir isso. “Nada. É apenas
informação do cliente. Pode causar problemas para eles se a
imprensa colocar as mãos em documentos particulares.”
“Você está mentindo”, falo. “Annie, nunca pense que há algo
que não pode me dizer. Eu te amo. Sabe disso. Nada pode mudar
isso.”
“Não estou mentindo”, ela resmunga.
Frustrado, subo ao centro da cama e pego seu rosto em
minhas mãos. “Você está. Não tenha medo, amor. Não vou a lugar
nenhum.”
“Não pode saber disso.”
“Sim eu posso. Conte-me.”
Sinto seu pulso vibrar contra as pontas dos meus dedos,
sua respiração cresce em pânico. Ela é como um pequeno
pássaro preso em uma gaiola, desesperado para se libertar. Odeio
colocá-la na gaiola, então decido tirar a bala. Parece que todo o ar

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sai de mim enquanto exalo pesadamente e falo, “Olha, não


precisa se preocupar com nada. Eu já sei.”
O tempo diminuiu. Annie franze a testa. Engulo. Cada
músculo do meu corpo se aperta e a compreensão ilumina seus
olhos.
Ela se afasta o máximo que pode, o que não é longe, e odeio
como está olhando para mim nesse momento. Está olhando para
mim como se eu fosse um estranho. A suspeita ata suas palavras.
“Você sabe o quê, Ronan? O que você sabe?”
Em um piscar de olhos, as mesas se transformam, e agora
sou o único que entra em pânico. Ela tenta se afastar de mim
novamente, mas agarro seus ombros, prendo-a no lugar. “Sei
sobre o seu blog”, falo, tento soar forte e confiante e falho
miseravelmente. Minha voz é toda áspera e irregular. “Sei que
você é realmente a The Socialmedialite.”
Seus olhos piscam para frente e para trás entre os meus em
descrença pelo que parece uma eternidade. Quando finalmente
fala, é apenas uma palavra.
“Não.”
“Por favor, deixe-me explicar.”
Ela aperta os olhos fechados. “Isso não está acontecendo.”
Um segundo ela está fraca, perturbada, mas no segundo
seguinte, tudo muda. Ela abre os olhos e olha para mim. “Há
quanto tempo sabe? Como descobriu?”
“Seu telefone”, confesso. “Aquela vez que perdeu. Você
deixou no meu carro. Um tweet apareceu na tela da sua conta
Socialmedialite. Coloquei dois e dois juntos.”

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Seu peito sobe e desce de raiva, mas não deixo ela me


empurrar. “Isso foi há semanas! Você… eu… nós… trocamos e-
mails desde então. Você fingiu...”
“Você fingiu, também”, falo cortando-a. “Fingiu por mais
tempo; mas te perdoei e agora você precisa me perdoar.”
“Solte-me”, ela fumega.
“Não fuja de mim”, imploro.
“Eu disse: SOLTE-ME!” Ela grita, e meu corpo fica mole.
Solto-a imediatamente, e ela sai da cama, pisa no carpete
enquanto caminha pelo quarto. Estou quebrando em pedaços
minúsculos enquanto a sinto emocionalmente cortar todos os
laços. Não consigo lidar com isso. Estou muito apaixonado e se
ela me deixar agora, nunca me recuperarei.
“Sinto muito, amor; por favor, venha aqui e deixe-me
explicar. Deixe-me explicar por que menti”, falo, soa como um
homem desesperado. Ela é a única mulher pela qual estou
desesperado. Tenho que fazer isso direito.
Ela para de andar e se vira para mim, fala em paragens e
começa como se juntasse pedaços de um quebra-cabeça em sua
mente. “Você me manipulou. Você me escreveu e-mails
procurando conselhos românticos e sabia que era eu o tempo
todo. Escreveu esse e-mail dizendo que me amava sabendo que
eu seria a única a lê-lo. Você não pode simplesmente…” Sua voz
quebra quando as lágrimas tomam conta. “Você me enganou,
Ronan!”
“Não estava tentando enganar você. É a verdade!”
“A verdade? É isso? Ou tudo é um jogo? Mandou aquele e-
mail só para eu deixar você me foder?”

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Ok, agora estou chateado. Levanto da cama e caminho em


direção a ela, apoio-a e bato minhas mãos na parede atrás dela.
Vacilo um pouco quando se encolhe. “Eu não jogo, e só fui real
com você, Annie. Enviei esses e-mails porque queria que
soubesse como eu me sentia, mas sabia que, se lhe contasse
pessoalmente, eu a assustaria. Escrever isso e deixá-la ler sem
ter que responder deu-lhe segurança. Não importa o que pense,
você sempre vem em primeiro lugar para mim. E pedi a você para
se casar comigo porque quero que saiba que eu quero tudo. Você
me tem corpo, coração e alma.”
Ela fecha os olhos quando fala. “Por favor, pare.
Simplesmente pare…”
Um nó se forma na minha garganta quando me afasto. Viro
a cabeça, ela olha para mim e olha para o chão. Sua voz é mínima
quando fala, olhando para os pés, “Você não consegue ver? Eu
me sinto... violada e exposta tendo você sabendo, tendo alguém
sabendo.”
“Sou apenas alguém para você?”
Ela não me responde. Em vez disso, balança a cabeça e
continua como se eu não tivesse falado. “Blogar... blogar sempre
foi meu maior segredo. Isso provavelmente vai parecer loucura,
mas é o único lugar onde posso ser livre e completamente feliz, o
único lugar onde posso ser o meu verdadeiro eu sem medo. Se as
pessoas souberem que sou eu, então não é mais minha fuga.
Você tirou essa liberdade de mim, Ronan, e não tenho certeza se
posso perdoar isso.”
Não sou um chorão. Na verdade, posso contar em uma mão
o número de vezes que realmente chorei na minha vida, mas logo

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sinto um vazamento de lágrimas. Ela está tão, tão prejudicada


por suas experiências, e escrever era sua maneira de escapar.
Mas tinha que ser anônimo. Essa é a única maneira que
funcionava. E agora ela sente como se eu tivesse arruinado isso.
“Eu nunca contaria a ninguém”, começo; mas ela me corta,
e sua paixão volta quando joga as mãos para fora com raiva.
“Essa não é a questão! Esse ladrão tem meu laptop. Em
breve, ele saberá meu segredo e o venderá ao maior lance. Vou
ser perseguida. Minha vida nunca vai voltar a ser como era. Era
segura e confortável, e embora pudesse ser solitária, era perfeita
para mim. Gostaria de nunca ter te conhecido! Se não tivesse,
nada disso teria acontecido!”
Meu coração cai no chão. Posso literalmente ouvir o terrível
e sangrento baque. Estou acabado. Suas palavras cortam em
mim como uma faca. Devo parecer completamente infeliz quando
fico aqui, olho para ela, imploro-lhe com os olhos para não fazer
isso.
Ela faz isso de qualquer maneira, mal olha para mim
quando diz asperamente, “Você tem outro lugar onde pode ficar?
Gostaria de ficar sozinha.”
“Você está brava. Entendo. Mas se eu for, vai falar comigo
pela manhã? Dar uma chance para explicar?”
“Certo, tudo bem.”
Ela não olha para mim, mas suas palavras me dão um
pequeno alívio. Posso consertar isso. Depois que ela tiver algum
tempo para deixar sua raiva se dissipar, ela me ouvirá.
“Tudo bem então. Eu vou,” falo tristemente e começo a me
mover em direção a ela. Preciso beijar sua bochecha, abraçá-la,

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qualquer coisa, antes de sair, mas o olhar que me dá quando me


aproximo me diz que não. Ela não pode me dar nada então.
Sinto-me como um homem agonizante enquanto saio da suíte,
mal o suficiente para ir à recepção e arranjar outro quarto para
mim. A mulher na recepção me dá um olhar estranho, então
minto e falo a ela que não nos sentimos confortáveis em ficar em
um quarto que foi arrombado. Depois que falo isso, ela está
praticamente caindo sobre si mesma para me oferecer outra
suíte.
Apesar do meu cansaço, não durmo nada. Em vez disso,
sento e assisto a televisão estúpida e tento resistir à vontade de
voltar para Annie e forçá-la a me ouvir. Tento me convencer de
que dar a ela espaço é a melhor ideia e que forçar as coisas com
ela nunca funcionou antes.
Às seis e meia da manhã, tomo um banho para tentar me
acordar e visto o mesmo terno que usei para o jantar na noite
anterior. Ao encontrar O'Hare na mesa do concierge, pergunto se
a polícia tem informações sobre o roubo. Ele sorri com orgulho e
me diz que estava prestes a vir me encontrar. Eles pegaram o
ladrão e devolveram os pertences roubados, que consistiam nos
laptops meu e da Annie, nosso itinerário de viagem e o tablet da
Annie.
Pela primeira vez desde ontem, sinto vontade de sorrir.
Annie certamente estará na lua por ter suas coisas de volta e
pode até ficar menos zangada comigo. Levo nossas coisas até a
suíte, estou com um sorriso estúpido e esperançoso no rosto,
penso que vai fazer tudo melhor. Abro a porta e chamo o nome
dela. Não recebo resposta, chamo de novo e abro a porta do

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quarto um pouco, acho que ela ainda está dormindo. Meu


coração pula uma batida quando olho para dentro.
A cama está vazia. E na cômoda há um pequeno pedaço de
papel com uma nota.

Ronan
Estou pegando um voo para casa mais cedo. Não posso mais
ficar aqui.
Eu sinto muito.
Annie

***

Tenho minhas coisas prontas e estou organizando um voo


em segundos depois de ler o bilhete dela. De jeito nenhum. Não
há nenhuma maneira de eu a deixar terminar as coisas assim.
Quinze minutos depois, estou do lado de fora e em um táxi para o
aeroporto. Tento ligar para ela um monte de vezes, mas o telefone
dela está desligado, o que me faz pensar que provavelmente está
no ar. Eu me pergunto quantas horas estou atrás dela. Ela saiu
cedo esta manhã, ou simplesmente foi no momento em que a
deixei na noite passada?
Merda, nunca deveria tê-la deixado. Não posso acreditar que
ela me deixou. Ela disse que nos daria a chance de conversar.
Mas não fez. Mentiu, e essa é a mensagem.
Não demora muito para checar minha bagagem e passar
pela alfândega. Não como desde ontem, e meu estômago está
começando a me contar tudo quando chego à sala VIP. É

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enervante. Nunca me esqueço de comer. Nunca. Essa coisa com


Annie está bagunçando minha cabeça, meu grande momento.
Estou prestes a ir em busca de comida quando paro de
súbito; sentados à mesa perto da janela estão meus avós
paternos, Mick e Marie Fitzpatrick. Bebem café e mordiscam
bolinhos de café da manhã, mal conversam um com o outro, com
a silenciosa urbanidade das classes altas.
Sério, o mundo está cagando em mim hoje.
Não tenho certeza do que é. Talvez esteja desmoronando
depois de tudo o que aconteceu com Annie porque há muito
tempo desisti de tentar fazer parte de suas vidas, mas sinto o
desejo de enfrentá-los. Eles nunca quiseram ter nada a ver com
Lucy e eu, e sempre fiquei irritado com isso, disse foda-se a eles e
ao seu dinheiro. E por um longo tempo estou segurando essa
raiva, deixando-a apodrecer e me fazendo sentir que nunca fui
bom o suficiente. Que nunca poderia alcançar qualquer padrão
ridículo que essas pessoas tivessem estabelecido para si mesmas.
Eles provavelmente estão indo em uma das muitas férias de
luxo que tenho certeza que vão todos os anos. Paro por um
momento e os observo quando começam a brigar um com o outro
sobre alguma coisa. Nesse momento, percebo o quão sem
importância eles são. Como minha raiva ao longo de todos esses
anos, especialmente quando era mais jovem, foi tão inútil.
Sem pensar, meus pés estão se movendo e estou andando
na direção deles. Faz muito tempo desde que eu me envolvi com
eles, e me machuquei pela rejeição deles naquela época. Agora
estou olhando para eles com olhos novinhos em folha.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Não dou mais duas merdas sobre eles, e isso é


absolutamente libertador.
“Ah, vovó e vovô, como estão indo esta manhã?” Cantarolo e
puxo uma cadeira para a mesa deles. Marie assusta-se
comicamente, parece uma coruja aterrorizada, e Mick começa a
mexer-se desconfortavelmente na cadeira.
“Ronan, isso é inesperado”, diz, senta-se em linha reta e
olha por cima do meu ombro, estou supondo por algum tipo de
desculpa para sair. Está velho agora e estou no auge da minha
vida. Ele olha para mim com cautela, como se achasse meu
tamanho inquietante. Tomo um pequeno pedaço de prazer com
isso. Houve um tempo em que eu era fraco e ele forte. Agora as
mesas estão bem e verdadeiramente viradas. Estendo a mão, pego
um pouco de muffin do seu prato e dou uma mordida. Não
porque quero, mas porque quero deixá-lo tão desconfortável
quanto possível. O filho da puta está chegando.
“Então, onde está indo desta vez? Espere, deixe-me
adivinhar; é Mykonos novamente, não é? Você sempre gostou da
velha Mykonos, Mick”, falo, zombo e cutuco com o cotovelo. “Eles
têm algumas boates fabulosas lá, ouvi falar. Ótimo para quando a
vovó quiser relaxar com um bom livro e você puder sair, hein?
Conhecer uma companhia masculina de pensamento
semelhante.”
Marie está começando a ficar envergonhada, seus olhos
imploram para que o marido se livre de mim. Outras pessoas
começam a olhar, e se Marie Fitzpatrick odeia qualquer coisa, é
uma cena.

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L.H. Cosway & Penny Reid

“Você está sendo desagradável”, Mick diz. “E minha esposa e


eu agradecemos se for embora.”
Bato minha mão na mesa com força, e ele pula em sua
cadeira. É hilário e estou um pouco bêbado no poder. Não preciso
mais da aprovação dele. Por que não percebi isso anos atrás?
“Vou quando estiver bem e pronto”, falo, com voz firme,
certifico-me de que ouça a ameaça.
“Mick, ligue para a segurança do aeroporto”, Marie diz, toda
estridente e aguda. “Isso é assédio.”
“Se isso fosse assédio”, começo, meu tom silenciosamente
sinistro, “Ainda não estaria sentada confortavelmente em seu
assento. Par de malditos covardes, os dois. Estão tão
preocupados com o que as outras pessoas acham que vivem vidas
vazias e solitárias e perderam o conhecimento de seus netos. É a
sua perda. Vocês ouviram isso? Vocês perderam.”
Mick tira o celular do bolso agora, procura o número do
departamento de segurança do aeroporto. Sorrio e empurro
minha cadeira para trás. “Relaxe, seu neto desprezível está
saindo agora, então vocês podem voltar a discutir e
silenciosamente odiar um ao outro. Eu costumava te odiar. Agora
tenho pena de vocês.”
E com essas palavras de despedida, saio.
Ainda não tenho ideia do que farei quando chegar à Nova
York. Não tenho ideia do que dizer a Annie quando a ver. Estou
tão zangado com ela por desistir, por fugir, por não confiar em
mim, por mentir sobre me dar uma chance.
Não é como foi com Brona. Eu respeito Annie, quero casar
com ela, estou bem e verdadeiramente apaixonado por ela, e ela

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L.H. Cosway & Penny Reid

jogou tudo de volta na minha cara. Desistiu de nós sem lutar,


como se não tivéssemos importância.
Mas sei que se por algum milagre encontrarmos uma
maneira de superar todas as nossas besteiras juntos, nunca
seremos como Mick e Marie Fitzpatrick.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Capítulo 21
O Ladrão: Quando alguém bate no assunto, rapidamente tira uma foto e foge.
Melhor para: Fotos em close quando o zoom digital na câmera do telefone não for suficiente,
pouca luz.
Não use: Se a pessoa for mais rápida que você. Você nunca vai se safar disso.

*Annie*

Sou uma covarde e hipócrita.


Mas principalmente covarde.
Não consigo controlar uma respiração completa ou uma
engolida completa, nem mesmo quando atravesso as portas do
meu prédio e sigo para o elevador. Achei com certeza que
começaria a me sentir melhor quando chegasse em casa, menos
caçada. Não me sinto.
Em vez disso eu me sinto... vazia. E desesperadamente
sozinha. E tola. E hipócrita. E covarde.
Nunca tive um problema com minha covardia antes. Ser
covarde sempre pareceu o curso de ação mais inteligente; parecia
o caminho mais seguro para a segurança sustentada e garantida.
Mas agora que fui corajosa, mesmo que por apenas algumas
semanas, ser covarde parece preferir viver no subsolo em vez de

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

voar pelo ar. Voluntariamente desisti da minha capacidade de


voar.
Traí Ronan mentindo para ele e depois julgando e
condenando-o.
Traí-me fugindo e não fazendo todos os esforços para
resolver nossos problemas, na verdade, meus problemas.
E não tenho ninguém para conversar sobre isso porque sou
uma merda de eremita!
Meu primeiro instinto é enviar uma mensagem a
WriteALoveSong e pedir ajuda... mas não posso fazer isso. Tenho
pseudo-amigos, pessoas que comentam no meu blog, mas não
confidentes da vida real. Nenhum amigo para ligar. Nenhuma
mãe para ter mais. Nenhum gay BFF30 para chorar enquanto ele
me faz martinis fabulosos. Comecei a interagir com algumas das
esposas e namoradas dos colegas de time de Ronan enquanto
estava na Irlanda, mas não posso ligar para elas agora, não sobre
isso.
Estou sozinha com minha covardia e monólogo interno
maluco.
“Droga, caramba, Pato Donald sem pênis,” murmuro, abro
minha mala, tento arrumar minhas roupas apressadamente
embaladas enquanto ao mesmo tempo tento classificar através
dos meus sentimentos apressadamente recheados. Ambos estão
em completa desordem. Tudo está enrugado e emaranhado, e eu
provavelmente vou chorar.
Então, meu telefone de casa toca e pulo com o inesperado
som estridente. Pisco, lembro que meu celular ainda está no
30
Best Friends Forever: Melhores Amigos Sempre.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

modo avião a partir do olho vermelho. Meu coração pula, penso


que pode ser Ronan, então corro e pego o telefone sem verificar a
identidade do usuário.
“Alô? Alô?”
“Annie?”
Meu coração salta e cai nas rochas abaixo, machucando-se.
Endureço e prendo a respiração porque a pessoa do outro lado
parece exatamente como a mãe de Ronan.
“Alô? Você está aí?” Pergunta, e agora tenho certeza de que é
ela.
Fecho os olhos para reunir qualquer aparência de armadura
mental que deixei e pigarreio antes de responder, “Sim. Estou
aqui. Olá, senhora Fitzpatrick. Como posso ajudá-la?”
Ela fica em silêncio por um longo momento. Acho que ouvi
uma porta abrir e fechar. Ela deixa escapar, “Sinto muito, Annie.
Sinto muito por ter sido tão... bem, uma cadela.”
Meio que me engasgo, meio rio enquanto meus olhos se
abrem; alcanço a mesa atrás de mim para equilíbrio.
“Hã...eu...hum... eu...” O que dizer a uma mulher que se chama
apenas de cadela com total sinceridade? Eventualmente, consigo,
“Sra. Fitzpatrick, não sei o que dizer.”
“Então, por favor, apenas escute.” Ela respira audivelmente
antes de continuar, “Primeiro, sinto muito. O que disse a você,
não estava certo. Não tinha direito. Meu filho... ele é como o pai
dele de muitas maneiras, mas também é muito diferente. Não tive
o melhor momento com o pai dele. Francamente nunca me
ajustei, e acho que ele sabia disso; mas eu o amava muito.”

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L.H. Cosway & Penny Reid

“Sra. Fitzpatrick, não precisa me dizer isso. Não quero que


você se sinta...”
“Mas eu quero. Preciso te contar, porque você ama Ronan e
ele ama você. A maior parte da merda impressa pela mídia é
apenas isso, merda. Mas as fotos não mentem. A maneira como
vocês dois se olham, posso ver isso. É óbvio para todos que você
se importa com ele profundamente.”
Esfrego minha testa com as pontas dos dedos; essa não é
uma conversa que estou pronta para ter. “Não posso...”
Ela me interrompe novamente. “Ele me contou sobre o seu
passado, sobre como você cresceu.”
Não tenho resposta para isso, apesar de me sentar e soltar
um suspiro silencioso. Inexplicavelmente, meu queixo começa a
tremer.
“Sei algo sobre se sentir indigna, Annie. E me desculpe se fiz
você se sentir assim.”
Balanço a cabeça. “Você estava certa. Ele merece mais. Ele
merece alguém melhor que eu.”
“Não, ele realmente não merece.” Ela ri levemente. “A
maneira como cuidou dele, ajudou-o, expôs-se aos olhos do
público. Não tenho certeza se há melhor que você. E, de qualquer
forma, ele quer você. Ele ama você, Annie.”
“Eu sei”, meio que soluço.
“Então vamos começar de novo. Vamos ser amigas.”
Estou chorando agora, mas em silêncio, e soluço de modo
indelicado quando falo, “Amigas?”
“Sim. Amigas. Sou uma mãe de merda, a pobre Luce dirá
isso, mas acho que posso ser uma boa amiga.”

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L.H. Cosway & Penny Reid

Fungo, “Ah, Sra. Fitzpatrick...”


“Por favor, me chame de Jackie.”
“Jackie, se soubesse o que eu...”
“Nada disso. Apenas me prometa que vai pensar sobre isso,
certo?”
“Mas...”
“Por favor, me prometa. Por favor. Por amor a Ronan?”
Puxo uma respiração calmante e forço minha voz a ser
firme. “Sim. Pelo bem de Ronan, faria qualquer coisa. Mas
igualmente… quero começar de novo também.”
“Bom! É um acordo. Luce ficará tão feliz; ela... bem, ela é
uma boa menina. Estaremos de volta aos Estados Unidos na
próxima semana e sei que Ronan está a caminho agora. Vamos
ficar todos juntos.” O tom dela muda, e tenho certeza de que ela
está ansiosa para terminar a conversa, provavelmente não quer
forçar sua sorte.
“Espere, Jackie, você deve saber disso... não sei como te
dizer isso, mas...”
“Diga-me na quinta-feira. Ouça, tenho que correr. Vou ligar
para você quando chegarmos. Falamos logo!”
“Espera...”
É tarde demais; ela desliga, fico me sentindo como se fui
jogada para um furacão. Balanço a cabeça e aperto o botão “off.”
Um grande inchaço gigante de remorso enche cada centímetro do
meu peito e irradia para fora, entorpece meus dedos e zumbe
atrás das minhas orelhas.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Então o telefone toca mais uma vez. Desta vez, verifico o


identificador da chamada. A tela me diz que a ligação se origina
da Davidson & Croft. Pode ser Gerta, então respondo.
“Alô?”
“Annie. Você voltou.”
É Joan.
“Hã, oi, Joan, sei que não deveria estar de volta até...”
“Bem, temos muito que discutir! Estou tirando você da conta
do Fitzpatrick.”
Não falo nada por alguns segundos porque minha mente não
consegue entender as palavras que Joan acaba de falar.
“Annie...?”
“Hã, sim. Desculpe, estou aqui.”
“Ouviu?”
“Não, quero dizer sim. Pelo menos, acho que ouvi você, mas
não entendo o que quer dizer.”
"Estamos atribuindo Beth como a principal ligação para o
Sr. Fitzpatrick. Você pegará de volta The Starlet. Além disso,
sinta-se livre para guardar as roupas, mas, por favor, se vista
como quiser. Obviamente, não me importo de um jeito ou de
outro...”
Esfrego a testa com as pontas dos dedos novamente, sinto-
me agudamente esgotada, e tento entender o que Joan está
dizendo. Ela tagarela sobre o meu cardigã cor-de-rosa e como é
uma pena que escolho usar azul marinho e marrom quando o
vermelho e os tons das joias me beneficiam muito mais.
A essência de sua conversa unilateral é a seguinte: estou
sendo tirada da campanha de Ronan. Não importa como sou ou

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L.H. Cosway & Penny Reid

como me visto; ela valoriza meu cérebro. No entanto, é importante


que eu entenda quais cores não combinam melhor com a minha
aparência. Amarelo é um desastre completo.
…Estou sendo retirada da campanha de Ronan.
Meu cérebro dói.
“Espera! Espera um minuto, apenas pare de falar”, grito
para o telefone e para o interior do meu apartamento. Sou
recebida pelo súbito silêncio de Joan quando fecho os olhos e
esfrego o centro do meu peito com as pontas dos dedos, tento
encontrar o caminho certo para fazer minha próxima pergunta.
Decido que não há maneira certa de fazer a pergunta, então
pergunto, “Por que estou sendo retirada da conta do Fitzpatrick?”
Ouço Joan limpar a garganta, posso vê-la nos olhos da
minha mente endireitar a coluna e franzir os lábios. Ela não gosta
quando as pessoas estão exigindo.
Por fim, incapaz de aguentar o suspense de seu silêncio frio,
acrescento em um tom muito mais calmo, “Sinto muito, Joan.
Sinto muito. Não deveria ter... gritado. Peço desculpas. Estou
muito surpresa por ser removida do time de Ronan. Trabalhei
muito nessa conta e gostaria de saber por que estou sendo
excluída.”
Seu tom suave e medido me surpreende quando ela explica,
“O Sr. Fitzpatrick ligou hoje de manhã. Pediu que você fosse
removida de sua equipe. Além disso, pediu que o relacionamento
que fizemos para a mídia termine imediatamente.”
“Ele... ele fez o quê?” Agora meu cérebro e meu coração
doem.

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L.H. Cosway & Penny Reid

“Obviamente, eu disse a ele que está cometendo um erro.


Você é a melhor neste negócio, eu disse a ele. Seu esboço de
imagem ideal tornou-se uma realidade muito mais rápido do que
poderíamos prever, em grande parte devido à sua estratégia de
timing, à campanha de mídia social e o seu envolvimento como
seu interesse amoroso falso. A percepção pública é exatamente
como você projetou. Expliquei ainda que não poderíamos
simplesmente terminar as coisas entre vocês dois. Teremos que
eliminá-la aos olhos do público e colocar em fase alguém que seja
igualmente compreensível e simpática. Caso contrário, corremos
o risco de fazê-lo parecer volúvel e insensível. Nota lateral aqui,
gostaria de sua ajuda para candidatas apropriadas.”
“Minha fase fora?” Engasgo. “Candidatas?”
“Ele finalmente cedeu nesse ponto. Você está fora da conta,
Annie. Mas ainda está como a namorada nas próximas quatro a
seis semanas, mas não se preocupe, são apenas algumas
aparições públicas. Becky tem o esboço do cronograma desde que
desliguei o telefone com o Sr. Fitzpatrick. Ela enviará o rascunho
esta noite.”
“O cronograma?”
“De aparições públicas obrigatórias.”
Fico em silêncio por muitos momentos, mas de repente me
dou conta de que estou respirando pesadamente e aperto a testa
com os dedos duros.
Ronan quer que eu vá embora.
Quer que eu vá embora.
Ele não me quer.
Nem quer me ver.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Saí ontem à noite e arruinei tudo; e não tenho ideia de como


fazer as coisas certas. Talvez não haja maneira de acertar as
coisas. Talvez eu tenha saído muitas vezes.
“Annie? Você está... você está bem?”
“Não”, solto, balanço a cabeça e, obviamente, sinto mais
medo do que é, porque solto, “Não estou bem. Estou toda errada.
Estraguei tudo. Estou apaixonada por ele e não contei a ele. Em
vez disso, fugi quando descobri algo que não sabia. Não sabia que
ele sabia quem eu era. E quando descobri que ele sabia, que
sabia sobre quem eu era o tempo todo, mas me amava de
qualquer maneira, me queria de qualquer maneira, me perdoou
de qualquer maneira, entrei em pânico e parti porque o amor dele
parecia uma manipulação. Mas não é, e seus e-mails eram a
única maneira que ele tinha de me dizer como se sentia sem eu
surtar como uma ‘Freakout Francine!’31 E em vez de admitir a
verdade, pegar minha parte, aceitar seus sentimentos e confiar
nele, me virei e fugi como uma idiota covarde.”
“Ah, querida.”
“Sim. ‘Ah, querida’ está certo. Estou totalmente fodida, não
estou?”
“Hã...”
“Tudo bem, pode dizer isso. Você pode dizer: ‘Annie, você
está fodida’, quero dizer, que tipo de pessoa se apaixona por
Ronan Fitzpatrick, mas é hipócrita e covarde demais para admitir
esses sentimentos, especialmente quando eu sei, sei de fato, que
são recíprocos! Eu sei disso, Joan! Mas não mais porque ele me
quer fora da conta!”
31
Algo como ‘Francine a Louca’, se refere ao fato de ficar histérica.

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L.H. Cosway & Penny Reid

Posso estar um pouco histérica neste momento. Não estou


chorando, mas estou gritando com a minha chefe.
“Annie, acalme-se.”
“Não posso! Não posso me acalmar, Joan. Não posso mais
manter minhas coisas juntas. Você é a coisa mais próxima que
tenho de uma amiga da vida real e me intimida. Não tenho
ninguém. Tinha alguém, mas o joguei fora duas vezes. Duas
vezes. Pensei que não precisava de ninguém. Estava errada.
Estou muito errada... sou uma imbecil covarde.”
Estou andando de um lado para o outro no apartamento,
faço planos de contingência, porque tenho certeza de que estou
prestes a ser demitida. Meu blog pode me apoiar, pagar todas as
minhas contas... assumindo que não estou prestes a ser
divulgada como The Socialmedialite pelo idiota que roubou meu
laptop. Então, eu me tornarei uma verdadeira eremita. Uma
reclusa e encontrar fotos para o meu blog de outras fontes. Talvez
consiga um furão. Um gato parece muito benigno. Meu tipo de
loucura merece um roedor ambiguamente fofo com uma
propensão para morder.
Realmente, tenho mais dinheiro do que preciso. Anos
gastando apenas com comida, chá e doces renderam uma
economia significativa. Sou miserável com minhas finanças e
sentimentos e estou prestes a pagar da maneira mais trágica
possível.
“Escute-me...”
“Estou demitida, não estou? Tudo bem se estiver; Apenas
me diga agora. Se vou perder a minha cabeça posso muito bem
perder tudo de uma só vez e ter uma tempestade de merda.”

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L.H. Cosway & Penny Reid

“Annie, cale a boca e escute.”


Fecho a boca e sento-me pesadamente no sofá, solto uma
expiração resignada e mordo o lábio inferior para não dizer mais
nada.
“Agora...” Joan limpa a garganta e ouço algum movimento
no fundo. Acho que a ouço estalar os dedos. Ela costuma estalar
os dedos para as pessoas quando quer a atenção delas.
Eu me preparo para o que, sem dúvida, virá a seguir, e
tangencialmente decido que deveria ter investido em um
terapeuta anos atrás. Então poderia ter ligado para ela ou para
ele em vez de cometer suicídio profissional. Os terapeutas sempre
me pareciam um serviço de contratar um amigo. Os terapeutas
devem purificar mental e emocionalmente o que as prostitutas
são para os impulsos físicos.
Em meio aos meus meandros sobre prostitutas, terapeutas e
furões, Joan me surpreende.
Como nota, ela não me demite.
Em vez disso, ela diz, “Ponha um pouco de chá para fazer.
Estou chegando. E nem pense em ter outro ajuste infantil e sair
do apartamento. Você pode ter dado o deslize a Ronan
Fitzpatrick, mas vou te caçar e deixar sua vida muito
desconfortável até que eu esteja satisfeita que aprendeu sua lição.
Não pode fugir das pessoas que se importam com você e estão
investindo em seu sucesso e felicidade. É um movimento de pau,
Annie. Não seja uma idiota.”
Também digno de nota, ela usa a palavra "pau".
“Hã...” O quê?

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L.H. Cosway & Penny Reid

Antes que eu possa dizer qualquer coisa, Joan desliga


abruptamente, deixa-me olhando para o meu apartamento,
imaginando em que universo bizarro eu acabo de tropeçar.

***
Não fujo. Em vez disso, faço o que me pediu, coloco a
chaleira, preparo duas xícaras de Earl Grey e visto uma camiseta
preta e calça preta de yoga.
Joan chega não menos de vinte minutos depois; ela deve ter
corrido, pego o carro da empresa. Talvez tenha voado em sua
vassoura. Se é uma boa bruxa ou uma bruxa malvada, nunca
será resolvido. Por enquanto, acho que é uma boa bruxa com
tendências implacáveis.
Abro a porta e dou um passo para trás, com os olhos
arregalados enquanto ela entra, dá-me uma olhada quando ela
passa.
“Primeiro de tudo, não está demitida, então pode apagar
esse olhar de pânico do seu rosto.”
Fecho a porta e sigo a minha chefe para o meu apartamento.
Ela parece de alguma forma mais baixa aqui. Talvez seja a
iluminação.
Ela continua enquanto examina minha casa, inspeciona
livros nas minhas prateleiras e franze a testa para a minha mesa
na sala de estar. “Não sou excelente nesse tipo de coisa, então
vou dizer o que penso. Então podemos nos sentar no sofá, tomar
chá e fazer o que as mulheres fazem quando uma delas está
tendo uma crise. Aqui está o que eu penso: você está tendo uma
reação exagerada e colossal. O Sr. Fitzpatrick estava a caminho

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L.H. Cosway & Penny Reid

de Nova York enquanto falamos. Ele pegou o primeiro voo da


Irlanda esta manhã, imagino que fez isso assim que descobriu
que você partiu. Quando me ligou, parecia irritado, sim. Mas
também parecia preocupado com você, sobre ser forçada a
assumir a conta dele, forçada a um relacionamento em prol de
sua carreira.”
Esta notícia deveria ser um alívio. Em vez disso, apenas me
faz sentir mais como uma imbecil covarde. “Mas ele não é o
problema. Eu sou a covarde. Sou aquela que saiu. Sou aquela
que exagerou quando descobri... quando me contou sobre a coisa
com a coisa.”
“A coisa com a coisa? Você está tendo uma convulsão?
Sofrendo de afasia32?”
“Não”, bufo, passo minha mão pelo meu cabelo e coço meu
couro cabeludo. “Ele descobriu quem realmente sou.”
“Ele descobriu sobre sua vida em casa? Quando era
criança?”
“Não. Não isso, eu disse a ele sobre isso.” Descarto sua
pergunta. “Ele descobriu quem sou agora, o que faço quando não
estou no escritório ou trabalhando. Na verdade, ele sabia o tempo
todo e eu não sabia. E agora que sei que ele sabia... eu
simplesmente não sei.”
“Annie, pare de falar em código. Não posso ajudá-la a ver a
razão e juntar suas coisas se não me disser o que realmente está

32 Enfraquecimento ou perda do poder de captação, de manipulação e por vezes de expressão de palavras


como símbolos de pensamentos, em virtude de lesões em alguns centros cerebrais e não devido a defeito no
mecanismo auditivo ou fonador; logastenia.

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acontecendo. Por que deixou o Sr. Fitzpatrick, o homem que


supostamente ama e confia?”
Olho para ela entre os meus dedos e balanço a cabeça. “Não
posso te dizer. Se eu te disser, então vai me demitir.”
Joan franze a testa para mim, seu olhar parece
notavelmente penetrante e astuto.
Então sinto os cabelos na parte de trás do meu pescoço se
arrepiarem quando ela diz, “Oh, acho que entendo. Isso é sobre o
seu laptop roubado e o blog de hobby, não é? Você deve saber que
o laptop foi recuperado antes de ser hackeado, Ronan me disse
no telefone. Seu segredo ainda está relativamente seguro.”
Endireito-me. Minhas mãos caem enquanto seguro seu
olhar, mas não falo nada. Não consigo falar. A notícia de que eles
recuperaram meu laptop antes de eu ser exposta deveria ter
eclipsado todo o resto. Não fez. O fato de que Joan sabe do meu
segredo é a única mensagem que levo para casa.
Seus lábios se curvam em algo parecido com um sorriso e
ela balança a cabeça. “Ele sabia o tempo todo, não é?” Então ela
acrescenta como se falando para si mesma, “Ronan Fitzpatrick é
mais esperto do que eu pensava.”
Novamente, e pela segunda vez em meia hora, me pergunto
em que universo bizarro acabo de tropeçar.
“O qu- qu- que você quer dizer?”
“New York’s Finest. The Socialmedialite,” ela diz claramente.
“Bem, claro que sei. Eu digo para quem quisesse ouvir, você é a
melhor. Construiu um império de mídia social ao longo de três
anos. Seus contatos são inestimáveis. Sua influência é

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inestimável. Por que acha que eu te pago tão bem? Não é por
esses e-mails de infográficos irritantes, isso é certo.”
“Mas como? Como você...”
Joan me interrompe. “Isso não é relevante. E, apenas para
aliviar sua mente, não. Ninguém mais sabe ou suspeita, até onde
eu sei. A questão aqui é que Ronan Fitzpatrick sabe.”
Engulo principalmente ar. O fato de que Joan sabia meu
segredo o tempo todo circula minha cabeça como um chilrear dos
pássaros. Não consigo entender isso... pareço estar tendo esse
problema muito ultimamente.
“Embora...” O sorriso de Joan se achata. “Fiquei bastante
irritada com o artigo de Dara Evans que publicou no dia de St.
Patrick. Supus que fez isso para chamar a atenção do Sr.
Fitzpatrick. No entanto, Becky e Ian tiveram um inferno de tempo
para convencê-la a se livrar daquele casaco de pele de bebê foca
infernal. Sabe o que ela disse? Ela disse que as focas atacam
sexualmente os pinguins e merecem ser espancadas. Aquela
mulher é mais do que uma barra de Snickers.”
Bufo uma risada chocada e, em seguida, coloco minha mão
sobre a minha boca antes que eu possa me envergonhar
completamente. O sorriso de Joan está de volta. Ela parece...
mais humana de alguma forma. Não muito acessível, mas
também não é a Bruxa Malvada do Oeste.
Ela vira e olha para o sofá atrás dela e, em seguida, senta-
se, alisa a saia preta enquanto se senta. “Vamos lá. Ronan fez o
que exatamente? Por que fugiu da Irlanda? É um país tão
adorável e as pessoas são tão complacentes.”

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Fico boquiaberta com ela, ainda sobrecarregada por suas


recentes revelações, mas me encontro falando independente
disso. “Nada realmente. Você está certa, exagerei completamente.”
Continuo a contar a ela sobre o que aconteceu, os e-mails
trocados, como mantive o segredo dele e ele sabia o tempo todo,
como me disse que me amava, mas não retribuí. Eu me sinto
esvaziar enquanto falo. Obviamente, deixo de fora a parte sexual
excêntrica e os detalhes mais íntimos. Quando termino, acho
minha voz firme e calma, mas cansada, eventos recentes entram
em foco distinto.
Ela acena com a cabeça pensativa e faz uma pausa depois
que termino a minha história, examina-me com os olhos
apertados.
Eu a observo um pouco e depois ofereço, “Acho que estou
preocupada que ele não me leve de volta. Quero dizer, fiz uma
bagunça das coisas.”
“Bem, ele não deveria ter enviado a The Socialmedialite e-
mail sob falsos pretextos, embora certamente entenda por que fez
isso. Essa é uma área cinza. Além disso, entendo por que não
contou a ele sobre o seu blog, mas não deveria ser tão tola sobre
seus sentimentos.”
“Mas como eu poderia dizer a ele como me sentia quando
estava mentindo para ele?”
“Porque o blog não é da conta dele, é por isso. É, na verdade,
o seu negócio. É como faz uma quantia substancial de sua renda.
Não é ilegal e sua identidade é um segredo por motivos óbvios.
Você não estava mentindo para ele. Ele te contou sobre todas as

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L.H. Cosway & Penny Reid

maneiras que ele ganha dinheiro? Sobre todos os seus


investimentos? Certamente não. Que coisa boba de se esperar.”
“Joan...”
“Você sabe que estou certa. Não é nada demais desde que
ele sabe. Como eu suspeito que é o caso, ele não se importa.”
“E se for tarde demais? E se não quiser mais se casar
comigo? E se ele não me aceitar de volta?”
“Você quer se casar com ele?”
“Sim”, respondo sem pensar muito além de como meu
coração incha e dança e se sente pronto para explodir.
Ela acena pensativamente. “Bem, vai descobrir amanhã.
Você e ele estão programados para assistir a estreia de Assassino
Acidental.”
Solto uma expiração aguada, cruzo os braços e deixo minha
cabeça cair para a cadeira atrás de mim. “Estou com tanto
medo.”
“Não há nada de errado em ter medo, Annie”, ela diz,
levanta-se e suspira. “Mas há tudo errado em ter apenas medo.”

***

Tudo acontece como eu temia que acontecesse.


Ronan entra na limusine, com o rosto em branco, os olhos
arregalados enquanto se acomoda em seu assento. Então faz um
balanço do interior da limusine, seu olhar se move sobre mim
sem nenhum traço de interesse. Reconheço esse olhar da nossa
primeira noite na Irlanda, quando ele me inspecionou antes do

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L.H. Cosway & Penny Reid

jantar de Desportista do Ano, só que dessa vez parece mais


permanente, menos premeditado.
“Sra. Catrel.” Ele acena para mim. Seu tom não é
indiferente. É educado.
Argh.
Torço meus dedos e tento engolir o nó do tamanho de um
prédio na minha garganta. “Ronan, podemos...”
Antes que eu possa terminar a minha pergunta, Beth abre a
porta oposta e enfia a cabeça para dentro, seu olhar eficiente
varre os dois.
“Oh, bom, Annie, você está usando o vestido que Joan
escolheu. Lembre-se, pelo menos, três grandes beijos no tapete
vermelho, pelo menos, e de mãos dadas o tempo todo, certo?
Desde a separação súbita na Irlanda, vocês dois realmente
precisam colocar isso para cima. Além disso, coloque esses
brincos.” Beth me entrega uma caixa de veludo.
Ronan parece estar assistindo nosso intercâmbio com
indiferença entediada.
Perdida, abro a caixa e olho para o conteúdo. No interior
brincos cravejados de diamantes, pelo menos, um quilate e meio
cada. Caro, mas discreto. Serão perfeitos para mim, exceto...
“Ela não pode usar isso.” Ronan se inclina para frente, pega
a caixa dos meus dedos e a devolve para Beth, que ainda paira do
lado de fora da limusine.
“Por que não?” Relutante, ela aceita a caixa.
“Porque suas orelhas não são perfuradas”, acrescenta ele
quando se recosta em seu assento, parece irritado e impaciente.
“Hora de irmos.”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Beth acena com a cabeça, os olhos se movem entre nós,


depois se afasta do carro e fecha a porta, deixa-nos em um
estranho e estrangulado silêncio. O carro se mexe. Estamos a
caminho.
Olho para ele.
Ele olha pela janela.
Estou com medo.
O medo arranha minha garganta.
Mas pela primeira vez, não estou apenas com medo. Estou
esperançosa.
“Ronan, podemos conversar?”
“Sobre?” Ele não olha para mim. Parece completamente
indiferente. Sinto minha esperança murchar um pouco.
“P-Primeiro, p-preciso me desculpar por... por t-tantas
coisas.”
“Desculpas aceitas.”
Cerro meus dentes e fecho meus olhos, descanso meu
cotovelo no peitoril da janela e seguro minha testa na minha mão
apoiada. “Por favor, deixe-me dizer isso; por favor, deixe-me...”
“Não há nada a dizer, Annie. Você saiu. Novamente. Depois
que te pedi para casar comigo. E não retornou minhas ligações.
Isso falou tudo.”
Encolho-me, olho para ele. “Não queria falar pelo telefone.”
“Então que me convidasse para a porra do chá.” Sua voz é
dura.
“Ronan...”
“Não.” A única palavra de aço, ecoa na limusine. Ela fala
tudo. “Não. Sei o que vai dizer, e acho que não tenho em mim

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

para me importar. Há algumas coisas que vale a pena lutar por


algumas pessoas. Você valeria a pena lutar, faria, se me quisesse
como eu... como eu quero você.”
“Mas eu...”
Ele ergue a voz sobre a minha, sua amargura sendo uma
terceira presença no carro. “E não estou apenas dizendo isso
porque é uma excelente foda, porque você é a melhor transa que
já tive.” Ele diz isso com uma risada amarga, e estremeço com
suas palavras duras e vulgares. Ele continua, “Estou dizendo por
que não acredita. Não investe, Annie. Não em mim, nem em você
mesma. E não posso lutar contra isso. Não posso fazer você
lutar.”
“Mas estou! Estou investindo...” Inclino-me em direção a ele
que se afasta quando estendo a mão para tocá-lo, faz com que
uma pontada gigante de dor perfure meu coração e irradie no
meu pescoço, pulsa em meu cérebro.
“Sério?” Seu olhar desliza da minha mão estendida para os
meus olhos. “Por quanto tempo? Até... o quê? Minha mãe dizer
algo que não gosta? Eu esperar demais? Não, não. Eu deveria ter
escutado quando você disse que não me queria o suficiente para
mudar. Pelo menos nisso foi honesta.”
Pressiono meus lábios juntos. Não confio em mim para falar
sem chorar e não consigo chorar. Estamos prestes a andar no
tapete vermelho em um mega evento. Seremos fotografados
repetidamente. Se eu chorar, isso vai interferir na imagem que
estamos construindo para ele. Então, ao invés disso, fecho meus
olhos enquanto ele continua.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Eu estava louco, louco, achando que estávamos bem. Vejo


claramente agora que sempre terá muito medo de fazer algo
significativo que não seja anônimo. Seu trabalho... limpar
imagens de idiotas? Isso é trabalho de merda. É desonesto e está
abaixo de você. Mas o que você faz no seu blog é significativo. As
instituições de caridade que beneficia, a maneira como aumenta a
conscientização sobre as coisas que importam? Isso é
significativo. Mas você é muito covarde para ter crédito, para
levar o bem que merece. Não vou perder meu tempo tentando
convencê-la do que merece. Essa é uma batalha perdida. E não
vou estar com uma covarde.”
Meu coração não se despedaça. Ele quebra. Então fica
pendurado lá, todo desmoronado e arruinado. Ele está certo. Sou
uma covarde e não sei como não ser. Ele também está certo; não
sei como merecê-lo. Não sei por onde começar.
O resto do passeio passa em silêncio. Chegamos e ele me
ajuda a sair do carro. Dá os beijos prescritos, perfeitamente
cronometrados, muito apaixonados, inteiramente para o benefício
das câmeras.
Não falamos novamente. Em vez disso, faço o que sei que é
esperado. Sorrio.
O que quero fazer é o oposto. Quero franzir a testa. Quero
chorar e gritar e empurrá-lo ao redor. Quero exigir que não
desista de nós, de mim. À medida que a noite avança, sinto meu
sorriso crescer mais e mais falso até que ele escorrega
completamente do meu rosto.
***

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Ele me coloca na limusine e murmura alguma coisa sobre


pegar um táxi antes de fechar a porta.
Dada a nossa partida da Irlanda em dois voos diferentes,
deixar em carros separados a estreia, e meu sorriso minguante ao
longo da noite, sei que alguém vai comentar sobre o ar tenso
entre nós. A imagem ideal que estava trabalhando tão duro para
manter será prejudicada.
Estranhamente, enquanto sento na parte de trás da
limusine assisto, mas não vejo as luzes de Nova York voarem pela
minha janela, não consigo reunir profissionalismo suficiente para
dar a mínima para sua imagem ideal.
Quando chego em casa, piso no saguão, sinto-me
estranhamente furiosa. Com a fúria vem uma bravura
inesperada, e percebo tardiamente que, no caminho para o
evento, não deveria ter sentido esperança.
Devia estar com raiva.
Devia empurrá-lo. Gritar com ele por ter mentido para mim
e o forçado a resolver as coisas entre nós.
Devia ter exigido isso, para nós, para mim.
Em vez disso, concordei porque não queria atrapalhar a
maldita imagem ideal dele. Ao fazer isso, provei que ele está certo.
No momento em que entro no meu apartamento, estou tão
irritada que estou com raiva.
Penso em pegar um táxi para o apartamento dele, bater na
sua porta, exigir que abra e me beije de verdade. Passo a cena
mais e mais na minha cabeça. Subiria as escadas no meu vestido
de noite, gritaria para ele abrir a porta, seria uma lunática
completa...

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Sim, talvez não tanto.


Quero exigir o que mereço, mas não vou me tornar
barulhenta onde antes sempre fiquei quieta. Não posso mudar da
noite para o dia. Não só isso, mas ser uma lunática às 2h da
manhã não prova nada em longo prazo.
Preciso provar, para Ronan e para mim, que estou
investindo, que posso e sou corajosa.
E precisa ser algo grande. E tenho que fazer isso em breve,
como agora. Neste exato minuto.
Giro em torno da minha sala de estar, meus olhos procuram
por algo, qualquer coisa, um sinal, uma pista, uma mensagem de
cima. A fúria está rapidamente cedendo lugar ao desespero
frustrado.
Mas então meu telefone toca, alerta-me de que alguém
acabou de enviar uma mensagem para The Socialmedialite. É
WriteALoveSong.
Examino a mensagem dela, que, estranhamente, tirou uma
foto de Ronan e eu na estreia do início da noite.

@WriteALoveSong para @Socialmedialite: Você está de


volta à cidade já? Sei que não faz fofocas, mas parece que o cara
do rugbi que você gosta pode estar desistindo da garota. Ele
parece chateado e ela parece petrificada.
De repente, sei o que tenho que fazer e descubro que tenho a
bravura, ou a estupidez, de realmente fazer isso. Antes que eu
possa perder a coragem, respondo.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

@Socialmedialite para @WriteALoveSong: E se eu disser


que sou Annie Catrel? E se te disser que sou louca por Ronan
Fitzpatrick? E se te disser que ele já sabe que sou The
Socialmedialite, mas me assustei quando descobri que ele sabia e,
petrificada, o deixei na Irlanda? E agora ele me excluiu?

Aperto enviar e espero, ando pelo meu apartamento.


WriteALongSong, para melhor ou para pior, é minha melhor
amiga. Todas as minhas razões anteriores para não estender a
mão a ela parecem estúpidas. De repente, quero conhecê-la e
quero que conheça a Annie. Estou cansada de me esconder.
Quero um relacionamento real, com Ronan, com WriteALoveSong,
com o mundo. Quero confiar. Meu telefone toca quase
imediatamente com a resposta dela.

@WriteALoveSong para @Socialmedialite: Ha,ha,


engraçado.

Gemo minha frustração quando mando uma mensagem de


volta.

@Socialmedialite para @WriteALoveSong: Estou falando


sério. Sou Annie Catrel. Trabalho na Davidson & Croft. Eu me
formei na Wharton School of Business. Ainda estou usando o
vestido formal irritante de mais cedo, e coça como o inferno. EU
SOU ELA! E preciso da sua ajuda. Preciso da sua ajuda como
minha amiga. O que devo fazer? Eu o amo. Quero lutar por ele.
Como luto por ele? Diga-me o que fazer.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Cinco minutos passam e ela não responde. E então cinco se


tornam dez, depois vinte. Estou olhando para o meu telefone,
quero que ela me mande uma mensagem. Estou me concentrando
tanto que quando meu telefone toca eu pulo.
Olho a tela e vejo que o número é reservado; no entanto,
rapidamente passo o polegar pela tela e respondo.
“Alô?”
Ouço alguém se mexer em uma cadeira ou em um sofá antes
que uma voz masculina pergunta, “Annie?”
Hesito, franzo o cenho diante de mim, mas depois respondo,
“Hã, sim. Quem é?”
“Annie, que também é The Socialmedialite?”
Fico tensa quando o som ensurdecedor de sangue corre
entre meus ouvidos, e pergunto, “Quem é você?”
“Sou WriteALoveSong.”
Hãã... o quê?
“Eu... o quê?”
Ele limpa a garganta e o ouço mudar de novo na cadeira.
“Eu sou WriteALoveSong.”
Pisco para o ar na minha frente e solto, “Oh meu Deus! Você
é um homem!”
Ele ri, “Sim. Eu sou um homem.”
“Pensei que você fosse uma mulher.”
“Eu percebi que você pensou.”
“Mas-mas, mas você é um homem.”
“Sim.”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Um sorriso carregado de incredulidade puxa meus lábios e


balanço a cabeça. “Não posso acreditar, não posso acreditar que
estou falando com você. Como conseguiu meu número?”
“Eu olhei por Annie Catrel; ela, quero dizer, você tem um
número não listado, o que é inteligente. Mas tenho um amigo que
pode me pegar qualquer número que eu precise, listado ou não
listado.”
“Bem, isso é útil.”
“Sim, pode ser.”
Ficamos em silêncio por um longo momento, e meu coração
está agindo todo instável, minha temperatura interna sobe e cai.
De alguma forma, preciso chamar a atenção de Ronan, convencê-
lo de que está tudo bem. Preciso da ajuda da minha amiga,
preciso da ajuda da WriteALoveSong, e por isso confio que ela vai
querer ajudar.
Mas ela é ele... e não sei se isso muda tudo.
Ronan está tão certo. O físico, para melhor ou para pior,
importa. É parte da pessoa, e foi diluído, alterado pela barreira
das interações online. Conheço WriteALoveSong por mais de dois
anos, mas... eu realmente o conheço? Obviamente não.
Inalo, com a intenção de pedir desculpas por incomodá-lo
com meu drama de garota, mas ele fala antes que eu possa.
“Annie, nós somos amigos, certo?”
“Certo.” Belisco a ponte do meu nariz, me sinto muito
ridícula. Isso é tão esquisito e estranho.
Ouço-o respirar fundo antes de dizer, “Você me pediu ajuda;
perguntou-me o que fazer, e quero ajudá-la.” Ele soa solene, como

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

se estivesse me fazendo uma promessa. “Se realmente ama esse


cara, então é isso que acho que você deve fazer...”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Capítulo 22
@ ShellyKeeling08: @RonanFitz Você já leu o New York’s Finest hoje??!?!
@Starryeyes: @RonanFitz Acabei de ler o post do blog e meu coração está explodindo nas
costuras <3 <3 <3
@ Jennybabes45: @RonanFitz Se você não a ama de volta, eu juro que vou te dar um soco nos
testículos.

*Ronan*

Vou acabar fazendo um buraco na borracha; sei o que é. A


tela da esteira mostra vinte e dois quilômetros; as calorias que eu
queimei estão bem dentro dos milhares. Estou até começando a
sentir tontura. Sei que é o Tom quando ouço a porta da frente
abrir e alguém entrar porque é o único com uma chave. Mamãe e
Lucy já foram para casa há muito tempo e, apesar do fato de que
Mamãe está ficando nervosa demais, eu meio que quero que elas
ainda estejam aqui. Faz meu coração se sentir menos sozinho.
Meu coração que Annie está destruindo.
Como uma pessoa pode ter tanto medo de rejeição que
desiste do potencial da verdadeira felicidade, confunde minha
mente. Nós terminamos. Estou pronto...mas meu maldito coração
ainda tem esperança, faz com que cada respiração pareça que
alguém está me esfaqueando com mil agulhas.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Tom entra na sala e fica me observando por um minuto.


Então anda até a esteira e me diz que tenho cinco segundos para
sair antes que ele retire a tomada. Não aproveito a perspectiva de
plantar o rosto na borracha, então relutantemente diminuo a
velocidade e saio. Meu corpo inteiro está pingando de suor, e
meus músculos se agitam de uma forma que diz que exagerei.
Tom me entrega uma toalha.
“Tenho que ser honesto, companheiro, você parece uma
merda.”
“Não dormir e uma superabundância de ácido láctico faz
isso”, brinco e vou beber uma garrafa de água, esvazio quase tudo
de uma vez. Estou trabalhando com menos de três horas de sono
por noite.
“E ter seu coração partido”, Tom diz.
Faço uma careta. “Não me chateie.”
Meu telefone toca com outra notificação, mas ignoro. Tenho
ignorado isso por horas agora, teimoso demais para encarar o
mundo. Annie não me quer. Bem, não me quer como eu a quero.
Esse é o único fato que posso lidar agora. Qualquer besteira
online pode esperar.
“Você falou com ela?” Tom pergunta, estremece com a minha
resposta dura.
“Sim.”
“E…?”
“E nada. Vou seguir em frente.”
Agora, se eu puder convencer meu coração disso. Essa dor é
pior do que qualquer lesão ou espancamento que já tive que
suportar.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Seguir para o quê? Amarrar mulheres como Brona e deixá-


las vender sua história para o tabloide pelo maior lance? Você era
famoso antes de tudo isso, mas agora todo mundo sabe quem
você é. Não pode voltar a como as coisas eram.”
Seu tom me coloca no limite. “Eu nunca disse que podia. E
por que está aqui mesmo? Não tem trabalho?”
Ele anda e continua falando, ignora a minha pergunta. “Eu
já tive fotógrafos andando pelo restaurante, sabe. Está quase
ridículo. E vim porque eu dou à mínima. Veja o que aconteceu da
última vez que perdeu o rumo, quase matou aquele idiota do
Sean Cassidy. Estou aqui para ter certeza de que não vá pela
mesma estrada novamente.”
“Jesus, Tom, aquela era uma situação completamente
diferente. Quem acha que eu vou machucar? Annie?”
“Não é isso que estou dizendo e sabe disso.”
Estou prestes a jogar de volta uma resposta irritada quando
meu telefone começa a zumbir e reconheço o toque de Lucy. Ela é
a única pessoa cujas ligações nunca ignoro, então vou buscá-lo.
“Lucy”, respondo.
“Oh meu Deus, mano, você esteve on-line esta manhã? Você
já viu?” Lucy começa, sua voz positivamente explode de emoção.
“Estou fazendo uma pausa on-line, Luce. O que é isso?”
Ela solta um suspiro preocupado. “Então não viu isso.
Certo. Você precisa entrar no site do New York’s Finest agora e ler
a última postagem. Porra, por que não me contou sobre isso? Por
que não me contou quem realmente é Annie?”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

O que ela diz faz com que eu me mova pela cobertura em


velocidade e procure por um computador. “Não houve um
momento certo... Como diabos você sabe?”
“Pare de fazer perguntas e vá ler o post dela. Ligue de volta
quando terminar.” Ela desliga e eu finalmente encontro meu
laptop. Meu coração dispara, a antecipação me mata enquanto
espero a fração de segundo para a página carregar. Então
finalmente está na tela, e sinto minha pele arrepiar quando
começo a ler.

New York’s Finest

Blogando com *The Socialmedialite*

22 de abril
SENHORAS E SENHORES! Eu tenho um anúncio!
Você conhece aquele cara que destaquei no meu blog há
alguns meses? O jogador irlandês de rugbi que joga na posição de
“hooker” na RLI (Liga Internacional de Rúgbi)? Aquele com os
problemas de controle de raiva, o corpo de um gladiador e o rosto
de uma estrela de cinema? Aquele com as escolhas de moda
questionáveis, levando-me a perguntar se era a criança de um
duende e um hobbit? Ronan Fitzpatrick? Sim, esse cara.
Bem, tenho uma confissão a fazer… Estou em todo e total
amor tolo por esse homem. Eu o amo mais do que Dara Evans
adora roubar bolas de beisebol e doces de crianças, ou matar focas
bebês e transformá-las em casacos. Eu o amo mais do que Sean
Connery adora falar sobre política escocesa enquanto vive no sul

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

da Califórnia com uma lhama. Sonho com ele; sinto falta dele
quando não o vejo; e quero passar o resto da minha vida tentando
levá-lo a comer sorvete e arruinar sua dieta.
Não me importo se usa sapatos... ok, isso é mentira. Preciso
falar com ele sobre os sapatos dos dedos, mas mesmo que
continue a usar os sapatos dos dedos, eu o amaria mesmo assim.
É a pessoa mais forte que conheço...e a mais gentil, a mais
corajosa e a mais generosa. E eu o afastei porque estava com
muito medo de ser vista. Estava com muito medo de ser conhecida.
Estava com muito medo de merecer e precisar de alguém, mas é
tarde demais. Preciso dele. Preciso de Ronan Fitzpatrick. E merda,
merda, merda, inferno, eu o mereço.
Eu o amo mais do que o meu medo. Eu o amo mais do que
minha segurança e minha paz de espírito. Eu o amo mais do que
valorizo meu bom senso. Eu o amo mais do que ser anônima.
Então... aí está. Acabei de cometer suicídio na mídia social (e
talvez suicídio profissional), mas não me importo. Prefiro bater e
queimar nas chamas da coragem do que sentar nas sombras
confortáveis e solitárias da covardia com ar condicionado por outro
segundo.

<3 The Socialmedialite


AKA33 Annie Catrel

“Puta merda”, Tom xinga enquanto lê por cima do meu


ombro. “Sua namorada tem um par de bolas nela, isso é certo.”

33 AKA = Também conhecida como.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Ainda estou em muito choque, às palavras na tela


obscurecem minha visão; caso contrário, daria a Tom uma
pancada por insinuar que a mulher que eu amo possui testículos.
Mas tudo bem, metaforicamente falando, ela tem um par. Meu
coração bate mais rápido do que meu cérebro está se movendo, e
considerando que meu cérebro está correndo mais rápido do que
Usain Bolt com esteroides, isso diz alguma coisa.
Depois de tudo o que aconteceu, perdi toda a esperança.
Não achei que Annie iria nos dar uma chance real, e agora fui
atingindo entre os globos oculares. É sobre isso que o artigo é,
não é? É ela dizendo que está toda dentro; está dizendo “venha
me pegar” da única maneira que Annie pode.
Penso nas implicações do que ela acaba de fazer. Nós
escapamos por pouco dela ser exposta como The Socialmedialite
quando seu laptop foi roubado, mas agora ela saiu do armário
virtual proverbial. Assinou como Annie Catrel, e a mídia foi
superada. Tudo sobre ela.
Tenho que encontrá-la.
Rápido como um flash, estou fora da minha casa e puxo
minhas botas, remexo nos bolsos do meu casaco, tento encontrar
as chaves do meu carro.
“Ei, espere, cara”, Tom diz, colocando-se na minha frente.
“Onde pensa que está indo?”
“Encontrar Annie.”
“Não imediatamente, você não vai. Talvez deva se sentar e
respirar por um minuto, sim?”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Não quero um descanso. Preciso vê-la”, falo e tento passar


por ele. Infelizmente para mim, Tom é um filho da puta alto e
minha cabeça está em todo lugar.
“Essa mulher significa o mundo para você, posso ver isso,
mas tenho certeza que ela está se sentindo muito delicada agora.
Uma confissão tão grande faz isso com uma pessoa. Talvez espere
até que tenha tempo para processar. Caso contrário, você pode
foder as coisas pior do que antes.”
Perco um pouco do meu vapor enquanto suas palavras
criam raízes, minhas sobrancelhas franzem em frustração. Eu
fodi as coisas com Annie nas últimas vezes em que a vi. Forcei-a.
Então a empurrei para longe. E foda se ela não apenas me
empurrou de volta.
“E de qualquer maneira, você precisa tomar banho antes de
ir a qualquer lugar”, ele diz e me guia na direção do banheiro.
Antes que eu perceba, estou sob o jato, afogando minha
necessidade de vê-la em água quente e sabão. O que Annie
escreveu passa pela minha cabeça em um loop. Eu já sabia que
ela me amava; a luta estava em fazê-la admitir, tanto para mim
quanto para ela, e agora acabou de dizer ao mundo inteiro. Não
posso acreditar o quanto tudo mudou em tão pouco tempo. Ainda
estou me perguntando se isso é um sonho. Ontem eu estava em
coma, com o coração partido e deprimido além da medida. Agora
não consigo parar de sorrir quando dou um soco no ar com a
vitória.
Sim, é isso mesmo, acabo de bater na vitória, nu no
chuveiro.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Simplesmente a amo tanto que sinto que vou explodir com


isso.
Estava errado. Ela é tão corajosa. Vou beijá-la a noite toda
assim que colocar minhas mãos nela só para mostrar o quanto
estou orgulhoso. Merda, compraria para ela mil rosas e uma loja
cheia de éclairs, em reconhecimento de sua bravura. Sei que
precisou muito para ela fazer o que fez.
Foda-se Tom. Vou encontrá-la agora mesmo.
Cinco minutos depois, estou vestido e saio pela porta, Tom
me chama para esperar. Ele pode ser mais alto do que eu; mas
sou mais rápido e furtivo, e consigo chegar ao elevador antes que
possa alcançá-lo. Antes que eu perceba, estou queimando
borracha na estrada para a Annie. Eu me encontro com uma mão
no volante, a outra na minha boca enquanto mastigo metade das
minhas unhas nervoso.
A última vez que nos falamos, as emoções foram altas para
nós dois. Disse coisas que não deveria ter dito. Só espero que o
que ela escreveu signifique que me perdoou e que não é apenas
uma maneira de esclarecer ao mundo quem ela realmente é.
Não, definitivamente não foi isso. Se fosse, então ela não
teria incluído todas as coisas sobre me amar.
Quando chego, tenho que estacionar do outro lado da rua do
seu prédio porque há van e carros bloqueando metade da rua.
Curioso. Saio e atravesso, apenas para ver os paparazzi se
aglomerarem em volta da porta do saguão quando chego mais
perto.
Porra.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Estou prestes a me virar e voltar para o meu carro, porque


se me aproximar, ficará sobrecarregado em segundos; mas então
eu a ouço e meu coração explode.
“Por favor, deixe-me ir. Você está me esmagando”, Annie
exige, e meus pés estão se movendo de novo, minhas mãos se
fecham em punhos. Esses filhos da puta claramente a pegaram
saindo do prédio e atacaram como um bando de lobos vorazes.
“Socialmedialite, diga-nos por que resolveu ser honesta?”
“Annie, você já falou com Ronan?”
“Você escreveu o post para reconquistá-lo?”
Todos eles lançam perguntas para ela, uma após a outra em
um fluxo interminável, câmeras piscam rapidamente, as luzes
cegam. Ela deve ter ficado apavorada, embora esteja escondendo
bem; levanta o queixo em desafio. Há pelo menos trinta dos filhos
da puta, todos em torno dela. Quando os alcanço, começo a
puxá-los para trás um a um. Leva apenas um momento para
reconhecerem quem sou porque segundos depois as câmeras
estão piscando para mim e as perguntas estão sendo lançadas em
minha direção.
Eles recuam um pouco quando veem o olhar assassino no
meu rosto, e quando finalmente chego a Annie, encontro-a contra
a parede, segurando a bolsa, os olhos arregalados enquanto tenta
esconder o medo. Eles a encurralaram para longe da porta para
que não pudesse voltar depois de sair. No momento em que seus
olhos se conectam com os meus, vejo uma miríade de emoções
atravessarem seu rosto, a mais poderosa das quais é alívio.
“Ronan”, ela respira quando a pego em meus braços protejo-
a da horda. Passo minhas mãos pelo seu rosto até o pescoço e

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

depois ao longo do seu corpo, um instinto que consome tudo para


checar se ela se machucou.
“Você está bem?” Pergunto, minha voz sai em um grunhido
desde que estou tão chateado. Um cara paira sobre o meu ombro
para tentar ter uma foto, e sinto vontade de acertá-lo, fazer um
exemplo para o resto deles se voltarem a foder.
Annie leva as mãos ao meu peito e eu olho para baixo para
ver que elas estão tremendo, os olhos arregalados e piscando
entre os meus como se perguntasse, O que eu fiz?
Ela parece um pouco fora disso, então repito a minha
pergunta. “Annie me responda. Você está bem?”
Engulo em seco, ela finalmente encontra sua voz. “Estou
bem, só um pouco...surpresa. Não esperava que eles me
achassem tão rapidamente.” Ela soa mais forte do que eu
esperava, e isso me deixa orgulhoso.
“Malditos parasitas. Venha comigo. Apenas fique perto, tudo
bem?” Falo, abaixo-me para encontrar seus olhos.
Ela acena com a cabeça, o medo que segura à distância
começa a sangrar. “Tudo bem.”
Tomo as mãos dela, puxo ao meu redor, então ela está
segurando na minha cintura. Então a coloco firmemente debaixo
do braço e começo a conduzi-la através da multidão.
“Saiam da frente, merda”, aviso a qualquer paparazzi que
ouse chegar perto demais. Todos eles fazem como eu instruí.
Alguns minutos depois, estamos no meu carro, perguntas
ainda são lançadas para nós sobre o nosso relacionamento, sobre
Annie ser Socialmedialite, sobre se eu sabia ou não o tempo todo.
Estendo a mão através dela e abro a porta, uso meu corpo como

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

um escudo para mantê-los afastados enquanto ela entra. Uma


vez que eu a prendo, é mais fácil para dar à volta para o lado do
motorista, provavelmente porque não tenho escrúpulos sobre
forçar e empurrar as pessoas para fora do caminho.
Em certo ponto, um sujeito baixo agarra-me agressivamente
pelo ombro, e eu me viro, meu temperamento queima quando
agarro sua gola com uma mão e cerro a outra em um punho,
pronto para socar. Quando vejo o olhar de puro terror em seu
rosto, toda a minha raiva some de mim. Ele é apenas uma pessoa
tentando fazer um trabalho. Sim, ele é um parasita, e está
fazendo tudo errado; mas não merece uma surra. Nenhuma
dessas pessoas faz. Não tenho nenhum respeito por como
escolheram ganhar a vida, mas não vou desperdiçar uma única
grama de raiva neles mais. Não vale a pena.
Tenho certeza de que haverá algumas histórias circulando
no dia seguinte sobre como agarrei um fotógrafo, mas não me
importo. Meu objetivo agora é tirar Annie daqui para algum lugar
seguro. Eles podem me crucificar com tudo que quiserem.
Seus gritos são silenciados apenas quando entro no lado do
motorista e fecho a porta com força. Annie tem o celular nas
mãos, percorre as mensagens. Parece que está fazendo isso como
um meio de acalmar seus nervos e não porque realmente precisa
checá-los.
“Joan ligou e me pediu para ir ao escritório”, ela diz, sua voz
se quebra um pouco. “Não percebi que estavam todos do lado de
fora até que já tinha saído, e então eles bloquearam a porta para
que eu não pudesse voltar.” A parte final é sussurrada, e algo
dentro de mim estala.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Foda-se”, xingo e a puxo em meus braços, beijo o topo de


sua cabeça. “Isso não deveria ter acontecido.”
“É minha culpa”, ela murmura, seu rosto pressiona no meu
peito.
“Não, não é. Qualquer um com um pingo de decência
humana deve saber que não é certo encurralar uma mulher
sozinha assim. Esses paus poderiam ter te machucado.”
“Estou bem”, ela funga. “Mas acho que talvez deva fazer
algumas aulas de autodefesa.”
Rio levemente e depois solto um longo suspiro. “Olha, vou
nos levar para longe daqui. Então precisamos conversar. Se eu
ficar aqui por mais tempo, há uma boa chance de sair desse carro
e bater em alguém.”
Annie apenas acena silenciosamente em resposta e ligo o
motor. Dirijo em direção a Davidson & Croft, paro a algumas ruas
de distância quando vejo uma vaga de estacionamento rara.
Quando o motor desliga, o silêncio enche o carro, e não sei o que
dizer primeiro. Ainda estou tentando encontrar as palavras certas
quando Annie quebra o silêncio.
“Então, você leu meu post?” Sua voz é tão baixa que quase
não a ouço.
Viro meu corpo para encará-la. “Sim.”
É claramente uma luta, mas ela se força a olhar nos meus
olhos. Fico surpreso quando sua voz se torna exigente, feroz
quando pergunta, “E?”
“Hilário, como sempre”, respondo carinhosamente, e ela
franze a testa, morde o lábio inferior, parece chateada quando
olha para fora da janela.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Ouço-a resmungar, “Porcaria, porcaria, porcaria. Foda-se


um pato e bata um rapper...”
Tento não rir, inclino para frente e pego seu queixo na
minha mão, trago sua atenção de volta para mim. “Foi também a
coisa mais corajosa e honesta que já li, e não me sinto digno do
sacrifício.”
“Mas eu te amo”, ela diz muito alto para o interior de um
carro, com os olhos grandes, então corre para continuar, “Queria
mostrar que estou toda dentro, e não sabia como fazer isso, para
fazer você acreditar. Então desisti do meu anonimato. Não há
como voltar agora.”
Olho para ela por um longo tempo enquanto um sorriso
molda meus lábios. “Você parece tão assustada, amor.”
“Estou com medo. Estou aterrorizada. Mas não estou
apenas assustada. Estou...estou zangada comigo por te deixar na
Irlanda e não te dar uma chance, nos dar uma chance. Você
merece mais. Nós dois fazemos. E estou com raiva de você por
não me dar uma chance para explicar na noite passada. Mas
entendo o motivo. Mas ainda estou chateada. Mas te perdoo e te
quero muito. Eu te amo.”
Este último pedaço me faz sorrir como um idiota. “Ela me
ama…”
“Sim. Ela ama você. E ela quer casar com você, e parte dela
ainda tem medo de que mude de ideia, e agora estou falando na
terceira pessoa porque estou enlouquecendo e não durmo a mais
de vinte e quatro horas.”
“Não vou mudar de ideia. Isso nunca vai acontecer. Depois
desse golpe que você puxou, está presa comigo.”

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

“Bom.” Seu queixo treme, e vejo seus olhos se encherem de


lágrimas. Sua voz é aguada quando acrescenta, “Porque você está
preso comigo também. Eu te mereço, Ronan Fitzpatrick.”
Sorrio. “Deus te ajude.”
Ela bufa, então respira instável, mas seus olhos não vacilam
nos meus. “E eu mereço constância e honestidade. Mereço
respeito e amor. Mereço devoção inabalável.”
“Você tem tudo isso, tem tudo de mim.”
Ela acena, e fico aliviado ao ver suas lágrimas recuarem,
embora ainda pareça cansada.
“Ah, minha Annie. O amor é aterrorizante, eu sei, porque
também tenho pavor de perder você. Mas agora sei que também é
incrível. E estamos nisso juntos. Nunca se esqueça.” Murmuro a
última dessas palavras enquanto me inclino e capturo seus lábios
suavemente. Minhas mãos encontram cada um de seus ombros e
começam a massageá-los. Está tão rígida, e sinto um impulso
poderoso de relaxá-la, para não mencionar que a minha
necessidade de tocá-la em todos os lugares está praticamente me
consumindo.
“Pensei que fosse matar um daqueles fotógrafos lá atrás”, ela
diz entre meus beijos enquanto respira apressadamente. Estou
colocando-os em todo seu rosto agora, minhas mãos em concha
no pescoço, polegares esfregando os pequenos ligamentos na base
de sua garganta.
“Eu quase fiz, mas sabe de uma coisa? Estou aprendendo a
lidar com isso”, murmuro em devoção. “Sempre haverá
paparazzis, Annie, e sempre haverá jornalistas para escrever

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

mentiras sobre mim, sobre nós; mas estou percebendo que isso
não importa. Nada disso faz. Viu? Estou amadurecendo.”
Ela soluça uma risadinha.
Continuo, “Tudo o que importa é que tenho você. O resto é
ruído de fundo. Não vale a pena quebrar um prego, não importa
perder a paciência. E se isso significa que vamos ficar juntos, levo
tudo com um sorriso no rosto porque você e eu, querida, somos o
verdadeiro negócio. Você vale a pena lutar. Não vou deixar ir
agora, nem por todo o chá da China.”
Annie sorri e solta uma risada nervosa quando chupo seu
lábio inferior na minha boca. “Isso é muito chá.”
“Foda-se, sim, é.” Sorrio e a beijo corretamente, minha
língua desliza contra a dela, saboreio e exploro cada centímetro
de sua boca macia e perfeita. Nessa manhã pensei que nunca
conseguiria fazer isso de novo, nunca seria capaz de beber nela e
sentir meu coração ficar cada vez maior com todo o amor que
sinto por essa linda mulher que quero possuir até que eu fique
velho e grisalho.
Ela agarra minha camisa enquanto minhas mãos viajam por
sua espinha, estendo a mão para segurar sua bunda. Ela engasga
na minha boca quando nos encaixamos um contra o outro, e eu a
puxo para mais perto de mim, amaldiçoo a alavanca que nos
separa. Estou mentalmente tentando descobrir como colocá-la
embaixo de mim quando alguém bate alto na janela. Separamo-
nos, peitos arfando, os sons da nossa respiração ofegante enchem
o espaço quando me viro para ver um policial severo de Nova York
me encarar. Rolo para baixo minha janela e ele nos diz que

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

estamos estacionados em uma vaga para deficientes e preciso


sair, imediatamente.
Annie geme um pouco, ajeita sua blusa no lugar enquanto
coloco o carro de volta para a estrada. Quando chegamos a
Davidson & Croft, dirijo até a entrada e a deixo sair para lidar
com Joan enquanto saio em busca de algum lugar para deixar
meu carro. Eu me permito um momento para mergulhar na visão
de sua bunda enquanto ela se afasta e estou nas nuvens quando
se vira duas vezes, sorri por cima do ombro para mim, parece
mais corajosa a cada vez.
Uma vez que está dentro em segurança, vou embora.
Não posso acreditar que tenho essa mulher. Essa mulher
que parece projetada por algum poder divino especificamente
para ser minha, e eu fui projetado para ser dela. Uma coisa é
certa, assim que ela terminar de falar com sua chefe, estamos
voltando para a minha casa e não sairemos por muito tempo.

Rugby #1
L.H. Cosway & Penny Reid

Capítulo 23
The Shameless Snap: Quando tudo mais falhar, levante o telefone, foque a câmera e tire a
porra da foto.
Melhor para: Situações em que ser furtivo não é possível ou necessário.
Não use: Se o assunto da sua foto é propenso à violência, ou tem imunidade diplomática (ou
ambos).

*Annie*

“Eu não sei como dizer isso senão...eu me demito.”


Joan pisca para mim três vezes muito devagar sobre os
dedos marcados e com uma expressão vazia.
“Eu vejo...” ela diz.
Mexo no envelope e coloco na mesa dela. Encaramo-nos por
um longo momento, sua expressão não revela nada de seus
pensamentos. Ela não pega o envelope.
Estou prestes a me explicar quando ela continua, “Sim.
Entendo. É o melhor. Ia ter que te demitir. Dara Evans já ligou
sobre o artigo que escreveu no Dia de São Patrício, bem como
sobre o seu pequeno artigo de hoje. Ela quer nos processar. Sua
renúncia faz sentido para a empresa.”
Balanço a cabeça, firmo meus lábios. Fico desapontada.
Acho que parte de mim esperava que Joan não me deixasse

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renunciar. Gosto do meu trabalho na maioria das vezes,


especialmente quando estou trabalhando com figuras públicas
que merecem a boa reputação e a imagem ideal que ajudo a
alcançar.
Mas também fico aliviada.
Ajudar pessoas como Dara Evans sempre tenho vontade de
colocar um brilho no cocô.
“Obrigada por tudo, Joan.”
Dou-lhe um meio sorriso, e suas sobrancelhas levantam um
entalhe, revelando uma sugestão de surpresa.
“Você está se referindo a quando perdeu sua cabeça, ou está
se referindo a toda a minha excelente orientação profissional no
último ano?”
“Tudo isso. Obrigada. Você é uma...é uma boa amiga.”
“Não, eu não sou, mas é fofo que pense assim.” Ela se
inclina para frente de repente e pega a carta da mesa, segura-a
levemente na mão direita. “Claro, não vou deixar você sair tão
facilmente. Você tem contas de clientes importantes ainda na sua
fila. Espero que permaneça em uma posição de consultoria por
um período indefinido de tempo.”
Pisco minha surpresa. “Você me quer , quer que eu...você...”
“Pagaremos sua taxa horária como contratante. Rachel te
mandará os detalhes amanhã. Além disso, seria melhor se você e
o Sr. Fitzpatrick se casassem em algum momento, tivessem
algumas crianças lindas que joguem rugbi. Todo mundo ama um
DILF.”
Não posso deixar de rir. Estou chocada, calma e suave a
princípio, mas depois irrompo em um incontrolável ataque de

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risos. A expressão de Joan muda então. Ela parece ao mesmo


tempo desanimada e surpresa.
“Oh meu Deus. O que é esse som que está fazendo? Isso é...
uma risada?”
Balanço a cabeça, então aceno a cabeça, e balanço a cabeça
novamente, levanto uma mão enquanto seguro minha barriga
com a outra.
Joan olha para mim com receio. “Pelo amor de Deus, nunca
ria em público. Ninguém vai te perdoar por isso. Você será
ridicularizada, Ronan fará uma farra e, em seguida, Ian terá um
colapso nervoso tentando limpar a bagunça.”
***

Gerta chora quando lhe conto a notícia, mas depois para de


chorar quando falo que ficarei como consultora. Fico surpresa
com a força de sua reação e encontro-me confortando-a com um
abraço desajeitado de um braço só. Ela ri da minha falta de
capacidade de conforto e me puxa para um abraço completo.
“Ah, Annie...” ela suspira; eu a sinto sacudir a cabeça contra
o meu ombro. “Agora também podemos ser amigas fora do
trabalho.”
Fico sem palavras. Amigas. Vou ter amigos. A mãe de
Ronan, Jackie, sua irmã Lucy, as esposas e namoradas de seus
colegas de equipe... essas serão minhas amigas. Estar com Ronan
significa um círculo instantâneo de amigos.
E então me ocorre que todos os meus amigos on-line, os que
fiz como The Socialmedialite, podem agora se tornar reais, amigos
na vida real. Esse pensamento parece um pouco esmagador e

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muito emocionante. Estar comigo pode significar um círculo


instantâneo de novas amizades para Ronan também. Talvez
WriteALoveSong e eu nos encontremos para almoçar, ir ao cinema
ou sair como pessoas reais.
Talvez ele e Ronan se tornem bons amigos também,
especialmente depois que expliquei que WriteALoveSong, cujo
nome verdadeiro é Broderick, me ajudou a entender que eu
precisava ir a público com meus sentimentos por Ronan e minha
identidade como The Socialmedialite. A ideia de Broderick era
mais moderada, menos arriscada do que decidi, mas sua
sugestão original me fez reconhecer que precisava me arriscar e
agora é a hora.
Gerta sai para procurar algumas caixas para mim, e Ronan
aparece um momento depois, invade meu escritório com uma
energia inquieta e uma expressão severa. Mesmo assim, meu
sorriso é imediato.
“Ronan.” Sorrio, ando para ele.
“Você desistiu? Saiu do seu emprego? Por quê? Joan te fez
desistir? Porque se ela fez, juro por Deus que vou...”
“Não, espere. Ouça. não é assim.” Pego suas mãos, preciso
tocá-lo. Nossa reunião esta manhã foi muito curta, e estava um
pouco com sono. Preciso da sensação dele para provar que não
estou sonhando acordada.
“Então como é? Porque aquele idiota Ian Cabeça de merda
me parou no corredor e disse que estava no escritório de Joan e
que se demitiu. Você é fodidamente incrível no seu trabalho,
Annie; e se eles não podem ver isso, então são todos idiotas, todos
eles.”

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Meu sorriso se alarga quando corro para explicar, “Foi


minha decisão. Parei por conta própria, sem pressão de Joan. Na
verdade, ela quer que eu continue como consultora.”
Seus olhos se estreitam. “Ela não está te empurrando para
ficar, não é?”
“Não.” Ao invés de rir de sua expressão de suspeita,
pressiono meus lábios e acrescento, “Será o melhor dos dois
mundos. Como consultora, posso escolher com quais clientes
trabalho. Vai ser ótimo. Estou muito satisfeita.”
“Hããã...” Ele me examina, procura por sinceridade.
Obviamente, encontra e sua expressão clareia. “Tudo bem. Bom.
Acho que isso também significa mais trabalho de casa?”
“Sim. Vou trabalhar em casa o tempo todo agora. Sem mais
visitas ao escritório.” Olho ao redor do meu escritório e percebo
com uma pequena pontada que realmente vou sentir falta das
três paredes e da janela. Meus dias aqui, embora escassos, foram
às únicas vezes que tive que deixar meu apartamento. Agora não
tenho nada para me forçar da minha casa além da minha
vontade.
Sinto o peso do olhar de Ronan e volto minha atenção para
ele. Ele me observa com um desejo ardente e concentrado que
quase rouba minha respiração. Procura o meu olhar, o dele
cresce quase diabólico, ele leva a mão ao meu rosto, seus dedos
envolvem meu pescoço, e me puxa para mais perto.
“É uma pena que nunca batizaremos este escritório...” ele
sussurra contra a minha boca.
“Batizar?”
“Foder na mesa.”

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“Ah!”
Ele passa o braço em volta da minha cintura e me esmaga
contra ele, sua boca ferozmente colide com a minha, suas mãos
possessivas. Não nos separamos tanto tempo. Medindo o tempo,
fizemos amor há quatro dias, mas a distância emocional entre
nós é ilimitada, pelo menos, é assim para mim. Seu toque,
possessivo beira o desespero, me diz que sente o mesmo.
Perifericamente, ouço o guincho de Gerta, seguido pelo som
da porta se fechar. Os beijos de Ronan ficam mais suaves, mais
amorosos, estimados, mesmo quando me leva de volta para a
mesa. Seus dedos hábeis tiram minha camisa e se movem
habilmente para o fecho do meu sutiã.
Puxo minha boca para longe. Meus protestos, embora
baseados na lógica, são em grande parte medíocres. “Espere, nós
temos, muito que conversar, resolver. Eu te amo e quero que você
saiba que eu...”
“Sshhh, Annie querida. Temos o resto de nossas vidas para
conversar, e eu prometo que faremos; mas só temos mais dez
minutos neste escritório.”
“Mas... mas [não tenho restrições.”
Ronan puxa três centímetros de distância, levanta as mãos
para embalar meu rosto enquanto a parte de trás das minhas
coxas encontra a mesa. Seus olhos escuros estão embaçados pela
luxúria, mas também há uma doçura presente, uma sensação de
sinceridade e emoção.
“Meu amor...” Ele faz uma pausa, beija a ponta do meu
nariz, e sussurra, “Não quero você sempre amarrada. Quero você
livre. Quero selvagem. Quero corajosa. Quero você de qualquer

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jeito que eu possa te pegar. Quero você agora e quero você para o
resto da minha vida.”
Hesito, sem saber o que fazer, como tocá-lo. Ele deve ter
visto a indecisão em meus olhos porque segura minhas mãos e
coloca sob sua camisa na pele nua de seu estômago.
“Quero que me toque, Annie. Quero sentir suas mãos em
mim. Você não quer isso também?”
Realmente, suas palavras são todo o convite que eu preciso.
Enterro meus dedos nos sulcos de seu estômago e ao redor de
seus lados, sinto uma súbita sensação de urgência gananciosa.
Eu o beijo...eu o beijo. Ele geme sua aprovação. Todos que
pensam em viver no subsolo, desistindo da bravura por
segurança, fogem e nunca mais são vistos.
Eu absolutamente não posso deixar de tocá-lo. Ele parece
gostoso e suave sob meus dedos, duro e delicioso. Isso mesmo,
ele parece delicioso e quero prová-lo, mordê-lo, consumi-lo.
Apressadamente, empurro sua camisa até a clavícula e me
inclino para lamber e morder seu peito, minhas mãos se movem
para suas calças. Ele faz um trabalho rápido de levantar minha
saia e me ajudar a sair da minha calcinha. Noto que ele a
empurra no bolso da calça pouco antes de eu abrir seu cinto,
botão e zíper e enfiar minha mão em sua cueca boxer.
Nós dois respiramos fundo, suas palmas chegam aos meus
seios, me massageiam através do meu sutiã. Eu o acaricio, e ele
solta um suspiro e um “foda.” Essa é a primeira vez que toco nele
assim, e sinto como se fosse entrar em combustão espontânea
com a luxúria. Ele é grosso, longo, duro e masculino, quente e tão
malditamente sexy. O poder que sinto, segurando-o na minha

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mão, envolvendo seu pau perfeito com meus dedos. Sou


poderosa. Estou no controle.
Eu o acaricio de novo, e sua paciência estala. Em um
movimento rápido, Ronan me levanta para a mesa, afasta minha
mão e se coloca entre minhas pernas abertas. Ele então se
enterra ao máximo com um único impulso deselegante e rápido.
Minhas mãos vão para o seu traseiro, minhas unhas cavam
em uma pele mais deliciosa, e eu o pressiono para o meu centro.
Jogo minha cabeça para trás enquanto ele bombeia para dentro e
para fora. Baixa a boca para o meu pescoço, morde, chupa e
lambe, prova-me como quero saboreá-lo. Levanto meu queixo e
pego seus lábios, meus dedos se movem para suas costas e
depois para seus ombros.
Eu o ancoro com minhas mãos, enrolo minhas pernas ao
redor das dele. Não consigo o suficiente do seu corpo, o atrito e o
calor que fazemos. Recuo um centímetro e me concentro em seu
rosto, encontro-o rangendo os dentes, sua mandíbula apertada,
seus olhos fechados com força.
Meu coração cai e endureço com desapontamento. “Ronan,
você não gosta disso? Não devo tocar em você?”
“Não. Deus não. Isso é tão bom. Você perece fantástica. Não
pare.” Sua cabeça cai para o meu ombro, e ele faz um som como
um grunhido.
“Tem certeza? Por que, seus olhos estão fechados?”
“Porque se eu olhar para você enquanto está me tocando
assim e fazendo esses sons suaves e sexys, tão molhada e
apertada, é como o céu em volta do meu pau, então vou gozar em
dez segundos.”

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Minha respiração engata, e arqueio minhas costas enquanto


ele emparelha este discurso com um beliscão afiado no meu
mamilo, enviando uma onda de calor na parte baixa da minha
barriga. Estou perto e suas palavras me empurram para mais
perto. Somos uma massa emaranhada de membros, e estou
sentada de bunda na mesa com minha saia ao redor da cintura, e
Ronan Fitzpatrick está me fodendo, e é desconfortável,
deselegante e sexy como o inferno.
“Agora, Annie. Goza para mim agora.” Ele move o polegar
para o meu clitóris e esfrega, seu corpo inteiro tenso, esforça-se;
uma gota de suor escorre pelo lado do seu rosto. A visão dele tão
perto de perder o controle é tudo que preciso para me empurrar
em conclusão.
Ronan lança uma série de disparates que pode ser uma
língua estrangeira, seu ritmo frenético, seus olhos finalmente
abertos enquanto me segue, me observa, encontra seu próprio fim
e permanece dentro de mim, os movimentos finais de balanço dos
nossos corpos destinados a prolongar nosso prazer
compartilhado.
Ele respira com dificuldade quando me envolve em seus
braços, me esmaga contra ele. Sua pele está úmida, seu coração
bate como se quisesse saltar de seu peito, e ele ainda fala em
algum idioma desconhecido.
“O quê...o que é isso? O que está dizendo?” Minha
respiração ainda está difícil.
“É irlandês, e estou te prometendo para sempre. Você tem
que se casar comigo, Annie. Diga sim.”

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“Eu te disse no carro. Sim, vou me casar com você.” Sorrio


contra seu peito rígido.
“E não é só o sexo mas, não vou mentir, o pensamento de
não fazer sexo com você novamente me faz querer morrer, é você.
Vejo você todos os dias, é a maneira como olha para mim, ver
você se envolver, é como me toca, é sua generosidade, sua beleza,
é você.”
Meu sorriso fica suave e eu me aconchego mais perto. “Você
gosta de como eu te toco?”
“Sim. É viciante. Nunca pare.”
“Isso significa que não vai mais me amarrar?”
Ele faz uma pausa, para e depois se afasta, procura meu
rosto. Seus olhos brilham com reverência e devoção. “Diga-me
você.”
“Eu gosto de tocar em você. Gosto muito de te tocar.”
“Então...”
Corro para acrescentar, “Mas também gosto de não tocar em
você.”
Seu olhar se aquece com felicidade e talvez um pouco de
diversão.
“Então faremos as duas coisas. Minha única condição é que
eu tenha uma palavra segura também.”
Minhas sobrancelhas saltam quando olho para ele, e sinto
os movimentos de um sorriso zombeteiro em meus lábios. “Você
quer uma palavra segura?”
“Sim.” Ele ergue os dedos para o meu cabelo agora
bagunçado e coloca atrás das minhas orelhas, seu sorriso mal
reprimido alega suas características.

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Cruzo meus braços sobre o peito e limpo a garganta


enquanto o observo com expectativa. “E qual será a sua palavra
segura?”
“Éclair.”
“Éclair?”
“Sim”, ele diz, seu sorriso agora enorme, seus olhos
castanhos brilham de travessura e carinho.
“Por que éclair?”
“Porque, amor...” Ronan segura meu rosto em suas palmas e
inclina minha cabeça para trás enquanto abaixa seus lábios nos
meus. Dá um beijo suave na minha boca e sussurra, “Sempre
quis que você me comesse como um éclair.”
Ele quer que eu reaja, fique chocada com sua sugestão
lasciva, típica, maravilhosa e de mente suja, Ronan.
Em vez disso, ignoro a intenção de sua declaração e
pressiono, “Mas isso não prejudica o propósito de uma palavra
segura?” Seus quase-beijos lânguidos me fazem sentir excitada e
confusa por toda parte.
Ronan ri, belisca meu lábio inferior, certifica-se de que meus
olhos esteja nos dele quando responde, “Ah, Annie, nunca estarei
seguro com você.”

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Epílogo

*Ronan*

Uso minha chave, abro a porta do apartamento de Annie e


entro. Ela senta na sala de estar usa um top solto que pende de
um ombro, me dá uma visão tentadora e muito sexy de sua pele
sedosa. Seu cabelo em um monte em cima de sua cabeça
enquanto seus dedos dançam rapidamente sobre as teclas do
computador. Muito fofo. Ainda não consigo me acostumar com o
fato de que um dia vou me casar com essa mulher. Que a tenho
para valer.
Ela e todos os seus amigos estranhos online.
No começo, foi estranho conhecer essas pessoas que ela
conheceu como The Socialmedialite, mas agora está livre para
interagir pessoalmente. Fiquei surpreso que gostei da maioria
deles, especialmente Broderick. Ele é do tipo quieto e posso ter
ficado com ciúmes do relacionamento deles quando descobri. Mas
mudei de ideia sobre ele rapidamente. Bônus adicionado, ele pode
realmente manter-se comigo no parque quando vamos correr.

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Ouvindo-me entrar, Annie olha por cima do ombro e me dá


um sorriso caloroso, os olhos piscam com curiosidade para o saco
de papel marrom que seguro na minha mão. Sorrio de volta para
ela, mas não falo nada, coloco o saco na mesa de entrada e vou
pendurar o meu casaco. Realmente gosto do apartamento da
Annie aqui em Nova York. Parece muito com ela, como em casa, e
estou com medo de ter que sair quando voltar para a equipe no
próximo mês.
Nós casualmente discutimos a tentativa de longa distância
por um tempo, mas não conseguimos chegar a um acordo.
Honestamente, não quero nem um centímetro de distância entre
nós, nem um oceano inteiro. Então, sim, quero estar longe dela
tanto quanto quero fazer uma histerectomia. Annie me disse que
desistiria de seu blog para morar na Irlanda, mas pude ver a
relutância em seus olhos. A perspectiva de deixar tudo para trás
dói. Simplesmente não consigo fazê-la fazer isso. Ela adora
blogar. É sua alegria, sua paixão.
Então estamos em uma espécie de paralisação.
Bem, espero remediar essa paralisação hoje. Só espero que
ela esteja por isso.
“O que está no saco, Ronan?” Ela pergunta casualmente.
Resisto ao desejo de rir porque estou intencionalmente
enganando-a com isso. Quero surpreendê-la. O saco tem o selo de
sua padaria italiana favorita; no entanto, não contém nenhum
dos doces açucarados usuais. Depois que ela se colocou completa
e totalmente à mercê da mídia, saindo como a criadora do New
York’s Finest, a fim de declarar seu amor por mim, quero dar algo
a ela em troca. Annie fez o sacrifício absoluto; desistiu do seu

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anonimato para estar comigo, e embora não tenho certeza de ter


algo tão pesado para colocar na linha, quero lhe dar algo que
signifique muito para mim. Algo que mostrará a ela o quanto ela é
importante. É quid pro quo. Se ela pode desistir de algo por mim,
posso desistir de algo por ela também.
“Nada importante”, minto quando me aproximo atrás dela,
tiro alguns fios de cabelo caídos para longe de seu pescoço, e me
inclino para colocar um beijo logo abaixo da orelha. Ela estremece
ao toque dos meus lábios e sorrio. Até mesmo a menor reação
dela é viciante, e saboreio cada uma delas.
“Ligue para a Lucy no Skype, sim?”, Murmuro. “Nós dois
temos algo que queremos discutir com você.”
“Tudo bem, mas por que estou chamando sua irmã?”
“Você verá.”
Perplexa, Annie faz o que peço, e logo Lucy está sorrindo
para nós na tela, veste uma camiseta com um My Little Pony de
aparência psicodélica, seu cabelo multicolorido solto em uma
longa e solta trança.
“Olá, pombinhos, como ela está cortando?” Lucy chia, cheia
de emoção.
Eu sei o motivo, mas Annie não sabe. Ainda não. Ela me dá
um olhar confuso sobre a frase de Lucy, então explico, “É uma
gíria irlandesa de como está indo.”
“Ah,” Annie diz, os olhos iluminam com compreensão
quando ela se vira para Lucy e sorri. “Ela está bem, Lucy. E
você?”
Lucy se mexe em seu assento com mal contida alegria.
“Estou bem! Fantástica, na verdade.”

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“Você parece muito animada”, Annie observa, desconfiada


agora.
“Estou”, Lucy responde, em seguida, olha para mim. “Você
já disse a ela?”
“Não, estou esperando para fazer isso com você.”
Annie olha para mim. “Disse-me o quê?”
Pego sua mão na minha e começo a esfregar seu pulso.
“Lucy e eu temos uma proposta para você.”
“Certo?”
“Então, você sabe como quer se mudar para a Irlanda, mas
para isso precisa desistir do seu blog?”
“Hã-ham.”
“Bem, Lucy e eu estávamos conversando e chegamos a uma
solução. Desde a sua visita, Lucy está morrendo de vontade de ter
uma desculpa para voltar aqui, então o que nos propomos a fazer
é isso. Lucy vai morar em Nova York e trabalhar para você, tirar
fotos de celebridades, e você pode ir para a Irlanda, mas ainda
assim escrever seu blog, apenas com Lucy mandando as fotos
para suas postagens.”
“É uma vitória. Além disso, eu sempre me imaginei como
uma fotógrafa amadora”, Lucy diz para Annie com uma piscadela.
Ela fica quieta por um momento, olha entre nós dois com
uma expressão que não consigo decifrar. Sei que o veredicto é
bom quando um sorriso finalmente toma forma. “Essa é uma
ideia genial! Não posso acreditar que não pensei nisso sozinha.”
Ela mergulha de seu assento e se joga em meus braços. Eu
a puxo para perto e a beijo suavemente na boca, belisco seu lábio
inferior. Deus, como amo essa mulher.

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“Argh, certo, vocês dois podem esperar até que eu saia para
começar a fazer sexo, por favor?” A voz de Lucy vem através dos
alto-falantes, e Annie e eu começamos a rir.
“Vou para a Irlanda”, Annie sussurra, com os olhos cheios
de emoção e descrença ao olhar para mim. “Ficaremos juntos, e
nenhum de nós precisa desistir de nossas carreiras.”
“É um negócio fodido, certo?” Falo carinhosamente, corro
meus polegares ao longo de sua mandíbula.
“E eu vou para Nova York”, Lucy acrescenta, faz uma
pequena dança na frente da câmera. “Big Apple, aqui vou eu,
baby! Melhor se preparar para Lucy Fitzpatrick!”
Sério, minha irmã é maluca às vezes. Estou um pouco
apreensivo de ela se mudar para um lugar tão grande, cheio de
perigos e vícios, mas Tom me prometeu que ficará de olho nela.
“Ela virá em duas semanas para que tenhamos um pouco de
tempo para você ensinar as cordas”, falo a Annie depois que
dizemos adeus a minha irmã, que declara para nós que vai
encontrar Jared Leto e atraí-lo para o casamento.
“Soa bem.” Annie concorda e morde o lábio. Reconheço o
rubor em suas bochechas. Digamos que minha noiva realmente,
realmente gosta de mim agora, e quando ela realmente gosta de
mim, também gosta que eu faça as coisas que gosto com ela.
Respiro fundo e corro minha mão de sua clavícula para a parte de
trás do seu pescoço, onde eu a seguro firmemente. Ela engasga
com meu toque duro, seus seios cheios roçam meu peito
enquanto a viro e levo pelo corredor até o quarto, puxo o saco de
papel marrom da entrada enquanto faço. Ele tilinta um pouco e

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Annie dá um olhar curioso. Os produtos assados normalmente


não tilintam.
Eu a encosto na cama e coloco o saco ao seu lado. Quando
ela se move para abri-lo, dou-lhe uma carranca severa e ela retira
a mão. Sua respiração é superficial, seus lábios se enchem
enquanto ela os lambe, e sei pela maneira como suas pupilas
dilatam, que está ciente de que estamos jogando agora. No
quarto, nossos papéis se encaixam como luvas, e é uma
verdadeira revelação finalmente poder saciar meus desejos. Com
Annie não há confusão nem constrangimento; nós dois
conhecemos a mecânica que funciona para nós e nos
complementamos perfeitamente.
“Tire a roupa e vire”, falo, repreendo-a por olhar no saco sem
pedir permissão.
Com os olhos baixos, ela faz o que peço, tira rapidamente a
blusa e a calça antes de deitar-se de bruços, sua linda bunda
redonda me encara. Encho com a visão de sua calcinha de renda
vermelha, dou dois passos para frente até meus joelhos baterem
na cama e me inclino sobre ela. Minha respiração atinge o lado de
sua bochecha, minha boca em seu ouvido quando falo, “Você tem
que se lembrar de pedir permissão, Annie.” Então, trago minha
mão para sua bunda, dou-lhe uma palmada um pouco forte, e ela
grita, depois geme no travesseiro. O tapa e o jeito que falo para
ela a tem excitada, posso dizer. Esfrego seu traseiro para acalmar
a dor, coloco um beijo molhado em seu pescoço, lambo e depois
me levanto novamente.
“Agora você tem permissão para olhar”, falo, a voz pesada
com promessa sexual.

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Sorrio quando ela mergulha para o saco com entusiasmo,


puxa a caixa de doces e me dá um olhar confuso. Ela sacode a
caixa e, de novo, tilinta. Abre, tira as chaves.
“Estas são...”
“As chaves do meu Chevy”, falo com ternura.
“Mas por que está dando para mim?”
“Porque quero te dar algo, e me lembrei de você uma vez me
dizer o quanto amava o Chevy, como gostaria de ter um carro
como ele um dia. Bem, agora você tem.”
Quando ela olha para mim, seus olhos brilham de emoção.
“Esse é o seu carro favorito. É o primeiro carro que já possuiu.
Você ama esse carro.”
“É verdade, mas eu te amo mais. Agora, a coisa que eu mais
amo tem algo que eu amo muito,” murmuro carinhosamente e
levanto a mão para acariciar sua bochecha. Não posso deixar de
acrescentar provocativamente enquanto passo meus lábios nos
dela, “Além disso, não é exatamente o meu favorito mais. Essa
honra agora pertence ao Charger. É, afinal de contas, onde
primeiro fizemos amor.”
Annie solta uma risada emocional e começa a me beijar de
volta, seus seios se movem contra o meu peito. “Eu nunca soube
que um homem poderia ser tão romântico sobre carros.”
“Você não conhece muitos entusiastas de carros, não é?”
Pergunto.
Ela balança a cabeça. “Só você.”
Seguro seu queixo enquanto deslizo minha língua
provocantemente entre seus lábios. Ela ofega por ar. “Eu nem sei
dirigir.”

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“Você vai aprender”, falo, minha voz cresce mais


profundamente à medida que minha excitação aumenta. “Na
verdade, esta noite vou levar você para uma aula, mas primeiro
nós jogamos.”
“Espere, espere”, ela protesta. “Há mais uma coisa no saco.”
“Ah, sim, tem. Quase me esqueci”, falo e me afasto.
Annie mergulha a mão no saco e pega o folheto que coloquei
na caixa. “Um folheto de propriedades?” Pergunta, com os olhos
brilhantes de entusiasmo.
“Está certa. Se estamos mudando para a Irlanda, vamos
precisar de uma casa agora, não vamos?”
Sou pego completamente desprevenido quando as lágrimas
começam a encher seus olhos, e eu a puxo para perto.
“Ei, ei, que são essas lágrimas?” Falo, afasto um pouco da
umidade sob seus olhos com o polegar.
Ela funga e fala tão baixinho. “Sinto muito. Estou sendo
uma idiota emocional. É só que amo você. Sempre estive sozinha,
e a ideia de ter uma casa com você é um pouco avassaladora.
Sinto que vou acordar em um minuto, e tudo terá sido um
sonho.”
Pego sua mão na minha e coloco no meu coração. “Isso não
vai acontecer. Isso é real. Você é minha casa agora e eu sou a
sua. Nada pode mudar isso. Não vou deixar.”
O olhar que ela me dá me tira o fôlego, como se eu fosse
tudo que sempre quis e ela não pode acreditar que realmente me
tem. Isso é para nós dois porque me sinto exatamente da mesma
maneira. Retorno seu olhar, e então minhas pálpebras ficam
encapuzadas. Estar sozinho em um quarto com minha linda

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noiva faz isso comigo. Meus olhos percorrem seu peito, onde seus
seios sobem e descem com sua respiração, e deslizo meu braço
sob seu corpo, empurro-a para o topo da cama. Um pequeno
suspiro escapa dela quando subo entre suas pernas e capturo
seus pulsos nos meus, prendo-os sobre sua cabeça.
“Então, amor, corda de seda ou algemas hoje, o que vai ser?”
Ronrono e enfio meus quadris nela.
Seus olhos brilham e uma expressão de fogo vem sobre ela
quando encontra meu olhar. “Ou posso tocar em você.”
Um sorriso forma em meus lábios lentamente enquanto
penso em todas as maneiras que estou prestes a fazê-la gritar.
“Por que, Annie querida, essa é a resposta correta.”

***

New York’s Finest

Blogando com *The Socialmedialite*


14 de fevereiro
Não me importo se alguém disser o contrário, Lumbersexuals34
estão aqui para ficar.
Eles são deliciosos demais para ser uma moda passageira. É
como tudo que você quer em um Lumberjack35 de verdade ― a
barba, os olhos fumegantes, o torso bem musculoso, as mãos
grandes, a flanela, as botas ―, mas sem a comida pendurada no
bigode, a sujeira no chão ou qualquer madeira real (mas não se

34 Lenhador sexy.
35 Lenhador.

Rugby #1
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preocupe, ainda há muita madeira *empurra, empurra* *piscada,


piscada*).
Embora, admito que alguns desses Lumbersexuals levam as
coisas um pouco longe demais. Por exemplo, meu marido e seus
companheiros de equipe. Como vê nessas fotos furtivas tiradas há
duas noites, nenhum deles raspou a barba por quase quatro
meses, nem mesmo um corte! Todos parecem feras ou neandertais.
Bem, todos menos o pobre Sean Cassidy. Infelizmente, como
pode ver na terceira foto abaixo, a barba dele é desigual e
manchada, como um pré-adolescente com uma penugem de
pêssego. Assemelha-se a algum tipo de acidente com Rogaine36 ou
a uma barba assinada por Hair Club for Men37 terrivelmente
errada.
Além do esforço corajoso (mas fracassado) de Sean, esses
caras estão mantendo a barba por uma boa causa, e não posso
culpá-los por isso.
Confira o link para a caridade em destaque abaixo para
saber por que os jogadores de rugbi irlandeses não estão se
barbeando e talvez doem algum dinheiro para essa causa valiosa.
Até a próxima!
(Casada com a felicidade) The Socialmedialite

O FIM

36 Produto para tratar queda capilar.


37 É uma empresa americana de restauração capilar e substituição de cabelo, localizada nos Estados
Unidos, no Canadá e em Porto Rico.

Rugby #1

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