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*Este artigo foi extraído do livro Trabalho e Cidadania. Produção e Direitos na Era da Globalização. São
Paulo, Editora Cortez, 2000.
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Giuseppe Cocco é Professor Titular da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (ESS, UFRJ) e Coordenador do Laboratório Território e Comunicação (LABTeC, CFCH/UFRJ).
Formado em Ciências Políticas pela Universidade de Padova (Itália), doutorou-se em História Social pela
Universidade de Paris 1 (Panthéon-Sorbonne). Colaborou, no âmbito da revista francesa Futur Antérieur (Ed.
L’Harmattan, Paris), com Antonio Negri, Maurizio Lazzarato, Jean-Marie Vincent, Yann Moulier Boutang,
Michèle Collin e Thierry Baudouin. Radicado no Brasil desde 1995, ensina na área de “trabalho” e realiza
diversas pesquisas sobre as dinâmicas produtivas dos territórios.
reais” (Belluzzo, 1997:190; grifos nossos). Na intuitivamente clara, ela está longe de ser efetiva.
realidade, a produtividade não cresce porque seu Ela implica, por um lado, que se aceite a
indicador não muda. Ou seja, medida pelos tradicional clivagem entre trabalho produtivo e
tradicionais padrões de cunho industrial, a trabalho improdutivo e, por outro, que se ignorem
produtividade fica estagnada. A medida oficial da as complexas correlações que ligam a produção
produtividade deve ser necessariamente errada, ao consumo. Desde os trabalhos da escola de
pois a definição é sempre a mesma, ou seja, “a Frankfurt, não é mais possível aceitar esse deter-
quantidade de produto por hora de trabalho” minismo produtivista segundo o qual, por exem-
(Marazzi, 1998:99-100; grifo do autor). A plo, produzir carros (e estradas engarrafadas) seria
definição é sempre a mesma, mas os processos de “real” (e produtivo) ao passo que as redes de
valorização mudam radicalmente. intercâmbio comunicativo seriam fictícias e
A crise da produtividade aponta para um “irreais”. Entre essas duas esferas, na realidade,
verdadeiro enigma, que não reside no esgotamento a verdadeira clivagem encontra-se na dinâmica
de seu crescimento, mas da própria unidade de da criação de emprego assalariado como critério