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[Trabalho 2009 ]

APRESENTAÇÃO ORAL

JAIRA MARIA ALCOBAÇA GOMES;VERA LÚCIA DOS SANTOS COSTA.


UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ, TERESINA - PI - BRASIL;

Programa FNE Rural: financiamento do extrativismo do pó de carnaúba no Piauí no


período de 2007 a 2012

Grupo de Pesquisa: Agropecuária, Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Resumo
O extrativismo do pó de carnaúba gera emprego e renda no campo, contribuindo para a
redução da pobreza no Nordeste brasileiro. No entanto, os extrativistas são dependentes de
financiamento para capital de giro para viabilizar a atividade no Piauí. O objetivo geral do
estudo é analisar a evolução do financiamento do extrativismo do pó de carnaúba no Piauí no
período de 2007-2012, operacionalizado pelo BNB com recursos do FNE. Especificamente,
objetiva-se analisar o total das operações e valores financiados pelo FNE Rural e por agências
do BNB nos municípios piauienses para o extrativismo do pó de carnaúba e identificar a taxa
de crescimento do financiamento. A base da pesquisa foram estudos realizados sobre a cadeia
produtiva da carnaúba e sobre a política de crédito rural do Brasil e levantamento de dados
secundários no sítio do IBGE sobre o número de operações, os valores de financiamento do
BNB e quantidade produzida de pó cerífero no Piauí. Para a análise gráfica e tabulação dos
valores financiados fez-se deflação, utilizando o índice de preços IGP-DI. Os resultados
indicaram que os recursos financeiros aplicados no setor extrativo da carnaúba concentraram-
se nos municípios de Esperantina, Piripiri e Floriano e teve ligeira elevação no número de
operações e valor total financiado no Piauí, considerando o período de 2007 a 2012.

Palavras-chave: Política de Crédito Rural, Extrativismo, Carnaúba.

FNE Rural Program: funding of carnaúba powder extractivism in Piauí during the
period from 2007 to 2012
Abstract
The Extractivism of carnaúba powder creates employment and income in rural areas,
contributing to poverty reduction in Northeast Brazil. However, the extractivists are
dependent on funding for working capital to enable the activity in Piauí. The overall aim of
this study is to analyze the evolution of the funding for carnaúba powder extractivism in Piauí
during the period 2007-2012, operated by BNB with FNE funds. Specifically, it was aimed to
analyze the total operations and amounts funded by Rural FNE and BNB agencies in Piauí
municipalities for the carnaúba powder extractivism and to identify the growth rate of the
funding. The basis of the survey were studies about the carnaúba production chain and rural
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credit policy in Brazil and secondary data were collected on IBGE website about the number
of operations, the values of BNB funding and the amount of carnaúba wax powder produced
in Piauí. For graphical analysis and tabulation of the values financed it was produced
deflation, using the IGP-DI price index. The results showed that the financial resources
invested in the carnaúba extractive sector were concentrated in the municipalities of
Esperantina, Piripiri and Floriano and it had a slight increase in the number of operations
and in the total amount funded in Piauí, during the period from 2007 to 2012.
Key words: Rural credit policy, Extractivism, Carnaúba.

1. INTRODUÇÃO

A carnaubeira (Copernicia Prunifera (Mill) H. E. Moore) é uma planta da


sociobiodiversidade presente nos estados da região Nordeste e que tem importante valor
econômico e social, especialmente nos estados do Piauí, Ceará, Maranhão e Rio Grande do
Norte. O valor econômico advém de seus múltiplos usos, destacando-se o pó cerífero e seu
uso no artesanato. Sua importância social consiste na ocupação de trabalhadores rurais na
principal atividade econômica, extração do pó cerífero, que envolve um grande número de
empregos no campo e contribui para a redução da pobreza, segundo Carvalho e Gomes
(2009). Além disso, pode-se citar também a importância ambiental da carnaubeira para a
preservação do meio ambiente, pois a carnaúba contribui com a manutenção dos ciclos
ambientais, através dos seus serviços ecossistêmicos como, por exemplo, a absorção do
carbono atmosférico.
A produção de pó cerífero ocorre nos estados do Piauí, Ceará, Maranhão e Rio Grande
do Norte conforme está registrada no Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA),
respectivamente. Quanto à quantidade extraída de pó cerífero ao longo do período de 1990-
2008, observou-se também que houve redução da quantidade entre os anos de 1992 e 1996 e
um crescente aumento da produção no período 1996-2007 com uma pequena diminuição da
quantidade em 2008 (ALVES; COÊLHO; 2008; GOMES; COSTA; CERQUEIRA; 2010).
O extrativismo do pó de carnaúba é caracterizado pelo baixo padrão tecnológico
empregado, empregando-se técnicas rudimentares, e uso de mão de obra com baixa
qualificação. Isso torna o setor um grande empregador de mão de obra direta no campo, dando
oportunidades de ocupação no meio rural, no período de estiagem, e contribuindo para a
mitigação da pobreza nordestina (CARVALHO; GOMES; 2009).
Entretanto, nesse elo da cadeia produtiva da cera de carnaúba, encontram-se
problemas em decorrência do baixo padrão tecnológico e de desarticulação do setor, tendo
como consequência a perda do poder de negociação dos preços, dificuldades para aquisição
de máquinas e falta de orientações para melhorar a produtividade e a continuidade do negócio
(SANTOS et al, 2006). Alves e Coêlho (2008) acrescentam, ainda, problemas relacionados ao
capital para financiar o custeio da atividade, tendo como consequência a perda do poder de
barganhar melhores preços para a cera (principal produto).
A necessidade de capital financeiro para custear a atividade leva os extrativistas a irem
atrás de financiamento junto aos industriais de cera de carnaúba, aos donos de armazéns, aos
atravessadores e aos agiotas que lhes cobram altas taxas de juros. A existência de políticas de
financiamento para o setor extrativo do pó de carnaúba pode contribuir para minimizar estes
problemas. O crédito concedido ao extrativista contribui para minimizar esta dependência e
ainda possui taxas de juros mais baixas se comparada com as praticadas pelo mercado. Neste
contexto, é importante estudar o financiamento para a atividade extrativa do pó de carnaúba,
pois torna essa atividade mais atrativa e competitiva.
Outra dimensão relevante para o esse estudo é a questão do manejo sustentável da
carnaubeira para sua preservação. À medida que as instituições financeiras se comprometeram
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a incorporar a variável ambiental na concessão do crédito, passaram a colaborar com o
desenvolvimento sustentável.
O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) operacionaliza programas como o Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), programas do Fundo
Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e programas do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que financiam todos os setores da economia
– agroindustrial, comércio e serviços, infraestrutura, industrial, rural, turístico e tecnológico.
No âmbito deste estudo cabe destacar a aplicação dos recursos do FNE no setor rural, em
especial, no financiamento do extrativismo pó de carnaúba.
A questão desse estudo é: qual o alcance da política de financiamento do Programa
FNE Rural na extração do pó de carnaúba no Piauí, verificando se há preocupação quanto ao
manejo da espécie?
O objetivo geral é analisar a evolução do financiamento do extrativismo do pó de
carnaúba no Piauí no período de 2007-2012, operacionalizado pelo BNB com recursos do
FNE. Especificamente, objetiva-se: 1) analisar o total das operações e valores financiados
pelo FNE Rural por agências do BNB nos municípios piauienses para o extrativismo do pó de
carnaúba; 2) verificar a taxa de crescimento do financiamento.

2. Breve Retrospectiva sobre o Crédito Rural no Brasil


O crédito rural no Brasil teve início em 1931 quando o governo federal passou a
financiar compras de café através do Banco do Brasil e da criação do Departamento do Café,
em função, especialmente, da crise econômica de 1929 e a partir daí outros setores da
agricultura também buscaram apoio creditício. O primeiro grande mecanismo de crédito
agrícola no Brasil foi a Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil (CREAI),
no entanto a política de crédito agrícola só veio a se consolidar com a institucionalização, em
1965 por meio da Lei Nº 4.829 de 5 de novembro, do Sistema Nacional de Crédito Rural –
SNCR (SPOLODOR; MELO, 2003).
Os principais objetivos do SNCR são:

I - estimular o incremento ordenado dos investimentos rurais, inclusive para


armazenamento beneficiamento e industrialização dos produtos agropecuários,
quando efetuado por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural;
II - favorecer o custeio oportuno e adequado da produção e a comercialização de
produtos agropecuários;
III - possibilitar o fortalecimento econômico dos produtores rurais, notadamente
pequenos e médios;
IV - incentivar a introdução de métodos racionais de produção, visando ao aumento
da produtividade e à melhoria do padrão de vida das populações rurais, e à adequada
defesa do solo (BRASIL, 1965).

Esta mesma lei caracterizou os financiamentos rurais, conforme a finalidade, em


custeio, investimento, comercialização e industrialização de produtos agropecuários. A
modalidade de crédito de custeio se destina ao ciclo produtivo de lavouras periódicas, da
entressafra de lavouras permanentes ou da extração de produtos vegetais espontâneos ou
cultivados.
Os órgãos básicos que constituem o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) são o
Banco Central do Brasil (BACEN), Banco do Brasil (BB), Banco da Amazônia (BASA) e
Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Além desses, há outros órgãos vinculados - como o
Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bancos privados e
estaduais, caixas econômicas, cooperativas de crédito rural e sociedades de crédito rural – e

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articulados – órgãos oficiais de valorização regional e entidades de prestação de assistência
técnica (BANCO DO BRASIL, 2004).
A política de crédito rural no seu primeiro momento, 1965-1980, enfatizou a
modernização tecnológica da agricultura e, consequentemente, o desenvolvimento do parque
produtivo para a indústria de insumos agrícolas e a consolidação das agroindústrias
processadoras (DAVID; CORRÊA, 2002; BITTENCOURT, 2003). Isso favoreceu a
concentração de terra e renda, beneficiando um pequeno número de proprietários. E deixou de
priorizar os pequenos agricultores, não contribuindo para reduzir a pobreza rural. Segundo
Bittencourt (2003), o SNCR, na década de 1960, beneficiou alguns produtos, regiões e
categorias de produtores. Deste modo, o SNCR contribuiu para aumentar a concentração de
renda e as desigualdades regionais. Jayme Júnior e Crocco (2005) explicam, de maneira geral,
que:

Como oferta e demanda de crédito estão diretamente relacionados, não só com a


política monetária, mas também com atitudes defensivas, tanto dos tomadores
quanto dos bancos (ofertantes) de recursos, regiões menos desenvolvidas tendem a
apresentar, através de seus efeitos sobre o multiplicador monetário e da renda,
menor dinamismo financeiro. Desta forma, há uma concentração de crédito em
regiões mais desenvolvidas, pois se caracterizam por menor incerteza e preferência
pela liquidez (JAYME JÚNIOR; CROCCO, 2005, p. 12).

Ainda, quanto à desigualdade regional e financeira no país, Jayme e Crocco (2005)


calcularam o índice de concentração por região e por Estado em relação ao valor total do
crédito no Brasil, nos anos de 1991, 1997 e 2003, e constataram que a região Sudeste é a que
detém maior concentração de crédito variando entre 67% e 78%, seguida das regiões Sul,
Nordeste, Centro-Oeste e Norte, respectivamente. E os Estados onde há maior concentração
do crédito são: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, respectivamente.
Segundo Bittencourt (2003), o crédito rural está concentrado nas regiões e unidades da
federação onde a agricultura é mais modernizada, sendo que a região Nordeste recebe menos
recursos e tem menor número de contratos em relação à região Sul. Araújo (2011) cita como
polêmica a questão de que a política de crédito rural no Brasil teve um efeito regressivo na
distribuição da renda dos agricultores.
Para Almeida e Zylbersztajn (2008) a política de crédito agrícola começou a enfrentar
problemas no final da década de 1970 em decorrência da crise fiscal que levou o Estado a
ajustar a política agrícola vigente. Essa crise ocorreu não só no Brasil, mas na maioria dos
países em desenvolvimento, forçando os países a eliminarem, reduzirem ou reformularam
completamente suas políticas de credito rural (BITTENCOURT, 2003).
O período que vai da década de 1970 a metade dos anos 1980 o governo aplicou um
maior volume de recursos na agropecuária. As fontes eram, basicamente, o Tesouro Nacional
(TN) e os depósitos à vista. Contudo, a década de 1980 foi marcada pela crise inflacionária no
Brasil, que agravou um problema já existente, a alta inadimplência dos agricultores, mesmo
com o governo renegociando as dívidas. As consequências foram redução do volume de
crédito rural contratado e do número de contratações (BITTENCOURT, 2003). Para
Bittencourt (2003) contribuiu para minguar os recursos financeiros, além da crise financeira
do Estado, a redução dos recursos oriundos dos depósitos à vista, tendo como consequências
alterações no SNCR, entre as quais se inclui a correção monetária nos financiamentos.
As fontes de financiamento ainda continuaram fortemente ligadas ao Estado – TN,
Fundos Constitucionais (FCs) e recursos controlados como a poupança rural e recursos
obrigatórios. Os agropecuaristas recorreram aos agentes de crédito informal entre os quais se
citam as firmas que comercializavam insumos e produtos, cooperativas e usinas de açúcar e
álcool (GONÇALVES et al, 2005).
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No âmbito do dispêndio da União, segundo Gasques e Villa Verde (2003), a década de
1980 foi caracterizada por uma proporção relativamente elevada do gasto público em
agricultura em relação ao dispêndio total, em média 6,64%, e na década seguinte o gasto foi
de 2,17%. Portanto, observa-se uma redução do dispêndio da União no setor agrícola ao longo
dos anos. Conforme Bittencourt (2003), somente no final da década de 1990 é que o volume
de recursos e o número de contratos aumentaram em função do aumento significativo dos
gastos do TN com equalizações de juros e spread bancário. Villa Verde e Gasques (2003)
acrescentam mais dois fatores: 1) criação de linha de financiamento e 2) aumento expressivo
de recursos obrigatórios (exigibilidades).
A década de 1990 é caracterizada:

Pelo endividamento do setor agropecuário, pelos elevados custos governamentais


decorrentes das renegociações, pelo retorno dos juros fixos nos contratos, pela
ampliação da participação do setor privado no fornecimento de crédito rural, pela
utilização de novas fontes de recursos para os financiamentos rurais e pela criação e
expansão do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar –
PRONAF (BITTENCOURT, 2003, p. 82).

Almeida e Zilbersztajn (2008) acrescentam outras ações do Governo para reestruturar


o setor de crédito agrícola como a implementação do Programa de Securitização; criação do
plano de Recuperação financeira e administrativa das Cooperativas agropecuárias (RECOOP)
e Programa de saneamento de ativos financeiros (PESA).
Houve uma reformulação na política agrícola brasileira ao fazer uso dos Mercados
Futuros, nos quais os produtores se protegem de riscos e perdas financeiras causadas por
variações nos preços de seus produtos; foi introduzida a securitização – alongamento das
dívidas dos produtores rurais, dando a opção ao produtor de entregar, em produto, o valor
equivalente ao refinanciamento do débito; a adoção da política de preços mínimos associada à
de gestão de estoques (LUCENA; SOUZA, 2001).
No início da década de 2000, o governo criou o programa MODERFROTA,
viabilizando uma grande expansão no estoque de máquinas e implementos agrícolas e a
isenção do imposto de renda sobre as atividades agrícolas (GUANZIROLI, 2006). Foram
lançados novos títulos do agronegócio como o certificado de depósito agropecuário (CDA), o
warrant agropecuário (WA), certificados de direitos creditórios do agronegócio (LCA) e o
certificado de recebíveis do agronegócio (CRA) que se mostraram eficientes na evolução dos
contratos e integraram a agricultura ao mercado de capitais (ALMEIDA; ZILBERSZTAJN,
2008).
Quanto às fontes de recursos, desde a criação do SNCR as fontes eram basicamente o
TN e as exigibilidades bancárias. A aplicação de recursos na agropecuária aumentou a partir
da instituição da poupança rural, em 1987; da criação dos Fundos Constitucionais de
Financiamento (FNO, FNE, FCO), da ampliação dos recursos Livres e alocação de recursos
dos governos estaduais, em 1989. Na segunda metade da década de 1990 surgem novas fontes
como o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), Fundo Extra-Mercado (FEM), Fundo de
Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), Fundo de Commodities, BNDES/FINAME,
INCRA/PROCERA, recursos externo (63 Rural) e outras fontes (BITTENCOURT, 2003).
O crédito rural é caracterizado, principalmente, pelas baixas taxas de juros nominais
fixadas em níveis inferiores em relação a outros tipos de empréstimos, sendo esta política
utilizada como instrumento de modernização da agricultura (ARAÚJO, 2011).
Jayme Júnior e Crocco (2005) ao analisarem as condições de financiamento das
políticas regionais e as características das desigualdades do sistema financeiro no Brasil,
constataram que a política monetária restritiva combinada com a Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF) restringem as políticas de desenvolvimento regional baseadas no gasto público.
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Em suas análises a LRF contribui para desestruturar as políticas públicas de desenvolvimento
regional, pois há uma tendência de maior concentração das atividades produtivas,
principalmente porque os fluxos de capitais tendem a se dirigir para setores já consolidados e
com maior perspectiva de lucratividade.
No âmbito deste estudo cabem destacar o PRONAF por sua relevância para a
agricultura familiar brasileira, os programas do BNDES pelo aumento de sua participação na
política de crédito agrícola e os programas do FNE por sua participação relevante nos
financiamentos agropecuários na região Nordeste.
O PRONAF apoia, financeiramente, as atividades agropecuárias e não agropecuárias e
também oferece Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) para os financiamentos de
custeio ou investimento (BACEN, 2008). Os beneficiários deste programa são: agricultores
familiares adimplentes, agricultores assentados e reassentados – denominados Grupo A;
agricultores familiares assentados e beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário
(PNCF) – denominados Grupo A/C; agricultores familiares com renda bruta anual familiar de
até dez mil reais – Grupo B; agricultores familiares titulares de Declaração de Aptidão ao
Pronaf – Grupo C – e agricultores familiares com renda bruta anual de dez mil reais até cento
e sessenta mil reais – Grupo Renda Variável (MDA, 2012). E as linhas de financiamento são
denominadas de Agroindústria, Mulher, Jovem, Semiárido, Agrinf, Agroecologia, Floresta,
ECO e Pronaf Seca 2012.
Os programas do BNDES são os principais meios de financiamento a longo prazo para
a realização de investimentos em todos os segmentos da economia, numa política que incluem
as dimensões social e ambiental (BNDES, 2013). O BNDES aumentou sua participação na
oferta de crédito rural em 1991 por meio da linha de Financiamento de Máquinas e
Equipamentos (FINAME), Agrícola, do Programa de Operações Conjuntas (POC) e do
programa de operações diretas do próprio banco (ARAÚJO, 2011). Posteriormente foram
criados novos programas de investimento como o Moderfrota, Moderagro, Moderinfra e
outros.
O FNE é um instrumento de política pública federal, operado pelo Banco do Nordeste
que objetiva contribuir para o desenvolvimento econômico e social do Nordeste, através de
programas de financiamento aos setores produtivos (BNB, 2012). O FNE prioriza o
atendimento a mini e pequenos produtores rurais, micro e pequenas empresas, a região
semiárida, municípios localizados em microrregiões de baixa renda e regiões estagnadas.
Para maior detalhamento do FNE fez-se revisão literária em subseção aparte,
destacando sua criação, seus objetivos, comparação com outros fundos (FNO e FCO), o
quanto monetariamente já foi aplicado no setor rural do Piauí.

2.1 Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste – FNE: evolução e programas

O FNE foi criado em 1988 através da Constituição Federal e regulamentado pela Lei
Nº 7827, de 27 de setembro de 1989. Seu objetivo é contribuir para o desenvolvimento
econômico e social do Nordeste, através da execução de programas de financiamento aos
setores produtivos, possibilitando a redução da pobreza e das desigualdades (BNB, 2012).
Além da região Nordeste, o FNE atende também o norte dos estados do Espírito Santo e
Minas Gerais, incluindo os Vales do Jequitinhonha e do Mucuri.
O Fundo constitui um instrumento de política pública federal, com dotação de recursos
federais, operada pelo Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB) com a finalidade de atender a
um objetivo fundamental da Constituição Federal, constante em seu artigo 3º e inciso III, que
diz “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais”.
Contudo, o estudo de Almeida Junior, Silva e Resende (2008), ao relacionarem as
liberações do FNE por Estado com o PIB per capita e com o Índice de Desenvolvimento
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Humano (IDH), mostra que as liberações de recursos desse fundo não são movidas pelo seu
principal objetivo, a redução das desigualdades regionais, mas sim pela demanda.
Segundo Almeida Junior, Silva e Resende (2008), o FNE é o fundo que detém maior
volume de recursos dentre os três fundos constitucionais de financiamento. A principal fonte
de recursos para os fundos constitucionais provem dos repasses do Tesouro Nacional, através
do Ministério da Integração Nacional, aos bancos. No Gráfico 1 tem-se a evolução dos
recursos anuais repassados pelo Tesouro Nacional para os fundos constitucionais no período
de 1994 a 2005.

Gráfico 1 - Recursos anuais repassados pelo Tesouro Nacional para os fundos constitucionais no período de
1994-2005.

Fonte: ALMEIDA JUNIOR; SILVA; RESENDE (2008). Dados básicos do Ministério da Integração Nacional.

Almeida Junior, Silva e Resende (2008) analisaram que, ao longo desse período,
apenas nos anos de 1996 e 2004 as aplicações de recursos do FNE superaram os repasses do
Tesouro Nacional e que após 1998 até 2002 houve redução significativa das aplicações dos
recursos em consequência de dois fatores:

Primeiro, o volume de empréstimos do banco em relação ao seu capital próprio


cresceu muito, alcançando o limite estabelecido pelo Acordo da Basiléia, que o BNB
passou a ter que observar a partir de 1998... Segundo, o crescimento rápido dos
empréstimos do FNE no período 1995-1998 ocorreu, simultaneamente, ao
crescimento elevado da inadimplência (ALMEIDA JUNIOR, SILVA; RESENDE,
2008, p.341).

Conforme os autores supracitados, a justificativa é que o risco dos empréstimos é de


responsabilidade dos bancos e por causa do aumento da inadimplência o BNB reteve parte
dos recursos para provisão de devedores duvidosos.
Quanto às diretrizes, a operacionalização do Fundo respeita as seguintes: destinação de
pelo menos metade dos recursos para o semiárido; ação integrada com as instituições federais
sediadas na Região; tratamento preferencial aos mini e pequenos empreendedores;
preservação do meio ambiente; conjugação do crédito com a assistência técnica;
democratização do acesso ao crédito e apoio às atividades inovadoras (BNB, 2012).
Os recursos do FNE são aplicados em união com as políticas e programas de governos
nos níveis federal, estadual e municipal. No nível macroeconômico ressalta-se o apoio à:

Política Industrial do Governo Federal, ao Programa de Aceleração do Crescimento


– PAC, ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar –
PRONAF, ao Plano Agrícola e Pecuário do Governo Federal, ao Programa de
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Desenvolvimento de Micro, Pequenas e Médias Empresas, ao Programa Nacional de
Produção e Uso de Biodiesel – PNPB e ao Programa Territórios da Cidadania (BNB,
2011, p. 8).

Observa-se maior preocupação, quanto à aplicação dos recursos do FNE, no semiárido


nordestino, sendo destinados 50% dos recursos para essa área. O semiárido é caracterizado
pela alta variabilidade e vulnerabilidade climática que associado aos condicionantes históricos
e a escassez de recursos naturais impedem que seu desenvolvimento econômico e social seja
satisfatório (BNB, 2011). O uso de metade dos recursos do FNE no semiárido tem por
objetivo apoiar o desenvolvimento de atividades produtivas vocacionais e assim contribui
para a melhoria das condições econômicas, sociais e ambientais.
O FNE financia investimentos de longo prazo e, complementarmente, capital de giro
ou custeio. Os setores econômicos beneficiados são o agropecuário, industrial, agroindustrial,
turismo, comércio, serviços, cultura e a infraestrutura econômica da região (BNB, 2012). Os
beneficiários são empreendedores individuais, produtores, empresas, associações e
cooperativas de produção.
Os programas de aplicação dos recursos do FNE são classificados em setoriais e
multissetoriais. Os programas setoriais são: o PRONAF, o Programa de Apoio ao
Desenvolvimento Rural do Nordeste (FNE-Rural), Programa de Apoio ao Desenvolvimento
da Aquicultura e Pesca (FNE Aquipesca), Programa de Financiamento da Ampliação e
Modernização da Frota Pesqueira Nacional (FNE Profrota Pesqueira), Programa de Apoio ao
Setor Industrial do Nordeste (FNE Industrial), Programa de Apoio ao Desenvolvimento da
Agroindústria do Nordeste (FNE Agrin), Programa de Apoio ao Turismo Regional (FNE
Proatur), Programa de Financiamento para os Setores Comercial e de Serviços (FNE
Comércio e Serviços) e Programa de Financiamento à Infraestrutura Complementar da Região
Nordeste (FNE Proinfra). E os programas multissetoriais são: Programa de Financiamento à
Inovação (FNE Inovação), Programa de Financiamento à Sustentabilidade Ambiental (FNE
Verde), Programa de Financiamento à Cultura (FNE Procultura), Programa de Financiamento
das Micro e Pequenas Empresas (FNE Micro e Pequena Empresa) e Programa FNE
Empreendedor Individual (FNE EI). Cada um destes programas tem finalidades distintas, bem
como o público-alvo, as atividades e itens financiáveis, limites de financiamento e prazos
diferenciados.
Dentre os programas custeados pelo FNE cabe destacar FNE Rural com a linha crédito
de custeio que tem por finalidade

Financiar a implantação de lavouras periódicas, manutenção e colheita de lavouras


permanentes, gastos com a exploração pecuária, despesas com o beneficiamento de
produtos agropecuários, dentre outros, observadas as restrições normativas quanto a
itens e atividades não financiadas pelo programa (BNB, 2013).

Constitui o público alvo deste programa os produtores rurais – pessoas físicas e


jurídicas, incluindo empresários registrados na junta comercial; cooperativas de produtores
rurais e associações de produtores rurais. Os recursos provêm do FNE, da Caderneta de
Poupança Rural e Recursos Obrigatórios. E os prazos são fixados de acordo com o ciclo de
cada atividade ou lavoura financiada, obedecendo aos seguintes prazos máximos: 1) até 2
anos para o custeio agrícola e custeio financiamento ou industrialização; 2) até 1 ano para o
custeio pecuário; 3) até 8 meses para o custeio da extração do pó de carnaúba (BNB, 2013).
As taxas de juros também variam de 5% ao ano a 7,25% ao ano, incidindo bônus de
adimplência de acordo com a localização dos empreendimentos, para a região do semiárido é
de 25% e de 15% para as demais regiões, exclusivamente se o mutuário pagar as prestações
(juros e principal) até a data dos respectivos vencimentos (BNB, 2013).
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Para que o financiamento seja feito exigem-se garantias, que serão cumulativa ou
alternativamente, como fiança ou aval, penhor e hipoteca. Para ter acesso ao financiamento
basta apresentar o projeto de financiamento ou a proposta de crédito, desde que tenha cadastro
e limite de crédito aprovados no BNB (BNB, 2013).
Conforme o estudo de Leal (2010), os valores financiados pelo BNB ao setor
produtivo rural no Piauí teve aumento significativo, no período de 2003 a 2008, bem como o
setor de comércio e serviços, enquanto que os setores de infraestrutura e industrial tiveram um
comportamento tímido. No Gráfico 2 pode ser observado o valor total e número total do
financiamento do FNE no Piauí, destacando o Programa FNE Rural, no período de 2003-
2008.

Gráfico 2 – Total de operações contratadas e valores financiados com recursos do FNE no Piauí, destacando o
setor produtivo rural (valores correntes em mil R$) – período 2003 a 2008.

Fonte: Leal (2010); dados básicos BNB (2003-2008).

O financiamento do FNE no Piauí teve um aumento significativo, sendo impulsionado


tanto pelo setor produtivo rural quanto pelo setor comércio e serviços, no período de 2003 a
2008. Observa-se também que nos últimos dois anos do período analisado houve uma redução
do número de operações do FNE Rural, no entanto, isso não afetou o volume financiado que
continuou aumentando. Conclui-se que houve uma concentração dos recursos em poder dos
produtores e cooperativas.

3. Procedimentos Metodológicos

Os procedimentos metodológicos estão baseados em Castro et al (1998), consistindo


em uma análise diagnóstica e em revisão de literatura. Foram analisados dados secundários:
1) número de operações e valor do financiamento, levantados junto à Superintendência do
Banco do Nordeste do Brasil no Piauí, através da Gerência Estadual do PRONAF,
Miniprodutores e Programa de Crédito Fundiário; e 2) quantidade de pó de carnaúba
levantada do Banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
Sistema de Recuperação Automática (SIDRA). Fez-se também uma visita técnica à agência
do BNB de Campo Maior.
A área de estudo compreende os municípios do estado do Piauí que receberam
financiamento para o extrativismo do pó de carnaúba do programa FNE Rural, através das

9
agências do BNB-PI, que são Campo Maior, Piripiri, Picos, Parnaíba, Esperantina, Floriano,
Oeiras e Teresina, conforme podem ser visualizadas no Mapa 1.

Mapa 1 – Piauí: área de financiamento do FNE Rural pelas agências do BNB-PI para o extrativismo do pó de
carnaúba.

Fonte: Dados básicos do BNB (2013)


Elaboração própria.

As variáveis analisadas foram o número de operações e o valor do financiamento, de


acordo com a série histórica fornecida pelo BNB, para o período de 2007-2012. Para a análise
do valor do financiamento fez-se deflação usando o Índice Geral de Preços Disponibilidade
Interna (IGP-DI), levantado do IPEADATA, tendo como ano base 2007.

4. Extrativismo do pó de carnaúba, Programa FNE Rural e Meio Ambiente

10
É importante conceituar o termo extrativismo e definir o que é o extrativismo do pó de
carnaúba. Em termos gerais o extrativismo é definido como toda atividade de coleta de
produtos naturais, sejam estes produtos de origem animal, vegetal ou mineral, os produtos são
retirados de seu meio natural por meios que dispensam as atividades e os custos de cultivo
prévio. Contudo, com o progresso tecnológico e as mudanças ocorridas nas instituições e nas
culturas, atualmente o extrativismo não é mais conceituado como a simples coleta de
recursos. O termo ganhou outra conotação, sendo denominado de neoextrativismo que na
dimensão econômica “promove um salto de qualidade pela incorporação de progresso técnico
e envolve novas alternativas de extração de recursos associadas com cultivo, criação e
beneficiamento da produção” (RÊGO, 2009). No entanto, o conceito de extrativismo que mais
se adequa a este estudo é o conceito de extrativismo vegetal definido pelo IBGE, que de modo
mais abrangente inclui os termos racionalidade e sustentabilidade, partindo do pressuposto
que os agentes da sociedade são racionais e preocupam-se com a perpetuação dos produtos
para a posteridade. O extrativismo vegetal é:

O processo de exploração dos recursos vegetais nativos que compreende a coleta ou


apanha de produtos como madeiras, látex, sementes, fibras, frutos e raízes, entre
outros, de forma racional, permitindo a obtenção de produções sustentadas ao longo
do tempo, ou de modo primitivo e itinerante, possibilitando, geralmente, apenas uma
única produção (IBGE, 2011, p. 8).

Segundo o IBGE (2011), no ano 2011 a soma do valor da produção da extração


vegetal de produtos não madeireiros foi de R$ 935,8 milhões, sendo destaque, quanto ao valor
da produção, os produtos: coquilhos de açaí (R$ 304,6 milhões), amêndoas de babaçu (R$
142,2 milhões), fibras de piaçava (R$ 123,4 milhões), erva-mate nativa (R$ 118,0 milhões),
pó de carnaúba (R$ 90,2 milhões) e castanha-do-pará (R$ 69,4 milhões).
A produção de pó cerífero ocorre 100% na região Nordeste, sendo o Piauí o principal
produtor, seguido pelo Ceará, Maranhão e Rio Grande do Norte. Os municípios piauienses de
destaque, quanto à quantidade produzida, são: Campo Maior, Piripiri, Piracuruca, Picos,
Pedro II, Parnaíba, Castelo do Piauí, Luís Correia, Ilha Grande, Batalha, São João da Serra e
Oeiras (IBGE, 2011).
O pó cerífero é extraído das folhas, também denominadas de “palha”, da carnaubeira,
processo no qual, segundo Gomes e Nascimento (2006), pode ser dividido em seis tarefas: 1)
corte das folhas por uma “equipe” ou “turma” que tem o cuidado de não cortar o “mangará”,
folhas mais novas, denominadas de “olho”, porque prejudica o desenvolvimento da
carnaubeira, causando sua morte; 2) retirada das folhas que ficam presas à vegetação; 3)
recolhimento das folhas; 4) transporte das folhas para o lastro, também chamado campo de
batição; 5) secagem das folhas, sobrepostas no solo batido e 6) batição manual (cacete) e
mecanizada (máquina de bater).
Conforme Silva e Gomes (2006), na comercialização do pó de carnaúba há a
participação de diferentes agentes: o produtor rural, o arrendatário capitalizado ou não, o dono
do armazém, o dono da máquina de bater as palhas; o atravessador e a agroindústria de cera.
Todo este processo de extração de pó cerífero requer capital financeiro para seu
custeio. A existência de uma linha de crédito de custeio específica para os extrativistas do pó
de carnaúba contribuir para minimizar problemas relacionados à sua dependência em relação
ao atravessador, dono de armazém, dono da máquina de bater as palhas e da agroindústria que
cobram elevadas taxas de juros ao financiar o custeio da extração do pó cerífero. Nesse
âmbito o BNB operacionaliza a linha de crédito de custeio do Programa FNE Rural que
contempla o extrativismo do pó de carnaúba, com baixa taxa de juro se comparada com as
praticadas pelo mercado.

11
Esta modalidade de crédito tem por objetivo promover o desenvolvimento da
agropecuária e do setor florestal, com a observância da legislação ambiental e o consequente
incremento da oferta de matérias-primas agroindustriais através: 1) do fortalecimento,
ampliação, modernização da infraestrutura produtiva dos estabelecimentos agropecuários e
florestais; 2) de diversificação das atividades e 3) do melhoramento genético de rebanho e
culturas agrícolas em áreas selecionadas (BNB, 2012).
O público-alvo é constituído de produtores rurais, cooperativas e associações de
produtores rurais. E o prazo do financiamento é fixado de acordo com o ciclo de cada
atividade ou lavoura, observando os prazos máximos: até dois anos para o custeio agrícola e
custeio de beneficiamento ou industrialização; até um ano para custeio pecuário e até oito
meses para o custeio da extração do pó de carnaúba.
São cobradas taxas de juros diferenciadas dos produtores, sendo 5% a.a. para os
miniprodutores, suas cooperativas e associações; 6,75% a.a. para pequenos produtores, suas
cooperativas e associações; e 7,25% a.a. para pequenos-médios produtores, suas cooperativas
e associações. Os bônus de adimplência também são diferenciados, de acordo com a
localização dos empreendimentos, consistindo em 25% sobre os empreendimentos localizados
na região semiárida e em 15% para empreendimentos localizados fora do semiárido (BNB,
2011).
Os empreendimentos do extrativismo do pó de carnaúba estão localizados tanto na
região do semiárido quanto fora dela. Os municípios de Picos e Oeiras estão situados no
semiárido e os municípios de Parnaíba, Esperantina, Piripiri, Campo Maior, Teresina e
Floriano situam-se fora da região semiárida.
No período de 1998 a 2006 o BNB aplicou R$ 9 milhões na cadeia produtiva da
carnaúba nos estados do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte para aquisição isolada de
matéria-prima e insumos, custeio, investimentos fixos e semifixos e investimento rural
(ALVES; COÊLHO, 2008). Nesse período o Estado que deteve mais financiamento foi o
Piauí seguido do Ceará e Rio Grande do Norte, respectivamente.
Isto se justifica porque o Piauí é o estado onde há maior quantidade de extração de pó
cerífero e também concentra mais empresas industriais de cera de carnaúba que o Ceará. Na
Tabela 1 têm-se os valores dos financiamentos do extrativismo do pó de carnaúba contratados
pelas agências do BNB/Piauí por municípios, no período de 2007-2012.

Tabela 1 – Evolução do financiamento do extrativismo do pó de carnaúba: valores deflacionados pelo IGP-DI,


ano base 2007, no período de 2007-2012, deflacionados pelo IGP-DI.
Agência por
2007 2008 2009 2010 2011 2012
município / ano
Esperantina 395.618,67 613.407,57 636.746,07 789.708,42 538.179,24 603.982,69
Floriano 280.597,95 251.161,92 422.877,21 256.989,04 299.677,44 328.702,45
Piripiri 209.999,74 413.381,96 150.360,20 279.679,82 334.721,55 499.823,20
Picos 122.298,00 108.157,65 110.284,68 151.522,90 193.621,45 128.552,78
Campo maior 74.745,00 2.749,77 6.974,16 - 4.376,32 -
Oeiras 41.184,00 43.996,33 42.774,83 - 92.943,73 207.066,99
Parnaíba 16.899,36 157.813,24 113.986,23 310.739,25 92.850,60 12.439,15
Teresina - - - - - 1.840,18
Total 1.141.342,72 1.590.668,45 1.484.003,37 1.788.639,43 1.556.370,32 1.782.407,42
Fonte: BNB (2013).
- Dado numérico inexistente, não houve financiamento.

Durante este período, 2007-2012, o município que deteve mais financiamento foi
Esperantina com 38,29% do total dos recursos e com 103 operações, seguido de Piripiri com
20,21% dos recursos e 37 operações, Floriano com 19,69% dos recursos e 40 operações, Picos
12
com 8,72% dos recursos e 40 operações, Parnaíba com 7,54% dos recursos e 13 operações,
Oeiras com 4,58% dos recursos e 12 operações, Campo Maior com 0,95% dos recursos e 15
operações e Teresina com 0,02% e 1 operação. No Gráfico 3 tem-se o valor total do
financiamento por municípios no período de 2007-2012.

Gráfico 3 – Valor total do financiamento do extrativismo do pó de carnaúba por municípios no período de 2007-
2012.

Fonte: Dados básicos BNB (2013).

A evolução do número de operações do financiamento anual conforme as agências do


BNB/Piauí por Municípios constam na Tabela 2.

Tabela 2 - Número de operações do financiamento para o extrativismo do pó de carnaúba no período de 2007-


2012, conforme as agências do BNB no Piauí.
Agência por
município / ano 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Esperantina 10 18 20 20 16 19
Floriano 6 6 8 6 7 7
Piripiri 4 5 3 4 10 11
Picos 6 5 5 7 9 8
Campo maior 5 2 5 - 3 -
Oeiras 2 2 1 - 3 4
Parnaíba 1 3 2 4 2 1
Teresina - - - - - 1
Total 34 41 44 41 50 51
Fonte: BNB (2013).
- Dado numérico inexistente, não houve financiamento.

Nos chama atenção o município de Esperantina por ter maior participação no valor
total do financiamento e do maior número de operações, isso porque esse município não é
onde se encontra a maior produção de pó cerífero. Ao contrário, dentre esses municípios é

13
onde se tem menor produção, conforme se pode observar no Gráfico 4 a quantidade em
toneladas de produção de pó de carnaúba.

Gráfico 4 – Quantidade de pó de carnaúba produzido nos municípios onde se localizam as agências do BNB PI,
no período de 2007-2011.

Fonte: Dados básicos IBGE/SIDRA (2013).

Os municípios mais representativos quanto à produção de pó cerífero são Campo


Maior, Piripiri, Picos e Parnaíba. Os oito municípios estão localizados em microrregiões
distintas, classificados, conforme a tipologia da Política Nacional de Desenvolvimento
Regional (PNDR), em dinâmicas e estagnadas. Os municípios dinâmicos são Campo Maior,
Piripiri e Esperantina e os municípios estagnados são Floriano, Oeiras, Picos, Parnaíba e
Teresina (BNB, 2011).
O custo de produção estimado para o extrativismo do pó de carnaúba varia entre os
municípios, em função das relações trabalhistas e das despesas adicionais relativas à
atividade. Essas despesas são com mão de obra, transporte de trabalhadores, aluguel da
máquina de bater palha, sacaria, alimentação e arrendamento (CONAB, 2010). Conforme a
estimativa do custo de produção na safra de 2011, calculado pela Conab, no município de
Campo Maior custa R$276,00 para produzir 60kg/10 milheiro e em Piripiri custa R$ 311,00
para produzir 70kg/10 milheiro. Os itens de maior peso no custo de produção do pó cerífero
são a mão-de-obra e o arrendamento (COSTA, 2011).
Outro fator que pode influenciar a oferta de pó cerífero e contribuir para que haja
aumento do número de extrativistas no município é a presença da indústria de cera,
demandante da matéria-prima, e a articulação do próprio setor. Referente à presença de
empresas exportadoras de cera de carnaúba nesses municípios, Conforme estudo de Costa
(2011), tem uma em Esperantina, uma em Campo Maior, uma em Picos, uma em Teresina,
quatro em Parnaíba, duas em Piripiri e nenhuma nos municípios de Floriano e Oeiras. E
quanto à articulação do setor no Estado, Carvalho e Gomes (2006) citam que não há
associação ou cooperativa específica de trabalhadores, produtores ou comerciantes de pó

14
cerífero e identificaram que apenas uma pequena parcela de trabalhadores estava vinculada a
sindicatos ou associações de trabalhadores rurais e de moradores.
O município de Campo Maior se destaca entre os demais pelo maior volume
exportado de cera de carnaúba, constituindo um centro da cadeia produtiva onde o industrial e
os donos de armazéns estão articulados no sentido financiar o custeio da extração do pó
cerífero, consistindo numa base técnica de apoio, sobrando pouco espaço para a agência
financeira que não tem um suporte técnico de apoio. Conforme o gerente da agência do BNB
de Campo Maior, não é tradição dessa agência financiar este setor dada experiência negativa
do passado, em que houve inadimplência dos tomadores de crédito. Com isso a agência não
estimula os produtores da região a terem acesso a essa linha de crédito.
Portanto, esses dois fatores podem explicar o porquê do volume de recursos
financeiros do FNE Rural ser menor em Campo Maior, onde há maior produção de pó
cerífero, e maior aplicação de recursos e número de operações nos municípios de Esperantina,
Picos, Floriano e Piripiri, que as agências do BNB nesses municípios têm a tradição de
financiar esse setor.
Quanto à taxa de crescimento, observou-se que neste período, 2007-2012, o valor do
financiamento que mais cresceu foi Oeiras com 36,83%, seguido de Piripiri (13,15%), Picos
(6,83%), Esperantina (5,69%) e Floriano (2,38%). Tiveram taxa de crescimento negativo os
financiamentos dos municípios de Campo Maior (-40,22%) e Parnaíba (5,88%). O município
de Teresina como teve apenas uma operação em 2012 inviabilizou o cálculo da taxa de
crescimento, além disso, até 2011, nesse município não há registro de produção de pó de
carnaúba no banco de dados do IBGE. A taxa de crescimento total do financiamento no Piauí
foi de 6,95%. No Gráfico 5 se observa a taxa de crescimento dos valores financiados pelo
Piauí e pelos municípios no período de 2007-2012.

Gráfico 5 – Taxa de crescimento do valor financiado para o extrativismo do pó de carnaúba pelo Piauí e pelos
municípios no período de 2007-2012.

Fonte: Dados básicos BNB (2013).

Embora o financiamento apresente crescimento negativo em dois municípios, no geral


houve crescimento real dos recursos do FNE Rural aplicados no setor extrativista da carnaúba
no Piauí.
Contudo, esse estudo ainda necessita de uma investigação mais profunda para explicar
o motivo de haver redução dos valores financiados nos municípios de Campo Maior e
Parnaíba, bem como dos municípios de Esperantina, Floriano e Oeiras em função do maior
volume de recursos em relação à produção de pó cerífero.

15
As informações relatadas pelo gerente da agência do BNB de Campo Maior são
pertinentes com o citado por Almeida Junior, Silva e Resende (2008), conforme os quais, a
inadimplência dos tomadores de crédito faz com que haja desinteresse do banco em emprestar
para este segmento.
Verificou-se que o FNE Rural não contempla nenhuma exigência no que diz respeito o
processo de extração do pó de carnaúba com o manejo do carnaubal de forma sustentável. É
uma modalidade de crédito tradicional que não incorpora a nova visão de desenvolvimento
produtivo com sustentabilidade.
Em contraste com a pesquisa de Miranda, Mayorga e Lima (2008) no município
cearense de Limoeiro do Norte, que identificaram um nível médio de sustentabilidade entre as
classes de produtores que receberam recursos do FNE Rural, Schlischka et al (2009)
ressaltaram que ainda há pouca utilização de indicadores de desempenho ambiental e ausência
de uma auditoria ambiental, por parte dos bancos. Somam-se a isso fatores que limitam a
aplicação do crédito rural como: 1) a padronização dos projetos técnicos uma vez que há
distinções entre culturas permanentes e temporárias, podendo estas ser, ainda, consociadas ou
não com a pecuária e 2) os agentes financeiros das políticas de fomento que fazem opções a
investimentos em atividades que julgam mais lucrativas e seguras e que possuam um padrão
tecnológico que permita a responsabilização do tomador de empréstimo na aplicação dos
insumos e cumprimento do itinerário técnico (COUTO, 2004).
Ressalta-se que os objetivos da aplicação dos recursos do FNE estão voltados para o
desenvolvimento econômico e social da região Nordeste. Portanto, o programa FNE Rural se
propõe a expandir, diversificar, modernizar e implantar empreendimentos agropecuários.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A linha créditos de Custeio do Programa FNE Rural que tem como um de seus
objetivos o custeio das atividades agrícolas é uma importante fonte de recursos para o
segmento da extração do pó de carnaúba. O FNE tem a orientação política de reduzir as
desigualdades regionais ao ofertar recursos para o financiamento de atividades produtivas.
A aplicação desses recursos no setor extrativo da carnaúba no período de 2007 a 2012
está concentrada nos municípios de Esperantina, Piripiri e Floriano. A quantidade de
operações do financiamento foi maior nos municípios de Esperantina, Floriano, Picos e
Piripiri. O município de Parnaíba, ocupando o terceiro lugar na produção de pó cerífero no
Estado, também recebeu um volume de recursos significativo. Embora o município de Campo
Maior tenha destaque na produção de pó de carnaúba, foi aplicado um volume menor de
recursos e, consequentemente, teve uma quantidade de operações menor, com a
particularidade de nos anos de 2010 e 2012 não foi efetuado nenhuma operação. Isto se deve à
sua especificidade na cadeia produtiva da cera de carnaúba em que os industriais e donos de
armazéns financiam o custeio da extração do pó cerífero. No município de Teresina houve
apenas uma operação em 2012.
Quanto à taxa de crescimento, observou-se que os municípios de Campo Maior e
Parnaíba tiveram crescimento negativo do valor financiado, enquanto que o número de
operações variou entre dois e cinco em Campo Maior e entre um e quatro, em Parnaíba.
Oeiras foi o município que apresentou maior taxa de crescimento, sendo que em 2010 não
houve financiamento e o valor do financiamento de 2012 variou 123% em relação ao ano
anterior. Os outros municípios tiveram taxa de crescimento positivo e, no geral, o valor do
financiamento total teve crescimento positivo de 6,95%.
Embora a discussão ambiental esteja presente tanto no âmbito do agronegócio quanto
do industrial, não se observou nenhuma exigência do programa FNE Rural em relação à
preservação da carnaubeira e nenhum apoio técnico aos extrativistas quanto ao manejo da
16
espécie, confirmando a tese de que os agentes financeiros optam por investir em atividades
lucrativas e que os tomadores de empréstimos tenham condições de honrar seus
compromissos com a instituição.

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