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Um dos símbolos da soberania na Idade Média, pois cunhar dinheiro era prerrogativa real, as Casas da Moeda
chegaram cedo ao Brasil, antes mesmo da Independência. O Ciclo do Ouro precipitou a cunhagem de moeda
metálica, com o duplo objetivo de fornecer meio circulante á colônia e de arrecadar tributos como a
Senhoriagem e a Braçagem.
Antes mesmo de se iniciar o Ciclo do Ouro, a Coroa Portuguesa, por volta de 1644, determinou a criação de
uma casa da moeda em São Paulo, para aproveitar o metal ali extraído. Nomeou funcionários, expediu
regimentos e tomou outras medidas para estabelecê-la, mas até hoje não se conhece nenhum exemplar de
moeda que sido cunhado nela.
Nos anos que se seguiram, a Coroa criou diversas oficinas monetárias na Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro
e São Vicente, para recunhar moedas já em circulação (veja OFICINAS MONETÁRIAS). Com a descoberta
do ouro em Minas Gerais, a abundância do metal justificou a criação, em 1694, de uma casa da moeda na
Bahia, posteriormente transferida para o Rio de Janeiro e depois para Pernambuco (de onde voltou para o Rio
de Janeiro em 1702).
Em 1714 instalou-se novamente uma casa da moeda na Bahia; outra foi implantada em Vila Rica em 1725.
Assim, três casas existiram simultaneamente nessa ocasião. Mais tarde, criaram-se outras em Goiás e em
Cuiabá, mas a primeira nunca se instalou e a segunda teria sido mera oficina da Casa de Fundição, incumbida
de remarcar moedas espanholas.
Depois da Independência, foi criada uma casa da moeda em Cachoeira, na Bahia, para atender às forças
brasileiras, que tinham nessa vila o seu centro de operações contra as tropas portuguesas aquarteladas em
Salvador. A princípio, as Casas da Moeda eram dirigidas por um Provedor e por um Superintendente. Mais
tarde, por volta de 1725, desapareceu a figura do Superintendente.
E, no final do Império, o cargo de Provedor foi transformado em Diretor. O pessoal das casas da moeda incluía
tesoureiros, escrivães, fundidores, cunhadores, ensaiadores, guarda-cunho, abridor de cunho, juiz da balança,
fiéis do ouro e da prata, além de meirinhos e outros auxiliares.
A esse pessoal acresciam os chamados “moedeiros do número”, comerciantes e cidadãos abastados, que
tinham a obrigação de servir uma vez por ano como “moedeiros da semana”, incumbidos, possivelmente, de
funções meramente fiscalizadoras.
Eram repartições internas da casa da moeda a Casa das Feituras, a Casa das Fieiras, e a Casa do Cunho.
Segundo Cléber Baptista Gonçalves, modernamente, se considera que a reunião das oficinas de fundição,
laminação, corte, gravura e cunhagem caracteriza uma Casa da Moeda.
Quando só uma ou algumas delas estão presentes, o que existe é uma mera oficina monetária. (FONTES:
GONÇALVES, A casa da moeda do Brasil – SALLES OLIVEIRA, Moedas do Brasil – ABN, 8:81 – IDHCO,
4:44 – Fiscais e Meirinhos, 426).
A casa da moeda da Bahia foi instalada na Praça do Palácio, na Cidade Alta, no local onde fora a Alfândega,
em prédio adaptado. As primeiras moedas ficaram prontas em 5 de janeiro de 1695. Sua letra monetária era
“B”. Em 1698 a casa da moeda encerrou suas atividades na Bahia, transferindo-se para o Rio de Janeiro. Só
foi restabelecida em 1714, mas desta vez com a cobrança da Senhoriagem.
Funcionou durante mais de um século, encerrando suas atividades em 1830 e sendo formalmente extinta em
1834. Em 1803 tinha-se chegado a determinar sua mudança para Goiás, mas isso não ocorreu.
O prédio que a abrigava acabou por ser demolido no século XIX, construindo-se em seu lugar uma biblioteca
pública. (FONTES: GONÇALVES, Casa da Moeda do Brasil, 56/64 e 92/94 – CMBN, 2;313 – SALLES
OLIVEIRA, Moedas do Brasil, 1;214 – VILHENA, A Bahia no Século XVIII, 115 (nota de BRAZ AMARAL)
– Fiscais e Meirinhos, 425).
Provavelmente acompanhou a mudança da administração de Cuiabá para Vila Bela da Santíssima Trindade
de Mato Grosso, em 1772. Nesse caso, teria retornado a Cuiabá em 1819. Em 1828 ainda contava com 10
funcionários e era separada da Casa de Fundição. (FONTES: ALINCOURT, Rezultado dos Trabalhos e
Indagações Statisticas da Provincia de Mato-Grosso – GONÇALVES, casa da moeda do Brasil, 40/45 –
IDHCO, 4:144).
O prédio que ocupava sofreu várias remodelações, sendo aproveitado depois como Palácio dos Governadores.
Hoje, aloja a Escola de Minas de Ouro Preto. ((FONTES: GONÇALVES, casa da moeda do Brasil, 100/104
– Fiscais e Meirinhos, 428).
Taunay o comprova. A grande questão que se levanta é se ela chegou a “bater” (cunhar) moeda nova. Teria
sido ela uma mera oficina monetária? Ou uma casa da moeda que nunca se instalou? Sabe-se muito sobre ela,
inclusive os nomes, os cargos e os atos de nomeação de seus funcionários. Conhece-se também o tipo de
moeda que ela deveria fabricar: o “São Vicente”, moeda de ouro, nos valores de 750, 1500 e 3000 réis. Moedas
desse tipo são descritas no inventário de Lourenço Fernandes, um mascate carioca falecido em São Paulo, em
1646. Teriam sido cunhadas em São Paulo? Se assim fossem, teriam as letras monetárias “SP”.
Enquanto não se localizar uma moeda dessas, porém, a dúvida continuará pairando: existiu uma casa da moeda
em São Paulo? De qualquer forma, a casa da moeda não durou muito, desaparecendo por volta de 1650.
Deixou aberta, entretanto, uma interrogação a ser respondida por nossos historiadores e numismatas.
(FONTES: GONÇALVES, casa da moeda do Brasil, 40/45 – TAUNAY, A Primeira casa da moeda do Brasil
– Pauliceae, 2:313/356).
E até hoje, quase três séculos decorridos ainda está na “cidade maravilhosa”, conservando o mesmo nome e
as mesmas atribuições. Em 1698, a Casa da Moeda, vinda da Bahia por mar, com seu pessoal e ferramentas,
foi instalada na rua Direita, atual Primeiro de Março, no prédio dos armazéns da Junta de Comércio, nas
proximidades da ladeira de São Bento. Ao voltar de Pernambuco, em 1702, novamente se instalou no mesmo
local.
Sua letra monetária era “R”. Junto com a Casa da Moeda, usando seu pessoal e instalações, estabeleceu-se,
em 1703, uma Casa dos Quintos, para arrecadar o tributo daqueles que não quisessem trocar seu ouro por
moedas. Tornando-se inadequadas as dimensões do prédio da Junta do Comércio, a casa da moeda transferiu-
se para duas casas dos frades carmelitas, no Terreiro do Carmo, hoje Praça XV. Isso ocorreu por volta de
1707. Nas invasões francesas, a casa da moeda foi afetada de formas diversas. Em 1710, travou-se nas suas
proximidades a principal batalha; vencidos os invasores, parte dos prisioneiros foi recolhida à cadeia existente
na Casa da Moeda.
Na invasão de Duguay-Trouin, em 1712, a casa da moeda foi obrigada a pagar a avultada soma de
110:077$600 (cento e dez contos, setenta e sete mil e seiscentos réis), como parte do resgate da cidade. Além
disso, foi pesadamente bombardeada, ficando inutilizadas as suas oficinas, o que a obrigou a suspender os
trabalhos por muitos meses. Em 1743, o Conde de Bobadela, Gomes Freire de Andrade, edificou no local um
novo prédio, o imponente Palácio dos Governadores. A Casa da Moeda ficou ocupando uma parte do térreo,
voltada para a rua Direita.
Já no século XIX, em 1814, a casa da moeda mudou-se para o antigo rudimento de museu de história natural,
na rua do Sacramento, a famosa “Casa dos Pássaros”, que compartilhou com o Erário Régio. No período em
que esteve na rua do Sacramento, a Casa da Moeda emitiu, pela primeira vez na América, selos postais, os
célebres “olhos de boi”.
Nesse edifício, a casa da moeda ficou até 1868, quando foi removida para o prédio próprio, especialmente
construído para ela na Praça da Aclamação, hoje Praça da República. E ali ficou por mais de um século até
1983, quando foi removida para o Parque Industrial Santa Cruz, onde dispõe das melhores instalações
possíveis. (FONTES: GONÇALVES, casa da moeda do Brasil – Fiscais e Meirinhos, 426).
Fonte: www.receita.fazenda.gov.br
11 de Fevereiro
Em seguida, a casa da moeda foi transferida para o Rio de Janeiro, em razão da dificuldade e perigo no
transporte das moedas existentes à Casa da Moeda. Houve ainda a transferência da sede para Pernambuco, e
finalmente o estabelecimento no Rio de Janeiro, em 1702, com a descoberta de ouro na região central do
Brasil.
Entre 1695 e 1698, foram cunhadas moedas de ouro, de uso exclusivo da Colônia, nos valores de 4.000, 2.000
e 1.000 réis. E moedas de prata, nos valores de 640, 320, 160, 80, 40 e 20 réis. A moeda de 320 réis ficou
conhecida como “pataca”.
Fonte: 200anos.fazenda.gov.br
11 de Fevereiro
A casa da moeda do Brasil é uma empresa pública, vinculada ao Ministério da Fazenda. Fundada em oito de
março de 1694, a Empresa acumula mais de 300 anos de existência. Foi criada no Brasil Colônia pelos
governantes portugueses para fabricar moedas com o ouro proveniente das minerações. Na época a extração
de ouro era muito expressiva no Brasil e o crescimento do comércio começava a causar um caos monetário
devido à falta de um suprimento local de moedas.
Um ano após a fundação, a cunhagem das primeiras moedas genuinamente brasileiras foi iniciada na cidade
de Salvador, primeira sede da CMB, permitindo assim que fossem progressivamente substituídas as diversas
moedas estrangeiras que aqui circulavam. Em 1695 foram cunhadas as primeiras moedas oficiais do Brasil,
de 1.000, 2.000 e 4.000 réis, em ouro e de 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis, em prata, que ficaram conhecidas
como a série das patacas .
Desde então, através da produção de moedas e, posteriormente, também de cédulas e outros produtos
fiduciários e de segurança, a história da CMB vem se tornando parte da própria História do Brasil. Em 1843,
utilizando técnicas intaglio, a casa da moeda imprimiu o selo Olho de Boi , fazendo do Brasil o terceiro país
do mundo (precedido apenas pela Inglaterra e pela Suíça) a emitir um selo postal. Esse selo é seguramente
parte de nossa história, bem como é parte da história da filatelia mundial.
Após alguns anos de atividade no nordeste do Brasil e em Minas Gerais, a CMB foi transferida para o Rio de
Janeiro, então capital da República, operando inicialmente em instalações provisórias e, mais tarde, em amplo
e adequado prédio construído na Praça da República, inaugurado em 1868 (hoje pertencente ao Arquivo
Nacional).
Essa planta foi modernizada no período de 1964 a 1969, com o propósito de assegurar a nosso país a auto
suficiência na produção de seu meio circulante. Em 1969, para surpresa dos especialistas internacionais, essa
meta foi alcançada: cinco diferentes denominações de cédulas brasileiras foram simultaneamente lançadas,
estritamente de acordo com o planejamento governamental elaborado em 1967.
O crescimento da economia brasileira durante os anos subsequentes veio requerer a expansão da capacidade
de produção da empresa.
Um novo complexo industrial, que hoje representa um dos maiores do gênero no mundo, foi especificamente
projetado, construído e inaugurado em 1984, no Distrito Industrial de Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de
Janeiro. Essas modernas instalações ocupam cerca de 110.000 metros quadrados de área construída, em uma
área de terreno de cerca de 500.000 metros quadrados.
Sendo uma das mais antigas instituições públicas brasileiras, a CMB orgulha-se de ter conquistado ao longo
de seus mais de três séculos o respeito de seus clientes e da sociedade brasileira, confiavelmente suprindo
produtos de segurança de alta qualidade, compatíveis com os mais exigentes padrões internacionais e com
profundo respeito ao Meio Ambiente.
Origem do dinheiro
Nos tempos mais remotos, com a fixação do homem à terra, estes passaram a permutar o excedente que
produziam. Surgia a primeira manifestação de comércio: o escambo, que consistia na troca direta de
mercadorias como o gado, sal, grãos, pele de animais, cerâmicas, cacau, café, conchas, e outras.
Esse sistema de troca direta, que durou por vários séculos, deu origem ao surgimento de vocábulos como
salário , o pagamento feito através de certa quantidade de sal; pecúnia , do latim pecus , que significa rebanho
(gado) ou peculium , relativo ao gado miúdo (ovelha ou cabrito).
As primeiras moedas, tal como conhecemos hoje, peças representando valores, geralmente em metal surgiram
na Lídia (atual Turquia), no século VII A. C.. As características que se desejava ressaltar eram transportadas
para as peças, através da pancada de um objeto pesado (martelo), em primitivos cunhos. Foi o surgimento da
cunhagem a martelo, onde os signos monetários eram valorizados também pela nobreza dos metais
empregados, como o ouro e a prata.
Embora a evolução dos tempos tenha levado à substituição do ouro e da prata por metais menos raros ou suas
ligas, preservou-se, com o passar dos séculos, a associação dos atributos de beleza e expressão cultural ao
valor monetário das moedas, que quase sempre, na atualidade, apresentam figuras representativas da história,
da cultura, das riquezas e do poder das sociedades.
A necessidade de guardar as moedas em segurança deu surgimento aos bancos. Os negociantes de ouro e prata,
por terem cofres e guardas a seu serviço, passaram a aceitar a responsabilidade de cuidar do dinheiro de seus
clientes e a dar recibos escritos das quantias guardadas. Esses recibos (então conhecidos como goldsmith s
notes ) passaram, com o tempo, a servir como meio de pagamento por seus possuidores, por serem mais
seguros de portar do que o dinheiro vivo. Assim surgiram as primeiras cédulas de papel moeda , ou cédulas
de banco, ao mesmo tempo que a guarda dos valores em espécie dava origem à instituições bancárias.
Os primeiros bancos reconhecidos oficialmente surgiram na Inglaterra, e a palavra bank veio da italiana banco
, peça de madeira que os comerciantes de valores oriundos da Itália e estabelecidos em Londres usavam para
operar seus negócios no mercado público londrino.
Sabe-se que os antigos romanos costumavam agrupar os artistas em colégios, a fim de que fossem
desenvolvidas suas aptidões, medida que alcançou extraordinários resultados. Tendo sido adotada por outros
povos, se estendeu até a Idade Média, quando surgiram as Corporações de Artes e Ofícios.
A França reuniu, no princípio do século XII, pela primeira vez, em uma corporação, os artistas-moedeiros, a
eles concedendo privilégios. Se originava aí a Corporação dos Moedeiros, que rapidamente se espalharia pela
Europa. Entre seus privilégios destacavam-se a isenção a determinados impostos, o direito a tribunal próprio
e a prisão especial. Eram sujeitos a Alcaides e julgados pelos mestres da moeda. Suas mulheres e famílias
podiam usar sedas, e as viúvas que estivessem em boa fama desfrutavam , igualmente, de todos os privilégios,
honrarias e exceções. Não se lhes podia tomar roupa, nem palha, nem cevada, nem galinhas, nem lenha ou
outra qualquer coisa, contra a vontade.
A padroeira Sant’Ana
Em Portugal, do qual o Brasil herdou a tradição, a Corporação dos Moedeiros teve início no reinado de D.
Dinis, em 1324. Tal importância tinham as Corporações, na época, que a elas se dava o direito de participar
das procissões, possuindo cada classe artística um padroeiro. Os moedeiros de Lisboa administravam a
Confraria de Sant’Ana da Sé e, até os nossos tempos, os moedeiros da casa da moeda do Brasil têm em
Sant’Ana sua padroeira, celebrando anualmente, no dia 26 de julho, seu dia.
Sagração do Moedeiro
Os componentes desta Corporação, a exemplo do que ocorria com os Cavaleiros do Rei, eram sagrados
Moedeiros. O novo membro que era admitido na Corporação, prestava, de joelhos, juramento solene sobre os
Santos Evangelhos, recebendo do Provedor da Instituição, o grau que lhe era conferido, através de duas leves
pancadas sobre o capacete, com uma espada reta, finamente lavrada. Essas pancadas significavam fé e lealdade
e dedicação ao trabalho. Essa cerimônia era denominada Sagração do Moedeiro.
Fonte: www.casadamoeda.gov.br
11 de Fevereiro
A história da casa da moeda do Brasil,confunde-se com a História do Brasil. Fundada, portanto, há mais de
três séculos, em 1694, com o objetivo defundir e cunhar o ouro extraído em nosso território,no período
colonial, a casa da moeda tem sido uma importante personagem da história nacional.
Entre tantos feitos que marcaram a trajetória da empresa, coube a ela a primazia de imprimir o primeiro selo
das Américas e o terceiro do mundo:o olho de boi , lançado em 1843. Entre os feitos mais recentes está o novo
passaporte brasileiro.
A empresa é a responsável em caráter de exclusividade pela produção de cédulas e moedas para o Banco
Central; de selos postais, para os Correios; de selos fiscais, para a Receita Federal e de Títulos da Dívida
Pública.
O mercado externo também recebe especial atenção por parte da empresa. Entre cédulas, moedas, passaportes
e outros produtos, a Casa da Moeda atende a países como: Paraguai, Uruguai,Venezuela, Equador, Peru,
Bolívia, Costa Rica,Guiné, Cabo-Verde e Angola.
A fim de preservar a existência da monarquia portuguesa,ao Príncipe-Regente D. João, não restou outro
recursosenão acolher-se no Brasil, com toda Família Real e suanobreza, o mais importante domínio
ultramarino da Coroa portuguesa, aqui chegando ao alvorecer de 1808. No entanto, a providência então
adotada, segundo alguns historiadores, não fora uma ação intempestiva e casuística,de vez que em vários
registros históricos constata-se que de há muito, até mesmo séculos anteriores, a açãoestratégica havia sido
aventada para hipótese de surgirem dificuldades superiores às forças do pequeno Reino luso.
Mas não foi somente. É, ainda, na administração de D.João VI, de 1808 a 1821, que surgiram as primeiras
instituições de caráter cultural como, entre outras, a Imprensa Régia, a Biblioteca Pública, o Real Horto, mais
tarde, em 1819, denominado Real Jardim Botânico, e o Museu Real, além das primeiras escolas
superiores,destinadas à formação de cirurgiões e de engenheiros militares.
Pedra angular
Ao Rei de Portugal cabe, ainda, a glória de ter assentado a pedra angular de outras grandes instituições, como
a Biblioteca Nacional e o Museu Nacional, então criado sobo título de Museu Real, por decreto de 06 de junho
de 1818, e das escolas de ensino superior profissional, como a Escola de Cirurgia, da Bahia, instituída por
Carta Régiade 18 de fevereiro de 1808 e transformada em 1815, no Colégio Médico Cirúrgico; da Academia
Médico Cirúrgica criada por decreto em 1º de abril de 1813 e da Academia Militar de que resultou em 1858,
após transformações sucessivas, a Escola Central do Rio de Janeiro.
Não se pode dizer que D. João VI, com todas estasmagníficas iniciativas, tenha inaugurado,calculadamente,
uma política de desvio cultural,descomprometendo-se com as letras e a alfabetizaçãodo seu povo, ao transferir
para primeiro plano amigração do ensino das ciências, quase queinteiramente desconhecida, e dando ao
econômico e ao técnico a primazia sobre o literário.
O que antes de tudo pretendia o Rei de Portugal, criando estasescolas e instituições, era aparelhar a Colônia
em queinstalava a sede da Monarquia, não somente de cirurgiões e engenheiros, indispensáveis à defesa
sanitária e militar, e que já não podiam vir da Metrópole,mas, também, de instituições com que proporcionas
se transformar a grande aldeia do Rio de Janeiro, na novacapital do império português para o que,
certamente,deu grande impulso.
Seguiram-se, depois, algumas pressões políticas desviando, assim, para questões de ordem e desegurança, os
principais cuidados do governo, desdeas lutas pela defesa do nosso território, às que sobrevieram pela
independência nacional, e perduraram até o começo do segundo Império.
Fonte: www.portalan.arquivonacional.gov.br
11 de Fevereiro
MOEDAS DO BRASIL
No início da colonização, pouco se falava em dinheiro, o reduzido comércio interno era feito na base de trocas
e por isso era mínima a circulação de moedas. A unidade monetária usada era o real português, mas a primeira
“moeda” brasileira de fato foi o açúcar, que em 1614 passou a valer como dinheiro, por ordem do governador
Constantino Menelau.
O valor da arroba (15 kg) de açúcar branco foi fixado em 1.000 réis, o do mascavo em 640 réis, e o das outras
espécies em 320 réis. Só os funcionários da administração portuguesa é que recebiam salários em moeda
sonante. O dinheiro vinha de Portugal, mas sua origem na verdade era a Espanha, muito mais rica em reservas
metálicas devido à maior abundância de ouro e prata em seu império colonial.
Durante a dominação de Portugal pela Espanha, de 1580 a 1640, a moeda utilizada na Colônia brasileira era
o real hispano-americano, cunhado em Potosi (Bolívia). Havia moedas de 8, 4, 2, 1 e meio reales, que
correspondiam respectivamente a 160, 80, 40 e 20 réis.
Em 1624, a Holanda ocupou o nordeste brasileiro; sob seu domínio foi realizada a primeira cunhagem de
moedas em território nacional. Quadradas, pequenas, feitas em ouro e prata, surgiram em Pernambuco, em
1645. Serviam principalmente para pagar os soldados holandeses aqui estabelecidos.
Expulsos os holandeses, em 1654, e já restaurado o reino de Portugal voltou a valer na Colônia sua política
monetária. A partir de 1669, moedas de prata portuguesas passaram a circular no Brasil, carimbadas com um
sinete real, nos valores de 80, 160, 320 e 640 réis.
A confusão de vários tipos de moedas, com diversas origens e valores instáveis, persistia, mas não tinha grande
importância, pois no período colonial, comerciava-se pouco: o mercado interno era muito pequeno. A maioria
da população era composta de escravos e colonos livres: os escravos não podiam comprar nem vender, por
sua própria condição social, enquanto que os colonos recebiam seus pagamentos em mercadoria.
Criação das Casas da Moeda
Moedas propriamente brasileiras só vieram a surgir no final do século XVII. Salvador era então a principal
cidade da Colônia, sua capital e o mais importante centro de negócios. Por isso foi lá que, em 1694, os
portugueses instalaram a primeira casa da moeda do Brasil. As moedas eram cunhadas em ouro e prata.
As de ouro valiam I, 2 e 4 mil réis. As de prata observavam uma progressão aritmética de valores mais original:
20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis. O povo logo Ihes deu o nome de patacões, que tinha um certo sentido
depreciativo, pois ninguém acreditava muito no valor das moedas cunhadas no Brasil. De 1695 a 1702, foram
postas em circulação peças de cobre ( 10 e 20 réis), cunhadas na Casa do Porto e destinadas a Angola, mas
aqui introduzidas por determinação régia.
Logo deixou de ser vantagem para a Coroa manter a Casa da Moeda em Salvador. Com a descoberta de jazidas
de ouro pelos bandeirantes e a intensa exploração das “Minas Gerais”, a fabricação do dinheiro foi transferida
para o Rio de Janeiro, em 1698, aí se cunhando ouro e prata nos valores já mencionados. Em 1700 a casa da
moeda mudou para Pernambuco, voltando porém ao Rio dois anos depois.
Em 1714, havia duas casas da Moeda: no Rio e novamente na Bahia. Em 1724 criou-se a terceira, em Vila
Rica, que foi extinta dez anos mais tarde. A falta de troco era tanta que o Maranhão chegou até a ter sua própria
moeda, fabricada em Portugal. Era feita em ouro e prata, nos valores usuais, e em cobre, valendo 5, 10 e 20
réis.
O uso do dinheiro se restringia à faixa litorânea, onde se situavam quase todas as cidades e se realizavam as
grandes transações. Nos distritos mineiros, que só produziam ouro e importavam tudo o que consumiam, o
próprio ouro, cuidadosamente pesado, funcionava como moeda para o comércio. A economia de troca
continuava prevalecendo em todo o interior brasileiro.
Já as regiões agrícolas apresentavam um sistema econômico peculiar. As fazendas, com suas legiões de
escravos, eram praticamente auto-suficientes, produzindo quase tudo que necessitavam. Nelas, o dinheiro
mesmo tinha pouca importância. A riqueza era avaliada com base na propriedade imobiliária e o gado era
visto como um meio de intercâmbio tão bom como qualquer outro.
Até a vinda da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808, o valor total das moedas que aqui circulavam não
ultrapassava a irrisória cifra de 10.000 contos (ou 10 milhões de réis). O sistema monetário, irracional,
complicava-se cada vez mais: chegaram a circular, ao mesmo tempo, seis diferentes relações legais de moedas
intercambiáveis. Além disso, ouro em barra e em pó passava livremente de mão em mão, e moedas
estrangeiras, algumas falsas, eram encontradas com a maior facilidade.
Do Império à República
Ao transferir-se para o Rio de Janeiro, a Corte acelerou consideravelmente o processo econômico. Crescendo
a produção e o comércio, tornou-se imprescindível colocar mais dinheiro em circulação. Fundou-se então o
Banco do Brasil, que iniciou a emissão de papel-moeda, cujo valor era garantido pelo seu lastro, ou seja, por
reservas correspondentes em ouro. Entretanto, quando D. João VI retornou a Portugal, levou não só a Corte
mas também o tesouro nacional. Golpe grave: as reservas bancárias da Colônia reduziram-se a 20 contos de
réis. No dia 28 de julho de 1821, todos os pagamentos foram suspensos. Passou-se a emitir papel-moeda sem
lastro metálico suficiente, ocasionando a progressiva desvalorização do dinheiro.
Assim, quando D. Pedro I se tornou imperador do Brasil em 1822, encontrou os cofres vazios e uma enorme
dívida pública. A independência brasileira começava praticamente sem fundos. Sob D. Pedro II a situação
melhorou um pouco, devido ao aumento da produção industrial, ao café, e à construção de ferrovias e estradas,
que permitiam um escoamento mais eficiente das riquezas.
A desvalorização, porém, já era um mal crônico e as crises financeiras se sucediam. Só em 1911 – em plena
República – é que o dinheiro brasileiro registrou sua primeira alta no mercado internacional. De lá para cá,
muita coisa mudou na economia brasileira, inclusive a moeda, que trocou várias vezes de nome: ao
réissucedeu, em 1942, o cruzeiro (e as subdivisões em centavos), que em 1967 se transformou em cruzeiro
novo, valendo mil vezes o antigo. Três anos depois. voltou a ser apenas cruzeiro, que 1986 passou a chamar-
se cruzado, que em 1989 passou a chamar-se cruzado novo, que em 1990 voltou a chamar-se cruzeiro, que em
1993 passou a chamar-se cruzeiro real, que por sua vez passou a chamar-se em 1994 real.
1752 Nas Minas Gerais cunharam-se moedas de prata de 75, 150, 300
e 600 réis. Serviam de troco para ouro em pó.
1832 O valor de uma oitava de ouro foi fixado em 2 500 réis. Surgiram
moedas de ouro de 10.000 réis, com peso de 4 oitavas.